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Capítulo	8
TANATOLOGIA	FORENSE
E	CRONOTANATOGNOSE
A	Tanatologia	Forense	é	o	estudo	da	morte,	do	cadáver	e	de	suas	repercussões
nas	esferas	jurídica	e	social.	Compreende	o	estudo	da	realidade	e	do	tempo	da
morte,	ressaltando-se	que	morte	para	fins	jurídicos	e	científicos	é	a	morte
encefálica,	cuja	comprovação	com	certeza	e	segurança	é	imperiosa	para	que
ocorra	eventual	doação	de	órgãos	e	tecidos	para	transplantes.
O	diagnóstico	do	tempo	de	morte	se	faz	pela	cronotanatognose	(“crono”	é
tempo;	“tanatos”	é	morte	e	“gnose”	é	conhecimento).	Trata-se	do	estudo	dos
fenômenos	cadavéricos	que,	contudo,	apresenta	expressiva	variação	inter	e
intrasubjetiva.	Isso	porque	a	morte	não	é	um	momento	preciso	e	sim	um
processo,	uma	vez	que	a	cessação	das	funções	vitais	ocorre	de	forma	gradativa.
Logo,	o	diagnóstico	do	tempo	de	morte	não	é	um	método	absolutamente	preciso
e	os	sinais	observados	não	se	repetem,	sempre,	ao	mesmo	tempo	e	da	mesma
forma.	Por	isso,	falamos	em	faixas	e	períodos	aproximados	em	que	os
fenômenos	cadavéricos	surgem	e	sucedem-se.
(MÉDICO	LEGISTA	–	PC/MA	–	2012	–	FGV)	A	necropsia	pode	ser
realizada	conforme	várias	técnicas.	Quanto	à	técnica	de	Ghon,	assinale	a
afirmativa	correta.
(A)	Ela	se	inicia	pela	abertura	da	cavidade	tóracoabdominal.
(B)	O	primeiro	monobloco	engloba	todo	o	mediastino.
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(C)	O	esôfago	faz	parte	do	primeiro	monobloco,	segundo	esta	técnica.
(D)	O	segmento	terminal	do	duodeno,	o	jejuno,	o	íleo	e	o	cólon	são	os
últimos	a	serem	examinados.
(E)	Os	testículos	fazem	parte	do	quarto	monobloco.
A,	C,	D	e	E:	incorretas.	Há	4	principais	técnicas	de	necropsia:	de	Virchow
(órgãos	retirados	individualmente	e	examinados	posteriormente),	de	Ghon
(evisceração	por	meio	de	monoblocos	de	órgãos	relacionados	funcional	ou
anatomicamente);	de	Letulle	(conteúdo	tóracoabdominal	retirado	em	um
único	monobloco)	e	de	Rokitanski	(órgãos	abertos	e	examinados	“in	situ”	e
depois	retirados	isoladamente).	Na	técnica	de	Ghon,	inicia-se	pela	análise	da
cavidade	encefálica.	Já	na	cavidade	tóracoabdominal,	o	primeiro
monobloco	engloba	órgãos	torácicos	e	cervicais,	incluindo	porção	superior
do	esôfago.	O	segundo	monobloco	compõe	sistema	digestivo	superior	e
órgãos	anexos,	como	fígado,	baço	e	pâncreas.	O	terceiro	engloba	o	sistema
urogenital,	reto	e	suprarrenais.	No	quarto,	está	compreendida	a	maior	parte
dos	intestinos.	B:	correta.	O	primeiro	monobloco	na	técnica	de	Ghon	é
formado	pelo	conteúdo	cervical	e	torácico,	incluindo	as	estruturas
mediastinais.	A	maior	parte	do	esôfago	está	incluída	no	primeiro
monobloco;	contudo,	o	esôfago	inferior	consta	do	segundo.
Gabarito	“B”
(MÉDICO	LEGISTA/AC	–	2015	–	FUNCAB)	Acerca	dos	tipos	de	morte,
assinale	a	assertiva	CORRETA.
(a)	A	morte	violenta	é	aquela	que	tem	como	causa	determinante	a	ação
abrupta	e	intensa,	física	ou	química,	sobre	o	organismo,	de	causa	interna.
(b)	A	morte	súbita	é	aquela	imprevista,	que	sobrevém	instantaneamente	e
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sem	causa	manifesta,	atingindo	pessoas	em	aparente	estado	de	boa	saúde.
(c)	A	morte	natural	é	a	que	resulta	da	alteração	orgânica	ou	perturbação
funcional	provocada	por	agentes	naturais,	de	causa	externa.
(d)	A	morte	súbita	é	aquela	imprevista,	que	sobrevém	instantaneamente	e
sem	causa	manifesta,	atingindo	pessoas	com	estado	de	saúde	delicado.
(e)	A	causa	médica	da	morte	se	divide	em	natural	ou	violenta.
A:	incorreta.	A	morte	violenta	não	ocorre	por	causas	internas,	mas	sim
externas,	sendo	que	a	ação	pode	corresponder	a	diversas	energias
transferidas	do	meio	para	o	corpo,	como	as	de	ordem	mecânica,	física,
química,	físico-química,	biodinâmica	e	mista.	Trata-se	de	situação	em	que	se
deve	investigar	a	ocorrência	de	uma	causa	jurídica	para	a	morte,	como
suicídio,	homicídio/crime	ou	acidente.	O	diagnóstico	da	causa	jurídica	da
morte	é	a	principal	razão	da	obrigatoriedade	de	uma	necropsia	forense	ou
médico-legal.	Contudo,	cabe	ressaltar	que	não	cabe	ao	médico	legista
estabelecer	com	certeza	a	causa	jurídica	de	uma	morte,	pois	isso	é	um
critério	de	julgamento,	sendo	o	laudo	de	necropsia	apenas	um	dos	elementos
do	corpo	de	delito.	Cabe	ao	médico	legista	ver	e	reportar,	de	maneira
objetiva,	os	elementos	e	lesões	observados,	de	acordo	com	a	máxima	do
visum	et	repertum;	B:	correta.	Trata-se	de	conceito	aceito	na	doutrina	para
a	morte	súbita.	Hygino	de	Carvalho	Hércules	afirma	que	o	conceito	de
morte	súbita	prende-se	mais	à	inexistência	de	uma	doença	prévia	que	possa
explicá-la	do	que	propriamente	à	evolução	temporal	rápida,	uma	vez	que	tal
critério	temporal	é	relativo	e	difícil	de	ser	estabelecido	com	precisão.	Afirma
o	autor	que	morte	súbita	não	é	sinônimo	de	morte	fulminante	e,	para	ele,
toda	morte	súbita	deve	ser	considerada	suspeita	até	que	se	prove	o	contrário
e	deve	ser	esclarecida	por	necropsia	forense	(HÉRCULES,	Hygino	de
Carvalho.	Medicina	Legal	Texto	e	Atlas.	2ª	ed.	São	Paulo:	Atheneu,	2014,
p.145);	C:	incorreta,	pois	a	morte	natural	não	resulta	de	agentes	de	causa
externa,	mas	sim	de	antecedentes	patológicos,	doenças;	D:	incorreta.	A
morte	súbita,	conceitualmente,	não	é	a	que	atinge	pessoas	com	estado	de
saúde	debilitado	ou	delicado,	pela	já	citada	tese	de	Hygino	de	Carvalho
Hércules,	autor	cuja	doutrina	é	muito	utilizada	pela	banca	examinadora
FUNCAB;	E:	incorreta.	O	evento	que	causa	a	morte	pode	ser	considerado
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sob	o	ponto	de	vista	médico	(causa	médica	da	morte:	a	doença	ou	alteração
orgânica	que	ocasionou	a	morte)	ou	sob	o	ponto	de	vista	jurídico,
correspondendo	às	causas	jurídicas	de	uma	morte	violenta	ou	por	causa
externa:	homicídio/crime,	suicídio	ou	acidente.
Gabarito	“B”
(MÉDICO	LEGISTA	POLÍCIA	CIVIL	MG	–	2006)	Assinale	a	afirmativa
CORRETA.	Não	há	indicação	de	necropsia	médico-legal	se	a	morte	for
decorrente	de:
(a)	Homicídio
(b)	Doença	epidêmica
(c)	Suicídio
(d)	Infanticídio
(e)	Acidente	de	trânsito
B:	correta.	Mortes	causadas	por	doenças	epidêmicas	são	mortes	por
antecedentes	patológicos,	tidas	como	mortes	naturais.	Nesses	casos,	eventual
necropsia	a	ser	feita	seria	uma	necropsia	clínica,	que	apenas	será	realizada
se	houver	autorização	dos	familiares	do	morto	(cônjuge	ou	parentes	até	o	2º
grau,	inclusive),	por	meio	de	termo	de	consentimento	livre	e	esclarecido.	A
necropsia	clínica,	portanto,	não	constitui	exame	cadavérico	de	realização
obrigatória;	A,	C,	D	e	E:	incorretas.	As	necropsias	forenses	ou	médico-legais
são	obrigatórias	em	casos	de	mortes	violentas	(por	causas	externas,	devendo
se	avaliar	a	presença	de	uma	causa	jurídica	para	o	óbito)	ou	mortes
suspeitas,	que	são	aquelas	em	que	há	possibilidade	de	não	ter	sido	natural	a
sua	causa.	Logo,	mortes	por	homicídio,	suicídio	ou	acidente	são	hipóteses	de
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obrigatoriedade	legal	de	realização	de	necropsia.	O	mesmo	se	diga	quanto
ao	infanticídio,	delito	tipificado	no	Código	Penal	em	que	há	necessária
investigação	criminal	a	ser	desencadeada.
Gabarito	“B”
(MÉDICO	LEGISTA	–	PC/ES	–	2019	–	AOCP)	A	necropsia	médico-legal,
realizada	por	médico-legista,	é	“a	perícia	das	perícias”.	Sobre	a	necropsia
médico-legal,	assinale	a	alternativa	correta.
(A)	Deve	ser	realizada	em	toda	morte	ocorrida	por	causa	natural.
(B)	O	exame	externo	deve	ser	sumário	e	omisso.
(C)	É	obrigatória	em	morte	de	pessoas	falecidas	por	morte	natural	sem
assistência	médica.
(D)	Não	existe	justificativa	para	não	realizar	o	exame	interno	das	3
cavidades:	craniana,	torácica	e	abdominal.
(E)	Tem	como	finalidade,	dentre	outras:	identificar	o	cadáver,	a
cronotanatognose	e	determinar	a	causa	médica	da	morte.
A	e	C:	incorretas.	Não	há	obrigatoriedade	de	se	realizar	necropsia	em
mortes	ocorridas	por	causa	natural,	por	antecedentes	patológicos.	Se	houve
assistência	médica,	o	médico	assistente	atestará	o	óbito,	sem	necessidade	de
exame	cadavérico.	Caso	a	morte	natural	tenha	ocorrido	sem	assistência
médica,	o	corpo	será	encaminhado	ao	Serviço	de	Verificação	de	Óbitos
(SVO)	para	que	a	morte	seja	atestada.	Não	havendo	SVO	na	localidade,
qualquer	médico	do	serviço	público	de	saúde	pode	atestar	o	óbito	e	emitir	a
Declaração	de	Óbito.	Mesmo	emtais	casos,	não	há	obrigatoriedade	de
realização	de	necropsia.	B:	incorreta.	O	exame	externo	em	qualquer
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necropsia	deve	ser	completo	e	detalhado,	observando-se	e	descrevendo-se
lesões	externas,	vestes,	sinais	descritivos	para	identificação	do	cadáver,
dentre	outros.	D:	incorreta.	Embora	preconize-se	que	o	exame	interno	das
três	cavidades	seja	realizado,	há	casos	em	que	a	própria	legislação	o
dispensa:	nos	casos	de	morte	violenta,	quando	não	houver	infração	penal
que	apurar	ou	quando	as	lesões	externas	permitirem	precisar	a	causa	da
morte	e	não	houver	necessidade	de	exame	interno	para	verificar	alguma
circunstância	relevante,	nos	termos	do	parágrafo	único	do	art.	162	do	CPP.
E:	correta.	As	finalidades	principais	da	necropsia	forense	são	confirmar	a
morte,	determinar	a	causa	medico-biológica	da	morte,	identificar	o	cadáver,
determinar	o	tempo	de	morte,	fornecer	elementos	e	contribuir	para	a
determinação	judicial	da	causa	jurídica	da	morte	e	satisfazer	interesses	de
ordem	civil,	sanitária,	estatística	e	demográfica.
Gabarito	“E”
(DELEGADO	DE	POLÍCIA	CIVIL/SP	–	2018	–	VUNESP)	De	modo	geral,
nos	casos	de	morte	de	causa	desconhecida,	o	cadáver	deve	ser	encaminhado
para	o	IML	(Instituto	Médico	Legal)	ou	para	o	SVO	(Serviço	de	Verificação
de	Óbitos),	respectivamente,	quando	a	morte	for	decorrente	de:
(a)	causa	externa	ou	morte	suspeita	–	morte	natural	sem	assistência	médica.
(b)	homicídio	–	suicídio.
(c)	acidente	de	trânsito	–	suicídio.
(d)	causa	natural	sem	assistência	médica	–	acidente	de	trânsito.
(e)	suicídio	–	morte	natural	ou	suspeita	sem	assistência	médica.
A:	correta.	O	fluxo	de	encaminhamento	de	cadáveres	para	realização	de
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necropsia	é	simples	e	depende	do	tipo	de	morte,	em	uma	primeira	análise.
Se	a	morte	foi	decorrente	de	causas	externas,	ou	seja,	em	razão	de
transferência	de	energia	do	meio	para	o	corpo,	é	tida	por	morte	violenta.
Também	assim	se	considera	quando	há	necessidade	de	se	investigar	eventual
causa	jurídica	(homicídio,	suicídio	ou	acidente)	para	essa	morte.	Já	a	morte
suspeita	é	aquela	em	que	há	possibilidade	de	não	ter	sido	natural	a	sua
causa,	sendo	que	os	motivos	da	suspeição	podem	decorrer	de	circunstâncias
do	local,	de	características	próprias	do	cadáver	e	até	mesmo	de	informações
dadas	por	familiares.	Em	casos	de	mortes	violentas	e	suspeitas,	a	necropsia
será	obrigatoriamente	realizada,	devendo	o	corpo	ser	encaminhado	para	os
serviços	médico-legais	(IML	ou	postos	médico-legais).	Já	o	Serviço	de
Verificação	de	Óbitos	(SVO)	é	uma	instituição	com	atribuição	de	análise	de
mortes	naturais	–	por	antecedentes	patológicos	–	sem	assistência	médica,
uma	vez	que,	quando	há	assistência	na	morte	natural,	é	o	médico	assistente
o	responsável	pela	emissão	da	declaração	de	óbito	(DO).	B,	C,	D	e	E:
incorretas.
Gabarito	“A”
(DELEGADO	DE	POLÍCIA	CIVIL/MG	–	2018	–	FUMARC)	Custodiado
pela	Polícia,	um	suposto	infrator	queixa	que	se	sente	mal	na	viatura	policial
ao	ser	transferido	do	local	do	fato	para	a	delegacia	responsável.	Ele	relata
ser	“cardíaco”	e	que	usa	medicação	para	evitar	infarto	do	miocárdio.	Em
seguida,	fica	em	silêncio	e	imóvel.	Os	responsáveis	constatam	a	realidade	do
óbito.	A	conduta	CORRETA	é:
(a)	Entrar	em	contato	com	alguma	autoridade	do	Ministério	Público	ou	do
judiciário	para	tomada	de	decisão	do	caso.
(b)	Por	não	haver	violência,	procurar	os	meios	para	encaminhamento	ao
Serviço	de	Verificação	de	Óbito.
(c)	Procurar	os	meios	e	as	formalidades	para	o	encaminhamento	ao	IML.
(d)	Trata-se	de	morte	natural;	dar	seguimento	aos	procedimentos	para
encaminhamento	à	funerária.
Genival	Veloso	de	França,	doutrinador	adotado	pela	banca	examinadora
FUMARC,	é	claro	ao	afirmar	que	toda	morte	sob	custódia	de	autoridades
judiciárias	ou	policiais	deve	ser	considerada,	a	priori,	como	morte	suspeita,
estando	sujeita	à	apreciação	médico-legal	(FRANÇA,	Genival	Veloso	de.
Medicina	Legal.	11ª	ed.	Rio	de	Janeiro:	Guanabara	Koogan,	2017,	p.	513).	São
exemplos:	mortes	de	pessoas	que	encontram-se	detidas	em	delegacias,
penitenciárias,	hospitais	judiciários,	adolescentes	que	estão	cumprindo	medidas
socioeducativas	ou	pessoas	em	cumprimento	de	medidas	de	segurança,	bem
como	durante	a	transferência	de	detidos	para	instituições	de	custódia	ou
hospitais.	Logo,	ainda	que	o	custodiado	apresentasse	doença	prévia	e	fizesse	uso
de	medicamentos,	a	morte	é	considerada	suspeita	e	o	corpo	deve	ser
encaminhado	ao	IML	ou	serviço	médico-legal.	Não	há	como	se	afirmar	que	a
morte	ocorrera	de	forma	natural,	tampouco	que	não	houve	violência.	Ressalte-se,
ainda,	que	a	necropsia	forense	ou	médico-legal	dispensa	autorização	de
familiares	do	morto,	sendo	obrigatória	por	disposição	legal.
