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EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Mercado Financeiro Políticas Econômicas: Monetária, Fiscal e Cambial Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior São Paulo, Março 2024 1 EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Mini Currículo do Professor Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Forte experiência em Finanças Corporativas, M&A, Valuation, Project Finance e Controladoria adquirida durante a vida acadêmica e profissional em consultorias, boutique de investimento e em grandes multinacionais, tendo participado de diversas transações. Atualmente é Assessor Financeiro e Professor de Finanças Corporativas. Doutor pela Fundação Getulio Vargas (EAESP-FGV), com estágio doutoral na Universidade de Columbia em Nova York; Mestre em Administração de Empresas pela Fundação Getulio Vargas (EAESP-FGV), e Mestre em Finanças pela Universidade de São Paulo (FEA-USP); formado em Administração de Empresas pela Universidade de São Paulo (FEA-USP). Professor de Finanças no Insper, na UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo, na FIA, e na Saint Paul Escola de Negócios. Financial Advisor na Plata Capital Partners e na Pezco Economic & Business Intelligence. Sócio fundador do Finanças 101, canal no YouTube com vídeos e aulas de finanças e economia. Contato: jose.carrera@unifesp.br 2 EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Fonte • ASSAF NETO, Alexandre. Mercado Financeiro 14a Edição. Atlas. São Paulo 2018 3 EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Intermediação e Mercados Financeiros • Ambiente da economia onde se realizam todas as transações com títulos, moedas e participações de capital Mercado Monetário Mercado de Crédito Mercado de Capitais Mercado Cambial Derivativos Mercados Financeiros 4 Controle da taxa de juros básicas e liquidez da economia Financiamento de curto e médio prazo de ativos permanentes e capital de giro e demais investimentos. Une os emprestadores e tomadores de recursos Conversão, ou troca, de moeda de um país pela de outro Contratos privados cujo valor é quase todo derivado de algum ativo, taxa referencial ou índice Mercado futuro e opções Financiamento de longo prazo de ativos permanentes e capital de giro e demais investimentos. Une os emprestadores e tomadores de recursos A taxa de juros é a moeda de troca desses mercados 4 EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Visão Geral dos Segmentos e Finalidades CurtoMonetários Crédito Capitais Câmbio Segmentos Controle de liquidez monetária da economia, suprimentos momentâneos de caixa Banco Central, bancos comerciais e múltiplos Prazos Finalidade Principais Intermediários Curto, médio e longo Médio, longo e indeterminado A vista e curto Financiamento do consumo, imóveis e capital de giro das empresas Financiamento de capital fixo, transferência de propriedade, reestruturação de passivos e operações especiais Transformação de valores em moedas estrangeiras e nacional Bancos comerciais e múltiplos e financeiras Bancos múltiplos e de investimentos, bolsas, corretoras e distribuidoras Bancos comerciais e múltiplos e corretoras de câmbio 55 EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Políticas Econômicas • A gestão da economia visa atender às necessidades de bens e serviços da sociedade e atingir determinados objetivos sociais e macroeconômicos o Pleno emprego o Distribuição de riqueza o Estabilidade de preços o Crescimento econômico • Para tanto, o governo atua na economia por meio de políticas econômicas o Monetária o Fiscal o Cambial • Os instrumentos das políticas econômicas são mais eficientes quando aplicados em mercados financeiros mais desenvolvidos • Em mercados menos evoluídos, cuja pequena dimensão e alta concentração de riqueza limitam os efeitos desses instrumentos econômicos, o governo costuma promover maior intervenção no mercado o Fixação das taxas de juros o Controle direto do crédito o Subsídios 6 EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Mercado Monetário • É no Mercado Monetário que se negociam os títulos de elevada liquidez e que proporcionam rendimento, os quais são chamados de quase-moeda • Envolve as operações de curto e curtíssimo prazos, proporcionando um controle ágil e rápido da liquidez da economia e das taxas de juros básicas pretendidas pela política econômica das autoridades monetárias • Para controlar a liquidez da economia, a autoridade monetária (o Banco Central) atua no mercado disponibilizando recursos (através da compra de títulos) ou retirando recursos da economia (com a venda de títulos) 7 Investidores • Gestão da liquidez de curto prazo • Investimento Bacen • Controle da liquidez da economia • Taxas de juros Tesouro Nacional • Financiamento da dívida pública EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Mercado Monetário: Principais Títulos • Títulos Públicos emitidos pelo Tesouro Nacional (Bacen não emite títulos públicos federais) o Tesouro Prefixado (Letras do Tesouro Nacional – LTN) Prefixado. Valor nominal múltiplo de R$ 1.000,00, sendo negociado no mercado com deságio (desconto) sobre o valor nominal. O resgate se dá pelo valor nominal do título. o Tesouro Selic (Letras Financeiras do Tesouro – LFT) Pós-fixado. Rendimentos definidos pela média da taxa Selic. O resgate se dá pelo valor nominal acrescido do respectivo rendimento acumulado. o Tesouro IPCA + (Notas do Tesouro Nacional – NTN) Rendimento pós fixado e atrelado a um indexador de preços da economia. Pode ter juros pagos periodicamente, como o NTN-B (Tesouro IPCA+ com juros semestrais) ou apenas no vencimento, como o NTN-B principal (Tesouro IPCA+) • Títulos negociados entre instituições financeiras o Certificados de Depósitos Interfinanceiros (CDI) • Títulos de emissão privada o Certificado de Depósito Bancário (CDB) o Debêntures 8 EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Mercado Monetário: Principais Títulos Públicos 9 Prefixados Título Rendimento Remuneração Tesouro Prefixado (LTN) Taxa Contratada No Vencimento Tesouro Prefixado com Juros Semestrais (NTN-F) Taxa Contratada Semestral e no Vencimento Pós-Fixados Indexados à Inflação Título Rendimento Remuneração Tesouro IPCA+ (NTN-B Principal) IPCA + Taxa Contratada No Vencimento Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais IPCA + Taxa Contratada Semestral e no Vencimento Pós-Fixados Indexados à Taxa Selic Título Rendimento Remuneração Tesouro Selic (LFT) Selic + Taxa Contratada No Vencimento EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Mercado Monetário: Títulos Públicos • Emitidos e garantidos pelo Governo Federal, Estadual ou Municipal para financiamento de suas atividades • Finalidade de financiar a dívida pública, antecipar receitas ou serem utilizados como instrumentos de política monetária • Alternativa de investimento para o mercado • Venda de títulos públicos podem ser realizadas de três formas: o Oferta pública com realização de leilões Leilão formal (primário): autoridade monetária divulgaao mercado as condições de negociação e os investidores efetivam as propostas de compra através do Selic Leilão informal (go round) Banco Central intervém no mercado, comprando ou vendendo títulos junto a instituições credenciadas a operar no mercado aberto, os dealers. o Oferta pública sem a realização de leilões (venda direta pelo Tesouro) Tesouro Direto: programa de venda de títulos públicos para investidores pessoa física através da internet. o Emissões destinadas a atender necessidades específicas previstas em lei. 10 EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Política Monetária • Enfatiza sua atuação sobre os meios de pagamento, títulos públicos e taxa de juros, modificando o nível de oferta do crédito e liquidez da economia • Conjunto de medidas adotadas pelo Governo visando o controle da oferta de moeda/dinheiro (economia) na economia: impacto na taxa de juros e inflação • A política monetária é geralmente executada pelo Banco Central (Bacen), que possui poderes e competência para controlar a quantidade de moeda na economia 11 Instrumentos de Política Monetária Recolhimento Compulsórios Operações no mercado aberto (open market) Redesconto e empréstimos de liquidez EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Política Monetária Expansionista vs. Política Monetária Restritiva 12 Política Monetária Expansionista Política Monetária Restritiva • Elevação da liquidez da economia • Maior injeção de recursos nos mercados • Elevação, em consequência, dos meios de pagamento • Dinamização do consumo e investimento agregado com reflexos positivos sobre a expansão da atividade econômica • Geralmente adotada em momentos de retração do nível da economia, podendo produzir inflação • Redução da liquidez da economia • Controle maior da injeção de recursos nos mercados • Redução, em consequência, dos meios de pagamento • Retração da demanda agregada de consumo e investimento e da atividade econômica • Geralmente adotada quando o crescimento da demanda e dos investimentos se situarem acima da capacidade da oferta de moeda da economia, visando anular os efeitos da inflação EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Política Monetária: Recolhimentos (Depósitos) Compulsórios • Percentual incidente sobre os depósitos captados pelos bancos que devem ser colocados à disposição do Banco Central o Podem incidir não somente sobre os depósitos à vista dos bancos, mas, também, sobre os diferentes tipos de depósitos a prazo e depósitos de poupança • É um instrumento de controle monetário bastante eficiente, já que atua diretamente sobre os meios de pagamento através do multiplicador bancário • É adotado em quase todas as economias e do mundo, e tem por objetivo principal controlar a solvência dos patrimônio de seus depositantes • Influi diretamente sobre o volume de dinheiro na economia, bem como a oferta do crédito e as taxas de juros praticadas • Sempre que as autoridades monetárias alteram as taxas de recolhimento compulsório, é modificado o multiplicador bancário e, consequentemente, os meios de pagamento da economia, determinando uma expansão ou retração da atividade econômica o Uma redução do depósito compulsório, libera recursos para atividade econômica, aumentando o fluxo dos meios de pagamento e reduzindo o custo do crédito o Um aumento no depósito compulsório, faz com que mais recursos sejam retidos no Banco Central, e a atividade econômica retrai-se 13 EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Política Monetária: Recolhimentos (Depósitos) Compulsórios 14 Recursos a prazo = 31% Recursos à vista = 21% EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Política Monetária: Redesconto e Empréstimo de Liquidez • O Banco Central costuma realizar diversos empréstimos, conhecidos por empréstimos de assistência a liquidez, às instituições financeiras, visando equilibrar suas necessidades de Caixa • Esse empréstimo constitui-se essencialmente em abertura de um crédito rotativo, firmado entre o Bacen e a instituição financeira, em que o Bacen cobra uma taxa de juros para o desconto dos títulos dos bancos • Em geral, essa política de socorro financeiro junto ao Banco Central é uma das últimas alternativas selecionadas pelos bancos para cobrirem sua posição desfavorável de caixa. A operação revela um caráter mais punitivo • A taxa de juros cobrada pelo Banco Central nessas operações é denominada taxa de redesconto • A taxa de redesconto age sobre o nível de liquidez monetária da economia e, também, sobre as taxas de juros praticadas pelos bancos o Se a taxa cobrada no redesconto for inferior àquela adotada pelo mercado, as instituições financeiras serão incentivadas a elevar a oferta de crédito o Ao se elevar a taxa de redesconto, reduz-se, em consequência, a oferta de crédito no mercado, incentivando