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Atos Processuais e Tutela
Direito Processual 
Civil
Diretor Executivo 
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Gerente Editorial 
CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA
Projeto Gráfico 
TIAGO DA ROCHA
Autoria 
ELLEN THAYNNÁ MARA DELGADO BRANDÃO
 MILENA BARBOSA DE MELO
AUTORIA
Ellen Thaynná Mara Delgado Brandão
Eu, Ellen, tenho graduação em Direito pela Unifacisa – Universidade 
de Ciências Sociais Aplicadas e pós-graduanda em Docência do Ensino 
Superior. Atualmente sou professora conteudista e elaboradora de 
cadernos de questões. Como jurista, atuo nas áreas de Direito Penal, 
Direito do Trabalho e Direito do Consumidor.
Milena Barbosa de Melo
Eu, Milena, tenho graduação em Direito pela Universidade Estadual 
da Paraíba (2004). Doutora em Direito Internacional pela Universidade de 
Coimbra. Mestre e Especialista em Direito Comunitário pela Universidade 
de Coimbra. Atualmente, sou professora universitária e conteudista. 
Como jurista, atuo, principalmente, nas seguintes áreas: Direito à 
Saúde, Direito Internacional público e privado, Jurisdição Internacional, 
Direito Empresarial, Direito do Desenvolvimento, Direito da Propriedade 
Intelectual e Direito Digital.
Desse modo, fomos convidadas pela Editora Telesapiens a integrar 
seu elenco de autores independentes. Estamos muito felizes em poder 
ajudar você nesta fase de muito estudo e trabalho. Conte conosco!
ICONOGRÁFICOS
Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez 
que:
OBJETIVO:
para o início do 
desenvolvimento de 
uma nova compe-
tência;
DEFINIÇÃO:
houver necessidade 
de se apresentar um 
novo conceito;
NOTA:
quando forem 
necessários obser-
vações ou comple-
mentações para o 
seu conhecimento;
IMPORTANTE:
as observações 
escritas tiveram que 
ser priorizadas para 
você;
EXPLICANDO 
MELHOR: 
algo precisa ser 
melhor explicado ou 
detalhado;
VOCÊ SABIA?
curiosidades e 
indagações lúdicas 
sobre o tema em 
estudo, se forem 
necessárias;
SAIBA MAIS: 
textos, referências 
bibliográficas e links 
para aprofundamen-
to do seu conheci-
mento;
REFLITA:
se houver a neces-
sidade de chamar a 
atenção sobre algo 
a ser refletido ou dis-
cutido sobre;
ACESSE: 
se for preciso aces-
sar um ou mais sites 
para fazer download, 
assistir vídeos, ler 
textos, ouvir podcast;
RESUMINDO:
quando for preciso 
se fazer um resumo 
acumulativo das últi-
mas abordagens;
ATIVIDADES: 
quando alguma 
atividade de au-
toaprendizagem for 
aplicada;
TESTANDO:
quando o desen-
volvimento de uma 
competência for 
concluído e questões 
forem explicadas;
SUMÁRIO
Atos Processuais ......................................................................................... 12
Conceito ................................................................................................................................................. 12
Prática Eletrônica de Atos Processuais ......................................................................... 13
Classificação dos Atos Processuais ................................................................................... 18
Do Pronunciamento do Juiz ................................................................................. 18
Sentença ........................................................................................................ 18
Decisões Interlocutórias ..................................................................... 19
Despacho ......................................................................................................................... 20
Os Atos Meramente Ordinários .................................................... 20
Tempos dos Atos Processuais ............................................................................................... 21
Lugar e os Prazos dos Atos Processuais ............................................23
Lugar da Prática dos Atos Processuais ...........................................................................23
Prazo Processual .............................................................................................................................24
Prazos Próprios e Impróprios ..............................................................................24
Espécies de Prazos Processuais ..........................................................................................25
Atos Praticados Antes do Início da Contagem do Prazo....................................27
Contagem do Prazo .......................................................................................................................28
Suspensão e Interrupção do Prazo ............................................................... 31
Preclusão .............................................................................................................................................33
Extinção de Direito de Emendar o Ato Processual .................................................34
Comunicação dos Atos Processuais.................................................... 35
Cartas ......................................................................................................................................................35
Requisitos .........................................................................................................................37
Prazo para Cumprimento ..................................................................................... 38
Citação ................................................................................................................................................... 39
Espécies de Citação...................................................................................................42
Intimação ..............................................................................................................................................45
Espécies de Intimação .............................................................................................45
Tutela no Processo Civil ...........................................................................48
Tutela Provisória .............................................................................................................................. 48
Tutela Provisória: Pela sua Natureza ............................................................. 49
Tutela Antecipada .................................................................................. 49
Tutela Cautelar ........................................................................................... 50
Tutela Provisória: Pela Fundamentação ..................................................... 51
Tutela de Urgência ................................................................................... 51
Tutela de Evidência ................................................................................ 51
Tutela Provisória: Pelo Momento de Requerimento ...........................53
Tutela de Urgência: Tutela Antecipada Requerida em Caráter Antecedente 
e Tutela Cautelar Requerida em Caráter Antecedente .......................................54
Tutela Antecipada Requerida em Caráter Antecedente .................54
Tutela Cautelar Requerida em Caráter Antecedente ........................55
9
UNIDADE
04
Direito Processual Civil
10
INTRODUÇÃO
O Direito é um ramo com uma grande uma extensão de disciplinas, 
todas tendo fundamental importância. Estudaremos nesta Unidade uma 
dessas disciplinas, o Processo Civil. Entre os variados conteúdos dessa 
disciplina, nesta Unidade iremos tratar dos atos processuais e da tutela.
Para entender o processo, devemos compreender em que 
consistem os atos processuais, dessa forma, iremos ver em que consistem 
os atos das partes e o pronunciamento do juiz e, ainda, o tempo para os 
prazos processuais.
Devemos tratar qual é o lugar e os prazos para os atos processuais 
e, ainda, como se dá a execução desses atos.
Outro ato importante no processo civil são as tutelas, tutelas 
provisóriasque podem ser de urgência e evidência, garantindo o direito 
da parte no processo.
Vamos juntos embarcar nesse conhecimento!
Direito Processual Civil
11
OBJETIVOS
Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 4 – Atos processuais e 
tutela. Nosso objetivo é auxiliar você no desenvolvimento das seguintes 
competências profissionais até o término Dessa etapa de estudos:
1 Compreender os atos das partes, pronunciamento do juiz e o 
tempo dos atos processuais.
2 Identificar o lugar e os prazos dos atos processuais.
3 Executar a comunicação dos atos processuais. 
4 Aplicar a tutela no processo civil. 
Então? Preparado para adquirir conhecimento sobre um assunto 
fascinante e inovador como esse? Vamos lá!
Direito Processual Civil
12
Atos Processuais 
OBJETIVO:
Com a inovação, os atos processuais, agora, ocorrem pelos 
meios eletrônicos, assim, mostraremos o que a lei dispõe 
sobre esse novo método. Mas iremos também explicar o 
que vem a ser a classificação desses atos tão importantes 
para o processo. Empolgados? Vamos lá!.
Para que haja o desenvolvimento do processo, é necessária uma 
sucessão de atos, atos esses com uma ordem lógica, visando alcançar ao 
provimento jurisdicional.
Assim, para que o processo possa encaminhar, é necessária a 
prática de todos os atos praticados pelos sujeitos. É sobre esses atos que 
vamos estudar neste Capítulo.
Conceito
Vimos uma introdução sobre a importância dos atos processuais, 
mas o que são esses atos?
Esse conceito é elencado por Gonçalves (2018), que retrata que o 
ato processual pode ser definido como a conduta humana voluntária que 
tem relevância para o processo. Assim, ele afasta os atos irrelevantes e os 
que não se relacionem com o processo.
De acordo com o art. 189 do Código de Processo Civil, os atos 
processuais são públicos, mas como toda regra, tem exceção. Esse 
mesmo artigo menciona que existem casos em que esses atos podem 
tramitar em segredo de justiça, sendo os seguintes casos nos termos do 
artigo supramencionado:
 • Em que o exija o interesse público ou social.
 • Que versem sobre casamento, separação de corpos, divórcio, 
separação, união estável, filiação, alimentos e guarda de criança 
e adolescente.
Direito Processual Civil
13
 • Em que constem dados protegidos pelo direito constitucional à 
intimidade.
 • Que versem sobre arbitragem, inclusive sobre cumprimento 
de carta arbitral, desde que a confidencialidade estipulada na 
arbitragem seja comprovada perante o juízo.
Quando o processo tramitar em segredo de justiça, só quem terá 
direito de consultar os seus autos e de solicitar certidão de seus atos, são 
as partes e os seus procuradores. 
Um fato importante que deve ser citado é que todos os atos e 
termos do processo devem ser redigidos em língua portuguesa, caso 
existam documentos em língua estrangeira, ele só poderá ser juntado 
ao processo quando estiver acompanhado de versão para a língua 
portuguesa, devendo ser tramitada por via diplomática ou pela autoridade 
central, ou firmada por tradutor juramentado, de acordo com o art. 192 do 
Código de Processo Civil. 
Prática Eletrônica de Atos Processuais 
Existe uma seção inteira do Código de Processo Civil dedicada à 
prática eletrônica de atos processuais. Esta começa com o art. 193, que 
dispõe que os atos processuais podem ser totais ou parcialmente digitais, 
de modo que possa permitir que sejam produzidos, comunicados, 
armazenados e validados através de meio eletrônico. 
O processo eletrônico surgiu trazendo um grande avanço para o 
meio jurídico, pois elimina os atos humanos que são demorados, e que 
demandam mais gastos. Por meio do processo eletrônico, não há mais a 
necessidade de o serventuário da justiça formar os autos, juntar peças ou 
decisões, tudo isso acontece de forma eletrônica, diminuindo, assim, o 
tempo que o processo fica sem movimentação. 
Direito Processual Civil
14
Figura 1 – Processo eletrônico
Fonte: Freepik
Devido ao fato de os atos serem praticados de forma eletrônica, a 
assinatura do advogado é irrelevante, sendo necessário que ele tenha um 
certificado digital para que possa peticionar.
Como vimos, os atos processuais devem ser públicos, desse modo, 
quando se trata dos atos eletrônicos, eles devem seguir essa mesma 
publicidade e, além disso, o art. 194 do Código de Processo Civil traz a 
seguinte disposição:
Art. 194. Os sistemas de automação processual respeitarão 
a publicidade dos atos, o acesso e a participação das 
partes e de seus procuradores, inclusive nas audiências 
e sessões de julgamento, observadas as garantias 
da disponibilidade, independência da plataforma 
computacional, acessibilidade e interoperabilidade dos 
sistemas, serviços, dados e informações que o Poder 
Judiciário administre no exercício de suas funções. 