Gabarito	“C”
(MÉDICO	LEGISTA	–	POLÍCIA	CIVIL	SP	–	2014)	Jovem	do	sexo
masculino,	30	anos,	foi	atropelado	na	via	pública	por	um	ônibus,	sofrendo
trauma	cranioencefálico,	com	hematoma	extradural.	Foi	socorrido,
submetido	à	craniotomia,	com	drenagem	do	hematoma.	Recuperou-se	do
coma,	porém	ficou	internado	por	2	meses,	tendo	broncopneumonia,	sepse	e
veio	a	óbito.	Neste	caso,	a	declaração	de	óbito	deverá	ser	emitida:
(a)	no	SVO,	pois	o	evento	final	foi	de	causa	natural.
(b)	pelo	plantonista	do	hospital	no	momento	do	óbito.
(c)	pelo	neurocirurgião	que	operou	o	paciente.
(d)	pelo	médico	plantonista	que	deu	o	primeiro	atendimento	pós-acidente.
(e)	no	IML,	pelo	nexo-causal	entre	o	acidente	e	a	causa	do	óbito.
A,	B,	C	e	D:	incorretas.	E:	correta.	Para	que	se	avalie	de	forma	correta	a
atribuição	da	emissão	da	declaração	de	óbito	(DO),	deve-se	atentar	para	o
tipo	de	morte,	se	violenta	(por	causas	externas),	suspeita	ou	natural.	Nas
duas	primeiras,	o	exame	necroscópico	é	obrigatório	e	será	realizado	nos
serviços	médico-legais,	por	médicos	legistas.	Na	hipótese,	embora	o
desdobramento	e	evento	final	que	levou	à	morte	foi	uma	condição	clínica
infecciosa	(pneumonia	e	sepse),	há	que	se	considerar	o	claro	nexo	causal
existente	entre	o	evento	terminal	e	o	acidente	sofrido.	O	paciente	apenas	foi
internado	porque	sofrera	um	acidente	com	formação	de	hematoma
extradural	e	necessitou	realizar	cirurgia;	durante	a	internação,	desenvolveu
complicação	infecciosa	que	não	teria	ocorrido	(e,	em	consequência,	a	morte
também	não)	caso	ele	não	tivesse	sofrido	o	evento	externo	acidente.	Trata-se
de	uma	causa	médica	direta	de	morte,	provocada	por	uma	causa	jurídica.
Logo,	a	competência	para	emissão	da	declaração	de	óbito	é	do	médico
legista	e	o	corpo	deve	ser	encaminhado	ao	IML,	se	existente	na	localidade.
Gabarito	“E”
Comentários	adicionais:	a	Resolução	1.779	de	2005	do	Conselho	Federal	de
Medicina	deve	ser	estudada	no	tocante	à	responsabilidade	pela	emissão	da
declaração	de	óbito.
(MÉDICO	LEGISTA/ES	–	2013	–	FUNCAB)	Um	indivíduo	cardiopata
crônico	falece	na	própria	residência.	Foi	chamado	o	médico	assistente	do
paciente	que	diagnostica	morte	de	causa	natural,	não	suspeita,	e	atesta	o
óbito.	Em	relação	à	atitude	do	referido	médico,	assinale	a	afirmativa	que
melhor	fundamenta	a	sua	conduta,	do	ponto	de	vista	médico-legal.
(a)	Se	é	de	fato	morte	natural,	não	suspeita,	e	considerando	que	foi	o
próprio	médico	assistente	do	paciente	quem	atestou	o	óbito,	nada	há	para	se
questionar.
(b)	O	médico	assistente	do	paciente,	mesmo	diagnosticando	morte	natural,
não	pode	atestar	o	óbito	do	paciente,	pois	não	há	como	afastar	a
possibilidade	de	morte	violenta.	Nesse	caso,	somente	o	perito	legista	poderia
atestar	o	óbito.
(c)	Nesse	caso,	o	cadáver	deve	ser	encaminhado	para	um	serviço	de
verificação	de	óbito	ou	a	uma	necropsia	particular.
(d)	Se	o	paciente	estivesse	internado	em	um	hospital,	o	atestado	somente
seria	fornecido	caso	ele	estivesse	internado	há	mais	de	24	horas.
(e)	Nesse	caso,	de	acordo	com	art.	114	do	Código	de	Ética	Médica,	o	médico
somente	pode	atestar	o	óbito	após	solicitar	à	autoridade	policial	um
documento	afastando	a	possibilidade	de	morte	violenta.
A:	correta.	O	médico	agiu	corretamente;	ele	era	o	médico	assistente	do
paciente,	ainda	que	não	o	tenha	assistido	no	exato	momento	da	morte.
Presume-se	que	conheciao	quadro	clínico	do	doente	e,	ao	ser	chamado,	não
constatou	nenhum	sinal	de	suspeição,	entendeu	que	a	morte	era	natural	e
emitiu	a	declaração	de	óbito	(DO).	A	Resolução	CFM	1.779/2005	determina
que,	em	caso	de	morte	natural	com	assistência	médica	(ressalte-se	que	tal
assistência	não	precisa	ser	imediata,	no	exato	momento	do	óbito),	é	o	médico
assistente	o	responsável	por	emitir	a	DO.	Nesse	caso,	é	feito	um	exame
externo	do	corpo,	buscando	avaliar	minuciosamente	se	há	algum	sinal
externo	de	violência,	e	a	família	é	indagada	sobre	as	circunstâncias	da
morte.	Se	não	há	nada	que	levante	suspeita	no	caso	e	o	médico	diagnostica
que	a	morte	ocorreu	de	forma	natural,	de	acordo	com	o	quadro	clínico	que
ele	conhecia	de	seu	paciente,	é	ele	quem	emite	a	DO;	B:	incorreta.	O	corpo
apenas	deveria	ser	encaminhado	ao	IML	se	tivesse	sinais	de	morte	violenta
ou	suspeita,	sendo	essa	aquela	em	que	há	indícios	e	possibilidade	de	não	ter
sido	natural	a	sua	causa;	C:	incorreta.	O	corpo	vai	ao	SVO	em	hipóteses	de
morte	natural	sem	assistência	médica,	não	sendo	este	o	caso.	Também	pode
ser	para	lá	encaminhado	quando	o	médico	assistente	não	consegue
correlacionar	o	óbito	ao	quadro	clínico	que	conhecia	de	seu	paciente,	de
acordo	com	o	disposto	na	Resolução	CFM	1.779/2005.	Ressalte-se	que	uma
eventual	necropsia	clínica	a	ser	realizada	em	casos	de	morte	natural
depende	de	autorização	dos	familiares	do	morto,	já	que	apenas	a	necropsia
forense	ou	médico-legal	é	obrigatória	por	lei,	em	casos	de	mortes	violentas
ou	suspeitas;	D:	incorreta.	Não	há	qualquer	norma	nesse	sentido.	A	DO
sempre	deve	ser	fornecida,	não	podendo	haver	inumação	(sepultamento)	ou
cremação	sem	esse	importante	documento;	E:	incorreta.	Não	há	qualquer
previsão	de	emissão	de	documento	por	autoridade	policial	acerca	de	mortes
violentas	e	o	art.	114	do	CEM	diz	respeito	à	publicidade	médica	e	nada	tem
a	ver	com	a	matéria.
Gabarito	“A”
(ESCRIVÃO	DE	POLÍCIA	CIVIL/MG	–	2018	–	FUMARC)	Uma	criança
de	4	anos	começa	a	vomitar	na	frente	de	pais	e	tios,	dentre	outros	familiares
e	amigos,	vindo	a	falecer	por	um	alimento	“entalado	na	garganta”.	A
conduta	CORRETA	é:
(A)	Comunicar	diretamente	à	funerária	para	tramitação	da	inumação,	sem
entraves,	pois	já	há	grande	sofrimento	social	e	familiar.
(B)	Deve	ser	registrado	um	Boletim	de	Ocorrência	antes	de	ir	ao	Serviço	de
Verificação	de	Óbito,	por	se	tratar	de	um	incidente	social	e	familiar.
(C)	Por	se	tratar	de	acidente	doméstico	comum,	trata-se	de	morte	sem
necessidade	de	investigações	formais,	não	devendo	o	corpo	ir	ao	Serviço	de
Verificação	de	Óbito.
(D)	Providenciar	encaminhamento	junto	às	autoridades	para	o	IML.
A,	B	e	C:	incorretas.	Não	se	trata	de	caso	de	encaminhamento	ao	Serviço	de
Verificação	de	Óbito	(SVO),	tampouco	poderá	ser	inumado	ou	sepultado	o
corpo,	antes	da	realização	da	necropsia	forense;	D:	correta.	Trata-se	de
assunto	bastante	cobrado	em	provas	de	Medicina	Legal,	que	diz	respeito	ao
encaminhamento	do	corpo	após	a	morte,	a	depender	do	tipo	de	morte,	se
natural,	suspeita	ou	violenta.	No	caso	descrito,	a	criança	morreu	com
“alimento	entalado	na	garganta”.	Trata-se,	em	verdade,	de	asfixia	por
sufocação	direta,	quando	ocorre	obstrução	mecânica	à	passagem	do	ar	em
qualquer	ponto	da	via	aérea,	desde	os	orifícios	naturais	(boca	e	narinas)	até
as	vias	inferiores	(traqueia	e	brônquios).	É	uma	morte	por	causa	externa;
morte	violenta,	ainda	que	acidental.	Nesses	casos,	deve	ser	analisada	a
possível	causa	jurídica	para	essa	morte	(crime/homicídio,	suicídio	ou
acidente).	A	necropsia	forense	é	obrigatória	por	lei	e	deverá	o	corpo	ser
encaminhado	ao	IML,	independentemente	de	qualquer	autorização	dos
familiares.	O	SVO	não	tem	atribuição	para	o	caso	descrito,	pois	a	morte	não
foi	por	antecedentes	patológicos	ou	“natural”.	Para	o	SVO,	são
encaminhados	os	corpos	de	pessoas	que	tiveram	morte	natural,	sem
assistência	médica.
Gabarito	“D”
(ESCRIVÃO	DE	POLÍCIA	CIVIL/MG	–	2018	–	FUMARC)	Uma	mulher
comete	tentativa	de	autoextermínio	por	ingestão	de	pesticidas.	Por	isso,
ficou	internada	durante	um	mês	antes	do	óbito,	o	qual	se	deu	no	próprio
hospital	onde	fora	atendida	desde	o	início.	O	óbito	se	deu	por	infecção
generalizada,	decorrente	de	complicações	da	internação	prolongada.	Nesse
caso,	o	corpo:
(A)	deverá	ser	encaminhado	ao	Serviço	de	Verificação	de	Óbitos,	pois	a
morte	foi	natural,	ou	seja,	“infecção	generalizada”.
(B)	está	sob	a	posse	do	Poder	Público,	o	qual	tem	esse	direito	em	qualquer
tempo,	devendo	ser	necropsiado	por	peritos	oficiais	ou	“ad	hoc”.
(C)	pertence	à	família,	a	qual	decidirá	se	irá	inumar	ou	cremar.
(D)	se	impõe	à	análise	de	autoridade	do	judiciário,	para	autorizar	ou
cancelar	a	necessidade	de	necrópsia	tipo	clínica.
A:	incorreta,	por	não	se	tratar	de	morte	natural,	uma	vez	que	os	eventos
sequenciais	biológicos	(complicações	da	internação	e	infecção	generalizada)
ocorreram	por	desdobramento	da	causa	básica	externa,	a	ingestão	de
pesticidas.	A	morte	é	considerada,	portanto,	violenta	e	não	natural;	B:
correta.	O	Estado/Poder	Público	tem	ingerência	sobre	o	corpo	morto	e	pode
determinar	seu	encaminhamento	em	casos	específicos.	É	justamente	o	caso
das	mortes	violentas	ou	suspeitas,	em	que	a	lei	determina	a	obrigatoriedade
de	realização	de	necropsia.	É	de	se	ressaltar	que	a	morte	da	mulher	não	foi
natural	ou	por	antecedentes	patológicos.	Em	toda	morte,	o	evento	terminal
que	a	explica	diretamente	sempre	será	biológico	(uma	infecção,	uma
hemorragia	grave,	uma	hipóxia	grave,	etc.).	Contudo,	se	esse	evento	final
tem	relação	lógica	causal	e	sequencial	com	uma	causa	básica	externa,	a
morte	é	considerada	violenta.	A	mulher	apenas	estava	internada	e
desenvolveu	complicações	da	internação	prolongada	(infecção)	porque,
previamente,	ingeriu	pesticidas	em	tentativa	de	autoextermínio.	Há	nexo
causal	entre	os	eventos,	que	são	sequenciais.	Logo,	a	causa	básica	de	sua
morte	é	o	evento	externo:	a	ingestão	de	pesticidas	na	tentativa	de	suicídio.
Assim,	o	corpo	deve	ser	obrigatoriamente	necropsiado	nos	serviços	médico-
legais	oficiais,	como	o	IML.	Perito	oficial	(perito	médico	legista	concursado,
servidor	público	efetivo)	poderá	necropsiar	o	corpo	sozinho,	mas	não	há
vedação	para	que	o	faça	em	conjunto	com	outros	peritos	oficiais	(no	Direito,
“quem	pode	o	mais,	pode	o	menos”).	No	caso	de	não	haver	perito	oficial,
deverão	ser	nomeados	pela	autoridade	dois	peritos	“ad	hoc”;	C:	incorreta.
O	corpo	morto	não	“pertence	à	família”	e,	em	casos	de	morte	por	causa
externa,	há	obrigatoriedade	de	realização	de	necropsia	forense	ou	médico-
legal.	A	cremação	em	casos	de	mortes	violentas	(por	causa	externa)	deve	ser
autorizada	pela	autoridade	judiciária,	nos	termos	do	art.	77,	§	2º,	da	Lei	de
Registros	Públicos	(Lei	n.	6.015/1973);	D:	incorreta;	não	há	necessidade	de
autorização	judicial	para	realização	de	necropsias	médico-legais,	que	são
determinadas	por	lei	em	casos	de	mortes	violentas	e	suspeitas.	Ademais,	o
caso	não	consiste	em	necropsia	clínica,	aquela	feita	por	médicos	patologistas
em	mortes	por	antecedentes	patológicos	(doenças),	por	razões
epidemiológicas,	científicas,	etc.	Trata-se	de	caso	em	que	houve	causa	básica
externa;	portanto,	a	necropsia	a	ser	realizada	é	a	forense	ou	médico-legal,
nos	serviços	médico-legais	(IML).
Gabarito	“B”
(MÉDICO	LEGISTA	AMAPÁ	–	2016	–	FCC)	A	exumação	pode	ser
realizada	com	diversos	objetivos.	Em	relação	à	exumação	no	âmbito
criminal:
(a)	em	caso	de	dúvida	sobre	a	identidade	do	cadáver	exumado,	proceder-se-
á	ao	reconhecimento	pelo	Instituto	de	Identificação	e	Estatística	ou
repartição	congênere	ou	pela	inquirição	de	testemunhas,	lavrando-se	auto
de	reconhecimento	e	de	identidade.
(b)	as	lesões	encontradas	nos	cadáveres	exumados	não	devem	ser
fotografadas,	visto	que	a	família	deve	ser	preservada	de	possíveis	imagens
degradantes.
(c)	o	Perito	Médico	Legista	tem	autonomia	para	realizar	a	exumação	em
qualquer	hora	do	seu	turno	de	trabalho,	não	sendo	necessário	agendamento
prévio.
(d)	ela	deve	ser	feita	após	o	término	da	fase	coliquativa	da	putrefação.
(e)	ela	deve	ser	realizada	em	sigilo,não	sendo	autorizada	presença	dos
familiares	do	de	cujus.