um aumento das taxas de juros 15 EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Política Monetária: Operações de Mercado Aberto – Open Market • Instrumento bastante ágil de política monetária a fim de melhor regular o fluxo monetário da economia e influenciar os níveis das taxas de juros o Maior dinamismo e flexibilidade, podendo com isso produzir, de forma mais eficiente e rápida, os resultados almejados • Compra e venda de títulos da dívida pública no mercado, processadas pelo Banco Central na qualidade de agente monetário do governo • Compra de títulos públicos pelo Banco Central o Política monetária expansionista: expansão no volume dos meios de pagamento da economia de forma a elevar sua liquidez e reduzir as taxas de juros vigente no curto prazo (injeta dinheiro na economia em troca o Banco Central recebe títulos públicos) • Venda de títulos públicos pelo Banco Central o Política monetária restritiva: redução no volume dos meios de pagamento da economia de forma a reduzir a oferta de moeda e diminuir a liquidez do mercado e, ao mesmo tempo, elevar as taxas de juros vigentes no curto prazo (retira dinheiro na economia em troca o Banco Central fornece títulos públicos) 16 EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Política Monetária: Operações de Mercado Aberto – Open Market: Objetivos • Controle diário do volume de oferta de moeda, adequando a liquidez da economia à programação monetária do governo • Manipulação das taxas de juros de curto prazo oNão só em decorrência do volume da oferta da moeda, como também das taxas pagas pelas autoridades monetárias em suas operações com títulos públicos negociados • Permite que as instituições utilizem suas disponibilidades monetárias ociosas em diversas operações financeiras (aplicações) de curto prazo e curtíssimo prazo • Criação de liquidez para os títulos públicos, motivando as negociações com todos os demais títulos 17 EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Política Monetária: Operações de Mercado Aberto – Open Market: Mercado Primário e Mercado Secundário • Mercado primário o Colocação dos títulos pela primeira vez o Negociação direta e primária entre o emitente dos títulos (governo) e seus adquirentes (instituições financeiras) o Costumam desenvolver-se por meio de leilões periódicos coordenados pelo Banco Central, nos quais sãoestabelecidas a priori as principais características da oferta (quantidade de títulos colocados em circulação, etc.) Formal: participam todas as instituições financeiras interessadas Informal (go around): os negócios são realizados primeiramente com os dealers (instituições financeiras legalmente credenciadas a atuar no mercado em nome do Banco Central) e repassados, em seguida, às demais instituições financeiras. Os brokers são corretoras e distribuidoras de títulos e valores mobiliários, legalmente habilitadas a operar pelo Banco Central, que tem por função básica promover a intermediação dos títulos entre dealers e os demais agentes do mercado o Oferta pública sem a realização de leilões (venda direta pelo Tesouro Direto) Tesouro Direto: programa de venda de títulos públicos para investidores pessoa física através da internet. o Emissões destinadas a atender a necessidades específicas previstas em lei • Mercado secundário o Transferência ou renegociação para terceiros dos títulos adquiridos no mercado primário, no qual não ocorre negociação direta entre o órgão público emitente do título e os poupadores 18 EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Política Monetária: Operações de Mercado Aberto – Open Market: Dealers • São pessoas físicas ou jurídicas que atuam na negociação de bens e serviços em geral no mercado, atuando por conta e risco próprios • São considerados, em geral, especialistas nas transações com esses bens e serviços • No Brasil, as autoridades monetárias, com o intuito de dar maior eficiência ao mercado secundário de títulos públicos, regularizaram um Sistema de dealers o O Sistema nacional de dealers é constituído por instituições financeiras negociantes de títulos públicos credenciadas a operar com o Governo o Os principais pré-requisitos para o credenciamento das instituições são possuir elevado padrão ético e moral, não possuir, a critério do Banco Central, qualquer restrição que não recomende o credenciamento, e apresentar um volume mínimo de operações o Depois de credenciadas, as instituições são objeto de avaliações periódicas, sendo as de pior desempenho substituídas da lista por aquelas melhor classificadas no ranking estabelecido pelo Banco Central • Os dealers também tem papel importante além de realizar a compra e venda de títulos, participar de leilões primários, repassar informações ao Banco Central sobre a atuação do mercado e expectativas 19 EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Política Monetária: Operações de Mercado Aberto – Open Market: Operações Compromissadas (Overnight) e Operações Definitivas • Operações compromissadas o Negociação de títulos assumindo o compromisso de resgatá-los dentro de um prazo fixado (geralmente um dia, “overnight”) o Uma das partes assume o compromisso de efetuar uma negociação contrária àquela que realizou, em um prazo preestabelecido, geralmente um dia o Nessas operações o Banco Central atua através de agentes credenciados (dealers), usando leilões informais o Operações overnight no mercado aberto: uma instituição adquire títulos no mercado secundário com o compromisso de negociá-los no dia seguinte, sendo a taxa de juros fixada livremente entre as partes. Instituições financeiras geralmente se utilizam do overnight visando compor o equilíbrio de seu caixa. Os resultados são determinados com base nos juros pagos pelos títulos públicos que lastreiam as operações e aqueles calculados no overnight • Operações definitivas o Os títulos são adquiridos e incorporados na carteira da adquirente o Essas negociações definitivas processam-se através de leilões com a participação de todas as instituições financeiras interessadas 20 EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Mercado Monetário: Selic – Sistema Especial de Liquidação e Custódia • Na década de 70, as operações financeiras implicavam o manuseio e a movimentação física de títulos, com grande risco de fraude e extravio • Criado em 1979 pela ANDIMA em parceria com o Banco Central • Hoje em dia, grande parte dos títulos públicos negociados no mercado monetário são escriturais, ou seja, não são emitidos fisicamente, exigindo maior organização em sua liquidação e transferência • Sistema eletrônico informatizado que processa o registro, a custódia e a liquidação financeira das operações realizadas com títulos públicos federais o As transações no mercado aberto são controladas e custodiadas no SELIC, que registra os débitos e os créditos correspondentes às decisões de compra e venda de títulos públicos nas contas das instituições financeiras • Visa garantir segurança, garantia da existência dos papeis e dos recursos para liquidação financeira, agilidade e transparência às transações • A partir do SELIC a movimentação física foi substituída por registros eletrônicos, gerando maior eficiência e segurança • Todos os títulos são escriturais: emitidos exclusivamente na forma eletrônica • A taxa de juros apurada nas negociações deste títulos é conhecida por taxa Selic • Como os títulos negociados no Selic são de grande liquidez e teoricamente risco mínimo (títulos públicos), a taxa Selic é aceita como uma taxa livre de risco da economia 2121 EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Mercado Monetário: Taxa Selic • Taxa Selic Meta o Taxa básica de juros da economia brasileira, servindo de referência para a formação de juros no mercado o Taxa básica de juros definida pelo Copom - Comitê de Política Monetária do Banco Central com base na previsão de inflação. o É um parâmetro que o Banco Central gostaria que fosse praticado. • Viés o Pode ser de elevação ou de redução. o Autoriza o presidente do Banco Central a alterar a Taxa na direção do viés. • Taxa Selic Over ou Taxa Selic Diária o Taxa efetivamente praticada no mercado o Taxa média ponderada pelo volume das operações de um dia entre instituições financeiras com lastro em títulos públicos federais realizadas no sistema Selic o Apurada e divulgada pelo Selic e expressa em base anual (252 dias úteis) 2222 EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Mercado Monetário: COPOM – Comitê de Política Monetária • Instituído em 20 de junho de 1996, com o objetivo de estabelecer as diretrizes da política monetária e definir a taxa de juros • Está vinculado ao Banco Central • A criação do Copom buscou proporcionar maior transparência e melhorar o processo decisório • Objetivo: o Estabelecer diretrizes de política monetária o Definir a taxa Selic meta e seu eventual viés o Analisar o relatório de inflação o Cumprir as metas para a inflação • Reuniões o 8 ao ano (ocorrem a cada 45 dias aproximadamente) o As reuniões ordinárias dividem-se em dois dias 1º dia: apresentação da conjuntura doméstica 2º dia: apresentação de alternativas para a taxa de juros de curto prazo e recomendações para a política monetária o A decisão sobre a Selic meta e seu viés, se houver, são imediatamente comunicados ao mercado Viés: prerrogativa dada ao Presidente do Banco Central para alterar a taxa Selic meta a qualquer momento entre as reuniões ordinárias • Composição o Membros da Diretoria Colegiada do Banco Central do Brasil: o presidente do Banco Central, que tem o voto de qualidade; e os diretores de Administração, Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos, Fiscalização, Organização do Sistema Financeiro e Controle de Operações do Crédito Rural, Política Econômica, Política Monetária, Regulação do Sistema Financeiro, e RelacionamentoInstitucional e Cidadania. 23 EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Mercado Monetário: CDI – Certificado de Depósito Interbancário • Ao final de todo dia as instituições bancárias devem equilibrar as contas de débito e crédito. • Ocorrendo falta ou sobra de recursos, o equilíbrio é acertado entre os bancos no mercado interfinanceiro, atuando como comprador ou vendedor de reservas, conforme posição de liquidez. • As operações no interfinanceiro são lastreadas em CDI (Certificado de Depósito Interfinanceiro), de emissão das instituições financeiras participantes e com circulação restrita nesse mercado. • O CDI é escritural, sendo os negócios do interfinanceiros controlados pela CETIP • No caso de falta de caixa, as instituições financeiras podem recorrer ao Bacen por meio das operações de redesconto de liquidez (assistência financeira de liquidez). Espécie de crédito rotativo, porém com caráter punitivo (altas taxas de juros) • Taxa DI o Taxa média ponderada das operações realizadas entre instituições financeiras pelo prazo de um dia, com lastro em CDI o Calculada diariamente e divulgada em bases anuais (252) pela CETIP – Central de Custódia e Liquidação. o Muito próxima à taxa Selic Over. 24 EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Mercado Monetário: CETIP – Central de Custódia e de Liquidação Financeira de Títulos Privados • Desenvolvido em 1986, como um sistema semelhante ao Selic, porém voltado para títulos privados e eventuais títulos públicos que se encontram em poder do setor privado da economia. • Câmara de compensação que realiza a custódia escritural de ativos, registro e controle das operações no mercado de balcão e efetua a liquidação financeira • Incorporada pela Bolsa de Valores (B3) em 2017 • Principais Títulos: o Certificado de Depósito Interfinanceiro (CDI), que permite a transferência de recursos entre as instituições do sistema financeiro o Certificado de Depósito Bancário (CDB) o Debêntures o Commercial Papers (notas promissórias) o Letras Financeiras do Tesouro o Cotas de Fundos de Investimento • As taxas do CDI, conhecidas por Taxa DI, são provenientes da troca de posição financeira dos bancos entre si, e assim como a taxa Selic, também é utilizada como referência (benchmark) da taxa livre de risco no Brasil. 