Logo Passei Direto
Buscar

Direito Cibernético

Ferramentas de estudo

Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

Prévia do material em texto

Disciplina
Direito Cibernético
Unidade 1
Direito, Tecnologia e Inovação
Aula 1
Compliance e Governança Digital
Introdução da aula
Este conteúdo é um vídeo!
Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo
computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo
para assistir mesmo sem conexão à internet.
Olá, estudante! Nesta disciplina vamos conhecer as áreas de direito, tecnologia e inovação pelo
viés do direito cibernético. 
Com a evolução tecnológica vivenciada ao longo da segunda metade do século XX, com especial
ênfase para este primeiro quarto do século XXI, com o avanço da internet e da indústria 4.0, as
questões vinculadas à governança, sustentabilidade e responsabilidade social são incontestes. 
O direito, derivado do fato social e dos avanços culturais, históricos e tecnológicos, deve
acompanhar esta evolução, sendo uma necessária competência ao pro�ssional do direito o seu
conhecimento, bem como saber transitar nas mais variadas frentes do direito cibernético. Neste
sentido é que convidamos você a estudar os temas de direito, tecnologia e inovação.
Ao longo desta aula você verá os conceitos e aplicações da governança corporativa, do
compliance, concorrência desleal e fundamental defesa da proteção da informação. Você é o
nosso convidado especial para embarcar nesta jornada desa�adora. Vamos lá?
Introdução à tecnologia e inovação sob a ótica do compliance e governança
corporativa digital. Legislação aplicável.
Disciplina
Direito Cibernético
A�nal, o que é governança corporativa?
É uma forma de gerenciar as informações e ações de uma empresa e seus dirigentes, garantindo
transparência, procedimentos claros e objetivos de uma empresa. De acordo com o Relatório
Cadbury, a governança é "o sistema pelo qual as empresas são dirigidas e controladas".
Fatos marcantes no cenário mundial, como os atentados terroristas de 11 de setembro de 2001,
nos EUA, o escândalo �nanceiro de Wall Street em 2002, levaram à necessidade de uma
regulamentação mais especí�ca e efetiva para gerir os riscos a que algumas instituições estão
sujeitas. 
Sob a ótica do direito cibernético (também conhecido por direito digital), são muitos desa�os
para a implementação de boas práticas de governança digital nas empresas. É neste sentido que
segue o posicionamento de Palhares, Prado e Vidigal (2021, p. 329), para quem:
Ao longo dos últimos anos, as mudanças sociais e tecnológicas vêm sendo sentidas
de forma cada vez mais intensa e acelerada, com a propagação de novos métodos,
formas e conceitos, em todas as searas do conhecimento humano. A pandemia de
Covid-19, ao forçar a digitalização acentuada de muitas organizações, também tem
contribuído para a adoção ampla de novas tecnologias e para a visualização de uma
realidade inovadora. 
No Direito, esse movimento também é sentido com vigor. Desde 2020, o trabalho
remoto se tornou um aspecto incontornável para empresas, escritórios de advocacia
e até mesmo para órgãos do Poder Judiciário, que passaram a conduzir a maior parte
de suas atividades de forma não presencial, com a realização de sessões de
julgamento e despachos virtuais, com a ajuda da tecnologia. 
Com isso, as empresas iniciaram um ciclo de mudanças que no decorrer dos anos foi sofrendo
alterações para evitar fraudes. As empresas de auditoria tiveram uma grande importância no
Disciplina
Direito Cibernético
contexto empresarial, e devem seguir os princípios de governança corporativa de acordo com o
Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), que são:
Transparência.
Equidade.
Prestação de contas.
Responsabilidade corporativa. 
 
O compliance, fundamental para a e�cácia da governança dentro de uma empresa, é um
conjunto de esforços que atuam em conformidade com as leis e regras da empresa. Estar em
compliance é estar em conformidade com a ética, com o sistema legal e com o que é esperado
por mercado, sócios, acionistas e todos aqueles que se relacionam com a empresa.
O estudo feito em 1976 por Jensen e Meckling originou a teoria do agente principal, que defende
a ideia de que os administradores agem de acordo com os próprios interesses, criando, assim,
algumas medidas para garantir que os interesses da empresa não sejam afetados pelos
interesses pessoais. Em linhas gerais, é a busca de uma proteção coletiva sobre a proteção
individual, a qual encontra respaldo em toda a teoria da função social da empresa, da boa-fé
objetiva e da ética empresarial.
 Qual a importância do compliance na era digital?
Como estamos percebendo, a era digital está cada vez mais avançada; novos produtos e
ferramentas estão sendo criados e atualizadas constantemente. As evoluções que veri�caremos
em um futuro muito próximo, com a internet 5G e a computação quântica, são novos marcos
históricos para a sociedade. Alcançaremos um avanço tecnológico jamais imaginado pela
sociedade ou por qualquer �lme de �cção cientí�ca. 
Assim, por que não aplicar essas vantagens tecnológicas também no âmbito empresarial,
visando à melhoria em seus modelos de negócio, e�ciência, controle, automatização de
processos e muito mais? Certamente é uma excelente opção ao gestor e à diretoria das
empresas. 
Mesmo com tantas vantagens, também é necessário conhecer desa�os como violação de
dados, ameaças internas e vazamentos de dados. Logo, é de suma importância estar em
conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) e o Marco Civil da Internet, que
serão tratados mais a fundo no decorrer do programa.
Concorrência desleal. Segurança, �scalização e boas práticas.
Disciplina
Direito Cibernético
O homem sempre buscou soluções e aprimoramentos nas funções básicas da vida, e essa
busca resulta na criação de indústrias as quais geram uma concorrência para garantir o direito
de propriedade do criador, protegendo os interesses privados. Conforme José Roberto
D’Affonseca Gusmão ensina: 
Devemos convir que a natureza imaterial desses bens implica necessariamente a
adoção de um regime jurídico próprio, em vista de sua proteção adequada. É uma
categoria de bens à parte, que foi ignorada do direito romano. As sequelas são
sentidas até hoje. (GUSMÃO, 1990)
Mas, a�nal, o que é concorrência desleal? 
É uma prática ilícita para ganhar mais clientes, prejudicando os concorrentes. Em regra, a
concorrência é livre e pode ser exercida por qualquer pessoa, entretanto, se essa pessoa usa a
concorrência de má-fé, con�gura-se concorrência desleal e a lei é obrigada a reprimir o abuso do
poder econômico, conforme artigo 195, III, da Lei nº 9.279/96: 
Notadamente, no que se refere ao princípio da livre concorrência (art. 170, IV,
CF/1988), encontra-se nele o fundamento da economia de mercado, no qual os
agentes econômicos devem travar suas disputas, das quais o melhor, o mais apto,
conseguirá a vitória, sobrepondo-se aos seus rivais. Desse ambiente de livre
concorrência, tende-se a resultados mais e�cientes, com inovações tecnológicas,
aumento na qualidade de produtos e serviços, reduções de custos – e
consequentemente de preços -, que contribuem efetivamente para o desenvolvimento
e trazem ganhos ao bem-estar econômico do consumidor. […]
Já ciente de tal realidade, o constituinte estabeleceu a garantia da competição leal,
isenta de práticas anticoncorrenciais e de utilização abusiva do poder econômico,
Disciplina
Direito Cibernético
assegurada pelo Estado, sobretudo por meio dos órgãos de defesa da concorrência.
[…]
Também outro aspecto relevante da questão concorrencial é que uma política de
concorrência bem estruturada contribui para o desenvolvimento socioeconômico.
Política de concorrência é o conjunto de leis e políticas que garantem que a
competição nos mercados não é limitada de modo a reduzir o bem-estar social.
(BAGNOLI, 2017, p. 272-273)
Exempli�cando o que o texto constitucional e o sistema de proteção da concorrência preveem,
imaginemos a seguinte situação: o dono de um restaurante, em sua rede social, fala que um
restaurante concorrente usa gordura suja para fritar batata. Esse fato é consideradoconcorrência desleal? Com certeza, pois está havendo difamação de concorrente em sua rede
social, gerando uma concorrência desleal e contrária à ética. 
Considere então os números da PNAD contínua do IBGE, que apontam que entre 2018 e 2019 o
percentual de pessoas que têm telefone móvel para uso pessoal subiu de 79,3% para 81,0%. E se
essas pessoas começassem a utilizar as redes sociais para aplicar a concorrência desleal? Seria
um abuso de poder econômico, por isso a concorrência desleal é considerada crime, com pena
de 3 meses a 1 ano ou multa a quem praticar uma das condutas tipi�cadas no artigo 195 da Lei
nº 9.279/96. Além disso, o praticante do ato está sujeito a uma série de punições pelos órgãos
de controle, como o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) e o Procon, entre
outros.
Considere, neste momento, outra situação: se os representantes de uma pessoa jurídica
descobrirem a identidade visual de um produto (trade dress) que o concorrente pretende lançar,
onde o novo produto, mesmo que seja de outro segmento, utiliza a mesma identidade visual?
Havia abuso sob a ótica da concorrência? Especialmente considerando que o produto que será
lançado, mesmo que de outro segmento, irá se valer da boa reputação que o seu produto possui.
Tal prática é igualmente abusiva.
Nesse caso falamos de aproveitamento parasitário, conforme imagem a seguir: 
Disciplina
Direito Cibernético
Figura 1 | Exemplo de aproveitamento parasitário - Fonte: Oliveira (2020, [s. p.]). 
É uma violação ainda mais grave, por utilizar um conjunto de elementos grá�cos, visuais e/ou
fonéticos, o que chamamos de trade dress. A violação de trade dress nos ambientes virtuais é
ainda mais fácil de ocorrer, e de consumar práticas anticoncorrenciais. Daí a grande importância
do tema para o direito cibernético. 
Você pode pesquisar os autos do processo deste caso – processo nº 1093251-
56.2017.8.26.0100 – no sítio do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, e observar que a
empresa Muriel Cosméticos foi condenada a pagar uma indenização equivalente a 20% sobre o
faturamento com as vendas do produto “Alisena”.
Por essas e outras razões o Estado deve monitorar as atividades empresariais que caracterizem
potenciais atos de abuso do poder econômico por meio de concorrência desleal, além da
relevante importância da proteção de dados e informações das empresas, especialmente
quando falamos de segredos industriais e comerciais.
Proteção da informação e proteção da liberdade de expressão na internet
Disciplina
Direito Cibernético
Quantas vezes você já ouviu notícias de vazamento de dados pessoais do cidadão comum? 
E quantas vezes você já ouviu notícias de vazamento de informações privilegiadas de uma
empresa, ou ainda de segredos comerciais e industriais? 
Certamente a resposta para as perguntas é diferente, já que tradicionalmente há muito mais
notícias tratando de vazamento de dados pessoais do cidadão comum. Você já se perguntou a
respeito da razão disso? 
A resposta é razoavelmente simples. O vazamento de informações privilegiadas de uma
empresa, ou de seus segredos industriais e comerciais, resulta em um prejuízo à reputação da
própria empresa, de forma que ela não tem interesse que a informação caia no domínio público.
Tais apurações são, na maioria das vezes, realizadas de forma sigilosa, em segredo de justiça e
até mesmo de forma administrativa ou por meios alternativos de con�itos. Tal medida visa
justamente preservar a reputação da empresa e garantir uma severa punição àqueles que
eventualmente tenham violado os direitos de proteção à informação. 
Segurança da informação é um processo para proteger as suas informações e as informações
de sua empresa, e é aplicada em qualquer área da empresa, não só na parte de tecnologia. É a
área responsável por analisar os riscos que podem afetar alguma informação dentro de uma
organização. 
Neste terceiro bloco também veremos outro ponto interessante e que gera muitos
questionamentos. Qual é o limite da liberdade de expressão na internet? É um universo sem lei?
Trataremos primeiro da segurança da informação.
Algumas características da segurança da informação são:
Con�dencialidade: limita o acesso das informações realmente autorizadas pelo
proprietário.
Integridade: garante que a informação mantenha todas as características originais.
Disciplina
Direito Cibernético
Disponibilidade: garante que as informações estejam sempre disponíveis para aqueles
autorizados pelo proprietário da informação. 
E qual a importância da segurança da informação (SI)?
Digamos que todos os dados de uma empresa estão sendo salvos na nuvem. Com as
informações salvas na internet, se a empresa não conta com um sistema de proteção, prevenção
e segurança destes dados, poderá sofrer um ataque hacker ou até mesmo uma ação maliciosa
de algum funcionário, facilmente causando transtorno e prejuízo para a empresa. 
Ter o processo de segurança da informação claro e de�nido, além de um protocolo de proteção e
prevenção de dados e da informação, é, hoje em dia, crucial para as empresas e para a melhor
segurança de suas informações. Uma pesquisa realizada pela IBM apontou que o custo médio
de violação de dados em 2021 chegou a 4.24 milhões de dólares norte-americanos. 
E o que exatamente a segurança de informação analisa?
Acesso não autorizado, divulgação, gravação, interrupção de informações, para prevenir
informações de roubos e acessos maliciosos. Protege a rede de ataques virtuais, internos e
externos.
A liberdade de expressão na internet e seus limites
Não tem como falarmos de liberdade de expressão sem adentrar no Marco Civil da Internet, a Lei
nº 12.965/14 que assegura direitos e garantias ao usuário de rede. Esta lei, logo no seu artigo 2º,
deixa evidente que seu fundamento é o respeito à liberdade de expressão, também assegurada
pela Constituição Federal. Entretanto, mesmo assegurando o exercício da liberdade de
expressão, devemos observar alguns limites, como a proteção à instituição família e aos
princípios gerais constitucionais, e a proteção aos direitos humanos. 
E quais são os limites para a liberdade de expressão?
O �lósofo inglês Herbert Spencer diz que "a liberdade de cada um termina onde começa a
liberdade do outro". O Código Penal trata dos crimes contra a honra, calúnia, difamação, fake
news e discursos de ódio, enquadrados nos limites da liberdade de expressão.
Videoaula: Compliance e Governança Digital
Este conteúdo é um vídeo!
Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo
computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo
para assistir mesmo sem conexão à internet.
Caro estudante, vamos conhecer os conceitos de compliance e governança corporativa digital,
seus impactos da sociedade da informação e do direito cibernético, além dos principais pontos e
cuidados que devem ser veri�cados pelo pro�ssional do direito.
Ao longo da presente aula, pudemos compreender melhor os conceitos e os impactos da
tecnologia e da inovação sob a ótica do compliance e governança corporativa digital. Também
Disciplina
Direito Cibernético
identi�camos a legislação aplicável aos casos e avançamos para conceitos de concorrência
desleal, segurança da informação (SI), �scalização e boas práticas.
Ao �nal da aula, avaliamos a importância da proteção da informação e o próprio conceito e
proteção da liberdade de expressão na internet, identi�cando seus principais limites e
aplicações. 
Ao longo da aula, esperamos ter gerado curiosidade e re�exão a respeito de temas tão
importantes para o avanço da vida em sociedade no século XXI.
Saiba mais
Vamos conhecer um pouco mais do que aprendemos nesta aula?
É importante que você tenha outras fontes de pesquisa para pensar nos conceitos e impactos do
compliance e da governança digital. 
Recomendamos que você dedique um tempo de seus estudos para re�etir acerca da seguinte
questão: O que é governança digital para você? Certamente você vai relembrar diversos
conceitos aprendidos nesta aula, além de perceber o quantovocê já entende do tema. 
Indicamos o artigo de Marcelo Bechara de Souza Hobaika, “Aspectos da governança da Internet”,
publicado na Revista de Direito das Comunicações –  v. 7, p. 231-264, jan.-jun. 2014,
DTR\2014\8225. Está disponível na base eletrônica da Revista dos Tribunais Online. 
O artigo traz uma boa referência do cenário nacional e internacional da governança na internet e
a sua importância para a segurança das transações e dos negócios jurídicos �rmados pela rede.
Além desse texto, recomendamos, caso você tenha oportunidade, as seguintes séries e/ou
documentários que tratam dos temas que foram vistos nesta aula:
Mr. Robot. A série trata da invasão de sistemas e dispositivos conectados à nuvem. 
Disciplina
Direito Cibernético
Privacidade Hackeada. Célebre documentário que trata das ações da Cambridge Analytica e da
possibilidade de manipulação de informações, eleições e demais decisões que impactam toda a
sociedade.
Onisciente. Série nacional de �cção cientí�ca que trata justamente de uma parceria público-
privada, e todas as pessoas da sociedade são monitoradas por sistemas.
Referências
Arruda, G. S. de, Madruga, S. R., & Freitas Junior, N. I. de. (2009). A governança corporativa e a
teoria da agência em consonância com a controladoria. Revista De Administração Da UFSM,
1(1). Disponível em: https://doi.org/10.5902/19834659570. Acesso em: 06 dez. 2022.
BAGNOLI, V. Direito econômico e concorrencial. 7. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais; Thomson
Reuters, 2017. 
BARBUTO, J. L. C. Concorrência Desleal no século XXI. Jusbrasil, [s. d.]. Disponível em:
https://drbarbuto.jusbrasil.com.br/artigos/185076266/concorrencia-desleal-no-seculo-xxi.
Acesso em: 18 nov. 2022.
BLOK, M. Compliance e Governança Corporativa. 3. ed. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 2020.
Disponível em: https://books.google.com.br/books?
id=c6Z5EAAAQBAJ&lpg=PA1&ots=ubu73mcMrE&dq=Compliance%20e%20governan%C3%A7a&lr
&hl=pt-BR&pg=PA8#v=onepage&q=Compliance%20e%20governan%C3%A7a&f=false. Acesso em:
18 nov. 2022.
BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988.
Brasília/DF: Presidência da República, [2020]. Disponível em:
https://doi.org/10.5902/19834659570
https://drbarbuto.jusbrasil.com.br/artigos/185076266/concorrencia-desleal-no-seculo-xxi
https://books.google.com.br/books?id=c6Z5EAAAQBAJ&lpg=PA1&ots=ubu73mcMrE&dq=Compliance%20e%20governan%C3%A7a&lr&hl=pt-BR&pg=PA8#v=onepage&q=Compliance%20e%20governan%C3%A7a&f=false
https://books.google.com.br/books?id=c6Z5EAAAQBAJ&lpg=PA1&ots=ubu73mcMrE&dq=Compliance%20e%20governan%C3%A7a&lr&hl=pt-BR&pg=PA8#v=onepage&q=Compliance%20e%20governan%C3%A7a&f=false
https://books.google.com.br/books?id=c6Z5EAAAQBAJ&lpg=PA1&ots=ubu73mcMrE&dq=Compliance%20e%20governan%C3%A7a&lr&hl=pt-BR&pg=PA8#v=onepage&q=Compliance%20e%20governan%C3%A7a&f=false
Disciplina
Direito Cibernético
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 18 nov. 2022.
Art.  5º e 220.
BRASIL. Lei nº 13.303, de 30 de junho de 2016. Dispõe sobre o estatuto jurídico da empresa
pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias, no âmbito da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Brasília/DF: Presidência da República, 2016.
Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/lei/l13303.htm.
Acesso em: 18 nov. 2022. 
BRASIL. Lei nº 12.846, de 1º agosto de 2013. Dispõe sobre a responsabilização administrativa e
civil de pessoas jurídicas pela prática de atos contra a administração pública, nacional ou
estrangeira, e dá outras providências. Brasília/DF: Presidência da República, 2013. Disponível em:
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2013/lei/l12846.htm. Acesso em: 18 nov.
2022.
BRASIL. Decreto nº 9.203, de 22 de novembro de 2017. Dispõe sobre a política de governança da
administração pública federal direta, autárquica e fundacional. Brasília/DF: Presidência da
República, 2017. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-
2018/2017/decreto/d9203.htm. Acesso em: 18 nov. 2022. 
BRASIL. Lei nº 13.848, de 25 de junho de 2019. Dispõe sobre a gestão, a organização, o processo
decisório e o controle social das agências reguladoras, […]. Brasília/DF: Presidência da República,
2019. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2019/lei/l13848.htm.
Acesso em: 18 nov. 2022. 
BRASIL. Lei nº 8.429, de 2 de junho de 1992. Dispõe sobre as sanções aplicáveis em virtude da
prática de atos de improbidade administrativa, de que trata o § 4º do art. 37 da Constituição
Federal; e dá outras providências. Brasília/DF: Presidência da República, 1992. Disponível em:
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8429.htm. Acesso em: 18 nov. 2022.
BRASIL. Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000. Estabelece normas de �nanças
públicas voltadas para a responsabilidade na gestão �scal e dá outras providências. Brasília/DF:
Presidência da República, 2000. Disponível em:
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/lcp101.htm. Acesso em: 18 nov. 2022.
BRASIL. Lei nº 12.965, de 23 de abril de 2014. Estabelece princípios, garantias, direitos e deveres
para o uso da Internet no Brasil. Brasília/DF: Presidência da República, 2014. Disponível em:
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2014/lei/l12965.htm. Acesso em: 18 nov.
2022. 
BRASIL. Lei nº 13.709, de 14 de agosto de 2018. Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais
(LGPD). Brasília/DF: Presidência da República, 2018. Disponível em:
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2018/lei/l13709.htm. Acesso em: 18 nov.
2022. 
BRASIL. Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990. Dispõe sobre a proteção do consumidor e dá
outras providências. Brasília/DF: Presidência da República, 1990. Disponível em:
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8078compilado.htm#:~:text=Disp%C3%B5e%20sobre
%20a%20prote%C3%A7%C3%A3o%20do%20consumidor%20e%20d%C3%A1%20outras%20provid
%C3%AAncias.&text=Art.,Art. Acesso em: 18 nov. 2022. Art. 6º, III e IV, 36,37 e 38.
BRASIL. Lei nº 9279, de 14 de maio de 1996. Regula direitos e obrigações relativos à propriedade
industrial. Brasília/DF: Presidência da República, 1996. Disponível em:
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9279.htm. Acesso em: 18 nov. 2022. Art. 196, I e II.
Brasil Escola. Liberdade. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/consciencia-
e-liberda-humana-texto-2.htm. Acesso em 30.nov.2022
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/lei/l13303.htm
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2013/lei/l12846.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2017/decreto/d9203.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2017/decreto/d9203.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2019/lei/l13848.htm
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8429.htm
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/lcp101.htm
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2014/lei/l12965.htm
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2018/lei/l13709.htm
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8078compilado.htm#:~:text=Disp%C3%B5e%20sobre%20a%20prote%C3%A7%C3%A3o%20do%20consumidor%20e%20d%C3%A1%20outras%20provid%C3%AAncias.&text=Art.,Art
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8078compilado.htm#:~:text=Disp%C3%B5e%20sobre%20a%20prote%C3%A7%C3%A3o%20do%20consumidor%20e%20d%C3%A1%20outras%20provid%C3%AAncias.&text=Art.,Art
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8078compilado.htm#:~:text=Disp%C3%B5e%20sobre%20a%20prote%C3%A7%C3%A3o%20do%20consumidor%20e%20d%C3%A1%20outras%20provid%C3%AAncias.&text=Art.,Art
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9279.htm
https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/consciencia-e-liberda-humana-texto-2.htm
https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/consciencia-e-liberda-humana-texto-2.htm
Disciplina
Direito Cibernético
CONAR. Código Brasileiro de Autorregulamentação Publicitária. Disponível em:
http://www.conar.org.br/pdf/codigo-conar-2021_6pv.pdf.Acesso em 30.nov.2022  
CORTES, A. Governança na era digital: entenda o que é e sua importância. Remessa Online, 7 dez.
2020. Disponível em: https://www.remessaonline.com.br/blog/governanca-na-era-digital/.
Acesso em: 18 nov. 2022.
G2 Consulting. Disponível em: https://www.g2consulting.com.br/governanca-ti-governanca-
corporativa/. Acesso em: 30.11.2022
GUSMÃO, J. R. d'A. Natureza jurídica do direito de propriedade intelectual. Apud. RODRIGUES
ALVES, Joyce Ruiz. Condições para a caracterização de infrações contra a ordem econômica
envolvendo direitos de propriedade intelectual no Brasil. Dissertação de Mestrado PUC/SP.
Disponível em:
https://tede2.pucsp.br/bitstream/handle/21792/2/Joyce%20Ruiz%20Rodrigues%20Alves.pdf 
Acesso em: 30.nov.2022
HOFRIMANN, S. Governança corporativa na era digital: entenda a importância. Holmes, 20 maio
2022. Disponível em: https://holmesdoc.com.br/blog/governanca-corporativa/. Acesso em: 18
nov. 2022.
IBM. Relatório do custo de uma violação de dados. IBM Security, 2021. Disponível em:
https://www.ibm.com/downloads/cas/RBJ6BJVN#:~:text=O%20custo%20médio%20por%20regi
stro,registro%20foi%20de%20US%24%20141. Acesso em: 18 nov. 2022.
IBGC – Instituto Brasileiro de Governança Corporativa. Conheça os quatro princípios da
Governança Corporativa. Disponível em: https://www.ibgc.org.br/blog/principios-de-governanca-
corporativa. Acesso em 30.11.2022
KIRCHHOFF, P.; SCRIVANI, V. Os limites da liberdade de expressão nas redes sociais. Bem Paraná,
7 mar. 2022. Disponível em: https://www.bemparana.com.br/noticia/os-limites-da-liberdade-de-
expressao-nas-redes-sociais#.YuA8OkXMLIU. Acesso em: 18 nov. 2022.
OLIVEIRA, L. G. M. Marcas famosas e aproveitamento parasitário. Ricci Propriedade Intelectual, 4
jun. 2020. Disponível em: https://riccipi.com.br/marcas-famosas-e-aproveitamento-
parasitario/#:~:text=O%20aproveitamento%20parasitário%20ocorre%20quando,-
imagem)%20das%20marcas%20famosas. Acesso em: 18 nov. 2022.
PALHARES, F.; PRADO, L. F.; VIDIGAL, P. Compliance Digital e LGPD. Coleção Compliance. V.
5.Coordenação: Irene P. D. Nohara e Luiz E. de Almeida. São Paulo: Revista dos Tribunais;
Thomson Reuters, 2021.
PARTIDO NOVO. Quais são os limites da liberdade de expressão? Novo.org.br, c2020. Disponível
em: https://novo.org.br/explica/quais-sao-os-limites-da-liberdade-de-expressao/. Acesso em: 18
nov. 2022.
TUTIDA, D. O que é segurança da informação. Encontre Um Nerd S/A, 10 ago. 2021. Disponível
em: https://encontreumnerd.com.br/blog/o-que-e-seguranca-da-
informacao#:~:text=Na%20segurança%20da%20informação%2C%20con�dencialidade,números
%20de%20cartões%20de%20crédito. Acesso em: 18 nov. 2022.
da Internet. In: DE LUCCA, Newton; SIMÃO FILHO, Adalberto; LIMA, Cíntia Rosa Pereira de
(coord.). Direito & Internet III: Marco Civil da Internet. Tomo II. São Paulo: Quartier Latin, 2015, p.
377 - 408
http://www.conar.org.br/pdf/codigo-conar-2021_6pv.pdf
about:blank
https://www.g2consulting.com.br/governanca-ti-governanca-corporativa/
https://www.g2consulting.com.br/governanca-ti-governanca-corporativa/
https://tede2.pucsp.br/bitstream/handle/21792/2/Joyce%20Ruiz%20Rodrigues%20Alves.pdf
https://holmesdoc.com.br/blog/governanca-corporativa/
https://www.ibm.com/downloads/cas/RBJ6BJVN#:~:text=O%20custo%20m%C3%A9dio%20por%20registro,registro%20foi%20de%20US%24%20141
https://www.ibm.com/downloads/cas/RBJ6BJVN#:~:text=O%20custo%20m%C3%A9dio%20por%20registro,registro%20foi%20de%20US%24%20141
https://www.ibgc.org.br/blog/principios-de-governanca-corporativa
https://www.ibgc.org.br/blog/principios-de-governanca-corporativa
https://www.bemparana.com.br/noticia/os-limites-da-liberdade-de-expressao-nas-redes-sociais#.YuA8OkXMLIU
https://www.bemparana.com.br/noticia/os-limites-da-liberdade-de-expressao-nas-redes-sociais#.YuA8OkXMLIU
https://riccipi.com.br/marcas-famosas-e-aproveitamento-parasitario/#:~:text=O%20aproveitamento%20parasit%C3%A1rio%20ocorre%20quando,-imagem)%20das%20marcas%20famosas
https://riccipi.com.br/marcas-famosas-e-aproveitamento-parasitario/#:~:text=O%20aproveitamento%20parasit%C3%A1rio%20ocorre%20quando,-imagem)%20das%20marcas%20famosas
https://riccipi.com.br/marcas-famosas-e-aproveitamento-parasitario/#:~:text=O%20aproveitamento%20parasit%C3%A1rio%20ocorre%20quando,-imagem)%20das%20marcas%20famosas
https://novo.org.br/explica/quais-sao-os-limites-da-liberdade-de-expressao/
https://encontreumnerd.com.br/blog/o-que-e-seguranca-da-informacao#:~:text=Na%20seguran%C3%A7a%20da%20informa%C3%A7%C3%A3o%2C%20confidencialidade,n%C3%BAmeros%20de%20cart%C3%B5es%20de%20cr%C3%A9dito
https://encontreumnerd.com.br/blog/o-que-e-seguranca-da-informacao#:~:text=Na%20seguran%C3%A7a%20da%20informa%C3%A7%C3%A3o%2C%20confidencialidade,n%C3%BAmeros%20de%20cart%C3%B5es%20de%20cr%C3%A9dito
https://encontreumnerd.com.br/blog/o-que-e-seguranca-da-informacao#:~:text=Na%20seguran%C3%A7a%20da%20informa%C3%A7%C3%A3o%2C%20confidencialidade,n%C3%BAmeros%20de%20cart%C3%B5es%20de%20cr%C3%A9dito
Disciplina
Direito Cibernético
Aula 2
Do Blockchain, Criptomoedas e NFT
Introdução da aula
Caro estudante, 
Como já tivemos a oportunidade de entender um pouco de direito cibernético pelo viés do direito,
da tecnologia e da inovação, vamos abordar a temática de evolução da própria internet pelas
atuais redes descentralizadas e pelas redes distribuídas. 
Quando falamos em redes distribuídas nem sempre as associamos ao termo blockchain, e é
disso que trataremos.
As redes distribuídas – uma delas é a blockchain, pois existem outras tecnologias e formas de
redes distribuídas – representam o novo estágio da internet e de transações eletrônicas com
segurança e con�abilidade. 
Sem a existência de uma rede distribuída como a blockchain não haveria como falarmos de
criptomoedas, NFTs, token e muito mais. 
É justamente essa estrutura de rede de con�ança, por meio de uma comunicação direta –
também chamada ponto a ponto –, que torna possível a implementação de novos meios de
pagamento eletrônico, de transações pela internet e até mesmo de negócios jurídicos �rmados
no Metaverso.
Vamos lá?
Disciplina
Direito Cibernético
Considerações Iniciais e Conceitos
A�nal, o que é uma rede distribuída?
Vivemos, entre o �nal do século XX e primeiro quarto do século XXI, em meio a um processo
histórico de evolução tecnológica sem precedentes na história. 
Uma evolução tecnológica, entre os diversos signi�cados que contempla, pode ser caracterizada
pela utilização de melhores técnicas, ferramentas e instrumentos que buscam melhorar a vida do
ser humano. 
No caso especí�co de nosso programa (Direito Cibernético), vamos olhar a evolução da internet,
a qual está caminhando para o que é conhecido como web 3.0. Ou seja, é a terceira fase de
evolução da internet. 
A primeira fase foi marcada pelo surgimento da internet durante a Guerra Fria, quando seu
desenho e sua arquitetura eram puramente centralizados, inicialmente para �ns militares e
bélicos. Buscava-se preservar informações e arquivos que estavam situados �sicamente em um
único centro de informações. Assim, foi criado o conceito para replicar a mesma informação
e/ou arquivo de forma randômica em diversos outros polos de armazenamento de dados e
informações. 
O segundo momento, o descentralizada, representa a fase que estamos vivenciando e que é
mais popularmente conhecida. A arquitetura atual da internet (descentralizada) foi inicialmente
utilizada no meio acadêmico e posteriormente para �ns comerciais, quando passamos a ter
diversos centros de informações (provedores) e diversos polos de armazenamento até chegar no
usuário �nal. Vale observar que no Brasil a internet teve seu início em escala comercial (uso
comercial) entre os anos de 1995 e 1996. 
O terceiro momento, o da rede distribuída, é representado por redes como a blockchain, cujo
início foi em 31 de outubro de 2008, com destaque à ausência de grandes centros de controle –
Disciplina
Direito Cibernético
a internet passa a ser utilizada de forma distribuída e ponto a ponto.
É descentralizada na medida em que prescinde de um registrocentral ou de um
responsável único (ou hierarquicamente superior) pelos dados introduzidos e
armazenados no sistema, assentando antes na distribuição de responsabilidade
pelos respetivos participantes, como característica essencial. Com efeito, cada
participante é responsável pela manutenção e atualização de uma parte (ou da
totalidade) da base de dados, e a validade dos registros decorre da coerência entre as
inscrições individuais de cada membro, ao invés de assentar num critério hierárquico.
Este carácter (necessária e intencionalmente) multilateral evita que a base de dados
possa ser corrompida por um único participante, ou que um ou mais participantes
exerçam uma posição dominante, tornando os demais reféns.
Assim, a introdução de novos dados na base depende da validação da nova
informação pelos demais participantes, sendo por isso assente num consenso
multilateral. Uma vez atingido esse consenso multilateral, a nova informação é
acrescentada à base de dados, e a partir daí não pode ser alterada ou eliminada,
senão com base num novo consenso.
Como terceiro aspecto distintivo, cumpre assinalar que a maioria das tecnologias
assentes em Blockchain utiliza métodos de encriptação de dados e de validação
temporal (através da aposição de selos temporais nos momentos-chave de
introdução, alteração e eliminação de dados). (CORREIA, 2017, p. 69-74) 
Nos blocos seguintes, analisaremos em maior profundidade a blockchain, o conceito de
criptomoedas, NFT e token.
Blockchain, criptogra�a e criptomoedas
Disciplina
Direito Cibernético
O que é blockchain? Será que ele é mais importante que o próprio bitcoin?
O blockchain foi idealizado em 1991, cerca de 20 anos antes do bitcoin, por Stuart Haber e Scott
Stornetta, que imaginaram blocos com informações ligados uns aos outros de forma imutável.
Em 1992 foram incluídos registros nos blocos, e em 2008 ele ainda não tinha nome e nenhum
caso de uso. O bitcoin foi a primeira aplicação do Blockchain, conforme veri�camos no artigo
publicado por Satochi Nakamoto (pseudônimo utilizado pelo seu real autor, que até hoje é
desconhecido) “Bitcoin: A Peer-to-Peer Cash System” (em tradução livre, “Bitcoin: um sistema de
pagamento ponto-a-ponto”). 
O primeiro bloco foi minerado em 3 de janeiro de 2009, cuja mensagem criptografada de Satochi
Nakamoto diz: “The Times 03/Jan/2009 Chancellor on brink of second bailout for banks”
(Chanceler à beira do segundo resgate aos bancos, em tradução livre).
A principal diferença entre blockchain e os bancos de dados tradicionais é que ele não é
controlado por autoridades; qualquer pessoa pode ver as entradas de outros usuários, sem, no
entanto, poder alterá-las. Além da sua publicidade e transparência, não há necessidade de
centros de controle, pois a comunicação se dá ponto a ponto, de forma direta entre os usuários.
Blockchain refere-se a blocos de informação e dados em cadeia. Serve também como uma linha
do tempo em que cada informação incluída no bloco permanece aumentando a transparência
em todo o sistema. 
Como funciona?
Disciplina
Direito Cibernético
Figura 1 | Funcionamento do blockchain -  Fonte: Lamounier (2018, [s. p.]). 
Todo bloco criado pelo blockchain carrega uma informação do bloco anterior, formando uma
cadeia de blocos. Cada transação é mantida nesse bloco e não pode ser apagada ou alterada: é
um rastro, um histórico de todas as suas transições que são visíveis a todos os usuários – por
isso é considerado um sistema transparente. Para manter essas estruturas, temos os
mineradores que validam as transações dos usuários por meio de problemas matemáticos
complexos. E como pagamento, eles ganham bitcoin. 
A segurança do blockchain
Já percebemos que o blockchain não funciona da maneira tradicional como os outros bancos, e
hackear esse sistema não é algo tão fácil, pois estamos falando de uma vasta quantidade de
computadores interligados. Para derrubar ou entrar nesse sistema será necessário entrar em
todos os computadores conectados no sistema, um processo extremamente complicado. 
Por isso o blockchain é considerado uma das tecnologias mais seguras da internet até agora,
uma vez que além da ligação ponto a ponto sua segurança também é preservada por regras de
criptogra�a. Tais fatos sociais derivados da tecnologia possibilitaram a criação de moedas
virtuais desvinculadas de governos e órgãos centralizadores. São as criptomoedas. 
Criptomoedas, o que são?
São moedas digitais descentralizadas (não controladas por órgão ou país) criadas pela rede
blockchain que podem ser convertidas em outras moedas – por exemplo, a Ethereum (ETH), que
pode ser convertida em dólar.
Para que serve? 
As criptomoedas são um meio de troca; são moedas virtuais que podem ser trocadas por
produtos de consumo e serviços, além de serem uma forma de investimento. 
Quando falamos de criptomoedas é comum lembrarmos apenas do bitcoin, mas devemos
observar que o mercado de criptomoedas está se expandindo e aumentando a diversidade dos
Disciplina
Direito Cibernético
ativos. Outros exemplos de criptomoedas são:
Ethereum (Ether).
Dogecoin (DOGE).
Litecoin (LTC).
Stablecoins.
NFT e tokenização
Vamos começar este bloco explicando o que é um token, um certi�cado digital que por meio do
blockchain é um registro único e exclusivo. Pode representar um comprovante de que algo é seu,
portanto, passível de ser transferido para outras pessoas, sendo um meio de circulação de
riquezas. Em outras palavras, é um registro de um produto em uma plataforma digital, conferindo
ao ativo uma autenticação virtual, e uma de suas principais características é impedir a
adulteração desse produto, deixando mais seguras e autênticas as transações �nanceiras. 
Por exemplo, uma pessoa faz um desenho digital, e cria um certi�cado para esse desenho.
Assim, ela tem a prova de que o desenho é dela por meio de um token, e pode vender
digitalmente esse desenho uma única vez. 
Segundo Revoredo (2019, p. 197), “Token no contexto de um Blockchain são unidades que
representam algo. Ao contrário de uma moeda, eles não servem apenas como troca e
pagamento. Eles retratam um objeto, físico ou virtual, nesta unidade digital. ” 
Ao contrário das criptomoedas, os tokens são criados em blockchains já existentes, e podem ir
além de servir como uma moeda digital: o token não está necessariamente ligada ao pagamento,
ele é apenas a representação de um ativo. Alguns benefícios do token são: maior segurança,
Disciplina
Direito Cibernético
agilidade e acessibilidade, já que as plataformas digitais fazem todo o processo de veri�cação e
armazenamento de informações. 
Existem alguns tipos de token, e os quatro principais são:
Token utilitário: o token que pode ser comprado e usado dentro de um sistema único, e
com uma �nalidade especí�ca.
Token de pagamento: mais usado para transações monetárias.
Token de segurança: código gerado no momento de realizar certas movimentações na
conta bancária.
NFT: uma autenticidade digital única a um arquivo. 
Como os tokens são criados?
Cada plataforma tem suas regras para a criação, entretanto, os tokens carregam um contrato
inteligente em sua formação: quando envolvem um valor monetário, as transações são feitas na
criptomoeda à qual estão vinculadas. Sua criação demanda conhecimento técnico, e algumas
plataformas oferecem esses serviços
Exemplos do que pode ser representado por um código de identi�cação – token:
Imóveis.
Equipamentos.
Propriedades intelectuais e obras com direitos autorais.
Fundo de investimentos.
Títulos.
Ações.
Quase tudo hoje em dia pode virar um token. O seu valor é baseado no ativo real, e pode sofrer
variações de acordo com o mercado. 
Tokens não fungíveis (NFTs), sendo únicos e insubstituíveis, são representações ou certi�cados
digitais de qualquer coisa digital única, ou ainda colecionáveis digitais, como uma foto, um vídeo,
uma música, itens de um jogo ou mesmo cards colecionáveis. 
Sua principal função é transformar algo que é único no mercado, abrindo possibilidades para que
colecionadores comecem a comprar essas obras digitais.Videoaula: Do Blockchain, Criptomoedas e NFT
Este conteúdo é um vídeo!
Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo
computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo
para assistir mesmo sem conexão à internet.
Disciplina
Direito Cibernético
Caro estudante, nesta aula tratamos da evolução da internet, desde a sua origem durante a
Guerra Fria até a chamada web 3.0, que representa o estágio atual das redes distribuídas, como a
blockchain. Esta e outras tecnologias que representam as redes distribuídas permitiram a
criação e disseminação de conceitos que hoje já são de conhecimento geral, como bitcoin,
criptomoedas, NFT e mesmo tokens. 
Além disso, por ser uma rede de con�ança e com dados imutáveis, a blockchain gera mais
segurança para os negócios jurídicos contratuais, como os próprios contratos eletrônicos e os
chamados Smart Contracts, os quais serão objeto de análise ao longo de nossas aulas.
Saiba mais
Estamos vivendo um novo salto tecnológico, potencialmente sem precedentes na história. O
potencial do blockchain e todas as consequências derivadas ainda estão sendo desvendados,
como o próprio conceito de Estado e a soberania dos países tal como conhecemos desde
Montesquieu.
Para você que busca se aprofundar na temática e ter um olhar sobre o potencial de
democratização de acesso à rede e aos meios �nanceiros, recomendamos o estudo do artigo de
José Humberto Fazano Filho, “A remessa de valores através da tecnologia blockchain como
ferramenta de inclusão �nanceira”, publicado na Revista de Direito Bancário e do Mercado de
Capitais – v. 84, p. 153-172, abr.-jun. 2019, DTR\2019\34697 – disponível na base eletrônica da
Revista dos Tribunais Online.
Além disso, caso tenha disponibilidade, para entender um pouco mais deste tema, indicamos o
documentário “Cryptopia: Bitcoin, Blockchains and The Future of the Internet”.
https://www.youtube.com/watch?v=Y2qe3hFeQ5g
Disciplina
Direito Cibernético
Referências
CORREIA, F. M. A tecnologia descentralizada de registro de dados (Blockchain) no sector
�nanceiro. In: MENEZES CORDEIRO, A.; OLIVEIRA, A. P. de; DUARTE, D. P. FinTech: desa�os da
tecnologia �nanceira. Coimbra: Almedina, 2017. p. 69-74.
INFOMONEY. O que é blockchain? Conheça a tecnologia que torna as transações com cripto
possíveis. InfoMoney, 14 out. 2022. Disponível em:
https://www.infomoney.com.br/guias/blockchain/. Acesso em: 18 nov. 2022.
INVESTNEWS. Tokens: o que são e qual a diferença para criptomoedas. InvestNews, 28 fev.
2022. Disponível em: https://investnews.com.br/guias/tokens-o-que-sao/?
gclid=Cj0KCQjw852XBhC6ARIsAJsFPN32ZDnKOiKQKUop1GHixwJfOLI0JLVVTYDxnH-
3JO2r7rIDgYfNkxwaAsGZEALw_wcB. Acesso em: 18 nov. 2022.
LAMOUNIER, L. O guia de�nitivo da tecnologia blockchain: uma revolução para mudar o mundo.
101 Blockchains, 12 set. 2018. Disponível em: https://101blockchains.com/pt/tecnologia-
blockchain-guia/. Acesso em: 18 nov. 2022.
LAMOUNIER, Lucas. A História da Tecnologia Blockchain. Disponível em:
https://101blockchains.com/pt/historia-da-tecnologia-
blockchain/#:~:text=Como%20surgiu%20a%20blockchain%3F,data%20e%20hora%20dos%20doc
umentos. Acesso em 18.nov.2022
MOIP SUPORTE. O que é Token de segurança e para que serve? Moip By PagSeguro, 27 out.
2021. Disponível em: https://suporte.moip.com.br/hc/pt-br/articles/360049653233-O-que-é-o-
Token-de-segurança-e-para-que-serve-. Acesso em: 18 nov. 2022.
NAKAMOTO, Satochi. A Peer-to-Peer Cash System. Disponível em: https://bitcoin.org/bitcoin.pdf.
