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1 Profª Lílian Barbosa Ergonomia e Acessibilidade Aula 1 Conversa Inicial Objetivo: Apresentar os conceitos iniciais de ergonomia A ergonomia se iniciou no contexto de pesquisas do ambiente de trabalho, mas trata de todos os aspectos da atividade humana em contextos de uso específicos de ambientes e produtos (...) Objetivos e contextualização (...) Nosso foco são os aspectos, métodos e processos aplicáveis a projetos de arquitetura e design de interiores centrado no ser humano O homem e o espaço A arquitetura e o design de interiores materializam os conceitos de segurança, saúde e bem-estar dos seres humanos ao projetarem um lugar, seja para morar, seja para trabalhar etc. O lugar é definido como uma unidade de experiência ambiental vista sob três aspectos: atividades, atributos físicos e significado Conceito de lugar 2 Atividades, atributos físicos e significado de acordo com o contexto Experiência ambiental Andrey Popov/Adobe Stock Definida por quatro níveis: Nível 1: O microambiente composto pelo espaço privativo, no contexto individual ou familiar Nível 2: O mesoambiente composto pelos espaços considerados semipúblicos, como condomínios, vizinhos, praças e parques (...) Escala física do ser humano x ambiente (...) Nível 3: O macroambiente, que são os ambientes públicos, os bairros e as cidades Nível 4: O ambiente visto na sua totalidade, isto é, o país ou o planeta Os requisitos dos usuários para o ambiente físico no nível 1 (microambiente) e algumas orientações sobre o nível 2 (mesoambiente) são apresentados na NBR 15575-1 (...) Requisitos do usuário – NBR 15575-1 (...) Esta norma não aborda prescrição de construções, mas tem como foco os requisitos do usuário para a interação com o ambiente construído, envolvendo: Segurança Habitabilidade Sustentabilidade Funcionalidade, acessibilidade “Espaços adequados às funções e aos usuários em projetos arquitetônicos preveem o conhecimento da antropometria (do usuário), das dimensões do mobiliário e dos equipamentos como informações técnicas essenciais” (Souza, 2011, p. 141) Ergonomia do lugar 3 Ergonomia – definição e breve histórico “A ergonomia, ou fatores humanos, é uma disciplina orientada para uma abordagem sistêmica em todos os aspectos da atividade humana. Devido à amplitude do campo de ação desta disciplina, ela é organizada em três domínios de abordagens: ergonomia física, cognitiva e organizacional” (Abergo, 2019) Ergonomia e/ou fatores humanos Interdisciplinaridade da ergonomia Fonte: Elaborado com base em Másculo e Vidal, 2011, p. 27 ORGANIZAÇÃO RISCOSINDIVÍDUO COLETIVO CIÊNCIAS SOCIAISCIÊNCIAS HUMANAS CIÊNCIAS DA VIDA CIÊNCIAS TÉCNICAS PSICOLOGIA ECONOMIAERGONOMIA 1950: Ergonomia militar 1960: Ergonomia industrial 1970: Ergonomia do consumo 1980: Ergonomia de software e da interação humano-computador (...) Evolução da ergonomia ao longo das décadas (...) 1990: Ergonomia organizacional e cognitiva 2000: Comunicação global – ecoergonomia Após 2010, acrescentou-se o conceito de ergodesign freehand/Adobestock Três abordagens da ergonomia Física Cognitiva Organizacional Kiryl Lis/Adobestock mrmohock/Adobestock 4 A ergonomia no contexto de arquitetura e design de interiores pode promover a melhoria dos aspectos funcionais, ergonômicos e visuais na interação do usuário com os ambientes e produtos, melhorando sua saúde, segurança, conforto, usabilidade do ambiente e, portanto, sua qualidade de vida Ergonomia X arquitetura/ design de interiores A ergonomia do ambiente construído Relação homem x máquina x ambiente HOMEM MÁQUINA AMBIENTE • Organismo humano • Capacidade • Habilidade • Limitação • Equipamentos • Produtos • Objetos • Abrigo • Proteção • Segurança • Conforto Os princípios ergonômicos estão diretamente relacionados aos requisitos de habitabilidade e aos requisitos do usuário, expressos pelos fatores: Estanqueidade Desempenho térmico Desempenho acústico (...) Ergonomia e NBR 15575-1 (...) Desempenho lumínico Saúde, higiene e qualidade do ar Funcionalidade e acessibilidade Conforto tátil e antropodinâmico Estes requisitos estão descritos minunciosamente no item 16 da norma, que em síntese é: Altura mínima de pé-direito: não pode ser inferior a 2,50 m Disponibilidade mínima de espaços para uso e operação da habitação (...) Requisitos de funcionalidade e acessibilidade na NBR 15575-1 5 (...) Adequação para pessoas com deficiências físicas ou pessoas com mobilidade reduzida Possibilidade de ampliação da unidade habitacional Estes requisitos estão descritos minunciosamente no item 17 da norma, que em síntese é: Conforto tátil e adaptação ergonômica Adequação antropodinâmica de dispositivos de manobra Requisitos de conforto tátil e antropodinâmico na NBR 15575-1 Orientamos que leiam a norma NBR 15575-1 completa, pois há nela uma relação de outras normas referentes a itens que ela não contempla, como os requisitos de acessibilidade expressos na norma NBR 9050 Antropometria estática e dinâmica O termo antropometria tem origem grega, da junção das palavras anthropo, que se refere ao humano, e metry, que se refere a medidas