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Questões e interpretação ARCADISMO: Questão 1 Assinale o que não se refere ao Arcadismo: a) Época do Iluminismo (século XVIII) – Racionalismo, clareza, simplicidade. b) Volta aos princípios clássicos greco-romanos e renascentistas (o belo, o bem, a verdade, a perfeição, a imitação da natureza). c) Ornamentação estilística, predomínio da ordem inversa, excesso de figuras. d) Pastoralismo, bucolismo suaves idílios campestres. e) Apóia-se em temas clássicos e tem como lema: inutilia truncat (“corta o que é inútil”). Questão 2 – (UFPR) Leia o poema abaixo: “Eu, Marília, não sou algum vaqueiro, Que vive de guardar alheio gado; De tosco trato, de expressões grosseiro, Dos frios gelado e dos sóis queimado. Tenho próprio casal e nele assisto Dá-me vinho, legume, fruta, azeite; Das brancas ovelhinhas tiro o leite, E mais as finas lãs, de que me visto. Graças, Marília bela, Graças à minha Estrela!” O texto tem traços que caracterizam o período literário ao qual pertence. Uma qualidade patente nesta estrofe é: a) o bucolismo; b) o misticismo; c) o nacionalismo; d) o regionalismo; e) o indianismo. Questão 3 – (UFSC) Considere as afirmativas sobre Barroco e o Arcadismo: 1. Simplificação da língua literária – ordem direta – imitação dos antigos gregos e romanos. 2. Valorização dos sentidos – imaginação exaltada – emprego dos vocábulos raros. 3. Vida campestre idealizada como verdadeiro estado de poesia-clareza-harmonia. 4. Emprego frequente de trocadilhos e de perífrases – malabarismos verbais – oratória. 5. Sugestões de luz, cor e som – antítese entre a vida e a morte – espírito cristão antiterreno Assinale a opção que só contém afirmativas sobre o Arcadismo: a) 1, 4 e 5 b) 2, 3 e 5 c) 2, 4 e 5 d) 1 e 3 e) 1, 2 e 5 Questão 4 – (Santa Casa SP) Texto I “É a vaidade, Fábio, nesta vida, Rosa, que da manhã lisonjeada, Púrpuras mil, com ambição dourada, Airosa rompe, arrasta presumida.” Texto II “Depois que nos ferir a mão da morte, ou seja neste monte, ou noutra serra, nossos corpos terão, terão a sorte de consumir os dous a mesma terra.” O texto I é barroco; o texto II é arcádico. Comparando-os, é possível afirmar que os árcades optaram por uma expressão: a) impessoal e, portanto, diferenciada do sentimentalismo barroco, em que o mundo exterior era projeção do caos interior do poeta. b) despojada das ousadias sintáticas da estética anterior, com predomínio da ordem direta e de vocábulos de uso corrente. c) que aprofunda o naturalismo da expressão barroca, fazendo que o poeta assuma posição eminentemente impessoal. d) em que predominam, diferentemente do Barroco, a antítese, a hipérbole, a conotação poderosa. e) em que a quantidade de metáforas e de torneios de linguagem supera a tendência denotativa do Barroco. Questão 5 – (MACKENZIE) Texto para as questões 1 e 2: Já sobre o coche de ébano estrelado Deu meio giro a noite escura e feia; Que profundo silêncio me rodeia Neste deserto bosque, à luz vedado! Jaz entre as folhas Zéfiro abafado, O Tejo adormeceu na lisa areia; Nem o mavioso rouxinol gorjeia, Nem pia o mocho, às trevas costumado: Só eu velo, só eu, pedindo à sorte Que o fio, com que está minha alma presa À vil matéria lânguida me corte: Consola-me este horror, esta tristeza; Porque a meus olhos se afigura a morte No silêncio total da natureza. (Bocage) Vocabulário: coche de ébano: carruagem de madeira escura jaz: está ou parece morto mocho: coruja lânguida: doentia mocho: coruja lânguida: doentia Nesse poema, a referência à cultura mitológica (Zéfiro) revela influência da estética: a) romântica. b) simbolista. c) trovadoresca. d) árcade. e) parnasiana. Questão 6 Está presente no texto o seguinte traço característico da poesia de Bocage: a) temática religiosa. b) idealização do “locus amoenus”. c) quebra dos padrões formais clássicos. d) supremacia dos efeitos sonoros em detrimento da ideia. e) linguagem emotivo-confessional. Questão 7 – (UNIFESP) Leia o poema de Bocage: Olha, Marília, as flautas dos pastores Que bem que soam, como estão cadentes! Olha o Tejo a sorrir-se! Olha, não sentes Os Zéfiros brincar por entre flores? Vê como ali, beijando-se, os Amores Incitam nossos ósculos ardentes! Ei-las de planta em planta as inocentes, As vagas borboletas de mil cores. Naquele arbusto o rouxinol suspira, Ora nas folhas a abelhinha para, Ora nos ares, sussurrando, gira: Que alegre campo! Que manhã tão clara! Mas ah! Tudo o que vês, se eu te não vira, Mais tristeza que a morte me causara. O soneto de Bocage é uma obra do Arcadismo português, que apresenta, dentre suas características, o bucolismo e a valorização da cultura greco-romana, que estão exemplificados, respectivamente, em: a) Tudo o que vês, se eu te não vira/Olha, Marília, as flautas dos pastores. b) Ei-las de planta em planta as inocentes/Naquele arbusto o rouxinol suspira. c) Que bem que soam, como estão cadentes!/Os Zéfiros brincar por entre flores? d) Mais tristeza que a morte me causara./Olha o Tejo a sorrir- se! Olha, não sentes. e) Que alegre campo! Que manhã tão clara!