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LIDERANÇA E EMOÇÕES RE SI LI EN CE A N D E M O TI O N A L IN TE LI G EN CE - RE I5 01 - 1. 4 LIDERANÇA E EMOÇÕES • 2/15 Objetivos de Aprendizagem • Compreender a importância das emoções para a liderança. LIDERANÇA E EMOÇÕES Conteúdo organizado por Valéria Feitosa de Moura do livro Comportamento organizacional, publicado em 2010 por Pearson Prentice Hall. https://player.vimeo.com/video/534180871 LIDERANÇA E EMOÇÕES • 3/15 Introdução Diante da importância das emoções no ambiente organizacional, qual será o papel do líder com relação a essa temática? Compreender a importância das emoções é crucial para todos os profissionais, mas com certeza, para o líder, esse assunto é fundamental. O líder é responsável por garantir um ambiente de trabalho adequado para equipe e isso envolve proporcionar um ambiente que garanta a saúde emocional dos liderados, gerando um ambiente com menos estressores. Nessa aula, o tópico será apresentado de maneira abrangente, no entanto, no decorrer da disciplina falaremos sobre inteligência emocional e detalharemos cada uma das ações para desenvolvê-la, assim, você terá um arcabouço maior para ser um líder que gerencia as emoções (suas e, em parte, de seus liderados) a favor da organização e do bem-estar de todos. LIDERANÇA A liderança dentro da organização implica influenciar as pessoas para que elas realizem objetivos organizacionais. Um importante instrumento do líder para essa finalidade é a comunicação. Nesse sentido, os líderes eficazes utilizam apelos emocionais para ajudar a transmitir suas mensagens. A expressão de emoções no discurso de um líder é um ponto extremamente relevante para que seus liderados aceitem ou rejeitem a mensagem que está sendo transmitida. Quando o líder faz um discurso ou está em uma reunião com alguns membros da equipe e estão se sentindo animados, entusiasmados e ativos, eles tendem a energizar seus subordinados e transmitem um sentimento de eficácia, competência, otimismo e prazer. Observe o discurso de um político, esse é um bom exemplo de como as emoções podem ser utilizadas nos discursos. Os candidatos aprendem a demonstrar entusiasmo quando falam sobre suas chances de vencer as eleições, mesmo que as pesquisas mostrem o contrário. LIDERANÇA E EMOÇÕES • 4/15 A utilização das emoções é um mecanismo crucial para que os líderes consigam propor mudanças e estimular o engajamento dos liderados na visão de futuro da organização, pois o conteúdo emocional é crucial para os funcionários comprarem a visão do futuro da empresa e aceitarem as mudanças. Quando os líderes oferecem novas visões, especialmente quando elas contêm objetivos vagos ou distantes, normalmente encontrarão resistência por parte de seus funcionários em aceitar tais visões e as mudanças que estas trarão. Por meio do estímulo das emoções e de sua ligação a uma visão atraente, os líderes aumentam a probabilidade de que, tanto outros gestores quanto os outros profissionais, aceitem as mudanças. Os líderes que focam objetivos inspiradores também criam mais otimismo e entusiasmo em seus funcionários, levando-os a interações sociais mais positivas com seus colegas e clientes (ROBBINS; JUDGE; SOBRAL,2010). Saiba Mais Lembra que aprendemos sobre o contágio emocional, em que o cliente é “contagiado” pelo sentimento do profissional? Podemos fazer a mesma associação com a liderança. Podemos considerar que o líder pode contagiar emocionalmente os seus liderados, assim, quando ele transmite emoções positivas, o resultado pode ser benéfico para a organização e em situação contrária, em que os sentimentos são negativos, é possível prejudicar o desempenho da equipe. LIDERANÇA E EMOÇÕES • 5/15 EMOÇÕES E MOTIVAÇÃO Com certeza, os líderes precisam fazer bom uso de seus conhecimentos sobre sentimentos e emoções para motivar seu time. Vários estudos destacaram a importância dos sentimentos e das emoções na motivação. Um deles montou dois grupos de pessoas para resolver caça-palavras. O primeiro grupo assistiu a um videoclipe divertido, cuja intenção era deixar os indivíduos de bom humor antes da tarefa. O outro grupo não assistiu ao videoclipe e começou a trabalhar para resolver o caça-palavras de imediato. Os resultados? O grupo com bom humor relatou uma expectativa