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NUTRIÇÃO E ÉTICA 
AULA 6 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Alisson David Silva 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
Nesta etapa, vamos conhecer o Código de Ética e de Conduta do 
Nutricionista (CECN). O Conselho Federal de Nutricionistas (CFN, 2018a), 
atento à complexidade do contexto contemporâneo, às transformações na 
sociedade, à ampliação dos campos profissionais e aos avanços científicos, ao 
longo da sua atuação, realizou modificações importantes nesse documento, até 
chegar ao atual CECN. Esse processo teve início em 2014, sendo conduzido de 
forma coletiva pela Comissão Especial para a Construção do Novo Código de 
Ética, composta por profissionais indicados pelo Fórum dos Conselhos 
Regionais e pela Comissão de Ética do CFN. Essa construção descentralizada 
contou com a participação de comissões regionais, promovendo a 
representatividade das diferentes realidades profissionais. Foram realizados 
diversos eventos, incluindo seminários nacionais, eventos presenciais em 
Conselhos Regionais e processos de escuta on-line, visando envolver a 
categoria e a informar sobre o andamento dos trabalhos. 
A versão final do CECN reflete o contexto contemporâneo, com ênfase na 
autonomia e senso crítico do profissional. A participação efetiva da categoria foi 
fundamental para a construção do material. É relevante ressaltar que o CFN, 
desde 1981, quando o elaborou, é responsável por atualizar o CECN sempre 
que isso se mostra necessário. Esse documento é uma bússola para a atuação 
profissional na área, estabelecendo princípios fundamentais, direitos, deveres e 
condutas vedadas. O seu cumprimento protege a sociedade, valoriza a carreira 
e o trabalho do nutricionista (CFN, 2018a). 
Na graduação, é crucial conhecer o CECN para evitar processos 
disciplinares decorrentes de práticas inadequadas. O desrespeito ao código 
pode resultar em concorrência desleal, desvalorização profissional e riscos à 
saúde. A compreensão do CECN é essencial para prevenir tais situações, sendo 
abordado em aulas que detalham suas normas e as etapas de um processo 
disciplinar (CFN, 2018a). 
TEMA 1 – PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS 
O CECN encontra sua descrição na Resolução n. 599/2018 do CFN 
(2018a, 2018b), regulamentando as condutas e práticas profissionais 
relacionadas à habilitação técnica do nutricionista. Em outras palavras, trata-se 
 
 
3 
de um instrumento que respalda a garantia de direitos, delineia os deveres e 
estabelece os limites da atuação profissional. O acatamento dessas diretrizes 
configura um ato social em prol da saúde e da segurança alimentar e nutricional 
da população. 
Esse documento foi concebido com base em uma política de construção 
coletiva, contando com a participação ativa de nutricionistas, estudantes de 
nutrição, filósofos, advogados e outros profissionais. Em um dos momentos 
cruciais desse processo, a categoria foi convidada a identificar os valores 
essenciais para se atingir o perfil desejado de nutricionista, visando estruturar os 
princípios fundamentais do CECN, expressos em seus oito artigos que delineiam 
a orientação para a atuação do nutricionista (CFN, 2018a). 
O profissional, de acordo com o art. 1º do CECN, compromete-se a 
conhecer e guiar sua prática pelos princípios universais dos direitos humanos, 
da bioética, pela Constituição Federal e pelos preceitos éticos do código. A 
atuação do nutricionista, como estabelecido no art. 2º, deve ser guiada pela 
defesa do direito à saúde, do direito humano à alimentação adequada e da 
segurança alimentar e nutricional de indivíduos e coletividades. No art. 3º do 
CECN, ressalta-se a importância de que o nutricionista desempenhe suas 
atribuições respeitando a vida, a singularidade e a pluralidade dos indivíduos, 
considerando suas dimensões culturais, religiosas, de gênero, classe social, 
raça e etnia. Essa atuação deve ser dialógica, sem discriminação de qualquer 
natureza nas relações profissionais (CFN, 2018a). 
O comprometimento com o contínuo aprimoramento profissional é 
enfatizado no art. 4º do CECN. O nutricionista deve buscar qualificação técnico-
científica para promover a saúde e a alimentação adequada e saudável de 
indivíduos e coletividades. No art. 5º, destaca-se que o nutricionista, no exercício 
pleno de suas atribuições, deve atuar nos cuidados relativos à alimentação e 
nutrição promovendo a saúde, prevenindo, diagnosticando e tratando agravos, 
como parte do atendimento integral ao indivíduo e à coletividade, utilizando todos 
os recursos que lhes forem disponíveis, com o alimento e a comunidade como 
suas referências (CFN, 2018a). 
O art. 6º ressalta que a atenção nutricional vai além do significado 
biológico da alimentação, considerando dimensões ambientais, culturais, 
econômicas, políticas, psicoafetivas, sociais e simbólicas. No art. 7º, destaca-se 
a importância da participação do nutricionista em espaços de diálogo e decisão, 
 
