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www.institutoipb.com.br – complementação@institutoipb.com.br – 31 3411-3143 Página 1 IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro 2º LICENCIATURA COMPLEMENTAÇÃO PEDAGOGICA http://www.institutoipb.com.br/ mailto:complementação@institutoipb.com.br www.institutoipb.com.br – complementação@institutoipb.com.br – 31 3411-3143 Página 2 IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro LINGUA PORTUGUES E APRENDIZAZEM EM MATEMATICA COM INTERVEÇÃO PEDAGOGICA http://www.institutoipb.com.br/ mailto:complementação@institutoipb.com.br www.institutoipb.com.br – complementação@institutoipb.com.br – 31 3411-3143 Página 3 IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro Sumário USO DA ESCRITA NO ENSINO E NA APRENDIZAGEM EM EDUCAÇÃO MATEMÁTICA ... 4 PRESSUPOSTOS TEÓRICOS .................................................................................................. 6 DESENVOLVIMENTO ............................................................................................................. 53 Dificuldades de Aprendizagem no Processo de Alfabetização e .............................................. 61 http://www.institutoipb.com.br/ mailto:complementação@institutoipb.com.br www.institutoipb.com.br – complementação@institutoipb.com.br – 31 3411-3143 Página 4 IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro USO DA ESCRITA NO ENSINO E NA APRENDIZAGEM EM EDUCAÇÃO MATEMÁTICA A matemática como disciplina escolar muitas vezes é tida como disciplina difícil, que não tem nenhum vínculo com a realidade. Na tentativa de refletir sobre as possibilidades de romper com essa concepção e entendendo que é função do professor analisar métodos de ensino que consistam na organização e prática de recursos e procedimentos, na intenção de conduzir a aprendizagem dos alunos, pesquisadores desenvolveram pesquisa neste sentido que será aqui apresentada. A mesma partiu do pressuposto de que todo conhecimento da realidade que os alunos já trazem ao chegar à escola, inclusive os de Matemática, encontra expressão inicialmente através da língua materna, de onde emergirão os significados para a construção dos signos matemáticos. Tendo como objetivo principal investigar em que medida a utilização de textos matemáticos pode contribuir para o processo de aprendizagem da Matemática, a pesquisa foi desenvolvida com 58 alunos de 5ª e 6ª série do Ensino Fundamental. Constituiu-se a partir de uma proposta de ensino através do desenvolvimento de atividades que envolveram a linguagem escrita e conhecimentos referentes à matemática. A análise dessas atividades permitiu tecer algumas considerações as quais destacamos duas: A primeira refere-se ao potencial dessa metodologia de ensino envolvendo textos escritos e educação matemática em constituir-se http://www.institutoipb.com.br/ mailto:complementação@institutoipb.com.br www.institutoipb.com.br – complementação@institutoipb.com.br – 31 3411-3143 Página 5 IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro como uma estratégia que contribua para o processo ensino- aprendizagem. Constatou-se que os alunos em geral, demonstraram um envolvimento muito grande na busca de soluções e de estratégias para os trabalhos elaborados. A segunda refere-se à real possibilidade de utilizar a interpretação de textos para o ensino não só de matemática, mas de todos os componentes curriculares do ensino Fundamental, desde que encaminhados de forma coerente e respeitadas as suas limitações. As preocupações relacionadas ao ensino e a aprendizagem fazem parte do cotidiano do professor. Em relação ao educador matemático as mesmas se acentuam, uma vez que a matemática ainda é considerada por parte dos alunos como um dos componentes curriculares mais difíceis. Lopes e Oliveira (2007) destacam que a reversão da atual situação problemática em que se encontra o ensino de matemática passa pela necessidade de o professor não só buscar, mas, principalmente, refletir a cerca de novos encaminhamentos para o seu ensino e alternativas metodológicas das quais possa dispor em suas aulas. A compreensão desse fato levou pesquisadores ao desenvolvimento da pesquisa aqui apresentada. A mesma envolveu 58 alunos de quinta e sexta séries do Ensino Fundamental e partiu do pressuposto, apoiado em Machado (1993), de que todo o conhecimento da realidade que os alunos já trazem ao chegarem à escola encontra expressão inicialmente através da língua http://www.institutoipb.com.br/ mailto:complementação@institutoipb.com.br www.institutoipb.com.br – complementação@institutoipb.com.br – 31 3411-3143 Página 6 IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro materna. É deste suporte que emergirão os significados para a construção dos signos matemáticos associados ao seu uso. Assim, a linguagem literária, vivenciada através de diferentes tipologias textuais, pode favorecer o prazer de ler de forma significativa e contextualizada, despertando o interesse no aluno de criar e recriar novas histórias bem como seus próprios textos, levando- o a uma situação que exija expor seu conhecimento. Dessa forma, pode ser usada não só para expressar a linguagem matemática, mas também desenvolver conteúdos. O principal objetivo da pesquisa foi investigar em que medida a utilização de textos matemáticos pode contribuir para o processo de aprendizagem da Matemática. Para isso foi desenvolvida uma proposta de ensino através de atividades que envolveram a linguagem escrita e conhecimentos referentes à matemática Os dados foram coletados a partir das produções dos estudantes nas modalidades de textos, poesias, histórias em quadrinho e atividades divertidas. PRESSUPOSTOS TEÓRICOS A escrita teve seus primórdios na Suméria (por volta de 3.300 a.C), seguida do Egito, (em 3.000 a.C.), da China (aproximadamente em 1.500 a.C.) e a América Central (num tempo ainda não determinado, provavelmente no início da Era Cristã). Posteriormente outros sistemas foram sendo construídos. Incluído nesse longo processo de criação da escrita, está