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APG 4 OBJETIVO: EXPLICAR A EMBRIOLOGIA CARDÍACA Fecundação ↠ A fecundação é uma sequência complexa de eventos moleculares coordenados que se inicia com o contato entre um espermatozoide e um oócito e termina com a mistura dos cromossomos maternos e paternos na metáfase da primeira divisão mitótica do zigoto; o embrião unicelular. Clivagem do zigoto ↠ A clivagem consiste em divisões mitóticas repetidas do zigoto, resultando em um aumento rápido do número de células (blastômeros). Essas células embrionárias tornam-se menores a cada divisão. ↠ Quando existem 12 a 32 blastômeros, o ser humano em desenvolvimento é chamado de mórula. ↠ Uma cavidade se forma na mórula, convertendo-a em blastocisto, que é formado pelo embrioblasto, pela cavidade blastocística e pelo trofoblasto. Terceira semana do desenvolvimento humano GASTRULAÇÃO ↠ É o processo pelo qual as três camadas germinativas são estabelecidas nos embriões. ➢ Ectoderma embrionário: dá origem à epiderme, aos sistemas nervosos central e periférico, aos olhos e ouvidos internos, às células da crista neural e a muitos tecidos conjuntivos da cabeça. ➢ Endoderma embrionário: é a fonte dos revestimentos epiteliais dos sistemas respiratório e digestório, incluindo as glândulas que se abrem no trato digestório e as células glandulares de órgãos associados ao trato digestório, como o fígado e o pâncreas. ➢ Mesoderma embrionário: dá origem a todos os músculos esqueléticos, às células sanguíneas, ao revestimento dos vasos sanguíneos, à musculatura lisa das vísceras, ao revestimento seroso de todas as cavidades do corpo, aos ductos e órgãos dos sistemas genitais e excretor e à maior parte do sistema cardiovascular. LINHA PRIMITIVA ↠ O primeiro sinal morfológico da gastrulação é a formação da linha primitiva na superfície do epiblasto do disco embrionário bilaminar. ↠ No começo da terceira semana, uma faixa linear espessada do epiblasto aparece caudalmente no plano mediano do aspecto dorsal do disco embrionário. ↠ A linha primitiva resulta da proliferação e do movimento das células do epiblasto para o plano mediano do disco embrionário. Tão logo a linha primitiva aparece, é possível identificar o eixo craniocaudal, as extremidades cranial e caudal, as superfícies dorsal e ventral do embrião. ↠ Conforme a linha primitiva se alonga pela adição de células à sua extremidade caudal, sua extremidade cranial prolifera para formar o nó primitivo. Simultaneamente, um sulco estreito, o sulco primitivo, se desenvolve na linha primitiva. ↠ Pouco tempo depois do aparecimento da linha primitiva, as células migram de sua superfície profunda para formar o mesênquima, um tecido conjuntivo que forma os tecidos de sustentação do embrião. ↠ Uma parte do mesênquima forma o mesoblasto (mesoderma indiferenciado), que forma o mesoderma intraembrionário. ↠ As células do epiblasto, bem como as do nó primitivo e de outras partes da linha primitiva, deslocam o hipoblasto, formando o endoderma embrionário no teto da vesícula umbilical. ↠ As células remanescentes do epiblasto formam o ectoderma embrionário. Desenvolvimento inicial do sistema cardiovascular ↠ O sistema cardiovascular é o primeiro sistema principal a funcionar no embrião. ↠ No início da terceira semana, a formação dos vasos sanguíneos começa no mesoderma extraembrionário da vesícula umbilical, do pedículo de conexão e do córion. Os vasos sanguíneos embrionários começam a se desenvolver aproximadamente 2 dias depois. ↠ A formação do sistema vascular embrionário envolve dois processos, a vasculogênese e a angiogênese. ↠ A vasculogênese é a formação de novos canais vasculares pela união de precursores individuais celulares (angioblastos). ↠ A angiogênese é a formação de novos vasos pelo brotamento e ramificação de vasos preexistentes. A formação de vasos sanguíneos no embrião e nas membranas extraembrionárias, durante a terceira semana, começa quando as células mesenquimais se diferenciam em precursores das células endoteliais, ou angioblastos (células