 
4 
seja em entidades da categoria, seja em instâncias de controle social ou outros 
fóruns, visando ao exercício da cidadania, ao compromisso com o 
desenvolvimento sustentável, à preservação da biodiversidade, à proteção à 
saúde e à valorização profissional. No art. 8º, conclui-se que o nutricionista deve 
exercer a profissão de forma crítica e proativa, com autonomia, liberdade, justiça, 
honestidade, imparcialidade e responsabilidade, ciente de seus direitos e 
deveres, sem contrariar os preceitos técnicos e éticos estabelecidos (CFN, 
2018a). 
Por fim, os princípios do CECN orientam o nutricionista a agir em 
conformidade com valores éticos, promovendo saúde, respeitando a 
diversidade, aprimorando constantemente suas habilidades e participando 
ativamente na construção de um ambiente saudável e equitativo. Esses 
fundamentos reforçam o compromisso social do profissional e a importância de 
uma atuação crítica e proativa, alinhada aos princípios técnicos e éticos da 
profissão (CFN, 2018a). 
TEMA 2 – DIREITOS, DEVERES E VETOS 
Além dos princípios fundamentais delineados, o CECN, conforme 
estabelecido pelo CFN (2018a), abrange uma estrutura abrangente composta 
por dez capítulos, cada um dedicado a temas específicos. Cada capítulo, por sua 
vez, engloba uma série de direitos, deveres e vetos. O conhecimento 
aprofundado dessas normas não apenas capacita o nutricionista a exercer sua 
profissão com dignidade, mas também a atuar com respeito às diretrizes éticas 
estabelecidas. Nesse contexto, exploraremos detalhadamente os direitos, 
deveres e vetos que permeiam cada capítulo do CECN, proporcionando uma 
compreensão abrangente das responsabilidades éticas e profissionais 
associadas à prática nutricional. 
2.1 Responsabilidades profissionais 
No capítulo do CECN pertinente a esse assunto, abordam-se 
minuciosamente as responsabilidades profissionais inerentes ao papel do 
nutricionista, delineando sete direitos, dez deveres e quatro vetos. No contexto 
dos direitos, merece destaque a prerrogativa de se recusar o exercício da 
profissão em ambientes onde as condições de trabalho não atendam aos 
 
