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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIFBV WYDEN CURSO DE BACHARELADO EM ENGENHARIA QUÍMICA FABSON JOSÉ BEZERRA GESSICA MARIA MARTINS APROVEITAMENTO DA CASCA DO COCO VERDE COM AMIDO DE MANDIOCA NA PRODUÇÃO DE CANUDOS BIODEGRADAVEIS. RECIFE 2021 FABSON JOSÉ BEZERRA GESSICA MARIA MARTINS APROVEITAMENTO DA CASCA DO COCO VERDE COM AMIDO DE MANDIOCA NA PRODUÇÃO DE CANUDOS BIODEGRADAVEIS. Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Centro Universitário UniFBV WYDEN, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Engenharia Química. Orientadora: Dr. Priscyla Andrade RECIFE 2021 AGRADECIMENTOS Fabson Primeiramente agradeço a Deus, pela força e direção na conquista desse objetivo. Pelo discernimento em todos os momentos. A minha esposa Lhiniane, que me aturou nos momentos difíceis dessa trajetória e não me deixando desistir. A minha família pela contribuição direta ou indireta, me dando força. A todos os professores da instituição, que com todos os desafios existentes, estão sempre se dedicando ao máximo para contribuir com nossa formação. Aos amigos jaboatonenses das viagens do dia-a-dia e as muitas risadas Anderson, Gleison, Geisiane, Ozimary, Flávio e Mariano. As novas amizades iniciadas na faculdade e levando pra vida, Charles, Gessica, Izabela e Renata. E a mais importante e especial, minha mãe (Maria) por toda contribuição na minha educação, mesmo diante de tamanhas dificuldades e meu irmão (Fernando) pela nossa parceria de sempre. Gessica Sou extremamente grata a Deus, por guiar meus passos nessa caminhada, sem a graça dele em minha vida nada disso seria possível. A minha Família que é a minha base e motivo pelo qual busco todos os dias ser uma pessoa melhor, a minha mãe (Nazilde Gomes) por sempre está a meu lado me ajudando e cuidando, ao meu pai (Geraldo Barbosa) por sempre ter me orientando que a meu conhecimento era a única coisa que ninguém nunca tiraria de mim, e nunca poupou esforços para investir na minha educação. A minha irmã Geane Gomes por ser minha maior incentivadora e por nunca ter me deixado desiste de nenhum sonho por mais difícil que parecesse ser. A nossa orientadora Dr. Priscyla Andrade pela amizade construída nesses anos de faculdade, pelo empenho e dedicação em cada aula e pela paciência em nos orientar. Aos amigos que a faculdade me trouxe e que levarei para a vida Charles Cabral, Izabela Santos, Madson Guilherme, Renata Emanuella e Wesley Felipe, Com vocês foi mais leve trilhar essa caminhada, obrigada por todas as risadas, pelos conhecimentos trocados, por cada desabafo ouvido e todos os copos brindados porque no final tudo sempre acabava em festa. Fabson Bezerra a você amigo agradeço pela sua calma, disciplina, motivação, determinação e por acreditar que seria possível não teria pessoa melhor para fazer esse trabalho se não você. RESUMO Os canudos são predominantemente à base de polímeros plásticos e produzidos a partir de fontes não renováveis (petróleo), isso devido ao seu baixo custo de industrialização, disponibilidade, entre outros fatores. Assim eles possuem elevado período na sua decomposição, após descarte inadequado. Além disso, o tempo curto de utilização, em média 4 minutos, gera um grande consumo e traz consigo problemas para o meio ambiente. Por esse motivo se faz necessário à utilização de materiais biodegradáveis, por serem provenientes de fontes renováveis e menor tempo de decomposição. Nesse trabalho foi desenvolvido canudos a base de amido de mandioca escolhida por seu cultivo amplo em todas as regiões do Brasil, utilizando como reforço os componentes da casca do coco verde, que foi divido em pó de coco e a fibra do coco, que devido ao seu alto teor de lignina, possui as características de dureza e durabilidade elevadas. Os resultados obtidos foram satisfatórios para as formulações proposta (FB20, FB30 e PO20), porém as FB20 e FB30 apresentaram desempenho superior. Os canudos foram caracterizados através da sua espessura, teor de umidade, solubilidade em água, analise subjetiva, avaliação de integridade em bebidas comumente consumidas (água mineral, suco industrializado e refrigerante cola) e simulação em solução salivar artificial. Uma maior espessura nas formulações ocasionou uma melhoria na integridade durante a utilização, levando a um maior tempo de vida útil durante o consumo. A adição de fibras alterou a solubilidade em água, melhorando a resistência à água e conferindo melhorias nas propriedades de barreiras, quando comparados com amido sem reforço. A produção de canudos de amido de mandioca reforçados com material fibroso do coco verde se mostrou promissora em substituição aos canudos plásticos. Palavras chaves: Canudo plástico; biodegradável; amido de mandioca; fibra de coco. ABSTRACT The straws are predominantly based on plastic polymers and produced from non- renewable sources (oil), due to their low industrialization cost, availability, among other factors. Thus, they have a long period in their decomposition, after inappropriate disposal. In addition, the short usage time, on average 4 minutes, generates a large consumption and brings with it problems for the environment. For this reason, it is necessary to use biodegradable materials, as they come from renewable sources and have a shorter decomposition time. In this work, straws based on cassava starch were developed, chosen for its wide cultivation in all regions of Brazil, using as reinforcement the components of the green coconut husk, which was divided into coconut powder and coconut fiber, which due to the its high content of lignin, has the characteristics of high hardness and durability. The results obtained were satisfactory for the proposed formulations (FB20, FB30 and PO20), but the FB20 and FB30 presented superior performance. The straws were characterized by their thickness, moisture content, water solubility, subjective analysis, integrity assessment in commonly consumed beverages (mineral water, industrialized juice and cola soda) and simulation in artificial salivary solution. Greater thickness in the formulations resulted in an improvement in integrity during use, leading to a longer shelf life during consumption. The addition of fibers changed water solubility, improving water resistance and providing improved barrier properties when compared to unreinforced starch. The production of cassava starch straws reinforced with fibrous material from the green coconut proved to be promising as a replacement for plastic straws. Keywords: Plastic straw, biodegradable, cassava starch, coconut fiber. LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Potencialidades do amido no Brasil ................................................. 14 Figura 2 - Estrutura da amilose ........................................................................ 15 Figura 3 - Estrutura da amilopectina ................................................................ 16 Figura 4 - Representação esquemática da Celulose. ....................................... 21 Figura 5 - Representação esquemática da Lignina. ......................................... 22 Figura 6 - Representação esquemática da Hemicelulose ................................ 22 Figura 7 - Representação esquemática da pectina .......................................... 23 Figura 8 - Partes do coco cerde. ...................................................................... 25 Figura 9 - Processo de obtenção do mesocarpo .............................................. 31 Figura 10 - Conjunto moinho de facas e jogo de peneira .................................31 Figura 11 - Lavagem do tecido fibroso do mesocarpo ..................................... 32 Figura 12 - Etapas de processamento da casca do coco ................................. 33 Figura 13 - Soluções filmogênicas de amido reforçadas .................................. 34 Figura 14 - Diferentes filmes com reforço ........................................................ 