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MOEDA FALSA ● Falsificação de dinheiro (cédula, moeda) ● Pode ser dinheiro nacional ou estrangeiro, desde que a moeda esteja vigente (ex: não dá pra ser crime de moeda falsa se for de cruzeiro, réis…) ● Art. 289 - Falsificar, fabricando-a ou alterando-a, moeda metálica ou papel-moeda de curso legal no país ou no estrangeiro ➔ crime de conteúdo/ação múltipla, ou seja, por mais que pratique todos os verbos, o crime permanece único ● A falsificação pode ser feita de forma integral (criar do zero) ou parcial (pegar uma nota verdadeira e modificar) ● Não se aplica o princípio da insignificância, porque, por mais que falsifique só uma nota de 2 reais, afeta uma fé pública ● A falsificação grosseira não constitui crime, pois ninguém acreditaria naquela nota (nota do banco mobiliado, nota com a foto do cachorro caramelo…) ● Pessoas que não falsificam, mas também quem ajuda na falsificação: nas mesmas penas incorre quem, por conta própria ou alheia, importa ou exporta, adquire, vende, troca, cede, empresta, guarda ou introduz na circulação moeda ● Modalidade Privilegiada: quando a vítima se transforma dolosamente em criminoso, ou seja, recebeu a moeda falsa de boa-fé e depois de descobrir ser falsa, restitui à circulação ➔ ex: Mévio, após receber, de boa´fé, nota falsa, para não ficar no prejuízo, repassa cédula em um posto de gasolina, praticando o crime de moeda falsa na modalidade privilegiada ● É punido de forma qualificada o funcionário público ou diretor, gerente, ou fiscal de banco de emissão que fabrica, emite ou autoriza a fabricação ou emissão: I - de moeda com título ou peso inferior ao determinado em lei; II - de papel-moeda em quantidade superior à autorizada. Falsidade documental Falsidad� materia� d� document� públic� ● Art. 297 do CP ● Falsificar, no todo ou em parte, documento público, ou alterar documento público verdadeiro ● Nesse crime, a conduta de falsificar não é abrangente, diferenciando alterar de falsificar, ao contrário do crime de moeda falsa ● Documento que seria feito por um órgão público ● Na falsidade material as modificações são físicas, se cria um documento. ● Na falsidade material não importa pra que foi feita a falsificação, de que modo o documento vai ser usado, já na falsidade ideológica sim ● Quanto ao cheque, por mais que o banco seja uma instituição privada, a falsificação será dada como de documento público (Art. § 2º - Para os efeitos penais, equiparam-se a documento público o emanado de entidade paraestatal, o título ao portador ou transmissível por endosso, as ações de sociedade comercial, os livros mercantis e o testamento particular.) Falsidad� materia� d� document� pa�ticula� ● Art. 298 - Falsificar, no todo ou em parte, documento particular ou alterar documento particular verdadeiro ● Documento que seria feito por um órgão privado (ex: carteirinha da UNIT) ● Quanto ao cartão de crédito ou débito, não importa se seja de banco público ou privado, será enquadrado como falsificação de documento particular (parágrafo único) Falsidad� Ideológic� ● Art. 299 do CP ● Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita ● Documento verdadeiro, com informações falsas (ex: carteirinha de estudante, sendo que o estudante nunca estudou lá, ou CNH entregue pelo DETRAN sendo que a pessoa nunca nem fez auto escola) a falsidade se dá nas informações que o documento traz ● A falsidade ideológica precisa nascer com o documento, se pegar um documento verdadeiro já existente e modificá-lo de qualquer forma, a falsidade é material ● Na falsidade material não importa pra que foi feita a falsificação, de que modo o documento vai ser usado, já na falsidade ideológica sim ● Não basta que o sujeito omita ou faça inserir declaração falsa, é preciso que isso seja com o fim de prejudicar o direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante Us� d� document� fals� Art. 304 - Fazer uso de qualquer dos papéis falsificados ou alterados, a que se referem os arts. 297 a 302: ● A pena usada para usar o documento será a mesma da falsificação ● Pelo princípio da consunção, responde pelo crime fim, sendo o uso de documento falso ● Outra parte da doutrina fala que tem que responder pelo crime mais grave, sendo o de falsificação ● Caso a pessoa seja abordada pela polícia e se encontre com documento falso, não praticou o crime, pois o agente não chegou a usar/apresentar o documento falso ➔ No caso da CNH, caso seja abordado