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1www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br A N O TA ÇÕ E S DCN Educação Básica - Resolução 04/10 CNE/CEB CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS DCN EDUCAÇÃO BÁSICA - RESOLUÇÃO 04/10 CNE/CEB As Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) para a Educação Básica são resoluções do Conselho Nacional de Educação (CNE). Possuem força de lei e nascem para explicar como devem ser a construção dos currículos e das propostas pedagógicas e a organização nacio- nal, para garantir a qualidade social nas unidades escolares brasileiras. As DNCs tratam das modalidades, dos currículos, da carga horária, dos princípios da educação de como a educação deve se organizar. As DNCs nasceram do texto da LDB em 2010. Por isso, é comum que as DNCs estejam em parcial dissonância com o texto da LDB em vigor à época. Isto posto, o enfoque deste conjunto de aulas será na Resolução n. 4/2010 do CNE. Essa resolução não é lei, mas tem força de lei. Seu objetivo é regulamentar a LDB, explicando de maneira pormenorizada certos aspec- tos; mais especificamente, a Resolução define as Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica. A Resolução atinge todo o território nacional e abrange escolas públicas e privadas. O conteúdo da Resolução também está presente no Parecer n. 7/10 do CNE. Isto posto, observa-se seguintes dispositivos da Resolução seguidos de eventuais comentários: Art. 1º A presente Resolução define Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para o conjunto or- gânico, sequencial e articulado das etapas e modalidades da Educação Básica, baseando-se no direito de toda pessoa ao seu pleno desenvolvimento, à preparação para o exercício da cidadania e à qualificação para o trabalho, na vivência e convivência em ambiente educativo, e tendo como fundamento a responsabilidade que o Estado brasileiro, a família e a sociedade têm de garantir a democratização do acesso, a inclusão, a permanência e a conclusão com sucesso das crianças, dos jovens e adultos na instituição educacional, a aprendizagem para continuidade dos estudos e a extensão da obrigatoriedade e da gratuidade da Educação Básica. Organicidade diz respeito à diversidade entre os sistemas nacionais. No Brasil, há mais de 5.500 municípios, cada um com sua especificidade; há 27 sistemas estaduais e um sis- tema federal. Sequencialidade diz respeito ao atendimento à Educação Básica, que se inicia nas redes municipais e, em seguida, estabelece-se nas redes estaduais. A Educação Básica contempla o Ensino Infantil, o Ensino Fundamental e o Ensino Médio. www.grancursosonline.com.br 2www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br DCN Educação Básica - Resolução 04/10 CNE/CEB CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS É necessária articulação da organicidade e da sequencialidade entre os entes políticos, de forma coordenada, para que a Educação não seja fragmentada. As finalidades da Educação referidas no dispositivo são: o pleno desenvolvimento de toda pessoa; seu preparo para o exercício da cidadania; e sua qualificação para o trabalho. AS finalidades estão expressas tanto no texto da Constituição Federal de 1988 quanto no texto da LDB. A Educação é um direito social, é um direito de todos. Por isso, o objetivo-mor da Resolu- ção é garantir igualdade de condições, para que todos possam acessar à Educação, perma- necer na Educação e concluir a Educação. TÍTULO I OBJETIVOS Art. 2º Estas Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica têm por objetivos: I – sistematizar os princípios e as diretrizes gerais da Educação Básica contidos na Constituição, na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) e demais dispositivos legais, traduzin- do-os em orientações que contribuam para assegurar a formação básica comum nacional, tendo como foco os sujeitos que dão vida ao currículo e à escola; As DCNs listam os princípios da Educação. Esses princípios são a base para as políticas públicas; são as diretrizes do trabalho que será exercido pelo Estado. São importantes para imprimir unicidade no trabalho do Estado, independentemente do governo vigente. II – estimular a reflexão crítica e propositiva que deve subsidiar a formulação, a execução e a ava- liação do projeto político-pedagógico da escola de Educação Básica; Desse modo, as escolas podem ter autonomia para se constituir de modo a buscar melho- res resultados e de modo que sejam valorizadas as características de cada espaço social. III – orientar os cursos de formação inicial e continuada de docentes e demais profissionais da Educação Básica, os sistemas educativos