(BRASIL, 2015)
Direito Processual Civil
15
Esse artigo, ao garantir, primeiramente, a publicidade, nos faz 
refletir. Atualmente, a maioria das pessoas têm internet, não é mesmo? 
Dessa forma, ao garantir que os processos eletrônicos sejam públicos, 
isso garante uma maior acessibilidade, pois as pessoas não terão que se 
locomover para a comarca para que possam realizar a consulta, podendo 
fazer de casa, por meio da internet. 
IMPORTANTE:
As mesmas exceções para os atos processuais que vimos 
no item anterior também são aplicáveis aos atos eletrônicos. 
O artigo mencionado também garante o acesso e a participação 
das partes nos atos do processo, garantindo, inclusive, esse acesso nas 
audiências e nas sessões de julgamento. Por fim, esse artigo garante 
a disponibilidade, a independência da plataforma computacional, a 
acessibilidade e a interoperabilidade dos sistemas, os serviços, os dados 
e as informações que o Poder Judiciário administre no exercício de suas 
funções, mas o que quer dizer essas garantias?
De acordo com Neves (2016), a disponibilidade é a qualidade 
de sistemas informáticos que permaneçam constantemente em 
funcionamento, com exceção de curtos períodos que fiquem fora do ar. 
Quando o sistema estiver indisponível, isto é, “fora do ar”, é impossível que 
sejam praticados atos processuais por todos os envolvidos no processo.
IMPORTANTE:
O Superior Tribunal de Justiça tem entendido que caso 
ocorra indisponibilidade do sistema no dia que seja fatal 
para o prazo, será considerado tempestivo o ato praticado 
no primeiro dia útil subsequente. 
Direito Processual Civil
16
Com relação à independência da plataforma computacional, ela é 
a garantia de que o sistema não ficará subordinado a um determinado 
programa, o que torna os atos processuais mais democratizados. Por fim, 
a interoperabilidade dos sistemas, serviços, dados e informações que o 
Poder Judiciário administre no exercício de suas funções, de acordo com 
Neves (2016), ainda é uma promessa trazida com o Código de Processo 
Civil de 2015, sendo uma expectativa distante, pois no Brasil há dezenas 
de sistemas, dependendo de cada tribunal, para a prática dos atos 
processuais.
IMPORTANTE:
É determinado pelo art. 195 do Código de Processo Civil 
que o registro de ato processual eletrônico deverá ser feito 
em padrões abertos, ou seja, o programa utilizado pelo 
Poder Judiciário não pode ter custo ou limitação de uso. 
Os atos processuais eletrônicos têm requisitos. Estes estão 
elencados no art. 195 do Código de Processo Civil, sendo eles os seguintes:
 • Autenticidade – identificação do autor do ato processual.
 • Integridade – impossibilidade de modificação do conteúdo do ato 
após ele ter sido praticado.
 • Temporalidade – identificação do dia e do horário da prática do 
ato.
 • Não repúdio – de origem, que protege o receptor da mensagem, 
indicando que esta, de fato, se originou do declarante, e de envio, 
que protege o declarante, comprovando que a mensagem foi, de 
fato, recebida pelo destinatário.
 • Conservação – preservação dos atos, devendo mantê-los em sua 
integralidade pelo tempo que for necessário.• Confidencialidade – haverá confidencialidade nos processos que 
tramitarem em segredo de justiça. 
Direito Processual Civil
17
Nos termos do art. 196 do Código de Processo Civil cabe ao Conselho 
Nacional de Justiça regulamentar a prática e a comunicação oficial de atos 
processuais eletrônicos, além de velar pela compatibilidade dos sistemas. 
Tendo sido incumbida essa competência ao Conselho Nacional, que 
instituiu o Sistema de Processo Judicial Eletrônico, conhecido como PJe, 
por meio da Resolução n° 185, de 18 de dezembro de 2013, como sendo o 
sistema informatizado de processo judicial no âmbito do Poder Judiciário.
SAIBA MAIS:
Caso queira se aprofundar no assunto, assista ao vídeo a 
seguir clicando aqui. 
De acordo com o art. 197 do Código de Processo Civil “os tribunais 
divulgarão as informações constantes de seu sistema de automação em 
página própria na rede mundial de computadores, gozando a divulgação 
de presunção de veracidade e confiabilidade” (BRASIL, 2015), trazendo, 
assim, a obrigatoriedade dos tribunais de divulgar as informações por 
meio eletrônico.
Por fim, para terminamos as considerações sobre a inovação dos 
atos processuais eletrônicos, o Código de Processo Civil também dispõe 
que as Unidades do Poder Judiciário devem conter equipamentos 
necessários para à prática de atos e para consulta e acesso ao sistema. 
Esse artigo trouxe uma grande importância, pois, mesmo sabendo que 
nos tempos atuais a maioria das pessoas têm computador e acesso à 
internet, ainda existem pessoas que não tenha à sua disposição esses 
meios, Dessa forma, garante a todos o acesso. Além disso, a lei garante 
que o Poder Judiciário deve assegurar às pessoas com deficiência a 
acessibilidade aos seus sítios na rede mundial de computadores.
Direito Processual Civil
https://www.youtube.com/watch?v=FeXJEurdP0Y
18
Classificação dos Atos Processuais
O Código de Processo Civil considera para a classificação dos atos 
das partes, a classificação quanto ao sujeito, fazendo uma distinção entre 
os atos das partes e os atos judiciais. Vamos estudar cada um deles.
Atos das Partes De acordo com Neves (2016), as partes no processo 
praticam atos unilaterais, que são oriundos de manifestação de vontade 
de apenas uma das partes; e atos bilaterais, oriundos de manifestação de 
acordo de vontades das partes. Esses atos produzem, de forma imediata, 
a Constituição, a modificação ou a extinção de direitos processuais, 
conforme o art. 200 do Código de Processo Civil. Mas o que isso significa?
Isso significa que esses efeitos não dependem da homologação do 
juiz para que possam gerar seus efeitos.
EXEMPLO: Quando as partes celebrarem um acordo para suspender 
o processo, o efeito dessa suspensão se opera desde o momento em que 
as partes fizerem o acordo.
No entanto, havendo desistência da ação, essa só produzirá efeitos 
após a homologação judicial.
Do Pronunciamento do Juiz
O art. 203 do Código de Processo Civil diz que os pronunciamentos 
do juiz consistirão em sentenças, decisões interlocutórias e despachos. 
De início, é importante frisarmos que a sentença é ato exclusivo do juiz de 
primeiro grau; já as decisões interlocutórias e os despachos podem ser 
proferidos em qualquer grau de jurisdição. Vamos estudar o que vem a ser 
cada um desses pronunciamentos do juiz.
Sentença 
Direito Processual Civil
19
Muito ouvimos falar sobre sentença, mas você sabe o que ela 
realmente vem a ser?
Quem traz o conceito de sentença é o § 1°, do art. 203 do Código de 
Processo Civil. Esse artigo prevê que exceto as disposições expressas dos 
procedimentos especiais, a sentença é o pronunciamento por meio do 
qual o juiz, com fundamento nos artigos 485 e 487 (artigos que dispõem 
sobre quando o juiz não resolverá o mérito e quando haverá a resolução 
de mérito), põe fim à fase cognitiva do procedimento comum, assim como 
extingue a execução.
IMPORTANTE:
Caso a decisão do juiz não resolva o mérito, haverá o 
fim do processo, todavia, no caso de haver resolução de 
mérito, haverá o fim da fase cognitiva em que a sentença foi 
proferida, devendo prosseguir com a fase de cumprimento 
de sentença. 
Gonçalves (2018) aponta que o conceito de sentença é determinado 
pela aptidão de pôr fim ao processo, ou à sua fase cognitiva. O juiz tem o 
prazo de 30 dias para proferir a sentença.
Decisões Interlocutórias 
Então, o que são as decisões interlocutórias?
A definição dessas decisões encontra-se no § 2° do art. 203 do Código 
de Processo Civil, que consta que as decisões interlocutórias constituem 
em qualquer pronunciamento decisório que não seja sentença.
Gonçalves (2018) aponta que as decisões interlocutórias se 
diferenciam das sentenças devido ao seu caráter interlocutório, pelo fato 
de ser proferida no decurso de um processo, sem a aptidão de finalizá-
lo. E sem, ainda, pôr fim à fase de conhecimento em primeiro grau de 
jurisdição.
Direito Processual Civil
20
NOTA:
As decisões interlocutórias se diferenciam dos despachos 
porque estes não têm conteúdo decisório, não trazendo 
qualquer prejuízo ou agravamento às partes. Dessa forma, 
caso o ato judicial seja capaz de provocar prejuízo e não 
pôr fim ao processo ou à fase de conhecimento, será 
considerado uma decisão interlocutória. 
Neves (2016) diz que a decisão interlocutória poderá ter como 
conteúdo questões incidentais e de mérito. O juiz tem o prazo de 10 dias 
para proferir a decisão interlocutória. 
Despacho 
Por fim, o último pronunciamento do juiz é o despacho. Sua 
definição está contida no § 3° do art. 203 do Código de Processo Civil. 
Dessa forma, o despacho consiste em todos os demais pronunciamentos 
do juiz praticados no processo, de ofício ou a requerimento da parte.
Gonçalves (2018) aponta que o despacho serve para impulsionar 
o processo, não tendo conteúdo decisório, assim, não causa prejuízo 
às partes. Dessa forma, se o juiz abre vista às partes, dá ciência de um 
documento juntado aos autos, determina o cumprimento do acórdão 
ou concede prazo para que as partes indiquem quais as provas que 
pretendem produzir, haverá um despacho e, contra esse despacho não 
cabe recurso, pois não há interesse para a interposição. O prazo para que 
o juiz profira despacho no processo é de cinco dias.
Os Atos Meramente Ordinários 
Nos cabe fazer uma observação sobre o § 4° do art. 203 do Código de 
Processo Civil, que diz respeito aos atos meramente ordinários. Eles não 
são atos de pronunciamento do juiz, sendo eles praticados pelo servidor 
e só revistos pelo juiz quando necessário. Os atos meramente ordinários 
constituem em atos como a juntada e a vista obrigatória e independem 
de despacho.
Direito Processual Civil
21
Tempos dos Atos Processuais
O art. 212 do Código de Processo Civil determina que os atos 
processuais devem ser realizados em dias úteis, das 6h às 20h. Além 
disso, não serão praticados atos em feriados.
