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GEOGRAFIA I
PRÉ-VESTIBULAR 239SISTEMA PRODÍGIO DE ENSINO
INDUSTRIALIZAÇÃO BRASILEIRA: 
ARQUIPÉLAGOS E SURTOS06
A INDÚSTRIA NO BRASIL
Desde o período colonial até os dias de hoje, o espaço geográfico 
brasileiro tem sido palco de diversos processos socioeconômicos. 
Muitas dessas transformações são oriundas da industrialização 
ocorrida em nosso país, cujo parque industrial se instalou de forma 
tardia e problemática. Com efeito, apenas ao longo do século XX 
o Brasil se consolida como um país urbano-industrial, passando 
a ter relações de trabalho tipicamente capitalistas – ainda que se 
mantenha permeado por rugosidades e características oriundas 
de seu longo passado agrário-exportador. 
Configura-se, então, uma economia nacional (ainda que esta 
continue a se expressar regionalmente) e o mercado interno passa 
a influenciar diretamente a dinâmica da economia do país.
Rugosidades do espaço geográfico
Segundo o geógrafo Milton Santos, as ações dos seres 
humanos e suas respectivas sociedades tem causado uma série 
de marcas no espaço geográfico, que servem como registro de 
suas técnicas, atividades, cultura e costumes. Tais registros seriam 
rugosidades, a exemplo de prédios antigos e outras construções, 
como pirâmides e templos religiosos. E como algumas dessas 
construções materiais ainda existem até os dias de hoje, fariam o 
papel de materializar a história no espaço, ao carregarem consigo 
as marcas das civilizações que as produziram. 
Ainda que não haja consenso quanto a esta periodização, 
dividiremos aqui a história industrial do Brasil em quatro fases 
principais, sendo elas:
I. Fase de Proibição, que vai de 1500 a 1808;
II. Fase de Implantação, que pode ser subdividida em dois 
períodos, sendo o primeiro de 1808 a 1850, e o segundo de 
1850 a 1930;
III. Fase de Substituição de Importações, cujos momentos 
principais são o período de 1930 a 1956, o de 1956 a 1961 
e o de 1964 a 1985;
IV. Fase de Abertura Econômica e Desnacionalização, que 
tem marcado a indústria brasileira principalmente a partir 
dos anos 1990.
Em cada uma delas, o espaço geográfico nacional sofreu 
transformações diferentes, resultantes das políticas e mecanismos 
econômicos colocados em vigor pelos agentes públicos e privados. 
Logo, a dinâmica industrial brasileira e a atual espacialização das 
fábricas em nosso território é fruto de um longo processo, o qual 
participaram distintos grupos sociais e que nos levou a um atraso 
de mais de cem anos no desenvolvimento industrial em relação às 
potências e líderes tecnológicos da ordem mundial vigente.
FASE DE PROIBIÇÃO (1500-1808)
Desde a revolução industrial do século XVIII, a atividade fabril se 
tornou um pilar central de desenvolvimento do modelo capitalista. 
Afinal, a ação das fábricas possibilitou expandir o volume de 
mercadorias produzidas, permitindo maior acúmulo de capital por 
parte dos países pioneiros no processo de industrialização. 
Contudo, enquanto ingleses e outros europeus desenvolviam seu 
parque industrial e fortaleciam suas economias, o Brasil se via impedido 
de desenvolver um efetivo processo de industrialização – situação 
semelhante à das demais colônias de exploração do continente 
americano. Tal proibição era fruto do pacto colonial, instrumento pelo qual 
a metrópole portuguesa obtinha exclusividade para retirar e comercializar 
com os demais países europeus aquilo que era produzido no Brasil – ou 
seja, os poucos produtos tropicais de alto valor que produzíamos, tais 
como o pau-brasil, o açúcar, o ouro e as drogas do sertão (especiarias). 
Ao mesmo tempo, o pacto colonial impedia que o Brasil comprasse 
qualquer produto de algum outro país que não fosse Portugal. 