35 Figura 15 - Processo de moldagem dos canudos ............................................ 35 Figura 16 - Canudos produzidos ...................................................................... 36 Figura 17 - Canudos imersos das diferentes bebidas ...................................... 41 Figura 18 - Biocanudos após analises nas bebidas ......................................... 42 Figura 19 - Canudos submetidos a 70°C em água mineral .............................. 42 Figura 20 - Canudos após imersão em solução salivar artificial....................... 43 LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Teor de amilose e composição química de algumas fontes de amido 16 Tabela 2 - Intervalo de temperatura na gelatinização dos amidos de diferentes espécies. .......................................................................................................... 17 Tabela 3 - Composição média da mandioca (100g) ......................................... 20 Tabela 4 - Composição de fibras vegetais ....................................................... 21 Tabela 5 - Produção, área colhida e produtividade dos principais países produtores de coco, em 2012. ............................................................................................ 24 Tabela 6 - Solubilidade dos componentes de materiais lignocelulósicos ......... 28 Tabela 7 - Formulações de Amido de mandioca com reforço .......................... 34 Tabela 8 - Valores médios (± desvio padrão) das analises de caracterização . 39 Tabela 10 - Avaliação Subjetiva do canudos produzidos ................................. 40 LISTA DE SIGLAS ABAM – Associação Brasileira dos Produtores de Amido de Mandioca IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística EMBRAPA – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária FAO - Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura. BBC - British Broadcasting Corporation NaOH – Hidróxido de Sódio CaCl2 – Cloreto de Cálcio SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .......................................................................................... 11 1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO PROBLEMA DA PESQUISA .................. 12 1.2 OBJETIVO .......................................................................................... 12 1.2.1 Objetivo Geral ............................................................................. 12 1.2.2 Objetivos Específicos ................................................................ 12 1.3 JUSTIFICATIVA .................................................................................. 13 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ................................................................ 14 2.1 AMIDO ................................................................................................ 14 2.1.1 Filme de amido ............................................................................ 18 2.1.2 Cultivo da mandioca ................................................................... 19 2.2 FIBRAS VEGETAIS ............................................................................ 20 2.2.1 Cultivo do coco no brasil ........................................................... 23 2.2.2 Coco verde .................................................................................. 25 2.2.2.1 Fibra do coco ......................................................................... 27 2.3 CANUDO ............................................................................................. 28 3 MATERIAIS E MÉTODOS ......................................................................... 30 3.1 MATERIAS PRIMAS ........................................................................... 30 3.2 OBTENÇÃO DO PÓ E FIBRA DA CASCA DO VERDE ...................... 30 3.2.1 Separação e Secagem do Mesocarpo ....................................... 30 3.2.2 Obtenção do parênquima e fibra do coco ................................ 31 3.2.3 Remoção de extrativos e resíduos dos constituintes ............. 32 3.3 PRODUÇÃO DOS CANUDOS BIODEGRADÁVEIS A PARTIR DO MÉTODO CASTING ......................................................................................................... 33 3.3.1 Produção dos canudos .............................................................. 35 3.3.2 Caracterização dos biocanudos ................................................ 36 3.3.2.1 Espessura dos filmes ............................................................. 36 3.3.2.2 Umidade do Biocanudo .......................................................... 36 3.3.2.3 Solubilidade em água do biocanudo ...................................... 37 3.3.2.4 Avaliação Subjetiva ................................................................ 37 3.3.2.5 Analise de integridade ............................................................ 38 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES .............................................................. 38 4.1 SEPARAÇÃO E SECAGEM DO MESOCARPO ................................. 38 4.2 PRODUÇÃO DOS CANUDOS ............................................................ 38 4.2.1 Caracterização dos biocanudos ................................................ 39 4.3 AVALIAÇÃO SUBJETIVA ................................................................... 40 4.3.1 Analise de integridade ............................................................... 41 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................... 44 6 REFERÊNCIAS ......................................................................................... 45 11 1 INTRODUÇÃO O plástico tem um importante papel na sociedade e na indústria, eles estão presentes em diversas aplicações desde embalagens, até peças de elevada tecnologia, inclusive são usados em equipamento espaciais SARDELLA (2003). Com o aumento da utilização de matérias plástico, os problemas com descarte foram acentuados. Com isso, diversos danos podem ser causados ao meio ambiente, onde é estimado mais de um século para se decompor na natureza (GORNI, 2003). Segundo Fundo Mundial para a Natureza, o Brasil é o 4° maior produtor de lixo do mundo e cerca de 11milhões de toneladas/ano são plásticos. Aproximadamente 25% dos plásticos são descartados de forma irregular, sem tratamentos e muitas vezes em lixões a céu aberto. Os resíduos de uso único fazem parte da grande maioria desse lixo, como é o caso dos canudos plásticos, que correspondem a cerca de 4% do total gerado. Atualmente no Brasil, apenas uma pequena parte de todo o material plástico produzido é reciclado. As maiorias das embalagens encontram-se envolvida por diversas resinas, por esse motivo se tem dificuldade na reciclagem e esses problemas têm motivado as pesquisas para o desenvolvimento de materiais biodegradáveis, como os filmes derivados de fontes renováveis, em substituição aos plásticos (MARQUES, 2018). O amido de mandioca é um material promissor para desenvolver filmes biodegradáveis, material com baixo custo e abundante no Brasil onde o estado do Paraná é o principal produtor. O amido granular sofre transformação com adição de energia térmica ou mecânica unido a um plastificante, melhorando então a flexibilidade do material. Os resultados obtidos com os filmes de amido de mandioca quanto a características e produção têm apresentandobons resultados, como em embalagens para frutas elevando o período de armazenamento e conservando as características sensoriais do produto. Porém a utilização apenas do amido na produção de material biodegradável tem algumas limitações que estão relacionadas as propriedades mecânica e a elevada afinidade a água (MARQUES, 2018). Pensado em levar melhorias aos filmes biodegradáveis, se faz necessário a buscar por compósitos também biodegradáveis que seja empregado como reforço, 12 que consequentemente resultará em filmes com melhores propriedades. Como possibilidade de melhoria dos filmes de amido, tem se a possibilidade de utilizar as fibras vegetais, cortada em pequenos tamanhos conferindo resistência e rigidez (SARANDI, 2002). Fibras com elevados teores de celulose, como as fibras de algodão, rami e sisal são ótimas para serem usadas como material de reforço, já as fibras com elevados teores de lignina como a fibra de coco, fornece características de maior rigidez ao material (SOARES, 2012). A fibra de coco pode ser usada em diversos produtos, tem excelentes características de durabilidade e resistência. As vantagens na utilização das fibras de coco na indústria são: ótima resistência à umidade, inodoras e não produz fungos (SENHORAS, 2003). Além disso, o consumo do coco é considerado uma atividade geradora de resíduos, quando retirada à parte de interesse presentes no albúmen sólido e a água de coco, é descartada a casca do coco, onde faz se necessário seu reaproveitamento. Esse tipo de resíduo tem difícil descarte, é destinado a aterros sanitários e lixões. A indústria tem custos elevados para destinar os resíduos até esses locais (FONTENELE, 2005). 