25 EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Dinâmica do Mercado Monetário 26 Governo (Tesouro Nacional) Banco Central Banco 1 Banco 2 Banco 3 Banco N Títulos do tesouro Títulos Privados (Sistema Cetip/B3) = CDI (ou DI) Títulos Públicos (SELIC) = Selic Over Leilão Informal (go around) Leilão Aberto Formal Mercado interbancário Dealers Brokers Mercado Secundário Operações Compromissadas EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Resumo Política Monetária e Instrumentos • Open Market o Mercado aberto onde compra-se e vende-se títulos públicos federais o O Banco Central pode comprar ou vender títulos públicos federais o Instrumento mais ágil e eficaz (impacto no curto prazo) • Redesconto o Empréstimos do Banco Central para as instituições financeiras o Geralmente utilizado em casos mais graves o Tem caráter punitivo: taxas de juros mais elevadas o Impacto no médio prazo • Depósito Compulsório o Recolhimento pelos bancos de um percentual sobre os valores depositados de acordo com política do Banco Central o O recolhimento é feito em moeda ou em títulos públicos federais o Limita a quantidade de recursos que os bancos podem emprestar o Impacto no longo prazo 27 EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Política Monetária Restritiva • Controlar a disponibilidade de moeda (liquidez) na economia o Controla a inflação o Usada geralmente quando há uma expansão excessiva da economia e a inflação sai do controle • Consequências esperadas: o Aumento na taxa de juros o Redução da inflação o Redução do consumo, da renda, da produção e do PIB • Meios: o Venda de títulos públicos pelo Banco Central no Open Market o Aumento das taxas de redesconto e redução dos prazos o Aumento no percentual do depósito compulsório Instrumentos Medidas Impacto Liquidez Impacto Inflação Impacto Juros Impacto PIB Open Market Venda de Títulos Públicos Redução Redução Aumento Redução: Redução da renda, consumo e produção Redesconto Aumento nas taxas e redução nos prazos Compulsório Aumento no percentual exigido 2828 EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Política Monetária Expansiva • Aumentar a liquidez e oferta de moeda na economia o Usada geralmente quando a economia vive um momento recessivo, sendo preciso estimular o crescimento • Consequências esperadas: o Redução na taxa de juros o Aumento na inflação o Aumento do consumo, da renda, da produção e do PIB • Meios: o Compra de títulos públicos pelo Banco Central no Open Market o Redução das taxas de redesconto e aumento nos prazos o Redução no percentual do depósito compulsório 29 Instrumentos Medidas Impacto Liquidez Impacto Inflação Impacto Juros Impacto PIB Open Market Compra de Títulos Públicos Aumento Aumento Redução Aumento: Aumento da renda, consumo e produção Redesconto Redução nas taxas e aumento nos prazos Compulsório Redução no percentual exigido 29 EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Política Monetária: Efeitos do Aumento da Taxa de Juros na Economia (tudo mais constante) • Incentivo à poupança (rendimento sobre aplicações financeiras ficam mais atrativos) • Crédito mais restritivo às famílias e empresas • Redução no consumo das famílias e empresas • Redução no consumo leva a uma redução na produção • Redução na produção leva uma redução na criação de empregos • Redução na criação de empregos leva a uma redução na renda das famílias • Redução no consumo, produção, e geração de empregos leva a um menor crescimento do PIB • Menor demanda leva ao controle da inflação 30 EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Política Monetária: Efeitos da Redução da Taxa de Juros na Economia (tudo mais constante) • Incentivo ao consumo (rendimentos sobre aplicações financeiras ficam menos atrativos) • Crédito mais acessível às famílias e empresas • Aumento no consumo das famílias e empresas • Aumento no consumo leva a um aumento na produção • Aumento na produção leva a um aumento na criação de empregos • Aumento na criação de empregos leva a um aumento na renda das famílias • Aumento no consumo, produção, e geração de empregos leva a um maior crescimento do PIB • Caso a produtividade não acompanhe a maior demanda haverá uma maior inflação 31 EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior -9,0% -8,0% -7,0% -6,0% -5,0% -4,0% -3,0% -2,0% -1,0% - 1,0% 2,0% 3,0% 4,0% 5,0% 6,0% 7,0% 8,0% 9,0% 10,0% 11,0% 12,0% 13,0% 14,0% 15,0% 16,0% 17,0% 18,0% 19,0% 20,0% 21,0% 22,0% 23,0% 24,0% 25,0% 26,0% 27,0% 28,0% 29,0% 30,0% 31,0% 32,0% 33,0% 34,0% 19 98 .0 1 19 98 .0 6 19 98 .1 1 19 99 .0 4 19 99 .0 9 20 00 .0 2 20 00 .0 7 20 00 .1 2 20 01 .0 5 20 01 .1 0 20 02 .0 3 20 02 .0 8 20 03 .0 1 20 03 .0 6 20 03 .1 1 20 04 .0 4 20 04 .0 9 20 05 .0 2 20 05 .0 7 20 05 .12 20 06 .0 5 20 06 .1 0 20 07 .0 3 20 07 .0 8 20 08 .0 1 20 08 .0 6 20 08 .1 1 20 09 .0 4 20 09 .0 9 20 10 .0 2 20 10 .0 7 20 10 .1 2 20 11 .0 5 20 11 .1 0 20 12 .0 3 20 12 .0 8 20 13 .0 1 20 13 .0 6 20 13 .1 1 20 14 .0 4 20 14 .0 9 20 15 .0 2 20 15 .0 7 20 15 .1 2 20 16 .0 5 20 16 .1 0 20 17 .0 3 20 17 .0 8 20 18 .0 1 20 18 .0 6 20 18 .1 1 20 19 .0 4 20 19 .0 9 20 20 .0 2 20 20 .0 7 20 20 .1 2 20 21 .0 5 20 21 .1 0 20 22 .0 3 20 22 .0 8 20 23 .0 1 IPCA - LTM CDI Over - LTM CDI REAL - LTM Evolução IPCA vs. CDI Over - % Últimos 12 meses 32 Fonte: IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, e B3 – Bolsa, Brasil, Balcão Pandemia Juros Reais Negativos Inflação > CDI Alta Inflação e Juros Baixos Redução da taxa de juros com inflação crescente Economia não respondia aos incentivos Recessão + Inflação EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Evolução IPCA vs. CDI Over – Mensal Anualizado 33 Fonte: IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, e B3 – Bolsa, Brasil, Balcão -20,0% -18,0% -16,0% -14,0% -12,0% -10,0% -8,0% -6,0% -4,0% -2,0% - 2,0% 4,0% 6,0% 8,0% 10,0% 12,0% 14,0% 16,0% 18,0% 20,0% 22,0% 24,0% 26,0% 28,0% 30,0% 32,0% 34,0% 36,0% 38,0% 40,0% 42,0% 44,0% 46,0% 48,0% 50,0% 52,0% 19 98 .0 1 19 98 .0 6 19 98 .1 1 19 99 .0 4 19 99 .0 9 20 00 .0 2 20 00 .0 7 20 00 .1 2 20 01 .0 5 20 01 .1 0 20 02 .0 3 20 02 .0 8 20 03 .0 1 20 03 .0 6 20 03 .1 1 20 04 .0 4 20 04 .0 9 20 05 .0 2 20 05 .0 7 20 05 .1 2 20 06 .0 5 20 06 .1 0 20 07 .0 3 20 07 .0 8 20 08 .0 1 20 08 .0 6 20 08 .1 1 20 09 .0 4 20 09 .0 9 20 10 .0 2 20 10 .0 7 20 10 .1 2 20 11 .0 5 20 11 .1 0 20 12 .0 3 20 12 .0 8 20 13 .0 1 20 13 .0 6 20 13 .1 1 20 14 .0 4 20 14 .0 9 20 15 .0 2 20 15 .0 7 20 15 .1 2 20 16 .0 5 20 16 .1 0 20 17 .0 3 20 17 .0 8 20 18 .0 1 20 18 .0 6 20 18 .1 1 20 19 .0 4 20 19 .0 9 20 20 .0 2 20 20 .0 7 20 20 .1 2 20 21 .0 5 20 21 .1 0 20 22 .0 3 20 22 .0 8 20 23 .0 1 IPCA - Mensal Anualizado CDI Over - Mensal Anualizada CDI Real Mensal Anualizado EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Inflação • A relação entre o volume de moeda na economia e a oferta de bens e serviços pode gerar inflação ou deflação o Se a disponibilidade de moeda em poder das pessoas se elevar, sem a contrapartida do aumento da oferta de bens e serviços, esse aumento levará maior disposição dos agentes para consumir, forçando uma alta geral nos preços (inflação) o Inflação: os consumidores irão dispender mais recursos para adquirir a mesma quantidade de bens e serviços • Inflação: Aumento generalizado dos preços de determinada economia (não é de apenas 1 bem ou serviço, mas sim de uma cesta de bens e serviços) • Fenômeno econômico que afeta o valor da moeda • Quando o nível geral de preços cresce, o valor da moeda diminui: perda do poder de compra • A quantidade de moeda disponível na economia determina o valor da moeda 34 EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Causas Mais Comuns da Inflação • Inflação de oferta ou de custos o Aumento nos custos de produção que geram aumento nos preços, como salários, matéria- prima, câmbio, etc. • Inflação de demanda o Expansão dos meios de pagamentos da economia acima da capacidade de crescimento apresentada da economia o Excesso de demanda na economia que não pode ser atendido totalmente pela oferta o Aumento do consumo na economia o Pode ser decorrente do aumento da renda • Inflação inercial o Memória inflacionária o Inflação passada + expectativa futura • Inflação Crônica o Aumento contínuo da quantidade de moeda na economia o Emissão de moeda pelo governo como forma de financiar seu déficit 35 EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Custos da Inflação • Redução do poder de compra • Sola de sapato - custo de se desfazer da moeda • Menu - custo de remarcar preços • Aumento da variabilidade dos preços relativos • Distorções tributárias • Confusão e inconveniência • Redistribuição arbitrária de renda 36 EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior IPCA – Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IBGE) • É o índice oficial de inflação no Brasil • Finalidade o Medir a inflação de uma cesta de produtos e serviços comercializados no varejo, referentes ao consumo de uma família média brasileira o Utilizado pelo Banco Central para o acompanhamento dos objetivos estabelecidos no sistema de metas de inflação o Definição da política monetária • Responsável o Apurado e calculado mensalmente pelo IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística • Abrangência Geográfica o Regiões metropolitanas de 16 capitais brasileiras Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Vitória, Curitiba, Porto Alegre, Brasília, Goiânia e Campo Grande, Rio Branco, São Luís, Aracaju 37 • Público Analisado o Famílias com rendimentos mensais entre 1 e 40 salários-mínimos, qualquer que seja a fonte de rendimentos • Variáveis Analisadas o Preços obtidos são os efetivamente cobrados ao consumidor para pagamento à vista o A pesquisa é realizada em estabelecimentos comerciais, prestadores de serviços, domicílios e concessionárias de serviços públicos • Metodologia o Grupos de produtos e serviços: alimentação e bebidas; transportes; despesas pessoais; vestuário; habitação; saúde e cuidados pessoais; artigos de residência; comunicação; educação Subdivisão em outros itens e produtos e serviços finais o A ponderação da cesta é feita com base nos valores de despesa obtidos na Pesquisa de Orçamentos Familiares – POF EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior IPCA – Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IBGE) Pesos – Fevereiro 2023 • As ponderações dos bens e serviços e localidades mudam periodicamente para refletir a realidade da economia 38 Fonte: IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística em Fevereiro/2023 - https://www.ibge.gov.br/estatisticas/economicas/precos-e-custos/9256-indice-nacional-de- precos-ao-consumidor-amplo.html?