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Profª Rossana Ghilardi Transtorno do Espectro Autista Aula 2 Diagnóstico de TEA Diagnóstico precoce Roman Yanushevsky/Shutterstock Diagnóstico precoce – no Brasil, a média de idade do diagnóstico é 6 anos Motivo? Financeiro Sistema de saúde Dificuldade em observar sintomas “Aguardar o tempo da criança” Recomendação: encaminhar para estimulação e tratamento precoce mesmo sem diagnóstico confirmado Características diagnósticas: comprometimento na interação social e comunicação com os outros; comportamentos, interesses e atividades em padrões restritos e repetitivos Lei n. 13.438 de 2017 Pediatras – aplicação de avaliação neurodesenvolvimento até 18 meses Se diferencia do neurotípico principalmente a partir dos 12 meses M-CHAT R/F – Modified Checklist of Autism in Toddlers – 20 perguntas para familiares Além de observação e anamnese (SBP, 2019) Fonte: Sociedade Brasileira de Pediatria, 2019 6 meses Poucas expressões faciais, baixo contato ocular, ausencia de sorriso social e pouco engajamento sociocomunicativo 9 meses Não faz troca de turno comunicativa; não balbucia “mamã/papa” Não olha quando chamado Não olha para onde o adulto aponta; imitação pouca ou ausente 12 meses Ausência de balbucios; não apresenta gestos convencionais (abanar para dar tchau, por exemplo); Não fala mamãe/papai; Ausência de atenção compartilhada Sinais de alerta Em qualquer idade: perdeu habilidades 12 a 30 meses – alguns sinais: Perder habilidades já adquiridas Não se voltar para sons Não apresentar sorriso social Baixa atenção à face humana (preferência por objetos) Apresentar pouca ou nenhuma vocalização X o n im / S h u ttersto ck Não aceitar o toque Não responder ao nome Imitação pobre Baixa frequência de sorriso Fixação em estímulos sensório-viso-motores Incômodo incomum com sons altos Distúrbio de sono moderado ou grave Outros Outras características: Prevalência em meninos (4/1) 30% apresentam deficiência intelectual Altas habilidades – menor proporção que população neurotípica "Há evidência de que a arquitetura genética do TEA envolve centenas ou milhares de genes” (SBP, 2019) Causas genéticas do TEA mais de 90%, sendo mais de 80% hereditária Percentual mínimo de causa ambiental: idade dos pais, nascido prematuro, uso de medicamento pela gestante etc. Comorbidades e manifestações clínicas Lerem y/S h u ttersto ck Transtornos de ansiedade TDAH DI Déficit de linguagem Alterações sensoriais Doenças genéticas Transtornos gastrointestinais e alterações alimentares Distúrbios neurológicos (epilepsia e sono) Comprometimento motor (dispraxia, marcha, motora fina) Manifestações clínicas Sergey Novikov/Shutterstock Níveis de gravidade – DSM-V Nível de gravidade Comunicação Social Comportamentos restritivos e repetitivos Nível 3 “Exigindo apoio muito substancial” Déficits graves nas habilidades de comunicação social verbal e não verbal causam prejuízos graves de funcionamento, grande limitação em dar início a interações sociais e resposta mínima a aberturas sociais que partem de outros. Por exemplo, uma pessoa com fala inteligível de poucas palavras que raramente inicia as interações e, quando o faz, tem abordagens incomuns apenas para satisfazer a necessidades, reage somente a abordagens sociais muito diretas. Inflexibilidade de comportamento, extrema dificuldade em lidar com a mudança ou outros comportamentos restritos/repetitivos interferem acentuadamente no funcionamento em todas as esferas. Grande sofrimento/dificuldade para mudar o foco ou as ações. DSM-V, 2014 Níveis de gravidade – DSM-V Nível de gravidade Comunicação Social Comportamentos restritivos e repetitivos Nível 2 “Exigindo apoio substancial” Déficits graves nas habilidades de comunicação social verbal e não verbal; prejuízos sociais aparentes mesmo na presença de apoio; limitação em dar início a interações sociais e resposta reduzida ou anormal a aberturas sociais que partem de outros. Por exemplo, uma pessoa que fala frases simples, cuja interação se limita a interesses especiais reduzidos e que apresenta comunicação não verbal acentuadamente estranha. Inflexibilidade do comportamento, dificuldade de lidar com a mudança ou outros comportamentos restritos/repetitivos aparecem com frequência suficiente para serem óbvios ao observador casual e interferem no funcionamento em uma variedade de contextos. Sofrimento e/ou dificuldade de mudar