dirigindo, terá praticado o crime ➔ Ou no caso do passaporte no aeroporto, responderá pelo crime, por mais que não tenha apresentado o documento Falsidad� d� atestad� médic� ● Art. 302 - Dar o médico, no exercício da sua profissão, atestado falso ● Crime próprio, pois somente médicos podem praticar esse crime ● É um tipo de falsidade ideológica, porque o atestado é verdadeiro, porém contém informações falsas ● O médico responde por falsidade de atestado, e a pessoa responderá pelo uso Outras falsidades Fals� identidad� Art. 307 - Atribuir-se ou atribuir a terceiro falsa identidade para obter vantagem, em proveito próprio ou alheio, ou para causar dano a outrem: ● Crime subsidiário: crime menor, quando não puder enquadrar em crimes mais graves (se o fato não constitui elemento de crime mais grave) Art. 308 - Usar, como próprio, passaporte, título de eleitor, caderneta de reservista ou qualquer documento de identidade alheia ou ceder a outrem, para que dele se utilize, documento dessa natureza, próprio ou de terceiro: ● Não alterou o documento, só finge ser a outra pessoa do documento, sendo um documento válido ● Ocorre dois crimes: a pessoa que cedeu e a pessoa que usou ● Crime subsidiário Adulteraçã� d� sina� identificado� d� veícul� automoto� ● Art. 311. Adulterar, remarcar ou suprimir número de chassi, monobloco, motor, placa de identificação, ou qualquer sinal identificador de veículo automotor, elétrico, híbrido, de reboque, de semirreboque ou de suas combinações, bem como de seus componentes ou equipamentos, sem autorização do órgão competente ● Assim, “adulterar” significaria qualquer forma de alteração do sinal original, salvo a remarcação e a supressão. ● Não precisa ser você quem de fato alterou ou remarcou, estando conduzindo o veículo, já responde pelo crime (Se tiver suprimido não responde): III – aquele que adquire, recebe, transporta, conduz, oculta, mantém em depósito, desmonta, monta, remonta, vende, expõe à venda, ou de qualquer forma utiliza, em proveito próprio ou alheio, veículo automotor, elétrico, híbrido, de reboque, semirreboque ou suas combinações ou partes, com número de chassi ou monobloco, placa de identificação ou qualquer sinal identificador veicular que devesse saber estar adulterado ou remarcado. Fraude� e� ce�tame� d� interess� públic� ● Art. 311-A. Utilizar ou divulgar, indevidamente, com o fim de beneficiar a si ou a outrem, ou de comprometer a credibilidade do certame, conteúdo sigiloso de: I. concurso público (se o concurso já está rolando, não se trata mais de conteúdo sigiloso) II. avaliação ou exame públicos; III. processo seletivo para ingresso no ensino superior; ou IV. exame ou processo seletivo previstos em lei ● Precisa ter o conhecimento prévio, se já é de conhecimento público o crime não acontece CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Crime� praticad�� po� funcionári� públic� contr� � administraçã� ● Intraneus: sinônimo de funcionário público ● Conceito de funcionário público: Art. 327 ➔ Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública. ➔ Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou função em entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada para a execução de atividade típica da Administração Pública. ● Aumento de pena: de 1/3, aplicado para os crimes praticadospor funcionário público contra a administração (Art. 312- 326). Ocorre quando a pessoa exerça o cargo em comissão ou de função de direção e assessoramento ➔ Quando ocorre em: órgão da administração direta (secretaria do estado e município), sociedade de economia mista (petrobrás, banco do brasil), empresa pública (caixa econômica) ou fundação instituída pelo poder público. Crime� praticad�� po� pa�ticula� contr� � administraçã� ● Particular é aquele que não é funcionário público, mas não de um modo geral, naquela hora (do crime) ele não estava exercendo serviço público (no empenho de suas atividades) ● Extraneus: sinônimo de particular ● Teoria monista: todos respondem unitariamente Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade ➔ circunstâncias incomunicáveis: Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando elementares do crime ➔ ou seja, uma pessoa que não é funcionária pública pode responder por esse crime, sendo que precisa ter um funcionário público nessa histórica ➔ o particular, para responder por crime contra a administração precisa ter ciência que auxilia algum funcionário público Peculat� 1. Apropriação ➞ Doloso e