Acesso em 30.nov.2022
https://www.infomoney.com.br/guias/blockchain/
https://investnews.com.br/guias/tokens-o-que-sao/?gclid=Cj0KCQjw852XBhC6ARIsAJsFPN32ZDnKOiKQKUop1GHixwJfOLI0JLVVTYDxnH-3JO2r7rIDgYfNkxwaAsGZEALw_wcB
https://investnews.com.br/guias/tokens-o-que-sao/?gclid=Cj0KCQjw852XBhC6ARIsAJsFPN32ZDnKOiKQKUop1GHixwJfOLI0JLVVTYDxnH-3JO2r7rIDgYfNkxwaAsGZEALw_wcB
https://investnews.com.br/guias/tokens-o-que-sao/?gclid=Cj0KCQjw852XBhC6ARIsAJsFPN32ZDnKOiKQKUop1GHixwJfOLI0JLVVTYDxnH-3JO2r7rIDgYfNkxwaAsGZEALw_wcB
https://101blockchains.com/pt/tecnologia-blockchain-guia/
https://101blockchains.com/pt/tecnologia-blockchain-guia/
https://101blockchains.com/pt/historia-da-tecnologia-blockchain/#:~:text=Como%20surgiu%20a%20blockchain%3F,data%20e%20hora%20dos%20documentos
https://101blockchains.com/pt/historia-da-tecnologia-blockchain/#:~:text=Como%20surgiu%20a%20blockchain%3F,data%20e%20hora%20dos%20documentos
https://101blockchains.com/pt/historia-da-tecnologia-blockchain/#:~:text=Como%20surgiu%20a%20blockchain%3F,data%20e%20hora%20dos%20documentos
https://suporte.moip.com.br/hc/pt-br/articles/360049653233-O-que-%C3%A9-o-Token-de-seguran%C3%A7a-e-para-que-serve-
https://suporte.moip.com.br/hc/pt-br/articles/360049653233-O-que-%C3%A9-o-Token-de-seguran%C3%A7a-e-para-que-serve-
Disciplina
Direito Cibernético
PANORAMA CRYPTO. Tokens não fungíveis (NFTs) podem ser futuro das obras de arte.
Panorama Crypto, 10 mar. 2021. Disponível em: https://panoramacrypto.com.br/o-que-sao-
tokens-nao-fungiveis-e-como-eles-podem-pegar-carona-no-de�/?
gclid=Cj0KCQjw852XBhC6ARIsAJsFPN3QwCn9ePB5m8qtGy600MfhIe01IrP-a7st-
MVvzcaFoGYyB2qMES8aAkAPEALw_wcB. Acesso em: 18 nov. 2022.
REBOUÇAS, R. F. Contratos Eletrônicos: formação e validade. 2. ed. rev. e ampliada. São Paulo:
Almedina, 2018.
REVOREDO, T. Blockchain: tudo o que você precisa saber. [S. l.]: The Global Strategy, 2019.
RICONNECT. Criptomoedas: o que são, como funcionam e como investir? XP Investimentos, 27
set. 2022. Disponível em: https://riconnect.rico.com.vc/blog/criptomoedas?
campaignid=316171546&adgroupid=55392294370&feeditemid=&targetid=aud-
437331571629:dsa-
19959388920&loc_interest_ms=&loc_physical_ms=9100423&matchtype=&network=g&device=c&
devicemodel=&ifmobile=&ifmobile=0&ifsearch=1&ifsearch=&ifcontent=0&ifcontent=&creative=34
0508776295&keyword=&placement=&target=&utm_source=google&utm_medium=cpc&utm_term
=&utm_campaign=GGLE_PESQ_DSA&hsa_tgt=aud-437331571629:dsa-
19959388920&hsa_net=adwords&hsa_kw=&hsa_grp=55392294370&hsa_acc=7134496929&hsa_
ver=3&hsa_ad=340508776295&hsa_cam=316171546&hsa_mt=&hsa_src=g&gclid=Cj0KCQjw852
XBhC6ARIsAJsFPN3Ww6fQK4QabGK3PGxztGJQuyy6yLGZT-
RlpIi1pQHzMEblbTntAYcaArnMEALw_wcB. Acesso em: 18 nov. 2022.
SEU DINHEIRO. O que é token: como funciona, vantagens e desvantagens. Seu Dinheiro, 13 abr.
2022. Disponível em: https://www.seudinheiro.com/conteudo-de-marca/o-que-e-token-como-
funciona-vantagens-e-desvantagens/. Acesso em: 18 nov. 2022.
SERRANO, Rafael. Genesis Block: Chancellor on Brink of Second Bailout for Banks. Disponível em:
https://monnos.com/en/blog/genesis-block-chancellor-on-brink-of-second-bailout-for-banks/.
Acesso em 30.nov.2022.
Aula 3
Da Internet das Coisas (IoT) e Cidades Inteligentes
Introdução da aula
https://panoramacrypto.com.br/o-que-sao-tokens-nao-fungiveis-e-como-eles-podem-pegar-carona-no-defi/?gclid=Cj0KCQjw852XBhC6ARIsAJsFPN3QwCn9ePB5m8qtGy600MfhIe01IrP-a7st-MVvzcaFoGYyB2qMES8aAkAPEALw_wcB
https://panoramacrypto.com.br/o-que-sao-tokens-nao-fungiveis-e-como-eles-podem-pegar-carona-no-defi/?gclid=Cj0KCQjw852XBhC6ARIsAJsFPN3QwCn9ePB5m8qtGy600MfhIe01IrP-a7st-MVvzcaFoGYyB2qMES8aAkAPEALw_wcB
https://panoramacrypto.com.br/o-que-sao-tokens-nao-fungiveis-e-como-eles-podem-pegar-carona-no-defi/?gclid=Cj0KCQjw852XBhC6ARIsAJsFPN3QwCn9ePB5m8qtGy600MfhIe01IrP-a7st-MVvzcaFoGYyB2qMES8aAkAPEALw_wcB
https://panoramacrypto.com.br/o-que-sao-tokens-nao-fungiveis-e-como-eles-podem-pegar-carona-no-defi/?gclid=Cj0KCQjw852XBhC6ARIsAJsFPN3QwCn9ePB5m8qtGy600MfhIe01IrP-a7st-MVvzcaFoGYyB2qMES8aAkAPEALw_wcB
https://riconnect.rico.com.vc/blog/criptomoedas?campaignid=316171546&adgroupid=55392294370&feeditemid=&targetid=aud-437331571629:dsa-19959388920&loc_interest_ms=&loc_physical_ms=9100423&matchtype=&network=g&device=c&devicemodel=&ifmobile=&ifmobile=0&ifsearch=1&ifsearch=&ifcontent=0&ifcontent=&creative=340508776295&keyword=&placement=&target=&utm_source=google&utm_medium=cpc&utm_term=&utm_campaign=GGLE_PESQ_DSA&hsa_tgt=aud-437331571629:dsa-19959388920&hsa_net=adwords&hsa_kw=&hsa_grp=55392294370&hsa_acc=7134496929&hsa_ver=3&hsa_ad=340508776295&hsa_cam=316171546&hsa_mt=&hsa_src=g&gclid=Cj0KCQjw852XBhC6ARIsAJsFPN3Ww6fQK4QabGK3PGxztGJQuyy6yLGZT-RlpIi1pQHzMEblbTntAYcaArnMEALw_wcBhttps://riconnect.rico.com.vc/blog/criptomoedas?campaignid=316171546&adgroupid=55392294370&feeditemid=&targetid=aud-437331571629:dsa-19959388920&loc_interest_ms=&loc_physical_ms=9100423&matchtype=&network=g&device=c&devicemodel=&ifmobile=&ifmobile=0&ifsearch=1&ifsearch=&ifcontent=0&ifcontent=&creative=340508776295&keyword=&placement=&target=&utm_source=google&utm_medium=cpc&utm_term=&utm_campaign=GGLE_PESQ_DSA&hsa_tgt=aud-437331571629:dsa-19959388920&hsa_net=adwords&hsa_kw=&hsa_grp=55392294370&hsa_acc=7134496929&hsa_ver=3&hsa_ad=340508776295&hsa_cam=316171546&hsa_mt=&hsa_src=g&gclid=Cj0KCQjw852XBhC6ARIsAJsFPN3Ww6fQK4QabGK3PGxztGJQuyy6yLGZT-RlpIi1pQHzMEblbTntAYcaArnMEALw_wcB
https://riconnect.rico.com.vc/blog/criptomoedas?campaignid=316171546&adgroupid=55392294370&feeditemid=&targetid=aud-437331571629:dsa-19959388920&loc_interest_ms=&loc_physical_ms=9100423&matchtype=&network=g&device=c&devicemodel=&ifmobile=&ifmobile=0&ifsearch=1&ifsearch=&ifcontent=0&ifcontent=&creative=340508776295&keyword=&placement=&target=&utm_source=google&utm_medium=cpc&utm_term=&utm_campaign=GGLE_PESQ_DSA&hsa_tgt=aud-437331571629:dsa-19959388920&hsa_net=adwords&hsa_kw=&hsa_grp=55392294370&hsa_acc=7134496929&hsa_ver=3&hsa_ad=340508776295&hsa_cam=316171546&hsa_mt=&hsa_src=g&gclid=Cj0KCQjw852XBhC6ARIsAJsFPN3Ww6fQK4QabGK3PGxztGJQuyy6yLGZT-RlpIi1pQHzMEblbTntAYcaArnMEALw_wcB
https://riconnect.rico.com.vc/blog/criptomoedas?campaignid=316171546&adgroupid=55392294370&feeditemid=&targetid=aud-437331571629:dsa-19959388920&loc_interest_ms=&loc_physical_ms=9100423&matchtype=&network=g&device=c&devicemodel=&ifmobile=&ifmobile=0&ifsearch=1&ifsearch=&ifcontent=0&ifcontent=&creative=340508776295&keyword=&placement=&target=&utm_source=google&utm_medium=cpc&utm_term=&utm_campaign=GGLE_PESQ_DSA&hsa_tgt=aud-437331571629:dsa-19959388920&hsa_net=adwords&hsa_kw=&hsa_grp=55392294370&hsa_acc=7134496929&hsa_ver=3&hsa_ad=340508776295&hsa_cam=316171546&hsa_mt=&hsa_src=g&gclid=Cj0KCQjw852XBhC6ARIsAJsFPN3Ww6fQK4QabGK3PGxztGJQuyy6yLGZT-RlpIi1pQHzMEblbTntAYcaArnMEALw_wcB
https://riconnect.rico.com.vc/blog/criptomoedas?campaignid=316171546&adgroupid=55392294370&feeditemid=&targetid=aud-437331571629:dsa-19959388920&loc_interest_ms=&loc_physical_ms=9100423&matchtype=&network=g&device=c&devicemodel=&ifmobile=&ifmobile=0&ifsearch=1&ifsearch=&ifcontent=0&ifcontent=&creative=340508776295&keyword=&placement=&target=&utm_source=google&utm_medium=cpc&utm_term=&utm_campaign=GGLE_PESQ_DSA&hsa_tgt=aud-437331571629:dsa-19959388920&hsa_net=adwords&hsa_kw=&hsa_grp=55392294370&hsa_acc=7134496929&hsa_ver=3&hsa_ad=340508776295&hsa_cam=316171546&hsa_mt=&hsa_src=g&gclid=Cj0KCQjw852XBhC6ARIsAJsFPN3Ww6fQK4QabGK3PGxztGJQuyy6yLGZT-RlpIi1pQHzMEblbTntAYcaArnMEALw_wcB
https://riconnect.rico.com.vc/blog/criptomoedas?campaignid=316171546&adgroupid=55392294370&feeditemid=&targetid=aud-437331571629:dsa-19959388920&loc_interest_ms=&loc_physical_ms=9100423&matchtype=&network=g&device=c&devicemodel=&ifmobile=&ifmobile=0&ifsearch=1&ifsearch=&ifcontent=0&ifcontent=&creative=340508776295&keyword=&placement=&target=&utm_source=google&utm_medium=cpc&utm_term=&utm_campaign=GGLE_PESQ_DSA&hsa_tgt=aud-437331571629:dsa-19959388920&hsa_net=adwords&hsa_kw=&hsa_grp=55392294370&hsa_acc=7134496929&hsa_ver=3&hsa_ad=340508776295&hsa_cam=316171546&hsa_mt=&hsa_src=g&gclid=Cj0KCQjw852XBhC6ARIsAJsFPN3Ww6fQK4QabGK3PGxztGJQuyy6yLGZT-RlpIi1pQHzMEblbTntAYcaArnMEALw_wcB
https://riconnect.rico.com.vc/blog/criptomoedas?campaignid=316171546&adgroupid=55392294370&feeditemid=&targetid=aud-437331571629:dsa-19959388920&loc_interest_ms=&loc_physical_ms=9100423&matchtype=&network=g&device=c&devicemodel=&ifmobile=&ifmobile=0&ifsearch=1&ifsearch=&ifcontent=0&ifcontent=&creative=340508776295&keyword=&placement=&target=&utm_source=google&utm_medium=cpc&utm_term=&utm_campaign=GGLE_PESQ_DSA&hsa_tgt=aud-437331571629:dsa-19959388920&hsa_net=adwords&hsa_kw=&hsa_grp=55392294370&hsa_acc=7134496929&hsa_ver=3&hsa_ad=340508776295&hsa_cam=316171546&hsa_mt=&hsa_src=g&gclid=Cj0KCQjw852XBhC6ARIsAJsFPN3Ww6fQK4QabGK3PGxztGJQuyy6yLGZT-RlpIi1pQHzMEblbTntAYcaArnMEALw_wcB
https://riconnect.rico.com.vc/blog/criptomoedas?campaignid=316171546&adgroupid=55392294370&feeditemid=&targetid=aud-437331571629:dsa-19959388920&loc_interest_ms=&loc_physical_ms=9100423&matchtype=&network=g&device=c&devicemodel=&ifmobile=&ifmobile=0&ifsearch=1&ifsearch=&ifcontent=0&ifcontent=&creative=340508776295&keyword=&placement=&target=&utm_source=google&utm_medium=cpc&utm_term=&utm_campaign=GGLE_PESQ_DSA&hsa_tgt=aud-437331571629:dsa-19959388920&hsa_net=adwords&hsa_kw=&hsa_grp=55392294370&hsa_acc=7134496929&hsa_ver=3&hsa_ad=340508776295&hsa_cam=316171546&hsa_mt=&hsa_src=g&gclid=Cj0KCQjw852XBhC6ARIsAJsFPN3Ww6fQK4QabGK3PGxztGJQuyy6yLGZT-RlpIi1pQHzMEblbTntAYcaArnMEALw_wcB
https://riconnect.rico.com.vc/blog/criptomoedas?campaignid=316171546&adgroupid=55392294370&feeditemid=&targetid=aud-437331571629:dsa-19959388920&loc_interest_ms=&loc_physical_ms=9100423&matchtype=&network=g&device=c&devicemodel=&ifmobile=&ifmobile=0&ifsearch=1&ifsearch=&ifcontent=0&ifcontent=&creative=340508776295&keyword=&placement=&target=&utm_source=google&utm_medium=cpc&utm_term=&utm_campaign=GGLE_PESQ_DSA&hsa_tgt=aud-437331571629:dsa-19959388920&hsa_net=adwords&hsa_kw=&hsa_grp=55392294370&hsa_acc=7134496929&hsa_ver=3&hsa_ad=340508776295&hsa_cam=316171546&hsa_mt=&hsa_src=g&gclid=Cj0KCQjw852XBhC6ARIsAJsFPN3Ww6fQK4QabGK3PGxztGJQuyy6yLGZT-RlpIi1pQHzMEblbTntAYcaArnMEALw_wcB
https://riconnect.rico.com.vc/blog/criptomoedas?campaignid=316171546&adgroupid=55392294370&feeditemid=&targetid=aud-437331571629:dsa-19959388920&loc_interest_ms=&loc_physical_ms=9100423&matchtype=&network=g&device=c&devicemodel=&ifmobile=&ifmobile=0&ifsearch=1&ifsearch=&ifcontent=0&ifcontent=&creative=340508776295&keyword=&placement=&target=&utm_source=google&utm_medium=cpc&utm_term=&utm_campaign=GGLE_PESQ_DSA&hsa_tgt=aud-437331571629:dsa-19959388920&hsa_net=adwords&hsa_kw=&hsa_grp=55392294370&hsa_acc=7134496929&hsa_ver=3&hsa_ad=340508776295&hsa_cam=316171546&hsa_mt=&hsa_src=g&gclid=Cj0KCQjw852XBhC6ARIsAJsFPN3Ww6fQK4QabGK3PGxztGJQuyy6yLGZT-RlpIi1pQHzMEblbTntAYcaArnMEALw_wcB
https://riconnect.rico.com.vc/blog/criptomoedas?campaignid=316171546&adgroupid=55392294370&feeditemid=&targetid=aud-437331571629:dsa-19959388920&loc_interest_ms=&loc_physical_ms=9100423&matchtype=&network=g&device=c&devicemodel=&ifmobile=&ifmobile=0&ifsearch=1&ifsearch=&ifcontent=0&ifcontent=&creative=340508776295&keyword=&placement=&target=&utm_source=google&utm_medium=cpc&utm_term=&utm_campaign=GGLE_PESQ_DSA&hsa_tgt=aud-437331571629:dsa-19959388920&hsa_net=adwords&hsa_kw=&hsa_grp=55392294370&hsa_acc=7134496929&hsa_ver=3&hsa_ad=340508776295&hsa_cam=316171546&hsa_mt=&hsa_src=g&gclid=Cj0KCQjw852XBhC6ARIsAJsFPN3Ww6fQK4QabGK3PGxztGJQuyy6yLGZT-RlpIi1pQHzMEblbTntAYcaArnMEALw_wcB
https://www.seudinheiro.com/conteudo-de-marca/o-que-e-token-como-funciona-vantagens-e-desvantagens/
https://www.seudinheiro.com/conteudo-de-marca/o-que-e-token-como-funciona-vantagens-e-desvantagens/
https://monnos.com/en/blog/genesis-block-chancellor-on-brink-of-second-bailout-for-banks/
Disciplina
Direito Cibernético
Olá, estudante! 
Ao longo desta aula vamos veri�car conceitos, aplicações, potencialidades e re�exões a respeito
de internet das coisas, cidades inteligentes e o olhar do capitalismo consciente. Também
teremos a oportunidade de conhecer e debater a Rede Blockchain Brasil e os potenciais
benefícios aos controles de contratos administrativos (contratos públicos).
A internet das coisas ganha um potencial sem precedentes na história com o avanço da
tecnologia 5G e os avanços em hardwares, equipamentos conectados, sensores em roupas,
veículos, câmeras e tudo o mais que podemos pensar em conectar. 
Intimamente vinculado ao avanço da internet das coisas temos o avanço das chamadas cidades
inteligentes, as quais, muito além de tecnologia, dependem de um avanço de questões
vinculadas à sustentabilidade, saúde pública, segurança e educação, além do cuidado com todo
o ecossistema dos municípiose comunidades ao seu redor – a falta de atenção a esse tópico
pode resultar em uma migração entre cidades e suas consequências. 
Conforme preceitos da teoria do capitalismo consciente, devemos cuidar de todos os pontos das
relações (orientação para os stakeholders) por meio de uma liderança consciente, a qual será
capaz de gerar uma cultura consciente em busca de um propósito maior.
Internet das Coisas e Cidades Inteligentes
Disciplina
Direito Cibernético
O que é internet das coisas (loT)?
É uma rede de objetos físicos com sensores cujo objetivo é a conexão entre dispositivos para
troca de dados. 
Algumas tecnologias que fazem parte desse sistema são:
Sensores.
Conectividade.
Acesso à nuvem.
Machine Learning.
Inteligência arti�cial.
Um exemplo de algo criado com a loT é o drone que realiza voos de modo autônomo, que pode
ser utilizado em áreas de construção civil, por exemplo. 
Cidades inteligentes (smart cities)
Smart city (cidade inteligente) é um conceito que se refere a lugares onde redes e serviços se
tornam ainda mais e�cientes com o uso de tecnologia, para benefício dos negócios e dos
habitantes. A cidade inteligente não se relaciona com o uso de inteligência arti�cial.
O termo surgiu em 1997 para o Protocolo de Kyoto, quando foram discutidas algumas soluções
para tornar as cidades mais sustentáveis, e uma das soluções foi tornar a cidade inteligente, com
uso de softwares. Então, ao tratarmos de cidades inteligentes, não falamos apenas de
tecnologia, mas também de qualidade de vida. 
Não podemos falar de cidades inteligentes sem mencionar o capitalismo consciente.
Propósito elevado representa a razão de ser de uma organização, considerando os
seus objetivos organizacionais, a geração de valor compartilhado, o modelo de
Disciplina
Direito Cibernético
negócio focado no bem comum e a identi�cação de oportunidades de negócios
focados no propósito elevado da organização. […] 
A liderança consciente deve ser capaz de in�uenciar o comportamento dos demais
colaboradores para alcançar os objetivos da companhia com o propósito elevado e
com a integridade, justiça e ética. […] 
A cultura consciente representa os valores essenciais da organização em
coordenação com os propósitos elevados e os stakeholders. É a direção, ou o Norte,
quanto à condução da organização, seus vínculos, seus negócios jurídicos e sociais
alinhados a razão de ser da organização ao seu propósito elevado. […]
Já o último pilar do capitalismo consciente é a atuação orientada para os
stakeholders (integração de stakeholders), de forma que a organização mantenha o
seu foco em todos os interessados, positiva e negativamente, nos resultados
organizacionais, tais como o governo, concorrentes, mídia, parceiros, colaboradores,
consumidores etc. O respeito e a orientação para os stakeholders favorece a
perenidade da organização. (REBOUÇAS, 2017, p. 134-139)
Para um município receber o título de cidade inteligente ele deve se apoiar em três pilares:
Conectividade.
Dados.
Envolvimento governamental. 
A cidade de Ouro Preto, em Minas Gerais, pretende ser a primeira cidade histórica do Brasil a ser
reconhecida como uma cidade inteligente. Uma cidade inteiramente tecnológica no Brasil,
construída do zero, é a Smart City Laguna, em Croatá, distrito de São Gonçalo do Amarante, no
Ceará.
Benefícios e riscos econômicos estatais, empresariais e civis sob a ótica do
Capitalismo Consciente e Sustentabilidade
Disciplina
Direito Cibernético
O desenvolvimento de tecnologias como a internet das coisas e das próprias cidades
inteligentes acaba por gerar algumas ambiguidades. 
Naturalmente é mais comum identi�carmos os benefícios que poderemos usufruir por meio da
internet das coisas, como:
A telemetria disponível em caminhões, automóveis e outros veículos, em busca de maior
e�ciência dos motores e da estrutura do veículo, durabilidade e economia de energia,
consequentemente, redução de emissão de gases poluentes. 
Roupas e acessórios conectados à internet, como relógios inteligentes capazes de emitir
sinais de risco de morte do usuário, ou simplesmente de colaborar no processo de
veri�cação da saúde de pessoas com doenças crônicas.
Acompanhamento e monitoramento do transporte de cargas e valores.
Melhoria no processo produtivo do agronegócio e conexão com equipamentos do tipo
drone.
Monitoramento e acompanhamento da atividade de segurança pública. 
Também podemos identi�car benefícios ao Estado na prática de políticas públicas, como em
educação, saúde, segurança, limpeza pública, saneamento e distribuição de energia e água a
empresas e cidadãos. 
Com tais ferramentas tecnológicas, o Estado consegue, por exemplo, acompanhar em tempo real
o desenvolvimento dos estudantes e professores de cada uma das escolas públicas,
implementando correções, adequações e ajustes para o bem-estar social e desenvolvimento
educacional de uma nação. 
No mesmo sentido segue o monitoramento e a implementação de melhorias em todas as
demais áreas vinculadas à gestão pública, como o controle de medicamentos e atendimentos na
rede pública de saúde, entre outras inúmeras possibilidades. 
Disciplina
Direito Cibernético
E os riscos ao cidadão?
Como qualquer tecnologia disponível e/ou desenvolvida pelo ser humano, trata-se de um
instrumento para ser utilizado, em tese, na melhoria da condição de vida das pessoas. 
No entanto, todo instrumento (no caso, tecnologia) pode ser utilizado para o bem, como os
exemplos apresentados, como também com objetivos duvidosos e obscuros. 
O primeiro e mais imediato que podemos referenciar é o próprio monitoramento e manipulação
das ações do cidadão e das empresas. A origem da chamada sociedade do consumo se dá
justamente pela possibilidade de coleta de informações privadas e geração de demandas
personalizadas conforme os interesses de cada pessoa. Quem nunca buscou um produto na
internet e depois recebeu inúmeras mensagens de publicidade do mesmo produto por diversas
lojas e comerciantes que não conhece? 
Há, ainda, a possibilidade de pessoas, governos e empresas assumirem o controle dos poderes
de gestão e de política sobre o cidadão. Situação semelhante é desenvolvida na série de �cção
cientí�ca da Net�ix “Onisciente”, em que o governo de determinada cidade, por meio de uma
política pública-privada, realiza o constante e ininterrupto monitoramento de todas as pessoas e
empresas ali estabelecidas. Nenhum movimento pode ser feito sem o conhecimento de um “Big
Brother”, na expressão de George Orwell em sua clássica obra 1984. 
Figura 1 | Divulgação da série “Onisciente” - Fonte: Net�ix Brasil (2020, [s. p.]). 
Aliás, a própria trama desenvolvida na série busca antever essa sociedade para a qual estamos
caminhando a passos largos.
Devemos �car atentos e em constante busca da manutenção da democracia, das liberdades
civis e individuais, do respeito à privacidade e ao direito de personalidade, e não menos
importante, atentos aos potenciais abusos e ações praticadas de forma antiética por meio de
novas tecnologias.
Disciplina
Direito Cibernético
Blockchain Brasil e os contratos com a administração pública e circulação de
recursos públicos
Conforme vimos anteriormente, o blockchain é um conjunto de tecnologias que geram um bloco
de informações inseridas em uma rede. Esse bloco é validado por mineradores que aprovam a
transação, e o bloco torna-se o blockchain, não sendo mais possível sua edição ou exclusão. Ele
�ca visível para qualquer usuário, funcionando como uma linha do tempo que contém todo seu
histórico, proporcionando ao sistema total transparência e segurança. 
A Rede Blockchain Brasil e benefícios aos contratos públicos
Lançada em 30 de maio de 2022, por uma iniciativa conjunta do Tribunal de Contas da União
(TCU) com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a Rede
Blockchain Brasil funcionará como uma base de dados públicos sem �ns lucrativos – atualmente
opera apenas em caráter experimental. Para que um documento seja incluso na rede é
necessário o consenso de ambas as partes e, umavez publicado, não pode ser modi�cado ou
excluído. O objetivo é trazer inovação, e�ciência e transparência aos atos e contratos da
administração pública.
Esse sistema contará com três tipos de participantes:
Os patronos, com poder de voto e veto.
Os participantes associados com voto, responsáveis pela validação dos dados.
Os parceiros, que podem realizar transações, mas sem participar da validação. 
O blockchain tem a possibilidade de melhorar substancialmente o serviço não só para
o nosso cliente �nal, que é o cidadão brasileiro, mas trazer mais segurança para
todos os servidores públicos envolvidos em qualquer processo de contratação e
Disciplina
Direito Cibernético
registro de operações do estado brasileiro em todos os níveis. Falamos de inovação,
e�ciência, transparência e integridade. Fala do presidente do BNDES, Gustavo
Montezano.
O combate à fraude, a hiperconexão do governo e a otimização dos serviços são apenas alguns
exemplos de melhorias que a Rede Blockchain Brasil pode proporcionar. 
Como uma transformação digital, a utilização do blockchain faz parte da estratégia de
transformação da Corte de Contas, conforme conta a titular da Secretaria de Soluções de
Tecnologia da Informação (STI), Fabiana Ruas. O acordo deve estimular instituições públicas ou
de interesse público: “Esse acordo de cooperação técnica casa perfeitamente com a missão do
TCU de aprimorar a administração pública em benefício da sociedade, por meio do controle
externo”, destacou a secretária.
Roberto Reis, presidente da Prodemge, empresa de tecnologia da informação do governo de
Minas Gerais que auxiliou no desenvolvimento do projeto, a�rmou o que segue:
Estamos analisando a expansão do uso da tecnologia em diversos serviços do
estado. Vamos acompanhar exemplos de outros países que estão à frente no uso do
blockchain e, junto com os outros parceiros da rede, avançar no desenvolvimento de
soluções e na transformação digital em prol de melhores serviços ao cidadão.
Videoaula: Da Internet das Coisas (IoT) e Cidades Inteligentes
Este conteúdo é um vídeo!
Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo
computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo
para assistir mesmo sem conexão à internet.
Caro estudante, nesta aula tratamos de conceitos, desenvolvimento e aplicações práticas de
novas tecnologias como internet das coisas e a Rede Blockchain Brasil. Buscamos também
desenvolver os conceitos e potenciais das chamadas cidades inteligentes, cujas características
extrapolam a pura tecnologia para alcançar sustentabilidade, segurança e educação, entre outras
necessidades. 
Também tratamos de alguns dos potenciais benefícios e riscos inerentes à implementação de
tais tecnologias e respectivas ferramentas.
Saiba mais
Disciplina
Direito Cibernético
Este é o momento de aprofundar seu aprendizado, e trazemos uma re�exão interessante
apontada no artigo de Joseane Suzart Lopes da Silva: “Internet das coisas: os benefícios, os
riscos e a (des)humanização das relações de consumo convergem para a necessária atualização
da Lei 8.078/90 em prol da segurança, privacidade e qualidade”. Publicado na Revista de Direito
do Consumidor – v. 143, p. 315-348, set.-out. 2022, DTR\2022\16289 –, está disponível na base
eletrônica da Revista dos Tribunais Online. 
Neste artigo, a professora traz uma importante re�exão acerca da necessidade de atualização do
Código de Defesa do Consumidor diante das relações negociais que são automatizadas,
especialmente pelo implemento da internet das coisas (IoT).
Além disso, caso você tenha disponibilidade, recomendamos o �lme Minority Report (2002).
Trata-se de uma sociedade que vive em 2054 em uma cidade integralmente conectada, e todas
as pessoas são rastreadas e identi�cadas em tempo real por meio do reconhecimento individual.
Foi desenvolvido um sistema segurança pública por meio de uma tecnologia preditiva que é
capaz de antever um crime e até mesmo prender pessoas e julgá-las antes da realização efetiva
do crime. 
Esse �lme traz uma importante re�exão a respeito dos riscos e potencialidades de uma cidade
totalmente interconectada e a utilização de tecnologia para monitorar a vida privada das pessoas
e mesmo de privar tais pessoas de seus direitos básicos. Recomendamos assistir ao �lme com
um olhar voltado a esta re�exão e preocupação jurídica.
Referências
Disciplina
Direito Cibernético
Agência Minas. Disponível em: https://www.agenciaminas.mg.gov.br/noticia/prodemge-
participa-do-lancamento-da-rede-blockchain-brasil. Acesso em 30.nov.2022
BUSINESS 2 COMMUNITY. Rede Blockchain Brasil (RBB): o que é e como funciona? Business 2
Community, 17 jun. 2022. Disponível em:
https://www.business2community.com/br/2022/06/17/rede-blockchain-brasil-rbb-o-que-e-e-
como-funciona. Acesso em: 18 nov. 2022.
CONVERGÊNCIA DIGITAL. Rede Blockchain Brasil: primeira aplicação descentralizada em 2023.
Convergência Digital, 3 jun. 2022. Disponível em:
https://www.convergenciadigital.com.br/Inovacao/Rede-Blockchain-Brasil%3A-primeira-
aplicacao-descentralizada-em-2023-60488.html. Acesso em: 18 nov. 2022.
NETFLIX BRASIL. Onisciente. Net�ix Brasil, 2020. Disponível em:
https://www.net�ix.com/title/80220334. Acesso em: 18 nov. 2022.
Portal G1. https://gq.globo.com/Noticias/Tecnologia/noticia/2020/09/ouro-preto-deve-se-tornar-
primeira-cidade-historica-inteligente-do-brasil.html. Acesso em 30.nov.2021
REBOUÇAS, R. F. Autonomia privada e a análise econômica do contrato. São Paulo: Almedina,
2017.
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO. Rede Blockchain Brasil vai garantir mais segurança a atos e
contratos públicos. Secom TCU, 5 maio 2022. Disponível em:
https://portal.tcu.gov.br/imprensa/noticias/rede-blockchain-brasil-vai-garantir-mais-seguranca-a-
atos-e-contratos-publicos.htm. Acesso em: 18 nov. 2022.
TCU – Tribunal de Constas da União. Disponível em:
https://portal.tcu.gov.br/imprensa/noticias/tcu-e-bndes-lancam-rede-blockchain-brasil-e-de�nem-
proximos-passos.htm. Acesso em 30.nov.2022
XP EDUCAÇÃO. Internet das Coisas (IoT): entenda o conceito e suas aplicações. XP Educação, 2
maio 2022. Disponível em: https://blog.xpeducacao.com.br/internet-das-coisas/?
gclid=CjwKCAjwlqOXBhBqEiwA-
https://www.agenciaminas.mg.gov.br/noticia/prodemge-participa-do-lancamento-da-rede-blockchain-brasil
https://www.agenciaminas.mg.gov.br/noticia/prodemge-participa-do-lancamento-da-rede-blockchain-brasil
https://www.business2community.com/br/2022/06/17/rede-blockchain-brasil-rbb-o-que-e-e-como-funciona
https://www.business2community.com/br/2022/06/17/rede-blockchain-brasil-rbb-o-que-e-e-como-funciona
https://www.convergenciadigital.com.br/Inovacao/Rede-Blockchain-Brasil%3A-primeira-aplicacao-descentralizada-em-2023-60488.html
https://www.convergenciadigital.com.br/Inovacao/Rede-Blockchain-Brasil%3A-primeira-aplicacao-descentralizada-em-2023-60488.html
https://www.netflix.com/title/80220334
https://gq.globo.com/Noticias/Tecnologia/noticia/2020/09/ouro-preto-deve-se-tornar-primeira-cidade-historica-inteligente-do-brasil.html
https://gq.globo.com/Noticias/Tecnologia/noticia/2020/09/ouro-preto-deve-se-tornar-primeira-cidade-historica-inteligente-do-brasil.html
https://portal.tcu.gov.br/imprensa/noticias/rede-blockchain-brasil-vai-garantir-mais-seguranca-a-atos-e-contratos-publicos.htm
https://portal.tcu.gov.br/imprensa/noticias/rede-blockchain-brasil-vai-garantir-mais-seguranca-a-atos-e-contratos-publicos.htm
https://portal.tcu.gov.br/imprensa/noticias/tcu-e-bndes-lancam-rede-blockchain-brasil-e-definem-proximos-passos.htm
https://portal.tcu.gov.br/imprensa/noticias/tcu-e-bndes-lancam-rede-blockchain-brasil-e-definem-proximos-passos.htm
https://blog.xpeducacao.com.br/internet-das-coisas/?gclid=CjwKCAjwlqOXBhBqEiwA-hhitHNKW4GI5HrSxMQpPxtzzxTLW4F9pxebVN6_XKJv5t4AAJRTXFLq0BoC2gAQAvD_BwE
https://blog.xpeducacao.com.br/internet-das-coisas/?gclid=CjwKCAjwlqOXBhBqEiwA-hhitHNKW4GI5HrSxMQpPxtzzxTLW4F9pxebVN6_XKJv5t4AAJRTXFLq0BoC2gAQAvD_BwE
Disciplina
Direito Cibernético
hhitHNKW4GI5HrSxMQpPxtzzxTLW4F9pxebVN6_XKJv5t4AAJRTXFLq0BoC2gAQAvD_BwE.Acesso em: 18 nov. 2022.
Aula 4
A Inteligência Arti�cial e Metaverso
Introdução da aula
Olá, estudante! 
Ao longo desta aula vamos veri�car conceitos, aplicações, potencialidades e re�exões acerca
dos avanços de pesquisas e aplicações da inteligência arti�cial, partindo de um conceito geral, e
a re�exão a respeito das potenciais aplicações no direito, as quais são capazes de trazer
relevantes facilidades e novas potencialidades ao pro�ssional do da referida área.
Na sequência nos debruçaremos no metaverso, para demonstrar que não é algo tão novo assim,
porém, diante dos atuais avanços tecnológicos, voltou a ter grande relevância, com potencial
aplicação nos negócios e relações sociais em um futuro muito próximo.
Encerraremos a aula tratando da tendência de fusão entre os mundos digital e físico. Para
determinadas atividades e negócios jurídicos, é possível a�rmar que não teremos mais uma
fronteira clara e/ou uma divisão entre os negócios jurídicos �rmados no mundo digital e/ou no
mundo físico, criando o conceito de um Universo “FiGital”, termo este originado da fusão das
palavras “físico” e “digital”.
https://blog.xpeducacao.com.br/internet-das-coisas/?gclid=CjwKCAjwlqOXBhBqEiwA-hhitHNKW4GI5HrSxMQpPxtzzxTLW4F9pxebVN6_XKJv5t4AAJRTXFLq0BoC2gAQAvD_BwE
Disciplina
Direito Cibernético
Introdução à Inteligência Arti�cial (AI) e suas aplicações
As ideias relacionadas ao conceito de inteligência arti�cial têm origem antes mesmo do
surgimento da tecnologia para torná-la possível. Os estudos começaram depois da Segunda
Guerra Mundial. 
O que é Inteligência arti�cial? 
É uma reprodução (ou simulação) de forma arti�cial da tomada de decisão com base na
inteligência cerebral humana. Surgiu com o objetivo de ser possível realizar as tarefas sem a
interferência humana. 
Por ser uma solução realizada de forma automatizada, tendencialmente haverá a probabilidade
de redução de eventuais erros e desvio da solução por meio de viés humano. 
Tais soluções podem ser extremamente vantajosas para empresas, uma vez que sua utilização
diminui o tempo gasto para realizar uma tarefa, ou mesmo possibilitando a automação de ações
repetitivas que originalmente eram realizadas por humanos. 
Como forma de redução de eventuais riscos contra o ser humano por atos que venham a ser
praticados por robôs pelo emprego da inteligência arti�cial, foram desenvolvidas as três Leis da
Robótica de Isaac Asimov, as quais servem de base para as pesquisas da IA desde a década de
1950. São elas:
Um robô não pode, intencionalmente ou por omissão, permitir ou ferir um ser humano.
Um robô deve obedecer às ordens que lhe sejam dadas por humanos, desde que tais
ordens não entrem em con�ito com a Primeira Lei.
Um robô deve zelar e proteger por sua própria existência, desde que não entre em con�ito
com a Primeira e/ou Segunda Leis.
Disciplina
Direito Cibernético
“Cada aspecto de aprendizado ou outra forma de inteligência pode ser descrita de forma tão
precisa que uma máquina pode ser criada para simular isso” é a máxima do setor, de�nida em
1956. 
São duas as grandes áreas pertencentes à IA:
Inteligência arti�cial simbólica, ligada à forma como os seres humanos raciocinam.
Inteligência arti�cial conexionista, ligada à simulação de componentes do cérebro – ou
seja, redes neurais.
A inteligência arti�cial conta com três componentes principais:
Machine Learning (aprendizado da máquina): por meio dela é que a máquina aprende com
os dados anteriores e ações anteriores, procurando por padrões nos dados para tomar as
decisões. 
Deep Learning (aprendizado profundo): é a tecnologia usada nos carros sem motorista, por
exemplo, e está ligada à função do cérebro com os nódulos de Ravier nos neurônios.
Reinforcement Learning (aprendizado por reforço): mais utilizado para tarefas com
objetivos, como carros autônomos ou robôs jogando futebol. 
Simpli�cando: um exemplo atual de IA é o corretor automático do celular. 
E como funciona a IA?
Podemos dividir em hardware, que é a parte física, e em software, que é a sua programação. A
programação é a cabeça, é ela que comanda o hardware, então o segredo não está nas peças
em si, mas na sua programação. 
Com a ajuda da IA podemos superar limitações de risco, como a exploração de partes mais
profundas de um oceano, o desarme de uma bomba e a mineração, e em casos de desastres
naturais. 
A aplicação da IA para o direito conta com inúmeras funcionalidades, as quais vão de um
software mais simples que automatiza o procedimento de coleta de dados dos sites dos
tribunais, até soluções mais complexas, como a leitura e classi�cação de demandas em um
processo, com a respectiva sugestão de linhas de argumentação. 
Até onde tem-se conhecimento, no início do ano de 2022 mais de 40 tribunais pelo país, incluindo
os tribunais superiores, já usam soluções de inteligência arti�cial que envolvem a categorização
de demandas, sugestões de jurisprudência e potenciais linhas da futura decisão judicial.
Metaverso
Disciplina
Direito Cibernético
O que é o metaverso?
O metaverso ainda é um conceito em desenvolvimento e com potencial de rápida evolução. É
possível de�nirmos o metaverso como uma plataforma virtual que busca integrar o mundo real
no mundo digital, por meio de tecnologias como a realidade virtual, tendo experiências mais
reais. O objetivo é conectar várias plataformas em um espaço 3D que conecta os usuários e os
aspectos da vida cotidiana. Cada pessoa será representada por um avatar, desenvolvido e criado
pela própria pessoa “real”. O avatar é uma representação de uma pessoa para o mundo virtual. 
Entre as potenciais utilizações e aplicações do metaverso, podemos citar a própria educação no
metaverso. A plataforma permite simulações de laboratórios, fazendo com que o aluno tenha
uma experiência mais real e interativa. 
Para o comércio, o objetivo é que haja lojas com uma melhoria na experiência do cliente, que
pode experimentar roupas ou acessórios de forma virtual. Então, o metaverso é um ambiente (ou
plataforma) em que pessoas podem interagir virtualmente de qualquer lugar do mundo com
outras pessoas. 
De acordo com Edward Castronova, existem três regras/características básicas indispensáveis
no metaverso:
Interatividade.
Incorporeidade.
Persistência.
Metaverso é um jogo virtual?
Não, é realmente uma forma de viver em duas realidades ao mesmo tempo, o mundo real e o
mundo virtual. É possível que você faça as mesmas coisas que faz com um computador, como
estudar, trabalhar, jogar; porém em um ambiente tridimensional. Seu conceito foi baseado na
�cção cientí�ca Snow Crash, de Neal Stephenson, que apresenta ao personagem Hiro, um
Disciplina
Direito Cibernético
entregador de pizza que no mundo virtual é um guerreiro – trazendo também o conceito de
avatar para a representação de uma pessoa. 
Veja, a seguir, algumas experiências que podem ser vividas no metaverso:
Figura 1 | Atividades do metaverso - Fonte: Iberdrola ([s. d.], [s. p.]). 
A ideia de metaverso aparece em outras obras como Neuromancer, Jogador nº 1 e Matrix. 
Uma aplicação criada em 2003 chamada “Second Life” é uma realização do metaverso, que
contém lugares e experiências do mundo real e mesmo o primórdio das criptomoedas, com a
existência de uma moeda própria, porém, sem a tecnologia blockchain. Entretanto, por causa da
realidade da internet no início do século XXI e a própria tecnologia existente na época, a
plataforma “Second Life” não foi perene. 
A maneira mais imersiva que conhecemos hoje para esse tipo de experiência são os óculos de
realidade virtual, que estimulam os sentidos do mundo real com um mundo virtual. As empresas
que mais investem nessa tecnologia são o Facebook (Meta) e a Microsoft. De acordo com
Zuckerberg, o metaverso é a próxima fronteira da tecnologia, uma quebra de paradigma.
Algumas empresas que estão investindo fortemente no metaverso são:
Epic Games, criadora do jogo Fortnite, anunciou em 13 de abril de 2021 um investimento de
cerca de um bilhão de dólares para a construção de uma “visão a longo prazo do
Metaverso”.A empresa Facebook, que recentemente mudou o nome para “Meta”, dirigida por Mark
Zuckerberg, comprou a empresa Óculos, especialista em óculos de realidade virtual, a qual
investiu 50 milhões de dólares para esse novo segmento, e que nos próximos dois anos
deve testar e desenvolver aplicações de multiverso.
Disciplina
Direito Cibernético
Como o setor de cripto se encaixaria no metaverso?
Se vamos trabalhar, socializar e comprar itens, também vamos precisar de uma maneira segura
para comprovar a propriedade. E para isso, a tecnologia blockchain fornece uma maneira
transparente e prática para lidar com essas transações.
Universo FiGital
Conforme vimos anteriormente, a inteligência arti�cial é uma reprodução (ou simulação) de
forma arti�cial da tomada de decisão com base na inteligência cerebral humana. Surgiu com o
objetivo de ser possível realizar as tarefas sem a interferência humana.
Embora o metaverso ainda é um conceito em desenvolvimento e com potencial de rápida
evolução, é possível de�nirmos o metaverso como uma plataforma virtual que busca integrar o
mundo real ao mundo digital, por meio de tecnologias como a realidade virtual, tendo
experiências mais reais. O objetivo é conectar várias plataformas em um espaço 3D que conecta
os usuários e os aspectos da vida cotidiana. Cada pessoa será representada por um avatar,
desenvolvido e criado pela própria pessoa “real”. O avatar é uma representação de uma pessoa
para o mundo virtual. 
