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Você acaba de adquirir o material: Caderno Mapeado para o concurso da Caixa Eco-
nômica Federal. 
Esse material é totalmente focado no certame e aborda os principais pontos da dis-
ciplina de Conhecimentos Bancários. 
Nele foi inserido títulos em cada artigo, para facilitar a sua compreensão, e marca-
ções das partes mais importantes. 
Assim, trabalharemos os assuntos mais importantes para a sua prova com foco na nos 
concursos anteriores da Caixa Econômica Federal. 
Caso tenha qualquer dúvida, você pode entrar em contato conosco enviando seus 
questionamentos para o seguinte e-mail: cadernomapeado@gmail.com. 
 
 
Bons Estudos! 
 
Rumo à aprovação!! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
mailto:cadernomapeado@gmail.com
 
3 
 
SUMÁRIO
CONSIDERAÇÕES INICIAIS ........................................................................................................................ 14 
SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL: ESTRUTURA DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL; 
ÓRGÃOS NORMATIVOS E INSTITUIÇÕES SUPERVISORAS, EXECUTORAS E OPERADORAS ..... 15 
1) Introdução................................................................................................................................................ 15 
2) Conceito De Sistema Financeiro Nacional ........................................................................................ 15 
a) intermediação financeira ...................................................................................................................... 15 
b) Credores ................................................................................................................................................... 16 
c) tomadores de recursos .......................................................................................................................... 16 
3) Sistema Financeiro Nacional Na Constituição Federal .................................................................. 16 
4) Instituições Do Sistema Financeiro Nacional .................................................................................. 17 
4.1) Instituições normativas ..................................................................................................................... 18 
4.2) Instituições supervisoras ................................................................................................................... 18 
4.3) Instituições operadoras e executoras ............................................................................................ 19 
5) Das Instituições Normativas ................................................................................................................ 19 
5.1) Conceito ................................................................................................................................................ 19 
5.2) Dos conselhos ...................................................................................................................................... 19 
5.3) Do Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) .................................................................. 19 
5.4) Do Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC) ............................................... 20 
5.5) Do Conselho Monetário Nacional (CMN) ..................................................................................... 20 
a) Objetivos do Conselho Monetário Nacional .................................................................................... 20 
b) Competência do Conselho Monetário Nacional ............................................................................. 21 
c) Composição do Conselho Monetário Nacional ............................................................................... 23 
6) Das Instituições Supervisoras .............................................................................................................. 24 
6.1) Conceito ................................................................................................................................................ 24 
6.2) Espécies de instituições supervisoras ............................................................................................. 24 
6.2.1) Banco Central do Brasil (BACEN) ................................................................................................. 24 
a) Noções introdutórias ............................................................................................................................. 24 
b) Objetivos do Bacen ................................................................................................................................ 24 
c) Enquadramento do Bacen .................................................................................................................... 25 
d) Diretoria do Bacen ................................................................................................................................. 26 
e) Atribuições do Bacen ............................................................................................................................. 26 
f) Comitê de Política Monetária (COPOM) ........................................................................................... 27 
 
 
4 
 
6.2.2) Comissão de valores mobiliários (CVM) .................................................................................... 30 
MERCADO FINANCEIRO E SEUS DESDOBRAMENTOS (MERCADO MONETÁRIO, DE CRÉDITO, 
DE CAPITAIS E CAMBIAL) .......................................................................................................................... 32 
1) Introdução................................................................................................................................................ 32 
2) Mercado Financeiro e Seus Desdobramentos ................................................................................. 33 
a) Bancos ....................................................................................................................................................... 33 
b) Corretoras ................................................................................................................................................ 33 
c) Instituições de pagamento ................................................................................................................... 34 
d) Órgãos do governo ................................................................................................................................ 34 
3) Mercado Monetário ............................................................................................................................... 34 
3.1) Como funciona o mercado monetário ........................................................................................... 34 
a) Título Privado .......................................................................................................................................... 34 
b) Título Público .......................................................................................................................................... 35 
3.2) Mercado monetário e a importância para a economia ............................................................. 35 
4) Mercado De Crédito............................................................................................................................... 35 
4.1) O que é o mercado de crédito ......................................................................................................... 35 
4.2) Qual a finalidade do mercado de crédito ..................................................................................... 35 
4.3) Mercado de crédito e seu funcionamento .................................................................................... 35 
a) Credores ....................................................................................................................................................36 
b) Tomadores de crédito ........................................................................................................................... 36 
4.4) Tipos de créditos ................................................................................................................................. 36 
Os créditos podem ser para pessoas físicas e pessoas jurídicas. ........................................................... 36 
a) Mercado de crédito para pessoas físicas .......................................................................................... 36 
b) Mercado de crédito para pessoas jurídicas ...................................................................................... 36 
4.5) Variáveis que influenciam o mercado de crédito ........................................................................ 36 
5) Mercado De Capitais.............................................................................................................................. 37 
5.1) Conceito ................................................................................................................................................ 37 
5.2) Instituições e agentes que participam do mercado de capitais .............................................. 37 
a) Empresas ................................................................................................................................................... 37 
b) Corretoras de distribuidoras de títulos e valores mobiliários ..................................................... 37 
c) Agentes autônomos de investimentos .............................................................................................. 37 
d) Demais instituições financeiras autorizadas .................................................................................... 38 
e) Bolsa de valores ...................................................................................................................................... 38 
f) Comissão de valores mobiliários ......................................................................................................... 38 
6) Mercado Cambial ................................................................................................................................... 38 
 
 
5 
 
6.1) Conceito ................................................................................................................................................ 38 
6.2) Como funciona o mercado cambial ................................................................................................ 38 
a) Mercado primário................................................................................................................................... 38 
b) Mercado secundário .............................................................................................................................. 39 
6.3) Responsável pelo mercado cambial no Brasil .............................................................................. 39 
Quem regula e supervisiona o mercado de câmbio no Brasil é o Banco Central e o Conselho 
Monetário Nacional. ..................................................................................................................................... 39 
6.4) Tipos de operações do mercado cambial ...................................................................................... 39 
6.5) Instituições autorizadas a operar no mercado cambial ............................................................. 39 
OS BANCOS NA ERA DIGITAL: ATUALIDADE, TENDÊNCIAS E DESAFIOS ..................................... 39 
INTERNET BANKING .................................................................................................................................. 41 
1) Conceito .................................................................................................................................................... 41 
2) Características ......................................................................................................................................... 41 
MOBILE BANKING ....................................................................................................................................... 41 
1) Conceito .................................................................................................................................................... 41 
2) Benefícios e desafios ............................................................................................................................. 42 
OPEN BANKING ........................................................................................................................................... 42 
1) Noções Introdutórias ............................................................................................................................ 42 
2) Objetivos do Open Banking ................................................................................................................. 42 
4.3) Instituições participantes .................................................................................................................. 44 
4.4) Implementação no Brasil .................................................................................................................. 44 
NOVOS MODELOS DE NEGÓCIOS ........................................................................................................... 45 
1) Noções introdutórias ............................................................................................................................. 45 
2) Tipos de modelos de negócios ............................................................................................................ 46 
FINTECHS, STARTUPS E BIG TECHS ........................................................................................................ 47 
1) Conceitos e características ................................................................................................................... 47 
SISTEMAS DE BANCO-SOMBRA (SHADOW BANKING)..................................................................... 47 
1) Conceitos e características ................................................................................................................... 47 
O DINHEIRO NA ERA DIGITAL: BLOCKCHAIN, BITCOIN E DEMAIS CRIPTOMOEDAS ................ 48 
1) Noções introdutórias ............................................................................................................................. 48 
2) Blockchain ................................................................................................................................................ 49 
3) Bitcoin ....................................................................................................................................................... 49 
4) Demais criptomoedas ............................................................................................................................ 49 
CORRESPONDENTES BANCÁRIOS .......................................................................................................... 50 
1) Noções Introdutórias ............................................................................................................................ 51 
 
 
6 
 
2) Características ......................................................................................................................................... 51 
SISTEMA DE PAGAMENTOS INSTANTÂNEOS (PIX) ........................................................................... 51 
1) Conceitos e características ................................................................................................................... 51 
TRANSFORMAÇÃO DIGITAL NO SISTEMA FINANCEIRO .................................................................. 52 
1) Noções Introdutórias ............................................................................................................................52 
2) Tendências e desenvolvimentos no setor financeiro .................................................................... 52 
MOEDA E POLÍTICA MONETÁRIA: POLÍTICAS MONETÁRIAS CONVENCIONAIS E NÃO-
CONVENCIONAIS (QUANTITATIVE EASING); TAXA SELIC E OPERAÇÕES COMPROMISSADAS; 
O DEBATE SOBRE OS DEPÓSITOS REMUNERADOS DOS BANCOS COMERCIAIS NO BANCO 
CENTRAL DO BRASIL .................................................................................................................................. 52 
1) Introdução................................................................................................................................................ 53 
2) Moeda e Políticas Monetárias ............................................................................................................. 53 
3) Políticas Monetárias Convencionais E Não-Convencionais (Quantitative Easing) ................. 53 
a) Políticas monetárias convencionais ................................................................................................... 54 
b) Política monetária não-convencional (Quantitative Easing) ....................................................... 55 
4) Taxa Selic e Operações Compromissadas ......................................................................................... 56 
a) Taxa SELIC ................................................................................................................................................ 56 
b) Operações Compromissadas ............................................................................................................... 56 
5) O Debate Sobre Os Depósitos Remunerados Dos Bancos Comerciais No Banco Central Do 
Brasil ............................................................................................................................................................... 57 
ORÇAMENTO PÚBLICO, TÍTULOS DO TESOURO NACIONAL E DÍVIDA PÚBLICA ........................ 57 
1) Introdução................................................................................................................................................ 57 
2) Conceito De Orçamento Público ........................................................................................................ 57 
3) Princípios Orçamentários ..................................................................................................................... 58 
3.1) Princípio Da Legalidade..................................................................................................................... 58 
3.2) Princípio Da Exclusividade ................................................................................................................ 59 
3.3) Princípio da Programação ................................................................................................................ 59 
3.4) Princípio do Equilíbrio Orçamentário ............................................................................................ 60 
3.5) Princípio da Anualidade .................................................................................................................... 60 
3.6) Princípio Unidade ............................................................................................................................... 60 
3.7) Princípio da Universalidade .............................................................................................................. 60 
3.8) Princípio do Orçamento-bruto ........................................................................................................ 61 
3.9) Princípio da Transparência Orçamentária..................................................................................... 61 
3.10) Princípio da Não Afetação (Não Vinculação) das Receitas de Impostos ............................ 61 
3.11) Princípio da Especificação ou Especialização ............................................................................. 62 
3.12) Princípio da Proibição de Estorno ................................................................................................ 62 
 
 
7 
 
3.13) Princípio da Unidade de Tesouraria (ou Unidade de Caixa) .................................................. 63 
3.14) Princípio da Economicidade ........................................................................................................... 63 
3.15) Princípio da diferenciação das fontes de financiamento ........................................................ 63 
4) Ciclo Orçamentário ................................................................................................................................ 64 
4.1) Iniciativa/Elaboração ......................................................................................................................... 64 
4.2) Apreciação e Emendas ao orçamento ............................................................................................ 65 
4.3) Sanção ou veto .................................................................................................................................... 65 
4.4) Execução ............................................................................................................................................... 66 
4.5) Controle ................................................................................................................................................. 66 
4.6) Orçamento-programa ........................................................................................................................ 66 
4.7) Orçamento na Constituição Federal de 1988 ............................................................................... 66 
4.7.1) Plano Plurianual .............................................................................................................................. 67 
4.7.2) Lei de Diretrizes Orçamentárias .................................................................................................. 68 
4.7.3) Lei Orçamentária Anual.................................................................................................................. 69 
4.8) Crédito Orçamentário Inicial ............................................................................................................ 70 
4.9) Estágios Da Despesa Orçamentária ................................................................................................ 70 
4.10) Dívida Pública .................................................................................................................................... 71 
4.10.1) Dívida, Resultado Primário e Resultado Nominal ................................................................. 73 
4.10.2) Déficit/Resultado Primário, Operacional e Nominal ............................................................ 74 
4.11) Noções De Títulos Públicos ............................................................................................................ 74 
PRODUTOS BANCÁRIOS: PROGRAMAS SOCIAIS E BENEFÍCIOS DO TRABALHADOR; NOÇÕES 
DE CARTÕES DE CRÉDITO E DÉBITO, CRÉDITO DIRETO AO CONSUMIDOR, CRÉDITO RURAL, 
POUPANÇA, CAPITALIZAÇÃO, PREVIDÊNCIA, CONSÓRCIO, INVESTIMENTOS E SEGUROS .... 75 
1) Programas Sociais e Benefícios do Trabalhador ............................................................................. 75 
2) Cartões De Crédito e Débito ................................................................................................................ 76 
3) Crédito Direto ao Consumidor ............................................................................................................ 77 
5.3) Crédito Rural ........................................................................................................................................ 78 
5.4) Poupança .............................................................................................................................................. 795.5) Capitalização ........................................................................................................................................ 80 
5.6) Previdência ........................................................................................................................................... 80 
5.7 Consórcio ................................................................................................................................................ 80 
5.8) Investimentos ...................................................................................................................................... 81 
5.9) Seguros .................................................................................................................................................. 82 
NOÇÕES DE MERCADO DE CAPITAIS ..................................................................................................... 84 
1) Noções Introdutórias ............................................................................................................................ 84 
2) Segmentos do mercado de capitais ................................................................................................... 84 
 
 
8 
 
NOÇÕES DE MERCADO DE CÂMBIO ....................................................................................................... 85 
1) Noções Introdutórias ............................................................................................................................ 85 
2) Segmentos do mercado de câmbio ................................................................................................... 85 
REGIMES DE TAXAS DE CÂMBIO FIXAS, FLUTUANTES E REGIMES INTERMEDIÁRIOS .............. 85 
1) Noções Introdutórias ............................................................................................................................ 86 
2) Regimes de Taxas de Câmbio Fixas ................................................................................................... 86 
3) Regimes de Taxas de Câmbio Flutuantes ......................................................................................... 87 
4) Regimes de Taxas de Câmbio Intermediários ................................................................................. 87 
TAXAS DE CÂMBIO NOMINAIS E REAIS ................................................................................................ 87 
1) Noções Introdutórias ............................................................................................................................ 88 
2) Taxas de Câmbio Nominais.................................................................................................................. 88 
3) Taxas de Câmbio Reais.......................................................................................................................... 88 
IMPACTOS DAS TAXAS DE CÂMBIO SOBRE AS EXPORTAÇÕES E IMPORTAÇÕES ..................... 88 
1) Noções Gerais .......................................................................................................................................... 88 
DIFERENCIAL DE JUROS INTERNO E EXTERNO, PRÊMIOS DE RISCO, FLUXO DE CAPITAIS E 
SEUS IMPACTOS SOBRE AS TAXAS DE CÂMBIO ................................................................................. 89 
1) Noções Gerais .......................................................................................................................................... 89 
DINÂMICA DO MERCADO: OPERAÇÕES NO MERCADO INTERBANCÁRIO .................................. 90 
1) Noções gerais .......................................................................................................................................... 90 
MERCADO BANCÁRIO: OPERAÇÕES DE TESOURARIA, VAREJO BANCÁRIO E RECUPERAÇÃO 
DE CRÉDITO .................................................................................................................................................. 90 
1) Noções Introdutórias ............................................................................................................................ 90 
2) Operações de tesouraria, varejo bancário e recuperação de crédito ........................................ 91 
TAXAS DE JUROS DE CURTO PRAZO E A CURVA DE JUROS; TAXAS DE JUROS NOMINAIS E 
REAIS .............................................................................................................................................................. 91 
1) Noções gerais .......................................................................................................................................... 91 
GARANTIAS DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL: AVAL; FIANÇA; PENHOR MERCANTIL; 
ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA; HIPOTECA; FIANÇAS BANCÁRIAS........................................................... 92 
1) Noções gerais .......................................................................................................................................... 92 
2) Aval ............................................................................................................................................................ 92 
3) Fiança ........................................................................................................................................................ 93 
4) Penhor Mercantil .................................................................................................................................... 93 
5) Alienação Fiduciária ............................................................................................................................... 93 
6) Hipoteca ................................................................................................................................................... 94 
7) Fianças Bancárias .................................................................................................................................... 94 
 
 
9 
 
CRIME DE LAVAGEM DE DINHEIRO: CONCEITO E ETAPAS; PREVENÇÃO E COMBATE AO 
CRIME DE LAVAGEM DE DINHEIRO: LEI Nº 9.613/98 E SUAS ALTERAÇÕES; CIRCULAR Nº 
3.978, DE 23 DE JANEIRO DE 2020 E CARTA CIRCULAR Nº 4.001, DE 29 DE JANEIRO DE 2020 
E SUAS ALTERAÇÕES .................................................................................................................................. 95 
1) Introdução................................................................................................................................................ 95 
2) Crime De Lavagem De Dinheiro (Lei Nº 9.613/98 e Suas Alterações) ....................................... 95 
2.1) Conceito ................................................................................................................................................ 95 
2.2) Etapas ou fases da lavagem de dinheiro ....................................................................................... 96 
a) Fase da colocação (placement) ........................................................................................................... 96 
b) Fase da dissimulação/mascaramento) (layering) ........................................................................... 96 
c) Fase da Integração (integration) ........................................................................................................ 96 
2.3) Prevenção e combate ao crime de lavagem de dinheiro .......................................................... 97 
a) Prevenção ................................................................................................................................................. 97 
b) Repressão (ou persecução) .................................................................................................................. 98 
c) Recuperação de ativos ........................................................................................................................... 98 
3) Circularnº 3.978, De 23 De Janeiro De 2020 ................................................................................... 98 
3.1) Da Governança da política de prevenção à lavagem de dinheiro e ao financiamento do 
terrorismo ..................................................................................................................................................... 99 
3.2) Da Avaliação Interna de Risco ......................................................................................................... 99 
3.3) Dos Procedimentos Destinados a Conhecer os Clientes.......................................................... 100 
a) Da Identificação dos Clientes ............................................................................................................ 101 
b) Da Qualificação dos Clientes ............................................................................................................. 101 
c) Da Classificação dos Clientes ............................................................................................................. 103 
d) Da Identificação e da Qualificação do Beneficiário final ............................................................ 104 
e) Da Qualificação como Pessoa Exposta Politicamente ................................................................. 106 
3.4) Do Registro de Operações .............................................................................................................. 108 
a) Do Registro de Operações de Pagamento, de Recebimento e de Transferência de Recursos
 ....................................................................................................................................................................... 109 
b) Do Registro de Operações de Pagamento, de Recebimento e de Transferência de Recursos
 ....................................................................................................................................................................... 110 
3.5) Do Monitoramento, Da Seleção e Da Análise De Operações e Situações Suspeitas ........ 112 
a) Dos Procedimentos de Monitoramento, Seleção e Análise de Operações e Situações 
Suspeitas ..................................................................................................................................................... 112 
b) Do Monitoramento e da Seleção de Operações e Situações Suspeitas .................................. 113 
c) Dos Procedimentos de Análise de Operações e Situações Suspeitas ....................................... 114 
3.6) Dos Procedimentos de Comunicação ao COAF ......................................................................... 115 
 
 
10 
 
3.7) Dos Procedimentos Destinados a Conhecer Funcionários, Parceiros E Prestadores de 
Serviços Terceirizados .............................................................................................................................. 117 
3.8) Dos Mecanismos de Acompanhamento e de Controle ............................................................ 118 
3.9) Da Avaliação de Efetividade ........................................................................................................... 118 
4) Carta Circular Nº 4.001, de 29 De janeiro De 2020 e Suas Alterações .................................... 121 
AUTORREGULAÇÃO BANCÁRIA ............................................................................................................ 131 
1) Noções Introdutórias .......................................................................................................................... 131 
2) Aplicabilidade Do Código De Conduta Ética e Autorregulação Bancária ............................... 131 
3) Conceitos Presentes No Código De Ética e Autorregulação Bancária ..................................... 132 
4) Princípios Éticos .................................................................................................................................... 133 
5) Relacionamento Com o Consumidor ............................................................................................... 133 
6) Da Livre Concorrência ......................................................................................................................... 134 
7) Da Responsabilidade Socioambiental ............................................................................................. 134 
8) Da Conformidade com as Leis ........................................................................................................... 135 
9) Da Prevenção a Fraudes e Lavagem De Dinheiro ......................................................................... 135 
10) Da Prevenção e Combate à Corrupção ......................................................................................... 135 
11) Do Relacionamento entre Associadas ........................................................................................... 136 
12) Das Relações Externas e Interação Com o Poder Público e Autoridades ............................. 136 
13) Do Controle da Informação e Confidencialidade ....................................................................... 137 
14) Do Conflito De Interesses ................................................................................................................ 137 
15) Do Sistema de Autorregulação Bancária ...................................................................................... 137 
16) Da Responsabilidades Das Signatárias ......................................................................................... 137 
17) Do Conselho das Signatárias ........................................................................................................... 138 
18) Do Conselho De Autorregulação .................................................................................................... 138 
19) Da Comissão De Autorregulação ................................................................................................... 141 
20) Da Diretoria De Autorregulação..................................................................................................... 141 
21) Dos Selos De Autorregulação ......................................................................................................... 142 
22) Do Canal De Registro De Demandas ............................................................................................. 142 
23) Do Procedimento Disciplinar .......................................................................................................... 143 
24) Das Sanções ......................................................................................................................................... 143 
SIGILO BANCÁRIO: LEI COMPLEMENTAR Nº 105, DE 10 DE JANEIRO DE 2001 E SUAS 
ALTERAÇÕES .............................................................................................................................................. 144 
LEI GERAL DE PROTEÇÃO DE DADOS (LGPD): LEI Nº 13.709, DE 14 DE AGOSTO DE 2018 E 
SUAS ALTERAÇÕES ................................................................................................................................... 149 
1) Disposições Preliminares .................................................................................................................... 149 
2) Do Tratamento De Dados Pessoais .................................................................................................. 152 
 
 
11 
 
3) Dos Direitos do Titular ........................................................................................................................ 155 
4) Tratamento De Dados Pessoais Pelo Poder Público .................................................................... 156 
5) Transferência Internacional De Dados ............................................................................................ 157 
6) Agentes De Tratamento De Dados Pessoais.................................................................................. 158 
7) Da Segurança e Das Boas Práticas.................................................................................................... 159 
8) Da Fiscalização ...................................................................................................................................... 161 
9) Autoridade Nacional De Proteção De Dados (ANPD) ................................................................. 162 
10) Conselho Nacional De Proteção De Dados Pessoais e Da Privacidade ................................. 166 
11) Disposições Finais e Transitórias .................................................................................................... 167 
LEGISLAÇÃO ANTICORRUPÇÃO: LEI Nº 12.846/2013 E DECRETO Nº 11.129/2022.................. 167 
1) Disposições Preliminares .................................................................................................................... 168 
2) Dos Atos Lesivos à Administração Pública Nacional ou Estrangeira ....................................... 170 
3) Da Responsabilização Administrativa e Do Processo Administrativo de Responsabilização
 ....................................................................................................................................................................... 171 
4) Do Acordo De Leniência ..................................................................................................................... 177 
5) Da Responsabilização Judicial ........................................................................................................... 184 
6) Disposições Finais................................................................................................................................. 185 
ÉTICA APLICADA: ÉTICA, MORAL, VALORES, VIRTUDES; NOÇÕES DE ÉTICA EMPRESARIAL E 
PROFISSIONAL. A GESTÃO DA ÉTICA NAS EMPRESAS PÚBLICAS E PRIVADAS. CÓDIGO DE 
ÉTICA DACAIXA ECONÔMICA FEDERAL; CÓDIGO DE CONDUTA DA CAIXA ECONÔMICA 
FEDERAL ...................................................................................................................................................... 186 
1) Ética Aplicada: Ética, Moral, Valores, Virtudes .............................................................................. 186 
2) Noções De Ética Empresarial e Profissional ................................................................................... 187 
3) A Gestão Da Ética Nas Empresas Públicas e Privadas .................................................................. 187 
4) Código De Ética da Caixa Econômica Federal ................................................................................ 188 
4.1) Objetivo ............................................................................................................................................... 188 
4.2) Definições ........................................................................................................................................... 188 
5) Normas ................................................................................................................................................... 189 
5.1) Código De Ética Da Caixa ................................................................................................................ 189 
5.2) Comissão De Ética ............................................................................................................................. 190 
6) Procedimentos ...................................................................................................................................... 191 
7) Arquivamento De Documentos ........................................................................................................ 191 
8) Anexos .................................................................................................................................................... 191 
8.1) Anexo I – Código De Ética Da Caixa ............................................................................................. 191 
Propósito, Visão e Valores ...................................................................................................................... 191 
Valores Do Código De Ética Da Caixa ................................................................................................... 192 
 
 
12 
 
Anexo II – Termo De Ciência .................................................................................................................. 194 
Anexo III – Dos Canais De Denúncia Caixa .......................................................................................... 194 
9) Código de Conduta da Caixa Econômica Federal ......................................................................... 195 
9.1) Anexo I – Código De Conduta Da Caixa ...................................................................................... 196 
POLÍTICA DE RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL DA CAIXA ECONÔMICA FEDERAL ..... 224 
1) Objetivos ................................................................................................................................................ 224 
2) Motivação .............................................................................................................................................. 225 
3) Revisão da PRSAC ................................................................................................................................ 225 
4) Diretrizes da PRSAC ............................................................................................................................. 225 
5) RSAC Nos Negócios Processos, Atividades e Relacionamentos com Partes Interessadas . 227 
6) Acesso - Serviços Financeiros e a Oportunidades de Desenvolvimento Socioeconômico . 228 
7) Promoção da Acessibilidade .............................................................................................................. 229 
8) Incentivo ao Voluntariado ................................................................................................................. 229 
9) Repúdio à Violação de Direitos e Garantias Fundamentais e a Atos Lesivos a Interesse 
Comum ........................................................................................................................................................ 229 
10) Gerenciamento do Risco Social, Ambiental e Climático ........................................................... 229 
11) Monitoramento e Avaliação de Efetividade da PRSAC............................................................. 231 
12) Responsabilidades ............................................................................................................................. 232 
ARTIGO 37 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL (PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DA 
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: PRINCÍPIOS DA LEGALIDADE, IMPESSOALIDADE, MORALIDADE, 
PUBLICIDADE E EFICIÊNCIA) .................................................................................................................. 232 
1) Introdução.............................................................................................................................................. 232 
2) Princípio da Legalidade ...................................................................................................................... 233 
3) Princípio da Impessoalidade.............................................................................................................. 233 
4) Princípio da Moralidade ..................................................................................................................... 233 
5) Princípio da Publicidade ..................................................................................................................... 234 
6) Princípio da Eficiência .........................................................................................................................234 
PROGRAMA DE INTEGRAÇÃO SOCIAL - LEI COMPLEMENTAR Nº 7/1970 (PIS) ....................... 234 
LEI Nº 8.036/1990 (FGTS): POSSIBILIDADES E CONDIÇÕES DE UTILIZAÇÃO/SAQUE; 
CERTIFICADO DE REGULARIDADE DO FGTS; GUIA DE RECOLHIMENTO (GRF) ......................... 236 
PRODUTOS: ABERTURA E MOVIMENTAÇÃO DE CONTAS: DOCUMENTOS BÁSICOS .............. 260 
1) Introdução.............................................................................................................................................. 260 
2) Ficha Proposta ....................................................................................................................................... 261 
PESSOA FÍSICA E PESSOA JURÍDICA: CAPACIDADE E INCAPACIDADE CIVIL, REPRESENTAÇÃO 
E DOMICÍLIO ............................................................................................................................................... 263 
1) Pessoa Natural ...................................................................................................................................... 263 
 
 
13 
 
2) Pessoa Jurídica ...................................................................................................................................... 264 
3) Domicílio ................................................................................................................................................ 265 
SISTEMA DE PAGAMENTOS BRASILEIRO ............................................................................................ 265 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
 
CONSIDERAÇÕES INICIAIS 
Pessoal! 
Antes de iniciarmos o estudo de Conhecimentos Bancários, apresentaremos os assuntos que foram 
cobrados no pré-edital da CAIXA ECONÔMICA FEDERAL. Para facilitar o estudo trataremos de 
cada um dos diplomas normativos a seguir de forma separada. 
CONTEÚDO 
1 - Sistema Financeiro Nacional: Estrutura do Sistema Financeiro Nacional; Órgãos normativos e instituições 
supervisoras, executoras e operadoras. 2 - Mercado financeiro e seus desdobramentos (mercados monetá-
rio, de crédito, de capitais e cambial). 3 - Os bancos na Era Digital: Atualidade, tendências e desafios. 4 - 
Internet banking. 5 - Mobile banking. 6 - Open banking. 7 - Novos modelos de negócios. 8 - Fintechs, 
startups e big techs. 9 - Sistema de bancos-sombra (Shadow banking). 10 - O dinheiro na era digital: blo-
ckchain, bitcoin e demais criptomoedas. 11 - Correspondentes bancários. 12 - Sistema de pagamentos 
instantâneos (PIX). 13 - Transformação digital no Sistema Financeiro. 14 - Moeda e política monetária: Po-
líticas monetárias convencionais e não-convencionais (Quantitative Easing); Taxa SELIC e operações com-
promissadas; O debate sobre os depósitos remunerados dos bancos comerciais no Banco Central do Brasil. 
15 – Orçamento público, títulos do Tesouro Nacional e dívida pública. 16 - Produtos Bancários: Programas 
sociais e Benefícios do trabalhador; Noções de cartões de crédito e débito, crédito direto ao consumidor, 
crédito rural, poupança, capitalização, previdência, consórcio, investimentos e seguros. 17 - Noções de 
Mercado de capitais. 18 - Noções de Mercado de Câmbio: Instituições autorizadas a operar e operações 
básicas. 19 - Regimes de taxas de câmbio fixas, flutuantes e regimes intermediários. 20 - Taxas de câmbio 
nominais e reais; 21 - Impactos das taxas de câmbio sobre as exportações e importações. 22 - Diferencial 
de juros interno e externo, prêmios de risco, fluxo de capitais e seus impactos sobre as taxas de câmbio. 23 
- Dinâmica do Mercado: Operações no mercado interbancário. 24 - Mercado bancário: Operações de te-
souraria, varejo bancário e recuperação de crédito. 25 - Taxas de juros de curto prazo e a curva de juros; 
taxas de juros nominais e reais. 26 – Garantias do Sistema Financeiro Nacional: aval; fiança; penhor mercan-
til; alienação fiduciária; hipoteca; fianças bancárias. 27 - Crime de lavagem de dinheiro: conceito e etapas; 
Prevenção e combate ao crime de lavagem de dinheiro: Lei nº 9.613/98 e suas alterações; Circular nº 3.978, 
de 23 de janeiro de 2020 e Carta Circular nº 4.001, de 29 de janeiro de 2020 e suas alterações. 28 - Autor-
regulação bancária. 29 - Sigilo Bancário: Lei Complementar nº 105/2001 e suas alterações. 30 - Lei Geral de 
Proteção de Dados (LGPD): Lei nº 13.709, de 14 de agosto de 2018 e suas alterações. 31 - Legislação anti-
corrupção: Lei nº 12.846/2013 e Decreto nº 8.4)20/2015 e suas alterações. 32 - Ética aplicada: ética, moral, 
valores e virtudes; noções de ética empresarial e profissional. A gestão da ética nas empresas públicas e 
privadas. Código de Ética da Caixa Econômica Federal (disponível no sítio da CEF na internet); Código de 
Conduta da Caixa Econômica Federal (disponível no sítio da CEF na internet). 33 - Política de Responsabili-
dade Socioambiental da Caixa Econômica Federal (disponível no sítio da CEF na internet). 34 - Lei nº 
7.998/1990 (Programa Desemprego e Abono Salarial - beneficiários e critérios para saque). 35 - Artigo 37 
da Constituição Federal (Princípios constitucionais da Administração Pública: Princípios da legalidade, im-
pessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência). 36 – Lei Complementar nº 7/1970 (PIS). 37 - Lei nº 
8.036/1990 (FGTS): possibilidades e condições de utilização/saque; Certificado de Regularidade do FGTS; 
Guia de Recolhimento (GRF). 38 - Produtos: Abertura e movimentação de contas: documentos básicos. 39 
- Pessoa física e pessoa jurídica: capacidade e incapacidade civil, representação e domicílio. 40 - Sistema 
de pagamentos brasileiro. 
 
 
 
15 
 
SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL: ESTRUTURA DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL; ÓR-
GÃOS NORMATIVOS E INSTITUIÇÕES SUPERVISORAS, EXECUTORAS E OPERADORAS 
1) Introdução 
Nesse momento, iremos estudar o tópico referente a um tema muito recorrente nas provas de co-
nhecimentos bancários: 
Sistema Financeiro Nacional: Estrutura do Sistema Financeiro Nacional; Órgãos normativos e 
instituições supervisoras, executoras e operadoras. 
Gostaríamos de agradecer a confiança depositada em nosso material. Saiba que garantimos que 
você terá o material mais adequado para conquista da sua aprovação. Não esqueça que o seu em-
penho é fundamental; afinal, passar em um concurso público não é tarefa fácil, mas também não é 
algo impossível. Mas não se esqueça: Nós acreditamos em você! 
 
2) Conceito De Sistema Financeiro Nacional 
O sistema financeiro Nacional, segundo o Banco Central do Brasil, consiste em um conjunto de ins-
tituições que promovem a intermediação financeira entre credores e tomadores de recursos. 
Dessa definição, podemos destacar alguns pontos que merecem atenção especial, quais sejam: i) 
intermediação financeira; ii) credores; e iii) tomadores de recursos. 
 
 
a) intermediação financeira 
A Intermediação Financeira consiste em uma operação que diz respeito à captação de recursos pelas 
instituições financeiras, transferindo dinheiro de agentes econômicos superavitários (credores) para 
os agentes deficitários (tomadores de recursos). 
Sistema financeiro nacional
Intermediação financeira
Credores
Tomadores de recursos
 
 
16 
 
 
 
b) Credores 
Os credores podem ser definidos como os agentes que possuem recursos financeiros disponíveis, é 
o que se denomina de agente superavitário. Em síntese, são pessoas, empresas ou quaisquer enti-
dades que possuem dinheiro, mas que tem a vontade de ganhar mais dinheiro no futuro. 
 Exemplo: Banco. 
 
c) tomadores de recursos 
Tomadores de recursos (agentes deficitários) consiste naquelas pessoas ou entidades que não tem 
dinheiro, mas precisam utilizá-lo em determinado momento. Assim, os agentes deficitários aceitam 
pegar dinheiro emprestado com os credores e, em momento posterior, pagam o valor acrescido de 
juros. 
 Exemplo: pessoa que pega empréstimo. 
Imagine que Carlos deseje adquirir um carrode R$ 100 mil reais, mas tenha apenas 20 mil, que será 
o valor da sua entrada. Como Carlos poderia conseguir o restante do valor? 
A solução, na maioria das vezes, é recorrer ao financiamento bancário. Nesse caso, o banco (credor 
- agente superavitário) irá transferir a Carlos (tomador de recursos - agente deficitário) o valor para 
a entrada e assim irão realizar uma intermediação financeira. 
Com esse exemplo do financiamento de veículo, trabalhamos os principais termos da definição de 
Sistema Financeiro Nacional, quais sejam: credores, tomares de recursos e intermediação financeira. 
 
3) Sistema Financeiro Nacional Na Constituição Federal 
O Sistema Financeiro Nacional, além da intermediação financeira, também é responsável, de acordo 
com o art. 192 da Constituição Federal de 1988 (CF/88), por "promover o desenvolvimento equili-
brado do País e servir aos interesses da coletividade" [...]. 
Trata-se de um papel importante atribuído pela CF/88 ao Sistema Financeiro Nacional. 
 
Agentes superavitários
Credores
Agentes deficitários
Tomadores de recursos
 
 
17 
 
4) Instituições Do Sistema Financeiro Nacional 
Existem três tipos de instituições no Sistema Financeiro Nacional, que são: (i) normativas; (ii) super-
visoras e (iii) operadoras e executoras. 
 
 
Vejamos representação gráfica apresentada pelo BCB quanto à composição e os segmentos do Sis-
tema Financeiro Nacional: 
Instituições do SFN
Normativas
Supervisoras
Operadoras e executoras
 
 
18 
 
 
 
4.1) Instituições normativas 
As instituições normativas são aquelas responsáveis pela elaboração das normas de funcionamento 
do Sistema Financeiro nacional. 
 
4.2) Instituições supervisoras 
As instituições supervisoras atuam na implementação e fiscalização do cumprimento das regras 
traçadas pelos órgãos normativos. 
 
 
 
19 
 
4.3) Instituições operadoras e executoras 
As instituições operadoras são aquelas responsáveis pela intermediação financeira, através do ofe-
recimento de seus serviços. É o caso dos bancos. 
 
5) Das Instituições Normativas 
5.1) Conceito 
Conforme vimos, as instituições normativas são aquelas responsáveis pela elaboração das normas 
gerais que regulam o Sistema Financeiro Nacional, visando garantir o seu funcionamento. 
Na maioria das vezes, as instituições normativas são constituídas na forma de colegiado, com vários 
membros tomando decisões em conjunto, formando um conselho. 
 
5.2) Dos conselhos 
Os principais órgãos do conselho são: Conselho Monetário Nacional; Conselho Nacional de Seguros 
Privados (CNSP); e Conselho nacional de Previdência Complementar (CNPC). 
 
 
Ao avaliar as últimas provas do concurso do Banco do brasil, verificamos que não foram abordados 
conhecimentos profundos sobre o Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP); e Conselho na-
cional de Previdência Complementar (CNPC). 
 
5.3) Do Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) 
O Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) é o órgão responsável por definir as normas a 
serem seguidas pelas instituições que operam com seguros, sendo, portanto, órgão normativo. 
 
Conselhos
Conselho Monetário nacional
Conselho Nacional de Seguros Privados 
(CNSP)
Previdência Complementar (CNPC) 
 
 
20 
 
5.4) Do Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC) 
Também se trata de órgão normativo, sendo responsável pela supervisão das instituições que co-
mercializam os planos da Previdência Complementar. 
 
5.5) Do Conselho Monetário Nacional (CMN) 
Para sua prova do Banco do Brasil, é o órgão mais importante, por isso fique muito atento! 
O Conselho Monetário Nacional foi criado pela Lei 4.595/64 e é considerado o órgão máximo do 
Sistema Financeiro nacional. Ele é responsável por tratar sobre as diretrizes gerais sobre moeda e 
crédito, bem como pela formulação da política macroeconômica do governo federal. 
 
a) Objetivos do Conselho Monetário Nacional 
A política do Conselho Monetário Nacional objetivará: 
 Adaptar o volume dos meios de pagamento ás reais necessidades da economia nacional e seu 
processo de desenvolvimento (Revogado); 
Esse objetivo foi revogado pela Lei Complementar nº 179, de 2021, que dispõe sobre a "autonomia 
do Banco Central", revogou algumas atribuições do Conselho Monetário Nacional. 
 Regular o valor interno da moeda, para tanto prevenindo ou corrigindo os surtos inflacionários 
ou deflacionários de origem interna ou externa, as depressões econômicas e outros desequilíbrios 
oriundos de fenômenos conjunturais (Revogado); 
Esse objetivo foi revogado pela Lei Complementar nº 179, de 2021, que dispõe sobre a "autonomia 
do Banco Central", revogou algumas atribuições do Conselho Monetário Nacional. 
 Regular o valor externo da moeda e o equilíbrio no balanço de pagamento do País, tendo em 
vista a melhor utilização dos recursos em moeda estrangeira (Revogado); 
Esse objetivo foi revogado pela Lei Complementar nº 179, de 2021, que dispõe sobre a "autonomia 
do Banco Central", revogou algumas atribuições do Conselho Monetário Nacional. 
 Orientar a aplicação dos recursos das instituições financeiras, quer públicas, quer privadas; tendo 
em vista propiciar, nas diferentes regiões do País, condições favoráveis ao desenvolvimento harmô-
nico da economia nacional; 
 Propiciar o aperfeiçoamento das instituições e dos instrumentos financeiros, com vistas à maior 
eficiência do sistema de pagamentos e de mobilização de recursos; 
 Zelar pela liquidez e solvência das instituições financeiras; 
 
 
21 
 
 Coordenar as políticas monetária, creditícia, orçamentária, fiscal e da dívida pública, interna e 
externa. 
 
b) Competência do Conselho Monetário Nacional 
Compete ao Conselho Monetário Nacional, segundo diretrizes estabelecidas pelo Presidente da Re-
pública: 
 Aprovar os orçamentos monetários, preparados pelo Banco Central da República do Brasil, por 
meio dos quais se estimarão as necessidades globais de moeda e crédito; 
 Determinar as características gerais (Vetado) das cédulas e das moedas; 
 Fixar as diretrizes e normas da política cambial, inclusive quanto a compra e venda de ouro e 
quaisquer operações em Direitos Especiais de Saque e em moeda estrangeira; 
 Disciplinar o crédito em todas as suas modalidades e as operações creditícias em todas as suas 
formas, inclusive aceites, avais e prestações de quaisquer garantias por parte das instituições finan-
ceiras; 
 Coordenar a política de que trata o art. 3º desta Lei com a de investimentos do Governo Federal; 
 Regular a constituição, funcionamento e fiscalização dos que exercerem atividades subordinadas 
a esta lei, bem como a aplicação das penalidades previstas; 
 Limitar, sempre que necessário, as taxas de juros, descontos comissões e qualquer outra forma 
de remuneração de operações e serviços bancários ou financeiros, inclusive os prestados pelo Banco 
Central da República do Brasil, assegurando taxas favorecidas aos financiamentos que se destinem 
a promover: 
 
 
22 
 
 
 
 Determinar a percentagem máxima dos recursos que as instituições financeiras poderão empres-
tar a um mesmo cliente ou grupo de empresas; 
 Estipular índices e outras condições técnicas sobre encaixes, mobilizações e outras relações pa-
trimoniais a serem observadas pelas instituições financeiras; 
 Expedir normas gerais de contabilidade e estatística a serem observadas pelas instituições finan-
ceiras; 
 Delimitar, com periodicidade não inferior a dois anos o capital mínimo das instituições financeiras 
privadas, levando em conta sua natureza, bem como a localização de suas sedes e agências ou filiais; 
 Estabelecer para as instituições financeiras públicas, a dedução dos depósitos de pessoas jurídicas 
de direito público que lhes detenham o controle acionário, bem como dos das respectivas autarquias 
e sociedades de economia mista, no cálculo a que se refere o inciso anterior; 
 Outorgar ao Banco Central da Repúblicado Brasil o monopólio das operações de câmbio quando 
ocorrer grave desequilíbrio no balanço de pagamentos ou houver sérias razões para prever a imi-
nência de tal situação; 
 Autoriza o Banco Central da República do Brasil e as instituições financeiras públicas federais a 
efetuar a subscrição, compra e venda de ações e outros papéis emitidos ou de responsabilidade das 
sociedades de economia mista e empresas do Estado; 
 Disciplinar as atividades das Bolsas de Valores e dos corretores de fundos públicos; 
recuperação e fertilização do solo;
reflorestamento;
combate a epizootias e pragas, nas atividades rurais;
eletrificação rural;
mecanização;
irrigação;
investimento indispensáveis às atividades agropecuárias;
 
 
23 
 
 Estatuir normas para as operações das instituições financeiras públicas, para preservar sua solidez 
e adequar seu funcionamento aos objetivos desta lei; 
 Fixar, até quinze (15) vezes a soma do capital realizado e reservas livres, o limite além do qual os 
excedentes dos depósitos das instituições financeiras serão recolhidos ao Banco Central da República 
do Brasil ou aplicados de acordo com as normas que o Conselho estabelecer; 
 Decidir de sua própria organização; elaborando seu regimento interno no prazo máximo de trinta 
(30) dias; 
 Conhecer dos recursos de decisões do Banco Central da República do Brasil; 
 Aprovar o regimento interno e as contas do Banco Central do Brasil e decidir sobre seu orçamento 
e sobre seus sistemas de contabilidade, bem como sobre a forma e prazo de transferência de seus 
resultados para o Tesouro Nacional, sem prejuízo da competência do Tribunal de Contas da União. 
 Aplicar aos bancos estrangeiros que funcionem no País as mesmas vedações ou restrições equi-
valentes, que vigorem nas praças de suas matrizes, em relação a bancos brasileiros ali instalados ou 
que nelas desejem estabelecer-se; 
 Colaborar com o Senado Federal, na instrução dos processos de empréstimos externos dos Esta-
dos, do Distrito Federal e dos Municípios, para cumprimento do disposto no art. 63, nº II, da Consti-
tuição Federal; 
 Expedir normas e regulamentação para as designações e demais efeitos do art. 7º, desta lei. 
 Regular os depósitos a prazo de instituições financeiras e demais sociedades autorizadas a fun-
cionar pelo Banco Central do Brasil, inclusive entre aquelas sujeitas ao mesmo controle acionário ou 
coligadas. 
 
c) Composição do Conselho Monetário Nacional 
A composição do Conselho Monetário Nacional, foi alterado em 12 de janeiro de 2023 pela MP nº 
1.158/2023. Dessa forma, consideraremos a composição até o fechamento da edição deste material, 
devendo o aluno ficar atento a eventuais modificações que podem ocorrer após esta data. Com a 
redação dada pela MP nº 1.158/2023 à Lei nº 9.069/1995, assim ficou a composição, vejamos: 
Art. 8º O Conselho Monetário Nacional, criado pela Lei nº 4.595, de 31 de dezembro de 1964, 
passa a ser integrado pelos seguintes membros: 
I - Ministro de Estado da Fazenda, que o presidirá; 
II - Ministro de Estado do Planejamento e Orçamento; e 
III - Presidente do Banco Central do Brasil. 
 
 
24 
 
 
 
6) Das Instituições Supervisoras 
6.1) Conceito 
As supervisoras são aquelas instituições que fiscalizam o cumprimento das diretrizes e normas ela-
boradas pelos órgãos normativos. A sua função, portanto, é fiscalizar a devida observância das nor-
mas que compõem o Sistema Financeira Nacional. 
 
6.2) Espécies de instituições supervisoras 
6.2.1) Banco Central do Brasil (BACEN) 
a) Noções introdutórias 
O Banco Central do Brasil (Bacen), fundado em 1964 e com início de suas atividades em 1965, é uma 
espécie de "banco dos bancos". Isso quer dizer que, além de socorrer os outros, também fiscaliza os 
bancos em geral. 
 
b) Objetivos do Bacen 
Os principais objetivos do Banco Central do Brasil estão previstos no §1º da Lei Complementar n. 
179/21, que assim dispõe: 
Art. 1º O Banco Central do Brasil tem por objetivo fundamental assegurar a estabilidade de 
preços. 
Parágrafo único. Sem prejuízo de seu objetivo fundamental, o Banco Central do Brasil tam-
bém tem por objetivos zelar pela estabilidade e pela eficiência do sistema financeiro, suavizar 
as flutuações do nível de atividade econômica e fomentar o pleno emprego. 
 