Existindo exceção no § 2° do art. 212 supramencionado, em que 
pode, independentemente de autorização judicial, as citações, intimações 
a serem realizadas no período de férias forenses, onde as houver, e nos 
feriados ou dias úteis fora do horário citado.
No que diz respeito aos atos eletrônicos, estes podem ocorrer em 
qualquer horário até as 24 horas do último dia do prazo, conforme o art. 
213 do Código de Processo Civil.
Direito Processual Civil
22
RESUMINDO:
Começamos este Capítulo conceituando os atos 
processuais, sendo eles a conduta humana voluntária 
que tem relevância para o processo. Vimos que os atos 
processuais são públicos, mas, como toda regra, têm 
exceção; existem casos em que esses atos podem tramitar 
em segredo de justiça. Em seguida, estudamos a evolução 
que trouxe os atos processuais eletrônicos, em que vimos 
que os atos processuais podem ser total ou parcialmente 
digitais, de modo a que possa permitir que sejam 
produzidos, comunicados, armazenados e validados através 
de meio eletrônico,sendo garantido a disponibilidade, 
a independência da plataforma computacional, a 
acessibilidade e a interoperabilidade dos sistemas, os 
serviços, os dados e as informações que o Poder Judiciário 
administre no exercício de suas funções. Estudamos que 
os atos processuais eletrônicos têm requisitos, sendo 
eles: autenticidade, integridade, temporalidade, não 
repúdio, conservação e confidencialidade. Em seguida, 
estudamos a classificação dos atos processuais, sendo 
classificados quanto ao sujeito em atos das partes onde as 
partes no processo praticam atos unilaterais, oriundos de 
manifestação de vontade de apenas uma das partes; e atos 
bilaterais, oriundos de manifestação de acordo de vontade 
das partes. E o pronunciamento do juiz, que consiste 
em sentenças, decisões interlocutórias e despachos, 
estudando o conceito de cada um deles. Por fim, vimos que 
os atos processuais devem ser realizados em dias úteis, das 
6h às 20h e, no que diz respeito aos atos eletrônicos, estes 
podem ocorrer em qualquer horário até as 24 horas do 
último dia do prazo. 
Direito Processual Civil
23
Lugar e os Prazos dos Atos Processuais
OBJETIVO:
Sabendo que existem os atos processuais e os prazos 
para serem cumpridos, devemos saber como se dá a 
contagem desses prazos, assunto importante para que não 
haja a preclusão do Direito. Preclusão que também iremos 
conceituar neste Capítulo. Vamos lá!.
Dando prosseguimento ao estudo sobre os atos processuais, vamos 
estudar o lugar e os prazos dos atos processuais.
Lugar da Prática dos Atos Processuais
O art. 217 do Código de Processo Civil dispõe que os atos processuais 
devem ser realizados na sede do juízo, ou, de forma excepcional, em outro 
lugar em razão de deferência, de interesse da justiça, da natureza do ato 
ou de obstáculo arguido pelo interessado e acolhido pelo juiz.
Como exemplo de excepcionalidade, podemos trazer o rol do art. 
454 do Código de Processo Civil, que dispõe sobre as pessoas que devem 
ser inquiridas em sua residência ou onde exercem sua função, sendo elas: 
o presidente e o vice-presidente da República; os ministros de Estado; 
os ministros do Supremo Tribunal Federal, os conselheiros do Conselho 
Nacional de Justiça e os ministros do Superior Tribunal de Justiça, do 
Superior Tribunal Militar, do Tribunal Superior Eleitoral, do Tribunal Superior 
do Trabalho e do Tribunal de Contas da União; o procurador-geral da 
República e os conselheiros do Conselho Nacional do Ministério Público; 
o advogado-geral da União, o procurador-geral do Estado, o procurador-
geral do Município, o defensor público-geral federal e o defensor público-
geral do Estado; os senadores e os deputados federais; os governadores 
dos Estados e do Distrito Federal; o prefeito; os deputados estaduais e 
distritais; os desembargadores dos Tribunais de Justiça, dos Tribunais 
Regionais Federais, dos Tribunais Regionais do Trabalho e dos Tribunais 
Direito Processual Civil
24
Regionais Eleitorais e os conselheiros dos Tribunais de Contas dos 
Estados e do Distrito Federal; o procurador-geral de justiça; o embaixador 
de país que, por lei ou tratado, concede idêntica prerrogativa a agente 
diplomático do Brasil.
No que se refere ao interesse da justiça, o art. 483 do Código de 
Processo Civil traz as hipóteses em que o juiz deverá ir onde se encontra 
a pessoa ou a coisa, sendo elas as seguintes:
 • Julgar necessário para a melhor verificação ou interpretação dos 
fatos que deva observar.
 • A coisa não puder ser apresentada em juízo sem consideráveis 
despesas ou graves dificuldades.
 • Determinar a reconstituição dos fatos.
Ainda, de acordo com Neves (2016), se o interessado arguir algum 
obstáculo para que o ato seja praticado, o juiz poderá, conforme o caso, 
acolher o pedido e assim proceder. 
Prazo Processual
O art. 218 do Código de Processo Civil dispõe que os atos processuais 
devem ser realizados nos prazos estabelecidos por lei. Gonçalves (2018) 
diz que existem os prazos próprios e impróprios. Vamos estudar o que 
vem a ser cada um desses tipos de prazos processuais.
Prazos Próprios e Impróprios
Os primeiros tipos de prazos tratados por Gonçalves (2018) são os 
prazos próprios e os impróprios. Você sabe em que consistem esses dois 
tipos de prazos?
Diz-se que, em regra, os prazos próprios são aqueles praticados 
pelas partes e por terceiros intervenientes. Esses prazos devem ser 
respeitados sob pena de preclusão temporal, de perda da faculdade 
processual de praticar aquele ato (GONÇALVES, 2018).
Direito Processual Civil
25
No entanto, existem atos no processo que não são preclusivos. 
Podemos citar como exemplo o prazo de restituir os autos que são 
retirados do cartório.
No que tange os prazos impróprios, eles são os prazos dos juízes, 
de seus auxiliares e do Ministério Público (quando atuar como fiscal da 
ordem jurídica). São considerados impróprios porque não implicam na 
perda da faculdade, nem o desaparecimento da obrigação de praticar o 
ato, mesmo depois de superados (GONÇALVES, 2018). Acentuando isso, 
podemos dizer que nenhum juiz pode se eximir de proferir uma sentença, 
nem muito menos o promotor de Justiça de se manifestar, somente pelo 
fato de o prazo estabelecido pela lei ter se esgotado.
IMPORTANTE:
O promotor de Justiça, mesmo sendo fiscal da lei, caso 
deseje recorrer da decisão do juiz, deve fazer no prazo 
estabelecido pela lei, sob pena de preclusão, tendo em 
vista que o prazo para a interposição de recurso é próprio. 
Dessa forma, essa é a diferença dos prazos próprios para os 
impróprios, em que o próprio é o das partes e o impróprio é o do juiz, 
auxiliares e Ministério Público.
Espécies de Prazos Processuais
Vimos que Gonçalves (2018) afirma que existem dois tipos de 
prazos, os próprios e os impróprios. No entanto, Neves (2016) retrata que 
existem três espécies de prazos, sendo eles os seguintes:
 • Legais – que são os prazos fixados em lei.
 • Judiciais – que são os prazos fixados pelo juiz.
 • Convencionais – que são os prazos fixados por acordo 
procedimental celebrado entre as partes.
Direito Processual Civil
26
A regra é que a lei traga os prazos que tanto as partes quanto o 
juiz e servidores devem cumprir. Como vimos no item anterior, os prazos 
das partes são próprios, onde devem cumprir, caso não cumpra, haverá a 
preclusão; já o do juiz é impróprio, de modo que os atos que ele pratique 
fora do prazo são válidos e eficazes.
Mas existem casos em que a lei é omissa com relação aos prazos. 
Dessa forma, o que acontece quando não consta o prazo para que os atos 
sejam cumpridos?
Quem responde essa pergunta é o § 1° do art. 218 do Código de 
Processo Civil, que estabelece que no caso de omissão da lei, quem 
determinará os prazos é o juiz, devendo levar em consideração a 
complexidade do ato. No entanto, caso haja omissão na lei referente ao 
prazo, e o juiz também não o determine, o prazo será de cinco dias para a 
prática do ato processual.
Além disso, o § 2° do art. 218 do Código de Processo Civil, estabelece 
que quando a lei ou o juiz não determinar prazo, as intimações somente 
obrigarão o comparecimento após decorridas 48 horas. Assim, a lei dá um 
prazo mínimo para que a pessoa intimada se prepare para comparecer 
em juízo. Importante destacarmos que esse prazo de 48 horas elencado 
nesse parágrafo segundo é diferente do prazo de cinco dias mencionados 
anteriormente, pois o prazo de cinco dias é para a prática do ato processual, 
já esse de 48 horas é para comparecimento em juízo.
Direito Processual Civil
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Atos Praticados Antes do Início da 
Contagem do Prazo
Sabemos que todo prazo tem um termo inicial e um termo final, isto 
é, o dia de início e o dia de término. No processo civil, o termo inicial, em 
regra, é o momento da intimação da parte; já o termo final é calculado 
tendo como base o prazo previsto em lei ou o que seja indicado pelo juiz 
no caso concreto.
Neves (2016) aponta:
Apesardo termo inicial do prazo se dar, ao menos em 
regra, com a intimação das partes, não se pode aceitar a 
tese criada nos tribunais superiores de ato prematuro, ou 
de intempestividade ante tempus, especialmente utilizada 
para não se conhecer do recurso por intempestividade. A 
tese afirma que o ato processual intempestivo é aquele 
interposto fora do prazo, o que pode ocorrer depois 
de finda ou antes de iniciada a contagem. Com esse 
raciocínio, tem-se por intempestivo o ato processual 
interposto antes da intimação das partes, considerando 
que o termo inicial para a contagem do prazo ainda não 
se verificou. E ainda mais extravagante, trata-se de uma 
intempestividade sanável, porque se a parte que praticou 
o ato prematuramente o reiterar após sua intimação, o ato 
processual será considerado tempestivo. (NEVES, 2016, p. 
358)
Esse entendimento era totalmente lamentável, pois contrariava os 
princípios da duração razoável do processo e da cooperação. Para acabar 
com esse entendimento é que o Código de Processo Civil trouxe em seu 
§ 4° do art. 218 a previsão de que é tempestivo o ato praticado antes do 
termo inicial do prazo.
