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O estudo sobre a saúde da mulher é algo pouco visto durante a
faculdade, isso porque não há disciplinas voltadas para esse tema.
Do ponto de vista nutricional, existem uma ampla gama de situações
que podem ser moduladas e melhoradas neste público. Dito isso,
segundo a OMS, para se caracterizar uma mulher com síndrome pré-
menstrual, ela precisa de pelo menos um sintoma, e que esse
aconteça na fase lútea e desapareça quando a mulher venha a
menstruar, durante a fase folicular.
A síndrome pré-menstrual engloba, portanto, sintomas psiquiátricos,
somáticos, cognição, dores de cabeça, humor deprimido, dores nas
costas e desejo por doces.
SAÚDE DA MULHER E REGULAÇÃO
HORMONAL
CICLO MENSTRUAL DA MULHER
OVULAÇÃO
O 1° dia da menstruação, durante a fase folicular, é caracterizado
pelo desenvolvimento e maturação folicular, sendo o FSH
aumentado nesta fase inicial e se ligando aos receptores,
estimulando a maturação e desenvolvimento folicular. 
LIVE QUARTA, 04/11
FLUXO
FASE FOLICULAR
FASE LÚTEA
O folículo maduro e por ação do FSH, aumenta a produção de
estradiol, o qual aumenta de forma significativa até estimular um
pico de LH entre 12 a 24 horas, garantindo a ovulação e, após ela, o
o desenvolvimento do corpo lúteo ( a fase lútea da menstruação).
PREDOMINÂNCIA NA PRIMEIRA FASE
PREDOMINÂNCIA NA SEGUNDA FASE
Algumas mulheres apresentam nessa fase sintomas de depressão e
ansiedade, porém, esses sintomas normalmente são restritos ao
período específico do ciclo, sendo portanto condições diferentes dos
transtornos de depressão e ansiedade.
Alguns dias antes da menstruação, a produção do estrogênio
começa a diminui e menos hormônio chega ao sistema nervoso
central, resultando em alteração de algumas funções do cérebro, de
forma que algumas regiões se tornem hipoativadas, o sistema dorsal,
e outras hiperativadas, sistema ventral. Esta região hiperativada, que
abriga a Amígdala (o centro identificador de perigo), é responsável
pelas respostas fisiológicas ao estresse, resultando na liberação
hormonal aumentada de catecolaminas e cortisol.
A hipoativação do sistema dorsal, torna este sistema regulado
negativamente pelo estresse, em favor das respostas emocionais
rápidas e automáticas do sistema ventral, por isso, a mulher poderá
apresentar atitudes mais impulsivas.
ESTROGÊNO
PROGESTERONA
O aldactone é um medicamento com característica diurética e de
bloquear, em parte, a ação da 5-alfa redutase, sendo essa uma
enzima que transforma a testosterona em DHT. Esse fármaco é
usado em mulheres com síndrome do ovário policístico, isso porque
há maiores concentrações de andrógenos. Outros medicamentos,
como a finasterida e a dutasterida, também são usados para essa
finalidade. 
Quando há um bloqueio para um lado, é observado um aumento da
outra via, nesse caso, há o aumento do estradiol por aumento da
enzima aromatase. Ressaltando que, quando se fala em hormônios,
o ideal é que esses estejam em equilíbrio.
MULHER COM ACNE TOMANDO ESPIRONOLACTONA E
ALDACTONE ATRAPALHA NO GANHO DE MASSA?
TESTOSTERONA
5-ALFA
REDUTASE
DI-HIDROTESTOSTERONA
(DHT)
ESTRADIOL
ALDACTONE
AROMATASE
O estradiol está muito relacionado a termogênese e a regulação do
comportamento alimentar, ressaltando também que existem 3
regiões cerebrais relacionados a fome e saciedade, sendo elas o
núcleo arqueado, núcleo paraventricular e sistema mesolímbico. A
queda do estradiol leva a uma redução nas concentrações de
serotonina, implicando diretamente na redução da secreção de
POMC (pró-opiomelanocortina).