Por fim, as regras desta política mercantilista vigente proibiam 
a instalação de manufaturas e fábricas no Brasil, caso estas 
pudessem competir com a metrópole ou viessem a prejudicar 
seus interesses comerciais. Tais medidas se aprofundaram na 
segunda metade do século XVIII quando, através do Alvará de 
1785, o governo português proibiu formalmente o funcionamento 
das poucas manufaturas existentes na colônia, visando não 
atrapalhar a venda de tecidos e roupas (adquiridos da Inglaterra) e 
comercializados por portugueses no Brasil.
Em virtude disso, pode-se dizer que as limitações impostas pela 
metrópole nos primórdios da colonização portuguesa retardaram o 
surgimento das manufaturas e consolidaram o espaço brasileiro 
como um mero fornecedor de matérias-primas, o que levou ao 
aprofundamento da Divisão Internacional do Trabalho e a um maior 
desequilíbrio nas relações comerciais entre os países. Durante todo 
o período colonial o Brasil foi um exportador de produtos primários 
e importador de manufaturados, tendo esse modelo perdurado por 
todo o Império e nas primeiras décadas da República, começando 
a mudar somente a partir da Segunda Guerra Mundial, quando o 
aceleramento da industrialização modificou nossa pauta comercial.
Desta forma, o espaço geográfico brasileiro esteve durante 
muito tempo marcado pela existência de arquipélagos econômicos 
e por mecanismos econômicos baseados em atividades agrárias, 
no latifúndio, na monocultura e no trabalho servil, típicos de um 
país agrário-exportador e escravocrata. Tais mecanismos nos 
levaram a desenvolver um processo tardio de industrialização, que 
só iria se iniciar (e ainda assim de forma tímida) a partir de 1808.
OS ARQUIPÉLAGOS ECONÔMICOS
Desde o período colonial e até as primeiras décadas do século 
XX, a economia brasileira esteve organizada em torno de polos 
responsáveis por seus respectivos produtos de exportação. Isoladas, 
autônomas e com baixíssimo grau de articulação entre si, as regiões 
brasileiras constituíam verdadeiros “arquipélagos econômicos”
Cada uma delas se inseriu no mercado internacional a partir 
do desenvolvimento de alguma atividade econômica específica 
PRÉ-VESTIBULAR240
GEOGRAFIA I 06 INDUSTRIALIZAÇÃO BRASILEIRA: ARQUIPÉLAGOS E SURTOS
SISTEMA PRODÍGIO DE ENSINO
e voltada para o mercado externo, o que formou um conjunto de 
economias regionais espacialmente fragmentadas.
Assim, a ocupação do território brasileiro esteve por muito 
tempo ligada ao desenvolvimento de ciclos econômicos baseados 
na exportação dos nossos produtos primários.
ECONOMIA REGIONAL DO BRASIL 
(SÉCULOS XVI – XX)
Os arquipélagos econômicos brasileiros eram caracterizados 
pela autonomia e isolamento em suas práticas comerciais com 
produções que se destacaram em certos períodos:
• Século XVI - Ciclo do Pau-Brasil / Ciclo da Cana-de-Açúcar.
• Século XVII - Ciclo da Cana-de-Açúcar.
• Século XVIII - Ciclo do Ouro.
• Século XIX - Ciclo do Café.
FASE DE IMPLANTAÇÃO (1808-1930)
No início do século XIX, o cenário na Europa era de turbulentas 
disputas territoriais entre os países, com destaque para a crescente 
rivalidade entre França e Inglaterra. Por conta disso, em 1806, o 
imperador francês Napoleão Bonaparte decidiu impor um Bloqueio 
Continental, cujo objetivo era impedir o comércio dos demais países 
europeus com os ingleses. Aparentemente distante da realidade 
brasileira, esta medida viria a afetar diretamente os rumos da 
nossa economia e sociedade. Afinal, profundamente dependentes 
do comércio com a Inglaterra, os portugueses descumpriram as 
ordens de Napoleão, tiveram seu território invadido e se viram, em 
1808, obrigados a transferir a Corte para o Rio de Janeiro.
