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Sumário 
1. Sistema Financeiro Nacional ................................................................................... 10 
1.1 Atribuições dos órgãos e agentes reguladores: Conselho Monetário Nacional 
(CMN), Banco Central do Brasil, Comissão de Valores Mobiliários (CVM). ........... 11 
1.1.2 Autonomia do Banco Central (Lei complementar n° 179) ................................ 13 
1.2 Comissão de Valores Mobiliários (CVM) ............................................................ 15 
1.3 Superintendência Nacional de Seguros Privados (SUSEP) .................................. 16 
1.4 Superintendência Nacional de Previdência Complementar (PREVIC) ................ 16 
1.5 Instituições financeiras: Bancos Múltiplos, Bancos de Investimento, 
Distribuidoras e Corretoras de Títulos e Valores Mobiliários, de Câmbio e de Futuros
 .................................................................................................................................... 17 
1.6 Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB) ............................................................. 21 
1.7 Câmaras de Compensação/Liquidação: B3 e SELIC............................................ 22 
1.8 Comitê de Política Monetária (COPOM) ............................................................. 24 
1.9 Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional (CRSFN) ...................... 25 
2. Mercado Financeiro e seus desdobramentos.......................................................... 30 
2.1 Mercado de Capitais ............................................................................................. 32 
2.2 Mercado Monetário ............................................................................................... 34 
2.3 Mercado de Crédito .............................................................................................. 35 
2.4 Mercado Cambial .................................................................................................. 35 
3. Moeda e Política Monetária: políticas monetárias convencionais e não-
convencionais (quantitative easing) ............................................................................ 39 
3.1 Políticas Monetárias Convencionais ..................................................................... 42 
3.2 Política monetária não-convencional (Quantitative easing) ................................. 45 
3.3 Taxa Selic e Operações Compromissadas ............................................................ 46 
3.4 Debate sobre depósitos remunerados dos Bancos Comerciais no Banco Central do 
Brasil ........................................................................................................................... 49 
4. Orçamento Público ................................................................................................... 52 
4.1 Títulos do Tesouro Nacional ................................................................................. 53 
4.1.1 Títulos Públicos Federais: Letras do Tesouro Nacional (LTN), Letras 
Financeiras do Tesouro (LFT) e Notas do Tesouro Nacional (NTN) ......................... 54 
4.2 Dívida Pública ....................................................................................................... 57 
5. Produtos bancários: noções de cartões de crédito e débito, crédito direto ao 
consumidor, crédito rural, poupança, capitalização, previdência, consórcio, 
investimentos e seguros. ............................................................................................... 63 
5.1 Cartões de crédito e débito .................................................................................... 63 
5.2 Crédito direto ao consumidor ............................................................................... 65 
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5.3 Crédito rural .......................................................................................................... 66 
5.4 Poupança ............................................................................................................... 67 
5.5 Capitalização ......................................................................................................... 68 
5.6 Previdência ............................................................................................................ 70 
5.7 Consórcio .............................................................................................................. 71 
5.8 Investimentos e seguros ........................................................................................ 73 
6. Noções de Mercado de Capitais ............................................................................... 78 
6.1 UNITS – Certificado de Depósito de Ações ......................................................... 79 
6.2 ADRs – American Depositary Receipts: conceituação, operacionalização, 
vantagens e tipos ......................................................................................................... 80 
6.3 BDRs – Brazilian Depositary Receipts: conceituação, operacionalização, 
vantagens e tipos ......................................................................................................... 80 
6.4 Rendimentos de Ações .......................................................................................... 81 
6.4.1 Dividendos ......................................................................................................... 81 
6.4.2 Juros Sobre o Capital Próprio (JSCP) ................................................................ 83 
6.4.3 Direito de Subscrição ......................................................................................... 84 
6.4.4 Bonificação ........................................................................................................ 85 
6.4.5 Desdobramento e Grupamento .......................................................................... 85 
6.4.6 Ganho de capital ................................................................................................ 86 
6.5 Formador de mercado ........................................................................................... 86 
6.6 Tipos de ordens ..................................................................................................... 87 
6.7 Registro e Liquidação (SELIC e B3) .................................................................... 88 
6.8 Mecanismos de ofertas públicas ........................................................................... 89 
6.8.1 Garantia residual ou com garantias de sobras (stand-by) .................................. 90 
6.8.2 Garantia de melhores esforços (best-efforts) ..................................................... 91 
6.8.3 Underwriting ...................................................................................................... 91 
6.8.4 Bookbuilding ..................................................................................................... 94 
6.8.5 Oferta pública de aquisição (OPA) .................................................................... 95 
6.9 Funcionamento da B3 ........................................................................................... 96 
6.10 Venda a descoberto ............................................................................................. 97 
6.11 Aluguel de ações ................................................................................................. 97 
6.12 Compra de ações com uso de margem................................................................ 98 
6.13 Garantias ............................................................................................................. 98 
6.14 Custos de execução ............................................................................................. 99 
6.15 Negociações à vista e a termo com ações ........................................................... 99 
6.16 Operações com ouro ........................................................................................... 99 
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7 Noções de Mercado de Câmbio: instituições autorizadas a operar e operações 
básicas. ......................................................................................................................... 105 
8 Regimes de taxas de câmbio fixas, flutuantes e regimes intermediários ............ 105 
9 Taxas de câmbio nominais e reais .......................................................................... 105 
10 Impactos das taxas de câmbio sobre as exportações e importações ................. 105 
11 Diferencial de juros interno e externo, prêmios de risco, fluxos de capitais e seus 
impactos sobre as taxas de câmbio. ........................................................................... 105 
7.1 Regimes cambiais ............................................................................................... 110 
7.2 Política cambial ................................................................................................... 110 
7.3 Swap cambial ...................................................................................................... 112 
7.4 Balanço de pagamentos e a balança comercial ................................................... 113 
12 Operações Compromissadas ................................................................................. 118 
12.1 A taxa DI Over e o mercado interfinanceiro ..................................................... 118 
13 Mercado bancário .................................................................................................. 122 
13.1 operações de tesouraria ..................................................................................... 122 
13.2 Varejo bancário ................................................................................................. 122 
13.3 Recuperação de crédito ..................................................................................... 123 
13.3.1 Cobrança de crédito ....................................................................................... 123 
14 taxas de juros de curto prazo e a curva de juros; taxas de juros nominais e reais
 ...................................................................................................................................... 127 
15 Garantias do sistema financeiro nacional ........................................................... 132 
16. Dos Crimes de "Lavagem" ou Ocultação de Bens, Direitos e Valores ............ 137 
16.1 Das pessoas sujeitas ao mecanismo de controle (Capítulo V) .......................... 138 
16.2 Da identificação de clientes e manutenção de registros (Capítulo VI) ............. 139 
16.3 Da Comunicação de Operações Financeiras (Capítulo VII) ............................. 141 
16.4 Da responsabilidade administrativa (Capítulo VIII) ......................................... 142 
16.5. Resolução CVM nº 50 ..................................................................................... 143 
16.5.1. Do âmbito, definições e finalidade ............................................................... 143 
16.5.2 Da avaliação interna de risco ......................................................................... 145 
16.5.3 Da identificação e monitoramento de funcionários e prestadores de serviços 
relevantes .................................................................................................................. 150 
16.5.4 Da identificação e cadastro de clientes .......................................................... 150 
16.5.5 Do registro de transações ............................................................................... 153 
16.5.6 Do período de conservação dos cadastros e registros .................................... 154 
16.5.7 Do monitoramento e da comunicação das operações .................................... 154 
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16.5.8 Do cumprimento de sanções de indisponibilidade de ativos impostas por 
resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas – CSNU ........................ 158 
17 Autorregulação bancária ...................................................................................... 163 
17.1 Conselho de autorregulação FEBRABAN........................................................ 163 
17.2 Comissão executiva de autorregulação FEBRABAN ...................................... 163 
17.3 Diretoria de autorregulação FEBRABAN ........................................................ 163 
17.4 Autorregulação Bancária ANBIMA ................................................................. 166 
17.4.1 Compromisso de autorregular ANBIMA ...................................................... 167 
18 Sigilo bancário ....................................................................................................... 171 
19 Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) ............................................................ 179 
19.1 CAPÍTULO I - DISPOSIÇÕES PRELIMINARES .......................................... 179 
19.2 CAPÍTULO II DO TRATAMENTO DE DADOS PESSOAIS ....................... 182 
19.2.1 Seção I - Dos Requisitos para o Tratamento de Dados Pessoais ................... 182 
19.2.2 Seção II - Do Tratamento de Dados Pessoais Sensíveis ................................ 185 
19.2.3 Seção III - Do Tratamento de Dados Pessoais de Crianças e de Adolescentes
 .................................................................................................................................. 187 
19.2.4 Seção IV - Do Término do Tratamento de Dados ......................................... 187 
19.3 CAPÍTULO III - DOS DIREITOS DO TITULAR .......................................... 188 
19.4 CAPÍTULO V - DA TRANSFERÊNCIA INTERNACIONAL DE DADOS . 190 
19.5 CAPÍTULO VI - DOS AGENTES DE TRATAMENTO DE DADOS 
PESSOAIS ................................................................................................................ 191 
19.5.1 Seção I - Do Controlador e do Operador ....................................................... 191 
19.5.2 Seção II - Do Encarregado pelo Tratamento de Dados Pessoais ................... 191 
19.5.3 Seção III - Da Responsabilidade e do Ressarcimento de Danos ................... 192 
19.6 CAPÍTULO VII - DA SEGURANÇA E DAS BOAS PRÁTICAS ................. 193 
19.6.1 Seção I - Da Segurança e do Sigilo de Dados ................................................ 193 
19.6.2 Seção II - Das Boas Práticas e da Governança .............................................. 194 
19.7 CAPÍTULO VIII - DA FISCALIZAÇÃO ........................................................ 195 
19.7.1 Seção I - Das Sanções Administrativas ......................................................... 195 
19.8 CAPÍTULO IX - DA AUTORIDADE NACIONAL DE PROTEÇÃO DE 
DADOS (ANPD) E DO CONSELHO NACIONAL DE PROTEÇÃO DE DADOS 
PESSOAIS E DA PRIVACIDADE .......................................................................... 196 
19.8.1 Seção I - Da Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) ............... 196 
19.8.2 Seção II - Do Conselho Nacional de Proteção de Dados Pessoais e da 
Privacidade ................................................................................................................200 
20 CAPÍTULO I - DISPOSIÇÕES GERAIS ........................................................... 204 
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20.1 CAPÍTULO II - DOS ATOS LESIVOS À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
NACIONAL OU ESTRANGEIRA .......................................................................... 204 
20.1.1 CAPÍTULO III - DA RESPONSABILIZAÇÃO ADMINISTRATIVA ....... 205 
20.1.2 CAPÍTULO IV - DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DE 
RESPONSABILIZAÇÃO ........................................................................................ 207 
20.1.3 CAPÍTULO V - DO ACORDO DE LENIÊNCIA ........................................ 208 
20.1.4 CAPÍTULO VI - DA RESPONSABILIZAÇÃO JUDICIAL ....................... 209 
20.1.5 CAPÍTULO VII - DISPOSIÇÕES FINAIS ................................................... 210 
20.2 CAPÍTULO I - DISPOSIÇÕES PRELIMINARES .......................................... 212 
20.2.1 - CAPÍTULO II - DA RESPONSABILIZAÇÃO ADMINISTRATIVA ...... 212 
20.2.1.1 - Seção I - Da investigação preliminar ........................................................ 212 
20.2.1.2 Seção II - Do Processo Administrativo de Responsabilização ................... 213 
20.2.2 CAPÍTULO III - DAS SANÇÕES ADMINISTRATIVAS E DOS 
ENCAMINHAMENTOS JUDICIAIS ..................................................................... 217 
20.2.2.1 Seção I - Disposições gerais ....................................................................... 217 
20.2.2.2 Seção II - Da multa ..................................................................................... 218 
20.2.2.3 Seção IV - Da cobrança da multa aplicada ................................................. 221 
20.3 CAPÍTULO IV - DO ACORDO DE LENIÊNCIA .......................................... 222 
20.4 CAPÍTULO V - DO PROGRAMA DE INTEGRIDADE ................................ 228 
20.5 CAPÍTULO VI - DO CADASTRO NACIONAL DE EMPRESAS INIDÔNEAS 
E SUSPENSAS E DO CADASTRO NACIONAL DE EMPRESAS PUNIDAS .... 230 
20.6 CAPÍTULO VII - DISPOSIÇÕES FINAIS ...................................................... 232 
21 CAPÍTULO I - DO OBJETO E DO ÂMBITO DE APLICAÇÃO ................... 236 
21.1 CAPÍTULO II - DA POLÍTICA DE SEGURANÇA CIBERNÉTICA ........... 236 
21.1.1 Seção I - Da Implementação da Política de Segurança Cibernética .............. 236 
21.1.2 Seção II - Da Divulgação da Política de Segurança Cibernética ................... 237 
21.1.3 Seção III - Do Plano de Ação e de Resposta a Incidentes ............................. 238 
21.2 CAPÍTULO III - DA CONTRATAÇÃO DE SERVIÇOS DE 
PROCESSAMENTO E ARMAZENAMENTO DE DADOS E DE COMPUTAÇÃO 
EM NUVEM ............................................................................................................. 239 
21.3 CAPÍTULO IV - DISPOSIÇÕES GERAIS ..................................................... 242 
21.4 CAPÍTULO V - DISPOSIÇÕES FINAIS ........................................................ 244 
22 Ética aplicada: ética, moral, valores e virtudes .................................................. 248 
22.1 Ética empresarial e profissional ........................................................................ 248 
22.2 A gestão da ética nas empresas públicas e privadas ......................................... 248 
22.3 Código de Ética do Banco do Brasil ................................................................. 250 
23 Política de Responsabilidade Socioambiental do Banco do Brasil .................... 264 
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Atualidades do Mercado Financeiro ......................................................................... 271 
1 Os bancos na era digital: atualidade, tendências e desafios ................................ 271 
2 e 3 Internet e mobile banking ................................................................................. 273 
2.1 Real digital .......................................................................................................... 273 
4 Open Banking (open finance) ................................................................................. 279 
4.1 Informações gerais .............................................................................................. 279 
4.2 Compartilhamento de dados e transações ........................................................... 281 
4.3 Consentimento .................................................................................................... 282 
4.4 Segurança dos dados ........................................................................................... 284 
4.5 Instituições participantes ..................................................................................... 285 
5 Novos modelos de negócios ..................................................................................... 288 
5.1 Evolução histórica do mercado de pagamentos no Brasil .................................. 289 
5.2 Ampliando concorrência no mercado de pagamentos ........................................ 289 
5.3 Desafios e oportunidades para o futuro .............................................................. 291 
6 Fintechs de crédito e bancos digitais ...................................................................... 292 
6.1 Fintechs de crédito .............................................................................................. 293 
6.2 Sociedade de Crédito Direto ............................................................................... 293 
6.3 Sociedade de Empréstimo entre pessoas ............................................................ 295 
6.4 Bancos Digitais ................................................................................................... 296 
6.5 Marketplace ........................................................................................................ 297 
7 Shadow Banking no Brasil ...................................................................................... 301 
7.1 Basileia I e II ....................................................................................................... 302 
7.1.1 Basileia III ........................................................................................................ 302 
7.2 Interconectividade do shadow banking com o sistema bancário ........................ 304 
7.2 Regulação e supervisão ....................................................................................... 304 
9 O dinheiro na era digital: blockchain, bitcoin e demais criptomoedas .............. 308 
11 Correspondentes bancários .................................................................................. 315 
12 Arranjos de pagamentos ....................................................................................... 318 
13 Sistema de pagamentos instantâneo (PIX) .......................................................... 323 
13.1 Diferença entre Pix e outros meios de transferência e de pagamento............... 323 
13.2 Regras de funcionamento do Pix: ..................................................................... 324 
14 Segmentação e interações digitais ........................................................................ 328 
 
 
 
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1. Sistema Financeiro Nacional 
O sistema financeiro nacional (SFN) é formado por um conjunto de entidades e 
instituições que promovem a intermediação financeira, isto é, o encontro entre credores e 
tomadoresde recursos. É por meio do sistema financeiro que as pessoas, as empresas e o 
governo circulam a maior parte dos seus ativos, pagam suas dívidas e realizam seus 
investimentos. 
O SFN é organizado por agentes normativos, supervisores e operadores. Os órgãos 
normativos determinam regras gerais para o bom funcionamento do sistema. As entidades 
supervisoras trabalham para que os integrantes do sistema financeiro sigam as regras 
definidas pelos órgãos normativos. Os operadores são as instituições que ofertam serviços 
financeiros no papel de intermediários. 
O Conselho Monetário Nacional (CMN) é o órgão normativo responsável pela 
formulação da política da moeda e do crédito, ou seja, é a instância de coordenação da 
política macroeconômica do governo federal. É no CMN em que se decide a meta para a 
inflação, as diretrizes para o câmbio e as normas principais para o funcionamento das 
instituições financeiras, entre outras atribuições. 
Compete ao Banco Central do Brasil (BC) garantir o cumprimento das normas do 
CMN. O BC monitora e fiscaliza o sistema financeiro e executa as políticas monetária, 
cambial e de crédito. 
O Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional (CRSFN) é um órgão 
colegiado, de segundo grau, integrante da estrutura do Ministério da Economia e tem por 
finalidade julgar, em última instância administrativa, os recursos contra as sanções 
aplicadas pelo BC e CVM e, nos processos de lavagem de dinheiro, as sanções aplicadas 
pelo Conselho de Controle de Atividade Financeiras (COAF) e demais autoridades 
competentes. 
A estrutura organizacional do Sistema Financeiro Nacional pode ser verificada na 
imagem abaixo: 
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1.1 Atribuições dos órgãos e agentes reguladores: Conselho Monetário Nacional (CMN), 
Banco Central do Brasil, Comissão de Valores Mobiliários (CVM). 
No Brasil, as autoridades monetárias são: o Conselho Monetário Nacional (CMN) e 
o Banco Central do Brasil (BC). A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) é um 
órgão que fiscaliza o mercado de capitais, principalmente no que tange às empresas de 
capital aberto. O CMN é um órgão do Poder Executivo, enquanto o BC e a CVM são 
autarquias, com a obrigação de operacionalizar as diretrizes políticas do Governo Federal. 
A partir de suas funções básicas, a política do CMN objetivará: 
• Orientar a aplicação dos recursos das instituições financeiras, quer públicas, quer 
privadas; tendo em vista propiciar, nas diferentes regiões do País, condições 
favoráveis ao desenvolvimento harmônico da economia nacional; 
• Propiciar o aperfeiçoamento das instituições e dos instrumentos financeiros, com 
vistas à maior eficiência do sistema de pagamentos e de mobilização de recursos; 
• Zelar pela liquidez e solvência das instituições financeiras; 
• Coordenar as políticas monetária, creditícia, orçamentária, fiscal e da dívida 
pública, interna e externa. 
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Compete ao CMN, segundo diretrizes estabelecidas pelo Presidente da República: 
• Aprovar os orçamentos monetários, preparados pelo Banco Central, por meio dos 
quais se estimarão as necessidades globais de moeda e crédito; 
• Fixar as diretrizes e normas da política cambial, inclusive quanto a compra e 
venda de ouro e quaisquer operações em Direitos Especiais de Saque e em moeda 
estrangeira; 
• Disciplinar o crédito em todas as suas modalidades e as operações creditícias em 
todas as suas formas, inclusive aceites, avais e prestações de quaisquer garantias 
por parte das instituições financeiras; 
• Regular a constituição, funcionamento e fiscalização dos que exercerem 
atividades subordinadas a esta lei, bem como a aplicação das penalidades 
previstas; 
• Limitar, sempre que necessário, as taxas de juros, descontos, comissões e 
qualquer outra forma de remuneração de operações e serviços bancários ou 
financeiros, 
• Determinar a percentagem máxima dos recursos que as instituições financeiras 
poderão emprestar a um mesmo cliente ou grupo de empresas; 
• Expedir normas gerais de contabilidade e estatística a serem observadas pelas 
instituições financeiras; 
• Delimitar, com periodicidade não inferior a dois anos o capital mínimo das 
instituições financeiras privadas, levando em conta sua natureza, bem como a 
localização de suas sedes e agências ou filiais. 
• Disciplinar as atividades das Bolsas de Valores e dos corretores de fundos 
públicos; 
• Baixar normas que regulem as operações de câmbio, inclusive swaps, fixando 
limites, taxas, prazos e outras condições 
O BC é uma autarquia de natureza especial – que se caracteriza por não possuir 
vinculação com ministério e com autonomia técnica, operacional, administrativa e 
financeira, pela investidura a termo de seus dirigentes e pela estabilidade durante seus 
mandatos - estabelecida pela Lei complementar n° 179/2021. 
Compete privativamente ao Banco Central do Brasil: 
• Emitir papel moeda; 
• Executar os serviços do meio-circulante; 
• Determinar o recolhimento de até 100% do total dos depósitos à vista e de até 
60% de outros títulos contáveis das instituições financeiras; 
• Receber os recolhimentos compulsórios e os depósitos voluntários à vista das 
instituições financeiras; 
• Realizar operações de redesconto e empréstimo com instituições financeiras 
públicas e privadas; 
• Efetuar, como instrumento de política monetária, operações de compra e venda 
de títulos públicos federais; 
• Efetuar, como instrumento de política cambial, operações de compra e venda de 
moeda estrangeira e operações com instrumentos derivativos no mercado interno; 
• Exercer o controle do crédito sob todas as suas formas; 
• Efetuar o controle dos capitais estrangeiros; 
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• Exercer a fiscalização das instituições financeiras e aplicar as penalidades 
previstas; 
• Conceder autorização às instituições financeiras, a fim de que possam: 
o funcionar no País; 
o instalar ou transferir suas sedes, ou dependências, inclusive no 
exterior; 
o ser transformadas, fundidas, incorporadas ou encampadas; 
o praticar operações de câmbio, crédito real e venda de títulos da dívida 
pública federal, estadual ou municipal, ações, Debêntures, letras 
hipotecárias e outros títulos de crédito ou mobiliários; 
o alterar seus estatutos. 
o alienar ou, por qualquer outra forma, transferir o seu controle 
acionário. 
• Estabelecer condições para a posse e para o exercício de quaisquer cargos de 
administração de instituições financeiras privadas 
• Atuar no sentido do funcionamento regular do mercado cambial, da estabilidade 
relativa das taxas de câmbio e do equilíbrio no balanço de pagamentos, podendo 
para esse fim comprar e vender ouro e moeda estrangeira, bem como realizar 
operações de crédito no exterior, inclusive os referentes aos Direitos Especiais de 
Saque, e separar os mercados de câmbio financeiro e comercial; 
1.1.2 Autonomia do Banco Central (Lei complementar n° 179) 
 
Em 24 de fevereiro de 2021 o Presidente da República sancionou a Lei 
Complementar n° 179, que define os objetivos do Banco Central do Brasil e dispõe sobre 
sua autonomia e sobre a nomeação e exoneração de seu Presidente e de seus diretores; e 
altera o artigo da Lei n° 4.595, de 31 de dezembro de 1964. 
Art. 1º O Banco Central do Brasil tem por objetivo fundamental assegurar a 
estabilidade de preços. 
Parágrafo único. Sem prejuízo de seu objetivo fundamental, o Banco Central do Brasil 
também tem por objetivos zelar pela estabilidade e pela eficiência do sistema financeiro,suavizar as flutuações do nível de atividade econômica e fomentar o pleno emprego. 
Art. 2º As metas de política monetária serão estabelecidas pelo Conselho Monetário 
Nacional, competindo privativamente ao Banco Central do Brasil conduzir a política 
monetária necessária para cumprimento das metas estabelecidas. 
 
Art. 3º A Diretoria Colegiada do Banco Central do Brasil terá 9 (nove) membros, 
sendo um deles o seu Presidente, todos nomeados pelo Presidente da República entre 
Dica do professor: o Conselho Monetário Nacional (CMN) continua ditando as 
normas para o BC, mesmo com sua autonomia. Porém, alguns pontos que antes o BC 
precisava de autorização do CMN, hoje já não precisa mais, tal como a emissão do 
papel-moeda. 
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brasileiros idôneos, de reputação ilibada e de notória capacidade em assuntos econômico-
financeiros ou com comprovados conhecimentos que os qualifiquem para a função. 
Art. 4º O Presidente e os Diretores do Banco Central do Brasil serão indicados pelo 
Presidente da República e por ele nomeados, após aprovação de seus nomes pelo 
Senado Federal. 
§ 1º O mandato do Presidente do Banco Central do Brasil terá duração de 4 (quatro) 
anos, com início no dia 1º de janeiro do terceiro ano de mandato do Presidente da 
República. 
§ 2º Os mandatos dos Diretores do Banco Central do Brasil terão duração de 4 
(quatro) anos, observando-se a seguinte escala: 
I - 2 (dois) Diretores terão mandatos com início no dia 1º de março do primeiro ano 
de mandato do Presidente da República; 
II - 2 (dois) Diretores terão mandatos com início no dia 1º de janeiro do segundo ano 
de mandato do Presidente da República; 
III - 2 (dois) Diretores terão mandatos com início no dia 1º de janeiro do terceiro ano 
de mandato do Presidente da República; e 
IV - 2 (dois) Diretores terão mandatos com início no dia 1º de janeiro do quarto ano 
de mandato do Presidente da República. 
 
§ 3º O Presidente e os Diretores do Banco Central do Brasil poderão ser 
reconduzidos 1 (uma) vez, por decisão do Presidente da República, observando-se o 
disposto no caput deste artigo na hipótese de novas indicações para mandatos não 
consecutivos. 
§ 4º O prazo de gestão do Presidente e de cada um dos Diretores do Banco Central 
do Brasil estender-se-á até a investidura do sucessor no cargo. 
Art. 5º O Presidente e os Diretores do Banco Central do Brasil serão exonerados 
pelo Presidente da República: 
I - a pedido; 
II - no caso de acometimento de enfermidade que incapacite o titular para o exercício 
do cargo; 
III - quando sofrerem condenação, mediante decisão transitada em julgado ou 
proferida por órgão colegiado, pela prática de ato de improbidade administrativa ou de 
crime cuja pena acarrete, ainda que temporariamente, a proibição de acesso a cargos 
públicos; 
Esse é um ponto chave da autonomia do Banco Central, uma vez que tira o poder de 
o Presidente da República indicar no mesmo ano de seu mandato um novo Presidente 
para o Banco Central. 
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IV - quando apresentarem comprovado e recorrente desempenho insuficiente para o 
alcance dos objetivos do Banco Central do Brasil. 
§ 1º Na hipótese de que trata o inciso IV do caput deste artigo, compete ao Conselho 
Monetário Nacional submeter ao Presidente da República a proposta de exoneração, cujo 
aperfeiçoamento ficará condicionado à prévia aprovação, por maioria absoluta, do Senado 
Federal. 
§ 2º Ocorrendo vacância do cargo de Presidente ou de Diretor do Banco Central do 
Brasil, um substituto será indicado e nomeado para completar o mandato, observados os 
procedimentos estabelecidos no art. 3º e no caput do art. 4º desta Lei Complementar, 
devendo a posse ocorrer no prazo de 15 (quinze) dias, contado da aprovação do nome 
pelo Senado Federal. 
§ 3º Na hipótese do § 2º deste artigo, o cargo de Presidente do Banco Central do 
Brasil será exercido interinamente pelo Diretor com mais tempo no exercício do 
cargo e, dentre os Diretores com o mesmo tempo de exercício, pelo mais idoso, até a 
nomeação de novo Presidente. 
Art. 6º O Banco Central do Brasil é autarquia de natureza especial caracterizada 
pela ausência de vinculação a Ministério, de tutela ou de subordinação hierárquica, pela 
autonomia técnica, operacional, administrativa e financeira, pela investidura a termo de 
seus dirigentes e pela estabilidade durante seus mandatos, bem como pelas demais 
disposições constantes desta Lei Complementar ou de leis específicas destinadas à sua 
implementação. 
... 
Art. 9º O cargo de Ministro de Estado Presidente do Banco Central do Brasil fica 
transformado no cargo de Natureza Especial de Presidente do Banco Central do Brasil. 
Art. 10. É vedado ao Presidente e aos Diretores do Banco Central do Brasil: 
III - participar do controle societário ou exercer qualquer atividade profissional direta 
ou indiretamente, com ou sem vínculo empregatício, junto a instituições do Sistema 
Financeiro Nacional, após o exercício do mandato, exoneração a pedido ou demissão 
justificada, por um período de 6 (seis) meses. 
Art. 11. O Presidente do Banco Central do Brasil deverá apresentar, no Senado 
Federal, em arguição pública, no primeiro e no segundo semestres de cada ano, relatório 
de inflação e relatório de estabilidade financeira, explicando as decisões tomadas no 
semestre anterior. 
1.2 Comissão de Valores Mobiliários (CVM) 
A (CVM) é um órgão supervisor do Sistema Financeiro Nacional sendo considerada 
entidade autárquica em regime especial, vinculada ao Ministério da Economia, com 
personalidade jurídica e patrimônio próprios, dotada de autoridade administrativa 
independente, ausência de subordinação hierárquica, mandato fixo e estabilidade de seus 
dirigentes, e autonomia financeira e orçamentária. 
Compete privativamente a CVM: 
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• promover a expansão e o funcionamento eficiente e regular do mercado da bolsa 
e de balcão, e estimular as aplicações permanentes em ações do capital social de 
companhias abertas sob controle de capitais privados nacionais (formação de 
poupança e investimentos no mercado de valores mobiliários); 
• Fixar e implementar as diretrizes e normas do Mercado de Valores Mobiliários; 
• Proteger os titulares contra emissões irregulares de valores mobiliários, atos 
ilegais de administradores e acionistas controladores de companhias aberta e o 
uso de informação relevante não divulgada no mercado de valores mobiliários 
(insider trading); 
• Fiscalizar a emissão, distribuição e negociação dos títulos emitidos pelas S.A. de 
capital aberto; 
• Fiscalização de fundos de investimentos (Instrução CVM n°555/14); 
• Regulamentar as matérias previstas na Lei 6.385/1976 (lei da criação da CVM) 
e na Lei 6.404/1976 (Lei das S/A); 
• Propor ao CMN a eventual fixação de limites máximos de preço, comissões, 
emolumentos e quaisquer outras vantagens cobradas pelos intermediários do 
mercado; 
• Fiscalizar e inspecionar as companhias abertas dada prioridade às que não 
apresentem lucro em balanço ou às que deixem de pagar o dividendo mínimo 
obrigatório; 
1.3 Superintendência Nacional de Seguros Privados (SUSEP) 
A Superintendência de Seguros Privados (SUSEP) é o órgão responsável pelo 
controle e pela fiscalização do mercado de seguros, previdência complementar aberta 
e capitalização. 
Autarquia vinculada ao Ministério da Economia, foi criada pelo Decreto-Lei n° 73 
de 21 de novembro de 1966, que também instituiu o Sistema Nacional de Seguros 
Privados,do qual fazem parte o Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP), a 
SUSEP, o Instituto de Resseguros do Brasil (IRB), as sociedades autorizadas a operar em 
seguros privados e capitalização, as entidades de previdência complementar aberta e os 
corretores habilitados. 
O CNSP é o órgão responsável por fixar as diretrizes e normas da política de seguros 
privados. 
1.4 Superintendência Nacional de Previdência Complementar (PREVIC) 
A Superintendência Nacional de Previdência Complementar (PREVIC) é um 
órgão do Ministério da Economia responsável por fiscalizar as atividades das entidades 
fechadas de previdência complementar (fundos de pensão). 
A PREVIC pode ser considerada como o braço fiscalizador do Conselho Nacional 
de Previdência Complementar (CNPC), que tem a função de regular o regime de 
previdência complementar operado pelas entidades fechadas de previdência 
complementar. 
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À PREVIC compete: 
• propor as diretrizes básicas para o Sistema de Previdência Complementar; 
• harmonizar as atividades das entidades fechadas de previdência 
complementar com as políticas de desenvolvimento social e econômico-
financeira do Governo; 
• fiscalizar, supervisionar, coordenar, orientar e controlar as atividades 
relacionadas com a previdência complementar fechada; 
• analisar e aprovar os pedidos de autorização para constituição, 
funcionamento, fusão, incorporação, grupamento, transferência de controle 
das entidades fechadas de previdência complementar, bem como examinar e 
aprovar os estatutos das referidas entidades, os regulamentos dos planos de 
benefícios e suas alterações; 
• examinar e aprovar os convênios de adesão celebrados por patrocinadores e 
instituidores, autorizar a retirada de patrocínio e decretar a administração 
especial em planos de benefícios operados pelas entidades fechadas de 
previdência complementar, bem como propor ao Ministro a decretação de 
intervenção ou liquidação das referidas entidades. 
 
1.5 Instituições financeiras: Bancos Múltiplos, Bancos de Investimento, Distribuidoras e 
Corretoras de Títulos e Valores Mobiliários, de Câmbio e de Futuros 
Os bancos múltiplos são instituições financeiras com licença para fornecer uma 
ampla gama de serviços bancários comerciais, operações de câmbio, de investimento, 
financiamento ao consumidor e outros serviços, inclusive gerenciamento de fundos e 
financiamento de imóveis. 
Os bancos múltiplos surgiram através da resolução n° 1.524 do Conselho Monetário 
Nacional, de 21 de setembro de 1988, e da regulamentação pela circular do Banco Central 
do Brasil n° 1.364. São bancos que podem operar simultaneamente, com autorização do 
Banco Central, carteiras de banco comercial, de investimento, de crédito imobiliário, de 
crédito, financiamento e investimento, de arrendamento mercantil (leasing) e de 
desenvolvimento, constituindo-se em uma só instituição financeira de carteiras múltiplas 
com personalidade jurídica própria, e que pode selecionar o que deseja operar, entre as 
A PREVIC se relaciona com os órgãos normativos do sistema financeiro na 
observação das exigências legais de aplicação das reservas técnicas, fundos especiais 
e provisões que as entidades sob sua jurisdição são obrigadas a constituir e que têm 
diretrizes estabelecidas pelo CMN. 
Dica do professor: lembre-se que SUSEP fiscaliza previdência complementar 
ABERTA, ou seja, aquela na qual o aplicador pode entrar e sair a qualquer momento, 
e que é disponibilizada ao público em geral. A PREVIC fiscaliza previdência 
complementar FECHADA, ou seja, os fundos de pensão – que são os planos de 
previdência exclusivos para um determinado grupo de funcionários. Como por 
exemplo: funcionários do Banco do Brasil, que possuem um plano de previdência 
exclusivo para eles. 
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modalidades referidas. Eles surgiram com a finalidade de racionalizar a administração 
das instituições financeiras, permitindo que ela tenha personalidade própria, modificando 
assim o sistema de conglomerados financeiros com razões sociais específicas que 
existiam desde o final da década de 1960 no Brasil. A criação dessas instituições permitiu 
a redução da burocracia das operações financeiras por concentrar em uma única razão 
social diversas carteiras de atividades. 
Os bancos múltiplos passaram a operar em todos os segmentos de intermediação 
financeira, através das carteiras listadas a seguir, não havendo vinculação entre as fontes 
de recursos captados e as suas aplicações: 
• carteira comercial (BC); 
• carteira de investimento (BI); 
• carteira de desenvolvimento (BD); 
• carteira de crédito imobiliário (SCI); 
• carteira de crédito, financiamento e investimento (SCFI); 
• carteira de arrendamento mercantil (SAM). 
Os bancos múltiplos resultantes de conglomerados estatais podem, ainda, oferecer a 
carteira de fomento (banco de desenvolvimento). 
Para configurar a existência do banco múltiplo, devem-se possuir pelo menos duas 
carteiras mencionadas, sendo uma delas, obrigatoriamente, comercial ou de 
investimento. 
Os bancos comerciais são considerados a base do sistema monetário. Segundo o 
manual de organização do sistema financeiro do Banco Central, seu objetivo é 
proporcionar o suprimento adequado de recursos necessários para financiar, a curto e 
médio prazos, a indústria, as empresas prestadoras de serviços e as pessoas físicas. 
Para tanto, podem, entre outras atividades, descontar títulos, realizar operações de 
abertura de crédito simples ou em conta corrente, captar recursos à vista e a prazo fixo, 
repassar aos clientes recursos de instituições oficiais e obter recursos externos para 
repasse. 
A captação de depósito à vista, livremente movimentáveis, é atividade típica do 
banco comercial, o qual pode também captar depósitos a prazo. 
Deve ser constituído sob a forma de sociedade anônima e na sua denominação social 
deve constar a expressão “Banco” (Resolução CMN 2.099/1994). 
Os Bancos de Investimentos são instituições financeiras privadas especializadas em 
operações de participação societária de caráter temporário, de financiamento da atividade 
produtiva para suprimento de capital fixo e de giro e de administração de recursos de 
terceiros. 
Devem ser constituídos sob a forma de sociedade anônima e adotar, 
obrigatoriamente, em sua denominação social, a expressão “Banco de Investimento” 
(Resolução CMN 2.624/1999). 
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Captam recursos via depósitos a prazo, repasses de recursos externos, internos e 
venda de cotas de fundos de investimento por eles administrados. 
As principais operações ativas são financiamento de capital de giro e capital fixo, 
subscrição ou aquisição de títulos e valores mobiliários, depósitos interfinanceiros e 
repasses de empréstimos externos. 
Fortalecem os processos de capitalização das empresas ao dilatarem o prazo das 
operações de empréstimo e financiamento para a compra de máquinas e equipamentos e 
da subscrição de debêntures e ações (operações de Underwriting). 
 
Não podem manter contas correntes, nem destinar recursos a empreendimentos 
imobiliários. 
As Sociedades de Arrendamento Mercantil (SAM) são pessoas jurídicas que 
tenham como objeto principal de sua atividade a prática de operações de arrendamento 
mercantil (leasing) nas modalidades financeiras e operacional. Podem ser objeto de 
arrendamento bens móveis, de produção nacional ou estrangeira, e bens imóveis 
adquiridos pela entidade arrendadora para fins de uso próprio da arrendatária(Resolução 
CMN 2.309/1996). 
Além de recursos próprios, as fontes podem ser provenientes de empréstimos 
contraídos no país e no exterior, colocação de debêntures e de notas promissórias, cessão 
de contratos, depósitos interfinanceiros, dentre outras formas autorizadas pelo Banco 
Central. 
Também podem realizar operações de leasing financeiro contratadas com o próprio 
vendedor do bem ou com pessoas a ele ligadas: bancos múltiplos com carteira de 
investimento, de desenvolvimento e/ ou de crédito imobiliário; bancos de investimento; 
bancos de desenvolvimento; caixas econômicas; e sociedades de crédito imobiliário. 
A Sociedade de Crédito Imobiliário (SCI) é uma instituição financeira voltada a 
repassar recursos captados através de contas de poupança, cédulas hipotecárias, letras 
imobiliárias, além de recursos de financiamento ou repasses nacionais ou estrangeiros. 
O foco da SCI consiste no financiamento para construção de habitações, na abertura 
de crédito para compra ou construção de casa própria e no financiamento de capital de 
giro a empresas incorporadoras, produtoras e distribuidoras de material de construção. 
São constituídas sob a forma de sociedade anônima e deve constar de sua 
denominação social a expressão “crédito imobiliário”. 
As Sociedades de Crédito, Financiamento e Investimento (SCFI) conhecidas 
como “financeiras”, são instituições privadas que fornecem empréstimo e financiamento 
Por meio de atividade de corporate finance (fusões, cisões ou incorporações), 
contribuem para melhorar a ordenação da economia e uma maior eficiência das 
empresas. 
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para aquisição de bens e serviços (crédito direto ao consumidor), além de outras 
operações, como financiamentos a profissionais autônomos. 
As financeiras não são autorizadas a captar depósitos à vista ou manter conta 
correntes. A principal fonte de recursos é a colocação de Letras de Câmbio no mercado, 
que são títulos emitidos pelos devedores e aceitos pela SCFI. 
Muitas das financeiras não ligadas a bancos operam como braço financeiro de grupos 
comerciais ou industriais. É o caso, por exemplo, de lojas de departamentos ou 
montadoras de automóveis que possuem suas próprias financeiras. 
Devem ser constituídas sob a forma de sociedade anônima, em cuja denominação 
social deve constar a expressão “Crédito, Financiamento e Investimento”. 
Os bancos públicos operadores de políticas governamentais são: 
• BNDES: responsável pela política de investimento a longo prazo do Governo 
Federal, necessário ao fortalecimento da empresa privada nacional; 
• Caixa Econômica Federal (CEF): responsável pela operacionalização das 
políticas do Governo Federal para habitação popular e saneamento básico. 
A Caixa econômica é uma empresa pública vinculada ao Ministério da Economia, 
podendo captar depósito à vista, realizar operações ativas, prestação de serviços e 
centraliza o recolhimento e posterior aplicação de todos os recursos oriundos do FGTS. 
A CEF tem o monopólio de empréstimo com penhor dos bens pessoais e integra o 
Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) e o Sistema Financeiro de 
Habitação (SFH). 
O BNDES é a principal instituição de fomento do país, e seus principais objetivos 
são: 
• Impulsionar o desenvolvimento econômico e social do país; 
• Fortalecer o setor empresarial nacional; 
• Criar novos polos de produção regionais; 
• Promover o desenvolvimento agrícola, industrial e de serviços; 
• Promover o crescimento e a diversificação das exportações; e 
• Gerir o processo de privatização das empresas estatais. 
As Sociedades Corretoras de Títulos e Valores Mobiliários (CTVM) e 
Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários (DTVM) operam com compra, venda 
e distribuição de títulos e valores mobiliários (ações, ouro e câmbio, por exemplo) por 
conta de terceiros, fazendo a intermediação com as bolsas de valores e de mercadorias e 
futuros. 
Também podem administrar carteiras e fundos de investimento, bem como custodiar 
valores mobiliários, operar no mercado aberto e efetuar lançamentos públicos de ações. 
Sua constituição e seu funcionamento dependem da autorização do Banco Central e 
da CVM, respectivamente. 
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Por meio da decisão conjunta n° 17 do Banco Central e da CVM em março de 2009, 
as distribuidoras ficaram autorizadas a operar diretamente nos ambientes e sistemas de 
negociação dos mercados organizados de bolsa de valores, não tendo mais diferenças 
entre corretoras e distribuidoras. Elas também efetuam a subscrição e a intermediação de 
títulos e valores mobiliários. 
É importante destacar que a competência da CVM em relação às CTVMs e DTVMs 
está limitada ao que prevê a Lei 6.385/76, ou seja, às operações com valores mobiliários. 
No conceito de valores mobiliários sujeitos ao regime da referida lei incluem-se, por 
exemplo, ações, debêntures, e contratos derivativos, mas, por exemplo, não são incluídos 
os títulos públicos, sendo que toda a atividade relativa a esses ativos está sujeita à 
regulamentação e fiscalização do Banco Central do Brasil. 
1.6 Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB) 
Um sistema de pagamentos é um conjunto de regras e mecanismos utilizados para 
transferir recursos e liquidar operações financeiras entre governos, empresas e agentes 
econômicos. 
No Brasil, a Lei n° 10.214/2001 determinou que os serviços de transferência de 
fundos e liquidação de operações seriam veiculados por meio do Sistema de Pagamentos 
Brasileiro (SPB). A grande contribuição desse sistema foi interligar não somente as 
instituições financeiras ao Banco Central do Brasil, como também interligar essas 
instituições com os agentes econômicos em geral. Dessa forma, um cheque dado como 
pagamento no comércio ou um TED efetuado para saldar compromissos pessoais, por 
exemplo, precisam ser liquidados para que a quantia neles representada chegue 
efetivamente a seu destino. 
O SPB possibilitou a transferência imediata do dinheiro, fazendo com que os 
clientes do sistema bancário pudessem emitir os recursos a outras pessoas em qualquer 
lugar do país. Tudo isso com agilidade, já que os recursos podem ficar disponíveis na 
mesma hora com segurança, pois a transferência de recurso não pode ser cancelada ou 
sustada como acontecia com os cheques. O Brasil passou a ter um sistema de pagamentos 
similar aos melhores do mundo. 
Segundo o Banco Central do Brasil, o desenvolvimento e a implantação desse 
sistema possibilitaram melhora no gerenciamento e a redução dos riscos de liquidação e 
de crédito nas transações financeiras, pois qualquer transferência de recursos entre contas 
passou a ser condicionada à existência de saldo suficiente de fundos na conta do emitente 
da correspondente ordem. 
A operacionalização da diretriz de não aceitação de saldo negativo na conta de 
reservas bancárias em qualquer momento do dia se deu através da estruturação do Sistema 
de Transferência de Reservas (STR) e da reformulação do Sistema de Liquidação e de 
Custódia (SELIC), ambos na esfera do Banco Central. 
Os aspectos importantes para o funcionamento, no ambiente de liquidação em tempo 
real, do SPB, são: 
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a) A concessão do Banco Central, aos participantes do STR que são titulares de 
conta de reservas bancárias, crédito intradia na forma de operações 
compromissadas com títulos públicos federais, sem custos financeiros; dessa 
forma, o preço da operação de retorno é igual ao da ida; 
b) A verificação de cumprimento dos recolhimentoscompulsórios é feita com 
base nos saldos de final de dia, destacando que esses recursos podem ser 
livremente utilizados ao longo do dia para fins de liquidação de obrigações; 
e 
c) O BC, se e quando julgar necessário, pode acionar rotina para otimizar o 
processo de liquidação das ordens de transferência de fundos mantidas em 
filas de espera no âmbito do STR. 
A Rede do Sistema Financeiro Nacional (RSFN) é uma estrutura de comunicação de 
dados criada com a finalidade de suportar as mensagens entre as instituições titulares de 
conta de reservas bancárias ou de conta de liquidação no BC, as câmaras e os prestadores 
de serviços de compensação e de liquidação, a Secretaria do Tesouro Nacional (STN) e o 
BC, no âmbito do SPB. 
As diretrizes do SPB definiram a adaptação ou criação de sistemas de compensação 
ou liquidação capazes de assegurar que eventuais riscos surgidos sejam limitados e 
controlados naquele mesmo ambiente. As câmaras ou clearings privadas de ativos e de 
pagamentos foram estruturadas para atender às operações nos respectivos segmentos. 
Como o número de transações diárias é enorme, o grande risco refere-se à 
possibilidade de, nesse emaranhado de transações, algum banco não honrar determinado 
pagamento, o que pode provocar uma sequência de inadimplências dentro do sistema 
bancário – é o chamado risco sistêmico. Quando materializado, o risco sistêmico pode 
implicar desde pequenas perdas até a quebra do sistema bancário como um todo. 
Visando diminuir esse risco, o SPB é constituído por câmaras de compensação. 
1.7 Câmaras de Compensação/Liquidação: B3 e SELIC 
As câmaras de liquidação e compensação são conhecidas como clearings. Elas são 
instituições que proporcionam, de forma eletrônica, rápida e segura, a compensação e a 
liquidação referentes às mais diversas operações que envolvam transferência de fundos. 
 