As medidas antropométricas se relacionam aos segmentos corporais e às atividades a serem desenvolvidas, sendo categorizada em três aspectos: antropometria estática, dinâmica e funcional Antropometria Está relacionada ao corpo parado ou com poucos movimentos, sendo utilizada em projetos de ambientes e produtos que requeiram pouca mobilidade, como projetos de mobiliário em geral Antropometria estática LEKSTOCK 3D/Shutterstock 6 Está relacionada às medidas dos alcances dos segmentos corporais específicos que se movimentam, enquanto o resto do corpo fica estático Antropometria dinâmica Mingis/Shutterstock O foco de interesse são as medidas mínimas e máximas para alcance dos segmentos corporais no uso de sistemas, produtos e ambientes ZONA ÓTIMA ZONA MÁXIMA B C DE Está relacionada a contextos que exigem um dimensionamento específico em função da atividade a ser exercida Antropometria funcional antoniodiaz/Shutterstock As proporções humanas são estudadas desde a Antiguidade e servem de base para a busca da harmonia no espaço criado para o homem A ergonomia permite a aplicação de princípios para encontrar a harmonia na interação do homem com ambientes e produtos em projetos de arquitetura e design de interiores Acessibilidade e usabilidade Embora estes dois termos, acessibilidade e usabilidade, sejam correlacionados, eles possuem significados e atribuições diferentes A NBR 9050/2020 estabelece critérios para a acessibilidade e a NBR ISO 9241-11 (2011) estabelece critérios para a usabilidade 7 A norma 9050/2020 estabelece critérios e parâmetros técnicos para projeto, construção, instalação e adaptação de edificações às condições de acessibilidade, visando proporcionar a utilização de maneira autônoma, (...) Acessibilidade (...) independente e segura do ambiente, edificações, mobiliário, equipamentos urbanos e elementos à maior quantidade possível de pessoas, independentemente de idade, estatura ou limitação de mobilidade ou percepção A norma 9050/2020 estabelece os parâmetros para a sinalização de acesso a pessoas em ambientes e edificações Símbolo internacional de acesso a) Branco sobre fundo azul b) Branco sobre o fundo preto c) Preto sobre o fundo branco d) Diagramação Fonte: NBR 9050/2020 (ABNT,2020) – OCTOPUS ART/Shutterstock – Francois Poirier/Shutterstock A acessibilidade se relaciona com os elementos estruturais que compõem o(s) ambiente (piso, parede e teto), mobiliário, comunicação (sinalização), equipamentos e acessórios. São elementos físicos que permitem o acesso do usuário aos ambientes de maneira equitativa Acessibilidade “A usabilidade é a medida na qual um produto pode ser usado por usuários específicos, para alcançar objetivos específicos com eficácia, eficiência esatisfação, em um contexto de uso específico” Usabilidade – NBR ISO 9241-11 Eficácia: Precisão e execução completa de um objetivo específico Eficiência: Recursos, seja de tempo, seja de dinheiro ou seja de pessoas, para realizar uma atividade em prol de atingir um objetivo específico Satisfação: Conforto físico, cognitivo ou emocional ao usar um sistema, produto ou serviço 8 Framework – usabilidade Acessibilidade Inclusão Equidade Objetivos Medidas de usabilidade Eficiência Eficácia Satisfação OUTROS RESULTADOS RESULTADOS DO USO USOSISTEMA PRODUTO SERVIÇOS Contexto de uso Usuários Objetivos e tarefas Ambientes de uso Recursos Acessibilidade é tornar acessíveis sistemas e tecnologias ou elementos que possam ser alcançados, acionados, utilizados e vivenciados por quaisquer pessoas, em especial aquelas com deficiência ou mobilidade reduzida Usabilidade é a medida na qual um produto pode ser usado por usuários específicos, para alcançar objetivos específicos com eficácia, eficiência e satisfação, em um contexto de uso específico Na Prática Cite um exemplo para cada tipo de ergonomia: física, cognitiva e organizacional. Explique cada tipo, de acordo com os conteúdos do Tema 2 desta aula Use exemplos com imagens, e cite as fontes Proibido usar as mesmas imagens e os mesmos exemplos mostrados na aula Envie o exercício no formato padrão do curso em PDF Três abordagens da ergonomia freehand/Adobestock Física Cognitiva Organizacional Kiryl Lis/Adobestock mrmohock/Adobestock A arquitetura e o design de interiores materializam os conceitos de segurança, saúde e bem-estar dos seres humanos, ao projetarem um lugar, seja para morar, seja para trabalhar etc. (...) 9 (...) O objetivo primário da ergonomia é garantir a facilidade de uso e o bom desempenho de ambientes e artefatos, em cada contexto e atividade, com segurança, saúde e bem-estar dos seres humanos, considerando sua diversidade Ergonomia, arquitetura e design de interiores são indissociáveis Finalizando A construção do reportório profissional começa pela assimilação dos conceitos e significados dos termos usados na profissão Leia o conteúdo da apostila, grife as palavras que não entendeu e busque seus significados em fontes confiáveis, como dicionários, normas e legislação (...) (...) Interaja com outros profissionais da área nas redes, de preferência LinkedIn, e observe sua forma de atuação Bons estudos!