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DIREITO CONSTITUCIONAL - RESUMO PARA A PROVA DA OAB/FGV 
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1. CONSTITUIÇÃO
CONCEITO 
Sentido sociológico: principal defensor Ferdinand Lassalle. Constituição, para ser efetiva, deve 
representar a soma dos fatores reais de poder que regem a sociedade. Sem essa representação, 
a Constituição é uma simples “folha de papel”. 
Sentido Político: Carl Schimitt. Constituição é “decisão política fundamental de um povo”. 
Corresponde às normas materialmente constitucionais. 
Sentido Jurídico: Hans Kelsen. Constituição é a norma jurídica no seu mais alto grau hierárquico
Sentido culturalista: Constituição é produto de um fato cultural, produzido pela sociedade e que 
sobre ela pode influir
CLASSIFICAÇÃO
Quanto ao Conteúdo: a) material: matéria tipicamente constitucional, como forma de estado, 
forma de governo e regime de governo; b) formal: são regras que não se referem à matéria 
tipicamente constitucional.
Quanto à Forma: a) escrita (documento solene); b) não-escrita: usos e costumes. Regras não 
estão fixadas em um texto único. (Exemplo: Inglaterra).
Quanto à Extensão: a) analítica (expansiva): abriga assuntos que não são essenciais para o 
Estado; b) sintética (concisa): é reduzida, priorizando os assuntos essenciais do Estado.
Quanto ao modo de elaboração: a) histórica (costumeira): lenta evolução histórica; b) dogmática: 
decorre de trabalho legislativo específico (todas as constituições brasileiras foram dogmáticas).
Quanto à Alterabilidade: a) rígida: procedimento mais rigoroso para a alteração de suas normas 
do para as demais leis; b) flexível: Não possui sistema diferenciado para alteração das normas 
constitucionais; c) semirrígida (semiflexível): procedimento diferente apenas para a alteração 
das normas materialmente constitucionais; d) super-rígidas: procedimento mais rígido para a 
alteração de suas normas e dispositivos que não podem ser alterados (cláusulas pétreas), como 
no caso da Constituição de 1988 e e) Imutáveis: não admitem alteração.
Quanto à Origem: a) outorgadas: impostas pela vontade do governante, sem oportunidade de 
representação popular. Chama-se, tecnicamente, Carta e não Constituição; b) promulgadas: 
São elaboradas pelos representantes do povo; c) cesarista (Bonapartistas): elaborada pelo 
governante, mas referendada posteriormente por meio de referendo.
Quanto à Função: a) garantista: limita o poder do Estado, fixando garantias e direitos fundamentais 
ao povo; b) dirigente: organiza o Estado e estabelece normas de ação (programáticas) a serem 
seguidas pelo Estado.
Quanto à Ideologia: a) ortodoxa: fundada em apenas uma ideologia; b) eclética: formada por 
diversas ideologias, como a Constituição Federal de 1988.
ELEMENTOS
Orgânicos: regras materialmente constitucionais, como as normas de organização do Estado e 
do Poder;
Limitativos: limitam o poder do Estado, como os direitos e garantias fundamentais;
Sócioideológicos: revelam o compromisso entre o Estado individualista e o Estado Social, como 
os princípios da ordem econômica e social;
De Estabilização Constitucional: normas destinadas a solucionar os conflitos da própria 
constituição, como as regras referentes ao processo de emenda à Constituição a ao controle de 
constitucionalidade
Formais de Aplicabilidade: normas que se referem à aplicação das normas constitucionais, como 
o preâmbulo e as disposições constitucionais transitórias.
2. PODER CONSTITUINTE
PODER 
CONSTITUINTE 
ORIGINÁRIO
Inaugura uma nova constituição. Características: inicial, autônomo, ilimitado, incondicionado e 
inalienável. 
PODER 
CONSTITUINTE 
DECORRENTE
Responsável pela elaboração das constituições estaduais. Princípio da Simetria: o poder 
constituinte derivado deve observar os princípios fundamentais e as regras de organização 
existentes na Constituição Federal, para que não haja incongruências desarrazoadas
PODER 
CONSTITUINTE 
DERIVADO
Poder de reforma da constituição. Características: Secundário, Condicionado (as formas e 
condições estabelecidas na constituição federal) e limitado (cláusulas pétreas). 
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Limites Para Reforma da Constituição 
Limites Procedimentais: apenas os seguintes 
legitimados podem propor projeto de emenda 
constitucional: 1) o Presidente da República; 2) 1/3, 
no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou 
do Senado Federal e 3) mais da metade das Assembleias 
Legislativas das unidades da Federação, manifestando-se, 
cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros.
Limites Circunstanciais: de acordo com o art. 60, § 
1º, da CF/88, a Constituição não poderá ser emendada na 
vigência de intervenção federal, de estado de defesa ou 
de estado de sítio.
Limites temporais: a matéria constante de proposta 
de emenda rejeitada ou havida por prejudicada não pode 
ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa 
(§5º do art. 60 da CF/88).
Limites materiais: divididas em limitações materiais
expressas (cláusulas pétreas) e implícitas (Ex: exercício 
do poder de reforma e procedimento de Emenda da CF). 
Cláusulas Pétreas: núcleo duro da CF, não pode ser 
abolido por Emenda. São Cláusulas Pétreas (art. 60, §4º 
da CF): I) forma federativa de Estado; II) voto direto, 
secreto, universal e periódico (voto obrigatório não é 
cláusula pétrea); III) Separação dos poderes; IV) direitos 
e garantias individuais. 
Mutação Constitucional: ocorre quando há uma 
alteração do sentido da norma constitucional sem 
qualquer mudança no seu texto, adequando-a aos novos 
valores e costumes da sociedade. A título de exemplo, 
o conceito de casa, previsto no art. 5º, XI, da CF/88,
limitava-se inicialmente à ideia de residência/domicílio.
Entretanto, em razão da mutação constitucional, o
conceito é atualmente ampliado para abranger outros
locais, como escritórios e demais ambientes de trabalho,
quarto de hotel, trailer, etc.
3. EFICÁCIA DAS NORMAS
CONSTITUCIONAIS
NORMAS DE EFICÁCIA PLENA, CONTIDA E LIMITADA
Normas de eficácia plena: possuem todos os 
elementos necessários e suficientes para a produção 
de seus efeitos, ou seja, não precisam de outra lei que 
as complemente. São normas de aplicabilidade direta, 
imediata e integral.
Normas de eficácia contidas: possuem aplicabilidade 
direta e imediata, mas o legislador pode restringir a 
sua eficácia, por isso também são chamadas de normas 
redutíveis. Exemplo: do art. 5º, LVIII, da CF/88, que dispõe: 
“o civilmente identificado não será submetido a identificação 
criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei”.
Normas de eficácia limitada: dependem de 
regulamentação legal posterior para produzirem todos 
os seus efeitos, como no caso do art. 7º, XI, da CF/88, que 
dispõe que, independentemente do salário, o trabalhador 
tem direito “a participação nos lucros, ou resultados, 
desvinculada da remuneração, e, excepcionalmente, 
participação na gestão da empresa, conforme definido em 
lei”. As normas de eficácia limitada são divididas em: a) 
normas de princípio institutivo: o legislador constituinte 
estabelece o conteúdo geral de estruturação de órgãos, 
entidades ou institutos, para que o legislador ordinário 
os estruture em definitivo, como no caso dos artigos 33 
e 88 da CF/88 e b) normas de princípio programático: 
estabelecem programas e diretrizes que devem ser 
buscados e alcançados pelo poder público, como a 
valorização do trabalho, o direito à saúde, o combate ao 
analfabetismo, etc.
RECEPÇÃO CONSTITUCIONAL 
Com o advento de uma nova constituição, há o fenômeno 
da ab-rogação, em que aConstituição anterior é revogada 
pela nova Constituição. No entanto, se uma lei ordinária 
anterior se mostrar compatível materialmente com a nova 
constituição, ela será recebida por esta, fenômeno conhecido 
como recepção constitucional. Por outro lado, se a lei não for 
compatível materialmente com a nova constituição, a norma 
não será recepcionada (“não recepção”). 
Compatibilidade material: o mais importante em 
relação ao fenômeno da recepção é a compatibilidade 
material, já que eventual incompatibilidade formal será 
superada (ex: CTN). 
ADPF: o Supremo Tribunal Federal passou a admitir 
a ADPF como instrumento capaz de decidir abstratamente 
se uma lei foi recepcionada ou não pela Constituição.
REPRISTINAÇÃO 
A repristinação é o fenômeno pelo qual a constituição, 
expressamente, prevê a restauração da vigência de uma 
lei que havia sido revogada pela constituição anterior. 
Deve-se atentar que a Constituição não possui força 
repristinatória automática, ou seja, uma lei revogada 
pela constituição anterior não volta a entrar em vigor 
automaticamente com a nova constituição.
DESCONSTITUCIONALIZAÇÃO
A teoria da desconstitucionalização dispõe que as 
normas da constituição anterior seriam rebaixadas à 
categoria de normas infraconstitucionais com o advento 
de uma nova constituição, desde que sejam com ela 
compatíveis formalmente. Essa teoria não é aceita no 
ordenamento jurídico brasileiro, uma vez que existe 
o fenômeno da ab-rogação, salvo se a nova norma
constitucional for expressa nesse sentido.
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4. NEOCONSTITUCIONALISMO E CONSTITUCIONALISMO
CONSTITUCIONALISMO Movimento jurídico e político deflagrado com o objetivo de limitar o Poder do Estado 
por meio de uma constituição escrita. 
NEOCONSTITUCIONALISMO 
Tem origem no período histórico pós 2ª Guerra Mundial, e objetiva garantir a maior 
eficácia possível da constituição, sobretudo a maior eficácia dos direitos fundamentais. 
Suas principais características são: a) proclama a primazia do princípio da dignidade 
da pessoa humana, b) enaltece a força normativa da constituição, c) extensão 
da constituição em todas as áreas jurídicas (constitucionalização do direito) e d) 
reaproximação entre direito e moral, superando a ideia clássica do positivismo.
5. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988
Recomenda-se a leitura do art. 1º ao 4º da CF/88 
6. DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS
Art. 5º, caput, da CF/88: “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos 
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança 
e à propriedade, nos termos seguintes”. 
Estrangeiros: o art. 5º diz que os direitos e garantias são garantidos “aos brasileiros e aos estrangeiros residentes 
no País”. No entanto, entende-se que os estrangeiros que estão temporariamente no Brasil também são salvaguardados 
pelo artigo 5º da CF/88.
Principais direitos previstos no art. 5º: 
PREVISÃO CONSTITUCIONAL COMENTÁRIO 
I - Homens e mulheres são iguais em direitos e 
obrigações, nos termos desta Constituição;
Igualdade material: muitas vezes o tratamento diferenciado 
é que garante a igualdade material.
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado 
o anonimato;
A identificação é importante para assegurar eventual 
responsabilidade civil/penal.
XII – É assegurada, nos termos da lei, a prestação de 
assistência religiosa nas entidades civis e militares de 
internação coletiva; 
Apesar de o Brasil ser um Estado Laico, assegura-
se o direito de prestação de assistência religiosa nas 
entidades civis e militares de internação coletiva.
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de 
crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, 
salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal 
a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação 
alternativa, fixada em lei.
Assegura a negativa de cumprimento de uma obrigação 
legal por motivo de convicção filosófica ou política, mas, 
nesse caso, se a pessoa não cumprir prestação alternativa, 
poderá ser punida.
X - São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a 
imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização 
pelo dano material ou moral decorrente de sua violação; 
Possibilidade de cumulação do dano moral e material .
XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela 
podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em 
caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, 
ou, durante o dia, por determinação judicial; 
Segundo jurisprudência do STF, o conceito de casa 
compreende qualquer compartimento habitado. A prisão 
obedecendo a mandado judicial pode ocorrer apenas no 
período diurno. Além disso, se houver consentimento do 
morador, não há que se falar em violação de domicílio.
XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das 
comunicações telegráficas, de dados e das comunicações 
telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas 
hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de 
investigação criminal ou instrução processual penal; 
A inviolabilidade não é absoluta. STF já decidiu ser 
possível a interceptação de comunicação epistolar do 
preso se houver razões de segurança pública. Além 
disso, a Constituição Federal autoriza a restrição do 
sigilo epistolar durante o Estado de Defesa e no Estado 
de Sítio.
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XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, 
em locais abertos ao público, independentemente de 
autorização, desde que não frustrem outra reunião 
anteriormente convocada para o mesmo local, sendo 
apenas exigido prévio aviso à autoridade competente;
AConstituição Federal assegura o direito de reunião pacífica sem 
necessidade de autorização. Entretanto, a reunião depende de 
comunicação prévia e não pode frustrar reunião anteriormente 
convocada para o mesmo local. 
XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, 
vedada a de caráter paramilitar;
A Constituição Federal veda expressamente a associação 
de caráter paramilitar, considerada aquela cujos membros 
se valem de armas e técnicas policiais ou militares para a 
realização de seus objetivos, sem, contudo, pertencerem 
ao Estado. 
XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de 
cooperativas independem de autorização, sendo vedada 
a interferência estatal em seu funcionamento;
Criação de associação e cooperativas não precisam de 
autorização para serem criadas. 
XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente 
dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por 
decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito 
em julgado;
As associações podem ter suas atividades suspensas por 
decisão judicial, mas para serem dissolvidas exige-se decisão 
transitada em julgado. 
XX - Ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a 
permanecer associado;
Veda-se a associação compulsória. 
XXI - as entidades associativas, quando expressamente 
autorizadas, têm legitimidade para representar seus filiados 
judicial ou extrajudicialmente;
A representação pela associação depende de autorização 
dos filiados. 
XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade 
competente poderá usar de propriedade particular, 
assegurada ao proprietário indenização ulterior, se 
houver dano;
Trata-se de requisição administrativa: Ocorre em 
situações emergenciais, como no caso de um policial 
que ocupa uma casa para investigar um sequestro 
ocorrido na residência vizinha. A indenização só é devida 
posteriormente e caso haja dano.
XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida em 
lei, desde que trabalhada pela família, não será objeto 
de penhora para pagamento de débitos decorrentes de 
sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de 
financiar o seu desenvolvimento;
Apenas a pequena propriedade rural que for trabalhada 
pela família não será objeto de penhora para pagamento 
de débitos decorrentes de sua atividade produtiva. 
Débitos que não estejam relacionados com a atividade 
produtiva poderão ensejar penhora.
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos 
informações de seu interesse particular, ou de interesse 
coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob 
pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo 
seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado;
O direito à informação não é absoluto, uma vez que 
pode ser negado nas hipóteses em que o sigilo seja 
imprescindível à segurança da sociedade e do Estado. 
Não depende, entretanto, de qualquer autorização 
excepcional.
XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do 
pagamento de taxas: a) o direito de petição aos Poderes Públicos 
em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder; 
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa 
de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal; 
A alínea “a” se refere ao direito de petição, que pode ser 
exercido por brasileiro, estrangeiro, pessoa física ou jurídica, 
capazes e incapazes. Se houver recusa acerca das informações 
solicitadas, caberá Mandado de Segurança, sem prejuízo 
da responsabilidade civil. O direito de petição é exercido 
independentemente do pagamento de taxa. A Alínea “b” se 
refere ao direito de obter certidão, que também será gratuito. 
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder 
Judiciário lesão ou ameaça a direito;
Consagra o princípio da inafastabilidade ou 
indeclinabilidade jurisdicional.
XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico 
perfeito e a coisa julgada;
a) Ato jurídico perfeito: aquele capaz de produzir seus efeitos
por respeitar todos os requisitos exigidos em lei, b) Direito 
adquirido: direito subjetivo já definitivamente incorporado ao 
patrimônio jurídico de alguém e C) Coisa Julgada: é qualidade
da sentença que torna imutáveis e indiscutíveis seus efeitos
após o trânsito em julgado da decisão.
XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção; Tribunal de exceção é aquele criado temporariamente 
para julgar um caso após o crime ter sido cometido, 
como no caso do Tribunal de Nuremberg.
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XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável 
e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos 
da lei;
São os crimes resultantes de preconceito de raça ou de 
cor previstos na Lei nº 7.716/1989. 
XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e 
insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura, 
o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o
terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por
eles respondendo os mandantes, os executores e os que,
podendo evitá-los, se omitirem;
Formas de renúncia estatal do poder de punir. 
ANISTIA: dada por lei de competência do Congresso 
Nacional, com sanção do Presidente da República (art. 
48, VIII, CF/88), por meio do qual se apaga todos o os 
efeitos penais e extrapenais de eventual condenação.
INDULTO: dado pelo Presidente da República por decreto 
para destinatários indeterminados. Pressupõe o trânsito 
em julgado. Extingue ou comuta a pena, mas não apaga 
outros efeitos penais ou extrapenais. 
Graça: dada pelo Presidente da República por decreto 
para pessoa determinada, com as mesmas características 
do indulto (indulto individual). 
O presidente da república pode delegar o decreto de 
graça/indulto para o Procurador Geral da República; 
Advogado Geral da União e Ministros de Estado. 
XLVII - não haverá penas: a) de morte, salvo em caso de 
guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX; b) de caráter 
perpétuo; c) de trabalhos forçados; d) de banimento; e) cruéis;
A figura do banimento representa o envio compulsório do 
brasileiro ao estrangeiro, o que foi institucionalizada pelo 
Ato Institucional n. 13, de 05/09/1969.
LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o 
naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes 
da naturalização, ou de comprovado envolvimento em 
tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma 
da lei;
Brasileiro nato nunca será extraditado. Já o Brasileiro 
naturalizado será extraditado quando: (a) em caso 
de crime comum, praticado antes da naturalização e 
(b) depois da naturalização, em caso de comprovado
envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas
afins, na forma da lei.
LII - não será concedida extradição de estrangeiro por 
crime político ou de opinião;
Independentemente da nacionalidade, ninguém será 
extraditado pela prática de crime político ou de opinião.
LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito 
em julgado de sentença penal condenatória;
O Supremo Tribunal Federal fixou entendimento, no final 
de 2019, que o início da execução da pena condenatória 
somente pode ocorrerapós trânsito em julgado da 
decisão. .
LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do 
responsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável 
de obrigação alimentícia e a do depositário infiel;
O inciso sob análise dispõe que ninguém será preso 
por dívida civil, salvo nos casos do depositário infiel e 
da dívida alimentar. Entretanto, o Pacto de São José da 
Costa Rica admite a prisão civil apenas na hipótese de 
dívida alimentar. Assim, levando-se em conta o caráter 
supralegal do Pacto de São José da Costa Rica, o Supremo 
Tribunal Federal firmou entendimento de que a prisão 
do depositário infiel não será mais aplicada no Brasil, já 
que o Pacto internacional teria revogou toda a legislação 
infraconstitucional que regulamentava a matéria.
LXXVI - são gratuitos para os reconhecidamente pobres, 
na forma da lei:
a) o registro civil de nascimento;
b) a certidão de óbito;
A isenção, de acordo com o texto constitucional, se aplica 
apenas àqueles reconhecidamente pobres.
LXXVIII a todos, no âmbito judicial e administrativo, são 
assegurados a razoável duração do processo e os meios 
que garantam a celeridade de sua tramitação.
A Constituição Federal, além de assegurar o acesso 
ao Poder Judiciário, garante a efetividade do trâmite 
dos processos judiciais e administrativos por meio da 
duração razoável do processo e da celeridade.
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DIREITOS SOCIAIS 
Conceito: os direitos sociais impõem ao Estado não 
apenas a abstenção, mas a necessidade de atuação, ou 
seja, são direitos prestacionais.
Art. 6º da CF/88: “São direitos sociais a educação, a 
saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, 
o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à
maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, 
na forma desta Constituição”.
NACIONALIDADE 
Conceito: vínculo jurídico-político entre um indivíduo 
e determinado Estado. A nacionalidade pode ser primária 
(originária) ou secundária (adquirida)
NACIONALIDADE 
PRIMÁRIA
1) Critério Ius sanguinis: considera-
se nacional o descendente de pais
nacionais, independentemente do
local de nascimento. 
2) Critério Ius soli: considera-se
nacional aquele que nasce no território
do Estado, independentemente da
nacionalidade de seus pais.
NACIONALIDADE 
SECUNDÁRIA 
Diz respeito à naturalização, que 
decorre de um fato voluntário: o 
pedido de naturalização.
Nacionalidade Primária no Brasil 
Brasileiro nato (art. 12, I, da CF/88): a) toda pessoa 
nascida no Brasil (critério ius soli), salvo se os seus 
pais forem estrangeiros e ambos estiverem a serviço 
de seu país de origem; b) os nascidos no estrangeiro, 
de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer 
deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil 
(critério ius sanguinis); c) os nascidos no estrangeiro 
de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam 
registrados em repartição brasileira competente ou 
venham a residir na República Federativa do Brasil 
e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a 
maioridade, pela nacionalidade brasileira (Ius sanguinis 
+ registro ou Ius sanguinis + vínculo territorial + “opção”). 
Brasileiro naturalizado (art. 12, II, da CF/88): a) 
para os estrangeiros originários de países de língua 
portuguesa são exigidos apenas dois requisitos: 
residir no país há mais de um ano ininterrupto e ter 
idoneidade moral; b) para os portugueses, basta que 
tenham residência permanente no Brasil e, desde que 
haja reciprocidade em favor de brasileiros, eles terão 
os mesmos direitos, salvo em alguns casos previstos 
na Constituição; c) para os estrangeiros de qualquer 
nacionalidade, devem residir no Brasil há mais de quinze 
anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que 
requeiram a nacionalidade brasileira. 
TRATAMENTO DIFERENCIADO ENTRE BRASILEIRO 
NATO E NATURALIZADO
Acesso a cargos: São privativos de brasileiro 
nato os cargos: I - de Presidente e Vice-Presidente da 
República; II - de Presidente da Câmara dos Deputados; 
III - de Presidente do Senado Federal; IV - de Ministro do 
Supremo Tribunal Federal; V - da carreira diplomática; 
VI - de oficial das Forças Armadas, VII - de Ministro de 
Estado da Defesa. 
Propriedade de empresa jornalística (art. 222 da 
CF/88): apenas brasileiros natos ou naturalizados há mais 
de 10 anos podem ser proprietários de empresa jornalística 
e de radiodifusão sonora e de sons e imagens. Além disso, 
ao menos 75% do capital total e do capital votante dessas 
empresas deverá pertencer, direta ou indiretamente, a 
brasileiros natos ou naturalizados há mais de dez anos, 
que exercerão obrigatoriamente a gestão das atividades e 
estabelecerão o conteúdo da programação. 
PERDA DA NACIONALIDADE 
Duas hipóteses: a) brasileiro naturalizado que pratica 
atividade nociva ao interesse nacional, caso em que 
terá sua naturalização cancelada por meio de sentença 
judicial; b) perda da nacionalidade por quem adquire outra 
voluntariamente, admitindo-se duas exceções: I) quando 
houver o reconhecimento da nacionalidade originária 
pela lei estrangeira e II) quando houver a imposição de 
naturalização no país estrangeiro, como condição para o 
exercício de direitos civis. 
DIREITOS POLÍTICOS 
Voto obrigatório: maiores de 18 anos e menores de 
70 anos.
Voto facultativo: pessoas entre 16 e 18 anos, maiores 
de 70 anos e analfabetos.
Inalistáveis (não podem tirar título de eleitor): além 
dos estrangeiros, os conscritos, durante o serviço militar 
obrigatório, não podem se alistar como eleitores, ou seja, 
são inalistáveis.
Elegibilidade: direito de ser votado (capacidade 
eleitoral passiva). A Constituição Federal estabelece 
limites etários para determinados cargos, conforme 
quadro abaixo elaborado.
PRESIDENTE E VICE-PRESIDENTE DA 
REPÚBLICA E SENADOR 35 ANOS
GOVERNADOR E VICE-GOVERNADOR 
DE ESTADO E DO DISTRITO FEDERAL 30 ANOS
DEPUTADO FEDERAL, DEPUTADO 
ESTADUAL OU DISTRITAL, 
PREFEITO, VICE-PREFEITO E JUIZ 
DE PAZ
21 ANOS
VEREADOR 18 ANOS
Inelegíveis: são os dos analfabetos e os inalistáveis 
(estrangeiros, à exceção dos portugueses, e conscritos 
durante o serviço militar obrigatório). Assim, são inalistáveis 
e inelegíveis apenas os estrangeiros e os conscritos. 
Inelegibilidade por parentesco: são inelegíveis, 
no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os 
parentes consanguíneos ou afins, até o segundo grau ou 
por adoção, do Presidente da República, de Governador 
de Estado ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito 
ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses 
anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo 
e candidato à reeleição.
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PERDA OU SUSPENSÃO DOS DIREITOS POLÍTICOS 
É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda 
ou suspensão só se dará nos casos de: I - cancelamento 
da naturalização por sentença transitada em julgado; II 
- incapacidade civil absoluta; III - condenação criminal
transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos;
IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou
prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII; V -
improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º.
PARTIDOS POLÍTICOS
Os partidos políticos são pessoas jurídicas de 
direito privado (art. 1º da Lei nº 9096/1995), possuem 
abrangência nacional, não podem ser organizados para 
fins paramilitares, são proibidos de receber recursos 
financeiros de governo estrangeiro, prestam contas 
à Justiça Eleitoral e têm direito a recursos do fundo 
partidário e acesso gratuito ao rádio e à televisão, na 
forma da lei. 
7. REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS
MANDADO DE SEGURANÇA 
Conceito: utilizado para proteger direito líquido e 
certo (capaz de ser demonstrado independente de dilação 
probatória) violado por ato de autoridade governamental 
ou de agente de pessoa jurídica privada que esteja, por 
delegação, no exercício de atribuição do Poder Público, 
contra o qual não seja oponível habeas corpus ou habeas 
data (caráter residual).
Súmula nº 625 do STF: controvérsia sobre matéria de 
direito NÃO impede concessão de mandado de segurança.
Legitimidade ativa: pessoa física ou jurídica titulares 
do direito violado.
Legitimidade passiva: autoridade pública de 
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Municípios, e das respectivas autarquias, 
fundações públicas, empresas públicas e sociedades de 
economia mista.
Prazo decadencial: 120 dias. 
Hipóteses em que não cabe MS: de acordo com o 
art. 5º da Lei nº 12.016/2009, o mandado de segurança 
não será concedido quando se tratar: I - de ato do qual 
caiba recurso administrativo com efeito suspensivo, 
independentemente de caução; II - de decisão judicial da 
qual caiba recurso com efeito suspensivo e III - de decisão 
judicial transitada em julgado.
Prioridade: os processos de mandado de segurança 
e os respectivos recursos terão prioridade sobre todos os 
atos judiciais, salvo habeas corpus.
Liminar: não será concedida medida liminar que 
tenha por objeto a compensação de créditos tributários, a 
entrega de mercadorias e bens provenientes do exterior, 
a reclassificação ou equiparação de servidores públicos e 
a concessão de aumento ou a extensão de vantagens ou 
pagamento de qualquer natureza (§ 2º do art. 7º da Lei nº 
12.016/2009).
Observação: não cabem, no processo de mandado de 
segurança, a interposição de embargos infringentes e a 
condenação ao pagamento dos honorários advocatícios, 
sem prejuízo da aplicação de sanções no caso de litigância 
de má-fé (art. 25 da Lei nº 12.016/2009).
MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO 
Possui previsão apenas na legislação 
infraconstitucional (art. 21 da Lei nº 12.016/09) e poderá 
ser impetrado por: partido político com representação 
no Congresso Nacional e organização sindical, entidade 
de classe ou associação legalmente constituída e em 
funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos 
interesses de seus membros ou associados.
Súmula 629 do STF: “A impetração de mandado de 
segurança coletivo por entidade de classe em favor dos 
associados independe da autorização destes”.
Súmula 630 do STF: “A entidade de classe tem 
legitimação para o mandado de segurança ainda quando 
a pretensão veiculada interesse apenas a uma parte da 
respectiva categoria”. 
Liminar: só poderá ser concedida após a audiência 
do representante judicial da pessoa jurídica de direito 
público, que deverá se pronunciar no prazo de 72 (setenta 
e duas) horas (§ 2º do art. 22 da Lei nº 12.016/2009).
Sentença: a sentença fará coisa julgada limitadamente 
aos membros do grupo ou categoria substituídos pelo 
impetrante. Além disso, ele não induz litispendência para 
as ações individuais, mas os efeitos da coisa julgada 
não beneficiarão o impetrante a título individual se não 
requerer a desistência de seu mandado de segurança no 
prazo de 30 (trinta) dias a contar da ciência comprovada 
da impetração da segurança coletiva (§ 1º do art. 22 da 
Lei nº 12.016/2009).
HABEAS CORPUS 
Conceito: remédio constitucional, cujo ajuizamento 
é gratuito, que objetiva cessar a ameaça ou coação à 
liberdade de ir, vir e permanecer do indivíduo, podendo 
ser repressivo ou liberatório (alvará de soltura), 
preventivo (salvo conduto), ou suspensivo.
Legitimidade ativa: universal (qualquer um, nacional 
ou estrangeiro). 
Súmula n. 693 do STF: “não cabe HC contra decisão 
condenatória a pena de multa ou relativo a processo em 
curso por infração penal a que a pena pecuniária seja a 
única cominada”. O exemplo de crime que não tem pena 
de prisão é o delito de porte de drogas para uso pessoal 
(art. 28, da Lei n. 11.343/06). 
Súmula n. 695, do STF: “não cabe HC quando já 
extinta a pena privativa de liberdade.”
HABEAS DATA
Conceito: objetiva proporcionar ao impetrante 
acesso ou retificação de dados de sua pessoa, constantes 
de bancos de dados de caráter público, pouco importando 
se a natureza jurídica da entidade é pública ou privada.
Ampliação do conceito: o art. 7º, III, da Lei nº 
9.507/97 dispõe que o habeas data poderá ser impetrado 
“para a anotação nos assentamentos do interessado, 
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de contestação ou explicação sobre dado verdadeiro,mas justificável e que esteja sob pendência judicial ou 
amigável”.
Habeas data em favor de terceiro: o habeas data 
objetiva tutelar direito relativo à pessoa do impetrante 
e, por isso, não pode ser manejado em favor de terceiro. 
Entretanto, doutrina e jurisprudência consideram 
possível que cônjuge, ascendentes, descendentes e 
irmãos (CADI, para decorar) impetrem Habeas Data em 
nome do impetrante já falecido, ausente ou incapacitado, 
para proteger a honra da família.
Gratuidade: tanto o procedimento administrativo 
do habeas data, quanto a respectiva ação judicial são 
gratuitos, não havendo que se falar em custas ou 
honorários de sucumbência.
Prioridade: de acordo com o art. 19 da Lei nº 9.507/97, 
“os processos de habeas data terão prioridade sobre 
todos os atos judiciais, exceto habeas corpus e mandado 
de segurança. Na instância superior, deverão ser levados 
a julgamento na primeira sessão que se seguir à data em 
que, feita a distribuição, forem conclusos ao relator”.
AÇÃO POPULAR 
Conceito: ação de natureza coletiva destinada a 
anular ou declarar a nulidade de ato lesivo ao patrimônio 
público, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e 
ao patrimônio histórico e cultural, podendo ser repressiva 
ou preventiva.
Legitimidade ativa: somente o cidadão poderá 
propor ação popular, ou seja, ela não pode ser proposta 
por pessoa jurídica e inalistáveis. 
Ministério Público: não pode propor, mas pode 
assumir o andamento e dar execução a decisão da ação 
popular, conforme previsto no art. 9º da Lei nº 4.717/65: 
“Se o autor desistir da ação ou der motiva à absolvição da 
instância, serão publicados editais nos prazos e condições 
previstos no art. 7º, inciso II, ficando assegurado a 
qualquer cidadão, bem como ao representante do 
Ministério Público, dentro do prazo de 90 (noventa) dias 
da última publicação feita, promover o prosseguimento 
da ação.”
Competência: o prazo para ajuizamento da ação 
é de 05 a contar da realização do ato impugnado, e a 
competência para processar e julgar a ação popular é 
definida pela origem do ato a ser anulado (Verba federal 
– Justiça Federal, Verba Estadual – Justiça Estadual).
Gratuidade: a gratuidade da justiça se aplica 
à ação popular apenas para o autor da ação, mas 
haverá pagamento de custas e ônus sucumbenciais se 
demonstrada má-fé. 
MANDADO DE INJUNÇÃO 
Conceito: objetiva conferir efetividade ao texto 
constitucional. Terá cabimento quando não for possível 
exercer um direito ou liberdade constitucional, ou 
prerrogativa inerente à nacionalidade, à soberania e à 
cidadania, decorrente de falta de norma regulamentadora. 
De acordo com a Lei n. 13.300/2016, a omissão poderá 
ser total ou parcial. 
Decisão em mandado de injunção: a Lei n. 
13.300/2016 estabelece a possibilidade de duas etapas, 
devendo a decisão: I - determinar prazo razoável para que 
o impetrado (Poder, órgão ou a autoridade com atribuição 
para editar a norma regulamentadora) promova a edição
da norma; II - caso não seja suprida a mora legislativa
no prazo determinado, estabelecer as condições em que
se dará o exercício dos direitos, das liberdades ou das
prerrogativas reclamados ou, se for o caso, as condições
em que poderá o interessado promover ação própria
visando a exercê-los.
Dispensa da primeira fase: será dispensada a 
determinação da primeira etapa quando comprovado 
que o impetrado deixou de atender, em mandado de 
injunção anterior, ao prazo estabelecido para a edição da 
norma. Pode-se dizer que a primeira etapa é a adoção 
da teoria não concretista (o Poder Judiciário apenas 
comunica a omissão) e a segunda etapa é aplicação da 
teoria concretista (o judiciário edita regras para viabilizar 
o direito).
8. ORGANIZAÇÃO DO ESTADO
Incorporação e subdivisão dos Estados: os 
Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou 
desmembrar-se para se anexarem a outros, ou formarem 
novos Estados ou Territórios Federais, mediante 
aprovação da população diretamente interessada, 
através de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei 
complementar, conforme § 3º do art. 18 da CF/88.
Criação, incorporação, fusão e desmembramento 
de Municípios: serão feitas por lei estadual, dentro do 
período determinado por Lei Complementar Federal, e 
dependerão de consulta prévia, mediante plebiscito, às 
populações dos Municípios envolvidos, após divulgação 
dos Estudos de Viabilidade Municipal, apresentados e 
publicados na forma da lei, conforme § 4º do art. 18 da 
CF/88.
REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIA 
Competência dos Estados-Membros: possuem 
competências remanescentes. Ex: transporte público 
intermunicipal (ADI 845).
Competência dos Municípios: assuntos de 
interesse local, como coleta do lixo, ordenação do solo 
urbano, transporte público intramunicipal, horário de 
funcionamento de estabelecimentos comerciais.
Competência do Distrito Federal: a competência do 
Distrito Federal é cumulativa, pois envolve atribuições 
Estaduais e Municipais.
Competências da União: União possui competências 
materiais (administrativas) e legislativas. As 
competências materiais subdividem-se em exclusivas 
(art. 21) e comuns (art. 23), enquanto que as competências 
legislativas subdividem-se em privativas (art. 22) e 
concorrentes (art. 24).
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COMPETÊNCIAS 
MATERIAIS 
Exclusivas: art. 21 da CF/88 – 
não podem ser delegadas.
Comuns: art. 23 da CF/88 – não 
exclui a atuação dos demais 
entes federados, devendo lei 
complementar fixar normas 
para a cooperação entre eles.
COMPETÊNCIAS 
LEGISLATIVAS 
Privativas: art. 22 da CF/88 – Lei 
Complementar poderá autorizar 
os Estados a legislarem sobre 
questões específicas. 
Concorrentes: art. 24 da CF/88. 
Competência da União limita-se 
a estabelecer normas gerais.
9. INTERVENÇÃO FEDERAL
Conceito: a União terá competência para intervir 
nos Estados membros, Distrito Federal e Municípios dos 
Territórios Federais, se estes assim forem divididos. Em 
munícipios localizados em Estados, eventual intervenção 
deve ser promovida pelo Estado, conforme art. 35 da CF/88
Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no 
Distrito Federal, exceto para:
I - Manter a integridade nacional;
II - Repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da 
Federação em outra;
III - pôr termo a grave comprometimento da ordem pública;
IV - Garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes 
nas unidades da Federação;
V - Reorganizar as finanças da unidade da Federação que:
a) suspender o pagamento da dívida fundada por
mais de dois anos consecutivos, salvo motivo de
força maior;
b) deixar de entregar aos Municípios receitas
tributárias fixadas nesta Constituição, dentro dos
prazos estabelecidos em lei;
VI - Prover a execução de lei federal, ordem ou 
decisão judicial;
VII - assegurar a observância dos seguintes princípios 
constitucionais:
a) forma republicana, sistema representativo e
regime democrático;
b) direitos da pessoa humana;
c) autonomia municipal;
d) prestação de contas da administração pública,
direta e indireta.
e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante
de impostos estaduais, compreendida a proveniente
de transferências, na manutenção e desenvolvimento
do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde.
INTERVENÇÃO 
ESPONTÂNEA 
(INCISOS I, II, III 
E V) – PODE SER 
FEITA DE OFÍCIO
I - Manter a integridade nacional;
II - Repelir invasão estrangeira ou de 
uma unidade da Federação em outra;
III - pôr termo a grave 
comprometimento da ordem pública;
V - Reorganizar as finanças da 
unidade da Federação que:
a) suspender o pagamento da
dívida fundada por mais de dois
anos consecutivos, salvo motivo
de força maior;
b) deixar de entregar aos
Municípios receitas tributárias
fixadas nesta Constituição, dentro
dos prazos estabelecidos em lei;
INTERVENÇÃO 
PROVOCADA 
(INCISOS IV, VI E 
VII) - FEITA POR
SOLICITAÇÃO OU
REQUISIÇÃOIV - Garantir o livre exercício 
de qualquer dos Poderes nas 
unidades da Federação.
VI - Prover a execução de lei 
federal, ordem ou decisão judicial;
VII - assegurar a observância dos 
seguintes princípios constitucionais:
a) forma republicana, sistema
representativo e regime democrático;
b) direitos da pessoa humana;
c) autonomia municipal;
d) prestação de contas da
administração pública, direta
e indireta.
e) aplicação do mínimo exigido
da receita resultante de impostos
estaduais, compreendida a
proveniente de transferências, na
manutenção e desenvolvimento
do ensino e nas ações e serviços
públicos de saúde.
Procedimento Intervenção Espontânea: apesar de 
ser decretada de ofício, há necessidade de se ouvir o 
Conselho da República e o Conselho da Defesa Nacional, 
que emitirão parecer, com natureza meramente opinativa 
(não vinculatória). Além disso, a intervenção está 
sujeita à autorização do Congresso Nacional no prazo 
de 24 horas (art. 36, § 1º). Se o Congresso não aprovar, 
a intervenção estará suspensa e, se o Presidente não 
cumprir a decisão de suspensão da intervenção, haverá 
crime de responsabilidade.
Procedimento Intervenção Provocada: a) se a coação 
ocorrer no Poder Legislativo ou no Poder Executivo, o 
poder coacto deve encaminhar solicitação de intervenção 
federal ao Presidente da República, que avaliará a 
necessidade da intervenção e, se for caso, a decretará; b) 
se a coação for exercida contra o Poder Judiciário, o órgão 
prejudicado solicitará a intervenção ao Supremo Tribunal 
Federal que, avaliará o caso e, se entender necessário, 
encaminhará requisição de intervenção ao Presidente 
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da República que, neste caso, fica obrigado a decretar 
a intervenção, sob pena de crime de responsabilidade. 
Em ambas as hipóteses a intervenção ficará sujeita à 
avaliação do Congresso Nacional, que decidirá no prazo 
de 24 horas.
Procedimento para a segunda parte do Inciso VI: no 
que se refere à execução de ordem ou decisão judicial, 
caberá requisição do STF, STJ ou TSE, a depender 
da matéria, e o presidente será obrigado a decretar 
a intervenção, não havendo controle posterior do 
Congresso Nacional. 
Ação direta de inconstitucionalidade interventiva: nos 
casos dos incisos VI, primeira parte (promover a execução 
de lei federal), e VII (princípios constitucionais sensíveis), 
deve-se promover a ADIN Interventiva (§ 3º do art. 36 
da CF/88). Trata-se de ação ajuizada no STF (controle 
concentrado concreto) e que tem como único legitimado 
ativo o Procurador-Geral da República. Nessas hipóteses, 
o Presidente da República somente poderá decretar
a intervenção após o provimento da Representação 
Interventiva pelo Supremo Tribunal Federal.
10. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Criação, transformação e extinção de cargos, 
empregos e funções públicas: competência do Congresso 
Nacional, exercida por meio de lei que será de iniciativa 
privativa do Presidente da República quando se tratar de 
Administração Direta e Autárquica
Extinção de funções ou cargos vagos: competência 
privativa do Presidente, exercida por decreto autônomo. 
Concurso Público: A investidura em cargo ou emprego 
público depende de aprovação prévia em concurso 
público de provas ou de provas e títulos. Exceções: 
agentes comunitários de saúde e agentes de combate 
às endemias por meio de processo seletivo público (sem 
concurso), cargo em comissão e função de confiança 
(atribuições de direção, chefia e assessoramento). 
Acumulação de cargos: é vedada a acumulação 
remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver 
compatibilidade de horários, nos seguintes casos: a) a de 
dois de professor; b) um cargo de professor com outro 
técnico ou científico; c) a de dois cargos ou empregos 
privativos de profissionais de saúde, com profissões 
regulamentadas; d) a de vereador; e) a de magistrado ou 
promotor com a de magistério, e) Militares das Forças 
armdas com alínea “c” do inciso XVI do art. 37 da CF/88, 
f) Militares Estaduais com todos os cargos do inciso XVI
do art. 37 da CF/88.
Direito de Greve dos servidores: STF, julgando 
mandado de injunção, decidiu aplicar a Lei n. 7.783/99, 
que regulamenta o direito de greve dos trabalhadores 
celetistas da iniciativa privada.
Militares: é vedada a sindicalização e o direito de 
greve, conforme art. 142, § 3º, IV, da CF/88.
11. ORGANIZAÇÃO DOS PODERES
11.1. PODER LEGISLATIVO
Poder Legislativo Federal: bicameral (Câmara dos 
Deputados e Senado Federal). 
CÂMARA 
Composição: 
• Idade mínima: 21 anos
• Brasileiro nato ou naturalizado
• Presidente da Câmara: Brasileiro NATO
• Quantidade: mínimo 8 e máximo 70
• Representação: PROPORCIONAL
• Mandato: 4 anos, 1 legislatura e 4
sessões legislativas
• Renovação a cada eleição → TOTAL
Sistema Eleitoral: Proporcional
SENADO
Composição: 
• Idade mínima: 35 anos
• Brasileiro nato ou naturalizado
• Presidente do Senado: Brasileiro Nato 
• Quantidade: cada estado e o DF tem
3 senadores.
•Representação: PARITÁRIA
•Mandato: 8 anos, 2 legislaturas e 8
sessões legislativas
•Renovação a cada eleição →
PARCIAL → 1/3 e 2/3
Sistema Eleitoral: Majoritário Simples
Poder Legislativo Estadual: unicameral (Assembleia 
Legislativa), sendo os deputados estaduais eleitos pelo 
sistema proporcional para um mandato de 4 anos. No 
Distrito Federal, o sistema também é unicameral (Câmara 
Legislativa) e os Deputados Distritais também são eleitos 
pelo sistema proporcional para um mandato de 4 anos. 
Poder Legislativo Municipal: é composto pela 
Câmara Municipal e os vereadores são eleitos pelo 
sistema proporcional para um mandato de 4 anos. O 
número de vereadores deve ser fixado na lei orgânica do 
Munícipio, observando-se os limites fixados no art. 29 da 
Constituição Federal. 
COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO (CPI)
Criação: serão criadas pela Câmara dos Deputados 
e pelo Senado Federal, em conjunto ou separadamente, 
mediante requerimento de 1/3 de seus membros, 
para apuração de fato determinado (o que não 
impede a investigação de outros conexos durante os 
trabalhos) e por prazo certo (que pode ser prorrogado 
dentro da legislatura), sendo suas conclusões, se for 
o caso, encaminhadas ao MP para que promova a
responsabilidade civil ou criminal dos infratores.
Poderes da CPI: poderes de investigação próprios 
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das autoridades judiciais, salvo as cláusulas da reserva de 
jurisdição (ex: interceptação telefônica e a determinação 
de indisponibilidade de bens). 
Atribuições: convocar investigados e testemunhas; 
determinar as diligências que entender necessárias; 
requisitar de repartições públicas documentos e 
informações de seu interesse; investigar negócios 
realizados entre particulares; determinar a condução 
coercitiva de testemunha, diante de recusa de 
comparecimento; determinar a quebra de sigilo bancário 
(deve ser aprovada por maioria absoluta dos membros da 
CPI), fiscal e telefônico (relativo a dados e registros o que 
é diferente de interceptação telefônica). 
A CPI não possui atribuição para: decretar a busca 
e apreensão domiciliar de documentos; decretar a 
indisponibilidade de bens; decretar a prisão do depoente, 
salvo em caso de flagrante; determinar a interceptação 
telefônica; apurar a responsabilidade civil ou criminal do 
investigado.
PROCESSO LEGISLATIVO ORDINÁRIO 
Iniciativa: Poderá ser parlamentar ou 
extraparlamentar. Em regra, a iniciativa de lei será 
exercida junto à Câmara dos Deputados. O Senado Federal 
somente será a casa iniciadora quando o projeto de lei 
for apresentado por um senador ou por uma comissão 
do senado.
PARLAMENTAR EXTRAPARLAMENTAR 
• Qualquer membro ou
Comissão da Câmara
dos Deputados,do
Senado Federal ou do
Congresso Nacional
• Presidente da República
• Procurador Geral da
República
• STF e Tribunais Superiores 
e cidadãos 
• 1% do eleitorado nacional, 
distribuído pelo menos
por cinco Estados, com 
não menos que 0,3% dos 
eleitores de cada um deles
Iniciativa Privativa do Presidente da República: 
leis que: I - fixem ou modifiquem os efetivos das Forças 
Armadas; II - disponham sobre: a) criação de cargos, 
funções ou empregos públicos na administração 
direta e autárquica ou aumento de sua remuneração; 
b) organização administrativa e judiciária, matéria
tributária e orçamentária, serviços públicos e pessoal da
administração dos Territórios; c) servidores públicos da
União e Territórios, seu regime jurídico, provimento de
cargos, estabilidade e aposentadoria; d) organização do
Ministério Público e da Defensoria Pública da União, bem
como normas gerais para a organização do Ministério
Público e da Defensoria Pública dos Estados, do Distrito
Federal e dos Territórios; e) criação e extinção de
Ministérios e órgãos da administração pública, observado 
o disposto no art. 84, VI (decreto autônomo); f) militares
das Forças Armadas, seu regime jurídico, provimento de
cargos, promoções, estabilidade, remuneração, reforma e 
transferência para a reserva.
Fase Constitutiva: esta fase compreende três 
atuações distintas: 1) deliberação, 2) votação, 3) sanção 
ou veto (15 dias, senão ocorrerá sanção tácita).
Projeto rejeitado: se o projeto for rejeitado, será 
arquivado, aplicando-se o princípio da irrepetibilidade 
(art. 67 da CF/88), isto é, somente poderá constituir objeto 
de novo projeto, na mesma sessão legislativa, mediante 
proposta da maioria absoluta dos membros de qualquer 
das Casas do Congresso Nacional. 
Veto: Presidente terá 15 dias para a sanção ou veto. 
Decorrido o prazo de quinze dias, o silêncio do Presidente 
da República importará sanção tácita. O veto pode ser 
derrubado em sessão conjunta do Congresso Nacional 
pelo voto da maioria absoluta de Deputados Federais e 
Senadores, devendo a votação ser aberta. Caso o veto 
seja derrubado o projeto será encaminhado ao Presidente 
da República para promulgação.
Fase complementar: Compreende a promulgação e a 
publicação da lei. 
PROCESSO LEGISLATIVO SUMÁRIO
Hipótese: O regime de urgência constitucional pode 
ser requerido apenas pelo Presidente da República 
nos projetos de lei de sua própria iniciativa. Cada uma 
das Casas Legislativas terá o prazo de 45 dias para se 
manifestar sobre a proposição sob pena de trancamento 
de pauta, com exceção das demais matérias que 
tenham prazo constitucional determinado (ex. Medidas 
Provisórias). Se houver emenda no Senado o projeto 
retorna à Câmara, que terá 10 dias para se manifestar.
PROCESSOS LEGISLATIVOS ESPECIAIS 
Emenda Constitucional
LEGITIMADOS
• 1/3, no mínimo, dos membros
da Câmara dos Deputados ou do
Senado Federal;
• Presidente da República;
• Mais da metade das Assembleias 
Legislativas das unidades da
Federação, manifestando-se cada
uma delas pela maioria relativa
de seus membros.
LIMITAÇÕES 
limitações circunstanciais (intervenção 
federal, estado de sítio e estado de 
defesa), materiais (cláusulas pétreas 
– art. 60, §4º, da CF – voto secreto e
universal, forma federativa de Estado,
repartição dos poderes, e direitos e
garantias individuais).
TRAMITAÇÃO
Deliberação em 02 turnos em 
cada uma das Casas Legislativas, 
considerando-se aprovada quando 
obtiver em ambas, pelo menos 3/5 
dos votos dos membros de cada uma 
delas (maioria qualificada), após o 
que deverá ser promulgada pelas 
Mesas da Câmara e do Senado.
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Medida Provisória
PRESSUPOSTOS 
Elaborada e editada pelo Presidente, 
sem a interferência de qualquer 
outro poder, produzindo efeitos 
imediatamente São pressupostos 
constitucionais da medida provisória 
a relevância e urgência.
ENCAMINHAMENTO 
Deve ser imediatamente submetida 
ao Congresso Nacional, que terá o 
prazo de 60 dias, prorrogáveis 
por mais 60 dias, para apreciá-
la. Se não for apreciada em 45 
dias contados de sua publicação, 
entrará em regime de urgência.
