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universidade norte do paraná
Sistema de Ensino A DISTÂNCIA
pedagogia 
daniele de souza nascimento
PROJETO DE ENSINO
EM Pedagogia 
Cidade
2020
Cidade
2020
Cidade
Suzano
2021
daniele de souza nascimento
PROJETO DE ENSINO
EM pedagogia
Projeto de Ensino apresentado à Norte do Paraná como requisito parcial à conclusão do Curso de Pedagogia.
Docente supervisor: Prof. Tiago de Almeida 
Suzano
2021
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO	3
1	TEMA	4
2	JUSTIFICATIVA	5
3	PARTICIPANTES	7
4	OBJETIVOS	8
5	PROBLEMATIZAÇÃO	9
6	REFERENCIAL TEÓRICO	10
7	METODOLOGIA	15
8	CRONOGRAMA	17
9	RECURSOS	18
10	AVALIAÇÃO	19
CONSIDERAÇÕES FINAIS	20
REFERÊNCIAS	21
INTRODUÇÃO
A infância é a idade das brincadeiras, e por meio delas a criança satisfaz grande parte de seus interesses e desejos, sendo assim é privilegiado de inserção na realidade, pois expressa a maneira como a criança reflete, ordena, desorganiza, destrói e reconstrói o mundo. 
O lúdico é considerado uma das formas eficazes de ensinar e aprender, pois é na infância onde é formada as fases mais complexas do desenvolvimento emocional, intelectual, motor e social do ser humano.
Maluf (2003) diz que: 
“O brincar proporciona a aquisição de novos conhecimentos, desenvolve habilidades (…) Ele é uma das necessidades básicas da criança, é essencial para um bom desenvolvimento motor, social, emocional e cognitivo”. (MALUF, 2003, p. 9).no.
Por intermédio do brincar a criança consegue desenvolver capacidades importantes, bem com a atenção, a imitação, a memória e a criatividade. Mais do que isso, ela pode desenvolver áreas de sua personalidade, de sua afetividade, motricidade, sociabilidade e inteligência.
A ludicidade é importante em qualquer idade, na qual ela deve ser bem vivenciada, não apenas como um passatempo, mas com o objetivo de desenvolver as potencialidades, pois o conhecimento é construído pelas relações interpessoais na formação da criança. 
As brincadeiras é uma fonte de interação lúdica e afetiva. Enquanto brinca, a criança se prepara para a vida, pois é por meio destas atividades que a criança produz novos significados, e tem contato com o mundo físico e social.
Os jogos, as brincadeiras não são apenas um meio de divertimento, mas são meios que contribuem e enriquecem o desenvolvimento intelectual, portanto brincar é sinônimo de aprender, pois é brincando que a criança reinventa o seu mundo e a vantagem de aprender brincando é que a criança nunca mais esquece.
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TEMA 
O tema proposto para o desenvolvimento deste projeto de ensino é: O LÚDICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL: JOGAR, BRINCAR, UMA FORMA DE EDUCAR. Este tema foi escolhido tendo em vista que os jogos e as brincadeiras já fazem parte da criança desde do o início de sua vida. Matos (2013, p. 139), explica que a ludicidade é uma ferramenta muito importante para a formação dos pequenos, é através dela que a criança desenvolve seu saber, seu conhecimento e sua compreensão de mundo.
 Assim, o resgate do lúdico como processo educativo, demonstra que ao se trabalhar ludicamente, o educador consegue falar a linguagem das crianças, envolvendo-as nas tarefas pedagógicas, e o que é importante destacar é que os conteúdos não perdem a sua essência.
Segundo a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), 
“A Educação Infantil precisa promover experiências nas quais as crianças possam fazer observações, manipular objetos, investigar explorar seu entorno, levantar hipóteses e consultar fontes de informação para buscar respostas às suas curiosidade e indagações. Assim, a instituição escolar está criando oportunidade para que as crianças ampliem seus conhecimentos dos mundos físicos e socioculturais e possam utilizá-los em seu cotidiano” (BRASIL,2017, p.41).
Sendo assim as atividades lúdicas são indispensáveis para a compreensão dos conteúdos, uma vez que possibilitam o desenvolvimento da percepção, da imaginação e da fantasia, por meio destas atividades a criança a se comunicar, aceita a existência dos outros, estabelece relações sociais, constrói conhecimentos e se desenvolve integralmente.