=&t=resultados 1.Alimentação e bebidas 2.Habitação 3.Artigos de residência 4.Vestuário 5.Transportes 6.Saúde e cuidados pessoais 7.Despesas pessoais 8.Educação 9.Comunicação Brasil 21,8797 15,2306 3,9599 4,8045 20,443 13,0028 10,0872 5,6368 4,9555 Belém (PA) 28,1161 15,6673 3,8165 6,5379 17,7977 12,5996 7,6386 3,4578 4,3683 Fortaleza (CE) 24,7778 16,3938 4,1967 4,9369 19,0201 13,0297 7,5375 6,1584 3,949 Recife (PE) 24,4366 13,6964 4,2701 6,0644 18,7573 14,4491 8,4811 5,6881 4,1569 Salvador (BA) 23,4959 14,0747 4,1865 5,4376 18,5301 14,6837 9,8952 5,5985 4,0977 Belo Horizonte (MG) 22,9308 12,7704 4,2634 5,097 19,6271 14,251 10,5282 5,2366 5,2954 Grande Vitória (ES) 18,3691 15,4627 3,8971 4,0313 23,7449 15,4567 8,5968 5,1438 5,2975 Rio de Janeiro (RJ) 21,0024 18,198 3,1562 3,8736 20,0006 12,9326 9,2854 5,1579 6,3932 São Paulo (SP) 20,5894 16,5987 3,7624 4,2411 19,6675 12,6643 11,0679 6,4322 4,9764 Curitiba (PR) 21,6704 13,8628 4,2079 4,9771 26,0107 10,3717 9,3311 5,248 4,3204 Porto Alegre (RS) 22,0912 14,1896 4,5527 5,1495 20,342 12,8577 10,412 4,7742 5,6311 Rio Branco (AC) 24,1737 12,5382 4,7598 7,1987 22,7295 12,4153 8,1028 2,9428 5,1392 São Luís (MA) 26,8888 13,5938 4,8375 6,6445 17,964 13,1105 7,968 4,7156 4,2773 Aracaju(SE) 23,0387 12,5782 3,3014 5,9679 18,0621 16,2128 9,1139 7,1852 4,5399 Campo Grande (MS) 22,7591 15,5518 4,616 5,0529 21,3617 12,6142 9,1736 4,1694 4,7014 Goiânia (GO) 21,4919 13,4392 4,0609 4,8751 24,0857 12,3472 10,3451 5,355 3,9998 Brasília (DF) 17,51 13,3766 3,6261 4,5907 22,5491 13,8373 12,2684 7,086 5,1556 EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior IPCA – Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IBGE) Pesos Regionais – Fevereiro/2023 39 Pesos BRASIL 100,00 Rio Branco 0,51 Belém 3,94 São Luís 1,62 Fortaleza 3,23 Recife 3,92 Aracaju 1,03 Salvador 5,99 Belo Horizonte 9,69 Vitória 1,86 Rio de Janeiro 9,43 São Paulo 32,28 Curitiba 8,09 Porto Alegre 8,61 Campo Grande 1,57 Goiânia 4,17 Brasília 4,06 Fonte: IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística em Fevereiro/2023 - https://www.ibge.gov.br/estatisticas/economicas/precos-e-custos/9256-indice-nacional-de- precos-ao-consumidor-amplo.html?=&t=resultados EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior O Efeito da Inflação no Poder de Compra 40 31/Dezembro/1994 28/Fev/2023 Fator IPCA Acumulado de 31/Dez/1994 até 28/Fev/2023 6,21347 R$ 15,49R$ 100,00 Fonte IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor (IBGE/SNIPC) O poder de compra de R$ 100,00 em 31/Dezembro/1994 transformou-se em R$ 15,49 em 28/Fevereiro/2023 pela inflação acumulada EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior O Efeito da Inflação no Poder de Compra 41 Fonte IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor (IBGE/SNIPC) EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Ofertas Válidas até 23/Julho/1994 42 EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Comparando valores em dólares de diferentes épocas • A inflação faz com que seja mais difícil de comparar valores em dólares de diferentes épocas • Será que salário mínimo têm mais poder de compra em dezembro de 31/Dezembro/1994 ou em 31/Outubro/2020? o Salário Mínimo em 31/Dezembro/1994 = R$ 70,00 o Salário Mínimo em 31/Março/2022 = R$ 1.212,00 o Fator IPCA acumulado de 31/Dezembro/1994 até 31/Março/2020 = 6,21347 Cesta de Bens e Serviços em 31/Outubro/2020 / Cesta de Bens e Serviços em 31/Março/1994 = 6,21347 43 Montante Hoje = Montante Ano t * Inflação Acumulada de t até hoje Montante Hoje = R$ 70,00 * 6,21347 Montante Hoje = R$ 434,94 Portanto, o Salário Mínimo em 31/Março/2022 tem maior poder de compra do que o Salário Mínimo em 31/Dezembro/1994 (houve aumentos reais de salário) EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Exercício Inflação 44 • Uma empresa vende 10 milhões de unidades, e cada unidade é vendida por $10,00 • Se o volume aumentar 10% e o preço de venda aumentar 10% por conta da inflação, quanto o faturamento ira aumentar percentualmente? • Ahhhh, essa é fácil!!! Se o volume aumenta 10% e o preço aumenta 10%, o faturamento aumenta 20% (10%+10%). • Será que é isso mesmo??? (=) Receita $100 milhões Volume 10 milhões (*) Preço $10,00 Inicial Final + 10% + 10% 11 milhões = 10*(1+10%) $11,00 = $10*(1+10%) $121 milhões $121/$100 – 1 = 0,21 ou 21% Crescimento real (sem inflação) Crescimento nominal (com inflação) Embora a lógica esteja correta, não podemos simplesmente somar o crescimento de volume com o crescimento de preço pois eles não são eventos independentes Eles acontecem conjuntamente e combinadamente ao mesmo tempo Além de vender 10% a mais em termos de volume, cada unidade vendida é vendida 10% mais cara por conta da inflação, ou seja, é impacto sobre impacto Portanto, embora a lógica de somar os impactos esteja correta, para proceder a conta devemos combinar os impactos utilizando fatores 𝑪𝒓𝒆𝒔𝒄𝒊𝒎𝒆𝒏𝒕𝒐 𝑵𝒐𝒎𝒊𝒏𝒂𝒍 = 𝟏 + 𝑪𝒓𝒆𝒄𝒊𝒎𝒆𝒏𝒕𝒐 𝑹𝒆𝒂𝒍 ∗ 𝟏 + 𝑰𝒏𝒇𝒍𝒂çã𝒐 − 𝟏 𝑪𝒓𝒆𝒔𝒄𝒊𝒎𝒆𝒏𝒕𝒐 𝑹𝒆𝒂𝒍 = 𝟏 + 𝑪𝒓𝒆𝒄𝒊𝒎𝒆𝒏𝒕𝒐 𝑵𝒐𝒎𝒊𝒏𝒂𝒍 𝟏 + 𝑰𝒏𝒇𝒍𝒂çã𝒐 − 𝟏 Inflação EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Taxa de Juros Real vs. Taxa de Juros Nominal • A taxa de juros nominal: o Taxa de juros não corrigida pela inflação • A taxa de juros real: o Taxa de juros corrigida pela inflação o A taxa de crescimento do poder de compra 45 Só ficamos REALMENTE mais ricos quando nossa rentabilidade supera a perda do nosso poder de compra causada pela inflação 𝑻𝒂𝒙𝒂 𝑹𝒆𝒂𝒍 = 𝟏 + 𝑻𝒂𝒙𝒂 𝑵𝒐𝒎𝒊𝒏𝒂𝒍 𝟏 + 𝑻𝒂𝒙𝒂 𝒅𝒆 𝑰𝒏𝒍𝒂çã𝒐 − 𝟏 𝑻𝒂𝒙𝒂 𝑵𝒐𝒎𝒊𝒏𝒂𝒍 = 𝟏 + 𝑻𝒂𝒙𝒂 𝑹𝒆𝒂𝒍 ∗ 𝟏 + 𝑻𝒂𝒙𝒂 𝒅𝒆 𝑰𝒏𝒍𝒂çã𝒐 − 𝟏 12% -4% 7,69% Taxa Nominal Inflação Taxa Real EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Exercício: Taxas Nominais vs. Taxas Reais • Qual o rendimento real de uma caderneta de poupança que rende 3% ao ano se a inflação no período foi de 4%? o Fórmula de Fischer: 𝑻𝒂𝒙𝒂 𝑹𝒆𝒂𝒍 = 𝟏 𝑻𝒂𝒙𝒂 𝑵𝒐𝒎𝒊𝒏𝒂𝒍 𝟏 𝑻𝒂𝒙𝒂 𝒅𝒆 𝑰𝒏𝒇𝒍𝒂çã𝒐 − 𝟏 o Taxa Real = (1 + 3%)/(1 + 4%) – 1 o Taxa Real = (1 + 0,03)/(1 + 0,04) – 1 o Taxa Real = 1,03/1,04 – 1 o Taxa Real = 0,9904 – 1 o Taxa Real = -0,0096 ou -0,96% • Qual o rendimento real de um CDB que rende 12% ao ano se a inflação no período foi de 7%? o Fórmula de Fischer: 𝑻𝒂𝒙𝒂 𝑹𝒆𝒂𝒍 = 𝟏 𝑻𝒂𝒙𝒂 𝑵𝒐𝒎𝒊𝒏𝒂𝒍 𝟏 𝑻𝒂𝒙𝒂 𝒅𝒆 𝑰𝒏𝒇𝒍𝒂çã𝒐 − 𝟏 o Taxa Real = (1 + 12%)/(1 + 7%) – 1 o Taxa Real = (1 + 0,12)/(1 + 0,07) – 1 o Taxa Real = 1,12/1,07 – 1 o Taxa Real = 1,0467 – 1 o Taxa Real = 0,0467 ou 4,67% 46 EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior IGP-M – Índice Geral de Preços do Mercado (Ibre/FGV) • Finalidade o Divulgado pela primeira vez em Novembro de 1947 o Foi concebido para ser uma medida abrangente do movimento de preços: objetivo de considerar não apenas diferentes atividades como também etapas distintas do processo produtivo o É o índice mais utilizado para a correção de contratos de aluguel e como indexador de algumas tarifas como energia elétrica • Responsável o Ibre - Instituto Brasileiro de Economia da FGV – Fundação Getulio Vargas • Público Analisado o Indicador com ampla cobertura que engloba o atacado, o varejo e a construção civil • Metodologia o É composto pela média ponderada do: IPA-M – Índice de Preços por Atacado (60%) IPC-M – Índice de Preços ao Consumidor (30%) INCC-M – Índice Nacional de Custo da Construção (10%) o Os pesos representam a importância relativa de cada um desses índices para a despesa interna bruta • Periodicidade o Do dia 21 do mês anterior ao dia 20 do mês de referência o Divulgado no último dia útil do mês de referência 47 EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior INCC – Índice Nacional de Custo da Construção (Ibre/FGV) • Finalidade o Aferir a evolução dos custos de construções habitacionais o Primeiro índice oficial de custo da construção civil no país. Divulgado pela 1ª vez em 1950, mas sua série histórica retroage a janeiro de 1944 o De inicio, o índice cobria apenas a cidade do Rio de Janeiro, então capital federal e sua sigla era ICC. Nas décadas seguintes, a atividade econômica descentralizou-see a FGV passou a acompanhar os custos da construção em outras localidades o Em fevereiro de 1985, para efeito de cálculo do IGP, o ICC deu lugar ao INCC o Atualização monetária do preço de imóveis • Responsável o Ibre - Instituto Brasileiro de Economia da FGV – Fundação Getulio Vargas • Metodologia o Atualmente a coleta é feita em 7 capitais (São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Recife, Porto Alegre e Brasília) o Considera os valores de materiais, equipamentos, serviços e mão de obra. Dentro disso, o custo de materiais é dividido em três grupos: estruturais, instalações e acabamentos. A FGV obtém esse dado a partir de orçamentos analíticos de empresas de engenharia civil. o O índice é divulgado nas versões 10, M e DI, e a diferença entre eles é basicamente o período de coleta dos dados Os dados referentes ao INCC-M são coletados entre o dia 21 do mês anterior e o dia 20 do mês vigente. A coleta para o INCC-DI, por sua vez, ocorre entre o primeiro e o último dia do mês. Já para o INCC-10, como seu nome diz, ocorre entre o dia 11 do mês anterior até o dia 10 do mês de referência 48 EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Política Fiscal • A política fiscal centraliza suas preocupações nos gastos do setor público e nos impostos cobrados da sociedade • Procura, por meio de maior eficácia no equilíbrio entre a arrecadação tributária e as despesas governamentais, atingir determinados objetivos macroeconômicos e sociais • O governo, ao modificar a carga tributária dos consumidores, influencia também em sua renda disponível e, em consequência, no consumo agregado o Tendo que pagar mais impostos, por exemplo, o consumidor é levado a reduzir seus níveis de poupança e, muito provavelmente, a quantidade de bens e serviços que costuma adquirir. Logo, um aumento de impostos tem por contrapartida esperada uma redução do consumo da população (demanda agregada) o Se o governo elevar a cobrança de impostos das empresas, duas importantes repercussões estão previstas: redução dos resultados, o que torna o capital investido menos atraente, e também menor capacidade de investimento, por acumular menores fluxos de caixa • Alterações na política de cobrança de impostos promovem modificações na demanda da economia para consumo e investimento e, identicamente, na situação de equilíbrio da renda nacional • Por outro lado, gastos maiores nas despesas do governo costumam promover incremento na demanda agregada, alterando de forma positiva a renda nacional • Sempre que se verificarem alterações na política fiscal, por meio de impostos e gastos, isso se reflete também no orçamento do governo 49 EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Política Fiscal: Orçamento Fiscal • Receitas Tributárias o Diversos impostos e taxas cobrados dos agentes econômicos • Despesas o Consumo e investimento realizadas • Se as despesas forem maiores que as receitas, há um déficit orçamentário, e essa necessidade deve ser coberta mediante novas emissões monetárias e de títulos públicos o Tanto a colocação de títulos públicos como a emissão de moedas tem reflexos no equilíbrio do Sistema monetário, alterando o volume de meios de pagamento e o nível de taxas de juros do mercado o É importante, diante disso, que as políticas fiscal e monetária sejam estabelecidas de forma complementar, minimizando os desequilíbrios que cada uma das políticas econômicas impõe isoladamente aos mercados 50 EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Política Fiscal: Dívida Pública Federal – DPF • Dívida contraída pelo Governo no mercado, com diversos agentes econômicos, como bancos, investidores, organismos financeiros nacionais e internacionais e governos estrangeiros • Objetivos o Antecipar receitas de impostos para financiar seus gastos, financiar investimentos sociais e em infraestrutura, acumular divisas estrangeiras e executar política monetária, controlando o nível e liquidez e atividade do Sistema • Dívida Pública Federal Interna o Captada e paga em moeda nacional o Débitos do governo assumidos perante credores residentes no país, sendo os principais instituições financeiras, fundos de pensão, investidores privados o A maior parte da dívida pública interna do Brasil é constituída por títulos públicos, sendo conhecida por dívida mobiliária interna o Atualmente a dívida pública federal interna é securitizada, representada por títulos públicos emitidos pelo Tesouro Nacional. Essa dívida é denominada Dívida Mobiliária Federal (DPMF) • Dívida Pública Federal Externa o Todos os débitos de um país com residentes externos o Pode originar-se no próprio governo, e também de outros agentes econômicos, como empresas estatais e privadas o Os credores geralmente são entidades financeiras internacionais como o FMI – Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial, fundos de