dos diferentes entes federados e as escolas que os integram, indistintamente da rede a que pertençam. Desse modo, profissionais chegam ao ambiente escolar mais preparados e podem alcan- çar o objetivo de garantir uma escola de qualidade social para todos, independentemente da escola na qual estão inseridos. Art. 3º As Diretrizes Curriculares Nacionais específicas para as etapas e modalidades da Educação Básica devem evidenciar o seu papel de indicador de opções políticas, sociais, culturais, educacionais, e a função da educação, na sua relação com um projeto de Nação, tendo como referência os objetivos constitucionais, fundamentando-se na cidadania e na dignidade da pessoa, o que pressupõe igualda- de, liberdade, pluralidade, diversidade, respeito, justiça social, solidariedade e sustentabilidade. 5m 10m www.grancursosonline.com.br 3www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br A N O TA ÇÕ E S DCN Educação Básica - Resolução 04/10 CNE/CEB CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS As diretrizes específicas atuam como orientadoras das práticas a serem realizadas dentro da escola. O dispositivo cita os objetivos constitucionais como referência. Disso extrai-se que o papel das DCNs é ser as orientadoras das práticas, em busca de uma sociedade mais igualitária. São onze os princípios das DCNs, dispostos no art. 4º. Esses princípios são idênticos aos adotados pela LDB à época de sua criação. Atualmente, a LDB conta com 14 princípios. Observa-se: TÍTULO II REFERÊNCIAS CONCEITUAIS Art. 4º As bases que dão sustentação ao projeto nacional de educação responsabilizam o poder público, a família, a sociedade e a escola pela garantia a todos os educandos de um ensino minis- trado de acordo com os princípios de: I – igualdade de condições para o acesso, inclusão, permanência e sucesso na escola; A palavra “sucesso” foi incluída na Resolução; no texto da LDB, ela ficava subentendida. II – liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o saber; III – pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas; IV – respeito à liberdade e aos direitos; V – coexistência de instituições públicas e privadas de ensino; VI – gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais; VII – valorização do profissional da educação escolar; VIII – gestão democrática do ensino público, na forma da legislação e das normas dos respectivos sistemas de ensino; IX – garantia de padrão de qualidade; X – valorização da experiência extraescolar; XI – vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais. Esses princípios norteiam as práticas no sistema educacional brasileiro. Art. 5º A Educação Básica é direito universal e alicerce indispensável para o exercício da cidadania em plenitude, da qual depende a possibilidade de conquistar todos os demais direitos, definidos na Constituição Federal, no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), na legislação ordinária e nas demais disposições que consagram as prerrogativas do cidadão. www.grancursosonline.com.br 4www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br A N O TA ÇÕ E S DCN Educação Básica - Resolução 04/10 CNE/CEB CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS O dispositivo acima ampliaa disposição de que a Educação é um direito social, um direito de todos. Por ter essa natureza, executar a Educação é um dever do Estado. O dispositivo, mais uma vez, esclarece que um dos grandes papeis da Educação é a pre- paração para o exercício da cidadania. O direito universal de que trata o dispositivo é alicerce da cidadania e atua como base para que todos possam ter seus direitos promovidos. Art. 6º Na Educação Básica, é necessário considerar as dimensões do educar e do cuidar, em sua inseparabilidade, buscando recuperar, para a função social desse nível da educação, a sua centralidade, que é o educando, pessoa em formação na sua essência humana. O educar e o cuidar não se dissociam: cuida-se e zela-se pelo cidadão ao educá-lo. Esse cuidado passa pela segurança, pela integridade do estudante e pela formação do estudante como um indivíduo crítico e participativo na sociedade. A centralidade do processo é o educando. Por isso, o educar e o cuidar é sua essência. Os dispositivos seguintes tratam do Sistema Nacional de Educação (SNE). Até o momento, esse sistema não se tornou exequível. TÍTULO III SISTEMA NACIONAL DE EDUCAÇÃO Art. 7º A concepção de educação deve orientar a institucionalização do regime de colaboração en- tre União, Estados, Distrito Federal e Municípios, no contexto da estrutura federativa brasileira, em que convivem sistemas educacionais autônomos, para assegurar efetividade ao projeto da