 
5 
padrões de adequação, dignidade e justiça ou que possam acarretar prejuízos a 
indivíduos, coletividades ou ao próprio profissional. Além disso, ressalta-se o 
direito à prestação de serviços profissionais de forma gratuita, em prol de causas 
sociais e humanitárias (CFN, 2018a). 
Quanto aos deveres, enfatiza-se a obrigação de manter os indivíduos e a 
coletividade sob sua responsabilidade profissional, ou seus representantes 
legais, devidamente informados sobre os objetivos, procedimentos, benefícios e 
riscos, quando aplicável, de suas práticas profissionais. Destaca-se, também, a 
necessidade de preservar o sigilo, o respeito e a confidencialidade das 
informações durante o exercício da profissão (CFN, 2018a). 
No que tange aos vetos, é expressamente proibido ao nutricionista 
realizar atos prejudiciais, a indivíduos ou coletividadessob sua responsabilidade 
profissional, que possam ser caracterizados como imperícia, imprudência ou 
negligência. Essa proibição visa assegurar a integridade e o bem-estar dos 
envolvidos, reforçando a importância da atuação ética e responsável do 
profissional nutricionista. 
2.2 Relações interpessoais 
O segundo capítulo aborda as complexas dinâmicas interpessoais 
presentes durante o exercício profissional dos nutricionistas, destacando suas 
relações com outros profissionais, pacientes, clientes, usuários, estudantes, 
empregados, representantes de entidades, entre outros indivíduos. Estruturado 
em quatro artigos, esse capítulo compreende um direito, um dever e dois vetos. 
O direito consagrado refere-se à possibilidade de denunciar, nas 
instâncias competentes, atos que configurem agressão, assédio, humilhação, 
discriminação, intimidação, perseguição ou exclusão, seja contra o próprio 
profissional nutricionista, seja contra qualquer outra pessoa. Essa prerrogativa 
visa assegurar um ambiente de trabalho e atendimento saudável, livre de 
condutas prejudiciais. 
Quanto ao dever estabelecido, destaca-se a necessidade de se utilizar o 
poder ou posição hierárquica de maneira justa e respeitosa, evitando atitudes 
opressoras e conflitos nas relações profissionais. Adicionalmente, o profissional 
é orientado a não fazer uso de sua posição em benefício próprio ou de terceiros, 
enfatizando a imparcialidade e a integridade que devem reger suas interações 
profissionais. 
 
 
6 
No que concerne aos vetos, ressalta-se a proibição de manifestar 
publicamente opiniões depreciativas ou difamatórias sobre a conduta ou atuação 
de nutricionistas ou de outros profissionais. Essa restrição visa preservar a 
integridade profissional, promovendo um ambiente de respeito e colaboração 
mútua entre os profissionais envolvidos. 
2.3 Condutas e práticas profissionais 
O capítulo que trata do tema abarca as normas fundamentais que 
orientam as atividades do nutricionista, compreendendo um total de 22 artigos, 
subdivididos em 4 direitos, 9 deveres e 9 vetos. No âmbito dos direitos, destaca-
se a prerrogativa de ele exercer suas atribuições profissionais sem interferências 
de pessoas não habilitadas para tais práticas, assegurando a autonomia e 
integridade do exercício profissional. No que tange aos deveres, engloba-se a 
obrigação de realizar, em consulta presencial, a avaliação e o diagnóstico 
nutricional de indivíduos sob sua responsabilidade profissional. Essa 
responsabilidade reforça a importância da atuação direta e personalizada do 
nutricionista na promoção da saúde e bem-estar de seus clientes. No contexto 
dos vetos, sobressai a proibição, ao nutricionista, de pleitear, de maneira desleal, 
para si ou para terceiros, emprego, cargo ou função que esteja sendo exercida 
por nutricionista ou por profissional de outra formação. Essa restrição visa 
preservar a ética profissional e evitar práticas concorrenciais desleais que 
possam comprometer a integridade do campo nutricional e de outras áreas 
profissionais. 
2.4 Meios de informação e comunicação 
A abordagem, no segmento dos veículos de informação e comunicação, 
contempla as normativas referentes à divulgação das atividades profissionais do 
nutricionista em diversos meios de comunicação, como televisão, rádio, jornais, 
revistas, panfletos virtuais ou impressos, embalagens, mídias e redes sociais, 
aplicativos, palestras, eventos, entre outros, para os mesmos fins. Composto por 
seis artigos, esse conjunto normativo apresenta dois direitos, um dever e três 
vetos. 
Nesse contexto normativo, fica evidente que é um direito do nutricionista 
empregar os meios de comunicação e informação para promover e divulgar seu 
 