REJEIÇÃO
Se houver rejeição, expressa ou 
tácita (decurso do prazo de 60 
dias + 60 dias), deve-se aguardar 
por 60 dias a elaboração de um 
Decreto Legislativo pelo Congresso 
Nacional regulamentando as 
situações decorrentes da Medida 
Provisória. Se o Decreto Legislativo 
não for feito, a Medida Provisória 
seguirá regulamentando apenas as 
relações jurídicas dela decorrentes.
LIMITES 
Podem ser implícitos (competências 
exclusivas do Congresso Nacional 
e privativas da Câmara dos 
Deputados e do Senado Federal, 
conforme artigos 49 a 52, da CF/88) 
ou explícitos, conforme art. 62, §1º, 
art. 25, §2º e art. 246 da CF/88.
Art. 62. § 1º É vedada a edição de medidas provisórias 
sobre matéria: I – relativa a:
a) nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos 
políticos e direito eleitoral;
b) direito penal, processual penal e processual civil;
c) organização do Poder Judiciário e do Ministério
Público, a carreira e a garantia de seus membros;
d) planos plurianuais, diretrizes orçamentárias,
orçamento e créditos adicionais e suplementares,
ressalvado o previsto no art. 167, § 3º;
II – Que vise a detenção ou sequestro de bens, de 
poupança popular ou qualquer outro ativo financeiro;
III – reservada a lei complementar;
IV – Já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo 
Congresso Nacional e pendente de sanção ou veto do 
Presidente da República.
§ 2º Medida provisória que implique instituição ou
majoração de impostos, exceto os previstos nos arts.
153, I, II, IV, V, e 154, II, só produzirá efeitos no exercício
financeiro seguinte se houver sido convertida em lei
até o último dia daquele em que foi editada. (...)
Art. 25. § 2º - Cabe aos Estados explorar diretamente, 
ou mediante concessão, os serviços locais de gás 
canalizado, na forma da lei, vedada a edição de 
medida provisória para a sua regulamentação.
Art. 246. É vedada a adoção de medida provisória 
na regulamentação de artigo da Constituição cuja 
redação tenha sido alterada por meio de emenda 
promulgada entre 1º de janeiro de 1995 até a 
promulgação desta emenda, inclusive. 
Leis Delegadas (art. 68 da CF/88): elaboradas pelo 
Presidente da República, que para tanto, deve solicitar 
delegação ao Congresso Nacional, que será concedida 
por meio de resolução onde deverá ser especificado o 
conteúdo e os termos para seu exercício (art. 68, §2º, 
da CF). Os limites materiais das leis delegadas são 
muito semelhantes aos das Medidas Provisórias. Alguns 
itens, todavia, são distintos, destacando-se os direitos 
individuais, que não podem ser objeto de lei delegada, 
mas não há qualquer vedação que impeça Medida 
Provisória de tratar do assunto. 
Decretos Legislativos: são atos exclusivos do 
Congresso Nacional (realizados obrigatoriamente por 
meio da atuação de suas duas Casas) para o tratamento 
de matérias da sua competência exclusiva, para os quais 
a Constituição Federal dispensa sanção presidencial 
como a aprovação definitiva de tratados, acordos e atos 
internacionais celebrados pela República Federativa e a 
apreciação do decreto interventivo. 
IMUNIDADES DOS CONGRESSISTAS
Imunidade material: afasta a responsabilidade civil 
(dano moral), penal (crimes contra a honra), disciplinar 
ou política por quaisquer de suas opiniões, palavras e 
votos, desde que guardem relação com o exercício da 
atividade legislativa. 
Imunidade Formal: divide-se em a) imunidade 
formal relativa à prisão (art. 53, §2º, da CF/88), em 
que o parlamentar, desde a expedição do diploma, não 
poderá ser preso, salvo na hipótese de flagrante de crime 
inafiançável, hipótese em que a manutenção da prisão 
dependerá de autorização por voto aberto da maioria 
absoluta dos membros da Casa Legislativa respectiva -para onde os autos deverão ser remetidos no prazo de 
24 horas e b) imunidade formal relativa ao processo, 
prevista no art. art. 53. § 3º, da CF/88, segundo o qual 
“recebida a denúncia contra o Senador ou Deputado, por 
crime ocorrido após a diplomação, o Supremo Tribunal 
Federal dará ciência à casa respectiva, que, por iniciativa 
de partido político nela representado e pelo voto da 
maioria de seus membros, poderá, até a decisão final, 
sustar o andamento da ação.”
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11.2. PODER EXECUTIVO 
PRESIDENTE DA REPÚBLICA 
ELEGIBILIDADE 
• Brasileiro nato;
• Idade mínima de 35 anos;
• Filiação partidária há
pelo menos 1 ano;
• Pleno exercício dos
direitos políticos;
ELEIÇÃO Sistema majoritário absoluto 
IMPEDIMENTO 
Representa o afastamento 
temporário. Em caso de duplo 
impedimento (Presidente e 
Vice), a linha de substituição 
presidencial é a seguinte: (1) 
Presidente da Câmara dos 
Deputados; (2) Presidente 
do Senado Federal; (3) 
Presidente do Supremo 
Tribunal Federal
VACÂNCIA 
Representa a impossibilidade 
definitiva de exercício do 
mandato. Em caso de dupla 
vacância, se esta ocorrer 
nos primeiros 2 anos do 
mandato, serão realizadas 
eleições diretas em 90 dias 
e, se ela ocorrer nos dois 
últimos anos do mandato, 
serão realizadas eleições 
indiretas pelo Congresso 
Nacional em 30 dias.
FORO POR 
PRERROGATIVA DE 
FUNÇÃO
Crimes comuns relacionados à 
função – será julgado pelo STF, 
mas depende de autorização 
prévia de 2/3 da Câmara. 
Crimes de responsabilidade 
– será julgado pelo Senado
Federal, mas quem preside
o julgamento é o presidente 
do STF. Depende de
autorização prévia de 2/3
da Câmara.
CRIME COMUM 
ESTRANHO À FUNÇÃO 
Será criminalmente processado 
somente após o término 
do mandato, vigorando a 
denominada “irresponsabilidade 
penal relativa do Presidente 
da República” (art. 86, § 4º, da 
CF/88).
11.3. PODER JUDICIÁRIO 
CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA (CNJ) 
Finalidade: pertence à estrutura do Poder Judiciário, mas 
não possui competência jurisdicional, tendo como finalidade 
garantir o controle da atuação administrativa e financeira do 
Poder Judiciário, bem como a fiscalização do cumprimento 
dos deveres funcionais por parte dos magistrados. 
Atribuições: estão previstas no art. 103-B da CF/88, 
dentre as quais se destaca “rever, de ofício ou mediante 
provocação, os processos disciplinares de juízes e 
membros de tribunais julgados há menos de um ano”. 
Composição: 15 membros, com mandato de 2 
anos, sendo permitida uma única recondução. Dentre 
os membros, haverá 2 (dois) advogados, indicados pelo 
Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil e 
2 (dois) cidadãos, de notável saber jurídico e reputação 
ilibada, indicados um pela Câmara dos Deputados e outro 
pelo Senado Federal. 
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) 
Composição: composto por 33 Ministros, dos quais, 
1/3 são juízes do TRF; 1/3 Desembargadores dos Tribunais 
de Justiça; 1/6 de advogados e 1/6 de membros do MP.
Principais competências: 
COMPETÊNCIA 
ORIGINÁRIA 
• Crimes comuns os
Governadores dos Estados
e do Distrito Federal.
• Crimes comuns e 
de responsabilidade: 
Desembargadores dos 
TJs, TRTs, TRFs e TREs, 
membros dos Tribunais 
de Contas e do MPU que 
oficiem perante tribunais. 
• Conflitos de competência
entre quaisquer tribunais,
bem como entre tribunal e
juízes a ele não vinculados
e entre juízes vinculados
a tribunais diversos (se o
conflito envolver o STJ a
competência será do STF).
• Homologação de 
sentenças estrangeiras e a 
concessão de exequatur às 
cartas rogatórias.
COMPETÊNCIA EM 
GRAU DE RECURSO 
Julgar em recurso ordinário: 
As causas em que forem 
partes Estado estrangeiro ou 
organismo internacional, de 
um lado, e, do outro, Município 
ou pessoa residente ou 
domiciliada no País (a 
competência originária é 
do juiz federal e o recurso é 
julgado pelo STJ). 
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (STF) 
Composição: 11 Ministros, todos brasileiros natos 
(art. 12, § 3º, inc. IV, da CF/1988) com mais de 35 e menos 
de 65 anos de idade, de notável saber jurídico e reputação 
ilibada (art. 101 da CF/1988), e nomeados pelo Presidente 
da República, após aprovação pela maioria absoluta do 
Senado Federal (art. 101, parágrafo único, da CF/1988).
Principais Competências: 
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COMPETÊNCIA 
ORIGINÁRIA
• Crimes comuns: o Presidente da
República, o Vice-Presidente, os
membros do Congresso Nacional,
seus próprios Ministros e o
Procurador-Geral da República.
• Crimes comuns e de
Responsabilidade: Ministros
de Estado e os Comandantes
da Marinha, do Exército e da
Aeronáutica, ressalvado o
disposto no art. 52, I, da CF/88, 
os membros dos Tribunais
Superiores, os do Tribunal de
Contas da União e os chefes
de missão diplomática de
caráter permanente.
• O litígio entre Estado estrangeiro
ou organismo internacional e a
União, o Estado, o Distrito Federal 
ou o Território,
• As causas e os conflitos entre
a União e os Estados, a União e
o Distrito Federal, ou entre uns e
outros, inclusive as respectivas
entidades da administração indireta.
• Reclamação para a preservação
de sua competência e garantia da 
autoridade de suas decisões.
• Os conflitos de competência
entre o Superior Tribunal de
Justiça e quaisquer tribunais, entre
Tribunais Superiores, ou entre
estes e qualquer outro tribunal.
• As ações contra o CNJ e
contra o CNMP.
COMPETÊNCIA 
EM GRAU DE 
RECURSO 
Julgar em Recurso Ordinário: 
o habeas corpus, o mandado
de segurança, o habeas data
e o mandado de injunção
decididos em única instância
pelos Tribunais Superiores, se
denegatória a decisão;
SÚMULA VINCULANTE 
Conceito: o Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício 
ou por provocação, mediante decisão de 2/3 (dois terços) 
dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria 
constitucional, aprovar SÚMULA que, a partir de sua 
publicação na imprensa oficial, terá EFEITO VINCULANTE 
em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à 
administração pública direta e indireta, nas esferas federal, 
estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou 
cancelamento, na forma estabelecida em lei. 
Efeito Vinculante: a súmula vinculante, como o 
nome sugere, possui efeito vinculante, o que a torna de 
observância obrigatória para os demais órgãos do Poder 
Judiciário, Administração Pública direita e indireta nas 
três esferas, bem como para o Poder Legislativo. No 
entanto, os Poderes Executivo e Legislativo não ficam 
vinculados quando estão exercendo atividade legislativa 
de produção normativa (confecção de norma), para evitar 
a chamada “fossilização da Constituição”.
Legitimidade: possuem legitimidade para propor 
a edição, revisão e cancelamento de súmula vinculante 
os legitimados à propositura das ações do controle 
concentrado, bem como os seguintes: (1) o Defensor 
Púbico Geral da União, (2) os Tribunais e (3) os Municípios 
– que têm legitimidade incidental (só podem apresentar
proposta se antes forem parte em processo que discuta o
tema da proposta), enquanto os demais têm legitimidade
autônoma (art. 3º, VI e XI e §1º da Lei nº 11.417/06).
12. CONTROLE DE
CONSTITUCIONALIDADE
CONTROLE DIFUSO 
CONTROLE
Feito de forma concreta, uma vez que 
a questão da constitucionalidade 
deve ser analisada como 
pressuposto para o julgamento 
do objeto principal do processo. A 
inconstitucionalidade, portanto, é 
declarada de forma incidental.
JULGAMENTO Pode ser feito por qualquer juiz 
ou Tribunal.
PROCESSO
é subjetivo, ou seja, existe uma lide 
(autor e réu) e a inconstitucionalidade 
é analisada incidentalmente.
EFEITOS ex tunc e inter partes.
CLÁUSULA DE 
RESERVA DE 
PLENÁRIO
Os tribunais somente poderão 
declarara inconstitucionalidade 
de leis e atos normativos pelo 
voto da maioria absoluta de seus 
membros (do pleno) ou pelo órgão 
especial. Órgão especial é aquele 
instituído nos tribunais com mais 
de 25 julgadores para o exercício 
das funções administrativa e 
jurisdicionais que seriam do pleno.
CONTROLE CONCENTRADO 
CONTROLE
O controle é realizado abstratamente 
diretamente pelo STF (ou pelos 
tribunais de justiça, no caso de análise 
de compatibilidade da norma com a 
constituição estadual) e o julgamento 
terá efeito vinculante. A questão da 
inconstitucionalidade, portanto, é o 
objeto principal do processo.
JULGAMENTO
Reservado ao STF (tutela da 
Constituição Federal), ou aos 
Tribunais de Justiça Estaduais (tutela 
das constituições estaduais).
PROCESSO
Processo é objetivo, ou seja, não existe 
uma lide propriamente dita, uma 
vez que a ação objetiva assegurar a 
supremacia da ordem constitucional.
EFEITOS Erga omnes e ex tunc.
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Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI)
OBJETIVO
Controle abstrato da norma 
diretamente no Supremo Tribunal 
Federal, com o objetivo de se 
declarar a inconstitucionalidade da 
norma. 
LEGITIMADOS 
Universais (não precisam 
demonstrar pertinência temática): 
Presidente da República, Mesas do 
Senado e da Câmara, Procurador 
Geral da República, Conselho 
Federal da OAB, Partido político 
com representação no Congresso 
Nacional.
Especiais (precisam demonstrar 
pertinência temática): - Governador 
estadual e do Distrito Federal, Mesa 
da Assembleia Legislativa e da 
Câmara Legislativa e Confederação 
sindical. 
OBJETO 
• Emendas constitucionais;
• Leis complementares;
• Leis ordinárias;
• Leis delegadas;
• Medidas provisórias;
• Decretos legislativos;
• Resoluções;
• Regulamentos autônomos;
• Legislação estadual (Constituição
estadual, legislação ordinária e
regulamentos autônomos);
• Legislação distrital (da 
competência legislativa estadual); 
• Tratados internacionais 
incorporados.
NÃO PODEM 
SER OBJETO 
DE ADI 
• Normas anteriores à CF/88
(devem ser objeto de ADPF)
• Atos normativos secundários
• Leis Municipais
• Súmulas
EFEITOS 
Os efeitos são erga omnes, ex tunc 
(retroage) e vinculante em relação 
aos órgãos do Poder Judiciário e 
da Administração Pública federal, 
estadual, municipal e distrital, mas 
não vincula o Poder Legislativo 
sob pena de “fossilização” da 
Constituição
Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADC)
OBJETIVO
Controle abstrato da norma 
diretamente no Supremo Tribunal 
Federal, com o objetivo de se 
declarar a constitucionalidade de 
determinada lei ou ato normativo. 
LEGITIMADOS Os legitimados para a ADC são os 
mesmos da ADI.
CARÁTER 
DÚPLICE
Se uma lei é questionada ao mesmo 
tempo por uma ADI e por uma ADC, 
as duas ações devem ser reunidas 
e julgadas conjuntamente e, se uma 
ação for julgada procedente, a outra 
ação vai ser julgada necessariamente 
improcedente, já que a mesma lei 
não pode ser, ao mesmo tempo, 
constitucional e inconstitucional.
EFEITOS Os mesmos da ADI
Ação de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF)
OBJETIVO
Controle abstrato da norma 
diretamente no Supremo 
Tribunal Federal, para proteger 
preceitos fundamentais. 
LEGITIMADOS Os legitimados para a ADPF são 
os mesmos da ADI.
OBJETO 
a) lei ou ato normativo
municipal, b) atos anteriores
à Constituição e c) todo e
qualquer ato do Poder Público.
SUBSIDIARIEDADE caberá apenas se não for 
hipótese de ADI.
ADI por Omissão (ADO)
OBJETIVO
Controle abstrato da norma 
diretamente no Supremo Tribunal 
Federal, para tornar efetiva norma 
constitucional de eficácia limitada. 
LEGITIMADOS São os mesmos da ADI.
OBJETO 
Falta de Lei ou ato normativo que 
regulamente dispositivo constitucional 
que tenha eficácia limitada. 
EFEITOS
a) Efeito declaratório, pois o Supremo
declara a inconstitucionalidade da
omissão e b) Efeito mandamental: O
Supremo dá ciência de sua decisão
ao Poder ou órgão competente
para sanar a omissão. Se o omisso
for órgão administrativo, a própria
constituição prevê que o Supremo
fixará o prazo de 30 dias para que a
omissão seja resolvida.
AMICUS CURIAE
Conceito: trata-se de um auxiliar do juízo, que 
trará informações relevantes que ajudarão o Supremo 
Tribunal Federal a julgar o caso. O ingresso do amicus 
curiae é definido pelo Relator do processo, que levará 
em consideração 3 (três) requisitos (os dois primeiros 
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são legais, o terceiro, jurisprudencial): 1. Relevância 
da matéria; 2. representatividade do postulante e 3. 
Pertinência temática: demonstração de que a entidade/
órgão tem relação com o tema.
Possibilidade: cabível em todas as ações do controle 
concentrado (ADI, ADC, ADP e ADO)
MEDIDA CAUTELAR 
A cautelar é cabível em todas as ações do controle 
concentrado (ADI, ADC, ADO e ADPF), desde que presentes 
os pressupostos do fumus boni iuris e do periculum in 
mora. A decisão cautelar possui efeitos erga omnes, 
vinculante e ex nunc. 
Além disso, provocará a suspensão dos processos 
que tramitam no controle difuso com o mesmo objeto 
da ação principal, bem como a suspensão da vigência 
da norma atacada, com efeito repristinatório, ou seja, 
a concessão da cautelar torna aplicável a legislação 
anterior, acaso existente, salvo expressa manifestação 
do STF em sentido contrário.
13. FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA
MINISTÉRIO PÚBLICO 
Princípios Institucionais: unidade, e independência 
funcional. 
Garantias dos membros do Ministério Público: 
vitaliciedade, inamovibilidade, salvo no caso de interesse 
público, após decisão por voto da maioria absoluta do 
Conselho Superior do MP, e irredutibilidade de subsídio.
ADVOCACIA PÚBLICA 
Cabe à Advocacia Geral da União representar judicial 
e extrajudicialmente a União, bem como prestar as 
atividades de consultoria e assessoramento jurídico do 
poder Executivo.
14. DEFESA DO ESTADO E DAS
INSTITUIÇÕES DEMOCRÁTICAS
ESTADO DE DEFESA 
HIPÓTESES
Incumbência do Presidente da 
República, após oitiva do Conselho da 
República e do Conselho de Defesa 
Nacional, com o objetivo de preservar 
ou o restabelecer a ordem pública ou 
a paz social ameaçadas por grave ou 
iminente instabilidade institucional ou 
atingidas por calamidade de grandes 
proporções na natureza (art. 136, caput, 
da CF/88).
DECRETO 
O decreto do Presidente da República 
determinará as áreas atingidas, 
bem como o tempo de duração e as 
medidas coercitivas a serem adotadas 
e será submetido dentro de 24 horas 
ao Congresso Nacional, que rejeitará 
ou aprovará a decretação do estado de 
defesa por votação da maioria absoluta 
de seus membros, no prazo de dez dias.
PRAZO E 
RESTRIÇÃO 
DE DIREITOS
Durante o estado de defesa, que não 
poderá ser superior a 30 dias, podendo 
ser prorrogado 1 (uma) vez por igual 
período, permite-se restrições aos 
direitos de reunião, ainda que exercida 
no seio das associações; de sigilo 
de correspondência e de sigilo de 
comunicação telegráfica e telefônica. 
Permite-se ainda a ocupação e uso 
temporário de bens e serviços públicos, 
na hipótese de calamidade pública, 
respondendo a União pelos danos e 
custos decorrentes.
ESTADO DE 
SÍTIO
Se o prazo de decretação do estado 
de defesa, mesmo com a prorrogação 
de 30 dias, não for suficiente para 
pôr termo à situação que o ensejou, 
poderá ser decretado o estado de sítio, 
respeitadas as formalidades do art. 137 
da CF/88.
ESTADO DE SÍTIO 
HIPÓTESES
Incumbência do Presidente da 
República, sendo que a decretação 
do estado de sítio, além da oitiva do 
Conselho da República e do Conselho 
de Defesa Nacional, depende de 
autorização prévia do Congresso 
Nacional e se justifica nas hipóteses 
de:I) comoção grave de repercussão 
nacional ou ocorrência de fatos que 
comprovem a ineficácia de medida 
tomada durante o estado de defesa, 
devendo durar no prazo máximo de 30 
dias e II) no caso declaração de estado 
de guerra ou resposta a agressão 
armada estrangeira, hipótese em o 
estado de sítio por todo o tempo que 
perdurar a guerra ou a agressão 
armada estrangeira.
PRAZO
não poderá ser decretado por mais de 
trinta dias, podendo ser prorrogado 
por igual período. Em caso de guerra, 
poderá ser decretado por todo o tempo 
que perdurar a guerra ou a agressão 
armada estrangeira.
RESTRIÇÃO 
DE DIREITOS
Permite-se a restrição de uma gama 
maior de direitos em comparação ao 
estado de defesa, conforme art. 139 da 
CF/88. 
ESTADO DE 
SÍTIO
Se o prazo de decretação do estado 
de defesa, mesmo com a prorrogação 
de 30 dias, não for suficiente para 
pôr termo à situação que o ensejou, 
poderá ser decretado o estado de sítio, 
respeitadas as formalidades do art. 
137 da CF/88.
15. ORDEM ECONÔMICA E FINANCEIRA
ORDEM ECONÔMICA
Princípios: A ordem econômica, fundada na 
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valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem 
por fim assegurar a todos existência digna, conforme 
os ditames da justiça social, observados os seguintes 
princípios: a) soberania nacional; b) propriedade privada; 
c) função social da propriedade; d) livre concorrência;
e) defesa do consumidor; f) defesa do meio ambiente; g)
redução das desigualdades regionais e sociais; h) busca do 
pleno emprego; i) tratamento favorecido para as empresas
de pequeno porte constituídas sob as leis brasileiras e que
tenham sua sede e administração no país
Atividade econômica pelo Estado: a exploração 
direta de atividade econômica pelo Estado somente 
será permitida quando necessária aos imperativos da 
segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, 
conforme definidos em lei (art. 173 da CF/88).
POLÍTICA URBANA 
Função social da propriedade: a propriedade urbana 
cumpre sua função social quando atende às exigências 
fundamentais de ordenação da cidade expressas no 
plano diretor, obrigatório para os Municípios com mais de 
20.000 habitantes (art. 182, §2°, da CF).
Adequado aproveitamento: de acordo com o § 4º do 
art. 182 da CF/88, é facultado ao Poder Público municipal, 
mediante lei específica para área incluída no plano 
diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário 
do solo urbano não edificado, subutilizado ou não 
utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, 
sob pena, sucessivamente, de: I - parcelamento ou 
edificação compulsórios; II - imposto sobre a propriedade 
predial e territorial urbana progressivo no tempo; III 
- desapropriação com pagamento mediante títulos da
dívida pública de emissão previamente aprovada pelo
Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos,
em parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o
valor real da indenização e os juros legais.
POLÍTICA AGRÍCOLA E FUNDIÁRIA E REFORMA AGRÁRIA 
Função social: a propriedade rural cumpre sua função 
social, segundo o disposto no art. 186, da CF, quando, 
simultaneamente, preenche os seguintes requisitos: 
a) aproveitamento racional e adequado; b) utilização
adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação
ambiental; c) observância das disposições que regulam as
relações de trabalho; d) exploração que favoreça o bem-
estar dos proprietários e dos trabalhadores.
Desapropriação: caso a propriedade não cumpra 
sua função social, compete à União desapropriar por 
interesse social, para fins de reforma agrária, o imóvel 
rural mediante prévia e justa indenização em títulos da 
dívida agrária, com cláusula de preservação do valor 
real, resgatáveis no prazo de até vinte anos, a partir do 
segundo ano de sua emissão, e cuja utilização será definida 
em lei, devendo as benfeitorias úteis e necessárias serão 
indenizadas em dinheiro (art. 184, caput e §1º, da CF/88).
16. ORDEM SOCIAL
SEGURIDADE SOCIAL: abrange saúde, previdência e 
assistência social.
SAÚDE: direito de todos e dever do Estado, livre 
à assistência privada. As instituições privadas podem 
participar de forma complementar ao sistema único 
de saúde, segundo diretrizes deste, mediante contrato 
de direito público ou convênio, tendo preferência as 
entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos. É vedada, 
entretanto, a destinação de recursos públicos para as 
instituições privadas com fins lucrativos, bem como a 
participação direta ou indireta de empresas ou capitais 
estrangeiros na assistência à saúde no País, salvo nos 
casos previstos em lei. 
Acesso à saúde pública: a Lei nº 13.714/2018 
acrescentou um parágrafo único ao art. 19 da Lei nº 
8.742/93 (LOAS), estabelecendo que as pessoas em 
situação de vulnerabilidade ou risco social deverão 
ter acesso integral à saúde pública mesmo que não 
apresentem documentos ou inscrição no SUS. 
ASSISTÊNCIA SOCIAL: destinada a atender, 
independentemente de contribuição, as necessidades 
básicas dos indivíduos que não podem prover o próprio 
sustento, como no caso da garantia de um salário mínimo 
de benefício mensal à pessoa portadora de deficiência e 
ao idoso que comprovem não possuir meios de prover à 
própria manutenção ou de tê-la provida por sua família, 
conforme dispuser a lei . 
EDUCAÇÃO: o acesso ao ensino obrigatório e gratuito 
é direito público subjetivo e o seu não oferecimento, ou sua 
oferta irregular, importa responsabilidade da autoridade 
competente. Não poderá ser feita qualquer cobrança, 
inclusive de matrícula, nos estabelecimentos oficiais 
de ensino público, conforme inclusive sedimentado na 
Súmula Vinculante nº 12. 
O art. 208 da CF/88 estabelece que o dever do Estado 
com a educação será efetivado mediante a garantia de: 
I - educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) 
aos 17 (dezessete) anos de idade, assegurada inclusive 
sua oferta gratuita para todos os que a ela não tiveram 
acesso na idade própria; II - progressiva universalização 
do ensino médio gratuito; III - atendimento educacional 
especializado aos portadores de deficiência, 
preferencialmente na rede regular de ensino; IV - 
educação infantil, em creche e pré-escola, às crianças 
até 5 (cinco) anos de idade; V - acesso aos níveis mais 
elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, 
segundo a capacidade de cada um; VI - oferta de ensino 
noturno regular, adequado às condições do educando; 
VII - atendimento ao educando, em todas as etapas da 
educação básica, por meio de programas suplementares 
de material didático escolar, transporte, alimentação e 
assistência à saúde.
O § 1º do art. 210 da CF/88, por sua vez, estabelece 
que o ensino religioso, de matrícula facultativa, constituirá 
disciplina dos horários normais das escolas públicas de 
ensino fundamental.
Além disso, os Municípios atuarão prioritariamente 
no ensino fundamental e na educação infantil (art. 211, 
§2º, da CF/88) e os Estados e o Distrito Federal atuarão
prioritariamente no ensino fundamental e médio (art.
211, §3º, da CF/88). Na prestação do ensino fundamental,
além da utilização obrigatória da língua portuguesa, é
assegurada às comunidades indígenas a utilização de
suas línguas maternas.
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PARTE GERAL 
1. PRINCIPAIS PRINCÍPIOS DE DIREITO
PENAL PARA A PROVA DA OAB
Princípio da Intervenção Mínima: a legislação penal 
deve se restringir a fatos graves relativos a bens jurídicos 
importantes, que não possam ser protegidos pelos outros 
ramos do Direito. Derivam desse princípio:
PRINCÍPIO DE 
SUBSIDIARIEDADE
PRINCÍPIO DA 
FRAGMENTARIEDADE
O Direito Penal é utilizado 
apenas em caráter subsidiário 
(ultima ratio). Apenas quando 
os demais ramos do Direito 
nãoconseguirem resolver a 
contento o conflito gerado
A intervenção do Direito 
Penal, além de subsidiária, 
deve ser restrita à lesão 
ou o perigo de lesão mais 
graves aos bens jurídicos 
selecionados
Princípio da Legalidade (art. 1º do CP, art. 5º, XXXIX, 
da CF/88): para alguém ser condenado, o crime cometido 
deve ter previsão e cominação de pena expressa em lei 
escrita, anterior à prática da infração. 
Princípio da Anterioridade: a lei incriminadora deve 
ter sido elaborada e estar em vigência antes da prática 
criminosa. Por esse princípio, veda-se que a lei penal 
retroaja para prejudicar o réu (princípio da irretroatividade 
da lei penal). O princípio da irretroatividade não se aplica 
na esfera processual penal, mas sim o princípio da 
imediatidade da lei processual. 
NORMA 
PENAL EM 
BRANCO
Possuem cominação de pena, mas 
têm o preceito primário indeterminado, 
dependendo de complementação de 
outra norma (norma penal em branco 
homogênea), ou ato administrativo (norma 
penal em branco heterogênea), sob pena 
de ofender o princípio da legalidade 
(ex: crimes previstos na Lei de Drogas - 
dependem de complementação em relação 
ao conceito de droga (portarias da Agência 
Nacional de Vigilância Sanitária).
Princípio da Responsabilidade Pessoal do Agente 
(art. 5º, XLV, da CF/88): nenhuma pena passará da 
pessoa do condenado, mas a obrigação de reparar o 
dano e a decretação do perdimento de bens podem 
ser estendidas aos sucessores até o limite do valor do 
patrimônio transferido.
Princípio da Insignificância ou Bagatela: em que pese 
a conduta do agente se enquadre no tipo penal, o fato 
será materialmente atípico por não afetar o bem jurídico 
tutelado de modo relevante para justificar a intervenção 
do Direito Penal.
Princípio da Culpabilidade: para que o sujeito ativo 
da infração penal seja responsabilizado, deve ter agido 
com dolo ou culpa. Se restar provado que o agente não 
tinha consciência de seus atos, não poderá ser penalizado. 
Também não haverá aplicação da pena em 
caso de existência de excludentes de culpabilidade 
(inimputabilidade, potencial consciência de ilicitude e 
inexigibilidade de conduta diversa). 
Princípio da Adequação Social: determina a 
necessidade de atualização da norma penal incriminadora 
apenas em face daquelas condutas socialmente 
reprovadas. OBS.: o princípio da adequação social, de 
acordo com a jurisprudência majoritária, não incide em 
relação aos crimes de exploração da prostituição e venda 
de CDS e DVDs piratas. 
2. APLICAÇÃO DA LEI PENAL
Lei Penal no Tempo: “considera-se praticado o crime 
no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o 
momento do resultado” (teoria da atividade). Regra geral, 
a lei penal a ser aplicada é aquela referente ao momento 
da prática do crime. São exceções:
• Abolitio criminis: nova lei torna atípica uma
conduta até então considerada proibida. A nova lei
retroage para beneficiar o réu, extinguindo-se sua
punibilidade (art. 107, inciso III, do CP).
• Novatio legis in mellius: a lei posterior beneficia
de alguma forma a situação do agente, sendo
que a alteração legislativa deve retroagir para
beneficiar o réu.
LEI 
EXCEPCIONAL 
E LEI 
TEMPORÁRIA
Nesses casos, ainda que mais 
favoráveis ao réu, essas leis não 
retroagirão. Cessado o tempo 
de vigência da lei temporária ou 
excepcional, elas continuarão 
produzindo efeitos, mesmo que 
prejudiciais ao réu (ultratividade), 
conforme art. 3º do CP
Crimes continuados e permanentes: a lei penal 
mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime 
permanente, se sua vigência é anterior à cessação da 
continuidade ou da permanência (Súmula n. 711 do STF).
Lei Penal no espaço: o CP adotou a teoria da 
territorialidade mitigada: regra geral, deve-se aplicar a 
lei brasileira aos crimes cometidos no território nacional, 
mas é possível a aplicação de norma estrangeira ao crime 
praticado no território nacional, quando houver previsão 
em convenções, tratados e regras de direito internacional 
(art. 5º do CP). 
TERRITÓRIO 
NACIONAL
a) embarcações e aeronaves estrangeiras
privadas no território nacional
b) embarcações e aeronaves brasileiras 
no território nacional
c) embarcações públicas ou a serviço
do Brasil onde quer que estejam
Alto-mar: no crime praticado em alto-mar, deve-se 
aplicar a legislação do país de matrícula da embarcação 
(princípio do pavilhão ou da bandeira). 
Extraterritorialidade: o CP prevê situações em 
que a lei penal brasileira deve ser aplicada a crimes 
cometidos no estrangeiro. Existem duas espécies de 
extraterritorialidade: 
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Extraterritorialidade incondicionada: o agente 
é punido pela lei brasileira mesmo que tenha sido 
absolvido ou condenado no estrangeiro pela prática de 
determinados crimes (p. ex.: contra a vida ou a liberdade 
do Presidente da República, dentre outros).
Extraterritorialidade condicionada: o agente pode 
ser punido pela legislação brasileira no caso de certos 
crimes e preenchidos alguns requisitos, conforme segue: 
CRIMES
a) que, por tratado ou convenção,
o Brasil se obrigou a reprimir,
b) praticados por brasileiro ou
c) praticados em aeronaves ou
embarcações brasileiras, mercantes
ou de propriedade privada, quando
em território estrangeiro e aí não
sejam julgados
REQUISITOS
a) entrar o agente no território
nacional; b) ser o fato punível também 
no país em que foi praticado; c) estar
o crime incluído entre aqueles pelos
quais a lei brasileira autoriza a
extradição; d) não ter sido o agente
absolvido no estrangeiro ou não ter
aí cumprido a pena; e) não ter sido o
agente perdoado no estrangeiro ou,
por outro motivo, não estar extinta
a punibilidade, segundo a lei mais
favorável (§ 2º do art. 7º do CP).
Extraterritorialidade hipercondicionada: o § 3º do 
art. 7º do CP permite a aplicação da lei penal brasileira ao 
crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do 
Brasil, se, reunidas as condições do § 2º do art. 7º CP, acima 
destacadas, e desde que: a) não seja pedida ou seja negada 
a extradição; b) haja requisição do Ministro da Justiça. 
Pena cumprida no estrangeiro: para evitar o bis in idem, 
o art. 8º do CP dispõe que a pena cumprida no estrangeiro
atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando
diversas, ou nela é computada, quando idênticas.
Lugar do crime: o Código Penal adotou a teoria da 
ubiquidade, considerando-se o crime praticado no lugar 
em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, 
bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o 
resultado (art. 8º do CP).
Conflito aparente de normas penais: ocorre quando 
é possível a aplicação de duas ou mais normas a um 
mesmo fato. O conflito é meramente aparente e pode ser 
resolvido pela aplicação dos seguintes princípios: 
Princípio da especialidade: a norma especial prevalece 
sobre a norma geral, considerando-se especial aquela que, 
além de englobar os elementos da norma geral, possui 
elementos específicos, considerados “especializantes”. 
Princípio da subsidiariedade: a incidência do tipo 
penal mais grave afasta a do tipo penal menos grave, que 
só é aplicado de forma subsidiária, funcionando como um 
“soldado de reserva”. 
Princípio da Consunção: haverá a absorção do crime 
meio pela prática do crime fim (ex.: o crime de lesão 
corporal é absorvido pelo crime de homicídio doloso).
3. TEORIA DO CRIME
Infração penal é o gênero, do qual crime e 
contravenção penal são espécies, sendo ambas abarcadas 
pela teoria geral do crime.
Teoria finalista tripartida: consideramos esta a 
teoria mais adequada para definir o conceito de crime. De 
acordo com ela, existem três elementos principias para a 
caracterização do delito: 
FATO TÍPICO ILICITUDE CULPABILIDADE
4. FATO TÍPICO
O fato típico é composto por conduta, dolo ou culpa, 
resultado e relação de causalidade (nexo causal).
Conduta: todo ato humano voluntário, omissivo 
oucomissivo, que produziu resultado penalmente 
relevante. Assim, se a conduta não tiver sido praticada 
em decorrência da vontade do agente, não haverá crime.
Conduta comissiva: o crime é praticado em razão de 
um agir. 
Conduta omissiva: o crime é praticado porque o 
agente deixou de praticar uma conduta, conforme a lei 
penal exigia, sendo divido em crime omissivo próprio e 
crime omissivo impróprio (ou comissivo por omissão).
Crime doloso: aquele que foi praticado com a intenção 
livre e consciente do agente, ou seja, com a intenção de 
praticar a conduta tipificada. O dolo pode ser: a) direto, b) 
indireto (dividido em alternativo e eventual), c) genérico 
ou d) específico (intenção adicional).
Crime culposo: deriva de conduta voluntária que 
gera um delito não querido pelo agente, mas que era 
previsto (culpa consciente) ou ao menos previsível (culpa 
inconsciente). Decorre da inobservância de um dever 
de cuidado por imprudência, negligência e imperícia do 
agente. A culpa ainda pode ser classificada como própria 
ou imprópria.
Crime preterdoloso (crime híbrido): praticado com 
dolo, mas que, posteriormente, há uma conduta culposa 
do agente que agrava o resultado (resultado agravador 
culposo). Não há tentativa no crime preterdoloso, pois o 
resultado mais gravoso é cometido de forma culposa.
Resultado: pode ser classificado em jurídico (própria 
ofensa à norma penal) ou naturalístico (alteração do 
mundo exterior). Com base no resultado naturalístico, 
é possível a existência de 3 tipos de crime: a) crime 
material (depende do resultado naturalístico), b) crime 
formal (a consumação do crime independe da obtenção 
do resultado), e c) crime de mera conduta (consuma-
se pela simples prática da conduta ilícita, não havendo 
resultado naturalístico possível).
Nexo causal: ligação de causa e efeito entre a conduta 
e o resultado. O CP adotou, como regra geral, a teoria da 
equivalência dos antecedentes causais (conditio sine qua 
non), analisada em conjunto com dolo e a culpa (causalidade 
psíquica), a fim de se evitar o regressus ad infinitum.
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Teoria da imputação objetiva: o agente apenas será 
responsabilizado pela prática de um crime se ele criou ou 
incrementou um risco proibido ao bem penalmente tutelado.
Concausas: são causas paralelas à conduta do 
agente, que concorrem para a produção do resultado. 
Podem ser dependentes ou independentes. 
Concausas dependentes: encontram-se no desdobramento 
normal e previsível da conduta, sendo esperadas. 
Concausas independentes: são aquelas não desejadas 
e imprevisíveis que acabam produzindo um resultado 
penalmente relevante. Podem ser relativamente ou 
absolutamente independentes e, em ambos os casos, 
ainda podem ser classificadas como preexistentes, 
concomitantes ou supervenientes.
Tipicidade: é o enquadramento do fato concreto 
ao tipo penal, que representa a descrição do crime em 
abstrato (tipicidade legal). O tipo penal é composto pelo 
núcleo do tipo (verbo), bem como por elementares e 
circunstâncias, objetivas (que se comunicam aos demais 
coautores ou partícipes do crime que delas sabiam) 
ou subjetivas (que não se comunicam, salvo quando 
elementares do crime).
Erro de tipo: o agente tem uma percepção equivocada da 
realidade em relação a algum elemento constitutivo do tipo 
legal, sendo excluído o dolo, mas sendo possível a punição por 
crime culposo, se previsto em lei. O erro de tipo é dividido em 
“erro de tipo essencial” e “erro de tipo acidental”.
Erro sobre o objeto (error in re): existe uma falsa 
percepção sobre o objeto do crime, já que o agente 
pretende atingir determinada coisa, mas atinge coisa 
diversa, respondendo pelo crime como se tivesse atingido 
a coisa realmente desejada.
Erro sobre a pessoa (error in persona): existe uma 
falsa percepção sobre a vítima do crime, sendo atingida 
terceira pessoa diversa daquela realmente pretendida. O 
agente responde pelo crime como se tivesse matado a 
pessoa desejada. 
Erro na execução (aberratio ictus): o agente, por 
acidente ou erro no uso dos meios de execução, ao invés 
de atingir a pessoa que pretendia ofender, atinge pessoa 
diversa, respondendo como se tivesse praticado o crime 
contra a pessoa desejada. Atingida a pessoa desejada e 
pessoa diversa (resultado duplo), aplica-se a regra do 
concurso formal próprio. 
Resultado diverso do pretendido (aberratio criminis): 
o agente desejava cometer um crime, mas por erro na
execução, acaba por cometer outro. Se o crime cometido em 
erro de execução não possuir a modalidade culposa, o agente 
responderá por tentativa do crime que queria praticar.
Erro no nexo causal (aberratio causae): o agente 
acredita ter cometido um crime de um modo, quando na 
verdade foi outro o meio por ele empregado que causou 
o delito. A aberratio causae não possui muita relevância
prática, devendo o agente responder pelo seu dolo genérico.
5. ILICITUDE (ANTIJURIDICIDADE)
É a ofensa da conduta típica ao ordenamento jurídico, 
sendo considerada elemento essencial para a caraterização 
do crime. Algumas condutas, apesar de serem típicas, não 
caracterizam crime, porque acobertadas por excludentes 
de antijuridicidade ou de ilicitude: a) estado de necessidade, 
b) legítima defesa, c) estrito cumprimento de dever legal
ou d) exercício regular de direito (art. 23 do CP).
Estado de necessidade: situação de perigo atual 
de determinado bem, cuja preservação depende do 
sacrifício inevitável de outro bem (colisão de bens 
protegidos) de igual valor ou de valor inferior (teoria 
unitária). Requisitos: a) perigo atual, b) situação de 
perigo não causada voluntariamente pelo agente, c) 
ação deve ocorrer para salvar direito próprio ou alheio, 
d) inexistência do dever legal de enfrentar o perigo, e)
inevitabilidade do comportamento lesivo.
Estado de necessidade putativo: o agente imagina 
uma situação de perigo que caracterizaria o estado de 
necessidade, mas ele de fato não acontece. Se o erro 
for escusável exclui-se o dolo/culpa, se inescusável, 
responde pelo crime culposo se houver previsão.
Legítima defesa: entende-se em legítima defesa 
quem, usando moderadamente dos meios necessários, 
repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu 
ou de outrem. Requisito: a) agressão injusta; b) atualidade 
ou iminência da agressão; c) direito próprio ou alheio; d) 
uso dos meios necessários; e) uso moderado.
Pacote Anticrime (Lei n. 13.964/19): inseriu o 
parágrafo único no art. 15 do CP, dispondo oque “o agente 
de segurança pública que repele agressão ou risco de 
agressão a vítima mantida refém durante a prática de 
crimes.” O novo parágrafo único apenas deixou expressa 
uma hipótese que já era considerada legítima defesa. 
Legítima defesa putativa: o agente se defende de 
uma agressão acreditando que está em legítima defesa, 
mas sua percepção é falsa. Seo erro for escusável, exclui-
se o dolo/culpa, se inescusável, o agente será condenado 
por crime culposo, se houver previsão.
Legítima defesa sucessiva: ocorre quando o próprio 
agressor se defende do excesso praticado em legítima defesa. 
Havendo excesso, permite-se a legítima defesa sucessiva. 
Legítima defesa subjetiva: o agente comete um 
excesso na sua reação, por meio de um erro escusável 
(“excesso acidental”). 
Legítima defesa preordenada: para a FGV, os 
ofendículos caracterizam legítima defesa preordenada. 
Ofendículos são obstáculos ou instrumentos utilizados 
proposital e moderadamente para a proteção de bens 
jurídicos, geralmente patrimoniais (ex.: cerca elétrica, 
cacos de vidro, etc.). 
Estrito cumprimento do dever legal: excludente de 
antijuridicidade em que o agente pratica fato típico em 
razão do exercício de uma obrigação imposta pela lei. O 
agente, além de cumprir o seu dever legal, deverá agir 
com proporcionalidade/razoabilidade. 
Exercício regular do direito: quem exerce 
regularmente um direito não pode ser punido pela prática 
de infração penal (ex.: lesões ocorridas dentro da prática 
regular desportiva, intervenções cirúrgicas autorizadas 
pelos pacientes, etc.). Tais condutas devem ser utilizadas 
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com moderação e nos termos autorizados pela legislação.
6. CULPABILIDADE
A culpabilidade está relacionada à reprovabilidade da 
conduta do agente, ou seja, a existência de circunstâncias 
capazes de influenciar a liberdade do agente entre 
adotar uma conduta lícita ou ilícita. A culpabilidade é 
formada pelos seguintes elementos: a) imputabilidade, 
b) potencial consciência da ilicitude e c) exigibilidade de
conduta diversa.
Imputabilidade: como regra geral, é verificada de 
acordo com o critério biopsicológico: aspecto biológico 
(doença mental ou desenvolvimento mental incompleto) 
e aspecto psicológico (capacidade de entendimento ou de 
autodeterminação do agente no momento da conduta). 
O agente pode ser considerado inimputável ou semi-
imputável.
INIMPUTÁVEL SEMI-IMPUTÁVEL
Inteiramente incapaz de 
entender o caráter ilícito 
do fato 
Sujeito à medida de 
segurança
Não era inteiramente 
incapaz de entender o 
caráter ilícito do fato
Redução da pena de um a 
dois terços, podendo ser 
substituída por medida 
de segurança nos casos 
do art. 98 do CP. 
OBS.: o CP adotou o critério biológico em relação ao 
menor de 18 anos (a inimputabilidade é presumida de 
forma absoluta, independentemente do entendimento do 
agente sobre a ilicitude do fato).
Embriaguez: a embriaguez, voluntária ou culposa, 
pelo álcool ou substância de efeitos análogos não exclui 
a culpabilidade (teoria da actio libera in causa). No caso 
embriaguez completa, proveniente de caso fortuito 
ou força maior, dependendo do grau de consciência do 
agente, pode haver a exclusão da culpabilidade. 
Emoção e paixão: a emoção ou a paixão não são 
capazes de excluir a culpabilidade, mas podem possuir 
efeitos diferentes sobre a pena: a) emoção: sentimento 
abrupto e passageiro, pode atenuar a culpabilidade; 
b) paixão: sentimento duradouro e profundo, que
pode caracterizar torpeza ou vingança, aumentando a
reprovação da conduta.
Potencial consciência de ilicitude: embora o 
conhecimento da lei seja obrigatório para todas as 
pessoas, existem situações em que o agente atua 
conscientemente, mas acreditando que não há qualquer 
ilicitude na sua conduta (sabe o que está fazendo, mas 
acredita que não é crime), o que se denomina de erro de 
proibição. Duas situações são possíveis: 
Erro de proibição inevitável (escusável): haverá 
exclusão da culpabilidade e o agente será isento de pena. 
Erro de proibição evitável (inescusável): haverá 
redução da pena de 1/3 a 1/6, conforme art. 21 do CP. 
Inexigibilidade de conduta diversa: se, no caso 
concreto, não se puder exigir, do agente, conduta 
diferente daquela que ele tomou, ele não poderá ser 
censurado pelo que fez, excluindo-se sua culpabilidade. 
Há duas hipóteses: 
Coação moral irresistível: o coagido realiza conduta 
delituosa em razão de pressão psicológica irresistível 
feita pelo coator. 
Coação física irresistível: a coação moral irresistível 
exclui a culpabilidade, enquanto a coação física irresistível 
exclui o fato típico. 
Obediência hierárquica: o agente realiza a conduta 
delituosa em cumprimento a uma ordem de um 
superior hierárquico. São exigidos dois requisitos: a) 
relação de hierarquia pública, e b) ordem não pode ser 
manifestamente ilegal. 
7. CLASSIFICAÇÃO DOS CRIMES
QUANTO AO RESULTADO 
Crime material: aquele que exige resultado 
naturalístico (ex.: homicídio).
Crime formal: o resultado material é previsto, mas 
não é exigido para a consumação do crime (ex.: extorsão, 
conforme Súmula n. 96 do STJ).
Crime de mera conduta ou de simples atividade: o 
tipo penal não faz nenhuma referência a um resultado 
naturalístico (ex.: crime de porte ilegal de armas). 
QUANTO À INTENÇÃO DO AGENTE 
Crime de dano: aquele em que há efetiva “destruição” 
do bem protegido (ex.: homicídio e lesão corporal).
Crime de perigo: exige apenas a probabilidade de 
dano. É subdividido em: a) crime de perigo concreto 
(ex.: homicídio) e b) crime de perigo abstrato (perigo 
presumido pela lei, como por ex.: tráfico ilícito de drogas).
QUANTO AO MOMENTO DA CONSUMAÇÃO
Crime instantâneo: a consumação tem momento 
definido (ex.: morte da vítima no crime de homicídio).
Crime permanente: a conduta e a consumação se 
alongam no tempo por vontade do agente (ex.: sequestro).
Crime a prazo: exige o decurso de um tempo para 
a sua caracterização (Ex.: crime de lesão corporal grave 
pela incapacidade das ocupações habituais por mais de 
30 dias). 
QUANTO AO SUJEITO ATIVO
Crime comum: aquele que pode ser praticado por 
qualquer pessoa (ex.: furto e roubo). 
Crime próprio: exige-se qualidade especial do sujeito 
ativo (ex.: no infanticídio, o sujeito ativo deve ser a mãe).
Crime de mão própria: o que somente pode ser 
praticado pessoalmente pelo agente designado no tipo, não 
se admitindo coautoria (ex.: falso testemunho e bigamia).
Crime vago: o sujeito passivo é destituído de 
personalidade jurídica, ou seja, a vítima é indeterminada 
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(ex.: crimes de ato obsceno e tráfico).
QUANTO AOS VESTÍGIOS DEIXADOS
Crime transeunte: aquele que não deixa vestígios 
(ex.: ato obsceno).
Crime não transeunte: aquele que deixa vestígios, 
sendo obrigatória a elaboração de exame de corpo de 
delito (ex.: lesão corporal). 