pensão, bancos e outros governos o Classificada como bruta quando apurada sem excluir as reservas de moedas estrangeiras mantidas pelo país, e líquida quando deduzidas as reservas monetárias da dívida bruta 51 EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Política Fiscal: Dívida Pública 52 Governo Financiamento das Atividades Aumento de Impostos Emissões Monetárias Empréstimos Internacionais Colocação de Títulos no Mercado Déficit Dívidas ao Tesouro comprometendo parte da arrecadação Freio ao Consumo e Investimento Inflação Dívida Externa Aumento de Juros (maior risco) Desvia recursos do setor privado e desestimula a atividade produtiva EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Política Fiscal: Dívida Pública (Janeiro 2023) Estoque da DPF 53 Fonte: Tesouro Nacional: https://www.tesourotransparente.gov.br/publicacoes/relatorio-mensal-da-divida-rmd/2023/1 EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Política Fiscal: Dívida Pública (Janeiro 2023) Composição da DPF 54 Fonte: Tesouro Nacional: https://www.tesourotransparente.gov.br/public acoes/relatorio-mensal-da-divida-rmd/2023/1 EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Política Fiscal: Dívida Pública (Janeiro 2023) Detentores da DPMFi 55 Fonte: Tesouro Nacional: https://www.tesourotransparente.gov.br/public acoes/relatorio-mensal-da-divida-rmd/2023/1 EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Política Fiscal: Dívida Pública (Janeiro 2023) Vencimentos por Detentor da DPF 56 Fonte: Tesouro Nacional: https://www.tesourotransparente.gov.br/public acoes/relatorio-mensal-da-divida-rmd/2023/1 EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Política Fiscal: Dívida Pública (Janeiro 2023) Vencimentos da DPF 57 Fonte: Tesouro Nacional: https://www.tesourotransparente.gov.br/public acoes/relatorio-mensal-da-divida-rmd/2023/1 EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Política Fiscal: Dívida Pública (Janeiro 2023) Prazo Médio da DPF 58 Fonte: Tesouro Nacional: https://www.tesourotransparente.gov.br/public acoes/relatorio-mensal-da-divida-rmd/2023/1 EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Cursode Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Política Fiscal: Dívida Pública (Janeiro 2023) Vida Média da DPF 59 Fonte: Tesouro Nacional: https://www.tesourotransparente.gov.br/public acoes/relatorio-mensal-da-divida-rmd/2023/1 EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Política Fiscal: Dívida Pública (Janeiro 2023) Custo Médio do Estoque da DPF 60 Fonte: Tesouro Nacional: https://www.tesourotransparente.gov.br/public acoes/relatorio-mensal-da-divida-rmd/2023/1 EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Política Fiscal: Dívida Pública (Janeiro 2023) Custo Médio do Estoque e da Emissão da DPMFi 61 Fonte: Tesouro Nacional: https://www.tesourotransparente.gov.br/public acoes/relatorio-mensal-da-divida-rmd/2023/1 EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Dívida Bruta Pública como % do PIB • Comumente relativizamos o tamanho da dívida pública pelo tamanho da economia (PIB) de um país o Este indicador possui algumas limitações como não considerar a maturidade da dívida e a taxa de juros da economia o Por exemplo: uma economia com perfil de sua dívida vencível no longo prazo pode apresentar uma relação dívida/PIB maior que outra economia com dívidas concentradas no curto prazo 62 Fonte: SGS - Sistema Gerenciador de Séries Temporais do Banco Central: https://www3.bcb.gov.br/sgspub/localizarseries/localizarSeries.do?method=prepararTelaLocalizarSeries Série: 13762 - Dívida bruta do governo geral (% PIB) 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 D ec -0 6 M ay -0 7 O ct -0 7 M ar -0 8 Au g- 08 Ja n- 09 Ju n- 09 N ov -0 9 Ap r- 10 Se p- 10 Fe b- 11 Ju l-1 1 D ec -1 1 M ay -1 2 O ct -1 2 M ar -1 3 Au g- 13 Ja n- 14 Ju n- 14 N ov -1 4 Ap r- 15 Se p- 15 Fe b- 16 Ju l-1 6 D ec -1 6 M ay -1 7 O ct -1 7 M ar -1 8 Au g- 18 Ja n- 19 Ju n- 19 N ov -1 9 Ap r- 20 Se p- 20 Fe b- 21 Ju l-2 1 D ec -2 1 M ay -2 2 O ct -2 2 EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Dívida Pública: NFSP – Necessidade de Financiamento do Setor Público 63 Receitas Brutas de Impostos Transferências do Governo Receitas Líquidas de Impostos Receitas Líquidas de Impostos Gastos Correntes de Consumo do Governo Poupança em Conta Corrente Poupança em Conta Corrente Investimento Governamental Superávit ou Déficit Público Capacidade de honrar as despesas correntes de consumo do governo Juros da dívida pública, subsídios e dotações à previdência social Capacidade de investimento do governo sem recorrer a outras formas de financiamento Nominal (total) Operacional Déficit NFSP Necessidade de Financiamento do Setor Público Inclui todas as receitas e despesas incorridas pelos governos federal, estadual e municipais, inclusive previdência social Inflação e Correção Monetária e Cambial EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Política Fiscal: Déficit ou Superávit Primário • Diferença entre as receitas de natureza não financeira e as despesas também não financeiras • Inclui todas as receitas e despesas realizadas pelo governo menos as despesas com juros o Despesas obrigatórias: Governo não tem liberdade de decidir e não pode deixar de fazer (ex: salários) o Despesas discricionárias: sobre as quais o Governo tem liberdade de decidir • Referência de como está sendo implementada a política fiscal, relacionando as receitas formadas pelos impostos com as despesas correntes e de investimento do governo, desconsiderando as influências das taxas de juros da dívida 64 NFSP positivo = déficit Fonte: SGS - Sistema Gerenciador de Séries Temporais do Banco Central: https://www3.bcb.gov.br/sgspub/localizarseries/localizarSeries.do?method=prepararTelaLocalizarSeries Série: 5717 - NFSP sem desvalorização cambial (% PIB) - Fluxo acumulado em 12 meses - Resultado nominal - Total - Governo Federal e Banco Central - % 0 2 4 6 8 10 12 14 16 Ja n- 95 Se p- 95 M ay -9 6 Ja n- 97 Se p- 97 M ay -9 8 Ja n- 99 Se p- 99 M ay -0 0 Ja n- 01 Se p- 01 M ay -0 2 Ja n- 03 Se p- 03 M ay -0 4 Ja n- 05 Se p- 05 M ay -0 6 Ja n- 07 Se p- 07 M ay -0 8 Ja n- 09 Se p- 09 M ay -1 0 Ja n- 11 Se p- 11 M ay -1 2 Ja n- 13 Se p- 13 M ay -1 4 Ja n- 15 Se p- 15 M ay -1 6 Ja n- 17 Se p- 17 M ay -1 8 Ja n- 19 Se p- 19 M ay -2 0 Ja n- 21 Se p- 21 M ay -2 2 Ja n- 23 NFSP sem desvalorização cambial (% PIB) - Fluxo acumulado em 12 meses - Resultado nominal - Total - Governo Federal e Banco Central EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Resultado Primário do Governo Central 65 Fonte: Tesouro Nacional: https://www.tesourotransparente.gov.br/publicacoes/boletim-resultado-do-tesouro-nacional-rtn/2022/12 EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Resultado Primário do Governo Central 66 Fonte: Tesouro Nacional: https://www.tesourotransparente.go v.br/publicacoes/boletim-resultado- do-tesouro-nacional-rtn/2022/12 EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Evolução do Resultado Primário do Governo Central 67 Fonte: Tesouro Nacional: https://www.tesourotransparente.gov.br/publicacoes/boletim-resultado-do-tesouro-nacional-rtn/2022/12 EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Resultado Fiscal do Governo Central 68 Fonte: Tesouro Nacional: https://www.tesourotransparente.gov.br/publicacoes/boletim-resultado-do-tesouro-nacional-rtn/2022/12 EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Receita Líquida Pública 69 Fonte: Tesouro Nacional: https://www.tesourotransparente.gov.br/publicacoes/boletim-resultado-do-tesouro-nacional-rtn/2022/12 EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Despesas Primárias do Governo Central 70 Fonte: Tesouro Nacional: https://www.tesourotransparente.gov.br/publicacoes/boletim-resultado-do-tesouro-nacional-rtn/2022/12 EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Evolução e Composição da Receita Líquida Pública 71 Fonte: Tesouro Nacional: https://www.tesourotransparente.gov.br/publicacoes/boletim-resultado-do-tesouro-nacional-rtn/2022/12 EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Evolução das Despesas Públicas 72 Fonte: Tesouro Nacional EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Evolução das Despesas Públicas Obrigatórias 73 Fonte: Tesouro Nacional EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Evolução das Despesas Totais do Governo Central 74 Fonte: Tesouro Nacional EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Cursode Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Evolução dos Investimentos Públicos 75 Fonte: Tesouro Nacional: https://sisweb.tesouro.gov.br/apex/f?p=2501:9::::9:P9_ID_PUBLICACAO_ANEXO:7115 EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Dívida Pública Interna vs. Selic • A taxa Selic é um instrumento de política monetária bastante utilizado pelo Banco Central para controle da inflação o A expectativa é que juros mais altos gerem um desestímulo ao consumo e forçam, em contrapartida, uma redução nos preços dos bens e serviços • Porém, uma alta nos juros também pode provocar uma alteração na dívida pública • Além disso, uma possível retração da economia provocada pela alta dos juros básicos costuma trazer uma indesejável queda no recolhimento de impostos, afetando negativamente o déficit público • A definição da taxa básica adequada de juros da economia é uma tarefa complexa, fundamental para promover o crescimento da atividade econômica o Juros altos, entendidos como fixados acima de um limite recomendável para a economia, promovem um desincentivo ao investimento produtivo, gerando uma retração econômica. Os recursos são canalizados para aquisição de títulos públicos, elevando a dívida pública e o montante de encargos financeiros nas contas públicas. Em resposta o governo reduz também seus gastos e investimentos concentrando seus esforços na criação de um resultado primário visando cobrir as crescentes despesas com juros dos títulos negociados o Por outro lado, taxas de juros definidas em níveis inferiores ao patamar entendido como ideal para a economia promovem um forte incentivo ao consumo, com pressões evidentes sobre a inflação. Por falta de financiamento, a produção tem dificuldades em acompanhar a maior demanda e os preços tendem a subir. Visando controlar o excesso de liquidez da economia, o Governo é forçado a elevar os juros básicos para emitir mais títulos públicos 76 EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Círculo Vicioso • O aumento da dívida pública pelo financiamento do déficit traz como preocupação o comprometimento do caixa do governo e o aumento dos juros da economia, prejudicando o setor produtivo e onerando, ainda, suas metas de crescimento econômico • Numa situação de elevação do déficit das contas nacionais, qualquer decisão de financiamento que venha a ser tomada embute repercussões sobre os agregados macroeconômicos • A economia entra num círculo vicioso ao financiar seu déficit público crescente: títulos públicos promovem juros maiores, que são amortizados por novas emissões de títulos, desequilibrando novamente o sistema econômico o O governo, ao melhor remunerar os poupadores com juros mais elevados nos títulos de sua emissão, desvia recursos do setor privado para cobrir suas despesas correntes, desestimulando a atividade produtiva o O mercado torna-se mais especulativo e menos interessante aos investimentos empresariais, sacrificando a expansão do consumo 77 Emissão de Mais Títulos Juros Maiores Desequilíbrio do Sistema Econômico EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Taxa Selic: Causa e Consequência • Causa – Política Monetária oA Selic pode ser utilizada como “remédio” do Banco Central para controlar a inflação garantindo que ela esteja dentro da meta estabelecida no Conselho Monetário Nacional – CMN • Consequência – Política Fiscal oUma política fiscal