formadoras de vasos). ↠ O coração primitivo e o sistema vascular aparecem no meio da terceira semana. Esse desenvolvimento cardíaco precoce ocorre porque o rápido crescimento embrionário não pode mais satisfazer suas exigências nutricionais e de oxigênio somente através da difusão. ↠ Células progenitoras cardíacas multipotentes de várias fontes, contribuem para a formação do coração. ↠ As células progenitoras cardíacas se encontram no epiblasto, imediatamente adjacentes à parte cranial da linha primitiva. ↠ Elas migram através da linha primitiva para a camada visceral do mesoderma da placa lateral, onde algumas formam um aglomerado celular em formato de ferradura chamado de área cardiogênica primária (ACP) ou primeiro campo cardíaco (PCC), cranial às pregas neurais. Essas células formam partes dos átrios e de todo o ventrículo esquerdo. ↠ O ventrículo direito e a via de saída (cone arterial e tronco arterioso ou arterial) são derivados do segundo campo cardíaco (SCC), que também contribui com células para a formação dos átrios na extremidade caudal do coração. Esse campo secundário de células está localizado no mesoderma visceral (esplâncnico) ventral à faringe. Desenvolvimento inicial do coração e dos vasos sanguíneos ↠ Por volta do 18° dia, o mesoderma lateral possui componentes de somatopleura e esplancnopleura; essa última dá origem a quase todos os componentes do coração. ↠ Essas células endocárdicas iniciais se separam do mesoderma para criar tubos cardíacos pareados. Conforme o dobramento embrionário lateral ocorre, os tubos endocárdicos do coração se aproximam e fundemse para formar um único tubo cardíaco ↠ A fusão dos tubos cardíacos começa na extremidade cranial do coração em desenvolvimento e se estende caudalmente. ↠ O coração começa a bater com 22 a 23 dias. ↠ O fluxo sanguíneo se inicia durante a quarta semana, e os batimentos cardíacos podem ser visualizados pela ultrassonografia com Doppler. Desenvolvimento de veias associadas ao coração embrionário ↠ Três veias pareadas drenam para o coração primitivo do embrião de 4 semanas: VEIAS VITELINAS ↠ Retornam o sangue pobre em oxigênio da vesícula umbilical. ↠ A veia vitelina esquerda regride, e a veia vitelina direita forma a maior parte do sistema porta hepático, assim como uma porção da veia cava inferior (VCI). VEIAS UMBILICAIS ↠ Transportam o sangue bem oxigenado do saco coriônico. ↠ A veia umbilical direita desaparece durante a sétima semana, deixando a veia umbilical esquerda como o único vaso transportando o sangue bem oxigenado da placenta para o embrião. ↠ Um grande desvio venoso, o ducto venoso, se desenvolve dentro do fígado e conecta a veia umbilical com a VCI., permitindo que a maioria do sangue da placenta passe diretamente para o coração. VEIAS CARDINAIS ↠ Retornam o sangue pobre em oxigênio do corpo do embrião para o coração. ↠ Possui 2 principais sistemas: a veia cardinal anterior (drena a porção cranial) e a veia cardinal posterior (drena a porção caudal). ↠ Elas unem-se às veias cardinais comuns, que entram no seio venoso; ↠ As veias cardinais posteriores desenvolvem-se, primeiramente, como vasos dos mesonefros (rins provisórios), e a maioria desaparece com esses rins transitórios. Os únicos derivados adultos dessas veias são a raiz da veia ázigo e as veias ilíacas comuns. ↠ As veias subcardinais formam o tronco da veia renal esquerda, as veias suprarrenais, as veias gonadais (testicular e ovariana) e um segmento da VCI ↠ A VCI é composta de quatro segmentos principais ➢ Hepático: derivado da veia hepática ➢ Pré-renal: derivado da veia subcardinal direita. ➢ Renal: derivado da anastomose subcardinal-supracardinal. ➢ Pós-renal: derivado da veia supracardinal direita. Desenvolvimento final do coração ↠ Miocárdio primitivo: é a camada externa do tubo cardíaco embrionário, formada pelo mesoderma esplâncnico ao redor da cavidade pericárdica. ↠ O coração em desenvolvimento é composto por um tubo endotelial fino, separadode um miocárdio espesso por uma matriz gelatinosa de tecido conjuntivo, a geleia cardíaca. ↠ O tubo endotelial se torna o revestimento endotelial interno do coração, ou endocárdio, e o miocárdio primitivo se torna a parede muscular do coração, ou miocárdio. O pericárdio visceral, ou epicárdio, é derivado de células mesoteliais que surgem da superfície externa do seio venoso e se espalham sobre o miocárdio. ↠ O coração tubular é composto pelo bulbo cardíaco, ventrículo, átrio e seio venoso. ↠ O crescimento do tubo cardíaco é resultado da adição de células, cardiomiócitos, diferenciando-se do mesoderma da parede dorsal do pericárdio. OBJETIVO: CITAR AS PRINCIPAIS MALFORMAÇÕES CONGÊNITAS ↠ As cardiopatias congênitas são as más formações na estrutura do coração, elas já são existentes desde o momento do nascimento. ↠ São os defeitos congênitos que afetam aproximadamente 8 entre 1.000 nascidos vivos. ↠ Segundo a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias do SUS (CONITE), complicações decorrentes desse quadro de cardiopatia correspondem a cerca de 10% dos óbitos infantis. Porém, algumas doenças coronarianas congênitas podem ser assintomáticas, podendo vir a ser diagnosticadas apenas na vida adulta. ↠ As malformações congênitas representam a segunda principal causa de mortalidade em crianças menores de um ano de idade. A CC é a mais frequente e com alta mortalidade no primeiro ano de vida no Brasil e a terceira causa de óbito até os 30 dias de vida. ↠ As anomalias cardíacas podem se a presentar isoladamente (80 a 85%), fazer parte de síndromes cromossômicas. (5 a 10%) ou gênicas (3 a 5%), de associações bem estabelecidas ou ocasionais, serem determinadas por fatores ambientais, infecciosos ou não. ↠ Elas podem ser classificadas em cianóticas e acianóticas. ➢ Nas denominadas cianóticas vai acontecer a interferência no fluxo sanguíneo através dos pulmões, onde vai causar a diminuição de oxigênio na circulação, podendo vir a causar uma cianose generalizada. ➢ As acianóticas, o sangue que é rico em oxigênio vai ser encaminhado para a circulação sistêmica por meio de shunting (furos ou passagens), que vão ocorrer do lado esquerdo do coração para o lado direito. COMUNICAÇÃO INTERVENTRICULAR ↠ Os defeitos do septo ventricular (DSVs) são os tipos mais comuns de DCCs, representando cerca de 25% dos defeitos cardíacos. ↠ Os DSVs ocorrem mais frequentemente em homens do que em mulheres. ↠ DSVs podem ocorrer em qualquer parte do septo interventricular, porém o DSV membranoso é o tipo mais comum. ↠ Frequentemente, durante o primeiro ano, 30% a 50% dos DSVs pequenos se resolvem espontaneamente. ↠ Caracteriza-se pela abertura da parede que separa o ventrículo esquerdo do ventrículo direito. ↠ O fechamento incompleto do forame interventricular resulta da falha no desenvolvimento da parte membranosa do septo interventricular. ↠ DSV muscular é um tipo menos comum de defeito e pode aparecer em qualquer local na porção muscular do septo interventricular. ↠ A ausência do septo interventricular (ventrículo único ou ventrículo comum), resultando da falha na formação do septo interventricular, é extremamente rara e resulta em um coração com três câmaras. COMUNICAÇÃO INTERATRIAL ↠ Mais comum em mulheres. ↠ A forma mais comum de Defeitos do Septo Atrial (DSA) é o forame oval patente. Um forame oval patente à sonda está presente em mais de 25% das pessoas. ↠ É denominada como o defeito congênito de fechamento do septo interatrial, que divide o coração entre os lados direito e esquerdo, equivale a 35% de todos os defeitos. ESTENOSE AÓRTICA ↠Na estenose da valva aórtica, as margens da valva geralmente estão fusionadas para formar uma cúpula com uma abertura estreita. ↠ Esse defeito pode ser congênito ou se desenvolver após o nascimento. ↠ A estenose valvar causa uma sobrecarga de trabalho para o coração e resulta na hipertrofia do ventrículo esquerdo e sons cardíacos anormais (sopros cardíacos). ESTENOSE PULMONAR ↠ A estenose pulmonar é quando há um estreitamento da válvula pulmonar fazendo com que haja uma obstrução do sangue na passagem do fluxo sanguíneo do ventrículo direito para a artéria