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CITOLOGIA
Infecções bacterianas
Lactobacillus vaginalis (bacilos de Döderlein)
Os bacilos gram-positivos na �lora vaginal são cruciais para manter um ambiente
saudável na vagina, convertendo glicogênio em ácido lático para manter o pH vaginal
entre 3 a 4, prevenindo micro-organismos patogênicos. A citólise resultante pode
di�icultar a avaliação de lesões pré-cancerosas devido à perda de integridade do
citoplasma. Os lactobacilos predominam em certos momentos, como na fase luteínica do
ciclo menstrual, gravidez, menopausa precoce e com a administração de progestágenos.
2 Bactérias mistas
● Compreendem uma mistura de bacilos e cocos, que só podem ser identi�icados
pela cultura microbiológica.
● Emmulheres adultas assintomáticas, essas bactérias são consideradas um
achado normal.
Gardnerella vaginalis
● Gardnerella vaginalis é um cocobacilo gram-negativo ou gram-variável.
● Aproximadamente 40 a 50% das mulheres com esse micro-organismo são
assintomáticas.
● Quando o pH vaginal é superior a 4,5, a Gardnerella pode causar vaginose
bacteriana, frequentemente associada a outras bactérias.
● Clinicamente, a vaginose bacteriana se manifesta como corrimento vaginal
branco-acinzentado ou amarelado com odor de peixe estragado.
● O odor se intensi�ica durante a menstruação e após relações sexuais devido à
liberação de aminas pelos micro-organismos.
● No esfregaço citológico, a Gardnerella vaginalis adere ao citoplasma das células
escamosas super�iciais e intermediárias, conferindo uma aparência granular.
● O fundo do esfregaço �ica turvo devido à maior concentração de bactérias, e as
células apresentam discretas alterações degenerativas, com poucos neutró�ilos.
● Em casos raros, bacilos ou cocos podem se sobrepôr às células escamosas, mas o
fundo não tem a aparência turva associada à infecção por Gardnerella.
Cocos
● Bactérias cocoides podem ser gram-positivas ou diplococos gram-negativos.
● Estreptococos representammais de 30% das bactérias cocoides,
desenvolvendo-se em pH alcalino e frequentemente associados a Trichomonas
vaginalis.
● Em esfregaços atró�icos, como na infância e na menopausa, as bactérias cocoides
são mais comuns.
● A classi�icação das bactérias cocoides em esfregaços citológicos não é possível; é
necessária a cultura microbiológica para identi�icação.
Actinomyces
● Actinomyces é uma bactéria gram-positiva anaeróbica que normalmente habita a
cavidade oral e o trato gastrointestinal.
● No trato genital feminino, é frequentemente associado ao uso de dispositivo
intrauterino (DIU) prolongado, podendo causar complicações, como abscesso
tubo-ovariano e doença in�lamatória pélvica em casos raros.
● Em esfregaços citológicos, o Actinomyces aparece como estruturas �ilamentosas
não septadas, semelhantes a uma aranha ou ouriço-do-mar, irradiando-se a
partir de um centro denso e escuro. Às vezes, as células in�lamatórias cercam
esses micro-organismos.
● É importante notar que as bactérias cocoides podem, em algumas ocasiões,
parecer-se com Actinomyces, mas falta o aspecto �ilamentoso característico deste
último.
● A ocorrência de complicações associadas ao Actinomyces é tão rara que a sua
identi�icação em esfregaços citológicos não justi�ica a remoção do DIU ou
tratamento da paciente se ela for assintomática
Chlamydia trachomatis
● Chlamydia trachomatis é uma bactéria gram-negativa, intracelular obrigatória
que depende dos nutrientes e energia da célula hospedeira para seu
metabolismo. Parasita células ENDOCERVICAIS, reserva, endometriais,
metaplásicas.
● TGF: vaginite, cervicite, uretrite, salpingite = INFERTILIDADE
● Geralmente assintomática; leucorreia mucopurulenta, sangramento após coito.
● A infecção por Chlamydia, muitas vezes assintomática, pode causar in�lamação
na vulva, vagina, colo do útero, endométrio e trompas emmulheres. Em
gestantes, aumenta o risco de aborto espontâneo, morte fetal e pode ser
transmitida ao neonato durante o parto, resultando em conjuntivite de inclusão e
pneumonia. Em homens, pode causar uretrite não gonocócica e epididimite.
● Pode ser observada na forma de diferentes tipos de inclusões citoplasmáticas,
dependendo do estágio de desenvolvimento: corpos elementares, corpos
reticulares e corpos agregados. Corpos elementares são grânulos �inos e
difusamente distribuídos no citoplasma, seguidos por inclusões maiores
circundadas por vacúolos de paredes �inas (inclusões em alvo). O terceiro tipo,
corpos agregados, aparece como conjuntos de partículas granulares em grandes
vacúolos citoplasmáticos, que podem ocupar a maior parte do citoplasma e se
ajustar ao núcleo.