/Vê como ali, beijando-se, os Amores. Questão 8 – (MACKENZIE) Ornemos nossas testas com as flores, e façamos de feno um brando leito; prendamo-nos, Marília, em laço estreito, gozemos do prazer de sãos amores (…) (…) aproveite-se o tempo, antes que faça o estrago de roubar ao corpo as forças e ao semblante a graça. (Tomás Antônio Gonzaga) Quanto ao estilo, os versos: a) revelam a presença não só de formas mais exageradas de inversão sintática – hipérbatos -, como também de comparações excessivas, resíduos do estilo cultista. b) comprovam a predileção pelo verso branco e pela ordem direta da frase, característicos da naturalidade desejada pelos poetas do Arcadismo. c) denotam – pela singeleza do vocabulário, pela sintaxe quase prosaica – a vontade de alcançar a simplicidade da linguagem, em oposição à artificialidade do Barroco. d) organizam-se em torno de antíteses, na busca de caracterizar, em atitude pré-romântica, o amor ideal e a pureza do lavor da terra. e) constroem-se pelo desdobramento contínuo de imagens, compondo um quadro em que a emoção é tratada de modo abstrato, de acordo com a convenção árcade. Questão 9 – (ENEM 2008 – adaptada) De acordo com o poema de Cláudio Manoel da Costa, marque a opção que mostra a relação deste com o momento histórico do Arcadismo. Torno a ver-vos, ó montes; o destino Aqui me torna a pôr nestes outeiros, Onde um tempo os gabões deixei grosseiros Pelo traje da Corte, rico e fino. Aqui estou entre Almendro, entre Corino, Os meus fiéis, meus doces companheiros, Vendo correr os míseros vaqueiros Atrás de seu cansado desatino. Se o bem desta choupana pode tanto, Que chega a ter mais preço, e mais valia Que, da Cidade, o lisonjeiro encanto, Aqui descanse a louca fantasia, E o que até agora se tornava em pranto (verso 13) Se converta em afetos de alegria. a) Os “montes” e “outeiros” são imagens relacionadas à Metrópole, ou seja, ao lugar onde o poeta se vestiu com traje “rico e fino”. b) A diferença entre a Colônia e a Metrópole revela que o poeta está dividido entre a cidade e o campo c) O bucolismo do poema evidencia a preocupação em realizar uma representação literária realista da vida na Colônia. d) Existe uma relação histórica da vantagem do campo sobre a cidade Questão 10 – (UNESP – adaptada) Leia o poema referente ao Arcadismo. Em seguida, identifique no texto as características que validam essa corrente da literatura. LXIV — CONTRASTE ENTRE A VIDA CAMPESTRE E A DAS CIDADE Nos campos o vilão sem sustos passa, Inquieto na corte o nobre mora; O que é ser infeliz aquele ignora, Este encontra nas pompas a desgraça: Aquele canta e ri; não se embaraça Com essas coisas vãs que o mundo adora: Este (oh cega ambição!) mil vezes chora, Porque não acha bem que o satisfaça: Aquele dorme em paz no chão deitado, Este no ebúrneo leito precioso Nutre, exaspera velador cuidado: Triste, sai do palácio majestoso; Se hás de ser cortesão, mas desgraçado, Antes ser camponês, e venturoso. Questão 11 – (UFRR – Adaptada) Leia o poema de Tomás Antônio Gonzaga. Depoisassinale a opção que mostra três características do Arcadismo no Brasil. Lira I Eu, Marília, não sou algum vaqueiro, Que viva de guardar alheio gado; De tosco trato, d’expressões grosseiro, Dos frios gelos, e dos sóis queimado. Tenho próprio casal, e nele assisto; Dá-me vinho, legume, fruta, azeite; Das brancas ovelhinhas tiro o leite, E mais as finas lãs, de que me visto. Graças, Marília bela, Graças à minha Estrela! a) Desvaloriza a mulher; cita o medieval; foco no “eu”. b) Denuncia a sociedade; valoriza a vida no campo; tema da cidade. c) Valoriza a vida no campo; linguagem simples; refere-se aos pastores. d) Temas da cidade; linguagem simples; cita o medieval. Questão 12 – (UFRGS) Instrução: Os fragmentos abaixo se referem à questão a seguir: I – Nise? Nise? Onde estás? Aonde espera Achar-te uma alma, que por ti suspira (…) II – Glaura! Glaura! Não respondes? E te escondes nestas brenhas? Dou às penhas meu lamento; Ó tormento sem igual! III – Minha bela Marília, tudo passa: A sorte deste mundo é mal segura Se vem depois dos males a ventura, Vem depois dos prazeres a desgraça. Os poetas árcades brasileiros tinham as suas musas inspiradoras, a quem se dirigiam frequentemente em seus poemas. Pelas musas, evocadas nos versos acima, pode-se dizer que os seus autores são, respectivamente: a) Cláudio Manuel da Costa, Silva Alvarenga e Tomás Antônio Gonzaga. b) José Basílio da Gama, Cláudio Manuel da Costa e Alvarenga Peixoto. c) Tomás Antônio Gonzaga, Silva Alvarenga e Alvarenga Peixoto d) Cláudio Manuel da Costa, Tomás Antônio Gonzaga e Frei Santa Rita Durão. e) José Basílio da Gama, Frei Santa Rita Durão e Tomás Antônio Gonzaga GABARITO 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 c a d b a c c e b . c a RESPOSTAS 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 C A D B D E E C B “Aquele dorme em paz no chão deitado” “Nos campos o vilão sem sustos passa” e “Antes ser camponês, e venturoso” i C A