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Ciências do 
Ambiente
Me. Gustavo Affonso Pisano Mateus 
Me. Renata Cristina de Souza Chatalov
Esp. João Marcos Pardo
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a 
Distância; MATEUS, Gustavo Affonso Pisano; CHATALOV, Rena-
ta Cristina de Souza; PARDO, João Marcos. 
Ciências do Ambiente. Gustavo Affonso Pisano Mateus; Rena-
ta Cristina de Souza Chatalov e João Marcos Pardo. 
Maringá-Pr.: Unicesumar, 2019. Reimpresso em 2024.
240 p.
“Graduação - EAD”.
1. Ciências. 2. Ambiente. 3. EaD. I. Título.
ISBN 978-85-459-1984-1
CDD - 22 ed. 577
CIP - NBR 12899 - AACR/2
NEAD - Núcleo de Educação a Distância
Av. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jardim Aclimação
CEP 87050-900 - Maringá - Paraná
unicesumar.edu.br | 0800 600 6360
Impresso por:
Coordenador de Conteúdo Crislaine Rodrigues 
Galan e Fabio Augusto Gentilin.
Designer Educacional Janaína de Souza Pontes e 
Yasminn Talyta Tavares Zagonel.
Revisão Textual Érica Fernanda Ortega e Cíntia 
Prezoto Ferreira.
Editoração Isabela Mezzaroba Belido.
Ilustração Natália de Souza Scalassara
Realidade Aumentada Kleber Ribeiro, Leandro 
Naldei e Thiago Surmani.
DIREÇÃO UNICESUMAR
Reitor Wilson de Matos Silva, Vice-Reitor e 
Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos 
Silva Filho, Pró-Reitor Executivo de EAD William 
Victor Kendrick de Matos Silva, Pró-Reitor de 
Ensino de EAD Janes Fidélis Tomelin, Presidente 
da Mantenedora Cláudio Ferdinandi.
NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Diretoria Executiva Chrystiano Mincoff, James 
Prestes e Tiago Stachon; Diretoria de Graduação 
e Pós-graduação Kátia Coelho; Diretoria de 
Permanência Leonardo Spaine; Diretoria de 
Design Educacional Débora Leite; Head de 
Produção de Conteúdos Celso Luiz Braga de Souza 
Filho; Head de Metodologias Ativas Thuinie Daros; 
Head de Curadoria e Inovação Tania Cristiane Yoshie 
Fukushima; Gerência de Projetos Especiais Daniel 
F. Hey; Gerência de Produção de Conteúdos Diogo
Ribeiro Garcia; Gerência de Curadoria Carolina
Abdalla Normann de Freitas; Supervisão do Núcleo
de Produção de Materiais Nádila de Almeida
Toledo; Projeto Gráfico José Jhonny Coelho e
Thayla Guimarães Cripaldi; Fotos Shutterstock.
PALAVRA DO REITOR
Em um mundo global e dinâmico, nós trabalha-
mos com princípios éticos e profissionalismo, não 
somente para oferecer uma educação de qualida-
de, mas, acima de tudo, para gerar uma conversão 
integral das pessoas ao conhecimento. Baseamo-
-nos em 4 pilares: intelectual, profissional, emo-
cional e espiritual.
Iniciamos a Unicesumar em 1990, com dois 
cursos de graduação e 180 alunos. Hoje, temos 
mais de 100 mil estudantes espalhados em todo 
o Brasil: nos quatro campi presenciais (Maringá, 
Curitiba, Ponta Grossa e Londrina) e em mais de 
300 polos EAD no país, com dezenas de cursos de 
graduação e pós-graduação. Produzimos e revi-
samos 500 livros e distribuímos mais de 500 mil 
exemplares por ano. Somos reconhecidos pelo 
MEC como uma instituição de excelência, com 
IGC 4 em 7 anos consecutivos. Estamos entre os 
10 maiores grupos educacionais do Brasil.
A rapidez do mundo moderno exige dos 
educadores soluções inteligentes para as ne-
cessidades de todos. Para continuar relevante, a 
instituição de educação precisa ter pelo menos 
três virtudes: inovação, coragem e compromisso 
com a qualidade. Por isso, desenvolvemos, para 
os cursos de Engenharia, metodologias ativas, as 
quais visam reunir o melhor do ensino presencial 
e a distância.
Tudo isso para honrarmos a nossa missão que é 
promover a educação de qualidade nas diferentes 
áreas do conhecimento, formando profissionais 
cidadãos que contribuam para o desenvolvimento 
de uma sociedade justa e solidária.
Vamos juntos!
BOAS-VINDAS
Prezado(a) Acadêmico(a), bem-vindo(a) à Co-
munidade do Conhecimento. 
Essa é a característica principal pela qual a 
Unicesumar tem sido conhecida pelos nossos alu-
nos, professores e pela nossa sociedade. Porém, é 
importante destacar aqui que não estamos falando 
mais daquele conhecimento estático, repetitivo, 
local e elitizado, mas de um conhecimento dinâ-
mico, renovável em minutos, atemporal, global, 
democratizado, transformado pelas tecnologias 
digitais e virtuais.
De fato, as tecnologias de informação e comu-
nicação têm nos aproximado cada vez mais de 
pessoas, lugares, informações, da educação por 
meio da conectividade via internet, do acesso 
wireless em diferentes lugares e da mobilidade 
dos celulares. 
As redes sociais, os sites, blogs e os tablets ace-
leraram a informação e a produção do conheci-
mento, que não reconhece mais fuso horário e 
atravessa oceanos em segundos.
A apropriação dessa nova forma de conhecer 
transformou-se hoje em um dos principais fatores de 
agregação de valor, de superação das desigualdades, 
propagação de trabalho qualificado e de bem-estar. 
Logo, como agente social, convido você a saber 
cada vez mais, a conhecer, entender, selecionar e 
usar a tecnologia que temos e que está disponível. 
Da mesma forma que a imprensa de Gutenberg 
modificou toda uma cultura e forma de conhecer, 
as tecnologias atuais e suas novas ferramentas, 
equipamentos e aplicações estão mudando a nossa 
cultura e transformando a todos nós. Então, prio-
rizar o conhecimento hoje, por meio da Educação 
a Distância (EAD), significa possibilitar o contato 
com ambientes cativantes, ricos em informações 
e interatividade. É um processo desafiador, que 
ao mesmo tempo abrirá as portas para melhores 
oportunidades. Como já disse Sócrates, “a vida 
sem desafios não vale a pena ser vivida”. É isso que 
a EAD da Unicesumar se propõe a fazer.
Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você 
está iniciando um processo de transformação, 
pois quando investimos em nossa formação, seja 
ela pessoal ou profissional, nos transformamos e, 
consequentemente, transformamos também a so-
ciedade na qual estamos inseridos. De que forma 
o fazemos? Criando oportunidades e/ou estabe-
lecendo mudanças capazes de alcançar um nível 
de desenvolvimento compatível com os desafios 
que surgem no mundo contemporâneo. 
O Centro Universitário Cesumar mediante o 
Núcleo de Educação a Distância, o(a) acompa-
nhará durante todo este processo, pois conforme 
Freire (1996): “Os homens se educam juntos, na 
transformação do mundo”.
Os materiais produzidos oferecem linguagem 
dialógica e encontram-se integrados à proposta 
pedagógica, contribuindo no processo educa-
cional, complementando sua formação profis-
sional, desenvolvendo competências e habilida-
des, e aplicando conceitos teóricos em situação 
de realidade, de maneira a inseri-lo no mercado 
de trabalho. Ou seja, estes materiais têm como 
principal objetivo “provocar uma aproximação 
entre você e o conteúdo”, desta forma possibilita 
o desenvolvimento da autonomia em busca dos 
conhecimentos necessários para a sua formação 
pessoal e profissional.
Portanto, nossa distância nesse processo de 
crescimento e construção do conhecimento deve 
ser apenas geográfica. Utilize os diversos recursos 
pedagógicos que o Centro Universitário Cesumar 
lhe possibilita. Ou seja, acesse regularmente o Stu-
deo, que é o seu Ambiente Virtual de Aprendiza-
gem, interaja nos fóruns e enquetes, assista às aulas 
ao vivo e participe das discussões. Além disso, 
lembre-se que existe uma equipe de professores e 
tutores que se encontra disponível para sanar suas 
dúvidas e auxiliá-lo(a) em seu processo de apren-
dizagem, possibilitando-lhe trilhar com tranquili-
dade e segurança sua trajetória acadêmica.
APRESENTAÇÃO
Seja bem-vindo(a)! Estima-se que a vida na Terra existe há cerca de 3,5 
bilhões de anos, no entanto, apenas há duzentos anos que a vida humana 
se tornou mais confortável devido aos grandes avanços na área tecnológica. 
Nesses duzentos anos, a população mundial aumentou significativamente, 
a sociedade tornou-se cada vez mais consumista e, com isso, houve um 
aumento no consumo de recursos naturais que estão tornando-se cada 
vez mais escassos.
A história do homem no planeta é diferente se compararmos com osdemais 
animais, pois o homem se apropria da natureza para satisfazer suas neces-
sidades, criando sistemas mais elaborados, embasados em tecnologias que 
nem sempre são sustentáveis, que podem ocorrer de forma tão acelerada 
que os sistemas naturais não conseguem repor tudo com a mesma agilidade 
em que são consumidos.
Nosso planeta, a água, o ar e o solo estão deteriorando qualitativamente, 
colocando em evidência o prejuízo biológico de muitas espécies, das quais o 
homem está incluído. Como exemplos de degradação ambiental, podemos 
citar: as queimadas, o consumo de combustíveis fósseis, o desflorestamento, 
a poluição das águas, do ar, do solo, entre outros que, na maioria das vezes, 
têm origem antrópica.
Dessa forma, quando estudamos as questões ambientais, nós estudamos 
temas muito importantes para a formação acadêmica, tanto que a inter-
disciplinaridade é essencial para compreensão do tema e exige esforços 
de profissionais nas mais diversas áreas do conhecimento. Nesse sentido, 
procuramos contribuir na disciplina de Ciências do Ambiente.
Diante desse contexto, trataremos dos nossos estudos de Ciências do Am-
biente que foram divididos em nove unidades.
Nas Unidades 1 e 2, estudaremos o meio ambiente e o desenvolvimento 
sustentável. Veremos os conceitos de meio ambiente e desenvolvimento 
sustentável, apresentando seu histórico, bem como as questões do meio 
ambiente no meio econômico com bens e serviços ambientais.
Nas Unidades 3 e 4, estudaremos sobre o gerenciamento e tratamento 
de águas e efluentes. Abordaremos os conceitos de águas subterrâneas, 
as questões da qualidade da água e as formas de tratamento de efluentes.
Nas Unidades 5 e 6, abordaremos a questão de resíduos sólidos, desde 
a geração, a coleta, o acondicionamento, o transporte, o tratamento e a 
destinação final.
Na Unidade 7, analisaremos o controle e qualidade de emissões atmosféricas 
e conceituaremos a poluição atmosférica, bem como suas formas de controle.
Finalmente, nas Unidades 8 e 9, estudaremos as questões da Política Am-
biental no Brasil, apresentando as legislações ambientais vigentes e a im-
plementação de Sistemas de Gestão Ambiental.
Desejamos a você ótimos estudos!
CURRÍCULO DOS PROFESSORES
Esp. João Marcos Pardo
Especialização em Educação à Distância pelo Instituto Eficaz (2017-2018). Graduação em 
Engenharia Civil pelo Centro de Ensino Superior de Maringá (2012-2016). Especialização em 
andamento em Gestão de Projetos e Docência no Ensino Superior pela Unicesumar. Atual-
mente, é Professor Mediador I do Centro de Ensino Superior de Maringá. Tem experiência 
na área de Engenharia Civil, com ênfase em gestão de resíduos sólidos na construção civil, 
projeto arquitetônico e licitação em obras públicas.
Currículo Lattes disponível em: http://lattes.cnpq.br/7568262155594348
Me. Gustavo Affonso Pisano Mateus
Mestrado em Biotecnologia Ambiental pela Universidade Estadual de Maringá (UEM). Espe-
cialização em Docência no Ensino Superior e Análise Ambiental pela Unicesumar e Graduação 
em Ciências Biológicas pelo Centro Universitário de Maringá (Unicesumar). Possui experiência 
nas áreas de Fitossanidade, com ênfase em fungos fitopatogênicos e Tratamentos Alternativos 
de Água e Efluentes, em especial com os temas: processos de separação por membranas e 
coagulantes naturais. Atualmente, é aluno do Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia 
Ambiental da Universidade Estadual de Maringá em nível de Doutorado.
Currículo Lattes disponível em: http://lattes.cnpq.br/1379816809384173
Me. Renata Cristina de Souza Chatalov
Possui Mestrado em Engenharia Urbana pela Universidade Estadual de Maringá – UEM, Es-
pecialização em Gestão Ambiental pela Faculdade Estadual de Ciências e Letras de Campo 
Mourão – FECILCAM, Graduação em Engenharia Ambiental e Sanitária pelo Centro Universi-
tário de Maringá (Unicesumar); Graduação em Tecnologia Ambiental pelo Centro Federal de 
Educação Tecnológica do Paraná. Tem experiência em pesquisa na área de Sistema de Gestão 
de Qualidade e na Área Ambiental, com ênfase em Tecnologias Avançadas de Tratamento de 
Efluentes, Gestão e Tratamento de Resíduos Sólidos. Trabalha como Professora Formadora no 
curso de Gestão Ambiental, Gestão de Recursos Humanos, Gestão de Negócios Imobiliários, 
Segurança do Trabalho no EAD, no Centro Universitário Maringá (Unicesumar). Trabalhou 
como professora no curso de graduação em Administração na Faculdade Metropolitana 
de Maringá. Professora da disciplina de Indústria e Meio Ambiente na Pós-graduação em 
Gestão Ambiental na Faculdade Metropolitana de Maringá. Professora da pós-graduação 
EAD - Unicesumar.
Currículo Lattes disponível em: http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.
do?id=K4400997J9
Meio Ambiente e 
Sustentabilidade
13
Dinâmicas 
Ambientais
43
Gerenciamento 
de Recursos 
Hídricos - Captação e 
Tratamento de Água
71
Gerenciamento de 
Recursos Hídricos – 
Tratamento de 
Águas Residuárias
Resíduos Sólidos 
– Geração, 
Classificação, 
Coleta e Transporte
91
115
Resíduos Sólidos – 
Tratamento e 
Disposição Final
135
Poluição Atmosférica 
– Controle e 
Qualidade 
das Emissões
A Política Ambiental 
no Brasil
193
Gestão Ambiental - 
Certificação e 
Auditoria Ambiental
215
157
53 Ciclo da água
142 Aterro sanitário
Utilize o aplicativo 
Unicesumar Experience 
para visualizar a 
Realidade Aumentada.
PLANO DE ESTUDOS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Esp. João Marcos Pardo
Me. Gustavo Affonso Pisano Mateus
• Definir meio ambiente de acordo com as mudanças que 
o conceito sofre com o passar do tempo.
• Entender como a ação humana interfere nos ambientes 
naturais.
• Descrever como a questão do meio ambiente evoluiu junto 
aos meios de produção ao longo das revoluções industriais.
• Definir desenvolvimento sustentável a partir de seu en-
tendimento em âmbito internacional.
• Definir sustentabilidade e sua relação com sistemas du-
ráveis.
O que é Meio 
Ambiente?
Alterações de 
Origem Antrópica
O que é Desenvolvimento 
Sustentável?
De que se trata a 
Sustentabilidade?
A Questão Ambiental 
nas Empresas
Meio Ambiente e 
Sustentabilidade
O Que é 
Meio Ambiente?
Olá, aluno(a)! Seja bem-vindo(a) à primeira uni-
dade do livro de Ciências do Ambiente: “Meio 
Ambiente e Sustentabilidade”. Esta unidade tem 
como objetivo ajudar-te a compreender o contex-
to histórico acerca das modificações ambientais 
de origem antrópica, ou seja, a capacidade e a ne-
cessidade do homem em modificar o ambiente a 
sua volta. Mediante uma breve retrospectiva his-
tórica, iremos discutir sobre alguns marcos his-
tóricos que influenciaram os modelos sociais e 
que foram, em parte, responsáveis pelos processos 
produtivos como nós os conhecemos.
Em seguida, iremos conhecer algumas espe-
cificidades acerca dos conceitos de sustentabi-
lidade e desenvolvimento sustentável e discutir 
os motivos pelos quais ambos conceitos são tão 
relevantes na atualidade e também em suas jor-
nadas acadêmicas e profissionais. Iremos, ainda, 
conhecer algumas de suas aplicações em ambien-
tes empresariais/coorporativos, representadas por 
algumas normas de certificação socioambiental.
Sendo assim, convido você a uma leitura acerca 
dos conceitos apresentados.
Bons estudos!
15UNIDADE 1
Inicialmente, realizaremos uma retrospectiva histó-
rica para compreender e conhecer as definições de 
meio ambiente existentes, bem como a intensidade 
e origem das alterações e impactos ambientais.
É fato que as definições atuais de meio ambien-
te são resultado de uma série de estudos, reflexões 
e eventos históricos acerca desse tema, que foram 
fundamentais para a compreensão desse conceito 
em sua totalidade. As preocupações com o am-
biente tomaram proporções internacionais em 
1960, atingindo seu ápice na década seguinte, com 
o relatório e marco histórico intitulado: Os limites 
do crescimento (The limits to Growth), divulgado 
pelos intelectuais e empresários que faziam parte 
do Clube de Roma.
Conforme Salheb et al. (2009), o relatóriobus-
cava a limitação do desenvolvimento econômico 
baseado na extração de recursos naturais, porém, 
para os países em desenvolvimento, como o Brasil, 
as sugestões do relatório não foram convenientes, 
uma vez que limitava a exploração de recursos, 
“restringindo”, consequentemente, seu desenvol-
vimento econômico.
Uma das principais contribuições desse relató-
rio consistiu no despertar da consciência ambien-
tal coletiva, uma vez que, em sua conclusão, foram 
apresentados indícios de que, em uma projeção 
fictícia, caso fossem mantidos os níveis de indus-
trialização, poluição e exploração de recursos, o 
limite de desenvolvimento do planeta seria atin-
gido em até 100 anos.
Entretanto, apesar das discussões e controvér-
sias envolvendo o conceito de meio ambiente, este 
somente foi disposto em nosso país no art. 3º, I, 
As ciências do ambiente compreendem um campo acadêmico multidisciplinar que integra as ciências 
físicas e biológicas e sua ampla gama de recursos para a compreensão dos fenômenos ambientais 
existentes, visando o desenvolvimento de soluções para as problemáticas ambientais atuais.
da Lei nº. 6.938/81, que discorre acerca da Política 
Nacional do Meio Ambiente, que definiu meio 
ambiente como: 
 “
o conjunto de condições, leis, influências e 
interações de ordem física, química e bioló-
gica, que permitem, abrigam e regem a vida 
em todas as suas formas (BRASIL, 1981).
Entretanto, analisando esse conceito, é comum 
nos remetermos apenas a ambientes naturais, pai-
sagens, ecossistemas e outros meios de obtenção 
de recursos naturais que sejam possíveis.
Apesar de correto, o conceito apresentado de-
veria ser mais abrangente, englobando ambien-
tes “naturais” oriundos da intervenção antrópica, 
conforme postulado por Silva (2004, p. 20), o qual 
compreende que
 “
[...] a natureza, o artificial e o original, bem 
como os bens culturais correlatos, com-
preendendo, portanto, o solo, a água, o ar, 
a flora, as belezas naturais, o patrimônio 
histórico, artístico, turístico, paisagístico e 
arquitetônico.
Logo, passamos a considerar as alterações estrutu-
rais realizadas no meio ambiente como parte de sua 
composição. Contudo, a Constituição Federal de 
5 de outubro de 1988 alterou o conceito até então 
utilizado, conforme pode ser observado na Tabela 1, 
passando a incluir uma vertente relacionada à prá-
tica laboral, como reflexo ao advento dos direitos 
trabalhistas expressivos naquele período histórico. 
16 Meio Ambiente e Sustentabilidade
Tabela 1 - Tipos de Ambiente definido pela Constituição Federal de 1988
NATURAL ARTIFICIAL CULTURAL (PATRIMÔNIO) TRABALHO
Fauna, Flora, Ecos-
sistemas, Solo, Água 
e Atmosfera.
Conjunto de edifi-
cações particulares 
ou públicas, princi-
palmente urbanas.
Cultural, Artístico, Arqueoló-
gico, Paisagístico, Manifesta-
ções culturais e populares.
Conjunto de condições 
existentes no local de 
trabalho relacionadas à 
qualidade de vida do tra-
balhador.
(Art. 225, § 1°, I e VII) (Art. 5°, XXIII, art. 21, 
XX e art.182)
(Art. 225, § 1° e § 2º) (Art. 7°, XXXIII, e art. 200)
Fonte: adaptada de Alencastro (2012).
Podemos concluir que Meio Ambiente é o termo utilizado para designar quaisquer espaços físicos, 
naturais, artificiais, culturais e, até mesmo, de trabalho, que se relacionem com a vida no planeta 
Terra. Meio Ambiente não somente se refere a florestas, rios, lagos e outros ambientes naturais.
Essa nova definição de meio ambiente, que apre-
senta caráter amplo e generalista, leva-nos a uma 
reflexão sobre nosso próprio posicionamento en-
quanto seres humanos e como “parte” constituinte 
do meio ambiente.
Em um contexto histórico, a vertente teórica do 
homem enquanto centro do universo surgiu e foi 
evidenciada com o antropocentrismo – concepção 
criada em resposta ao posicionamento teocentrista 
da Idade Média. Na concepção antropocentrista, 
o homem passa a considerar a humanidade como 
ponto central do universo, pressupondo que o meio 
ambiente e as demais espécies existem para servir 
e satisfazer suas necessidades (PIRES et al., 2014). 
Essa vertente, em um contexto moderno, está inti-
mamente associada à desvalorização e degradação 
do meio ambiente e das outras espécies, uma vez 
que, dentro de seu contexto e momento histórico, o 
antropocentrismo considera a natureza e todos os 
seus componentes subordinados à espécie humana.
Assim, observa-se que a destruição intrínseca 
à presença humana no ambiente está atrelada a 
um comportamento patológico, prejudicial à so-
brevivência humana e de outras formas de vida. 
Portanto, os impactos causados ao meio ambiente 
não serão solucionados apenas com o advento do 
cenário tecnológico, mas por uma ação conjunta 
de avanços no paradigma científico e mudanças 
comportamentais (PIRES et al., 2014).
Nesse sentido, dentre as várias contribuições 
voltadas a essa perspectiva crítica, destacam-se os 
valores ambientais sugeridos pelo ecocentrismo, 
que se refere ao grau de conscientização, interesse, 
esforços e engajamento sobre os problemas am-
bientais (DUNLAP, 2008).
Nesse entendimento, caro(a) aluno(a), po-
demos inferir que dependemos diretamente do 
meio ambiente, uma vez que tudo o que nos cerca 
é considerado parte fundamental e componente 
do meio ambiente. Assim, toda e qualquer forma 
do ambiente está diretamente relacionada com o 
bem-estar da população e com o desenvolvimen-
to social, especialmente pelos recursos biológicos, 
químicos e físicos que o meio ambiente em sua 
totalidade proporciona para a manutenção da vida 
em nosso planeta. Logo, um colapso ambiental re-
sultaria em sérias consequências para a saúde da 
população. Alguns exemplos de consequências das 
alterações antrópicas serão abordados ao longo 
deste material didático.
17UNIDADE 1
Cabe ressaltar que, dentre as espécies 
que habitam nosso planeta, os seres 
humanos (Homo sapiens sapiens) 
destacaram-se em função de sua ca-
pacidade de transformação do am-
biente. Tal fato não significa que as 
demais espécies, aqui presentes, não 
sejam providas de intelecto, porém, 
o ser humano, em uma perspectiva 
evolutiva, apresentou características 
e habilidades que favoreceram seu 
pleno desenvolvimento e sua capa-
cidade de adaptação.
18 Meio Ambiente e Sustentabilidade
Segundo Ninis e Bilibio (2012), a separação da 
condição animal do homem ocorreu em função 
de uma série de fatores, como o domínio do fogo, 
aquisição da linguagem, a formação de sociedades, 
o advento da agricultura, dentre outros. Entretan-
to, independentemente da razão, ainda de acordo 
com os autores, o ser humano apresenta certas ca-
racterísticas que os tornam únicos em um sistema 
natural, sendo elas: crenças, consciência da própria 
morte; razão; moral; domínio tecnológico apura-
do; capacidade de aprendizagem; adaptabilidade; 
cultura e sociedade e, em especial, a capacidade 
de alteração ou modificação do meio em que vive. 
Seria de grande pretensão listar todos os fatos, 
acontecimentos e passos evolutivos que garanti-
ram ou possibilitaram o sucesso do ser humano 
até os dias atuais, entretanto, minha intenção aqui 
é ressaltar que, independente do acontecimento 
ou passo evolutivo, a capacidade de análise do am-
biente a sua volta, sua capacidade de modificá-lo 
e sua dinâmica com ele é que promoveu tal passo. 
Em face dessa capacidade, a dinâmica do ho-
mem com o ambiente foi sendo constantemente 
alterada, os meios naturais que já possuíam dinâ-
micas próprias, inerentes à influência do homem 
e caracterizadas, principalmente, pela presença 
Alterações de 
Origem Antrópica
19UNIDADE 1
de um fluxo de energia e matéria entre seus ele-
mentos constituintes, passaram a ser substituídos 
por ambientes artificiais, voltados à produção em 
ampla escala de bens e serviços (CORTEZ; OR-
TIGOZA, 2009). 
Findada uma explicação inicial e não extensiva 
sobre a capacidade do ser humano de alterar o 
meio ambiente, torna-se essencial discorrer sobre 
os impactos e modificações sobre uma perspecti-
va ambiental.É fato que, historicamente, as ações 
antrópicas foram responsáveis por inúmeras mo-
dificações ambientais e tais alterações apresenta-
ram diversas vertentes positivas e negativas. Um 
exemplo notório dessa afirmação é representa-
do pela Revolução Industrial – período no qual 
houve intensa e extensiva exploração de recursos 
naturais e, consequentemente, elevada geração 
de resíduos persistentes; em contrapartida, esse 
período proporcionou amplo desenvolvimento 
de novas tecnologias e vasto conhecimento so-
bre processos produtivos, bens e serviços que 
influenciaram na melhoria da qualidade de vida 
da população no período; tal avanço tecnológico 
se estende até os dias atuais e são responsáveis, 
de certa forma, pelo modelo social e econômico 
como nós o conhecemos. 
Incontáveis estudos atuais apontam que as mo-
dificações ambientais de origem antrópica vêm 
alterando, significativamente, os ecossistemas na-
turais, consumindo recursos desenfreadamente e 
causando alterações aos meios naturais, tornando 
a associação desses fatores responsáveis pela dimi-
nuição da qualidade de vida da população. Aliás, 
caro(a) aluno(a), arriscaria-me a inferir que gran-
de parte da produção científica de nosso país, nas 
mais diversas áreas do conhecimento, são voltadas 
ao desenvolvimento de tecnologias e/ou técnicas 
relacionadas à diminuição de impactos, prevenção 
e recuperação ambiental. 
Tal afirmação nos remete à necessidade de dis-
tinguir tais conceitos. Para Verazsto et al. (2008), 
existe certa dificuldade em estabelecer uma defi-
nição concreta para o termo “tecnologia”, uma vez 
que, historicamente, diferentes interpretações ou 
considerações podem ser realizadas ou atreladas 
a esse conceito. Entretanto, tais autores postulam: 
 “
[...] torna-se notório conhecer que as pa-
lavras técnica e tecnologia tem origem co-
mum na palavra grega techné que consistia 
muito mais em se alterar o mundo de forma 
prática do que compreendê-lo. [...] Na técni-
ca, a questão principal é do como transfor-
mar, como modificar. O significado original 
do termo techné tem sua origem a partir de 
uma das variáveis de um verbo que signifi-
ca fabricar, produzir, construir, dar à luz, o 
verbo teuchô ou tictein, cujo sentido vem de 
Homero; e teuchos que significa ferramen-
ta, instrumento. [...] A palavra tecnologia 
provém de uma junção do termo tecno, do 
grego techné, que é saber fazer, e logia, do 
grego logus, razão. Portanto, tecnologia é a 
razão do saber fazer [...]. Em outras palavras 
o estudo da técnica. O estudo da própria 
atividade de modificar, do transformar, do 
agir (VERAZSTO et al., 2008, p. 62).
Logo, o desenvolvimento de técnicas e tecnologias 
para otimização de quaisquer processos produ-
tivos, apesar de necessários para o atendimento 
das demandas populacionais cada vez mais cres-
centes, tomaram vias contrárias ao equilíbrio e 
manutenção ambiental. Diversos autores indicam 
que a crise ambiental da modernidade é oriunda 
de um modelo societário pautado em metodolo-
gias desenvolvimentistas e com visão exclusiva 
ao progresso científico e tecnológico, resultando, 
assim, em uma sociedade extremamente consu-
mista e utilitarista que atrela a degradação am-
biental apenas a uma mínima consequência de 
seus processos (LEFF, 2010).
20 Meio Ambiente e Sustentabilidade
Ainda nessa linha de raciocínio, para Sampaio et al. (2013), o 
estabelecimento do sistema capitalista, no qual vivemos, consoli-
da-se por meio da degradação ambiental e é baseado em teorias 
neoclássicas que buscam legitimar cientificamente a convicção de 
que o crescimento econômico e tecnológico é capaz de solucionar 
problemas de degradação ambiental com o passar do tempo.
A teoria econômica que melhor embasa esse pensamento é a 
chamada Curva Ambiental de Kuznets, que estabelece uma relação 
direta entre a distribuição individual de renda e a degradação am-
biental. Mediante informações referentes ao crescimento e distri-
buição de renda dos Estados Unidos, Inglaterra e Alemanha, o autor 
Kuznets formulou uma curva em “U invertido”, que, teoricamente, 
indica que a distribuição individual da renda tende a ser pior nos 
primeiros estágios do desenvolvimento econômico; entretanto, fa-
tores, como alterações na composição da produção e do consumo, 
aumento do nível educacional e da conscientização relacionada às 
questões ambientais, bem como sistemas políticos mais abertos, em 
teoria, a partir de determinado ponto, resultam em tendências am-
bientais favoráveis, proporcionando um crescimento da renda per 
capita, ou seja, melhor distribuição de renda e, consequentemente, 
um consumo mais racional dos recursos naturais.
D
eg
ra
da
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A
m
bi
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ta
l
Renda per capta em função da Educação
Figura 1 - Curva de Kuznets
Fonte: o autor.
Em outras palavras, segun-
do Carvalho e Almeida (2008), 
o conceito descreve a trajetória 
(em tempo) pela qual a poluição 
de um país seguirá como resul-
tado do desenvolvimento eco-
nômico. Quando o crescimento 
ocorre em um país extremamen-
te pobre, a poluição inicialmente 
cresce drasticamente, especial-
mente em função do aumento 
na produção que geram emis-
sões dos mais variados poluentes 
e porque o país, dado sua pobre-
za, coloca uma baixa prioridade 
sobre o controle da degradação 
ambiental. Logo, uma vez que o 
país atinge determinado grau de 
desenvolvimento, sua prioridade 
muda e volta-se para a proteção 
da qualidade ambiental.
Em relação ao “compor-
tamento” da curva, conforme 
Carvalho e Almeida (2008), 
vários fatores podem ser indi-
cados como “responsáveis” por 
seu formato, dentre eles:
1. Favorecimento e aprecia-
ção da qualidade ambien-
tal, ou seja, mediante o 
aumento de renda, a po-
pulação tende a requerer 
maior qualidade ambiental.
2. Alterações na composição 
da produção e do consumo.
3. Aumento dos níveis de 
educação ambiental e 
conscientização das con-
sequências das atividades 
econômicas sobre o meio 
ambiente.
21UNIDADE 1
4. Desenvolvimento de sistemas políticos 
mais abertos.
Dentre outros fatores, como aumento na rigidez 
da regulação ambiental impulsionada pelo au-
mento da pressão social, melhorias tecnológicas 
e uma amplitude comercial também podem estar 
atrelados a esse fenômeno.
Existem, ainda, autores que desacreditam ou 
descredibilizam a teoria Kuznets, especialmente 
em função de outras teorias ou hipóteses, como, 
por exemplo, a hipótese de poluição de portos. 
Esta gira em torno da relação entre o comércio, 
desenvolvimento e o meio ambiente e, basica-
mente, segundo Feijó (2001) e Azevedo (2009), 
sugerem que a utilização de políticas ambientais 
aumenta os custos de produção, reduzindo a pos-
sibilidade de especialização de alguns países na 
produção de bens que exigem atividades polui-
doras. Em outras palavras, países com políticas 
ambientais menos rígidas apresentam vantagem 
comparativa aumentada em relação à produção 
de bens ambientalmente sensíveis (produzidos 
por indústrias “sujas” ou altamente poluidoras) 
(SIEBERT, 1977).
Historicamente, e pautadas nos princípios des-
sa hipótese, as indústrias consideradas poluidoras 
ou “sujas” deslocaram-se do norte para o sul, ou, 
em uma analogia plausível, dos países desenvol-
vidos para os em desenvolvimento. Porém, evi-
dências empíricas não sustentam essa hipótese, 
especialmente em relação à competitividade entre 
os países desenvolvidos e os em desenvolvimento 
e a vantagens comparativas (AZEVEDO, 2009). 
Dentre os fatores que “desqualificam” essa van-
tagem competitiva/comparativa em termos de 
mercado econômico internacional, figuram não 
somente os custos de controle ambiental, mas 
também a estabilidade política, acesso ao merca-
do, qualificação e especialização de mão de obra, 
custos com logística e transporte e incentivos fis-
cais (ANDERSON, 1996).
Independentemente do modelo teórico utilizado para a compreensão do desenvolvimento, é fato 
que deve haver uma harmonização entre o desenvolvimento/crescimento econômico e a exploração 
de recursosnaturais ou, em outras palavras, sustentabilidade!
22 Meio Ambiente e Sustentabilidade
Em sua essência, o principal objetivo das ativida-
des de uma empresa é o lucro. Essa problemática 
de todas as empresas traz com ela várias preocu-
pações inerentes a qualquer processo produtivo 
há tempos longínquos, mas principalmente esta:
Como gastar menos recursos e produzir mais, 
maximizando meus lucros?
Após as duas Revoluções Industriais – a pri-
meira, na metade do século XVIII, e a segunda a 
partir da metade final do século XX – a indústria 
existente sofreu drásticas modificações, princi-
palmente relacionadas à organização do trabalho. 
A mecanização do trabalho com a evolução das 
máquinas trouxe uma nova realidade às empre-
sas. Agora, é necessário preocupar-se com no-
vas legislações relacionadas à saúde e segurança 
do trabalhador e normas de vigilância sanitária, 
além das limitações financeiras que começaram 
a existir, afinal, era preciso recursos financeiros 
para adquirir os meios de produção. Quem não 
conseguiu seguir o ritmo acelerado das transfor-
mações, foi engolido pelo mercado e, basicamente, 
deixou de existir.
A Questão Ambiental 
nas Empresas
23UNIDADE 1
Em termos de utilização de recursos, houve um 
crescimento e evolução exponencial. Trabalhos 
que, antes, eram realizados manualmente e que 
levavam muito tempo a serem concluídos e que, 
consequentemente, significam uma produção me-
nor, agora, passam a ser realizados por maquiná-
rios avançados em um tempo muito, muito menor.
Se minha empresa passa a produzir mais, isso 
quer dizer que eu gasto mais recursos e gero mais 
resíduos ao final do meu processo produtivo. 
Então, o que antes limitava-se a apenas algumas 
centenas de quilos por semana, agora passa a ser 
toneladas de resíduos todos os dias. Você conse-
gue, a partir daí, entender qual outra preocupação 
começa a surgir no contexto empresarial, além das 
mencionadas anteriormente?
A questão do meio ambiente.
Segundo Xavier et al. (2015), a necessidade 
do aumento da produção possibilitou o surgi-
mento de diversos modelos de produção inicial-
mente aplicados à indústria automobilística e 
que, posteriormente, foram adotados e adapta-
dos por indústrias dos mais variados segmentos, 
revolucionando o pensamento administrativo e, 
em especial, o mundo industrial. Dentre eles, a 
teoria da administração científica de Frederick 
W. Taylor, que se baseia em métodos de ciência 
positiva, racional e metódica em relação aos pro-
blemas administrativos, objetivando maximizar a 
produtividade. Taylor propôs métodos e sistemas 
racionais e disciplinados voltados ao operário, 
colocando-o sob comando da gerência. Segundo 
Matos e Pires (2006, p. 509):
 “
[...] promovendo a seleção rigorosa dos mais 
aptos para realizar as tarefas; a fragmentação 
e hierarquização do trabalho. Investiu nos 
estudos de tempos e movimentos para me-
lhorar a eficiência do trabalhador e propôs 
que as atividades complexas fossem dividi-
das em partes mais simples facilitando a ra-
cionalização e padronização. Propõe incen-
tivos salariais e prêmios pressupondo que as 
pessoas são motivadas exclusivamente por 
interesses salariais e materiais de onde surge 
o termo ‘homo economicus’ [...].
Outra corrente teórica relevante foi desenvolvida 
por Henry Ford, por volta de 1913, pautada nos 
mesmos princípios de Taylor, entretanto, com uma 
abordagem abrangente de organização da produ-
ção, contemplando extensa mecanização, como 
o uso de máquinas e ferramentas especializadas 
em uma linha de montagem e formato de esteira 
rolante e crescente divisão do trabalho (LARAN-
JEIRA, 1999).
A título de comparação, antes de Ford surgir 
com o sistema de produção por esteiras, a fabrica-
ção de um veículo Ford T levava, em média, 12,5 
horas. Após a revolução na indústria trazida por 
meio da linha de montagem de Ford, em que cada 
trabalhador realizava uma função específica, esse 
tempo foi reduzido para, pasmem, 93 minutos 
(SZEZERBICKI; PILATTI; KOVALESKI, 2004).
A partir do momento em que se aumenta o 
passivo ambiental gerado com os resíduos de-
correntes dos meus processos produtivos, even-
tualmente passa-se a ter problemas relacionados 
ao impacto das atividades, principalmente in-
dustriais, no meio ambiente em que estou inse-
rido, seja ele natural ou artificial. A população 
passa a ter problemas de saúde relacionados a 
potenciais agentes poluidores, aumenta-se o 
custo com limpeza pública, além de, é claro, os 
danos causados à fauna e flora nativas. Surgem 
políticas públicas (leia-se multas) que abordarão 
esses problemas. Logo, as indústrias não teriam 
mais que se adaptar aos modelos sugeridos pelos 
gestores, mas sim os gestores passaram a se adap-
tar às necessidades dos processos e das empresas, 
buscando torná-las competitivas e, sobretudo, 
lucrativas (XAVIER et al., 2015).
24 Meio Ambiente e Sustentabilidade
Em face dos desafios existentes, os profissionais desse segmento passaram a deparar-se não somente 
às necessidades de cada empresa, mas também com as preocupações com o meio ambiente, que con-
sistem em alinhar as questões ambientais (legislações ambientais pertinentes), de forma a interferir 
minimamente nos lucros da empresa, buscando a sustentabilidade e o desenvolvimento sustentável.
Qual a diferença entre esses dois termos? A partir de agora, iremos, juntos, conhecer as mais diversas 
definições, variáveis e aplicações relacionadas a esse conceito.
25UNIDADE 1
Em 1987, surge o conceito de desenvolvimen-
to sustentável como resultado das reflexões da 
Comissão Mundial do Meio Ambiente e Desen-
volvimento, patrocinada pela Organização das 
Nações Unidas (ONU). O relatório publicado pela 
comissão ficou conhecido como o “Relatório de 
Brundtland”, em homenagem à coordenadora da 
comissão Gro Harlem Brundtland. O relatório in-
titulado “Nosso futuro comum” ou “Our commom 
future” versava sobre a desigualdade econômica 
entre os países e apontava a pobreza como uma 
das grandes causas dos problemas ambientais; 
como solução, o relatório apontou detalhadamen-
te as medidas, esforços e desafios que deveriam ser 
superados para que fosse possível alcançar o de-
senvolvimento sustentável (XAVIER et al., 2015).
Nesse instante é que foi introduzida a ideia 
de que o desenvolvimento econômico atual deve 
ocorrer sem comprometer as necessidades das 
gerações vindouras (SEIFFERT, 2009). Sendo 
considerado um marco inovador em raciocínio 
ambiental da época, o relatório discorreu sobre:
O Que é 
Desenvolvimento 
Sustentável?
26 Meio Ambiente e Sustentabilidade
 “
[...] estratégias ambientais de longo prazo 
para obter um desenvolvimento sustentável 
por volta do ano 2000 e daí em diante; reco-
mendar maneiras para que a preocupação 
com o meio ambiente se traduza em maior 
cooperação entre os países em desenvolvi-
mento e entre países em estágios diferentes 
de desenvolvimento econômico e social e 
leve à consecução de objetivos comuns e in-
terligados que considerem as inter-relações 
de pessoas, recursos, meio ambiente e desen-
volvimento (DRUMMOND, [2019],on-line).
Para alcançar esses objetivos, Souza Filho (2008) 
sugere que os países em desenvolvimento priori-
zem políticas que fomentem: a reciclagem, o uso 
eficiente de energia, a conservação, a recuperação 
de áreas degradadas, a busca pela equidade, justi-
ça, redistribuição e geração de riquezas. Ao seguir 
tais recomendações, o desenvolvimento alcan-
çado será diferente do crescimento econômico, 
indo além da “riqueza” material, alcançando me-
tas e reparando desigualdades passadas. Segundo 
Barbieri e Cajazeira (2009), o desenvolvimento 
sustentável se ampara nos pilares:
Sustentabilidade social: que representa a 
equidade na distribuição dos bens e da renda para 
melhorar os direitos e condições da população, 
e reduzir as distâncias entre os padrões de vida 
das pessoas.
Sustentabilidade econômica: representa a 
distribuição e gestão eficiente dos recursos pro-
dutivos, bem como fluxo regular deinvestimentos 
público e privado.
Sustentabilidade ecológica: busca pela dimi-
nuição de carga de impactos ou pressão exercida 
sobre o planeta para evitar danos ao meio ambien-
te, principalmente os causados pelos processos do 
crescimento econômico.
Sustentabilidade espacial: que se refere ao 
equilíbrio do assentamento humano rural/urbano.
Sustentabilidade cultural: diz respeito à 
pluralidade de soluções particulares específicas 
a cada ecossistema, cada cultura e cada local.
Considerando essas vertentes estruturantes 
do desenvolvimento sustentável, será comum, 
ao longo de sua jornada acadêmica e profissio-
nal, encontrar bibliografias que os apresentem 
divididos em três dimensões básicas, conforme 
a Figura 2, a seguir:
DESENVOLVIMENTO
SUSTENTÁVEL
EC
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Figura 2 - Pilares do Desenvolvimento Sustentável
Fonte: o autor.
27UNIDADE 1
Em primeira instância, a sustentabilidade é um 
conceito antigo que vem sendo discutido e apri-
morado por décadas, sendo alguns eventos, encon-
tros, manifestos e a própria realidade social, econô-
mica e ambiental responsáveis pela definição atual 
como a conhecemos. Segundo Almeida (1997), a 
noção de sustentabilidade deve ser tomada como 
ponto de partida para a compreensão e interpre-
tação de processos sociais e econômicos e de suas 
relações com o equilíbrio dos ecossistemas.
As discussões iniciais sobre sustentabilidade 
foram de responsabilidade do Clube de Roma, em 
1968. Segundo Kruger (2001), o Clube de Roma 
correspondia a uma organização formada por 
cientistas, pedagogos, economistas, representan-
tes da indústria e colaboradores reunidos com o 
objetivo de debater a crise da humanidade.
Antes de surgirem as discussões acerca de sus-
tentabilidade e sobre o desenvolvimento susten-
tável, veio à tona o termo ecodesenvolvimento, 
idealizado por Ignach Sachs, por volta de 1970, 
que antecipou a formalização dos ideais promo-
vidos pela sustentabilidade, porém, na época, o 
autor discutia o papel do homem no processo de 
desenvolvimento, como protagonista ou vítima 
(CACHON, 2007). 
De que se Trata a 
Sustentabilidade?
28 Meio Ambiente e Sustentabilidade
Ainda, segundo Cachon (2007), o ecodesen-
volvimento significa um desenvolvimento socioe-
conômico equitativo e implica na escolha de um 
processo de desenvolvimento ou crescimento que 
também contemple a dimensão ambiental e reco-
nheça sua importância; a problemática relaciona-
da a esse conceito ocorreu em função da dicotomia 
entre os termos “crescimento” e “desenvolvimento”, 
uma vez que o crescimento ocorre em termos eco-
nômicos, em determinado tempo, em dado espaço 
territorial; enquanto o desenvolvimento se dá em 
função da distribuição equitativa dos resultados 
do crescimento para a população.
Logo, somente o crescimento não induz es-
pontaneamente à equidade social e tampouco 
à eficiência alocativa de recursos naturais, seria 
necessária a coordenação pública, presença da 
sociedade civil em um processo cooperativo 
para alcançar o desenvolvimento equitativo que 
não degrade ambiente (MENEGETTI, 2004). Já 
a sustentabilidade, segundo a World Comission 
on Environment and Development, propõe estar 
diretamente ligada ao desenvolvimento econômi-
co sem a agressão do meio ambiente, utilizando 
recursos de forma inteligente, garantindo, assim, 
o desenvolvimento sustentável (WCED, 1987).
As mais diversas reflexões sobre desenvolvi-
mento sustentável e sustentabilidade buscam, em 
geral, possibilitar a construção de processos eco-
nômicos e sustentáveis dentro dos mais variados 
segmentos, como a agricultura sustentável, in-
dústria sustentável, sociedade sustentável, dentre 
outros. Em uma analogia simples, Merico (2002) 
sugere que ser sustentável é tornar as “coisas” per-
manentes ou duráveis. Portanto, caro(a) aluno(a), 
a transição de uma simples consciência susten-
tável social para o desenvolvimento sustentável 
propriamente dito caracteriza-se como um pro-
cesso bastante lento, que requer paciência, tempo 
e, sobretudo, participação ativa da sociedade na 
construção de projetos, leis e políticas públicas. 
Exato! A cidadania e a ética se fazem mais que 
relevantes quando se discute essas temáticas!
Desde a revolução industrial, tais temas têm 
sido enfoque de eventos, conferências e debates, 
em especial por tratar-se de um desafio coletivo e 
de escala global. Tal afirmação se faz relevante, pois 
a coletividade, mencionada anteriormente, con-
templa os mais variados “setores” da sociedade, em 
especial o coorporativo (XAVIER et al., 2015). Na 
Tabela 2, estão sumarizados diversos marcos histó-
ricos relevantes para a definição desses conceitos:
29UNIDADE 1
Tabela 2 - Marcos históricos que contribuíram para o desenvolvimento dos conceitos sustentabilidade e desenvolvimento 
sustentável
MARCO 
HISTÓRICO ANO DESCRIÇÃO
Clube de 
Roma 1968
Dentre outras funções citadas anteriormente, o clube de Roma possuía, 
por finalidade, discutir sobre temáticas ou complexo de problemas re-
levantes para o período, como: a degradação ambiental; a crescente 
pobreza em meio a riqueza; o crescimento urbano descontrolado; a 
insegurança econômica, e outras questões monetárias. O clube de Roma 
ainda pregava pela visão sistêmica de compreensão global, em outras 
palavras, defendiam que era possível compreender o mundo com um 
sistema único.
Conferência 
de Estocol-
mo
1972
Essa conferência foi considerada um marco ambiental internacional 
contemporâneo, pois foi a primeira reunião mundial a tratar da temáti-
ca em escala global. As temáticas lá debatidas continuam a influenciar 
a importantes discussões e, principalmente, a formulação de políticas 
ambientais por todo o mundo. A conferência produziu a “Declaração 
sobre o Meio Ambiente Humano”, que corresponde a uma declaração 
dos princípios e responsabilidades que deveriam nortear as decisões 
concernentes ao meio ambiente.
Programa 
das Nações 
Unidas 
para o Meio 
Ambiente 
(PNUMA)
1972-1973
Criada como uma agência da ONU voltada para as temáticas ambientais 
e considerada uma “consequência” à conferência de Estocolmo, a agência 
atua apoiando instituições em seus processos de governança ambien-
tal, estando relacionada a uma ampla gama de instituições dos setores 
governamentais, não governamentais, acadêmico e privado. A agência 
internacional avalia as condições e tendências ambientais globais; o de-
senvolvimento de instrumentos ambientais nacionais e internacionais. 
Dentre seus objetivos, figuram o monitoramento do meio ambiente em 
escala global; alertar as nações sobre os problemas ambientais existen-
tes; e a recomendação de medidas que auxiliem na qualidade de vida da 
população, buscando o não comprometimento dos recursos naturais e 
serviços ambientais para as futuras gerações.
Conferência 
das Nações 
Unidas 
para o Meio 
Ambiente 
e o Desen-
volvimento 
(CNUMAD)
1992
Aprovada pela Assembleia das Nações Unidas, em 1989, a Cnumad é 
também conhecida como Rio-92. Dentre os efeitos mais efetivos da Rio-
92, destacam-se a criação da Convenção da Biodiversidade e das Mu-
danças Climáticas (que posteriormente resultou no Protocolo de Kyoto), 
a Declaração do Rio e a Agenda 21. A Declaração do Rio relaciona meio 
ambiente e desenvolvimento, mediante uma boa gestão dos recursos 
naturais e sem comprometer o modelo econômico expansionista da épo-
ca. Já a agenda 21 caracteriza-se como um instrumento de planejamento 
para a construção de sociedades sustentáveis em diferentes localidades 
geográficas, a agenda concilia métodos de eficiência econômica, proteção 
ambiental e justiça social.