JUSTIFICATIVA
 A palavra Lúdico, tem origem no latim “ludus”, que remete a jogos, e o conceito de atividades lúdicas está relacionado às atividades com jogos, e este ato é um componente muito importante para a aprendizagem.
O lúdico tem sua origem na palavra latina "ludus" que quer dizer "jogo”. Se achasse confinado a sua origem, o termo lúdico estaria se referindo apenas ao jogar, ao brincar, ao movimento espontâneo. O lúdico passou a ser reconhecido como traço essencial de psicofisiologia do comportamento humano. De modo que a definição deixou de ser o simples sinônimo de jogo. As implicações da necessidade lúdica extrapolaram as demarcações do brincar espontâneo (FERREIRA; SILVA RESCHKE [s/d], p.3).
O lúdico na educação infantil é de muito importante, porque resgata o gosto pelo aprender promovendo momentos de afetividade entre as crianças tornando a aprendizagem prazerosa, sendo assim estas atividades permitem também a exploração da criança entre o corpo e o espaço que ela vive e criando condições mentais para resolver problemas.
 De acordo com Vygotsky (1998): 
“A brincadeira cria para as crianças uma "zona de desenvolvimento proximal” que não é outra coisa senão a distância entre o nível atual de desenvolvimento, determinado pela capacidade de resolver independentemente um problema, e o nível atual de desenvolvimento potencial, determinado através da resolução de um problema sob a orientação de um adulto”
 E por intermédio das atividades lúdicas, a criança reproduz muitas situações vividas em seu dia-a-dia, pela imaginação e pelo faz-de-conta que são reelaboradas.
Tanto para Vygotsky (1984) como para Piaget (1975), o desenvolvimento não é linear, mas evolutivo e, nesse trajeto, a imaginação se desenvolve, uma vez que a criança brinca e desenvolve a capacidade para determinado tipo de conhecimento, ela dificilmente perde esta capacidade. 
“Sustenta que as contribuições das atividades lúdicas no desenvolvimento integral indicam que elas contribuem poderosamente no desenvolvimento global da criança e que todas as dimensões estão intrinsecamente vinculadas: a inteligência a afetividade, a motricidade e a sociabilidade são inseparáveis, sendo a afetividade a que constitui a energia necessária para a progressão psíquica, moral, intelectual e motriz da criança” Negrine (1994, p.19)
Brincar é sinônimo de aprender, logo é brincando que a criança avança no raciocínio, desenvolve o pensamento, estabelece contatos sociais, compreende o meio, satisfaz desejos, desenvolve habilidades, conhecimentos e criatividade.
Portanto, ensinar ludicamente através dos jogos e brincadeiras torna a aprendizagem da educação infantil mais significativa e prazerosa, porque ambas proporcionam um aprendizado sem cobranças, auxiliando no desenvolvimento e na autonomia das crianças.
PARTICIPANTES
 Este Projeto de Ensino destina-se à Educação Infantil, o público-alvo, são as crianças de zero a seis anos de idade. 
As crianças nesta faixa etária quando brincam desenvolvem a imaginação, a criatividade, as suas habilidades de interação no meio social, emocional, cognitivo e intelectual, adquirindo assim novas descobertas. 
Dessa forma as atividades lúdicas possibilitam uma observação mais ampla dos conteúdos, e enriquecimento de sua aprendizagem.
OBJETIVOS
 Objetivo Geral: 
Reconhecer que a ludicidade contribui para o conhecimento das crianças, facilitando o processo de socialização, comunicação, construção de conhecimento, desenvolvimento pleno do processo de ensino e aprendizagem.
Objetivos Específicos: 
• Estimular o desenvolvimento cognitivo, motor e da psicomotricidade da criança
• Desenvolver a criatividade, fantasia, imaginação e habilidades
• Favorecer a sociabilização
• Contribuir com o desenvolvimento intelectual da criança
PROBLEMATIZAÇÃO
	
O problema que nos motivou a desenvolver este projeto foi que as crianças hoje em dia não sabem brincar; antigamenteas crianças tinham o hábito de brincar na casa dos amigos, na rua com os pais, os tios, mas nos dias de hoje isso mudou, elas ficam muito tempo usando os celulares, tablets, entre outros aparelhos tecnológicos, e assim desconectando do mundo real, sem dúvidas, a maior consequência da falta de brincadeiras na vida de uma criança é o seu amadurecimento precoce. 