a invenção de regras de alfabetização que possibilitam ao indivíduo http://www.institutoipb.com.br/ mailto:complementação@institutoipb.com.br www.institutoipb.com.br – complementação@institutoipb.com.br – 31 3411-3143 Página 50 IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro decifrar o que está escrito, a partir da compreensão do funcionamento do sistema e usá-lo apropriadamente. A Matemática constituiu-se, desde a antiguidade, como um sistema de representação original; apreendê-lo tem o significado de um mapeamento da realidade. Antes mesmo do ingressar na escola, a criança tem contato com o alfabeto e os números. E estes se apresentam como mescla simbólica que não exige análise e nem estabelece fronteiras nítidas entre a Matemática e a Língua Materna. Embora a forma oral da língua seja um suporte para o aprendizado da escrita, essa última não tem a função única de codificar ou perpetuar a fala, mas estabelece níveis de significados, que nem sempre são articulados na educação escolar, como no caso da Matemática. Um fato notável de natureza surpreendente é que, mesmo no tempo em que se dizia que as pessoas iam à escola para aprender a “ler, escrever e contar“, o ensino da Matemática e o da Língua Materna nunca se articularam para uma ação conjunta. É como se as duas disciplinas, apesar de longa convivência sob o mesmo teto, permanecessem estranhas uma à outra. Na verdade, é a escola que vai se encarregando de estabelecer as fronteiras entre esses conhecimentos, muitas vezes ignorando que em situações de ensino de Matemática, é fundamentala mediação da oralidade, emprestada da Língua Materna, e que funciona como uma etapa natural na aprendizagem da escrita. http://www.institutoipb.com.br/ mailto:complementação@institutoipb.com.br www.institutoipb.com.br – complementação@institutoipb.com.br – 31 3411-3143 Página 51 IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro Quanto a isso, Souza e Passos (2005) afirmam: A Língua Materna e a Matemática estão presentes nos programas curriculares desde o início da escolaridade, porém apresentadas de uma forma fragmentada. Esta fragmentação ocorre tanto internamente a estas disciplinas como entre elas. Várias situações podem exemplificar a fragmentação interna e externa das disciplinas em qualquer nível de ensino. Um exemplo de fragmentação interna pode ser a geometria que muitas vezes é ensinada desligada de outras áreas da Matemática como a álgebra ou a aritmética. (SOUZA e PASSOS, 2005,). A interação entre Matemática e Língua Materna, particularmente na oralidade, é apresentada nos Parâmetros Curriculares Nacionais de Matemática (BRASIL,1997). Esse documento destaca que a expressão oral desempenha um papel importante tanto na aprendizagem da escrita, quanto na aprendizagem da Matemática, na medida em que se apresenta como um elemento mediador na passagem do pensamento para a escrita. Isso porque ao falar, a criança estará expressando sua compreensão matemática. Ou seja, a linguagem materna pode levar o aluno ao contato com a linguagem matemática: o discurso literário se apresentaria como possibilidade de conduzir a interpretação do discurso matemático. Machado, em seu estudo sobre esse assunto, lembra que a Matemática não deve ser tratada unicamente como uma linguagem formal expressa por símbolos abstratos e de domínio restrito a alguns conhecedores. É importante entendê-la “como um sistema de representação que transcende os formalismos, aproximando-a da língua materna, da qual inevitavelmente deve impregnar-se.” http://www.institutoipb.com.br/ mailto:complementação@institutoipb.com.br IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro Nesse sentido, Daniluk alerta para o fato de que “a leitura da linguagem matemática ocorre a partir da compreensão e da interpretação dos signos e das relações implícitas naquilo que é dito de matemático.” Assim, como qualquer sistema lingüístico a matemática se utiliza de signos para comunicar significados matemáticos, onde a linguagem oral e escrita têm sua participação. Do ponto de vista da metodologia de ensino ainda são poucos os estudos e investigações mais aprofundadas sobre o uso da relação entre Matemática e Língua Materna. Contudo, Souza e Passos (2005) relatam a existência de várias obras que sugerem a integração entre ambas como uma possibilidade de diversificar os instrumentos pedagógicos utilizando nas aulas de Matemática através de textos de jornais, livros e revistas. Para essas autoras, utilizar a leitura e escrita no processo de ensino e aprendizagem da Matemática pode aproximá-la da linguagem mista utilizada no quotidiano. Tal integração poderia trazer benefícios tanto para a Matemática, quanto para a Língua Materna. Contudo, essa interação requer alguns cuidados por parte do educador, no sentido de que a leitura dos textos escritos não se torne algo estafante para o aluno. O amor pelos livros não é coisa que apareça de repente. É preciso ajudar a criança a descobrir o que lhe podem oferecer. Cada livro pode trazer uma idéia nova, ajudar a fazer uma descoberta importante e ampliar o horizonte da criança. Aos poucos ela ganha intimidade com o objeto-livro. Uma coisa é certa: as histórias que os pais contam e os livros que os pais e filhos vêem junto formam base do interesse em aprender a ler e gostar dos livros. (Rabelo, 2004). IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro Assim, torna-se importante fazer uso de vários tipos de leitura, de forma a que se complementem e se tornem uma atividade prazerosa para o aluno. DESENVOLVIMENTO Como já ressaltamos, a pesquisa aqui apresentada foi desenvolvida a partir de uma proposta metodológica desenvolvida com alunos da quinta e sexta série do Ensino Fundamental através de atividades que envolveram a linguagem escrita e conhecimentos referentes à matemática. As mesmas foram elaboradas através de textos, poesias, histórias em quadrinhos e atividades divertidas. Como também a pesquisa pretendia contribuir para o desenvolvimento da criatividade dos estudantes, a proposta