As câmaras privadas de ativos e de pagamentos foram estruturadas com o objetivo 
de promover a liquidação de operações nos respectivos segmentos, e possuem a 
responsabilidade de: 
a) Garantir operações por elas autorizadas; 
As câmaras basicamente eliminam o risco de contraparte: o risco de uma parte pagar 
e não receber o ativo; ou do vendedor entregar o ativo e não receber o pagamento. Elas 
fazem isso primeiro recebendo os valores do comprador e os ativos do vendedor, para 
somente depois entregar os valores ao vendedor e os ativos ao comprador. 
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b) Gerenciar riscos envolvidos em operações realizadas por seus participantes; 
e 
c) Liberar as operações. 
As mais importantes câmaras de compensação no Brasil são a B3 e a Selic. 
O Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) trata-se de um sistema para 
liquidação e custódia de títulos, para se compensar de forma automatizada as compras e 
vendas realizadas por todas as empresas financeiras que têm o direito de negociar títulos 
públicos. Ele foi criado em 1979 e é gerido pelo Banco Central e por ele operado em 
parceria com a ANBIMA. 
O Selic, na verdade, é um grande computador ao qual têm acesso apenas as 
instituições credenciadas no mercado financeiro, como bancos comerciais, bancos de 
investimento e corretoras. Por meio do Selic, os negócios têm liquidação imediata. Os 
operadores das instituições envolvidas, após acertarem os negócios envolvendo títulos 
públicos, transferem essas operações, via terminal, ao Selic. O computador 
imediatamente transfere o registro do título para o banco que o comprou e faz o crédito 
na conta do banco vendedor, e ambas as partes envolvidas têm certeza da validade da 
operação efetuada. 
O sistema destina-se à emissão, ao resgate, ao pagamento dos juros e à custodia dos 
títulos emitidos pelo Tesouro Nacional (TN). Os principais títulos custodiados no Selic 
são: 
a) Letra Financeira do Tesouro (LFT) ou Tesouro Selic; 
b) Letra do Tesouro Nacional (LTN) ou Tesouro prefixado; 
c) Nota do Tesouro Nacional-B principal (NTN-B principal) ou Tesouro IPCA; 
d) Nota do Tesouro Nacional-B (NTN-B) ou Tesouro IPCA com juros 
semestrais; 
e) Nota do Tesouro Nacional-F (NTN-F) ou Tesouro prefixado com juros 
semestrais. 
A B3 foi formada a partir da fusão entre a BM&FBovespa e a Cetip em 2017. É uma 
das principais empresas de infraestrutura do mercado financeiro mundial, atuando tanto 
em ambiente de bolsa, como de balcão. É constituída através de uma sociedade de capital 
aberto, com ações (B3SA3) negociadas no nível de governança corporativa Novo 
Mercado (NM). 
A B3 desempenha as atividades de criação e administração de sistemas de 
negociação, compensação, liquidação, depósito e registro para todas as principais classes 
de ativos, tais como: 
a) Câmara BM&FBovespa – ações, derivativos e commodities; 
b) CETIP UTVM – títulos privados e operações estruturadas; e 
c) Câmara de câmbio – moedas à vista. 
Ainda opera como contraparte central garantidora para a maior parte das operações 
realizadas em seus mercados e oferta serviços de central depositária e de central de 
registro. 
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As operações à vista com ações são liquidadas em D+2, ao passo que operações com 
títulos de renda fixa privada possuem um ciclo de liquidação de D+0 ou D+1. Prêmios de 
opções sobre ações são liquidados em D+1. 
1.8 Comitê de Política Monetária (COPOM) 
O Comitê de Política Monetária (Copom) é o órgão do Banco Central, formado pelo 
seu Presidente e diretores, que define, a cada 45 dias, taxa básica de juros da economia – 
a Selic. 
As reuniões normalmente ocorrem em dois dias seguidos e o calendário de reuniões 
de um determinado ano é divulgado até o mês de junho do ano anterior. 
A reunião do Copom segue um processo que procura embasar da melhor forma 
possível a sua decisão. Os membros do Copom assistem a apresentações técnicas do corpo 
funcional do BC, que tratam da evolução e perspectivas das economias brasileira e 
mundial, das condições de liquidez e do comportamento dos mercados. Assim, o Comitê 
utiliza um amplo conjunto de informações para embasar a sua decisão. Depois, a reunião 
é reservada para a discussão da decisão entre os membros. A decisão é tomada com base 
na avaliação do cenário macroeconômico e os principais riscos a ele associados. Todos 
os membros do Copom presentes na reunião votam e seus votos são divulgados. As 
decisões do Copom são tomadas visando com que a inflação medida pelo IPCA se situa 
em linha com a meta definida pelo CMN. 
A decisão do Copom é divulgada no mesmo dia da decisão por meio de Comunicado 
na internet. As Atas das reuniões do Copom são publicadas no prazo de até quadro dias 
úteis após a data da realização das reuniões. Normalmente, as reuniões do Copom 
ocorrem em terças e quartas-feiras e a ata é divulgada na terça-feira da semana seguinte, 
às 8:00. 
Uma vez definida a taxa Selic, o Banco Central atua diariamente por meio de 
operações de mercado aberto – comprando e vendendo títulos públicos federais – para 
manter a taxa de juros próxima ao valor definido na reunião. 
A taxa de juros Selic é a referência para os demais juros da economia. Trata-se da 
taxa média cobrada em negociações com títulos emitidos pelo Tesouro Nacional, 
registradas diariamente no Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic). 
Para que a política monetária atinja seus objetivos de maneira eficiente, o Banco 
Central precisa se comunicar de forma clara e transparente. Além do comunicado e da ata 
da reunião, o Banco Central publica, a cada trimestre, o Relatório de Inflação, que analisa 
a evolução recente e as perspectivas da economia, com ênfase nas perspectivas para a 
inflação. 
Uma redução nas taxas de juros – política monetária expansionista- traduz-se em 
maior oferta monetária e estimula investimentos, enquanto o inverso prevalece no caso 
de uma política monetária contracionista. 
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1.9 Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional (CRSFN) 
O CRSFN foi criado a partir da promulgação do Decreto nº 91.152, de 15 de março 
de 1985, como órgão integrante da estrutura do Ministério da Fazenda. A competência 
inicial do CRSFN limitava-se ao julgamento dos recursos de decisões, em processo 
administrativo sancionadores, do Banco Central do Brasil (Bacen), da Comissão de 
Valores Mobiliários (CVM), do Banco Nacional de Habitação (BNH), da Carteira de 
Comércio Exterior do Banco do Brasil (CACEX) e, no caso de ´trading companies´, da 
Secretaria da Receita Federal. 
Ao longo do tempo, foram conferidas novas atribuições ao Colegiado, sempre de 
modo a reforçar seu caráter de tribunal administrativo. O CRSFN pode: 
• apreciar os recursos apresentados contra penalidades aplicadas por "infrações à 
legislação cambial, de capitais estrangeiros, de crédito rural e industrial", antes 
exercida pelo próprio BACEN; 
• julgar recursos interpostos contramedidas cautelares aplicadas pelo Bacen, no 
curso de processos administrativos, em caso de afastamento de indiciados da 
administração de negócios de instituição financeira ou mesmo da determinação 
de substituição de auditores independentes; 
• Possui competência recursal para exame das decisões do Bacen relativas à 
desclassificação e à descaracterização de operações de crédito rural e industrial, 
e a impedimentos referentes ao Programa de Garantia da Atividade Agropecuária 
– PROAGRO; 
• Competência para exame das decisões do Bacen relacionadas à retificação de 
informações, aplicação de multas e custos financeiros associados a recolhimento 
compulsório, encaixe obrigatório e direcionamento obrigatório de recursos. 
• Em 9 de novembro de 2012, foi publicado o Decreto nº 7.835, que alterou o 
Estatuto do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF), 
transferindo a competência para julgamento dos recursos das decisões do COAF, 
até então atribuída ao Ministro da Fazenda, ao CRSFN. 
O CRSFN é órgão paritário, integrante da estrutura organizacional do Ministério 
da Economia, e tem por finalidade julgar, em última instância administrativa, os recursos: 
II - de decisões do Banco Central do Brasil: 
a) referentes à desclassificação e à descaracterização de operações de crédito rural; 
e 
b) relacionadas à retificação de informações, à aplicação de custos financeiros 
associados ao recolhimento compulsório, ao encaixe obrigatório e ao 
direcionamento obrigatório de recursos; e 
III - de decisões das autoridades competentes relativas à aplicação das sanções de 
que trata a Lei nº 9.613, de 1998. 
Os conselheiros titulares e suplentes são designados pelo Ministro de Estado da 
Economia, com mandato de três anos, renovável por igual período por até duas vezes, 
devendo ter competência reconhecida e conhecimentos especializados nas matérias de 
competência do CRSFN. 
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O CRSFN é constituído por dezesseis conselheiros, sendo oito membros (quatro 
titulares e respectivos suplentes) indicados pelo Governo e oito (quatro titulares e 
respectivos suplentes) indicados por entidades representativas dos mercados financeiro e 
de capitais. A Portaria do Ministério da Economia nº 246, de 2 de maio de 2011, alterada 
pela Portaria nº 423, de 29 de agosto de 2011, estabelece as entidades do setor privado 
que indicam conselheiros titulares e suplentes. A composição do CRSFN é indicada 
abaixo: 
Governo 
Indicação de membro titular Número de conselheiros 
Ministério da Economia 4 (sendo 2 titulares e 2 suplentes) 
Comissão de Valores Mobiliários (CVM) 2 (sendo 1 titular e 1 suplente) 
Banco Central do Brasil (BACEN) 2 (sendo 1 titular e 1 suplente) 
 
Entidades representativas dos mercados financeiro e de capitais 
Indicação de membro titular Número de conselheiros 
Federação Brasileira dos Bancos 
(Febraban) 
Conselho Consultivo do Ramo Crédito da 
Organização das Cooperativas Brasileiras 
(OCB/CECO) 
Associação Brasileira das Entidades dos 
Mercados Financeiros e de Capitais 
(ANBIMA) 
Associação Brasileira de 
Administradores de Consórcio (ABAC) 
Associação Nacional das Corretoras e 
Distribuidoras de Títulos e Valores 
Mobiliários, Câmbio e Mercadorias 
(ANCORD) 
Associação de Investidores do Mercado 
de Capitais (AMEC) 
Associação Brasileira das Empresas de 
Capital Aberto (ABRASCA) 
Instituto dos Auditores Independentes do 
Brasil (IBRACON) 
Atuam junto ao CRSFN procuradores da Procuradoria Geral da Economia Nacional 
(PGFN), designados pelo Procurador-Geral, com a finalidade de zelar pela fiel 
observância da legislação aplicável, de modo que opinam sobre recursos, comparecem às 
sessões de julgamento e reuniões técnicas, bem como assessoram juridicamente a 
presidência do Conselho. O Conselho conta também com uma Secretaria Executiva como 
unidade de apoio administrativo e gestão. 
Preside o CRSFN um dos conselheiros indicados pelo Ministério da Economia. O 
Vice-presidente do Conselho é designado pelo Ministro de Estado da Economia dentre 
os conselheiros indicados pelas entidades privadas representativas dos mercados 
financeiro e de capitais. 
 
 
 
 
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Exercícios de Fixação 
01) No Brasil, a fixação das diretrizes e normas concernentes às políticas monetária, 
creditícia e cambial, é da competência do: 
a) Ministério do Planejamento, orçamento e gestão. 
b) Ministério da Economia. 
c) Conselho Monetário Nacional. 
d) Banco Central do Brasil. 
e) Banco do Brasil. 
Ano: 2018 Banca: CESGRANRIO Órgão: Banco do Brasil Prova: CESGRANRIO – 
2018 – Banco do Brasil – Escriturário 
Questão comentada: https://vimeo.com/752214823/7c51113ee7 
02) Periodicamente, o Banco Central do Brasil determina, nas reuniões de seu 
Comitê de Política Monetária (COPOM), o (a): 
a) Valor máximo do volume de operações de compra e venda de títulos públicos pelo 
sistema bancário brasileiro. 
b) Quantidade de papel moeda e moeda metálica em circulação, dentro dos limites 
autorizados pelo Conselho Monetário Nacional. 
c) Valor máximo de todas as formas de crédito no país. 
d) Valor máximo do fluxo de entrada no país de capitais financeiros vindo do 
exterior. 
e) Taxa de juros de referência para as operações de um dia com títulos públicos. 
Ano: 2015 Banca: CESGRANRIO Órgão: Banco do Brasil Prova: CESGRANRIO – 
2015 – Banco do Brasil – Escriturário 
Questão comentada: https://vimeo.com/752215274/c1ab4d7a4a 
03) Admita que um empresário brasileiro, acionista majoritário de uma empresa em 
situação pré-falimentar, venha a ser acusado pelos acionistas minoritários de uso de 
informação privilegiada e manipulação de preços das ações negociadas na Bolsa de 
Valores. O órgão responsável pelo eventual julgamento do processo administrativo 
contra o empresário é o(a): 
a) Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) 
b) Brasil, Bolsa e Balcão (B3) 
c) Supremo Tribunal Federal (STF) 
d) Supremo Tribunal de Justiça (STJ) 
e) Comissão de Valores Mobiliários (CVM) 
Ano: 2015 Banca: CESGRANRIO Órgão: Banco do Brasil Prova: CESGRANRIO – 
2015 – Banco do Brasil – Escriturário 
Questão comentada: https://vimeo.com/752215461/89b22b45e3 
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https://vimeo.com/752214823/7c51113ee7https://vimeo.com/752215274/c1ab4d7a4a
https://vimeo.com/752215461/89b22b45e3
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GABARITO: 
1-C 2-E 3-E 
 
 
 
 
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2. Mercado Financeiro e seus desdobramentos 
 
Podemos definir os mercados financeiros como o mecanismo ou ambiente através 
do qual se produz um intercâmbio de ativos financeiros e se determinam seus preços. 
São mercados nos quais os recursos financeiros são transferidos desde unidades 
superavitárias, isto é, que têm um excesso de fundos, até aquelas deficitárias, ou seja, que 
têm necessidades de fundos. Dentro desse contexto, os mercados financeiros devem 
cumprir as seguintes funções: 
I. Estabelecer o contato entre os agentes superavitários e deficitários; 
II. Ser um mecanismo eficiente de fixação de preços para os ativos; 
III. Proporcionar liquidez aos ativos; e 
IV. Reduzir os prazos e os custos da intermediação. 
 
Com relação às características que todo mercado financeiro deve ter, podemos 
agrupá-las da seguinte forma: as do tipo institucional e as relacionadas à oferta e 
demanda. 
As características do tipo institucional são: 
• Transparência: possibilidade de obter informação relativa o mercado de forma 
fácil, barata e rápida; e 
• Liberdade: trata-se da não existência de limitações de entrada ou saída de 
compradores e vendedores e da liberdade para negociar prazos e quantidades 
desejadas e formar preço. 
As características relacionadas à oferta e a demanda são: 
• Profundidade: um mercado é considerado profundo quando existem ordens de 
compra e venda acima e abaixo do preço de equilíbrio, ou seja, existem curvas de 
oferta e demanda. 
• Amplitude: um mercado é amplo quando as ordens de oferta e de demanda 
existem em quantidade suficiente, ou seja, existe elasticidade nas curvas de oferta 
e demanda. 
• Flexibilidade: um mercado é flexível quando diante de qualquer variação no 
preço de um ativo aparecem rapidamente novas ordens de compra e venda. 
A classificação dos mercados financeiros é tarefa difícil em função do grande número 
de parâmetros utilizados para este fim. Consideraremos aqui a classificação segundo os 
tipos de ativos (monetários e de capitais) e segundo a necessidade dos clientes (crédito, 
capitais, cambiais e monetários). 
Classificação com base nos tipos de ativos 
 
 
 
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Mercado Tipos Exemplos de Operações 
Monetários 
ou de 
dinheiro 
Mercado de crédito 
• Desconto comercial; 
• Crédito comercial; 
• Crédito bancário; 
• Empréstimos a curto prazo. 
Mercado de títulos 
• Dívida pública a curto prazo; 
• Ativos de empresas; 
• Ativos bancários 
De capitais 
Crédito a longo 
prazo 
• Empréstimos; 
• Operações de leasing; 
• Operações de venda a prazo; 
• Operações de factoring; 
• Operações hipotecárias 
Mercado de valores 
• Bursátil; 
• Balcão. 
Ajudas oficiais 
• Operações do BNDES 
Classificação com base nos clientes 
É a forma mais comum de classificar o mercado financeiro, já que cada participante 
tem necessidades diferentes dependendo da situação em que se encontra durante suas 
negociações econômico-financeiras. Essas necessidades que os participantes têm podem 
ser agrupadas em quatro tipos distintos, de crédito, de câmbio e monetária. 
• Mercado de crédito: a necessidade de crédito vai gerar o mercado de crédito, que 
é a parte do mercado financeiro, ao lado do mercado de capitais, em que se 
efetivam as transferências de saldos financeiros, disponíveis e demandados a curto 
e médio prazos, que se verificam em razão do desempenho entre entradas e saídas 
de recursos a vista nas diferentes unidades do sistema econômico. Sua estrutura 
pode ser dividida em: mercado de crédito bancário e mercado de crédito com 
intermediação não bancária. O mercado de crédito envolve uma dupla parte, uma 
credora e outra devedora, que normalmente estabelecem uma relação contratual 
entre si, podendo ser formal ou informal. 
• Mercado de capitas: a necessidade de capitais vai gerar o mercado de capitais, 
que funciona de modo a captar a poupança dispersa pelas diversas unidades 
econômicas para complementar a poupança interna das empresas, a fim de 
financiar a formação de capital da economia. 
• Mercado de câmbio: mercado de troca de moedas, no qual são realizadas 
operações que envolvem a necessidade de conversão de moedas estrangeiras em 
moedas locais e vice-versa. 
• Mercado monetário: um dos participantes dos mercados, em função de suas 
características, tem suas necessidades satisfeitas nesse mercado. Esse participante 
é o governo, que necessita desse mercado para realizar políticas econômicas e 
gerenciá-las. Nesse mercado são realizadas as operações de curto prazo. Nele são 
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financiados os desencaixes momentâneos das instituições financeiras e as 
necessidades de política monetária (expansionista ou contracionista) e rolagem de 
dívida do governo. 
Mercado Características e tipos de operações 
De crédito Supre as necessidades de crédito de curto e médio prazos; por exemplo, 
capital de giro para empresas e consumo para as famílias. Exemplos de 
crédito no mercado de crédito: a) crédito consignado; b) CDC; c) cheque 
especial; d) cartão de crédito; e) leasing; financiamento imobiliário; f) 
financiamento de capital de giro; g) financiamento de máquinas e 
equipamentos etc. 
De capitais Supre as necessidades de financiamento de longo prazo; por exemplo, 
investimentos para empresas e aquisição de bens duráveis para as 
famílias. Exemplos de títulos no mercado de capitais: a) títulos de renda 
fixa de longo prazo; b) debêntures; c) ações; d) LF, CRI, CRA, FII. 
Monetário Supre as necessidades do governo de fazer política monetária e dos 
agentes e intermediários de caixa. Nesse segmento são realizadas 
operações de curto e curtíssimo prazo, e sua liquidez é regulada pelas 
autoridades monetárias. O mercado monetário conta com dois grandes 
grupos de títulos: a) público: títulos emitidos pelo Tesouro Nacional; e 
b) privado: títulos emitidos por bancos e demais instituições financeiras. 
Cambial Supre as necessidades quanto à realização das operações de compra e 
venda de moeda estrangeira (fechamento de câmbio). Como exemplos 
dessas necessidades temos as importações (necessidade de compra de 
moeda estrangeira) e as exportações (necessidade de venda de moeda 
estrangeira) feitas pelas empresas. 
 
2.1 Mercado de Capitais 
O Mercado de Capitais pode ser definido como um conjunto de instituições e de 
instrumentos que negociam com títulos e valores mobiliários, objetivando a canalização 
dos recursos dos agentes compradores para os agentes vendedores. Ou seja, o mercado de 
capitais representa um sistema de distribuição de valores mobiliários que tem o propósito 
de viabilizar a capitalização das empresas e dar liquidez aos títulos emitidos por elas. 
O surgimento do mercado de capitais ocorreu quando o mercado de crédito deixou 
de atender às necessidades da atividade produtiva, no sentido de garantir um fluxo de 
recursos nas condições adequadas em termos de prazos, custos e exigibilidades. Desse 
modelo, seu surgimento foi fundamentado em dois princípios: 
• contribuir para o desenvolvimento econômico, atuando como propulsor de 
capitais para os investimentos, estimulando a formação da poupança privada; e 
• permitir e orientar a estruturaçãode uma sociedade pluralista, baseada na 
economia de mercado, permitindo a participação coletiva de forma ampla na 
riqueza e nos resultados da economia. 
De acordo com sua estrutura, o mercado acionário pode ser dividido em duas etapas: 
mercado primário e mercado secundário. A diferença básica entre os mercados primário 
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e secundário é que, enquanto o primeiro caracteriza-se pelo encaixe de recursos na 
empresa, o segundo apresenta mera transação entre compradores e vendedores de ações, 
não ocorrendo assim alteração financeira na empresa. 
O mercado primário de ações é onde se negocia a subscrição (venda) de novas 
ações ao público, ou seja, o lugar no qual a empresa obtém recursos para seus 
empreendimentos. Quando a emissão é subscrita pelos antigos acionistas, embora a 
empresa seja registrada em bolsa, chama-se subscrição particular e é feita diretamente na 
empresa ou por meio da bolsa de valores. Nessa etapa, ocorre a primeira negociação da 
ação, e o dinheiro da venda vai para a empresa. 
Assim, esse importante segmento do mercado de capitais, o mercado primário de 
ações, exerce a função de canalizar recursos dos que poupam para o investimento nas 
atividades produtivas. 
Depois da compra de ações no mercado primário, o investidor desejará, ao fim de um 
período, converter as aplicações realizadas novamente em dinheiro, vendendo suas ações 
para um futuro comprador que não adquiriu as ações no momento da emissão primária, 
porém deseja fazê-lo agora. Para a realização da operação, o vendedor deverá fazê-la no 
mercado secundário - o da bolsa de valores. 
O mercado secundário de ações é o lugar onde se transferem títulos entre 
investidores e/ou instituições. Portanto, torna-se uma condição para a existência do 
mercado primário, em que as empresas podem efetivamente obter recursos financeiros. 
O fator fundamental na decisão do investidor quando compra ações de novos lançamentos 
é a possibilidade de que, mais tarde, ao necessitar do total ou parte do capital investido, 
possa desfazer-se delas e reaver seu dinheiro com lucro. 
Assim, podemos concluir que a função do mercado secundário, o lugar onde atuam 
as bolsas de valores, é dar liquidez ao investidor, possibilitando que, no momento que 
realizar uma operação de venda, exista o comprador e vice-versa, o que viabilizará o 
crescimento do mercado primário, e a consequente capitalização das empresas via 
mercado de ações, para compreender melhor o funcionamento e a inter-relação dos 
mercados primário e secundário. 
Os mercados secundários devem possuir as seguintes características: 
• transparência: acesso fácil e livre à informação pontual e exata sobre preços 
e volumes negociados, oferta e demanda etc. 
• liquidez: facilidade de comprar e vender ações com pouco risco de perda de 
capital. Quanto menor a diferença entre o preço de compra e de venda das 
ações, maior será a eficiência de mercado. 
• Eficiência: quanto mais rápido se ajustarem os preços, por qualquer motivo 
que seja, com maior eficiência operará o mercado. 
Geralmente, as negociações do mercado secundário podem ser realizadas por meio 
de dois locais distintos, que representam os mercados secundários de balcão e de bolsa de 
valores. 
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Podemos definir o mercado de balcão como simplesmente um mercado organizado 
de títulos cuja negociação não se faz em local determinado (como o mercado de bolsa), 
mas, principalmente, por telefone. Por não serem empresas registradas em bolsas, suas 
ações estão fora do controle e sem as garantias de uma bolsa de valores. 
As principais características desse mercado são: 
• Ausência de um local de negociação centralizado fisicamente, com a 
consequente dependência de um sistema de comunicação para a realização da 
divulgação das informações; 
• As operações realizadas nesse mercado têm pouca influência nas negociações 
seguintes, em termos de preço, porque não há divulgação massificada, como 
ocorre nas bolsas de valores; e 
• Não há homogeneidade em termos de participantes e operações. 
Nas transações com ações, os mercados de balcão, em muitos países, servem para 
que empresas novas e pequenas coloquem seus papéis ao público. 
O mercado de bolsa é aquele em que se compram e vendem ações e nele os clientes 
(compradores e vendedores) e as instituições do sistema de distribuição de títulos e 
valores mobiliários viabilizam a negociação com títulos e valores mobiliários. No Brasil, 
a bolsa de valores (B3) é fiscalizada pela CVM e é uma S.A. de capital aberto que visa 
lucro por meio de seus serviços. As principais características do mercado de bolsa são: 
• livre concorrência e pluralidade de participações: nesse mercado, existe um 
número suficiente de clientes e instituições, de modo que nenhum tenha 
privilégios sobre o outro; 
• homogeneidade de produto: todos os títulos negociados têm as mesmas 
características, o que facilita as negociações; e 
• transparência na formação de preços: proporciona credibilidade e segurança ao 
mercado. Para que o processo de formação de preços seja mais transparente e 
atraente, existem as práticas equitativas de mercado, segundo as quais todos 
aqueles que compram e vendem ações em bolsa terão o mesmo tratamento, 
obedecerão aos mesmos procedimentos e terão idêntico acesso às informações. 
2.2 Mercado Monetário 
 
O mercado monetário é um componente do mercado financeiro – tal como mostrado 
nos tópicos anteriores – relativo à concessão de empréstimos de curto prazo, com prazos 
de vencimento inicial de um ano ou menos. A negociação nos mercados monetários 
envolve títulos do tesouro, papel comercial, aceitação dos banqueiros, certificados de 
depósito, dos fundos do banco central, hipotecas de curto prazo. 
Ou seja, o mercado monetário é o mercado para realização de financiamento de curto 
ou curtíssimo prazo, como os bilhetes de tesouro nacional, e o papel comercial. Sendo os 
títulos públicos os papéis mais negociados. Geralmente são transações: 
• do banco central vendendo títulos do tesouro às instituições financeiras, 
retirando moeda do mercado e diminuindo a liquidez geral; 
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• do banco central comprando títulos do tesouro às instituições financeiras, 
injetando moeda no mercado e aumentando a liquidez geral; 
• entre instituições financeiras para ajustes internos de liquidez. 
 
2.3 Mercado de Crédito 
 
Mercado de crédito é o sistema financeiro onde ocorre o processo de concessão e 
tomada de crédito. O mercado de crédito envolve uma dupla parte, uma credora e outra 
devedora, que normalmente estabelecem uma relação contratual entre si, podendo ser 
formal ou informal. Esta situação sugere que uma das partes, a credora conceda liquidez 
à outra, mediante um prêmio de liquidez ou de risco, comumente intitulado de juros. Nesta 
relação a parte credora oferece um bem à parte devedora, que na sociedade capitalista é a 
moeda fiduciária ou escritural. 
Segundo o novo dicionário do Aurélio, crédito é definido como cessão de 
mercadoria, serviço ou importância em dinheiro, para pagamento futuro. Assim sendo, ao 
dispormos a terceiro uma determinada mercadoria, mediante ao compromisso, formal 
(contrato) ou informal, de reembolso no futuro, estamos vendendo a crédito. Quando 
dispomos a terceiro uma importância em dinheiro mediante o compromisso, formal ou 
informal, de pagamento no futuro, estamos emprestando a crédito. 
No sistema capitalista os principais agentes de concessão de crédito são as 
instituiçõesfinanceiras, embora existam vários outros agentes, como as empresas para 
seus clientes e as pessoas físicas para seus parentes e amigos. As instituições 
financeiras são os principais agentes pelo seu poder de arregimentar recursos, e pelo grau 
de especialização que alcançam no processo de emprestar e principalmente receber seus 
empréstimos. 
Existem muitas modalidades de crédito disponíveis ao consumidor atualmente, as 
principais são: cheque especial, cartão de crédito, empréstimo pessoal, crédito direto ao 
consumidor (CDC), crédito consignado, crédito habitacional, leasing. 
2.4 Mercado Cambial 
 
O mercado de câmbio com entrega escritural ou física de moeda estrangeira no Brasil 
é formado pelo segmento primário – formado por operações de exportações, importações, 
entradas e saídas financeiras – e acessível a qualquer pessoa física ou jurídica, e pelo 
segmento interbancário, no qual operam apenas os agentes autorizados pelo Banco 
Central do Brasil. Os principais participantes do mercado de câmbio local são, além do 
próprio BC, bancos, corretoras de câmbio, empresas, fundos de investimentos locais e 
investidores estrangeiros. 
 
 
 
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Exercícios de Fixação 
01) A reação dos mercados de câmbio ontem deu uma boa sinalização de qual pode 
ser o caminho caso Washington intensifique o tom em relação às relações comerciais 
dos Estados Unidos com o restante do mundo. As moedas emergentes recuaram a 
mínimas em dez dias, segundo dados do Deutsche Bank, sob peso da queda de divisas 
correlacionadas às matérias-primas – como o rand sul-africano e o real brasileiro 
(…). No Brasil, o dólar fechou em alta de 0,90%, para R$3,290, no maior nível desde 
o último 9 de fevereiro. Na máxima, a cotação beirou os R$3,30 ao tocar 
R$3,2966.Em países que adotam o regime de câmbio flutuante, as mudanças diárias 
observadas nas taxas de câmbio estão relacionadas a diversos fatores. 
Considerando-se, no entanto, exclusivamente, a matéria jornalística, o principal 
fator que explica a desvalorização do real brasileiro no movimento diário do 
mercado de câmbio descrito no texto foi a(o): 
a) Aumento da oferta de divisas no mercado de câmbio 
b) Forte intervenção do Banco Central do Brasil no mercado de câmbio. 
c) Situação política corrente no Brasil. 
d) Piora das condições macroeconômicas no Brasil. 
e) Incerteza futura e maior percepção de risco por parte dos investidores. 
Ano: 2018 Banca: CESGRANRIO Órgão: Banco do Brasil Prova: CESGRANRIO – 
2018 – Banco do Brasil – Escriturário 
Questão comentada: https://vimeo.com/754699133/06dd9123cf 
02) O mercado financeiro está basicamente segmentado em quatro grandes 
mercados: mercado monetário, mercado de crédito, mercado de câmbio e mercado 
de capitais. Caracteriza um mercado de capitais ser o: 
a) mercado em que são negociadas as trocas de moedas estrangeiras por moeda 
nacional, participando desse mercado todos os agentes econômicos que realizam 
transações com o exterior, ou seja, têm recebimentos ou pagamentos a realizar em 
moeda estrangeira. 
b) segmento do mercado financeiro em que são criadas as condições para que as 
empresas captem recursos diretamente dos investidores, através da emissão de 
instrumentos financeiros (ações, debêntures, bônus de subscrição etc.), com o 
objetivo principal de financiar suas atividades ou viabilizar projetos de 
investimentos. 
c) mercado utilizado basicamente para controle da liquidez da economia, no qual o 
Banco Central intervém para condução da Política Monetária. 
d) mercado para realização, registro e negociação de determinados instrumentos 
financeiros, basicamente divididos em quatro produtos, como: mercado a termo, 
mercado futuro, opções e swaps, com a finalidade de proteção, elevação de 
rentabilidade (alavancagem), especulação e arbitragem. 
e) segmento do mercado financeiro em que as instituições financeiras captam 
recursos dos agentes superavitários e os emprestam às famílias ou empresas, 
sendo remuneradas pela diferença entre seu custo de captação e o que cobram dos 
tomadores. 
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https://vimeo.com/754699133/06dd9123cf
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Ano: 2015 Banca: CESGRANRIO Órgão: Banco do Brasil Prova: CESGRANRIO – 
2015 – Banco do Brasil – Escriturário 
Questão comentada: https://vimeo.com/754699255/253da62af6 
GABARITO: 
1-E 2-B 
 
 
 
 
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https://vimeo.com/754699255/253da62af6
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3. Moeda e Política Monetária: políticas monetárias convencionais e não-
convencionais (quantitative easing) 
Podemos agrupar as moedas em três tipos: 
a) Moedas metálicas: emitidas pelo Banco Central, constituem parcela da 
oferta monetária e visam facilitar as operações de pequeno valor e/ou com 
unidade monetária fracionária (troco); 
b) Papel-moeda: também emitido pelo Banco Central, representa parcela 
significativa da quantidade de dinheiro em poder do público; 
c) Moeda escritural: representada pelos depósitos à vista (depósitos em conta 
corrente) nos bancos comerciais. 
A moeda é vista como um bem de uso comum em todo tipo de transação que permite 
a participação de operação de troca, na qual se realiza compra ou venda simultânea de 
mercadorias, em operações separadas de intercâmbio. Na economia, a moeda cumpre 
quatro papéis importantes: 
1) Meio de pagamento: é a capacidade que a moeda tem de diminuir dívidas 
em últimas instância, ou seja, é um ativo financeiro de liquidez imediata. Em 
quase todas as transações de mercado na nossa economia, a moeda, na forma 
de dinheiro ou cheques, é um meio de pagamento. Ela é usada para pagar por 
bens e serviços. O uso da moeda como meio de pagamento promove 
eficiência econômica, eliminando muito do tempo gasto no intercâmbio de 
bens e serviços; 
2) Reserva de valor: a função da reserva de valor é ser um repositório de poder 
de compra sobre o tempo. Uma reserva de valor é usada para poupar o poder 
de compra da hora em que a renda é recebida até a hora em que ela é gasta. 
Com a adoção da moeda, os indivíduos adquiriram a capacidade de 
acumulação de riquezas, bem como um aliado na proteção contra a perda do 
poder de compra para o futuro; 
3) Unidade padrão de conta: a sua função é fornecer uma unidade de conta, 
ou seja, criar medição de valor na economia. Uma unidade padrão de conta é 
um instrumento que as pessoas utilizam para divulgar preços e registrar 
débitos. A moeda cumpre esse papel, uma vez que todos os bens e serviços 
de uma economia têm seus preços expressos em unidades monetárias; 
4) Intermediária de trocas entre os agentes: sendo um meio ou instrumento 
de troca geralmente aceito pelos agentes na concretização de suas transações, 
a mais importante função da moeda na economia é ser intermediária de trocas 
entre os agentes econômicos. Superado as dificuldades existentes no antigo 
escambo (no qual se trocavam mercadorias por mercadorias e nem sempre a 
pessoa que detinha um bem encontrava outro de sua preferência, na medida 
e quantidade desejadas), a moeda permite que cada um se especialize na 
produção de bens segundo sua capacidade. 
A moeda pode ser mensurada de acordo com várias definições. Portanto, para medir 
a oferta de moeda, precisamos de uma definição que nos diga exatamente quais ativos 
deveriam ser incluídos. A mais restritiva incluiria apenas dinheiro (notas e moedas 
metálicas – também chamado de papel-moedaem poder do público não bancário, moeda 
manual ou moeda corrente) na definição de moeda. Outras definições incluiriam outros 
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ativos financeiros, como depósitos a prazo, depósitos em caderneta de poupança e, ainda, 
títulos públicos federais, que, apresar de não serem considerados moeda no sentido 
estrito, apresentam algumas características da moeda em sentido amplo. Assim sendo, 
costuma-se chamá-los de quase moeda, pois podem, sem grandes problemas, ser 
transformados em moeda. 
Ao classificar-se o total de moeda de um país, tornam-se necessárias definições de 
medidas de oferta de moeda. A essa oferta chamamos agregados monetários ou meio de 
pagamento, que são definidos como estoque de moeda disponível para uso da coletividade 
(setor privado não bancário) a qualquer momento e que podem ou não incluir as quase 
moedas. 
Objetiva-se com esse conceito medir a liquidez, ou seja, as necessidades do setor 
produtivo privado (excetuando-se o setor bancário), para satisfazer suas transações com 
bens e serviços. Os agregados monetários de maior relevância conceitual são: 
• Meio circulante: moeda em espécie (papel-moeda impresso e modas 
metálicas); 
• Papel-moeda emitido: trata-se do valor agregado que resulta na totalidade 
do meio circulante expresso nominalmente, ou seja, é o total de papel-moeda 
legal existente, autorizado pelo Banco Central. O papel-moeda emitido pode 
estar em poder do Banco Central, dos bancos comerciais e do público não 
bancário; 
• Papel-moeda em circulação: engloba todas as espécies emitidas do meio 
circulante. É calculado com base no papel-moeda emitido menos o que 
permanece no caixa do Banco Central (encaixes dos bancos comerciais); 
• Depósitos a vista no sistema bancário: também chamado e moeda 
escritural, trata-se de um agregado monetário que possui uma particularidade 
de alta relevância para a regulação da liquidez da economia como um todo. 
Esses depósitos possuem alto poder de expansão. Pode-se dizer que a maior 
parte dos saldos dos depósitos à vista é criada pelas operações ativas dos 
bancos. Não têm existência física. Quanto a esse aspecto, são diametralmente 
opostos aos demais agregados monetários; 
• Base monetária: consiste na soma de duas parcelas: o papel-moeda emitido 
e as reservas voluntárias e compulsórias, que os bancos mantêm no Banco 
Central; e 
• Oferta monetária: em sentido restrito e convencional, é dada pela totalidade 
dos ativos monetários mantido pelo público: papel-moeda e depósitos a vista. 
Em sentido amplo, é dada pelos saldos totalizados de todos os ativos 
financeiros monetários e quase monetários. 
O primeiro conceito de moeda é o mais restrito, composto por dois elementos: 
moeda manual (moedas metálicas e notas em poder do público) e moeda escritural 
(depósitos a vista em instituições financeiras). Eles constituem o conceito de 𝑴𝟏, ou seja, 
a primeira definição de moeda. 
𝑀1 = moeda manual + moeda escritural 
Dos dois componentes desse conceito, os depósitos a vista correspondem à maior 
parte dos meios de pagamento, portanto, para se controlar a moeda torna-se necessário 
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um controle estrito dos bancos e sua capacidade de multiplicar moeda por meio de 
instrumentos de política monetária como o open market, o compulsório e o redesconto. 
O segundo conceito de moeda, o agregado monetário 𝑴𝟐, inclui, além dos 
elementos que compõem o 𝑀1, os títulos federais, estaduais e municipais em poder do 
público, excluindo-se os títulos que compõem as carteiras de títulos dos fundos de 
aplicações financeiras (FAF). 
𝑀2 = 𝑀1 + títulos públicos 
O terceiro conceito de moeda inclui, além dos elementos que compõem o 𝑀2, os 
depósitos de poupança mantidos pelo público em instituições financeiras. 
𝑀3 = 𝑀2 + depósitos de poupança 
O quarto conceito de moeda inclui, além dos elementos que compõem o 𝑀3, os 
depósitos a prazo, letras de câmbio e letras hipotecárias, excluindo-se os títulos 
pertencentes às carteiras de títulos dos FAF. 
𝑀4 = 𝑀3 + depósitos a prazo + letras de câmbio + letras hipotecárias 
Sobre a criação e destruição de moeda, os bancos comerciais não mantêm, sob a 
forma de reserva, montante igual ao total dos depósitos à vista recebidos. Parte destes 
recursos é concedida como empréstimos e parte é mantida como reserva, sob a forma de 
depósitos compulsórios e voluntários no Banco Central, e em caixa para fazer frente aos 
saques em papel-moeda por parte dos correntistas. 
Esta capacidade dos bancos de manterem em caixa apenas uma fração de seus 
depósitos totais é conhecida por Sistema de reservas fracionárias. Os empréstimos 
concedidos pelos bancos permitem a criação de novos depósitos à vista dentro do sistema 
financeiro. 
Por exemplo, Vanessa contraiu um empréstimo junto ao Banco X no valor de R$ 
45.000,00 e utilizou esse recurso para adquirir um carro. Para pagar esse carro, depositou 
esses R$ 45.000,00 na conta da concessionária no Banco Y. A concessionária poderia 
usar esses recursos para pagar seus funcionários, que possuem conta no Banco Z. 
Ou seja, através desse simples exemplo, um empréstimo de R$ 45.000,00 se 
“multiplicou” em R$ 135.000,00 (R$ 45.000,00 em cada banco – X, Y, Z). Fazendo isso 
sucessivamente, haveria uma criação infinita de meios de pagamentos o que poderia 
causar, entre outros, forte pressão inflacionária. 
Para evitar esse problema, uma parcela (R) dos novos depósitos é mantida sob a 
forma de reservas bancárias (compulsórias e voluntárias). Com isso, esse valor não 
poderá ser emprestado para outros clientes, restando apenas a diferença entre o depósito 
e o valor da reserva R para novos empréstimos. 
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Além do processo multiplicador de meios de pagamentos, há a criação e a destruição 
de meios de pagamento através de uma transação entre o setor bancário e o setor não-
bancário da economia. 
Há criação de moeda quando: 
• Uma empresa (setor não-monetário) desconta duplicatas (ativo não-
monetário) num banco comercial (setor monetário), recebendo um crédito 
(ativo monetário) correspondente em sua conta corrente neste banco; 
• O Banco do Brasil (setor monetário) compra dólares (ativo monetário) de um 
exportador (setor não-monetário), creditando em sua conta corrente (ativo 
monetário). 
Se uma pessoa (setor não-monetário) deposita papel-moeda em sua conta corrente na 
Caixa Econômica Federal (setor monetário), não há nem criação, nem destruição de meios 
de pagamento, pois a transação envolve a troca de um ativo monetário (moeda manual) 
por outro (depósito à vista). 
Há destruição de moeda quando: 
• Se a pessoa tivesse feito um depósito em sua caderneta de poupança, haveria 
destruição de meios de pagamento, pois trocaria um ativo monetário (moeda 
manual) por um ativo não-monetário (depósito de poupança). 
3.1 Políticas Monetárias Convencionais 
Os bancos comerciais também podem aumentar a oferta de moeda (meios de 
pagamento) com a multiplicação da moeda escritural ou depósitos a vista. 
A capacidade de multiplicar moeda dos bancos resulta da possibilidade de 
manutenção de valores inferiores em espécie do total dos depósitos a vista recebidos de 
clientes. Isso ocorre em função da não utilização total dos recursos de forma simultânea 
por parte dos clientes e do resultado do fluxo de entrada e saída desses mesmos recursos. 
Ou seja, de cada R$ 100,00 recebidos como depósito a vista, os bancos só necessitam 
deixar disponível sob a forma de encaixe (moeda em espécie) de 3% a5%. O restante 
eles poderiam utilizar para realizar empréstimos para seus clientes e com isso multiplicar 
a capacidade de pagamento dos mesmos depósitos iniciais. 
 