Composição do CMN
Ministro de Estado da Fazenda, 
que o presidirá;
Presidente do Banco Central do 
Brasil
Ministro de Estado do 
Planejamento e Orçamento; 
 
 
25 
 
Dessa forma, verifica-se que os objetivos do Bacen são: 
 Assegurar a estabilidade de preços 
 Zelar pela estabilidade e pela eficiência do sistema financeiro 
 Suavizar as flutuações do nível de atividade econômica 
 Fomentar o pleno emprego 
 
Vamos então esquematizar esses objetivos? 
 
 
c) Enquadramento do Bacen 
O Banco Central é considerado uma autarquia e, por isso, integra a administração pública indireta. 
Em razão disso, possui personalidade jurídica, patrimônio próprios e é criado por lei específica para 
executar funções típicas de Estado. Ademais, as autarquias também possuem autonomia adminis-
trativa e financeira. 
 
 Tome Nota 
O Bacen, até o mês de fevereiro de 2021, era classificado como uma Autarquia Federal, isto é, uma 
autarquia comum. Todavia, com a publicação da Lei Complementar n. 179/21, a referida instituição 
passou a receber status de Autarquia de natureza Especial. 
 
Objetivos do Bacen
Assegurar a estabilidade de preços 
Zelar pela estabilidade e pela 
eficiência do sistema financeiro 
Suavizar as flutuações do nível de 
atividade econômica
Fomentar o pleno emprego
 
 
26 
 
Isso significa que o Banco Central não está vinculado a nenhum Ministério - antes era vinculado ao 
Ministério da Economia. Ademais, seus dirigentes possuem mandato fixo de 4 anos, não coincidente 
com o mandato do Presidente da República. 
Destaca-se que isso é outra novidade da LC nº 179/21, uma vez que antes o Presidente do Bacen e 
os demais diretores da Diretoria Colegiada poderiam ser demitidos a qualquer tempo. 
 
 
d) Diretoria do Bacen 
A Diretoria Colegiada do Banco Central é formada por: 9 diretores - 1 deles é o presidente do Bacen. 
Todos os diretores são nomeados pelo Presidente da República e devem ser brasileiros de ilibada 
reputação e notórios conhecimentos econômico-financeiros. Embora sejam indicados pelo Presi-
dente, devem passar por aprovação do Senado Federal. 
 
e) Atribuições do Bacen 
1. Emitir papel-moeda e moeda metálica: 
2. Executar os serviços do meio circulante 
3. Receber recolhimentos compulsórios e voluntários 
4. Exercer o controle do crédito, em todas suas formas 
5. Realizar operações de redesconto e empréstimo às instituições financeiras 
Autarquia de natureza especial 
Sem vinculação a ministério 
Diretores possuem mandato fixo (4 
anos) - não coincidente com o madato 
do Presidente da República
Personalidade jurídica e patrimônio 
próprios 
Autonomia administrativa e financeira
 
 
27 
 
6. Fiscalizar as instituições financeiras, inclusive autorizando a constituição e funcionamento delas, 
bem como estabelecendo condições para o exercício de cargos de direção nessas instituições 
7. Controlar o fluxo de capitais estrangeiro no País: 
8. Ser depositário das reservas oficiais de ouro e moeda estrangeira e de Direitos Especiais de Saque 
9. Efetuar, como instrumento de política cambial, operações de compra e venda de moeda estran-
geira: 
10. Regular os serviços de compensação de cheques e outros papéis, gerindo o Sistema de Paga-
mentos Brasileiro (SPB) 
11. Efetuar a compra e venda de títulos públicos federais, como instrumento de política monetária. 
 
f) Comitê de Política Monetária (COPOM) 
O Comitê de Política Monetária (COPOM), conforme definição do próprio Banco Central do Brasil: 
Foi instituído em 20 de junho de 1996, com o objetivo de estabelecer as diretrizes da política 
monetária e dedefinir a taxa de juros. A criação do Comitê buscou proporcionar maior trans-
parência e ritual adequado ao processo decisório, a exemplo do que já era adotado pelo Fe-
deral Open Market Committee (FOMC), do Banco Central dos Estados Unidos, e pelo Central 
Bank Council, do Banco Central da Alemanha. Em junho de 1998, o Banco da Inglaterra tam-
bém instituiu o seu Monetary Policy Committee (MPC), assim como o Banco Central Europeu, 
desde a criação da moeda única em janeiro de 1999. Atualmente, uma vasta gama de autori-
dades monetárias em todo o mundo adota prática semelhante, facilitando o processo decisó-
rio, a transparência e a comunicação com o público em geral. 
Formalmente, as competências do Copom são definir a meta da Taxa Selic e divulgar o Rela-
tório de Inflação. A taxa de juros fixada na reunião do Copom é a meta para a Taxa Selic (taxa 
média dos financiamentos diários, com lastro em títulos federais, apurados no Sistema Espe-
cial de Liquidação e Custódia), a qual vigora por todo o período entre reuniões ordinárias do 
Comitê. 
As reuniões ordinárias do Copom dividem-se em duas sessões, sendo a primeira sessão re-
servada às apresentações técnicas de conjuntura econômica e a segunda destinada à decisão 
da meta da Taxa Selic. Além do Presidente e dos Diretores do Banco Central, membros do 
Comitê, participam da primeira sessão da reunião os chefes dos seguintes departamentos do 
Banco Central: Departamento de Operações Bancárias e de Sistema de Pagamentos (Deban), 
Departamento de Operações do Mercado Aberto (Demab), Departamento Econômico (De-
pec), Departamento de Estudos e Pesquisas (Depep), Departamento das Reservas Internacio-
nais (Depin) e Departamento de Assuntos Internacionais (Derin). A primeira sessão dos traba-
lhos poderá contar, ainda, com a presença de outros servidores do Banco Central, quando 
autorizados pelo Presidente. 
No primeiro dia das reuniões, os chefes de departamento apresentam uma análise técnica de 
conjuntura abrangendo inflação, nível de atividade, evolução dos agregados monetários, fi-
nanças públicas, balanço de pagamentos, economia internacional, mercado de câmbio, reser-
vas internacionais, mercado monetário, operações de mercado aberto e expectativas gerais 
para variáveis macroeconômicas. 
 
 
28 
 
Já no segundo dia da reunião, além dos membros do Copom, participa, sem direito a voto, o 
chefe do Depep, que realiza apresentação técnica contendo avaliação prospectiva da inflação. 
Em seguida, os membros do Copom, com base na avaliação do cenário macroeconômico e 
dos principais riscos associados, deliberam, por maioria simples de votos, a meta da Taxa Selic. 
Os comunicados das decisões do Copom são divulgados após o término da segunda sessão 
da reunião ordinária, a partir das 18h. As atas do Copom, em português, são divulgadas às 
8h00 da terça-feira da semana posterior a cada reunião, dentro do prazo regulamentar de seis 
dias úteis. Já as apresentações técnicas de conjuntura referentes ao primeiro e segundo dia 
de reunião são disponibilizadas, respectivamente, após 4 e 8 anos. 
O calendário anual das reuniões ordinárias será divulgado mediante Comunicado do Diretor 
de Política Monetária até o fim do mês de junho do ano anterior, admitindo-se ajustes até o 
último dia do ano de sua divulgação. 
Ao final de cada trimestre civil (março, junho, setembro e dezembro), o Copom publica o do-
cumento "Relatório de Inflação", que analisa detalhadamente a conjuntura econômica e fi-
nanceira do País, bem como apresenta suas projeções para a taxa de inflação. 
 
O COPOM possui a seguinte composição: 
 
 
Para compreender a exata função do Copom, primeiramente é necessário ter também a compreen-
são de que no Brasil é adotado o Regime de Metas de Inflação, no qual o controle inflacionário 
ocorre em regra via taxa de juros. 
Sabe-se que há uma relação inversa entre inflação e taxas de juros, haja vista que para se reduzir a 
inflação, aumenta-se a taxa de juros. Assim agindo, acaba-se por diminuir a demanda (procura) por 
bens e serviços, consequentemente desestimulando a atividade econômica. 
Por outro lado, sendo baixa a inflação, é possível se reduzir a taxa de juros, causando um estímulo 
na economia. 
Assim, nesse Regime de Metas de Inflação o papel principal do Banco Central é agir para que a 
inflação não extrapole a pré-determinada. 
Composição COPOM:
Presidente do BACEN, que preside 
também o COPOM, possuindo voto de 
qualidade.
8 diretores que compõem a diretoria 
colegiada do BACEN. 
 
 
29 
 
Dessa forma, é comum que as metas da SELIC (taxa básica de juros brasileira) sejam modificadas de 
acordo com a análise feita pelo mercado e, principalmente pelo Copom, em relação ao comporta-
mento da inflação. 
O Copom, portanto, determina a meta para a taxa Selic de acordo com a análise acerca da inflação 
seja no momento atual ou em relação as expectativas em relação ao futuro. 
Havendo uma alta na inflação, o Copom adota medidas políticas contracionistas, ou seja, para redu-
ção da inflação, como, por exemplo, a venda de títulos, a retirada de moeda de circulação, aumento 
da taxa de juros ou mesmo redução da demanda na economia. 
Atenção! O IPCA (Índice de preços ao Consumidor Amplo), calculado pelo IBGE, é o índice oficial 
utilizado para calcular a taxa de inflação. 
Por fim, em relação ao Copom, saiba que outra finalidade de destaque, além de definir a meta da 
Selic, é a elaboração do Relatório de Metas de inflação, documento divulgado trimestralmente pelo 
Bacen. 
Vejamos na ilustração a seguir alguns dados relevantes quanto ao COPOM: 
 
 
 
 
 
30 
 
6.2.2) Comissão de valores mobiliários (CVM) 
Inicialmente, tenha em mente que valores mobiliários nada mais são do que títulos financeiros, emi-
tidos pelo governo ou por instituições privadas, sendo exemplos: ações, debêntures e cotas de fun-
dos de investimentos. 
A Comissão de Valores Mobiliários – CVM -, nos termos do art. 5º da Lei 6385/76, com redação dada 
pela Lei nº 10.411/2002, é definida como: 
Art. 5º - É instituída a Comissão de Valores Mobiliários, entidade autárquica em regime es-
pecial, vinculada ao Ministério da Fazenda, com personalidade jurídica e patrimônio próprios, 
dotada de autoridade administrativa independente, ausência de subordinação hierárquica, 
mandato fixo e estabilidade de seus dirigentes, e autonomia financeira e orçamentária. 
 
São disciplinadas e fiscalizadas pela CVM, de acordo com o art. 1º da Lei nº 6.385/1976, as seguintes 
atividades: 
Art. 1º Serão disciplinadas e fiscalizadas de acordo com esta Lei as seguintes atividades: 
I - a emissão e distribuição de valores mobiliários no mercado; 
II - a negociação e intermediação no mercado de valores mobiliários; 
III - a negociação e intermediação no mercado de derivativos; 
IV - a organização, o funcionamento e as operações das Bolsas de Valores; 
V - a organização, o funcionamento e as operações das Bolsas de Mercadorias e Futuros; 
VI - a administração de carteiras e a custódia de valores mobiliários; 
VII - a auditoria das companhias abertas; 
VIII - os serviços de consultor e analista de valores mobiliários. 
 
Quanto as competências da CVM, assim determina a Lei 6385/76: 
Art. 8º Compete à Comissão de Valores Mobiliários: 
I - regulamentar, com observância da política definida pelo Conselho Monetário Nacional, as 
matérias expressamente previstas nesta Lei e na lei de sociedades por ações; 
II - administrar os registros instituídos por esta Lei; 
III - fiscalizar permanentemente as atividades e os serviços do mercado de valores mobiliários, 
de que trata o Art. 1º, bem como a veiculação de informações relativas ao mercado, às pessoas 
que dele participem, e aos valores nele negociados; 
IV - propor ao Conselho Monetário Nacional a eventual fixação de limites máximos de preço, 
comissões, emolumentos e quaisquer outras vantagens cobradas pelos intermediáriosdo 
mercado; 
 
 
31 
 
V - fiscalizar e inspecionar as companhias abertas dada prioridade às que não apresentem 
lucro em balanço ou às que deixem de pagar o dividendo mínimo obrigatório. 
§ 1º O disposto neste artigo não exclui a competência das Bolsas de Valores, das Bolsas de 
Mercadorias e Futuros, e das entidades de compensação e liquidação com relação aos seus 
membros e aos valores mobiliários nelas negociados. 
§ 2º Serão de acesso público todos os documentos e autos de processos administrativos, 
ressalvados aqueles cujo sigilo seja imprescindível para a defesa da intimidade ou do interesse 
social, ou cujo sigilo esteja assegurado por expressa disposição legal. 
§ 3º Em conformidade com o que dispuser seu regimento, a Comissão de Valores Mobiliários 
poderá: 
I - publicar projeto de ato normativo para receber sugestões de interessados; 
II - convocar, a seu juízo, qualquer pessoa que possa contribuir com informações ou opiniões 
para o aperfeiçoamento das normas a serem promulgadas. 
Art 9º A Comissão de Valores Mobiliários, observado o disposto no § 2o do art. 15, poderá: 
I - examinar e extrair cópias de registros contábeis, livros ou documentos, inclusive programas 
eletrônicos e arquivos magnéticos, ópticos ou de qualquer outra natureza, bem como papéis 
de trabalho de auditores independentes, devendo tais documentos ser mantidos em perfeita 
ordem e estado de conservação pelo prazo mínimo de cinco anos: 
a) as pessoas naturais e jurídicas que integram o sistema de distribuição de valores mobiliários 
(Art. 15); 
b) das companhias abertas e demais emissoras de valores mobiliários e, quando houver sus-
peita fundada de atos ilegais, das respectivas sociedades controladoras, controladas, coliga-
das e sociedades sob controle comum; 
c) dos fundos e sociedades de investimento; 
d) das carteiras e depósitos de valores mobiliários (Arts. 23 e 24); 
e) dos auditores independentes; 
f) dos consultores e analistas de valores mobiliários; 
g) de outras pessoas quaisquer, naturais ou jurídicas, quando da ocorrência de qualquer irre-
gularidade a ser apurada nos termos do inciso V deste artigo, para efeito de verificação de 
ocorrência de atos ilegais ou práticas não equitativas; 
II - intimar as pessoas referidas no inciso I a prestar informações, ou esclarecimentos, sob 
cominação de multa, sem prejuízo da aplicação das penalidades previstas no art.1)1; 
III - requisitar informações de qualquer órgão público, autarquia ou empresa pública; 
IV - determinar às companhias abertas que republiquem, com correções ou aditamentos, de-
monstrações financeiras, relatórios ou informações divulgadas; 
V - apurar, mediante processo administrativo, atos ilegais e práticas não equitativas de admi-
nistradores, membros do conselho fiscal e acionistas de companhias abertas, dos intermediá-
rios e dos demais participantes do mercado; 
 
 
32 
 
VI - aplicar aos autores das infrações indicadas no inciso anterior as penalidades previstas no 
Art. 11, sem prejuízo da responsabilidade civil ou penal. 
§ 1º Com o fim de prevenir ou corrigir situações anormais do mercado, a Comissão poderá: 
I - suspender a negociação de determinado valor mobiliário ou decretar o recesso de bolsa 
de valores; 
Il - suspender ou cancelar os registros de que trata esta Lei; 
III - divulgar informações ou recomendações com o fim de esclarecer ou orientar os partici-
pantes do mercado; 
IV - proibir aos participantes do mercado, sob cominação de multa, a prática de atos que 
especificar, prejudiciais ao seu funcionamento regular. 
§ 2º O processo, nos casos do inciso V deste artigo, poderá ser precedido de etapa investiga-
tiva, em que será assegurado o sigilo necessário à elucidação dos fatos ou exigido pelo inte-
resse público, e observará o procedimento fixado pela Comissão. 
§ 3º Quando o interesse público exigir, a Comissão poderá divulgar a instauração do proce-
dimento investigativo a que se refere o § 2º. 
§ 4º Na apuração de infrações da legislação do mercado de valores mobiliários, a Comissão 
priorizará as infrações de natureza grave, cuja apenação proporcione maior efeito educativo 
e preventivo para os participantes do mercado, e poderá deixar de instaurar o processo ad-
ministrativo sancionador, consideradas a pouca relevância da conduta, a baixa expressividade 
da lesão ao bem jurídico tutelado e a utilização de outros instrumentos e medidas de super-
visão que julgar mais efetivos. 
§ 5º As sessões de julgamento do Colegiado, no processo administrativo de que trata o inciso 
V deste artigo, serão públicas, podendo ser restringido o acesso de terceiros em função do 
interesse público envolvido. 
§ 6o A Comissão será competente para apurar e punir condutas fraudulentas no mercado de 
valores mobiliários sempre que: 
I - seus efeitos ocasionem danos a pessoas residentes no território nacional, independente-
mente do local em que tenham ocorrido; e 
II - os atos ou omissões relevantes tenham sido praticados em território nacional. 
 
MERCADO FINANCEIRO E SEUS DESDOBRAMENTOS (MERCADO MONETÁRIO, DE CRÉDITO, 
DE CAPITAIS E CAMBIAL) 
1) Introdução 
Nesse momento, iremos estudar o tópico 2 do edital: 
2 – Mercado Financeiro e seus desdobramentos (mercado monetário, de crédito, de capitais 
e cambial) 
 
 
33 
 
O mercado financeiro reúne um conjunto de instituições, das quais estão tomadores de recursos e 
investidores. Além disso, permite que sejam negociados produtos financeiros, como títulos públicos, 
ações, fundos de investimentos, dentre outros produtos ligados ao mercado financeiro. 
Inclusive é necessário entender que a estrutura do mercado financeiro é complexa e abrangente, 
possui diversas instituições financeiras e é dividida em: mercado monetário, mercado de crédito, 
mercado de capitais e mercado cambial. 
 
2) Mercado Financeiro e Seus Desdobramentos 
O mercado financeiro envolve diversas operações de compra e venda de ativos financeiros, sua es-
trutura é formada pelas instituições financeiras, dentre elas estão os bancos, as corretoras, as insti-
tuições de pagamento e alguns órgãos do governo. 
 
 
a) Bancos 
Os bancos são instituições financeiras que basicamente atuam como intermediários entre quem quer 
emprestar dinheiro e quem tem a intenção de tomar dinheiro emprestado. Além disso, prestam ser-
viços relacionados à cartão de crédito, débito, investimentos, pagamentos, conta corrente, dentre 
outros serviços
b) Corretoras 
As corretoras estão ligadas ao mercado de investimentos, são empresas que pertencem ao Sistema 
Financeiro e intermediam a compra e a venda dos valores mobiliários, como títulos e ações. Alguns 
exemplos de corretoras são BTG Pactual, XP Investimentos, Clear, Rico etc. 
 
Instituições Financeiras 
Bancos
Corretoras
Instituições de pagamento
Órgãos do governo
 
 
34 
 
c) Instituições de pagamento 
São pessoas jurídicas que trabalham com serviços de compra e venda e movimentações de recursos 
relacionadas ao pagamento. Alguns exemplos são: Mercado Pago, Cielo, PayPal, PicPay. Essas insti-
tuições, diferentemente dos bancos, não podem conceder empréstimos e financiamentos a seus 
clientes. 
 
d) Órgãos do governo 
A função dos órgãos reguladores do mercado financeiro é a garantia da segurança do ambiente 
onde ocorrem as negociações financeiras internas do país. Além, de tornar os investimentos estran-
geiros mais viáveis e atrativos para o país. Alguns exemplos de órgãos reguladores são: Conselho 
Monetário Nacional (CMN), Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Banco Central do Brasil (Bacen), 
Superintendência de Seguros Privados (SUSEP), entre outros. 
 
3) Mercado Monetário 
O Mercado monetário faz parte do mercado financeiro e é responsável pelas operações financeiras 
de curto ou de curtíssimo prazo. São operações que possuem alta liquidez, ou seja, a conversão de 
um bem em dinheiro pode ser feitade uma maneira mais rápida. 
 
3.1) Como funciona o mercado monetário 
No mercado monetário poderão ser feitas vendas de títulos e posses dentro do mercado financeiro 
com uma alta liquidez. Esses investimentos são mais seguros para investidores que possuem um 
perfil conservador. Pois as políticas existentes dentro do mercado monetário permitem que o indi-
víduo transforme seus títulos ou posses em dinheiro de forma rápida e segura com uma rentabili-
dade alta. 
Os títulos podem ser vendidos entre as instituições financeiras ou quando o Banco Central adquire 
títulos e vende para outras instituições, permitindo a compra livre. 
No mercado monetário os títulos são divididos em: 
a) Título Privado 
São títulos criados por empresas privadas e encontradas no certificado de depósito bancário. 
 
 
 
35 
 
 b) Título Público 
São títulos disponibilizados pelo Tesouro Nacional, sua finalidade é fazer as pessoas investirem e as 
corporações comprarem papéis da dívida pública lançados pelo Governo Federal. O título público 
mais conhecido é o Tesouro Selic, o qual possui uma rentabilidade baixa. 
 
3.2) Mercado monetário e a importância para a economia 
O mercado monetário tem ligação direta com o Banco Central, pelo fato de ser constituído por 
operações de compra e venda de títulos. O Banco Central possui responsabilidade pela moeda que 
circula no país, dessa maneira, quando são efetuadas compras dos títulos são retiradas do mercado 
as moedas e quando são efetuadas as vendas são colocadas em circulação novamente. 
Por fim, é preciso entender que o mercado monetário afeta de forma drástica a economia, pois ele 
pode acelerar o mercado econômico e se o mercado monetário fica em alta poderá haver a desva-
lorização da moeda. 
 
4) Mercado De Crédito 
O mercado de crédito é explorado pelas instituições, pois serve para conceder recursos financeiros 
para a população. 
 
4.1) O que é o mercado de crédito 
O mercado de crédito também pertence ao Sistema Financeiro Nacional. É um sistema que fornece 
financiamentos, tanto para pessoas físicas, quanto para pessoas jurídicas. 
Além do mais, o mercado de crédito é muito importante para a economia do país, sem esse mercado 
seria quase impossível a economia se manter. 
 
4.2) Qual a finalidade do mercado de crédito 
O mercado de crédito oferece uma vasta movimentação de recursos econômicos. Possui uma grande 
capacidade de financiar projetos que futuramente podem gerar valor para toda a economia de forma 
direta. 
 
4.3) Mercado de crédito e seu funcionamento 
De maneira ampla, o mercado de crédito funciona entre duas partes, os credores e os tomadores de 
crédito. 
 
 
36 
 
 
 
a) Credores 
Os credores são os bancos e as demais instituições que fornecem crédito. 
 
b) Tomadores de crédito 
Tomadores de crédito são as pessoas físicas e as pessoas jurídicas. 
Além disso, as operações podem ser de curto prazo (menos de um ano); médio prazo (de um a cinco 
anos); e de longo prazo (acima de cinco anos). 
 
4.4) Tipos de créditos 
Os créditos podem ser para pessoas físicas e pessoas jurídicas. 
a) Mercado de crédito para pessoas físicas 
Para as pessoas físicas podem ser feitos créditos consignados, crédito direto para o consumidor, 
liberação de cheque especial, cartão de crédito, dentre outros. 
 
b) Mercado de crédito para pessoas jurídicas 
Para as pessoas jurídicas poderão ser feitos empréstimos para capital de giro, para financiar equipa-
mentos e máquinas, financiar projetos da empresa, entre outros. 
 
4.5) Variáveis que influenciam o mercado de crédito 
O crédito liberado poderá ser liquidado de maneira única ou de maneira parcelada. 
Mercado de crédito
Credores
Tomadores de crédito
 
 
37 
 
Para ser liberado um credito são necessárias algumas garantias. Geralmente para as pessoas físicas 
as garantias são por meio de avalista, fiador, recebíveis ou algum bem, inclusive o próprio bem fi-
nanciado. 
Já em relação as pessoas jurídicas as garantias poderão ser recebíveis, máquinas, equipamentos da 
empresa, ativos financeiros etc. 
Por fim, vale lembrar que existem os juros que definem o custo do capital. A taxa de juros pode ser 
Pré ou Pós-fixada. 
As garantias são necessárias para que as instituições financeiras tenham mais segurança na operação 
financeira de fornecer crédito. 
 
5) Mercado De Capitais 
5.1) Conceito 
O mercado de capitais é uma divisão do sistema financeiro, o qual é responsável por intermediar a 
relação daqueles que precisam de recursos de longo prazo para implementar projetos e quem se 
propõe a fazer tal investimento. Os investidores entregam os recursos para as empresas e em troca 
recebem os chamados valores mobiliários, como: ações, debêntures, cotas de fundos de investimen-
tos, bônus de subscrição, certificados de depósito de valores mobiliários, notas comercias, contratos 
futuros, dentre outros. 
 
5.2) Instituições e agentes que participam do mercado de capitais 
a) Empresas 
Captam recursos por meio da emissão de títulos. 
 
b) Corretoras de distribuidoras de títulos e valores mobiliários 
São instituições autorizadas pelo Bacen para fazer a intermediação entre os investidores e o mercado 
organizado de títulos e valores mobiliários. 
 
c) Agentes autônomos de investimentos 
São profissionais credenciados pela ANCORD ((Associação Nacional das Corretoras e Distribuidoras 
de Títulos e Valores Mobiliários, Câmbio e Mercadorias) para atuarem nas corretoras com a pros-
pecção de clientes, e prestação de informações sobre os produtos e demais serviços. 
 
 
 
38 
 
d) Demais instituições financeiras autorizadas 
São instituições autorizadas para atuar no mercado de capitais, como por exemplo, os bancos de 
investimentos. 
 
e) Bolsa de valores 
É uma entidade privada de capital aberto onde são negociadas ações de empresas, títulos de renda 
fixa, commodity e outros ativos. 
 
f) Comissão de valores mobiliários 
A CVM é responsável pela fiscalização e regulação do mercado de capitais, e tem por objetivo fisca-
lizar, normatizar, disciplinar e desenvolver o mercado de valores. 
É válido citar que, “o mercado de capitais mobiliza os recursos de poupança de pessoas físicas, em-
presas e agentes públicos, promovendo a alocação eficiente dessa poupança para financiar a pro-
dução, a comercialização e o investimento e consumo de empresas e famílias. ” 
 
6) Mercado Cambial 
6.1) Conceito 
O mercado de câmbio é o local onde são realizadas as operações de câmbio, ou seja, compra e 
venda de moedas de todos os países, dessa maneira, é um dos maiores ambientes de negociação 
do mercado de capitais. 
 
6.2) Como funciona o mercado cambial 
No mercado cambial, as operações são realizadas em pares de moedas, ou seja, para comprar uma 
moeda é necessário entregar outra. Cada moeda possui um preço e a diferença entre uma e outra é 
chamada de taxa cambial. A taxa cambial é responsável por dizer quanto será necessário pagar para 
comprar outra moeda. 
O mercado cambial poderá ser: 
a) Mercado primário 
O mercado primário diz respeito as movimentações de entrada e saída de moeda estrangeira do 
Brasil. Geralmente essa movimentação é feita por importadores, exportadores e turistas. 
 
 
 
39 
 
b) Mercado secundário 
O mercado secundário diz respeito as movimentações feitas entre os bancos no país, podendo ser 
chamado também de mercado interbancário. 
 
6.3) Responsável pelo mercado cambial no Brasil 
Quem regula e supervisiona o mercado de câmbio no Brasil é o Banco Central e o Conselho Mone-
tário Nacional. 
O Banco Central tem a responsabilidade de autorizar o funcionamento das instituições financeiras 
para que possam fazer a negociação ou intermediação das operações de câmbio. Todas as opera-
ções realizadas pelas instituições são informadas ao Banco Central. 
Já o Conselho Monetário Nacional estabelece a política cambial do Brasil e quais serão as regrasque 
devem ser seguidas nas operações financeiras entre o Brasil e os demais países. Além disso, o Banco 
Central verifica se as regras estão sendo seguidas de forma adequada. 
 
6.4) Tipos de operações do mercado cambial 
No Brasil temos as seguintes operações de câmbio: compra e venda de moeda estrangeira ou uso 
de cartão em viagens ao exterior; transações de moeda nacional por residentes no país e no exterior; 
movimentação de valores de importação e exportação; pagamentos e transferências internacionais, 
entre outros. 
Lembrando que todas as movimentações cambiais devem ser realizadas por meio de instituições 
financeiras autorizadas e supervisionadas pelo Banco Central. 
 
6.5) Instituições autorizadas a operar no mercado cambial 
Vejamos algumas instituições autorizadas a operar no mercado cambial: os bancos múltiplos, bancos 
comerciais, de câmbio e caixas econômicas; os bancos de investimento; os bancos de desenvolvi-
mento; as corretoras de câmbio; as sociedades corretoras de títulos e valores mobiliários; as socie-
dades distribuidoras de títulos e valores mobiliários; as agências de fomento; as sociedades de cré-
dito, financiamento e investimento. 
É importante salientar que antes realizar qualquer operação é fundamental verificar se a instituição 
está autorizada pelo Banco Central, para garantir que a operação será feita dentro legalidade e não 
correr riscos de golpes. 
 
OS BANCOS NA ERA DIGITAL: ATUALIDADE, TENDÊNCIAS E DESAFIOS 
 
 
40 
 
A Era Digital ou Era da Informação é resultado dos avanços tecnológicos trazidos pela Terceira Re-
volução Industrial. Com esses avanços, houve um aumento significativo no uso de informática e 
robótica. 
Os bancos também estão sendo afetados por essa era digital, pois é impossível ignorar a grande 
presença da tecnologia na vida das pessoas hoje. Vemos que nos últimos anos, a utilização de tec-
nologias tem se tornado cada vez mais comum em todo o mundo. 
Por exemplo, no Brasil, o sistema bancário tem passado por uma modernização ao longo dos anos. 
Uma das grandes inovações foi o surgimento da Transferência Eletrônica Disponível (TED) em 2022, 
que é um serviço de transferência em tempo real entre contas de diferentes instituições financeiras. 
Isso trouxe mais agilidade e segurança às transferências de recursos. 
A modernização do Sistema de Pagamentos Brasileiro também proporcionou um cenário mais se-
guro para as transações bancárias, o que permitiu a implementação de plataformas digitais para os 
clientes de bancos. Assim surgiu a internet banking, onde os clientes podem acessar suas contas e 
realizar transações financeiras pela internet. 
Atualmente, todos os bancos oferecem sites e aplicativos (mobile banking) para que os clientes pos-
sam acessar suas contas e realizar transações financeiras. No entanto, ainda há alguns clientes que 
preferem manter uma relação tradicional com os bancos, mas a tendência é que a relação entre 
cliente e banco se torne cada vez mais digital, especialmente devido à pandemia que estamos en-
frentando. 
Muitas pessoas que antes não usavam aplicativos de bancos se viram "obrigadas" a utilizá-los para 
evitar deslocamentos até as agências bancárias e diminuir o risco de contágio pelo Coronavírus. 
Portanto, já se sabe que houve um aumento significativo no uso de canais digitais e tudo indica que 
esse avanço veio para ficar. 
Aspectos importantes no processo de “digitalização” dos bancos: 
 Possibilita a redução da demanda por funcionários; 
 Gera economia com espaço físico, que passa a ser cada vez menos necessário; 
 Facilita a atração de novos clientes, especialmente os jovens, que usam muito aplicativos; 
 Facilita a inclusão de pessoas que não possuíam fácil acesso às agências bancárias. 
 
A pesquisa de Tecnologia Bancária, realizada em 2021 pela FEBRABAN (Federação Brasileira de Ban-
cos), apresentou dados interessantes sobre a presença da tecnologia nos bancos. 
Em 2020, o setor bancário representou 14% dos investimentos em tecnologia na economia global, 
perdendo apenas para o Governo. 
Entre os investimentos em tecnologia feitos pelos bancos, destacam-se a segurança cibernética, o 
trabalho remoto, a inteligência artificial e o Mobile Banking, que respondeu por mais da metade das 
 
 
41 
 
transações bancárias. Além disso, 90% das contratações de crédito e 80% dos pagamentos de contas 
foram realizados por meio de canais digitais. No entanto, os canais físicos ainda são bastante utili-
zados para transações mais complexas. 
Apesar de todos os benefícios, a digitalização dos bancos também apresenta desafios, como altos 
custos para implementar tecnologia segura, necessidade de mudança cultural interna e externa, e 
concorrência com instituições inovadoras que já nasceram digitais. 
Já existem novos modelos de instituições financeiras que não possuem agências físicas e têm toda 
a relação com os clientes digital, desde a abertura da conta. 
Isso impõe desafios adicionais aos bancos tradicionais, enquanto essas instituições inovadoras tam-
bém enfrentam desafios ao competir com os grandes bancos e manter seus clientes. 
A partir dessa contextualização sobre bancos na Era Digital, será estudado tópicos específicos do 
assunto, como o Internet Banking. 
 
INTERNET BANKING 
1) Conceito 
O internet banking é a plataforma digital que permite que os clientes acessem suas contas bancá-
rias e realizem transações financeiras pela internet. É como se fosse o banco em casa ou no escritório, 
pois é possível realizar diversas ações sem sair de casa ou do trabalho. 
 
2) Características 
Com o internet banking, é possível abrir uma conta corrente, pagar contas, fazer transferências entre 
contas de um banco para outro, consultar saldo e extratos, fazer pagamentos de tributos, investir e 
resgatar investimentos, solicitar empréstimos e muito mais. 
Enfim, internet banking está associado ao acesso ao banco via computadores, diferentemente do 
mobile banking que será estudado a seguir. 
 
MOBILE BANKING 
1) Conceito 
O Mobile Banking é a plataforma digital que permite que os clientes acessem suas contas bancárias 
e realizem transações financeiras através de seus smartphones, geralmente via aplicativos oferecidos 
pelos bancos. É possível realizar as mesmas transações que podem ser feitas no Internet Banking. 
 
 
 
42 
 
2) Benefícios e desafios 
De acordo com a Pesquisa de Tecnologia Bancária 2021 da FEBRABAN, o Mobile Banking é a tecno-
logia bancária mais utilizada pelos brasileiros, isso pode ser atribuído a três fatores principais: o 
contexto de pandemia, o programa de auxílio emergencial e o lançamento do PIX. 
O Mobile Banking traz benefícios para os bancos e os clientes, como redução de custos, agilidade 
nas transações, análise de dados dos clientes e comodidade para os clientes realizarem transações 
em qualquer lugar e hora. 
Mas ele também traz desafios, como tornar os aplicativos acessíveis a todos os tipos de clientes, 
garantir a segurança dos dados dos clientes e transformar o Mobile Banking em um canal de vendas. 
 
OPEN BANKING 
1) Noções Introdutórias 
Open Banking é um conceito que se baseia na abertura dos sistemas bancários para permitir acesso 
de terceiros às informações e funcionalidades dos bancos. O objetivo é fomentar a inovação e au-
mentar a competição no mercado financeiro, permitindo que outras instituições, como Fintechs e 
empresas de tecnologia, ofereçam novos serviços e soluções para os clientes. 
No sistema bancário tradicional, um banco não tem acesso ao relacionamento que seu cliente possui 
com outro banco, o que impõe maior dificuldade de competir com ele. Já no Open Banking: Com a 
permissão de cada correntista, as instituições se conectam diretamente às plataformas de outras 
instituições participantes e acessam exatamente os dados autorizados pelos clientes. Todo esse pro-
cesso é feito em um ambiente seguro e a permissão poderá ser canceladapela pessoa sempre que 
ela quiser (BACEN, 2021). 
Isso tende a aumentar a concorrência entre as instituições, permitindo que elas ofereçam produtos 
e serviços mais adequados ao perfil dos clientes e redução de tarifas. Além disso, o compartilha-
mento de dados também permite a "portabilidade de relacionamento", onde o cliente pode levar 
seu histórico de bom pagador para outra instituição, sem precisar começar um relacionamento do 
zero. Outra vantagem é a melhoria na experiência do usuário, com a possibilidade de visualizar in-
formações de contas de vários bancos em um único local e a comparação de produtos e serviços 
entre as instituições, favorecendo a busca pela melhoria contínua. 
 
2) Objetivos do Open Banking 
A Resolução Conjunta do Conselho Monetário Nacional (CMN) e do BACEN n. 1/2020, que regula-
menta o Open Banking, estabelece o os seguintes objetivos: 
 
 
43 
 
 
 
Para que os dados sejam compartilhados por meio do open banking é necessário que o cliente 
autorize por meio de três etapas: consentimento; autenticação; confirmação. 
As etapas de consentimento, autenticação e confirmação são fundamentais no processo de Open 
Banking, pois garantem a segurança dos dados e a privacidade dos usuários. 
A primeira etapa é o consentimento, onde o usuário dá sua autorização para que uma instituição 
financeira ou de pagamento acesse e compartilhe suas informações financeiras com outras institui-
ções. Isso pode ser feito através de um aplicativo ou website específico, onde o usuário seleciona as 
informações que deseja compartilhar e confirma sua decisão. 
A segunda etapa é a autenticação, onde é verificada a identidade do usuário para garantir que ele 
é realmente quem ele diz ser. Isso pode ser feito através de meios como login e senha, reconheci-
mento facial ou digital, entre outros. 
Por fim, a terceira etapa é a confirmação, onde o usuário é notificado sobre a operação que está 
prestes a ser realizada, e tem a opção de confirmar ou cancelar a transação. Isso garante que o 
usuário está ciente e consciente da operação que está sendo realizada, e que ele tem o controle final 
sobre seus dados. 
Objetivos do Open Banking
Incentivar a inovação
Promover a concorrência
Aumentar a eficiência do sistema 
financeiro nacional e do sistema de 
pagamentos brasileiro
Promover a cidadania financeira
 
 
44 
 
 
 
Todas essas etapas devem ser realizadas via canais eletrônicos, preservando a segurança, agilidade, 
precisão e conveniência. O BACEN impõe também que as três etapas sejam realizadas de forma 
sucessiva e ininterrupta. 
 
4.3) Instituições participantes 
Somente instituições financeiras, instituições de pagamento e outras autorizadas pelo Banco Central 
do Brasil podem participar do Open Banking. 
No entanto, algumas instituições são obrigadas a se envolver. A Resolução 4553 do BACEN divide 
essas instituições em 5 categorias, com as maiores instituições no segmento 1 e as menores no 
segmento 5. As instituições do segmento 1 e 2 são obrigadas a participar, enquanto as demais po-
dem escolher se querem participar ou não." 
 
4.4) Implementação no Brasil 
O Open Banking é um sistema que já vigora em países da Europa, como Reino Unido, e está em 
processo de implantação em países como o Chile e Austrália, além do Brasil. 
O Banco Central do Brasil determina que a implantação do Open Banking no País se dará em quatro 
fases, quais sejam: 
Etapas - Autorização de 
compartilhamento de dados pelo 
cliente
Consentimento
Autenticação
Confirmação
 
 
45 
 
 
 
NOVOS MODELOS DE NEGÓCIOS 
1) Noções introdutórias 
A Era Digital trouxe mudanças na relação entre bancos e clientes. No entanto, essas transformações 
afetam também as empresas em geral, pois surgem novos modelos de negócios nesse contexto. Um 
modelo de negócio é "a forma como uma empresa cria, entrega e captura valor" (SEBRAE, 2021). 
Em outras palavras, é a maneira como os recursos humanos e financeiros são organizados para en-
tregar valor aos clientes e gerar lucro para os proprietários/acionistas. Pode ser difícil entender esses 
conceitos na prática, por isso fornecemos algumas ilustrações, como a ferramenta chamada Dia-
grama de Canvas, que pode ser usada para criar um modelo de negócios. 
Não há uma "receita" única para criar um modelo de negócios, cada empresa criará o seu de acordo 
com suas especificidades, como perfil do público-alvo e a forma como deseja entregar valor. 
São vários os tipos de modelos negócios, dentre estes, destacam-se: 
 
Fases do Open Banking
1ª fase: preparatória - as instituições 
disponibilizam informações padronizadas 
dos clientes.
2ª fase: é a autorização do 
compartilhamento de dados pelos 
cliente.
3ª fase: é o compartilhamento de 
serviços básicos: transações de 
pagamento e de encaminhamento de 
proposta de operação de crédito.
4ª fase: realização de transações mais 
complexas (investimentos, operações 
com câmbio, planos de previdência, 
entre outras)
 
 
46 
 
 
 
2) Tipos de modelos de negócios 
Um marketplace é uma plataforma on-line que oferece produtos de diversas empresas. Ele funciona 
como um shopping virtual, onde as marcas que não possuem sua própria loja podem alugar espaço 
para expor e vender seus produtos. Exemplos de marketplaces incluem a Americanas, Netshoes e 
Amazon. 
No modelo gratuito ocorre o uso do serviço ou produto é oferecido sem cobrança, mas a empresa 
obtém lucro através da utilização dos dados dos usuários para oferecer publicidade para empresas 
parceiras. Exemplos: redes sociais. 
No modelo freemium, as empresas oferecem algumas funcionalidades gratuitas em seus produtos 
ou serviços, enquanto outras funcionalidades só podem ser acessadas mediante pagamento. É como 
se fosse um test drive, onde os usuários podem experimentar um produto ou serviço antes de decidir 
se desejam investir nele. Um exemplo de Freemium é o Spotify, onde algumas funções são gratuitas, 
mas outras como acesso a músicas sem anúncios e baixar músicas só podem ser acessadas com a 
assinatura premium. 
O modelo de negócios chamado ecossistema de envolve a venda de um conjunto de produtos que, 
embora possam ser adquiridos separadamente, funcionam melhor juntos. Um exemplo notável 
desse modelo é a empresa Apple. 
Isca e anzol é o modelo de negócio em que a empresa oferece um produto a um preço baixo, com 
baixa margem de lucro (como uma isca) e cobra preços mais altos para outros produtos que são 
necessários para o primeiro funcionar (como o anzol). Um exemplo comum é as máquinas de café 
de cápsulas, onde a margem de lucro é maior na venda de cápsulas que os consumidores precisam 
comprar frequentemente e que não são baratas. 
O modelo de assinatura é baseado em um sistema de pagamento recorrente, onde o cliente paga 
uma taxa mensal ou anual para ter acesso aos produtos ou serviços oferecidos pela empresa. Exem-
plos de empresas que utilizam esse modelo são as plataformas de Streaming, como Netflix e Amazon 
Prime, onde os usuários pagam uma taxa mensal para assistir a filmes e séries. Esse modelo tem se 
tornado cada vez mais popular, pois permite que as empresas ofereçam uma variedade de conteúdo 
aos seus clientes sem precisar vender cada item individualmente. 
O modelo de negócios da economia colaborativa é também conhecido como economia comparti-
lhada ou em rede. Ele se baseia na união de esforços e no compartilhamento de bens e serviços para 
Modelos de 
Negócios
Marketplace Gratuito Freemium Ecossistema Isca e anzol Assinatura 
Economia 
Colaborativa 
 
 
47 
 
alcançar uma economia de recursos e práticas de consumo mais sustentáveis. Exemplos desse mo-
delo incluem aplicativos de caronas, como Uber, e plataformas de compartilhamento de imóveis 
como Airbnb. Este modelo de negócios está ganhando popularidade em todo o mundo. 
A partir da mudança de paradigma que tem ocorrido em face da Era digital e dos novos modelos denegócios, surgiram alguns tipos empresas inovadoras, que implementam os novos modelos de ne-
gócios, das quais serão estudadas adiante. 
 
FINTECHS, STARTUPS E BIG TECHS 
1) Conceitos e características 
Fintechs são empresas que utilizam tecnologia para oferecer serviços financeiros inovadores, tais 
como pagamentos, investimentos, empréstimos e seguros. Elas podem ser startups ou já estabele-
cidas e competem com bancos tradicionais e outras instituições financeiras. 
 Ex.: Nubank, que oferece cartões de crédito e contas correntes digitais sem taxas bancárias e com 
aplicativo para gerenciamento das contas. 
 
Startups são empresas inovadoras, geralmente em estágios iniciais de desenvolvimento, que bus-
cam soluções para problemas ou oportunidades no mercado. Muitas vezes elas se concentram em 
setores emergentes, como tecnologia, biotecnologia e internet. 
 Ex.: a Uber, que desenvolveu um aplicativo para solicitar transporte de forma fácil e rápida. 
 
As Big Techs são as grandes empresas de tecnologia, como Amazon, Google, Facebook e Apple, 
que possuem uma ampla gama de produtos e serviços, e têm uma forte presença no mercado. Elas 
têm uma grande capacidade de investimento e capacidade de inovar e adaptar-se a novos mercados, 
incluindo o financeiro. 
 
SISTEMAS DE BANCO-SOMBRA (SHADOW BANKING) 
1) Conceitos e características 
O sistema de banco-sombra (shadow banking) é um conjunto de instituições financeiras e ativida-
des que operam fora do sistema bancário regulamentado. Ele inclui financeiras, empresas de leasing, 
fundos de investimento, corretoras e outras instituições que oferecem serviços financeiros sem estar 
sujeitas às mesmas regulamentações e supervisão que os bancos regulamentados. 
O shadow banking tem crescido rapidamente nos últimos anos, e hoje representa uma parcela sig-
nificativa do sistema financeiro global. Ele pode fornecer uma variedade de serviços financeiros, 
 
 
48 
 
como empréstimos, investimentos e pagamentos, mas também pode criar riscos sistêmicos devido 
à sua falta de regulamentação e supervisão adequadas. 
As principais preocupações com o shadow banking incluem a falta de transparência, o risco de 
contagem e a falta de garantias de depósitos. Alguns temem que as falhas no sistema de banco-
sombra possam levar a problemas econômicos mais amplos, como uma crise financeira. 
Devido a esses riscos, as autoridades reguladoras estão trabalhando para aumentar a supervisão e 
regulamentação do shadow banking. Isso inclui medidas para melhorar a transparência, aumentar a 
capitalização e melhorar a gestão de riscos. 
Além disso, as Fintechs e as startups também estão contribuindo para o crescimento e a evolução 
do sistema de banco-sombra. Elas estão desenvolvendo novos modelos de negócios e tecnologias 
que permitem que os consumidores façam transações financeiras sem precisar de intervenção de 
bancos tradicionais. As Big Techs também estão entrando nesse mercado com força, como Google, 
Facebook. 
 Ex.: Integrantes do Shadow Banking são: fundos de pensão; fundos de investimento (hedge e 
convencionais); empresas de factoring; bancos de investimento, entre outros. 
 