A POMC é clivada em vários peptídeos, sendo que um deles é o alfa-
MSH, que é um dos principais responsáveis por inibir a fome, logo, a
redução de POMC pela quebra de estradiol e de serotonina levam ao
aumento da fome e comportamentos compulsivos, bem como maior
labilidade emocional, alterações no sistema dopaminérgico e
serotoninérgico.
Toda essa desregulação hormonal pode acontecer por conta da
nutrição, em situações de, por exemplo, baixa oferta calórica.
OS HORMÔNIOS DESREGULADOS PODEM DESCOMPENSAR
A PERDA DE PESO NA MULHER?
GnRH
FSH, LH
ESTRADIOL,
PROGESTERONA
ESTRESSE
Do ponto de vista de eixo hormonal feminino, o GnRH estimula à
adenoipófise a liberar gonadotrofinas, LH e FSH, que atuam nas
células da teca e da granulosa, estimulando a produção de estradiol
e progesterona. Esses dois hormônios sofrem ações de diversos
fatores, como o estresse, levando a maior possibilidade da mulher a
desenvolver episódios de compulsão alimentar. O estresse é,
portanto, um potente modulador da compulsão alimentar em
mulheres.
O NUTRIENTE AFETA O SISTEMA
ENDÓCRINO, O QUAL TAMBÉM AFETA A
DISPONIBILIDADE DE NUTRIENTES.
Existem implicações também no eixo dos hormônios tireoideanos. O
hipotálamo, ao liberar o TRH e consequente estimulação de secreção
de TSH pela adenohipófise, leva a sinalização para a glândula tireoide
liberar T3 e T4. Aqui, é importante ressaltar que 80% a 90% da
secreção é de T4, porém, a ação do T3 é de 10% a 15% mais forte.
Parte do T4 é convertido em T3 através de uma classe de enzimas
chamadas de deiodinases, especificamente a D1 e D2.
T3
T4
OS HORMÔNIOS DA TIREOIDE TAMBÉM PODEM SER
ALTERADOS?
TRH
TSH
D1,D2 T4
T3
CORTISOL
A D1 e a D2 dependem alguns micronutrientes, como magnésio e
selênio, e reduzem sua ação pelo aumento do cortisol, o qual pode
ser por dieta low-carb, cetogênica ou estresse. O T3 é de extrema
importância por aumentar o gasto energético, a lipólise do tecido
adiposo branco, a termogênese do tecido adiposo marrom e tem
efeitos benéficos na melhora da sensibilidade do músculo na síntese
proteica.
Em relação ao diagnóstico, nem tanto, porém pode facilitar o
tratamento. Existem artigos demonstrando alterações durante a fase
lútea, como a redução da disponibilidade de aminoácidos, queda de
HDL, triglicerídeos, colesterol e glicemia. Além disso, é observado
queda de fatores que, se forem suplementados nesta fase, podem
melhorar a qualidade de vida. Entre eles:
 Vitamina B1
 Vitamina B2
 Vitamina D
 Magnésio
 Zinco
 Cálcio
EXAMES LABORATORIAIS EM CADA FASE DO CICLO
PODEM AJUDAR NO DIAGNÓSTICO?
O USO DE ÔMEGA 3 PODE AJUDAR NOS SINTOMAS DA
TPM?
O ômega 3 melhora a fluidez de membrana, além de aumentar a
função e atividade do receptores de serotonina e dopamina,
causando impacto na transmissão serotoninérgica e dopaminérgica.
Além disso, é observado que a queda do estradiol está relacionada
com a queda do BDNF, fator importante para sobrevivência,
maturação e manutenção da saúde neural, logo a suplementação de
EPA pode resultar em efeitos consideravelmente positivos no
aumento BDNF, principalmente no hipocampo (relacionado à
cognição, memória e neuroplasticidade). 