QUANTO À ESTRUTURA DA CONDUTA 
Crime simples: aquele formado por um único fato 
típico (ex.: furto).
Crime complexo: aquele formado por dois ou mais 
fatos típicos, que se transformam em elementares, 
qualificadoras ou causas de aumento do crime (ex.: 
extorsão mediante sequestro e latrocínio).
QUANTO À AUTONOMIA DO CRIME 
Crime principal: não depende de outro crime (ex.: estupro). 
Crime acessório, parasitário ou delito de fusão: 
depende de outro crime, chamado de crime antecedente 
ou pressuposto (ex.: receptação). 
OUTRAS CLASSIFICAÇÕES 
Crime habitual: exige reiteração da mesma conduta 
para a sua caracterização, já que a prática de um ato 
isolado é considerada fato atípico (Ex.: curandeirismo). O 
crime habitual não admite tentativa.
Crime remetido: aquele que faz menção a outro tipo 
penal em sua descrição, que passa a integrá-la (ex.: crime 
de uso de documento falso).
Crime inominado: aquele que afronta a moral, mas 
não está tipificado em lei como crime (ex.: incesto que, 
apesar de imoral, não é crime). 
Crime deatentado ou empreendimento: aquele em 
que consumação e tentativa são apenadas da mesma 
maneira (adotada a teoria voluntarista ou subjetiva. Pune-
se a intenção do agente, independentemente do resultado 
(ex.: crime de evasão de preso mediante violência).
Quase-crime: nome doutrinário do crime impossível.
8. CONSUMAÇÃO E TENTATIVA
Consumação: crime consumado é aquele que reúne 
todos os elementos de sua definição legal. Para tanto 
são necessárias 4 etapas (iter criminis): a) cogitação 
(não punível), b) preparação (em regra, não é punível), c) 
execução (pune-se a tentativa), e d) consumação (punição 
pelo crime). 
Tentativa (“conatus”): o crime é considerado tentado 
quando, iniciada a execução, não se consuma por 
circunstâncias alheias à vontade do agente. Em regra, 
o agente é punido com a pena correspondente ao crime
consumado, diminuída de um a dois terços. OBS.: quanto
mais próximo o infrator chegar à consumação, menor a
redução, e vice-versa.
Infrações penais que não admitem tentativa:
Crime culposo: nesse caso o agente causa o resultado 
involuntariamente, enquanto que na tentativa, o agente 
quer causar o resultado (exceção: culpa imprópria quando 
o erro é evitável).
Crime preterdoloso ou preterintencional: não admite 
tentativa, porque o resultado mais gravoso é involuntário.
Crime omissivo puro ou próprio: não há tentativa no 
caso de omissão. 
Crime habitual: como exige reiteração da mesma 
conduta para a sua caracterização, impossível a tentativa 
nesses casos. 
Contravenção penal: existe tentativa de contravenção, 
mas não é punida por questões de política criminal (art. 
4º da LCP).
Classificações:
Tentativa branca ou incruenta: a vítima não é atingida;
Tentativa vermelha ou cruenta: a vítima é atingida.
Tentativa perfeita, acabada ou crime falho: o infrator 
consegue esgotar os meios de execução possíveis, 
embora não consiga consumar o crime. 
Tentativa imperfeita ou inacabada: o infrator não 
consegue esgotar os meios de execução por circunstâncias 
alheias à sua vontade.
Desistência voluntária: na desistência voluntária, 
o infrator, sem esgotar os meios de execução (tentativa
imperfeita), desiste voluntariamente de prosseguir na
execução do crime, ainda que influenciado por terceiro.
Responderá apenas pelos atos praticados.
Arrependimento eficaz: o agente esgota todos os 
meios disponíveis para executar o crime (tentativa 
perfeita), mas, posteriormente, toma providências para 
que o crime não seja consumado. O agente responderá 
apenas pelos atos praticados.
FÓRMULA DE FRANK
Na tentativa, o agente quer 
consumar o crime, mas 
não pode
Na desistência voluntária e 
no arrependimento eficaz, 
o agente pode consumar o
crime, mas não quer
Arrependimento posterior: nos crimes cometidos 
sem violência ou grave ameaça à pessoa, se o dano for 
reparado ou se for restituída a coisa, até o recebimento da 
denúncia ou da queixa, por ato voluntário do agente, a pena 
será reduzida de um a dois terços (não confundir com o 
arrependimento eficaz, no qual o crime não se consuma).
Crime impossível: aquele que não pode ser 
consumado em razão da ineficácia absoluta do meio 
(ex.: furtar algo com o poder da mente), por absoluta 
impropriedade do objeto (ex.: matar um cadáver) ou em 
razão de obra do agente provocador (delito de ensaio). 
Súmula 145 do STF: Não há crime, quando a 
preparação do flagrante pela polícia torna impossível a 
sua consumação.
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9. CONCURSO DE PESSOAS
Quando mais de uma pessoa concorre para a prática 
do mesmo crime, devendo ser preenchidos os seguintes 
requisitos: a) pluralidade de agentes, b) liame subjetivo, 
c) relevância causal e d) unidade de crime.
AUTORIA: autor do crime, para a teoria restritiva, é
aquele que pratica as elementares do tipo penal ou, para 
a teoria do domínio do fato, é aquele tem o domínio sobre 
a ação criminosa.
Autoria mediata: o autor mediato não realiza 
diretamente a conduta típica, valendo-se de terceira pessoa 
como um instrumento para a prática delitiva (ex.: coação 
moral irresistível). Não se trata de concurso de pessoa, 
uma vez que o executor não deseja praticar o crime.
Autoria colateral: o crime é praticado ao mesmo 
tempo por mais de um agente, sem, entretanto, haver 
liame subjetivo entre eles. 
Autoria incerta: no caso de autoria colateral, 
quando não for possível determinar qual dos agentes foi 
responsável pelo crime, ambos respondem por tentativa, 
em virtude do princípio in dubio pro reo. 
Coautoria: ocorre quando duas ou mais pessoas 
exercem elementares do tipo penal, segundo a teoria 
restritiva, ou têm o controle da ação criminosa, segundo 
teoria do domínio do fato.
Participação: ocorre quando alguém, de qualquer 
modo, concorre para o crime sem exercer elementares 
do tipo (teoria restritiva) ou sem ter o domínio da ação 
criminosa (teoria do domínio do fato). A participação pode 
ser: a) moral (induzimento ou instigação) ou b) material 
(auxílio prático). 
O código penal adotou a teoria monista, unitária ou 
igualitária para o concurso de pessoas: todos respondem pelo 
mesmo crime e com as mesmas penas, salvo no caso de:
Cooperação dolosamente distinta: quando o agente 
quis participar de crime menos grave do que aquele 
efetivamente praticado.
Previsão especial em sentido contrário: quando o 
legislador prevê crimes diferentes para aqueles que 
atuaram em concurso de agentes, como nas hipóteses 
dos crimes de corrupção ativa (art. 333 do CP) e passiva 
(art. 317 do CP). 
Comunicabilidade das circunstâncias e elementares 
no concurso de pessoas: no concurso de pessoas (I) as 
circunstâncias objetivas comunicam-se entre os agentes, 
(II) as circunstâncias subjetivas não se comunicam entre
os agentes, e (III) as elementares do crime comunicam-se 
entre os agentes
10. CONCURSO DE CRIMES
No concurso de crimes uma pessoa pratica, por 
meio de uma ou mais condutas, dois ou mais crimes. As 
espécies de concurso de crimes são:
Concurso material (ou concurso real): ocorre quando 
o agente, mediante duas ou mais condutas, pratica dois ou
mais crimes. Pode ser: a) concurso material homogêneo 
(resultados dos crimes são idênticos) ou b) concurso 
material heterogêneo (resultados são distintos). As 
penas são aplicadas para cada um dos crimes cometidos 
e, posteriormente, somadas (sistema do cúmulo material 
de penas). 
Concurso formal: no concurso formal o agente, 
mediante uma única conduta, pratica dois ou mais crimes. 
Também apresenta duas espécies: a) concurso formal 
próprio ou perfeito (delitos decorrem de uma única vontade 
ou desígnio do agente) ou b) concurso formal impróprio ou 
imperfeito (decorrem de desígnios autônomos).
CONCURSO FORMAL 
PERFEITO
CONCURSO FORMAL 
IMPERFEITO
Único desígnio
Pena do crime mais grave 
é aumentada de 1/6 até 
a metade (sistema da 
exasperação da pena), salvo 
se resultado obtido for maior 
do que aquele obtido pela 
soma das penas (concurso 
material benéfico)
Mais de um desígnio
As penas são somadas, 
assim como no concurso 
material
Crime continuado: o agente, mediante duas ou 
mais condutas, pratica crimes da mesma espécie que, 
em razão da semelhança de tempo, lugar e modo de 
execução, são considerados atos de continuação do crime 
principal. Há duas espécies: a) crime continuado comum 
(crimes sem violência ou grave ameaça à pessoa) e b) 
crime continuado específico (crimes dolosos, cometidos 
com violência ou grave ameaça à pessoa). 
CRIME CONTINUADO 
COMUM 
CRIME CONTINUADO 
ESPECÍFICO 
Sem violência ou grave 
ameaça
Aplica-se a pena mais 
grave, que poderá ser 
aumentada de 1/3 a 2/3 
Com violência ou grave 
ameaça.
Aplica-se a pena mais 
grave, que poderá ser 
aumentada até o triplo
11. SANÇÕES PENAIS
Reação do Estado em face do agente que cometeu 
uma infração penal, subdividindo-se em medida de 
segurança e pena.
MEDIDA DE SEGURANÇA: sanção penal cabívelao 
inimputável e, excepcionalmente, ao semi-imputável. Há duas 
espécies: a) detentiva (internação em hospital de custódia 
e tratamento psicológico) ou b) restritiva (tratamento 
ambulatorial sem restrição da liberdade do agente). 
A medida de segurança tem prazo mínimo de 1 
a 3 anos, mas perdura por tempo indeterminado, até 
a cessação de periculosidade. O tempo de duração da 
medida de segurança não deve ultrapassar o limite 
máximo da pena abstratamente cominada ao delito 
praticado (Súmula n. 527 do STJ. 
Fase de Execução: se a inimputabilidade for verificada 
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na fase de execução da pena, esta poderá ser substituída 
por medida de segurança. Recuperado o condenado, ele 
deverá voltar a cumprir a pena imposta na sentença.
PENA: o CP prevê 3 espécies de pena: 
Pena privativa de liberdade: representa a restrição do 
direito de locomoção do condenado, podendo assumir uma das 
seguintes espécies: a) reclusão (regime fechado, semiaberto 
ou aberto), b) detenção (regime semiaberto ou aberto, sendo 
o fechado possível apenas em caso de regressão de regime)
e c) prisão simples (reservada às contravenções penais,
devendo ser cumprida, sem rigor penitenciário).
Progressão de regime: o sistema progressivo para 
cumprimento de pena privativa de liberdade determina 
que o condenado, cumpridas determinadas condições 
legais ou estabelecidas pelo juízo, tenha o direito de 
progredir do regime mais rigoroso para o regime 
imediatamente menos rigoroso (é vedada a progressão 
“por salto”). OBS.: nos crimes contra a administração 
pública, a progressão é condicionada, além dos requisitos 
legais, à reparação do dano ou à devolução do produto do 
ilícito praticado.
Requisitos (Pacote Anticrime): 
Primário que praticou infração comum sem violência 
ou grave ameaça: 16% da pena. 
Primário que praticou infração comum com violência 
ou grave ameaça: 20% da pena. 
Reincidente que praticou infração comum sem 
violência ou grave ameaça: 25 % da pena. 
Reincidente que praticou infração comum com 
violência ou grave ameaça: 30% da pena. 
Primário que praticou crime hediondo sem resultado 
morte: 40% da pena. 
Primário que praticou crime hediondo com resultado 
morte: 50% da pena, sendo vedado livramento condicional. 
Reincidente específico que praticou crime hediondo 
ou equiparado sem resultado morte: 60% da pena. 
Reincidente específico que praticou crime hediondo 
ou equiparado com resultado morte: 70% da pena. 
Primário ou reincidente que praticou crime de 
organização criminosa destinada a prática de crimes 
hediondos ou equiparado: 50% da pena vedado o 
livramento condicional. 
Remição: o condenado em regime fechado ou 
semiaberto poderá remir, por trabalho ou por estudo, 
parte do tempo de execução da pena:
Cada 12 horas de frequência escolar
= 1 DIA DE PENA
Cada 3 três dias de trabalho
Trabalho do preso: o trabalho é um dever do preso e a 
negativa injustificada de prestá-lo representa falta grave (o 
preso que, por acidente, não puder prosseguir no trabalho/
estudos continua a beneficiar-se com a remição). 
Detração: cálculo que computa, na pena privativa 
de liberdade e na medida de segurança, (i) o tempo 
de prisão provisória, no Brasil ou no estrangeiro, (ii) 
o de prisão administrativa e (iii) o de internação em
hospital de custódia, tratamento psiquiátrico ou outro
estabelecimento semelhante.
Regressão de regime: passagem de regime menos 
rigoroso para um mais rigoroso, podendo ser “por 
salto” (ex.: do aberto para o fechado). Ocorre em caso 
de (i) prática de falta grave ou (ii) condenação, por crime 
anterior, cuja pena, somada à anterior, torne incabível o 
regime atual.
Pacote Anticrime (Lei n. 13.964/19): Houve 
alteração do art. 75 do CP, ampliando o prazo máximo de 
cumprimento da pena privativa de liberdade de 30 anos 
para 40 anos.
Unificação das penas: quando o agente for condenado 
a penas privativas de liberdade cuja soma seja superior 
a 40 anos, devem elas ser unificadas para atender a esse 
limite máximo. 
Prazo máximo e demais benefícios: a jurisprudência 
majoritária entende que o prazo máximo de 40 anos não se 
aplica para a concessão dos demais benefícios previstos 
em lei, conforme disposto na Súmula n. 715 do STF.
Penas restritivas de direito: representam restrições 
ou supressão de um ou mais direitos do condenado e são 
aplicadas em substituição à pena privativa de liberdade. 
Existem 5 espécies de penas restritivas de direito: 1) Prestação 
pecuniária, 2) Perda de bens e valores, 3) Prestação de 
serviços à comunidade ou a entidades públicas, 4) Interdição 
temporária de direitos e 5) Limitação de fim de semana. 
REQUISITOS PARA A SUBSTITUIÇÃO DA PENA
QUANTIDADE DE 
PENA
Crime culposo: qualquer pena 
imposta admite a substituição,
Crime doloso: para que haja a 
substituição, o crime deve ser 
cometido sem violência ou grave 
ameaça à pessoa e a pena imposta 
deve ser inferior a 4 anos
REINCIDÊNCIA
O réu não pode ser reincidente 
em crime doloso, salvo se a 
reincidência não for específica 
no mesmo tipo penal e a medida 
for socialmente recomendável, 
A reincidência em crime culposo 
não impede a substituição da 
pena privativa de liberdade por 
restritiva de direito
CIRCUNSTÂNCIAS 
FAVORÁVEIS
Culpabilidade, antecedentes, 
conduta social, personalidade 
do condenado, motivos e 
circunstâncias devem indicar 
que a substituição é suficiente.
Violência e Grave Ameaça: Nos crimes dolosos 
praticados com violência ou grave ameaça não é possível 
a substituição por pena restritiva de direitos. 
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CRITÉRIOS PARA A SUBSTITUIÇÃO DA PENA
CONDENAÇÃO 
IGUAL OU 
INFERIOR A 
1 ANO
Multa ou uma pena restritiva 
de direito
CONDENAÇÃO 
SUPERIOR A 
1 ANO
Uma pena restritiva de direito e 
multa ou 
Duas penas restritivas de direito
Prestação pecuniária: pagamento em dinheiro 
à vítima, seus dependentes ou a entidade pública ou 
privada com destinação social, valor este deduzível de 
eventual condenação em ação de reparação civil.
Prestação de outra natureza: se houver aceitação 
do beneficiário, a prestação pecuniária pode consistir 
em prestação de outra natureza (ex.: doação de cestas 
básicas), salvo nos casos de violência doméstica e familiar 
contra a mulher, onde essa substituição é vedada.
Perda de bens e valores: bens e valores pertencentes 
aos condenados revertidos em favor do Fundo 
Penitenciário Nacional, no montante do prejuízo causado 
ou do provento obtido. 
Prestação de serviços à comunidade ou a entidades 
públicas: aplicável no caso de penas superiores a 
seis meses de privação da liberdade, consiste na 
atribuição, ao condenado, de tarefas gratuitas em 
entidades assistenciais, hospitais, escolas, orfanatos e 
outros estabelecimentos congêneres, em programas 
comunitários ou estatais. 
PENA DE 
ATÉ 1 ANO
A pena restritiva de direito deve ser 
cumprida no mesmo tempo da pena 
privativa de liberdade substituída
PENA 
SUPERIOR A 
1 ANO
A pena restritiva de direitos de 
prestação de serviços pode ser 
cumprida em menor tempo, desde 
que não inferior à metade da pena 
privativa de liberdade substituída.
Interdição temporária de direitos: são as seguintes: 
1) proibição do exercício de cargo, função ou atividade
pública, bem como de mandato eletivo, 2) proibição do
exercício de profissão, atividade ou ofício que dependam
de habilitação especial, de licença ou autorização do
poder público, 3) suspensão de autorização ou de
habilitação para dirigir veículo, 4) proibição de frequentar
determinados lugares e 5) proibição de inscrever-se em
concurso, avaliação ou exame públicos.
Limitação de fim de semana: obrigação de o condenado 
permanecer, aos sábados e domingos, por 5 horas 
diárias, em casa de albergado ououtro estabelecimento 
adequado, quando poderão ser ministrados cursos e 
palestras ou atribuídas atividades educativas. 
A pena restritiva de direitos pode ser revogada, 
de forma obrigatória ou facultativa, convertendo-se 
novamente em pena privativa de liberdade:
CONVERSÃO 
OBRIGATÓRIA
CONVERSÃO 
FACULTATIVA
Quando ocorrer 
descumprimento 
injustificado da restrição 
imposta
Deduzido o tempo 
cumprido da pena 
restritiva de direitos, 
respeitado o saldo 
mínimo de trinta dias
Sobrevindo nova 
condenação a pena 
privativa de liberdade, 
o juiz da execução
penal decidirá sobre a
conversão
Se o cumprimento da 
nova pena for compatível 
com o da restritiva de 
direitos, esta não será 
convertida.
Multa: fixada em sentença com base em dois critérios: 
a) fixada em dias-multa e b) atribui-se um valor para cada
dia multa, conforme a situação econômica do condenado.
Pacote Anticrime (Lei 13.964/19): Transitada em 
julgado a sentença condenatória, a multa será executada 
perante o juiz da execução penal e será considerada 
dívida de valor, aplicáveis as normas relativas à dívida 
ativa da Fazenda Pública, inclusive no que concerne às 
causas interruptivas e suspensivas da prescrição (art. 
51).
Lei Maria da Penha: em crimes abarcados pela Lei Maria 
da Penha, a multa não pode ser aplicada de forma isolada.
12. APLICAÇÃO DA PENA
O CP adotou, para aplicação da pena, o sistema trifásico: 
PRIMEIRA FASE: pena-base
Fixada observando-se os limites mínimos e máximos 
cominados em abstrato pelo tipo penal, levando-
se em consideração eventuais qualificadoras e as 
circunstâncias judiciais do art. 59 do CP (culpabilidade, 
antecedentes, conduta social, personalidade do agente, 
motivos, circunstâncias e consequências do crime e 
comportamento da vítima).
SEGUNDA FASE: pena intermediária 
Agravantes e atenuantes: o juiz leva em consideração 
as atenuantes e as agravantes previstas em lei, que vão 
atenuar ou agravar a pena-base, não podendo, entretanto, 
extrapolar o limite mínimo e máximo da pena em abstrato 
do crime (Súmula n. 231 do STJ).
OBS.: 1) a circunstância que prepondera sobre todas 
as demais é a circunstância atenuante da menoridade 
(menor de 21 anos na data dos fatos) ou da senilidade 
(maior de 70 anos na data da sentença); 2) a agravante 
da reincidência, salvo no caso das atenuantes da 
menoridade ou da senilidade, prepondera sobre todas 
as demais atenuantes; 3) o STJ pacificou entendimento 
de que a agravante da reincidência se compensa com a 
atenuante da confissão espontânea, salvo se o réu for 
multirreincidente; 4) atenuantes e agravantes subjetivas 
prevalecem sobre atenuantes e agravantes objetivas
ATENÇÃO: a agravante não agrava a pena: 1) se já 
constitui ou qualifica o crime, 2) se a pena base já foi 
fixada no máximo e 3) se houver concurso de agravante 
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com atenuante que seja preponderante.
Reincidência: ocorre quando (i) o agente comete novo 
crime e (ii) depois de transitar em julgado a sentença que, 
no país ou no estrangeiro, o tenha condenado por crime 
anterior.
Não há reincidência quando o agente é condenado 
por decisão irrecorrível pela prática de contravenção 
penal e depois pratica novo crime, pois não há previsão 
legal nesse sentido. 
ATENÇÃO: crime militar próprio e crime político não 
geram reincidência.
CRIME CRIME REINCIDÊNCIA
CRIME CONTRAVENÇÃO REINCIDÊNCIA
CONTRAVENÇÃO CONTRAVENÇÃO REINCIDÊNCIA
CONTRAVENÇÃO CRIME NÃO HÁ 
REINCIDÊNCIA
CRIME MILITAR 
OU POLÍTICO CRIME NÃO HÁ 
REINCIDÊNCIA
PERDÃO 
JUDICIAL
PERDÃO 
JUDICIAL
NÃO HÁ 
REINCIDÊNCIA
Prescrição da reincidência: não haverá reincidência 
se entre a data do cumprimento ou extinção da pena e 
a infração posterior tiver decorrido período de tempo 
superior a 5 anos, computado o período de prova da 
suspensão ou do livramento condicional, se não ocorrer 
revogação. 
TERCEIRA FASE: pena definitiva 
Causas de aumento e diminuição: o juiz não está 
atrelado aos limites abstratos da pena, podendo aumentar 
ou diminuir a pena além do máximo ou do mínimo 
previstos para o crime. Havendo concurso de causas de 
aumento e de diminuição, o juiz deverá observar que:
DUAS OU MAIS 
CAUSAS DE 
AUMENTO
Deve aplicar todas, salvo se as 
causas de aumento estiverem 
previstas na parte especial do 
CP, podendo aplicar apenas uma 
causa, desde que seja a causa 
que mais aumenta a pena
DUAS OU MAIS 
CAUSAS DE 
DIMINUIÇÃO DE 
PENA
Deve aplicar todas, salvo se as 
causas de diminuição estiverem 
previstas na parte especial do 
CP, podendo aplicar apenas uma 
causa, desde que seja a causa 
que mais diminua a pena
CAUSA DE 
AUMENTO E 
CAUSA DE 
DIMINUIÇÃO
O juiz deve primeiro aplicar a causa 
de aumento e depois a de diminuição
13. SUSPENSÃO CONDICIONAL DA
PENA (SURSIS)
ATENÇÃO: Não confundir suspensão condicional da 
pena com a suspensão condicional do processo prevista 
na Lei n. 9.099/95. 
O sursis, ou suspensão condicional da pena, 
representa o direito do condenado de ter suspensa 
a execução da sua pena privativa de liberdade por um 
determinado período (período de prova), em que ficará 
sujeito a determinadas condições que, se cumpridas, 
acarretarão a extinção da punibilidade do agente. 
REQUISITOS: 
Pena privativa de liberdade: condenação a pena privativa 
de liberdade não superior a 2 anos (salvo sursis etário, sursis 
humanitário ou em se tratando de crimes ambientais). 
Não ser reincidente em crime em doloso: salvo se a 
condenação anterior for a pena de multa. 
Circunstâncias favoráveis: a culpabilidade, os 
antecedentes, a conduta social e personalidade do 
agente, bem como os motivos e as circunstâncias devem 
autorizar a concessão do benefício.
Não indicada ou incabível a substituição prevista 
no art. 44 do CP: se for possível a substituição da pena 
privativa de liberdade por pena restritiva de direito não 
haverá aplicação do sursis. 
Reparação do dano: no caso de sursis especial, além 
dos requisitos anteriores, o condenado deve reparar o 
dano, salvo impossibilidade de fazê-lo. 
Pena Restritiva de Direito e de Multa: A pena 
restritiva de direitos e a de multa não admitem sursis.
PERÍODO DE PROVA: tempo em que o condenado 
será submetido a certas condições para que a suspensão 
da sua pena privativa de liberdade seja considerada 
válida. O período de prova será de 2 a 4 anos, salvo nos 
casos de sursis etário e sursis humanitário (período de 
prova de 4 a 6 anos).
CONDIÇÕES DO SURSIS: as condições impostas no 
período de prova são classificadas em (i) legais, quando 
expressamente previstas em lei e (ii) judiciais, quando 
determinadas pelo juiz. Em todas as espécies de sursis, 
o juiz tem liberdade para fixar as condições que entender
necessárias, desde que sejam razoáveis e proporcionais.
ESPÉCIES: 
Sursis simples: é o mais rigoroso, sendo imposto 
ao condenado que podia ter reparado o dano causado, 
mas não o fez. No primeiro ano do período, é condição 
obrigatória a prestação de serviços à comunidade ou 
limitação de fim de semana.
Sursis especial: menos grave porque o condenado 
reparou o dano ou não podia repará-lo. O juiz fixará 
as seguintes condições: a) proibição de se ausentar 
da Comarca sem autorização judicial; b) proibição de 
frequentar determinados lugares e c) comparecimento 
mensal à juízo para comprovar e justificar atividades.
Sursis etário: condenado maior de 70 anos de idade, 
desde que a sua pena privativa de liberdade não seja 
superior a 4 anos. O período de prova será 4 a 6 anos. 
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Sursis humanitário: previsto para os casos em que as 
condições de saúde do condenado justificam a suspensão 
da pena, podendo ser beneficiado o condenado a pena não 
superior a 4 anos e o período de prova será de 4 a 6 anos.REVOGAÇÃO: 
REVOGAÇÃO 
OBRIGATÓRIA
REVOGAÇÃO 
FACULTATIVA
Se, durante o período 
de prova, o beneficiário: 
1) é condenado, em 
sentença irrecorrível, por
crime doloso; 2) frustra a
execução de pena de multa 
ou não efetua, sem motivo
justificado, a reparação
do dano; 3) descumpre
a condição de prestar
serviços à comunidade
ou de limitação de fim de
semana no sursis simples
Se, durante o período 
de prova, o beneficiário 
descumpre qualquer outra 
condição imposta ou é 
condenado por sentença 
irrecorrível, por crime 
culposo ou por contravenção, 
a pena privativa de liberdade 
ou restritiva de direitos
PRORROGAÇÃO DO PERÍODO DE PROVA: se o 
beneficiário do sursis passa a responder a novo processo 
pela prática de outro crime ou contravenção, considera-se 
prorrogado o prazo do sursis até o julgamento definitivo. 
14. LIVRAMENTO CONDICIONAL
Benefício legal concedido na fase de execução da 
pena, consistente no direito público subjetivo do agente, 
que cumpre alguns requisitos objetivos e subjetivos, de 
ter e sua liberdade antecipada.
REQUISITOS OBJETIVOS
• Pena privativa de liberdade igual ou superior a 2
anos, sendo considerada, para tanto, a somatória das
penas decorrentes de outras condenações;
• Reparação do dano, salvo motive justificado
• Não cometimento de falta grave nos últimos 12
(doze) meses (pacote anticrime)
• Cumprimento de parte da pena: 1/3, 1/2 ou 2/3,
dependendo dos antecedentes e de eventual reincidência 
do condenado (OBS.: condenado reincidente específico
em crime hediondo ou assemelhado, ou com com morte 
da vítima nesses crimes, não tem direito ao livramento
condicional).
ATENÇÃO: a) não cabe livramento condicional para 
penas restritivas de direito nem de multa e b) Com a Lei 
13.964/19 (pacote anticrime), aquele que cometeu falta 
disciplinar grave nos últimos 12 meses não terá direito 
ao livramento condicional.
REQUISITOS SUBJETIVOS
• Comportamento carcerário satisfatório;
• Bom desempenho no trabalho que lhe foi atribuído;
• Aptidão para prover a sua subsistência, mediante
trabalho honesto;
• Em se tratando de crime doloso praticado com
violência ou grave ameaça, é necessário exame para
constatação que não voltará a delinquir.
Condições: a manutenção do livramento condicional 
depende do cumprimento, por parte do beneficiário, de 
determinadas condições: 
CONDIÇÕES OBRIGATÓRIAS
• Obter ocupação lícita, dentro de prazo razoável se
for apto para o trabalho;
• Comunicar periodicamente ao Juiz sua ocupação;
• Não mudar do território da comarca do Juízo da
execução, sem prévia autorização deste.
CONDIÇÕES FACULTATIVAS
• Não mudar de residência sem comunicação ao Juiz
e à autoridade incumbida da observação cautelar e
de proteção;
• Recolher-se à habitação em hora fixada;
• Não frequentar determinados lugares.
REVOGAÇÃO DO LIVRAMENTO 
A revogação do livramento condicional pode ser 
obrigatória ou facultativa:
REVOGAÇÃO 
OBRIGATÓRIA
REVOGAÇÃO 
FACULTATIVA
Se o liberado vier a 
ser condenado a pena 
privativa de liberdade, 
em sentença irrecorrível: 
a) por crime cometido
durante a vigência do
benefício; b) por crime
anterior, caso a soma
das penas impeça a
concessão do livramento;
O liberado deve ser 
ouvido antes da decisão 
de revogação.
Se o liberado deixar 
de cumprir obrigações 
impostas na sentença, ou 
se for irrecorrivelmente 
condenado, por crime 
ou contravenção, a pena 
que não seja privativa de 
liberdade; 
Em caso de condenação, 
por prática de contravenção 
penal, a pena de prisão 
simples, a revogação será 
facultativa, por falta de 
previsão legal;
O liberado deve ser 
ouvido antes da decisão 
de revogação.
ATENÇÃO: em todos os casos, se a condenação 
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ocorrer por delito praticado antes do benefício, será 
descontado o tempo do livramento, ao passo que, se a 
condenação se referir a delito cometido na vigência do 
benefício, não haverá o desconto. 
PRORROGAÇÃO DO PERÍODO DE PROVA: o período 
de prova será prorrogado se, ao término do seu prazo, 
o beneficiado estiver sendo processado por crime
cometido durante sua vigência, sendo que o beneficiado
não fica sujeito a cumprir as obrigações impostas para
o livramento condicional: se houver condenação pela
prática do crime, o livramento será revogado; caso haja
absolvição, a pena será extinta.
EXTINÇÃO DA PENA: se até o seu término o 
livramento não é revogado, considera-se extinta a pena 
privativa de liberdade.
15. EFEITOS DA CONDENAÇÃO
Efeito primário: é a aplicação da sanção penal pelo 
Estado (medida de segurança ou pena). 
Efeitos secundários: podem possuir natureza penal 
ou extrapenal: 
NATUREZA 
PENAL
a) reincidência; b) impede, em
regra, o sursis e causa a sua
revogação; c) causa a revogação do
livramento condicional; d) aumenta
o prazo da prescrição da pretensão
executória e e) causa a revogação
da reabilitação.
NATUREZA 
EXTRAPENAL 
GENÉRICOS
a) torna certa a obrigação de
indenizar o dano causado pelo crime
e b) confisco dos instrumentos e
produtos do crime
NATUREZA 
EXTRAPENAL 
ESPECÍFICOS
a) perda de cargo, função pública
ou mandato eletivo, b) incapacidade 
para o exercício do poder familiar,
da tutela ou da curatela nos crimes 
dolosos sujeitos à pena de reclusão 
cometidos contra outro titular
do mesmo poder familiar, contra
filho, filha, outro descendente,
contra tutelado ou curatelado e c)
inabilitação para dirigir veículo, se
utilizado como meio para a prática
de crime doloso.
Efeitos extrapenais específicos: os efeitos 
extrapenais específicos não são automáticos, devendo ser 
motivadamente declarados na sentença. 
Lei 13.964/19 (Pacote Anticrime) - O art. 91-A do 
CP passou a prever um novo efeito extrapenal para os 
crimes com pena máxima superior a 6 anos, como forma 
de tentar combater a corrupção. O efeito extrapenal 
previsto é a perda dos bens do condenado incompatíveis 
com os valores de seus rendimentos, mesmo que esses 
bens não estejam diretamente relacionados com a prática 
do crime. 
16. REABILITAÇÃO
REQUISITOS
• Decurso de 2 anos a partir do cumprimento da pena
ou da extinção da punibilidade por qualquer outra forma 
(o tempo do período de prova do sursis e do livramento
condicional, sem revogação, devem ser computados);
• Domicílio no Brasil durante esse período de 2 anos;
• Bom comportamento público e privado;
• Reparação do dano, salvo impossibilidade de fazê-lo 
ou inexigência.
REVOGAÇÃO: a reabilitação será revogada, de ofício 
ou a requerimento do Ministério Público, se o reabilitado 
for condenado, como reincidente, por sentença definitiva, 
salvo se a pena imposta for de multa. Com a revogação, 
os efeitos extrapenais que estavam suspensos voltam a 
incidir. 
Reabilitação e Reincidência: a reabilitação não 
extingue a reincidência, cujos efeitos desaparecem 
apenas decorridos 5 anos do cumprimento da pena. 
17. EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE
Morte do agente: como a pena não pode passar 
da pessoa do condenado, havendo a morte do agente, 
comprovada pela certidão de óbito, e após a oitiva do 
Ministério Público, sua punibilidade será extinta.
Anistia, graça e indulto: formas de clemência 
soberana que extinguem a punibilidade do agente, salvo 
no caso dos crimes hediondos e assemelhados, em que 
não podem ser concedidas. 
ANISTIA
É o esquecimento jurídico de determinada 
infração penal mediante lei específica. 
Refere-se apenas a fatos, não interferindo 
na previsão genérica do tipo penal. 
Compete ao Congresso Nacional.
GRAÇA
Ato espontâneo dado um grupo de 
pessoas, mediante decreto do Presidente 
da República, que pode ser delegado a 
Ministro de Estado, Advogado Geral da 
União e Procurador Geral da República. 
INDULTO
Medida de caráter individual, por isso 
é denominada de indulto individual, 
concedida por decreto do Presidente da 
República, que pode delegar esse poder 
ao Ministro de Estado, Advogado Geral da 
União e Procurador Geral daRepública.
Abolitio criminis: ocorre quando uma lei posterior 
deixa de considerar uma conduta como crime, cessando 
em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença 
condenatória anteriormente proferida. A lei posterior 
que deixa de prever o fato como típico deve retroagir, 
beneficiando o réu e extinguindo a sua punibilidade. 
Decadência: representa a perda do direito de 
representação (ação penal pública condicionada) ou queixa 
(ação penal privada) pelo decurso do tempo, em regra 6 
meses, sem o seu exercício. Importante lembrar que o 
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prazo decadencial não se interrompe nem é se suspende. 
Perempção: sanção processual aplicada ao 
querelante inerte, que tem como consequência a extinção 
da punibilidade do agente (ex.: querelante que deixa de 
promover o andamento do processo durante 30 dias 
seguidos). A perempção causa a extinção da punibilidade 
apenas na ação penal privada, pois na ação penal privada 
subsidiária da pública o Ministério Público assume a 
titularidade da ação em caso de inércia do querelante.
Renúncia: representa o ato unilateral de vontade 
do ofendido de não ingressar com ação penal privada, 
podendo ser expressa ou tácita (prática de ato 
incompatível com a vontade de exercer o direito de ação). 
Aplica-se apenas à ação penal privada, salvo no Juizado 
Especial Criminal, onde aplica-se também à ação penal 
pública condicionada à representação. 
Perdão aceito: o perdão é um ato bilateral, 
dependendo de aceitação do querelado. Ocorre após 
iniciada a ação penal privada e antes do trânsito em 
julgado da sentença condenatória, podendo ser expresso 
ou tácito e ocorrer dentro ou fora do processo.
Retratação: será considerada causa extintiva da 
punibilidade quando a lei expressamente admitir (ex.: 
crimes de calúnia e difamação). 
Perdão judicial: causa extintiva da punibilidade, 
ocorre quando, apesar de comprovada a prática da 
infração penal culposa pelo agente, o juiz deixa de aplicar 
a pena para evitar um mal injusto ao agente, uma vez 
que a própria prática do crime já serviu de pena para o 
agente (ex.: pai que atropela o filho ao manobrar o carro 
na garagem). Cabível nas hipóteses expressamente 
previstas em lei, como no homicídio culposo, na lesão 
corporal culposa e na receptação culposa (art. 180, § 3º), 
não gerando efeitos para fins reincidência. 
Natureza da sentença: natureza declaratória da 
extinção da punibilidade, não subsistindo qualquer efeito 
condenatório (Súmula n. 18 do STJ). 
Prescrição: representa a perda do direito de o 
Estado punir (prescrição da pretensão punitiva – PPP) 
ou executar punição imposta (prescrição da pretensão 
executória – PPE), em razão do decurso do tempo. 
Crimes Imprescritíveis: a Constituição Federal prevê 
dois crimes imprescritíveis: 1) racismo e 2) as ações 
de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem 
constitucional e o estado democrático. 
Em direito penal, há duas espécies de prescrição: 1) 
prescrição da pretensão punitiva (PPP) e 2) prescrição da 
pretensão executória (PPE).
PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA (PPP): 
ocorre antes do trânsito em julgado e impede qualquer 
feito de eventual condenação (efeitos penais e 
extrapenais), que se subdivide em 4 subespécies: a) 
prescrição da pretensão punitiva em abstrato (PPPA), b) 
pretensão da prescrição punitiva retroativa (PPPR), c) 
prescrição da pretensão punitiva superveniente (PPPS) e 
d) prescrição da pretensão punitiva virtual (PPPV).
Prescrição da pretensão punitiva em abstrato (PPPA)
ou prescrição propriamente dita: como não se sabe qual 
será a pena imposta na sentença, o Estado adotou o 
critério da pior hipótese possível, ou seja, a pena máxima 
imposta em abstrato para o crime, conforme abaixo:
PENA MÁXIMA PREVISTA EM 
ABSTRATO
PRAZO DA PPP
Superior a 12 anos 20 anos
Superior a 8 anos e não excedente 
a 12 anos 
16 anos
Superior a 4 anos e não excedente 
a 8 anos 
12 anos
Superior a 2 anos e não excedente 
a 4 anos
8 anos
Igual ou superior a 1 ano, não 
excedendo a 2 anos
4 anos
Inferior a 1 ano 3 anos
Crimes do art. 28 da Lei de Drogas 2 anos
Para o cálculo da pena máxima deve ser observado 
o seguinte:
ENTRAM NO CÁLCULO NÃO ENTRAM NO 
CÁLCULO
• Qualificadoras
• Causas de aumento
e de diminuição,
prevalecendo a fração
que mais aumenta e a
que menos diminui.
• Atenuantes da
menoridade e da
senilidade
• Agravantes e
atenuantes (salvo
as atenuantes
da menoridade e
senilidade)
• Circunstâncias
judiciais
• Concurso de crimes
Termo inicial da PPPA: em regra, começa a correr 
do dia em que o crime se consumou (teoria do resultado), 
variando nas seguintes situações: a) tentativa (dia em que 
cessou a atividade criminosa); b) crimes permanentes (dia 
em que cessou a permanência); c) crimes de bigamia e nos 
de falsificação ou alteração de assentamento do registro 
civil (data em que o fato se tornou conhecido), e d) crimes 
contra a dignidade sexual de crianças e adolescentes (data 
em que a vítima completar 18 anos, salvo se a esse tempo 
já houver sido proposta a ação penal).
Há situações que suspendem ou interrompem o 
prazo prescricional.
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CAUSAS SUSPENSIVAS CAUSAS 
INTERRUPTIVAS
• Enquanto não
resolvida, em outro
processo, questão
de que dependa o
reconhecimento da
existência do crime;
• Enquanto o agente
cumpre pena no
estrangeiro;
• Réu citado por edital
que não comparece
nem constitui
advogado;
• OBS.: no caso de
suspensão, cessada a
hipótese suspensiva,
o prazo retoma o seu
curso normalmente. 
• Recebimento da
denúncia ou da queixa;
• Pronúncia;
• Decisão
confirmatória da
pronúncia;
• Publicação da
sentença ou acórdão
condenatórios
recorríveis.
• OBS.: na hipótese
de interrupção, o
prazo prescricional
começa a correr do
zero, ou seja, inicia-
se novo prazo.
Lei n. 13.964/19 (Pacote Anticrime): Duas novas 
causas impedtivas ou suspensivas da prescrição: a) na 
pendência de embargos de declaração ou de recursos aos 
Tribunais Superiores, quando inadmissíveis; e (Incluído 
pela Lei nº 13.964, de 2019); b) enquanto não cumprido 
ou não rescindido o acordo de não persecução penal. 
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
Prescrição da pretensão punitiva retroativa (PPPR): 
leva em conta a pena fixada na sentença irrecorrível para 
a acusação, quando não é mais possível aumenta-la por 
recurso da defesa (non reformatio in pejus). 
Chama-se retroativa porque é um cálculo “para trás”, 
levando-se em conta a pena fixada na decisão irrecorrível 
para a acusação, tendo como termo inicial a denúncia ou 
queixa (ex.: fixada uma pena de 6 anos, a PPPR será de 8 
anos, assim, se entre a denúncia e a sentença transcorreu 
período superior a 8 anos, o processo estará prescrito). 
Prescrição da pretensão punitiva superveniente 
(PPPS): assim como a prescrição retroativa (PPPR), possui 
como base a pena concreta, mas, ao invés de ser contada 
“para trás”, será contada “para frente”, durante o período de 
tempo necessário para a análise dos recursos interpostos, 
até o trânsito em julgado da decisão para a defesa.
O prazo da PPPS, portanto, é o mesmo da PPPR, 
aplicando-o, entretanto, “para a frente” (ex.: fixada uma 
pena de 6 anos, a PPPS será de 8 anos, ou seja, o Estado 
terá o prazo de 8 anos para julgar todos os recursos da 
defesa, sob pena de prescrição). 
Prescrição da pretensão punitiva virtual (PPPV): 
também chamada de hipotética, ideal ou antecipada, 
a PPPV não possui previsão legal, sendo criada pela 
doutrina e jurisprudência. É uma espécie de antecipação 
do cálculo da prescrição retroativa (PPPR) antes 
da condenação do réu: o juiz, analisando o tempo já 
transcorrido no processo e as circunstâncias que 
seriam levadas em conta para graduar a pena no casode condenação, percebendo que haverá a incidência 
da prescrição retroativa, por economia processual, já 
poderia extinguir a punibilidade do agente. 
A prescrição virtual, entretanto, não é aceita pelos 
Tribunais Superiores, conforme previsto na Súmula n. 
438 do STJ.
PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO EXECUTÓRIA (PPE): tem 
como pressuposto o trânsito em julgado da decisão para as 
duas partes, levando em conta a pena imposta na decisão 
definitiva, sendo que o transcurso do seu prazo implica na 
perda do direito de o Estado executar a pena imposta. 
O prazo prescricional será aumentando de 1/3 em 
caso de reincidência, ou reduzido pela metade quando o 
criminoso era, ao tempo do crime, menor de 21 anos, ou, 
na data da sentença, maior de 70 anos.
Termo inicial: a PPE começa a correr: a) do dia em 
que transita em julgado a sentença condenatória, para a 
acusação, ou a que revoga a suspensão condicional da 
pena ou o livramento condicional, e b) do dia em que 
se interrompe a execução, salvo quando o tempo da 
interrupção deva computar-se na pena. 
ATENÇÃO: evadindo-se o condenado, ou revogado 
o livramento condicional, a prescrição é regulada pelo
tempo que resta da pena.
Interrupção da PPE: são causas que interrompem o 
prazo da PPE: a) o início ou continuação do cumprimento 
da pena e b) a reincidência. 
PRESCRIÇÃO DA PENA DE MULTA: a prescrição da 
pena de multa obedece às seguintes regras: a) prescreve 
em 2 anos, quando a multa for a única cominada ou 
aplicada e b) prescreve no mesmo prazo estabelecido 
para prescrição da pena privativa de liberdade, quando 
a multa for alternativa ou cumulativamente cominada ou 
cumulativamente aplicada.
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DIREITO PENAL (PARTE ESPECIAL) - RESUMO PARA A PROVA DA OAB/FGV 
PARTE ESPECIAL E LEGISLAÇÃO 
ESPECIAL
1. CRIMES CONTRA A PESSOA
1.1. CRIMES CONTRA A VIDA
HOMICÍDIO 
Conceito (art. 121 do CP): matar alguém (pena: 
reclusão 6 a 20 anos). 
Sujeitos: a) ativo: qualquer pessoa (crime comum) e 
b) passivo: qualquer pessoa nascida com vida.
Homicídio privilegiado (§ 1º do art. 121): se o
agente comete o crime impelido por motivo de relevante 
valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta 
emoção (homicídio emocional), logo em seguida a injusta 
provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um 
sexto a um terço (OBS.: o privilégio não se comunica aos 
coautores e partícipes do crime). 
Homicídio qualificado (§ 2º do art. 121): considerado 
crime hediondo, é apenado com pena de reclusão de 12 a 30 
anos. Ocorre quando o homicídio é praticado: I - mediante 
paga ou promessa de recompensa (homicídio mercenário 
ou assassínio), ou por outro motivo torpe; II - por motivo 
fútil (motivo insignificante e desproporcional em relação 
à conduta adotada); III - com emprego de veneno, fogo, 
explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, 
ou de que possa resultar perigo comum; IV - à traição, de 
emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso 
que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido; V - 
para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou 
vantagem de outro crime; VI - contra a mulher por razões 
da condição de sexo feminino (feminicídio); VII - contra 
autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da 
CF/88 (autoridades das forças armadas e da segurança 
pública), integrantes do sistema prisional e da Força 
Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou 
em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro 
ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão 
dessa condição.
Feminicídio: o feminicídio (inciso VI) ocorre quando 
o homicídio é praticado em virtude da condição de sexo
feminino, ou seja, por razões de gênero. Se o homicídio
for praticado contra mulher, mas não ocorrer por razões
de gênero, não será feminicídio, mas sim homicídio.
Homicídio qualificado privilegiado: prevalece o 
entendimento que as hipóteses de privilégio, por possuírem 
natureza subjetiva, são incompatíveis com as qualificadoras 
de natureza subjetiva (121, §2°, I, II e V). Entretanto, nada 
impede aplicação do privilégio com qualificadora de natureza 
objetiva (art. 121, §2°, III e IV). OBS.: o homicídio qualificado 
privilegiado não é crime hediondo.
CAUSAS DE AUMENTO DE PENA 
NO HOMICÍDIO DOLOSO
Se praticado contra menor de 14 ou 
maior de 60 anos de idade 1/3
Se praticado por milícia privada, sob 
o pretexto de prestação de serviço de 
segurança, ou por grupo de extermínio
1/3 até a 
metade
Se praticado: I - durante a gestação ou 
nos 3 meses posteriores ao parto; II - 
contra pessoa menor de 14 anos, maior 
de 60, com deficiência, ou portadora de 
doenças degenerativas que acarretem 
condição limitante ou de vulnerabilidade 
física ou mental; III - na presença física ou 
virtual de descendente ou de ascendente 
da vítima e IV – em descumprimento de 
medidas protetivas de urgência
1/3 até a 
metade
Homicídio culposo: ocorre quando o agente atua 
com negligência, imprudência ou imperícia (pena: 1 a 3 
anos de detenção). OBS.: o crime culposo praticado com 
veículo automotor não é tratado pelo código penal e sim 
pelo Código de Trânsito (art. 302 do CTB). 
CAUSAS DE AUMENTO DE PENA 
NO HOMICÍDIO CULPOSO
Se o crime resulta de inobservância de 
regra técnica de profissão, arte ou ofício
1/3
Se o agente deixa de prestar imediato 
socorro à vítima
Se o agente não procura diminuir as 
consequências do seu ato
Se o agente foge para evitar prisão 
em flagrante
Consumação e tentativa: a consumação ocorre com a 
morte do agente, ainda que encefálica (crime material). A 
tentativa é plenamente possível. 
Perdão judicial: no homicídio culposo, o juiz pode 
deixar de aplicar a pena (extinção da punibilidade) 
se as consequências da infração atingirem o próprio 
agente de forma tão grave que a sanção penal se torne 
desnecessária. OBS.: não há disposição expressa, mas 
entende-se que o perdão judicial também se aplica ao 
homicídio culposo do CTB.
INDUZIMENTO, INSTIGAÇÃO OU AUXÍLIO AO SUICÍDIO 
OU A AUTOMUTILAÇÃO
Conceito (art. 122 do CP): innduzir ou instigar alguém 
a suicidar-se ou a praticar automutilação ou prestar-lhe 
auxílio material para que o faça: Pena - reclusão, de 6 
(seis) meses a 2 (dois) anos. 
Se da automutilação ou da tentativa de suicídio 
resulta lesão corporal de natureza grave ou gravíssima: 
Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos. 
Se o suicídio se consuma ou se da automutilação 
resulta morte: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos
Importante: Com a Lei 13.968/19 o crime sob análise 
passou a ser formal. 
Tipo Subjetivo: não se admite a modalidade culposa. 
Apenas na forma dolosa.
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Consumação e tentativa: a consumação do crime 
ocorre com o induzimento, instigação ou auxílio ao 
suicídio ou automutilação, sendo possível a tentativa. 
Causas de aumento de pena: a pena será duplicada: 
I - se o crime é praticado por motivo egoístico e II - se a 
vítima é menor ou tem diminuída, por qualquer causa, a 
capacidade de resistência.
A Lei n. 13.968/19 acrescentou os parágrafos 6º e 7º 
ao art. 122, estabelecendo que, se o crime for praticado 
contra menor de 14 (quatorze) anos ou contra quem, por 
enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário 
discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer 
outra causa, não pode oferecer resistência, responde o 
agente pelo crime de homicídio (art. 121), se resultar 
morte, ou de lesão corporal (art. 129 do CP).