 
7 
trabalho, desde que haja em conformidade com os princípios do CECN (CFN, 
2018a). Similarmente, é um dever, ao compartilhar informações sobre 
alimentação e nutrição em diversos meios de comunicação, que o nutricionista 
tenha como foco primordial a promoção da saúde e a educação alimentar e 
nutricional, de maneira crítica, contextualizada e respaldada por embasamento 
técnico-científico. Quanto ao veto, é expressamente proibido ao nutricionista, 
mesmo com autorização por escrito, divulgar imagens corporais atribuindo 
resultados a produtos, equipamentos, técnicas ou protocolos, pois esses podem 
não se aplicar de maneira uniforme a todos e apresentar riscos à saúde. Essa 
proibição visa garantir a integridade e a segurança na divulgação de informações 
relacionadas à nutrição. 
2.5 Associação a produtos, marcas de produtos, serviços, empresas ou 
indústrias 
No quinto capítulo, o CECN aborda as diretrizes concernentes à 
associação, divulgação, indicação ou venda de produtos, marcas, serviços, 
empresas ou indústrias específicas, compreendendo sete artigos, dos quais um 
é um direito e seis são vetos (CFN, 2018a). O profissional nutricionista tem o 
direito de utilizar embalagens para atividades de orientação, educação alimentar 
e nutricional e formação profissional, desde que envolva mais de uma marca, 
empresa ou indústria do mesmo tipo de alimento, produto alimentício, 
suplemento nutricional e/ou fitoterápico e não configure conflito de interesses. 
Dentre os artigos de vetos, destaca-se o art. 60, que explicita a proibição 
de o profissional realizar a prescrição, indicação ou manifestação de preferência 
ou associação de imagem para divulgar marcas de produtos alimentícios, 
suplementos nutricionais, fitoterápicos, utensílios, equipamentos, serviços, 
laboratórios, farmácias, empresas ou indústrias vinculadas às atividades de 
alimentação e nutrição. Essa proibição visa evitar a direção das escolhas do 
paciente, preservando assim sua autonomia de escolha e tem o propósito de 
garantir a integridade e imparcialidade nas recomendações nutricionais, 
afastando qualquer influência que possa comprometer o interesse do paciente 
(CFN, 2018a). 
 
 
 
8 
2.6 Formação profissional 
O capítulo que trata da formação profissional do nutricionista estabelece 
normativas que regem as práticas e situações relacionadas a isso em todos os 
níveis de ensino, compreendendo 12 artigos, sendo 2 direitos, 7 deveres e 3 
vetos (CFN, 2018a). Um direito relevante consagra a possibilidade de o 
profissional exercer a função de supervisor/preceptor de estágios, em seu local 
de trabalho. No que concerne a essa função, impõe-se como dever a estrita 
observância da legislação de estágio em vigor, garantindo assim a conformidade 
e legalidade nas atividades de supervisão/preceptoria. Em contrapartida, é 
expressamente vedado ao nutricionista, enquanto desempenha atividade 
docente, difamar, diminuir ou desvalorizar a profissão, áreas de atuação ou 
campos de conhecimentos diversos daqueles nos quais atua. Essa proibição 
visa promover um ambiente educacional respeitoso e imparcial, contribuindo 
para a integridade e reconhecimento da profissão nutricional e seus diferentes 
domínios de atuação. 
2.7 Pesquisa 
Outro capítulo estabelece normativas que regem as atividades 
relacionadas a estudos e pesquisas teóricas, práticas ou científicas, 
compreendendo seis artigos, dos quais um direito, três deveres e dois vetos 
(CFN, 2018a). O nutricionista tem o direito de realizar estudos ou pesquisas, 
tanto dentro quanto fora de seu local de trabalho, com o objetivo de contribuir 
para o benefício da saúde de indivíduos ou coletividades, a qualificação de 
processos de trabalho e a produção de novos conhecimentos no campo de 
alimentação e nutrição. 
No âmbito dos deveres, destaca-se a responsabilidade do nutricionista em 
obter autorização do responsável quando utilizar informações não divulgadas 
publicamente, referenciando adequadamente a fonte. Quanto ao veto, é 
expressamente proibido ao profissional declarar autoria de produção científica, 
método de trabalho ou produto do qual não tenha participado efetivamente, 
visandoassegurar a integridade e a ética na autoria de trabalhos científicos no 
campo da nutrição. 
 
