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Universidade de Pernambuco (UPE) Medicina FCM Pedro Guilherme Gouveia de Oliveira Jefferson Jaylton de Santana Atividade de Eletroforese de Proteínas Docente: Tereza Cartaxo MMF 2 – Bioquímica RECIFE, 2023 Observe os gráficos abaixo e descreva os resultados observados associando com os prováveis diagnósticos. 1. As proteínas são macromoléculas compostas por aminoácidos e podem ser classificadas em apolares ou polares neutras, ácidas ou básicas conforme a carga elétrica das suas cadeias laterais. A Eletroforese de Proteínas no Soro (EPS) é um método laboratorial para separar proteínas do plasma humano de acordo com suas cargas elétricas, sendo amplamente utilizado para investigar anomalias proteicas no sangue. Os médicos devem saber interpretar uma EPS para obter informações diagnósticas valiosas, já que as proteínas que compõem o soro, quase em totalidade, são conhecidas e participam de diversos processos fisiológicos. Em síntese, em uma corrida eletroforética normal, é esperada a migração das proteínas em direção ao ânodo de acordo com sua carga elétrica e seu peso molecular de modo a formar 5 bandas (ou faixas), que compreendem 5 frações protéicas do plasma: a albumina, as alfa-1-globulinas, as alfa-2-globulinas, as beta-globulinas e as gama-globulinas. No gráfico em questão percebe-se um padrão diferente do convencional para a EPS que demonstra a redução da albumina sérica, isto é, uma hipoalbuminemia, concomitante ao aumento das alfa-1 e alfa-2 globulinas, caracterizando um perfil eletroforético conhecido como “perfil das proteínas de fase aguda”. A albumina é a proteína mais abundante do soro humano, é produzida exclusivamente pelo fígado e desempenha diversas funções que variam desde transporte de substâncias à manutenção da pressão osmótico do sangue, garantindo que não haja acúmulo excessivo de líquidos nos tecidos. A hipoalbuminemia, que ocorre no perfil de EPS em questão, é altamente inespecífica, não indicando necessariamente um comprometimento na sua produção hepática, tal qual ocorre em quadros de cirroses hepáticas e hepatites, já que esse quadro pode instalar-se, também, devido à perda dessa proteína de forma excessiva ou por via patológica, como ocorre em hemorragias, na síndrome nefrótica e nas enteropatias perdedoras de proteínas. O aumento nos níveis séricos de alfa-1 e alfa-2 globulinas também chamam atenção no padrão de EPS aqui referenciado. As alfa-1-globulinas compreendem um conjunto de proteínas das quais se destacam a alfa-1-antitripsina; que corresponde a 90% da banda alfa-1 em padrão eletroforético normal e tem por função inibir proteases, em especial a elastina; a protrombina; fator II da hemostasia secundária, cuja forma ativa está diretamente ligada à conversão de fibrinogênio em fibrina; a transcortina, a globulina ligadora de tiroxina e a alfa-fetoproteína. O aumento da faixa alfa-1 no perfil eletroforético da questão é indicativo inespecífico de processos inflamatórios, infecciosos ou imunes. As alfa-2-globulinas, por sua vez, são outro grupo de proteínas, mas que se comportam de maneira semelhante às alfa-1-globulinas no que diz respeito ao aumento da concentração sérica diante processos infecciosos, inflamatórios ou imunes, de maneira inespecífica, o que configura as proteínas de ambas as faixas como proteínas de fase aguda, que dá nome ao perfil da EPS abordado pela questão. Dentre as proteínas que compõem a faixa alfa-2 é possível destacar a haptoglobina e a alfa-2-macroglobulina, que correspondem à maior parte das proteínas presentes nessa banda. Enquanto a alfa-2-macroglobulina atua como inibidor de diversas proteases, regulando processos proteolíticos no sangue, a haptoglobina liga-se à hemoglobina livre circulante no plasma, em geral decorrente da hemólise, para que esse complexo possa ser retirado da circulação, evitando lesões teciduais e perda de ferro. Compõem a faixa alfa-2, também, a ceruloplasmina, a eritropoetina, a colinesterase e algumas outras. O perfil da EPS evidenciado, ou seja, a hipoalbuminemia e o aumento das alfa-1 e alfa-2 globulinas é um achado laboratorial inespecífico que sugere, basicamente, uma inflamação, infecção e/ou resposta imune que afete a síntese, o metabolismo e/ou a excreção da albumina. Essas alterações podem ser observadas em uma variedade de condições clínicas, o