E o conceito de Universo FiGital?
O conceito de um “Universo FiGital” deriva justamente da fusão das mais diversas tecnologias
que tratamos até o momento, com especial ênfase à evolução da internet, das tecnologias da
internet das coisas, das tecnologias descentralizadas como a blockchain, e mesmo da
inteligência arti�cial e do metaverso. 
Ou seja, os avanços derivados da atual fase da Revolução Tecnológica, também designada como
4ª Revolução Industrial, busca a fusão de dois mundos que até então eram tratados de forma
Disciplina
Direito Cibernético
absolutamente separadas. É a fusão do mundo físico com o mundo digital (FiGital). 
Algumas previsões pela doutrina especializada esclarecem que a vida dos seres humanos
seguirá cada vez mais interativa e conectada entre o mundo físico e digital. 
Se você tem um relógio inteligente ou um telefone celular inteligente (smartphone), pense o
quanto sua vida virtual já é conectada com o mundo físico. O seu aparelho celular (ou o seu
relógio) vai mostrar se você atingiu determinada meta de caminhada diária, informar as questões
de saúde e até mesmo o controle de sua agenda, rotas, destinos etc. 
Muitas pessoas não ouvem mais o rádio, mas assistem ao rádio por meio dos mais diversos
aplicativos e plataformas. Outras pessoas são dominadas pelas redes sociais como verdadeiro
vício – para elas, o que vale é a impressão que transmite aos outros por meio de seus per�s. 
Com os avanços do metaverso, as pessoas realizariam reuniões, negociações de contratos etc.
por meio da plataforma do metaverso, substituindo as atuais videoconferências por uma reunião
em que cada pessoa está �sicamente em um lugar diferente do mundo, porém, todos reunidos
pelos seus avatares em uma sala de reunião virtual, fechando negócios que serão executados e
concretizados no mundo real e/ou no mundo virtual. 
Haverá um momento em que será difícil separar o que ocorre no mundo virtual do que ocorre no
mundo físico. Tal como hoje. Não se pergunta mais se uma informação está na internet: as
pessoas simplesmente buscam a informação (ou o conteúdo) na internet sem realizar a
referência de que foi localizado na internet. Tal informação já é considerada óbvia. 
A grande questão que �ca para os próximos anos que virão é o quanto as pessoas estão
conscientes de tal realidade – o quanto estão conscientes deste Universo FiGital. 
A consciência, o estar presente e não representado, é fundamental para que se mantenha o
controle de nossas ações. É a distinção de usar a tecnologia como uma ferramenta em benefício
do ser humano e não o contrário; ou seja, o avanço da tecnologia apesar do ser humano. 
Nesse sentido e para concluir a presente aula, trazemos o pensamento interessante do
historiador e escritor de best-sellers Yuval Harari (2018) em sua obra 21 Lições para o Século 21: 
A tecnologia não é uma coisa ruim. Se você souber o que deseja na vida, ela pode
ajudá-lo a conseguir. Mas se você não sabe, será muito fácil para a tecnologia moldar
por você seus objetivos e assumir o controle da sua vida. 
Tal pensamento e lição de vida já era apresentado na clássica obra de Lewis Caroll, Alice no País
das Maravilhas. Entre as inúmeras lições de vida e da razão de viver que podemos extrair da
obra, uma delas tem total referência com o que estamos tratando. É a passagem em que Alice
está perdida no País das Maravilhas e para em uma bifurcação da estrada. Em reprodução livre,
Alice, perdida e sem rumo, pergunta-se em voz alta sobre qual caminho deveria tomar. Neste
momento aparece o Sr. Gato, que de forma enigmática responde à pergunta da Alice com uma
nova pergunta: “Minha querida Alice, para onde você está indo? ”. Alice responde: “Eu não sei
para onde estou indo, estou apenas indo e quero sair daqui.”. O Sr. Gato responde dizendo: “Se
você não sabe para onde vai, qualquer caminho serve, pois você está perdida e sem destino, sem
um objetivo. Você não está consciente de suas escolhas. ” 
É justamente isso que Harari busca nos mostrar. Temos que ter consciência do uso da
tecnologia como ferramenta. Temos que saber nossos objetivos e a razão de ser. Temos que ter
consciência do mundo físico e do mundo digital. Principalmente, temos que ter consciência de
um Universo FiGital, sem nos alienarmos. Do contrário, seremos dominados pela tecnologia.
Disciplina
Direito Cibernético
Videoaula: A Inteligência Arti�cial e Metaverso
Este conteúdo é um vídeo!
Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo
computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo
para assistir mesmo sem conexão à internet.
Caro estudante, ao longo desta aula tratamos dos conceitos de desenvolvimento e aplicações
práticas de tecnologias como inteligência arti�cial e metaverso, e a fusão dos mundos físico e
digital por meio do chamado Universo FiGital. Nesta videoaula, você verá os conceitos e
aplicações da inteligência arti�cial e a sua potencialidade de aplicação no direito, além das
situações já praticadas em diversos tribunais pelo país. 
Quanto ao metaverso, buscaremos trazer um conceito mais próximo do estágio atual de
desenvolvimento, bem como o impacto às relações jurídicas que já estão sendo praticadas no
citado ambiente. Finalmente, traremos uma série de re�exões e uma conscientização acerca da
fusão dos mundos físico e digital, para a criação do conceito de Universo FiGital. 
Esperamos que essa jornada seja de muito aprendizado!
Saiba mais
Disciplina
Direito Cibernético
Para aprofundar o seu conhecimento a respeito dos impactos da aplicação de inteligência
arti�cial e da convivência por plataformas como o metaverso, recomendamos o importante texto
das professoras Débora Gozzo e Elizabeth Nantes Cavalcante sob o título “Vida arti�cial”: novo
paradigma e limites tecnológicos”, publicado na Revista dos Tribunais – v. 1003, p. 263-274, maio
2019, DTR\2019\26161 – e disponível na base eletrônica da Revista dos Tribunais Online. 
Além disso, caso você tenha disponibilidade, con�ra o �lme “Eu Robô” (2004). Segue a sinopse: 
Em 2035, é comum robôs serem usados como empregados e assistentes dos
humanos. Para manter a ordem, esses robôs possuem um código de programação
que impede a violência contra humanos, a Lei dos Robóticos. Quando Dr. Miles
aparece morto e o principal suspeito é justamente um robô, acredita-se na
possibilidade de que os robôs tenham encontrado um meio de desativar a Lei dos
Robóticos.
A “Lei dos Robóticos” é baseada nas três Leis da Robóticas de Isaac Asimov, que vimos ao longo
da aula. Relembrando, tais leis servem de basepara as pesquisas da IA (Inteligência Arti�cial)
desde a década de 1950. São elas:
Um robô não pode, intencionalmente ou por omissão, permitir ou ferir um ser humano.
Um robô deve obedecer às ordens que lhe sejam dadas por humanos, desde que tais
ordens não entrem em con�ito com a Primeira Lei.
Um robô deve zelar e proteger por sua própria existência, desde que não entre em con�ito
com a Primeira e/ou Segunda Leis.
Se aplicarmos essa lógica ao uso de inteligência arti�cial no direito e pelo Poder Judiciário, será
que os robôs, munidos de inteligência arti�cial, terão capacidade de violar a própria Lei de Isaac
Asimov? Até que ponto o uso de inteligência arti�cial no direito pode expor o ser humano a
riscos? Até que ponto pode expor o ser humano a novas barbáries, como aquelas vivenciadas ao
longo da Segunda Guerra Mundial? Poderemos deixar a tomada de decisão ser realizada por
uma máquina? Esses são alguns dos potenciais pontos de re�exão para você. 
Bons estudos!
Referências
Disciplina
Direito Cibernético
BINANCE ACADEMY. O que é Metaverso? Binance Academy, 21 set. 2021. Disponível em:
https://academy.binance.com/pt/articles/what-is-the-metaverse?
utm_campaign=googleadsxacademy&utm_source=googleadwords_int&utm_medium=cpc&ref=H
DYAHEES&gclid=CjwKCAjwi8iXBhBeEiwAKbUofcA5y64uFMH-c3XTVXqosrVdoit-
DkuxXQP5Fnu6dSB3mH8RBRo34BoCwegQAvD_BwE. Acesso em: 18 nov. 2022.
Blog 10/30. Disponível em: https://www.onzetrinta.com/single-post/metaverso-e-o-futuro-da-
comunica%C3%A7%C3%A3o. Acesso em 30.nov.2022
FISCAL. O que realmente é Inteligência Arti�cial? Dr. Fiscal, 8 jul. 2020. Disponível em:
https://dr�scal.com.br/empreendedorismo-e-inovacao/o-que-realmente-e-inteligencia-arti�cial/.
Acesso em: 18 nov. 2022.
GAUCHAZH. https://gauchazh.clicrbs.com.br/mundo/noticia/2021/04/criadora-do-fortnite-epic-
games-e-avaliada-em-us-287-bilhoes-ckngdol0i009s01j0mgcmz7ht.html. Acesso em
30.nov.2022
Google. Disponível em: https://www.google.com/search?
q=�lme+eu+rob%C3%B4&rlz=1C1EXJR_enBR860BR860&oq=�lme+eu+rob%C3%B4&aqs=chrome.
0.35i39j46i512j0i512l4j69i60l2.5301j1j4&sourceid=chrome&ie=UTF-8.  Acesso em 30.nov.2022
HARARI, Y. N. 21 lições para o século 21. Rio de Janeiro: Companhia das Letras, 2018.
IBERDROLA. Metaverso: o lugar onde a realidade física e a virtual se associam. Iberdrola S.A., [s.
d.]. Disponível em: https://www.iberdrola.com/inovacao/metaverso. Acesso em: 18 nov. 2022.
MODI, A. Uma rápida introdução à Inteligência Arti�cial (IS) e seus componentes. Cynoteck, 17
fev. 2021. Disponível em:  https://cynoteck.com/pt/blog-post/what-is-arti�cial-intelligence/.
Acesso em: 18 nov. 2022.
PANORAMA CRYPTO. O que é metaverso? Saiba tudo sobre um dos temas de maior destaque no
mundo cripto. Panorama Crypto, 12 jan. 2022. Disponível em: https://panoramacrypto.com.br/o-
que-e-metaverso/?
https://academy.binance.com/pt/articles/what-is-the-metaverse?utm_campaign=googleadsxacademy&utm_source=googleadwords_int&utm_medium=cpc&ref=HDYAHEES&gclid=CjwKCAjwi8iXBhBeEiwAKbUofcA5y64uFMH-c3XTVXqosrVdoit-DkuxXQP5Fnu6dSB3mH8RBRo34BoCwegQAvD_BwE
https://academy.binance.com/pt/articles/what-is-the-metaverse?utm_campaign=googleadsxacademy&utm_source=googleadwords_int&utm_medium=cpc&ref=HDYAHEES&gclid=CjwKCAjwi8iXBhBeEiwAKbUofcA5y64uFMH-c3XTVXqosrVdoit-DkuxXQP5Fnu6dSB3mH8RBRo34BoCwegQAvD_BwE
https://academy.binance.com/pt/articles/what-is-the-metaverse?utm_campaign=googleadsxacademy&utm_source=googleadwords_int&utm_medium=cpc&ref=HDYAHEES&gclid=CjwKCAjwi8iXBhBeEiwAKbUofcA5y64uFMH-c3XTVXqosrVdoit-DkuxXQP5Fnu6dSB3mH8RBRo34BoCwegQAvD_BwE
https://academy.binance.com/pt/articles/what-is-the-metaverse?utm_campaign=googleadsxacademy&utm_source=googleadwords_int&utm_medium=cpc&ref=HDYAHEES&gclid=CjwKCAjwi8iXBhBeEiwAKbUofcA5y64uFMH-c3XTVXqosrVdoit-DkuxXQP5Fnu6dSB3mH8RBRo34BoCwegQAvD_BwE
https://www.onzetrinta.com/single-post/metaverso-e-o-futuro-da-comunica%C3%A7%C3%A3o
https://www.onzetrinta.com/single-post/metaverso-e-o-futuro-da-comunica%C3%A7%C3%A3o
https://drfiscal.com.br/empreendedorismo-e-inovacao/o-que-realmente-e-inteligencia-artificial/
https://gauchazh.clicrbs.com.br/mundo/noticia/2021/04/criadora-do-fortnite-epic-games-e-avaliada-em-us-287-bilhoes-ckngdol0i009s01j0mgcmz7ht.html
https://gauchazh.clicrbs.com.br/mundo/noticia/2021/04/criadora-do-fortnite-epic-games-e-avaliada-em-us-287-bilhoes-ckngdol0i009s01j0mgcmz7ht.html
https://www.google.com/search?q=filme+eu+rob%C3%B4&rlz=1C1EXJR_enBR860BR860&oq=filme+eu+rob%C3%B4&aqs=chrome.0.35i39j46i512j0i512l4j69i60l2.5301j1j4&sourceid=chrome&ie=UTF-8
https://www.google.com/search?q=filme+eu+rob%C3%B4&rlz=1C1EXJR_enBR860BR860&oq=filme+eu+rob%C3%B4&aqs=chrome.0.35i39j46i512j0i512l4j69i60l2.5301j1j4&sourceid=chrome&ie=UTF-8
https://www.google.com/search?q=filme+eu+rob%C3%B4&rlz=1C1EXJR_enBR860BR860&oq=filme+eu+rob%C3%B4&aqs=chrome.0.35i39j46i512j0i512l4j69i60l2.5301j1j4&sourceid=chrome&ie=UTF-8
https://www.iberdrola.com/inovacao/metaverso
https://cynoteck.com/pt/blog-post/what-is-artificial-intelligence/
https://panoramacrypto.com.br/o-que-e-metaverso/?gclid=CjwKCAjwi8iXBhBeEiwAKbUofVAWKutw3EtjZnJK8ZPqk6Fu7blF1ROP7ntXk1lTg-KrCaozVttcyRoC8R0QAvD_BwE
https://panoramacrypto.com.br/o-que-e-metaverso/?gclid=CjwKCAjwi8iXBhBeEiwAKbUofVAWKutw3EtjZnJK8ZPqk6Fu7blF1ROP7ntXk1lTg-KrCaozVttcyRoC8R0QAvD_BwE
Disciplina
Direito Cibernético
gclid=CjwKCAjwi8iXBhBeEiwAKbUofVAWKutw3EtjZnJK8ZPqk6Fu7blF1ROP7ntXk1lTg-
KrCaozVttcyRoC8R0QAvD_BwE. Acesso em: 18 nov. 2022.
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL (PUCRS). Inteligência Arti�cial:
conceito e como dominá-la. PUCRS, 6 out. 2020. Disponível em: https://blog-
online.pucrs.br/public/inteligencia-arti�cial-conceito/. Acesso em: 18 nov. 2022.
QMAIS DIGITAL. Disponível em: https://www.qmaisdigital.com.br/o-que-e-metaverso/. Acesso
em 30.nov.2022
Revista Superinteressante. As três leis da Robótica. Disponível em:
https://super.abril.com.br/cultura/as-tres-leis-da-
robotica/#:~:text=O%20livro%20tamb%C3%A9m%20virou%20um,rob%C3%B4%20deve%20proteg
er%20sua%20pr%C3%B3pria. Acesso em 30.11.2022
Portal Tecnoblog. Disponivel em: https://tecnoblog.net/noticias/2021/09/28/facebook-investe-
us-50-milhoes-em-metaverso-e-detalha-proximos-esforcos/. Acesso em 30.nov.2022.
Aula 5
Resumo da unidade
Direito, tecnologia e inovação
Caro estudante, seja bem-vindo à disciplina Direito Cibernético.
É uma alegria ter a oportunidade de introduzir tão importante temática para você.
https://panoramacrypto.com.br/o-que-e-metaverso/?gclid=CjwKCAjwi8iXBhBeEiwAKbUofVAWKutw3EtjZnJK8ZPqk6Fu7blF1ROP7ntXk1lTg-KrCaozVttcyRoC8R0QAvD_BwE
https://panoramacrypto.com.br/o-que-e-metaverso/?gclid=CjwKCAjwi8iXBhBeEiwAKbUofVAWKutw3EtjZnJK8ZPqk6Fu7blF1ROP7ntXk1lTg-KrCaozVttcyRoC8R0QAvD_BwE
https://blog-online.pucrs.br/public/inteligencia-artificial-conceito/
https://blog-online.pucrs.br/public/inteligencia-artificial-conceito/
https://www.qmaisdigital.com.br/o-que-e-metaverso/
https://super.abril.com.br/cultura/as-tres-leis-da-robotica/#:~:text=O%20livro%20tamb%C3%A9m%20virou%20um,rob%C3%B4%20deve%20proteger%20sua%20pr%C3%B3pria
https://super.abril.com.br/cultura/as-tres-leis-da-robotica/#:~:text=O%20livro%20tamb%C3%A9m%20virou%20um,rob%C3%B4%20deve%20proteger%20sua%20pr%C3%B3pria
https://super.abril.com.br/cultura/as-tres-leis-da-robotica/#:~:text=O%20livro%20tamb%C3%A9m%20virou%20um,rob%C3%B4%20deve%20proteger%20sua%20pr%C3%B3pria
https://tecnoblog.net/noticias/2021/09/28/facebook-investe-us-50-milhoes-em-metaverso-e-detalha-proximos-esforcos/
https://tecnoblog.net/noticias/2021/09/28/facebook-investe-us-50-milhoes-em-metaverso-e-detalha-proximos-esforcos/
Disciplina
Direito Cibernético
Ao longo desta disciplina, você verá a importância do direito cibernético na realidade da
sociedade da 4ª Revolução Industrial que estamos vivenciando neste primeiro quarto do século
XXI.
Um dos desa�os de estudo do direito cibernético é justamente seu olhar de forma transversal a
todas as demais disciplinas do curso de direito. Trata-se de uma disciplina interdisciplinar e
transdisciplinar. Interdisciplinarpor conversar com todas as demais disciplinas jurídicas, e
transdisciplinar por causa de sua intersecção com outras áreas tecnológicas, gestão de risco,
governança e compliance, que não necessariamente são áreas do direito.
Na Unidade 1 você viu temas inovadores e que demonstram a importância do constante estudo e
análise de outras áreas além do direito. Tratamos de temas correlatos à compliance e
governança corporativa, blockchain, criptomoedas e NFT, internet das coisas e cidades
inteligentes, além da inteligência arti�cial e metaverso, tudo com o olhar do direito cibernético,
também conhecido como direito digital.
Segundo o Relatório de Cibersegurança (2020), os riscos cibernéticos estão situados entre os 10
riscos empresariais mais relevantes no século XXI. Muitas empresas, escritórios de advocacia e
todas as esferas do Poder Judiciário já sofreram algum tipo de ataque cibernético, em alguns
casos, com o sequestro total de dados e informações. Pense nos riscos que corre um escritório
de advocacia que não cuida das regras de governança corporativa e compliance digital, e sua
relação com clientes, sua reputação e um potencial processo judicial e no Tribunal de Ética e
Disciplina da OAB. Temática fundamental e que raramente ocupa qualquer nível de preocupação
dos escritórios de pequeno porte e advogados individuais. 
Na sequência você teve a oportunidade de compreender o conceito de web 3.0 por meio do
estudo das redes distribuídas e demais avanços tecnológicos, como blockchain, criptomoedas e
NFT, e o seu impacto para o pro�ssional do direito. 
Também vimos o impacto da internet das coisas (IoT) e das cidades inteligentes, sob o olhar
atento do direito cibernético. A internet das coisas já está em praticamente tudo que nos cerca
no dia a dia. Com maior ou menor intensidade, mas já está entre nós. Produtos, vestuário,
serviços e agronegócio, tudo tem potencialidade para ser uma constante fonte de geração de
dados e informações por meio da Internet. Com o avanço da conexão 5G, as oportunidades de
conexão com internet das coisas é potencializada e automaticamente acaba por acelerar
exponencialmente o conceito de cidades inteligentes e as respectivas consequências para o
direito. 
Finalmente, na Aula 4 você pôde compreender o conceito e potencialidade da inteligência
arti�cial e do metaverso. Este último, ainda em fase de implementação e evolução,
potencialmente será uma das principais ferramentas de conexão entre os universos físico e
digital, criando o conceito de FiGital.
Videoaula: Resumo da unidade
Este conteúdo é um vídeo!
Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo
computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo
Disciplina
Direito Cibernético
para assistir mesmo sem conexão à internet.
Nesta unidade você estudou temas inovadores e que demonstram a importância do constante
estudo e análise de outras áreas além do direito. Tratamos de temas correlatos à compliance e
governança corporativa, blockchain, criptomoedas e NFT, internet das coisas e cidades
inteligentes, além da inteligência arti�cial e metaverso, tudo isso com o olhar do direito
cibernético, também conhecido como direito digital.
Estudo de caso
Caro estudante, tendo estudado o conteúdo da Unidade 1, convidamos você a analisar a seguinte
situação-problema que já vem sendo concretizada na atualidade. 
Uma pessoa contrata você para avaliar a possibilidade e validade de um novo empreendimento
que ele está estudando. Trata-se do desenvolvimento de uma empresa em uma cidade
inteligente no metaverso.
A empresa do seu cliente terá por objetivo vender roupas e novos estilos grá�cos e visuais para
os avatares dos respectivos clientes. Cada avatar é representado no metaverso como seu
responsável, um cliente existe no mundo real, mas não se sabe onde ele está localizado. Ou seja,
é possível que haja clientes situados no Brasil e no exterior. 
Considerando a realidade do metaverso, o seu cliente pretende aceitar moedas eletrônicas e
também a representação monetária por meio de NFTs.
Disciplina
Direito Cibernético
O seu cliente nunca realizou negócios no metaverso, tampouco com moedas eletrônicas. Ele
também não sabe direito o que é uma tecnologia blockchain ou um NFT. 
Veri�cando que não conhece direito o negócio que pretende empreender, apenas sabendo que
pode ser muito lucrativo, seu cliente consulta você acerca da validade e segurança do
empreendimento que busca desenvolver, solicitando que você diga se o negócio é válido, bem
como quais as condições que ele deve observar para maior segurança jurídica. 
Você deve considerar as hipóteses de pagamento por meio de NFT ou criptoativos, além da
forma mais segura, sob a ótica jurídica, de certi�car-se que o contrato a ser elaborado é imutável
e con�ável, já que o seu cliente estará tratando com avatares sem ter conhecimento preciso de
quem é a pessoa. 
Você deve igualmente observar que estamos falando de uma cidade inteligente no metaverso,
portanto, o uso de inteligência arti�cial na prática do negócio do seu cliente terá algum
benefício? Ou o uso de inteligência arti�cial não é aplicável e devemos considerar a tecnologia
da internet das coisas?
_______
Re�ita
Para a solução do caso apresentado, você deve:
Re�etir a respeito do negócio jurídico que o seu cliente pretende criar no metaverso e saber
explicar o que é uma rede distribuída e a tecnologia blockchain
Saber justi�car o motivo pelo qual seu cliente deverá preferencialmente utilizar uma
tecnologia blockchain ou semelhante (redes distribuídas).
Conhecer e saber explicar minimamente o que é o metaverso.
Analisar a validade dos negócios jurídicos �rmados no metaverso.
Identi�car as hipóteses e cuidados quanto à validade e segurança jurídica para o aceite de
uma criptomoeda ou NFT.
Identi�car a viabilidade ou não do uso de internet das coisas ou de inteligência arti�cial na
estrutura do metaverso e de uma cidade inteligente no ambiente digital.
Identi�car boas práticas de governança corporativa e compliance digital para o seu cliente.
Videoaula: Resolução do estudo de caso
Este conteúdo é um vídeo!
Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo
computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo
para assistir mesmo sem conexão à internet.
Antes de analisar a resolução do caso, faça uma lista das principais di�culdades que você
encontrou na resolução situação-problema – pode ser vocabulário, conceitos jurídicos prévios
Disciplina
Direito Cibernético
que você ainda não �xou, além de conceitos e aplicação do que vimos juntos durante na
unidade. 
Faça um mapa mental com os pontos de dúvida e levante o que você precisa pesquisar para
chegar às respostas adequadas. Você também deve elaborar um mapa mental com os conceitos
e aplicações de conceitos que você já domina e conhece. 
Assim, você vai �xar o conteúdo que já foi absorvido e identi�car o que você deve estudar e
revisar, além de outros conhecimentos prévios necessários. 
Tendo estruturado as dúvidas e o conhecimento prévio, vamos lá!
Os negócios jurídicos, como regra geral, podem ser �rmados em qualquer forma ou meio. Ou
seja, podem ser verbais, escritos físicos, escritos eletrônicos etc. 
O negócio que o seu cliente busca desenvolver se resume à prestação de serviços, já que roupas
e novos estilos grá�cos e visuais dos avatares, tudo executado no metaverso, nada mais é do
que um programa de computador, um software que fará as de�nições grá�cas do avatar e do que
ele está utilizando. 
Contrato de prestação de serviços é um contrato conhecido, típico e nominado conforme
previsão do Código Civil. 
Já o metaverso, como vimos, é uma plataforma virtual que busca integrar o mundo real no
mundo digital, por meio de tecnologia como a realidade virtual, oferecendo experiências mais
reais. O objetivo é conectar várias plataformas em um espaço 3D que conecta os usuários e os
aspectos da vida cotidiana. Cada pessoa é representada por um avatar, desenvolvido e criado
pela própriapessoa “real”. O avatar é uma representação de uma pessoa para o mundo virtual.
Ou seja, é plenamente possível realizar negócios jurídicos válidos no metaverso com
repercussão no mundo real. Sendo o contrato de prestação de serviços de forma livre,
igualmente poderá ser �rmado. 
Já a utilização de uma blockchain para a relação jurídica proposta tem por objetivo trazer
segurança jurídica quanto à certeza das pessoas envolvidas, da existência da representação
monetária de uma criptomoeda ou NFT, bem como de execução do contrato em caso de
inadimplência, uma vez que tudo estará registrado de forma imutável e com segurança na
blockchain ou outra rede distribuída. Vale lembrar que NFT é a representação monetária e
infungível de um bem real ou virtual, material ou imaterial. 
Por �m, tratemos da utilização ou não de inteligência arti�cial e internet das coisas. Devemos
retomar os conceitos das duas tecnologias. Como internet das coisas busca conectar coisas do
mundo real ao mundo físico, esta tecnologia será necessária apenas quanto à utilização de
sistemas e hardwares que servirão para a conexão entre o mundo real e o mundo virtual. Já a
inteligência arti�cial depende de dados e informações. Como todo o empreendimento que será
realizado pelo seu cliente já é no ambiente virtual, no qual dados são em abundância, e
considerando que será uma cidade inteligente, é de se presumir que haverá uma robusta base de
dados para o uso de inteligência arti�cial em benefício do melhor atendimento ao seu cliente.
Resumo visual
Disciplina
Direito Cibernético
Disciplina
Direito Cibernético
Figura 1 | Síntese do conteúdo abordado
Referências
Disciplina
Direito Cibernético
MACHADO, L. Lideranças globais alertam: Riscos cibernéticos agora são riscos de negócios.
Security Report, 18 jan. 2022. Disponível em:
https://www.securityreport.com.br/destaques/liderancas-globais-alertam-riscos-ciberneticos-
agora-sao-riscos-de-negocios/#.Y1Xx7nbMLGI. Acesso em: 18 nov. 2022.
REVOREDO, T. Era uma vez… a origem das criptomoedas. Medium, 6 out. 2018. Disponível em:
https://medium.com/blockchainbr/era-uma-vez-a-origem-das-criptomoedas-ea7bc0ce6ebc.
Acesso em: 18 nov. 2022. 
RELATÓRIO DE CIBERSEGURANÇA 2020. Cibersegurança – riscos, avanços e o caminho a seguir
na América Latina e Caribe. IDB – Inter-American Development Bank, 2020. Disponível em:
https://publications.iadb.org/publications/portuguese/document/Relatorio-de-Ciberseguranca-
2020-riscos-avancos-e-o-caminho-a-seguir-na-America-Latina-e-Caribe.pdf. Acesso em: 24 nov.
2022.
,
Unidade 2
Marco Civil da Internet, Privacidade e Proteção de Dados Empresarial e Lei Geral De Proteção
de Dados – LGPD
Aula 1
Marco Civil da Internet
https://www.securityreport.com.br/destaques/liderancas-globais-alertam-riscos-ciberneticos-agora-sao-riscos-de-negocios/#.Y1Xx7nbMLGI
https://www.securityreport.com.br/destaques/liderancas-globais-alertam-riscos-ciberneticos-agora-sao-riscos-de-negocios/#.Y1Xx7nbMLGI
https://medium.com/blockchainbr/era-uma-vez-a-origem-das-criptomoedas-ea7bc0ce6ebc
https://publications.iadb.org/publications/portuguese/document/Relatorio-de-Ciberseguranca-2020-riscos-avancos-e-o-caminho-a-seguir-na-America-Latina-e-Caribe.pdf
https://publications.iadb.org/publications/portuguese/document/Relatorio-de-Ciberseguranca-2020-riscos-avancos-e-o-caminho-a-seguir-na-America-Latina-e-Caribe.pdf
Disciplina
Direito Cibernético
Introdução da aula
Este conteúdo é um vídeo!
Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo
computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo
para assistir mesmo sem conexão à internet.
Caro estudante, 
Vamos iniciar a Unidade 2, na qual trataremos das temáticas vinculadas ao Marco Civil da
Internet, a bens digitais e à dinâmica da privacidade e proteção de dados pessoais.
Embora o uso da internet no Brasil tenha começado para �ns comerciais entre os anos de 1995 e
1996, somente em 2014 tivemos a publicação do Marco Civil da Internet. 
Existem críticas respeitáveis quanto à demora na edição e vigência de um Marco Civil para
regular o uso e aplicação da internet no Brasil, mas entendemos que tal “demora” foi importante
para consolidar as dúvidas e os principais temas de necessária proteção social. 
Entre as questões relevantes, destacam-se a neutralidade da rede, a de�nição de provedores de
acesso e de conteúdo e suas responsabilidades, entre diversas outras situações.
Marco Civil da Internet e herança digital
Disciplina
Direito Cibernético
O que é o Marco Civil da Internet?
É a primeira legislação brasileira criada para proteger os direitos e a privacidade dos usuários,
bem como regular o uso e principais práticas referentes à internet no Brasil. O Marco Civil da
Internet também traz os princípios e fundamentos que devem nortear o uso e a regulação da
internet no Brasil. Tal regulação está alinhada com as principais normas internacionais. É
interessante observar que o Marco Civil da Internet foi a primeira legislação colocada em
consulta pública por meio da própria internet no site do Congresso Nacional. Foram centenas de
sugestões da sociedade civil, academia e estudiosos, resultando em um texto maduro e
amplamente debatido com a sociedade. O sucesso da iniciativa foi tão grande que desde a sua
tramitação todas as principais normas passaram a ter um período de consulta pública pela
internet. 
O Marco Civil é importante não apenas por seu processo original de construção
aberta e colaborativa, mas também por lidar com questões cruciais para as próximas
muitas décadas do país. Vale notar que, apesar do esforço do seu relator, o projeto de
lei �cou praticamente “engavetado” na Câmara dos Deputados até o advento do caso
Snowden.
Foi então que o governo, assolado por duras revelações de espionagem, percebeu
que o instrumento legislativo mais so�sticado disponível como resposta às várias
práticas da National Security Agency (NSA) era o Marco Civil. Vários fatores
mostravam como o projeto de lei era perfeito para uma resposta política e técnica
com relação ao escândalo. O primeiro deles era o respeito internacional angariado
pelo Marco Civil no plano internacional. (LEITE; LEMOS, 2014, p. 7)
A primeira proposta de Marco Civil surgiu em 2009, resultando na apresentação de um projeto de
lei (nº 2.126/2011). O Marco Civil da Internet é trazido como a Lei nº 12.965/2014. 
Os três princípios básicos são:
1. Fiscalização.
2. Privacidade.
3. Neutralidade.
Disciplina
Direito Cibernético
Figura 1 | Pilares do MCI - Fonte: Saraiva (2016, [s. p.]).
Esses princípios devem ser seguidos pelos provedores de conexão, e devem estar evidentes na
política de privacidade, em termos de uso. O texto dos termos de uso deve conter
consentimento, licitação do propósito, compartilhamento de dados com terceiros e cookies.
LGPD e Marco Civil são a mesma coisa?
O Marco Civil regula a forma como os direitos são protegidos no ambiente digital e seu principal
objetivo é garantir o uso de internet segura para todo Brasil. A Lei Geral de Proteção de dados
(LGPD) complementa o Marco Civil, garantido a privacidade e a liberdade de expressão,
informando ao titular de dados pessoais (pessoa natural) por quais motivos seus dados serão
coletados, como seus dados serão tratados e, eventualmente, se os dados serão
compartilhados. 
Herança digital 
Um acervo de direito e bens publicados e guardados em servidores ou nuvens, que é acessado
de forma virtual. Esse tipo de patrimônio não tem valor �nanceiro, mas simbólico; entretanto,
pode haver contas com serviços monetários como:
Assinaturas.
Propriedade intelectual e reputacional.
Moedas digitais (as famosas criptomoedas).
Contas com potencial valor �nanceiro, entre outras.
Ainda não há uma legislação própria, então são aplicadas as normas previstas no Código Civil,
no próprio Marco Civil da Internet, nas regras que tratam de propriedade intelectual e na Lei dos
Direitos Autorais (Lei nº 9.610/1998).
Qual a melhor forma de agir em caso de herança digital?
Disciplina
DireitoCibernético
Elaborando um testamento.
Fazendo um planejamento sucessório.
Por �m, vale relembrar que se não houver testamento a sucessão dos herdeiros será:
1º: os descendentes, ou seja, �lhos, netos, bisnetos etc.
2º: os ascendentes, portanto, pai, mãe, avô, avó, bisavós.
3º: o cônjuge, que vai concorrer com os outros na mesma ordem.
4º: os colaterais, ou seja, os parentes até o quarto grau.
Neutralidade da rede e regulação da internet no Brasil
O que é neutralidade de rede?
Os provedores de internet têm o dever de garantir que os dados que trafegam nas redes o façam
de forma isonômica, não sendo discriminados em razão de conteúdo, origem ou destino. 
Simpli�cando: os dados e informações enviados pela internet circulam em pacotes de dados, os
quais devem circular livremente sem qualquer restrição, priorização ou de�nição de ordem de
preferência. Todos os pacotes de dados devem circular livremente sem interferência dos
provedores e/ou qualquer área técnica. Do contrário, se não houvesse a neutralidade da rede, um
provedor de acesso poderia de�nir que os dados da empresa “A” devem circular antes dos dados
da empresa “B”, já que a primeira faz algum tipo de contribuição �nanceira, ou, ainda, por ser de
preferência política ou econômica. Isso resultaria em uma manipulação de dados e informações.
Em 2002 surgiram as primeiras formulações a esse respeito, período em que houve grande
expansão da banda larga, surgindo evidências de que os provedores estariam discriminando o
Disciplina
Direito Cibernético
acesso. 
Há três formas de discriminar um conteúdo:
Bloqueando.
Reduzindo sua velocidade .
Cobrando um preço diferente pelo acesso àquele conteúdo.
A neutralidade da rede foi o tema mais discutido durante a revisão da implementação do Marco
Civil da Internet (MCI): dos 339 tópicos, 98 tratavam deste tema (Instituto Igarapé, [s.d.])
Sem a neutralidade, os provedores poderiam criar conexões rápidas ou lentas para alguns tipos
de serviços (Net�ix, Spotify e Facebook, por exemplo). Haveria uma certa limitação e/ou
interferência aos direitos humanos, afetaria diretamente o trabalho de youtubers, in�uenciadores
digitais ou blogueiros, além de poder afetar o curso de uma eleição ou a economia do país. 
Os que defendem o �m da neutralidade alegam que seria mais bené�ca aos usuários a redução
de valores, já que poderiam escolher o pacote individualmente. Entretanto, o serviço de internet
tornou-se elemento de efetivação da cidadania, que não pode ser interrompido ou manipulado. 
O artigo 3º da Lei nº 12.965/2014 (BRASIL, 2014, [s. p.]) prevê a neutralidade como princípio no
Marco Civil da Internet:
“Art. 3º A disciplina do uso da internet no Brasil tem os seguintes princípios: IV – Preservação e
garantia da neutralidade de rede”
Atinge também os incisos anteriores, como a garantia da liberdade de expressão e comunicação
e manifestação (inciso I) e proteção aos dados (incisos II e III).
A Constituição Federal (BRASIL, 1988, [s. p.]) enfatiza que o Estado deve conceder o acesso à
internet como elemento de cidadania, relacionado à inclusão digital – logo, o direito de acesso à
internet é para todos:
Art. 174. Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o Estado
exercerá, na forma da lei, as funções de �scalização, incentivo e planejamento, sendo
este determinante para o setor público e indicativo para o setor privado.
 § 1º A lei estabelecerá as diretrizes e bases do planejamento do desenvolvimento
nacional equilibrado, o qual incorporará e compatibilizará os planos nacionais e
regionais de desenvolvimento.
O artigo 24 do MCI traz uma série de deveres gerenciais e de desenvolvimento, seguindo a linha
constitucional supracitada:
Art. 24. Constituem diretrizes para a atuação da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios no desenvolvimento da internet no Brasil:
VII - otimização da infraestrutura das redes e estímulo à implantação de centros de
armazenamento, gerenciamento e disseminação de dados no País, promovendo a
qualidade técnica, a inovação e a difusão das aplicações de internet, sem prejuízo à
abertura, à neutralidade e à natureza participativa […] (BRASIL, 2014, [s. p.])
Bens Digitais: redes sociais, e-mails, milhas aéreas, moedas virtuais, músicas
e livros digitais
Disciplina
Direito Cibernético
Em relação ao conceito dos bens digitais, Bruno Zampier diz que:
As pessoas possuem necessidades, desejos e �ns a serem perseguidos. No exercício
de sua autonomia privada irão procurar manifestar sua vontade com a intenção de
satisfazer essas contingências, como forma de alcançar êxito em sua realização
existencial. Para que esse resultado se efetive, as pessoas terão que buscar os
instrumentos adequados, residindo aí então a categoria dos bens jurídicos, como
sendo exatamente esses meios aptos a satisfazer aquelas necessidades. (ZAMPIER,
2021, p. 47-48)
Na análise do código Civil há a classi�cação dos bens jurídicos: imóveis, móveis, fungíveis,
consumíveis, divisíveis, singulares e coletivos. Entretanto, a análise que envolve os bens jurídicos
e que os classi�ca como incorpóreos e corpóreos não está prevista na lei, e tem relação com o
termo tangibilidade – o qual consiste em caráter tangível (que se consegue tocar) ou intangível."?
Bruno Zampier (2021, p. 54) ressalta em seu livro que para uma informação ser considerada bem
jurídico: “a) pode ser objeto de uma relação jurídica; b) os bens podem ter caráter patrimonial ou
não; c) é possível se conceber bens com fruição múltipla; d) há possibilidade de sua tutela
jurídica. ”
Bens digitais
O seu surgimento é concomitante ao surgimento do ambiente virtual, ocorrido em 1970. É
notório que com o passar dos anos houve um aumento de bens digitais, e consequentemente o
patrimônio passível de herança tornou-se mais amplo. 
Além disso, com base em doutrinas, expõe-se a de�nição de bens digitais. Veja: 
“[…] Estes seriam aqueles bens incorpóreos, os quais são progressivamente inseridos na Internet
por um usuário, consistindo em informações de caráter pessoal que trazem alguma utilidade
àquele, tenha ou não conteúdo econômico.” (ZAMPIER, 2021, p. 63-64)
Disciplina
Direito Cibernético
“[…] bens digitais são bens imateriais representados por instruções codi�cadas e
organizadas virtualmente com a utilização da linguagem informática, armazenados
em forma digital, seja no dispositivo do próprio usuário ou em servidores externos
como no caso de armazenamento em nuvem, por exemplo, cuja interpretação e
reprodução se opera por meio de dispositivos informáticos (computadores, tablets,
smartphones dentre outros), que poderão estar ou não armazenado no dispositivo de
seu próprio titular, ou transmitidos entre usuários de um dispositivo para outro,
acesso via download de servidores ou digitalmente na rede, e podem se apresentar
ao usuário.” (FACHIN; PINHEIRO, 2018 apud TEIXEIRA; KONDER, 2021, p. 28)
Vale ressaltar que os bens digitais se dividem em três categorias – patrimoniais, existenciais e
patrimoniais-existenciais – conforme citação a seguir:
Os bens digitais patrimoniais são aqueles cuja natureza é meramente econômica, a
exemplo das moedas virtuais (Bitcoins), milhas aéreas, itens pagos em plataformas
digitais; já os bens digitais existenciais (ou bens sensíveis), por sua vez, possuem
natureza personalíssima, podendo ser exempli�cados através dos per�s de redes
sociais, blogs, correio eletrônico, mensagens privadas de aplicativos como o
WhatsApp, entre outros; e, por último, os bens de caráter híbrido, os bens digitais
patrimoniais-existenciais (ou patrimoniais-personalíssimos), os quais perfazem um
misto de economicidade e privacidade, como ocorre com os in�uenciadores digitais,
que são monetizados através da exploração de postagens de natureza pessoal, a
exemplo da plataforma do Instagram ou Youtube.” (CARVALHO; GODINHO, 2019 apud
ROSA; BURILLE, 2021, p. 247)
Videoaula: Marco Civil da Internet
Este conteúdo é um vídeo!
Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo
computador ou pelo aplicativo. Vocêpode baixar os vídeos direto no aplicativo
para assistir mesmo sem conexão à internet.
Caro estudante, ao longo desta aula tratamos do Marco Civil da Internet, sua evolução legislativa
e benefícios em proteção à sociedade civil – uma vez que o Marco Civil prevê os princípios e
fundamentos da internet no Brasil. Trata-se de uma legislação moderna e alinhada com as
principais práticas internacionais. 
Também analisamos o conceito de bens digitais e as consequências para o “mundo físico”,
especialmente quanto à sucessão de um patrimônio digital e à proteção aos direitos da
personalidade e da propriedade intelectual. 
Entre inúmeras outras personalidades públicas já falecidas, imagine o que seria da Fundação
Ayrton Senna sem a proteção do patrimônio digital vinculado ao ex-piloto e campeão mundial da
Disciplina
Direito Cibernético
Fórmula 1? Ou, ainda, o patrimônio digital adquirido por um in�uencer?
Vamos lá?
Saiba mais
Este é o momento em que você pode aprofundar seu conhecimento com um importante artigo
do Prof. Marcos Alberto Sant-Anna Bitelli, publicado logo no início de vigência da Lei do Marco
Civil da Internet (MCI). São importantes re�exões e uma análise ampla do MCI que deve ser
estudada por todo pro�ssional de direito que busca conhecer mais da regulação da internet no
Brasil.
BITELLI, M. A. S. A Lei 12.965/2014 – O Marco Civil da Internet. Revista de Direito das
Comunicações, v. 7, p. 291-333, jan.-jun. 2014. DTR\2014\8228. 
Artigo disponível na base eletrônica da Revista dos Tribunais Online. 
Além das re�exões indicadas nesse texto, vale a re�exão acerca da questão envolvendo a
herança digital por sucessão pós-morte, a qual não encontra uma regulação especí�ca no Brasil.
Mas a dúvida que �ca é se realmente há necessidade de uma legislação especí�ca: o direito à
personalidade e a universalidade do patrimônio do falecido não deveriam ser su�cientes para
incluir a chamada herança digital? Será que a principal di�culdade encontrada não é justamente
a resistência de parte do Poder Judiciário e até mesmo dos pro�ssionais do direito em
reconhecer a realidade FiGital – ou seja, a fusão dos mundos físico e digital? Essas e outras
questões são analisadas em artigos cientí�cos relevantes pelas revistas técnicas de direito. 
Recomendamos a leitura do artigo “Direito Sucessório e a Herança Digital: uma análise em
perspectiva e os desa�os do ordenamento jurídico brasileiro”, disponível na base eletrônica da
https://www.thomsonreuters.com.br/content/dam/openweb/documents/pdf/Brazil/revistas-especializadas/rdpriv-105-augusto-bufulin-direito-sucessorio-e-a-heranca-digital.pdf
https://www.thomsonreuters.com.br/content/dam/openweb/documents/pdf/Brazil/revistas-especializadas/rdpriv-105-augusto-bufulin-direito-sucessorio-e-a-heranca-digital.pdf
Disciplina
Direito Cibernético
Editora Revista dos Tribunais (RTonline), de autoria de Augusto Passamani Bufulin e Daniel Souto
Cheida. Revista de Direito Privado, V. 105/2020, p. 225-235.
Bons estudos!