O DINHEIRO NA ERA DIGITAL: BLOCKCHAIN, BITCOIN E DEMAIS CRIPTOMOEDAS 
1) Noções introdutórias 
A era digital tem trazido muitas mudanças na forma como as pessoas lidam com o dinheiro, inclu-
indo o surgimento de criptomoedas como o Bitcoin. As criptomoedas são moedas digitais descen-
tralizadas que usam tecnologias de criptografia para garantir e verificar transações, além de controlar 
a criação de novas unidades. 
Os pagamentos eletrônicos, como cartões de crédito e aplicativos de pagamento móvel, também 
têm aumentado a conveniência e a segurança das transações financeiras. Além disso, as criptomoe-
das também estão sendo cada vez mais aceitas como meio de pagamento em comércios físicos e 
online. 
Outra tendência na era digital é a crescente utilização de tecnologias financeiras inovadoras, como 
o blockchain, que é a tecnologia subjacente às criptomoedas, e permite a criação de aplicações 
financeiras descentralizadas e seguras. 
No entanto, é importante lembrar que as criptomoedas ainda são consideradas investimentos de 
alto risco e a regulamentação a respeito delas ainda é incerta em muitos países. Além disso, a vola-
tilidade dos preços das criptomoedas é muito alta, o que pode torná-las impróprias para investi-
mentos de longo prazo. 
 
 
 
49 
 
2) Blockchain 
Blockchain é uma tecnologia de registro distribuído que permite a criação de registros confiáveis e 
imutáveis sem a necessidade de uma autoridade central. É a tecnologia subjacente às criptomoedas, 
como o Bitcoin, mas tem potencial para muitas outras aplicações além das financeiras. 
A principal característica do blockchain é sua descentralização. Em vez de confiar em uma autoridade 
central para validar transações e manter registros, o blockchain usa uma rede de computadores dis-
tribuídos para validar e registrar transações. Isso torna o blockchain muito seguro e resistente a 
ataques cibernéticos, já que é muito difícil alterar ou corromper os registros. 
Além disso, o blockchain permite a criação de aplicações financeiras descentralizadas e seguras, 
como as criptomoedas. Isso tem o potencial de revolucionar a forma como as pessoas lidam com 
dinheiro e também tem aplicações em outras áreas, como a criação de contratos inteligentes, a ges-
tão de ativos digitais e a verificação de identidade. 
Contudo, ainda é cedo para prever qual será o impacto a longo prazo do blockchain nas diferentes 
indústrias. 
 
3) Bitcoin 
Bitcoin é uma criptomoeda, ou moeda digital, criada em 2009 por uma pessoa ou grupo de pessoas 
usando o pseudônimo Satoshi Nakamoto. É a primeira e mais conhecida criptomoeda e é baseada 
na tecnologia blockchain. 
A principal característica do Bitcoin é que ele é descentralizado, ou seja, não é controlado por ne-
nhum governo, banco central ou autoridade financeira. Em vez disso, ele é controlado por uma rede 
de computadores distribuídos ao redor do mundo. Isso permite que as transações com Bitcoin sejam 
realizadas diretamente entre as pessoas, sem a necessidade de intermediários. 
Outra característica importante do Bitcoin é que ele é limitado em sua oferta. O protocolo do Bitcoin 
estabelece que somente 21 milhões de bitcoins podem ser criados, e até agora já foram minerados 
mais de 18 milhões de bitcoins. Isso faz com que o Bitcoin seja comparado a um ativo financeiro, e 
assim como outros ativos financeiros, o preço do bitcoin pode sofrer volatilidade. 
O uso do bitcoin tem crescido ao longo dos anos, e hoje é possível utilizá-lo em vários comércios e 
estabelecimentos, no entanto, ele ainda é considerado uma forma de investimento de alto risco e a 
regulamentação a respeito dele varia de país para país. Além disso, sua utilização pode ser compli-
cada para pessoas que não tem familiaridade com tecnologias digitais. 
 
4) Demais criptomoedas 
Além do Bitcoin, existem muitas outras criptomoedas, também conhecidas como altcoins, que foram 
criadas desde então. Algumas delas são muito semelhantes ao Bitcoin, enquanto outras possuem 
características e objetivos diferentes. 
 
 
50 
 
Uma das mais conhecidas criptomoedas é o Ethereum. Ele foi lançado em 2015 e tem como principal 
diferença em relação ao Bitcoin a capacidade de executar contratos inteligentes, ou seja, programas 
que podem ser executados automaticamente quando determinadas condições são atendidas. Isso 
permite que o Ethereum seja usado para a criação de aplicações descentralizadas além das financei-
ras. 
Outra criptomoeda conhecida é o Litecoin. Ele foi criado em 2011 como uma versão "leve" do 
Bitcoin, o que significa que as transações são processadas mais rapidamente e com taxas de transa-
ção menores. Também possui uma oferta mais elevada, 84 milhões de unidades, comparado com os 
21 milhões do Bitcoin. 
Existemmuitas outras criptomoedas como Ripple, Monero, Tether, entre outras, cada uma delas 
com sua própria finalidade e características. Enquanto algumas buscam ser uma forma de paga-
mento, outras buscam ser uma forma de investimento ou até mesmo se concentram em privacidade 
e anonimato. Assim como o Bitcoin, essas criptomoedas são consideradas investimentos de alto risco 
e a regulamentação a respeito delas varia de país para país. 
 
 
 
CORRESPONDENTES BANCÁRIOS 
Criptomoedas
Bitcoin
Altcoins
Ethereum
Litecoin
Ripple
Monero
Tether
Aproximadamente outras 17 
mil altcoins
 
 
51 
 
1) Noções Introdutórias 
Os correspondentes bancários são instituições financeiras que atuam como agentes de outras ins-
tituições financeiras, oferecendo serviços bancários em nome dessas instituições. Eles geralmente 
são utilizados para ampliar a rede de atendimento de uma instituição financeira, permitindo que ela 
atenda a uma área geográfica maior ou a um público específico. 
 
2) Características 
Os correspondentes bancários podem oferecer serviços como abertura de conta, depósitos, saques, 
pagamentos e transferências. Eles também podem emitir cartões de crédito e débito, e oferecer 
serviços de crédito, como empréstimos e financiamentos. Em alguns casos, eles também podem 
oferecer serviços de investimento, como aplicações em títulos públicos e fundos de investimento. 
Os correspondentes bancários são regulamentados pelo Banco Central e devem seguir as mesmas 
regras e normas que as instituições financeiras regulares. Isso inclui questões de segurança, como 
proteção de dados e combate à lavagem de dinheiro, além de exigências de capital e liquidez. 
Eles são uma alternativa para as pessoas que vivem em áreas remotas e não tem acesso a um banco 
tradicional, também podem ser utilizados para ampliar a rede de atendimento para pessoas que não 
possuem documentação necessária para abrir conta em um banco tradicional, como imigrantes ile-
gais. 
No entanto, é importante lembrar que os correspondentes bancários podem cobrar taxas e tarifas 
mais elevadas do que os bancos tradicionais, e que os serviços oferecidos podem ser limitados. Além 
disso, os clientes devem ter cuidado ao escolher um correspondente bancário, verificando se ele é 
regulamentado e se tem boa reputação. 
 
SISTEMA DE PAGAMENTOS INSTANTÂNEOS (PIX) 
1) Conceitos e características 
O Sistema de Pagamentos Instantâneos (PIX) é um sistema de pagamentos eletrônicos no Brasil, 
lançado em novembro de 2020 pela Central Bank of Brazil (Banco Central do Brasil). O PIX permite 
que as transações financeiras sejam realizadas de forma instantânea, 24 horas por dia, sete dias por 
semana. Isso inclui transferências bancárias, pagamentos de contas, recarga de celular e outras tran-
sações. 
O PIX é baseado em chaves de identificação, que podem ser endereços de e-mail, telefones celulares 
ou CPF/CNPJ, e permite que as transações sejam realizadas sem a necessidade de informações ban-
cárias detalhadas, como números de conta e agência. Isso torna o processo mais rápido, fácil e 
seguro. 
 
 
52 
 
O PIX também oferece a possibilidade de realizar pagamentos através de QR Code, mensagem de 
texto e aplicativo de pagamentos. Além disso, permite aos usuários criar suas próprias chaves de 
identificação, facilitando a realização de transações financeiras. 
 
TRANSFORMAÇÃO DIGITAL NO SISTEMA FINANCEIRO 
1) Noções Introdutórias 
A transformação digital no sistema financeiro tem sido um importante fator para o aumento da 
eficiência, segurança e inovação nos serviços financeiros. 
 
2) Tendências e desenvolvimentos no setor financeiro 
Algumas das principais tendências e desenvolvimentos no setor financeiro incluem: bancos digitais, 
pagamentos eletrônicos, análise de dados, automatização e blockchain: 
Bancos digitais: A crescente popularidade dos bancos digitais tem permitido que os clientes reali-
zem transações financeiras através de canais digitais, como aplicativos, sites e redes sociais, sem 
precisar visitar uma agência bancária física. 
Pagamentos eletrônicos: O desenvolvimento de novas tecnologias de pagamento, como o PIX, tem 
permitido que as transações financeiras sejam realizadas de forma mais rápida e segura. 
Análise de dados: O uso de Big Data e análise de dados tem permitido que os bancos obtenham 
insights valiosos sobre seus clientes, o que ajuda a melhorar os serviços e oferecer produtos perso-
nalizados. 
Automatização: A automatização tem permitido que os bancos reduzam custos e aumentem a efi-
ciência, permitindo que os funcionários se concentrem em tarefas mais complexas. 
Blockchain: A tecnologia blockchain tem o potencial de revolucionar a forma como as transações 
financeiras são realizadas, proporcionando mais segurança e transparência. 
Em geral, a transformação digital no sistema financeiro tem permitido que os bancos e outras insti-
tuições financeiras melhorem a experiência do cliente, aumentem a eficiência e reduzam os custos, 
enquanto oferecem novos produtos e serviços 
 
MOEDA E POLÍTICA MONETÁRIA: POLÍTICAS MONETÁRIAS CONVENCIONAIS E NÃO-CON-
VENCIONAIS (QUANTITATIVE EASING); TAXA SELIC E OPERAÇÕES COMPROMISSADAS; O 
DEBATE SOBRE OS DEPÓSITOS REMUNERADOS DOS BANCOS COMERCIAIS NO BANCO CEN-
TRAL DO BRASIL 
 
 
53 
 
1) Introdução 
Nesse momento, iremos estudar o tópico de um tema também muito recorrente nas provas de co-
nhecimentos bancários: 
Moeda e política monetária: Políticas monetárias convencionais e não-convencionais (Quan-
titative Easing); Taxa SELIC e operações compromissadas; O debate sobre os depósitos remu-
nerados dos bancos comerciais no Banco Central do Brasil. 
 
2) Moeda e Políticas Monetárias 
O Banco Central do Brasil determina que a moeda é um ativo que poderá ser utilizado nas transações 
econômicas, desempenhando a função de denominador comum de valor monetário, fornecendo um 
referencial para as demais mercadorias e, por fim, funcionando como reserva de valor para transa-
ções que não são liquidadas imediatamente na entrega, mas como promessa futura. 
Em síntese, a moeda é um objeto que desempenha três funções fundamentais, quais sejam: i) meio 
de trocas; ii) unidade de conta; iii) reserva de valor. 
 
 
A Política Monetária é o mecanismo utilizado com a finalidade de estabilizar os preços na economia, 
mantendo os índices inflacionais controlados, incentivar a demanda do mercado e garantir o cresci-
mento econômico, operada pelo Bacen. 
Existem diversos instrumentos utilizados para aumentar ou diminuir a oferta da moeda em circula-
ção, os quais veremos a seguir! 
 
3) Políticas Monetárias Convencionais E Não-Convencionais (Quantitative Easing) 
Como vimos anteriormente, temos dois tipos de políticas monetárias utilizadas para garantir a cir-
culação de moeda, controle das taxas de juros e do crédito no Brasil. 
Moeda
meio de trocas
unidade de conta
reserva de valor
 
 
54 
 
 
a) Políticas monetárias convencionais 
No Brasil, atualmente, possuímos dois tipos de políticas monetárias convencionais: expansionista e 
contracionista. A política monetária expansionista serve para aumentar a oferta de moedas, utili-
zado em períodos de crise com a finalidade de estimular o consumo. Está política possui como ob-
jetivo acelerar o crescimento da quantidade de dinheiro e aumentar a expansão da base monetária. 
Já a política contracionista reduz a oferta das moedas, com a finalidade de diminuir a inflação, obje-
tivando desacelerar o crescimento da quantidade de dinheiro e diminuir a base monetária. 
 
 
É fácil identificar que as políticas monetárias são controladas através das taxas de juros, no qual 
verifica-se, uma relação inversamente proporcional entre as taxas de juros e a inflação. Explico! 
Quando o sistema econômico deseja aumentar o crescimento e estimulo do consumo a taxa de juros 
diminui, portanto, aumenta-se a inflação. Caso, o Bacen objetive a diminuiçãodo crescimento e de-
sestimulo do consumo, diminui-se a inflação. 
Políticas Monetárias
Convencionais
Não convencionais (Quantitative 
Easing)
Políticas monetárias
Expansionista
aumento da oferta de moeda
acelerar o crescimento e estimular o 
consumo
aumentar a inflação
contracionista
diminuir a oferta de moeda
desestimular o consumo e 
desacelerar o crescimento
diminuir a inflação
 
 
55 
 
 
 
b) Política monetária não-convencional (Quantitative Easing) 
O Quantitative Easing ou flexibilização quantitativa (QE) é uma espécie de política monetária não-
convencional utilizada como forma alternativa com a finalidade de combater crises econômicas gra-
ves ou reduzir danos econômicos, como forma de estimulação econômica quando as taxas de juros 
residem próximas a zero. 
No Quantitative Easing o banco central compra títulos (públicos ou privados) de longo prazo 
no mercado aberto para aumentar a oferta da moeda e encorajar empréstimos e investimentos. A 
compra destes títulos injeta um novo dinheiro à economia e também reduz as taxas de juros ao 
aumentar a oferta de títulos de renda fixa. Além disso, expande o balanço do banco central. 
 
 Ex.: Pandemia do COVID-19 – Auxílio Emergencial. 
 
 Importante! 
No Brasil, no início da pandemia do COVID-19, o Congresso Nacional promulgou a Emenda Consti-
tucional n. 106/2020 que possibilitou a adoção da política monetária Quantitative Easing pelo Banco 
Central, de acordo com o art. 7º. 
 
Além disso, bastante recorrente no tema a crise de 2008 nos Estados Unidos e o FED – Federal Re-
serve, equivalente ao Banco Central dos Estados Unidos, que adotou diversas medidas de Quantita-
tive Easing para expandir a sua base monetária e combater os efeitos da crise imobiliária. 
 
Política monetária expansionista
diminuição da taxa de 
juros 
Política monetária contracionista
aumento da taxa de 
juros
BACEN
compra títulos 
de longo prazo 
do Governo
BACEN
compra títulos de 
longo prazo de 
Instituição 
Financeira Privada
 
 
56 
 
4) Taxa Selic e Operações Compromissadas 
a) Taxa SELIC 
Na economia brasileira, temos a chamada Taxa SELIC sendo ela a taxa básica de juros da economia 
que, basicamente, guia todas as outras taxas de juros que existem no mercado brasileiro. As moda-
lidades que envolvem empréstimos, de qualquer natureza, envolvem a taxa de juros. Desta forma, 
como a taxa SELIC é a base das taxas de juros, sempre que a SELIC aumenta, todas as outras 
taxas de juros também são elevadas, portanto, o custo do crédito será mais caro. 
 Ex.: Imaginamos que o consumidor gostaria de financiar um veículo. Caso a taxa SELIC for alta, o 
preço dos juros do financiamento aumenta e consumidor não consome o produto. 
 
A taxa SELIC meta é definida pelo COPOM com o objetivo de atingir a meta do IPCA (Índice oficial 
de inflação no Brasil) definida pelo CMN. 
 
b) Operações Compromissadas 
As operações compromissadas são vendas de títulos de renda fixa realizadas por instituições finan-
ceiras ao investidor com o compromisso de recompra. 
Desta forma, quando uma instituição financeira faz uma determinada operação com outra instituição 
financeira e dá como garantia um título privado (por exemplo, CDB), significa que o lastro desta 
operação é o título privado. No advento do fim da duração da operação, ou seja, no advento do 
compromisso de recompra, a instituição financeira que recebeu o título como garantia devolverá o 
referido título e receberá os juros deste período. 
 
Caso contrário, é possível realizar o processo inverso. A redução da taxa Selic ocorre quando o BA-
CEN compra os títulos públicos que estão em posse das instituições bancárias, injetando a moeda e 
promovendo a liquidez para a expansão de crédito na economia. 
Quando o BACEN realiza a venda do título de renda fixa a dívida do governo aumenta. 
Iremos estudar a seguir quais são as implicações da realização das operações compromissadas pelo 
BACEN. 
 
Instituição financeira A
título privado/ 
público
Instituição financeira B
 
 
57 
 
5) O Debate Sobre Os Depósitos Remunerados Dos Bancos Comerciais No Banco Central Do 
Brasil 
Como vimos, o Banco Central do Brasil é autorizado a realizar operações compromissadas. Todavia, 
a realização dessas operações é incluída na dívida pública do governo brasileiro. 
Atualmente, o principal instrumento utilizado pelo BACEN para gerenciar a liquidez bancária são as 
operações compromissadas. Quanto mais operações compromissadas o BACEN realiza, mais a dí-
vida pública aumenta. Diante disso, em julho de 2021 foi sancionada a Lei 14.185/2021 que dispõe 
sobre os depósitos voluntários das instituições financeira. 
Oras, mas o que seriam depósitos voluntários?! 
Os depósitos voluntários são as reservas que as instituições financeiras enviam voluntariamente ao 
Banco Central do Brasil. Com o advento da lei, há um estímulo maior para que as instituições finan-
ceiras realizem estes depósitos, uma vez que houve a autorização para uma remuneração às institui-
ções pelo BACEN. Em resumo, os depósitos voluntários nada mais que do que um depósito remu-
nerado. 
A ideia central é dar ao BACEN uma nova ferramenta para controlar a quantidade de moeda em 
circulação no sistema financeiro (liquidez bancária) que tem impacto sobre a inflação, sem afetar a 
dívida pública. 
Os debates remetem a consideração que os depósitos remunerados como uma espécie de manobra 
fiscal, o qual, simula a dívida pública. 
 
ORÇAMENTO PÚBLICO, TÍTULOS DO TESOURO NACIONAL E DÍVIDA PÚBLICA 
1) Introdução 
Nesse momento, iremos estudar o tópico 4 dentro de Conhecimentos Bancários do edital do Banco 
do Brasil, um tema que possui certa importância para provas bancárias: 
4 - Orçamento público, títulos do Tesouro Nacional e dívida pública. 
Gostaríamos de agradecer a confiança depositada em nosso material. Saiba que garantimos que 
você terá o material mais adequado para conquista da sua aprovação. Não esqueça que o seu em-
penho é fundamental; afinal, passar em um concurso público não é tarefa fácil, mas também não é 
algo impossível. Mas não se esqueça: Nós acreditamos em você! 
 
2) Conceito De Orçamento Público 
Quanto ao conceito de orçamento público, tema sempre relevante em provas, explica Leite (2020, p. 
100): 
 
 
58 
 
O orçamento mudou de cariz nas últimas décadas. No passado, tinha-se um conceito clássico 
do orçamento, em que o mesmo era visto como simples peça que contemplava a previsão da 
receita e a fixação das despesas. Assim, tinha um aspecto apenas contábil e financeiro, que 
velava, sobretudo, para o equilíbrio entre as receitas e as despesas, sem se importar com os 
investimentos e o potencial crescimento que eventuais desequilíbrios orçamentários pudes-
sem trazer. 
Em seguida, partiu-se para uma concepção moderna do orçamento, tido, agora, como lei que 
programa a vida financeira do Estado, permitindo-se até mesmo haver endividamento deste, 
em atenção, sobretudo, aos interesses públicos da sociedade. Assim, toda vez que não é pos-
sível se alcançar o equilíbrio fiscal no orçamento, ou seja, quando as despesas públicas não 
são cobertas pela totalidade da receita arrecadada, há necessidade de o orçamento contem-
plar modalidades de cobrir o déficit, apelando aí para os empréstimos públicos, aqui chama-
dos de crédito público. 
O orçamento está dentro dessa perspectiva, ou seja, permite ir além de um equilíbrio pura-
mente contábil, entre receitas e despesas, desde que responsavelmente gerido, para se im-
plantar políticas públicas, que permitirão, a médio e a longo prazos, administrar os em prés-
timos, pagando-se os juros desse crédito. 
Nessa linha, pode-se entender o orçamento público como uma lei que autoriza os gastos 
que o Governo pode realizar durante um período determinado de tempo, discriminando 
detalhadamente as obrigações que deva concretizar, com a previsãoconcomitante dos in-
gressos necessários para cobri-las. Nas incisivas e felizes palavras do ex-ministro Carlos Ayres 
Britto, a lei orçamentária é “a lei materialmente mais importante do ordenamento jurídico logo 
abaixo da Constituição” (STF, ADI-MC 4048-1/DF, j. 14.5).2)008, p. 92). 
 
Dessa forma, extrai-se a importância do orçamento público enquanto instrumento de planejamento, 
através dele é que pode planejar o exercício financeiro, detalhando-se a previsão dos recursos a 
serem arrecadados, bem como a sua destinação. 
 
3) Princípios Orçamentários 
Ensina Humberto Ávila (2006, p.78) que: “os princípios são normas imediatamente finalísticas, pri-
mariamente prospectivas e com pretensão de complementariedade e de parcialidade, para cuja apli-
cação se demanda uma avaliação da correlação entre o estado de coisas a ser promovido e os efeitos 
decorrentes da conduta havida como necessária à sua promoção”. 
 
3.1) Princípio Da Legalidade 
Quanto ao princípio da legalidade, ensina Leite (2020, p. 137): 
O princípio da legalidade não é exclusivo do direito financeiro, por ser princípio sobranceiro 
a todos os demais ramos. Está intrinsecamente ligado à ideia de Estado Democrático de Di-
reito, na medida em que vincula, não apenas o cidadão, mas também o Estado aos ditames 
da lei. 
 
 
59 
 
Assim, como as finanças públicas não podem ser manejadas sem autorização da lei, tem-se 
na legalidade um princípio que permeia toda a atividade financeira do Estado, seja para arre-
cadar os tributos, seja para efetuar os gastos. Daí se afirmar que o orçamento é o início e o 
fim de toda ação estatal, pois a lei do orçamento é que permite a realização dos gastos públi-
cos. Nada pode ser despendido sem a previsão nesta lei. 
 
3.2) Princípio Da Exclusividade 
O princípio da exclusividade, em questão de matéria orçamentária, possui fundamental importância, 
sobretudo pelo fato de que da extensão dessas leis e de seus anexos. 
Por este princípio busca-se evitar as chamadas caudas orçamentárias, ou seja, que sejam acrescen-
tadas matérias estranhas ao orçamento nestas longas lei e anexos. 
Conforme Aliomar Baleeiro: "Foi a reforma de 1926 que, por iniciativa do Presidente Bernardes, deu 
tiro de morte às chamadas 'caudas orçamentárias', isto é, dispositivo de lei, no sentido material, 
sobre os mais variados assuntos estranhos às finanças". 
Por esse motivo é que, o art. 165, § 8º, da CF preconiza: 
Art. 165. § 8º - A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da 
receita e à fixação da despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de 
créditos suplementares e contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de 
receita, nos termos da lei. 
 
3.3) Princípio da Programação 
Quanto à programação, conforme ensina Leite (2020, p. 140): 
A programação remete à ideia do planejamento das ações, as quais devem ser vinculadas por 
um nexo entre os objetivos constitucionais e aqueles traçados pelo governante, num afunila-
mento na concretização do seu plano de governo, iniciando-se com a observância das pres-
crições constitucionais (arts. 1º, 3º e 5º, da CF) e implementando-as no plano plurianual (PPA), 
na lei de diretrizes orçamentárias (LDO) e na lei orçamentária anual (LOA). É da integração 
entre esses planos que surge a necessidade da programação. 
 
Neste sentido, os arts. 48, IV, e 165, § 4º, ambos da CF/88 preconizam: 
Art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República, não exigida 
esta para o especificado nos arts. 49, 51 e 52, dispor sobre todas as matérias de competência 
da União, especialmente sobre: 
IV - planos e programas nacionais, regionais e setoriais de desenvolvimento 
Art. 154. § 4º Os planos e programas nacionais, regionais e setoriais previstos nesta Consti-
tuição serão elaborados em consonância com o plano plurianual e apreciados pelo Congresso 
Nacional. 
 
 
60 
 
 
3.4) Princípio do Equilíbrio Orçamentário 
Trata-se de princípio implícito, o qual norteia toda a Administração Pública, tendo ganhado especial 
relevo com a promulgação da LRF, que tornou regra a elaboração de orçamento equilibrado. 
Através do princípio do equilíbrio do orçamento público, busca-se garantir que as despesas autori-
zadas na lei orçamentária não sejam superiores à previsão das receitas. 
 
3.5) Princípio da Anualidade 
O referido princípio pauta, de forma bem simples que o orçamento público é ânuo, ou seja, o inter-
valo de tempo em que se estimam as receitas e se fixa as despesas é de 1 ano, o que coincide com 
o exercício civil. Neste sentido, prevê o art. 34 da Lei n. 4.320/64: Art. 34. O exercício financeiro coin-
cidirá com o ano civil. 
 
3.6) Princípio Unidade 
Trata-se de um princípio formal, o qual preconiza que o documento orçamentário deve ser único, 
não obstante a CF/88 prever três orçamentos (art. 165, § 5º: seguridade social, investimentos e fiscal). 
Assim, deve-se interpretar de forma sistêmica, como uma segmentação do orçamento único global, 
como se fossem sub orçamentos. 
 
3.7) Princípio da Universalidade 
Trata-se de princípio segundo o qual todas as receitas e despesas deverão estar previstas na lei 
orçamentária (exceto as receitas tributárias criadas após a aprovação da LOA). 
Súmula 66 do STF: “É legítima a cobrança do tributo que houver sido aumentado após o 
orçamento, mas antes do início do respectivo exercício financeiro”. 
 
Em relação ao produto da arrecadação do tributo, tem-se que não estará contido na LOA pelo sim-
ples fato de não ter sido previsto. Logo, não há desrespeito ao princípio aludido. 
Ilustra o princípio da universalidade o art. 165, § 5º, da CF/88, segundo o qual a lei orçamentária 
compreenderá os orçamentos fiscal, de investimento das empresas e da seguridade social. 
 
 
 
61 
 
3.8) Princípio do Orçamento-bruto 
Quanto a este princípio, leciona Leite (2020, p. 147/148): 
De acordo com esse princípio, as receitas e as despesas deverão constar na lei orçamentária 
pelos seus totais, vedadas quaisquer deduções (art. 6º, da Lei n. 4.320/64). Ou seja, muito 
embora o tributo IPVA seja do Estado e, por força constitucional, ele deva ser repartido em 
50% para os Municípios; no orçamento do Estado, a receita do tributo deve ser lançada na 
sua totalidade e não com o abatimento do valor a ser repassado. Logo, para os entes que 
repartem as suas receitas, deve constar o valor integral a ser arrecadado, na parte da receita; 
e o valor a ser repartido, na parte da despesa. Não pode haver lançamento apenas do valor 
líquido. 
 
3.9) Princípio da Transparência Orçamentária 
Trata-se de princípio que, não obstante o fato de não estar expressamente previsto na Constituição, 
extrai seu conteúdo do art. 37, da CF, caput, que prevê a publicidade como princípio norteador da 
Administração Pública. 
Dessa forma, a publicidade é apenas uma das formas de se promover a transparência e, consequen-
temente, permitir a fiscalização das receitas e despesas públicas. 
Segundo Ricardo Lobo Torres: 
A sociedade deve agir de tal forma transparente que no seu relacionamento com o Estado 
desapareça a opacidade dos segredos e da conduta abusiva fundada na prevalência da forma 
sobre o conteúdo dos negócios jurídicos. 
O Estado, por seu turno, deve revestir a sua atividade financeira da maior clareza e abertura, 
tanto na legislação instituidora de impostos, taxas, contribuições e empréstimos como na fei-
tura do orçamento e no controle da sua execução. 
 
3.10) Princípio da Não Afetação (Não Vinculação) das Receitas de Impostos 
O princípio da não vinculação da receita de impostos é preceituado na Constituição Federal do se-
guinte modo: 
Art. 167. São vedados: 
(...) IV — a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas a repar-
tição do produto da arrecadação dos impostos a que se referem os arts. 158 e 159, a destina-
ção de recursos para asações e serviços públicos de saúde, para manutenção e desenvolvi-
mento do ensino e para realização de atividades da administração tributária, como determi-
nado, respectivamente, pelos arts. 198, § 2º, 212 e 37, XXII, e a prestação de garantias às ope-
rações de crédito por antecipação de receita, previstas no art. 165, § 8º, bem como o disposto 
no § 4º deste artigo; 
 
Conforme explica Kiyoshi Harada: 
 
 
62 
 
 “Essa vedação traduz o princípio de que cabe ao governante, consagrado nas urnas, a res-
ponsabilidade de elaborar o seu plano de ação governamental promovendo o direcionamento 
de despesas públicas para setores reputados prioritários e dentro da plataforma de campanha, 
sob pena de faltar legitimidade para governar. Mas, isso é tarefa para estadistas, que parece 
não mais existir. Na falta destes, a tendência é ir vinculando receitas públicas às mais diversas 
necessidades públicas a serem satisfeitas, de tal forma que a governança poderia até ser en-
tregue a um computador”. 
 
3.11) Princípio da Especificação ou Especialização 
Está previsto no art. 167, VI e VII da CF/88: 
Art. 167. São vedados: (...) 
VI – a transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de uma categoria de 
programação para outra ou de um órgão para outro, sem prévia autorização legislativa; 
VII – a concessão ou utilização de créditos ilimitados 
 
A LRF também prevê esse princípio: 
Art. 5º O projeto de lei orçamentária anual, elaborado de forma compatível com o plano 
plurianual, com a lei de diretrizes orçamentárias e com as normas desta Lei Complementar: 
[...] 
§ 4º É vedado consignar na lei orçamentária crédito com finalidade imprecisa ou com dotação 
ilimitada. 
 
Segundo este princípio, é vedado dispor de crédito orçamentário para uma finalidade imprecisa. Os 
créditos orçamentários nascem amarrados a programas e projetos de governo. 
A reserva de contingência é exceção ao princípio da especificação. O Anexo de Riscos Fiscais criado 
pela LRF na LDO, deve prever os passivos contingentes. Trata-se de verbas que não estão atreladas 
a nenhum programa e projeto. 
Assim, como não se pode definir onde essa reserva de contingência, efetivamente, vai ser utilizada, 
não há como previamente ligá-la a um programa ou projeto antes do risco acontecer. 
 
3.12) Princípio da Proibição de Estorno 
Está previsto na Constituição Federal da seguinte maneira: 
Art. 167. São vedados: (...) 
VI - a transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de uma categoria de 
programação para outra ou de um órgão para outro, sem prévia autorização legislativa; 
 
 
63 
 
VIII — a utilização, sem autorização legislativa específica, de recursos dos orçamentos fiscal e 
da seguridade social para suprir necessidade ou cobrir déficit de empresas, fundações e fun-
dos, inclusive dos mencionados no art. 165, § 5º; 
 
3.13) Princípio da Unidade de Tesouraria (ou Unidade de Caixa) 
Conforme previsto no art. 56, da Lei n. 4.320/64: 
Art. 56. O recolhimento de todas as receitas far-se-á em estrita observância ao princípio de 
unidade de tesouraria, vedada qualquer fragmentação para criação de caixas especiais. 
 
Conforme explica Leite (2020, p. 170): 
Para maior organicidade das contas públicas, é necessário que todo recurso carreado ao Erá-
rio, de caráter originário ou derivado, ordinário ou extraordinário, de natureza orçamentária 
ou extraorçamentária, geral ou vinculado, seja alocado em uma única conta, a fim de facilitar 
a gerência dos mesmos 
 
3.14) Princípio da Economicidade 
Sobre o tema, como bem explica o Professor Ricardo Lobo Torres: 
o conceito de economicidade, originário da linguagem dos economistas, corresponde, no dis-
curso jurídico, ao de justiça. Implica na eficiência na gestão financeira e na execução orçamen-
tária, consubstanciadas na minimização de custos e gastos públicos e na maximização da re-
ceita e da arrecadação. É a justa adequação e equilíbrio entre as duas vertentes das finanças 
públicas. Para o professor, o controle da economicidade, relevante no direito constitucional 
moderno, em que o orçamento está cada vez mais ligado ao programa econômico, inspira-se 
no princípio do custo-benefício. Este princípio implica na adequação entre receita e despesa, 
de modo que o cidadão não seja obrigado a fazer maior sacrifício e pagar mais impostos para 
obter bens e serviços que estão disponíveis no mercado a menor preço 
 
3.15) Princípio da diferenciação das fontes de financiamento 
Quanto a este princípio, como bem elucida Harrison Leite: 
A Constituição Federal intentou criar um sistema tributário que dialogasse com o sistema or-
çamentário, de tal modo que a natureza do tributo revelasse um plexo de características de 
organicidade dos sistemas. 
Sendo assim, (i) a receita de impostos deveria ficar livre ao Executivo, para a aplicação das 
políticas públicas genéricas; (ii) a receita das taxas deveria ter relação direta com o custo do 
serviço público específico e divisível ou da atividade de fiscalização, por questão de justiça 
fiscal; (iii) a receita da contribuição de melhoria não poderia ser maior do que o custo da obra 
pública; (iv) a receita do empréstimo compulsório deveria ser adstrita ao motivo que ensejou 
a sua criação e, (v) a receita das contribuições especiais deveria ter aplicação estrita à finali-
dade prevista em lei. 
 
 
64 
 
Qualquer aplicação distinta ensejaria desorganicidade sistêmica, passível de reparação pela 
via judicial, dado que a fonte de financiamento torna-se peça fundamental para a regularidade 
na aplicação do recurso. 
A título de exemplo, tem-se o art. 167, XI da CF/88: Art. 167. Sâo vedados: 
XI — a utilização dos recursos provenientes das contribuições sociais de que trata o art. 195, 
I, a, e II, para a realização de despesas distintas do pagamento de benefícios do regime geral 
de previdência social de que trata o art. 201. 
 
4) Ciclo Orçamentário 
O ciclo orçamentário inicia-se com a necessidade de determinado recurso, plenamente justificada, 
até a sua correta aplicação e posterior fiscalização, ou seja, configura-se por ser uma série de fatos 
orçamentários sucessivos. 
Conforme escólio de Leite (2020, p. 187) ciclo orçamentário: 
São um conjunto de etapas que não se adstringem a um exercício financeiro, visto que os 
fenômenos orçamentários não se exaurem com a sua ocorrência, deixando reflexos que serão 
objeto de análise por parte dos setores competentes. Por esta razão se afirma que o ciclo 
orçamentário não se confunde com o exercício financeiro, pois este corresponde a uma das 
fases do ciclo, até porque a fase de preparação da proposta orçamentária e sua elaboração 
precedem o exercício financeiro, e a fase de avaliação e prestação de contas o ultrapassa. 
 
O ciclo orçamentário compreende as seguintes etapas: 
4.1) Iniciativa/Elaboração 
Quanto a esta etapa, explica Leite (2020, p. 187) que: 
Pela redação do art. 84, XXIII, da Constituição Federal, percebe-se que as leis orçamentárias 
serão elaboradas sempre por iniciativa do Poder Executivo. E uma iniciativa privativa e indele-
gável E tal se dá porque o Parlamento, embora preparado para o exercício da produção de 
leis, não possui o nível de informações técnicas e peculiares da Administração para o atendi-
mento das necessidades públicas. É o Executivo que conhece a realidade sobre a qual atua e 
pode, aprioristicamente, melhor julgar a sua alocação, que será posteriormente analisada pe-
los legisladores. 
Por ter o Executivo a visão global da produção dos recursos necessários às satisfações das 
necessidades públicas, e por ser o maior encarregado de executar as tarefas delineadas no 
orçamento, é que o constituinte ofertou-lhe, de maneira correta, a iniciativa desta lei. 
Logo, o Legislativo não tem competência para iniciar um projeto de lei orçamentária. 
No entanto, o Legislativo poderá, através de leis tributárias, principalmente as concessivasde 
benefícios fiscais, alcançar reflexamente o orçamento, sem com isso ferir a competência ex-
clusiva do Executivo para tratar do orçamento, visto que está dentro da competência do Poder 
Legislativo a iniciativa de lei tributária que reduz receita pública. Nesse sentido, decidiu o STF: 
 
 
65 
 
A Constituição de 1988 admite a iniciativa parlamentar na instauração do processo legislativo 
em tema de direito tributário. A iniciativa reservada, por constituir matéria de direito estrito, 
não se presume e nem comporta interpretação ampliativa, na medida em que, por implicar 
limitação ao poder de instauração do processo legislativo, deve necessariamente derivar de 
norma constitucional explícita e inequívoca. O ato de legislar sobre direito tributário, ainda 
que para conceder benefícios jurídicos de ordem fiscal, não se equipara, especialmente para 
os fins de instauração do respectivo processo legislativo, ao ato de legislar sobre o orçamento 
do Estado. (ADI 724-MC, Rei. Min. Celso de Mello, julgamento em 7-5-1992, Plenário, DJ de 
27-4-2001.) No mesmo sentido: RE 590.6)97-ED, Rei. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento 
em 23-8-2011, Segunda Turma, DJE de 6-9-2011. 
Ação direta de inconstitucionalidade. Lei 553/2000, do Estado do Amapá. Desconto no paga-
mento antecipado do IPVA e parcelamento do valor devido. Benefícios tributários. Lei de ini-
ciativa parlamentar. Ausência de vício formal. Não ofende o art. 61, § Io, II, b, da CF, lei oriunda 
de projeto elaborado na Assembleia Legislativa estadual que trate sobre matéria tributária, 
uma vez que a aplicação deste dispositivo está circunscrita às iniciativas privativas do chefe 
do Poder Executivo Federal na órbita exclusiva dos territórios federais. Precedentes: ADI 2.724, 
Rei. Min. Gilmar Mendes, DJ de 2-4-04, ADI 2.3)04, Rei. Min. Sepúlveda Pertence, DJ de 15-12-
2000 e ADI 2.5)99-MC, Rei. Min. Moreira Alves, DJ de 13-12-2002. A reserva de iniciativa pre-
vista no art. 165, II, da Carta Magna, por referir-se a normas concernentes às diretrizes orça-
mentárias, não se aplica a normas que tratam de direito tributário, como são aquelas que 
concedem benefícios fiscais. Precedentes: ADI 724-MC, Rei. Min. Celso de Mello, DJ de 27-4-
2001 e ADI 2.6)59, Rei. Min. Nelson Jobim, DJ de 6-2-2004. Ação direta de inconstitucionali-
dade cujo pedido se julga improcedente. (ADI 2.4)64, Rei. Min. Ellen Gracie, julgamento em 
11-4-2007, Plenário, DJ de 25-5-2007.) No mesmo sentido: RE 601.3)48-ED, Rei. Min. Ricardo 
Lewandowski, julgamento em 22-11-2011, Segunda Turma, DJE de 7-12-2011. Vide: ADI 
3.2)05, Rei. Min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 19-10-2006, Plenário, DJ de 17-11-2006. 
 
4.2) Apreciação e Emendas ao orçamento 
Após o encaminhamento da proposta, haverá apreciação pelo poder Legislativo, que, no caso da 
União, dar-se-á por análise conjunta das duas casas do Congresso Nacional. 
De acordo com o Regimento do Congresso Nacional, a apreciação será em sessão conjunta, mas 
com apuração de votos em separado. Assim, em cada votação haverá a sessão conjunta, contudo, 
no momento da votação, se verificará o atingimento ou não do quórum de maioria simples em cada 
Casa (Câmara e Senado), a fim de que não seja rejeitada a matéria. 
 
4.3) Sanção ou veto 
Explicita Leite (2020, p. 197/198): 
Seguindo o trâmite comum das demais leis, o Executivo terá o prazo de 15 (quinze) dias úteis, 
a contar da data do recebimento do projeto, para sancioná-lo. Poderá também vetá-lo, no 
todo ou em parte, comunicando o fato em 48 (quarenta e oito) horas ao Presidente do Senado 
Federal, expondo seus motivos. O silêncio importa sanção. Na ocorrência de veto, ele será 
apreciado em sessão conjunta, dentro de 30 (trinta) dias de seu recebimento. Não havendo 
deliberação, o veto será colocado na ordem do dia da sessão imediata, sobrestadas as demais 
proposições, até sua votação final, com exceção das medidas provisórias. Para que o veto seja 
 
 
66 
 
rejeitado, isto é, para que se restabeleça o texto aprovado originalmente pelo Plenário, é ne-
cessária maioria absoluta dos Deputados e Senadores, em escrutínio aberto (art. 66, § 4º, da 
CF, com a redação dada pela EC n. 76/13). Se o veto for derrubado, o projeto será enviado, 
para promulgação, ao Presidente da República. Se o veto for mantido, o projeto será promul-
gado pelo Executivo sem a parte que foi vetada. 
 
4.4) Execução 
Com a aprovação e publicação da lei orçamentária, passará a lei a vigorar, devendo ser cumprida. 
Assim o executivo poderá utilizar os recursos conforme o disposto na lei orçamentária. 
Neste sentido, a LRF em seu art. 8º dispões que o Executivo estabeleça, em até 30 (trinta) dias após 
a publicação dos orçamentos, a programação financeira e o cronograma de execução mensal de 
desembolso. Com essa programação, os administradores começam a executar o orçamento. 
 
4.5) Controle 
O gasto público necessita passar por rigoroso controle para que possa ser devidamente efetuado. 
Dessa forma, tanto os gastos quanto as receitas são passíveis de efetiva fiscalização e de controle. 
Aos órgãos de controle, principalmente o Tribunal de Contas, incumbe apreciar e julgar a correta ou 
incorreta aplicação dos recursos públicos, de acordo com as normas que disciplinam o controle das 
contas públicas. 
 
4.6) Orçamento-programa 
O chamado orçamento-programa refere-se ao orçamento que interliga o planejamento e as funções 
executivas da organização. A estrutura deste orçamento mira nos aspectos administrativos e de pla-
nejamento. 
Dessa forma, a execução orçamentária é um indicador efetivo e fundamental da eficácia do planeja-
mento (caso o orçamento seja bem feito), uma vez que os gastos estarão sendo direcionados ao que 
foi previamente concebido, ou seja, planos de governo e políticas sociais de caráter geral. 
 
4.7) Orçamento na Constituição Federal de 1988 
O orçamento e o planejamento do governo são dispostos de forma efetiva na Constituição de 1988, 
através de três leis/instrumentos: o Plano Plurianual (PPA), a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e 
a Lei Orçamentária Anual (LOA). 
Dispõe a CF/88 que: 
Art. 165 (...) § 9º - Cabe à lei complementar: 
 
 
67 
 
I – dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, os prazos, a elaboração e a organização do 
planoplurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e da lei orçamentária anual; 
II – estabelecer normas de gestão financeira e patrimonial da administração direta e indireta 
bem como condições para a instituição e funcionamento de fundos. 
III – dispor sobre critérios para a execução equitativa, além de procedimentos que serão ado-
tados quando houver impedimentos legais e técnicos, cumprimento de restos a pagar e limi-
tação das programações de caráter obrigatório, para a realização do disposto nos §§ 11 e 12 
do art. 166. 
Os projetos de lei apresentados pelo Poder Executivo ao Poder Legislativo serão analisados por uma 
comissão mista de deputados e senadores e apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional, 
na forma do seu regimento comum. Os projetos, após aprovados, terão status de Leis Ordinárias. 
Art. 166. Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orça-
mento anual e aos créditos adicionais serão apreciados pelas duas Casas do Congresso Naci-
onal, na forma do regimento comum. 
§ 1º - Caberá a uma Comissão mista permanente de Senadores e Deputados: 
I – examinar e emitir parecer sobre os projetos referidos neste artigo e sobre as contas apre-
sentadas anualmente pelo Presidente da República 
II – examinar e emitir parecer sobre os planos e programas nacionais, regionais e setoriais 
previstos nesta Constituição e exercer o acompanhamento e a fiscalização orçamentária, sem 
prejuízo da atuação das demais comissões do Congresso Nacional e de suas Casas, criadas de 
acordo com o art. 58. 
 
Conforme se verifica, cabe ao Poder Executivo elaborar e ao Poder Legislativo discutire aprovar 
(após, necessita de sansão presidencial). Já em relação à fiscalização, incumbe ao Poder Legislativo, 
com auxílio do Tribunal de Contas. Vejamos cada uma destas leis: 
 
4.7.1) Plano Plurianual 
Trata-se de peça orçamentária que estabelece as metas e prioridades da Administração em longo 
prazo, somente podendo dispor sobre, de forma regionalizada, as diretrizes, os objetivos e metas 
para as despesas de capital e outras delas decorrentes e despesas de duração continuada (aquelas 
com duração igual ou superior a dois exercícios). 
Caso não ocorre o envio do PPA pelo Chefe do Executivo implica em crime de responsabilidade. 
Conforme dispõe o art. 165, § 9º, da CF que cabe à lei complementar: 
“I – dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, os prazos, a elaboração e a organização do plano 
plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e da lei orçamentária anual; ”. 
Na ausência dessa lei complementar, que ainda não foi editada, o ADCT é aplicado: 
 
 
68 
 
Art. 35. (...) 
§ 2º ADCT Até a entrada em vigor da lei complementar a que se refere o art. 165, § 9º, I e II, 
serão obedecidas as seguintes normas: 
I – o projeto do plano plurianual, para vigência até o final do primeiro exercício financeiro do 
mandato presidencial subsequente, será encaminhado até quatro meses antes do encerra-
mento do primeiro exercício financeiro e devolvido para sanção até o encerramento da sessão 
legislativa; 
Assim, o PPA terá vigência durante os três últimos anos do mandato de um Presidente e o primeiro 
ano do mandato do Presidente seguinte. 
O prazo para o envio é o mesmo da Lei orçamentária, até 31 de agosto (quatro meses antes do 
término do primeiro exercício do Presidente) e tem que ser aprovada até o final da sessão legislativa, 
cuja data é 22 de dezembro. 
Assim, depreende-se que o plano plurianual tem duração de 4 anos. 
 