Protocolo 
de Kyoto 1997
Também considerado um grande marco, o protocolo estabeleceu metas 
para a redução da emissão de gases causadores do efeito estufa e propôs 
mecanismos adicionais de implementação para que esse objetivo fosse 
alcançado. Dentre os mecanismos propostos, encontrava-se o mecanis-
mo de desenvolvimento limpo(MDL), que possibilitava a participação de 
países em desenvolvimento em cooperação com países desenvolvidos. O 
objetivo desse mecanismo consistia na redução das emissões mediante 
os investimentos em tecnologias eficientes, a substituição de fontes tra-
dicionais de energia fósseis por renováveis, a racionalização do uso de 
energia, o reflorestamento, entre outros.
30 Meio Ambiente e Sustentabilidade
A Cúpula 
Mundial so-
bre Desen-
volvimento 
Sustentável 
(CMDS) ou 
Rio+10
2002
O propósito dessa conferência foi obter um plano de ação factível. Dentre 
os desafios citados no documento, persistiam diversos problemas am-
bientais globais. Entretanto, foram, pela primeira vez, mencionados os 
problemas relacionados à globalização, uma vez que os benefícios e os 
custos a ela atrelados estão distribuídos desigualmente. Foi apontado, 
também, o risco das condições extremas de pobreza gerar a desconfiança 
nos sistemas democráticos, resultando no surgimento de sistemas dita-
toriais. Como medidas detalhadas, foram sugeridos aumentar a proteção 
da biodiversidade e o acesso à água potável, ao saneamento, ao abrigo, à 
energia, à saúde e à segurança alimentar, bem como priorizar o combate 
a diversas situações adversas: fome crônica, desnutrição, ocupação es-
trangeira, conflitos armados, narcotráfico, crime organizado, corrupção, 
desastres naturais, tráfico ilícito de armas, tráfico de pessoas, terrorismo, 
xenofobia, doenças crônicas transmissíveis (aids, malária, tuberculose e 
outras), intolerância e incitação a ódios raciais, étnicos e religiosos. Para 
atingir os objetivos, o documento ressalta a importância de instituições 
multilaterais e internacionais mais efetivas, democráticas e responsáveis.
Rio + 20 2012
Realizada no Rio de Janeiro, a conferência teve por objetivo renovar o 
comprometimento dos líderes mundiais com o desenvolvimento sus-
tentável. O documento confeccionando após o evento foi intitulado “O 
Futuro que Nós Queremos”, e retrata as principais ameaças ao planeta, 
sendo alguns exemplos: a desertificação, o esgotamento dos recursos 
pesqueiros, contaminação, desmatamento, extinção de espécies e aque-
cimento global.
Fonte: adaptada de Kruger (2001); Alencastro (2012); Brasil (2004); Lopes (2002); Paschoaleto et al. (2014); CDMAALC 
(1991); Viana, Silva e Diniz. (2001).
Torna-se interessante observar como se deu a tra-
jetória histórica desses conceitos e como diversas 
dificuldades foram superadas. Lembrando que 
não foram apenas estes os eventos que influen-
ciaram a temática ambiental em escala global 
como a conhecemos, inúmeros outros tiveram 
grande relevância, assim como inúmeros outros 
serão responsáveis por alterar o cenário atual das 
condições ambientais. Neste ponto de sua leitura, 
você deve estar se perguntando: afinal, o que di-
ferencia a sustentabilidade do desenvolvimento 
sustentável? Iremos elucidar!
Segundo Dovers e Handmer (1992), a sustentabilidade se caracteriza como a capacidade de um 
sistema, seja ele humano, natural ou misto, de adaptar-se à mudança interna ou externa por tempo 
indeterminado; já o desenvolvimento sustentável é uma via de melhoria e mudança intencional que 
responde às necessidades populacionais atuais.
Tenha sua dose extra de 
conhecimento assistindo ao 
vídeo. Para acessar, use seu 
leitor de QR Code.
https://apigame.unicesumar.edu.br/getlinkidapp/3/586
31UNIDADE 1
Na primeira visão, o desenvolvimento susten-
tável trata do caminho para alcançar a sustenta-
bilidade, sendo ela considerada o objetivo final a 
ser alcançado a longo prazo.
Entretanto, é válido destacar que pautado em 
algumas das discussões ambientais da época, em 
1994, Elkington criou o termo “Triple Bottom 
Line” ou Tripé da Sustentabilidade, definindo 
sustentabilidade como o equilíbrio dos pilares: 
ambiental, social e econômico, dando origem à 
famosa imagem da sustentabilidade amplamente 
utilizada no segmento empresarial.
No contexto empresarial, espera-se que as 
empresas contribuam de forma progressiva com 
a sustentabilidade, sobretudo quando precisam 
de mercados estáveis; e, para tanto, elas devem 
possuir habilidades tecnológicas, financeiras e de 
gerenciamento, que possibilitem a transição rumo 
ao desenvolvimento sustentável (ELKINGTON, 
2001). Temos aqui, caro(a) aluno(a), uma segunda 
visão, diferente da primeira: em que o desenvol-
vimento sustentável é o objetivo a ser alcançado 
e a sustentabilidade é o processo para se atingir o 
desenvolvimento sustentável.
Para fins didáticos, a menos que indiquemos o contrário, utilizaremos durante o livro a primeira 
definição de sustentabilidade e desenvolvimento sustentável.
Iremos explorar as ferramentas da sustentabilidade no contexto empresarial em um segundo momento.
O relevante, aqui, é compreender que ambas as abordagens estão corretas e que o amplo in-
teresse e busca por esses conceitos fez com que diversas abordagens ambientais surgissem nos 
mais variados segmentos, como economia, engenharia, ecologia, administração e outros, sendo 
as estratégias listadas a seguir, segundo Glavic e Lukman (2007), “derivadas” desses conceitos:
Produção mais limpa
Controle de poluição
Ecoeficiência
Gestão Ambiental
Responsabilidade Social
Ecologia Industrial
Investimentos éticos
Economia Verde
Ecodesign Reúso
Consumo sustentável
Resíduos zero, e outros
32 Meio Ambiente e Sustentabilidade
Todos esses conceitos citados serão muito relevantes e se farão 
presentes ao longo de sua carreira como futuro profissional desse 
segmento, seja como um desafio ou requisito de implementação 
ou como um objetivo a ser alcançado! As ferramentas de susten-
tabilidade empresarial serão apresentadas nas próximas unidades.
Os diferentes selos ambientais existentes possuem como fina-
lidade informar aos consumidores que determinados produtos 
passaram por auditorias internas ou autorreguladoras e externas 
ou independentes de qualidade. Saiba mais sobre os diferentes 
selos de qualidade acessando: https://sustentarqui.com.br/uma-
-breve-historia-sobre-os-selos-verdes/. 
Nesta unidade, inicialmente, foi apresentada uma breve introdução 
pautada em eventos históricos que discorreu sobre a capacidade do 
ser humano de alterar o ambiente a sua volta. Tal discussão teve, por 
finalidade, não apenas apresentar as características evolutivas que 
fizeram do homem o ser vivo capaz de modificar o ambiente em 
que vive de forma favorável ao seu desenvolvimento, mas também 
explicitar que tais alterações ambientais foram necessárias para 
separar o homem da condição animal e foram, ainda, responsáveis 
pela história como nós a conhecemos.
Vimos como o advento da produção fomentada pela revolução 
industrial e as conquistas sociais influenciadas por esse período 
afetam positivamente nosso modelo social até os dias atuais.
Finalmente, conceituamos sustentabilidade e desenvolvimento 
sustentável e conhecemos alguns marcos históricos na definição 
desses termos que ressoam na realidade das empresas até hoje.
Os conceitos aprendidos e as discussões apresentadas objetivam 
incitá-lo(a) a ter uma visão crítica acerca dos impactos ambientais 
decorrentes da ação humana e, dessa forma, buscar soluções pau-
tadas na Engenharia que poderão sanar boa parte dos problemas 
encontrados na produção de bens e serviços atualmente.
Na próxima unidade, abordaremos alguns conceitos relacio-
nados a como o planeta Terra se comporta frente aos diferentes 
elementos químicos presentes em sua constituição atmosférica, 
terrestre e aquática, bem como a relação que esses elementos pos-
suem com os demais seres vivos. Até já!
33
Você pode utilizar seu diário de bordo para a resolução.
1. O termo “Meio Ambiente” sofre alterações de acordo com o contexto histórico 
e evolui com o passar do tempo, à medida que instituições e governos em nível 
internacional se reúnem para discutir as questões ambientais. É um erro pensar 
que “Meio Ambiente” inclui apenas a fauna e a flora locais, como as florestas, 
rios e lagos. Assim, descreva,em suas palavras, o que entendemos atualmente 
por “Meio Ambiente”.
2. A Curva Ambiental de Kuznets (CAK) tem a mesma forma do “U invertido”, mas 
é aplicada para a área ambiental. A CAK tem sido usada pelas pessoas que 
defendem o desenvolvimento econômico como uma prioridade em relação ao 
meio ambiente. A ideia básica é que o desenvolvimento só causa grandes pro-
blemas ambientais em suas etapas iniciais. Porém, a partir de um certo ponto, o 
desenvolvimento econômico e o tecnológico levariam a uma menor degradação 
ambiental. Portanto, segundo o otimismo kuznetiano, altas doses de desenvol-
vimento seriam úteis também para salvar a natureza (ALVES, 2012, on-line)1.
A respeito da degradação ambiental sob a ótica capitalista, podemos afirmar 
que a degradação ambiental diminui à medida que:
I) A população passa a exigir mais qualidade ambiental com o aumento de sua 
renda.
II) Os hábitos de consumo e produção são alterados com a evolução das tec-
nologias.
III) Aumenta-se o nível de conscientização e educação ambiental da população.
IV) Surgem sistemas políticos mais voltados às questões ambientais.
Está correto o que se afirma em:
a) II, apenas.
b) I e III, apenas.
c) I, II, III e IV.
d) III e IV, apenas.
e) II e III, apenas.
34
3. Foram concluídas, em agosto de 2015, as negociações que culminaram na ado-
ção, em setembro, dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), por 
ocasião da Cúpula das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável. 
Processo iniciado em 2013, seguindo mandato emanado da Conferência Rio+20, 
os ODS deverão orientar as políticas nacionais e as atividades de cooperação 
internacional nos próximos quinze anos, sucedendo e atualizando os Objetivos 
de Desenvolvimento do Milênio (ODM) (BRASIL, [2019], on-line)2.
A questão do Desenvolvimento Sustentável ganha bastante relevância no con-
texto empresarial atual e baseia-se nos seguintes pilares:
I) Socialmente justo.
II) Humanamente possível.
III) Economicamente viável.
IV) Politicamente correto.
V) Ambientalmente correto.
É correto o que se afirma em:
a) I, somente.
b) II e V, somente.
c) II e IV, somente.
d) I, II, III, IV e V.
e) I, III e V, somente.
35
Introdução à Engenharia Ambiental: o desafio do desenvolvimento sustentável
Autor: Benedito Braga, Ivanildo Hespanhol, João G. L. Conejo, José C. Mierzwa, 
Mario T. L. de Barros, Mailton Spencer, Monica Porto, Nelson Nucci, Nelsa Juliano 
e Sérgio Elger.
Editora: Pearson
Sinopse: escrito por um grupo de professores pioneiros no estudo e no ensino 
do tema, esse livro procura relacionar a engenharia com outras áreas do conhe-
cimento, já que transmite a visão da engenharia em relação ao meio ambiente, 
além de apresentar a questão do conflito entre os aspectos socioeconômicos e 
os ambientais como um dos grandes desafios da engenharia no futuro. Essa nova 
edição leva em conta o dinamismo dos temas e dos próprios sistemas abordados, 
atualizando dados e conceitos e incluindo um novo capítulo sobre métodos de 
gestão corporativa para o meio ambiente e prevenção da poluição. Destinado 
aos cursos de engenharia, esse livro também atende às necessidades de profis-
sionais de outras áreas interessados no presente e no futuro do meio ambiente.
LIVRO
Uma Verdade Inconveniente
Ano: 2006
Sinopse: o cineasta Davis Guggenheim acompanha Al Gore, o ex-candidato à 
presidência dos EUA, no circuito de palestras para conscientizar o público sobre 
os perigos do aquecimento global, e pede uma ação imediata para conter seus 
efeitos destrutivos ao meio ambiente.
FILME
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ALENCASTRO, M. S. C. Empresas, ambiente e sociedade: introdução à gestão socioambiental corporativa. 
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40
1. Meio Ambiente é o termo utilizado para designar quaisquer espaços físicos, naturais, artificiais, culturais 
e, até mesmo, de trabalho, que se relacionem com a vida no planeta Terra. Meio Ambiente não somente 
se refere a florestas, rios, lagos e outros ambientes naturais.
2. C.
3. E. 
41
42
PLANO DE ESTUDOS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• Classificar os seres vivos de acordo com sua complexidade 
e influência no planeta Terra.
• Explicar como as dinâmicas ambientais influenciam o de-
senvolvimento de todos os seres vivos.
• Introduzir o conceito de ciclos biogeoquímicos e dos com-
portamentos dos elementos no planeta. 
Hierarquia e 
Organização Ecológica
Fatores Limitantes ao 
Desenvolvimento dos Seres Vivos
Ciclos 
Biogeoquímicos
Esp. João Marcos Pardo
Me. Gustavo Affonso Pisano Mateus
Dinâmicas Ambientais
Hierarquia e 
Organização Ecológica
Prezado(a) aluno(a), nesta segunda unidade, ire-
mos explorar alguns conceitos relacionados à bio-
logia e à ecologia conservacionista, a fim de conhe-
cer e conceituar corretamente os diferentes níveis 
ou hierarquias de organização ecológica existentes.
Iremos conhecer algumas das dinâmicas am-
bientais naturais que serão apresentadas, a fim de 
elucidar suas finalidades e subsidiar a compreen-
são das mais amplas dimensões que os impactos 
ambientais podem afetar, sendo estes relacionados 
à distribuição de recursos e/ou às alterações das 
condições ambientais favoráveis ao desenvolvi-
mento dos indivíduos ou, ainda, relacionadas às 
alterações nos ciclos biogeoquímicos existentes e 
observados na biosfera terrestre.
Ciclos biogeoquímicos envolvem os diversos ele-
mentos presentes na atmosfera, solo e águas do pla-
neta Terra. Cada um desses ciclos é importante para 
a sobrevivência dos diferentes tipos de organismos 
vivos. Sua utilização e reposição no meio ambiente, 
dentro de um período de tempo, é fundamental.
A partir de agora, daremos atenção ao co-
nhecimento de alguns conceitos básicos acerca 
das dinâmicas ambientais existentes. Torna-se 
importante conhecer as dinâmicas ambientais 
naturais para que seja possível compreender, efe-
tivamente, a extensão dos impactos ambientais 
45UNIDADE 2
causados pelas ações antrópicas e também pelos processos produ-
tivos. Inicialmente, iremos relembrar acerca da hierarquia dos ní-
veis ecológicos ou hierarquia dos níveis de organização ecológica.
A hierarquia dos níveis ecológicos é representada pela seguinte 
cadeia inicial: 
Assim, temos uma breve re-
tomada evolutiva da formação 
dos indivíduos e, com diferen-
tes indivíduos, passamos à se-
guinte cadeia: 
ORGANISMO
POPULAÇÕES
COMUNIDADES
OU BIOCENOSE
ECOSSISTEMAS
BIOMAS
BIOSFERA
ÁTOMO
MOLÉCULA
ORGANELAS 
CELULARES
CÉLULA
TECIDO
ÓRGÃOS
SISTEMAS
ORGANISMOS
46 Dinâmicas Ambientais
Lembrando que cada subconjunto apresentado é menor do que o próximo, sendo a biosfera considerada 
o maior nível. A Figura 1 representa todo o sistema de hierarquização ecológico.
Figura 1 - Sistema de Hierarquização Ecológico
Fonte: adaptada de Quizlet (on-line)1.
Conhecer esses níveis hierárquicos se torna relevante, pois nos auxilia a compreender a dimensão dos 
impactos causados e sua extensão biológica. Sendo assim, vamos às definições, com enfoque nos níveis 
superiores, iniciando nos organismos.
47UNIDADE 2
• Organismo: uma forma de vida indivi-
dual e livre, composta pela associação de 
sistemas, órgãose tecidos que operam e 
realizam suas funções de forma conjunta 
para proporcionar as condições favoráveis 
à vida. Para a ecologia, trata-se de uma uni-
dade fundamental de estudos.
• Populações: populações podem ser de-
finidas como grupos de indivíduos per-
tencentes a uma mesma espécie presente 
e ocupante de uma determinada área por 
um período de tempo. Além disso, uma 
população apresenta como característica 
uma ampla probabilidade de realizar cru-
zamento entre si, quando consideramos 
fatores, como localização geográfica e ou-
tros fatores favoráveis.
• Comunidades: consistem de populações 
que coexistem e habitam o mesmo am-
biente; interagindo de forma organizada, 
é denominada comunidade, sendo cada 
indivíduo associado a seu respectivo nicho 
ecológico existente.
• Ecossistemas: trata-se de um meio no 
qual os organismos interagem com o meio 
ambiente, realizando trocas de matéria e 
energia pelas vias existentes. Em outras 
palavras, é a interação dos seres bióticos 
(seres vivos) com os abióticos (solo, água, 
recursos minerais, dentre outros).
• Biomas: segundo Colinvaux (1993), um 
bioma é composto por um conjunto de ecos-
sistemas, em uma larga escala geográfica, no 
qual as plantas ou as formações vegetais se 
destacam como características, assim como 
suas especificidades climáticas. São exem-
plos de biomas brasileiros: a Caatinga, o 
Cerrado, a floresta amazônica, a mata atlân-
tica, o Pantanal, os pampas, dentre outros.
• Biosfera: a biosfera se caracteriza como a 
junção das interações que ocorrem entre 
a atmosfera, hidrosfera e a litosfera. Sendo 
cada uma delas, segundo Rosa, Messias e 
Ambrozini (2003), correspondente às se-
guintes porções:
 » Atmosfera: porção gasosa da Terra e 
seus componentes.
 » Hidrosfera: porção aquosa da Terra e 
seus componentes.
 » Litosfera: porção mineral da Terra e 
seus componentes.
O conhecimento apropriado sobre esses conceitos 
nos faz refletir sobre a proporção dos impactos 
causados, não só em uma escala empresarial/
industrial, mas também como nossas atitudes 
cotidianas podem desencadear impactos mais 
amplos e significativos do que o imaginado. Para 
realizar um manejo adequado de uma atividade 
impactante, segundo Peroni e Hernandéz (2011), 
é essencial considerar todas as características e di-
nâmicas das populações, comunidades e ecossis-
temas envolvidos, especialmente quando as ações 
humanas podem favorecer o desenvolvimento de 
uma população, enquanto outras podem aumen-
tar o número de mortes.
48 Dinâmicas Ambientais
Quando pensamos em fatores limitantes ao de-
senvolvimento dos seres vivos, somos imediata-
mente direcionados aos recursos disponíveis. Cla-
ro que existe uma relação entre disponibilidade de 
recursos e o desenvolvimento de uma população, 
assim como a retirada de recursos pode levar à 
extinção de determinada população. Segundo 
Santos (2006), a variação na densidade populacio-
nal está relacionada aos fatores que influenciam 
nas taxas de natalidade, mortalidade, imigração 
e emigração.
Como mencionado anteriormente, os fatores 
ecológicos podem ser classificados em bióticos e 
abióticos; porém, devemos levar em consideração 
que sua importância varia de acordo com o am-
biente ou área estudada/impactada e de acordo 
com a pressão exercida sobre os recursos renová-
veis e não renováveis. Para facilitar a compreensão, 
vamos conhecer um pouco mais sobre os fatores 
ecológicos que são limitantes ao crescimento dos 
seres vivos.
Fatores Limitantes 
ao Desenvolvimento 
dos Seres Vivos
49UNIDADE 2
Conforme Lovato (1993), a intensidade da luz solar incidente afeta a fotossíntese dos vegetais, cresci-
mento da parte aérea, distribuição da matéria seca e, consequentemente, o rendimento fotossintetizante, 
exercendo efeitos sobre outros fatores ambientais, principalmente a temperatura.
Sobre ambientes aquáticos continentais e costeiros, o grau de intensidade luminosa está relacionado à 
atividade de algas flutuantes e sésseis e da diversidade de seres planctônicos. A intensidade da luz ainda 
serve como parâmetro indicativo da quantidade de partículas em suspensão (turbidez).
Em relação aos animais, a luminosidade está diretamente relacionada a hábitos de repouso ou ativi-
dade, uma vez que haverá atividade animal nos mais variados nichos ecológicos diurnos, noturnos e 
crepusculares. A variação desse fator se relaciona com a hibernação de mamíferos, o metabolismo de 
seres exotérmicos e com a migração em aves (SANTOS, 2006).
O fator temperatura se destaca como um dos mais relevantes, pois afeta diretamente na distribuição 
de espécies animais e vegetais, influenciando todas as fases do ciclo vital dos seres vivos. Atualmente, 
existe grande discussão acerca dos efeitos que são observados e que serão observados no futuro, de-
vido às mudanças climáticas geradas pela liberação excessivas de gases relacionados ao efeito estufa 
na atmosfera.
Para os vegetais, a temperatura influi grandemente o rendimento de tubérculos, uma vez que afeta a 
fotossíntese e a respiração. A magnitude do seu efeito depende de quanto influencia no desenvolvi-
mento da parte aérea, na distribuição da matéria seca produzida e, consequentemente, na qualidade 
de suporte do solo (LOVATO, 1993).
No caso dos animais, para a temperatura ambiente, são definidas zonas de conforto térmico e de termo-
neutralidade específicas para as diferentes espécies de animais (PORTUGAL; PIRES; DURAES, 2000).
É fato que a umidade e o acesso à água são dois fatores primordiais para a distribuição da fauna e da 
flora global. Entretanto, a umidade é diretamente influenciada pela disponibilidade de recursos hídri-
cos, pela temperatura e pela intensidade luminosa. Quando associado o fator temperatura, torna-se 
responsável pelo conforto térmico de animais e pelo fator determinante na respiração e transpiração 
vegetal. Na agricultura de precisão, por exemplo, a umidade do solo se torna um fator limitante e 
imprescindível, especialmente quando se tem por objetivo um manejo adequado do solo visando ao 
aumento na produção. 
Luz ou intensidade luminosa
Temperatura
Umidade
50 Dinâmicas Ambientais
A salinidade e o potencial de hidrogênio iônico 
(pH) são fatores primordiais para a abundância 
dos seres vivos, especialmente em ambientes 
aquáticos continentais e costeiros. Com exceção 
de algumas bactérias que toleram condições ex-
tremas, os demais seres vivos não toleram pHs 
extremamente ácidos (abaixo de 3) ou extrema-
mente alcalinos (acima de 9).
Esses parâmetros costumam sofrer alterações 
imediatas após o despejo de efluentes ou substân-
cias sem o devido tratamento em corpos hídricos, 
A disponibilidade de recursos pode ser considerada o fator mais relevante para a sobrevivência e de-
senvolvimento de espécies, especialmente quando associada à capacidade de adaptação ou tolerância 
às condições locais. Os organismos ou indivíduos podem tolerar alterações bruscas no ambiente 
por um curto período de tempo, ou seja, as condições para o desenvolvimento de cada espécie são 
sempre espécie-específicas. Entretanto, os indivíduos e suas atividades não irão esgotar os recursos 
disponíveis; via de regra, isso acontece sob condições de estresse populacional (quando, por alguma 
razão não natural, eles são forçados a consumir outra fonte de alimento ou quando há a introdução de 
uma espécie exótica no ambiente em questão) e quando o ser humano esgota esses recursos ou passa 
a utilizá-los de forma não racional. Um exemplo de estresse populacional pode ser competição intra 
e interespecífica, devido à diminuição de espaço ou território útil.
Recursos
alterando, drasticamente, as condições favoráveis 
ao desenvolvimento da fauna e da flora aquática 
e consequentes dos demais seres vivos que se uti-
lizam da água disponível para sua sobrevivência/
atividades.
Sobre os vegetais, esses parâmetros influenciam 
na absorção dos nutrientes pelas raízes, limitam o 
desenvolvimento de fungos benéficos às plantas 
nos ambientes aquáticos. No solo,também levam 
à limitação da produção vegetal, dificultando o 
desenvolvimento de culturas ou espécies vegetais.
Tenha sua dose extra de conhecimento assistindo ao vídeo. Para acessar, use 
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51UNIDADE 2
Neste tópico, caro(a) aluno(a), iremos conhecer 
as dinâmicas elementares existentes na biosfera, 
mencionadas logo no início desta unidade. Des-
considerando os eventos catastróficos isolados e 
específicos que acontecem de maneira esporádica 
na história da humanidade, é possível afirmar, de 
forma grosseira, que nosso planeta é constituí-
do por um sistema químico/biológico/geológico 
fechado, cujas reações responsáveis pela manu-
tenção da vida aqui existente são influenciadas e 
regidas pela energia solar.
Entretanto, historicamente, inúmeras altera-
ções aconteceram na superfície terrestre, modi-
ficando a biosfera e impulsionando o desenvol-
vimento da vida como nós a conhecemos. Dentre 
essas alterações, podemos destacar a interação en-
tre o oxigênio presente na atmosfera com a litos-
fera e a hidrosfera, e o advento/desenvolvimento 
dos seres fotossintetizantes. Neste contexto, e em 
face dessas alterações, a complexidade das reações 
e interações bioquímicas, ou ciclos biogeoquími-
cos, que acontecem na biosfera terrestre, passaram 
a ser diferentes, ao passo que pouquíssimas rea-
ções do nosso planeta ocorrem sem influência 
direta ou indireta da biosfera.
Ciclos 
Biogeoquímicos
52 Dinâmicas Ambientais
Portanto, podemos definir ciclo biogeoquímico 
segundo Rosa, Messias e Ambrozini (2003, p. 9):
 “
[...] Os ciclos biogeoquímicos são processos 
que por diversos meios reciclam vários ele-
mentos em diferentes formas químicas, do 
meio ambiente para os organismos e depois, 
fazem o processo contrário, ou seja, trazem 
esses elementos dos organismos para o 
ambiente. Desta forma a água, o carbono, 
o oxigênio, o nitrogênio, o fósforo, o cálcio 
e outros elementos, percorrem esses ciclos, 
unindo todos os componentes vivos e não 
vivos da Terra.
No contexto anteriormente apresentado, um ci-
clo biogeoquímico pode ser entendido como o 
movimento ou a ciclagem de elementos químicos 
específicos pela biosfera, que podem ou não sofrer 
influência antrópica.
Ainda, em uma perspectiva histórica, as al-
terações químicas e biológicas que acontecem 
na biosfera e que têm origem natural passaram 
a acontecer de forma “lenta”, sendo as alterações 
e reações que acontecem de forma acelerada fo-
mentadas por uma pressão externa, destacando-
-se, principalmente, a intervenção antrópica. 
Devemos compreender e reconhecer que as 
reações bioquímicas que ocorrem atualmente na 
superfície terrestre agora sofrem alguma influência 
direta ou indireta do homem e dos processos de-
senvolvidos, sendo necessário que a humanidade 
passe a contribuir com soluções para as diferentes 
problemáticas ambientais existentes. Para tanto, 
inicialmente, torna-se necessário conceituar e 
compreender os diferentes ciclos biogeoquímicos 
que, devido sua relevância, irão nos orientar a uma 
compreensão sistemática da dinâmica na biosfera.
O Ciclo da Água
A água é de fundamental importância para a ma-
nutenção da vida na Terra, portanto, discutir sua 
relevância, nas mais diversas dimensões, implica em 
discutir: a sobrevivência da espécie humana, o equi-
líbrio e a conservação da biodiversidade e as relações 
de dependência dos seres vivos para com os ambien-
tes naturais (LA CORTE BACCI; PATACA, 2008).
Um ciclo biogeoquímico está intimamente 
relacionado aos diferentes processos biológicos, 
hidrológicos e geológicos, sendo estes referentes 
à disponibilização e redisponibilização de um ele-
mento específico, no presente caso, a água.
53UNIDADE 2
O ciclo da água ganha destaque uma vez que é responsável pela 
maior movimentação de uma substância química pela superfície 
terrestre. No ciclo da água, inúmeros processos ocorrem para a re-
disponibilização da água, que podem incluir os diferentes estados 
físicos dessa matéria: líquido, sólido e gasoso. Os processos envol-
vidos no referido ciclo estão expressos no quadro a seguir.
Quadro 1 - Fenômenos envolvidos no Ciclo da Água
PROCESSO FENÔMENOS QUE OCORREM NO PROCESSO
Liquefação
Também chamado de condensação, marca a 
transição do estado gasoso para o estado líquido 
decorrente do resfriamento (arrefecimento). Por 
exemplo: o orvalho das plantas.
Fusão
Transição do estado sólido para o líquido, induzida 
por diferentes fontes de energia, sendo a principal 
a energia solar (em forma de calor). Esse processo 
ocorre quando a energia na forma de calor é su-
perior ao ponto de fusão (0 ºC) da água em estado 
sólido.
Solidificação
Transição do estado líquido para o estado sólido 
mediante a temperaturas iguais ou inferiores a 
0 ºC.
Sublimação
Transição do estado sólido para o estado gasoso, 
via aquecimento. Também denomina a mudança 
do estado gasoso para o estado sólido (ressubli-
mação) por arrefecimento.
Vaporização
Transição do estado líquido para o gasoso, no qual 
o ponto de ebulição da água é alcançado em 100 
ºC. Dentro desse processo, destacam-se a ebulição 
e a evaporação que relacionam-se à velocidade 
de aquecimento, sendo rápida ou lenta, respec-
tivamente.
Fonte: adaptado de Peruzzo e Canto (2003).
Os diferentes processos desse ciclo em ambientes naturais podem 
ser observados no elemento de Realidade Aumentada a seguir.
A água pode ser representada quimicamente pela molécula H2O, 
na qual os elementos hidrogênio e oxigênio se combinaram para 
dar origem ao elemento fundamental para a existência da vida.
Ciclo da água
54 Dinâmicas Ambientais
Apesar da redisponibilização 
desse recurso mediante um 
ciclo, sua utilização e disponi-
bilidade deve ser considerada, 
uma vez que nosso planeta pos-
sui dois terços de sua superfície 
cobertos por água (360mi km² 
de um total de 510mi km²) 
(GOMES; BARBIERI, 2004). 
Entretanto, cerca de 98% da 
água disponível é salgada, im-
própria para consumo direto 
sem tratamento adequado, que 
apresenta alto custo, sendo so-
mente os 2% restantes corres-
pondentes à água doce; dessa 
porção (2%), valores superiores 
a 68,9% estão dispostos em ge-
leiras, 29,9% em reservatórios 
subterrâneos de difícil acesso e apenas 1,2% está disponível em rios 
e lagos (SENRA, 2001).
No que tange a sua utilização, segundo Garrido (2000, p. 58):
 “
[...] A água doce é um recurso material limitado e com múltiplas 
funções; portanto, com diferentes tipos de usos. Para o abas-
tecimento humano, a água é matéria-prima; para a atividade 
industrial e de irrigação, a água pode ser insumo e matéria-pri-
ma; para a navegação, a água é leito navegável; para atividades 
de recreação e lazer, a água é parte da beleza cênica; para as 
atividades de pesca, a água é o meio onde vivem as espécies; 
para o esgotamento de efluentes urbanos e industriais, a água 
é corpo diluidor e para a produção de energia é necessário ex-
plorar os movimentos da água transformando energia cinética 
em elétrica.
Ainda em relação às reservas de água, algumas estimativas de vo-
lumes armazenados nos diferentes reservatórios estão dispostos 
na Tabela 1:
Tabela 1 - Diferentes reservatórios de água e seus volumes estimados
RESERVATÓRIO VOLUME ESTIMADO
Oceanos 1.350.000.000 km³
Geleiras 33.000.000 km³
Águas subterrâneas 15.300.000 km³
Solos 121.800 km³
Atmosfera 13.000 km³
Fonte: adaptado de Aduan, Vilela e Reis Júnior (2004).
A transição dentre os volumes presentes nos reservatórios citados também se faz relevante, sendo os 
principais reguladores desses fluxos os índices de precipitação e a vegetação. Nesse sentido, a preser-
vação da vegetação (responsável pelo fenômeno evapotranspiração) e, sobretudo, a manutenção das 
extensões territoriais recobertas de vegetação nativa remanescente se faz de extrema importância. 
Além desse fator, a poluição atmosférica também é preocupante, visto que a qualidade atmosférica 
pode resultar em alterações na qualidade daságuas pluviais.
Historicamente, a presença ou ausência desse recurso foi e será responsável pela tramitação histórica 
da humanidade, pelo desenvolvimento de costumes e hábitos sociais, pela determinação da ocupação 
de territórios, pela extinção de espécies e, por fim, pelo futuro de gerações. O planeta Terra não seria 
propício à vida caso não houvesse a disponibilidade desse recurso e, apesar de se caracterizar como 
um recurso abundante, sua ausência ou um déficit hídrico representaria uma limitação na produti-
vidade primária do planeta (SAUTCHÚCK, 2004), impactando, também, em sistemas agronômicos 
(BERNARDO, 2002), pecuários e nos mais variados processos de beneficiamento.
55UNIDADE 2
Por fim, faz-se relevante considerar a utiliza-
ção e a reutilização que se dá a esse recurso, aliás, 
caro(a) aluno(a), essa preocupação ganhou espa-
ço considerável no cenário mundial nas últimas 
décadas “unificando” diversas áreas do conheci-
mento, na busca/desenvolvimento de soluções 
interdisciplinares para a recuperação/tratamento 
e soluções de problemáticas voltadas a esse recur-
so. Outras informações acerca das técnicas de tra-
tamento de água serão exploradas nas próximas 
unidades deste livro.
O Ciclo do Carbono
O carbono é o elemento mais essencial para a vida 
na Terra, em específico, por ampla disponibilida-
de e capacidade de associação/formação de até 4 
ligações covalentes. Essa capacidade possibilitou, 
a esse elemento, constituir ou estar presente em 
uma ampla variedade de moléculas inorgânicas, 
orgânicas e compostos essenciais, como proteí-
nas, lipídios, carboidratos e pigmentos (SOUZA 
et al., 2012). Além das moléculas, o carbono está 
presente na atmosfera terrestre em uma de suas 
associações mais simples, na forma CO2.
O que se faz muito relevante em relação ao 
ciclo do carbono, é que ele está presente nos inú-
meros processos naturais que realizam interações 
com a atmosfera, bem como nas interações dos 
processos do continente com os oceanos, ou seja, 
relacionam-se aos seres vivos quando os seres fo-
tossintetizantes utilizam o CO2 atmosférico ou os 
carbonatos e bicarbonatos dissolvidos na água na 
síntese de compostos orgânicos que irão suprir 
suas necessidades (ROSA; MESSIAS; AMBRO-
ZINI, 2003). Ainda segundo os autores, da mesma 
maneira, as bactérias que realizam a quimiossínte-
se, produzem compostos essenciais, normalmente 
carboidratos, a partir do CO2 livre na atmosfera.
Outros processos naturais que estão envolvi-
dos na ciclagem/movimentação do carbono são 
a fotossíntese realizada pelos organismos planc-
tônicos, a respiração celular realizada pelos seres 
vivos, o processo de decomposição da matéria e 
a dissolução oceânica; tal movimentação cícli-
ca também pode ser definida como ciclo global 
do carbono (ADUAN; VILELA; REIS JÚNIOR, 
2004).
Portanto, aluno(a), é fato que a vida na biosfera 
só foi possível graças a presença e a atividade dos 
seres clorofilados. Tal fato evidencia a necessida-
de de preservação desses organismos, uma vez 
que um déficit na produção primária implicaria, 
também, na dificuldade de manutenção dos níveis 
de CO2 atmosféricos e na ausência de um dos 
principais subprodutos da fotossíntese, o oxigênio.
Segundo Aduan, Vilela, Reis Júnior (2004), ao 
contrário do que acontece com o ciclo da água, em 
que as atividades antrópicas influenciam no fluxo 
ou índices de ciclos já existentes, para o ciclo do 
carbono, a influência humana cria novos fluxos, 
antes desconhecidos, como exemplo, a queima de 
combustíveis fósseis, como o carvão mineral e o 
petróleo, responsáveis por um excessivo aporte de 
dióxido de carbono (CO2) na atmosfera. Esse ex-
cessivo aporte se faz preocupante, especialmente 
pelos efeitos negativos à manutenção da qualidade 
de vida na Terra, pois conforme Pacheco e Helene 
(1990, p. 215):
56 Dinâmicas Ambientais
 “
[...] as moléculas de nitrogênio, oxigênio e 
argônio que constituem quase a totalidade 
do ar são transparentes tanto às radiações 
infravermelhas como à radiação solar visível, 
tendo um poder de absorção praticamente 
nulo. Ao contrário, um certo número de mo-
léculas presentes no ar que não representam 
mais que uma pequena parte dos compo-
nentes da atmosfera, em maior proporção 
vapor d’água (H2O) e dióxido de carbono 
(CO2) e em menor proporção metano (CH4) 
e outros compostos, têm a propriedade de 
serem opacos aos raios infravermelhos do 
solo quando dissipados para o espaço e com 
isto aquecer as baixas camadas da atmosfera. 
Graças a este processo, a temperatura do ar 
que nos envolve é favorável às formas de vida 
existentes; este processo natural é chamado 
de “efeito estufa”, por analogia às instalações 
que protegem culturas vegetais frágeis do 
frio, onde meios de vidro que deixam passar 
a radiação solar visível impedem a fuga dos 
raios infravermelhos.
Ao analisarmos de maneira isolada, o fluxo de 
energia em diferentes níveis tróficos, como no 
caso de uma cadeia alimentar, pode ser utilizado 
para exemplificar o fluxo de carbono em uma 
escala minimalista, conforme ilustrado no fluxo-
grama da Figura 2.
Figura 2 - Fluxo de Carbono
Fonte: adaptada de Rosa, Messias e Ambrozini (2003).
Estimativas globais sugerem que a poluição 
ambiental externa (outdoors) cause 1,15 mi-
lhões de óbitos em todo o mundo (correspon-
dendo a cerca de 2% do total de óbitos) e seja 
responsável por 8,75 milhões de anos vividos 
a menos ou com incapacidade; enquanto a po-
luição no interior dos domicílios cause, aproxi-
madamente, 2 milhões de óbitos prematuros 
e 41 milhões de anos vividos a menos ou com 
incapacidade.
Fonte: adaptado Öberg et al. (2011).
De forma generalista, o fluxograma apresentado ilustra a produção de compostos orgânicos pelos 
produtores, que são consumidos pelos herbívoros ou consumidores primários e, na sequência, por 
carnívoros de primeira ou segunda ordem, até atingirem os seres decompositores. A Figura 3 repre-
senta o ciclo do carbono em uma perspectiva globalizada e complexa e que compreende a ciclagem do 
carbono orgânico e inorgânico. Nesse sentido, torna-se necessário enfatizar a presença de processos 
antrópicos, antes desconhecidos à biosfera terrestre e que, graças ao advento das modificações am-
bientais humanas, passam a ser mais efetivas e impactantes na qualidade ambiental.
A Figura 3 ilustra o ciclo do carbono de forma simplificada:
57UNIDADE 2
Em relação à quantidade de carbono existente em diferentes reservas, algumas estimativas estão ex-
pressas no Quadro 2.
Quadro 2 - Reservas de Carbono 
INFORMAÇÕES/FONTES QUANTIDADE
Incremento de Carbono de ori-
gem antrópica anual.
5,5 Pg, dos quais: 3,5 Pg permanecem na atmosfera e passam 
a contribuir efetivamente para o efeito estufa, sendo o restante 
dissolvido no oceano ou sequestrado pela atividade fotossintética, 
ficando retido como biomassa viva ou matéria orgânica do solo.
Carbono presente na superfície 
terrestre.
Cem quatrilhões ou 10²³ toneladas.
Conteúdo fóssil disponível para 
captação humana.
4.000 Pg.
Carbono dissolvido nos oceanos. 38.000 Pg.
Carbono disponível no solo. 40.000 Pg.
Carbono estocado na cobertura 
vegetal.
120 Pg, sendo 60 Pg redisponibilizado para a atmosfera em fun-
ção da decomposição da matéria e 60 Pg redisponibilizado para 
a atmosfera pela respiração dos seres vivos.
Respiração
 das Plantas
Respiração 
das raízes
Captação dos
oceanosFósseis e 
Combusíveis fósseis 
Carbono
orgânico
Respiração
 dos Animais
Fotossíntese
Decomposição 
de organismos
Organismos mortos
e resíduos orgânicos
Ciclo do CO2
Luz do Sol
Emissão das
fábricas
Figura 3 - Ciclo do Carbono
Fonte: adaptada de Ucar ([2019], on-line)2. 
58 Dinâmicas Ambientais
Quantidade de Carbono na forma 
de CO2 retirado da atmosfera pela 
fotossíntese.
560 Pg
Fluxo de Carbono entre oceano e 
atmosfera anualmente
120 Pg, sendo 60 Pg redisponibilizado para a atmosfera em fun-
ção da decomposição da matéria e 60 Pg redisponibilizado para 
a atmosfera pela respiração dos seres vivos.
1 Pg(peta grama) = 1 bilhão de toneladas.
Fonte: adaptado de Schlesinger (1991); Aduan, Vilela e Reis Júnior (2004).
O Ciclo do Nitrogênio
Apesar da atmosfera da Terra ser composta por 
cerca de 76% de gás nitrogênio (ADUAN; VI-
LELA; REIS JÚNIOR, 2004), esse gás não está 
disponível para a maioria das espécies vivas, 
pois o N2 é pouco reativo. A baixa disponibili-
dade de nitrogênio como nutriente faz com que 
esse elemento tenha um importante papel nos 
processos de crescimento e reprodução de or-
ganismos, especialmente vegetais, responsáveis 
pela produção primária terrestre ou marinha 
(UGUCIONE et al., 2002), além de ser um dos 
principais componentes das proteínas, das en-
zimas e do DNA (Ácido desoxirribonucleico). 
Tal fato faz com que o ciclo biogeoquímico 
desse elemento ganhe enfoque, especialmente 
se considerarmos que, de todo o nitrogênio pre-
sente na Terra, conforme Ugucione et al. (2002), 
uma quantidade inferior a 2% está disponível 
em associações com o Carbono, Hidrogênio e 
Oxigênio, componentes fundamentais da ma-
téria orgânica.
Essa escassez ou dificuldade de obtenção de 
nitrogênio, apesar de sua ampla disponibilidade 
em forma gasosa na atmosfera, pode ser atribuí-
da à complexidade da ligação covalente apolar, 
portanto, o desafio dos seres vivos que necessi-
tam desse macro nutriente, consiste em romper 
essa ligação covalente vias diferentes mecanismos 
(o que requer consumo energético) para, então, 
“utilizá-lo” em suas formas mais reativas: amônia 
(NH3), amônio (NH4) e nitrato (NHO3).
As taxas de nitrogênio são direta e indireta-
mente influenciadas por esses mecanismos, que 
podem atuar disponibilizando nitrogênio por 
diferentes formas, ao passo que também podem 
indisponibilizar esse elemento. Os diferentes 
mecanismos relacionados à disponibilização de 
nitrogênio estão expressos no Quadro 3.
59UNIDADE 2
Quadro 3 - Mecanismos, ações e descrições de diferentes processos de disponibilização e indisponibilização de nitrogênio
MECANISMO AÇÃO DESCRIÇÃO/OBSERVAÇÕES
Fixação
Transformação de N2 em 
amônia (NH3)
Disponibilização de amônia 
(NH3)
A principal via de fixação natural ocorre 
pela ação de microrganismos (do gêne-
ro Rhizobium), algas azuis (do gênero 
Anabaena e Nostoc) e fungos (algumas 
espécies) associados (em relação de mu-
tualismo) a leguminosas. Existe a fixação 
física que ocorre em função de eventos 
atmosféricos (físicos), como descargas 
elétricas. Por fim, a fixação antrópica, 
como nos processos realizados em in-
dústrias de fertilizantes.
Decomposição Disponibilização de amônia 
(NH3)
O processo de decomposição da matéria 
orgânica nitrogenada por microrganismos 
libera NH3 em conjunto com outros com-
postos ao meio ambiente.
Amonização
NH3 + H2O NH4OH NH4
+ + OH-
Indisponibilização de amônia 
(NH3)
Disponibilização de amônio 
(NH4
+)
A associação da amônia livre no solo, 
proveniente da ação dos microrganismos 
com a água presente no solo, seguida de 
ionização, resulta no íon amônio (NH4+) 
e uma hidroxila.
Os processos oxidativos sobre os íons amônio (NH4
+) resultam em nitritos (NO2
-) que ficam dis-
poníveis no ambiente ou são novamente oxidados em nitratos (NO3
-).
Nitrificação Conversão de íons amô-
nio (NH4
+) em nitrito (NO2
-) 
e, posteriormente, nitrato 
(NO3
-)
Ocorre pela ação de bactérias nitrificantes 
(Nitrosomas, Nitrosococus, Nitrobacter).
O processo de Nitrificação pode ser dividido em duas etapas: Nitração e Nitrosação
Nitração 2HNO2 + 2O2
2HNO3 + Energia
Transformação da amônia em nitrito.
Nitrosação 2NH3 + O2 2HNO2 + 2H2O + 
Energia
Transformação do íon nitrito em íon ni-
trato, que podem ser absorvidos e meta-
bolizados pelas plantas.
Denitrificação Transformação de amônia 
(NH3) em N2
Indisponibilização de amônia 
(NH3)
Disponibilização de N2
Devolução de nitrogênio já metabolizado 
para a atmosfera na forma N2, normal-
mente realizado por bactérias ditas des-
nitrificantes (Pseudomonas desnitrificans), 
torna-se necessária para não saturar o 
solo com íons nitrogenados.
A queima de matéria orgânica pelo fogo é responsável pela indisponibilização de nitrogênio.
Amonificação Disponibilização de amônia 
(NH3)
Degradação de produtos metabólicos, 
como ureia, ácido úrico, proteínas e ou-
tros compostos por microrganismos de-
compositores para formação de amônia.
Fonte: adaptado de Hamilton (1976), Rosa, Messias e Ambrozini (2003); Aduan, Vilela e Reis Júnior (2004).
60 Dinâmicas Ambientais
A Figura 4, a seguir, contém uma representação do ciclo global do nitrogênio, explicitando os diferentes 
mecanismos relacionados à disponibilização e indisponibilização de nitrogênio em um ambiente natural.
Nitrogênio
 livre
CICLO DO NITROGÊNIO
N2
Fixação biológica do Nitrogênio
N2
Fixação do Nitrogênio
(relâmpago)
NO2
NO
escoamento
fertilizadores
bactéria de �xação 
do Nitrogênio
NO2
NO3 NH4
bactérias desnitri�cantes
bactérias 
nitri�cantes
Figura 4 - Representação do Ciclo Global do Nitrogênio
Como é possível observar, o ciclo do nitrogênio 
é extremamente complexo e conta com diversos 
mecanismos de ação para que esse elemento 
essencial à vida possa ser disponibilizado/rea-
proveitado em outras formas.
Vale destacar, conforme mencionado anterior-
mente, que as ações antrópicas atuam sobre esse 
ciclo biogeoquímico, influenciando na disponi-
bilidade de nitrogênio passível de utilização para 
os seres vivos que necessitam desse elemento. O 
despejo de efluentes sanitários e industriais, sem 
o devido tratamento, são uma das atividades an-
trópicas mais impactantes relacionadas à alteração 
dos níveis de nitrogênio e fósforo no ambiente.
61UNIDADE 2
O Ciclo do Fósforo
O fósforo (P) é um nutriente essencial com fontes 
finitas e não renováveis. Ainda assim, a exploração 
desse elemento, atualmente, é muito superior às 
taxas de reposição em seu ciclo natural, especial-
mente se considerarmos que o ciclo desse elemen-
to é muito lento. Portanto, a exploração desenfrea-
da e a escassez das reservas de fósforo podem nos 
direcionar a um colapso, resultando em impactos 
econômicos, sociais e ambientais imensuráveis, 
pois, segundo Cordell (2008), as reservas de rocha 
fosfática conhecidas e exploráveis estejam extintas 
no período de 50 a 100 anos. A alteração da di-
nâmica desse nutriente no meio ambiente ocorre, 
especialmente, em face da ocupação desordenada 
do solo, do desmatamento e do incremento das 
atividades industriais e agrícolas.
Esse elemento se caracteriza como compo-
nente essencial dos fosfolipídios, das coenzimas, 
dos ácidos nucleicos e dos elementos de transição 
energética (Adenosina Tri Fosfato = ATP) que são 
indispensáveis para o funcionamento e manu-
tenção dos sistemas biológicos dos organismos 
vivos. Esse elemento também é utilizado como 
base para síntese de diversos produtos industria-
lizados, como fertilizantes e detergentes (QUE-
VEDO; PAGANINI, 2011).
Os reservatórios atuais existentes de fósforo 
(litosfera) foram formados ao longo de eras geoló-
gicas e diferente de outros ciclos. Em nenhum mo-
mento, o ciclo desse elemento resulta na formação 
de gás para manutenção de reservas atmosféricas, 
sendo suas fontes naturais oriundas de processos 
erosivos da bacia de contribuição, da decomposi-
ção dos organismos aquáticos e dos vegetais que 
compõem as matas ciliares, do assoreamento do 
corpo d’água, do intemperismo das rochas e da 
intensidade das trocas ocorridas entre o sedimento 
e a coluna d’água (QUEVEDO; PAGANINI, 2011).
Para Aduan, Vilela e Reis Júnior (2004), a 
maior parte do fósforo presente nos ecossistemas 
é proveniente do intemperismo dos minerais, 
esse processo pode ser acelerado pela ação de 
substâncias provenientes das raízes de plantas 
associadas a microrganismos; entretanto, no ci-
clo do fósforo, nenhuma ação biológica (como 
as observadas no ciclo do hidrogênio) pode 
aumentar significativamente a disponibilidade 
desse elemento em ambientes em que ele se en-
contra em baixas quantidades.
Em face da escassez desserecurso, os or-
ganismos presentes na biota terrestre contam 
com um eficiente ciclo de fósforo a partir de 
suas formas orgânicas. O fósforo é liberado por 
meio de processos erosivos e intempéries, sendo 
esse elemento e suas formas fosfatadas (PO4
-3) 
limitantes em sistemas agronômicos.
A Figura 5, a seguir, representa as etapas do 
ciclo natural e de influência antrópica do fósforo.
