Prévia do material em texto
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE PATOS DE MINAS CURSO: ODONTOLOGIA DISCIPLINA: PROJETO INTEGRADOR 1 PROFESSORES: HELVÉCIO MARANGON JÚNIOR E THIAGO DE AMORIM CARVALHO CAPACITAÇÃO DE AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE ACERCA DO USO DE CARTILHA PARA ORIENTAÇÃO DE GESTANTES PATOS DE MINAS 2024 Adriele Oliveira Silva Bruna Laiza Gonçalves Silva Gabriely Stefany Pereira da Costa Isadora Cruz Ulhoa Kauane Karoline da Silva Laysa Fonseca Nunes PATOS DE MINAS 2024 CAPACITAÇÃO DE AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE ACERCA DO USO DE CARTILHA PARA ORIENTAÇÃO DE GESTANTES Projeto de Intervenção elaborado como requisito parcial de avaliação no Projeto Integrador I, do Curso de Odontologia do Centro Universitário de Patos de Minas, sob orientação do Professor Dr.Helvécio Marangon Júnior e do Professor Dr. Thiago de Amorim Carvalho. PATOS DE MINAS 2024 1 INTRODUÇÃO 1.1 No Brasil, as ações pré-natais apresentam uma heterogeneidade significativa, com variações entre os estados , sendo caracterizadas pela falta de padronização nas práticas de cuidados. Isso resulta em diferentes níveis de cobertura e acesso aos serviços, destacando a necessidade de uma abordagem mais consistente e universal, para garantir que todas as gestantes recebam atenção e cuidados adequados durante o período pré-natal (NUNES et al., 2016). 1.2 Apesar do avanço da previsão e tratamento da cárie na primeira infância, a cárie precoce continua sendo um fardo significativo para a saúde pública e que precisa de estratégias preventivas mais eficientes. A gravidez é um período ideal para promover a prevenção dessa doença, dada a profunda influência da saúde bucal materna e dos comportamentos na saúde bucal das crianças. No entanto, estudos mostraram resultados discutíveis em relação à eficácia da prevenção da cárie precoce, por meio da intervenção pré-natal. Um importante estudo revisou, sistematicamente, as evidências científicas relacionadas à associação entre cuidados de saúde bucal pré-natal, incidência de cárie precoce e transporte de Streptococcus mutans em crianças. Os autores avaliaram cinco outros estudos (três ensaios clínicos randomizados, um estudo de coorte prospectivo e um estudo de caso-controle), avaliando-os qualitativamente. Estes estudos resultaram que os cuidados de saúde bucal pré-natais testados incluíram o fornecimento de suplementos de flúor, exames/limpezas bucais, educação em saúde bucal, encaminhamentos de tratamento odontológico e mastigação de goma de xilitol( Xiao et al., 2019). 1.3 Segundo um relevante estudo, a orientação de busca por atendimentos odontológicos, durante a gestação, pode estar relacionada com fatores sociodemográficos , gestacionais e demandas odontológicas. O pré-natal odontológico é de suma importância, considerando que os cuidados preventivos de doenças bucais, durante o período gestacional,tornam-se fundamentais. Os cuidados de saúde bucal durante a gestação resultam em melhorias de aspectos sistêmicos. A orientação e o incentivo realizados pela equipe de saúde são essenciais na decisão da gestante em buscar o acompanhamento de pré-natal odontológico.Esse processo tem como finalidade a estratégia de redução de evasão durante o período gestacional(GALVAN et al., 2021). 1.4 O uso de materiais educativos no período de gestação é muito importante, pois tais materiais informativos ajudarão no pré-natal odontológico. Nota-se que o uso desses materiais contribuem para uma gestação segura e acompanhada de profissionais especializados, utilizando práticas comuns do Sistema Único de Saúde (SUS) que visam melhorar o atendimento às necessidades de cada gestante (MORAIS, 2023). 1.4 Por meio de um estudo sobre materiais educativos para saúde, com a intenção de auxiliar as gestantes e subsidiar a orientação verbal dos profissionais de saúde, avaliou-se se o material educativo era claro e eficaz. É de grande importância que as gestantes tenham acesso à materiais educativos que contenham orientações sobre saúde bucal. Nesse contexto, os materiais são considerados ferramentas facilitadoras para o autocuidado da gestante e futuramente o cuidado de seu filho (ECHER, 2005). 