Referências
ARNAUDO, D. O Brasil e o marco civil da internet – o Estado da Governança Digital. Igarapé
Institute [online]. Disponível em: https://igarape.org.br/marcocivil/pt/. Acesso em: 28 nov. 2022.
AURUM. Lei 12.965/14: Tire as suas dúvidas sobre o Marco Civil da Internet. Aurum, 12 maio
2022. Disponível em: https://www.aurum.com.br/blog/marco-civil-da-internet/. Acesso em: 21
nov. 2022.
BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988.
Brasília/DF: Presidência da República, [2020]. Disponível em:
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 21 nov. 2022.
BRASIL. Lei nº 12.965, de 23 de abril de 2014. Estabelece princípios, garantias, direitos e deveres
para o uso da Internet no Brasil. Brasília/DF: Presidência da República, 2014. Disponível em:
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2014/lei/l12965.htm. Acesso em: 21 nov.
2022.
CAMARGO, G. P. F. A neutralidade da rede e o direito digital no Brasil. Direito Net, 25 ago. 2018.
Disponível em: https://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/10680/A-neutralidade-da-rede-e-o-
direito-digital-no-Brasil. Acesso em: 21 nov. 2022.
EBRADI. Entenda o que é herança digital e o que você precisa saber sobre isso! Ebradi, 26 ago.
2021. Disponível em: https://wp.ebradi.com.br/coluna-ebradi/heranca-digital/?
https://igarape.org.br/marcocivil/pt/
https://www.aurum.com.br/blog/marco-civil-da-internet/
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2014/lei/l12965.htm
https://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/10680/A-neutralidade-da-rede-e-o-direito-digital-no-Brasil
https://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/10680/A-neutralidade-da-rede-e-o-direito-digital-no-Brasil
https://wp.ebradi.com.br/coluna-ebradi/heranca-digital/?gclid=Cj0KCQjw3eeXBhD7ARIsAHjssr82nt9KcuQ__oWFDiJeCDvDXDnwux0F8smNYdUek9pA6LmEKBhyC1saAmWHEALw_wcB
Disciplina
Direito Cibernético
gclid=Cj0KCQjw3eeXBhD7ARIsAHjssr82nt9KcuQ__oWFDiJeCDvDXDnwux0F8smNYdUek9pA6Lm
EKBhyC1saAmWHEALw_wcB. Acesso em: 21 nov. 2022.
LEITE, G. S.; LEMOS, R. Marco Civil da Internet. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2014. E-book. ISBN
9788522493401. Disponível em: Minha Biblioteca. Acesso em:28 nov. 2022.
ROSA, C. P. da; BURILLE, C. A regulação da herança digital: uma breve análise das experiências
espanhola e alemã. In: TEIXEIRA, A. C. B.; LEAL, L. T. (coord.). Herança digital: controvérsias e
alternativas. Indaiatuba: Foco, 2021.
SARAIVA, A. Marco Civil da Internet. Dicas de TI, 2016. Disponível em:
https://allysonsaraiva.blogspot.com/2016/02/marco-civil-da-internet.html. Acesso em: 21 nov.
2022.
TEIXEIRA, A. C. B.; KONDER, C. N. O enquadramento dos bens digitais sob o per�l funcional das
situações jurídicas. In: TEIXEIRA, A. C. B.; LEAL, L. T. (coord.). Herança digital: controvérsias e
alternativas. Indaiatuba: Foco, 2021.
ZAMPIER, B. Bens digitais: cybercultura, redes sociais, e-mails, músicas, livros, milhas aéreas,
moedas virtuais. 2. ed. Indaiatuba, SP: Foco, 2021.
Aula 2
Privacidade e proteção de dados empresarial
Introdução da aula
Caro estudante, 
https://wp.ebradi.com.br/coluna-ebradi/heranca-digital/?gclid=Cj0KCQjw3eeXBhD7ARIsAHjssr82nt9KcuQ__oWFDiJeCDvDXDnwux0F8smNYdUek9pA6LmEKBhyC1saAmWHEALw_wcB
https://wp.ebradi.com.br/coluna-ebradi/heranca-digital/?gclid=Cj0KCQjw3eeXBhD7ARIsAHjssr82nt9KcuQ__oWFDiJeCDvDXDnwux0F8smNYdUek9pA6LmEKBhyC1saAmWHEALw_wcB
https://allysonsaraiva.blogspot.com/2016/02/marco-civil-da-internet.html
Disciplina
Direito Cibernético
Ao longo da Aula 6 teremos a oportunidade de estudar e debater a temática vinculada à proteção
de dados. 
Muito tem se falado da Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD), e iniciaremos nossa
jornada sobre a temática de privacidade e proteção de dados com uma visão mais ampla, ou
seja, pelo olhar da proteção de dados das empresas. A temática vinculada à LGPD é exclusiva
para a proteção de dados pessoais das pessoas naturais, o que será objeto da Aula 7.
Compõe uma parcela relevante do patrimônio de qualquer empresa (lato sensu) a proteção de
seus dados, de seus segredos comerciais e industriais e mesmo de suas estratégias de
lançamentos de produtos e serviços, de forma que a segurança da informação e a adoção de
boas práticas para a segurança de tais dados é fundamental para o bom desenvolvimento da
atividade empresarial.
Segurança da informação dentro das empresas
Usualmente quando pensamos em segurança da informação cibernética, temos como referência
os ataques hackers, vírus e ransomware – um tipo de sistema utilizado para a prática de
extorsão que pode bloquear o computador e depois exigir um resgate para desbloqueá-lo,
também identi�cado nas hipóteses de criptogra�a de todos os dados de um servidor ou
computadores.
No entanto, muitas vezes a falta de segurança cibernética tem origem nos próprios usuários
internos da empresa e na falta de boas práticas e de uma regra clara e correta de segurança da
informação (SI).
E o que é segurança da informação(SI)?
Disciplina
Direito Cibernético
É a estratégia adotada dentro das empresas para evitar a perda ou roubo de informações. O
termo é usado para se referir à defesa de dados, e sua prática assegura que as informações
sigilosas sejam acessadas apenas por aqueles às quais elas pertencem ou pelos seus
responsáveis de direito.
Para as empresas a segurança de informação – que é controlada pelo departamento de
Tecnologia da informação (TI) de uma empresa – é uma grande aliada e assegura que as
informações de uma empresa não sejam distribuídas de forma indevida. 
De acordo com a Pesquisa Global de Segurança da Informação realizada em 2018 pela PwC, 46%
dos incidentes de segurança no Brasil atingem as informações dos clientes das empresas.
Outros 34%, dos seus funcionários. (PWC, 2018)
De maneira geral a segurança da informação protege e analisa:
Uso.
Acesso não autorizado.
Uso indevido.
Divulgação.
Modi�cação.
Gravação.
Destruição.
Interrupção de informações.
Os três pilares da segurança da informação são: Con�dentiality (con�ança), Integrity
(integridade) e Availability (disponibilidade), termos que formam o acrônimo “CIA”. 
(CIA) con�dencialidade: garante que as informações não sejam divulgadas a pessoas ou
entidades não autorizadas.
(CIA) integridade: mantém a precisão da informação durante todo seu ciclo de vida.
(CIA) disponibilidade: garante que qualquer informação esteja disponível quando
necessário. 
Para a preservação mínima de uma SI (segurança da informação), é recomendável que a
empresa aplique os seguintes controles de segurança:
Controle de segurança lógicos
Controle de acesso: senhas, cartões de acesso, biometria.
Criptogra�a: mecanismo para tornar alguma informação ilegível a outra pessoa ou outro
sistema.
Assinatura digital: mecanismo para gerar e validar dados digitais.
Hashing: uma forma de checagem de arquivos para garantir sua integridade.
Certi�cação: atesta a validade de um documento.
Controles de segurança físicos
Câmeras de segurança.
Portas.
Fechaduras.
Muros.
Disciplina
Direito Cibernético
Alarmes de fumaça e incêndio.
Guardas de segurança.
A segurança da informação não é apenas mais uma questão de estratégia dentro das empresas,
mas uma peça fundamental no funcionamento do negócio. A conhecida expressão “Scientia
potentia est” – “conhecimento é poder” – nunca esteve tão correta: com a quantidade de
informações produzidas diariamente o conhecimento se torna realmente um poder, por isso a
segurança da informação é tão importante hoje em dia para uma empresa.
Da segurança e do sigilo de dados, �scalização e posse sobre arquivos
digitais
A proteção de dados e informações tem como base a privacidade de informação, de
comunicação e de opinião, e aplica-se a qualquer operação de tratamento de dados e
informações realizadas por pessoa natural ou jurídica de direito público ou privado. Dada a
gravidade do tema, o tratamento dos dados e informações deve ser conduzido com ética,
responsabilidade, transparência, segurança e privacidade. 
A segurança e o sigilo de dados ditam expressamente o que é preciso para proteger os dados
dos seus clientes – sem essa proteção, qualquer organização estará sujeita a sofrer um ataque.
Há inúmeras maneiras de ocorrer um vazamento de dados, e conhecer suas possíveis
vulnerabilidades possibilita a proteção preventiva, reduzindo os riscos de ataques. 
Quando falamos de ataques cibernéticos devemos focar dois tipos:
Outsider: o atacante não está dentro da instituição.
Disciplina
Direito Cibernético
Insider: o atacante está dentro da instituição.
Para uma boa política de segurança da informação, seja em relação a ataques cibernéticos
vindos de dentro ou de fora da empresa/instituição, é fundamental que as empresas estejam
focadas em boas práticas de gestão eletrônica de documentos (GED).
Gestão Eletrônica dos Documentos (GED)
A inovação tecnológica tem ajudado na otimização do desempenho; o CRM (software para a
gestão do relacionamento com o cliente) ajuda a função de vendas e marketing, o LMS (software
de gestão da aprendizagem em instituições de ensino) ajuda o aprendizado e o desenvolvimento
vertical, e um software de recursos humanos baseado em nuvem ajuda o departamento de
recursos humanos. Um sistema de gerenciamento de documentos é o que ajuda os hospitais,
por exemplo, a simpli�car suas operações, e um sistema de gerenciamento de dados (DMS) é
usado para rastrear e armazenar documentos reduzindo o uso de papel, capaz de guardar
registros que podem ser criados e modi�cados por diferentes usuários.
A Figura 1 apresenta aspectos inerentes às características provenientes do gerenciamento
eletrônico, mostrando um modelo baseado na gestão de documentos de arquivo.
Figura 1 | Gestão de documentos eletrônicos 
Até 2012 havia, no Poder Judiciário, processos físicos em grande parte dos Estados do Brasil.
Por questões orçamentárias, alguns Estados ainda estão fazendo a transição de arquivos físicos
para eletrônicos em 2022. Mas, de acordo com regras do Conselho Nacional de Justiça (CNJ),
todo o Poder Judiciário já deveria ter migrado para o formato eletrônico desde 2012. 
Um processo físico no fórum pode passar por algum controle de circulação, mas há várias
ocorrências de autos de processo que sumiram ou que tiveram documentos extraviados e/ou
Disciplina
Direito Cibernético
subtraídos – e há, ainda, as situações de acidentes como enchentes, incêndios etc. O próprio
Código de Processo Civil sempre manteve a previsão do procedimento de restauração de autos. 
Um processo físico gerava um grande esforço dos advogados e das partes. Constantes idas e
vindas aos fóruns, muitas vezes infrutíferas, e grande dispêndio de tempo e dinheiro. 
Compare com a atual situação dos processos eletrônicos, os quais estão disponíveis 24 horas
por dia, sete dias por semana para qualquer interessado nos processos públicos ou para
qualquer dos interessados cadastrados nos processos sob segredo de justiça. Até mesmo a
gestão de acesso aos processos em segredo de justiça tornou-se mais e�ciente. 
A probabilidade de extravio e/ou perda de um processo eletrônico é remota, embora saibamos
das situações de ataques cibernéticos em diversos tribunais pelo país, incluindo os tribunais
superiores. Mas uma boa gestão de segurança da informação e uma adequada estrutura de
backups torna todo o sistema inúmeras vezes mais seguro e e�ciente.
Boas práticas e cuidados vinculados ao uso da Internet
Boas práticas no uso de recursos de TI partem do princípio do bom senso. A falta de prudência
acaba afetando outros usuários; portanto, deve-se ter consciência das limitações e
dependências dos recursos. 
É fundamental que o tema segurança da informação e boas práticas esteja constantemente sob
escrutínio dos executivos responsáveis pela gestão de empresa, independentemente do porte
empresarial. O assunto é de importância crucial para a empresa, pois além das questões
vinculadas à própria segurança da informação, também há a preocupação com as questões
reputacionais em tempos de comunicação massi�cada, como ocorre com as redes sociais e a
própria internet. 
Disciplina
Direito Cibernético
Considere a situação de um escritório de advocacia que deixe de adotar boas práticas de
segurança da informação e tenha os seus dados sequestrados? A comunicação de tal fato aos
seus clientes pode resultar em falta de credibilidade no escritório e até no fechamento da
empresa. Veja o quanto é grave a situação. 
Usar a internet para fazer compras, acessar dados bancários ou navegar pelas redes é algo
muito prático hoje em dia, por isso o cuidado deve ser redobrado – com apenas um clique você
poderá divulgar suas informações e ter sua máquina contaminada por malwares, os vírus.
Entretanto há maneira seguras de se proteger, conforme segue:
Aprenda a respeito do mundo virtual: procure informações que tratem de segurança e
proteção na internet. Informe-se. 
Não salve suas senhas: o mundo da internet é muito perigoso e um deslize pode fazer você
ter seus dados descobertos. Portanto, pormais que o computador não salve a sua senha. E
alterá-la de forma periódica é um ótimo meio de segurança. 
Não instale softwares suspeitos, e atenção aos downloads: na dúvida, não instale. 
A abordagem de privacidade é caracterizada por medidas proativas e não reativas, antecipando
eventos evasivos – uma ação preditiva e preventiva sempre com ênfase no binômio segurança e
prevenção. 
Quando o assunto é segurança, todo cuidado ainda é pouco. A praticidade oferecida pelos
smartphones pode se tornar uma arma nas mãos de pessoas má intencionadas, que procuram
qualquer brecha para obter dados sensíveis e particulares. As redes sociais, por terem grande
apelo, são sítios muito frequentados, e as pessoas são atacadas por vírus, pishing ou
cyberbullying.
Portanto, procure sempre informações na internet sobre maneiras de se proteger.
Videoaula: Privacidade e proteção de dados empresarial
Este conteúdo é um vídeo!
Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo
computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo
para assistir mesmo sem conexão à internet.
Caro estudante, ao longo desta aula tratamos de privacidade de dados, segurança da informação
e boas práticas com ênfase nas relações jurídico-empresariais. 
Como sabemos, o patrimônio de uma empresa é formado por diversos bens (materiais e
imateriais), direitos e deveres/obrigações. 
Entre os bens que compõem o patrimônio de uma empresa está sua reputação perante o
mercado (direito da personalidade), além de seus dados e informações, os quais podem compor
todo o histórico das relações mantidas com clientes, dados e informações de segredos
Disciplina
Direito Cibernético
comerciais e/ou industriais e muito mais. E é deste tipo de informação e dado que tratamos na
presente aula. 
Na próxima aula trataremos especi�camente dos dados pessoais das pessoas naturais, os quais
são protegidos pela LGPD e pelo resto do sistema legal.
Saiba mais
Ao longo da presente aula tivemos a oportunidade de analisar brevemente os institutos
vinculados à segurança da informação e boas práticas.
Tal instituto está diretamente vinculado a regras internacionais de qualidade e metodologia de
trabalhos de prevenção e segurança, conhecidos no Brasil pelas regras da ISO ABNT 27000,
27001, 27002 e 18044. 
Recomendamos a leitura das respectivas regras e comentários apresentados pela Patrícia Peck
no capítulo 8.13. de seu livro Direito Digital Segurança da Informação e as ISOs 27002, 18044 e
27001, disponível na base eletrônica da Minha Biblioteca. 
PECK, P. Direito Digital. 6. ed. São Paulo: Saraiva, 2016. E-book. ISBN 9788502635647. Disponível
na base eletrônica da Minha Biblioteca. 
Além do artigo referido, igualmente indicamos o estudo e a análise de questões vinculadas à
segurança da informação quanto ao monitoramento de correspondência eletrônico (e-mail) dos
empregados pelo empregador. 
Bons estudos!
Referências
https://www.conjur.com.br/2014-nov-24/rodrigo-reboucas-lei-12965-nao-aplicavel-relacao-trabalho
https://www.conjur.com.br/2014-nov-24/rodrigo-reboucas-lei-12965-nao-aplicavel-relacao-trabalho
https://www.conjur.com.br/2014-nov-24/rodrigo-reboucas-lei-12965-nao-aplicavel-relacao-trabalho
Disciplina
Direito Cibernético
ASSIS, C. de. Con�ra 10 importantes dicas de segurança na internet. Uninassau, 31 mar. 2017.
Disponível em: https://www.uninassau.edu.br/noticias/con�ra-10-importantes-dicas-de-
seguranca-na-internet. Acesso em: 21 nov. 2022.
BRASIL. Guia de Boas Práticas. Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). Governo Federal, ago.
2020. Disponível em: https://www.gov.br/governodigital/pt-br/seguranca-e-protecao-de-
dados/guias/guia_lgpd.pdf. Acesso em: 21 nov. 2022.
CENTRO DE TECNOLOGIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDO DO NORTE. Boas
práticas no uso da internet. CT-UFRN, 1 dez. 2012. Disponível em: https://www.ct.ufrn.br/boas-
praticas-do-uso-da-internet/. Acesso em: 21 nov. 2022.
DOCUSERVE. Por que os hospitais precisam de um sistema de gerenciamento de documentos.
Docuserve, [s. d.]. Disponível em: https://docuserve.com/blog-post/why-hospitals-need-
document-management-systems/. Acesso em: 19 jun. 2020.
HENRIQUE, E. Boas práticas para garantir a segurança no uso da internet. BrunSker, 23 out. 2020.
Disponível em: https://www.brunsker.com.br/boas-praticas-para-garantir-a-seguranca-no-uso-da-
internet/. Acesso em: 21 nov. 2022.
NEOWAY. Segurança da Informação: O que é, e seus impactos e soluções nas empresas.
Neoway, 23 dez. 2020. Disponível em: https://blog.neoway.com.br/seguranca-da-informacao/.
Acesso em: 21 nov. 2022.
PECK, P. Direito Digital. 6 ed. São Paulo: Saraiva, 2016. E-book. ISBN 9788502635647. Disponível
em: Minha Biblioteca. Acesso em: 28 nov. 2022.
PWC. The Global State of Information Security® Survey 2018 - Fortalecendo a sociedade digital
contra o caos cibernético. PWC, 2018. Disponível em: https://www.pwc.com.br/pt/global-state-
of-information-security-survey-2018.html. Acesso em: 28 nov. 2022.
RESH CYBER DEFENSE. LGPD: Segurança e Sigilo de Dados. Resh, [s. d.]. Disponível em:
https://resh.com.br/blog/lgpd-seguranca-e-sigilo-de-dados/. Acesso em: 21 nov. 2022.
https://www.uninassau.edu.br/noticias/confira-10-importantes-dicas-de-seguranca-na-internet
https://www.uninassau.edu.br/noticias/confira-10-importantes-dicas-de-seguranca-na-internet
https://www.gov.br/governodigital/pt-br/seguranca-e-protecao-de-dados/guias/guia_lgpd.pdf
https://www.gov.br/governodigital/pt-br/seguranca-e-protecao-de-dados/guias/guia_lgpd.pdf
https://www.ct.ufrn.br/boas-praticas-do-uso-da-internet/
https://www.ct.ufrn.br/boas-praticas-do-uso-da-internet/
https://docuserve.com/blog-post/why-hospitals-need-document-management-systems/
https://docuserve.com/blog-post/why-hospitals-need-document-management-systems/
https://www.brunsker.com.br/boas-praticas-para-garantir-a-seguranca-no-uso-da-internet/
https://www.brunsker.com.br/boas-praticas-para-garantir-a-seguranca-no-uso-da-internet/
https://blog.neoway.com.br/seguranca-da-informacao/
https://www.pwc.com.br/pt/global-state-of-information-security-survey-2018.html
https://www.pwc.com.br/pt/global-state-of-information-security-survey-2018.html
https://resh.com.br/blog/lgpd-seguranca-e-sigilo-de-dados/
Disciplina
Direito Cibernético
SERPRO. Quem vai regular a LGPD? Serpro, [s. d.]. Disponível em:
https://www.serpro.gov.br/lgpd/governo/quem-vai-regular-e-�scalizar-lgpd. Acesso em: 21 nov.
2022.
THOMAZ, K. P.; SANTOS, V. M. Metadados para o gerenciamento eletrônico de documentos de
caráter arquivístico – GED/A: estudo comparativo de modelos e formulação de uma proposta
preliminar. Revista DataGramaZero, v. 4, n. 4, ago. 2003. Disponível em:
https://brapci.inf.br/_repositorio/2010/01/pdf_2c9b077fe3_0007504.pdf. Acesso em: 19 jun.
2020.
TUTIDA, D. O que é segurança da informação? Saiba como garantir a sua. Encontre um Nerd S/A,
10 ago. 2021. Disponível em: https://encontreumnerd.com.br/blog/o-que-e-seguranca-da-
informacao. Acesso em: 21 nov. 2022.
VELASCO, A. O que é Segurança da Informação? CanalTech, 23 dez. 2019. Disponível em:
https://canaltech.com.br/seguranca/seguranca-da-informacao-o-que-e-158375/. Acesso em: 21
nov. 2022.
Aula 3
Lei Geral de Proteção de Dados – LGPD
Introdução da aula
Caro estudante,
https://www.serpro.gov.br/lgpd/governo/quem-vai-regular-e-fiscalizar-lgpd
https://brapci.inf.br/_repositorio/2010/01/pdf_2c9b077fe3_0007504.pdf
https://encontreumnerd.com.br/blog/o-que-e-seguranca-da-informacao
https://encontreumnerd.com.br/blog/o-que-e-seguranca-da-informacao
https://canaltech.com.br/seguranca/seguranca-da-informacao-o-que-e-158375/
Disciplina
Direito Cibernético
Ao longo desta aula, teremos a oportunidade de estudar e debater a temática vinculada à
proteção de dados pessoais, ou seja, aqueles vinculados à pessoa natural e protegidos nos
termos da Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD), Lei nº 13.709/2018.
O sistema da LGPD tem por objetivo proteger o direito de personalidade, a privacidade e a
individualidade de todo cidadãoque seja elegível nos termos da Lei. 
O foco dos nossos estudos, não é a proteção de dados de uma pessoa jurídica, fundações ou
demais estruturas societárias. Sua proteção é direcionada ao titular de dados pessoais, vale
dizer, a pessoa natural.
Trata-se de um sistema legal que segue a sistemática internacional com ênfase às nações
integrantes da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), como o
regramento previsto na legislação de proteção de dados pessoais vigente na União Europeia,
conhecida como GDPR. 
Vamos lá!
Introdução LGPD - Lei Geral de Proteção de Dados
Você sabe o que é LGPD?
Antes da LGPD, já existiam diversos sistemas legais para a proteção dos direitos da
personalidade e da privacidade do cidadão, destacando-se, entre outros, a Constituição Federal,
o Código de Defesa do Consumidor, o Código Civil, os Estatutos da Criança e Adolescente, do
Idoso, e da Pessoa com De�ciência. 
Se já havia um regramento prévio, por qual motivo foi editada a LGPD? A resposta é
razoavelmente tranquila. Com o avanço tecnológico e de novos meios de coleta de informações
do indivíduo, houve uma proliferação de sistemas para a coleta massiva de dados pessoais,
Disciplina
Direito Cibernético
sendo necessário editar uma norma mais �rme no combate ao uso indiscriminado e abusivo de
dados pessoais do cidadão. 
A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD, Lei n° 13.709, de 14 de agosto de 2018) foi inspirada na
GDPR, o regulamento geral de proteção de dados pessoais da União Europeia, e promulgada para
proteger os direitos fundamentais de liberdade e de privacidade e a livre formação da
personalidade de cada indivíduo. 
O titular de dados pessoais será a pessoa natural identi�cada ou identi�cável. 
Já a aplicação material e procedimental da norma incidirá sobre a coleta e/ou tratamento de
dados pessoais que tenham sido coletados no Brasil, ou para um indivíduo localizado no Brasil;
ou, ainda, sobre a coleta e tratamento destinada a oferta de produtos ou serviços no Brasil.
O tratamento de dados pode ser realizado por dois tipos de agentes de tratamento de dados
pessoais: o controlador e o operador. 
O controlador é a pessoa natural ou jurídica responsável pelas decisões referentes ao tratamento
dos dados pessoais.
O operador é a pessoa natural ou jurídica que realiza o tratamento dos dados em nome do
controlador, de acordo com o art. 5º, VII, da referida lei:
Art. 5º Para os �ns desta Lei, considera-se:
VII - operador: pessoa natural ou jurídica, de direito público ou privado, que realiza o
tratamento de dados pessoais em nome do controlador;
Além do controlador e dos operados, temos também o encarregado, que é a pessoa
indicada pelo controlador e pelo operador para atuar como um canal de
comunicação. art. 5º, VIII,
VIII - encarregado: pessoa natural, indicada pelo controlador, que atua como canal de
comunicação entre o controlador e os titulares e a autoridade nacional […]. (BRASIL,
2018, [s. p.])
Antes de iniciar qualquer tratamento de dados, o agente deve informar a �nalidade da operação
de forma clara e explícita, além de indicar a respectiva base legal que permitirá o tratamento dos
dados, conforme disposto no artigo 7º da LGPD:
Art. 7º O tratamento de dados pessoais somente poderá ser realizado nas seguintes
hipóteses:
I - mediante o fornecimento de consentimento pelo titular;
II - para o cumprimento de obrigação legal ou regulatória pelo controlador;
III - pela administração pública, para o tratamento e uso compartilhado de dados
necessários à execução de políticas públicas previstas em leis e regulamentos ou
respaldadas em contratos, convênios ou instrumentos congêneres, observadas as
disposições do Capítulo IV desta Lei;
IV - para a realização de estudos por órgão de pesquisa, garantida, sempre que
possível, a anonimização dos dados pessoais;
V - quando necessário para a execução de contrato ou de procedimentos preliminares
relacionados a contrato do qual seja parte o titular, a pedido do titular dos dados;
VI - para o exercício regular de direitos em processo judicial, administrativo ou arbitral,
esse último nos termos da Lei nº 9.307, de 23 de setembro de 1996 (Lei de
Arbitragem) ;
Disciplina
Direito Cibernético
VII - para a proteção da vida ou da incolumidade física do titular ou de terceiro;
VIII - para a tutela da saúde, exclusivamente, em procedimento realizado por
pro�ssionais de saúde, serviços de saúde ou autoridade sanitária;
IX - quando necessário para atender aos interesses legítimos do controlador ou de
terceiro, exceto no caso de prevalecerem direitos e liberdades fundamentais do titular
que exijam a proteção dos dados pessoais; ou
X - para a proteção do crédito, inclusive quanto ao disposto na legislação pertinente.
(BRASIL, 2018, [s. p.])
Além de indicar a respectiva base legal, o agente de tratamento de dados pessoais deverá seguir
rigorosamente os dez princípios dispostos no artigo 6º da norma, além dos princípios da boa-fé
objetiva, função social e justiça contratual, entre outros.
Dos Direitos do Titular
Quais são os direitos do titular de dados pessoais?
Aa LGPD apresenta uma estrutura muito semelhante à do Código de Defesa do Consumidor, já
que conta com normas de direito material e de proteção do titular de dados pessoais, além de
um sistema de procedimentos administrativos e protetivos do titular (no caso do CDC, do
consumidor).
Entre os diversos direitos dos titulares de dados pessoais, a LGPD estabelece uma estrutura em
que os titulares dos dados têm direitos a serem exercidos perante os controladores de dados,
além da �scalização pela Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD). Esses direitos
Disciplina
Direito Cibernético
devem ser garantidos durante o ciclo de vida dos dados pessoais, ou seja, desde a coleta até a
eliminação dos dados. 
No quadro a seguir é possível identi�car uma correção entre os princípios da LGPD e os
principais direitos do titular de dados pessoais. Vejamos:
Quadro 1 | Direitos garantidos aos titulares de dados - Fonte: adaptado de Brasil (2020).
Além dos direitos indicados, destacamos que todo agente de dados pessoais deve disponibilizar
ao titular uma política de privacidade e tratamentos de dados, de forma clara e objetiva,
observando o público-alvo da comunicação – ou seja, a mensagem deve ser entendida pelo
destinatário. Além disso, todo controlador de dados pessoais deve indicar um canal de contato
com o encarregado de tratamento de dados, o qual será responsável por realizar a intermediação
entre o titular, os agentes de tratamento e as autoridades públicas.
Tratamento de dados pessoais e os direitos correlatos na LGPD: requisitos,
dados pessoais sensíveis, de crianças e adolescentes
Disciplina
Direito Cibernético
A LGPD autoriza, em seu art. 23, os órgãos e entidades da administração pública a realizar o
tratamento de dados pessoais, desde que sejam informadas ao titular. O tratamento pode ser
feito nas hipóteses elencadas na lei, enumeradas no art. 7º da LGPD e nas hipóteses previstas no
art. 11, entre outros.
O artigo 11 tem por objetivo regular o chamado tratamento de dados sensíveis, que tratam de
questões raciais ou étnicas, de convicção religiosa, de opinião política, de �liação a sindicato ou
a organização de caráter religioso, de �m �losó�co ou político, de dados referentes à saúde ou à
vida sexual, e de dados genéticos ou biométricos.
É interessante observar a razão de ser dos chamados dados sensíveis. Por qual motivo foram
escolhidos tais dados – os citados no parágrafo anterior – e não outros? Além de serem dados
que podem causar discriminação social, também foram os dados pessoais utilizados ao longo
da Segunda Guerra Mundial para de�nir quem iria para os campos de concentração, quem seria
direcionado para pesquisa genética/biomédica, ou, ainda, quem seria direcionado para trabalhos
manuais e/ou até mesmo para a morte. 
Por tais motivos, os chamados dados sensíveis devem ser tratados com extremo cuidado e
jamais serem causa de aplicação para qualquer tipo de discriminação. A suaviolação causará
punições mais severas ao agente de tratamento de dados que tenha violado a regra. 
Na sequência, apresentamos um quadro comparativo entre os dispositivos legais para
tratamento de dados pessoais de qualquer natureza e os dispositivos legais para o tratamento
de dados sensíveis. 
Disciplina
Direito Cibernético
Quadro 2 | Hipóteses de tratamento de dados pessoais - Fonte: adaptado de Brasil (2020). 
A LGPD deve observar os princípios fundamentais expressos no seu art. 6º, que são �nalidade,
adequação, necessidade, livre acesso, qualidade dos dados, transparência, segurança,
prevenção, não discriminação, e responsabilização e prestação de contas. 
Não basta se tratar de uma das hipóteses do Quadro 2, é fundamental respeitar os princípios.
Videoaula: Lei Geral de Proteção de Dados – LGPD
Este conteúdo é um vídeo!
Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo
computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo
para assistir mesmo sem conexão à internet.
Caro estudante, ao longo desta aula você conheceu mais a estrutura da LGPD, suas razões
históricas e a nova cultura de proteção aos direitos da personalidade e da privacidade dos dados
pessoais. Veremos, neste vídeo, os principais conceitos e pessoas a quem a lei é aplicável, seus
princípios e direitos e especialmente a correção com os chamados dados sensíveis.
Estamos diante de uma nova cultura, pois até então não tínhamos um regramento tão rígido para
limitar o uso abusivo de dados pessoais. Vivíamos na sociedade do “bug data” (grandes bases
Disciplina
Direito Cibernético
de dados/excesso de dados), e estamos na sociedade da redução dos dados pessoais, ou seja,
na utilização apenas e tão somente nas hipóteses de necessidade, adequação e limitação. 
Vamos lá?
Saiba mais
Para você que busca um mais conhecimento acerca da Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais,
é fundamental um estudo mais aprofundado de toda sua principiologia e as bases de sua
aplicação, conforme destacado ao longo de nossas aulas. 
Assim, recomendamos a leitura e estudo do artigo “A lei geral de proteção de dados pessoais
(Lei 13.709/2018) e a sua principiologia”, de autoria de Guilherme Magalhães Martins, publicado
na Revista dos Tribunais – v. 1027, p. 203-243, maio/2021, DTR\2021\7888 – e disponível na
Base Eletrônica da Revista dos Tribunais Online.
Além disso, o pro�ssional do direito especializado na área de proteção de dados pessoais
certamente é o novo pro�ssional buscado pelo mercado. A�rmamos, sem receio de erro, que há
uma pro�ssão nova e duradoura que veio para �car. É uma excelente oportunidade para todos
que tiverem interesse no tema.
Recomendamos, além dos bons livros de comentários à LGPD, navegar e conhecer os
documentos e manuais elaborados pela Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD). 
Nos documentos elaborados e mantidos pela ANPD, é possível compreender mais
profundamente as diretrizes desse novo campo do direito. 
Além disso, indicamos o �lme/documentário (baseado fatos) Privacidade Hackeada, disponível
na Net�ix. 
https://www.gov.br/anpd/pt-br
https://www.gov.br/anpd/pt-br
Disciplina
Direito Cibernético
Além de ser um importante �lme para mostrar como o uso abusivo de dados pessoais pode
afetar nos sistemas democráticos de diversos países, também é possível veri�car a potencial
in�uência que as pessoas sofrem com o uso abusivo ou sem limites de seus dados pessoais. 
Esse �lme ajuda a entender como o mundo se tornou essa relação binária de “um lado” contra o
“outro lado”, mostrando como todos somos afetados por notícias em massa que tratam de só
um ponto de vista e torna as pessoas mais resistentes a ouvir outras opiniões, outras formas de
ver e viver.
Referências
BRASIL. Guia de Boas Práticas. Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). Governo Federal, ago.
2020. Disponível em: https://www.gov.br/governodigital/pt-br/seguranca-e-protecao-de-
dados/guias/guia_lgpd.pdf. Acesso em: 21 nov. 2022. 
BRASIL. Lei nº 13.709, de 14 de agosto de 2018. Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais
(LGPD). Brasília/DF: Presidência da República, 2018. Disponível em:
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2018/lei/l13709.htm. Acesso em: 21 nov.
2022.
Aula 4
Responsabilidade dos agentes e boas práticas
https://www.gov.br/governodigital/pt-br/seguranca-e-protecao-de-dados/guias/guia_lgpd.pdf
https://www.gov.br/governodigital/pt-br/seguranca-e-protecao-de-dados/guias/guia_lgpd.pdf
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2018/lei/l13709.htm
Disciplina
Direito Cibernético
Introdução da aula
Caro estudante,
Ao longo desta aula, seguiremos no estudo da Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais – Lei nº
13.709/2018 –, com ênfase nos agentes de tratamentos de dados, boas práticas e
responsabilidade civil e administrativa com base no microssistema da responsabilidade civil e
administrativa na internet.
Vamos analisar as �guras dos três principais agentes de tratamentos de dados – encarregado,
controlador e operador –, bem como as respectivas responsabilidades que competem a cada
qual nos termos da lei e das instruções da Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD).
A partir das respectivas responsabilidades, vamos olhar as boas práticas com foco na
prevenção, e por �m veremos o microssistema da responsabilidade civil e o papel do Visual Law
neste processo. 
Vamos lá!
A Responsabilidade dos agentes de tratamento de dados
Disciplina
Direito Cibernético
Você sabe quais são as principais responsabilidades de cada agente de tratamento de dados?
 
Os agentes de tratamentos de dados são o encarregado, o operador e o controlador.
O encarregado, também conhecido na sigla em inglês “DPO” (Data Protection O�cer), é a pessoa
natural ou jurídica que será nomeada pelo agente controlador de dados pessoais como
responsável pela gestão da atividade de proteção de dados pessoais, contato com os titulares e
autoridades. 
O agente operador é o responsável pelo tratamento de dados, porém, seguindo o comando e
diretrizes do controlador. 
Já o controlador de dados é a pessoa natural ou jurídica com poder de decisão sobre a coleta e
tratamento de dados pessoais. 
Exempli�cando: uma instituição de ensino é a controladora dos dados pessoais dos seus alunos,
funcionários e fornecedores. O fornecedor de software que fará a gestão acadêmica e/ou
software de ambiente virtual de aprendizagem (AVA) será o operador. Já a pessoa natural ou
jurídica nomeada pela instituição de ensino para ser o ponto focal de contato com os alunos
(titulares) e autoridades e pela gestão dos planos de prevenção e tratamento de dados será o
encarregado.
A responsabilidade dos agentes de tratamentos está diretamente vinculada aos dez princípios
enunciados no artigo 6º da LGPD, destacando-se, entre outros:
Prevenção: adoção de medidas para prevenir a ocorrência de danos em virtude do
tratamento de dados pessoais. Princípio igualmente fundamental e que caminha em
conjunto com o princípio da segurança de dados e da informação. É dever dos agentes de
tratamento aplicar as metodologias de segurança “by design” e revisar todos os seus
processos de forma preventiva, preditiva e com técnicas de segurança proporcionais e
Disciplina
Direito Cibernético
razoáveis ao tipo do empreendimento, natureza e volume dos dados pessoais, e ao porte
econômico-�nanceiro do respectivo agente controlador.
Não discriminação: impossibilidade de realização do tratamento para �ns discriminatórios
ilícitos ou abusivos. Em hipótese alguma os dados pessoais poderão ser utilizados para
efeito de discriminação, seja em um processo de seleção para uma vaga de emprego, para
a escolha de um candidato em um concorrido curso de formação pro�ssional ou qualquer
outra forma de discriminação.
Responsabilização e prestação de contas: demonstração, pelos agentes de tratamento de
dados pessoais, da adoção de medidas e�cazes e capazes de comprovar a observância e o
cumprimento das normas de proteção de dados pessoais e, inclusive, da e�cácia dessas
medidas.Responsabilização e prestação de contas concluem os princípios enunciados
pela LGPD. Tais princípios também são conhecidos como accountability, conceito
composto pelo binômio de responsabilização e prestação de contas. Caberá aos agentes
de tratamento de dados a constante responsabilização pelos dados pessoais que estão
sob o seu domínio, como também pela prestação de contas a todos os stakeholders da
relação, em especial, mas não exclusivamente, ao titular, à ANPD e ao Conselho Nacional
de Proteção de Dados Pessoais e da Privacidade.
Dessa forma, enquanto o encarregado e o agente operador atuarem conforme a lei e as
disposições lícitas do contrato de prestação de serviços e/ou de vínculo empregatício, a
responsabilidade caberá ao controlador por eventuais vazamentos de dados e/ou violação de
direitos dos titulares. 
Embora exista divergência na doutrina, entendemos que a responsabilidade civil por violação da
LGPD será uma responsabilidade civil objetiva, com base na teoria do risco da atividade (artigo
927, § único, Código Civil). A responsabilidade será subjetiva, apenas do operador e/ou
encarregado, no caso de vínculo empregatício, ou seja, vínculo CLT.
Todos os agentes de tratamento estão sujeitos à aplicação de multas por parte da ANPD, a qual
é a única autoridade legítima para aplicação das multas e sanções previstas na LGPD. Vale
lembrar que a multa poderá ser de até cinquenta milhões de reais por ato de infração à norma,
além de uma multa diária, que também poderá chegar a cinquenta milhões de reais.
O sistema de punições previstas na LGPD
Disciplina
Direito Cibernético
Qual é o sistema de punições previsto na LGPD? E qual a sua relação com boas práticas?
A LGPD é considerada uma norma de última geração quanto à dosimetria das potenciais
sanções. O que se quer dizer com uma norma de última geração? 
É uma norma que prevê sua aplicação conforme cada caso em concreto, ou seja, o critério não é
único, como veri�camos em uma multa por violação às regras de trânsito.
Na aplicação das sanções previstas na LGPD, a autoridade responsável deverá apurar o que
efetivamente ocorreu, quais foram as circunstâncias, qual foi o grau de prevenção e segurança
adotado e pertinente ao porte econômico-�nanceiro do agente, qual foi a dimensão do dado e
quais foram as medidas de boas práticas adotadas. 
Nesse sentido é o texto do artigo 52 da LGPD (BRASIL, 2018, [s. p.]) em seu parágrafo primeiro:
 § 1º As sanções serão aplicadas após procedimento administrativo que possibilite a
oportunidade da ampla defesa, de forma gradativa, isolada ou cumulativa, de acordo
com as peculiaridades do caso concreto e considerados os seguintes parâmetros e
critérios:
I - a gravidade e a natureza das infrações e dos direitos pessoais afetados;
II - a boa-fé do infrator;
III - a vantagem auferida ou pretendida pelo infrator;
IV - a condição econômica do infrator;
V - a reincidência;
VI - o grau do dano;
VII - a cooperação do infrator;
VIII - a adoção reiterada e demonstrada de mecanismos e procedimentos internos
capazes de minimizar o dano, voltados ao tratamento seguro e adequado de dados,
em consonância com o disposto no inciso II do § 2º do art. 48 desta Lei;
IX - a adoção de política de boas práticas e governança;
Disciplina
Direito Cibernético
X - a pronta adoção de medidas corretivas; e
XI - a proporcionalidade entre a gravidade da falta e a intensidade da sanção.
Na Seção II do Capítulo VII da LGPD, especi�camente em seu artigo 50, há a previsão de uma
série de hipóteses e recomendações de boas práticas e governança de dados. Os principais
destinatárias do artigo são os controladores (pessoa natural ou jurídica, de direito público ou
privado, a quem competem as decisões referentes ao tratamento de dados pessoais) e os
operadores (pessoa natural ou jurídica, de direito público ou privado, que realiza o tratamento de
dados pessoais em nome do controlador), ou seja, aos agentes de tratamento. 
O controlador nada mais é do que o responsável pela coleta dos dados pessoais e por
tomar todas as decisões em relação à forma e à �nalidade do tratamento dos dados,
ainda que não realize diretamente o tratamento em questão. […]
O Operador, por sua vez, é quem efetivamente realiza o tratamento e processamento
dos dados, sob ordens do controlador. (FEILGELSON; SIQUEIRA, 2018, p. 21)
É sobre o controlador que a LGPD impõe o seu maior peso jurídico, pois é ele o
responsável pela tomada de decisões sobre o tratamento de dados pessoais.
De igual forma, de�nir quem é o controlador em cada caso concreto é fundamental
para que a LGPD seja devidamente cumprida na prática, […]
O operador, por sua vez, é quem realiza o tratamento de dados pessoais em nome do
controlador. Portanto, este não poderá tratar dados pessoais senão em virtude das
determinações do controlador ou de previsão legal. […]
Assim, de�nir quem é o controlador e o operador em cada caso é imprescindível, mas
pode ser tarefa complexa, pois, devido à evolução da tecnologia da informação e da
comunicação e à tendência de entidades erem e proverem serviços multidisciplinares,
por vezes, haverá situações em que uma mesma pessoa jurídica será controladora e
operadora. (VAINZOF, 2019, p. 104-406)
Nos termos do artigo 50, controladores e operadores (agentes de tratamento) deverão formular
regras e códigos de boas práticas e condutas e de governança que tenham por objetivo
organização, funcionamento, procedimentos, normas de segurança, procedimentos com
petições e pedidos de titulares e padrões técnicos, entre outras funções destinadas à
governança de dados.
Na prática, para implementar um programa de governança de dados e privacidade, o controlador
(responsável pela coleta e armazenamento de dados e de�nição a respeito dos tratamentos que
serão realizados), a partir dos princípios da segurança e da prevenção, deverá considerar quatro
requisitos fundamentais:
Estrutura de cada empresa, observando os princípios da proporcionalidade e razoabilidade.
Escala e volume de suas operações.
Sensibilidade dos dados tratados.
Probabilidade e gravidade dos danos para os titulares dos dados.
Responsabilidade Civil Sistêmica no marco civil, código civil e código de
defesa do consumidor e a importância do Visual Law
Disciplina
Direito Cibernético
Como aplicar sistemicamente a responsabilidade civil e administrativa na temática de
privacidade e proteção de dados pessoais?
Nos dois primeiros blocos conseguimos identi�car os agentes de tratamentos de dados
pessoais e suas responsabilidades, além das temáticas vinculadas à forma de aplicação das
sanções administrativas da LGPD e as boas práticas. 
No entanto, a temática vinculada à responsabilidade civil e administrativa deve ser veri�cada de
forma sistêmica e não apenas sob o foco da LGPD. Ou seja, todo o sistema legal e os respectivos
órgãos de �scalização e/ou apuração deverão ser envolvidos. 
As sanções e eventuais soluções administrativas previstas na LGPD devem ser analisadas e
aplicadas pela ANPD. Não cabe ao juiz de direito e/ou qualquer outro órgão da administração
pública direta e indireta aplicar as sanções previstas na LGPD. Isso não signi�ca dizer que a lei
não poderá ser utilizada de base para a �xação de uma indenização ou uma multa, mas também
deverá ser utilizada como obrigação normativa para cobrança de procedimentos por outros
órgãos.