expansionista com sucessivos deficits pode levar ao aumento da inflação e aumento da Selic 78 Equilíbrio entre política monetária e política fiscal é fundamental para o crescimento do país EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Mercado Cambial • Segmento financeiro em que ocorrem operações de compras e vendas de moedas internacionais conversíveis, ou seja, em que se verificam conversões de moeda nacional em estrangeira e vice-versa • No Brasil, a política cambial é definida pelo CMN – Conselho Monetário Nacional e regulamentada e executada pelo Banco Central, que atua nesse mercado visando controlar as reservas cambiais da economia e manter o valor da moeda nacional em relação a outras moedas internacionais • As operações de câmbio são realizadas entre os agentes autorizados e entre esses agentes e seus clientes 79 Nível de reserva monetária Liquidez da economia Taxa de inflação doméstica Política interna de jurosTaxa de Câmbio influenciada por EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Política Cambial • Baseada na administração das taxas de câmbio, ou preço de moedas estrangeiras • Promove alterações das cotações cambiais, e, de forma mais abrangente no controle das transações internacionais executadas por um país • É fixada de maneira a viabilizar as necessidades de expansão da economia e promover seu desenvolvimento econômico • Identicamente às demais políticas econômicas, a cambial deve ser administrada, evitando-se conflitos com outros agregados macroeconômicos o Por exemplo: uma forte expansão das exportações pode promover, pela conversão de divisas em moeda nacional, um crescimento acentuado da base monetária, gerando pressões inflacionárias na economia prejudicando o controle de juros 80 EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Mercado Cambial: Taxa de Câmbio • Preço ou conversibilidade de uma moeda estrangeira o 1 USD = 4,75 BRL (é necessário 4,75 BRL para comprar um USD) o Taxa de câmbio = 4,75 BRL/USD o Se, em algum dia, for necessário mais BRL para adquirir a mesma quantidade de USD, conclui-se que o BRL se desvalorizou, em caso contrário, entende-se que o BRL se valorizou frente ao USD • Expressa uma relação entre unidade de uma moeda e outra, ou seja, uma relação entre os valores das moedas • A principal característica do comércio internacional reside na utilização de diferentes moedas, representativas das economias envolvidas nas operações • Gera-se, com isso, uma necessidade de estabelecer a conversibilidade de uma moeda em outra, definida pela taxa de câmbio • A moeda de uma economia é como se fosse um produto, negociável no mercado, que pode ser comprado ou vendido a determinado preço em relação a outra moeda 81 EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Mercado Cambial: Câmbio Comercial e Câmbio Turismo • No Brasil, as taxas de câmbio são livremente pactuadas entre os agentes (compradores e vendedores de moedas estrangeiras) e a instituição financeira autorizada pelo Bacen a operar no mercado cambial • As taxas de câmbio de mercado são divulgadas diariamente ao mercado indicando as cotações das diversas moedas estrangeiras • Câmbio Comercial o Taxa de câmbio utilizada no comércio internacional, para importações e exportações, pagamentos internacionais de juros e dividendos, empréstimos externos, investimento de capital, etc. • Câmbio Turismo o Negociações de moeda estrangeira para operações de turismo e demais despesas relacionadas 82 EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Mercado Cambial: Taxa de Câmbio PTAX • Indicador oficial do Banco Central para divulgar a cotação das moedas estrangeiras negociadas no Brasil • Cotação calculada para todas as moedas e divulgada diariamente. Como o dólar é a moedaestrangeira mais negociada, geralmente associa-se geralmente a PTAX a esta moeda • Cálculo o Calculada através do Sisbacen (Sistema de Informações do Banco Central) – que liga o Banco Central às instituições financeiras o São realizadas quatro consultas diárias às instituições credenciadas como dealers de câmbio o As janelas de consulta são realizadas ao longo do dia nos seguintes horários: entre as 10h e 10h10; entre às 11h e as 11h10; entre às 12h e 12h10; e, entre as 13h e às 13h10 o Os resultados de cada consulta serão definidos pela média das respectivas cotações, excluídos os dois maiores e os dois menores valores informados o A taxa PTAX será dada pela média aritmética simples das quatro consultas e será divulgada por volta das 13h, após a última consulta 83 EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Mercado Cambial: Taxa de Câmbio PTAX 84 Fonte: Bacen - Banco Central do Brasil e Ipeadata http://www.ipeadata.gov.br/ExibeSerie.aspx?serid=32098&module=M 0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 4,5 5 5,5 6 6,5 2- ja n- 95 2- m ai -9 5 2- se t- 95 2- ja n- 96 2- m ai -9 6 2- se t- 96 2- ja n- 97 2- m ai -9 7 2- se t- 97 2- ja n- 98 2- m ai -9 8 2- se t- 98 2- ja n- 99 2- m ai -9 9 2- se t- 99 2- ja n- 00 2- m ai -0 0 2- se t- 00 2- ja n- 01 2- m ai -0 1 2- se t- 01 2- ja n- 02 2- m ai -0 2 2- se t- 02 2- ja n- 03 2- m ai -0 3 2- se t- 03 2- ja n- 04 2- m ai -0 4 2- se t- 04 2- ja n- 05 2- m ai -0 5 2- se t- 05 2- ja n- 06 2- m ai -0 6 2- se t- 06 2- ja n- 07 2- m ai -0 7 2- se t- 07 2- ja n- 08 2- m ai -0 8 2- se t- 08 2- ja n- 09 2- m ai -0 9 2- se t- 09 2- ja n- 10 2- m ai -1 0 2- se t- 10 2- ja n- 11 2- m ai -1 1 2- se t- 11 2- ja n- 12 2- m ai -1 2 2- se t- 12 2- ja n- 13 2- m ai -1 3 2- se t- 13 2- ja n- 14 2- m ai -1 4 2- se t- 14 2- ja n- 15 2- m ai -1 5 2- se t- 15 2- ja n- 16 2- m ai -1 6 2- se t- 16 2- ja n- 17 2- m ai -1 7 2- se t- 17 2- ja n- 18 2- m ai -1 8 2- se t- 18 2- ja n- 19 2- m ai -1 9 2- se t- 19 2- ja n- 20 2- m ai -2 0 2- se t- 20 2- ja n- 21 2- m ai -2 1 2- se t- 21 2- ja n- 22 2- m ai -2 2 2- se t- 22 2- ja n- 23 PTAX - R$ / US$ - comercial - compra - média EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Mercado Cambial: Notação da Taxa de Câmbio • XXX/WWW o XXX = moeda cotada (BRL = reais brasileiros ; USD = dólares norte- americanos) o WWW = moeda de cotação (BRL = reais brasileiros ; USD = dólares norte- americanos) o Por exemplo: se US$ 1,000 compra R$ 4,60, tem-se US$ 1,00 / R$ 4,60 • Bid (compra) o É a taxa de câmbio na qual a moeda cotada (XXX) é adquirida com relação à cotação de WWW • Ask (venda) o É a taxa de câmbio na qual a moeda cotada (XXX) é vendida em relação à cotação de WWW 85 EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Mercado Cambial: Corretores e Dealers de Câmbio • As operações cambiais processam-se basicamente por meio de operadores (corretores) de câmbio, que são especialistas vinculados às instituições financeiras na função de transacionar divisas • Corretoras de câmbio o Atuam como intermediários entre os operadores e os agentes econômicos interessados em comprar ou vender moedas • Dealers o Instituições financeiras que atuam no mercado secundário de câmbio, conhecido também por interbancário, representando o Banco Central o São selecionadas pela autoridade monetária de acordo com critérios estabelecidos de volume de negócios e qualidade de transmissão de informações ao Bacen o Devem: Disponibilizar ao Bacen todas as informações necessárias para o controle do mercado de câmbio Cotas as taxas de câmbio de compra e venda sempre que solicitadas pela autoridade monetária Participar dos leilões de câmbio promovidos pelo Bacen Prover liquidez ao mercado de câmbio 86 EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Mercado Cambial: VET – Valor Efetivo Total da moeda estrangeira • Equivale ao total, de moeda brasileira, da moeda estrangeira adquirida • Esse valor incorpora a taxa de câmbio, o IOF – Imposto sobre Operações Financeiras, e demais tarifas incidentes na operação • Exemplo: Taxa de Câmbio (BRL/USD) = R$ 3,00 ; IOF = 1,2% ( R$ 0,036) ; Tarifas Cobradas = 0,5% (R$ 0,015) o VET de Compra = Taxa de Câmbio + IOF + Tarifas o VET de Compra = R$ 3,000 + R$ 0,036 + R$ 0,015 = R$ 3,051 o VET de Venda = Taxa de Câmbio – IOF – Tarifas o VET de Venda = R$ 3,000 – R$ 0,036 – R$ 0,015 = R$ 2,949 87 EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Mercado Cambial: Câmbio spot (á vista) e Câmbio Forward • Câmbio Spot o Taxa de câmbio cotada no mercado à vista ou spot o Operações de câmbio para liquidação imediata o No Brasil, a liquidação da operação costuma ocorrer dois dias úteis após a sua contratação = D + 2 • Câmbio Forward o Taxa de câmbio cotada no mercado futuro e a termo ou forward o São realizadas em ambientes organizados de bolsas, seguindo as normas e padronizações adotadas Exigências de garantias, depósitos de margens, limites de flutuações das cotações, datas predeterminadas de vencimento dos contratos, lotes padrões, etc. o Câmbio a termo: operação a prazo, porém não padronizada, tendo seus principais parâmetros de negociação determinados livremente pelas partes contratantes o A entrega pode ser manual ou sacado Entrega Manual: operações realizadas em espécie, envolvendo a troca física, geralmente utilizada em turismo, viagens e negócios Mercado de Câmbio Sacado: são a maioria das operações de compra e venda de divisas realizadas pelas instituições financeiras autorizadas a operar em câmbio. Ocorrem geralmente através de transferências bancárias 88 EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Mercado Cambial: Posições de Câmbio • Posição de Câmbio o Representa os resultados das operações de compra e venda de moedas estrangeiras, a vista ou para liquidação futura, realizadas no mercado financeiro por instituições financeiras autorizadas a operar câmbio pelo Bacen • Posição de Câmbio Comprada - Long o Saldo líquido das compras à vista ou para liquidação futura de moedas estrangeiras o Ocorre quando os valores de compra de moedas estrangeiras superam os de vendas o Ganho com a valorização do câmbio. Ex.: Exportadores • Posição de Câmbio Vendida - Short o Saldo líquido das vendas à vista ou para liquidação futura de moedas estrangeiras o Ocorre quando os valores de venda de moedas estrangeiras superam os de compras o Ganho com a desvalorização do câmbio. Ex.: Importadores 89 EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Mercado Cambial: Taxa Cruzada de Câmbio e Arbitragem Cambial • TAXA CRUZADA DE CÂMBIO o A cotação de uma moeda é calculada com base na taxa de câmbio de outras moedas. o Regra de 3 o Exemplo: US$ 1,00 = R$ 3,0872 US$ 1,00 = € 0,8308 o Cotação do real brasileiro frente ao euro: por equivalência R$ 3,0872 = € 0,8308 o Então € 1,00 = 3,0872 ÷ 0,8308 = 3,7159 • ARBITRAGEM CAMBIAL o Operação na qual um investidor procura apurar um ganho, assumindo risco mínimo, pelas diferentes cotações de uma mesma moeda em diferentes mercados. o Exemplo: New York: US$ 1,00 = € 0,92 Paris: US$ 1,00 = € 0,85 o Para um investidor com US$ 1.000.000, é recomendáveladquirir € 920.000 em New York e trocar esta quantia por US$ 1.082.353 em Paris (€ 920.000 ÷ € 0,85 = US$ 1.082.353), apurando um ganho de US$ 82.353 na arbitragem. 