4.7.2) Lei de Diretrizes Orçamentárias 
A LDO determinará as metas e diretrizes da Administração Pública, bem como estabelecerá as dire-
trizes de política fiscal e respectivas metas, em observância à trajetória sustentável da dívida pública. 
Orientará a elaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre as alterações na legislação tribu-
tária e estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento. 
Atente-se sempre para o fato de que é uma lei que visa a direcionar a elaboração da LOA. A LDO 
deverá ser encaminhada pelo Chefe do Executivo até 15 de abril, e devolvida para sanção até o 
término do primeiro período da sessão legislativa - 17 de julho. Atualmente, a principal lei orça-
mentária é a LDO. 
Neste sentido: 
Art.35. (...) § 2º, II – o projeto de lei de diretrizes orçamentárias será encaminhado até oito 
meses e meio antes do encerramento do exercício financeiro e devolvido para sanção até o 
encerramento do primeiro período da sessão legislativa; (até 17 de julho é necessário aprová-
la, art. 57, CF/88). 
 
Caso o prazo de devolução seja descumprido, os Congressistas não poderão entrar de férias, até que 
aprovem a LDO e remetam para sanção. É o que prevê a CF/88: 
Art.57. (...) § 2º – A sessão legislativa não será interrompida sem a aprovação do projeto de 
lei de diretrizes orçamentárias. 
 
Por fim, o art. 165, § 2º, da CF, conceitua a LDO: 
 
 
69 
 
Art. 165. (...) § 2º. A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e prioridades da 
administração pública federal, estabelecerá as diretrizes de política fiscal e respectivas metas, 
em consonância com trajetória sustentável da dívida pública, orientará a elaboração da lei 
orçamentária anual, disporá sobre as alterações na legislação tributária e estabelecerá a polí-
tica de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento. 
 
4.7.3) Lei Orçamentária Anual 
A LOA deverá compreender todas as receitas e despesas estatais, incluindo os orçamentos de in-
vestimento, fiscal e da seguridade social, devendo ainda guardar compatibilidade com a LDO. 
O projeto da LOA deverá ser encaminhado ao Congresso até 30 de agosto, e deverá ser devolvido 
para sanção até o término da sessão legislativa. Sua vigência será de 1 ano, correspondendo ao 
exercício civil; 
Conforme decidiu o STF, são inconstitucionais as decisões judiciais que determinam a constrição de 
verbas públicas oriundas de Fundo Estadual de Saúde (FES) — que devem ter aplicação compulsória 
na área de saúde — para atendimento de outras finalidades específicas: 
São inconstitucionais as decisões judiciais que determinam a constrição de verbas públicas 
oriundas de Fundo Estadual de Saúde (FES) — que devem ter aplicação compulsória na área 
de saúde — para atendimento de outras finalidades específicas A Justiça do Trabalho proferiu 
diversas decisões judiciais determinando o bloqueio, arresto, penhora e sequestro de valores 
que estavam das contas administradas pelo Poder Executivo. Foram bloqueadas verbas pú-
blicas oriundas de Fundo Estadual de Saúde (FES). Os bloqueios foram realizados para o pa-
gamento de condenações proferidas pela Justiça do Trabalho contra o Estado-membro. O 
Governador ajuizou ADPF contra esse conjunto de decisões judiciais alegando que houve vi-
olação a diversos preceitos fundamentais, em especial àqueles referentes ao sistema orça-
mentário. O STF entendeu que decisões judiciais que determinam o bloqueio, penhora ou 
liberação, para satisfação de créditos trabalhistas, de receitas públicas oriundas do Fundo Es-
tadual de Saúde objeto de contratos de gestão firmados entre o Estado-membro e entidades 
de terceiro setor, violam o princípio da legalidade orçamentária (art. 167, VI, da CF/88), o pre-
ceito da separação funcional de poderes (art. 2º c/c art. 60, § 4º, III, da CF/88), o princípio da 
eficiência da Administração Pública (art. 37, caput, da CF/88) e o princípio da continuidade 
dos serviços públicos (art. 175 da CF/88). STF. Plenário. ADPF 664/ES, Rel. Min. Alexandre de 
Moraes, julgado em 16/4/2021 (Info 1013). 
 
Da mesma forma, o STF já reconheceu a inconstitucionalidade de decisão judicial que determina a 
constrição de verbas de empresa estatal que desempenha serviço público essencial, em regime não 
concorrencial e sem intuito de lucro: 
É inconstitucional decisão judicial que determina a constrição de verbas de empresa estatal 
que desempenha serviço público essencial, em regime não concorrencial e s em intuito de 
lucro. Os recursos públicos vinculados ao orçamento de estatais prestadoras de serviço pú-
blico essencial, em regime não concorrencial e sem intuito lucrativo primário, não podem ser 
bloqueados ou sequestrados por decisão judicial para pagamento de verbas trabalhistas, em 
virtude do disposto no art. 100 da CF/1988, e dos princípios da legalidade orçamentária (art. 
 
 
70 
 
167, VI, da CF), da separação dos poderes (arts. 2º, 60, § 4º, III, da CF) e da eficiência da admi-
nistração pública (art. 37, ‘caput’, da CF). STF. Plenário. ADPF 588/PB, Rel. Min. Roberto Barroso, 
julgado em 26/4/2021 (Info 1014). 
 
Lembre-se sempre que na LOA não poderá constar previsão de dotação para despesa com duração 
superior a um exercício financeiro não constante no PPA. Ademais, também é vedada a consignação 
de crédito com finalidade imprecisa ou dotação ilimitada. A LOA, no âmbito federal, será apreciada 
por Comissão Mista Permanente. 
 
4.8) Crédito Orçamentário Inicial 
Entende-se como crédito orçamentário inicial ou ordinário aquele crédito aprovado pela lei orça-
mentária anual, constante dos orçamentos fiscal, da seguridade social e de investimento das empre-
sas estatais. 
A LOA é organizada na forma de créditos orçamentários, aos quais estão consignadas dotações, 
institui-se o crédito orçamentário através do conjunto de categorias classificatórias e contas que 
especificam as ações e operações autorizadas pela lei orçamentária, com a finalidade de executar os 
programas governamentais. Por sua vez, a dotação é o montante de recursosfinanceiros com que 
conta o crédito orçamentário. 
Dessa forma, o crédito orçamentário é portador de uma dotação e esta define o limite de recurso 
financeiro autorizado. 
 
4.9) Estágios Da Despesa Orçamentária 
A despesa pública é conceituada como a aplicação do dinheiro arrecadado no custeio dos serviços 
públicos. Possui 3 estágios, os quais estão presentes na Lei nº 4.320/64: empenho, liquidação e 
pagamento. 
 
 
71 
 
 
 
4.10) Dívida Pública 
As receitas e despesas da União estão diretamente ligadas ao orçamento público, uma vez que a Lei 
Orçamentária Anual (LOA) estima as receitas e fixa as despesas de todo o Governo Federal. 
Quanto a receita pública, pode-se definir como toda entrada de recursos que possa ser integrada ao 
patrimônio público. Logo, receita pública é qualquer quantia recebida pelos cobres públicos e que 
gere um aumento do patrimônio público. 
Segundo a Lei 4.320/64, a receita poderá ser classificada em Correntes e de Capital: 
Art. 11 - A receita classificar-se-á nas seguintes categorias econômicas: Receitas Correntes e 
Receitas de Capital. 
§ 1º - São Receitas Correntes as receitas tributária, de contribuições, patrimonial, agropecuá-
ria, industrial, de serviços e outras e, ainda, as provenientes de recursos financeiros recebidos 
de outras pessoas de direito público ou privado, quando destinadas a atender despesas clas-
sificáveis em Despesas Correntes. 
§ 2º - São Receitas de Capital as provenientes da realização de recursos financeiros oriundos 
de constituição de dívidas; da conversão, em espécie, de bens e direitos; os recursos recebidos 
de outras pessoas de direito público ou privado, destinados a atender despesas classificáveis 
em Despesas de Capital e, ainda, o superávit do Orçamento Corrente. 
 
Já quanto a despesa pública, nos dizeres de Aliomar Baleeiro: “é a aplicação de certa quantia em 
dinheiro, por parte da autoridade ou agente público competente, dentro duma autorização legisla-
tiva, para execução de fim a cargo do Governo”. 
Estágios da despesa 
orçamentária
Empenho
etapa em que o governo 
reserva o dinheiro que será 
pago quando o bem for 
entregue ou o serviço 
concluído. 
Liquidação
quando se verifica que o 
governo recebeu aquilo que 
comprou. 
Pagamento
realizado após se verificar se 
o cumprimento de todas as 
fases anteriores
 
 
72 
 
A lei n. 4.320/64 classifica as despesas públicas em dois grandes grupos: despesas correntes e des-
pesas de capital. 
As Despesas Correntes são subdivididas em Despesas de Custeio e Transferências Correntes, assim 
definindo a Lei 4.320/64: 
Art. 12. A despesa será classificada nas seguintes categorias econômicas: 
DESPESAS CORRENTES 
Despesas de Custeio 
Transferências Correntes 
DESPESAS DE CAPITAL 
Investimentos 
Inversões Financeiras 
Transferências de Capital 
§ 1º Classificam-se como Despesas de Custeio as dotações para manutenção de serviços 
anteriormente criados, inclusive as destinadas a atender a obras de conservação e adaptação 
de bens imóveis. 
§ 2º Classificam-se como Transferências Correntes as dotações para despesas as quais não 
corresponda contraprestação direta em bens ou serviços, inclusive para contribuições e sub-
venções destinadas a atender à manutenção de outras entidades de direito público ou pri-
vado. 
§ 3º Consideram-se subvenções, para os efeitos desta lei, as transferências destinadas a cobrir 
despesas de custeio das entidades beneficiadas, distinguindo-se como: 
I - subvenções sociais, as que se destinem a instituições públicas ou privadas de caráter assis-
tencial ou cultural, sem finalidade lucrativa; 
II - subvenções econômicas, as que se destinem a empresas públicas ou privadas de caráter 
industrial, comercial, agrícola ou pastoril. 
§ 4º Classificam-se como investimentos as dotações para o planejamento e a execução de 
obras, inclusive as destinadas à aquisição de imóveis considerados necessários à realização 
destas últimas, bem como para os programas especiais de trabalho, aquisição de instalações, 
equipamentos e material permanente e constituição ou aumento do capital de empresas que 
não sejam de caráter comercial ou financeiro. 
§ 5º Classificam-se como Inversões Financeiras as dotações destinadas a: 
I - aquisição de imóveis, ou de bens de capital já em utilização; 
II - aquisição de títulos representativos do capital de empresas ou entidades de qualquer es-
pécie, já constituídas, quando a operação não importe aumento do capital; 
III - constituição ou aumento do capital de entidades ou empresas que visem a objetivos 
comerciais ou financeiros, inclusive operações bancárias ou de seguros. 
 
 
73 
 
§ 6º São Transferências de Capital as dotações para investimentos ou inversões financeiras 
que outras pessoas de direito público ou privado devam realizar, independentemente de con-
traprestação direta em bens ou serviços, constituindo essas transferências auxílios ou contri-
buições, segundo derivem diretamente da Lei de Orçamento ou de lei especialmente anterior, 
bem como as dotações para amortização da dívida pública. 
 
 
4.10.1) Dívida, Resultado Primário e Resultado Nominal 
O déficit público se concretiza quando os investimentos e gastos do governo em geral superam às 
receitas ou à poupança pública, que por sua vez trata-se da diferença existente entre as receitas 
líquidas de transferências e os investimentos, conforme apresentado pelas Contas Nacionais. 
O superávit se dará justamente quando esse resultado for positivo, caso o resultado seja negativa se 
concretizará o déficit. 
Havendo déficit público/fiscal, surge a necessidade de Financiamento do Setor Público (NFSP). A 
cobertura dessa necessidade de financiamento se dará de duas formas: 
 
DESPESAS
Correntes
Despesas de Custeio
Transferências Correntes
Dissimulação
Investimentos
Inversões Financeiras
Transferências de Capital
Formas da necessidade de 
financiamento
Emissão de moeda: Banco Central ou 
autoridade equivalente emite a moeda e 
deposita na conta do Tesouro Nacional, e 
em troca pode receber títulos de dívida do 
Tesouro ou não.
Operações de Mercado Aberto (Open 
Market): frente ao deficit fiscal, o Tesouro 
Nacional pode emitir títulos de dívida ao 
setor privado. 
 
 
74 
 
4.10.2) Déficit/Resultado Primário, Operacional e Nominal 
 
 
4.11) Noções De Títulos Públicos 
São responsáveis pela emissão dos títulos públicos: 
 Secretaria do Tesouro Nacional (STN): trata-se de órgão do Governo Federal ligado ao Ministério 
da Economia. A STN visa administrar a dívida pública, operacionalizando no mercado financeiro atra-
vés da emissão de títulos de dívidas, bem como gerando informações sobre as finanças públicas. 
 Banco Central do Brasil (Bacen): autoridade monetária brasileira, que possui competência para 
manter a estabilidade da moeda, sendo considerado o Banco dos bancos. Possui poder regulamentar 
do mercado financeiro e monetário, bem como negociando títulos de dívida para execução de Polí-
tica Monetária. 
 
O Sistema Especial de Liquidação e Custódia (SELIC) é uma infraestrutura do mercado financeiro 
brasileiro que faz parte do Sistema de Pagamentos Brasileiros (SPB), sendo responsável por efetuar 
a custódia e o registro de transações de maioria dos títulos emitidos pelo Tesouro Nacional. Assim, 
o SELIC é responsável por grande parte da execução da Política Monetária no Brasil. 
Do Sistema Especial de Liquidação e Custódia também deriva a chamada Taxa Selic, uma taxa de 
juros básica da economia. 
Com a finalidade de manter a inflação dentro da meta, o Bacen opera no mercado de títulos públicos 
a fim de que a taxa Selic esteja de acordo com a meta definida em reunião do Comitê de Política 
Monetária do Bacen, o chamado Copom. 
Resultado Primário
Corresponde 
as Receitas não-financeiras – Despesas 
não-financeiras.
Resultado Nominal
Corresponde ao Resultado primário –
despesas financeiras + receitas financeirasResultado Operacional
Corresponde ao Resultado nominal – juros 
reais da dívida pública.
 
 
75 
 
Existem diversos títulos que são ofertados pelo Tesouro Nacional, vejamos: 
 Títulos prefixados: preste sempre bastante atenção na nomenclatura dos títulos, pois costumam 
ser bastante indicativos. Os títulos prefixados, por exemplo, são aqueles em que a taxa de juros estão 
prefixados desde o momento da compra do título. 
 Títulos pós-fixados: fixa-se a taxa de juros após o período de compra ou apenas no vencimento. 
 Títulos híbridos: trata-se de combinação dos títulos anteriores. 
Vejamos alguns exemplos de títulos em negociação pela STN: 
 Tesouro Selic: trata-se de título pós-fixado atrelado à taxa Selic. Possui como característica a 
baixa volatilidade, ou seja, seu valor de face se mantém quase constante já que envolve a taxa Selic, 
também possui alta liquidez, sendo vendido e comprado sempre que o mercado está aberto. 
 Tesouro Prefixado: trata-se de título prefixado, o qual possui taxa fixa já previamente definida 
quando da contratação do título. 
 Tesouro Prefixado com juros semestrais: trata-se de título prefixado, assim como o anterior. 
Porém, nesse caso os juros sobre o capital são pagos semestralmente. 
 Tesouro IPCA+: trata-se de título misto, no qual uma parte da rentabilidade é uma taxa de juros 
prefixada e outra parte é variação da inflação, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo 
(IPCA). 
 Tesouro IPCA+ com juros semestrais: trata-se de título bem semelhante ao anterior, porém, 
neste caso há o pagamento de juros semestralmente. 
 
PRODUTOS BANCÁRIOS: PROGRAMAS SOCIAIS E BENEFÍCIOS DO TRABALHADOR; NOÇÕES 
DE CARTÕES DE CRÉDITO E DÉBITO, CRÉDITO DIRETO AO CONSUMIDOR, CRÉDITO RURAL, 
POUPANÇA, CAPITALIZAÇÃO, PREVIDÊNCIA, CONSÓRCIO, INVESTIMENTOS E SEGUROS 
1) Programas Sociais e Benefícios do Trabalhador 
Segundo dados oficiais, a Caixa opera mais de 30 programas voltados à inclusão social, à cidadania 
e à proteção ao trabalhador nas três esferas governamentais. 
Além disso, saiba que a CAIXA não restringe as suas atividades à oferta de produtos e serviços ban-
cários. A responsabilidade pela operação de diversos benefícios, programas sociais e trabalhistas, 
como o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), o Seguro Desemprego, o Programa Bolsa 
Família e o Minha Casa Minha Vida, também compõem as atividades da CAIXA. 
Como principal agente de políticas públicas do governo federal, a CAIXA contribui ativamente para 
a erradicação da pobreza e a melhoria na distribuição de renda junto à população brasileira. 
Quanto aos benefícios do trabalhador, são os seguintes, segundo a própria CAIXA: 
 
 
76 
 
 FGTS - Fundo de Garantia do Tempo de Serviço: O benefício que ajuda o trabalhador a formar 
um patrimônio e comprar a casa própria. 
 Abono Salarial: Instituído pela Lei n° 7.998/90, o Abono Salarial equivale ao valor de, no máximo, 
um salário mínimo a ser pago conforme calendário anual estabelecido pelo CODEFAT aos trabalha-
dores que satisfaçam os requisitos previstos em lei. A CAIXA atua como Agente Pagador do Abono 
Salarial, sob gestão do Ministério do Trabalho e Emprego. A origem dos recursos para pagamento é 
do FAT - Fundo de Amparo ao Trabalhador. 
 INSS - Pagamentos da Previdência Social: Pagamento dos benefícios devidos pela Previdência 
Social aos seus segurados. 
 Seguro-Desemprego: O Seguro que permite uma assistência financeira temporária ao trabalha-
dor brasileiro. 
 PIS: Com o Programa de Integração Social (PIS), o empregado da iniciativa privada tem acesso 
aos benefícios determinados por lei e ainda colabora para o desenvolvimento das empresas do setor. 
 
Por meio da Lei Complementar n° 7/1970, foi criado o Programa de Integração Social (PIS). O pro-
grama buscava a integração do empregado do setor privado com o desenvolvimento da empresa. 
O pagamento do PIS é de responsabilidade da CAIXA. 
Paralelamente à criação do PIS, a Lei Complementar n° 8/1970 instituiu o Programa de Formação do 
Patrimônio do Servidor Público (PASEP), com o qual União, Estados, Municípios, Distrito Federal e 
territórios contribuíam com o fundo destinado aos empregados do setor público. O pagamento do 
PASEP é feito pelo Banco do Brasil. 
Bem - Benefício Emergencial de Preservação do Emprego e da Renda: O Bem é um benefício 
financeiro destinado aos trabalhadores que tiveram redução de jornada de trabalho e de salário ou 
suspensão temporária do contrato de trabalho em função da crise causada pela pandemia do Coro-
navírus – COVID-19. 
 
2) Cartões De Crédito e Débito 
Os cartões também são conhecidos como “dinheiro de plástico”, sendo produto bastante usado 
atualmente, sobretudo por sua praticidade. 
O cartão de débito é um meio utilizado para a realização de compras/pagamentos à vista, também 
sendo utilizado para movimentação das contas bancárias, haja vista que através do cartão de débito 
é possível que o pagamento seja realizado debitando diretamente a quantia da conta do usuário. 
Além disso, trata-se de serviço considerado essencial pela legislação brasileira, devendo ser ofertado 
de forma gratuita pelas instituições bancárias. 
 
 
77 
 
Por sua vez, o cartão de crédito permite ao usuário que realize compras/pagamentos a prazo, me-
diante a utilização de limite de crédito. 
Existem dois tipos de cartão de crédito: 
 Cartão básico: utilizado exclusivamente para fins de pagamento de compras/serviços, por ser um 
cartão mais simples, possui menor tarifa de anuidade em relação aos demais. 
 Cartão diferenciado: permite um tratamento diferenciado dos clientes, com a oferta de serviços 
não existentes no básico, como por exemplo, os serviços de benefícios ou recompensas. 
 
3) Crédito Direto ao Consumidor 
O Crédito Direto ao Consumidor (CDC) trata-se de modalidade de crédito destinado a consumidores, 
seja pessoa física ou pessoa jurídica, com o objetivo de aquisição de bens e serviços, com pagamento 
parcelado. 
 
CDC
Há cobrança de juros e IOF.
Cartões de crédito também
concedem.
A garantia, geralmente, é
o próprio bem - alienação
fiduciária.
Destinado a consumidores
Aquisição de bens e serviços
CDC-i: empresa vendedora
é a interveniente da operação.
 
 
78 
 
5.3) Crédito Rural 
O Crédito Rural refere-se a modalidade de crédito concedida por instituições integrantes do cha-
mado Sistema Nacional de Crédito Rural (SNCR). 
A Lei nº 4829/65, assim define o crédito rural: 
Art. 2º Considera-se crédito rural o suprimento de recursos financeiros por entidades públicas 
e estabelecimentos de crédito particulares a produtores rurais ou a suas cooperativas para 
aplicação exclusiva em atividades que se enquadrem nos objetivos indicados na legislação em 
vigor. 
 
A referida lei também trata das modalidades de crédito rural, assim dispondo: 
Art. 8º O crédito rural restringe-se ao campo específico do financiamento das atividades rurais 
e adotará, basicamente, as modalidades de operações indicadas nesta Lei, para suprir as ne-
cessidades financeiras do custeio e da comercialização da produção própria, como também 
as de capital para investimentos e industrialização de produtos agropecuários, quando efetu-
ada por cooperativas ou pelo produtor na sua propriedade rural. 
Art. 9º Para os efeitos desta Lei, os financiamentos rurais caracterizam-se, segundo a finali-
dade, como de: 
I - custeio, quando destinados a cobrir despesas normais de um ou mais períodos de produ-
ção agrícola ou pecuária; 
II - investimento, quando se destinarem a inversões em bens e serviços cujos desfrutes se 
realizem no curso de vários períodos; 
III - comercialização, quando destinados, isoladamente, ou como extensão do custeio, a cobrir 
despesas próprias da fase sucessiva à coleta da produção, sua estocagem, transporte ou à 
monetização de títulos oriundos da venda pelos produtores; 
IV - industrialização de produtos agropecuários, quando efetuadapor cooperativas ou pelo 
produtor na sua propriedade rural. 
Art. 10. As operações de crédito rural subordinam-se às seguintes exigências essenciais: 
I - idoneidade do proponente; 
Il - apresentação de orçamento de aplicação nas atividades específicas; 
III - fiscalização pelo financiador. 
Art. 11. Constituem modalidade de operações: 
I - Crédito Rural Corrente a produtores rurais de capacidade técnica e substância econômica 
reconhecidas; 
II - Crédito Rural Orientado, como forma de crédito tecnificado, com assistência técnica pres-
tada pelo financiador, diretamente ou através de entidade especializada em extensão rural, 
com o objetivo de elevar os níveis de produtividade e melhorar o padrão de vida do produtor 
e sua família; 
 
 
79 
 
III - Crédito às cooperativas de produtores rurais, como antecipação de recursos para funcio-
namento e aparelhamento, inclusive para integralização de cotas-partes de capital social, des-
tinado a programas de investimento e outras finalidades, prestação de serviços aos coopera-
dos, bem como para financiar estes, nas mesmas condições estabelecidas para as operações 
diretas de crédito rural, os trabalhos de custeio, coleta, transportes, estocagem e a comercia-
lização da produção respectiva e os gastos com melhoramento de suas propriedades. 
IV - Crédito para Comercialização com o fim de garantir aos produtores agrícolas preços re-
muneradores para a colocação de suas safras e industrialização de produtos agropecuários, 
quando efetuada por cooperativas ou pelo produtor na sua propriedade rural; 
V - Crédito aos programas de colonização e reforma agrária, para financiar projetos de colo-
nização e reforma agrária como as definidas na Lei número 4.5)04, de 30 de novembro de 
1964. 
Art. 12. As operações de crédito rural que forem realizadas pelo Instituto Brasileiro de Re-
forma Agrária, pelo Instituto Nacional de Desenvolvimento Agrário e pelo Banco Nacional de 
Desenvolvimento Econômico, diretamente ou através de convênios, obedecerão às modalida-
des do crédito orientado, aplicadas às finalidades previstas na Lei nº 4.5)04, de 30 de novem-
bro de 1964. 
Art. 13. As entidades financiadoras participantes do sistema de crédito rural poderão designar 
representantes para acompanhar a execução de convênios relativos à aplicação de recursos 
por intermédio de órgãos intervenientes. 
§ 1º Em caso de crédito a cooperativas, poderão os representantes mencionados neste artigo 
prestar assistência técnica e administrativa, como também orientar e fiscalizar a aplicação dos 
recursos. 
§ 2º Quando se tratar de cooperativa integral de reforma agrária, aplicar-se-á o disposto no § 
2º do art. 79 da Lei nº 4.5)04, de 30 de novembro de 1964. 
Art. 14. Os termos, prazos, juros e demais condições das operações de crédito rural, sob 
quaisquer de suas modalidades, serão estabelecidos pelo Conselho Monetário Nacional, ob-
servadas as disposições legais específicas, não expressamente revogadas pela presente Lei, 
inclusive o favorecimento previsto no art. 4º, inciso IX, da Lei nº 4.5)95, de 31 de dezembro de 
1964, ficando revogado o art. 4º do Decreto-lei nº 2.6)11, de 20 de setembro de 1940. 
 
5.4) Poupança 
Conforme denomina o próprio Banco do Brasil, a poupança é uma reserva financeira, guardada para 
uma finalidade futura, com rentabilidade definida por lei e que varia de acordo com a taxa Selic. Com 
relação ao seu rendimento, este é creditado de acordo com a data-base, também chamada de “ani-
versário”. Essa data refere-se ao dia em que foi feito o depósito ou transferência. O valor do rendi-
mento, então, é creditado na mesma data ou no dia útil subsequente. Isso ocorre a cada mês, para 
pessoa física, ou três meses, para pessoa jurídica. 
No Banco do Brasil, caso o cliente já seja correntista, consequentemente já irá possuir uma conta 
poupança vinculada, podendo utilizar o mesmo cartão e senhas para movimentar ambas. Caso con-
trário, é possível ter somente a conta poupança e usufruir de todas as suas facilidades, como o cartão 
de débito para saques e compras, pagamento de contas no débito e até saque no exterior. 
 
 
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5.5) Capitalização 
Capitalização é mais um produto bancário que possui como finalidade poupar dinheiro, tendo como 
vantagem o fato de concorrer a prêmios, bem como, ao final do plano, recebe todo o seu dinheiro 
de volta corrigido monetariamente. 
Trata-se de produto regulado pela Superintendência de Seguros Privados (Susep), um órgão ligado 
ao Ministério da Fazenda que também regula o mercado de seguros e a previdência privada. 
 
5.6) Previdência 
Previdência é uma espécie de reserva financeira que se faz no presente focando no futuro. Assim, 
possui como objetivo ter um dinheiro acumulado para utilização quando o trabalhador se aposentar, 
ou mesmo em caso de perda da capacidade laborativa. 
Segundo dispõe o próprio site oficial do governo brasileiro, o Sistema Previdenciário Brasileiro é 
composto por três regimes: 
 O Regime Geral de Previdência Social (RGPS/INSS): é um regime público administrado pelo 
Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que engloba os trabalhadores da iniciativa privada e ser-
vidores não filiados a regimes próprios; 
 O Regime Próprio de Previdência Social (RPPS): como o nome diz, é um regime público espe-
cífico para servidores públicos concursados, titulares de cargo efetivo; e 
 O Regime de Previdência Complementar (RPC): que é um regime privado, complementar à 
previdência pública e de contribuição facultativa, com a finalidade de suprir a necessidade de renda 
adicional na aposentadoria. 
 
5.7 Consórcio 
Segundo definição dada pelo Banco Central do Brasil, 
Consórcio é a reunião de pessoas naturais ou jurídicas em grupo, promovida por administra-
dora de consórcio, com a finalidade de propiciar a seus integrantes, por meio de autofinanci-
amento, a aquisição de bens e serviços. O grupo de consórcio tem prazo de duração e número 
de cotas previamente determinados. 
 
O Consórcio pode ser utilizado para os mais diversos bens e serviços como veículos, imóveis, móveis, 
agropecuária etc. 
Em regra, o consórcio possui as seguintes etapas: 
 
 
81 
 
 
 
5.8) Investimentos 
Investimento, a grosso modo, pode ser conceituado como a aplicação de determinado capital com 
a expectativa de retorno futuro. 
O investimento pode ser classificado em 
 Produtivo: trata-se de investimento no qual há a aplicação de recursos na produção de determi-
nado bem ou serviço para comercialização; 
 Financeiro: trata-se de investimento voltado para a aplicação de recursos em ativos do mercado 
financeiro e de capitais. Pode ser subdividida em: 
(i) Renda fixa: investidor possui informações já no momento da aplicação acerca do rendimento 
ou mesmo o índice que será utilizado para avaliar a rentabilidade do seu investimento, além 
do prazo. Trata-se assim de investimento mais seguro, tendo em vista sua maior previsibili-
dade. 
(ii) Renda variável: não há informações prévias acerca do rendimento, dependendo de elemen-
tos futuros. 
Etapas do Consórcio
1 - Simulação
2 - Contratação
3 - Assembleia: contemplação das cotas por meio de 
sorteio ou lance, ocorrendo geralmente de forma 
mensal.
4 - Oferta de Lance
5 - Contemplação: momento em que o crédito é 
disponibilizado 
 
 
82 
 
 
5.9) Seguros 
Inicialmente vamos trabalhar alguns conceitos e explicações acerca do seguro que você deve ter em 
mente para a sua prova: 
Prêmio: valor que é pago pelo segurado (cliente) à seguradora nos contratos de seguros. 
Apólice: documento emitido pela seguradora, que formaliza a aceitação da cobertura solicitada pelo 
cliente. 
Sinistro: é a ocorrência de um risco coberto, durante o prazo de vigência do seguro. 
Indenização: o valor pago pela seguradora ao cliente, para cobrir os prejuízos causados pelo sinistro. 
Franquia: é a quantia fixa expressa na apólice, a qual o segurado deve pagar para acionaro seguro 
em caso de sinistro. É, na prática, um valor que a seguradora deixa de pagar. 
Além disso, tenha sempre em mente que os seguros podem ser para proteção de risco às pessoas 
ou de bens. Ademais, necessita que sejam riscos predeterminados, ou seja, os riscos que a segura-
dora assume e que são fixados na apólice. 
No Brasil, os seguros são normatizados pelo Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) e fisca-
lizados pela Superintendência de Seguros Privados (Susep). 
Por fim, importante salientar que o contrato de seguro possui expressa previsão no Código Civil, 
sendo importante para a sua prova ter o conhecimento das disposições gerais, vejamos: 
Art. 757. Pelo contrato de seguro, o segurador se obriga, mediante o pagamento do prêmio, 
a garantir interesse legítimo do segurado, relativo a pessoa ou a coisa, contra riscos predeter-
minados. 
Parágrafo único. Somente pode ser parte, no contrato de seguro, como segurador, entidade 
para tal fim legalmente autorizada. 
Art. 758. O contrato de seguro prova-se com a exibição da apólice ou do bilhete do seguro, 
e, na falta deles, por documento comprobatório do pagamento do respectivo prêmio. 
Art. 759. A emissão da apólice deverá ser precedida de proposta escrita com a declaração dos 
elementos essenciais do interesse a ser garantido e do risco. 
Art. 760. A apólice ou o bilhete de seguro serão nominativos, à ordem ou ao portador, e 
mencionarão os riscos assumidos, o início e o fim de sua validade, o limite da garantia e o 
prêmio devido, e, quando for o caso, o nome do segurado e o do beneficiário. 
Parágrafo único. No seguro de pessoas, a apólice ou o bilhete não podem ser ao portador. 
Art. 761. Quando o risco for assumido em cosseguro, a apólice indicará o segurador que 
administrará o contrato e representará os demais, para todos os seus efeitos. 
Art. 762. Nulo será o contrato para garantia de risco proveniente de ato doloso do segurado, 
do beneficiário, ou de representante de um ou de outro. 
 
 
83 
 
Art. 763. Não terá direito a indenização o segurado que estiver em mora no pagamento do 
prêmio, se ocorrer o sinistro antes de sua purgação. 
Art. 764. Salvo disposição especial, o fato de se não ter verificado o risco, em previsão do 
qual se faz o seguro, não exime o segurado de pagar o prêmio. 
Art. 765. O segurado e o segurador são obrigados a guardar na conclusão e na execução do 
contrato, a mais estrita boa-fé e veracidade, tanto a respeito do objeto como das circunstân-
cias e declarações a ele concernentes. 
Art. 766. Se o segurado, por si ou por seu representante, fizer declarações inexatas ou omitir 
circunstâncias que possam influir na aceitação da proposta ou na taxa do prêmio, perderá o 
direito à garantia, além de ficar obrigado ao prêmio vencido. 
Parágrafo único. Se a inexatidão ou omissão nas declarações não resultar de má-fé do segu-
rado, o segurador terá direito a resolver o contrato, ou a cobrar, mesmo após o sinistro, a 
diferença do prêmio. 
Art. 767. No seguro à conta de outrem, o segurador pode opor ao segurado quaisquer defe-
sas que tenha contra o estipulante, por descumprimento das normas de conclusão do con-
trato, ou de pagamento do prêmio. 
Art. 768. O segurado perderá o direito à garantia se agravar intencionalmente o risco objeto 
do contrato. 
Art. 769. O segurado é obrigado a comunicar ao segurador, logo que saiba, todo incidente 
suscetível de agravar consideravelmente o risco coberto, sob pena de perder o direito à ga-
rantia, se provar que silenciou de má-fé. 
§ 1º O segurador, desde que o faça nos quinze dias seguintes ao recebimento do aviso da 
agravação do risco sem culpa do segurado, poderá dar-lhe ciência, por escrito, de sua decisão 
de resolver o contrato. 
§ 2º A resolução só será eficaz trinta dias após a notificação, devendo ser restituída pelo se-
gurador a diferença do prêmio. 
Art. 770. Salvo disposição em contrário, a diminuição do risco no curso do contrato não acar-
reta a redução do prêmio estipulado; mas, se a redução do risco for considerável, o segurado 
poderá exigir a revisão do prêmio, ou a resolução do contrato. 
Art. 771. Sob pena de perder o direito à indenização, o segurado participará o sinistro ao 
segurador, logo que o saiba, e tomará as providências imediatas para minorar-lhe as conse-
quências. 
Parágrafo único. Correm à conta do segurador, até o limite fixado no contrato, as despesas 
de salvamento consequente ao sinistro. 
Art. 772. A mora do segurador em pagar o sinistro obriga à atualização monetária da indeni-
zação devida segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, sem prejuízo dos juros mo-
ratórios. 
Art. 773. O segurador que, ao tempo do contrato, sabe estar passado o risco de que o segu-
rado se pretende cobrir, e, não obstante, expede a apólice, pagará em dobro o prêmio esti-
pulado. 
Art. 774. A recondução tácita do contrato pelo mesmo prazo, mediante expressa cláusula 
contratual, não poderá operar mais de uma vez. 
 
 
84 
 
Art. 775. Os agentes autorizados do segurador presumem-se seus representantes para todos 
os atos relativos aos contratos que agenciarem. 
Art. 776. O segurador é obrigado a pagar em dinheiro o prejuízo resultante do risco assumido, 
salvo se convencionada a reposição da coisa. 
Art. 777. O disposto no presente Capítulo aplica-se, no que couber, aos seguros regidos por 
leis próprias. 
 
NOÇÕES DE MERCADO DE CAPITAIS 
1) Noções Introdutórias 
O mercado de capitais é um mercado financeiro onde são negociados títulos de renda fixa e variá-
vel, como ações, debêntures, títulos públicos e outros. Ele é composto por diversos segmentos, como 
o mercado primário, onde as empresas emitem novos títulos, e o mercado secundário, onde os títu-
los já emitidos são negociados entre os investidores. 
O mercado de capitais permite aos investidores aplicar seu dinheiro em diversas opções, com dife-
rentes graus de risco e retorno, e permite às empresas acessar recursos financeiros para investir em 
seus negócios. Ele é regulado por órgãos como a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) no Brasil 
e a Securities and Exchange Commission (SEC) nos Estados Unidos. 
 
2) Segmentos do mercado de capitais 
Os segmentos do mercado de capitais incluem: 
Mercado Primário: É o segmento onde as empresas emitem novos títulos, como ações e debêntu-
res, para captar recursos financeiros. Esse segmento é regulado por órgãos como a Comissão de 
Valores Mobiliários (CVM) e as emissões de títulos só podem ser feitas mediante registro e aprovação 
desses órgãos. 
Mercado Secundário: É o segmento onde os títulos já emitidos são negociados entre os investido-
res. Esse segmento é composto por diversas bolsas de valores e corretoras, onde as ações são ne-
gociadas, e por mercados de títulos privados, onde as debêntures são negociadas. 
Mercado de Derivativos: É o segmento onde são negociados contratos futuros e opções, que são 
instrumentos financeiros cujos valores são derivados de outros ativos, como ações, taxas de juros e 
moedas. Esse segmento é regulado por órgãos como a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e a 
Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F). 
Mercado de títulos públicos: É o segmento onde são negociados títulos emitidos pelo governo, 
como os títulos públicos federais, estaduais e municipais. Esses títulos são considerados de baixo 
risco e geralmente pagam juros periódicos. 
 
 
85 
 
Mercado Monetário: é o segmento onde os investidores aplicam em títulos de curto prazo, como 
CDBs, LCIs, LCAs e outros. Esse mercado é regulado por órgãos como o Banco Central do Brasil e as 
aplicações são geralmente de baixo risco e rendimento. 
 
NOÇÕES DE MERCADO DE CÂMBIO 
1) Noções Introdutórias 
O mercado de câmbio é o mercado onde as moedas são compradas e vendidas. Ele permite que as 
empresas, investidores e governos comprem e vendam moedas estrangeiras para se proteger contra 
o risco cambial ou para obter lucro com as variaçõesdas taxas de câmbio. 
O mercado de câmbio é composto por diversos segmentos, como o mercado à vista, onde as moe-
das são compradas e vendidas para serem entregues imediatamente, e o mercado de futuros, onde 
as moedas são compradas e vendidas para serem entregues em uma data futura. 
Esse mercado é regulado por órgãos como o Banco Central do Brasil e é altamente líquido, sendo 
que as principais moedas são negociadas 24 horas por dia. 
 
2) Segmentos do mercado de câmbio 
Os segmentos do mercado de câmbio incluem: 
Mercado à vista: É o segmento onde as moedas são compradas e vendidas para serem entregues 
imediatamente. Esse mercado é altamente líquido, e as taxas de câmbio são estabelecidas pelo mer-
cado. 
Mercado de futuros: É o segmento onde as moedas são compradas e vendidas para serem entre-
gues em uma data futura. Esse mercado é regulado por órgãos como a Comissão de Valores Mobi-
liários (CVM) e a Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F). 
Mercado de opções: É o segmento onde os investidores compram ou vendem opções de compra 
ou venda de moedas, permitindo que eles se protejam contra o risco cambial ou tentem lucrar com 
as variações das taxas de câmbio. 
Mercado de câmbio fixo: É o segmento onde as taxas de câmbio são estabelecidas pelo Banco 
Central, e as transações de moedas são realizadas com essas taxas fixas. 
Mercado de câmbio flutuante: É o segmento onde as taxas de câmbio são determinadas pelo 
mercado e variam de acordo com a oferta e demanda das moedas. É o tipo de mercado de câmbio 
mais comum atualmente. 
 
REGIMES DE TAXAS DE CÂMBIO FIXAS, FLUTUANTES E REGIMES INTERMEDIÁRIOS 
 
 
86 
 
1) Noções Introdutórias 
Regimes de taxa de câmbio são os mecanismos pelos quais a taxa de câmbio (o valor de uma 
moeda em relação a outra) é determinada. Têm o objetivo de equilibrar a economia de um país. No 
Brasil, o Banco Central (Bacen) é a autoridade responsável pelo controle dos regimes cambiais que 
devem ser seguidos pelas empresas brasileiras. 
Existem três principais tipos de regimes de taxa de câmbio: flutuante, fixo e intermediário (misto). 
 
2) Regimes de Taxas de Câmbio Fixas 
O regime de taxa de câmbio fixo é aquele no qual o valor da moeda é fixado em relação a outra 
moeda ou a um grupo de moedas. Nesse regime, o banco central tem que intervier regularmente 
para manter a taxa de câmbio estabilizada. 
As taxas de câmbio fixas são comuns em países com economias menos desenvolvidas, onde o mer-
cado financeiro é menos maduro e as instituições econômicas são menos fortes. Isso permite que o 
governo tenha mais controle sobre a economia. 
A vantagem do regime de taxa de câmbio fixo é que ele pode ajudar a manter a estabilidade eco-
nômica, evitando grandes flutuações na taxa de câmbio e ajudando a evitar a inflação. Ele também 
pode ajudar a evitar problemas de balanço de pagamentos. 
No entanto, o regime de taxa de câmbio fixo também tem desvantagens, como a necessidade de 
intervenção constante do banco central para manter a taxa de câmbio estabilizada, o que pode levar 
a problemas de inflação e desvalorização excessiva da moeda. Além disso, impede a economia de se 
adaptar automaticamente às condições internas e externas 
O regime de taxa de câmbio fixo é aquele no qual o valor da moeda é fixado em relação a outra 
moeda ou a um grupo de moedas. Nesse regime, o banco central tem que intervier regularmente 
para manter a taxa de câmbio estabilizada. 
A taxa de câmbio fixa é usada para manter a estabilidade econômica e evitar a volatilidade excessiva 
da taxa de câmbio. Isso pode ser particularmente importante para países com economias menos 
desenvolvidas ou menos estáveis, onde grandes flutuações na taxa de câmbio podem causar pro-
blemas econômicos graves. 
O banco central pode usar diversas ferramentas para manter a taxa de câmbio estabilizada, como 
intervenções no mercado cambial, ajustes nas taxas de juros, ou a implementação de medidas ad-
ministrativas para controlar a demanda por moedas estrangeiras. 
A principal vantagem do regime de taxa de câmbio fixa é a estabilidade e previsibilidade que ele 
oferece. Isso pode ajudar a manter a inflação baixa e evitar grandes flutuações na economia. N o 
entanto, o regime de taxa de câmbio fixa também tem desvantagens, como a possibilidade de a taxa 
de câmbio fixa não ser mais adequada às condições econômicas atuais, o que pode levar a problemas 
 
 
87 
 
de balanço de pagamentos e inflação. Além disso, o banco central tem que gastar reservas para 
manter a taxa de câmbio fixa, o que pode levar a problemas de insuficiência de reservas. 
 
3) Regimes de Taxas de Câmbio Flutuantes 
O regime de taxa de câmbio flutuante é aquele no qual a taxa de câmbio é determinada pelo mer-
cado e pode variar livremente. Nesse regime, a oferta e a demanda de moedas são os principais 
fatores que determinam o valor da moeda. É considerado o mais eficiente pois permite que a eco-
nomia se adapte automaticamente às condições internas e externas. 
As taxas de câmbio flutuantes são mais comuns em países desenvolvidos, onde o mercado financeiro 
é maduro e as instituições econômicas são fortes. Isso permite que a economia responda de forma 
eficiente às variações na oferta e demanda de moedas. 
A vantagem do regime de taxa de câmbio flutuante é que ele permite que a economia se adapte 
automaticamente às condições internas e externas, sem a necessidade de intervenção do banco 
central. Isso pode ajudar a evitar a inflação e a desvalorização excessiva da moeda. 
No entanto, o regime de taxa de câmbio flutuante também tem desvantagens, como a possibilidade 
de grandes flutuações na taxa de câmbio, o que pode afetar negativamente a economia e causar 
incerteza para as empresas. Também pode levar a problemas de balanço de pagamentos. 
 
4) Regimes de Taxas de Câmbio Intermediários 
O regime de taxa de câmbio intermediário é um tipo de regime de taxa de câmbio que se situa entre 
os regimes de taxa de câmbio flutuante e fixo. Ele permite uma certa flexibilidade na taxa de câmbio, 
mas também inclui alguma intervenção do banco central para evitar grandes flutuações e manter a 
estabilidade econômica. 
Neste regime, o banco central pode usar diversas ferramentas para influenciar a taxa de câmbio, 
como intervenções no mercado cambial, ajustes nas taxas de juros, ou a implementação de medidas 
administrativas para controlar a demanda por moedas estrangeiras. O objetivo é evitar a volatilidade 
excessiva, sem comprometer a capacidade da economia de se adaptar às condições internas e ex-
ternas. 
Este tipo de regime é muito utilizado em países emergentes, onde o governo quer evitar a volatili-
dade do câmbio, mas ao mesmo tempo, precisa deixar a economia se adaptar às condições internas 
e externas, e manter a estabilidade econômica. 
 
TAXAS DE CÂMBIO NOMINAIS E REAIS 
 
 
88 
 
1) Noções Introdutórias 
As taxas de câmbio são as taxas nas quais uma moeda é trocada por outra. Elas determinam o valor 
relativo de diferentes moedas e são usadas para calcular o custo de uma moeda em relação a outra. 
Essas taxas são geralmente expressas como a quantidade de moeda estrangeira que pode ser com-
prada com uma unidade de moeda nacional. Elas são influenciadas por uma série de fatores, inclu-
indo a oferta e demanda, as taxas de juros e as condições econômicas gerais. As taxas de câmbio 
são usadas em uma variedade de transações, como viagens internacionais, investimentos e comércio 
internacional. 
 
2) Taxas de Câmbio Nominais 
As taxas de câmbio nominais são as taxas de câmbio entre duas moedas medidas em termos de suas 
respectivas unidades monetárias. Elas refletem os preços das moedas uns em relação aos outros e 
são determinadas pelo mercado de câmbio. A taxa de câmbio nominal é a taxa atual no mercado de 
câmbio, e é frequentemente utilizada como uma medida de curto prazo para comparar a desvalori-
zação ou valorização de uma moeda.3) Taxas de Câmbio Reais 
As taxas de câmbio reais são as taxas de câmbio entre duas moedas medidas em termos de sua 
capacidade de compra. Elas refletem o poder aquisitivo das moedas uns em relação aos outros e são 
calculadas com base em dados de preços de bens e serviços. A taxa de câmbio real é utilizada para 
medir o impacto da inflação sobre a taxa de câmbio nominal e para comparar o custo de vida entre 
dois países. A taxa de câmbio real é frequentemente utilizada como uma medida de longo prazo 
para comparar a desvalorização ou valorização de uma moeda. 
 