 
 
9 
2.8 Relação com as entidades da categoria 
Temos um capítulo de estabelecimento de diretrizes que regulam a 
interação dos nutricionistas com as entidades representativas da nutrição, como 
conselhos de classe, sindicatos e associações. Compostas por sete artigos, 
essas normativas abrangem três direitos, três deveres e um veto, delineando 
princípios éticos e responsáveis, para os profissionais, no âmbito de sua relação 
com tais entidades (CFN, 2018a). 
É crucial ressaltar que o nutricionista detém o direito de pleitear desagravo 
público junto ao Conselho Regional de Nutricionistas (CRN) caso seja ofendido 
no exercício ou em decorrência de sua profissão. No tocante aos deveres, é 
imperativo fortalecer e fomentar as entidades representativas da categoria, 
visando à proteção e valorização da profissão, respeitando, simultaneamente, o 
direito à liberdade de opinião. Por fim, é expressamente vetado ao nutricionista 
utilizar a posição ocupada em entidades da categoria para obter vantagens 
pessoais ou financeiras, direta ou indiretamente, por meio de terceiros. Além 
disso, é proibido valer-se dessa posição para expressar superioridade ou exercer 
poder que exceda sua atribuição, garantindo assim a integridade e 
imparcialidade no exercício das funções associativas. 
2.9 Infrações e penalidades 
O capítulo 9º é composto por cinco artigos, em que se aborda o conceito 
de infração ético-disciplinar e as penalidades aplicáveis aos nutricionistas. 
Trabalharemos um capítulo específico somente sobre essa questão (CFN, 
2018a). 
2.10 Disposições gerais 
O último capítulo, composto por cinco artigos, detalha as opções para 
alterações no CECN (CFN, 2018a). Essas modificações podem ocorrer de três 
maneiras: por iniciativa própria; através de proposta de qualquer CRN, validada 
por pelo menos dois terços desses conselhos; ou mediante proposta formal de 
20% dos nutricionistas com inscrição ativa. 
 
 
 
