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INTRODUÇÃO
 O tema em questão constitui, sem sombra de dúvida, um desafio para os Estados tal como considerado pelo programa do Ambiente da Nações Unidas. Hoje por hoje, os recursos naturais estão cada vez mais escassos na natureza conforme estipula o princípio da raridade trazida por Baudin. Assim sendo, torna-se imperioso o estudo dos recursos e a consequente protecção do Ambiente. De forma simples pode definir-se recursos naturais como sendo elementos da natureza com utilidade para o homem com o objectivo de desenvolver a comunidade, o País, garantir a sobrevivência e o bem-estar ou conforto.
1. NOÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DOS RECURSOS NATURAIS.
 Como fizemos referência anteriormente, recurso natural são elementos da natureza com utilidade para o homem com o objectivo de desenvolver e garantir a sobrevivência da comunidade. 
 
 Os recursos naturais classificam-se em:
1.Minerais: metálicos (cobre, ferro, zinco, ouro, prata, manganês) e industriais (diamantes e material para produção de cimento)
2.Biológicos: explorados na agricultura, caça, pecuária e pescas e florestas;
3. Hídricos: águas 
4.Energéticos: renováveis (hidroeléctricas, energia solar e eólica); e não renováveis (carvão, petróleo e gás natural).
Mesmo para aqueles países que à primeira vista podem parecer não possuir ou haver insuficiência em recursos naturais. Uma análise mais cuidada e atenta demonstrará a existência de diversos recursos insuficientemente explorados ou desconhecidos.
 A exploração e a transformação desses recursos são essenciais para o desenvolvimento da comunidade, ou seja, a exploração, transformação e até a sua distribuição eficaz implica um desenvolvimento económico e social dos países. Daí a importância e a necessidade de haver uma informação credível a existência, distribuição e localização espacial desses recursos bem como os factores económicos que influenciam o seu desenvolvimento e o seu estudo ambiental.
2. O IMPACTO DA EXPLORAÇÃO DE RECURSOS NATURAIS NO AMBIENTE.
 A procura de materiais de construção e a existência de vários tipos de inertes (areia, argila, burgau, calcário e gesso e etc…) apoiam o desenvolvimento na construção de edifícios, obras públicas (pontes, estradas, caminhos de ferro, portos e aeroportos) e são componentes principais do betão. 
 A extracção desses recursos naturais tem um grande impacto sobre o solo, atmosfera, vegetação, a qualidade da água, a paisagem e etc…
 Pode concluir-se que a extracção de recursos naturais requer uma atenção especial por afectar o desenvolvimento sustentável se não for planificado e monitorado, pois envolvem questões económicas, sociais e ambientais. 
2.1.CONSEQUÊNCIAS DA SUPEREXPLORAÇÃO DOS RECURSOS NATURAIS
 Esse consumo descontrolado dos recursos naturais gera efeitos expressivos:
1. Ambientais: o desaparecimento dos habitats essenciais para a fauna e flora, ou seja, a extinção de espécies. Existem cerca de 30 milhões de espécies animais e vegetais diferentes no mundo e, delas, 26.197 espécies estavam ameaçadas de extinção, de acordo com levantamento de 2018 da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN).
2. Económicas: 33% do solo do planeta está degradado em níveis de moderado a alto, segundo relatório da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) publicado em 2017. Se a erosão de solo fértil continuar nesse ritmo, os preços dos produtos agrícolas vão inevitavelmente disparar.
3. Para a saúde: se não cuidarem das florestas, haverá menos sumidouros de carbono e, portanto, mais poluição do ar. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), nove em cada dez pessoas no mundo respiram ar com altos níveis de poluição e sete milhões de pessoas morrem anualmente por conta da contaminação — ambiental (do exterior) e doméstica — do ar.
3.SOLUÇÕES PARA COMBATER A SUPER-EXPLORAÇÃO DOS RECURSOS NATURAIS
 O futuro, como afirma a Agenda 2030 das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável , representa um desafio duplo aos seres humanos: conservar as múltiplas formas e funções da natureza e criar um lar equitativo para as pessoas em um planeta finito. Se quisermos reverter essa situação, entre outras coisas, será necessário:
 1-Preservar o capital natural:
 2-Restaurar os ecossistemas deteriorados e seus serviços.
 3-Conter a perda dos habitats prioritários.
 4-Expandir de forma significativa a rede global de áreas protegidas.
 5-Melhorar os sistemas de produção:
 6-Reduzir consideravelmente os objectos, materiais e recursos utilizados no desenvolvimento da vida humana e o volume de resíduos nos sistemas de produção.
 7-Gerenciar os recursos de modo sustentável.
 8-Potencializar a produção de energia renovável.
 9-Consumir de forma mais responsável:
 10-Promover estilos de vida que gerem menor impacto ambiental.