Por exemplo, o Procon ou a Secretaria Nacional de Defesa do Consumidor (Senacom) podem e
até mesmo devem realizar a �scalização de empresas que tratam dados dos consumidores e
dos titulares de dados pessoais. A violação da LGPD por uma empresa resultará nas punições da
LGPD que deverão ser aplicadas pela ANPD, bem como em eventuais sanções pelo Procon com
base no próprio Código de Defesa do Consumidor e seus regulamentos. Então, o Procon não
pode se valer das multas previstas na LGPD, e haverá a incidência da multa prevista em outro
sistema.
Para a mesma conduta infratora que estamos veri�cando no caso hipotético, poderá ocorrer a
incidência de multas pela ANPD com base na LGPD; multasdo pelo Procon com base no Código
de Defesa do Consumidor e no Marco Civil da Internet, além de outros sistemas legais;
indenizações pleiteadas em tutela coletiva por uma Ação Civil Pública movida pelo Ministério
Disciplina
Direito Cibernético
Público (Estadual ou Federal, conforme o caso), além de ações indenizatórias de cunho
individual de todos os titulares que tenham sido diretamente prejudicados pelo evento.
Dessa forma �ca mais evidenciado que a regra de indenização civil ou administrativa deve ser
veri�cada de forma sistêmica, sendo importante ter a ciência de que para um mesmo evento
danoso poderá ocorrer múltiplas sanções e indenizações com propósitos e públicos-alvo
distintos. 
Por isso, é extremamente importante que os agentes de tratamentos de dados pessoais saibam
realizar uma comunicação direta, e�caz e compreensível pelo seu público-alvo, no caso, os
titulares de dados pessoais. 
Esse é o papel do Visual Law, técnica que utiliza várias ferramentas para melhorar a
comunicação entre as partes. As ferramentas comunicacionais referidas, podem ser, entre
outras:
Uma comunicação mais direta e mais clara, sem “juridiquês”.
Uso de elementos de comunicação audiovisuais.
Uso de elementos de comunicação grá�ca, como destaques, cores, grá�cos, infográ�cos
etc.
Uso de elementos de animação etc.
Tais elementos visuais e de design devem considerar técnicas próprias de design por
pro�ssionais com competência e habilidade técnica, sob pena de virar ruído na comunicação.
Quanto melhor e mais claro for o processo de comunicação, haverá maior transparência em
relação à coleta e ao tratamento de dados pessoais, bem como haverá menor probabilidade de
violação das regras da LGPD, além de melhoria na aplicação de boas práticas de prevenção e
segurança da informação. 
Portanto, o processo comunicacional, por meio de técnicas do Visual Law, nos parece ser
fundamental.
Videoaula: Responsabilidade dos agentes e boas práticas
Este conteúdo é um vídeo!
Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo
computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo
para assistir mesmo sem conexão à internet.
Caro estudante, ao longo desta aula você conhecerá mais a respeito da estrutura da LGPD, com
ênfase nos agentes de tratamento de dados pessoais, suas respectivas responsabilidades civil e
administrativa.
Também teremos a oportunidade de analisar as boas práticas sob a lente da prevenção e
proteção de dados pessoais e seus impactos no sistema de aplicação de eventuais sanções
contra os eventuais atos de violação da norma.
Disciplina
Direito Cibernético
Ao �nal, analisaremos a aplicação sistêmica da responsabilidade civil e administrativa que
poderá resultar de atos contrários à LGPD. 
Vamos lá?
Saiba mais
Entre as relevantes questões e novidades trazidas ao nosso sistema legal pela Lei Geral de
Proteção de Dados Pessoais, estão os debates quanto à responsabilidade dos agentes de
tratamentos de dados pessoais e a implementação de boas práticas como técnica de prevenção
e segurança no ambiente de compliance digital. 
Acerca desse importante tema, recomendamos que você leia e estude o artigo de autoria de
Cláudio José Franzolin e Victor Augusto Estevam Valente, “Alguns apontamentos sobre a
responsabilidade ativa mediante a prestação de contas e a prevenção de danos por meio de
conformidades: a Lei Geral de Proteção de Dados e a tutela do consumidor em construção”,
publicado na Revista de Direito do Consumidor, v. 133, p. 75-106, jan.-fev. 2021, DTR\2021\1873.
Artigo disponível na base eletrônica da Revista dos Tribunais Online. 
No mais, entre as boas práticas que devem ser seguidas pelo pro�ssional do direito que tratará
dos temas vinculados à privacidade e proteção de dados pessoais, está a e�ciência no processo
de comunicação, que envolve a aplicação de técnicas vinculadas ao chamado Legal Design e ao
Visual Law. 
Para o conhecimento de tais metodologias e o quanto elas podem revolucionar o processo
comunicacional no direito, recomendamos que você acompanhe os episódios do canal de
Podcast da Ana Holtz, “Direito e Design”, disponível nos principais aplicativos de podcast.
https://open.spotify.com/show/5UJNHKfcbfvmO7sufKwv3T?si=64b319664ba04126
Disciplina
Direito Cibernético
Referências
BRASIL. Lei nº 13.709, de 14 de agosto de 2018. Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais
(LGPD). Brasília/DF: Presidência da República, 2018. Disponível em:
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2018/lei/l13709.htm. Acesso em: 21 nov.
2022.
DIREITO E DESIGN. Ana Holtz. [S. l.], [s. d.]. Podcast. Disponível em:
https://open.spotify.com/show/5UJNHKfcbfvmO7sufKwv3T?si=64b319664ba04126. Acesso
em: 21 nov. 2022.
FEIGELSON, B.; SIQUEIRA, A. H. A. Comentários à Lei Geral de Proteção de Dados. São Paulo:
Revista dos Tribunais, 2019.
VAINZOF, R. Art. 1º ao 6º. In: MALDONADO, V. N. OPICE BLUM, R. (coord.). LGPD Lei Geral de
Proteção de Dados comentada. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2019. p. 19-178.
Aula 5
Resumo da unidade
Marco civil da internet, privacidade e proteção de dados empresariais e lei
geral de proteção de dados – LGPD
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2018/lei/l13709.htm
https://open.spotify.com/show/5UJNHKfcbfvmO7sufKwv3T?si=64b319664ba04126
Disciplina
Direito Cibernético
Caro estudante, você já teve a oportunidade de estudar e aprender muitas temáticas novas a
respeito de direito, tecnologia e inovação ao longo das aulas.
Durante estes estudos, você viu a dinâmica da regulação da internet no Brasil, o histórico do
Marco Civil da Internet e a sua importância para a segurança jurídica aos negócios jurídicos, livre
iniciativa e liberdade de expressão.
Você já ouviu falar do princípio da neutralidade de rede? Este princípio é fundamental para
garantirmos a democratização de acesso à informação, a livre circulação de dados e
informações, a democracia e a própria liberdade de expressão. 
Todos os dados e informações que circulam na internet são divididos em pacotes de dados para
simpli�car seu envio e recebimento, e quando um destes pacotes atrasa ou se perde, veri�camos
o “travamento” de vídeos, músicas e arquivos. Imagine se uma empresa privada pudesse de�nir
quais pacotes terão tramitação prioritária e quais pacotes não circularão? É justamente isso que
garante a neutralidade de rede, ou seja, os provedores da internet não podem interferir na livre
circulação exceto por ordem judicial e/ou situações que ofendam os termos de uso e respectivas
políticas. Estamos falando de um ambiente privado e, como tal, existem regras para serem
observadas, tal como as regras para se associar a um clube desportivo e de recreação.
O Marco Civil da Internet (MCI, Lei nº 12.965/2014) foi a primeira norma a receber sugestões e
consulta pública por meio da própria internet, no site da Câmara dos Deputados. De lá para cá,
todas as normas de maior relevância seguiram a mesma sistemática. Além disso, o MCI também
trouxe uma de�nição mais clara acerca da responsabilidade civil dos provedores de internet por
conteúdos de terceiros. Trata-se da mais importante norma que regulamenta a distribuição e uso
da internet no Brasil.
Além disso, você estudou a importância da proteção de dados e privacidade, seja sob a ótica
empresarial ou a dos dados das pessoas naturais. Sob a ótica empresarial, temos uma vasta
proteção legislativa composta por normas como Constituição Federal, Código Civil, Lei de
Propriedade Industrial, Lei de Proteção à Concorrência e Código de Defesa do Consumidor, entre
Disciplina
Direito Cibernético
outras. Já em relação à proteção da pessoa natural, a norma a ser observada é a Lei Geral de
Proteção de Dados Pessoais, a chamada LGPD (Lei nº 13.709/2018).
Na Aula 8, você teve a oportunidade de conhecer e estudar a responsabilidade civil dos agentes
de tratamento de dados pessoais e as regras de boas práticas quanto à coleta e tratamento de
dados pessoais, tópico fundamental para a de�nição de eventuais punições com base na Lei
Geral deProteção de Dados Pessoais (LGPD).
Videoaula: Resumo da unidade
Este conteúdo é um vídeo!
Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo
computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo
para assistir mesmo sem conexão à internet.
Nesta Unidade 2 você viu a dinâmica da regulação da internet no Brasil, o histórico do Marco Civil
da Internet (MCI, Lei nº 12.965/2014) e sua importância para a segurança jurídica aos negócios
jurídicos, livre iniciativa e liberdade de expressão.
Na sequência, você estudou a dinâmica da proteção de dados e privacidade, seja sob o olhar das
relações jurídicas empresariais e civis, como também em relação à proteção de dados pessoais
da pessoa natural, a qual é regulada pela Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais, a chamada
LGPD (Lei nº 13.709/2018).
Estudo de caso
Disciplina
Direito Cibernético
Estudamos na Unidade 2 o Marco Civil da Internet e seus principais conceitos, as pessoas
envolvidas na regulação da internet e a responsabilidade civil dos provedores de internet. 
Tivemos a oportunidade de identi�car e conhecer a principal estrutura jurídica brasileira para a
proteção dos direitos atinentes à personalidade e a proteção de dados, seja esta proteção sob a
ótica das empresas ou das pessoas naturais. 
Em relação às pessoas naturais, analisamos a aplicação, princípios e boas práticas vinculadas à
proteção de dados pessoais e a responsabilidade dos agentes de tratamento de dados
pessoais. 
Neste momento, re�ita a respeito da seguinte situação: você é um advogado especializado em
direito cibernético com ênfase em defesa dos direitos da privacidade e proteção de dados
pessoais. 
Um dia, chega em seu escritório o Sr. José Roberto, que trabalha sob a forma societária de um
microempresário individual (MEI).
José Roberto alega que tentou a concessão de um crédito por meio da internet em um banco
digital e teve o seu crédito negado pelos seguintes motivos: 
O banco digital identi�cou que no histórico de crédito da empresa MEI de José Roberto
existem valores em aberto e inadimplidos no comércio em geral; 
O banco digital identi�cou que José Roberto MEI teve o seu nome arrolado em uma matéria
jornalística por um provedor de internet, o qual alega que José Roberto MEI estava
envolvida em fraudes tributárias; e, 
O banco digital não identi�cou a existência de qualquer bem físico ou digital que possa
garantir a operação de crédito que José Roberto MEI pretende realizar.
Inconformado com a situação, José Roberto pede que entre com uma medida judicial contra o
banco pelo uso de dados privados, de forma abusiva e inadequada, bem como que você noti�que
Disciplina
Direito Cibernético
o provedor de internet para que retire a matéria jornalística do seu site e de qualquer histórico de
consulta, uma vez que o assunto foi resolvido no Tribunal de Contas e foi apurado que ele não
participou e/ou praticou qualquer ato de fraude tributária, dessa forma deve ser aplicada a teoria
do esquecimento. 
 Você deve analisar o caso e responder ao Sr. José Roberto se aceitará o trabalho para o qual ele
pretende contratá-lo, e quais os argumentos serão utilizados em defesa dele. 
Ou, se você entender que José Roberto não tem razão e não aceitar a contratação, deverá
explicar a ele os motivos pelos quais você entende que ele não tem razão para os serviços
jurídicos pleiteados, indicando qual seria a solução correta.
_______
Re�ita
Para a solução do caso apresentado, você deve:
Ter conhecimento do Marco Civil da Internet, em especial quanto à regulação da
responsabilidade dos provedores de internet no Brasil;
Deverá conhecer o histórico evolutivo das regulações da internet no Brasil e o que o Marco
Civil buscou paci�car;
Deverá saber identi�car e analisar as situações de preservação dos direitos da
personalidade, notadamente vinculados à proteção de dados pessoais, seus princípios e
direitos, bem como em quais relações jurídicas deve ser aplicada a LGPD ou outro sistema
de proteção de dados; e, 
Deverá acompanhar a jurisprudência pertinente com o tema da consulta.
Videoaula: Resolução do estudo de caso
Este conteúdo é um vídeo!
Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo
computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo
para assistir mesmo sem conexão à internet.
Antes de analisarmos a resolução do caso, faça uma lista das principais di�culdades que você
teve – pode ser vocabulário, conceitos jurídicos prévios que você ainda não �xou, ou conceitos e
a aplicação do que vimos durante a unidade. 
Faça um mapa mental com os pontos de dúvidas e levante o que você precisa pesquisar para
chegar à resposta adequada. Você também deve elaborar um mapa mental dos conceitos e
aplicações de conceitos que você já domina e conhece. 
Dessa forma você estará �xando o conteúdo que já foi absorvido e identi�cando o que você deve
estudar e revisar na unidade, além de outros conhecimentos prévios que eram necessários. 
Agora que você já estruturou as dúvidas e o conhecimento prévio, vamos lá!
Disciplina
Direito Cibernético
Seu cliente está buscando a tutela de um suposto direito de proteção de dados pessoais com
base na LGPD, além da aplicação da teoria do direito ao esquecimento e retirada de informação
de um provedor de conteúdos jornalísticos. Este último pretende que você utilize meios
extrajudiciais. 
O problema deve ser estruturado em duas partes. O primeiro ponto a ser identi�cado se refere à
LGPD e à aplicação ou não deste regulamento ou de outra estrutura normativa. O Sr. José
Roberto deixou claro que a questão toda ocorreu em relação à empresa que ele representa, uma
microempresa individual (MEI). Portanto, por mais que seja uma empresa individual que muitas
vezes se confunde com a pessoa de seu titular, devemos considerar que estamos tratando de
dados de uma pessoa jurídica. Tal fato já é su�ciente para afastar a aplicação da LGPD, pois
como vimos, a LGPD é aplicável apenas às pessoas naturais. Além disso, devemos considerar
que as questões e informações levantadas pelo banco digital foram com base em histórico de
crédito da pessoa jurídica. Dados vinculados a crédito no mercado �nanceiro são igualmente
uma das exceções de aplicação da LGPD. Portanto, no caso analisado não há que se falar em
aplicação da LGPD. 
Mas �ca a dúvida: José Roberto terá razão em reclamar pela indicação de seu nome como
devedor? Se o débito é correto, como foi informado no caso, a resposta é positiva. Ou seja, deve-
se seguir a legislação especí�ca de bancos de dados de crédito e de débito, os quais têm
autorização legal de manutenção dos dados em relação a dívidas inadimplidas e lícitas. 
A primeira parte do pedido de José Roberto é considerada incorreta, já que o banco digital tem
autorização legal para proceder da forma que fez.
Já a segunda parte consiste em noti�car um provedor de conteúdo jornalístico para apagar uma
matéria que está desatualizada e sob a qual deveria recair a teoria do direito ao esquecimento. 
Tal intenção é igualmente incorreta. 
Conforme você viu, pelo Marco Civil da Internet, para que um provedor de conteúdo jornalístico
seja obrigado a retirar qualquer matéria do ar, deverá fazê-lo mediante decisão judicial. Não cabe,
nesta hipótese, a noti�cação extrajudicial. 
De qualquer forma, o fundamento indicado para a retirada da matéria do ar (direito ao
esquecimento) também não prosperará, já que, conforme você viu ao longo da Unidade 2, o
Supremo Tribunal Federal julgou a matéria do direito ao esquecimento no Brasil e declarou que
tal teoria não encontra respaldo constitucional e legal no Brasil. 
Assim, a recomendação é no sentido de que o cliente não tem razão e deve ser instruído para
mudar o seu posicionamento.
Resumo visual
Disciplina
Direito Cibernético
Disciplina
Direito Cibernético
Figura 1 | Síntese dos conteúdos abordados durante os estudos
Referências
Disciplina
Direito Cibernético
BRASIL. Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD). Página inicial. Brasília/DF,[s. d.].
Disponível em: https://www.gov.br/anpd/pt-br. Acesso em: 22 nov. 2022.
OBSERVATÓRIO DO MARCO CIVIL DA INTERNET. Histórico do Marco Civil da Internet. OMCI, [s.
d.]. Disponível em: https://www.omci.org.br/historico-do-marco-civil/timeline/. Acesso em: 22
nov. 2022.
,
Unidade 3
Propriedade Intelectual, Marcas e Patentes e a Proteção de Softwares
Aula 1
Propriedade Intelectual
Introdução da aula
Este conteúdo é um vídeo!
https://www.gov.br/anpd/pt-br
https://www.omci.org.br/historico-do-marco-civil/timeline/
Disciplina
Direito Cibernético
Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo
computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo
para assistir mesmo sem conexão à internet.
Caro estudante,
A ênfase dos nossos estudos está nos aspectos vinculados à propriedade intelectual, marcas e
patentes e proteção do software. 
Nesta aula, iniciaremos o estudo com foco na propriedade intelectual, gênero do qual direitos
autorais, marcas e patentes são as espécies. 
Nossa legislação foi originalmente pensada em um mundo puramente físico, mas há décadas já
temos os desa�os vinculados ao mundo digital, com reconhecimento de extensão de direitos por
normas esparsas, jurisprudência e doutrina, além do próprio ordenamento internacional. 
Com o fortalecimento do Metaverso, tais desa�os se multiplicam. 
Vamos lá!
Propriedade Intelectual – introdução e conceitos gerais. A legislação em
vigor.
Entre as lutas que foram enfrentadas na Revolução Francesa, está a luta pelo reconhecimento do
direito de propriedade, o qual não era reconhecido pela grande maioria da população no período
feudal, apenas à nobreza e ao clero. 
Disciplina
Direito Cibernético
Quando falamos em direito de propriedade, usualmente lembramos da propriedade imobiliária.
Mas nosso objetivo é olhar a propriedade por inteiro, a propriedade de bens móveis e imóveis,
materiais e imateriais, incluindo a propriedade intelectual. 
Sem o reconhecimento do direito de propriedade não é possível falarmos em desenvolvimento
econômico em uma estrutura democrática. Do contrário, teremos estruturas autoritárias e
regimes ditatoriais. 
É sob a ótica do reconhecimento do direito de propriedade e da evolução socioeconômica e
jurídica que enfrentaremos as questões vinculadas à propriedade intelectual. 
Mas, a�nal, o que é propriedade intelectual?
A Convenção da OMPI de�ne como Propriedade intelectual, a soma dos direitos
relativos às obras literárias, artísticas e cientí�cas, às interpretações dos artistas
intérpretes e às execuções dos artistas executantes, aos fonogramas e às emissões
de radiodifusão, às invenções em todos os domínios da atividade humana, às
descobertas cientí�cas, aos desenhos e modelos industriais, às marcas industriais,
comerciais e de serviço, bem como às �rmas comerciais e denominações comerciais,
à proteção contra a concorrência desleal e todos os outros direitos inerentes à
atividade intelectual nos domínios industrial, cientí�co, literário e artístico. (BARBOSA,
2010, [s. p.]). 
A propriedade intelectual nada mais é que um conjunto de diretrizes para dar proteção legal às
criações humanas e ao seu respectivo direito de propriedade. Tal conjunto compõe-se de
patentes, marcas, desenhos industriais e direito autoral, entre outras diretrizes. 
O que a propriedade intelectual protege?
A propriedade intelectual não protege uma ideia pura, mas uma ideia que tenha sido
desenvolvida de forma inovadora e levada a registro para preservação de autoria, inovação e
anterioridade. Vale destacar que um dos maiores inventores de todos os tempos foi Leonardo da
Vinci. 
A Organização Mundial da Propriedade Intelectual (World Intellectual Property Organization ou
WIPO) destaca as seguintes possibilidades de caracterização de uma propriedade intelectual:
Obras literárias, artísticas e cientí�cas.
Interpretações dos artistas intérpretes.
Execuções dos artistas executantes.
Fonogramas e emissões de radiodifusão.
Invenções em todos os domínios da atividade humana.
Descobertas cientí�cas.
Desenhos e modelos industriais.
Marcas industriais, comerciais e de serviço.
Firmas comerciais e denominações comerciais.
Proteção contra a concorrência desleal e todos os outros direitos inerentes à atividade
intelectual nos domínios industrial, cientí�co, literário e artístico.
O que a lei diz sobre a propriedade intelectual?
A Lei nº 9.279/96 que regula os direitos e obrigações relativos à propriedade industrial na
verdade está tratando de propriedade intelectual, já que o seu escopo vai muito além da indústria
Disciplina
Direito Cibernético
para atingir todo o segmento de serviços, tecnologia etc. A lei esclarece que a proteção dos
direitos relativos à propriedade intelectual ocorre das seguintes formas:
Concessão de patentes de invenção e de modelo de utilidade.
Concessão de registro de desenho industrial.
Concessão de registro de marca.
Repressão às falsas indicações geográ�cas.
Repressão à concorrência desleal.
O Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) é o órgão responsável no Brasil pelo registro
de marcas e patentes. 
A propriedade intelectual segue um padrão para assegurar esses direitos: quem deseja a
segurança e reconhecimento de direito de propriedade (direitos morais e comerciais) sobre uma
propriedade intelectual deve registrar no INPI para adquirir as garantias legais – uma vez
registrado, poderá explorar por um período determinado pela lei. 
Os períodos de proteção ao direito de propriedade intelectual conforme a Lei nº 9.279/96 são os
que seguem:
Desenho industrial: 10 anos a partir do depósito do pedido.
Patente de invenção: 20 anos a partir do depósito do pedido.
Patente de modelo de utilidade: 15 anos, a partir do depósito do pedido.
A propriedade intelectual favorece a garantia para o autor de que sua obra é realmente sua,
afastando a concorrência desleal. Sem essa garantia, qualquer pessoa poderia se apropriar de
uma obra, desfrutando da comercialização e lucros derivados da propriedade intelectual. 
Há, além da propriedade industrial, o direito autoral, por meio do qual as obras são protegidas. Os
direitos do autor, morais ou patrimoniais, são detalhados no art. 24 da Lei de Direitos Autorais
(LDA, Lei nº 9.6010/1998). 
Além dos principais reconhecimentos (propriedade autoral, marcas e patentes), temos a
proteção sui generis, que são as criações híbridas, como a topogra�a dos circuitos integrados
(Lei nº 11.484/07), a proteção de cultivares (Lei nº 9.456 e Decreto nº 2.366/97), e os
conhecimentos tradicionais associados aos recursos genéticos (Medida Provisória nº 2.186/16 e
Decreto nº 2.519/98), entre outros.
Controvérsias envolvendo direitos autorais e tecnologias streaming.
Disciplina
Direito Cibernético
A tecnologia de streaming é utilizada na distribuição on-line de conteúdo por meio de pacotes de
dados. Surgiu em 2006, mas evoluiu muito nos últimos anos em decorrência da evolução da
internet e sua velocidade, além dos próprios equipamentos. Deixando o download de lado,
permite maior interatividade e praticidade com a criação de playlists que �cam armazenadas na
rede, sem ocupar a memória do computador ou de aparelho celular. 
Há dois tipos de streaming: o não interativo, que não permite a escolha do que ouvir/assistir ao
usuário – por exemplo, as rádios –; e o interativo ou on demand, o mais utilizado atualmente, e
que permite ao usuário iniciar a transmissão quando desejar. 
Veja, a seguir, duas notícias que tratam de serviços de streaming de rádio e on demand: 
“Em fevereiro de 2017, o STJ (Superior Tribunal de Justiça) acolheu o recurso do ECAD
(Escritório Central de Arrecadação e Distribuição) contra uma emissora de rádio por
streaming, onde entendeu-se que as músicas oferecidas pela rádio eram sim passíveis de
pagamento de direitos autorais. ” (TEIXEIRA, [s. d.], [s. p.])
“O Spotify é a plataforma mais famosa. Em março de 2017, chegou à marca de 50 milhões
de assinaturas pagas e os números só crescem” (WACHOWICZ; VIRTUOSO, 2018, p. 7).
Emboranão seja objeto de nosso estudo, vale destacar que sob a ótica tributária ainda há um
forte debate acerca da natureza jurídica do streaming, para compreender se é um serviço –
portanto, tributado pelo Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN) de competência
dos municípios –, ou se a tecnologia é apenas um avanço da forma de fornecimento de telefonia,
e neste caso seria tributado pelo Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) de
competência dos Estados. Particularmente entendemos que o streaming é um serviço. 
A tecnologia streaming fez com que a circulação de conteúdo por meio de uma mídia física,
como os CDs, DVDs e Blu-rays, �casse obsoletas e menos lucrativa, pois além do limitado
número de potenciais compradores também envolve todo o custo de produção e distribuição. “É
Disciplina
Direito Cibernético
preciso ter-se claro que somente a empresa Spotify possui mais de 30 milhões de obras em seu
acervo” (WACHOWICZ; VIRTUOSO, 2018, p. 8). Mais de 30 milhões de obras disponíveis aos seus
assinantes, sem considerar a disponibilidade de conteúdo por meio de podcasts. 
Com essa plataforma de streaming, o conteúdo é colocado à disposição do público em troca de
uma contribuição �nanceira (assinatura). Entretanto, existe uma questão envolvendo os artistas
e criadores de conteúdo, que passaram a questionar se essa inovação está retribuindo
corretamente os direitos pela propriedade intelectual, ou seja: será que se trata apenas de uma
forma de não pagamento dos valores corretos em virtude da reprodução? 
Mas essa questão não é nova. Na época de circulação de músicas, livros etc. por meio físico, era
comum observar artistas, autores e produtores questionando a falta de transparência na
circulação e vendagem do número de exemplares. 
Acreditamos que os meios digitais tornam a conferência mais fácil, uma vez que o meio
eletrônico possibilita veri�car sistemicamente a quantidade de acessos. A polêmica não deixará
de existir, mesmo considerando a regulação internacional:
O controle dos Direitos Autorais tradicionalmente é feito através das entidades de
gestão coletiva, a qual é de�nida pela Organização Mundial de Propriedade Intelectual
(OMPI), como o exercício de direito de autor e direitos conexos, por meio de
organizações que agem no interesse e em nome dos titulares das obras. Segundo a
OMPI, há três modelos de gestão coletiva: o tradicional, o one-stop-shopse e o dos
centros de compensação de direitos. (WACHOWICZ; VIRTUOSO, 2018, p. 8)
Essa tecnologia viola ou não os direitos autorais?
Segundo ensina Nucci (2010), violar signi�ca “ofender ou transgredir”. No caso do crime previsto
no artigo 184, do CP,
Portanto, diante da ainda notória insegurança jurídica a respeito da aplicação da
legislação brasileira de direitos autorais, é imprescindível que as produtoras,
gravadoras e autores busquem compreender o atual cenário do mercado. Ainda, faz-
se necessário o entendimento dos efeitos das decisões recentes dos Tribunais
Superiores para que os direitos autorais sejam comercializados de forma equilibrada
entre as partes. (TEIXEIRA, [s. d.], [s. p.])
A propriedade intelectual como um direito de cunho internacional. Convenção
da União de Paris
Disciplina
Direito Cibernético
A comunidade internacional sempre se preocupou com a proteção da propriedade intelectual,
desde quando a comunicação entre os continentes era muito precária até os tempos atuais, de
hiperconectividade. Houve uma preocupação dos Estados em regular internacionalmente, com 
tratados e convenções, a proteção da propriedade intelectual. 
Conforme a Organização Mundial de Propriedade Intelectual, propriedade intelectual é 
[…] a soma dos direitos relativos às obras literárias, artísticas e cientí�cas, às
interpretações dos artistas intérpretes e às execuções dos artistas executantes, aos
fonogramas e às emissões de radiodifusão, às invenções em todos os domínios da
atividade humana, às descobertas cientí�cas, aos desenhos e modelos industriais, às
marcas industriais, comerciais e de serviço, bem como às �rmas comerciais e
denominações comerciais, à proteção contra a concorrência desleal e todos os
outros direitos inerentes à atividade intelectual nos domínios industrial, cientí�co,
literário e artístico. (ABIME, 2013, [s. p.])
A primeira norma de propriedade industrial se deu em 1474 no Estado de Veneza, quando seu
senado aprovou a Lei de Patentes. Entretanto, a proteção da propriedade como existe
atualmente surgiu após a Revolução Industrial na Inglaterra, entre 1740 e 1830. “O objetivo
original […] era ‘assegurar a exploração das invenções, de qualquer invenção, numa época de
intensa criatividade e profundas inovações tecnológicas’” (NASIHGIL, 2014, [s. p.]).
Em 1883 alguns países se reuniram para �rmar o primeiro instrumento internacional regulador da
propriedade intelectual conhecida hoje como Convenção da União de Paris:
A Convenção da União de Paris para proteção da propriedade industrial teve seu início
sob a forma de anteprojeto, redigido em uma Conferência Diplomática realizada em
Paris no ano de 1880. Nova conferência foi convocada em 6 de março de 1883, para
Disciplina
Direito Cibernético
aprovação de�nitiva do texto, que entrou em vigor um mês depois do depósito de
instrumentos de rati�cação, em 7 de julho de 1883. O presidente da conferência de
1880 pronunciou frase histórica: "Nós escrevemos o prefácio de um livro que vai se
abrir e que não será fechado se não após longos anos". Desde o começo, a
Convenção previa em seu art. 14, a celebração de conferências periódicas de revisão
a �m de introduzir no texto original, instrumentos destinados a aperfeiçoar o sistema
da união à luz da experiência obtida em sua aplicação prática (INPI, 2013, [s. p.]).
Com a sua promulgação a propriedade industrial seria resguardada internacionalmente.
A Carta das Nações Unidas trouxe importantes e inovadoras disposições relativas à
cooperação econômica e social entre seus Estados-membros. As competências
conferidas ao Conselho Econômico e Social da ONU puseram em xeque a
sobrevivência dos organismos de coordenação então existentes, como as Uniões de
Paris e de Berna e seus “Bureaux”. Não tardou para que o Conselho Econômico e
Social acenasse com a possibilidade de liquidação de algumas instituições
internacionais, dentre as quais os referidos “Bureaux”. Com o surgimento da
Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento –
CNUCED/UNCTAD (1964) e da Organização das Nações Unidas para o
Desenvolvimento Industrial – ONUDI (1966), soluções do passado tornaram-se
ultrapassadas, era preciso criar uma organização que se ocupasse, especi�camente,
da propriedade intelectual, que instituísse mecanismos adequados de proteção e
redução das disparidades crescentes entre os países industrializados e os em
desenvolvimento. (BASSO, 2002, p. 17)
Videoaula: Propriedade Intelectual
Este conteúdo é um vídeo!
Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo
computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo
para assistir mesmo sem conexão à internet.
Caro estudante, nesta videoaula trataremos da importância da proteção do direito de
propriedade intelectual e sua conexão com o ambiente de tecnologia e inovação, especialmente
considerando que na realidade do século XXI as relações são cada vez mais transnacionais, e
oferecem riscos de violação à propriedade intelectual. 
Por tais avanços, os pontos de atenção à violação da propriedade intelectual ganham muito mais
relevância, trazendo a necessidade de uma série de regramentos, convenções e acordos
internacionais. 
Além disso, novas tecnologias, como o Metaverso, redes distribuídas e serviços de streaming,
representam um constante desa�o ao pro�ssional do direito. 
Disciplina
Direito Cibernético
Vamos lá?
Saiba mais
Após conhecer mais os impactos da propriedade intelectual e os seus impactos em relação ao
direito cibernético, recomendamos a leitura do artigo “A propriedade imaterial, o Marco Civil da
Internete a regra dos três passos nas limitações de direitos autorais na sociedade da
informação”, de autoria de Emerson Penha Malheiro e Enki Della Santa Pimenta, publicado na
Revista de Direito Privado (v. 82, p. 41-64, out. 2017, DTR\2017\6346) e disponível na base
eletrônica da Revista do Tribunais Online.
Ao estudar o artigo indicado, você terá a oportunidade de aprofundar seus conhecimentos
quanto às noções dos direitos da propriedade intelectual e os seus impactos em relação do
direito cibernético, conforme previsto no direito nacional, além do alinhamento com as práticas e
regulações internacionais. 
A área de atuação do pro�ssional do direito que se dedica à propriedade intelectual é realmente
instigante. Requer grande especialização, constante atualização e busca por novos
conhecimentos vinculados aos avanços tecnológicos e de inovação, além de um necessário
conhecimento de mercado e das práticas da administração de empresas e economia. 
No �lme Fome de Poder, disponível em diversas plataformas, é possível veri�car a evolução da
rede de fast-food McDonald’s na década de 1950. Por meio das negociações envolvendo direitos
da propriedade intelectual do nome, marca e patentes, foi possível tornar uma loja em uma das
maiores redes de fast-food do mundo. 
É interessante assistir ao �lme observando a dinâmica do direito da propriedade intelectual e os
desenvolvimentos tecnológicos.
Disciplina
Direito Cibernético
Referências
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS INDÚSTRIAS DE MÓVEIS ESCOLARES (ABIME). Página inicial.
Abime, c2019. Disponível em: https://abime.com.br/. Acesso em: 22 nov. 2022.
BASSO, M. E. Propriedade Intelectual na era pós-OMC. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2005.
BRASIL. Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). Página inicial. INPI, [s. d.]. Disponível
em: https://www.gov.br/inpi/pt-br. Acesso em: 22 nov. 2022.
FIA BUSINESS SCHOOL. Propriedade intelectual: o que é, tipos e como funciona. Fia Business
School, 23 ago. 2020. Disponível em: https://�a.com.br/blog/propriedade-intelectual/. Acesso
em: 22 nov. 2022.
NASIHGIL, A. A. N. O direito internacional da propriedade intelectual e sua regulamentação
através do acordo TRIPS. Revista de Estudos Jurídicos da UNESP, v. 18, n. 27, 2014. Disponível
em: https://ojs.franca.unesp.br/index.php/estudosjuridicosunesp/article/view/1238. Acesso em:
22 nov. 2022.
TANGERINO, D. F. A tecnologia streaming e a violação de direitos autorais. Canal Ciências
Criminais, [s. d.]. Disponível em:
https://canalcienciascriminais.jusbrasil.com.br/artigos/379130648/a-tecnologia-streaming-e-a-
violacao-de-direitos-autorais. Acesso em: 22 nov. 2022.
TEIXEIRA, G. C. O atual cenário dos direitos autorais em plataformas de streaming. NDM
Advogados, [s. d.]. Disponível em: https://ndmadvogados.jusbrasil.com.br/artigos/603648820/o-
cenario-atual-dos-direitos-autorais-em-plataformas-de-streaming. Acesso em: 22 nov. 2022.
WACHOWICZ, M.; VIRTUOSO, B. B. A gestão coletiva dos direitos autorais e o streaming. P2P &
Inovação, Rio de Janeiro, v. 4, n. 1, p. 4-17, set./fev. 2018. Disponível em:
https://brapci.inf.br/index.php/res/download/44300#:~:text=3%20A%20GESTÃO%20DE%20DIREI
TOS,9.610%2F98. Acesso em: 22 nov. 2022.
https://abime.com.br/
https://www.gov.br/inpi/pt-br
https://fia.com.br/blog/propriedade-intelectual/
https://ojs.franca.unesp.br/index.php/estudosjuridicosunesp/article/view/1238
https://canalcienciascriminais.jusbrasil.com.br/artigos/379130648/a-tecnologia-streaming-e-a-violacao-de-direitos-autorais
https://canalcienciascriminais.jusbrasil.com.br/artigos/379130648/a-tecnologia-streaming-e-a-violacao-de-direitos-autorais
https://ndmadvogados.jusbrasil.com.br/artigos/603648820/o-cenario-atual-dos-direitos-autorais-em-plataformas-de-streaming
https://ndmadvogados.jusbrasil.com.br/artigos/603648820/o-cenario-atual-dos-direitos-autorais-em-plataformas-de-streaming
https://brapci.inf.br/index.php/res/download/44300#:~:text=3%20A%20GEST%C3%83O%20DE%20DIREITOS,9.610%2F98
https://brapci.inf.br/index.php/res/download/44300#:~:text=3%20A%20GEST%C3%83O%20DE%20DIREITOS,9.610%2F98
Disciplina
Direito Cibernético
Aula 2
Marcas e Patente
Introdução da aula
Caro estudante,
Nesta aula trataremos dos temas vinculados a marcas e patentes, seu registro no Brasil e
requisitos necessários. 
Como você já sabe, somente por meio do registro será possível exercer os respectivos direitos de
propriedade intelectual para a proteção de uma marca ou uma patente. 
Além da proteção jurídica, devemos observar a proteção da exploração comercial e a própria
proteção moral sobre os direitos, práticas abusivas e abuso da concorrência sobre as marcas e
as patentes.
Vamos lá!
Marcas, patentes e modelo de utilidade. Conceitos. Características.
Disciplina
Direito Cibernético
O que é patente?
Podemos conceituar que patente é um documento que registra o direito da propriedade de
alguma invenção, garantindo o direito de exclusividade de comercialização. A patente tem a
validade de 20 anos para invenção e 15 anos para modelo de utilidade 
Dom Pedro I baixou uma lei em 28 de agosto de 1830 que se debruçava sobre
aspectos da concessão de patentes, mas ainda era uma tentativa quase telegrá�ca
de tratar do assunto. Coube a Dom Pedro II regular pela lei 3.129, de 14 de outubro de
1882, a concessão de patentes no Impérios de forma abrangente. (CARDOSO, [s. d.],
p. 15)
A Patente pode ser conceituada, inicialmente, tendo por base os princípios do
“Contrato Social” de Rousseau, como um acordo entre o inventor e a sociedade.” […] A
patente é uma unidade contraditória: protege o inventor, mas também desa�a ao
facilitar a geração de novas invenções por terceiros, induzindo seu próprio titular a
prosseguir inventando para se manter à frente de seus competidores. (MACEDO;
BARBOSA, 2000, [s.p.])
Para patentear algo é necessário que a ideia ou objeto contenha avanços tecnológicos e tenha
aplicabilidade industrial. Segundo a lei de patentes, o que não pode ser patenteado é:
Seres vivos, exceto microrganismos. 
Tudo que contrariar a moral e os bons costumes. 
Substâncias, matérias, misturas e alimentos.
Cabe mencionar que o modelo de utilidade é o objeto de uso prático suscetível de aplicação
industrial que aparenta uma nova forma, por exemplo, exemplo o barbeador que surgiu da
Disciplina
Direito Cibernético
navalha e o telefone sem �o. O registro do modelo de utilidade dura 15 anos. 
Como é feito o registro de patentes? 
O registro é feito em quatro etapas:
1. Pesquisa: veri�ca a existência ou não de outros produtos relacionados à sua invenção. 
2. Pagamento: cada projeto apresenta uma taxa, cujo valor é de�nido e gerada uma guia de
pagamento para que o processo ganhe sequência.
3. Apresentação de documentos: envio ao INPI de todo o conteúdo técnico acerca do produto,
com relatórios e imagens, junto com o comprovante de pagamento. 
4. Acompanhamento: depois de todos os passos anteriores concluídos, será necessário
acompanhar o andamento do processo. 
Marca
A marca é o que diferencia o produto no mercado, é seu sinal distintivo. Seu registro – e não
patente, pois não é possível patentear marca – também ocorre no INPI, porém, com um processo
diferente, mais prático. Marca não é o nome da empresa – este consta no contrato social –, mas
o nome fantasia da empresa ou do produto. Eventualmente a marca e a razão social da empresa
podem ser iguais, no entanto, a marca será acompanhada do estilo da escrita, sinais distintivos,
tipogra�a etc. Um exemplo é a Coca-Cola, cuja razão social também é a marca.
Registro de nomes de domínio no Brasil e resolução de con�itos. O que não é
invenção nem invento.
Disciplina
Direito Cibernético
O nome de domínio é o registro de um endereço na internet para a localização de uma empresa,
como www.cogna.com.br. O registro é realizado pelo órgão gestor da internet no Brasil, podendo
ser acessado pelo endereço www.registro.br. 
Em razão do baixo custo e facilidade, hoje há um grande volume de registros, o que
consequentemente gera um volume alto também de fraudese infrações marcárias. 
Muitas vezes as informações inclusas na hora do registro di�cultam a citação em algum
processo judicial, e por causa desse tipo de di�culdade o Registro.Br implementou o Sistema
Administrativo de Con�itos de Internet relativos ao nome “.br” (SACI-Adm). Esse sistema foi
instituído em 30 de setembro de 2010, e de acordo com as suas regras, todos que registrarem
um nome com o domínio “. br” consentem com os termos e condições do SACI-Adm.
O titular que registra seu nome pode apresentar uma reclamação contra um nome de domínio de
terceiro que seja idêntico ou parecido com o seu. O requerente deve indicar se deseja que o
nome de domínio seja cancelado ou transferido, e assim que for recebida a reclamação inicia-se
o procedimento do SACI-Adm. O titular do nome é noti�cado caso queira responder a
reclamação, e se não apresentar uma defesa, deverá ser comunicado ao NIC.br em até 10 dias. 
O reclamante deve apresentar o motivo pelo qual o domínio registrado estaria sendo usado de
má-fé. O regulamento do SACI-Adm traz alguns exemplos:
o titular registrou o nome de domínio com o objetivo de vendê-lo, alugá-lo ou transferi-lo
para o reclamante ou para terceiros;
o titular registrou o nome de domínio para impedir que o reclamante o utilize como um
nome do domínio correspondente;
o titular registrou o nome de domínio com o objetivo de prejudicar a atividade comercial do
reclamante;
ao usar o nome de domínio, o titular intencionalmente tenta atrair, com objetivo de lucro,
usuários da Internet para o seu site ou para qualquer outro, criando uma situação de
provável confusão com o sinal distintivo do reclamante. (FERRER; MORETTO, 2021, [s. p.])
Segundo Outeiral (2022),
As marcas, por sua vez, apesar de observarem o sistema atributivo (ou seja, quem
primeiro requerer o registro terá direito ao uso), comporta algumas exceções
importantes dentre os quais: (i) arguição de direito de precedência (a Lei possibilita
seja arguido direito de uso anterior de uma expressão, desde que observados os
prazos prescritos); (ii) princípio da especialidade (a marca estará protegida para o
segmento ao qual foi registrada, excetuando-se aqui as marcas de alto renome, que
terão proteção irrestrita); (iii) exclusividade de uso, o que impede a concessão de
registro de marcas iguais ou semelhantes, para segmentos idênticos ou a�ns.
(OUTEIRAL, 2022, [s. p.])
Os requisitos da patente de invenção. Tipos de patentes. Quais inventos não
são patenteáveis.
http://www.cogna.com.br/
http://www.registro.br/
Disciplina
Direito Cibernético
Quais os requisitos para um patente de invenção?
Segundo o livro Comentários à Lei de Propriedade Industrial – IDS, (2013, p. 33):
[…] a novidade é requisito primordial para obtenção da patente. O sistema patentário
baseia-se na troca entre o inventor e a sociedade: o inventor revela sua criação e a
sociedade reconhece seu direito à exclusividade temporária sobre ela. […] Contundo,
seguindo uma tendência que vem se �rmando, há que se excepcionar os atos
praticados pelo próprio inventor dentro de um prazo limitado, a �m de que ele ainda
tenha a oportunidade de proteger seu invento mesmo após ter promovido a sua
divulgação. 
Os requisitos para patente estão presentes no Livro de Propriedade industrial (IDS, 2013), são
eles:
1 – Possuir formação pro�ssional geral de todo técnico;
2 – Possuir a técnica especial do ramo de indústria no qual exerce sua atividade;
3 – Conhecer, nas suas generalidades mais próximas, as técnicas próprias dos ramos
da indústria análogos à sua;
4 – Ter adquirido a habilidade e experiência pro�ssional de um técnico que não é
mais um principiante no ramo que exerce;
5 – ter como capacidade intelectual, aquela que em geral encontramos nos técnicos
de um ramo particular. “(p. 45 – Comentários à Lei de Propriedade Industrial – IDS –
3ª Ed)
Os tipos de patentes são:
Disciplina
Direito Cibernético
Patentes de invenção (PI) e os modelos de utilidade (MU). Essa classi�cação decorre da Lei n.º
9.279 de 1996, que contém todas as regras relacionadas à propriedade industrial.