 
Em resumo, esse mecanismo, conhecido como processo multiplicador dos meios de 
pagamento, tem um limitador que é justamente a parcela (R) dos depósitos que é 
mantida sob a forma de reserva bancária. Através dessa imposição de depósitos 
compulsórios pelas autoridades monetárias, não há criação infinita de meios de 
pagamentos. 
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Mecanismo de criação de moeda escritural segundo Rosseti (1997) 
Exemplo do efeito multiplicador: 
O cliente efetua um depósito de R$ 100,00: 
• O cliente passa a possuir a capacidade de utilização dos R$ 100,00 a qualquer 
momento que necessite, ou seja, sua capacidade de pagamento continua sendo 
de R$ 100,00; 
• O banco passa a possuir os R$ 100,00 como recursos, mas também adquire uma 
obrigação financeira no valor de R$ 100,00; e 
• Como o banco está sempre recebendo novos depósitos de clientes e esses 
depósitos não serão utilizados simultaneamente, nem em montante nem em 
prazo, surge um gap (descasamento) entre as entradas e saídas e os prazos, o 
que possibilita a formação de uma “caixa-d’água” com recursos disponíveis 
para a utilização do banco. 
O banco empresta R$ 95,00: 
• Aproveitando sua capacidade de acumulação de recursos oriundos dos 
depósitos a vista, o banco utiliza R$ 95,00 dos R$ 100,00 inicialmente 
depositados para emprestá-los a outro cliente; e 
• Ao realizar um empréstimo de R$ 95,00 a um outro cliente, o banco multiplica 
a capacidade de pagamento dos R$ 100,00 para R$ 195,00, pois: 
o O cliente inicial continua possuindo capacidade de pagamento de R$ 
100,00 resultante de seu depósito; e 
o O banco, que não possuía direitos sobre esses R$ 100,00, passa a ser 
credor de um outro cliente sobre um valor de R$ 95,00 baseando-se em 
recursos ociosos deixados pelos clientes. 
• O poder de pagamento do depósito de R$ 100,00 passa a ser de R$ 195,00. 
O Banco Central controla, por força de lei, o volume de moeda manual da economia, 
cabendo a ele as determinações das necessidades de novas emissões e respectivos 
volumes. A emissão desenfreada de papel-moeda compromete a credibilidade do governo 
e tende a ter impactos inflacionários. Idealmente, a emissão de moeda deveria estar 
Injeção inicial 
Encaixes 
voluntários e 
compulsórios 
Operações de 
empréstimo 
Novos 
depósitos 
a vista 
Novas 
operações de 
empréstimos 
Encaixes 
voluntários e 
compulsórios 
Novos 
depósitos 
a vista 
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relacionada não só ao ritmo da atividade econômica, mas também a uma rigorosa 
disciplina fiscal por parte do governo. 
A taxa de reservas compulsórias é um instrumento de alta eficácia para controlar o 
processo de multiplicação da moeda escritural. 
As operações realizadas por qualquer agente econômico como uma instituição 
financeira utilizam papel-moeda, cheques ou outras formas mais dinâmicas de 
transferência eletrônica de recursos. A cada operação, a conta de depósitos desses agentes 
na instituição se modifica. 
Assim como as pessoas físicas e jurídicas e os governos mantêm depósitos a vista 
numa instituição financeira, através do qual realizam pagamentos e recebimentos, 
inclusive fazendo aplicações financeiras, os bancos, de forma equivalente, têm uma conta 
corrente no Banco Central, por meio da qual recebem créditos e débitos das demais 
instituições financeiras e das autoridades monetárias (Banco Central e Tesouro Nacional), 
ou seja, é por essa conta que as instituições financeiras realizam suas operações. Essas 
contas são chamadas de reservas e representam ativos para os bancos e passivos para o 
Banco Central. As reservas consistem em depósitos no Banco Central mais a moeda 
fisicamente mantida nos bancos, os encaixes técnicos (chamados de encaixes técnicos ou 
encaixes bancários, porque estão disponíveis nas unidades bancárias para cobrir eventuais 
saques contra as instituições). 
A conta de reserva bancária, além de possuir os depósitos voluntários (ou reservas 
livres), em que são lançados os cheques de compensação entre os bancos, também deve 
manter um saldo mínimo obrigatório, denominado depósito compulsório. 
O Banco Central exige que instituições depositárias (bancos comerciais, bancos 
múltiplos com carteira comercial e caixas econômicas) mantenham uma parte de seus 
recursos a vista junto ao Banco Central na conta de reserva bancária. Dessa forma, são 
obrigadas a depositar um percentual determinado pelo Banco Central sobre os depósitos 
a vista, na forma de recolhimento em espécie ou ainda na forma de subscrição ou compra 
de títulos federais. Basta o Banco Central aumentar ou diminuir o percentual do 
depósito compulsório para influir no volume ofertado de empréstimos bancários e, 
portanto, na criação de depósitos ou moeda escritural. 
Depósitos Efeito 
Depósitos a vista Limitam a multiplicação de moeda hoje 
Depósitos a prazo Reduzem e encarecem o crédito hoje 
Depósitos de poupança Reduzem e encarecem o crédito hoje 
Outro tipo de política monetária são as operações de open market (mercado aberto), 
que consistem em compras e vendas de títulos do governo pelo Banco Central. É o mais 
importante instrumento de política monetária e o mais importante fator de determinação 
de movimentos da base monetária e da oferta de moeda. Uma compra de open market 
aumenta a base monetária, enquanto uma venda a reduz. Por outro lado, essas operações 
afetam o preço e a taxa de juros sobre os títulos do governo (Selic). Uma compra de 
open market tende a aumentar o preço dos títulos, reduzindo, portanto, a taxa de juros, 
enquanto uma venda tende a reduzir os preços dos títulos e aumentar a taxa de juros. 
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Ainda sobre políticas monetárias, o Banco Central realiza empréstimos, conhecidos 
por empréstimos de assistência a liquidez, a instituições financeiras visando equilibrar 
suas necessidades de caixa diante de um aumento mais acentuado de demanda por 
recursos de seus depositantes. A taxa de juros cobrada pelo Banco Central nessas 
operações é chamada de taxa de redesconto. 
Essas operações englobam a liberação de recursos pelo Banco Central aos bancos 
comerciais, que podem ser empréstimos ou redesconto de títulos. Existem os redescontos 
de liquidez, que são empréstimos para os bancos comerciais cobrirem eventual débito na 
compensação de cheques, e os redescontos especiais ou seletivos, que são empréstimos 
autorizados pelo Banco Central visando beneficiar setores específicos. A mudança na taxa 
cobrada pelas autoridades monetárias influi no sentido de aumentar ou diminuir o crédito 
concedido aos bancos comerciais. 
As operações de redesconto podem ser de dois tipos: 
• Redesconto intradia: operações sem custo que não gera crédito, mas gera 
liquidez; e 
• Redesconto overnight: operação com custo punitivo. 
Instrumentos Níveis de liquidez Taxa de juros 
Controle das emissões 
• Aumento do controle Diminuição Aumento 
• Diminuição do controle Aumento Queda 
Compulsório 
• Aumento da taxa Diminuição Aumento 
• Diminuição da taxa Aumento Queda 
Open market 
• venda de títulos Diminuição Aumento 
• Compra de títulos Aumento Queda 
Redesconto 
• Aumento dos juros, redução de 
prazos e de limites operacionais 
Diminuição aumento 
• Diminuição dos juros, redução 
de prazos e de limites 
operacionais 
Aumento Queda 
Impactos dos instrumentos de políticamonetária 
3.2 Política monetária não-convencional (Quantitative easing) 
 
O Quantitative easing (QE), é uma forma de política monetária não convencional em 
que um banco central compra títulos de longo prazo no mercado aberto para 
aumentar a oferta de moeda e encorajar empréstimos e investimentos. A compra 
desses títulos adiciona novo dinheiro à economia e também serve para reduzir as taxas de 
juros ao aumentar a oferta de títulos de renda fixa. Também expande o balanço do banco 
central. 
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Quando as taxas de juros de curto prazo estão em zero ou se aproximando, as 
operações normais de mercado aberto de um banco central, que visam as taxas de juros, 
não são mais eficazes, por conta disso, o Banco Central recorre ao QE. 
Principais vantagens: 
• O quantitative Easing é uma forma de política monetária usada pelos bancos 
centrais como um método para aumentar rapidamente a oferta de moeda 
doméstica e estimular a atividade econômica; 
• O QE geralmente envolve a compra de títulos do governo de longo prazo pelo 
banco central de um país, bem como outros tipos de ativos, como títulos 
lastreados em hipotecas; 
• Em resposta à paralisação econômica causada pela pandemia COVID-19, em 
15 de março de 2020, o Federal Reserve dos EUA anunciou um plano de 
flexibilização quantitativa de mais de US$ 700 bilhões. 
• Então, em 10 de junho de 2020, após um breve esforço de redução, o FED 
estendeu seu programa, comprometendo-se a comprar pelo menos US$ 80 
bilhões por mês em títulos do Tesouro e US$ 40 bilhões em títulos lastreados 
em hipotecas, até novo aviso. 
Principais desvantagens: 
• Se os bancos centrais aumentarem a oferta de moeda, isso pode 
criar inflação . O pior cenário possível para um banco central é que sua 
estratégia de flexibilização quantitativa pode causar inflação sem o 
crescimento econômico pretendido. Uma situação econômica em que há 
inflação, mas nenhum crescimento econômico, é chamada de estagflação . 
• Embora a maioria dos bancos centrais seja criada pelos governos de seus 
países e tenha alguma supervisão regulatória, eles não podem forçar os 
bancos em seu país a aumentar suas atividades de empréstimo. Da mesma 
forma, os bancos centrais não podem forçar os tomadores de empréstimos a 
buscar empréstimos e investir. Se a maior oferta de moeda criada pela 
flexibilização quantitativa não chegar aos bancos e à economia, a 
flexibilização quantitativa pode não ser eficaz (exceto como uma ferramenta 
para facilitar os gastos deficitários). 
• Outra consequência potencialmente negativa da flexibilização quantitativa é 
que ela pode desvalorizar a moeda doméstica. Embora uma moeda 
desvalorizada possa ajudar os fabricantes nacionais porque os produtos 
exportados são mais baratos no mercado global (e isso pode ajudar a estimular 
o crescimento), a queda do valor da moeda torna as importações mais 
caras. Isso pode aumentar o custo de produção e os níveis de preços ao 
consumidor. 
3.3 Taxa Selic e Operações Compromissadas 
O Comitê de Política Monetária (COPOM) é o órgão do Banco Central, formado pelo 
seu Presidente e diretores, que define, a cada 45 dias, a taxa básica de juros da economia 
– a SELIC As reuniões normalmente ocorrem em dois dias seguidos e o calendário de 
reuniões de um determinado ano é divulgado até o mês de junho do ano anterior. 
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A reunião do Copom segue um processo que procura embasar da melhor forma 
possível a sua decisão. Os membros do Copom assistem a apresentações técnicas do corpo 
funcional do BC, que tratam da evolução e perspectivas das economias brasileira e 
mundial, das condições de liquidez e do comportamento dos mercados. Assim, o Comitê 
utiliza um amplo conjunto de informações para embasar a sua decisão. Depois, a reunião 
é reservada para a discussão da decisão entre os membros. A decisão é tomada com base 
na avaliação do cenário macroeconômico e os principais riscos a ele associados. Todos 
os membros do Copom presentes na reunião votam e seus votos são divulgados. As 
decisões do Copom são tomadas visando com que a inflação medida pelo IPCA se situa 
em linha com a meta definida pelo CMN. 
A decisão do Copom é divulgada no mesmo dia da decisão por meio de Comunicado 
na internet. As Atas das reuniões do Copom são publicadas no prazo de até quadro dias 
úteis após a data da realização das reuniões. Normalmente, as reuniões do Copom 
ocorrem em terças e quartas-feiras e a ata é divulgada na terça-feira da semana seguinte, 
às 8:00. 
Uma vez definida a taxa SELIC, o Banco Central atua diariamente por meio de 
operações de mercado aberto – comprando e vendendo títulos públicos federais – para 
manter a taxa de juros próxima ao valor definido na reunião. 
A taxa de juros Selic é a referência para os demais juros da economia. Trata-se da 
taxa média cobrada em negociações com títulos emitidos pelo Tesouro Nacional, 
registradas diariamente no Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic). 
Para que a política monetária atinja seus objetivos de maneira eficiente, o Banco 
Central precisa se comunicar de forma clara e transparente. Além do comunicado e da ata 
da reunião, o Banco Central publica, a cada trimestre, o Relatório de Inflação, que analisa 
a evolução recente e as perspectivas da economia, com ênfase nas perspectivas para a 
inflação. 
Uma redução nas taxas de juros – política monetária expansionista - traduz-se em 
maior oferta monetária e estimula investimentos, enquanto o inverso prevalece no caso 
de uma política monetária contracionista. 
Operações Compromissadas 
Segundo o glossário do Banco Central, operações compromissadas são operações 
de venda (ou compra) de títulos com compromisso de recompra (ou revenda) dos mesmos 
títulos em uma data futura, anterior ou igual à data de vencimento dos títulos4. Essas 
operações são realizadas pelas instituições financeiras entre si, ou entre as instituições 
financeiras e o Banco Central ou entre as instituições financeiras e pessoas físicas e 
jurídicas em geral. Os títulos utilizados podem ser públicos ou privados, embora os 
primeiros predominem amplamente. 
A operação compromissada pode ser vista sob duas perspectivas. Se determinada 
instituição financeira realiza uma operação de venda de títulos com compromisso de 
recompra, há simultaneamente um empréstimo com garantia do título utilizado na 
operação, pois a instituição recebe a quantia relativa à venda temporária dos títulos. 
Ademais, ela paga juros, em geral prefixados no momento que a operação é contratada, 
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juros esses que não guardam relação com o rendimento dos títulos utilizados em garantia. 
Aliás, os títulos permanecem em propriedade da instituição que vende os títulos, pois eles 
retornarão para ela na data previamente definida. O que muda em sua contabilidade é o 
aumento do passivo correspondente ao empréstimo recebido. Já a contraparte concede 
empréstimo garantido por títulos que não entram em sua contabilidade, ao mesmo tempo 
que seu ativo aumenta em montante equivalente ao empréstimo cedido, em troca de juros. 
Uma das motivações que explicam a realização dessas operações é a distinta situação 
das partes envolvidas em termos de liquidez, entendida como disponibilidade imediata de 
recursos. A instituição financeira que faz uma operação de venda de títulos com 
compromisso de recompra precisa de recursos e usa seus títulos como garantia para obtê-
los. Já a contraparte está com sobra de recursos e quer emprestá-losem troca de juros. 
Essas operações são muito úteis, pois as instituições financeiras, em vista de sua atuação 
como intermediários de recursos, ora estão com falta, ora com excesso de liquidez. Assim, 
elas podem tanto suprir a falta, como aplicar o excedente, conforme o momento, por meio 
dessas transações de curtíssimo prazo. 
Entretanto, não basta que haja duas partes em distintas situações. Como as condições 
de liquidez podem mudar rapidamente, as operações precisam ser de curtíssimo prazo, 
muitas vezes por alguns ou mesmo um dia, além de realizadas rapidamente e a um baixo 
custo operacional. Se demorarem, perdem a razão de ser e, se forem caras, tornam-se 
inviáveis, dada a frequência com que são realizadas. A venda definitiva de títulos não se 
adequa a esses quesitos, pois os prazos de vencimento dos papéis superam os prazos 
pretendidos pelos que demandam operações compromissadas. Ademais, o retorno à 
posição anterior é mais custoso do que no caso das compromissadas. 
As características esperadas dos que realizam operações compromissadas são 
propiciadas pela existência de mercados bem estruturados, com enorme quantidade diária 
de transações, sistemas eletrônicos específicos de liquidação e custódia, procedimentos e 
títulos padronizados utilizados em garantia, regramento próprio, etc. No caso das 
compromissadas envolvendo títulos públicos, as operações são efetivadas no Sistema 
Especial de Liquidação e Custódia (Selic). Há também a Central de Custódia e Liquidação 
Financeira de Títulos (Cetip) para as operações com títulos privados, majoritariamente. 
A taxa de juros básica da economia, a taxa Selic, resulta exatamente das transações feitas 
no primeiro sistema. 
Vale observar que a operação compromissada requer a participação de instituições 
financeiras, mas a contraparte pode não ser, o que ocorre frequentemente, seja com 
pessoas jurídicas em geral, seja com grandes investidores pessoas físicas. Por exemplo, 
os fundos de investimento gerem trilhões de reais de investidores de diferentes tipos e 
usualmente mantêm uma parcela dos recursos em operações compromissadas (compra de 
títulos com compromisso de revenda). Assim, a instituição financeira supre sua demanda 
por liquidez e o fundo mantém aplicados recursos que podem ser resgatados rapidamente 
caso necessário. Com frequência, a instituição financeira pode não precisar dos recursos 
que o fundo quer disponibilizar, mas os recebe para atender a demanda dos clientes 
interessados. Em seguida, realiza operação compromissada com outra instituição que 
precisa de liquidez. Assim, por meio das instituições financeiras, todas os agentes 
econômicos interessados participam desse mercado de troca de liquidez por meio das 
compromissadas, levando a uma alocação mais eficiente dos recursos. 
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A situação descrita pressupõe que não haja falta, nem excesso de liquidez no conjunto 
da economia. Vale dizer, os agentes econômicos que demandem liquidez não terão 
problemas em satisfazer suas necessidades no mercado a uma taxa de juros razoável, do 
mesmo modo que os agentes econômicos que ofertem liquidez não terão problemas em 
encontrar tomadores a uma taxa razoável. Entretanto, é possível que ocorram situações 
de falta ou excesso de liquidez para o conjunto da economia, situações essas que podem 
ser conjunturais ou estruturais. Se o mercado fosse deixado à própria sorte, a taxa de juros 
flutuaria em demasia ou tenderia para níveis indesejáveis para o bom funcionamento da 
economia. Para que isso não ocorra, é preciso um agente no mercado de compromissadas 
que funcione como tomador ou emprestador de última instância para as instituições 
financeiras. Aí entra a atuação do Banco Central. 
3.4 Debate sobre depósitos remunerados dos Bancos Comerciais no Banco Central do 
Brasil 
 
Lei n° 14.185, de 14 de julho de 2021. Dispõe sobre o acolhimento pelo Banco 
Central do Brasil de depósitos voluntários à vista ou a prazo das instituições financeiras; 
e altera a Lei nº 12.865, de 9 de outubro de 2013. 
Art. 1º Fica o Banco Central do Brasil autorizado a acolher depósitos voluntários à 
vista ou a prazo das instituições financeiras. 
Parágrafo único. A remuneração dos depósitos referidos no caput deste artigo será 
estabelecida pelo Banco Central do Brasil. 
Art. 2º O Banco Central do Brasil apresentará, nas audiências públicas ordinárias 
da Comissão de Assuntos Econômicos do Senado Federal, informações detalhadas sobre 
o acolhimento dos depósitos a prazo das instituições financeiras previstos no art. 1º desta 
Lei. 
§ 1º O Banco Central do Brasil divulgará semestralmente demonstrativo de 
depósitos voluntários das instituições financeiras. 
§ 2º Além do disposto no caput deste artigo, o Banco Central do Brasil prestará 
contas trimestralmente ao Congresso Nacional, na forma em que regulamentar, sobre as 
operações realizadas com depósitos voluntários remunerados das instituições financeiras. 
Art. 3º O Banco Central do Brasil regulamentará a remuneração, os limites, os 
prazos, as formas de negociação e outras condições para o acolhimento dos depósitos a 
prazo das instituições financeiras previstos no art. 1º desta Lei. 
Art. 4º O art. 14 da Lei nº 12.865, de 9 de outubro de 2013, passa a vigorar com a 
seguinte redação: 
“Art. 14. É o Banco Central do Brasil autorizado a acolher depósitos de 
entidades não financeiras integrantes do Sistema de Pagamentos Brasileiro, 
conforme remuneração, limites, prazos, formas de negociação e outras 
condições por ele estabelecidos.” (NR) 
 
 
 
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Exercícios de Fixação 
01) As previsões para o desempenho da economia brasileira neste ano e no próximo 
continuam se deteriorando. As cerca de cem instituições que consultadas para o 
boletim Focus, divulgado pelo Banco Central (BC), projetam uma queda maior para 
o Produto Interno Bruto (PIB) em 2015 […] quanto à inflação, os analistas 
consultados pelo BC aguardam uma alta de 9,23% para o IPCA neste calendário, 
acima da taxa estimada antes, de 9,15%. Nesse contexto, representa uma medida 
efetiva que poderá ser adotada para conter a alta inflacionária: 
a) Aumentar a taxa de juros básica da economia. 
b) Reduzir drasticamente os principais impostos federais, estaduais e municipais. 
c) Aumentar a emissão de papel moeda para honrar a folha de pagamento e os demais 
gastos do governo, visando a diminuir os depósitos à vista nos bancos. 
d) Aumentar a produção de bens na indústria. 
e) Aumentar o nível geral de preços da economia. 
Ano: 2015 Banca: CESGRANRIO Órgão: Banco do Brasil Prova: CESGRANRIO – 
2015 – Banco do Brasil – Escriturário 
Questão comentada: https://vimeo.com/752215587/e2d51f3a94 
02) O Banco Central do Brasil é um órgão do Subsistema Normativo do Sistema 
Financeiro Nacional. Ele determina, periodicamente, a taxa de juros de referência 
para as operações de um dia com títulos públicos, via atuação de seu(sua): 
a) Comitê de Estabilidade Financeira (COMEF). 
b) Comitê de Política Monetária (COPOM). 
c) Conselho Monetário Nacional (CMN). 
d) Conselho de Administração. 
e) Câmara de Compensação de cheques e outros papéis. 
Ano: 2015 Banca: CESGRANRIO Órgão: Banco do Brasil Prova: CESGRANRIO – 
2015 – Banco do Brasil – Escriturário - 001 
Questão comentada: https://vimeo.com/754698735/8d4e68c8e0 
GABARITO: 
1-A 2-B 
 
 
 
 
 
 
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https://vimeo.com/752215587/e2d51f3a94
https://vimeo.com/754698735/8d4e68c8e0
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4. Orçamento Público 
 
O planejamento é uma das tarefas essenciais da gestão governamental. É por meio 
dele que se definem as estratégias para orientar o rumo que se deseja para o país e são 
definidas as prioridades do Governo Federal. Como os recursos – financeiros, 
organizacionais, informacionais e tecnológicos – de um país são limitados, é preciso fazer 
escolhas. E o planejamento é um espaço político decisório no qual o governo decide, em 
resposta às demandas da sociedade, quais políticas públicas serão implementadas para 
enfrentar problemas e aproveitar oportunidades. 
Instrumentos utilizados pelo Governo Federal: 
• Plano Plurianual (PPA): o PPA é um instrumento de planejamento 
governamental que define as diretrizes, objetivos e metas da administração 
pública federal para o horizonte de quatro anos - vigente do segundo ano do 
mandato atual do presidente até o primeiro ano do mandato do próximo 
presidente, quando é preparado um novo PPA. Define as grandes prioridades 
nacionais e regionais com metas para cada área de atuação: saúde, educação, 
saneamento, transportes, energia etc. O PPA é a grande lei de planejamento 
do país. É ele que faz o vínculo entre o plano estratégico do governo e os 
orçamentos de cada ano (LOA). Também é incluído no PPA os gastos 
necessários para garantir a oferta permanente de determinados serviços 
públicos: exemplo, distribuição de cestas básicas para populações carentes. 
Cada esfera do Governo tem um PPA (Federal) PPA (estadual) e PPA 
(municipal) porque eles possuem suas próprias responsabilidades. 
• Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO): é ela que define o que é mais 
importante e como o governo deve montar e aplicar o orçamento a cada ano. 
Ela traz as regras para elaborar e executar o orçamento para o ano seguinte, 
definindo também prioridades e metas do governo. Tanto a LDO quanto o 
orçamento seguem um plano maior, que é justamente o PPA. A LDO 
estabelece a ligação entre a LOA e a PPA. Aqui diz, por exemplo, quanto será 
o reajuste do salário-mínimo e quanto o governo precisa poupar todo ano para 
pagar sua dívida. Aqui são definidas as “regras do jogo”. 
• Lei Orçamentária Anual (LOA): antes de fazer o orçamento, o governo 
prepara a Lei de Diretrizes Orçamentária (LDO). A LOA estima as receitas e 
programa as despesas de cada ano de acordo com as prioridades do PPA e as 
regras estabelecidas pela LDO. Nenhuma despesa pública pode ser executada 
sem estar prevista na LOA. O orçamento federal inclui toda a programação 
de gastos da administração pública, desde o pagamento de pessoal, de 
aposentadorias, saúde, educação, até os investimentos das empresas estatais. 
O orçamento público na verdade é uma LEI, que é justamente a LOA. “Aqui 
é a fase de aplicação dos recursos propriamente planejados seguindo as regras 
da LDO”. 
Receitas Despesas 
Vinculadas: só podem ser usadas para 
determinados fins, definidos em lei. 
Exemplo: salário educação – contribuição 
paga pelas empresas a UNIÃO que só 
Obrigatórias: pagamento da dívida 
pública; salários dos servidores; 
aposentadorias; benefícios como auxílio 
maternidade e auxílio doença; 
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podem ser usadas para cobrir gastos com 
ensino fundamental. Outro exemplo é a 
contribuição chamada CIDE que vem 
embutida no preço da gasolina que só 
pode ser usada na construção e 
recuperação de estradas, em infraestrutura 
de transporte e em ações de proteção 
ambiental. 
transferências que a constituição define 
para estados e municípios e etc. Acaba 
deixando pouca margem para a despesa 
discricionária. 
Não vinculada: de outro lado, é aquele 
em que o administrador público poderá 
escolher, utilizando-se dos critérios da 
conveniência e oportunidade, onde aplicar 
os valores arrecadados. 
Discricionárias: financiamento de 
pesquisas científicas; melhorias do 
ensino; modernização de hospitais; 
construção de estradas, infraestrutura e 
etc. 
 
4.1 Títulos do Tesouro Nacional 
O único órgão emissor de títulos públicos federais é o Tesouro Nacional. O Banco 
Central é o responsável por usa colocação no mercado primário por meio dos leilões. A 
negociação dos títulos públicos federais pode ocorrer nos mercados primário ou 
secundário. 
Os títulos públicos podem ser emitidos para serem vendidos ao público ou então para 
fazerem parte da carteira de títulos do Banco Central e serem vendidos posteriormente. 
 
Existem basicamente dois critérios distintos de seleção das propostas feitas num 
leilão primário de títulos: 
• Qual o melhor preço para o Tesouro Nacional, ou seja, após o acolhimento 
de todas as propostas, o Tesouro Nacional estabelece o preço mínimo pelo 
qual está disposto a vender os títulos. 
• Após o acolhimento de todas as propostas, o Tesouro Nacional informa a 
cotação mínima que está disposto a aceitar. Dessa forma, todas as propostas 
com cotações iguais ou superiores à cotação mínima são aceitas pelo Tesouro 
pelo preço mínimo estabelecido, isto é, todos os investidores compram os 
títulos pelo mesmo preço, ainda que tenham proposto pagar um preço 
superior ao mínimo estipulado. Esse tipo de critério recebe no mercado a 
denominação de leilão holandês. 
Em ambos os casos, o Tesouro se reserva o direito de não aceitar qualquer proposta, 
caso considere o preço não atrativo. 
Após a colocação dos títulos no mercado primário, qualquer negociação posterior 
será realizada no mercado secundário, inclusive as operações de open market. Os títulos 
No leilão primário, após definidas as características, os investidores registram, no 
horário estabelecido, suas propostas no Sistema Especial de Liquidação e Custódia 
(SELIC) do Banco Central, cuja aceitação é analisada pelo Tesouro para definição de 
quais serão aceitas. 
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públicos também podem ser negociados eletronicamente por meio de ofertas de compra 
e venda por meio de sistemas com o Sisbex (B3) e o Cetip trader. 
No caso dos títulos emitidos pelas instituições financeiras, como os CDBs e as letras 
hipotecárias, para efetuar a compra do título, basta entrar e contato com o banco ou com 
qualquer outra instituição financeira para saber das oportunidades de investimento. 
Já no caso das debêntures, apesar de poderem ser negociadas em bolsa de valores, na 
maioria das vezes as debêntures são negociadas em mercado de balcão. 
4.1.1 Títulos Públicos Federais: Letras do Tesouro Nacional (LTN), Letras Financeiras 
do Tesouro (LFT) e Notas do Tesouro Nacional (NTN) 
O Tesouro nacional utiliza a emissão de títulos públicos como uma das formas de 
captação de recursos para financiar atividades do governo federal, tais como 
investimentos em educação, saúde e infraestrutura. 
Os títulos públicos representam a dívida mobiliária da União e são resgatados em 
data predeterminada por um valor específico, atualizado ou não por indicadores de 
mercado, como, por exemplo, índices de preços. Os títulos públicos federais são: 
LTN (Letra do Tesouro Nacional ou Tesouro prefixado) 
A LTN é um título com rentabilidade definida no momento da compra (prefixado), 
com o resgate do valor do título (R$ 1.000,00) na data do vencimento. Cada título é 
adquirido com deságio (desconto) e não para juros intermediários. 
São emitidas pelo TN com o objetivo de cobrir o déficit orçamentário, bem como 
para a realização de operações por antecipação de receitas. 
No mercado brasileiro, a convenção adotada para as taxas é baseada em dias úteis 
(ano com 252 dias úteis). As LTNs possuem prazo mínimode 28 das, sendo seus preços 
unitários (PU) negociados com seis casas decimais e as taxas calculadas na forma anual 
com duas casas decimais. 
Nos leilões ou no mercado primário, são negociadas em múltiplos de 50 títulos, e 
com a quantidade mínima de 50 títulos, não havendo qualquer restrição de qualidade para 
negociação no mercado secundário. 
Na negociação desses títulos, os agentes de mercado consideram o prazo e a taxa de 
juros, determinando o valor de compra ou venda do título, denominado de PU. Por serem 
prefixadas, o valor das LTNs dependerá da taxa de juros praticada a cada instante pelo 
mercado, já que esta será a taxa de desconto para cálculo do valor presente do título. 
A LTN representa uma ótima aplicação no cenário de redução de taxa de juros, uma 
vez que o preço é inversamente proporcional à taxa de remuneração, ou seja, quanto 
menor for a taxa, maior será o preço unitário do título e vice-versa. 
O valor da LTN é dado pela seguinte fórmula: 
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𝑃𝑈 = 
1000
(1 + 𝑟)
𝑛
252⁄
 
Onde: 
• PU = preço unitário; 
• 1000 = valor de face do papel; 
• 𝑟 = taxa de juro anual de emissão, ou de negociação em mercado, na base de 
252 dias úteis por ano; 
• 𝑛 = número de dias úteis a decorrer entre a compra do título e o vencimento. 
LFT (Letra Financeira do Tesouro ou Tesouro Selic) 
É um título de médio e longo prazos pós-fixado com rentabilidade diária vinculado 
à taxa Selic. O resgate do principal e dos juros ocorre no vencimento do título. 
• O seu preço subirá quando ela for negociada com ágio, pagando uma taxa 
de juros menor do que a taxa Selic; 
• O seu preço cairá quando ela for negociada com deságio, pagando uma taxa 
de juros maior do que a taxa Selic. 
Como as LFTs são indexadas à taxa Selic, possuem uma característica inversa às das 
LTNs, representando um investimento recomendável num cenário de elevação de taxa de 
juros, pois sua remuneração cresce com elevação da taxa. Da mesma forma, não 
representam um bom investimento num cenário de baixa de juros. 
O valor da LFT é dado pela seguinte fórmula: 
𝑃𝑈 = 
𝑃0𝐶𝑜𝑟𝑟𝑖𝑔𝑖𝑑𝑜
(1 + 𝑎)
𝑛
252⁄
 
Onde: 
• PU = preço unitário; 
• 𝑃0𝐶𝑜𝑟𝑟𝑖𝑔𝑖𝑑𝑜 = valor pelo qual o título foi vendido, corrigido pela variação 
da SELIC acumulada desde a data da venda; 
• 𝑎 = ágio ou deságio em pontas da taxa de juros de mercado anualizada, na 
base de 252 dias úteis por ano. 
• 𝑛 = número de dias úteis a decorrer entre a venda do título e o vencimento. 
Notas do Tesouro Nacional: NTN-B; NTN-B Principal e NTN-F 
São títulos pós-fixados com valor nominal de emissão, em geral, escritos em 
múltiplos de R$ 1.000,00. A forma de colocação pode ser direta ou por oferta pública, 
com a realização de leilões pelo Bacen. 
NTN-B (Tesouro IPCA com juros semestrais) 
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O valor nominal do título na data-base é atualizado pela variação do Índice Nacional 
de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do IBGE, desde a data-base de emissão, e paga 
juros semestralmente com ajuste no primeiro período de fluência quando couber. 
O primeiro cupom de juros a ser pago contemplará a taxa integral definida para seis 
meses, independentemente da data de emissão do título. A taxa de juros é definida quando 
da emissão do título, em porcentagem ao ano, e é aplicada sobre o valor nominal 
atualizado. 
O prazo de resgate do título é definido pelo Ministério da economia quando da 
emissão do título por oferta pública ou colocação direta em favor do interessado. O 
principal é pago em parcela única na data de vencimento do título. 
NTN-B Principal (Tesouro IPCA) 
É um título que não paga os cupons intermediários que a NTN-B paga. O comprador 
desse título receberá apenas no vencimento o rendimento da inflação mais os juros reais 
negociados na compra do papel. 
Analogamente, é uma LTN por pagar apenas um valor no vencimento, mas 
diferentemente desse tipo de papel o rendimento total só será conhecido no fim, pois a 
inflação que vai valorizar o papel só será conhecida com o passar do tempo. 
NTN-F (Tesouro prefixado com juros semestrais) 
É um título prefixado, sendo a rentabilidade do título definida pelo deságio sobre seu 
valor nominal quando de seu lançamento. Ele paga juros semestralmente com ajuste de 
prazo no primeiro período de fluência quando couber. 
Tesouro Direto 
O Tesouro Direto é um programa de venda de títulos públicos federais para pessoas 
físicas desenvolvido pelo Tesouro Nacional em parceria com a Câmara de ações (antiga 
CBLC). 
O Tesouro Direto possibilita a compra de títulos da dívida pública diretamente pela 
internet. Nas compras tradicionais, a parcela mínima de compra é de 1% do valor de um 
título, desde que respeitado o limite financeiro mínimo de R$ 30,00. 
O limite financeiro máximo de compras mensais é de R$ 1.000.000,00, tanto para as 
compras tradicionais quanto para as programadas. Não há limite financeiro para vendas. 
A liquidez das aplicações é garantida pelas recompras diárias feitas pelo Tesouro. Ou 
seja, o investidor pode vender antecipadamente os títulos adquiridos no Tesouro Direto 
ao Tesouro Nacional, diariamente. 
As compras de títulos realizados no Tesouro Direto estão sujeitas ao pagamento de 
duas taxas de serviços: 
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• Taxa cobrada pela B3: taxa de custódia de 0,25% a.a. sobre o valor dos 
títulos referente aos serviços de guarda dos títulos e às informações e 
movimentações dos saldos. Essa taxa é provisionada diariamente a partir da 
liquidação da operação de compra (D+1). Especificamente para os 
investimentos no título Tesouro Selic, a cobrança só ocorre sobre os valores 
que excedem R$ 10 mil. 
4.2 Dívida Pública 
A dívida pública é a soma de tudo aquilo que todos os órgãos do Estado brasileiro 
devem, incluindo o Governo Federal e os estados, municípios e empresas estatais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Mas o que é dívida? A dívida é uma obrigação de determinada entidade com 
terceiros, gerada pela diferença entre despesas e receitas dessa entidade. Em outras 
palavras, só há dívida quando há déficit (despesas maiores que receitas). 
O conceito de dívida pública pode ser representado como dívida bruta – que 
considera apenas os passivos do governo – e a dívida líquida – que desconta dos passivos 
os ativos que o governo possui. 
A Dívida Líquida do Setor Público (DLSP) refere-se ao total das obrigações do setor 
público não financeiro, deduzido dos seus ativos financeiros junto aos agentes privados 
não financeiros e aos agentes financeiros, públicos e privados. No caso brasileiro, é 
importante mencionar que, diferentemente de outros países, o conceito de dívida líquida 
considera os ativos e os passivos financeiros do Banco Central, incluindo, dentre outros 
itens, as reservas internacionais (ativo) e a base monetária (passivo). 
Setor 
público 
Governo 
Geral 
Estatais 
Govern
o 
Federal 
Governos 
Estaduais 
Governos 
Municipa
is 
Financeira
s 
Não-
Financeiras 
Tesouro Nacional 
Previdência Social 
Banco Central 
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Quanto à sua origem, a dívida pode ser classificada em interna ou externa. A dívida 
pública mobiliária federal interna (DPMFi) é aquela denominada na moeda corrente do 
país e a externa (DPMFe) é aquela denominada em outras moedas que não a moeda 
corrente. 
A DPMFi compõe a maior parte da dívida pública brasileirae é composta por 
diferentes títulos emitidos com diferentes características de formação de taxa, 
remuneração aos investidores e prazos de vencimento. 
 
Em se tratando de arrecadação e gastos do governo, este pode influenciar a demanda 
agregada de três maneiras básicas: 
• Diretamente para a demanda por meio do seu próprio consumo de bens e 
serviços; 
• Política de transferência de renda, como previdência social, salários 
desemprego, outros programas assistenciais etc.; e 
• Tributação sobre a renda das famílias e das empresas. 
A política fiscal está justamente relacionada com o gerenciamento das receitas e das 
despesas do governo. Ela pode ser um instrumento de política econômica para compensar 
os efeitos da política monetária. 
A política fiscal é a manipulação dos tributos e dos gastos do governo de forma a 
regular a atividade econômica. Ela é usada para neutralizar tendências à depressão e à 
inflação. Há basicamente dois tipos de política fiscal: 
• Política fiscal expansionista: é usada quando há insuficiência de demanda 
agregada em relação à produção de pleno emprego (quando há capacidade 
ociosa nas empresas). As medidas seriam: 
o aumento dos gastos públicos; 
o diminuição da carga tributária, estimulando despesas de consumo e 
investimentos; 
o aumento das transferências de renda (ex.: Bolsa família); 
o aumento na renda nacional e possível aumento nas importações, 
contribuindo assim para um déficit de balança comercial. 
• Política fiscal contracionista: é usada quando a demanda agregada supera a 
capacidade produtiva da economia, em que os estoques desaparecem e os 
preços sobem (quando não há capacidade ociosa nas empresas). As medidas 
seriam: 
o Diminuição dos gastos públicos; 
o Elevação da carga tributária sobre os bens de consumo, 
desencorajando esses gastos; 
O aumento do volume da dívida aumenta os pagamentos de juros no orçamento do 
governo. Se o desequilíbrio orçamentário persistir, o governo deverá empreender 
novos financiamentos, agravando esta situação ao implicar pior percepção de risco por 
parte dos agentes econômicos, o que se traduzirá em maiores taxas de juros e menores 
prazos de vencimento dos títulos. 
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o Extinção de transferências de renda; 
o Redução na renda nacional e possível aumento nas exportações, 
contribuindo assim para um superávit na balança comercial. 
Em uma política fiscal expansionista, embora haja uma elevação na demanda, o 
aumento nos gastos do governo eleva a taxa de juros para equilibrar a nova demanda por 
moeda (assumindo-se que o BC não altere a oferta monetária). Este aumento da taxa de 
juros diminuirá a demanda de investimentos e anulará parte do aumento do PIB 
provocado pela despesa do governo. Este efeito negativo sobre o investimento é chamado 
de efeito de crowding-out. 
 
Na imagem acima podemos observar que quando o governo aumenta seus gastos a 
curva de demanda desloca-se de D1 para D2 (para cima), e a renda de equilíbrio (Q) sobe 
de A para B. Com esse deslocamento, a renda da economia – representada pelo eixo x - 
aumenta ao mesmo tempo que aumenta a taxa de juros - representada pelo eixo y. Esse 
aumento da taxa de juros reduz reduzira os investimentos da economia, que também faz 
parte da demanda agregada, reduzindo a renda da economia para 𝑄3 no ponto de 
equilíbrio C, anulando os efeitos da política fiscal expansionista. Essa teoria faz parte da 
teoria quantitativa da moeda, representada pelos economistas clássicos. 
Caso o governo execute uma política fiscal expansionista e passe a gastar mais do 
que está arrecadando, o orçamento público pode se tornar deficitário, ou seja, despesas 
maiores que receitas, havendo a necessidade de o governo recorrer a empréstimos junto 
ao setor privado via emissão de títulos pela Secretaria do Tesouro Nacional ou emissão 
de moeda. Nesse último caso, a emissão monetária poderá elevar os preços na economia 
(inflação). 
A Necessidade de financiamento do setor público (NFSP) é o resultado final da 
soma do superávit primário (S) e o pagamento dos juros (J). O superávit primário, que 
mede o saldo das receitas menos despesas, entra na NFSP com sinal negativo, ou seja, 
num superávit positivo, ele é computado com sinal negativo. 
 
 
 
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𝑁𝐹𝑆𝑃 = −𝑆 + 𝐽 
 
 
 
 
 
 
O superávit primário é o resultado contábil usado pelo governo para o pagamento 
de juros sobre a dívida pública e para reduzir o financiamento quando o pagamento de 
juros superar o superávit. O superávit primário como porcentagem do PIB é uma medida 
importante para a saúde das finanças públicas e um fator para reduzir o endividamento 
público e o pagamento de juros exigido pelo mercado. O superávit pode ser atingido com 
elevação da carga tributária, mas esse aumento pode acabar prejudicando a própria 
arrecadação. 
Parece meio intuitivo pensar o que acontece com a arrecadação se o governo eleva a 
carga tributária: se um imposto tem uma alíquota de 20% e aumenta para 30%, o governo 
deve arrecadar mais e, provavelmente, investir mais. Uma parcela maior da demanda 
agregada seria direcionada não mais ao consumo e ao investimento privado, e sim aos 
gastos do Governo. Mas segundo o economista Arthur Laffer, enquanto os agentes 
econômicos forem racionais, não é isso o que deve acontecer. 
 
𝐶𝑎𝑟𝑔𝑎 𝑡𝑟𝑖𝑏𝑢𝑡á𝑟𝑖𝑎 𝑎𝑙𝑡𝑎 + 𝑖𝑛𝑓𝑜𝑟𝑚𝑎𝑙𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 + 𝑠𝑜𝑛𝑒𝑔𝑎çã𝑜 = 𝑞𝑢𝑒𝑑𝑎 𝑑𝑒 𝑎𝑟𝑟𝑒𝑐𝑎𝑑𝑎çã𝑜 
Em casos muito elevados de carga tributária é possível que o capitalista feche sua 
fábrica e saia do mercado, o que leva a arrecadação a cair. Em casos mais modernos, o 
mesmo princípio pode ser visto na informalidade. Antes de sair do mercado o capitalista 
pode ter incentivos a sonegar, o que também derrubaria a arrecadação. Esse fenômeno é 
representado pela Curva de Laffer. 
 
Quanto mais a alíquota aumenta, menor o retorno do capitalista e, portanto, menor seu 
incentivo em produzir. 
Receitas primárias Despesas 
primárias 
Superávit/déficit 
primário 
Superávit/déficit 
primário 
Juros sobre a 
dívida 
Superávit/déficit 
nominal 
NFS
P 
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Exercícios de Fixação 
14069 - Título público do tipo zero cupom e com remuneração atualizada pelo IPCA: 
a) NTN-B (principal) 
b) Debêntures que pagam juros + IPCA 
c) NTN-B 
d) LTN 
Questão comentada: https://vimeo.com/730420945/3775f2b31b 
10129 - Em relação a um título público que produza rendimentos periódicos, pode 
se afirmar que tais rendimentos serão submetidos à incidência de IR na fonte: 
a) Somente no último dia útil de cada mês. 
b) Por ocasião do resgate do valor principal do título. 
c) Somente quando da apresentação da declaração de rendimentos pelo investidor. 
d) Por ocasião do pagamento ou crédito dos rendimentos. 
Questão comentada: https://vimeo.com/619190316/488ac18af2 
14190 - Marina possui uma carteira de investimentos com diversos títulos de renda 
fixa. Ele faz algumas afirmações sobre esses títulos: 
I. LFT com ágio terá rendimento inferior à Selic; 
II. Títulos públicos federais não contam com FGC; 
III. LFT é tributado com alíquota regressiva de IR. Está correto o que se afirma 
em: 
 
a) I e II 
b) I e III 
c) II e III 
d) I, II e III 
GABARITO: 
14069-A 10129-D 14190-D 
 
 
 
 
 
 
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https://vimeo.com/730420945/3775f2b31b
https://vimeo.com/619190316/488ac18af2
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5. Produtos bancários: noções de cartões de crédito e débito, crédito direto ao 
consumidor, crédito rural, poupança, capitalização, previdência, consórcio, 
investimentos e seguros. 
5.1 Cartões de crédito e débito 
 
O cartão de débito é uma forma de pagamento eletrônica que permite a dedução do 
valor de uma compra diretamente na conta bancária do titular do cartão (conta corrente 
ou poupança). O uso desse cartão assemelha-se ao cheque, por representar uma ordem de 
pagamento à vista expedida sobre fundos da conta do cliente. Para a efetivação de uma 
transação, o cliente deve utilizar uma senha para autorizar o acesso aos seus fundos 
bancários. A transação é feita por um terminal eletrônico chamado de POS (point of sale) 
instalado no estabelecimento comercial e este está conectado diretamente em rede 
bancária. Um comprovante é emitido ao final da transação, e todas as transações são 
listadas no extrato mensal da conta do cliente. 
Vantagens: 
1. Maior controle de gastos 
2. Não precisa de análise de crédito 
3. Não há encargos. 
 
