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DESCRIÇÃO
Compreensão das diretrizes e dos fundamentos das políticas nacionais de saúde do
trabalhador e da segurança do trabalho.
PROPÓSITO
As políticas nacionais de saúde do trabalhador e da segurança do trabalho definem os
objetivos do Estado brasileiro nesse campo. A compreensão das diretrizes de tal
política é fundamental para o desenvolvimento do pensamento crítico do profissional
atuante na segurança do trabalho.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
Reconhecer os conceitos fundamentais em saúde do trabalhador
MÓDULO 2
Identificar a política nacional de saúde do trabalhador
MÓDULO 3
Identificar a política nacional de segurança do trabalho
INTRODUÇÃO
A IMPORTÂNCIA DAS POLÍTICAS
PÚBLICAS
MÓDULO 1
 Reconhecer os conceitos fundamentais em saúde do trabalhador
LIGANDO OS PONTOS
Foto: Shutterstock.com
Empresas multinacionais precisam adaptar-se não somente às legislações como
também aos contextos políticos dos diversos países em que atuam. Nesse sentido, o
sistema de saúde brasileiro é bastante complexo e de difícil compreensão até para os
próprios habitantes do país. No entanto, é importante lembrar que o Sistema Único de
Saúde foi criado em 1990 e vem sofrendo diversas e profundas modificações desde
então.
Na área de saúde do trabalhador, deve-se dar destaque aos relatórios das
Conferências Nacionais de Saúde do Trabalhador, os quais apontam as diretrizes que
a sociedade civil organizada entende como os marcos das políticas de saúde nesse
campo no país. Desse modo, vamos conhecer, neste conteúdo, a evolução dos
conceitos relativos à saúde do trabalhador, a evolução do sistema de proteção à
saúde do trabalhador e das políticas de saúde e segurança do trabalho. Portanto,
entender e aplicar os conceitos dessas políticas pode fazer diferença significativa na
inserção de uma empresa multinacional no país.
O caso a seguir é baseado em uma história real, e as atividades que veremos buscam
desenvolver o raciocínio crítico e a aplicabilidade das políticas e dos conceitos que
serão estudados neste conteúdo.
Desde o ano de 2010, a siderúrgica alemã Ternium, também conhecida como
Companhia Siderúrgica do Atlântico (TKCSA), opera em sua unidade de Santa Cruz,
no Rio de Janeiro. Segundo dados disponíveis no site da empresa, a siderúrgica já
produziu 5 milhões de placas de aço, 8 mil empregos e investiu 11 bilhões de reais no
país. Desde então, moradores das comunidades adjacentes têm relatado a presença
de poeira fina de origem desconhecida em seus quintais, bem como o aumento de
casos de pessoas com sintomas respiratórios. A empresa de grande porte tem gerado
empregos e oportunidades indiretas de negócios na região, contudo tem sofrido a
pressão de grupos políticos para que encerre suas atividades por causa do fenômeno
que foi batizado de “chuva de prata”.
De acordo com relatório de estudo realizado pela Escola Nacional de Saúde
Pública/Fiocruz sobre a composição do material coletado, há a presença de:
... FERRO E VÁRIAS OUTROS ELEMENTOS
QUÍMICOS COMPÕEM O MATERIAL
PARTICULADO EM QUESTÃO, COMO CÁLCIO,
MANGANÊS, SILÍCIO, ENXOFRE, ALUMÍNIO,
MAGNÉSIO, ESTANHO, TITÂNIO, ZINCO E
CÁDMIO, DENTRE OUTROS.
(ENSP/FIOCRUZ, 2011)
Diversas ações judiciais foram movidas contra a empresa por causa desse fenômeno.
Após a leitura do case, é hora de aplicar seus conhecimentos! Vamos ligar
esses pontos?
1. VOCÊ COMO ENGENHEIRO DE SEGURANÇA DO TRABALHO
FOI CONVIDADO A COMPOR UM COMITÊ PARA DETECTAR A
ORIGEM DO PROBLEMA E APONTAR POSSÍVEIS SOLUÇÕES
PARA A CHUVA DE PRATA. A SUA ATUAÇÃO NESTE PROBLEMA
ESPECÍFICO, QUE A PRINCÍPIO NÃO ESTÁ ATINGINDO OS
TRABALHADORES DE SUA EMPRESA, ENQUADRA-SE EM QUAL
CONCEITO A SEGUIR?
A) Medicina do trabalho.
B) Saúde ocupacional.
C) Saúde do trabalhador.
D) Engenharia preventiva.
E) Engenharia sanitária.
2. ALGUNS INTEGRANTES DA DIRETORIA DA EMPRESA NÃO
ACEITAM SUA PARTICIPAÇÃO NO COMITÊ DE CRISE POR
ACREDITAR QUE SUA ATUAÇÃO DEVE SER EXCLUSIVAMENTE
PARA PROTEGER OS TRABALHADORES DA EMPRESA; NESTE
CASO, AGINDO NO AMBIENTE DO TRABALHO. A VISÃO DOS
INTEGRANTES DESSA DIRETORIA SE ENQUADRA EM QUAL DOS
CONCEITOS ABAIXO?
A) Medicina do trabalho.
B) Saúde ocupacional.
C) Saúde do trabalhador.
D) Engenharia preventiva.
E) Engenharia sanitária.
GABARITO
1. Você como engenheiro de segurança do trabalho foi convidado a compor um
comitê para detectar a origem do problema e apontar possíveis soluções para a
chuva de prata. A sua atuação neste problema específico, que a princípio não
está atingindo os trabalhadores de sua empresa, enquadra-se em qual conceito
a seguir?
A alternativa "C " está correta.
O conceito de saúde do trabalhador é o mais abrangente possível e enquadra não
somente os trabalhadores da empresa Ternium, mas também todos os trabalhadores
das adjacências que são afetados pela contaminação, bem como consideram o
impacto socioambiental causado pela empresa.
2. Alguns integrantes da diretoria da empresa não aceitam sua participação no
comitê de crise por acreditar que sua atuação deve ser exclusivamente para
proteger os trabalhadores da empresa; neste caso, agindo no ambiente do
trabalho. A visão dos integrantes dessa diretoria se enquadra em qual dos
conceitos abaixo?
A alternativa "B " está correta.
O conceito de saúde ocupacional entende que a atuação das equipes deve ter como
objetivo promover a segurança do trabalho atuando no ambiente da própria empresa.
3. COMPREENDENDO OS ASPECTOS POLÍTICOS
ENVOLVIDOS E AS CONCEPÇÕES MAIS
MODERNAS DE SAÚDE DO TRABALHADOR,
QUAL DECISÃO VOCÊ TOMARIA QUANTO À SUA
PARTICIPAÇÃO? JUSTIFIQUE SUA RESPOSTA.
RESPOSTA
Os conceitos mais modernos de saúde do trabalhador entendem que a preocupação quanto
impacto na comunidade adjacente deve ser uma preocupação da empresa. Portanto, você p
sugerir:
Treinamento da comunidade para lidar com a “poeira” em caso de contaminação acident
Melhorias nos canais de comunicação com a comunidade.
Informação continuada aos trabalhadores da empresa sobre o status do problema.
javascript:void(0)
POR QUE PRECISAMOS DEFINIR OS
CONCEITOS?
O SURGIMENTO DA MEDICINA DO
TRABALHO
O mundo do trabalho, embora presente desde o início da civilização, tem a sua
relação com a saúde humana estudada de forma relativamente recente. Poucos
registros antigos foram encontrados sobre o assunto.
Atribui-se ao médico italiano Bernardino Ramazzini (1633-1714) os primeiros registros
formais de estudos relacionando o trabalho a doenças específicas. Em 1700, ele
publicou a obra De Morbis Artificum Diatriba (Doenças do Trabalho), que relacionava
os riscos à saúde ocasionados por produtos químicos e outros agentes encontrados
por trabalhadores em mais de 50 ocupações. Dessa forma, o médico italiano é
considerado o fundador da medicina do trabalho. Acredita-se ter sido a partir dos
estudos de Ramazzini que o questionamento sobre a profissão dos doentes passou a
fazer parte da anamnese dos médicos.
Imagem: Autor desconhecido / WikimediaCommons / Domínio Público
 Médico italiano Bernardino Ramazzini (1633-1714).
O PRIMEIRO SERVIÇO MÉDICO
INDUSTRIAL
Imagem: Danielle Ribeiro
O advento da Revolução Industrial foi fundamental para a consolidação da medicina
do trabalho, e o primeiro serviço de medicina do trabalho regular de que se tem
notícia surgiu na Inglaterra em 1830.
Nesse sentido, visando regularizar a medicina do trabalho em sua fábrica têxtil, —
pois nenhum de seus operários tinha acesso à assistência médica, a não ser àquela
oferecida por instituições filantrópicas, — Robert Dernham buscou informações com
seu médico, o doutor Robert Baker, para que o auxiliasse, como empresário, a
resolver tal situação. Baker aconselha Dernham a contratar um médico de sua
confiança para que servisse de intermediário entre ele, os trabalhadores e o público
em geral. Seu trabalho consistiria em visitar todos os compartimentos das fábricas e
verificar de que forma o trabalho estaria influenciando na saúde dos empregados
(MENDES e DIAS, 1991). Assim, em 1830,Dernham teve a ideia de contratar Baker
para trabalhar em sua fábrica têxtil, caracterizando-se, dessa forma, o primeiro serviço
de medicina do trabalho.
CARACTERÍSTICAS DO PRIMEIRO SERVIÇO
MÉDICO INDUSTRIAL
De acordo com Mendes e Dias (1991), esses serviços deveriam:
Imagem: Danielle Ribeiro
Ser dirigidos por pessoas de inteira confiança do proprietário da indústria e que se
dispusessem a defendê-lo.
Imagem: Danielle Ribeiro
Ser centrados na figura do médico.
Imagem: Danielle Ribeiro
Concentrar exclusivamente aos médicos a prevenção dos danos à saúde resultantes
dos riscos do trabalho.
Imagem: Danielle Ribeiro
Transferir ao médico a responsabilidade pela ocorrência dos problemas de saúde.
