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PRINCÍPIO DE SAINT-VENANT CONCENTRAÇÃO DE TENSÕES DEFORMAÇÕES PLÁSTICAS, RESIDUAIS E PERMANENTES Prof. D.Sc. Cláudio Cruz Nunes DENC-FAET-UFMT Resistência dos Materiais I Princípio de Saint-Venant A determinação da distribuição de tensões em uma barra carregada axialmente é um problema estaticamente indeterminado. Se a carga for aplicada por meio de uma placa rígida a tensão na barra será constante. Ela terá deformações constantes longitudinalmente e transversalmente. 𝜀𝑦 = 𝜎𝑦 𝐸 𝜀𝑥= -𝜗𝜀𝑦 𝜎𝑦 = 𝜎𝑦,𝑀é𝑑 = 𝑃 𝐴 Se a carga for concentrada a distribuição de tensões não será mais constante e a medida que se afasta do ponto de aplicação da carga a tensão vai ficando mais uniforme. Dê um exemplo prático dessa situação! Assim, com exceção dos pontos na vizinhança do ponto de aplicação da força, a distribuição de tensões pode ser adotada independentemente do modo de aplicação do carregamento. Este resultado, que não se aplica somente a carregamento axial, mas a qualquer tipo de carregamento, é conhecido como princípio de Saint-Venant. Este princípio permite substituir um certo carregamento por um outro mais simples, desde que este seja estaticamente equivalente à aquele e o cálculo real das tensões na vizinhança do ponto de aplicação da carga deve ser feito por métodos mais avançados. Concentração de tensões Quando é aplicada uma carga concentrada diretamente tem-se uma concentração de tensões nas proximidades de aplicação da carga. Mas, essa concentração de tensões também ocorre quando há descontinuidade tais como: furos ou variação brusca de seção. A relação entre 𝜎𝑚á𝑥 e 𝜎𝑚é𝑑, 𝑘 = 𝜎𝑚á𝑥 𝜎𝑚é𝑑 , pode ser obtida experimentalmente por meio de método fotoelástico. Esse resultado independe do material e da dimensão da peça, depende somente da relação entre os parâmetros geométricos envolvidos. Atualmente as tensões em uma geometria qualquer são calculadas por meio de programas computacionais com o método dos elementos finitos. Existem outros métodos, mas este último é o mais usado entre os engenheiros. Vejam-se artigos na páginas do AVA, nesse tópico. Deformação plástica Quando o material ultrapassa o limite de proporcionalidade, até onde é válida a lei de Hooke, 𝜎 = 𝐸𝜀, não se pode fazer os cálculos da maneira como foi apresentado até agora. AD – deformação permanente Pode-se, porém, considerar que o material é elastoplástico ideal e fazer os cálculos obedecendo-se essa lei. No caso de concentração de tensões, a tensão máxima não crescerá indefinidamente, ela atingirá a tensão de escoamento e depois plastificará toda a seção da peça. A peça poderá ser considerada rompida se a plastificação total da seção transversal for o critério matemático para a ruptura, caso contrário a peça continuará aumentado de deformação mesmo com o carregamento constante. Tensões residuais Quando as várias partes ligadas de uma estrutura sofrem deformações plásticas de valores diferentes, as tensões nessas partes não caem para zero quando se retira o carregamento. Algumas partes da estrutura continuarão apresentado tensões chamadas tensões residuais. Para o exemplo da figura ao lado, se para uma certa carga P a barra escoar e o tubo não, ao retirar P a barra e o tubo apresentarão tensões residuais, pois o tubo tenderá a voltar para sua dimensão inicial, mas a barra não voltará por passar a ter deformação permanente. Na soldagem, ao esfriar, aparecem tensões residuais aproximadamente iguais a tensão de escoamento do aço. Isso será levado em consideração nos dimensionamentos. Em processos de cálculo mais avançados também é considerado na análise da estrutura. Na fundição e usinagem também aparecem tensões residuais da ordem da tensão de escoamento do material, devido ao resfriamento diferenciado da superfície e interior do material. Essas tensões podem ser reduzidas aquecendo e resfriando lentamente o material. Exemplo de tensões residuais: 1)Aquecidos a alta temperatura 2) Resfriamento rápido 3) Temperatura ambiente Ao chegar na terceira situação existirá tensões residuais, pois a contração de um material é diferente do outro. Slide 1: Princípio de Saint-Venant Concentração de tensões Deformações plásticas, residuais e permanentes Slide 2 Slide 3 Slide 4 Slide 5 Slide 6 Slide 7 Slide 8 Slide 9 Slide 10