funcional, Art. 312 caput ➞ Quem se apropriou, o funcionário público tinha algo sobre sua responsabilidade (posse em razão do cargo) e ficou com o dinheiro ou qualquer outro bem móvel, público ou particular ➞ Quando a pessoa que ajudou no crime não sabia que a pessoa era funcionário público, o comparsa responde por apropriação indébita ★ Sendo crime próprio, somente o funcionário público seria o sujeito ativo da conduta, todavia diante do Art. 29 que trata do concurso de pessoas, o particular que pratica o crime ciente de todos os elementos do tipo penal, deverá ser enquadrado como co-autor ou participe, respondendo na medida de sua culpabilidade ★ circunstâncias incomunicáveis: não se comunicam as circunstâncias e punições de caráter pessoal, salvo se elementares do crime, como ser funcionário público está no âmago do crime de peculato, conclui-se que poderá se comunicar tranquilamente 2. Desvio ➞ Doloso e funcional, Art. 312 caput fim ➞ Fulano desviou bens que estavam sob sua responsabilidade (posse em razão do cargo) e usou de forma indevida para proveito próprio ou alheio, mas o bem continua com a administração (desvio de finalidade) ➞ Quando a pessoa que ajudou no crime não sabia que a pessoa era funcionário público, o comparsa não responde por nada 3. Furto ➞ Doloso e funcional, Art. 312 § 1º ➞ Subtrair, não necessariamente precisa estar sob a responsabilidade (posse) do funcionário público ➞ Ou o próprio funcionário subtrai o bem, ou concorre (facilita) para que ele seja subtraído por outra pessoa (nessa segunda hipótese é pq o bem está sob sua posse, na primeira não, pq se não seria peculato apropriação) ➞ Quando a pessoa que ajudou no crime não sabia que a pessoa era funcionário público, o comparsa responde por furto 4. Culposo ➞ Acabou permitindo que alguém cometesse peculato contra a administração pública sem querer, por imprudência, negligência ou imperícia ➞ A reparação do dano no peculato culposo pode extinguir a punibilidade (antes da sentença transitada em julgado) e redução da pena pela metade (depois da sentença transitada em julgado) VAI CAIR NA PROVA ★ No peculato doloso, embora não seja possível a extinção da punibilidade, o ressarcimento do dano pode configurar o arrependimento posterior, se verificada a presença de seus requisitos ★ O ressarcimento do dano não extingue a punibilidade (Art. 132, parágrafo terceiro), mas apenas influi na dosagem da pena Empreg� irregula� d� verba� o� renda� pública� ● Artigo 315. Empregar em obra ou serviço particular verbas ou rendas públicas, ou qualquer bem do patrimônio público, desde que o valor em causa não exceda a dez salários mínimos ● Emprego irregular de verbas ou rendas públicas é a utilização indevida de dinheiro ou bens públicos, com fim diverso daquele a que se destinam ● Utilizar, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipamentos ou material de qualquer natureza, bem como o trabalho de servidor público, empregando-os em atividades particulares, em substituição à utilização regular pela repartição pública, ou em quantidade maior do que a permitida por lei Concussã� ● Exigir, Art. 316 ● Consiste em exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida ● Crime praticado pelo funcionário público contra a administração ● Quando é com empresário não existe crime, pois ele foi forçado ● Ocorre quando o servidor exige alguma coisa em razão de seu cargo. Por exemplo, fiscal que exige dinheiro para não aplicar uma multa ● Questão: A, 59 anos, funcionário público, detentor de função de direção em Órgão da Administração Direta responsável pela cobrança de tributos, exigiu para si, diretamente, vantagem indevida, em razão da função que exercia, para deixar de cobrar tributos. Acrescente-se que B, 45 anos, acabou cedendo e deu a vantagem indevida exigida por A; que B sabia da condição de funcionário público de A; e que as idades citadas dizem respeito à data da prática dos atos. Sendo assim, sempre tendo como pressuposto as discussões realizadas em sala de aula, FAÇA O CORRETO ENQUADRAMENTO DA CONDUTA: ➔ A responderá pelo crime de concussão, previsto na Lei dos Crimes Contra a Ordem Tributária, em virtude do princípio da especialidade, enquanto B não será responsabilizado criminalmente, uma vez que apenas cedeu à exigência feita, não havendo previsão legal para sua conduta. Corrupçã� passiv� ● Solicitar, receber e aceitar promessa, Art.317 ● Crime praticado pelo funcionário público contra a administração ● Se o funcionário