1.5 Em outro estudo sobre a participação dos agentes comunitários de saúde, avaliando conhecimentos sobre saúde bucal, procurou-se avaliar os seus treinamentos específicos com dentistas, em saúde bucal, e seus vínculos com a Unidade de Saúde da Família. Observou-se que 23,6% dos agentes afirmaram que a equipe realizava reuniões frequentes e 12% disseram que os dentistas realizavam capacitação em saúde bucal. Para 68,1% a experiência de vida era a fonte do conhecimento prévio sobre os assuntos (SILVA et al., 2021). 1.1 Formulação do problema É importante que gestantes passem por todas as consultas do pré-natal odontológico. O absenteísmo às consultas pré-natais pode ocasionar problemas de saúde tanto para a mãe quanto para o bebê. Desta forma, a partir da observação da realidade, levantam-se as seguintes questões: Quais os estímulos necessários para atrair as gestantes para as consultas pré-natais e quais as barreiras enfrentadas por elas e pelos profissionais de saúde para este fim? Como estratégia para resolução deste problema, pode-se utilizar a capacitação dos agentes comunitários de saúde, já que o vínculo destes profissionais com a gestantes é facilitado. Justificativa O treinamento dos agentes comunitários de saúde sobre pré-natal odontológico é importante pois eles desempenham um papel crucial na promoção da saúde e na conscientização da população sobre a importância dos cuidados durante a gravidez. Esses profissionais podem fornecer informações sobre higiene oral, dieta saudável e cuidados dentários preventivos, contribuindo assim para a redução de complicações bucais durante a gestação, como a doença periodontal, que pode estar relacionada a partos prematuros e bebês de baixo peso ao nascer. Além disso, ao estarem bem informados, os agentes comunitários podem encaminhar gestantes para serviços odontológicos adequados, garantindo um acompanhamento eficaz da saúde bucal durante a gravidez. O pré-natal odontológico é fundamental para garantir a saúde bucal da gestante e do bebê. Durante a gravidez, as alterações hormonais podem aumentar o risco de problemas dentários, como cáries e doenças periodontais. Além disso, infecções na boca podem afetar negativamente a saúde geral da mãe e do feto. Portanto, o acompanhamento odontológico regular durante a gravidez ajuda a prevenir complicações e a promover um desenvolvimento saudável para ambos. 3. Objetivos 3.1.Objetivo geral Capacitar os agentes comunitários de saúde do município no uso da cartilha da gestante para estímulo ao pré-natal odontológico 3.2. Objetivos específicos ● Abordar temáticas relativas à saúde bucal na gestação ● Subsidiar estratégias para a redução do absenteísmo nas consultas odontológicas pré-natais 2 REFERENCIAL TEÓRICO 1.1 Análise do Uso das Tecnologias para a Telessaúde nos Cuidados Pré-natais Telessaúde e Transformação dos Cuidados de Saúde: A telessaúde, definida como a utilização de tecnologias de informação e comunicação para fornecer serviços de saúde à distância, tem desempenhado um papel significativo na transformação dos cuidados de saúde. Ao longo das últimas décadas, a telessaúde tem se expandido para diversas áreas, incluindo os cuidados pré-natais, oferecendo novas oportunidades para melhorar o acesso e a qualidade dos serviços de saúde.Benefícios da Telessaúde nos Cuidados Pré-natais: O uso das tecnologias para a telessaúde nos cuidados pré-natais oferece uma série de benefícios tanto para as gestantes quanto para os profissionais de saúde. Entre esses benefícios, destacam-se a melhoria do acesso aos serviços de saúde, especialmente em áreas remotas ou carentes de recursos, a redução das barreiras geográficas e temporais, e o aumento do envolvimento das gestantes no autocuidado e na tomada de decisões relacionadas à sua saúde e à do feto.Tecnologias Utilizadasna Telessaúde Pré-natal: Diversas tecnologias são empregadas na prestação de serviços de telessaúde pré-natal, incluindo aplicativos móveis, dispositivos de monitoramento remoto, videoconferência e telemedicina. Essas ferramentas permitem a realização de consultas médicas à distância, o monitoramento contínuo da saúde materna e fetal, a educação em saúde, o rastreamento de sintomas e a comunicação entre gestantes e profissionais de saúde.Desafios e Limitações da Telessaúde Pré-natal: Apesar dos benefícios potenciais, o