O Cartão de crédito também é uma forma de pagamento eletrônico. É um cartão de 
plástico que pode conter ou não um chip e apresenta na frente o nome do portador, número 
do cartão e data de validade (pelo menos) e, no verso, um campo para assinatura do 
cliente, o número de segurança (CVV) e a tarja magnética (geralmente preta). 
O CVV é uma sigla para Card Verification Value, que significa “Valor de 
Verificação do Cartão”, ou, como é chamado popularmente, Código de Verificação do 
Cartão. O CVV é utilizado pelos sistemas de pagamento com o objetivo de garantir que 
a pessoa que está realizando o pagamento tenha o cartão fisicamente disponível no 
momento da compra. Ou seja, o CVV do cartão funciona como uma forma de proteção 
contra fraudes em transações feitas na internet. 
A maioria de cartões de crédito tem forma e tamanho padronizados, como 
especificado pelo padrão do ISO 7810. Ajuda a reduzir a quantidade de dinheiro vivo em 
circulação. O titular recebe mensalmente no endereço indicado a fatura para pagamento 
e pode escolher pagar o total cobrado, somente o mínimo ou algum valor intermediário, 
postergando o pagamento do restante para o mês seguinte mediante cobrança de juros. 
Toda conta de cartão de crédito possui um limite de compras definido pelo banco 
emissor. As compras efetuadas reduzem o limite disponível até que, quando insuficiente, 
novas compras são negadas. O pagamento da fatura libera o limite para ser utilizado 
novamente. 
Vantagens do cartão de crédito: 
1. Não é preciso ter dinheiro físico ou cheque na hora da compra; 
2. O cliente obtém um prazo a mais para pagar a compra; 
3. Dependendo do cartão, não é necessário pagar anuidade 
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4. Programas de milhagem (ou pontos) 
5. Parcelamento sem juros em algumas lojas. 
 
As operações de cartões de crédito envolvem 5 participantes: 
1) Portador: pessoa interessada em adquirir bens ou contratar serviços pagando 
através do cartão de crédito. Pode ser o titular da conta de cartão de crédito 
(responsável pelo pagamento das faturas) ou apenas portador do cartão 
adicional (atrelado a conta de algum titular); 
2) Estabelecimento: Empresa interessada em vender ou prestar serviço 
recebendo o pagamento feito pelos seus clientes através do cartão de crédito; 
3) Adquirente: Empresa responsável pela comunicação da transação entre o 
estabelecimento e a bandeira. Para isso, aluga e mantém os equipamentos 
usados pelos estabelecimentos como, por exemplo, o POS. As maiores 
adquirentes no Brasil são, dentre outras, Rede, Cielo, Getnet, Stone (joint de 
subsidiárias do Citibank e do Citigroup) e PagSeguro; 
4) Bandeira: Empresa responsável pela comunicação da transação entre o 
adquirente e o emissor do cartão de crédito e pela padronização dos cartões e 
tecnologias entre as empresas participantes do mercado para garantir que 
todos os cartões com determinada bandeira possam ser usados em qualquer 
estabelecimento que a aceite. As maiores bandeiras presentes no mercado 
brasileiro são, dentre outras, Visa, MasterCard, American Express, Diners 
Club International, Elo etc. Para identificar qual é o emissor do cartão, as 
bandeiras usam os 6 primeiros números do cartão, chamados de "bin"; 
5) Emissor: também chamado de empresa administradora do cartão, Instituição 
financeira, principalmente bancos, que emitem o cartão de crédito, definem 
limite de compras, decidem se as transações são aprovadas, emitem fatura 
para pagamento, cobram os titulares em caso de inadimplência e oferecem 
produtos atrelados ao cartão como seguro, parcelamento de fatura, 
empréstimos, cartões adicionais e programa de recompensas. 
Transação aprovada 
O equipamento do estabelecimento emite duas vias de comprovante. A primeira fica 
com o estabelecimento e a outra com o portador. Em geral, nos casos de transação sem 
senha, é exigido que o portador assine a via do estabelecimento. Nesse caso, os 
estabelecimentos são instruídos a verificar se a assinatura no comprovante confere com a 
assinatura no verso do cartão ou com algum documento de identidade do portador, porém, 
pouquíssimos estabelecimentos adotam essa prática no Brasil. 
Cartão com chip 
As transações com cartões que possuem chip funcionam da mesma forma, mas com 
mais segurança contra fraude porque dificultam o processo de clonagem de cartão. A 
maioria dos emissores brasileiros, ao implantarem os chips nos cartões, também 
implantaram a necessidade de o portador digitar a senha. Por essa razão algumas pessoas 
relacionam o chip com a senha, mas, teoricamente, seriam funcionalidades separadas. 
Parcelamento loja (sem juros) 
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Significa que o valor da transação é dividido pelo número de parcelas. Nesse tipo de 
transação, o estabelecimento recebe o valor da venda de forma parcelada. 
Parcelamento emissor (com juros) 
Significa que o titular do cartão pagará, além do valor combinado, uma taxa de juros 
definida pelo emissor do cartão. Nesse tipo de transação o estabelecimento recebe o valor 
da venda de uma vez e o emissor recebe os juros a serem pagos pelo titular. 
Sub-adquirente 
Apesar de não ser necessário no processo de autorização de uma compra, faz o papel 
de facilitador entre o estabelecimento e o adquirente, provendo infraestrutura tecnológica 
para auxiliar o estabelecimento e, em troca, cobrando tarifa, percentual das transações ou 
oferecendo produtos de antecipação de recebíveis. Alguns casos de sub-adquirentes 
atuando no Brasil são Mercado Pago (do Mercado Livre), PayPal, PicPay e PayU. 
5.2 Crédito direto ao consumidor 
 
É um financiamento destinado aos consumidores, ou seja, as pessoas que desejam 
utilizá-lo podem fazer compras e aquisições de produtos, serviços ou bens duráveis de 
forma parcelada. 
O CDC pode ser oferecido por bancos e financiadoras de crédito, ou ainda por lojas 
que possibilitam as compras por crediário. Alguns bancos oferecem o CDC como um 
empréstimo pessoal pré-aprovado comum, podendo ser utilizado para qualquer finalidade 
e não somente em compras parceladas. 
Na prática, toda vez que você compra um produto de forma parcelada, está utilizando 
o CDC. Se for feita uma compra usando o cartão de crédito, é o banco quem está 
concedendo esse financiamento. Como todo empréstimo, é cobrado juros. 
Vantagens: 
• facilidade para encontrar e contratar o crédito; 
• flexibilidade nas condições de pagamento;• juros menores que os do cheque especial e do cartão de crédito; 
• diferentes modalidades de crédito voltadas para interesses específicos, como 
saúde e educação; 
• possibilidade de antecipar parcelas e/ou quitar a dívida 
 
Desvantagens: 
• quanto mais parcelada for a compra, mais alto será o valor final, podendo chegar 
ao dobro do preço inicial; 
• Possibilidade de cobrança de IOF; 
• avaliação financeira, no caso de empréstimo pré-aprovado pelo banco; 
• taxa de juros maior que os rendimentos da poupança; 
• facilidade de acumular dívidas. 
 
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5.3 Crédito rural 
 
O crédito rural é o financiamento destinado ao segmento rural. Os produtores rurais 
utilizam os recursos concedidos pelas instituições financeiras nessa linha de crédito de 
diversas maneiras na sua propriedade. Por exemplo, podem investir em novos 
equipamentos e animais ou custear matéria prima para o cultivo. Podem ainda utilizar 
esses recursos para comercializar e industrializar a produção. São as 
chamadas finalidades do crédito rural. 
Quais as finalidades do crédito rural? 
• Crédito de custeio: destina-se a cobrir despesas normais dos ciclos produtivos, 
da compra de insumos à fase de colheita. 
• Crédito de investimento: destina-se a aplicações em bens ou serviços cujo 
benefício se estenda por vários períodos de produção. Por exemplo na aquisição 
de um trator. 
• Crédito de comercialização: destina-se a viabilizar ao produtor rural ou às 
cooperativas os recursos necessários à comercialização de seus produtos no 
mercado. 
• Crédito de industrialização: destina-se à industrialização de produtos 
agropecuários, quando efetuada por cooperativas ou pelo produtor na sua 
propriedade rural. 
 
De onde vem o dinheiro que o banco empresta para o produtor rural? 
• Depósitos à vista 
• Depósitos de poupança rural 
• Emissão de Letras de Crédito do Agronegócio (LCA) 
• Fontes fiscais: BNDES e Fundos Constitucionais 
• Recursos próprios das Instituições Financeiras 
 
A quem se destina? 
• Produtor rural (pessoa física ou jurídica); 
• Cooperativa de produtores rurais; 
• Pessoa física ou jurídica que, mesmo não sendo produtor rural, se dedique a uma 
das seguintes atividades: 
o Pesquisa ou produção de mudas ou sementes fiscalizadas/certificadas; 
o Pesquisa ou produção de sêmen para inseminação artificial e embriões; 
o Prestação de serviços mecanizados de natureza agropecuária, em imóveis 
rurais, inclusive para proteção do solo; 
o Prestação de serviços de inseminação artificial, em imóveis rurais; 
o Atividades florestais. 
 
Algumas exigências devem ser cumpridas para a liberação do crédito rural, 
como por exemplo: 
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• comprovação da idoneidade do tomador; 
• apresentação de orçamento, plano ou projeto, salvo em operações de desconto; 
• oportunidade, suficiência e adequação dos recursos; 
• observância de cronograma de utilização e de reembolso; 
• fiscalização pelo financiador; 
• liberação do crédito diretamente aos agricultores ou por intermédio de suas 
associações formais ou informais, ou por organizações cooperativas; 
• observância das recomendações e restrições do zoneamento agroecológico 
 
O que é o Proagro? 
O Proagro é o Programa de Garantia da Atividade Agropecuária. É um programa do 
governo federal que garante o pagamento de financiamentos rurais quando a lavoura 
sofrer danos provocados por eventos climáticos adversos ou causados por doenças e 
pragas sem controle. 
• O Proagro é administrado pelo BC e regulamentado pelo CMN. As instituições 
financeiras (bancos e cooperativas de crédito) são os agentes do programa. 
• Um pouco mais a respeito do Crédito Rural... 
• O crédito rural foi institucionalizado pela Lei 4.829, de 5 de novembro de 1965. 
Durante 30 anos, sua gestão coube ao Banco do Brasil, por meio da Carteira de 
Crédito Agrícola e Industrial. Em 1965, o assunto passou à responsabilidade do 
Conselho Monetário Nacional (CMN), com a implementação do Sistema 
Nacional de Crédito Rural (SNCR). As normas sobre o crédito rural são aprovadas 
pelo CMN. O Banco Central faz parte desse órgão e auxilia na tomada de decisão 
sobre o crédito rural. As instituições financeiras seguem essas normas e as 
colocam em prática no dia a dia com seus clientes. Existe fiscalização de todo o 
processo, por determinação legal. Por isso, o BC verifica junto às instituições 
financeiras se a liberação do dinheiro e o seu uso estão de acordo com as normas 
publicadas, dentre outras providências. 
 
5.4 Poupança 
 
No Brasil, a caderneta de poupança, muitas vezes chamada apenas de poupança, 
é uma forma de investimento de baixo risco cuja operação é regida por regras específicas 
estabelecidas pelo governo federal para depósitos de poupança. 
As cadernetas de poupança são o investimento mais tradicional do Brasil e são 
oferecidas a pessoas físicas e jurídicas por instituições financeiras públicas e privadas 
através de contas bancárias chamadas de conta poupança. Dessa forma, os valores 
depositados na conta poupança são aplicados automaticamente na caderneta de poupança, 
tem liquidez diária e sofrem remunerações mensais de acordo com as determinações feitas 
pela legislação brasileira. 
Para pessoas físicas e jurídicas sem fins lucrativos, os rendimentos em contas 
poupança (usualmente através da caderneta de poupança) são isentos de imposto de 
renda e os depósitos de poupança (assim como seus rendimentos) são assegurados 
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pelo Fundo Garantidor de Créditos até o valor de R$ 250.000,00 (duzentos e cinquenta 
mil reais). 
De acordo com a legislação atual, a remuneração dos depósitos de poupança é 
composta de duas parcelas: 
I. a remuneração básica, dada pela Taxa Referencial - TR, e 
II. a remuneração adicional, correspondente a: 
• 0,5% ao mês, enquanto a meta da taxa Selic ao ano for superior a 8,5%; ou 
• 70% da meta da taxa Selic ao ano, mensalizada, vigente na data de início do 
período de rendimento, enquanto a meta da taxa Selic ao ano for igual ou inferior 
a 8,5%. 
 
A remuneração dos depósitos de poupança é calculada sobre o menor saldo de cada 
período de rendimento. O período de rendimento é o mês corrido, a partir da data de 
aniversário da conta de depósito de poupança, para os depósitos de pessoas físicas e de 
entidades sem fins lucrativos. Para os demais depósitos, o período de rendimento é o 
trimestre corrido, também contado a partir da data de aniversário da conta. 
A data de aniversário da conta de depósito de poupança é o dia do mês de sua 
abertura. Considera-se a data de aniversário das contas abertas nos dias 29, 30 e 31 como 
o dia 1° do mês seguinte. 
A remuneração dos depósitos de poupança é creditada ao final de cada período de 
rendimento, ou seja: 
• mensalmente, na data de aniversário da conta, para os depósitos de pessoa física 
e de entidades sem fins lucrativos; e 
• trimestralmente, na data de aniversário no último mês do trimestre, para os demais 
depósitos. 
5.5 Capitalização 
 
Um título de capitalização é um título de crédito comercializado por empresas 
de capitalização ou Sociedades de capitalização – entidades, constituídas sob a forma de 
sociedades anônimas, que negociam contratos (títulos de capitalização) que têm por 
objeto o depósito periódico de prestações pecuniárias pelo contratante, o qual terá, depois 
de cumprido o prazo contratado, o direito de resgatar parte dos valores depositados 
corrigidos por uma taxa de juros estabelecida contratualmente;conferindo, ainda, quando 
previsto, o direito de concorrer a sorteios de prêmios em dinheiro. 
Soluções de negócios com sorteios 
O título de capitalização é um dos produtos mais versáteis do mercado financeiro. Na 
origem, o produto, que completou 91 anos de Brasil em 2020, é um instrumento para 
juntar dinheiro e participar de sorteios. Nos últimos anos, no entanto, novas demandas 
dos consumidores estimularam o desenvolvimento de diversas modalidades de títulos de 
capitalização: 
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a) Tradicional: opção para quem quer formar uma reserva financeira e concorrer a 
prêmios; 
b) Instrumento de Garantia: oferecer garantias em contrato de qualquer natureza, 
incluindo aluguéis e empréstimos; 
c) Incentivo: realizar ações promocionais de vendas com sorteios; 
d) Filantropia Premiável: apoiar projetos de caráter social; 
e) Popular: para quem busca soluções de baixo custo, como o título de capitalização 
Popular. 
 
Todas as modalidades oferecem a participação em sorteios e o resgate de valores 
acumulados no fim do prazo de contrato, o que varia em razão da característica de cada 
produto. Essa diversificação mudou o perfil do setor: a Capitalização é hoje um conjunto 
de soluções de negócios com sorteio. 
A estrutura de uma capitalização pode ser verificada conforme abaixo: 
 
 
 
 
 
 
Ao fim do plano, ou após o período de carência o capitalizador só terá direito a 
resgatar a parte capitalizada. A parte de sorteio é destinada ao pagamento dos prêmios e 
a taxa de administração é destinada a remunerar quem administra o título. Em razão disso, 
a capitalização é vista por alguns como uma operação desvantajosa ao cliente, pois 
geralmente o valor do saque ao final do plano é pouco ou nada maior que a soma de todos 
os pagamentos feitos ao longo do tempo. Em função disso os títulos de capitalização não 
devem ser considerados como aplicação financeira ou poupança, pois não se 
enquadram nem como de renda fixa, já que tendem a render quase nada, nem como de 
risco. 
Observações: 
• No Brasil, para trabalhar com capitalização, a empresa deve ter registro na 
Superintendência de Seguros Privados (SUSEP), órgão que normatiza e fiscaliza 
o setor. 
• Há duas formas de comercialização desses títulos, de pagamentos periódicos ou 
único. No Brasil são chamados de PM (pagamento mensal) e o PU (pagamento 
único). 
a) O PM é um plano em que os pagamentos dos prêmios são periódicos, 
geralmente mensais. É possível que após o último pagamento o plano 
ainda se mantenha em vigor, pois seu prazo de vigência pode ser diferente 
do que seu prazo de pagamento. 
Capitalizad
or 
Parte capitalizada 
Parte de sorteio 
Parte de administração 
R$ 
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b) Os planos PU são aqueles em que o pagamento é único e sua vigência fica 
estipulada na proposta. 
• As empresas responsáveis por essa comercialização estão reunidas na Federação 
Nacional de Capitalização (FENACAP). 
 
5.6 Previdência 
Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL) e Vida Gerador de Benefício Livre 
(VGBL) são planos abertos de previdência complementar. Eles possuem características 
específicas e tratamento tributário diferenciado. 
Características 
PGBL: criado em 1998, o PGBL se assemelha a um fundo de investimento, com a 
diferença de que inclui uma fase de concessão de benefícios de aposentadoria e goza de 
incentivos fiscais. 
Ele se distingue do plano tradicional nos seguintes aspectos: 
• Não assegura rendimento mínimo (nem inflação); 
• Há risco de mercado por não possuir garantia mínima de rentabilidade; 
• Repassa ao cliente todo o rendimento líquido obtido com o investimento do 
dinheiro; 
• Há cotização diária do investimento gerando mais transparência; 
• É possível definir com precisão a política de aplicação dos recursos, uma vez 
que os diferentes PGBLs são classificados segundo esse critério. 
O PGBL é oferecido por bancos, seguradoras e empresas de previdência 
complementar e é dirigido principalmente para pessoas que iniciam uma previdência por 
conta própria ou para funcionários de empresas sem fundo de previdência fechado. 
No PGBL a forma de aplicação do dinheiro fica extremamente transparente já na 
escolha de uma modalidade. São três tipos, que variam de acordo com a distribuição dos 
investimentos e têm riscos distintos: 
• Soberano: aplica 100% do dinheiro em títulos públicos do governo federal; 
• Renda fixa: aplica 100% do dinheiro em títulos de renda fixa, que podem ser 
públicos (federais, estaduais ou municipais) ou privados (como CDBs e letras 
de câmbio); 
• Composto: pode aplicar até 49% em renda variável, basicamente ações, 
sendo que o administrador contrata o limite com seu cliente – até 10%, até 
15%, até 20% e assim por diante. O potencial de ganho aumenta 
consideravelmente, assim como o risco. 
Do mesmo modo, a evolução do patrimônio é transparente. Pode-se acompanhar 
diariamente a variação da cota de um fundo PGBL. 
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No PGBL as contribuições podem ser mensais ou esporádicas, conforme o 
planejamento do participante do plano. A entidade de previdência poderá estabelecer um 
valor mínimo de contribuição. 
A definição do valor da contribuição pelo participante dependerá da disponibilidade 
de recursos, da renda pretendida no futuro e do prazo entre a entrada no plano e a idade 
de aposentadoria desejada. 
O incentivo fiscal oferecido por esta modalidade (12% de dedução da renda bruta 
tributável anual) compõe importante fator de definição do valor de contribuição, pois 
aumenta o poder de poupança do investidor que utiliza o modelo completo de declaração 
de imposto de renda. 
O valor da renda a ser obtida no futuro pelo participante de um PGBL dependerá 
basicamente das contribuições que serão efetuadas ao longo do tempo, da rentabilidade 
obtida pelo plano e da expectativa de vida na idade na qual deseja se aposentar (dada pela 
tábua atuarial). 
Sobre o PGBL incidem as taxas de administração financeira, para gestão do fundo, e 
a de carregamento, cobrada sobre cada nova contribuição. 
VGBL: apesar do Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL) não ser um plano de 
previdência, pois a legislação o qualifica como um seguro, vamos inserir sua definição 
neste tópico por se tratar de uma modalidade de investimento também voltado para o 
planejamento previdenciário. 
O VGBL, criado em março de 2001 é um dos que mais cresce no Brasil. Assim como 
o PGBL, ele funciona como um fundo de investimento em que é possível realizar 
contribuições mensais ou não. 
No final, o contribuinte pode escolher entre sacar todos os recursos do fundo ou 
usufruir a fase de concessão de benefícios da aposentadoria. 
A diferença fundamental entre o VGBL e PGBL é o tratamento tributário dispensado 
a cada um deles. No PGBL há dedução de até 12% da renda bruta tributável anual do 
contribuinte, já no VGBL não há dedução. O PGBL é indicado para quem faz declaração 
do imposto de renda pelo formulário completo enquanto o VGBL para quem faz pelo 
formulário simplificado. A tributação no resgate de um PGBL incide imposto de renda 
tanto no aporte quanto na rentabilidade, enquanto no VGBL o IR incide somente sobre 
os rendimentos. 
5.7 Consórcio 
 
Recebe o nome de consórcio o sistema que reúne grupos de pessoas, físicas ou 
jurídicas, para adquirir bens ou serviços por meio de sorteios ou lances. O interessado, a 
partir de um contrato de adesão, contrata uma empresa, a chamada administradora, que 
deve possuir registro no Banco Central paraoperar normalmente neste tipo de sistema. 
Ao aderir, o indivíduo irá entrar em um grupo já formado, ou em formação de interessados 
no mesmo bem que ele. Seu ingresso implica na aquisição de uma cota, que o permitirá, 
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através das já citadas formas lance ou sorteio, pleitear a aquisição do bem de sua 
preferência. Enquanto seu lance não for aceito, ou sua cota sorteada, o indivíduo pagará 
mensalidades à administradora para continuar a ter direitos naquele respectivo consórcio. 
Assim, a contemplação se dá exclusivamente por sorteio ou lance, sendo que a 
contemplação por lance ocorre somente após o sorteio. Caso não seja realizado o sorteio 
por eventual falta de recursos, poderá realizar-se apenas a contemplação por lance. 
Havendo recursos suficientes no grupo, é realizada a contemplação. Em outras palavras, 
os membros daquele determinado grupo devem estar em dia com suas mensalidades e 
estar em condições de honrar os valores acordados. A administradora colocará, então, à 
disposição do consorciado contemplado, o respectivo crédito ao qual este foi 
contemplado, destinado à aquisição do bem. Eventuais rendimentos líquidos advindos do 
valor depositado pertencerão ao contemplado. 
Caso o bem ou objeto tenha sua produção suspensa, a administradora deve convocar 
assembleia extraordinária para deliberar sobre a substituição, no prazo máximo de cinco 
dias da ciência do cancelamento da fabricação do produto. 
Tipos de grupos: 
• Grupo homogêneo: Quando todos os consorciados têm o interesse em 
bens do mesmo valor monetário, ou seja, todos os componentes do grupo 
estão interessados em uma moto da marca X e do modelo Y, por exemplo. 
• Grupo misto: Quando os bens de interesse dos consorciados tem valores 
monetários diferenciados, ou seja, quando existem consorciados que estão 
contribuindo com o valor de uma moto da marca X e do modelo Y 
enquanto outros estão contribuindo com o valor de um carro da marca A 
e do modelo B, por exemplo. 
Avaliação de consórcios 
• As administradoras são obrigadas pelo Banco Central a iniciarem o grupo 
quando este estiver com fundo para pagar a maior carta de crédito do grupo 
por sorteio; 
• As administradoras devem arcar com os prejuízos caso haja 
contemplações onde era sabido que não havia dinheiro suficiente em caixa 
para tal nos grupos; 
• O consorciado tem direito a mudar o valor do bem desejado a qualquer 
momento e antes da sua contemplação; 
Taxas do Consórcio: 
1. Taxa de administração: contempla a remuneração da administradora 
pela prestação de serviços ao formar e gerir o grupo. 
2. Fundo comum: é a maior parte da parcela e sua contribuição serve para 
criar um fundo que será usado para que os consorciados comprem o seu 
bem ou serviço pretendido, quando contemplados. 
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3. Fundo de reserva: fundo para que possa suprir necessidades do grupo e 
seu bom funcionamento em casos adversos, como a inadimplência dos 
consorciados. No fim do grupo, caso ainda haja recursos no fundo de 
reserva, ele deve ser divido proporcionalmente para cada consorciado. 
4. Seguro: pode haver pagamento de seguro dependendo do que estiver 
previsto no contrato da administradora. Existem vários tipos de seguro, 
mas os mais comuns são o seguro de vida e seguro de quebra de garantia. 
 
5.8 Investimentos e seguros 
 
Planos de Seguros Existentes supervisionados pela SUSEP: 
1) Seguro Rural: O Seguro Rural é um dos mais importantes instrumentos de 
política agrícola, por permitir ao produtor proteger-se contra perdas decorrentes 
principalmente de fenômenos climáticos adversos. Contudo, é mais abrangente, 
cobrindo não só a atividade agrícola, mas também a atividade pecuária, o 
patrimônio do produtor rural, seus produtos, o crédito para comercialização desses 
produtos, além do seguro de vida dos produtores. O objetivo maior do Seguro 
Rural é oferecer coberturas que, ao mesmo tempo, atendam ao produtor e à sua 
produção, à sua família, à geração de garantias a seus financiadores, investidores, 
parceiros de negócios, todos interessados na maior diluição possível dos riscos, 
pela combinação dos diversos ramos de seguro. 
2) Seguro Compreensivo: É um plano que conjuga vários ramos ou modalidades 
numa mesma apólice. 
3) Seguro de Danos: O seguro de danos é aquele por meio do qual o risco segurado 
do patrimônio corresponde a indenização, e essa correspondente a eventual 
sinistro, não podendo se falar em valor superior ao sinistro, eis que não pode 
ocasionar o enriquecimento do segurado. A SUSEP (Superintendência de Seguros 
Privados) traz em seu sítio eletrônico o objetivo do contrato de seguro de danos, 
assim destacando que: “O objetivo do seguro de danos é garantir ao segurado, até 
o limite máximo de garantia e de acordo com as condições do contrato, o 
pagamento de indenização por prejuízos, devidamente comprovados, diretamente 
decorrentes de perdas e/ou danos causados aos bens segurados, ocorridos no local 
segurado, em consequência de risco coberto” 
4) Seguro de Pessoas: Estes seguros têm por objetivo garantir o pagamento de uma 
indenização ao segurado ou aos seus beneficiários, observadas as condições 
contratuais e as garantias contratadas. Como exemplos de seguros de pessoas, 
temos: seguro de vida, seguro funeral, seguro de acidentes pessoais, seguro 
educacional, seguro-viagem, seguro prestamista, seguro de diária por internação 
hospitalar, seguro-desemprego (perda de renda), seguro de diária de incapacidade 
temporária e seguro de perda de certificado de habilitação de voo. Os seguros de 
pessoas podem ser contratados de forma individual ou coletiva. Nos seguros 
coletivos, os segurados aderem a uma apólice contratada por um estipulante, que 
tem poderes de representação dos segurados perante a seguradora, nos termos da 
regulamentação vigente. 
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5) Seguro de Transportes: O seguro de transportes garante ao segurado uma 
indenização pelos prejuízos causados aos bens segurados durante o seu transporte 
em viagens aquaviárias, terrestres e aéreas, em percursos nacionais e 
internacionais. A cobertura pode ser estendida durante a permanência das 
mercadorias em armazéns. 
6) Seguro de Crédito: É uma modalidade de seguro que tem por objetivo ressarcir 
o SEGURADO (credor), nas operações de crédito realizadas com clientes 
domiciliados no país, das Perdas Líquidas Definitivas causadas por devedor 
insolvente. 
7) Seguro de Automóveis: A seguradora tem a prerrogativa de analisar o risco de 
cada proposta e aceitá-lo ou não, com base em seus próprios critérios. 
8) Seguro de garantia estendida: O seguro de Garantia Estendida tem como 
objetivo fornecer ao segurado, facultativamente e mediante o pagamento de 
prêmio, a extensão temporal da garantia do fornecedor de um bem adquirido e, 
quando prevista, sua complementação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Exercícios de Fixação 
01) O mercado de seguros surgiu da necessidade que as pessoas e as empresas têm 
de se associar para suportar coletivamente suas perdas individuais. Foram criadas, 
então, as seguradoras, as corretoras de seguro, além de algumas instituições 
encarregadas não só de fixar normas e políticas, mas também de regular e fiscalizar 
esse mercado. Com o surgimento de tal necessidade, qual instituição foi criadapara, 
além de fiscalizar as seguradoras e corretoras, também regulamentar as operações 
de seguro, fixando as condições da apólice e dos planos de operação e valores de 
tarifas? 
a) Seguradora Líder 
b) Câmara Especial de Seguros 
c) Superintendência dos Seguros Privados 
d) Conselho Nacional de Seguros Privados 
e) Instituto de Resseguros do Brasil 
Questão comentada: https://vimeo.com/754701078/44bbfd64a3 
Ano: 2012 Banca: CESGRANRIO Órgão: Banco do Brasil Prova: CESGRANRIO – 
2012 – Banco do Brasil – Escriturário 
02) Uma das medidas adotadas para mitigar os efeitos da crise financeira de 2008 
foi a ampliação do acesso ao crédito, aumentando, com isso, ainda mais, o papel dos 
bancos no desenvolvimento do país. O Crédito Direto ao Consumidor (CDC): 
a) É um empréstimo pessoal de operação não vinculada à aquisição de bens ou 
serviços. 
b) Exclui as compras no cartão de crédito 
c) É um crédito concedido através de bancos e instituições financeiras para aquisição 
de bens e serviços. 
d) É um empréstimo descontado diretamente na folha de pagamento. 
e) Possui um prazo mínimo de 2 anos para o vencimento. 
Questão comentada: https://vimeo.com/764971148/429626aed6 
Ano: 2015 Banca: CESGRANRIO Órgão: Banco do Brasil Prova: CESGRANRIO – 
2015 – Banco do Brasil – Escriturário 
03) Os cartões de crédito são, às vezes, chamados de “dinheiro de plástico”. Seu uso 
crescente como meio de pagamento implica vários aspectos, EXCETO o(a): 
a) Ganho sobre a inflação para os possuidores de cartão, sendo os valores das 
compras pagos apenas no vencimento do cartão. 
b) Crédito automático até certo limite para os possuidores de cartão. 
c) Aumento da demanda de papel moeda pelos possuidores de cartão, para 
pagamento de suas transações. 
d) Aumento da segurança da transação, tanto para o comprador quanto para o 
vendedor. 
e) Indução ao crescimento de vendas para os estabelecimentos credenciados. 
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https://vimeo.com/764971148/429626aed6
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Ano: 2015 Banca: CESGRANRIO Órgão: Banco do Brasil Prova: CESGRANRIO – 
2015 – Banco do Brasil – Escriturário – 001 
Questão comentada: https://vimeo.com/754696439/4aca4062ca 
GABARITO: 
1-A 2-C 3-C 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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6. Noções de Mercado de Capitais 
As ações são títulos de propriedade de uma parte do capital social da empresa que a 
emitiu. Quem tem ações, portanto, pode-se considerar sócio da empresa emissora, e são 
títulos de renda variável. 
Os acionistas possuem direitos a participação nos lucros da companhia. O lucro de 
uma empresa em um exercício destina-se, em primeiro lugar, a compensar as perdas dos 
anos anteriores, se existirem; depois, devem pagar-se os impostos correspondentes; e a 
parte restante poderá destinar-se a reservas e dividendos. 
As reservas são a parte do lucro que se mantém na sociedade com objetivo de 
aumentar a capacidade econômica da empresa e, assim, financiar com recursos próprios 
os investimentos produtivos previstos. 
O dividendo é a parte do lucro que a companhia distribui entre seus proprietários, 
quer dizer, seus acionistas. 
Como se pode concluir, o valor dos dividendos depende do resultado de cada 
companhia, assim como de sua política de distribuição de lucros; por isso, as ações são 
consideradas um produto de renda variável. 
Há basicamente dois tipos de ações: as ordinárias e as preferenciais. As ações 
ordinárias dão direito a voto nas assembleias (assembleias gerais ordinárias e 
extraordinárias) dos acionistas das companhias, em que cada ação equivale a um voto. 
Os acionistas detentores de ações ordinárias e/ou preferenciais são os proprietários 
da empresa. Porém, caso ocorra a falência da empresa, havendo recursos ou bens, as ações 
ordinárias são o último débito a ser quitado por esta. 
Os acionistas detentores de ações ordinárias, por meio das assembleias, elegem os 
membros do Conselho administrativo. Os diretores eleitos desse Conselho definem o 
destino da empresa bem como aprovam o balanço patrimonial e a demonstração de 
resultado da empresa. 
Os acionistas ordinários têm dois direitos principais: 
• Participação no controle das operações ou direito a voto; 
• Direito a tag along – em caso de alienação do controle de companhia aberta, 
o acionista com direito a voto deve receber oferta de no mínimo 80% do valor 
pago por ação com direito a voto ao integrante do bloco de controle. No caso 
do Nível 2 e nível Novo Mercado de Governança Corporativa, o valor é de 
100%. 
Os detentores de ações preferencias têm preferência na distribuição de dividendos, 
no reembolso de capital ou no acúmulo de distribuição de resultados com reembolso de 
capital, em relação às ações ordinárias. 
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As ações preferenciais geralmente não dão direito a voto (há exceções). Em caso de 
não distribuição de resultados por três exercícios consecutivos, as ações preferenciais 
adquirem poder de voto, capaz de comprometer a situação do acionista controlador. O 
estatuto da companhia pode conferir poder de voto às preferenciais. 
De acordo com a Lei das Sociedades por Ações, uma empresa terá obrigatoriamente 
que emitir, no mínimo 50% do seu capital social em ações do tipo ordinária. Essa 
determinação repercute na emissão das ações no sentido de que: 
• Ações ordinárias (ON) devem ter uma emissão mínima de 50%; e 
• Ações preferenciais (PN) podem ter uma emissão máxima de 50%. 
6.1 UNITS – Certificado de Depósito de Ações 
Uma alternativa híbrida para negociação em bolsa de valores com as ações são as 
units. As units são certificados de depósitos que podem combinar diferentes tipos de 
ativos para negociação em conjunto. Dessa forma, mais de uma classe de ativos pode ser 
comprada e vendida no mercado como uma unidade. Os ativos são negociados por lotes 
e/ou unidades, e cada unidade contém tipos diferentes de ativos. 
 
Conforme o artigo 17 da Lei 10.303/2001 (Lei das S.As), as preferências ou vantagens 
das ações preferenciais podem consistir: 
1. Em prioridade na distribuição de dividendo, fixo ou mínimo; 
2. Em prioridade no reembolso do capital, com ou sem prêmio; ou 
3. Na acumulação de ambas as vantagens acima. 
Contudo, a lei 10.303 estabelece que somente serão negociadas em bolsa as ações 
preferenciais com pelo menos uma das vantagens a seguir, independentemente do 
direito de receber ou não o reembolso de capital: 
• Direito de participar de dividendo a ser distribuído de pelo menos 25% do lucro 
líquido, de acordo com o seguinte critério: 
o Prioridade no recebimento de dividendos correspondente a, no mínimo, 
3% do valor patrimonial líquido da ação; e 
o Direito de participar dos lucros distribuídos em igualdade de condições 
com as ordinárias; ou 
• Direito ao recebimento de dividendo de pelo menos 10% maior que o da 
ordinária; ou 
• Direito de serem incluídas no tag along assegurando o dividendo pelo menos 
igual ao das ordinárias. 
As units são ativos compostos de diferentes tipos de valores mobiliários. Portanto, 
não são ações, mas um “pacote” de vários ativos. 
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Asunits podem ser formadas por ações ordinárias, preferenciais, bônus de subscrição 
etc. e são identificadas pelo número 11 no seu código. 
 
 
 
 
Geralmente as units são criadas para aumentar a liquidez ou a atratividade através da 
soma das características de mais de um ativo em um único ativo. 
6.2 ADRs – American Depositary Receipts: conceituação, operacionalização, vantagens 
e tipos 
6.3 BDRs – Brazilian Depositary Receipts: conceituação, operacionalização, vantagens e 
tipos 
Os BDRs são conceituados como certificados representativos de valores mobiliários 
de emissão de companhia aberta, ou assemelhada, com sede no exterior, emitidos por 
instituição depositária no Brasil. 
A instituição depositária é a instituição autorizada pelo BACEN e pela CVM a emitir, 
no Brasil, com base nos valores mobiliários custodiados no exterior, os correspondentes 
BDRs. 
Instituição custodiante, por sua vez, é a instituição autorizada por órgão similar à 
CVM a prestar serviços de custódia no país de origem dos valores mobiliários. 
Assim, a instituição depositária emite BDRs lastreados em valores mobiliários 
emitidos por companhias abertas estrangeiras. Estes ficam em seu país de origem, sob 
custódia de uma instituição custodiante. 
 
ADRs – American Depositary Receipts 
O ADR é um recibo representativo de uma ação de empresa estrangeira que se 
encontra depositada em um banco no país de origem, negociado nos Estados Unidos. 
Um programa de ADR é viabilizado por iniciativa da própria empresa, com nova 
emissão de ações, ou aproveitando ações já em poder do mercado. Para se ter um ADR, 
determinado lote de ações (emitido pela própria empresa ou em poder do mercado) é 
depositado em um banco do próprio país em que está sediada a empresa, o banco 
Somente são aceitos valores mobiliários de emissão de companhias abertas, ou 
assemelhadas com sede em países cujos órgãos reguladores tenham celebrado com a 
CVM acordo de cooperação, consulta, assistência técnica e assistência mútua para 
troca de informações. 
1 ação ON 
2 ação PN 
Unit 11 
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custodiante. Com lastro nesses depósitos, um banco no exterior, o chamado banco 
depositário, ou emissor, emite o ADR, que é negociável no mercado norte-americano. 
Para todos os efeitos, o ADR tem exatamente os mesmos direitos que os das ações 
depositadas: dividendos, bonificações, desdobramentos e um valor cotado pelo mercado. 
Ele é cotado em dólares e negociado livremente em bolsas ou mercado de balcão nos 
EUA como qualquer outro valor mobiliário norte-americano. No caso brasileiro, o fluxo 
de recursos inicia-se quando uma corretora ou banco norte-americano compra, no 
mercado brasileiro, títulos de uma empresa e os entrega para custódia em um banco local. 
Este, por sua vez, atuando como agente do banco norte-americano emissor das ADR, o 
instrui a emitir os certificados, que são entregues ao investidor americano. O programa 
de lançamento de ADR deve ser examinado e aprovado pela CVM no Brasil, e, 
dependendo do nível da emissão, pela SEC nos Estados Unidos. A sua operacionalização 
é similar à ilustração do fluxo de emissão do BDR. 
Diz-se que um programa de ADR é patrocinado (sponsored ADR) quando a empresa 
emissora está diretamente envolvida com seu lançamento. Mesmo assim, isso não 
corresponde a dizer que todo lançamento patrocinado de ADR é, necessariamente, um 
instrumento de captação de recursos para a empresa emissora. Dependendo do nível do 
programa, pode não haver emissão de ações novas e, consequentemente, não haverá 
ingresso de recursos para a empresa. Mas, então, qual seria a vantagem para ela? Poderia 
inicialmente lançar um programa sem emissão de ações (que tem menos exigências e, 
portanto, é mais barato) apenas para testar o mercado e garantir liquidez para um futuro 
lançamento em condições mais vantajosas. 
Já o ADR não patrocinado não conta com a participação direta da empresa emissora 
dos títulos de dívida. Esses são comprados no mercado secundário e utilizados nos EUA 
como lastro de um programa de ADR. Por esse motivo, os lançamentos de ADR não 
patrocinados não têm sido muito usuais ultimamente. 
GDRs – Global Depositary Receipts 
Os GDRs funcionam de maneira semelhante aos ADRs, porém são negociados em 
outros países que não os Estados Unidos. Nos GDRs o banco depositário é deste país e as 
cotações são expressas na moeda corrente deste país. Ele é geralmente emitido em países 
desenvolvidos para investir em empresas de mercados emergentes. 
Os GDRs podem ser emitidos em qualquer mercado e, diferentemente dos 
eurobonds, podem ser emitidos na mesma moeda do país em que estão sendo ofertados. 
Já os eurobonds, são títulos emitidos em algum mercado cuja moeda do título é diferente 
da moeda do mercado de emissão. 
6.4 Rendimentos de Ações 
6.4.1 Dividendos 
O dividendo representa a mais importante forma de remuneração do acionista, pois 
é uma quantia expressa em moeda corrente, paga pela empresa aos seus acionistas. O 
estatuto de uma S/A determina o dividendo mínimo obrigatório a ser pago aos acionistas. 
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A reserva legal é uma conta do Patrimônio Líquido com a finalidade de assegurar a 
integridade do capital social e somente poderá ser utilizada para compensar prejuízos ou 
aumentar o capital. 
A companhia pode optar entre distribuir o montante integral do lucro líquido ou, 
então, reter uma parcela desse lucro, a fim de financiar novos investimentos com recursos 
próprios, recursos dos sócios. 
 
Portanto, quanto maior for o índice, maior será a parcela do lucro líquido distribuída 
sob a forma de dividendos. Quanto menor for o índice, maior será a parcela do lucro 
líquido reinvestido na empresa, aumentando, dessa forma, a participação dos recursos 
próprios em relação aos recursos de terceiros na estrutura de capital da companhia. 
Os dividendos não são deduzidos da base de cálculo do imposto de renda e da 
Contribuição sobre o Lucro Líquido (CSLL) devidos pelas empresas, pois eles são 
considerados após a apuração do lucro líquido do exercício. Os dividendos recebidos 
pelos acionistas não são tributados pelo imposto de renda. 
Após seu pagamento, o preço de mercado da ação sofre uma redução no mesmo valor 
do dividendo pago por ação. Nesse caso, diz-se que a ação passa a ser negociada ex-
dividendos. 
Se o estatuto ou a assembleia da empresa não estabelecerem uma política de 
dividendos, a legislação brasileira estabelece que o dividendo mínimo obrigatório será 
de 25% do lucro líquido anual ajustado, que é o lucro líquido deduzido das reservas 
de lucros permitidas em lei (5% de reserva legal, reserva para contingência e reserva 
de lucros a realizar). Porém o estatuto pode estabelecer percentual inferior a 25%. 
Uma relação denominada payout, é calculada pelos analistas de investimentos e 
informa que percentual do lucro líquido da empresa foi distribuído sob a forma de 
dividendos: 
í𝑛𝑑𝑖𝑐𝑒 𝑝𝑎𝑦𝑜𝑢𝑡 = 
𝑑𝑖𝑣𝑖𝑑𝑒𝑛𝑑𝑜𝑠 + 𝐽𝐶𝑃𝑠 𝑒𝑠𝑝𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜𝑠
𝑙𝑢𝑐𝑟𝑜 𝑙í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 𝑑𝑎 𝑒𝑚𝑝𝑟𝑒𝑠𝑎 𝑛𝑜 𝑒𝑥𝑒𝑟𝑐í𝑐𝑖𝑜
 
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6.4.2 Juros Sobre o Capital Próprio (JSCP) 
Os juros sobre o capital próprio foram criados no Brasil em 1995, pela Lei n° 9.249, 
no conjunto de medidas que sucederam o Plano Real e visavam eliminar a indexação da 
economia. Assim foi extinta a correção monetária de contratos, dos preços e dos balanços 
das empresas. 
Para substituir a correção monetária, foram criados os juros sobre o capitalpróprio 
que remuneram o capital do acionista investido na empresa até o valor da correção da 
TJLP (taxa de juros de longo prazo) sobre o patrimônio líquido, desconsiderando, deste 
último, o valor da reserva de reavaliação de bens e direitos. 
O valor desembolsado pode ser considerado como despesa até o limite do maior 
entre: 
• 50% do lucro líquido do período após a dedução da contribuição social e antes 
do IR; ou 
• 50% dos saldos de lucros acumulados e reservas de lucros de períodos 
anteriores. 
 