 11-Alterar os atuais padrões de consumo de energia.
 12-Fomentar padrões saudáveis de consumo.
4.PROTECÇÃO E DEFESA DO AMBIENTE EM ANGOLA.
 Como demostramos anteriormente, a exploração descontrolada dos recursos naturais provocam consequências graves ao meio ambiente, assim sendo, houve a necessidade urgente do Estado tutelar ou proteger o ambiente destas actividades (exploração de recursos).
 Relativamente ao ambiente e aos recursos naturais, a CRA (Constituição da República de Angola) dispõe de vários normas que tratam da matéria e que mesmo não se apresentando directamente, deixam de forma escondida a importância que o ordenamento do território tem no domínio ambiental.
Em primeira instância, vale fazer referência ao art. 39º da CRA que, a nosso ver, é a base da tutela jurídico-constitucional conferida ao ambiente. O número 1 deste preceito estabelece  que “Todos têm o direito de viver num meio ambiente sadio e não poluído, bem como o dever de o defender e o preservar”. Tal significa dizer, que o direito ao ambiente, como o direito à vida, à integridade física, à propriedade, à saúde, entre outros, é digno de consagração constitucional, assumindo-se como um direito subjectivo fundamental, o que se traduz não apenas em evolução do sistema jurídico, como também no compromisso do Estado Angolano quanto à protecção deste direito designado como de última geração. Daí dizer o número 2 deste mesmo preceito que “O Estado adopta as medidas necessárias à protecção do meio ambiente e das espécies da flora e fauna nacionais em todo o território nacional, à manutenção do equilíbrio ecológico, à correcta localização das actividades económicas e a exploração e utilização racional  de todos os recursos naturais, no quadro de um desenvolvimento sustentável e do respeito pelos direitos das gerações futuras e da preservação das diferentes espécies”, sendo punidos por lei os actos lesivos ou perigosos para a preservação do meio ambiente (art. 39º/3).
Vê-se, pois, que a consagração constitucional do direito ao ambiente como direito fundamental, comporta uma dupla dimensão: negativa, por um lado, porque pressupõe o dever de abstenção do Estado e de outras pessoas, singulares ou colectivas, de praticarem actos nocivos ao bem jurídico ambiente; positiva, por outro lado, porque faz impender sobre o Estado o dever de realizar prestações a favor do ambiente.
A partir do art. 39º da CRA torna-se inequívoco que, em Angola, a efectiva tutela do ambiente, o dever de defendê-lo, em primeira mão, pertence ao Estado, embora cada cidadão e/ou mesmo associações com este fim também possam ser participantes activos na vida, questões ou problemas ambientais da região, da localidade e do país em que vivem. De alguma forma, em termos ambientais, não deixa de existir aqui uma responsabilidade partilhada entre o Estado e os demais elementos da colectividade. Contudo, pensamos que esta responsabilidade partilhada não se realiza atendendo a um critério de alternatividade – no sentido das pessoas singulares e pessoas colectivas não estaduais poderem substituir-se ao Estado na missão dedefesa do ambiente –, mas a um critério de subsidiariedade ou de complementaridade.
Além do preceito referido, como dito, a CRA contém outras disposições relevantes neste âmbito. Desde logo, segundo o art. 1, engloba-se no objectivo fundamental da República de Angola o “progresso social”. No art. 2º, diz a CRA que entre os fundamentos da República está a defesa dos “direitos e liberdades fundamentais do homem”. 
 A CRA deixa também assente, entre os fins do Estado, a elevação do bem-estar e da qualidade de vida dos cidadãos. Bastará aqui dizer que este ou estas ideias estão intimamente ligados à noção de preservação ambiental. Sem um ambiente são e equilibrado, sem boas práticas ambientais como a prevenção e o controlo da poluição, o equilíbrio biológico das paisagens, a criação de reservas e parques naturais e a sua estabilidade ecológica, não pode haver qualidade de vida. E sem qualidade de vida é inútil apregoar-se a dignidade da pessoa humana, a que o texto constitucional igualmente se refere.
 4.1. A Lei de Terras (LT)
Importa fazer uma referência a esta lei que regula a gestão e a concessão de terras pelos Estado Angolano, Lei nº 9/04, de 9 de Novembro, tendo em referência que a terra assume, em termos ambientais, uma importância fulcral.
Esta lei é também um dos instrumentos jurídicos angolanos que alude a necessidade de ordenamento do território e de se proteger o ambiente (art. 16º) através da utilização correcta e eficiente da terra (art. 14º da LT). Daí que esta lei considere aplicáveis no seu âmbito e relativamente a constituição ou a transmissão de direitos fundiários sobre a terra, as normas constantes dos instrumentos de ordenamento do território e de planeamento urbanístico (art. 15º).