A:	correta.	O	procedimento	de	exumação	consiste	no	desenterramento	do
cadáver,	não	importa	o	local	onde	esteja	sepultado.	O	procedimento	é
realizado	habitualmente	quando	se	suspeita,	após	o	sepultamento,	da
ocorrência	de	uma	causa	jurídica	para	a	morte,	ou	para	dirimir	dúvidas	ou
verificação	de	identidade.	O	Código	de	Processo	Penal	(CPP)	dispõe	sobre	o
procedimento	de	exumação,	sendo	que	seu	art.	166	determina
expressamente	que,	“havendo	dúvida	sobre	a	identidade	do	cadáver
exumado,	proceder-se-á	ao	reconhecimento	pelo	Instituto	de	Identificação	e
Estatística	ou	repartição	congênere	ou	pela	inquirição	de	testemunhas,
lavrando-se	auto	de	reconhecimento	e	de	identidade,	no	qual	se	descreverá	o
cadáver,	com	todos	os	sinais	e	indicações”.	Ainda,	serão	arrecadados	e
autenticados	todos	os	objetos	encontrados,	que	possam	ser	úteis	para	a
identificação	do	cadáver;	B:	incorreta.	As	fotografias	estão	previstas	em	lei
e	deve	ser	realizada	a	documentação	fotográfica	completa	do	procedimento,
dispondo	o	art.	164	do	CPP	que	“os	cadáveres	serão	sempre	fotografados	na
posição	em	que	forem	encontrados,	bem	como,	na	medida	do	possível,	todas
as	lesões	externas	e	vestígios	deixados	no	local	do	crime”;	C:	incorreta.	O
dia	e	a	hora	da	exumação	devem	ser	previamente	agendados,	sendo	que	as
formalidade	legais	implicam	a	presença	da	autoridade	policial,	dos	peritos,
do	escrivão	(para	realização	do	auto	de	exumação	e	reconhecimento),	do
administrador	do	cemitério	para	indicar	o	local	da	sepultura	e,	sendo
possível,	de	familiares	do	morto	e	testemunhas	que	estiveram	presentes	no
momento	da	inumação;	D:	incorreta;	A	exumação	pode	ser	feita	a	qualquer
tempo	ou	fase	processual	e	em	qualquer	fase	da	putrefação	cadavérica;	E:
incorreta.	Os	familiares	do	morto,	assim	como	testemunhas	que	estiveram
presentes	no	momento	do	sepultamento,	devem	ser	convidados	para	o
procedimento	de	exumação.
Gabarito	“A”
(DELEGADO	DE	POLÍCIA	CIVIL/MG	–	2018	–	FUMARC)	Em	relação	à
exumação,	é	CORRETO	afirmar:
(a)	Em	determinados	casos,	o	exame	histopatológico	pode	ser	realizado.
(b)	O	exame	interno	deve	ser	direcionado	à	região	determinada	e/ou
suspeita	do	cadáver.
(c)	O	médico-legista	se	incumbirá	de	providenciar	para	que	se	realize	a
diligência,	mediante	autorização	expressa	da	família.
(d)	Os	fenômenos	putrefativos	prejudicam	as	características	das	vestes,	não
devendo	ser	consideradas,	a	fim	de	se	evitarem	erros	periciais	grosseiros.
A:	correta.	Em	uma	exumação,	o	exame	histopatológico	ou	microscópico	de
órgãos	e	tecidos	pode	ser	e	é	habitualmente	realizado,	assim	como	todos	os
recursos	de	pesquisas	toxicológica	e	bacteriológica,	fazendo	parte	do	exame
completo	dos	restos	mortais	desenterrados;	B:	incorreta.	Depois	de
exumado	o	cadáver	ou	o	que	resta	dele,	procede-se	ao	exame	com	a	mesma
técnica	do	exame	cadavérico	e	o	exame	interno	deve	ser	completo,	mesmo
no	que	resta	do	corpo;	C:	incorreta.	Não	é	necessária	a	autorização	expressa
da	família,	mas	sim	o	convite	para	que	eles	participem	do	procedimento.	A
exumação	é	habitualmente	realizada	em	caráter	especial,	por	sérias	e
imperiosas	razões,	para	atender	aos	reclamos	da	Justiça	no	esclarecimento
de	fatos	duvidosos,	de	causa	violenta	da	morte	passada	despercebida,	para
identificação,	dentre	outras	possibilidades.	D:	incorreta;	fenômenos
putrefativos	não	prejudicam	as	características	das	vestes	e	elas	não	devem
ser	desconsideradas.	Ao	contrário,	aconselha-se	que	sejam	colhidos
fragmentos	das	vestes	do	morto,	da	terra	que	se	encontra	sob	o	caixão	e	dos
forros	deste,	especialmente	se	há	alguma	suspeita	de	envenenamento,	pois	a
substância	pode	ter	se	esvaído	junto	com	os	líquidos	da	putrefação	e	pode
ser	identificada	na	terra	ou	nos	tecidos	adjacentes.
Gabarito	“A”
(MÉDICO	LEGISTA	–	PC/ES	–	2019	–	AOCP)	Em	relação	ao
procedimento	de	exumação,	assinale	a	alternativa	correta.
(A)	As	exumações	administrativas	em	cemitério	necessitam	de	ordem
judicial.
(B)	É	realizado	exclusivamente	quando	há	dúvida	quanto	à	causa	da	morte.
(C)	A	sepultura	deve	ser	localizada	por	qualquer	pessoa.
(D)	Os	familiares	não	podem	estar	presentes.
(E)	Pode	ser	realizado	quando	há	dúvidas	quanto	à	identidade	do	cadáver.
A:	incorreta.	As	exumações	administrativas	–	objetivando,	por	exemplo,
transferência	de	restos	mortais	para	outra	urna,	mudança	ou	desocupação
de	sepultura,	remoção	por	questões	sanitárias	ou	cremação	quando	o
cadáver	já	estiver	esqueletizado	–	não	necessitam	autorização	judicial,
podendo	ser	autorizada	pela	autoridade	sanitária.	B:	incorreta.	Exumações
podem	ter	finalidades	administrativas	ou	jurídicas;	estas	últimas	podem	ser
realizadas	com	a	finalidade	de	identificação	dos	restos	mortais,	realização
de	necropsia	não	feita	em	momento	oportuno,	dúvida	quanto	à	real	causa
da	morte	e	esclarecimento	de	qualquer	outro	interesse	jurídico,	como	até
mesmo	em	casos	de	investigação	de	paternidade.	C:	incorreta,	já	que	o
parágrafo	único	do	art.	163	do	CPP	dispõe	que	o	local	da	sepultura	será
indicado	pelo	administrador	de	cemitério	público	ou	particular,	sob	pena	de
desobediência.	D:	incorreta.	Os	familiares	do	morto	devem	ser	convidados	e
podem	ou	não	estar	presentes	durante	o	procedimento	de	exumação.	E:
correta,	já	que	a	identificação	do	cadáver	ou	dos	restos	mortais	é	uma	das
finalidades	jurídicas	de	uma	exumação,	quando	há	dúvidas	sobre	sua	real
identidade.
Gabarito	“E”
(DELEGADO	DE	POLÍCIA	CIVIL/MG	–	2018	–	FUMARC)	Em	relação
aos	dispositivos	legais	sobre	a	remoção	de	órgãos,	tecidos	e	partes	do	corpo
humano	para	fins	de	transplante	e	tratamento,	é	CORRETO	afirmar:
(a)	A	retirada	post	mortem	de	tecidos,	órgãos	ou	partes	do	corpo	humano
destinados	a	transplante	ou	tratamento	deverá	ser	precedida	de	diagnóstico
de	morte	encefálica,	constatada	e	registrada	por	dois	médicos	não
participantes	das	equipes	de	remoção	e	transplante.
(b)	A	retirada	de	tecidos,	órgãos	e	partes	do	corpo	de	pessoas	falecidas	para
transplantes	ou	outra	finalidade	terapêutica	não	dependerá	apenas	da
autorização	do	cônjuge	ou	parente,	estando	também	vinculada	aos	sistemas
de	saúde	pública	e	ao	delegado	de	polícia.
(c)	No	caso	de	morte	sem	assistência	médica,	de	óbito	em	decorrência	de
causa	mal	definida	ou	de	outras	situações	nas	quais	houver	indicação	de
verificação	da	causa	médica	da	morte,	a	remoção	de	tecidos,	órgãos	ou
partes	de	cadáver	para	fins	de	transplante	ou	terapêutica	somente	poderá
ser	realizada	após	a	autorização	do	delegado	de	polícia	ou	do	Ministério
Público.
(d)	O	cadáver	de	pessoa	não	identificada	não	pode	se	prestar	a	qualquer
doação	para	transplantes,	exceto	se	autorizado	pelo	delegado	de	polícia,
promotor	ou	juiz.
A:	correta.	Trata-se	da	redação	literal	do	art.	3º	da	Lei	9.434	de	1997	(Lei
dos	Transplantes).	Os	dois	médicos	que	diagnosticam	a	morte	encefálica	não
podem	participar	da	equipe	de	remoção	e	transplante.	Ressalte-se	que,	em
outubro	de	2017,	foi	publicado	o	Decreto	9.175	de	2017,	que	dispensou	que
um	desses	dois	médicos	fosse	neurologista.	O	decreto	atualmente	em	vigor
prevê,	em	seu	art.	17,	§	3º,	que	“os	médicos	participantes	do	processo	de
diagnóstico	da	morte	encefálica	deverão	estar	especificamente	capacitados	e
não	poderão	ser	integrantes	das	equipes	de	retirada	e	transplante”;	B:
incorreta.	O	art.	4º	da	Lei	dos	Transplantes	dispõe	que	“a	retirada	de
tecidos,	órgãos	e	partes	do	corpo	de	pessoas	falecidas	para	transplantes	ou
outra	finalidade	terapêutica,	dependerá	da	autorização	do	cônjuge	ou
parente,	maior	de	idade,	obedecida	a	linha	sucessória,	reta	ou	colateral,	até
o	segundo	grau	inclusive”;	C:	incorreta.	O	parágrafo	único	do	art.	7º	da	Lei
dos	Transplantes	dispõe	que	“no	caso	de	morte	sem	assistência	médica,	de
óbito	em	decorrência	de	causa	mal	definida	ou	de	outras	situações	nas	quais
houver	indicação	de	verificação	da	causa	médica	da	morte,	a	remoção	de
tecidos,	órgãos	ou	partes	de	cadáver	para	fins	de	transplante	ou	terapêutica
somente	poderá	ser	realizada	após	a	autorização	do	patologista	do	serviço
de	verificaçãode	óbito	responsável	pela	investigação	e	citada	em	relatório
de	necropsia”.	Não	há	previsão	de	autorização	de	delegado	de	polícia	ou
promotor;	D:	incorreta.	O	art.	6º	da	Lei	dos	Transplantes	veda	a	remoção
post	mortem	de	tecidos,	órgãos	ou	partes	do	corpo	de	pessoas	não
identificadas.	Não	há	previsão	legal	de	exceção	desse	dispositivo,	tampouco
de	autorização	por	parte	de	autoridades	policiais	ou	judiciárias.
Gabarito	“A”
(DELEGADO	DE	POLÍCIA	CIVIL/SP	–	2012	–	PC-SP)	Para	se	realizar	um
transplante	cardíaco,	considera-se	como	sinal	de	morte	do	doador:
(a)	a	parada	dos	movimentos	cardiocirculatórios.
(b)	a	parada	cardiorrespiratória	irreversível.
(c)	a	parada	cardíaca	definitiva.
(d)	a	lesão	cerebral	irreversível.
(e)	a	suspensão	irreversível	da	atividade	encefálica.
A,	B,	C	e	D:	incorretas.	As	funções	cardíacas,	respiratórias	e	cerebrais	já
foram	tidas	como	critérios	para	o	diagnóstico	de	morte;	em	meados	da
década	de	60	do	século	passado,	as	funções	encefálicas	passaram	a	ser
consideradas	como	o	critério	mais	fidedigno	e	seguro	de	morte;	E:	correta.
A	atual	definição	de	morte	tanto	para	fins	científicos	como	para	fins
jurídicos	é	a	morte	encefálica,	situação	em	que	há	parada	irreversível	da
atividade	encefálica	e	não	meramente	cerebral.	Os	critérios	para	tal
diagnóstico	fundamentam-se	na	Resolução	CFM	2.173	de	2017	e	baseiam-se
na	lesão	irreversível	de	estruturas	do	encéfalo,	ausência	total	de	resposta
cerebral	com	perda	da	consciência,	abolição	de	reflexos	cefálicos,	ausência
de	resposta	respiratória	espontânea	ao	teste	de	apneia	e	diagnóstico
conhecido	da	causa	do	coma.	Para	o	diagnóstico	da	morte	encefálica,	são
realizados	exames	clínicos	e	complementares,	além	do	teste	de	apneia,	em
intervalos	de	tempo	que	variam	de	acordo	com	a	idade	do	doador.	Os
critérios	foram	atualizados	em	2017	e	os	novos	intervalos	de	tempo	para	a
realização	das	duas	avaliações	clínicas,	por	dois	médicos	diferentes	não
integrantes	das	equipes	de	remoção	de	órgãos	e	transplante,	são:	doador
com	7	dias	completos	(recém-nascido	a	termo)	a	2	meses	de	idade
incompletos:	24	horas	de	intervalo;	doador	com	2	meses	a	2	anos	(24	meses)
de	idade	incompletos:	12	horas	de	intervalo;	doador	acima	de	dois	anos	de
idade,	o	intervalo	mínimo	será	de	uma	hora	entre	os	dois	exames	clínicos.
Gabarito	“E”
(INVESTIGADOR	DE	POLÍCIA	–	PC/MG	–	2014)	Um	homem	de	25	anos
morreu	com	um	fígado	preservado	quanto	à	sua	reserva	de	glicogênio,
apurada	pela	docimásia	hepática	química.	Diante	dessa	informação,	pode-se
concluir	que	a	morte	se	deu	de	forma:
(a)	tardia.
(b)	agônica.
(c)	mediata.
(d)	instantânea.
A	questão	aborda	a	perícia	do	tempo	de	sobrevivência,	que	auxilia	na
diferenciação	das	mortes	súbita	(imediata	ou	instantânea),	mediata	e	agônica
(tardia).	A	morte	súbita	é	aquela	que	ocorre	de	forma	abrupta,	com	efeitos
imediatos	e	instantâneos.	A	morte	mediata	possibilita	sobrevivência	de	algumas
horas,	proporcionando	alguma	forma	de	providência.	A	morte	agônica	ou	tardia
se	arrasta	por	dias	ou	semanas	após	a	instalação	de	sua	causa	básica.	Há	reações
químicas	e	exames	que	auxiliam	na	análise	desse	tempo	de	sobrevivência	e	que
também	são	importantes	para	se	avaliar	eventual	comoriência	–	morte
simultânea	de	dois	ou	mais	indivíduos	em	um	mesmo	momento,	não	se	podendo
provar	quem	morreu	primeiro	–	ou	premoriência,	que	é	a	presença	de	condição
probatória	que	permite	determinar	quem	morreu	primeiro,	em	um	mesmo
evento.	As	docimásias	hepáticas	e	suprarrenais,	conhecidas	como	“docimásias
da	agonia”	(não	confundir	com	as	docimásias	das	provas	de	respiração	usadas	na
análise	do	infanticídio),	são	provas	que	permitem	tal	avaliação.	A	docimásia
hepática	química	baseia-se	na	pesquisa	do	glicogênio	e	da	glicose	no	fígado	e
permite	a	conclusão	de	que	se	uma	pessoa	morreu	com	o	fígado	espoliado
(ausência	de	glicose	e	glicogênio,	que	foram	gastos	no	esforço	dos	dias),	teve
uma	morte	agônica.	Se	as	reservas	hepáticas	estão	normais,	a	morte	foi
instantânea.	Há	também	outras	docimásias	agônicas,	como	a	hepática	histológica
(observação	ao	microscópio	por	técnicas	de	coloração	e	identificação	do
glicogênio	hepático)	e	as	docimásias	suprarrenais	fisiológica,	química	de
Cevidalli	e	histológica,	que	avaliam	a	presença	de	adrenalina	ou	epinefrina	na
glândula	adrenal	ou	suprarrenal.	Na	morte	agônica,	a	hipoxemia	estimula
diretamente	a	adrenal,	provocando	secreção	de	adrenalina.	Contudo,	deve-se
saber	que	tais	docimásias	não	têm	valor	absoluto,	devendo	ser	considerados
apenas	testes	de	probabilidade.
Gabarito	“D”
(DELEGADO	DE	POLÍCIA	RS	–	2018	–	FUNDATEC)	Em	relação	à
estimativa	do	tempo	de	morte,	também	conhecida	como	cronotanatognose,
analise	as	afirmações	abaixo,	assinalando	V	se	verdadeiras	e	F	se	falsas.
(	)	Existem	vários	parâmetros	(fenômenos	cadavéricos)	utilizados	para	a
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estimativa	do	tempo	de	morte.
(	)	A	estimativa	do	tempo	de	morte,	considerando	os	avanços	da	Medicina	Legal,
é	bastante	precisa,	não	apresentando	margem	de	erro	(para	mais	ou	para	menos)
maior	do	que	uma	hora.
(	)	A	estimativa	do	tempo	de	morte	depende,	além	de	outros	fatores,	de	fatores
externos	ao	cadáver.
(	)	A	estimativa	do	tempo	de	morte,	apesar	dos	avanços	da	Medicina	Legal,	não
é	precisa.
A	ordem	correta	de	preenchimento	dos	parênteses,	de	cima	para	baixo,	é:
(a)	V-F-V-V
(b)	V-V-V-F
(c)	V-V-F-F
(d)	F-F-F-V
(e)	F-V-F-V
A:	correta.	Para	realização	da	estimativa	do	tempo	de	morte
(cronotanatognose),	há	vários	fenômenos	cadavéricos	utilizados:	fenômenos
abióticos	imediatos,	abióticos	mediatos	ou	consecutivos	e	fenômenos
transformativos	destrutivos	e	transformativos	conservadores.	Contudo,
apesar	da	existência	de	diversos	dados	e	parâmetros	para	tal,	bem	como	dos
avanços	da	Medicina	Legal,	a	estimativa	não	é	precisa	e	mostra	faixas
temporais	muito	amplas	e	variáveis,	uma	vez	que	a	morte	não	é	um
momento	e	sim	um	processo,	sendo	gradativa	a	cessação	das	funções	vitais.