público quem solicitar o dinheiro só ele estará cometendo o crime ● O texto aprovado prevê o aumento, em 1/3, da pena prevista para corrupção passiva (reclusão de 2 a 12 anos) se a conduta é praticada em detrimento de órgãos e entidades encarregados de atividades relacionadas à saúde, à educação, à alimentação, a medicamentos, ao saneamento básico, ao abastecimento de água e ao controle de resíduos sólidos. Corrupçã� ativ� ● Oferecer e prometer, Art. 333 ● Crime praticado pelo particular contra a administração ● Quando existe a coerção não existe crime ● Em transação comercial internacional: Art. 337-B prometer oferecer e dar: se simplesmente dar o dinheiro geralmente não há crime, mas se for funcionário público internacional é penalizado pelo verbo “dar” tb ● Princípio da especialidade: se o corrupto é funcionário público (menos no órgão que tem competência de cobrar tributo) se aplica o CP, se o corrupto for funcionário público de um órgão que competência de cobrar tributo vai aplicar a Lei dos crimes contra a ordem tributária 8.137/90 ➔ Art. 3, inciso 2, exigir, solicitar, receber e aceitar. Engloba todos os crimes. Tem que falar que é o crime é previsto na lei contra a ordem tributária ● Questão: A, 40 anos, particular, ofereceu para B, 25 anos, policial militar, vantagem indevida para determiná-lo a omitir-se em ato de ofício. Observe-se que B, em consequência da vantagem, deixou de praticar o ato de ofício; e que as idades citadas dizem respeito à data da prática dos atos. Sendo assim, sempre tendo como pressuposto as discussões realizadas em sala de aula, FAÇA O CORRETO ENQUADRAMENTO DA CONDUTA: A responderá pelo crime de corrupção ativa e B responderá pelo crime de corrupção passiva, previstos no CP, aplicando-se, para ambos, causa de aumento de pena, uma vez que B, em razão da vantagem, se omitiu em ato de ofício. Corrupçã� privilegiad� ● Art. 317 § 2º - Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda ato de ofício, com infração de dever funcional, cedendo a pedido ou influência de outrem ● Deixa de fazer o que deve porque foi pedido por influência, mas sem envolvimento de dinheiro ● Ex: policial não prendeporque a pessoa implorou Prevaricaçã� ● Art. 319 - O funcionário Público que retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal ● Deixa de fazer o que deve por vontade própria, por um sentimento pessoal, tb sem envolvimento de dinheiro ● Ex: policial que não prende pelo carinho a pessoa. Ou por raiva, o funcionário público atrasa processo de inimigo Condescendênci� crimin�s� ● Art. 320 - Deixar o funcionário, por indulgência, de responsabilizar subordinado que cometeu infração no exercício do cargo ou, quando lhe falte competência, não levar o fato ao conhecimento da autoridade competente ● Um tipo de prevaricação ● A infração pode ser de qualquer tipo (administrativo, penal…) ● Chefe de alguém que por pena/dó não pune o funcionário que cometeu uma infração Advocaci� Administrativ� ● Art. 321. Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração pública, valendo-se da qualidade de funcionário público ● Princípio da especialidade: Lei dos crimes contra a ordem tributária 8.137/90, Art. 3°, inciso III, afasta o CP e aplica essa lei quando crime for contra a ordem tributária ● Delito de advocacia administrativa e prevê, como conduta criminosa, o ato de um servidor público defender interesses particulares, junto ao órgão da administração pública onde exerce suas funções. ● Questão: FAÇA O ENQUADRAMENTO DA SEGUINTE CONDUTA: [...] A, 40 anos, valendo-se da qualidade de funcionário público, patrocinou, indiretamente, interesse privado perante a Receita Federal. Por fim, observe-se que as idades citadas dizem respeito à data da prática dos atos ➔ A será enquadrado no crime de advocacia administrativa, previsto na Lei dos Crimes contra a Ordem Tributária, em virtude do princípio da especialidade. dos crimes praticados por particular contra a administração em geral Resistênci� ● O particular tem que se opor ao ato legal (se não tiver legalidade no ato não fala desse crime) ➔ ex: policial comete um ato ilegal como aparecer na hora indevida e entra na casa de um suspeito , se o suspeito resistir a prisão, não é crime de resistencia ● Art. 329 - Opor-se à execução de ato legal, mediante violência ou ameaça a funcionário competente para executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio ● A ameaça não precisa ser grave, mas precisa resistir mediante violência