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Adaptação do RN à vida extrauterina Adaptações respiratórias: · O RN possui 1/8 a 1/6 dos alvéolos do adulto; · Desenvolvimento quantitativo de alvéolos continua até os 21 anos de idade; · Fluido pulmonar: - Secretado na última metade do desenvolvimento pulmonar. - Expande os espaços aéreos (não há colabamento); - Reabsorção final na gestação; - 2/3 desse fluido é expulso durante o parto; - O resto do fluido é reabsorvido pelos vasos linfático, deixando nos alvéolos uma fina camada de líquido. · Surfactante pulmonar: - Substância fosfolipídica (Possui um bipolo hidrófobo e hidrófilo); - Produzido pelas células de revestimento alveolar; - Secretado para as paredes dos alvéolos (Pneumócitos tipo II); - Reduz a tensão superficial na expiração; - Estabiliza a respiração e previne atelectasias; - Cria uma tensão superficial variável em cada alvéolo à medida que a sua área muda; - Impede a total saída do ar dos alvéolos. OBS: Os vasos capilares do pulmão funcionam diferentemente dos vasos capilares de outras regiões. Aumento [CO2] e diminuição [O2] = Vasoconstrição No feto, não há incursões respiratórias (entrada de O2 nos alvéolos), portanto, os capilares pulmonares estão em vasoconstrição. No feto, a vasoconstrição aumenta a resistência vascular pulmonar. Assim a pressão sanguínea na artéria pulmonar e no tronco pulmonar fica alta, induzindo a uma MAIOR pressão sanguínea no ventrículo direito e átrio direito. Enquanto isso, a resistência vascular sistêmica (periférica) se encontra BAIXA (por causa da circulação placentária, pois ela oferece mais saídas para o sangue - 02 artérias e 01 veia – o que acaba diminuindo a resistência), portanto, a pressão sanguínea na artéria aorta, ventrículo esquerdo e átrio esquerdo é BAIXA. Adaptações cardiocirculatórias: · Ao nascer, ocorre o clampeamento do cordão umbilical, produzindo uma leve asfixia; · Durante a passagem pelo canal do parto ocorre uma compressão da caixa toráxica que induz ao retorno da complacência (expansão) da caixa; · A mudança de ambiente, temperatura, luz, etc., estímulos no novo lugar Todos esses fatores levam à primeira incursão respiratória e o primeiro choro vigoroso. A seguir ocorre: · Redução da resistência vascular pulmonar (a entrada no ar nos alvéolos gera uma vasodilatação pulmonar que inverte o ciclo); · Redução da pressão sanguínea na artéria pulmonar e tronco pulmonar; · Redução da pressão no ventrículo D e átrio D; · Elevação da resistência vascular sistêmica (periférica) (devido ao clampeamento cordão/ circulação placentária foi retirada); · Elevação da pressão na artéria aorta, ventrículo E e átrio E. · Pressão no átrio e no ventrículo esquerdos fica maior do que no direito. CIRCULAÇÃO FETAL As 02 artérias umbilicais levam o sangue pobre de O2 e rico em CO2 do feto em direção à placenta para acontecer as trocas gasosas; O sangue volta rico em O2 pela veia umbilical que se ramifica: 1º Shunt – Ramificação no fígado 2º Shunt (Ducto Venoso)- ramificação na veia cava inferior 3º Shunt – Forame Oval 4º Shunt – Ducto Arterioso a) Da veia umbilical chegando ao fígado, a maior parte desse sangue flui pelo ducto venoso diretamente para a veia cava inferior, sem passar pelo fígado. Um volume menor de sangue entra nos sinusoides hepáticos e se mistura com o sangue da circulação porta; b) Após um pequeno percurso na veia cava inferior, onde o sangue placentário se mistura com o sangue não oxigenado que retorna dos membros inferiores, ele entra no átrio direito. Ali, ele é levado para o forame oval pela veia cava inferior, de modo que um volume maior do sangue passa diretamente para o átrio esquerdo; c) Do átrio esquerdo, onde ele se mistura com um pequeno volume de sangue dessaturado que retorna dos pulmões, o sangue entra no ventrículo esquerdo e na aorta ascendente. Uma vez que as artérias coronárias e carótida são as primeiras ramificações da aorta ascendente, a musculatura cardíaca e o cérebro são abastecidos com sangue bem oxigenado. O sangue dessaturado da veia cava superior flui através do ventrículo direito para o tronco pulmonar. d) Durante a vida fetal, a resistência nos vasos pulmonares é alta, de modo que boa parte desse sangue passa diretamente pelo ducto arterioso para a aorta descendente, onde se mistura com o sangue da aorta proximal. Após sua passagem pela aorta descendente, o sangue flui para a placenta pelas duas artérias umbilicais. OBS: Ao nascer, com a inversão da circulação pelo aumento da pressão no átrio e ventrículo esquerdos ocorre o fechamento do forame oval, bem como a compressão e o fechamento do ducto venoso e o fechamento do ducto arterioso (a mudança na oxigenação no ducto e a bradicinina estão envolvidos no fechamento do ducto arterioso). Fechamento do Forame Oval: Fechamento do Ducto Arterioso Ligamento Arterioso LINK revisão: https://sanarflix.sanar.com.br/aluno/?_ga=2.209892373.1835231528.1664123740-409321994.1663283131&_gl=1*rjqgu0*_ga*NDA5MzIxOTk0LjE2NjMyODMxMzE.*_ga_Y6LEKXZD1K*MTY2NDEyMzc0MC4xMC4xLjE2NjQxMjM3NDMuNTcuMC4w#/portal/sala-aula/5daafa4b4340d20011fb2ff7/5f99088ffc98a10011e661bd/video/6037f5361b9df8001d56adc6 Adaptações da temperatura: · Os RN são mais susceptíveis à hipotermia/hipertermia; · Os núcleos hipotalâmicos são responsáveis pela regulação térmica e os seus Set Points de temperatura são: estímulos, temperatura da pele, temperatura do sangue, NQS (ciclo vigília/sono); As interleucinas e os pirógenos bacterianos podem modificar a regulação de temperatura; · Algumas respostas do hipotálamo são: sudoreses, eixo hipófise-hipotalamo-tireoide, controle vasomotor – piloereção, tremores, trocas posturais... · Fatores que influenciam ganho de calor: efeito térmico dos alimentos, taxa metabólica basal, atividade muscular, temperatura ambiente, hormônios; · Fatores que influenciam perda de calor: radiação, condução, convecção e evaporação. No RN prematuro, a temperatura pode descer, por minuto, 0,3 ºC externamente e 0,1ºC internamente. Isso se deve, entre outros fatores, à imaturidade do centro de regulação da temperatura no hipotálamo; · A relação massa/superfície corporal predispõe o RN à perda rápida de calor por ter uma superfície maior que sua massa. O RN durante o frio: - Aumenta o consumo de O2 – aumenta a FR e FC; - Passa a utilizar a glicólise anaeróbia; - Metabolismo lipídico (gordura marrom) pode levar à acidose metabólica; Adaptações do sono: · RN dorme em média 16h; · Alta plasticidade neural; · Relação entre os sonos tipo NREM – REM é de cerca de 50% nos RN. image5.png image6.jpeg image1.png image2.png image3.png image4.png