Logo,	há	dificuldade	de	se	determinar	com	precisão	o	exato	momento	da
morte.	As	margens	de	erro	existem	e	são	amplas,	havendo,	ainda,	variação
intersubjetiva	na	estimativa	temporal.	Há	situações	em	que	as	faixas
temporais	mostram	margens	de	erros	de	dias	ou	semanas.	Uma	das
explicações	para	essa	ampla	variabilidade	é	o	fato	de	que	caracteres
externos	ao	cadáver,	como	fatores	ambientais,	interferem	na	estimativa
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temporal.	Dados	como	clima,	temperatura	ambiente,	umidade,	composição
do	solo	e	até	mesmo	o	material	utilizado	na	urna	para	sepultamento
interferem	na	cronologia	da	putrefação	e,	em	consequência,	na	estimativa
cronológica	da	morte.	Logo,	a	única	assertiva	errônea	é	a	que	menciona	que
a	estimativa	do	tempo	de	morte	é	muito	precisa	e	não	apresenta	margem	de
erro	maior	que	uma	hora.	As	demais	estão	corretas.
Gabarito	“A”
(DELEGADO	DE	POLÍCIA/PR	–	2013	–	COPS-UEL)	Leia	a	manchete	a
seguir:	“Susto:	homem	é	retirado	vivo	de	dentro	da	geladeira	do	necrotério.
Idoso	foi	dado	como	morto	por	médico	após	crise	de	asma.”
Não	é	incomum	que	em	alguns	casos	ocorram	equívocos	em	relação	ao	atestado
de	óbito,	como	nessa	notícia.	O	Art.	162	do	Código	de	Processo	Penal	Brasileiro
(CPPB)	diz	que	“A	autópsia	será	feita	pelo	menos	seis	horas	depois	do	óbito,
salvo	se	os	peritos,	pela	evidência	dos	sinais	de	morte,	julgarem	que	possa	ser
feita	antes	daquele	prazo,	o	que	declararão	no	auto	(...)”.
Quanto	aos	sinais	de	certeza	de	morte	que	autorizam	o	médico	legista	a	iniciar	a
autópsia	antes	de	seis	horas,	assinale	a	alternativa	CORRETA.
(a)	Os	sinais	de	morte	se	dividem	em	fenômenos	abióticos	e	consecutivos.	A
presença	de	qualquer	sinal	abiótico	já	é	compatível	com	a	realidade	de
morte	e	autoriza	o	início	da	autópsia.
(b)	São	considerados	como	sinais	de	certeza	de	morte	aqueles	chamados	de
abióticos	consecutivos	e	que,	quando	presentes,	autorizam	a	antecipação	da
autópsia.
(c)	O	médico	legista	só	está	autorizado	a	realizar	a	autópsia	antes	de	seis
horas,	caso	já	se	encontrem	sinais	transformativos	como	a	mancha	verde
abdominal	ou	rigidez	cadavérica.
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(d)	Sãosinais	de	certeza	de	morte,	autorizadores	de	antecipação	de
autópsia,	a	presença	de	abolição	do	tônus	muscular,	presença	de	midríase	e
perda	de	consciência.
(e)É	necessária	a	presença	de	todos	os	sinais	abióticos	consecutivos	como
rigidez	cadavérica,	desidratação	cadavérica,	esfriamento	cadavérico	e	manchas
de	hipóstases	para	a	realização	da	autópsia.
A:	incorreta.	Os	sinais	de	morte	dividem-se	em	fenômenos	abióticos
(imediatos	e	consecutivos)	e	fenômenos	transformativos.	Os	sinais	abióticos
imediatos	estão	compreendidos	no	período	de	incerteza	de	Tourdes	e	não
fornecem	certeza	da	ocorrência	de	morte,	mas	apenas	a	insinuam,	não
autorizando	a	realização	da	necropsia	por	sua	mera	presença;	B:	correta.	A
redação	do	art.	162	do	Código	de	Processo	Penal	(CPP)	remete	ao
denominado	período	de	incerteza	de	Tourdes,	quando	o	perito,	sem
tecnologia	a	seu	dispor,	poderá	não	ter	certeza	de	que	uma	pessoa	está
mesmo	morta,	uma	vez	que	a	morte	é	um	processo	e	não	um	momento	e	a
cessação	das	funções	vitais	não	ocorre	de	forma	imediata,	sendo	um
processo	gradativo.	Os	autores	em	medicina	legal	afirmam	não	haver	sinal
absolutamente	patognomônico	de	morte,	antes	do	surgimento	dos
fenômenos	transformativos,	como	a	putrefação.	Contudo,	admite-se	como
verdadeira	a	afirmação	de	que	os	sinais	abióticos	consecutivos	indicam	a
realidade	da	morte	e	autorizam	a	realização	da	necropsia,	pois	já	são
capazes	de	demonstrar	a	instalação	dos	fenômenos	cadavéricos,	de	ordem
química,	física	ou	estrutural.	Dessa	forma,	sinais	abióticos	imediatos	(como
perda	da	sensibilidade	e	da	motilidade	e	parada	da	circulação	e	da
respiração)	não	autorizam	a	realização	da	necropsia,	pois	apenas	insinuam
a	ocorrência	da	morte	e	são	meros	sinais	de	probabilidade	de	morte	e	não
de	certeza;	C:	incorreta.	A	rigidez	cadavérica	não	é	um	sinal
transformativo,	mas	sim	um	fenômeno	abiótico	consecutivo	ou	mediato.
Ademais,	não	há	necessidade	de	início	da	putrefação	para	que	se	possa
realizar	uma	necropsia;	D:	incorreta.	A	abolição	do	tônus	muscular,
midríase	(dilatação	das	pupilas)	e	perda	de	consciência	são	sinais	abióticos
imediatos	e	não	constituem	sinais	de	certeza	de	morte.	Tais	sinais,
isoladamente,	não	têm	valor	absoluto	para	o	diagnóstico	de	certeza	da
realidade	da	morte;	E:	incorreta.	Não	é	necessária	a	presença	de	todos	os
sinais	consecutivos	para	que	se	realize	a	necropsia,	sendo	necessário,	para
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tal,	a	certeza	da	ocorrência	da	morte.	Inclusive,	alguns	dos	sinais	sofrem
forte	influência	de	fatores	ambientais	e	podem	ter	aparecimento	mais	tardio
que	os	outros.
Gabarito	“B”
(MÉDICO	LEGISTA/AC	–	2015	–	FUNCAB)	A	desidratação	dos	globos
oculares,	com	a	formação	da	mancha	negra	da	esclerótica	(Sinal	de	Sommer
e	Larcher)	é	considerado	fenômeno:
(a)	abiótico	imediato.
(b)	abiótico	consecutivo.
(c)	abiótico	destrutivo.
(d)	transformativo	destrutivo.
(e)	transformativo	conservador.
A:	incorreta.	Fenômenos	abióticos	imediatos	ocorrem	devido	à	cessação	das
funções	vitais.	São	eles:	perda	da	consciência	e	da	sensibilidade,	abolição	da
motilidade	e	do	tônus	muscular,	cessação	da	respiração,	da	circulação	e	da
atividade	encefálica.	Não	são	considerados	sinais	de	certeza	de	morte;	B:
correta.	A	mancha	negra	escleral	ou	sinal	de	Sommer	e	Larcher	ocorre	em
razão	da	desidratação	ou	evaporação	cadavérica,	com	dessecamento	da
esclera	ou	esclerótica	e	visualização	do	pigmento	escuro	da	coroide	(que	fica
internamente	no	olho)	por	transparência.	Ocorre	quando	os	olhos
permanecem	entreabertos	após	a	morte	e	há	maior	perda	de	líquidos	na
parte	em	contato	com	o	ar	atmosférico.	São	fenômenos	abióticos
consecutivos	ou	mediatos,	mais	tardios	e	devido	à	instalação	dos	fenômenos
cadavéricos	químicos	e	físicos:	a	desidratação	cadavérica,	o	esfriamento
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cadavérico	(algidez	ou	algor	mortis),	as	manchas	de	hipóstase	(livor	mortis)
e	a	rigidez	cadavérica	(rigor	mortis);	C:	incorreta.	Não	existem	fenômenos
abióticos	ou	avitais	destrutivos.	Os	destrutivos	são	fenômenos
transformativos.	Fenômenos	abióticos	ou	avitais	dividem-se	em	imediatos	e
mediatos/consecutivos.	Já	os	fenômenos	transformativos	dividem-se	em
destrutivos	e	conservadores;	D:	incorreta.	Os	fenômenos	transformativos
destrutivos	são	autólise,	putrefação	e	maceração;	E:	incorreta.	Os
fenômenos	transformativos	conservadores	são	mumificação,	saponificação
ou	adipocera,	calcificação,	corificação,	congelação	e	fossilização.
Gabarito	“B”
(MÉDICO	LEGISTA	PC/PI	–	2008	–	NUCEPE)	A	respeito	dos	fenômenos
cadavéricos,	considere	as	seguintes	afirmativas:
I.	O	decréscimo	do	peso,	pergaminhamento	da	pele,	dessecamento	das
mucosas	e	as	modificações	oculares	são	frutos	da	desidratação	dos
cadáveres.
II.	O	sinal	de	Ripault	(deformação	da	íris	e	da	pupila	pelo	exercício	de
pressão	digital),	citado	por	Veloso,	ocorre	em	torno	de	8	horas	depois	da
morte.
III.	O	esfriamento	do	corpo	depois	da	morte,	está	sob	a	influência,	por
exemplo,	do	panículo	adiposo	e	pelo	fato	de	estar	o	corpo	coberto	ou	não
por	roupas.
IV.	Quanto	maior	a	diferença	de	temperatura	entre	o	corpo	e	a	temperatura
do	ambiente	na	hora	da	morte,	mais	lento	será	seu	esfriamento.
São	verdadeiras	as	afirmativas:
(A)	I	e	II
(B)	II	e	III
(C)	II	e	IV
(D)	I,	II,	e	III
(E)	Todas
I:	correta.	A	desidratação	ou	evaporação	cadavérica	é	a	perda	de	água	dos
tecidos	após	a	morte,	sendo	visível	especialmente	nas	mucosas	e	nos	globos
oculares.	Os	principais	sinais	oculares	devidos	à	desidratação	são	a	tela
viscosa,	a	opacificação	da	córnea,	o	sinal	de	Sommer	e	Larcher	ou	mancha
negra	escleral	e	a	depressibilidade	do	globo	ocular	mediante	pressão	digital
(sinal	de	Ripault).	Outros	achados	serão	a	redução	do	peso	corporal,	o
pergaminhamento	da	pele	e	o	dessecamento	das	mucosas;	II:	correta.	O
sinal	de	Ripault	é	um	dos	fenômenos	oculares	que	ocorrem	em	razão	da
desidratação	ou	evaporação	cadavérica	e	costuma	aparecer	com	cerca	de	8
horas	após	a	morte,	devendo-se	à	perda	de	tensão	do	globo	ocular	pela
redução	de	seu	conteúdo	aquoso	no	humor	vítreo;	III:	correta.	A	velocidade
da	perda	de	temperatura	do	corpo	para	o	meio	ambiente	após	o	óbito	está
na	dependência	de	diversos	fatores,	dentre	eles	a	própria	temperatura	do
ambiente	e	da	pessoa	nos	momentos	anteriores	à	morte,	o	uso	de	roupas,	a
idade,	o	teor	de	água	corporal,	a	quantidade	de	gordura	(que	funciona	como
isolante	térmico)	corporal,	dentre	outros	fatores;	IV:	incorreta.	Quanto
maior	o	gradiente	diferencial	de	temperatura	entre	o	corpo	e	a	temperatura
do	ambiente	na	hora	da	morte,	mais	rápido	será	seu	esfriamento.	Será	mais
lento	quanto	mais	próximas	forem	as	temperaturas	corporal	e	ambiental.
Gabarito	“D”
(DELEGADO	DE	POLÍCIA	CIVIL/PA	–	2016	–	FUNCAB)	Assinale	a
alternativa	que	contém	um	exemplo	de	fenômeno	cadavérico	abiótico
consecutivo.
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(a)	Saponificação
(b)	Putrefação
(c)	Rigidez	cadavérica
(d)	Autólise
(e)	Relaxamento	dos	esfíncteres
A:	incorreta.	A	saponificação	é	um	fenômeno	cadavérico	transformativo
conservador;	B	e	D:	incorretas.	A	autólise	e	a	putrefação	são	fenômenos
cadavéricos	transformativos	destrutivos;	C:	correta.	A	rigidez	cadavérica
(rigor	mortis)	é	um	fenômeno	abiótico	consecutivo,	assim	como	a
desidratação	cadavérica,	o	esfriamento	cadavérico	(algidez	ou	algor	mortis)
e	as	manchas	de	hipóstase	(livor	mortis);	E:	incorreta.	O	relaxamento	dos
esfíncteres	ocorre	em	razão	da	abolição	do	tônus	muscular,	fenômeno	que
pode	também	ocasionar	abertura	das	pálpebras	e	da	boca,	dilatação
pupilar,	dilatação	do	ânus	e	presença	de	esperma	no	canal	uretral.	Trata-se
de	fenômeno	abiótico	imediato.
Gabarito	“C”
(INVESTIGADOR	DE	POLÍCIA	–	PC/MG	–	2014)	A	perda	da	tensão	do
globo	ocular,	o	enrugamento	da	córnea	e	a	mancha	negra	da	esclerótica
caracterizam	um	fenômeno	abiótico	consecutivo	denominado:
(a)	rigidez	cadavérica.
(b)	espasmo	cadavérico.
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(c)	esfriamento	cadavérico.
(d)	desidratação	cadavérica.
A	desidratação	cadavérica	é	a	perda	de	água	por	evaporação	dos	tecidos
orgânicos	após	a	morte.	Manifesta-se	pelos	seguintes	achados:	diminuiçãodo
peso	corporal;	pergaminhamento	da	pele;	dessecamento	das	mucosas	(quando	no
olho	acarreta	a	mancha	negra	escleral	ou	sinal	de	Sommer	e	Larcher);	perda	da
tensão	e	depressibilidade	do	globo	ocular;	formação	da	tela	viscosa	no	olho,	com
opacificação	da	córnea.	Após	8	horas	de	morte,	quando	se	exerce	a	pressão	com
o	dedo	no	globo	ocular	do	cadáver,	ocorre	a	sua	deformação	(sinal	de	Ripault),
pela	perda	da	tensão	do	globo	ocular.	O	enrugamento	da	córnea	é	conhecido
como	sinal	de	Bouchut.
Gabarito	“D”
(MÉDICO	LEGISTA	–	POLÍCIA	CIVIL	MG	–	2006)	Assinale	a	alternativa
CORRETA.	Inicia-se	em	torno	de	vinte	horas	após	o	óbito:
(a)	pergaminhamento
(b)	rigidez
(c)	autólise
(d)	mancha	verde
(e)	hipóstases
A:	incorreta.	O	pergaminhamento	da	pele	é	sinal	de	desidratação
cadavérica,	evaporação	tegumentar,	tratando-se	de	fenômeno	cadavérico
consecutivo	ou	mediato.	Não	há	na	doutrina	faixa	de	tempo	de	seu
aparecimento,	mas	é	fenômeno	precoce,	que	antecede	a	putrefação;	B:
incorreta.	A	rigidez	cadavérica	inicia-se	entre	1	e	2	horas	após	a	morte,
pelos	músculos	da	face	e	nuca,	chegando	ao	máximo	em	cerca	de	8	horas
(rigidez	generalizada,	incluindo	membros	inferiores)	e	desaparecendo	com	o
início	da	putrefação;	C:	incorreta.	A	autólise	é	um	processo	de	destruição
celular,	com	fenômenos	fermentativos	anaeróbios	causados	pelas	próprias
enzimas	celulares,	sem	interferência	bacteriana.	É	o	mais	precoce	dos
fenômenos	cadavéricos	e	já	se	inicia	pouco	depois	da	morte.	Um	sinal
utilizado	para	constatá-la	é	o	sinal	da	forcipressão	química	de	Icard,	em	que
se	pinça	a	pele	para	drenagem	de	uma	serosidade	que	será	ácida	no	morto,
acidez	essa	a	ser	identificada	pelo	papel	azul	de	tornassol;	D:	correta.	A
mancha	verde,	primeiro	sinal	macroscopicamente	evidente	da	fase
cromática	da	putrefação,	inicia-se	em	torno	de	20	a	24	horas	de	morte,	em
nosso	meio,	podendo	aparecer	antes	desse	período.	Genival	Veloso	de
França	descreve	casos	em	que	a	mancha	verde	abdominal	foi	observada
com	18	horas	de	morte,	em	locais	de	clima	quente	(FRANÇA,	Genival
Veloso	de.	Medicina	Legal.	11ª	ed.	Rio	de	Janeiro:	Guanabara	Koogan,
2017,	p.	483);	E:	incorreta.	As	manchas	de	hipóstase	ou	livor	mortis,	em
geral,	começam	a	aparecer	em	torno	de	2	a	3	horas	após	a	morte,	sendo	que
pequenos	pontos	já	podem	estar	presentes	com	cerca	de	30	minutos.