Direito Processual Civil
28
NOTA:
O princípio da duração razoável do processo diz respeito ao 
direito que as partes têm de um processo célere, de modo 
que seja resolvido o mais rápido possível. O princípio da 
cooperação garante que todas as pessoas envolvidas no 
processo devem cooperar entre si para que se possa obter, 
em tempo razoável, uma decisão justa e efetiva.
Desse modo, é garantido que as partes podem praticar qualquer 
ato antes de iniciar a contagem do prazo.
Contagem do Prazo
De acordo com Neves (2016), os prazos podem ser fixados em 
minutos (como por exemplo o prazo de 20 minutos), por meses (podendo 
citar como exemplo o prazo 2 meses para pagamento de RPV), por dias 
(podendo citar os prazos recursais) ou anos (exemplo o prazo de 1 ano de 
paralisação do processo para sua extinção por abandono bilateral).
No entanto, a regra dos prazos contidos no Código de Processo 
Civil é a contagem em dias. Desse modo, dispõe o art. 219 que na 
contagem dos prazos em dias, sendo esses prazos estabelecidos por lei 
ou pelo juiz, deverá ser computado somente os dias úteis. Todavia, essa 
contagem somente se aplica aos prazos processuais, assim, os prazos 
de cumprimento de obrigações determinados por decisão judicial devem 
ser contados de forma contínua, inclusive em férias, feriados e finais de 
semana.
Mas, como ocorre a contagem desse prazo?
O art. 224 do Código de Processo Civil estabelece que não havendo 
disposição em contrário, os prazos deverão ser contados excluindo o dia 
do começo e incluindo o dia do vencimento. Ainda, os dias do começo 
e do vencimento serão transferidos para o primeiro dia útil seguinte, se 
coincidirem com o dia em que o expediente da justiça for encerrado antes 
ou iniciado depois da hora normal ou no caso de haver indisponibilidade 
Direito Processual Civil
29
da comunicação eletrônica. Por fim, para que se considere o primeiro dia 
útil para contagem do prazo, esse dia será o da data da publicação no 
primeiro dia útil seguinte ao da disponibilização da informação no Diário 
da Justiça eletrônico.
EXEMPLO: O prazo para a resposta inicial no processo civil é de 
15 dias. Como deve ocorrer então a contagem para a interposição da 
contestação? A data de publicação da inicial foi dia 4 de junho de 2020 
(quinta-feira); deve-se excluir esse dia da contagem do prazo, devendo 
iniciar a contagem no dia 5 de junho. Como vimos que a contagem 
deve ser somente dos dias úteis, não deverá se computar o sábado e o 
domingo, voltando a contagem na segunda-feira. Dessa forma, o prazo irá 
acabar no dia 25 de junho de 2020, para que seja interposta a contestação. 
Para uma melhor visualização do exemplo analise o calendário:
Figura 2 – Contagem do prazo do exemplo
Fonte: Elaborada pela autora (2020).
Direito Processual Civil
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Na imagem, as datas em vermelho são as que não são computadas 
na contagem do prazo, as em verde são as que devem ser levada em 
conta na contagem e a em amarelo é o último dia do prazo.
Deu para visualizar como ocorre a contagem do prazo? Espero que 
tenha fica claro.
Ainda, dispõe o art. 231 do Código de Processo Civil que: 
Art. 231. Salvo disposição em sentido diverso, considera-se 
dia do começo do prazo:
I - a data de juntada aos autos do aviso de recebimento, 
quando a citação ou a intimação for pelo correio;
II - a data de juntada aos autos do mandado cumprido, 
quando a citação ou a intimação for por oficial de justiça;
III - a data de ocorrência da citação ou da intimação, 
quando ela se der por ato do escrivão ou do chefe de 
secretaria;
IV - o dia útil seguinte ao fim da dilação assinada pelo juiz, 
quando a citação ou a intimação for por edital;
V - o dia útil seguinte à consulta ao teor da citação ou da 
intimação ou ao término do prazo para que a consulta se 
dê, quando a citação ou a intimação for eletrônica;
VI - a data de juntada do comunicado de que trata o art. 
232 ou, não havendo esse, a data de juntada da carta aos 
autos de origem devidamente cumprida, quando a citação 
ou a intimação se realizar em cumprimento de carta;
VII - a data de publicação, quando a intimação se der pelo 
Diário da Justiça impresso ou eletrônico;
VIII - o dia da carga, quando a intimação se der por meio da 
retirada dos autos, em carga, do cartório ou da secretaria;
IX - o quinto dia útil seguinte à confirmação, na forma 
prevista na mensagem de citação, do recebimento da 
citação realizada por meio eletrônico. (BRASIL, 2015)
Essa regra do artigo 231 diz respeito à fluência do prazo, devendo 
ele seguir a regra mencionada de que não se computa a data de início de 
fluência na contagem do prazo.
Direito Processual Civil
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Suspensão e Interrupção do Prazo 
Começaremos diferenciando o que vem a ser suspensão do prazo 
e interrupção do prazo. De acordo com Gonçalves (2018), na suspensão 
o prazo fica paralisado, no entanto, volta a correr do ponto em que parou 
quando incidiu a causa suspensiva. Já no que diz respeito à interrupção, 
ela provoca o retorno do prazo à estaca zero, como se nada tivesse 
corrido até então.
O art. 220 do Código de Processo Civil dispõe que suspenderá o 
prazo processual nos dias compreendidos entre 20 de dezembro e 20 de 
janeiro.
EXEMPLO: O advogado é intimado para responder à inicial, no dia 
15 de dezembro de 2019. Já mencionamos que para a resposta à inicial é 
de 15 dias. Dessa forma, o prazo deverá ser suspenso a partir do dia 20 
de dezembro, só voltando a ser contado no dia 20 de janeiro. Assim, o 
advogado terá até o dia 4 de fevereiro de 2020 para apresentar a resposta 
à acusação. 
Outra forma de suspensão do prazo vem descrita no art. 221 do 
Código de Processo Civil, que consta:
Art. 221. Suspende-se o curso do prazo por obstáculo 
criado em detrimento da parte ou ocorrendo qualquer 
das hipóteses do 313, devendo o prazo ser restituído por 
tempo igual ao que faltava para sua complementação.
Parágrafo único. Suspendem-se os prazos durante a 
execução de programa instituído pelo Poder Judiciário 
para promover a autocomposição, incumbindo aos 
tribunais especificar, com antecedência, a duração dos 
trabalhos. (BRASIL, 2015)
Dessa forma, de acordo com esse artigo, caso surja algum obstáculo 
que impeça a parte de cumprir com o prazo processual, não tendo sido 
esse obstáculo criado por ela, o prazo para o devido cumprimento desse 
ato será suspenso, tendo a parte o direito ao saldo do prazo que ainda não 
foi utilizado, quando o obstáculo cessar.
Direito Processual Civil
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SAIBA MAIS:
Caso queira se aprofundar no assunto, acesso o artigo a 
seguir clicando aqui. 
De acordo com Neves (2016), o termo inicial da suspensão da 
contagem do prazo no caso desse artigo mencionado deve ser a data em 
que se criou o obstáculo, e o termo final équando houver o afastamento 
definitivo desse obstáculo. 
Existe, ainda, a possibilidade de prorrogação do prazo, que é no 
caso elencado no art. 222 do Código de Processo Civil, que consta que 
caso a comarca, seção ou subseção judiciária seja de difícil acesso, o juiz 
poderá prorrogar os prazos por até dois meses, podendo esse prazo ser 
ainda maior caso haja calamidade pública.
IMPORTANTE:
É vedado ao juiz reduzir os prazos peremptórios sem que 
haja a anuência das partes.
Os casos de interrupção são mais raros. Já sabemos que nesse caso, 
quando encerrado o período que deu a interrupção para o ato, a parte 
receberá o prazo na íntegra, desconsiderando o período antes do início de 
interrupção. Podemos trazer como exemplo a interrupção que ocorre do 
prazo recursal com a interposição dos embargos de declaração, em que a 
parte terá 5 dias para interpor os embargos e só após a interposição dele 
é que começa a contagem dos 15 dias para interpor apelação.
Direito Processual Civil
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm
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Preclusão 
Já falamos nessa Unidade várias vezes sobre preclusão, mas não 
falamos o que, de fato, ela vem a ser. 
Primeiramente, vimos que os atos processuais existem para que 
sejam realizados de forma ordenada, para que assim possam atingir 
a sua finalidade. Dessa forma, para que o processo possa atingir a 
finalidade desejada, ele deve seguir um desenvolvimento ordenado, 
devendo ser coerente e regular, tendo, inclusive, que assegurar a certeza 
e a estabilidade das situações processuais, sob pena de retrocessos 
desnecessários e onerosos. Esse retrocesso coloca em risco tanto o 
interesse das partes como a atividade jurisdicional. 
Dessa forma, Neves (2016) aponta que a preclusão é o instrumento 
para evitar abusos e retrocessos, além de prestigiar a entrega de prestação 
jurisdicional com a devida qualidade. Sendo ela, então, a perda do direito 
de manifestação no processo por qualquer uma das partes. Esse autor 
aponta que a preclusão é classificada em três tipos, sendo o seguinte:
 • Preclusão consumativa – é verificada sempre que realizado o ato 
no processo. Assim, no neste só existe uma oportunidade para 
realização de um ato. Uma vez consumado o prazo, o interessado 
não poderá realizá-lo novamente, tampouco completá-lo ou 
emendá-lo.
 • Preclusão lógica – o impedimento de realização do ato processual 
advém da realização de ato anterior incompatível de forma lógica 
com o que se pretende realizar.
 • Preclusão temporal – ocorre quando um ato não pode ser 
praticado devido ter decorrido ao prazo previsto para sua prática 
sem que tenha ocorrido manifestação da parte.
No que se refere à preclusão temporal, a parte pode alegar justa 
causa, devendo prová-la e, assim, podendo praticar o ato. É considerada 
justa causa, de acordo com o § 1° do art. 223 do Código de Processo Civil, 
o evento alheio à vontade da parte e que a impediu de praticar o ato por 
si ou por mandatário.
Direito Processual Civil
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Extinção de Direito de Emendar o Ato 
Processual
Por fim, devemos trazer que de acordo com o art. 223 do Código de 
Processo Civil, após decorrido o prazo para o ato, será extinto o direito de 
praticar ou emendar o ato processual, independentemente de declaração 
judicial, sendo assegurado à parte provar a justa causa, mencionada no 
item anterior.