O ciclo de influência, sobre influência an-
trópica, representado na figura supracitada, 
explicita a utilização do fósforo na síntese de 
fertilizantes amplamente utilizados em sistemas 
agrícolas. Tal utilização, apesar de impactante e 
de estar associada à eutrofização, torna-se neces-
sária, uma vez que os sistemas agrícolas que con-
tam, somente, com o fósforo presente no solo, na 
produção de cultivares não conseguiria obter a 
eficiência necessária para atender a demanda 
populacional emergente.
Ainda, os microrganismos exercem papel 
fundamental no ciclo biogeoquímico do fós-
foro e na disponibilização desse elemento para 
as plantas, realizando a solubilização do fósforo 
inorgânico, a mineralização do fósforo orgânico 
e a associação entre plantas e fungos micorrízi-
cos (PAUL; CLARK, 1996).
62 Dinâmicas Ambientais
Por fim, é válido ressaltar que existem outros ele-
mentos essenciais que também passam por ciclos 
biogeoquímicos, porém, os ciclos supracitados 
destacam-se por estarem diretamente relacio-
nados e interligados a problemáticas ambientais 
atuais, coerentes e de interesse para os diferentes 
processos de produção.
Nesta unidade, exploramos alguns conceitos 
voltados à ecologia, iniciando com a classifica-
ção dos seres vivos em ordem hierárquica. Essa 
classificação nos proporcionou uma noção mais 
realista da amplitude de níveis hierárquicos que 
as ações antrópicas podem alcançar, sejam elas 
associadas à alteração das condições ambientais 
próximas ou à diminuição da capacidade de su-
porte de ambientes específicos, ecossistemas e/ou 
biomas, uma vez que cada ser vivo tem impacto 
sobre o ambiente em que está inserido.
Partimos, então, para os ciclos biogeoquímicos 
presentes no planeta Terra. Vimos que os elemen-
tos que compõem o globo possuem especifici-
dades com relação ao seu tempo de reposição 
no ambiente, de forma que possamos extrai-lo 
novamente. Sendo assim, precisamos sopesar o 
uso que fazemos de cada um desses recursos de 
modo a garantir sua disponibilidade no futuro.
Encerramos as duas primeiras unidades com 
definições básicas, mas fundamentais para emba-
sar nossas discussões sobre as questões ambientais 
que virão.
Figura 5 - Ciclo do Fósforo
Fonte: Cola da Web (2018, on-line)3. 
Intemperismo
das rochas
Assimiliação por
células vegetais
Fosfato no solo
Perda por
lixiviação
Precipitação
Fosfatos em solução
Tecidos vegetais
Tecidos animais e fezes
Decomposição por
fungos e bactérias
Incorporação em rochas sedimentares;
os seguimentos geológicos levam essas rochas 
para o ambiente da superfície terrestre.
63
Você pode utilizar seu diário de bordo para a resolução.
1. A vida na superfície terrestre só foi possível em função da presença de determi-
nados elementos dispersos nas mais variadas esferas componentes da biosfera. 
Cada uma dessas esferas comporta e é responsável pelas interações naturais e 
de origem antrópica que nela ocorrem. Em face do exposto, assinale a alternativa 
que contempla as três esferas componentes da biosfera:
a) Litosfera, Biosfera e Atmosfera.
b) Superfície terrestres, Litosfera e Atmosfera.
c) Núcleo, Manto e Atmosfera.
d) Litosfera, Hidrosfera e Atmosfera.
e) Litosfera, Hidrosfera e Hemisfera.
2. Os diferentes ciclos biogeoquímicos apresentam especificidades relativas aos 
elementos em questão. Em relação aos elementos: Carbono, Fósforo e Nitro-
gênio, avalie as assertivas:
I) O carbono apresenta capacidade de formar até 4 ligações covalentes.
II) As reservas de fósforo possuem capacidade de renovação extremamente ágil.
III) O ciclo natural do fósforo passa pelas etapas: Rocha, Indústria e Sistema 
agrícola.
IV) O processo que transforma amônia em nitrito é denominado nitrofilação. 
Assinale a alternativa correta:
a) I, somente.
b) III, somente.
c) IV, somente.
d) II, III e IV, somente.
e) I, II, III e IV.
64
3. Os níveis de organização ecológica ou níveis de hierarquia ecológica classificam 
corretamente as diferentes organizações populacionais quanto às suas caracte-
rísticas: densidade ocupacional, distribuição e espaço. Cientes de sua relevância, 
avalie as assertivas e classifique-as em Verdadeiras (V) ou Falsas (F):
 )( Uma população corresponde a um grupo de indivíduos pertencentes a uma 
mesma espécie presentes e ocupantes de uma determinada área por um 
período de tempo.
 )( Um ecossistema corresponde a meio, no qual os organismos interagem com 
o meio ambiente, realizando trocas de matéria e energia pelas vias existentes.
 )( A biosfera corresponde às populações que coexistem e habitam o mesmo 
ambiente, interagindo de forma organizada.
 )( Uma organela celular pode ser conceituada como partícula única ou unidade 
fundamental em função de sua característica de indivisibilidade por processos 
químicos.
 )( Um bioma é composto por um conjunto de ecossistemas em uma larga escala 
geográfica, no qual as plantas ou as formações vegetais se destacam como 
características, assim como suas especificidades climáticas.
4. A vida na superfície terrestre sempre foi regida por um conjunto de caracte-
rísticas favoráveis ao seu pleno desenvolvimento. Dentre os motivos conside-
rados favoráveis, figuram os ciclos biogeoquímicos, devido à sua relevância e 
amplitude. Considerando o exposto, assinale a alternativa que contém a correta 
definição de ciclos biogeoquímicos:
a) Correspondem a grupos de indivíduos pertencentes a uma mesma espécie 
presentes e ocupantes de uma determinada área por um período de tempo.
b) Correspondem à associação da superfície terrestre com a Litosfera e Atmosfera.
c) São processos que, por diversos meios, reciclam vários elementos em diferen-
tes formas químicas, do meio ambiente para os organismos e, depois, fazem 
o processo contrário, ou seja, trazem esses elementos dos organismos para 
o ambiente.
d) São ferramentas de gestão que devem ser utilizadas visando alcançar a efeti-
vidade socioambiental de uma organização.
e) Compreendem uma partícula única ou unidade fundamental em função de sua 
característica de indivisibilidade por processos químicos.
65
5. Quando pensamos em fatores limitantes ao desenvolvimento dos seres vivos, 
somos imediatamente direcionados aos recursos disponíveis. Claro que existe 
uma relação entre disponibilidade de recursos e o desenvolvimento de uma po-
pulação, assim como a retirada de recursos pode levar à extinção de determinada 
população. Neste contexto, cite os demais fatores que podem ser considerados 
limitantes ao desenvolvimento dos seres vivo.
66
Geoquímica – Uma Introdução
Autor: Francis Albarede
Editora: Oficina de Textos
Sinopse: o livro explica, de forma didática, os fundamentos da geoquímica 
moderna, que atua desde a medição do tempo geológico, passando pela ori-
gem dos magmas, pela evolução dos continentes, dos oceanos e do manto, 
até a compreensão das mudanças ambientais. Com exemplos e exercícios, a 
obra enfatiza os princípios gerais da geoquímica e traz informações essenciais 
para estudantes de ciências da Terra e ciências ambientais. São apresentados 
os princípios e os métodos da física e da química, utilizados em geoquímica, 
além de conceitos de isótopos, fracionamento e mistura, isótopos estáveis, 
biogeoquímica, geoquímica ambiental, conservação da massa, fracionamento 
elemental, geocronologia, traçadores radiogênicos, transporte de elementos e 
Sistemas geoquímicos. Pela abrangência e profundidade dos temas tratados e 
pela excelência do trabalho de tradução, esse livro certamente será bastante 
útil não apenas aos estudantes da disciplina, mas a todos os interessados nos 
conceitose aplicações da Geoquímica nas diversas áreas das ciências da Terra.
LIVRO
67
ADUAN, R. E.; VILELA, M. F.; REIS JÚNIOR, F. B. Os grandes ciclos biogeoquímicos do Planeta. Documentos 
Embrapa, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Distrito Federal, v. 119, 2004.
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68
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3Em: https://www.coladaweb.com/wp-content/uploads/2018/02/20180227-ciclo-fosforo.jpg. Acesso em: 3 
maio 2019.
69
1. D.
2. A.
3. V, V, F, F, V.
4. C.
5. O segundo tópico da unidade trata dos fatores limitantes ao desenvolvimento dos seres vivos. Recursos 
disponíveis é um deles, mas não o único. Sabe-se que qualquer alteração em algum desses fatores pode 
afetar sistemas vivos inteiros. Esses fatores, como destacados no segundo tópico, são: pH e salinidade, 
umidade, temperatura, luz e recursos.
70
PLANO DE ESTUDOS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• Entender a relevância da água no planeta.
• Visualizar a relação do homem com os recursos hídricos 
ao longo da história.
• Relacionar os fatores que influenciam a escolha dos cor-
pos hídricos para abastecimento.
• Abordar os parâmetros e indicadores utilizados na capta-
ção e tratamento de água de abastecimento.
• Entender o funcionamento de uma ETA convencional. 
Papel da Água no 
Planeta Terra
O Homem e a 
Utilização da Água
Fundamentos de Tratamento 
e Qualidade da Água
Estação de Tratamento 
de Água (ETA)
Princípios de 
Captação da Água
Esp. João Marcos Pardo
Me. Gustavo Affonso Pisano Mateus
Gerenciamento 
de Recursos Hídricos - 
Captação e Tratamento 
de Água
Papel da Água 
no Planeta Terra
Seja bem-vindo(a), caro(a) aluno(a), à terceira 
unidade do nosso material didático, intitulada 
gerenciamento de recursos hídricos - captação e 
tratamento de água. Esta unidade tem por obje-
tivo apresentar algumas informações pertinentes 
sobre o tratamento de água.
Serão apresentados, inicialmente, alguns prin-
cípios básicos sobre a coleta, tratamento e distri-
buição de água, que se fazem aqui relevantes em 
função da utilização desse recurso. Portanto, co-
nhecer os inúmeros processos envolvidos em sua 
utilização, poderá auxiliar na busca por formas de 
reduzir o consumo ou, até mesmo, reutilizá-lo na 
própria indústria.
Por fim, iremos conhecer as diferentes etapas 
de tratamentos que podem ser aplicadas para a 
água, considerando a necessidade identificadas 
antes do tratamento e também as legislações per-
tinentes envolvidas. Sendo assim, caro(a) aluno(a), 
convido você a descobrir novas informações e 
curiosidades sobre esses assuntos tão relevantes.
Vamos lá?!
73UNIDADE 3
Após uma breve introdução a 
alguns dos conceitos que se fazem 
relevantes sobre meio ambiente e 
de conhecermos um pouco acer-
ca de sua dinâmica nas unidades 
anteriores, este material didático, 
em suas unidades seguintes, irá 
apresentar, efetivamente, as ações 
que devem ser realizadas no con-
texto empresarial/industrial para 
que ocorra a redução dos impac-
tos causados. Introduzindo, as-
sim, as ferramentas, sejam elas de 
gestão, manejo ou de tratamento 
pertinentes e condizentes com as 
questões ambientais.
É de nosso conhecimen-
to que água é uma substância 
insípida, incolor e inodora, 
composta por dois átomos de 
hidrogênio e um de oxigênio, 
que pode ser encontrada, de-
pendendo das condições, em estado líquido, sólido ou gasoso. Sa-
bemos que a água recobre, aproximadamente, 70% da superfície do 
planeta Terra e devido ao seu ciclo hidrológico, pode ser conside-
rada um recurso renovável. Conforme Barros et al. (1995), a água 
pode ser classificada conforme sua utilização: 
• Elemento de composição da natureza: meio de navegação, 
relativa à regulação da umidade do ar e do clima na Terra, fon-
te de geração energética e transporte de despejos sanitários e 
industriais (líquidos).
• Ambiente para a vida aquática: habitat para organismos 
aquáticos.
• Fator indispensável à vida terrestre: irrigação do solo, abas-
tecimento público e industrial e dessedentação de animal. Ape-
sar de facilmente associarmos a geração de resíduos a material 
sólido, com os líquidos (recursos hídricos) acontece o mesmo. 
A utilização que se faz desses recursos é que determina as carac-
terísticas finais, nesse caso, das águas residuárias ou efluentes. O 
mesmo acontece para o atendimento das necessidades básicas 
humanas, como no caso do esgoto sanitário.
Fica evidente, portanto, que a água é um recurso indispensávelà vida. 
Apesar disso, trata-se de um recurso muito mal utilizado.
Historicamente, o homem viu, nos recursos hídricos, 
formas de fomentar seu desenvolvimento, além de 
atender suas necessidades voltadas à potabilidade. Os 
corpos hídricos ainda promovem desenvolvimento 
econômico desde a idade média, quando povoados 
eram formados em regiões próximas à orla marítima 
ou a planícies de rios, possibilitando o surgimento 
das primeiras rotas comerciais. Além do desenvol-
vimento econômico, o homem, ao longo de sua evo-
lução, concluiu que o consumo ou a proximidade de 
águas impróprias poderia resultar na transmissão de 
doenças (RESENDE; HELLER, 2002).
Entretanto, por que devemos discutir sobre a 
água e o seu uso? Essa substância é indispensável 
para a manutenção da vida na Terra e para a sobre-
vivência dos organismos, sendo, portanto, conside-
rada um recurso primordial para a vida, logo, pode-
mos estabelecer uma relação na qual a quantidade 
de água disponível em uma região é diretamente 
proporcional ao conjunto de seres vivos presentes 
nessa mesma região. Além disso, discutir acerca da 
utilização consciente dos recursos naturais dispo-
níveis e da necessidade de um manejo/gestão ade-
quados objetivam garantir o direito das gerações 
vindouras de acesso a um ambiente equilibrado.
O Homem e a 
Utilização da Água
75UNIDADE 3
É fato que a dimensão ambiental, segundo San-
tos e Miguel (2002), vem sendo incorporada aos 
diferentes processos produtivos das indústrias e 
à gestão empresarial, inclusive como ferramenta 
para redução de custos e aumentos de lucrativi-
dade, por meio de diferentes medidas para mi-
nimização, reuso e reciclo dos efluentes líquidos 
gerados pelos diversos processos industriais.
Entretanto, apesar desse eminente despertar da 
consciência ambiental que se observa nas últimas 
décadas, algumas atividades antrópicas figuram 
como grandes consumidoras de elevado volume 
de água potável, uma vez que, lamentavelmente, 
torna-se quase utópico afirmar que exista algum 
processo produtivo ou de beneficiamento que não 
requer um grande volume de água em sua cadeia 
produtiva.
Para Pena ([2019], on-line)1, conforme da-
dos da Organização Mundial das Nações Uni-
das para a Alimentação (FAO), a pecuária, e as 
atividades relacionadas a ela, consome cerca de 
70% da água do mundo; em uma perspectiva 
nacional, esse número alcança 72% do volume 
consumido pelo nosso país, que se destaca nes-
se setor da economia. Voltando à escala global, 
ainda segundo o autor, depois do setor agrícola, 
a atividade das indústrias são responsáveis por 
22% do volume, seguido de 8% atribuído à uti-
lização doméstica.
Tenha sua dose extra de 
conhecimento assistindo ao 
vídeo. Para acessar, use seu 
leitor de QR Code.
Podemos dizer que, no Brasil, há um esforço por 
parte das indústrias em diminuir o consumo de 
água nos processos produtivos. O panorama da 
utilização da água é positivo no setor, mas ainda 
há campo para melhoras. Na Tabela 1, apresenta-
mos uma perspectiva do volume de água consu-
mida nas indústrias brasileiras.
Tabela 1 - Consumo de água nas indústrias do Brasil
TIPO DE INDÚSTRIA CONSUMO
Extração de minerais não metálicos 7,57 m³/t de pedra, areia ou argila
Refinamento de petróleo 0,226 m³ por barril refinado
Indústria têxtil 139 m³/t de tecido
Couro (curtumes) 16,4 m³/t de couro
Papel 33,25 m³/t de papel
Usina de açúcar 5 m³/t de cana processada
Laticínios 2 m³ por m³ de leite
Cervejaria 3,9 m³ por m³ de cerveja
Matadouros 1,2 m³/t de carne bovina
Fonte: CNI (2013, on-line).
https://apigame.unicesumar.edu.br/getlinkidapp/3/588
Visando a diminuição do uso de água na 
fabricação de seus refrigerantes, a Coca-Cola 
modificou sua postura e tecnologias. Veja como a 
empresa fez isso no vídeo disponível em: https://
youtu.be/svTkThQCeec.
A meta à curto prazo é de que seja necessário 1 
litro de água para produzir 1 litro de refrigerante.
Apesar da vasta capacidade hídrica de nosso país, 
evidenciada pela gama de corpos hídricos, aquífe-
ros, mananciais e rios flutuantes, dados do institu-
to Trata Brasil (ROSA, 2016, on-line)2, indicaram 
que, em 2015, 35 milhões de brasileiros ainda so-
friam com a falta de abastecimento de água. Con-
tudo, como em um país cuja a extensão territorial 
é privilegiada com um grande potencial hídrico, 
a população, em sua totalidade, ainda não possui 
acesso a água de qualidade? As respostas para 
esse questionamento giram em torno da gestão 
desse recurso e das políticas que regulamentam o 
desenvolvimento de tecnologias e investimentos 
para assegurar o direito a água com elevado grau 
de potabilidade a todos.
77UNIDADE 3
Em um primeiro momento, podemos pensar que 
o abastecimento de água poderá ser interminável, 
mediante a quantidade de água que recobre a su-
perfície terrestre, porém, se considerarmos que, 
dessa superfície, a maior parte da água é salgada e, 
portanto, não pode ser utilizada para a agricultura, 
processos industriais e consumo humano, esse 
panorama se inverte.
Historicamente, a captação e obtenção de 
água doce, com qualidade aceitável para aten-
dimento das necessidades humanas, sempre 
foi uma preocupação. Embora o conhecimen-
to científico só tenha esclarecido/diferenciado 
padrões de qualidade da água mediante ao ad-
vento da tecnologia, o homem, nos primórdios 
da história, já era capaz de distinguir a água de 
qualidade, sem cor, odor ou sabor, daquela que 
apresentava características opostas.
O aporte pontual ou difuso de substâncias xe-
nobióticas, organismos ou de matéria orgânica em 
excesso na água podem resultar em uma série de 
agravos ao meio ambiente, como, por exemplo, a 
poluição, contaminação e a eutrofização.
Princípios de 
Captação da Água
78 Gerenciamento de Recursos Hídricos - Captação e Tratamento de Água
Como reflexo da evolução do conhecimento 
acerca da salubridade ambiental, o abastecimento 
de água de fontes seguras e o despejo do esgoto 
passaram a ocorrer em localidades diferentes dos 
corpos hídricos (manancial próximo à cidade). 
Essa mudança teve como principal objetivo evitar 
doenças relacionadas a condições impróprias de 
saneamento, caracterizando um período histórico 
denominado higienista (TUCCI, 2008).
Substâncias xenobióticas se referem a substân-
cias químicas recalcitrantes estranhas ao corpo 
humano, aos organismos e ao meio ambiente. 
Referem-se a compostos sintéticos, sintetizados 
via técnicas de engenharia química ou genética, 
como, por exemplo, pela transformação de mi-
crorganismos, como fungos e bactérias. Alguns 
exemplos são: fármacos, agentes saneantes ou 
tensoativos e defensivos agrícolas.
Entretanto, qual fonte de água é utilizada para 
atender nossas necessidades atuais? Os ma-
nanciais das águas urbanas são as fontes de 
água para abastecimento que visam atender as 
necessidades humanas, animais e industriais. 
Essas fontes podem ser superficiais (redes de 
rios da bacia hidrográfica da região) e subterrâ-
neas (aquíferos), cuja disponibilidade de água, 
especialmente das fontes superficiais, podem 
variar conforme sazonalidade, uma vez que a 
disponibilidade hídrica depende da capacida-
de do rio de regularizar-se ao longo do tempo 
(COSTA et al., 2012).
Outro questionamento que se faz relevante 
consiste em: como determinar se um corpo hí-
drico é apto para a captação de água? Além dos 
padrões de qualidade, a disponibilidade hídrica 
é mensurada mediante uma série de fatores ou 
condicionantes naturais, tais como: vazão, caracte-
rísticas da precipitação, evapotranspiração (total, 
variabilidade temporal e espacial) e da superfície 
do solo, fatores considerados para uma distribui-
ção estatística temporal.
79UNIDADE 3
A hidrologia e a mecânica de fluidos são áreas fundamentais para 
os estudos de preservação dos recursos. Com o intuito de de-
mocratizar o acesso à informação nestes segmentos, a Agência 
Nacional de Água (ANA) disponibiliza, em seu endereço eletrônico, 
inúmeros materiais que podem ser consultados acercadessas 
temáticas. Confira! 
Disponível em: https://capacitacao.ead.unesp.br/conhecerh/
handle/ana/240.
As fontes subterrâneas compõem a maior reserva de água doce do 
globo (MINAYO-GOMEZ, 2011). Tais reservas se dividem entre 
aquíferos confinados e não confinados, de acordo com a formação 
geológica, que fazem referência à pressão exercida sobre eles, ou seja, 
os confinados estão sobre influência de pressão superior à atmos-
férica, ao passo que os não confinados não estão sobre pressão e 
podem ser repostos por fluxos naturais de escoamento (RIBEIRO, 
2008). Ainda segundo o autor, normalmente, a água subterrânea é 
utilizada no abastecimento de cidades de pequeno e médio porte, 
pois depende da vazão de bombeamento que o aquífero permite 
retirar sem comprometer seu balanço de entrada e saída de água. A 
captação em aquíferos merece uma atenção especial em função do 
risco de contaminação por substâncias xenobióticas e recalcitrantes, 
que podem se infiltrar/percolar no lençol freático e contaminar 
reservas de água.
Segundo Libânio (2010), as tecnologias envolvidas no tratamento 
de água têm por objetivo adequar os parâmetros da água bruta aos 
limites estabelecidos pela Portaria 2.914 do Ministério da Saúde, 
considerando os custos de implementação, manutenção e operação 
mais viáveis possíveis. Além disso, para o autor, a escolha da tecno-
logia deve ser permeada por algumas premissas, sendo elas:
a) As características da água bruta disponível para captação.
b) Os custos envolvidos.
c) Manuseio e confiabilidade dos equipamentos.
d) Flexibilidade operacional.
e) Localização geográfica e características da população.
Em face de tais problemáticas e da necessidade de 
garantia de fornecimento de água de qualidade à 
população, o Ministério da Saúde elaborou a Por-
taria 2.914, de 2011, que dispõe sobre os parâme-
tros de qualidade da água potável, sendo alguns 
deles expressos na Tabela 2.
Fundamentos de 
Tratamento e 
Qualidade da Água
81UNIDADE 3
Tabela 2 - Parâmetros de potabilidade estabelecidos pela Portaria 2.914/11 do Ministério da Saúde
PARÂMETRO SIGNIFICADO VALOR MÁXIMO PERMITIDO (VMP)
Presença de Coliformes Grupo de bactérias que são indica-
dores de contaminação ambiental.
Ausência em 100 mL
Teor de Cloro Agente desinfetante, utilizado para 
eliminar microrganismos que pos-
sam estar presentes nas águas e 
provocar doenças por via hídrica.
0,2 mg/L
Turbidez É a medida da quantidade de par-
tículas em suspensão (material in-
solúvel) presentes na água e que 
impedem a passagem de luz.
5 UT (unidades de turbidez) ou NTU 
(Unidade nefelométrica de turbidez).
pH Indica a natureza ácida ou básica 
da água. É monitorado durante as 
etapas de tratamento e na rede de 
distribuição, evitando os processos 
de corrosão nas canalizações.
6,0 a 9,5
Cor Parâmetro de aspecto estético de 
aceitação ou rejeição do produto. A 
cor indica a presença de substâncias 
dissolvidas ou finamente divididas, 
que conferem coloração específica 
à água.
15 Unidade Hazen (mg PtCo/L)
Teor de Flúor Composto químico que é adiciona-
do à água tratada para prevenção 
da proliferação de microrganismos 
indesejados.
1,5 mg/L
Fonte: Brasil (2011, on-line).
Cabe ressaltar que existem outros parâmetros relacionados à potabilidade, que são expressos pela 
portaria. Tal portaria ainda discorre acerca das responsabilidades de fiscalização e monitoramento 
nas esferas federal, estadual e municipal. Após o tratamento de água potável, a qualidade desta pode 
sofrer uma série de alterações após tratamento, fazendo com que a qualidade da água, destinada à po-
pulação, seja diferente da qualidade da água que deixa a estação de tratamento. Tais alterações podem 
ser causadas por variações químicas e biológicas (DEININGER et al., 1992). Conforme Clark e Coyle 
(1989), dentre os possíveis fatores que influenciam tais mudanças, estão:
a) Qualidade química e biológica da fonte hídrica.
b) Eficácia do processo de tratamento, condições de armazenagem e sistema de distribuição.
c) Idade, tipo, projeto e manutenção da rede.
d) Qualidade da água tratada.
Estação de tratamento de água é o conjunto de ins-
talações e equipamentos destinados ao tratamen-
to de água. Para que a água se torne adequada ao 
consumo, deve passar por um processo de trata-
mento que utiliza elementos físicos e químicos.
(Projeto Água para o Futuro)
Após sua captação, a água é transportada até a 
ETA e, posteriormente, distribuída à população, 
por uma rede. Esse sistema implica elevados in-
vestimentos, geralmente públicos, para garantir 
água em quantidade e qualidade adequada.
Normalmente, os municípios adotam o mode-
lo de ETA convencional, conforme proposto pela 
resolução CONAMA 357/2005 e pela NBR 12216 
de 1992. O modelo de tratamento convencional 
ou de ciclo completo compreende as seguintes 
etapas: coagulação; floculação; decantação; fil-
tração rápida descendente; ajustes finais - que en-
volvem desinfecção - fluoretação, ajuste de pH, 
dentre outros processos necessários (Figura 1).
Estação de Tratamento 
de Água (ETA)
83UNIDADE 3
Cada uma das etapas possui uma finalidade no pro-
cesso de tratamento de água, sendo elas:
• Coagulação: a adição de Sais de Alumínio, 
Cal e Cloro promove a coagulação de impu-
rezas presentes na água, como: matéria orgâ-
nica e sólidos dissolvidos ou em suspensão 
que alteram o pH com o intuito de aumentar 
a eficiência dos agentes coagulantes e atuam 
como agente saneante, respectivamente.
• Floculação: a ação dos agentes coagulantes, 
da etapa anterior, provoca uma desestabili-
zação das cargas superficiais das impurezas 
presentes; desta forma, ao serem submetidas 
ao processo de agitação intensa, as impurezas 
irão agregar-se, formando flocos de maior 
densidade que serão removidas na etapa se-
guinte.
• Decantação: os flocos formados irão de-
cantar em função das forças gravitacionais, 
gerando uma separação do líquido menos 
denso das impurezas de maior peso e agre-
gadas em função das etapas anteriores.
• Filtração: o processo de filtração granular 
descendente é relevante para a remoção dos 
parâmetros: turbidez, cor aparente, sólidos 
totais e densidade de microrganismos, como 
algas e coliformes.
• Cloração: o cloro e o flúor, adicionados nesta 
etapa, atuam visando a eliminação de micror-
ganismos patogênicos associados a doenças 
transmitidas pela água, enquanto o Cal rea-
liza o ajuste do pH em faixa condizente com 
as legislações estabelecidas.
Entretanto, atualmente, métodos de tratamento de 
água vêm sendo repensados, em especial, em função 
da utilização dos sais de alumínio como agentes coa-
gulantes. Quantidades de alumínio residual na água 
são mais aptas à absorção biológica, do que as oriun-
das de outras fontes, o que pode resultar em deposi-
ções de alumínio em vias neuroquímicas, causando 
efeitos adversos indesejáveis, dentre eles, destacam-se 
os efeitos desproporcionais sobre o mal de Alzheimer 
(REIBER; KUKULL; STANDISH-LEE, 1995).
Assim, é importante reavaliar constantemente as 
metodologias empregadas no tratamento de água, 
com o objetivo de aumentar a eficiência e qualidade 
dos processos.
Conforme abordamos na unidade anterior, o ci-
clo de reposição da água é de suma importância para 
que tenhamos esse recurso disponível para utilização. 
O panorama da indústria brasileira no que tange 
aos processos produtivos que dependem da água é 
positivo, mas ainda há campo para melhora, princi-
palmente quando falamos de agricultura e pecuária. 
Nossa reflexão deve ser relacionada a como diminuir 
o consumo desse bem tão precioso.
Vimos, também, nesta unidade, os parâmetros 
básicos de qualidade da água conforme as nor-
mas e legislações, a partir dos quais poderemos 
projetar e implementar uma estação de captação 
e tratamento de água, para, então, usá-la no abas-
tecimento público.
Estes são apenas alguns dos temas principais 
associados ao tratamento de água. Esgotar essa te-
mática em apenas um material didático seria muita 
pretensão em função desua especificidade e da gama 
de assuntos relacionados que podem ser abordados. 
Discutir tantos assuntos voltados ao tratamento de 
água quando o objetivo é abordar o tratamento de 
efluentes é relevante, especialmente quando mui-
tos dos princípios aqui apresentados também são 
válidos para o tratamento de efluentes, que serão 
tratados na próxima unidade.
Coagulação Floculação Decantação Filtração Cloração
Figura 1 – Etapas de uma ETA convencional
Fonte: o autor.
84
Você pode utilizar seu diário de bordo para a resolução.
1. Os eventos e peculiaridades acerca do processo de tratamento de água são 
diversos e apresentam-se necessários, pois visam a garantia da qualidade da 
água enquanto produto final de um processo de tratamento. A Portaria 2914, de 
2011, elaborada pelo Ministério da Saúde, dispõe sobre os parâmetros de quali-
dade de água necessários para consumo humano, denominado de parâmetros 
de potabilidade. Em relação a esses parâmetros apresentados, associe as duas 
colunas, relacionando os parâmetros com a sua correta definição/finalidade:
(1) Cloro.
(2) Turbidez.
(3) pH.
(4) Cor aparente.
 )( Parâmetro relacionado à quantidade de partículas em suspensão (material 
insolúvel) presentes na água e que impedem a passagem de luz.
 )( Indica a natureza ácida ou básica da água.
 )( Parâmetro utilizado na eliminação de microrganismos que possam estar pre-
sentes nas águas e que possam provocar doenças relacionadas a vias hídrica.
 )( Indica a presença de substâncias dissolvidas ou finamente divididas, que con-
ferem coloração específica à água.
Assinale a sequência correta:
a) 2, 3, 1 e 4.
b) 1, 2, 3 e 4.
c) 2, 4, 1 e 3.
d) 2, 3, 4 e 1.
e) 3, 1, 4 e 3.
2. Uma ETA convencional, de acordo com a resolução CONAMA 357/2005 e a NBR 
12216, de 1992, possui algumas etapas básicas para realizar o tratamento de 
água. São elas: Coagulação, Floculação, Decantação, Filtração e Cloração. Expli-
que, com suas palavras, ao menos três dessas etapas.
85
3. A Portaria 2.914, do Ministério da Saúde, estabelece os parâmetros da água 
tratada utilizada para abastecimento. Naturalmente, os corpos hídricos e aquí-
feros não apresentam características dentro desses parâmetros, cabendo ao 
responsável pela implantação da ETA analisar a viabilidade do empreendimento 
de acordo com alguns fatores. A escolha das tecnologias utilizadas numa ETA 
deve levar em conta:
I) As características da água bruta disponível para captação.
II) Os custos envolvidos.
III) Manuseio e confiabilidade dos equipamentos.
IV) Flexibilidade operacional.
V) Hábitos de consumo da população.
É correto o que se afirma em:
a) I, II, III e IV.
b) II, somente.
c) III, somente.
d) IV, somente.
e) II, III e IV, somente.
86
Ilha das Flores
Ano: 1989
Sinopse: esse filme retrata a sociedade atual, tendo como enfoque seus pro-
blemas de ordem sociais, econômicas e culturais, na medida em que contrasta 
a força do apelo consumista, os desvios culturais retratados no desperdício e o 
preço da liberdade do homem, enquanto um ser individual e responsável pela 
própria sobrevivência. Por meio da demonstração do consumo e desperdício 
diários de materiais (lixo), o autor aborda toda a questão da evolução social de 
indivíduo, em todos os sentidos. Torna evidente todos os excessos decorrentes 
do poder exercido pelo dinheiro, numa sociedade onde a relação opressão e 
oprimido é alimentada pela falsa ideia de liberdade de uns, em contraposição 
à sobrevivência monitorada de outros.
FILME
87
ABNT. NBR 12216: Projeto de estação de tratamento de água para abastecimento público. Rio de Janeiro, 1992. 
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88
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2019.
2Em: https://marilianoticia.com.br/o-cenario-atual-do-saneamento-ambiental-no-brasil/. Acesso em: 27 mar. 
2019.
89
1. A.
2. 
Coagulação: a adição de Sais de Alumínio, Cal e Cloro promove a coagulação de impurezas presentes na 
água como: matéria orgânica e sólidos dissolvidos ou em suspensão que alteram o pH, com o intuito de 
aumentar a eficiência dos agentes coagulantes e atuam como agente saneante, respectivamente.
Floculação: a ação dos agentes coagulantes, da etapa anterior, provoca uma desestabilização das cargas 
superficiais das impurezas presentes; desta forma, ao serem submetidas ao processo de agitação intensa, 
as impurezas irão agregar-se, formando flocos de maior densidade, que serão removidas na etapa seguinte.
Decantação: os flocos formados irão decantar em função das forças gravitacionais, gerando uma separa-
ção do líquido menos denso das impurezas de maior peso e agregadas em função das etapas anteriores.
Filtração: o processo de filtração granular descendente é relevante para a remoção dos parâmetros: tur-
bidez, cor aparente, sólidos totais e densidade de microrganismos, como algas e coliformes.
Cloração: o cloro e o flúor, adicionados nesta etapa, atuam visando a eliminação de microrganismos 
patogênicos associadosa doenças transmitidas pela água, enquanto o Cal realiza o ajuste do pH em faixa 
condizente com as legislações estabelecidas.
3. A.
90
PLANO DE ESTUDOS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• Definir as características de águas residuárias decorrentes 
da utilização doméstica.
• Conhecer as características de águas residuárias decor-
rentes da utilização industrial.
• Explicar as primeiras fases de tratamento de esgoto em 
uma ETE.
• Apresentar as fases finais de tratamento de esgoto em 
uma ETE, dando ênfase ao tratamento de lodo residual.
Efluentes Sanitários 
ou Domésticos
Efluentes Industriais ETE - Tratamento Secundário 
e Tratamento Terciário
Estação de Tratamento de 
Esgoto (ETE) - Pré-tratamento 
e Tratamento Primário
Esp. João Marcos Pardo
Me. Gustavo Affonso Pisano Mateus
Gerenciamento de 
Recursos Hídricos – 
Tratamento de 
Águas Residuárias
Efluentes Sanitários 
ou Domésticos
Olá, caro(a) aluno(a)! Em nossa quarta unidade, 
continuaremos a abordagem de gerenciamento de 
recursos hídricos, mas tomaremos outro foco: o 
tratamento de águas residuárias, também conhe-
cidas como efluentes.
A água, como um recurso renovável, pode ser 
utilizada nos mais diversos processos, e o produto 
da utilização desse recurso precisa de tratamento 
e disposição final adequados para que não haja 
nenhum problema ambiental, sejam estes reali-
zados mediante um serviço de terceirização ou, 
ainda, destinada a uma estação de tratamento de 
efluente própria da indústria.
Iremos conhecer as características mais ge-
neralistas dos efluentes sanitários e industriais. 
Os efluentes sanitários se fazem relevantes, pois, 
muitas vezes, você poderá deparar-se com es-
tações de tratamento industriais que destinam 
seus efluentes sanitários no mesmo local que seus 
efluentes industriais, conferindo, assim, caracte-
rísticas diferentes ao efluente final a ser tratado. 
Portanto, conhecer suas especificidades, assim 
como a legislação envolvida em seu despejo final, 
é muito importante.
93UNIDADE 4
Segundo a Resolução 430/2011 do Conama, efluente é o termo utilizado para caracterizar os des-
pejos líquidos provenientes de diversas atividades ou processos, sejam domésticas, comerciais ou 
industriais, sendo uma composição, um reflexo de seu processo ou destinação.
Na sequência, abordaremos as etapas de tratamen-
to dos efluentes industriais e sanitários com base 
nas normas e legislações pertinentes. Finalmente, 
trataremos de algumas tendências no Brasil e ao 
redor do mundo no que se refere ao tratamento 
de efluentes, trabalho este que possibilita que até 
mesmo efluentes sanitários possam ser tratados 
e utilizados para abastecimento de água potável.
Podemos começar?
Segundo Von Sperling (2005), os efluentes do-
mésticos são compostos de, aproximadamente, 
99% de água, enquanto a fração restante corres-
ponde a uma associação de sólidos orgânicos e 
inorgânicos, suspensos ou dissolvidos, nos quais 
são encontrados uma série de organismos e mi-
crorganismos patogênicos, como vírus, bactérias, 
protozoários e helmintos. A associação desses 
compostos aos dejetos humanos faz com que esse 
tipo de efluente apresente características próprias, 
como odor característico e temperatura levemen-
te elevada, devido à atividade microbiológica.
O quadro a seguir apresenta as principais ca-
racterísticas físico-químicas, comumente obser-
vadas nos efluentes domésticos/sanitários:
Quadro 1 - Características físico-químicas dos efluentes domésticos/sanitários
PARÂMETRO DESCRIÇÃO
Temperatura Normalmente, possuem temperatura superior à da água de abastecimento e está 
relacionada com a atividade dos microrganismos, solubilidade de gases, velocidade 
das reações químicas e viscosidade dos líquidos.
Cor A coloração dos efluentes domésticos, normalmente, é cinza, cinza escuro ou preta, 
em função do material dissolvido. A cor desse tipo de efluente é diretamente influen-
ciada pela decomposição da matéria orgânica.
Odor O odor dos esgotos domésticos é desagradável em função dos gases sulfídricos 
liberados em função do processo de decomposição da matéria orgânica.
Turbidez Influenciada pelos sólidos em suspensão, areia, argila, material orgânico e inorgânico 
e microrganismos, faz referência à dificuldade de difração da luz na água. Portanto, 
efluentes mais concentrados possuem maior turbidez.
Sólidos totais Referem-se ao balanço de todos os sólidos presentes nos esgotos domésticos.
Sólidos em 
suspensão
Fração dos sólidos orgânicos e inorgânicos suspensos no esgoto, que possuem di-
mensões específicas superiores, variando de > 0,45 a > 2,0 μm.
Sólidos fixos Representam os componentes minerais, não incineráveis e inertes dos sólidos em 
suspensão.
Sólidos voláteis Correspondem aos componentes orgânicos dos sólidos em suspensão.
Sólidos 
Dissolvidos
Fração dos sólidos orgânicos e inorgânicos suspensos no esgoto, que possuem di-
mensões específicas inferiores, variando de < 0,45 a < 2,0 μm.
Sólidos 
sedimentáveis
Fração de sólidos orgânicos e inorgânicos que possuem peso molecular suficiente 
para sedimentar em um período de 1 hora. É analisado em cone Imhoff.
94 Gerenciamento de Recursos Hídricos – Tratamento de Águas Residuárias
Matéria 
orgânica
Refere-se aos compostos orgânicos, sendo os principais componentes: proteínas, 
carboidratos e lipídios. Para sua determinação, normalmente são analisadas as de-
mandas químicas e bioquímicas de oxigênio ou via carbono orgânico total.
Nitrogênio 
total
Inclui as formas de nitrogênio orgânico, amônia, nitrito e nitrato. Componentes orgâni-
cos da matéria orgânica, sua presença em efluentes está relacionada à decomposição.
Fósforo É um nutriente essencial presente na composição de várias substâncias orgânicas e 
inorgânicas. Sua presença em esgoto doméstico está relacionada à decomposição 
dessas substâncias e a sua disponibilidade no meio é preocupante, pois esses nu-
trientes são essenciais para o desenvolvimento de microrganismos, algas e plantas.
pH Indica se a característica do esgoto é ácida ou básica. A variação nesse parâmetro 
pode influenciar a eficiência dos tratamentos para esse tipo de efluente. Valores 
ácidos de pH tornam o efluente corrosivo, ao passo que valores básicos aceleram a 
incrustação desses efluentes pela tubulação do sistema de esgotamento sanitário.
Alcalinidade Representa a capacidade de um sistema aquoso de neutralizar ácidos sem que haja 
a perturbação de forma extrema das atividades biológicas que nele decorrem. Está 
relacionada à presença de carbonatos, bicarbonatos e hidroxilas, sódio e cálcio.
Cloretos Provenientes da água de abastecimento e dos dejetos humanos.
Óleos e Graxas Fração de matéria orgânica solúvel em hexano; no caso dos esgotos domésticos, 
estão relacionados aos óleos e gorduras utilizados no preparo ou na composição 
de alimentos.
Presença de 
microrganismos
A presença dos microrganismos neste tipo de efluente é predominantemente em 
função dos dejetos humanos. São comuns a esse tipo de efluente os coliformes 
fecais, sendo estes um grupo de bactérias comuns ao trato intestinal humano e de 
animais. Esse grupo compreende os gêneros Escherichia e, em menor grau, espécies 
de Klebsiella, Enterobacter e Citrobacter (WHO, 1993).
Fonte: adaptado de Von Sperling (2005) e Who (1993).
A legislação que dispõe especificamente sobre os padrões que devem ser atingidos para o lançamento 
de efluentes é a Resolução do CONAMA 430/2011. Essa legislação rege parâmetros, diretrizes e padrões 
para o despejo de efluentes domésticos/sanitários e industriais em corpos receptores. O artigo 21º 
dessa legislação preconiza que o lançamento direto de efluentes oriundos de sistemas de tratamento 
de esgotos sanitários deve atender os padrões expressos no quadro a seguir:
Quadro 2 - Parâmetros físico-químicos e valores máximos permitidos para o lançamento de efluentes sanitários em corpos hídricos
PARÂMETRO VALOR MÁXIMO PERMITIDO (VMP)
ph Entre 5 e 9.
Temperatura Inferior a 40 °C.
Sólidos 
sedimentáveis
Até1 mL/L (Teste em cone Inmhoff). Caso a disposição ocorra em lagos/lagoa, os 
sólidos sedimentáveis deverão ser ausentes.
Óleos e Graxas Até 100 mg/L.
Materiais 
flutuantes
Ausentes.
Demanda 
Bioquímica de 
Oxigênio (DBO5)
Máximo de 120 mg/L, sendo que esse valor poderá ser ultrapassado no caso de 
efluente de sistema de tratamento, com eficiência de remoção mínima de 60% 
de DBO, ou mediante estudo de autodepuração do corpo hídrico que comprove 
atendimento às metas do enquadramento do corpo receptor.
Fonte: Brasil (2011).
95UNIDADE 4
Lembrando que existem ressalvas para os efluentes 
sanitários, que recebem lixiviados de aterros sani-
tários; neste caso, o órgão ambiental competente 
deverá indicar quais os parâmetros da Tabela I do 
art. 16, inciso II da Resolução 430/2011 do Co-
nama que deverão ser atendidos e monitorados.
Os cuidados específicos com esse tipo de 
efluente se dá em função dos possíveis impactos 
causados ao meio ambiente, além do aporte de 
matéria orgânica, que pode acelerar o processo 
de eutrofização. A presença de microrganismos 
patogênicos oriundos do trato digestivo dos se-
res humanos torna-se a principal preocupação. A 
presença desses microrganismos faz com que esse 
tipo de efluente, na ausência de tratamento ade-
quado, torne-se agente de transmissão de doenças 
relacionadas à falta de saneamento básico, como 
a cólera, disenterias, febres tifoides, leptospirose, 
amebíase, dentre outras.
No Quadro 2, fomos apresentados ao pa-
râmetro demanda bioquímica de oxigênio ou 
DBO; esse parâmetro determina, de forma in-
direta, a quantidade (concentração) de matéria 
orgânica degradável pela ação microbiológica 
presente em um efluente. Ele indica a taxa de 
degradação do efluente em questão, estabele-
cendo uma relação sobre a taxa de consumo de 
oxigênio em função do tempo.
Em relação à demanda bioquímica de oxigênio, 
faz-se relevante apresentar a demanda química 
de oxigênio ou DQO. Esse parâmetro indicativo, 
assim como a DBO, avalia o consumo de oxigê-
nio, só que, neste caso, a DQO avalia o consumo 
de oxigênio para a oxidação química da matéria 
orgânica, comumente analisada utilizando um 
agente oxidante forte, como o dicromato de po-
tássio em uma alíquota da amostra com pH ácido. 
Esses dois parâmetros, quando comparados 
de forma conjunta, proporcionam informações 
sobre a biodegradabilidade do efluente e, conse-
quentemente, auxilia na escolha do método mais 
adequado para o seu tratamento. Para estabelecer 
essa relação, utiliza-se o seguinte cálculo: sendo 
“r” a relação entre DQO/DBO; o resultado des-
sa equação indica qual das frações envolvidas, a 
inerte ou a biodegradável do efluente, está elevada 
ou não. A Tabela 1 contém informações sobre a 
relação entre esses parâmetros que, segundo Von 
Sperling (2005), são imprescindíveis para a esco-
lha do tratamento adequado.
DBO trata-se da quantidade de oxigênio consumida pelos microrganismos aeróbios facultativos 
e/ou aeróbios presentes no efluente para que ocorra a degradação metabólica de toda a matéria 
biodegradável carbonácea presente.
Fonte: adaptado de Brookman (1996)
96 Gerenciamento de Recursos Hídricos – Tratamento de Águas Residuárias
Tabela 1 - Relação Demanda química de oxigênio/Demanda bioquímica de oxigênio em efluentes
RELAÇÃO DQO/DBO INDICAÇÃO DE TRATAMENTO
Baixa - < 2,5 A fração biodegradável do efluente é elevada, podendo ser indicado 
tratamento biológico.
Intermediária - Entre 
2,5 e 3,5
A fração biodegradável não é elevada, sendo necessário realizar alguns 
estudos de tratabilidade para verificar a viabilidade do tratamento 
biológico.
Elevada - > 3,5 A fração inerte (não biodegradável) é elevada, possível indicação para 
tratamento físico-químico.
Fonte: adaptada de Von Sperling (2005).
Ainda sobre o Quadro 2, também foram apresentados valores máximos permitidos (VMP) para alguns 
parâmetros pautados em legislação, entretanto, como mensurar se o tratamento proposto está sendo 
efetivo e se está de acordo com os valores previstos em legislação? Por meio do cálculo de eficiência 
de remoção, representado pela fórmula:
Em que:
• E = eficiência de remoção (%).
• Ce = Concentração na entrada.
• Cs = Concentração na saída.
Para tanto, utiliza-se o valor mensurado do parâmetro em questão antes do tratamento e o valor obtido 
após o tratamento aplicado. Algumas das técnicas de quantificação de alguns parâmetros físico-quí-
micos que podem ser aplicadas, tanto para água como para efluentes, serão apresentados na leitura 
complementar desta unidade. Já os diferentes tipos de tratamento existentes serão explorados mais 
adiante nesta unidade.
97UNIDADE 4
Efluentes industriais são provenientes das ativida-
des industriais diversas e, além de representarem 
um reflexo de sua utilização industrial (processos 
de beneficiamento), compreendem esgotos sani-
tários, como dejetos humanos sólidos e líquidos; 
agentes saneantes, como produtos de limpeza; 
dentre outros tipos de resíduos. A fração de es-
goto sanitário, gerado nas indústrias, pode ser 
tratada juntamente com os resíduos industriais 
ou de forma segregada.
As características são variadas em efluentes 
industriais e estão relacionadas aos processos 
produtivos realizados, à matéria-prima e aos 
insumos utilizados durante o processo, à inten-
sidade das operações realizadas ou, ainda, ao 
período de operação da indústria e ao consumo 
e reutilização de água.
Efluentes 
Industriais
98 Gerenciamento de Recursos Hídricos – Tratamento de Águas Residuárias
Alguns efluentes industriais podem apresentar características tóxicas, podendo causar efeitos 
danosos aos organismos que tiverem contato ou mesmo ao corpo receptor. Alguns ramos industriais 
ainda devem controlar as emissões em corpos receptores em função do potencial toxicológico, como 
indústrias químicas, petrolíferas, de galvanoplastia, dentre outras (DEZZOTI, 2008).
Para saber se haverá a necessidade de realizar um tratamento prévio dos efluentes industriais e a 
fim de caracterizar a carga poluidora, bem como propor o tratamento mais adequado, é necessário ter 
um conhecimento de todo o processo para definir as condições de amostragem. Para Giordano (2004), 
conhecer as características da produção e todo o fluxograma do processo industrial é fundamental para 
lidar com os efluentes gerados. Ainda se destacam como fatores relevantes para as características dos 
efluentes os produtos de limpeza utilizados na indústria, a rotina de higienização dos equipamentos 
e instalações, horários de manutenção e número de funcionários por turno.
Para a caracterização inicial do efluente (efluente bruto), devem ser considerados parâmetros rela-
cionados à carga poluidora e que sejam relevantes para a compreensão das características do efluente, 
devendo ser consideradas a frequência de amostragem, a forma de coleta, o acondicionamento, o 
armazenamento, a sazonalidade produtiva e as condições climáticas.
Alguns exemplos de efluentes industriais das mais variadas atividades e suas composições estão 
expressos no Quadro 3.
Quadro 3 - Composição de alguns efluentes industriais
ATIVIDADE COMPOSIÇÃO DO EFLUENTE
Agropecuária intensiva Oriundos da bovinocultura e da suinocultura, estão relacionados à quantida-
de de água utilizada nos processos, como limpeza de estabelecimentos ou 
equipamentos. Apresentam elevados índices de matéria orgânica, nitrogênio, 
fósforo, potássio, cálcio, sódio, magnésio, ferro, zinco e cobre, dentre outros 
elementos incluídos na dieta (SILVA, 2007).