Pacto de morte ou ambicídio: quando duas ou mais 
pessoas firmam um pacto para morrerem ao mesmo 
tempo, mediante suicídio. Neste caso, a responsabilidade 
de cada envolvido ficará caracterizada pelos atos 
praticados por cada um.
INFANTICÍDIO 
Conceito (art. 123 do CP): matar, sob a influência do 
estado puerperal, o próprio filho,durante o parto ou logo 
após (pena: detenção, de 2 a 6 anos). Trata-se de crime 
doloso contra a vida que será julgado pelo Tribunal do Júri.
Estado puerperal: conjunto de alterações físicas e 
psicológicas sofridas pela mulher em razão do parto. Por 
tratar-se de elementar do crime, se comunica aos demais 
participantes, que também responderão por infanticídio.
Tipo Subjetivo: não se admite a modalidade culposa. 
Se a mãe, culposamente e sob a influência do estado 
puerperal, matar seu filho recém-nascido, deverá 
responder por homicídio culposo (alguns doutrinadores 
entendem que o fato é atípico).
Sujeitos: a) sujeito ativo: apenas a mãe pode praticar 
infanticídio (crime próprio) e b) sujeito passivo: apenas o 
filho que está nascendo ou acabou de nascer (se a mãe, sob 
influência do estado puerperal, mata filho de outra pessoa 
achando ser seu, responderá por infanticídio putativo).
Consumação e tentativa: considera-se o crime 
consumado com a morte do nascente ou do neonato. 
Admite-se a tentativa. 
ABORTO PROVOCADO PELA GESTANTE OU COM 
SEU CONSENTIMENTO 
Conceito (art. 124 do CP): provocar aborto em si 
mesma ou consentir que outrem lhe provoque (Pena: 
detenção, de 1 a 3 anos). Trata-se de crime doloso contra 
a vida que será julgado pelo Tribunal do Júri.
Tipo Subjetivo: não se admite a modalidade culposa
Sujeitos: a) sujeito ativo: pode ser praticado apenas pela 
gestante e b) sujeito passivo: produto da concepção, feto. 
Consumação e tentativa: consuma-se com a morte 
do feto. Admite-se tentativa. 
Concurso de Agentes: no caso de concurso de agentes 
a gestante responderá pelo crime do art. 124 e o terceiro 
que a ajudou responderá pelo crime do art. 126 do CP. 
ABORTO PROVOCADO POR TERCEIRO SEM O 
CONSENTIMENTO DA GESTANTE 
Conceito (art. 125 do CP): provocar aborto, sem o 
consentimento da gestante (pena - reclusão, de 3 a 10 
anos). Trata-se de crime doloso contra a vida que será 
julgado pelo Tribunal do Júri.
Falta de consentimento: consideram-se as seguintes 
situações: a) ausência de concordância ou ciência da 
gestante, b) quando a gestante não é maior de quatorze 
anos, ou é alienada ou débil mental e c) o consentimento é 
obtido mediante fraude, grave ameaça ou violência.
Tipo Subjetivo: não se admite a modalidade culposa.
Sujeitos: a) sujeito ativo: pode ser praticado por 
qualquer pessoa (crime comum) e b) sujeito passivo: 
possui duas vítimas: a gestante e o feto. 
Consumação e tentativa: consuma-se com a morte 
do feto. Admite-se tentativa. 
CAUSAS DE AUMENTO DE PENA
Se em consequência do aborto ou dos meios 
empregados para provocá-lo, a gestante 
sofre lesão corporal de natureza grave
1/3
Se, por qualquer dessas causas, a 
gestante morre
A pena é 
duplicada
ABORTO PROVOCADO POR TERCEIRO COM 
CONSENTIMENTO DA VÍTIMA 
Conceito (art. 126 do CP): provocar aborto com o 
consentimento - válido - da gestante (pena - reclusão, de 
1 a 4 anos). Trata-se de crime doloso contra a vida que 
será julgado pelo Tribunal do Júri.
Invalidade da concordância: a concordância dada 
por gestante menor de 14 anos, alienada ou débil mental, 
ou obtida mediante fraude, grave ameaça ou violência, 
não é válida. O agente responde como se não houvesse 
concordância (art. 125 do CP).
Tipo Subjetivo: não se admite a modalidade culposa.
Consumação e tentativa: Consuma-se com a morte 
do feto. Admite-se tentativa. 
Causas de aumento de pena: são as mesmas 
aplicáveis ao aborto sem o consentimento da gestante. 
ABORTO LEGAL 
Conceito (art. 128 do CP): não se pune o aborto 
praticado por médico: I - se não há outro meio de salvar 
a vida da gestante (aborto terapêutico) e II - aborto no 
caso de gravidez resultante de estupro, desde que haja o 
consentimento da vítima (aborto humanitário). 
Feto Anencéfalo: o STF considerou que a interrupção 
da gravidez de feto anencéfalo não é considerado crime 
(ADPF 54). 
1.2. LESÕES CORPORAIS 
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LESÃO CORPORAL: ofender a integridade corporal 
ou a saúde de outrem. 
Sujeitos: a) sujeito ativo: pode ser praticado por 
qualquer pessoa e b) sujeito passivo: em regra, qualquer 
pessoa (salvo nas hipóteses do art. 129, §1º, IV e §2º V, e 
art. 129, §§ 9º, 10, 11). 
Tipo subjetivo: pode ser doloso, culposo e preterdoloso. 
Consumação e tentativa: consuma-se com a efetiva 
ofensa à integridade corporal ou a saúde da vítima, é crime 
material. Admite-se tentativa na modalidade dolosa. 
Lesão corporal leve (art. 129, caput, do CP): pena de 
detenção de 3 meses a 1 ano. O crime é configurado por 
exclusão, ou seja, será lesão corporal leve quando não 
se tratar de lesão grave (§1º), gravíssima (§2º) ou lesão 
seguida de morte (§3º).
Crime de menor potencial ofensivo. Ação penal 
pública condicionada à representação, salvo se a 
vítima for mulher no âmbito doméstico, hipótese em 
o crime será processado mediante ação penal pública
incondicionada, conforme previsto na Lei Maria da Penha 
(Lei n. 11.340/2006). 
Lesão corporal grave (art. 129, §1º, do CP): a lesão 
corporal é de natureza grave, com pena de reclusão de 1 
a 5 anos, se resulta: I - incapacidade para as ocupações 
habituais, por mais de trinta dias (o inciso não se refere 
a trabalho, mas a ocupações habituais), II - perigo de 
vida (probabilidade imediata de morte, comprovada por 
laudo pericial), III - debilidade permanente de membro, 
sentido ou função (redução da capacidade funcional, que 
deve ser permanente, comprovada por laudo pericial) e 
IV - aceleração de parto (sem acarretar a morte do feto). 
Ação Penal: processada mediante ação penal pública 
incondicionada. Possível aplicar a suspensão condicional 
do processo, prevista no art. 89 da Lei n. 9.099/95.
Lesão corporal gravíssima (art. 129, §2º, do CP): a 
denominação é doutrinária e não legal. Pena de reclusão 
de 2 a 8 anos, se resulta: I - incapacidade permanente 
para o trabalho (trabalho em geral e não especificamente 
o trabalho realizado pela vítima), II - enfermidade
incurável, III - perda ou inutilização do membro, sentido
ou função, IV - deformidade permanente (quebra da
harmonia corporal da vítima de forma permanente) e V
– aborto (crime preterdoloso, ou seja, o agente atua com
intenção de praticar lesão corporal, mas com culpa em
relação ao aborto).
Lesão corporal seguida de morte (art. 129, §3º, do 
CP): crime preterdoloso, apenado com 4 a 12 anos de 
reclusão. Ocorre quando o agente possui intenção de 
lesionar a vítima, mas, em razão de conduta culposa, 
acaba matando-a. 
Lesão corporal privilegiada (art. 129, §4º, do CP): 
trata-se de causa de diminuição da pena de 1/6 a 1/3 
e pode ser aplicada quando o agente comete o crime 
impelido por motivo de relevante valor social ou moral 
ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a 
injusta provocação da vítima.
CAUSAS DE AUMENTO DE PENA
Se o crime é praticado contra pessoa 
menor de 14 ou maior de 60 anos 1/3
Se se o crime for praticado por milícia privada, 
sob o pretexto de prestação de serviço de 
segurança, ou por grupo de extermínio 
1/3 até a 
metade
Se a lesão for praticada contra 
autoridades das forças armadas e 
da segurança pública, integrantes do 
sistema prisional e da Força Nacional 
de Segurança Pública, no exercício da 
função ou em decorrência dela, ou contra 
seu cônjuge, companheiro ou parente 
consanguíneo até terceiro grau.
1/3 a 
 2/3
No caso de lesão corporal grave, 
gravíssima ou seguida de morte, praticada 
no âmbito doméstico ou familiar
1/3
Lesão corporal culposa (art. 129, § 6°, do CP) pena: 
detenção, de 2 meses a 1 ano, pouco importando se a 
lesão é leve, grave ou gravíssima. 
Aumento de pena: a pena é aumentada de 1/3 se 
o crime resulta de inobservância de regra técnica de
profissão, arte ou ofício, se o agente deixa de prestar
imediato socorro à vítima, não procura diminuir as
consequências do seu ato ou se foge para evitar prisão
emflagrante.
Ação Penal: pública condicionada à representação da 
vítima, salvo quando se tratar de lesão praticada contra mulher 
no âmbito doméstico, em que a ação será pública incondicionada. 
Perdão judicial: o juiz pode deixar de aplicar a pena se 
as consequências da infração atingirem o próprio agente de 
forma tão grave que a sanção penal se torne desnecessária.
Lesão corporal doméstica (§ 9º do art. 129 do CP): 
é a lesão corporal decorrente de violência praticada 
contra ascendente, descendente, irmão, cônjuge ou 
companheiro, ou com quem conviva ou tenha convivido, 
ou, ainda, prevalecendo-se o agente das relações 
domésticas, de coabitação ou de hospitalidade. Pena: 
detenção de 3 meses a 3 anos, aumentada de 1/3 se a 
lesão for praticada contra pessoa com deficiência. 
Ação penal: pública condicionada à representação se 
a vítima for homem, e pública incondicionada no caso de 
a vítima ser mulher, já que a Lei Maria da Penha veda a 
aplicação da Lei n. 9.099/95.
1.3. LIBERDADE PESSOAL 
PERSEGUIÇÃO (STALKING) 
Conceito (art. 147-A do CP): Perseguir alguém, 
reiteradamente e por qualquer meio, ameaçando-lhe 
a integridade física ou psicológica, restringindo-lhe 
a capacidade de locomoção ou, de qualquer forma, 
invadindo ou perturbando sua esfera de liberdade ou 
privacidade. Pena – reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) 
anos, e multa. 
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O tipo penal prevê a conduta de “perseguir”, o que 
significa importunar constantemente a vítima. O tipo 
exige a reiteração da conduta (perseguição reiterada) e 
estará caracterizado em uma das seguintes formas: 
1) ameaçando-lhe a integridade física ou psicológica:
é um tipo especial em relação à ameaça (art. 147do CP), 
já que exige adicionalmente a perseguição. 
2) restringindo-lhe a liberdade de locomoção: não há
efetiva privação da liberdade, e sim mera restrição, senão 
estaria caracterizado o crime de sequestro ou cárcere 
privado (art. 148 do CP).. 
3) ou, de qualquer forma, invadindo ou perturbando
sua esfera de liberdade ou privacidade: como no caso 
do paparazzi que persegue a vítima invadindo a sua 
privacidade, situação típica do stalking.
Ação Penal: pública condicionada à representação
1.4. CRIMES CONTRA A HONRA 
Honra objetiva: diz respeito à reputação, ou seja, 
refere-se ao juízo de valor feito por terceiros sobre os 
atributos de alguém. 
Honra subjetiva: diz respeito à autoestima, ou seja, 
refere-se ao juízo de valor de determinada pessoa sobre 
os seus próprios atributos. 
Os crimes de calúnia e difamação atingem a honra objetiva, 
enquanto que o crime de injúria atinge a honra subjetiva.
CALÚNIA
Honra OBJETIVA
Imputação de FATO definido como CRIME (ou 
divulgação dessa informação)
Imputação deve ser FALSA
É cabível EXCEÇÃO DA VERDADE, exceto nos casos previstos
Consumação: quando a ofensa chega ao conhecimento 
de TERCEIRO
É punível quando praticada contra os MORTOS
Cabível a RETRATAÇÃO
NÃO admite PERDÃO JUDICIAL
DIFAMAÇÃO
Honra OBJETIVA
Imputação de FATO ofensivo à REPUTAÇÃO, que não 
seja definido como crime.
Imputação falsa ou verdadeira
Não cabe exceção da verdade, salvo funcionário público 
no exercício da função
Consumação: quando a ofensa chega ao conhecimento 
de TERCEIRO
NÃO é punível quando praticada contra os MORTOS
Cabível a RETRATAÇÃO
NÃO admite PERDÃO JUDICIAL
INJÚRIA
Honra SUBJETIVA
Não há imputação de fato algum
Formas qualificadas: a) injúria REAL e b) injúria 
PRECONCEITUOSA.
Nunca cabe exceção da verdade (pois não se refere a 
fatos)
Consumação: quando a ofensa chega ao conhecimento 
da VÍTIMA
NÃO é punível quando praticada contra os MORTOS
NÃO é cabível a RETRATAÇÃO
ADMITE PERDÃO JUDICIAL
Diferenças entre a injúria racial (modalidade de 
injúria preconceituosa) e o racismo:
INJÚRIA RACIAL RACISMO
Art. 138, §2º, do CP Art. 20 da Lei 7.716/89 
(Lei de Racismo)
A ofensa é direcionada a 
uma pessoa específica ou 
a um grupo específico de 
pessoas
A ofensa é dirigida a todo 
o grupo de pessoas
Prescritível Imprescritível
Ação pública condicionada 
à representação da vítima 
injuriada ou de quem a 
represente
Ação pública
incondicionada
Injúria contra funcionário público x desacato: no 
desacato a ofensa é feita na presença do funcionário, 
enquanto que, na injúria, a ofensa é feita na sua ausência.
Ação penal: será privada. Existem, entretanto, as 
seguintes exceções: 
No caso de injúria real se 
a violência causar lesão 
corporal.
Ação penal pública 
incondicionada.
Quando o crime for cometido 
em face do Presidente da 
República ou contra chefe 
de governo estrangeiro.
Ação penal pública 
condicionada à requisição 
do Ministro da Justiça.
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No caso de injúria 
preconceituosa e no caso 
de crime cometido contra 
funcionário público, em 
razão de suas funções.
Ação penal pública 
condicionada à 
representação do 
ofendido.
Neste caso, o STF entende 
que o ofendido tem 
legitimidade concorrente 
para oferecer queixa 
(Súmula 714 do STF).
2. CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO
FURTO 
Conceito (art. 155 do CP): subtrair, para si ou para 
outrem, coisa alheia móvel. Pena: reclusão, de 1 a 4 anos, 
e multa.
Situações Especiais : a) coisa móvel: equiparam-
se, a energia elétrica ou qualquer outra que tenha 
valor econômico, b) ligação clandestina para obter 
sinal de internet ou de televisão: para o STF não á 
considerada furto, pois o sinal de televisão ou internet 
não é considerado energia e c) objeto deve ser alheio: se 
determinada pessoa empenha um bem e depois o subtrai, 
não haverá crime de furto. 
Sujeitos: a) sujeito ativo: qualquer pessoa (crime 
comum) e b) sujeito passivo: qualquer pessoa. 
Tipo subjetivo: apenas na modalidade dolosa. Se 
o agente não tem a intenção de ficar com a coisa ou
entrega-la para terceiro, mas apenas usá-la, a conduta
será considerada atípico (furto de uso).
Consumação e tentativa: o crime se consuma quando 
o objeto é retirado da esfera de disponibilidade da vítima,
ainda que por curto espaço de tempo. A tentativa é
possível quando o agente não conseguir ficar, de fato, com
a posse do bem.
Formas qualificadas: pena de reclusão de 2 a 8 anos, 
e multa, se o crime é cometido: I - com destruição ou 
rompimento de obstáculo à subtração da coisa; II - com 
abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou 
destreza; III - com emprego de chave falsa e IV - mediante 
concurso de duas ou mais pessoas. 
A Lei n. 13.654/18 acrescentou mais duas formas de 
furto qualificado, ambas com pena de reclusão de a 4 a 10 
anos e multa: 1) se houver emprego de explosivo ou de 
artefato análogo que cause perigo comum (ex.: furto de 
caixa eletrônico) e 2) se a subtração for de substâncias 
explosivas ou de acessórios que, conjunta ou isoladamente, 
possibilitem sua fabricação, montagem ou emprego.
Furto mediante fraude: o agente emprega fraude para 
enganar a vítima e subtrair o bem sem que ela perceba (ex.: 
agente que se faz passar por técnico de TV a cabo, entra na 
casa da vítima e, sem que ela perceba, furta determinado bem). 
A Lei n. 14.155/21 acrescentou o § 4º-B ao art. 
155 do CP, prevendo a qualificadora de furto mediante 
fraude cometido por meio de dispositivo eletrônico ou 
informático.
Causa de aumento de pena: a pena aumenta-se de 
1/3, se o crime é praticado durante o repouso noturno 
(período em que a coletividade se recolhe para o descanso 
de um dia para o outro, o que pode variar de uma cidade 
para outra). Prevalece o entendimento de que a majorante 
é aplicada mesmo que a moradia esteja desabitada ou 
que os moradores não estejam repousando. 
Furto privilegiado (ou furto mínimo): se o criminoso 
é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada (não 
ultrapassa um salário mínimo), o juiz podesubstituir a 
pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de 1/3 a 
2/3, ou aplicar somente a pena de multa.
Prevalece o entendimento de que é possível o furto 
qualificado-privilegiado, desde que o réu seja primário e a 
qualificadora seja de ordem objetiva (Súmula n. 511 do STJ). 
A ação penal, em regra, é de ação penal pública 
incondicionada. Dependerá de representação, contudo, 
quando cometido o furto em prejuízo I - do cônjuge 
desquitado ou judicialmente separado; II - de irmão, 
legítimo ou ilegítimo e III - de tio ou sobrinho, com quem 
o agente coabita.
ROUBO
Roubo próprio (art. 157, caput, do CP): subtrair coisa 
móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave 
ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por 
qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência. 
Pena: reclusão, de 4 a 10 anos, e multa.
Roubo impróprio (art. 157, § 1º): na mesma pena 
incorre quem, logo depois de subtraída a coisa, emprega 
violência contra pessoa ou grave ameaça, a fim de 
assegurar a impunidade do crime ou a detenção da coisa 
para si ou para terceiro (ex.: o agente subtrai o relógio da 
vítima e depois a agride para garantir que ela não tenha 
tempo para chamar a polícia).
Formas qualificadas: a) se da violência resulta lesão 
corporal grave. Pena: reclusão de 7 a 18 anos, e multa; b) 
se resulta morte (latrocínio). Pena: reclusão é de 20 a 30 
anos, e multa.
LATROCÍNIO
É crime hediondo (lei n. 8.072/90)
A competência para o processo e 
julgamento do latrocínio é do juiz 
singular e não do tribunal do júri 
(Súmula 603 do STF), já que se 
trata de crime contra o patrimônio. 
A morte da vítima pode ser 
causada por dolo ou culpa. 
Há crime de latrocínio, quando o 
homicídio se consuma, ainda que 
não realize o agente a subtração de 
bens da vítima (Súmula 610 do STF). 
Sujeitos: a) sujeito ativo: qualquer pessoa (crime 
próprio) e b) sujeito passivo: qualquer pessoa.
Tipo subjetivo: Apenas na modalidade dolosa. 
Consumação e tentativa: consuma-se quando o 
sujeito ativo consegue a inversão da posse do bem, 
mesmo que essa não seja mansa e pacífica (Súmula n. 
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582 do STJ). A tentativa é possível quando, mesmo com 
a violência ou grave ameaça, o agente não consegue 
subtrair o bem. 
CAUSAS DE AUMENTO DE PENA
1) se há o concurso de duas ou mais
pessoas, 2) se a vítima está em serviço de
transporte de valores e o agente conhece
tal circunstância, 3) se a subtração for
de veículo automotor que venha a ser
transportado para outro Estado ou para o
exterior e 4) se o agente mantém a vítima
em seu poder, restringindo sua liberdade;
5) se a subtração for de substâncias
explosivas ou de acessórios que, conjunta
ou isoladamente, possibilitem sua
fabricação, montagem ou emprego; 6) se
a violência ou grave ameaça é exercida
com emprego de arma branca; (Incluído
pela Lei nº 13.964, de 2019)
1/3 até a 
metade
1) se a violência ou ameaça é exercida
com emprego de arma de fogo, 2) se há
destruição ou rompimento de obstáculo
mediante o emprego de explosivo ou de
artefato análogo que cause perigo comum
2/3
Violência ou grave ameaça é exercida 
com emprego de arma de fogo de uso 
restrito ou proibido
Dobro 
Pacote Anticrime: passou a prever as seguintes 
modalidades de roubo como crimes hediondos: a) 
circunstanciado pela restrição de liberdade da vítima (art. 
157, § 2º, inciso V); b) circunstanciado pelo emprego de 
arma de fogo (art. 157, § 2º-A, inciso I) (Atenção: roubo 
com arma branca não é hediondo) e c) qualificado pelo 
resultado lesão corporal grave ou morte (art. 157, § 3º);
DANO
Conceito (art. 163 do CP): destruir, inutilizar ou 
deteriorar coisa alheia. Pena: detenção, de 1 a 6 meses, 
ou multa. 
Situações especiais: a) res nullius (coisa que nunca 
teve dono): não pode ser objeto de crime de dano, já que 
não é considerada coisa alheia; b) res derelicta (coisa 
abandonada): idem e c) coisa perdida: como tem dono, 
quem a danificar pode responder pelo crime de dano.
Formas Qualificadas: o crime de dano será qualificado 
se: I - com violência à pessoa ou grave ameaça; II - com 
emprego de substância inflamável ou explosiva, se o fato 
não constitui crime mais grave; III - contra o patrimônio 
da União, de Estado, do Distrito Federal, de Município 
ou de autarquia, fundação pública, empresa pública, 
sociedade de economia mista ou empresa concessionária 
de serviços públicos; IV - por motivo egoístico ou com 
prejuízo considerável para a vítima. Pena: detenção, de 
6 meses a 3 anos, e multa, além da pena correspondente 
à violência.
Sujeitos: a) sujeito ativo: pode ser praticado por 
qualquer pessoa (crime comum) e b) sujeito passivo: 
proprietário do bem. 
Tipo subjetivo: apenas a modalidade dolosa. Não 
existe, portanto, crime de dano culposo.
Consumação e tentativa: consuma-se no momento 
em que o bem é danificado. Se o agente objetiva destruir, 
mas apenas danifica o bem, o crime será consumado. 
Tentativa é possível. 
AÇÃO PENAL PRIVADA AÇÃO PENAL PÚBLICA 
INCONDICIONADA
• Dano simples
• Dano qualificado por
motivo egoístico ou
prejuízo considerável
• Demais hipóteses de
dano qualificado
APROPRIAÇÃO INDÉBITA 
Conceito (art. 168 do CP): apropriar-se de coisa alheia 
móvel, de que tem a posse ou a detenção (a entrega do 
bem é livre e consciente pela vítima). Pena: reclusão, de 
1 a 4 anos, e multa.
Sujeitos: a) sujeito ativo: pode ser praticado por 
qualquer pessoa (crime comum), mas é muito comum 
a prática por agiota e b) sujeito passivo: proprietário, 
usufrutuário ou possuidor do bem. 
Apropriação indébita contra idoso: haverá o crime 
específico previsto no art. 102 do Estatuto do Idoso. 
Tipo subjetivo: apenas na modalidade dolosa. O tipo 
penal contém o dolo específico do agente de se apropriar 
da coisa para si de forma definitiva, ou seja, a intenção do 
agente em não devolver o bem (a “apropriação de uso” é 
fato atípico). 
Consumação e tentativa: consuma-se o crime quando o 
agente começa a se comportar como dono do bem que lhe foi 
entregue ou quando se recusa a devolver o bem. A tentativa 
é possível, salvo na hipótese de recusa de devolução. 
Causas de aumento de pena: a pena é aumentada 
de 1/3 quando o agente recebeu a coisa: I - em depósito 
necessário; II - na qualidade de tutor, curador, síndico, 
liquidatário, inventariante, testamenteiro ou depositário 
judicial e III - em razão de ofício, emprego ou profissão.
Apropriação indébita privilegiada (causa de 
diminuição de pena): se o criminoso for primário e de 
pequeno valor o bem apropriado, o juiz pode substituir 
a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de 1/3 a 
2/3, ou aplicar somente a pena de multa.
APROPRIAÇÃO INDÉBITA PREVIDENCIÁRIA 
Conceito (art. 168-A do CP): deixar de repassar 
à previdência social as contribuições recolhidas dos 
contribuintes, no prazo e forma legal ou convencional. 
Pena: reclusão, de 2 a 5 anos, e multa. 
Formas equiparadas: nas mesmas penas incorre 
quem deixar de: I – recolher, no prazo legal, contribuição 
ou outra importância destinada à previdência social 
que tenha sido descontada de pagamento efetuado a 
segurados, a terceiros ou arrecadada do público; II – 
recolher contribuições devidas à previdência social que 
tenham integrado despesas contábeis ou custos relativos 
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à venda de produtos ou à prestação de serviços; III - pagar 
benefício devido a segurado, quando as respectivas cotas 
ou valores já tiverem sido reembolsados à empresa pela 
previdência social.
Sujeitos: a) sujeito ativo: responsável por recolher 
a contribuição à Previdência Social e b) sujeito passivo: 
Estado (Previdência Social). 
Tipo subjetivo: apenas na modalidade dolosa. 
Extinção da punibilidade: extingue-se a punibilidadese o agente, espontaneamente, declara, confessa e efetua 
o pagamento das contribuições, importâncias ou valores
e presta as informações devidas à previdência social, na
forma definida em lei ou regulamento, antes do início da
ação fiscal.
Perdão judicial: facultado ao juiz deixar de aplicar 
a pena ou aplicar somente a de multa se o agente for 
primário e de bons antecedentes, desde que: I – tenha 
promovido, após o início da ação fiscal e antes de 
oferecida a denúncia, o pagamento da contribuição 
social previdenciária, inclusive acessórios; II – o valor 
das contribuições devidas, inclusive acessórios, seja 
igual ou inferior àquele estabelecido pela previdência 
social, administrativamente, como sendo o mínimo para 
o ajuizamento de suas execuções fiscais.
ESTELIONATO
Conceito (art. 171, caput, do CP): obter, para si ou para 
outrem, vantagem ilícita em prejuízo alheio, induzindo ou 
mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou 
qualquer outro meio fraudulento. Pena: reclusão, de 1 a 
5 anos, e multa.
Sujeitos: a) sujeito ativo: qualquer pessoa (crime 
comum) e b) sujeito passivo: qualquer pessoa.
Consumação: consuma-se com a obtenção da 
vantagem ilícita, com prejuízo alheio. A tentativa é possível. 
Regras Importantes: a) crime material: o estelionato 
exige a obtenção da vantagem ilícita para se consumar; 
b) crime de duplo resultado: exige o prejuízo da vítima e
a vantagem do agente e c) não se confunde com o crime
de furto mediante fraude: no estelionato, a vítima, após
ser enganada, entrega voluntariamente o bem ao agente,
enquanto no furto mediante fraude o agente emprega
fraude para enganar a vítima e subtrair o bem.
Tipo subjetivo: apenas na modalidade dolosa. 
CAUSAS DE AUMENTO DE PENA
Se o crime é cometido em detrimento de 
entidade de direito público ou de instituto 
de economia popular, assistência social 
ou beneficência
1/3
Se o crime for cometido contra idoso Dobro da 
pena
A Lei n. 14.155/21 inseriu o § 2º-A ao art. 171 do CP, 
tratando da qualificadora do estelionato mediante fraude 
eletrônica (pena 4 a 8 anos) 
Ação: crime de ação penal condicionada à 
representação, salvo quando a vítima for: I - a 
Administração Pública, direta ou indireta; II - criança ou 
adolescente; III - pessoa com deficiência mental; ou IV - 
maior de 70 (setenta) anos de idade ou incapaz (Alterado 
pelo Pacote Anticrime).
 RECEPTAÇÃO 
Conceito (art. 180 do CP): adquirir, receber, 
transportar, conduzir ou ocultar, em proveito próprio ou 
alheio, coisa que sabe ser produto de crime, ou influir 
para que terceiro, de boa-fé, a adquira, receba ou oculte. 
Pena: reclusão, de 1 a 4 anos, e multa. 
Regras Importantes: a) a receptação é considerada 
um crime parasitário ou acessório, já que depende de um 
crime anterior e b) a receptação exige que a coisa seja 
produto de crime (se for produto de contravenção penal 
não haverá o crime de receptação). 
Formas qualificadas: adquirir, receber, transportar, 
conduzir, ocultar, ter em depósito, desmontar, montar, 
remontar, vender, expor à venda, ou de qualquer forma 
utilizar, em proveito próprio ou alheio, no exercício de 
atividade comercial (regular, irregular ou clandestina) 
ou industrial, coisa que deve saber ser produto de crime. 
Pena: reclusão, de 3 a 8 anos, e multa.
Sujeitos: a) sujeito ativo: qualquer pessoa (crime 
comum), salvo no caso da receptação qualificada, em que 
o sujeito ativo deve ser comerciante (crime próprio) e b)
sujeito passivo: qualquer empresário.
Tipo subjetivo: único crime contra o patrimônio que 
admite a forma dolosa e culposa.
Receptação culposa (§ 3º): adquirir ou receber coisa 
que, por sua natureza ou pela desproporção entre o valor 
e o preço, ou pela condição de quem a oferece, deve 
presumir-se obtida por meio criminoso. Pena: detenção, 
de 1 mês a 1 ano, ou multa, ou ambas as penas.
Causas de aumentos: tratando-se de bens e 
instalações do patrimônio da União, Estado, Município, 
empresa concessionária de serviços públicos ou 
sociedade de economia mista, a pena prevista no caput 
deste artigo aplica-se em dobro. 
Consumação e tentativa: a receptação própria é crime 
material e se consuma com a produção do resultado (adquirir, 
transportar, etc.), admitindo tentativa. Já a receptação 
imprópria é um crime formal, se consuma quando o agente 
influiu terceiro de boa-fé, e não admite tentativa. 
 IMUNIDADES 
Imunidades absolutas ou escusas absolutórias (art. 
181 do CP): é isento de pena quem comete qualquer dos 
crimes contra o patrimônio, em prejuízo: I - do cônjuge, na 
constância da sociedade conjugal; II - de ascendente ou 
descendente, seja o parentesco legítimo ou ilegítimo, seja 
civil ou natural.
Imunidades relativas (art. 182 do CP): somente 
se procede mediante representação, se o crime contra 
o patrimônio é cometido em prejuízo: I - do cônjuge
desquitado ou judicialmente separado; II - de irmão,
legítimo ou ilegítimo; III - de tio ou sobrinho, com quem
o agente coabita.
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Exclusão das imunidades (art. 183): não se aplicam 
as imunidades ora estudadas (absoluta e relativa): I - se 
o crime é de roubo ou de extorsão, ou, em geral, quando
haja emprego de grave ameaça ou violência à pessoa; II
- ao estranho que participa do crime e III – se o crime é
praticado contra pessoa com idade igual ou superior a 60
anos.
3. CRIMES CONTRA A DIGNIDADE
SEXUAL
3.1. CRIMES CONTRA A LIBERDADE 
SEXUAL 
ESTUPRO
Conceito (art. 213 do CP): constranger alguém, 
mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção 
carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique 
outro ato libidinoso. Pena: reclusão, de 6 a 10 anos. 
Forma qualificada: I - se da conduta resulta lesão 
corporal de natureza grave ou se a vítima é menor de 18 
ou maior de 14 anos. Pena: reclusão, de 8 a 12 anos, II - se 
da conduta resulta morte. Pena: reclusão, de 12 a 30 anos. 
Regras Importantes: a) vítima menor de 14 anos: 
configura crime de estupro de vulnerável, mesmo que não 
haja emprego de violência ou grave ameaça (violência 
presumida) e b) o crime de estupro, na forma simples ou 
qualificada, é considerado crime hediondo.
Sujeitos: a) sujeito ativo: qualquer pessoa (crime 
comum) e b) sujeito passivo: qualquer pessoa. 
CAUSAS DE AUMENTO DE PENA
• Se o crime é cometido com o concurso 
de 2 ou mais pessoas 1/4
• Se o agente é ascendente, padrasto
ou madrasta, tio, irmão, cônjuge,
companheiro, tutor, curador, preceptor
ou empregador da vítima ou por
qualquer outro título tem autoridade
sobre ela
1/2
• Se do crime resultar gravidez 2/3
• Se o agente transmite à vítima doença
sexualmente transmissível de que sabe
ou deveria saber ser portador, ou se a
vítima é idosa ou pessoa com deficiência;
• Se o crime é praticado: a) mediante
concurso de 2 ou mais agentes
(estupro coletivo); b) para controlar
o comportamento social ou sexual da
vítima (estupro corretivo).
1/3 a 2/3
Consumação e tentativa: a consumação ocorre com 
a conjunção carnal ou com a prática do ato libidinoso. 
A tentativa é possível se, apesar da violência ou grave 
ameaça, não há a conjunção carnal ou o ato libidinoso. 
VIOLAÇÃO SEXUAL MEDIANTE FRAUDE 
Conceito (art. 215 do CP): ter conjunção carnal ou 
praticar outro ato libidinoso com alguém, mediante 
fraude ou outro meio que impeça ou dificulte a livre 
manifestação de vontade da vítima. Pena: reclusão, de 
2 a 6 anos e, se o crime é cometido com o fim de obter 
vantagem econômica, aplica-se também multa. 
Sujeitos: a) sujeito ativo: qualquer pessoa (crime 
comum) e b) sujeito passivo: qualquer pessoa. 
Causas de aumento: as mesmas do crime de estupro 
(ver tabela acima).
Consumação e tentativa: a consumação ocorre com 
a conjunção carnal ou com a prática do ato libidinoso. 
A tentativa é possível se, apesar da violência ou grave 
ameaça, não há a conjunção carnal ou o ato libidinoso. 
IMPORTUNAÇÃO SEXUAL 
Conceito(art. 215-A do CP): praticar contra alguém 
e sem a sua anuência ato libidinoso com o objetivo de 
satisfazer a própria lascívia ou a de terceiro. Pena: reclusão, 
de 1 a 5 anos, se o ato não constitui crime mais grave.
Sujeitos: a) sujeito ativo: qualquer pessoa (crime 
comum) e b) sujeito passivo: qualquer pessoa. 
Causas de aumento: as mesmas do crime de estupro 
(ver tabela acima). Além disso, a pena é aumentada em 
até um terço se a vítima é menor de 18 anos. 
Consumação e tentativa: A consumação ocorre no 
momento da conduta do ato libidinoso. A tentativa é possível.
ASSÉDIO SEXUAL 
Conceito (art. 216-A do CP): constranger alguém com 
o intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual,
prevalecendo-se o agente da sua condição de superior
hierárquico ou ascendência inerentes ao exercício de
emprego, cargo ou função. Pena: detenção, de 1 a 2 anos
Sujeitos: a) sujeito ativo: superior hierárquico da vítima 
(crime próprio) e b) sujeito passivo: qualquer pessoa. 
Causas de aumento: as mesmas do crime de estupro 
(ver tabela acima). Além disso, a pena é aumentada em 
até um terço se a vítima é menor de 18 anos.
Consumação e tentativa: a consumação ocorre no 
momento da conduta do assédio, independentemente do 
resultado (crime formal). A tentativa é possível, como no 
caso do assédio praticado por bilhete interceptado. 
EXPOSIÇÃO DA INTIMIDADE SEXUAL 
Conceito (art. 216-B do CP): produzir, fotografar, 
filmar ou registrar, por qualquer meio, conteúdo com 
cena de nudez ou ato sexual ou libidinoso de caráter 
íntimo e privado sem autorização dos participantes. Pena: 
detenção, de 6 meses a 1 ano, e multa.
Forma equiparada: na mesma pena incorre quem 
realiza montagem em fotografia, vídeo, áudio ou qualquer 
outro registro com o fim de incluir pessoa em cena de 
nudez ou ato sexual ou libidinoso de caráter íntimo. 
Sujeitos: a) sujeito ativo: qualquer pessoa (crime 
comum) e b) sujeito passivo: qualquer pessoa. 
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Consumação e tentativa: a consumação ocorre 
no momento da conduta do registro da cena ou da sua 
montagem, na forma equiparada. A tentativa é possível. 
3.2. CRIMES SEXUAIS CONTRA 
VULNERÁVEL
ESTUPRO DE VULNERÁVEL 
Conceito (art. 217-A do CP): ter conjunção carnal ou 
praticar outro ato libidinoso com menor de 14 anos. Pena: 
reclusão, de 8 a 15 anos.
Forma equiparada: incorre nas mesmas penas quem 
pratica as ações descritas no caput com alguém que, por 
enfermidade ou doença mental, não tem o necessário 
discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer 
outra causa, não pode oferecer resistência.
Conceito de vulnerável: abrange os menores de 14 
anos, os que, por enfermidade ou doença mental, não 
tem o necessário discernimento para a prática do ato, 
assim como os que, por qualquer outra causa, não podem 
oferecer resistência (idade avançada, pessoa desmaiada, 
pessoa embriagada completamente, em coma, etc.). 
Consentimento da vítima: o crime de estupro de 
vulnerável se configura com a conjunção carnal ou prática 
de ato libidinoso com menor de 14 anos, sendo irrelevante 
eventual consentimento da vítima para a prática do ato, sua 
experiência sexual anterior ou existência de relacionamento 
amoroso com o agente (Súmula n. 593 do STJ).
Forma majorada: I - se da conduta resulta lesão 
corporal de natureza grave. Pena: reclusão, de 10 a 20 
anos, II - se da conduta resulta morte. Pena: reclusão, de 
12 a 30 anos. 
Sujeitos: a) sujeito ativo: qualquer pessoa (crime 
comum); b) sujeito passivo: qualquer pessoa vulnerável. 
Causas de aumento: as mesmas do crime de estupro 
(ver tabela acima). Além disso, aumenta-se a pena em até 
1/3 se a vítima é menor de 18 anos. 
Consumação e tentativa: a consumação ocorre com 
a conjunção carnal ou com a prática do ato libidinoso. 
A tentativa é possível se, apesar da violência ou grave 
ameaça, não há a conjunção carnal ou o ato libidinoso.
CORRUPÇÃO DE MENORES
Conceito (art. 218 do CP): Induzir alguém menor de 
14 anos a satisfazer a lascívia de outrem. Pena: reclusão, 
de 2 a 5 anos.
Sujeitos: a) sujeito ativo: qualquer pessoa (crime 
comum) e b) sujeito passivo: menor de 14 anos de idade. 
Causas de aumento: as mesmas do crime de estupro 
(ver tabela acima).
Consumação e tentativa: a consumação ocorre no 
momento em que o ato é realizado, mesmo que o terceiro não 
tenha ficado sexualmente satisfeito. A tentativa é possível. 
ECA: não confundir o crime de corrupção de menores 
previsto no art. 218 do CP com o crime de corrupção de 
menores previsto no art. 244-B do ECA, já que neste último 
caso o crime se caracteriza quando o agente corrompe 
pessoa menor de 18 anos para praticar infração penal. 
SATISFAÇÃO DE LASCÍVIA MEDIANTE PRESENÇA 
DE CRIANÇA OU ADOLESCENTE 
Conceito (art. 218-A do CP): praticar, na presença 
de alguém menor de 14 anos, ou induzi-lo a presenciar, 
conjunção carnal ou outro ato libidinoso, a fim de 
satisfazer a lascívia própria ou de outrem. Pena: reclusão, 
de 2 a 4 anos.
Sujeitos: a) sujeito ativo: qualquer pessoa (crime 
comum), b) sujeito passivo: menor de 14 anos de idade. 
Causas de aumento: as mesmas do crime de estupro 
(ver tabela acima).
Consumação e tentativa: A consumação ocorre no 
momento em que o ato é realizado na presença do menor 
de 14 anos. A tentativa é possível quando, por exemplo, 
o agente induz a vítima a presenciar determinado ato
sexual, mas o ato não é praticado por circunstâncias
alheias a sua vontade.
FAVORECIMENTO DA PROSTITUIÇÃO OU DE OUTRA 
FORMA DE EXPLORAÇÃO SEXUAL DE CRIANÇA OU 
ADOLESCENTE OU DE VULNERÁVEL 
Conceito (art. 218-B do CP): submeter, induzir ou 
atrair à prostituição ou outra forma de exploração sexual 
alguém menor de 18 anos ou que, por enfermidade ou 
deficiência mental, não tem o necessário discernimento 
para a prática do ato, facilitá-la, impedir ou dificultar que 
a abandone. Pena: reclusão, de 4 a 10 anos.
Formas equiparadas: incorre nas mesmas penas: I 
- quem pratica conjunção carnal ou outro ato libidinoso
com alguém menor de 18 e maior de 14 anos na situação
descrita no caput do artigo (se a vítima for menor de 14
anos, haverá o crime de estupro de vulnerável); II - o
proprietário, o gerente ou o responsável pelo local em
que se verifiquem as práticas referidas no caput do artigo
(pune-se, portanto, os envolvidos na casa de prostituição
ou show).
Sujeitos: a) sujeito ativo: qualquer pessoa (crime 
comum) e b) sujeito passivo: menor de 18 anos de idade. 
Causas de aumento: as mesmas do crime de estupro 
(ver tabela acima).
Consumação e tentativa: a consumação ocorre 
quando a vítima passa a ser explorada sexualmente. A 
tentativa é possível. 
DIVULGAÇÃO DE CENA DE ESTUPRO OU DE CENA 
DE ESTUPRO DE VULNERÁVEL, DE CENA DE SEXO OU 
DE PORNOGRAFIA
Conceito (art. 218-C): oferecer, trocar, disponibilizar, 
transmitir, vender ou expor à venda, distribuir, publicar 
ou divulgar, por qualquer meio - inclusive por meio 
de comunicação de massa ou sistema de informática 
ou telemática -, fotografia, vídeo ou outro registro 
audiovisual que contenha cena de estupro ou de estupro 
de vulnerável ou que faça apologia ou induza a sua 
prática, ou, sem o consentimento da vítima, cena de sexo, 
nudez ou pornografia. Pena: reclusão, de 1 a 5 anos, se o 
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fato não constitui crime mais grave.
Sujeitos: a) sujeito ativo: qualquer pessoa (crime 
comum) e b) sujeito passivo: qualquer pessoa, mas, se 
a vítima for criança ou adolescente haverá a prática do 
crime do art. 241 ou o do art. 241-A do ECA. 
Causas de aumento: pena é aumentada de 1/3 a 2/3 
se o crime é praticado por agente que mantém ou tenha 
mantido relação íntima de afeto com a vítima ou com o fim 
de vingança ou humilhação (“revenge porn”).
Consumaçãoe tentativa: a consumação ocorre no 
momento em que um dos atos previsto no tipo é praticado. 
Excludente de ilicitude: não há crime quando o 
agente pratica as condutas descritas no caput do artigo 
em publicação de natureza jornalística, científica, cultural 
ou acadêmica com a adoção de recurso que impossibilite a 
identificação da vítima, ressalvada sua prévia autorização, 
caso seja maior de 18 anos.
CARACTERÍSTICAS COMUNS
CARACTERÍSTICAS COMUNS A TODOS OS CRIMES 
CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL
• todos os crimes contra a dignidade sexual passaram 
a ser de ação pública incondicionada
• os processos correm em segredo de justiça
• tipo subjetivo de todas as condutas: apenas na
modalidade dolosa
4. CRIMES CONTRA A FAMÍLIA
ABANDONO MATERIAL 
Conceito (art. 244 do CP): deixar, sem justa causa, 
de prover à subsistência do cônjuge, ou de filho menor 
de 18 anos ou inapto para o trabalho, ou de ascendente 
inválido ou maior de 60 anos, não lhes proporcionando os 
recursos necessários ou faltando ao pagamento de pensão 
alimentícia judicialmente acordada, fixada ou majorada; 
deixar, sem justa causa, de socorrer descendente ou 
ascendente, gravemente enfermo. Pena: detenção, de 1 
a 4 anos, e multa, de uma a dez vezes o maior salário 
mínimo vigente no País.
Forma equiparada: nas mesmas penas incide quem, 
sendo solvente, frustra ou ilide, de qualquer modo, 
inclusive por abandono injustificado de emprego ou 
função, o pagamento de pensão alimentícia judicialmente 
acordada, fixada ou majorada.
Sujeitos: a) sujeito ativo: pode ser o cônjuge, genitor, 
ascendente ou descendente (crime próprio) e b) sujeito 
passivo: pode ser o cônjuge, o filho enfermo, menor de 
dezoito anos ou inapto para o trabalho, ascendente 
enfermo, maior de sessenta anos de idade ou inválido.
Tipo subjetivo: apenas na modalidade dolosa. 
Consumação e tentativa: a consumação ocorre com a 
recusa de prestar assistência. Não cabe tentativa. 
ABANDONO INTELECTUAL
Conceito (art. 246 do CP): deixar, sem justa causa, 
de prover à instrução primária de filho em idade escolar. 
Pena: detenção, de 15 dias a 1 mês, ou multa.
Sujeitos: a) sujeito ativo: pais do menor (crime próprio), 
e b) sujeito passivo: filho em idade escolar obrigatória. 
Tipo subjetivo: Apenas na modalidade dolosa. 
Consumação e tentativa: a consumação ocorre quando 
o sujeito ativo, por tempo relevante, deixa de providenciar
a instrução primária do filho. Não cabe tentativa.
5. CRIMES CONTRA A PAZ PÚBLICA
ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA (art. 288 do CP): 
associarem-se 3 ou mais pessoas, para o fim específico 
de cometer crimes. Pena: reclusão, de 1 a 3 anos. Se não 
houver combinação ou liame subjetivo entre os sujeitos 
que cometeram os crimes, não há que se falar em 
associação criminosa.
Sujeitos: a) sujeito ativo: qualquer pessoa (crime 
comum) e b) sujeito passivo: coletividade. 
Tipo subjetivo: apenas na modalidade dolosa. Exige-
se, ainda, o dolo específico consubstanciado na expressão 
“para o fim específico de cometer crimes”
Causa de aumento: a pena aumenta-se até a metade 
se a associação é armada ou se houver a participação de 
criança ou adolescente.
Consumação e tentativa: a consumação ocorre no 
momento em que três ou mais pessoas se associam para 
o fim específico de cometer crimes, não se exigindo que
o crime de fato ocorra, tratando-se, portanto, de crime
formal. A tentativa não é possível porque a associação
deve ser permanente.
 Regras Importantes: a) a associação de pessoas para 
o fim específico de cometer contravenções penais (jogo
do bicho, por exemplo) não constitui crime de associação
criminosa (prática de crimes), b) para a caracterização
das associação criminosa basta a associação estável e
permanente para a prática de crimes (crime formal) e c) a 
associação criminosa não se confunde com a organização
criminosa prevista na Lei n. 12.850/2013.
6. CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA
MOEDA FALSA 
Conceito (art. 289 do CP): falsificar, fabricando-a ou 
alterando-a, moeda metálica ou papel-moeda de curso 
legal no país ou no estrangeiro. Pena: reclusão, de 3 a 12 
anos, e multa.
Forma equiparada: nas mesmas penas incorre quem, 
por conta própria ou alheia, importa ou exporta, adquire, 
vende, troca, cede, empresta, guarda ou introduz na 
circulação moeda falsa (§ 1º do art. 289).
Forma privilegiada: quem, tendo recebido de boa-fé, 
como verdadeira, moeda falsa ou alterada, a restitui à 
circulação, depois de conhecer a falsidade, é punido com 
detenção, de 6 meses a 2 anos, e multa.
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Forma qualificada: É punido com reclusão, de 3 a 15 
anos, e multa, o funcionário público ou diretor, gerente, ou 
fiscal de banco de emissão que fabrica, emite ou autoriza 
a fabricação ou emissão: I - de moeda com título ou peso 
inferior ao determinado em lei; II - de papel-moeda em 
quantidade superior à autorizada.
Sujeitos: a) sujeito ativo: qualquer pessoa (crime 
comum), salvo na forma qualificada (crime próprio) e b) 
sujeito passivo: Estado e pessoas prejudicadas. 
Tipo subjetivo: apenas na modalidade dolosa
Consumação e tentativa: a consumação ocorre com 
fabricação ou alteração da moeda, desde que não haja 
erro grosseiro. A tentativa é possível quando o agente é 
pego antes de terminado a falsificação ou alteração. 
Regras Importantes: a) falsificação grosseira: aquela 
imediatamente perceptível pela vítima, configura crime 
impossível e b) se a falsificação, mesmo grosseira, 
enganar a vítima, a conduta poderá configurar o crime de 
estelionato (Súmula n. 73 do STJ).
FALSIFICAÇÃO DE DOCUMENTO PÚBLICO
Conceito (art. 297 do CP): falsificar, no todo ou em 
parte, documento público, ou alterar documento público 
verdadeiro. Pena: reclusão, de 2 a 6 anos, e multa.
Regras Importantes: a) a falsidade de documento 
público também é chamada de falsidade material e b) a 
“falsificação grosseira”, que não é capaz de atingir a fé-
pública do documento e enganar terceiro, não caracteriza 
o crime de falsificação de documento.
Forma equiparada: pune-se com as mesmas penas quem 
insere ou faz inserir dados falsos na CTPS ou documento que 
deva produzir efeito perante a previdência social. 
Sujeitos: a) sujeito ativo: qualquer pessoa (crime 
comum), b) sujeito passivo: Estado e pessoas prejudicadas. 
Tipo subjetivo: apenas na modalidade dolosa. 