pulmonar. TETRALOGIA DE FALLOT ↠ É caracterizada por um conjunto de alterações no coração, nos quais foram descritas por Étienne Louis Arthut Fallot no ano de 1888, e as alterações anatômicas são: comunicação interventricular, estenose da artéria pulmonar, dextroposição da artéria aorta e hipertrofia do ventrículo direito, ocorre em cada 3 de 10.000 nascidos vivos. ↠ A tetralogia de Fallot é um grupo clássico de quatro defeitos cardíacos consistindo de: ➢ Estenose da artéria pulmonar (obstrução do fluxo de saída ventricular direito). ➢ Defeito do septo ventricular. ➢ Dextraposição da aorta (substituição ou sobreposição da aorta). ➢ Hipertrofia ventricular direita. ↠ Nesses defeitos, o tronco pulmonar geralmente é pequeno e pode haver vários graus de estenose da artéria pulmonar. ↠ A cianose (oxigenação deficiente do sangue) é um sinal óbvio da tetralogia, porém, não é comum estar presente no nascimento. ↠ A tetralogia resulta quando a divisão do tronco arterioso é desigual e o tronco pulmonar é estenosado. ↠ A atresia pulmonar com DSV é uma forma extrema de tetralogia de Fallot; toda saída do ventrículo direito ocorre através da aorta. OBJETIVO: DIFERENCIAR A CIRCULAÇÃO DO FETO PARA UM RN ↠ A circulação fetal difere da extrauterina anatômica e funcionalmente. Ela é estruturada para suprir as necessidades de um organismo em crescimento rápido num ambiente de hipóxia relativa. A única conexão entre o feto e o meio externo é a placenta. Antes do nascimento, o sangue proveniente da placenta, com cerca de 80% de saturação de oxigênio, retorna para o feto pela veia umbilical. ↠ Quando chega ao fígado, a maior parte desse sangue flui pelo ducto venoso diretamente para a veia cava inferior, sem passar pelo fígado. Um volume menor de sangue entra nos sinusóides hepáticos e se mistura com o sangue da circulação porta. O mecanismo de esfíncter no ducto venoso fecha a entrada da veia umbilical e regula o fluxo sanguíneo umbilical pelos sinusóides hepáticos. Esse esfíncter se fecha quando a contração uterina faz com que o retorno venoso seja muito alto, evitando sobrecarga para o coração. ↠ Após um pequeno percurso na veia cava inferior, onde o sangue placentário se mistura com o sangue não oxigenado que retorna dos membros inferiores, ele entra no átrio direito. Após a entrada, é levado para o forame oval pela veia cava inferior, de modo que um volume maior do sangue passa diretamente para o átrio esquerdo. Um pequeno volume de sangue não consegue fazer isso por causa da extremidade inferior do septo secundário, a crista dividens, e permanece no átrio direito. Ali, ele se mistura com o sangue pobre em oxigênio que retorna da cabeça e dos braços através da veia cava superior. ↠ Do átrio esquerdo, onde ele se mistura com um pequeno volume de sangue pobre em oxigênio que retorna dos pulmões, o sangue entra no ventrículo esquerdo e na aorta ascendente. Uma vez que, as artérias coronárias e carótida são as primeiras ramificações da aorta ascendente, a musculatura cardíaca e o cérebro são abastecidos com sangue rico em oxigênio. ↠ O sangue pouco oxigenado da veia cava superior flui através do ventrículo direito para o tronco pulmonar. Durante a vida fetal, a resistência nos vasos pulmonares é alta, de modo que, boa parte desse sangue passa diretamente pelo ducto arterioso para a aorta descendente, onde se mistura com o sangue da aorta proximal. Após sua passagem pela aorta descendente, o sangue flui para a placenta pelas duas artérias umbilicais. A saturação de oxigênio nas artérias umbilicais é de aproximadamente 58%. ↠ Ao longo de seu percurso desde a placenta até os órgãos do feto, o sangue na veia umbilical perde gradualmente seu alto teor de oxigênio à medida que se mistura com o sangue pobre em oxigênio. ↠ Teoricamente, a mistura sanguínea ocorre nos seguintes locais: ➢ Fígado, pelamistura com um pequeno volume de sangue que retorna do sistema porta. ➢ Veia cava inferior, que carrega sangue desoxigenado que retorna dos membros inferiores, da pelve e dos rins. ➢ Átrio direito, pela mistura