RESUMINDO:
Estudamos neste Capítulo que os atos processuais devem 
ser realizados na sede do juízo, ou, de forma excepcional, 
em outro lugar em razão de deferência, de interesse 
da justiça, da natureza do ato ou de obstáculo arguido 
pelo interessado e acolhido pelo juiz. Vimos exemplo 
de pessoas que podem ter o lugar dos atos alterados 
devido à sua condição. Em seguida, estudamos sobre 
os prazos próprios e impróprios, os conceituando: os 
prazos próprios são aqueles praticados pelas partes e 
por terceiros intervenientes; e os prazos impróprios são os 
prazos dos juízes, de seus auxiliares e do Ministério Público. 
Posteriormente, estudamos sobre as espécies de prazos 
processuais: legais (prazos fixados em lei), judiciais (prazos 
fixados pelo juiz) e convencionais (prazos fixados por acordo 
procedimental celebrado entre as partes). Vimos que os 
atos praticados antes do início da contagem do prazo são 
válidos. No que se refere à contagem do prazo, vimos que 
os prazos podem ser fixados em minutos, meses, dias ou 
anos. Para a contagem dos prazos deverão ser contados 
excluindo o dia do começo e incluindo o dia do vencimento. 
No que se refere à suspensão e à interrupção do prazo, 
são mais comuns as causas de suspensão, nas quais o 
prazo volta a ser contado de onde parou; caso o prazo seja 
interrompido, o prazo volta a ser contado do início. Por fim, 
estudamos o que vem a ser a preclusão, sendo ela a perda 
do direito de manifestação no processo por qualquer uma 
das partes. 
Direito Processual Civil
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Comunicação dos Atos Processuais
OBJETIVO:
Sabendo o que são os atos processuais, você precisa, 
então, entender como se dá a comunicação desses atos 
para os envolvidos no processo, pois é com a comunicação 
que o processo poderá continuar seu prosseguimento. 
Empolgados para continuar o estudo? Vamos lá!
Existem duas formas de comunicação dos atos processuais de 
acordo com o Código de Processo Civil, sendo elas: intimação e citação.
Gonçalves (2018) aponta que é necessário haver a comunicação 
devido ao fato de determinados atos judiciais exigirem a colaboração de 
outros juízos, já que têm de ser praticados em outra comarca ou país.
O art. 236 do Código de Processo Civil dispõe que os atos 
processuais serão cumpridos por meio de ordem judicial. Quando os atos 
forem praticados fora dos limites territoriais do tribunal, da comarca, da 
sessão ou da subseção judiciária, deverá ser expedida carta. É admitido, 
também, a prática de atos processuais por meio de videoconferência ou 
de qualquer outro recurso tecnológico que tenha transmissão de sons e 
imagens em tempo real.
Cartas 
Como mencionamos, os órgãos do Judiciário devem expedir cartas 
para que sejam praticados atos fora dos seus limites territoriais. Essas 
cartas devem ser transmitidas pelos meios eletrônicos ou pelos meios 
convencionais. Existem quatro espécies de carta, elencadas no art. 237 do 
Código de Processo Civil, sendo elas as seguintes:
 • Carta de ordem – esse tipo de carta está tipificada no art. 237, 
inciso I do Código de Processo Civil. De acordo com Gonçalves 
(2018), ela é emitida por um tribunal jurisdicional a ele vinculado, 
podendo ser para colheita de provas, atos de execução, a prática 
de qualquer outro ato que houver de ser realizado fora dos limites 
territoriais do local de sua sede.
Direito Processual Civil
36
Neves (2016) diz que no que se refere aos tribunais de segundo grau, 
eles também podem expedir carta de ordem aos juízos a eles vinculados, 
isto é, que estejam dentro de seus limites de competência.
 • Carta rogatória – a carta rogatória vem contida expressamente no 
art. 237, II do Código de Processo Civil, que traz que será expedida 
carta rogatória para que o órgão jurisdicional estrangeiro pratique 
ato de cooperação jurídica internacional, relativo a processo em 
curso perante órgão jurisdicional brasileiro. 
Existem dois tipos de carta rogatória segundo Neves (2016), as 
cartas rogatórias passivas e as ativas. A passiva é aquela expedida por 
juízo estrangeiro, em que visa a prática do ato no Brasil. No entanto, para 
que haja o cumprimento de sentença, nesse caso, é necessário que 
haja a homologação da sentença pelo Superior Tribunal de Justiça. Já a 
ativa se refere àquela expedida pelo juízo nacional para a prática de ato 
no exterior, sendo enviada ao país estrangeiro por meio do ministro das 
Relações Exteriores.
 • Carta precatória – a carta precatória encontra-se prevista no 
inciso III, do art. 237 do Código de Processo Civil. De acordo com 
esse artigo, essacarta é expedida para que o órgão jurisdicional 
brasileiro pratique ou determine o cumprimento, na área de sua 
competência territorial, de ato objeto de pedido de cooperação 
judiciária formulado por juízo arbitral, inclusive de competência 
territorial diversa.
Primeiramente, devemos apontar que na carta precatória existe o 
deprecante, que é quem expede a carta; e o deprecado, que é quem 
recebe a carta. Gonçalves (2018) aponta que a carta precatória é utilizada 
para comunicação processual, como citação e intimação de pessoas que 
residem em outra comarca; para colheita de provas, como a ouvida de 
testemunhas que residem fora; e para a realização de atos de apreensão 
judicial em outra comarca.
Sintetizando, na carta precatória o juízo pede a ajuda de outro juízo 
que tenha mesmo grau de jurisdição para a prática do ato, que deve ser 
praticado no lugar em que o juízo deprecado tem competência. 
Direito Processual Civil
37
Sabendo que um juízo não é subordinado a outro, você pode se 
perguntar, o juízo deprecado é obrigado a cumprir a carta precatória?
O juízo deprecado é obrigado sim a cumprir a carta precatória, 
só podendo se recusar nas hipóteses contidas no art. 267 do Código 
de Processo Civil, que são: na hipótese da carta não estar revestida dos 
requisitos legais; faltar ao juiz competência em razão da matéria ou da 
hierarquia; o juiz tiver dúvida acerca de sua autenticidade. Nesses casos, 
deve o juiz deprecado devolver a carta com a decisão motivada. 
 • Carta arbitral – o inciso IV, do art. 237 traz a última espécie de 
carta, sendo ela a carta arbitral. Esse artigo dispõe que essa carta 
será expedida para que o órgão do Poder Judiciário pratique ou 
determine o cumprimento, na área de sua competência territorial, 
de ato objeto de pedido de cooperação judiciária formulado por 
juízo arbitral, inclusive os que importem efetivação de tutela 
provisória.
Dessa forma, Neves (2016) traz que é por meio da carta arbitral 
que o árbitro pede auxílio do juízo para a efetivação de alguma decisão 
proferida no processo arbitral. Isso acontece porque, frequentemente, 
o juízo arbitral não terá como tornar efetivas as suas determinações, 
tampouco como impor o cumprimento das ordens dele emanadas, senão 
com a cooperação do Poder Judiciário, que será assim solicitado por meio 
da carta arbitral.
Requisitos 
O art. 260 do Código de Processo Civil estabelece os requisitos das cartas 
de ordem, precatória e rogatória, trazendo que deve constar nelas o seguinte:
 • Indicação dos juízes de origem e de cumprimento do ato – sendo 
esse requisito essencial para a identificação do juízo que pede e 
do que realizará o ato.
 • Inteiro teor da petição, do despacho judicial e do instrumento 
do mandato conferido ao advogado – é indispensável que haja 
a juntada da petição se o ato for determinado de ofício pelo juiz.
 • Menção do ato processual que lhe constitui o objeto.
 • Encerramento com a assinatura do juiz.
Direito Processual Civil
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IMPORTANTE:
No que diz respeito à carta rogatória, esses requisitos 
só são aplicáveis à carta rogatória ativa, isto é, na carta 
rogatória expedida pelo juiz nacional para a realização de 
ato no exterior. 
Falamos que esses requisitos são para as cartas de ordem, 
precatória e rogatória. O que acontece, então, com a carta arbitral?
O mesmo artigo supramencionado, em seu § 3°, dispõe que no 
que diz respeito à carta arbitral, ela deverá atender, no que couber, aos 
requisitos que citamos, sendo instruída com a convenção de arbitragem 
e com as provas da nomeação do árbitro e de sua aceitação da função.
É importante mencionarmos que com o avanço tecnológico, agora, 
existe o processo por meio eletrônico, assim, as cartas podem também ser 
expedidas por esse meio. Com relação a esse tema, o art. 263 do Código 
de Processo Civil, menciona que as cartas deverão, preferencialmente, 
ser expedidas por meio eletrônico. 
Prazo para Cumprimento 
O juiz determinará o prazo para o cumprimento da carta, devendo 
atender à facilidade das comunicações e à natureza da diligência (art. 261 
do Código de Processo Civil). Além disso, deverá o juiz, em cumprimento 
do princípio do contraditório, intimar as partes do ato de expedição da carta 
e, após expedida a carta, as partes poderão acompanhar o cumprimento 
de diligência perante o juiz destinatário. 
É importante ressaltarmos que a carta tem caráter itinerante, o que 
admite, de acordo com Neves (2016), que as cartas sejam encaminhadas 
à juízo diverso do que dela consta. Neves (2016) ainda aponta que existem 
três situações que justificam esse caráter itinerante das cartas, sendo elas 
as seguintes:
Direito Processual Civil
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1. Eventual erro de endereçamento em decorrência de confusão ou 
modificação das regras de estrutura judicial.
2. Correção de vício quanto à competência do juízo deprecado, que 
poderá reconhecer sua incompetência e encaminhar a carta para 
o juízo competente, com excesso dos casos de incompetência 
absoluta, que poderá, dependendo do ato, devolver a carta sem 
o cumprimento.
3. Rápido deslocamento de pessoas ou coisas, inclusive contra o 
fato de frustrar a prática do ato, devendo a carta ser encaminhada 
para o local em que deva ser praticado o ato.
Essas características permitem, também, que o ato que será 
cumprido em decorrência dela seja desmembrado em diferentes juízos 
deprecados.
Por fim, aponta o art. 268 do Código de Processo Civil que, após 
cumprida a carta, ela será devolvida ao juízo de origem no prazo de 10 
dias, independentemente de translado, devendo as custas serem pagas 
pela parte.
Citação
Vimos que existem duas formas de comunicação dos atos 
processuais de acordo com o Código de Processo Civil, sendo elas: 
intimação e citação. Vamos estudar o que vem a ser a citação. Você já 
deve ter ouvido falar que uma pessoa foi intimada, mas você sabe o que 
vem a ser isso?
O art. 238 do Código de Processo Civil traz que citação é o ato pelo 
qual são convocados o réu, o executado ou o interessado para integrar 
a relação processual. É a partir da citação que a relação processual se 
completa.