Embora não seja obrigatória a distribuição de juros sobre o capital próprio, as 
empresas a realizam por considerá-la vantajosa. 
A vantagem para a empresa consiste no benefício fiscal de poder contabilizá-la como 
despesa, o que reduz o lucro tributável (a base de cálculo do imposto de renda) e, 
consequentemente, o imposto de renda a ser pago. 
Há três momentos importantes no processo que ocorre no intervalo entre a decisão da 
empresa de pagar dividendos e o seu efetivo recebimento pelos acionistas: 
• Data do anúncio: é a data em que o corpo diretivo da empresa aprova e declara 
que serão pagos dividendos e, também, o dia em que a empresa se obriga a 
pagar dividendos. 
• Data do ajuste de preço de mercado (ex-dividendo): é a data em que o preço 
de mercado se ajusta ao dividendo (ou seja, o valor de mercado será reduzido, 
aproximadamente, ao valor do dividendo). A partir desta data, quem comprar 
a ação não terá mais direito a este dividendo anunciado. Ou seja, se um 
acionista vender suas ações a partir desta data, ainda receberá o pagamento do 
dividendo, mas o comprador não. 
• Data do pagamento: é a data em que a empresa efetivamente paga os 
dividendos aos acionistas. 
Diferentemente dos dividendos, que representam uma parcela do lucro líquido da 
empresa do mesmo exercício, os juros sobre o capital próprio representam os juros 
que incidem sobre os lucros não distribuídos pela empresa em exercícios anteriores e 
mantidos sob a forma de reservas de lucros. 
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Os acionistas são tributados à alíquota de 15% de IR recolhidos na fonte. O valor dos 
juros pagos aos acionistas pode ser imputado, pelo seu valor líquido de IR, ao total dos 
dividendos obrigatórios. 
O preço da ação, após seu pagamento ao acionista, sofre o mesmo efeito que ocorre 
no pagamento dos dividendos, reduzindo seu valor de mercado no montante aproximado 
dos juros sobre o capital próprio por ação, passando a ser negociada ex-juros. Portanto, 
descontado do lucro tributável, diminuindo o IR a ser pago pela empresa. 
6.4.3 Direito de Subscrição 
A subscrição representa um direito de preferência dado aos acionistas, por um 
determinado período, não inferior a 30 dias, na aquisição das novas ações, numa 
proporção percentual equivalente às suas posições acionárias, a um preço preestabelecido, 
geralmente inferior ao preço da ação vigente no mercado de bolsa. 
Este direito é também chamado de bônus de subscrição e equivale a uma opção de 
compra (call) para o investidor. 
A subscrição pode surgir como um benefício aos acionistas, caso o preço de 
subscrição seja inferior ao preço de mercado, de forma que os acionistas receberão uma 
espécie de desconto. Caso o preço seja equivalente ou superior ao de mercado, esse direito 
não representará uma vantagem, uma vez que inexistirá condição diferenciada em relação 
aos não acionistas da empresa. 
Quando a empresa lança uma subscrição de ações, ela anuncia uma séria de 
condições, sendo as principais o número de ações colocadas à venda e o preço de 
subscrição destes papéis, que resultam no valor total da operação, além do cronograma 
da subscrição. Assim, o acionista acaba sendo informado de duas variáveis importantes: 
• A proporção de novas ações a que sua posição já existente lhe dará direito; 
• O preço a que elas estão sendo oferecidas. 
O direito de preferência de subscrição do acionista tem como principal objetivo 
permitir que os atuais acionistas da empresa mantenham a sua participação acionária em 
caso de aumento de capital. 
Caso o acionista opte por não subscrever as novas ações, pode-se dizer que sua 
participação acionária foi diluída. O acionista atual não é obrigado a participar da 
subscrição. Os direitos podem ser negociados de forma separada da ação, ou seja, como 
mais um papel na bolsa. Assim, quem tinha um papel, a ação original da empresa antes 
da subscrição, passa a ter dois: a ação e o direito, que geralmente negocia como as quatro 
letras do código da ação seguido pelos números 1 e 2, e que pode ser exercido ou vendido 
para outro investidor. 
O acionista que não efetuar a subscrição do bônus na data ou dentro do período 
estipulado perderá seu direito e não fará jus à restituição do valor pago antecipadamente. 
Dessa forma, o bônus dá ao acionista que acredita no futuro da empresa em que 
investiu a garantia de subscrever ações no futuro por um preço predeterminado. 
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6.4.4 Bonificação 
A bonificação representa um direito do acionista da empresa. Uma bonificação 
ocorre quando a empresa realiza um aumento de capital via emissão e distribuição de 
ações aos atuais acionistas por incorporação de reservas de lucros ou de reservas de 
capital. 
Ela não envolve captação de recursos. Eventualmente, a empresa pode optar por 
distribuir essas reservas de lucros (ou parte delas) em dinheiro, gerando o que denomina 
bonificação em dinheiro. 
A participação dos acionistas nessa emissão de ações é proporcional à posição 
acionária existente quando a assembleia de acionistas decide conceder a bonificação. 
Como não ocorre qualquer modificação na estrutura econômico-financeira da 
empresa, havendo apenas uma reclassificação contábil, a bonificação não afeta o valor da 
empresa, que permanece inalterado no ato da bonificação, mas futuramente pode afetar o 
preço da ação devido ao maior número de ações no mercado e consequente diluição de 
lucros (dividendos mais baixos por ação). 
6.4.5 Desdobramento e Grupamento 
O split ou desdobramento representa uma distribuição de novas ações aos atuais 
acionistas, desdobrando cada ação em uma ou mais ações. Isso aumenta a quantidade de 
ações no mercado, reduzindo a cotação na mesma proporção, sem alterar a estrutura de 
capital da empresa. 
Geralmente, ocorre quando a cotação de uma ação ou do lote de ações está sendo 
negociada a preços muito elevados, o que dificulta sua negociação. Por esse motivo, a 
empresa opta por realizar o desdobramento das ações, a fim de reduzir sua cotação e 
aumentar sua liquidez em bolsa. 
O desdobramento é às vezes confundido com bonificação, porque nos dois casos há 
um aumento do número de ações, sem que tenha ocorrido qualquer acréscimo 
patrimonial. 
A diferença é que na bonificação a empresa incorpora reserva de lucros ou reserva 
de capital e no split não há nenhuma alteração no balanço da empresa. Veja o exemplo a 
seguir: 
 
Já o inplit ou grupamento é o contrário do split. No inplit há uma diminuição do 
número total de ações, mantendo-se a proporção entre as classes de ações, não implicando 
necessariamente redução da liquidez. 
Um split de 2 por 1 significa que, se o investidor possui 200 ações a R$ 20,00 cada, 
passará a ter 400 ações a R$ 10,00 cada. 
Preço ex-split = 
𝑝𝑟𝑒ç𝑜 split
(1 + %𝑠𝑝𝑙𝑖𝑡)
 = 20 / 2 = R$ 10,00. 
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Uma empresa decide realizar o inplit quando deseja reduzir a quantidade de ações 
em circulação a fim de elevar sua cotação e reduzir sua volatilidade. Tambémnão produz 
qualquer efeito sobre a estrutura de capital da empresa. 
É o caso de o preço da ação em bolsa ficar tão reduzido, que é necessária uma 
quantidade muito grande de ações para realizar uma simples operação de venda ou de 
compra com valor pouco expressivo, muitas vezes maior do que um lote padrão de 100 
ações. 
6.4.6 Ganho de capital 
A valorização de mercado/ganho de capital é o aumento do valor da empresa em 
bolsa. O ganho de capital é expresso pela variação positiva da cotação da ação em bolsa 
em determinado período e depende de uma gama de variáveis, sobretudo dos fundamentos 
e das expectativas que os investidores têm em relação ao futuro da companhia. 
Os investidores procuram se antecipar aos eventos ou acontecimentos que irão 
influenciar os resultados futuros das empresas. As principais variáveis macroeconômicas 
que interferem nas expectativas dos agentes econômicos são: 
• Taxa básica de juros no Brasil e nos EUA; 
• Taxa de câmbio; 
• Situação das contas públicas; 
• Carga fiscal; 
• Taxa de inflação; 
• Safra agrícola; 
• Preços internacionais das commodities; 
• Nível de emprego; 
• Renda disponível para consumo. 
Todas essas variáveis estão interligadas e afetam a percepção de risco dos 
investidores e da comunidade financeira sobre o valor da empresa. 
6.5 Formador de mercado 
Market maker, agente de liquidez, facilitador de liquidez, promotor de negócios 
e liquidity provider são algumas das designações atribuídas àqueles que se propõem a 
garantir liquidez mínima e referência de preço para ativos previamente credenciados, 
fatores de destaque na análise da eficiência no mercado de capitais. 
O papel de formador de mercado pode ser desempenhado por corretoras, bancos de 
investimentos ou bancos múltiplos com carteiras de investimentos, que, ao se 
credenciarem para exercer essa função, assumem a obrigação de colocar no mercado, 
diariamente, ofertas firmes de compra e de venda para uma quantidade de ativos 
predeterminada e conhecida por todos. 
Os dois pilares sobre os quais se apoia a existência do formador de mercado são 
liquidez mínima, permitindo ao investidor sair de sua posição quando desejar e preço de 
referência, possibilitando a transformação rápida de títulos em dinheiro. 
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A quantidade mínima de ativos de cada oferta do formador de mercado é estabelecida 
pela bolsa em função da quantidade média diária negociada, no caso das ações, e das 
características da emissão e distribuição, no caso das debêntures. 
A oscilação nos preços das ofertas de compra e de venda do formador de mercado 
deve respeitar um intervalo máximo (denominado spread), calculado para cada ativo com 
base em sua volatilidade. As ações menos voláteis, que possuem um spread menor, 
costumam ser mais líquidas. Já para o mercado de renda fixa, a base de cálculo 
do spread é a taxa de juros do mercado. 
Sempre que o mercado apresentar comportamento atípico, com oscilações fora dos 
padrões regulares (decorrentes de algum fato econômico, catastrófico ou, até mesmo, 
algum fato positivo totalmente inesperado que altere em demasia o preço do papel), o 
formador de mercado ou terá seus parâmetros alterados, ou será liberado de suas 
obrigações até que o mercado reencontre um novo nível de normalidade. 
Cada formador de mercado poderá se credenciar para representar mais de uma ação 
ou mais de uma debênture de empresas diferentes, podendo também representar mais de 
um ativo por empresa. 
Uma mesma ação ou debênture poderá ter mais de um formador de mercado. A bolsa 
estabelece o limite máximo de formadores para cada ativo. Isso é o que se chama de 
modelo competitivo de formador de mercado. 
A importância do papel do formador de mercado é medida pelos resultados obtidos 
com sua atuação, uma vez que a possibilidade de comprar e vender ativos a qualquer 
momento incentiva as pessoas a investir nesses papéis. Essa situação de confiança, 
acrescida ao fato de que ativos mais líquidos têm uma melhor formação de preços, confere 
otimismo às operações, ideal buscado pelos mercados de valores mobiliários do Brasil e 
de todo o mundo. 
6.6 Tipos de ordens 
 
Ordem a 
mercado 
é aquela que especifica somente a quantidade e as características dos 
ativos ou direitos a serem comprados ou vendidos, devendo ser 
executada a partir do momento em que for recebida. 
Ordem 
limitada 
é aquela que deve ser executada somente a preço igual ou melhor do 
que o especificado pelo cliente. Se o cliente define um preço de R$ 
20, a ordem só será executada por R$ 20 ou menos. 
Ordem 
administrada 
é aquela que especifica somente a quantidade e as características dos 
ativos ou direitos a serem comprados ou vendidos, ficando a 
execução a critério da sociedade corretora. 
Ordem 
discricionária 
é aquela dada por administrador de carteira de títulos e valores 
mobiliários ou por quem representa mais de um cliente, cabendo ao 
ordenante estabelecer as condições em que a ordem deve ser 
executada. Após sua execução, o ordenante indicará os nomes 
comitentes a serem especificados, a quantidade de ativos ou direitos 
a ser atribuída a cada um deles e o respectivo preço. 
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Ordem de 
financiamento 
é aquela constituída por uma ordem de compra ou de venda de um 
ativo ou direito em um mercado administrado pela bolsa, e outra 
concomitantemente de venda ou compra do mesmo ativo ou direito, 
no mesmo ou em outro mercado também administrado pela bolsa. 
Exemplo: uma compra à vista com uma venda a termo, somente 
sendo efetivada se as duas pontas forem executadas. 
Ordem stop é aquela que especifica o preço do ativo ou direito a partir do qual a 
ordem deverá ser executada. Ela pode ser: 
• stop de compra: será executada quando, em uma alta de 
preços, ocorrer um negócio a preço igual ou maior que o preço 
determinado; 
• stop de venda: será executada quando, em uma baixa de 
preços, ocorrer um negócio a um preço igual ou menor que o 
preço determinado. 
Ordem 
casada 
é aquela cuja execução está vinculada à execução de outra ordem do 
cliente, podendo ser com ou sem limite de preço. Essa ordem só é 
efetiva se ambas as transações forem executadas. É possível 
especificar qual operação deve ser executada primeiro. 
Ordens que 
especificam 
prazos 
em geral, uma ordem vale para o dia, sendo cancelada ao final do 
pregão. 
• ordem com hora: estabelece um período durante o dia em 
que a ordem deve ser executada; 
• ordem de abertura ou válida até cancelar: permanece 
válida até que seja executada ou até o vencimento de 
determinado contrato; 
• ordem válida para o dia ou por tempo determinado: 
expirado o prazo, a ordem é cancelada. 
• ordem válida por tempo indeterminado: tem sua validade 
terminada com a execução ou cancelamento da ordem. As 
ordens por prazo indeterminado feitas via Home broker são 
válidas por 30 dias. 
 
6.7 Registro e Liquidação (SELIC e B3) 
A principal entidade no Brasil responsável por administrar tanto mercados de bolsa 
quanto mercados de balcão é a "Brasil. Bolsa. Balcão." ou simplesmente, B3 S.A. A 
administração de mercados inclui também a operação de câmaras para liquidação 
ou clearings, que praticamente eliminam o risco de um comprador pagar e não receber o 
ativo e o vendedor entregar o ativo e não receber os recursos. Esse é o objetivo 
das clearings houses: mitigar o risco de liquidação. 
Cabe também realçar que a administração de mercados inclui o serviço de central 
depositária. Uma central depositária guarda títulos e mantém controle atualizado dos 
proprietários dos títulos. 
B3 (Brasil, bolsa e balcão): 
• Em março de 2017 a BM&Fbovespase fundiu com a CETIP, dando origem à B3; 
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• É a única bolsa de valores do Brasil atualmente; 
• Maior depositária de títulos de Renda Fixa da América Latina; 
• Maior câmara de ativos privados do país. 
SELIC: 
• É um sistema informatizado, no qual estão centralizados os títulos emitidos pelo 
Tesouro Nacional que compõem a dívida pública federal interna. Nesse sentido, 
o SELIC processa a emissão, o resgate e o pagamento de juros periódicos desses 
títulos, assim como a sua custódia. 
• A administração desse sistema é realizada pelo BACEN em parceria com a 
ANBIMA. 
• Os títulos – 100% escriturais (emitidos somente de forma eletrônica) – são 
registrados e liquidados em tempo real por meio da Liquidação Bruta em Tempo 
Real (LBTR). 
• A liquidação financeira ocorre por meio do STR, ao qual o Selic é interligado. 
Também por seu intermédio, é efetuada a liquidação das operações de mercado 
aberto e de redesconto com títulos públicos, decorrentes da condução da política 
monetária realizada pelo Bacen. 
• Seu horário de funcionamento é das 6h30 min às 18h30min – mesmo horário de 
funcionamento do STR – somente em dias úteis. 
Sistema Especial de Liquidação e 
Custódia (SELIC) 
B3 (Brasil, Bolsa e Balcão) 
Títulos Públicos Federais: LTN, LFT, 
NTN-B (principal), NTN-B e NTN-F. 
(liquidação D+0) 
 
Ações (liquidação D+2) 
Títulos Privados: CDB, LCI, LCA, CRI, 
CPR, SWAP 
Derivativos: Opções, Futuro e à Termo 
 
6.8 Mecanismos de ofertas públicas 
O Underwriting é um esquema de lançamento de uma emissão de ações para 
subscrição pública no qual a empresa encarrega uma instituição financeira da colocação 
desses títulos no mercado, ou seja, é uma operação realizada por uma instituição 
financeira mediante a qual, sozinha ou organizada em consórcio, subscreve títulos de 
emissão por parte de uma empresa para posterior revenda no mercado. O termo 
Underwriting (“subscrição”, em inglês) significa lançamento ou emissão de papéis para 
captação de recursos de acionistas. A instituição financeira subscreve somente as sobras 
da emissão, já que a lei brasileira assegura aos acionistas o direito de preferência à 
subscrição das novas ações a serem emitidas, na proporção das ações que possuírem na 
época. 
 
 
 
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As instituições subscrevem integralmente a emissão de ações para tentar revendê-las 
posteriormente ao público. Nessa forma de contrato, a empresa não tem risco algum, pois 
tem certeza da entrada de recursos, já que o intermediário subscreve para si o total da 
emissão. 
O risco da aceitação ou não do lançamento do mercado fica por conta do 
intermediário financeiro, que se compromete a subscrever todas as ações objeto da 
emissão. Isso não impede que antes de cumprir essa obrigação o intermediário tente 
colocar as ações junto ao público em geral. 
No contrato com garantia firma, o coordenador e/ou outro(s) participante(s) assumem 
a responsabilidade de subscrever os valores mobiliários não colocados no mercado, o que 
não ocorre no regime de melhores esforços. Essa prática traz diferenças no custo de 
contratação da operação por acrescentar às comissões de coordenação e distribuição (ou 
colocação) a comissão de garantia total ou parcial. Esses custos são destacados na seção 
“custos de emissão”. 
6.8.1 Garantia residual ou com garantias de sobras (stand-by) 
Nesse caso, o intermediário financeiro compromete-se a colocar as sobras de ações 
junto ao público em determinado espaço de tempo, após o qual ele próprio subscreve o 
total de ações não colocadas. Isso significa que, depois de decorrido o prazo no qual o 
intermediário comprometeu-se a vender as sobras da subscrição ao público, o 
Underwriting se torna do tipo firme. 
Underwriting é uma operação de distribuição pública primária ou secundária de 
títulos em que são lançadas novas ações no mercado. 
Empresa 
precisa captar 
recursos para 
financiar 
investimentos 
Decide entre tomar 
um empréstimo ou 
captar recursos via 
emissão de ações. 
Procura uma 
instituição financeira 
para prestar o 
serviço de emissão 
de ações 
(Underwriting). 
Emissão no mercado 
primário. 
Ações da empresa 
passam a ser 
negociadas no 
mercado 
secundário na Bolsa 
de Valores 
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O intermediário compromete-se a subscrever as ações que não conseguir vender ao 
público, em prazo fixado no contrato. A quantidade de ações objeto da garantia poderá 
estar limitada a certo montante. 
6.8.2 Garantia de melhores esforços (best-efforts) 
O intermediário financeiro assume o compromisso de realizar seu melhor esforço no 
sentido de colocar as ações ao público, não assumindo qualquer obrigação de comprar, 
ele mesmo, os títulos não vendidos. Nesse caso, a empresa não tem certeza de conseguir 
aumentar o seu capital na proporção pretendida nem no tempo estabelecido para sua 
concretização, já que assume todos os riscos de aceitação ou não das ações lançadas por 
parte do mercado. Naturalmente, a remuneração para esse tipo de serviço deve ser menor 
que a destinada a um compromisso firme. 
Contratos Risco de subscrição 
Firme (straight) O risco é do intermediário 
Residual ou com garantias de sobras (stand-by) O risco é compartilhado 
Melhores esforços (best-efforts) O risco é da empresa 
 
6.8.3 Underwriting 
O Underwriting pode ser feito para atender às seguintes finalidades: 
• Abertura de capital: é a operação pela qual uma sociedade oferece pela 
primeira vez suas ações ou debêntures a subscrição pública por meio de uma 
ou mais instituições financeiras. Em termos legais, essa abertura ocorre 
quando seus valores mobiliários passam a ser admitidos para negociação em 
bolsas de valores ou no mercado de balcão; 
• Aumento de capital: é a operação pela qual uma empresa de capital aberto 
oferece suas ações ou debêntures preferencialmente a seus acionistas e ao 
público em geral; 
• Abertura de capital através de block-trade: trata-se de uma operação de 
leilão promovida em bolsa de valores em que são negociadas ações ou 
debêntures relativas à abertura do capital de uma empresa a um preço mínimo 
estabelecido; e 
• Block-trade de ações ou debêntures de companhias abertas: nesse caso, o 
processo é análogo ao anterior, porém está sujeito a procedimentos especiais 
de negociação segundo normas da CVM e bolsa de valores. 
As principais etapas do processo de Underwriting são: 
• Registro da operação na CVM (instrução n° 400/2003); 
• Formação do consórcio de instituições que vão coordenar e distribuir a 
operação; 
• Estabelecimento de garantia (se houver); 
• Conteúdo da oferta, incluindo lote e forma de precificação; 
• Distribuição do prospecto preliminar e definitivo (material publicitário); 
• Coleta, junto aos investidores, de intenções e reserva (quantidade e preço 
máximo); 
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• Recebimento de reservas (quando contemplado no prospecto e no anúncio de 
início de distribuição); 
• Resultado da oferta, incluindo o preço final da ação. 
Selecionando o underwriter 
Tratando-se de emissão para oferta pública, a distribuição ou colocação no mercado 
só poderá ser feita através de instituições autorizadas, vedada a oferta direta pela empresa. 
Portanto, a empresa deve contratar instituições especializadas, tais como bancos de 
investimento, sociedadescorretoras e sociedades distribuidoras, para a colocação de 
novas ações no mercado. 
Pelos serviços de coordenação da operação, liderança da operação, venda de valores 
mobiliários e eventual garantia de subscrição, as instituições financeiras cobram taxas 
percentuais sobre o valor da operação e garantia de subscrição. 
Oferta base 
A oferta base é definida através dos fatores: 
• Necessidade de capital para investimento e reestruturação de 
passivos; 
• Percentual de free float; 
• Diluição de acionistas e composição acionária. 
 
Tipo de 
emissão 
• Emissão primária; 
• Emissão secundária; e 
• Emissão mista. 
 
Após uma análise da demanda pela oferta pelos investidores pode-se optar por 
aumento do volume da oferta 
Lote adicional 
(hot issue) 
• Opção da emissora de aumentar a oferta em até 20% do 
montante da oferta base. Não há necessidade de novo 
pedido ou modificação dos termos da oferta. As ações 
chamadas hot issue são vendidas a um preço acima do 
valor do IPO devido à alta demanda. Esse montante que 
não excede 20% da quantidade inicialmente requerida é 
excluído o eventual lote suplementar, se houver. 
Lote 
suplementar 
(Green Shoe) 
• Opção dada pela companhia aos coordenadores para 
distribuição de até 15% a mais do montante da oferta base. 
Só pode ser utilizado por companhias abertas que já 
tenham registrado emissões. 
 
Responsável Etapas da operação de underwriting 
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Empresa 
emissora 
• Preparações preliminares; 
• Definição da ação a ser lançada, montante em reais e preço 
unitário; e 
• Negociação e contratação de instituição coordenadora. 
Empresa 
emissora e 
instituição 
coordenadora 
• Assembleia geral extraordinária (AGE) para a autorização da 
emissão; 
• Preparo e envio da documentação para registro na CVM; 
• Formação do pool de instituições financeiras para a 
distribuição; 
• Marketing da operação e o disclosure da companhia; 
• Concessão do registro e os anúncios de início e término da 
distribuição; 
• Boletins de subscrição e liquidação financeira da operação; e 
• Registro nas bolsas de valores. 
Um underwriting pode ser executado por apenas um intermediário financeiro ou por 
um consórcio formado por várias instituições financeiras. Dessa forma, a colocação das 
ações é feita por um conjunto de instituições financeiras que assumem as seguintes 
funções: 
• Coordenador: coordena a operação, desempenhando funções como 
elaboração da documentação e acompanhamento do processo, apresentação 
da empresa para o mercado, controle financeiro, análise e projeções 
financeiras da empresa emissora, formação do preço da ação ou debênture no 
lançamento. A operação pode ser coordenada por mais de uma instituição, 
originando, assim, a figura do: 
o Coordenador principal: instituição que gerou a operação; portanto, 
faz a interface entre a empresa e o mercado. Geralmente fica com o 
maior risco (quando em regime de garantia firme) e o maior 
comissionamento e também é responsável pelo registro junto à CVM; 
e 
o Coordenador contratado: instituição que, junto com o coordenador 
principal, conduz a operação e consta do registro da CVM; 
• Líder: instituição que possui algum prestígio no mercado e assume o risco 
de lote significativo de ações, distribuindo-o perante os consorciados. 
• Consorciado: instituição que simplesmente comprou ou subscreveu o papel, 
ou seja, que faz o trabalho de varejo, colocando papel para o investidor final; 
• Subcontratado/consorciado: instituição que adere ao contrato de garantia; 
assim, a sua participação na eventual garantia é adequada ao seu porte ou sua 
capacidade de colocação; e 
• Participação especial: caracteriza-se pela participação de uma instituição 
que não consta da coordenação, mas, dado o volume garantido e o seu 
relacionamento com o emissor, figura na operação com destaque. 
• Agência de rating: as agências de rating também são partes integrantes de 
uma oferta pública. Essas agências são empresas especializadas em levantar 
opiniões sobre o crédito das empresas por meio de notas. As principais 
atuantes no Brasil são: Moody’s, Standard & Poor’s e Fitch Ratings. 
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• Agente fiduciário: é o representante dos debenturistas. Deverá ser uma 
instituição financeira para debêntures negociadas no mercado de valores 
mobiliários. 
• Banco escriturador: é o responsável pela escrituração e guarda dos livros de 
registro e transferência dos valores mobiliários escriturais. Quando as ações 
e debêntures são emitidas de maneira escritural não existe cautela física, mas 
apenas o registro em contas de depósitos em nome dos titulares nos livros de 
registro do banco escriturador. O registro caracteriza a titularidade da ação 
escritural ou da debênture escritural. 
• Banco mandatário: essa função pode ser desempenhada por banco 
comercial ou múltiplo que tenha carteira comercial com conta “reservas 
bancárias” junto ao Banco Central do Brasil. Indicado pela companhia 
emissora, é responsável pela confirmação financeira de todos os pagamentos 
e movimentações realizados pelo emissor. Responsável pela existência e 
validade dos valores mobiliários. 
• Banco liquidante: é a instituição financeira responsável, como o próprio 
nome diz, por prestar serviços de liquidação financeira das operações 
registradas no Sistema de Distribuição de Títulos (SDT) e no Sistema 
Nacional de Debêntures (SND), bem como pelo pagamento das taxas 
relativas ao uso do SND. 
• Depositário: é a instituição que presta os serviços de registro de debêntures 
escriturais; custódia de valores mobiliários e agente emissor de certificados. 
Essas atividades são obrigatórias em um processo de emissão de debêntures 
que dependem de autorização da CVM. 
• Custodiante: é uma instituição financeira responsável pela guarda e 
manutenção das informações dos ativos componentes da carteira do 
investidor. É o custodiante que cuida para que o investidor não perca seus 
direitos (dividendos, direitos de subscrição etc.). 
Geralmente os critérios utilizados para a formação do pool de instituições financeiras 
são: 
• Liderança de mercado; 
• Capacidade de colocação; e 
• Relação reciprocidade versus empresa versus banco líder. 
6.8.4 Bookbuilding 
Após a interação com os investidores através do roadshow a empresa passa por um 
momento crítico: a definição da faixa de preços para as ações ofertadas. Após as visitas, 
os investidores enviarão suas indicações de interesse com a quantidade desejada e 
sensibilidade ao preço. As ordens são, em geral, colocadas nos dias imediatamente 
anteriores ao fechamento do livro de ordens (book). O fechamento do livro de ordens 
deverá ocorrer o mais próximo possível do encerramento do roadshow, para que o 
momentum criado pelas visitas aos investidores não seja perdido. Depois da análise e 
fechamento do book, o banco coordenador e a empresa definirão o preço a ser fixado, 
buscando conciliar os objetivos de pulverizar a colocação e maximizar o valor da 
empresa. 
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Supondo um exemplo em que o coordenador da oferta determina um intervalo inicial 
para o preço de lançamento entre R$10 e R$15 por ação. Resta agora saber se os 
investidores estão interessados e, mais importante, a qual preço. Através de consultas a 
investidores institucionais, como gestores de recursos, fundos de pensão, seguradoras e 
outros, o coordenador pode obter esta informação. Vamos considerar como exemplo uma 
oferta de R$ 500 milhões, e uma consulta a 100 investidoresinstitucionais. 
Cada investidor indica, formal ou informalmente, quantas ações ele quer comprar e 
qual o preço que está disposto a pagar. O coordenador tabula estas informações por ordem 
crescente de preço, de forma a obter qual seria a quantidade acumulada a determinado 
preço. 
Se somente dez investidores colocaram ordens de 2 milhões de ações cada a R$15 
por ação, este não deve ser o preço da oferta. Isso ocorre porque o total de ordens seria 
de 20 milhões de ações, com um total de R$ 300 milhões – que fica abaixo dos R$ 500 
milhões que estão sendo ofertados. 
A solução é baixar o preço, de forma que outros investidores participem da oferta. 
Assim, o coordenador analisa o livro de oferta e atinge o patamar de preço pelo qual R$ 
500 milhões possam ser vendidos confortavelmente. 
No Brasil, a B3 disponibiliza um sistema que permite a realização de processos de 
bookbuilding de colocações primárias ou secundárias de ações, debêntures, notas 
promissórias e quotas de fundos. 
6.8.5 Oferta pública de aquisição (OPA) 
Uma oferta pública de aquisição (OPA) é uma oferta de compra lançada sobre uma 
empresa. Através da OPA, uma pessoa física ou jurídica, designada “oferente”, pretende 
comprar uma sociedade cotada em bolsa, designada “alvo” (take over quando se busca o 
controle da empresa alvo). 
O anúncio público torna-se necessário porque quando uma empresa tem o seu capital 
disperso em bolsa é difícil identificar todos os seus acionistas. A OPA pretende diminuir 
o capital disperso em bolsa e, no extremo, a sua retirada de bolsa numa aquisição 
posterior. 
Dependendo das circunstâncias em que é feita, em particular do preço oferecido na 
OPA face à cotação dos títulos em bolsa, o Conselho de Administração da empresa alvo 
emite uma recomendação de venda ou recusa de venda aos seus acionistas. 
O bookbuilding é o período de coleta de intenções de investimento dos investidores 
institucionais para a precificação das ações. Essa coleta de intenções é permitida a 
partir da divulgação do prospecto preliminar e do protocolo de pedido de registro de 
distribuição na CVM, com ou sem recebimento de reservas. 
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6.9 Funcionamento da B3 
A B3 é uma companhia que oferece local, condições e sistemas necessários para a 
realização de negociações de compra e venda de títulos e valores mobiliários de forma 
transparente. Suas principais funções – estrutura operacional - podem ser agrupadas em 
atividades ligadas à: 
• Fornecer os meios e o ambiente necessário para compra e venda de valores 
mobiliários, inclusive ações; 
• Manter local adequado para a realização das transações de compra e venda 
de títulos e valores mobiliários; 
• Disponibilizar recursos técnicos e administrativos eficientes e seguros para a 
realização das operações; 
• Estabelecer sistema de negociação que assegure a continuidade das cotações 
e a liquidez do mercado; 
• Realizar registro, compensação e liquidação de ativos e valores mobiliários 
negociados em seus ambientes, assim como a listagem de ações e de outros 
ativos; 
• Atuar como depositária central dos ativos negociados em seus pregões; 
• Controlar e gerenciar riscos das operações através de uma estrutura de 
clearing, de maneira a assegurar o funcionamento eficiente e seguro de seus 
mercados. 
Em relação a autorregulação do mercado: 
• Fiscalizar o cumprimento, pelas corretoras e sociedades emissoras de títulos 
e valores mobiliários, das disposições legais e regimentais que disciplinam as 
operações da bolsa; 
• Dar ampla e rápida divulgação às operações efetuadas em seu pregão; 
• Evitar a manipulação de preços; 
• Detectar movimentos anormais de mercado, acompanhando-o, e, dependendo 
do caso, suspendendo negócios e negociações. 
A atuação da B3 como autorregulamentação dos mercados é importante para 
minimizar os efeitos de possíveis manipulações do mercado. Seguem-se exemplos de 
manipulações que podem ocorrer no mercado: 
• Ramping: influenciar o preço das ações de uma empresa e tirar vantagem 
disso. Exemplo: comprar ações quando estão baratas para, então, dar início a 
rumores de que a empresa será vendida. 
• Front running: prática de uma corretora de negociar um ativo com base em 
informações produzidas por seu departamento de análise antes que seus 
clientes tenham recebido as recomendações. Exemplo: uma corretora pode 
comprar as ações antes de soltar uma recomendação positiva sobre elas. 
• Painting the tape: quando um grupo de especuladores compra e vende um 
mesmo ativo entre si para criar uma artificialidade no papel que acaba 
atraindo outros investidores desinformados sobre a manipulação; 
• Wash trading: prática de um mesmo especulador de comprar e vender ações 
de uma empresa por meio de duas corretoras diferentes. Isso cria uma 
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movimentação artificial e a impressão de que alguma grande notícia a 
respeito da empresa está prestes a ser publicada. 
Em relação ao desenvolvimento do mercado: 
• Educar pequenos e grandes investidores aos conceitos sobre o mercado 
acionário para que eles conheçam a importância de formar um patrimônio 
investindo em ações e mostrar os seus reflexos para o desenvolvimento 
econômico do país. 
6.10 Venda a descoberto 
Trata-se de uma modalidade permitida apenas para realização de day-trades 
(operações iniciadas e terminadas no mesmo dia). Caso o investidor opte em manter sua 
posição vendida por mais de um dia, este deverá tomar em aluguel as ações vendidas a 
descoberto. 
Na venda a descoberto, o investidor vende ações que não possui em sua custódia 
esperando que seus preços caiam abaixo do preço de venda. Ao comprar as ações mais 
baratas do que as vendeu, o investidor estaria lucrando com a diferença entre o valor que 
recebeu pela venda a descoberto e o valor que desembolsou para recomprar as ações, e 
assim encerrar sua operação. 
6.11 Aluguel de ações 
O empréstimo de ações, ou aluguel, destina-se aos investidores de longo prazo em 
títulos de empresas sólidas, rentáveis e com elevado índice de negócios. Ao emprestar 
seus papéis os aplicadores recebem, além dos proventos das empresas, uma taxa de 
remuneração pelo empréstimo. 
O aluguel de ações é um contrato entre dois investidores que tem como objetivo uma 
relação de ganhos para as duas partes. As ações devem ser devolvidas ao doador até a 
data do vencimento. Caso contrário, ele tem direito a receber a garantia oferecida ou o 
pagamento em dinheiro. 
Trata-se de uma operação em que a câmara de ações atua como contraparte e garante 
os negócios. 
• O doador oferece os seus ativos em troca de uma remuneração fixa. Em 
contrapartida, não pode negociá-los até a data do vencimento; 
• O tomador utiliza o aluguel de ações para apostar na queda de um ativo. 
Durante a vigência do empréstimo, caso ele não tenha vendido à vista as ações 
objeto do empréstimo, passaria a deter o direito de participação em 
assembleia e voto. 
Existe apenas prazo mínimo, que é de um dia para os empréstimos tomados 
voluntariamente sem a exigência de carência adicional. O prazo máximo depende da 
vontade do doador. As taxas de empréstimo são livremente pactuadas entre as partes. 
Os ativos elegíveis são: 
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• Ações; 
• Units; 
• Cotas de fundos de índices (ETFs); 
• BDRs patrocinados e não patrocinados nível I; 
• Cotas de fundos de investimentos imobiliários; e 
• Cotas de fundos de investimentos em participações. 
O imposto de renda funciona da seguinte forma: 
• O IR do doador é tributadoconforme tabela de renda fixa na fonte; 
• O IR do tomador é tributado conforme renda variável, a grande diferença é 
que os gastos com os juros que ele pagará ao doador poderá ser descontado do 
lucro junto com os outros custos operacionais da base que incidirá o IR. 
6.12 Compra de ações com uso de margem 
É uma forma de negociação das ações que possibilita ao investidor obter, em uma 
sociedade corretora, financiamento para compra dos títulos e/ou empréstimo dos papéis 
para venda. A compra de ações com uso de margem permite ao investidor pedir dinheiro 
de imediato à corretora, a fim de comprar mais ações do que poderia arcar apenas com 
seu dinheiro. Isso se chama alavancagem, pois lhe permite comprar mais com menos 
fundos. Essas operações são feitas no mercado à vista de bolsa. 
O custo e a liquidação do financiamento, bem como a remuneração do empréstimo 
dos títulos e sua devolução, são pactuados diretamente entre o investidor e a corretora. 
Os juros são normalmente cobrados por dia, assim não é vantajoso usar margem para um 
investimento no longo prazo. 
 6.13 Garantias 
O depósito de garantias deve ser efetuado em espécie pelos participantes dos 
mercados da B3, segmento BM&FBovespa podendo ser substituído por outros ativos, a 
critério da câmara BM&FBovespa. São aceitos os seguintes ativos como garantias para 
compra de ações com margem: 
• Ativos em espécie: 
o dólar americano, para investidores não-residentes; 
o Moeda nacional, para residentes. 
• Outros ativos elegíveis: 
o Título público federal; 
o Ouro ativo financeiro; 
o ações, Units, ADRs, BDRs; 
o CDB, LCI, LCA; 
o Títulos norte-americanos; 
o Títulos do tesouro alemão; 
o carta de fiança bancária; 
o Cota de fundo de índice (ETF); 
o Cotas de fundos referenciados DI e FIC de FI; 
o Cota do fundo de investimento liquidez da câmara B3 (FILCB). 
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6.14 Custos de execução 
Custos incidentes sobre operações com ações: 
• Corretagem: é o custo cobrado pela corretora pelo serviço de execução da 
ordem ou serviço de corretagem. Usualmente, este valor é um percentual que 
varia conforme o volume operado. Entretanto, as corretoras podem estipular 
o valor e algumas corretoras chegam a cobrar apenas um valor fixo por 
operação. 
• Emolumentos: são cobrados pela B3 e variam conforme a natureza do 
investidor e da operação. Por exemplo, se é uma ordem day-trade, de um 
clube de investimento ou de um investidor pessoa física. 
• Custódia: é um serviço de guarda das ações do cliente que a bolsa e as 
corretoras prestam aos seus clientes. No serviço de custódia, a câmara de 
ações é a depositária das ações das companhias abertas, e estas são 
identificadas por um código (ISIN - International Securities identification 
number). 
6.15 Negociações à vista e a termo com ações 
Toda negociação no mercado à vista possui liquidação financeira em D+2. 
Já a operação a termo corresponde à venda ou compra de uma determinada 
quantidade de ações, a um preço e prazo de liquidação futuro, estipulados entre as partes 
negociantes. 
Todas as ações negociadas na B3 podem ser objeto de um contrato a termo. O prazo 
de liquidação varia livremente entre um mínimo de 16 dias e um máximo de 999 dias 
corridos, conforme negociado entre ambas as partes. O preço de uma ação negociada em 
contrato a termo consiste no valor cotado no mercado à vista mais uma taxa de juros, 
negociada em função do prazo de liquidação. 
A motivação para uma operação a termo em detrimento de uma operação à vista 
surge de diversos aspectos, dentre eles se destacam: 
• alavancagem: o investidor não dispõe de recursos para adquirir as ações no 
mercado à vista e as compra no mercado a termo, pois necessita apenas de 
recursos para a margem de garantia; 
• Financiamento: o investidor quer ganhar apenas juros com a operação, então 
compra a ação no mercado à vista e as vende no mercado a termo. Se o 
comprador a termo liquidar a operação antes do vencimento, como o valor a 
receber em juros é fixo, a taxa resultante, em geral, é maior que a de mercado. 
Os proventos (dividendos, bonificação etc.) que ocorrerem durante a vigência do 
contrato a termo pertencem ao comprador e serão recebidos por este, juntamente com as 
ações objeto, na liquidação do contrato. 
6.16 Operações com ouro 
 
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O ouro é muito utilizado como instrumento de reserva internacional, diante da 
possibilidade de deterioração das moedas por inflação ou crises econômicas geradas pelos 
déficits comerciais e orçamentários. As reservas de ouro são mantidas de maneira 
Escritural. 
A extração do ouro bruto é feita por garimpeiros que o vendem para instituições do 
Sistema Financeiro Nacional – SFN, devidamente autorizadas a funcionar pelo Banco 
Central do Brasil – BACEN, que adquirem o metal em seus Postos de Compra de Ouro 
(PCO) localizados nas regiões garimpeiras, que por definição é a dependência de banco 
múltiplo com carteira comercial e/ou de investimento, banco comercial, banco de 
investimento, sociedade corretora de títulos e valores mobiliários e sociedade 
distribuidora de títulos e valores mobiliários. 
O ouro foi transformado em ativo financeiro pela Lei nº 7.766 de 11 de maio de 1989 
que define em seu artigo 1°; 
Art. 1º - O ouro em qualquer estado de pureza, em bruto, ou refinado, quando 
destinado ao mercado financeiro ou à execução da política cambial do País, em operações 
realizadas com a interveniência de instituições integrantes do Sistema Financeiro 
Nacional, na forma e condições autorizadas pelo Banco Central do Brasil, será desde a 
extração, inclusive, considerado ativo financeiro ou instrumento cambial. 
O ouro depois de extraído nos garimpos pode ser transformado em ativo financeiro 
mediante o pagamento do imposto sobre operações financeiras – IOF, quando o 
garimpeiro ou minerador efetua a venda do minério para a instituição financeira 
autorizada. 
O ouro é um ativo financeiro, sendo valores mobiliários porque é fungível. Por 
definição do artigo 85 do Código Civil Brasileiro, são fungíveis os bens móveis que 
podem ser substituídos por outros da mesma espécie, qualidade e quantidade. 
A Secretaria da Receita Federal do Brasil instituiu modelos de Notas de Negociação 
de Ouro de uso obrigatório pelas instituições autorizadas que operam com o metal no 
Mercado de Balcão, ou seja, são aquelas operações que não transitam pelas Bolsas de 
Valores. As negociações efetuadas nos pregões das Bolsas de Valores não necessitam da 
emissão dessas Notas de Negociação padronizadas. 
As Notas de Negociação ou de remessa devem ser emitidas por séries (uma série para 
cada região de garimpo) em razão do grau de pureza de cada região e para que se possam 
apurar os limites de perdas no refino do ouro e também dos demais minérios que o 
compõem. 
 