4.1.2. A Lei de Bases do Ambiente (LBA)
Como dito, o ordenamento do território cumpre uma função de instrumentos de política ambiental; sendo que alguns dos mecanismos que permitem o cumprimento dessa função, como a classificação e a criação de áreas, sítios e paisagens protegidas, sujeitas a estatutos especiais de conservação (art. 14º da LBA), a avaliação prévia do impacto provocado por obras, construções de infra-estruturas e a necessidade de licenciamento ambiental (arts. 15º e 16º da LBA), encontram-se consagrados nesta lei.
Para além disso, a LBA prevê expressamente alguns objectivos com relevância inequívoca para o ordenamento do território , tais como:
1. Garantir o menor impacto ambiental das acções necessárias ao desenvolvimento do país através de um correcto ordenamento do território e aplicação de técnicas e tecnologias adequadas [art. 5 c)];
2. Prestar a maior atenção à qualidade do ambiente urbano através de uma eficaz aplicação da administração local e municipal [art. 5º d)];
3. Constituir, consolidar e reforçar uma rede de áreas de protecção ambiental por forma a garantir a manutenção da biodiversidade, aproveitando essas áreas para a educação ambiental e recreação da população [art. 5º e)];
4.Estabelecer normas claras e aplicáveis na defesa do património natural, cultural e social do país [art. 5º j)];
5.Articular com países limítrofes acções de defesa ambiental e de aumento da qualidade de vida das populações fronteiriças [art. 5º l)];
5.4. A Lei do Ordenamento do Território e do Urbanismo (LOTU) 
A Lei do Ordenamento do Território e do Urbanismo, Lei nº 3/04, de 25 de Junho, e o seu regulamento, Regulamento Geral dos Planos Territoriais, Urbanísticos e Rurais (REPTUR), aprovado pelo Decreto nº 2/06, de 23 de Janeiro, são os principais instrumentos de gestão territorial em Angola.
Do ponto de vista do interesse ambiental, como objectivos gerais, a LOTU estabelece que o ordenamento do território visa a criação de condições favoráveis ao bem-estar social, à defesa do ambiente e da qualidade de vida dos cidadãos (artigo 4º/1). Relativamente aos seus fins específicos, dentre outros, esta lei refere-se a salvaguarda do equilíbrio ecológico e do património histórico-cultural [art. 4º/1 a)], a recuperação ou reconversão das áreas degradadas ou de ocupação ilegal [art. 4º/1 d), a salvaguarda e valorização das potencialidades e condições dos espaços rurais e a criação de oportunidades de empregos como forma de fixar as populações no meio rural [art. 4º/1 e), a preservação e defesa dos solos com aptidão natural ou aproveitados para actividades agrícolas, pecuárias ou florestais... [art. 4º/1 f)], a protecção dos recursos hídricos, das zonas ribeirinhas, da orla costeira, das florestas e de outros locais com interesse particular para a conservação da natureza... [art. 4º/1 g)], a protecção do património natural e cultural e a valorização das paisagens resultantes da actuação humana [art. 4º/1 h)]. Diz ainda a LOTU que os fins do ordenamento do território e do urbanismo devem a harmonizar-se com as políticas ambientais, nos termos da lei em vigor (art. 4º/2).
 CONCLUSÃO
 Em suma, concluímos que a exploração de recursos naturais têm um grande impacto na preservação do meio ambiente, pois a exploração descontrolada dos recursos naturais podem acarretar graves problemas para a sociedade. No entanto, vale realçar que o Estado angola através das suas leis tem vindo a despoletar formas de preservação do ambiente através de políticas ambientais. Porém, nem sempre estes objectivos de proteger o ambiente são alcançados, tendo em conta a raridade dos recursos, esta torna cada vez mais necessária exploração dos recursos, oque de certa forma acaba prejudicando mais o ambiente,
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1- CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA DE ANGOLA, EDIÇÃO 2010.
2- LEIS DE TERRAS.
3- SITE: https: // jus.com.br
Conteúdo
INTRODUÇÃO	1
1.	NOÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DOS RECURSOS NATURAIS	2
2.	O IMPACTO DA EXPLORAÇÃO DE RECURSOS NATURAIS NO AMBIENTE	2
2.1.CONSEQUÊNCIAS DA SUPEREXPLORAÇÃO DOS RECURSOS NATURAIS	3
3.SOLUÇÕES PARA COMBATER A SUPER-EXPLORAÇÃO DOS RECURSOS NATURAIS	3
4.PROTECÇÃO E DEFESA DO AMBIENTE EM ANGOLA.	4
4.1. A Lei de Terras (LT)	5
4.1.2. A Lei de Bases do Ambiente (LBA)	5
5.4. A Lei do Ordenamento do Território e do Urbanismo (LOTU)	6
CONCLUSÃO	7

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