Não são patenteáveis:
Lei nº 9.279, de 14/5/1996, art. 18:
o que for contrário a moral, aos bons costumes e à segurança, à ordem e à saúde públicas;
as substâncias, matérias, misturas, elementos ou produtos de qualquer espécie, bem como
a modi�cação de suas propriedades físico-químicas e os respectivos processos de
obtenção ou modi�cação, quando resultantes de transformação do núcleo atômico; e
o todo ou parte dos seres vivos, exceto os microrganismos transgênicos.
Não se considera invenção nem modelo de utilidade
Lei nº 9.279, de 14/5/1996, art. 10:
descobertas, teorias cientí�cas e métodos matemáticos;
concepções puramente abstratas;
esquemas, planos, princípios ou métodos comerciais, contábeis, �nanceiros, educativos,
publicitários, de sorteio e de �scalização;
as obras literárias, arquitetônicas, artísticas e cientí�cas, ou qualquer criação estética;
programas de computador em si;
apresentação de informações;
regras de jogo;
técnicas e métodos operatórios ou cirúrgicos, bem como métodos terapêuticos ou de
diagnóstico, para aplicação no corpo humano ou animal; e
o todo ou parte de seres vivos naturais e materiais biológicos encontrados na natureza, ou
ainda que dela isolados, inclusive o genoma ou germoplasma de qualquer ser vivo
natural e os processos biológicos naturais.
Videoaula: Marcas e Patente
Este conteúdo é um vídeo!
Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo
computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo
para assistir mesmo sem conexão à internet.
Caro estudante, nesta videoaula você compreenderá mais o sistema de registro e proteção de
marcas e patentes, incluindo as questões vinculadas ao registro de nome de domínio na internet,
além das formas de solução administrativa de con�itos pelo registro abusivo de um nome de
domínio.
Vamos explorar melhor as características das marcas e patentes e conhecer o que não poderá
ser objeto de registro, como produtos e soluções que violem a função social, especialmente sob
Disciplina
Direito Cibernético
a ótica da dignidade da pessoa, ou contrários aos bons costumes. 
Vamos lá?
Saiba mais
Nesta aula você teve a oportunidade de analisar e estudar a proteção da propriedade intelectual
e o direito cibernético, aprofundando questões vinculadas a marcas, patentes e ao próprio direito
autoral. 
Questões sempre controvertidas e que hoje contam com soluções adequadas de gestão do
con�ito pelo próprio órgão regulador, que tratam justamente do registro de domínio na internet e
da proteção de marcas, além da propriedade intelectual (Iato sensu). 
Nesse sentido, para �xar o aprendizado e aprofundar os seus conhecimentos, recomendamos a
leitura do artigo “O registro de domínios no Brasil e a proteção das marcas no âmbito da
internet”, escrito por Natália de Campos Aranovich, publicado na Revista de Direito Privado (v. 4,
p. 127-158, out.-dez. 2000, DTR\2000\712), e disponível na base eletrônica da Revista dos
Tribunais Online.
No artigo, a autora enfrenta a proteção do registro do domínio na internet, especialmente
direcionado à manutenção da proteção da propriedade intelectual. 
Indicamos, também, o �lme A Rede Social (2010), que relata a história da criação do Facebook e
os con�itos decorrentes da sua invenção e registros. 
Ao longo do �lme é possível veri�car uma série de fatos vinculados à propriedade intelectual,
especialmente em relação a patentes e marcas: pessoas que alegavam ter criado o Facebook
não conseguiram demonstrar sua real criação por falta de registro. No mesmo sentido são os
con�itos entre o seu principal fundador e um dos sócios, curiosamente, um brasileiro. 
Disciplina
Direito Cibernético
Outro �lme igualmente relevante para a análise da importância do registro de marcas e patentes
é o baseado na biogra�a de Steve Jobs, Jobs (2013). É possível analisar uma série de questões
que envolvem o direito societário e os aspectos de governança corporativa. Mas o focoé o
registro de patentes entre empresas concorrentes, como IBM, Microsoft, Xerox, Apple etc. A
história da Apple e da própria Microsoft é cercada de acusações mútuas de concorrência desleal
quanto a patentes e desenvolvimentos tecnológicos. 
São dois �lmes que ajudam na compreensão de todo o contexto que estamos tratando e da
importância da área de marcas e patentes para o dia a dia das atividades empresariais, além das
atividades dos empreendedores de startups.
Referências
CARDOSO, F. H. Patentes, História e Futuro. [S. l.]: Sol Grá�ca, [s. d.].
CATARINENSE MARCAS & PATENTES. Tipos de patentes: como são classi�cados os direitos de
exclusividade? Catarinense M&P, [s. d.]. Disponível em:  https://catarinensemarcas.com.br/tipos-
de-patentes-como-sao-classi�cados-os-direitos-de-
exclusividade/#:~:text=Quais%20são%20os%20tipos%20de,regras%20relacionadas%20à%20pro
priedade%20industrial. Acesso em: 22 nov. 2022.
FERRER, G. G.; MORETTO, A. T. Resolução de con�itos envolvendo nomes de domínio “.br” pelo
procedimento do sistema administrativo de con�itos de internet (SACI-Adm). Migalhas, 9 jun.
2021. Disponível em: https://www.migalhas.com.br/depeso/346715/resolucao-de-con�itos-
envolvendo-nomes-de-dominio--br. Acesso em: 22 nov. 2022.
HELLY, R. Marcas e patentes: como funciona e quais suas diferenças. Blog Vhsys, 12 jun. 2019.
Disponível em: https://blog.vhsys.com.br/marcas-e-patentes/. Acesso em: 22 nov. 2022.
https://catarinensemarcas.com.br/tipos-de-patentes-como-sao-classificados-os-direitos-de-exclusividade/#:~:text=Quais%20s%C3%A3o%20os%20tipos%20de,regras%20relacionadas%20%C3%A0%20propriedade%20industrial
https://catarinensemarcas.com.br/tipos-de-patentes-como-sao-classificados-os-direitos-de-exclusividade/#:~:text=Quais%20s%C3%A3o%20os%20tipos%20de,regras%20relacionadas%20%C3%A0%20propriedade%20industrial
https://catarinensemarcas.com.br/tipos-de-patentes-como-sao-classificados-os-direitos-de-exclusividade/#:~:text=Quais%20s%C3%A3o%20os%20tipos%20de,regras%20relacionadas%20%C3%A0%20propriedade%20industrial
https://catarinensemarcas.com.br/tipos-de-patentes-como-sao-classificados-os-direitos-de-exclusividade/#:~:text=Quais%20s%C3%A3o%20os%20tipos%20de,regras%20relacionadas%20%C3%A0%20propriedade%20industrial
https://www.migalhas.com.br/depeso/346715/resolucao-de-conflitos-envolvendo-nomes-de-dominio--br
https://www.migalhas.com.br/depeso/346715/resolucao-de-conflitos-envolvendo-nomes-de-dominio--br
https://blog.vhsys.com.br/marcas-e-patentes/
Disciplina
Direito Cibernético
MACEDO, M. F. G.; BARBOSA, A. L. F. Patentes, Pesquisa & Desenvolvimento: um manual de
propriedade industrial. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2000.
MAGALHÃES, A. Requisitos de patenteabilidade. O Consultor em Patentes, [s. d.]. Disponível em:
https://oconsultorempatentes.com/requisitos-de-
patenteabilidade/https://oconsultorempatentes.com/requisitos-de-patenteabilidade/. Acesso
em: 22 nov. 2022.
OUTEIRAL, D. S. Con�ito entre marcas e nomes de domínio na Internet. Jornal Jurid, 7 fev. 2022.
Disponível em: https://www.jornaljurid.com.br/noticias/con�ito-entre-marcas-e-nomes-de-
dominio-na-internet. Acesso em: 22 nov. 2022.
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA. Secretaria de Inovação (SINOVA). Patentes.
Sinova, [s. d.]. Disponível em: https://sinova.ufsc.br/propriedade-
intelectual/patentes/#:~:text=NÃO%20SÃO%20PATENTEÁVEIS&text=o%20que%20for%20contrár
io%20à,e%20os%20respectivos%20processos%20de. Acesso em: 22 nov. 2022.
Aula 3
Direito Autoral na era Digital
Introdução da aula
Caro estudante,
Nesta aula trataremos dos temas vinculados ao direito autoral, especialmente considerando a
realidade do direito cibernético. 
https://oconsultorempatentes.com/requisitos-de-patenteabilidade/
https://oconsultorempatentes.com/requisitos-de-patenteabilidade/
https://www.jornaljurid.com.br/noticias/conflito-entre-marcas-e-nomes-de-dominio-na-internet
https://www.jornaljurid.com.br/noticias/conflito-entre-marcas-e-nomes-de-dominio-na-internet
https://sinova.ufsc.br/propriedade-intelectual/patentes/#:~:text=N%C3%83O%20S%C3%83O%20PATENTE%C3%81VEIS&text=o%20que%20for%20contr%C3%A1rio%20%C3%A0,e%20os%20respectivos%20processos%20de
https://sinova.ufsc.br/propriedade-intelectual/patentes/#:~:text=N%C3%83O%20S%C3%83O%20PATENTE%C3%81VEIS&text=o%20que%20for%20contr%C3%A1rio%20%C3%A0,e%20os%20respectivos%20processos%20de
https://sinova.ufsc.br/propriedade-intelectual/patentes/#:~:text=N%C3%83O%20S%C3%83O%20PATENTE%C3%81VEIS&text=o%20que%20for%20contr%C3%A1rio%20%C3%A0,e%20os%20respectivos%20processos%20de
Disciplina
Direito Cibernético
Teremos a oportunidade de analisar os principais conceitos do direito autoral e sua consequente
responsabilidade civil e criminal por práticas que possam caracterizar a violação do direito
autoral. Tal dinâmica deve ser integralmente aplicada ao ambiente cibernético da mesma
maneira que é aplicada ao ambiente físico.
Olharemos também os desa�os que são gerados a partir dos conceitos de NFTs, Metaverso,
Inteligência Arti�cial (IA) e Aprendizado de Máquina (Machine Learning). 
Existe um limite legal que deva ser observado?
Temos proteção autoral nos ambientes cibernéticos?
Direito Autoral - introdução e conceitos gerais. Natureza Jurídica.
Dando sequência à análise da propriedade intelectual, estudaremos o direito autoral, parte
extremamente importante do gênero propriedade intelectual. 
Quando pensamos em uma música, uma composição, um texto, uma palestra, um software (sim,
um software), uma obra arquitetônica, uma obra de arte etc., estamos tratando do direito autoral
em essência. 
O direito autoral protegerá sua criação e autoria, como também sua publicação, transmissão ou
emissão, retransmissão, distribuição, comunicação e/ou reprodução ao público e reprodução. 
A principal legislação no Brasil para a proteção do direito autoral é a Lei nº 9.610/1998.
Neste período (1998), a internet em escala comercial no Brasil vinha sendo usada há apenas dois
anos, e não foi considerada plenamente, tampouco quanto à sua potência.
Mas isso não impediu sua plena aplicação. O legislador da época foi muito sábio, especialmente
considerando que a internet já era uma realidade em outras nações.
Em que medida o legislador foi muito sábio? 
Disciplina
Direito Cibernético
No sentido de incluir no caput do artigo 7º da Lei nº 9.610/98 que a proteção autoral ao
desenvolvimento intelectual seria realizada independentemente do meio de veiculação e do
suporte físico, ou, ainda, independentemente de ser um suporte e/ou meio de divulgação tangível
ou intangível. 
Lembrando que para compreender o conceito de bens tangíveis ou intangíveis deve-se buscar a
parte geral do Código Civil e suas respectivas de�nições.
Não será objeto de proteção autoral simples ideias, procedimentos, sistemas, métodos, projetos,
conceitos matemáticos, esquemas, jogos ou negócios, formulários, informações de uso comum
da população etc. 
O rol completo do que não é protegido pelo direito autoral foi descrito no artigo 8º da Lei
9.610/1998.
Ou seja, se você pensar em um jogo de tabuleiro (como o “Banco Imobiliário”), quantos jogos
semelhantes e com objetivos muito parecidos existem no mercado? Certamente chegará a um
número bem considerável. O jogo em si não tem proteção autoral. O que terá proteção é o nome
do jogo, o manual do jogo, que poderá ser registrado como obra literária, a imagem do tabuleiro,
a imagem da caixa etc. Mas o jogo não terá proteção. 
Situação semelhante é veri�cada em software ou jogos eletrônicos. Quantos softwares são
parecidos e executam atividades muito parecidas? Softwares de controle de prazos processuais,
softwares de gestão, softwares de planilha de cálculos etc. 
Então o que é protegido? 
A principal referência está no rol do artigo 7º da Lei nº 9.610/1998. 
Art. 7º São obras intelectuais protegidas as criações do espírito, expressas por
qualquer meio ou �xadas em qualquer suporte, tangível ou intangível, conhecido ou
que se invente no futuro, tais como:
I - os textos de obras literárias, artísticas ou cientí�cas;
II - as conferências,alocuções, sermões e outras obras da mesma natureza;
III - as obras dramáticas e dramático-musicais;
IV - as obras coreográ�cas e pantomímicas, cuja execução cênica se �xe por escrito
ou por outra qualquer forma;
V - as composições musicais, tenham ou não letra;
VI - as obras audiovisuais, sonorizadas ou não, inclusive as cinematográ�cas;
VII - as obras fotográ�cas e as produzidas por qualquer processo análogo ao da
fotogra�a;
VIII - as obras de desenho, pintura, gravura, escultura, litogra�a e arte cinética;
IX - as ilustrações, cartas geográ�cas e outras obras da mesma natureza;
X - os projetos, esboços e obras plásticas concernentes à geogra�a, engenharia,
topogra�a, arquitetura, paisagismo, cenogra�a e ciência;
XI - as adaptações, traduções e outras transformações de obras originais,
apresentadas como criação intelectual nova;
XII - os programas de computador;
XIII - as coletâneas ou compilações, antologias, enciclopédias, dicionários, bases de
dados e outras obras, que, por sua seleção, organização ou disposição de seu
conteúdo, constituam uma criação intelectual. (BRASIL, 1998, [s. p.]
Disciplina
Direito Cibernético
Portanto, “Direitos autorais são os direitos que todo criador de uma obra intelectual tem sobre a
sua criação. Esse direito é exclusivo do autor, de acordo com o artigo 5º, XXVII, da Constituição
Federal.” (SEBRAE, 2022, [s. p.])
Direito Autoral – obras protegidas, registro, transferência, crimes e domínio
público
O direito autoral poderá ser concedido à pessoa natural ou à pessoa jurídica, conforme o caso. 
Para a sua garantia, é fundamental que o autor seja identi�cado pelo “nome civil, completo ou
abreviado até por suas iniciais, de pseudônimo ou qualquer outro sinal convencional”, de acordo
com o art. 12 da Lei nº 9.610 BRASIL, 1998, [s. p.]).
Nos termos da lei de direitos autorais, a proteção aos direitos intelectuais não dependerá de
registro (artigo 18, Lei nº 9.610/1998), devendo, todavia, ser uma obra identi�cável com os dados
de autoria (Art. 12 e 13, Lei nº 9.610/1998).
Os direitos intelectuais devem ser considerados sob a ótica de direitos comerciais e sob a ótica
de direitos morais. Os direitos morais de propriedade intelectual são intransferíveis e
irrenunciáveis, conforma consta no art. 27 da referida lei.
Já os direitos comerciais podem ter duas classi�cações: direitos totais e direitos parciais. Pelos
direitos totais signi�ca o autor transfere integralmente a titularidade e os direitos de exploração
comercial da obra. Já pelos direitos parciais, o titular está transferindo apenas o direito de uso,
podendo ser exclusivo ou não exclusivo. 
No entanto, mesmo não sendo obrigatório para a comprovação da autoria, há pelo menos duas
hipóteses em que o registro deve ser observado. A primeira é em relação a efeitos para terceiros
em caso de transações e relações jurídicas com terceiros. A segunda hipótese de registro
Disciplina
Direito Cibernético
recomendado se dá na transferência de tecnologia. Para a regular transação comercial (negócio
jurídico), inclusive para efeitos �scais e tributários, é recomendado que a obra esteja
devidamente registrada.
Os direitos patrimoniais de uma obra literária terão proteção de 70 (setenta) anos a contar de 1º
de janeiro do ano subsequente ao óbito do autor, no caso de pessoa natural, e no caso de pessoa
jurídica ou de pessoa anônima, o prazo será contato a partir de 1º de janeiro do ano subsequente
ao da divulgação.
A transferência dos direitos do autor poderá ser realizada por causa mortis e por sucessão, nas
hipóteses e forma legal, bem como por atos entre vivos por meio de negócios jurídicos
contratuais. Se a transferência da propriedade autoral for total (cessão de todos os direitos
comerciais conforme visto), o contrato deverá ser �rmado por escrito, obrigatoriamente.
Presume-se, nesta hipótese, que a cessão total é realizada de forma onerosa. 
Para a violação dos direitos de autor, quem praticar a infração estará sujeito a sanções civis e
penais. As sanções civis vão desde a busca e apreensão de exemplares e condenações de até
três mil vezes o valor da obra que foi comercializada irregularmente, segundo artigo 103 da Lei
nº 9.610/1998.
Além da pena civil, há uma sanção penal na seguinte forma nos termos do Código Penal:
Art. 184. Violar direitos de autor e os que lhe são conexos:
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou multa.
 § 1º Se a violação consistir em reprodução total ou parcial, com intuito de lucro
direto ou indireto, por qualquer meio ou processo, de obra intelectual, interpretação,
execução ou fonograma, sem autorização expressa do autor, do artista intérprete ou
executante, do produtor, conforme o caso, ou de quem os represente:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
 § 2º Na mesma pena do § 1o incorre quem, com o intuito de lucro direto ou indireto,
distribui, vende, expõe à venda, aluga, introduz no País, adquire, oculta, tem em
depósito, original ou cópia de obra intelectual ou fonograma reproduzido com
violação do direito de autor, do direito de artista intérprete ou executante ou do direito
do produtor de fonograma, ou, ainda, aluga original ou cópia de obra intelectual ou
fonograma, sem a expressa autorização dos titulares dos direitos ou de quem os
represente.
 § 3º Se a violação consistir no oferecimento ao público, mediante cabo, �bra ótica,
satélite, ondas ou qualquer outro sistema que permita ao usuário realizar a seleção
da obra ou produção para recebê-la em um tempo e lugar previamente determinados
por quem formula a demanda, com intuito de lucro, direto ou indireto, sem
autorização expressa, conforme o caso, do autor, do artista intérprete ou executante,
do produtor de fonograma, ou de quem os represente:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
 § 4º O disposto nos §§ 1o, 2o e 3o não se aplica quando se tratar de exceção ou
limitação ao direito de autor ou os que lhe são conexos, em conformidade com o
previsto na Lei nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998, nem a cópia de obra intelectual
ou fonograma, em um só exemplar, para uso privado do copista, sem intuito de lucro
direto ou indireto.
(CÓDIGO PENAL, Decreto-Lei nº 2.848 de 7 de dezembro de 1940, art. 184)
Disciplina
Direito Cibernético
Era digital: responsabilidade civil pela violação de direitos autorais na internet
Conforme visto nos dois primeiros blocos desta aula, a principal legislação no Brasil para a
proteção do direito autoral é a Lei nº 9.610/1998. 
Em 1998 não havia o conceito de streaming, tampouco de plataformas lícitas para a divulgação
de música, �lmes, livros e outras mídias. Existiram algumas iniciativas de distribuição de
músicas, livros e �lmes de forma ilícita. Não trataremos delas. 
No �m do século XX, a maioria das pessoas ainda achava que internet era algo para os jovens
e/ou apenas para brincadeiras. 
Poucas pessoas tinham a capacidade de identi�car em um horizonte mais distante o grande
potencial da internet e como o mundo seria completamente revolucionado por esta tecnologia.
Hoje em dia, no �nal do primeiro quarto do século XXI, é absolutamente impensável realizar
qualquer coisa sem internet. 
No seriado da Net�ix Stranger Things – que se passa nos anos 1980 –, na temporada 4 um
personagem pergunta: “O que é internet? ”, e a resposta é: “Não é nada que você deva se
preocupar agora, ela só irá mudar o mundo como a gente conhece! ”
Realmente, tal como todas as áreas do direito, dos negócios e da vida em sociedade, o direito
autoral sofreu um grande impacto com a internet. 
Monitorar a reprodução ilícita de livros e textos era razoavelmente simples no século XX. Bastava
�scalizar �sicamente as empresas de reprogra�a, usualmente conhecidas como copiadoras.
Sabidamente os principais polos de copiadoras �cavam próximos de faculdades, escolas e
centros de ensino. 
Hoje, as cópias ilícitas por meio de fotogra�as e/ou PDFs circulam diretamente pela internet.
Estão disponibilizadas em drives e com localização no exterior em múltiplas plataformas. É
correto a�rmar queo combate às cópias ilícitas se tornou uma tarefa complexa.
Disciplina
Direito Cibernético
A �scalização da violação dos direitos autorais é um desa�o muito grande. No entanto, o rápido
avanço tecnológico tem permitido que os grandes provedores de internet façam essa
�scalização por centrais de combate à pirataria com técnicos especializados, além do uso de
inteligência arti�cial. Da mesma forma que a tecnologia é um desa�o, também proporciona a
solução.
No entanto, um desa�o maior se dá com o uso de plataformas descentralizadas como a
blockchain, além do uso de tecnologias como NFTs (já analisadas em aulas passadas), e ainda
com a criação de obras por meio da inteligência arti�cial.
Entendemos que as tecnologias de blockchain e NFTs mais ajudam na proteção de direitos
autorais do que atrapalham. Como vimos nos dois primeiros blocos, a proteção da propriedade
intelectual independe de registro. No entanto, deve ser comprovada a autoria e a anterioridade.
Tanto a tecnologia da blockchain e outras tecnologias distribuídas, como a tecnologia NFTs, tem
justamente este objetivo: criar registros imutáveis e certi�cados. Portanto, a proteção autoral só
tem a ganhar com a sua aplicação.
Por sim, a inteligência arti�cial é um verdadeiro desa�o. Em alguns casos reais, a questão é
entender a quem pertence o direito autoral. 
Ao software? Pouco provável, já que não é uma pessoa, ainda não detém capacidade,
legitimidade nem reconhecimento de direito de personalidade. 
Ao desenvolvedor do software? Bem provável, já que foi ele o responsável pela criação dos
algoritmos e códigos de programação. 
Ao proprietário do hardware e do software (quando estivermos falando de robôs)? Também
é bem provável, pelos mesmos motivos.
Videoaula: Direito Autoral na era Digital
Este conteúdo é um vídeo!
Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo
computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo
para assistir mesmo sem conexão à internet.
Caro estudante, nesta aula você compreenderá mais o sistema de proteção da propriedade
autoral, o que é passível de proteção autoral e o que não é.
Também veri�caremos as hipóteses em que a proteção autoral dependerá de registro, e a
consequência da violação da propriedade autoral, seja sob enfoque civil ou penal. 
Para efeitos �scais e tributários, bem como para os efeitos de transferência da propriedade, a
existência de registro também trará consequências. 
Finalmente, veremos os desa�os ao direito cibernético quanto ao tema da propriedade autoral.
Vamos lá?
Disciplina
Direito Cibernético
Saiba mais
Embora as normas que tratam da violação de propriedade intelectual datem do início da internet
em escala comercial no Brasil, você teve a oportunidade de veri�car que nosso sistema legal
atende à maioria das situações de violação de tais direitos, alterando-se apenas o ambiente, para
o cibernético. 
Nesse sentido, para �xar o aprendizado e aprofundar seus conhecimentos, recomendamos a
leitura do artigo “Violações dos sinais e obras na internet”, de autoria de Paulo Brancher,
publicado na Revista de Direito Bancário e do Mercado de Capitais (v. 65, p. 31-34, jul.-set. 2014,
DTR\2014\15163) que disponível na base eletrônica da Revista dos Tribunais Online.
No artigo, o professor Paulo Brancher enfrenta as principais circunstâncias de violação aos
direitos autorais na internet e a sua respectiva proteção legal. 
Indicamos o vídeo “Inteligência Arti�cial no Museu”. A aplicação da inteligência arti�cial na
Pinacoteca do Estado de São Paulo/SP cria uma experiência única na visitação de um museu.
Porém, a mesma tecnologia é capaz de coletar as informações que tratam dos seus artistas, das
obras e das técnicas aplicadas e criar uma obra nova por meio do cruzamento das informações.
Neste caso, re�ita: a quem pertencerá a obra criada pela inteligência arti�cial? Como você criaria
uma legislação para tal iniciativa tecnológica?
Referências
https://www.youtube.com/watch?v=WIvMS5IH5RU
Disciplina
Direito Cibernético
BRASIL. Lei nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998. Altera, atualiza e consolida a legislação sobre
direitos autorais e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da República, 1998. Disponível
em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9610.htm. Acesso em: 22 nov. 2022.
INTELIGÊNCIA arti�cial no museu. [S. l.], 4 abr. 2017. 1 vídeo (7 min. 5 seg.). Publicado pelo canal
Mauro Segura. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=WIvMS5IH5RU. Acesso em: 22
nov. 2022.
SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS (SEBRAE). O que são
direitos autoriais? Sebrae, 16 set. 2022. Disponível em:
https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/o-que-sao-direitos-
autorais,9acecdbc74834410VgnVCM1000003b74010aRCRD. Acesso em: 22 nov. 2022.
Aula 4
A proteção de Softwares
Introdução da aula
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9610.htm
https://www.youtube.com/watch?v=WIvMS5IH5RU
https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/o-que-sao-direitos-autorais,9acecdbc74834410VgnVCM1000003b74010aRCRD
https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/o-que-sao-direitos-autorais,9acecdbc74834410VgnVCM1000003b74010aRCRD
Disciplina
Direito Cibernético
Caro estudante,
Nesta aula vamos estudar uma das áreas mais antigas do direito cibernético, que trata da
proteção dos direitos sobre os softwares (programas de computador). Como a proteção do
desenvolvimento de hardwares – que serão protegidos por patentes e invenções –, o software
tem uma proteção de propriedade intelectual. 
Originalmente, quando trabalhávamos com a temática do software, sua distribuição e
comercialização era realizada em conjunto com o hardware, daí a expressão “software
embarcado”, uma vez que no início do desenvolvimento dos computadores e da programação
não havia meios de armazenar arquivos magnéticos, pois esta não era uma necessidade da
sociedade. 
Com o desenvolvimento tecnológico foram criados meios de armazenamento dos arquivos
magnéticos e eletrônicos, permitindo a livre circulação e distribuição independente do hardware
(computador). 
Atualmente, a circulação e distribuição é predominantemente realizada por meio de download da
internet e/ou de acessos remotos a arquivos e softwares armazenados na nuvem (cloud), ou
seja, em data centers remotos e de acesso pela internet. 
Vamos lá!
Conceitos introdutórios sobre softwares e sua tipi�cação. Legislação
aplicável.
Disciplina
Direito Cibernético
Até o início da década de 1990 o Brasil seguia uma política de informática derivada da época em
que o país era muito fechado ao compartilhamento e/ou adoção de tecnologias vindas do
exterior. 
A partir da redemocratização e após a Constituição Federal de 1988, foram realizadas diversas
iniciativas de reabertura do país para o compartilhamento e/ou adoção de outras tecnologias.
Entre estas medidas, em 1998 foram editadas na sequência a lei de proteção autoral (Lei nº
9.610/98), já analisada, e a Lei do Software (ou programa de computador na expressão da lei), a
Lei nº 9.609/98. Ambas as leis são de 19 de fevereiro de 1998.
A intenção de editar os temas de direitos autorais e proteção ao software em leis separadas,
porém conexas e complementares, foi justamente a sabedoria de que a lei do software poderia
sofrer constantes atualizações. O fato é que até outubro de 2022 a referida lei não sofreu
qualquer alteração, com exceção da referência aos artigos do Código de Processo Civil com a
atualização ao novo CPC/2015.
Tal como as obras de propriedade autoral, o software igualmente não dependerá de registro para
a preservação e proteção da autoria e respectiva proteção legal. 
O seu registro será obrigatório, nas situações que caracterizem a transferência de tecnologia, ou,
ainda, quando estivermos diante de um contrato de distribuição e representação de um software
estrangeiro. Nesta segunda hipótese, o registro é necessário para efeitos de remessa regular de
capitais para outros países, além dos respectivos efeitos �scais e tributários. 
Algumasempresas, por cautela, optaram por registrar o software como meio de alcançar maior
proteção legal. Consideramos importante o registro do software em operações que envolvam o
chamado M&A, ou seja, operação de transformação societária por incorporação, fusão ou cisão.
Nessas hipóteses haverá maior segurança jurídica do negócio jurídico praticado. 
Onde registrar um software? 
Embora um software seja tratado como propriedade autoral, o seu registro será
excepcionalmente realizado no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), conforme
Disciplina
Direito Cibernético
prevê o Decreto nº 2.556/1998. As demais obras autorais serão preferencialmente registradas na
Biblioteca Nacional ou mesmo nos cartórios de registro de títulos e documentos. 
O objetivo de registro no INPI se deve ao fato de que a instituição já trata das hipóteses de
transferência de tecnologia, além possibilitar preservar a con�dencialidade e integridade do
software. 
O que será levado a registro no INPI?
No INPI, o autor (pessoa natural ou jurídica) deverá registrar o código fonte (códigos de
programação) do software e demais desenhos e estruturas. Deve-se aplicar o disposto no
parágrafo 1º do artigo 3º em conjunto com o artigo 11 da Lei nº 9.609 (BRASIL, 1998, [s. p.]), cuja
redação é a seguinte: 
Art. 11. Nos casos de transferência de tecnologia de programa de computador, o
Instituto Nacional da Propriedade Industrial fará o registro dos respectivos contratos,
para que produzam efeitos em relação a terceiros.
Parágrafo único. Para o registro de que trata este artigo, é obrigatória a entrega, por
parte do fornecedor ao receptor de tecnologia, da documentação completa, em
especial do código-fonte comentado, memorial descritivo, especi�cações funcionais
internas, diagramas, �uxogramas e outros dados técnicos necessários à absorção da
tecnologia.
Proteção equiparada a propriedade autoral e violações de direitos autorais
sobre o software
O Artigo 1º da Lei nº 9.609/1998 dispõe o que segue: 
Disciplina
Direito Cibernético
Programa de computador é a expressão de um conjunto organizado de instruções em
linguagem natural ou codi�cada, contida em suporte físico de qualquer natureza, de
emprego necessário em máquinas automáticas de tratamento da informação,
dispositivos, instrumentos ou equipamentos periféricos, baseados em técnica digital
ou análoga, para fazê-los funcionar de modo e para �ns determinados. (BRASIL, 1998,
[s. p.])
Obviamente a expressão “contida em suporte físico de qualquer natureza” se refere a um período
em que a internet ainda estava em estágio inicial no Brasil e o conceito de serviços em nuvem ou
de drives em nuvem (na internet) ainda não existia. O fato de não serem “contidos” em suporte
físico não modi�ca a natureza do software. 
Essa de�nição apontada pela lei nos remete ao início dos primeiros computadores, que foram
criados durante a Segunda Guerra Mundial, inicialmente com objetivos bélicos-militares em
busca de derrotar o movimento nazista. Neste sentido é o que veri�camos muito bem retratado
no �lme O Jogo da Imitação. 
O software é equiparado à obra literária para todos os efeitos legais, e por este motivo devemos
aplicar a Lei de Propriedade Autoral (9.610/1998) em conjunto com a Lei do Software
(9.609/1998).
Curiosamente a lei protege a propriedade autora de um software por 50 anos. Em 50 anos toda a
tecnologia já sofreu profundas alterações, assim entendemos que não haveria a necessidade de
um prazo tão longo. 
A regra geral é que a propriedade autoral do software pertencerá exclusivamente ao empregador,
contratante do serviço ou ao órgão público em que trabalhe o servidor público ou contrato para o
desenvolvimento do software (artigo 4º da Lei nº 9.609/1998). Presume-se que a remuneração
mensal (salário) seja a retribuição total pelo seu trabalho e forma de remunerar o trabalho autoral
em desenvolvimento. Conforme autonomia privada das partes, pode ser estabelecido em
contrato escrito em que a propriedade autoral pertencerá ao desenvolvedor, ou seja, ao
contratado, ao empregado ou ao servidor público. Mas esta regra é a exceção. 
O autor do software deterá os direitos de exploração comercial sobre o software, podendo
licenciar seu uso, distribuição e comercialização, bem como as situações de transferência de
tecnologia, isto é, a cessão total dos direitos sobre o software. 
O contrato que licencia o software é um contrato típico e nomeado, devendo ser tratado como
contrato de licença. 
As penalidades por infração a propriedade autoral do software estão previstas entre os artigos
12 a 14 da Lei nº 9.609/1998, destacando-se:
Detenção de seis meses a dois anos ou multa, na hipótese de violação de direitos autorais
do software para reprodução de uso pessoal (pessoa jurídica ou natural) sem expressa
autorização.
Reclusão de um a quatro anos e multa, na hipótese de violação de direitos autorais do
software com objetivo de comercialização para terceiros (pessoa jurídica ou natural) sem
expressa autorização. 
Para a apuração de violação dos direitos autorais, o autor ou seu representante poderá valer-se
de medidas de proteção de tutela antecipada e medidas especiais como a vistoria. Estas
hipóteses tramitam em segredo de justiça. 
Disciplina
Direito Cibernético
Além das sanções penais, os autores do ilícito serão responsabilizados civilmente a pagar pelas
cópias irregulares e multa indenizatória. A multa indenizatória poderá chegar a três mil vezes o
valor comercial do software em caso de não se conhecer o exato número de cópias
comercializadas ilicitamente.
Formas de contratação como serviço (SaaS, PaaS e IaaS)
Inicialmente os softwares eram comercializados em conjunto com o seu respectivo suporte
físico, no caso, o próprio computador, pois não havia meios de gravar magneticamente ou
eletronicamente o código fonte em outro suporte físico que não fosse o próprio computador. 
O estágio seguinte foi a circulação do software por meio de cartões perfurados (cartões de
papel), posteriormente �tas magnéticas, disquetes e periféricos eletrônicos como pendrives,
unidades SSD, �ta DAT etc., muitos dos quais utilizados até hoje (2022). 
Com o avanço da internet e dos serviços de servidores em nuvem (cloud), tornou-se possível
pensar no armazenamento de softwares em servidores remotos dispostos em outras localidades
e acessíveis pela internet. São os chamados cloud solutions (soluções em nuvem). 
Como re�exo desta inovação tecnológica e de prática de negócios, as soluções vinculadas à
tecnologia passaram a ser oferecidas como serviços ou como assinaturas. 
Assim surgiram as expressões SaaS, PaaS e IaaS.
SaaS – Software as a Service – software como serviço.
PaaS – Plataform as a Service – plataforma como serviço.
IaaS – Infrastructure as a Service – infraestrutura como serviço.
Disciplina
Direito Cibernético
Por meio destes avanços tecnológicos e da forma de comercialização, o software passou a ser
distribuído como um serviço. A empresa e/ou pessoa natural usuária não adquire um software,
mas contrata uma série de serviços que normalmente são compostos pelo software em si,
serviços de manutenção e evolução tecnológica do software e o próprio serviço de
disponibilidade e armazenamento do software e da estrutura de dados. 
Esta forma de negociação é o que se veri�ca nas assinaturas de plataformas como Google,
Microsoft, HP e IBM.
Já a PaaS, diferentemente do SaaS, que disponibiliza um software e respectivos serviços
agregados, disponibiliza ao contratante uma plataforma completa de soluções de hardware,
software e infraestrutura, além dos serviços de manutenção, suporte e evolução tecnológica. O
PaaS também pode envolver a disponibilidade de uma plataforma na internet que serve de
modelo padrão de uma plataforma de e-commerce (comércio eletrônico), agregando o site,
serviços, meios de pagamento e outras necessidades de cada segmento de atuação.
Por �m, com a IaaS o contratante tem acesso a toda uma infraestrutura de tecnologia, ou seja,
não compra mais os computadores, servidores e demaishardwares, mas contrata um serviço
completo de disponibilidade de hardwares e de automação do processo de manutenção,
evolução tecnológica e tudo o mais que seja necessário. O serviço gerencia os softwares de uso
corrente da empresa ou da pessoa, as aplicações e demais ferramentas usualmente necessárias
ao desenvolvimento de uma atividade empresarial.
Videoaula: A proteção de Softwares
Este conteúdo é um vídeo!
Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo
computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo
para assistir mesmo sem conexão à internet.
Caro estudante, nesta aula você compreenderá os conceitos e a evolução do software e os
motivos pelos quais o software é equiparado a uma obra literária, ou seja, protegido pelo direito
autoral, porém, com especi�cidades apresentadas pela Lei nº 9.609/1998.
Analisaremos os critérios e requisitos para o registro do software no INPI, bem como as
consequências penais e civil por violação do direito autoral.
Por �m, veremos os atuais meios de comercialização de um software e respectivos serviços
conexos. Tais formas são conhecidas pelas siglas SaaS, PaaS e IaaS, as quais caracterizam
software, plataforma e infraestrutura como um serviço. 
Aproveite!
Saiba mais
Disciplina
Direito Cibernético
Para você, que busca se aprofundar na temática do software, recomendamos a leitura do
capítulo 8.11, “Aspectos legais do software”, do livro Direito Digital, disponível na base eletrônica
da Minha Biblioteca.
PECK, P. Direito Digital. São Paulo: Saraiva, 2016. 
Também indicamos o estudo dos capítulos 6 a 10 do Direito de Informática, da Liliana M.
Paesani, igualmente disponível na base eletrônica da Minha Biblioteca. 
PAESANI, L. M. Direito de Informática: Comercialização e Desenvolvimento Internacional do
Software. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2015.
Referências
Disciplina
Direito Cibernético
BRASIL. Lei nº 9.609, de 19 de fevereiro de 1998. Dispõe sobre a proteção da propriedade
intelectual de programa de computador, sua comercialização no País, e dá outras providências.
Brasília/DF: Presidência da República, 1998. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9609.htm. Acesso em: 23 nov. 2022.
PAESANI, L. M. Direito de Informática: Comercialização e Desenvolvimento Internacional do
Software. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2015. E-book. ISBN 9788522498123.
PECK, P. Direito Digital. São Paulo: Saraiva, 2016. E-book. ISBN 9788502635647.
SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS (SEBRAE). O que são
direitos autoriais? Sebrae, 16 set. 2022. Disponível em:
https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/o-que-sao-direitos-
autorais,9acecdbc74834410VgnVCM1000003b74010aRCRD. Acesso em: 22 nov. 2022.
Aula 5
Resumo da unidade
Conhecer e analisar as questões sobre propriedade intelectual no Direito
Cibernético
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9609.htm
https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/o-que-sao-direitos-autorais,9acecdbc74834410VgnVCM1000003b74010aRCRD
https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/o-que-sao-direitos-autorais,9acecdbc74834410VgnVCM1000003b74010aRCRD
Disciplina
Direito Cibernético
Caro estudante,
Ao longo da Unidade 3 fomos direcionados às questões atinentes à propriedade intelectual e
suas especi�cidades em relação às marcas, patentes e ao direito autoral no ambiente do direito
cibernético. Para a conclusão da unidade, na aula 11, você estudou as questões relativas à
proteção da propriedade intelectual sobre o software e as novas modalidades de licenciamento
como um serviço, conhecido como SaaS – Software as a Service.
Sob a ótica da propriedade intelectual, vale relembrar que a ela é gênero do qual são espécies o
direito de marcas e patentes, ambos previsto na Lei de Propriedade Industrial (Lei nº
9.279/1996), além do direito autoral previsto na Lei nº 9.6010/1998 e a proteção ao software
(programas de computador) conforme previsto na Lei nº 9.609/1998. Estas duas últimas leis
foram editadas no mesmo dia, 19 de fevereiro de 1998, e são complementares. Ou seja, por
expressa previsão legal, o software será protegido como uma obra literária pelo direito do autor,
devendo as duas leis serem analisadas em conjunto. 
Por qual motivo o legislador teria tratado os dois temas (direito do autor e software) em duas
normas se elas são complementares e devem ser analisadas em conjunto? A resposta é
razoavelmente simples: o objetivo era tornar o sistema legal mais �exível às potenciais
alterações legislativas decorrentes dos avanços tecnológicos, especialmente em relação ao
software (Lei nº 9.609/1998). 
Tanto para o direito do autor como para marcas e patentes há a previsão legal de que a proteção
será derivada do esforço humano, sem qualquer referência ao ambiente em que será
desenvolvido. 
Assim, podemos considerar, conforme visto durante as aulas, que o desenvolvimento realizado
no ambiente virtual, inclusive no Metaverso, é passível de proteção e defesa da propriedade
intelectual, devendo ser veri�cadas a autoria e a anterioridade da marca, da patente e do direito
autoral, além de seu respectivo registro, quando a lei assim exigir. No ambiente da web 3.0 pelo
uso de blockchain e outras tecnologias similares torna mais fácil realizar a constatação da
Disciplina
Direito Cibernético
autoria e anterioridade, por causa da imutabilidade e da segurança da rede distribuída do padrão
blockchain. 
O desa�o surge com os desenvolvimentos realizados por meio de inteligência arti�cial e
aprendizagem de máquina, uma vez que o sistema legal nacional e internacional, em sua grande
maioria, ainda exige o desenvolvimento humano, de forma que o desenvolvimento por
inteligência arti�cial poderá ser considerado um direito sui generis pendente de regulação.
Por �m, conforme você estudou, o software não dependerá de registro para ser protegido, sendo
ele necessário apenas nas situações de transferência de tecnologia e distribuição no processo
de importação para regular remessa cambial ao exterior.
Videoaula: Resumo da unidade
Este conteúdo é um vídeo!
Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo
computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo
para assistir mesmo sem conexão à internet.
Caro estudante, seja muito bem-vindo ao vídeo-resumo da Unidade 3. 
Tivemos a oportunidade de estudar as questões atinentes à propriedade intelectual, a qual é
gênero, tendo como espécies o direito e a obrigação vinculados às marcas, patentes e ao direito
autoral. Nosso olhar é voltado ao ambiente do direito cibernético. 
Portanto, toda vez que nos referimos à propriedade intelectual, tenha em mente que esta é uma
área do direito em que estão inseridos os temas de direito autoral, marcas e patentes, além do
software.
Para a conclusão da unidade, você terá a oportunidade de estudar e analisar as questões
relativas à proteção da propriedade intelectual sobre o software e as novas modalidades de
licenciamento como um serviço, conhecido como SaaS – Software as a Service.
Estudo de caso
Disciplina
Direito Cibernético
Na Unidade 3 tratamos dos direitos vinculados à propriedade intelectual, marcas e patentes,
além do direito autoral e a proteção legal do software.
Seu cliente, XPTO_software, é uma empresa focada no desenvolvimento de software e soluções
tecnológicas fornecidas no formato SaaS. Ao tentar registrar sua marca como nome de domínio
na internet como “XPTO_software.com.br”, teve a resposta negativa pela autoridade responsável,
no caso, o Registro.Br, sob a alegação de que tal nome de domínio já estava registrado por uma
pessoa natural e que até a presente data (mais de cinco anos) não havia sido utilizado. 
Além disso, XPTO_software informou que pretende comprar (incorporar) uma startup que
desenvolveu uma solução em software muito especí�ca e que é do interesse do seu cliente
como forma de melhorar e ampliar a gama de serviços que pode oferecer ao mercado. 
Diante dessa situação, seu cliente, representante daXPTO_software, quer que você elabore e
fundamente um relatório indicando as medidas que devem ser tomadas pela XPTO_software
com o objetivo de recuperar o nome de domínio e de atuar com a melhor segurança jurídica na
aquisição da startup.
_______
Re�ita
Para a solução do caso apresentado, você deve:
Ter conhecimento da estrutura da propriedade intelectual e os seus impactos no direito
cibernético;
Ter conhecimento e saber analisar as situações de marcas, patentes e propriedade autoral,
além das regras básicas acerca do registro de nomes de domínio vinculados a uma marca
ou nome empresarial;
Ter conhecimento e saber analisar as situações legais vinculadas a proteção do software
no Brasil;
Acompanhar a jurisprudência pertinente com o tema da consulta.
Disciplina
Direito Cibernético
Videoaula: Resolução do estudo de caso
Este conteúdo é um vídeo!
Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo
computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo
para assistir mesmo sem conexão à internet.
Antes de analisarmos a resolução, faça uma lista das principais di�culdades que você encontrou
com o caso; pode ser com vocabulário, conceitos jurídicos prévios que você ainda não �xou;
além de conceitos e a aplicação do que vimos nesta unidade. 