10 
TEMA 3 – IMPLICAÇÕES AO DESCUMPRIMENTO DO CÓDIGO DE ÉTICA DO 
NUTRICIONISTA 
 
A convivência em sociedade demanda que cada indivíduo esteja 
familiarizado e adira às normas sociais estabelecidas. Assim como precisamos 
compreender a legislação de trânsito para dirigir ou atravessar uma rua como 
pedestres, reconhecemos a importância de se respeitar tais regulamentos para 
preservar a vida, a sociedade e prevenir infrações. Esse mesmo princípio é 
aplicável aos nutricionistas. Para que esses profissionais desempenhem suas 
funções de maneira adequada, é imperativo que estejam cientes e cumpram as 
resoluções que regulamentam a profissão e o CECN (CFN, 2018a). Isso visa 
evitar a ocorrência de infrações disciplinares, assegurando uma prática 
profissional ética e responsável. 
Além de prejudicar diretamente os envolvidos, a violação do CECN 
compromete os princípios éticos da profissão e contribui para a sua 
desvalorização. Conforme estabelecido pela Resolução n. 321/2003 do CFN 
(2003), que institui o Código de Processamento Disciplinar para Nutricionistas e 
Técnicos da Área de Alimentação e Nutrição, a infração disciplinar é 
caracterizada pela transgressão a disposições legais, normativas reguladoras da 
conduta no exercício profissional e preceitos éticos vinculados à profissão. As 
implicações de uma infração ética incluem a imposição de penalidades 
disciplinares. E, em certos casos, essas consequências podem ultrapassar as 
decisões do CRN, alcançando o âmbito normativo legal, abrangendo 
responsabilidades civil ou penal. As penalidades disciplinares serão detalhadas 
posteriormente. 
É importante destacar que os nutricionistas têm a obrigação de conhecer 
o CECN, conforme estipulado no art. 15 do capítulo 1º, que estabelece que 
É dever do nutricionista ter ciência dos seus direitos e deveres, 
conhecer e manter-se atualizado quanto às legislações pertinentes ao 
exercício profissional, bem como às normativas e posicionamentos do 
Sistema CFN/CRN e demais entidades da categoria, assim como de 
outros órgãos reguladores no campo da alimentação e nutrição. (CFN, 
2018a) 
 
 
 
11 
TEMA 4 – PROCESSO DISCIPLINAR 
O procedimento disciplinar envolvendo o nutricionista, sob 
responsabilidade dos Conselhos Federal e Regional de Nutricionistas, consiste 
em quatro etapas: instauração, instrução, julgamento e penalização. O processo 
segue as normativas estabelecidas pela Resolução n. 321/2003 do CFN (2018a). 
A seguir, será delineado o curso do processo disciplinar, desde a denúncia até 
a aplicação da penalização. 
4.1 Primeira etapa: denúncia 
A notificação é submetida ao Conselho Federal ou Regional de 
Nutricionistas assumindo a forma de um documento oficial que deve conter os 
seguintes elementos: 
• Nome, assinatura e qualificação do denunciante 
• Nome, qualificação e endereço do denunciado 
• Descrição dos eventos que possam indicar uma infração disciplinar 
• Evidências documentais que confirmem os eventos descritos na 
notificação e outras informações pertinentes ao caso 
Conforme especificado pela Resolução CFN n. 321/2003, as denúncias 
podem ser classificadas em três categorias: funcional, particular ou ex officio: 
• Funcional: ocorre em decorrência de uma ação fiscalizatória de rotina, 
programada ou desencadeada por denúncia. 
• Particular: realizada por qualquer pessoa física ou jurídica por meio de 
documento. 
• Ex officio: efetuada por conselheiro efetivo, conselheiro suplente ou 
agente do CRN. 
A denúncia pode ser enviada ao CRN por diversos canais, como site, e-
mail, pessoalmente, por carta, entre outros. Essa etapa implica uma análise 
minuciosa dos fatos e dos documentos comprobatórios anexados à denúncia. 
Após essa avaliação, o presidente do CRN pode decidir pela admissão ou não 
da denúncia, optando por diligência, negativa de admissibilidade ou instauração 
do processo disciplinar. É importante ressaltar que essa fase envolve a análise 
 