Durante	as	primeiras	12	horas,	podem	mudar	de	posição	conforme	a
situação	do	cadáver	para,	depois	desse	prazo,	se	fixarem	definitivamente.
Gabarito	“D”
(MÉDICO	LEGISTA/PE	–	2016	–	CESPE/CEBRASPE)	Assinale	a	opção
CORRETA	acerca	da	rigidez	muscular	cadavérica	(rigor	mortis).
(a)	Em	mortes	ocorridas	durante	intenso	exercício	físico,	como	no	caso	de
afogados	que	tentaram	se	salvar,	a	rigidez	é	tardia	ou	débil.
(b)	A	rigidez	muscular	do	cadáver	se	deve	ao	consumo	total	de	ATP
existente	nos	músculos.
(c)	A	rigidez	evolui	de	modo	ascendente,	iniciando-se	pelos	membros
inferiores	até	atingir	o	pescoço.
(d)	O	desaparecimento	da	rigidez	cadavérica	coincide	com	a	fase	coliquativa
e	se	desfaz	na	ordem	inversa	de	sua	instalação.
(e)	Em	casos	de	pacientes	idosos,	magros	e	portadores	de	doenças	crônicas,
a	rigidez	é	precoce	e	intensa.
A:	incorreta.	Em	mortes	ocorridas	em	situações	de	intenso	exercício	físico,
há	grande	consumo	de	oxigênio	muscular	e	de	ATP,	dificultando	a
separação	do	complexo	actina-miosina	responsável	pela	rigidez,	e	esta	será
precoce	e	intensa.	Diz-se,	popularmente,	que	“ao	matar	uma	galinha,	não	se
deve	cansá-la	muito	porque	a	carne	fica	dura”.	Isso	efetivamente	ocorre	em
razão	da	rigidez	cadavérica	intensa	pelo	consumo	de	ATP	e	oxigênio
musculares;	B:	correta.	A	rigidez	é	uma	variante	da	contração	muscular
provocada	pela	escassez	de	oxigênio	e	ATP	nos	tecidos.	O	principal	fator
responsável	pela	rigidez	cadavérica	é	o	teor	de	ATP	muscular	no	momento
da	morte.	Isso	porque	é	o	ATP	que	fornece	energia	para	liberar	o	complexo
actina-miosina,	moléculas	responsáveis	pela	contração	muscular.	Com	a
redução	ou	consumo	completo	do	ATP,	tais	complexos	não	se	desfazem,	o
que	torna	o	músculo	enrijecido	na	posição	em	que	estava	no	momento	da
morte.	Hygino	de	Carvalho	afirma	ser	a	rigidez	um	fenômeno	químico
(HÉRCULES,	Hygino	de	Carvalho.	Medicina	Legal	Texto	e	Atlas.	2ª	ed.	São
Paulo:	Atheneu,	2014,	p.171).	Já	Genival	Veloso	de	França	a	considera	um
fenômeno	físico-químico	(FRANÇA,	Genival	Veloso	de.	Medicina	Legal.	11ª
ed.	Rio	de	Janeiro:	Guanabara	Koogan,	2017,	p.	472);	C:	incorreta.	A
evolução	da	rigidez,	pela	regra	de	Nysten,	é	crânio-caudal,	ou	seja,	em
sentido	descendente.	Os	membros	inferiores	são	os	últimos	a	ficarem	rígidos
e	a	rigidez	se	inicia	pelos	músculos	da	face	e	da	nuca,	sendo	o	primeiro	deles
o	masseter;	D:	incorreta.	O	desaparecimento	da	rigidez	(instalação	da
flacidez	cadavérica)	se	dá	na	mesma	ordem	crânio-caudal	de	sua	instalação
e	coincide	com	o	início	da	putrefação	após	cerca	de	24	horas	e	não	com	a
fase	coliquativa,	embora	as	faixas	temporais	sejam	muito	variáveis,	como
em	toda	a	cronotanatognose;	E:	incorreta.	A	rigidez	costuma	ser	pouco
intensa	e	pode	ser	até	imperceptível	em	recém-nascidos,	crianças	pequenas	e
indivíduos	idosos,	magros	e	depauperados	por	doenças	crônicas
consumptivas.
Gabarito	“B”
(DELEGADO	DE	POLÍCIA	CIVIL/SP	–	2018	–	VUNESP)	São	os	3
fenômenos	abióticos	mediatos	que	ocorrem	progressivamente	após	a	morte:
algor	(resfriamento),	livor	(manchas	de	hipóstase)	e	rigor	(rigidez
cadavérica).	Destes,	a	rigidez	generalizada	pode	ser	observada:
(a)	entre	4	e	6	horas	após	o	óbito.
(b)	somente	após	48	horas	do	óbito.
(c)	entre	24	e	48	horas	após	o	óbito.
(d)	entre	8	e	24	horas	após	o	óbito.
(e)	entre	1	e	2	horas	do	óbito.
D:	correta.	A	rigidez	inicia-se	em	torno	de	1	a	2	horas	após	a	morte,	pelos
pequenos	grupos	musculares	da	face	e	da	nuca,	sendo	o	primeiro	deles	o
masseter.	Sua	progressão,	pela	Lei	de	Nysten,	é	crânio-caudal	e	ela	se
generaliza	com	cerca	de	8	horas	de	morte,	quando	os	membros	inferiores
também	já	se	mostram	rígidos.	O	fenômeno	desaparece	na	mesma	ordem
em	que	se	iniciou,	o	que	ocorre	com	o	início	da	putrefação,	em	torno	de	20	a
24	horas	após	a	morte,	ocasião	em	que,	inclusive,	torna-se	visível	a	mancha
verde	abdominal.	Logo,	a	rigidez	generalizada,	em	todos	os	grupos
musculares,	será	observada	a	partir	de	8	horas	e	antes	de	20-24	horas.
Gabarito	“D”
(ESCRIVÃO	DE	POLÍCIA	CIVIL/PA	–	2016	–	FUNCAB)	Sobre	a	rigidez
cadavérica,	é	CORRETO	afirmar	que	esta	situação:
(A)	é	estudada	na	traumatologia	forense.
(B)	indica	a	quantidade	de	cristais	no	sangue	do	cadáver	putrefeito.
(C)	desaparece	com	o	início	da	putrefação.
(D)	não	pode	ser	utilizada	como	indicativo	do	tempo	aproximado	da	morte.
(E)	é	um	fenômeno	que	impede	a	atuação	da	fauna	cadavérica.
A:	incorreta,	pois	a	rigidez	é	um	fenômeno	cadavérico	abiótico	mediato	ou
consecutivo,	objeto	de	estudo	da	Tanatologia	Forense,	que	visa	analisar	o
cadáver,	a	morte	e	suas	repercussões	nas	esferas	jurídica	e	social	(e	não	da
Traumatologia;	estudo	do	trauma,	das	lesões	e	das	energias	causadoras	de
dano);	B:	incorreta.	Os	cristais	de	Westenhöffer-Rocha-Valverde	no	sangue
putrefeito	não	apresentam	qualquer	relação	com	a	rigidez	cadavérica,
aparecendo	a	partir	do	3o	dia	de	morte,	quando	a	rigidez	já	se	desfez;	C:
correta.	A	rigidez	desaparece	com	o	início	da	putrefação	–	dando	origem	à
flacidez	cadavérica	–,	na	mesma	ordem	crânio-caudal	de	aparecimento.	D:
incorreta.	A	rigidez	é	um	estado	de	“endurecimento”	muscular	e	fornece
dados	valiosos	para	a	cronotanatognose,	estimativa	do	tempo	de	morte.	Ela
se	inicia	nos	pequenos	músculos	da	face	e	nuca	com	cerca	de	1-2	horas	após
a	morte,	generaliza-se	com	cerca	de	8	horas	e	dura	até	o	início	da
putrefação,	com	cerca	de	24	horas	de	morte.	E:	incorreta.	A	rigidez	não
interfere	na	atuação	da	fauna	cadavérica,	que	é	responsável	pela	ocorrência
da	putrefação,	quando	o	rigor	mortis	já	se	desfez.
Gabarito	“C”
(DELEGADO	DE	POLÍCIA	CIVIL/SP	–	2018	–	VUNESP)	Ainda	em
relação	à	rigidez	cadavérica,	a	figura	representa	a	ligação	entre	a	actina	e	a
miosina	II,	importantesno	processo	de	contratura	muscular,
consequentemente	no	processo	de	rigor	mortis.
Assinale	a	alternativa	correta.
(a)	A	figura	II	representa	a	fase	de	relaxamento,	que	necessita	de	ATP	nesse
processo	e	corresponde	ao	desligamento	das	duas	moléculas.
(b)	A	figura	I	representa	a	fase	de	relaxamento,	que	necessita	de	ATP	nesse
processo	e	corresponde	ao	religamento	entre	as	duas	moléculas.
(c)	A	figura	I	representa	a	fase	de	relaxamento,	que	necessita	de	DNA	nesse
processo	e	corresponde	ao	desligamento	entre	as	duas	moléculas.
(d)	A	figura	I	representa	a	fase	de	relaxamento,	que	necessita	de	DNA	nesse
processo	e	corresponde	ao	religamento	entre	as	duas	moléculas.
(e)	A	figura	II	representa	a	fase	de	relaxamento,	que	necessita	de	GUANINA
nesse	processo	e	corresponde	à	dissolução	do	citosol.
A:	correta.	As	figuras	mostram	representações	esquemáticas	dos	processos
de	rigidez	e	relaxamento	(flacidez)	musculares.	Em	cada	fibra	muscular,	há
miofilamentos	de	actina	e	de	miosina.	Na	rigidez	(figura	1),	tem-se	a	ligação
e	formação	do	complexo	actina-miosina.	O	ATP	(adenosina	trifosfato)
participa	na	liberação	desse	complexo	actina-miosina	e	promove,
consequentemente,	o	relaxamento	muscular	(figura	2).	Em	situações	em	que
há	redução	ou	consumo	do	ATP	muscular,	não	haverá	a	liberação	da	actina
e	a	separação	do	complexo:	os	músculos	permanecerão	em	contratura,
sendo	a	rigidez	mais	precoce	e	intensa.	Quanto	menor	o	teor	de	ATP,	maior
a	intensidade	da	rigidez	muscular.	Assim,	a	figura	mostra	o	ATP
participando	do	desligamento	das	moléculas	de	actina	e	miosina	e,	em
consequência,	do	relaxamento	muscular.
Gabarito	“A”
(MÉDICO	LEGISTA	–	POLÍCIA	CIVIL	SP	–	2014)	Com	relação	ao	sinal
abiótico	consecutivo	rigidez	cadavérica	ou	rigor	mortis,	é	CORRETO	dizer
que:
(a)	surge	na	sequência	dos	grupos	musculares	da	face,	dos	membros
superiores	e	inferiores.
(b)	surge	na	sequência	dos	grupos	musculares	dos	membros	inferiores,
superiores	e	da	face.
(c)	surgem	simultaneamente	nos	grupos	musculares	da	face,	dos	membros
superiores	e	inferiores.
(d)	surgem	de	modo	aleatório	nos	grupos	musculares	da	face,	dos	membros
superiores	e	inferiores,	sem	sequência	definida.
(e)	se	trata	de	fenômeno	abiótico	imediato.
A:	correta.	A	rigidez	segue	uma	progressão	de	instauração	regida	pela	lei	de
Nysten,	que	menciona	que	a	rigidez	se	instala	em	uma	sequência	crânio-
caudal:	inicialmente,	músculos	da	face	e	nuca,	mandíbula	e	pescoço;
seguindo-se	dos	membros	superiores,	do	tronco	e,	finalmente,	dos	membros
inferiores.	Desaparece	pela	mesma	ordem;	B,	C	e	D:	apresentam
incorreções	quanto	à	ordem	de	constatação	da	rigidez	cadavérica;	E:
incorreta,	pois	a	rigidez	é	um	fenômeno	abiótico	consecutivo	ou	mediato.
Gabarito	“A”
(MÉDICO	LEGISTA/AC	–	2015	–	FUNCAB)	O	principal	fator	que
determina	a	intensidade	e	duração	da	rigidez	cadavérica	é:
(a)	teor	de	adenosina	trifosfato	muscular.
(b)	teor	de	miosina	nas	fibras	musculares.
(c)	teor	de	actina	nas	fibras	musculares.
(d)	temperatura	ambiente	no	momento	da	morte.
(e)	modificações	produzidas	pela	autólise	celular.
A	rigidez	é	uma	variante	da	contração	muscular	provocada	pela	escassez	de
oxigênio	e	ATP	nos	tecidos.	A	rigidez	é	um	fenômeno	multifatorial;	contudo,	o
principal	fator	responsável	pela	rigidez	cadavérica	é	o	teor	de	ATP	muscular	no
momento	da	morte,	pois	a	molécula	é	a	responsável	por	fornecer	energia	para
liberar	o	complexo	actina-miosina.	Com	sua	redução	ou	consumo	completo,	o
complexo	não	se	desfaz,	o	que	torna	o	músculo	enrijecido	na	posição	em	que
estava	no	momento	da	morte.
Gabarito	“A”
(MÉDICO	LEGISTA/PE	–	2016	–	CESPE/CEBRASPE)	De	acordo	com	a
tanatologia	forense,	é	CORRETO	afirmar	que:
(a)	as	hipóstases	apresentam	coloração	vermelho-carmim	ou	vermelho-
cereja,	nos	casos	de	envenenamento	por	monóxido	de	carbono.
(b)	as	hipóstases	apresentam	coloração	acinzentada,	nos	casos	de
envenenamento	por	cianeto.
(c)	as	hipóstases	ocorrem	em	qualquer	região	do	corpo,	ao	passo	que	as
equimoses	aparecem	somente	nas	áreas	de	maior	declive.
(d)	as	hipóstases	têm	contornos	delimitados	e	as	equimoses,	difusos.
(e)	as	equimoses,	quando	incisadas,	resultam	no	extravasamento	do	sangue
fluido	contido	nos	capilares.
A:	correta.	A	cor	dos	livores	ou	manchas	de	hipóstase	pode	variar	de	acordo
com	a	causa	da	morte,	pois	é	a	hemoglobina	a	responsável	pela	coloração.
Logo,	variações	na	quantidade	e	ligação	dessa	molécula	interferem	na	cor
das	hipóstases.	Classicamente,	em	casos	de	aspiração	de	monóxido	de
carbono,	há	uma	asfixia	a	nível	tissular	(dos	tecidos),	pois	o	monóxido	de
carbono	promove	uma	ligação	estável	com	a	hemoglobina,	formando
carboxiemoglobina	e	expulsando	o	oxigênio	de	sua	ligação	com	a	molécula.
Logo,	a	hemoglobina	não	levará	oxigênio	aos	tecidos	do	corpo	e	haverá,
portanto,	redução	do	nível	de	oxigênio	nesses	tecidos,	o	que	se	denomina
asfixia	tissular.	Os	livores	terão	clássica	coloração	vermelho-carmim	por
causa	da	formação	da	carboxiemoglobina,	que	tem	cor	vermelho-cereja,
especialmente	quando	se	atinge	a	concentração	de	30%	de
carboxiemoglobina;	B:	incorreta.	Em	casos	de	intoxicações	por	cianeto	e
também	pelo	fluoroacetato,	há	bloqueio	da	respiração	celular	e	do	consumo
do	oxigênio,	o	que	leva	à	manutenção	de	elevados	teores	de	oxiemoglobina
no	sangue,	tornando	os	livores	de	cor	vermelha	intensa	e	viva;	C,	D	e	E:
incorretas.	É	importante	diferenciar	uma	mancha	de	hipóstase	de	uma
equimose.	Uma	hipóstase	ou	livor	cadavérico	surge	quando	há	parada	da
circulação	sanguínea,	com	o	consequente	acúmulo	de	sangue	nas	áreas	de
declive,	pela	ação	da	gravidade.	Logo,	as	manchas	de	hipóstase	surgem	nas
áreas	de	declive,	não	têm	infiltração	hemorrágica	nas	malhas	dos	tecidos	ao
corte,	mostram	sangue	de	depósito	e,	quando	são	cortadas	e	lavadas	em
água	corrente,	ficam	brancas	pelo	gotejamento	do	sangue	contido	nos
pequenos	vasos	sanguíneos.	Nas	equimoses,	o	sangue	encontra-se	infiltrado
nas	malhas	dos	tecidos;	são	produzidas	em	vida	e	têm	contornos
delimitados,	enquanto	as	hipóstases	têm	limites	difusos.
Gabarito	“A”
(MÉDICO	LEGISTA	–	PC/MA	–	2012	–	FGV)	O	livor	hipostático	é	um
elemento	de	análise	da	cronotanatognose.	A	respeito	dessa	característica
assinale	a	afirmativa	incorreta.
(A)	A	localização	pode	ser	um	elemento	de	diferenciação	com	equimose.