educa- ção nacional, vencer a fragmentação das políticas públicas e superar a desarticulação institucional. A grande ideia do SNE é articular o trabalho entre os entes federativos. A saber, os sistemas de ensino têm liberdade, nos limites da Lei, para sua organização. Essa liberdade não desconsidera o outro ente; a estrutura deve ser colaborativa entre os entes. É essa colaboração que faz com que seja alcançada uma qualidade nacional do ensino. § 1º Essa institucionalização é possibilitada por um Sistema Nacional de Educação, no qual cada ente federativo, com suas peculiares competências, é chamado a colaborar para transformar a Educação Básica em um sistema orgânico, sequencial e articulado. § 2º O que caracteriza um sistema é a atividade intencional e organicamente concebida, que se justifica pela realização de atividades voltadas para as mesmas finalidades ou para a concretiza- ção dos mesmos objetivos. 15m 20m www.grancursosonline.com.br 5www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br A N O TA ÇÕ E S DCN Educação Básica - Resolução 04/10 CNE/CEB CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS A Biologia ajuda a entender o que é um sistema. Por exemplo, no sistema digestório, a boca é o primeiro espaço para o alimento; ela tritura o alimento; ela solta saliva com enzimas digestórios para o carboidrato. Por si só, a boca não garante o funcionamento do sistema, mas é um órgão do sistema com papel definido dentre o estômago, o intestino e outros. No SNE, a mesma dinâmica é observada: cada órgão deve atuar dentro de sua peculiaridade, dentro de suas funções, para um bem coletivo maior; se um órgão atua de maneira distinta, há o rompi- mento com o equilíbrio do sistema, o que prejudica todo o funcionamento do sistema. § 3º O regime de colaboração entre os entes federados pressupõe o estabelecimento de regras de equivalência entre as funções distributiva, supletiva, normativa, de supervisão e avaliação da educação nacional, respeitada a autonomia dos sistemas e valorizadas as diferenças regionais. Nessa lógica, a União exerce papel maior em comparação com os outros entes, jus- tamente por ser mais ampla. Consequentemente, a União contará com função normativa maior, geralmente exercida pelo CNE; supervisionará, acompanhará e avaliará a Educação nacional; e redistribuir e suplementar o que for necessário. Os próximos dispositivos tratam da qualidade social. Uma escola de qualidade social é aquela que busca a igualdade de condições de acesso, de permanência, de inclusão e de sucesso de todos os alunos. Essa escola atende a todos, sem distinção, e busca alcançar melhores resultados no aluno como centro do processo e em suas aprendizagens. Desse modo, essa escola reduz a evasão, a distorção e a reprovação dos alunos, fazendo com que haja sucesso no processo educativo. TÍTULO IV ACESSO E PERMANÊNCIA PARA A CONQUISTA DA QUALIDADE SOCIAL Art. 8º A garantia de padrão de qualidade, com pleno acesso, inclusão e permanência dos sujeitos das aprendizagens na escola e seu sucesso, com redução da evasão, da retenção e da distorção de idade/ano/série, resulta na qualidade social da educação, que é uma conquista coletiva de to- dos os sujeitos do processo educativo. Nesse processo, a centralidade é o estudante e a constituição de suas aprendizagens. Art. 9º A escola de qualidade social adota como centralidade o estudante e a aprendizagem, o que pressupõe atendimento aos seguintes requisitos: I – revisão das referências conceituais quanto aos diferentes espaços e tempos educativos, abran- gendo espaços sociais na escola e fora dela; 25m www.grancursosonline.com.br 6www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br A N O TA ÇÕ E S DCN Educação Básica - Resolução 04/10 CNE/CEB CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS O primeiro requisito trata da ampliação de tempos, espaços e oportunidades educacionais. É preciso garantir que o tempo para aprender não seja exclusivamente o tempo que o aluno gasta na escola, e que o espaço para aprender não seja exclusivamente o da sala de aula. II – consideração sobre a inclusão, a valorização das diferenças e o atendimento à pluralidade e à diversidade cultural, resgatando e respeitando as várias manifestações de cada comunidade; O processo de inclusão é essencial na Educação nacional. III – foco no projeto político-pedagógico, no gosto pela aprendizagem e na avaliação das aprendi- zagens como instrumento de contínua progressão dos estudantes; A avaliação é, portanto, inclusiva, em seu caráter formativo. IV – inter-relação entre organização do currículo, do trabalho pedagógico e da jornada de trabalho do professor, tendo