Prévia do material em texto
Porto Velho-RO 2024.1 CENTRO UNIVERSITÁRIO SÃO LUCAS-AFYA MEDICINA TIC’S CLÍNICA INTERGRADA I CECÍLIA DA SILVA TOURINHO TIC’S SEMANA 3: TIPOS DE DISMENORREIA Porto Velho-RO 2024.1 CECÍLIA DA SILVA TOURINHO TIC’S SEMANA 3: TIPOS DE DISMENORREIA Atividade apresentada a Clínica Integrada I do curso de Medicina do Centro Universitário São Lucas como requisito parcial a obtenção de nota para compor a modalidade de TIC’S conforme a semana vigente. Docente: Profª. Me. Gabriella Sgorlon Oliveira S3: TIPOS DE DISMENORREIA A dismenorreia é definida como dor pélvica que acontece antes ou no decorrer do fluxo menstrual. Tal dor acompanha comumente as menstruações, podendo se apresentar com intensidade suficiente para interferir na realização de atividades habituais. Mulheres abaixo dos 20 anos de idade são as mais acometidas com dismenorreia. Sua fisiopatologia, de maneira geral, baseia-se na liberação em excesso de prostaglandinas pelas células endometriais, associada a uma hipercontratilidade muscular uterina, com consequente isquemia tecidual, resultando em dor. Em relação à classificação, a dismenorreia pode ser dividida conforme duas características: intensidade (leve, moderada e grave) e etiologia (primária e secundária). • Dismenorreia primária – também chamada de dismenorreia funcional, tem início após os primeiros ciclos menstruais ovulatórios normais, sem relação com doenças pélvicas orgânicas. A maioria dos casos ocorre em adolescentes e jovens adultas. O quadro clínico típico da dismenorreia primária caracteriza-se por dor cíclica, do tipo cólica (em região hipogástrica), que segue o começo do fluxo menstrual, permanecendo até 48-72 horas. Em geral, essa dor não apresenta piora progressiva com o passar dos ciclos e, fora do período de menstruação, os sintomas álgicos são ausentes. Náuseas, vômitos e cefaleia também podem ocorrer. Como tratamento, incentiva-se a adoção de medidas gerais como dieta balanceada (particularmente rica em ômega-3), cessação do tabagismo, prática de exercícios físicos e uso de bolsa de água quente. Quanto à terapia farmacológica, os anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs) são considerados como primeira linha. Analgésicos podem também ser utilizados. Para pacientes com desejo contraceptivo, a primeira escolha são os anticoncepcionais hormonais combinados ou isolados. Em situações de dismenorreia refratária ao tratamento clínico, pode-se recomendar a abordagem cirúrgica. • Dismenorreia secundária – associada a alterações do sistema reprodutor, decorrentes de doenças ou anomalias anatômicas canaliculares congênitas ou adquiridas que culminem em danos nos órgãos pélvicos. Pode surgir em qualquer etapa da vida reprodutiva, sendo encontrada principalmente em mulheres acima dos 25 anos e menos frequentemente em pacientes jovens. As principais causas de dismenorreia secundária incluem: endometriose, leiomiomas, adenomiose, pólipos endometriais, doença inflamatória pélvica (DIP), malformações müllerianas, massas anexiais. São sinais clínicos sugestivos desse tipo de dismenorreia a dor pélvica acíclica, infertilidade, sangramento uterino anormal (SUA), dispareunia e disúria, além de eventuais desordens ao exame físico. Para tratar a dismenorreia secundária, podem ser prescritos AINEs e anticoncepcionais, assim como na dismenorreia primária. Além disso, é fundamental identificar a causa, através de exames de imagem, e tratá-la especificamente, visando uma melhor qualidade de vida à paciente. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO). Dismenorreia e endometriose na adolescência. São Paulo: FEBRASGO, 2021. Disponível em: https://sogirgs.org.br/area-do-associado/Dismenorreia-e- endometriose-na-adolescencia-2021.pdf. Acesso em: 25 fev. 2024. LIAO, A. et al. Ginecologia e obstetrícia Febrasgo para o médico residente. 2. ed. Barueri [SP]: Editora Manole, 2021. TRONCON, J. K.; ROSA-E-SILVA, A. C. J. S.; DOS REIS, R. M. Dismenorreia: abordagem diagnóstica e terapêutica. Femina, v. 48, n. 9, p. 518-523, 2020. Disponível em: https://www.febrasgo.org.br/media/k2/attachments/FeminaZ09Z- ZWeb.pdf. Acesso em: 25 fev. 2024.