maior na sua capacidade de resolver a tarefa, trabalhou mais arduamente e, como resultado, achou mais palavras, ou seja, teve um desempenho melhor. Outro estudo descobriu que dar feedback às pessoas — independentemente de ser ou não real — com relação ao seu desempenho, influenciou seu estado de espírito, que, por sua vez, influenciou sua motivação. Portanto, pode existir um ciclo no qual o ânimo elevado faz que as pessoas sejam mais criativas, levando a um feedback positivo daqueles que observam seus trabalhos. Esse feedback positivo reforça ainda mais o bom humor, o que pode fazer que elas tenham um desempenho ainda melhor, e assim por diante. Por fim, um outro estudo examinou os sentimentos de corretores de seguro em Taiwan. Os corretores que estavam de bom humor ajudaram mais os seus colegas e se sentiram melhor consigo mesmos. Esses fatores, por sua vez, levaram a um desempenho melhor dessas pessoas na forma de vendas maiores e relatórios de desempenho mais favoráveis por parte de seus superiores. Com os resultados desses estudos, fica claro que para obter bom desempenho da equipe, o líder precisa desenvolver ações que contribuam para o sentimento positivo das pessoas. Vamos conhecer a seguir, algumas sugestões de como os líderes podem influenciar os sentimentos dos liderados (ROBBINS; JUDGE; SOBRAL,2010). LIDERANÇA E EMOÇÕES • 6/15 COMO LÍDERES PODEM INFLUENCIAR OS SENTIMENTOS DOS LI- DERADOS Normalmente você pode melhorar o humor das pessoas mostrando-lhes um vídeo divertido, dando-lhes um saquinho de doces ou mesmo oferecendo uma bebida saborosa. Mas o que as empresas podem fazer para melhorar o humor de seus profissionais? Os líderes podem usar o humor e dar a seus funcionários pequenos sinais de apreciação por um trabalho bem realizado. Além disso, quando os líderes estão de bom humor, os membros do grupo são mais positivos e, como resultado, cooperam mais entre si (ROBBINS; JUDGE; SOBRAL,2010). Saiba Mais Conheça algumas dicas de como você pode melhorar seu humor no trabalho. Link: <https://bit.ly/3dbcukb> Acesso em 08 out. 2020 https://player.vimeo.com/video/534181160 https://www.infomoney.com.br/carreira/10-dicas-para-melhorar-seu-humor-no-trabalho/ LIDERANÇA E EMOÇÕES • 7/15 Um estudo com estagiários de empresas brasileiras concluiu que quando os superiores hierárquicos usam o bom humor como estratégia de comunicação, os estagiários ficam mais satisfeitos e menos estressados, são menos negligentes e têm maior desejo de serem efetivados nas organizações. Finalmente, a seleção de membros positivos para as equipes pode criar um efeito de contágio à medida que o bom humor for transmitido de um membro para o outro. Um estudo de times profissionais de críquete (um esporte parecido com o beisebol, jogado em países como Reino Unido e Índia) descobriu que o bom humor dos jogadores afetava o humor dos membros de seu time e influenciava positivamente seu desempenho. Portanto, faz sentido que os gestores selecionem os membros de seu grupo que estejam mais predispostos a experimentar emoções positivas (ROBBINS; JUDGE; SOBRAL,2010). Saiba Mais Entenda um pouco o que é humor com propósito. Veja esse vídeo do ator e palestrante Roberto Caruso. “Bom Humor, o segredo para aumentar a produtividade | Roberto Caruso” Link: <https://youtu.be/y268-eiobtg> Acesso em 08 out 2020 https://youtu.be/y268-eiobtg LIDERANÇA E EMOÇÕES • 8/15 Saiba Mais A síndrome da exaustão profissional, também conhecida como síndrome de Burnout é o resultado de prolongados níveis de estresse no trabalho que leva a exaustão emocional, distanciamento das relações pessoais e diminuição do sentimento de realizaçãopessoal. LIDERANÇA E SAÚDE EMOCIONAL Nós já aprendemos que o ambiente de trabalho pode ser responsável por emoções e sentimentos negativos dos profissionais, por isso, o líder deve estar atento a esses aspectos e deve propor ações para gerenciá-los de forma a garantir a saúde emocional de seus liderados. Cabe ao líder identificar alternativas adequadas para manter a produtividade da equipe. Mas e a saúde emocional do líder? Também é importante que o líder preste atenção ao autocuidado, para evitar doenças relacionadas ao trabalho como a síndrome da exaustão profissional. Muitas vezes a pressão sobre o líder é muito grande, eles são