1.1 Contextualização do problema da pesquisa Os canudos biodegradáveis mostram-se uma excelente alternativa na substituição dos plásticos, que por sua vez, são derivados de fontes não renováveis, como o petróleo e podem levar cerca de 100 anos para se decompor na natureza. Além disso, alguns materiais biodegradáveis são parcialmente solúveis em água, diminuindo o impacto gerado na contaminação dos mares e oceanos. 1.2 Objetivo 1.2.1 Objetivo Geral Desenvolver canudos biodegradáveis a base de amido de mandioca, reforçados com mesocarpo do coco verde. 1.2.2 Objetivos Específicos 1) Obtenção do pó do tecido fibroso do coco e separação da fibra; 13 2) Produção do canudo de amido de mandioca reforçado através do método casting; 3) Analise comparativa dos canudos obtidos com relação à espessura dos filmes, perda de massa em água, teor de umidade, além de avaliação subjetiva quanto à integridade em bebidas comumente consumidas com utilização de canudos (água, suco, refrigerante); 4) Simulação de integridade em meio à solução salivar. 1.3 Justificativa Estamos inseridos em uma população de alto consumo, seja de alimentos, bebidas, vestuários, onde só aumenta com o crescimento populacional, ocasionando uma maior geração de resíduos sólidos. Em decorrência disso, a produção de utensílios em matérias biodegradáveis tem ganhado maior visibilidade, mostrando- se uma boa opção para a preservação do meio ambiente, sendo opções para substituir (sacolas plásticas, filmes, canudos, etc.) Justifica-se o tema que abordamos no trabalho, o desenvolvimento de um novo material a partir da casca do coco verde, tido como resíduo, com características biodegradáveis. No intuito de minimizar a geração de resíduos e contribuir com a preservação do meio ambiente. Além disso, a escolha da matéria prima se deu pela fonte renovável, baixo custo, produção excedente de amido de mandioca e o reaproveitamento dos resíduos gerados no consumo do coco verde. Diante de toda a problemática envolvendo canudos plásticos, o governo do estado de Pernambuco proibiu a distribuição de canudos plásticos em estabelecimentos comerciais a partir de 01 de janeiro de 2022, a lei determina que sejam disponibilizados canudos de papel, biodegradáveis ou até mesmo reutilizáveis, onde o descumprimento estará sujeito à multa. (Lei N° 16962 de 20/07/2020). 14 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1 Amido O amido é um polissacarídeo com disponibilidade abundante, facilmente obtido. Está presente em tubérculos, sementes, bulbos e rizomas. É biodegradável e constitui reserva de nutrição mais importante de todas as plantas (BOBBIO e BOBBIO, 2003) apud VIÉGAS, 2016). Houve um enorme interesse industrial em relação ao seu baixo custo, abundancia e funcionalidade (CEREDA, 2001). No Brasil o amido é bastante difundido em processos industriais. Figura (1) Figura 1 - Potencialidades do amido no Brasil Fonte: Adaptado SOUZA et al., 2003. A indústria agroalimentar tem usado o amido de diversas formas como ingrediente, seja pela adição de uma pequena quantidade para melhorar a fabricação ou como componente básico de um material, preservação ou exibição dos alimentos. Além de ser consumido na alimentação, grande quantidade de amido é enviada para empresas não alimentícias, como indústria têxtil, papel, química e farmacêuticas. (FRANCO et al., 2001). Quimicamente, o amido é composto de hidrogênio, carbono e oxigênio. É armazenado em forma de partículas e possui certo grau de organização molecular, 15 conferindo-lhe características de parcialmente cristalino ou semicristalino, com cristalinidade variando de 20 a 40%, a depender da sua origem vegetal (YOUNG, 1984; VIÉGAS, 2016). O amido é um polímero de fonte natural, tem em sua composição dois polissacarídeos a amilose e amilopectina. Um polissacarídeo linear a amilose constituída por unidades de anidroglicose unidas por ligações α (1 – 4). A amilopectina é responsável pela fração ramificada do amido, em sua formação tem aproximadamente 20 ou 25 unidades de anidroglicose que também são unidas pelas ligações α (1 – 4), porem a sua distinção em relação a amilose está relacionada a ter cerca de 5% das unidades de anidroglicose unidos por ligação ligações α (1 – 6), tendo como resultado um polímero ramificado de massa molas maior que 108. (BOBBIO e BOBBIO, 1995 apud VIÉGAS, 2016). Diferenças nas proporções entre esses componentes podem salientar em amido com propriedades funcionais distintas e físico-químicas, podendo afetar a aplicação na indústria. Nas figuras 2 e 3 são mostradas as estruturas da amilose e amilopectina respectivamente. Figura 2 - Estrutura da amilose Fonte: Unesp, 2013. A amilose presente no amido é variável a depender da fonte vegetal de origem, porém, de modo geral podemos encontrar nos intervalos de 20 e 30% em amidos de cereais. Os amidos de milho contem aproximadamente 25-28% de amilose, a mandioca possui aproximadamente 18% de amilose (SPIER, 2010). 16 Figura 3 - Estrutura da amilopectina Fonte: Unesp, 2013. Polímero ramificado a amilopectina é maior que a amilose, formada por unidades de D- glicose com ligações em α- 1,4 e α- 1,6 é uma macromolécula altamente ramificada (VIEIRA, 2004). Obtenção de amido de diferentes fontes tem suas propriedades químicas e quantidade de amilose alteradas conforme Tabela 1. Tabela 1 - Teor de amilose e composição química de algumas fontes de amido Milho Batata Mandioca Ph 6,2 7,2 4,8 % Amilose 25,6 25,0 16,3 % Lipídeos 1,2 0,3 0,5 % Proteínas 1,2 0,6 0,5 Fonte: DEBET e GIDLEY, 2006. Praticamente insolúvel em água fria o amido pode absorver aproximadamente 30% do seu peso, com pouco aumento no tamanho dos grãos. Em aquecimento e presença de água em excesso, são rompidas as ligações mais frágeis de pontes de hidrogênio que estão presentes entre as cadeias de amilose e amilopectina, com isso os grãos tem seu volume aumentado pela absorção de água, consequência dos grânulos de amido que foram rompidos. Chegando ao sistema que a água está 17 presa no espaço entre os grãos ou ligada às cadeias de amilopectina e amilose,com a ordem molecular destruída, gerasse mudanças na propriedade do amido que são irreversíveis, a solução amido e água é transformada em uma pasta transparente e viscosa. Fenômeno conhecido como gelatinização (BOBBIO e BOBBIO, 1992 apud VIÉGAS, 2016). A temperatura na qual esse fenômeno acontece é conhecida como temperatura de gelatinização. Tabela (2) Tabela 2 - Intervalo de temperatura na gelatinização dos amidos de diferentes espécies. Amido Intervalo de Temperatura de gelatinização (ºC ) Batata 56 – 66 Mandioca 58 – 70 Milho 62 – 72 Trigo 52 – 63 Arroz 61 – 77 Fonte: BOBBIO e BOBBIO, 1992 (Adaptado). A estabilidade na viscosidade formada com a aplicação de calor é determinada pela quantidade de amilose. (ARYEE, 2006 apud CARR, 2007). O poder de inchamento do amido esta relacionada a capacidade de hidradratação dos grânulos, determinação que consiste na água oclusa e no peso do grânulo inchado (MARCON et al., 2007). O inchamento dos grânulos de amido em consequência da absorção de água, causando a separação de amilose - amilopectina provocando a perda da cristalinidade, promovendo a lixiviação processo de dissolução em água da amilose, ou seja, processo de saída da amilose do grânulo de amido (ALCÁZAR-ALAY et al., 2015). Com a formação de gel, as moléculas de amilose podem se aproximar ao ponto de unirem-se e formarem zonas cristalinas. Essa transformação tem donominação de Retrogradação, isso sifgnifica que acontece novamente a formação de partes cristalinas no grão de amido que foram destruidas quando houve a formação do gel. O fenômeno nomedo por sinerese é caracterizado pela expulsão da água ligada ás moléculas (BOBBIO e BOBBIO, 1992 apud VIÉGAS 2016). 