que torna esse perfil bioquímico não diagnóstico por si só. Por isso, é essencial realizar uma avaliação clínica abrangente para determinar a causa específica para o perfil eletroforético do paciente. Algumas das condições sugestivas do quadro evidenciado por esse perfil são: cirrose hepática, hepatite crônica, doenças autoimunes, infecções crônicas, neoplasias, síndrome nefrótica, glomerulonefrite, queimaduras graves etc. 2. A questão evidencia a comparação entre um perfil normal de eletroforese de proteínas séricas e o perfil encontrado em um paciente com mieloma múltiplo, sendo destacado o pico M na região das gama-globulinas, além de fornecer dados, também, sobre o perfil eletroforético de urina de um paciente com referida patologia. O mieloma múltiplo (MM) é uma gamopatia monoclonal que consiste, basicamente, na proliferação anormal de plasmócitos neoplásicos, provocando a produção excessiva de imunoglobulinas monoclonais e de fragmentos delas. As imunoglobulinas, também chamadas de anticorpos, são glicoproteínas produzidas pelo sistema imunológico em resposta à presença de antígenos, como bactérias, vírus, toxinas e outros agentes estranhos ao corpo. Elas podem ser classificadas, dentre outras maneiras, em monoclonais ou policlonais de acordo com a origem e a especificidade dessas proteínas. Os anticorpos monoclonais, diferentemente dos policlonais, são produzidos por um único clone plasmocitário que se divide muito rapidamente e produz grande quantidade dessas imunoglobulinas, que são idênticas entre si e, portanto, são altamente específicas para a mesma região alvo (epítopo) do mesmo antígeno. Na eletroforese de proteínas, as imunoglobulinas monoclonais e seus fragmentos aparecem como um pico anormal na fração gama, faixa para qual os anticorpos, em geral, migram. Esse pico é conhecido como pico M, ou pico monoclonal, e é indicativo da presença de uma imunoglobulina monoclonal específica e diferenciável, já que os diferentes tipos de anticorpos (IgG, IgA, IgM, IgD e IgE) migram diferencialmente na banda gama devido às suas características físico-químicas. Nesse sentido, é importante perceber que a posição desse pico no gráfico do densitômetro (que forma os perfis eletroforéticos) pode variar de acordo com o tipo de imunoglobulina produzida em excesso, de forma que havendo produção excessiva de IgA, o pico monoclonal estaria situado mais próximo à faixa beta da eletroforese, que não seria o caso de um pico monoclonal de IgG, por exemplo. Esse pico, entretanto, não é característica apenas do mieloma múltiplo, mas sim das gamopatias monoclonais como um todo e se trata do aumento homogêneo e fusiforme da fração gama, que gera, no perfil eletroforético, uma curva de base estreita devido ao fato de que todos os anticorpos monoclonais - nessa condição, produzidos em excesso - possuem a mesma mobilidade eletroforética. Em algumas gamopatias monoclonais, principalmente nos casos em que as cadeias leves das imunoglobulinas são produzidas em excesso, esses anticorpos e seus fragmentos podem ser filtrados pelos glomérulos renais devido ao seu tamanho relativamente pequeno em comparação com outras proteínas maiores, o que permite detecção deles não só no soro sanguíneo, mas também na urina (como indicado na figura 2). Os glomérulos renais possuem poros fenestrados que permitem a passagem de substâncias até certo tamanho, mas vale notar que, em condições normais, os glomérulos filtram pequenas quantidades de proteínas, incluindo anticorpos, que são então reabsorvidas pelos túbulos renais proximais. No entanto, em condições em há uma produção aumentada de proteínas, que é o caso dos anticorpos monoclonais no mieloma múltiplo, a filtraçãoe reabsorção podem ser afetadas, levando à perda excessiva dessas proteínas na urina. O perfil de eletroforese B evidenciado pela figura 1 é, assim como destacado pela questão, de um paciente com mieloma múltiplo. Contudo, um pico M isolado não é diagnóstico por si só e seu achado sugere a necessidade de investigação adicional para determinar a causa subjacente. Outras condições em que o pico monoclonal costuma ser encontrado na EPS são: a gamopatia monoclonal de significado indeterminado, a macroglobulinemia de Waldenstrom, a amiloidose e a síndrome de POEMS. A interpretação do pico M na eletroforese de proteínas séricas deve ser feita em conjunto com outros resultados de exames clínicos e laboratoriais, além da avaliação clínica do paciente por um médico especializado. 