para as produções foi de que poderiam abranger temas de escolha dos mesmos, com a única ressalva de que deveriam envolver conteúdos matemáticos. Posteriormente eram socializadas com a turma toda, num movimento de leitura, discussão e análise. Lopes e Trevisol (2007) ressaltam que a perspectiva de pesquisas e trabalhos desenvolvidos sobre propostas de ensino é a de que o direcionamento dado pelo educador, bem como os recursos utilizados em sala de aula, contribui significativamente para a aprendizagem do aluno. Compactuamos com as autoras quando ressaltam que: Entendemos que o material instrucional em si não é o responsável pela aprendizagem. Mas com a meta de alcançar seus objetivos propostos, na organização do ensino, é importante que o professor possa dispor de recursos que, utilizados a partir de uma proposta de trabalho bem delineada, poderão oportunizar a IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro apropriação do conhecimento. (LOPES e TREVISOL, 2007). Portanto, a preocupação dos pesquisadores foi no sentido de que as atividades desenvolvidas favorecessem o prazer de ler e escrever de forma significativa e contextualizada, vivenciada através de diferentes tipos de textos. Além disso, buscaram despertar o interesse dos alunos em criar e recriar textos e, em relação a linguagem matemática, explorar menos a repetição da leitura e mais a apreensão do conceito. Assim, a proposta foi desenvolvida também na expectativa de oportunizar novas concepções de ensino da matemática, enquanto opção às formas tradicionais de sua abordagem, ainda muito presente em nossas escolas. Apresentamos a seguir, de uma maneira geral, as percepções dos pesquisadores a cerca das produções dos alunos em relação aos temas escolhidos para o desenvolvimento dos textos. Pôde-se perceber que, em suas diferentes produções, esteve presente de forma marcante a relação com as suas vivências. Esse fato fica claro em um dos textos elaborados a partir de um jogo de “bulicas”. Na região desses alunos, principalmente em cidades de menor porte, esse jogo faz parte da cultura, bem como as organizações de jogos e coleções. Ou seja, é comum deparar com um grupo de crianças negociando bulicas em situações que envolvem números da ordem dos milhares. Essas situações fazem uso da linguagem mista (materna e matemática) e envolvem ações concretas e mentais de cálculo. O texto demonstra a oportunidade de relacionar uma situação cotidiana com o conhecimento matemático escolar, através das operações com números naturais. Podemos assim, pautados em Souza e Passos (2005), destacar que as possibilidades de textos serem produzidos com a intenção de IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro fazer relação entre a matemática e o cotidiano, utilizando a escrita, podem aproximar a linguagem matemática da linguagem vivenciada pelos alunos. Faz-se importante ressaltar que o trabalho foi desenvolvido em uma escola pública e que a realidade que envolve os alunos está repleta de dificuldades de ordem econômica e social. Esse aspecto foi observado em uma das produções em que aautora expressou não só conhecimento matemático, mas todas as suas expectativas e esperanças em relação ao seu futuro. Lopes e Oliveira (2007) ressaltam que através de histórias é possível problematizar os assuntos, resolver conflitos, entender o mundo, sentir prazer e sonhar. Porque o leitor luta, sofre, vive a derrota e depois vence. O verdadeiro leitor vive os fatos relatados na narrativa e se identifica com os personagens das histórias. Especificamente nessa história, a aluna de quinta série utilizou várias operações matemáticas, mas o que ficou mais evidente foi o papel que o texto desenvolveu no sentido de expressar sua vivência, Foi possível observar, ainda, a forma de expressar nos textos literários, a matemática usada no dia-a-dia, como no caso de uma produção em que é descrita uma situação de compra de calçado e roupa. O texto tenta apresentar a matemática em linguagem materna num esforço de aproximar a disciplina de matemática com os problemas enfrentados cotidianamente, o que nem sempre é conseguido em sala de aula. www.institutoipb.com.br – complementação@institutoipb.com.br – 31 3411-3143 Página 56 IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro Ao converterem para a escrita em prosa a simbologia usual em Matemática, tantas vezes permeada de “hieróglifos” e abreviações, os estudantes aprofundam-se nos procedimentos e significados que permeiam o tema em questão. Com essa mudança de paradigma, dos símbolos para o texto em prosa, esse exercício pressupõe uma grande disposição, nem sempre encontrada. (SANTOS, 2005). Ao falar sobre as relações dos temas usados pelos estudantes em suas produções com a realidade, cabe esclarecer que esse termo não está se referindo unicamente às suas ações diárias efetivamente vivenciadas. Mas também às suas percepções, aspirações e formas de interpretação dos acontecimentos. Em relação a visão sobre o nosso país, um dos textos assim começa: “O Brasil está que nem o curupira. Aparece nos discursos dos políticos, voltado para frente, mas, quando se move, descobre-se que seus pés estão virados para trás e ele anda de ré.”