ESSE PRIMEIRO SERVIÇO MÉDICO INDUSTRIAL FOI UM
MARCO PARA O INÍCIO DE MUDANÇAS REFERENTES
AO SUPRIMENTO DAS NECESSIDADES DOS
TRABALHADORES, PORÉM, COM O PASSAR DO
TEMPO, MOSTROU-SE INSUFICIENTE, SENDO ASSIM
SUBSTITUÍDO POR OUTROS SERVIÇOS MAIS
ADEQUADOS AO CONTEXTO HISTÓRICO DE CADA
PERÍODO.
A DIFERENÇA ENTRE MEDICINA DO
TRABALHO, SAÚDE OCUPACIONAL E
SAÚDE DO TRABALHADOR
MEDICINA DO TRABALHO
Como já dissemos, a medicina do trabalho surgiu na Revolução Industrial, em 1830.
Tal advento da associação da Medicina na linha de trabalho foi altamente necessário,
pois os trabalhadores eram expostos a processos de produção tão acelerados que
hoje seriam considerados desumanos, devido à inviabilidade produtiva perante
constantes adoecimentos dos trabalhadores (MENDES e DIAS, 1991).
 ATENÇÃO
Importante ressaltar que a medicina do trabalho possui aspecto tão somente curativo
e biológico, o seu objetivo principal é recuperar a saúde do trabalhador para que ele
continue produzindo. Nessa visão, o trabalho é visto com uma peça de máquina.
Imagem: Danielle Ribeiro
Em 1959, foi criada a recomendação 112 sobre a medicina do trabalho. Tal
recomendação teve sua aprovação na Conferência Internacional do Trabalho, e foi
criada através do conhecimento empírico adquirido pelos relatos do impacto da
medicina do trabalho na indústria daqueles países, que, naquela época, eram
considerados industrializados.
Segundo Mendes e Dias (1991), o serviço de medicina do trabalho designa um
serviço organizado nos locais de trabalho ou em suas imediações, destinado a:
Assegurar a proteção aos trabalhadores contra todo o risco que prejudique sua saúde
e que possa resultar de seu trabalho ou das condições em que este se efetue.
Contribuir à adaptação física e mental, em particular pela adequação do trabalho e
pela sua colocação em lugares de trabalho correspondentes às suas aptidões.
Contribuir ao estabelecimento e manutenção do nível mais elevado possível do bem-
estar físico e mental dos trabalhadores.
SAÚDE OCUPACIONAL
O conceito de saúde ocupacional surgiu nas grandes empresas, junto com o conceito
de higiene industrial.
A SAÚDE OCUPACIONAL ATUA COMPLEMENTANDO A
MEDICINA DO TRABALHO, POIS ESTA ATUA
IDENTIFICANDO, ANALISANDO E INTERVINDO DE
FORMA A MITIGAR OS PROBLEMAS DE SAÚDE
ORIUNDOS DA ATIVIDADE EXERCIDA PELO
TRABALHADOR NO AMBIENTE LABORAL (MENDES E
DIAS, 1991).
No entanto, o modelo aplicado no segmento de saúde ocupacional ainda é limitado e
enfrenta algumas dificuldades que impedem o cumprimento de seu objetivo. Para
Mendes e Dias (1991), os motivos existentes para que a saúde ocupacional não
consiga atingir seus objetivos são:
Imagem: Danielle Ribeiro
O modelo mantém o referencial da medicina do trabalho firmado no mecanicismo.
Imagem: Danielle Ribeiro
Não concretiza o apelo à interdisciplinaridade: as atividades apenas se justapõem de
maneira desarticulada e são dificultadas pelas lutas corporativas.
Imagem: Danielle Ribeiro
A capacitação de recursos humanos, a produção de conhecimento e de tecnologia de
intervenção não acompanham o ritmo da transformação dos processos de trabalho.
Imagem: Danielle Ribeiro
O modelo, apesar de focar a questão no coletivo de trabalhadores, continua a abordá-
los como "objeto" das ações de saúde.
Imagem: Danielle Ribeiro
A manutenção da saúde ocupacional no âmbito do trabalho, em detrimento do setor
Saúde.
 ATENÇÃO
O principal objeto de trabalho da saúde ocupacional é a segurança do trabalho.
SAÚDE DO TRABALHADOR
Com a insuficiência do modelo de saúde ocupacional, surge um movimento social
renovado e revigorado nos países industrializados do mundo ocidental, mas que se
espalha pelo mundo afora. Esse contexto é marcado por questionamentos sobre o
sentido da vida, o valor da liberdade, o significado do trabalho na vida, que abalaram
a confiança no Estado.
Imagem: Danielle Ribeiro
A saúde do trabalhador tem um sentido mais amplo, busca, além da cura e da
prevenção/segurança, a promoção da saúde do trabalhador, a qualidade de vida no
trabalho e inclui conceitos subjetivos como o conceito do “trabalho digno” ou ainda
“trabalho decente”. Para Mendes e Dias (1991), esse processo leva, em alguns
países, à exigência da participação dos trabalhadores nas questões de saúde e
segurança. Com a resposta ao movimento social e dos trabalhadores, novas políticas
sociais tomam a roupagem da lei, introduzindo significativas mudanças na legislação
do trabalho e, em especial, nos aspectos de saúde e segurança do trabalhador. E é
nesse contexto que surge o modelo de saúde do trabalhador, com conquistas dos
trabalhadores e sua participação direta no que diz respeito aos assuntos de saúde e
segurança no ambiente de trabalho.
Ainda Segundo Mendes e Dias (1991), o objeto da saúde do trabalhador pode ser
definido como o processo de saúde e doença dos grupos humanos em sua relação
com o trabalho. Representa um esforço de compreensão desse processo (como e por
que ocorre) e do desenvolvimento de alternativas de intervenção que levem à
transformação em direção à apropriação pelos trabalhadores, da dimensão humana
do trabalho.
NESSA TRAJETÓRIA, A SAÚDE DO TRABALHADOR
ROMPE COM A CONCEPÇÃO HEGEMÔNICA QUE
ESTABELECE UM VÍNCULO CAUSAL ENTRE A DOENÇA
E UM AGENTE ESPECÍFICO, OU A UM GRUPO DE
FATORES DE RISCO PRESENTES NO AMBIENTE DE
TRABALHO, E TENTA SUPERAR O ENFOQUE QUE
SITUA SUA DETERMINAÇÃO NO SOCIAL, REDUZIDO AO
PROCESSO PRODUTIVO, DESCONSIDERANDO A
SUBJETIVIDADE.
Imagem: Danielle Ribeiro
O advento do conceito atual de saúde do trabalhador coincide com os movimentos
que mudaram de forma significativa o sistema nacional de saúde brasileiro e
culminaram com a criação do Sistema Único de Saúde (SUS) nos anos 1990. Assim,
o tema “saúde do trabalhador” fez parte dos debates nas conferências nacionais de
saúde e é uma das competências do SUS definidas em nossa Constituição Federal
(art. 200).
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. DETERMINADA EMPRESA CRIA UM SERVIÇO DE
ATENDIMENTO A SEUS FUNCIONÁRIOS COM A PRESENÇA
SOMENTE DO PROFISSIONAL MÉDICO. ESTA É UMA
CARACTERÍSTICA DE QUAL MODELO?
A) Medicina do trabalho.
B) Saúde ocupacional.
C) Saúde do trabalhador.
D) Preventivismo.
E) Segurança Ocupacional.
2. MARQUE A ALTERNATIVA QUE CORRESPONDA A UMA DAS
CARACTERÍSTICAS DO MODELO DE SAÚDE DO TRABALHADOR.
A) Surgiu na Inglaterra na primeira metade do século XIX.
B) Serviços dirigidos por pessoas de inteira confiança do proprietário da indústria e
que se dispusessem a defendê-lo.
C) Serviços centrados na figura do médico.
D) Equipes multidisciplinares, trabalhador visto de forma integral, integração de ações
de promoção, proteção e recuperação da saúde.
E) Ser baseada exclusivamente na prevenção.
GABARITO
1. Determinada empresa cria um serviço de atendimento a seus funcionários
com a presença somente do profissional médico. Esta é uma característica de
qual modelo?
A alternativa "A " está correta.
A medicina do trabalho é uma atividade estritamente médica e não contempla outros
aspectos da saúde do trabalhador.
2. Marque a alternativa que corresponda a uma das características do modelo de
saúde do trabalhador.
A alternativa "D " está correta.
No modelo de saúde do trabalhador, o trabalhador é visto de forma holísticae não
somente como uma peça de uma máquina.
MÓDULO 2
 Identificar a política nacional de saúde do trabalhador
LIGANDO OS PONTOS
Foto: Shutterstock.com
Vamos estudar, neste módulo, a organização do Sistema Único de Saúde e sua
atuação na saúde do trabalhador e a política nacional de saúde do trabalhador. A
observância desses pressupostos e políticas pode ser necessária para uma atuação
correta, tal como a ocorrida no caso da empresa Ternium. Assim sendo, vamos
observar novos aspectos desse caso, dessa vez utilizando esses pressupostos na
hora de tomar decisões.
A empresa siderúrgica Ternium tem sido acusada de causar poluição ambiental e
doenças respiratórias nos moradores das comunidades adjacentes à indústria, na
zona oeste do Rio de Janeiro. Diversas ações judiciais solicitam reparações aos
danos causados. Você como engenheiro de segurança do trabalho e integrante do
comitê de crise deve ajudar a fazer o diagnóstico de problema e apontar soluções.
Após a leitura do case, é hora de aplicar seus conhecimentos! Vamos ligar
esses pontos?
1. UM DOS PRESSUPOSTOS DA POLÍTICA NACIONAL DA SAÚDE
DO TRABALHADOR É “CONSIDERAR A ARTICULAÇÃO ENTRE:
AS AÇÕES INDIVIDUAIS DE ASSISTÊNCIA E DE RECUPERAÇÃO
DOS AGRAVOS, COM AÇÕES COLETIVAS DE PROMOÇÃO,
PREVENÇÃO, VIGILÂNCIA DOS AMBIENTES, PROCESSOS E
ATIVIDADES DE TRABALHO, E DE INTERVENÇÃO SOBRE OS
FATORES DETERMINANTES DA SAÚDE DOS TRABALHADORES”.
ASSIM SENDO, QUAL DAS AÇÕES ABAIXO MAIS SE ADÉQUA A
ESTA DIRETRIZ?
A) Promover campanhas de esclarecimento na comunidade que contenham
propagandas com brindes, carros de som, panfletagem, faixas e uma autoridade
competente ministrando palestras periódicas.