com o sangue da cabeça e dos membros superiores. ➢ Átrio esquerdo, pela mistura com o sangue que retorna dos pulmões. ➢ Entrada do ducto arterioso na aorta descendente. Transição para a Circulação Neonatal ↠ Alterações no sistema vascular ao nascimento são causadas pela cessação do fluxo sanguíneo placentário e pelo início da respiração. Depois que o ducto arterioso se fecha pela contração muscular de sua parede, o volume de sangue que flui pelos vasos pulmonares aumenta rapidamente. Isso, por sua vez, aumenta a pressão no átrio esquerdo. Simultaneamente, a pressão no átrio direito diminui como resultado da interrupção do fluxo sanguíneo placentário. O septo primário é, então, aposto ao secundário, e o forame oval se fecha funcionalmente. ↠ Em resumo, ocorrem as alterações a seguir no sistema vascular após o nascimento. ↠ O fechamento das artérias umbilicais, acompanhado pela contração da musculatura lisa em suas paredes, é provavelmente causado por estímulos térmico e mecânico e pela variação na tensão de oxigênio. Funcionalmente, as artérias se fecham alguns minutos após o nascimento, embora a obliteração final do lúmen por proliferação fibrosa leve entre 2 e 3 meses. As partes distais das artérias umbilicais formam os ligamentos umbilicais médios, e as partes proximais permanecem abertas, assim como as artérias vesicais superiores. ↠ O fechamento da veia umbilical e do ducto arterioso ocorre logo após o fechamento das artérias umbilicais. Assim, o sangue da placenta pode entrar no recém-nascido por algum tempo após o nascimento. Após a obliteração, a veia umbilical forma o ligamento redondo hepático na margem inferior do ligamento falciforme. O ducto venoso, que segue do ligamento redondo até a veia cava inferior, também é ocluído e forma o ligamento venoso. ↠ O fechamento do ducto arterioso ocorre pela contração da sua parede muscular quase imediatamente após o nascimento e é mediado pela bradicinina, uma substância liberada pelos pulmões durante a insuflação inicial. Acredita-se que a oclusão anatômica completa pela proliferação da íntima leve entre 1 e 3 meses. No adulto, o ducto arterioso ocluído forma o ligamento arterioso. ↠ O fechamento do forame oval é causado pelo aumento de pressão no átrio esquerdo combinado com diminuição da pressão do lado direito. A primeira respiração pressiona o septo primário contra o septo secundário. Entretanto, durante os primeiros dias de vida, esse fechamento é reversível. O choro do recém-nascido cria um desvio da direita para a esquerda, que é responsável por episódios cianóticos dos recém-nascidos. A aposição constante leva gradualmente à fusão dos dois septos em cerca de 1 ano. Contudo, em 20% dos indivíduos, um fechamento anatômico perfeito nunca ocorre havendo assim, a persistência do forame oval. Circulação Fetal Circulação Neonatal Pulmão Não é funcional. Logo, o feto não respira É funcional, substituído pela placenta Orifício oval, ducto arterioso e ducto venoso Funcionam Param de funcionar Vasos umbilicais Necessários Não necessários Esfíncter do ducto venoso Não contraído Contraído Pressão sanguínea na veia cava inferior e no átrio direito Alta em relação a extrauterina Baixa em relação a fetal Fluxo sanguíneo pulmonar Alto Baixo Paredes das artérias Menos delgadas Mais delgadas Orifício oval Aberto Fechado Aorta Menor pressão Maior pressão EXPLICAR A EMBRIOLOGIA CARDÍACA POR SEMANA A embriologia cardíaca é um processo complexo que ocorre ao longo de várias semanas durante o desenvolvimento embrionário. Vou explicar as principais etapas da embriologia cardíaca por semana: 1ª semana: • Durante a primeira semana, ocorre a fertilização do óvulo pelo espermatozoide, formando o zigoto. • O zigoto passa por divisões celulares sucessivas, formando uma estrutura chamada mórula. • A mórula se transforma em blastocisto, que consiste em uma massa celular interna e uma camada externa. 2ª semana: • Durante a segunda semana, o blastocisto se implanta no endométrio do útero. • A massa celular interna do blastocisto se diferencia em duas camadas: o epiblasto e o hipoblasto. • O epiblasto dá origem às três camadas germinativas: ectoderma, mesoderma e endoderma. 