Ainda, nos termos do parágrafo único do art. 238, a citação deverá 
ser efetivada em até 45 dias a partir da propositura da ação.
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IMPORTANTE:
Sempre que houver processo, haverá citação, sendo o 
processo de conhecimento ou de execução. O único 
caso que não ocorre mais citação é no cumprimento de 
sentença, pois não há formação de um novo processo.
Gonçalves (2018) aponta que a citação deve ser realizada na 
forma e com todas as formalidades determinadas por lei. Caso haja 
descumprimento de alguns dos requisitos formais, poderá haver a 
invalidade do ato, tornando necessária a sua repetição. Contudo, se 
apesar do vício ou da falta de citação, o réu comparecer em juízo, o ato 
terá alcançado a sua finalidade, não sendo necessária a sua repetição.
A citação pode ser direta ou indireta. No que se refere à citação 
direta, ela é feita na pessoa do réu ou de seu representante legal; já a 
citação indireta é feita a um terceiro, que tem os poderes de recebê-la 
com efeito vinculante em relação ao réu (GONÇALVES, 2018).
NOTA:
O nosso ordenamento jurídico traz como regra a citação 
direta. 
Ocorre a citação indireta quando o réu for pessoa jurídica ou incapaz, 
em que ela é feita na pessoa de seu procurador que é legalmente habilitado 
ou de terceiro que, devido ao estabelecido em lei ou em contrato, tem 
poderes para recebê-la, sendo essa pessoa vinculada ao réu.
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Você sabe onde deve ser realizada a citação?
O art. 243 do Código de Processo Civil, responde essa pergunta 
dizendo que a citação poderá ser feita em qualquer lugar em que se 
encontre o réu, o executado ou o interessado. Entretanto, o art. 244 do 
referido diploma legal traz uma série de exceções com relação à citação 
de onde não se fará a citação, sendo essas exceçõesas seguintes:
 • De quem estiver participando de ato de culto religioso.
 • De cônjuge, de companheiro ou de qualquer parente do morto, 
consanguíneo ou afim, em linha reta ou na linha colateral em 
segundo grau, no dia do falecimento e nos 7 (sete) dias seguintes.
 • De noivos, nos 3 (três) primeiros dias seguintes ao casamento.
 • De doente, enquanto grave o seu estado.
Além disso, também não deverá ser realizada a citação quando for 
verificado que o citado é mentalmente incapaz ou está impossibilitado 
de recebê-la, onde o oficial de juiz deverá descrever e certificar de forma 
minuciosa a ocorrência e, o juiz deverá nomear médico para que examine 
o citado, que deverá apresentar um laudo no prazo de cinco dias (art. 245 
do Código de Processo Civil).
IMPORTANTE:
O juiz deixará de nomear o médico para examinar o citado 
quando a família apresentar declaração do médico do 
citado que ateste a sua incapacidade. 
Sendo reconhecida a incapacidade, o juiz deverá nomear curador 
ao citado, onde este que será o citado e a quem incumbirá a defesa dos 
interesses do incapaz.
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Espécies de Citação
Nos termos do art. 246, após a alteração promovida pela Lei n° 14.195, 
de 26 de agosto de 2021, a citação deverá ser feita de forma preferencial 
por meio eletrônico, em até dois dias úteis, contado da decisão que a 
determinar, por meio dos endereços indicados pelo citando no banco de 
dados do Poder Judiciário. 
De acordo com o art. 246, § 1°, se a citação eletrônica não for 
confirmada no prazo de três dias úteis, implicará na realização das 
seguintes citações: 
 • Pelo correio – ela é a forma prioritária de citação das pessoas 
naturais, das microempresas e das empresas de pequeno porte. 
O legislador prestigiou a citação pelo correio devido à sua 
rapidez, sobretudo quando dirigida a outras comarcas ou Estados 
(GONÇALVES, 2018). No entanto, o art. 247 do Código de Processo 
Civil traz as hipóteses em que não poderá haver citação pelo 
correio, sendo elas: nas ações de estado; quando o citando for 
incapaz; quando o citando for pessoa de Direito Público; quando 
o citando residir em local não atendido pela entrega domiciliar de 
correspondência; quando o autor, justificadamente, a requerer de 
outra forma. Fora essas possibilidades a citação será feita por carta, 
onde essa deverá ser encaminhada com aviso de recebimento.
Quando ocorre a citação por carta, quando é que se inicia a 
contagem do prazo?
Deve-se iniciar a contagem do prazo a partir do dia em que for 
juntado aos autos o aviso devidamente firmado pelo destinatário citado.
 • Por oficial de justiça – a citação será realizada pelo oficial de justiça 
nas hipóteses previstas no Código de Processo Civil. Podemos 
citar como exemplo o caso de o autor requerer a citação por oficial 
de justiça. Em que o oficial de justiça deverá procurar o citando e, 
onde o encontrar, realizar a citação, devendo ler-lhe o mandato e 
entregar-lhe a contrafé.
Direito Processual Civil
43
É importante ressaltar o art. 250 do Código de Processo Civil, que 
traz o seguinte: 
Art. 250. O mandado que o oficial de justiça tiver de cumprir 
conterá:
I - os nomes do autor e do citando e seus respectivos 
domicílios ou residências;
II - a finalidade da citação, com todas as especificações 
constantes da petição inicial, bem como a menção 
do prazo para contestar, sob pena de revelia, ou para 
embargar a execução;
III - a aplicação de sanção para o caso de descumprimento 
da ordem, se houver;
IV - se for o caso, a intimação do citando para comparecer, 
acompanhado de advogado ou de defensor público, à 
audiência de conciliação ou de mediação, com a menção 
do dia, da hora e do lugar do comparecimento;
V - a cópia da petição inicial, do despacho ou da decisão 
que deferir tutela provisória;
VI - a assinatura do escrivão ou do chefe de secretaria e a 
declaração de que o subscreve por ordem do juiz. (BRASIL, 
2015)
Na citação pelo oficial de justiça o prazo para a resposta começa a 
fluir da data de juntada aos autos do mandado de citação devidamente 
cumprindo. Caso haja mais de um citado, o prazo só começará a correr da 
data da juntada do último mandado de citação.
Dentro da citação por oficial de justiça existe a citação com hora 
certa. De acordo com Gonçalves (2018), ela deve ser utilizada quando o 
citando, tendo sido procurado por duas vezes pelo oficial de justiça em 
seu domicílio ou residência, não for encontrado, havendo suspeita de 
ocultação. Nessa espécie de citação é essencial que o oficial de justiça 
suspeite da ocultação, devendo consignar na certidão os dias e os horários 
em que realizou as diligências. Assim, esse tipo de citação ocorrerá com 
o oficial de justiça intimando qualquer pessoa da família ou vizinho do 
citando, de que no próximo dia útil ele voltará a fim de cumprir a citação 
na hora designada.
Direito Processual Civil
44
 • Pelo escrivão ou chefe de secretaria, se o citando comparecer 
em cartório – esse é o meio mais simples, pois ao comparecer ao 
cartório o servidor pode de logo efetuar a citação, começando a 
correr o prazo para a resposta.
 • Por edital – o art. 256 do Código de Processo Civil traz as hipóteses 
em que poderá ser feita a citação por edital, sendo elas: quando 
desconhecido ou incerto o citando; quando ignorado, incerto 
ou inacessível o lugar em que se encontrar o citando; nos casos 
expressos em lei.
O edital será publicado nos sites, devendo ser certificado nos autos. 
Deverá o juiz fixar o prazo do edital, que poderá variar entre 20 a 60 dias, 
a contar da data da publicação (GONÇALVES, 2018). 
 • Por meio eletrônico – por fim, a citação por meio eletrônico. Essa 
inovação trouxe que todas as citações devem ser realizadas 
por meio eletrônico, devendo só ser realizada pelos meios 
convencionais quando por motivos técnicos for inviável a sua 
realização pelo meio eletrônico. 
É o que já vimos com o avanço do processo eletrônico e com a 
implantação do PJe, que nos dias atuais a preferência é que os autos 
sejam efetuados todos por meios eletrônicos. É importante, ainda, 
mencionarmos que as pessoas jurídicas, as empresas públicas e privadas, 
devem ser citadas, sempre, preferencialmente, pela via eletrônica.
Direito Processual Civil
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Intimação 
Outra espécie de comunicação dos atos processuais é a intimação, 
como vimos. Mas o que vem a ser essa espécie? 
Ela é conceituada no art. 269 do Código de Processo Civil, que 
consta que intimação é o ato pelo qual se dá ciência a alguém dos atos 
e dos termos do processo. A intimação se diferencia da citação em vários 
aspectos, principalmente, no fato de que pode ser dirigida a qualquer 
uma das partes, como também a seus advogados, auxiliares da justiça ou 
a terceiros, a quem deverá realizar algum ato no processo.
Em regra, a intimação deverá ser dirigida ao advogado das partes, e 
de forma preferencial por meio eletrônico, ou por meio de publicação no 
órgão oficial de imprensa.
Espécies de Intimação
Assim como a citação, a intimação também tem espécies, sendo 
elas de acordo com Gonçalves (2018):
 • Por meio eletrônico – essa é a forma preferencial de intimação. 
É dito por Gonçalves (2018) que as pessoas jurídicas públicas ou 
privadas, o Ministério Público, a Defensoria Pública e a Advocacia 
Pública deverão manter cadastro junto ao Poder Judiciário, que 
deverá ser aberto no prazo estabelecido em lei.
 • Pela publicação no Diário Oficial – caso não tenha como ocorrer a 
intimação por meio eletrônico, ela deve ser realizada pelo Diário 
Oficial. Essa publicação deverá conter o nome das partes e dos 
seus advogados.
Direito Processual Civil
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IMPORTANTE:
O art. 273 do Código de Processo Civil dispõe que se for 
inviável a intimação por meio eletrônico e não houver na 
localidade publicação em órgão oficial, incumbirá ao 
escrivão ou chefe de secretaria intimar de todos os atos 
do processo osadvogados das partes: pessoalmente, se 
tiverem domicílio na sede do juízo; por carta registrada, 
com aviso de recebimento, quando forem domiciliados fora 
do juízo.
 • Pelo correio – não havendo outro modo, as 
partes, seus representantes legais e advogados 
serão intimados pelo correio. No entanto, só 
ocorrerá a citação do advogado pelo correio 
excepcionalmente, tendo em vista que nos dias 
atuais todos os advogados devem utilizar do 
procedimento eletrônico.