Serviços de Saúde Podem ser classificados em duas categorias, uma relacionada aos usos ro-
tineiros, de higiene e sanitários; enquanto a outra classificação refere-se a 
pesquisas e utilização de formulações química e de fármacos. Normalmente, 
possuem pH diferentes em relação aos esgotos sanitários comuns, devi-
do à presença de excretas contaminadas, líquidos biológicos, resíduos de 
medicamentos, solventes, corantes, dentre outros (BOILLOT et al., 2008). O 
tratamento dos efluentesdos serviços de saúde estão sujeitos a exigências 
especiais previstas por legislação.
Lixiviado (chorume) Em geral, em sua composição, encontram-se matéria orgânica dissolvida e 
solubilizada, produtos intermediários da digestão anaeróbia de microrganis-
mos, substâncias químicas persistentes oriundas dos agrotóxicos ou demais 
xenobióticos (BASSANI, 2010). A concentração dos metais nos lixiviados está 
relacionada à composição dos materiais destinados aos aterros ou aos lixões.
Indústria Têxtil Grandes consumidores de água e de corantes sintéticos, geradores de efluen-
tes volumosos e complexos com elevada carga orgânica, aliada ao elevado 
teor de sais inorgânicos (KAMIDA et al., 2005).
Fonte: adaptado de Silva (2007), Boillot et al. (2008), Bassani (2010) e Kamida et al. (2005).
Quanto ao seu descarte, o artigo 16º, da Resolução Conama 430/2011, preconiza que os efluentes de 
qualquer fonte poluidora poderão ser lançados em corpos hídricos, desde que atendam os parâmetros 
do Quadro 4:
99UNIDADE 4
Quadro 4 - Parâmetros físico-químicos e valores máximo per-
mitido de efluentes em corpos hídricos, segundo a resolução 
Conama
PARÂMETRO VALOR MÁXIMO PERMITIDO 
(VMP)
pH Entre 5 e 9
Temperatura Inferior a 40 °C
Sólidos 
sedimentáveis
Até 1 mL/L (Teste em cone 
Inmhoff), caso a disposição 
ocorra em lagos/lagoa, os só-
lidos sedimentáveis deverão 
ser ausentes.
Regime de 
lançamento
Vazão máxima de até 1,5 da 
vazão média do agente polui-
dor, podendo ser superior em 
casos permitidos por autorida-
des competentes.
Óleos e graxas Óleos Minerais até 20 mg/L e 
Óleos Vegetais e Gordura Ani-
mal até 50 mg/L.
Materiais 
flutuantes
Ausentes
DBO5 Remoção mínima de 60%, po-
dendo ser alterado somente 
mediante a estudo de autode-
puração.
Fonte: Brasil (2011).
Reparem que esses padrões são muito próximos 
aos padrões estabelecidos pela mesma resolução 
para o despejo de efluentes sanitários em corpos 
receptores. Entretanto, cabe destacar que, tanto 
para os efluentes industriais como para os do-
mésticos, as legislações estaduais ou municipais 
podem apresentar variações em relação aos valo-
res impostos pelo Conama, devendo ser atendida 
sempre aquela legislação que se apresentar mais 
restritiva.
Ainda sobre a resolução 430/2011 do Conama, 
em um segundo momento, ainda no artigo 16, 
são apresentados os padrões de lançamento de 
efluentes em relação aos parâmetros inorgânicos 
e orgânicos, expresso na Tabela 2:
100 Gerenciamento de Recursos Hídricos – Tratamento de Águas Residuárias
Tabela 2 - Padrões de lançamento de efluentes - parâmetros orgânicos e inorgânicos
PARÂMETROS INORGÂNICOS VALOR MÁXIMO PERMITIDO (VMP)
Arsênio total 0,5 mg/L As
Bário total 5,0 mg/L Ba
Boro total (não se aplica a águas salinas) 5,0 mg/L B
Cádmio total 0,2 mg/L Cd
Chumbo total 0,5 mg/L Pb
Cianeto total 1,0 mg/L CN
Cianeto livre 0,2 mg/L CN
Cobre dissolvido 1,0 mg/L Cu
Cromo hexavalente 0,1 mg/L Cr+6
Cromo trivalente 1,0 mg/L Cr+3
Estanho total 4,0 mg/L Sn
Ferro dissolvido 15,0 mg/L Fe
Fluoreto total 10,0 mg/L F
Manganês dissolvido 1,0 mg/L Mn
Mercúrio total 0,01 mg/L Hg
Níquel total 2,0 mg/L Ni
Nitrogênio amoniacal total 20,0 mg/L N
Prata total 0,1 mg/L Ag
Selênio total 0,30 mg/L Se
Sulfeto 1,0 mg/L S
Zinco total 5,0 mg/L Zn
PARÂMETROS ORGÂNICOS VALOR MÁXIMO PERMITIDO (VMP)
Benzeno 1,2 mg/L
Clorofórmio 1,0 mg/L
Dicloroeteno (somatório de 1,1 + 1,2cis + 1,2 trans) 1,0 mg/L
Estireno 0,07 mg/L
Etilbenzeno 0,84 mg/L
Fenóis totais (substâncias que reagem com 4-ami-
noantipirina)
0,5 mg/L C6H5OH
Tetracloreto de carbono 1,0 mg/L
Tricloroeteno 1,0 mg/L
Tolueno 1,2 mg/L
Xileno 1,6 mg/L
Fonte: Brasil (2011).
101UNIDADE 4
Anteriormente, foi dito que os tratamentos de 
água e de efluentes possuem algumas caracterís-
ticas em comum. Pois bem, nos próximos dois 
tópicos, destinados ao tratamento de efluentes, 
iremos, novamente, comentar sobre algumas 
dessas técnicas. O tratamento de efluentes des-
tina-se à aplicação de técnicas e procedimentos 
necessários para adequar as águas residuárias à 
legislação pertinente. A eficiência do tratamento 
está associada ao nível/complexidade de trata-
mentos aos quais os efluentes estão submetidos. 
As etapas do tratamento de efluentes podem ser 
classificadas em:
• Tratamento Preliminar ou Pré-tratamento.
• Tratamento Primário.
• Tratamento Secundário.
• Tratamento Terciário.
Estação de Tratamento 
de Esgoto (ETE) - 
Pré-Tratamento e
Tratamento Primário
102 Gerenciamento de Recursos Hídricos – Tratamento de Águas Residuárias
Cada uma dessas etapas é caracterizada por uma série de processos, especificados a seguir. Porém, inicial-
mente, vamos apresentar uma planta modelo de uma estação de tratamento de efluentes. Lembrando que 
a estação de tratamento de uma indústria pode variar quando a produção não ficar localizada no mesmo 
espaço físico que a indústria, podendo ocorrer o armazenamento e transporte para posterior tratamento ou, 
ainda, a terceirização desse serviço para empresas especializadas. A Figura 1 esquematiza uma ETE industrial:
ESTAÇÃO DE TRATAMENTO 
DE ESGOTO
Clari�cadores
primários
Biorreatores de
Oxigênio
Clari�cadores
secundários
Desinfecção por UV
Descarga no
corpo hídrico
Caixa de areia e
remoção de lodo
Lagoas digestoras Boilers Geradores
E�uente Industrial
Energia elétrica
gerada e revertida
para a indústria
Nesse modelo de planta de estação de tratamento 
industrial ocorrem, basicamente, os mesmos pro-
cessos descritos na estação de tratamento de água, 
porém com algumas variações. Note que, nesse mo-
delo, ainda ocorre a captação dos gases gerados nos 
digestores e sua conversão em energia elétrica. Infe-
lizmente, tal modelo ideal não se aplica com tanta 
frequência em nosso país, visto que a geração de 
efluentes de alta carga poluidora ocorre, em geral, 
em instalações improvisadas de pequeno a médio 
porte, muitas delas conduzidas por recicladores 
informais, sem licenciamento para seu funciona-
mento e sem qualquer compromisso com a legisla-
ção ambiental (BORDONALLI; MENDES, 2009).
O que se observa, normalmente, são peque-
nas estações de tratamento compostas por um 
sistema de gradeamento prévio ao espaço ou 
tanque destinado à equalização e correção de 
pH, seguido de um tanque de coagulação/flo-
culação/sedimentação e uma única lagoa de 
estabilização biológica, onde ocorrerá a degra-
dação biológica da carga poluidora. A realidade 
ambiental das indústrias, muitas vezes, é bem 
diferente do que a identidade transmitida por 
ela, fique atento(a)!
Nesse sentido, vamos dar sequência à descri-
ção das etapas do tratamento de efluentes.
Figura 1 – ETE industrial
103UNIDADE 4
Tratamento Preliminar
O Tratamento Preliminar tem por objetivo a 
remoção de sólidos e materiais que são des-
cartados nas vias fluviais como, por exemplo, 
plástico, madeiras ou qualquer outro tipo de re-
síduo sólido estranho à composição do efluente 
industrial. O princípio do aplicado na remoção 
desses materiais é física e pode ser realizado via 
gradeamento e/ou peneiramento. Ambas me-
todologias consistem em barreiras físicas com 
grades ou peneiras com espessuras variadas que 
retém materiais inapropriados e que devem ser 
retirados manualmente (Figura 2).
Nesta etapa do tratamento, ainda ocorre a se-
paração de materiais flutuantes, como espumas 
com densidade menor que a da água nas chama-
das caixas de gordura e também a equalização 
que visa minimizar o fluxo, impossibilitando 
o aporte excessivo no sistema de tratamento e, 
por fim, a correção do pH ou neutralização pela 
adição de ácido ou base ao volume armazenado, 
objetivando potencializar as etapas sequenciais.
Figura 2 - Gradeamento para remoção de sólidos grosseiros 
numa ETE
Tratamento Primário
Após o tratamento preliminar, o efluente ainda 
apresenta grande parte de sólidos em suspensão e 
elevada carga de matéria orgânica que podem ser 
separados do efluente pelo processo de separação 
de sólido-líquido, baseado na diferença de densi-dade das substâncias presentes na água que sofrem 
influência da força gravitacional, denominada 
sedimentação/decantação. Essa etapa ocorre em 
decantadores ou sedimentadores (clarificadores) 
que são reservatórios circulares ou retangulares.
O processo mais comum e mais utilizado é o de 
coagulação/floculação/sedimentação (Figura 3), 
especialmente pelos países em desenvolvimento; 
nesta etapa do tratamento primário, reagentes quí-
micos coagulantes são adicionados e possibilitam 
a formação de flocos de carga positiva e com alto 
peso molecular. Desta forma, os flocos formados 
ficam sujeitos à ação gravitacional durante a sedi-
mentação. Esse processo é comumente aplicado no 
tratamento de água e os coagulantes mais utilizados 
são os sais férricos e o policloreto de alumínio. Ou-
tro tratamento primário que pode ser utilizado é a 
flotação, que consiste na injeção de ar comprimido 
na parte inferior do tanque, o que faz com que as 
impurezas sejam impulsionadas para a parte supe-
rior do tanque após a coagulação, possibilitando a 
retirada mecânica por pás ou sistema automatizado.
Figura 3 - Ensaio de Floculação
Após a clarificação da água por meio do tratamen-
to primário, ainda é necessário tratar os microrga-
nismos presentes na água, bem como conferir a ela 
qualidades almejadas para sua distribuição. É esse 
o objetivo do Tratamento Secundário e Terciário.
Tratamento Secundário
O Tratamento Secundário possui como essência a 
atividade biológica, visando a remoção de matéria 
orgânica. Nesta etapa, em reservatórios destina-
dos exclusivamente a esse tratamento, micror-
ganismos, como bactérias e fungos, consomem/
degradam a matéria orgânica, gerando subprodu-
tos não tóxicos, água e gás carbônico. Entretanto, 
para o sucesso desse tratamento, alguns fatores 
devem ser controlados para otimizar a ação dos 
microrganismos, como temperatura, pH e pre-
sença ou ausência de oxigênio. Os tratamentos 
mais comuns são: lagoas de estabilização, reatores 
anaeróbios, formação de biofilmes e lodo ativado.
ETE - Tratamento 
Secundário e 
Tratamento Terciário
105UNIDADE 4
Para esse processo, dependendo da aplicação, tratamentos preliminares são dispensados, pois os 
sólidos são necessários para o acúmulo e a manutenção do sistema biológico. Tratamentos secundários 
são constituídos por uma gama de metodologias que apresentam vantagens específicas relacionadas 
às aplicações e aos resultados desejados. Para auxiliar na comparação dos diversos tratamentos secun-
dários existentes, o Quadro 5 expressa algumas informações.
Quadro 5 - Tratamentos Secundários
TRATAMENTO VANTAGENS DESVANTAGENS
Lagoas Facultativas 
e Anaeróbias- 
Facultativas
Remoção da demanda bioquí-
mica de oxigênio.
Fácil construção e Manutenção.
Necessita de grandes extensões territoriais.
Dificuldade em atender os padrões de lan-
çamento.
Proliferação de insetos.
Sujeito à interferência climática.
Lagoa Aerada 
Facultativa
Fácil construção, operação e 
manutenção.
Não requer tanta extensão de 
território.
Eficiente na remoção da de-
manda bioquímica de oxigênio.
Elevado consumo energético.
Necessidade de equipamento e maquinário.
Baixa remoção de coliformes.
Manutenção para remoção de lodo periódica.
Tanque Séptico Resistência à variação de carga.
Não requer extensão territorial 
elevada.
Eficiente remoção da demanda 
bioquímica de oxigênio.
Baixa eficiência aos nutrientes relacionados 
à eutrofização.
Gera odores fortes e desagradáveis.
Necessita de pós-tratamento.
Reator UASB Baixos requisitos de área e 
energia.
Eficiente para a remoção da de-
manda bioquímica de oxigênio.
Possibilita reuso do Biogás.
Necessita de pós-tratamento.
Baixa eficiência aos nutrientes relacionados 
à eutrofização.
Lodos Ativados Baixos requisitos de área.
Eficiente para remoção de fós-
foro, nitrogênio e demanda 
bioquímica de oxigênio.
Elevados consumos de energia para opera-
ção.
Problemática com ruídos.
Pouca eficiência para remoção de coliformes.
Fonte: adaptado de Andreoli, Von Sperling e Fernandes (2001).
Em todos os tipos de tratamento secundário citados, é necessário fazer a gestão adequada do lodo 
gerado, sendo que o lodo resultante da atividade biológica, eventualmente e conforme a necessi-
dade, deverá ser retirado da lagoa em que estiver sendo aplicado, preferencialmente quando sua 
atividade biológica for reduzida devido à intensa utilização. Antes de seu descarte, todo esse lodo 
residual deverá ser tratado antes de receber uma destinação final adequada.
106 Gerenciamento de Recursos Hídricos – Tratamento de Águas Residuárias
Tratamento Terciário
A adsorção consiste em um processo físico ou químico que in-
duz aglomeração das substâncias de interesse em uma superfície, 
como exemplo é possível citar o carvão ativado, que apresenta sua 
superfície modificada para atrair substâncias específicas. A adsor-
ção pode ser realizada utilizando resíduos da produção que sirvam 
como suporte ou superfície para a adesão de moléculas elaboradas/
específicas, como pesticidas, corantes, hormônios, dentre outras.
Já os processos oxidativos avançados (POA) consistem em pro-
cessos que visam a eliminação de substâncias mediante a quantidade 
de radicais hidroxilos (OH) disponíveis para oxidação da substância 
de interesse. Alguns exemplos de POA são a fotocatálise (Figura 4), 
ozonização e fotólise. Para acelerar esses processos, utilizam-se ra-
dicais oxidantes e pouco seletivos, que podem ser obtidos por meio 
de diferentes combinações entre a radiação ultravioleta, peróxido 
de oxigênio, ozônio e fotocatalisadores.
Fotocatálise
Poluente orgânico
lente
TiO2
CO2
H20
CO2 H20Poluente orgânico
Figura 4 - Fotocatálise
Tenha sua dose extra de conhecimento assistindo ao vídeo. Para acessar, use 
seu leitor de QR Code.
A última etapa do tratamento de 
efluentes consiste na última ten-
tativa de adequar os parâmetros 
que ainda não se enquadraram 
nos valores estabelecidos pela 
legislação. Dentre as opções an-
teriores, o tratamento terciário se 
torna o mais variável de acordo 
com a necessidade, logo, pode-
mos relacionar essa etapa com a 
composição inicial do efluente 
e suas necessidades específicas.
Alguns exemplos desse trata-
mento são a desinfecção, adsor-
ção em carvão ativado, processos 
oxidativos avançados, dentre 
outros processos que visam a re-
moção de poluentes específicos, 
como o nitrogênio e o fósforo 
que aceleram o processo de eu-
trofização em corpos hídricos. A 
desinfecção é realizada pela ação 
de agentes saneantes ou energia 
na forma de radiação ultraviole-
ta, com o intuito de eliminar mi-
crorganismos característicos do 
tratamento de esgotos e estranhos 
ao meio ambiente. Esses micror-
ganismos, normalmente, estão 
atrelados a doenças de veiculação 
hídrica e serão abordadas em um 
encontro específico.
https://apigame.unicesumar.edu.br/getlinkidapp/3/589
107UNIDADE 4
Outro tratamento terciário relevante é o trata-
mento por meio de membranas filtrantes, que são 
capazes de realizar a separação de partículas só-
lidas da água, por meio de pequenas membranas 
porosas ou semipermeáveis, planas ou tubulares. 
As membranas são capazes de remover moléculas 
e compostos iônicos dissolvidos, atuando como 
barreira seletiva, retendo determinadas substân-
cias. A filtração por meio de membranas, atual-
mente, tem sido objeto de grande atenção nos 
processos de tratamento de água potável. Dentre 
os motivos para tal atenção, destacam-se as legis-
lações cada vez mais rígidas e a pressão social para 
melhoria do padrão de saúde.
Dentre os diferentes tipos de membranas uti-
lizadas no tratamento de água, destacam-se as 
membranas de microfiltração, ultrafiltração, na-
nofiltração e a de osmose reversa. Tais membranas 
podem ser diferenciadas pelo diâmetro dos poros 
e resistência à pressão que promove a separação 
dos contaminantes. As membranas de osmose 
reversa são mais seletivas, e as de microfiltração 
são as menos seletivas.
A deposição de material em suspensão sobre a 
superfície da membranaocasiona a formação da 
torta, podendo ocorrer o acúmulo da solução na 
região, contribuindo com a resistência devido à 
formação de um gel. Uma problemática relaciona-
da ao uso de membranas no tratamento de efluen-
tes está relacionada ao acúmulo de substâncias na 
superfície da membrana, ocasionando o fouling 
ou entupimento da membrana. Para solucionar 
tal problema, limpezas devem ser incorporadas 
ao sistema de operação como forma de prevenir 
o fouling (LAUTENSCHLAGER; DERREIRA 
FILHO; PEREIRA, 2009).
Para László et al. (2009), a filtração por mem-
branas é um método eficiente para redução de 
DQO, entretanto, amostras com elevado teor de 
matéria orgânica ocasionam o fouling da mem-
brana e reduzem drasticamente o fluxo de per-
meado. Tal fato dificulta a utilização de membra-
nas em escala industrial.
Porém, países desenvolvidos já vêm aplican-
do com sucesso o tratamento com membranas 
em amostras com menor teor de sólidos e menor 
carga orgânica; as membranas filtrantes ainda são 
encontradas nas indústrias alimentícias como fer-
ramenta para recuperação de insumos proteicos, 
demonstrando que essa tecnologia emergente 
apresenta tendências de adaptabilidade e, em um 
futuro próximo, poderão ser empregadas com 
sucesso no tratamento de efluentes (MATEUS et 
al., 2017a; MATEUS et al., 2017b).
Ouça o Podcast da CBN – Cidadania e Sustentabilidade e entenda como Cingapura tem combatido a 
falta de água cada vez maior. Utilizando tecnologias de ponta, o país é capaz de, até mesmo, reciclar 
esgoto doméstico e potabilizá-lo.
Disponível em: http://www.cbnmaringa.com.br/noticia/cingapura-possui-estrategias-hidricas-para-
-combater-falta-de-agua.
108 Gerenciamento de Recursos Hídricos – Tratamento de Águas Residuárias
Vale ressaltar que, dependendo do objetivo a ser alcançado, para 
o efluente a ser tratado, nem todas essas etapas precisam ser realiza-
das, por exemplo, caso você busque apenas alcançar os padrões es-
pecificados para o descarte de efluentes, normalmente, a associação 
de tratamentos preliminares, primário e secundário proporcionarão 
os resultados esperados; agora, caso você almeje a reutilização de 
água dentro da indústria, alguns cuidados devem ser tomados.
A reutilização de água dentro da indústria tem recebido grande 
atenção nos últimos anos e se tornado foco de inúmeras pesquisas; 
entretanto, a maior realização que se faz de água dentro das indús-
trias após o tratamento é a reutilização secundária, destinada a 
processos que não requerem elevada qualidade e que não prejudique 
a qualidade final do produto, como a irrigação, higiene de áreas de 
lazer, pátios e caminhões. Para que seja possível uma reutilização 
primária de água pela indústria, ou seja, como parte ou insumo 
no processo, a água deve atender elevados padrões de qualidade, 
incluindo do ponto de vista microbiológico, sendo os processos 
terciários de nanofiltração ou osmose reversa recomendados para 
tal ação.
Nesta unidade, observamos inúmeras informações sobre os 
efluentes industriais e sanitários, desde limites para a disposição 
em corpo hídrico até a sua legislação específica e podemos com-
preender que ambos os efluentes são um reflexo expresso de sua 
utilização, assim, aprendemos que um efluente nunca apresentará 
composição diferente daquela que está relacionada ao seu processo 
produtivo ou de beneficiamento.
Podemos, por fim, conhecer os diferentes tipos de tratamento 
utilizados, sendo eles o tratamento preliminar, primário, secundário 
e terciário, este que se faz tão relevante para indústria, especialmente 
por ser a última etapa para adequar os efluentes aos padrões dese-
jados e esperados para seu despejo, possibilitando, ainda, condições 
de reutilização do efluente tratado dentro da própria indústria.
Sendo assim, conhecer todos os processos da indústria nunca foi 
tão importante, pois, desta forma, é possível conhecer a composi-
ção do efluente final e buscar, dentre as alternativas de tratamento 
disponível/existentes, aquela que melhor se adequa à realidade 
financeira e operacional da indústria.
109
Você pode utilizar seu diário de bordo para a resolução.
1. Os processos oxidativos avançados têm obtido grande atenção em função do aumento 
da complexidade e dificuldade no tratamento de águas residuárias. Tal fato resultou 
na intensificação da busca por novas metodologias, visando a remediação desses re-
jeitos. Em relação aos processos oxidativos avançados, assinale a alternativa correta.
a) Os processos oxidativos avançados são componentes do tratamento primário.
b) Possuem como principal objetivo a eliminação de sólidos dissolvidos e em suspensão.
c) São exemplos de processos oxidativos avançados o gradeamento e a coagulação.
d) Processos oxidativos avançados são componentes do tratamento preliminar.
e) Visam eliminação de substâncias mediante a quantidade de radicais hidroxilos (OH) 
disponíveis para oxidação.
2. As técnicas de tratamento terciário são responsáveis pela remoção de substâncias 
específicas, como hormônios ou fármacos que não puderam ser removidas nas eta-
pas anteriores de tratamento. Dentre as técnicas destinadas ao tratamento terciário, 
figuram a adsorção, os processos oxidativos avançados e a filtração por membranas. 
Dentre os processos citados, a filtração em membranas se destaca como uma técnica 
emergente que garante excelentes resultados para a recuperação de insumo, trata-
mento de água e efluentes. Em face do exposto, discorra sobre o processo de filtração 
em membranas, abordando suas características e especificidades.
3. O tratamento secundário possui como essência a atividade biológica, visando a remo-
ção de matéria orgânica. Nessa etapa, em reservatórios destinados exclusivamente 
a esse tratamento, microrganismos, como bactérias e fungos, consomem/degradam 
a matéria orgânica, gerando subprodutos não tóxicos, água e gás carbônico. Entre-
tanto, para o sucesso desse tratamento, alguns fatores devem ser controlados para 
otimizar a ação dos microrganismos, como temperatura, pH e presença ou ausência 
de oxigênio. Entretanto, todo tratamento secundário resultará em um lodo residual 
da atividade microbiológica que deve receber uma atenção especial. Considerando o 
exposto, discorra brevemente sobre as medidas que devem ser tomadas em relação 
a esse novo resíduo.
110
Manual de Tratamento de Efluentes Industriais
Autor: José Eduardo W. Cavalcanti
Editora: Engenho
Sinopse: esse manual visa proporcionar aos profissionais conhecer as nuances 
que envolvem o tratamento de efluentes industriais. Prioritariamente dirigido à 
indústria, é constituído por 18 capítulos, abordando temas especialmente se-
lecionados em função das necessidades na condução do processo de controle 
de poluição no que tange a tratamento de efluentes e reuso de água.
LIVRO
111
ANDREOLI, C. V.; VON SPERLING, M.; FERNANDES, F. Lodo de Esgotos: tratamento e disposição final. 
Belo Horizonte: Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental, UFMG, 2001.
BASSANI, F. Monitoramento do lixiviado do aterro controlado de Maringá, Paraná, e avaliação da 
tratabilidade com coagulantes naturais, radiação ultravioleta (UV) e ozônio. 2010. 127 f. Dissertação 
(Mestrado em Engenharia Urbana) - UEM, Maringá, 2010.
BOILLOT, C. et al. Daily physicochemical, microbiological and ecotoxicological floculations of a hospital 
effluent according technical and care activities. Science of the Total environment, n. 403, p. 113-129, 2008.
BORDONALLI, A. C. O.; MENDES, C. G. N. Reuso de água em indústria de reciclagem de plástico tipo PEAD. 
Eng Sanit Ambient., v. 14, n. 2, p. 235-244, 2009.
BRASIL. Resolução CONAMA nº 430/2011. Dispõe sobre condições e padrões de lançamento de efluentes e 
altera a Resolução 357, de 17 de Março de 2005, do Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA, 2011.
BROOKMAN, S. K. E. Estimation of biochemical oxygen demand in slurry and effluents using ultra-
-violet spectrophotometry. Water Research, [s.l.], v. 31, n. 2, p. 372-374, fev. 1997. ElsevierBV. http://dx.doi.
org/10.1016/s0043-1354(96)00250-3.
DEZZOTI, M. (coord.). Processos e técnicas para o controle ambiental de efluentes líquidos. Rio de 
Janeiro: E-papers, 2008.
GIORDANO, G. Tratamento e controle de efluentes industriais. Revista ABES. Rio de Janeiro, n. 76, v. 4, p. 81, 
2004.
KAMIDA, H. M. et al. Biodegradação de efluente têxtil por Pleurotus sajor-caju. Quím. Nova. São Paulo, v. 28, 
n. 4, p. 629-632, ago. 2005.
LÁSZLÓ, Z. et al. Effect of preozonation on the filterability of model dairy waste water in nanofiltration. De-
salination, v. 240, p. 170-177, 2009.
LAUTENSCHLAGER, S. R.; FERREIRA FILHO, S. S.; PEREIRA, O. Modelação matemática e otimização ope-
racional de processos de membrana de ultrafiltração. Revista Engenharia Sanitária Ambiental, v. 14, n. 2, p. 
215-222, abr./jun. 2009.
112
MATEUS, G. A. P. et al. Evaluation of natural coagulant Moringa oleifera Lam. in the treatment of dairy was-
tewater in different pH. Acta Hortic. v. 1158, p. 357-364, 2017a.
MATEUS, G. A. P. et al. Coagulation/Flocculation with Moringa oleifera and Membrane Filtration for Dairy 
Wastewater Treatment. Water Air Soil Pollut. p. 228-342, 2017b.
SILVA, E. M. Avaliação de um sistema piloto para tratamento de efluentes de sala de ordenha de bovi-
nocultura. Campinas, 2007, 130 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Agrícola) - Universidade Estadual 
de Campinas – UNICAMP, 2007.
VON SPERLING, M. Introdução à qualidade das águas e ao tratamento de esgotos. 3. ed. Belo Horizonte: 
Departamento de Engenharia Hidráulica e Ambiental - UFMG, 2005.
WHO. World Health Organization. Guidelines for drinking-water quality, 2 ed. Geneva: WHO, 1993.
113
1. E.
2. Dentre os diferentes tipos de membranas utilizadas no tratamento de água, destacam-se as membranas 
de microfiltração, ultrafiltração, nanofiltração e a de osmose reversa. Tais membranas podem ser diferen-
ciadas pelo diâmetro dos poros e resistência à pressão que promove a separação dos contaminantes. As 
membranas de osmose reversa são mais seletivas, e as de microfiltração são as menos seletivas. A depo-
sição de material em suspensão sobre a superfície da membrana ocasiona a formação da torta, podendo 
ocorrer o acúmulo da solução na região, contribuindo com a resistência devido à formação de um gel. Uma 
problemática relacionada ao uso de membranas no tratamento de efluentes está relacionada ao acúmulo 
de substâncias na superfície da membrana, ocasionando o fouling ou entupimento da membrana. Para 
solucionar tal problema, limpezas devem ser incorporadas ao sistema de operação como forma de prevenir 
o fouling. A filtração por membranas é um método eficiente para redução de DQO, entretanto, amostras 
com elevado teor de matéria orgânica ocasionam o fouling da membrana e reduzem drasticamente o fluxo 
de permeado. Tal fato dificulta a utilização de membranas em escala industrial.
3. Em todos os tipos de tratamento secundário citados, é necessário fazer a gestão adequada do lodo gerado, 
sendo que o lodo resultante da atividade biológica, eventualmente e conforme a necessidade, deverá ser 
retirado da lagoa em que estiver sendo aplicado, preferencialmente quando sua atividade biológica for 
reduzida devido à intensa utilização. Antes de seu descarte, todo esse lodo residual deverá ser tratado 
antes de receber uma destinação final adequada.
114
PLANO DE ESTUDOS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• Apresentar os fatores influenciadores da geração de re-
síduos sólidos.
• Classificar os tipos de resíduos de acordo com normas e 
legislações vigentes.
• Entender o papel da coleta e transporte na gestão ade-
quada dos resíduos sólidos.
De onde vêm os 
Resíduos Sólidos?
Classificação dos 
Resíduos Sólidos
Coleta e Transporte 
de Resíduos Sólidos
Esp. João Marcos Pardo
Me. Gustavo Affonso Pisano Mateus
Me. Renata Cristina de Souza Chatalov
Resíduos Sólidos – 
Geração, Classificação, 
Coleta e Transporte
De onde vêm os 
Resíduos Sólidos?
Caro(a) aluno(a), nesta unidade, abordaremos a 
questão dos resíduos sólidos gerados por quase 
todas as atividades humanas e compreendidos por 
uma grande diversidade de materiais, em que es-
tão incluídos: orgânicos, papéis, plásticos, garrafas, 
lâmpadas, bagaço de cana, entulho de construção 
civil, pneus, pilhas, baterias, medicamentos ven-
cidos, entre outros.
Se não bastasse a grande variedade na com-
posição dos resíduos sólidos, sua quantidade e 
qualidade mudaram no decorrer dos anos, acom-
panhando as mudanças culturais, tecnológicas e 
comportamentais da sociedade, pois quanto mais 
a população e a economia crescem, mais quanti-
dades de resíduos são geradas.
Veremos, também, a definição de resíduos só-
lidos, de acordo com a NBR ABNT 10.004/2004; 
a classificação dos resíduos sólidos, bem como a 
sua tipologia. Essa norma classifica os resíduos 
sólidos em: I - perigosos, II-A - não inertes e II-B 
- inertes, e é importante para se pensar na gestão 
de resíduos dentro de uma organização.
Finalmente, estudaremos aspectos importantes 
e iniciais do gerenciamento de resíduos sólidos: 
a geração, a coleta, o acondicionamento, a coleta 
externa e o transporte.
117UNIDADE 5
A palavra lixo é derivada do latim lix, que signi-
fica cinza. No dicionário, ela é definida como sujeira, 
imundície, coisa ou coisas inúteis, velhas, sem valor. 
De acordo com Rocha, Rosa e Cardoso (2009), lixo 
é considerado como sendo restos das atividades hu-
manas consideradas, pelos geradores, como inúteis, 
descartáveis ou indesejáveis. Para Philippi Jr. e Aguiar 
(2005), os resíduos constituem os subprodutos da 
atividade humana com características específicas, 
definidas, geralmente, pelo processo que os gerou. Já 
os rejeitos são todos os resíduos que não têm apro-
veitamento econômico por nenhum processo tecno-
lógico disponível e acessível. A Associação Brasileira 
de Normas e Técnicas (ABNT), por meio da Norma 
Regulamentadora NBR 10.004/2004, define resíduos 
sólidos como sendo:
 “
[...] aqueles que resultam de atividades de 
origem industrial, doméstica, hospitalar, 
comercial, agrícola, de serviços e varrição. 
Ficam incluídos nesta definição os lodos 
provenientes de sistemas de tratamento de 
água, aqueles gerados em equipamentos e 
instalações de controle de poluição, bem 
como determinados líquidos cujas particu-
laridades tornem inviável o seu lançamento 
na rede pública de esgotos ou corpos d’água, 
ou exijam para isso soluções técnicas e eco-
nomicamente inviáveis em face à melhor 
tecnologia disponível (ABNT, 2004, p. 1).
Os resíduos sólidos (Figura 1) são gerados por 
quase todas as atividades humanas, compreendem 
uma grande diversidade de materiais, nos quais 
incluem restos de alimentos, computadores, gar-
rafas, plástico, papelão, bagaço de cana, lâmpadas 
queimadas, palha de milho, baterias, pilhas, lodos 
de estação de tratamento de esgoto (ETE), pneus, 
peças anatômicas, remédios vencidos, materiais 
radioativos, sucata de metal, produtos químicos 
perigosos, trapos velhos e outros.
Figura 1 - Resíduos Sólidos
Outros fatores que influenciam a geração dos re-
síduos sólidos no meio urbano são:
• Variações sazonais.
• Condições climáticas.
• Nível educacional.
• Poder aquisitivo.
• Área relativa de produção.
• Sistematização na origem.
• Número de habitantes do local.
• Segregação na origem.
• Leis e regulamentações específicas.
• Tipo de equipamentos de coleta.
• Hábitos e costumes da população.
Naturalmente, a gestão adequada dos resíduos 
sólidos depende da análise de tais fatores com o 
fim de otimizar recursos.
118 Resíduos Sólidos – Geração, Classificação, Coleta e Transporte
As classificações mais utilizadas dos resíduos só-
lidos são quanto aos riscos potenciais de conta-
minação do meio ambiente e quanto à natureza 
ou origem.
Classificação quanto 
aos Riscos Potenciais 
de Contaminação 
do Meio Ambiente
A ABNT NBR 10.004/2004 estabelece que a clas-
sificação dos resíduos pode ser feita com base nos 
critérios de periculosidade. Podemos observar 
essa classificaçãona Figura 2.
Classificação dos 
Resíduos Sólidos
119UNIDADE 5
Resíduos
Sólidos
Perigosos Não
Perigosos
Classe l Classe ll
Classe ll A Classe ll B
Não
Inertes
Inertes
Figura 2 - Classificação dos Resíduos Sólidos de acordo 
com a NBR 10.004/2004
Fonte: adaptada de ABNT (2004).
Resíduos Classe I – Perigosos: são provenientes, 
principalmente, de processos produtivos, em uni-
dades industriais e fontes específicas. No entanto, 
podem estar presentes, também, em domicílios e 
comércios (ABNT, 2004). São resíduos ou mis-
tura de resíduos que, por sua natureza (inflama-
bilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade e 
patogenicidade) e por suas propriedades físicas, 
químicas ou infectocontagiosas, podem apresen-
tar riscos à saúde pública, provocando ou acen-
tuando aumento da mortalidade por incidências 
de doenças e dos riscos ao meio ambiente, quando 
o resíduo for gerenciado de maneira inadequada 
(DERÍSIO, 2012).
Como exemplos de resíduos classe I, temos: 
pilhas, baterias, lâmpadas fluorescentes, compo-
nentes eletrônicos de alta tecnologia (chips, fibra 
ótica, semicondutores, tubos de raios catódicos), 
embalagens de agrotóxicos, resíduos de tintas e 
solventes (BRASIL, 2006).
Resíduos Classe II-A (Não Inertes): podem 
ter como propriedades a biodegradabilidade, 
a combustibilidade ou a solubilidade em água 
(ABNT, 2004). Como exemplos desses resíduos, 
temos: resíduos orgânicos, papéis, plásticos, po-
das de árvores e outros.
Resíduos da Classe II-B (Inertes): não apre-
sentam nenhum de seus constituintes solubili-
zados a concentrações superiores aos padrões de 
potabilidade em água, com exceção dos aspectos 
cor, turbidez, dureza e sabor. Ocorrendo a impos-
sibilidade do enquadramento dos resíduos, em 
pelo menos um dos critérios (tóxico, corrosivo, 
inflamável, reativo e patogênico), a mesma norma 
estabelece a necessidade de que amostras deles 
sejam submetidas a ensaios tecnológicos.
Classificação quanto 
à Origem ou Natureza
No que diz respeito em função de sua origem 
ou natureza, a classificação dos resíduos sólidos 
pode ser: domiciliar ou doméstico, comercial, pú-
blico, serviços de saúde, agrícola, industrial e de 
construção civil. Os resíduos domiciliares são 
provenientes de atividades residenciais, como res-
tos de alimentos, jornais, revistas, garrafas, emba-
lagens, papel higiênico e uma variedade de outros 
itens. Os resíduos comerciais são originados a 
partir de atividades comerciais e de serviços, por 
exemplo, papel, plásticos, embalagens e outros. 
Os resíduos públicos são oriundos de limpeza 
pública urbana, logradouros públicos, feiras livres 
e outros. Como exemplos, podemos citar: terra, 
areia, folhas, galhadas e também aqueles descar-
tados de forma inadequada pela população, como 
entulho, papéis, restos de alimentos e embalagens. 
Os resíduos de serviços de saúde são aqueles 
comuns e especiais, produzidos em serviços de 
saúde, tais como hospitais, laboratórios, farmácias, 
clínicas veterinárias etc. Podemos observar essa 
classificação de acordo com a RDC ANVISA nº 
306/04 e a Resolução do CONAMA 358/05, no 
Quadro 1 a seguir: 
120 Resíduos Sólidos – Geração, Classificação, Coleta e Transporte
Quadro 1 - Classificação dos Resíduos de Serviços de Saúde
CLASSE DEFINIÇÃO EXEMPLO
A – Biológicos Resíduos com a possível presença de 
agentes biológicos que, por suas caracte-
rísticas de maior virulência ou concentra-
ção, podem apresentar risco de infecção.
Culturas e estoques de microrga-
nismos, bolsas contendo sangue, 
peças anatômicas e outros.
B – Químicos Resíduos contendo substâncias químicas 
que podem apresentar risco à saúde pú-
blica ou ao meio ambiente, dependendo 
de suas características de inflamabilidade, 
corrosividade, reatividade e toxicidade.
Resíduos de saneantes, desinfec-
tantes, efluentes de processadores 
de imagem, reagentes para labora-
tório e outros.
C – Radioativos Quaisquer materiais resultantes de ativi-
dades humanas que contenham radionu-
clídeos em quantidades superiores aos 
limites de eliminação especificados nas 
normas da Comissão Nacional de Energia 
Nuclear (CNEN) e para os quais a reutili-
zação é imprópria ou não prevista.
Materiais resultantes de laborató-
rios de pesquisa e ensino na área 
de saúde, laboratórios de análises 
clínicas e serviços de medicina 
nuclear e radioterapia que conte-
nham radionuclídeos em quanti-
dade superior aos limites de elimi-
nação.
D – Comuns Resíduos que não apresentem risco bio-
lógico, químico ou radiológico à saúde ou 
ao meio ambiente, podendo ser equipa-
rados aos resíduos domiciliares.
Papéis, plásticos, resíduos orgâni-
cos, papelão e outros.
E – Perfurocortantes Materiais perfurocortantes ou escarifi-
cantes.
Lâminas de barbear, agulhas, es-
calpes, ampolas de vidro, brocas, 
limas endodônticas e outros.
Fonte: adaptado de Conama (2005) e Anvisa (2004).
O manejo dos resíduos de saúde é entendido como a ação de gerenciar os resíduos em seus aspec-
tos dentro e fora do estabelecimento, desde a geração até a disposição final (DUARTE, 2010). O seu 
manuseio está regulamentado pela norma NBR 12.809/93 da ABNT e compreende os cuidados que 
se deve ter para segregar os resíduos na fonte e para lidar com os resíduos perigosos. Monteiro et al. 
(2001) afirma que o procedimento mais importante para manusear os resíduos dos serviços de saúde 
é a hora de separar, na própria origem, o lixo infectante dos resíduos comuns, uma vez que o primeiro 
representa apenas 10 a 15% do total de resíduos, e o lixo comum não necessita de muitos cuidados.
Além disso, para manusear os resíduos infectantes, devem ser utilizados os seguintes equipamentos 
de proteção individual (EPI): avental plástico, luvas, bota ou sapato fechado, óculos e máscara. Os resí-
duos de serviços de saúde devem ser acondicionados diretamente nos sacos plásticos regulamentados 
pela norma NBR 9.191/2000 da ABNT, sustentados por suportes metálicos, para que não haja contato 
direto dos funcionários com os resíduos, e os suportes são operados por pedais.
No gerenciamento dos resíduos de saúde, devem estar previstos, além do manejo, a segregação, o 
tratamento, o acondicionamento, a identificação, coleta e transporte interno, o armazenamento tem-
porário, a coleta externa e a disposição final (DUARTE, 2010).
121UNIDADE 5
• Os resíduos de portos, aeroportos e ter-
minais rodoviários são gerados em termi-
nais, dentro de navios, aviões e veículos de 
transporte. Resíduos de aeroportos e portos 
podem ser decorrentes do consumo dos pas-
sageiros, e sua periculosidade está no risco de 
transmissão de doenças, que já foram erra-
dicadas no país. A transmissão pode ocorrer, 
também, por meio de cargas que podem es-
tar contaminadas, tais como animais, plantas 
e carnes (MONTEIRO et al., 2001).
• Os resíduos agrícolas são compostos por 
embalagens de fertilizantes e defensivos agrí-
colas, rações, resíduos de colheita e outros. 
Assim, o manuseio deles deve seguir as mes-
mas rotinas e utilizar os mesmos recipientes 
empregados para resíduos classe I (Perigo-
sos), no caso de embalagens de agrotóxicos.
• Os resíduos industriais são aqueles gera-
dos pelas atividades industriais, são muito 
variados e apresentam características di-
versificadas, pois estas dependem do tipo 
de produto manufaturado. Portanto, devem 
ser estudados caso a caso e é imprescindível 
o conhecimento prévio do processo indus-
trial para classificação do resíduo.
Para isto, é adotada a NBR 10.004/04 da ABNT, 
para se classificarem os resíduos industriais: Classe 
I (Perigosos), Classe II-A (Não Inertes) e Classe II-B 
(Inertes), que abordamos no início deste tópico.
No caso dos resíduos industriais, quando a sua 
origem é desconhecida, o trabalho para classificá-
-lo se torna mais complexo. Nesse caso, a experiên-
cia e o bom senso do técnico serão fundamentais. 
Muitas vezes, mesmo para resíduos com origem 
conhecida, torna-se impossível conseguir uma res-
posta conclusiva e, para estes casos, será necessário 
analisarparâmetros indiretos ou realizar bioen-
saios. A NBR 10.004/04 apresenta um fluxograma 
simples com etapas necessárias para classificação 
de um resíduo, que podemos visualizar na Figura 3.
RESÍDUO
O resíduo tem
origem conhecida?
Consta nos
anexos A ou B?
Tem catacterísticas de:
In�amabilidade,corrosividade,
reatividade,toxicidade ou
patogenicidade?
RESÍDUO PERIGOSO
classe l
Resíduo não perigoso
classe ll
Possui constituintes que são 
solubilizados em concentrações
superiores ao anexo G?
RESÍDUO NÃO-INERTE
classe ll A
RESÍDUO INERTE
classe ll B
SIM
SIM
SIM
SIM
NÃO
NÃO
NÃO
NÃO
Figura 3 - Fluxograma NBR 10.004/2004
Fonte: adaptada de Brasil (2004).
122 Resíduos Sólidos – Geração, Classificação, Coleta e Transporte
A caracterização de um resíduo inicia-se du-
rante o processo industrial que originou o resí-
duo. É importante que se obtenha informações 
suficientes do processo que possa permitir a 
caracterização correta do resíduo, por exem-
plo, revisando fluxogramas, balanços de mas-
sa, localizando entradas e saídas. Além disso, 
é importante observar as características físicas 
do resíduo, volume produzido, bem como sua 
composição. Baseado nestas informações, po-
de-se definir se o resíduo é ou não conhecido e 
verificar se ele é encontrado no Anexo A ou B 
da NBR 10.004 (ABNT, 2004).
Caso seja encontrado o resíduo em uma des-
sas listagens, ele é automaticamente classificado 
como perigoso (classe I). Se não for encontrado, 
Quadro 2 - Classificação dos Resíduos de Construção Civil
CLASSE DEFINIÇÃO EXEMPLOS
A Resíduos reutilizáveis ou recicláveis 
como agregados.
Tijolos, blocos, telhas, placas de revestimento, 
argamassa, concreto.
B Resíduos recicláveis para outras des-
tinações.
Plástico, papel, papelão, metais, vidros e ma-
deiras.
C Resíduos para os quais não foram de-
senvolvidas tecnologias ou aplicações 
economicamente viáveis que permi-
tam a sua reciclagem/recuperação.
Gesso.
D Resíduos perigosos oriundos do pro-
cesso de construção.
Tintas, solventes, óleos e outros, ou aqueles conta-
minados oriundos de demolições, reformas e repa-
ros de clínicas radiológicas e instalações industriais.
Fonte: adaptado de Conama (2002).
Sobre a disposição dos resíduos de construção civil, 
a Resolução CONAMA n° 307/2002 afirma que eles 
não poderão ser dispostos em aterros de resíduos do-
miciliares, em áreas de bota fora, em encostas, corpos 
d’água, lotes vazios e em áreas protegidas por Lei; 
mas, infelizmente, em grande parte dos municípios, 
esses resíduos são depositados clandestinamente em 
margens de rios ou terrenos baldios.
A deposição irregular de entulho pode ocasionar 
proliferação de vetores de doenças, entupimento de 
galerias e bueiros, assoreamento de córregos e rios, 
contaminação de águas superficiais e poluição visual.
Resíduos sólidos com características especiais, 
como os vistos anteriormente (saúde, agríco-
las, construção civil, entre outros), possuem 
regulamentações específicas com relação à 
sua geração, classificação, coleta, transpor-
te, tratamento e destinação final. Consultar 
as normas de cada um deles é essencial para 
realizar sua gestão adequada.
é importante verificar informações sobre esse re-
síduo, com o intuito de verificar se ele possui ou 
não características de inflamabilidade, corrosivi-
dade, reatividade, toxicidade ou patogenicidade. 
Caso não consiga verificar essas características, 
é recomendado que se faça coleta de amostras 
desse resíduo e encaminhe para um laboratório 
especializado, para que façam testes que permitam 
verificar essas especificações (SILVA, 2008).
Os Resíduos da Construção Civil são com-
postos por materiais de demolições, entulhos e 
solos de escavações, além disso, podem conter 
componentes tóxicos, tais como resíduos de tin-
tas, solventes e peças de Amiantos. São classifi-
cados de acordo com a Resolução do CONAMA 
307/02, que podemos visualizar no Quadro 2.
123UNIDADE 5
Para Souto e Povinelli (2013), a coleta é o ponto-
-chave no gerenciamento de resíduos sólidos, é a 
etapa em que os resíduos são recolhidos junto ao 
gerador e encaminhados para a destinação final. 
A coleta dos resíduos sólidos urbanos, feita pelo 
município ou empresa concessionária, recebe o 
nome de coleta regular. A coleta de outros tipos de 
resíduos recebe o nome de coleta especial. Quan-
do existe uma segregação prévia de acordo com 
a composição ou na constituição dos resíduos, 
temos a coleta seletiva.
A segregação na fonte permite-nos otimizar 
os sistemas de tratamento e disposição final dos 
resíduos. Quando se permite que um resíduo pe-
rigoso seja misturado a resíduos não perigosos, o 
resultado é que a massa total de resíduo acaba sen-
do classificada como perigosa, tratada e disposta 
como tal. Dessa maneira, nunca devemos misturar 
resíduos perigosos com resíduos comuns.
Coleta e Transporte 
de Resíduos Sólidos
124 Resíduos Sólidos – Geração, Classificação, Coleta e Transporte
Coleta Regular
Geralmente, essa coleta é feita de porta em porta, com caminhões 
compactadores. Os Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) podem ser 
acondicionados em sacos plásticos (Figura 4), como é feita aqui no 
Brasil, ou contêineres.
Figura 4 - Sacos plásticos para acondicionamento de resíduos
Logística reversa é: o conjunto de ações, procedimentos e meios 
destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao 
setor empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros 
ciclos produtivos, ou outra destinação final ambientalmente adequada 
(BRASIL, Lei °12.305/10).
Coleta Especial
Existem vários tipos de resíduos 
que não devem ser misturados 
aos RSU, como: Resíduos de Ser-
viços de Saúde (RSS) e Resíduos 
da Construção Civil (RCC). Para 
alguns resíduos, como é o caso 
dos RCC, pode ser aplicada a lo-
gística reversa, que consiste no 
processo de retornar um mate-
rial do consumidor ao fabricante.
Outros exemplos de mate-
riais que estão sujeitos à logís-
tica reversa são os agrotóxicos, 
pilhas, baterias, lâmpadas fluo-
rescentes e outros.
Coleta Seletiva
A coleta seletiva é muito impor-
tante para o sucesso de inicia-
tivas como a reciclagem, pois 
tende a aumentar a quantidade 
de matéria-prima disponível. 
Em um programa de coleta 
seletiva, o acondicionamento 
dos resíduos recicláveis pode 
ser feito de forma diferencia-
da. A Resolução CONAMA n° 
275/2001 estabelece um código 
de cores para os diferentes tipos 
de resíduos na coleta seletiva, de 
acordo com o Quadro 3. 