3ª semana: • Durante a terceira semana, o mesoderma lateral forma duas faixas chamadas primitivos cardíacos. • Os primitivos cardíacos se fundem para formar o tubo cardíaco. • O tubo cardíaco começa a bater, iniciando as contrações cardíacas primordiais. 4ª semana: • Durante a quarta semana, o tubo cardíaco se divide em três partes: bulbo cardíaco, ventrículo primitivo e átrio primitivo. • O bulbo cardíaco se divide em tronco arterial e cone arterial. • O ventrículo primitivo se divide em ventrículo esquerdo e direito. • O átrio primitivo se divide em átrio esquerdo e direito. 5ª semana: • Durante a quinta semana, as células do coração começam a se diferenciar em diferentes tipos celulares, como cardiomiócitos e células endoteliais. • As válvulas cardíacas começam a se formar a partir de espessamentos nas paredes do tubo cardíaco. 6ª semana: • Durante a sexta semana, os vasos sanguíneos começam a se desenvolver a partir do tronco arterial e do cone arterial. • O tronco arterial se divide em aorta e tronco pulmonar. • O cone arterial se divide em artérias pulmonares e artéria aorta. 7ª semana: • Durante a sétima semana, o septo interventricular começa a se formar, separando os ventrículos esquerdo e direito. • O septo atrial também começa a se formar, separando os átrios esquerdo e direito. CITAR AS PRINCIPAIS MALFORMAÇÕES CONGÊNITAS As malformações congênitas são alterações estruturais presentes desde o nascimento de um indivíduo. Existem várias malformações congênitas que podem afetar diferentes sistemas do corpo, incluindo o sistema cardiovascular. Aqui estão algumas das principais malformações congênitas relacionadas ao coração: 1. Defeitos do septo atrial: • Comunicação interatrial (CIA): uma abertura anormal entre os átrios esquerdo e direito. • Forame oval patente (FOP): falha no fechamento do forame oval após o nascimento. 2. Defeitos do septo ventricular: • Comunicação interventricular (CIV): uma abertura anormal entre os ventrículos esquerdo e direito. • Defeito do septo ventricular muscular: falha no desenvolvimento adequado do septo ventricular. 3. Estenose pulmonar: • Estreitamento da válvula pulmonar, dificultando o fluxo sanguíneo para os pulmões. 4. Coarctação da aorta: • Estreitamento da aorta, resultando em fluxo sanguíneo reduzido para o resto do corpo. 5. Tetralogia de Fallot: • Uma combinação de quatro defeitos cardíacos: estenose pulmonar, comunicação interventricular, deslocamento da aorta sobreposta ao septo ventricular e hipertrofia ventricular direita. 6. Transposição das grandes artérias: • As artérias aorta e pulmonar estão trocadas, resultando em circulação sanguínea anormal. 7. Persistência do canal arterial: • Falha no fechamento do canal arterial após o nascimento, resultando em fluxo sanguíneo anormal entre a aorta e a artéria pulmonar. Essas são apenas algumas das principais malformações congênitas relacionadas ao coração. Cada uma delas pode variar em gravidade e requer avaliação e tratamento adequados por parte de um especialista em cardiologia pediátrica. DIFERENCIAR A CIRCULAÇÃO DO FETO PARA UM RECEM NASCIDO A circulação fetal é diferente da circulação de um recém-nascido, pois o feto recebe oxigênio e nutrientes da mãe através da placenta, enquanto o recém-nascido precisa começar a respirar por conta própria. Aqui estão as principais diferenças entre a circulação fetal e a circulação de um recém-nascido: Circulação Fetal: 1. Placenta: O feto recebe oxigênio e nutrientes da mãe através da placenta. 2. Circulação pulmonar reduzida: A maior parte do sangue que chega aospulmões é desviada através do ducto arterioso para a aorta descendente, evitando os pulmões. 3. Forame oval patente: Existe uma abertura no septo atrial chamada forame oval, que permite que o sangue flua diretamente do átrio direito para o átrio esquerdo, evitando os pulmões. 