uso das tecnologias para a telessaúde nos cuidados pré-natais enfrenta alguns desafios e limitações. Entre eles, destacam-se questões relacionadas à privacidade e segurança dos dados, acessibilidade digital, desigualdades socioeconômicas e culturais, além da necessidade de garantir a qualidade e eficácia dos serviços prestados à distância.Considerações Éticas e Legais: É fundamental abordar considerações éticas e legais ao implementar a telessaúde nos cuidados pré-natais, incluindo a proteção da privacidade e confidencialidade das informações dos pacientes, a regulação da prática da medicina à distância e a definição de responsabilidades profissionais dos prestadores de cuidados de saúde( Shmerling et al.,2022) 1.1 O objetivo deste estudo é avaliar a qualidade da assistência pré-natal fornecida a gestantes que utilizaram serviços de saúde públicos e/ou privados, utilizando dados da pesquisa Nascer no Brasil, conduzida entre 2011 e 2012. As informações foram coletadas por meio de entrevistas com as mães durante a internação hospitalar e a análise de dados presentes nos cartões de pré-natal.O pré-natal é uma fase crucial no cuidado à saúde da gestante e do feto, pois permite a identificação precoce de riscos e a implementação de intervenções preventivas e terapêuticas adequadas. A qualidade da assistência pré-natal é determinante para os desfechos da gestação, parto e saúde neonatal.A avaliação da qualidade da assistência pré-natal envolve diferentes aspectos, como o acesso aos serviços de saúde, a realização de exames e procedimentos recomendados, a continuidade do cuidado ao longo da gestação, o acompanhamento das condições de saúde da gestante e do feto, e a comunicação e interação entre profissionais de saúde e gestantes.A pesquisa Nascer no Brasil, por sua abrangência nacional e rigor metodológico, fornece uma oportunidade única para investigar a qualidade da assistência pré-natal no contexto brasileiro, permitindo identificar pontos fortes e áreas de melhoria nos serviços de saúde públicos e privados.Ao analisar os dados da pesquisa Nascer no Brasil, espera-se obter insights valiosos sobre a qualidade da assistência pré-natal no país, contribuindo para o desenvolvimento de políticas e práticas de saúde voltadas para a melhoria dos cuidados oferecidos às gestantes e seus bebês ( VIELLAS et al., 2014). 1.1 A qualidade da atenção pré-natal é um indicador fundamental da eficácia dos sistemas de saúde em garantir cuidados adequados às gestantes e aos seus bebês. Investigar a qualidade da atenção pré-natal no Brasil de 2005 a 2015 em relação ao acesso e à adequação da assistência prestada é essencial para compreender os avanços e desafios enfrentados nesse período.Durante a última década, o Brasil implementou uma série de políticas e programas voltados para a melhoria do cuidado pré-natal, como o Programa Nacional de Humanização do Parto e Nascimento (PNHAN) e a Estratégia de Saúde da Família (ESF). Essas iniciativas visavam aumentar o acesso aos serviços de saúde, promover a realização de consultas de pré-natal de qualidade e reduzir as desigualdades no cuidado materno-infantil.A avaliação da qualidade da atenção pré-natal abrange diversos aspectos, incluindo o acesso oportuno aos serviços de saúde, a realização de consultas e exames preconizados pelo Ministério da Saúde, a continuidade do cuidado ao longo da gestação, a adequação das intervenções realizadas de acordo com as necessidades da gestante e do feto, e a satisfação das gestantes com a assistência recebida.Estudos anteriores sobre a qualidade da atenção pré-natal no Brasil destacaram desafios persistentes, como a falta de acesso a serviços de saúde em áreas remotas e de baixa renda, a baixa frequência de consultas de pré-natal, a realização insuficiente de exames e procedimentos recomendados, e a desigualdade no acesso e na qualidade da assistência entre diferentes grupos populacionais.A investigação da qualidade da atenção pré-natal de 2005 a 2015 permitirá uma análise longitudinal dos progressos alcançados e das lacunas ainda existentes no cuidado pré-natal no Brasil. Essa análise é crucial para orientar políticas e práticas de saúde destinadas a melhorar a assistência pré-natal e promover melhores resultados de saúde materno-infantil em todo o