B) Entrar em contato com os serviços de saúde locais, debater sobre os possíveis
efeitos da “poeira”, obter dados sobre os casos suspeitos de contaminação atendidos,
colocar à disposição da comunidade serviços de saúde para atendimento à
população.
C) Oferecer serviços médicos à comunidade, junto com serviços de dedetização,
educação sobre higiene e inspeções periódicas por autoridades nos ambientes
laborais.
D) Capacitar os trabalhadores informais da comunidade quanto às formas de
proteção, formas de alimentação, formas de hidratação e inserção corretas de
vitaminas e minerais.
E) Encerrar as atividades da indústria de acordo com o princípio da precaução,
visando à proteção da linhagem de produção: maquinários e insumo.
2. AO DEFINIR POSSÍVEIS INTERVENÇÕES SOBRE O PROBLEMA,
SERÁ NECESSÁRIO ESTABELECER QUAIS SÃO OS GRUPOS
PRIORITÁRIOS PARA SEREM CONTEMPLADOS PELAS AÇÕES.
DE ACORDO COM A POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE DO
TRABALHADOR E DA TRABALHADORA (PNSTT) QUAIS
DEVERIAM SER OS GRUPOS PRIORITÁRIOS?
A) Os trabalhadores da empresa Ternium.
B) Os funcionários públicos dos serviços de saúde da região.
C) As crianças, os adolescentes e os idosos.
D) Os trabalhadores da Ternium de menor renda.
E) Os trabalhadores informais da região, os moradores em maior situação de risco de
exposição à poeira.
GABARITO
1. Um dos pressupostos da política nacional da saúde do trabalhador é
“considerar a articulação entre: As ações individuais de assistência e de
recuperação dos agravos, com ações coletivas de promoção, prevenção,
vigilância dos ambientes, processos e atividades de trabalho, e de intervenção
sobre os fatores determinantes da saúde dos trabalhadores”. Assim sendo, qual
das ações abaixo mais se adéqua a esta diretriz?
A alternativa "B " está correta.
As ações de atendimento, prevenção e vigilância estão de acordo com os
pressupostos da política.
2. Ao definir possíveis intervenções sobre o problema, será necessário
estabelecer quais são os grupos prioritários para serem contemplados pelas
ações. De acordo com a Política Nacional de Saúde do Trabalhador e da
Trabalhadora (PNSTT) quais deveriam ser os grupos prioritários?
A alternativa "E " está correta.
A Política Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora deverá contemplar
todos os trabalhadores, priorizando, entretanto, pessoas e grupos em situação de
maior vulnerabilidade, como aqueles inseridos em atividades ou em relações
informais e precárias de trabalho; em atividades de maior risco para a saúde etc.
3. OS GESTORES LOCAIS DOS SERVIÇOS DE
SAÚDE PROCURAM O SESMT (SERVIÇOS
ESPECIALIZADOS EM ENGENHARIA DE
SEGURANÇA E EM MEDICINA DO TRABALHO) DA
TERNIUM PARA OBTER INFORMAÇÕES SOBRE
POSSÍVEIS CASOS DE INTOXICAÇÃO PELA
“POEIRA” ENTRE OS TRABALHADORES DA
EMPRESA. DE ACORDO COM OS
PRESSUPOSTOS DA PNSTT, QUAL DEVERIA SER
A DECISÃO DO SESMT?
RESPOSTA
Deveria decidir sobre a disponibilização dos dados, uma vez que a Vigilância em Saúde do
Trabalhador é uma atribuição do SUS, voltada a todos os trabalhadores, e cuja principal funç
obter dados para avaliação, planejamento e tomada de decisão.
POLÍTICAS DE SAÚDE DO
TRABALHADOR: DE ONDE VIEMOS E
javascript:void(0)
PARA ONDE VAMOS?
A SAÚDE DO TRABALHADOR NO
BRASIL
A saúde do trabalhador passa a ter nova definição e novo delineamento institucional a
partir da Constituição Federal de 1988, com a regulamentação do Sistema Único de
Saúde (SUS). Mas como era a organização dos serviços de saúde que atendiam os
trabalhadores antes do SUS?
A história da saúde do trabalhador no Brasil esbarra com a história da saúde da
população geral e com a evolução das políticas públicas de saúde, trabalho e
aposentadoria. Vejamos a respeito dessa evolução.
DÉCADA DE 1920
A história dos trabalhadores sempre foi marcada por altos índices de acidentes de
trabalho e adoecimentos. As questões voltadas para a saúde dos trabalhadores
começam a ter uma atenção mais específica por volta da década de 1920, com a
criação, em 1923, da Lei nº 4.682 de 24 de janeiro, de autoria do deputado Eloy
Chaves.
Tal lei instituiu o sistema de Caixas de Aposentadorias e Pensão (CAPs), tendo como
objetivos: pagamentos previdenciários (aposentadorias, pensões, auxílios, entre
outros) e assistência médica e farmacêutica a empregados e dependentes. Para
alguns autores, devido ao seu “caráter previdenciário”, essa lei é considerada o ponto
de partida, no Brasil, da Previdência Social propriamente dita.
PERÍODO 1930 – 1945
Também conhecido como a “Era Vargas”, esse período foi marcado por muitas
mudanças na política e na economia do país. No governo de Getúlio Vargas, houve a
ascensão da industrialização, a criação da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e
as leis sobre acidentes de trabalho. Com a criação da Comissão Interna de Prevenção
de Acidentes, as empresas passaram a constituir seus próprios “serviços médicos”,
regulamentação da jornada de trabalho, criação da Lei de Sindicalização e instituiu-se
o Ministério do Trabalho.
PERÍODO 1964 – 1985
Período marcado pela Ditadura Militar, que resultou no golpe dado pelos militares em
1964, com o afastamento do presidente João Goulart, tendo como sucessor o
Marechal Castelo Branco. As principais características do regime militar no Brasil são:
Cassação de direitos políticos de opositores.
Repressão aos movimentos sociais e manifestações de oposição.
Censura aos meios de comunicação.
Uso de métodos violentos contra os opositores ao regime.
Proibição dos reajustes salariais.
Aumento do número de acidentes de trabalho.
Proibição de greves (sindicatos perdem a autonomia).
Criação do Instituto de Previdência Social (INPS).
O período entre 1969 e 1973 também ficou conhecido como o “milagre econômico”,
devido ao forte crescimento da economia, com altos investimentos em infraestrutura.
Porém, após esse período, o Brasil mergulhou em um grande endividamento externo
e interno.
PERÍODO 1985 ATÉ OS DIAS ATUAIS
Também conhecido como período de “transição democrática”, foi marcado por
diversas mudanças no contexto político do Brasil, tais como: o movimento “Diretas
Já”, que reivindicava o retorno das eleições diretas para presidente da República; o
fim da Ditadura Militar; a promulgação da nova Constituição da República Federativa
do Brasil (1988); a mudança no processode produção.
AS CONFERÊNCIAS NACIONAIS DE
SAÚDE DO TRABALHADOR
As Conferências Nacionais de Saúde do Trabalhador representam um avanço no que
se refere às discussões voltadas para o trabalhador. Estão inseridas em contextos
políticos, econômicos e sociais que conferem a elas uma representatividade e uma
legitimidade na implementação de políticas e ações, no âmbito da saúde do
trabalhador. Os pressupostos da primeira conferência foram fundamentais para a
formulação das diretrizes sobre saúde do trabalhador na lei orgânica da saúde.
1ª CONFERÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE DO
TRABALHADOR
Imagem: Danielle Ribeiro
A 1ª Conferência Nacional de saúde do trabalhador nasceu em um momento de
mudanças ocorridas no setor da saúde. Após a 8ª Conferência Nacional de Saúde –
CNS (1986), que propiciou um avanço significativo no rumo de uma nova política
nacional de saúde, ficou evidente que as transformações necessárias exigiam a
vontade política do Estado e a determinação da Sociedade Civil, no sentido de
promover a inadiável Reforma Sanitária.
Dessa forma, uma das conclusões geradas na 8ª CNS foi que também existe a
necessidade de um sistema nacional de saúde que responda aos anseios da
população, no que se refere à questão Saúde e Trabalho. Nesse sentido, se tornou de
grande importância a promoção de uma conferência específica para debates sobre as
questões relacionadas a Saúde e Trabalho.
RELATÓRIO FINAL DA 1ª CONFERÊNCIA
NACIONAL DE SAÚDE DO TRABALHADOR
O Relatório Final da 1ª CNST foi aprovado no dia 05 de dezembro de 1986 e teve
como subsídio os relatórios elaborados ao longo da Conferência, por 15 grupos de
trabalho. Os eixos abordados no Relatório Final foram:
Imagem: Danielle Ribeiro
Diagnóstico da situação de saúde dos trabalhadores.
Imagem: Danielle Ribeiro
Novas alternativas de atenção à saúde dos trabalhadores.
Imagem: Danielle Ribeiro
Política nacional de saúde dos trabalhadores.
O CONCEITO DE SAÚDE DO TRABALHADOR
NÃO PODE SER LIMITADO APENAS AO ÂMBITO
DA FÁBRICA, TAMPOUCO À SUA FORMULAÇÃO
ESTRITAMENTE BIOLÓGICA. É NECESSÁRIO
QUE SE ENTENDA A SAÚDE COMO
DETERMINADA PELOS PROCESSOS SOCIAIS
MAIS ABRANGENTES, ENTENDENDO-A,
PORTANTO, COMO UM CONCEITO INTEGRAL E
DINÂMICO, LEVANDO-SE EM CONTA QUE A
SAÚDE É DETERMINADA SIMULTANEAMENTE
PELAS CONDIÇÕES DE VIDA E PELAS
CONDIÇÕES DE TRABALHO. ASSIM SENDO, A
SITUAÇÃO DA SAÚDE DO TRABALHADOR É
RESULTADO DE UM LONGO PROCESSO
HISTÓRICO, DESDE OS TEMPOS DA
COLONIZAÇÃO, PROCESSO QUE SE
CARACTERIZOU PELA CONSTANTE
EXPLORAÇÃO DO TRABALHO, MAIS
ACENTUADA AINDA EM RELAÇÃO AO
TRABALHADOR RURAL.
(CNST, 1986)
De acordo com o levantamento das informações realizadas para esta Conferência, os
fatores apontados como agravantes para a saúde dos trabalhadores foram: a disputa
de mercado pelos produtores de equipamento de saúde, a mercantilização do
atendimento à saúde, além da atuação corporativista de alguns profissionais da área
de saúde.