4. Ducto arterioso patente: Existe um canal chamado ducto arterioso que conecta a artéria pulmonar à aorta, permitindo que o sangue desvie dos pulmões. Circulação do Recém-Nascido: 1. Pulmões funcionais: Após o nascimento, os pulmões se expandem e começam a funcionar, permitindo a troca de oxigênio e dióxido de carbono. 2. Fechamento do ducto arterioso: O ducto arterioso normalmente se fecha nos primeiros dias após o nascimento devido a mudanças hormonais e ao aumento da pressão arterial nos pulmões. 3. Fechamento do forame oval: O aumento do fluxo sanguíneo nos átrios e a pressão arterial mais alta no lado esquerdo do coração ajudam a fechar o forame oval. 4. Circulação pulmonar aumentada: Com os pulmões funcionais, o sangue é direcionado para os pulmões para a oxigenação adequada. Essas são as principais diferenças entre a circulação fetal e a circulação de um recém-nascido. É importante ressaltar que essas mudanças ocorrem naturalmente após o nascimento e são essenciais para a adaptação do bebê à vida fora do útero materno. Resumo da primeira semana • Os oócitos são produzidos pelos ovários (oogênese) e são expelidos deles durante a ovulação. As fímbrias da tuba uterina varrem o oócito para a ampola, onde ele pode ser fecundado. Geralmente somente um oócito é expelido na ovulação. • Os espermatozoides são produzidos nos testículos (espermatogênese) e armazenados nos epidídimos. A ejaculação do sêmen resulta na deposição de milhões de espermatozoides na vagina. Várias centenas deles passam através do útero e entram nas tubas uterinas. • Quando um oócito é penetrado por um espermatozoide, ele completa a segunda divisão meiótica. Como resultado, um oócito maduro e um segundo corpo polar são formados. O núcleo do oócito maduro constitui o pronúcleo feminino. • Após o espermatozoide entrar no oócito, a cabeça dele se separa da cauda e aumenta para se tornar o pronúcleo masculino. A fecundação se completa quando os pronúcleos masculino e feminino se unem e os cromossomos maternos e paternos se misturam durante a metáfase da primeira divisão mitótica do zigoto. • À medida que o zigoto passa ao longo da tuba uterina em direção ao útero, sofre clivagens (uma série de divisões mitóticas) em várias células menores, os blastômeros. Aproximadamente três dias após a fecundação, uma esfera de 12 ou mais blastômeros (a mórula) entra no útero. • Uma cavidade se forma na mórula, convertendo-a em blastocisto, que é formado pelo embrioblasto, pela cavidade blastocística e pelo trofoblasto. O trofoblasto encapsula o embrioblasto e a cavidade blastocística e depois irá formar estruturas extraembrionárias e a porção embrionária da placenta. • Quatro a 5 dias após a fecundação, a zona pelúcida desaparece e o trofoblasto adjacente ao embrioblasto se adere ao epitélio endometrial • O trofoblasto do polo embrionário se diferencia em duas camadas, uma externa, o sinciciotrofoblasto e outra interna, o citotrofoblasto. O sinciciotrofoblasto invade o epitélio endometrial e o tecido conjuntivo adjacente. Concomitantemente, forma-se uma camada cuboidal de hipoblasto na superfície inferior do embrioblasto. Ao final da primeira semana, o blastocisto está superficialmente implantado no endométrio. Resumo da segunda semana • Assim que o blastocisto completa a implantação no endométrio uterino ocorre uma rápida proliferação e diferenciação do trofoblasto. • As mudanças no endométrio resultantes da adaptação desses tecidos em preparação para a implantação são denominadas de reação decidual. • Concomitantemente, forma-se a vesícula umbilical primitiva e ocorre o desenvolvimento do mesoderma extraembrionário. O celoma (cavidade) extraembrionário forma-se a partir de espaços presentes no mesoderma extraembrionário. Posteriormente, o celoma se torna a cavidade coriônica. • A vesícula umbilical primitiva diminui e desaparece gradativamente conforme ocorre o desenvolvimento da vesícula umbilical secundária. • A cavidade amniótica aparece entre o citotrofoblasto e o embrioblasto. • O embrioblasto se diferencia em um disco embrionário bilaminar formado pelo epiblasto, voltado para a cavidade amniótica, e pelo