IMPACTOS DAS TAXAS DE CÂMBIO SOBRE AS EXPORTAÇÕES E IMPORTAÇÕES 
1) Noções Gerais 
As taxas de câmbio têm um impacto significativo sobre as exportações e importações de um país. 
Quando a moeda local se aprecia em relação a outras moedas, as exportações tendem a ficar mais 
caras no mercado estrangeiro, o que pode afetar negativamente as vendas de exportação e, conse-
quentemente, afetar o crescimento econômico. Por outro lado, quando a moeda local se desvaloriza 
em relação a outras moedas, as exportações tendem a ficar mais baratas no mercado estrangeiro, o 
que pode aumentar as vendas de exportação e, consequentemente, ajudar a impulsionar o cresci-
mento econômico. 
Quanto as importações, uma valorização da moeda local pode tornar as importações mais baratas, 
o que pode aumentar a competitividade das empresas nacionais e beneficiar os consumidores, mas 
também pode contribuir para o aumento do déficit comercial. Por outro lado, uma desvalorização 
 
 
89 
 
da moeda local pode tornar as importações mais caras, o que pode afetar negativamente a compe-
titividade das empresas nacionais e pode aumentar os preços para os consumidores, mas também 
pode contribuir para a redução do déficit comercial. 
Além disso, as taxas de câmbio também afetam a atratividade dos investimentos estrangeiros e a 
capacidade do país de financiar sua dívida externa. Portanto, é importante para os governos e bancos 
centrais monitorarem e gerenciar as taxas de câmbio de forma a equilibrar os impactos sobre as 
exportações e importações, bem como sobre a economia geral. O objetivo é encontrar um equilíbrio 
entre competitividade, estabilidade econômica e balanço de pagamentos sustentável. Isso pode ser 
alcançado através de políticas cambiais, como a intervenção no mercado cambial, taxas de juros e 
medidas administrativas. Além disso, é importante levar em consideração as tendências econômicas 
globais e as relações comerciais com outros países ao tomar decisões sobre as taxas de câmbio. 
 
DIFERENCIAL DE JUROS INTERNO E EXTERNO, PRÊMIOS DE RISCO, FLUXO DE CAPITAIS E 
SEUS IMPACTOS SOBRE AS TAXAS DE CÂMBIO 
1) Noções Gerais 
O diferencial de juros interno e externo, prêmios de risco, fluxo de capitais e seus impactos sobre 
as taxas de câmbio estão estreitamente relacionados. 
O diferencial de juros interno e externo é a diferença entre as taxas de juros de um país e as taxas 
de juros de outros países. Quando as taxas de juros de um país são mais altas do que as taxas de 
juros de outros países, isso pode atrair investidores estrangeiros em busca de rendimentos mais 
elevados, o que pode levar a uma valorização da moeda local. Por outro lado, quando as taxas de 
juros de um país são mais baixas do que as taxas de juros de outros países, isso pode afastar os 
investidores estrangeiros, o que pode levar a uma desvalorização da moeda local. 
Os prêmios de risco são outro fator que afeta o fluxo de capitais e as taxas de câmbio. Os prêmios 
de risco são a diferença entre as taxas de juros de um país e as taxas de juros de outros países, 
levando em conta o risco de investir nesse país. Quando os investidores consideram que um país é 
mais arriscado do que outros países, eles exigem prêmios de risco mais elevados para investir nesse 
país, o que pode desestimular o fluxo de capitais e levar a uma desvalorização da moeda local. 
O fluxo de capitais é a movimentação de recursos financeiros entre países, como investimentos es-
trangeiros diretos, empréstimos internacionais e investimentos em títulos. O fluxo de capitais pode 
afetar significativamente as taxas de câmbio de um país. Quando há um aumento no fluxo de capitais 
para um país, isso pode levar a uma valorização da moeda local, pois há maior demanda por ela. Por 
outro lado, quando há uma saída de capitais de um país, isso pode levar a uma desvalorização da 
moeda local, pois há menor demanda por ela. 
Em resumo, o diferencial de juros interno e externo, os prêmios de risco e o fluxo de capitais são 
importantes fatores que afetam as taxas de câmbio de um país. Os governos e bancos centrais pre-
cisam levar esses fatores em conta ao tomar decisões sobre políticas cambiais e taxas de juros, a fim 
de manter a estabilidade econômica e o equilíbrio nas contas externas. 
 
 
90 
 
DINÂMICA DO MERCADO: OPERAÇÕES NO MERCADO INTERBANCÁRIO 
1) Noções gerais 
As operações no mercado interbancário de câmbio são realizadas entre bancos e outras institui-
ções financeiras, como corretoras e investidores institucionais. Essas operações visam a atender às 
necessidades de câmbio dos clientes e às necessidades de gestão de riscos das instituições financei-
ras. 
Os bancos e outras instituições financeiras podem atuar como compradores ou vendedores de mo-
eda estrangeira, dependendo da demanda de seus clientes e de sua própria necessidade de geren-
ciamento de riscos. Essas operações são realizadas através de contratos a termo, contratos futuros e 
opções de câmbio. 
Os contratos a termo são acordos para comprar ou vender uma determinada quantidade de moeda 
estrangeira em uma data futura específica, a um preço previamente estabelecido. Os contratos fu-
turos são similares aos contratos a termo, mas são negociados em bolsas de valores especializadas. 
As opções de câmbio permitem que os compradores adquiram o direito, mas não a obrigação, de 
comprar ou vender uma determinada quantidade de moeda estrangeira a um preço específico em 
uma data futura. 
Além disso, os bancos e outras instituições financeiras também podem realizar operações de swap 
cambial, que é um acordo para trocar uma moeda por outra por um período de tempo específico, 
com o objetivo de gerenciar o risco cambial. 
Em resumo, as operações no mercado interbancário de câmbio são realizadas entre bancos e outras 
instituições financeiras para atender às necessidades de câmbio dos clientes e às necessidades de 
gestão de riscos das instituições financeiras, através de contratos a termo, contratos futuros e opções 
de câmbio e operações de swap cambial. 
MERCADO BANCÁRIO: OPERAÇÕES DE TESOURARIA, VAREJO BANCÁRIO E RECUPERAÇÃO 
DE CRÉDITO 
1) Noções Introdutórias 
O mercado bancário é um setor financeiro composto por bancos e instituições financeiras que ofe-
recem uma variedade de serviços financeiros, incluindo depósitos, empréstimos, pagamentos e 
transferências, investimentos e gerenciamento de risco. 
Os bancos comerciais são os principais participantes do mercado bancário, e eles oferecem serviços 
bancários tradicionais, como contas correntes, empréstimos e cartões de crédito. Eles também po-
dem oferecer serviços de investimento, como a gestão de carteiras e aplicações em títulos. 
 
 
91 
 
Os bancos de investimento são outro tipo de instituição financeira presente no mercado bancário, e 
eles oferecem serviços de investimento mais avançados, como assessoria financeira, operações de 
mercado financeiro e emissão de títulos. 
Além disso, existem outras instituições financeiras, como cooperativas de crédito, sociedades de cré-
dito ao consumidor, sociedades de crédito imobiliário, sociedades de crédito ao microempreendedor 
e instituições financeiras não bancárias (IFNBs), que também fazem parte do mercado bancário. 
Em resumo, o mercado bancário é composto por bancos e instituições financeiras que oferecem uma 
variedade de serviços financeiros,incluindo depósitos, empréstimos, pagamentos e transferências, 
investimentos e gerenciamento de risco, os bancos comerciais são os principais participantes do 
mercado bancário e os bancos de investimento oferecem serviços de investimento mais avançados. 
 
2) Operações de tesouraria, varejo bancário e recuperação de crédito 
As operações de tesouraria são realizadas pelos bancos com o objetivo de gerenciar sua posição 
de caixa e sua exposição ao risco cambial. Isso inclui atividades como a compra e venda de ativos 
financeiros, como títulos do governo e moeda estrangeira, e a realização de operações de swap 
cambial. 
O varejo bancário envolve as operações bancárias realizadas com indivíduos e pequenas empresas, 
incluindo contas correntes, empréstimos, cartões de crédito e outros produtos financeiros. Os bancos 
oferecem esses produtos e serviços para atrair e manter clientes, bem como para obter receita de 
juros e taxas. 
A recuperação de crédito é o processo pelo qual os bancos tentam recuperar fundos de clientes 
inadimplentes. Isso pode incluir ações judiciais, acordos de pagamento e outras medidas. Essas ope-
rações são importantes para minimizar as perdas dos bancos e proteger sua saúde financeira. 
Em resumo, as operações de tesouraria são realizadas pelos bancos para gerenciar sua posição de 
caixa e sua exposição ao risco cambial, o varejo bancário envolve as operações bancárias realizadas 
com indivíduos e pequenas empresas e a recuperação de crédito é o processo pelo qual os bancos 
tentam recuperar fundos de clientes inadimplentes. 
 
TAXAS DE JUROS DE CURTO PRAZO E A CURVA DE JUROS; TAXAS DE JUROS NOMINAIS E 
REAIS 
1) Noções gerais 
As taxas de juros de curto prazo são as taxas de juros aplicadas em empréstimos e investimentos 
com duração menor que um ano. Elas são geralmente determinadas pelo mercado e podem ser 
influenciadas por fatores como a oferta e demanda de crédito, a política monetária do banco central 
e a inflação. 
 
 
92 
 
A curva de juros é uma representação gráfica da relação entre as taxas de juros de curto prazo e as 
taxas de juros de longo prazo. Normalmente, a curva de juros tem uma forma crescente, o que 
significa que as taxas de juros de longo prazo são geralmente maiores do que as taxas de juros de 
curto prazo. Isso ocorre porque os investimentos de longo prazo são considerados mais arriscados 
do que os investimentos de curto prazo. 
As taxas de juros nominais são as taxas de juros expressas em termos monetários correntes. Elas 
não levam em conta a inflação e, portanto, podem ser distorcidas quando comparadas ao longo do 
tempo. 
As taxas de juros reais, por outro lado, são as taxas de juros nominais menos a taxa de inflação. Elas 
refletem o poder de compra real do dinheiro e, portanto, são uma medida mais precisa da taxa de 
juros. As taxas de juros reais são importantes para avaliar o retorno real de um investimento e para 
compreender a relação entre as taxas de juros e a inflação. 
GARANTIAS DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL: AVAL; FIANÇA; PENHOR MERCANTIL; 
ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA; HIPOTECA; FIANÇAS BANCÁRIAS 
1) Noções gerais 
As garantias do Sistema Financeiro Nacional são instrumentos utilizados pelas instituições finan-
ceiras para garantir o pagamento de dívidas contratadas por seus clientes. Essas garantias são 
utilizadas para reduzir o risco de inadimplência e aumentar a confiança das instituições financeiras 
em relação ao pagamento das dívidas contratadas. 
 
2) Aval 
Aval é uma garantia de crédito oferecida por uma pessoa ou instituição financeira que se compro-
mete a pagar uma dívida em caso de inadimplência do devedor principal. Isso permite que o credor 
tenha mais segurança ao conceder um empréstimo ou financiamento. 
Um avalista precisa ter uma boa situação financeira e creditícia para ser aceito como aval. Além disso, 
ele precisa compreender os riscos envolvidos na garantia de crédito e estar disposto a arcar com as 
consequências de uma eventual inadimplência. É importante que o avalista leia cuidadosamente o 
contrato antes de assiná-lo. 
Em caso de inadimplência, o credor pode cobrar a dívida do avalista, que passa a ser responsável 
pelo pagamento. Isso pode ter impacto negativo na sua situação financeira e creditícia, incluindo 
restrições ao acesso a crédito no futuro. Por isso, é importante que o avalista avalie cuidadosamente 
se tem condições financeiras e disponibilidade para atuar como aval antes de assinar o contrato. 
 
 
 
93 
 
3) Fiança 
Fiança é uma garantia de crédito oferecida por uma pessoa que se compromete a pagar uma dívida 
em caso de inadimplência do devedor principal. Isso permite que o credor tenha mais segurança ao 
conceder um empréstimo ou financiamento. A fiança é frequentemente utilizada em contratos de 
aluguel, por exemplo. 
Um fiador precisa ter uma boa situação financeira e creditícia para ser aceito como fiador. Além 
disso, ele precisa compreender os riscos envolvidos na garantia de crédito e estar disposto a arcar 
com as consequências de uma eventual inadimplência. É importante que o fiador leia cuidadosa-
mente o contrato antes de assiná-lo. 
Em caso de inadimplência, o credor pode cobrar a dívida do fiador, que passa a ser responsável pelo 
pagamento. Isso pode ter impacto negativo na sua situação financeira e creditícia, incluindo restri-
ções ao acesso a crédito no futuro. Por isso, é importante que o fiador avalie cuidadosamente se tem 
condições financeiras e disponibilidade para atuar como fiador antes de assinar o contrato. 
 
4) Penhor Mercantil 
Penhor Mercantil é uma garantia de crédito que consiste na entrega de bens móveis, como joias, 
artigos de ouro, prata ou platina, para garantir o pagamento de uma dívida. O bem fica retido pelo 
credor até que a dívida seja quitada. Se o devedor não cumprir com suas obrigações financeiras, o 
credor pode vender o bem penhorado para cobrir o valor devido. 
O penhor mercantil é uma opção de garantia de crédito mais acessível do que outras formas, como 
aval ou fiança, pois não requer que o devedor tenha uma boa situação financeira ou creditícia. Além 
disso, a entrega do bem para penhora é geralmente mais rápida e fácil do que outras formas de 
garantia. 
No entanto, é importante que o devedor tenha conhecimento do valor de mercado do bem penho-
rado e do risco de perdê-lo caso não cumpra com suas obrigações financeiras. Além disso, é impor-
tante verificar as taxas de juros e as condições de pagamento antes de aceitar o penhor mercantil 
como garantia de crédito, para evitar surpresas desagradáveis no futuro. 
 
5) Alienação Fiduciária 
Alienação Fiduciária é uma forma de garantia de crédito em que o bem é entregue ao credor como 
garantia, mas mantém a propriedade do devedor. O credor tem o direito de vender o bem em caso 
de inadimplência, mas o valor obtido com a venda deve ser utilizado para cobrir o valor devido. Essa 
forma de garantia é comumente utilizada em financiamentos imobiliários. 
 
 
94 
 
A Alienação Fiduciária permite que o devedor tenha acesso a crédito sem precisar vender seu bem, 
como é o caso do penhor mercantil. Além disso, o devedor pode continuar usufruindo do bem en-
quanto cumpre com suas obrigações financeiras, o que pode ser uma vantagem em relação a outras 
formas de garantia. 
No entanto, é importante que o devedor compreenda as condições do contrato de Alienação Fidu-
ciária, incluindo as taxas de juros, as condições de pagamento e as consequências da eventual ina-
dimplência, para evitar surpresas desagradáveis no futuro. Além disso, é importante verificar se o 
bem está registrado corretamente para evitar problemas futuros com a transferência de propriedade. 
 
6) Hipoteca 
Hipoteca é uma forma de garantia de crédito em que o devedor entrega ao credor o direito de 
penhor sobre um imóvel como garantia de pagamento de uma dívida. O credor tem o direito de 
vender o imóvel em caso de inadimplênciapara cobrir o valor devido. A hipoteca é registrada em 
cartório de imóveis, tornando o direito de penhor sobre o imóvel oficial e vinculante. 
A hipoteca é uma forma de garantia comumente utilizada em financiamentos imobiliários, pois per-
mite ao devedor obter crédito com taxas de juros mais baixas do que outras formas de garantia. 
Além disso, a hipoteca oferece uma garantia sólida ao credor, já que o imóvel é um bem de alto 
valor e duradouro. 
No entanto, é importante que o devedor compreenda as condições do contrato de hipoteca, inclu-
indo as taxas de juros, as condições de pagamento e as consequências da eventual inadimplência, 
para evitar surpresas desagradáveis no futuro. Além disso, é importante verificar se o imóvel está 
registrado corretamente para evitar problemas futuros com a transferência de propriedade. 
 
7) Fianças Bancárias 
Fianças Bancárias são instrumentos financeiros utilizados para garantir contratos e obrigações de 
terceiros. Nesse tipo de fiança, o banco é o instituidor da garantia e se responsabiliza perante a outra 
parte pelo cumprimento das obrigações assumidas pelo fiador principal. 
As Fianças Bancárias são amplamente utilizadas em contratos comerciais, construções, licitações pú-
blicas, entre outros. A emissão dessa fiança requer a aprovação do banco e o pagamento de uma 
taxa de juros. 
É importante que o solicitante da Fiança Bancária leia cuidadosamente os termos e condições do 
contrato antes de assiná-lo, incluindo as responsabilidades do fiador, as condições de liberação da 
fiança e as eventuais taxas adicionais. Além disso, é importante verificar se a instituição financeira é 
confiável e tem experiência no mercado de fianças bancárias. 
 
Resumindo o conteúdo 
 
 
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Aval é uma garantia pessoal emitida por uma pessoa, geralmente com bom histórico creditício, que 
se compromete a pagar a dívida caso o devedor não cumpra com seus compromissos. 
Fiança é uma garantia pessoal onde uma pessoa ou empresa se compromete a pagar a dívida em 
caso de inadimplência do devedor. 
Penhor Mercantil é uma garantia real onde uma mercadoria é dada como garantia para o paga-
mento de uma dívida. 
Alienação Fiduciária é uma garantia real onde o devedor transfere a propriedade de um bem para 
o credor, que passa a ter o direito de vender o bem caso o devedor não cumpra com seus compro-
missos. 
Hipoteca é uma garantia real onde o devedor transfere a propriedade de um imóvel para o credor, 
que passa a ter o direito de vender o imóvel caso o devedor não cumpra com seus compromissos. 
Fianças bancárias são garantias emitidas por bancos, geralmente utilizadas em contratos comerci-
ais, onde o banco se compromete a pagar o valor da dívida em caso de inadimplência do devedor. 
 
CRIME DE LAVAGEM DE DINHEIRO: CONCEITO E ETAPAS; PREVENÇÃO E COMBATE AO 
CRIME DE LAVAGEM DE DINHEIRO: LEI Nº 9.613/98 E SUAS ALTERAÇÕES; CIRCULAR Nº 
3.978, DE 23 DE JANEIRO DE 2020 E CARTA CIRCULAR Nº 4.001, DE 29 DE JANEIRO DE 2020 
E SUAS ALTERAÇÕES 
1) Introdução 
Nesse momento, iremos estudar o tópico 16 do edital do Banco do Brasil, um tema de especial 
relevância para provas bancárias: 
Crime de lavagem de dinheiro: conceito e etapas; Prevenção e combate ao crime de lavagem 
de dinheiro: Lei nº 9.613/98 e suas alterações; circular nº 3.978, de 23 de janeiro de 2020 e 
Carta Circular nº 4.001, de 29 de janeiro de 2020 e suas alterações. 
Gostaríamos de agradecer a confiança depositada em nosso material. Saiba que garantimos que 
você terá o material mais adequado para conquista da sua aprovação. Não esqueça que o seu em-
penho é fundamental; afinal, passar em um concurso público não é tarefa fácil, mas também não é 
algo impossível. Mas não se esqueça: Nós acreditamos em você! 
 
2) Crime De Lavagem De Dinheiro (Lei Nº 9.613/98 e Suas Alterações) 
2.1) Conceito 
A lavagem de capitais é a conduta praticada para dar aparência de legalidade aos bens, direitos ou 
valores oriundos de uma infração penal. 
 
 
96 
 
Com sua conduta, o agente oculta ou dissimula a natureza, origem, localização, disposição, movi-
mentação ou propriedade de bens, direitos ou valores provenientes, direta ou indiretamente, de 
infração penal. Trata-se de disposição do art. 1º da Lei 9.6)13/98: 
Art. 1º. Ocultar ou dissimular a natureza, origem, localização, disposição, movimentação ou 
propriedade de bens, direitos ou valores provenientes, direta ou indiretamente, de infração 
penal. Pena: reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e multa. 
 
Esta expressão lavagem de dinheiro originou-se do direito norte-americano (money laundering), por 
volta do ano de 1920, fazendo alusão aos mafiosos que utilizavam lavanderias de fachada para da-
rem aparência de legalidade ao dinheiro obtido com as práticas criminosas. Em outros países como 
Portugal e Espanha, utiliza-se a expressão branqueamento de capitais. 
 
2.2) Etapas ou fases da lavagem de dinheiro 
A lavagem de capitais, doutrinariamente é composta das seguintes etapas/fases: 
a) Fase da colocação (placement) 
Trata-se da fase de introdução do dinheiro ilícito no sistema financeiro. Uma das técnicas de intro-
dução do capital ilícito no sistema financeiro é denominada de smurfing, a qual se caracteriza pela 
realização de vários depósitos fracionados, em pequenas quantias, em uma ou diversas contas ban-
cárias, as quais podem estar em nome de uma mesma pessoa ou de várias. Totalizando este valor 
fracionado representa uma quantia expressiva. 
 
b) Fase da dissimulação/mascaramento) (layering) 
Trata-se de etapa na qual são realizados negócios ou movimentações financeiras de modo a dificul-
tar o rastreamento dos valores ilícitos. 
 
c) Fase da Integração (integration) 
Trata-se de etapa na qual os bens são incorporados ao sistema econômico. 
É necessário ter em mente que não há necessidade do preenchimento dessas três fases para a con-
sumação do crime de lavagem de dinheiro. 
 
 
97 
 
 
 
2.3) Prevenção e combate ao crime de lavagem de dinheiro 
A criminalização da lavagem de capitais no Brasil foi consequência da Convenção contra o tráfico 
ilícito de entorpecentes e substância psicotrópicas - Convenção de Viena -, celebrada em Viena no 
ano de 1988. A Convenção foi promulgada no Brasil por meio do Decreto nº 154/1991. Nela, o Brasil 
se comprometeu a reprimir ao crime de lavagem de dinheiro. 
No mesmo sentido foram a Convenção das Nações Unidas contra o Crime Organizado Transnacional 
(Convenção de Palermo, de 15 de novembro de 2000) e a Convenção das Nações Unidas contra a 
Corrupção (Convenção de Mérida, de 31 de outubro de 2003), ambas ratificadas pelo Brasil e que 
possuem relação com a repressão à lavagem de capitais. 
Por fim, foi criada a Lei 9.613/98 a fim de tipificar a lavagem de capitais. Após, a Lei 12.6)83/12 
promoveu relevantes alterações no sistema de punição. 
Noutro giro, a Lei 13.974/2020, tratou sobre o Conselho de Controle de Atividades Financeiras 
(COAF). 
Quanto a persecução penal em relação ao crime de lavagem de capitais, faz-se necessária, para que 
seja eficiente, uma perfeita interação entre os três subsistemas a seguir: 
 
a) Prevenção 
É composta pelos sujeitos obrigados (art. 9º da Lei 9.6)13/98) e pelos órgãos de inteligência finan-
ceira, especialmente o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF), dotado de autonomia 
técnica e operacional, atualmente vinculado administrativamente ao Banco Central do Brasil (art. 2º 
da Lei 13.974/20). 
Neste sentido, o art. 1º, da Resolução 24/2013 do COAF prevê que: 
Art. 1º A presente Resolução tem por objetivo estabelecer normas gerais de prevenção à 
lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo, sujeitando-se ao seu cumprimento as 
Fases da Lavagem de Dinheiro
Colocação
Dissimulação
Integração
 
 
98 
 
pessoas físicas ou jurídicas não submetidas à regulação de órgão próprio regulador que pres-
tem, mesmo que eventualmente, serviçosde assessoria, consultoria, contadoria, auditoria, 
aconselhamento ou assistência, de qualquer natureza, nas seguintes operações. 
 
b) Repressão (ou persecução) 
Realizado através da Polícia e do Ministério Público. 
 
c) Recuperação de ativos 
Trata-se de tarefa desempenhada pelo Ministério Público e por órgãos do Poder Executivo, notada-
mente o Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (DRCI). 
Os chamados torres de vigia ou gatekeepers são pessoas, físicas ou jurídicas, que possuem a obri-
gação de contribuir nas atividades de inteligência e vigilância do poder público, bem como prestar 
informações sobre atos que possam caracterizar o branqueamento do dinheiro. A comunicação de 
operações suspeitas deve ser realizada ao COAF. 
Importa destacar a Resolução no 36 do COAF que disciplina a forma de adoção de políticas, proce-
dimentos e controles internos de prevenção à lavagem de dinheiro, ao financiamento do terrorismo 
e ao financiamento da proliferação de armas de destruição em massa que permitam o atendimento 
ao disposto nos arts. 10 e 11 da Lei no 9.6)13/98, por aqueles que se sujeitem, nos termos do seu 
art. 14, § 1º à supervisão do Conselho de Controle de Atividades Financeiras - COAF. 
Art. 14, § 1º. As instruções referidas no art. 10 destinadas às pessoas mencionadas no art. 9º, 
para as quais não exista órgão próprio fiscalizador ou regulador, serão expedidas pelo COAF, 
competindo-lhe, para esses casos, a definição das pessoas abrangidas e a aplicação das san-
ções enumeradas no art. 12. 
 
Por sua vez, a Instrução Normativa DPF nº 196/21, normatiza o procedimento de comunicação de 
operações suspeitas ou que contenham indícios de crimes de lavagem de dinheiro ou de financia-
mento ao terrorismo efetuadas por empresas de transporte de valores, bem como os mecanismos 
dos processos administrativos instaurados contra empresas de transporte de valores em razão do 
descumprimento das obrigações de prevenção à lavagem de dinheiro e ao financiamento de terro-
rismo. 
 
3) Circular nº 3.978, De 23 De Janeiro De 2020 
A Circular nº 3.978, de 23 de janeiro de 2020 dispõe sobre a política, os procedimentos e os contro-
les internos que devem ser realizados pelas instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central 
do Brasil com o objetivo de prevenir a utilização do sistema financeiro para a prática dos crimes de 
lavagem de dinheiro e de financiamento do terrorismo. 
 
 
99 
 
Trata-se de Circular aplicável a todas as Instituições Financeiras que tiverem seu funcionamento au-
torizado pelo Banco Central. 
Além disso, a Circular nº 3.978/2020 é preventiva, tendo em vista que estabelece medidas a serem 
adotadas a fim de que o sistema financeiro brasileiro não seja utilizado como meio para a prática de 
lavagem de dinheiro e de financiamento ao terrorismo. 
 
3.1) Da Governança da política de prevenção à lavagem de dinheiro e ao financiamento do 
terrorismo 
Todas as instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil devem dispor de estrutura 
de governança visando a assegurar o cumprimento da política formulada com base em princípios e 
diretrizes que busquem prevenir a sua utilização para as práticas de lavagem de dinheiro e de fi-
nanciamento do terrorismo, bem como também dos procedimentos e controles internos de preven-
ção à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo previstos na Circular 3.978/20. 
 
3.2) Da Avaliação Interna de Risco 
Conforme o art. 10 da Circular 3978/20, também é dever das instituições a realização de avaliação 
interna, vejamos: 
Art. 10. As instituições referidas no art. 1º devem realizar avaliação interna com o objetivo de 
identificar e mensurar o risco de utilização de seus produtos e serviços na prática da lavagem 
de dinheiro e do financiamento do terrorismo. 
 
Para identificação do risco de que trata o caput, a avaliação interna deve considerar, no mínimo, os 
perfis de risco: 
 Dos clientes; 
 Da instituição, incluindo o modelo de negócio e a área geográfica de atuação; 
 Das operações, transações, produtos e serviços, abrangendo todos os canais de distribuição e a 
utilização de novas tecnologias; e 
 Das atividades exercidas pelos funcionários, parceiros e prestadores de serviços terceirizados. 
Neste sentido, dispõe a Circular 3978/20: 
§ 1º Para identificação do risco de que trata o caput, a avaliação interna deve considerar, no 
mínimo, os perfis de risco: 
I - dos clientes; 
II - da instituição, incluindo o modelo de negócio e a área geográfica de atuação; 
 
 
100 
 
III - das operações, transações, produtos e serviços, abrangendo todos os canais de distribui-
ção e a utilização de novas tecnologias; e 
IV - das atividades exercidas pelos funcionários, parceiros e prestadores de serviços terceiri-
zados. 
§ 2º O risco identificado deve ser avaliado quanto à sua probabilidade de ocorrência e à mag-
nitude dos impactos financeiro, jurídico, reputacional e socioambiental para a instituição. 
§ 3º Devem ser definidas categorias de risco que possibilitem a adoção de controles de ge-
renciamento e de mitigação reforçados para as situações de maior risco e a adoção de con-
troles simplificados nas situações de menor risco. 
§ 4º Devem ser utilizadas como subsídio à avaliação interna de risco, quando disponíveis, 
avaliações realizadas por entidades públicas do País relativas ao risco de lavagem de dinheiro 
e de financiamento do terrorismo. 
Art. 11. A avaliação interna de risco pode ser realizada de forma centralizada em instituição 
do conglomerado prudencial e do sistema cooperativo de crédito. 
Parágrafo único. As instituições que optarem por realizar a avaliação interna de risco na 
forma do caput devem formalizar essa opção em reunião do conselho de administração ou, 
se inexistente, da diretoria da instituição. 
Art. 12. A avaliação interna de risco deve ser: 
I - documentada e aprovada pelo diretor referido no art. 9º; 
II - encaminhada para ciência: 
a) ao comitê de risco, quando houver; 
b) ao comitê de auditoria, quando houver; e 
c) ao conselho de administração ou, se inexistente, à diretoria da instituição; e 
III - revisada a cada dois anos, bem como quando ocorrerem alterações significativas nos 
perfis de risco mencionados no art. 10, § 1º. 
 
3.3) Dos Procedimentos Destinados a Conhecer os Clientes 
As instituições também possuem o dever de implementar os procedimentos destinados a conhecer 
seus clientes, incluindo procedimentos que assegurem a devida diligência na sua identificação, 
qualificação e classificação. 
Estes procedimentos devem ser compatíveis: 
 Com o perfil de risco do cliente, contemplando medidas reforçadas para clientes classificados em 
categorias de maior risco, de acordo com a avaliação interna de risco; 
 Com a política de prevenção à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo; e 
 Com a avaliação interna de risco. 
 
 
101 
 
 
Estes procedimentos devem ser formalizados em manual específico, o qual deve ser aprovado pela 
diretoria da instituição e mantido atualizado. 
 
a) Da Identificação dos Clientes 
As instituições devem adotar procedimentos de identificação que permitam verificar e validar a iden-
tidade do cliente. 
Estes procedimentos de identificação devem incluir a obtenção, a verificação e a validação da auten-
ticidade de informações de identificação do cliente, inclusive, se necessário, mediante confrontação 
dessas informações com as disponíveis em bancos de dados de caráter público e privado. 
 
 
Sendo o cliente pessoa natural residente no exterior desobrigada de inscrição no CPF, na forma 
definida pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, admite -se a utilização de documento de viagem 
na forma da Lei, devendo ser coletados, no mínimo, o país emissor, o número e o tipo do documento. 
Da mesma forma, em caso de o cliente ser pessoa jurídica com domicílio ou sede no exterior deso-
brigadade inscrição no CNPJ, na forma definida pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, as ins-
tituições devem coletar, no mínimo, o nome da empresa, o endereço da sede e o número de identi-
ficação ou de registro da empresa no respectivo país de origem. 
 
b) Da Qualificação dos Clientes 
As instituições também devem adotar procedimentos que permitam qualificar seus clientes por meio 
da coleta, verificação e validação de informações, compatíveis com o perfil de risco do cliente e com 
a natureza da relação de negócio. 
No processo de identificação do cliente 
devem ser coletados, no mínimo:
o nome completo e o número de registro 
no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF),
no caso de pessoa natural; 
a firma ou denominação social e o número 
de registro no Cadastro Nacional da
Pessoa Jurídica (CNPJ), no caso de pessoa 
jurídica.
 
 
102 
 
 
 
A necessidade de verificação e de validação das informações deve ser avaliada pelas instituições de 
acordo com o perfil de risco do cliente e com a natureza da relação de negócio, além disso, devem 
ser coletadas informações adicionais do cliente compatíveis com o risco de utilização de produtos e 
serviços na prática da lavagem de dinheiro e do financiamento do terrorismo. 
Ademais, é necessária a reavaliação permanente quanto à qualificação do cliente, de acordo com a 
evolução da relação de negócio e do perfil de risco, sendo que as informações coletadas deverão 
ser mantidas em atualizadas. 
Ao Banco Central do Brasil é permitido a divulgação de rol de informações a serem coletadas, veri-
ficadas e validadas em procedimentos específicos de qualificação de clientes. 
Por outro lado, os referidos procedimentos de qualificação devem incluir a verificação da condição 
do cliente como pessoa exposta politicamente, bem como ainda a verificação da condição de repre-
sentante, familiar ou estreito colaborador dessas pessoas. 
Os procedimentos de qualificação 
devem incluir a coleta
de informações que permitam:
identificar o local de residência, no 
caso de pessoa natural
identificar o local da sede ou filial, no 
caso de pessoa jurídica
avaliar a capacidade financeira do 
cliente, incluindo a renda, no caso de 
pessoa
natural, ou o faturamento, no caso de 
pessoa jurídica.
 
 
103 
 
 
 
Em relação a estes clientes qualificados como pessoa exposta politicamente ou como representante, 
familiar ou estreito colaborador dessas pessoas, as instituições devem: 
 Adotar procedimentos e controles internos compatíveis com essa qualificação; 
 Considerar essa qualificação na classificação do cliente nas categorias de; e 
 Avaliar o interesse no início ou na manutenção do relacionamento com o cliente. (Esta avaliação 
deverá ser realizada por detentor de cargo ou função de nível hierárquico superior ao do responsável 
pela autorização do relacionamento com o cliente). 
 
c) Da Classificação dos Clientes 
As instituições devem classificar seus clientes nas categorias de risco definidas na avaliação interna 
de risco, tomando como base as informações obtidas nos procedimentos de qualificação do cliente 
referidos. 
Para os fins da Circular 
3978/20, consideram-se:
familiar: os parentes, na linha reta ou colateral, até o segundo grau, 
o cônjuge,
o companheiro, a companheira, o enteado e a enteada.
estreito colaborador:
- pessoa natural conhecida por ter qualquer tipo de estreita 
relação com pessoa exposta politicamente, inclusive por:
1. ter participação conjunta em pessoa jurídica de direito 
privado;
2. figurar como mandatária, ainda que por instrumento 
particular da pessoa
mencionada no item 1; ou
3. ter participação conjunta em arranjos sem personalidade 
jurídica; e
- pessoa natural que tem o controle de pessoas jurídicas ou de 
arranjos sem personalidade jurídica, conhecidos por terem sido 
criados para o benefício de pessoa exposta
politicamente
 
 
104 
 
 
 
As instituições devem adotar os procedimentos de identificação, de qualificação e de classificação 
previstos para os administradores de clientes pessoas jurídicas e para os representantes de clientes. 
Os procedimentos referidos devem ser compatíveis com a função exercida pelo administrador e com 
a abrangência da representação. 
Ademais, os critérios utilizados para a definição das informações necessárias e dos procedimentos 
de verificação, validação e atualização das informações para cada categoria de risco devem ser pre-
vistos no manual tratado no item 3.3). 
Às instituições é vedado iniciar relação de negócios sem que os procedimentos de identificação e 
de qualificação do cliente estejam concluídos. 
Entretanto, admite-se, por um período máximo de 30 dias, o início da relação de negócios em caso 
de insuficiência de informações relativas à qualificação do cliente, desde que não haja prejuízo aos 
procedimentos de monitoramento e seleção. 
 
d) Da Identificação e da Qualificação do Beneficiário final 
Os procedimentos de qualificação do cliente pessoa jurídica devem incluir a análise da cadeia de 
participação societária até a identificação da pessoa natural caracterizada como seu beneficiário final, 
a qual devem ser aplicados, no mínimo, os procedimentos de qualificação definidos para a categoria 
de risco do cliente pessoa jurídica na qual o beneficiário final detenha participação societária. 
As instituições devem estabelecer valor mínimo de referência de participação societária para a iden-
tificação de beneficiário final, o qual deve ser estabelecido com base no risco e não pode ser superior 
a 25% (vinte e cinco por cento), considerada, em qualquer caso, a participação direta e a indireta. 
O referido valor de referência deve ser justificado e documentado no manual de procedimentos. 
A classificação mencionada no caput 
deve ser:
realizada com base no perfil de risco do 
cliente e na natureza da relação de
negócio
revista sempre que houver alterações no perfil 
de risco do cliente e na natureza
da relação de negócio.
 
 
105 
 
Ademais, no caso de relação de negócio com cliente residente no exterior, que também seja cliente 
de instituição do mesmo grupo no exterior, fiscalizada por autoridade supervisora com a qual o 
Banco Central do Brasil mantenha convênio para a troca de informações, admite-se que as informa-
ções relativas ao beneficiário final sejam obtidas da instituição no exterior, desde que assegurado ao 
Banco Central do Brasil o acesso às informações e aos procedimentos adotados. 
NÃO SE DEVE INCLUIR NOS PROCEDIMENTOS DE QUALIFICAÇÃO ACIMA DELINEADOS: 
 As pessoas jurídicas caracterizadas como companhia aberta; 
 As entidades sem fins lucrativos; 
 As cooperativas; 
 Os fundos e clubes de investimento registrados na Comissão de Valores Mobiliários, desde que, cumu-
lativamente: 
(i) não sejam fundos exclusivos; 
(ii) obtenham recursos de investidores com o propósito de atribuir o desenvolvimento e a gestão de 
uma carteira de investimento a um gestor qualificado que deve ter plena discricionariedade na re-
presentação e na tomada de decisão perante as entidades investidas, não sendo obrigado a consultar 
os cotistas para essas decisões e tampouco indicar os cotistas ou partes a eles ligadas para atuar nas 
entidades investidas; e 
(iii) seja informado o número de registro no CPF, no caso de pessoa natural, ou do número de registro 
no CNPJ, no caso de pessoa jurídica, de todos os cotistas para a Secretaria Especial da Receita Federal 
do Brasil (RFB), na forma por esta definida em regulamentação específica; 
 Os fundos de investimento registrados na Comissão de Valores Mobiliários, constituídos na forma de 
condomínio fechado, cujas cotas sejam negociadas em mercado organizado; e 
 Os investidores não residentes classificados como: 
(i) governos, entidades governamentais e bancos centrais, assim como fundos soberanos ou compa-
nhias de investimento controladas por fundos soberanos e similares; 
(ii) organismos multilaterais;(iii) companhias abertas ou equivalentes; 
(iv) instituições financeiras ou similares, operando por conta própria; 
(v) administradores de carteiras, operando por conta própria; 
(vi) sociedades seguradoras e entidades de previdência privada; e 
(vii) fundos de investimento, desde que, cumulativamente: 
 
 
106 
 
- O número de cotistas seja igual ou superior a cem e nenhum deles detenha mais de 25% (vinte 
e cinco por cento) das cotas; e 
- A administração da carteira de ativos seja feita de forma discricionária por administrador profis-
sional sujeito à fiscalização de autoridade supervisora com a qual o Banco Central do Brasil man-
tenha convênio para a troca de informações relativas à prevenção da utilização do sistema finan-
ceiro para a prática dos crimes de lavagem de dinheiro e de financiamento do terrorismo. 
As informações coletadas em relação as entidades acima descritas, devem abranger as das pessoas naturais 
autorizadas a representá-las, bem como as de seus controladores, administradores ou gestores, e diretores, 
se houve 
 
e) Da Qualificação como Pessoa Exposta Politicamente 
Trata-se de obrigação das instituições financeiras a implementação de procedimentos que permitam 
qualificar seus clientes como pessoa exposta politicamente. 
SÃO CONSIDERADAS PESSOAS EXPOSTAS POLITICAMENTE: 
 Consideram-se pessoas expostas politicamente: 
 Os detentores de mandatos eletivos dos Poderes Executivo e Legislativo da União; 
 Os ocupantes de cargo, no Poder Executivo da União, de: 
(i) Ministro de Estado ou equiparado; 
(ii) Natureza Especial ou equivalente; 
(iii) presidente, vice-presidente e diretor, ou equivalentes, de entidades da administração pública in-
direta; e 
(iv) Grupo Direção e Assessoramento Superiores (DAS), nível 6, ou equivalente; 
 Os membros do Conselho Nacional de Justiça, do Supremo Tribunal Federal, dos Tribunais Superiores, 
dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais Regionais do Trabalho, dos Tribunais Regionais Eleitorais, 
do Conselho Superior da Justiça do Trabalho e do Conselho da Justiça Federal; 
 Os membros do Conselho Nacional do Ministério Público, o Procurador-Geral da República, o Vice-
Procurador-Geral da República, o Procurador-Geral do Trabalho, o Procurador-Geral da Justiça Militar, os 
Subprocuradores-Gerais da República e os Procuradores-Gerais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal; 
 Os membros do Tribunal de Contas da União, o Procurador-Geral e os Subprocuradores-Gerais do Mi-
nistério Público junto ao Tribunal de Contas da União; 
 Os presidentes e os tesoureiros nacionais, ou equivalentes, de partidos políticos; 
 
 
107 
 
 Os Governadores e os Secretários de Estado e do Distrito Federal, os Deputados Estaduais e Distritais, 
os presidentes, ou equivalentes, de entidades da administração pública indireta estadual e distrital e os 
presidentes de Tribunais de Justiça, Tribunais Militares, Tribunais de Contas ou equivalentes dos Estados e 
do Distrito Federal; e 
 Os Prefeitos, os Vereadores, os Secretários Municipais, os presidentes, ou equivalentes, de entidades da 
administração pública indireta municipal e os Presidentes de Tribunais de Contas ou equivalentes dos Mu-
nicípios. 
São também consideradas expostas politicamente as pessoas que, no exterior, sejam: 
 Chefes de estado ou de governo; 
 Políticos de escalões superiores; 
 Ocupantes de cargos governamentais de escalões superiores; 
 Oficiais-generais e membros de escalões superiores do Poder Judiciário; 
 Executivos de escalões superiores de empresas públicas; ou 
 Dirigentes de partidos políticos. 
Finalmente, também são consideradas pessoas expostas politicamente os dirigentes de escalões superiores 
de entidades de direito internacional público ou privado. 
 
 
A condição de pessoa exposta politicamente deve ser aplicada pelos 5 anos seguintes à data em 
que a pessoa deixou de se enquadrar nas categorias previstas. 
No caso de clientes residentes no 
exterior, para fins do disposto 
acima, as instituições devem adotar 
pelo menos duas das seguintes 
providências:
solicitar declaração expressa do cliente a 
respeito da sua qualificação
recorrer a informações públicas 
disponíveis
consultar bases de dados públicas ou 
privadas sobre pessoas expostas
politicamente.
 
 
108 
 
De igual modo, em caso de relação de negócio com cliente residente no exterior que também seja 
cliente de instituição do mesmo grupo no exterior, fiscalizada por autoridade supervisora com a qual 
o Banco Central do Brasil mantenha convênio para troca de informações, admite –se que as infor-
mações de qualificação de pessoa exposta politicamente sejam obtidas da instituição no exterior, 
desde que assegurado ao Banco Central do Brasil o acesso aos respectivos dados e procedimentos 
adotados. 
 
3.4) Do Registro de Operações 
Dispõe a Circular 3978/20 ser imperioso às instituições financeiras que elas mantenham registros de 
todas as operações realizadas, produtos e serviços contratados, inclusive saques, depósitos, aportes, 
pagamentos, recebimentos e transferências de recursos. 
 
 
No caso de operações envolvendo pessoa natural residente no exterior desobrigada de inscrição no 
CPF, na forma definida pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, as instituições devem incluir no 
registro as seguintes informações: 
 Nome; 
 Tipo e número do documento de viagem e respectivo país emissor; e 
 Organismo internacional de que seja representante para o exercício de funções específicas no 
País, quando for o caso. 
 
Os registros devem conter, no 
mínimo, as seguintes informações 
sobre cada operação:
tipo
valor, quando aplicável
data de realização
nome e número de inscrição no CPF ou no 
CNPJ do titular e do beneficiário
da operação, no caso de pessoa residente ou 
sediada no País
canal utilizado
 
 
109 
 
No caso de operações envolvendo pessoa jurídica com domicílio ou sede no exterior desobrigada 
de inscrição no CNPJ, na forma definida pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, as instituições 
devem incluir no registro as seguintes informações: 
 Nome da empresa; e 
 Número de identificação ou de registro da empresa no respectivo país de origem. 
 
a) Do Registro de Operações de Pagamento, de Recebimento e de Transferência de Recursos 
Em relação às operações relativas a pagamentos, recebimentos e transferências de recursos, por 
meio de qualquer instrumento, as instituições deverão incluir nos registros mencionados no art. 28 
as informações necessárias à identificação da origem e do destino dos recursos. 
A origem refere-se à instituição pagadora, sacada ou remetente e à pessoa sacada ou remetente 
dos recursos, bem como ao instrumento de transferência ou de pagamento utilizado na transação. 
Já o destino refere-se à instituição recebedora ou destinatária e à pessoa recebedora ou destinatária 
dos recursos, bem como ao instrumento de transferência ou de pagamento utilizado na transação. 
 
 
No caso de transferência de recursos por meio de cheque, as instituições devem incluir no registro 
da operação, além das informações referidas acima, o respectivo número do cheque. 
Caso as instituições estabeleçam relação de negócio com terceiros não sujeitos a autorização para 
funcionar do Banco Central do Brasil, participantes de arranjo de pagamento do qual a instituição 
devem ser incluídas no
registro das operações, no mínimo, as 
seguintes informações, quando 
couber:
nome e número de inscrição no CPF ou no CNPJ do 
remetente ou sacado
nome e número de inscrição no CPF ou no CNPJ do 
recebedor ou beneficiário
códigos de identificação, no sistema de liquidação de 
pagamentos ou de
transferência de fundos, das instituições envolvidas na 
operação
números das dependências e das contas envolvidas na 
operação.
 