país ( NUNES et al., 2016) 1.2 A cárie dentária grave não tratada afeta o crescimento, o peso corporal, a qualidade de vida e o desenvolvimento cognitivo de uma criança, e os efeitos se estendem além da criança para a família, a comunidade e o sistema de saúde. Fatores comportamentais precoces de saúde, incluindo práticas dietéticas e padrões alimentares, podem desempenhar um papel importante no início e desenvolvimento de doenças orais, particularmente cárie dentária. O pai/cuidador, geralmente a mãe, tem um papel crítico na adoção de comportamentos de cuidados de saúde protetores e as práticas de alimentação dos pais influenciam fortemente os comportamentos alimentares das crianças. Este estudo testará se uma intervenção precoce de promoção da saúde bucal através do uso de breves abordagens de entrevistas motivacionais (IM) e orientação antecipada (AG) pode reduzir a incidência de cárie dentária e obesidade na primeira infância. O estudo será um estudo controlado randomizado com pais e seus filhos recém-nascidos que são atendidos às 6 a 12 semanas de idade por uma enfermeira de saúde infantil/comunitária. Os pais que consentem preencherão um questionário sobre conhecimento de saúde bucal, comportamentos, autoeficácia, fatalismo de saúde bucal, estresse parental, saúde pré-natal e perinatal e fatores sociodemográficos no início do estudo e aos 12 e 36 meses. Cada par de filhos e pais será alocado para uma intervenção ou um grupo de cuidados padrão, usando blocos aleatórios gerados por computador. O grupo padrão será gerenciado através do programa padrão de triagem precoce de saúde bucal; "levante o lábio". O grupo de intervenção receberá aconselhamento de saúde bucal sob medida por consultores de saúde bucal treinados em MI e AG. As crianças participantes serão examinadas aos 24 e 36 meses para a ocorrência de cárie dentária e terão sua altura e peso registrados. As informações dietéticas obtidas de um gráfico de frequência alimentar serão usadas para determinar os padrões alimentares e dietéticos. A análise de dados usará a intenção de tratar e a análise por protocolo e usará testes de proporções e meios independentes. Testes estatísticos multivariados também serão usados para levar em conta fatores socioeconômicos e demográficos, além do conhecimento, comportamento, autoeficácia e estresse dos pais/filhos dos pais. O estudo testará os efeitos de uma intervenção de promoção da saúde bucal para afetar a saúde bucal e a saúde geral e terá o potencial de demonstrar a abordagem do "fator de risco comum" para a promoção da saúde ( Peter Arrow et al., 2013). 1.2 A importância da educação em saúde como uma estratégia para a promoção da saúde bucal no período da gravidez. As manifestações bucais mais comuns durante a gravidez foram estudadas, e a conclusão é que, embora a própria gravidez não seja responsável por tais manifestações na boca, por exemplo, cárie dentária e doenças periodontais, é necessário um acompanhamento odontológico durante o atendimento pré-natal, considerando que alterações hormonais na gravidez podem agravar as doenças contraídas. A promoção da saúde bucal para mulheres grávidastem sido focada na educação em saúde bucal, considerando-a uma parte importante do Programa de Atenção à Saúde da Mulher, conforme recomendado pela atual Política Nacional de Saúde da Boca da Política Nacional. Considera-se que, por meio de atividades de educação em saúde bucal, implementadas durante o pré-natal por uma equipe multiprofissional, sob um cirurgião bucal, as mulheres podem estar cientes da importância de seu papel na obtenção e manutenção de hábitos positivos de saúde bucal no ambiente familiar e atuar como um agente para multiplicar informações preventivas e de promoção da saúde bucal ( Deise Moreira Reis et al., 2010) 1.2 A cárie dentária é uma das doenças crônicas mais comuns que afetam indivíduos de todas as idades. A cárie na dentição primária é um dos principais fatores de risco para cárie na dentição permanente. Prevenir o desenvolvimento da primeira lesão cárie é fundamental não apenas para a saúde e o bem-estar a longo prazo, mas para reduzir a carga desta doença sobre indivíduos, famílias e a comunidade. Descritos como as origens de desenvolvimento da saúde e da doença, os eventos do período