(Aluna da sexta série). E, a partir daí, traz diversos dados numéricos que demonstram, em princípio, não só a capacidade crítica, mas a criatividade de apresentar uma possibilidade de analisar o contexto sócio-político brasileiro a partir da matemática. Embora se saiba que a matemática representa um importante instrumento para isso, ela nem sempre é utilizada pelos professores nessa perspectiva. Por isso entendemos que esse texto configura-se enquanto um instrumento metodológico em várias dimensões, além da proposta pela autora. Isso porque uma simples comunicação de ideias requer apropriação precisa de uma estrutura linguística apropriada em cada área do conhecimento. Em um outro texto, um aluno apresenta uma trama de ficção científica com um final em que tudo fica bem para todos os http://www.institutoipb.com.br/ mailto:complementação@institutoipb.com.br www.institutoipb.com.br – complementação@institutoipb.com.br – 31 3411-3143 Página 57 IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro personagens que fazem parte da família. No imaginário dessa criança de quinta série, tanto os mocinhos como os bandidos acabam felizes para sempre, retratando suas expectativas de que tudo dê sempre certo em sua vida. O envolvimento do sujeito em um enredo, afirmam Lopes e Oliveira (2007) representa antes de tudo uma viagem por seu imaginário. Contudo, não dispensa as relações possíveis de serem realizadas com a sua realidade e seu conhecimento sobre as questões envolvidas na narrativa. Nesse sentido, compactuamos com Santos (2005) ao afirmar que quem compreende e domina um determinado conceito é capaz de escrever sobre ele, expressando suas certezas e possíveis dúvidas. Foi o caso de uma produção que fez uso da história da matemática, onde o aluno se colocou como personagem da mesma, traduzindo-a para a atualidade, como podemos observar no seu trecho inicial: “Eu nasci no século passado em 1996, e era um menino que precisava trabalhar para ajudar meu pai. Era tempo de criar ovelhas precisava todos os dias levar minhas ovelhas para comer no pasto.” (Aluno da sexta série). O texto nos leva a viajar por vários momentos que podem ser considerados marcantes da história da matemática, contextualizados no ano de 1996, tentando mostrar a aplicação de conhecimentos matemáticos relativos a cálculo de porcentagem, regra de três, utilização do sistema monetário e outros. A organização dessa produção traz fortes indícios de que sua construção está relacionada à aprendizagem de conceitos matemáticos. É importante enfatizar que em se tratando de textos e histórias são inúmeras as formas onde a leitura e a literatura está presente. Cabe ao professor organizar seu ensino para fazer uso delas em prol http://www.institutoipb.com.br/ mailto:complementação@institutoipb.com.br www.institutoipb.com.br – complementação@institutoipb.com.br – 31 3411-3143 Página 58 IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro da aprendizagem efetiva de seus alunos, independentemente da série em que estejam. Ouvir histórias é viver momento de encantamento, sedução para qualquer pessoa, independente da idade. Momento esse que pode ser estendido para a possibilidade de criar, de escrever, de expressar o conhecimento matemático. Cabe ainda destacar que nas produções dos alunos, em suas diferentes modalidades (textos, poesias, histórias em quadrinhos e atividades divertidas) pôde-se perceber que os conteúdos matemáticos mais utilizados foram os referentes a números naturais e suas operações, números racionais decimais (sistema monetários), expressões numéricas, regra de três e porcentagem. Se por um lado isso se justifica pelo fato de que os alunos eram da quinta e sexta-série e por isso teriam mais familiaridade com estes, desenvolvida. Ou seja, é possível que os alunos não consigam aproximar a língua materna a todos os conteúdos conhecidos. O desenvolvimento dessa pesquisa, buscando atingir o objetivo de investigar em que medida a utilização de texto matemático pode contribuir para o processo de aprendizagem da matemática, permite- nos tecer algumas considerações. Em relação ao potencial da proposta metodológica de usar textos escritos envolvendo conteúdos matemáticos, podemos destacar que esta pode contribuir de forma significativa, desde que o professor se assuma como mediador viabilizando algumas condições básicas. É importante que ele se coloque no papel de leitor perante seus alunos não para codificar ou memorizar códigos, mas para que eles consigam atribuir significado aos textos produzidos, buscando com isto novos conhecimentos. As leituras devem ser feitas de maneira natural e tendo uma http://www.institutoipb.com.br/ mailto:complementação@institutoipb.com.br www.institutoipb.com.br – complementação@institutoipb.com.br – 31 3411-3143 Página 59 IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro interpretação crítica sobre a realidade vivenciada por cada aluno na sociedade. Além disso, um local propício e agradável para o estudo e tempo suficiente para preparar e manipular os textos e as histórias contribui para o bom andamento do processo. O professor deve ter em mente que a leitura e não só o cálculo é importante para a aprendizagem matemática, uma vez que é algo que está sempre presente na vida de cada aluno. Por isso, além de oportunizar a criação de textos pelos alunos pode oferecer-lhes textos literários já existentes. Destacamos também a real possibilidade de utilizar a interpretação de textos para o ensino não só de matemática, mas de Lembramos, ainda, que essa propostametodológica não pode ser considerada como uma estratégia que apresenta soluções imediatas para os problemas relativos ao ensino e aprendizagem da matemática, ela constitui-se em princípio, como um esforço no sentido de buscar compreender e refletir sobre novas possibilidades de ensinar e sua efetivação na sala de aula. Isso porque não basta simplesmente adotarmos novas metodologias se mantivermos o conhecimento matemático restrito a informação, definições, exemplos e exercícios descontextualizados. “Pois se os conceitos são apresentados de forma fragmentada mesmo que de forma completa e aprofundada, nada garante que o aluno estabeleça alguma forma de significação para as ideias isoladas e desconectadas umas da outras.” Finalizando, lembramos que as aulas de matemática muitas vezes apresentam-se distantes da realidade da vida do aluno e, outras vezes, apresentam possibilidades de aproximar-se do seu cotidiano. Oportunizar ao estudante do Ensino Fundamental expressar esse mundo que envolve também conhecimento matemático, pode se http://www.institutoipb.com.br/ mailto:complementação@institutoipb.com.br www.institutoipb.com.br – complementação@institutoipb.com.br – 31 3411-3143 Página 60 IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro constituir numa oportunidade dele vislumbrar em sua vivência a presença da