O Referencial Curricular Nacional (1998) afirma que a criança para crescer com prazer e alegria precisa brincar, precisa do jogo como forma de equilíbrio entre ela e o mundo, diante disso, a brincadeira é para a criança um exercício de preparação para a vida.
Feijó (1992) define o lúdico como uma necessidade básica da personalidade, do corpo e da mente, que faz parte das atividades essenciais, assim podemos entender que as crianças precisam deste estímulo.
A ludicidade poderia ser a ponte facilitadora da aprendizagem se o professor pudesse pensar e questionar-se sobre sua forma de ensinar, relacionando a utilização do lúdico como fator motivante de qualquer tipo de aula. 
(CAMPOS 1986, p.10) 
Conforme a afirmação de Feijó, é necessário que o orientador busque resgatar a ludicidade para que ele consiga realizar a interligação entre a ludicidade e a aprendizagem na sala de aula.
O lúdico pode trazer à aula um momento entretenimento, seja qual for a etapa.
As crianças, com a ludicidade entram em um mundo mágico. O corpo, meio, a infância e a cultura fazem parte de um só mundo. Esse mundo pode ser pequeno, mas é eminentemente coerente, uma vez que o lúdico caracteriza a própria cultura, a cultura é a educação, e a educação representa a sobrevivência. (ANDRADE, 2013, p.17)
Pois brincando, a criança consegue desenvolver a autoconfiança, sua imaginação, a autoestima, o autocontrole, a cooperação e a criatividade. 
Assim, foi possível visualizar a importância do lúdico aliado às brincadeiras, pois as mesmas auxiliam no desenvolvimento e na autonomia da criança.
Desta forma ensinar ludicamente através dos jogos, torna a aprendizagem da educação infantil significativa e prazerosa, porque ambas proporcionam um aprendizado sem cobranças.
REFERENCIAL TEÓRICO
 A Educação Infantil teve grandes evoluções nas últimas décadas, deste modo, a sociedade passou a perceber a necessidade de que a criança precisava ter nesta fase, os cuidados, o educar, o brincar, passando assim, a ser um sujeito de necessidades, de direitos. 
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB 9.394/96, determina pela primeira vez na história de nossas legislações sobre educação infantil (0 a 6anos), como etapa da educação básica, estabelecendo: A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade (Título V, Capítulo II, Seção II, Artigo 29).
A infância é um momento de desenvolvimento continuo e é importante que a criança seja bem assistida e durante esta fase o brincar torna-se uma ferramenta fundamental a exercitar as suas capacidades e potencialidades emocionais, sociais, físicas, motoras, cognitivas e a fazer experimentação e descobertas.
O (RCNEI) Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil (1998) destaca a importância de se valorizar atividades lúdicas na Educação Infantil, visto que “as crianças podem incorporar em suas brincadeiras conhecimentos que foram construindo”. Ainda se observa no (RCNEI) Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil (1998) a valorização da ludicidade como instrumento facilitador da aprendizagem das crianças da Educação Infantil.
O lúdico resgata o gosto pelo aprender, causando assim momentos de afetividade entre as crianças tornando a aprendizagem aprazível, as atividades lúdicas permitem também que a criança tenha uma maior exploração do seu o corpo e o seu espaço criando assim condições mentais, para resolver problemas mais complexos.
“Visando ao desenvolvimento integral da criança, cada vez mais os especialistas da Educação Infantil atentam para o fato que através do brincar as crianças constroem sua afetividade e fazem suas descobertas da sua própria maneira de ser.’’(BRENNAND, 2009, p.121).
E por meio das brincadeiras que a criança constrói o seu imaginário, reconhece e reproduz o seu cotidiano, raciocina, descobre, persiste, aprende a perder percebendo que haverá novas oportunidades para ganhar, o lúdico provoca estímulos nas crianças, explorando seus sentidos vitais, operatórios e psicomotores, propiciando o desenvolvimento completo das suas funções cognitivas.
Importantes autores tratam desse campo de estudos, dentre eles podemos destacar: Jean Piaget e Lev S. Vygotsky. 
O BRINCAR SOB A VISÃO DE PIAGET
O biólogo suíço Jean Piaget dedicou grande parte dos seus esforços para explicar a estrutura do conhecimento e o desenvolvimento cognitivo das pessoas. Em suas obras, Piaget sempre levou em consideração a importância das brincadeiras. E em um dos estudos mais importantes sobre os jogos infantis está na obra de Piaget em “A Formação do símbolo na criança: Imitação, Jogo e Sonho, Imagem e Representação”. Piaget nesta obra fala das relações entre o jogo e o desenvolvimento infantil. 