O momento político vivenciado pelo país à época foi caracterizado por descaso das
autoridades com o problema da saúde do trabalhador. As dificuldades reais de acesso
dos trabalhadores aos serviços públicos com funções específicas nas áreas de
reabilitação e fisioterapia são:
Imagem: Danielle Ribeiro
Desintegração dos diversos organismos públicos na área de prestação de serviços.
Imagem: Danielle Ribeiro
Existência de leis sobrepostas.
Imagem: Danielle Ribeiro
Não comprometimento do Estado com seu dever e responsabilidade, delegando, ora
aos sindicatos ora ao empresariado (vide convênio empresa) atribuições como
assistência médica, fato que já havia sido denunciado pelos trabalhadores.
CONVENÇÕES E RECOMENDAÇÕES
DA ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL
DO TRABALHO (OIT)
O Brasil, como país membro da Organização Internacional de Trabalho (OIT),
ratifica convenções e recomendações, sendo uma delas a Convenção 155, que
prevê a adoção de políticas nacionais de saúde e trabalho, além de ser uma das
diretrizes seguidas pelo país para a elaboração de políticas públicas que favorecem
os trabalhadores.
CONVENÇÃO 155
A Convenção 155 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) prevê a adoção
de políticas nacionais coerentes de saúde e trabalho, bem como o desenvolvimento
de ações a serem efetivadas pelos governos e empresas para promover a segurança
e a saúde no trabalho e melhorar as condições laborais. O Brasil, como membro da
OIT, ratificou, em 1992, tal Convenção, comprometendo-se a criar estratégias para a
implementação de políticas voltadas aos trabalhadores.
Os 30 artigos que compõem a Convenção 155 da Organização Mundial do Trabalho
foram divididos em cinco partes com relação a: aplicações e definições, princípios,
ações e disposições finais.
AS POLÍTICAS VOLTADAS AO
TRABALHADOR
Antes da criação das duas recentes e importantes políticas que favorecem o
trabalhador (Política Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora – 2012, e
Política Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho – 2011), devemos levar em
consideração que muitas ações foram implementadas no intuito de minimizar os
prejuízos aos trabalhadores advindos do seu contexto de trabalho.
AS POLÍTICAS PÚBLICAS LEVADAS A CABO
PELAS ÁREAS DO TRABALHO E PREVIDÊNCIA
CARACTERIZARAM-SE PELA PROTEÇÃO DA
SAÚDE DOS TRABALHADORES, DE FORMA
TUTELADA, CONSIDERANDO-OS AGENTES
PASSIVOS NA RELAÇÃO SAÚDE-TRABALHO,
ENTENDENDO A PRESERVAÇÃO DA SAÚDE NO
TRABALHO COMO EXIGÊNCIA CONTRATUAL DE
TRABALHO, E NÃO COMO DIREITO PLENO DE
CIDADANIA E TRANSFERINDO A CORPORAÇÕES
TÉCNICAS A DECISÃO DO QUE É MELHOR PARA
A SAÚDE DOS TRABALHADORES, SEM
NECESSARIAMENTE OUVI-LOS.
(OLIVEIRA, 1994 apud OLIVEIRA; VASCONCELLOS, 2000)
É certo que muitas ações não conseguiram atingir os objetivos propostos,
principalmente as criadas antes da implementação do Sistema Único de Saúde
(SUS).
Ainda segundo Oliveira e Vasconcellos (2000), a reformulação do sistema de saúde
brasileiro, estabelecida pela Constituição de 1988 e suas legislações
regulamentadoras e complementares, na mesma medida do estabelecimento de
diretrizes para uma nova política nacional de saúde, propuseram uma nova
configuração da área, “inaugurando” uma política nacional de saúde do trabalhador,
no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).
Com relação aos assuntos voltados aos trabalhadores, ao mencionarmos as ações
elaboradas para a promoção da saúde e da segurança no ambiente de trabalho, faz-
se necessário refletir sobre as competências de cada ministério, que, em conjunto,
complementam-se, principalmente, na atuação no campo da vigilância da saúde.
A ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO
DE SAÚDE
Imagem: Danielle Ribeiro
A Constituição Federal foi promulgada no dia 5 de outubro de 1988. Nela, são
definidos os direitos dos cidadãos, sejam eles individuais, coletivos, sociais ou
políticos, e são estabelecidos limites para o poder dos governantes.
Entre os direitos dos cidadãos, podemos destacar o assegurado no art. 196:
“A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido políticas sociais e
econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso
universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e
recuperação”.
Através do Sistema Único de Saúde (SUS), o Estado assegura o atendimento à saúde
da população de forma universal, integral e equânime, por meio de políticas que
visam à promoção, à proteção e à recuperação da saúde. Os SUS é um sistema
único: todos os entes federativos seguem as mesmas leis e regras, têm as mesmas
finalidades e trabalham de forma integrada. O acesso é universal, ou seja, todo
cidadão tem direito aos serviços de saúde e tem como uma de suas principais
diretrizes o atendimento integral, isto é, para todas as necessidades de saúde.
Os serviços de saúde são organizados em formato de rede regionalizada e
hierarquizada. Logo, em cada Estado, são formadas as “regiões de saúde” que devem
possuir um conjunto mínimo de serviços para atender a população, que são:

Atenção primária

Urgência e emergência
Atenção psicossocial

Atenção ambulatorial especializada e hospitalar

Vigilância à saúde
Os serviços são hierarquizados, isto é, organizados em níveis de complexidade
crescentes. O acesso é dado pelos serviços chamados de “portas de entrada”:
Imagem: Danielle Ribeiro
Atenção primária.
Imagem: Danielle Ribeiro
Urgência e emergência.
Imagem: Danielle Ribeiro
Atenção psicossocial.
Imagem: Danielle Ribeiro
Serviços especiais de acesso aberto.
Os serviços de média e de alta complexidade são acessados via encaminhamentos
(referências) dos serviços de porta de entrada. Dentro dessa rede de serviços,
existem aqueles que atendem acidentes de trabalho sem serem especializados nisso,
tais como os serviços de atenção básica, urgência e emergência. Serviços
especializados, como os CERESTs (Centro de Referência em Saúde do Trabalhador)
sem contar os serviços de vigilância em saúde.
O SUS E A SAÚDE DO TRABALHADOR
De acordo com a Constituição Federal, no art. 200, compete ao SUS, entre outras
atribuições: executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como as
de saúde do trabalhador, e ainda, colaborar na proteção do meio ambiente, nele
incluído o do trabalho.
A lei orgânica da saúde define o que significa saúde do trabalhador no SUS:
ENTENDE-SE POR SAÚDE DO TRABALHADOR,
PARA FINS DESTA LEI, UM CONJUNTO DE
ATIVIDADES QUE SE DESTINA, ATRAVÉS DAS
AÇÕES DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA E
VIGILÂNCIA SANITÁRIA, À PROMOÇÃO E
PROTEÇÃO DA SAÚDE DOS TRABALHADORES,
ASSIM COMO VISA À RECUPERAÇÃO E À
REABILITAÇÃO DA SAÚDE DOS
TRABALHADORES SUBMETIDOS AOS RISCOS E
AGRAVOS ADVINDOS DAS CONDIÇÕES DE
TRABALHO.
(LF8080/1990)
O SUS assegura a assistência ao trabalhador das seguintes formas (LF8080/1990,
art. 16):
Assistência ao trabalhador vítima de acidente de trabalho ou portador de doença
profissional e do trabalho.
Participação, no âmbito de competência do Sistema Único de Saúde (SUS), em
estudos, pesquisas, avaliação e controle dos riscos e agravos potenciais à
saúde existentes no processo de trabalho.
Participação, no âmbito de competência do Sistema Único de Saúde (SUS), da
normatização, fiscalização e controle das condições de produção, extração,
armazenamento, transporte, distribuição e manuseio de substâncias, produtos,
máquinas e equipamentos que apresentem riscos à saúde do trabalhador.
Avaliação do impacto que as tecnologias provocam à saúde.
Informação ao trabalhador, sua respectiva entidade sindical e a empresas sobre
os riscos de acidente de trabalho, doença profissional e do trabalho, bem como
os resultados de fiscalizações, avaliações ambientais e exames de saúde
(admissionais, periódicos e demissionais), respeitados os preceitos da ética
profissional.
Participação na normatização, fiscalização e controle dos serviços de saúde do
trabalhador nas instituições e empresas públicas e privadas.
Revisão periódica da listagem oficial de doenças originadas no processo de
trabalho, tendo, na sua elaboração, a colaboração das entidades sindicais.
A garantia ao sindicato dos trabalhadores de requerer ao órgão competente a
interdição de máquina, setor de serviço ou de todo o ambiente de trabalho,
quando houver exposição a risco iminente para a vida ou saúde dos
trabalhadores.
Não podemos esquecer que cabe à direção nacional do SUS a participação na
formulação e na implantação das políticas relativas às condições e aos
ambientes de trabalho, além de participar da definição de normas, critérios e
padrões para controle das condições e dos ambientes de trabalho e coordenar a
política de saúde do trabalhador.
⇋ Utilize a rolagem horizontal
Embora, no papel, tudo isso já exista desde a década de 1990, a configuração de uma
rede específica para a saúde do trabalhador tem sido construída lentamente. Outro
aspecto importante é que o mundo do trabalho busca por mudanças profundas desde
então, surgindo, assim, a necessidade de se criar a política específica para a saúde
dos trabalhadores.
POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE DO
TRABALHADOR E DA TRABALHADORA
CONTEXTUALIZAÇÃO
Imagem: Danielle Ribeiro
Em 2002, foi criada a Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador
(RENAST), por meio da Portaria nº 1.679/GM, com objetivo de disseminar ações de
saúde do trabalhador, articuladas às demais redes do Sistema Único de Saúde, SUS.
A RENAST foi criada segundo a lógica vigente da saúde do trabalhador, todavia o
mundo do trabalho tem passado por mudanças drásticas que tornaram mister pensar
em uma política mais moderna e atualizada. Os condicionantes a seguir influenciaram
a criação da Política Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora (PNSTT):
Precarização do mercado de trabalho.
Aumento da informalidade.
Inovações tecnológicas.