Existe alguns suplementos, fitoquímicos e fitoterápicos podem ser de
extrema relevância. Entre eles, a curcumina se destaca pela sua
função na melhora do humor e da insônia, mediante ao mecanismo
de down regulation da enzima indolamina 3 oxidase, enzima
responsável por reduzir as concentrações de serotonina, o que
caracteriza a curcumina como uma substância com ação
antidepressiva.
Outro fator interessante é que a curmumina aumenta o tônus
dopaminérgico e diminui a inflamação do cérebro, levando a
redução do cortisol, o que impacta em redução do estresse e do
humor deprimido. A curcumina também aumenta o BDNF,
melhorando a cognição e saciedade.
Um estudo trouxe também os potenciais benefícios da camomila na
melhora dos sintomas de mulheres na TPM, efeito semelhante ao
observado no uso de fármacos anti inflamatórios.
COMO MELHORAR O HUMOR NA TPM?
Na verdade a acne não é só hormonal, é uma condição multifatorial,
sendo influenciada tanto por hormônios como pela microbiota da
pele. Existe muitos ajustes dietéticos que podem influenciar
positivamente na redução do estímulo ao sebócito, como o aumento
do consumo de fibra e redução no consumo de leites e derivados. 
Além disso, modular a dieta do ponto de vista do consumo de
alimentos com baixo índice e a carga glicêmica,junto com a redução
calórica e utilização de vitamina D e zinco.
A CURUMINA E O ÔMEGA 3 MELHORAM A ACNE
HORMONAL?
Primeiramente é necessário compreender se a origem da insônia é a
ansiedade ou o déficit de melatonina, isso porque existem uma
ampla gamas de mecanismos de ação pelos quais o estradiol
impacta na produção de serotonina, e consequentemente na
melatonina, o que é observado, por exemplo, na menopausa. Antes
de suplementar melatonina, é importante se atentar para os co-
fatores da síntese, como por exemplo:
 Magnésio
 Triptofano 
 Citrato de magnésio e magnésio quelato com glicina e glutamina
EM RELAÇÃO A MENOPAUSA E INSÔNIA, QUAIS OS
MELHORES MANIPULADOS PARA AUXILIAR ?
Se a ansiedade for a origem da insônia, atentar para agentes
gabaérgicos, tais como passiflora, camomila e melissa, assim como a
redução do tônus simpático, como a L-theanina, por diminuir o
tônus glutamatérgico.
O óleo de prímula é rico em ácido gama linolênico, que é
responsável por modular resposta inflamatória, sendo interessante
principalmente para mulheres com dores nas costas, musculares e
nas articulações.
O ÓLEO DE PRÍMULA É REALMENTE EFICAZ?
Existe uma variação no tratamento da SPM e da TDPM, isso porque o
que irá definir a conduta é o tipo de sintoma que a paciente está
sentindo. 
EXISTE ALGUM FITOTERÁPICO QUE POSSA SER UTILIZADO
PARA REDUZIR OS EFEITOS DA TPM?
Em geral, a suplementação com doses mais elevadas de vitaminas do
complexo B, principalmente B1 e B6 é bem vista. A vitamina B1 é
importante para a formação de energia de origem aeróbica, isso
porque o piruvato, ao se transformar em acetil-CoA, necessita
complexo piruvato desidrogenase, que é dependente de B1 como
cofator. Logo, se esse mecanismo não funciona direito, é observado
implicações, por exemplo, na produção de neurotransmissores.
Por outro lado, a vitamina B6 atua na segunda fase do ciclo
menstrual, na fase lutea. O que acontece é que, há um
espessamento endometrial e consequente aumento do anabolismo
proteico, o que requer maiores concentrações de B6. Essa maior
demanda de vitamina acaba atrapalhando síntese de
neurotransmissores, como a serotonina.
A baixa disponibilidade de magnésio também influencia na baixa
produção de serotonina e no aumento do cortisol.

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