90 EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Mercado Cambial: Taxa de Câmbio vs. Paridade Cambial • TAXA DE CÂMBIO o Preço de uma moeda o Expressa uma relação entre os valores de duas moedas o Exemplo: se forem necessários R$ 4,00 para se adquirir US$ 1,00, a taxa de câmbio é de R$ 4,00 por US$ 1,00 o Se forem necessários mais reais para adquirir a mesma quantidade de dólar, a moeda nacional se desvalorizou em relação à moeda estrangeira; caso ocorra o oposto, há uma valorização (apreciação) da moeda nacional • PARIDADE CAMBIAL o Relação de poder de compra entre as moedas emitidas por diferentes países o A taxa de câmbio de duas moedas encontra-se em equilíbrio quando o poder aquisitivo das moedas for equivalente à taxa de câmbio o Exemplo: se R$ 4,00 equivalem a US$ 1,00, conclui-se que as duas moedas encontram-se em equilíbrio se os mesmos bens poderem ser comprados por R$ 4,00 no Brasil e por US$ 1,00 nos EUA o Lei do preço único: Sempre que a paridade de compra entre países se encontra em desequilíbrio, a tendência é ocorrer maior compra na economia mais barata e maior venda onde o preço for mais alto. Com isso, a taxa de câmbio recupera sua paridade eliminando toda a possibilidade de ganho na transação - 91 EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Mercado Cambial: Ajuste da Taxa para a Moeda: Exemplo 1 • Qual seria o rendimento de um investimento de R$ 200 investidos em um título que rende em US dólares nominais 10,25%, sabendo que o câmbio na data inicial da operação ( ) era de R$2,00/USD e o câmbio na data final da operação ( ) era de R$2,04/USD? 92 R$ 200 USD 100 USD110,25 R$ 224,91 1. Conversão para USD dividindo o valor em R$ por 𝑭𝑿𝒊 = R$2,00/USD 2. Rendimento de USD+10,25% 3. Conversão para R$ multiplicando o valor em USD por 𝑭𝑿𝒇 = R$2,04/US$ 4. Rentabilidade em R$ = 12,455% (R$224,91/R$200 – 1) • Este mesmo rendimento também poderia ser calculado como: • 𝑅𝑒𝑛𝑡𝑎𝑏𝑖𝑙𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 $ = _ $ _ $ − 1 = $ ∗ ∗ $ − 1 • 𝑹𝒆𝒏𝒕𝒂𝒃𝒊𝒍𝒊𝒅𝒂𝒅𝒆𝑹$ = 𝟏 + 𝑹𝒆𝒏𝒕𝒂𝒃𝒊𝒍𝒊𝒅𝒂𝒅𝒆𝑼𝑺𝑫 ∗ 𝑭𝑿𝒇 𝑭𝑿𝒊 − 𝟏 • 𝑅𝑒𝑛𝑡𝑎𝑏𝑖𝑙𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 $ = 1 + 10,25% ∗ , , − 1 = 1,1025 ∗ 1,02 − 1 = 1,12455 − 1 = 12,455% EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Mercado Cambial: Ajuste da Taxa para a Moeda: Exemplo 2 • Considere um produto que custa USD 8,00 nos Estados Unidos e R$ 16,00 no Brasil. Estimando uma inflação, para o próximo anos de 2,1% nos Estados Unidos e 4,0% no Brasil, qual seria as taxas de câmbio estimadas? 93 USD 8,00 USD 8,17 R$ 16,64 R$ 16,00 Inflação nos Estados Unidos de 2,1% Inflação no Brasil de 4,0% • Assim, o câmbio final pode ser calculado em: • 𝐹𝑋 = _ $ _ $ = _ $ ∗ çã $ _ $ ∗ çã • Sabendo que _ $ _ $ = 𝐹𝑋 , temos: • 𝐹𝑋 = 𝐹𝑋 çã $ çã • 𝑭𝑿𝒇 𝑭𝑿𝒊 = 𝟏 𝑰𝒏𝒇𝒍𝒂çã𝒐𝑹$ 𝟏 𝑰𝒏𝒇𝒍𝒂çã𝒐𝑼𝑺𝑫 Produto nos Estados Unidos Produto nos Brasil Câmbio Estimado 𝑭𝑿𝒊 = 𝑹$ 𝟐, 𝟎𝟎/𝑼𝑺𝑫 𝑭𝑿𝒇 = 𝑹$ 𝟐, 𝟎𝟒/𝑼𝑺𝑫 EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Mercado Cambial: Dedução Fórmula – Ajuste de Moeda • Dos dois últimos exemplos temos: o o $ • Substituindo da segunda equação na primeira temos: o 𝑹$ 𝑼𝑺𝑫 94 𝐑$ 𝑼𝑺𝑫 Diferencial de Inflação As taxas reais deveriam ser equivalentes independente da moeda EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Mercado Cambial: Taxa de Câmbio Real • Taxa nominal de câmbio deflacionada pelo diferencial de inflação entre as economias internas e externas • Utiliza-se este conceito de taxa real no mercado com o intuito principalmente de avaliar a competitividade dos produtos nacionais em relação aos estrangeiros 95 • Exemplo: o Variação Câmbio Nominal = 10% o Inflação no Brasil = 4,5% o Inflação nos Estados Unidos = 2,0% o 𝑉𝑎𝑟𝑖𝑎çã𝑜 𝐶â𝑚𝑏𝑖𝑜 𝑅𝑒𝑎𝑙 = 1 + 𝑉𝑎𝑟𝑖𝑎çã𝑜 𝐶â𝑚𝑏𝑖𝑜 𝑁𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙 ( çã ) ( çã ) − 1 o 𝑉𝑎𝑟𝑖𝑎çã𝑜 𝐶â𝑚𝑏𝑖𝑜 𝑅𝑒𝑎𝑙 = 1 + 10% ( , %) ( , %) − 1 o 𝑉𝑎𝑟𝑖𝑎çã𝑜 𝐶â𝑚𝑏𝑖𝑜 𝑅𝑒𝑎𝑙 = 1,1 , , − 1 o 𝑉𝑎𝑟𝑖𝑎çã𝑜 𝐶â𝑚𝑏𝑖𝑜 𝑅𝑒𝑎𝑙 = 1,1 ∗ 0,9761 − 1 = 1,0737 – 1 = 0,0737 ou 7,37% em termos reais EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Política Cambial: Câmbio Fixo, Flutuante e Bandas • Administração da taxa de câmbio como instrumento da política de relações comerciais e financeiras entre um país e outros países • Fator de atração de capital estrangeiro para um país • Regime de Câmbio Fixo o A taxa de câmbio é de responsabilidade das autoridades monetárias, e não do mercado o Taxa de câmbio está atrelado a um referencial fixo, como ouro, dólar, ou até mesmo uma cesta de moedas, sendo expresso em determinadas quantidades desses padrões de maneira fixa o O Banco Central – Bacen define uma taxa de câmbio e deve dispor de reservas internacionais para intervir no mercado de câmbio para garantir a paridade fixa o Maior nível de certeza no comercio internacional, por revelarem, previamente o valor futuro da moeda o No entanto, a manutenção desse padrão é de maior risco aos governos, obrigando, em momentos de desequilíbrio, que gastem elevadas somas de suas reservas cambiais para manter a cotação da moeda nacional o Visa principalmente o controle de preços e inflação • Regime de Câmbio Flutuante o A taxa de câmbio é determinada pelo mercado (oferta e demanda por moeda estrangeira) o Maior volatilidade das taxas de câmbio e agilidade no tratamento de eventuais desequilíbrios o Visa o equilíbrio das contas externas • Regime de Flutuação Administrada (bandas) o Intervenção parcial da autoridade monetária para regular a taxa de câmbio, que permite uma oscilação da taxa cambial dentro de certos limites mínimos e máximos estabelecidos o Banda Cambial: intervém no mercado adquirindo dólares, na hipótese de a taxa cambial recuar para níveis abaixo do limite mínimo, ou vendendo dólares, no caso de a moeda nacional valorizar-se acima do máximo 96 EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Política Cambial: Currency Board (Conselho de Moeda) • É um sistema em que a autoridade monetária assume o compromisso de efetuar o câmbio de moeda nacional por moeda estrangeira forte a uma cotação fixa • A ideia básica é de que a autoridade monetária de um país passe a funcionar como uma “caixa de conversão”, detendo reservas em moeda forte equivalentes a pelo menos 100% da moeda nacional em circulação • Nesse regime monetário, a autoridade pode somente emitir moeda nacional até o limite das reservas internacionais mantidas no país, devendo honrar toda a operação de compra e venda de moeda forte a uma taxa de câmbio predeterminada • Nesse regime monetário, a aceitação da moeda pelo mercado decorre principalmente da realidade de conversibilidade da moeda nacional em moeda forte (lastro da emissão nacional), a qualquer momento e na quantidade desejada o Condição básica: existência de reservas monetárias suficientes para lastrear as emissões necessárias de moeda nacional • Nesse Sistema, o governo não tem como atuar na economia através da política monetária. A quantidade de moeda em circulação passa a ser função das reservas internacionais, e não de decisões soberanas de políticas econômicaso Espera-se que as taxas de juros e a inflação se aproximem-se dos patamares praticados pelo país emitente da moeda forte adotada como âncora 97 EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Política Cambial: Consequências da Valorização e Desvalorização Cambial • Desvalorização Cambial o Favorece-se à exportação: produto nacional fica mais competitivo no mercado internacional (mais barato) o Dificulta-se a importação: o preço de produtos estrangeiros em reais (R$) fica mais alto e pode levar à inflação o Investimentos estrangeiros tendem a crescer (maior poder de compra da moeda estrangeira) • Valorização Cambial o Dificulta-se à importação: produto nacional fica menos competitivo no mercado internacional (mais caro) o Favorece-se a exportação: o preço de produtos estrangeiros em reais (R$) fica mais baixo o Investimentos estrangeiros tendem a diminuir (menor poder de compra da moeda estrangeira) 98 EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Política Cambial: Contas Externas e Balanço de Pagamentos 99 • Balanço de Pagamentos o O Governo também administra e controla fluxos de pagamento em Dólar Americano o Registro de todas as transações internacionais (de um país com o resto do mundo) o Balanço de Pagamentos = Conta Corrente + Conta de Capitais O que um país gastou e arrecadou com outros países no comércio, no serviço, nas transferências unilaterais e no fluxo de capitais A. BALANÇA COMERCIAL Exportações (FOB) Importações (FOB) B. BALANÇA DE SERVIÇOS Viagens internacionais Transportes (fretes) Seguros Rendas de capital: lucros, dividendos e juros Serviços governamentais Serviços diversos C. TRANSFERÊNCIAS UNILATERAIS D. SALDO EM CONTA CORRENTE (A + B + C) E. MOVIMENTOS DE CAPITAIS Investimentos diretos Reinvestimentos Empréstimos e Financiamentos Amortizações Outros F. ERROS E OMISSÕES G. SALDO DO BALANÇO DE PAGAMENTOS (D + E + F) EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Política Cambial: Contas Externas e Balanço de Pagamentos 100 A. BALANÇA COMERCIAL Exportações (FOB) Importações (FOB) B. BALANÇA DE SERVIÇOS Viagens internacionais Transportes (fretes) Seguros Rendas de capital: lucros, dividendos e juros Serviços governamentais Serviços diversos C. TRANSFERÊNCIAS UNILATERAIS D. SALDO EM CONTA CORRENTE (A + B + C) E. MOVIMENTOS DE CAPITAIS Investimentos diretos Reinvestimentos Empréstimos e Financiamentos Amortizações Outros F. ERROS E OMISSÕES G. SALDO DO BALANÇO DE PAGAMENTOS (D + E + F) A. Saldo apurado das exportações menos as importações. Essas transações são fixadas pelo seu valor FOB – Free On Board -, ou seja, pelo valor de embarque das mercadorias não estão incluídos frete e seguros B. Vários pagamentos e recebimentos realizados entre residentes no país com o resto do mundo e relativos a seguros, fretes, royalties e assistência técnica, viagens internacionais, lucros e dividendos, lucros reinvestidos, gastos governamentais com embaixadas e organismos internacionais, etc. C. Recursos de brasileiros que trabalham no exterior para o Brasil deduzidos dos recursos de estrangeiros que trabalham no Brasil para seus países de origem. Doações de mercadorias e assistência, remessas de imigrantes, etc. E. Recursos que entram no país sob a forma de investimentos diretos, empréstimos e financiamentos, amortizações, repatriações de investimentos, etc. G. Resultado final líquido das várias transações realizadas entre residentes no país e não residentes. Se positivo, tem-se um superávit, indicando que entraram mais divisas no país do que saíram. Se negativo, déficit, indica um volume maior de saídas em relação a entradas de divisas EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Política Cambial: Saldo em Conta Corrente 101 A. BALANÇA COMERCIAL Exportações (FOB) Importações (FOB) B. BALANÇA DE SERVIÇOS Viagens internacionais Transportes (fretes) Seguros Rendas de capital: lucros, dividendos e juros Serviços governamentais Serviços diversos C. TRANSFERÊNCIAS UNILATERAIS D. SALDO EM CONTA CORRENTE (A + B + C) E. MOVIMENTOS DE CAPITAIS Investimentos diretos Reinvestimentos Empréstimos e Financiamentos Amortizações Outros F. ERROS E OMISSÕES G. SALDO DO BALANÇO DE PAGAMENTOS (D + E + F) • D. Saldo em Conta Corrente • Resultado da soma do salda da balança comercial, balança de serviços e transferências unilaterais • O saldo dessa conta revela se o país está exportando ou importando poupança • Deve cobrir os movimento de capitais (quanto menor o saldo em conta corrente, menor a capacidade de pagamento de dívida externa) • Uma estimativa de quanto um país deverá captar de recursos no exterior mediante empréstimos/financiamentos e investimentos diretos, visando ao equilíbrio de seu balaço de pagamentos é medida pelo saldo em conta corrente • Caso não consiga levantar esses recursos, terá de lançar mão de suas reservas monetárias internacionais, colocando em risco sua capacidade de pagamento • Saldo Positivo • Mais entradas do que saídas de dólares • Mostra que o país está financiando seus investimentos internos por meio de poupança externa, ou seja, a poupança interna é insuficiente, tendo • Saldo Negativo • Mais saídas do que entradas de dólares • Demonstra que o país está enviando para o exterior excedentes de poupança interna EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Política Cambial: Reservas Internacionais • Reservas Internacionais o Formada por superávits no Balanço de Pagamentos o Auxilia a manter o câmbio estável: “colchão” para cobrir déficits sem ter que desvalorizar o câmbio o Em casos excepcionais o Governo pode solicitar recursos ao FMI – Fundo Monetário Internacional ou outros órgãos para cobrir déficits no Balanço