(B)	A	presença	de	malhas	de	fibrina	sugere	tratar-se	de	livor	hipostático	de
longa	duração.
(C)	Os	livores	hipostáticos	podem	mudar	de	posição	nas	primeiras	12	horas
post	mortem.
(D)	A	desnutrição	pode	modificar	a	ocorrência	do	livor	hipostático.
(E)	A	ausência	de	transformação	hemoglobínica	sugere	tratar-se	de	livor
hipostático.
A:	correta.	Os	livores	de	hipóstase	localizam-se	habitualmente	nas	áreas	de
declive	do	corpo,	pela	ação	da	gravidade	após	a	interrupção	dos	batimentos
cardíacos	e,	em	consequência,	da	circulação	sanguínea.	Já	as	equimoses
podem	se	localizar	em	qualquer	região	do	corpo.	B:	incorreta,	pois	os
livores	não	têm	malhas	de	fibrina.	Uma	das	formas	de	diferenciar	uma
mancha	de	hipóstase	de	uma	equimose	é	avaliar	o	aspecto	ao	corte:	uma
equimose	apresenta	sangue	coagulado	e	infiltrado	nas	malhas	dos	tecidos,
com	redes	de	fibrina.	C:	correta,	pois	os	livores	são	móveis	nas	primeiras	12
horas	após	a	morte,	se	fixando	a	partir	desse	período.	D:	correta,	pois
estados	de	desnutrição	e	anemias	agudas	podem	modificar	a	ocorrência	e	a
cronologia	dos	livores.	E:	correta.	A	transformação	hemoglobínica	ocorre
nas	equimoses	e	não	nos	livores	hipostáticos,	explicando,	inclusive,	a
variação	de	cor	de	uma	equimose	no	tempo,	de	acordo	com	o	espectro
equimótico	de	Legrand	du	Saulle.	Já	nos	livores,	não	ocorre	decomposição
da	hemoglobina	em	outros	compostos	derivados.
Gabarito	“B”
(DELEGADO	DE	POLÍCIA	CIVIL/MG	–	2008	–	FUMARC)	Um	cadáver
de	homem	adulto	apresenta	rigidez	generalizada,	manchas	de	hipóstase
fixas	no	dorso,	ausência	de	mancha	verde	abdominal	e	desaparecimento	das
artérias	do	fundo	de	olho.	Qual	o	provável	tempo	de	morte	em	horas?
(a)	Menos	de	duas.
(b)	Mais	de	duas	e	menos	de	quatro.
(c)	Maisde	quatro	e	menos	de	seis.
(d)	Mais	de	oito	e	menos	de	dezesseis.
D:	correta.	A	rigidez	generalizada	indica	um	tempo	de	morte	superior	a	8
horas,	quando	já	se	percebe	a	rigidez	até	mesmo	nos	membros	inferiores.	As
manchas	de	hipóstase	são	móveis	nas	primeiras	12	horas	após	a	morte,	o
que	significa	dizer	que	elas	podem	mudar	de	posição	conforme	a	situação	do
cadáver.	Elas	se	fixam	em	torno	de	12	horas,	permanecendo	na	mesma
situação	a	partir	daí,	mesmo	se	alguém	alterar	a	posição	do	cadáver.	Já	a
mancha	verde	abdominal,	em	nosso	meio	surge	com	cerca	de	20	a	24	horas
de	morte,	podendo	surgir	antes	desse	período:	ela	revela	o	início	da	fase
cromática	da	putrefação.	O	exame	de	fundo	de	olho	também	demonstra
sinais	de	cronotanatognose;	com	cerca	de	15	horas	de	morte,	observa-se	o
desaparecimento	das	artérias	do	fundo	de	olho.	Logo,	se	o	cadáver	já
apresenta	rigidez	generalizada,	mas	ainda	não	há	o	surgimento	da	mancha
verde	abdominal,	tendo	as	artérias	de	fundo	de	olho	desaparecido,	podemos
dizer	que	há	certamente	mais	de	8	horas	de	morte,	mas	ainda	não	iniciou	a
putrefação.	A	assertiva	contida	na	letra	“d”	é	a	mais	adequada,	uma	vez	que
as	demais	apresentam	tempos	de	morte	muito	precoces,	quando	ainda	não
haveria	rigidez	generalizada,	tampouco	manchas	de	hipóstase	fixas	e
desaparecimento	das	artérias	do	fundo	de	olho.
Gabarito	“D”
(INVESTIGADOR	DE	POLÍCIA	CIVIL	–	BA/2018	–	VUNESP)	Senhora	de
73	anos	de	idade,	viúva,	com	antecedentes	de	diabetes	mellitus	e	doença
arterial	coronariana,	mas	sem	acompanhamento	médico	há	5	anos,	é
encontrada	morta	na	cama	onde	habitualmente	dormia,	quando	a	filha	foi
visitá-la.	Após	acionar	a	autoridade	policial,	logo	a	equipe	pericial	chega	ao
local	de	morte.	Aparentemente,	não	houve	alteração	da	cena.	O	cadáver
estava	em	decúbito	dorsal,	sem	sinais	de	injúrias	externas,	com	livores	de
hipóstase	fixos,	rigidez	cadavérica	em	todo	o	corpo	e	ausência	de	mancha
verde	abdominal.	Considerando	a	temperatura	ambiente	de
aproximadamente	20º	e	ausência	de	fatores	internos	e	externos	que	possam
influenciar	a	cronologia	de	fenômenos	cadavéricos,	constitui,	com	maior
probabilidade,	uma	estimativa	aproximada	do	tempo	de	morte	(intervalo
post	mortem):
(a)	4	horas.
(b)	7	horas.
(c)	15	horas.
(d)	24	horas.
(e)	36	horas.
A	rigidez	generalizada	indica	um	tempo	de	morte	superior	a	8	horas,	quando	já
se	percebe	a	rigidez	até	mesmo	nos	membros	inferiores.	As	manchas	de
hipóstase	são	móveis	nas	primeiras	12	horas	após	a	morte,	o	que	significa	dizer
que	elas	podem	mudar	de	posição	conforme	a	situação	do	cadáver.	Elas	se	fixam
em	torno	de	12	horas,	permanecendo	na	mesma	situação	a	partir	daí,	mesmo	se
alguém	alterar	a	posição	do	cadáver.	Já	a	mancha	verde	abdominal,	em	nosso
meio	surge	com	cerca	de	20	a	24	horas	de	morte,	podendo	surgir	antes	desse
período	em	ambientes	muito	quentes	ou	em	circunstâncias	em	que	a	putrefação	é
precoce:	ela	revela	o	início	da	fase	cromática	da	putrefação.	O	exame	de	fundo
de	olho	também	demonstra	sinais	de	cronotanatognose;	com	cerca	de	15	horas
de	morte,	observa-se	o	desaparecimento	das	artérias	do	fundo	de	olho.	Logo,	se
o	cadáver	já	apresenta	rigidez	generalizada,	mas	ainda	não	há	o	surgimento	da
mancha	verde	abdominal,	tendo	as	artérias	de	fundo	de	olho	desaparecido,
podemos	dizer	que	há	certamente	mais	de	8	horas	de	morte,	mas	ainda	não
iniciou	a	putrefação.	A	assertiva	contida	na	letra	“c”	é	a	mais	adequada:	cerca	de
15	horas	de	morte.	Em	4	ou	7	horas,	ainda	não	haveria	fixação	dos	livores	ou
rigidez	generalizada;	em	24	ou	36	horas,	já	teríamos	sinais	de	putrefação	e	a
rigidez	generalizada	não	mais	estaria	presente,	já	estaria	se	desfazendo.
Gabarito	“C”
(DELEGADO	DE	POLÍCIA/PR	–	2013	–	COPS-UEL)	Leia	o	laudo	de
autópsia	que	demonstra	as	informações	a	seguir.
I.	Temperatura	retal	com	perda	de	2,5ºC	em	relação	à	temperatura	média
do	ambiente.
II.	Presença	de	livores	cadavéricos	(hipóstases)	em	declives	e	em	face
posterior	do	pescoço,	móveis.
III.	Rigidez	cadavérica	em	membros	superiores.
IV.	Ausência	de	gases	de	putrefação	ou	de	mancha	verde	abdominal.
O	tempo	de	morte	médio,	ocorreu,	aproximadamente,
(a)	em	menos	de	1	hora.
(b)entre	1	a	2	horas.
(c)	entre	3	a	4	horas.
(d)	entre	6	a	7	horas.
(e)	entre	8	a	9	horas.
C:	correta.	O	esfriamento	cadavérico	é	algo	variável	e	bastante	dependente
do	clima	e	da	temperatura	ambiental.	Estima-se	que,	em	nosso	meio	e	nas
primeiras	três	horas	de	morte,	a	queda	da	temperatura	seja	em	torno	de
0,5ºC	por	hora,	sendo	que,	da	quarta	hora	em	diante,	o	decréscimo	seja	de
cerca	de	1,0º	por	hora,	até	cerca	de	12	horas	após	a	morte.	Logo,	uma	perda
de	2,5ºC	poderia	corresponder	a	um	tempo	de	morte	de	cerca	de	4	horas.	A
presença	de	livores	móveis	em	áreas	de	declive	do	corpo	indica	um	tempo	de
menos	de	12	horas	de	morte,	pois	esse	é	o	período	aproximado	em	que
ocorre	a	fixação	dos	livores	ou	hipóstases.	A	rigidez	cadavérica	já	atingindo
membros	superiores	indica	tempo	de	morte	de	cerca	de	2	a	4	horas;	da	4ª	à
6ª	hora,	relata-se	o	surgimento	da	rigidez	nos	músculos	torácicos	e
abdominais	e,	finalmente,	da	6ª	à	8ª	hora	a	rigidez	atinge	os	membros
inferiores,	sendo	generalizada	com	cerca	de	8	horas	de	morte.	A	ausência	de
gases	da	putrefação	e	da	mancha	verde	abdominal	indicam	um	tempo	de
morte	inferior	a	20	horas.	Portanto,	associando-se	especialmente	os	dados
da	rigidez	e	do	esfriamento	cadavérico,	tem-se	um	tempo	de	morte
aproximado	de	3	a	4	horas.
Gabarito	“C”
(MÉDICO	LEGISTA	AMAPÁ	–	2016	–	FCC)	Os	fenômenos	cadavéricos
podem	ser	divididos	em	dois	grandes	grupos,	os	abióticos	e	os
transformativos.	Em	relação	aos	fenômenos	que	ocorrem	no	cadáver:
(a)	a	causa	da	morte	não	interfere	na	velocidade	da	putrefação.
(b)	o	período	de	coloração	é	decorrente	do	acúmulo	de	ptomaína	nos	vasos
periféricos.
(c)	as	manchas	de	hipóstase	surgem	após	o	início	da	fase	gasosa	da
putrefação.
(d)	a	rigidez	cadavérica	é	resultante	da	supressão	de	oxigênio	celular.
(e)	a	autólise	é	o	primeiro	sinal	cadavérico	decorrente	da	interferência
bacteriana.
A:	incorreta.	A	causa	da	morte	pode	interferir	na	velocidade	da	putrefação.
Pessoas	com	grandes	infecções	e	mutilações	podem	ter	a	putrefação
adiantada	(propensão	a	maior	proliferação	bacteriana),	enquanto
tratamentos	prolongados	com	antibióticos	no	período	logo	anterior	à	morte
podem	atrasar	o	início	da	putrefação,	em	razão	da	diminuição	da
proliferação	bacteriana.	Asfixia	tecidual	por	monóxido	de	carbono	também
é	uma	hipótese	em	que	a	putrefação	é	tardia,	pois	o	gás	tem	toxicidade	até
mesmo	para	as	bactérias;	B:	incorreta.	A	ptomaína	está	associada	à	fase
gasosa	da	putrefação,	em	que	há	grande	decomposição	proteica,	com
formação	de	compostos	nitrogenados	de	odor	repulsivo.	Na	fase	de
coloração,	há	formação	de	compostos	hidrogenados	e	sulfurados,	como	o
gás	sulfídrico	produzido	por	bactérias,	que	se	combinam	à	hemoglobina	e
originam	a	sulfometemoglobina,	responsável	pela	coloração	esverdeada	do
cadáver;	C:	incorreta.	As	manchas	de	hipóstase	são	fenômenos	cadavéricos
abióticos	mediatos	ou	consecutivos	e	surgem	precocemente,	iniciando	em
torno	de	2	a	3	horas	de	morte.	A	fase	gasosa	é	a	segunda	etapa	da
putrefação,	surgindo	logo	após	a	fase	de	coloração,	que	é	revelada	pela
mancha	verde	abdominal;	D:	correta.	A	rigidez	é	processo	multifatorial	e
resulta,	de	forma	geral,	da	supressão	do	ATP	e	do	oxigênio	celular
intramuscular.	A	redução	do	ATP	impede	que	ocorra	o	desligamento	entre
os	filamentos	de	actina	e	miosina,	que	mantêm	a	rigidez	como	uma	espécie
de	contratura	muscular;	E:	incorreta.	A	autólise	é	um	processo	de
destruição	celular,	fenômeno	precoce	caracterizado	por	processos
fermentativos	anaeróbios	e	atividade	de	enzimas	intracelulares	que	geram	a
acidificação	dos	tecidos.	Não	há	nenhuma	interferência	bacteriana	nesse
processo;	trata-se	de	processo	enzimático	intracelular,	microscópico.
Gabarito	“D”
(MÉDICO	LEGISTA	–	PC/GO	–	2015	–	SEGPLAN)	Na	Tanatologia,	a
cronotanatognose	é	o	estudo,	por	meio	de	sinais	físicos	e	químicos,	da
estimativa	da	hora	da	morte.	Quantoaos	fenômenos	cadavéricos	ligados	e
esse	estudo,	assinale	a	alternativa	CORRETA.
(a)	A	desidratação	é	um	fenômeno	cadavérico	de	ordem	física	que	causa
perda	de	peso,	pergaminhamento	da	pele,	dessecamento	das	mucosas	e
fenômenos	oculares	nos	cadáveres.
(b)	Resfriamento	do	corpo	(algidez	cadavérica),	livores	hipostáticos,	rigidez
muscular	e	desidratação	são	fenômenos	cadavéricos	de	ordem	física.
(c)	A	regra	de	Nysten	é	aplicável	ao	fenômeno	cadavérico	de	ordem	química
denominado	putrefação.
(d)	A	rigidez	cadavérica	nada	mais	é	do	que	uma	variante	da	contração
muscular	provocada	pela	escassez	de	oxigênio	nos	tecidos.	Assim,	nos	casos
de	morte	rápida,	natural	ou	violenta,	tende	a	aparecer	mais	cedo	e	a	durar
menos.
(e)	A	mancha	negra	da	esclerótica,	também	conhecida	como	sinal	de
Sommer,	tem	sua	gênese	no	processo	de	autólise,	um	fenômeno	cadavérico
de	ordem	química.
A:	correta.	Os	sinais	descritos	na	assertiva	são	os	mais	relevantes	na
desidratação	cadavérica,	fenômeno	de	ordem	física	cuja	rapidez	depende	de
condições	que	favoreçam	a	evaporação.	Os	principais	fenômenos	oculares
são	a	tela	viscosa,	a	opacificação	da	córnea,	a	mancha	negra	escleral	e	a
hipotonia	e	depressibilidade	do	globo	ocular;	B:	incorreta;	segundo	Hygino
de	Carvalho	Hércules,	são	fenômenos	de	ordem	física	a	desidratação,	o
resfriamento	cadavérico	e	os	livores	hipostáticos.	Os	de	ordem	química
seriam	a	autólise,	a	rigidez	muscular,	a	putrefação,	a	maceração	e	os
fenômenos	transformativos	conservadores	(HÉRCULES,	Hygino	de
Carvalho.	Medicina	Legal	Texto	e	Atlas.	2ª	ed.	São	Paulo:	Atheneu,	2014,
p.166).	Genival	Veloso	de	França	entende	que	a	rigidez	cadavérica	é	um
fenômeno	de	ordem	físico-química	(FRANÇA,	Genival	Veloso	de.	Medicina
Legal.	11ª	ed.	Rio	de	Janeiro:	Guanabara	Koogan,	2017,	p.	472);	C:
incorreta.	A	regra	de	Nysten	é	aplicável	à	rigidez	cadavérica,	de	evolução
descendente	crânio-caudal;	D:	incorreta.	A	rigidez	cadavérica	efetivamente
é	uma	variante	da	contração	muscular	provocada	pela	escassez	de	oxigênio
nos	tecidos.	Contudo,	nos	casos	de	morte	rápida,	natural	ou	violenta,
demora	um	pouco	mais	a	se	instalar	e	atingir	sua	intensidade	máxima,	além
de	persistir	por	mais	tempo;	E:	incorreta.	A	mancha	negra	escleral	tem	sua
gênese	no	fenômeno	físico	da	desidratação	cadavérica,	por	ser	consequente
à	perda	de	água	da	esclera,	com	a	visualização	do	pigmento	da	coroide	por
transparência.