pré-natal são cada vez mais reconhecidos como tendo um impacto significativo nos resultados posteriores de saúde. Embora os fatores sociais e comportamentais desse período tenham sido ligados há muito tempo à saúde bucal, evidências emergentes da influência da epigenética e da programação do início da vida do microbioma e da resposta do hospedeiro sugerem que o período pré-natal oferece uma oportunidade oportuna para intervenções preventivas. A gravidez é um momento ideal para se concentrar em atividades de promoção da saúde, pois a maioria das mulheres tem interação regular com profissionais de saúde que podem direcionar fatores de risco antes do início da doença. Este artigo resume a compreensão contemporânea do papel dos fatores pré e perinatais na saúde bucal infantil e descreve como essa evidência pode ser usada por todos os profissionais de saúde para garantir que os bebês comecem a vida à frente no jogo da saúde bucal ( M J Silva et al.,2019) 1.3 O objetivo da análise da prevalência de consultas odontológicas durante o pré-natal e dos fatores associados à sua realização. Segundo artigo 41,4% mulheres do período do puerpério realizaram consultas odontológicas durante o pré-natal. Sendo um dos fatores a escolaridade que o maior número de consultas odontológicas foram observadas com maior escolaridade. Outro fator associado é o trabalho não remunerado, onde a probabilidade de realizar consultas odontológicas durante o pré-natal é menor entre as puérperas que não têm trabalho remunerado. Observou-se que a probabilidade de realizar consultas odontológicas durante o pré-natal é menor entre puérperas que participam de atividades educativas do SUS. Este artigo mostra que fatores como educação, emprego, consultas de pré-natal e atividade educativa aumentaram a chances de mais consultas odontológicas na gravidez. (WAGNER et al. 2021) 1.3 O intuito de avaliar o conhecimento das gestantes quanto a relação entre alterações bucais e intercorrências gestacionais. Foi contemplado que a maioria das gestantes era domésticas, com idade entre 24 a 34 anos, apresentava escolaridade incompleta. Dentre as participantes, 76% desconheciam a relação entre a saúde bucal, prematuridade e nascimento de bebês com baixo peso. Além disso, o estudo identificou uma associação estatisticamente significativa entre o nível educacional das gestantes e o conhecimento sobre o pré-natal odontológico. A maioria das gestantes com níveis mais baixos de escolaridade ignorava a existência dessa prática (90,4%). Também foi observado que uma proporção considerável (65,4%) nunca havia recebido informações sobre os cuidados de higiene bucal do bebê.Esses resultados sugerem a necessidade de intervenções educacionais direcionadas a gestantes, especialmente aquelas com níveis mais baixos de escolaridade, para aumentar a conscientização sobre a importância dos cuidados odontológicos durante a gravidez e após o nascimento do bebê. (CATÃO et al. 2015) 1.3 Verificando análise abrangente dos protocolos municipais, estaduais e internacionais relacionados aos cuidados odontológicos durante a gestação. Esses achados sugerem que há oportunidades para melhorar os protocolos nacionais, incorporando elementos importantes encontrados nos documentos internacionais, como prescrição medicamentosa, trabalho em equipe multiprofissional e abordagens específicas para problemas dentários durante a gestação. Essas melhorias podem contribuir para a promoção de cuidados odontológicos mais abrangentes e eficazes para gestantes em nível nacional. (SALIBA, et al. 2019) 1.4 Os estudos em escolas fundamentais tiveram como intuito entender a forma mais adequada e eficaz de realizar ações educativas preventivas almejando a melhoria na condição bucal da população. Utilizaram de atividades que voltassem para a higiene bucal, em alterações alimentares inadequadas e incentivos para o retorno frequentemente ao dentista. Também fizeram utilização do Prospe (programa de educação em saúde nas escolas), sendo desenvolvido em quatro escolas, fundamentando na prática de transmissão de conhecimentos, sem encorajar os alunos à dialogicidade e autonomia no cuidado à saúde ( SILVA et al., 2017).