Os graus de pureza são assim definidos: 
• Ouro bruto (não refinado); 
• Ouro remetido para a fundidora; 
• Ouro fino 995; 
• Ouro fino 999. 
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O ouro bruto é refinado em fundidoras habilitadas pelas Bolsas de Mercadorias e de 
Futuros e depois de refinado é remetido para custódia em instituição indicada pela 
contratante do refino. A instituição indicada deve ser habilitada pela Bolsa de 
Mercadorias e Futuros. 
Recebido o metal em custódia, a Bolsa de Mercadorias e Futuros emite um 
certificado, o qual é entregue à instituição depositante, que posteriormente pode ser no 
futuro transferido aos demais adquirentes.Licensed to Damaris Moura Macedo de Brito - damarismouramacedodebrito2022@gmail.com - 106.752.673-07 - HP155316710607327
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Exercícios de Fixação 
01) Para um investidor interessado em aplicar seus recursos financeiros no mercado 
de ações, sua rentabilidade será positivamente afetada pela tendência de valorização 
das ações na bolsa de valores. O Ibovespa, índice que acompanha a variação média 
das cotações das ações negociadas na BM&F Bovespa é um dos mais importantes 
indicadores do comportamento do mercado acionário brasileiro, sendo utilizado 
como indicador do comportamento médio do mercado. Considerando-se que o 
Ibovespa venha mostrando tendência média de alta nos últimos meses, o evento que, 
supondo tudo o mais constante, poderia representar uma reversão abrupta dessa 
tendência e desencadear resultados negativos no índice nos movimentos seguintes é 
a(o): 
a) Aumento da lucratividade média das companhias brasileiras de capital aberto. 
b) Aumento das taxas de juros nos Estados Unidos, para níveis superiores aos 
esperados pelo mercado. 
c) Continuidade do processo de recuperação econômica brasileira. 
d) Redução das taxas de desemprego no Brasil. 
e) Redução das taxas de juros reais no Brasil. 
Questão comentada: https://vimeo.com/752216055/e18f55bef6 
Ano: 2018 Banca: CESGRANRIO Órgão: Banco do Brasil Prova: CESGRANRIO – 
2018 – Banco do Brasil – Escriturário 
20154 - Quanto ao funcionamento do mercado à vista de ações, assinale a alternativa 
correta. 
a) A compra e a venda de ações são realizadas no mercado secundário, permitindo, 
inclusive, a captação de investimento para as companhias abertas. 
b) Se um cliente da corretora ABCD comprar 1.000 ações da empresa XYZW a R$ 
20,00 por ação e, posteriormente, vender todas essas ações por R$ 21,00, então 
obterá um lucro líquido de R$ 1.000,00. 
c) As negociações são usualmente realizadas em home broker, uma plataforma 
eletrônica oferecida pelas corretoras, e o tempo de liquidação de uma venda de 
ações é D+1, semelhante ao DOC. 
d) O cliente de uma corretora participante da Bolsa de Valores somente poderá 
comprar uma quantidade de ações múltipla do lote padrão de 100 unidades. 
e) No mercado à vista de ações, há situações específicas em que as operações 
realizadas pelo investidor não exigem o recolhimento de imposto de renda. 
BRB – 2022 – BANCA IADES – ESCRITURÁRIO – PROVA TIPO A: 
Questão comentada: https://vimeo.com/768509033/c587532359 
20153 - Uma empresa pode recorrer ao mercado de capitais para obter recursos a 
serem investidos no seu desenvolvimento ou levantar capital para as respectivas 
necessidades de curto, médio ou longo prazos. Em relação ao mercado de capitais, 
aos seus participantes e às operações realizadas, assinale a alternativa correta. 
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https://vimeo.com/752216055/e18f55bef6
https://vimeo.com/768509033/c587532359
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a) As sociedades anônimas (S.A.) caracterizam-se por negociar as próprias ações na 
Bolsa de valores. 
b) Os acionistas ordinários têm o direito de vender suas ações quando houver a 
mudança de controle da companhia, obrigando o novo controlador a pagar pelo 
menos 80% do valor pago por ação. 
c) Se uma empresa com ações negociadas na Bolsa de Valores apresentar prejuízo 
por quatro anos seguidos, os clientes de posse de ações preferenciais (PN) dessa 
empresa passam a ter direito a voto nas assembleias, implicando a conversão 
dessas ações PN para ordinárias (ON-direito a voto). 
d) Em função da reforma tributária aprovada no Congresso, um acionista ao receber 
os dividendos relativos ao lucro líquido da companhia, proporcional às ações de 
sua posse, deve declarar essa renda dos dividendos para fins de imposto de renda. 
e) Uma companhia pode emitir debêntures para obter o financiamento de capital fixo 
e de capital de giro. 
BRB – 2022 – BANCA IADES – ESCRITURÁRIO – PROVA TIPO A: 
Questão comentada: https://vimeo.com/768508959/2d4ac03ad4 
GABARITO: 
1-B 20154-E 20153-B 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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https://vimeo.com/768508959/2d4ac03ad4
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7 Noções de Mercado de Câmbio: instituições autorizadas a operar e operações 
básicas. 
8 Regimes de taxas de câmbio fixas, flutuantes e regimes intermediários 
9 Taxas de câmbio nominais e reais 
10 Impactos das taxas de câmbio sobre as exportações e importações 
11 Diferencial de juros interno e externo, prêmios de risco, fluxos de capitais e seus 
impactos sobre as taxas de câmbio. 
A análise das perspectivas de uma empresa deve começar com a economia global. 
Ao estar inserida num contexto internacional, a empresa é afetada pela economia 
internacional em seus mais diversos níveis. As perspectivas de exportação e importação, 
a competição de preços em função da concorrência internacional e os ganhos obtidos com 
os investimentos internacionais são alguns dos exemplos que podemos citar em que a 
economia internacional afeta o desempenho de uma empresa. 
No Brasil, as instituições autorizadas a atuar no mercado de câmbio são: 
• Bancos múltiplos com e sem carteira comercial; 
• Bancos comerciais; 
• Bancos de investimentos; 
• Bancos de câmbio; 
• Bancos de desenvolvimento; 
• Bancos cooperativos; 
• Corretoras de câmbio; 
• Caixas econômicas; 
• Corretoras e distribuidoras de títulos e valores mobiliários. 
A taxa de câmbio, que é o preço em moeda nacional, de uma unidade de moeda 
estrangeira, nos permite calcular a relação de troca, ou seja, o preço relativo entre 
diferentes moedas. Ela influi diretamente no desempenho das empresas e também das 
bolsas de valores uma vez que afetam toda a economia. 
Abaixo, algumas perguntas e respostas sobre taxa de câmbio: 
1) O que é taxa de câmbio? Taxa de câmbio é o preço de uma moeda 
estrangeira medido em unidades ou frações (centavos) da moeda nacional. 
Por exemplo, se a taxa de câmbio do dólar é 3,10, significa que um dólar dos 
Estados Unidos custa R$ 3,10. A taxa de câmbio reflete, assim, o custo de 
uma moeda em relação à outra. 
2) O que é taxa de compra e taxa de venda? A prática consolidada de mercado 
denomina uma taxa como “de compra” ou “de venda” tendo como base a 
posição da instituição financeira na transação. Assim, se uma pessoa física 
deseja comprar moeda estrangeira junto a uma instituição autorizada a operar 
com câmbio, a instituição estará vendendo e, portanto, a taxa ofertada será a 
de venda. Se a pessoa física quer vender moeda estrangeira, a instituição está 
comprando e, assim, a taxa será de compra. 
3) A taxa de câmbio é fixada pelo Banco Central? Não. As taxas de câmbio 
são livremente pactuadas entre as partes contratantes, ou seja, entre o 
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comprador ou vendedor da moeda estrangeira e o agente autorizado pelo 
Banco Central a operar no mercado de câmbio. 
4) O que significam as taxas divulgadas pelo Banco Central? As taxas de 
câmbio divulgadas pelo Banco Central correspondem à média aritmética das 
taxas de compra e das taxas de venda dos boletins do dia (conhecida como 
“taxa PTAX” de fechamento). 
5) O que significam as taxas de “câmbio comercial” e “câmbio turismo”? 
existe um único mercado de câmbio legal no País e as terminologias “cambio 
comercial” ou “dólar comercial”, e “câmbio turismo” ou “dólar turismo” são 
utilizadas pelo mercado para indicar asdiferentes taxas praticadas de acordo 
com a natureza da operação. As expressões “câmbio turismo” ou “dólar 
turismo” são utilizadas comumente para classificar as operações relativas a 
compra e venda de moeda para viagens internacionais, geralmente em 
espécie. As expressões “câmbio comercial” ou “dólar comercial” são usadas 
para as demais operações realizadas no mercado de câmbio, tais como: 
exportação, importação, transferências financeiras. 
6) As taxas podem ser diferentes para moeda em espécie e cheque de 
viagem? Sim. As taxas de câmbio são livremente pactuadas entre as partes, 
podendo ser diferentes de acordo com a natureza da operação e/ou a forma de 
entrega da moeda estrangeira (ordem de pagamento, cheque, espécie, etc.), 
clientes, entre outros fatores. 
7) Qual a taxa de câmbio cobrada quando faço compras de bens e serviços 
no exterior em moeda estrangeira utilizando cartão de crédito? O 
pagamento da fatura deve ser realizado pelo equivalente em reais, devendo 
ser utilizada, para efeito de conversão do valor devido em moeda estrangeira 
para moeda nacional, a taxa aplicável pela instituição às operações de câmbio 
no dia do pagamento. Contudo, se a compra no exterior foi denominada em 
reais, o valor dessa compra é que deve constar na fatura, sendo vedada 
qualquer indexação a qualquer moeda estrangeira. Além disso, como a fatura 
do cartão de crédito é fechada com anterioridade ao dia do pagamento, na 
fatura do mês seguinte pode ocorrer diferença para mais ou para menos em 
função da variação da taxa praticada pela instituição entre o dia do 
fechamento da fatura e o dia do seu efetivo pagamento. A instituição deve lhe 
informar a taxa de câmbio utilizada. 
8) O que muda, a partir de 1° de março de 2020, em relação à taxa de 
câmbio cobrada quando faço compras de bens e serviços no exterior em 
moeda estrangeira utilizando cartão de crédito? A partir de 1º de março 
de 2020, entrará em vigor a Circular 3.918, de 2018, que determina que as 
instituições deverão, obrigatoriamente, ofertar ao cliente a sistemática do 
pagamento da fatura pelo valor equivalente em reais na data de cada gasto. 
Nesse caso, portanto, o banco emissor do cartão de crédito estará obrigado a 
te oferecer a opção de utilizar a taxa de câmbio da data de cada gasto. Para 
isso, o cliente deve optar expressamente por essa sistemática. Caso não 
queira, poderá pagar com base na taxa de câmbio do dia de fechamento da 
fatura. 
9) O que é Valor Efetivo Total (VET)? O Valor Efetivo Total (VET) 
representa o custo de uma operação de câmbio em reais por moeda 
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estrangeira, englobando a taxa de câmbio, as tarifas e tributos incidentes 
sobre essa operação. É o VET que fornece ao cliente informações sobre o 
quanto ele vai efetivamente desembolsar na operação e permite comparar os 
preços disponíveis no mercado para compra e venda de moeda estrangeira. 
A taxa de câmbio de uma economia depende de variáveis, como, por exemplo: 
• Aumento nos preços dos produtos (inflação): uma alta da inflação provoca a 
necessidade de ajustes na taxa de câmbio, para que este passe a refletir o poder de 
compra real da moeda local. Podemos entender que um aumento na inflação pode 
gerar uma queda na taxa de câmbio, ou seja, no poder de compra da moeda local 
em relação às moedas externas; 
• Balança comercial: de forma geral, a relação entre as entradas de recursos 
externos (exportações) e suas saídas (importações) afeta a taxa de câmbio da 
economia. Por exemplo, um aumento nas exportações gera um aumento na oferta 
de moeda externa na economia, produzindo, assim, uma redução no seu preço; 
como resultado, a taxa de conversão entre as moedas (taxa de câmbio) cairá, 
refletindo um aumento do poder de compra da moeda local; e 
• Conta de capitais do balanço de pagamentos: outra forma de entrada e saída e 
moeda externa na economia é por meio dos investimentos estrangeiros que o país 
recebe. Quando ocorre grande entrada ou saída de capitais em uma economia, há 
um respectivo aumento na oferta e na demanda de moeda externa e, como 
consequência, a taxa de câmbio se altera. 
Uma queda na taxa de câmbio, ou seja, uma diminuição no poder de compra da 
moeda local, induz a um aumento nas exportações da economia. Para atender a essa nova 
demanda, as empresas tendem a produzir mais e a contratar mais mão de obra. Como 
consequência, as empresas crescem e a economia também. 
A taxa de câmbio pode ser expressa em taxa de venda ou taxa de compra. Pensando 
do ponto de vista do banco (ou outro agente autorizado a operar pelo Banco Central), a 
taxa de venda é o preço que o banco cobra para vender a moeda estrangeira (a um 
importador, por exemplo), enquanto a taxa de compra reflete o preço que o banco aceita 
pagar pela moeda estrangeira que lhe é ofertada (por um exportador, por exemplo). 
A taxa de câmbio nominal (E) é o valor em moeda nacional para adquirir uma 
unidade de moeda estrangeira. Cada país possui uma paridade diferente com cada uma 
das moedas dos países que possuem comércio. 
O câmbio nominal afeta diretamente o preço de um produto nacional em moeda 
estrangeira ou afeta a rentabilidade das exportações. Por exemplo, a desvalorização reduz 
o preço dos bens nacionais em moeda estrangeira, aumentando a demanda. De forma 
análoga as importações. 
Outro conceito muito analisado é a taxa de câmbio real (𝜃). É um valor corrigido da 
taxa de câmbio nominal pelo preço estrangeiro (P*) e o doméstico (P). 
𝜃 = 𝐸.
𝑃 ∗
𝑃
 
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O câmbio real mede a paridade em termos de bens dos dois países. Um câmbio real 
mais valorizado significa que um bem nacional pode adquirir maior quantidade que o 
similar estrangeiro. A mudança no câmbio nominal pode compensar a inflação doméstica 
e, assim, manter a paridade do câmbio real. O câmbio real pode ser considerado uma 
medida de competitividade para um país. 
• Inflação interna > inflação externa = desvalorização cambial; 
• Inflação interna < inflação externa = valorização cambial. 
A taxa de câmbio real efetiva é uma medida da taxa de câmbio nominal efetiva 
corrigida pelo preço doméstico e os preços vigentes em cada país. 
 
A intervenção do BC, via dealers, pode ser feita sobre o estoque de moeda da 
seguinte forma: 
• Se a taxa de câmbio cai, ficando muito abaixo do nível desejado pelo 
governo, o que indica que a oferta de moeda estrangeira é maior do que a 
procura, o BC entra no mercado e compra o excesso de divisas, o que implica 
gradual elevação de taxa (a intervenção continua até que a taxa retorno ao 
nível desejado); 
• Se a taxa de câmbio sobe, ficando acima das expectativas oficiais, o que 
indica que a oferta de moeda é menor do que a procura, o BC lança mão de 
seus estoques de divisas das reservas internacionais e vende, no mercado, um 
determinado montante, aumentando assim a oferta de moeda estrangeira e 
fazendo cair a taxa, voltando ao nível desejado. 
Em se tratando de paridade entre as moedas, paridade é a relação de preço que se 
verifica entre duas moedas estrangerias. Ela é o resultado de uma equação que leva em 
conta o diferencial de taxas de juros interna e externa, a desvalorização das outras moedas 
de países com os quais o Brasil mantém relações comerciais e as necessidades de 
pagamentos por parte do governo brasileiro aos credores. 
Com isso, qualquer alteração nas taxas de juros ou nas taxas de câmbio internacionais 
provoca instabilidade e opiniões divergentes sobre os rumos da economia. 
Essa teoria parte da chamada lei do preço único, de acordo com a qual produtos 
homogêneos devem ter o mesmo custo nos diferentes mercados, quandoexpressos na 
mesma moeda. O exemplo geralmente utilizado é o do Big Mac, que é um produto 
homogêneo, seja em New York, em São Paulo, em Paris, em Tóquio, em Moscou ou onde 
quer que seja. De acordo com a lei do preço único, o Big Mac deveria ter o mesmo preço 
Uma desvalorização da taxa de câmbio nominal não necessariamente significa uma 
desvalorização da taxa real. Suponha por exemplo que a taxa de câmbio nominal se 
desvalorize em 10% em dado intervalo de tempo, mas que nesse período o preço 
interno tenha-se elevado 20% e o externo tenha-se mantido constante. Percebe-se que 
apesar da desvalorização nominal de 10%, o aumento dos preços internos fez com que 
a taxa de câmbio real apreciasse, ou seja, o produto nacional ficou relativamente mais 
caro que o estrangeiro. 
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em São Paulo e New York, por exemplo, de tal modo que o consumidor brasileiro ou 
norte-americano fosse indiferente entre comprar em qualquer um dos dois mercados. 
Assim, pela lei do preço único, teríamos: 
𝑃𝐵𝑅
𝑅$ = 𝑃𝐸𝑈𝐴
𝑅$ = 𝐸 𝑥 𝑃𝐸𝑈𝐴
𝑈𝑆$ 
Onde: 
𝑃𝐵𝑅
𝑅$ = preço de um produto no Brasil expresso em reais; 
𝑃𝐸𝑈𝐴
𝑅$ = preço de um produto nos EUA expresso em reais; 
E = taxa de câmbio (R$/US$) 
𝑃𝐸𝑈𝐴
𝑈𝑆$ = preço de um produto nos EUA em dólar. 
Para comparar os preços do mesmo produto nos diferentes mercados, estes devem 
ser expressos na mesma unidade monetária; no caso, utilizamos o R$. Para fazer a 
conversão, tomamos o preço em US$ do produto e multiplicamos pela taxa de câmbio 
entre as duas moedas. 
A igualdade entre ambos os preços é garantida pelo funcionamento do mercado. 
Inexistindo custos de transação, se o preço do mesmo produto for menor no Brasil que 
nos EUA, todos os consumidores americanos direcionarão sua demanda para o produto 
brasileiro, de tal modo que a elevação da demanda no mercado nacional tenderia a elevar 
o preço do produto brasileiro, e a diminuição da demanda nos EUA tenderia a reduzir o 
respectivo preço, até que os dois se igualassem. Se os preços nos respectivos países 
refletem as condições de custo, e portanto, de competitividade dos dois países, a taxa de 
câmbio de acordo com esta lei será determinada de tal forma a igualar o preço dos dois 
países, quando expressos na mesma moeda, sob as hipóteses de ausência de custos de 
transação e de barreiras ao comércio internacional, e considerando-se informação perfeita 
e homogeneidade de bens. 
Taxa de câmbio spot e Forward 
A taxa de câmbio spot é aquela que mostra a relação entre duas moedas para troca 
imediata, atual. Já a taxa forward mostra a taxa de câmbio para troca de duas moedas a 
uma data futura, pré-estabelecida. 
Se uma taxa spot está em BRL/USD 2,20 e a taxa forward está em BRL/USD 2,40, 
dizemos que ela está tradando a um prêmio em relação à spot. Se estivesse mais baixa, 
diríamos que está tradando a um desconto. 
Taxa de câmbio cruzada 
A taxa de câmbio cruzada simplesmente mostra a relação entre três moedas. Por 
exemplo, podemos dizer que BRL/USD = 2,20 e que USD/GBP = 1,40. Para calcular o 
câmbio entre BRL/GBP, pode-se multiplicar as duas cotações, cancelando USD do 
numerador com o denominador: 
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𝐵𝑅𝐿
𝑈𝑆𝐷
𝑋
𝑈𝑆𝐷
𝐺𝐵𝑃
= 2,20 𝑥 1,40 = 3,08. 
Para calcular GBP/BRL, basta calcular o recíproco de 3,08 que é: 
1
3,08
= 0,3247 
7.1 Regimes cambiais 
Existem basicamente três regimes cambiais: 
• Regime com taxa de câmbio fixa: por meio de uma política monetária 
passiva, o BC se compromete a ofertar moeda estrangeira para ajustar 
automaticamente um nível que assegure que a taxa de câmbio de equilíbrio 
se iguale à taxa de câmbio anunciada. Em outras palavras, o BC compra e 
vende moeda estrangeira de forma a manter a taxa de câmbio no nível 
anunciado. o Banco Central deve possuir grande quantidade de reservas para 
atender a uma situação de excesso de demanda por dólar (déficit no balanço 
de pagamentos por exemplo). E deve adquirir qualquer excesso de oferta de 
dólares (superávit no balanço de pagamentos). 
• Regime com taxa de câmbio flutuante: a taxa de câmbio flutua livremente 
em função de mudanças das condições econômicas de oferta e demanda de 
divisas estrangeiras. Em períodos de grande entrada de recursos externos, a 
tendência da taxa de câmbio é a valorização e vice-versa. A vantagem desse 
câmbio é que concede maior grau de liberdade, a desvantagem é a 
volatilidade. 
• Regime cambial de flutuações sujas (Dirty floating): o BC, mesmo dentro 
de um regime de câmbio flutuante, intervém no mercado cambial quando a 
taxa de câmbio se afasta em demasia do valor considerado adequado, o que 
poderia acarretar sérias instabilidades na economia. 
7.2 Política cambial 
Define-se política cambial como a atuação da autoridade monetária na administração 
dos ativos em moedas estrangeiras, além do ouro, visando dar estabilidade à paridade da 
moeda e induzir desempenhos das transações internacionais de acordo com as diretrizes 
da política econômica. 
A política cambial é fortemente associada à política monetária. Por exemplo, se há 
um forte ingresso de divisas em função do bom desempenho das exportações, crescimento 
do volume de recursos captados pela emissão de títulos no exterior ou significativo fluxo 
para aplicações em bolsas de valores, o governo é obrigado a aumentar a dívida pública 
mobiliária, emitindo títulos para enxugar a moeda que entra em circulação pela troca de 
dólares por reais. 
Com isso, a política monetária enfrenta dificuldades para controlar os juros, dado que 
o custo do governo aumenta. 
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O diferencial de juros interno e externo também ocasiona oscilações nas taxas 
cambiais. Um aumento do juro externo – mantendo tudo o mais constante - pode 
ocasionar fuga de capital, desvalorizando o câmbio, estimulando exportações e gerando 
um superávit na balança de pagamentos. O contrário é verdadeiro, ou seja, supondo juro 
interno mais alto que o externo – e mantendo tudo o mais constante – há uma tendência 
de entrada de capital, o que ocasiona valorização do câmbio, aumento das importações e 
tendência a déficit na balança de pagamentos. 
𝑗𝑢𝑟𝑜𝑠 𝑖𝑛𝑡𝑒𝑟𝑛𝑜
= 𝑗𝑢𝑟𝑜𝑠 𝑒𝑥𝑡𝑒𝑟𝑛𝑜
+ 𝑒𝑥𝑝𝑒𝑐𝑡𝑎𝑡𝑖𝑣𝑎 𝑑𝑒 𝑑𝑒𝑠𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟𝑖𝑧𝑎çã𝑜 𝑑𝑜 𝑐â𝑚𝑏𝑖𝑜 𝑛𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙
+ 𝑐𝑢𝑠𝑡𝑜𝑠 𝑑𝑒 𝑡𝑟𝑎𝑛𝑠𝑎çã𝑜 + 𝑅𝑖𝑠𝑐𝑜 𝑝𝑎í𝑠 
Reservas internacionais 
Assim como as pessoas ou as empresas necessitam de reservas para atender às suas 
obrigações financeiras, os países também têm necessidade de manter reservas monetárias 
para atendimento de seus compromissos internacionais. É o que se denomina “liquidez 
internacional”. 
 
Além de permitir aos países financiar déficits temporários em seus balanços de 
pagamentos, exercem papel importante na defesa da estabilidade de suas taxas cambiais. 
As reservas internacionais aumentam quando há um superávit no balanço de 
pagamentos (BP), ou seja, todas as transações comerciais e financeiras do país com outros 
países são positivas. 
 
 
As reservas monetárias internacionais, também chamadas reservas cambiais ou 
simplesmente reservas internacionais compreendem moedas livremente 
conversíveis, bem como o ouro. 
Suponha que um exportador busque vender um bem no exterior e que, com a venda 
realizada, tal agente vá receber dólares do comprador estrangeiro. O exportador vende 
esses dólares e o Banco Central, por sua vez, compra tais dólares, pagando o 
exportador em reais. Isso significa que as reservas internacionaisaumentarão, uma vez 
que o Banco Central comprou dólares, e o efeito disso consiste na elevação da oferta 
monetária na economia. O Banco Central injeta reais na economia via pagamento em 
moeda local ao exportador (expansionista). 
Ainda pensando na balança comercial, pensemos na importação. O importador compra 
um bem no exterior e, para isso, tem que ter dólares em mãos. A importação tem um 
efeito de reduzir as reservas internacionais, uma vez que o Banco Central venderá os 
dólares ao importador, enxugando a oferta monetária na economia. O Banco Central 
retira reais da economia por meio desse pagamento pelo importador em moeda local 
(contracionista). 
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O BC classifica nossas reservas de duas maneiras: 
• Reservas de caixa: representadas por haveres prontamente disponíveis; 
• Reservas de liquidez: são as reservas de caixa mais os valores 
representativos de títulos de exportação e outros haveres de médio e longo 
prazos. 
Cupom Cambial 
O cupom cambial foi o elemento fundamental na política cambial de taxas 
administradas vigente até 1999, passando a desempenhar um papel coadjuvante na 
política cambial de taxas flutuantes. 
O cupom cambial é a remuneração efetiva dos dólares convertidos em reais e 
aplicados no mercado financeiro brasileiro. Seu valor expressa o interesse do investidor 
estrangeiro em aplicar seus recursos no Brasil, levando em consideração o risco de crédito 
soberano que passa a assumir e o retorno que teria em seu país. Sua fórmula é representada 
conforme abaixo: 
𝐹𝑜𝑟𝑤𝑎𝑟𝑑 = 𝑆𝑝𝑜𝑡 𝑥 
(1 + 𝑝𝑟é 𝑒𝑚 𝑅$)
𝑑𝑢
252
(1 + 𝑐𝑢𝑝𝑜𝑚 𝑐𝑎𝑚𝑏𝑖𝑎𝑙 𝑥 
𝑑𝑐
360)
 
Esse cálculo simplifica quanto o investidor estrangeiro ganharia ao: 
• Vender dólares e comprar reais; 
• Aplicar esses reais em títulos brasileiros; 
• Vender os reais e comprar dólares para repatriar os seus recursos. 
O cupom é dito limpo (clean) quando incorpora a cotação corrente da taxa de câmbio. 
Mas é considerado sujo (Dirty) quando a referência inicial é a taxa de câmbio de venda 
(PTAX800) do dia anterior ao da compra do título. 
A taxa do cupom cambial varia conforme a oferta e a demanda por dólar ou proteção 
cambial. Se houver uma pressão vendedora de papéis lastreados em dólar, a tendência do 
cupom é subir, pois o vendedor dará um prêmio ou juros maiores para atrair o comprador. 
Se houver uma pressão compradora, a tendência é baixar o prêmio, pois os compradores 
estarão à procura de papel e proteção cambial a ponto de aceitarem até um cupom cambial 
negativo. 
7.3 Swap cambial 
A crescente demanda por proteção cambial levou o BC a oferecer o chamado swap 
cambial como forma de evitar a aceleração da desvalorização cambial. 
O swap é um contrato de balcão entre duas empresas de trocar fluxos de caixa no 
futuro. O contrato define as datas quando os fluxos de caixa devem ser pagos e o modo 
como serão calculados. Em geral, o cálculo dos fluxos de caixa envolve o valor futuro de 
uma taxa de juros, taxa de câmbio ou outra variável de mercado. 
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No caso do swap cambial reverso, o investidor paga, numa data futura, uma taxa de 
juros (CDI) e recebe em troca a variação do câmbio, no caso de uma desvalorização do 
real. Caso haja valorização, o Banco Central pagará o CDI e a apreciação da taxa de 
câmbio. O objetivo da autoridade monetária é conter a desvalorização do dólar. Equivale 
à compra futura de dólar. 
Essas operações de swaps cambiais reversos são puramente financeiras, não 
envolvendo troca efetiva de moeda. Todavia, ocorrendo variação cambial negativa, isso 
resultará em ônus para o BC e ganho adicional aos bancos. A queda do preço da moeda 
americana nessas circunstâncias agrega uma segunda fonte de renda, a mais expressiva, 
para os bancos na operação. 
Já o swap cambial tradicional o BC oferece o pagamento da oscilação do dólar, 
além de um prêmio. O investidor se compromete a devolver a diferença da taxa de juros 
no período. O objetivo do BC é conter a valorização do dólar. Como o investidor não 
precisa sair correndo para comprar dólar à vista, a demanda diminui, 
7.4 Balanço de pagamentos e a balança comercial 
As contas externas medem todos os valores de todas as transações financeiras e 
comerciais entre residentes e não residentes em um determinado período. 
O balanço de pagamentos (BP) reflete o resultado entre remessas e entradas. Como 
o BP é um fluxo variável, se ele for positivo, haverá um aumento nas reservas 
internacionais e vice-versa. O valor das transações geralmente é medido em dólares norte-
americanos. 
O balanço de pagamentos é composto pelas seguintes contas: 
• Transações correntes (TC); 
• Conta capital e conta financeira (CA); 
• Erros e omissões (EO) 
Como o objetivo é manter o balanço de pagamentos em equilíbrio, o déficit em 
transações correntes, por exemplo, é compensado por um superávit na conta de capital e 
financeiro. 
Pode ser um sinal de que há excesso de investimento sobre a poupança doméstica. 
Nesse caso, o país está “importando” poupança externa. Da mesma forma, se há superávit 
em transações correntes, o país está “exportando” poupança doméstica. 
As transações correntes (TC) medem as transações comerciais em bens, serviços e 
as transferências unilaterais (sem contrapartida). Esta conta é composta pela balança 
comercial (BC), pelo balanço de serviços e rendas (BSR) e pelas transferências unilaterais 
(TU) 
𝑇𝐶 = 𝐵𝐶 + 𝐵𝑆𝑅 + 𝑇𝑈 
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A balança comercial (BC) é o saldo entre as exportações (X) e as importações (M) 
de bens sem os valores dos fretes e seguros. Um saldo superavitário significa que o país 
exporta mais que importa bens. 
O balanço de serviços e renda (BSR) mensura as transações de dois componentes: 
• Serviços: transportes, viagens internacionais, serviços governamentais, 
pagamento de royalties, fretes, seguros etc. 
• Renda: aluguéis, salários, lucros, juros e dividendos. 
A Conta capital e conta financeira (CA) é dividida em duas contas. A primeira 
(conta capital) mede o saldo da transferência de patrimônio entre migrantes. Por exemplo, 
a aquisição de mercas e patentes. 
Já a conta financeira é o resultado de: 
• Investimento direto: venda e aquisição de participação duradoura no capital 
das empresas; 
• Investimento em carteira: transações em títulos mobiliários adquiridos no 
mercado secundário; 
• Derivativos: valores negociados no mercado de derivativos; 
• Empréstimos/financiamento: transação de empresas e/ou do governo 
brasileiro com empresas/investidores no exterior; 
• Outros investimentos: créditos de comércio. 
E a conta erros e omissões (EO) representa a diferença entre o saldo do balanço de 
pagamentos e a soma das demais rubricas. É resultante da dificuldade de se compatibilizar 
transações físicas e financeiras e a partir de várias fontes de informações. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Balança 
Comercial Exportação Importação 
Transações 
Correntes 
Balança de 
Serviços e rendas 
Transferências 
unilaterais 
Balanço de 
Pagamentos 
Conta capital e 
conta financeira 
Balança 
Comercial 
Transações 
Correntes 
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Exercícios de Fixação 
01) Uma desvalorização cambial da moeda brasileira (real) frente à moeda norte-
americana (dólar), implica a(o) 
a) Diminuição do número de reais necessários para comprar um dólar. 
b)Diminuição do estoque de dólares do Banco Central do Brasil. 
c) Diminuição do preço em reais de um produto importado dos EUA. 
d) Estímulo às exportações brasileiras para os EUA. 
e) Aumento das cotações das ações das empresas importadoras na bolsa de valores. 
Questão comentada: https://vimeo.com/754699534/f74a57cfdb 
Ano: 2015 Banca: CESGRANRIO Órgão: Banco do Brasil Prova: CESGRANRIO – 
2018 – Banco do Brasil – Escriturário 001 
02) O mercado cambial é o segmento financeiro em que ocorrem operações de 
negociação com moedas internacionais. A operação que envolve compra e venda de 
moedas estrangeiras em espécie é denominada 
a) Câmbio manual 
b) Câmbio sacado 
c) Exportação 
d) Importação 
e) Transferência 
Ano: 2012 Banca: CESGRANRIO Órgão: Banco do Brasil Prova: CESGRANRIO – 
2018 – Banco do Brasil – Escriturário 
Questão comentada: https://vimeo.com/754699758/b7110e30e2 
21018 – Com a pandemia, observou-se intensa volatilidade das taxas de câmbio 
cotadas nos mercados de câmbio à vista no Brasil. Segundo dados do Banco Central 
do Brasil, a taxa de câmbio média negociada nos mercados à vista foi de R$5,46/US$ 
em agosto de 2020, comparativamente à taxa média de R$5,28/US$, observada em 
julho desse mesmo ano. Sendo assim, constata-se que, entre julho e agosto de 2020, 
o Real brasileiro mostrou, em relação ao Dólar norte-americano, 
a) Apreciação média de cerca de 3,41%, em termos nominais. 
b) Apreciação média de cerca de 3,41%, em termos reais. 
c) Depreciação média de cerca de 3,41%, em termos nominais. 
d) Depreciação média de cerca de 3,41%, em termos reais. 
e) A mesma paridade nominal do poder de compra. 
Ano: 2021 Banca: CESGRANRIO Órgão: Banco do Brasil Prova: CESGRANRIO – 
2021 – Banco do Brasil – Escriturário – Agente Comercial – Prova C 
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https://vimeo.com/754699534/f74a57cfdb
https://vimeo.com/754699758/b7110e30e2
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Questão comentada: https://vimeo.com/764971248/d7e260e303 
 
GABARITO: 
1-D 2-A 21018 - C 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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12 Operações Compromissadas 
Segundo o glossário do Banco Central, operações compromissadas são operações de 
venda (ou compra) de títulos com compromisso de recompra (ou revenda) dos mesmos 
títulos em uma data futura, anterior ou igual à data de vencimento dos títulos. Essas 
operações são realizadas pelas instituições financeiras entre si, ou entre as instituições 
financeiras e o Banco Central ou entre as instituições financeiras e pessoas físicas e 
jurídicas em geral. Os títulos utilizados podem ser públicos ou privados, embora os 
primeiros predominem amplamente. 
As operações compromissadas já foram abordadas amplamente no tópico 3.3, 
portanto, focaremos aqui nas operações compromissadas envolvendo títulos privados. 
12.1 A taxa DI Over e o mercado interfinanceiro 
A taxa DI é a taxa média dos empréstimos feitos entre os bancos. Um banco emite 
um CDI, vende este papel no mercado, conseguindo assim levantar dinheiro para suas 
necessidades. 
 
A B3 faz a apuração diária das médias destas taxas, divulgando-a ao mercado como 
parâmetro das taxas praticadas. A maioria das transações é negociada por apenas um dia, 
estabelecendo-se um padrão de taxa média diária, o CDI over, que reflete a expectativa 
de custo das reservas bancárias para a manhã seguinte à do fechamento das transações. 
 
Um benchmark é um índice de referência usado para avaliar o desempenho de uma 
aplicação. Enquanto o CDI é o mais utilizado pelo mercado, ele é recomendado 
especialmente para avaliar aplicações financeiras em renda fixa ou em fundos 
multimercados. O Índice Bovespa, por sua vez, é o benchmark mais utilizado para avaliar 
investimentos em ações. 
 
 
 
 
 
 
A taxa do CDI (anualizada, exponencial, base 252 dias úteis) é divulgada diariamente 
para operações de um dia ou prazos maiores (30, 60 ou mais dias). 
O CDI over é o benchmark do mercado para aplicações financeiras, sendo divulgado 
pela B3 em termos percentuais ao ano no primeiro dia útil posterior ao dia de 
referência. 
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Banco 
Central 
Bancos 
deficitários 
Bancos 
superavitários 
Sistemas de 
liquidação e 
custódia 
(SELIC e 
B3) 
R
$ 
Carteira própria 
de ativos de 
liquidez: TPF e 
CDI 
Debita/credita 
conta; calibra 
oferta; evita 
flutuações de juros 
Carteira própria 
de ativos de 
liquidez: TPF e 
CDI 
Intermediação 
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Exercícios de Fixação 
10147 - Em uma operação compromissada, a instituição financeira: 
a) Compra um título do investidor, com o compromisso de revenda. 
b) Vende um título para o investidor, com o compromisso de recompra. 
c) Compra um título do investidor, com o compromisso de não o revender. 
d) Vende um título para o investidor, com o compromisso de não o recomprar. 
Questão comentada: https://vimeo.com/655695719/1cc098979b 
10849 - O prazo de uma operação compromissada deve ser: 
a) De, no mínimo, dois dias. 
b) De, no máximo, cinco anos. 
c) Igual ou superior ao prazo do instrumento que lhe serve de lastro. 
d) Igual ou inferior ao prazo do instrumento que lhe serve de lastro. 
Questão comentada: https://vimeo.com/652139506/54e6b1bc7a 
10215 - O sistema Especial de Liquidação e Custódia (SELIC): I. É a central 
depositária dos títulos emitidos pelo Tesouro Nacional. II. Processa as operações 
compromissadas lastreadas por Títulos públicos ou privados. III. Liquida todas as 
operações de depósitos interfinanceiros. Está correto o que se afirma em: 
a) I, II e III 
b) II e III 
c) I apenas 
d) I e II, apenas. 
Questão comentada: https://vimeo.com/619192870/838910ddc9 
GABARITO: 
10147 - B 10849 - D 10215 - C 
 
 
 
 
 
 
 
 
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13 Mercado bancário 
13.1 operações de tesouraria 
 
Primeiro vamos tentar entender o que vem a ser uma tesouraria. Uma tesouraria é o 
órgão de uma entidade (um governo, um partido político, uma autarquia, um banco, ou 
qualquer outra instituição) encarregado da contabilidade, armazenamento ou transações 
de dinheiro. 
As principais operações financeiras numa tesouraria são contas a receber, contas a 
pagar, administração do fluxo de caixa, captação e aplicação de recursos financeiros. 
Negociação com clientes e fornecedores em torno de descontos por conta de mudanças 
nos prazos de recebimentos e pagamentos são operações financeiras complementares 
numa tesouraria. 
Todas as operações mencionadas são interdependentes e se interligam por meio do 
fluxo de caixa financeiro, que é uma das principais ferramentas de apoio às decisões da 
tesouraria. 
No caso de instituições financeiras,o trabalho do setor de tesouraria inclui a 
negociação e controle de aplicações de recursos financeiros. Ela fica responsável por 
analisar a rentabilidade destas aplicações, para realocá-las se for o caso. 
Além disso, é necessário fazer a análise de crédito do negócio junto às instituições 
financeiras. Assim, o negócio saberá o que é possível fazer em caso de necessidade de 
empréstimo bancário. 
Por fim, é preciso ainda acompanhar as flutuações de câmbio, para as empresas que 
atuam com comércio internacional, por exemplo. Isso inclui negociar as taxas de 
fechamento de câmbio com as instituições financeiras. Em resumo, uma tesouraria 
bancária realiza: 
• Gestão do fluxo de caixa; 
• Administração da carteira própria de títulos; 
• Realização de operações no mercado interbancário; 
• Contabilização das operações; 
• Análise de cenários e gestão de riscos financeiros. 
• Gerenciamento do recolhimento compulsório. 
 
13.2 Varejo bancário 
 
Um banco de varejo é um banco comercial que realiza transações diretamente com 
os consumidores – pessoas físicas – e não com empresas ou outros bancos. Oferece 
produtos e serviços tais como contas de poupança, contas correntes, empréstimos com 
garantia hipotecária, empréstimos pessoais, cartões de débito, seguros e cartões de 
crédito. Portanto, é uma instituição focada nas necessidades de pessoas físicas ao invés 
de empresas. 
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O banco de atacado e o banco de varejo se diferem principalmente por um fator 
importante: o foco. O de varejo, conforme explicitado acima, conduz seus esforços para 
pessoas físicas, enquanto o banco de atacado busca atrair principalmente pessoas 
jurídicas, agências governamentais e grandes empresas. 
O escopo dos produtos e serviços também muda. Isso faz com que as operações 
executadas difiram de um tipo de banco para o outro. O banco de atacado, por ter um foco 
em pessoas jurídicas, costuma oferecer consultoria e financiamento do capital de giro, 
como exemplo. 
Outra diferença entre bancos de atacado e varejo diz respeito à fonte de lucro. Para 
os primeiros, o lucro está nos juros e nas taxas cobradas sobre os serviços. Já para os 
segundos, a principal fonte de lucro é a diferença na margem de juros de credores e 
devedores. 
Vale destacar ainda que os bancos de varejo possuem processos menos burocráticos, 
tornando-os promovedores da inclusão financeira. 
13.3 Recuperação de crédito 
 
Recuperação de crédito é uma tentativa de readquirir um crédito previamente 
concedido, que por diversas razões o cliente deixou de cumprir, ou seja, é o processo que 
se inicia quando um devedor fica inadimplente, o que, por sua vez, acontece quando ele 
está há mais de 90 dias em atraso em obrigação de crédito. 
A recuperação de créditos em dívida pode ser concretizada pela via judicial ou 
extrajudicial. Deste modo, as soluções judiciais implicam a intervenção dos tribunais. Já 
as medidas extrajudiciais passam essencialmente pela negociação voluntária (isto é, o 
pagamento é feito de forma voluntária) ou por acordos estabelecidos entre a entidade e o 
devedor, por exemplo através de um novo plano de pagamento ou reestruturação das 
operações. (Marques et al. 2000). 
O objetivo é fazer com que o inadimplente liquide da forma como puder suas dívidas. 
O interesse central é receber o débito antes que a dívida atinja seu prazo de prescrição ou 
seja necessário iniciar um processo de execução junto ao judiciário. 
Geralmente, possuem extenso atraso e baixas perspectivas de pagamento, sendo 
voltadas a consumidores endividados e cujos nomes foram inseridos em cadastros de 
órgãos de proteção ao crédito. 
13.3.1 Cobrança de crédito 
 
Solicitação do pagamento da dívida contraída pelo consumidor, podendo requerer 
tanto o pagamento de dívidas negativadas quanto de dívidas não negativadas. Nesse 
processo não há muita flexibilidade. É quando ocorrem pequenos atrasos e altas 
perspectivas de pagamento, sendo voltadas a consumidores endividados e cujos nomes 
ainda não foram inseridos em cadastros de órgãos de proteção ao crédito. 
 
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MEDIDA SIGNIFICADO 
Renegociação Consiste em renegociar as condições já acordadas anteriormente e 
introduzir as alterações necessárias ao contrato de crédito, que 
permita ao cliente a continuação do cumprimento das suas 
obrigações. Estas mudanças podem passar por alterar a taxa de 
juro, conceder um período de carência de capital, alteração do 
prazo definido, redução do spread aplicável ou a ponderação de 
um valor residual. Mas também pode ser conseguida através da 
reformulação de todo o plano de reembolso através da diminuição 
das prestações mais próximas e acrescer essa diferença nas últimas 
prestações. 
Refinanciamento Constitui num novo contrato celebrado, para o reembolso de 
capital, juros, comissões e encargos na totalidade. 
Consolidação de 
créditos 
É a junção de todos os créditos em que o cliente é interveniente 
num único contrato, a fim de pagar o capital, juros, comissões e 
encargos na totalidade, que tem de ser de valor inferior à soma de 
todas as obrigações com a instituição de crédito. 
Concessão de um 
empréstimo 
adicional. 
Traduz-se num contrato de crédito, a fim de pagamento das 
prestações e outros encargos, para afiançar a continuação de 
cumprimento das obrigações. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Exercícios de Fixação 
21017 - É função precípua da Tesouraria, em um determinado banco, 
a) Acompanhar as operações em atraso, visando à instauração do processo de 
recuperação de crédito. 
b) Estreitar o relacionamento com os clientes do banco. 
c) Fixar as formas de garantias exigidas em função dos tipos de operação de crédito. 
d) Gerenciar os descasamentos existentes entre os fluxos de caixa das captações e as 
aplicações do banco. 
e) Ativar as atividades de marketing e publicidade do banco. 
Questão comentada: https://vimeo.com/763743938/1b171649cf 
Ano: 2021 Banca: CESGRANRIO Órgão: Banco do Brasil Prova: CESGRANRIO - 
2021 - Banco do Brasil - Escriturário - Agente Comercial - Prova C 
GABARITO: 
21017-D 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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14 taxas de juros de curto prazo e a curva de juros; taxas de juros nominais e reais 
A estrutura das taxas de juros é fundamental na avaliação dos produtos de renda fixa. 
A representação gráfica da relação entre os retornos dos títulos com a mesma qualidade 
de crédito, mas com vencimentos diferentes, é conhecida como curva de juros ou yield 
curve em inglês. 
Esta curva geralmente é construída a partir de retornos de títulos públicos no 
mercado. Dois fatores explicam esta tendência: 
• os títulos do tesouro são tidos como livres do risco de inadimplência e não 
apresentam diferenças na qualidade de crédito entre eles; 
• estes títulos oferecem alta liquidez devido ao alto volume de negociação e, 
assim, seus preços refletem as informações mais recentes. 
A taxa de juros apropriada é o retorno de um título do Tesouro, com o mesmo 
vencimento que o título, acrescido de um prêmio de risco adequado. Ou seja, taxa de 
retorno = SELIC(taxa livre de risco) + prêmio de risco. 
Para prazos muito curtos (menos de um ano), existe um mercado futuro (B3) 
extremamente líquido que possibilita a obtenção direta das taxas spot. As figuras a seguir 
mostram os possíveis formatos da curva de juros. Ou seja, as taxas spot, em vencimentos 
sucessivos comparados ao vencimento. Essas curvas mostram as expectativas futuras de 
taxas de juros no longo prazo. 
 