125UNIDADE 5
Quadro 3 - Código de Cores para resíduos sólidos 
COR MATERIAL
Azul Papel e papelão
Vermelho Plástico
Verde Vidro
Amarelo Metal
Preto Madeira
Laranja Resíduos perigosos
Branco Resíduos ambulatoriais e de saúde
Roxo Resíduos radioativos
Marrom Resíduos orgânicos
Cinza Resíduo geral não reciclável, misturado ou contaminado, não passível de segregação
Fonte: adaptado da Conama (2001).
A coleta seletiva de lixo pode 
apresentar inúmeras vantagens, 
tais como:
• Aumento da vida útil no 
aterro sanitário.
• Redução no consumo de 
energia.
• Redução dos gastos com 
limpeza urbana.
• Diminuição na poluição 
da água e do solo.
• Geração de empregos.
• Renda para comercializa-
ção dos recicláveis.
Além disso, os resíduos recicláveis 
retornam ao ciclo de produção 
como matéria-prima, reduzindo 
o consumo de energia e de recur-
sos naturais, e a matéria orgânica, 
após sua transformação em com-
postos orgânicos, é reintroduzida 
no ciclo ecológico como condi-
cionador de solos, rico em húmus 
(DUARTE, 2010).
Transporte de Resíduos Sólidos
Os resíduos, quando coletados, devem ser transportados até os 
pontos de destinação final, sejam eles as indústrias de reciclagem, 
centrais de tratamento ou aterros. Quando as distâncias e volumes 
são pequenos, o transporte pode ser feito pelos próprios veículos 
de coleta (Figura 5).
Figura 5 - Caminhão de coleta de lixo automatizado
126 Resíduos Sólidos – Geração, Classificação, Coleta e Transporte
Nesta unidade, abordamos a 
problemática dosresíduos só-
lidos, bem como suas formas 
de gerenciamento. Vimos as-
pectos pertinentes à geração, 
estudamos que a mudança de 
comportamento da população, 
a economia, a sazonalidade, há-
bitos de consumo, mudanças 
tecnológicas e mudanças cul-
turais influenciam diretamente 
na geração de resíduos, pois, à 
medida que há crescimento e 
mudança, consequentemente 
há um aumento na quantida-
de de resíduos. Estudamos que 
uma das formas de minimizar a 
quantidade de resíduos sólidos 
é a redução na geração, coleta 
seletiva, reciclagem e outros 
programas para diminuir a 
quantidade de resíduos.
Para melhor entendermos a 
gestão de resíduos, estudamos 
a classificação dos resíduos 
sólidos, de acordo com a NBR 
14001/2004, como Classe I – pe-
rigosos; Classe II-A não inertes; 
e classe II-B inertes. Além disso, 
vimos que os resíduos sólidos 
são classificados de acordo com 
sua origem em: domésticos, 
industriais, serviços de saúde, 
construção civil, radioativos, 
públicos, comerciais, agrícolas 
e outros. O processo que os ori-
ginou é fundamental para seu 
manejo e gerenciamento.
Bons estudos!
127
Você pode utilizar seu diário de bordo para a resolução.
1. Assinale a alternativa correta quanto à norma brasileira que define e classifica 
os resíduos sólidos:
a) NBR 12.216/1992.
b) NBR 10.004/2004. 
c) NBR 10.006/2004.
d) NBR 10.007/2004.
e) NBR 10.120/2007.
2. Os resíduos são constituídos por subprodutos da atividade humana com ca-
racterísticas específicas, definidas, geralmente, pelo processo que os gerou. 
Sobre os fatores que influenciam a geração dos resíduos sólidos, analise as 
afirmativas a seguir. 
I) A urbanização, bem como o aumento populacional, acompanha a série de 
mudanças no estilo de vida e consumo da população e, consequentemente, 
aumentam a geração de resíduos. 
II) Os resíduos produzidos passaram a abrigar compostos sintéticos e prejudi-
ciais aos ecossistemas e à saúde humana, decorrente das novas tecnologias 
incorporadas ao cotidiano.
III) No Brasil, temos uma estimativa exata da quantidade de resíduos sólidos 
gerados por habitante/dia.
IV) A maior parte dos resíduos sólidos gerados no Brasil é composta por resíduos 
hospitalares.
É correto o que se afirma em:
a) I e II, apenas.
b) I e III, apenas.
c) II e III, apenas.
d) I, II e III, apenas.
e) II, III e IV, apenas.
128
3. A responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos trata-se do 
“conjunto de atribuições individualizadas e encadeadas dos fabricantes, impor-
tadores, distribuidores e comerciantes, dos consumidores e dos titulares dos 
serviços públicos de limpeza urbana e de manejo dos resíduos sólidos, para mi-
nimizar o volume de resíduos sólidos e rejeitos gerados, bem como para reduzir 
os impactos causados à saúde humana e à qualidade ambiental decorrentes do 
ciclo de vida dos produtos” (BRASIL, [2019]).
Fonte: BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Logística Reversa. Disponível em: http://
www.mma.gov.br/cidades-sustentaveis/residuos-perigosos/logistica-reversa. Acesso 
em: 28 mar. 2019. 
Assim, os fabricantes e comerciantes precisam criar ferramentas ou instrumen-
tos que permitam o retorno do produto ao início do ciclo produtivo, quando 
possível. Um dos instrumentos utilizados para fazer com que isso aconteça é:
a) O ecodesign.
b) A logística reversa.
c) A gestão da cadeia de suprimentos.
d) O gerenciamento da qualidade dos produtos.
e) O gerenciamento dos canais de distribuição.
129
Engenharia Ambiental
Autor: Maria do Carmo Calijuri; Davi Gasparini Fernandes Cunha
Editora: Campus
Sinopse: livro pioneiro na área, “Engenharia Ambiental: Conceitos, Tecnologia 
e Gestão” reúne material didático proveniente de diversos campos de conhe-
cimento para oferecer uma boa base aos alunos de cursos de graduação em 
Engenharia Ambiental. O livro busca uma transição das engenharias “hard” para 
uma engenharia que leva explicitamente em conta a vida no planeta e repre-
senta um acordar para a Engenharia Ambiental de maneira fluida, reforçando a 
responsabilidade da engenharia para com o meio ambiente. Dividido em cinco 
eixos temáticos, desde fundamentos até gestão ambiental, varrendo os ecos-
sistemas, impactos ambientais e ações mitigadoras, o livro apresenta, de forma 
didática, os conceitos modernos, como os da microbiologia e as suas técnicas. 
São ressaltados os serviços proporcionados por diversos ecossistemas e as 
estratégias sustentáveis para os usos humanos.
LIVRO
130
ABNT. NBR 8.419: Apresentação de projetos de aterros sanitários de resíduos sólidos urbanos. Brasília, 1992.
ABNT. NBR 9.191: Sacos plásticos para acondicionamento de lixo - Requisitos e métodos de ensaio. Brasília, 
2000.
ABNT. NBR 10.004: Resíduos sólidos – Classificação. Brasília, 2004.
ABNT. NBR 12.809: Manuseio de resíduos de serviços de saúde - Procedimento. Brasília, 1993.
ANVISA. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC nº 306, de 07 de dezembro de 2004. 
Dispõe sobre o regulamento técnico para o gerenciamento de resíduos de serviços de saúde. Ministério da 
Saúde, 2004. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2004/res0306_07_12_2004.html. 
Acesso em: 28 mar. 2019.
BRASIL. Lei nº 12.305, de 02 de agosto de 2010. Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos; altera a Lei 
nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras providências. Presidência da República, 2010. Disponível em: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Lei/L12305.htm. Acesso em: 28 mar. 2019.
BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Manual de gerenciamento de resí-
duos de serviços de saúde. Ministério da Saúde, Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Brasília: Ministério 
da Saúde, 2006.
CONAMA. Conselho Nacional de Meio Ambiente. Resolução nº 275, de 25 de abril de 2001. Estabelece o 
código de cores para os diferentes tipos de resíduos, a ser adotado na identificação de coletores e transportadores, 
bem como nas campanhas informativas para a coleta seletiva. Diário Oficial da União, 2001. 
CONAMA. Conselho Nacional de Meio Ambiente. Resolução nº 307, de 5 de julho de 2002. Ministério das 
Cidades, Secretaria Nacional de Habitação. Diário Oficial da União, 2002.
CONAMA. Conselho Nacional de Meio Ambiente. Resolução nº 358 de 29 de abril de 2005. Dispõe sobre 
o tratamento e a disposição final dos resíduos de serviços de saúde e dá outras providências. Diário Oficial da 
União, 2005.
DERÍSIO, J. C. Introdução ao controle de poluição ambiental. 4. ed. São Paulo: Oficina de Textos, 2012.
DUARTE, M. C. Avaliação do Gerenciamento dos Resíduos Sólidos Urbanos do Município de Floresta/
PR. Dissertação (Mestrado em Engenharia Urbana) - Universidade Estadual de Maringá, Maringá, 2010.
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2004/res0306_07_12_2004.html
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Lei/L12305.htm
131
MONTEIRO, J. H. P. et al. Manual de Gerenciamento Integrado de resíduos sólidos. Rio de Janeiro: IBAM, 
2001.
PHILIPPI JR., A.; AGUIAR, A. O. Resíduos sólidos: características e gerenciamento. In: PHILIPPI JR., A. Sanea-
mento, Saúde e Ambiente. Fundamentos para um desenvolvimento sustentável. Barueri: Manole, 2005.
ROCHA, J. C.; ROSA, A. H.; CARDOSO, A. A. Introdução à Química Ambiental. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 
2009.
SILVA, F. R. Gestão de Resíduos Industriais. 2. ed. São Paulo: Via Spaipa, 2008.
SOUTO, G. D. B.; POVINELLI, J. Resíduos Sólidos. In: CALIJURI, M. C.; CUNHA, D. G. F. (ed.). Engenharia 
Ambiental: Conceitos, Tecnologia e Gestão. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013.
132
1. B.
2. A.
3. B.
133
134
PLANO DE ESTUDOS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• Descrever as técnicas utilizadas no tratamento de resíduos 
sólidos.
• Abordar a importância da disposição final adequada de 
resíduos sólidos.
• Indicar as principais tratativas relacionadas a resíduos 
perigosos.
• Apresentar as principais tratativas relacionadas a resíduos 
Radioativos.
Técnicas e Tratamentosde Resíduos Sólidos
Disposição Final de 
Resíduos Sólidos
Gestão de Resíduos 
Radioativos
Gestão de Resíduos 
Perigosos
Esp. João Marcos Pardo
Me. Gustavo Affonso Pisano Mateus
Me. Renata Cristina de Souza Chatalov
Resíduos Sólidos – Trata-
mento e Disposição Final
Técnicas e Tratamentos 
de Resíduos Sólidos
Olá, caro(a) aluno(a)! Nesta unidade, daremos 
sequência aos conteúdos relacionados aos resí-
duos sólidos.
Após termos uma visão geral dos fatores 
envolvidos na geração de resíduos, abordare-
mos algumas técnicas de tratamento, tais como: 
compostagem, vermicompostagem, incineração, 
além do aproveitamento energético de resíduos 
sólidos. Além disso, trataremos de fatores-chave 
no gerenciamento de resíduos, sendo a coleta, o 
acondicionamento, a coleta externa, o transpor-
te, o tratamento e disposição final adequada de 
resíduos sólidos.
Apesar de a legislação brasileira proibir a exis-
tência de lixões a céu aberto desde 2014, preci-
samos enfrentar a realidade destes que são uma 
ofensa ao meio ambiente, uma forma totalmente 
inadequada de disposição final de resíduos. Ao 
mesmo tempo, daremos atenção aos aterros con-
trolados e sanitários, definindo-os e os diferen-
ciando. Veremos, também, as particularidades de 
aterros industriais.
137UNIDADE 6
Finalizaremos esta unidade abordando os cuidados necessários 
para gestão de resíduos perigosos e radioativos, que também estão 
presentes nas indústrias em geral.
Quando pensamos em uma técnica de tratamento para resíduos 
sólidos, a alternativa a ser adotada deve abordar os aspectos:
• Custo de implantação e operação.
• Disponibilidade financeira dos agentes envolvidos.
• Capacidade de atender às exigências legais. 
• Quantidade e capacitação técnica de recursos humanos.
Para Calijuri e Cunha (2013), o fato de uma alternativa apresentar 
um custo alto em termos absolutos, como um incinerador, não é ra-
zão suficiente para que seja descartada, pois talvez seja a mais barata 
e eficaz para tratar um determinado resíduo industrial ou de servi-
ços de saúde quando comparadas a outras tecnologias existentes.
Figura 1 - Pá carregadeira removendo húmus
Compostagem
Para Bidone e Povinelli (2010), 
a compostagem é um processo 
de tratamento biológico que 
transforma resíduos orgânicos 
em um material estabilizado, de-
nominado húmus ou composto. 
Essa técnica pode ser utilizada 
para tratar a parcela orgânica 
dos resíduos sólidos urbanos. A 
compostagem pode ser feita pelo 
método convencional, em que os 
resíduos são dispostos em leiras 
de forma cônica ou prismática. 
Nesse processo, as leiras (pilhas) 
são removidas e umedecidas pe-
riodicamente (por pás carrega-
deiras ou escavadeiras) para se 
obter a aeração necessária no 
processo (Figura 1).
Já no processo de leiras ae-
radas, não há revolvimento por 
meio de pás ou escavadeiras. A 
aeração é obtida insuflando-se 
ar pela base da leira. Para Bidone 
e Povinelli (2010), isso acelera o 
processo de compostagem, mas 
exige um maior controle das 
condições da massa de resíduos.
138 Resíduos Sólidos – Tratamento e Disposição Final
A compostagem ocorre em quatro fases, sendo 
(CALIJURI; CUNHA, 2013):
1. A primeira fase ocorre com a decomposi-
ção da matéria orgânica pelas bactérias e
fungos, gerando um excedente de calor, e
isso faz com que a temperatura da leira de 
compostagem suba rapidamente e atinja
a faixa ótima do processo (entre 55 ºC e
60 ºC). Caso seja deixado ao natural, a
temperatura pode atingir 70 ºC e, assim,
os microrganismos podem morrer; en-
tão, é preciso introduzir um fator externo 
de controle, por isso, há a necessidade de
fazer um revolvimento da leira de com-
postagem e adição de umidade.
2. A segunda fase, com a temperatura ótima, 
a decomposição leva entre 60 a 90 dias
(pelo método tradicional) e 30 dias (pelo
método de leiras aeradas); a manutenção
de temperaturas elevadas por um tempo
suficientemente longo garante a elimina-
ção dos patógenos (BIDONE; POVINEL-
LI, 2010).
3. Após a fase mais ativa, a temperatura
da leira começa a diminuir, retornando
à temperatura ambiente, e esse processo
dura de 3 a 5 dias.
4. Na quarta etapa, ocorre a fase de matura-
ção ou cura do composto, com a formação 
de ácidos húmicos, que leva de 30 a 60 dias.
A Figura 2 apresenta o composto final (húmus).
Figura 2 - Composto ao término do processo de compostagem
139UNIDADE 6
Vermicompostagem
De acordo com Calijuri e Cunha (2013), a ver-
micompostagem é um processo complementar à 
compostagem, em que há a adição de minhocas, 
que dependem de determinadas condições para 
sobrevivência. Assim, o composto não pode ser 
encharcado, pois afogaria as minhocas, e também 
não pode ser ressecado. As leiras não podem ser 
tão profundas (pois há a necessidade de ar) e a 
temperatura deve estar entre 12 e 25 ºC.
A Figura 3 apresenta um processo de vermi-
compostagem.
Figura 3 - Vermicompostagem
Incineração
A incineração consiste na combustão dos resíduos 
em temperaturas elevadas, acima de 800 ºC, com 
injeção de ar para garantir a queima completa 
(conversão total da matéria orgânica em CO2 e 
água). Praticamente toda matéria orgânica e umi-
dade são eliminados (CALIJURI; CUNHA, 2013). 
Os resíduos são convertidos em cinzas e devem 
ser classificados com a NBR 10.004/2004 (ABNT, 
2004) e encaminhados para destinação final cor-
respondente. Na incineração, os gases gerados no 
processo devem ser tratados.
Aproveitamento Energético
Alguns resíduos podem ser utilizados para ob-
tenção de energia. O reaproveitamento pode ser 
direto ou indireto. No reaproveitamento direto, os 
resíduos são usados diretamente como fonte de 
energia, podendo passar, antes, por alguns proces-
sos simples de tratamento, como fragmentação ou 
moagem. No reaproveitamento indireto, os resíduos 
são convertidos por via química, ou biológica em 
outros materiais, os quais são empregados como 
fonte de energia (CALIJURI; CUNHA, 2013).
140 Resíduos Sólidos – Tratamento e Disposição Final
Dentre as técnicas para disposição final de resí-
duos sólidos, temos a forma inadequada, que são 
os lixões, e as formas apropriadas e recomendadas, 
que são os aterros sanitários e industriais. Veremos 
cada um deles, a seguir.
Lixões
Os lixões (Figura 4) apresentam-se como o meio 
mais barato e o pior, ambientalmente, para dis-
posição final de resíduos sólidos, pois não impli-
cam custos de tratamento e controle. Em outras 
palavras, é apenas a disposição do resíduo a céu 
aberto em terrenos baldios, que fica exposto sem 
nenhum tratamento, provocando intensa prolife-
ração de moscas, baratas e ratos, vetores de doenças 
por meio de organismos patogênicos, poluindo o 
solo e os corpos d’água com o chorume – líquido 
que, além de exalar mau cheiro pelos gases produ-
zidos, é um detrimento visual das cidades. Phili-
ppi Jr. e Aguiar (2005) afirmam que os lixões são 
Disposição Final 
de Resíduos Sólidos
141UNIDADE 6
considerados locais ou formas de disposição final e 
de tratamento totalmente inadequados do ponto de 
vista social, sanitário e ecológico, pois, no conjunto, 
propiciam a proliferação de vetores e o aparecimen-
to de doenças em animais e em seres humanos, 
além da poluição atmosférica e das contaminações 
do solo e dos recursos naturais.
Além de todos os problemas ambientais que 
os resíduos podem causar ao meio ambiente, ou-
tra questão deve ser levada em consideração, a 
questão social. É um aspecto social degradante, 
nos serviços de limpeza pública, os catadores de 
recicláveis misturados ao lixo, entre animais e má-
quinas, em condições insalubres. 
Figura 4 - Lixão a céu aberto
Aterros Controlados
Para Rocha, Rosa e Cardoso (2009), a disposição 
final de resíduos sólidos, em aterros sanitários, é 
semelhante a dos lixões, cujos resíduos são coloca-
dos direto no solo antes impermeabilizado. Diaria-
mente, é feita uma cobertura com terra no resíduo 
depositado para minimizar os efeitos ambientais, 
como os dos lixões. O lixiviado (chorume), gerado 
da decomposição do resíduo,pode ser drenado 
de forma controlada, podendo ou não ser tratado.
Dessa forma, podemos afirmar que o aterro con-
trolado é uma fase intermediária entre lixão e aterro 
sanitário. Neste caso, após a cobertura dos resíduos, 
verifica-se que o impacto visual e o odor são muito 
menores se comparados ao lixão, graças à cobertura 
que é feita. Além disso, essa cobertura contribui para 
impedir a proliferação de insetos e outros animais 
que visitam o local em busca de alimentos.
Aterros
O aterro é uma forma de disposição de resíduos 
no solo, que, fundamentada em critérios de enge-
nharia operacionais específicos, garante um confi-
namento seguro em termos de poluição ambiental 
e proteção à saúde pública. Como vimos anterior-
mente, são inúmeros os problemas oriundos da 
disposição final inadequada de resíduos sólidos, 
como odores, gases tóxicos, poluição da água, do 
solo e outros. Esses problemas são eliminados 
em um aterro pela adoção das seguintes medidas 
(SILVA, 2008):
• Localização adequada.
• Elaboração de projeto criterioso.
• Implantação de infraestrutura de apoio.
• Implantação de obras de controle de po-
luição.
• Regras operacionais específicas.
142 Resíduos Sólidos – Tratamento e Disposição Final
Os aterros podem ser chamados de aterros sanitários, quando são 
projetados e implantados, especialmente, para disposição de resí-
duos sólidos urbanos, ou aterros industriais, quando são projetados 
para disposição de resíduos sólidos industriais.
Aterro Sanitário
Os aterros sanitários consistem em um sistema de impermeabiliza-
ção de base e laterais, normalmente um filme plástico de polietileno 
de alta densidade, com sistema de recobrimento diário do resíduo 
depositado e com cobertura final da área quando saturada. É defi-
nido pela NBR 8.419/92 como sendo:
 “
[...] uma técnica de disposição de resíduos sólidos urbanos 
no solo, sem causar danos à saúde pública e à segurança, mi-
nimizando os impactos ambientais, método este que utiliza 
princípios de engenharia para confinar os resíduos sólidos à 
menor área possível e reduzi-los ao menor volume permissível, 
cobrindo-os com uma camada de terra na conclusão de cada 
jornada de trabalho, ou a intervalos menores, se necessário. O 
projeto deve ser elaborado para a implantação de um aterro 
sanitário que deve contemplar todas as instalações fundamen-
tais ao bom funcionamento e ao necessário controle sanitário 
e ambiental durante o período de operação e fechamento do 
aterro (ABNT, 1992, p. 1).
Para o IBGE (2007), o aterro sanitário consiste em uma técnica 
de disposição do lixo fundamentada em critérios de engenharia e 
normas operacionais específicas, que permite a confinação segura 
em termos de controle da poluição ambiental e proteção à saúde 
pública (Figura 5). É uma forma adequada de disposição dos resí-
duos no solo; logo, o aterro sanitário dispõe de impermeabilização 
de base, de sistemas de tratamento de chorume e de sistemas de 
dispersão dos gases gerados.Aterro sanitário
143UNIDADE 6
De acordo com Donha (2002), aterro sanitário é 
um método de disposição final do lixo sob o solo, 
sem que se crie, no meio ambiente, incômodos ou 
perigos à segurança e à saúde públicas, em que se 
utilizam princípios da engenharia para confinar 
o lixo à menor área possível, reduzindo-o ao me-
nor volume verificável na prática e o cobrindo
com uma camada de terra ao fim de cada dia de
operação ou a menores intervalos.
Os aterros sanitários são construídos seguin-
do o que exige a legislação, ou seja, distante das 
cidades. Essa exigência legal a ser respeitada serve 
para distanciar os moradores dos diversos tipos 
de odores, da contaminação do solo e do lençol 
freático provenientes da degradação dos materiais 
orgânicos (PHILIPPI JR.; AGUIAR, 2005).
O resíduo enterrado sofre decomposição 
anaeróbia, gerando o produto líquido, o chorume, 
grande quantidade de gases, o metano, além de 
dióxido de carbono e sulfeto de hidrogênio e amô-
nia, que são responsáveis pelo odor característico 
desses locais (ROCHA; ROSA; CARDOSO, 2009).
O lixiviado, conhecido como chorume, é um 
líquido resultante do processo de putrefação de 
matérias orgânicas. Como característica, é visco-
so, escuro, possui odor muito forte e desagradá-
vel. Em função da grande quantidade de matéria 
orgânica presente no chorume, costuma atrair 
vetores e microrganismos que podem contribuir 
com a proliferação de doenças aos seres humanos 
(BRAGA et al., 2005).
Quando não tratado, ele pode atingir lençóis 
freáticos, rios e córregos, levando a contamina-
ção para esses recursos hídricos e interferindo na 
vida da fauna e da flora. Nessa situação, os peixes 
podem ser contaminados e, caso a água seja usada 
na irrigação agrícola, a contaminação pode chegar 
aos alimentos. A escolha de um local para a im-
plantação de um aterro sanitário não é tão simples, 
pois, devido ao alto grau de urbanização das cida-
des, a ocupação intensiva do solo pode restringir 
a disponibilidade de áreas próximas aos locais de 
geração de lixo e com as dimensões requeridas 
para se implantar um aterro sanitário que atenda às 
necessidades dos municípios (MONTEIRO et al., 
2001). Também é preciso pensar no aspecto de vida 
útil do aterro, visto que é difícil encontrar novos 
locais para disposição de resíduos sólidos urbanos.
Figura 5 - Aterro sanitário
144 Resíduos Sólidos – Tratamento e Disposição Final
Existem diferenças entre lixões, aterros 
controlados e aterros industriais. Lixões causam 
poluição no solo, na água, pois não oferece 
nenhum tipo de tratamento aos resíduos; 
enquanto os aterros possuem critérios de 
engenharia para sua projeção e operação. Acesse 
o link a seguir e saiba mais sobre a diferença
entre lixões, aterro controlado e aterro industrial:
http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/quimica/
diferenca-entre-lixao-aterro-controlado-aterro-
sanitario.htm.
Tratamento do Lixiviado
O lixiviado pode conter matéria orgânica dissol-
vida ou solubilizada, nutrientes, produtos inter-
mediários da digestão anaeróbia dos resíduos, 
ácidos orgânicos voláteis e substâncias químicas 
provenientes do descarte de inseticidas e agrotóxi-
cos, além de microrganismos patógenos. Também 
podem ter compostos xenobióticos, presentes em 
baixas concentrações, como: hidrocarbonetos aro-
máticos, fenóis e compostos alifáticos clorados; 
metais, como boro, mercúrio, selênio e cobalto; e 
substâncias húmicas (CHRISTENSEN et al., 2001).
Visto a recalcitrância desses efluentes, é preciso 
fazer um tratamento prévio de remoção da carga 
poluidora, e esses componentes são específicos. 
Dependendo das características, têm de ser empre-
gadas técnicas acopladas de tratabilidade para que 
o efluente se adeque aos padrões de lançamento
de efluentes determinados pela legislação vigente.
Em aterro sanitário, o lixiviado é drenado para 
o tratamento, que pode ser uma lagoa de estabili-
zação aeróbia ou anaeróbia, para, em seguida, ser
lançado em um corpo receptor, desde que atenda 
à legislação ambiental vigente.
Biogás
Os gases gerados em aterro sanitário, se gerencia-
dos de forma adequada, podem gerar energia para 
o próprio aterro ou serem vendidos para com-
panhias elétricas. Esses gases são compostos por
metano, dióxido de carbono e outros em quanti-
dades em traços. Os gases presentes nos aterros
de resíduos incluem o metano (CH4), dióxido de
carbono (CO2), amônia (NH3), hidrogênio (H2), 
gás sulfídrico (H2S), nitrogênio (N2) e oxigênio
(O2). O metano e o dióxido de carbono são os
principais gases provenientes da decomposição
anaeróbia dos compostos biodegradáveis dos re-
síduos orgânicos (PHILIPPI JR.; AGUIAR, 2005).
Diante disso, a captação e a utilização do gás pro-
duzido em aterros é uma boa opção para a redução 
de gases do efeito estufa. Além disso, o metano pos-
sui grande energia contida nos seus átomos, que faz 
com que o gás possa ser usado para a produção de 
energia elétrica por meio de sua combustão den-
tro de motogeradores que movem turbinas (SILVA; 
CAMPOS, 2008).Projetos desse tipo são importantes, pois dife-
rentes fontes de energia alternativa podem diversi-
ficar ou incrementar a matriz energética atualmente 
existente, tais como a eólica, a solar, a biomassa e 
também a proveniente do biogás. Nesse sentido, as 
vantagens da transformação do lixo em energia são 
muitas, tais como:
145UNIDADE 6
• Diminuição do volume de resíduos em ater-
ros sanitários e em lixões.
• Menor produção de gases poluentes.
• Menores riscos ao meio ambiente e à saúde 
pública.
• Mais economia e geração de empregos.
Aterros Industriais
Os aterros industriais (Figura 6) podem ser classi-
ficados nas classes I, II-A ou II-B, de acordo com a 
periculosidade dos resíduos a serem dispostos, isto é, 
aterros Classe I podem receber resíduos industriais; 
Classe II-A resíduos não inertes; enquanto aterro 
Classe II-B resíduos inertes. Essa classificação dos 
resíduos sólidos quanto à periculosidade foi abor-
dada na unidade anterior.
No Aterro Classe I, são destinados os resíduos 
considerados perigosos de alta periculosidade, como 
resíduos inflamáveis, cinzas de incineradores, tóxicos 
e outros. Esse tipo de aterro precisa ser operado com 
cobertura total, com o intuito de evitar a formação 
de percolado, devido à ocorrência de águas pluviais. 
Para isso, possui sistema de dupla impermeabilização 
com manta polietileno de alta densidade (PEAD), 
protegendo o solo e as águas subterrâneas. O aterro 
Classe I deve estar de acordo com o estabelecido 
pela NBR 10.157, que define as exigências quanto 
aos critérios de projeto, construção e operação de 
aterros industriais Classe I (SILVA, 2008).
O Aterro Classe II-A compreende a destina-
ção final de resíduos não perigosos e não inertes 
e tem as seguintes características: impermeabi-
lização com argila e geomembrana de PEAD, 
sistema de drenagem e tratamento de efluentes 
líquidos e gasosos e completo programa de mo-
nitoramento ambiental.
O Aterro Classe II-B compreende a destinação fi-
nal de resíduos inertes. Devido à característica inerte 
dos resíduos dispostos, esse tipo de aterro dispensa 
a impermeabilização do solo; no entanto, possui sis-
tema de drenagem de águas pluviais e um programa 
de monitoramento ambiental.
Figura 6 - Aterro industrial
146 Resíduos Sólidos – Tratamento e Disposição Final
Uma substância perigosa é definida como qual-
quer substância que:
 “
[...] em razão de sua quantidade, concen-
tração, características físicas, químicas ou 
infecciosas, pode causar ou contribuir con-
sideravelmente para um aumento na morta-
lidade, provocar um aumento no número de 
casos de doenças graves irreversíveis ou in-
capacitantes reversíveis, ou representar um 
risco substancial atual ou potencial à saúde 
humana e ao meio ambiente quando trata-
da, armazenada, transportada, descartada 
ou gerenciada inadequada (VESILIND; 
MORGAN, 2011, p. 351).
Resíduo perigoso é o nome dado ao material que, 
quando deve ser descartado, atende a um ou dois 
critérios, a saber:
1. Contém um ou mais dos critérios de po-
luentes ou de substâncias químicas que
foram listadas como perigosas.
2. O resíduo pode ser assim definido (por
testes de laboratório) como tendo, pelo
menos, uma das seguintes características:
Gestão de 
Resíduos Perigosos
147UNIDADE 6
a) Inflamabilidade.
b) Reatividade.
c) Corrosividade.
d) Toxicidade.
Segundo Vesilind e Morgan (2011), materiais in-
flamáveis são líquidos com ponto de fusão abaixo 
de 60 ºC ou materiais que são facilmente incen-
diados e queimam de forma vigorosa e persisten-
te. Materiais corrosivos são aqueles que, em uma 
solução aquosa, têm valores de pH fora da faixa de 
2,0 a 12,5 ou qualquer líquido que mostre corro-
sividade ao aço a uma taxa superior a 6,5 mm por 
ano. Resíduos reativos são classificados como ins-
táveis e podem formar vapores tóxicos ou explodir. 
A maior dificuldade em definir resíduos perigosos 
vem do estabelecimento do que é ou não tóxico.
Para Davis e Masten (2016), a escala de priori-
dades na gestão de resíduos sólidos consiste em:
1. Priorizar a redução da quantidade de re-
síduos perigosos gerados.
2. Estimular a criação de bolsas resíduos: os 
resíduos perigosos de uma indústria po-
dem ser utilizados como matéria-prima 
de outra indústria.
3. Reciclar materiais, aproveitar o conteúdo 
energético ou outros recursos úteis con-
tidos como resíduos perigosos.
4. Descontaminação e a neutralização de 
resíduos perigosos líquidos mediante 
tratamento químico e biológico.
5. Redução do volume com a desidratação 
de lodos.
6. Destruição de resíduos perigosos com-
bustíveis em incineradores especiais, 
capazes de propiciar temperaturas de 
combustão elevadas e equipamentos 
com dispositivos de controle e monito-
ramento de emissões atmosféricas ade-
quadas.
7. Estabilizar lodos solidificados e de cin-
zas, no sentido de reduzir os índices de 
lixiviação de metais.
8. Descarte de resíduos tratados remanes-
centes em aterros especiais.
Outro aspecto importante na gestão de resí-
duos perigosos é a minimização na geração 
de resíduos, para isso, esse tipo de programa 
deve incluir:
• O compromisso dos níveis hierárquicos 
mais altos da organização.
• Os recursos financeiros.
• Os recursos técnicos.
• A organização, as metas e as estratégias 
adequadas.
148 Resíduos Sólidos – Tratamento e Disposição Final
Os Resíduos Radioativos são definidos como 
qualquer material resultante de atividades huma-
nas, que contém radionuclídeos em quantidades 
superiores aos limites de isenção especificados 
nas Instruções Normativas da Comissão Nacional 
de Energia Nuclear – Norma CNEN-NE-6.02 –, 
Licenciamento de Instalações Radioativas e para 
o qual a reutilização é imprópria ou não prevista. 
Existem vários tipos de resíduos radioativos, tais 
como:
a) Líquidos: apresentam-se como solvente 
aquoso e solvente orgânico.
b) Gasosos: constituem-se de radionuclí-
deos gasosos ou subprodutos de outros 
resíduos.
c) Sólidos: constituem-se de lixo radioati-
vo em geral, como frascos, ponteiras para 
pipeta, microplacas, luvas, papel toalha, 
membrana de nitrocelulose, géis radioa-
tivos, animais e sangue.
Gestão de 
Resíduos Radioativos
149UNIDADE 6
A separação desses resíduos deve ser feita no mes-
mo local em que foram produzidos, levando em 
conta as seguintes características: se são sólidos, 
líquidos e gasosos, meia vida curta ou longa; se 
são ou não compatíveis; orgânicos ou inorgâni-
cos; putrescíveis ou patogênicos; e outras carac-
terísticas, como explosividade, combustibilidade, 
inflamabilidade, piroforicidade, corrosividade e 
toxicidade química (DUARTE, 2010).
Tenha sua dose extra de 
conhecimento assistindo ao 
vídeo. Para acessar, use seu 
leitor de QR Code.
Encerramos o assunto “Resíduos Sólidos” nesta 
unidade.
Após estas duas unidades, certamente fica cla-
ra a necessidade de gerenciar adequadamente os 
resíduos sólidos, uma vez que, dadas as suas ca-
racterísticas, poderemos gerar danos ambientais 
permanentes na fauna e flora locais, bem como 
prejuízos à saúde humana.
Diminuir a geração de resíduos, segregá-los 
adequadamente de acordo com suas classifi-
cações e transportá-los em segurança até uma 
destinação final dentro dos parâmetros técnicos 
deve ser a régua de ação no gerenciamento dos 
resíduos sólidos.
Esperamos que você tenha compreendido to-
dos esses aspectos, desde a geração até a disposi-
ção final, pois são fundamentais para sua gestão.
Na próxima unidade, trataremos de outro tó-
pico também interessante na gestão ambiental: 
Poluição Atmosférica. Até lá!
https://apigame.unicesumar.edu.br/getlinkidapp/3/591
150
Você pode utilizar seu diário de bordo para a resolução.
1. Consiste em uma área licenciada por órgãos ambientais, que é destinada a re-
ceber os resíduos sólidos urbanos, de forma planejada, em que os resíduos são 
compactados e cobertos por terra, formando diversas camadas. Essa técnica 
trata-se de:
a) Lixões.
b) Aterro sanitário.
c) Aterro industrial.
d) Compostagem.
e) Reciclagem.
2. Aincineração é um processo de queima, na presença de excesso de oxigênio, 
em que os materiais à base de carbono são decompostos, desprendendo calor 
e gerando um resíduo de cinzas, gases e escória. Diante do exposto, leia as 
afirmativas a seguir:
I) A incineração de resíduos sólidos é um tratamento eficaz para aumentar o 
seu volume, tornando o resíduo absolutamente inerte em pouco tempo, se 
realizada de forma adequada.
II) Na incineração, ocorre a decomposição térmica via oxidação à alta tempera-
tura da parcela orgânica dos resíduos, em que é transformada na fase gasosa 
e outra sólida, na qual é reduzido: o volume, o peso e as características de 
periculosidade dos resíduos.
III) A incineração é um processo que, se não operado em condições adequadas, 
pode liberar gases nocivos à saúde humana.
IV) A incineração é uma alternativa que resolveria integralmente todos os pro-
blemas da destinação final de resíduos sólidos.
151
É correto o que se afirma em:
a) I e II, apenas.
b) I e III, apenas.
c) II e III, apenas.
d) I, II e III, apenas. 
e) II, III e IV, apenas.
3. O aterro sanitário consiste em uma técnica de disposição do lixo fundamentada 
em critérios de engenharia e em normas operacionais específicas. Sobre o aterro 
sanitário, analise as afirmativas a seguir:
I) O projeto de um aterro sanitário deve incluir todas as instalações fundamen-
tais ao bom funcionamento e ao necessário controle sanitário e ambiental 
durante o período de operação e fechamento.
II) O aterro sanitário é um método de disposição final do lixo sob o solo, que 
minimiza a geração de incômodos ou perigos à segurança e saúde públicas.
III) Em um aterro são utilizadas técnicas da engenharia para confinar o lixo à 
menor área possível, reduzindo-o ao menor volume.
IV) Aterro sanitário é indicado para disposição final de resíduos coletados apenas 
em pequenas comunidades.
É correto o que se afirma em:
a) I e II, apenas.
b) I e III, apenas.
c) II e III, apenas.
d) I, II e III, apenas.
e) II, III e IV, apenas
152
Reaproveitamento de Energia
A Politécnica da USP patenteou, em 2015, uma invenção que aproveita o aqueci-
mento da geladeira para também aquecer a água de torneiras e chuveiros. A dis-
posição final dos resíduos sólidos também pode gerar calor e, consequentemente, 
energia. Quais serão as próximas invenções utilizando-se do mesmo conceito?
Para acessar, use seu leitor de QR Code.
WEB
Lixo Extraordinário
Ano: 2010
Sinopse: Lixo Extraordinário” mostra a produção de obras de arte com material 
coletado no aterro do Jardim Gramacho. Ao longo da produção dessas obras, 
entre 2007 e 2008, transformações se produzem na vida e nas visões de mundo 
dos sete catadores participantes do projeto, entre eles, Tião Santos, presidente 
da Associação dos Catadores do Aterro Metropolitano do Jardim Gramacho.
FILME
https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/867
153
ABNT. NBR 8.419: Apresentação de projetos de aterros sanitários de resíduos sólidos urbanos. Brasília, 1992.
ABNT. NBR 10.004: Resíduos sólidos – Classificação. Brasília, 2004.
ABNT. NBR 10.157: Aterro de resíduo perigoso – Critérios para projetos, construção e operação. Brasília, 1987.
BIDONE, F. R. A.; POVINELLI, J. Conceitos básicos de resíduos sólidos. São Carlos: Escola de Engenharia 
de São Carlos, USP, 2010.
BRAGA, B. et al. Introdução a Engenharia Ambiental. 2. ed. São Paulo: Prentice Hall, 2005.
CALIJURI, M. C.; CUNHA, D. G. F. Engenharia Ambiental. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013.
CHRISTENSEN, T. H. et al. Biochemistry of landfil leachate plumes. Applied Geochemistry, v. 16, p. 659-718, 
2001.
DAVIS, M. L.; MASTEN, S. J. Princípios de Engenharia Ambiental. 3. ed. Porto Alegre: AMGH, 2016.
DONHA, M. S. Conhecimento e participação da comunidade no sistema de gerenciamento de resíduos 
sólidos urbanos: o caso de Marechal Cândido Rondon/ PR. 2002. 113 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia 
de Produção) - Universidade Estadual de Santa Catarina, Florianópolis, 2002.
DUARTE, M. C. Avaliação do Gerenciamento dos Resíduos Sólidos Urbanos do Município de Floresta/
PR. Dissertação (Mestrado em Engenharia Urbana) - Universidade Estadual de Maringá, Maringá, 2010.
IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa Nacional de Saneamento Básico – PNSB. 
Contagem Populacional. Rio de Janeiro, 2007.
MONTEIRO, J. H. P. et al. Manual de Gerenciamento Integrado de resíduos sólidos. Rio de Janeiro: IBAM, 
2001.
PHILIPPI JR., A.; AGUIAR, A. O. Resíduos sólidos: características e gerenciamento. In: PHILIPPI JR., A. Sa-
neamento, Saúde e Ambiente: Fundamentos para um desenvolvimento sustentável. Barueri: Manole, 2005.
ROCHA, J. C.; ROSA, A. H.; CARDOSO, A. A. Introdução à Química Ambiental. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 
2009.
SILVA, F. R. Gestão de Resíduos Industriais. 2. ed. São Paulo: Via Spaipa, 2008.
SILVA, T. N.; CAMPOS, L. M. Avaliação da produção e qualidade do gás de aterro para energia no aterro sanitário 
dos Bandeirantes – SP. Revista de Engenharia Sanitária e Ambiental, v. 13, n. 1, jan./mar., 2008.
VESILIND, P. A.; MORGAN, S. M. Introdução à Engenharia Ambiental. São Paulo: Cengage Learning, 2011.
154
1. B.
2. C.
3. D.
155
156
PLANO DE ESTUDOS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• Definir poluição do ar, bem como apresentar quais as 
fontes de emissão.
• Apresentar os principais métodos de controle de quali-
dade do ar.
• Estudar os padrões de qualidade do ar de acordo com as 
legislações pertinentes.
• Conceituar poluição sonora, suas fontes e efeitos.
• Apresentar metodologias para controle e redução de ruídos.
Poluição do Ar e 
Fontes de Emissão
Métodos de Controle Poluição Sonora
Redução e Controle 
de RuídosPadrões de Qualidade
Esp. João Marcos Pardo
Me. Gustavo Affonso Pisano Mateus
Me. Renata Cristina de Souza Chatalov
Poluição Atmosférica 
– Controle e Qualidade 
das Emissões
Poluição do Ar e 
Fontes de Emissão
Caro(a) aluno(a), nesta unidade, abordaremos a 
questão da poluição atmosférica e da poluição 
sonora. Veremos que, ao tratarmos de poluição do 
ar, temos as fontes naturais e as fontes antrópicas. 
As fontes naturais são aquelas cuja origem está 
ligada diretamente à natureza, em que não há in-
terferência humana, como o vulcanismo; as fontes 
antrópicas ou antropogênicas têm a origem rela-
cionada a atividades humanas, como indústrias, 
automóveis e outras cujos impactos ambientais 
das atividades tornaram-se mais significativos 
quanto à poluição do ar.
A maior parte dos problemas relacionados 
à poluição atmosférica está relacionada com a 
exploração e a utilização de energia em vários 
processos produtivos. Poluição atmosférica, chu-
va ácida, destruição da camada de ozônio, efeito 
estufa, destruição da fauna e da flora são alguns 
exemplos que podemos citar causados por pro-
cessos produtivos.
159UNIDADE 7
Podemos classificar os agentes poluidores do 
ar em dois grupos principais: os primários e os 
secundários. Os poluentes primários são os que 
saem diretamente da fonte emissora; enquanto 
os poluentes formados pela interação entre com-
ponentes naturais e poluentes primários são cha-
mados de secundários. Os principais poluentes 
atmosféricos são: monóxido de carbono, dióxido 
de enxofre, dióxido de carbono, chumbo, ozônio, 
clorofluorcarbonetos e materiais particulados. 
Também apresentaremos alguns métodos de con-
trole da poluição do ar e dividimos em: controle 
de particulados e controle de poluentes. Em se-
guida, estudaremos sobre os padrões de qualidade 
do ar, bem como as legislações aplicáveis.
Além disso, abordaremos o conceito de polui-
ção sonora, suas principais fontes e seus efeitos 
sobre a saúde humana, além de métodos de con-
trole de ruídos.
O ar que respiramos é essencial à vida. Dessa 
maneira, esperamos respirar um ar limpo; contu-
do, em que consiste esse ar limpo? Ele é uma mis-
tura de gases e, de acordo com Vesilind e Morgan 
(2011), é composto por:
• 78,0% de nitrogênio.
• 20,1% de oxigênio.
• 0,9% de argônio.
• 0,03% de dióxido decarbono.
• 0,002% de neônio.
• 0,0005% de hélio.
No entanto, esse ar não é encontrado na natureza 
e nos serve como referência. Se isso é ar puro, en-
tão, é importante definir como poluentes aqueles 
materiais (líquidos, gases ou sólidos) que, quando 
são adicionados ao ar puro, em uma concentração 
suficientemente alta, causarão efeitos adversos, 
como compostos de enxofre emitidos na atmos-
fera, que reduzem o pH da chuva e resultam em 
acidez de rios e lagos, ocasionando danos.
Para Derisio (2012), o uso básico do recurso na-
tural ar é para manter a vida. Todos os usos devem 
estar sujeitos à manutenção da qualidade de ar que 
não degrada – aguda ou cronicamente – a saúde ou 
o bem-estar humano. Além disso, é preciso levar 
em consideração os aspectos estéticos e os impac-
tos econômicos decorrentes da poluição do ar.
O conceito de poluição atmosférica envolve 
uma série de atividades, fenômenos e substâncias 
que contribuem para o desequilíbrio e a deterio-
ração da qualidade natural da atmosfera. A Lei nº 
6.938/81, que estabelece a Política Nacional do 
Meio Ambiente (PNMA), por meio do seu art. 3º, 
define poluição como a degradação da qualidade 
ambiental resultante de atividade que, direta ou 
indiretamente (BRASIL, 1981):
• Prejudique a saúde, a segurança e o bem-
-estar da população.
• Crie condições adversas às atividades so-
ciais e econômicas.
• Afete, desfavoravelmente, a biota.
• Afete as condições estéticas ou sanitárias 
do meio ambiente.
A poluição atmosférica é abordada como um 
fenômeno decorrente devido, principalmente, 
à ação humana em vários aspectos, citando-se 
o rápido crescimento populacional, industrial e 
econômico, a concentração populacional e in-
dustrial, bem como dos hábitos da população e 
as medidas adotadas para o controle da poluição 
(DALLAROSA, 2005, p. 5).
160 Poluição Atmosférica – Controle e Qualidade das Emissões
A atmosfera apresenta, naturalmente, certa con-
centração típica de compostos químicos em sua 
composição, o que, de uma forma geral, não afeta 
as condições normais de existência dos seres vivos 
e dos materiais. Assim, a poluição atmosférica con-
siste na adição desses elementos capazes de atin-
gir concentrações que são nocivas ao ambiente.
Principais Poluentes do Ar
Os principais poluentes atmosféricos podem ser 
classificados, de maneira genérica, em três gru-
pos de substâncias: líquidas, sólidas e gasosas. No 
entanto, na prática, eles podem ser apresentados 
de forma combinada entre si, de tal maneira que 
conseguimos restringi-los em dois grupos: os ga-
ses e os materiais particulados. Ao observarmos 
a origem dos poluentes, eles podem ser classifi-
cados como primários ou secundários. Segundo 
Dallarosa (2005), são:
• Poluentes primários: aqueles emitidos 
diretamente na atmosfera. Constituem essa 
classe: dióxido de enxofre (SO2), monóxi-
do de carbono (CO), óxidos de nitrogênio 
(NOx) e hidrocarbonetos (HC). 
• Poluentes secundários: formados pela 
reação química entre poluentes primários 
ou destes com constituintes naturais da 
atmosfera. Como exemplos pertencentes 
dessa classe, podemos citar: ozônio (O3), 
peróxido de hidrogênio (H2O2), aldeídos 
(RCHO) e peroxiacetilnitrato (PAN).
Materiais particulados
O material particulado é uma mistura de partículas 
líquidas e sólidas em suspensão na atmosfera. Pode 
ser classificado como névoa, poeira, vapor, fumaça 
ou spray. Sua composição e o tamanho das partículas 
vão depender de sua fonte de emissão (SALDIVA; 
COELHO, 2013).
As faixas de tamanho dos poluentes são apresen-
tadas a seguir (VESILIND; MORGAN, 2011):
• Poeira: são partículas relativamente gran-
des, sendo definida como partículas sóli-
das, que são:
 » Carregadas por gases de processo prove-
nientes de materiais sendo manipulados 
ou processados, como carvão, cinzas e 
cimento.
 » Produtos diretos de um material básico, 
passando por operações mecânicas, como 
serragem de um trabalho com madeira.
 » Materiais carregados após a utilização em 
operações mecânicas, como a areia utili-
zada no processo de jateamento.
• Vapor: consiste em uma partícula sólida, fre-
quentemente, um óxido metálico, formado 
pela condensação de vapores por sublimação, 
destilação, calcinação ou processos de reações 
químicas, como: óxidos de zinco e chumbo 
oriundos da condensação e oxidação de me-
tal volatilizado em um processo a uma alta 
temperatura. São partículas bem pequenas, 
com diâmetros entre 0,03 a 0,3 µ.
• Névoa: consiste em partículas líquidas 
formadas pela condensação de um vapor 
e uma reação química. Seu diâmetro varia 
de 0,5 a 3,0 µ.
• Fumaça: partículas sólidas formadas pela 
combustão incompleta de metais carbo-
161UNIDADE 7
náceos. Embora hidrocarbonetos, ácidos 
orgânicos, óxidos de enxofre e óxidos de 
nitrogênio sejam também produzidos por 
processos de combustão, apenas as par-
tículas sólidas resultantes da combustão 
incompleta de materiais carbonáceos são 
chamados de fumaça. Possuem diâmetros 
de 0,05 até, aproximadamente, 1 µ.
• Sprays: consiste em partículas líquidas for-
madas pela atomização de um líquido base 
e sedimentam sob o efeito da gravidade.
Poluentes gasosos
Os poluentes gasosos incluem substâncias que 
são gases a uma temperatura e pressão normais, 
assim como vapores de substâncias líquidas ou 
sólidas sob condições normais. Dentre esses 
poluentes, os que apresentam maior relevância 
são: monóxido de carbono, hidrocarbonetos, 
ácido sulfúrico, óxidos de nitrogênio, ozônio e 
outros. O Quadro 1 apresenta alguns poluentes 
gasosos presentes no ar.
Quadro 1 - Poluentes gasosos presentes no ar
NOME FÓRMULA PROPRIEDADES RELEVANTES SIGNIFICÂNCIA COMO 
POLUENTE DO AR
Dióxido de enxofre SO2 Gás incolor, provoca asfixia 
intensa, forte odor, altamente 
solúvel em água, formando áci-
do sulfurosos, H2SO3.