A vinda da família real e da Corte portuguesa para o Brasil criou 
novas necessidades materiais que não podiam ser sanadas apenas 
com o que se produzia em solo nacional. Ademais, a manutenção 
do pacto colonial vigente até então inviabilizaria o acesso dos 
nobres portugueses a produtos de outros países – pois, de forma 
ambígua, éramos colônia e sede da Coroa portuguesa. Com isso, 
o príncipe regente Dom João tomou medidas que incluíram a 
abertura dos portos às nações amigas e a liberação da atividade 
industrial no território brasileiro, numa tentativa de impulsionar as 
manufaturas nacionais.
Contudo, diversasrazões levaram ao fracasso das iniciativas 
industrializantes surgidas no Brasil neste início de século XIX, 
incluindo a falta de infraestrutura interna e a forte concorrência 
dos produtos importados, especialmente os oriundos da Inglaterra 
– que, por conta do tratado de Comércio e Navegação, assinado 
em 1810, eram beneficiados por tarifas alfandegárias muito 
baixas (15%), inferiores àquelas pagas por Portugal (16%) e os 
demais países (24%). Com técnicas ainda rudimentares e mão de 
obra pouco especializada, as manufaturas brasileiras não tinham 
condições de competir com os produtos ingleses, que tinham 
melhor qualidade e chegavam com preço mais baixo. Além disso, a 
manutenção do regime escravista dificultava o desenvolvimento da 
técnica e impedia o crescimento do mercado consumidor. Por fim, 
havia ainda as dificuldades geradas pela dispersão geográfica da 
população brasileira que, em sua maioria rural, tornava o mercado 
interno restrito, espacialmente fragmentado e desinteressante para 
investimentos industriais. 
Apesar de todas as dificuldades, algumas manufaturas 
conseguiram prosperar ainda na primeira metade do século XIX, 
com destaque para indústrias têxteis situadas no Rio de Janeiro, 
em Minas Gerais, em Pernambuco e na Bahia. Ainda que o regime 
escravocrata e o baixo incentivo político continuassem a ser dois 
entraves centrais para o desenvolvimento da indústria nacional, 
estas e outras fábricas foram beneficiadas quando, a partir 
de meados do século XIX, novos elementos estimularam uma 
modernização das manufaturas brasileiras, tais como:
• a Tarifa Alves Branco (1844), que ao criar uma alíquota de 
44% sobre produtos importados aumentou a proteção aos 
produtos nacionais;
• a Lei Eusébio de Queirós (1850), assinada por pressões 
britânicas e que permitiu que muitos capitais até 
então utilizados na compra de escravos pudessem ser 
redirecionados para investimentos bancários e industriais, 
além de incentivar a chegada de mão de obra estrangeira;
• a Lei Áurea (1888), que aboliu a escravidão e incentivou a 
formação de um sistema baseado na mão de obra livre e 
assalariada.
Para além desses três fatores, o principal impulso ao 
desenvolvimento da indústria durante esta fase seria dado pela própria 
atividade agrícola. Principal locomotiva da economia do Brasil entre o 
século XIX e o começo do século XX, a agricultura cafeeira necessitava 
de uma eficiente rede de transportes, o que levou ao desenvolvimento 
de ferrovias para o escoamento da produção, do interior ao litoral. A 
economia cafeeira gerava altos lucros desde o fim da primeira metade 
do século XIX, primeiro no Rio de Janeiro e depois – e principalmente – 
em São Paulo. Com isso, os cafeicultores reinvestiam o capital obtido 
na agricultura, mas também em manufaturas e no melhoramento 
da infraestrutura urbana, como nos transportes, na iluminação, nos 
serviços portuários e em atividades bancárias.
Assim, podemos dividir o período da implantação da indústria 
brasileira em dois momentos, no qual o primeiro, de 1808 a 1850, é 
marcado pelo surgimento de algumas poucas fábricas, em sua maioria 
do ramo alimentício e têxtil, impulsionadas pela produção de matérias-
primas nacionais. Já o segundo, de 1850 a 1930, também conhecido 
como período de surtos industriais, é caracterizado pela diversificação 
dos ramos industriais, influenciados pela imigração estrangeira (o que 
alargou o mercado de trabalho e consumo), pelo reinvestimento dos 
lucros obtidos com a produção de café em São Paulo (o que melhorou 
a infraestrutura de transportes, urbana e industrial) e pelo fim do tráfico 
negreiro (o que disponibilizou capitais para outros investimentos). 