Segundo Giacometti et al. (2013) nos dizem que Piaget estabelece que:
1) o jogo encontra sua finalidade em si mesmo. O jogador se preocupa mais com o resultado do que com o jogo em si mesmo. 2) é uma atividade espontânea, aqui o jogo não tem preocupação com nenhuma regra; 3) é uma atividade que dá prazer; 4) o jogo tem uma certa falta de organização; 5) aqui o comportamento da criança é livre de conflito, aqui o jogo ignora os conflitos; 6) o jogo tem uma motivação mais intensa. (GIACOMETTI, BARCELOS E DIAS 2013, p.1102)
O desenvolvimento infantil para a teoria de Piaget considera 04 fases no que diz respeito a cognição, que são: Sensório-motor (0-2 anos), Pré-operatório (2-7 anos), Operatório concreto (8-12anos) e Operatório (a partir dos 12 anos), sendo os dois primeiros estágios voltados para a Educação Infantil.
No estágio Sensório-motor, nessa fase a criança desenvolve a competência de manter a concentração em sensações e movimentos. Inicia o processo de consciência dos movimentos, antes involuntários, agora começam a ter um propósito, como ao estender os braços poderá alcançar objetos de seu desejo. Sendo que nesse período que acontecerá desenvolvimento da coordenação motora. 
Em síntese, pode-se dizer que ao longo dos primeiros dois anos de vida a criança diferencia o que é dela do que é do mundo, adquire noção de causalidade, espaço e tempo, interage com o meio demonstrando uma inteligência fundamentalmente prática, caracterizada por uma intencionalidade e uma certa plasticidade. Ainda que essa conduta inteligente seja essencialmente prática, é ela que organiza e constrói as grandes categorias de ação que vão servir de base para todas as futuras construções cognitivas que a criança empreenderá. (PALANGANA, 2015)
No segundo estágio, o Pré-operatório, as crianças desenvolvem a imaginação e a memória. Elas também são capazes de entender a ideia de passado e futuro, e interpretar as coisas simbolicamente. O pensamento nessa fase ainda é egocêntrico, desse modo, a criança tem dificuldade em ver o ponto de vista dos outros. 
Dentre as demais características básicas que identificam a natureza do pensamento pré-operacional, também pode-se destacar a conduta egocêntrica ou autocentrada. A criança vê o mundo a partir de sua própria perspectiva e não imagina que haja outros pontos de vista possíveis. Daí que uma das principais tarefas a serem cumpridas neste estágio é a descentração, o que significa sair da perspectiva do "eu" como único sistema de referência. (PALANGANA, 2015)
Segundo Piaget (1975), a criança é um ser dinâmico, que a todo momento interage com a realidade, operando ativamente com objetos e pessoas.
O BRINCAR SOB A ÓTICA DE VYGOTSKY
 
O psicólogo Lev S. Vygotsky, foi um dos principais representantes da teoria de que o brincarauxilia no processo de aprendizagem e que o jogo é o meio básico do desenvolvimento cultural das crianças, e um conceito importante da sua teoria é a “zona de desenvolvimento proximal”; este conceito traz a ideia de uma distância entre aquilo que a criança consegue fazer sozinha e aquilo que ela consegue fazer com a ajuda de uma outra pessoa, e que possivelmente, poderá aprender a fazer sozinha, sendo assim podemos entender que zona de desenvolvimento proximal não é fixa, pelo contrário, é mutável, expansível, se altera à medida em que a criança cresce, e que se interage socialmente ao meio que ela vive.
Para Vygotsky, a brincadeira pode ter papel fundamental no desenvolvimento da criança porque o aprendizado se dá por interações, do o jogo lúdico e ou de uma brincadeira imaginária. 
Sobre este aspecto da teoria de Vygotsky, temos que:
Vygotsky, ao considerar que o jogo começa com o surgimento de um mundo ilusório ou imaginário, provavelmente se esqueceu de explicar como ele entendia a atividade da criança anterior a esta fase, uma vez que esta etapa, na sua teoria, não está suficientemente esclarecida, principalmente quando ele analisa o jogo infantil. (NEGRINE, 1995).
Negrine (1995) nos diz que do mesmo modo em que uma situação imaginária contém regras, todos os jogos de regras contêm uma situação imaginária.