Perigo para propriedade, saú-
de e vegetação.
Trióxido de enxofre SO3 Solúvel em água, formando o 
ácido sulfúrico - H2SO4.
Altamente corrosivo.
Ácido sulfídrico H2S Odor de ovo estragado em bai-
xas concentrações, inodoro a 
altas concentrações.
Altamente venenoso.
Óxido nitroso N2O Gás incolor, utilizado como gás 
de transporte em produtos 
com aerossol.
Relativamente inerte; não pro-
duzido na combustão.
Óxido nítrico NO Gás incolor. Produzido em combustão a 
altas temperaturas e pressão, 
oxida para NO2.
Dióxido de nitrogênio NO2 Gás de cor marrom a alaran-
jada.
Principal componente na for-
mação de névoa fotoquímica.
Monóxido de carbono CO Incolor e inodoro. Produtos de combustões in-
completas, venenoso.
Dióxido de carbono CO2 Incolor e inodoro. Formado durante combustões 
completas; gás do efeito estu-
fa.
Ozônio O3 Altamente reativo. Perigo para vegetações e pro-
priedades, produzido, princi-
palmente, durante a formação 
de névoa fotoquímica.
Hidrocarboneto CXHY ou HC Diversas. Emitido por automóveis e in-
dústrias, formado na atmos-
fera.
Metano CH4 Combustível, inodoro. Gás do efeito estufa.
Clorofluorcarbonetos CFC Não reativo, excelentes pro-
priedades térmicas.
Decompõe o ozônio na cama-
da superior da atmosfera.
Fonte: adaptado de Vesilind e Morgan (2011, p. 279).
162 Poluição Atmosférica – Controle e Qualidade das Emissões
Fontes de Poluição
Quando discutimos a origem da poluição atmosfé-
rica, devemos distinguir os processos envolvidos na 
formação dos poluentes atmosféricos, que resultam 
de processos naturais ou processos antropogênicos. 
As fontes de poluição consistem em qualquer pro-
cesso natural ou antropogênico que possa liberar ou 
emitir matéria ou energia para atmosfera, deixando-a 
contaminada ou poluída (DALLAROSA, 2005).
As fontes naturais de poluentes consistem em 
emissões que ocorrem na natureza sem a interfe-
rência humana, como a emissão de gases provocada 
por erupções vulcânicas (vulcanismo) (Figura 1), a 
decomposição de vegetais e animais, a ressuspensão 
de poeira do solo pela ação do vento, os aerossóis 
marinhos, a formação de ozônio devido a descargas 
elétricas na atmosfera, os incêndios naturaisem flo-
restas e os pólens de plantas (DALLAROSA, 2005).
As fontes antropogênicas (ou antrópicas) são 
aquelas que emitem poluentes a partir de ativida-
des humanas, provenientes de transportes, ativi-
dades industriais e fontes de descargas de resíduos 
sólidos. No que diz respeito a processos industriais 
que podem ocasionar a poluição do ar, podemos 
destacar a queima de combustível por meio de 
veículos a álcool, à gasolina ou a outro combustí-
vel, combustão industrial e à geração de energia.
Quadro 2 - Tipos de indústrias e tipos de poluentes
TIPOLOGIA DA INDÚSTRIA NATUREZA DA ATIVIDADE TIPOS DE POLUENTES
Indústria de minerais não 
metálicos: incluem indús-
trias que fabricam produ-
tos de material cerâmico e 
refratário, cimento, vidro, 
concreto, produtos de 
gesso e abrasivos.
Os principais processos e opera-
ções poluidores são constituídos 
pelas operações de redução de 
tamanho, pela manipulação e 
pelo transporte de matéria-pri-
ma, por processos de desidra-
tação, calcinação, oxidação da 
matéria orgânica e íon ferroso e 
formação de silicatos em estufas 
e fornos, por operações e acaba-
mento, como de esmaltação.
Poeiras: principalmente provenien-
tes de operações de redução de 
tamanho; 
Fumaça e fumos: principalmente 
provenientes dos processos de 
combustão e de secagem e cozi-
mento em fornos.
Fontes Fixas ou Estacionárias
As fontes fixas de poluição atmosféricas são 
aquelas que ocupam uma área relativamente 
limitada, que permitem uma análise direta na 
fonte. As fontes classificadas como fixas são 
referentes às atividades industriais de trans-
formação, mineração e produção de energia 
por meio de usinas termelétricas (BRASIL, 
[2019]).
Cada fonte industrial de poluição do ar 
apresenta problemas específicos de poluição, 
pois as emissões são decorrentes de caracte-
rísticas inerentes do processo de produção, 
das quais podemos citar: matérias-primas e 
combustíveis, processos e operações adotados, 
produtos fabricados, eficiência do processo in-
dustrial e medidas de controle utilizadas pela 
indústria.
De acordo com Derisio (2012), as indústrias, 
normalmente, são classificadas em categorias 
(metalúrgicas, mecânicas, têxteis, bebidas, ali-
mentícias, químicas e outras) por meio das 
quais se pode calcular o potencial de poluição 
atmosférica por categoria. O Quadro 2 apresen-
ta os tipos de indústrias, bem como os tipos de 
poluentes emitidos por elas.
163UNIDADE 7
Indústrias metalúrgicas – 
fundições
Fundições primárias, que se re-
ferem àquelas que produzem o 
metal do minério, e as fundições 
secundárias, que incluem aque-
las que recuperam o metal de 
sucatas e refugos e produzem 
ligas e lingotes.
Fumos de óxidos metálicos, poeira 
e produtos de combustão da opera-
ção de fusão, dependendo da volati-
lidade e das impurezas dos metais, 
sucata ou minério.
Dióxido de enxofre, dependendo do 
enxofre no minério, no carvão e no 
combustível utilizado.
Indústrias metalúrgicas – 
produtos
Envolvem indústrias que produ-
zem peças forjadas, laminadas, 
trefiladas e extrudadas.
Fumos metálicos, poeiras das fundi-
ções, névoas e vapores de solventes 
provenientes da aplicação do reves-
timento de proteção nos departa-
mentos de acabamento.
Indústria de madeira e 
mobiliário
Indústrias de desdobramento, 
compensação e produção de 
chapas de madeira prensada, de 
fabricação de peças e estruturas 
de madeira aparelhada, fabrica-
ção de artigos de tancara e de 
cortiça, fabricação de artigos di-
versos de madeiras e produtos 
afins.
Material particulado, gotícula de 
tinta, solventes e fumaça de equi-
pamentos que queimam resíduos.
Indústrias químicas e 
farmacêuticas
Incluem uma variedade de pro-
dutos: elementos químicos e 
produtos químicos inorgânicos 
e orgânicos, matérias plásticas 
básicas e fios artificiais, pólvora 
e explosivos, óleos brutos, essên-
cias vegetais e matérias graxas 
animais, preparados para limpe-
za e polimento, desinfetantes, 
inseticidas, germicidas, tintas, 
esmaltes, vernizes, sabões, velas, 
produtos farmacêuticos e outros.
Fabricação do ácido nítrico: por 
meio do processo de oxidação da 
amônia, são emitidos cerca de 
26 kg de óxidos de nitrogênio, ex-
pressos em NO2, por tonelada de 
ácido produzida. 
Fabricação de ácido sulfúrico: 
por meio do processo de conta-
to, estima-se uma emissão de 9 a 
32 kg de SO2 e de 0,14 a 3,40 kg 
de névoas ácidas por tonelada de 
ácido produzida. 
Fabricação de ácido fosfórico: 
por meio do processo unido, esti-
ma-se uma emissão de compostos 
de flúor de 9 a 27 kg por tonelada 
de P2O5 produzida.
Indústria de produtos 
alimentares e bebidas
Incluem beneficiamento, torre-
fação e moagem de produtos 
alimentares, preparação de con-
servas de frutas, legumes, espe-
ciarias, pasteurização de leite e 
fabricação de laticínios, fabrica-
ção e refino de açúcar, fabricação 
de balas, produtos de padaria e 
outros produtos.
Diferentes poluentes e odores po-
dem ocorrer nas fases do proces-
samento dos produtos. Poeiras são 
emitidas das operações de benefi-
ciamento e moagem.
Indústrias de papel e 
papelão
Fabricação de papel e papelão. Material particulado e substâncias 
odoríferas (mercaptanas e sulfeto 
de hidrogênio).
Fonte: adaptado de Derisio (2012).
164 Poluição Atmosférica – Controle e Qualidade das Emissões
Fontes móveis
São constituídos por veículos automotores, trens, 
aviões, embarcações marinhas, denominadas de 
fontes móveis. Para Derisio (2012), os veículos são 
divididos em leves, que utilizam gasolina, álcool 
e gás natural, e pesados, que utilizam óleo diesel. 
Independentemente do tipo do veículo, ele produz 
gases, vapores e materiais particulados. Os prin-
cipais gases tóxicos são o monóxido de carbono 
(CO), compostos orgânicos chamados de hidro-
carbonetos (HC), óxidos de nitrogênio (NOx), 
aldeídos e material particulado, que é constituído 
por partículas de dimensões diminutas, da ordem 
milésimos de milímetros, identificados como fu-
ligem ou poeira.
Efeitos da Poluição 
Atmosférica
Os efeitos da poluição atmosférica são caracteri-
zados de acordo com a alteração das condições 
normais da atmosfera ou pelo aumento de proble-
mas já existentes. Esses efeitos podem ser globais, 
locais ou regionais.
No que diz respeito à escala global, podemos 
citar a alteração da acidez das águas da chuva 
(chuva ácida), aumento da temperatura do pla-
neta e modificação da intensidade da radiação 
solar (DALLAROSA, 2005).
De uma maneira geral, os efeitos causados pela 
poluição do ar são manifestados por danos à saú-
de humana, às propriedades da atmosfera, à ve-
getação, à economia, bem como danos materiais.
Danos à saúde
Poluentes atmosféricos podem causar um impacto 
negativo na saúde humana. De acordo com Deri-
sio (2012), os efeitos da poluição atmosférica sobre 
o que pode provocar na saúde são: doenças agudas 
ou morte, doenças crônicas, encurtamento da vida 
ou dano ao crescimento, alteração de importantes 
funções fisiológicas, tais como ventilação do pul-
mão, asma, bronquite, transporte de oxigênio pela 
hemoglobina, irritação sensorial, fadiga e outros.
É importante salientar que, no decorrer dos 
anos, a poluição atmosférica provocou uma série 
de episódios agudos. O Quadro 3 apresenta alguns 
episódios ocasionados pela poluição do ar.
Tenha sua dose extra de conhecimento assistindo ao vídeo. Para acessar, use 
seu leitor de QR Code.
Em 5 de dezembro de 1952, um grande nevoeiro tomou conta da cidade de Londres: era o começo 
do desastre de poluição atmosférica mais letal da história britânica. Mais de 60 anos depois, uma 
equipe internacional de químicos descobriu por que a névoa era fatal. Saiba mais acessando o link: 
https://gizmodo.uol.com.br/formacao-nevoeiro-londres/.
https://apigame.unicesumar.edu.br/getlinkidapp/3/592
165UNIDADE 7
Quadro 3 - Episódios provocados pela poluição do ar
ANO LOCAL HISTÓRICO Nº DE MORTES
1930 Bélgica – Vale do Rio Meuse Região que tinha muitas indústrias, na qual 
ocorreu uma inversão de temperatura, pro-
vocandocongestão das vias respiratórias es-
pecialmente em crianças e pessoas idosas.
60
1948 Estados Unidos – Donnora Região de indústrias metalúrgicas onde 
ocorreu inversão de temperatura, provo-
cando congestão das vias respiratórias.
17
1950 México – Poza Rica Compostos de enxofre emitidos por uma 
indústria provocaram a internação de 320 
pessoas acometidas de problemas respira-
tórios e nervosos, durante uma inversão de 
temperatura.
32
1952 Brasil – Bauru Doenças respiratórias agudas em 150 pes-
soas, provocadas por alergia ao pó de se-
mente de mamona, utilizada na fabricação 
de óleo.
9
1957 Inglaterra Smog (mistura de fumaça com neblina). 1000
1960 Inglaterra Smog 800
1962 Inglaterra Smog 700
Fonte: adaptado de Derisio (2012).
Danos aos materiais
A poluição atmosférica também pode causar da-
nos aos materiais, tais como: a deposição sobre 
materiais, abrasão, remoção, ataques químicos 
diretos e indiretos e a corrosão eletroquímica.
Danos às propriedades 
da atmosfera
A falta de visibilidade é um dos principais problemas 
ocasionados pela poluição atmosférica. Para Deri-
sio (2012), a visibilidade urbana pode ser afetada, 
principalmente, por fatores meteorológicos, a saber:
• Altura de inversão e velocidade dos ventos.
• Elevadas condições de umidade.
A diminuição da visibilidade ocorre em função 
das partículas líquidas e sólidas que estão suspen-
sas na atmosfera, que dispersam e absorvem a luz.
Danos à vegetação
As plantas podem ser afetadas por poluentes 
atmosféricos, tais como: necrose de tecidos de 
folhas, redução da penetração de luz (isso reduz 
a capacidade da fotossíntese), penetração de po-
luentes pelos estômatos das plantas, redução da 
taxa de crescimento, aumento na suscetibilidade 
de doenças e interrupções do processo reprodu-
tivo da planta (DALLAROSA, 2005).
Danos à economia
Para controlar e/ou remover a poluição atmosféri-
ca, os efeitos adversos são extremamente onerosos 
para os habitantes de áreas urbanas industrializa-
das (DERISIO, 2012). O custo é complexo, entre-
tanto, podemos fazer certas estimativas.
Vimos que as fontes de poluição do ar podem emi-
tir poluentes gasosos ou partículas, monóxido de 
carbono, hidrocarbonetos, dióxido de enxofre e 
óxidos de nitrogênio, que são exemplos de poluen-
tes gasosos. Já como exemplos de emissões de par-
tículas, temos: fumaça, emissões de poeira e outros.
Segundo Marra Junior (2013), os poluentes 
existentes na atmosfera, lançados pelas fontes de 
emissão, são denominados poluentes primários, 
por exemplo: monóxido de carbono, dióxido de 
enxofre e óxidos de nitrogênio. Enquanto os po-
luentes secundários são aqueles formados na at-
mosfera como resultados de reações, tais como: 
hidrólise, oxidação e oxidação fotoquímica, como 
névoas ácidas e oxidantes fotoquímicos. No que 
diz respeito à gestão da qualidade do ar, as prin-
cipais estratégias estão voltadas ao controle da 
origem dos poluentes primários, pois o meio mais 
eficaz de controlar os poluentes secundários é 
minimizar os poluentes primários. Quando ava-
liamos os níveis de qualidade do ar em uma região, 
devemos saber algumas informações importantes, 
como conhecer a quantidade, bem como as carac-
terísticas das emissões.
Métodos 
de Controle
167UNIDADE 7
Dessa maneira, podemos dividir os métodos de controle da po-
luição do ar em duas categorias: aquelas que realizam a remoção de 
material particulado em suspensão e aquelas que buscam a remoção 
de poluentes gasosos das correntes gasosas.
Controle de Particulados
Primeiramente, começaremos nossos estudos com o controle de 
métodos para remoção do material particulado suspenso, são eles: 
câmara gravitacional, ciclone, filtros de saco, precipitador eletros-
tático e Lavador Venturi. Veremos com detalhes o funcionamento 
desses equipamentos a seguir.
Câmara gravitacional
É um modelo simples e um dos mais antigos para controle da polui-
ção do ar, que consiste, basicamente, em uma câmara de expansão, 
na qual ocorre a redução da velocidade do gás até um ponto em 
que as partículas nele em suspensão são capturadas pela ação da 
gravidade (sedimentação) (MARRA JUNIOR, 2013). Quanto maior 
for a partícula, maior será a taxa de sedimentação. Em uma dada 
corrente gasosa, as partículas maiores sedimentam mais rápido do 
que as maiores.
Ciclone
Conhecidos como separadores centrífugos (Figura 1), os ciclones 
são bem utilizados no controle de particulados, em especial quando 
partículas relativamente grandes precisam ser coletadas (MARRA 
JUNIOR, 2013).
Figura 1 - Modelo de um ciclone
Apresentam baixo custo de insta-
lação e manutenção, não possuem 
partes móveis, podem ser confec-
cionados em vários materiais e 
ocupam espaço reduzido. Podem 
apresentar-se em muitas formas e 
tamanhos, mas o princípio básico 
da separação consiste na atuação 
da força centrífuga sobre as par-
tículas. Para Vesilind e Morgan 
(2011), o esquema consiste no ar 
sujo que é forçado para dentro do 
cone, como em uma centrífuga. 
Os sólidos pesados migram para a 
parede do cilindro, onde reduzem 
a velocidade em função do atrito, 
deslizam pelo cone e saem pelo 
fundo. O ar limpo fica no meio 
do cilindro e sai pelo topo.
168 Poluição Atmosférica – Controle e Qualidade das Emissões
Filtros de saco
Também conhecidos como filtros de tecido, utili-
zados para coletar a poeira, que deve ser retirada 
do saco periodicamente. Segundo Marra Junior 
(2013), em aplicações industriais, o meio material 
poroso é, geralmente, um tecido (pano), com que 
se confecciona uma estrutura de formato tubular, 
semelhante a uma manga de camisa.
Precipitador eletrostático
O material particulado é removido após ser ele-
tricamente carregado por elétrons, passando de 
um eletrodo de alta tensão para outro e, então, 
migra para o eletrodo de coleta com carga positiva 
(VESILIND; MORGAN, 2011). Existem vários 
mecanismos pelos quais partículas sólidas ou lí-
quidas podem adquirir cargas elétricas, e os mais 
comuns são: eletrificação por contato ou atrito 
(triboeletrificação) por indução, por corrente co-
rona e por ionização (MARRA JUNIOR, 2013). 
Para Marra Junior (2013, p. 549):
 “
[...] uma corrente ou descarga corona é pro-
duzida quando uma alta voltagem é aplicada 
entre dois eletrodos, sendo um deles, nor-
malmente, um fio ou uma barra de diâmetro 
pequeno e outro, uma placa plana, gerando, 
assim, um campo elétrico não uniforme. 
Como resultado, o campo elétrico nas pro-
ximidades do eletrodo fino é intensificado.
Lavador Venturi
Consiste em colocar em contato íntimo a corrente 
gasosa e um líquido atomizado, geralmente água. 
O termo “lavadores”, de certa forma, é utilizado 
para remover ou coletar materiais particulados 
(MARRA JUNIOR, 2013). Um dos lavadores que 
são bem utilizados em indústrias para tratamento 
de efluentes gasosos é o lavador tipo Venturi, um 
equipamento industrial que tem como principal 
objetivo limpar a corrente gasosa dos contaminan-
tes antes de sua emissão externa, assim, trabalha 
com um aumento da velocidade da corrente de ar 
em sua garganta, a fim de aumentar sua eficiência 
na coleta (COSTA, 2002).
O lavador Venturi é exigido em casos em que a 
eficiência precisa ultrapassar 90% para partículas 
finas. É composto por um duto transversal (circu-
lar ou retangular), sendo distinto em três partes: 
seção convergente, a garganta e a seção divergente 
(ou difusor). Podemos observar o esquema do 
lavador Venturi, na Figura 2:
Garganta
Líquido
Seção
divergente
Saída do
ar limpo
Gás “sujo”
contaminado por 
particulados
Seção
convergente
Figura 2 - Lavador Venturi e suas partes principais
Fonte: adaptada de Marra Junior (2013).
169UNIDADE 7
O seu funcionamento ocorre da seguinte maneira: 
o líquido de lavagem é introduzido com pressão 
na “garganta” (vena contracta), por meio de bicos 
atomizadores, em que são geradas pequenas gotas. 
O gás sujo, contaminado por materiais particula-
dos, atravessa essa região em alta velocidade, em 
torno de 30 m/s a 120 m/s (MARRA JUNIOR,2013), o que ajuda na dispersão das gotas de líqui-
do e na captura do material particulado.
Nesse equipamento, tem-se a necessidade 
de introduzir uma corrente gasosa (que é a que 
será tratada) e uma corrente líquida (corrente de 
tratamento). Podem ser empregadas no controle 
de emissão de partículas oriundas de indústrias 
químicas de produtos minerais, polpa e papel, alu-
mínio, ferro e outros tipos de resíduos sólidos de 
origem tóxica, abrasiva, corrosiva e, até mesmo ex-
plosiva (COSTA, 2002). Em aplicações industriais, 
há muitas vantagens, a saber (COSTA, 2002):
• Alta eficiência na coleta de partículas finas 
e ultrafinas (respiráveis).
• É compacto, exige pouco espaço físico nas 
indústrias.
• Capacidade de trabalhar com particulados 
explosivos, inflamáveis, pegajosos e ade-
rentes, pelo fato de operar como coletores 
úmidos.
• Pode-se trabalhar com a limpeza simultâ-
nea de gases tóxicos e particulados.
• Reaproveitamento do efluente líquido ge-
rado, por trabalhar em um sistema fechado.
• Pode trabalhar no tratamento de gases a 
altas temperaturas e altas umidades.
Costa (2002) também elenca algumas desvanta-
gens na sua utilização, tais como:
• Pode necessitar de um sistema de trata-
mento de efluentes líquidos.
• O material é coletado a úmido, dificultan-
do a sua reutilização.
• Mais suscetível a problemas de corrosão.
• Perda de carga alta para altas eficiências 
de coleta.
• Pode apresentar problemas de incrustação.
Controle de 
Poluentes Gasosos
Agora, estudaremos os métodos de controle de 
métodos para remoção de poluentes gasosos, 
como: condensador, absorvedor, incinerador e 
separador por membranas.
Condensador
Segundo Marra Junior (2013), a condensação 
consiste em um processo de conversão de um 
gás ou de um vapor líquido (ocorre a mudança 
de fase). Assim, os condensadores, normalmente, 
utilizam água ou ar para resfriar e condensar uma 
corrente gasosa ou um de seus componentes. São 
dispositivos que não atingem temperaturas muito 
baixas (aproximadamente 30 ºC), portanto, não 
têm muita eficiência de remoção da maioria dos 
gases, apenas em casos que o vapor se conden-
se em altas temperaturas. A condensação pode 
ocorrer quando a pressão parcial do poluente na 
corrente (mistura) gasosa é igual à sua pressão 
de vapor como substância pura, na temperatura 
considerada.
170 Poluição Atmosférica – Controle e Qualidade das Emissões
As condições nas quais um determinado gás 
pode se condensar dependerá de suas proprieda-
des físicas e químicas, que podem ocorrer quando 
a pressão parcial do poluente na corrente (mis-
tura) gasosa é igual à sua pressão de vapor como 
substância pura, na temperatura considerada. Em 
situações práticas, os condensadores operam com 
remoção de calor da corrente gasosa (abaixamen-
to de temperatura). Os tipos mais comuns são: 
condensadores de contato (fluido resfriador ou 
fluido é colocado em contato direto com a corren-
te gasosa), misturado com o gás e os de superfície 
(fluido do resfriador está confinado em um com-
partimento distinto da corrente gasosa).
Absorvedor
Segundo Marra Junior (2013, p. 555):
 “
absorção envolve a remoção de poluentes ga-
sosos (chamados de absorvados ou solutos) 
de uma corrente de processos pela dissolu-
ção em um líquido (chamado de absorvente 
ou solvente). A condição necessária para a 
aplicação da absorção para o controle da 
poluição é a solubilidade dos poluentes no 
líquido. Em um processo de absorção, colo-
camos em contato íntimo a corrente gasosa 
e o líquido, mais favorável é a condição para 
a absorção, pois, sendo este um processo de 
transferência de massa, a elevada área infer-
facial líquido-gás colabora com o fenômeno. 
O mecanismo principal de transferência de 
massa é a difusão entre os constituintes das 
fases gasosa e líquida. Consequentemente, a 
taxa de absorção é determinada pelas taxas 
de difusão nas fases. O processo de transfe-
rência de massa ocorre até que o equilíbrio 
seja atingido (equilíbrio de fases).
Para utilizar a absorção em seu dimensionamento, 
é preciso conhecer as características do solvente, 
que precisa ter as seguintes características, a saber 
(VESILIND; MORGAN, 2011):
• Alta solubilidade no gás.
• Baixa volatilidade.
• Baixa viscosidade e toxicidade.
• Alta estabilidade química e baixo ponto de 
congelamento.
• Baixo custo.
Segundo Marra Junior (2013), temos configurações 
de equipamentos diferentes, sendo as mais utiliza-
das as colunas de recheio ou empacotadas (packed 
beds) ou colunas de aspersão (spray towers).
Adsorvedor
De acordo com Vesilind e Morgan (2011), a 
adsorção é um método importante quando 
conseguimos colocar o poluente em contato 
com um adsorvente, como o carvão ativado. A 
quantidade de moléculas (ou massa) que um 
adsorvente é capaz de reter chamamos de ad-
sorção, e é expressa pela razão entre a massa 
de adsorvato e a massa de adsorvente, como, 
por exemplo, g de adsorvato/ g de adsorvente 
(MARRA JUNIOR, 2013).
Os adsorventes podem ter formas e tama-
nhos diferentes, e seu processo, normalmen-
te, se dá por meio de um sistema cíclico, no 
qual o adsorvente é submetido a uma etapa de 
adsorção, em que os componentes adsorvidos 
são removidos e o adsorvente é regenerado; 
esse tipo de operação chamamos de batelada 
cíclica. Além disso, temos configurações de 
equipamentos (recheio ou empacotadas) ou 
de leitos fixos.
171UNIDADE 7
Incinerador
De acordo com Marra Junior (2013), a combustão 
é um processo químico que ocorre com a combi-
nação do oxigênio com vários compostos quími-
cos, que liberam calor. O processo de combustão 
(oxidação térmica) é mais frequente no controle 
de emissões de compostos orgânicos.
Além disso, esse processo pode ser empre-
gado quando for necessário anular de forma 
mais eficiente alguns poluentes, como é o caso 
de gases tóxicos ou perigosos. Os sistemas de 
combustão são relativamente caros, utilizam um 
sistema adicional para queima dos poluentes e, 
geralmente, possuem algum dispositivo para 
recuperação do calor gerado. Um processo ideal 
é aquele que a combustão é completa, ou seja, 
os produtos da reação são apenas H2O e CO2. 
Se outros produtos são gerados, como o CO ou 
óxidos de nitrogênio, a combustão é incompleta. 
Se a combustão é incompleta, pode gerar pro-
blemas adicionais, resultando na formação de 
aldeídos ou ácidos orgânicos.
A oxidação de compostos contendo enxofre 
ou halogênios produz compostos indesejáveis, 
como dióxido de enxofre, ácido clorídrico ou 
fosgênio (COCl2). Sendo assim, um processo de 
absorção deve ser utilizado para tratamento das 
emissões. Para que seja alcançada a combustão 
completa, devemos colocar em contato íntimo 
os poluentes, o combustível e o ar (oxigênio), 
proporcionando as seguintes condições: tempe-
ratura elevada para ignição da mistura poluente/
combustível, mistura turbulenta dos reagentes 
e tempo de residência suficiente para a reação 
ocorrer (MARRA JUNIOR, 2013).
Incineradores operam com temperaturas entre 
600 e 650 ºC quando oxidam a maioria dos com-
postos orgânicos, mas, em alguns casos, podem 
variar entre 1.800 e 2.200 ºC para poluentes mais 
perigosos. Podem ser utilizados gás natural ou 
propano como combustíveis para manutenção 
das temperaturas adequadas. A Figura 3 apresenta 
a forma simplificada de um incinerador.
O oxigênio é necessário para a combustão ocor-
rer e, para combustão completa de um composto, 
uma quantidade de oxigênio deve estar presente 
para a conversão de todo carbono a gás carbônico.
Calor
Gás 
“limpo”
Recuperação 
de calorCombustível
Ar
Gás “sujo”
Queimador
Câmara de
combustão
Figura 3 - Esquema simplificado de um incinerador
Fonte: adaptada de Marra Junior (2013).
Separador de membranas
Esse processo tem como característica a passa-
gem da mistura gasosa por meio de uma mem-
brana permeável, ocorrendo separação seletiva 
dos componentes (esse processo também pode 
ser utilizado no tratamento de efluentes líquidos, 
tratamento de águas).
As membranas comerciaissão, normalmente, 
sintetizadas a partir de materiais polimétricos. O 
polipropileno, a poliamida e o poliacrilonitrilo 
(MARRA JUNIOR, 2013) são utilizados na fa-
bricação de membranas. Também são utilizados 
materiais inorgânicos, como alumina e sílica. Na 
limpeza dos gases, as membranas são mais fre-
quentemente utilizadas para o tratamento de cor-
rentes gasosas que contém compostos orgânicos 
voláteis com concentrações acima de 1.000 ppm 
e vazões moderadas.
No processo de incineração, se não houver oxi-
gênio suficiente, a combustão será incompleta. 
Quando trabalhamos a incineração no trata-
mento de gases, é preciso que haja a quantida-
de de oxigênio adequada, se não, a combustão 
será incompleta.
173UNIDADE 7
Para conhecer os padrões de qualidade, é preciso 
conhecer alguns conceitos importantes, que, se-
gundo Derisio (2012), são:
• Meteorologia: ciência que estuda os fe-
nômenos atmosféricos que se manifestam 
e ocorrem na natureza. É de suma impor-
tância, pois esses fenômenos são funda-
mentais em relação à poluição do ar. As 
condições meteorológicas possibilitam 
estabelecer uma forma de ligação entre a 
fonte de poluição e o receptor, tendo como 
referência o transporte e dispersão dos po-
luentes.
• Estabilidade atmosférica: relacionada 
com os movimentos ascendentes e descen-
dentes de volumes de ar, depende da velo-
cidade do vento, turbulência atmosférica, 
insolação, chuva, neve e outras condições 
climáticas.
Padrões de 
Qualidade
174 Poluição Atmosférica – Controle e Qualidade das Emissões
• Inversões térmicas: temos duas formas 
por radiação e subsidiência:
 » Por radiação: acontece quando o solo 
esfria por radiação durante a noite, 
isso impede a dispersão das emissões 
de poluentes na cidade, à noite.
 » Térmica: ocorre quando da existência 
do processo de afundamento e compres-
são de massa de ar, quanto maior for a 
convergência em altitude, maior o movi-
mento descendente, havendo maior grau 
de compressão da atmosfera, com isso há 
o aumento de temperatura.
A inversão térmica é um fenômeno que dificulta 
a dispersão dos poluentes gerados nos centros 
urbanos. Ela é consequência do rápido aqueci-
mento e resfriamento da superfície. Esse fenô-
meno pode ocorrer naturalmente ou ser causado 
pela maneira como a cidade está estruturada.
Qualidade do Ar
Além das condições meteorológicas, a aná-
lise da concentração de poluentes presentes na 
atmosfera é fundamental para um programa de 
controle da poluição do ar por parte da agência 
governamental responsável por esse controle. Se-
gundo Derisio (2012), os propósitos em avaliar 
são inúmeros, a saber:
• Ter conhecimento e fazer comparação da 
atual qualidade do ar na área de jurisdição.
• Analisar tendências com o intuito de fixar 
padrões de qualidade do ar.
• Ativar ações de emergência com o objeti-
vo de evitar episódios agudos referentes à 
poluição atmosférica.
• Prover dados para o planejamento de uso 
e ocupação do solo.
• Estudar a viabilidade de modelos matemá-
ticos utilizados na dispersão atmosférica.
Indicadores de Qualidade
Os indicadores de qualidade do ar são medidos 
pela quantificação de suas substâncias poluentes. 
Para Derisio (2012), a variedade de substâncias 
presentes na atmosfera é muito grande, o que torna 
difícil a tarefa de estabelecer uma classificação; 
no entanto, podemos dividir em duas categorias, 
a saber:
• Poluentes primários: emitidos direta-
mente pelas fontes de emissão.
• Poluentes secundários: formados por 
meio da reação química entre poluentes 
primários e constituintes naturais da at-
mosfera.
Padrões de Qualidade do Ar
Os principais objetivos da avaliação da qualidade 
por monitoramento são:
• Avaliar a qualidade do ar com o intuito de 
proteger a saúde e o bem-estar das pessoas.
• Fornecer dados para ativar ações de emer-
gência durante períodos de estagnação at-
mosférica (quando os níveis de poluentes 
na atmosfera possam representar risco à 
saúde pública).
• Acompanhar as tendências e mudanças na 
qualidade do ar. 
Com o intuito de atender a esses objetivos, faz-se 
necessária a fixação de padrões de qualidade do 
ar, que, para Derisio (2012, p. 133):
175UNIDADE 7
 “
[...] define legalmente um limite máximo 
para a concentração de um componente at-
mosférico, que garanta a proteção da saúde 
e do bem-estar das pessoas. Os padrões de 
qualidade do ar são baseados em estudos 
científicos dos efeitos produzidos por po-
luentes específicos e são fixados em níveis 
que possam propiciar uma margem de se-
gurança adequada.
Os padrões de qualidade do ar (PQAr) podem 
variar de acordo com a abordagem adotada para 
balancear riscos à saúde, viabilidade técnica, con-
siderações econômicas e vários outros fatores po-
líticos e sociais que, por sua vez, dependem, entre 
outras coisas, do nível de desenvolvimento e da 
capacidade nacional de gerenciar a qualidade do 
ar (BRASIL, 2017).
Aqui no Brasil, os padrões de qualidade do ar 
foram estabelecidos pela Resolução CONAMA 
nº 003/1990, sendo, de acordo com esta resolu-
ção, divididos em padrões primários e secundá-
rios, a saber:
• São padrões primários de qualidade 
do ar: as concentrações de poluentes que, 
ultrapassadas, poderão afetar a saúde da 
população. Podem ser entendidos como 
níveis máximos toleráveis de concentra-
ção de poluentes atmosféricos, constituin-
do-se em metas de curto e médio prazo 
(BRASIL, 1990c).
• São padrões secundários de qualida-
de do ar: as concentrações de poluentes 
atmosféricos abaixo das quais se prevê o 
mínimo efeito adverso sobre o bem-estar 
da população, assim como o mínimo dano 
à fauna e à flora, aos materiais e ao meio 
ambiente em geral. Podem ser entendidos 
como níveis desejados de concentração 
de poluentes, constituindo-se em meta de 
longo prazo (BRASIL, 1990c).
PRONAR - Programa Nacional 
de Controle da Poluição do Ar
A Resolução CONAMA nº 003, de 1990, ins-
tituiu o PRONAR como um dos instrumentos 
básicos da gestão ambiental para proteção da 
saúde e bem-estar das populações e melhoria da 
qualidade de vida, que tem por objetivo permitir 
o desenvolvimento econômico e social do país, 
de forma ambientalmente segura, pela limitação 
dos níveis de emissão de poluentes por fontes de 
poluição atmosférica, com vistas (BRASIL, 1990c):
• À melhoria na qualidade do ar.
• Ao atendimento aos padrões estabelecidos.
• Ao não comprometimento da qualidade 
do ar em áreas consideradas não degra-
dadas.
A estratégia era limitar, em nível nacional, as emis-
sões por tipologia de fontes e poluentes prioritários, 
reservando o uso dos padrões de qualidade do ar 
como ação complementar de controle, conceituan-
do e propondo-se a estabelecer (BRASIL, 1990c):
• Limites Máximos de Emissão: a quanti-
dade de poluentes permissível de ser lan-
çada por fontes poluidoras para a atmos-
fera, que serão diferenciados em função 
da classificação de usos pretendidos para 
as diversas áreas e serão mais rígidos para 
as fontes novas de poluição - aqueles em-
preendimentos que não tenham obtido a 
licença prévia do órgão ambiental na data 
da publicação da Resolução.
• Adoção de Padrões Nacionais de Quali-
dade do Ar: para uma avaliação permanen-
te das ações de controle estabelecidas, são 
adotados padrões de qualidade do ar, como 
ação complementar e referencial aos limites 
máximos de emissão estabelecidos. Foram 
estabelecidos dois tipos de padrões de qua-
lidade do ar: os primários e os secundários.
176 Poluição Atmosférica – Controle e Qualidade das Emissões
• Prevenção de Deterioração Significati-
va da Qualidade do Ar: para implemen-
tar a política de não deterioração significa-
tiva da qualidade do ar em todo o território 
nacional, previa que as áreas deveriam ser 
enquadradas de acordo com a seguinte 
classificação de usos pretendidos:
 » Classe I: áreas de preservação, lazer 
e turismo, tais como Parques Nacio-
nais e Estaduais, Reservas e Estações 
Ecológicas, Estâncias Hidrominerais e 
Hidrotermais. Nessas áreas, deverá ser 
mantida a qualidadedo ar em nível o 
mais próximo possível do verificado 
sem a intervenção antropogênica.
 » Classe II: áreas onde o nível de deterio-
ração da qualidade do ar seja limitado 
pelo padrão secundário de qualidade.
 » Classe III: áreas de desenvolvimento 
onde o nível de deterioração da qua-
lidade do ar seja limitado pelo padrão 
primário de qualidade; por meio de Re-
solução específica do CONAMA, serão 
definidas as áreas Classe I e Classe III, 
sendo as demais consideradas Classe II.
• Monitoramento da Qualidade do Ar: 
com base na necessidade de conhecer e 
acompanhar os níveis de qualidade do ar, 
como forma de avaliação das ações de con-
trole estabelecidas, estabeleceu a criação de 
uma Rede Nacional de Monitoramento da 
Qualidade do Ar, que deveria permitir o 
acompanhamento e a comparação com os 
respectivos padrões estabelecidos.
• Gerenciamento do Licenciamento de 
Fontes de Poluição do Ar: estabeleceu 
um sistema de disciplinamento da ocu-
pação do solo baseado no licenciamento 
prévio das fontes de poluição, por meio 
do qual o impacto de atividades poluido-
ras deve ser analisado previamente, pre-
venindo a deterioração descontrolada da 
qualidade do ar.
• Inventário Nacional de Fontes e Poluen-
tes do Ar: estabeleceu a criação, objetivan-
do desenvolver metodologias que permitam 
o cadastramento e a estimativa das emissões, 
bem como o devido processamento dos da-
dos referentes às fontes de poluição do ar.
• Gestões Políticas: estabeleceu que o IBA-
MA coordene gestões junto aos órgãos da 
Administração Pública Direta ou Indireta, 
Federais, Estaduais ou Municipais e Enti-
dades Privadas, no intuito de se manter 
permanente canal de comunicação, vi-
sando viabilizar a solução de aplicação de 
medidas de controle da poluição do ar nos 
diferentes setores da sociedade.
• Desenvolvimento Nacional na Área de 
Poluição do Ar: promover junto aos ór-
gãos ambientais meios de estruturação de 
recursos humanos e laboratoriais, a fim de 
se desenvolver programas regionais que 
viabilizarão o atendimento dos objetivos 
estabelecidos no PRONAR.
• Ações de Curto, Médio e Longo Prazo: 
definiu metas de curto, médio e longo pra-
zo para as ações, considerando:
 » Curto Prazo: definição dos limites de 
emissão para fontes poluidoras priori-
tárias; definição dos padrões de quali-
dade do ar; enquadramento das áreas 
na classificação de usos pretendidos; 
apoio à formulação dos Programas Es-
taduais de Controle de Poluição do Ar; 
capacitação laboratorial e capacitação 
de recursos humanos.
 » Médio Prazo: definição dos demais li-
mites de emissão para fontes poluido-
ras; implementação da Rede Nacional 
de Monitoramento da Qualidade do 
Ar; criação do Inventário Nacional de 
177UNIDADE 7
Fontes e Emissões; capacitação labora-
torial (continuidade) e capacitação de 
recursos humanos (continuidade).
 » Longo Prazo: capacitação laboratorial 
(continuidade); capacitação de recursos 
humanos (continuidade) e avaliação e 
retroavaliação do PRONAR.
Para que as ações de controle definidas pudessem 
ser concretizadas e como meio de instrumentali-
zar tais medidas, foram estabelecidos alguns ins-
trumentos de apoio e operacionalização: limites 
máximos de emissão; padrões de qualidade do ar; 
o Programa de Controle da Poluição do Ar por 
Veículos Automotores (PROCONVE); o Progra-
ma Nacional de Controle da Poluição Industrial 
(PRONACOP); o Programa Nacional de Avalia-
ção da Qualidade do Ar; o Programa Nacional 
de Inventário de Fontes Poluidoras do Ar e os 
Programas Estaduais de Controle da Poluição do 
Ar que, sob uma perspectiva conceitual, dá ao 
PRONAR uma ótica de gestão.
PNQA - Plano Nacional de 
Qualidade do Ar
No ano de 2009, o Ministério das Cidades, o Mi-
nistério da Saúde e o Ministério do Meio Am-
biente lançaram, em conjunto, o Plano Nacional 
de Qualidade do Ar. De acordo com o documento 
(BRASIL, 2009, p. 1):
 “
Ações de gestão são necessárias para pre-
venir ou reduzir as emissões de poluentes 
e os efeitos da degradação do meio aéreo, o 
que já foi demonstrado ser compatível com 
o desenvolvimento econômico e social. A 
gestão da qualidade do ar envolve, portan-
to, medidas mitigadoras que tenham como 
base a definição de limites permissíveis de 
concentração dos poluentes na atmosfera, 
a restrição de emissão dos mesmos, bem 
como um melhor desempenho na aplicação 
dos instrumentos de comando e controle, 
entre eles o licenciamento ambiental e o 
monitoramento.
Os objetivos estratégicos do PNQA são (BRA-
SIL, 2009):
• Reduzir as concentrações de contaminan-
tes na atmosfera de modo a assegurar a 
melhoria da qualidade ambiental e a pro-
teção à saúde, compatibilizando o alcance 
de metas de qualidade do ar com desen-
volvimento econômico.
• Integrar políticas públicas e instrumentos 
que se complementam nas ações de plane-
jamento territorial, setorial e de fomento 
e na aplicação de mecanismos de coman-
do e controle necessários ao alcance de 
metas de qualidade do ar temporalmente 
definidas.
• Contribuir para a diminuição da emissão 
de gases do efeito estufa.
Observa-se que, apesar da abordagem mais mo-
derna sobre o tema, ainda persiste a ênfase no 
comando e controle. Complementarmente à legis-
lação federal vigente, os Estados também possuem 
uma série de instrumentos legais destinados a 
medidas de controle da poluição e prevenção da 
degradação da qualidade do ar.
O som puro é descrito como ondas de pressão 
que se propagam em um meio (ar) (VESILIND; 
MORGAN, 2011) e nos permite comunicar, faz-
-nos alertas ou previne em muitas circunstâncias.
O som é qualquer vibração ou conjunto de vibra-
ções ou ondas mecânicas que podem ser ouvidas.
(Tuffi Messias Saliba)
Essas ondas são transmitidas por meio de várias 
fontes (veículos, televisão, conversa entre pessoas, 
eletrodomésticos etc.) e produzem, no meio em 
que se propagam, uma variação de pressão no ar, 
no caso, pressão das ondas sonoras ou, simples-
mente, pressão sonora.
Dessa maneira, as fontes sonoras são os meios 
pelos quais as ondas de pressão são formadas no 
ar, podendo ser um equipamento em vibração, 
uma música, o chiado de uma chaleira etc. Para 
Vesilind e Morgan (2011), os ouvidos humanos 
saudáveis captam sons cuja frequência variam 
de, aproximadamente, 15 Hz a 20.000 Hz, uma 
Poluição 
Sonora
179UNIDADE 7
ampla faixa. Os sons de baixa frequência são graves, enquanto de 
alta frequência são mais agudos.
De acordo com Rosa (2007), as ondas sonoras são as que pos-
suem frequência de vibração entre 20 Hz e 20.000 Hz, sendo recebi-
das e processadas por nosso sistema auditivo e originam-se a partir 
de vibrações do ar que são captadas pelo tímpano com frequência 
e amplitudes predefinidas. Pessoas jovens e saudáveis podem ouvir 
frequências muito altas, que geralmente incluem os sinais de portas 
automáticas. Com a idade, infelizmente, com os danos causados, a 
habilidade de detectar uma ampla faixa de frequências diminui.
A amplitude (A) representa a intensidade do som que perce-
bemos. A sua variação é proporcionalmente relativa à variação da 
pressão atmosférica causada pela onda (pressão sonora) represen-
tada pela diferença de seus valores, máximo e médio, no tempo e 
num determinado ponto do espaço ou, também, ao longo do espaço 
num determinado instante de tempo (SALIBA, 2009).
Frequência (f) é o número de oscilações (vibrações completas) 
por segundo de uma determinada onda, sendo que a unidade de 
medida da frequência no Sistema Internacional (SI) é o hertz (Hz), 
que corresponde à frequência de um som que executa vibração 
completa ou um ciclo por segundo. Para uma onda sonora em 
propagação, a frequência é o número de ondas que passam por um 
determinado referencial em um intervalo de tempo (SALIBA, 2009).
Medição do Som
O som é medido com um instrumento que converte a energia das 
ondas de pressão em um sinal elétrico. Um microfone capta as ondas 
de pressão, e um medidor lê o nível de pressão sonora, diretamente 
calibrado para decibéis. Os dados obtidos dessa forma,com um 
medidor de nível de pressão sonora, representam uma medição 
precisa do nível de energia do ar (VESILIND; MORGAN, 2011).
Contudo, esse nível de pressão não é, necessariamente, o que 
os ouvidos humanos escutam, conforme já mencionado em tópi-
co anterior – que o ouvido humano detecta frequências entre 20 e 
20.000 Hz. A escala decibel (dB) usa o limiar da audição µPa como 
seu ponto de partida ou pressão de referência. Isso é definido como 
ser igual a 0dB. Cada vez que se multiplica por 10, a pressão sonora 
em Pa, adiciona-se 20 dB; assim, 200 µPa corresponde a 20 dB; 2.000 
µPa corresponde a 40 dB e assim sucessivamente (DERISIO, 2012).
180 Poluição Atmosférica – Controle e Qualidade das Emissões
Efeitos de Ruídos na Saúde Humana
Os efeitos do ruído, no homem, podem ser físicos, psicológicos e 
sociais. O ruído prejudica a audição, interfere em comunicações, 
provoca fadiga, incômodo, aumenta produção de adrenalina, rea-
ções musculares e outros (DERISIO, 2012). Os efeitos quanto à 
saúde e bem-estar do homem são:
• Redução da capacidade auditiva.
• Resposta vegetativa, quer seja involuntária quer seja cons-
ciente.
• Cardiovascular.
• Incômodo.
• Alterações fisiológicas (como perturbação ao sono, aumento 
de riscos de acidentes e outros).
• Medo, ansiedade.
Fontes de Ruído
As fontes de ruído, para Derisio (2012), podem ser classificadas em es-
tacionárias ou móveis, a saber:
• Estacionárias: encontram-se fixas em certos locais, como 
indústrias, construções, casas noturnas e outros.
• Móveis: movimentam de um lugar para outro, como exem-
plos: veículos, aeronaves e trens.
Definição de Poluição Sonora
A poluição sonora é um dos grandes problemas ambientais dos 
centros urbanos. Para Saliba (2009), ela consiste na emissão de 
barulhos, ruídos e sons em limites perturbadores da comodidade 
auditiva. Todo ruído que causa incômodo pode ser considerado 
poluição sonora. A noção do que é barulho (ruído) pode variar de 
pessoa para pessoa, mas o organismo tem limites físicos para su-
portá-lo. Barulho em excesso pode provocar surdez e desencadear 
outras doenças, como pressão alta e disfunções.
181UNIDADE 7
As técnicas de controle de ruídos podem ser reali-
zadas na própria fonte, no percurso entre a fonte e 
o receptor, podem ser utilizadas isolada ou simul-
taneamente e devem contemplar medidas, a saber 
(DERISIO, 2012):
Substituição do equipamento por outro mais 
silencioso:
• Redução ou minimização das forças envol-
vidas, as quais podem compreender uma 
correta lubrificação, alinhamento, equilíbrio 
das partes móveis e ancoragem do equipa-
mento em suportes antivibratórios;
• Alteração de processos produtivos, com a 
substituição de equipamentos em períodos 
preestabelecidos, eliminação ou redução de 
atividades em períodos noturnos.
Para Vesilind e Morgan (2011), podemos ter:
• Proteção do receptor: medidas que en-
volvem o uso de protetores auriculares ou 
outros tipos de proteção.
• Redução nas fontes do ruído: mudanças em 
motores utilizados, trocas de equipamentos.
• Controle do caminho dos ruídos: au-
mento das paredes antirruídos ou barreiras 
ao longo das estradas.
Redução e 
Controle de Ruídos
182 Poluição Atmosférica – Controle e Qualidade das Emissões
Os problemas relativos aos níveis excessivos de ruí-
dos estão incluídos entre os sujeitos ao controle da 
poluição ambiental, em que a normatização e o es-
tabelecimento de padrões compatíveis com o meio 
ambiente equilibrado e necessário à sadia qualidade 
de vida são atribuídos ao CONAMA, segundo o que 
está disposto no inciso II, do artigo 6º, da Lei 6.938 
(BRASIL, 1981). Vimos, anteriormente, que a identi-
ficação entre som e ruído é feita por meio da utiliza-
ção de unidades de medição do nível de ruído. Com 
isso, também são definidos os padrões de emissão 
aceitáveis e inaceitáveis, criando-se e permitindo-se 
a verificação do ponto limítrofe com o ruído.
O nível de intensidade sonora é apresentado, 
geralmente, em decibéis (dB) e é apurada com 
a utilização de um aparelho chamado decibelí-
metro. No que diz respeito ao ruído, é regulado 
pela Resolução do CONAMA 001/1990 (BRASIL, 
1990a), a qual considera um problema os níveis 
excessivos de ruídos, bem como a deterioração 
da qualidade de vida causada pela poluição. Essa 
Resolução adota os padrões estabelecidos pela 
Associação Brasileira de Normas Técnicas e pela 
Norma Brasileira Regulamentar, NBR 10.151 
(ABNT, 2000). A Resolução 001 do CONAMA 
(1990a, p. 1) determina que:
 “
I - A emissão de ruídos, em decorrência de 
quaisquer atividades industriais, comerciais, 
sociais ou recreativas, inclusive as de propa-
ganda política obedecerá no interesse da saú-
de, do sossego público, aos padrões, critérios 
e diretrizes estabelecidos nesta Resolução.