Gabarito	“A”
(MÉDICO	LEGISTA	–	PC/DF	2015	–	FUNIVERSA)	No	esclarecimento	da
causa	da	morte,	é	importante	a	aplicação	de	conceitos	técnicos	em
tanatologia	para	um	melhor	entendimento	dos	sinais	encontrados	no
cadáver.	Quanto	à	cronotanatognose,	é	CORRETO	afirmar	que:
(a)	as	técnicas	atuais	à	disposição	dos	peritos	tornaram	possível	o
estabelecimento	da	hora	da	morte	com	precisão,	não	sendo	pertinente	a
consignação,	nos	laudos	cadavéricos,	de	uma	aproximação	em	uma	faixa	de
tempo	segura	que	inclua	o	momento	real	da	morte.
(b)	o	fenômeno	cadavérico	que	tem	como	fatores	de	influência,	na	sua
rapidez	de	instalação,	baixa	umidade	do	ar,	temperatura	elevada,	boa
ventilação	e	superfície	corporal	ampla	é	conhecido	como	livor	hipostático.
(c)	o	sinal	de	Sommer,	também	conhecido	como	mancha	negra	esclerótica,
apresenta	relação	direta	com	a	ocorrência	de	algidez	cadavérica.
(d)	os	livores	hipostáticos	são	um	sinal	precoce	da	realidade	da	morte.
(e)	a	temperatura	corporal	é	mantida	por	um	equilíbrio	entre	a	produção
interna	de	calor	(reações	químicas)	e	as	perdas	para	o	meio	ambiente	nas
quais	o	aquecimento	da	pele	e	a	irradiação	de	calor	se	dão	pela	presença	da
circulação	sanguínea,	que	cessa	após	a	morte,	desaparecendo	assim	o
principal	mecanismo	de	aquecimento	da	pele	e	favorecendo	a	constatação
de	um	fenômeno	cadavérico	de	ordem	física	denominado	algidez
cadavérica.
A:	incorreta.	Apesar	da	evolução	tecnológica	na	medicina	legal,	a
cronotanatognose	ainda	apresenta	faixas	muito	variáveis	de	estimativa	de
tempo	de	morte,	não	se	podendo	estabelecer	com	precisão	o	exato	momento
da	morte.	Deve-se	buscar	uma	aproximação	em	uma	faixa	de	tempo	tão
segura	quanto	possível;	B:	incorreta.	O	fenômeno	cadavérico	que	tem	como
fatores	de	influência,	na	sua	rapidez	de	instalação,	baixa	umidade	do	ar,
temperatura	elevada,	boa	ventilação	e	superfície	corporal	ampla	é	a
desidratação	cadavérica;	C:	incorreta.	A	mancha	negra	escleral	associa-se	à
desidratação	cadavérica	e	não	à	algidez	ou	algor	mortis,	que	é	o
resfriamento	cadavérico;	D:	incorreta.	Os	sinais	precoces	da	realidade	da
morte	decorrem	especialmente	da	parada	cardiorrespiratória,	não	se
podendo	incluir	os	fenômenos	cadavéricos	consecutivos	nesses	sinais
iniciais;	E:	correta.	Hygino	de	Carvalho	Hércules	explica	que	um	dos
principais	mecanismos	de	perda	de	calor	é	a	irradiação	a	partir	da
superfície	cutânea,	sendo	a	circulação	sanguínea	o	principal	mecanismo	de
aquecimento	da	pele.	Com	sua	cessação,	a	pele	passa	a	obedecer	as	leis	da
termodinâmica	e	se	instala	o	resfriamento	cadavérico	de	forma	progressiva
(HÉRCULES,	Hygino	de	Carvalho.	Medicina	Legal	Texto	e	Atlas.	2ª	ed.	São
Paulo:	Atheneu,	2014,	p.167).
Gabarito	“E”
(DELEGADO	GOIÁS	–	2013	–	UEG)	Delegado	de	Polícia	na	cena	do	crime
encontra	um	cadáver	com	livores	fixos	no	dorso,	equimoses	arroxeadas	no
braço	direito	e	no	tórax,	com	os	pés	pendentes	sobre	o	solo	através	de	um
laço	envolto	no	pescoço	com	sulco	único,	contínuo	e	horizontal.	Diante	do
exposto,	tem-se	que:
(a)	A	investigação	deve	ser	direcionada	com	base	na	hipótese	de	suicídio.
(b)	Os	achados	são	compatíveis	com	óbito	por	asfixia	mecânica	por
enforcamento.
(c)	As	lesões	equimóticas	foram	produzidas	após	a	morte,	que	ocorreu	4
horas	antes.
(d)	O	corpo	foi	manipulado	após	a	morte,	antes	do	isolamento	do	local	do
crime.
A	e	B:	incorretas.	Não	há	indícios	de	morte	por	asfixia	devido	a
enforcamento	suicida,	mas	sim	de	simulação	de	suicídio;	C:	incorreta.
Equimoses	são	lesões	produzidas	em	vida	e	não	após	a	morte,	por
constituírem	áreas	de	infiltração	hemorrágica	nas	malhas	dos	tecidos.
Ademais,	o	corpo	tem	sinais	de	morte	em	período	superior	a	4	horas,
sobretudo	em	razão	dos	livores	fixos,	que	indicam	morte	ocorrida	há	mais
de	12	horas;	D:	correta.	A	questão	descreve	um	cadáver	que	foi	encontrado
em	posição	de	suspensão	completa	com	os	pés	pendentes	sobre	o	solo,	o	que
poderia	sugerir	um	enforcamento	suicida.	Contudo,	os	livores	estão	fixos	no
dorso,	o	que	demonstra	que,	no	período	de	sua	fixação	(cerca	de	12	horas	de
morte),	o	cadáver	esteve	em	decúbito	dorsal.	Depois	desse	período,
portanto,	o	corpo	foi	colocado	em	posição	de	suspensão.	Chama	a	atenção
ainda	o	fato	de	o	sulco	cervical	ser	contínuo	e	horizontal,	o	que	não	se
observa	em	um	típico	enforcamento,	cujo	sulco	cervical	é	oblíquo	superior,
heterogêneo	e	descontínuo	na	área	do	nó.	Logo,	há	indícios	de	que	o	corpo
foi	manipulado	após	a	morte,	especialmente	após	o	período	de	fixação	dos
livores.
Gabarito	“D”
(MÉDICO	LEGISTA	–	PC/ES	–	2019	–	AOCP)	Técnicas
cronotanatognósticas	compreendem	a	observação	de	modificações	e
fenômenos	que	se	instalam	progressivamente	no	cadáver	que	possibilitam
estimar	um	lapso	temporal	desde	o	momento	da	morte.	Sobre	esse	assunto,
assinale	a	alternativa	correta.
(A)	O	crescimento	do	pelo	da	barba	possibilita	estimar	o	intervalo	desde	a
morte.
(B)	Quanto	maior	o	tempo	decorrido	da	morte,	mais	precisa	é	a	estimativa
temporal.
(C)	Algor	mortis	e	rigor	mortis	não	são	úteis	para	estimar	o	intervalo	desde
a	morte.
(D)	As	manchas	de	hipóstase	podem	ser	utilizadas	para	estimar	o	intervalo
desde	a	morte,	especialmente	por	não	se	fixarem	no	cadáver.
(E)	Não	é	possível	aplicar	técnicas	cronotanatognósticas	em	corpos
esqueletizados.
A:	correta.	Embora	constitua	fenômeno	de	pouquíssima	aplicabilidade
prática	e	enorme	incerteza,	Genival	Veloso	de	França	admite	a	possibilidade
de	se	estimar	o	intervalo	pós	morte	pelo	crescimento	dos	pelos	da	barba,
desde	que	se	conheça	a	hora	em	que	o	indivíduo	barbeou-se	pela	última	vez
(FRANÇA,	Genival	Veloso.	Medicina	Legal.	11ª	ed.	Rio	de	Janeiro:
GuanabaraKoogan,	2017,	p.	483).	B:	incorreta,	pois	quanto	maior	o	tempo
decorrido	após	a	morte,	mais	dificultosa	e	imprecisa	será	tal	estimativa.	C:
incorreta;	a	algidez	(esfriamento	cadavérico)	e	a	rigidez	são	fenômenos	que,
embora	variáveis	a	depender	das	condições	ambientais	e	cadavéricas,
mostram-se	valiosos	para	a	estimativa	temporal	na	cronotanatognose.	D:
incorreta,	uma	vez	que	as	manchas	de	hipóstase	se	fixam	em	torno	de	12
horas	após	a	morte.	E:	incorreta,	pois	a	fase	de	esqueletização,	última	fase
da	putrefação,	também	fornece	elementos	para	a	avaliação
cronotanatognóstica,	sendo	que	a	esqueletização	complete	é	descrita	como
ocorrendo	de	1	a	3	anos	após	a	morte.	Até	mesmo	a	fossilização,	que	exige
períodos	muito	longos	para	sua	ocorrência,	tem	importância	na	análise
cadavérica.
Gabarito	“A”
(DELEGADO	DE	POLÍCIA	CIVIL/SP	–	2012	–	PC-SP)	No	processo	de
putrefação	do	cadáver	se	sucedem	as	seguintes	fases,	pela	ordem:
(a)	gasosa,	cromática,	coliquativa	e	de	esqueletização.
(b)	cromática,	gasosa,	coliquativa	e	de	esqueletização.
(c)	cromática,	coliquativa,	gasosa	e	de	esqueletização.
(d)	gasosa,	coliquativa,	cromática	e	de	esqueletização.
(e)	coliquativa,	cromática,	gasosa	e	de	esqueletização.
B:	correta.	A	putrefação	é	um	fenômeno	cadavérico	transformativo
destrutivo	que	se	desenvolve	em	quatro	fases,	nessa	ordem:	cromática	ou	de
coloração	–	cujo	primeiro	sinal	macroscopicamente	evidente	é	a	mancha
verde,	geralmente	abdominal	–,	gasosa	ou	enfisematosa;	coliquativa	ou
liquefativa	e,	por	fim,	esqueletização.	As	fases	não	têm	início	e	fim
precisamente	definidos	no	tempo	e	seus	limites	habitualmente	se
superpõem.
Gabarito	“B”
(MÉDICO	LEGISTA/ES	–	2013	–	FUNCAB)	Com	relação	à	marcha	do
processo	de	putrefação,	assinale	a	alternativa	CORRETA.
(a)	O	processo	de	putrefação	inicia-se	com	a	fase	de	gaseificação.
(b)	A	mancha	verde,	no	caso	dos	afogados,	costuma	aparecer	ao	nível	do
pescoço	e	do	terço	superior	do	tórax.
(c)	A	mancha	verde	abdominal	surge	inicialmente,	na	maioria	das	vezes,	na
fossa	ilíaca	esquerda,	lado	esquerdo	e	inferior	do	abdômen.
(d)	Nas	bolhas	de	putrefação	observa-se	a	reação	de	Chambert.
(e)	Em	natimortos,	a	mancha	verde	inicia-se	no	pescoço	e	posteriormente
vai	descendo	pelo	corpo.
A:	incorreta.	A	fase	gasosa	ou	enfisematosa	é	a	segunda	fase	da	putrefação,
que	se	inicia	pela	fase	cromática	ou	de	coloração;	B:	correta.	A	mancha
verde	é	o	primeiro	sinal	macroscopicamente	evidente	da	putrefação	em	sua
fase	inicial	–	cromática	ou	de	coloração	–	e	costuma	aparecer,	em	nosso
meio,	em	cerca	de	20	a	24	horas	após	a	morte.	Habitualmente	e	em	adultos,
situa-se	na	fossa	ilíaca	direita,	em	razão	da	localização	do	ceco,	parte	mais
calibrosa	e	superficial	do	intestino	grosso.	Contudo,	nos	afogados,	a	mancha
verde	costuma	aparecer	no	pescoço,	esterno	e	parte	superior	do	tórax.	Isso
porque,	em	razão	da	aspiração	pelo	afogado	de	água	contaminada,	a
proliferação	bacteriana	que	dá	início	à	marcha	da	putrefação	será	intensa
nessas	regiões;	C:	incorreta.	O	local	habitual	de	surgimento	da	mancha
verde	abdominal	em	adultos	é	na	fossa	ilíaca	direita,	lado	direito	e	inferior
do	abdômen,	pela	presença	do	ceco;	D:	incorreta.	O	sinal	de	Chambert
caracteriza	reação	em	vida	e	aparece	nas	bolhas	(flictenas)	das	queimaduras
de	segundo	grau	produzidas	no	vivo,	contendo	em	seu	interior	líquido
amarelo	claro,	com	proteínas	e	células	inflamatórias;	E:	incorreta.	A
mancha	verde	inicia-se	no	pescoço	de	neomortos,	infantes	nascidos	ou
recém-nascidos	(e	não	em	natimortos	ou	nascidos	mortos),	pois	eles	têm
conteúdo	intestinal	estéril	e	adquirem	bactérias	pelo	ar	atmosférico	quando
se	iniciam	as	incursões	respiratórias	após	o	nascimento	com	vida.
Gabarito	“B”
(DELEGADO	DE	POLÍCIA	CIVIL/MG	–	2011	–	FUMARC)	Constituem
fatores	que	interferem	na	evolução	da	putrefação	cadavérica,	EXCETO:
(a)	Temperatura	ambiente.
(b)	Espasmo	cadavérico.
(c)	Idade	do	morto.
(d)	Umidade	do	ar.
B:	incorreta.	O	espasmo	cadavérico	caracteriza-se	pela	rigidez	abrupta,
generalizada	e	violenta,	sendo	fenômeno	raro	e	até	mesmo	discutível,
significando	a	manutenção	das	últimas	atitude	e	posição	tomadas	pelo
indivíduo	antes	de	morrer,	sem	a	fase	de	relaxamento	muscular	que
normalmente	antecede	a	rigidez	cadavérica.	Não	há	qualquer	interferência
com	a	evolução	da	marcha	da	putrefação;	A,	C	e	D:	corretas.	São	fatores
que	interferem	na	evolução	da	putrefação	cadavérica:	temperatura,
aeração,	umidade	do	ar,	condições	do	solo,	peso	corporal,	idade	do	morto,
condições	físicas	e	causa	da	morte.	A	putrefação	é	mais	rápida	em	recém-
nascidos,	crianças,	pessoas	obesas,	vítimas	de	graves	infecções	e	grandes
mutilações.
Gabarito	“B”
(DELEGADO	DE	POLÍCIA	CIVIL/SP	–	2018	–	VUNESP)	A	putrefação	é	o
processo	de	decomposição	da	matéria	orgânica	por	bactérias	e	pela	fauna
macroscópica,	sendo	um	fenômeno	destrutivo	e	transformativo,	que	acaba
por	devolvê-la	à	condição	de	matéria	inorgânica.	Alguns	fatores	podem
influir	e	alterar	esse	processo,	dentre	eles	a	temperatura	ambiente.	Podemos
então	afirmar	corretamente	que	temperaturas:
(a)	abaixo	de	zero	grau	celsius	tendem	a	conservar	indefinidamente	o	corpo.
(b)	entre	10	e	15	graus	celsius	tendem	a	conservar	o	cadáver	por	cerca	de	48
horas.
(c)	abaixo	de	5	graus	celsius	aceleram	o	processo.
(d)	entre	5	e	10	graus	celsius	tendem	a	conservar	indefinidamente	o	corpo.
(e)	acima	de	25	graus	celsius	não	aceleram	o	processo.
Genival	Veloso	de	França	afirma	que,	em	temperaturas	abaixo	de	zero	grau
celsius,	a	marcha	da	putrefação	não	se	inicia	(FRANÇA,	Genival	Veloso	de.
Medicina	Legal.	11ª	ed.	Rio	de	Janeiro:	Guanabara	Koogan,	2017,	p.	474),
podendo	conservar	o	corpo	por	tempo	incerto	ou	indefinido.	Em	locais	de	climas
quentes,	a	putrefação	pode	se	iniciar	muito	precocemente,	antes	mesmo	de	24
horas	de	morte.	Em	países	europeus	e	norte-americanos,	com	climas	mais	frios,
os	trabalhos	mostram	fase	inicial	começando	após	36	horas	de	morte.
Gabarito	“A”
(MÉDICO	LEGISTA	–	POLÍCIA	CIVIL	SP	–	2014)	No	exame	do	cadáver
em	putrefação,	a	chamada	“mancha	verde	abdominal”	ocorre	no(a):
(a)	hipocôndrio	direito,	pela	presença	da	bile	na	vesícula	biliar.
(b)	fossa	ilíaca	esquerda,	pela	presença	do	sigmoide.
(c)	hipocôndrio	esquerdo,	pela	presença	do	cólon	descendente.
(d)	fossa	ilíaca	direita,	pela	presença	do	ceco.
(e)	região	pubiana,	pela	presença	do	reto.
A	mancha	verde	revela	o	início	da	fase	cromática	ou	de	coloração	da	putrefação
e,	habitualmente	em	adultos,	ocorre	na	região	abdominal,	mais	propriamente	na
fossa	ilíaca	direita.	Tal	localização	ocorre	em	razão	da	presença	do	ceco,	porção
do	intestino	grosso	de	maior	calibre,	mais	ampla	(maior	conteúdo	fecal	e,	em
consequência,	de	bactérias	intestinais)	e	mais	superficial	e	próxima	da	parede
abdominal.	Logo,	haverá	mais	intensa	proliferação	bacteriana	nesse	local,	sendo
a	coloração	esverdeada	mais	rapidamente	visível	na	pele	da	fossa	ilíaca	direita.