 • Por oficial de justiça – só haverá esse tipo de 
intimação quando a intimação eletrônica ou a por 
correio tenha sido frustrada, podendo ocorrer por 
hora certa, devendo seguir o mesmo processo que 
estudamos com relação à citação.
Assim acontece a comunicação dos atos do processo, espero que 
tenha conseguido compreender como isso acontece e a diferença de 
intimação para citação.
Direito Processual Civil
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RESUMINDO:
Estudamos neste Capítulo que existem duas formas de 
comunicação dos atos processuais de acordo com o Código 
de Processo Civil, sendo elas: intimação e citação, e que 
quando os atos forem praticados fora dos limites territoriais 
do tribunal, da comarca, da sessão ou da subseção judiciária, 
deverá ser expedida carta. Vimos que existem quatro tipos 
de cartas, sendo elas: carta de ordem, carta rogatória, 
carta precatória e carta arbitral. Estudamos os requisitos 
que devem conter nas cartas, sendo eles: indicação dos 
juízes de origem e de cumprimento do ato, inteiro teor da 
petição, do despacho judicial e do instrumento do mandato 
conferido ao advogado, menção do ato processual que lhe 
constitui o objeto e encerramento com a assinatura do juiz. 
Vimos que o juiz determinará o prazo para o cumprimento da carta, 
devendo atender à facilidade das comunicações e à natureza da diligência. 
Em seguida, vimos que a citação é o ato pelo qual são convocados o 
réu, o executado ou o interessado para integrar a relação processual, 
estudando como se dá a citação e, posteriormente, os modos de realizar 
a citação, que são: pelo correio, por oficial de justiça, pelo escrivão ou 
chefe de secretaria, se o citando comparecer em cartório, por edital, por 
meio eletrônico. Por fim, estudamos a intimação, que é o ato pelo qual se 
dá ciência a alguém dos atos e dos termos do processo, acontecendo ela: 
por meio eletrônico, pela publicação no Diário Oficial, pelo correio e por 
oficial de justiça. 
Direito Processual Civil
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Tutela no Processo Civil
OBJETIVO:
É um assunto importante no processo civil, sendo utilizado 
para garantir direitos. Neste Capítulo, estudaremos sobre as 
tutelas no processo civil. Você deverá saber qual a tutela 
e qual o momento de aplicação de cada uma das tutelas. 
Empolgados? Vamos lá!
O nosso Código de Processo Civil traz um Capítulo referente à tutela 
provisória, em que há divisão entre a tutela provisória de urgência e a de 
evidência.
Vamos começar o estudo desse Capítulo tratando da tutela 
provisória para, em seguida, falarmos sobre a sua divisão.
Tutela Provisória
Você sabe o que vem a ser a tutela provisória?
Quem traz o conceito dela é Gonçalves (2018, p. 328), que diz que 
a tutela provisória é: 
A tutela diferenciada, emitida em cognição superficial 
e caráter provisório, que satisfaz antecipadamente ou 
assegura e protege uma ou mais pretensões formuladas, 
e que pode ser deferida em situação de urgência ou nos 
casos da evidência. (GONÇALVES, 2018, p. 328)
Dessa forma, ao analisarmos esse conceito elaborado por Gonçalves, 
podemos dizer que a tutela provisória pode ser proferida pelo juiz, mesmo 
ele não tendo todos os elementos de convicção com relação à demanda 
jurídica. Sendo a decisão do juiz fundada em um juízo de probabilidade, 
em que ainda não há certeza da existência do direito da parte.
De acordo com Gonçalves (2018), a tutela provisória serve para 
se dar mais efetividade ao processo, trazendo a possibilidade de o juiz 
conceder antes aquilo que só concederia ao final ou que determine as 
medidas necessárias para assegurar e garantir a eficácia do provimento 
principal. Essa tutela poderá ser fundada em urgência ou emergência.
Direito Processual Civil
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A tutela provisória tem uma classificação, podendo ser pela sua 
natureza, pela fundamentação ou pelo momento de requerimento. Vamos 
estudar em que consiste cada uma dessas classificações.
Tutela Provisória: Pela sua Natureza
A classificação da tutela provisória pela sua natureza pode ser 
antecipada ou cautelar. Gonçalves (2018) aponta que o critério que 
diferencia essa classificação é a satisfatividade, pois tanto a tutela 
antecipada quanto a cautelar constituem tutelas provisórias e têm 
requisitos muitos semelhantes que são relacionados à urgência, porém 
somente a tutela antecipada tem natureza satisfativa, permitindo que o juiz 
defira os efeitos que, sem ela, só poderia conceder ao final do processo. 
IMPORTANTE:
Tanto a tutela cautelar quanto a antecipada podem ser úteis 
para afastar uma situação de perigo de prejuízo que seja 
irreparável ou de difícil reparação. 
Vamos estudar de forma mais detalhada em que consiste cada uma 
dessas espécies de classificação.
Tutela Antecipada 
Neves (2016) aponta que a tutela antecipada é caracterizada 
por satisfazer, de forma antecipada, no todo ou em parte, a pretensão 
formulada pelo autor, concedendo-lhe os efeitos ou as consequências 
jurídicas que ele pretendeu obter com o ajuizamento da ação.
EXEMPLO: O típico exemplo de pedido de tutela antecipada é 
quando o plano de saúde nega o pedido de um dos seus associados 
a uma cirurgia que ele necessita com urgência. Sabendo que a pessoa 
precisa da cirurgia com urgência, ela ingressa com o pedido na justiça 
para que o plano cubra o valor da cirurgia, formulando um pedido de 
tutela antecipada devido ao caráter urgente da cirurgia. Dessa forma, 
mesmo sem julgar a demanda, o juiz analisando o caso pode, desde logo, 
Direito Processual Civil
50
mandar o plano cobrir a cirurgia, e, posteriormente, ao julgar a demanda, 
verá se a pessoa realmente tinha direito à cirurgia ser coberta pelo plano 
ou não. Caso não tenha o dinheiro, deverá cobrir os gastos que o plano 
pagou quando o juiz deferiu a tutela. 
Assim, na tutela antecipada o juiz concede aquilo que da 
condenação resultaria, não devendo então o juiz conceder coisa que 
tenha natureza diversa da pretensão do autor. O juiz concede em caráter 
provisório, o que precisará ser substituído posteriormente por decisão em 
um provimento definitivo.
Tutela Cautelar
Vimos o que é a tutela antecipada, que como o próprio nome já 
diz, é concedida de forma anterior. Mas em que consiste, então, a tutela 
cautelar?
Diferentemente da tutela antecipada, a tutela cautelar não satisfaz 
em todo ou em parte a pretensão do autor da demanda. Gonçalves (2018) 
aponta que na tutela cautelar o juiz não concede desde logo o que só seria 
deferido ao final da demanda, no entanto, ele determina providências de 
resguardo, proteção e preservação dos direitos que estão no litígio.
EXEMPLO: João postula ação de cobrança contra Marcos. Notando 
que Marcos está se desfazendo dos seus bens para não cumprir com a 
sua obrigação de pagamento, João pode ingressar no juízo com pedido 
de tutela cautelar, em que o juiz poderá deferir que os bens no valor da 
dívida de Marcos sejam bloqueados da sua conta, garantido que, ao fim 
do processo, se Marcos for considerado devedor da quantia, ela tenha o 
dinheiro para pagar a dívida. 
Assim, de forma mais sintetizadora, podemos dizer que para 
identificar se a tutela é antecipada ou cautelar, basta olhar para a satisfação 
imediata do autor. Se o juiz conceder de forma antecipada a pretensão 
futura do autor, será uma tutela antecipada; no entanto, se a medida do 
juiz apenas proteger, preservar o direito, sem assim antecipar os efeitos da 
futura sentença, será uma tutela cautelar.
Direito Processual Civil
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Tutela Provisória: Pela FundamentaçãoA classificação da tutela provisória quanto à sua fundamentação 
traz que ela pode ser de urgência ou evidência. O art. 294 do Código de 
Processo Civil já dispõe que a tutela provisória pode ser fundamentada 
em urgência ou evidência, mas o que isso quer dizer?
Quer dizer que essa classificação levará em consideração os 
fundamentos que o juiz pode deferir a tutela provisória, assim, ao conceder 
a tutela, o juiz deverá fundamentar se a sua decisão é na urgência ou na 
evidência.
Vamos, então, ver em que consiste cada um desses tipos de tutela.
Tutela de Urgência
O art. 300 do Código de Processo Civil dispõe que será concedida 
a tutela de urgência quando houver elementos que evidenciem a 
probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil 
do processo. 
Assim, os requisitos para a tutela de urgência é o chamado fumus 
boni iuris, que significa a fumaça do bom direito, isto é, a probabilidade do 
direito, e também o chamado periculum in mora, que significa o perigo na 
demora, isto é, o risco que o autor sofrerá com a demora no julgamento 
da demanda, sendo esse risco um perigo de prejuízo irreparável para a 
parte ou de difícil reparação.
Tutela de Evidência 
O art. 311 do Código de Processo Civil retrata que a tutela de 
evidência será concedida, independentemente da demonstração de 
perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo, nas seguintes 
hipóteses:
 • Quando ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o 
manifesto propósito protelatório da parte – quando a conduta da 
parte mostra que ela estar protelando o julgamento ou buscando 
auferir vantagens indevidas, pelo decurso do tempo. Assim, essa 
Direito Processual Civil
52
hipótese visa sancionar à atitude abusiva, de má-fé, de abuso da 
parte (GONÇALVES, 2018).
 • Quando as alegações, de fato, puderem ser comprovadas apenas 
com documentos e houver tese firmada em julgamento de casos 
repetitivos ou em alguma súmula vinculantes – hipótese que se 
pode falar em evidência, pois os elementos dos autos trazem 
um forte grau de probabilidade de que o seu direito venha a ser 
reconhecido.
 • Quando se tratar de pedido de reivindicação de posse ou de 
propriedade sobre uma coisa que pertence ao patrimônio 
do autor, mas se encontra em poder de terceiro ou na esfera 
patrimonial do réu que não cumpriu com a obrigação contratual, 
pedido esse fundado em prova documental adequada do contrato 
de depósito, caso em que será decretada a ordem de entrega do 
objeto custodiado, sob aplicação de multa.
 • Quando a petição inicial for instruída com prova documental 
suficiente dos fatos constitutivos do direito do autor, a que o réu 
não oponha prova capaz de gerar dúvida razoável – hipótese em 
que há também a clara evidência do direito do autor, onde os 
elementos constantes nos autos já evidenciam o direito ao autor, 
não devendo este que suportar os eventuais ônus derivados da 
demora do processo.