A curva a esquerda mostra uma curva de retornos com inclinação ascendente, ou seja, 
o retorno cresce constantemente à medida que o vencimento aumenta. Este formato é 
usualmente denominado curva de retornos normal ou positiva. 
A curva a direita mostra uma curva de retornos inclinada para baixo, ou invertida, 
em que os retornos declinam no decorrer do tempo. 
Há ainda a curva de retornos plana (flat), ou seja, as taxas de juros se mantêm 
inalteradas com o passar do tempo. 
R
et
o
rn
vencimento 
R
et
o
rn
vencimento 
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Do ponto de vista prático, uma função-chave da curva de retornos de títulos do 
Tesouro é a de servir como benchmark para a precificação dos títulos de renda fixa e 
determinar os retornos em todos os demais setores do mercado de dívida: empréstimos 
bancários, hipotecas, dívida corporativa e bônus internacionais. 
Para se determinar o valor de cada instrumento de cupom zero, é necessário saber o 
retorno de um título de cupom zero do Tesouro, com o mesmo vencimento. Este retorno 
é denominado taxa spot e a representação gráfica do relacionamento entre a taxa spot e o 
vencimento é denominada curva de taxa spot. 
Como não existem títulos públicos de cupom zero para todos os vencimentos, não é 
possível construir tal curva apenas a partir de observações da atividade do mercado de 
títulos do Tesouro. 
Na verdade, é necessário derivar esta curva de considerações teóricas aplicadas aos 
retornos dos títulos de dívida do Tesouro efetivamente negociados. Tal curva denomina-
se curva teórica da taxa spot e é a representação gráfica da estrutura a prazo (ou a termo) 
das taxas de juros. 
A partir da curva de juros, podemos extrapolar as taxas spot teóricas. Além disso, 
podemos extrapolar aquilo que alguns participantes do mercado denominam de consenso 
do mercado de taxas de juros futuras ou a termo. 
Definimos a taxa livre de risco nominal como a soma da taxa livre de risco real e 
da taxa de inflação esperada. 
𝑖 = 𝑟 + 𝜋𝑒 
Onde: 
i = taxa de juros nominal; 
r = taxa de juros real; 
𝜋𝑒 = inflação esperada. 
vencimento 
R
et
o
rn
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Se a inflação esperada (𝜋𝑒) for alta, as empresas esperarão um retorno maior sobre 
seus investimentos, porque anteciparão preços mais elevados para a sua produção no 
futuro. Ao mesmo tempo, os poupadores exigirão uma taxa maior de retorno para suas 
economias, pois consideram o trade-off entre o consumo atual e o consumo futuro. 
Como estão preocupados com o consumo real, exigirão uma taxa de retorno nominal 
maior quando a taxa de inflação esperada é mais elevada. Assim, o consumo real que 
receberão no futuro em troca de não consumir agora (poupança) é o mesmo. 
Quando apresentado em termos de taxas de juros nominais, essa combinação de um 
aumento na demanda de capital financeira e uma queda na oferta de capital financeiro 
(poupança), aumenta a taxa nominal de juros de equilíbrio. 
A taxa de inflação efetiva e eventualmente, a taxa de inflação esperada, também estão 
relacionadas à taxa de crescimento da oferta de moeda. 
Podemos assim concluir que as taxas mais elevadas de crescimento da oferta de 
dinheiro levam às taxas de inflação mais altas, e consequentemente à maiores taxas de 
juros nominais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A taxa nominal de juros é a taxa de equilíbrio entre a poupança e investimentos no 
mercado. 
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Exercícios de Fixação 
13790 - Se a taxa de juros nominal é de 12% a.a. e a inflação esperada é de 5% a.a., 
podemos dizer que a taxa de juros real será: 
a) 6,82% a.a. 
b) 7,00% a.a. 
c) 6,67% a.a. 
d) 6,875 a.a. 
10012 - A diferença entre as taxas de juros nominal e real é data pela taxa de: 
a) Câmbio. 
b) Inflação. 
c) SELIC. 
d) Desconto. 
Questão comentada: https://vimeo.com/655695623/a1e49a0e78 
10582 - A taxa nominal de juros é: 
a) Sempre menor que a taxa real. 
b) Menor que a taxa real, se ocorrer inflação no período. 
c) Maior que a taxa real, se ocorrer deflação no período. 
d) Igual a taxa real, se não houver variação de preços. 
Questão comentada: https://vimeo.com/723756080/a232d8decd 
GABARITO: 
13790-C 10012-B 10582-D 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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https://vimeo.com/723756080/a232d8decd
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15 Garantias do sistema financeiro nacional 
 
As garantias do sistema financeiro nacional podem ser divididas em: 
• Pessoais ou fidejussórias; e 
• Garantias reais. 
As garantias pessoais baseiam-se na confiança, isto é, se o devedor não pagar, uma 
terceira pessoa (que prestou a garantia pessoal) será obrigada a pagar no lugar dele. Nesta 
modalidade temos o aval e a fiança. 
1) Aval: o aval é a garantia de pagamento formal e solidária firmada por terceiro 
em um título de crédito, onde os intervenientes são: o avalista (aquele que 
presta o aval), o avalizado (aquele que recebe o aval) e o credor. Para tanto, 
basta que se lance o aval no próprio título ou na folha de pagamento. A 
simples assinatura no anverso do título é suficiente para configurar o aval. 
Considera-se não escrito o aval cancelado. Tratando-se de garantia solidária, 
implica que o avalista é coobrigado, isto é, é codevedor principal, isso 
significa que não há benefício da ordem, o avalista é tão responsável quanto 
o devedor principal pela quitação do crédito. 
2) Fiança: dá-se a fiança quando uma pessoa se obriga a satisfazer determinada 
obrigação, caso o respectivo devedor não a cumpra. A fiança é um contrato 
acessório; pode ser gratuito ou oneroso. Os intervenientes são: o devedor 
(afiançado), o fiador (pessoa física ou pessoa jurídica) e o credor. Caso o 
devedor principal não cumpra a obrigação e o fiador venha a ser acionado 
para responder pela dívida, sem que antes tenha sido acionado aquele, poderá 
alegar o benefício de ordem para que os bens do devedor sejam excutidos em 
primeiro lugar, salvo se foi estipulada solidariedade no contrato de fiança. O 
fiador tem prerrogativa de renunciar a este direito. A fiança só pode ser 
concedida pelo cônjuge quando o outro der seu consentimento. A este 
requisito se dá o nome de outorga uxória. A falta da autorização torna o ato 
anulável. 
3) Fiança bancária: é um compromisso contratual pelo qual uma instituição 
financeira garante o cumprimento de obrigações de seus clientes. O público-
alvo são as pessoas físicas e jurídicas. A fiança bancária é uma obrigação por 
escrito (carta de fiança) assumida pelo banco, responsabilizando-se por dívida 
total ou parcial de cliente que queira assumir uma obrigação perante terceiros. 
Regulamentação do CMN estipula o limite máximo de exposição por cliente 
a ser observado pelas instituições financeiras na prestação de garantia de 
fiança bancária.A vantagem de trabalhar com fiança bancária é que a garantia 
oferecida pelos bancos goza de grande respeitabilidade no mundo dos 
negócios. A fiança bancária está sujeita a cobrança de tarifas, mas não se 
sujeita a cobrança de IOF, por tratar-se de um contrato. 
As garantias reais vinculam patrimônio ao cumprimento da obrigação assumida 
pelo devedor. Recaem sobre bens móveis ou imóveis do patrimônio do devedor ou de 
terceiros; se ele não pagar, haverá um processo de execução em que será requerida a 
venda judicial do bem, pagando-se preferencialmente o credor. 
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1) Penhor: é um direito real que consiste na tradição de coisa móvel, suscetível 
de alienação, realizada pelo devedor ou por terceiro ao credor, a fim de 
garantir o pagamento do débito. Tem como sujeitos o devedor pignoratício 
(pode ser tanto o sujeito passivo da obrigação principal como terceiro que 
ofereça o ônus real) e o credor pignoratício (o que empresta o dinheiro). 
2) Penhor mercantil: é caracterizado pela dispensa da tradição da coisa 
onerada, ou seja, o devedor continua na sua posse, equiparando-se ao 
depositário para todos os efeitos. Visa garantir obrigação comercial. Penhor 
mercantil é a garantia na qual o bem empenhado faz parte integrante do 
negócio comercial. Pode abranger tantos estoques de matérias-primas quanto 
estoques de produtos acabados. Os estoques objeto de penhor mercantil são 
confiados a fiel depositário, que se torna responsável pela guarda, existência 
e conservação dos bens dados em garantia. 
3) Hipoteca: A hipoteca é um direito real sobre um bem imóvel ou aos que 
forem a ele equiparados, que tem por objetivo assegurar o pagamento de uma 
dívida. A posse do bem gravado não se transfere ao credor. A hipoteca 
abrange todas as acessões, melhoramentos ou construções no imóvel e deve 
ser registrada no Cartório de Registro de Imóveis. Podem ser objeto de 
hipoteca os imóveis, seus acessórios, as estradas de ferro (linhas, estações, 
locomotivas e vagões), as minas e pedreiras, os navios e os aviões. 
4) Alienação fiduciária: Pelo contrato de alienação fiduciária, o devedor 
transfere ao credor a propriedade de uma coisa móvel ou imóvel, até que a 
dívida daquele seja inteiramente paga. O devedor é chamado fiduciante e o 
credor denomina-se fiduciário. Uma vez completado o pagamento, a 
propriedade do bem alienado volta ao fiduciante. A alienação fiduciária de 
coisas móveis rege-se pelo Decreto-Lei 911/1969. Até a entrada em vigor do 
novo Código Civil os contratos de empréstimos com garantia de alienação 
fiduciária de coisa móvel só podiam ser pactuados entre instituições 
financeiras e o financiado, pessoa física ou jurídica. A partir de da entrada em 
vigor da Lei 9.514/97, passou a existir também a alienação fiduciária da coisa 
imóvel. A mora ou o inadimplemento do fiduciante possibilita ao fiduciário 
requerer em juízo a busca e apreensão do bem móvel objeto do contrato, para 
vendê-lo a terceiros e tornar efetiva a sua garantia. Se o bem móvel não for 
encontrado na posse do fiduciante, a busca e apreensão podem transformar-
se em ação de depósito; se ele não entregar a coisa, poderá ser considerado 
depositário infiel. A lei faculta a venda da coisa independentemente de leilão, 
avaliação prévia ou interpelação do devedor. O credor deve aplicar o preço 
da venda no pagamento de seu crédito e das despesas decorrentes, entregando 
ao devedor o saldo apurado, se houver. AVAL PARCIAL (Art. 29, Lei 
7.357/85 
 
 
 
 
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Exercícios de Fixação 
120) – O Banco do Brasil é considerado um agente financeiro especial do Governo 
Federal, devido a algumas atividades que desempenha, como a(o). 
a) Seguro de bens imóveis 
b) Fiança bancária para investidores em bolsa 
c) Execução da política de preços mínimos de produtos agropecuários 
d) Extensão de crédito direto ao consumidor 
e) Concessão de cartões de crédito ao público 
Ano: 2014 Banca: CESGRANRIO Órgão: Banco do Brasil Prova: CESGRANRIO – 
2014 – Banco do Brasil – Escriturário 
Questão comentada: https://vimeo.com/762757846/85a27beef6 
37) No mercado financeiro, além dos bancos, existem outras instituições que podem 
realizar transações financeiras. Entre elas, estão as Sociedades de Fomento 
Mercantil, que prestam o serviço de compra de direitos de um contrato de venda 
mercantil, como, por exemplo, a compra de duplicatas de uma empresa mediante 
um deságio. No mercado financeiro, essa operação é denominada 
a) Aval bancário 
b) Hot Money 
c) Leasing 
d) Factoring 
e) Fiança bancária 
Ano: 2012 Banca: CESGRANRIO Órgão: Banco do Brasil Prova: CESGRANRIO – 
2012 – Banco do Brasil – Escriturário 
Questão comentada: https://vimeo.com/754699796/97d4f34e97 
21031 – Um cliente interessado na compra de um imóvel próprio encontra, entre 
outras, as seguintes informações no website do Banco do Brasil: • Percentual 
máximo financiável: até 90% do valor do imóvel, baseado no menor dos seguintes 
valores: avaliação ou compra e venda; • Forma de pagamento: débito em conta-
corrente; • Prazo máximo: financiamento em até 420 meses (35 anos); • Tipos de 
imóvel: novo ou usado; residencial ou comercial; edificado em alvenaria; localizado 
em área urbana; • Garantia: alienação fiduciária do imóvel. A garantia informada 
a) Concede ao devedor a propriedade do imóvel, assegurada por registro em cartório 
logo depois do pagamento da primeira prestação 
b) É um tipo de garantia, tal como a fiança, baseada na confiança 
c) Possui o mesmo teor legal da hipoteca, já que proporciona ao credor o direito de 
reaver o imóvel em caso de inadimplência do devedor, depois de finalizado o 
processo judicial. 
d) Possibilita ao credor, diferentemente da hipoteca, executar o bem sob garantia sem 
que seja necessário recorrer ao poder judiciário, caso o devedor se torne 
irremediavelmente inadimplente. 
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https://vimeo.com/754699796/97d4f34e97
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e) Permite que o credor coloque o imóvel em leilão público em caso de 
inadimplência do devedor, ficando aquele obrigado a repassar à união eventuais 
diferenças, quando houver, entre o valor arrecadado e o valor da dívida. 
Ano: 2015 Banca: CESGRANRIO Órgão: Banco do Brasil Prova: CESGRANRIO – 
2015 – Banco do Brasil – Escriturário 
Questão comentada: https://vimeo.com/763918739/40c3b2a0ee 
GABARITO: 
120-C 37-D 21031-D 
 
 
 
 
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CAPÍTULO I 
16. Dos Crimes de "Lavagem" ou Ocultação de Bens, Direitos e Valores 
Art. 1o Ocultar ou dissimular a natureza, origem, localização, disposição, 
movimentação ou propriedade de bens, direitos ou valores provenientes, direta ou 
indiretamente, de infração penal. 
Pena: reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e multa. 
§ 1o Incorre na mesma pena quem, para ocultar ou dissimular a utilização de bens, 
direitos ou valores provenientes de infração penal: 
I. os converte em ativos lícitos; 
II. os adquire, recebe, troca, negocia, dá ou recebe em garantia, guarda, tem 
em depósito, movimenta ou transfere; 
III. importa ou exporta bens com valores não correspondentes aos verdadeiros. 
§ 2o Incorre, ainda,na mesma pena quem: 
I. utiliza, na atividade econômica ou financeira, bens, direitos ou valores 
provenientes de infração penal; 
II. participa de grupo, associação ou escritório tendo conhecimento de que 
sua atividade principal ou secundária é dirigida à prática de crimes 
previstos nesta Lei. 
§ 3º A tentativa é punida nos termos do parágrafo único do art. 14 do Código Penal 
§ 4o A pena será aumentada de um a dois terços, se os crimes definidos nesta Lei 
forem cometidos de forma reiterada ou por intermédio de organização criminosa. 
§ 5o A pena poderá ser reduzida de um a dois terços e ser cumprida em regime 
aberto ou semiaberto, facultando-se ao juiz deixar de aplicá-la ou substituí-la, a 
qualquer tempo, por pena restritiva de direitos, se o autor, coautor ou partícipe colaborar 
espontaneamente com as autoridades, prestando esclarecimentos que conduzam à 
apuração das infrações penais, à identificação dos autores, coautores e partícipes, ou à 
localização dos bens, direitos ou valores objeto do crime 
§ 6º Para a apuração do crime de que trata este artigo, admite-se a utilização da 
ação controlada e da infiltração de agentes. 
 
Dica do professor: as fases da lavagem de dinheiro em sequência são: colocação, 
ocultação e integração. Lembre-se da sigla COI. A fase de colocação é onde estão 
centrados todos os esforços de combate a lavagem de dinheiro por conta de o dinheiro 
estar muito próximo da origem. Na fase de ocultação o criminoso tenta dificultar o 
rastreamento contábil, geralmente trocando seus reais por outras moedas e enviando 
para paraísos fiscais. E na fase de integração o dinheiro retorna a economia geralmente 
por meio de receitas de empresas de fachada. 
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16.1 Das pessoas sujeitas ao mecanismo de controle (Capítulo V) 
 
Art. 9o Sujeitam-se às obrigações referidas nos arts. 10 e 11 as pessoas físicas e 
jurídicas que tenham, em caráter permanente ou eventual, como atividade principal ou 
acessória, cumulativamente ou não: 
I. a captação, intermediação e aplicação de recursos financeiros de terceiros, 
em moeda nacional ou estrangeira; 
II. a compra e venda de moeda estrangeira ou ouro como ativo financeiro ou 
instrumento cambial; 
III. a custódia, emissão, distribuição, liqüidação, negociação, intermediação 
ou administração de títulos ou valores mobiliários. 
Parágrafo único. Sujeitam-se às mesmas obrigações: 
I. as bolsas de valores, as bolsas de mercadorias ou futuros e os sistemas de 
negociação do mercado de balcão organizado; 
II. as seguradoras, as corretoras de seguros e as entidades de previdência 
complementar ou de capitalização; 
III. as administradoras de cartões de credenciamento ou cartões de crédito, 
bem como as administradoras de consórcios para aquisição de bens ou 
serviços; 
IV. as administradoras ou empresas que se utilizem de cartão ou qualquer 
outro meio eletrônico, magnético ou equivalente, que permita a 
transferência de fundos; 
V. as empresas de arrendamento mercantil (leasing), as empresas de fomento 
comercial (factoring) e as Empresas Simples de Crédito (ESC); 
VI. as sociedades que, mediante sorteio, método assemelhado, exploração de 
loterias, inclusive de apostas de quota fixa, ou outras sistemáticas de 
captação de apostas com pagamento de prêmios, realizem distribuição de 
dinheiro, de bens móveis, de bens imóveis e de outras mercadorias ou 
serviços, bem como concedam descontos na sua aquisição ou contratação; 
VII. as filiais ou representações de entes estrangeiros que exerçam no Brasil 
qualquer das atividades listadas neste artigo, ainda que de forma eventual; 
VIII. as demais entidades cujo funcionamento dependa de autorização de órgão 
regulador dos mercados financeiro, de câmbio, de capitais e de seguros; 
IX. as pessoas físicas ou jurídicas, nacionais ou estrangeiras, que operem no 
Brasil como agentes, dirigentes, procuradoras, comissionárias ou por 
qualquer forma representem interesses de ente estrangeiro que exerça 
qualquer das atividades referidas neste artigo; 
Um paraíso fiscal também conhecido por refúgio fiscal, é uma jurisdição (estado 
nacional ou região autônoma) onde a lei facilita a aplicação de capitais estrangeiros, 
com alíquotas de tributação muito baixas ou nulas. As empresas e contas bancárias 
abertas em territórios beneficiários do estatuto de paraíso fiscal costumam ser 
chamadas de offshore. 
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X. as pessoas físicas ou jurídicas que exerçam atividades de promoção 
imobiliária ou compra e venda de imóveis; 
XI. as pessoas físicas ou jurídicas que comercializem joias, pedras e metais 
preciosos, objetos de arte e antiguidades. 
XII. as pessoas físicas ou jurídicas que comercializem bens de luxo ou de alto 
valor, intermedeiem a sua comercialização ou exerçam atividades que 
envolvam grande volume de recursos em espécie; 
XIII. as juntas comerciais e os registros públicos; 
XIV. as pessoas físicas ou jurídicas que prestem, mesmo que eventualmente, 
serviços de assessoria, consultoria, contadoria, auditoria, aconselhamento 
ou assistência, de qualquer natureza, em operações: 
a. de compra e venda de imóveis, estabelecimentos comerciais ou industriais 
ou participações societárias de qualquer natureza; 
b. de gestão de fundos, valores mobiliários ou outros ativos; 
c. de abertura ou gestão de contas bancárias, de poupança, investimento ou 
de valores mobiliários; 
d. de criação, exploração ou gestão de sociedades de qualquer natureza, 
fundações, fundos fiduciários ou estruturas análogas; 
e. financeiras, societárias ou imobiliárias; e 
f. de alienação ou aquisição de direitos sobre contratos relacionados a 
atividades desportivas ou artísticas profissionais; 
XV. Pessoas físicas ou jurídicas que atuem na promoção, intermediação, 
comercialização, agenciamento ou negociação de direitos de transferência 
de atletas, artistas ou feiras, exposições ou eventos similares; 
XVI. as empresas de transporte e guarda de valores; 
XVII. as pessoas físicas ou jurídicas que comercializem bens de alto valor de 
origem rural ou animal ou intermedeiem a sua comercialização; 
XVIII. as dependências no exterior das entidades mencionadas neste artigo, por 
meio de sua matriz no Brasil, relativamente a residentes no País. 
 
16.2 Da identificação de clientes e manutenção de registros (Capítulo VI) 
 
Da Identificação dos Clientes e Manutenção de Registros 
Art. 10. As pessoas referidas no art. 9º: 
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I. Identificarão seus clientes e manterão cadastro atualizado, nos termos de 
instruções emanadas das autoridades competentes; 
II. Manterão registro de toda transação em moeda nacional ou estrangeira, títulos e 
valores mobiliários, títulos de crédito, metais, ou qualquer ativo passível de ser 
convertido em dinheiro, que ultrapassar limite fixado pela autoridade competente 
e nos termos de instruções por esta expedidas; 
III. deverão adotar políticas, procedimentos e controles internos, compatíveis com seu 
porte e volume de operações, que lhes permitam atender ao disposto neste artigo 
e no art. 11, na forma disciplinada pelos órgãos competentes; 
IV. deverão cadastrar-se e manter seu cadastro atualizado no órgão regulador ou 
fiscalizador e, na falta deste, no Conselho de Controle de Atividades Financeiras 
(Coaf), na forma e condições por eles estabelecidas; 
V. deverão atender às requisições formuladas pelo Coaf na periodicidade, forma e 
condições por ele estabelecidas, cabendo-lhe preservar, nos termos da lei, o sigilo 
dasinformações prestadas. 
 
 
§ 1º Na hipótese de o cliente constituir-se em pessoa jurídica, a identificação 
referida no inciso I deste artigo deverá abranger as pessoas físicas autorizadas a 
representá-la, bem como seus proprietários. 
§ 2º Os cadastros e registros referidos nos incisos I e II deste artigo deverão ser 
conservados durante o período mínimo de cinco anos a partir do encerramento da conta 
ou da conclusão da transação, prazo este que poderá ser ampliado pela autoridade 
competente. 
§ 3º O registro referido no inciso II deste artigo será efetuado também quando a 
pessoa física ou jurídica, seus entes ligados, houver realizado, em um mesmo mês-
calendário, operações com uma mesma pessoa, conglomerado ou grupo que, em seu 
conjunto, ultrapassem o limite fixado pela autoridade competente. 
Dica do professor: o COAF é o Conselho de Controle de Atividades Financeiras do 
país, sendo considerado o órgão máximo no combate à lavagem de dinheiro e tem 
como missão produzir inteligência financeira e promover a proteção dos setores 
econômicos contra tal crime. O COAF é uma instituição vinculada 
administrativamente ao BACEN. O presidente do BACEN escolhe e nomeia o 
presidente do COAF. E sua estrutura organizacional é composta pela presidência, 
plenário (presidente e + 12 servidores) e quadro técnico. Também pode ser chamado 
de Unidade de Inteligência Financeira (UIF). 
Composição do plenário do COAF: Banco central do Brasil; Comissão de Valores 
Mobiliários; Superintendência de Seguros Privados; Procuradoria-Geral da Fazenda 
Nacional; Secretaria Especial da Receita Federal do Brasil; Agência Brasileira de 
Inteligência; Ministério das Relações Exteriores; Ministério da Justiça e Segurança 
Pública; Polícia Federal; Superintendência Nacional de Previdência Complementar; 
Controladoria-Geral da União e Advocacia-Geral da União. 
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Art. 10A. O Banco Central manterá registro centralizado formando o cadastro 
geral de correntistas e clientes de instituições financeiras, bem como de seus 
procuradores. 
16.3 Da Comunicação de Operações Financeiras (Capítulo VII) 
 
Da Comunicação de Operações Financeiras 
Art. 11. As pessoas referidas no art. 9º: 
I. dispensarão especial atenção às operações que, nos termos de instruções 
emanadas das autoridades competentes, possam constituir-se em sérios indícios 
dos crimes previstos nesta Lei, ou com eles relacionar-se; 
II. deverão comunicar ao Coaf, abstendo-se de dar ciência de tal ato a qualquer 
III. pessoa, inclusive àquela à qual se refira a informação, no prazo de 24 (vinte e 
quatro) horas, a proposta ou realização: 
a. de todas as transações referidas no inciso II do art. 10, acompanhadas da 
identificação de que trata o inciso I do mencionado artigo; e 
b. das operações referidas no inciso I; 
IV. deverão comunicar ao órgão regulador ou fiscalizador da sua atividade ou, na sua 
falta, ao Coaf, na periodicidade, forma e condições por eles estabelecidas, a não 
ocorrência de propostas, transações ou operações passíveis de serem comunicadas 
nos termos do inciso II. 
 § 1º As autoridades competentes, nas instruções referidas no inciso I deste artigo, 
elaborarão relação de operações que, por suas características, no que se refere às partes 
envolvidas, valores, forma de realização, instrumentos utilizados, ou pela falta de 
fundamento econômico ou legal, possam configurar a hipótese nele prevista. 
 § 2º As comunicações de boa-fé, feitas na forma prevista neste artigo, não acarretarão 
responsabilidade civil ou administrativa. 
 § 3o O Coaf disponibilizará as comunicações recebidas com base no inciso II 
do caput aos respectivos órgãos responsáveis pela regulação ou fiscalização das pessoas 
a que se refere o art. 9o. 
 Art. 11-A. As transferências internacionais e os saques em espécie deverão ser 
previamente comunicados à instituição financeira, nos termos, limites, prazos e condições 
fixados pelo Banco Central do Brasil. 
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16.4 Da responsabilidade administrativa (Capítulo VIII) 
 
Art. 12. Às pessoas referidas no art. 9º, bem como aos administradores das 
pessoas jurídicas, que deixem de cumprir as obrigações previstas nos arts. 10 e 11 serão 
aplicadas, cumulativamente ou não, pelas autoridades competentes, as seguintes sanções: 
I. advertência; 
II. multa pecuniária variável não superior: 
As comunicações ao COAF devem ser realizadas nas seguintes situações: 
I. As operações de depósito ou aporte em espécie ou saque em espécie de valor 
igual ou superior a R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais); 
II. As operações relativas a pagamentos, recebimentos e transferências de recurso, 
por meio de qualquer instrumento, contra pagamento em espécie, de valor 
igual ou superior a R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais); e 
III. A solicitação de provisionamento de saques em espécie de valor igual ou 
superior a R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais). 
Os registros das operações devem ser realizados nas seguintes situações: 
I. No caso de operações com utilização de recursos em espécie, de valor 
individual superior a R$ 2.000,00 as instituições devem incluir no registro da 
operação o seu tipo, valor, data de realização, nome e número do CPF ou CNPJ 
do titular e do beneficiário da operação, canal utilizado pelo cliente, nome e 
CPF do portador dos recursos; 
II. No caso de operações de depósito ou aporte em espécie de valor individual 
igual ou superior a R$ 50.000,00 as instituições devem incluir no registro, além 
do tipo, valor, data de realização, nome e número do CPF ou CNPJ do titular 
e do beneficiário da operação, canal utilizado, também o Nome e CPF do 
portador, do proprietário dos recursos e a origem dos recursos depositados. 
III. No caso de operações de saque, inclusive realizada por meio de cheque ou 
ordem de pagamento, de valor individual igual ou superior a R$ 50.000,00, 
as instituições devem incluir no registro, tipo, valor, data, nome e número do 
CPF ou CNPJ do titular e do beneficiário da operação, canal utilizado, nome e 
CPF do destinatário dos recursos, do portador dos recursos, finalidade do saque 
e número de protocolo. 
Dica do professor: para clientes sacadores e não clientes que realizem solicitação de 
saque de valor igual ou superior a R$ 50.000,00, deve ser feito provisionamento com, 
no mínimo, três dias úteis de antecedência das operações. 
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a. ao dobro do valor da operação; 
b. ao dobro do lucro real obtido ou que presumivelmente seria obtido pela 
realização da operação; ou 
c. ao valor de R$ 20.000.000,00 (vinte milhões de reais); 
III. inabilitação temporária, pelo prazo de até dez anos, para o exercício do cargo de 
administrador das pessoas jurídicas referidas no art. 9º; 
IV. cassação ou suspensão da autorização para o exercício de atividade, operação ou 
funcionamento. 
 § 1º A pena de advertência será aplicada por irregularidade no cumprimento das 
instruções referidas nos incisos I e II do art. 10. 
 § 2o A multa será aplicada sempre que as pessoas referidas no art. 9o, por culpa ou 
dolo: 
I. deixarem de sanar as irregularidades objeto de advertência, no prazo assinalado 
pela autoridade competente; 
II. não cumprirem o disposto nos incisos I a IV do art. 10; 
III. deixarem de atender, no prazo estabelecido, a requisição formulada nos termos do 
inciso V do art. 10; 
IV. descumprirem a vedação ou deixarem de fazer a comunicação a que se refere o 
art. 11.§ 3º A inabilitação temporária será aplicada quando forem verificadas infrações 
graves quanto ao cumprimento das obrigações constantes desta Lei ou quando ocorrer 
reincidência específica, devidamente caracterizada em transgressões anteriormente 
punidas com multa. 
 § 4º A cassação da autorização será aplicada nos casos de reincidência específica de 
infrações anteriormente punidas com a pena prevista no inciso III do caput deste artigo. 
16.5. Resolução CVM nº 50 
16.5.1. Do âmbito, definições e finalidade 
 
Art. 1º São disciplinados pela presente Resolução: 
I. o estabelecimento da política de prevenção à lavagem de dinheiro, ao 
financiamento do terrorismo e ao financiamento da proliferação de armas 
de destruição em massa – PLD/FTP, da avaliação interna de risco e de 
regras, procedimentos e controles internos; 
II. a identificação e o cadastro de clientes, assim como as diligências 
contínuas visando à coleta de informações suplementares e, em especial, à 
identificação de seus respectivos beneficiários finais; 
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III. o monitoramento, a análise e a comunicação das operações e situações 
mencionadas nesta Resolução; 
IV. o registro de operações e manutenção de arquivos; e 
V. a efetivação, no âmbito do mercado de valores mobiliários: 
a. das medidas visando à indisponibilidade de bens, direitos e valores 
em decorrência de resoluções do Conselho de Segurança das 
Nações Unidas – CSNU; e 
b. de demandas de cooperação jurídica internacional advindas de 
outras jurisdições em conformidade com a legislação nacional 
vigente, e demais previsões legais. 
Art. 2º Para fins da presente Resolução, considera-se: 
I. alta administração: órgão decisório máximo ou indivíduos integrantes da 
administração, responsável pela condução de seus assuntos estratégicos 
conforme previsto na política de PLD/FTP; 
II. autoridade central estrangeira: órgão, entidade ou agente público de jurisdição 
estrangeira responsável, conforme a sua legislação própria ou acordos 
internacionais, por centralizar a interlocução com outras jurisdições sobre a 
adoção de medidas de cooperação em matéria de prevenção e combate, ao 
terrorismo, ao financiamento do terrorismo e ao financiamento da proliferação 
de armas de destruição em massa; 
III. beneficiário final: pessoa natural ou pessoas naturais que, em conjunto, 
possuam, controlem ou influenciem significativamente, direta ou 
indiretamente, um cliente em nome do qual uma transação esteja sendo 
conduzida ou dela se beneficie; 
IV. cadastro: registro, em meio físico ou eletrônico, das informações e dos 
documentos de identificação de clientes com os quais a instituição mantém 
relacionamento direto em função da prestação de serviços no mercado de 
valores mobiliários; 
V. cliente: investidor que mantém relacionamento comercial direto com as 
pessoas mencionadas no art. 3º desta Resolução; 
VI. cliente ativo: o cliente que nos últimos 12 (doze) meses tenha: 
a. efetuado movimentação, em sua conta-corrente ou em sua posição de 
custódia; 
b. realizado operação no mercado de valores mobiliários; ou 
c. apresentado saldo em sua posição de custódia; 
VII. entidade autorreguladora: entidade responsável pela autorregulação dos 
mercados organizados de que trata a regulamentação que disciplina os 
mercados regulamentados de valores mobiliários; 
VIII. entidade operadora de infraestrutura do mercado financeiro: entidade que 
realiza, cumulativa ou isoladamente, o processamento e a liquidação de 
operações, o registro e o depósito centralizado de valores mobiliários; 
IX. influência significativa: situação em que uma pessoa natural, seja o 
controlador ou não, exerça influência de fato nas decisões ou seja titular de 
mais de 25% (vinte e cinco por cento) do capital social das pessoas jurídicas 
ou do patrimônio líquido dos fundos de investimento e demais entidades nos 
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casos de que tratam os incisos II a V do art. 1º do Anexo B, sem prejuízo da 
utilização de cadastro simplificado de que trata o Anexo C; 
X. investidor: pessoa natural ou jurídica, fundo ou veículo de investimento 
coletivo ou o investidor não residente em nome do qual são efetuadas 
operações com valores mobiliários; 
XI. participante: pessoa jurídica, fundo ou veículo de investimento a quem uma 
entidade administradora de mercado organizado tenha concedido autorização 
para atuar nos ambientes ou sistemas de negociação ou de registro de 
operações dos mercados por ela administrados; e. 
XII. trust ou veículo assemelhado: qualquer ente despersonalizado constituído por 
ativos mantidos sob titularidade fiduciária e reunidos em patrimônio de 
afetação, segregado do patrimônio geral do titular. 
Parágrafo único. Equivalem ao beneficiário final, para fins da presente norma, 
os seus prepostos, procuradores ou representantes legais. 
Art. 3º Sujeitam-se às obrigações previstas nesta Resolução, no limite de suas 
atribuições: 
I. as pessoas naturais ou jurídicas que prestem no mercado de valores 
mobiliários, em caráter permanente ou eventual, os serviços relacionados 
à distribuição, custódia, intermediação, ou administração de carteiras; 
II. entidades administradoras de mercados organizados e as entidades 
operadoras de infraestrutura do mercado financeiro; 
III. as demais pessoas referidas em regulamentação específica que prestem 
serviços no mercado de valores mobiliários, incluindo: 
a. os escrituradores; 
b. os consultores de valores mobiliários; 
c. as agências de classificação de risco; 
d. os representantes de investidores não residentes; e 
e. as companhias securitizadoras; e 
IV. os auditores independentes no âmbito do mercado de valores mobiliários. 
§ 1º A presente Resolução não se aplica aos analistas de valores mobiliários e às 
companhias abertas, desde que não exerçam outras atividades abrangidas pelos incisos I 
a IV do caput. 
§ 2º As instituições integrantes do sistema de distribuição de valores mobiliários 
devem submeter os agentes autônomos de investimento e demais prepostos a elas 
vinculados à sua respectiva política de PLD/FTP, bem como às regras, procedimentos e 
controles internos estabelecidas nos termos da presente Resolução. 
§ 3º O disposto no § 2º não exime a responsabilidade das instituições integrantes 
do sistema de distribuição de valores mobiliários pelo cumprimento dos comandos 
previstos nesta Resolução. 
16.5.2 Da avaliação interna de risco 
 
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Seção I – Política de Prevenção à Lavagem de Dinheiro, ao Financiamento do 
Terrorismo e ao Financiamento da Proliferação de Armas de Destruição em Massa 
Art. 4º As pessoas jurídicas mencionadas nos incisos I a III do art. 3º desta 
Resolução devem elaborar e implementar política de PLD/FTP contendo, no mínimo: 
I. a governança relacionada ao cumprimento das obrigações de que trata esta 
Resolução, incluindo a descrição circunstanciada de como estão 
estruturados os órgãos da alta administração, quando aplicável, assim 
como a definição dos papéis e a atribuição de responsabilidades dos 
integrantes de cada nível hierárquico da instituição no tocante à elaboração 
e implementação do processo de abordagem baseada em risco, com 
especial ênfase para as rotinas previstas nos arts. 17, 18, 20, 21, 22 e 23 
desta Resolução; 
II. a descrição da metodologia para tratamento e mitigação dos riscos 
identificados, a qual deve amparar os parâmetros estabelecidos na 
avaliação interna de risco,contemplando o detalhamento das diretrizes: 
a. que fundamentaram a abordagem baseada em risco adotada; 
b. para continuamente conhecer: 1. os clientes ativos, incluindo 
procedimentos de verificação, coleta, validação e atualização de 
informações cadastrais, bem como demais diligências aplicáveis, 
de acordo com os arts. 11 e 17; e 2. os funcionários e os prestadores 
de serviços relevantes; 
c. utilizadas para nortear as diligências visando à identificação do 
beneficiário final do respectivo cliente, conforme os incisos III e 
IX e o parágrafo único do art. 2º, arts. 13 a 15 e inciso IV do art. 
17; 
d. de monitoramento e possível detecção das atipicidades, conforme 
inciso III do art. 17 e art. 20, bem como a especificação de outras 
situações de monitoramento reforçado; e 
e. acerca dos critérios utilizados para a obtenção dos indicadores de 
efetividade da abordagem baseada em risco utilizada para fins de 
PLD/FTP; 
III. definição dos critérios e periodicidade para atualização dos cadastros dos 
clientes ativos, de acordo com o art. 11, observando-se o intervalo máximo 
de 5 (cinco) anos; 
IV. se for o caso, a descrição das rotinas que visem pautar as diligências de 
que tratam os §§ 2º e 3º do art. 1º do Anexo C; e 
V. as ações que envolvam a identificação das contrapartes das operações 
realizadas nos ambientes de registro, quando aplicável. 
§ 1º A política a que se refere o caput deve ser: 
I. documentada; 
II. aprovada pela alta administração; e 
III. mantida atualizada. 
§ 2º As pessoas mencionadas nos incisos I e III do art. 3º que pertençam a um 
mesmo conglomerado financeiro devem estabelecer na política de PLD/FTP mecanismos 
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de intercâmbio de informações entre suas áreas de controles internos para assegurar o 
cumprimento de suas obrigações previstas neste artigo, considerando a relevância do risco 
identificado em cada caso, em sua avaliação interna de risco. 
§ 3º O intercâmbio de informações referido no § 2º pode contemplar, sempre que 
aplicável e necessário, informações sobre o perfil do cliente detidas por sociedades 
sujeitas à regulamentação específica que dispõe sobre o dever de verificação da 
adequação dos produtos, serviços e operações ao perfil do cliente. 
§ 4º A política de PLD/FTP elaborada e implementada pelos auditores 
independentes deve abranger, no mínimo, o conteúdo definido em regulamentação 
específica emitida pelo Conselho Federal de Contabilidade – CFC. 
Seção II – Avaliação Interna de Risco 
Art. 5º As pessoas mencionadas nos incisos I a III do art. 3º desta Resolução 
devem, no limite de suas atribuições, identificar, analisar, compreender e mitigar os riscos 
de lavagem de dinheiro, do financiamento do terrorismo e do financiamento da 
proliferação de armas de destruição em massa – LD/FTP, inerentes às suas atividades 
desempenhadas no mercado de valores mobiliários, adotando uma abordagem baseada 
em risco para garantir que as medidas de prevenção e mitigação sejam proporcionais aos 
riscos identificados e assegurar o cumprimento desta Resolução, devendo: 
I. elencar todos os produtos oferecidos, serviços prestados, respectivos 
canais de distribuição e ambientes de negociação e registro em que atuem, 
segmentando-os minimamente em baixo, médio e alto risco de LD/FTP; e 
II. classificar os respectivos clientes por grau de risco de LD/FTP, 
segmentando-os minimamente em baixo, médio e alto risco. 
§ 1º Para fins do disposto no caput deste artigo, devem ser levadas em 
consideração, dentre outros fatores: 
I. o tipo de cliente e sua natureza jurídica, a sua atividade, a sua localização 
geográfica, os produtos, serviços, operações e canais de distribuição por 
ele utilizados, bem como outros parâmetros de risco adotados no 
relacionamento com os seus clientes; 
II. o relacionamento com outras pessoas previstas no art. 3º, considerando, 
inclusive, as políticas de PLD/FTP de tais pessoas; e 
III. a contraparte das operações realizadas em nome de seu cliente, no caso de 
operações realizadas em ambientes de registro. 
§ 2º Os riscos de LD/FTP inerentes às seguintes categorias de clientes devem 
considerar as suas respectivas peculiaridades e características, assim como ser objeto de 
tratamento específico dentro da política de PLD/FTP e do processo periódico da avaliação 
interna de risco: 
I. pessoas expostas politicamente, bem como com seus familiares, estreitos 
colaboradores e pessoas jurídicas de que participem, nos termos do Anexo 
A; e 
II. organizações sem fins lucrativos, nos termos da legislação específica. 
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§ 3º As pessoas mencionadas nos incisos I a III do art. 3º desta Resolução que não 
têm relacionamento direto com o investidor devem identificar, analisar, compreender e 
mitigar os riscos de LD/FTP inerentes às suas atividades desempenhadas, considerando 
os parâmetros estabelecidos nos §§ 1º e 2º do art. 17. 
Art. 6º O diretor de que trata o caput do art. 8º deve elaborar relatório relativo à 
avaliação interna de risco de LD/FTP, a ser encaminhado para os órgãos da alta 
administração especificados na política de PLD/FTP, até o último dia útil do mês de abril, 
contendo além das informações requeridas nos incisos I e II do art. 5º, o que segue: 
I. identificação e análise das situações de risco de LD/FTP, considerando as 
respectivas ameaças, vulnerabilidades e consequências; 
II. se for o caso, análise da atuação dos prepostos, agentes autônomos de 
investimento ou prestadores de serviços relevantes contratados, bem como 
a descrição da governança e dos deveres associados à manutenção do 
cadastro simplificado, nos termos do Anexo C; 
III. tabela relativa ao ano anterior, contendo: 
a. o número consolidado das operações e situações atípicas 
detectadas, segregadas por cada hipótese, nos termos do art. 20; 
b. o número de análises realizadas, conforme disposto no art. 21; 
c. o número de comunicações de operações suspeitas reportadas para 
o Conselho de Controle de Atividades Financeiras – COAF, 
conforme disposto no art. 22; e 
d. a data do reporte da declaração negativa, se for o caso, conforme 
disposto no art. 23; 
IV. as medidas adotadas para o atendimento do disposto nas alíneas “b” e “c” 
do inciso II do art. 4º; 
V. a apresentação dos indicadores de efetividade nos termos definidos na 
política de PLD/FTP, incluindo a tempestividade acerca das atividades de 
detecção, análise e comunicação de operações ou situações atípicas; e 
VI. a apresentação, se for o caso, de recomendações visando mitigar os riscos 
identificados do exercício anterior que ainda não foram devidamente 
tratados, contendo: 
a. possíveis alterações nas diretrizes previstas na política de 
PLD/FTP de que trata o art. 4º; 
b. aprimoramento das regras, procedimentos e controles internos 
referidos no art. 7º, com o estabelecimento de cronogramas de 
saneamento; 
VII. a indicação da efetividade das recomendações adotadas referidas no inciso 
VI em relação ao relatório respectivamente anterior, de acordo com a 
metodologia de que trata o inciso II do art. 4º, registrando de forma 
individualizada os resultados. 
§ 1º O relatório referido no caput deve: 
I. ser elaborado anualmente até o último dia útil do mês de abril e seu 
conteúdo deve se referir ao ano anterior à data de entrega; 
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II. ficar disponível para a CVM e, se for o caso, para a entidade 
autorreguladora, na sede da instituição. 
§ 2º O relatório deque trata o caput pode ser único ou compor relatório abrangente 
de supervisão de regras, procedimentos e controles internos de implementação e 
cumprimento de políticas exigido pela regulamentação da CVM, observada a 
compatibilidade dos prazos de entrega, conforme aplicável. 
Seção III – Regras, Procedimentos e Controles Internos 
Art. 7º As pessoas jurídicas mencionadas nos incisos I a III do art. 3º desta 
Resolução devem: 
I. adotar e implementar regras, procedimentos e controles internos 
consistentes com o seu porte, bem como com o volume, complexidade e 
tipo das atividades que desempenham no mercado de valores mobiliários 
de forma a viabilizar a fiel observância das disposições desta Resolução, 
contemplando, inclusive: 
a. a análise prévia para efeitos de mitigação de riscos de LD/FTP de 
novas tecnologias, serviços e produtos; e 
b. a seleção e o monitoramento de administradores, funcionários, 
agentes autônomos de investimento e prestadores de serviços 
relevantes contratados, com o objetivo de garantir padrões 
elevados de seus quadros; e 
c. a forma pela qual o diretor responsável a que se refere o art. 8º 
acessará as informações necessárias para o devido gerenciamento 
de riscos de PLD/FTP; e 
II. manter programa de treinamento contínuo para administradores, 
funcionários, agentes autônomos de investimento e prestadores de serviços 
relevantes contratados, destinado inclusive a divulgar a sua política de 
PLD/FTP, assim como as respectivas regras, procedimentos e controles 
internos. 
§ 1º As regras, os procedimentos e os controles internos de que trata este artigo 
devem: 
I. ser escritos; 
II. ser passíveis de verificação; e 
III. estar disponíveis para consulta da CVM, das entidades administradoras 
dos mercados organizados e das entidades operadoras de infraestrutura de 
mercado em que a pessoa obrigada atue como participante e da entidade 
autorreguladora, se for o caso. 
§ 2º As regras, procedimentos e controles internos de que trata este artigo devem 
prever que os administradores, funcionários, agentes autônomos de investimentos e 
prestadores de serviços relevantes contratados, se for o caso, das pessoas jurídicas 
mencionadas nos incisos I a III do art. 3º devem reportar, no limite de suas atribuições, 
para a sua área responsável pelos controles internos as propostas ou ocorrências das 
operações ou situações previstas no art. 20. 
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§ 3º O programa de treinamento a que se refere o inciso II deve ser realizado 
utilizando-se linguagem clara, acessível e ser compatível com as funções desempenhadas 
e com a sensibilidade das informações a que têm acesso aqueles que participam do 
programa. 
§ 4º São considerados descumprimento do disposto nos incisos I e II do caput não 
apenas a inexistência ou insuficiência das regras, procedimentos e controles internos ali 
referidos, como também a sua não implementação ou a implementação inadequada para 
os fins previstos nesta Resolução. 
§ 5º Os auditores independentes devem observar os limites, os procedimentos e a 
conformidade requerida na execução de uma auditoria de demonstrações contábeis ou 
revisão de informações contábeis intermediárias, segundo regulamentação específica 
emitida pelo CFC e as normas emanadas pela CVM. 
16.5.3 Da identificação e monitoramento de funcionários e prestadores de serviços 
relevantes 
16.5.4 Da identificação e cadastro de clientes 
 
Seção I – Cadastro e Identificação de Beneficiário Final 
Art. 11. As pessoas mencionadas nos incisos I a III do art. 3º desta Resolução que 
tenham relacionamento direto com o investidor devem identificá-lo, manter seu cadastro 
atualizado de acordo com o conteúdo indicado nos Anexos B e C e nos termos da alínea 
“b”, inciso II do art. 4º. 
§ 1º As pessoas mencionadas nos incisos I a III do art. 3º devem continuamente 
difundir perante seus clientes a importância da manutenção de seus dados cadastrais 
atualizados, disponibilizando canais para que esses investidores e seus representantes, 
conforme o caso, comuniquem quaisquer atualizações, observado o disposto no inciso II 
do art. 2º do Anexo B. 
§ 2º As entidades administradoras de mercados organizados e as entidades 
operadoras de infraestrutura do mercado financeiro que não tenham relacionamento direto 
com os investidores devem utilizar as informações cadastrais dos participantes para fins 
de aplicação deste artigo à política de PLD/FTP. 
§ 3º As pessoas mencionadas nos incisos I a III do art. 3º não devem aceitar ordens 
de movimentação de contas de clientes que estejam com os cadastros desatualizados, 
exceto nas hipóteses de pedidos de encerramento de conta ou de alienação ou resgate de 
ativos. 
Art. 12. É permitida a adoção de sistemas alternativos de cadastro, inclusive por 
meio eletrônico, desde que as soluções adotadas satisfaçam os objetivos das normas 
vigentes e os procedimentos sejam passíveis de verificação. 
Parágrafo único. A assinatura do cliente ou de seu procurador no cadastro pode 
ser efetuada por meio digital, ou, no caso de sistemas eletrônicos, suprida por outros 
mecanismos, desde que os procedimentos adotados permitam confirmar com precisão a 
identificação do cliente. 
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Art. 13. As informações cadastrais relativas a clientes classificados nos incisos II 
a V do art. 1º do Anexo B devem abranger as pessoas naturais autorizadas a representá-
los, todos seus controladores, diretos e indiretos, e as pessoas naturais que sobre eles 
tenham influência significativa, até alcançar a pessoa natural caracterizada como 
beneficiário final ou qualquer das entidades mencionadas no § 2º. 
§ 1º As pessoas mencionadas nos incisos I a III do art. 3º devem definir, de acordo 
com sua política de PLD/FTP, o percentual de participação mínimo que caracteriza o 
controle direto ou indireto, observado que, exclusivamente para fins de cumprimento do 
caput, o percentual não pode ser superior a 25% (vinte e cinco por cento) da participação. 
§ 2º Excetua-se do disposto no caput no que se refere à obrigação de identificação 
da pessoa natural caracterizada como beneficiário final: 
I. a pessoa jurídica constituída como companhia aberta no Brasil; 
II. fundos e clubes de investimento nacionais registrados, desde que: 
a. não seja fundo exclusivo; 
b. obtenham recursos de investidores com o propósito de atribuir o 
desenvolvimento e a gestão de uma carteira de investimento a um 
gestor qualificado que deve ter plena discricionariedade na 
representação e na tomada de decisão junto às entidades investidas, 
não sendo obrigado a consultar os cotistas para essas decisões e 
tampouco indicar os cotistas ou partes a eles ligadas para atuar nas 
entidades investidas; e 
c. seja informado o número do CPF/MF ou de inscrição no Cadastro 
Nacional de Pessoa Jurídica – CNPJ de todos os cotistas para a 
Receita Federal do Brasil na forma definida em regulamentação 
específica daquele órgão; 
III. instituições financeiras e demais entidades autorizadas a funcionar pelo 
Banco Central do Brasil; 
IV. seguradoras, entidades abertas e fechadas de previdência complementar e 
de regimes próprios de previdência social; 
V. os investidores não residentes classificados como: 
a. bancos centrais, governos ou entidades governamentais, assim 
como fundos soberanos ou companhias de investimento 
controladas por fundos soberanos e similares; 
b. organismos multilaterais; 
c. companhias abertas ou equivalentes; 
d. instituições financeiras ou similares, agindo por conta própria 
e. administradores de carteiras, agindo por conta própria; 
f. seguradorase entidades de previdência; e 
g. fundos ou veículos de investimento coletivo, desde que, 
cumulativamente: 1. o número de cotistas seja igual ou superior a 
100 (cem) e nenhum deles tenha influência significativa; e 2. a 
administração da carteira de ativos seja feita de forma 
discricionária por administrador profissional sujeito à regulação de 
órgão regulador que tenha celebrado com a CVM acordo de 
cooperação mútua, nos termos dispostos no inciso III do § 3º. 
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§ 3º O enquadramento de algum investidor no rol do inciso V do § 2º não isenta 
as pessoas mencionadas nos incisos I a III do art. 3º de cumprir as demais obrigações 
previstas nesta Resolução, naquilo que for aplicável, em especial, a condução das demais 
diligências previstas nos arts. 17 e 18, devendo também ser observado se a respectiva 
jurisdição de origem: 
I. está classificada por organismos internacionais, em especial o Grupo de 
Ação Financeira contra a Lavagem de Dinheiro e o Financiamento do 
Terrorismo – GAFI, como não cooperante ou com deficiências 
estratégicas, em relação à prevenção à lavagem de dinheiro, ao 
financiamento do terrorismo e ao financiamento da proliferação de armas 
de destruição em massa; 
II. integra alguma lista de sanções ou restrições emanadas pelo CSNU; e 
III. possui órgão regulador do mercado de capitais, em especial, que tenha 
celebrado com a CVM acordo de cooperação mútua que permita o 
intercâmbio de informações financeiras de investidores, ou seja signatário 
do memorando multilateral de entendimento da Organização Internacional 
das Comissões de Valores – OICV/IOSCO. 
§ 4º As pessoas mencionadas nos incisos I a III do art. 3º também devem verificar, 
para efeitos do inciso V do § 2º, e sem prejuízo do inciso III do § 3º, se o respectivo 
cliente em sua jurisdição de origem é regulado e fiscalizado por autoridade governamental 
competente. 
§ 5º Adicionalmente, para os investidores classificados na alínea “c” do inciso V 
do § 2º, a respectiva dispensa somente se aplica se na jurisdição da sua respectiva sede 
vigore lei ou regulamentação que exija a divulgação pública e periódica de acionistas 
relevantes pessoas naturais. 
§ 6º Nas situações previstas no § 2º, as pessoas listadas nos incisos I a III do art. 
3º devem informar no cadastro quem são as pessoas naturais representantes dos clientes 
perante seus órgãos reguladores. 
Art. 14. Os auditores independentes devem identificar seus clientes e respectivos 
beneficiários finais, na forma dos procedimentos definidos pela regulamentação 
específica emitida pelo CFC. 
Art. 15. Nas situações em que for necessária a condução de diligências visando à 
identificação do beneficiário final de entes constituídos sob a forma de trust ou veículo 
assemelhado, também devem ser envidados e evidenciados esforços para identificar: 
I. a pessoa que instituiu o trust ou veículo assemelhado (settlor); 
II. o supervisor do veículo de investimento, se houver (protector); 
III. o administrador ou gestor do veículo de investimento (curador ou trustee); 
e 
IV. o beneficiário do trust, seja uma ou mais pessoas naturais ou jurídicas. 
Parágrafo único. Para fins desta Resolução, equipara-se ao curador ou trustee a 
pessoa que não for settlor ou protector, mas que tenha influência significativa nas decisões 
de investimento do trust ou veículo assemelhado. 
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Art. 16. As pessoas a que se referem os incisos I a III do art. 3º que tenham 
relacionamento direto com o investidor devem, de forma consistente com sua política de 
PLD/FTP, avaliação interna de risco e demais regras, procedimentos e controles internos, 
dispensar especial atenção às situações em que não seja possível identificar o beneficiário 
final, observado o disposto no § 2º do art. 13, bem como em que as diligências previstas 
na seção II do Capítulo IV não possam ser concluídas. 
§ 1º Nos casos descritos no caput, as pessoas lá mencionadas devem adotar os 
seguintes procedimentos: 
I. monitoramento reforçado, mediante a adoção de procedimentos mais 
rigorosos para a seleção de operações ou situações atípicas, nos termos do 
art. 20, independentemente da classificação de risco desse investidor; 
II. análise mais criteriosa com vistas à verificação da necessidade das 
comunicações de que tratam os arts. 22 e 27, na hipótese de detecção de 
outros sinais de alerta, nos termos do inciso I do § 1º deste artigo e do art. 
21; 
III. avaliação do diretor responsável de que trata o caput do art. 8º, passível de 
verificação, quanto ao interesse no início ou manutenção do 
relacionamento com o investidor. 
§ 2º Em relação aos investidores, as entidades administradoras de mercados 
organizados e as entidades operadoras de infraestrutura do mercado financeiro adotarão 
as medidas previstas neste artigo com base nas informações recebidas dos participantes, 
observada a regulamentação em vigor. 
 