Faça um mapa mental com os pontos de dúvidas e levante o que você precisa pesquisar para
chegar à resposta adequada. Elabore um mapa mental dos conceitos e aplicações de conceitos
que você já domina e conhece. 
Assim, você �xará o conteúdo que já foi absorvido, identi�cando os assuntos que precisa estudar
e revisar na Unidade 3, além de outros conhecimentos prévios necessários. 
Tendo estruturado as dúvidas e o conhecimento prévio, vamos lá!
Seu cliente está buscando a proteção da marca como registro de domínio na internet que foi
adquirido e registrado por terceiro sem relação com a marca e com a razão social empresarial do
seu cliente, XPTO_software. 
Além disso, para a expansão dos negócios, seu cliente visa adquirir (incorporar) uma startup que
desenvolveu uma solução em software que será útil para o negócio.
Para a primeira situação, com base na proteção à propriedade intelectual e ao direito marcário,
você poderá abrir uma solução de solução de con�ito diretamente no Registro.br, o qual deverá
solucionar a questão favoravelmente ao seu cliente. Caso a decisão não seja favorável, ou
estejam tomando tempo mais do que o suportável pelo seu cliente, é possível entrar com uma
medida judicial para tal �nalidade, com o expresso pedido de tutela antecipada. 
Já em relação à segunda parte, por ser uma transformação societária de incorporação, em tese
não haveria necessidade legal de registro do software para a preservação de direitos – uma vez
que seu cliente vai incorporar a startup, todos os passivos e ativos passam a pertencer ao
incorporador. No entanto, pela situação apresentada não é possível ter certeza de que a autoria
do software é realmente da startup. Diante da dúvida existente, deve-se pedir o respectivo
registro do software, para que no processo de incorporação os direitos sobre o software sejam
transferidos para a empresa que está incorporando. Tal medida visa elevar o nível de segurança
jurídica na operação.
Resumo visual
Disciplina
Direito Cibernético
Disciplina
Direito Cibernético
Figura 1 | Síntese dos conteúdos abordados durante os estudos
Referências
Disciplina
Direito Cibernético
BARBOSA, D. B. Uma introdução à propriedade intelectual, 2010. Disponível em:
https://www.lexml.gov.br/urn/urn:lex:br:rede.virtual.bibliotecas:livro:2003;000655798. Acesso
em: 29 nov. 2022.
,
Unidade 4
Do Direito Contratual Eletrônico às Relações Consumeristas
Aula 1
Direito contratual eletrônico
Introdução
https://www.lexml.gov.br/urn/urn:lex:br:rede.virtual.bibliotecas:livro:2003;000655798
Disciplina
Direito Cibernético
Este conteúdo é um vídeo!
Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo
computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo
para assistir mesmo sem conexão à internet.
Caro estudante,
Estamos iniciando nossa última unidade, desta vez com ênfase em direito contratual eletrônico,
soluções eletrônicas de con�itos, relações de consumo na sociedade da informação ou do
direito cibernético e uma breve introdução a alguns aspectos vinculados à relação entre o direito
penal e o direito cibernético.
Ao longo da aula você analisará os aspectos dos contratos eletrônicos, focando sua formação,
validade e e�cácia. Terá a oportunidade de retomar um assunto que já vimos em outros
momentos, a questão vinculada ao Legal Design e ao Visual Law e a sua importância para a
prática pro�ssional, especialmente quando estiver analisando as relações contratuais eletrônicas
e as relações de consumo no direito cibernético.
Você ainda terá a oportunidade de conhecer um pouco mais do conceito e aplicação de um
contrato inteligente, ou Smart Contract.
Vamos lá! 
Direito contratual eletrônico
Disciplina
Direito Cibernético
Você sabe o que é um contrato eletrônico? É um novo tipo contratual? É uma nova classi�cação?
Contrato eletrônico nada mais é do que uma forma de contratação. Todos os 20 tipos
contratuais que você estuda no Código Civil, além dos demais contratos típicos na legislação
extravagante e os contratos atípicos, em regra, podem ser �rmados em meio físico ou
eletrônico. 
Contratos de compra e venda, de prestação de serviços e de leasing, entre outros, não sofreram
mudança em sua classi�cação e natureza jurídica pelo simples fato de serem �rmados no meio
eletrônico. 
Com a Teoria Geral dos Contratos sabemos que o Brasil adotou como forma padrão de
contratação a forma livre. Ou seja, os contratos podem ser �rmados em meio físico (papel), em
meio eletrônico, verbalmente etc. O que diferencia uma forma da outra é sua força probante. O
Disciplina
Direito Cibernético
contrato somente deverá seguir forma expressa quando a lei determinar ou quando as partes
assim de�nirem (artigos 108 e 109 do Código Civil).
Propusemos um conceito próprio aos contratos eletrônicos, como segue: 
[…] o contrato eletrônico deve ser conceituado como o negócio jurídico contratual
realizado pela manifestação de vontade, das posições jurídicas ativa e passiva,
expressada por meio (= forma) eletrônico no momento de sua formação. Portanto, a
manifestação de vontade por meio eletrônico sobrepõe a sua instrumentalização, de
maneira que não é uma nova categoria contratual, mas sim, forma de contratação por
manifestação da vontade expressada pelo meio eletrônico. (REBOUÇAS, 2018, p. 28)
Assim, contrato eletrônico é uma forma de contratação que utiliza ferramentas eletrônicas para
sua formação, validade e e�cácia. 
Os contratos eletrônicos são divididos em quatro categorias: (i) interpessoais; (ii) interativos; (iii)
intersistêmicos; e, (iv) Smart Contracts.
Os contratos interpessoais, como o nome já indica, são contratos �rmados entre duas ou mais
pessoas diretamente, utilizando uma ferramenta eletrônica como meio de contratação, como
ocorre com os contratos �rmados por e-mail ou pelas mensagerias eletrônicas do tipo
WhatsApp, Messenger, Signal e similares. 
Contratos interativos são formados pela interatividade de uma pessoa com um software ou um
computador/máquina. É o que ocorre com a contratação por um portal de e-commerce ou ainda
com uma vending machine (máquinas de vendas automatizadas para diversos produtos, como
bebidas, comidas, livros e �ores).
Já os contratos intersistêmicos são relações jurídicas �rmadas entre pessoas, porém
automatizadas; sua execução é automatizada e programada em linguagem de computador para
ser realizada toda vez que determinado evento ocorrer. É o exemplo da situação de reposição de
estoques em redes de distribuição. Toda vez que o estoque atinge determinado nível, é enviada
uma ordem automática e sistêmica para o produtor, realizando uma operação de compra e venda
para a reposição do estoque. Com a entrada do produto no estoque, é liberado o pagamentoao
produtor. Tudo se dá de forma automatizada e sem intervenção humana. 
Finalmente, os Smart Contracts são contratos mistos na sua forma, isto é, entendemos que tal
modalidade de contratação pode ser denominada como de característica mista entre os
contratos intersistêmicos e os contratos interativos (REBOUÇAS, 2018).
Contratação Eletrônica e Smart Contracts
Disciplina
Direito Cibernético
Você sabe o que é um Smart Contract, ou contrato inteligente?
Conforme você viu no primeiro bloco, os contratos eletrônicos são divididos em quatro
categorias: (i) interpessoais; (ii) interativos; (iii) intersistêmicos; (iv) Smart Contracts.
Neste bloco você entenderá mais especi�camente o conceito de Smart Contracts que muito tem
sido debatido no direito cibernético e no mundo, especialmente a partir das redes distribuídas, tal
como se dá com a rede blockchain. De acordo com Rebouças (2018),
Os Smart Contracts são caracterizados por uma prévia programação de dados,
atualmente utilizando linguagens de programação que possam garantir a
inviolabilidade por um sistema de criptogra�a e veri�cação pública, tal como se dá
com o Blockchain […]. (REBOUÇAS, 2018, [s. p.])
Correia (2017) de�ne essa modalidade de contrato da seguinte maneira:
[…] tecnologia descentralizada de registro de dados […] atualmente considerada com
uma das tecnologias mais promissoras no sector �nanceiro, sendo habitualmente
sublinhada a possibilidade de viabilizar alterações muito consideráveis nas
estruturas, métodos operacionais e até modelos de negócio existentes. (CORREIA,
2017, p. 69)
Embora o contrato inteligente – Smart Contract – ganhe maior relevância em redes distribuídas,
o fato é que, pelo seu conceito e no nosso entendimento, para a sua caracterização, basta que se
tenha um contrato ou parte dele, como se dá com as cláusulas de garantia obrigacional, para que
seja convertido em linguagem de programação universal (linguagem de máquina) e passe a ser
Disciplina
Direito Cibernético
autoexecutável sem a intervenção humana. Assim é possível termos um Smart Contract em
qualquer linguagem de programação e em qualquer plataforma. 
Por qual motivo o Smart Contract ganha maior relevância com a rede distribuída?
Sem dúvida as redes distribuídas no padrão blockchain e seus equivalentes representam uma
evolução para a aplicação dos Smart Contracts, uma vez que nestas redes é possível contar com
a segurança fática e jurídica de imutabilidade dos registros de transações comerciais e relações
jurídicas, além da certi�cação garantida pela rede. Somado a este fator que já é extremamente
relevante, as redes distribuídas permitem a utilização de meios de pagamentos diversos, muito
além do dinheiro tradicionalmente conhecido. 
Em uma rede distribuída, as transações comerciais e negócios jurídicos poderão ter o
pagamento feito por meio de criptomoedas, NFTs e diversas outras formas de monetização de
bens e direitos materiais ou imateriais, ou, ainda, com bens e direitos materiais e imateriais do
universo físico ou do universo digital (FiGital).
A única certeza que temos é que o presente tema deverá sempre ser atualizado e
estará em contínua e ininterrupta evolução. Conforme sustentam os estudiosos de
tecnologia, a civilização ainda não consegue identi�car todas as novidades que serão
vivenciadas nos próximos anos, chegando a realizar a seguinte comparação: a atual
Revolução Tecnológica vivenciada neste início do século XXI, pode ser comparada
com a primeira fase da Revolução Industrial e suas máquinas à vapor d´água. Ainda
estamos por ver o futuro que nos aguarda, tal como representou os avanços obtidos
com a chegada da energia elétrica durante a Revolução Industrial. Ainda temos muito
para vivenciar e ser surpreendido com a Revolução Tecnológica. (REBOUÇAS, 2018)
A importância do Legal Design e Visual Law às relações contratuais
eletrônicas
Disciplina
Direito Cibernético
Você sabe o que são Legal Design e Visual Law?
Legal Design e Visual Law são técnicas utilizadas para melhorar a experiência do usuário com os
serviços jurídicos, com ênfase na experiência do usuário, afastando os jargões da área e
simpli�cando a linguagem, porém, sem abrir mão da técnica jurídica. 
O Legal Design é gênero do qual o Visual Law é espécie. 
Pelo Legal Design deve-se analisar toda a jornada do destinatário do futuro documento jurídico.
Ou seja, pela empatia com o destinatário �nal, entende-se toda a jornada e como esta jornada
por ser aperfeiçoada para a melhor compreensão do documento jurídico, seja um contrato, uma
correspondência, uma opinião legal, um parecer ou peças de um processo. 
Podem ser utilizadas, no Legal Design, as mais diversas técnicas, como design thinking, ciência
de dados e jurimetria, entre outras. 
Já o Visual Law tem por foco a melhor compreensão do documento �nal (petição, contrato,
procuração etc.). Podem ser utilizadas técnicas que vão desde um texto mais claro e direto, até a
utilização de imagens, grá�cos, desenhos, elementos de design e estética, com o propósito de
simpli�car a comunicação e elevar a possibilidade de que o documento seja lido e entendido por
seus destinatários. 
Qual é a relação entre Legal Design, Visual Law e contratação por meio eletrônico? 
Quando pensamos em um contrato eletrônico, a maioria dos pro�ssionais do direito
simplesmente faz uma transposição do documento físico para o documento eletrônico, e segue
elaborando documentos formatados em blocos de texto. 
O meio eletrônico viabiliza a utilização de inúmeros recursos e elementos estéticos, áudio e
visuais. É possível trabalharmos mais facilmente com cores, elementos de design e mesmo com
Disciplina
Direito Cibernético
vídeos. 
O pro�ssional do direito deve utilizar tais soluções tecnológicas com parcimônia e bom senso,
com o propósito de melhorar o processo comunicacional. 
No entanto, sempre que possível, é recomendado que o trabalho �nal seja realizado em conjunto
com um especialista em design. 
Igualmente importante é iniciar a utilização de qualquer trabalho de Visual Law com a clara e
precisa compreensão do motivo. Deve-se perguntar o que se deseja comunicar e para qual
objetivo. Não se utiliza do Visual Law só por modismo ou por estética. A estética, neste caso,
não é uma razão em si mesma; o objetivo é a melhoria do processo comunicacional. 
Se estamos utilizando uma plataforma eletrônica para a celebração de contratos igualmente
eletrônicos, é possível se valer da tecnologia em nosso favor e bene�ciar o cliente �nal.
Videoaula: Direito contratual eletrônico
Este conteúdo é um vídeo!
Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo
computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo
para assistir mesmo sem conexão à internet.
Caro estudante, bem-vindo à Unidade 4 e à Aula 13 da disciplina Direito Cibernético.
Ao longo desta videoaula você compreenderá os conceitos, a formação e a validade dos
contratos eletrônicos, suas características e e�cácia, além de saber mais a respeito do conceito
e aplicação dos chamados contratos inteligentes (Smart Contracts).
Conforme regra geral do direito contratual brasileiro, os contratos podem ser formados e são
válidos pela forma livre, ou seja, podem ser verbais ou escritos, físicos ou eletrônicos. Somente
será necessária uma forma especial quando a lei determinar ou quando as partes assim
pactuarem.
Você também analisará os conceitos e aplicação de Legal Design e Visual Law e em que medida
estas técnicas têm mais relevância nos ambientes de contratação eletrônica do direito
cibernético.
Aproveite!
Saiba mais
Disciplina
Direito Cibernético
Recomendamos o artigo “Contratos Eletrônicos e sua Força Executiva” publicado na Revista
Cientí�ca Virtual da Escola Superior da Advocacia, nº 35, de 2020 (Direito, Inovação e Tecnologia:
desa�os da economia 4.0).
Também indicamos o livro Contratos Eletrônicos: forma e validade – aspectos práticos, de
Rodrigo R. Rebouças, disponível na base eletrônica da Minha Biblioteca.
Em ambos os textos você terá a oportunidadede observar aspectos práticos e com sólida
fundamentação legal e jurisprudencial acerca da formação, validade e e�cácia dos contratos
eletrônicos, além de temas como blockchain e Smart Contracts.
Referências
https://issuu.com/esa_oabsp/docs/revista_completa
Disciplina
Direito Cibernético
CORREIA, F. M. A tecnologia descentralizada de registro de dados (Blockchain) no sector
�nanceiro. In: MENEZES CORDEIRO, A.; OLIVERIA, A. P. de.; DUARTE, D. P. FinTech: desa�os da
tecnologia �nanceira. Coimbra: Almedina, 2017.
REBOUÇAS, R. F. Contratos eletrônicos: formação e validade – aspectos práticos. 2 ed. São
Paulo: Almedina, 2018.
REBOUÇAS, R. F. Contratos Eletrônicos e sua Força Executiva. Revista Cientí�ca Virtual da Escola
Superior da Advocacia, nº 35, 2020 (Direito, Inovação e Tecnologia: desa�os da economia 4.0).
Disponível em: https://issuu.com/esa_oabsp/docs/revista_completa. Acesso em: 23 nov. 2022.
Aula 2
Relações consumeristas na era digital
Introdução
https://issuu.com/esa_oabsp/docs/revista_completa
Disciplina
Direito Cibernético
Caro estudante,
Nesta aula vamos debater a temática transversal do direito cibernético que envolve uma grande
gama de relações jurídicas pelo mundo todo: as relações de consumo.
O direito do consumidor é um direito relacional, principiológico e protetivo do sujeito de direito –
no caso, o consumidor – e as relações de consumo.
Muito se debate quanto às relações de consumo e o direito cibernético, especialmente em
relação à atualização das normas do Código de Defesa do Consumidor à realidade do direito
cibernético, já que, conforme vimos no decorrer de nossas aulas, a internet em escala comercial
no Brasil, isto é, acessível ao cidadão comum, iniciou entre os anos de 1995 e 1996. Já o Código
de Defesa do Consumidor (CDC) é um microssistema previsto originalmente na nossa
Constituição Federal de 1988 e materializado em 1990 pela Lei nº 8.078/1990.
Considerando que o CDC é anterior à realidade da internet, estaria este sistema preparado para
esta nova realidade social? O consumidor efetivamente detém a respectiva proteção? Há uma
premente necessidade de atualização do sistema legal?
Essas e muitas outras questões serão tratadas ao longo da nossa aula. Vamos lá! 
Relações consumeristas na era digital
Disciplina
Direito Cibernético
Ao longo das duas primeiras décadas do século XXI, podemos veri�car uma grande mudança na
forma como as pessoas se relacionam com a questão de consumo. Aos poucos o movimento
conhecido como “uberização” ou economia compartilhada foi tomando forma e tornando-se de
uso comum de todos. 
A economia compartilhada mudou a nossa cultura em relação à forma do consumo. Estamos,
como sociedade, substituindo a constante aquisição de produtos (sociedade de consumo) por
uma nova realidade de utilização de serviços. 
Os aplicativos de mobilidade, especialmente nos grandes centros, representam a substituição de
um serviço caro e restrito de táxi por um serviço mais acessível e ilimitado de aplicativo de
mobilidade. Com isso, é possível constatar pessoas que não têm mais um automóvel, e que
optaram por usar um carro compartilhado. Ao mesmo tempo, isso signi�ca que a indústria
automotiva não voltará a vender tantos automóveis como vendia antes, uma vez que grande
parte da frota será destinada ao uso compartilhado.
No mesmo sentido são os serviços de entregas por aplicativos que mudou por completo o
segmento de motoboy ou moto-frete, cozinhas compartilhadas (dark kitchens), escritórios
compartilhados, hospedagem compartilhada, residência compartilhada e muito mais. 
O movimento da economia compartilhada mudou por completo a forma de consumo de
produtos, resultando no crescimento exponencial do consumo de serviços e serviços
compartilhados. Esta é uma das grandes novas realidades das relações de consumo impactadas
pela inovação tecnológica e com re�exos no direito cibernético.
Outro movimento que podemos veri�car é o próprio comércio eletrônico, o chamado e-
commerce, que representa uma substituição da forma de aquisição de produtos e serviços,
Disciplina
Direito Cibernético
reduzindo o consumo no comércio físico de lojas em centros comerciais, ruas e shopping
centers. Este movimento vem tomando maior relevância com a entrada de grandes plataformas
internacionais e até mesmo como efeito da pandemia da covid-19. 
Uma relação de consumo vai muito além da simples compra e venda de um produto, apesar de
essa abrangência não ser tão perceptível. A era digital está cada vez mais veloz e interativa,
mudando a vida dos consumidores. Nela nos posicionamos acerca de nossas escolhas, gostos e
opiniões, e com isso deixamos rastros digitais armazenados em forma de cookies, fazendo com
que a empresa que estamos pesquisando nos conheça melhor. E nesse ritmo as empresas
passam a nos conhecer melhor, relacionando de maneira mais assertiva por meio do data
mining, que é o processo de mineração de dados. 
Segundo Domingues (2019),
A era digital exige propositividade e capacidade constante de inovação nos negócios,
aproveitando e potencializando todas as oportunidades que surgem dessas novas
relações de consumo em articulação com as novas tecnologias. Ser uma empresa
propositiva no mundo digital é ser capaz de antever mudanças, predizer
comportamentos e ofertar soluções que favoreçam e facilitem cada vez mais a vida
dos seus públicos. (DOMINGUES, 2019, [s. p.])
A autora canadense Naomi Klein (2009) destaca que a globalização econômica
contribuiu para a formação de militantes investigativos tão globalizados e high-tech
quanto as empresas que eles investigam. (DOMINGUES, 2019, [s. p.])
Já Carvalho (2018), avalia que 
O lado do consumidor tem sido o mais frágil, mas o direito do consumidor, como
qualquer outra área do Direito, não para. Cresce em possibilidades, recua, avança,
novos produtos, novos serviços, novas (e até inimagináveis) formas de consumir.
Com esse vasto material e apoio da diretoria dou prosseguimento a garantia de
inclusão do direito do consumidor na política e na sociedade brasileira, pois o
conhecimento é a chave da liberdade e independência de um povo. (CARVALHO,
2018, [s. p.])
Elementos da relação de consumo
Disciplina
Direito Cibernético
Como caracterizar uma relação de consumo? 
O Código de Defesa do Consumidor traz quatro de�nições de consumidor, uma de�nição de
consumidor direto e três outras, por equiparação.
Encontramos essas de�nições no artigo 2º caput, artigo 2º parágrafo único, e artigos 17 e 29. O
parágrafo único do artigo 2º cria a �gura dos direitos metaindividuais, proporcionando a
utilização das ações coletivas para a proteção e defesa dos direitos dos consumidores. Já o
artigo 17 aborda a situação de equiparação pelas vítimas do fato do serviço ou produto,
basicamente os acidentes de consumo, e o artigo 29 trata da equiparação contra práticas
publicitárias e comerciais abusivas. Apenas o artigo 2º caput apresenta a de�nição direta da
relação de consumo. 
Mesmo neste artigo 2º ainda temos pelo menos três teorias para a de�nição do que é um
consumidor. São elas:
Teoria maximalista: será considerado o destinatário �nal de um produto ou serviço o
simples fato da retirada (aquisição, serviço ou locação) de um produto ou serviço do
comércio sem o propósito de revenda direta.
Teoria �nalista: será considerado o destinatário �nal de um produto ou serviço quem o
retira do comércio, porém, para uso próprio e sem a intenção de lucro, de forma direta ou
indireta. Ou seja, o produto ou serviço não é implementado em seu processo econômico.
Somente nesta hipótese (ausência de interesse econômico-lucro), será considerada uma
relação de consumo.
Disciplina
Direito Cibernético
Teoria �nalista mitigada ou aprofundada: segue a mesma de�nição da teoria �nalista,
porém, identi�cada qualquer hipótese de vulnerabilidade do consumidor, haverá a
incidência do CDC.
Para que haja uma relação de consumo, é necessário a coexistência de três �guras: um
consumidor, um fornecedor e um produto ou serviço. A ligação de uns aos outros, formandoum
tripé, caracterizará a relação de consumo e, portanto, a incidência das normas do Código de
Defesa do Consumidor, devendo então todas as relações de consumo observarem a legislação
pertinente. Conforme o aumento de demandas por mercadorias e serviços, tornou-se necessário
entender como realmente funcionam essas interações. 
O CDC traz a de�nição de cada um desses elementos e, no capítulo II, ainda explica a
Política Nacional de Relações de Consumo […] o art. 2º explica que se trata de “toda
pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário
�nal”. (SEU DIREITO PROTESTE, 2021, [s. p.]) 
Quais os elementos da relação de consumo?
1. Consumidor: Código de Defesa do Consumidor (BRASIL, 1990, [s. p.]).
Art. 2º, caput, do CDC: “consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza
produto ou serviço como destinatário �nal”.
Art. 2º, parágrafo único, CDC, traz o conceito de consumidor por equiparação: “a
coletividade de pessoas, ainda que indetermináveis, que haja intervindo nas relações de
consumo”.
Art. 17, CDC, prevê a hipótese de consumidor por equiparação nas situações de vítimas de
um fato do produto ou serviço: são os chamados acidentes de consumo. “Para os efeitos
desta Seção, equiparam-se aos consumidores todas as vítimas do evento. ”
Art. 29 do CDC: todas as pessoas determináveis ou não, expostas às práticas de comércio
e, obviamente, fazem jus à proteção do contrato.
2. Fornecedor: prevista no Código de Defesa do Consumidor Art. 3º, caput.
Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira,
bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção,
montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou
comercialização de produtos ou prestação de serviços.
3. Produto ou serviço: qualquer bem na relação de consumo é um produto. Art. 3º, § 1º, do
CDC (BRASIL, 1990, [s. p.]: 
“Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial.”
Código de Defesa do Consumidor, no art. 3º, § 2º: “Serviço é qualquer atividade fornecida
no mercado de consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza bancária,
�nanceira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter
trabalhista”.
Disciplina
Direito Cibernético
Para melhor entender quais são os elementos da relação de consumo, segue entendimento dado
por Cláudio Bonatto (2004, p. 19)
São elementos da relação de consumo, segundo o Estatuto Protetivo: a) como
sujeitos: o consumidor e o fornecedor; b) como objeto: produto ou serviço; c) como
�nalidade, caracterizando-se como elemento teleológico das relações de consumo: a
aquisição ou a utilização do produto ou serviço, por parte do consumidor, como
destinatário �nal.
Perspectivas de direitos no e-commerce
O e-commerce é uma modalidade de negócio em que as transações comerciais são feitas
totalmente on-line, baseado na divulgação e promoção de seus produtos ou serviços por meio de
portais com tal objetivo. Podemos veri�car a oferta por meio eletrônico dos mais variados
produtos ou serviços, que vão desde compras de alimentos, vestuário e livros até a oferta de
serviços de treinamentos, dos mais variados. 
O mercado de e-commerce cresce exponencialmente em todo o mundo, com maior destaque a
partir da pandemia da covid-19, quando seu crescimento superou toda e qualquer expectativa.
Em interessante monitoramento do que acontece na internet a cada 60 segundos (levantamento
mundial), podemos identi�car que a venda por e-commerce em 2020 representava mais de 1,1
Disciplina
Direito Cibernético
milhões de dólares norte-americanos, e em 2021, esse valor saltou para mais de 1,6 milhões de
dólares norte-americanos. Veja:
Figura 1 | Comparativo do uso da internet - Fonte: Austin (2021, [s. p.]). 
Esse comparativo entre os movimentos veri�cados nos anos 2020 e 2021. Observe, por exemplo,
a informação constante na parte verde escuro, com a representação ilustrada de um carrinho de
supermercado: temos os valores gastos no comércio eletrônico entre os anos de 2020 e 2021,
sendo: 2020 = 1,1 milhão de dólares Norte Americanos; e, 2021 = 1,6 milhão de dólares Norte
Americanos.
Em 2011, o montante faturado com o e-commerce, no Brasil, atingiu 18,7 bilhões de
reais, um aumento de 26% em relação ao faturamento do ano anterior.” […] Ao
contrário do que muita gente pensa, um negócio na Internet não é juridicamente
diferente de um negócio tradicional. Você terá de abrir uma empresa legalmente
constituída, terá de contratar um contador para elaborar as demonstrações contábeis
exigidas e deverá pagar os tributos decorrentes dessa atividade comercial. Exceções
temporárias a essa regra são os sites de conteúdo que não vendem mercadorias,
apenas oferecem um conteúdo quali�cado em determinado assunto, geram um
grande volume de tráfego e buscam receitas advindas de anúncios e comissões
sobre indicações. Um segmento que, aliás, está se tornando cada vez mais atrativo.
(FELIPINI, 2012, p. 7 e 8) 
Os elementos de uma relação de consumo virtual são os mesmos da relação de consumo,
entretanto o contrato e a sua formação são realizados eletronicamente. Nesse sentido, o
comércio virtual não altera o consumidor e fornecedor, e sim o meio da contratação, sendo
Disciplina
Direito Cibernético
aplicável o Código de Defesa do Consumidor. Por este motivo entendemos que o Código de
Defesa do Consumidor segue sendo plenamente aplicável às relações de consumo, sem a
necessidade de sua atualização, uma vez que seu sistema é principiológico, portanto, �exível e
adaptável às novas realidades da economia compartilhada e do direito cibernético.
No entanto, devemos observar posicionamentos contrários à nossa opinião: de acordo com a
Comissão jurista do Anteprojeto de atualização do Código de Defesa do Consumidor:
[…] As normas projetadas visam a preparar o mercado e a sociedade brasileira para a
evolução tecnológica dos próximos anos, respeitando as condições estruturais e
culturais brasileiras. Reforçam, a exemplo do que já foi feito na Europa, os direitos de
informação, transparência, lealdade, cooperação e segurança nas relações do
comércio eletrônico, complementando as normas já trazidas pelo Código Civil de
2002, doravante reforçadas para a proteção dos consumidores. A proposta atualiza
as normas já existentes no CDC, em matéria de oferta, assegurando maior
informação, acesso e possibilidade de perenização das manifestações e dos
contratos eletrônicos realizados com consumidores. Lista novas práticas abusivas já
existentes no mercado, consolidando o direito de arrependimento nesses contratos,
assim como regula e facilita a possibilidade de reti�cação de erros na contratação.
Trata, igualmente, de temas conexos, como os contratos coligados de crédito e o
pagamento pelo produto ou serviço fornecido a distância; a proteção dos dados do
consumidor e de sua privacidade, instituindo e reforçando a possibilidade de o
consumidor optar por não receber spam e telemarketing. A evolução do uso
comercial da internet, se, por um lado, traz inúmeros benefícios, por outro, amplia a
vulnerabilidade do consumidor. Assim, é essencial que se cumpra o comando
constitucional do art. 5º, XXXII, e do art. 170, V, da Constituição Federal, e se criem
regras que, efetivamente, ampliem a sua proteção no comércio eletrônico, a �m de
que a evolução tecnológica alcance os objetivos que todos desejam: o
desenvolvimento social e econômico e o aperfeiçoamento das relações de consumo.
(Anteprojeto de Atualização do Código de Defesa do Consumidor [s.d.])
Videoaula: Relações consumeristas na era digital
Este conteúdo é um vídeo!
Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo
computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo
para assistir mesmo sem conexão à internet.
Nesta videoaula você terá a oportunidade de conhecer melhor as relações jurídicas de consumo
e o seu vínculo e desa�os com o direito cibernético.
Disciplina
Direito CibernéticoVocê poderá re�etir acerca da necessidade ou não de atualização do Código de Defesa do
Consumidor para a nova forma das relações jurídicas de consumo na sociedade da informação,
uma vez que, entre a publicação do Código de Defesa do Consumidor em 1990 e a atual
realidade das relações de consumo neste primeiro quarto do século XXI muita coisa mudou. A
internet não era uma realidade e muito menos o meio para a forma de consumo por plataformas
de e-commerce, ou da economia compartilhada por meio do consumo de produtos e serviços
por aplicativos.
Para iniciar nossa jornada, veri�caremos os conceitos de consumidor e a caracterização de uma
relação de consumo, para depois enfrentar os desa�os de sua aplicação no direito cibernético.
Aproveite!
Saiba mais
Indicamos a leitura e estudo do seguinte artigo disponível na base eletrônica da RT Online,
acessível pela Biblioteca Digital:
MIRAGEM, B. Novo paradigma tecnológico, mercado de consumo digital e o direito do
consumidor. Revista de Direito do Consumidor, v. 125, p. 17-62, set.-out. 2019, DTR\2019\40949.
No artigo em análise, você verá os desa�os da aplicação do Código de Defesa do Consumidor à
realidade dos avanços tecnológicos e o posicionamento do seu autor em relação a alguns dos
pontos que entende que sejam necessários de uma atualização do sistema legislativo. É uma
excelente oportunidade para aprofundar os seus conhecimentos e, principalmente, uma re�exão
crítica dos pontos destacados pelo autor.
https://revistadedireitodoconsumidor.emnuvens.com.br/rdc/article/view/1243
https://revistadedireitodoconsumidor.emnuvens.com.br/rdc/article/view/1243
Disciplina
Direito Cibernético
Referências
AUSTIN, D. 2021 This is what happens in an internet minute. eDiscovery Today, 16 abr. 2021.
Disponível em: https://ediscoverytoday.com/2021/04/16/here-is-your-2021-internet-minute-
infographic-ediscovery-trends/. Acesso em: 23 nov. 2022.
BONATTO, C. Código de defesa do consumidor: cláusulas abusivas nas relações contratuais de
consumo. 2. ed. rev. atual. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2004.
BRASIL. Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990. Dispõe sobre a proteção do consumidor e dá
outras providências. Brasília/DF: Presidência da República, 1990. Disponível em:
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8078compilado.htm. Acesso em: 23 nov. 2022.
CARVALHO, D. A era digital, o consumidor e as novas relações de consumo. Unialfa, 5 jun. 2018.
Disponível em: https://www.unialfa.com.br/publicacoes/noticias/a-era-digital-o-consumidor-e-as-
novas-relacoes-de-consumo. Acesso em: 23 nov. 2022.
DOMINGUES, I. O consumidor na Era Digital. Cesar, [s. d.]. Disponível em:
https://www.cesar.org.br/pt/web/guest/w/o-consumidor-na-era-digital. Acesso em: 23 nov. 2022.
FELIPINI, D. Empreendedorismo na internet. 3. ed. [S. l.]: Lebooks, 2012.
FERREIRA, V. H. A.; JENSEN, V. S. Relações virtuais de consumo: perspectivas de direitos no e-
commerce. REDESG, Santa Maria, v. 1, n. 1, jan.-jun. 2012. Disponível em:
https://periodicos.ufsm.br/REDESG/article/view/6053/pdf. Acesso em: 23 nov. 2022.
MIRAGEM, B. Novo paradigma tecnológico, mercado de consumo digital e o direito do
consumidor. Revista de Direito do Consumidor, v. 125, p. 17-62, set.-out. 2019, DTR\2019\40949.
Disponível em Revista dos Tribunais Online.
SEU DIREITO PROTESTE. Relações de consumo: entenda o que são e como funcionam. Seu
Direito Proteste, 22 set. 2021. Disponível em: https://seudireito.proteste.org.br/relacoes-de-
consumo-como-funcionam/. Acesso em: 23 nov. 2022.
https://ediscoverytoday.com/2021/04/16/here-is-your-2021-internet-minute-infographic-ediscovery-trends/
https://ediscoverytoday.com/2021/04/16/here-is-your-2021-internet-minute-infographic-ediscovery-trends/
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8078compilado.htm
https://www.unialfa.com.br/publicacoes/noticias/a-era-digital-o-consumidor-e-as-novas-relacoes-de-consumo
https://www.unialfa.com.br/publicacoes/noticias/a-era-digital-o-consumidor-e-as-novas-relacoes-de-consumo
https://www.cesar.org.br/pt/web/guest/w/o-consumidor-na-era-digital
https://periodicos.ufsm.br/REDESG/article/view/6053/pdf
https://seudireito.proteste.org.br/relacoes-de-consumo-como-funcionam/
https://seudireito.proteste.org.br/relacoes-de-consumo-como-funcionam/
Disciplina
Direito Cibernético
SILVA, A. O que é relação de consumo, seus elementos e como funciona no CDC. Central Law, [s.
d.]. Disponível em: https://centralaw.jusbrasil.com.br/artigos/766203376/o-que-e-relacao-de-
consumo-seus-elementos-e-como-funciona-no-cdc. Acesso em: 23 nov. 2022.
Projeto de Lei do Senado Federal 281/2012 para Atualização do Código de Defesa do
Consumidor. Disponível em: https://legis.senado.leg.br/sdleg-getter/documento?
dm=4181391&ts=1630426495548&disposition=inline. Acesso em: 09 dez. 2022.
Aula 3
Cenário Penal Cibernético
Introdução
Caro estudante,
Nesta aula você conhecerá alguns aspectos do direito criminal derivado das relações
cibernéticas.
Toda evolução tecnológica ao longo da história resulta em novas realidades, novos negócios
jurídicos, novas atitudes e novas práticas realizadas pela sociedade.
Sob a ótica jurídica, conforme é veri�cado pela teoria tridimensional do direito (fato, valor e
norma), novos fatos sociais em cada momento da história geram novos comportamentos sociais
que podem ou não ser aceitos pela sociedade conforme valores reconhecidos naquele momento
histórico e cultural. Com base nos valores reconhecidos pela sociedade haverá a incidência da
norma, seja para aceitar novos fatos sociais ou para refutá-los.
https://centralaw.jusbrasil.com.br/artigos/766203376/o-que-e-relacao-de-consumo-seus-elementos-e-como-funciona-no-cdc
https://centralaw.jusbrasil.com.br/artigos/766203376/o-que-e-relacao-de-consumo-seus-elementos-e-como-funciona-no-cdc
https://legis.senado.leg.br/sdleg-getter/documento?dm=4181391&ts=1630426495548&disposition=inline
https://legis.senado.leg.br/sdleg-getter/documento?dm=4181391&ts=1630426495548&disposition=inline
Disciplina
Direito Cibernético
É exatamente este movimento que veri�camos em relação aos potenciais crimes cibernéticos.
Se pensarmos em um ataque hacker, antes da internet tal delito somente era viável pelo ataque
interno dentro de cada empresa, já que os computadores não eram interligados pela internet. Ou,
ainda, práticas como o cyberbullying e o stalking somente passaram a existir a partir da
popularização da internet, especialmente com sua disseminação por aplicativos e telefones
celulares.
Essas práticas, por não serem aceitas socialmente, merecem a atenção do direito.
Vamos lá! 
Cenário cibernético: questões criminais
Você certamente já ouviu a história de alguma personalidade pública que teve fotogra�as
íntimas divulgadas indevidamente na internet, seja por um aproveitador ou por alguém buscando
difamar a personalidade pelos mais variados motivos. 
Também há as situações de empresas e pessoas que sofreram ataques de hackers com invasão
de sistemas e/ou ataques de ransomware com o sequestro de dados e informações de uma
empresa, de um Estado ou de um órgão estatal. 
Disciplina
Direito Cibernético
Estas práticas delitivas não eram reconhecidas pelo direito como fatos típicos penais, uma vez
que a norma não tinha a previsão de algo que até então não existia no mundo fático. 
Isso leva a uma necessidade de adaptação dos sistemas penais às novas realidades.
 O desenvolvimento da tecnologia é ágil, e a dependência da tecnologia pelas pessoas alcançou
a sociedade moderna em diversas áreas. Consequentemente há pessoas mal-intencionadas, que
exploram essa vulnerabilidade das ferramentas com malware, ransomware, spyware. “O tratado
do conselho europeu sobre crime cibernético usa o termo “cibercrime” para de�nir delitos que
vão desde atividades criminosas contra dados até infrações de conteúdo e de copyright”
(KRONE, 2005).
De acordo com Canongia e Junior (2009), é marcante a presença da alta tecnologia atrelada a
constantes inovações com o domínio das empresas de países desenvolvidos. Esta convergência
tecnológica vemnos bombardeando com novidades inimagináveis, como o acesso à internet
pelo celular, permitindo envio de e-mails e realização de transações �nanceiras, além de
múltiplas aplicações, serviços e negócios que as TICs vêm proporcionando, e que são crescentes
mundialmente.
Uma pesquisa da Norton Cyber Security Insights Repor apresenta alguns resultados realizando
comparações referente ao impacto dos crimes virtuais do Brasil com outros 21 países:
Fonte: Cyber Security Insigths Report Brasil (2016).
Sob a ótica de crimes cibernéticos à pessoa, especialmente quanto à divulgação sem
autorização de imagens íntimas, foi editada a Lei nº 12.737/2012 conhecida como Lei Carolina
Dieckmann (BRASIL, 2012, [s. d.]):
Art. 154-A. Invadir dispositivo informático alheio, conectado ou não à rede de
computadores, mediante violação indevida de mecanismo de segurança e com o �m
Disciplina
Direito Cibernético
de obter, adulterar ou destruir dados ou informações sem autorização expressa ou
tácita do titular do dispositivo ou instalar vulnerabilidades para obter vantagem ilícita.
Ação penal – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa.
Antes do ano de 2012, sem uma legislação especí�ca era mais difícil apurar e punir os
chamados crimes cibernéticos em relação à divulgação de imagens e informações íntimas de
pessoas, assim como a identi�cação dos sujeitos e dos meios de obter as provas para a
condenação. Nesse sentido, para Silveira (2015) é importante destacar o Art. 154-A do Código
Penal, que trouxe para o ordenamento jurídico o crime de “Invasão de Dispositivo Informático”,
consistente na conduta de 
[…] invadir dispositivo informático alheio, conectado ou não à rede de computadores,
mediante violação indevida de mecanismo de segurança e com �m de obter, adulterar
ou destruir dados ou informações sem autorização expressa ou tácita do titular do
dispositivo ou instalar vulnerabilidades para obter vantagem ilícita. (SILVEIRA, 2015,
[s. p.]).
 A pena prevista para o crime simples é de detenção de três meses a um ano e multa, havendo,
entretanto, a previsão das formas quali�cadas e causas de aumento de pena.
Delitos: crimes praticados por meio eletrônico, a criança e o adolescente no
meio digital – Cyberbullying e Stalking
Disciplina
Direito Cibernético
Sob a ótica da criança e do adolescente, desde a promulgação da Constituição Federal de 1988 e
posteriormente do Estatuto da Criança e do Adolescente, todo o sistema legal passou a tratar
com mais cautela das relações jurídicas que envolvam tais pessoas (crianças e adolescentes),
considerados presumivelmente vulneráveis. 
Diante de tal realidade, toda a matéria que trata de práticas comerciais e publicitárias em
qualquer veículo de comunicação – incluindo a internet – não pode resultar em práticas abusivas
e/ou ofensivas à criança e ao adolescente, resultando em responsabilidade civil, administrativa e
criminal de seus infratores. Neste sentido não vemos qualquer di�culdade em investigar e punir
criminalmente quem realizar tais práticas comerciais abusivas. 
No mesmo sentido são os crimes contra o direito de personalidade, intimidade e sexualidade de
uma criança e/ou adolescente, os quais encontram a respectiva previsão no Estatuto da Criança
e do Adolescente (ECA, Lei nº 8.069/1990), em seus artigos 240 e 241-E, os quais preveem, entre
outros, crime de produção de pornogra�a infantil; crime de venda de pornogra�a infantil; crime de
divulgação de pornogra�a infantil; crime de posse de pornogra�a infantil; crime de montagem de
pornogra�a infantil; e crime de aliciamento de criança, entre outros.
O bullying é uma forma de agressão física, verbal e psicológica de forma contínua, com ataques
a um indivíduo com base em sua aparência ou comportamento. O cyberbullying é a extensão da
prática ao plano virtual.
Ações que são consideradas cyberbullying são:
Disciplina
Direito Cibernético
Exposição de fotogra�as ou montagens constrangedoras.
Divulgação de fotogra�as íntimas.
Críticas à aparência física, à opinião e ao comportamento social de indivíduos
repetitivamente.
Temos no cyberbullying alguns conceitos para nomear determinadas práticas:
Hater: seria aquele que odeia, pessoas que atacam com ofensas.
Sexting: consiste na prática de trocar mensagens de cunho sexual.
Revenge porn: de acordo com sua expressão – vingança pornográ�ca –, é o ato de divulgar
imagens eróticas e de nudez de outra pessoa, como forma de vingança e punição. 
Cyberbullying e a lei
A prática é passível de punição por meio do Código Penal, veja alguns exemplos:
Artigo 140, §3º do Código Penal Brasileiro: crime de injúria racial.
Artigo 216-B do Código Penal Brasileiro: exposição de imagens de conteúdo íntimo, erótico
ou sexual.
Artigo 218-C do Código Penal Brasileiro incluído pela Lei nº 13.718, de 2018: crime de
divulgação de cena de estupro ou de cena de estupro de vulnerável, de cena de sexo ou de
pornogra�a.
Pesquisa conduzida pela Intel Security entrevistou 507 crianças e adolescentes com idades que
variam entre 8 e 16 anos e revelou os seguintes dados sobre o cyberbullying no Brasil
(CANALTECH, 2015, [s. p.]):
66% dos entrevistados presenciaram casos de agressão na internet;
21% a�rmam ter sofrido cyberbullying;
24% realizaram atividades consideradas cyberbullying. Desse grupo:
14% admitiram falar mal de uma pessoa para outra;
13% a�rmaram zombar de alguém por sua aparência;
7% marcaram alguém em fotos vexatórias;
3% ameaçaram alguém;
3% alguém de por conta de sua sexualidade;
2% postaram intencionalmente eventos em que um colega foi excluído para ele ver que foi
excluído.
Stalking é um termo que signi�ca perseguição obsessiva ou incessante, e tornou-se crime pela
Lei nº 14.132/21, de 31 de março de 2021.
A deputada Sheridan (PSDB/RR) destaca que esse delito causa inúmeros transtornos à vítima,
que passa a ter a vida controlada pelo delinquente, vivendo com medo de todas as pessoas em
todos os lugares que frequenta, o que caracteriza um verdadeiro tormento psicológico.1
As atitudes de um stalker podem envolver, ligações telefônicas, mensagens, e-mails,
comentários nas redes sociais, além de frequentar os mesmos lugares que a vítima frequenta. O
crime é caracterizado pelo fato de ser repetitivo, obsessivo e intimidador.