matemática. A competência técnica do professor é um dos fatores determinantes da eficiência do processo de alfabetização em matemática, e está por sua vez, condicionado aos domínios dos conteúdos que ele pretende ensinar. Esse domínio de conteúdos deve ser entendido não apenas como domínio do conhecimento, como também das atividades para lidar com esses conteúdos. Falta, a nosso ver, maior orientação pedagógica aos professores, de forma que eles próprios esclareçam suas concepções em relação ao conhecimento matemático. Quando o professor reconhece a Matemática enquanto processo histórico em permanente evolução, construído a partir de necessidades, sejam elas cotidianas ou científicas, orienta seu trabalho para que seus alunos assim também a reconheçam. http://www.institutoipb.com.br/ mailto:complementação@institutoipb.com.br www.institutoipb.com.br – complementação@institutoipb.com.br – 31 3411-3143 Página 61 IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro Dificuldades de Aprendizagem no Processo de Alfabetização e Intervenções Pedagógicas Quando pensamos em dificuldades de aprendizagem vem a nossa mente algo do tipo, incapacidade que o indivíduo apresenta para realizar uma determinada atividade (tarefa). De acordo com (GRIGORENKO, STERNEMBERG, 2003) “Dificuldade de aprendizagem significa um distúrbio em um ou mais dos processos psicológicos básicos envolvidos no entendimento ou no uso da linguagem, falada ou escrita, que pode se manifestar em uma aptidão imperfeita para ouvir, pensar, falar, ler, escrever, soletrar ou realizar cálculos matemáticos”. Quando a criança começa a ler, a maioria dos alunos tende a ver as palavras como imagens, como uma forma particular ou um padrão. Eles tendem a não compreender que uma palavra é composta de letras usadas em combinações particulares, que correspondem ao som falado. É essencial que os alunos sejam ensinados e aprendam a arte básica de decodificação e soletração desde o início. A ação de escrever exige também da parte da criança uma ação de análise deliberada. Quando fala, ela tem consciência das operações mentais que executa. Quando escreve, ela tem de tomar consciência da estrutura sonora de cada palavra, tem de dissecá-la e produzi-la em símbolos alfabéticos que tem de ser memorizado e estudado de antemão. http://www.institutoipb.com.br/ mailto:complementação@institutoipb.com.br www.institutoipb.com.br – complementação@institutoipb.com.br – 31 3411-3143 Página 62 IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro (Vygotsky, 1979) Segundo o autor podemos concluir que a dificuldade de aprendizagem é um distúrbio psicológico que causa problemas à criança, quando esta se encontra no início do processo de alfabetização. Já para (SMITYH, STRICK, 2001) dificuldades de aprendizagem são “problemas neurológicos que afetam a capacidade do cérebro para entender, recordar ou comunicar informações”. A função primordial da escola seria, para grande parte dos educadores, propiciar aos alunos caminhos para que eles aprendam, de forma consciente e consistente, os mecanismos de apropriação de conhecimentos. Assim como a de possibilitar que os alunos atuem, criticamente em seu espaço social. Essa também é a nossa perspectiva de trabalho, pois, uma escola transformadora é a que está consciente de seu papel político na luta contra as desigualdades sociais e assumem a responsabilidade de um ensino eficiente para capacitar seus alunos na conquista da participação cultural e social. Mas, frequentemente o aprendizado fora dos limites da instituição escolar é muito mais motivador, pois a linguagem da escola nem sempre é a do aluno. Dessa maneira percebemos a escola que exclui, reduz, limita e expulsa sua clientela: seja pelo aspecto físico, seja pelas condições de trabalho dos professores, seja pelos altos índices de repetência e evasão escolar ou pela inadaptabilidade dos alunos, pois a norma culta padrão é a única variante aceita, e os mecanismos de naturalização dessa ordem da linguagem são apagados. (Soares, 2003). http://www.institutoipb.com.br/ mailto:complementação@institutoipb.com.br www.institutoipb.com.br – complementação@institutoipb.com.br – 31 3411-3143 Página 63 IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro A análise das questões sobre a leitura e a escrita está fundamentalmente ligada à concepção que se tem sobre o que é a linguagem e o que é ensinar e aprender. E essas concepções passam, obrigatoriamente, pelos objetivos que se atribuem à escola e à escolarização. Muitas das abordagens escolares derivam de concepções de ensino e aprendizagem da palavra escrita que reduzem o processo da alfabetização e de leitura a simples decodificação dos símbolos linguísticos. A escola transmite uma concepção de que a escrita é a transcrição da oralidade, tema já abordado neste curso. Na visão contemporânea a construção dos sentidos, seja pela fala, pela escrita ou pela leitura, está diretamente relacionada às atividades discursivas e às práticas sociais as quais os sujeitos têm acesso ao longo de seu processo histórico de socialização. O termo dificuldade de aprendizagem surgiu em 1962 com o fim de situar esta problemática num contexto educacional, tentando, assim, retirar-lhe o estigma clínico que a caracterizava. Surge, então, uma primeira definição proposta por Kirk (1962) em que era bem evidente a ênfase dada à componente educacional e o distanciamento, em termos biológicos, de outras problemáticas, tal como deficiência mental, privação cultural, entre outras. A definição de DA mais aceita internacionalmente, é a que figura na Individuals with Disabilities education Act (IDEA), que diz o seguinte: “Dificuldades de aprendizagem específica” significam uma perturbação num ou mais dos processos psicológicos básicos http://www.institutoipb.com.br/ mailto:complementação@institutoipb.com.br www.institutoipb.com.br – complementação@institutoipb.com.br – 31 3411-3143 Página 64 IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro escrita, que pode manifestar-se por uma aptidão imperfeita