● - A citologia é considerada atualmente ummétodo pouco preciso com baixas
taxas de sensibilidade e especi�icidade na detecção de infecção por Chlamydia.
● Cerca de 50% dos casos de cervicite crônica folicular são formalmente
atribuídos à infecção por Chlamydia.
● Nesse contexto, o citopatologista pode sugerir a realização de exames de
imuno�luorescência e cultura para investigação da presença de Chlamydia.
Leptothrix vaginalis
● Correspondem a bactérias anaeróbicas. Elas são comuns na cavidade oral,
no intestino e ocasionalmente na vagina.
● Aparecem como estruturas �ilamentosas, em forma de “S”, “U” ou
enoveladas.
● Há associação desse micro-organismo com Trichomonas vaginalis em 75 a
80% dos casos. TRATAR ASSOCIAÇÃO
● Leucorreia abundante, purulenta amarela-esverdeada.
Infecções micóticas
Situações que favorecem o desenvolvimento e perpetuação das micoses vaginais
● Tratamento antibiótico;
● Dietas ricas em carboidratos;
● Falta de abstinência sexual durante o tratamento;
● Não tratamento do parceiro ou tratamento inadequado;
● Ingestão de bebidas alcoólicas durante o tratamento;
● Uso de anovulatórios combinados;
● Diabetes;
● Gravidez
● Tabagismo;
● Terapêutica com imunossupressores.
Candida sp.
● Infecções micóticas são a causa mais comum de vaginite nas regiões tropicais.
● meio vaginal ácido = frequente associação com �lora lactobacilar
● Candidíase: Desequilíbrio entre hospedeiro e fungo comensal = relação
parasitária
● Em 85% a 90% dos casos, a Candida albicans é identi�icada na cultura
microbiológica.
● Os locais afetados geralmente incluem a vulva, a vagina e, às vezes, o colo do
útero.
● - Portadoras de Candida sp. podem ser assintomáticas ou apresentar secreção
vaginal espessa, branca, prurido e ardor.
● São identi�icadas hifas, pseudo-hifas e esporos redondos ou ovais de 3 a 7
micrômetros de diâmetro, corados em vermelho ou marrom.
● Alguns esporos podem invadir o citoplasma de células epiteliais escamosas
aparentemente intactas.
● Os esfregaços frequentemente mostram halos perinucleares, vacuolização
citoplasmática, cromatina agrupada e neutró�ilos degenerados.
● - Às vezes, as alterações citológicas podem ser confundidas com alterações
causadas pelo HPV devido ao aumento nuclear, pseudoeosino�ilia e halos
perinucleares, mas na infecção micótica, as alterações são difusas.
● - Identi�icar o agente etiológico pode ser desa�iador, e o exame das extremidades
do esfregaço pode ser útil, pois a dessecação nessas áreas facilita o
reconhecimento, especialmente dos esporos, que são maiores do que aqueles nas
áreas bem �ixadas da amostra.
● Candida glabrata, a segunda espécie mais comum após a Candida albicans, não é
dimorfa e ocorre apenas na forma de macroconídias (esporos).É a única espécie
de Candida que não forma pseudo-hifas. Geralmente ocorre em pacientes com
imunossupressão severa, como aqueles com AIDS, e seu tratamento é desa�iador.
Não é possível uma diferenciação citológica con�iável entre Candida albicans e
Candida glabrata.
Protozoários
Trichomonas vaginalis
● Corresponde a um protozoário �lagelado, transmitido sexualmente.
● Quase 50% das mulheres com Trichomonas são assintomáticas. Contudo, podem
se associar a corrimento vaginal abundante de cor verde-amarelada e odor
desagradável. Nos esfregaços citológicos, devido à degeneração, raramente se
identi�icam os �lagelos do parasita
INFECÇÕES VIRAIS - HERPES VÍRUS
● O herpes genital éuma doença sexualmente transmissível causada pelos vírus
Herpes simplex tipo 1 (HSV-1) e tipo 2 (HSC-2), este mais comum. Corresponde a
um DNA-vírus de transmissão sexual.
● É comum a recorrência da infecção depois de um período de latência onde o
vírus permanece inativo nas raízes dos nervos dorsais da medula espinhal. Os
fatores responsáveis pela reativação do vírus são pouco conhecidos,
atribuindo-se o estresse e a consequente queda do estado imunitário, um papel
importante.
● As alterações desencadeadas pelo vírus afetam as células escamosas parabasais,
metaplásicas imaturas e endocervicais. Inicialmente se evidenciam citomegalia e
cariomegalia.

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