II - São prejudiciais à saúde e ao sossego pú-
blico, para os fins do item anterior aos ruí-
dos com níveis superiores aos considerados 
aceitáveis pela norma NBR 10.152 - Avalia-
ção do Ruído em Áreas Habitadas visando 
ao conforto da comunidade, da Associação 
Brasileira de Normas Técnicas – ABNT.
III - Na execução dos projetos de construção 
ou de reformas de edificações para ativida-
des heterogêneas, o nível de som produzido 
por uma delas não poderá ultrapassar os 
níveis estabelecidos pela NBR 10.152 - Ava-
liação do Ruído em Áreas Habitadas visando 
ao conforto da comunidade, da Associação 
Brasileira de Normas Técnicas - ABNT.
IV - A emissão de ruídos produzidos por 
veículos automotores e os produzidos no 
interior dos ambientes de trabalho, obedece-
rão às normas expedidas, respectivamente, 
pelo Conselho Nacional de Trânsito - CON-
TRAN e pelo órgão competente do Minis-
tério do Trabalho.
V - As entidades e órgãos públicos (federais, 
estaduais e municipais) competentes, no uso 
do respectivo poder de política, disporão, de 
acordo com o estabelecido nesta Resolução, 
sobre a emissão ou proibição da emissão de 
ruídos produzidos por quaisquer meios ou 
de qualquer espécie, considerando sempre 
os locais, os horários e a natureza das ativi-
dades emissoras, com vistas a compatibilizar 
o exercício das atividades com a preservação 
da saúde e do sossego público.
A NBR 10.151 (ABNT, 2000) dispõe sobre a 
avaliação do ruído em áreas habitadas, visan-
do ao conforto da comunidade. Essa Norma 
fixa as condições exigíveis para a avaliação da 
aceitabilidade do ruído em comunidades, inde-
pendentemente da existência de reclamações.
Além da NBR 10.151, tem-se a NBR 10.152 
(ABNT, 1987), que trata dos níveis de ruídos 
para conforto acústico, estabelecendo os limi-
tes máximos em decibéis a serem adotados em 
determinados locais. Exemplificando, em um 
restaurante, o nível de ruído não deve ultra-
passar os 50 decibéis estabelecidos pela NBR 
10.152. Vale lembrar que a NBR 10.152 referente 
à acústica de edificações sofreu alterações no 
ano de 2017.
183UNIDADE 7
O Conselho Nacional do Meio Ambiente (CO-
NAMA), considerando que o crescimento de-
mográfico descontrolado ocorrido nos centros 
urbanos acarreta uma concentração de diversos 
tipos de fontes de poluição sonora, sendo funda-
mental o estabelecimento de normas, métodos e 
ações para controlar o ruído excessivo que pos-
sa interferir na saúde e bem-estar da população, 
estabeleceu a Resolução 2 (BRASIL, 1990b), que 
veio a instituir o Programa Nacional de Educação 
e Controle da Poluição Sonora – Silêncio (12), 
com o seguinte objetivo (BRASIL, 1990b, p. 01):
 “
a) Promover cursos técnicos para capacitar 
pessoal e controlar os problemas de polui-
ção sonora nos órgãos de meio ambiente 
estaduais e municipais em todo o país;
b) Divulgar junto à população, através dos 
meios de comunicação disponíveis, maté-
ria educativa e conscientizadora dos efeitos 
prejudiciais causados pelo excesso de ruído;
c) Introduzir o tema “poluição sonora” nos 
cursos secundários da rede oficial e privada 
de ensino, através de um Programa de Edu-
cação Nacional;
d) Incentivar a fabricação e uso de máquinas, 
motores, equipamentos e dispositivoscom 
menor intensidade de ruído quando de sua 
utilização na indústria, veículos em geral, 
construção civil, utilidades domésticas etc.
e) Incentivar a capacitação de recursos hu-
manos e apoio técnico e logístico dentro 
da política civil e militar para receber de-
núncias e tomar providências de combate 
à poluição sonora urbana em todo o Terri-
tório Nacional;
f) Estabelecer convênios, contratos e ati-
vidades afins com órgãos e entidades que, 
direta ou indiretamente, possam contri-
buir para o desenvolvimento do Programa 
SILÊNCIO.
Em relação a níveis de ruído em ambientes inter-
nos, a competência é exclusiva do âmbito federal, 
a cargo do Ministério do Trabalho.
Estudamos, nesta unidade, as principais fon-
tes de poluição atmosférica, além de classificar 
os poluentes em primários e secundários. Vimos 
que os materiais particulados consistem em uma 
mistura de partículas líquidas e sólidas que es-
tão em suspensão na atmosfera e classificamos 
de acordo com seu tamanho em: poeira, vapor, 
névoa, fumaça e sprays. Enquanto poluentes ga-
sosos, estão incluídas as substâncias que são gases 
a uma temperatura e pressão normais, e vapores 
de substâncias líquidas ou sólidas sob condições 
normais, por exemplo: monóxido de carbono, 
hidrocarbonetos, ácido sulfúrico, óxidos de ni-
trogênio, ozônio e outros.
A norma NBR 10.152 Acústica – Níveis de Pressão Sonora em Ambientes Internos a Edificações foi 
revisada desde 2014, pelo Comitê Brasileiro da Construção Civil (CB-002), da Associação Brasileira de 
Normas Técnicas (ABNT). Esse texto substituirá a NBR 10152 – Níveis de Ruído para Conforto Acústico, 
que está em vigor desde 1987. Saiba mais sobre as mudanças na NBR 10.152, acessando o link a seguir: 
http://techne.pini.com.br/2017/12/nbr-10152-de-acustica-em-edificacoes-e-publicada-apos-revisao/. 
184 Poluição Atmosférica – Controle e Qualidade das Emissões
Vimos que as fontes fixas de poluição do ar 
são aquelas que ocupam uma área relativamente 
limitada e que podem ser avaliadas diretamente 
na fonte, como indústrias, mineração e produ-
ção de energia por meio de usinas termelétricas. 
Enquanto as fontes móveis são aquelas que não 
podem ser avaliadas diretamente na fonte, como 
veículos, aviões, trens e outros. Além disso, estu-
damos que os efeitos da poluição do ar podem 
ser caracterizados de acordo com a alteração 
das condições normais da atmosfera ou por au-
mento de problemas já existentes e que, de uma 
forma geral, os efeitos causados pela poluição do 
ar são manifestados por muitos danos à saúde 
humana, materiais, propriedades da atmosfera, 
vegetação e economia.
Também vimos as formas de controlar as 
emissões atmosféricas e os aspectos legais, es-
tudamos os indicadores de qualidade do ar, os 
padrões de qualidade do ar e os programas de 
prevenção da qualidade do ar. Definimos, por 
fim, poluição sonora como a emissão de baru-
lhos, ruídos e sons em limites perturbadores da 
comodidade auditiva, as suas consequências para 
a saúde humana e algumas técnicas para o con-
trole de ruídos, que podem ser feitas na própria 
fonte, percurso e receptor.
Na próxima unidade, trataremos da evolução 
das leis ambientais no Brasil. Encontro você lá!
185
Você pode utilizar seu diário de bordo para a resolução.
1. São chamados de poluentes originados diretamente na atmosfera. Estamos 
falando de:
a) Poluentes primários.
b) Poluentes secundários.
c) Poluentes terciários.
d) Poluição atmosférica.
e) Poluição por atividades industriais.
2. Consiste em um tratamento para remoção de particulados, que também é de-
nominado de separador centrífugo. Trata-se de:
a) Câmara gravitacional.
b) Ciclone.
c) Filtros de saco.
d) Precipitador eletrostático.
e) Lavador Venturi.
3. Os padrões de qualidade do ar, aqui no Brasil, foram estabelecidos pela Reso-
lução CONAMA nº 003/1990. Diante disso, as concentrações de poluentes, que 
sejam excedidas e que podem afetar a saúde da população, são chamadas de:
a) Padrões primários.
b) Padrões secundários.
c) Padrões terciários.
d) Monitoramento de qualidade do ar.
e) Inventário Nacional de Fontes e Poluentes do Ar.
186
4. Consiste no número de vibrações completas por segundo de uma determinada 
onda. Trata-se de:
a) Ondas sonoras.
b) Amplitude.
c) Frequência.
d) Som.
e) Pressão.
5. É a norma que dispõe sobre a avaliação do ruído em áreas habitadas, visando 
ao conforto da comunidade. Estamos falando de qual Norma?
a) NBR 10.151.
b) NBR 10.152.
c) NBR 10.155.
d) NBR 10.044.
e) NBR 10.066.
187
Introdução à Engenharia Ambiental
Autor: P. Aarne Vesilind e Susan M. Morgan
Editora: Cengage Learning
Sinopse: Introdução à Engenharia Ambiental traz discussões, principalmente, 
sobre dois temas: o balanço de materiais e a ética ambiental. A obra é dividida 
em três partes: a primeira parte oferece exemplos de questões complexas que 
circundam a identificação e a solução dos problemas ambientais. A segunda 
parte introduz os conceitos fundamentais do balanço de materiais e reações 
que ocorrem em reatores. Na terceira parte, esses princípios são aplicados à 
engenharia ambiental e à ciência.
LIVRO
188
ABNT. NBR 10.151: Acústica - Avaliação do ruído em áreas habitadas, visando o conforto da comunidade - 
Procedimento. Rio de Janeiro, 2000. 
ABNT. NBR 10.152: Níveis de ruído para conforto acústico. Rio de Janeiro, 1987.
BRASIL. Conama. Resolução nº 001, de 08 de junho de 1990. Dispõe sobre critérios de padrões de emissão 
de ruídos decorrentes de quaisquer atividades industriais, comerciais, sociais ou recreativas, inclusive as de 
propaganda política. Diário Oficial da União, 1990a.
BRASIL. Conama. Resolução nº 002, de 08 de junho de 1990. Dispõe sobre o Programa Nacional de Educação 
e Controle da Poluição Sonora. Diário Oficial da União, 1990b. 
BRASIL. Conama. Resolução nº 003, de 28 de junho de 1990. Dispõe sobre padrões de qualidade do ar, 
previstos no PRONAR. Diário Oficial da União, 1990c. Disponível em: http://www.mma.gov.br/port/conama/
legiabre.cfm?codlegi=100. Acesso em: 1 abr. 2019.
BRASIL. Fontes Fixas. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, [2019]. Disponível em: http://www.mma.gov.
br/cidades-sustentaveis/qualidade-do-ar/fontes-fixas. Acesso em: 1 abr. 2019.
BRASIL. Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981. Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins 
e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências. Presidência da Republica, 1981. Disponível 
em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L6938.htm. Acesso em: 1 abr. 2019.
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Compromisso pela Qualidade do Ar e Saúde Ambiental. Brasília: 
Ministério da Saúde, 2009. Disponível em: http://www.mma.gov.br/images/arquivo/80060/Compromisso%20
pela%20Qualidade%20do%20Ar%20e%20Saude%20Ambiental.pdf. Acesso em: 1 abr. 2019.
BRASIL. Padrões de Qualidade do Ar. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, 2017. Disponível em: http://
www.mma.gov.br/cidades-sustentaveis/qualidade-do-ar/padroes-de-qualidade-do-ar. Acesso em: 1 abr. 2019.
COSTA, M. A. M. Eficiência de coleta de partículas em lavadores Venturi. 2002. 220 f. Tese (Doutorado 
em Engenharia Química) – Centro de Ciências Exatas e de Tecnologia, Universidade Federal de São Carlos, 
São Carlos, 2002.
DALLAROSA, J. B. Estudo da formação e dispersão de Ozônio Troposférico em áreas de atividade de 
processamento de carvão aplicando modelos numéricos. Programa de Pós-graduação em Sensoriamento 
remoto (Dissertação de Mestrado). Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2005.
DERISIO, J. C. Introdução ao controle de poluição ambiental. 4. ed. São Paulo: Oficina de Textos, 2012.
MARRA JUNIOR, W. D. Tratamento de efluentes gasosos. In: CALIJURI, M. C.; CUNHA, D. G. F. (coord.). 
Engenharia Ambiental. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L6938.htm
189
ROSA, R. S. Ruído Urbano: Estudo de Caso da Cidade de Sapucaia do Sul - RS, 2007. Disponível em: http://
www.projetos.unijui.edu.br/petegc/wp-content/uploads/2010/03/TCC-Rodrigo-Silva-da-Rosa.pdf.Acesso 
em: 19 mar. 2018.
SALDIVA, P. H. N.; COELHO, M. S. Z. S. Poluição Atmosférica e Saúde Humana. In: CALIJURI, M. C.; CUNHA, 
D. G. F. Engenharia Ambiental. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013.
SALIBA, T. M. Manual prático de higiene ocupacional e PPRA: avaliação e controle dos riscos ambientais, 
2. ed. Belo Horizonte: Astec, 2009.
VESILIND, P. A.; MORGAN, S. M. Introdução à Engenharia Ambiental. 2. ed. São Paulo: Cengage Learning, 
2011.
190
1. A.
2. B.
3. A.
4. C.
5. A.
191
192
PLANO DE ESTUDOS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• Sintetizar os principais marcos da política ambiental no 
Brasil.
• Detalhar a Política Nacional do Meio Ambiente e destacar 
sua relevância nas questões ambientais do país.
• Detalhar a Política Nacional de Resíduos Sólidos e desta-
car sua relevância na gestão de resíduos sólidos do país.
• Definir Licenciamento Ambiental e classificar as licenças 
existentes.
Marcos da Política 
Ambiental Brasileira
Política Nacional 
do Meio Ambiente
Licenciamento 
Ambiental
Política Nacional de 
Resíduos Sólidos
Esp. João Marcos Pardo
Me. Gustavo Affonso Pisano Mateus
Me. Renata Cristina de Souza Chatalov
A Política 
Ambiental no Brasil
Marcos da Política 
Ambiental Brasileira
Caro(a) aluno(a), nesta unidade, vamos estudar a 
evolução das políticas ambientais no Brasil. Trata-
remos de leis importantes que gestores precisam, 
que são aplicáveis a organizações e/ou indústrias. 
Definiremos o que é Legislação Ambiental e, em 
seguida, falaremos sobre os principais marcos da 
política ambiental brasileira, abrangendo as leis: 
código das águas, código florestal, Política Na-
cional de Meio Ambiente (Lei 6.938/81), lei da 
política agrícola, lei das águas, lei de crimes am-
bientais e Política Nacional de Resíduos Sólidos.
Também vamos abordar uma questão impor-
tante referente à legislação ambiental que deve ser 
cumprida pelas organizações: o licenciamento 
ambiental, definiremos a licença prévia, licença de 
instalação e licença de operação, cada uma com 
suas particularidades.
Diferentes tipos de empreendimento apresen-
tam diferentes requisitos para sua implantação e 
operação; assim, é necessário que você, enquanto 
profissional, possua um conhecimento básico acer-
ca das legislações a que sua empresa está sujeita.
Vamos lá?
195UNIDADE 8
As atitudes relacionadas com a gestão ambiental só começaram 
a manifestar-se por meio dos governos estaduais ao passo que os 
problemas iam surgindo, isto é, eram medidas isoladas de caráter 
remediador ou reparador.
As resoluções iniciais, no que diz respeito à gestão ambiental, 
eram apenas corretivas e não preventivas; a partir da década de 70, 
tiveram início algumas medidas preventivas por meio de políticas 
governamentais.
O Poder Público, no Brasil, começou a se preocupar com o meio 
ambiente na década de 30. Não que antes não houvesse nada a esse 
respeito, mas eram poucas iniciativas e não eram tão eficazes.
Para Barbieri (2016), antes do século XX, o campo político e 
institucional brasileiro não se sensibilizava com os problemas 
ambientais, embora não faltassem problemas que os apontassem. 
A abundância de terras férteis, além de outros recursos naturais, 
enaltecida desde a carta de Pero Vaz de Caminha ao rei de Por-
tugal, tornou-se uma espécie de dogma que impedia enxergar a 
destruição que vinha ocorrendo desde o período da colonização. 
A degradação de uma área não era considerada um problema 
ambiental pela classe política. As denúncias sobre a má gestão e 
uso de recursos naturais não encontravam eco na esfera política 
dessa época. Somente quando o Brasil começa a dar passos firmes 
em direção à industrialização, inicia-se o esboço de uma política 
ambiental. Tomando como critério a eficácia da ação pública, e não 
apenas a geração de leis, pode-se apontar a década de 30 como início 
de uma política ambiental mais efetiva.
A partir de agora, estudaremos os principais marcos da Política 
Ambiental Brasileira.
Legislação Ambiental consiste em um conjunto de leis, normas, 
regras e padrões criados para proteger o meio ambiente, buscando 
planejar e controlar os impactos ambientais.
(Marcelo Testa)
Código das Águas 
– Decreto 
nº 24.643/1934
Norma legal que disciplina o 
aproveitamento industrial das 
águas e o aproveitamento e a 
exploração da energia elétrica, 
sendo dividida em duas partes. 
A primeira é reservada às águas 
em geral e ao seu domínio; já a 
segunda parte estabelece uma 
disciplina legal para geração, 
transmissão e distribuição de 
energia elétrica.
Código Florestal – 
Decreto 
nº 23.793/1934
O Decreto n° 23.793/1934 es-
tabeleceu o Código Florestal, 
que tratava de regras acerca de 
onde e de que forma a vegeta-
ção nativa do território bra-
sileiro poderia ser explorada. 
Determinava, também, as áreas 
que devem ser preservadas e 
quais regiões podem receber 
diferentes tipos de produção 
rural. O Código Florestal so-
freu modificações importantes 
e, em 1965, tornou-se mais exi-
gente. Teve sua última altera-
ção em maio de 2012, por meio 
da Lei n° 12.521/2012.
196 A Política Ambiental no Brasil
Política Agrícola – Lei nº 
8.171/1991
Essa lei tem como principal objetivo proteger o 
meio ambiente; define que o poder público deve 
disciplinar e fiscalizar o uso racional do solo, da 
água, da fauna e da flora. O Estado também deve 
realizar zoneamentos agroecológicos, buscando 
ordenar a ocupação de atividades produtivas, de-
senvolver programas de educação ambiental e in-
centivar a produção de mudas de espécies nativas.
Lei dos Recursos Hídricos – 
Lei nº 9.433/1997
Também conhecida como a Lei dos Recursos 
Hídricos ou Lei das Águas, instituiu a Política 
Nacional de Recursos Hídricos e criou o Sistema 
Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos 
(SINGREH). Segundo a Lei das Águas, a Política 
Nacional de Recursos Hídricos tem seis funda-
mentos. A água é considerada um bem de domí-
nio público e um recurso natural limitado, dotado 
de valor econômico, sendo sua gestão baseada em 
usos múltiplos (abastecimento, energia, irrigação, 
indústria etc.) (BRASIL, 1997).
O instrumento legal prevê que a gestão dos 
recursos hídricos deve proporcionar os usos 
múltiplos das águas, de forma descentralizada e 
participativa, contando com a participação do 
Poder Público, dos usuários e das comunidades. 
O consumo humano e de animais é prioritário em 
situações de escassez (BRASIL, 1997).
Lei de Crimes Ambientais – 
Lei nº 9.605/98
Condutas e atividades consideradas lesivas ao 
meio ambiente passaram a ser punidas, de forma 
civil, administrativa e criminal. A lei não trata ape-
nas de punições severas, pois incorpora métodos 
e possibilidades de não aplicação das penas, desde 
que o infrator recupere o dano ou, de outra forma, 
pague sua dívida à sociedade (BRASIL, 1998).
Tenha sua dose extra de 
conhecimento assistindo ao 
vídeo. Para acessar, use seu 
leitor de QR Code.
O Código Florestal brasileiro institui as regras gerais acerca de onde e de que forma o território bra-
sileiro pode ser explorado, ao determinar as áreas de vegetação nativa que devem ser preservadas 
e quais regiões são legalmente autorizadas a receber os diferentes tipos de produção rural. Você já 
ouviu falar no novo Código Florestal? Pesquise sobre ele para saber mais.
https://apigame.unicesumar.edu.br/getlinkidapp/3/593
197UNIDADE 8
A Lei nº 6.938/1981 estabeleceu a Política Nacio-
nal do Meio Ambiente (PNMA). A PNMA repre-
sentou uma mudança importante no tratamento 
das questões ambientais, na medida em que pro-
cura integrar as ações governamentais dentro de 
uma abordagem sistemática.
Tem por objetivo a preservação, a melhoria e 
a recuperação da qualidade ambiental propícia à 
vida, visando assegurar as condições de desenvol-
vimento socioeconômico, os interesses da segu-
rança nacional e a proteção da dignidade humana. 
O meio ambiente como um todo é considerado 
patrimônio público que deve ser protegido, tendo 
em vista o uso coletivo (BRASIL, 1981).
Com essa Lei,foi instituído o Sistema Nacio-
nal do Meio Ambiente (SISNAMA), responsável 
pela proteção e melhoria do meio ambiente e 
constituído por órgãos e entidades da União, dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. 
Podemos observar os componentes do SISNAMA 
no Quadro 1.
Política Nacional 
do Meio Ambiente
198 A Política Ambiental no Brasil
Quadro 1 - Componentes do SISNAMA
ÓRGÃO COMPONENTE
Órgão superior Conselho de Governo que auxilia o presidente da República na 
formulação de políticas públicas.
Órgão consultivo e deliberativo Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), presidido pelo 
ministro do meio ambiente. Esse órgão analisa, delibera e propõe 
diretrizes e normas acerca da política ambiental.
Órgão central Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Amazônia 
Legal (MMA). Órgão responsável por planejamento, coordenação, 
supervisão e controle da Política Nacional do Meio Ambiente.
Órgãos executores Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (IBA-
MA) e Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade. 
Autarquias vinculadas ao Ministério do Meio Ambiente que executam 
e fiscalizam a política ambiental no âmbito federal.
Órgãos seccionais Órgãos ou entidades estaduais responsáveis pela execução de 
programas e projetos e pelo controle e fiscalização de atividades 
capazes de provocar a degradação ambiental.
Órgãos locais Órgãos ou entidades municipais responsáveis pelo controle e pela 
fiscalização dessas atividades nas suas respectivas jurisdições.
Fonte: adaptado de Brasil (1981).
Ao se espelharem no SISNAMA, os estados criaram seus Sistemas Estaduais do Meio Ambiente para 
integrar as ações ambientais de diferentes entidades públicas nesse âmbito de abrangência. Outra ino-
vação importante foi o conceito de responsabilidade objetiva do poluidor. O poluidor fica obrigado, 
independentemente de existência de culpa, a indenizar ou reparar os danos causados ao meio ambiente 
e a terceiros afetados por suas atividades (BARBIERI, 2016).
De acordo com Dias (2017), o princípio do poluidor-pagador é uma das principais normas do direito 
ambiental e um importante instrumento de políticas governamentais. O princípio torna a organiza-
ção que contamina responsável pelo pagamento do prejuízo que causou, dessa maneira, os custos de 
tratamentos dos danos ou de recuperação de áreas poluídas não reincidem no governo.
199UNIDADE 8
O Art. 9º, da Lei nº 6.938/81, aborda os instru-
mentos da Política Nacional do Meio Ambiente:
 “
I - o estabelecimento de padrões de quali-
dade ambiental;
II - o zoneamento ambiental;
III - a avaliação de impactos ambientais;
IV - o licenciamento e a revisão de ativida-
des efetiva ou potencialmente poluidoras;
V - os incentivos à produção e instalação 
de equipamentos e a criação ou absorção 
de tecnologia, voltados para a melhoria da 
qualidade ambiental;
VI - a criação de espaços territoriais espe-
cialmente protegidos pelo Poder Público 
federal, estadual e municipal, tais como 
áreas de proteção ambiental, de relevante 
interesse ecológico e reservas extrativistas;
VII - o sistema nacional de informações 
sobre o meio ambiente;
VIII - o Cadastro Técnico Federal de Ativi-
dades e Instrumentos de Defesa Ambiental;
IX - as penalidades disciplinares ou com-
pensatórias ao não cumprimento das me-
didas necessárias à preservação ou correção 
da degradação ambiental.
X - a instituição do Relatório de Qualidade 
do Meio Ambiente, a ser divulgado anual-
mente pelo Instituto Brasileiro do Meio 
Ambiente e Recursos Naturais Renováveis 
– IBAMA.
XI - a garantia da prestação de informações 
relativas ao Meio Ambiente, obrigando-se 
o Poder Público a produzi-las, quando ine-
xistentes;
XII - o Cadastro Técnico Federal de ativi-
dades potencialmente poluidoras e/ou uti-
lizadoras dos recursos ambientais.
XIII - instrumentos econômicos, como con-
cessão florestal, servidão ambiental, seguro 
ambiental e outros (BRASIL, 1981, p. 3).
A Constituição Federal (CF) de 1988 estabelece 
que a construção, a instalação, a ampliação e o 
funcionamento de estabelecimentos e de ati-
vidades utilizadoras dos recursos ambientais, 
considerados efetivos ou potencialmente po-
luidores, dependeriam de prévio licenciamento 
por órgão estadual integrante do SISNAMA, 
sem prejuízo de outras licenças exigíveis (BRA-
SIL, 1988).
Assim, também se torna importante conhe-
cermos o capítulo VI, do art. 225 da Constituição 
Federal de 1998, o qual afirma que:
 “
Todos têm direito ao meio ambiente ecolo-
gicamente equilibrado, bem de uso comum 
do povo e essencial à sadia qualidade de 
vida, impondo-se ao Poder Público e à co-
letividade o dever de defendê-lo e preser-
vá-lo para as presentes e futuras gerações 
(BRASIL, 1988).
200 A Política Ambiental no Brasil
A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) 
foi um marco regulatório na área de Resíduos 
Sólidos. A PNRS faz a distinção entre resíduo (lixo 
que pode ser reaproveitado ou reciclado) e rejeito 
(o que não é passível de reaproveitamento), além 
de se referir a todo tipo de resíduo: doméstico, 
industrial, da construção civil, eletroeletrônico, 
lâmpadas de vapores mercuriais, agrosilvopastoril, 
da área de saúde e perigosos (BRASIL, 2010).
A PNRS instituiu o princípio de responsabi-
lidade compartilhada pelo ciclo de vida dos pro-
dutos, incluiu a chamada logística reversa, que se 
refere ao conjunto de ações para facilitar o retorno 
dos resíduos aos seus geradores, a fim de que se-
jam tratados ou reaproveitados em novos produ-
tos e estabeleceu princípios para a elaboração dos 
Planos Nacional, Estadual, Regional e Municipal 
de Resíduos Sólidos. Ainda propiciou oportunida-
des de cooperação entre o poder público federal, 
estadual e municipal, o setor produtivo e a socie-
dade em geral (BRASIL, 2010).
Política Nacional de 
Resíduos Sólidos
201UNIDADE 8
Dentre os principais instrumentos instituídos pela PNRS (BRA-
SIL, 2010, p. 3), destacam-se:
 “
I - os planos de resíduos sólidos;
II - os inventários e o sistema declaratório anual de resíduos 
sólidos;
III - a coleta seletiva, os sistemas de logística reversa e outras 
ferramentas relacionadas à implementação da responsabilidade 
compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos;
IV - o incentivo à criação e ao desenvolvimento de cooperativas 
ou de outras formas de associação de catadores de materiais 
reutilizáveis e recicláveis;
V - o monitoramento e a fiscalização ambiental, sanitária e 
agropecuária;
VI - a cooperação técnica e financeira entre os setores público 
e privado para o desenvolvimento de pesquisas de novos pro-
dutos, métodos, processos e tecnologias de gestão, reciclagem, 
reutilização, tratamento de resíduos e disposição final ambien-
talmente adequada de rejeitos;
VII - a pesquisa científica e tecnológica;
VIII - a educação ambiental;
IX - os incentivos fiscais, financeiros e creditícios;
X - o Fundo Nacional do Meio Ambiente e o Fundo Nacional 
de Desenvolvimento Científico e Tecnológico;
XI - o Sistema Nacional de Informações sobre a Gestão dos 
Resíduos Sólidos (Sinir);
XII - o Sistema Nacional de Informações em Saneamento Bá-
sico (Sinisa);
XIII - os conselhos de meio ambiente e, no que couber, os de 
saúde;
XIV - os órgãos colegiados municipais destinados ao controle 
social dos serviços de resíduos sólidos urbanos;
XV - o Cadastro Nacional de Operadores de Resíduos Peri-
gosos;
XVI - os acordos setoriais;
XVII - no que couber, os instrumentos da Política Nacional 
de Meio Ambiente, entre eles: a) os padrões de qualidade am-
biental.
Os principais objetivos da 
PNRS são (BRASIL, 2010):
• Não geração, redução, 
reutilização e tratamento 
de resíduos sólidos.
• Destinação final am-
bientalmente adequada 
dos rejeitos.
• Diminuição do uso de 
recursos naturais, no 
processo de produção 
de novos produtos.
• Intensificação de ações 
de educação ambiental.
• Aumento da reciclagem 
no país.
• Promoção da inclusão 
social.
• Geração de emprego e 
renda para catadores de 
materiais recicláveis.202 A Política Ambiental no Brasil
O licenciamento é um dos instrumentos da Política 
Nacional do Meio Ambiente (PNMA) que tem como 
objetivo agir preventivamente sobre a proteção do 
bem comum do povo – o meio ambiente – além de 
compatibilizar sua preservação com o desenvolvi-
mento econômico-social, essencial para a sociedade 
(TCU, 2007). O Licenciamento Ambiental pode ser 
definido como:
 “
Procedimento administrativo pelo qual o 
órgão ambiental competente licencia a lo-
calização, instalação, ampliação e a operação 
de empreendimentos e atividades utiliza-
doras de recursos ambientais, consideradas 
efetiva ou potencialmente poluidoras; ou 
aquelas que, sob qualquer forma, possam 
causar degradação ambiental, considerando 
as disposições legais e regulamentares e as 
normas técnicas aplicáveis ao caso (CONA-
MA, 1997, p. 1).
Licenciamento 
Ambiental
203UNIDADE 8
Dessa maneira, a Licença Ambiental pode ser en-
tendida como:
 “
Ato administrativo pelo qual o órgão am-
biental competente estabelece as condições, 
restrições e medidas de controle ambiental 
que deverão ser obedecidas pelo empreen-
dedor, pessoa física ou jurídica, para loca-
lizar, instalar, ampliar e operar empreen-
dimentos ou atividades utilizadoras dos 
recursos ambientais consideradas efetiva 
ou potencialmente poluidoras ou aquelas 
que, sob qualquer forma, possam causar de-
gradação ambiental (CONAMA, 1997, p. 1).
De acordo com TCU (2007, p. 10), a licença 
ambiental é:
 “
[...] uma autorização emitida pelo órgão 
público competente, que é concedida ao 
empreendedor para que possa exercer seu 
direito à livre iniciativa, desde que sejam 
atendidas às precauções requeridas, com o 
intuito de resguardar o direito coletivo ao 
meio ambiente ecologicamente equilibrado.
O licenciamento ambiental é composto por três 
tipos de licença: a licença prévia, a licença de ins-
talação e a licença de operação. Cada uma das 
licenças refere-se a uma fase distinta do empreen-
dimento e segue uma sequência lógica.
Veremos, a seguir, os tipos de licenciamento am-
biental: licença prévia, licença de instalação e li-
cença de operação.
Licença Prévia
É a licença que precisa ser solicitada na fase preli-
minar de planejamento da atividade, deve conter 
os requisitos básicos a serem atendidos nas fases 
de localização, instalação e operação, observa-
dos os planos municipais, estaduais e federais de 
uso do solo (CONAMA, 1997). Seu objetivo é 
definir as condições a partir das quais o projeto 
se torne compatível com a preservação do meio 
que afetará. Consiste no compromisso que o em-
preendedor assume de que irá seguir o projeto, 
de acordo com os requisitos determinados pelo 
órgão ambiental (TCU, 2007).
É importante salientar que as atividades que 
são consideradas efetivas ou potencialmente cau-
sadoras de significativa degradação ambiental, 
a concessão da licença prévia, irá depender da 
aprovação de estudo prévio de impacto ambiental 
e do respectivo relatório de impacto sobre o meio 
ambiente (EIA/RIMA) (CONAMA, 1997). Além 
disso, esses instrumentos também são essenciais 
para a solicitação de financiamentos e obtenção 
de incentivos fiscais.
A licença prévia tem extrema importância no 
atendimento ao princípio da prevenção (TCU, 2007).
É importante compreendermos que essas licenças não dispensam o empreendedor da obtenção de 
outras autorizações ambientais específicas junto aos órgãos competentes, a depender da natureza 
do empreendimento e dos recursos ambientais envolvidos. Por exemplo, se temos uma indústria 
que for utilizar algum recurso hídrico em sua atividade, também é necessária a outorga de direito de 
uso do recurso hídrico, de acordo com os preceitos da Lei 9.433/97, que institui a Política Nacional 
de Recursos Hídricos.
204 A Política Ambiental no Brasil
Licença de Instalação
A licença de instalação é a autorização para o 
início da implantação, de acordo com as especifi-
cações constantes no projeto executivo aprovado. 
O início da instalação do empreendimento ou da 
atividade só deve acontecer depois da expedição 
da licença de instalação, em que são verificadas 
especificações constantes nos planos, progra-
mas e projetos aprovados, bem como medidas 
de controle ambiental, de compensação e outras 
consideradas importantes na fase anterior (CO-
NAMA, 1997).
Ao conceder a licença de instalação, o órgão 
gestor de meio ambiente terá (TCU, 2007):
• Autorizado o empreendedor a começar as 
obras.
• Concordado com as especificações cons-
tantes dos planos, programas e projetos 
ambientais, seus detalhamentos e respec-
tivos cronogramas de implementação.
• Verificado o atendimento das condicio-
nantes determinadas na licença prévia.
• Estabelecido medidas de controle ambien-
tal, com vistas a garantir que a fase de im-
plantação do empreendimento obedecerá 
aos padrões de qualidade ambiental esta-
belecidos em lei ou regulamentos.
Licença de Operação
A licença de operação autoriza, após as verifica-
ções necessárias, o início da atividade licenciada e 
o funcionamento de seus equipamentos de contro-
le da poluição, de acordo com o previsto na licença 
prévia e de instalação (CONAMA, 1997). A licença 
de operação é aquela que autorizará o início das 
operações do empreendimento ou da atividade 
objeto do projeto; sua expedição depende da ve-
rificação e do cumprimento das etapas anteriores 
e tem três características básicas (TCU, 2007):
1. É concedida após a verificação, pelo ór-
gão ambiental do efetivo cumprimento 
das condicionantes estabelecidas nas li-
cenças anteriores (prévia e de instalação).
2. Contém as medidas de controle ambien-
tal (padrões ambientais) que servirão de 
limite para o funcionamento do empreen-
dimento ou da atividade.
3. Especifica as condicionantes determina-
das para a operação do empreendimen-
to, cujo cumprimento é obrigatório, sob 
pena de suspensão ou cancelamento da 
operação.
Cada uma das licenças ambientais tem prazos 
de validade que estão apresentadas no Quadro 2.
Quadro 2 - Prazos de validade das Licenças ambientais
TIPO DE LICENÇA PRAZO MÁXIMO PRAZO MÍNIMO
Licença Prévia 5 anos Prazo estabelecido pelo cronograma de planos, progra-
mas e projetos relativos à atividade ou ao empreendi-
mento. Esse prazo poderá ser prorrogado desde que 
não ultrapasse o prazo máximo da licença.
Licença de Instalação 6 anos
Licença de Operação 10 anos Mínimo de 4 anos ou o prazo considerado nos planos de 
controle ambiental. Prazos específicos para empreendi-
mentos ou atividades sujeitos a encerramentos ou mo-
dificações em prazos inferiores
Fonte: Barbieri (2016, p. 267).
205UNIDADE 8
Além disso, é importante entendermos que nem 
toda a atividade ou empreendimento está sujeita 
ao licenciamento ambiental. Para saber qual ati-
vidade deve passar por todo processo de licen-
ciamento, a Resolução 237 (CONAMA, 1997), 
no seu anexo 1, apresenta as atividades sujeitas 
ao licenciamento. No entanto, caso você tenha 
dúvida de alguma atividade, deve ser feita uma 
consulta ao órgão ambiental competente, pois a 
lista do anexo 1 não se trata de uma lista exaustiva.
São exemplos do anexo 1, da Resolução 237 
de 1997, de atividades sujeitas ao licenciamento 
ambiental (CONAMA, 1997):
• Extração e tratamento de minerais.
• Indústria de produtos minerais não me-
tálicos.
• Indústria metalúrgica.
• Indústria mecânica.
• Indústria de material elétrico, eletrônico e 
comunicações.
• Indústria de material de transporte.
• Indústria de madeira.
• Indústria de papel e celulose.
• Indústria de borracha.
• Indústria de couros e peles.
• Indústria química.
• Indústria de produtos de matéria plástica.
• Indústria têxtil, de vestuário, calçados e 
artefatos de tecidos.
• Indústria de produtos alimentares e bebidas.
• Indústria de fumo.
• Indústrias diversas.
• Obras civis (rodovias, hidrovias, ferrovias, 
barragens e outros).
• Serviços de utilidade (produção de ener-
gia termoelétrica, transmissão de energia 
elétrica, estações de tratamento de água, in-
terceptores, emissários,estação elevatória e 
tratamento de esgoto sanitário, tratamento 
e destinação de resíduos industriais (líqui-
dos e sólidos) e outros).
• Transporte, terminais e depósitos.
• Turismo (complexos turísticos e de lazer, 
inclusive parques temáticos e autódromos).
• Atividades diversas.
• Atividades agropecuárias.
• Uso de recursos naturais (silvicultura, ex-
ploração econômica da madeira ou lenha 
e subprodutos florestais, atividade de ma-
nejo de fauna exótica e criadouro de fauna 
silvestre e outros).
A Resolução CONAMA nº 001/86 define que o Es-
tudo de Impacto Ambiental (EIA) é o conjunto de 
estudos realizados por especialistas de diversas 
áreas, com dados técnicos detalhados. O acesso 
a ele é restrito, em respeito ao sigilo industrial. O 
relatório de impacto ambiental, RIMA, refletirá as 
conclusões do estudo de impacto ambiental (EIA). 
O RIMA deve ser apresentado de forma objetiva 
e adequada à sua compreensão; as informações 
devem ser traduzidas em linguagem acessível, 
ilustradas por mapas, cartas, quadros, gráficos e 
demais técnicas de comunicação visual, de modo 
que se possam entender as vantagens e des-
vantagens do projeto, bem como todas as con-
sequências ambientais de sua implementação.
Nesta unidade, estudamos as principais legisla-
ções ambientais que são aplicáveis às organizações 
cujo conhecimento é de suma importância para 
gestores. Empresas que utilizam recursos naturais 
em seus processos e geram resíduos, como efluen-
tes, resíduos sólidos e emissões atmosféricas de-
vem estar atentos à legislação ambiental, pois elas 
definem padrões máximos aceitáveis e também 
recomendações para as organizações.
206 A Política Ambiental no Brasil
Podemos dizer que a política 
ambiental no Brasil, principal-
mente sob a forma da Política 
Nacional do Meio Ambiente e 
da PNRS são exemplos em nível 
mundial no que se refere à ges-
tão ambiental adequada. Se as 
leis são cumpridas, no entanto, 
isso é um outro assunto.
Outro aspecto importante 
que também abordamos é o 
licenciamento ambiental a que 
empresas que estão no anexo 1, 
da Resolução 237/97 do CO-
NAMA, tais como indústrias 
têxteis, de fumo, alimentícias e 
outras, estão sujeitas. É impor-
tante que, enquanto profissio-
nal da Engenharia e gestor de 
uma empresa, conheça-se os 
órgãos ambientais específicos 
para lidar com cada aspecto da 
implantação e operação de um 
empreendimento.
Esperamos que, a partir des-
ses conteúdos apresentados, 
você tenha uma base para agir de 
forma ética e cidadã no exercício 
de sua atividade, seja qual for.
Na próxima e última unida-
de, trataremos especificamen-
te das ferramentas de Gestão 
Ambiental nas empresas. Cer-
tamente, esses conteúdos soma-
rão muito ao seu arcabouço de 
conhecimentos e competências.
Até lá!
207
Você pode utilizar seu diário de bordo para a resolução.
1. A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) é uma lei (Lei nº 12.305/10) que procura 
organizar a forma com que o país lida com o lixo e exigir dos setores públicos e priva-
dos transparência no gerenciamento de seus resíduos. A PNRS foi um marco no setor 
por tratar de todos os resíduos sólidos e rejeitos, de forma compartilhada ao integrar 
poder público, iniciativa privada e cidadão (ECYCLE, [2019], on-line)1.
A principal diferença entre resíduo sólido e rejeito é:
a) Resíduo sólido trata-se de matéria-prima utilizada em residências e comércios, en-
quanto rejeito está relacionado a atividades industriais e da construção civil.
b) Resíduo sólido é tudo aquilo que pode ser reciclado ou reaproveitado de alguma 
maneira, e rejeitos são itens que não podem ser reaproveitados.
c) Resíduo sólido é tudo aquilo encontrado em estado natural, e rejeito é decorrente da 
atividade humana.
d) Tanto os resíduos sólidos quanto os rejeitos devem ser dispostos em aterro sanitário, 
com a diferença de que o último deve receber tratamento específico para emissão de 
gases poluentes.
e) Os resíduos sólidos representam riscos à saúde humana e dos animais, enquanto 
rejeitos são inertes e não representam perigo ao homem.
208
2. A logística reversa é um “instrumento de desenvolvimento econômico e social 
caracterizado por um conjunto de ações, procedimentos e meios destinados 
a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, 
para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra 
destinação final ambientalmente adequada” (BRASIL, [2019]).
Dentre os vários conceitos introduzidos em nossa legislação ambiental pela 
Política Nacional de Resíduos Sólidos – PNRS e que encontra na logística reversa 
uma solução, podemos destacar principalmente:
a) O princípio do poluidor pagador.
b) A separação entre resíduo e rejeito.
c) A classificação dos resíduos sólidos em diferentes tipos.
d) A responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida do produto.
e) As sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas 
ao meio ambiente.
3. O Licenciamento ambiental é uma exigência legal e uma ferramenta do poder 
público para o controle ambiental. E, em muitos casos, apresenta-se como um 
desafio para o setor empresarial. Trata-se do procedimento no qual o poder 
público, representado por órgãos ambientais, autoriza e acompanha a implan-
tação e a operação de atividades, que utilizam recursos naturais ou que sejam 
consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras (FIRJAN, 2004).
Sobre esse assunto, descreva os tipos de Licença Ambiental, destacando a di-
ferença entre eles.
209
Política Nacional, Gestão e Gerenciamento de Resíduos Sólidos
Autor: Jardim, Arnaldo - Yoshida, Consuelo - Machado Filho, José Valverde
Editora: Manole
Sinopse: a Coleção Ambiental, coordenada por Arlindo Philippi Jr., reúne resul-
tados de estudos, pesquisas e experiências de professores, pesquisadores e 
profissionais com reconhecida e expressiva atuação na área ambiental, oriun-
dos de conceituadas instituições de ensino e pesquisa, caracterizando-se pelo 
tratamento multi e interdisciplinar que essa área do conhecimento requer. As 
obras contribuem tanto para a disseminação do conhecimento em bases cienti-
ficamente sólidas e conectadas às intervenções reais da sociedade quando para 
a ampliação das reflexões e dos debates sobre questões sociais, econômicas, 
políticas e ambientais, fundamentais para a formação, qualificação e capacitação 
de profissionais. Este livro, Política Nacional, Gestão e Gerenciamento de Resíduos 
Sólidos, busca retratar o processo de formulação da Lei que institui a Política 
Nacional de Resíduos Sólidos, bem como trazer a lume seus principais conceitos 
e os contornos estabelecidos por seu decreto regulamentador. Considerando, 
sobretudo, um contexto no qual são lançadas as bases para um novo parâmetro 
de construção legislativa que contemplam a gestão ambiental, a participação 
e a organização social, o crescimento econômico e a articulação de políticas 
públicas calcadas no princípio do desenvolvimento sustentável. Ousadamente, 
talvez até pretensiosamente, essa obra pretende ser um referencial de formu-
lação de políticas públicas que tenham a marca da perenidade, demonstrando 
que é possível superar vícios, ajustar as ousadias que as tornariam apenas uma 
utopia. Assim, torna-se indispensável não apenas aos especialistas da área do 
direito, mas também a profissionais, como engenheiros, arquitetos, administra-
dores, economistas, sociólogos, biólogos, entre outros, além de todo o público 
interessado nessa questão ampla, atual e importante.
LIVRO
210
BARBIERI, J. C. Gestão Ambiental Empresarial. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 2016.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Diário Oficial da União, 1988. Disponível 
em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm. Acesso em: 2 abr. 2019.
BRASIL. Decreto nº 23.793, de 23 de janeiro de 1934. Aprova o código florestal que com este baixa. Presidência 
da República, 1934. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1930-1949/d23793.htm.Acesso em: 2 abr. 2019.
BRASIL. Decreto nº 24.643, de 10 de julho de 1934. Decreta o Código das Águas. Presidência da República, 
1934. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/d24643compilado.htm. Acesso em: 2 abr. 
2019.
BRASIL. Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981. Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins 
e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências. Presidência da República, 1981. Disponível 
em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6938.htm. Acesso em: 2 abr. 2019.
BRASIL. Lei nº 8.171, de 17 de janeiro de 1991. Dispõe sobre a política agrícola. Presidência da República, 
1991. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8171.htm. Acesso em: 2 abr. 2019.
BRASIL. Lei nº 9.433, de 8 de janeiro de 1997. Institui a Política Nacional de Recursos Hídricos, cria o Sistema 
Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, regulamenta o inciso XIX do art. 21 da Constituição Federal, e 
altera o art. 1º da Lei nº 8.001, de 13 de março de 1990, que modificou a Lei nº 7.990, de 28 de dezembro de 1989. 
Presidência da República, 1997. Disponível em: http://www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=370. 
Acesso em: 2 abr. 2019.
BRASIL. Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998. Dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas 
de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências. Presidência da República, 1998. 
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9605.htm. Acesso em: 2 abr. 2019.
BRASIL. Senir. Ministério do Meio Ambiente. Disponível em: http://sinir.gov.br/web/guest/logistica-reversa. 
Acesso em: 2 abr. 2019.
http://sinir.gov.br/web/guest/logistica-reversa
211
BRASIL. Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010. Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos; altera a Lei 
no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras providências. Presidência da República, 2010. Disponível em: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/lei/l12305.htm. Acesso em: 2 abr. 2019.
CONAMA. Resolução nº 001, de 23 de janeiro de 1986. Ministério do Meio Ambiente, 1986. Disponível em: 
http://www2.mma.gov.br/port/conama/res/res86/res0186.html. Acesso em: 02 abr. 2019.
CONAMA. Resolução nº 237, de 19 de dezembro de 1997. Ministério do Meio Ambiente, 1997. Disponível 
em: http://www.mma.gov.br/port/conama/res/res97/res23797.html. Acesso em: 2 abr. 2019.
DIAS, R. Gestão Ambiental. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2017.
FIRJAN. Manual de Licenciamento ambiental: guia de procedimentos passo a passo. Rio de Janeiro: GMA, 
2004. Disponível em: http://www.mma.gov.br/estruturas/sqa_pnla/_arquivos/cart_sebrae.pdf. Acesso em: 2 
abr. 2019.
TCU. Cartilha de Licenciamento Ambiental. 2. ed. Brasília: TCU, 4ª Secretaria de Controle Externo, 2007.
TESTA, M. (org.). Legislação ambiental e do trabalhador. São Paulo: Pearson, 2015.
REFERÊNCIA ON-LINE
1Em: https://www.ecycle.com.br/component/content/article/67-dia-a-dia/3705-o-que-e-politica-nacional-de-
residuos-solidos-pnrs-urbanos-descartes-danos-saude-meio-ambiente-qualidade-vida-reciclagem-consumo-
instrumento-responsabilidade-produto-metas-lixoes.html. Acesso em: 2 abr. 2019.
http://www.mma.gov.br/estruturas/sqa_pnla/_arquivos/cart_sebrae.pdf
https://www.ecycle.com.br/component/content/article/67-dia-a-dia/3705-o-que-e-politica-nacional-de-residuos-solidos-pnrs-urbanos-descartes-danos-saude-meio-ambiente-qualidade-vida-reciclagem-consumo-instrumento-responsabilidade-produto-metas-lixoes.html
https://www.ecycle.com.br/component/content/article/67-dia-a-dia/3705-o-que-e-politica-nacional-de-residuos-solidos-pnrs-urbanos-descartes-danos-saude-meio-ambiente-qualidade-vida-reciclagem-consumo-instrumento-responsabilidade-produto-metas-lixoes.html
https://www.ecycle.com.br/component/content/article/67-dia-a-dia/3705-o-que-e-politica-nacional-de-residuos-solidos-pnrs-urbanos-descartes-danos-saude-meio-ambiente-qualidade-vida-reciclagem-consumo-instrumento-responsabilidade-produto-metas-lixoes.html
212
1. B.
2. D.
3. A licença prévia é a licença que precisa ser solicitada na fase preliminar de planejamento da atividade, deve 
conter os requisitos básicos a serem atendidos nas fases de localização, instalação e operação, observados 
os planos municipais, estaduais e federais de uso do solo (CONAMA, 1997). Seu objetivo é definir as con-
dições a partir das quais o projeto se torne compatível com a preservação do meio que afetará. Consiste 
no compromisso que o empreendedor assume de que irá seguir o projeto, de acordo com os requisitos 
determinados pelo órgão ambiental (TCU, 2007).
A licença de instalação é a autorização para o início da implantação, de acordo com as especificações 
constantes no projeto executivo aprovado. O início da instalação do empreendimento ou da atividade só 
deve acontecer depois da expedição da licença de instalação.
A licença de operação autoriza, após as verificações necessárias, o início da atividade licenciada e o fun-
cionamento de seus equipamentos de controle da poluição, de acordo com o previsto na licença prévia e 
de instalação (CONAMA, 1997). 
213
214
PLANO DE ESTUDOS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Esp. João Marcos Pardo
Me. Gustavo Affonso Pisano Mateus
Me. Renata Cristina de Souza Chatalov
• Conceituar Gestão Ambiental Empresarial e suas diferen-
tes abordagens.