Desse modo, Gonçalves (2018) aponta que a tutela de evidência 
não tem a finalidade de afastar um perigo, devendo ser deferida mesmo 
que ele não exista. Assim, para que possamos compreender a finalidade 
da tutela de evidência, devemos lembrar que é normalmente o autor a 
parte que sofre com a demora do processo, pois é ele o encarregado 
por formular a pretensão, pretensão essa que não é atendida até o final 
da demanda. Dessa forma, cabe ao autor, em regra, suportar o ônus da 
demora. Surge então a tutela de evidência que intervém nesse ônus, seja 
na hipótese de o réu agir de forma abusiva ou com intuito protelatório, seja 
quando o direito cuja proteção o autor postula revista-se da evidência, o 
que ocorre na segunda e na quarta hipóteses citadas acima.
Direito Processual Civil
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Tutela Provisória: Pelo Momento de Requerimento
A última classificação da tutela provisória é pelo momento de 
requerimento, em que ela pode ser antecedente ou incidental.
O parágrafo único do art. 294 do Código de Processo Civil traz que a 
tutela provisória de urgência, cautelar ou antecipada, pode ser concedida 
em caráter antecedente ou incidental.
Mas o que vem a ser esse caráter incidental e antecedente?
O caráter incidental diz respeito ao fato de o autor da demanda 
poder formular o requerimento de tutela provisória na petição inicial, 
podendo o juiz conceder desde logo sem que seja ouvida a parte contrária 
(GONÇALVES, 2018).
Como vimos, tanto a tutela de urgência quanto a de evidência 
podem ser concedidas em caráter liminar, ou seja, o juiz pode deferir 
sem ouvir o réu nas hipóteses em que se possa constatar, sem que haja 
dificuldade, a veracidade do que foi alegado na inicial.
Já no que se refere ao caráter antecedente, ela só ocorrerá nas 
tutelas de urgência, devido ao fato de apenas nesse caso o juiz poder 
deferir o pedido de tutela sem que tenha sido formulado o pedido 
principal, ou antes dele ter sido formulado com todos os argumentos e 
documentos necessários.
Dessa forma, o caráter antecedente é o fato de o juiz poder decidir 
a tutela sem que tenha ainda no processo o pedido principal ou ainda não 
tenham sido formulados todos os argumentos e documentos necessários 
para o julgamento da demanda. Ela acontece somente na tutela de 
urgência, devido à possibilidade de perda do direito ou de que o direito 
seja de difícil reparação. 
SAIBA MAIS:
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seguir clicando aqui. 
Direito Processual Civil
https://www.youtube.com/watch?v=aj3hbmWbZ3w
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É importante ressaltar que, ainda que a tutela provisória seja 
antecedente, não haverá a formulação de um novo processo, mas sim, 
após formulado o pedido antecedente, deverá a parte oportunamente 
apresentar o pedido principal, ou aditar o já apresentado, ocorrendo, 
então, a complementação da argumentação da parte, tudo isso devendo 
ocorrer nos mesmos autos (GONÇALVES, 2018).
Tutela de Urgência: Tutela Antecipada 
Requerida em Caráter Antecedente e 
Tutela Cautelar Requerida em Caráter 
Antecedente
Separamos um tópico para falar da tutela de urgência, sendo 
ela requerida antecipadamente em caráter antecedente, e requerida 
cautelarmente em caráter antecedente, devido ao fato de já termos 
explicado o que vem a ser a tutela de urgência, o que significa ela ser 
antecipada e cautelar, e o seu caráter antecedente.
Devemos explicar isso por cada um desses tipos ter um Capítulo 
próprio dentro da tutela de urgência.
Tutela Antecipada Requerida em Caráter 
Antecedente
O art. 303 do Código de Processo Civil dispõe que nos casos em que 
a urgência do pedido estiver presente na propositura da ação, a petição 
inicial pode limitar-se ao requerimento da tutela antecipada e à indicação 
do pedido de tutela final, com a exposição da lide, do direito que se busca 
realizar e do perigo de dano ou do risco ao resultado útil do processo.
Dessa forma, esse artigo autoriza a apresentação de requerimento 
de tutela de urgência antecipada antes que seja apresentado o pedido 
de tutela final de maneira completa. No entanto, para que isso aconteça 
é preciso que haja situação de urgência, contemporânea à formação do 
pedido de antecipação (GONÇALVES, 2018).
Direito Processual Civil
55
O autor, então, deverá apenas requerer a tutela antecipada, devendo 
se limitar à indicação da tutela final, para que o juiz possa verificar se 
existe correspondência entre o pedido de tutela e a indicação da tutela 
final. Devendo o autor também em seu requerimento de tutela fazer a 
exposição sumária da lide, do direito que ele busca realizar e do perigo 
de dano ou do risco ao resultado útil do processo, caso o juiz não defira o 
pedido de tutela antecipada.
O § 4° do art. 303 do Código de Processo Civil também traz que na 
petição inicial que haverá o requerimento da tutela antecipada, o autor 
deverá indicar o valor da causa, que deve levar em consideração o pedido 
de tutela final. Devendo, também, indicar de formaexpressa na petição 
inicial que pretende se valer da tutela antecipada.
O que acontece no caso de o juiz recusar o pedido de tutela 
antecipada em caráter antecedente? O autor perderá seu direito?
O próprio Código de Processo Civil responde essa pergunta, em seu 
§ 6° do art. 303, que dispõe que caso o juiz entenda que não há elementos 
suficientes para a concessão de tutela antecipada, o órgão jurisdicional 
determinará a emenda da petição inicial no prazo de cinco dias, sob pena 
de ser indeferida e de o processo ser extinto sem resolução de mérito.
Tutela Cautelar Requerida em Caráter Antecedente
O art. 305 do Código de Processo Civil traz que a petição inicial 
da ação que visa à prestação de tutela cautelar em caráter antecedente 
indicará a lide e seu fundamento, devendo indicar a exposição sumária do 
direito que se objetiva assegurar e o perigo ou o risco ao resultado útil do 
processo.
Direito Processual Civil
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IMPORTANTE:
O procedimento desse tipo de tutela é diferente do que 
estudamos no item anterior.
De acordo com Gonçalves (2018), mesmo sendo formulado 
em caráter antecedente, o pedido de tutela provisória 
cautelar jamais formará um processo autônomo. O autor 
acentua que a acessibilidade da pretensão cautelar exigirá 
a oportuna formulação da pretensão principal, mas nos 
mesmos autos, constituindo, assim, um processo único. 
Dessa forma, haverá uma fase antecedente, em que deverá 
ser discutida a pretensão cautelar; e uma fase posterior, 
que se refere à pretensão principal, devendo tudo constar 
nos mesmos autos, e em um único processo.
Como vimos anteriormente, o art. 305 do Código de Processo Civil 
traz os requisitos da petição inicial, devendo ser aplicado em conjunto 
com o art. 319 que dispõe o que deve conter em todas as petições iniciais 
de forma geral.
Assim, como no processo comum, o juiz deverá fazer o exame da 
admissibilidade da inicial, devendo determinar as emendas caso seja 
necessário. Quando o juiz verificar que tudo estiver em ordem, deverá 
mandar que seja citado o réu, para que ele apresente contestação ao 
pedido formulado pelo autor no prazo de cinco dias.
O art. 307 do Código de Processo Civil dispõe que caso o réu não 
conteste o pedido, ficará presumido que os fatos alegados pelo autor 
tenham sido aceitos pelo réu, devendo o juiz decidir em cinco dias.
Por fim, sendo efetivada a tutela cautelar, o pedido principal deverá 
ser formulado pelo autor no prazo de 30 dias, devendo ser apresentado 
nos mesmos autos em que fora deduzido o pedido de tutela cautelar, não 
dependendo do adiantamento de novas custas processuais, de acordo 
com o art. 308 do Código de Processo Civil.
Direito Processual Civil
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RESUMINDO:
Por fim, estudamos neste Capítulo que o nosso Código de 
Processo Civil traz um Capítulo referente à tutela provisória. 
Vimos que esta pode ser proferida pelo juiz, mesmo ele 
não tendo todos os elementos de convicção com relação à 
demanda jurídica. Assim, a tutela provisória serve para dar 
mais efetividade ao processo, onde ela traz a possibilidade 
de o juiz conceda antes aquilo que só concederia ao final 
ou que determine as medidas necessárias para assegurar 
e garantir a eficácia do provimento principal. Estudamos 
a classificação da tutela provisória, vendo que quanto 
à sua natureza, ela pode ser antecipada (caracterizada 
por satisfazer, de forma antecipada, no todo ou em parte 
a pretensão formulada pelo autor) ou cautelar (o juiz não 
concede desde logo o que só seria deferido ao final da 
demanda, no entanto, ele determina providencias de 
resguardo, proteção e preservação dos direitos que estão 
no litígio). 
Quanto à fundamentação, a tutela provisória pode ser de urgência 
(quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o 
perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo) ou de evidência 
(será concedida, independentemente da demonstração de perigo de 
dano ou de risco ao resultado útil do processo, nas hipóteses elencadas 
no artigo 311 do Código de Processo Civil). Quanto ao momento de 
concessão, ela pode ser antecedente (é o fato de o juiz poder decidir a 
tutela sem que tenha ainda no processo o pedido principal ou ainda não 
tenha sido formulado todos os argumentos e documentos necessários 
para o julgamento da demanda) e incidental (o autor da demanda pode 
formular o requerimento de tutela provisória na petição inicial). Por fim, 
estudamos o que vem a ser a tutela antecipada requerida em caráter 
antecedente e a tutela cautelar requerida em caráter antecedente. 
Direito Processual Civil
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REFERÊNCIAS
BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República 
Federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF: Presidência da República, 
[2020]. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/
constituicao.htm. Acesso em: 26 out. 2021.
BRASIL. Lei n° 10.406 de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código 
Civil. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 2002. Disponível em: http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm. Acesso em: 26 out. 2021.
BRASIL. Lei n° 13.105, de 16 de março de 2015. Código de Processo 
Civil. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 2015. Disponível em: http://www.
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BRASIL. Lei n° 14.195, de 26 de agosto de 2021. Dispõe sobre a 
facilitação para abertura de empresas, sobre a proteção de acionistas 
minoritários, sobre a facilitação do comércio exterior, sobre o Sistema 
Integrado de Recuperação de Ativos (Sira), sobre as cobranças realizadas 
pelos conselhos profissionais, sobre a profissão de tradutor e intérprete 
público, sobre a obtenção de eletricidade, sobre a desburocratização 
societária e de atos processuais [...]. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 
2021. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-
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Direito Processual Civil

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