como objetivo a aprendizagem do estudante; É preciso planejar, e esse planejamento deve ser amplo, percorrendo desde o campo estratégico até o operacional. V – preparação dos profissionais da educação, gestores, professores, especialistas, técnicos, mo- nitores e outros; VI – compatibilidade entre a proposta curricular e a infraestrutura entendida como espaço formativo dotado de efetiva disponibilidade de tempos para a sua utilização e acessibilidade; Portanto, é necessário pensar na estrutura da escola, para que o currículo da escola aconteça. VII – integração dos profissionais da educação, dos estudantes, das famílias, dos agentes da co- munidade interessados na educação; O dispositivo trata das parcerias a serem consolidadas entre todos os envolvidos. VIII – valorização dos profissionais da educação, com programa de formação continuada, critérios de acesso, permanência, remuneração compatível com a jornada de trabalho definida no projeto político-pedagógico; IX – realização de parceria com órgãos, tais como os de assistência social e desenvolvimento humano, cidadania, ciência e tecnologia, esporte, turismo, cultura e arte, saúde, meio ambiente. 30m www.grancursosonline.com.br 7www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br A N O TA ÇÕ E S DCN Educação Básica - Resolução 04/10 CNE/CEB CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS Observa-se que a escola de qualidade social é ampla. Portanto, parcerias são necessá- rias para que ela se consolide. Art. 10. A exigência legal de definição de padrões mínimos de qualidade da educação traduz a ne- cessidade de reconhecer que a sua avaliação associa-se à ação planejada, coletivamente, pelos sujeitos da escola. § 1º O planejamento das ações coletivas exercidas pela escola supõe queos sujeitos tenham clareza quanto: I – aos princípios e às finalidades da educação, além do reconhecimento e da análise dos dados indicados pelo Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) e/ou outros indicadores, que o complementem ou substituam; Observa-se que o planejamento dá clareza ao que precisa ser executado; mais especi- ficamente, dá clareza na definição de quais são as necessidades comuns da comunidade. II – à relevância de um projeto político-pedagógico concebido e assumido colegiadamente pela comunidade educacional, respeitadas as múltiplas diversidades e a pluralidade cultural; O PPP é um compromisso coletivo. Os objetivos definidos coletivamente precisam ser executados, de maneira democrática; por isso, a construção do PPP deve ser democrática. III – à riqueza da valorização das diferenças manifestadas pelos sujeitos do processo educativo, em seus diversos segmentos, respeitados o tempo e o contexto sociocultural; Isto é, todos participam do planejamento e da execução. IV – aos padrões mínimos de qualidade (Custo Aluno-Qualidade Inicial – CAQi); Os padrões mínimos de qualidade são definidos pela União, mas cabe a cada escola a responsabilidade de discuti-los. § 2º Para que se concretize a educação escolar, exige-se um padrão mínimo de insumos, que tem como base um investimento com valor calculado a partir das despesas essenciais ao desenvol- vimento dos processos e procedimentos formativos, que levem, gradualmente, a uma educação integral, dotada de qualidade social: www.grancursosonline.com.br 8www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br A N O TA ÇÕ E S DCN Educação Básica - Resolução 04/10 CNE/CEB CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS O padrão mínimo de insumos diz respeito ao material básico (recursos humanos e finan- ceiros). O dispositivo, então, trata do investimento mínimo para que uma escola alcance a qualidade social. I – creches e escolas que possuam condições de infraestrutura e adequados equipamentos; II – professores qualificados com remuneração adequada e compatível com a de outros profissio- nais com igual nível de formação, em regime de trabalho de 40 (quarenta) horas em tempo integral em uma mesma escola; Observa-se que todos os professores devem receber os mesmos valores. III – definição de uma relação adequada entre o número de alunos por turma e por professor, que assegure aprendizagens relevantes; O dispositivo trata do número máximo de alunos em uma classe, para que o professor consiga dar atenção a todos. IV – pessoal de apoio técnico e administrativo que responda às exigências do que se estabelece no projeto político-pedagógico. ��Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula preparada e ministrada pelo professor Carlinhos Costa. A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu- siva deste material. www.grancursosonline.com.br _Hlk125038322