 
12 
dos fatos apresentados na denúncia, não fazendo parte do processo disciplinar 
propriamente dito. 
4.2.2 Segunda etapa: instauração de processo disciplinar 
Após a primeira etapa, se inicia o processo disciplinar, sob a 
responsabilidade do presidente do CRN. Esse momento é acionado quando 
existem suspeitas de violações ao CECN (Brasil, 2018a). A subsequente ação 
envolve a transferência desse processo para a Comissão de Ética, que assume 
a responsabilidade pela instrução processual. 
4.3 Terceira etapa: instrução do processo disciplinar 
A etapa de instrução do processo disciplinar é de responsabilidade da 
Comissão de Ética do CRN, visando fornecer fundamentação ao processo e 
assegurar plenitude de defesa e contraditório às partes envolvidas. Essa fase, 
uma das mais intricadas do processo disciplinar, compreende várias etapas: 
• Solicitação de defesa por escrito: o nutricionista sob representação deve 
apresentar, por escrito, esclarecimentos sobre os indícios de infração ao 
CECN (CFN, 2018a), com a possibilidade de incluir provas documentais 
e testemunhais. 
• Tomada de depoimentos: coleta de documentos de todas as partes, com 
depoimentos realizados separadamente, seguindo uma ordem específica. 
Se a Comissão de Ética ainda tiver dúvidas após esse estágio, pode-se 
realizar uma acareação, um procedimento que confronte partes ou 
testemunhas com declarações divergentes para obter novos 
depoimentos. 
• Relatório conclusivo: a Comissão de Ética elabora um relatório 
consolidando as informações cruciais obtidas durante a instrução do 
processo disciplinar. Esse relatório inclui uma conclusão, propondo ou o 
arquivamento do processo devido à ausência de infração disciplinar ou a 
continuação do processo, com a recomendação de uma penalidade 
apropriada. Após essa etapa, o relatório é encaminhado ao plenário do 
CRN. 
 
 
 
13 
4.4 Quarta etapa: julgamento do processo disciplinarEssa etapa está sob a responsabilidade do Plenário do CRN. O Plenário 
recebe o processo disciplinar, incluindo o relatório conclusivo da Comissão de 
Ética, e decide se aceita ou não o que ela concluiu. Se aceito o relatório, o 
processo disciplinar continua e o presidente designa um conselheiro efetivo 
como relator. O relator é encarregado de realizar uma análise detalhada do 
processo e preparar o relatório e o voto. Posteriormente, os envolvidos no 
processo (denunciante e denunciado) recebem notificação com pelo menos 15 
dias de antecedência em relação à data, hora e local da sessão de julgamento. 
Durante essa sessão, o conselheiro relator lê o relatório e o voto, permitindo que 
as partes se manifestem. Isso marca o início da fase de discussão e 
esclarecimento. Ao encerrar essa etapa, o presidente conduz a votação e, após 
a sua conclusão, anuncia a decisão final do julgamento. Caso as partes não 
concordem com o resultado, têm o direito de recorrer ao CFN. 
4.5 Quinta etapa: penalização 
A imposição de penalidades em um processo disciplinar é atribuição do 
CRN da área onde o profissional possui inscrição original. Os diversos tipos de 
penalidades que podem ser aplicadas ao nutricionista são detalhados a seguir. 
A Figura 1, a seguir, sintetiza as fases do processo disciplinar. Trataremos das 
penalidades na sequência. 
 
 
 
14 
Figura 1 – Etapas do procedimento disciplinar 
 
Crédito: Jefferson Schnaider. 
TEMA 5 – PENALIDADES 
Os diversos tipos de penalidades resultantes de um processo disciplinar 
contra o nutricionista são definidos por leis específicas, incluindo a Lei n. 
6.583/1978 (Brasil, 1978), que estabelece os Conselhos Federal e Regionais de 
Nutricionistas; o Decreto n. 84.444/1980 (Brasil, 1980), que regula o 
funcionamento desses conselhos; e a Resolução n. 321/2003 do CFN (2003), 
que institui o Código de Processamento Disciplinar para o Nutricionista e o 
Técnico da Área de Alimentação e Nutrição, entre outras medidas. 
Segundo essas normativas, as penas disciplinares incluem: 
• Advertência 
• Repreensão 
• Multa equivalente a até dez vezes o valor da anuidade 
• Suspensão do exercício profissional por até três anos 
• Cancelamento da inscrição e proibição do exercício profissional 
A execução da pena leva em consideração os antecedentes profissionais 
do denunciante, seu grau de culpa, as circunstâncias atenuantes e agravantes, 
 