ou grave ameaça Desobediênci� ● Art. 330 - Desobedecer a ordem legal de funcionário público ● Art. 68 da Lei das contravenções penais (LCP): Recusar à autoridade, quando por esta, justificadamente solicitados ou exigidos, dados ou indicações concernentes à própria identidade, estado, profissão, domicílio e residência (tem que ter um porque para fazer essa intervenção) ● Quando questionado justificadamente por uma autoridade somos obrigados a prestar informações pessoais sob pena de responder por contravenção penal Art. 68 da LCP, ➔ porém quando a pessoa estiver sendo questionada em circunstâncias nas quais esteja sendo encarada como suspeita de algum crime ou contravenção, nesse caso é crime a conduta do policial que violar o direito constitucional ao silencia a não autoincriminação (se a autoridade pública insistir, responderá por abuso de autoridade) ● As autoridades precisam de autorização judicial para pedir que uma pessoa desbloqueie o telefone, não podendo enquadrar no crime de desobediência a pessoa que se recusar a desbloquear o telefone, quando não houver tal autorização judicial. Sendo um suspeito, a pessoa tem o direito constitucional ao silêncio e ao princípio a não-autoincriminação, podendo o policial responder por abuso de poder se insistir. Só poderia enquadrar no crime de desobediência, no caso que a autoridade possua a autorização judicial Desacat� ● Art. 331 - Desacatar funcionário público no exercício da função ou em razão dela ● Não é o funcionário público que é desacatado, mas sim o que ele representa (a administração pública) ● Convenção Americana de direitos humanos ● X injúria: quando é feita diretamente pro funcionário público é desacato, já quando é sem a presença do funcionário público será injúria com aumento de pena por ter sido um crime contra funcionário público Tráfic� d� influênci� ● Art. 332 - Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem, vantagem ou promessa de vantagem, a pretexto de influir em ato praticado por funcionário público no exercício da função ● Age como se tivesse influência, como um pretexto, alegando que vai usar de influência como forma de ganhar vantagem (ex: dinheiro) ● Administração pública como um todo ● Em transação comercial internacional: a pena aumenta se for destinada a funcionário extrangeiro Exploraçã� d� prestígi� ● Art. 357 - Solicitar ou receber dinheiro ou qualquer outra utilidade, a pretexto de influir em juiz, jurado, órgão do Ministério Público, funcionário de justiça, perito, tradutor, intérprete ou testemunha ● Parágrafo único - As penas aumentam-se de um terço, se o agente alega ou insinua que o dinheiro ou utilidade também se destina a qualquer das pessoas referidas neste artigo ● No tráfico de Influência o sujeito ativo solicita, aceita , recebe dinheiro ou utilidade de qualquer natureza a pretexto de influir em ato praticado por servidor público. Por outro lado, na exploração de prestígio o pretexto recai sobre a figura de um juiz , perito , tradutor , intérprete ou testemunha ● Questão: FAÇA O ENQUADRAMENTO DA SEGUINTE CONDUTA: [...] A, 45 anos, extraneus, solicitou dinheiro a pretexto de influir em B, 56 anos, juiz de direito do município Y. Acrescente-se que as idades citadas dizem respeito à data da prática dos atos. ➔ A será enquadrado no crime de exploração de prestígio, previsto no CP. Facilitaçã� d� Contraband� o� desvi� ● Art. 318 - Facilitar, com infração de dever funcional, a prática de contrabando ou descaminho ● O Sujeito ativo precisa ter como competência evitar o contrabando ou desvio ● Pode ser funcionário da receita federal Descaminh� ● Mercadoria legal, em que o agente não quer pagar impostos ou quantia menor do que a dívida, através do ato de iludir o policial (se não tiver fiscal ou ninguém perguntar não comete crime) com fundo falso ou colocar a coisa em outra embalagem… ● Art. 334. Iludir, no todo ou em parte, o pagamento de direito ou imposto devido pela entrada, pela saída ou pelo consumo de mercadoria ● Haverá aumento de pena sempre que o transporte se der por meio de transporte aéreo, marítimo ou fluvial Contraband� ● Art. 334-A. Importar ou exportar mercadoria proibida ● Não precisa estar com a mercadoria camuflada ou escondida, basta entrar no país com aquilo ou sair do país com aquela mercadoria de venda proibida ou restrita (ex: produto falso) ● Tem que ser mediante exportação e importação entre países ● Se a mercadoria for droga, aplica a Lei 11.343/06 (lei de drogas), Art. 