 
110 
 
também participe, deve ser estipulado em contrato o acesso da instituição à identificação dos des-
tinatários finais dosrecursos, para fins de prevenção à lavagem de dinheiro e do financiamento do 
terrorismo, inclusive no caso de relação de negócio que envolva a interoperabilidade com arranjo de 
pagamento não sujeito a autorização pelo Banco Central do Brasil, do qual as instituições financeiras 
não participem. 
Em caso de transferência de recursos por meio da compensação interbancária de cheque, a institui-
ção sacada deve informar à instituição depositária, e a instituição depositária deve informar à insti-
tuição sacada, os números de inscrição no CPF ou no CNPJ dos titulares da conta sacada e da conta 
depositária, respectivamente. 
 
b) Do Registro de Operações de Pagamento, de Recebimento e de Transferência de Recursos 
A partir de agora, vamos compreender que, quando se tratar de operações financeiras realizadas 
com dinheiro em espécie, além das informações já mencionadas o registro deve conter ainda outras 
informações imprescindíveis. 
Nas operações em que se há a utilização de recursos em espécie de valor individual superior a 
R$2.000,00 (dois mil reais), as instituições financeiras devem incluir no registro, além das informa-
ções tratadas nos tópicos anteriores, o nome e o respectivo número de inscrição no CPF do portador 
dos recursos. 
Além disso, caso essas operações sejam realizadas por empresa de transporte de valores devida-
mente autorizada e registrada na autoridade competente, nos termos da legislação em vigor, consi-
dera-se essa empresa como a portadora dos recursos, a qual será identificada por meio do registro 
do número de inscrição no CNPJ e da firma ou denominação social. 
No caso de operações de depósito ou aporte em espécie de valor individual igual ou superior a 
R$50.000,00 (cinquenta mil reais), as instituições financeiras devem incluir no registro também: 
 
 
o nome e o respectivo número de inscrição no CPF ou no CNPJ, conforme o caso, do 
proprietário dos recursos;
o nome e o respectivo número de inscrição no CPF do portador dos recursos;
a origem dos recursos depositados ou aportados;
 
 
111 
 
Atente-se para o fato de que, ocorrendo a recusa do cliente ou do portador dos recursos sem prestar 
a informação acerca da origem dos recursos depositados ou aportados, a instituição deve registrar 
o fato e utilizar essa informação nos procedimentos de monitoramento, seleção e análise. 
Ademais, as instituições financeiras devem requerer dos sacadores clientes e não clientes solicitação 
de provisionamento com, no mínimo, 3 dias úteis de antecedência, das operações de saque, inclu-
sive as realizadas por meio de cheque ou ordem de pagamento, de valor igual ou superior a 
R$50.000,00 (cinquenta mil reais). 
Essas operações de saque devem ser consideradas individualmente, para efeitos de observação do 
citado limite. 
As instituições devem: 
 
 
Em se tratando de saque em espécie a ser realizado por meio de cheque por sacador não cliente, a 
solicitação de provisionamento acima referida deve ser realizada exclusivamente em agências ou em 
Postos de Atendimento. 
É necessário ainda que as instituições financeiras mantenham registro específico de recebimentos 
de boleto de pagamento pagos com recursos em espécie. A instituição que receber boleto de pa-
gamento que não seja de sua emissão deve remeter à instituição emissora a informação de que o 
boleto foi pago em espécie. 
 
possibilitar a solicitação de provisionamento por meio do sítio eletrônico da instituição na 
internet e das agências ou Postos de Atendimento;
emitir protocolo de atendimento ao cliente ou ao sacador não cliente, no qual devem ser 
informados o valor da operação, a dependência na qual deverá ser efetuado o saque e a 
data programada para o saque;
registrar, no ato da solicitação de provisionamento, as informações indicadas, conforme o 
caso.
 
 
112 
 
3.5) Do Monitoramento, Da Seleção e Da Análise De Operações e Situações Suspeitas 
a) Dos Procedimentos de Monitoramento, Seleção e Análise de Operações e Situações Suspei-
tas 
As instituições financeiras devem implementar procedimentos de monitoramento, seleção e análise 
de operações e situações com o objetivo de identificar e dispensar especial atenção às suspeitas de 
lavagem de dinheiro e de financiamento do terrorismo. 
Os referidos procedimentos devem ser aplicados, inclusive, às propostas de operações, bem como 
também devem: 
 
 
As operações e situações suspeitas referem-se a qualquer operação ou situação que apresente indí-
cios de utilização da instituição para a prática dos crimes de lavagem de dinheiro e de financiamento 
do terrorismo. 
ser compatíveis com a política de prevenção à lavagem de dinheiro e ao financiamento do 
terrorismo ;
ser definidos com base na avaliação interna de risco;
considerar a condição de pessoa exposta politicamente, bem como a condição de 
representante, familiar ou estreito colaborador da pessoa exposta politicamente;
estar descritos em manual específico, aprovado pela diretoria da instituição
 
 
113 
 
b) Do Monitoramento e da Seleção de Operações e Situações Suspeitas 
 
As instituições financeiras devem 
implementar procedimentos de 
monitoramento e seleção que 
permitam identificar operações e 
situações que possam indicar 
suspeitas de lavagem de dinheiro e 
de financiamento do terrorismo, 
especialmente:
as operações realizadas e 
os produtos e serviços 
contratados que, 
considerando
as partes envolvidas, os 
valores, as formas de 
realização, os 
instrumentos utilizados ou 
a falta de fundamento 
econômico ou legal, 
possam configurar a 
existência de indícios de 
lavagem de dinheiro ou 
de financiamento do 
terrorismo, inclusive:
operações realizadas ou os serviços prestados 
que, por sua habitualidade, valor ou forma, 
configurem artifício que objetive burlar os 
procedimentos de identificação, qualificação, 
registro, monitoramento e seleção previstos 
nesta Circular
as operações de depósito ou aporte em 
espécie, saque em espécie, ou pedido de 
provisionamento para saque que apresentem 
indícios de ocultação ou dissimulação da 
natureza, da origem, da localização, da 
disposição, da movimentação ou da 
propriedade de bens, direitos e valores;a
as operações realizadas e os produtos e 
serviços contratados que, considerando as 
partes e os valores envolvidos, apresentem 
incompatibilidade com a capacidade 
financeira do cliente, incluindo a renda, no 
caso de pessoa natural, ou o faturamento, no 
caso de pessoa
jurídica, e o patrimônio;
as operações com pessoas expostas 
politicamente de nacionalidade brasileira e
com representantes, familiares ou estreitos 
colaboradores de pessoas expostas 
politicamente
as operações com pessoas expostas 
politicamente estrangeiras
os clientes e as operações em relação aos quais 
não seja possível identificar o beneficiário final
as operações oriundas ou destinadas a países 
ou territórios com deficiências estratégicas na 
implementação das recomendações do Grupo 
de Ação Financeira (Gafi)
as situações em que não seja possível manter 
atualizadas as informações
cadastrais de seus clientesa
as operações e 
situações que possam 
indicar suspeitas de 
financiamento do
terrorismo
 
 
114 
 
 
O período para a execução dos procedimentos de monitoramento e de seleção das operações e 
situações suspeitas não pode exceder o prazo de 45 dias, contados a partir da data de ocorrência 
da operação ou da situação. 
Além disso, as instituições financeiras necessitam assegurar que os sistemas utilizados no monitora-
mento e na seleção de operações e situações suspeitas contenham informações detalhadas das ope-
rações realizadas e das situações ocorridas, inclusive informações sobre a identificação e a qualifica-
ção dos envolvidos. 
Também é dever das instituições manter documentação detalhada dos parâmetros, variáveis, regras 
e cenários utilizados no monitoramento e seleção de operações e situações que possam indicarsuspeitas de lavagem de dinheiro e de financiamento do terrorismo. 
Estes sistemas e procedimentos utilizados no monitoramento e na seleção de operações e situações 
suspeitas devem ser passíveis de verificação quanto à sua adequação e efetividade. 
Ao manual de procedimentos tratado no item 3.3), devem ser incluídos: 
 Os critérios de definição da periodicidade de execução dos procedimentos de monitoramento e 
seleção para os diferentes tipos de operações e situações monitoradas; e 
 Os parâmetros, as variáveis, as regras e os cenários utilizados no monitoramento e seleção para 
os diferentes tipos de operações e situações. 
 
Os procedimentos de monitoramento e seleção podem ser realizados de forma centralizada em ins-
tituição do conglomerado prudencial e do sistema cooperativo de crédito. As instituições que opta-
rem por realizar os procedimentos de monitoramento e seleção devem formalizar essa opção em 
reunião do conselho de administração ou, se inexistente, da diretoria da instituição. 
 
c) Dos Procedimentos de Análise de Operações e Situações Suspeitas 
As instituições referidas devem implementar procedimentos de análise das operações e situações 
selecionadas por meio dos procedimentos de monitoramento e seleção (esta análise mencionada 
deve ser formalizada em dossiê, independentemente da comunicação ao COAF) com o objetivo de 
caracterizá-las ou não como suspeitas de lavagem de dinheiro e de financiamento do terrorismo. O 
período para a execução dos procedimentos de análise das operações e situações selecionadas não 
pode exceder o prazo de 45 dias, contados a partir da data da seleção da operação ou situação. 
 
 
115 
 
 
 
A vedação mencionada acima não inclui a contratação de terceiros para a prestação de serviços 
auxiliares à análise. 
As instituições financeiras devem dispor, no País, de recursos e competências necessários à análise 
de operações e situações suspeitas, podendo os procedimentos serem realizados de forma centrali-
zada em instituição do conglomerado prudencial e do sistema cooperativo de crédito. 
Por fim, as instituições que optarem por realizar os procedimentos de análise devem formalizar a 
opção em reunião do conselho de administração ou, se inexistente, da diretoria da instituição. 
 
3.6) Dos Procedimentos de Comunicação ao COAF 
As instituições financeiras devem comunicar ao COAF as operações ou situações suspeitas de lava-
gem de dinheiro e de financiamento do terrorismo. 
Tal decisão de comunicação da operação ou situação ao COAF deve ser fundamentada com base 
nas informações contidas no dossiê, deve ainda ser registrada de forma detalhada, bem como tam-
bém ocorrer até o final do prazo de análise. 
A comunicação da operação ou situação suspeita ao COAF deve ser realizada até o dia útil seguinte 
ao da decisão de comunicação. 
É vedada:
a contratação de terceiros para a realização da 
análise
a realização da análise no exterior
 
 
116 
 
 
 
As comunicações alteradas ou canceladas após o 5º dia útil seguinte ao da sua realização devem 
ser acompanhadas de justificativa da ocorrência. 
As comunicações podem ser realizadas de forma centralizada por meio de instituição do conglome-
rado prudencial e de sistema cooperativo de crédito, em nome da instituição na qual ocorreu a 
operação ou a situação. As instituições que optarem por realizar as comunicações de forma centra-
lizada, devem formalizar a opção em reunião do conselho de administração ou, se inexistente, da 
diretoria da instituição. 
 
 
As instituições financeiras que não tiverem efetuado comunicações ao COAF em cada ano civil de-
verão prestar declaração, até 10 dias úteis após o encerramento do referido ano, atestando a não 
ocorrência de operações ou situações passíveis de comunicação. 
As instituições referidas devem se habilitar para realizar as comunicações no Sistema de Controle de 
Atividades Financeiras (Siscoaf), do COAF. 
As instituições financeiras devem 
comunicar ao COAF:
as operações de depósito ou aporte em espécie ou 
saque em espécie de valor igual ou superior a 
R$50.000,00 (cinquenta mil reais);
as operações relativas a pagamentos, recebimentos 
e transferências de recursos, por meio de qualquer 
instrumento, contra pagamento em espécie, de 
valor igual ou superior a R$50.000,00 (cinquenta mil 
reais); 
a solicitação de provisionamento de saques em 
espécie de valor igual ou superior a R$50.000,00 
(cinquenta mil reais.)
As comunicações devem especificar, 
quando for o caso, se a pessoa objeto da 
comunicação:
é pessoa exposta politicamente ou representante, 
familiar ou estreito colaborador dessa pessoa;
é pessoa que, reconhecidamente, praticou ou 
tenha intentado praticar atos terroristas ou deles 
participado ou facilitado o seu cometimento; 
é pessoa que possui ou controla, direta ou 
indiretamente, recursos na instituição.
 
 
117 
 
 
3.7) Dos Procedimentos Destinados a Conhecer Funcionários, Parceiros E Prestadores de Ser-
viços Terceirizados 
É dever das instituições financeiras a implementação de procedimentos destinados a conhecer seus 
funcionários, parceiros e prestadores de serviços terceirizados, incluindo procedimentos de identifi-
cação e qualificação. Tais procedimentos devem ser compatíveis com a política de prevenção à la-
vagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo e com a avaliação interna de risco. 
Estes procedimentos devem ser formalizados em documento específico aprovado pela diretoria da 
instituição, devendo o documento ser mantido atualizado. 
A classificação das atividades exercidas por seus funcionários, parceiros e prestadores de serviços 
terceirizados nas categorias de risco definidas na avaliação interna de risco deve ser realizada pela 
instituição financeira. A classificação em categorias de risco deve ser mantida atualizada e os critérios 
para a classificação em categorias de risco devem estar previstos no documento. 
De igual modo, as informações relativas aos funcionários, parceiros e prestadores de serviços tercei-
rizados devem ser mantidas atualizadas, considerando inclusive eventuais alterações que impliquem 
mudança de classificação nas categorias de risco. 
As instituições financeiras, na celebração de contratos com instituições financeiras sediadas no ex-
terior, devem: 
 
 
obter informações sobre o contratado que permitam compreender a natureza de sua 
atividade e a sua reputação;
verificar se o contratado foi objeto de investigação ou de ação de autoridade supervisora 
relacionada com lavagem de dinheiro ou com financiamento do terrorismo;
certificar que o contratado tem presença física no país onde está constituído ou licenciado;
conhecer os controles adotados pelo contratado relativos à prevenção à lavagem de dinheiro e 
ao financiamento do terrorismo;
obter a aprovação do detentor de cargo ou função de nível hierárquico superior ao do 
responsável pela contratação; 
dar ciência do contrato de parceria ao diretor .
 
 
118 
 
As instituições financeiras, na celebração de contratos com terceiros não sujeitos a autorização para 
funcionar do Banco Central do Brasil, participantes de arranjo de pagamento do qual a instituição 
também participe, devem: 
 Obter informações sobre o terceiro que permitam compreender a natureza de sua atividade e a 
sua reputação; 
 Verificar se o terceiro foi objeto de investigação ou de ação de autoridade supervisora relacionada 
com lavagem de dinheiro ou com financiamento do terrorismo; 
 Certificar que o terceiro tem licença do instituidor do arranjo para operar, quando for o caso; 
 Conhecer os controles adotados pelo terceiro relativos à prevenção à lavagem de dinheiro e ao 
financiamento do terrorismo; e 
 Dar ciência do contrato ao diretor. 
 
3.8) Dos Mecanismos de Acompanhamento e de Controle 
As instituições financeiras devem instituir mecanismos de acompanhamento e de controle de modo 
a assegurar a implementação e a adequação dapolítica, dos procedimentos e dos controles internos 
de que trata esta Circular, incluindo: 
 A definição de processos, testes e trilhas de auditoria; 
 A definição de métricas e indicadores adequados; e 
 A identificação e a correção de eventuais deficiências. 
 
Os mecanismos acima referidos devem ser submetidos a testes periódicos pela auditoria interna, 
quando aplicáveis, compatíveis com os controles internos da instituição. 
 
3.9) Da Avaliação de Efetividade 
As instituições financeiras que possuem autorização de funcionamento pelo Banco Central devem 
avaliar a efetividade da política, dos procedimentos e dos controles internos, além disso, devem 
documentar a avaliação em relatório específico. 
O relatório deve ser elaborado anualmente, com data-base de 31 de dezembro, bem como encami-
nhado, para ciência, até 31 de março do ano seguinte ao da data-base ao comitê de auditoria, 
quando houver e ao conselho de administração ou, se inexistente, à diretoria da instituição. 
 
 
119 
 
Da mesma forma, o relatório deve conter informações que descrevam a metodologia adotada na 
avaliação de efetividade; os testes aplicados; a qualificação dos avaliadores; e as deficiências identi-
ficadas; e 
Além disso, também deve conter, no mínimo, a avaliação: 
 Dos procedimentos destinados a conhecer clientes, incluindo a verificação e a validação das 
informações dos clientes e a adequação dos dados cadastrais; 
 Dos procedimentos de monitoramento, seleção, análise e comunicação ao COAF, incluindo a 
avaliação de efetividade dos parâmetros de seleção de operações e de situações suspeitas; 
 Da governança da política de prevenção à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo; 
 Das medidas de desenvolvimento da cultura organizacional voltadas à prevenção da lavagem de 
dinheiro e ao financiamento do terrorismo; 
 Dos programas de capacitação periódica de pessoal; 
 Dos procedimentos destinados a conhecer os funcionários, parceiros e prestadores de serviços 
terceirizados; e 
 Das ações de regularização dos apontamentos oriundos da auditoria interna e da supervisão do 
Banco Central do Brasil. 
 
É possível que seja elaborado um único relatório de avaliação de efetividade relativo às instituições 
do conglomerado prudencial e do sistema cooperativo de crédito, as instituições que optarem por 
realizar o relatório de avaliação de efetividade desta forma devem formalizar a opção em reunião do 
conselho de administração ou, se inexistente, da diretoria da instituição. 
As instituições financeiras liberadas pelo BACEN devem elaborar plano de ação destinado a solucio-
nar as deficiências identificadas por meio da avaliação de efetividade, sendo que o acompanhamento 
da implementação do plano de ação referido será documentado por meio de relatório de acompa-
nhamento. 
O plano de ação e o respectivo relatório de acompanhamento devem ser encaminhados para ciência 
e avaliação, até 30 de junho do ano seguinte ao da data-base do relatório da avaliação de efetivi-
dade: 
 Do comitê de auditoria, quando houver; 
 Da diretoria da instituição; e 
 Do conselho de administração, quando existente. 
 
 
 
120 
 
De acordo com o art. 66: 
Art. 66. Devem permanecer à disposição do Banco Central do Brasil: 
I - o documento de que trata o art. 7º, inciso I, relativo à política de prevenção à lavagem de 
dinheiro e ao financiamento do terrorismo de que trata o art. 2º; 
II - a ata de reunião do conselho de administração ou, na sua inexistência, da diretoria da 
instituição, no caso de ser formalizada a opção de que trata o caput do art. 4º; 
III - o relatório de que trata o art. 5º, parágrafo único, se existente; 
IV - o documento relativo à avaliação interna de risco de que trata o art. 12, inciso I, junta-
mente com a documentação de suporte à sua elaboração; 
V - o contrato referido no art. 31; 
VI - a ata de reunião do conselho de administração ou, na sua inexistência, da diretoria da 
instituição, no caso de serem formalizadas as opções mencionadas nos arts. 11, 42, 46, 52 e 
64; 
VII - o relatório de avaliação de efetividade de que trata o art. 62, § 1º; 
VIII - as versões anteriores da avaliação interna de risco de que trata o art. 10; 
IX - o manual relativo aos procedimentos destinados a conhecer os clientes referido no art. 
13, § 2º; 
X - o manual relativo aos procedimentos de monitoramento, seleção e análise de operações 
e situações suspeitas mencionado no art. 38, § 3º, inciso IV; 
XI - o documento relativo aos procedimentos destinados a conhecer os funcionários, parcei-
ros e prestadores de serviços terceirizados mencionado no art. 57; 
XII - as versões anteriores do relatório de avaliação de efetividade de que trata o art. 62, § 1º; 
XIII - os dados, os registros e as informações relativas aos mecanismos de acompanhamento 
e de controle de que trata o art. 61; e 
XIV - os documentos relativos ao plano de ação e ao respectivo relatório de acompanhamento 
mencionados no art. 65. 
§1º O contrato referido no inciso V do caput deve permanecer à disposição do Banco Central 
do Brasil pelo prazo mínimo de 5 anos após o encerramento da relação contratual. 
§ 2º Os documentos e informações referidos nos incisos VIII a XIV do caput devem permanecer 
à disposição do Banco Central do Brasil pelo prazo mínimo de 5 anos. 
 
Ademais, conforme aduz o Art. 67: 
Art. 67. As instituições referidas no art. 1º devem manter à disposição do Banco Central do 
Brasil e conservar pelo período mínimo de dez anos: 
 
 
121 
 
I - as informações coletadas nos procedimentos destinados a conhecer os clientes de que 
tratam os arts. 13, 16 e 18, contado o prazo referido no caput a partir do primeiro dia do ano 
seguinte ao término do relacionamento com o cliente; 
II - as informações coletadas nos procedimentos destinados a conhecer os funcionários, par-
ceiros e prestadores de serviços terceirizados de que trata o art. 56, contado o prazo referido 
no caput a partir da data de encerramento da relação contratual; 
III - as informações e registros de que tratam os arts. 28 a 37, contado o prazo referido no 
caput a partir do primeiro dia do ano seguinte ao da realização da operação; e 
IV - o dossiê referido no art. 43, § 2º. 
 
4) Carta Circular Nº 4.001, de 29 De janeiro De 2020 e Suas Alterações 
A Carta Circular nº 4001/20 do Banco Central possui como fundamento a divulgação da relação de 
operações e situações que podem configurar indícios de ocorrência dos crimes de “lavagem” ou 
ocultação de bens, direitos e valores, de que trata a Lei nº 9.6)13, de 3 de março de 1998, e de 
financiamento ao terrorismo, previstos na Lei nº 13.2)60, de 16 de março de 2016, passíveis de co-
municação ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). 
Portanto, trata-se de mais uma importante ferramenta criada com a finalidade de se intensificar o 
combate ao crime de lavagem de dinheiro e o financiamento ao terrorismo. 
 
 Tome nota! 
Atenção! Tenha sempre em mente que a Carta Circular, assim como outros normativos do BACEN, 
se presta tão somente em auxiliar o combate do crime de lavagem de dinheiro naquelas situações 
em que há o indício da pratica delituoso. Estes normativos não criam figuras criminosas, as quais 
somente podem ser criadas por Lei. 
 
Neste sentido, o art. 1º da Carta Circular 4001/20 enumera diversas operações que caracterizam 
indícios da pratica criminosa. Apesar de ser extensa a lista, trata-se de matéria de grande relevância 
para seu concurso, haja vista que o bancário tende a se deparar com tais condutas na prática. Assim, 
leia e releia com bastante atenção a fim de que tenha boa compreensão das situações/operações: 
Art. 1º As operações ou as situações descritas a seguir exemplificam a ocorrência de indícios 
de suspeita para fins dos procedimentos de monitoramento e seleção previstos na Circular nº 
3.978, de 23 de janeiro de 2020: 
I - situações relacionadas com operaçõesem espécie em moeda nacional com a utiliza-
ção de contas de depósitos ou de contas de pagamento: 
a) depósitos, aportes, saques, pedidos de provisionamento para saque ou qualquer outro ins-
trumento de transferência de recursos em espécie, que apresentem atipicidade em relação à 
atividade econômica do cliente ou incompatibilidade com a sua capacidade financeira; 
 
 
122 
 
b) movimentações em espécie realizadas por clientes cujas atividades possuam como carac-
terística a utilização de outros instrumentos de transferência de recursos, tais como cheques, 
cartões de débito ou crédito; 
c) aumentos substanciais no volume de depósitos ou aportes em espécie de qualquer pessoa 
natural ou jurídica, sem causa aparente, nos casos em que tais depósitos ou aportes forem 
posteriormente transferidos, dentro de curto período de tempo, a destino não relacionado 
com o cliente; 
d) fragmentação de depósitos ou outro instrumento de transferência de recurso em espécie, 
inclusive boleto de pagamento, de forma a dissimular o valor total da movimentação; 
e) fragmentação de saques em espécie, a fim de burlar limites regulatórios de reportes; 
f) depósitos ou aportes de grandes valores em espécie, de forma parcelada, principalmente 
nos mesmos caixas ou terminais de autoatendimento próximos, destinados a uma única conta 
ou a várias contas em municípios ou agências distintas; 
g) depósitos ou aportes em espécie em contas de clientes que exerçam atividade comercial 
relacionada com negociação de bens de luxo ou de alto valor, tais como obras de arte, imóveis, 
barcos, joias, automóveis ou aeronaves; 
h) saques em espécie de conta que receba diversos depósitos por transferência eletrônica de 
várias origens em curto período de tempo; 
i) depósitos ou aportes em espécie com cédulas úmidas, malcheirosas, mofadas, ou com as-
pecto de que foram armazenadas em local impróprio ou ainda que apresentem marcas, sím-
bolos ou selos desconhecidos, empacotadas em maços desorganizados e não uniformes; 
j) depósitos, aportes ou troca de grandes quantidades de cédulas de pequeno valor, por pes-
soa natural ou jurídica, cuja atividade ou negócio não tenha como característica recebimentos 
de grandes quantias de recursos em espécie; 
k) saques no período de cinco dias úteis em valores inferiores aos limites estabelecidos, de 
forma a dissimular o valor total da operação e evitar comunicações de operações em espécie; 
l) dois ou mais saques em espécie no caixa no mesmo dia, com indícios de tentativa de burla 
para evitar a identificação do sacador; 
m) dois ou mais depósitos em terminais de autoatendimento em espécie, no período de cinco 
dias úteis, com indícios de tentativa de burla para evitar a identificação do depositante; 
n) depósitos em espécie relevantes em contas de servidores públicos e de qualquer tipo de 
Pessoas Expostas Politicamente (PEP), conforme elencados no art. 27 da Circular nº 3.978, de 
2020, bem como seu representante, familiar ou estreito colaborador; 
II - situações relacionadas com operações em espécie e cartões pré-pagos em moeda 
estrangeira e cheques de viagem: 
a) movimentações de moeda estrangeira em espécie ou de cheques de viagem denominados 
em moeda estrangeira, que apresentem atipicidade em relação à atividade econômica do cli-
ente ou incompatibilidade com a sua capacidade financeira; 
b) negociações de moeda estrangeira em espécie ou de cheques de viagem denominados em 
moeda estrangeira, que não apresentem compatibilidade com a natureza declarada da ope-
ração; 
 
 
123 
 
c) negociações de moeda estrangeira em espécie ou de cheques de viagem denominados em 
moeda estrangeira, realizadas por diferentes pessoas naturais, não relacionadas entre si, que 
informem o mesmo endereço residencial, telefone de contato ou possuam o mesmo repre-
sentante legal; 
d) negociações envolvendo taxas de câmbio com variação significativa em relação às pratica-
das pelo mercado; 
e) negociações de moeda estrangeira em espécie envolvendo cédulas úmidas, malcheirosas, 
mofadas, ou com aspecto de terem sido armazenadas em local impróprio, ou ainda que apre-
sentem marcas, símbolos ou selos desconhecidos, empacotadas em maços desorganizados e 
não uniformes; 
f) negociações de moeda estrangeira em espécie ou troca de grandes quantidades de cédulas 
de pequeno valor, realizadas por pessoa natural ou jurídica, cuja atividade ou negócio não 
tenha como característica o recebimento desse tipo de recurso; 
g) utilização, carga ou recarga de cartão pré-pago em valor não compatível com a capacidade 
financeira, atividade ou perfil do cliente; 
h) utilização de diversas fontes de recursos para carga e recarga de cartões pré-pagos; 
i) carga e recarga de cartões pré-pagos seguidas imediatamente por saques em caixas eletrô-
nicos; 
III - situações relacionadas com a identificação e qualificação de clientes: 
a) resistência ao fornecimento de informações necessárias para o início de relacionamento ou 
para a atualização cadastral; 
b) oferecimento de informação falsa; 
c) prestação de informação de difícil ou onerosa verificação; 
d) abertura, movimentação de contas ou realização de operações por detentor de procuração 
ou de qualquer outro tipo de mandato; 
e) ocorrência de irregularidades relacionadas aos procedimentos de identificação e registro 
das operações exigidos pela regulamentação vigente; 
f) cadastramento de várias contas em uma mesma data, ou em curto período, com depósitos 
de valores idênticos ou aproximados, ou com outros elementos em comum, tais como origem 
dos recursos, titulares, procuradores, sócios, endereço, número de telefone, etc.; 
g) operações em que não seja possível identificar o beneficiário final, observados os procedi-
mentos definidos na regulamentação vigente; 
h) representação de diferentes pessoas jurídicas ou organizações pelos mesmos procuradores 
ou representantes legais, sem justificativa razoável para tal ocorrência; 
i) informação de mesmo endereço residencial ou comercial por pessoas naturais, sem de-
monstração da existência de relação familiar ou comercial; 
j) incompatibilidade da atividade econômica ou faturamento informados com o padrão apre-
sentado por clientes com o mesmo perfil; 
 
 
124 
 
k) registro de mesmo endereço de e-mail ou de Internet Protocol (IP) por diferentes pessoas 
jurídicas ou organizações, sem justificativa razoável para tal ocorrência; 
l) registro de mesmo endereço de e-mail ou Internet Protocol (IP) por pessoas naturais, sem 
justificativa razoável para tal ocorrência; 
m) informações e documentos apresentados pelos clientes conflitantes com as informações 
públicas disponíveis; 
n) sócios de empresas sem aparente capacidade financeira para o porte da atividade empre-
sarial declarada; 
IV - situações relacionadas com a movimentação de contas de depósito e de contas de 
pagamento em moeda nacional, que digam respeito a: 
a) movimentação de recursos incompatível com o patrimônio, a atividade econômica ou a 
ocupação profissional e a capacidade financeira do cliente; 
b) transferências de valores arredondados na unidade de milhar ou que estejam um pouco 
abaixo do limite para notificação de operações; 
c) movimentação de recursos de alto valor, de forma contumaz, em benefício de terceiros; 
d) manutenção de numerosas contas destinadas ao acolhimento de depósitos em nome de 
um mesmo cliente, cujos valores, somados, resultem em quantia significativa; 
e) movimentação de quantia significativa por meio de conta até então pouco movimentada 
ou de conta que acolha depósito inusitado; 
f) ausência repentina de movimentação financeira em conta que anteriormente apresentava 
grande movimentação; 
g) utilização de cofres de aluguel de forma atípica em relação ao perfil do cliente; 
h) dispensa da faculdade de utilização de prerrogativas como recebimento de crédito, de juros 
remuneratórios para grandes saldos ou, ainda, de outros serviços bancáriosespeciais que, em 
circunstâncias normais, sejam valiosas para qualquer cliente; 
i) mudança repentina e injustificada na forma de movimentação de recursos ou nos tipos de 
transação utilizados; 
j) solicitação de não observância ou atuação no sentido de induzir funcionários da instituição 
a não seguirem os procedimentos regulamentares ou formais para a realização de uma ope-
ração; 
k) recebimento de recursos com imediata compra de instrumentos para a realização de pa-
gamentos ou de transferências a terceiros, sem justificativa; 
l) operações que, por sua habitualidade, valor e forma, configurem artifício para burla da iden-
tificação da origem, do destino, dos responsáveis ou dos destinatários finais; 
m) existência de contas que apresentem créditos e débitos com a utilização de instrumentos 
de transferência de recursos não característicos para a ocupação ou o ramo de atividade de-
senvolvida pelo cliente; 
 
 
125 
 
n) recebimento de depósitos provenientes de diversas origens, sem fundamentação econô-
mico-financeira, especialmente provenientes de regiões distantes do local de atuação da pes-
soa jurídica ou distantes do domicílio da pessoa natural; 
o) pagamentos habituais a fornecedores ou beneficiários que não apresentem ligação com a 
atividade ou ramo de negócio da pessoa jurídica; 
p) pagamentos ou transferências por pessoa jurídica para fornecedor distante de seu local de 
atuação, sem fundamentação econômico-financeira; 
q) depósitos de cheques endossados totalizando valores significativos; 
r) existência de conta de depósitos à vista ou de conta de pagamento de organizações sem 
fins lucrativos cujos saldos ou movimentações financeiras não apresentem fundamentação 
econômica ou legal ou nas quais pareça não haver vinculação entre a atividade declarada da 
organização e as outras partes envolvidas nas transações; 
s) movimentação habitual de recursos financeiros de ou para qualquer tipo de PEP, conforme 
elencados no art. 27 da Circular nº 3.978, de 2020, bem como seu representante, familiar ou 
estreito colaborador, não justificada por eventos econômicos; 
t) existência de contas em nome de menores ou incapazes, cujos representantes realizem 
grande número de operações e/ou operações de valores relevantes; 
u) transações significativas e incomuns por meio de contas de depósitos ou de contas de 
pagamento de investidores não residentes constituídos sob a forma de trust; 
v) recebimentos de valores relevantes no mesmo terminal de pagamento (Point of Sale - POS), 
que apresentem indícios de atipicidade ou de incompatibilidade com a capacidade financeira 
do estabelecimento comercial credenciado; 
w) recebimentos de valores relevantes no mesmo terminal de pagamento (Point of sale - POS), 
que apresentem indícios de atipicidade ou de incompatibilidade com o perfil do estabeleci-
mento comercial credenciado; 
x) desvios frequentes em padrões adotados por cada administradora de cartões de credenci-
amento ou de cartões de crédito, verificados no monitoramento das compras de seus titulares; 
y) transações em horário considerado incompatível com a atividade do estabelecimento co-
mercial credenciado; 
z) transações em terminal (Point of sale - POS) realizadas em localização geográfica distante 
do local de atuação do estabelecimento comercial credenciado; 
aa) operações atípicas em contas de clientes que exerçam atividade comercial relacionada 
com negociação de bens de luxo ou de alto valor, tais como obras de arte, imóveis, barcos, 
joias, automóveis ou aeronaves; 
ab) utilização de instrumento financeiro de forma a ocultar patrimônio e/ou evitar a realização 
de bloqueios judiciais, inclusive cheque administrativo; 
ac) movimentação de valores incompatíveis com o faturamento mensal das pessoas jurídicas; 
ad) recebimento de créditos com o imediato débito dos valores; 
ae) movimentações de valores com empresas sem atividade regulamentada pelos órgãos 
competentes; 
 
 
126 
 
V - situações relacionadas com operações de investimento no País: 
a) operações ou conjunto de operações de compra ou de venda de ativos financeiros a preços 
incompatíveis com os praticados no mercado ou quando realizadas por pessoa natural ou 
jurídica cuja atividade declarada e perfil não se coadunem ao tipo de negociação realizada; 
b) operações atípicas que resultem em elevados ganhos para os agentes intermediários, em 
desproporção com a natureza dos serviços efetivamente prestados; 
c) investimentos significativos em produtos de baixa rentabilidade e liquidez; 
d) investimentos significativos não proporcionais à capacidade financeira do cliente, ou cuja 
origem não seja claramente conhecida; 
e) resgates de investimentos no curtíssimo prazo, independentemente do resultado auferido; 
VI - situações relacionadas com operações de crédito no País: 
a) operações de crédito no País liquidadas com recursos aparentemente incompatíveis com a 
situação financeira do cliente; 
b) solicitação de concessão de crédito no País incompatível com a atividade econômica ou 
com a capacidade financeira do cliente; 
c) operação de crédito no País seguida de remessa de recursos ao exterior, sem fundamento 
econômico ou legal, e sem relacionamento com a operação de crédito; 
d) operações de crédito no País, simultâneas ou consecutivas, liquidadas antecipadamente ou 
em prazo muito curto; 
e) liquidação de operações de crédito ou assunção de dívida no País por terceiros, sem justi-
ficativa aparente; 
f) concessão de garantias de operações de crédito no País por terceiros não relacionados ao 
tomador; 
g) operação de crédito no País com oferecimento de garantia no exterior por cliente sem 
tradição de realização de operações no exterior; 
h) aquisição de bens ou serviços incompatíveis com o objeto da pessoa jurídica, especialmente 
quando os recursos forem originados de crédito no País; 
VII - situações relacionadas com a movimentação de recursos oriundos de contratos com 
o setor público: 
a) movimentações atípicas de recursos por agentes públicos, conforme definidos no art. 2º da 
Lei nº 8.4)29, de 2 de junho de 1992; 
b) movimentações atípicas de recursos por pessoa natural ou jurídica relacionadas a patrocí-
nio, propaganda, marketing, consultorias, assessorias e capacitação; 
c) movimentações atípicas de recursos por organizações sem fins lucrativos; 
d) movimentações atípicas de recursos por pessoa natural ou jurídica relacionadas a licitações; 
VIII - situações relacionadas a consórcios: 
 
 
127 
 
a) existência de consorciados detentores de elevado número de cotas, incompatível com sua 
capacidade financeira ou com o objeto da pessoa jurídica; 
b) aumento expressivo do número de cotas pertencentes a um mesmo consorciado; 
c) oferecimento de lances incompatíveis com a capacidade financeira do consorciado; 
d) oferecimento de lances muito próximos ao valor do bem; 
e) pagamento antecipado de quantidade expressiva de prestações vincendas, não condizente 
com a capacidade financeira do consorciado; 
f) aquisição de cotas previamente contempladas, seguida de quitação das prestações vincen-
das; 
g) utilização de documentos falsificados na adesão ou tentativa de adesão a grupo de con-
sórcio; 
h) pagamentos realizados em localidades diferentes ao do endereço do cadastro; 
i) informe de conta de depósito à vista ou de poupança para pagamento de crédito em espé-
cie, em agência/localidade diferente da inicialmente fornecida ou remessa de eventual Ordem 
de Pagamento (OP) para conta de depósito à vista ou de poupança divergente da inicialmente 
fornecida; 
IX - situações relacionadas a pessoas ou entidades suspeitas de envolvimento com fi-
nanciamento ao terrorismo e a proliferação de armas de destruição em massa: 
a) movimentações financeiras envolvendo pessoas ou entidades relacionadas a atividades ter-
roristas listadas pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU); 
b) operações ou prestação de serviços,de qualquer valor, a pessoas ou entidades que reco-
nhecidamente tenham cometido ou intentado cometer atos terroristas, ou deles participado 
ou facilitado o seu cometimento; 
c) existência de recursos pertencentes ou controlados, direta ou indiretamente, por pessoas 
ou entidades que reconhecidamente tenham cometido ou intentado cometer atos terroristas, 
ou deles participado ou facilitado o seu cometimento; 
d) movimentações com indícios de financiamento ao terrorismo; 
e) movimentações financeiras envolvendo pessoas ou entidades relacionadas à proliferação 
de armas de destruição em massa listadas pelo CSNU; 
f) operações ou prestação de serviços, de qualquer valor, a pessoas ou entidades que reco-
nhecidamente tenham cometido ou intentado cometer crimes de proliferação de armas de 
destruição em massa, ou deles participado ou facilitado o seu cometimento; 
g) existência de recursos pertencentes ou controlados, direta ou indiretamente, por pessoas 
ou entidades que reconhecidamente tenham cometido ou intentado cometer crimes de pro-
liferação de armas de destruição em massa, ou deles participado ou facilitado o seu cometi-
mento; 
h) movimentações com indícios de financiamento da proliferação de armas de destruição em 
massa; 
X - situações relacionadas com atividades internacionais: 
 
 
128 
 
a) operação com pessoas naturais ou jurídicas, inclusive sociedades e instituições financeiras, 
situadas em países que não apliquem ou apliquem insuficientemente as recomendações do 
Grupo de Ação contra a Lavagem de Dinheiro e o Financiamento do Terrorismo (Gafi), ou que 
tenham sede em países ou dependências com tributação favorecida ou regimes fiscais privi-
legiados, ou em locais onde seja observada a prática contumaz dos crimes previstos na Lei nº 
9.6)13, de 3 de março de 1998, não claramente caracterizadas em sua legalidade e fundamen-
tação econômica; 
b) operações complexas e com custos mais elevados que visem a dificultar o rastreamento 
dos recursos ou a identificação da natureza da operação; c) pagamentos de importação e 
recebimentos de exportação, antecipados ou não, por empresa sem tradição ou cuja capaci-
dade financeira seja incompatível com o montante negociado; 
d) pagamentos a terceiros não relacionados a operações de importação ou de exportação; 
e) transferências unilaterais que, pela habitualidade, valor ou forma, não se justifiquem ou 
apresentem atipicidade; 
f) transferências internacionais, inclusive a título de disponibilidade no exterior, nas quais não 
se justifique a origem dos fundos envolvidos ou que se mostrem incompatíveis com a capa-
cidade financeira ou com o perfil do cliente; 
g) exportações ou importações aparentemente fictícias ou com indícios de superfaturamento 
ou subfaturamento, ou ainda em situações que não seja possível obter informações sobre o 
desembaraço aduaneiro das mercadorias; 
h) existência de informações na carta de crédito com discrepâncias em relação a outros do-
cumentos da operação de comércio internacional; 
i) pagamentos ao exterior após créditos em reais efetuados nas contas de depósitos dos titu-
lares das operações de câmbio por pessoas naturais ou jurídicas que não demonstrem a exis-
tência de vínculo comercial ou econômico; 
j) movimentações decorrentes de programa de repatriação de recursos que apresentem in-
consistências relacionadas à identificação do titular ou do beneficiário final, bem como ausên-
cia de informações confiáveis sobre a origem e a fundamentação econômica ou legal; 
k) pagamentos de frete ou de outros serviços que apresentem indícios de atipicidade ou de 
incompatibilidade com a atividade ou capacidade econômico-financeira do cliente; 
l) transferências internacionais por uma ou mais pessoas naturais ou jurídicas com indícios de 
fragmentação, como forma de ocultar a real origem ou destino dos recursos; 
m) transações em uma mesma data, ou em curto período, de valores idênticos ou aproxima-
dos, ou com outros elementos em comum, tais como origem ou destino dos recursos, titula-
res, procuradores, endereço, número de telefone, que configurem artifício de burla do limite 
máximo de operação; 
n) transferência via facilitadora de pagamentos ou com a utilização do cartão de crédito de 
uso internacional, que, pela habitualidade, valor ou forma, não se justifiquem ou apresentem 
atipicidade; 
o) transferências relacionadas a investimentos não convencionais que, pela habitualidade, va-
lor ou forma, não se justifiquem ou apresentem atipicidade; 
p) pagamento de frete internacional sem amparo em documentação que evidencie vínculo 
com operação comercial; 
 
 
129 
 
XI - situações relacionadas com operações de crédito contratadas no exterior: 
a) contratação de operações de crédito no exterior com cláusulas que estabeleçam condições 
incompatíveis com as praticadas no mercado, como juros destoantes da prática ou prazo 
muito longo; 
b) contratação, no exterior, de várias operações de crédito consecutivas, sem que a instituição 
tome conhecimento da quitação das anteriores; 
c) contratação, no exterior, de operações de crédito que não sejam quitadas por intermédio 
de operações na mesma instituição; 
d) contratação, no exterior, de operações de crédito, quitadas sem explicação aparente para 
a origem dos recursos; 
e) contratação de empréstimos ou financiamentos no exterior, oferecendo garantias em valo-
res ou formas incompatíveis com a atividade ou capacidade financeira do cliente ou em valo-
res muito superiores ao valor das operações contratadas ou cuja origem não seja claramente 
conhecida; 
f) contratação de operações de crédito no exterior, cujo credor seja de difícil identificação e 
sem que exista relação ou fundamentação para a operação entre as partes; 
XII - situações relacionadas com operações de investimento externo: 
a) recebimento de investimento externo direto, cujos recursos retornem imediatamente a tí-
tulo de disponibilidade no exterior; 
b) recebimento de investimento externo direto, com realização quase imediata de remessas 
de recursos para o exterior a título de lucros e dividendos; 
c) remessas de lucros e dividendos ao exterior em valores incompatíveis com o valor investido; 
d) remessas ao exterior a título de investimento em montantes incompatíveis com a capaci-
dade financeira do cliente; 
e) remessas de recursos de um mesmo investidor situado no exterior para várias empresas no 
País; 
f) remessas de recursos de vários investidores situados no exterior para uma mesma empresa 
no País; 
g) recebimento de aporte de capital desproporcional ao porte ou à natureza empresarial do 
cliente, ou em valores incompatíveis com a capacidade financeira dos sócios; 
h) retorno de investimento feito no exterior sem comprovação da remessa que lhe tenha dado 
origem; 
XIII - situações relacionadas com funcionários, parceiros e prestadores de serviços ter-
ceirizados: 
a) alteração inusitada nos padrões de vida e de comportamento do empregado, do parceiro 
ou de prestador de serviços terceirizados, sem causa aparente; 
b) modificação inusitada do resultado operacional da pessoa jurídica do parceiro, incluído 
correspondente no País, sem causa aparente; 
 
 
130 
 
c) qualquer negócio realizado de modo diverso ao procedimento formal da instituição por 
funcionário, parceiro, incluído correspondente no País, ou prestador de serviços terceirizados; 
d) fornecimento de auxílio ou informações, remunerados ou não, a cliente em prejuízo do 
programa de prevenção à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo da institui-
ção, ou de auxílio para estruturar ou fracionar operações, burlar limites regulamentares ou 
operacionais; 
XIV - situações relacionadas a campanhas eleitorais: 
a) recebimento de doações, em contas (eleitorais ou não) de candidatos, contas de estreito 
colaborador dessas pessoas ou em contas de partidos políticos, de valores que desrespeitem 
as vedações ou extrapolemos limites definidos na legislação em vigor; 
b) uso incompatível com as exigências regulatórias do fundo de caixa do partido eleitoral; 
c) recebimento de doações, em contas de candidatos, de valores que desrespeitem as veda-
ções ou extrapolem os limites definidos na legislação em vigor, inclusive mediante uso de 
terceiros e/ou de contas de terceiros; 
d) transferências, a partir das contas de candidatos, para pessoas naturais ou jurídicas cuja 
atividade não guarde aparente relação com contas de campanha; 
XV - situações relacionadas a BNDU e outros ativos não financeiros: 
a) negociação de BNDU ou outro ativo não financeiro para pessoas naturais ou jurídicas sem 
capacidade financeira; 
b) negociação de BNDU ou outro ativo não financeiro mediante pagamento em espécie; 
c) negociação de BNDU ou outro ativo não financeiro por preço significativamente superior 
ao de avaliação; 
d) negociação de outro ativo não financeiro em benefício de terceiros; 
XVI - situações relacionadas com a movimentação de contas correntes em moeda es-
trangeira (CCME): 
a) movimentação de recursos incompatível com a atividade econômica e a capacidade finan-
ceira do cliente; 
b) recebimentos ou pagamentos de/para terceiros cujas movimentações financeiras não apre-
sentem fundamentação econômica ou legal ou nas quais pareça não haver vinculação entre a 
atividade declarada do titular da CCME e as outras partes envolvidas nas transações; 
c) movimentação de recursos, em especial nas contas tituladas por agentes autorizados a 
operar no mercado de câmbio, que denotem inobservância a limites por operação cambial ou 
qualquer outra situação em que não se justifiquem ou apresentem atipicidade, pela habitua-
lidade, valor, forma ou ausência de aderência às normas cambiais; 
d) transações atípicas em CCME de movimentação restrita. Exemplos: contas de agências de 
turismo e contas de administradoras de cartão de crédito; 
XVII - situações relacionadas com operações realizadas em municípios localizados em 
regiões de risco: 
a) operação atípica em municípios localizados em regiões de fronteira; 
 
 
131 
 
b) operação atípica em municípios localizados em regiões de extração mineral; 
c) operação atípica em municípios localizados em outras regiões de risco. 
 