Desorganização dos centros urbanos.
Mudanças nas relações sociais.
Coexistência de processos de trabalho arcaicos com modernos.
Aumento de trabalhadores recebendo remuneração variável por produtividade.
Aumento da rotatividade nas empresas, aumento de excedente de mão de obra.
⇋ Utilize a rolagem horizontal
A política nacional de saúde do trabalhador de 23 de agosto de 2012 (Portaria 1.823)
define princípios, diretrizes e estratégias que devem ser observadas pelo SUS, para
que haja o desenvolvimento de planos e programas voltados à saúde do trabalhador.
Para tal, a Portaria 1.823 define que é necessário se preocupar com: vigilância,
promoção, proteção da saúde dos trabalhadores e redução da
morbimortalidade.
Segundo o art. 3º da Portaria, todos os trabalhadores, homens e mulheres,
independentemente de sua localização, urbana ou rural, de sua forma de inserção
no mercado de trabalho, formal ou informal, de seu vínculo empregatício, público
ou privado, assalariado, autônomo, avulso, temporário, cooperativados, aprendiz,
estagiário, doméstico, aposentado ou desempregado, são sujeitos a essa política.
A POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE DO TRABALHADOR E
DA TRABALHADORA ALINHA-SE COM O CONJUNTO DE
POLÍTICAS DE SAÚDE NO ÂMBITO DO SUS, POIS É UMA
POLÍTICA TRANSVERSAL.
Importante não confundir a PNSTT com as normas regulamentadoras (NRs).
Normas regulamentadoras (NRs)
As normas são de observância aos trabalhadores em regime de CLT e seu principal
foco é a segurança do trabalho.

PNSTT
Tem um escopo mais abrangente, aplica-se a qualquer trabalhador: começa na
promoção da saúde e vai até a recuperação do trabalhador vítima de acidente de
trabalho.
PRINCÍPIOS E DIRETRIZES DA POLÍTICA
NACIONAL DE SAÚDE DO TRABALHADOR
E DA TRABALHADORA
As sete principais diretrizes da Política Nacional de Saúde do Trabalhador e da
Trabalhadora são:
I
UNIVERSALIDADE
A política é destinada a todos os trabalhadores.
INTEGRALIDADE
A política integra ações de promoção, proteção, tratamento, manutenção e
recuperação da saúde.
II
III
PARTICIPAÇÃO DA COMUNIDADE, DOS
TRABALHADORES E DO CONTROLE SOCIAL
Os trabalhadores são parte fundamental na gestão da política.
DESCENTRALIZAÇÃO
A gestão da política é única em cada esfera de governo.
IV
V
HIERARQUIZAÇÃO
A Política Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho (PNSST) está inserida na rede
SUS, organizada em serviços de níveis de complexidade crescente.
EQUIDADE
As pessoas devem ser atendidas e os recursos devem ser divididos de acordo com as
necessidades.
VI
VII
PRECAUÇÃO
Segundo este princípio, nenhum risco deve ser assumido quando o conhecimento
científico ainda está incompleto.
Segundo o art. 6º da Portaria 1.823, para estabelecer uma boa política de segurança
e saúde do trabalhador, em âmbito nacional, é necessário realizar a articulação entre:
Imagem: Danielle Ribeiro
As ações individuais de assistência e de recuperação dos agravos, com ações
coletivas de promoção, prevenção, vigilância dos ambientes, processos e atividades
de trabalho, e de intervenção sobre os fatores determinantes da saúde dos
trabalhadores.
Imagem: Danielle Ribeiro
As ações de planejamento e avaliação com as práticas de saúde.
Imagem: Danielle Ribeiro
Oconhecimento técnico e os saberes, experiências e subjetividade dos trabalhadores
e, destes, com as respectivas práticas institucionais.
DOS CONTEMPLADOS PELA PNSTT
A realização da articulação tratada nesta política requer mudanças substanciais nos
processos de trabalho em saúde, na organização da rede de atenção e na atuação
multiprofissional e interdisciplinar, que contemplem a complexidade das relações
trabalho-saúde.
OBJETIVOS DA POLÍTICA NACIONAL DE
SAÚDE DO TRABALHADOR E DA
TRABALHADORA
A Política Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora, tem por objetivo
promover a segurança à saúde do trabalhador no ambiente de trabalho. Diante disso,
a Portaria 1.823 cita em seu art. 8º, primeiro inciso, os objetivos desta política, que
são:
I. Fortalecer e integrar os componentes da Vigilância em Saúde do
Trabalhador (VISAT), o que pressupõe:
Identificação das atividades produtivas da população trabalhadora e das
situações de risco à saúde dos trabalhadores no território.
Identificação das necessidades, demandas e problemas de saúde dos
trabalhadores no território.
Realização da análise da situação de saúde dos trabalhadores.
Intervenção nos processos e ambientes de trabalho.
Produção de tecnologias de intervenção, de avaliação e de monitoramento das
ações de VISAT.
Controle e avaliação da qualidade dos serviços e programas de saúde do
trabalhador, nas instituições e empresas públicas e privadas.
Produção de protocolos, de normas técnicas e regulamentares.
Participação dos trabalhadores e suas organizações.
⇋ Utilize a rolagem horizontal
A Vigilância em Saúde do Trabalhador é uma atividade fundamental para que o
sistema de saúde possa diagnosticar, planejar e avaliar as ações implementadas no
campo da saúde do trabalhador. Para garantir tal afirmação, existe o inciso II do art. 8º
da Portaria 1.823:
II. Promover a saúde em ambientes e processos de trabalhos saudáveis, o
que pressupõe:
Estabelecimento e adoção de parâmetros protetores da saúde dos trabalhadores
nos ambientes e processos de trabalho.
Fortalecimento e articulação das ações de vigilância em saúde, identificando os
fatores de risco ambiental, com intervenções tanto nos ambientes e processos
de trabalho como no entorno, tendo em vista a qualidade de vida dos
trabalhadores e da população circunvizinha.
Representação do setor saúde/saúde do trabalhador nos fóruns e instâncias de
formulação de políticas setoriais e intersetoriais e às relativas ao
desenvolvimento econômico e social.
Inserção, acompanhamento e avaliação de indicadores de saúde dos
trabalhadores e das populações circunvizinhas nos processos de licenciamento
e nos estudos de impacto ambiental.
Inclusão de parâmetros de proteção à saúde dos trabalhadores e de
manutenção de ambientes de trabalho saudáveis nos processos de concessão
de incentivos ao desenvolvimento, nos mecanismos de fomento e outros
incentivos específicos.
Contribuição na identificação e erradicação de situações análogas ao trabalho
escravo.
Contribuição na identificação e erradicação de trabalho infantil e na proteção do
trabalho do adolescente.
Desenvolvimento de estratégias e ações de comunicação de risco, educação
ambiental e em saúde do trabalhador.
⇋ Utilize a rolagem horizontal
Lendo o inciso segundo, fica clara a preocupação da política com a promoção da
saúde do trabalhador, ou seja, capacitar o trabalhador para atuar na melhoria da
própria saúde. Outro importante objetivo da portaria é o combate ao trabalho escravo
e ao trabalho que se equipare analogamente à escravidão, como podemos ler no
inciso terceiro:
III. Garantir a integralidade na atenção à saúde do trabalhador, que
pressupõe a inserção de ações de saúde do trabalhador em todas as
instâncias e pontos da Rede de Atenção à Saúde do SUS, mediante
articulação e construção conjunta de protocolos, linhas de cuidado e
matriciamento da saúde do trabalhador na assistência e nas estratégias e
dispositivos de organização e fluxos da rede, considerando os seguintes
componentes:
Atenção primária em saúde.
Atenção especializada, incluindo serviços de reabilitação.
Atenção pré-hospitalar, de urgência e emergência, e hospitalar.
Rede de laboratórios e de serviços de apoio diagnóstico.
Assistência farmacêutica.
Sistemas de informações em saúde.
Sistema de regulação do acesso.
Sistema de planejamento, monitoramento e avaliação das ações.
Sistema de auditoria.
Promoção e vigilância à saúde, incluindo a vigilância à saúde do trabalhador.
⇋ Utilize a rolagem horizontal
Já no quarto inciso, há a preocupação da qualificação do SUS em relação à atenção
que deve ser dada à saúde do trabalhador, como podemos ver:
IV. Ampliar o entendimento de que a saúde do trabalhador deve ser
concebida como uma ação transversal,devendo a relação saúde/trabalho ser
identificada em todos os pontos e instâncias da rede de atenção.
⇋ Utilize a rolagem horizontal
Outro objetivo da Portaria 1.823 é o de que a saúde do trabalhador deve ultrapassar
todas as políticas públicas, o que significa que tal prática não pode ser uma
exclusividade, mas deve estar presente em todos os âmbitos e setores, como
podemos ver nos incisos quinto, sexto e sétimo da portaria:
V. Incorporar a categoria trabalho como determinante do processo
saúde/doença dos indivíduos e da coletividade, incluindo-a nas análises de
situação de saúde e nas ações de promoção em saúde.
VI. Assegurar que a identificação da situação do trabalho dos usuários seja
considerada nas ações e serviços de saúde do SUS, e que a atividade de
trabalho realizada pelas pessoas, com suas possíveis consequências para a
saúde, seja considerada no momento de cada intervenção em saúde.
VII. Assegurar a qualidade da atenção à saúde do trabalhador usuário do SUS.
⇋ Utilize a rolagem horizontal
ESTRATÉGIAS DA POLÍTICA NACIONAL DE
SAÚDE DO TRABALHADOR E DA
TRABALHADORA
Para que exista uma efetividade na PNSTT, é necessário, além de estabelecer
objetivos, definir estratégias de ação para garantir que haja uma maior abrangência,
com maior efetividade, na maior velocidade de propagação possível da política.
Pensando nisso, foi escrito no art. 9º da Portaria 1.823 as estratégias a serem
adotadas e seguidas:
Integração da Vigilância em Saúde do Trabalhador com os demais componentes
da Vigilância em Saúde e com a Atenção Primária em Saúde.
Análise do perfil produtivo e da situação de saúde dos trabalhadores.
Fortalecimento e ampliação da articulação intersetorial.
Estímulo à participação da comunidade, dos trabalhadores e do controle social.
Desenvolvimento e capacitação de recursos humanos.
Apoio ao desenvolvimento de estudos e pesquisas.