33 ● Se o tráfico for de armas aplica o estatuto do desarmamento (Art. 18 lei 10.826/03) ● Se essa importação ou exportação for de aves, peles (...) aplica a lei dos crimes ambientais (Art. 29 Lei 9.605/98) Denunciaçã� caluni�s� ● Art. 339. Quando alegar sua ilegitimidade, incumbe ao réu indicar o sujeito passivo da relação jurídica discutida sempre que tiver conhecimento, sob pena de arcar com as despesas processuais e de indenizar o autor pelos prejuízos decorrentes da falta de indicação. ● Ocorre quando a pessoa dá causa a uma investigação policial contra alguém, ou seja, o boletim de ocorrência falso registrado acaba resultando em uma instauração de inquérito policial, imputando um crime a alguém que a pessoa sabe que é inocente. ● No crime de denunciação caluniosa poderemos tratar de crime, mas também de contravenção penal, que sabemos ser a pessoa inocente ➔ ao contrário de na calúnia, que só pode ser crime ➔ ao contrário da calúnia que é só contar uma mentira, na denunciação precisa dar início a um inquérito (que o agente seja quem diretamente dá início ao procedimentode investigação) Comunicaçã� fals� d� crim� o� contravençã� ● 340 - Provocar a ação de autoridade, comunicando-lhe a ocorrência de crime ou de contravenção que sabe não se ter verificado ● Trote ● Como quando alguém registra que seu celular foi furtado mas, na verdade, ainda está com a posse do aparelho ● Na denunciação caluniosa imputa-se o crime à determinada pessoa ou à pessoa facilmente determinável, enquanto que na comunicação de falso crime à autoridade, o agente não aponta responsável pelo crime ou aponta pessoa inexistente, ou seja, inventa Fals� testemunh� ● 342 fazer afirmação falsa, negar a verdade e calar a verdade ● Só quem tem compromisso de dizer a verdade pratica esse crime (quando jura pela bíblia…) ● Extingue-se a punibilidade quando o agente que praticou o falso testemunho se retrata ou diz a verdade antes da sentença Corrupçã� ativ� processua� ● 343 dar, oferecer e prometer vantagem para alguém fazer afirmação falsa, negar a verdade e calar a verdade ● Quando o agente faz “afirmação falsa” em virtude de suborno haverá aumento de sua pena, sempre que houver repercussão em “processo penal” Coaçã� n� cu�s� d� process� ● 344 consiste na prática de atos de violência ou ameaça, com objetivo de favorecer a si ou outra pessoa, interferindo em processo judicial, administrativo ou inquérito policial ● Se intimida o policial, ou o delegado, responde por esse crime ● Haverá concurso de crime obrigatório (lesão corporal, homicídio) Exercíci� arbitrári� da� própria� razõe� ● Fazer justiça pelas próprias mãos, para satisfazer pretensão, embora legítima, salvo quando a lei o permite (legítima defesa) ● Deveria ir na justiça, mas não foi Favoreciment� pessoa� � rea� ● Pessoal: ➔ Art. 348, Tem que saber que está ajudando alguém que praticou uma conduta delituosa ➔ ajuda o criminoso, não importa se o sujeito esteja segurando a coisa furtada ou roubada ➔ Na hipótese da pessoa ser, ascendente, descendente, cônjuge ou irmão isenta-se de pena. A ideia é que a pessoa não teve ideia de pensar, pq a polícia está perseguindo a pessoa ● Real: ➔ Art. 349 prestar a criminoso auxílio destinado a tornar seguro o proveito do crime ➔ Ajuda o criminoso a praticar a conduta delituosa ➔ buscando-se tornar efetivo o proveito do crime não havendo isenção de pena. Fug� d� pesso� pres� ● Art. 351 Pratica o crime aquele que promove ou facilita a fuga de pessoa presa inclusive na modalidade culposa ● Se receber dinheiro provavelmente o crime é de corrupção ● Existe modalidade culposa: por exemplo, como quando o segurança da prisão esquecer de trancar direito a cela e o preso aproveite para fugir Evasã� mediant� violênci� contr� � pesso� ● Art. 352 Somente configura este crime a fuga de preso ou a tentativa praticada com violência ● Só responde por esse crime se ao fugir o agente utiliza-se de violência contra pessoa (grave ameaça não, tem que ser violência) ➔ se só fugir não responde, tem que ter violência ● Responde por esse crime + a pena a eventual violência cometida (ex: lesão corporal) ● Se o preso só fugir, sem praticar violência, não é crime ➔ mas poderia responder por dano qualificado (Art 163) por ter sido cometido o crime contra o patrimônio da união, estado… ● Obs: diferentemente do que determina o parágrafo único do Art. 14 do CP não cabe a redução de pena de 1 a ⅔, haja vista que a pena da tentativa é a mesma do crime consumado