de escutar, pensar, ler, escrever, soletrar, ou fazer cálculos matemáticos. O termo inclui condições com problemas perceptivos, lesão cerebral, disfunçãocerebral mínima, dislexia e afasia de desenvolvimento. O termo não engloba as crianças que têm problemas de aprendizagem resultantes principalmente de deficiências visuais, auditivas ou motoras, de deficiência mental, de perturbação emocional ou de desvantagens ambientais, culturais ou econômicas. Para Garcia, as causas que produzem esse transtorno podem ser diversas, desde fatores hereditários, passando por distinta etiologia cerebral, até a ausência de estimulação. O certo é que produz dificuldades na elaboração de imagens globais; o que afeta a compreensão oral e escrita, a dificuldade no seguir instruções, dificuldades de julgar causas e efeitos ou dificuldades com a linguagem metafórica ou senso de humor, posto que isto implica a extração de totalidades significativas e relevantes. As dificuldades de aprendizagem da leitura surgem por dissociações no desenvolvimento das correspondências entre os códigos ortográficos e fonológicos e as conexões múltiplas. Quando não se desenvolvem as conexões específicas entre os códigos específicos ortográfico-fonológicos tradicionais, e múltiplos, surgirão dificuldades de aprendizagem da leitura. Daí que as técnicas instrucionais tradicionais, que favorecem ou a imagem da palavra ou aspectos fônicos ou a análise estrutural, podem contribuir para que dissociações não se produzam. Emília Ferreiro e Ana Teberosky atestam que as crianças não entram vazias para as escolas, sem saberem de nada sobre a língua e http://www.institutoipb.com.br/ mailto:complementação@institutoipb.com.br www.institutoipb.com.br – complementação@institutoipb.com.br – 31 3411-3143 Página 65 IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro a linguagem. Para elas, toda criança passa por quatro fases antes de serem alfabetizadas: 1)Pré-silábica; 2)Silábica; 3)Silábico-alfabética; 4)Alfabética: “A criança que adquire autoconfiança e bem estar na interpretação de seus constructos, desenvolveu boa concentração e certamente terá melhor desempenho na escrita e na leitura”. Apesar de a criança construir seu próprio conhecimento, no que se refere à alfabetização, cabe ao professor, organizar atividades que favoreçam a reflexão sobre a escrita. “A criança precisa se sentir segura para expressar-se com mais facilidade, o que a ajudará no seu processo de leitura e escrita”. Segundo as autoras, a criança tem que aprender a ter confiança em si mesma para expressar-se com mais facilidade. Quando a criança apresenta deficiências no processamento da linguagem essas crianças podem ter problemas com qualquer aspecto da linguagem, como por exemplo, ouvir as palavras corretamente e entender os seus significados. As dificuldades apresentadas por estas crianças começam com a linguagem falada o que ocasionalmente interfere na leitura e escrita, no período em que a criança ingressa na escola. Alguns sintomas que devem ser observados: atraso para aprender a falar; tem problemas para citar nomes de objetos ou de pessoas; usa uma gramática pobre; com frequência, pronuncia mal as palavras; com frequência, usa gestos com as mãos ou a linguagem corporal para ajudar a transmitir a mensagem; evita falar; demonstra pouco interesse por livros ou http://www.institutoipb.com.br/ mailto:complementação@institutoipb.com.br www.institutoipb.com.br – complementação@institutoipb.com.br – 31 3411-3143 Página 66 IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro historias; com frenquencia, não compreende ou não recorda instruções. A deficiência também pode ser na língua escrita e devem ser observados os seguintes itens: atrasos significativos para aprender a ler; dificuldade na citação de nomes de letras; problemas para associar letras a sons, discriminar os sons das palavras, mesclar sons para formar palavras; tenta adivinhar palavras estranhas, ao invés de usar habilidades de análise da palavra; Lê muito lentamente; fraca retenção de novas palavras no vocabulário; evita a leitura. Para identificar uma possível deficiência é necessário que o aluno apresente alguns dos itens relacionados. • Problemas graves de comunicação: A criança com dificuldades de aprendizagem pode apresentar um bloqueio ao se expressar com outros. • Mutismo seletivo: é uma condição de ansiedade social, na qual uma pessoa que é capaz de falar é incapaz de expressar-se verbalmente dadas certas situações. • Dislalias: a dislalia (do grego dys + lalia) é um distúrbio da fala, caracterizado pela dificuldade em articular as palavras. Basicamente consiste na má pronúncia das palavras, seja omitindo ou acrescentando fonemas, trocando um fonema por outro ou ainda distorcendo-os ordenadamente. • Disglossias: É caracterizada por uma dificuldade na produção oral ocasionada por alterações anatômicas e/ou fisiológicas dos órgãos envolvidos na fala e cuja causa seja de origem periférica, não relacionada diretamente com alterações neuropsicológicas. http://www.institutoipb.com.br/ mailto:complementação@institutoipb.com.br www.institutoipb.com.br – complementação@institutoipb.com.br – 31 3411-3143 Página 67 IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro Existem diversas causas que incluem: malformações congênitas craniofaciais, transtornos do crescimento que afetam diretamente os órgãos da fala e anomalias adquiridas como consequência de lesões na estrutura orofacial ou extirpações cirúrgicas. Má oclusão por malformações; atresia ou ressecção mandibular; lábio leporino com ou sem fissura palatina; traumatismos craniofaciais; véu palatino paralisado, alongado ou fissurado; anquiloglosia; glosectomia; paralisia da língua e alterações na cavidade nasal são algumas das causas de disglossia. • Atraso da fala: Algumas crianças apresentam perturbação no desenvolvimento da linguagem que não pode ser explicado por déficits de percepção sensorial, capacidades intelectuais ou funcionamento motor ou sócio-econômico. Os atrasos de linguagem podem