o foco ou as ações. DSM-V, 2014 Níveis de gravidade – DSM-V Nível de gravidade Comunicação Social Comportamentos restritivos e repetitivos Nível 1 “Exigindo apoio” Na ausência de apoio, déficits na comunicação social causam prejuízos notáveis. Dificuldade para iniciar interações sociais e exemplos claros de respostas atípicas ou sem sucesso a aberturas sociais dos outros. Pode parecer apresentar interesse reduzido por interações sociais. Por exemplo, uma pessoa que consegue falar frases completas e envolver-se na comunicação, embora apresente falhas na conversação com os outros e cujas tentativas de fazer amizades são estranhas e comumente malsucedidas. Inflexibilidade de comportamento causa interferência significativa no funcionamento em um ou mais contextos. Dificuldade em trocar de atividade. Problemas para organização e planejamento são obstáculos à independência. DSM-V, 2014 TEA X Tratamento Há várias opções de tratamento, geralmente intensivos Avaliação diagnóstica Avaliação de intervenção 1) Modelo Denver de Intervenção Precoce para Crianças Autistas 2) Estimulação Cognitivo-Comportamental baseada em ABA 3) Coaching Parental 4) Comunicação suplementar e alternativa Sociedade Brasileira de Pediatria 5) Método TEACCH (Tratamento e Educação para Crianças Autistas e com outros prejuízos na comunicação) 6) Terapia de Integração Sensorial 7) Aparelhos de alta tecnologia e acompanhamento psicoterapêutico etc. Sociedade Brasileira de Pediatria Intervenção Comportamental Baseada em ABA TCC Intervenção Comportamental Intensiva Precoce (ICIP) Ensino de fala Modelação Estratégias de ensino naturalístico Nacional Autism Center – Massachusetts/EUA (2015) Outras para casos específicos ou situações periféricas: Treinamento parental Ensino por pares Ensino de respostas pivotais Rotinas visuais Roteiros (scripts) Ensino de autorregulação Ensino de Habilidades Sociais Histórias Sociais Abordagem de Integração Sensorial de Ayres® Nacional Autism Center – Massachusetts/EUA (2015) Análise Comportamental Aplicada (ABA) Condicionamento Operante Superando visão de Watson – condicionamento clássico (S -> R) Estudo científico do comportamento humano – humano similar a outros seres e pode ser objeto da ciência (...) Behaviorismo Radical – B. F. Skinner (1904-1990) (...) Reforçamento positivo – educação Interação com o meio – age sobre o mundo Modificação do comportamento – modelando Estudos – Livro – Comportamento Verbal Behaviorismo Radical – B. F. Skinner (1904-1990) Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=0Hn9 dN1_W4U>. Acesso em: 8 abr. 2021 Trecho do Coleção Grandes Educadores – Skinner e a Análise do Comportamento em: 8 abr. 2021 Descrito por Baer et al. (1968) Sete dimensões: Aplicada Comportamental Analítica Tecnológica Conceitualmente sistemática Efetivas Generalidades Applied Behavioral Analysis (ABA) ou Análise do Comportamento Aplicada Ole Ivar Lovaas (1927-2010) ABA para autismo “Tem um formato estruturado, comandado pelo professor, e caracteriza-se por dividir seqüências [sic] complicadas de aprendizado em passos muito pequenos ou ‘discretos’ (separados) ensinados um de cada vez durante uma série de ‘tentativas’ (trials), junto com o reforçamento positivo (prêmios) e o grau de ‘ajuda’ (prompting) que for necessário para que o objetivo seja alcançado” (Lear, 2004, p. 1-6) Programas de habilidades – ABA Programas parahabilidades de linguagem receptiva (como apontar objetos solicitados, seguir instruções) Programa para habilidades de imitação (imitar ações motoras amplas, ações motoras finas) Programa para habilidades de cuidados pessoais (usar colher e garfo, higiene pessoal) (Lear, 2004) “Pizza curricular” Habilidades acadêmicas Habilidades sociais Habilidades de brincar Linguagem Habilidades de autocuidado Habilidades motoras Imagens da Shutterstock: Photographee.Eu; Alexfilim; Sushitsky Sergey; Photographee.Eu; Namomooyim; Dr Ake Krisda. ABA – comportamento observável e mensurável (intensidade, frequência, duração) Registros Folha de registro – ABLLS - imitação Nome tarefa: Imitação SD: Faça isto Categoria do ABLLS: D3 R: FOLHA GERAL DE REGISTRO DE SDS E DADOS Início Domínio Estímulo: 01/11 Toque o nariz S S S S S S N N N N N N 01/11 Acene S S S S S S N N N N N N 01/11 Mostre sua língua S S S S S S N N N N N N 01/11 Bata palmas S S S S S S N N N N N N 01/11 Pule S S S S S S N N N N N N Datas de: Data das sondagens