Causa de aumento: se o agente é funcionário público, 
e comete o crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se 
a pena de sexta parte.
Consumação e tentativa: a consumação ocorre 
com a falsificação ou alteração do documento público, 
independentemente do seu uso (crime de perigo). A 
tentativa é possível quando o agente é pego antes de 
terminada a falsificação ou alteração do documento. 
 COMPETÊNCIA
Se o documento falsificado é de 
atribuição de autoridade federal, a 
competência é da Justiça Federal
Justiça Federal
Se o documento falsificado devia 
ter sido emitido por funcionário 
público estadual ou municipal, a 
competência é da Justiça Estadual
Se a finalidade da falsificação é 
prejudicar a previdência social, a 
competência será da Justiça Federal, 
ao passo que, se a falsificação for para 
fins particulares, a competência é da 
Justiça Estadual (Súmula n. 62 do STJ)
Justiça 
Estadual
FALSIDADE DE DOCUMENTO PARTICULAR 
Conceito (art. 298 do CP): falsificar, no todo ou em 
parte, documento particular ou alterar documento particular 
verdadeiro. Pena: reclusão, de 1 a 5 anos, e multa
Documento particular: o conceito é obtido por 
exclusão, ou seja, todo documento que não for público 
ou a ele equiparado para fins penais será documento 
particular, inclusive os cartões de crédito e de débito. 
Sujeitos: a) sujeito ativo: qualquer pessoa (crime 
comum) e b) sujeito passivo: Estado e as pessoas 
prejudicadas. 
Tipo subjetivo: Apenas na modalidade dolosa. 
Consumação e tentativa: a consumação ocorre 
com a falsificação ou alteraçãodo documento público, 
independentemente do seu uso (crime de perigo). A 
tentativa é possível quando o agente é pego antes de 
terminada a falsificação ou alteração do documento. 
 FALSIDADE IDEOLÓGICA
Conceito (art. 299 do CP): omitir, em documento 
público ou particular, declaração que dele devia constar, 
ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou 
diversa da que devia ser escrita, com o fim de prejudicar 
direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato 
juridicamente relevante. Pena: reclusão, de 1 a 5 anos, e 
multa, se o documento é público, e reclusão, de 1 a 3 anos, 
e multa, se o documento é particular.
Sujeitos: a) sujeito ativo: qualquer pessoa (crime 
comum) e b) sujeito passivo: Estado e as pessoas 
prejudicadas. 
Tipo subjetivo: apenas na modalidade dolosa.
Causa de aumento: se o agente é funcionário público, 
e comete o crime prevalecendo-se do cargo, ou se a 
falsificação ou alteração é de assentamento de registro 
civil, aumenta-se a pena de sexta parte.
Consumação e tentativa: a consumação ocorre 
quando o documento fica pronto com a omissão ou 
alteração dos seus dados. A tentativa é possível apenas 
se a conduta por comissiva. 
 USO DE DOCUMENTO FALSO 
Conceito (art. 304 do CP): fazer uso de qualquer dos 
papéis falsificados ou alterados, a que se referem os arts. 
297 a 302. Pena: a cominada à falsificação ou à alteração.
ATENÇÃO: a) fazer uso: significa apresentar o 
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documento a alguém, sendo que a mera posse do 
documento não caracteriza o crime, b) se a pessoa que 
falsificou o documento depois o utiliza, responde apenas 
pelo crime de falsificação e c) o agente que usa documento 
falso para cometer estelionato responde apenas pelo 
estelionato, uma vez que o uso é considerado apenas 
crime-meio.
Sujeitos: a) sujeito ativo: qualquer pessoa (crime 
comum), menos quem praticou a falsificação e b) sujeito 
passivo: Estado e as pessoas prejudicadas. 
Tipo subjetivo: apenas na modalidade dolosa. 
Consumação e tentativa: a consumação ocorre 
com o uso, a apresentação, do documento, ainda que o 
agente não obtenha qualquer vantagem (crime formal). 
A tentativa não é possível, porque se o agente não 
apresenta o documento o fato é atípico. 
7. CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO
PÚBLICA
7.1. CRIMES PRATICADOS POR 
FUNCIONÁRIO PÚBLICO CONTRA A 
ADMINISTRAÇÃO EM GERAL 
CARACTERÍSTICAS 
CONCEITO Considera-se funcionário público, 
para efeitos penais, quem, 
embora transitoriamente ou 
sem remuneração, exerce cargo, 
emprego ou função pública; 
Equipara-se a funcionário público 
quem exerce cargo, emprego ou 
função em entidade paraestatal, 
e quem trabalha para empresa 
prestadora de serviço contratada 
ou conveniada para a execução de 
atividade típica da Administração 
Pública.
CONCURSO DE 
PESSOAS
A condição de funcionário público é 
elementar do tipo, ou seja, desde que 
conhecida, comunica-se aos demais 
particulares envolvidos no delito. 
EFEITO DA PENA Perda do cargo, função pública ou 
mandato eletivo quando aplicada 
pena privativa de liberdade por 
tempo igual ou superior a 1 ano, 
nos crimes praticados com abuso 
de poder ou violação de dever 
para com a Administração Pública 
(efeito não automático, devendo 
ser motivadamente declarado na 
sentença).
PROGRESSÃO DE 
REGIME
A progressão de regime é 
condicionada à reparação do 
dano causado ou à devolução do 
produto do ilícito praticado, com 
os acréscimos legais.
PRINCÍPIO DA 
INSIGNIFICÂNCIA
O princípio da insignificância é 
inaplicável aos crimes contra a 
Administração Pública (Súmula 
n. 599 do STJ), salvo no caso de
crime de descaminho.
PECULATO
Conceito (art. 312, caput, do CP): apropriar-se, o 
funcionário público, de dinheiro, valor ou qualquer outro 
bem móvel, público ou particular, de que tem a posse 
em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou 
alheio. Pena: reclusão, de 2 a 12 anos, e multa.
Peculato próprio: a figura típica do caput do art. 
312 do CP contempla o peculato próprio, que abrange 
o denominado peculato-apropriação (primeira parte do
tipo: “apropriar-se”) e o peculato-desvio (segunda parte
do tipo penal: “desviá-lo”).
Peculato impróprio (ou peculato-furto): aplica-se a 
mesma pena, se o funcionário público, embora não tendo 
a posse do dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou concorre 
para que seja subtraído, em proveito próprio ou alheio, 
valendo-se de facilidade que lhe proporciona a qualidade 
de funcionário (§ 1º do art. 312 do CP). 
Sujeitos: a) sujeito ativo: qualquer funcionário público 
(crime próprio), exceto os prefeitos que respondem pelos 
crimes específicos do Decreto-Lei n. 201/67 e b) sujeito 
passivo: Estado e, em algumas situações, as pessoas 
prejudicadas. 
Tipo subjetivo: admite a modalidade dolosa e culposa. 
Peculato culposo: se o funcionário concorre 
culposamente para o crime de outrem. Pena: detenção, 
de 3 meses a 1 ano. 
Regras Importantes: a) se houver reparação do 
dano, antes da sentença irrecorrível, haverá extinção da 
punibilidade, b) se a reparação for posterior ao trânsito 
em julgado, a pena imposta será reduzida pela metade. 
Consumação e tentativa: a consumação no peculato 
próprio ocorre quando o funcionário passa a agir como 
proprietário do bem (peculato-apropriação) ou o desvia 
(peculato desvio), no peculato impróprio quando o 
funcionário retira o bem da esfera de vigilância da vítima 
e no peculato culposo quando houver a consumação do 
crime do terceiro. A tentativa não é possível apenas na 
modalidade peculato culposo. 
 PECULATO ELETRÔNICO
Conceito: a Lei nº 9.983/2000 acrescentou os artigos 
313-A e 313-B ao código penal, que punem a conduta
do funcionário público referente à inserção de dados
falsos, alteração ou modificação de dados no sistema
de informações da administração pública, o que é
denominado pela doutrina de peculato eletrônico.
CONCUSSÃO
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Conceito (art. 316 do CP): exigir, para si ou para 
outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função 
ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem 
indevida. Pena: reclusão, de 2 a 12 anos, e multa.
Regras Importantes: a) deve haver “exigência” 
pelo funcionário (uma ameaça, direta ou indireta), b) no 
caso de mero pedido, há o crime de corrupção passiva, 
c) a vantagem deve ser indevida, se for devida, poderá
caracterizar o crime de abuso de autoridade.
Excesso de exação (forma qualificada): se o 
funcionário exige tributo ou contribuição social que sabe 
ou deveria saber indevido, ou, quando devido, emprega 
na cobrança meio vexatório ou gravoso, que a lei não 
autoriza. Pena: reclusão, de 3 a 8 anos, e multa.
Sujeitos: a) sujeito ativo: qualquer funcionário 
público (crime próprio) e b) sujeito passivo: Estado e a 
pessoa prejudicada. 
Tipo subjetivo: admite apenas a modalidade dolosa. 
Consumação e tentativa: a consumação ocorre no 
momento em que a exigência chega ao conhecimento da 
vítima, mesmo que o funcionário público não consiga a 
vantagem indevida (crime formal). A tentativa é possível, 
como no caso de exigência feita por carta interceptada. 
CORRUPÇÃO PASSIVA 
Conceito (art. 317 do CP): solicitar ou receber, para 
si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que 
fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, 
vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem. 
Pena: reclusão, de 2 a 12 anos, e multa.
Sujeitos: a) sujeito ativo: qualquer funcionário 
público (crime próprio) e b) sujeito passivo: Estado e a 
pessoa prejudicada. 
Tipo subjetivo: admite apenas a modalidade dolosa. 
Causa de aumento de aumento: a pena é aumentada 
de 1/3, se, em consequência da vantagem ou promessa, 
o funcionário retarda ou deixa de praticar qualquer ato de 
ofício ou opratica infringindo dever funcional.
Forma privilegiada: se o funcionário pratica, deixa de 
praticar ou retarda ato de ofício, com infração de dever 
funcional, cedendo a pedido ou influência de outrem. 
Pena: detenção, de 3 meses a 1 ano, ou multa.
Consumação e tentativa: a consumação ocorre no 
momento em que o funcionário solicita, recebe ou aceita a 
vantagem indevida (crime formal). A tentativa é possível 
na modalidade solicitar, quando feita por escrito. Já na 
corrupção passiva privilegiada, o crime se consuma 
quando o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda 
o ato (crime material).
 PREVARICAÇÃO
Conceito (art. 319 do CP): retardar ou deixar de praticar, 
indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição 
expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento 
pessoal. Pena: detenção, de 3 meses a 1 ano, e multa.
Regras Importantes: a) satisfazer interesse 
ou sentimento pessoal: elemento essencial para a 
caracterização da prevaricação e b) a prevaricação não se 
confunde com corrupção passiva privilegiada. 
Sujeitos: a) sujeito ativo: qualquer funcionário 
público (crime próprio) e b) sujeito passivo: Estado e a 
pessoa eventualmente prejudicada. 
Tipo subjetivo: admite apenas a modalidade dolosa. 
Consumação e tentativa: a consumação ocorre no 
momento em que o funcionário omite, retarda ou pratica 
o ato (crime formal). A tentativa é possível na modalidade 
comissiva.
 Prevaricação imprópria (art. 319-A do CP): prevê a 
punição de Diretor de Penitenciária e/ou agente público 
que deixar de cumprir seu dever de vedar ao preso o 
acesso a aparelho telefônico, de rádio ou similar, que 
permita a comunicação com outros presos ou com o 
ambiente externo.
7.2. CRIMES PRATICADOS 
POR PARTICULAR CONTRA A 
ADMINISTRAÇÃO EM GERAL 
CORRUPÇÃO ATIVA 
Conceito (art. 333 do CP): oferecer ou prometer 
vantagem indevida a funcionário público, para determiná-
lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício. Pena: 
reclusão, de 2 a 12 anos, e multa.
Sujeitos: a) sujeito ativo: qualquer pessoa e b) sujeito 
passivo: Estado.
Tipo subjetivo: admite apenas a modalidade dolosa. 
Causa de aumento de pena: a pena é aumentada 
de um terço, se, em razão da vantagem ou promessa, o 
funcionário retarda ou omite ato de ofício, ou o pratica 
infringindo dever funcional.
Consumação e tentativa: a consumação ocorre 
no momento em que o funcionário público toma 
conhecimento da oferta ou promessa feita pelo agente. A 
tentativa é possível na forma escrita. 
DESCAMINHO
Conceito (art. 334 do CP): iludir, no todo ou em parte, 
o pagamento de direito ou imposto devido pela entrada,
pela saída ou pelo consumo de mercadoria. Pena:
reclusão, de 1 a 4 anos.
Forma equiparada: incorre na mesma pena quem: 
I - pratica navegação de cabotagem, fora dos casos 
permitidos em lei, II - pratica fato assimilado, em lei 
especial, a descaminho, III - vende, expõe à venda, 
mantém em depósito ou, de qualquer forma, utiliza em 
proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade 
comercial ou industrial, mercadoria de procedência 
estrangeira que introduziu clandestinamente no País 
ou importou fraudulentamente ou que sabe ser produto 
de introdução clandestina no território nacional ou 
de importação fraudulenta por parte de outrem e IV 
- adquire, recebe ou oculta, em proveito próprio ou
alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial,
mercadoria de procedência estrangeira, desacompanhada 
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de documentação legal ou acompanhada de documentos 
que sabe serem falsos.
Regras Importantes: atividade comercial, para 
efeitos do artigo, representa qualquer forma de comércio 
irregular ou clandestino de mercadorias estrangeiras, 
inclusive o exercido em residências.
Sujeitos: a) sujeito ativo: qualquer pessoa e b) sujeito 
passivo: Estado.
Tipo subjetivo: admite apenas a modalidade dolosa. 
Causa de aumento de pena: a pena aplica-se em dobro 
se o crime de descaminho é praticado em transporte 
aéreo, marítimo ou fluvial.
Consumação e tentativa: a consumação ocorre no 
momento da passagem alfandegária sem o pagamento 
do tributo. A tentativa é possível.
Princípio da insignificância: aplica-se o princípio da 
insignificância, incidindo, segundo o STJ, para os valores 
sonegados até R$ 10.000,00 e, para o STF, para os valores 
até R$ 20.000,00.
CONTRABANDO 
Conceito (art. 334-A do CP): importar ou exportar 
mercadoria proibida. Pena: reclusão, de 2 a 5 anos. 
Formas equiparadas: incorre na mesma pena quem: 
I - pratica fato assimilado, em lei especial, a contrabando; 
II - importa ou exporta clandestinamente mercadoria que 
dependa de registro, análise ou autorização de órgão 
público competente; III - reinsere no território nacional 
mercadoria brasileira destinada à exportação; IV - vende, 
expõe à venda, mantém em depósito ou, de qualquer 
forma, utiliza em proveito próprio ou alheio, no exercício de 
atividade comercial ou industrial, mercadoria proibida pela 
lei brasileira e V - adquire, recebe ou oculta, em proveito 
próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou 
industrial, mercadoria proibida pela lei brasileira. 
Sujeitos: a) sujeito ativo: qualquer pessoa, b) sujeito 
passivo: Estado.
Tipo subjetivo: admite apenas a modalidade dolosa. 
Causa de aumento de pena: a pena aplica-se em dobro 
se o crime de descaminho é praticado em transporte 
aéreo, marítimo ou fluvial.
Consumação e tentativa: a consumação ocorre no 
momento da passagem alfandegária ou na entrada ou 
saída irregular do país. A tentativa é possível.
Princípio da insignificância: não se aplica ao crime 
de contrabando.
TABELA COMPARATIVA
DESCAMINHO CONTRABANDO
Bem lícito Bem ilícito 
Entrada ou saída de 
produtos permitidos, mas 
que não passaram pelos 
trâmites burocrático-
tributários devidos.
Entra e saída de produtos 
vedados por lei (armas, 
drogas, etc.). 
Aplica-se o princípio da 
insignificância.
Não se aplica o princípio 
da insignificância.
8. CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO
DA JUSTIÇA
DENUNCIAÇÃO CALUNIOSA 
Conceito (art. 339 do CP): Dar causa à instauração 
de inquérito policial, de procedimento investigatório 
criminal, de processo judicial, de processo administrativo 
disciplinar, de inquérito civil ou de ação de improbidade 
administrativa contra alguém, imputando-lhe crime, 
infração ético-disciplinar ou ato ímprobo de que o sabe 
inocente: (Redação dada pela Lei nº 14.110, de 2020). 
Imputação de crime, infração ético-disciplinar ou ato 
ímprobo: Com a nova lei, além da imputação de crime, 
poderá também configurar denunciação caluniosa a 
imputação de infração ético-disciplinar ou ato ímprobo a 
alguém que se sabe que é inocente. 
Sujeitos: a) sujeito ativo: qualquer pessoa e b) sujeito 
passivo: Estado e, em segundo plano, a pessoa inocente.
Tipo subjetivo: admite apenas a modalidade dolosa. 
O sujeito ativo deve saber que a pessoa a quem o crime é 
imputado é inocente. 
Causa de aumento de pena: a pena é aumentada de 
sexta parte, se o agente se serve de anonimato ou de 
nome suposto.
Causa de diminuição de pena: a pena é diminuída de 
metade, se a imputação é de prática de contravenção.
Consumação e tentativa: a consumação ocorre com 
a instauração dos procedimentos de investigação. A 
tentativa é possível. 
Ação Penal: pública incondicionada.
Denunciação Caluniosa com finalidade Eleitoral: o 
agente pratica o crime específico do art. 326-A do CE. 
COMUNICAÇÃO FALSA DE CRIME OU DE 
CONTRAVENÇÃO 
Conceito: (art. 340 do CP): provocar a ação de 
autoridade, comunicando-lhe a ocorrência de crime ou 
de contravenção que sabe não se ter verificado. Pena: 
detenção, de 1 a 6 meses, ou multa.
Difere da denunciação caluniosa uma vez que não 
se imputa a alguém a prática de crime, mas apenas 
comunica-se falsamente a ocorrência de crime ou 
contravenção, provocando a ação de autoridade. 
Sujeitos:a) sujeito ativo: qualquer pessoa, mas se 
for funcionário público pode configurar o crime de abuso 
de autoridade e b) sujeito passivo: Estado e, em segundo 
plano, a pessoa prejudicada.
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Tipo subjetivo: admite apenas a modalidade dolosa. 
Ação Penal: se o crime for praticado sem violência, o 
delito se processa mediante ação penal privada. Se o crime for 
praticado com violência, a ação será pública incondicionada.
FAVORECIMENTO PESSOAL
Conceito (art. 348 do CP): auxiliar a subtrair-se à ação 
de autoridade pública autor de crime a que é cominada 
pena de reclusão. Pena - detenção, de 1 a 6 meses, e 
multa. Se ao crime não é cominada pena de reclusão, a 
pena é de detenção, de 15 dias a 3 meses, e multa.
Sujeitos: a) sujeito ativo: qualquer pessoa, mas se for 
funcionário público pode configurar o crime de abuso de 
autoridade e b) sujeito passivo: Estado.
Tipo subjetivo: admite apenas a modalidade dolosa. 
Ação Penal: pública incondicionada. 
Escusa absolutória: se quem presta o auxílio é 
ascendente, descendente, cônjuge ou irmão do criminoso, 
fica isento de pena. 
FAVORECIMENTO REAL
Conceito (art. 349 do CP): prestar a criminoso, fora 
dos casos de coautoria ou de receptação, auxílio destinado 
a tornar seguro o proveito do crime. Pena: detenção, de 1 
a 6 meses, e multa. 
Favorecimento real impróprio (art. 349-A do CP): 
conduta praticada por quem ingressar, promover, 
intermediar, auxiliar ou facilitar a entrada de aparelho 
telefônico de comunicação móvel, de rádio ou similar, 
sem autorização legal, em estabelecimento prisional.
Sujeitos: a) sujeito ativo: qualquer pessoa, mas se for 
funcionário público pode configurar o crime de abuso de 
autoridade e b) sujeito passivo: Estado. 
Tipo subjetivo: admite apenas a modalidade dolosa. 
Ação Penal: pública incondicionada.
TABELA COMPARATIVA
FAVORECIMENTO 
PESSOAL
FAVORECIMENTO REAL
Busca ajudar o autor de 
crime anterior
Busca tornar seguro o 
proveito do crime 
Admite escusa absolutória Não admite escusa 
absolutória. 
PATROCÍNIO INFIEL 
Conceito (art. 355, caput, do CP): trair, na qualidade 
de advogado ou procurador, o dever profissional, 
prejudicando interesse, cujo patrocínio, em juízo, lhe é 
confiado. Pena: detenção, de 6 meses a 3 anos, e multa. 
Sujeitos: a) sujeito ativo: advogado devidamente 
inscrito na OAB (crime próprio); b) sujeito passivo: Estado. 
Tipo subjetivo: admite apenas a modalidade dolosa. 
Consumação e tentativa: o crime se consuma com o 
efetivo prejuízo à vítima (crime material). A tentativa é 
possível apenas na forma comissiva. 
Ação penal: pública incondicionada. 
PATROCÍNIO SIMULTÂNEO OU TERGIVERSAÇÃO 
Conceito (art. 355, parágrafo único, do CP): advogado 
ou procurador judicial que defende na mesma causa, 
simultânea ou sucessivamente, partes contrárias. Pena: 
detenção, de 6 meses a 3 anos, e multa. 
Mesmo processo: não há necessidade que o 
patrocínio ocorra no mesmo processo, desde que seja 
relativo à mesma causa. 
Sujeitos: a) sujeito ativo: advogado devidamente 
inscrito na OAB (crime próprio); b) sujeito passivo: Estado. 
Tipo subjetivo: admite apenas a modalidade dolosa. 
Consumação e tentativa: o crime se consuma 
quando o agente pratica qualquer ato processual relativo 
ao patrocínio simultâneo de partes contrárias (crime 
formal), não se exigindo o prejuízo. A tentativa é possível. 
Ação penal: Pública incondicionada.
9. LEGISLAÇÃO ESPECIAL
9.1. LEI DE DROGAS (LEI N. 11.343/2006)
Os crimes previstos na Lei de Drogas são 
previstos em normas penais em branco, dependendo 
de complementação em relação ao conceito de droga, 
devendo-se utilizar o regramento dado pelas portarias da 
Agência Nacional de Vigilância Sanitária. 
PORTE E CULTIVO PARA CONSUMO PRÓPRIO 
Conceito (art. 28): quem adquirir, guardar, tiver em 
depósito, transportar ou trouxer consigo, para consumo 
pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com 
determinação legal ou regulamentar será submetido 
às seguintes penas: I - advertência sobre os efeitos das 
drogas; II - prestação de serviços à comunidade; III - 
medida educativa de comparecimento a programa ou 
curso educativo.
Nos casos II e III, serão aplicadas pelo prazo máximo 
de 5 meses, salvo no caso de reincidência em que o prazo 
máximo poderá ser 10 meses. Não há imposição de pena 
privativa de liberdade para o crime previsto no art. 28 da 
Lei de Drogas. 
Formas equiparadas: às mesmas medidas submete-
se quem, para seu consumo pessoal, semeia, cultiva 
ou colhe plantas destinadas à preparação de pequena 
quantidade de substância ou produto capaz de causar 
dependência física ou psíquica.
Sujeitos: a) sujeito ativo: qualquer pessoa (crime 
comum) e b) sujeito passivo: coletividade. 
Tipo Subjetivo: admite apenas a modalidade dolosa. 
Consumação e tentativa: o crime se consuma quando 
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o agente adquire ou, no caso de trazer consigo, guardar
ou ter em depósito, quando o agente obtém a posse da
droga, prolongando-se no tempo enquanto ele a detiver
(crime permanente). A tentativa é possível apenas na
modalidade adquirir.
Regras importantes: a) não é possível a prisão em 
flagrante do usuário e b) trata-se de infração de menor 
potencial ofensivo, devendo ser submetida ao rito 
sumaríssimo previsto na Lei n. 9.099/95, permitindo-se 
a transação penal e a suspensão condicional do processo.
TRÁFICO ILÍCITO DE DROGAS 
Conceito (art. 33): importar, exportar, remeter, 
preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à 
venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer 
consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a 
consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, 
sem autorização ou em desacordo com determinação 
legal ou regulamentar. Pena: reclusão de 5 a 15 anos e 
pagamento de 500 a 1.500 dias-multa.
Formas equiparadas: nas mesmas penas incorre 
quem: I - importa, exporta, remete, produz, fabrica, 
adquire, vende, expõe à venda, oferece, fornece, tem em 
depósito, transporta, traz consigo ou guarda, ainda que 
gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com 
determinação legal ou regulamentar, matéria-prima, 
insumo ou produto químico destinado à preparação 
de drogas; II - semeia, cultiva ou faz a colheita, sem 
autorização ou em desacordo com determinação legal ou 
regulamentar, de plantas que se constituam em matéria-
prima para a preparação de drogas e III - utiliza local ou 
bem de qualquer natureza de que tem a propriedade, 
posse, administração, guarda ou vigilância, ou consente 
que outrem dele se utilize, ainda que gratuitamente, sem 
autorização ou em desacordo com determinação legal ou 
regulamentar, para o tráfico ilícito de drogas.
Pacote Anticrime: acrescentou o inciso IV ao § 1º do 
art. 33 da Lei de Drogas, para dispor que se considerada 
forma equiparada ao crime de tráfico ilícito de drogas 
quem “vende ou entrega drogas ou matéria-prima, 
insumo ou produto químico destinado à preparação 
de drogas, sem autorização ou em desacordo com a 
determinação legal ou regulamentar, a agente policial 
disfarçado, quando presentes elementos probatórios 
razoáveis de conduta criminal preexistente”.
Sujeitos: a) sujeito ativo: qualquer pessoa (crime 
comum); b) sujeito passivo: coletividade. 
Tipo subjetivo: admite apenas a modalidade dolosa. 
Causas de aumento da pena: a pena pode 
ser aumentadas de 1/6 a 2/3, se: I - a natureza, a 
procedência da substância ou do produto apreendido e as 
circunstâncias do fato evidenciarem a transnacionalidade 
do delito; II - o agente praticar o crime prevalecendo-
se de função pública ou no desempenho de missão 
de educação, poder familiar, guarda ou vigilância; III 
- a infração tiver sido cometida nas dependências ou
imediaçõesde estabelecimentos prisionais, de ensino ou
hospitalares, de sedes de entidades estudantis, sociais,
culturais, recreativas, esportivas, ou beneficentes, de
locais de trabalho coletivo, de recintos onde se realizem
espetáculos ou diversões de qualquer natureza, de
serviços de tratamento de dependentes de drogas ou de
reinserção social, de unidades militares ou policiais ou 
em transportes públicos; IV - o crime tiver sido praticado 
com violência, grave ameaça, emprego de arma de fogo, 
ou qualquer processo de intimidação difusa ou coletiva; 
V - caracterizado o tráfico entre Estados da Federação ou 
entre estes e o Distrito Federal; VI - sua prática envolver 
ou visar a atingir criança ou adolescente ou a quem 
tenha, por qualquer motivo, diminuída ou suprimida a 
capacidade de entendimento e determinação e VII - o 
agente financiar ou custear a prática do crime.
Regra Importante: é desnecessária a efetiva 
transposição de fronteiras entre Estados da Federação, 
sendo suficiente a demonstração inequívoca da intenção 
de realizar o tráfico interestadual (Súmula n. 587 do STJ).
Tráfico privilegiado: as penas poderão ser reduzidas 
de um sexto a dois terços, desde que o agente seja 
primário, de bons antecedentes, não se dedique às 
atividades criminosas nem integre organização criminosa.
Consumação e tentativa: o crime se consuma 
quando o agente realiza um as condutas descritas no 
tipo penal, havendo algumas condutas instantâneas 
(vender, adquirir, oferecer, etc.) e outras permanentes 
(transportar, guardar, etc.). A tentativa é possível apenas 
nas condutas instantâneas. 
Crime Hediondo: o crime de tráfico de drogas é considerado 
hediondo, salvo quando se tratar de tráfico privilegiado.
9.2. LEI DE LAVAGEM DE CAPITAIS 
(LEI N. 9.613/98) 
Lavagem de capitais: conjunto de atos destinados 
a mascarar a natureza ilícita de determinados bens 
ou valores, advindos de condutas criminosas, para 
reintroduzi-los na economia formal, com aparência lícita. 
CRIME DE LAVAGEM DE CAPITAIS
Conceito (art. 1º da lei n. 9.613/98): ocultar ou 
dissimular a natureza, origem, localização, disposição, 
movimentação ou propriedade de bens, direitos ou 
valores provenientes, direta ou indiretamente, de infração 
penal. Pena: reclusão, de 3 a 10 anos, e multa. 
Formas equiparadas: nas mesmas penas incorre 
quem: I – para ocultar ou dissimular a utilização de bens, 
direitos ou valores provenientes de infração penal: a) os 
converte em ativos lícitos; b) os adquire, recebe, troca, 
negocia, dá ou recebe em garantia, guarda, tem em 
depósito, movimenta ou transfere; c) importa ou exporta 
bens com valores não correspondentes aos verdadeiros; II- 
utiliza, na atividade econômica ou financeira, bens, direitos 
ou valores provenientes de infração penal e III - participa 
de grupo, associação ou escritório tendo conhecimento 
de que sua atividade principal ou secundária é dirigida à 
prática de crimes de lavagem de capital. 
Sujeitos: a) sujeito ativo: qualquer pessoa (crime 
comum); b) sujeito passivo: Estado. 
Tipo subjetivo: admite apenas a modalidade dolosa. 
Causas de aumento de pena: a pena será aumentada 
de 1/3 a 2/3, se os crimes definidos nesta Lei forem 
cometidos de forma reiterada ou por intermédio de 
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organização criminosa. 
Forma privilegiada (colaboração premiada): a pena 
poderá ser reduzida de 1/3 a 2/3 e ser cumprida em 
regime aberto ou semiaberto, facultando-se ao juiz deixar 
de aplicá-la ou substituí-la, a qualquer tempo, por pena 
restritiva de direitos, se o autor, coautor ou partícipe 
colaborar espontaneamente com as autoridades, 
prestando esclarecimentos que conduzam à apuração das 
infrações penais, à identificação dos autores, coautores e 
partícipes, ou à localização dos bens, direitos ou valores 
objeto do crime. 
Pacote Anticrime: acrescentou o § 6º ao art. 1º da Lei 
nº 9.613/98, que passou a permitir a utilização da ação 
controlada e da infiltração de agentes para os crimes de 
“Lavagem” ou ocultação de Bens, Direitos e Valores
9.3. LEI DE CRIMES HEDIONDOS (LEI 
N. 8.072/90).
São Crimes Hediondos:
Homicídio (art. 121 do CP): quando praticado em 
atividade típica de grupo de extermínio, ainda que 
cometido por um só agente, e homicídio qualificado (art. 
121, § 2º, incisos I, II, III, IV, V, VI e VII). 
Regras importantes: a) o homicídio simples será 
crime hediondo apenas quando praticado em atividade 
típica de grupo de extermínio, b) não confundir grupo 
de extermínio com concurso de pessoas: no grupo de 
extermínio a vítima é atacada em razão de alguma 
característica determinada (ex.: ser mendigo, ex-
presidiário, etc.). 
Lesão corporal dolosa de natureza gravíssima (art. 129, 
§ 2º, do CP) e lesão corporal seguida de morte (art. 129, §
3º): quando praticadas contra autoridade ou agente descrito
nos arts. 142 e144 da Constituição Federal, integrantes do
sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, 
no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu 
cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro
grau, em razão dessa condição.
Lesão corporal grave: a lesão corporal grave, ainda que 
praticada contra agentes de segurança, não é crime hediondo.
Roubo: a) circunstanciado pela restrição de liberdade 
da vítima (art. 157, § 2º, inciso V); b) circunstanciado pelo 
emprego de arma de fogo (art. 157, § 2º-A, inciso I) ou pelo 
emprego de arma de fogo de uso proibido ou restrito (art. 157, 
§ 2º-B); c) qualificado pelo resultado lesão corporal grave ou 
morte (art. 157, § 3º) - (Pacote Anticrime) 
Extorsão qualificada pela restrição da liberdade da 
vítima, ocorrência de lesão corporal ou morte (art. 158, 
§ 3º) (Pacote Anticrime)
Extorsão mediante sequestro e na forma qualificada
(art. 159, caput, e §§ lº, 2º e 3º, do CP)
Estupro (art. 213, caput e §§ 1º e 2º, do CP)
Estupro de vulnerável (art. 217-A, caput e §§ 1º, 2º, 
3º e 4º, do CP)
Epidemia com resultado morte (art. 267, § 1º, do CP)
Falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de 
produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais (art. 
273, caput e § 1º, § 1º-A e § 1º-B, do CP)
Favorecimento da prostituição ou de outra forma 
de exploração sexual de criança ou adolescente ou de 
vulnerável (art. 218-B, caput, e §§ 1º e 2º, do CP)
Furto qualificado pelo emprego de explosivo ou de 
artefato análogo que cause perigo comum (art. 155, § 4º-
A). (Pacote Anticrime)
Posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso proibido 
(art. 16 da Lei nº 10.826/ 2003) (Pacote Anticrime)
Comércio ilegal de armas de fogo (art. 17 da Lei nº 
10.826/03); (Pacote Anticrime)
Tráfico internacional de arma de fogo, acessório ou 
munição (art. 18 da Lei nº 10.826/03) (Pacote Anticrime)
Organização criminosa, quando direcionado à prática 
de crime hediondo ou equiparado. (Pacote Anticrime)
Crimes equiparados a hediondos (“regra do triplo 
T”): 1) Tortura (Lei 9.455/97), 2) Tráfico (Lei 11.343/2006) 
e 3) Terrorismo (Lei n. 13.260/2016). 
TABELA COMPARATIVA
CRIMES COMUNS CRIMES HEDIONDOS OU 
EQUIPARADOS
Suscetíveis de anistia, graça 
e indulto
NÃO são suscetíveis de 
anistia, graça e indulto
Admitem, como regra 
geral, fiança 
NÃO admitem fiança 
A prisão temporária de 
5 dias, prorrogável por 
igual período
A prisão temporária de 
30 dias, prorrogável por 
igual período
Livramento condicional 
depende do cumprimento 
de 1/3 (primário) ou 1/2 
(reincidente) da pena. 
Livramento condicional 
será concedido se 
o apenado não for
reincidente específico 
e se a vítima não tiver 
morrido, e depende do 
cumprimento de 2/3 da 
pena. 
A pena do crime de 
associação criminosa 
(art. 288 do CP) é de 1 a 
3 anos. 
A pena do crime de 
associação criminosa 
(art. 288 do CP) é de 3 a 
6 anos.
9.4. TORTURA (LEI N. 9.455/97) 
Tortura Própria: apenada com reclusão de 2 a 8 anos, 
ocorre quando o agente praticas as seguintes condutas:I - constranger alguém com emprego de violência ou 
grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental: 
a) com o fim de obter informação, declaração ou confissão
da vítima ou de terceira pessoa; b) para provocar ação
ou omissão de natureza criminosa; c) em razão de
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discriminação racial ou religiosa (inciso I do art. 1º); II - 
submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, 
com emprego de violência ou grave ameaça, a intenso 
sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar 
castigo pessoal ou medida de caráter preventivo (inciso 
II do art. 1º) e III - submeter pessoa presa ou sujeita a 
medida de segurança a sofrimento físico ou mental, por 
intermédio da prática de ato não previsto em lei ou não 
resultante de medida legal (§ 1º do art. 1º).
Tortura imprópria: apenada com detenção de 1 a 
4 anos, ocorre quando o agente se omite em face das 
condutas da tortura própria, quando tinha o dever de 
evitá-las ou apurá-las. Trata-se, portanto, de crime 
omissivo e próprio. 
9.5. CÓDIGO DE TRÂNSITO 
BRASILEIRO (LEI 9.503/97)
HOMICÍDIO CULPOSO NA CONDUÇÃO DE VEÍCULO 
AUTOMOTOR
Conceito (art. 302 do CTB): praticar homicídio culposo 
na direção de veículo automotor. Penas: detenção, de 2 a 
4 anos, e suspensão ou proibição de se obter a permissão 
ou a habilitação para dirigir veículo automotor.
Forma qualificada: se o agente conduz veículo 
automotor sob a influência de álcool ou de qualquer 
outra substância psicoativa que determine dependência. 
Penas: reclusão, de 5 a 8 anos, e suspensão ou proibição 
do direito de se obter a permissão ou a habilitação para 
dirigir veículo automotor.
Sujeitos: a) sujeito ativo: qualquer pessoa (crime 
comum); b) sujeito passivo: qualquer pessoa. 
Tipo subjetivo: admite apenas a modalidade culposa, 
já que na modalidade dolosa o crime será o previsto no 
art. 121 do CP. 
Causas de aumento de pena: a pena é aumentada de 
1/3 à metade, se o agente: I - não possuir Permissão para 
Dirigir ou Carteira de Habilitação; II - praticá-lo em faixa 
de pedestres ou na calçada; III - deixar de prestar socorro, 
quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à vítima do 
acidente; IV - no exercício de sua profissão ou atividade, 
estiver conduzindo veículo de transporte de passageiros. 
Consumação e tentativa: a consumação ocorre no 
momento da morte da vítima. A tentativa não é possível, 
já que se trata de modalidade culposa. 
Prisão em flagrante: ao condutor de veículo, nos 
casos de acidentes de trânsito de que resulte vítima, não 
se imporá a prisão em flagrante, nem se exigirá fiança, 
se prestar pronto e integral socorro àquela (art. 301 do 
CTB).
LESÃO CULPOSA NA CONDUÇÃO DE VEÍCULO 
AUTOMOTOR
Conceito (art. 303 do CTB): praticar lesão corporal 
culposa na direção de veículo automotor. Penas: detenção, 
de 6 meses a 2 anos e suspensão ou proibição de se 
obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo 
automotor.
Regras Importantes: em regra, aplica-se a Lei n. 
9.099/95. Excetuam-se as hipóteses em que o agente 
estiver: I - sob a influência de álcool ou qualquer outra 
substância psicoativa que determine dependência; 
II - participando, em via pública, de corrida, disputa ou 
competição automobilística, de exibição ou demonstração 
de perícia em manobra de veículo automotor, não 
autorizada pela autoridade competente e III - transitando 
em velocidade superior à máxima permitida para a via 
em 50 km/h.
Forma qualificada: a pena privativa de liberdade 
é de reclusão de dois a cinco anos, sem prejuízo das 
outras penas previstas neste artigo, se o agente conduz 
o veículo com capacidade psicomotora alterada em razão
da influência de álcool ou de outra substância psicoativa
que determine dependência, e se do crime resultar lesão
corporal de natureza grave ou gravíssima.
Sujeitos: a) sujeito ativo: qualquer pessoa (crime 
comum); b) sujeito passivo: qualquer pessoa. 
Tipo subjetivo: admite apenas a modalidade culposa, 
já que na modalidade dolosa o crime será o previsto no 
art. 129 do CP. 
Causas de aumento de pena (as mesmas previstas 
para o crime de homicídio culposo na condução de veículo 
automotor - art. 302 do CTB). 
Consumação e tentativa: a consumação ocorre no 
momento em que a vítima sofre a lesão. A tentativa não é 
possível, já que se trata de modalidade culposa. 
Prisão em flagrante: ao condutor de veículo, nos 
casos de acidentes de trânsito de que resulte vítima, não 
se imporá a prisão em flagrante, nem se exigirá fiança, se 
prestar pronto e integral socorro àquela.
Ação penal: pública condicionada à representação, 
salvo nos casos previstos no § 1º do art. 291 do CTB.
OMISSÃO DE SOCORRO 
Conceito (art. 304 do CTB): deixar o condutor do 
veículo, na ocasião do acidente, de prestar imediato 
socorro à vítima, ou, não podendo fazê-lo diretamente, 
por justa causa, deixar de solicitar auxílio da autoridade 
pública. Penas: detenção, de 6 meses a 1 ano, ou multa, se 
o fato não constituir elemento de crime mais grave.
Regra Importantes: o condutor do veículo responderá 
por sua omissão, ainda que o socorro seja prestado por 
terceiros ou que se trate de vítima com morte instantânea.
Sujeitos: a) sujeito ativo: condutor do veículo que 
se envolveu em acidente com vítima; b) sujeito passivo: 
vítima do acidente. 
Tipo subjetivo: admite apenas a modalidade dolosa.
Consumação e tentativa: a consumação ocorre no 
momento da omissão. A tentativa não é possível, já que 
se trata de crime omisso próprio. 
Ação penal: pública incondicionada.
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ALTERAÇÃO IMPORTANTE
A Lei n. 13.804/2019 acrescentou o art. 278-A ao CTB, 
estabelecendo, no caso de condutores de veículos pegos 
praticando contrabando, descaminho, furto, roubo e 
receptação, as seguintes medidas de prevenção:
CONDENAÇÃO 
JUDICIAL 
DEFINITIVA 
Cassação do documento de 
habilitação ou proibição de obter 
a habilitação para dirigir veículo 
automotor pelo prazo de 5 anos 
(efeito extrapenal da pena). 
PRISÃO EM 
FLAGRANTE 
Suspensão da permissão ou da 
habilitação para dirigir veículo 
automotor, ou a proibição de sua 
obtenção (medida cautelar).
9.6. LEI DAS ORGANIZAÇÕES 
CRIMINOSAS (LEI N. 12. 850/2013) 
Organização criminosa: associação de 4 ou mais 
pessoas estruturalmente ordenada e caracterizada pela 
divisão de tarefas, ainda que informalmente, com objetivo 
de obter, direta ou indiretamente, vantagem de qualquer 
natureza, mediante a prática de infrações penais cujas 
penas máximas sejam superiores a 4 anos, ou que sejam 
de caráter transnacional.
REQUISITOS
Reunião de ao menos 4 pessoas, estruturada com 
divisão de tarefas, ainda que a divisão seja informal
Obtenção da vantagem de qualquer natureza
Prática de duas ou mais infrações penais com 
penas superiores a 4 anos, ou que sejam de caráter 
transnacional (ultrapassam o território de um país).
TABELA COMPARATIVA
CRIME DE ASSOCIAÇÃO 
CRIMINOSA
ORGANIZAÇÃO 
CRIMINOSA
Na associação criminosa 
exige-se a reunião de ao 
menos três pessoas com 
intenção de praticar crime. 
Reunião de ao menos 
4 pessoas, estruturada 
com divisão de tarefas, 
ainda que a divisão seja 
informal
Obtenção da vantagem de 
qualquer natureza
Prática de duas ou mais 
infrações penais com 
penas superiores a 4 anos, 
ou que sejam de caráter 
transnacional (ultrapassam 
o território de um país).
Meios de obtenção de prova: em qualquer fase da 
persecução penal é possível obter provas pelos seguintes 
meios: a) colaboração premiada; b) captação ambiental 
de sinais eletromagnéticos, ópticos ou acústicos; c) ação 
controlada; d) acesso a registros de ligações telefônicas e 
telemáticas, a dados cadastrais constantes de bancos de 
dados públicos ou privados e a informações eleitorais oucomerciais; e) interceptação de comunicações telefônicas 
e telemáticas, nos termos da legislação específica; f) 
afastamento dos sigilos financeiro, bancário e fiscal, 
nos termos da legislação específica; g) infiltração, por 
policiais, em atividade de investigação; h) cooperação 
entre instituições e órgãos federais, distritais, estaduais e 
municipais na busca de provas e informações de interesse 
da investigação ou da instrução criminal.
Pacote Anticrime: a) As lideranças de organizações 
criminosas armadas ou que tenham armas à 
disposição deverão iniciar o cumprimento da pena em 
estabelecimentos penais de segurança máxima, b) 
passou a tratar expressamente do acordo de colaboração 
premiada e c) tratou da infiltração de agentes. 
9.7. LEI MARIA DA PENHA (LEI N. 
11.340/2006) 
Violência doméstica e familiar contra a mulher: 
qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe 
cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico 
e dano moral ou patrimonial, inclusive em qualquer 
relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou 
tenha convivido com a ofendida, independentemente de 
coabitação (art. 5º, III, da Lei Maria da Penha). 
Alteração Importante: a Lei n. 13.772/2018 alterou o 
inciso II do art. 7º da Lei Maria da Penha, dispondo que a 
violação da intimidade da mulher também é considerada 
violência doméstica, na modalidade violência psicológica.
Aplicação da Lei n. 9.099/95: a Lei dos Juizados 
Especiais não se aplica aos crimes praticados no ambiente 
doméstico e familiar contra a mulher, independentemente 
da pena do crime. Assim, não se admitem as medidas 
despenalizadoras de referida lei (composição civil, 
transação penal e suspensão condicional do processo).
Lesão corporal: todos os tipos de lesão corporal 
praticados no ambiente doméstico e familiar contra a 
mulher são processados mediante ação penal pública 
incondicionada. 
Renúncia à representação: nas ações penais públicas 
condicionadas à representação da ofendida de que trata 
a Lei Maria da Penha, só será admitida a renúncia à 
representação perante o juiz, em audiência especialmente 
designada com tal finalidade, antes do recebimento da 
denúncia e ouvido o Ministério Público.
 Cesta básica: é vedada a aplicação de penas de cesta 
básica ou outras de prestação pecuniária, bem como a 
substituição de pena que implique o pagamento isolado 
de multa. 
Medidas Protetivas: com a vigência da Lei nº 
13.827/2019, as medidas protetivas devem ser aplicadas 
imediatamente se houver risco atual ou iminente à vida 
ou à integridade física da mulher ou seus dependentes. 
Nesses casos, a medida protetiva poderá ser aplicada 
pelo Delegado de Polícia (quando o Município não for 
sede de Comarca) ou pelo policial (quando não houver 
delegado disponível).
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PROCESSO PENAL - RESUMO PARA A PROVA DA OAB/FGV 
11
1. PRINCIPAIS PRINCÍPIOS DO
PROCESSO PENAL PARA A PROVA
DA OAB
PRINCÍPIO DO JUIZ NATURAL: dois aspectos importantes: 
a) Proíbe juízo ou Tribunal de Exceção e b) Assegura que
apenas o Magistrado constitucionalmente competente possa
analisar o processo.
PRINCÍPIO IN DUBIO PRO REO (FAVOR REI): havendo 
a possibilidade de duas interpretações antagônicas no 
processo, deve prevalecer aquela que seja favorável ao 
réu. Exemplos no CPP: a) Não havendo provas suficientes, 
o réu será absolvido (art. 386, VI, do CPP); b) A revisão
criminal existe apenas a favor do réu (art. 621 do CPP);
c) É proibida a reformatio in pejus (art. 617 do CPP) e
d) Existem recursos exclusivos para o réu: protesto por
novo júri, embargos infringentes de nulidade, etc.
PRINCÍPIO DA VERDADE REAL: estabelece uma 
postura mais ativa do magistrado, exigindo-se a busca 
pela verdade dos fatos, e não apenas daquilo constante 
no processo. 
Exemplos de aplicação: a) o art. 156 do CPP dispõe que 
o juiz poderá de ofício determinar, no curso da instrução,
ou antes de proferir sentença, a realização de diligências
para dirimir dúvida sobre ponto relevante; b) o artigo 4º, § 
16, da Lei n. 12.850/2013, que trata das famosas delações 
premiadas, estabelecendo que nenhuma sentença
condenatória será proferida com fundamento apenas nas
declarações de agente colaborador.
PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA: 
conforme previsto no art. 5º, LVII, da CF/88, ninguém 
será considerado culpado até o trânsito em julgado da 
sentença penal condenatória. 
PRINCÍPIO DA IDENTIDADE FÍSICA DO JUIZ: exige-
se que a sentença seja proferida pelo magistrado que 
presidiu a instrução probatória. Há, entretanto, situações 
em que o princípio é excepcionado, como no caso de férias, 
aposentadoria ou promoção do juiz que instruiu o processo. 
PRINCÍPIO DA NÃO AUTOINCRIMINAÇÃO: o réu 
tem o direito a não se incriminar, ou seja, o réu não é 
obrigado a fazer qualquer declaração contra si mesmo, 
oral ou documentalmente, bem como de não se submeter 
a exame ou perícia que possa produzir prova contrária à 
sua defesa, sem que isso importe em confissão dos fatos.
2. APLICAÇÃO DA LEI PROCESSUAL
PENAL
LEI PROCESSUAL NO TEMPO: vigora o princípio 
tempus regit actum (o tempo rege o ato), ou seja, as 
normas processuais penais possuem aplicação imediata
DIREITO PROCESSUAL 
PENAL DIREITO PENAL
A norma processual penal 
possui aplicação imediata, 
independentemente se 
gravosa ou não ao réu. 
A norma penal retroage 
se for mais benéfica ao 
réu, ou seja, a norma 
poderá ser aplicada às 
infrações cometidas antes 
de sua vigência. 
Exceções à aplicação imediata: a) normas 
heterotópicas: aquelas que estão no código de processo 
penal, mas possuem conteúdo de direito material; b) 
normas mistas: aquelas que possuem aspecto processual 
e material.
LEI PROCESSUAL NO ESPAÇO: vigora o princípio 
da territorialidade, de modo que as normas processuais 
penais são aplicadas apenas aos processos em trâmite 
no Brasil. Exemplificando: Se um juiz brasileiro expedir 
uma carta rogatória para ouvir uma testemunha nos EUA, 
o interrogatório deve ser regido com base na lei norte
americana.
ATENÇÃO: De acordo com o art. 3º do CPP, a lei 
processual penal admitirá interpretação extensiva 
e aplicação analógica, bem como o suplemento dos 
princípios gerais de direito. 
3. JUIZ DAS GARANTIAS
Com o Pacote Anticrime (Lei n. 13.964/19), houve uma 
mudança substancial no processo penal, estabelecendo-
se a atuação de um juiz na fase de investigação e de outro 
juiz na fase processual propriamente dita. 
O juiz das garantias atua exclusivamente na fase de 
investigação, decidindo, por exemplo, sobre interceptação 
telefônica, prisão temporária/preventiva, audiência de 
custódia, legalidade do flagrante, etc., ficando esse juiz de 
garantia impossibilitado de participar na fase processual. 