16.5.5 Do registro de transações 
 
Art. 25. As pessoas mencionadas nos incisos I a III do art. 3º devem manter 
registro de toda operação envolvendo valores mobiliários, independentemente de seu 
valor, de forma a permitir: 
I. a verificação da movimentação financeira de cada cliente, consoante a 
política de PLD/FTP, a avaliação interna de risco e as respectivas regras, 
procedimentos e controles internos, conforme arts. 4º a 7º desta Resolução, 
assim como em face das informações obtidas no processo de identificação 
dos clientes previsto no Capítulo IV desta Resolução, considerando em 
especial: 
a. os valores pagos a título de liquidação de operações; 
b. os valores ou ativos depositados a título de garantia, em operações 
nos mercados de liquidação futura; e 
c. as transferências de valores mobiliários para a conta de custódia do 
cliente; e 
II. as tempestivas análises e comunicações às quais se referem os arts. 21 a 
23. Art. 26. As pessoas mencionadas nos incisos I a III do art. 3º devem 
manter à disposição da CVM, durante o período mínimo de 5 (cinco) 
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anos, toda documentação relacionada às obrigações previstas nos 
Capítulos II a V e VII. 
§ 1º A documentação referida no caput deve necessariamente contemplar, mas 
não se limitar, as conclusões que fundamentaram a decisão de efetuar, ou não, as 
comunicações de que trata os arts. 22 e 23. 
§ 2º Em se tratando do disposto nos Capítulos IV, V e VII, o prazo a que se refere 
o caput passa a contar, conforme o caso, a partir do cadastro ou da última atualização 
cadastral, ou da detecção da situação atípica, podendo esse prazo ser sucessivamente 
estendido por determinação da CVM. 
§ 3º Os documentos e informações a que se refere este artigo, assim como os 
registros de que trata o art. 25, podem ser guardados em meios físico ou eletrônico. 
§ 4º As imagens digitalizadas são admitidas em substituição aos documentos 
originais, desde que o processo seja realizado de acordo com a lei que dispõe sobre 
elaboração e o arquivamento de documentos públicos e privados em meios 
eletromagnéticos, e com o decreto que estabelece a técnica e os requisitos para a 
digitalização desses documentos. 
§ 5º O documento de origem pode ser descartado após sua digitalização, exceto 
se apresentar danos materiais que prejudiquem sua legibilidade. 
§ 6º Os sistemas eletrônicos de que trata o § 3º devem: 
I. possibilitar o acesso imediato das pessoas mencionadas no art. 3º aos 
documentos e informações a que se refere este artigo; e 
II. utilizartecnologia capaz de cumprir integralmente com o disposto na 
presente Resolução a respeito de cadastro de clientes. 
16.5.6 Do período de conservação dos cadastros e registros 
16.5.7 Do monitoramento e da comunicação das operações 
 
Art. 20. Para fins do disposto no inciso I do art. 11, da Lei nº 9.613, de 1998, as 
pessoas mencionadas nos incisos I a IV do art. 3º devem, no limite de suas atribuições, 
monitorar continuamente todas as operações e situações, bem como observar as seguintes 
atipicidades, que podem, após detecção e respectiva análise, configurar indícios de 
LD/FTP: 
I. situações derivadas do processo de identificação do cliente, conforme 
Capítulo IV, tais como: 
a. situações em que não seja possível manter atualizadas as 
informações cadastrais de seus clientes; 
b. situações em que não seja possível identificar o beneficiário final; 
c. situações em que as diligências previstas na seção II do Capítulo 
IV não possam ser concluídas; 
d. no caso de clientes classificados no inciso I do art. 1º do Anexo B, 
operações cujos valores se afigurem incompatíveis com a 
ocupação profissional, os rendimentos ou a situação patrimonial ou 
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financeira de qualquer das partes envolvidas, tomando-se por base 
as informações cadastrais respectivas; e 
e. no caso de clientes classificados nos incisos II a V do art. 1º do 
Anexo B, incompatibilidade da atividade econômica, do objeto 
social ou do faturamento informados com o padrão operacional 
apresentado por clientes com o mesmo perfil; 
II. situações relacionadas com operações cursadas no mercado de valores 
mobiliários, tais como: 
a. realizadas entre as mesmas partes ou em benefício das mesmas 
partes, nas quais haja seguidos ganhos ou perdas no que se refere 
a algum dos envolvidos; 
b. que evidenciem oscilação significativa em relação ao volume ou 
frequência de negócios de qualquer das partes envolvidas; 
c. cujos desdobramentos contemplem características que possam 
constituir artifício para burla da identificação dos efetivos 
envolvidos e beneficiários respectivos; 
d. cujas características e desdobramentos evidenciem atuação, de 
forma contumaz, em nome de terceiros; 
e. que evidenciem mudança repentina e objetivamente injustificada 
relativamente às modalidades operacionais usualmente utilizadas 
pelos envolvidos; 
f. cujo grau de complexidade e risco se afigurem incompatíveis com: 
1. o perfil do cliente ou de seu representante, nos termos da 
regulamentação específica que dispõe sobre o dever de verificação 
da adequação dos produtos, serviços e operações ao perfil do 
cliente; e 2. com o porte e o objeto social do cliente; 
g. realizadas com a aparente finalidade de gerar perda ou ganho para 
as quais falte, objetivamente, fundamento econômico ou legal; 
h. transferências privadas de recursos e de valores mobiliários sem 
motivação aparente, tais como: 1. entre contas-correntes de 
investidores perante o intermediário; 2. de titularidade de valores 
mobiliários sem movimentação financeira; e 3. de valores 
mobiliários fora do ambiente de mercado organizado; 
i. depósitos ou transferências realizadas por terceiros, para a 
liquidação de operações de cliente, ou para prestação de garantia 
em operações nos mercados de liquidação futura; 
j. pagamentos a terceiros, sob qualquer forma, por conta de 
liquidação de operações ou resgates de valores depositados em 
garantia, registrados em nome do cliente; e 
k. operações realizadas fora de preço de mercado; 
III. operações e situações relacionadas a pessoas suspeitas de envolvimento 
com atos terroristas, com o financiamento do terrorismo, ou com o 
financiamento da proliferação de armas de destruição em massa, tais como 
aquelas que envolvam: 
a. ativos alcançados por sanções impostas pelas resoluções do CSNU 
de que trata a Lei nº 13.810, de 8 de março de 2019; 
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b. ativos alcançados por requerimento de medida de 
indisponibilidade oriundo de autoridade central estrangeira de que 
se venha a ter conhecimento; 
c. a realização de negócios, qualquer que seja o valor, por pessoas 
que tenham cometido ou intentado cometer atos terroristas, ou 
deles participado ou facilitado o seu cometimento, conforme o 
disposto na Lei nº 13.260, 16 de março de 2016; 
d. valores mobiliários pertencentes ou controlados, direta ou 
indiretamente, por pessoas que tenham cometido ou intentado 
cometer atos terroristas, ou deles participado ou facilitado o seu 
cometimento, conforme o disposto na Lei nº 13.260, de 2016; e 
e. movimentação passível de ser associada ao financiamento do 
terrorismo ou ao financiamento da proliferação de armas de 
destruição em massa, conforme o disposto nas Leis nº 13.260, de 
2016, e 13.810, de 8 de março de 2019; e 
IV. operações com a participação de pessoas naturais, pessoas jurídicas ou 
outras entidades que residam, tenham sede ou sejam constituídas em 
países, jurisdições, dependências ou locais: 
a. que não aplicam ou aplicam insuficientemente as recomendações 
do GAFI, conforme listas emanadas por aquele organismo; e 
b. com tributação favorecida e submetidos a regimes fiscais 
privilegiados, conforme normas emanadas pela Receita Federal do 
Brasil; e 
V. outras hipóteses que, a critério das pessoas mencionadas no caput deste 
artigo, configurem indícios de LD/FTP, cujas notificações deverão ser 
acompanhadas de breve descrição da possível irregularidade, de acordo 
com o § 1º do art. 22. 
§ 1º As operações ou situações mencionadas no caput compreendem as seguintes: 
I. aquelas objeto de negociação ou registro envolvendo valores mobiliários, 
independentemente de seu valor ou da classificação de risco de LD/FTP 
do investidor; 
II. eventos não usuais identificados no âmbito da condução das diligências e 
respectivo monitoramento que possam estar associados com operações e 
situações que envolvam alto risco de LD/FTP; e 
III. societárias ou de qualquer natureza identificadas e avaliadas pelos 
auditores independentes no transcorrer dos trabalhos de auditoria de 
demonstrações contábeis e de revisão de informações contábeis 
intermediárias, pelo prazo de duração destes trabalhos, e nos limites e na 
forma definidos pela regulamentação específica emitida pelo CFC e pelas 
normas emanadas da CVM. 
§ 2º O monitoramento deve contemplar as operações e situações que aparentem 
estar relacionadas com outras operações e situações conexas ou que integrem um mesmo 
grupo de operações. 
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§ 3º Em relação aos investidores, as entidades administradoras de mercados 
organizados e as entidades operadoras de infraestrutura do mercado financeiro devem 
adotar as medidas previstas neste artigo com base nas informações recebidas dos 
participantes, observada a regulamentação em vigor. 
§ 4º Para fins do enquadramento das situações descritas nas alíneas “c”, “d” e “e” 
do inciso III, assim como na alínea “b” do inciso IV do caput, as pessoas mencionadas no 
art. 3º devem verificar se as informações disponíveis atendem os padrões mínimos 
estabelecidos na política de PLD/FTP que ensejem a comunicação de que trata o art. 22. 
Seção II – Análise de Operações 
Art. 21. As pessoas mencionadas nos incisos I a IV do art. 3º devem estabelecer 
um procedimento regular e tempestivo de análise das operações e situações detectadas 
nos termos do art. 20, individualmente ou em conjunto, com o objetivo de, no limite de 
suas atribuições, identificar aquelasque configurem indícios de LD/FTP. 
Parágrafo único. A análise deve observar os parâmetros previstos na política de 
PLD/FTP e na avaliação interna de risco, bem como observar, no que couber, as 
respectivas regras, procedimentos e controles internos, conforme os arts. 4º a 7º desta 
Resolução. 
Seção III – Comunicação de Operações 
Art. 22. As pessoas mencionadas nos incisos I a IV do art. 3º desta Resolução 
devem, em conformidade com o disposto nesta seção e mediante análise fundamentada, 
comunicar ao COAF todas as situações e operações detectadas, ou propostas de operações 
que possam constituir-se em sérios indícios de LD/FTP. 
§ 1º As comunicações referidas no caput devem conter minimamente: 
I. a data do início de relacionamento do comunicante com a pessoa autora 
ou envolvida na operação ou situação; 
II. a explicação fundamentada dos sinais de alerta identificados; 
III. a descrição e o detalhamento das características das operações realizadas; 
IV. a apresentação das informações obtidas por meio das diligências previstas 
no art. 17, que qualifiquem os envolvidos, inclusive informando tratar-se, 
ou não, de pessoas expostas politicamente, e que detalhem o 
comportamento da pessoa comunicada; e 
V. a conclusão da análise, incluindo o relato fundamentado que caracterize os 
sinais de alerta identificados como uma situação suspeita a ser comunicada 
para o COAF, contendo minimamente as informações definidas nos 
demais incisos deste parágrafo. 
§ 2º As pessoas mencionadas no caput devem abster-se de dar ciência de tal ato a 
qualquer pessoa, inclusive àquela a qual se refira a informação. 
§ 3º A comunicação de que trata o caput deve ser efetuada no prazo de 24 (vinte 
e quatro) horas a contar da conclusão da análise que caracterizou a atipicidade da 
operação, respectiva proposta, ou mesmo da situação atípica detectada, como uma 
suspeição a ser comunicada para o COAF. 
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§ 4º As comunicações de boa-fé não acarretam, nos termos da lei, 
responsabilidade civil ou administrativa às pessoas referidas no caput deste artigo. 
Art. 23. As pessoas mencionadas nos incisos I a IV do art. 3º desta Resolução 
devem comunicar à CVM, se for o caso, a não ocorrência, no ano civil anterior, de 
situações, operações ou propostas de operações passíveis de serem comunicadas. 
Parágrafo único. A comunicação de que trata o caput deve ser realizada 
anualmente, até o último dia útil do mês de abril, por meio dos mecanismos estabelecidos 
no convênio celebrado entre a CVM e o COAF. 
Art. 24. Para fins do disposto no inciso I do art. 11 da Lei nº 9.613, de 1998, os 
auditores independentes devem realizar o monitoramento, a análise e a comunicação de 
que trata este Capítulo considerando, no mínimo, a aplicação dos procedimentos previstos 
em regulamentação específica emitida pelo CFC. 
 
16.5.8 Do cumprimento de sanções de indisponibilidade de ativos impostas por 
resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas – CSNU 
 
Art. 27. As pessoas mencionadas nos incisos I a IV do art. 3º devem cumprir, 
imediatamente e sem aviso prévio aos sancionados, as medidas estabelecidas nas 
resoluções sancionatórias do CSNU ou as designações de seus comitês de sanções que 
determinem a indisponibilidade de ativos, de quaisquer valores, de titularidade, direta ou 
indireta, de pessoas naturais, de pessoas jurídicas ou de entidades, nos termos da Lei nº 
13.810, de 2019, sem prejuízo do dever de cumprir determinações judiciais de 
indisponibilidade também previstas na referida lei. 
§ 1º  As pessoas mencionadas nos incisos I a IV do art. 3º devem ainda informar, 
sem demora, ao Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) e à CVM, a existência 
de pessoas e ativos sujeitos às determinações de indisponibilidade referidas no caput a 
que deixaram de dar o imediato cumprimento, justificando as razões para tanto. 
§ 2º  A indisponibilidade de que trata o caput refere-se à proibição de transferir, 
converter, trasladar, disponibilizar ativos ou deles dispor, direta ou indiretamente, 
incidindo inclusive sobre os juros e outros frutos civis e rendimentos decorrentes do 
contrato, conforme o previsto no inciso II do art. 2º e no § 2º do art. 31 da Lei nº 13.810, 
de 2019. 
§ 3º  As pessoas mencionadas nos incisos I a IV do art. 3º devem adotar os 
procedimentos abaixo, sem que para tanto seja necessária a comunicação da CVM de que 
trata o inciso I do art. 10 da Lei nº 13.810, de 2019: 
I. monitorar, direta e permanentemente, as determinações de 
indisponibilidade referidas no caput, bem como eventuais informações a 
serem observadas para o seu adequado atendimento, inclusive o eventual 
levantamento total ou parcial de tais determinações em relação a pessoas, 
entidades ou ativos, visando ao cumprimento imediato do quanto 
determinado, acompanhando para tanto, sem prejuízo da adoção de outras 
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providências de monitoramento, as informações divulgadas na página do 
CSNU na rede mundial de computadores; e 
II. comunicar imediatamente a indisponibilidade de ativos e as tentativas de 
sua transferência relacionadas às pessoas naturais, às pessoas jurídicas ou 
às entidades sancionadas por resolução do CSNU ou por designações de 
seus comitês de sanções, nos termos do art. 11 da Lei nº 13.810, de 2019: 
a. à CVM; 
b. ao MJSP; 
c. ao COAF; e 
III. manter sob verificação a existência ou o surgimento, em seu âmbito, de 
ativos alcançados pelas determinações de indisponibilidade de que trata o 
caput, para efeito de pôr tais ativos imediatamente, tão logo detectados, 
sob o regime de indisponibilidade previsto no inciso II do art. 2º e no § 2º 
do art. 31 da Lei nº 13.810, de 2019. 
§ 4º As pessoas mencionadas nos incisos I a IV do art. 3º devem proceder ao 
imediato levantamento da indisponibilidade de ativos de que trata o caput, nas hipóteses 
de exclusão de pessoas, entidades ou ativos das correspondentes listas do CSNU ou de 
seus comitês de sanções. 
§ 5º  O cumprimento das obrigações de que trata o Capítulo VII não devem se 
submeter aos parâmetros da abordagem baseada em risco de LD/FTP. 
Art. 28.  Para o fim de assegurar o fiel cumprimento do disposto no art. 27, as 
pessoas mencionadas nos incisos I a IV do art. 3º devem, no limite de suas atribuições, 
adequar suas regras, procedimentos e controles internos no tocante a todas as relações de 
negócio já existentes, ou que venham a ser posteriormente iniciadas em seu âmbito, 
quanto às quais possam ser identificadas como interessadas pessoas físicas, pessoas 
jurídicas ou entidades alcançadas pelas determinações de indisponibilidade de que trata o 
art. 27. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Exercícios de Fixação 
101) O combate à lavagem de dinheiro tem se disseminado no mundo, tendo o rápido 
desenvolvimento de sofisticadas organizações criminosas que utilizam o sistema 
financeiro para legitimar as suas atuações originariamente ilícitas. De acordo com a 
Lei Federal n° 9.613/1998, o crime de lavagem, atualmente, caracteriza-se, entre 
outras ações, por ocultar valores decorrentes de atos consubstanciados como 
a) Infrações administrativas 
b) Infrações penais 
c) Multas mobiliárias 
d) Sanções do Banco Central 
e) Ilícitos civis 
Ano: 2015 Banca: CESGRANRIO Órgão: Banco do Brasil Prova: CESGRANRIO – 
2015 – Banco do Brasil – Escriturário – 001 
Questão comentada: https://vimeo.com/754815128/daedf41ff0 
103) A lavagem de dinheiro é uma das açõesrealizadas para tentar tornar lícito um 
dinheiro proveniente de atividades ilícitas. Para ajudar na prevenção e combate a 
esse tipo de crime, a Lei nº 9.613/1998, dentre outras ações, determina que as 
instituições financeiras devem 
a) Identificar seus clientes e manter o cadastro atualizado. 
b) Identificar as cédulas de dinheiro, mantendo seu registro atualizado. 
c) Instalar portas eletrônicas como detector de metais. 
d) Instalar câmeras nos caixas eletrônicos. 
e) Proibir o uso de telefone celular nas agências bancárias. 
Ano: 2012 Banca: CESGRANRIO Órgão: Banco do Brasil Prova: CESGRANRIO – 
2012 – Banco do Brasil – Escriturário 
Questão comentada: https://vimeo.com/754815245/d46e05de8f 
99) Sr. X é gerente de uma agência bancária. Ele recebe o cliente, Sr. W, conhecido 
empresário do ramo da constru- ção civil, com inúmeras aplicações financeiras na 
agência. Com o passar do tempo, gerente e cliente tornam-se amigos e confidentes. 
Em determinado dia, o empresário lhe confidencia ter recebido uma proposta de um 
conhecido para legalizar valores que ele recebia, sem declarar à Receita Federal, e 
que adviriam de atividades não autorizadas pela lei. Diante desse fato, o gerente 
adverte seu cliente de que, caso acolhesse a proposta, estaria realizando, em termos 
de lavagem de dinheiro, o que caracteriza a etapa de 
a) Ocultação 
b) Conclusão 
c) Multiplicação 
d) Integração 
e) Manutenção 
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https://vimeo.com/754815128/daedf41ff0
https://vimeo.com/754815245/d46e05de8f
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Ano: 2015 Banca: CESGRANRIO Órgão: Banco do Brasil Prova: CESGRANRIO – 
2015 – Banco do Brasil – Escriturário 
Questão comentada: https://vimeo.com/754698368/8d0a6455eb 
GABARITO: 
101-B 103-A 99-A 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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https://vimeo.com/754698368/8d0a6455eb
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17 Autorregulação bancária 
 
Autorregulação é uma série de medidas que buscam trazer maior transparência ao 
setor bancário, reduzindo reclamações, aumentando a qualidade dos serviços prestados, 
protegendo o consumidor e principalmente adequando o mercado interno para que não 
haja interferência externa. 
 A Autorregulação FEBRABAN é regida pelo Código de Conduta Ética e 
Autorregulação Bancária, pelos Normativos aprovados pelo Conselho de Autorregulação 
e pelas decisões da Diretoria de Autorregulação e do Conselho de Autorregulação, que 
não se sobrepõem, mas se harmonizam à legislação vigente. 
 As normas da Autorregulação abrangem todos os produtos e serviços ofertados 
ou disponibilizados pelas Signatárias a qualquer pessoa física, cliente ou não cliente e 
ainda, quando expressamente previstas, à pessoa jurídica e não devem ser interpretadas 
em desacordo com as disposições previstas nas normas e regulamentação vigentes, 
inclusive aquelas expedidas pelos órgãos reguladores e entidades de Autorregulação 
setorial. 
17.1 Conselho de autorregulação FEBRABAN 
 
O órgão normativo e de administração do Sistema de Autorregulação é o Conselho 
de Autorregulação Bancária, que se reúne ao menos quatro vezes ao ano e é composto 
por dezesseis membros, sendo: 
• oito deles representando as Instituições Financeiras Signatárias 
(“Conselheiros Setoriais”); e 
• oito representando a sociedade civil (“Conselheiros Independentes"). 
 
17.2 Comissão executiva de autorregulação FEBRABAN 
 
Subordinada ao Conselho de Autorregulação, reúne os responsáveis pelo tema da 
Autorregulação nas instituições financeiras. Cabe à Comissão realizar estudos e 
promover discussões relacionadas ao aperfeiçoamento da Autorregulação, incluindo 
temas para futuros Normativos, bem como aprovar o Plano de Trabalho da Diretoria de 
Autorregulação e decidir por eventual instauração de processos administrativos, dentre 
outras atribuições. Ela é composta por 18 (dezoito) Signatárias, sendo: 
• 5 (cinco) representantes indicados pelas 5 (cinco) maiores Signatárias, 
segundo seu patrimônio líquido; 
• 13 (treze) representantes indicados ad referendum do Conselho, em regime de 
alternância. 
17.3 Diretoria de autorregulação FEBRABAN 
 
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A Diretoria de Autorregulação é o órgão executivo da Autorregulação 
FEBRABAN, também subordinada ao Conselho de Autorregulação Bancária. Dentre 
suas competências, está a execução das deliberações do Conselho de Autorregulação e a 
elaboração de propostas para o desenvolvimento do Sistema de Autorregulação Bancária, 
além do monitoramento e supervisão do cumprimento das regras da Autorregulação pelas 
Instituições Financeiras. 
 
• Código de Autorregulação Bancária; 
• Normativo de regras para o relacionamento com o consumidor pessoa física; 
• Normativo de conta corrente; 
• Normativo de serviço de atendimento ao consumidor (SAC); 
• Normativo de atendimento ao consumidor na rede de agências bancárias; 
• Normativo de oferta e contratação de crédito direto ao consumidor e 
arrendamento mercantil financeiro para a aquisição de veículos; 
• Normativo de monitoramento de adesão às normas de autorregulação; 
• Normativo de procedimentos paras as demandas registradas no canal de 
atendimento “conte aqui”. 
• Normativo de regras para o ensino eletrônico à distância (e-learning) da 
Autorregulação; 
• Normativo relativo ao Programa ABECIP de Certificação de Profissionais de 
Crédito Imobiliário; 
• Normativo de Crédito Responsável; 
• Normativo de prevenção e combate à lavagem de dinheiro e ao financiamento 
do terrorismo; 
• Normativo de Resumo Contratual; 
• Normativo de contratação de crédito por meios remotos; 
• Normativo de criação e implementação de política de responsabilidade 
socioambiental; 
• Normativo de crédito consignado; 
• Normativo de conta-salário; 
• Normativo de adequação de produtos e serviços; 
• Normativo de tratamento e negociação de dívidas; 
• Normativo de uso consciente do cheque especial; 
• Normativo dos selos de autorregulação; 
• Normativo programa de integridade para prevenção à corrupção e atos lesivos 
à administração pública nacional ou estrangeira; 
• Normativo de ouvidorias; 
• Normativo de relacionamento com o consumidor idoso; 
• Normativo de relacionamento com os consumidores potencialmente 
vulneráveis. 
 
Sistema de Autorregulação Bancária (SARB): Regido pelos princípios da: 
• Integridade; 
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• Equidade; 
• Respeito ao consumidor; 
• Transparência; 
• Excelência; 
• Sustentabilidade; e 
• Confiança. 
O SARB reflete o compromisso do sistema financeiro no seu relacionamento com o 
consumidor, com a livre concorrência; responsabilidade socioambiental; prevenção de 
situações de conflito de interesses; prevenção à fraude; combate à lavagem de dinheiro e 
com a adoção de medidas voltadas à anticorrupção. 
Aliados a este Código de Conduta Ética e Autorregulação, o Sistema de 
Autorregulação Bancária também é regido por Normativos de adesão voluntária pelas 
Instituições Financeiras Signatárias, que se harmonizam à legislação vigente e possuem 
TRÊS PRINCIPAIS EIXOS: Relacionamento com o Consumidor; Responsabilidade 
Socioambiental; Prevenção à Lavagem de Dinheiro e ao Financiamento ao Terrorismo. 
O Selo da Autorregulação reforça e torna ainda mais transparenteo compromisso 
assumido pelas Instituições Financeiras Signatárias da Autorregulação FEBRABAN que 
aderiram voluntariamente a pelo menos um de seus eixos normativos: 
• relacionamento com o consumidor; 
• combate ao financiamento ao terrorismo e prevenção à lavagem de dinheiro; 
e 
• responsabilidade socioambiental. 
 Apenas as Instituições Financeiras Signatárias níveis II e III farão jus ao selo 
de Autorregulação, desde que cumpridos os requisitos e percentuais de conformidade 
mínimos previstos no Anexo do Normativo SARB 020/2018. 
• Signatárias NÍVEL I: Todas as Instituições Financeiras associadas à 
FEBRABAN são Signatárias da Autorregulação de forma automática no que 
se refere ao Código de Conduta Ética - que traz disposições gerais sobre 
princípios éticos, relacionamento com o consumidor, livre concorrência, 
responsabilidade socioambiental, prevenção à lavagem de dinheiro, dentre 
outros temas. 
• Signatárias NÍVEL II: as Instituições Financeiras Signatárias que aderirem 
voluntariamente a pelo menos um dos eixos normativos acima descritos 
• Signatárias NÍVEL III: aquelas que aderirem a todos os eixos. 
 
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https://portal.febraban.org.br/pagina/3164/12/pt-br/associados
https://portal.febraban.org.br/pagina/3164/12/pt-br/associados
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17.4 Autorregulação Bancária ANBIMA 
 
A autorregulação é expressa na forma de códigos de melhores práticas, criados a 
partir de propostas que nascem e são aperfeiçoadas nas comissões temáticas de 
representação. Assim, profissionais das instituições associadas, ou seja, do próprio 
mercado, discutem, formulam e colocam em prática as regras que norteiam cada uma das 
atividades nas quais atuamos. 
O cumprimento dessas regras é acompanhado permanentemente por meio de uma 
série de ações da área de Supervisão de Mercados. 
As atividades da autorregulação são apoiadas por dois tipos de organismos: os que 
orientam a atuação da área de supervisão e analisam os relatórios elaborados pelas equipes 
técnicas da Associação (comissões de acompanhamento) e aqueles que instauram e 
julgam processos, além de emitir deliberações e orientações sobre as nossas normas 
(conselhos de autorregulação). 
As atividades autorreguladas pela ANBIMA são: 
1. Fundos de investimento: Administração, gestão e distribuição de fundos de 
investimento, FIDCs (Fundos de Investimento em Direitos Creditórios), FIPs 
(Fundos de Investimento em Participações) e fundos de investimento 
imobiliários. 
2. Custódia, controladoria, escrituração e representação de investidores 
não residentes: Custódia para investidores e emissores, controladoria de 
ativo e passivo de fundos de investimento, carteiras administradas ou clubes 
de investimento, e escrituração de ativos. 
3. Private banking: Serviços de private banking oferecidos a clientes de 
instituições bancárias. 
4. Ofertas públicas: Coordenação de ofertas públicas de valores mobiliários - 
como ações (inclusive OPA), debêntures, notas promissórias, BDR, CRI e 
CRA - e atividade de agente fiduciário. 
5. Análise prévia de ofertas: Emissão de ações (somente follow on), 
debêntures, notas promissórias, BDR e fundos imobiliários. 
6. Certificação: Qualificação dos profissionais que atuam na prospecção ou 
venda de produtos de investimento; assessoram os gerentes de contas de 
investidores pessoas físicas em investimentos; e desempenham atividade de 
gestão de recursos de terceiros. 
7. Negociação: Negociação de títulos e valores mobiliários de renda fixa e 
derivativos em mercado de balcão. 
8. Gestão de patrimônio: Prestação de serviços de seleção, alocação e 
realocação de patrimônio financeiro por meio de fundos 
exclusivos/reservados ou carteiras administradas, com foco no perfil de 
investimento e nas necessidades financeiras do investidor. 
9. NMRF: Emissão de ofertas de títulos e valores mobiliários no ambiente do 
Novo Mercado de Renda Fixa. 
10. Distribuição de produtos de investimento: Distribuição de produtos de 
investimento. 
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17.4.1 Compromisso de autorregular ANBIMA 
 
Um mercado forte se faz com regras claras, que reflitam a realidade das instituições 
e assegurem a busca constante pelo aprimoramento. 
Nosso modelo de autorregulação é privado e voluntário, baseado em regras criadas 
pelo mercado, para o mercado e em favor dele. As regras são expressas em Códigos de 
Autorregulação e Melhores Práticas, aos quais podem aderir inclusive instituições que 
não são associadas ANBIMA. 
O cumprimento das normas é acompanhado de perto pela nossa equipe técnica, 
que supervisiona as instituições, dá orientações de caráter educativo e ajuda na 
condução de processos avaliados pelos conselhos de autorregulação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Exercícios de Fixação 
313) As entidades representativas das instituições financeiras, a exemplo da 
Federação Brasileira de Bancos (Febraban), têm envidado esforços para a criação e 
o aprimoramento contínuo de sistemas de autorregulação destinados a reforçar 
publicamente o compromisso do setor financeiro com a observância dos princípios 
da integridade, equidade, transparência, sustentabilidade e confiança, orientando, 
no relacionamento com o consumidor, o atendimento das necessidades e dos 
interesses deste de forma justa, digna e cortês, a fim de garantir a respectiva 
liberdade de escolha e a tomada de decisões conscientes, sem prejuízo da adoção de 
políticas e medidas voltadas à responsabilidade socioambiental, prevenção de 
situações de conflitos de interesse e de fraude, além da prevenção e do combate à 
corrupção, à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo. No que se 
refere aos sistemas de autorregulação mencionados, assinale a alternativa correta. 
a) Podem ser revogados por ato do Banco Central do Brasil. 
b) São aplicáveis a todas as instituições financeiras e demais instituições autorizadas 
a funcionar pelo Banco Central do Brasil, independentemente de vínculo 
associativo ou adesão voluntária. 
c) Decorrem de lei. 
d) Constituem-se de recomendações sem força obrigatória, não havendo previsão de 
aplicação de sanções em caso de descumprimento. 
e) A criação, a organização e o funcionamento desses sistemas não dependem de 
autorização do Banco Central do Brasil. 
Ano: 2019 Banca: IADES Órgão: BRB 
Questão comentada: https://vimeo.com/746339082/46aef2daa3 
108) O Sistema de Autorregulação Bancária da Federação Brasileira de Bancos 
(FEBRABAN) estabelece que 
a) As normas do seu código se sobrepõem à legislação vigente, inclusive ao código 
de proteção e defesa do consumidor. 
b) Não será processada qualquer demanda e/ou reclamação de caráter individual. 
c) Todas as instituições integrantes do sistema financeiro nacional podem solicitar 
para dele participar. 
d) O monitoramento das condutas dos bancos será feito pelo Banco Central do 
Brasil. 
e) As normas do seu código abrangem apenas determinados produtos e serviços 
ofertadas pelas instituições signatárias. 
Ano: 2011 Banca: FCC Órgão: Banco do Brasil Prova: FCC - 2011 - Banco do Brasil 
– Escriturário 
Questão comentada: https://vimeo.com/754815485/ce9f7d05ee 
107) O Sistema de Autorregulação Bancária da Federação Brasileira de Bancos 
(FEBRABAN) dispõe que 
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https://vimeo.com/746339082/46aef2daa3
https://vimeo.com/754815485/ce9f7d05ee
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a) As normas do seu código abrangem produtos destinados a pessoas jurídicas. 
b) Comunicação eficiente e respeito ao consumidor são princípios a serem 
observados. 
c) Sua administração é feita em conjunto com representantes dos clientes. 
d) Suas regras são revisadas semestralmente pelo Banco do Brasil. 
e) Suas regras conflitam com os princípios do Código de Defesa do Consumidor. 
Ano: 2011 Banca: FCC Órgão: Banco do Brasil Prova: FCC - 2011 - Banco do Brasil 
- Escriturário - Ed. 02 
Questão comentada: https://vimeo.com/754815411/cda4bc6108 
GABARITO: 
313-E 108-B 107-B 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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18 Sigilo bancário 
 
O sigilo bancário, é um dever ou obrigação que tem as instituições financeiras de 
manter resguardados os dados de seus clientes. A eventual quebra desse sigilo só pode 
ocorrer mediante autorização judicial, nos casos em que houver suspeita de 
movimentação ilegal dos recursos da conta do cidadão. O pedido de quebra do sigilo 
bancário deve partir de autoridades competentes, como: 
• o Ministério Público; 
• Polícia Federal; 
• COAF; ou 
• Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). 
Art. 1o As instituições financeiras conservarão sigilo em suas operações ativas e 
passivas e serviços prestados 
§ 1o São consideradas Instituições financeiras, para os efeitos desta lei: 
I. os bancos de qualquer espécie; 
II. distribuidoras de valores mobiliários; 
III. corretoras de câmbio e de valores mobiliários; 
IV. sociedades de crédito, financiamento e investimentos; 
V. sociedades de crédito imobiliário; 
VI. administradoras de cartões de crédito; 
VII. sociedades de arrendamento mercantil; 
VIII. administradoras de mercado de balcão organizado; 
IX. cooperativas de crédito; 
X. associações de poupança e empréstimo; 
XI. bolsas de valores e de mercadorias e futuros; 
XII. entidades de liquidação e compensação; 
XIII. outras sociedades que, em razão da natureza de suas operações, assim 
venham a ser consideradas pelo Conselho Monetário Nacional. 
§ 2o As empresas de fomento comercial ou factoring, para os efeitos desta Lei 
Complementar, obedecerão às normas aplicáveis às instituições financeiras previstas no 
§ 1o. 
§ 3o Não constitui violação do dever de sigilo: 
I. a troca de informações entre instituições financeiras, para fins cadastrais, 
inclusive por intermédio de centrais de risco, observadas as normas baixadas 
pelo Conselho Monetário Nacional e pelo Banco Central do Brasil; 
II. o fornecimento de informações constantes de cadastro de emitentes de 
cheques sem provisão de fundos e de devedores inadimplentes, a entidades 
de proteção ao crédito, observadas as normas baixadas pelo Conselho 
Monetário Nacional e pelo Banco Central do Brasil; 
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III. o fornecimento das informações de que trata o § 2o do art. 11 da Lei no 9.311, 
de 24 de outubro de 1996; 
IV. a comunicação, às autoridades competentes, da prática de ilícitos penais ou 
administrativos, abrangendo o fornecimento de informações sobre 
operações que envolvam recursos provenientes de qualquer prática 
criminosa; 
V. a revelação de informações sigilosas com o consentimento expresso dos 
interessados; 
VI. a prestação de informações nos termos e condições estabelecidos nos artigos 
2o, 3o, 4o, 5o, 6o, 7o e 9 desta Lei Complementar. 
VII. o fornecimento de dados financeiros e de pagamentos, relativos a operações 
de crédito e obrigações de pagamento adimplidas ou em andamento de 
pessoas naturais ou jurídicas, a gestores de bancos de dados, para formação 
de histórico de crédito, nos termos de lei específica. 
§ 4o A quebra de sigilo poderá ser decretada, quando necessária para apuração de 
ocorrência de qualquer ilícito, em qualquer fase do inquérito ou do processo judicial, e 
especialmente nos seguintes crimes: 
I. de terrorismo; 
II. de tráfico ilícito de substâncias entorpecentes ou drogas afins; 
III. de contrabando ou tráfico de armas, munições ou material destinado a sua 
produção; 
IV. de extorsão mediante sequestro; 
V. contra o sistema financeiro nacional; 
VI. contra a Administração Pública; 
VII. contra a ordem tributária e a previdência social; 
VIII. lavagem de dinheiro ou ocultação de bens, direitos e valores; 
IX. praticado por organização criminosa. 
Art. 2o O dever de sigilo é extensivo ao Banco Central do Brasil, em relação às 
operações que realizar e às informações que obtiver no exercício de suas atribuições. 
§ 1o O sigilo, inclusive quanto a contas de depósitos, aplicações e investimentos 
mantidos em instituições financeiras, não pode ser oposto ao Banco Central do Brasil: 
I. no desempenho de suas funções de fiscalização, compreendendo a apuração, 
a qualquer tempo, de ilícitos praticados por controladores, administradores, 
membros de conselhos estatutários, gerentes, mandatários e prepostos de 
instituições financeiras; 
II. ao proceder a inquérito em instituição financeira submetida a regime 
especial. 
§ 2o As comissões encarregadas dos inquéritos a que se refere o inciso II do § 
1o poderão examinar quaisquer documentos relativos a bens, direitos e obrigações das 
instituições financeiras, de seus controladores, administradores, membros de conselhos 
estatutários, gerentes, mandatários e prepostos, inclusive contas correntes e operações 
com outras instituições financeiras. 
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https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9311.htm#art11%C2%A72
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§ 3o O disposto neste artigo aplica-se à Comissão de Valores Mobiliários, quando se 
tratar de fiscalização de operações e serviços no mercado de valores mobiliários, inclusive 
nas instituições financeiras que sejam companhias abertas. 
§ 4o O Banco Central do Brasil e a Comissão de Valores Mobiliários, em suas áreas 
de competência, poderão firmar convênios: 
I. com outros órgãos públicos fiscalizadores de instituições financeiras, 
objetivando a realização de fiscalizações conjuntas, observadas as 
respectivas competências; 
II. com bancos centrais ou entidades fiscalizadoras de outros países, 
objetivando: 
a. fiscalização de filiais e subsidiárias de instituições financeiras 
estrangeiras, em funcionamento no Brasil e de filiais e subsidiárias, 
no exterior, de instituições financeiras brasileiras; 
b. cooperação mútua e o intercâmbio de informações para a 
investigação de atividades ou operações que impliquem aplicação, 
negociação, ocultação ou transferência de ativos financeiros e de 
valores mobiliários relacionados com a prática de condutas ilícitas. 
§ 5o O dever de sigilo de que trata esta Lei Complementar estende-se aos órgãos 
fiscalizadores mencionados no § 4o e a seus agentes. 
§ 6o O Banco Central do Brasil, a Comissão de Valores Mobiliários e os demais 
órgãos de fiscalização, nas áreas de suas atribuições, fornecerão ao Conselho de Controle 
de Atividades Financeiras – COAF, de que trata o art. 14 da Lei no 9.613, de 3 de março 
de 1998, as informações cadastrais e de movimento de valores relativos às operações 
previstas no inciso I do art. 11 da referida Lei. 
Art. 3o Serão prestadas pelo Banco Central do Brasil, pela Comissão de Valores 
Mobiliários e pelas instituições financeiras as informações ordenadas pelo Poder 
Judiciário, preservado o seu caráter

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