hipoblasto, adjacente à cavidade blastocística. • O desenvolvimento da placa pré-cordal, um espessamento localizado no hipoblasto, indica a futura região cranial do embrião e o futuro local da boca; a placa pré-cordal também é um importante organizador da região da cabeça. Resumo da terceira semana • O disco embrionário bilaminar é convertido em um disco embrionário trilaminar durante a gastrulação. Essas alterações começam com o aparecimento da linha primitiva, que surge no início da terceira semana como um espessamento do epiblasto na extremidade caudal do disco embrionário. • A linha primitiva resulta da migração de células do epiblasto para o plano mediano do disco. A invaginação das células epiblásticas a partir da linha primitiva dá origem as células mesenquimais que migram ventral, lateral e cranialmente entre o epiblasto e o hipoblasto. • Logo que a linha primitiva começa a produzir células mesenquimais, o epiblasto passa a ser conhecido como ectoderma embrionário. Algumas células do epiblasto deslocam o hipoblasto e formam o endoderma embrionário. As células mesenquimais produzidas pela linha primitiva logo se organizam em uma terceira camada germinativa, o mesoderma intraembrionário ou embrionário, ocupando a área entre o antigo hipoblasto e as células do epiblasto. As células do mesoderma migram para as bordas do disco embrionário, onde se unem ao mesoderma extraembrionário que reveste o âmnio e a vesícula umbilical. • Ao final da terceira semana, o embrião é um disco embrionário oval e achatado. O mesoderma existe entre o ectoderma e o endoderma do disco em toda a sua extensão, exceto na membrana bucofaríngea; no plano mediano, ocupado pela notocorda e na membrana cloacal. • No início da terceira semana, as células mesenquimais da linha primitiva formam o processo notocordal, entre o ectoderma e o endoderma embrionário. O processo notocordal se estende do nó primitivo até a placa pré-cordal. Formam-se aberturas no assoalho do canal notocordal, que logo coalescem, formando a placa notocordal. Essa placa se invagina para formar a notocorda, o eixo primitivo do embrião ao redor do qual se forma o esqueleto axial (p. ex., a coluna vertebral). • A placa neural aparece como um espessamento do ectoderma do embrião, induzido pelo desenvolvimento da notocorda. Um sulco neural longitudinal se desenvolve na placa neural, e é margeado pelas pregas neurais. A fusão das pregais neurais forma o tubo neural, o primórdio do SNC. • À medida que as pregas neurais se fusionam para formar o tubo neural, as células neuroectodérmicas formam a crista neural entre o ectoderma superficial e o tubo neural. • O mesoderma de cada lado da notocorda se condensa para formar colunas longitudinais de mesoderma paraxial, que, até o final da terceira semana, dão origem aos somitos. • O celoma (cavidade) no interior do embrião surge como espaços isolados no mesoderma lateral e no mesoderma cardiogênico. As vesículas celômicas em seguida coalescem formando uma única cavidade, em formato de ferradura, que, posteriormente, originam as cavidades do corpo. • Os vasos sanguíneos aparecem primeiro na parede da vesícula umbilical, do alantoide e do córion. Eles se desenvolvem no interior do embrião logo em seguida. As hemácias fetais se desenvolvem a partir de precursores hematopoiéticos diferentes. • O coração primitivo é representado pelos tubos cardíacos endocárdicos pareados. Até o final da terceira semana, os tubos cardíacos se fundiram, formando um coração tubular, que está unido aos vasos sanguíneos do embrião, da vesícula umbilical, do córione do pedículo de conexão, formando um sistema cardiovascular primitivo. • As vilosidades coriônicas primárias se tornam vilosidades coriônicas secundárias quando adquirem um eixo central mesenquimal. Antes do final da terceira semana, ocorre o desenvolvimento de capilares transformando-as em vilosidades coriônicas terciárias. As extensões citotrofoblásticas das vilosidades-tronco se unem para formar uma capa citotrofoblástica que ancora o saco coriônico no endométrio.