de Pagamentos o Quando as reservas de um país não forem suficientes para cobrir o déficit em contracorrente, as decisões para solução do desequilíbrio devem ser bastante rápidas, de maneira que não se agrave a crise cambial Renegociação da dívida externa Negociação de novos empréstimos emergenciais Medidas de controle de saída de divises fortes do país, principalmente nos itens da conta de serviços Desvalorização cambial visando estimular as exportações e provocar um superávit na balança comercial 102 A. BALANÇA COMERCIAL Exportações (FOB) Importações (FOB) B. BALANÇA DE SERVIÇOS Viagens internacionais Transportes (fretes) Seguros Rendas de capital: lucros, dividendos e juros Serviços governamentais Serviços diversos C. TRANSFERÊNCIAS UNILATERAIS D. SALDO EM CONTA CORRENTE (A + B + C) E. MOVIMENTOS DE CAPITAIS Investimentos diretos Reinvestimentos Empréstimos e Financiamentos Amortizações Outros F. ERROS E OMISSÕES G. SALDO DO BALANÇO DE PAGAMENTOS (D + E + F) EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Títulos Brasileiros no Mercado Internacional • Os principais motivos de interesse do governo brasileiro e da iniciativa privada na captação internacional de recursos no mercado internacional são: o Diversificação dos investidores o Elevada capacidade de poupança nos mercados externos o Diferencial de custo do dinheiro, mais elevado no país em relação às praticadas no mercado externo o Prazos mais longos disponíveis nas operações externas • Para o tomador de recursos uma preocupação importante é o risco cambial determinado pela flutuação da moeda brasileira em relação às internacionais • O governo brasileirovem captando recursos em diversos mercados internacionais, principalmente por meio da emissão de títulos públicos o A iniciativa privada brasileira aproveita essa presença do setor público para também captar poupança externa através da colocação de títulos de dívida de sua emissão • Os títulos brasileiros pagam geralmente juros nominais acrescidos de um spread de risco país o Esse spread é calculado em pontos-base (bps – basis points) acima da remuneração oferecida pelos títulos emitidos pelo governo dos EUA de igual prazo, considerados o de menor risco do mundo o 258 pontos base = 2,58% adicional • Global BRL Bonds (USD) e Eurobonds (Euro) são os principais títulos de dívida soberana brasileira emitidos internacionalmente 103 EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior EMBI+Br – Emerging Markets Bond Index Plus • Medida mais utilizada pelo mercado para expressar o nível de risco de um país: calculado pelo Banco J.P. Morgan Chase desde Dezembro de 1993 • Com base nos valores de negociações diárias em mercados secundários, compara-se os juros implícitos dos títulos emitidos por governos de países emergentes com liquidez em dólares, aos juros dos títulos do governo americano de igual prazo, considerados os mais seguros do mundo • Esse spread é a melhor representação do risco percebido pela comunidade internacional de investidores a qualquer data, diferentemente de classificações de risco-país que são ajustadas anualmente • Mede o risco de crédito ou inadimplência de um país, representando a probabilidade do país não honrar a sua dívida: o mercado usa o EMBI+Br para medir a capacidade do governo brasileiro em honrar os seus compromissos financeiros • Tal premissa se alinha com o fato de que o custo de capital de uma Companhia deveria refletir, a qualquer momento o custo de oportunidade do investidor de investir em ativos com risco similar • Quanto maior, maior o risco do país: Exemplo EMBI+Br = 420 bps significa que em média os títulos do governo brasileiro em dólar são negociados a uma taxa de juros 4,2 pontos percentuais acima dos títulos de igual prazo do governo americano • Dados históricos diários estão disponíveis no Ipeadata: http://www.ipeadata.gov.br/ExibeSerie.aspx?serid=40940&module=M 104 EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior EMBI+Br – Emerging Markets Bond Index Plus 105 Fonte: JP Morgan & IPEA Data http://www.ipeadata.gov.br/ExibeSerie.aspx?serid=40940&module=M 0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000 1100 1200 1300 1400 1500 1600 1700 1800 1900 2000 2100 2200 2300 2400 2500 2600 29 -a br -9 4 29 -a go -9 4 29 -d ez -9 4 29 -a br -9 5 29 -a go -9 5 29 -d ez -9 5 29 -a br -9 6 29 -a go -9 6 29 -d ez -9 6 29 -a br -9 7 29 -a go -9 7 29 -d ez -9 7 29 -a br -9 8 29 -a go -9 8 29 -d ez -9 8 29 -a br -9 9 29 -a go -9 9 29 -d ez -9 9 29 -a br -0 0 29 -a go -0 0 29 -d ez -0 0 29 -a br -0 1 29 -a go -0 1 29 -d ez -0 1 29 -a br -0 2 29 -a go -0 2 29 -d ez -0 2 29 -a br -0 3 29 -a go -0 3 29 -d ez -0 3 29 -a br -0 4 29 -a go -0 4 29 -d ez -0 4 29 -a br -0 5 29 -a go -0 5 29 -d ez -0 5 29 -a br -0 6 29 -a go -0 6 29 -d ez -0 6 29 -a br -0 7 29 -a go -0 7 29 -d ez -0 7 29 -a br -0 8 29 -a go -0 8 29 -d ez -0 8 29 -a br -0 9 29 -a go -0 9 29 -d ez -0 9 29 -a br -1 0 29 -a go -1 0 29 -d ez -1 0 29 -a br -1 1 29 -a go -1 1 29 -d ez -1 1 29 -a br -1 2 29 -a go -1 2 29 -d ez -1 2 29 -a br -1 3 29 -a go -1 3 29 -d ez -1 3 29 -a br -1 4 29 -a go -1 4 29 -d ez -1 4 29 -a br -1 5 29 -a go -1 5 29 -d ez -1 5 29 -a br -1 6 29 -a go -1 6 29 -d ez -1 6 29 -a br -1 7 29 -a go -1 7 29 -d ez -1 7 29 -a br -1 8 29 -a go -1 8 29 -d ez -1 8 29 -a br -1 9 29 -a go -1 9 29 -d ez -1 9 29 -a br -2 0 29 -a go -2 0 29 -d ez -2 0 29 -a br -2 1 29 -a go -2 1 29 -d ez -2 1 29 -a br -2 2 29 -a go -2 2 29 -d ez -2 2 EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Política Cambial: Swap Cambial • Sempre que julgar conveniente para os objetivos de política econômica, o Banco Central pode atuar no mercado realizando leilões de compra e venda de moedas estrangeiras ou oferecendo contratos de swap cambial aos investidores • Swap o Operação em que as partes trocam posições entre si o Um investidor assume o compromisso de pagar a outro o resultado da variação cambial verificada em certo período, recebendo em troca o pagamento baseado em taxa de juros (Selic + adicional) o Não há troca física de moedas, ao final do período cada investidor apura o resultado líquido e efetua o acerto financeiro. o Se o dólar se valorizou frente ao real, a parte que “apostou” no real apura uma perda, devendo pagar à outra parte a diferença. • Swap Cambial para Controlar Valorização do Dólar o Venda de contratos de swaps cambiais em leilões: Bacen paga a variação cambial e recebe Selic + spread em troca, colocando dólares na economia e contendo seu valor • Swap Cambial Reverso para Conter uma Desvalorização do Dólar o Bacen recebe a variação cambial e paga Selic + spread em troca, retirando dólares da economia 106 EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Mercado Cambial: Cupom Cambial • É o rendimento em dólar, pago ao investidor que assume risco de investir em outra moeda • A diferença entre a taxa de juros interna (SELIC ou DI) em determinado período e a variação esperada da taxa de câmbio no mesmo período equivale ao juro pago em dólar, ou seja, cupom cambial • Importante benchmark das decisões de investimento em moeda estrangeira • Remuneração dos dólares investidos no Brasil • Quanto maior o cupom cambial, maior será a atratividade da entrada de recursos na economia • Rentabilidades de dólares podem ser comparadas entre países 107 EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Mercado Cambial: Cupom Cambial 108 USD 100Mi R$ 325,8Mi R$ 385,53Mi USD 114,74Mi 1. Conversão para R$ multiplicando o valor em dólares R$3,258/USD 2. Aplicação em CDI de 11,13% ao ano para resgate em 31/Dezembro/2018 (402 dias úteis ou 587 dias corridos) 3. A taxa de câmbio esperada para 31/Dezembro/2018 é de R$3,36/USD (3,1% de desvalorização do real frente ao dólar) 4. Rentabilidade em USD = 8,80% ao ano 114,74 100,00 𝟑𝟔𝟎 𝟓𝟖𝟕 − 𝟏 Você tem um montante equivalente a $100 milhões de dólares para investir, e quer aplicar no Brasil em 23/Maio/2017 Com um câmbio de R$3,258/USD o investidor tem R$ 325,8 milhões (3,258R$/USD * USD 100 mi) para investir no Brasil O investidor irá resgatar R$ 385,53 milhões depois de 402 dias úteis (𝑅$325,80 ∗ 1 + 11,13% ) Com um câmbio de R$3,36/USD o investidor irá resgatar R$ 117,74 milhões (R$ 385,53mi / R$3,36/USD) EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Mercado Cambial: Cupom Cambial – exemplo • Suponha que em 23 de Maio de 2017 data você tenha um montante equivalente a 100 milhões de dólares para investir. • Nesta mesma data, a taxa de câmbio é de R$3,258/USD. Qual o montante que você tem para investir em reais? o Você tem o equivalente a R$325,80 milhões para investir (USD100 milhões * R$3,258/USD) • Você opta por investir este dinheiro a taxa DI que é de 11,13% ao ano para resgate em 31/Dezembro/2018 (402 dias úteis e 587 dias corridos). Quanto você irá resgatar no final do período? o Você irá resgatarR$385.53 milhões = R$325,80 𝑚𝑖𝑙ℎõ𝑒𝑠 ∗(1+11,13%)^(402/252) • Entretanto, a taxa de câmbio esperada para 31/Dezembro/2018 é de R$3,36/USD. Qual o valor resgatado em dólares? o Portanto, os R$385,53 milhões resgatados ao fim de um ano, equivalem a USD 114,74 milhões (R$385,53 milhões / 3,36) • Qual a rentabilidade do investidor em dólares? o Desta forma, sua rentabilidade em dólares será = 8,80% ao ano = ("114,74" /"100,00" )^(360/587)−1 • Benchmark para decisões de investimento em moeda estrangeira: O investidor estrangeiro que investe no Brasil tem rentabilidade mínima de 8,8% ao ano sobre seus dólares durante o período 109 EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Mercado Cambial: Cupom Cambial – Fórmula 𝑪𝒖𝒑𝒐𝒎 𝑪𝒂𝒎𝒃𝒊𝒂𝒍 = (𝟏 + 𝑺𝒆𝒍𝒊𝒄 𝒐𝒖 𝑫𝑰) 𝒅𝒊𝒂𝒔 ú𝒕𝒆𝒊𝒔 𝟐𝟓𝟐 𝟏 + 𝑽𝒂𝒓𝒊𝒂çã𝒐 𝑪𝒂𝒎𝒃𝒊𝒂𝒍 𝑬𝒔𝒑𝒆𝒓𝒂𝒅𝒂 𝟑𝟔𝟎 𝒅𝒊𝒂𝒔 𝒄𝒐𝒓𝒓𝒊𝒅𝒐𝒔 − 𝟏 𝐶𝑢𝑝𝑜𝑚 𝐶𝑎𝑚𝑏𝑖𝑎𝑙 = (1 + 𝑆𝑒𝑙𝑖𝑐 𝑜𝑢 𝐷𝐼) ú 1 + 𝐶â𝑚𝑏𝑖𝑜 𝐶â𝑚𝑏𝑖𝑜 − 1 − 1 𝑪𝒖𝒑𝒐𝒎 𝑪𝒂𝒎𝒃𝒊𝒂𝒍 = (𝟏 + 𝑺𝒆𝒍𝒊𝒄 𝒐𝒖 𝑫𝑰) 𝒅𝒊𝒂𝒔 ú𝒕𝒆𝒊𝒔 𝟐𝟓𝟐 𝑪â𝒎𝒃𝒊𝒐𝑭 𝑪â𝒎𝒃𝒊𝒐𝟎 𝟑𝟔𝟎 𝒅𝒊𝒂𝒔 𝒄𝒐𝒓𝒓𝒊𝒅𝒐𝒔 − 𝟏 • Caso houver um aumento na taxa de juros ou valorização cambial, a taxa do cupom cambial aumentará • Por isso, se há risco de uma desvalorização mais forte do Real, o governo pode aumentar a taxa de juros para manter atraente o retorno em dólar para os investidores 110 𝑪𝒖𝒑𝒐𝒎 𝑪𝒂𝒎𝒃𝒊𝒂𝒍 = (𝟏 + 𝑺𝒆𝒍𝒊𝒄 𝒐𝒖 𝑫𝑰) 𝒅𝒊𝒂𝒔 ú𝒕𝒆𝒊𝒔 𝟐𝟓𝟐 𝑪â𝒎𝒃𝒊𝒐𝑭 𝑪â𝒎𝒃𝒊𝒐𝟎 𝟑𝟔𝟎 𝒅𝒊𝒂𝒔 𝒄𝒐𝒓𝒓𝒊𝒅𝒐𝒔 − 𝟏 EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Mercado Cambial: Cupom Cambial - Tipos • Cupom Sujo oA variação cambial considera o câmbio (Ptax) do dia anterior • Cupom Limpo oA variação cambial considera o câmbio (Ptax) no mercado spot, à vista oNa prática o cupom é limpo utilizando-se o preço futuro do dólar do contrato futuro de menor vencimento 111 EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Taxas Internacionais de Juros • LIBOR (London Interbank Offered Rate) o Taxa de juros interbancária do mercado de Londres, comumente utilizada nas operações internacionais de empréstimos realizadas entre instituições financeiras. o Essa taxa é referência para a fixação dos juros que os bancos cobram de seus empréstimos, geralmente dentro de um horizonte de tempo de médio prazo. o As operações de repasse de recursos externos, conforme praticadas no Brasil, adotam a Libor como principal custo financeiro do financiamento acrescido de um adicional de risco (spread). o Equivalente ao CDI no Brasil o Caráter de prefixada o Base 360 dias corridos (capitalização simples) • LIBID (London Interbank Bid Rate) o Enquanto a Libor é a taxa mínima a qual os bancos aplicam seus recursos, a Libid é a taxa mínima que os bancos pagam para levantar recursos no mercado. o A diferença entre Libor e Libid é o spread mínimo cobreado pelos bancos em suas operações de crédito. • PRIME RATE o Taxa de juros cobrada pelos bancos americanos de seus clientes classificados como preferenciais (clientes de baixo risco) o Taxa referência de operações de empréstimos envolvendo bancos e empresas 112 EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior jose.carrera@unifesp.br 113 Obrigado! Dúvidas?