Estruturação da Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador
(RENAST) no contexto da Rede de Atenção à Saúde.
Destacam-se entre as estratégias, o fortalecimento da articulação intersetorial, ou
seja, a articulação do setor saúde com outros órgãos e sistemas fora do campo da
saúde. Outro destaque é o apoio ao desenvolvimento de estudos e pesquisas, pois
esta tarefa é fundamental para gerar novos conhecimentos sobre riscos e métodos de
proteção e prevenção.
ATRIBUIÇÕES DOS GESTORES DO SUS
Para que estratégias sejam seguidas e os objetivos alcançados, são necessárias
equipes especializadas e dedicadas ao ofício de assegurar a qualidade de vida do
trabalhador no ambiente do trabalho, zelando por sua saúde e segurança. Diante
disso, também é necessário existir a figura do gestor, o qual é responsável por atribuir
funções e delegar missões às equipes. Podemos entender melhor o papel dos
gestores do SUS ao ler o art. 10 da Portaria 1.823, como segue abaixo:
São responsabilidades da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
em seus âmbitos administrativos, além de outras que venham a ser pactuadas pelas
comissões intergestoras:
1
2
3
4
5
6
1
Garantir a transparência, a integralidade e a equidade no acesso às ações e aos
serviços de saúde do trabalhador.
2Orientar e ordenar os fluxos das ações e dos serviços de saúde do trabalhador.
3
Monitorar o acesso às ações e aos serviços de saúde do trabalhador.
4
Assegurar a oferta regional das ações e dos serviços de saúde do trabalhador.
5
Estabelecer e garantir a articulação sistemática entre os diversos setores
responsáveis pelas políticas públicas para analisar os diversos problemas que afetam
a saúde dos trabalhadores e pactuar uma agenda prioritária de ações intersetoriais.
6
Desenvolver estratégias para identificar situações que resultem em risco ou produção
de agravos à saúde, adotando e/ou fazendo adotar medidas de controle quando
necessário.
As comissões intergestoras são órgãos de pactuação entre os gestores do SUS. São
3 comissões: a Tripartite (CIT), de âmbito nacional e composta por representantes das
3 esferas de governo; a Bipartite (CIB), de âmbito estadual e composta por
representantes de estados e municípios; e as CIR, de âmbito regional.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. UM TRABALHADOR DE UMA INDÚSTRIA TÊXTIL DÁ ENTRADA
EM UM PRONTO-SOCORRO VÍTIMA DE ACIDENTE DE TRABALHO.
QUAL DEVERIA SER A CONDUTA CORRETA DA EQUIPE DE
SAÚDE NO PLANTÃO?
A) Fazer os primeiros socorros, preencher o prontuário e anexá-lo ao registro de
acidentes da empresa, e encaminhar para o SESMT da organização.
B) Atender o trabalhador como se fosse um paciente comum.
C) Atender todas as necessidades do trabalhador, notificar o possível acidente de
trabalho e registrar em seu prontuário todas as informações relativas à origem do
acidente.
D) Registrar a ocorrência de acidentes junto ao corpo de bombeiros, e à polícia, e
encaminhar o paciente para o INSS.
E) Encaminhar o paciente de volta ao SESMT da empresa, como indica a Portaria
1.823, art. 9º do SUS.
2. A PARTIR DO CONHECIMENTO DA POLÍTICA NACIONAL DE
SAÚDE DO TRABALHADOR E DA TRABALHADORA, QUAL DAS
AÇÕES ABAIXO VOCÊ IDENTIFICA COMO UMA ESTRATÉGIA
PARA A IMPLEMENTAÇÃO DA POLÍTICA?
A) Separação da Vigilância em Saúde do Trabalhador dos demais componentes da
Vigilância em Saúde e com a Atenção Primária em Saúde.
B) Análise do perfil produtivo e da situação de saúde dos trabalhadores regidos pela
CLT, como registrar o art. 1º da Portaria 1.823 do SUS.
C) Fortalecimento e ampliação da articulação exclusivamente intrasetorial, através do
SESMT da empresa e da Vigilância em Saúde.
D) Estímulo à participação da comunidade, dos trabalhadores e do controle social e
de agentes do mercado financeiro.
E) Estruturar a Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador (RENAST)
em função da Rede de Atenção à Saúde.
GABARITO
1. Um trabalhador de uma indústria têxtil dá entrada em um pronto-socorro
vítima de acidente de trabalho. Qual deveria ser a conduta correta da equipe de
saúde no plantão?
A alternativa "C " está correta.
A Constituição Federal em seu art. 196 diz que a saúde é direito de todos e dever do
Estado; logo, o fato de a empresa ter responsabilidade sobre a saúde do trabalhador
não exclui as responsabilidades do SUS.
2. A partir do conhecimento da Política Nacional de Saúde do Trabalhador e da
Trabalhadora, qual das ações abaixo você identifica como uma estratégia para a
implementação da política?
A alternativa "E " está correta.
A estruturação da RENAST em modelo de rede de atenção à saúde é fundamental,
pois a correta articulação entre os serviços facilita o acesso dos trabalhadores aos
serviços de saúde e ainda organiza o fluxo de informações.
MÓDULO 3
 Identificar a política nacional de segurança do trabalho
LIGANDO OS PONTOS
Foto: Shutterstock.com
A política nacional de saúde e segurança do trabalho tem como seus principais
aspectos o conceito da intersetorialidade. É uma política que integra ações dos
Ministérios da Saúde, Trabalho e Emprego (ou órgão equivalente) e da Previdência
Social. Em determinadas situações, é fundamental a integração desses órgãos para
que o princípio da integralidade seja alcançado.
De acordo com essa política, vamos analisar o case a seguir:
Sete funcionários de um posto de saúde no bairro de Senador Camará, no Rio de
Janeiro, passaram mal e precisaram de atendimento médico após tomarem café,
sendo um deles hospitalizado. Os funcionários da unidade básica de saúde possuem
vínculos empregatícios diferentes, uma parte é formada por funcionários públicos
estatutários, e outra parte por funcionários terceirizados, regidos pela CLT. Os
funcionários públicos não possuem uma equipe de SESMT à sua disposição, o que
ocorre com os funcionários da empresa contratada. Assim, os procedimentos de
prevenção a atendimento são diferentes de acordo com o vínculo dos funcionários.
Após a leitura do case, é hora de aplicar seus conhecimentos! Vamos ligar
esses pontos?
1. QUAL DOS PRINCÍPIOS DA PNSST INDICA QUE O
ATENDIMENTO DOS DIFERENTES GRUPOS DE TRABALHADORES
SEJA EQUITATIVO?
A) Inserção total dos trabalhadores naturais do Brasil, no sistema nacional de
promoção e proteção da saúde.
B) Promoção da harmonia da legislação de proteção e saúde, e articular as ações de
promoção, proteção, prevenção, assistência.
C) Reparação do setor de saúde público propiciando a reabilitação do setor de saúde
privado.
D) Necessidade de promoção de estratégias especiais para atividades laborais
periculosas.
E) Determinação de um setor especializado em levantamento de informações em
saúde do trabalhador.
2. EM ALGUNS CASOS, TRABALHADORES TERCEIRIZADOS
PODEM POSSUIR VÍNCULOS TRABALHISTAS FRÁGEIS, POR ISSO
PODEM FICAR MAIS VULNERÁVEIS E MENOS PROTEGIDOS DE
DOENÇAS OCUPACIONAIS E ACIDENTES DE TRABALHO. QUAL
DOS OBJETIVOS DO PLANSAT (PLANO NACIONAL DE
SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO) ABAIXO, VISA PROTEGER
OS TRABALHADORES MAIS VULNERÁVEIS?
A) Criação e implementação da legislação e a imposição governamental das ações de
promoção, proteção, prevenção, assistência.
B) Reparação da saúde do trabalhador, por meio da implementação do SESMT como
prevista pela NR 01 e NHO 09.
C) Identificação de atividades laborais de alto risco, para catalogação, e inserção
prioritária no SUS.
D) Formação adequada em medicina com ênfase na saúde do trabalhador, e de
engenharia para segurança do trabalhador.
E) Inserção no sistema nacional de promoção e proteção da saúde, de todos os
trabalhadores em território nacional.
GABARITO
1. Qual dos princípios da PNSST indica que o atendimento dos diferentes
grupos de trabalhadores seja equitativo?
A alternativa "B " está correta.
Há a necessidade de alinhar as legislações que abrangem e protegem a saúde no
ambiente de trabalho, com o intuito de manter a equidade no sistema.
2. Em alguns casos, trabalhadores terceirizados podem possuir vínculos
trabalhistas frágeis, por isso podem ficar mais vulneráveis e menos protegidos
de doenças ocupacionais e acidentes de trabalho. Qual dos objetivos do
PLANSAT (Plano Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho) abaixo, visa
proteger os trabalhadores mais vulneráveis?
A alternativa "E " está correta.
A inclusão de todos os trabalhadores no sistema nacional de promoção e proteção da
saúde garante que todos tenham acesso à prevenção, à proteção e à reabilitação,
inclusive aqueles trabalhadores fora do mercado formal de trabalho.
3. VOCÊ COMO INTEGRANTE DA SESMT DA
EMPRESA TERCEIRIZADA FOI CONVIDADO A
ESTABELECER UM PLANO DE AÇÃO PARA
REDUZIR RISCOS DE INTOXICAÇÃO ALIMENTAR
NO AMBIENTE DE TRABALHO. DE ACORDO COM
OS PRINCÍPIOS DA PNSST, QUAIS
TRABALHADORES DEVEM SER
CONTEMPLADOS POR SUAS AÇÕES?
RESPOSTA
Todos os trabalhadores das unidades de saúde que possuem funcionários terceirizados de s
empresa. As ações devem incluir os funcionários estatutários e ainda os terceirizados de out
javascript:void(0)
empresas. Somente uma ação integrada poderá de fato garantir a segurança e a saúde de to
A IMPORTÂNCIA DA
INTERSETORIALIDADE
POLÍTICA NACIONAL DE SEGURANÇA
E SAÚDE NO TRABALHO (PNSST)
A Política Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho (PNSST) foi elaborada com o
objetivo de promover a saúde dostrabalhadores, assim como a segurança no
ambiente de trabalho. Essa política está sendo implementada através da execução
das suas diretrizes que constam no Plano Nacional de Segurança e Saúde no
Trabalho. Nesse plano, as ações têm prazos para serem implantadas e devem ser
avaliadas periodicamente.