Surtos industriais
Surtos industriais são períodos de forte crescimento das 
atividades fabris, mas que não caracterizam um processo de 
arrancada efetiva rumo à industrialização. No Brasil, os primeiros 
surtos ocorreram na segunda metade do século XIX, com destaque 
para a atuação de importantes empreendedores como o Barão 
de Mauá (no eixo RJ-SP) e Delmiro Gouveia (em Pernambuco). 
Impulsionados por medidas de proteção à indústria nacional, tais 
surtos permitiram o surgimento e a expansão de alguns setores 
industriais de necessidade mais imediata e de menor custo como 
o alimentício, de tecidos e materiais de construção. 
No final do século XIX, o setor industrial brasileiro ainda era 
pequeno. Boa parte das “indústrias” sequer poderiam ser assim 
chamadas, pois não passavam de pequenos empreendimentos 
manufatureiros. Somente entre 1880 e 1900 é que surge aqui a 
grande indústria fabril, caracterizada por alto investimento de 
capital, grande mecanização e expressivo número de trabalhadores. 
Tal tipo de indústria se expande a partir da Primeira Guerra Mundial 
(1914-1918), que ao dificultar as importações de produtos oriundos 
de países europeus acabou estimulando o desenvolvimento da 
produção nacional, para suprir as necessidades do mercado 
interno. Ao final dos anos 1920 o espaço industrial brasileiro ainda 
era marcado pelo predomínio absoluto de indústrias de bens de 
consumo não duráveis e investimentos de capital privado nacional. 
Manufaturas × Fábricas
Manufatura - Representa a forma mais avançada da 
produção manual em que o artesão vendia a sua força de 
trabalho para um comerciante que fornecia as ferramentas, 
a matéria-prima e o local de trabalho. Utilizavam poucas 
máquinas tendo grande dependência da força humana. 
Maquinofatura - Aparecimento de máquinas no século 
XVIII em fábricas que substituíram a energia do homem pela 
energia a vapor e posteriormente pela elétrica tendo mais 
gasto de capital e maior produtividade.
PRÉ-VESTIBULAR
06 INDUSTRIALIZAÇÃO BRASILEIRA: ARQUIPÉLAGOS E SURTOS
241
GEOGRAFIA I
SISTEMA PRODÍGIO DE ENSINO
PROPOSTOS
EXERCÍCIOS
01. (UEL) TEXTO I:
É impossível não partilhar a sensação de excitação, autoconfi ança 
e orgulho que empolgava os que viveram a época quando a estrada 
de ferro ligou pela primeira vez o Passo de Calais ao Mediterrâneo e 
quando os trilhos percorreram o caminho do Oeste norte-americano, 
o subcontinente indiano na década de 1860 e o interior da América 
Latina na década de 1870. Como podemos negar a admiração por 
estas tropas de choque da industrialização que construíram tudo 
isso e que deixaram seus ossos ao longo de cada milha de trilhos?
(Adaptado de: HOBSBAWM, Eric J. A era do capital. 2 ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1979, p. 74.)
TEXTO II:
Essa Maria Fumaça é devagar quase parada
Ô seu foguista, bota fogo na fogueira
Que essa chaleira tem que estar até sexta-feira
Na estação de Pedro Osório, sim senhor
Se esse trem não chega a tempo
vou perder meu casamento
Atraca, atraca-lhe carvão nessa lareira
Esse fogão é que acelera essa banheira...
(KLEITON e KLEDIR. Maria Fumaça. Acesso em: 15 set. 2009.)
(Figura: MONET. Le train dans la neige. 1875. 
Disponível em: http://www.railart.co.uk/images/monet.jpg. Acesso: 22 maio 2009.)