acarretar dificuldades em toda a vida do sujeito, pois a aquisição de linguagem acontece como uma continuidade durante todo o desenvolvimento. Alguns processos facilitadores da fala, vocabulário restrito, uso reduzido de artigos, preposições, expressões incorretas de tempos verbais evidenciam uma habilidade reduzida do uso da língua, caracterizando um atraso leve de linguagem. Quanto maior a intensidade das características acima citadas maior é a complexidade e o agravamento do grau do atraso na linguagem. • Disfemias: são perturbações intermitentes na emissão das palavras, sem que existam alterações dos órgãos da expressão. http://www.institutoipb.com.br/ mailto:complementação@institutoipb.com.br www.institutoipb.com.br – complementação@institutoipb.com.br – 31 3411-3143 Página 68 IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro Neste grupo de transtornos da linguagem o distúrbio mais importante é a gagueira (tartamudez). • Afasia: a afasia é uma deterioração da função da linguagem, depois de ter sido adquirida de maneira normal e sem déficit intelectual correlativo. Caracteriza-se por dificuldade em nomear pessoas e objetos. Podem levar a um discurso vago ou vazio caracterizado por longos circunlóquios e pelo uso excessivo de referências indefinidas como "coisa" ou "aquilo". Pode evoluir para um comprometimento grave da linguagem escrita e falada e da repetição da linguagem. • Disfasia: (Disfasia/Audiomudez).Transtornos raros da evolução da linguagem. Trata-se de crianças que apresentam um transtorno da integração da linguagem sem insuficiência sensorial ou fonatória; que podem, embora com dificuldade, comunicar-se verbalmente e cujo nível mental é considerado normal. • Dislexia:a dislexia (da contração das palavras gregas: dis = difícil, prejudicada, e lexis = palavra) caracteriza-se por uma dificuldade na área da leitura, escrita e soletração. A dislexia costuma ser identificada nas salas de aula durante a alfabetização sendo comum provocar uma defasagem inicial de aprendizado. A dislexia, segundo Jean Dubois et al. (1993, p.197), é um defeito de aprendizagem da leitura caracterizado por dificuldades na correspondência entre símbolos gráficos, às vezes mal reconhecidos, e fonemas, muitas vezes, mal identificados. http://www.institutoipb.com.br/ mailto:complementação@institutoipb.com.br www.institutoipb.com.br – complementação@institutoipb.com.br – 31 3411-3143 Página 70 IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro A dislexia não é uma doença. É apenas um bloqueio apresentado por crianças que encontram-se no início do processo de alfabetização. A dislexia é caracterizada pela dificuldade de aprendizagem na leiturae escrita. Pessoas disléxicas apresentam dificuldades na associação do som à letra(alfabeto) e também tendem a trocar algumas letras ou mesmo escrevê-las na ordem inversa. • Hiperatividade: Alguns fatores de desenvolvimento no início da infância como o bebê com dificuldades para dormir e para se acalmar, possam colocar essa criança no grupo de risco de ser uma criança hiperativa. Embora os profissionais não rotulem uma criança antes de ela ter no mínimo cinco anos. O diagnóstico de hiperatividade é difícil e complexo. Vejamos alguns pontos comuns: Desatenção e agitação: uma criança hiperativa não consegue se concentrar. Impulsividade: crianças hiperativas muitas vezes não pensam antes de agir, o que resulta num comportamento inadequado. A hiperatividade é um problema muito complexo e se não for tratado na infância traz consequências drásticas pelo resto da vida. “As crianças com dificuldades de aprendizagem frequentemente têm problemas em mais de uma área”. Por exemplo, a deficiência primária de uma criança (aquela que está causando mais problemas na escola) pode envolver problemas com a compreensão da linguagem, mas ela também pode ter problemas com a concentração e estar pouco atrasada no desenvolvimento de sua coordenação http://www.institutoipb.com.br/ mailto:complementação@institutoipb.com.br www.institutoipb.com.br – complementação@institutoipb.com.br – 31 3411-3143 Página 71 IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro apenas cada uma das deficiências, mas também como podem complicar umas às outras. Para “maximinizarem-se as chances de melhora, todas as deficiências precisam ser abordadas”. As dificuldades de aprendizagem não desaparecem, quando uma criança volta para casa após a escola. Essas condições afetam o modo como uma criança percebe o mundo, de forma que influenciam a conduta em casa e os relacionamentos sociais e familiares, bem como o desempenho escolar. Grande parte do comportamento que parecem descuidado ou mesmo propositadamente perturbador (como uma dificuldade para ser pontual, perder as coisas ou o fracasso crônico para completar tarefas) pode estar relacionada, em parte, com os problemas de aprendizagem da criança. Os pais que entendem a natureza da deficiência do filho estão na melhor posição para desenvolverem expectativas realísticas – e eles também pouparão a si mesmos muitos incômodos e agravamentos inúteis. “As dificuldades de aprendizagem podem produzir consequências emocionais. As razões não são nenhum mistério. Como você poderia sentir-se se enfrentasse uma exigência diária para fazer algo que não consegue fazer (ler um livro em sânscrito, por exemplo)? Dia após dia você se esforça, sem sucesso. Você ficaria frustrado? Ansioso? Irritado? Agora, suponhamos que você seja o único em um grupo de 25 pessoas que não consegue executar essa tarefa. A identificação das DA deve ser feita o mais rápido possível. Cabe aos professores-educadores e pais identificá-las, observando o http://www.institutoipb.com.br/ mailto:complementação@institutoipb.com.br www.institutoipb.com.br – complementação@institutoipb.com.br – 31 3411-3143 Página 72 IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro comportamento apresentado pelas crianças. Neste sentido, requer-se que qualquer aluno possa ter a sua disposição um conjunto de serviços adequados às suas necessidades, prestados, sempre