- Adriele 1.4 Os materiais educativos utilizados no estudo construíram para representação populacional sobre o Sistema Único de Saúde. O estudo objetivou analisar a veiculação do tema "acesso aos serviços de saúde bucal" no Brasil. Uma pesquisa de abordagem qualitativa e documental foi realizada, com análise das matérias relacionadas ao acesso de serviços em saúde bucal entre março de 2004 e junho de 2009. A maioria das matérias mostraram serviços odontológicos disponibilizados gratuitamente por prefeituras, faculdades, igrejas e ações maçônicas. Constatou-se também frequente divulgação sobre a disponibilidade dos serviços de saúde bucal, incisiva sinalização dos problemas do setor público e apresentação da saúde suplementar como alternativa para suprir suas ineficiências ( ESPOSTI et al; 2016). - Adriele 1.4 O estudo tinha como objetivo revisar as intervenções educativas e estimar seu impacto sobre as condições de saúde bucal. Neste estudo, destacaram revisões mencionadas que avaliaram o resultado das intervenções educativas sobre agravos bucais específicos, principalmente cárie e a doença periodontal. O presente estudo, apesar de não se propor a realizar uma metanálise a partir de uma revisão sistemática, ele objetiva a fazer uma análise ampla dos estudos, quantificando alguns de seus elementos para uma apreciação do tema (LEMKUHL et al; 2015). -Adriele 1.4 Muitos dos materiais educativos em saúde foram criados em virtude de exigências governamentais, tornaram viáveis várias técnicas quantitativas e qualitativas para a melhoria da qualidade em informações e materiais educativos em saúde. Como exemplos, temos apesquisa-ação (FONSECA et al., 2004), os grupos focais (REBERTE, HOGA e GOMES, 2012; MURPHY, SAWACZYN, GWENDOLYN, 2012; LAMATIMER, CHABOYER, GILLESPIE,2014) e os instrumentos padronizados que auxiliam a construção e a avaliação de materiais educativos e informações em saúde (DOAK, DOAK, ROOTS, 1996; CHARNOCK et al., 1999 ( SHOEMAKER et al., 2019) - Laysa 1.4 As pesquisas e estudos também apontam vários itens que devem estar presentes nesses materiais, os quais impactam sua compreensão. Tais itens incluem a extensão e complexidade de palavras e frases, listas, gráficos, tabelas, figuras, termos matemáticos e probabilísticos (COKELY, GALESI e SCHULZ, 2012; OSBORN et al., 2013; PETERS e BJALKEBRING, 2015). Para cada item ou para grupos de itens, foi criada e validada outra série específica de instrumentos. Como exemplo de instrumentos que avaliam a extensão e complexidade das palavras, pode-se citar o mais antigo e amplamente usado, o SMOG - Simple Measure of Gobbledgook. Já o PMOSE/IKIRSCHdocument readability formula verifica a acessibilidade em listas, gráficos e tabelas. (COKELY et al.,2012) - Laysa 1.4 Os materiais selecionados foram editados na última década (2011 à 2020) pelo setor público de países com sistemas de saúde universais. O primeiro material, produzido em língua inglesa pelo órgão público canadense da Region of Peel –uma subdivisão administrativa da província de Ontário - denomina-se “How to Brush Your Teeth”(REGION OFPEEL, 2020). O segundo material, produzido pelo Ministério da Saúde do Brasil em língua portuguesa do Brasil, denomina-se “Mantenha seu Sorriso Fazendo a Higiene Bucal Corretamente”(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2020). Para ambos os materiais, foi aplicado o instrumento Clear Communication Index (CDC-CCI), validado originalmente para a língua inglesa por Baur e Prue (2014) e para a língua portuguesa do Brasil por Marinho et al. (2020). Tal instrumento, foi projetado para que profissionais das diversas áreas de saúde desenvolvam e avaliem a comunicação, sobretudo a pública ( Marinho et al., 2020)- Laysa 1.5 Para avaliar os conhecimentos dos agentes comunitários de saúde sobre o processo saúde/doença bucal, das unidades vinculadas à Unidade de Saúde da Família. Foram comparados resultados entre os que atuam com e sem equipes de saúde bucal. Os autores aplicaram 12 questões sobre conhecimentos do processo saúde/doença bucal. Verificou diferenças entre os grupos dos agentes comunitários vinculados à Unidade de Saúde da Família. Com equipes de saúde bucal são melhores, quando comparado aos agentes comunitários sem equipes de saúde bucal ( GOUVÊA et al., 2015). 