A difusão e distribuição das ferrovias no Brasil, ao longo do século 
XIX, obedeceram a propósitos específi cos.
Assinale a alternativa que identifi ca corretamente um desses 
propósitos.
a) Consolidar a integração do mercado interno ao romper o 
isolamento dos diversos mercados regionais.
b) Proporcionar crescente autonomia das atividades produtivas 
primárias em relação ao mercado mundial.
c) Dissolver a forma de organização do espaço geográfi co 
nacional baseada nos arquipélagos econômicos regionais.
d) Internalizar capitais norte-americanos aplicados na construção 
e administração das ferrovias
e) Incrementar os fluxos econômicos entre áreas produtoras de 
bens primários e portos exportadores.
02. (PUCRS) Relacione a legenda do mapa abaixo com os principais 
ciclos econômicos do Brasil Colonial e do Império.ciclos econômicos do Brasil Colonial e do Império.
(Disponível em: http://geografalando.blogspot.com.br/2013/06/
migracoes-internas-no-brasil-os.html)
( ) Pau-brasil
( ) Cana-de-açúcar
( ) Pecuária
( ) Drogas do sertão( ) Mineração
O correto preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é
a) 1 – 3 – 2 – 5 – 4
b) 2 – 1 – 3 – 5 – 4
c) 2 – 5 – 1 – 4 – 3
d) 5 – 3 – 4 – 2 – 1
e) 5 – 1 – 2 – 4 – 3
03. (ENEM) "Quando a Corte chegou ao Rio de Janeiro, a Colônia 
tinha acabado de passar por uma explosão populacional. Em pouco 
mais de cem anos, o número de habitantes aumentara dez vezes."
GOMES, L. 1808: como uma rainha louca, um príncipe medroso e uma Corte corrupta 
enganaram Napoleão e mudaram a história de Portugal e do Brasil. 
São Paulo: Planeta do Brasil, 2008 (adaptado).
A alteração demográfi ca destacada no período teve como causa 
a atividade:
a) Cafeeira, com a atração da imigração europeia.
b) Industrial, com a intensifi cação do êxodo rural.
c) Mineradora, com a ampliação do tráfi co africano.
d) Canavieira, com o aumento do apresamento indígena.
e) Manufatureira, com a incorporação do trabalho assalariado.
04. (UNESP) Caracteriza-se como o maior vetor de ocupação 
territorial no Brasil a partir de meados do século XIX, sendo 
explicativa da gênese da concentração produtiva e populacional 
ainda existente na atual conformação do território nacional. 
Estabeleceu-se no vale do Rio Paraíba, avançando por décadas 
sobre áreas de floresta Atlântica. Cabe assinalar que tal avanço 
ocasionou um surto urbanizador na região Sudeste do Brasil, 
no qual as ferrovias ganharam peso fundamental como agente 
modernizador e indutor da ocupação de novas áreas.
(Antonio C. R. Moraes. Geografi a histórica do Brasil, 2011. Adaptado.)
A atividade econômica associada à formação territorial do Brasil a 
qual o excerto se refere é 
a) a industrialização. 
b) a cafeicultura. 
c) a mineração. 
d) a pecuária. 
e) a silvicultura. 
05. (UNESP) O dia em que o capitão-mor Pedro Álvares Cabral 
levantou a cruz [...] era a 3 de maio, quando se celebra a invenção 
da Santa Cruz em que Cristo Nosso Redentor morreu por nós, e 
por esta causa pôs nome à terra que se encontrava descoberta 
de Santa Cruz e por este nome foi conhecida muitos anos. Porém, 
como o demônio com o sinal da cruz perdeu todo o domínio que 
tinha sobre os homens, receando perder também o muito que tinha 
em os desta terra, trabalhou que se esquecesse o primeiro nome e 
lhe fi casse o de Brasil, por causa de um pau assim chamado de cor 
abrasada e vermelha com que tingem panos [...].
(Frei Vicente do Salvador, 1627. Apud Laura de Mello e Souza. O Diabo e a Terra de 
Santa Cruz, 1986. Adaptado.)