Imagem: Danielle Ribeiro
A PNSST foi elaborada por uma comissão formada por representantes do governo,
empregadores e trabalhadores, na qual a formalização se deu pelo Decreto nº 7.602,
assinado no dia 07 de novembro de 2011.
Sua criação se deu a partir do entendimento do governo brasileiro em cumprir as
prioridades contidas na Agenda Nacional de Emprego e Trabalho Decente e está de
acordo com as orientações da Convenção nº 155 da Organização Internacional do
Trabalho (OIT), que dispõe sobre segurança e saúde dos trabalhadores e o meio
ambiente de trabalho. Tal política define diretrizes para atuação do país em promover
trabalho seguro e saudável, além da prevenção dos acidentes e doenças relacionadas
ao trabalho. Os responsáveis pela implementação e execução da PNSST são os
Ministérios do Trabalho e Emprego (ou órgão equivalente), da Saúde e da Previdência
Social e, neste sentido, como se caracteriza uma política pública, todos os
trabalhadores são beneficiados.
CONVENÇÃO Nº 155
A Convenção sobre Segurança e Saúde dos Trabalhadores, também chamada de
Convenção nº 155 da OIT, foi aprovada em 1981, em Genebra, e entrou em vigor no
plano internacional em 1983. No Brasil, foi ratificada em 1992, entrando em vigor em
1994. A convenção é dividida em cinco partes, distribuídas em: definição, princípio
de uma política nacional, ação no âmbito nacional, ação no âmbito da empresa e
disposições finais. A Convenção nº 155 aplica-se a todas as áreas em que existam
trabalhadores empregados, incluindo os funcionários públicos.
Quanto à elaboração de políticas voltadas para a segurança e a saúde dos
trabalhadores, a Convenção nº 155 orienta que os países-membros deverão formular
e pôr em prática uma política nacional coerente, em matéria de segurança, saúde dos
trabalhadores e de meio ambiente. Ainda segundo essa convenção, tal política deverá
ter como objetivo a prevenção dos acidentes e adoecimento relacionados ao
trabalho. Para o alcance desse objetivo, os países deverão adotar medidas a fim de
orientar os trabalhadores e empregadores acerca de suas responsabilidades na
prevenção de acidentes e adoecimento relacionados ao trabalho.
DOS PRINCÍPIOS DA PNSST
A PNSST TEM COMO PRINCÍPIOS: UNIVERSALIDADE,
PREVENÇÃO, PRECEDÊNCIA DAS AÇÕES DE
PROMOÇÃO, PROTEÇÃO E PREVENÇÃO SOBRE AS
AÇÕES DE ASSISTÊNCIA, REABILITAÇÃO E
REPARAÇÃO, DIÁLOGO SOCIAL E INTEGRALIDADE.
A implementação da PNSST se dará por meio da articulação das ações de governo
(relações de trabalho, produção, consumo, ambiente e saúde), com participação
voluntária dos representantes de trabalhadores e empregadores. Para a implantação
da PNSST, foram traçadas algumas diretrizes voltadas para a resolução dos
problemas advindos dos contextos de trabalho, que levam não só ao adoecimento,
mas, muitas vezes, às mutilações e, até mesmo, ao óbito. As diretrizes do Decreto nº
7602, de 2011, são:
1
2
3
4
5
6
7
8
9
1
Inclusão de todos os trabalhadores brasileiros no sistema nacional de promoção e
proteção da saúde.
2
Harmonização da legislação e a articulação das ações de promoção, proteção,
prevenção e assistência.
3
Reabilitação e reparação da saúde do trabalhador.
4
Adoção de medidas especiais para atividades laborais de alto risco.
5
Estruturação de rede integrada de informações em saúde do trabalhador.
6
Promoção da implantação de sistemas e programas de gestão da segurança e saúde
nos locais de trabalho.
7
Reestruturação da formação em saúde do trabalhador e em segurança no trabalho.
8
O estímulo à capacitação e à educação continuada de trabalhadores.
9
Promoção de agenda integrada de estudos e pesquisas em segurança e saúde no
trabalho.
DAS RESPONSABILIDADES DA PNSST
A cada ministério, cabem as responsabilidades específicas para a implantação da
PNSST. Porém, é importante, também, uma participação mais ativa dos
representantes dos trabalhadores e dos empregadores, em reuniões, conferências e
encontros para que possam discutir os resultados na prática das diretrizes traçadas
nessa política. De forma geral, o Ministério do Trabalho e Emprego (ou órgão
equivalente) tem como responsabilidade formular e propor as diretrizes da inspeção
do trabalho, bem como supervisionar e coordenar a execução das atividades
relacionadas com a inspeção dos ambientes de trabalho e respectivas condições de
trabalho. Ainda, acompanhar o cumprimento, em âmbito nacional, dos acordos e
convenções ratificados pelo governo brasileiro junto a organismos internacionais, em
especial à OIT, nos assuntos de sua área de competência.
Ao Ministério da Saúde, de forma geral, segundo o Decreto nº 7602, de 2011, cabe:
Fomentar a estruturação da atenção integral à saúde dos trabalhadores, envolvendo a
promoção de ambientes e processos de trabalho saudáveis.
O fortalecimento da vigilância de ambientes, processos e agravos relacionados ao
trabalho.
A assistência integral à saúde dos trabalhadores, reabilitação física e psicossocial.
Adequação e ampliação da capacidade institucional.
Ao Ministério da Previdência Social, segundo o Decreto nº 7602, de 2011, cabe:
Subsidiar a formulação e a proposição de diretrizes e normas relativas à interseção
entre as ações de segurança e saúde no trabalho e as ações de fiscalização.
Reconhecer os benefícios previdenciários decorrentes dos riscos ambientais do
trabalho.
DA GESTÃO DA PNSST
A gestão da PNSST cabe a uma comissão constituída por representantes do governo,
trabalhadores e empregadores. De uma forma geral, cabe à gestão a elaboração, o
acompanhamento e a revisão periódica do plano e da política nacional de segurança
e saúde do trabalhador, assim como a definição e implantação da divulgação dessas
políticas.
PLANO NACIONAL DE SEGURANÇA E
SAÚDE NO TRABALHO (PLANSAT)
Como vimos, para a implantação da PNSST, foram traçadas diretrizes que visam às
melhorias relacionadas à segurança e à saúde dos trabalhadores. Para a execução
dessas diretrizes, fez-se necessária a elaboração de um plano de ação, intitulado de
Plano Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho (PLANSAT). Esse plano é
formado por oito objetivos, baseados nas diretrizes da PNSST, sendo dividido por
tarefas que devem ser colocadas em prática em curto, médio e longo prazo, além de
tarefas de caráter permanente.
Imagem: Danielle Ribeiro
O PLANSAT foi lançado em abril de 2012, pelos Ministérios da Saúde, Trabalho e
Emprego e da Previdência Social. Ele foi elaborado por uma Comissão Tripartite de
Saúde e Segurança no Trabalho (CTSST), constituída por representantes do governo,
empregadores e trabalhadores.
DAS DIRETRIZES DO PLANSAT
Vejamos os prazos para que esses objetivos (diretrizes) sejam colocados em prática e
quais estratégias poderão ser adotadas.
OBJETIVO 1
OBJETIVO 2
OBJETIVO 3
OBJETIVO 4
OBJETIVO 5
OBJETIVO 6
OBJETIVO 7
OBJETIVO 8
OBJETIVO 1
Inclusão de todos os trabalhadores brasileiros no sistema nacional de promoção e
proteção da saúde. Esse objetivo é composto por cinco estratégias divididas em
ações de curto e médio prazos para serem executadas, e estratégias permanentes.
Entre as permanentes, destacamos a promoção do trabalho decente.
OBJETIVO 2
Harmonização da legislação trabalhista, sanitária, previdenciária e outras que se
relacionem com segurança e saúde do trabalhador. Nesse objetivo, são abordadas
três estratégias, divididas em ações de curto e médio prazos e ações de caráter
permanente. Nele são abordadas ações sobre o estudo dos contextos relacionados à
segurança e à saúde dos trabalhadores, assim como a divulgação e
acompanhamento das Convenções e Recomendações Internacionais.
OBJETIVO 3
Integração das ações governamentais de segurança e saúde do trabalhador.Possui
uma estratégia dividida em 13 ações de curto, médio e longo prazos, além de
algumas ações de caráter permanente. O objetivo está relacionado diretamente às
ações do governo ligadas à promoção, à proteção, à assistência e à reabilitação da
saúde do trabalhador. Nessa estratégia, destacamos a ação permanente sobre o
fortalecimento das políticas de reabilitação física e psicossocial articuladas com as
ações de prevenção.
OBJETIVO 4
Adoção de medidas especiais para atividades laborais submetidas a alto risco de
doenças e acidentes de trabalho. São cinco estratégias divididas em ações de curto e
médio prazos e ações permanentes. É um dos objetivos com mais estratégias e
ações, uma vez que, no Brasil, ainda temos um número muito elevado de acidentes
de trabalho fatais, assim como o adoecimento dos trabalhadores.
OBJETIVO 5
Estruturação de uma rede integrada de informações em segurança e saúde do
trabalhador. Tal objetivo aborda ações das estratégias voltadas para atualização de
instrumentos de coleta de dados sobre a situação dos trabalhadores, assim como a
divulgação de informações para a sociedade. De acordo com a Planilha do PNSST,
lançada em 2012, marcando o lançamento do PLANSAT, não há previsão de prazos.
OBJETIVO 6
Implementação de sistemas de gestão de segurança e saúde do trabalhador nos
setores público e privado. Objetivo que está dividido em três estratégias, com ações
voltadas para incentivos de investimentos em promoção, proteção, prevenção com
controle social, além do aperfeiçoamento dos regulamentos, instrumentos e estruturas
relacionadas à gestão de segurança e saúde do trabalhador. De acordo com a
Planilha do PNSST, lançada em 2012, marcando o lançamento do PLANSAT, não há
previsão de prazos.
OBJETIVO 7
Capacitação e educação continuada em segurança e saúde do trabalhador. Dividido
em quatro estratégias e ações de curto e médio prazos, esse objetivo apresenta
ações voltadas para a implantação nos currículos escolares de conhecimentos
básicos sobre segurança e saúde no trabalho, bem como a promoção da atualização
dos trabalhadores e seus representantes e aos empregadores sobre segurança e
saúde no trabalho.