 Na teoria de Vygotsky o brinquedo servir de base para a satisfação de certas necessidades da criança, e estas necessidades vão evoluindo no decorrer do desenvolvimento, para entendermos o desenvolvimento da criança, é necessário levar em conta as necessidades dela e os incentivos que são eficazes para colocá-las em ação.
Crianças muito pequenas, são privados da capacidade de criar situações imaginárias, tendem a ter seu comportamento, suas necessidades e desejos vinculadas a situações concretas, relacionadas intimamente com os seus sentidos. Vygotsky (1991), “a tendência de uma criança muito pequena é satisfazer seus desejos imediatamente; normalmente, o intervalo entre um desejo e a sua satisfação é extremamente curto”.
Entretanto, crianças que já possuem a capacidade imaginativa podem desejar coisas e até mesmo situações impossíveis de serem realizadas no momento. Para Vygotsky (1991) o brinquedo surge a partir dessas necessidades irrealizáveis, como um meio que permite à criança, ao adentrar no campo imaginativo, realizar o seu desejo.
Vygotsky (1991) nos fala de dois paradoxos contidos no brinquedo:
O primeiro paradoxo contido no brinquedo é que a criança opera com um significado alienado numa situação real. O segundo é que, no brinquedo, a criança segue o caminho do menor esforço – ela faz o que mais gosta de fazer, porque o brinquedo está unido ao prazer – e ao mesmo tempo, aprende a seguir os caminhos mais difíceis, subordinando-se a regras e, por conseguinte renunciando ao que ela quer, uma vez que a sujeição a regras e a renúncia a ação impulsiva constitui o caminho para o prazer do brinquedo. (VYGOTSKY, 1991)
As contribuições de Vygotsky sobre o brincar são muito importantes para reforçar a valorização das brincadeiras e dos brinquedos como ferramentas primordiais na formação das crianças, principalmente no aspecto sociocultural, que tão intensamente permeia as suas obras.
Não se pode duvidar de que Piaget e Vygotsky, além de ser importantes na definição de infância e aprendizagem, servem de grande referência no estudo das atividades lúdicas.
 Os dois reforçam a importância das interações sociais para o desenvolvimento da criança e logo, a importância do contato com o social através dos jogos e brincadeiras. Através de atividades lúdicas que o professor constrói conceitos, seleciona ideias e estabelece relações lógicas.
Na Educação Básica, principalmente na educação infantil os professores devem trabalhar para desenvolver as potencialidades das crianças, desafiando-as através de jogos e brincadeiras, para que os objetivos propostos sejam alcançados. 
Tudo que as crianças aprendem de forma significativa, seja através de uma brincadeira, de um jogo ou da música o conduz a construção do conhecimento.
“O professor deve estar atendo ao prazer e a alegria, pois uma aprendizagem significativa depende também de uma ligação com afeição, a motivação e o sentir” (LISBOA, 2013, p. 35). 
A brincadeira, portanto, é fundamental para o desenvolvimento das crianças pequenas.
Os jogos e as brincadeiras podem ser utilizados como instrumentos didáticos na rotina escolar, em que o professor determina as regras e objetivos que deseja alcançar. No entanto a brincadeira é um momento que a criança tem para se mostrar efetivamente e interagir com os demais colegas, criando vínculos afetivos.
De acordo com Carvalho (1992, p.132),
“O brincar, desde cedo, é muito importante na vida da criança, pois através do jogo, da brincadeira, ela explora e manuseia aquilo que está à sua volta, utilizando seus próprios esforços e sem ser pressionada pelo adulto, se sentindo livre e podendo viver por completo aquele momento”.
Pode-se dizer que as atividades lúdicas, os jogos, permitem liberdade de ação, a naturalidade e, consequentemente, prazer que raramente são encontrados em outras atividades escolares, por isso é necessário que os professores busquem mais conhecimento na hora de preparas as suas aulas.
 Portanto, lúdico é essencial para uma escola que se proponha não somente ao sucesso pedagógico, mas também à formação do cidadão, porque a consequência imediata dessa ação educativa é a aprendizagem em todas as dimensões: social, cognitiva, relacional e pessoal.