O texto revela que
a) a Igreja católica defendeu a prática do extrativismo durante o 
processo de conquista e colonização do Brasil.
b) um esforço amplo de salvação dos povos nativos do Brasil 
orientou as ações dos mercadores portugueses.
c) os nomes atribuídos pelos colonizadores às terras do Novo 
Mundo sempre respeitaram motivações e princípios religiosos.
d) o objetivo primordial da colonização portuguesa do Brasil foi 
impedir o avanço do protestantismo nas terras do Novo Mundo.
e) uma visão mística da colonização acompanhou a exploração 
dos recursos naturais existentes nas terras conquistadas.
PRÉ-VESTIBULAR242
GEOGRAFIA I 06 INDUSTRIALIZAÇÃO BRASILEIRA: ARQUIPÉLAGOS E SURTOS
SISTEMA PRODÍGIO DE ENSINO
06. (UNESP) É particularmente no Oeste da província de São 
Paulo – o  Oeste de 1840, não o de 1940 – que os cafezais 
adquirem seu caráter próprio, emancipando-se das formas de 
exploração agrária estereotipadas desde os tempos coloniais no 
modelo clássico da lavoura canavieira e do “engenho” de açúcar. 
A silhueta antiga do senhor de engenho perde aqui alguns dos 
seus traços característicos, desprendendo-se mais da terra e da 
tradição – da rotina rural. A terra de lavoura deixa então de ser 
o seu pequeno mundo para se tornar unicamente seu meio de 
vida, sua fonte de renda […].
(Sérgio Buarque de Holanda. Raízes do Brasil, 1987.)
O “caráter próprio” das fazendas de café do Oeste paulista de 1840 
pode ser explicado, em parte, pelo
a) menor isolamento dessas fazendas em relação aos meios urbanos.
b) emprego exclusivo de mão de obra imigrante e assalariada.
c) desaparecimento das práticas de mandonismo local.
d) maior volume de produção de mantimentos nessas fazendas.
e) esforço de produzir prioritariamente para o mercado interno.
07. (USP) A respeito dos espaços econômicos do açúcar e do ouro 
no Brasil colonial, é correto afirmar:
a) A pecuária no sertão nordestino surgiu em resposta às 
demandas de transporte da economia mineradora.
b) A produção açucareira estimulou a formação de uma rede 
urbana mais ampla do que a atividade aurífera.
c) O custo relativo do frete dos metais preciosos viabilizou a 
interiorização da colonização portuguesa.
d) A mão de obra escrava indígena foi mais empregada na 
exploração do ouro do que na produção de açúcar.
e) Ambas as atividades produziram efeitos similares sobre a 
formação de um mercado interno colonial.
08. (UNESP) Em meados do século o negócio dos metais não 
ocuparia senão o terço, ou bem menos, da população. O grosso 
dessa gente compõe-se de mercadores de tenda aberta, oficiais 
dos mais variados ofícios, boticários, prestamistas, estalajadeiros, 
taberneiros, advogados, médicos, cirurgiões-barbeiros, burocratas, 
clérigos, mestres-escolas, tropeiros, soldados da milícia paga. Sem 
falar nos escravos, cujo total, segundo os documentos da época, 
ascendia a mais de cem mil. A necessidade de abastecer-se toda 
essa gente provocava a formação de grandes currais; a própria 
lavoura ganhava alento novo.
(Sérgio Buarque de Holanda. “Metais e pedras preciosas”. 
História geral da civilização brasileira, vol 2, 1960. Adaptado.)
De acordo com o excerto, é correto concluir que a extração de 
metais preciosos em Minas Gerais no século XVIII
a) Impediu o domínio do governo metropolitano nas áreas de 
extração e favoreceu a independência colonial.
b) Bloqueou a possibilidade de ascensão social na colônia e 
forçou a alta dos preços dos instrumentos de mineração.
c) Provocou um processo de urbanização e articulou a economia 
colonial em torno da mineração.
d) Extinguiu a economia colonial agroexportadora e incorporou a 
população litorânea economicamente ativa.
e) Restringiu a divisão da sociedade em senhores e escravos e 
limitou a diversidade cultural da colônia.