3. A condição evidenciada por esse perfil de eletroforese de proteínas séricas é a hipogamaglobulinemia ou agamaglobulinemia. Essa condição é caracterizada por uma redução expressiva na concentração das gamaglobulinas (imunoglobulinas) séricas, sem alteração importante nas outras faixas de eletroforese. Nesses casos, o paciente fica mais suscetível a infecções, haja vista que essas proteínas desempenham papel crucial na resposta imune humoral. Sob esse viés, vale reiterar que as imunoglobulinas são glicoproteínas de origem plasmocitária que identificam e medeiam a neutralização e a destruição de patógenos, além de serem essenciais para formação da memória imunológica, sendo o IgG, o IgA, o IgM, o IgD e o IgE as principais imunoglobulinas. A hipogamaglobulinemia pode ser primária ou secundária, a depender de sua causa, de forma que a primária é a condição em que a deficiência das gamaglobulinas é causada por distúrbios genéticos, herdados ou aleatórios, que comprometem a síntese dos anticorpos, enquanto a secundária, como o nome sugere, decorre de uma causa subjacente, podendo essa ser outra condição patológica ou mesmo um tratamento. A imunodeficiência comum variável — caracterizada por níveis muito reduzidos de anticorpos apesar do número normal de linfócitos B — e a agamaglobulinemia ligada ao cromossomo X — condição em que uma mutação em um gene do cromossomo X resulta na ausência de linfócitos B e, consequentemente, de anticorpos — são hipogamaglobulinemias primárias.. Por outro lado, a hipogamaglobulinemia secundária pode decorrer de doenças crônicas, como ocorre na leucemia linfocítica e no mieloma múltiplo, sendo que neste caso a proliferação de plasmócitos neoplásicos, que produzem anticorpos monoclonais indiscriminadamente, leva à redução das outras formas de imunoglobulina. Além disso, o perfil de EPS em questão também é comum em pacientes submetidos a tratamentos imunossupressores, que é o caso dos que realizam quimioterapia, e em algumas infecções, por exemplo pelo vírus HIV. Alguns sintomas são comuns aos diversos tipos de hipogamaglobulinemias e frequentemente são infecções frequentes e recorrentes, pouca ou nenhuma resposta à vacinação e, em casos mais severos, desenvolvimento de doenças autoimunes. Para realizar o diagnóstico de hipogamaglobulinemia, além do estabelecimento da história clínica e da realização de um exame físico de qualidade, a eletroforese e outros exames laboratoriais, em especial os que avaliam a concentração plasmática de anticorpos e células de defesa podem ser feitos e, havendo suspeita de causa hereditária, testes genéticos podem ser solicitadas. O tratamento, de forma geral, é a reposição de gamaglobulinas e o tratamento das causas dessa condição, quando ela é secundária. Pode haver ainda a administração de antibióticos para tratar as infecções bacterianas decorrentes da imunidade prejudicada. 4. Cite e explique pelo menos duas aplicações da eletroforese capilar com identificação de bases no DNA. A eletroforese capilar é uma técnica analítica que separa espécies carregadas com base em suas diferentes mobilidades eletroforéticas. Ela é realizada em um pequeno capilar preenchido com uma solução de eletrólitos, permitindo a separação de moléculas de DNA, RNA ou proteínas de acordo com seu tamanho e carga elétrica. Essa técnica é amplamente utilizada em diagnósticos clínicos, pesquisa científica e desenvolvimento de tratamentos personalizados. Por meio da eletroforese capilar, é possível identificar doenças genéticas, sequenciar o DNA e obter informações valiosas para a área da genética molecular. A seguir será explicado de maneira mais detalhada como essa técnica pode ser aplicada. Sequenciamento de DNA O sequenciamento de DNA desempenha um papel fundamental na biologia molecular, permitindo a análise precisa da ordem dos nucleotídeos em um fragmento de DNA. Essa informação é essencial para compreender genes, mutações e variações genéticas associadas a doenças, características hereditárias e evolução. Um método amplamente utilizado para sequenciar DNA é a eletroforese capilar, especialmente no método de sequenciamento de Sanger, que é conhecido por sua precisão e confiabilidade. Para realizar a técnica, primeiro o DNA de interesse é isolado