 
15 
bem como as consequências da infração, conforme preconizado pela legislação 
pertinente. 
A infração ético-disciplinar, definida nos art. 91 a 95 do CECN, refere-se 
a ações ou omissões que desobedeçam às disposições do Código (CFN, 2018a). 
A instância ético-disciplinar é autônoma, independente das instâncias 
administrativas e judiciais, considerando pareceres de outras instâncias oficiais. 
A apuração da infração, autoria e responsabilidade ocorre em um processo 
conduzido, conforme as normas legais e regulamentares, pelos Conselhos 
Federal e Regionais de Nutricionistas. As sanções, previstas na Lei n. 
6.583/1978 e no Decreto n. 84.444/1980 (Brasil, 1978, 1980), são aplicadas de 
acordo com a gravidade do caso, respeitando a graduação estabelecida na lei e 
considerando antecedentes, grau de culpa, circunstâncias atenuantes e 
agravantes, além das consequências da infração. 
As penas de advertência, repreensão e multa são comunicadas pelo CRN 
em ofício reservado, a menos que haja reincidência, quando essas informações 
são registradas nos assentamentos do profissional punido. 
NA PRÁTICA 
Atualmente, é evidente que os nutricionistas estão mais engajados nas 
redes sociais. Contudo, em alguns casos, esses profissionais podem violar o 
CECN, seja por falta de conhecimento, seja por discordância em relação a ele. 
Portanto, analise, nas suas redes sociais, perfis desses profissionais e 
identifique as infrações mais comuns praticadas por eles, especificando quais 
artigos do CECN estão sendo infringidos (Brasil, 2018a). 
FINALIZANDO 
Nesta etapa, destacamos que o nutricionista deve embasar suas práticas 
no CECN, além de seguir outras resoluções estabelecidas pelo CFN. O CECN 
tem a finalidade de orientar o profissional em direção a uma conduta ética, crítica 
e competente. Ficou evidente que agir em desacordo com o CECN pode resultar 
na abertura de um processo disciplinar e na aplicação de penalidades (Brasil, 
2018a). 
Considerando a constante evolução da ciência da nutrição, 
compreendemos que verdades atuais podem se transformar, no futuro. Da 
 
 
16 
mesma forma, nossa sociedade está em constante mutação, exigindo 
adaptações no modo de vida individual e coletivo. Dessa forma, é essencial que 
o CECN esteja alinhado com as transformações sociais, sendo atualizado de 
acordo com o cenário contemporâneo. O nutricionista, por sua vez, deve 
permanecer atento e participar ativamente das discussões relacionadas à sua 
profissão. 
 
 
 
17 
REFERÊNCIAS 
BRASIL. Decreto n. 84.444, de 30 de janeiro de 1980. Diário Oficial da União, 
Brasília, 31 jan. 1980. Disponível em: 
<https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/atos/decretos/1980/d84444.html>. 
Acesso em: 7 dez. 2023. 
_____. Lei n. 6.583, de 20 de outubro de 1978. Diário Oficial da União, Brasília, 
24 out. 1978. Disponível em: <https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/1970-
1979/l6583.htm>. Acesso em: 7 dez. 2023. 
CFN – Conselho Federal de Nutricionistas. Código de Ética e de Conduta do 
Nutricionista. Brasília, 2018a. Disponível em: 
<http://www.cfn.org.br/wpcontent/uploads/2018/04/codigo-de-etica.pdf>. Acesso 
em: 7 dez. 2023. 
_____. Resolução n. 321, de 2 de dezembro de 2003. Diário Oficial da 
União, Brasília, 15 dez. 2003. Disponível em: 
<http://www.cfn.org.br/wpcontent/uploads/resolucoes/Res_321_2003.htm>. 
Acesso em: 7 dez. 2023. 
_____. Resolução n. 599, de 25 de fevereiro de 2018. Diário Oficial da 
União, Brasília, 4 abr. 2018b. Disponível em: 
<http://sisnormas.cfn.org.br:8081/viewPage.html?id=599>. Acesso em: 7 dez. 
2023.

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