18 O aquecimento do amido na presença de uma quantidade pequena de água, a ruptura dos grânulos ocorre pelo fenômeno denominado de fusão (BOBBIO e BOBBIO, 1995 apud VIÉGAS, 2016). Na década de 70 um dos primeiros materiais estudados como polimero biodegradavel foi o amido, a pricipio sendo utilizado apenas como carga em sua forma de grânulos, com quantidade limitada a 10% em peso para que não houvesse alteração nas propriedades mecânicas do composto final, em comparação ao polimero sintético puro (CARVALHO, 2002). As primeiras utilizações do amido como material principal, usado praticamente puro e não como carga foi na decada de 90 (SHOGREN et al., 1999). Na composição de filmes biodegradaveis, o biopolímero que tem maior utilização é o amido, por sua vasta disponibilidade e baixo custo. Para esse propósito os tipos de amidos utilizados podem ser de diversas fontes vegetais, nativos ou modificados (HENRIQUE et al., 2008). 2.1.1 Filme de amido Para a fabricação de filmes biodegradáveis a técnica mais utilizada é a casting. A formação do filme é possível com utilização de uma macromolécula que seja capaz de formar uma matriz coesa e continua. O amido é compatível e tem os requisitos necessários para a realização da técnica. A técnica casting ocorre da seguinte maneira, após a gelatinização térmica do amido imerso em elevada quantidade de água, a amilose e a amilopectina são dispersas na solução e, se reorganizam no processo de secagem, originando-se uma matriz continua e coesa assim dando forma aos filmes (MALI, 2010 apud VIÉGAS, 2016). Mesmo sendo muito utilizada na produção de filmes a técnica casting tem algumas desvantagens como, prolongado tempo de secagem, dificuldade de retirar o filme do suporte utilizado para secagem do filme, aumentar a escala de produção industrial e controlar a espessura do filme formado (MORAES, 2013). As condições de secagem e espessura do filme estão diretamente ligadas às propriedades mecânicas e a estrutura cristalina dos filmes de amido (MALI, 2010 apud VIÉGAS, 2016). Biofilmes são geralmente feitos de materiais biológicos, como proteínas, lipídios, polissacarídeos e derivados. A produção de filmes baseia-se na dissolução 19 em solventes (etanol, água ou ácidos orgânicos) e na adição de aditivos (ligantes ou plastificantes) para obtenção de uma solução filmogênica. (HENRIQUE et al., 2008). Geralmente os plastificantes são moléculas pequenas. Os plastificantes mais usados para amido são o glicerol e a água, eles possuem baixo peso molecular e são pouco voláteis. Durante o processamento são adicionados a polímeros com peso molecular elevado para que o ponto de fusão seja baixado (MATHEW, 2002 apud VIÉGAS, 2016). Os plastificantes aumentam a flexibilidade do filme através da interação com as cadeias de amido que ampliam os níveis de mobilidade molecular. Pela afinidade e interação do glicerol com o amido, resulta em maior flexibilidade do filme. No entanto, devido a seu caráter hidrofílico, ocorre o aumento de permeabilidade de vapor de água. (MALI, 2007 apud VIÉGAS, 2016). A resistência dos filmes biodegradáveis em meio aquoso é avaliada através da solubilidade do filme em água, essa propriedade indica a hidrofilicidade dos filmes biodegradáveis. (CARPINÉ, 2015). Desenvolver filme a base de amido de inhame e milho é extremamente comum, isso porque o percentual de amilose é elevado, o que favorece a formação do filme. Para a produção de embalagem biodegradável o amido de mandioca vem ganhado espaço nos estudos de pesquisadores brasileiros. (VICENTINI et al., 1997). 2.1.2 Cultivo da mandioca Pertencente à família das Euphorbíaceae, a mandioca (Manihot esculenta) teve sua origem na América do Sul, tem seu cultivo amplo em todas as regiões do Brasil, sendo fonte de alimentação para aproximadamente 700 milhões de pessoas. Principalmente nos países em desenvolvimento (EMBRAPA, 2007). A produção de mandioca é utilizada tanto para consumo direto como na indústria de processamento para preparação de diversos produtos como amido, farinhas e polvilhos (CEREDA, 2001). Sendo cultivada pelos índios a cultura da mandioca é considerada uma das mais tradicionais e antigas do Brasil. Com adaptação em climas úmidos e quentes tem hoje seu cultivo em todos os estados brasileiros (IBGE, 2005 apud CARR, 2007). No Brasil o maior produtor de fécula (amido) de mandioca é o Paraná, o estado teve uma representatividade de 66,9% da produção do Brasil em 2004, em 20 segundo lugar ficou o estado do Mato Grosso do Sul (23,2%) seguidos de São Paulo (7,3%) e de outros estados (ABAM, 2006 apud VIÉGAS, 2016). A mandioca tem em sua composição basicamente uma película parda, entrecasca e polpa. As variedades têm suas peculiaridades, com a mudança de quantidades de cada componente presente na mandioca, tendo o teor de amido um dos que tem maior modificação entre as espécies. Essa alteração no teor de amido pode ser explicada pela variação do tempo, momento de colheita, época do plantio. (GALDEANO, 2007). A Tabela (3) apresenta a composição média da mandioca. Tabela 3 - Composição média da mandioca (100g) Composição (%) Umidade 62,5 Proteínas 0,6 Lipídeos 0,9 Amido 33,0 Fibras 1,7 Cinzas 1,3 Fonte: CEREDA, 1994 Adaptado por CARR 2007. A mandioca apresenta umidade de aproximadamente 70%, dessa forma o amido presente nas raízes seca pode ter sua concentração em torno de 90%, por ter os percentuais dos outros componentes pequenos. Esta destinada ao consumo humana aproximadamente 60% de toda a produção de raízes de mandioca no mundo, seja essa demanda industrializada ou In natura. A destinação para alimetação animal tem aproximadamente 33% ficando em segundo lugar no consumo. Industrias quimicas, têxteis, entre outras ficam com o consumo em torno de 7% do total produzido de mandioca mundialmente. (PANDY, 2000). 2.2 Fibras vegetais As fibras vegetais são constituídas basicamente por celulose, lignina, hemicelulose, pectina e minerais (PASSOS, 2005). A Tabela 4 apresenta a composição média das fibras vegetais proveniente de diversas fontes. 21 Tabela 4 - Composiçãode fibras vegetais FIBRA CELULOSE (%) HEMICELULOSE (%) LIGNINA (%) PECTINA (%) ÁGUA (%) Casca de coco 36,00 – 43,00 0,15 - 0,25 20,00-45,00 3,00 10,00 – 12,00 Algodão 82,70 5,70 - 5,70 10,00 Juta 64,40 12,00 11,80 0,20 10,00 Linho 64,10 16,70 2,00 1,80 10,00 Rami 68,60 13,10 0,60 1,90 10,00 Sisal 65,80 12,00 9,90 0,80 10,00 FONTE: SOARES, 2012. A celulose (figura 4), que é formada por glicopiranose-D é responsável pela resistência e estabilidade das fibras por ser o principal constituinte estrutural. As fibras que tem em sua composição uma quantidade elevada de celulose são uma opção econômica e com viabilidade para ter seu uso em papel, produção têxtil e como reforços em compósitos. Porém não podemos avaliar apenas a quantidade de celulose presente na fibra, mas também qual será o produto final destinado (PASSOS, 2005). Figura 4 - Representação esquemática da Celulose. Fonte: SANTOS, 2012. A lignina (Figura 5) é um polímero de estrutura amorfa e é responsável pela resistência a compressão ao tecido celular. As fibras protegem os carboidratos contra danos químicos e físicos. A concentração de lignina na fibra tem influência na flexibilidade, propriedades e morfologia. Fibra que tem um teor elevado de lignina tem ótima qualidade e flexibilidade. (PASSOS, 2005). 