Essas operações/situações descritas devem ser comunicadas somente nos casos em que os indícios 
forem confirmados ao término da execução dos procedimentos de análise de operações e situações 
suspeitas. 
Além disso, os procedimentos referidos devem considerar todas as informações disponíveis, inclu-
sive aquelas obtidas por meio dos procedimentos destinados a conhecer clientes, funcionários, par-
ceiros e prestadores de serviços terceirizados. 
 
AUTORREGULAÇÃO BANCÁRIA 
1) Noções Introdutórias 
A autorregulação bancária refere-se ao conjunto de normas instituídas conjuntamente pelas institui-
ções bancárias, sendo facultativa a associação a ela, porém, de observância obrigatória para aqueles 
que aderirem. 
Dessa forma, as instituições financeiras possuem a faculdade de aderir ao Sistema de Autorregulação 
Bancária (SARB), obrigando-se, contudo ao seu cumprimento aqueles que optarem pela adesão. 
O Banco Central não realiza nenhum tipo de interferência na autorregulação e, portanto, são as 
próprias instituições bancárias que regulam suas atividades. 
A Federação Brasileira de Banco (FEBRABAN), instituição sem finalidade lucrativa e fundada em 1967, 
foi quem estabeleceu normas de Autorregulação Bancária, sendo uma federação pautada no com-
promisso de fortalecer o sistema financeiro brasileiro, além do desenvolvimento econômico, social 
e sustentável. 
O SARB foi criado por deliberação do Conselho Diretor da FEBRABAN, em 28 de agosto de 2008, 
tendo estabelecido padrões elevados de conduta a serem seguidos pelas Instituições Financeiras. 
Além do Código de Conduta Ética e Autorregulação, o Sistema de Autorregulação Bancária também 
é regido por outros Normativos. 
 
2) Aplicabilidade Do Código De Conduta Ética e Autorregulação Bancária 
O Código de Conduta Ética e Autorregulação Bancária é aplicável a todas as Instituições Financeiras 
associadas à Federação Brasileira de Bancos - FEBRABAN. 
Sendo a instituição financeira associada ou tendo expressamente aderido ao Código citado, deve ter 
estrita observância aos conceitos e condutas dispostas nele. 
 
 
132 
 
O presente Código não se sobrepõe à legislação e regulamentação vigentes, ainda que venham a 
ser editadas normas, após o início de sua vigência, que sejam contrárias às disposições ora trazidas. 
Caso haja contradição entre regras estabelecidas neste Código e normas legais ou regulamentares, 
essas últimas prevalecerão, sem prejuízo das demais regras contidas neste Código. 
 
3) Conceitos Presentes No Código De Ética e Autorregulação Bancária 
Para os efeitos Do Código de Conduta Ética e Autorregulação Bancária, considera-se: 
 Ética - virtude caracterizada pela orientação dos atos das associadas segundo os valores do bem 
e da decência pública. 
 Conduta - manifestação do modo como uma associada se comporta perante a sociedade, tendo 
como base as crenças, culturas, valores morais e éticos que seguem. 
 Conflito de Interesse - qualquer situação na qual a associada possa ter sua capacidade de jul-
gamento e decisão afetada, podendo incorrer ou sugerir quebra do princípio de imparcialidade e 
favorecer seu próprio interesses, de terceiros ou, ainda, de cunho político, em detrimento dos inte-
resses e princípios da FEBRABAN. 
 Compliance - dever de cumprir, de estar em conformidade e fazer cumprir leis, diretrizes, regu-
lamentos internos e externos, buscando mitigar o risco atrelado à reputação, ao risco legal ou regu-
latório. 
 Corrupção - toda e qualquer ação, culposa ou dolosa, que implique sugestão, oferta, promessa, 
concessão (forma ativa) ou solicitação, exigência, aceitação ou recebimento (forma passiva), de van-
tagens indevidas, de natureza financeira ou não, tais como: propina, tráfico de influência e favoreci-
mentos, em troca de realização ou omissão de atos inerentes as suas atribuições, operações ou ati-
vidades, ou visando a benefícios para si ou para terceiros. 
 Instituições Financeiras – pessoa jurídica de direito público ou privado, conforme Lei nº 
7.4)92/86, que tenha como atividade principal ou acessória, cumulativamente ou não, a captação, 
intermediação ou aplicação de recursos financeiros de terceiros, em moeda nacional ou estrangeira, 
ou a custódia, emissão, distribuição, negociação, intermediação ou administração de valores mobi-
liários. 
 Signatárias – todas as Instituições Financeiras associadas à FEBRABAN. 
 Signatárias nível I – Instituições Financeiras Signatárias a este Código de Conduta Ética e Autor-
regulação. 
 Signatárias nível II – Instituições Financeiras Signatárias que aderiram a pelo menos um dos 
eixos normativos do SARB. 
 Signatárias nível III – Instituições Financeiras Signatárias que aderiram a todos os eixos norma-
tivos do SARB. 
 
 
133 
 
 
4) Princípios Éticos 
As Signatárias deverão observar aos seguintes princípios éticos: 
 Integridade - Adotar em todas suas atividades, processos e relacionamentos as boas práticas de 
conduta, honestidade e retidão. 
 Equidade - Desenvolver um ambiente profissional e de mercado justo, digno e imparcial. 
 Respeito ao consumidor – Tratar o consumidor de forma justa e transparente, com atendimento 
cortês e digno, de forma a garantir a sua liberdade de escolha e a tomada de decisões conscientes, 
bem como atender suas necessidades e as possíveis convergências de interesses. 
 Transparência - Prestar informações claras, exatas e suficientes em todos os relacionamentos e 
decisões tomadas, sempre em conformidade com as leis e regulamentações aplicáveis. 
 Excelência - Aperfeiçoar padrões de conduta, elevar a qualidade dos produtos e serviços de 
forma contínua e permanente. 
 Sustentabilidade - Atuarcom responsabilidade ambiental, econômica, social e cultural, respei-
tando leis e regulamentações e contribuindo para o desenvolvimento sustentável. 
 Confiança - Manter em todos os relacionamentos, práticas que proporcionem um ambiente de 
credibilidade, segurança, boa-fé e lealdade. 
 
5) Relacionamento Com o Consumidor 
Quanto ao relacionamento com o consumidor, assim dispõe o Código de Conduta Ética e Autorre-
gulação Bancária: 
Art. 2º. As Signatárias reconhecem a vulnerabilidade do consumidor e, na implementação de 
suas políticas de Relacionamento com Clientes e Usuários, comprometem-se com a conver-
gência de suas práticas comerciais em relação às leis de proteção e defesa do consumidor, 
notadamente ao Código de Proteção e Defesa do Consumidor e legislação complementar em 
matéria consumerista. 
Art. 3º. As Signatárias, em suas relações com consumidores e clientes, pautarão suas ações 
em valores organizacionais baseados na boa-fé, no tratamento justo, na transparência, no 
respeito à dignidade e harmonização de interesses, devendo oferecer produtos e serviços 
adequados ao seu perfil. 
Art. 4º. As Signatárias garantirão a liberdade de escolha dos consumidores, provendo infor-
mações completas e adequadas que permitam a aquisição consciente e refletida de produtos 
ou serviços e, de forma facilitada, garantir-lhes acesso aos processos de portabilidade quando 
de seu interesse. 
Art. 5º. As Signatárias comprometem-se com o cuidado permanente para que as peças pu-
blicitárias e anúncios estejam livres de informações ambíguas, exageradas, capazes de induzir 
 
 
134 
 
o consumidor em erro ou, ainda, que promovam a discriminação, desrespeito a valores ambi-
entais ou explore a deficiência de julgamento. 
Art. 6º. As Signatárias observarão o mais estrito dever de cuidado e sigilo no tratamento de 
informações cadastrais, confidencialidade de dados pessoais, financeiros ou de qualquer na-
tureza dos consumidores. 
Art. 7º. As Signatárias disponibilizarão canais de atendimento acessíveis a consumidores e 
clientes, atenderão suas demandas de forma tempestiva e atuarão de maneira a estimular os 
mecanismos alternativos de solução de conflitos e fortalecer a mediação por meio de seus 
canais de atendimento, destacadamente os canais de SAC (Serviço de Atendimento ao Con-
sumidor) e Ouvidoria. 
 
6) Da Livre Concorrência 
As Signatárias, em conformidade com a Política de Defesa da Concorrência da FEBRABAN, compro-
meter-se-ão com a promoção de um ambiente de concorrência livre, honesta, justa e correta, vi-
sando o aprimoramento contínuo de produtos, serviços e eficiência e não admitirão impedimentos 
artificiais ou ilegais à entrada de novos concorrentes no mercado ou à manutenção da atividade 
econômica de cada uma. 
De igual modo, as Signatárias coibirão e impedirão quaisquer infrações à ordem econômica que 
possam causar prejuízos aos fundamentos da livre concorrência no mercado financeiro. 
 
7) Da Responsabilidade Socioambiental 
As Signatárias deverão valorizar e incentivar a preservação ambiental e o desenvolvimento social, 
estimulando um ambiente harmonioso, sustentável e inclusivo. 
Ademais, assim dispõe o Código: 
Art. 15. As Signatárias se empenharão na prevenção e não aceitarão quaisquer formas de 
trabalho forçado, involuntário, escravo ou em condição análoga, tampouco o uso de mão de 
obra infantil, em desacordo com a legislação e regulamentação vigentes, ou qualquer outra 
forma de trabalho contra a livre vontade ou escolha do indivíduo, bem como contribuirão 
ativamente para o combate e a erradicação de formas degradantes de trabalho. 
Art. 16. Não serão toleradas nenhuma forma de discriminação, desrespeito e preconceito de 
qualquer natureza, seja de gênero, raça, religião, faixa etária, convicção política, nacionalidade, 
estado civil, posição social, condição física, entre outras. 
Art. 17. Todas as formas de abuso de poder, condutas hostis e/ou de intimidações como 
assédios (moral, físico, psicológico, judicial, entre outros), constrangimentos, depreciações, 
ofensas e/ou ameaças não serão toleradas. 
Art. 18. As Signatárias se comprometem a promover ações de educação financeira voltadas 
ao crédito consciente e ao uso dos recursos disponíveis. 
 
 
 
135 
 
8) Da Conformidade com as Leis 
As Signatárias devem se comprometer ainda a trabalhar num ambiente ético, de respeito às leis, 
nacionais e internacionais, e às autoridades de todas as instâncias dos Poderes Executivo, Legislativo 
e Judiciário, bem como também com a manutenção de políticas e práticas institucionais atualizadas 
e disseminadas de prevenção e combate a todas as formas de atos ilegais ou criminosos. 
 
9) Da Prevenção a Fraudes e Lavagem De Dinheiro 
A FEBRABAN atuará no auxílio ao combate a fraudes e a lavagem de dinheiro, sendo vedada a ade-
são pelas instituições de práticas que tenham como finalidade a ocultação ou dissimulação de bens, 
direitos ou valores provenientes direta ou indiretamente de infrações penais. 
Dessa forma, as instituições bancárias signatárias deverão adotar os seguintes procedimentos: 
 
 
10) Da Prevenção e Combate à Corrupção 
As instituições bancárias cooperarão com as iniciativas nacionais e internacionais de prevenção e 
combate à corrupção utilizando-se, para tanto, dos valores da Honestidade e Integridade. 
Neste sentido dispõe o Código: 
Art. 24. As Signatárias não tolerarão e repudiarão quaisquer atos de corrupção, de qualquer 
natureza, em prejuízo do interesse público ou privado, nacional ou estrangeiro. 
Art. 25. As Signatárias manterão políticas e adotarão práticas institucionais de prevenção e 
combate à corrupção, em conformidade com elevados padrões de honestidade e integridade. 
Implementar e aprimorar continuamente mecanismos para evitar a realização de negócios 
com terceiros de reputação inidônea, incluindo agentes, consultores e parceiros de negócio 
que possam estar envolvidos em atividades ilícitas e cujos recursos sejam de origem 
ilegítima;
Assegurar a existência de políticas e de controles que coíbam falsificações ou adulterações de 
documentos, registros e aprovações;
Realizar o reporte de transações suspeitas para os órgãos competentes de acordo com os 
procedimentos vigentes, conforme diretrizes do COAF (Conselho de Controle de Atividades 
Financeiras);
Enfatizar a importância de conhecer os clientes e colaboradores, bem como a notificação de 
atividades suspeitas.;
 
 
136 
 
Art. 26. As Signatárias cooperarão com as iniciativas nacionais e internacionais de prevenção 
e combate à corrupção. 
Art. 27. As Signatárias adotarão ações de prevenção e manterão controles para que aqueles 
que ajam em seu nome não pratiquem atos de corrupção. 
Art. 28. As Signatárias adotarão medidas corretivas em caso de suspeita ou identificação de 
algum ilícito cometido por aqueles que ajam em seu nome, comprometendo-se a aprimorar 
suas ações de prevenção. 
 
11) Do Relacionamento entre Associadas 
Os participantes do Sistema de Autorregulação Bancária da FEBRABAN devem agir entre si de forma 
respeitosa, igualitária e imparcial, para isso deverão buscar: 
 
 
12) Das Relações Externas e Interação Com o Poder Público e Autoridades 
O diálogo é algo primordial entre as Signatárias, dessa forma, devem se comprometer a manter 
diálogo, sempre que solicitado ou necessário, com as autoridades constituídas, em especial as que 
atuam na regulação, proteção e defesa dos consumidores, atentando-se às questões apresentadas 
e demonstrando postura construtiva na avaliação dos temas tratados, primando pelo aprimora-
mento contínuo da relação com os consumidores e cidadãos na prestação de serviços bancários. 
Salvo se estiverem na condição de mandatária, as Signatárias não deverão tomar quaisquer decisões 
ou assumir compromissos perante fóruns, mídia, Poder Público ou Autoridades, em nome do Sistema 
de Autorregulação Bancária. 
Expressar opiniões livremente,cooperar, praticar o diálogo e acolher opiniões divergentes de 
caráter construtivo;
Promover o ambiente de respeito mútuo quanto à manifestação de opiniões, à liberdade 
de escolha e às posições dos representantes, independentemente da Instituição Financeira 
associada, da função ou cargo que ocupem;
Não constranger e não se impor de forma autoritária nas discussões e tomadas de decisão;
Respeitar os princípios de lealdade, cordialidade, boa-fé e transparência; 
Fornecer informações claras, objetivas, corretas e transparentes para que as discussões
e tomadas de decisão contribuam para o fortalecimento da Autorregulação Bancária.
 
 
137 
 
 
13) Do Controle da Informação e Confidencialidade 
As instituições bancárias que pertencem ao SARB devem necessitam possuir e manter atualizado 
periodicamente as políticas, procedimentos e controles que assegurem a integridade, legitimidade, 
confiabilidade, segurança e sigilo das transações. 
É possível o compartilhamento de informações pessoais de clientes/ex-clientes nos casos de deter-
minação judicial ou se o consumidor solicitar ou permitir revelar as suas informações. 
 
14) Do Conflito De Interesses 
Os conflitos de interesse devem ser evitados, devendo as Signatárias agir de modo a prevenir ou 
impedir quaisquer situações que possam configurar conflito de interesses. 
 
15) Do Sistema de Autorregulação Bancária 
O Sistema de Autorregulação Bancária é regido pelos seguintes instrumentos normativos: 
 Código de Conduta Ética e Autorregulação Bancária; 
 Normativos aprovados pelo Conselho de Autorregulação; e 
 Decisões da Diretoria de Autorregulação e do Conselho de Autorregulação. 
 
16) Da Responsabilidades Das Signatárias 
Dispõe o art. 39 do Código que são responsabilidades das Signatárias do Sistema de Autorregulação 
Bancária: 
Art. 39: I - respeitar e fazer com que suas controladas e coligadas sujeitas a este Código 
respeitem as normas da Autorregulação; 
II – indicar um profissional com cargo estatutário, preferencialmente das áreas de ouvidoria, 
compliance, riscos, controles internos ou jurídico, para ser o interlocutor com a Diretoria de 
Autorregulação; 
III - disponibilizar e permitir acesso a informações para fins de verificação da aderência às 
normas do Sistema de Autorregulação Bancária, sempre que solicitado. 
 
 
 
138 
 
17) Do Conselho das Signatárias 
O Conselho das Signatárias do Sistema de Autorregulação Bancária é composto pelos membros do 
Conselho Diretor da FEBRABAN representantes das Instituições Financeiras, ao qual compete: 
 
 
A convocação do Conselho das Signatárias será feita pelo Presidente do Conselho de Autorregulação 
com antecedência mínima de 5 (cinco) dias, por intermédio de mensagem eletrônica para o ende-
reço cadastrado junto à Diretoria de Autorregulação, devendo mencionar o dia, hora, local e assuntos 
da pauta. O Conselho das Signatárias poderá ser convocado por iniciativa de ½ (metade) das Sig-
natárias. 
Para a instalação em primeira convocação é necessário a presença de, no mínimo, 1/4 (um quarto) 
das Signatárias e, em segunda convocação, com qualquer número, sendo as deliberações tomadas 
por maioria de votos dos membros presentes à reunião, tendo cada Signatária direito a 1 (um) voto. 
 
18) Do Conselho De Autorregulação 
 
 
deliberar sobre a composição do Conselho de Autorregulação e o modelo de adesão ao 
Sistema de Autorregulação Bancária;
nomear os Conselheiros Setoriais e os Conselheiros Independentes;
estabelecer eventual verba remuneratória para os Conselheiros Independentes;
Compõem o Conselho de 
Autorregulação (órgão normativo e 
de administraçção do SARB):
8 (oito) Conselheiros Setoriais 
8 (oito) Conselheiros Independentes.
 
 
139 
 
 
 
O Conselheiro Setorial indicado deverá ser profissional estatutário da respectiva Signatária. 
Por outro lado, os Conselheiros Independentes são representantes da sociedade civil, de ilibada re-
putação e notório conhecimento dos temas tratados nas normas da Autorregulação. 
Os Conselheiros Setoriais nomeados pelo Conselho das Signatárias indicarão o presidente do Con-
selho de Autorregulação e o vice-presidente, que terão mandato de 2 (dois) anos, sendo permitida 
a recondução. 
O mandato dos 03 Conselheiros nomeados por indicação mediante alternância e dos Conselheiros 
Independentes será de 2 (dois) anos, e a recondução admitida apenas para os Conselheiros Inde-
pendentes. 
A solicitação de ingresso de novas Signatárias no Conselho ocorrerá mediante solicitação formal à 
Diretoria de Autorregulação e observará a ordem cronológica dos pedidos. 
Caso um Conselheiro Setorial renuncie ou seja destituído do Conselho de Autorregulação, ele será 
substituído por outro representante da Signatária que o indicou em até 30 (trinta) dias após o 
evento e completará o restante do mandato outorgado. 
§ 2º Caso a Signatária renuncie ou seja destituída do Conselho de Autorregulação, a escolha da nova 
Signatária respeitará a regra de alternância. 
A ausência sem justificativa por parte de um Conselheiro, a mais de 2 (duas) reuniões consecutivas 
ou a mais de 3 (três) reuniões alternadas em um período de 12 (doze) meses, implicará a perda do 
mandato. 
Os Conselheiros Setoriais não farão jus a qualquer verba remuneratória ou reembolso em razão do 
desempenho de suas funções. Já os Conselheiros Independentes poderão receber verba remunera-
tória e ser reembolsados por despesas diretamente relacionadas ao desempenho de suas funções, 
conforme determinado pelo Conselho das Signatárias. 
Quanto as competências do Conselho de Autorregulação, prevê o Código: 
Art. 52. Compete ao Conselho de Autorregulação: 
I - aprovar e deliberar alterações a este Código; 
São Conselheiros SETORIAIS 
(indicados pelas Signatárias):
5 (cinco) Conselheiros indicados 
respectivamente pelas 5 (cinco) maiores 
Signatárias, segundo seu patrimônio 
líquido
3 (três) Conselheiros indicados mediante 
alternância entre as demais signatárias que 
tenham aderido voluntariamente aos eixos 
Normativos
 
 
140 
 
II – aprovar e instituir novos Normativos, bem como deliberar sobre a alteração de Normativos 
vigentes; 
III- estabelecer, por meio de resoluções, as diretrizes, políticas e procedimentos do Sistema 
de Autorregulação Bancária, incluindo: 
a) o modelo monitoramento e supervisão do Sistema de Autorregulação Bancária; 
b) o Selo da Autorregulação; e 
c) o relatório anual contendo informações sobre as atividades desempenhadas e resultados 
alcançados pelo Conselho de Autorregulação e pela Diretoria de Autorregulação. 
IV - nomear e destituir o responsável pela Diretoria de Autorregulação; 
V - firmar convênios com entidades setoriais; 
VI – decidir pela aplicação das sanções previstas neste Código; 
VII – atuar como última instância decisória em procedimentos disciplinares iniciados em ou-
tros sistemas de autorregulação em que a FEBRABAN participe e demonstre interesse, desde 
que haja previsão expressa para tal nas regras que disciplinam estes sistemas de autorregula-
ção; e 
VIII - deliberar sobre assuntos que entenda relevantes ao Sistema de Autorregulação. 
Art. 53. O Conselho de Autorregulação reunir-se-á, ordinariamente, no mínimo 4 (quatro) 
vezes ao ano e, extraordinariamente, sempre que os interesses do Sistema de Autorregulação 
Bancária assim o exigirem. 
 
Já quanto a convocação do Conselho de Autorregulação, esta se realizará pelo Presidente do Con-
selho com antecedência mínima de 5 (cinco) dias, através de mensagem eletrônica para o endereço 
cadastrado junto à Diretoria de Autorregulação. 
O Conselho de Autorregulação poderá ser convocado por iniciativa de 3/5 (três quintos) dos Con-
selheiros. 
O Conselho de Autorregulação instalar-se-á com a presença de no mínimo 3/5 (três quintos) dos 
Conselheiros, sendo as deliberações tomadas por maioria de votos dos membros presentes à reu-
nião, tendo cada Conselheiro direito a 1 (um) voto.Havendo empate, o Presidente do Conselho de Autorregulação ou, em caso de impedimento deste, 
o Vice-Presidente, proferirá o voto de qualidade/desempate. 
Nas reuniões do Conselho de Autorregulação terão assento, porém sem direito a voto, o Vice-Presi-
dente Executivo da FEBRABAN e o responsável pela Diretoria de Autorregulação, cabendo a este 
último elaborar as pautas e secretariar as reuniões. 
Ao Presidente do Conselho de Autorregulação compete convocar e presidir as reuniões ordinárias e 
extraordinárias do Conselho de Autorregulação. E ao Vice-Presidente do Conselho de Autorregula-
ção compete substituir o Presidente do Conselho de Autorregulação em caso de impedimento. 
 
 
141 
 
 
19) Da Comissão De Autorregulação 
Os membros da Comissão de Autorregulação Bancária são responsáveis pela representação das Sig-
natárias junto ao Sistema de Autorregulação Bancária, bem como também pela interlocução com a 
Diretoria de Autorregulação da FEBRABAN e com o Conselho de Autorregulação. 
Compete a Comissão de Autorregulação: 
 Fazer cumprir as deliberações do Conselho; 
 Realizar estudos e promover discussões relacionadas ao aperfeiçoamento do SARB, incluindo temas 
para futuros Normativos; 
 Atuar de forma proativa e propositiva em temas relacionados à Autorregulação, visando a representação 
dos interesses das Signatárias perante o Estado, a sociedade e as entidades de regulação, supervisão e 
controle, bem como o fortalecimento do SARB; 
 Aprovar o Plano de Trabalho da Diretoria de Autorregulação; 
 Aprovar o Plano de Monitoramento e Supervisão do SARB; 
 Aprovar os critérios para abertura de Averiguações Preliminares; 
 Ouvida a Diretoria de Autorregulação, manifestar-se conclusivamente sobre a instauração de processos 
administrativos disciplinares por violação das normas de Autorregulação Bancária. 
A Comissão será composta por 18 (dezoito) Signatárias, sendo: 
 5 (cinco) representantes indicados pelas 5 (cinco) maiores Signatárias, segundo seu patrimônio líquido; 
 13 (treze) representantes indicados ad referendum do Conselho, em regime de alternância. 
Os representantes submetidos ao regime de alternância terão mandato de 1 (um) ano, admitida até uma 
recondução por igual período, caso não haja interesse de ingresso na Comissão por novas Signatárias. 
 
20) Da Diretoria De Autorregulação 
A Diretoria de Autorregulação é o órgão executivo do Sistema de Autorregulação Bancária, subordi-
nado ao Conselho de Autorregulação Bancária. À Diretoria Executiva da FEBRABAN compete prover 
infraestrutura operacional à Diretoria de Autorregulação. 
À Diretoria de Autorregulação compete de acordo com o Código: 
Art. 63. Compete à Diretoria de Autorregulação Bancária: 
 
 
142 
 
I - executar as deliberações do Conselho de Autorregulação Bancária; 
II - elaborar propostas para o desenvolvimento do Sistema de Autorregulação Bancária; 
III - orientar as Signatárias quanto ao correto preenchimento dos Relatórios de Conformidade; 
aprovar o teor dos Relatórios de Conformidade, monitorando o cumprimento das obrigações 
ali consignadas, de acordo com a política definida pelo Conselho de Autorregulação; 
IV - desenvolver e gerenciar processos e sistemas para monitorar a aderência das Signatárias 
às normas da Autorregulação; 
V - registrar denúncias por parte dos consumidores, órgãos de proteção do consumidor e das 
Instituições Financeiras Signatárias; notificar, ao Presidente do Conselho de Autorregulação, 
indícios de violação ao Código de Conduta Ética, normas da Autorregulação e inadequação 
nos Relatórios de Conformidade; 
VI - estruturar e manter, em página eletrônica própria, uma área especificamente destinada 
ao Sistema de Autorregulação, de forma a disponibilizar (a) a lista das Signatárias ativas e 
suspensas, (b) o Código, as Regras e demais Normativos, (c) os pareceres e orientações sobre 
o Código e as Regras, (d) o ementário dos julgados dos Comitês Disciplinares, (e) as informa-
ções relativas aos sistemas das Signatárias para atendimento a consumidores, e (f) um sistema 
para receber denúncias e manifestações do público em geral; 
VII - participar de atividades e eventos relevantes ao Sistema de Autorregulação Bancária; 
VIII - secretariar o processo de renovação do Conselho de Autorregulação; 
IX - elaborar o orçamento referente ao Sistema de Autorregulação Bancária, que comporá o 
orçamento da FEBRABAN. 
Art. 64. A Diretoria de Autorregulação, ouvido o Conselho de Autorregulação, poderá instituir 
e coordenar grupos de trabalho para efetuar estudos e promover discussões relacionados 
com o aperfeiçoamento e conhecimento do Sistema de Autorregulação, incluindo o conteúdo 
e a interpretação do Código e das Regras, e temas para futuros Normativos. 
Parágrafo único. Os Grupos de Trabalho poderão ser compostos por representantes das Sig-
natárias, por membros de Comissões Técnicas da FEBRABAN e por outros convidados, con-
forme a conveniência e os temas a serem tratados. 
 
21) Dos Selos De Autorregulação 
Os selos de Autorregulação Bancária poderão ser concedidos às Signatárias de nível II e III, e sua 
concessão e manutenção serão disciplinadas em Normativo específico da Autorregulação Bancária 
instituído pelo Conselho de Autorregulação. 
 
22) Do Canal De Registro De Demandas 
O Sistema de Autorregulação Bancária contará com um canal de registro de demandas denominado 
“Conte Aqui”. 
 
 
 
143 
 
23) Do Procedimento Disciplinar 
O procedimento disciplinar aplicável às infrações a este Código e aos Normativos do Sistema de 
Autorregulação Bancária observará o disposto no Normativo SARB 006. 
Nos procedimentos de Supervisão e Controle, serão observados a isonomia entre as Signatárias e o 
devido processo legal, especialmente quanto ao contraditório e à ampla defesa, ficando assegurado 
às Signatárias o direito de emitir manifestação, de oferecer provas e acompanhar sua produção, de 
obter vista e pedir a revisão de decisões. 
Somente poderão ser recusados, mediante decisão fundamentada, os argumentos e as provas pro-
postas pelas Signatárias quando ilícitas, impertinentes ou protelatórias. 
Quanto aos procedimentos de supervisão e controle de normas prevê o Código: 
Art. 72. Os procedimentos de supervisão e controle das normas da Autorregulação Bancária 
serão desenvolvidos mediante os seguintes atos: 
I – Averiguação Preliminar (AP); 
II – Processo Disciplinar (PD); e 
III – Revisão do Processo Disciplinar (RPD). 
 
24) Das Sanções 
Nos termos do art. 73, o descumprimento do Código de Conduta Ética e Autorregulação, bem como 
dos normativos do Sistema de Autorregulação Bancária sujeitam as Signatárias à: 
Art. 73. I - recomendação para o ajuste de sua conduta, encaminhada por meio de carta 
reservada; 
II - recomendação para o ajuste de sua conduta, encaminhada por meio de carta com o co-
nhecimento de todas as Signatárias, cumulada com a obrigação de pagar uma contribuição 
entre 1 (uma) e 10 (dez) vezes o valor da menor anuidade recolhida por uma Associada da 
FEBRABAN; 
III - suspensão de sua participação no Sistema de Autorregulação Bancária, com a suspensão 
do uso do Selo da Autorregulação e do mandato de seu Conselheiro no Conselho de Autor-
regulação, cumulada com a obrigação de pagar uma contribuição entre 5 (cinco) e 15 (quinze) 
vezes o valor da menor anuidade recolhida por uma Associada da FEBRABAN; e 
IV - exclusão de sua participação no Sistema de Autorregulação Bancária. 
§ 1º A decisão levará em conta a gravidade da conduta, o impacto para o mercado, para a 
imagem da Signatária e para o Sistema de Autorregulação Bancária, além da reincidência. 
§ 2º Na imposição de suspensão ou exclusão, o Conselho de Autorregulação estabelecerá o 
prazo e as condições a serem observadas pela Instituição. 
 
 
 
144 
 
SIGILO BANCÁRIO: LEI COMPLEMENTAR Nº 105, DE 10 DE JANEIRO DE 2001 E SUAS ALTE-
RAÇÕES 
A Lei Complementar 105/2001 dispõe sobre o sigilo das operaçõesde instituições financeiras e dá 
outras providências, ou seja, é o que comumente entendemos por sigilo bancário. 
É dever das instituições financeiras manter o sigilo em seus serviços ou em suas operações, sejam 
elas ativas ou passivas. 
Caso você esteja se perguntando o que é considerada uma instituição financeira, a LC 105/2001 
possui a resposta. 
De acordo com esta lei, são consideradas instituições financeiras: 
 Os bancos de qualquer espécie; 
 Distribuidoras de valores mobiliários; 
 Corretoras de câmbio e de valores mobiliários; 
 Sociedades de crédito, financiamento e investimentos; 
 Sociedades de crédito imobiliário; 
 Administradoras de cartões de crédito; 
 Sociedades de arrendamento mercantil; 
 Administradoras de mercado de balcão organizado; 
 Cooperativas de crédito; 
 Associações de poupança e empréstimo; 
 Bolsas de valores e de mercadorias e futuros; 
 Entidades de liquidação e compensação; 
 Outras sociedades que, em razão da natureza de suas operações, assim venham a ser considera-
das pelo Conselho Monetário Nacional. 
 
Quanto as empresas de fomento comercial ou factoring (que nada mais é que uma operação 
financeira pela qual uma empresa vende seus direitos creditórios, os quais seriam pagos a prazo, 
através de títulos a um terceiro, que compra estes à vista, porém, por um preço menor) dispõe a Lei 
Complementar 105/2001 que estas deverão obedecer às normas aplicáveis às instituições financeiras 
acima descritas. 
 
 
145 
 
Da mesma forma, a LC 105/01 explicita o que não configura como violação do dever de sigilo, veja-
mos: 
Art. 1º (...) § 3º Não constitui violação do dever de sigilo: 
I – a troca de informações entre instituições financeiras, para fins cadastrais, inclusive por in-
termédio de centrais de risco, observadas as normas baixadas pelo Conselho Monetário Na-
cional e pelo Banco Central do Brasil; 
II - o fornecimento de informações constantes de cadastro de emitentes de cheques sem 
provisão de fundos e de devedores inadimplentes, a entidades de proteção ao crédito, obser-
vadas as normas baixadas pelo Conselho Monetário Nacional e pelo Banco Central do Brasil; 
III – o fornecimento das informações de que trata o § 2o do art. 11 da Lei no 9.3)11, de 24 de 
outubro de 1996; 
IV – a comunicação, às autoridades competentes, da prática de ilícitos penais ou administra-
tivos, abrangendo o fornecimento de informações sobre operações que envolvam recursos 
provenientes de qualquer prática criminosa; 
V – a revelação de informações sigilosas com o consentimento expresso dos interessados; 
VI – a prestação de informações nos termos e condições estabelecidos nos artigos 2º, 3, 4o, 
5o, 6o, 7º e 9 desta Lei Complementar. 
VII - o fornecimento de dados financeiros e de pagamentos, relativos a operações de crédito 
e obrigações de pagamento adimplidas ou em andamento de pessoas naturais ou jurídicas, a 
gestores de bancos de dados, para formação de histórico de crédito, nos termos de lei espe-
cífica. 
§ 4o A quebra de sigilo poderá ser decretada, quando necessária para apuração de ocorrência 
de qualquer ilícito, em qualquer fase do inquérito ou do processo judicial, e especialmente 
nos seguintes crimes: 
I – de terrorismo; 
II – de tráfico ilícito de substâncias entorpecentes ou drogas afins; 
III – de contrabando ou tráfico de armas, munições ou material destinado a sua produção; 
IV – de extorsão mediante sequestro; 
V – contra o sistema financeiro nacional; 
VI – contra a Administração Pública; 
VII – contra a ordem tributária e a previdência social; 
VIII – lavagem de dinheiro ou ocultação de bens, direitos e valores; 
IX – praticado por organização criminosa. 
 
Ademais, o dever de sigilo é extensivo ao Banco Central do Brasil, em relação às operações que 
realizar e às informações que obtiver no exercício de suas atribuições. 
 
 
146 
 
Por outro lado, o sigilo, inclusive quanto a contas de depósitos, aplicações e investimentos mantidos 
em instituições financeiras, não pode ser oposto ao Banco Central do Brasil nos casos elencados pela 
LC 105/01: 
Art. 2º §1º I – no desempenho de suas funções de fiscalização, compreendendo a apuração, 
a qualquer tempo, de ilícitos praticados por controladores, administradores, membros de con-
selhos estatutários, gerentes, mandatários e prepostos de instituições financeiras; 
II – ao proceder a inquérito em instituição financeira submetida a regime especial. 
§ 2º As comissões encarregadas dos inquéritos a que se refere o inciso II do § 1o poderão 
examinar quaisquer documentos relativos a bens, direitos e obrigações das instituições finan-
ceiras, de seus controladores, administradores, membros de conselhos estatutários, gerentes, 
mandatários e prepostos, inclusive contas correntes e operações com outras instituições fi-
nanceiras. 
§ 3º O disposto neste artigo aplica-se à Comissão de Valores Mobiliários, quando se tratar de 
fiscalização de operações e serviços no mercado de valores mobiliários, inclusive nas institui-
ções financeiras que sejam companhias abertas. 
§ 4º O Banco Central do Brasil e a Comissão de Valores Mobiliários, em suas áreas de compe-
tência, poderão firmar convênios: 
I - com outros órgãos públicos fiscalizadores de instituições financeiras, objetivando a reali-
zação de fiscalizações conjuntas, observadas as respectivas competências; 
II - com bancos centrais ou entidades fiscalizadoras de outros países, objetivando: 
a) a fiscalização de filiais e subsidiárias de instituições financeiras estrangeiras, em funciona-
mento no Brasil e de filiais e subsidiárias, no exterior, de instituições financeiras brasileiras; 
b) a cooperação mútua e o intercâmbio de informações para a investigação de atividades ou 
operações que impliquem aplicação, negociação, ocultação ou transferência de ativos finan-
ceiros e de valores mobiliários relacionados com a prática de condutas ilícitas. 
§ 5º O dever de sigilo de que trata esta Lei Complementar estende-se aos órgãos fiscalizado-
res mencionados no § 4o e a seus agentes. 
§ 6º O Banco Central do Brasil, a Comissão de Valores Mobiliários e os demais órgãos de 
fiscalização, nas áreas de suas atribuições, fornecerão ao Conselho de Controle de Atividades 
Financeiras – COAF, de que trata o art. 14 da Lei no 9.6)13, de 3 de março de 1998, as infor-
mações cadastrais e de movimento de valores relativos às operações previstas no inciso I do 
art. 11 da referida Lei. 
 
As informações ordenadas pelo Poder Judiciário, desde que preservadas o seu caráter sigiloso me-
diante acesso restrito às partes, que delas não poderão servir-se para fins estranhos à lide, serão 
prestadas pelo Banco Central do Brasil, pela Comissão de Valores Mobiliários e pelas instituições 
financeiras 
Ademais, dependem de prévia autorização do Poder Judiciário a prestação de informações e o for-
necimento de documentos sigilosos solicitados por comissão de inquérito administrativo destinada 
a apurar responsabilidade de servidor público por infração praticada no exercício de suas atribuições, 
 
 
147 
 
ou que tenha relação com as atribuições do cargo em que se encontre investido, hipótese em que o 
requerimento de quebra de sigilo independe da existência de processo judicial em curso. 
Além disso, o Banco Central do Brasil e a Comissão de Valores Mobiliários deverão fornecer à Advo-
cacia-Geral da União as informações e os documentos necessários à defesa da União nas ações em 
que seja parte. 
O Banco Central do Brasil e a Comissão de Valores Mobiliários, nas áreas de suas atribuições, e as 
instituições financeiras fornecerão ao Poder Legislativo Federal as informações e os documentos 
sigilosos que, fundamentadamente, se fizerem necessários ao exercício de suas respectivas compe-
tências constitucionais e legais, sendo que tais solicitações deverão ser previamente aprovadas pelo 
Plenário da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, ou do plenáriode suas respectivas comis-
sões parlamentares de inquérito. 
Além disso, as comissões parlamentares de inquérito, no exercício de sua competência constitucional 
e legal de ampla investigação, obterão as informações e documentos sigilosos de que necessitarem, 
diretamente das instituições financeiras, ou por intermédio do Banco Central do Brasil ou da Comis-
são de Valores Mobiliários. 
Dispõe ainda o art. 5º da LC 105/2001 que: 
Art. 5º O Poder Executivo disciplinará, inclusive quanto à periodicidade e aos limites de valor, 
os critérios segundo os quais as instituições financeiras informarão à administração tributária 
da União, as operações financeiras efetuadas pelos usuários de seus serviços. 
§ 1º Consideram-se operações financeiras, para os efeitos deste artigo: 
I – depósitos à vista e a prazo, inclusive em conta de poupança; 
II – pagamentos efetuados em moeda corrente ou em cheques; 
III – emissão de ordens de crédito ou documentos assemelhados; 
IV – resgates em contas de depósitos à vista ou a prazo, inclusive de poupança; 
V – contratos de mútuo; 
VI – descontos de duplicatas, notas promissórias e outros títulos de crédito; 
VII – aquisições e vendas de títulos de renda fixa ou variável; 
VIII – aplicações em fundos de investimentos; 
IX – aquisições de moeda estrangeira; 
X – conversões de moeda estrangeira em moeda nacional; 
XI – transferências de moeda e outros valores para o exterior; 
XII – operações com ouro, ativo financeiro; 
XIII - operações com cartão de crédito; 
 
 
148 
 
XIV - operações de arrendamento mercantil; e 
XV – quaisquer outras operações de natureza semelhante que venham a ser autorizadas pelo 
Banco Central do Brasil, Comissão de Valores Mobiliários ou outro órgão competente. 
§ 2º As informações transferidas na forma do caput deste artigo restringir-se-ão a informes 
relacionados com a identificação dos titulares das operações e os montantes globais mensal-
mente movimentados, vedada a inserção de qualquer elemento que permita identificar a sua 
origem ou a natureza dos gastos a partir deles efetuados. 
§ 3º Não se incluem entre as informações de que trata este artigo as operações financeiras 
efetuadas pelas administrações direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e 
dos Municípios. 
§ 4º Recebidas as informações de que trata este artigo, se detectados indícios de falhas, in-
correções ou omissões, ou de cometimento de ilícito fiscal, a autoridade interessada poderá 
requisitar as informações e os documentos de que necessitar, bem como realizar fiscalização 
ou auditoria para a adequada apuração dos fatos. 
§ 5º As informações a que refere este artigo serão conservadas sob sigilo fiscal, na forma da 
legislação em vigor. 
 
Prescreve ainda a referida Lei Complementar que as autoridades e os agentes fiscais tributários da 
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios somente poderão examinar documentos, 
livros e registros de instituições financeiras, inclusive os referentes a contas de depósitos e aplicações 
financeiras, quando houver processo administrativo instaurado ou procedimento fiscal em curso e 
tais exames sejam considerados indispensáveis pela autoridade administrativa competente, sendo 
que o resultado dos exames, as informações e os documentos a que se refere este artigo serão 
conservados em sigilo, observada a legislação tributária. 
O Art. 7º da LC 105/01 prevê que, sem prejuízo do disposto no § 3º do art. 2º, a Comissão de Valores 
Mobiliários, instaurado inquérito administrativo, poderá solicitar à autoridade judiciária competente 
o levantamento do sigilo junto às instituições financeiras de informações e documentos relativos a 
bens, direitos e obrigações de pessoa física ou jurídica submetida ao seu poder disciplinar. 
Sendo que o Banco Central do Brasil e a Comissão de Valores Mobiliários, manterão permanente 
intercâmbio de informações acerca dos resultados das inspeções que realizarem, dos inquéritos que 
instaurarem e das penalidades que aplicarem, sempre que as informações forem necessárias ao de-
sempenho de suas atividades. 
Quanto as exigências e formalidades previstas na LC 105/01, prevê ainda a referida lei, nestes termos: 
Art. 8º O cumprimento das exigências e formalidades previstas nos artigos 4º, 6º e 7º, será 
expressamente declarado pelas autoridades competentes nas solicitações dirigidas ao Banco 
Central do Brasil, à Comissão de Valores Mobiliários ou às instituições financeiras. 
Art. 9º Quando, no exercício de suas atribuições, o Banco Central do Brasil e a Comissão de 
Valores Mobiliários verificarem a ocorrência de crime definido em lei como de ação pública, 
ou indícios da prática de tais crimes, informarão ao Ministério Público, juntando à comunica-
ção os documentos necessários à apuração ou comprovação dos fatos. 
 
 
149 
 
§ 1º A comunicação de que trata este artigo será efetuada pelos Presidentes do Banco Central 
do Brasil e da Comissão de Valores Mobiliários, admitida delegação de competência, no prazo 
máximo de quinze dias, a contar do recebimento do processo, com manifestação dos respec-
tivos serviços jurídicos. 
§ 2º Independentemente do disposto no caput deste artigo, o Banco Central do Brasil e a 
Comissão de Valores Mobiliários comunicarão aos órgãos públicos competentes as irregula-
ridades e os ilícitos administrativos de que tenham conhecimento, ou indícios de sua prática, 
anexando os documentos pertinentes. 
Art. 10. A quebra de sigilo, fora das hipóteses autorizadas nesta Lei Complementar, constitui 
crime e sujeita os responsáveis à pena de reclusão, de um a quatro anos, e multa, aplicando-
se, no que couber, o Código Penal, sem prejuízo de outras sanções cabíveis. 
Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem omitir, retardar injustificadamente ou pres-
tar falsamente as informações requeridas nos termos desta Lei Complementar. 
Art. 11. O servidor público que utilizar ou viabilizar a utilização de qualquer informação obtida 
em decorrência da quebra de sigilo de que trata esta Lei Complementar responde pessoal e 
diretamente pelos danos decorrentes, sem prejuízo da responsabilidade objetiva da entidade 
pública, quando comprovado que o servidor agiu de acordo com orientação oficial. 
 
LEI GERAL DE PROTEÇÃO DE DADOS (LGPD): LEI Nº 13.709, DE 14 DE AGOSTO DE 2018 E 
SUAS ALTERAÇÕES 
1) Disposições Preliminares 
A Lei Geral de Proteção de Dados (Lei 13.709/18 - LGPD) dispõe sobre o tratamento de dados pes-
soais, inclusive nos meios digitais, por pessoa natural ou por pessoa jurídica de direito público ou 
privado, com o objetivo de proteger os direitos fundamentais de liberdade e de privacidade e o livre 
desenvolvimento da personalidade da pessoa natural. 
As normas gerais contidas na LGPD são de interesse nacional e devem ser observadas pela União, 
Estados, Distrito Federal e Municípios. 
O art. 2º da LGPD prevê os fundamentos da disciplina da proteção de dados pessoais: 
Art. 2º A disciplina da proteção de dados pessoais tem como fundamentos: 
I - o respeito à privacidade; 
II - a autodeterminação informativa; 
III - a liberdade de expressão, de informação, de comunicação e de opinião; 
IV - a inviolabilidade da intimidade, da honra e da imagem; 
V - o desenvolvimento econômico e tecnológico e a inovação; 
VI - a livre iniciativa, a livre concorrência e a defesa do consumidor; e 
 
 
150 
 
VII - os direitos humanos, o livre desenvolvimento da personalidade, a dignidade e o exercício 
da cidadania pelas pessoas naturais. 
 
O art. 3º da LGPD determina que a lei se aplica a qualquer operação de tratamento de dados reali-
zada por pessoa natural ou por pessoa jurídica de direito público ou privado, independentemente 
do meio, do país de sua sede ou do país onde estejam localizados os dados, desde que: 
 A operação de tratamento seja realizada no território nacional; 
 A atividade de tratamento tenha por objetivo a ofertaou o fornecimento de bens ou serviços ou 
o tratamento de dados de indivíduos localizados no território nacional; ou 
 Os dados pessoais objeto do tratamento tenham sido coletados no território nacional. 
 