OBJETIVO 8
Criação de uma Agenda Integrada de Estudos e Pesquisas em segurança e saúde do
trabalhador. Esse objetivo possui quatro estratégias, com ações voltadas para o
incentivo a pesquisas sobre segurança e saúde do trabalhador. De acordo com a
Planilha do PNSST, lançada em 2012, marcando o lançamento do PLANSAT, não há
previsão de prazos.
DAS ESTRATÉGIAS DO PLANSAT
As estratégias contidas no PLANSAT estão voltadas, também, para o alcance das
metas para a promoção do trabalho decente. E uma das inovações em matéria de
promoção da saúde do trabalhador está na estratégia da inclusão do assunto sobre
segurança e saúde do trabalhador, nos currículos do ensino público e privado.
Sobre saúde e segurança no trabalho, podemos entender como um conjunto de
medidas que visam proteger a integridade física e mental dos trabalhadores através
de adoção de normas, leis e convenções internacionais (ratificadas no Brasil). Para
que essas medidas sejam colocadas em prática, além de outras estratégias, as
empresas precisam contratar profissionais especializados na área da saúde e
segurança do trabalho, uma vez que estes terão condições de atuar na prevenção de
acidentes e adoecimento e na promoção da saúde dos trabalhadores.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. SOBRE AS DIRETRIZES DO PLANSAT, CORRELACIONE AS
COLUNAS DE OBJETIVOS E AÇÕES E MARQUE A ALTERNATIVA
QUE INDICA A COLUNA DA AÇÃO QUE CORRESPONDE AO SEU
RESPECTIVO OBJETIVO:
OBJETIVOS AÇÕES
1
INCLUSÃO DE TODOS
OS TRABALHADORES
BRASILEIROS NO
SISTEMA NACIONAL
DE PROMOÇÃO E
PROTEÇÃO DA
SAÚDE.
A
ESTUDO DOS
CONTEXTOS ACERCA
DA SEGURANÇA E
SAÚDE DOS
TRABALHADORES
DIVULGAÇÃO E
MONITORAMENTO DAS
CONVENÇÕES E
NOTIFICAÇÕES
INTERNACIONAIS.
2
HARMONIZAÇÃO DA
LEGISLAÇÃO
TRABALHISTA,
SANITÁRIA,
PREVIDENCIÁRIA E
OUTRAS QUE SE
RELACIONEM COM
SEGURANÇA E SAÚDE
DO TRABALHADOR.
B
ATUALIZAÇÃO DOS
INSTRUMENTOS
UTILIZADOS PARA
REALIZAÇÃO DA
COLETA DE DADOS
ACERCA DA SAÚDE
DOS
TRABALHADORES, E
DIVULGAÇÃO DESTES
DADOS EM ÂMBITO
NACIONAL.
OBJETIVOS AÇÕES
3
INTEGRAÇÃO DAS
AÇÕES
GOVERNAMENTAIS DE
SEGURANÇA E SAÚDE
DO TRABALHADOR.
C
PROMOÇÃO DO
TRABALHO DECENTE.
4
ESTRUTURAÇÃO DE
UMA REDE
INTEGRADA DE
INFORMAÇÕES EM
SEGURANÇA E SAÚDE
DO TRABALHADOR.
D
REALIZAR, SOBRE A
SAÚDE DO
TRABALHADOR:
PROMOÇÃO,
PROTEÇÃO,
ASSISTÊNCIA E
REABILITAÇÃO.
⇋ UTILIZE A ROLAGEM HORIZONTAL
A) 1-A, 2-B, 3-D, 4-C.
B) 1-B, 2-C, 3-D, 4-A.
C) 1-D,4-B,3-C,4-A.
D) 1-C, 2-A,3-D, 4-B.
E) 1-C,2-A,3-B,4-D.
2. CONSIDERANDO QUE AS NORMAS REGULAMENTADORAS
(NRS) SE APLICAM A TRABALHADORES REGIDOS PELA CLT, A
POSSÍVEL EXTENSÃO DE APLICAÇÃO AO SERVIÇO PÚBLICO É
UMA DECISÃO:
A) Errada, pois a natureza do serviço público é completamente diferente da do serviço
privado.
B) Correta, pois a aplicação das NRs no serviço público já está prevista na
Constituição.
C) Correta, pois a política nacional de segurança do trabalho prevê a adoção de
normas de segurança a todos os trabalhadores.
D) Errada, pois vai de encontro ao que diz a Convenção 155 da OIT.
E) Correta, pois, como o Brasil é signatário da Convenção 155 da OIT, é obrigado a
cumprir suas normas.
GABARITO
1. Sobre as diretrizes do PLANSAT, correlacione as colunas de objetivos e ações
e marque a alternativa que indica a coluna da ação que corresponde ao seu
respectivo objetivo:
Objetivos Ações
1
Inclusão de todos os
trabalhadores brasileiros
no sistema nacional de
promoção e proteção da
saúde.
A
Estudo dos contextos acerca
da segurança e saúde dos
trabalhadores divulgação e
monitoramento das
convenções e notificações
internacionais.
2 Harmonização da
legislação trabalhista,
sanitária, previdenciária e
outras que se relacionem
B Atualização dos instrumentos
utilizados para realização da
coleta de dados acerca da
saúde dos trabalhadores, e
Objetivos Ações
com segurança e saúde do
trabalhador.
divulgação destes dados em
âmbito nacional.
3
Integração das ações
governamentais de
segurança e saúde do
trabalhador.
C
Promoção do trabalho
decente.
4
Estruturação de uma rede
integrada de informações
em segurança e saúde do
trabalhador.
D
Realizar, sobre a saúde do
trabalhador: promoção,
proteção, assistência e
reabilitação.
⇋ Utilize a rolagem horizontal
A alternativa "D " está correta.
Cada uma das diretrizes do PLANSAT é acompanhada de um conjunto de ações, são
elas:
Inclusão de todos os trabalhadores brasileiros no sistema nacional de promoção
e proteção da saúde – Nesse campo, incluem-se ações que ampliam o acesso
do trabalhador a políticas promotoras de saúde.
Harmonização da legislação trabalhista, sanitária, previdenciária e outras que se
relacionem com segurança e saúde do trabalhador – Nesse objetivo, estão ações
que buscam atualizar as legislações de acordo com a evolução do
conhecimento.
Integração das ações governamentais de segurança e saúde do trabalhador –
Nesse item, estão as ações diretas de assistência.
Estruturação de uma rede integrada de informações em segurança e saúde do
trabalhador – Nesse item, estão ações que buscam sistematizar as informações
para as devidas tomadas de decisões.
2. Considerando que as normas regulamentadoras (NRs) se aplicam a
trabalhadores regidos pela CLT, a possível extensão de aplicação ao serviço
público é uma decisão:
A alternativa "C " está correta.
A política nacional de segurança e saúde do trabalhador deve ser aplicada a todos os
trabalhadores brasileiros.
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O conhecimento do histórico e do status das políticas nacionais de saúde do
trabalhador no Brasil é fundamental para todo profissional que trabalha nesse campo.
Por razões históricas, o engenheiro de segurança do trabalho está mais familiarizado
com as normas regulamentadoras (NRs) cujos pressupostos incluem o trabalhodo
engenheiro nas equipes de SESMT. Todavia, os objetivos de médio e longo prazo do
Estado brasileiro descritos no PLANSAT preveem a adoção dessas normas para
todos os trabalhadores brasileiros. Assim sendo, o engenheiro poderá participar dos
processos decisórios de formulação de novas políticas e normas para novos setores.
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
BRASIL. Decreto nº 7.602, de 7 de novembro de 2011. Dispõe sobre a Política
Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho - PNSST. Brasília: Presidência da
República, 2011.
BRASIL. Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990. Dispõe sobre as condições para
a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos
serviços correspondentes e dá outras providências. Brasília: Presidência da
República, 1990.
BRASIL. Ministério da Saúde. Ministério do Trabalho e Emprego. Ministério da
Previdência e Assistência Social. Trabalhar sim! Adoecer não! – coletânea de
textos. In: CONFERÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE DO TRABALHADOR (CNST).
Brasília, 2005.
BRASIL. Ministério da Saúde. Plano Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho.
Brasília, 2012.
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 1.823, de 23 de agosto de 2012. Institui a
Política Nacional de saúde do trabalhador e da Trabalhadora. Brasília: Ministério da
Saúde, 2012.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de
Ações Programáticas Estratégicas. Legislação em saúde: caderno de legislação em
saúde do trabalhador. 2. ed. rev. e ampl. Brasília: Ministério da Saúde, 2005.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Departamento de
Atenção Básica. Área Técnica de saúde do trabalhador. saúde do trabalhador.
Cadernos de Atenção Básica – Programa Saúde da Família (Caderno 5). Brasília:
Ministério da Saúde, 2002.
CHIAVEGATTO, C. V.; ALGRANTI, E. Políticas públicas de saúde do trabalhador
no Brasil: oportunidades e desafios. Revista Brasileira de saúde ocupacional, v. 38,
n. 127, jun. 2013.
ESCOLA NACIONAL DE SAÚDE PÚBLICA SÉRGIO AROUCA. ENSP. Cesteh -
Centro de Estudos da Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana. TKCSA processa
pesquisadores da Fiocruz e é destaque na imprensa. Fiocruz, 2011.
MENDES, R.; DIAS, E. C. Da medicina do trabalho à saúde do trabalhador.
Revista de Saúde Pública, São Paulo, 25 (5):341-9, 1991.
OLIVEIRA, M. H. B.; VASCONCELLOS, L. C. F. de. As políticas públicas brasileiras
de saúde do trabalhador: tempos de avaliação. Saúde em Debate, v. 24, n. 55, p.
92-103. mai./ago. 2000.
ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO. OIT Brasília. Convenção nº
155: Segurança e Saúde dos Trabalhadores. Consultado na internet em: 20 de ago.
2021.
EXPLORE+
Para saber mais sobre os assuntos aqui explorados:
Assista ao vídeo: “Webpalestra - saúde do trabalhador”, disponível no YouTube.
Pesquise: “Caderno de atenção básica - Saúde do trabalhador e da trabalhadora”, do
Ministério da Saúde (2018).
CONTEUDISTA
Ismael da Silva Costa

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