METODOLOGIA
Brincar é uma das atividades fundamentais para o desenvolvimento infantil, é por meio das brincadeiras que a criança emerge no processo de aprendizagem, facilitando a construção da autonomia, reflexão e criatividade. Dessa forma, a criança se desenvolve integralmente, abrangendo os âmbitos sociais, afetivos, culturais, cognitivos, emocionais e físicos. Portanto, as brincadeiras são vitais para o desenvolvimento de cada criança.
As Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Infantil (DCNEI, Resolução CNE/CEB nº 5/2009)27, em seu Artigo 4º,
Definem a criança como sujeito histórico e de direitos, que, nas interações, relações e práticas cotidianas que vivencia, constrói sua identidade pessoal e coletiva, brinca, imagina, fantasia, deseja, aprende, observa, experimenta, narra, questiona e constrói sentidos sobre a natureza e a sociedade, produzindo cultura (BRASIL, 2009).
Este projeto terá o tema: Os Cincos Sentidos, será realizado em um período de 6 aulas, com os alunos da Educação Infantil com idade entre 2 e 3 anos. Serão realizadas brincadeiras que retratem e reforcem as funções de cada um dos sentidos.
Este projeto será aplicado da seguinte forma:
1ª Aula: INTRODUÇÃO
Em uma roda de conversa, serão apresentados às crianças os cinco sentidos (paladar, olfato, visão, tato, audição) e os órgãos que utilizamos para sentir cada um deles.
 E para esta aula vamos usar o vídeo: Patati Patatá - Os Sentidos (DVD O Melhor da Pré-escola) https://youtu.be/NaTcJL2bMPs . 
E depois serão feitas perguntas para fixação: Para que servem os olhos, os ouvidos, o nariz, a boca e as mãos.
2ª Aula: Aguçar a sensibilidade do VISÃO
Em uma roda de conversa, vamos relembrar os que são os cincos sentidos, e apresentar as crianças diversos materiais com o intuito de explorar a visão.
Para a fixação deste sentido, as crianças serão levadas para brincarem em frente ao espelho. E também vamos brincar com a sombra.
3ª Aula: Aguçar a sensibilidade da AUDIÇÃO 
Em uma roda de conversa, vamos relembrar o que são os cincos sentidos, e apresentar as crianças diversos materiais com o intuito de explorar a audição.
Para a fixação deste sentido, serão apresentados diferentes tipos de som (chuva, animais, ruídos, fala), cantar, brincar de identificar sons sem olhar quem ou o que está emitindo, trabalhar a linguagem e a comunicação oral;
4ª Aula: Aguçar a sensibilidade do OLFATO
Em uma roda de conversa, vamos relembrar o que são os cincos sentidos, e apresentaras crianças diversos materiais com o intuito de explorar o seu olfato.
Para a fixação deste sentido, serão apresentados diferentes fragrâncias, identificar quais são os cheiros, classificá-los entre agradáveis e desagradáveis, e logo a após terá a brincadeira de adivinhar às cegas qual é o cheiro que estão sentidos.
5ª Aula: Aguçar a sensibilidade do TATO
Em uma roda de conversa, vamos relembrar o que são os cincos sentidos, e apresentar as crianças diversos materiais com o intuito de explorar seus sentidos e percepções.
Para a fixação deste sentido, será confeccionado um tapete com diferentes texturas para que as crianças andem por cima e descrevam a sensação, o mesmo pode ser feito com as mãos, noção de suavidade e firmeza, de força e fraqueza, sensação do vento na pele.
6ª Aula: Aguçar a sensibilidade do PALADAR
Em uma roda de conversa, vamos relembrar o que são os cincos sentidos, e apresentar as crianças diversos materiais com o intuito de explorar o paladar.
Para a fixação deste sentido, vamos trabalhar sabores (amargo, doce, salgado, azedo), texturas dos alimentos (crocante, mole, duro, seco, molhado), tudo através de experimentação. E logo após vamos fazer uma salada de frutas
E para esta vamos usar a música: Annie e Ben | Os Cinco Sentidos | Músicas Divertidas https://youtu.be/LXMvfkMd4VY
CRONOGRAMA
	Etapas do Projeto
	Período
	1º Planejamento
	
2 Aulas
	2º Execução
	
6 aulas (50 Minutos por aula)
	3º Avaliação
	
Será realizada durante todo o processo verificando o entusiasmo dos alunos e se os objetivos propostos inicialmente estão sendo alcançados.