PP.
Crimes de Menor Potencial Ofensivo: Não se aplica o 
juiz das garantias. 
Decisão do STF: Os artigos referentes ao juiz das 
garantias estão suspensos até que haja nova decisão do 
STF. 
4. INQUÉRITO POLICIAL
Conceito: procedimento administrativo de 
investigação, instaurado pela autoridade policial 
(Delegado de Polícia), por meio do qual são realizados atos 
investigatórios para apurar a autoria e a materialidade de 
infrações penais, com o objetivo de fornecer elementos 
suficientes para a propositura da ação penal.
Infrações penais de menor potencial ofensivo: para 
as infrações de menor potencial ofensivo, não caberá 
instauração de inquérito policial, mas sim a lavratura 
de termo circunstanciado, conforme art. 69 da Lei n. 
9.099/95. 
Principais características do IP: a) escrito: todas as 
peças do inquérito policial serão, num só processado, 
reduzidas a escrito, conforme art. 9 do CPP; b) 
dispensável: o inquérito policial não é obrigatório para 
a propositura da ação penal; c) oficiosidade: tratando-
se de crime de ação penal pública incondicionada, o 
delegado de polícia deve instaurar o inquérito policial de 
ofício, ou seja, independentemente de requerimento; d) 
indisponibilidade:a autoridade policial não pode dispor 
do inquérito policial, já que o seu arquivamento depende 
de pedido feito pelo Ministério Público à autoridade 
judicial, conforme art. 17 do CPP; e) sigiloso: de acordo 
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com o caput do art. 20 do CPP, Cabe a autoridade 
policial assegurar no inquérito o sigilo necessário à 
elucidação do fato ou exigido pelo interesse da sociedade. 
Além disso, o seu parágrafo único estabelece que nos 
atestados de antecedentes que lhe forem solicitados, 
a autoridade policial não poderá mencionar quaisquer 
anotações referentes a instauração de inquérito contra 
os requerentes; f) inquisitivo: o inquérito policial é 
procedimento inquisitivo, não havendo contraditório e 
ampla defesa;
Pacote Anticrime: houve a inserção do art. 14-A 
no CPP, exigindo-se a participação de defensor nas 
investigações criminais que envolvam membros de 
segurança pública ou das forças armadas que estejam 
sendo acusado de prática de conduta com caráter letal, 
na forma tentada ou consumada. (48 horas para o 
investigado nomear defensor. Se não o fizer, a instituição 
deverá nomear em 48 horas). 
 Súmula Vinculante nº 14: “É direito do defensor, 
no interesse do representado, ter acesso amplo 
aos elementos de prova que, já documentados em 
procedimento investigatório realizado por órgão com 
competência de polícia judiciária, digam respeito ao 
exercício do direito de defesa”. 
Valor Probante do IP: as provas colhidas durante 
sua instrução possuem caráter relativo, devendo ser 
confirmadas em juízo, já que foram produzidas sem a 
observância do contraditório, da ampla defesa e sem a 
presença do juiz. Entretanto, como exceção à regra geral, 
as provas cautelares não repetíveis e antecipadas (uma 
perícia realizada na cena do crime, por exemplo), não 
precisam ser repetidas em juízo, conforme disposto no 
art. 155 do CPP.
Prazos para a conclusão do IP: 
JUSTIÇA 
ESTADUAL 
Prazo de 10 dias, se o investigado 
estiver preso, sendo vedada a 
prorrogação, ou 30 dias, se o 
investigado estiver solto, permitindo-
se prorrogação.
JUSTIÇA 
FEDERAL 
Prazo de 15 dias, prorrogáveis por 
mais 15 dias, se o investigado estiver 
preso, ou 30 dias, se estiver solto, 
permitindo-se a prorrogação. 
LEI DE 
DROGAS
Prazo de 30 dias, se o investigado 
estiver preso, ou 90 dias, se estiver 
solto, admitindo-se em ambas as 
hipóteses uma única prorrogação 
(art. 51 da Lei n. 11.343/2006).
CRIMES 
CONTRA A 
ECONOMIA 
POPULAR
O inquérito policial deve ser concluído 
no prazo de 10 dias, estando o 
investigado preso ou solto (art. 10°, 
§1°, da Lei n. 1.521/51)
ARQUIVAMENTO E DESARQUIVAMENTO DO 
INQUÉRITO POLICIAL
ARQUIVAMENTO: a autoridade policial, ainda que 
convencida da inexistência do crime, não poderá mandar 
arquivar os autos do inquérito já instaurado (art. 17 do 
CPP), devendo encaminhá-lo ao Ministério Público, que 
poderá adotar uma das seguintes medidas: a) requerer 
a devolução do inquérito policial, requisitando novas 
diligências imprescindíveis ao delegado de polícia, 
se entender que não há elementos suficientes para a 
propositura da ação penal. Neste caso, o delegado tem o 
dever de cumprir a requisição do membro do Ministério 
Público; b) oferecer a denúncia, quando o inquérito policial 
contiver elementos suficientes para caracterizar a autoria 
e materialidade do crime ou c) requerer o arquivamento 
do inquérito policial ao juiz nas seguintes hipóteses: 
atipicidade, extinção da punibilidade, excludentes de 
ilicitude e de culpabilidade, ou ausência de provas. 
Decisão do juiz: concordando com os fundamentos 
apresentados pelo Ministério Público, o juiz determinará 
o arquivamento do inquérito policial, que não poderá ser
desarquivado, salvo em situações excepcionais, como na
hipótese de o arquivamento ter sido baseado na ausência
de provas (justa causa) e posteriormente surgirem novas
provas contra o indiciado.
Arquivamento por ausência de provas: a decisão 
judicial de arquivamento por falta de provas não transita 
materialmente em julgado, de modo que será possível o 
desarquivamento do inquérito policial para a apuração de 
novas provas, conforme art. 18 do CPP e Súmula n. 524 
do STF. 
Arquivamento pela atipicidade do fato: se o 
arquivamento do inquérito policial estiver pautado 
na atipicidade do fato, na extinção da punibilidade ou 
ausência culpabilidade, a decisão fará coisa julgada 
material e formal, sendo vedado o desarquivamento do 
inquérito policial. 
Decisão irrecorrível: decisão que determina o 
arquivamento do inquérito policial é irrecorrível, salvo 
quando se tratar de crime contra a economia popular (Lei 
n. 1.521/51) ou das contravenções penais previstas nos
artigos 58 e 60 do Decreto – Lei n. 6.259/44.
Juiz discorda do pedido de arquivamento feito pelo 
MP: se o juiz não concordar com o pedido de arquivamento 
feito pelo Ministério Público, o magistrado fará remessa 
do inquérito ou peças de informação ao procurador-geral, 
e este oferecerá a denúncia, designará outro órgão do 
Ministério Público para oferecê-la, ou insistirá no pedido 
de arquivamento, ao qual só então estará o juiz obrigado 
a atender (art. 28 do CPP). 
Pacote Anticrime: a Lei n. 13.964/19 anterou 
substancialente o contéudo do art. 18 do CPP, mas a 
aplicação do artigo alterado está suspensa até que haja 
nova decisão do STF. 
Arquivamento Implícito: não se admite o denominado 
arquivamento implícito do Inquérito Policial. Considera-se 
implícito o pedido de arquivamento, quando o Ministério 
Público deixa de incluir na denúncia autor ou partícipe 
investigado no inquérito policial, sem ter formulado 
pedido de arquivamento expresso (parcial) nesse sentido. 
Nesse caso, o Juiz deve devolver os autos ao Ministério 
Público indicando a omissão, podendo o membro do MP 
aditar a inicial para incluir o autor/partícipe que dela não 
constava, ou ainda requerer o arquivamento em relação 
ao investigado ausente, fazendo-o de forma expressa.
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5. ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO
PENAL
Conceito: trata-se -se negócio jurídico firmado pelo 
Ministério Públicio com o investigado, para que não haja 
o oferecimento da denúncia, desde que seja admitida a
prática da infração penal e que o investigado cumpra
as condições fixadas no acordo. Passou a ser previsto
expressamente no CPP (art. 28-A) com a vigência do
Pacote Anticrime (Lei n. 13.964/19)
Requisitos: a) Não deve ser caso de arquivamento 
(MP entende que é caso de denúncia), b) Confissão formal 
e circunstancialmente (o investigado precisa trazer 
elementos que convençam o MP a respeito da prática do 
crime), c) Infração penal sem violência ou grave ameaça 
e com pena mínima inferior a 4 anos.
Hipóteses de não aplicação: a) se cabível transação 
penal, b) investigado reincidente, c) investigado ter 
sido beneficiado nos últimos 5 anos com outro acordo 
de não persecução penal, d) crime violência doméstica 
ou familiar, ou praticado contra a mulher por razões da 
condição de sexo feminino, em favor do agressor. 
Formalidades: formalizado por escrito e será firmado 
pelo membro do Ministério Público, pelo investigado e 
por seu defensor.
Homologação: o acordo de não persecução penal 
deve ser homologado pelo juiz. Para tanto, será 
realizada audiência na qual o juiz deverá verificar a 
sua voluntariedade e legalidade, por meio da oitiva do 
investigado na presença do seu defensor.
6. AÇÃO PENAL
A ação penal é classificada de acordo com o seu 
titular, ou seja, conforme aquele que possui legitimidade 
para propô-la, podendo ser de inciativa público ou 
privada. 
 AÇÃO PENAL PÚBLICA
Considerada a regra geral, é aquela promovida 
exclusivamente pelo Ministério Público, sendo regida 
pelos seguintes princípios:OBRIGATORIEDADE
Havendo indícios da 
materialidade e autoria do 
crime, o Ministério Público é 
obrigado a propor a ação penal. 
Como exceção a esse princípio, 
o art. 76 da Lei n. 9.099/95
prevê, para os crimes de menor
potencial ofensivo, o instituto da
transação penal. 
OFICIALIDADE
Cabe a um órgão oficial 
(Ministério Público) promover, 
privativamente, a ação penal 
pública. A exceção a esse 
princípio é a ação privada 
subsidiária da pública
INDISPONIBILIDADE:
O Ministério Púbico não pode 
desistir da ação após oferecida 
a denúncia (art. 42 do CPP), 
nem desistir do recurso por 
ele interposto, conforme 
art. 576 do CPP. Exceção ao 
princípio da indisponibilidade 
é a suspensão condicional do 
processo, previsto no art. 89 
da Lei n. 9.099/95. 
INDIVISIBILIDADE 
Havendo indícios de autoria ou 
participação, a ação penal deve 
ser proposta em face de todos 
os envolvidos no crime (autores 
e partícipes), não podendo 
o Ministério Público deixar
de denunciar nenhum dos
envolvidos propositalmente. 
AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA 
O oferecimento da denúncia fica a critério unicamente 
do Ministério Público, não dependendo da manifestação 
de vontade de terceiro. Como regra geral, para identificar 
se o crime é de ação penal pública incondicionada, o texto 
legal não faz qualquer referência sobre a necessidade de 
representação, ou seja, permanece em silêncio sobre o tema.
LESÃO 
CORPORAL 
GRAVE E 
GRAVÍSSIMA
São processados mediante ação 
penal pública incondicionada.
LESÃO 
CORPORAL 
LEVE E LESÃO 
CORPORAL 
CULPOSA
Como regra geral, são crimes de 
ação penal pública condicionada, 
isto é, dependem de representação. 
VIOLÊNCIA 
PRATICADA 
CONTRA A 
MULHER 
NO ÂMBITO 
DOMÉSTICO
Qualquer lesão corporal praticada 
em face da mulher no âmbito 
doméstico será processada 
mediante ação penal pública 
incondicionada, conforme art. 41 
da Lei Maria da Penha
AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA 
O oferecimento da denúncia depende da manifestação 
da vontade alheia, que pode ser a representação do 
ofendido ou a requisição do Ministro da Justiça. 
Representação: a representação deve ser formulada 
pela própria vítima e dirigida à autoridade policial ou 
membro do Ministério Público, salvo quando se tratar de 
menor de 18 (dezoito) anos, mentalmente enfermo, ou 
retardado mental, quando a representação deverá ser 
formulada pelo seu representante legal (art. 24 do CPP).
Curador especial: não havendo representante legal, 
ou se os interesses desse colidirem com o da vítima, o juiz 
nomeará curador especial, que decidirá sobre a necessidade 
e conveniência da representação (art. 33 do CPP). 
Morte do ofendido: em caso de morte do ofendido 
ou quando declarado ausente por decisão judicial, o 
direito de representação passará ao cônjuge, ascendente, 
descendente ou irmão (art. 24, § 1º, do CPP), tratando-se de 
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PROCESSO PENAL - RESUMO PARA A PROVA DA OAB/FGV 
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rol taxativo e devendo-se observar a ordem de preferência. 
Prazo: o prazo para a representação é de 6 meses, 
a partir do momento em que a vítima tem conhecimento 
da autoria do fato (art. 38 do CPP). Trata-se de prazo 
decadencial que, uma vez esgotado, acarretará a extinção 
da punibilidade (art. 107, IV, do CP). A requisição do 
Ministro da Justiça não se sujeita ao prazo decadencial 
de 6 meses.
Retratação: a vítima pode se arrepender, ou seja, se 
retratar até o oferecimento da denúncia, conforme art. 25 do 
CPP. Prevalece ainda que é possível a retratação da retratação.
AÇÃO PENAL PRIVADA 
Apenas o particular possui legitimidade para propor 
a ação penal, mediante queixa-crime. 
Para identificar se o crime é processado mediante 
ação penal privada, o legislador se vale normalmente da 
expressão “somente se procede mediante queixa”.
• Princípio da oportunidade ou conveniência:
cabe ao ofendido avaliar se pretende ou não
propor a ação penal privada, podendo renunciar
ao direito de queixa ou simplesmente permanecer 
inerte pelo prazo decadencial de 6 (seis) meses,
sendo que, em ambos os casos, haverá extinção
da punibilidade do fato.
• Princípio da Disponibilidade: o ofendido pode
desistir da ação penal proposta, mediante perdão,
que depende da aceitação do querelado, ou ainda
por meio da perempção, quando o querelante
deixa de dar seguimento à ação penal nos casos
previstos no art. 60 do CPP.
A renúncia ao exercício do direito de queixa, em relação 
a um dos autores do crime, a todos se estenderá (art. 
49 do CPP). 
A perempção acarreta a perda do direito de prosseguir 
na ação penal privada, com a extinção da punibilidade 
do réu nos seguintes casos: I - quando o querelante 
deixar de promover o andamento do processo durante 
30 dias seguidos; II - quando, falecendo o querelante, 
ou sobrevindo sua incapacidade, não comparecer em 
juízo, para prosseguir no processo, dentro do prazo 
de 60 (sessenta) dias, qualquer das pessoas a quem 
couber fazê-lo, ressalvado o disposto no art. 36 do 
CPP, III - quando o querelante deixar de comparecer, 
sem motivo justificado, a qualquer ato do processo 
a que deva estar presente, ou deixar de formular 
o pedido de condenação nas alegações finais; IV -
quando, sendo o querelante pessoa jurídica, esta se
extinguir sem deixar sucessor.
• Princípio da Indivisibilidade: a ação penal
privada deve ser proposta em face de todos os
envolvidos no crime (autores e partícipes), não
podendo o ofendido escolher contra quem irá
propor a ação. .
• Princípio da Intransmissibilidade: a ação penal
privada não pode atingir terceiros não envolvidos
no fato delituoso.
ESPÉCIES DE AÇÃO PENAL PRIVADA 
AÇÃO PENAL 
PRIVADA 
PROPRIAMENTE 
DITA
Pode ser promovida pelo ofendido 
ou por seu representante legal, e 
que se admite a transferência 
da titularidade da ação 
para o cônjuge, ascendente, 
descendente ou irmão, em caso 
de morte ou ausência do ofendido.
AÇÃO PENAL 
PRIVADA 
PERSONALÍSSIMA
Apenas o ofendido pode 
promover a ação penal, não se 
admitindo a sucessão processual, 
nem mesmo a possibilidade de o 
representante da vítima oferecer 
a queixa-crime. 
Assim, em caso de morte do 
ofendido, haverá obrigatoriamente 
a extinção do processo. O único 
crime de ação penal privada 
personalíssima é o previsto no art. 
236 do CP. 
AÇÃO PENAL 
PRIVADA 
SUBSIDIÁRIA DA 
PÚBLICA
Nos crimes de ação penal 
pública, havendo inércia por 
parte do Ministério Público para 
oferecimento da denúncia no 
prazo legal, o ofendido poderá 
ingressar com a ação penal. 
Apenas no caso de inércia do 
Ministério Público é que se 
permite a ação penal privada 
subsidiária da Pública
DENÚNCIA E QUEIXA 
PRAZO PARA 
A DENÚNCIA
PRAZO PARA 
A QUEIXA CRIME
• Justiça comum: 5 dias
(réu preso) e 15 dias
(réu solto).
• Lei de Drogas: 10 dias,
réu preso ou solto.
• Lei de Abuso de
Autoridade: 48 h, réu
preso ou solto.
Os prazos para oferecimento 
da denúncia são impróprios, 
ou seja, ainda que não 
cumpridos permitem que o 
Ministério Público ofereça 
posteriormente a denúncia, 
desde que respeitado o 
prazo prescricional. No 
entanto, o não oferecimento 
na denúncia no prazo legal 
permitirá ao réu preso 
impetrar habeas corpus e ao 
ofendido ingressar com ação 
penal subsidiária da pública. 
• Ação Penal Privada:– 6 
meses do conhecimento
da autoria do crime.
• Ação Penal Privada
Personalíssima: 6 meses
contados do trânsito
em julgado da sentença
que reconheceu o
impedimento do
casamento.
• Ação Penal Privada
Subsidiária da Pública 6
meses contados da perda
do prazo de oferecimento
da denúncia pelo
Ministério Público. Se
o ofendido permanecer
inerte nesse prazo, o MP
poderá ainda oferecer
denúncia, desde o crime
não esteja prescrito. 
Os prazos acima são 
decadenciais e, se não 
observados, acarretam a 
extinção da punibilidade. 
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PROCESSO PENAL - RESUMO PARA A PROVA DA OAB/FGV55
7. AÇÃO CIVIL EX DELITO
Nos casos em que o crime possui repercussão na 
esfera civil é que se destaca a ação civil ex delito, ajuizada 
pela vítima do crime para obter reparação dos danos 
sofridos em razão da infração penal.
SENTENÇA CRIMINAL 
QUE FAZ COISA 
JULGADA NA 
ESFERA CIVIL
SENTENÇA CRIMINAL 
QUE NÃO FAZ 
COISA JULGADA NA 
ESFERA CIVIL
• Sentença condenatória
(art. 63, caput, do CPP) – a
vítima será indenizada na
esfera civil.
• Sentença absolutória que
reconhece a inexistência do
fato (art. 66 do CPP) – a vítima 
não será indenizada na esfera
civil. 
• Sentença penal 
absolutória que reconhecer 
ter sido o ato praticado em 
estado de necessidade, em 
legítima defesa, em estrito 
cumprimento de dever legal 
ou no exercício regular de 
direito (art. 65 do CPP) – a 
vítima não será indenizada 
na esfera civil. 
• Sentença absolutória 
que não reconhecer 
categoricamente a 
inexistência material do fato
(ausência de provas). 
• De acordo como art. 67
do CPP, não impedirão
igualmente a propositura
da ação civil:
I - o despacho de arquivamento 
do inquérito ou das peças de 
informação;
II - a decisão que julgar 
extinta a punibilidade;
III - a sentença absolutória 
que decidir que o fato 
imputado não constitui 
crime.
Nesses casos, a vítima 
irá discutir o seu direito à 
indenização na esfera civil, sem 
interferência da decisão penal. 
8. COMPETÊNCIA
COMPETÊNCIA EM RAZÃO DA MATÉRIA 
COMPETÊNCIA DO TRIBUNAL DO JÚRI: compete ao 
Tribunal do Júri julgar os crimes dolosos contra a vida 
(art. 5, XXXVIII, da CF/88), consumados ou tentados, ou 
a ele conexos.
Súmula n. 603 do STF: “A competência para o 
processo e julgamento de latrocínio é do juiz singular e 
não do tribunal do júri”.
COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL: a competência 
da Justiça Federal é extraída dos incisos IV, V, V-A, VII, IX, 
X e XI do art. 109 da CF/88.
Crimes políticos (inciso IV, primeira parte): entende-
se por crime político aquele que lesa ou expõe a perigo a 
estrutura institucional, a soberania ou o regime político 
de um país, ou atenta contra a pessoa dos Chefes dos 
Poderes da União, conforme art. 1º da Lei n. 7.170/83 (Lei 
de Segurança Nacional).
Crimes contra bens, serviços ou interesses da União 
ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas 
(inciso IV, segunda parte): crimes e infrações cometidas 
contra interesse de empresa Pública (Caixa Econômica 
Federal, por exemplo) são de competência da Justiça 
Federal, mas quando praticados contra Sociedade de 
Economia Mista (Banco do Brasil, por exemplo) são de 
competência da Justiça Estadual. Além disso, importante 
ressaltar que as contravenções penais serão julgadas 
pela Justiça Estadual mesmo que ofenderem interesses 
da União, conforme Súmula n. 38 do STJ.
Crimes previstos em tratado ou convenção 
internacional (inciso V): são de competência da Justiça 
Federal os crimes que iniciaram sua a execução no País e 
o resultado ocorrer ou tiver que ocorrer no estrangeiro, e
vice-versa, desde que o crime esteja previsto em tratado
ou convenção internacional.
Causas relativas à grave violação de Direitos 
Humanos (inciso V-A e § 5º): nas hipóteses de grave 
violação de direitos humanos, o Procurador-Geral da 
República, com a finalidade de assegurar o cumprimento 
de obrigações decorrentes de tratados internacionais de 
direitos humanos dos quais o Brasil seja parte, poderá 
suscitar, perante o Superior Tribunal de Justiça, em 
qualquer fase do inquérito ou processo, incidente de 
deslocamento de competência para a Justiça Federal. 
Crimes contra a organização do trabalho e, nos casos 
determinados por lei, contra o sistema financeiro e a 
ordem econômico-financeira (inciso VI): em relação aos 
crimes contra organização do trabalho, deve haver violação 
genérica a vários trabalhadores para que a competência 
seja da Justiça Federal. Quando o crime envolver apenas 
um trabalhador, a competência será da Justiça Estadual. 
Importante ressaltar ainda que o STF firmou entendimento 
de que o crime de redução a condição análoga a de escravo 
(art. 149 do CP), apesar de não estar no título dos crimes 
contra organização do trabalho do Código Penal, é de 
competência da Justiça Federal. 
Os habeas corpus, em matéria criminal de sua 
competência ou quando o constrangimento provier de 
autoridade cujos atos não estejam diretamente sujeitos a 
outra jurisdição (inciso VII): se o ato de constrangimento 
ilegal for praticado por autoridade federal, o habeas 
corpus deve ser julgado na Justiça Federal. 
Crimes cometidos a bordo de navios ou aeronaves, 
ressalvada a competência da Justiça Militar (inciso 
IX): se o crime for cometido em pequena embarcação, 
entende-se que a competência é da Justiça Estadual, 
tendo em vista que o inciso IX se valeu da palavra �navio�, 
que se trata de embarcação de grande porte. 
Crimes de ingresso ou permanência irregular de 
estrangeiro (inciso X); 
Crimes envolvendo direitos dos índios: para que o 
crime seja da Competência da Justiça Federal, deve ser 
praticado contra direitos indígenas, como na hipótese 
de crime praticado na disputa de terras ou que possa 
comprometer a cultura do índios (exemplo: crime 
praticado contra uma coletividade de índios, em razão 
de preconceito ou para tentar dominar território). Assim, 
se o crime não envolver direitos do índio (terra, cultura, 
preconceito, etc.), a competência será da Justiça Comum 
(art. 142 do STJ). 
COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ESTADUAL: a justiça 
Estadual possui competência residual, isto é, será 
competente para apreciar todos os crimes que não 
foram expressamente colocados como de competência 
da Justiça Federal, Militar ou Eleitoral. É importante 
registrar ainda que, se houver conexão entre crimes 
da justiça Federal e Estadual, será competente para o 
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julgamento da Justiça Federal (Súmula n. 122 do STJ). 
COMPETÊNCIA DOS JUIZADOS ESPECIAIS 
CRIMINAIS: inicialmente deve-se verificar a natureza 
da infração penal: tratando-se de contravenção penal, a 
competência será do JECRIM Estadual (art. 109, IV, da 
CF/88); tratando-se de crime, a competência poderá ser 
do JECRIM estadual ou federal, dependendo se o fato 
típico estiver ou não previsto em uma das hipóteses do 
art. 109 da CF/88. Após analisada a competência em 
razão da natureza da infração, a competência territorial 
será determinada pelo local onde tiver sido consumado o 
delito, conforme art.70 da Lei nº 9.9099/95
COMPETÊNCIA TERRITORIAL 
COMPETÊNCIA EM RAZÃO DO LOCAL : dentre os 
vários órgãos da primeira instância, a competência se 
estabelece, via de regra, pelo lugar em que se consumar 
a infração, ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que for 
praticado o último ato de execução, conforme previsto no 
art. 70, caput, do CPP. 
Principais Exceções à regra geral: a) infrações penais 
de menor potencial ofensivo: de acordo com o art. 63 da Lei 
n. 9.099/95, a competência do Juizado Especial Criminal
será determinada pelo lugar em que foi praticada a infração
penal, ou seja, local da conduta (ação ou omissão) e não do
resultado, como previsto no Código de Processo Penal, b)
crime à distância: I) se, iniciada a execução no território
nacional, a infração se consumar fora dele, a competência
será determinada pelo lugar em que tiver sido praticado,
no Brasil, o último ato de execução (§ 1º do art. 70 do CPP), 
II) quando o último ato de execução for praticado fora do
território nacional, será competente o juiz do lugar em que
o crime, embora parcialmente, tenha produzido ou devia
produzir seu resultado (§ 2º do art. 70 do CPP).
COMPETÊNCIA POR PRERROGATIVA DE FUNÇÃO
DURAÇÃO: a competência por prerrogativa de função 
perdura enquanto o agente estiver no respectivo cargo ou 
função. Se houver perda do cargo, término do mandato 
ou aposentadoria, os autos deverão ser remetidos ao 
Juízo que teria competência para julgaro agente sem 
prerrogativa de função.
IMPORTANTE: a competência por prerrogativa de 
função estabelecida na Constituição Federal prevalece 
sobre a competência do Tribunal do Júri. Entretanto, 
a competência do Tribunal do Júri prevalece sobre a 
competência por prerrogativa de função estabelecida na 
Constituição Estadual (Súmula Vinculante 45 do STF).
COMPETÊNCIA 
DO STF
COMPETÊNCIA 
DO STJ
COMPETÊNCIA 
DO TJ/TRF/
TRE
PODER 
EXECUTIVO: 
Presidente 
da República, 
Vice-Presidente 
da República e 
Advogado-Geral 
de União. 
PODER 
JUDICIÁRIO: 
Membros 
do Tribunais 
Superiores 
(STF, STJ, TST, 
TSE e STM). 
PODER 
LEGISLATIVO: 
Membros do 
Congresso 
Nacional 
(Câmara dos 
Deputados 
e do Senado 
Federal); 
Outros: 
Procurador 
Geral da 
República, 
Ministros 
de Estado, 
Comandante 
das Forças 
Armadas, 
Membros do 
Tribunal de 
Contas da 
União, Chefes 
de Missão 
Diplomática 
de caráter 
permanente e 
Presidente do 
Banco Central. 
PODER 
EXECUTIVO: 
Governadores 
do Estado e do 
Distrito Federal 
PODER 
JUDICIÁRIO: 
Membros dos 
TJs, TRFs, 
TRTs, TREs. 
PODER 
LEGISLATIVO: 
NÃO HÁ
Outros: 
Membros do 
Ministério 
Público da 
União que 
atuam em 
segunda 
Instância e 
Membros 
dos Tribunais 
de Contas 
dos Estados 
e Distrito 
Federal. 
PODER 
EXECUTIVO: 
Prefeitos (TRF 
se o crime for 
de competência 
da Justiça 
Federal e TJ se 
o crime for de
competência
da Justiça
Estadual).
PODER 
JUDICIÁRIOS: 
Juízes de 
Direito, Juízes 
Federais, Juízes 
do Trabalho 
e Juízes 
Militares. 
PODER 
LEGISLATIVO: 
Deputados 
Estaduais e 
Vereadores, 
desde que 
haja previsão 
na respectiva 
Constituição 
Estadual (TRF 
se o crime for 
de competência 
da Justiça 
Federal e TJ se 
o crime for de
competência
da Justiça
Estadual).
Outros: 
Membros do 
Ministério 
Público 
Estadual (TJ) 
e do Ministério 
Público da 
União (TRF) 
que atuam 
em primeira 
instância. 
9. QUESTÕES E PROCESSOS INCIDENTES
ESPÉCIES DE INCIDENTES
RESTITUIÇÃO DA COISA APREENDIDA: tem lugar 
para o interessado reaver objeto apreendido no curso 
da investigação ou do processo penal. Como regra geral, 
antes do trânsito em jugado, a restituição é cabível 
apenas quando se tratar de objeto lícito que não interessa 
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mais ao processo (art. 118 do CPP). A restituição, quando 
cabível e quando não houver dúvida sobre o direito do 
reclamante, poderá ser ordenada pela autoridade policial 
ou pelo juiz, mediante termo nos autos.
Dúvida sobre o objeto a ser restituído: se houver 
dúvida acerca do direito do reclamante, apenas o juiz 
poderá decidir sobre a restituição. Nesse caso, o incidente 
será autuado em apartado, assinando-se ao requerente 
o prazo de 5 (cinco) dias para a prova e, após ouvido
o ministério Púbico, o juiz irá decidir. Entretanto, se
permanecer a dúvida quem seja o verdadeiro dono, não
superada no incidente, o juiz remeterá as partes para o
juízo cível, ordenando o depósito das coisas (art. 120, §
4º, do CPP).
MEDIDAS ASSECURATÓRIAS: as medidas 
assecuratórias são providências cautelares que 
objetivam assegurar o ressarcimento pecuniário do 
ofendido, pagamento de despesas processuais ou penas 
pecuniárias ao Estado, evitando o enriquecimento ilícito 
por parte do criminoso. 
As medidas assecuratórias são divididas em: 
sequestro, hipoteca legal, e arresto.
SEQUESTRO 
É cabível quando houver indícios 
veementes da proveniência ilícita 
dos bens (móveis ou imóveis), 
mesmo que estes já tenham sido 
transferidos a terceiros (artigos 
125 e 126 do CPP). O juiz, de ofício, 
a requerimento do Ministério 
Público ou do ofendido, ou mediante 
representação da autoridade policial, 
poderá ordenar o sequestro, em 
qualquer fase do processo ou ainda 
antes de oferecida a denúncia ou 
queixa (art. 127 do CPP).
Levantamento: o art. 131 do CPP 
prevê as hipóteses em que haverá o 
levantamento do sequestro, a saber: 
I - se a ação penal não for intentada 
no prazo de sessenta dias, contado 
da data em que ficar concluída a 
diligência; II - se o terceiro, a quem 
tiverem sido transferidos os bens, 
prestar caução que assegure a 
aplicação do disposto no art. 74, II, b, 
segunda parte, do Código Penal; III - 
se for julgada extinta a punibilidade 
ou absolvido o réu, por sentença 
transitada em julgado.
ARRESTO 
Incide sobre o patrimônio lícito do 
agente. É cabível arresto de bens 
móveis ou imóveis, sendo neste 
último caso utilizado como medida 
preparatória para uma posterior 
hipoteca legal. 
HIPOTECA 
LEGAL 
Destinada a assegurar prioritariamente a 
reparação do dano causado, recai sobre 
bens imóveis de origem lícita do réu ou 
indiciado, exigindo-se certeza da infração 
e indícios suficientes da autoria (art. 
134 do CPP). É concretizada por meio 
da inscrição no registro público do bem 
da intransferibilidade, a fim de proteger 
eventuais interessados de boa-fé.
INCIDENTE DE FALSIDADE: poderá ser arguido por 
escrito a falsidade do documento sendo que, se a arguição 
for feita por advogado, este deverá possuir poderes 
especiais para tanto (art. 146 do CPP). Se reconhecida 
a falsidade por decisão irrecorrível, o juiz mandará 
desentranhar o documento e remetê-lo, com os autos do 
processo incidente, ao Ministério Público.
INCIDENTE DE INSANIDADE MENTAL: quando 
houver dúvida sobre a integridade mental do acusado, o 
juiz ordenará, de ofício ou a requerimento do Ministério 
Público, do defensor, do curador, do ascendente, 
descendente, irmão ou cônjuge do acusado, seja este 
submetido a exame médico-legal, que poderá ser ordenado 
ainda na fase do inquérito, mediante representação da 
autoridade policial ao juiz competente.
Inimputabilidade no momento do crime: o processo 
continuará com a presença do curador e, se condenado, 
o réu será submetido à medida de segurança (art. 151 do
CPP).
Inimputabilidade posterior ao crime: entretanto, 
caso a inimputabilidade seja posterior à prática do crime, 
o processo deverá ser suspenso até que o acusado se
restabeleça, sendo que, se for posteriormente condenado, 
será submetido à aplicação da pena normalmente (art.
152 do CPP).
10. PROVA
PROVAS EM ESPÉCIE 
EXAME DE CORPO DE DELITO: exame obrigatório 
para apurar os vestígios físicos deixados pela prática de 
uma infração penal.
CORPO DE DELITO 
DIRETO
CORPO DE DELITO 
INDIRETO
Quando realizado diretamente 
sobre os vestígios da ação 
delituosa
ocorre quando, por não 
existir mais os vestígios, há 
colheita de prova testemunhal 
afirmando ter presenciado o 
crime ou os seus vestígios, 
ou ainda pela análise de 
documentos periféricos 
(prontuário médico, fichas de 
internação, etc.).
INTERROGATÓRIO DO ACUSADO: a autodefesa no 
processo penal é exercida principalmente pelo interrogatório, 
que é o momento processual em que o réu poderá apresentar 
sua versão sobre os fatos. Assim, o interrogatório possui 
natureza híbrida, podendo ser considerado tanto um meio 
de defesa como um meio de prova.
Silêncio: um dos dispositivos mais importantes 
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sobre o interrogatório é o art. 186 do CPP, que garante 
ao acusado o direito de permanecer calado durante o 
interrogatório (direito ao silêncio), o que não caracteriza 
confissão e não lhe trará qualquer prejuízo para a defesa. 
Videoconferência: excepcionalmente, juiz, por 
decisão fundamentada, de ofício ou a requerimento das 
partes, poderá realizar o interrogatório do réu preso 
por sistema de videoconferência ou outro recurso 
tecnológico de transmissão de sons e imagens em tempo 
real, desde que a medida seja necessária para atender 
a uma finalidades previstas no § 2º do art. 185 do CPP: 
I - prevenir risco à segurança pública, quando exista 
fundada suspeita de que o preso integre organização 
criminosa ou de que, por outrarazão, possa fugir 
durante o deslocamento; II - viabilizar a participação do 
réu no referido ato processual, quando haja relevante 
dificuldade para seu comparecimento em juízo, por 
enfermidade ou outra circunstância pessoal; III - impedir 
a influência do réu no ânimo de testemunha ou da vítima, 
desde que não seja possível colher o depoimento destas 
por videoconferência, nos termos do art. 217 do CPP; IV - 
responder à gravíssima questão de ordem pública.
PROVA TESTEMUNHAL 
PESSOAS QUE PODEM 
SE RECUSAR A DEPOR
PESSOAS PROIBIDAS 
DE DEPOR
Ascendente, descendente, afim 
em linha reta, companheiro ou 
cônjuge, ainda que separado 
judicialmente, irmão e filho do 
acusado. 
As pessoas que, em razão 
de função, ministério, ofício 
ou profissão, devam guardar 
segredo. 
Exceção: Serão ouvidas 
como informantes quando 
não for possível, por outro 
modo, obter-se ou integrar-
se a prova do fato e de suas 
circunstâncias.
Exceção: Poderão ser ouvidas 
como testemunhas se, após 
serem desobrigadas a guardar 
o sigilo pela parte interessada, 
quiserem depor.
PROCEDIMENTO NÚMERO MÁXIMO DE 
TESTEMUNHAS
Comum ordinário 8 testemunhas
Comum sumário 5 testemunhas
Sumaríssimo 3 testemunhas
Procedimento do Júri 1ª fase: 8 testemunhas
2ª fase: 5 testemunhas
Carta Precatória: a expedição de carta precatória 
não suspende a instrução criminal e apenas o juiz 
deprecante (que expediu a carta) deverá intimar as 
partes. Não há, portanto, nenhuma obrigação por parte 
do juízo deprecado de informar as partes sobre a data da 
oitiva da testemunha deprecada, conforme entendimento 
sedimentado na Súmula n. 273 do STJ. 
BUSCA E APREENSÃO 
A busca e a apreensão, prevista no art. 240 e seguintes 
do CPP, é considerada um meio cautelar de obtenção de 
prova para evitar o desaparecimento de pessoa ou coisa, 
sendo classificada em domiciliar ou pessoal. 
Busca Domiciliar: ocorrerá quando houver fundada 
suspeita da existência de provas importantes para a 
elucidação de um crime e, representando uma exceção 
à inviolabilidade do domicílio, devendo ocorrer durante 
o dia e por determinação judicial (mandado judicial),
conforme previsto no art. 5º, XI, da CF/88.
Escritório de advocacia: a realização de busca 
e apreensão em escritório de advocacia depende da 
presença de indícios de autoria e materialidade de crime 
por parte do advogado; decretação motivada de quebra 
da inviolabilidade por autoridade judiciária; expedição de 
mandado de busca e apreensão específico e pormenorizado 
a ser cumprido na presença de representante da OAB, no 
termos do artigo 7º, § 6º, do EAOAB. 
Busca pessoal: a busca pessoal é realizada 
diretamente no corpo, vestimentas e objetos pessoais em 
posse da pessoa investigada e será admitida mediante 
mandado judicial. Entretanto, excepcionando a regra 
geral, o art. 244 do CPP dispensa o mandado judicial no 
caso de prisão ou quando houver fundada suspeita de que 
a pessoa esteja na posse de arma proibida ou de objetos 
ou papéis que constituam corpo de delito, ou quando a 
medida for determinada no curso de busca domiciliar.
PROVA ILÍCITA 
PROVA ILÍCITA PROVA ILEGÍTIMA
Violação à norma de 
caráter material. 
Violação à norma de 
direito processual. 
Gravação Clandestina: trata-se da gravação 
ambiental ou telefônica feita por um dos interlocutores 
da conversa. O Supremo tribunal Federal vem admitindo 
esse tipo de gravação, não sendo, portanto, considerada 
prova ilícita. 
Interceptação Telefônica: é a gravação da 
comunicação feita por um terceiro, sem o conhecimento 
dos interlocutores (grampo telefônico), dependendo 
de autorização judicial. A prova obtida por meio de 
interceptação telefônica sem autorização judicial é 
considerada ilícita (art. 5º, XII, da CF/88).
Hipóteses em que a interceptação telefônica não 
é admitida: o art. 2° da Lei n. 9.296/96 estabelece as 
hipóteses em que a interceptação telefônica não será 
admitida, vejamos: I - não houver indícios razoáveis da 
autoria ou participação em infração penal; II - a prova 
puder ser feita por outros meios disponíveis; III - o fato 
investigado constituir infração penal punida, no máximo, 
com pena de detenção. Além disso, o parágrafo único 
estabelece que, em qualquer hipótese, deve ser descrita 
com clareza a situação objeto da investigação, inclusive 
com a indicação e qualificação dos investigados, salvo 
impossibilidade manifesta, devidamente justificada.
Teoria dos frutos da árvore envenenada: que o § 1º do 
art. 157 do CPP também considera como inadmissíveis as 
provas derivadas das ilícitas (teoria dos frutos da árvore 
envenenada), salvo quando não evidenciado o nexo de 
causalidade entre umas e outras, ou quando as derivadas 
puderem ser obtidas por uma fonte independente das 
primeiras (teoria da prova inevitável).
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CADEIA DE CUSTÓDIA 
Pacote anticrime: A Lei n. 13.964/19 acrescentou os 
artigos 158-A e 158-B ao CPP para tratar da denominada 
cadeia de custódia. 
Conceito: considera-se cadeia de custódia o conjunto 
de todos os procedimentos utilizados para manter e 
documentar a história cronológica do vestígio coletado 
em locais ou em vítimas de crimes, para rastrear sua 
posse e manuseio a partir de seu reconhecimento até 
o descarte, o que compreende, segundo o art. 158-B,
também acrescido pela Lei 13.964/19, o reconhecimento,
isolamento, fixação, coleta, acondicionamento, transporte,
recebimento, processamento, armazenamento e descarte
dos vestígios.
11. PRISÕES CAUTELARES
As prisões cautelares são medidas excepcionais, 
porque restringem a liberdade do acusado antes do trânsito 
em julgado da decisão penal condenatória, podendo ser 
concedidas apenas se estiverem presentes os requisitos 
do fumus commissi delicti e periculum libertatis.
Existem basicamente 3 (três) espécies de prisões 
cautelares: prisão em flagrante, prisão preventiva e 
prisão temporária. 
Prisão domiciliar: a Lei n. 12.403/11 passou a prever 
a possibilidade da prisão domiciliar, em substituição 
preventiva, muito em voga atualmente em razão da 
operação lava jato.
PRISÃO EM FLAGRANTE 
FLAGRANTE 
PRÓPRIO 
O agente está praticando a infração 
penal ou acabou de praticá-la
FLAGRANTE 
IMPRÓPRIO 
OU QUASE 
FLAGRANTE
O agente é perseguido, logo após, 
pela autoridade, pelo ofendido ou 
por qualquer pessoa, em situação 
que faça presumir ser autor da 
infração. Para o flagrante impróprio 
ser válido, é necessário que a 
perseguição seja ininterrupta
FLAGRANTE 
PRESUMIDO 
OU FICTO
O agente é encontrado, logo depois, 
com instrumentos, armas, objetos 
ou papéis que façam presumir ser 
ele autor da infração
Crimes permanentes: nos crimes permanentes, 
como no caso do crime de sequestro, entende-se o agente 
em flagrante delito enquanto não cessar a permanência. 
Flagrante preparado ou provocado: ocorre quando 
alguém provoca ou induz o sujeito à prática do delito e 
toma as medidas idôneas para que não haja consumação 
da infração. Trata-se de flagrante inválido, conforme 
Súmula n. 145 do STF: – não há crime quando a preparação 
do flagrante torne impossível sua consumação.
Flagrante esperado: ocorre quando a autoridade 
policial, por informações legítimas, limita-se a aguardar o 
momento da prática do delito para realizar a prisão. Como 
não há qualquer induzimento para que o agente pratique 
o crime, o flagrante é considerado válido.
Flagrante forjado: o agente é vítima de uma 
encenação, como no caso de policial ou terceiro que 
planta provas (drogas) no carro do suposto agente. Trata-
se de flagrante ilícito e criminoso. 
Flagrante protelado, prorrogado ou retardado: a 
polícia retarda o flagrante, aguardando o momento mais 
oportuno para reunir provas, como no caso envolvendo 
crimes de tráfico de drogas (art. 53, II, da Lei n. 11343/06) 
e organização criminosa (art. 2º, II, Lei n. 9034/95). Trata-
se de flagrante com previsão legale, portanto, válido.
Procedimento: deverá ocorrer a formalização da 
prisão em flagrante, conforme o seguinte procedimento: 
O preso é apresentado à autoridade policial, que ouvirá o 
condutor e colherá, desde logo, sua assinatura, entregando 
a este, cópia do termo e recibo de entrega do preso. Em 
seguida, a autoridade policial procederá à oitiva das 
testemunhas que o acompanharem e ao interrogatório 
do acusado sobre a imputação que lhe é feita, colhendo, 
após cada oitiva suas respectivas assinaturas, e, ao final, 
lavrando o auto de prisão em flagrante.
Lavratura: da lavratura do auto de prisão em flagrante 
deverá constar a informação sobre a existência de filhos, 
respectivas idades e se possuem alguma deficiência e o 
nome e o contato de eventual responsável pelos cuidados 
dos filhos, indicado pela pessoa presa. 
Comunicação: a prisão de qualquer pessoa e o local 
onde se encontre serão comunicados imediatamente ao 
juiz competente, ao Ministério Público e à família do preso 
ou à pessoa por ele indicada e, em até 24 (vinte e quatro) 
horas após a realização da prisão, será encaminhado ao 
juiz competente o auto de prisão em flagrante e, caso 
o autuado não informe o nome de seu advogado, cópia
integral para a Defensoria Pública.
Nota de Culpa: no mesmo prazo de 24h, será entregue 
ao preso, mediante recibo, a nota de culpa, assinada pela 
autoridade, com o motivo da prisão, o nome do condutor 
e os das testemunhas.
Conduta do juiz: como o acusado não pode ficar preso 
por prazo indeterminado, ao receber o auto de prisão 
em flagrante, o juiz deverá fundamentadamente, de 
acordo com o art. 310 do CPP, tomar uma das seguintes 
condutas: I - relaxar a prisão ilegal; II - converter a 
prisão em flagrante em preventiva, quando presentes os 
requisitos constantes do art. 312 do CPP, e se revelarem 
inadequadas ou insuficientes as medidas cautelares 
diversas da prisão; III conceder liberdade provisória, com 
ou sem fiança.
PRISÃO PREVENTIVA 
Nos termos do art. 311 do CPP, em qualquer fase da 
investigação policial ou do processo penal, caberá a prisão 
preventiva decretada pelo juiz, se no curso da ação penal, 
ou a requerimento do Ministério Público, do querelante 
ou do assistente, ou por representação da autoridade 
policial, sendo cabível como garantia da ordem pública, da 
ordem econômica, por conveniência da instrução criminal, 
para assegurar a aplicação da lei penal, ou em caso de 
descumprimento de qualquer das obrigações impostas por 
força de outras medidas cautelares. 
Pacote Anticrime: a Lei n. 13.964/19 alterou o art. 311 
do CPP, para deixar claro que não é possível a aplicação da 
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prisão preventiva de ofício pelo magistrado. A revogação, 
no entanto, pode ser de ofício (art. 316 do CPP), além do 
que deve ser revista a cada 90 dias. 
Pressupostos: a) fumus commissi delicti: prova 
da existência do crime e indícios de sua autoria e b) 
periculum libertatis: representa o perigo que a liberdade 
do acusado pode gerar. 
Hipóteses: a) crimes dolosos punidos com pena 
privativa de liberdade máxima superior a 4 (quatro) anos; 
b) se tiver sido condenado por outro crime doloso, em
sentença transitada em julgado, ressalvado o disposto
no inciso I do caput do art. 64 do Código Penal (nova
condenação após 5 anos do trânsito em julgado da decisão 
anterior – sistema da temporariedade da reincidência); c)
o crime envolver violência doméstica e familiar contra a
mulher, criança, adolescente, idoso, enfermo ou pessoa
com deficiência, para garantir a execução das medidas
protetivas de urgência; d) quando houver dúvida sobre
a identidade civil da pessoa ou quando esta não fornecer
elementos suficientes para esclarecê-la, devendo o
preso ser colocado imediatamente em liberdade após
a identificação, salvo se outra hipótese recomendar a
manutenção da medida.
Prisão domiciliar: a Lei nº 12.403/2011 passou a 
prever a possibilidade de conversão da prisão preventiva 
em prisão domiciliar quando o agente for: I - maior de 80 
(oitenta) anos; II - extremamente debilitado por motivo de 
doença grave; III - imprescindível aos cuidados especiais 
de pessoa menor de 6 (seis) anos de idade ou com 
deficiência; IV - gestante; V - mulher com filho de até 12 
(doze) anos de idade incompletos; VI - homem, caso seja o 
único responsável pelos cuidados do filho de até 12 (doze) 
anos de idade incompletos (art. 318 do CPP). 
Alteração Importante: a Lei nº 13.769/2018 
acrescentou o art. 318-A do CPP, passando a dispor que 
a prisão preventiva imposta à mulher gestante ou que 
for mãe ou responsável por crianças ou pessoas com 
deficiência será obrigatoriamente substituída por prisão 
domiciliar, desde que: I “ o crime não tenha sido cometido 
com violência ou grave ameaça a pessoa e II “ o crime 
não tenha sido cometido contra seu filho ou dependente.
PRISÃO TEMPORÁRIA 
Conceito: pode ser decretada apenas no curso da 
fase de investigação criminal, e tem como principal 
objetivo permitir que se finalizem as investigações nos 
crimes previstos no inciso III do art. 1º da Lei nº 7.960/89. 
A prisão temporária pode ser requerida pala autoridade 
policial ou pelo Ministério Público, mas não pode ser 
decretada de ofício pelo juiz.
Hipóteses: I - quando imprescindível para as 
investigações do inquérito policial; II - quando o indicado 
não tiver residência fixa ou não fornecer elementos 
necessários ao esclarecimento de sua identidade e 
III - quando houver fundadas razões, de acordo com 
qualquer prova admitida na legislação penal, de autoria 
ou participação do indiciado nos crimes previstos no art. 
1º da Lei nº 7.960/89. 
Prazo: a prisão temporária terá o prazo de 5 (cinco) 
dias, prorrogável por igual período em caso de extrema e 
comprovada necessidade
Crime hediondo: em se tratando de crime hediondo 
ou equiparado o prazo da prisão temporária será de 30 
dias, prorrogáveis por mais 30 dias
 REVOGAÇÃO E RELAXAMENTO DA PRISÃO E 
LIBERDADE PROVISÓRIA
Revogação da prisão: a revogação da prisão ocorre 
quando ficar constatado que não mais subsistem os 
motivos que fundamentaram sua decretação, sendo 
possível nos casos de prisão preventiva e temporária.
Relaxamento da prisão: cabível nos casos em que 
ocorrer prisão ilegal, em qualquer modalidade (flagrante, 
preventiva e temporária), inclusive em se tratando de 
crime hediondo, conforme súmula n. 697 do STF: “A 
proibição de liberdade provisória nos processos por 
crimes hediondos não veda o relaxamento da prisão 
processual por excesso de prazo”.