22 Figura 5 - Representação esquemática da Lignina. Fonte: SANTOS, 2012. A hemicelulose (figura 6) tem sua formação pela polimerização de vários açucares xilose, arabinose, glicose, galactose, manose e arabinose. Esse polissacarídeo atua como ligação entre a celulose e a lignina. A resistência e dureza das fibras não estão correlacionadas a hemicelulose, porém fibras com alta concentração de hemicelulose são excelentes para uso em produção de açucares e combustíveis. (PASSOS, 2005). Figura 6 - Representação esquemática da Hemicelulose Fonte: SANTOS, 2012. 23 As pectinas (Figura 7) são polissacarídeos, que estão presentes nas paredes celulares, contribuem para a resistência mecânica e adesão entre as células, são abundantes em cascas de frutas. As pectinas estão ligadas a celulose, lignina e hemicelulose (BRANDÃO, 1999). Figura 7 - Representação esquemática da pectina Fonte: BRANDÃO, 1999. As cinzas formadas pela incineração das fibras são provenientes dos componentes minerais presentes na fibra (PASSOS, 2005). As fibras vegetais têm uma enorme variedade de espécie para ser estudada por esse motivo tem um enorme destaque entre as fibras naturais, estão presente facilmente na natureza, seja como cultivo agrícola ou como resíduos provenientes da agroindústria. (SILVA et al., 2009). Fibras com elevados teores de celulose, como as fibras de algodão, rami e sisal são ótimas para serem usadas como material de reforço, já as fibras com elevados teores de lignina como a fibra de coco, sisal e juta fornecem características de maior rigidez ao material (SOARES, 2012). 2.2.1 Cultivo do coco no brasil O cultivo de coqueiros tem sua maior parte de área em plantação na Ásia os principais países são Índia, Filipinas, Indonésia, Sri Lanka e Tailândia. Ocupando cerca de 70% de área mundial os demais continentes Caribe, África, América Latina e Oceania são responsáveis pelo restante da produção. O país com maior destaque com a maior produção de coco no mundo é a Indonésia, em seguida vem a Filipinas 24 e Índia, porem a Filipinas tem maior área de cultivo com aproximadamente 19,1% a mais de área colhida que a Indonésia. Tabela (5). (MARTINS et al., 2014). Tabela 5 - Produção, área colhida e produtividade dos principais países produtores de coco, em 2012. País Área colhida (ha) Produção (1.000 t) Produtividade (1.000 t/ha) Indonésia 3.000.00 18.000.000 6,00 Filipinas 3.573.806 15.862.386 4,44 Índia 2.132.240 10.560.000 4,95 Brasil 257.742 2.888.532 11,21 Sri Lanka 394.840 2.000.000 5,07 Vietnã 145.000 1.250.000 8,62 Tailânda 217.000 1.100.000 5,07 México 166.000 1.050.000 6,33 Papua Nova Guine 223.000 900.000 4,04 Malásia 112.093 606.530 5,41 Outros 1.892.920 5.831.389 3,08 Mundo 12.114.141.37 60.048.837.15 4,96 Fonte: FAO (2014). A primeira introdução do coqueiro no Brasil ocorreu em 1950 no estado da Bahia, onde foi nomeado coco-da-baía. Material que provavelmente teve origem da Índia ou Sri Lanka que podem ter sido introdução de Moçambique. Com o passar dos anos foram chegando coqueiros de outros países como costa do marfim. (ARAGÃO et al., 2010). Após sua introdução na Bahia o coqueiro espalhou-se pelo litoral nordestino, por seu cultivo ser favorável em condições Climáticas Tropical, em 1990 o cultivo de coqueiro era restrito a região norte e nordeste onde ocupava a posição 10° ranking mundial com produção de 477mil toneladas de coco, posteriormente espalhou-se por outras regiões do Brasil. (MARTINS et al., 2014). O destaque do Brasil na produção mundial de coco fica ainda mais evidente quando comparado a países da América do Sul, nessa região o Brasil é responsável por mais de 80% da produção de coco. Com destaque também na produtividade e área cultivada (MARTINS et al., 2014). 25 Atualmente o Brasil ocupa a quinta posição no Ranking mundial de maior produtor com participação de 4,5%, após Sri Lanka nessa última década o crescimento anual foi de 0,8% da área colhida e 0,1% da produção mundial de coco manteve-se estável, apesar de variadas diversidades adversidades no plantio durante esse período o resultou em uma queda de 0,7% na produtividade (BRAINER, 2020). Com cerca de 10 bilhões de litros/ano representando cerca de 1,4% do consumo a água de coco disputa com o mercado de refrigerantes e bebidas isotônicas, esses números mostra a capacidade de crescimento do consumo de água de coco. (FERREIRA, 2002). 2.2.2 Coco verde A formação do coco de fora para dentro é coberto por uma camada fina chamada de epicarpo (1), a mesma envolve o mesocarpo (2) que é a parte fibrosa do coco, de coloração amarronzada essa é a maior parte do fruto, o endocarpo (3) é a parte mais rígida do coco, o endosperma (4) é a parte comestível do fruto e o liquido que é chamado popularmente de água de coco como mostrado na Figura (8) (FERREIRA et al., 1998). Figura 8 - Partes do coco verde. Fonte: FERREIRA et al., (1998) Segundo ARAGÃO (2002) para a colheita do fruto não existe uma condição climática definida podendo ser colhido em todos os meses do ano, o coco pode ser colhido em dois estágios de maturação coco verde e seco. O ponto ideal será 26 definido pela finalidade de comercialização, e características ligadas aos aspectos nutritivos, para consumo in natura da água do coco o mesmo deve ser colhido entre 6 e 7 meses. Nesse período se tem maior produção de água de coco, frutose, glicose e potássio que confere sabor a água de coco, nos frutos com oito meses ocorre quebra da glicose e sacarose conferindo um sabor rançoso à água de coco. Apesar se produzir coco em todos os meses do ano, pesquisas mostram que as condições climáticas definem o aumento do consumo sendo verão com 56%, outono e primavera com 19% e inverno com 6%. Porém devesse atentar para a vida útil do fruto após colheita que é aproximadamente 15 dias, o fruto tem peso médio de 1,5Kg a 2Kg onde aproximadamente 80% é constituída pela casca e 20% pela água (FERREIRA, 2002). Com o aumento e popularidade do consumo de água de coco verde, a produção de resíduos também aumentou. Estima-se que para cada 250mL de água de coco é produzido 1Kg de resíduos, de acordo com a Associação Brasileira da Industria Alimentar (ABIA), 140 milhões de litros de coco são consumidos no País. Os Resíduos do coco levam 8 anos para ter sua decomposição na natureza, o aproveitamento desse material tem relevância econômica e social (CARRIJO et al., 2003). O consumo do coco é considerado uma atividadegeradora de resíduos, quando retirada a parte de interesse presentes no albúmen sólido e a água de coco, são descartados o mesocarpo, endocarpo e exocarpo do fruto. Esse tipo de resíduo tem difícil descarte é destinado a aterros sanitários e lixões, a indústria tem custos elevados para destinar os resíduos até esses locais. Os problemas com esses resíduos são minimizados pela a reciclagem, com a produção de inúmeros produtos em escalas industriais, incluindo vasos, pratos, substratos agrícolas, material de decoração etc. (FONTENELE, 2005). Processando a casca do coco serão obtidos dois tipos de produto, as fibras longas 30% e o pó 70%. Mundialmente quem lidera a comercialização de fibras de coco é a Índia com cerca de 1,02 bilhões de toneladas de fibras produzida anualmente, com faturamento em cerca de U$ 70 milhões com exportação do material. Os governos do Brasil e da Índia iniciaram contato em meados de 2002, com perspectiva que no futuro a tecnologia indiana na produção de matérias a base de fibras de coco, fosse transferida para o Brasil mediante acordo. Esses produtos são biodegradáveis e podem ser usados na produção de utensílios domésticos ou na produção civil. Na 27 Índia tem-se até casas que foram construídas com a fibra do coco. (FONTENELE, 2005). 