RECURSOS 
 
· Aparelho de som 
· Pen drive gravados diversos sons, como:
(Chuva, Água, Buzina, Miado, Latido, Relógio, Choro, Riso)
· Retroprojetor
· Espelhos
· Alimentos (doces, salgados, frutas, legumes)
· Perfumes 
· Produtos de limpeza (verificar a questão tóxica do produto)
· Cartolina ou papel color set branco
· TNT
· Cola Branca 
· Tesoura
· Lixa (fina e grossa)
· Papel amassado
· Plástico, algodão
· Tecido (diferentes tipos cortados em retalhos)
· Esponja
· EVA 
· Papelão
· Escova (de dentes ou cabelo);
· Tinta
· Brinquedos
· Fotografias
· Caixa com massinhas coloridas
· Vendas
· Tintas colorida 
AVALIAÇÃO
 A avaliação na Educação Infantil deve ser contínua e realizada ao longo de todo o processo, o professor deverá acompanhar e analisar os avanços e dificuldades, o interesse dos alunos pelo assunto, a participação e o envolvimento nas atividades propostas, interação e reflexão e a compreensão do tema. 
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação referente à Educação Infantil, seção 11, artigo 31, estabelece que:
“... a avaliação far-se-á mediante o acompanhamento e registro do seu desenvolvimento, sem o objetivo de promoção...”
Este processo deverá ser feito por meio de um registro tanto no coletivo quanto no individual, pois cada criança possui seu modo de agir, sentir e pensar, sempre levando em consideração as particularidades de cada criança, para isso, é importante ter um olhar atento sobre os seus interesses, personalidades. relações e experiências de cada aluno.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Através desse projeto pôde-se perceber que, o lúdico é fundamental no processo de ensino-aprendizagem, brincar, jogar e a utilização dos brinquedos são atividades importantes para o desenvolvimento emocional, afetivo, cognitivo e social dos alunos. As brincadeiras e os jogos são um combustível que mantém as crianças ativas, pois é impossível elas viverem sem brincar. 
Vygotsky (1991) apontou que quando brinca a criança satisfaz certas necessidades que nunca poderiam ser realizadas no mundo real. Sendo assim, a criança reproduz o seu cotidiano de forma ativa, ultrapassando a mera reprodução de seu dia-a-dia, ela age e cria enquanto brinca.
 Ao brincar, a criança assume papéis e aceita as regras próprias da brincadeira, executando, imaginariamente, tarefas para as quais ainda não está apta ou não sente como agradáveis na realidade. (Lev Vygotsky 1991)
Portanto, é responsabilidade do professor preparar-se para ensinar seu aluno por meio de formas mais dinâmicas e prazerosas, e assim, proporcionar uma educação de qualidade, oportunizando as brincadeiras.
O brincar faz parte da infância e precisa ser valorizado e explorado dentro e fora da escola, pois é brincando que a criança reinventa o seu mundo e a vantagem de aprender brincando é que nunca mais esquece.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular – BNCC Versão Final. Brasília, DF, 2017.
ALMEIDA, Paulo Nunes de. Educação lúdica: técnicas e jogos pedagógicos. São Paulo: Loyola, 1995.
________. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Diretrizes curriculares nacionais para a educação infantil/ Secretaria de Educação Básica. Brasília: MEC, SEB,2010
HORN, M. G. S., Sabores, cores, sons, aromas: a organização dos espaços na educação infantil. Porto Alegre: Artmed, 2004.
A IMPORTÂNCIA DO FAZER, CRIAR E BRINCAR - Artigo de Arte - Cursos Avante». Cursos Avante. 8 de junho de 2017.
VERGNHANINI, N. S., QUERO BRINCAR: a brincadeira de faz-de-conta e o desenvolvimento infantil. 2011. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Pedagogia) – Faculdade de Educação, Universidade de Campinas, São Paulo.
KISHIMOTO, T. M. Brinquedos e brincadeiras na educação infantil. Anais do I Seminário Nacional: Currículo Em Movimento – Perspectivas Atuais Belo Horizonte, novembro de 2010.
ANTUNES, Celso. O Jogo e a Educação Infantil: falar e dizer, olhar e ver, escutar ouvir. Fascículo 15. Petrópolis: Ed. Vozes, 2003.
CABRAL, Fátima. O lúdico e a sociabilidade Infantil. Cadernos CERU, Série 02, nº. 07, 1996. 
COSTA SABINI, M. A. Jogos e brincadeiras na educação na educação infantil. Campinas: Ed. Papirus,1991.

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