• Definir Auditoria Ambiental e conceituar as normas vigentes.
• Conceituar P+L como ferramenta de Gestão Ambiental e 
apresentar os modelos TQM, Ecoeficiência e Ecodesign.
A Gestão Ambiental 
de Empresas
Auditoria Ambiental
Produção Mais Limpa (P+L) e outros 
Modelos de Gestão Ambiental
Gestão Ambiental - 
Certificação e Auditoria 
Ambiental
A Gestão Ambiental 
de Empresas
Olá, aluno(a)! Em nossa última unidade, vamos 
falar sobre a importância da gestão ambiental para 
as organizações.
Trabalharemos com as abordagens da questão 
ambiental, sendo a primeira o controle da polui-
ção, que consiste apenas em impedir os efeitos da 
poluição ocasionados por determinado proces-
so produtivo. A segunda abordagem trata-se da 
prevenção da poluição, que envolve ações orga-
nizacionais, buscando evitar, reduzir e modificar 
a geração da poluição. A terceira abordagem é a 
abordagem estratégica, na qual os problemas am-
bientais são vistos como uma questão estratégica 
pela organização.
Nesta unidade, definiremos auditoria ambien-
tal, apresentando os diferentes tipos de auditorias 
ambientais e a auditoria ambiental mediante a 
norma ISO 19011:2012. Abordaremos, também, 
as vantagens competitivas que uma empresa am-
bientalmente certificada obtém no mercado e, ao 
mesmo tempo, as dificuldades em se conseguir 
uma certificação.
Finalizaremos falando sobre a produção mais 
limpa, seus aspectos, aplicações e importância 
para as organizações, bem como outros modelos 
de gestão ambiental.
217UNIDADE 9
Gestão Ambiental
Agora que já estudamos as legislações ambientais pertinentes, co-
nheceremos um pouco sobre a gestão ambiental e suas formas de 
gestão dentro de uma empresa. Segundo Campos (2001, p. 116), a 
gestão ambiental é definida como sendo: 
 “
[...]a administração do uso dos recursos ambientais, por meio 
de ações ou medidas econômicas, investimentos e potenciais 
institucionais e jurídicos, com a finalidade de manter ou recu-
perar a qualidade de recursos e desenvolvimento social. Dessa 
maneira, temos uma sociedade e empresas mais preocupadas e 
conscientes de suas responsabilidades frente à exploração dos re-
cursos naturais, assim, surgiu a necessidade de uma gestão mais 
especializada, com uma visão estratégica no que diz respeito à 
exploração dos recursos de maneira mais racional.
Dessa forma, podemos afirmar que a gestão ambiental iniciou a 
partir da necessidade de o homem organizar sua maneira de rela-
cionar-se com o meio ambiente. De acordo com Valle (2002, p. 39), 
a gestão ambiental consiste em:
 “
[...] um conjunto de medidas e procedimentos definidos e 
adequadamente aplicados que visam reduzire controlar os 
impactos introduzidos por um empreendimento sobre o 
meio ambiente.
Para Barbieri (2016, p. 18), a gestão ambiental:
 “
[...] compreende as diretrizes e as atividades administrativas 
realizadas por uma organização para alcançar efeitos positivos 
sobre o meio ambiente, ou seja, para reduzir, eliminar ou com-
pensar os problemas ambientais decorrentes da sua atuação e 
evitar que outros ocorram no futuro.
As ações para combater a poluição começaram a ser efetivadas 
somente a partir da Revolução Industrial. De acordo com Barbieri 
(2016), desde a Antiguidade diversas experiências já foram tenta-
das, com o intuito de retirar o lixo urbano que se alastrava ruas e 
cidades, prejudicando o meio ambiente e a saúde dos habitantes. 
Na segunda metade do século XIX, começou também um in-
tenso debate entre os membros 
da comunidade científica e ar-
tística para delimitar as áreas 
do ambiente natural a serem 
protegidas e foram criados san-
tuários onde a vida selvagem 
pudesse ser preservada.
Assim, a questão ambiental 
era restrita a pequenos grupos 
de políticos e cientistas e foi se 
espalhando devido ao grau de 
deterioração que o meio am-
biente estava sofrendo. Apre-
sentamos alguns marcos das 
questões ambientais em âmbi-
to mundial na Unidade 1 deste 
livro. Esses marcos indicam a 
crescente preocupação com o 
meio ambiente e exigiu das or-
ganizações uma postura mais 
proativa nesse assunto.
Abordagens da 
Gestão Ambiental
Existem três diferentes aborda-
gens de que as empresas podem 
se valer para lidarem com pro-
blemas ambientais: de controle 
da poluição, de prevenção da 
poluição e estratégica. O Con-
trole da poluição, para Barbie-
ri (2016), é caracterizado por 
práticas administrativas e ope-
racionais, que têm por intuito 
impedir os efeitos da poluição 
gerada por certo processo pro-
dutivo. Aqui, as ações ambien-
tais são resultantes de uma pos-
tura reativa da organização.
218 Gestão Ambiental - Certificação e Auditoria Ambiental
As soluções tecnológicas buscam controlar a po-
luição gerada sem alterar seus processos produ-
tivos, tendo dois tipos: tecnologia de remediação 
e controle no final do processo (end-of-pipe). A 
tecnologia de remediação procura resolver pro-
blemas que já ocorreram, como tecnologia para 
remediação de um solo contaminado, enquan-
to as tecnologias end-of-pipe (ou fim de tubo) 
procuram captar e tratar a poluição resultante de 
seus processos produtivos, como, por exemplo, 
uma chaminé ou uma planta de tratamento de 
efluentes (Figura 1).
A prevenção da poluição envolve ações em-
presariais que buscam atuar sobre os produtos 
e processos produtivos com o intuito de evitar, 
reduzir e modificar a geração da poluição, isso 
requer mudanças em processos produtivos, a fim 
de reduzir ou eliminar os rejeitos na fonte, isto é, 
antes que eles sejam produzidos e lançados ao 
ambiente. Suas prioridades são: reduzir na fonte, 
reciclagem (ou reuso), recuperação energética, 
Figura 1 - Planta de tratamento de efluentes
tratamento e disposição final. Na abordagem es-
tratégica, os problemas ambientais são tratados 
como uma das questões estratégicas da empresa, 
relacionadas com a busca de uma situação vanta-
josa no futuro, tais como lucratividade, melhoria 
na imagem no mercado, entre outros. Para Bar-
bieri (2016), a gestão ambiental traz os benefícios 
estratégicos:
a) melhoria da imagem institucional;
b) renovação do portfólio de produtos;
c) aumento da produtividade;
d) maior comprometimento dos funcioná-
rios e melhores relações do trabalho;
e) criatividade e abertura para novos desa-
fios;
f) melhores relações com autoridades pú-
blicas, comunidade e grupos ambientais 
ativistas;
g) acesso assegurado aos mercados externos;
h) mais facilidade para cumprir os padrões 
ambientais (BARBIERI, 2016, p. 90).
219UNIDADE 9
O Quadro 1 resume as abordagens da gestão ambiental empresarial:
Quadro 1 - Abordagens da gestão ambiental empresarial
CARACTERÍSTICAS ABORDAGEM DO 
CONTROLE DA POLUIÇÃO
ABORDAGEM DA 
POLUIÇÃO
ABORDAGEM 
ESTRATÉGICA
Preocupação 
Básica
Cumprir legislação e 
respostas às pressões da 
comunidade.
Uso eficiente dos 
insumos.
Competitividade.
Postura Reativa. Reativa e proativa. Reativa e proativa.
Ações Típicas Corretivas; uso de tecno-
logias de remediação e fim 
de tubo; aplicações de nor-
mas de saúde e segurança 
do trabalho.
Corretivas e preven-
tivas; conservação 
e substituição de 
insumos; tecnologias 
limpas.
Corretivas, preventi-
vas e antecipatórias.
Percepção dos 
Empresários
Custo adicional. Redução do custo; 
aumento de produti-
vidade.
Vantagens competi-
tivas.
Envolvimento da 
alta administração
Esporádico. Periódico. Permanente e siste-
mático.
Áreas envolvidas Áreas geradoras da poluição. Crescente envol-
vimento de outras 
áreas, como pro-
dução, compras, 
desenvolvimento de 
produto e marketing.
Atividades ambientais 
disseminadas pela or-
ganização; ampliação 
das ações ambientais 
para a cadeia de 
suprimentos.
Fonte: Barbieri (2016, p. 86).
Tenha sua dose extra de conhecimento assistindo ao vídeo. Para acessar, use 
seu leitor de QR Code.
https://apigame.unicesumar.edu.br/getlinkidapp/3/594
Auditoria ambiental trata-se de uma atividade 
administrativa e documentada que compreende 
uma sistemática avaliação de como a organiza-
ção se encontra em relação à questão ambiental, 
e visa facilitar a atuação e o controle da gestão 
ambiental da empresa.
(Clauciana Schimidt Bueno de Moraes)
Os critérios para realização de auditoria ambien-
tal devem ser realizados com base na ISO NBR 
14.001 e também na resolução do CONAMA 
306/2002, que estabelecem os requisitos míni-
mos e o termo de referência para realização de 
auditorias ambientais.
Normas da Família ISO 14.000
Agora que vimos as formas de gestão ambiental, 
veremos como funciona a certificação e a auditoria 
ambiental, especialmente a partir da ISO 14.000.
Auditoria 
Ambiental
221UNIDADE 9
O Quadro 2 apresenta as normas da família ISO 14.000:
Quadro 2 - Família ISO 14.000
NORMA ISO DESCRIÇÃO
14.001 Sistema de Gestão Ambiental (SGA) – Requisitos com orientações para uso
14.004 Sistema de Gestão Ambiental - Diretrizes Gerais para a implementação
14.010 Guias para Auditoria Ambiental - Diretrizes Gerais
14.011 Diretrizes para Auditoria Ambiental e Procedimentos para Auditorias
14.012 Diretrizes para Auditoria Ambiental - Critérios de Qualificação
14.020 Rotulagem Ambiental - Princípios Básicos
14.021 Rotulagem Ambiental - Termos e Definições
14.022 Rotulagem Ambiental - Simbologia para Rótulos
14.023 Rotulagem Ambiental - Testes e Metodologias de Verificação
14.024 Rotulagem Ambiental - Guia para Certificação com Base em Análise Multicriterial
14.031 Avaliação da Performance Ambiental
14.032 Avaliação da Performance Ambiental dos Sistemas de Operações
14.040 Análise do Ciclo de Vida - Princípios Gerais
14.041 Análise do Ciclo de Vida - Inventário
14.042 Análise do Ciclo de Vida - Análise dos Impactos
14.043 Análise do Ciclo de Vida - Migração dos Impactos
Fonte: ABNT (2015).
A principal norma da família ISO 14.000 é a ISO 14.001, que estabelece os requisitos necessários para 
implementação do Sistema de Gestão Ambiental (SGA). Ela tem por objetivo gerir a organização den-
tro de um SGA certificável, estruturado e integrado à atividade geral de gestão, buscando apresentar 
requisitos que sejam aplicáveis a qualquer tipo e tamanho de organização (SEIFFERT, 2011). Segundo 
Barbieri (2016), de forma sucinta, o SGA proposto deve cumprir estes requisitos:
• Política Ambiental.
• Planejamento.
• Implementação e Operação.
• Verificação e Ação Corretiva.
As normas ISO 14.000 são uma família de normas que procuram estabelecer ferramentas e sistemas 
para gestão ambiental de uma organização, buscam a padronização de algumas ferramentas-chave 
de análise, tais como a auditoria ambiental e a análise do ciclo de vida.
222 Gestão Ambiental - Certificação e Auditoria Ambiental
No que diz respeito à PolíticaAmbiental, é pre-
ciso que a alta administração defina sua política 
ambiental e assegure que ela (ABNT, 2015, p. 8):
 “
- seja apropriada à natureza, à escala e aos im-
pactos ambientais de suas atividades, produtos 
ou serviços;
- inclua o comprometimento com a melhoria 
contínua e com a prevenção da poluição;
- inclua o comprometimento com o atendi-
mento à legislação, às normas ambientais apli-
cáveis e aos demais requisitos da organização;
- forneça estrutura para o estabelecimento e a 
revisão dos objetivos e das metas ambientais;
- seja documentada, implementada, mantida e 
comunicada a todos os colaboradores;
esteja disponível para o público.
O Sistema de Gestão Ambiental (SGA) pode ser 
criado e implementado para alcançar diversos 
objetivos. A norma ISO 14.001 pode ser aplicada 
a qualquer organização que deseja (DIAS, 2017):
• Estabelecer, implementar e aprimorar um 
SGA.
• Assegurar sua conformidade com a Polí-
tica Ambiental.
• Demonstrar conformidade com essa 
norma ao fazer uma autodeclaração ou 
autoafirmação; buscar confirmação da 
sua conformidade por partes interessa-
das na organização; buscar confirmação 
de sua autodeclaração por meio de uma 
organização externa; buscar certificação 
ou registro de seu SGA por uma organi-
zação externa.
A ISO 14.001 pode ser implementada e aplica-
da por qualquer tipo de organização de todos os 
portes e segmentos. É uma norma aplicável para 
empresas que desejam:
 “
- Implantar, manter e aprimorar um sistema 
de gestão ambiental.
- Assegurar-se do atendimento à sua política 
ambiental.
- Demonstrar tal conformidade a terceiros.
- Buscar certificação/registro de seu SGA 
por uma organização externa.
- Realizar auto-avaliação e emitir declaração 
de conformidade à norma (ROBLES JR., 
2003, p. 136).
A primeira edição da ISO 14.001 foi no ano de 
1996, a segunda edição em 2004, quando se bus-
cou esclarecer a edição de 1996 e alinhá-la me-
lhor com a norma ISO 9.001:2000. Com isso, al-
gumas seções não modificadas em seu conteúdo 
foram reescritas para alinhar à ISO 14.001:2004 
com o formato, os termos e a diagramação da 
ISO 9.001:2000 e para aumentar a compatibi-
lidade entre as duas normas (SEIFFERT, 2011).
ISO 14.001:2015
Após onze anos da publicação da última revisão 
da norma ISO 14.001 (em 2004), no segundo 
semestre de 2015, ocorreu o lançamento oficial 
da ISO 14.001:2015, que estabelece os requisitos 
para implementação e certificação do Sistema de 
Gestão Ambiental (SGA). Essa nova versão teve 
várias modificações que ocorreram para adaptar 
a norma de acordo com a estrutura do Anexo SL, 
que tem por intuito criar uma estrutura padrão 
para todas as normas que orientam a implanta-
ção e a certificação dos sistemas de gestão.
223UNIDADE 9
Dessa maneira, de acordo com a 
ABNT (2015), a nova estrutura 
da ISO 14.001, também propos-
ta no anexo SL, é:
• Introdução.
• Escopo.
• Referência normativa.
• Termos e definições.
• Contexto da organização.
• Liderança.
• Planejamento.
• Apoio.
• Operação.
• Avaliação de desempe-
nho.
• Melhoria.
Essa estrutura da nova versão é 
a mesma ISO 9.001 que aborda 
o Sistema de Gestão de Qua-
lidade (SGQ). A estrutura que 
sustenta um SGA é baseada no 
ciclo PDCA (Plan-Do-Check-
-Act). O ciclo PDCA fornece 
um processo interativo utili-
zado pelas organizações para 
alcançar a melhoria contínua. 
Esse ciclo pode ser aplicado a 
um sistema de gestão ambiental 
e a cada um dos seus elemen-
tos individuais (ABNT, 2015). 
A Estrutura de Alto Nível distribui as cláusulas em 10 seções (ou 
seja, em 10 itens), alinhadas com a abordagem PDCA (Figura 2), de 
modo a dar sequência lógica aos requisitos dos sistemas de gestão e 
propõe texto comum para requisitos muito estáveis dos sistemas de 
gestão, tais como a informação documentada, as ações corretivas, 
as auditorias internas, a revisão pela gestão, dentre outros. Assim, a 
nova versão da ISO 14.001 tem a estrutura apresentada no Quadro 3.
Figura 2 - Modelo do Sistema de Gestão Ambiental
Fonte: Carpinetti e Gerolamo (2016, p. 159).
O prazo final para transição das empresas que têm a certificação ISO 14.001:2004 foi até o final de 2018. 
As empresas certificadas pela versão de 2004, da ISO 14.001, precisaram fazer a transição em 2018.
A Figura 2 apresenta a estrutura da norma ISO 14.001:2015 inte-
grada ao ciclo PDCA:
224 Gestão Ambiental - Certificação e Auditoria Ambiental
Quadro 3 - Estrutura da Norma ISO 14.001:2015
0. Introdução
1. Escopo
2. Referências normativas
3. Termos e definições
PLANEJAR
4. Contexto da organização
4.1 Entendendo a organização e seu contexto
4.2 Entendendo as necessidades e as expectativas de partes interessadas.
4.3 Determinando o escopo do sistema de gestão ambiental (SGA).
4.4 Sistema de Gestão Ambiental
5. Liderança
5.1 Liderança e comprometimento
5.2 Política ambiental
5.3 Papéis, responsabilidades e autoridades organizacionais
6. Planejamento
6.1 Ações para abordar riscos e oportunidades
6.1.1 Generalidades
6.1.2 Aspectos ambientais
6.1.3 Requisitos legais e outros requisitos
6.1.4 Planejamento das ações
6.2 Objetivos ambientais e planejamento para alcançá-los
6.2.1 Objetivos ambientais
6.2.2 Planejamento de ações para alcançar os objetivos ambientais
7. Apoio
7.1 Recursos
7.2 Competência
7.3 Conscientização
7.4 Comunicação
7.4.1 Generalidades
7.4.2 Comunicação interna
7.4.3 Comunicação externa
7.5 Informação documentada
7.5.1 Generalidades
7.5.2 Criando e atualizando
7.5.3 Controle de informação documentada
225UNIDADE 9
EXECUTAR
8. Operação
8.1 Planejamento e controle operacionais
8.2 Preparação e resposta a emergências
AVALIAR
9. Avaliação de desempenho
9.1 Monitoramento, medição, análise e avaliação
9.1.1 Generalidades
9.1.2 Avaliação do atendimento aos requisitos legais e outros requisitos
9.2 Auditoria Interna
9.2.1 Generalidades
9.2.2 Programa de auditoria interna
9.3 Análise crítica pela direção
AGIR
10. Melhoria
10.1 Generalidades
10.2 Não conformidade e ação corretiva
10.3 Melhoria contínua
Fonte: adaptado de ABNT (2015).
Tipos de Auditorias Ambientais
A auditoria Sistema de Gestão Ambiental 
(SGA): é aquela auditoria realizada em orga-
nizações que possuem ou estejam implemen-
tando um SGA, de acordo com a ISO 14001. 
Ela é utilizada para determinar se as atividades 
de gestão ambiental da organização estão em 
conformidade com a documentação do sistema 
e se as práticas são implementadas de acordo 
com o planejamento ambiental e com a políti-
ca ambiental da organização. Essas auditorias 
podem ser de quatro tipos, segundo Pugliesi e 
Moraes (2014):
• Auditoria pré-certificação ou auditoria 
inicial: tem por objetivo ajustar o sistema 
antes da auditoria de certificação e não é 
obrigatória.
• Auditoria de certificação: obrigatória 
em processos de certificação do SGA, o 
resultado é a recomendação, ou não, da 
certificação do sistema.
Quanto aos tipos, as auditorias ambientais po-
dem ser: de conformidade legal, due diligence, 
auditoria pós-acidente, auditoria de fornecedor 
e auditoria focada em questões específicas, que 
serão especificadas a seguir.
A auditoria de conformidade legal tem por 
intuito verificar o cumprimento da legislação am-
biental e correlata aplicável à organização. É pos-
sível que incluam avaliações de diferentes origens, 
tais como: exigências legais atuais ou futuras, nor-
mas e diretrizes dos setores industriais, políticas 
ambientais e normas internas, melhores práticas 
ambientais e outros (PUGLIESI; MORAES, 2014).
A auditoria due diligence (devido cuidado) 
tem um caráter reativo, uma vez que as primeiras 
normas legais quase sempre eram do tipo coman-
do e controle (BARBIEIRI, 2016). Seu principal 
intuito é evitar assumir responsabilidades por ris-
cos ambientais em potencial ou por algum tipo de 
passivo ambiental (PUGLIESI; MORAES, 2014).
226 Gestão Ambiental - Certificação e Auditoria Ambiental
• Auditoria de manutenção: é realizada, 
semestral ou anualmente, entre a auditoria 
decertificação e a recertificação.
• Auditoria de recertificação: ocorre três 
anos após a auditoria de certificação para 
renovação do certificado, apresenta maior 
nível de exigência, pois busca a consolida-
ção do SGA no período avaliado.
A auditoria pós-acidente tem por objetivo 
verificar se os procedimentos para evitar emer-
gências ou acidentes ambientais foram seguidos 
de acordo com normas e manuais apropriados 
(BARBIERI, 2016).
A auditoria de fornecedor é utilizada em 
processos de seleção e avaliação de fornecedores.
As auditorias focadas em questões ambien-
tais, para Barbieri (2016), são específicas e utili-
zadas para detectar problemas e oportunidades 
em áreas ou atividades, a saber:
• Fontes de controle de poluição.
• Uso de energia.
• Pesquisas e desenvolvimento.
• Uso, armazenagem, manuseio, transporte 
de produtos controlados.
• Subprodutos e desperdícios.
• Sítios contaminados.
• Estações de tratamento de águas residuárias.
• Reformas e manutenções de prédios e ins-
talações.
• Panes, acidentes e medidas de emergência.
• Saúde ocupacional e segurança do trabalho.
O Quadro 4 apresenta os tipos de auditorias ambientais, bem como exemplos:
Quadro 4 - Tipos de auditorias ambientais
TIPO DA AUDITORIA OBJETIVO PRINCIPAIS INSTRUMENTOS DE REFERÊNCIA
Conformidade Legal Verificar o grau de conformi-
dade com a legislação am-
biental.
Legislação ambiental, licenças e processos 
de licenciamento; termos de ajustamento.
Due diligence Verificar a responsabilidade 
de uma empresa perante 
acionistas, credores, forne-
cedores, clientes, governos 
e outras partes interessadas.
Legislação ambiental, trabalhista, civil e ou-
tras; contrato social; títulos de propriedade 
e certidões negativas.
Pós-acidente Verificar as causas do aci-
dente, identificar as res-
ponsabilidades e avaliar os 
danos.
Legislação ambiental e trabalhista; normas 
técnicas; plano de emergência; normas da 
organização; programas de treinamento.
Fornecedor Avaliar o desempenho do 
fornecedor atual e também 
para seleção de novos for-
necedores.
Legislação ambiental; acordos voluntários 
subscritos; normas técnicas; normas da 
própria empresa; licenças, certificações e 
premiações.
Questões específicas Verificar a ocorrência de pro-
blemas ambientais específi-
cos e localizados.
Legislação ambiental; acordos voluntários 
subscritos; normas técnicas; especificações 
dos fabricantes.
SGA Avaliar o SGA, seu grau de 
conformidade com os requi-
sitos e a política da empresa.
Normas que especificam SGA (ISO 14001), 
legislação aplicável, requisitos de partes inte-
ressadas, informação documentada do SGA; 
critérios de auditoria do SGA.
Fonte: Barbieri (2016, p. 171).
227UNIDADE 9
Auditoria Ambiental de 
Acordo com a NBR 19.011
A Norma Técnica 19.011 (ABNT, 2012) consis-
te nas Diretrizes para Auditorias de Sistemas de 
Gestão. Essa norma tem como escopo fornecer 
as orientações acerca das auditorias de sistemas 
de gestão. Nela, estão incluídos os princípios de 
auditoria, a gestão de um programa de auditoria, 
a realização de auditorias de sistema de gestão, 
assim como orientação acerca da avaliação da 
competência de pessoas envolvidas no processo 
de auditoria, incluindo a pessoa que gerencia o 
programa, os auditores e a equipe de auditoria.
A ISO 19.011:2012 não estabelece requisitos, 
entretanto, oferece as diretrizes a respeito da gestão 
de um programa de auditoria, do planejamento 
e da realização de uma auditoria de sistema de 
gestão, bem como da competência e da avaliação 
de um auditor e de uma equipe auditora (ABNT, 
2012). Essa norma pode ser aplicável a qualquer 
tipo de organização que necessita realizar audito-
rias internas e/ou externas de sistemas de gestão 
ou gerenciar um programa de auditoria. A ABNT 
(2012) define auditoria como sendo 
 “
processo sistemático, documentado e inde-
pendente para obter evidência de auditoria 
e avaliá-las, objetivamente, para determinar 
a extensão na qual os critérios da auditoria 
são atendidos (ABNT, 2012, p. 6).
De acordo com a norma ABNT NBR ISO 
19.011:2012, temos:
• Evidência de auditoria: registros, apre-
sentação de fatos ou outras informações 
pertinentes aos critérios de auditoria e 
verificáveis.
• Critério de auditoria: conjunto de polí-
ticas, procedimentos ou requisitos usados 
como uma referência na qual a evidência 
de auditoria é comparada.
É importante entendermos que as auditorias in-
ternas (também denominadas de primeira parte) 
podem ser feitas pela própria organização, com o 
objetivo de analisar como está o sistema de ges-
tão ou com o intuito de obter informações para 
melhorá-lo. De acordo com a ABNT (2012), as 
auditorias internas podem formar a base para 
uma autodeclaração de conformidade da orga-
nização. A norma também nos apresenta concei-
tos de auditorias externas, em que estão incluídas 
auditorias de segunda e terceira parte.
Auditorias de segunda parte são realizadas por 
partes que apresentam algum interesse na orga-
nização, por exemplo clientes ou outras pessoas 
em seu nome. As auditorias de terceira parte são 
realizadas por organizações de auditoria indepen-
dentes, tais como organismos de regulamentação 
ou organismos de certificação (ABNT, 2012).
Existe, ainda, a auditoria combinada, que se 
forma quando dois ou mais sistemas de gestão 
de disciplinas diferentes, por exemplo, qualidade, 
meio ambiente, segurança e saúde ocupacional, 
são auditados juntos e quando duas ou mais or-
ganizações de auditoria cooperam para auditar 
um único auditado, isso é chamado de auditoria 
conjunta (ABNT, 2012).
Certificação
A autodeclaração de conformidade é realizada por 
meio de avaliações que são conduzidas pela própria 
organização que criou o SGA ou por uma organi-
zação externa em seu nome (BARBIERI, 2016).
A certificação é o procedimento em que 
uma terceira parte garante por escrito que o 
SGA está em conformidade com os requisitos 
especificados; a terceira parte é a pessoa ou o 
organismo reconhecida como independente das 
partes envolvidas no que se refere a um dado 
assunto. O registro é o procedimento pelo qual 
228 Gestão Ambiental - Certificação e Auditoria Ambiental
um organismo indica as características perti-
nentes de um produto, processo ou serviço, ou 
as características particulares de um organismo 
ou pessoa, em lista apropriada e disponível ao 
público (ABNT, 2015).
O SGA pode ser certificado por organizações 
que estão relacionadas com ele em seu ambiente 
de negócio, por exemplo, bancos, clientes e outros 
agentes financeiros. Também é possível que a orga-
nização cliente avalie o SGA dos seus fornecedores 
(DIAS, 2017). Barbieri (2016) analisa que, em situa-
ções práticas, a preferência das organizações são cer-
tificações de terceira parte por empresas acreditadas.
O Organismo de Certificação Credenciado 
(OCC) tem que atender a critérios previamente 
estabelecidos em documentos normativos esta-
belecidos pelo órgão governamental competente. 
Cada país tem esquemas próprios para acreditar e 
controlar as atividades de certificação de terceira 
parte, embora haja amplo esforço internacional 
para harmonizar critérios e procedimentos, tendo 
à frente a ISO, a International Electrotechnical 
Commision (IEC) e o International Accreditation 
Forum (IAF) (DIAS, 2017).
A acreditação consiste no reconhecimento for-
mal por parte do órgão governamental competente 
de um organismo, pessoa ou organização que aten-
de aos requisitos previamente definidos por leis e 
regulamentos para realizar atividades específicas de 
modo confiável. Um desses requisitos é a indepen-
dência dos organismos acreditados, o que impede 
que eles sejam contratados para auxiliar a organiza-
ção em relação ao objeto da certificação, com vistas 
a facilitar a avaliação da conformidade (ONA, 2017, 
on-line)1. Os principais objetivos de certificar um 
SGA pela ISO 14.001 são (DIAS, 2017):
• Uma organização que tem um SGA imple-
mentado e certificado poderá equilibrar e 
integrar interesses econômicos e ambien-tais e alcançar vantagens competitivas sig-
nificativas.
• Contribuir para eliminar as barreiras 
técnicas.
• Papel importante nos processos de pro-
dução e distribuição, podendo facilitar o 
comércio internacional.
• Aumentar a visibilidade no mercado na-
cional e internacional.
• Facilitar o acompanhamento da legislação 
e busca da conformidade legal.
• Simplificar e uniformizar procedimentos 
administrativos e operacionais.
• Consolidar a credibilidade junto a clientes, 
fornecedores e colaboradores.
No que diz respeito às dificuldades que as orga-
nizações têm para a certificação pela ISO 14.001, 
Barbieri (2016) apresenta as seguintes:
• Alto custo que representa para micro e pe-
quenas empresas.
• Desprendimento de capital para a área am-
biental.
• Relacionamento com os órgãos ambientais.
• Estruturação do setor ambiental na em-
presa.
Veja a reportagem do portal GoingGreen 
sobre Savona, na Itália. Essa cidade recebeu, 
recentemente, o selo LEED para cidades 
sustentáveis, tornando-se a terceira cidade no 
mundo a possuir essa certificação. Uma cidade 
inteira pode receber um selo de certificação 
ambiental? O que foi feito em termos de gestão 
ambiental para alcançar esse importante alvo?
Disponível em: http://goinggreen.com.
br/2018/05/24/leed-for-cities-savona-na-italia-
conquista-certificacao/.
229UNIDADE 9
P+L
Durante o ano de 1989, o Programa das Nações 
Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) intro-
duziu o conceito de produção mais limpa para 
definir a aplicação contínua de uma estratégia 
ambiental preventiva e integral que envolve pro-
cessos, produtos e serviços, de maneira que se 
previnam ou reduzam os riscos de curto ou lon-
go prazo para o ser humano e o meio ambiente 
(DIAS, 2017). A produção mais limpa (P+L) adota 
os seguintes procedimentos:
• Processos de produção: conservando 
as matérias-primas e energia, eliminando 
aquelas que são tóxicas, bem como redu-
zindo a quantidade e a toxicidade de todas 
as emissões e resíduos.
• Produtos: buscando reduzir os impactos 
ambientais negativos ao longo do ciclo de 
vida do produto, desde a extração da ma-
téria-prima até a disposição final.
• Serviços: incorporando as preocupações 
ambientais no projeto e fornecimento de 
serviços.
Produção Mais Limpa 
(P+L) e Outros Modelos 
de Gestão Ambiental
230 Gestão Ambiental - Certificação e Auditoria Ambiental
Além disso, podemos definir como sendo uma estratégia ambiental, 
de caráter preventivo, que é aplicada a processos, produtos e serviços 
empresariais, com o intuito de utilizar eficientemente os recursos e 
diminuir o impacto no meio ambiente (DIAS, 2017).
Para o CNTL (1999), a produção mais limpa é uma aplicação 
contínua de uma estratégia ambiental, econômica e tecnológica, que 
está integrada aos processos e produtos, com o intuito de aumentar 
a eficiência no uso de matérias-primas, energia e água, por meio 
da não geração, minimização ou reciclagem de resíduos gerados. 
A Figura 3 apresenta os níveis de P+L.
Redução na fonte
Minimização
de resíduos
e emissões
Reúso de 
resíduos e 
emissões
Modi�cação
do produto
Modi�cação
do processo
Housekeeping
(boas práticas)
Ciclo
biogênicos
Nível 3Nível 2Nível 1
Reciclagem
externa
Substituição
de materiais
Materiais
Estruturas
Reciclagem
interna
Mudanças
de tecnologia
Figura 3 - P+L - Níveis de intervenção
Fonte: adaptada de Barbieri (2016).
Podemos observar, na Figura 4, que as alternativas do nível 1, que 
constituem a prioridade máxima, envolvem modificações em pro-
cessos e produtos, com o intuito de reduzir emissões e resíduos na 
fonte, bem como para eliminar e reduzir sua toxicidade. Para Barbieri 
(2016), essas modificações ocorrem mediante revisões de suas espe-
cificações para reduzir geração de resíduos, realizadas por meio de:
• Boas práticas operacionais (housekeeping): procedimen-
tos administrativos e operacionais usuais, como planeja-
mento e programação da produção, gestão de estoques, 
organização do local de 
trabalho, limpeza, manu-
tenção de equipamentos, 
providências para evitar 
acidentes nos desloca-
mentos de materiais, 
coleta e separação de re-
síduos, padronização de 
atividades, elaboração e 
atualização de manuais, 
fichas técnicas, treina-
mento e outros.
• Substituição de mate-
riais: avaliação e seleção 
de materiais para redu-
zir ou eliminar materiais 
perigosos nos processos 
produtivos ou na gera-
ção de resíduos perigo-
sos, por exemplo, subs-
tituir solventes químicos 
por solventes à base de 
água, selecionar maté-
rias-primas e materiais 
auxiliares que gerem 
menos resíduos.
• Mudanças na tecnologia: 
inovações nos processos 
produtivos para redu-
zir emissões e perdas, 
podendo ser inovações 
incrementais, como mu-
danças nas especificações 
do processo ou no layout, 
ou radicais, como novos 
equipamentos, instala-
ções e outros componen-
tes do processo (BAR-
BIERI, 2016, p. 100).
231UNIDADE 9
Emissões e ruídos que continuam 
sendo gerados nos processos de-
vem ser reutilizados internamen-
te, como apresentado no nível 2. 
Já no nível 3, quando não existe 
a possibilidade do resíduo ou da 
emissão ser utilizado na própria 
unidade produtiva que o gerou, 
pode ser feita a reciclagem exter-
na, por meio de doações ou venda. 
Caso isso ainda não seja possível, 
podem ser tratados para serem 
assimilados no meio ambiente, 
como a compostagem (ciclos 
biogênicos) (BARBIERI, 2016).
Administração da 
Qualidade Total (TQM)
No ano de 1990, 21 empresas multinacionais formaram a Global 
Environmental Management Initiative (Gemi), que criou o con-
ceito de Total Quality Environmental Management (TQEM), 
uma extensão dos conceitos da Administração da Qualidade Total 
(TQM). A Administração da Qualidade Total (TQM) tem como 
meta o defeito zero, e a Administração da Qualidade Ambiental 
Total tem como meta a poluição zero. Para alcançar seus objetivos 
ambientais, a TQEM utiliza ferramentas típicas da qualidade, como 
diagrama de causa e efeito, benchmarking, diagramas de fluxos 
de processos, gráfico de Pareto e ciclo PDCA (BARBIERI, 2016). 
Veja no Quadro 5.
Quadro 5 - Ferramentas da qualidade
FERRAMENTA DESCRIÇÃO
Ciclo PDCA Do inglês plan, do, check, act, propõe a análise dos processos com 
vistas à sua melhoria.
Diagrama de causa e efeito Sua representação é comparada a uma espinha de peixe, em que, 
na coluna do meio, sinalizada por uma seta, é representado o efeito 
ou a consequência, e, na parte lateral, acima e abaixo da seta, estão 
as causas que interferem no processo.
Gráfico de Pareto Pode ser utilizado para classificar causas que atuam em um pro-
cesso com maior ou menor intensidade ou, ainda, com diferentes 
níveis de importância.
Lista de verificação (checklist) É um método pelo qual se faz a constatação de quantas vezes 
algo ocorre e mostra a frequência de sua ocorrência. Também é 
conhecida como folha de checagem. É uma das ferramentas mais 
simples e mais eficientes para analisar o desenvolvimento de ati-
vidades ao longo de um processo.
Gráficos de controle Buscam trabalhar com as variações de um processo e estão res-
tritos a áreas determinadas do processo. Como regra geral, os 
gráficos de controle são instrumentos para separar causas alea-
tórias das causas assinaláveis, verificam se o processo é estável, 
se o processo está sob controle e se permanecem assim e, ainda, 
permitem a análise das tendências do processo.
Fonte: Carvalho e Paladini (2012, p. 358).
Os custos de prevenção estão associados a ações para evitar problemas ambientais futuros. Os custos 
de avaliação consistem nas ações para verificar como a organização está em relação aos cumprimentos 
das normas legais. Os custos de falhas internas estão relacionados às ações para controle de impactos 
ambientais, já os custos de falhas externas relacionam-se às ações para controlar, reparar e mitigar 
impactos produzidos fora da empresa (DIAS, 2017).
232 Gestão Ambiental - Certificação e Auditoria Ambiental
Ecoeficiência
A ecoeficiência tem por intuito o usomais eficien-
te de matérias-primas e energia, com o objetivo 
de reduzir os custos econômicos, os impactos 
ambientais e os riscos de acidente, melhorando a 
relação da organização com as partes interessa-
das (DIAS, 2017). Assim, uma empresa torna-se 
ecoeficiente para Barbieri (2016) quando:
• Reduz o consumo de materiais com bens 
e serviços.
• Reduz o consumo de energia com bens e 
serviços.
• Reduz a dispersão de substâncias tóxicas.
• Intensifica a reciclagem de materiais.
• Maximiza o uso sustentável dos recursos 
naturais.
• Prolonga a durabilidade dos produtos.
• Agrega valor aos bens e serviços.
A ecoeficiência é baseada na ideia de que a redução 
de materiais e energia, ao longo do sistema pro-
dutivo, aumenta a competitividade da empresa ao 
mesmo tempo que reduz as pressões sobre o meio 
ambiente (DIAS, 2017). A ecoeficiência está rela-
cionada a três importantes objetivos (DIAS, 2017):
• Redução do consumo de recursos.
• Redução no impacto na natureza.
• Aumento de produtividade ou do valor do 
produto.
Os princípios para a definição e para a utilização 
dos indicadores de ecoeficiência estão apresen-
tados a seguir:
• Serem relevantes e significativos na prote-
ção do meio ambiente e da saúde humana 
e/ou na melhoria da qualidade de vida.
• Fornecerem informação aos tomadores 
de decisão, com o objetivo de melhorar o 
desempenho da organização.
• Reconhecerem a diversidade inerente a 
cada negócio.
• Apoiarem o benchmarking e monitorarem 
a evolução do desempenho.
• Serem claramente definidos, mensuráveis, 
transparentes e verificáveis.
• Serem compreensíveis e significativos para 
as várias partes interessadas.
• Basearem-se em uma avaliação geral da 
atividade da empresa, dos produtos e dos 
serviços, concentrando-se, principalmen-
te, nas áreas controladas diretamente pela 
gestão.
• Levarem em consideração questões rele-
vantes e significativas, relacionadas com 
as atividades da empresa, a montante (ex.: 
fornecedores) e a jusante (ex.: utilização do 
produto) (BARBIERI, 2016).
A P+L e a Ecoeficiência são modelos de gestão 
que têm muitas semelhanças entre si. Contudo, 
a reciclagem interna e externa é muito valoriza-
da pela ecoeficiência, diferentemente da P+L, na 
qual essa reciclagem é uma opção de segundo e 
terceiro nível.
Projeto para o Meio Ambiente
É um modelo de gestão focado na fase de con-
cepção dos produtos e em seus respectivos pro-
cessos de produção, distribuição e utilização, 
também denominado ecodesign, que busca in-
tegrar um conjunto de atividades e disciplinas 
que, historicamente, sempre foi tratado separa-
damente tanto em termos operacionais quan-
to estratégicos, como saúde e segurança dos 
trabalhadores e consumidores, conservação de 
recursos, prevenção de acidentes e gestão de 
resíduos (DIAS, 2017).
233UNIDADE 9
Barbieri (2016) explica que o ecodesign baseia-se em inovações 
de produtos e processos que reduzam a poluição em todas as fases 
do ciclo de vida e exige a participação de todos os segmentos da 
empresa, bem como de fornecedores e outros membros do canal de 
distribuição, podendo, por isso, ser considerado um modelo de gestão, 
pois não se trata da realização de atividades isoladas nem episódicas.
Para organizar as atividades diante de várias possibilidades de 
atuação em projeto, temos quatro estratégias (BARBIERI, 2016):
• Projeto para desmaterialização: busca a redução da quan-
tidade necessária de materiais para um produto, assim como 
a energia correspondente, considerando seu ciclo de vida.
• Projeto para desintoxicação: busca reduzir ou eliminar a 
toxicidade, a periculosidade ou outras características preju-
diciais ao produto.
• Projeto para revalorização: busca recuperar, reciclar e reu-
tilizar resíduos materiais e energia gerados em cada fase do 
ciclo de vida do produto.
• Projeto para a renovação e a proteção do capital: busca 
garantir a segurança, a vitalidade, a integridade, a produti-
vidade e a continuidade de recursos naturais, humanos e 
econômicos para manter o ciclo de vida do produto.
Prezado(a) aluno(a), nesta última unidade, abordamos aspectos 
de gestão ambiental, que consiste na gestão de recursos naturais 
por parte das organizações e que qualquer empresa, de qualquer 
tamanho ou porte, pode implementar um sistema de gestão am-
biental que, posteriormente, pode ser certificado por meio da ISO 
14001, norma certificável e voluntária, que traz muitas vantagens 
competitivas para as organizações.
Vimos que a ISO 14001 passou por atualização, no ano de 2015, e 
que sua estrutura está de acordo com o proposto no Anexo SL, cujo 
objetivo é facilitar a integração entre as normas e que um SGA segue 
os princípios do ciclo PDCA. Trabalhamos com a produção mais 
limpa, que busca adotar procedimentos em processos de produção, 
produtos e serviços, visando ao aproveitamento de recursos naturais 
e resíduos no processo produtivo. É uma ferramenta importante de 
gestão ambiental.
Também trabalhamos com outras ferramentas importantes: 
administração da qualidade total, ecoeficiência e projeto para o 
meio ambiente. Assim, finalizamos nosso estudo sobre o processo 
de certificação e os tipos de auditoria ambiental.
234
Você pode utilizar seu diário de bordo para a resolução.
1. A Política Ambiental pode ser considerada um conjunto de ações que é orde-
nado e praticado por organizações ou governos com o intuito de preservar o 
meio ambiente. Sobre a política ambiental proposta pela ISO 14001, leia as 
afirmativas a seguir:
I) A Política Ambiental deve ser implementada pelo setor de Compra e Vendas 
de uma organização.
II) A Política Ambiental deve ser documentada.
III) A Política Ambiental pode incluir aspectos, como inclusão de uso sustentável 
dos recursos naturais, mitigação e adaptação às mudanças climáticas, prote-
ção à biodiversidade e ecossistemas.
IV) Uma vez implementada, não existe a necessidade de atualização da Política 
Ambiental.
É correto o que se afirma em:
a) I e II, apenas.
b) I e III, apenas.
c) II e III, apenas.
d) I, II e III, apenas.
e) I, II e IV, apenas.
2. Existem certificações ambientais para todos os gostos. Escritórios, construções 
e mesmo cidades podem receber certificações por realizar mudanças em sua 
estrutura e processos produtivos. No entanto, as empresas no Brasil encontram 
algumas dificuldades para obter uma certificação ambiental. Entre as dificuldades 
para obter uma das certificações mais comuns, a ISO 14.001, podemos destacar:
I) Custos de implementação altos para micro e pequenas empresas.
II) Desprendimento de recursos para a área ambiental vista como gasto.
III) Relacionamento com orgãos ambientais e sua burocracia.
IV) IV - Dificuldades para estruturar a empresa para as mudanças visando sus-
tentabilidade.
235
É correto o que se afirma em:
a) I, II, III e IV.
b) I, somente.
c) II e IV, somente.
d) I, III e IV, somente.
e) III, somente.”
3. Na abordagem estratégica, os problemas ambientais são tratados como uma 
das questões estratégicas da empresa. Sobre os benefícios que uma organiza-
ção tem, por meio dessa abordagem, assinale V para afirmativas verdadeiras 
e F para falsas:
 )( Melhoria da imagem da organização.
 )( Renovação dos produtos.
 )( Conquista de mercados externos.
 )( Crescimento da produtividade.
Assinale a sequência correta:
a) V, V, V, V.
b) F, F, F, F.
c) V, F, F, F.
d) V, F, F, V.
e) V, V, V, F.
236
Gestão Ambiental Empresarial - conceitos, modelos e instrumentos
Autor: José Carlos Barbieri
Editora: Saraiva
Sinopse: a obra apresenta ampla discussão sobre os problemas ambientais: 
contempla o conceito de gestão ambiental e suas diferentes dimensões; discute 
as iniciativas de gestão ambiental global e regional com base no enfrentamento 
do aquecimento global, da destruição da camada de ozônio e da proteção à 
biodiversidade, nas experiências da União Europeia, Mercosul e Nafta e discu-
te os principais instrumentos de política pública ambiental e as polêmicas em 
torno delesquanto à sua eficácia na resolução dos problemas ambientais e 
seus efeitos sobre a competitividade das empresas. Também apresenta diver-
sos modelos de gestão ambiental, como Produção Mais Limpa, Ecoeficiência, 
Ecologia Industrial, entre outros.
LIVRO
237
ABNT. NBR ISO 14.001: Diretrizes para auditorias de sistema de gestão de qualidade e/ou ambiental. Brasília, 2015.
ABNT. NBR ISO 14.001:2015: Sistemas de Gestão Ambiental – Requisitos com Orientações para Uso. ABNT. 
2015. Disponível em: http://abnt.org.br/PAGINAMPE/noticias/218-abnt-nbr-iso-14001-2015-sistemas-de-gest%-
C3%A3o-ambiental-%E2%80%94-requisitos-com-orienta%C3%A7%C3%B5es-para-uso. Acesso em: 3 abr. 2019.
ABNT. NBR ISO 19.011: Diretrizes para auditorias de sistema de gestão de qualidade e/ou ambiental. Brasília, 2012.
BARBIERI, J. C. Gestão Ambiental Empresarial. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 2016.
CAMPOS, L. M. S. SGADA – Sistema de Gestão e Avaliação de Desempenho Ambiental: uma proposta de 
implementação. 2000. Tese (Doutorado em Engenharia da Produção) - Universidade Federal de Santa Catarina, 
Florianópolis, 2001.
CARPINETTI, L. C. R.; GEROLAMO, M. C. Gestão da Qualidade: ISO 9001: 2015 - Requisitos e Integração 
com a ISO 14001:2015. São Paulo: Atlas, 2016.
CARVALHO, M. M.; PALADINI, E. P. Gestão da Qualidade. 2. ed. Rio de Janeiro: Elsevier: ABEPRO, 2012.
CNTL. Manual: Metodologia de Implantação do Programa de Produção Mais Limpa. Porto Alegre, 1999.
DIAS, R. Gestão Ambiental. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2017.
MORAES, C. S. B. Gestão Ambiental Empresarial: análise da contribuição dos indicadores ambientais. In: Congresso 
Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental, 2011, Porto Alegre. Anais […] Porto Alegre: CBESA/ABES, 2012.
PUGLIESI, É.; MORAES, C. S. B. (org.). Auditoria e certificação ambiental. Curitiba: InterSaberes, 2014.
ROBLES JR., A. Custos da qualidade: aspectos econômicos da gestão da qualidade e da gestão ambiental. 2. ed. 
São Paulo: Atlas, 2003.
SEIFFERT, M. E. B. ISO 14001 - Sistemas de gestão ambiental: implantação objetiva e econômica. 4. ed. São 
Paulo: Atlas, 2011.
VALLE, C. E. Qualidade Ambiental - ISO 14000. São Paulo: SENAC, 2002.
REFERÊNCIA ON-LINE
1Em: https://www.ona.org.br/Pagina/33/Acreditacao. Acesso em: 3 abr. 2019.
238
1. C.
2. A.
3. A. 
239
CONCLUSÃO
Chegamos ao final do livro Ciências do Ambiente. Compreendemos a importância 
desse assunto na atuação do Engenheiro a partir de conceitos e fundamentos da 
gestão ambiental.
Para isso, a partir da Unidade 1, Meio Ambiente e Sustentabilidade, apresenta-
mos as principais definições de meio ambiente e desenvolvimento sustentável. Na 
Unidade 2, Dinâmicas Ambientais, descrevemos os processos que estão envolvidos 
nos ciclos biogeoquímicos e demonstramos a hierarquia ecológica, enfatizando a 
importância destes tópicos dentro das questões ambientais.
Nas Unidades 3 e 4, trabalhamos temas importantes relacionados ao Gerencia-
mento de Recursos Hídricos. Mostramos, a você, a importância da água para os 
seres vivos, além de apresentar os padrões de potabilidade para consumo humano, 
bem como os tratamentos existentes. Discorremos, também, sobre Tratamento 
de Efluentes e a questão de reuso de águas, uma alternativa razoável, visto a falta 
desse recurso em grandes centros.
Ao longo das Unidades 5 e 6, onde tratamos dos Resíduos Sólidos, apresentamos 
todas as etapas de sua gestão: geração, classificação, coleta, transporte de resíduos, 
tratamentos e formas de destinação final de resíduos sólidos.
Na Unidade 7, sobre Controle e Qualidade de Emissões Atmosféricas, desta-
camos os principais poluentes atmosféricos, bem como suas fontes, métodos de 
controle de emissão e padrões de qualidade. Conceituamos a poluição sonora, 
bem como sua redução e o controle de ruídos.
Finalizando com as Unidades 8 e 9, desenvolvemos os conhecimentos necessá-
rios para aplicação das legislações ambientais e ferramentas de gestão nas empresas, 
bem como as formas de certificação e auditoria ambiental.
Esperamos ter contribuído com sua formação e que você veja que realmente 
a questão ambiental está presente em todas as formações, em especial, na área de 
Engenharia.
Um forte abraço. 
	capa
	AVA_Ciências do Ambiente
	_30j0zll
	Meio Ambiente e
Sustentabilidade
	Dinâmicas Ambientais
	Gerenciamento
de Recursos Hídricos -
Captação e Tratamento de Água
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Recursos Hídricos – 
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Geração, Classificação, Coleta e Transporte
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Ambiental no Brasil
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