e fragmentado. Cada fragmento é então amplificado utilizando a reação em cadeia da polimerase (PCR). Durante a amplificação, são adicionados didesoxinucleotídeos (ddNTPs) marcados com corantes fluorescentes. Esses ddNTPs terminam a extensão do DNA quando incorporados, criando uma série de fragmentos de diferentes comprimentos, cada um terminando com um nucleotídeo específico marcado com fluorescência (A, T, C ou G). Os fragmentos resultantes são inseridos em um capilar cheio de um gel polimérico e separados por eletroforese. Uma corrente elétrica é aplicada, fazendo com que os fragmentos migrem pelo capilar de acordo com seu tamanho – fragmentos menores se movem mais rápido que os maiores. À medida que os fragmentos passam por um detector no final do capilar, os corantes fluorescentes são excitados por um laser, e a emissão de luz é detectada e registrada. Isso gera um eletroferograma, um gráfico que mostra picos correspondentes a cada nucleotídeo terminal dos fragmentos de DNA. A sequência de DNA é determinada pela ordem dos picos no eletroferograma. Programas de computador convertem os dados do eletroferograma na sequência de nucleotídeos, permitindo a leitura precisa do DNA. Em síntese, o sequenciamento de DNA é um processo bioquímico que determina a ordem dos nucleotídeos (adenina, guanina, citosina e timina) em uma amostra de DNA. Essa técnica é essencial para identificar novos genes, estudar variações genéticas e compreender funções genéticas. Além disso, no diagnóstico clínico, o sequenciamento de DNA ajuda a identificar mutações responsáveis por doenças genéticas, permitindo tratamento personalizado. Na biotecnologia, ele é usado para modificar organismos, produzindo proteínas recombinantes e outros produtos biotecnológicos. Detecção de Doenças Genéticas A detecção de doenças genéticas é fundamental para diagnósticos precisos, aconselhamento genético e criação de tratamentos personalizados. Muitas dessas doenças surgem de mutações específicas que podem ser identificadas por meio de variações no DNA. A técnica de eletroforese capilar possibilita a detecção dessas mutações, incluindo substituições de nucleotídeos, inserções, deleções e expansões de repetições. A extração de DNA é um procedimento realizado a partir de amostras biológicas do paciente, como sangue ou saliva. Durante esse processo, os genes ou regiões específicas de interesse no DNA são amplificados usando primers específicos. Em alguns casos, concentramos nossa atenção em regiões conhecidas por abrigar mutações patogênicas. Após a amplificação, os produtos da reação de PCR (Reação em Cadeia da Polimerase) são carregados em um capilar de eletroforese. Nesse ponto, os fragmentos de DNA são separados com base no tamanho e na carga, migrando pelo capilar a diferentes velocidades. À medida que os fragmentos de DNA, marcados com fluorescência, passam pelo detector, um laser os excita e a emissão é registrada, gerando um eletroferograma. Essas variações nos fragmentosde DNA são então analisadas para identificar mutações genéticas, como inserções, deleções ou repetições expandidas. A presença, ausência ou alteração no tamanho dos fragmentos pode indicar essas mutações. A eletroforese capilar é uma técnica laboratorial que possibilita o diagnóstico de doenças hereditárias ao identificar mutações associadas a condições como fibrose cística, doença de Huntington e síndrome do X frágil. No aconselhamento genético, a detecção de portadores de mutações recessivas fornece informações cruciais sobre os riscos genéticos para as futuras gerações. Além disso, na medicina personalizada, a identificação dessas mutações pode orientar tratamentos específicos, permitindo terapias mais eficazes e adaptadas a cada paciente. REFERÊNCIAS LARSON, P. H. SERUM PROTEINS: DIAGNOSTIC SIGNIFICANCE OF ELETROPHORETIC PATTERNS. Hum Pathol. Nov 1974. 5(6):629-40. DOS SANTOS REZENDE, N. Avaliação de frações proteicas séricas obtidas por eletroforese e correlações com dados clínicos de pacientes atendidos em hospital universitário, na cidade de Juiz de Fora-MG, no período de junho de 2014 a janeiro de 2016. [s.l.] Universidade Federal de Juiz de Fora, 2016. HENEINE, I. F. Eletroforese em Medicina. Um texto para a prática médica. Da metodologia ao resultado. Ed. Lemi S.A. 1995. OLIVEIRA, R.; ALINE; MALENA, R. 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