2.2.2.1 Fibra do coco A fibra de coco é um material lignocelulósico extraído do mesocarpo, e quando comparada às demais fibras naturais, devido ao alto teor de lignina, possui as características de dureza e durabilidade elevadas. (SILVA et al., 2006). A parte fibrosa do coco (mesocarpo) é constituída por fibras e uma quantidade elevada de pó, esse substrato é utilizado amplamente em cultivo de produtos agrícolas pela alta potência em absorver umidade e sua porosidade elevada. A casca do coco tem elevado teor de umidade cerca de 85% (ROSA, 2001). A extração da fibra do coco comumente feita por dois processos. No primeiro processo de extração a fibra mais clara é removida do coco ainda verde por maceração, para decomposição do tecido. As fibras ficam imersas em água por alguns meses isso faz com que o desfibramento seja facilitado. Após esse período elas são batidas e com isso ocorre o desfibramento, obtendo assim as fibras claras. No segundo processo o desfibramento é feito de forma mecânica, em um moinho de martelos, as cascas são colocadas estando secas ou quase secas e são classificadas como escuras por ter uma coloração castanha (FAGURY, 2005). Materiais lignocelulósicos, também têm em sua constituição, pequenos percentuais de pectinas, amidos, proteínas, extrativos, materiais inorgânicos entre outros que a depender da sua polaridade e solubilidade podem ser extraídos com água ou com a utilização de solventes orgânicos. (MONTE, 2009 apud COELHO, 2007). Devido às características dos materiais lignocelulósicos, não são fáceis os acessos aos seus componentes. São diversos os fatores que dificultam a hidrólise dos resíduos lignocelulósicos, a cristalinidade da celulose, a porosidade e o alto teor de lignina e hemicelulose (COELHO, 2007). Segue abaixo algumas reações químicas e solubilidade da hemicelulose, extrativos e lignina. Tabela (6). 28 Tabela 6 - Solubilidade dos componentes de materiais lignocelulósicos Componentes Características Celulose Insolúvel em água, mas é solúvel em ácido forte. A celulose cristalina não é solúvel em ácido fraco, somente a celulose amorfa. Hemicelulose Solúvel em ácido fraco e insolúvel em água. Lignina É parcialmente solúvel em ácido fraco e solúvel em base forte. Extrativos Parte é solúvel em água e outra solúvel em solventes orgânicos. Fonte: SANTOS, 2012. Pertencente às fibras duras e de fácil reciclagem, as fibras da casca do coco verde apresentam diversas possibilidades de uso, o material é ecológico e por ter elevado teor de lignina isso lhe conferem elevada dureza e rigidez (SENHORAS, 2003). A fibra de coco pode ser usada em diversos produtos, tem excelentes características de durabilidade e resistência. As vantagens na utilização das fibras de coco na indústria é que são: ótima resistência a umidade, inodoras e não produz fungos (SENHORAS, 2003). Para Silva et al., (2012) a fibra do coco pode ser reutilizada como reforços em compósitos com plásticos, apresentando vantagens quando comparadas a outros materiais sintéticos, são biodegradáveis, com baixa densidade, baixo custo, elevadas propriedades especificas mecânicas, biodegradabilidade. 2.3 Canudo A primeira aparição dos canudos foi datada por volta de 3.000 a.C. Feitos na mesopotâmia, no intuito de evitar subprodutos que ficavam no fundo do copo da fermentação da cerveja. Basicamente um tubo de ouro o canudo era cheio de pedras preciosas. Em meados de 1800, se tornou popular o canudo de palha era macio e barato. Porém tinha a desvantagem de se desfazer com facilidade em contato com água e transferia o sabor de centeio a todas as bebidas. Para solucionar o problema, em 1888 surgiu o canudo de papel patenteado por Marvin C. Stone. Os canudos de plásticos chegaram por volta de 1960 e 1970 com qualidades melhores com resistência em relação ao papel foram produzidos em longas escalas (LEGNAIOLI, 2010). 29 Com representação de 4% de todo o lixo plástico no mundo, o canudo de plástico é feito de poliestireno e polipropileno, materiais que não são biodegradáveis. (BBC, 2018). Os resíduos plásticos vêm sendo estudados para que seja encontrada uma solução de diminuir os impactos ambientais, na maioria das vezes não tem destinação correta. A falta de planejamento no gerenciamento de resíduos plásticos promove a contaminação ambiental (VAZ et al., 2013 apud MARQUES, 2018). Mesmo com o descarte correto, sendo levados para aterros os canudos plásticos por ser leve podem escarpar no transporte ser levado para rios e mares, causando impactos a fauna aquática. Aproximadamente 90% das espécies marinhas já ingeriu material plástico em algum momento (LEGNAIOLI, 2010). Canudos plásticos são produzidos de fontes não renováveis (petróleo), estimasse que o tempo médio de utilização de um canudo é de aproximadamente 4 minutos, média para se consumir uma bebida. Por outro lado, o tempo de decomposição dos canudos plásticos não sendo biodegradável demoram cerca de 200 anos para se decompor e quando descartados são desintegrados em partículas pequenas, chegando em oceanos são engolidos pelos animais marinhos. Buscando alternativas diferentes do plástico, vem sendo usados canudos de vidro, metal e até comestível biodegradável (BBC, 2018). 30 3 MATERIAIS E MÉTODOS Neste capitulo serão apresentados os métodos para separação dos constituintes do mesocarpo do coco, a produção dos filmes reforçados e moldagem dos canudos biodegradáveis. Além disso, os canudos serão caracterizados quando a espessura do filme, solubilidade em água, avaliação de integridade frente a bebidas comumente consumidas (Refrigerante-cola, água mineral, suco industrializado), simulação de integridade em solução salivar artificial e avaliações subjetivas. 3.1 Materias primas Os produtos utilizados no trabalhado foram adquiridos através do comercio local do Recife-PE. O Amido de mandioca da marca O’Linda da empresa Nova Safra, o coco verde através do produtor local e a Glicerina Reagen da empresa Quimibrás. Os insumos foram levados à laboratório para processamento e produção dos canudos. 3.2 Obtenção do Pó e Fibra da casca do verde A casca do coco verde é composta por diversos componentes, dentre eles o mesocarpo, material a ser estudado. Logo, faz se necessário seu processamento, para separação de seus constituintes. O mesocarpo do coco é basicamente composto por tecido parenquimatoso (pó de coco), tecido fibroso (fibra do coco) e uma pequena fração de extrativos (carboidratos, gomas, sais, graxas, pectinas). (FORNARIet al., 2016). 3.2.1 Separação e Secagem do Mesocarpo Para o processamento foram selecionados 08 cocos, que em seguida foram lavados para remoção de impurezas e cortados de forma manual com auxílio de uma faca, separando o material de estudo (mesocarpo) dos demais componentes do coco. O Mesocarpo foi cortado em cavacos e levados para secagem em estufa a 105º C por 24 horas, como mostra a Figura (9). 31 Figura 9 - Processo de obtenção do Mesocarpo (1) Separação do Endocapo, (2) Cavacos do Mesocarpo, (3) Secagem do Mesocarpo. Fonte: Arquivo do Autor, 2021. 3.2.2 Obtenção do parênquima e fibra do coco Após secagem, o mesocarpo foi levado ao conjunto composto por moinho de facas Tipo Willy e jogo de peneiras (Figura 10) para diminuição do tamanho de partículas, separação do tecido fibroso do parenquimatoso e classificação da amostra. A metodologia foi adaptada de ROSA et al., (2001). Figura 10 - Conjunto moinho de facas e jogo de peneira Fonte: Arquivo do Autor, 2021. As peneiras utilizadas foram #60, #70, #80, #100 e Fundo. O tecido fibroso foi retido em #60 e o parenquimatoso no fundo, passando em #100, obtendo pó com partículas aproximadamente 0,149mm. A fração fibrosa retida em #60 foi 32 reprocessada em processador comercial para obtenção de partículas menores, #80 com tamanhos 0,177mm. 3.2.3 Remoção de extrativos e resíduos dos constituintes O material fibroso passou por processo de lavagem em água destilada, para remoção de extrativos solúveis e lavagem em solução acetona 1:1(v/v) para remoção de extrativos insolúveis, além disso, foi separado resíduo de parênquima proveniente da etapa de moagem através da diferença de densidade. Figura (11) Figura 11 - Lavagem do tecido fibroso do mesocarpo (1) Parênquima, (2). Extrativos, (3) Fibra. Fonte: Arquivo do Autor, 2021. O procedimento também foi executado com material parenquimatoso e repetido por três vezes, até total remoção dos extrativos. A metodologia foi adaptada de LEÃO R., (2012) e SISTONS et al., (2017). A Figura (12) descreve o fluxo de etapas para obtenção dos constituintes do mesocarpo. 