1.5 Procurou avaliar, mediante revisão integrativa, o conhecimento produzido na literatura acerca das atividades desempenhadas pelos agentes comunitários de saúde no Brasil. Os autores observaram as funções que os agentes comunitários de saúde exercem, várias ações com diversos contextos geográficos e culturais. Sua posição com a comunidade é estratégica , contribuindo para a saúde da sociedade (SAMUDIO et al., 2017). 1.5 O objetivo deste estudo foi analisar os motivos das faltas às consultas odontológicas em Unidades de Saúde da Família e implementar estratégias para sua redução por meio da pesquisa-ação. Dentre as estratégias, ressaltou-se a realização de palestras sobre saúde bucal e a capacitação dos agentes comunitários de saúde para a melhoria do cumprimento das consultas. Concluíram que as estratégias implementadas levaram à diminuição das faltas em 66,6% e o caráter motivador das palestras possibilitou a reflexão crítica para o redirecionamento da prática em saúde bucal ( SCHWAB et al., 2021). 3 METODOLOGIA Trata-se de um projeto de intervenção, realizado por um grupo de alunos do primeiro período de Odontologia. Este projeto será realizado na UBS Gramado, com os agentes comunitários de saúde no contexto do treinamento acerca do pré-natal odontológico. ● Todos os participantes do projeto serão submetidos a uma apresentação sobre o tema abordado: Pré-Natal Odontológico, para a avaliação do seu conhecimento. ● Educação em saúde bucal - Serão fornecidas orientações detalhadas sobre higiene oral, dieta saudável, prevenção de cáries e doenças periodontais, bem como instruções específicas para gestantes. ● Tratamento preventivo - Serão realizadas intervenções preventivas, como limpeza profissional, aplicação de flúor e selantes dentais, para reduzir o risco de problemas dentários durante a gravidez. ● Acompanhamento e monitoramento - Os pacientes serão acompanhados regularmente ao longo da gravidez para garantir a eficácia do tratamento e realizar ajustes conforme necessário. ● Registro e avaliação - Todas as intervenções e progressos serão registrados de forma sistemática para avaliar a eficácia do projeto e fazer ajustes para melhorar continuamente os cuidados odontológicos pré-natais. Será utilizada a cartilha de saúde da gestante, elaborada pelos alunos do UNIPAM e realizado um jogo de perguntas e respostas, serão feitas em uma folha, onde cada um irá responder manuscrito de acordo com seu conhecimento prévio, as seguintes perguntas: 1.Qual é a importância do pré-natal odontológico durante a gestação? 2.Quais são os principais cuidados odontológicos que uma gestante deve ter? 3.Como a saúde bucal da mãe durante a gestação pode afetar a saúde do bebê? 4.Quais são os sinais de problemas dentários comuns durante a gravidez? 5.Quais são os métodos seguros de tratamento odontológico durante a gestação? 6.Quais são os mitos comuns relacionados à saúde bucal durante a gravidez? 7.Como os Agentes Comunitários de Saúde podem incentivar as gestantes a procurarem cuidados odontológicos durante a gravidez? 8.Quais são os recursos disponíveis na comunidade para gestantes que necessitam de cuidados odontológicos? 9.Quais são os principais fatores de risco para problemas de saúde bucal durante a gestação? 10.Qual é o papel dos Agentes Comunitários de Saúde no apoio ao pré-natal? No final será utilizado gamificação como estratégia didática. 4 CRONOGRAMA É uma seção em que se apresentam consecutivamente as etapas da ação, fazendo-se uma estimativa o mais viável possível do tempo necessário, delimitando-se o início e o final de cada etapa. O cronograma pode ser apresentado em quadro. REFERÊNCIAS NUNES, Juliana Teixeira et al. Qualidade da assistência pré-natal no Brasil: revisão de artigos publicados de 2005 a 2015. Cadernos Saúde Coletiva, v. 24, p. 252-261, 2016. Xiao, J., Alkhers, N., Kopycka-Kedzierawski, D. T., Billings, R. J., Wu, T. T., Castillo, D. A., Rasubala, L., Malmstrom, H., Ren, Y., & Eliav, E. (2019). Cuidados de Saúde Bucal Pré-natal e Prevenção de Cáries na Primeira Infância: Uma Revisão Sistemática e Meta-Análise. Pesquisa de cárie, 53(4), 411–421. https://doi.org/10.1159/000495187 DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES Fev. Mar. Abr. Mai. Jun. Jul. Conhecimento e discussão do tema Delimitação do locus de intervenção Diagnóstico do(s) problema(s) Planejamento da intervenção Intervenção Análise dos resultados da intervenção Redação do trabalho final https://doi.org/10.1159/000495187 GALVAN, Jessica et al. Fatores relacionados à orientação de busca pelo atendimento odontológico na gestação de alto risco. Revista Brasileira de Saúde Materno Infantil, v. 21, p. 1143-1153, 2022. SILVA, Elvis Bruno Almeida da et al. Agentes comunitários de saúde: conhecimentos em saúde bucal e fatores associados. Cadernos Saúde Coletiva, v. 29, p. 226-237, 2021. MORAIS, Gleiciane Ingrith Lins de. Construção e validação de uma cartilha educativa para promoção a saúde mental da gestante e puérpera. 