responsáveis diretos pelo desempenho de suas equipes e suas decisões impactam diretamente seus liderados, assim para o gestor realizar bem o seu papel, a saúde emocional é extremamente importante. Além do autocuidado, a organização precisa desenvolver políticas de prevenção e promoção da saúde emocional, que pode começar com um levantamento direto dos líderes sobre suas demandas, dificuldades e impasses do dia a dia. Muitas vezes, convém a contratação de uma organização especializada. LIDERANÇA E EMOÇÕES • 9/15 EM RESUMO Nessa aula, falamos sobre como as emoções são importantes para o líder. Você aprendeu sobre o assunto sob duas óticas distintas. Na primeira, você aprendeu como é importante que o líder saiba gerenciar emoções para lidar com sua equipe, garantir sua motivação e bom desempenho; na segunda, você verificou que é importante que o líder esteja atento a sua própria saúde emocional. APLICAÇÃO PRÁTICA Veja como ter bom humor e controle das emoções pode ser benéfico para um gestor. O estereótipo típico dos gestores do mercado financeiro é o de pessoa fria, impessoal e extremamente racional. Os exemplos dos ex-presidentes do Bradesco, que ocupou a posição de maior banco privado brasileiro durante muitos anos, sendo ultrapassado pelo Itaú Unibanco em novembro de 2008, confirmam essa ideia. O fundador, Amador Aguiar, e seus substitutos, Lázaro Brandão e Márcio Cypriano, ex-dirigentes da instituição financeira, eram executivos bastante eficientes e focados nos resultados quantitativos da organização. Em março de 2009, no entanto, Cypriano precisaria ser substituído, de acordo com o estatuto da empresa, por completar 65 anos. Diante disso, um novo presidente foi nomeado pelo Conselho de Administração: Luiz Carlos Trabuco Cappi. Esse executivo possui características bastante diferentes das de seus antecessores e da maioria dos gestores do mercado financeiro. Muito comunicativo, Trabuco (como é conhecido no mercado) acredita que a motivação dos funcionários é uma das principais maneiras de alcançar bons resultados. Demonstrando esses traços, o gestor mostrou-se um líder de equipes nato, capaz de compreender as atitudes e ações das pessoas e de manter boas relações com um vasto grupo de pessoas influentes para o banco, como grandes clientes, financiadores e políticos. LIDERANÇA E EMOÇÕES • 10/15 Ademais, Trabuco mostrou-se um líder carismático, conquistando a confiança da maior parte dos funcionários. Além disso, o executivo é uma pessoa muito criativa. Quando dirigia a Bradesco Seguros, um dos braços da organização, o gestor conduziu a campanha da empresa para patrocinar a escolha do Cristo Redentor como uma das ‘Novas Sete Maravilhas do Mundo’. Em função desse projeto, muitas personalidades e políticos, inclusive o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, passaram a apoiar a vencedora candidatura. Trabuco é visto ainda como uma pessoa muito bem- humorada e que consegue se relacionar com os mais diversos tipos de pessoas. Além de ser presidente do Bradesco, o executivo ainda participa de 12 entidades de classe, como a Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde), que reúne diversos planos de assistência médica do país. Essa capacidade política é favorecida por uma forte qualidade do gestor: segundo Dorival Bianchi, ex-vice-presidente do Bradesco, Trabuco “fala muito bem”. Todas essas características denotam que Luiz Carlos Trabuco Cappi possui uma elevada inteligência emocional. Quando dirigia a Bradesco Seguros, essa competência foi essencial ao apresentar aos liderados as mudanças estruturais conduzidas na organização. Segundo Fábio Barbosa, presidente do grupo Santander Brasil e da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), "Trabuco demonstrou enorme capacidade de gerir e montar equipes voltadas para a obtenção de resultados” (ROBBINS; JUDGE; SOBRAL, 2010). LIDERANÇA E EMOÇÕES • 11/15 Na ponta da língua Referências Bibliográficas ROBBINS, Stephen P.; JUDGE, Timothy A.; SOBRAL, Filipe. Comportamento organizacional. 14ª. Ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2010. https://player.vimeo.com/video/534181403 Im ag en s: Sh utt er st oc k LIVRO DE REFERÊNCIA: Comportamento organizacional ROBBINS, Stephen P.; JUDGE, Timothy A.; SOBRAL, Filipe. Pearson Prentice Hall, 2010.