09. (UNESP) Os diários, as memórias e as crônicas de viagens 
escritas por marinheiros, comerciantes, militares, missionários 
e exploradores, ao lado das cartas náuticas, seriam as principais 
fontes de conhecimento e representação da África dos séculos XV 
ao XVIII.
A barbárie dos costumes, o paganismo e a violência cotidiana 
foram atribuídos aos africanos ao mesmo tempo em que se justificava 
a sua escravização no Novo Mundo. A desumanização de suas práticas 
serviria como justificativa compensatória para a coisificação dos negros 
e para o uso de sua força de trabalho nas plantations da América.
CLARO, Regina. Olhar a África. 2012 (Adaptado).
As “plantations da América”, citadas no texto, correspondem a
a) Um esforço de coordenação da colonização ao redor do 
Atlântico, com a aplicação de modelos econômicos idênticos 
nas colônias ibéricas da América e da costa africana.
b) Uma estratégia de valorização, na colonização da América e 
na África, das atividades agrícolas baseadas em mão de obra 
escrava, com a consequente eliminação de toda forma de 
artesanato e de comércio local.
c) Um modelo de organização da produção agrícola caracterizado 
pelo predomínio de grandes propriedades monocultoras, que 
utilizavam trabalho escravo e destinavam a maior parte de sua 
produção ao mercado externo.
d) Uma forma de organização da produção agrícola, implantada 
nas colônias africanas a partir do sucesso da experiência de 
povoamento das colônias inglesas na América do Norte.
e) Uma política de utilização sistemática de mão de obra de origem 
africana na pecuária, substituindo o trabalho dos indígenas, 
que não se adaptavam ao sedentarismo e à escravidão.
10. (MACK) “ A grande lavoura açucareira na colônia brasileira iniciou-se com o uso extensivo da mão de obra indígena (...) Do ponto de 
vista dos portugueses, no período de escravidão indígena, o sistema 
de relações de trabalho era algo que fora pormenorizadamente 
elaborado. Tal período foi também aquele em que o contato entre os 
europeus e o gentio começou a criar categorias e definições sociais e 
raciais que caracterizaram continuamente a experiência colonial.”
SCHWARTZ, Stuart B. Segredos Internos: Engenhos e escravos na sociedade colonial. 
São Paulo: Cia das Letras, 2005, p. 57.
Sobre o trabalho escravo durante o período colonial é correto afirmar que
a) o uso da mão de obra indígena estendeu-se durante todo o 
período colonial. No primeiro momento, durante a extração do 
pau-brasil, os portugueses utilizavam o escambo. No segundo 
momento, a partir da produção canavieira, foi organizada a 
escravidão dos povos indígenas.
b) desde o primeiro contato com os portugueses, os indígenas 
foram submetidos ao trabalho escravo. Seja na extração 
do pau-brasil seja na grande lavoura canavieira, o sistema 
escravista baseado na mão de obra nativa predominou diante 
de outras formas de trabalho.
c) a partir da necessidade de mão de obra para a produção 
canavieira, os povos indígenas foram submetidos à escravidão. 
Porém, a partir da chegada dos primeiros grupos de africanos, 
a escravidão indígena foi paulatinamente abandonada até 
chegar ao fim em meados do século XVII.
d) a escravidão indígena foi implantada durante o chamado 
Período Pré-colonial e tinha como objetivo usar o máximo de 
mão de obra para a extração do pau-brasil. Com a implantação 
da grande lavoura e a chegada dos africanos, a escravidão 
indígena perdeu força e foi abandonada no século XVIII.
e) após utilizar o trabalho indígena com o escambo, os portugueses 
recorrem à sua escravização. Isso se deve à necessidade 
portuguesa de mão de obra para a grande lavoura e à indisposição 
indígena para o trabalho aos moldes europeus. No século XVII, é 
substituída definitivamente pela escravidão africana.
GABARITO
 EXERCÍCIOS PROPOSTOS
01. E
02. E
03. C
04. B
05. E
06. A
07. C
08. C
09. C
10. A

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