2023. Trabalho de Conclusão de Curso. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. ECHER, Isabel Cristina. Elaboração de manuais de orientação para o cuidado em saúde. Revista Latino-Americana de Enfermagem, v. 13, p. 754-757, 2005. GOUVÊA, Giovana Renata et al. Avaliação do conhecimento em saúde bucal de agentes comunitários de saúde vinculados à Estratégia Saúde da Família. Ciência & Saúde Coletiva, v. 20, p. 1185-1197, 2015. SAMUDIO, Jania Lurdes Pires et al. Agentes comunitários de saúde na atenção primária no Brasil: multiplicidade de atividades e fragilização da formação. Trabalho, educação e saúde, v. 15, p. 745-769, 2017. SCHWAB, Flávia Carneiro Bastos de Souza et al. Fatores associados à atividade educativa em saúde bucal na assistência pré-natal. Ciência & Saúde Coletiva, v. 26, p. 1115-1126, 2021. SILVA, Grasiela Garrett da; CARCERERI, Daniela Lemos; AMANTE, Cláudio José. Estudo qualitativo sobre um programa de educação em saúde bucal. Cadernos Saúde Coletiva, v. 25, p. 7-13, 2017. ESPOSTI, Carolina Dutra Degli et al. As dimensões do acesso aos serviços de saúde bucal na mídia impressa. Saúde e Sociedade, v. 25, p. 19-30, 2016. LEMKUHL, Isabel et al. A efetividade das intervenções educativas em saúde bucal: revisão de literatura. Cadernos Saúde Coletiva, v. 23, p. 336-346, 2015. Arrow, P., Raheb, J., & Miller, M. (2013). Breve intervençãode promoção da saúde bucal entre pais de crianças pequenas para reduzir a cárie dentária na primeira infância.Saúde pública da BMC, 13, 245. https://doi.org/10.1186/1471-2458-13-245 Reis, D. M., Pitta, D. R., Ferreira, H. M., de Jesus, M. C., de Moraes, M. E., & Soares, M. G. (2010). Educação em saúde como estratégia de promoção de saúde bucal em gestantes [Educação em saúde como estratégia para a promoção da saúde bucal no período da gravidez]. Ciencia & saude coletiva, 15(1), 269–276. https://doi.org/10.1590/s1413-81232010000100032 https://doi.org/10.1590/s1413-81232010000100032 Silva, M. J., Riggs, E., & Kilpatrick, N. M. (2019). Ficando à frente do jogo da saúde bucal: começa antes de nascermos?. Revista odontológica australiana, 64 Suppl 1, S4–S9. https://doi.org/10.1111/adj.12672 WAGNER, Katia Jakovljevic Pudla; RESES, Manoela de Leon Nobrega; BOING, Antonio Fernando. Prevalência de consulta odontológica e fatores associados à sua realização durante o pré-natal: estudo transversal com puérperas em hospitais do Sistema Único de Saúde, Santa Catarina, 2019. Epidemiologia e Serviços de Saúde, v. 30, p. e2021146, 2021. CATÃO, Carmemodon Dolores de Sá et al. Avaliação do conhecimento das gestantes quanto à relação entre alterações bucais e intercorrências gestacionais. Revista de Odontologia da UNESP, v. 44, p. 59-65, 2015. SALIBA, Tânia Adas et al. Atenção integral na gestação: pré-natal odontológico. RGO-Revista Gaúcha de Odontologia, v. 67, p. e20190061, 2019. Shmerling, A., Hoss, M., Malam, N., Staton, E. W., & Lyon, C. (2022). Prenatal Care via Telehealth. Primarycare, 49(4), 609–619. https://doi.org/10.1016/j.pop.2022.05.002 VIELLAS, Elaine Fernandes et al. Assistência pré-natal no Brasil. Cadernos de saúde pública, v. 30, p. S85-S100, 2014. NUNES, Juliana Teixeira et al. Qualidade da assistência pré-natal no Brasil: revisão de artigos publicados de 2005 a 2015. Cadernos Saúde Coletiva, v. 24, p. 252-261, 2016. ONSECA et al., 2004 REBERTE, HOGA e GOMES, 2012; MURPHY, SAWACZYN, GWENDOLYN, 2012; LAMATIMER, CHABOYER, GILLESPIE, 2014 OAK, DOAK, ROOTS, 1996; CHARNOCK et al., 1999; SHOEMAKER, WOLF, BRACH, 2014; BAUR E PRUE, 2014 COKELY, GALESI e SCHULZ, 2012; OSBORN et al., 2013; PETERS e BJALKEBRING, 2015 https://doi.org/10.1111/adj.12672