Por sua vez, o art. 4º da LGPD traz hipóteses em que a lei não será aplicada. Vejamos: 
Art. 4º Esta Lei não se aplica ao tratamento de dados pessoais: 
I - realizado por pessoa natural para fins exclusivamente particulares e não econômicos; 
II - realizado para fins exclusivamente: 
a) jornalístico e artísticos; ou 
b) acadêmicos, aplicando-se a esta hipótese os arts. 7º e 11 desta Lei; 
III - realizado para fins exclusivos de: 
a) segurança pública; 
b) defesa nacional; 
c) segurança do Estado; ou 
d) atividades de investigação e repressão de infrações penais; ou 
IV - provenientes de fora do território nacional e que não sejam objeto de comunicação, uso 
compartilhado de dados com agentes de tratamento brasileiros ou objeto de transferência 
internacional de dados com outro país que não o de proveniência, desde que o país de pro-
veniência proporcione grau de proteção de dados pessoais adequado ao previsto nesta Lei. 
§ 1º O tratamento de dados pessoais previsto no inciso III será regido por legislação específica, 
que deverá prever medidas proporcionais e estritamente necessárias ao atendimento do in-
teresse público, observados o devido processo legal, os princípios gerais de proteção e os 
direitos do titular previstos nesta Lei. 
§ 2º É vedado o tratamento dos dados a que se refere o inciso III do caput deste artigo por 
pessoa de direito privado, exceto em procedimentos sob tutela de pessoa jurídica de direito 
público, que serão objeto de informe específico à autoridade nacional e que deverão observar 
a limitação imposta no § 4º deste artigo. 
 
 
151 
 
§ 3º A autoridade nacional emitirá opiniões técnicas ou recomendações referentes às exceções 
previstas no inciso III do caput deste artigo e deverá solicitar aos responsáveis relatórios de 
impacto à proteção de dados pessoais. 
§ 4º Em nenhum caso a totalidade dos dados pessoais de banco de dados de que trata o 
inciso III do caput deste artigo poderá ser tratada por pessoa de direito privado, salvo por 
aquela que possua capital integralmente constituído pelo poder público. 
 
A LGPD considera dado pessoal a informação relacionada à pessoa natural identificada ou identifi-
cável. 
Por sua vez, dado pessoal sensível é todo dado pessoal sobre origem racial ou étnica, convicção 
religiosa, opinião política, filiação a sindicato ou a organização de caráter religioso, filosófico ou 
político, dado referente à saúde ou à vida sexual, dado genético ou biométrico, quando vinculado a 
uma pessoa natural. 
O dado pode ser, ainda, anonimizado, que é aquele dado relativo a titular que não possa ser identi-
ficado, considerando a utilização de meios técnicos razoáveis e disponíveis na ocasião de seu trata-
mento. 
Já o Banco de dados é o conjunto estruturado de dados pessoais, estabelecido em um ou em vários 
locais, em suporte eletrônico ou físico. 
O art. 6º da LGPD prescreve que as atividades de tratamento de dados pessoais deverão observar a 
boa-fé e os seguintes princípios: 
Art. 6º. I - finalidade: realização do tratamento para propósitos legítimos, específicos, explí-
citos e informados ao titular, sem possibilidade de tratamento posterior de forma incompatí-
vel com essas finalidades; 
II - adequação: compatibilidade do tratamento com as finalidades informadas ao titular, de 
acordo com o contexto do tratamento; 
III - necessidade: limitação do tratamento ao mínimo necessário para a realização de suas 
finalidades, com abrangência dos dados pertinentes, proporcionais e não excessivos em rela-
ção às finalidades do tratamento de dados; 
IV - livre acesso: garantia, aos titulares, de consulta facilitada e gratuita sobre a forma e a 
duração do tratamento, bem como sobre a integralidade de seus dados pessoais; 
V - qualidade dos dados: garantia, aos titulares, de exatidão, clareza, relevância e atualização 
dos dados, de acordo com a necessidade e para o cumprimento da finalidade de seu trata-
mento; 
VI - transparência: garantia, aos titulares, de informações claras, precisas e facilmente acessí-
veis sobre a realização do tratamento e os respectivos agentes de tratamento, observados os 
segredos comercial e industrial; 
VII - segurança: utilização de medidas técnicas e administrativas aptas a proteger os dados 
pessoais de acessos não autorizados e de situações acidentais ou ilícitas de destruição, perda, 
alteração, comunicação ou difusão; 
 
 
152 
 
VIII - prevenção: adoção de medidas para prevenir a ocorrência de danos em virtude do tra-
tamento de dados pessoais; 
IX - não discriminação: impossibilidade de realização do tratamento para fins discriminatórios 
ilícitos ou abusivos; 
X - responsabilização e prestação de contas: demonstração, pelo agente, da adoção de me-
didas eficazes e capazes de comprovar a observância e o cumprimento das normas de prote-
ção de dados pessoais e, inclusive, da eficácia dessas medidas. 
 
2) Do Tratamento De Dados Pessoais 
O tratamento é toda operação realizada com dados pessoais, como as que se referem a coleta, 
produção, recepção, classificação, utilização, acesso, reprodução, transmissão, distribuição, proces-
samento, arquivamento, armazenamento, eliminação, avaliação ou controle da informação, modifi-
cação, comunicação, transferência, difusão ou extração. 
O art. 7º da LGPD trata dos requisitos para que seja realizado o tratamento de dados pessoais: 
Art. 7º O tratamento de dados pessoais somente poderá ser realizado nas seguintes hipóte-
ses: 
I - mediante o fornecimento de consentimento pelo titular; 
II - para o cumprimento de obrigação legal ou regulatória pelo controlador; 
III - pela administração pública, para o tratamento e uso compartilhado de dados necessários 
à execução de políticas públicas previstas em leis e regulamentos ou respaldadas em contra-
tos, convênios ou instrumentos congêneres, observadas as disposições do Capítulo IV desta 
Lei; 
IV - para a realização de estudos por órgão de pesquisa, garantida, sempre que possível, a 
anonimização dos dados pessoais; 
V - quando necessário para a execução de contrato ou de procedimentos preliminares relaci-
onados a contrato do qual seja parte o titular, a pedido do titular dos dados; 
VI - para o exercício regular de direitos em processo judicial, administrativo ou arbitral, esse 
último nos termos da Lei nº 9.3)07, de 23 de setembro de 1996 (Lei de Arbitragem); 
VII - para a proteção da vida ou da incolumidade física do titular ou de terceiro; 
VIII - para a tutela da saúde, exclusivamente, em procedimento realizado por profissionais de 
saúde, serviços de saúde ou autoridade sanitária; 
IX - quando necessário para atender aos interesses legítimos do controlador ou de terceiro, 
exceto no caso de prevalecerem direitos e liberdades fundamentais do titular que exijam a 
proteção dos dados pessoais; ou 
X - para a proteção do crédito, inclusive quanto ao disposto na legislação pertinente. 
 
 
 
153 
 
O consentimento dado pelo titular dos dados somente autoriza ao agente que o obteve, a não ser 
que haja alguma hipótese legal justificando o seu compartilhamento. 
Ademais, o consentimento deverá ser fornecido por escrito (por meio de cláusula destacada das 
demais) ou por outro meio que demonstre a manifestação de vontade do titular, sendo vedado o 
tratamento de dados pessoais mediante vício de consentimento. 
O consentimento também poderá ser revogado a qualquer tempo por manifestação expressa do 
titular. 
O art. 9º da LGPD trata do princípio do livre acesso: 
Art. 9º O titular tem direito ao acesso facilitado às informações sobre o tratamento de seus 
dados, que deverão ser disponibilizadas de forma clara, adequada e ostensiva acerca de, entre 
outras características previstas em regulamentaçãopara o atendimento do princípio do livre 
acesso: 
I - finalidade específica do tratamento; 
II - forma e duração do tratamento, observados os segredos comercial e industrial; 
III - identificação do controlador; 
IV - informações de contato do controlador; 
V - informações acerca do uso compartilhado de dados pelo controlador e a finalidade; 
VI - responsabilidades dos agentes que realizarão o tratamento; e 
VII - direitos do titular, com menção explícita aos direitos contidos no art. 18 desta Lei. 
 
Ademais, prevê o art. 10 da LGPD, que o legítimo interesse do controlador somente poderá funda-
mentar tratamento de dados pessoais para finalidades legítimas, consideradas a partir de situações 
concretas, que incluem, mas não se limitam a: apoio e promoção de atividades do controlador; e 
proteção, em relação ao titular, do exercício regular de seus direitos ou prestação de serviços que o 
beneficiem, respeitadas as legítimas expectativas dele e os direitos e liberdades fundamentais, nos 
termos da LGPD. 
Quanto ao dado pessoal sensível, dispõe a LGPD: 
Art. 11. O tratamento de dados pessoais sensíveis somente poderá ocorrer nas seguintes hi-
póteses: 
I - quando o titular ou seu responsável legal consentir, de forma específica e destacada, para 
finalidades específicas; 
II - sem fornecimento de consentimento do titular, nas hipóteses em que for indispensável 
para: 
a) cumprimento de obrigação legal ou regulatória pelo controlador; 
 
 
154 
 
b) tratamento compartilhado de dados necessários à execução, pela administração pública, 
de políticas públicas previstas em leis ou regulamentos; 
c) realização de estudos por órgão de pesquisa, garantida, sempre que possível, a anonimiza-
ção dos dados pessoais sensíveis; 
d) exercício regular de direitos, inclusive em contrato e em processo judicial, administrativo e 
arbitral, este último nos termos da Lei nº 9.3)07, de 23 de setembro de 1996 (Lei de Arbitra-
gem); 
e) proteção da vida ou da incolumidade física do titular ou de terceiro; 
f) tutela da saúde, exclusivamente, em procedimento realizado por profissionais de saúde, 
serviços de saúde ou autoridade sanitária; ou 
g) garantia da prevenção à fraude e à segurança do titular, nos processos de identificação e 
autenticação de cadastro em sistemas eletrônicos, resguardados os direitos mencionados no 
art. 9º desta Lei e exceto no caso de prevalecerem direitos e liberdades fundamentais do 
titular que exijam a proteção dos dados pessoais. 
 
Os dados anonimizados não serão considerados dados pessoais, salvo quando o processo de ano-
nimização ao qual foram submetidos for revertido, utilizando exclusivamente meios próprios, ou 
quando, com esforços razoáveis, puder ser revertido, nos termos do art. 12 da LGPD. 
O art. 14 da LGPD versa sobre o tratamento de dados pessoais de crianças e adolescentes. Vejamos: 
Art. 14. O tratamento de dados pessoais de crianças e de adolescentes deverá ser realizado 
em seu melhor interesse, nos termos deste artigo e da legislação pertinente. 
§ 1º O tratamento de dados pessoais de crianças deverá ser realizado com o consentimento 
específico e em destaque dado por pelo menos um dos pais ou pelo responsável legal. 
§ 2º No tratamento de dados de que trata o § 1º deste artigo, os controladores deverão man-
ter pública a informação sobre os tipos de dados coletados, a forma de sua utilização e os 
procedimentos para o exercício dos direitos a que se refere o art. 18 desta Lei. 
§ 3º Poderão ser coletados dados pessoais de crianças sem o consentimento a que se refere 
o § 1º deste artigo quando a coleta for necessária para contatar os pais ou o responsável legal, 
utilizados uma única vez e sem armazenamento, ou para sua proteção, e em nenhum caso 
poderão ser repassados a terceiro sem o consentimento de que trata o § 1º deste artigo. 
§ 4º Os controladores não deverão condicionar a participação dos titulares de que trata o § 
1º deste artigo em jogos, aplicações de internet ou outras atividades ao fornecimento de in-
formações pessoais além das estritamente necessárias à atividade. 
§ 5º O controlador deve realizar todos os esforços razoáveis para verificar que o consenti-
mento a que se refere o § 1º deste artigo foi dado pelo responsável pela criança, consideradas 
as tecnologias disponíveis. 
§ 6º As informações sobre o tratamento de dados referidas neste artigo deverão ser fornecidas 
de maneira simples, clara e acessível, consideradas as características físico-motoras, percepti-
vas, sensoriais, intelectuais e mentais do usuário, com uso de recursos audiovisuais quando 
adequado, de forma a proporcionar a informação necessária aos pais ou ao responsável legal 
e adequada ao entendimento da criança. 
 
 
155 
 
 
Conforme o art. 15, o término do tratamento de dados pessoais ocorrerá nas seguintes hipóteses: 
I - verificação de que a finalidade foi alcançada ou de que os dados deixaram de ser necessá-
rios ou pertinentes ao alcance da finalidade específica almejada; 
II - fim do período de tratamento; 
III - comunicação do titular, inclusive no exercício de seu direito de revogação do consenti-
mento conforme disposto no § 5º do art. 8º desta Lei, resguardado o interesse público; ou 
IV - determinação da autoridade nacional, quando houver violação ao disposto nesta Lei. 
 
Já os dados os dados pessoais, nos termos do art. 16, serão eliminados após o término de seu trata-
mento, no âmbito e nos limites técnicos das atividades, autorizada a conservação para as seguintes 
finalidades: 
I - cumprimento de obrigação legal ou regulatória pelo controlador; 
II - estudo por órgão de pesquisa, garantida, sempre que possível, a anonimização dos dados 
pessoais; 
III - transferência a terceiro, desde que respeitados os requisitos de tratamento de dados 
dispostos nesta Lei; ou 
IV - uso exclusivo do controlador, vedado seu acesso por terceiro, e desde que anonimizados 
os dados. 
 
3) Dos Direitos do Titular 
A LGPD A lei fala em titularidade dos dados pessoais e não propriedade, já que os dados pessoais 
não são disponíveis. Trata-se de um direito da personalidade. Veja o que dispõe o art. 18 da LGPD: 
Art. 18. O titular dos dados pessoais tem direito a obter do controlador, em relação aos dados do 
titular por ele tratados, a qualquer momento e mediante requisição: 
I - confirmação da existência de tratamento; 
II - acesso aos dados; 
III - correção de dados incompletos, inexatos ou desatualizados; 
IV - anonimização, bloqueio ou eliminação de dados desnecessários, excessivos ou tratados 
em des- conformidade com o disposto nesta Lei; 
V - portabilidade dos dados a outro fornecedor de serviço ou produto, mediante requisição 
expressa, de acordo com a regulamentação da autoridade nacional, observados os segredos 
comercial e industrial; 
 
 
156 
 
VI - eliminação dos dados pessoais tratados com o consentimento do titular, exceto nas hi-
póteses previstas no art. 16 da LGPD; 
VII - informação das entidades públicas e privadas com as quais o controlador realizou uso 
compartilhado de dados; 
VIII - informação sobre a possibilidade de não fornecer consentimento e sobre as consequên-
cias da negativa; 
IX - revogação do consentimento, nos termos do § 5º do art. 8º da LGPD. 
 
4) Tratamento De Dados Pessoais Pelo Poder Público 
Conforme o art. 23 da LGPD, o tratamento de dados pessoais pelas pessoas jurídicas de direito pú-
blico deverá ser realizado para o atendimento de sua finalidade pública, na persecução do interesse 
público, com o objetivo de executar as competências legais ou cumprir as atribuições legais do ser-
viço público, desde que: 
 Sejam informadas as hipóteses em que, no exercício de suas competências, realizam o tratamento 
de dados pessoais, fornecendo informações claras e atualizadas sobre a previsão legal, a finalidade, 
os procedimentos e as práticas utilizadas para a execução dessas atividades, em veículos de fácil 
acesso, preferencialmenteem seus sítios eletrônicos; 
 Seja indicado um encarregado quando realizarem operações de tratamento de dados pessoais, 
nos termos do art. 39 da LGPD. 
 
Ademais, conforme art. 24 da LGPD, as empresas públicas e as sociedades de economia mista que 
atuam em regime de concorrência terão o mesmo tratamento dispensado às pessoas jurídicas de 
direito privado particulares. Por outro lado, quando estiverem operacionalizando políticas públicas 
e no âmbito da execução delas, terão o mesmo tratamento dispensado aos órgãos e às entidades 
do Poder Público. 
Além disso, os dados deverão ser mantidos em formato interoperável e estruturado para o uso com-
partilhado, com vistas à execução de políticas públicas, à prestação de serviços públicos, à descen-
tralização da atividade pública e à disseminação e ao acesso das informações pelo público em geral, 
nos termos do art. 25 da LGPD. 
De acordo com o art. 26 da LGPD, o uso compartilhado de dados pessoais pelo Poder Público deve 
atender a finalidades específicas de execução de políticas públicas e atribuição legal pelos órgãos e 
pelas entidades públicas. É vedado ao Poder Público transferir a entidades privadas dados pessoais 
constantes de bases de dados a que tenha acesso, exceto: 
 Em casos de execução descentralizada de atividade pública que exija a transferência, exclusiva-
mente para esse fim específico e determinado; 
 Nos casos em que os dados forem acessíveis publicamente; 
 
 
157 
 
 Quando houver previsão legal ou a transferência for respaldada em contratos, convênios ou ins-
trumentos congêneres; ou 
 Na hipótese de a transferência dos dados objetivar exclusivamente a prevenção de fraudes e 
irregularidades, ou proteger e resguardar a segurança e a integridade do titular dos dados, desde 
que vedado o tratamento para outras finalidades. 
 
Quando a LGPD não for respeitada e houver infração em decorrência do tratamento de dados pes-
soais por órgãos públicos, a autoridade nacional poderá enviar informe com medidas cabíveis para 
fazer cessar a violação. Isso porque os órgãos públicos não estão sujeitos às sanções pecuniárias. 
A autoridade nacional poderá solicitar a agentes do Poder Público a publicação de relatórios de 
impacto à proteção de dados pessoais e sugerir a adoção de padrões e de boas práticas para os 
tratamentos de dados pessoais pelo Poder Público, nos termos do art. 31 da LGDP. 
Os relatórios de impacto à proteção de dados, por mais que apareça como uma exigência de libera-
lidade da autoridade nacional, deveria ser regra, visto que ao se efetuar uma análise preventiva de 
todo “ciclo de vida” do dado pessoal, bem como de todas as suas peculiaridades, poderá evitar 
incidentes e prever medidas mitigatórias de possíveis danos. 
 
5) Transferência Internacional De Dados 
De acordo com o art. 33 da LGPD, a transferência internacional de dados pessoais somente é permi-
tida nos seguintes casos: 
I - para países ou organismos internacionais que proporcionem grau de proteção de dados 
pessoais adequado ao previsto nesta Lei; 
II - quando o controlador oferecer e comprovar garantias de cumprimento dos princípios, dos 
direitos do titular e do regime de proteção de dados previstos nesta Lei, na forma de: 
a) cláusulas contratuais específicas para determinada transferência; 
b) cláusulas-padrão contratuais; 
c) normas corporativas globais; 
d) selos, certificados e códigos de conduta regularmente emitidos; 
III - quando a transferência for necessária para a cooperação jurídica internacional entre ór-
gãos públicos de inteligência, de investigação e de persecução, de acordo com os instrumen-
tos de direito internacional; 
IV - quando a transferência for necessária para a proteção da vida ou da incolumidade física 
do titular ou de terceiro; 
V - quando a autoridade nacional autorizar a transferência; 
 
 
158 
 
VI - quando a transferência resultar em compromisso assumido em acordo de cooperação 
internacional; 
VII - quando a transferência for necessária para a execução de política pública ou atribuição 
legal do serviço público, sendo dada publicidade nos termos do inciso I do caput do art. 23 
desta Lei; 
VIII - quando o titular tiver fornecido o seu consentimento específico e em destaque para a 
transferência, com informação prévia sobre o caráter internacional da operação, distinguindo 
claramente esta de outras finalidades; ou 
IX - quando necessário para atender as hipóteses previstas nos incisos II, V e VI do art. 7º 
desta Lei. 
Parágrafo único. Para os fins do inciso I deste artigo, as pessoas jurídicas de direito público 
referidas no parágrafo único do art. 1º da Lei nº 12.5)27, de 18 de novembro de 2011 (Lei de 
Acesso à Informação), no âmbito de suas competências legais, e responsáveis, no âmbito de 
suas atividades, poderão requerer à autoridade nacional a avaliação do nível de proteção a 
dados pessoais conferido por país ou organismo internacional. 
 
6) Agentes De Tratamento De Dados Pessoais 
O controlador e o operador devem manter registro das operações de tratamento de dados pessoais 
que realizarem, especialmente quando baseado no legítimo interesse, de acordo com o art. 37 da 
LGPD. Segundo o princípio da accountability, é necessário documentar tudo o que foi feito para dar 
cumprimento à lei. Trata-se dos princípios da transparência e da responsabilização e prestação de 
contas, em que não basta cumprir a lei, é necessário que se deixe registrado que a lei foi cumprida. 
O controlador deverá indicar encarregado pelo tratamento de dados pessoais. A identidade e as 
informações de contato do encarregado deverão ser divulgadas publicamente, de forma clara e ob-
jetiva, preferencialmente no sítio eletrônico do controlador. 
As atividades do encarregado consistem em aceitar reclamações e comunicações dos titulares, pres-
tar esclarecimentos e adotar providências; receber comunicações da autoridade nacional e adotar 
providências; orientar os funcionários e os contratados da entidade a respeito das práticas a serem 
tomadas em relação à proteção de dados pessoais; e executar as demais atribuições determinadas 
pelo controlador ou estabelecidas em normas complementares. 
O § 3º do art. 40 atribui à autoridade nacional a possibilidade de editar normas complementares 
sobre a definição e as atribuições do encarregado, inclusive hipóteses de dispensa da necessidade 
de sua indicação, conforme a natureza e o porte da entidade ou o volume de operações de trata-
mento de dados. 
Atente-se que o encarregado pelo tratamento de dados pessoais pode ser pessoa física ou jurídica. 
O controlador ou o operador que, em razão do exercício de atividade de tratamento de dados pes-
soais, causar a outrem dano patrimonial, moral, individual ou coletivo, em violação à legislação de 
proteção de dados pessoais, é obrigado a repará-lo, conforme art. 42, caput, da LGPD. 
 
 
159 
 
O operador responde solidariamente pelos danos causados pelo tratamento quando descumprir as 
obrigações da legislação de proteção de dados ou quando não tiver seguido as instruções lícitas do 
controlador, hipótese em que o operador se equipara ao controlador, salvo nos casos de exclusão 
previstos no art. 43 da LGPD. 
Ademais, os controladores que estiverem diretamente envolvidos no tratamento do qual decorreram 
danos ao titular dos dados respondem solidariamente, salvo nos casos de exclusão previstos no art. 
43 da LGPD. 
Assim dispõe os arts. 43 a 45 da LGPD: 
Art. 43. Os agentes de tratamento só não serão responsabilizados quando provarem: 
I - que não realizaram o tratamento de dados pessoais que lhes é atribuído; 
II - que, embora tenham realizado o tratamento de dados pessoais que lhes é atribuído, não 
houve violação à legislação de proteção de dados; ou 
III - que o dano é decorrente de culpa exclusiva do titular dos dados ou de terceiros. 
Art. 44. O tratamento de dados pessoais será irregular quando deixar de observar a legislaçãoou quando não fornecer a segurança que o titular dele pode esperar, consideradas as circuns-
tâncias relevantes, entre as quais: 
I - o modo pelo qual é realizado; 
II - o resultado e os riscos que razoavelmente dele se esperam; 
III - as técnicas de tratamento de dados pessoais disponíveis à época em que foi realizado. 
Parágrafo único. Responde pelos danos decorrentes da violação da segurança dos dados o 
controlador ou o operador que, ao deixar de adotar as medidas de segurança previstas no art. 
46 desta Lei, der causa ao dano. 
Art. 45. As hipóteses de violação do direito do titular no âmbito das relações de consumo 
permanecem sujeitas às regras de responsabilidade previstas na legislação pertinente. 
 
7) Da Segurança e Das Boas Práticas 
Dispõe o art. 46 que os agentes de tratamento devem adotar medidas de segurança, técnicas e 
administrativas aptas a proteger os dados pessoais de acessos não autorizados e de situações aci-
dentais ou ilícitas de destruição, perda, alteração, comunicação ou qualquer forma de tratamento 
inadequado ou ilícito. 
Quanto ao tema, prescreve a LGPD: 
Art. 47. Os agentes de tratamento ou qualquer outra pessoa que intervenha em uma das fases 
do tratamento obriga-se a garantir a segurança da informação prevista nesta Lei em relação 
aos dados pessoais, mesmo após o seu término. 
Art. 48. O controlador deverá comunicar à autoridade nacional e ao titular a ocorrência de 
incidente de segurança que possa acarretar risco ou dano relevante aos titulares. 
 
 
160 
 
§ 1º A comunicação será feita em prazo razoável, conforme definido pela autoridade nacional, 
e deverá mencionar, no mínimo: 
I - a descrição da natureza dos dados pessoais afetados; 
II - as informações sobre os titulares envolvidos; 
III - a indicação das medidas técnicas e de segurança utilizadas para a proteção dos dados, 
observados os segredos comercial e industrial; 
IV - os riscos relacionados ao incidente; 
V - os motivos da demora, no caso de a comunicação não ter sido imediata; e 
VI - as medidas que foram ou que serão adotadas para reverter ou mitigar os efeitos do pre-
juízo. 
§ 2º A autoridade nacional verificará a gravidade do incidente e poderá, caso necessário para 
a salvaguarda dos direitos dos titulares, determinar ao controlador a adoção de providências, 
tais como: 
I - ampla divulgação do fato em meios de comunicação; e 
II - medidas para reverter ou mitigar os efeitos do incidente. 
§ 3º No juízo de gravidade do incidente, será avaliada eventual comprovação de que foram 
adotadas medidas técnicas adequadas que tornem os dados pessoais afetados ininteligíveis, 
no âmbito e nos limites técnicos de seus serviços, para terceiros não autorizados a acessá-los. 
Art. 49. Os sistemas utilizados para o tratamento de dados pessoais devem ser estruturados 
de forma a atender aos requisitos de segurança, aos padrões de boas práticas e de governança 
e aos princípios gerais previstos nesta Lei e às demais normas regulamentares. 
 
Já em relação a necessidade de boas práticas, bem como da governança, dispõe a LGPD: 
Art. 50. Os controladores e operadores, no âmbito de suas competências, pelo tratamento de 
dados pessoais, individualmente ou por meio de associações, poderão formular regras de 
boas práticas e de governança que estabeleçam as condições de organização, o regime de 
funcionamento, os procedimentos, incluindo reclamações e petições de titulares, as normas 
de segurança, os padrões técnicos, as obrigações específicas para os diversos envolvidos no 
tratamento, as ações educativas, os mecanismos internos de supervisão e de mitigação de 
riscos e outros aspectos relacionados ao tratamento de dados pessoais. 
§ 1º Ao estabelecer regras de boas práticas, o controlador e o operador levarão em conside-
ração, em relação ao tratamento e aos dados, a natureza, o escopo, a finalidade e a probabi-
lidade e a gravidade dos riscos e dos benefícios decorrentes de tratamento de dados do titular. 
§ 2º Na aplicação dos princípios indicados nos incisos VII e VIII do caput do art. 6º desta Lei, 
o controlador, observados a estrutura, a escala e o volume de suas operações, bem como a 
sensibilidade dos dados tratados e a probabilidade e a gravidade dos danos para os titulares 
dos dados, poderá: 
I - implementar programa de governança em privacidade que, no mínimo: 
 
 
161 
 
a) demonstre o comprometimento do controlador em adotar processos e políticas internas 
que assegurem o cumprimento, de forma abrangente, de normas e boas práticas relativas à 
proteção de dados pessoais; 
b) seja aplicável a todo o conjunto de dados pessoais que estejam sob seu controle, indepen-
dentemente do modo como se realizou sua coleta; 
c) seja adaptado à estrutura, à escala e ao volume de suas operações, bem como à sensibili-
dade dos dados tratados; 
d) estabeleça políticas e salvaguardas adequadas com base em processo de avaliação siste-
mática de impactos e riscos à privacidade; 
e) tenha o objetivo de estabelecer relação de confiança com o titular, por meio de atuação 
transparente e que assegure mecanismos de participação do titular; 
f) esteja integrado a sua estrutura geral de governança e estabeleça e aplique mecanismos de 
supervisão internos e externos; 
g) conte com planos de resposta a incidentes e remediação; e 
h) seja atualizado constantemente com base em informações obtidas a partir de monitora-
mento contínuo e avaliações periódicas; 
II - demonstrar a efetividade de seu programa de governança em privacidade quando apro-
priado e, em especial, a pedido da autoridade nacional ou de outra entidade responsável por 
promover o cumprimento de boas práticas ou códigos de conduta, os quais, de forma inde-
pendente, promovam o cumprimento desta Lei. 
§ 3º As regras de boas práticas e de governança deverão ser publicadas e atualizadas perio-
dicamente e poderão ser reconhecidas e divulgadas pela autoridade nacional. 
Art. 51. A autoridade nacional estimulará a adoção de padrões técnicos que facilitem o con-
trole pelos titulares dos seus dados pessoais. 
 
8) Da Fiscalização 
O art. 52 da LGPD prevê as sanções administrativas que podem ser aplicadas aos agentes de trata-
mento de dados: 
Art. 52. Os agentes de tratamento de dados, em razão das infrações cometidas às normas 
previstas nesta Lei, ficam sujeitos às seguintes sanções administrativas aplicáveis pela autori-
dade nacional: 
I - advertência, com indicação de prazo para adoção de medidas corretivas; 
II - multa simples, de até 2% (dois por cento) do faturamento da pessoa jurídica de direito 
privado, grupo ou conglomerado no Brasil no seu último exercício, excluídos os tributos, limi-
tada, no total, a R$ 50.000.000,00 (cinquenta milhões de reais) por infração; 
III - multa diária, observado o limite total a que se refere o inciso II; 
IV - publicização da infração após devidamente apurada e confirmada a sua ocorrência; 
 
 
162 
 
V - bloqueio dos dados pessoais a que se refere a infração até a sua regularização; 
VI - eliminação dos dados pessoais a que se refere a infração; (...) 
X - suspensão parcial do funcionamento do banco de dados a que se refere a infração pelo 
período máximo de 6 (seis) meses, prorrogável por igual período, até a regularização da ati-
vidade de trata- mento pelo controlador; 
XI - suspensão do exercício da atividade de tratamento dos dados pessoais a que se refere a 
infração pelo período máximo de 6 (seis) meses, prorrogável por igual período; 
XII - proibição parcial ou total do exercício de atividades relacionadas a tratamento de dados. 
 
As penas previstas no art. 52 são de caráter administrativo, mas não impedem a aplicação de san-
ções de caráter civil e penal, bem como de outras também de conteúdo administrativo. A LGPD não 
prevê tipo penal que tutele proteção de dados, todavia, nada impede que se punam condutas en-
volvendo dados pessoais tipificadas como crimes em outras normas de cunho penal.Faz-se necessário ainda analisar os arts. 53 e 54 da LGPD os quais podem ser cobrados na sua lite-
ralidade: 
Art. 53. A autoridade nacional definirá, por meio de regulamento próprio sobre sanções ad-
ministrativas a infrações a esta Lei, que deverá ser objeto de consulta pública, as metodologias 
que orientarão o cálculo do valor-base das sanções de multa. 
§ 1º As metodologias a que se refere o caput deste artigo devem ser previamente publicadas, 
para ciência dos agentes de tratamento, e devem apresentar objetivamente as formas e dosi-
metrias para o cálculo do valor-base das sanções de multa, que deverão conter fundamenta-
ção detalhada de todos os seus elementos, demonstrando a observância dos critérios previs-
tos nesta Lei. 
§ 2º O regulamento de sanções e metodologias correspondentes deve estabelecer as circuns-
tâncias e as condições para a adoção de multa simples ou diária. 
Art. 54. O valor da sanção de multa diária aplicável às infrações a esta Lei deve observar a 
gravidade da falta e a extensão do dano ou prejuízo causado e ser fundamentado pela auto-
ridade nacional. 
Parágrafo único. A intimação da sanção de multa diária deverá conter, no mínimo, a descrição 
da obrigação imposta, o prazo razoável e estipulado pelo órgão para o seu cumprimento e o 
valor da multa diária a ser aplicada pelo seu descumprimento. 
 
9) Autoridade Nacional De Proteção De Dados (ANPD) 
O art. 55-A, com redação dada pela Medida Provisória 1.1)24/2022, cria a Autoridade Nacional de 
Proteção de Dados - ANPD, autarquia de natureza especial, dotada de autonomia técnica e decisória, 
com patrimônio próprio e com sede e foro no Distrito Federal. 
Os arts. 55-C a 55-I tratam da composição da ANPD: 
 
 
163 
 
Art. 55-C. A ANPD é composta de: 
I - Conselho Diretor, órgão máximo de direção; 
II - Conselho Nacional de Proteção de Dados Pessoais e da Privacidade; 
III - Corregedoria; 
IV - Ouvidoria; 
V - Procuradoria; e 
VI - unidades administrativas e unidades especializadas necessárias à aplicação do disposto 
nesta Lei. 
Art. 55-D. O Conselho Diretor da ANPD será composto de 5 (cinco) diretores, incluído o Di-
retor-Presidente. 
§ 1º Os membros do Conselho Diretor da ANPD serão escolhidos pelo Presidente da República 
e por ele nomeados, após aprovação pelo Senado Federal, nos termos da alínea ‘f’ do inciso 
III do art. 52 da Constituição Federal, e ocuparão cargo em comissão do Grupo-Direção e 
Assessoramento Superiores - DAS, no mínimo, de nível 5. 
§ 2º Os membros do Conselho Diretor serão escolhidos dentre brasileiros que tenham repu-
tação ilibada, nível superior de educação e elevado conceito no campo de especialidade dos 
cargos para os quais serão nomeados. 
§ 3º O mandato dos membros do Conselho Diretor será de 4 (quatro) anos. 
§ 4º Os mandatos dos primeiros membros do Conselho Diretor nomeados serão de 2 (dois), 
de 3 (três), de 4 (quatro), de 5 (cinco) e de 6 (seis) anos, conforme estabelecido no ato de 
nomeação. 
§ 5º Na hipótese de vacância do cargo no curso do mandato de membro do Conselho Diretor, 
o prazo remanescente será completado pelo sucessor. 
Art. 55-E. Os membros do Conselho Diretor somente perderão seus cargos em virtude de 
renúncia, condenação judicial transitada em julgado ou pena de demissão decorrente de pro-
cesso administrativo disciplinar. 
§ 1º Nos termos do caput deste artigo, cabe ao Ministro de Estado Chefe da Casa Civil da 
Presidência da República instaurar o processo administrativo disciplinar, que será conduzido 
por comissão especial constituída por servidores públicos federais estáveis. 
§ 2º Compete ao Presidente da República determinar o afastamento preventivo, somente 
quando assim recomendado pela comissão especial de que trata o § 1º deste artigo, e proferir 
o julgamento. 
Art. 55-F. Aplica-se aos membros do Conselho Diretor, após o exercício do cargo, o disposto 
no art. 6º da Lei nº 12.813, de 16 de maio de 2013. 
Parágrafo único. A infração ao disposto no caput deste artigo caracteriza ato de improbidade 
administrativa. 
Art. 55-G. Ato do Presidente da República disporá sobre a estrutura regimental da ANPD. 
 
 
164 
 
§ 1º Até a data de entrada em vigor de sua estrutura regimental, a ANPD receberá o apoio 
técnico e administrativo da Casa Civil da Presidência da República para o exercício de suas 
atividades. 
§ 2º O Conselho Diretor disporá sobre o regimento interno da ANPD. 
Art. 55-H. Os cargos em comissão e as funções de confiança da ANPD serão remanejados de 
outros órgãos e entidades do Poder Executivo federal. 
Art. 55-I. Os ocupantes dos cargos em comissão e das funções de confiança da ANPD serão 
indicados pelo Conselho Diretor e nomeados ou designados pelo Diretor-Presidente. 
 
Por sua vez, o art. 55-J estabelece quais são as competências da ANPD. Vejamos: 
Art. 55-J. Compete à ANPD: 
I - zelar pela proteção dos dados pessoais, nos termos da legislação; 
II - zelar pela observância dos segredos comercial e industrial, observada a proteção de dados 
pessoais e do sigilo das informações quando protegido por lei ou quando a quebra do sigilo 
violar os fundamentos do art. 2º desta Lei; 
III - elaborar diretrizes para a Política Nacional de Proteção de Dados Pessoais e da Privaci-
dade; 
IV - fiscalizar e aplicar sanções em caso de tratamento de dados realizado em descumpri-
mento à legislação, mediante processo administrativo que assegure o contraditório, a ampla 
defesa e o direito de recurso; 
V - apreciar petições de titular contra controlador após comprovada pelo titular a apresenta-
ção de reclamação ao controlador não solucionada no prazo estabelecido em regulamenta-
ção; 
VI - promover na população o conhecimento das normas e das políticas públicas sobre pro-
teção de dados pessoais e das medidas de segurança; 
VII - promover e elaborar estudos sobre as práticas nacionais e internacionais de proteção de 
dados pessoais e privacidade; 
VIII - estimular a adoção de padrões para serviços e produtos que facilitem o exercício de 
controle dos titulares sobre seus dados pessoais, os quais deverão levar em consideração as 
especificidades das atividades e o porte dos responsáveis; 
IX - promover ações de cooperação com autoridades de proteção de dados pessoais de ou-
tros países, de natureza internacional ou transnacional; 
X - dispor sobre as formas de publicidade das operações de tratamento de dados pessoais, 
respeitados os segredos comercial e industrial; 
XI - solicitar, a qualquer momento, às entidades do poder público que realizem operações de 
tratamento de dados pessoais informe específico sobre o âmbito, a natureza dos dados e os 
demais detalhes do tratamento realizado, com a possibilidade de emitir parecer técnico com-
plementar para garantir o cumprimento desta Lei; 
 
 
165 
 
XII - elaborar relatórios de gestão anuais acerca de suas atividades; 
XIII - editar regulamentos e procedimentos sobre proteção de dados pessoais e privacidade, 
bem como sobre relatórios de impacto à proteção de dados pessoais para os casos em que o 
tratamento representar alto risco à garantia dos princípios gerais de proteção de dados pes-
soais previstos nesta Lei; 
XIV - ouvir os agentes de tratamento e a sociedade em matérias de interesse relevante e 
prestar contas sobre suas atividades e planejamento; 
XV - arrecadar e aplicar suas receitas e publicar, no relatório de gestão a que se refere o inciso 
XII do caput deste artigo, o detalhamento de suas receitas e despesas; 
XVI - realizar auditorias, ou determinar sua realização, no âmbito da atividade de fiscalização 
de que trata o inciso IV e com a devida observância do disposto no inciso II do caput deste 
artigo, sobre o tratamento de dados pessoais efetuado pelos agentes de tratamento, incluído 
o poder público; 
XVII - celebrar, a qualquer momento, compromisso com agentes de tratamento para eliminar 
irregularidade, incerteza jurídica ou situação contenciosa noâmbito de processos administra-
tivos, de acordo com o previsto no Decreto-Lei nº 4.6)57, de 4 de setembro de 1942; 
XVIII - editar normas, orientações e procedimentos simplificados e diferenciados, inclusive 
quanto aos prazos, para que microempresas e empresas de pequeno porte, bem como inici-
ativas empresariais de caráter incremental ou disruptivo que se autodeclarem startups ou em-
presas de inovação, possam adequar-se a esta Lei; 
XIX - garantir que o tratamento de dados de idosos seja efetuado de maneira simples, clara, 
acessível e adequada ao seu entendimento, nos termos desta Lei e da Lei nº 10.741, de 1º de 
outubro de 2003 (Estatuto do Idoso); 
XX - deliberar, na esfera administrativa, em caráter terminativo, sobre a interpretação desta 
Lei, as suas competências e os casos omissos; 
XXI - comunicar às autoridades competentes as infrações penais das quais tiver conheci-
mento; 
XXII - comunicar aos órgãos de controle interno o descumprimento do disposto nesta Lei por 
órgãos e entidades da administração pública federal; 
XXIII - articular-se com as autoridades reguladoras públicas para exercer suas competências 
em setores específicos de atividades econômicas e governamentais sujeitas à regulação; e 
XXIV - implementar mecanismos simplificados, inclusive por meio eletrônico, para o registro 
de reclamações sobre o tratamento de dados pessoais em desconformidade com esta Lei. 
§ 1º Ao impor condicionantes administrativas ao tratamento de dados pessoais por agente 
de tratamento privado, sejam eles limites, encargos ou sujeições, a ANPD deve observar a 
exigência de mínima intervenção, assegurados os fundamentos, os princípios e os direitos dos 
titulares previstos no art. 170 da Constituição Federal e nesta Lei. 
§ 2º Os regulamentos e as normas editados pela ANPD devem ser precedidos de consulta e 
audiência públicas, bem como de análises de impacto regulatório. 
§ 3º A ANPD e os órgãos e entidades públicos responsáveis pela regulação de setores espe-
cíficos da atividade econômica e governamental devem coordenar suas atividades, nas cor-
respondentes esferas de atuação, com vistas a assegurar o cumprimento de suas atribuições 
 
 
166 
 
com a maior eficiência e promover o adequado funcionamento dos setores regulados, con-
forme legislação específica, e o tratamento de dados pessoais, na forma desta Lei. 
§ 4º A ANPD manterá fórum permanente de comunicação, inclusive por meio de cooperação 
técnica, com órgãos e entidades da administração pública responsáveis pela regulação de 
setores específicos da atividade econômica e governamental, a fim de facilitar as competên-
cias regulatória, fiscalizatória e punitiva da ANPD. 
§ 5º No exercício das competências de que trata o caput deste artigo, a autoridade compe-
tente deverá zelar pela preservação do segredo empresarial e do sigilo das informações, nos 
termos da lei. 
§ 6º As reclamações colhidas conforme o disposto no inciso V do caput deste artigo poderão 
ser analisadas de forma agregada, e as eventuais providências delas decorrentes poderão ser 
adotadas de forma padronizada. 
 
A aplicação das sanções previstas na LGPD compete exclusivamente à ANPD, e suas competências 
prevalecerão, no que se refere à proteção de dados pessoais, sobre as competências correlatas de 
outras entidades ou órgãos da administração pública. 
 
10) Conselho Nacional De Proteção De Dados Pessoais e Da Privacidade 
Sobre o Conselho Nacional de Proteção de Dados Pessoais e da Privacidade, os arts. 58-A e 58-B 
dispõem, respectivamente, sobre a sua composição e a sua competência: 
Art. 58-A. O Conselho Nacional de Proteção de Dados Pessoais e da Privacidade será com-
posto de 23 (vinte e três) representantes, titulares e suplentes, dos seguintes órgãos: 
I - 5 (cinco) do Poder Executivo federal; 
II - 1 (um) do Senado Federal; 
III - 1 (um) da Câmara dos Deputados; 
IV - 1 (um) do Conselho Nacional de Justiça; 
V - 1 (um) do Conselho Nacional do Ministério Público; 
VI - 1 (um) do Comitê Gestor da Internet no Brasil; 
VII - 3 (três) de entidades da sociedade civil com atuação relacionada a proteção de dados 
pessoais; 
VIII - 3 (três) de instituições científicas, tecnológicas e de inovação; 
IX - 3 (três) de confederações sindicais representativas das categorias econômicas do setor 
produtivo; 
X - 2 (dois) de entidades representativas do setor empresarial relacionado à área de trata-
mento de dados pessoais; e 
 
 
167 
 
XI - 2 (dois) de entidades representativas do setor laboral. 
§ 1º Os representantes serão designados por ato do Presidente da República, permitida a 
delegação. 
§ 2º Os representantes de que tratam os incisos I, II, III, IV, V e VI do caput deste artigo e seus 
suplentes serão indicados pelos titulares dos respectivos órgãos e entidades da administração 
pública. 
§ 3º Os representantes de que tratam os incisos VII, VIII, IX, X e XI do caput deste artigo e seus 
suplentes: 
I - serão indicados na forma de regulamento; 
II - não poderão ser membros do Comitê Gestor da Internet no Brasil; 
III - terão mandato de 2 (dois) anos, permitida 1 (uma) recondução. 
§ 4º A participação no Conselho Nacional de Proteção de Dados Pessoais e da Privacidade 
será considerada prestação de serviço público relevante, não remunerada. 
Art. 58-B. Compete ao Conselho Nacional de Proteção de Dados Pessoais e da Privacidade: 
I - propor diretrizes estratégicas e fornecer subsídios para a elaboração da Política Nacional 
de Proteção de Dados Pessoais e da Privacidade e para a atuação da ANPD; 
II - elaborar relatórios anuais de avaliação da execução das ações da Política Nacional de 
Proteção de Dados Pessoais e da Privacidade; 
III - sugerir ações a serem realizadas pela ANPD; 
IV - elaborar estudos e realizar debates e audiências públicas sobre a proteção de dados pes-
soais e da privacidade; e 
V - disseminar o conhecimento sobre a proteção de dados pessoais e da privacidade à popu-
lação. 
 
11) Disposições Finais e Transitórias 
A LGPD determina que a empresa estrangeira deverá ser notificada e intimada de todos os atos 
processuais previstos na Lei, independentemente de procuração ou de disposição contratual ou es-
tatutária, na pessoa do agente ou representante ou pessoa responsável por sua filial, agência, sucur-
sal, estabelecimento ou escritório instalado no Brasil. 
A LGPD entrou em vigor no dia 28/12/2018 quanto aos art. 55-A, art. 55-B, art. 55-C, art. 55-D, art. 
55-E, art. 55-F, art. 55-G, art. 55-H, art. 55-I, art. 55-J, art. 55-K, art. 55-L, art. 58-A e art. 58-B. Quanto 
aos demais artigos, entrou em vigor no dia 15/07/2020. Por fim, os arts. 52, 53 e 54 entraram em 
vigor mais recentemente, no dia 01/08/2021. 
 
LEGISLAÇÃO ANTICORRUPÇÃO: LEI Nº 12.846/2013 E DECRETO Nº 11.129/2022 
 
 
168 
 
O edital trouxe expressamente a cobrança de legislação anticorrupção, outro tema muito importante 
dentro do universo bancário. 
Dentro deste assunto elencou a chamada Lei Anticorrupção (Lei 12.846/2013) e o Decreto nº 
8.420/2015 e suas alterações. Porém, este decreto foi revogado recentemente pelo Decreto 
11.129/22 que regulamenta a referida lei. Assim focaremos no Decreto mais atual, em que pese a 
previsão do edital. 
Além disso, trabalharemos de forma conjunta a Lei Anticorrupção e o Decreto nº 11.129/22, mas não 
se esqueça de realizar a leitura do conteúdo literal integralmente a fim de aumentar o seu conheci-
mento acerca deste tema. 
Até mesmo devido a mudança citada, este tema ganhou especial relevância, aumentando a chance 
de ser cobrado, portanto, fique atento! 
 
1) Disposições Preliminares 
A Lei 12.846/13 dispõe sobre a responsabilização administrativa e civil de pessoas jurídicas pela prá-
tica de atos contra a administração pública, nacional ou estrangeira, e dá outras providências. 
 Esta Lei se aplica: 
 
 
Estas pessoas jurídicas serão responsabilizadas de forma OBJETIVA, nos âmbitos administrativo e

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