que possível, na classe regular. Para alunos com dificuldades de aprendizagens, no que diz respeito a serviços educacionais na classe regular, há que considerar um conjunto de fatores que podem facilitar a sua aprendizagem, reestruturando o ambiente educativo, dando instruções simples sobre as tarefas escolares, ajustando horários (se necessário, dar um tempo a mais, ou menos atividades), alterar os textos e atividades de casa, fazer uso da tecnologia de informação e de comunicação, rever a proposta de avaliação. Se necessário, alguns serviços educacionais (serviços de psicologia, fonoaudiologia, terapia ocupacional, psicopedagogicos clínicos) podem ser feitos fora da classe regular. A seguir uma lista de verificação do Centro Nacional Americano para as Dificuldades de Aprendizagem, onde está agrupado um conjunto de sinais que podem ser indicadores de DA. http://www.institutoipb.com.br/ mailto:complementação@institutoipb.com.br www.institutoipb.com.br – complementação@institutoipb.com.br – 31 3411-3143 Página 72 IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro http://www.institutoipb.com.br/ mailto:complementação@institutoipb.com.br www.institutoipb.com.br – complementação@institutoipb.com.br – 31 3411-3143 Página 73 IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro Já que não se trata de uma questão de métodos, é o comportamento do professor em face de sua prática pedagógica que faz diferença. As dificuldades de aprendizagem aumentam na presença de escolas superlotadas e mal equipadas, além de contarem com muitos professores “desmotivados”. A escola não pode continuar a ser uma fábrica de insucesso”. Segundo FONSECA, podemos concluir que os professores assim, como as escolas devem trabalhar com competência e dedicação (revendo seus métodos de ensino e adaptando-os quando necessário), para atraírem os alunos para a escola, onde terão a oportunidade de aprender a ler e escrever. E também a melhorar as estatísticas quanto ao fracasso escolar, embora, não podemos negar que independente do tipo de escola ou sala de aula há alunos que realmente, apresentam dificuldades de aprendizagem e devem ser diagnosticados e tratados devidamente por um profissional competente e ter o apoio do professor e da família. De quem é a responsabilidade quando uma criança apresenta dificuldades de aprendizagem na alfabetização? O que fazer? As dificuldades de aprendizagem na alfabetização devem ser tratadas. O primeiro passo é a observação por parte dos professores e dos pais, para juntos buscarem ajuda de outros profissionais. Esta ajuda é uma avaliação que será feita tendo por finalidade verificar se o aluno obedece a um conjunto de critérios, ou regras simples e se tem problemas de concentração e de atenção. A partir daí este aluno será atendido por profissionais, que http://www.institutoipb.com.br/ mailto:complementação@institutoipb.com.br www.institutoipb.com.br – complementação@institutoipb.com.br – 31 3411-3143 Página 74 IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro espera-se farão intervenções adequadas (disponibilizando serviços de acompanhamento de Psicologia, de terapia da fala de acordo com as necessidades do aluno) paraprevenir ou reduzir o problema de dificuldade de aprendizagem. Algumas sugestões de atividades para se trabalhar em sala de aula com a criança que apresenta dificuldades de aprendizagem: Primeiramente a parte de psicomotricidade: esquema corporal, lateralidade, estruturação espacial, orientação temporal, pré-escrita. Ao aplicar estas atividades o (a) professor (a) deve estar atento ao comportamento apresentado pelo aluno. E não exigir que ele aprenda tudo num primeiro momento; cada criança aprende a seu tempo. Depois vem a parte de Cognição: percepção, memória visual, auditiva e visomotora, atenção, raciocínio, linguagem e compreensão da leitura. O professor deve trabalhar estas atividades de forma clara e objetiva, facilitando a compreensão da criança e seu desenvolvimento. A escola (professores, gestores) deve incentivar e contribuir para com a família e o aluno buscando ajuda e mais conhecimentos para lidar com as dificuldades de aprendizagem; apresentando-se como uma comunidade escolar ativa e dinâmica que almeja melhorias na qualidade do atendimento escolar e psicológico de seus alunos. http://www.institutoipb.com.br/ mailto:complementação@institutoipb.com.br www.institutoipb.com.br – complementação@institutoipb.com.br – 31 3411-3143 Página 75 IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: 1. FERREIRO, Emília, Reflexões sobre alfabetização. São Paulo, Cortez, 2001. 2. VYGOTSKY, Lev Semenovich, A construção do pensamento e da linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 2001. 3. KRAMER, Sônia (2000): “Escrita, experiência e formação – múltiplas possibilidades de criação de escrita. 4. MORAIS, Artur Gomes de (2000): Ortografia: ensinar e aprender. São Paulo: Ática. 5. ALIPRANDINI, Daiane M. Linguagem escrita e educação matemática: uma proposta para o ensino fundamental. Videira (SC), 2008. 6. XII Conferência Interamericana de Educación Matemática, 2007, Santiago de Queretaro. XII Conferência Interamericana de Educación Matemática, 2007. 7. NACARATO, Adair e LOPES, Celi Espasandin. Escritas e leituras na educação matemática. Belo Horizonte: Autêntica, 2005. 8. MEC - BRASIL. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil, 1998. 9. BRASIL, Secretaria da Educação Fundamental: Parâmetros Curriculares Nacionais: língua portuguesa. Brasília, volume 2, séries iniciais, 1997. 10.ANTUNES, Celso. Novas maneiras de ensinar novas formas de aprender. Porto Alegre: Artes Médicas, 2002. 1. GARCÍA, Jesus Nicasio. (1998). Manual de dificuldades de aprendizagem: linguagem, leitura, escrita e matemática. Tradução de Jussara Haubert Rodrigues. Porto Alegre: Artes Médicas. 2. GOULART, C. M.A apropriação da linguagem escrita e o trabalho alfabetizador na escola. Cad. Pesquisa. Nº. 110-São Paulo, Julho de 2000. http://www.institutoipb.com.br/ mailto:complementação@institutoipb.com.br