Liberdade provisória: a liberdade provisória é 
instituto processual que substitui a prisão em flagrante 
(art. 5º, LXVI, CF/88 e art. 310, III, do CPP), sendo 
concedida quando, analisando-se o auto de prisão em 
flagrante, ficar demonstrado que não se trata de caso 
de relaxamento de prisão, nem existem os pressupostos 
para a concessão de prisão preventiva.
RELAXAMENTO DA 
PRISÃO
LIBERDADE 
PROVISÓRIA
Prisão ilegal Prisão legal 
Cabível em qualquer 
espécie de prisão cautelar
Cabível apenas no caso 
de prisão em flagrante
O acusado terá liberdade 
ampla
Acusado fica sujeito ao 
cumprimento de certas 
condições
ATENÇÃO: a) sobre o tema do uso da força no ato 
da prisão, lembrar o contido na Súmula Vinculante n. 11 
do STF; b) a Lei n. 13.434/2017 acrescentou o parágrafo 
único ao art. 292 do CPP, para vedar o uso de algemas (i) 
em mulheres grávidas durante o parto ou (ii) durante a 
fase de puerpério imediato.
12. CITAÇÃO E INTIMAÇÃO
CITAÇÃO: existem duas modalidades distintas de 
citação: a) a real, que constitui a regra no processo penal, 
podendo ser dividida em 5 espécies (citação por mandado, 
por carta precatória, por carta rogatória, por carta de 
ordem e por requisição); b) a ficta, realizada por meio de 
edital ou com hora certa, e cabível apenas quando não for 
possível efetivar-se a citação pessoal.
INTIMAÇÃO:INTIMAÇÃO: diferentemente da citação, 
que é direcionada ao réu para que este possa se defender, 
a intimação é a comunicação de atos processuais, como 
por exemplo, a juntada de laudo pericial ou a realização 
de uma audiência, podendo ser direcionada a qualquer 
pessoa. Importante destacar ainda que a intimação do 
Ministério Público e do defensor nomeado será pessoal 
(§ 4º do art. 370 do CPP).
13. SENTENÇA
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Sentença Absolutória
ABSOLUTÓRIA 
PRÓPRIA
Decisão que julga improcedente a 
pretensão punitiva, com base em 
um dos incisos do art. 386 do CPP
ABSOLUTÓRIA 
IMPRÓPRIA
é aquela que, apesar de 
reconhecer a existência do fato 
típico e ilícito, isenta o réu de pena 
em razão de sua inimputabilidade 
mental (art. 26, caput do CP), 
impondo medida de segurança.
ABSOLUTÓRIA 
SUMÁRIA
É aquela em que o réu é absolvido 
logo após a manifestação da 
defesa no procedimento comum 
(art. 397 do CPP), ou na primeira 
fase do procedimento do júri (art. 
415 do CPP).
Sentença Condenatória: julga procedente, no todo 
ou em parte, a pretensão punitiva deduzida na inicial, 
estabelecendo a quantidade da pena, o regime de 
cumprimento, sua substituição, se cabível, e ainda fixará 
valor mínimo para reparação dos danos causados pela 
infração, considerando os prejuízos sofridos pelo ofendido 
(art. 387 do CPP).
Princípio da Correlação: a sentença condenatória 
deve se manter nos limites fixados pelos fatos narrados 
na inicial. Entretanto, esse princípio não impede a 
existência da emendatio libelli e da mutatio libelli. 
Emendatio libelli (art. 383 do CPP): o juiz, analisando 
os fatos trazidos pela vestibular, altera a capitulação 
jurídica do crime trazida na inicial. Exemplo: Promotor 
de Justiça descreve os fatos na denúncia e os capitula 
como estelionato e o juiz condena pelos mesmos fatos, 
mas pelo crime de furto mediante fraude.
Mutatio libelli (art. 384 do CPP): necessidade de 
mudança da peça acusatória em virtude de provas e 
circunstâncias existentes nos autos. Exemplo: promotor 
oferece denúncia narrando que o réu subtraiu a carteira 
da vítima sem violência, capitulando o crime como 
furto. No entanto, na instrução do processo, a vítima e 
as testemunhas relatam a subtração ocorreu mediante 
violência. Nesse caso, o réu não pode ser condenado 
diretamente pelo crime de roubo, pois não se defendeu 
do emprego de violência, de modo que o Promotor de 
Justiça deverá aditar a denúncia, alterando os fatos, e o 
advogado do réu terá prazo de 5 dias para se manifestar, 
podendo as partes arrolar três testemunhas para o 
prosseguimento da instrução.
Súmula nº 453 do TST: para assegurar a ampla defesa 
e o contraditório do réu, a mutatio libelli é permitida apenas 
na primeira instância, conforme Súmula n. 453 do STF.
14. PROCEDIMENTO COMUM
Dividido em ordinário, sumário e sumaríssimo. 
PROCEDIMENTO 
ORDINÁRIO
PROCEDIMENTO 
SUMÁRIO
PROCEDIMENTO 
SUMARÍSSIMO
Pena máxima 
igual ou superior 
a 4 anos
Pena máxima 
superior a 2 
anos e inferior a 
4 anos
Pena máxima 
inferior a 2 anos
PROCEDIMENTO ORDINÁRIO 
OFERECIMENTO 
DA DENÚNCIA OU 
QUEIXA
A denúncia ou queixa 
conterá a exposição do fato 
criminoso, com todas as suas 
circunstâncias, a qualificação 
do acusado ou esclarecimentos 
pelos quais se possa identificá-
lo, a classificação do crime e, 
quando necessário, o rol das 
testemunhas. No procedimento 
ordinário as partes podem 
arrolar até 8 testemunhas.
DECISÃO DO 
JUIZ QUANTO À 
ADMISSIBILIDADE 
DA PEÇA INICIAL
O juiz pode rejeitar a denúncia 
ou queixa nos casos previstos 
no art. 395 do CPP (I - 
manifestamente inepta, II- faltar 
pressuposto processual ou 
condição para o exercício da 
ação penal; III - faltar justa causa 
para o exercício da ação penal). 
Não sendo caso de rejeição, o 
juiz deve ordenar a citação do 
réu, a fim de que no prazo de 10 
dias ofereça resposta escrita. 
A decisão de recebimento da 
denúncia ou queixa interrompe 
a prescrição (art. 117, I, CP).
CITAÇÃO
A citação pode ser real 
(mandado, carta precatória, 
carta rogatória, carta de ordem 
e requisição) ou ficta (edital ou 
com hora certa). No processo 
penal, o termo inicial para a 
contagem do prazo (dies a quo) 
é o dia da intimação e não o 
dia da juntada aos autos do 
mandado ou carta precatória. 
Além disso, a contagem do 
prazo é feita com a inclusão do 
dia do início e exclusão do dia 
do vencimento.
RESPOSTA À 
ACUSAÇÃO
O prazo para a apresentação 
da resposta à acusação é 
de 10 dias. Não apresentada 
a resposta, o juiz nomeará 
defensor para oferecê-la, 
concedendo-lhe vista dos autos 
por 10 (dez) dias. 
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ABSOLVIÇÃO 
SUMÁRIA
O acusado poderá ser absolvido 
sumariamente, isto é, logo após 
a sua resposta à acusação, sem 
a necessidade de instrução 
do processo, nas seguintes 
hipóteses: a) Existência 
manifesta de excludente de 
ilicitude, b) Existência manifesta 
de excludente de culpabilidade, 
salvo inimputabilidade, que é 
causa de absolvição sumária, 
c) Fato narrado evidentemente
não constitui crime, d) Extinta
a punibilidade do agente:
Morte do agente, prescrição,
decadência, perdão judicial, etc.
(art. 107 do CP).
AUDIÊNCIA DE 
INSTRUÇÃO E 
JULGAMENTO 
Não se tratando de hipótese 
de absolvição sumária, o juiz 
deve designar audiência de 
instrução e julgamento, a ser 
realizada no prazo máximo de 
60 (sessenta) dias. Na audiência, 
serão realizados, nesta ordem, 
os seguintes atos: Tomada de 
declarações do ofendido, Inquirição 
das testemunhas arroladas 
pela acusação e pela defesa (8 
testemunhas para cada parte), 
Esclarecimentos dos peritos, 
Acareações, Reconhecimento de 
pessoas e coisas e Interrogatório 
do acusado. 
ALEGAÇÕES 
FINAIS 
Não havendo requerimento de 
diligências complementares, 
ou sendo indeferido, serão 
oferecidas alegações finais 
orais por 20 (vinte) minutos, 
respectivamente, pela acusação 
e pela defesa, prorrogáveis por 
mais 10 (dez), proferindo o juiz, 
a seguir, sentença (art. 403, 
caput, do CPP). O juiz poderá, 
considerada a complexidade do 
caso ou o número de acusados, 
conceder às partes o prazo de 5 
(cinco) dias sucessivamente para 
a apresentação de memoriais
SENTENÇA
A regra geral é que a sentença seja 
proferida na própria audiência. 
Entretanto, havendo necessidade 
de diligência complementar ou 
se o juiz conceder as partes a 
possibilidade de apresentação de 
memoriais, a sentença deve ser 
proferida no prazo de 10 dias.
PROCEDIMENTO SUMÁRIO 
Procedimento: o procedimento sumário segue 
o mesmo trâmite do procedimento ordinário, com as
seguintes adaptações: a) O prazo para a realização da
audiência de instrução é de 30 dias, e não de 60 dias
como no procedimento ordinário, b) As partes podem
arrolar até 5 testemunhas (no procedimento ordinário
são 8 testemunhas), c) Não existe a previsão de pedido 
de diligências e d) Não há previsão da possibilidade de 
alegações finais por memoriais.
Aplicação excepcional: a regra geral é que o 
procedimento sumário é aplicável aos casos em que 
a sanção máxima da infração penal é inferior a 4 anos 
e superior ou igual a 2 anos. No entanto, ainda que se 
trate de infração penal de menor potencial ofensivo (pena 
máxima inferior a 2 anos), poderá ser adotado o rito 
sumário se o acusado não for encontrado para a citação 
(Juizado Especial não admite citação por edital), ou em 
razão da complexidade da causa (art. 66, parágrafo único 
e art. 77, § 2º, da Lei n. 9.099/95). 
PROCEDIMENTO SUMARÍSSIMO 
Aplicação: o procedimento sumaríssimo é adotado 
para as infrações de menor potencial ofensivo, aplicando-
se as regras da Lei n. 9.099/95.
Termo Circunstanciado: em se tratando de infração 
de menor potencial ofensivo, não haverá instauraçãode inquérito policial e sim de Termo Circunstanciado 
(registro sumário, mais célere), que será encaminhado ao 
Juizado Especial (art. 69 da Lei n. 9.099/95). 
Audiência Preliminar: recebido o Termo 
Circunstanciado, como providência inicial, haverá 
designação de audiência preliminar, oportunidade em 
que será ofertada a possibilidade de composição civil dos 
danos e transação penal. 
Composição Civil: tratando-se de ação penal de 
iniciativa privada ou de ação penal pública condicionada 
à representação e havendo homologação da composição 
civil, o acordo homologado acarreta a renúncia ao direito 
de queixa ou representação (art. 74 da Lei n. 9.099/95). 
Transação penal: não obtida a composição dos danos 
civis, será dada imediatamente ao ofendido a oportunidade 
de exercer o direito de representação verbal, que será 
reduzida a termo. No caso de representação, ou se 
tratando de crime de ação pena pública incondicionada, o 
Ministério Público poderá propor transação penal com o 
acusado, uma espécie de “acordo” em que o réu concorda 
em se declarar culpado, para evitar o ajuizamento da ação 
penal, sendo-lhe aplicada de imediato pena não privativa 
de liberdade (art. 72 e 76, Lei n. 9.099/95), como prestação 
de serviços à comunidade, pagamento de determinado 
valor para instituição de caridade, entre outras. Se o autor 
acolher a proposta do Ministério Público, o Juiz aplicará 
a pena restritiva de direitos ou multa, que não importará 
em reincidência, sendo registrada apenas para impedir 
novamente o mesmo benefício no prazo de cinco anos.
Hipóteses em que não é cabível a transação penal: 
não será admitida a transação penal se ficar comprovado: 
I - ter sido o autor da infração condenado, pela prática 
de crime, à pena privativa de liberdade, por sentença 
definitiva; II - ter sido o agente beneficiado anteriormente, 
no prazo de cinco anos, pela aplicação de pena restritiva 
ou multa, nos termos deste artigo; III - não indicarem 
os antecedentes, a conduta social e a personalidade do 
agente, bem como os motivos e as circunstâncias, ser 
necessária e suficiente a adoção da medida (§ 2º do art. 
76 da Lei n. 9.099/95). 
Súmula Vinculante nº 35: “A homologação da 
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transação penal prevista no artigo 76 da Lei 9.099/1995 
não faz coisa julgada material e, descumpridas suas 
cláusulas, retoma-se a situação anterior, possibilitando-
se ao Ministério Público a continuidade da persecução 
penal mediante oferecimento de denúncia ou requisição 
de inquérito policial”.
Oferecimento da denúncia ou queixa: não ocorrendo 
a transação penal, haverá o oferecimento da denúncia ou 
queixa que, de acordo com o art. 77 da Lei n. 9.099/95, 
deve ser apresentada oralmente na própria audiência 
preliminar, sendo o acusado citado para comparecer à 
audiência de instrução e julgamento.
Citação: a citação no Juizado Especial deve ser 
pessoal. Assim, se o acusado não for encontrado para ser 
citado, o Juiz encaminhará as peças existentes ao Juízo 
comum para citação por edital (art. 66 da Lei n. 9.099/95).
Suspensão Condicional do Processo: o Ministério 
Público poderá propor a denominada suspensão 
condicional do processo por 2 a 4 anos, nos casos em que 
a pena mínima cominada ao crime for igual ou inferior 
a 1 (um) ano, desde que o acusado não esteja sendo 
processado ou não tenha sido condenado por outro 
CRIME e que estejam presentes os demais requisitos que 
autorizariam a suspensão condicional da pena. Se aceita 
a proposta, o juiz determinará a suspensão do processo, 
e o acusado terá extinta a punibilidade se cumprir as 
condições impostas, dentre as quais: I - reparação do 
dano, salvo impossibilidade de fazê-lo; II - proibição 
de frequentar determinados lugares; III - proibição de 
ausentar-se da comarca onde reside, sem autorização do 
Juiz; e IV - comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, 
mensalmente, para informar e justificar suas atividades.
Revogação da suspensão: a) obrigatória se, no curso 
da suspensão, o beneficiário vier a ser processado por 
outro crime ou não efetuar, sem motivo justificado, a 
reparação do dano, b) facultativa (poderá ser revogada) 
se o acusado vier a ser processado, no curso da 
suspensão, por contravenção, ou descumprir qualquer 
outra condição imposta. 
Audiência de Instrução e julgamento: aberta a 
audiência de instrução e julgamento, será dada a palavra 
ao defensor para responder à acusação, após o que o 
Juiz receberá, ou não, a denúncia ou queixa. Havendo 
recebimento, serão ouvidas a vítima e as testemunhas de 
acusação e defesa, interrogando-se a seguir o acusado, 
se presente, passando-se imediatamente aos debates 
orais e à prolação da sentença (art. 81 da Lei n. 9.099/95).
Provas: todas as provas serão produzidas na 
audiência de instrução e julgamento, podendo o 
Juiz limitar ou excluir as que considerar excessivas, 
impertinentes ou protelatórias. Tratando-se de causa 
complexa que demande, por exemplo realização de 
perícia, o processo será remetido para a Justiça Comum 
(art. 77, § 2º, da Lei n. 9.099/95).
Sentença: a sentença, dispensado o relatório, 
mencionará os elementos de convicção do Juiz, sendo 
que da decisão de rejeição da denúncia ou queixa e da 
sentença caberá apelação, no prazo de 10 dias, que 
poderá ser julgada por turma composta de três Juízes 
em exercício no primeiro grau de jurisdição, reunidos na 
sede do Juizado.
Alteração Importante: a Lei n. 13.728/2018 acrescentou 
o art. 12-A à Lei n. 9.099/95, estabelecendo que os prazos no 
procedimento sumaríssimo serão contados em dias úteis.
15. TRIBUNAL DO JÚRI
Competência: a competência do Tribunal do Júri depende 
da existência de dois requisitos cumulativos: 1) o crime deve ser 
doloso e 2) o crime deve ser contra a vida (homicídio; induzimento, 
instigação ou auxílio ao suicídio; infanticídio e aborto). 
Latrocínio: é crime contra o patrimônio, por isso não 
é de competência do Tribunal do Júri. 
Procedimento: trata-se de procedimento especial 
bifásico, uma vez que é dividido em duas grandes fases: 
1) Sumário da Culpa (Juízo da Acusação) e 2) Julgamento
em Plenário (Juízo da Causa).
PRIMEIRA FASE: SUMÁRIO DA CULPA 
Na primeira fase do procedimento do Tribunal do Júri, 
o juiz decidirá apenas sobre a admissibilidade da acusação.
Principais atos: a) Oferecimento da denúncia ou 
queixa (neste último caso quando se tratar de ação 
penal subsidiária da pública), permitindo-se arrolar 
até 8 testemunhas; b) Recebimento ou rejeição da 
denúncia ou queixa; c) Recebida a denúncia ou queixa, 
haverá a citação do Réu para se defender em 10 dias; d) 
Resposta à acusação, permitindo-se à defesa arrolar até 
8 testemunhas; e) Ministério Público ou o querelante tem 
o direito de se manifestar, em 5 dias, sobre a resposta
à acusação, se alegadas preliminares ou forem juntados
documentos (art. 409 do CPP); f) Audiência de Instrução
e Julgamento. As alegações finais serão orais (não há
previsão sobre a utilização de memoriais); g) Sentença
oral na própria audiência, ou por escrito em 10 dias. São
possíveis quatro tipos de decisões.
Decisão
ABSOLVIÇÃO 
SUMÁRIA
Quando provada a inexistência 
do fato; provado não ser ele 
autor ou partícipe do fato; o 
fato não constituir infração 
penal; ou ainda demonstrada 
causa de isenção de pena ou 
de exclusão do crime.
Recurso: Cabe Apelação 
IMPRONÚNCIA
Quando não houver indícios 
de autoria e materialidade.
Recurso: Cabe Apelação
DESCLASSIFICAÇÃO
Quando se tratar de crime que 
não é da competência do Júri
Recurso: Cabe RESE
PRONÚNCIA
Quando o juiz se convencer 
da materialidade do fato e da 
existência de indícios suficientes 
de autoria ou de participação. 
Dará início à segunda fase do 
procedimento do Júri.
Recurso: Cabe RESE 
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SEGUNDA FASE DO JULGAMENTO DO JÚRI: 
JULGAMENTO EM PLENÁRIO 
Se o acusado for pronunciado, será iniciada a 
segunda fase do procedimento do Tribunal do Júri, que é 
o julgamento em plenário.
DESAFORAMENTO: na segunda fase do Tribunal do 
Júri, é possível o desaforamento, ou seja, o deslocamento 
da competência territorial da sessão de julgamento para 
outra comarca da mesma região, nos casos previstos no 
art. 427 e 428 do CPP: interesse da ordem pública, houver 
dúvida sobre a imparcialidade do júri, a segurança 
pessoal do acusado e excesso de serviço julgamento não 
puder ser realizado no prazo de 6 (seis) meses, contado 
do trânsito em julgado da decisão de pronúncia. O 
desaforamento pode feito por requerimento do Ministério 
Público, do assistente, do querelante ou do acusado ou 
mediante representação do juiz competente, sendo o feito 
julgado pelo Tribunal.
Tribunal do Júri: composto por 1 (um) juiz togado e 
por 25 (vinte e cinco) jurados que serão sorteados dentre 
os alistados. Na sessão de julgamento, para que os 
trabalhos sejam iniciados, devem comparecer ao menos 
15 jurados, dentre os quais serão sorteados 7 jurados 
para compor o Conselho de Sentença.
Instrução: o Ministério Público, o assistente, o 
querelante e o defensor, nessa ordem, poderão formular, 
diretamente, perguntas ao acusado, mas os jurados 
formularão perguntas por intermédio do juiz presidente. 
Não se permitirá o uso de algemas no acusado durante 
o período em que permanecer no plenário do júri, salvo
se absolutamente necessário à ordem dos trabalhos, à
segurança das testemunhas ou à garantia da integridade
física dos presentes.
Debates orais: encerrada a instrução, será concedida 
a palavra ao Ministério Público por 1h30min, que fará 
a acusação, nos limites da pronúncia ou das decisões 
posteriores que julgaram admissível a acusação, 
sustentando, se for o caso, a existência de circunstância 
agravante. Em seguida, iniciará a fala da defesa, também 
por 1h30min. A acusação poderá replicar e a defesa 
treplicar, ambas pelo tempo de 1h (uma hora), sendo 
admitida a reinquirição de testemunha já ouvida em 
plenário. Se houver mais de um acusado, as falas iniciais, 
a réplica e a tréplica serão acrescidas de 1h (uma hora). 
Havendo mais de um acusador ou mais de um defensor, 
combinarão entre si a distribuição do tempo, que, na falta 
de acordo, será dividido pelo juiz presidente, de forma a 
não exceder o tempo ora citado.
Art. 478 do CPP: durante os debates as partes 
não poderão, sob pena de nulidade, fazer referências: 
I – à decisão de pronúncia, às decisões posteriores que 
julgaram admissível a acusação ou à determinação do 
uso de algemas como argumento de autoridade que 
beneficiem ou prejudiquem o acusado; II – ao silêncio 
do acusado ou à ausência de interrogatório por falta de 
requerimento, em seu prejuízo (art. 478 do CPP).
Art. 479 do CPP: durante o julgamento não será 
permitida a leitura de qualquer documento ou a exibição 
de objeto que não tiver sido juntado aos autos com a 
antecedência mínima de 3 (três) dias úteis, dando-se 
ciência à outra parte. Inclui-se nessa proibição jornais, 
vídeos, gravações, fotografias, laudos, quadros, croqui, etc. 
Decisão dos jurados: se os jurados estiverem em 
condição de julgar o processo, irão a uma sala secreta onde 
responderão os quesitos elaborados pelo juiz presidente.
Juiz presidente: o Juiz presidente proferirá a 
sentença conforme decidido pelos jurados, fixando a pena 
em caso de condenação. 
Execução Provisória da Pena: a Lei n. 13.964/19 
(pacote anticrime) alterou a alínea “e” do art. 492 do 
CPP, passou-se a admitir a possibilidade de execução 
provisória da pena na hipótese de condenação no Tribunal 
do Júri quando a pena for igual ou superior a 15 anos.
16. PROCEDIMENTOS ESPECIAIS
LEI DE DROGAS 
Peculiaridades: a) Inquérito policial: 30 dias se 
o indiciado estiver preso e 90 dias se estiver solto,
permitindo-se a duplicação do prazo pelo juiz, b)
Enquanto nos demais procedimentos a defesa é feita após 
o recebimento da denúncia, no procedimento da Lei de
Drogas a defesa é prévia, ou seja, antes do recebimento
da denúncia, c) diferentemente do CPP, o interrogatório
nos crimes de tráfico de drogas e correlatos é o primeiro
ato na audiência de instrução e julgamento.
ORGANIZAÇÕES CRIMINOSAS 
Colaboração Premiada: meio de obtenção de prova 
por meio da qual o coator ou partícipe de uma infração 
penal, em troca de benefícios processuais, confessa seu 
envolvimento no delito e fornece informações eficazes 
para potencializar as investigações, trazendo resultados 
importantes para combater as organizações criminosas. O 
juiz poderá, sendo efetiva a colaboração, conceder o perdão 
judicial, reduzir em até 2/3 (dois terços) a pena privativa 
de liberdade ou substituí-la por restritiva de direitos.
Ação controlada: prevista no art. 8º da lei n. 
12.850/2013, é exemplo de flagrante esperado e ocorre 
quando há o retardamento da intervenção da autoridade 
policial ou administrativa para que a prisão seja realizada 
posteriormente, no momento mais eficaz à formação de 
provas e obtenção de informações. A ação controlada 
será previamente comunicada ao juiz competente que, se 
for o caso, estabelecerá os seus limites e comunicará ao 
Ministério Público. 
Infiltração de agentes: representa a inserção 
proposital e dissimulada de agente policial na 
organização criminosa com o fim de obter provas eficazes 
para combatê-la. A infiltração de agente depende de 
autorização judicial e exige os seguintes requisitos: a) 
Representação do Delegado de Polícia ou requerimento 
do Ministério Público, com demonstração da necessidade 
da medida, o alcance das tarefas dos agentes e, quando 
possível, os nomes ou apelidos das pessoas investigadas 
e o local da infiltração e b) Indícios da existência da 
organização criminosa e demonstração de que a prova 
não pode ser produzida por outros meios disponíveis.
17. RECURSOS
PRINCÍPIOS RECURSAIS 
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Princípio da singularidade: permite que apenas um 
único recurso seja interposto para buscar a reforma/
anulação da decisão. 
Princípio da Voluntariedade: o recurso depende de 
manifestação impugnativa expressa da parte. A exceção 
mais conhecida a esse princípio é a possibilidade de 
recurso de ofício, como no caso da decisão em que o 
juiz concede a reabilitação, hipótese em que deverá 
encaminhar de ofício o processo para o Tribunal, conforme 
art. 746 do CPP,
Princípio da Fungibilidade Recursal: esse princípio 
admite que o recurso inadequado seja recebido como 
adequado (recebido como outro recurso), desde que não 
haja má-fé por parte do recorrente (art. 579 do CPP). 
Princípio da Proibição da reformatio in pejus: não é 
possível que a situação do recorrente seja piorada com 
o julgamento do próprio recurso. Assim, se apenas o
réu recorrer, sua situação não poderá ser agravada no
julgamento do seu recurso, inclusive no que diz respeito a 
eventual nulidade não reconhecida pelo juízo de primeira
instância, conforme previsto na Súmula n. 160 do STF:
É nula a decisão do Tribunal que acolhe, contra o réu,
nulidade não arguida no recurso da acusação, ressalvado
os casos de recurso de ofício.
Reformatio in pejus indireta: conforme 
jurisprudência do STF, é proibida a reformatio in pejus 
indireta, que ocorre “quando a sentença condenatória é 
anulada em recurso da defesa e o réu, submetido a novo 
julgamento, vem a ser condenado a pena superior àquela 
anteriormente fixada.”
PRESSUPOSTOS OBJETIVOS 
Cabimento: deve haver previsão legal para a 
interposição do recurso, permitindo-se apenas um recurso 
para o fim buscado pelo recorrente (singularidade). 
Adequação: não basta a previsão legal, devendo o recurso 
interposto ser o recurso adequado para atacar a decisão. 
Regularidade formal: orecurso interposto deve 
cumprir as formalidades expressamente previstas em lei 
para a sua interposição. 
Tempestividade: o recurso deve ser interposto no 
prazo estabelecido pela lei, devendo-se recordar que o 
prazo para a interposição do recurso começa a fluir no dia 
da intimação das partes, sendo que, em relação à defesa, 
devem ser intimados tanto o réu quanto o seu defensor, 
começando o prazo a partir da data da última intimação. 
Ausência de fato impeditivo ou extintivo do direito 
de recorrer: os fatos impeditivos surgem antes da 
interposição do recurso (renúncia), enquanto que os 
fatos extintivos ocorrem após a interposição do recurso 
(desistência e deserção).
FATO IMPEDITIVO FATO EXTINTIVO
RENÚNCIA: Ato pelo qual 
a parte expressamente 
manifesta o desejo de 
não recorrer. O Ministério 
Público não pode renunciar, 
mas isso não significa que 
ele seja obrigado a recorrer 
de qualquer decisão.
Não podemos esquecer que 
a renúncia do réu ao direito 
de recorrer, manifestada 
sem a anuência de seu 
defensor, não impede o 
reconhecimento do recurso 
por este interposto (Súmula 
n. 705 do STF). Assim, se o
réu renunciar ao direito de
recorrer, permite-se que o
seu defensor interponha o
recurso, caso não concorde
com a renúncia 
D E S I S T Ê N C I A : 
Manifestação de vontade 
de não continuar com o 
recurso interposto. Atenção: 
O Ministério Público não 
é obrigado a recorrer, 
mas não pode desistir do 
recurso interposto (art. 576 
do CPP). 
DESERÇÃO: Aplica-se apenas 
aos casos de ação penal 
privada, quando não houver 
o pagamento do preparo (art.
802, § 2º, do CPP). 
PRESSUPOSTOS SUBJETIVOS 
Legitimidade: possuem legitimidade para recorrer, 
pela acusação, o querelante e o Ministério Público e, 
pela defesa, o acusado e o seu defensor. Na ação penal 
pública, a legitimidade recursal do ofendido, na condição 
de assistente de acusação, é subsidiária, ou seja, poderá 
recorrer apenas se o Ministério Público não o fizer. 
Interesse: admite-se o recurso apenas da parte que 
tiver interesse na reforma ou modificação da decisão (art. 
577 do CPP).
18. RECURSOS EM ESPÉCIE
RECURSO EM SENTIDO ESTRITO (RESE)
Conceito: utilizado, como regra geral, para impugnar 
decisões interlocutórias. Como peculiaridade, o RESE 
possui efeito regressivo (iterativo), permitindo que o juiz 
se retrate da decisão antes de encaminhar o processo 
para a instância superior. 
 Principais hipóteses de cabimento (art. 581 do CPP): 
a) Da decisão que não receber a denúncia ou a queixa: Essa
regra é excepcionada no caso do juizado especial criminal, 
onde, rejeitada a denúncia ou a queixa, o recurso cabível
é a apelação (Contra a decisão que recebe a denúncia
ou a queixa não cabe recurso específico, permitindo-
se apenas o uso do habeas corpus), b) Que concluir
pela incompetência do juízo, c) Que julgar procedente
as exceções, salvo a de suspeição, d) Da decisão que
pronunciar o réu (no caso de impronúncia o recurso
cabível é a apelação), e) Que decretar a prescrição, ou
por outro modo, julgar extinta a punibilidade, f) Que
conceder ou negar a ordem de Habeas Corpus, g) Que
incluir jurado da lista geral ou desta o excluir e f) Que
denegar a apelação ou a julgar deserta: Como regra
geral, contra a decisão que rejeita recurso, o recurso
oponível é a carta testemunhável. Entretanto, no caso
da decisão que rejeita a apelação, o recurso cabível é o
RESE, g) que recusar homologação à proposta de acordo
de não persecução penal, previsto no art. 28-A. A lei n.
13.964/19 (pacote anticrime) acrescentou o inciso XXV ao 
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art. 581, passando a prever que cabe RESE da decisão 
que negar a homologação do acordo de nãopersecução 
penal. 
Prazo: o prazo de interposição do RESE é de 5 dias, 
salvo em relação à decisão que inclui ou exclui jurado da 
lista geral (inciso XIV), em que o prazo será de 20 dias 
(art. 586, parágrafo único, do CPP). 
Efeitos: o RESE possui, além dos efeitos devolutivo e 
extensivo (comum a todos os recursos), efeito regressivo 
ou iterativo (juízo de retratação) e efeito suspensivo nos 
casos previstos no art. 584 do CPP.
APELAÇÃO 
Cabimento: cabe apelação, no prazo de 5 (cinco) dias, 
nas seguintes hipóteses: I - Das sentenças definitivas de 
condenação ou absolvição proferidas por juiz singular, 
II - Das decisões definitivas, ou com força de definitivas, 
proferidas por juiz singular nos casos em que não se 
permite RESE, III - das decisões do Tribunal do Júri, 
quando: a) ocorrer nulidade posterior à pronúncia, b) for 
a sentença do juiz-presidente contrária à lei expressa 
ou à decisão dos jurados; c) houver erro ou injustiça no 
tocante à aplicação da pena ou da medida de segurança; 
d) for a decisão dos jurados manifestamente contrária à
prova dos autos.
Prazo: a apelação pode ser interposta por petição ou 
termo nos autos no prazo de 5 dias, perante o juízo que 
proferiu a decisão.
Lei n. 9.099/95: tratando-se de infração de menor 
potencial ofensivo (Lei n. 9.099/95), a apelação deverá ser 
interposta no prazo de 10 dias, devendo ser apresentada 
a petição de interposição conjuntamente com as razões 
recursais. As contrarrazões também terão prazo de 10 dias. 
Retratação: não há juízo de retratação na Apelação, 
mas, se o juiz denegar o seu recebimento por não 
preencher os requisitos de admissibilidade, caberá a 
interposição de RESE no prazo de 5 dias. 
Efeitos: a apelação possui, além dos efeitos 
devolutivo e extensivo (comum a todos os recursos), efeito 
suspensivo quando se tratar de decisão condenatória. 
Tratando-se de decisão absolutória, a Apelação não 
terá efeito suspensivo, devendo o réu ser colocado 
imediatamente em liberdade, conforme previsto no art. 
596 do CPP.
Pacote Anticrime: A apelação interposta contra 
decisão condenatória do Tribunal do Júri no caso de pena 
igual ou superior a 15 (quinze) anos de reclusão não terá 
efeito suspensivo, isso porque já é possível a execução 
provisória.
EMBARGOS INFRINGENTES E DE NULIDADE
Os embargos infringentes e de nulidade são recursos 
previstos no art. 609 do CPP, exclusivos da defesa, e 
oponíveis contra decisões não unânimes dos Tribunais, 
desfavoráveis ao réu.
Prazo: O prazo para a interposição e juntada das 
razões de ambos os recursos será de 10 dias
Quando a matéria veiculada no recurso for questão 
de mérito, são cabíveis embargos, ao passo que, tratando 
o recurso processual, caberão embargos de nulidade.
EMBARGOS 
INFRINGENTES
EMBARGOS DE 
NULIDADE
Decisões não unânimes dos 
Tribunais desfavoráveis ao 
réu. 
Matéria de mérito 
Decisões não unânimes dos 
Tribunais desfavoráveis ao 
réu. 
Matéria processual 
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO 
Conceito: trata-se de recurso cabível contra decisão 
de primeira (art. 382 do CPP) ou de segunda instância (art. 
619 do CPP), para combater ambiguidade, obscuridade, 
contradição ou omissão da decisão. 
Prazo: o prazo para oposição e apresentação das 
razões dos embargos de declaração é 2 dias, salvo no caso 
das infrações de menor potencial ofensivo (rito sumaríssimo 
da Lei n. 9.099/95), em que o prazo é de 5 dias.
AGRAVO EM EXECUÇÃO 
Conceito: o agravo em execução é o recurso cabível 
para atacar as decisões proferidas pelo Juiz da Execução 
Penal, conforme previsto no art. 197 da LEP.
Aplicação: como a Lei de Execução Penal é silente a 
respeito, aplicam-se ao agravo em execução as principais 
regras procedimentais do recurso em sentido estrito, 
incluindo o prazo de 5 dias para a interposição (súmula 
n. 700 do STF) e a possibilidade do juízo de retratação
(efeito iterativo do recurso). Importante destacar ainda
que o agravo em execução não possui efeito suspensivo.
CARTA TESTEMUNHÁVEL 
Conceito: a carta testemunhável, prevista no art. 
639 do CPP, é o recurso cabível contra a decisão que 
rejeita outro recurso, desde que a lei não preveja recurso 
específico, possuindo, portanto,caráter subsidiário.
Exceção: contra decisão que rejeita apelação caberá 
RESE e contra a decisão que rejeita recurso extraordinário 
ou especial caberá agravo de instrumento.
Prazo: o prazo para a interposição da carta 
testemunhável é 48 horas e ela não possui efeito suspensivo.
19. AÇÕES AUTÔNOMAS DE
IMPUGNAÇÃO
HABEAS CORPUS 
Conceito: o habeas corpus é o remédio constitucional, de 
ajuizamento gratuito, que objetiva cessar ou impedir ofensa 
à liberdade de locomoção, em razão de ilegalidade ou abuso 
de poder. Qualquer do povo pode ingressar com habeas 
corpus, em benefício próprio ou alheio, sendo o único remédio 
constitucional que dispensa a presença de advogado.
Principais hipóteses: I - quando não houver justa 
causa: quando inexistir um motivo legitimador para a 
continuidade da persecução penal, é possível a concessão 
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de habeas corpus para trancar o inquérito policial ou a 
ação penal. II - quando alguém estiver preso por mais 
tempo do que determina a lei, III - quando quem ordenar 
a coação não tiver competência para fazê-lo: Ordem de 
prisão decretada pelo Delegado de Polícia ou Promotor 
de Polícia, já que apenas o juiz pode expedir ordem de 
prisão (o delegado de polícia e o promotor de justiça 
podem determinar apenas a prisão em flagrante), IV - 
quando houver cessado o motivo que autorizou a coação: 
Quando houver alteração do suporte fático que justificou a 
restrição da liberdade de locomoção do indivíduo, ou seja, 
quando não existir mais o motivo que justificou a coação, 
V - quando não for alguém admitido a prestar fiança, nos 
casos em que a lei a autoriza, VI - quando o processo for 
manifestamente nulo, VII - quando extinta a punibilidade: 
Quando houver qualquer uma das hipóteses previstas no 
art. 107 do CPP (prescrição, decadência, abolitio criminis, 
perdão do ofendido, etc.). 
Súmula n. 693 do STF: Não cabe habeas corpus 
contra decisão condenatória a pena de multa ou relativo 
a processo em curso por infração penal a que a pena 
pecuniária seja a única cominada, já que não haverá 
restrição à liberdade do acusado.
REVISÃO CRIMINAL 
Conceito: é uma modalidade de ação autônoma 
impugnativa que visa desconstituir uma sentença penal 
condenatória já transitada em julgado. Não está sujeita 
a prazo prescricional, podendo ser requerida a qualquer 
tempo, inclusive após a morte do réu. 
Sentença absolutória: não pode ser objeto de 
revisão criminal, uma vez que não se admite revisão 
criminal pro societate.
Competência: a competência para julgar a revisão 
criminal é originária do Tribunal, de modo que, da decisão 
que julga a revisão criminal não cabe apelação
Cabimento: I - quando a sentença condenatória for 
contrária ao texto expresso da lei penal ou à evidência dos 
autos; II - quando a sentença condenatória se fundar em 
depoimentos, exames ou documentos comprovadamente 
falsos; III - quando, após a sentença, se descobrirem novas 
provas de inocência do condenado ou de circunstância 
que determine ou autorize diminuição especial da pena. 
20. NULIDADES NO PROCESSO PENAL
NULIDADE RELATIVA NULIDADE ABSOLUTA
Interesse das partes Interesse Público 
Alegação no momento 
oportuno, sob pena de 
preclusão 
Reconhecida a qualquer 
tempo
Necessidade de 
comprovação do prejuízo
Prejuízo presumido
Princípio do prejuízo (art. 563 do CPP): nenhum ato 
será declarado nulo, se da nulidade não resultar prejuízo 
para a acusação ou para a defesa.
Princípio da instrumentalidade das formas (art. 566 
do CPP): não será declarada a nulidade de ato processual 
que não houver influído na apuração da verdade 
substancial ou na decisão da causa.
Princípio do interesse (art. 565 do CPP): nenhuma 
das partes poderá arguir nulidade a que haja dado causa, 
ou para que tenha concorrido, ou referente a formalidade 
cuja observância só à parte contrária interesse.
Princípio da Convalidação: se a parte não suscitar a 
nulidade relativa na primeira oportunidade que tiver para 
falar em audiência ou nos autos, haverá a convalidação 
do ato, ou seja, o ato anteriormente nulo passa à condição 
de ato válido (trata-se, portanto, de princípio aplicável 
apenas às nulidades relativas).
Princípio da Causalidade: pelo princípio da 
causalidade os atos que são dependentes ou consequência 
do ato considerado nulo também serão anulados. A 
título de exemplo, se a denúncia é considerada nula, o 
interrogatório realizado posteriormente também será 
eivado de nulidade. 
SÚMULAS IMPORTANTES 
Súmula 156 do STF - É absoluta a nulidade do 
julgamento, pelo júri, por falta de quesito obrigatório.
Súmula 160 do STF - É nula a decisão do Tribunal que 
acolhe, contra o réu, nulidade não arguida no recurso 
da acusação, ressalvados os casos de recurso de 
ofício.
Súmula 351 do STF - É nula a citação por edital de réu 
preso na mesma unidade da federação em que o juiz 
exerce a sua jurisdição.
Súmula 523 do STF - No processo penal, a falta 
da defesa constitui nulidade absoluta, mas a sua 
deficiência só o anulará se houver prova de prejuízo 
para o réu.
Súmula 706 do STF - É relativa a nulidade decorrente 
da inobservância da competência penal por prevenção.
Súmula 707 do STF - Constitui nulidade a falta de 
intimação do denunciado para oferecer contrarrazões 
ao recurso interposto da rejeição da denúncia, não a 
suprindo a nomeação de defensor dativo.
Súmula 708 do STF - É nulo o julgamento da apelação 
se, após a manifestação nos autos da renúncia do 
único defensor, o réu não foi previamente intimado 
para constituir outro.
Súmula 712 do STF - É nula a decisão que determina 
o desaforamento de processo da competência do júri
sem audiência da defesa.
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ÉTICA PROFISSIONAL - RESUMO PARA A PROVA DA OAB/FGV 
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1. ATIVIDADE DE ADVOCACIA
Atividade de Advocacia: exercem atividade de 
advocacia os advogados privados (trabalham para entes 
privados) e os advogados públicos (trabalham para entes 
públicos), sendo obrigados a se inscreverem na OAB para 
o exercício de suas atividades.
Empresas Estatais: advogados privados.
Os integrantes da advocacia pública são elegíveis e 
podem integrar qualquer órgão da OAB.
Tempo de Advocacia: é participação anual mínima em 
cinco atos privativos previstos no artigo 1º do EAOAB, em 
causas ou questões distintas (Ex: Conselheiros Seccionais 
ou das Subseções - tempo mínimo de 3 anos). 
Características: o advogado é indispensável à 
administração da justiça, de modo que a advocacia 
representa verdadeiro múnus público, mesmo quando 
exercido no ministério privado do advogado. 
As principais características da advocacia são: 
a) Indispensabilidade,
b) Inviolabilidade,
c) Independência,
d) Exclusividade,
e) Parcialidade,
f) Onerosidade mínima obrigatória,
g) Singularidade (Lei n. 14.039/2020)
Advocacia pro bono (exceção à onerosidade mínima 
obrigatória): prestação gratuita, eventual e voluntária 
de serviços jurídicos em favor de instituições sociais 
sem fins econômicos e aos seus assistidos, sempre 
que os beneficiários não dispuserem de recursos para 
a contratação de profissional, podendo ser exercida 
também em favor de pessoas naturais que, igualmente, 
não dispuserem de recursos para, sem prejuízo do próprio 
sustento, contratar advogado. Não poderá, entretanto, 
ser utilizada para fins político-partidários ou eleitorais, 
nem beneficiar instituições que visem a tais objetivos, 
ou como instrumento de publicidade para captação de 
clientela. 
Atividades Privativas de Advocacia: 
1) Postulação em juízo, salvo nos seguintes casos:
a) impetração de habeas corpus; b) nas causas até 20
salários mínimos no JEC (se houver recurso precisa
de advogado); c) causas no Juizado Especial Federal
(60 salários mínimos). Se houver recurso precisa de
advogado;d) Processo Administrativo Disciplinar; e) Jus
postulandi na Justiça do Trabalho.
2) Visar os atos e contratos constitutivos de pessoas
jurídicas, salvo em relação às Microempresas e Empresas 
de Pequeno Porte. 
3) Consultoria e assessoria jurídicas, bem como direção
jurídica de empresa pública, privada ou paraestatal.
Mandato: o mandato judicial ou extrajudicial não se 
extingue pelo decurso de tempo, salvo se o contrário 
for consignado no respectivo instrumento. Entretanto, 
haverá extinção do mandato nas seguintes situações: 
RENÚNCIA
A renúncia ao patrocínio 
deve ser feita sem menção 
do motivo que a determinou 
(art. 16 do CED), devendo o 
advogado comunicar ao cliente 
por escrito, preferencialmente, 
com aviso de recebimento (AR) 
e, posteriormente, ao juiz da 
causa (RGEAOAB). Além disso, 
o advogado que renunciar ao
mandato continuará, durante
os dez dias seguintes à
notificação da renúncia, a 
representar o mandante,
salvo se for substituído antes
do término desse prazo. 
REVOGAÇÃO
O cliente pode revogar os 
poderes dados ao advogado. 
A revogação não o desobriga 
o cliente do pagamento
das verbas honorárias
contratadas, assim como
não retira o direito do
advogado de receber o
quanto lhe seja devido em
eventual verba honorária
de sucumbência, calculada
proporcionalmente em face
do serviço efetivamente
prestado (art. 17 do CED).
SUBS. SEM 
RESERVAS 
DE PODERES
No substabelecimento sem 
reserva de poderes, desde que 
haja concordância do cliente, o 
advogado originário transfere 
de forma definitiva os poderes 
que lhe foram concedidos, 
extinguindo o mandato. 
ARQUIVAMENTO 
DOS AUTOS OU 
CONCLUSÃO DA 
CAUSA (EXTINÇÃO 
PRESUMIDA)
Concluída a causa ou 
arquivado o processo, 
presume-se cumprido e 
extinto o mandato (art. 13 do 
CED).
Procuração: instrumento do mandato. Não pode ser 
outorgada de forma genérica para a sociedade. 
Urgência - juntada da procuração em 15 dias, 
prorrogáveis por mais 15 dias. 
Procuração ad judicia: foro em geral. 
Procuração ad judicia et extra: poderes especiais, 
como receber citação, confessar, reconhecer a procedência 
do pedido, transigir, desistir, renunciar, receber, dar 
quitação, firmar compromisso, etc. 
Substabelecimento: pode ser com reserva ou sem 
reserva de poderes: 
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COM RESERVA DE PODERES SEM RESERVAS DE PODERES 
• Ato pessoal do advogado. Não precisa da
concordância do cliente.
• Não extingue o mandato, mas permite que o
substabelecente e o substabelecido atuem em favor do
cliente.
• Substabelecido não pode cobrar os honorários
advocatícios diretamente do cliente.
• Precisa da concordância do cliente (prévio e
inequívoco conhecimento).
• Gera a extinção do mandato.
• Como há extinção do mandato originário, o
substabelecido poderá cobrar os honorários
devidos do cliente.
2. DIREITOS DO ADVOGADO
A primeira ideia que se deve ter em relação a atuação do advogado é que não existe qualquer hierarquia entre 
o advogado e os demais operadores do direito, devendo todos se respeitarem reciprocamente. O art. 7º do EAOAB
assegura uma série de direitos aos advogados, a saber:
DIREITO ASSEGURADO COMENTÁRIO 
I - Exercer, com liberdade, a profissão em todo o 
território nacional.
Se o advogado exercer atividade de forma habitual 
(mais de 5 causas) em Estado diverso do qual tenha 
sua inscrição principal, deverá promover a inscrição 
suplementar no Conselho Seccional da OAB.
II – Inviolabilidade de seu escritório ou local de 
trabalho, bem como de seus instrumentos de trabalho, 
de sua correspondência escrita, eletrônica, telefônica e 
telemática, desde que relativas ao exercício da advocacia.
ATENÇÃO: A violação a este direito caracteriza crime, 
conforme art. 7º-B ao EAOAB, acrescido pela Lei nº 
13.869/2019. 
Não se trata de inviolabilidade absoluta. Presentes 
indícios de autoria e materialidade da prática de 
crime por parte de advogado, o juiz competente poderá 
decretar a quebra da inviolabilidade, em decisão 
motivada, expedindo mandado de busca e apreensão, 
específico e pormenorizado, a ser cumprido na presença 
de representante da OAB, sendo vedada a utilização 
de documentos de clientes ou de instrumentos do 
advogado que contenham informações sobre clientes, 
salvo se o cliente estiver sendo formalmente investigado 
como partícipe ou coautor pela prática do mesmo crime 
que deu causa à quebra da inviolabilidade, conforme 
§§s 6º e 7º do art. 7º do EAOAB.
III - Comunicar-se com seus clientes, pessoal e 
reservadamente, mesmo sem procuração, quando 
estes se acharem presos, detidos ou recolhidos 
em estabelecimentos civis ou militares, ainda que 
considerados incomunicáveis.
ATENÇÃO: A violação a este direito caracteriza crime, 
conforme art. 7º-B ao EAOAB. 
O advogado, portanto, tem o direito de conversar 
com o seu cliente em qualquer situação, mesmo sem 
possuir procuração.
IV - Ter a presença de representante da OAB, quando 
preso em flagrante, por motivo ligado ao exercício da 
advocacia, para lavratura do auto respectivo, sob pena de 
nulidade e, nos demais casos, a comunicação expressa à 
seccional da OAB.
ATENÇÃO: A violação a este direito caracteriza crime, 
conforme art. 7º-B ao EAOAB. 
O advogado poderá ser preso em flagrante, por motivo 
ligado ao exercício da profissão, apenas no caso de crime 
inafiançável (§ 3º do art. 7º do EAOAB) e desde que haja 
a presença de um representante da OAB. Nas demais 
hipóteses de prisão, não há necessidade da presença 
de representante da OAB, mas apenas a comunicação 
expressa à Seccional da OAB. 
V - Não ser recolhido preso, antes de sentença transitada 
em julgado, senão em sala de Estado Maior, com instalações 
e comodidades condignas, assim reconhecidas pela OAB, 
e, na sua falta, em prisão domiciliar (a expressão “assim 
reconhecidas pela OAB” foi suspensa pelo STF na ADIN 
1.128). 
Após o trânsito em julgado da sentença condenatória, 
o advogado deverá ser recolhido à cela comum.
ATENÇÃO: A violação a este direito caracteriza crime,
conforme art. 7º-B ao EAOAB, acrescido pela Lei nº 
13.869/2019. 