_______
Disciplina
Direito Cibernético
1 Câmara Federal. Notícias. Disponível em: Câmara aprova criminalização da perseguição
obsessiva ou stalking Fonte: Agência Câmara de Notícias. Acesso em 09.dez.2022
Cenário cibernético: Riscos e fraudes, perícia computacional e metodologia
para obtenção de evidências, provas eletrônicas e tipi�cação existente
A internet como meio de comunicação resultou na massi�cação de dados, conexões e acessos
aos computadores, aparelhos celulares e todos os tipos de potenciais delitos cibernéticos em
uma escala sem precedentes da história. Tais fatores elevam consideravelmente a gestão de
risco cibernético, e as empresas devem praticar programas estruturados e e�cientes de
segurança da informação (SI), controle de processos, treinamento de pessoas e testes contínuos
e repetitivos. Mesmo assim, os desa�os são grandes e o direito ainda precisa se adaptar a
inúmeras realidades sociais advindas da internet.
De acordo com Silva (2003), o aparecimento da informática no meio social ocorreu de forma
rápida, e passou a exigir, com a mesma rapidez, soluções que o direito não estava preparado
para oferecer. Com isso, a necessidade social aparenta estar desprovida da tutela de direito.
Em 2021, no Brasil, o estudo Device Fraud Scan 2022 da AllowMe constatou que ao
menos 500 mil contas falsas foram criadas com e-mails vazados. Ou seja, uma média
https://www.camara.leg.br/noticias/714712-CAMARA-APROVA-CRIMINALIZACAO-DA-PERSEGUICAO-OBSESSIVA-OU-STALKING
https://www.camara.leg.br/noticias/714712-CAMARA-APROVA-CRIMINALIZACAO-DA-PERSEGUICAO-OBSESSIVA-OU-STALKING
Disciplina
Direito Cibernético
de 3,7 tentativas de fraude virtual por minuto e cerca de 63,7% dos casos frequentes
de vazamento de dados acontecem no momento em que o usuáriorealiza o login.
Segundo o conceito de Maurício Tamer (RODRIGUES; TAMER, 2021, p. 291), “pode ser entendida
como a demonstração de um fato ocorrido nos meios digitais” e que “a demonstração de sua
ocorrência pode se dar por meios digitais”.2 Como exemplo de provas digitais podemos citar o
“envio de um e-mail, envio de uma mensagem por aplicativo de mensagens (WhatsApp,
Telegram, entre outros), cópia ou desvio de base de dados, cópia de software, disponibilização
de um vídeo na internet (conteúdo íntimo ou difamador), dentre outros”.
A prova digital tem capacidade de veri�car a veracidade das provas através da chave ICP Brasil,
em que há uma cadeia de custódia de prova que está prevista no Art. 158-A do Código de
Processo Penal1:
Art. 158-A. Considera-se cadeia de custódia o conjunto de todos os procedimentos
utilizados para manter e documentar a história cronológica do vestígio coletado em
locais ou em vítimas de crimes, para rastrear sua posse e manuseio a partir de seu
reconhecimento até o descarte.
Os dados em um celular muitas vezes se tornam uma fonte valiosa de provas, contando com as
características de memória, processador e câmera, entre outras. A aquisição de dados pode ser
física ou lógica. Conforme descrevem Jansen e Aures (2015), a aquisição física tem vantagens
sobre a aquisição lógica, uma vez que permite que os arquivos apagados e alguns dados
restantes possam ser examinados, por exemplo, na memória não alocada ou em espaço do
sistema de arquivos. As ferramentas forenses adquirem informações dos dispositivos sem
alterar o conteúdo, ou seja, em modo somente de leitura, utilizando equipamentos denominados
Write Blocker (ou bloqueadores de escrita). E, ainda, fazendo a geração de hash de modo a
garantir a integridade dos dados coletados. Tal característica é muito importante perante um juiz,
e cabe ao perito garantir a integridade das provas digitais por ele coletadas ou a ele con�adas.
Segundo ISFS (2009), o objetivo de ter um conjunto de melhores práticas e metodologias é
estabelecer parâmetros e princípios de qualidade e abordagens para obtenção, identi�cação,
preservação, recuperação, exame, análise e uso das evidências digitais. Altos padrões de
qualidade e consistência são vitais para manter o valor probatório dos elementos encontrados
em uma investigação digital.
_______
1 PEREIRA Ezequiel Alves. Ata Notarial versus provas digitais como meio de prova em processo
judicial. Disponível em: Ata notarial versus provas digitais como meio de prova em processo
judicial. Acesso em 23.nov.2022
2 Brasil. Decreto-Lei nº 3.689 de 03 de outubro de 1941 e alterações. Dispõe sobre o Código de
Processo Penal.
Videoaula: Cenário Penal Cibernético
https://jus.com.br/artigos/92603/ata-notarial-versus-provas-digitais-como-meio-de-prova-em-processo-judicial
https://jus.com.br/artigos/92603/ata-notarial-versus-provas-digitais-como-meio-de-prova-em-processo-judicial
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689.htm
Disciplina
Direito Cibernético
Este conteúdo é um vídeo!
Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo
computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo
para assistir mesmo sem conexão à internet.
Caro estudante, nesta aula você terá a oportunidade de conhecer melhor as relações jurídicas
que podem resultar na prática de atos criminosos e suas consequências.
Para tanto, você compreenderá a evolução do direito neste aspecto, bem como as di�culdades
de adequação da norma, a qual normalmente é derivada de atos praticados pela sociedade os
quais são entendidos como não aceitos, portanto, ilícitos civis, administrativos e penais.
A disseminação de redes sociais, o acesso à internet por crianças e adolescentes e a prática de
atos de abuso psicológico como o bullying passaram a ser preocupação do direito penal, já que
cada dia se tornam mais frequentes, sendo necessária uma ação do Estado para coibir tais
práticas.
Aproveite!
Saiba mais
Com o objetivo de aprofundar na temática das provas e respectivas medida cautelares em
relação aos crimes cibernéticos, indicamos a leitura e estudo do seguinte artigo disponível na
base eletrônica da RT Online acessível pela Biblioteca Digital:
Disciplina
Direito Cibernético
FULLER; G. P.; PEDROSA, J. M. B. F. Medidas cautelares e meios de prova nos crimes
cibernéticos. Revista dos Tribunais, v. 1031, p. 207- 224, set. 2021, DTR\2021\45755. Disponível
em Revista dos Tribunais Online.
No artigo em análise, você verá os desa�os da produção da prova em face dos crimes
cibernéticos, bem como conhecerá as medidas cautelares que nosso sistema prevê, viabilizando
a proteção da integridade das provas e eventual condenação dos criminosos de práticas
cibernéticas ilícitas. 
Referências
BRASIL. Lei nº 12.737, de 30 de novembro de 2012. Dispõe sobre a tipi�cação criminal de delitos
informáticos; altera o Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal; e dá outras
providências. Brasília/DF: Presidência da República, 2012. Disponível em:
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12737.htm. Acesso em: 23 nov.
2022.
Brasil. Decreto-Lei nº 3.689 de 03 de outubro de 1941 e alterações. Dispõe sobre o Código de
Processo Penal. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689.htm.
Acesso em 09.dez.2022
CÂMARA DOS DEPUTADOS. Perseguição obsessiva é crime. Plenarinho, 15 abr. 2021. Disponível
em: https://plenarinho.leg.br/index.php/2021/04/perseguicao-obsessiva-e-crime/. Acesso em:
23 nov. 2022.
Câmara Federal. Notícias. Disponível em: https://www.camara.leg.br/noticias/714712-CAMARA-
APROVA-CRIMINALIZACAO-DA-PERSEGUICAO-OBSESSIVA-OU-STALKING. Acesso em
09.dez.2022
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12737.htm
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689.htm
https://plenarinho.leg.br/index.php/2021/04/perseguicao-obsessiva-e-crime/
https://www.camara.leg.br/noticias/714712-CAMARA-APROVA-CRIMINALIZACAO-DA-PERSEGUICAO-OBSESSIVA-OU-STALKING
https://www.camara.leg.br/noticias/714712-CAMARA-APROVA-CRIMINALIZACAO-DA-PERSEGUICAO-OBSESSIVA-OU-STALKING
Disciplina
Direito Cibernético
CANONGIA, C.; JUNIOR, R. M. Segurança cibernética: o desa�o da nova Sociedade da
Informação. Revista Parcerias Estratégicas do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE),
v. 14, n. 29, p. 21-46, dez. 2009. Disponível em:
http://seer.cgee.org.br/index.php/parcerias_estrategicas/article/viewFile/349/342. Acesso em:
23 nov. 2022.
Cyber Security Insigths Report Brasil (2016). Disponível em:
https://www.nucleodoconhecimento.com.br/ciencia-da-computacao/crimes-virtuais. Acesso em
09.dez.2022
FULLER; G. P.; PEDROSA, J. M. B. F. Medidas cautelares e meios de prova nos crimes
cibernéticos. Revista dos Tribunais, v. 1031, p. 207- 224, set. 2021, DTR\2021\45755.
ISFS. Computer Forensics. Part 2: Best Practices. Information Security and Forensics Society,
ago. 2009.
JANSEN, W.; AYERS, R. Computer Security – guidelines on cell phone forensics. National Institute
of Standards and Technology – NIST, Special Publication, 800-101, maio 2007, 104 p. Disponível
em: http://csrc.nist.gov/publications/nistpubs/800-101/SP800-101.pdf. Acesso em: 26 fev. 2015.
PEREIRA, E. A. Ata notarial versus provas digitais como meio de prova em processo judicial.
Jus.com.br, 29 ago. 2021. Disponível em: https://jus.com.br/artigos/92603/ata-notarial-versus-
provas-digitais-como-meio-de-prova-em-processo-judicial. Acesso em: 23 nov. 2022.
PORFÍRIO, F. Cyberbullying. Brasil Escola, [s. d.]. Disponível em:
 https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/cyberbullying.htm. Acesso em: 23 nov. 2022.
RODRIGUES, M. A.; TAMER, M. Justiça digital: o acesso digital à justiça e as tecnologias da
informação na resolução de con�itos. São Paulo: Jus Podivm, 2021.
SILVA, H. B. Perícia forense computacional em dispositivos móveis. 2015. 80 f. Trabalho de
Conclusão de Curso. Curso Superior de Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas,
Instituto Municipal de Ensino Superior de Assis,SP. Disponível em: 
https://cepein.femanet.com.br/BDigital/arqTccs/1211321025.pdf. Acesso em: 23 nov. 2022.
SILVA, R. L. Segurança cibernética: o cenário dos crimes virtuais no Brasil. Núcleo do
Conhecimento, 20 abr. 2021. Disponível em: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/ciencia-
da-computacao/crimes-virtuais. Acesso em: 23 nov. 2022.
SILVEIRA, A. B. Os crimes cibernéticos e a Lei nº 12.737/2012 (“Lei Carolina Dieckmann”).
Jus.com.br, 25 jan. 2015. Disponível em: https://jus.com.br/artigos/35796/os-crimes-
ciberneticos-e-a-lei-n-12-737-2012-lei-carolina-dieckmann. Acesso em: 23 nov. 2022.
TD SYNNEX CORPORATION. Fraudes na nuvem: quais são os principais riscos e como enfrentá-
los? TD Synnex, [s. d.]. Disponível em: https://digital.br.synnex.com/fraudes-na-nuvem-quais-sao-
os-principais-riscos-e-como-enfrenta-
los#:~:text=O%20vazamento%20de%20dados%2C%20classi�cado,criadas%20com%20e-
mails%20vazados. Acesso em: 23 nov. 2022.
Aula 4
Soluções Alternativas de Con�itos. Relações jurídicas dos Gamers
Introdução
http://seer.cgee.org.br/index.php/parcerias_estrategicas/article/viewFile/349/342
https://www.nucleodoconhecimento.com.br/ciencia-da-computacao/crimes-virtuais
http://csrc.nist.gov/publications/nistpubs/800-101/SP800-101.pdf
https://jus.com.br/artigos/92603/ata-notarial-versus-provas-digitais-como-meio-de-prova-em-processo-judicial
https://jus.com.br/artigos/92603/ata-notarial-versus-provas-digitais-como-meio-de-prova-em-processo-judicial
https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/cyberbullying.htm
https://cepein.femanet.com.br/BDigital/arqTccs/1211321025.pdf
https://www.nucleodoconhecimento.com.br/ciencia-da-computacao/crimes-virtuais
https://www.nucleodoconhecimento.com.br/ciencia-da-computacao/crimes-virtuais
https://jus.com.br/artigos/35796/os-crimes-ciberneticos-e-a-lei-n-12-737-2012-lei-carolina-dieckmann
https://jus.com.br/artigos/35796/os-crimes-ciberneticos-e-a-lei-n-12-737-2012-lei-carolina-dieckmann
https://digital.br.synnex.com/fraudes-na-nuvem-quais-sao-os-principais-riscos-e-como-enfrenta-los#:~:text=O%20vazamento%20de%20dados%2C%20classificado,criadas%20com%20e-mails%20vazados
https://digital.br.synnex.com/fraudes-na-nuvem-quais-sao-os-principais-riscos-e-como-enfrenta-los#:~:text=O%20vazamento%20de%20dados%2C%20classificado,criadas%20com%20e-mails%20vazados
https://digital.br.synnex.com/fraudes-na-nuvem-quais-sao-os-principais-riscos-e-como-enfrenta-los#:~:text=O%20vazamento%20de%20dados%2C%20classificado,criadas%20com%20e-mails%20vazados
https://digital.br.synnex.com/fraudes-na-nuvem-quais-sao-os-principais-riscos-e-como-enfrenta-los#:~:text=O%20vazamento%20de%20dados%2C%20classificado,criadas%20com%20e-mails%20vazados
Disciplina
Direito Cibernético
Caro estudante,
Chegamos à nossa 16ª aula, última aula da disciplina Direito Cibernético. Esperamos que você
tenha aproveitado!
Nesta nossa última aula você terá a oportunidade de conhecer mais algumas iniciativas
interessantes de soluções alternativas de con�itos com ênfase na democratização de acesso à
justiça.
Nesta linha de análise, será interessante conhecer as potenciais soluções adequadas (ou
alternativas) de con�itos com o uso de NFTs e criptomedas.
Na sequência, abordaremos a busca por uma e�ciência econômica com a mudança da cultura
judicial que tradicionalmente é focada no litígio, iniciativa que não condiz com as melhores
práticas do capitalismo consciente e da agenda ESG (Environment, Social and Governance – em
tradução livre: Meio ambiente, Social e Governança Corporativa).
Por �m, abordaremos alguns temas desa�adores ao direito ao tratar das relações jurídicas com
gamers.
Vamos lá! 
ODRs – Online Dispute Resolutions (soluções online de con�itos). Conceito e
aplicações. E�cácia do sistema e democratização. Aplicação de NFT e
blockchain às soluções por ODRs.
Disciplina
Direito Cibernético
Podemos dizer que um dos principais problemas do judiciário é a morosidade na resposta da
justiça. Com o intuito de reduzir essa potencial frustração da sociedade, estão surgindo medidas
tecnológicas para o judiciário ser mais e�ciente: trata-se das resoluções on-line de con�itos, ou
ODRs (Online Dispute Resolutions). 
As ODRs “são os sistemas ou ferramentas focadas em solução (e prevenção) de con�itos por
meio de tecnologia informática, softwares e utilização da internet, utilizando-se inclusive de
inteligência arti�cial” (MAIA; FERRARI, 2018, p. 1).
Em 1999 foi lançado o primeiro sistema da empresa de ODR pela plataforma de e-commerce
eBa”. O sistema foi chamado de “Modria”, e tinha o objetivo de solucionar con�itos com o uso de
e-mails. Naquela época foi atingida uma taxa de solução e e�ciência equivalente a 50% dos
con�itos das relações jurídicas.
A resolução on-line de con�itos (ODR) é a transposição dos métodos adequados de resolução de
con�ito para plataformas on-line, assim como a criação de novas formas de resolver litígios
(design de sistemas). Entende-se que por meio dessas plataformas seria possível atender a
demandas especí�cas, hoje não atendidas pelos tribunais tradicionais. Isso devido aos recursos
oferecidos pelo meio digital e pela combinação de métodos ADR, ou seja, uma completa
revolução da dinâmica presencial de resolução de con�itos (RULE, 2002, p. 13 apud MOURÃO,
2017, p. 1.)
Alguns exemplos de ODRs são Rechtwijzer (Holanda), focada em divórcios, e o TurboTax, um
software americano que auxilia cidadãos a fazerem declaração de imposto de renda por meio de
perguntas simples.
Disciplina
Direito Cibernético
Interessante observar a solução realizada pela plataforma Kleros, que busca uma solução de
ODR por meio da blockchain e uso de NFTs ou criptomoedas. 
No Brasil temos um grande caso de sucesso da iniciativa pública pelo portal
https://www.consumidor.gov.br/, que oferece um espaço para soluções de disputas entre
empresas e consumidores, e que apresenta uma taxa de e�cácia superior a 90%. Outro caso
muito interessante é a solução adotada pelo Mercado Livre: a plataforma faz a própria
intermediação e já resolve os problemas de seus consumidores com uma taxa de efetividade
superior a 95%. 
Além das iniciativas destacadas, é possível identi�car algumas startups jurídicas (legaltech ou
lawtech) com ênfase na solução adequada de con�itos, conforme �guras a seguir. Você
encontrará uma série de outras soluções no site da Associação Brasileira de Legaltechs e
Lawtechs (AB2L). 
Algumas pessoas entendem que esse tipo de iniciativa acaba por retirar trabalho dos advogados.
Porém, entendemos de maneira diferente: normalmente os con�itos de menor valor são
direcionados para este tipo de solução, atendendo às reais necessidades do consumidor de
forma rápida e com um custo expressivamente inferior. Esse tipo de solução representa uma
verdadeira democratização de acesso à justiça, uma vez que além de garantir uma solução
rápida e barata ao jurisdicionado, ainda acaba por desafogar o Poder Judiciário, permitindo que
juízes tenham mais tempo disponível para se dedicarem aos processos que efetivamente
precisam de uma solução judicial. 
Se olharmos os dados da Justiça em Números publicado pelo CNJ ([s. d.]), constatamos que
atualmente temos em tramitação no Brasil, em média, um processo para cada dois cidadãos. Um
custo anual superior a 100 bilhões de reais, custeados pelo Estado em mais de 90% de seu valor.
Ou seja, somado com outros custos, o Poder Judiciário tem um orçamento superior ao Ministério
da Educação e ao Ministério da Saúde. Precisamos rever essa cultura com extrema urgência.
Além de todos estes argumentos, o próprio advogado poderá prestar seus serviços no
aconselhamento, na consultoria e no preventivo, em vez de dedicar a maior parte de seu tempo
para demandas que não representarão um ganho efetivo de honorários.
E�ciência econômica e conscientização pelo não con�ito judicial em tempos
de redes sociais e ESG.
https://www.consumidor.gov.br/
Disciplina
Direito Cibernético
Outro ponto interessante ao pro�ssional do direito que busca uma atuação na área do direito
cibernético é justamente a buscapela e�ciência econômica e conscientização pelo não con�ito
judicial em tempos de redes sociais e ESG (Environment, Social and Governance – em tradução
livre: Meio ambiente, Social e Governança Corporativa). 
O que isso quer dizer?
Em 2017 os professores americanos Richard H, Thaler e Cass R. Sunstein ganharam o Prêmio
Nobel de economia com a obra Nudge, que abre os estudos da chamada economia
comportamental. Um dos seus focos de estudo é como criar motivação emocional para uma
maior e�ciência econômica das transações negociais. Ou seja, é a junção da neurociência, da
inteligência emocional e das teorias econômicas. 
Com esses estudos, chegou-se à conclusão de que certas motivações emocionais tem maior
poder de persuadir o cidadão a tomar determinadas atitudes. A teoria também estuda as
consequências reputacionais em relação a produtos, serviços, marcas etc.
Esses estudos mostraram que, se um Estado busca ser mais e�ciente no procedimento de
arrecadação de tributos, evitando que o contribuinte �que inadimplente, será muito mais barato e
e�ciente ao Estado criar um programa de premiação para quem recolhe tributos em dia ou
solicita a emissão da nota �scal do que efetivamente punir quem não paga tributos de forma
pontual. Veja-se o exemplo que começou no Estado de São Paulo e depois foi repetido em todo o
território nacional, com a premiação das pessoas físicas que solicitam a emissão de notas
�scais com a indicação do número do CPF do consumidor. 
Na mesma linha, concluiu-se que as pessoas buscam concentrar suas compras com marcas,
lojas do comércio e prestadores de serviços que estão constantemente preocupados com a sua
Disciplina
Direito Cibernético
boa reputação no mercado. 
Certamente você já fez buscas para saber a respeito de uma determinada loja que ainda não
conhece antes de realizar a compra em sites como “Reclame Aqui”, “Procon” e o próprio Poder
Judiciário. Se a empresa não tem boa reputação, ou se tem muitos processos, você
tendencialmente não comprará dela. O mesmo movimento é realizado por grande parcela dos
consumidores. 
Na mesma linha é o que ocorre com empresas que estão envolvidas em questões que resultam
em crimes ambientais, violência a animais, discriminação racial, discriminação de gênero ou de
orientação sexual. Os consumidores tendencialmente deixarão de realizar compras em tais
empresas, uma vez que elas não têm um olhar para o ESG, não demonstram preocupação com
regras mínimas de sustentabilidade ambientação, social e de governança corporativa. 
Em tempos de redes sociais e de massi�cação do processo comunicacional, em que uma ação
discriminatória, por exemplo, é instantaneamente transmitida para a internet e em menos de uma
hora viraliza, esses fatores podem representar o fechamento de uma empresa ou uma loja, além
de poderem arruinar a reputação de uma pessoa. 
Daí a premente importância de mudança cultural dos pro�ssionais do direito e dos empresários.
Deve-se buscar evitar os con�itos judiciais e agir de forma coerente e sustentável
empresarialmente e pessoalmente. 
Isso representa a nova realidade econômica e do capitalismo consciente, formado por quatro
pilares:
Orientação para os stakeholders.
Liderança consciente.
Cultura consciente.
Propósito maior.
As relações jurídicas dos gamers
Disciplina
Direito Cibernético
São claramente visíveis a evolução tecnológica e o desenvolvimento dos meios de comunicação.
Os jogos eletrônicos cada vez mais representam uma importante indústria do entretenimento e
do esporte, movimentando grandes investimentos e assumindo novos patamares de disputas,
cenário que hoje alguns chamam de cybercultura gamer. 
A legislação brasileira de�ne esporte como prática pro�ssional. Porém, a mesma legislação não
menciona os esportes eletrônicos – mas isso não impede que o e-sport se desenvolva, a�nal, a
ausência de uma norma não pode impedir uma prática da atividade esportiva. A Lei nº 9.615/98,
que institui normas gerais sobre desporto e dá outras providências, conta com elementos
adaptáveis à prática do e-sports, conseguindo suprir boa parte das lacunas jurídicas. 
A Lei nº 9.615/98 trata de normas gerais do desporto no Brasil, e os jogos eletrônicos, por serem
considerados esporte, são regidos pelas disposições desse artigo. Assim, é estabelecido entre
as partes um contrato de trabalho desportivo.
Atualmente, a Lei nº 8.078/90 (CDC), referente às relações de consumo, também é aplicada nas
relações de consumo virtuais, sendo o player de jogos on-line o consumidor, a depender da teoria
que seja adotada conforme a �nalidade. Ou seja, se o jogo eletrônico é realizado para pura
diversão e entretenimento, será uma relação de consumo; no entanto, se o mesmo jogo é
aplicado com o objetivo de uma prática esportiva pro�ssional e com intenção de lucro, não há o
que se falar na incidência do CDC. 
Disciplina
Direito Cibernético
Outro ponto importante é o direito de personalidade e a defesa das pessoas que estão realizando
a prática esportiva, as quais têm seus nomes e imagens divulgadas e associadas a
determinados times ou jogos. A respeito da personalidade seguimos o pensamento do professor
Gustavo Tepedino, que instrui o seguinte: 
[…] como especi�cação analítica da cláusula geral de tutela da personalidade prevista
no Texto Constitucional e contida nos Arts. 1.º, III (dignidade da pessoa humana
como valor fundamental da República), 3º, III (igualdade substancial) e 5º, §2º
(mecanismo de expansão do rol dos direitos fundamentais).1
Os enunciados 278 da IV Jornada de Direito Civil e 587 da VII Jornada de Direito Civil do CJF2
consistem na violação da publicidade e personalidade se houver divulgação sem autorização da
pessoa. Portanto, a associação do nome e imagem de um jogador deve ser precedida da
respectiva autorização e/ou cessão de direito de imagem e voz com propósitos especí�cos,
como para �nalidades publicitárias. 
Os pro�ssionais gamers, quando participam de campeonatos, streaming e lives, têm sua imagem
utilizada para �ns comerciais e econômicos – nestes casos, o jogador previamente autoriza o
uso e cede alguns direitos da personalidade. Considerando que tais práticas estão associadas a
uma cessão por contrato por adesão, há um claro ponto de desa�o ao direito, seja quanto à sua
validade, bem como quanto à sua e�cácia e alcance da respectiva cessão de direitos.
Importante ressaltarmos que o gamer normalmente tem uma relação pro�ssional com alguma
equipe determinada, obtendo remuneração. Para que isso ocorra de forma correta é necessário
estabelecer um contrato de prestação de serviços, com a �xação de um valor mensal como
pagamento. Portanto, havendo a caracterização dos elementos de um contrato de trabalho,
deverão ser previstos os respectivos direitos trabalhistas, como décimo terceiro salário, FGTS,
férias e jornada de trabalho.
Por �m, deve-se levar em conta que muitos jogadores são pessoas que ainda não atingiram a
maioridade civil – são crianças ou adolescentes. As normas especí�cas aos contratos
desportivos contam com tais previsões em conjunto com o Estatuto da Criança e do
Adolescente. Mas para a sua aplicação, devemos considerar que os jogos eletrônicos estão
inseridos na realidade de tal norma, fato que ainda é controverso diante da falta de adaptação
legislativa a essa realidade.
_______
1 TEPEDINO, Gustavo; OLIVA, Milena D. Fundamentos de Direito Civil – Vol I – Teoria Geral do
Direito Civil. Rio de Janeiro: Forense/Grupo GEN, 2020. p154.
2 Disponível em: Jornadas de Direito Civil Enunciados Aprovados. Acesso em 09.dez.2022
Videoaula: Soluções Alternativas de Con�itos. Relações jurídicas dos Gamers
Este conteúdo é um vídeo!
Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo
computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo
https://www.cjf.jus.br/cjf/corregedoria-da-justica-federal/centro-de-estudos-judiciarios-1/publicacoes-1/jornadas-cej
Disciplina
Direito Cibernético
para assistir mesmo sem conexão à internet.
Caro estudante, nesta videoaula você terá a oportunidadede conhecer as mais modernas
técnicas de soluções adequadas (ou alternativas) de con�itos por meio das chamadas ODRs
(soluções on-line de con�itos). Além disso, vai analisar a relação das ODRs com os conceitos
vistos em redes distribuídas de criptomoedas e NFTs. São soluções que buscam e�ciência na
solução de con�itos e na própria democratização na solução de problemas do cidadão.
Na linha da e�ciência, você estudará uma importante mudança de comportamento e, ao mesmo
tempo, uma mudança cultural esperada do pro�ssional do direito, especialmente para aquele que
trabalha no ramo do direito cibernético. Tal mudança resulta em práticas que evitam o con�ito,
além de boas práticas com o objetivo de melhoria reputacional das empresas e pessoas.
Reputação, em tempos de redes sociais e massi�cação do processo comunicacional, é
fundamental. Tais teses tem como pano de fundo a Teoria da Economia Comportamental, que
rendeu um Prêmio Nobel em 2017 aos professores Richard H. Taler e Cass R. Sunstein com a
obra Nudge.
Fechando a disciplina, veremos as relações jurídicas com os gamers, temática contemporânea e
que traz grandes desa�os ao pro�ssional do direito.
Aproveite!
Saiba mais
Disciplina
Direito Cibernético
Para aprofundar a temática das soluções on-line de con�itos e a sua importância como
instrumento de desjudicialização, indicamos a leitura e estudo do seguinte artigo do Ministro do
Superior Tribunal de Justiça, Ministro Ricardo Villas Bôas Cueva, disponível na base eletrônica da
Biblioteca Digital, base de dados da Revista dos Tribunais Online.
CUEVA, R. V. B. Resolução de disputas on-line (ODR) e desjudicialização. Boletim Revista dos
Tribunais Online, v. 27, maio 2022, DTR\2022\6229.
No artigo em análise, você verá as principais características dos meios adequados de soluções
de con�itos, com ênfase a ODR (Online Dispute Resolutions – soluções on-line de con�itos). O
Ministro destaca o importante papel das ODRs na desjudicialização dos con�itos de menor valor
e/ou complexidade, bem como o importante papel para a democratização do acesso à justiça
com a redução do número de processos em tramitação.
Bons estudos! 
Referências
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE LAWTECHS E LEGALTECHS (AB2L). Radar de Lawtechs e
Legaltechs. Disponível em: https://ab2l.org.br/ecossistema/radar-de-lawtechs-e-legaltechs/.
Acesso em: 23 nov. 2022.
AZEVEDO, B. de. 2 plataformas brasileiras de resolução de con�itos online que você precisa
conhecer. Bernardo de Azevedo, [s. d.]. Disponível em:
https://bernardodeazevedo.com/conteudos/2-plataformas-brasileiras-de-resolucao-de-con�itos-
online/. Acesso em: 23 nov. 2022.
CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA (CNJ). Justiça em números. CNJ, [s. d.]. Disponível em:
https://www.cnj.jus.br/pesquisas-judiciarias/justica-em-numeros/. Acesso em: 23 nov. 2022.
https://ab2l.org.br/ecossistema/radar-de-lawtechs-e-legaltechs/
https://bernardodeazevedo.com/conteudos/2-plataformas-brasileiras-de-resolucao-de-conflitos-online/
https://bernardodeazevedo.com/conteudos/2-plataformas-brasileiras-de-resolucao-de-conflitos-online/
https://www.cnj.jus.br/pesquisas-judiciarias/justica-em-numeros/
Disciplina
Direito Cibernético
DIAS, E. S. Resolução online de con�itos: re�exos jurídicos e sociais. Âmbito Jurídico, 1 nov.
2020. Disponível em: https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-civil/resolucao-online-de-
con�itos-re�exos-juridicos-e-
sociais/#:~:text=A%20resolu%C3%A7%C3%A3o%20online%20de%20con�itos,lit%C3%ADgios%20
(design%20de%20sistemas). Acesso em: 23 nov. 2022.
Enunciados das jornadas de Direito Civil. Disponível em: https://www.cjf.jus.br/cjf/corregedoria-
da-justica-federal/centro-de-estudos-judiciarios-1/publicacoes-1/jornadas-cej. Acesso em
09.dez.2022
MAIA, A.; FERRARI, I. Sistemas de resolução de con�itos online – Mais uma porta de acesso à
Justiça. Justiça & Cidadania, 20 fev. 2018. Disponível em:
https://www.editorajc.com.br/sistemas-de-resolucao-de-con�itos-online-mais-uma-porta-de-
acesso-justica/. Acesso em: 23 nov. 2022.
MORAD, R. Os direitos trabalhistas dos gamers. Morad Rodrigues Advocacia Desportiva, 15 ago.
2022. Disponível em: https://moradrodrigues.com/os-direitos-trabalhistas-dos-gamers/. Acesso
em: 23 nov. 2022.
MOURÃO, K. Métodos Online de Resolução de Con�itos: o caso europeu e uma análise do
contexto jurídico brasileiro. Jus Brasil, [s. d.]. Disponível em:
https://kadurmourao.jusbrasil.com.br/artigos/552658954/metodosonlinederesolucao-de-
con�itos-o-caso-europeu-e-uma-analise-do-contexto-juridico-brasileiro. Acesso em: 23 nov. 2022.
QUINELATO, J.; FARIAS, J. P. J. Desa�os jurídicos dos e-Sports: os direitos da personalidade e os
atletas de jogos eletrônicos. Migalhas, 25 ago. 2021. Disponível em:
https://www.migalhas.com.br/depeso/350696/desa�os-juridicos-dos-e-sports. Acesso em: 23
nov. 2022.
TEPEDINO, Gustavo; OLIVA, Milena D. Fundamentos de Direito Civil – Vol I – Teoria Geral do
Direito Civil. Rio de Janeiro: Forense/Grupo GEN, 2020. p154.
Aula 5
Resumo da unidade
Relações contratuais e o Direito Cibernético
https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-civil/resolucao-online-de-conflitos-reflexos-juridicos-e-sociais/#:~:text=A%20resolu%C3%A7%C3%A3o%20online%20de%20conflitos,lit%C3%ADgios%20(design%20de%20sistemas)
https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-civil/resolucao-online-de-conflitos-reflexos-juridicos-e-sociais/#:~:text=A%20resolu%C3%A7%C3%A3o%20online%20de%20conflitos,lit%C3%ADgios%20(design%20de%20sistemas)
https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-civil/resolucao-online-de-conflitos-reflexos-juridicos-e-sociais/#:~:text=A%20resolu%C3%A7%C3%A3o%20online%20de%20conflitos,lit%C3%ADgios%20(design%20de%20sistemas)
https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-civil/resolucao-online-de-conflitos-reflexos-juridicos-e-sociais/#:~:text=A%20resolu%C3%A7%C3%A3o%20online%20de%20conflitos,lit%C3%ADgios%20(design%20de%20sistemas)
https://www.cjf.jus.br/cjf/corregedoria-da-justica-federal/centro-de-estudos-judiciarios-1/publicacoes-1/jornadas-cej
https://www.cjf.jus.br/cjf/corregedoria-da-justica-federal/centro-de-estudos-judiciarios-1/publicacoes-1/jornadas-cej
https://www.editorajc.com.br/sistemas-de-resolucao-de-conflitos-online-mais-uma-porta-de-acesso-justica/
https://www.editorajc.com.br/sistemas-de-resolucao-de-conflitos-online-mais-uma-porta-de-acesso-justica/
https://moradrodrigues.com/os-direitos-trabalhistas-dos-gamers/
https://kadurmourao.jusbrasil.com.br/artigos/552658954/metodosonlinederesolucao-de-conflitos-o-caso-europeu-e-uma-analise-do-contexto-juridico-brasileiro
https://kadurmourao.jusbrasil.com.br/artigos/552658954/metodosonlinederesolucao-de-conflitos-o-caso-europeu-e-uma-analise-do-contexto-juridico-brasileiro
https://www.migalhas.com.br/depeso/350696/desafios-juridicos-dos-e-sports
Disciplina
Direito Cibernético
Caro estudante, ao longo desta unidade você teve a oportunidade de compreender as
características dos contratos eletrônicos, observando especialmente os requisitos de validade e
os elementos de e�cácia de tal forma de contratação.
O estudo de caso mostrará que além de serem válidos, os contratos eletrônicos podem ser
munidos de uma força executiva, ou seja, representarem um título executivo extrajudicial.
Até março de 2020, antes da pandemia da covid-19, na prática contratual e jurídica havia muita
resistência quanto à formação dos contratos por meio eletrônico, especialmente quando
estávamos diante de contratações empresariais e paritárias (contratos negociados sem ser no
formato por adesão).
Com o advento da pandemia da covid-19, os pro�ssionais que eram resistentes à forma de
contratação por meio eletrônico não tiveram outra solução, apenas a hipótese de aceitar os
contratos eletrônicos, mas ainda com dúvidas acerca de sua validade e e�cácia.
Você, como um futuro pro�ssional especialista em direito cibernético, não pode ter esta dúvida.
Os contratos eletrônicos são válidos e e�cazes.
Desde a edição da Medida Provisória nº 2.200-2, ainda em vigor por força da Emenda
Constitucional nº 32, foi regulada toda a criação deuma estrutura da internet no Brasil e a
criação do ICP-Brasil, responsável pelo controle e emissão dos certi�cados digitais. Um
documento assinado com um certi�cado digital terá a mesma validade e força, por �cção
jurídica, de um documento público. Este é o texto do artigo 10 da Medida Provisória nº 2.200-2.
Já no parágrafo 2º, do artigo 10 da MP nº 2.200-2 foi criada a possibilidade de as partes
acordarem em relação à utilização de outras formas de assinaturas eletrônicas,
independentemente do certi�cado digital emitido pelo ICP-Brasil, com a mesma validade e força
dos documentos assinados com um certi�cado digital.
Portanto, os documentos eletrônicos com assinatura digital aceita pelas partes de forma
expressa ou tácita, quando assim for possível constatar pela conduta reiterada das partes (boa-
fé objetiva nos termos do artigo 422, Código Civil, combinado com o artigo 113, §1º, I, Código
Disciplina
Direito Cibernético
Civil), terá a mesma validade e força que um documento público (gênero), tendo plena validade e
e�cácia, inclusive com força executiva nos termos do artigo 784, II, Código de Processo Civil.
Como você viu, os chamados contratos inteligentes representam uma espécie do gênero
contrato eletrônico, tendo características próprias. O contrato inteligente (Smart Contract) é uma
das formas de contratação por meio eletrônico, igualmente válido e e�caz, com base na
legislação vigente no Brasil.
E como toda relação jurídica contratual está sujeita a con�itos e inadimplemento, você viu uma
das soluções adequadas de con�itos, no caso, uma solução on-line de con�itos que já é aplicada
globalmente há aproximadamente 20 anos: é a ODR – Online Dispute Resolutions ou
simplesmente soluções on-line de con�itos. E qual é a conexão das ODRs com os NTFs,
blockchain e criptomoedas? No �nal da disciplina vimos este conteúdo.
Encerrando, compreendemos os conceitos e principais desa�os às relações jurídicas com
gamers.
Videoaula: Resumo da unidade
Este conteúdo é um vídeo!
Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo
computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo
para assistir mesmo sem conexão à internet.
Caro estudante, você está convidado a acompanhar nosso podcast, no qual você terá a
oportunidade de revisar todos os principais temas e questões jurídicas relevantes do direito
cibernético e que foram objeto de estudo nesta unidade.
Você terá acesso a uma conversa sobre os temas tratados, como os contratos eletrônicos, Smart
Contracts, soluções adequadas de con�itos e a nova cultura que todo pro�ssional do direito deve
buscar, ou seja, as soluções adequadas de con�itos como ferramenta de e�ciência econômica. 
Estudo de caso
Disciplina
Direito Cibernético
Caro estudante, tendo conhecido todo o conteúdo abordado até o momento, chegou o momento
de colocarmos esse estudo em prática. Vamos lá?
Nestes estudos, vamos analisar o caso debatido no Recurso Especial nº 1.495.920 do Superior
Tribunal de Justiça.
Pelo texto do acordão, a matéria de fundo sob exame é possível de ser resumida como: um
contrato eletrônico assinado digitalmente pelas partes é válido, e�caz e representa um título
executivo extrajudicial?
O julgamento ocorreu em agosto de 2018, tendo o STJ decidido por maioria de votos que o
contrato eletrônico é um título executivo extrajudicial, mesmo que não esteja assinado por duas
testemunhas. Destacou-se que o contrato eletrônico assinado com certi�cado digital é imutável
e de con�ança, portanto, é um título líquido, certo e exigível.
Concordamos com a solução dada ao caso, mas discordamos dos fundamentos apontados,
especialmente pela dispensa de duas testemunhas, já que o nosso sistema legal exige a
cartularidade e os elementos típicos aos título, não cabendo, com todo o respeito, ao Poder
Judiciário mudar a lei, esta, uma competência do legislativo.
_______
Re�ita
Você deve identi�car quais são os fundamentos legais que justi�cam o contrato eletrônico ser
um título executivo extrajudicial, mesmo o contrato não tendo duas testemunhas, e sem alterar a
lei vigente.
Para a solução do caso apresentado, você deve:
Compreender os conceitos de um contrato eletrônico;
Conhecer e analisar os requisitos de validade e e�cácia da contratação eletrônica;
Conhecer as principais normas de incidência sobre a relação jurídica eletrônica,
especialmente a Teoria Geral dos Contratos e a Medida Provisória nº 2.200-2; e,
https://processo.stj.jus.br/processo/revista/documento/mediado/?componente=ITA&sequencial=1698344&num_registro=201402953009&data=20180607&formato=PDF
Disciplina
Direito Cibernético
Conhecer as regras processuais para a caracterização dos títulos executivos que podem
instruir um processo de execução de título extrajudicial. 
Videoaula: Resolução do estudo de caso
Este conteúdo é um vídeo!
Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo
computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo
para assistir mesmo sem conexão à internet.
Caro estudante, encontrou os fundamentos legais para a con�rmação de que é possível a
caracterização de um título executivo extrajudicial em um contrato eletrônico sem alterar o
sistema processual do Código de Processo Civil de 2015?
Antes de analisarmos a resolução do caso, faça uma lista das principais di�culdades que
encontrou – pode ser vocabulário, conceitos jurídicos prévios que você ainda não �xou, além de
conceitos e da aplicação do que vimos.
Faça um mapa mental com os pontos de dúvida e levante o que você precisa pesquisar para
chegar à resposta adequada. Você também deve elaborar um mapa mental dos conceitos e
aplicações que você já domina e conhece.
Assim você �xará o conteúdo que já foi absorvido e identi�cará o que você deve estudar e revisar
na unidade, além de outros conhecimentos prévios que eram necessários.
Passemos à resolução.
No caso em análise (REsp 1.495.920), o STJ, por maioria de votos, optou por decidir que um
contrato eletrônico assinado com certi�cado digital representa um título executivo extrajudicial,
mesmo sendo um instrumento particular e sem a assinatura de duas testemunhas. Decidiu desta
forma por acreditar que o título seria imutável e com segurança e con�abilidade sobre as
pessoas que �rmaram o contrato, entendendo que seria possível desprezar a exigência de duas
testemunhas previstas no inciso III do artigo 784, do Código de Processo Civil.
No entanto, a decisão acabou por desconsiderar a própria previsão do artigo 10 e seu parágrafo
segundo da Medida Provisória nº 2.200-21. Vejamos:
Art. 10 Consideram-se documentos públicos ou particulares, para todos os �ns legais,
os documentos eletrônicos de que trata esta Medida Provisória.
1º omissis
2º O disposto nesta Medida Provisória não obsta a utilização de outro meio de
comprovação da autoria e integridade de documentos em forma eletrônica, inclusive
os que utilizem certi�cados não emitidos pela ICP-Brasil, desde que admitido pelas
partes como válido ou aceito pela pessoa a quem for oposto o documento.
O parágrafo segundo do artigo 10 da MP 2.200-2 expressa que ao permitir que as
partes possam eleger qualquer outro meio de assinatura eletrônica a um contrato
Disciplina
Direito Cibernético
eletrônico, este terá a mesma força prevista no caput do artigo 10.
Já o artigo 10 da MP 2.200-2 prevê que os documentos assinados com certi�cado digital terão a
mesma força e e�cácia, sejam eles públicos ou particulares, que passam a se equivaler para os
devidos efeitos legais.
Assim, um contrato eletrônico com assinatura digital ou com certi�cado digital terá a mesma
força de um contrato por instrumento público.
Já a previsão do inciso II do artigo 784 do Código de Processo Civil estabelece que o documento
público assinado pelo devedor é um título executivo extrajudicial capaz de instruir um processo
de execução. Nesta hipótese não há a exigência legal de inclusão de duas testemunhas, de
forma que o título será executado sem a necessidade de adequação ou de desprezar a lei.
_______1 Brasil. Medida Provisória nº 2.200-2 de 24 de agosto de 2001. Dispõe sobre Institui a Infra-
Estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil, transforma o Instituto Nacional de Tecnologia
da Informação em autarquia, e dá outras providências.
Resumo visual
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/mpv/antigas_2001/2200-2.htm
Disciplina
Direito Cibernético
Disciplina
Direito Cibernético
Figura 1 | Síntese dos conteúdos abordados durante os estudos
Referências
Disciplina
Direito Cibernético
Brasil. Medida Provisória nº 2.200-2 de 24 de agosto de 2001. Dispõe sobre Institui a Infra-
Estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil, transforma o Instituto Nacional de Tecnologia
da Informação em autarquia, e dá outras providências. Disponível em:
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/mpv/antigas_2001/2200-2.htm. Acesso em 09.dez.2022
REBOUÇAS, R. F. Contratos Eletrônicos: formação e validade. 2. ed. São Paulo: Almedina, 2018.
REBOUÇAS, R. F. Contratos Eletrônicos e sua Força Executiva. Revista Cientí�ca Virtual da Escola
Superior da Advocacia, nº 35, 2020 (Direito, Inovação e Tecnologia: desa�os da economia 4.0).
Disponível em: https://issuu.com/esa_oabsp/docs/revista_completa. Acesso em: 23 nov. 2022. 
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/mpv/antigas_2001/2200-2.htm
https://issuu.com/esa_oabsp/docs/revista_completa

Mais conteúdos dessa disciplina