33 Figura 12 - Etapas de processamento da casca do coco Fonte: Arquivo do Autor, 2021. 3.3 Produção dos canudos biodegradáveis a partir do método casting Os canudos foram obtidos por meio da técnica de casting, utilizando amido de mandioca em diferentes concentrações (3%, 5% e 10% da solução filmogênica), glicerina como plastificante (30%, 50% em relação ao amido), pó de parênquima (10%, 20% em relação ao amido) e fibra de coco (10%, 20%, 30% em relação amido), gerando um total de 17 formulações. A formulação controle que foi utilizado, amido (5% da solução) e glicerina (50% em relação ao amido). As formulações foram executadas proporcionais a 100 gramas da solução. Os componentes foram pesados em balança analítica (weblabor M214Ai) e posteriormente aquecidos em chapa aquecedora (Nova Ética 114) sob agitação manual com auxílio do bastão de vidro, de 25ºC até 70ºC por cerca de 10 minutos, obtendo uma solução viscosa. A solução foi pesada 43g em placas de petri (ø 9cm) como mostrado na Figura (13), em seguida foram levadas para secagem em estufa 35ºC por 48 horas. 34 Figura 13 - Soluções filmogênicas de amido reforçadas Fonte: Arquivo do autor, 2021. As formulações que apresentaram melhor desempenho após o procedimento experimental estão descritas na tabela (7) Tabela 7 - Formulações de Amido de mandioca com reforço Formulação Código Amido (%) Glicerina (%) Reforço (%) Água (%) Controle CT 5,00 2,50 0,00 92,50 Fibra 20 FB20 5,00 2,50 1,00 91,50 Fibra 30 FB30 5,00 2,50 1,50 91,00 Pó 20 PO20 5,00 2,50 1,00 91,50 Fonte: Arquivo do Autor, 2021. Após secagem os filmes foram removidos das placas e cortados em formatos retangulares (8,5x6cm). Figura (14). 35 Figura 14 - Diferentes filmes com reforço Formulações: (1) Controle, (2) Pó 20, (3) Fibra 20, (4) Fibra 30 Fonte: Arquivo do Autor, 2021. 3.3.1 Produção dos canudos Após obtenção dos filmes, eles foram moldados com auxílio do bastão de vidro (Figura 15), mantendo o diâmetro interno constante. Os filmes foram enrolados e fixados com ajuda da solução filmogênica do próprio filme como adesivo, conferindo o formato cilíndrico de canudo convencional. Figura (16) Figura 15 - Processo de moldagem dos canudos Fonte: Arquivo do Autor, 2021. 36 Figura 16 - Canudos produzidos Fonte: Arquivo do Autor, 2021. 3.3.2 Caracterização dos biocanudos Os biocanudos foram caracterizados quando a espessura do filme, teor umidade, solubilidade em água, solubilidade em ácido, avaliação subjetiva e analise de integridade. 3.3.2.1 Espessura dos filmes O controle de espessura dos filmes é importante para se avaliar a homogeneidade dos materiais formados, influencia em suas propriedades mecânicas e de barreira a vapor d’água. (CUQ; OLIVEIRA et al., 1996 apud HENRIQUE et al., 2008). Os filmes produzidos foram acondicionados em dessecadores com CaCl2 Anidro, por 24 horas. Sua espessura média foi avaliada através do paquímetro digital LEE Tools (Resolução 0,01mm) por meio de 05 medições aleatórias em pontos distintos. 3.3.2.2 Umidade do Biocanudo O teor de umidade de um biofilme implica diretamente nas suas propriedades mecânicas, além disso, proporciona meio favorável na geração de fungos em sua superfície. (MARQUES et al., 2003) A massa (1,00g) dos diferentes biocanudos foi levada a estufa 105ºC por 2horas até massa constante e em seguida levada a dessecador até temperatura 37 ambiente. Posteriormente a massa seca foi pesada e umidade foi calculada de acordo com Equação (1). O procedimento foi realizado em triplicata. Metodologia adaptada de BENGTSSON et al., (2003) apud ALTMANN et al., (2016) Equação 1 - Determinação do Teor de Umidade Onde Mi é massa inicial úmida e Mf é massa final seca. 3.3.2.3 Solubilidade em água do biocanudo A solubilidade em água é uma propriedade importante na determinação da aplicação de filmes biodegradáveis (GONTARD et al., 1994 apud ALMEIDA, 2010). Uma alta solubilidade nos canudos pode gerar uma desintegração mais rápida durante sua utilização. Enquanto que uma insolubilidade total pode ocasionar problemas quanto ao seu descarte, como é o caso dos canudos plásticos. Inicialmente três amostras de pesos definidos foram levadas a estufa em 105°C por 2horas e em seguidas pesadas para obter a massa seca. Posteriormente foram adicionadas a um Becker com 50mL de água destilada e mantido sob agitação lenta (120rpm) por 24 horas. Em seguida o material foi filtrado e pesado em balança analítica e repetido o processo de secagem em estufa, obtendo a massa não solubilizada. Metodologia adaptada de Almeida (2010). A solubilidade foi calculada de acordo com Equação (2). Equação 2 - Determinação de massa solubilizada Onde, MS é massa solubilizada, Mi a massa inicial e Mf a massa final 3.3.2.4 Avaliação Subjetiva Foram realizadas avaliações subjetivas quanto à estética do biocanudo, homogeneidade do filme, ausência de bolhas, deformação durante utilização (sucção). 38 3.3.2.5 Analise de integridade Analises de integridade foram realizadas conforme metodologia utilizada pela Farmacopeia Brasileira (2010) e a adaptado por Silva et al., (2021). Pouco se encontra em literatura oficial sobre analises especificas para biocanudos. Os biocanudos de aproximadamente 5cm foram imersos em diferentes bebidas comumente consumidas tais como: Refrigerante-cola (pH=2,2), Suco laranja industrializado (pH=3,9) e água mineral (pH=6,8), além disso, foram submetidos a uma solução de saliva artificial adquirida em farmácia local e avaliados em períodos de tempo (05,10 e 15minutos) em temperaturas (7°C, 25°C,70°C*) para asbebidas e (36°C) para solução salivar. Os resultados foram expressos a partir de avaliações visuais. 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES 4.1 Separação e Secagem do Mesocarpo Com a metodologia utilizada na secagem e separação dos constituintes do mesocarpo, calculou-se o teor umidade da casca 88,65% e quantidade de fibra 31,74% obtidas. Valores condizem com a literatura, que é cerca aproximadamente 85,0% para umidade (ROSA et al., 2001) e 30,0% para fibra (FONTENELE, 2005). Já os dados encontrados para a quantidade de parênquima mais extrativo foram de 33,29%, dados diferentes do encontrado por (FONTENELE, 2005) que é de aproximadamente 70,0%. O valor encontrado é justificado, pela dificuldade na remoção da parte superior da mistura no processo de separarão por densidade (Figura 11), ocasionando perdas no processo. 