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VI - Ingressar livremente: a) nas salas de sessões 
dos tribunais, mesmo além dos cancelos que separam 
a parte reservada aos magistrados; b) nas salas e 
dependências de audiências, secretarias, cartórios, ofícios 
de justiça, serviços notariais e de registro, e, no caso de 
delegacias e prisões, mesmo fora da hora de expediente e 
independentemente da presença de seus titulares; c) em 
qualquer edifício ou recinto em que funcione repartição 
judicial ou outro serviço público onde o advogado deva 
praticar ato ou colher prova ou informação útil ao exercício 
da atividade profissional, dentro do expediente ou fora 
dele, e ser atendido, desde que se ache presente qualquer 
servidor ou empregado; d) em qualquer assembleia ou 
reunião de que participe ou possa participar o seu cliente, 
ou perante a qual este deva comparecer, desde que 
munido de poderes especiais
O advogado tem livre acesso a prédios públicos, 
incluindo as salas de sessões dos tribunais, mesmo 
na parte reservada aos magistrados. Entretanto, para 
participar de reuniões ou assembleias que deva participar 
o seu cliente, o advogado pode comparecer sozinho, mas
deve possuir procuração com poderes especiais.
VII - Permanecer sentado ou em pé e retirar-se 
de quaisquer locais indicados no inciso anterior, 
independentemente de licença.
O advogado não precisa prestar esclarecimentos ou pedir 
licença a qualquer autoridade, podendo permanecer em pé 
ou sentado, ausentando-se do recinto quando quiser. 
VIII - Dirigir-se diretamente aos magistrados nas salas 
e gabinetes de trabalho, independentemente de horário 
previamente marcadoou outra condição, observando-se 
a ordem de chegada.
O advogado tem direito de ser atendido pelos magistrados 
sem necessidade de marcar horário previamente, 
respeitando-se apenas a ordem de chegada.
IX - Sustentar oralmente as razões de qualquer recurso 
ou processo, nas sessões de julgamento, após o voto do 
relator, em instância judicial ou administrativa, pelo prazo 
de quinze minutos, salvo se prazo maior for concedido”.
No julgamento da ADIN 1.105-7, o STF declarou 
inconstitucional o conteúdo deste inciso, de modo que 
o advogado não tem o direito de fazer sustentação
oral depois do voto do relator, e sim antes (art. 937 do
CPC/2015), além do que o direito à sustentação oral
está vinculado a sua previsibilidade recursal, ou seja, o
recurso deve permitir a sustentação oral.
X - Usar da palavra, pela ordem, em qualquer juízo ou 
tribunal, mediante intervenção sumária, para esclarecer 
equívoco ou dúvida surgida em relação a fatos, 
documentos ou afirmações que influam no julgamento, 
bem como para replicar acusação ou censura que lhe 
forem feitas.
O advogado pode solicitar o uso da palavra em 
qualquer juízo ou tribunal para esclarecer dúvidas a 
favor do seu cliente ou para afastar acusação que lhe 
tenha sido feita, devendo solicitar que sua manifestação 
seja registrada em ata de audiência.
XI - Reclamar, verbalmente ou por escrito, perante 
qualquer juízo, tribunal ou autoridade, contra a inobservância 
de preceito de lei, regulamento ou regimento.
Não havendo a intervenção sumária citada no item 
anterior, o advogado tem o direito de reclamar verbalmente 
ou por escrito contra o descumprimento de preceito legal, a 
fim de que a irregularidade não seja repetida.
XII - Falar, sentado ou em pé, em juízo, tribunal ou 
órgão de deliberação coletiva da Administração Pública 
ou do Poder Legislativo.
O advogado tem o direito de se manifestar sentado ou 
em pé, não podendo ser constrangido, por exemplo, a se 
manifestar obrigatoriamente em pé.
XIII – Examinar, em qualquer órgão dos Poderes 
Judiciário e Legislativo, ou da Administração Pública 
em geral, autos de processos findos ou em andamento, 
mesmo sem procuração, quando não estejam sujeitos 
a sigilo, assegurada a obtenção de cópias, podendo 
tomar apontamentos.
O advogado pode examinar processos já terminados 
ou em andamento, inclusive autos eletrônicos (Lei nº 
13.793/2019), mesmo quando não estiver munido de 
procuração e sem atuar no processo, salvo aqueles 
sujeitos a sigilo, em que será exigida a procuração.
XIV - Examinar, em qualquer instituição responsável por 
conduzir investigação, mesmo sem procuração, autos de 
flagrante e de investigações de qualquer natureza, findos 
ou em andamento, ainda que conclusos à autoridade, 
podendo copiar peças e tomar apontamentos, em meio 
físico ou digital. 
 Atenção: a violação a esse direito pode caracterizar 
o crime do art. 32 da Nova Lei de Abuso de Autoridade.
O Advogado também tem direito de ter acesso aos 
autos, mesmo sem procuração, inclusive autos digitais 
(Lei nº 13.793/2019), devendo, entretanto, apresentar 
procuração se os autos forem sigilosos. Além disso, 
a autoridade competente poderá limitar o acesso do 
advogado apenas aos elementos de prova relacionados 
a diligências em andamento e ainda não documentados 
nos autos (§§ 10 e 11 do art. 7º do EAOAB).
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XV - Ter vista dos processos judiciais ou administrativos 
de qualquer natureza, em cartório ou na repartição 
competente, ou retirá-los pelos prazos legais.
A vista pode ser limitada, no entanto, nos seguintes 
casos: 1) o processo estiver sob regime de segredo 
de justiça, devendo neste caso o advogado apresentar 
procuração; 2) quando existirem nos autos documentos 
originais de difícil restauração ou circunstância que 
justifique a permanência dos autos em cartório, 3) até 
o encerramento do processo, ao advogado que houver
deixado de devolver os respectivos autos no prazo legal,
e só o fizer depois de intimado.
XVI - Retirar autos de processos findos, mesmo sem 
procuração, pelo prazo de dez dias.
Se o processo já tiver sido encerrado, o advogado pode 
retirá-lo para análise pelo prazo de 10 dias, não sendo 
necessário apresentar procuração. A vista pode ser 
limitada nas situações enumeradas no quadro anterior.
XVII - ser publicamente desagravado, quando ofendido 
no exercício da profissão ou em razão dela.
O desagravo público é promovido pelo Conselho 
Seccional competente, de ofício, a seu pedido ou 
de qualquer pessoa. O desagravo não depende da 
concordância do advogado ofendido, tendo como função 
reestabelecer a dignidade do exercício da advocacia. 
Somente cabe desagravo quando houver ofensa ao 
advogado no exercício de sua função.
XVIII - Usar os símbolos privativos da profissão de advogado.
XIX - recusar-se a depor como testemunha em processo 
no qual funcionou ou deva funcionar, ou sobre fato 
relacionado com pessoa de quem seja ou foi advogado, 
mesmo quando autorizado ou solicitado pelo constituinte, 
bem como sobre fato que constitua sigilo profissional.
Cabe ressaltar que, além de direito, constitui dever 
do advogado guardar sigilo dos fatos de que tome 
conhecimento no exercício da profissão, conforme art. 35 
do CEDOAB. 
XX - Retirar-se do recinto onde se encontre aguardando 
pregão para ato judicial, após trinta minutos do horário 
designado e ao qual ainda não tenha comparecido a 
autoridade que deva presidir a ele, mediante comunicação 
protocolizada em juízo.
O direito de se retirar do recinto apenas ocorre quando, 
além do critério temporal de 30 minutos, o juiz não tiver 
comparecido para realizar a audiência. Se houver o 
comparecimento do juiz e a pauta de audiência estiver 
atrasada, não há o direito de retirada. A regra do inciso 
XX não se aplica ao processo do trabalho, uma vez que a 
CLT possui regra própria estampada no parágrafo único 
do art. 815 da CLT (15 minutos). 
XXI - assistir a seus clientes investigados durante 
a apuração de infrações, sob pena de nulidade 
absoluta do respectivo interrogatório ou depoimento e, 
subsequentemente, de todos os elementos investigatórios 
e probatórios dele decorrentes ou derivados, direta ou 
indiretamente, podendo, inclusive, no curso da respectiva 
apuração apresentar razões e quesitos.
O advogado tem direito de participar de interrogatório 
ou depoimento em procedimentos de investigação, 
permitindo-se ainda ao advogado apresentar razões e 
quesitos, sob pena de nulidade absoluta dos elementos 
probatórios decorrentes.
o § 2º do art. 7º do EAOAB garante ao advogado
imunidade profissional, não constituindo injúria ou 
difamação puníveis qualquer manifestação de sua parte, 
no exercício de sua atividade, em juízo ou fora dele, sem 
prejuízo das sanções disciplinares perante a OAB, pelos 
excessos que cometer.
A redação original do § 2º do art. 7º do EAOAB previa 
incialmente a imunidade profissional também para 
eventuais atos que caracterizassem desacato. Entretanto, 
no julgamento da ADIN 1.127-8, o STF suspendeu a eficácia 
da expressão “desacato”, de modo que o advogado pode 
responder por atos que caracterizem desacato, ainda 
que no exercício de sua função. Além disso, a imunidade 
profissional do advogado não abrange eventuais atos que 
caracterizem calúnia.
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Direitos da advogada gestante, lactante e adotante: A Lei nº 13.363/2016 acrescentou o art. 7-A ao EAOAB, 
estabelecendo direitos à advogada gestante, lactante, adotante ou que der à luz, conforme abaixo sintetizado: 
DIREITOS DA ADVOGADA GESTANTE
Entrada em tribunais sem ser submetida a detectores 
de metais e aparelhos de raios X; 
Reserva de vaga em garagens dos fóruns dos tribunais;Preferência na ordem das sustentações orais e das 
audiências a serem realizadas a cada dia, mediante 
comprovação de sua condição.
DIREITOS DA ADVOGADA LACTANTE, 
ADOTANTE OU QUE DER À LUZ
Acesso a creche, onde houver, ou a local adequado ao 
atendimento das necessidades do bebê; 
Preferência na ordem das sustentações orais e das 
audiências a serem realizadas a cada dia, mediante 
comprovação de sua condição.
DIREITOS DA ADVOGADA ADOTANTE 
OU QUE DER À LUZ
Suspensão de prazos processuais quando for a única 
patrona da causa, desde que haja notificação por escrito ao 
cliente (período de suspensão será de 30 (trinta) dias, contado 
a partir da data do parto ou da concessão da adoção). 
Abuso de autoridade: a Lei nº 13.869/2019 (nova 
lei de abuso de autoridade) acrescentou o art. 7º - B 
ao Estatuto da OAB, prevendo como crime de abuso de 
autoridade a violação aos incisos II, III, IV e V do caput do 
art. 7º do Estatuto. 
3. INSCRIÇÃO NA OAB
Para exercer a advocacia é necessária a prévia 
inscrição nos quadros da OAB, exigindo-se, para tanto, 
o preenchimento dos seguintes requisitos (art. 8 do
EAOAB): I - capacidade civil; II - diploma ou certidão de
graduação em direito, obtido em instituição de ensino
oficialmente autorizada e credenciada; III - título de
eleitor e quitação do serviço militar, se brasileiro; IV -
aprovação em Exame de Ordem; V - não exercer atividade 
incompatível com a advocacia; VI - idoneidade moral; VII
- prestar compromisso perante o conselho.
Inscrição principal: deve ser feita no Conselho 
Seccional do domicílio profissional do advogado, ou seja, 
a sede principal da atividade de advocacia, prevalecendo, 
na dúvida, o domicílio da pessoa física do advogado.
Inscrição suplementar: o advogado possui liberdade 
para atuar em todo o território nacional. Entretanto, se 
pretender atuar de forma habitual (mais de 5 causas 
por ano) em Estado diverso do qual tenha sua inscrição 
principal, deverá promover a inscrição suplementar no 
Conselho Seccional da OAB do Estado que pretende atuar. 
Transferência da inscrição: no caso de mudança 
efetiva de domicílio profissional para outra unidade 
federativa, deve o advogado requerer a transferência de 
sua inscrição para o Conselho Seccional correspondente. 
Cancelamento da Inscrição: trata-se de interrupção 
definitiva da inscrição, que pode ocorrer nos seguintes 
casos (art. 11 do EAOAB): I – se o advogado assim o 
requerer; II - sofrer penalidade de exclusão (o advogado 
pode requerer novamente a inscrição, comprovando a 
reabilitação, conforme art. 41 do EAOAB); III - falecer; 
IV - passar a exercer, em caráter definitivo, atividade 
incompatível com a advocacia; V - perder qualquer um 
dos requisitos necessários para inscrição. O advogado 
que tiver sua inscrição cancelada poderá posteriormente 
solicitar nova inscrição, sem necessidade de ser aprovado 
novamente no Exame da Ordem, mas perderá o número 
antigo de inscrição.
Licenciamento da Inscrição: trata-se de interrupção 
temporária da inscrição, que pode ocorrer nos seguintes 
casos (art. 12 do EAOAB): I – se o advogado assim o 
requerer, por motivo justificado; II - passar a exercer, 
em caráter temporário, atividade incompatível com o 
exercício da advocacia (ex: exercício do cargo de prefeito 
e governador); III - sofrer doença mental considerada 
curável. No licenciamento, o advogado não perde o 
número de inscrição da OAB, podendo retomá-lo quando 
cessar a causa que gerou o licenciamento. Durante o 
período de licenciando, não há necessidade de pagamento 
da anuidade da OAB nem necessidade de votar.
4. ADVOGADO ESTRANGEIRO
O advogado estrangeiro pode atuar no Brasil, mesmo 
sem a inscrição na OAB, desde que obtenha autorização 
do Conselho Seccional pelo prazo de 3 anos (renovável 
a cada período de 3 anos), mas apenas para os atos de 
consultoria/assessoria do direito estrangeiro referente 
ao seu país de origem, sendo vedadas a postulação 
judicial e/ou assessoria jurídica em direito brasileiro, 
mesmo que esses atos sejam realizados em conjunto com 
o advogado brasileiro (Provimento n. 91/2000 do CFOAB).
5. ESTAGIÁRIO
A inscrição do estagiário é feita no Conselho 
Seccional em cujo território se localize seu curso jurídico 
e, para ser deferida, o estagiário deve preencher os 
mesmos requisitos para a inscrição do advogado, salvo 
os referentes ao diploma de graduação e à aprovação no 
Exame da Ordem.
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ATOS DO ESTAGIÁRIO 
EM CONJUNTO COM 
O ADVOGADO 
ATOS QUE O 
ESTAGIÁRIO PODE 
PRATICAR SEM 
A PRESENÇA DE 
ADVOGADO 
Postulação a órgão do 
Poder Judiciário e aos 
juizados especiais;
Atividades de consultoria, 
assessoria e direção jurídicas.
Retirar e devolver autos 
em cartório, assinando a 
respectiva carga;
Obter junto aos escrivães 
e chefes de secretarias 
certidões de peças ou autos 
de processos em curso 
ou findos;
Assinar petições de 
juntada de documentos 
a processos judiciais 
ou administrativos.
Atividade Incompatível: o aluno de curso jurídico que 
exerça atividade incompatível com a advocacia pode 
frequentar o estágio ministrado pela respectiva instituição 
de ensino superior, para fins de aprendizagem, mas é 
vedada a inscrição na OAB.
6. SOCIEDADE DE ADVOGADOS
Forma da sociedade: o EAOAB permite que o advogado 
constitua sociedade simples (reunido com outros 
advogados) ou sociedade unipessoal de advocacia (art. 
15, caput), as quais adquirem personalidade jurídica com o 
registro de seus atos constitutivos no Conselho Seccional 
da OAB em cuja base territorial tiver sede (art. 15, § 1º). 
SOCIEDADE 
SIMPLES 
SOCIEDADE 
UNIPESSOAL
A razão social deve 
ter, obrigatoriamente, o 
nome de, pelo menos, um 
advogado responsável 
pela sociedade, podendo 
permanecer o de sócio 
falecido, desde que 
prevista tal possibilidade 
no ato constitutivo. 
O nome societário, 
portanto, exige a forma 
“firma”, isto é, o nome de 
ao menos um dos sócios, 
ainda que de forma 
abreviada ou pelo uso do 
sobrenome
A denominação da sociedade 
unipessoal de advocacia 
deve ser obrigatoriamente 
formada pelo nome do seu 
titular, completo ou parcial, 
com a expressão ‘Sociedade 
Individual de Advocacia’.
Registro: deve ser realizado no Conselho Seccional 
da OAB em cuja base territorial tiver sede, ou seja, não 
se permite o registro de sociedade de advogado na Junta 
Comercial nem no Registro Civil. 
Principais Regras: a) nenhum advogado pode 
integrar mais de uma sociedade de advogados, seja 
qual for a modalidade, com sede ou filial na mesma 
área territorial do respectivo Conselho Seccional; b) os 
advogados integrantes da mesma sociedade profissional, 
ou reunidos em caráter permanente para cooperação 
recíproca, não podem representar, em juízo ou fora dele, 
clientes com interesses opostos (art. 19 do CEDOAB); c) 
o sócio e o titular da sociedade individual de advocacia
respondem subsidiária e ilimitadamente pelos danos
causados aos clientes por ação ou omissão no exercício da 
advocacia, sem prejuízo da responsabilidade disciplinar
em que possam incorrer, conforme art. 17 do EAOAB.
7. ADVOGADO EMPREGADO
Conceito: a relação de emprego, na qualidade de 
advogado, não retira a isenção técnica nem reduz a 
independência profissional inerentes à advocacia. Além 
disso, o advogado não é obrigado a prestar serviços de 
interesse pessoal de seu empregador e, se o fizer, será de 
forma desvinculada do emprego
Jornada de trabalho: a) advogado sem dedicação 
exclusiva: 4 horas diárias e 20 semanais; b) advogado 
com dedicação exclusiva: 8 horas diárias e 40 semanais. 
Adicional de horas extras: 100%
Horário noturno: das 20h às 5h, com adicional de 25%
8. ÉTICA DO ADVOGADO
Principais deveres do Advogado (art. 2º do CEDOAB): 
estimular, a qualquer tempo, a conciliação e a mediação 
entre os litigantes, prevenindo, sempre que possível, a 
instauraçãode litígios; desaconselhar lides temerárias, 
a partir de um juízo preliminar de viabilidade jurídica; 
bem como abster-se de: I) entender-se diretamente com 
a parte adversa que tenha patrono constituído, sem o 
assentimento deste; II) ingressar ou atuar em pleitos 
administrativos ou judiciais perante autoridades com as 
quais tenha vínculos negociais ou familiares; III) contratar 
honorários advocatícios em valores aviltantes.
Recusa de Patrocínio (art. 4º do CEDOAB): é 
legítima a recusa, pelo advogado, do patrocínio de 
causa e de manifestação, no âmbito consultivo, de 
pretensão concernente a direito que também lhe seja 
aplicável ou contrarie orientação que tenha manifestado 
anteriormente, conforme art. 4º do CED. 
Relações com o cliente: a) o fato de o cliente outorgar 
um mandato ao advogado, não lhe retira a sua liberdade e 
independência de atuação, devendo atuar de acordo com 
suas convicções para melhorar atender aos interesses de 
seu cliente, conforme art. 11 do CEDOAB; b) o advogado 
não deve aceitar procuração de quem já tenha patrono 
constituído, sem prévio conhecimento deste, salvo por 
motivo plenamente justificável ou para adoção de medidas 
judiciais urgentes e inadiáveis (art. 14 do CEDOAB); c) os 
advogados integrantes da mesma sociedade profissional, 
ou reunidos em caráter permanente para cooperação 
recíproca, não podem representar, em juízo ou fora dele, 
clientes com interesses opostos (art. 19 do CED); d) 
sobrevindo conflitos de interesse entre seus constituintes 
e não conseguindo o advogado harmonizá-los, caber-lhe-á 
optar, com prudência e discrição, por um dos mandatos, 
renunciando aos demais, resguardado sempre o sigilo 
profissional (art. 20 do CEDOAB); e) é direito e dever do 
advogado assumir a defesa criminal, sem considerar sua 
própria opinião sobre a culpa do acusado; f) ao receber 
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uma procuração, o advogado não é obrigado aceitar que 
outro profissional atue ou interfira no curso do processo 
que patrocina; g) o advogado é proibido de atuar no 
mesmo processo, simultaneamente, como patrono e 
preposto do empregador ou cliente (art. 25 do CEDOAB). 
Sigilo Profissional: o sigilo profissional decorre da 
lei, devendo ser respeitado independentemente de pedido 
expresso do cliente. Além disso, as comunicações feitas 
entre advogado e cliente (carta, telefonemas, e-mail, etc.) 
presumem-se confidenciais, não podendo ser violadas. 
Direito de não depor: para garantir o sigilo 
profissional, o art. 7º, XIX, do EAOAB e o art. 38 do CED 
asseguram ao advogado o direito de não depor, em 
processo ou procedimento judicial, administrativo ou 
arbitral, sobre fatos a cujo respeito deva guardar sigilo. 
O sigilo profissional, entretanto, não é absoluto, 
podendo ceder em face de circunstâncias excepcionais 
que configurem justa causa, como nos casos de grave 
ameaça ao direito à vida e à honra ou que envolvam 
defesa própria (art. 37 do CED). 
Publicidade: considerando que a advocacia não pode 
assumir feição empresarial e que não pode ser instrumento 
de mera captação de clientela, a publicidade profissional 
do advogado deve ter caráter meramente informativo 
primando pela discrição e sobriedade, não podendo 
configurar captação de clientela ou mercantilização da 
profissão, conforme art. 39 do CEDOAB. 
Cartões profissionais e materiais de escritório: 
o advogado fará constar seu nome ou o da sociedade
de advogados, o número ou os números de inscrição
na OAB, podendo ainda fazer menção aos seus títulos
acadêmicos (doutor, mestre, especialidade, etc.)
distinções honoríficas relacionadas à vida profissional,
bem como as instituições jurídicas de que faça parte, e
as especialidades a que se dedicar, o endereço, e-mail,
site, página eletrônica, QR code, logotipo e a fotografia
do escritório, o horário de atendimento e os idiomas em
que o cliente poderá ser atendido.
Entretanto, não poderá incluir nos cartões de visita 
fotografias pessoais ou de terceiros nem fazer menção 
a qualquer emprego, cargo ou função ocupado, atual ou 
pretérito, em qualquer órgão ou instituição, salvo o de 
professor universitário. 
Publicidade pela Internet: o CEDOAB passou a 
permitir a publicidade feita pela internet ou outros meios 
eletrônicos, estabelecendo em que a telefonia e a internet 
podem ser utilizadas como veículo de publicidade, desde 
que estas não impliquem o oferecimento de serviços ou 
representem forma de captação de clientela
Boletins: permite-se a divulgação de boletins, por 
meio físico ou eletrônico, sobre matéria cultural de 
interesse dos advogados, desde que sua circulação fique 
adstrita a clientes e a interessados do meio jurídico (art. 
45 do CEDOAB). 
Panfleto: o art. 40, VI, do CEDOAB veda a 
publicidade por meio de panfleto se houver finalidade 
de captação de clientela.
Meios de Comunicação: o Código de Ética e Disciplina 
proíbe ainda que a publicidade seja veiculada em rádio, 
cinema, televisão, outdoors, painéis luminosos ou 
formas assemelhadas de publicidade, inscrições em 
muros, paredes, veículos, elevadores ou em qualquer 
espaço público, bem como a utilização de mala direta, 
a distribuição de panfletos ou formas assemelhadas de 
publicidade, com o intuito de captação de clientela (art. 
40 do CEDOAB). 
Programa de Televisão ou Rádio: o advogado que 
participar de programa de televisão ou de rádio deve visar 
a objetivos exclusivamente ilustrativos, educacionais 
e instrutivos, sem propósito de promoção pessoal ou 
profissional, vedados pronunciamentos sobre métodos 
de trabalho usados por seus colegas de profissão (art. 43, 
caput, do CED).
9. HONORÁRIOS DE ADVOGADO
De acordo com o art. 22 do EAOAB, os honorários 
advocatícios podem ser: convencionados, arbitrados 
judicialmente, de sucumbência e assistenciais. 
Honorários Convencionados (contratuais): são 
aqueles recebidos em razão de contrato feito com cliente, 
valendo o contrato como título jurídico extrajudicial. Se 
não houver convenção sobre a forma de pagamento, os 
honorários serão pagos da seguinte forma: 1/3 no início 
do serviço, 1/3 até a decisão de primeira instância e 
1/3 no final (§ 3º do art. 22 do EAOAB). A revogação do 
mandato judicial por vontade do cliente não o desobriga 
do pagamento das verbas honorárias contratadas, bem 
como não retira o direito do advogado de receber o 
quanto lhe seja devido em eventual verba honorária 
de sucumbência, calculada proporcionalmente.
Honorários arbitrados judicialmente: são arbitrados 
pelo Poder Judiciário por existir dúvida acerca do seu 
valor e não podem ser inferiores aos estabelecidos na 
tabela organizada pelo Conselho Seccional da OAB. Além 
disso, o advogado, quando indicado para patrocinar causa 
de juridicamente necessitado, no caso de impossibilidade 
da Defensoria Pública no local da prestação de serviço, 
tem direito aos honorários fixados pelo juiz, segundo 
tabela organizada pelo Conselho Seccional da OAB, e 
pagos pelo Estado. 
Honorários de sucumbência: são aqueles devidos 
pela parte vencida, sendo que, de acordo com o CPC/2015, 
serão fixados entre o mínimo de 10% e o máximo de 20% 
(art. 85, § 2º, do CPC/15). É nula qualquer disposição, 
cláusula, regulamento ou convenção individual ou coletiva 
que retire do advogado o direito ao recebimento dos 
honorários de sucumbência (§ 3º do art. 24 do EAOAB). 
Honorários assistenciais: a Lei nº 13.725/2018 
acrescentou os § §s 6º 7º ao art. 22 do EAOAB, tratando 
dos honorários assistenciais (fixados em ações coletivas 
para entidades de classe que atuam como substitutos 
processuais, como os sindicatos) e deixando claro: 
I) a possibilidade de cumulação entre honorários
assistenciais fixados com entidade de classe e honorários
de sucumbência, o que muitas vezes era vedado pela
Justiça do trabalho em relação às ações dos sindicatos
e II) a possibilidade dea entidade de classe firmar
contrato de honorários advocatícios diretamente com os
beneficiários da ação coletiva
Crédito privilegiado: a decisão judicial que fixar ou 
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arbitrar honorários e o contrato escrito que os estipular 
são títulos executivos e constituem crédito privilegiado na 
recuperação judicial, concurso de credores, insolvência 
civil e liquidação extrajudicial, conforme art. 24 do EAOAB. 
Cláusula quota litis: considerada aquela que 
estipula participação do advogado sobre o ganho da 
demanda. Para ser válida, os honorários devem ser 
necessariamente representados por pecúnia e, quando 
acrescidos dos honorários da sucumbência, não podem 
ser superiores às vantagens advindas a favor do cliente.
Execução: a execução dos honorários pode ser 
promovida nos mesmos autos da ação em que tenha 
atuado o advogado, se assim lhe convier. Em outras 
palavras, não há necessidade de um novo processo para 
que o advogado possa executar os honorários devidos.
Prescrição: o prazo prescricional para que o 
advogado ajuíze a ação de cobrança dos honorários 
advocatícios é de 5 anos, contados: I - do vencimento do 
contrato, se houver; II - do trânsito em julgado da decisão 
que os fixar; III - da ultimação do serviço extrajudicial; IV - 
da desistência ou transação; V - da renúncia ou revogação 
do mandato.
Título de Crédito: o crédito por honorários advocatícios, 
seja do advogado autônomo, seja de sociedade de advogados, 
não autoriza o saque de duplicatas ou qualquer outro 
título de crédito de natureza mercantil, podendo, apenas, 
ser emitida fatura, quando o cliente assim pretender, com 
fundamento no contrato de prestação de serviços, a qual, 
porém, não poderá ser levada a protesto. 
Compensação: permite-se a compensação de créditos, 
pelo advogado, de importâncias devidas ao cliente, quando 
o contrato de prestação de serviços a autorizar ou quando
houver autorização especial do cliente para esse fim,
devidamente firmada (art. 48, § 2º, do CEDOAB).
Alteração Importante: a) a Lei nº 13.725/2018 
revogou o art. 16 da Lei 5.584/1970, o que deixou claro 
que os honorários advocatícios, nas ações sindicais, 
devem ser revertidos para advogados habilitados na 
ação e não em favor da entidade sindical; b) a mesma 
lei acrescentou os §§ 6º e 7º ao art. 22 do EAOAB 
estabelecendo: I) a possibilidade de cumulação entre 
honorários assistenciais fixados com entidade de classe 
e honorários de sucumbência, o que muitas vezes era 
vedado pela Justiça do trabalho em relação às ações dos 
sindicatos e II) a possibilidade de a entidade de classe 
firmar contrato de honorários advocatícios diretamente 
com os beneficiários da ação coletiva.
Sistema de cartão de crédito: é lícito ao advogado ou 
à sociedade de advogados empregar, para o recebimento 
de honorários, sistema de cartão de crédito, mediante 
credenciamento junto a empresa operadora do ramo (art. 
53 do CEDOAB).
10. INCOMPATIBILIDADE E
IMPEDIMENTO
Incompatibilidade: a incompatibilidade representa 
a proibição total do exercício da advocacia, mesmo em 
causa própria, em razão da ocupação de determinado 
cargo. Inscrição será cancelada. 
Impedimento: a restrição parcial para o exercício 
da advocacia, ou seja, a própria lei delimita em quais 
situações o impedido não poderá exercer a advocacia.
INCOMPATIBILIDADE 
(ART. 28 DO EAOAB) IMPEDIMENTO 
I - Chefe do Poder 
Executivo e membros da 
Mesa do Poder Legislativo e 
seus substitutos legais
II - Membros de órgãos do 
Poder Judiciário, do Ministério 
Público, dos tribunais e 
conselhos de contas, dos 
juizados especiais, da justiça 
de paz, juízes classistas, bem 
como de todos os que exerçam 
função de julgamento em 
órgãos de deliberação coletiva 
da administração pública 
direta e indireta
III - Ocupantes de cargos ou 
funções de direção em Órgãos 
da Administração Pública 
direta ou indireta, em suas 
fundações e em suas empresas 
controladas ou concessionárias 
de serviço público
IV - ocupantes de cargos 
ou funções vinculados direta 
ou indiretamente a qualquer 
órgão do Poder Judiciário 
e os que exercem serviços 
notariais e de registro.
V - Ocupantes de cargos 
ou funções vinculados direta 
ou indiretamente a atividade 
policial de qualquer natureza.
VI - Militares de qualquer 
natureza, na ativa.
VII - Ocupantes de cargos 
ou funções que tenham 
competência de lançamento, 
arrecadação ou fiscalização 
de tributos e contribuições 
parafiscais
VIII - Ocupantes de funções 
de direção e gerência em 
instituições financeiras, 
inclusive privadas. 
I - Os servidores da 
administração direta, 
indireta e fundacional, 
contra a Fazenda Pública 
que os remunere ou à 
qual seja vinculada a 
entidade empregadora.
II - Os membros 
do Poder Legislativo, 
em seus diferentes 
níveis, contra ou a 
favor das pessoas 
jurídicas de direito 
público, empresas 
públicas, sociedades 
de economia mista, 
fundações públicas, 
entidades paraestatais 
ou empresas
concessionárias ou 
permissionárias de 
serviço público. 
O advogado que atua impedido comete ato infracional 
punível com censura (art. 34, I, o EAOAB), já o advogado 
que mantém conduta incompatível com a advocacia 
comete infração punível com suspensão (art. 34, XXV, do 
EAOAB).
11. INFRAÇÕES E SANÇÕES DISCIPLINARES
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CENSURA 
Representa a reprovação oficial 
da conduta do advogado, fazendo-
se constar nos seus assentamentos 
a infração cometida, mas não se 
permite a divulgação/publicidade da 
censura. Quando houver circunstância 
atenuante, poderá ser convertida em 
advertência, por meio de um ofício 
reservado ao advogado, sem registro 
nos seus assentamentos.
SUSPENSÃO 
Acarreta ao infrator a interdição 
do exercício profissional, em todo 
o território nacional, pelo prazo
de trinta dias a doze meses, ou
por tempo indeterminado até que
o advogado cumpra determinada
providência, como satisfação
integral da dívida (incisos XXI e XXIII
do art. 34) e nova habilitação (inciso
XXIV do art. 34).
EXCLUSÃO 
Aplicada quando o advogado 
cometer infração gravíssima ou 
quando houver reiteração, por 
três vezes, da pena de suspensão. 
Representa a exclusão do advogado 
dos quadros da OAB e somente será 
aplicada se houver voto de 2/3 dos 
membros do Conselho Seccional 
Competente.
MULTA 
A multa, variável entre o mínimo 
correspondente ao valor de uma 
anuidade e o máximo de seu décuplo, 
é aplicável cumulativamente com a 
censura ou suspensão, em havendo 
circunstâncias agravantes (art. 39 do 
EAOAB).
Hipóteses de aplicação: 
Censura: cometer infrações mais leves, definidas 
nos incisos I a XVI e XXIX do art. 34 do EAOAB, quando 
houver violação a preceito do Código de Ética e Disciplina 
ou quando houver violação a preceito do EAOAB, e para 
a infração não se tenha estabelecido sanção mais grave. 
I - exercer a profissão, quando impedido de fazê-lo, 
ou facilitar, por qualquer meio, o seu exercício aos não 
inscritos, proibidos ou impedidos; II - manter sociedade 
profissional fora das normas e preceitos estabelecidos 
nesta lei; III - valer-se de agenciador de causas, mediante 
participação nos honorários a receber; IV - angariar ou 
captar causas, com ou sem a intervenção de terceiros; V - 
assinar qualquer escrito destinado a processo judicial ou 
para fim extrajudicial que não tenha feito, ou em que não 
tenha colaborado; VI - advogar contra literal disposição 
de lei, presumindo-se a boa-fé quando fundamentado 
na inconstitucionalidade, na injustiça da lei ou em 
pronunciamento judicial anterior; 
VII - violar, sem justa causa, sigilo profissional; VIII 
- estabelecer entendimento com a parte adversa sem
autorização do cliente ou ciência do advogado contrário;
IX- prejudicar, por culpa grave, interesse confiado ao
seu patrocínio; X - acarretar, conscientemente, por ato
próprio, a anulação ou a nulidade do processo em que
funcione; XI - abandonar a causa sem justo motivo
ou antes de decorridos dez dias da comunicação da
renúncia; XII - recusar-se a prestar, sem justo motivo,
assistência jurídica, quando nomeado em virtude de
impossibilidade da Defensoria Pública: Desse modo, a
recusa que caracteriza a infração disciplinar é aquela
feita sem justo motivo quando não houver assistência
da Defensoria Pública; XIII - fazer publicar na imprensa,
desnecessária e habitualmente, alegações forenses ou
relativas a causas pendentes; XIV - deturpar o teor de
dispositivo de lei, de citação doutrinária ou de julgado,
bem como de depoimentos, documentos e alegações da
parte contrária, para confundir o adversário ou iludir o
juiz da causa; XV - fazer, em nome do constituinte, sem
autorização escrita deste, imputação a terceiro de fato
definido como crime; XVI - deixar de cumprir, no prazo
estabelecido, determinação emanada do órgão ou de
autoridade da Ordem, em matéria da competência desta,
depois de regularmente notificado; XXIX - praticar, o
estagiário, ato excedente de sua habilitação.
A censura pode ser convertida em advertência, 
quando houver, entre outras, as seguintes circunstancias 
atenuantes (art. 40 do EAOAB): I - falta cometida na defesa de 
prerrogativa profissional; II - ausência de punição disciplinar 
anterior; III - exercício assíduo e proficiente de mandato 
ou cargo em qualquer órgão da OAB e IV - prestação de 
relevantes serviços à advocacia ou à causa pública. 
Suspensão: a sanção de suspensão é aplicável nos 
casos de infrações mais graves definidas nos incisos 
XVII a XXV do art. 34, ou quando houver reincidência da 
prática de infração disciplinar.
XVII - prestar concurso a clientes ou a terceiros para 
realização de ato contrário à lei ou destinado a fraudá-
la; XVIII - solicitar ou receber de constituinte qualquer 
importância para aplicação ilícita ou desonesta; XIX 
- receber valores, da parte contrária ou de terceiro,
relacionados com o objeto do mandato, sem expressa
autorização do constituinte; XX - locupletar-se,
por qualquer forma, à custa do cliente ou da parte
adversa, por si ou interposta pessoa; XXI - recusar-
se, injustificadamente, a prestar contas ao cliente de
quantias recebidas dele ou de terceiros por conta dele;
XXII - reter, abusivamente, ou extraviar autos recebidos 
com vista ou em confiança; XXIII - deixar de pagar as
contribuições, multas e preços de serviços devidos
à OAB, depois de regularmente notificado a fazê-lo
(Atenção: essa previsão passou a ser considerada
inconstitucional pela STF desde abril de 2020 - RE
647885 - repercussão geral) ; XXIV - incidir em
erros reiterados que evidenciem inépcia profissional;
XXV - manter conduta incompatível com a advocacia;
Exclusão: é aplicável nos casos de infrações 
gravíssimas, definidas nos incisos XXVI a XXVIII do art. 
34 do EAOAB, ou no caso de aplicação, por três vezes, 
de suspensão, não importando a infração cometida. O 
advogado excluído terá sua inscrição cancela, podendo 
voltar a advogar apenas se for reabilitado.
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XXVI - fazer falsa prova de qualquer dos requisitos 
para inscrição na OAB; 
XXVII - tornar-se moralmente inidôneo para o exercício 
da advocacia; XXVIII - praticar crime infamante.
Prescrição: de acordo com o art. 43 do EAOAB, a 
pretensão à punibilidade (prescrição da pretensão punitiva) 
das infrações disciplinares prescreve em 5 (cinco) anos, 
contados da data da constatação oficial do fato. 
Interrupção: o § 2º do art. 43 do EAOAB, por sua 
vez, estabelece que a prescrição será interrompida: 
I - pela instauração de processo disciplinar ou pela 
notificação válida feita diretamente ao representado e II 
- pela decisão condenatória recorrível de qualquer órgão
julgador da OAB
Prescrição Intercorrente: aplica-se a prescrição a 
todo processo disciplinar paralisado por mais de três 
anos, pendente de despacho ou julgamento (prescrição 
intercorrente), devendo ser arquivado de ofício, ou a 
requerimento da parte interessada, sem prejuízo de 
serem apuradas as responsabilidades pela paralisação.
Reabilitação: de acordo com o artigo 41 do EAOAB, é 
permitido ao que tenha sofrido qualquer sanção disciplinar 
requerer, um ano após seu cumprimento, a reabilitação, 
em face de provas efetivas de bom comportamento.
Entretanto, se a sanção disciplinar tiver resultado 
da prática de crime, apenas após a reabilitação criminal 
decretada pelo Poder Judiciário poderá ser pleitear a 
reabilitação disciplinar na OAB. Nesse caso, não haverá 
necessidade de outras provas de bom comportamento, 
porque todas já foram apreciadas em sede judicial. 
Revisão disciplinar: a revisão do processo disciplinar 
é cabível quando houver erro de julgamento ou por 
condenação baseada em falsa prova e pode ser pedida a 
qualquer tempo, desde que haja o trânsito em julgado da 
decisão condenatória.
Legitimidade: tem legitimidade para requerer a 
revisão o advogado punido com a sanção disciplinar.
Competência: a competência para processar e 
julgar o processo de revisão é do órgão de que emanou a 
condenação final.
12. ORDEM DOS ADVOGADOS
DO BRASIL
Vejamos cada um dos órgãos da OAB: 
1) CONSELHO FEDERAL
Composição: dotado de personalidade jurídica 
própria, com sede na capital da República, é o órgão 
supremo da OAB e é composto por: a) Um Presidente: 
representa a OAB nacional e internacionalmente, em 
juízo ou fora dele, devendo promover a administração 
patrimonial e dar execução às suas decisões do Conselho; 
b) Conselheiros Federais integrantes das delegações de
cada unidade: Cada Unidade da Federação (Conselho
Seccional) envia três conselheiros federais para compor o 
Conselho Federal; c) Ex-presidentes: não possuem direito
a voto, mas apenas direito a voz nas sessões. Assegura-
se, como exceção, o direito de voto aos ex-presidentes 
que exerceram mandato antes da vigência do EAOAB ou 
que se encontravam em exercício naquela data. 
Órgãos: o Conselho Federal é formado pelos 
seguintes órgãos: Conselho Pleno, Órgão Especial do 
Conselho Pleno, Primeira, Segunda e Terceira Câmaras, 
Diretoria e Presidente. O voto em qualquer órgão 
colegiado do Conselho Federal é tomado por delegação. 
Principais atribuições: a) representar, em juízo 
ou fora dele, os interesses coletivos ou individuais 
dos advogados; b) representar, com exclusividade, os 
advogados brasileiros nos órgãos e eventos internacionais 
da advocacia; c) editar e alterar o Regulamento Geral, 
o Código de Ética e Disciplina, e os Provimentos que
julgar necessários; d) intervir nos Conselhos Seccionais,
onde e quando constatar grave violação desta lei ou do
regulamento geral; e) elaborar as listas (listas triplas)
constitucionalmente previstas, vedada a inclusão de nome
de membro do próprio Conselho ou de outro órgão da OAB; 
f) ajuizar ação direta de inconstitucionalidade de normas
legais e atos normativos, ação civil pública, mandado de
segurança coletivo, mandado de injunção e demais ações
cuja legitimação lhe seja outorgada por lei e g) criar de
novos Conselhos Seccionais por meio de resolução.
2) CONSELHOS SECCIONAIS
Os Conselhos Seccionais possuem personalidade 
jurídica própria e têm jurisdição sobre os respectivos 
territórios dos Estados-membros, do Distrito Federal 
e dos Territórios. Para cada Estado e para o Distrito 
Federal, portanto, há um Conselho Seccional.
Composição: o Conselho Seccional compõe-se 
de conselheiros em número proporcional ao de seus 
inscritos, segundo critérios estabelecidos no regulamento 
geral: I – abaixo de 3.000 (três mil) inscritos, até 30 (trinta) 
membros e II – a partir de 3.000 (três mil) inscritos, mais 
um membro por grupo completo de 3.000 (três mil) 
inscritos, até o totalde 80 (oitenta) membros. 
Direito à voz: quando presentes às sessões do 
Conselho Seccional, o Presidente do Conselho Federal, 
os Conselheiros Federais integrantes da respectiva 
delegação, o Presidente da Caixa de Assistência dos 
Advogados e os Presidentes das Subseções terão direito 
a voz na sessão. Os ex-presidentes do Conselho Seccional 
e o Presidente do Instituto dos Advogados local são 
membros honorários e também possuem direito à voz. 
Principais atribuições: a) criar as Subseções e a 
Caixa de Assistência dos Advogados; b) julgar, em grau 
de recurso, as questões decididas por seu Presidente, 
por sua diretoria, pelo Tribunal de Ética e Disciplina, 
pelas diretorias das Subseções e da Caixa de Assistência 
dos Advogados; c) fixar a tabela de honorários, válida 
para todo o território estadual; d) realizar o Exame de 
Ordem; e) decidir os pedidos de inscrição nos quadros 
de advogados e estagiários; d manter cadastro de seus 
inscritos; * determinar, com exclusividade, critérios para 
o traje dos advogados, no exercício profissional; f) definir
a composição e o funcionamento do Tribunal de Ética e
Disciplina, e escolher seus membros; g) eleger as listas
(listas sêxtuplas), constitucionalmente previstas, vedada a
inclusão de membros do próprio Conselho e de qualquer
órgão da OAB; h) intervir nas Subseções e na Caixa de
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Assistência dos Advogados; i) ajuizar, após deliberação: 
I) ação direta de inconstitucionalidade de leis ou atos
normativos estaduais e municipais, em face da Constituição 
Estadual ou da Lei Orgânica do Distrito Federal; II)
ação civil pública, para defesa de interesses difusos
de caráter geral e coletivos e individuais homogêneos;
III) mandado de segurança coletivo, em defesa de seus
inscritos, independentemente de autorização pessoal
dos interessados; IV) mandado de injunção, em face
da Constituição Estadual ou da Lei Orgânica do Distrito
Federal. 
3) SUBSEÇÕES
Não possuem personalidade jurídica própria. Podem 
ser criadas pelo Conselho Seccional, que fixa a área 
territorial e os seus limites de competência e autonomia. 
A área territorial da Subseção pode abranger um ou mais 
municípios, ou parte de município, inclusive da capital do 
Estado, contando com um mínimo de quinze advogados, nela 
profissionalmente domiciliados (§ 2º do art. 60 do EAOAB). 
Principais atribuições: a) representar a OAB perante 
os poderes constituídos; b) instaurar e instruir processos 
disciplinares, os quais, após instruídos, são remetidos 
Tribunal de Ética e Disciplina para Julgamento; c) instruir 
e emitir parecer sobre pedido de inscrição de advogado e 
estagiário, para decisão do Conselho Seccional.
Conflitos de Competência: os conflitos de 
competência entre subseções e entre estas e o Conselho 
Seccional são por este decididos, com recurso voluntário 
ao Conselho Federal (119 do RGEAOAB). 
4) CAIXA DE ASSISTÊNCIA DOS ADVOGADOS
As Caixas de Assistência dos Advogados possuem 
personalidade jurídica própria, adquirida com a 
aprovação e registro de seu estatuto pelo respectivo 
Conselho Seccional da OAB, e são criadas pelos Conselhos 
Seccionais, quando estes contarem com mais de 1.500 
(mil e quinhentos) inscritos, para prestarem assistência 
aos inscritos no Conselho Seccional a que se vincule, 
como serviços de livraria e farmácia, podendo ainda 
promover seguridade complementar.
Eleições e mandatos 
Eleição na segunda quinzena do mês de novembro, do 
último ano do mandato, mediante cédula única e votação 
direta dos advogados regularmente inscritos. O voto é 
obrigatório para todos os advogados inscritos na OAB. 
Para se canditar, o advogado deve ter 3 anos de advocacia 
(Conselho e Subseções) e 5 anos nos demais cargos. 
O mandato em qualquer órgão da OAB é de três 
anos, podendo ser extinto automaticamente, antes 
do seu término, quando: I - ocorrer qualquer hipótese 
de cancelamento de inscrição ou de licenciamento 
do profissional; II - o titular sofrer qualquer tipo de 
condenação disciplinar; III - o titular faltar, sem motivo 
justificado, a três reuniões ordinárias consecutivas de 
cada órgão deliberativo do conselho ou da diretoria da 
Subseção ou da Caixa de Assistência dos Advogados, não 
podendo ser reconduzido no mesmo período de mandato.
Aquisição, oneração ou alienação de bens da OAB
Compete à Diretoria de cada órgão decidir pela 
aquisição de qualquer bem (móvel ou imóvel) e dispor 
sobre os bens móveis.
Já alienação ou a oneração de bens imóveis 
depende de aprovação do Conselho Federal (maioria 
das delegações) ou do Conselho Seccional (maioria dos 
membros efetivos), conforme art. 48 do RGEAOAB.
13. PROCESSO NA OAB
Processo Disciplinar: para que as sanções 
disciplinares sejam aplicadas ao advogado infrator, deve 
ser instaurado prévio processo disciplinar, conforme a 
seguir estudado.
Local de Tramitação do Processo Disciplinar: o poder 
de punir disciplinarmente os inscritos na OAB compete 
exclusivamente ao Conselho Seccional em cuja base 
territorial tenha ocorrido a infração, salvo se a falta for 
cometida perante o Conselho Federal (art. 70 do EAOAB). 
A competência territorial, portanto, é do local onde 
ocorreu a infração. 
Instauração: o processo disciplinar pode ser 
instaurado por representação, formulada ao Presidente 
do Conselho Seccional ou ao Presidente da Subseção, por 
escrito ou verbalmente, devendo, neste último caso, ser 
reduzida a termo, ou de ofício, em função do conhecimento 
do fato, quando obtido por meio de fonte idônea ou em 
virtude de comunicação da autoridade competente. 
Denúncia Anônima: o CEDOAB não admite a 
instauração de processo disciplinar em razão de denúncia 
anônima (§ 2º do art. 55). Portanto, a representação feita 
sem a identificação do representante não será aceita.
Designação de Relator para Instrução do Processo: 
Recebida a representação, o Presidente do Conselho 
Seccional ou o da Subseção, quando esta dispuser 
de Conselho, designa relator, por sorteio, um de seus 
integrantes, para presidir a instrução processual (art. 58, 
caput, do CED).
Competência: A instrução do processo ocorre 
no Conselho Seccional ou na Subseção, quando esta 
dispuser de Conselho. Após a instrução, o processo será 
remetido ao Tribunal de Ética, que proferirá decisão.
Designação de Relator para Instrução do Processo: 
recebida a representação, o Presidente do Conselho 
Seccional ou o da Subseção, quando esta dispuser 
de Conselho, designa relator, por sorteio, um de seus 
integrantes, para presidir a instrução processual. 
Análise de Admissibilidade: o relator, atendendo 
aos critérios de admissibilidade, emitirá parecer 
propondo a instauração de processo disciplinar ou o 
arquivamento liminar da representação, no prazo de 
30 (trinta) dias, sob pena de redistribuição do feito pelo 
Presidente do Conselho Seccional ou da Subseção para 
outro relator, observando-se o mesmo prazo, conforme 
§ 3º do art. 58 do CEDOAB. Preenchidos os requisitos
de admissibilidade, compete ao relator do processo
disciplinar determinar a notificação dos interessados
para prestar esclarecimentos ou a do representado para 
apresentar defesa prévia, no prazo de 15 (quinze) dias,
em qualquer caso (art. 59, caput, do CEDOAB).
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ÉTICA PROFISSIONAL - RESUMO PARA A PROVA DA OAB/FGV 
1212
Defesa Prévia: preenchidos os requisitos de 
admissibilidade, compete ao relator do processo 
disciplinar determinar a notificação dos interessados 
para prestar esclarecimentos ou a do representado para 
apresentar defesa prévia, no prazo de 15 (quinze) dias 
(art. 59, caput, do CED). 
Revelia: se o representado não apresentar defesa 
prévia ele será considerado revel, mas o efeito da revelia 
é a nomeação de defensor dativo, não havendo presunção

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