4.2 Produção dos canudos Os filmes produzidos com concentração de amido (3%) apresentaram dificuldade na remoção do molde, apresentaram também descontinuidade do filme no molde, enquanto que, as formulações com concentração de amido (10%) não apresentaram uniformidade na espessura do filme e falta de homogeneidade na solução, devido à alta viscosidade atingida. As formulações com (5%) de amido mostraram resultados aparente melhores, fácil manuseio, uniformidade do filme e ausência de bolha. Os filmes que apresentaram melhor desempenho para estudos foram moldados em formato 39 cilíndrico (Figura 16) e denominados de Controle (CT), Fibra 20(FB20), Fibra 30(FB30) e Pó 20(PO20). Tabela (7) 4.2.1 Caracterização dos biocanudos Na tabela (8) são apresentados os resultados das análises de caracterização dos biocanudos que influenciam em sua integridade durante a utilização. Buscou-se avaliar a influência da adição dos reforços provenientes do mesocarpo do coco. Tabela 8 - Valores médios (± desvio padrão) das análises de caracterização Formulação* Espessura (mm) Umidade (%) Solubilidade em água (%) CT 0,30±0,02 16,13±0,24 39,68±0,18 FB20 0,48±0,02 16,47±0,35 33,44±1,13 FB30 0,53±0,01 16,29±0,06 29,76±1,81 PO20 0,43±0,06 17,47±0,25 43,28±0,28 *Formulação (CT) Controle; (FB20) Fibra 20%; (FB30) Fibra 30%; (PO20) Pó 20% Fonte: Arquivo do autor, 2021 Os valores de espessuras relacionados com desvio padrão, mostram uma homogeneidade dos filmes obtidos, mesmo utilizando o processo casting, que segundo Moraes (2013) apresenta dificuldade no controle da espessura. Verificou-se que os filmes reforçados com os constituintes do mesocarpo apresentam um ganho significativo na espessura, quando comparados com a formulação controle (CT = 0,30mm) sendo 0,48mm, 0,53mm e 0,43mm para as formulações FB20, FB30 e PO20 respectivamente. Os valores encontrados são justificados pelo aumento do teor de sólidos nas formulações reforçadas, Souza et al., (2009) encontraram resultados semelhantes, ao estudar filmes de amido com nanofibras de algodão. Os autores também relatam que um aumento na espessura dos filmes com nanofibras de algodão, ocasionou um aumento na resistência mecânica dos filmes. Quanto ao teor de umidade dos canudos, as formulações CT, FB20 e FB30 apresentaram resultados estatisticamente iguais, enquanto que a PO20 se mostrou um resultado ligeiramente superior. O canudo PO20 é constituído por tecido parenquimatoso (pó de coco), que segundo Rosa et al., (2001) é utilizado como substrato agrícola por sua capacidade de absorver umidade, devido a sua porosidade elevada, justificando o aumento. Os canudos FB20 e FB30 40 apresentaram valores que divergem dos encontrados por Moraes (2009) que estudou a incorporação de fibras de celulose em filmes de amido, encontrado um menor teor de umidade para os filmes reforçados com fibra de celulose, que por sua vez, diminuiu com aumento do ter das fibras. O ocorrido pode ser justificado devido a uma menor interação das fibras de coco e a matriz, quando se comparado com fibra de celulose. Os dados de solubilidade em água retratam uma diminuição com adição e aumento da quantidade de fibras (Tabela 8). Os resultados estão em linha com encontrados por Machado et al., (2014) e Marques (2018), que relatam uma menor solubilidade para filmes reforçados com nanofibras de celulose da fibra do coco e nanofibras de celulose de rami, respectivamente. Mas, não acontecendo o mesmo com canudo PO20, que apresentou solubilidade maior que o canudo CT, sendo justificado pela potencial característica do tecido parenquimatoso de absorção de água. As solubilidades dos canudos variaram de 29,76% a 43,28%, onde são próximo aos 36,00% encontrados por Silva et al., (2021) na produção de canudos de amido de mandioca com gel aloe vera, em que não houve influência nos testes de integridade no consumo de bebidas. Além disso, os autores nos trazem a importância das características mais solúveis dos canudos biodegradáveis, levando em consideração que os canudos plásticos são um dos itens mais coletados nos oceanos. 4.3 Avaliação Subjetiva Os canudos foram avaliados quanto a alguns aspectos visuais, de utilização e classificados como Ruim, Bom e Excelente conforme Tabela (10). Tabela 9 - Avaliação Subjetiva dos canudos produzidos Formulação Estética Homogeneidade do Filme Ausência de Bolhas Deformação na Sucção CT B E E E FB20 B E E E FB30 B B E E PO20 E B E E Classificação das avaliações: Ruim (R); Boa (B); Excelente (E) Fonte: Arquivo do autor, 2021 41 De acordo com as classificações, os canudos de um modo geral todos foram aprovados quando a estética, homogeneidade e deformação durante o uso. Essa última avaliação será discutida de maneira mais detalhada a seguir. Além disso, nenhum canudo apresentou transferência de sabor para as bebidas consumidas. 4.3.1 Analise de integridade As formulações produzidas foram submetidas à imersão e sucção em bebidas consumidas comumente, como água mineral, refrigerante-cola e suco de laranja industrializado em diferentes temperaturas, e depois foram submetidas à simulação em solução salivar artificial (Figura 17). Figura 17 - Canudos imersos das diferentes bebidas Canudos: Canudos CT; FB20; FB30 e PO20 respectivamente. Fonte: Arquivo do autor, 2021. Os canudos apresentaram resultados semelhantes para as temperaturas 7°C e 25°C, também não houve uma grande diferença para as diferentes bebidas, sendo assim, não tendo influência direta com pH dos meios estudados (Figura 18). Para o tempo de até 10’, os canudos se mostraram consistentes, íntegro e com facilidade de sucção. Após 15’ os canudos CT e PO20 apresentaram alterações que comprometeram sua utilização, se deformando parcialmente, o que pode ser justificado pela maior solubilidade em água dos filmes, quando comparados aos FB20 e FB30. Levando em consideração que a média de utilização dos canudos plásticos é de 4 minutos, os resultados foram satisfatórios para todos os canudos. 42 Figura 18 - Biocanudos após analises nas bebidas Canudos: Canudos CT; FB20; FB30 e PO20 respectivamente. Fonte: Arquivo do autor, 2021 Os canudos também foram submetidos a uma imersão a temperatura 70°C, apenas na água mineral. Logo com 5’ os canudos se desintegraram e romperam parcialmente, sendo assim, não recomendável para utilização em bebidas quentes (Figura 19). Figura 19 - Canudos submetidos a 70°C em água mineral Canudos: Canudos CT; FB20; FB30 e PO20 respectivamente. Fonte: Arquivo do autor, 2021.Quanto à simulação ao contato com a saliva bucal, os canudos foram imersos em solução salivar artificial a 36°C. Os resultados foram promissores não ocorrendo alteração que inviabilize a utilização do canudo, sem desintegração na solução (Figura 20). 43 Figura 20 - Canudos após imersão em solução salivar artificial Canudos: Canudos CT; FB20; FB30 e PO20 respectivamente. Fonte: Arquivo do autor, 2021.44 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS A produção de canudos de amido de mandioca reforçados com material fibroso do coco verde se mostrou promissora em substituição aos canudos plásticos. Os resultados obtidos foram satisfatórios para as formulações proposta (PO20, FB20 e FB30). As FB20 e FB30 apresentaram melhores resultado, reforçando a característica das fibras vegetais como reforço em filmes a base de amido. Uma maior espessura nas formulações ocasionou uma melhoria na integridade durante a utilização, levando a um maior tempo de vida útil no consumo. A adição de fibras alterou a solubilidade em água, melhorando a resistência à água e conferindo melhorias nas propriedades de barreiras, quando comparados com amido sem reforço. O teor de umidade não foi relatividade alterado entre as formulações, levando- nos a acreditar que exista uma baixa interação da matriz com a fibra do coco in natura. Fazendo necessária uma análise investigativa mais aprofundada, para melhor conclusão. Em resumo, as formulações FB20 e FB30, mostraram-se como alternativas promissoras na produção canudos biodegradáveis. Estudos nos tratamentos prévios das fibras e analises de caracterização (DRX, MEV) além de estudos em relação à biodegradabilidade, ficam como possível melhoria. 45 6 REFERÊNCIAS ALCÁZAR-ALAY, S. C.; MEIRELES, M. A. A. Physicochemical properties, modifications and applications of starches from different botanical sources. Food Science and Technology (Campinas). v. 35, 2015. p. 215-236. ALMEIDA, C. CARACTERÍSTICAS ESTRUTURAIS E FUNCIONAIS DE BIOFILMES PRODUZIDOS COM ZEÍNA E ÓLEOS VEGETAIS COMESTÍVEIS. Tese de Doutorado em Engenharia e Ciência de Alimentos, Universidade Estadual Paulista, 2010. ALTMANN, I.; ROSA, S et al. DESENVOLVIMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE FILMES BIODEGRADÁVEIS OBTIDOS A PARTIR DE AMIDO DE MILHO: UMA PROPOSTA EXPERIMENTAL DE PRODUÇÃO DE BIOFILMES EM SALA DE AULA. Química Nova Escola v 40, N° 1, p. 53-58, 2018. ARAGÃO, W. M.; RIBEIRO, MELO, M. F. V. Cultivares de coqueiro para a produção de coco seco: coqueiro Gigante vs híbridos. In: CINTRA, F. L. D.; FONTES, H. 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