Ressalte-se	que	a	mancha	verde	pode	mais	raramente	aparecer	à	esquerda	no
abdome	e	também	no	tórax	e	região	do	pescoço;	nesse	último	caso,	em	situações
de	afogamento	(pois	a	água	contaminada	presente	na	via	aérea	dará	início	à
putrefação	nesse	local)	e	em	recém-nascidos,	já	que	esses	não	têm	ainda
formação	de	fezes	intestinais	e	adquirem	bactérias	pelo	ar	atmosférico,	pela
respiração.
Gabarito	“D”
(MÉDICO	LEGISTA	–	POLÍCIA	CIVIL	MG	–	2006)	Assinale	a	afirmativa
CORRETA.	Com	relação	à	fase	coliquativa	da	putrefação,	pode-se	afirmar:
(a)	É	um	fenômeno	abiótico	imediato.
(b)	Ocorrem	perdas	líquidas	e	desaparecimento	do	enfisema.
(c)	Inicia-se	antes	de	seis	horas	após	a	morte.
(d)	Antecede	ao	aparecimento	da	mancha	verde	abdominal.
(e)	É	fenômeno	asséptico.
A:	incorreta.	A	putrefação	é	um	fenômeno	cadavérico	transformativo
destrutivo.	Fenômenos	abióticos	imediatos	são	a	cessação	da	circulação,	da
respiração	e	das	funções	encefálicas,	perda	da	consciência	e	da
sensibilidade,	abolição	da	motilidade	e	do	tônus	muscular;	B:	correta.	A	fase
coliquativa	ou	liquefativa	se	segue	à	fase	gasosa	e	é	o	momentoem	que
ocorre	a	dissolução	pútrida	do	cadáver	por	germes.	Há,	portanto,	perdas
líquidas	e	de	partes	moles,	com	desaparecimento	dos	gases	da	putrefação
que	caracterizam	a	fase	gasosa	antecedente;	C:	incorreta.	A	fase	coliquativa
é	mais	tardia	e	começa	em	torno	de	2	a	3	semanas	após	a	morte;	D:
incorreta.	A	fase	coliquativa	é	posterior	à	fase	de	coloração,	quando	surge	a
mancha	verde	abdominal	em	torno	de	20	a	24	horas	de	morte;	E:	incorreta.
A	fase	liquefativa	é	um	fenômeno	séptico	ou	infectado,	já	que	consiste	na
dissolução	pútrida	do	cadáver	pela	ação	de	germes	da	fauna	necrofágica.
Um	fenômeno	transformativo	asséptico	–	que	não	se	relaciona	à
proliferação	bacteriana	–	é	a	autólise,	que	depende	da	ação	de	enzimas
celulares	que	acidificam	os	tecidos.
Gabarito	“B”
(MÉDICO	LEGISTA	–	PC/DF	2015	–	FUNIVERSA)	A	fase	da	putrefação
que	aparece	após	18	a	24	horas	de	morte	e	é	caracterizada	pela	distensão
abdominal	resultante	da	produção	de	gás	por	bactérias,	que	comprime	os
grandes	vasos	e	o	coração,	levando	à	ocorrência	da	circulação	póstuma	de
Brouardel,	denomina-se:
(a)	fase	de	enfisema.
(b)	fase	de	coliquação.
(c)	fase	de	coloração.
(d)	maceração.
(e)	mancha	verde	abdominal.
A:	correta.	A	fase	gasosa	ou	enfisematosa	caracteriza-se	pela	produção	de
gases	pela	fermentação	bacteriana.	Os	principais	fenômenos	observados
nessa	fase	são	especialmente	causados	pela	força	dos	gases	nas	grandes
cavidades.	A	circulação	póstuma	de	Brouardel	decorre	da	produção	de
gases	no	interior	dos	vasos	sanguíneos,	em	razão	da	decomposição	do
sangue	pela	ação	bacteriana,	com	dilatação	dos	vasos	e	formação	do
desenho	vascular	evidente	na	superfície	cutânea;	B:	incorreta.	A	fase
coliquativa	ou	liquefativa	caracteriza-se	pela	dissolução	pútrida	do	cadáver
com	grandes	perdas	líquidas	e	teciduais	e	desaparecimento	dos	gases;	C	e	E:
incorretas.	A	mancha	verde	abdominal	revela	a	primeira	fase	da	putrefação,
cromática	ou	de	coloração;	D:	incorreta.	A	maceração	é	um	fenômeno
cadavérico	transformativo	destrutivo	distinto	da	putrefação	e	ocorre	em
meio	líquido,	como	em	casos	de	fetos	mortos	retidos	no	ambiente	uterino
(maceração	asséptica)	e	afogamento	(maceração	séptica).
Gabarito	“A”
(DELEGADO	DE	POLÍCIA	CIVIL/CE	–	2015	–	VUNESP)	A	tanatologia
forense	usa	de	diversas	e	poderosas	ferramentas	para	tentar	estabelecer	a
identificação	de	um	cadáver,	o	mecanismo	e	a	causa	da	morte,	o	diagnóstico
diferencial	médico–legal,	entre	outras.	Com	essas	considerações,	é
CORRETO	afirmar:
(a)	com	relação	ao	diagnóstico	jurídico	da	morte	com	suspeita	de	violência
oculta,	as	características	são:	lesões	externas	discretas	a	moderadas,	mas
ainda	indefinidas,	suspeita	inicial	de	lesões	ocultas	(traumatismos,
envenenamentos	etc.)	ou	nos	casos	de	estados	de	decomposição	avançada.
(b)	apesar	de	todas	as	ferramentas	modernas,	há	casos	em	que	não	é
possível	esclarecer	a	causa	da	morte,	tendo	que	se	concluir	por	morte	de
causa	indeterminada.	Alguns	estudos	revelam	que	a	percentagem	de	mortes
de	causa	indeterminada,	mesmo	depois	de	realizada	a	autópsia	médico-
legal,	varia	de	centro	para	centro,	mas	pode	chegar	a	50%.
(c)	a	rigidez	cadavérica	resulta	da	supressão	de	oxigênio	às	células	e
acúmulo	de	ácido	lático.	Embora	variável,	de	maneira	geral,	começa	entre	1
e	3	horas	após	a	morte,	em	condições	de	temperatura	ambiente	usual.
Inicia-se	na	mandíbula	e	na	nuca	e	progride	no	sentido	craniocaudal,
desaparecendo	após	24	horas,	eventualmente	após	36	a	48	horas.
(d)	as	características	da	fase	coliquativa	são:	pele	íntegra,	abertura	dos
orifícios	naturais	e	perda	do	volume	do	corpo.	Ela	tem	início	em	48	horas	e
pode	durar	até	3	semanas.
(e)	os	livores	de	hipóstase	são	manchas	que	se	formam	nas	partes	em	declive
do	cadáver,	por	consequência	da	ausência	de	fluxo	sanguíneo.	Eles	têm
tonalidade	violácea,	surgem	em	torno	da	10ª	hora	após	a	morte	e	fixam-se
em	torno	da	20ª	hora.
A:	incorreta.	Na	morte	com	suspeita	de	violência	oculta,	não	há	lesões
externas	indicativas	de	violência,	podendo	existir	suspeita	inicial	de	lesões
ocultas	(como	traumatismos	internos	e	envenenamentos),	também	assim
considerando-se	os	casos	de	corpos	em	estado	de	decomposição	avançada.	A
presença	de	indícios	de	lesões	externas	discretas,	mas	que	não	podem	ter	sua
causa	evidenciada	apenas	pelo	exame	externo,	corresponde	à	chamada
violência	indefinida	e	não	violência	oculta;	B:	incorreta.	Há	situações	em
que	não	se	identifica	a	causa	da	morte,	mesmo	após	a	realização	de	uma
necropsia,	seja	por	estar	o	corpo	em	estado	avançado	de	putrefação,	seja	em
razão	de	limitações	estruturais	na	prática	do	exame.	Chama-se	o	fato	de
“necropsia	branca”,	sendo	admitido	que	ela	ocorra	em	aproximadamente	1
a	cada	200	casos;	logo,	o	percentual	de	50%	descrito	na	assertiva	é	muito
alto	e	não	se	admite;	C:	correta.	A	rigidez	é	fenômeno	multifatorial	que	tem
como	principal	causa	a	supressão	de	ATP	e	oxigênio	musculares,	podendo
também	o	acúmulo	de	ácido	lático	contribuir	para	sua	etiopatogênese.	Os
primeiros	músculos	a	ficarem	rígidos,	em	torno	de	1-2	horas	de	morte,	são
os	pequenos	grupos	musculares	da	face	e	da	nuca.	A	rigidez	se	extingue
também	no	sentido	crânio-caudal	de	seu	aparecimento,	a	partir	do	início	da
putrefação,	que,	em	nosso	meio,	ocorre	em	torno	de	24	horas	de	morte,
podendo	ocorrer	mais	tardiamente	em	situações	de	clima	mais	frio;	D:
incorreta;	na	fase	coliquativa	da	putrefação,	há	a	dissolução	pútrida	das
partes	moles	do	cadáver:	a	pele	se	desintegra	e	o	corpo	vai	perdendo	sua
forma.	Essa	fase	de	inicia	em	torno	de	2	a	3	semanas	de	morte;	E:	incorreta.
Os	livores	de	hipóstase	têm	tonalidade	violácea	e	se	formam	em	áreas	de
declive	pelo	acúmulo	de	sangue	por	ação	da	gravidade,	quando	cessa	a
circulação.	Contudo,	elas	se	iniciam	em	torno	de	2	a	3	horas	após	a	morte	e
se	fixam	com	cerca	de	12	horas	de	morte,	mais	precocemente	do	que	o
descrito	na	assertiva.
Gabarito	“C”
(DELEGADO	DE	POLÍCIA	CIVIL/SP	–	2014	–	VUNESP)	Considere	a
situação	em	que	um	cadáver	é	encontrado	por	seus	familiares	em	domicílio,
4	dias	após	a	morte.	Assinale	a	alternativa	que	corresponde	ao	fenômeno
cadavérico	que	já	se	desfez,	nesse	período	(4	dias).
(a)	Gases	inflamáveis	derivados	de	ação	de	bactérias	facultativas.
(b)	Rigidez	cadavérica.
(c)	Cristais	de	Westenhöffer-Rocha-Valverde	no	sangue	periférico.
(d)	Mancha	verde	disseminada	por	todo	o	corpo.
(e)	Livores	de	hipóstase.
A:	incorreta.	No	1º	dia	de	morte,	há	gases	não	inflamáveis	produzidos	por
bactérias	aeróbias	produtoras	de	gás	carbônico.	Do	2º	ao	4º	dia,	encontram-
se	gases	inflamáveis	produzidos	por	bactérias	facultativas,	que	formam
hidrogênio	e	hidrocarbonetos;	do	5º	dia	em	diante,	são	produzidos	azoto	e
amônias,	compostos	não	inflamáveis;	B:	correta.	A	rigidez	cadavérica
desaparece	com	o	início	da	putrefação,	após	24	horas,	cedendo	lugar	à
flacidez	no	mesmo	sentido	de	seu	aparecimento,	crânio-caudal.	Com	4	dias
de	morte,	o	corpo	já	não	mostra	mais	nenhum	grupamento	muscular	rígido.
Nas	demais	assertivas	–	à	exceção	da	letra	“e”,	como	será	discutido	–,	são
descritos	sinais	presentes	em	um	cadáver	com	cerca	de	4	dias	de	morte;	C:
incorreta.	Os	cristais	de	Westenhöffer-Rocha-Valverde	são	formações	que
surgem	a	partir	do	3º	dia	de	morte	no	sangue	putrefeito	e	podem
permanecer	até	cerca	de	35	dias	depois	da	morte;	D:	incorreta.	A	mancha
verde	abdominal	surge,	em	nosso	meio,	em	torno	de	20	a	24	horas	de	morte
e	se	estende	a	todo	o	corpo	com	cerca	de	3	a	5	dias	de	morte;	E:	a	banca
examinadora	cometeu	uma	impropriedade	ao	considerar	que,	no	4º	dia	após
a	morte,	os	livores	ainda	estariam	presentes.	Genival	Veloso	de	França	é
claro	ao	afirmar	que	as	manchas	de	hipóstase	permanecem	até	o	surgimento
dos	fenômenos	putrefativos,	quando	elas	são	invadidas	pela	tonalidade
verde-enegrecida	em	razão	da	formação	da	sulfometemoglobina	(FRANÇA,
Genival	Veloso	de.	Medicina	Legal.	11ª	ed.	Rio	de	Janeiro:	Guanabara
Koogan,	2017,	p.	471.	Também	Hygino	de	Carvalho	Hércules	menciona	em
sua	obra	que	os	livores	persistem	até	a	putrefação	(HÉRCULES,	Hygino	de
Carvalho.Medicina	Legal	Texto	e	Atlas.	2ª	ed.	São	Paulo:	Atheneu,	2014,
p.170).	Mostra-se	cabível,	portanto,	questionamento	sobre	tal	assertiva.
Gabarito	“B”
(DELEGADO	DE	POLÍCIA	CIVIL/SC	–	2014	–	ACAFE)	Com	relação	ao
processo	de	putrefação	do	corpo	humano,	analise	as	afirmações	a	seguir.
l.	Durante	a	fase	denominada	cromática,	ocorre	o	sinal	mais	precoce	da
putrefação	que	se	caracteriza	pela	formação	de	uma	mancha	verde,	comumente
iniciada	na	fossa	ilíaca	direita	e	que	se	difunde	por	todo	abdome.
ll.	O	período	coliquativo,	último	da	decomposição	pela	putrefação,	manifesta-se
com	a	dissolução	pútrida	das	partes	moles	e	dos	ossos,	devido	à	ação	de
bactérias	e	da	fauna	necrófaga.
lll.	É	na	fase	da	esqueletização	que	a	fauna	cadavérica	e	o	meio	ambiente
destroem	os	resíduos	tissulares,	expondo	os	ossos	que	ficam	presos	apenas	por
alguns	ligamentos.	Este	período	varia	de	3	a	5	anos.
lV.	A	fase	gasosa	se	dá	com	o	surgimento	dos	gases	de	putrefação,	formando
flictenas	na	epiderme,	contendo	líquido	hemoglobínico.
Assinale	a	alternativa	CORRETA.
(a)	Apenas	I,	II	e	III	estão	corretas.
(b)	Apenas	I,	III	e	IV	estão	corretas.
(c)	Apenas	II	e	IV	estão	corretas.
(d)	Apenas	III	e	IV	estão	corretas.
(e)	Todas	as	afirmações	estão	corretas.
I:	correta.	A	fase	cromática	da	putrefação	inicia-se,	em	geral,	pela	mancha
verde	abdominal,	localizada,	preferencialmente,	na	fossa	ilíaca	direita.	Daí,
vai-se	difundindo	por	todo	o	abdome,	pelo	tórax,	cabeça	e	pelos	membros;
II:	incorreta:	o	período	coliquativo	não	é	o	último	da	putrefação,	mas	a
terceira	fase,	antes	da	esqueletização.	Nessa	fase	de	liquefação,	ocorre	a
dissolução	pútrida	das	partes	moles	(e	não	dos	ossos),	pela	ação	de	bactérias
e	germes	da	fauna	necrofágica;	III:	correta.	Na	última	fase	da	putrefação,	a
esqueletização,	com	duração	de	3	a	5	anos,	há	desintegração	do	corpo	e	o
cadáver	se	apresenta	com	os	ossos	quase	livres,	presos	apenas	por	alguns
ligamentos	articulares.	IV:	correta:	na	fase	enfisematosa,	surgem	os	gases	de
putrefação	(enfisema	putrefativo),	levando	à	formação	de	bolhas	na
epiderme	de	conteúdo	líquido	hemoglobínico.
Gabarito	“B”
(MÉDICO	LEGISTA	IGP/RS	–	2017	–	FUNDATEC)	Há	três	dias,	João,	65
anos,	hipertenso,	diabético,	com	história	de	infarto	antigo	de	miocárdio,
deixou	de	ir	à	padaria	como	fazia	todas	as	manhãs.	Os	vizinhos	começaram
a	perceber	odor	fétido	vindo	da	porta	de	seu	apartamento	e	comunicaram	o
fato	à	polícia.	Após	os	devidos	trâmites,	o	corpo	foi	removido	para	o
departamento	médico-legal.	Sobre	esse	caso,	assinale	a	alternativa
CORRETA.
(A)	É	desnecessário	o	exame	cadavérico,	visto	que	se	trata	de	morte	natural,
levando-se	em	conta	a	idade	e	comorbidades	da	vítima.
(B)	O	odor	fétido	percebido	pelos	vizinhos	pode	ser	devido	à	fase	gasosa	da
putrefação,	durante	a	qual	larvas	que	infestam	o	cadáver	produzem	gases.
(C)	O	período	cromático	da	putrefação	sempre	inicia-se	na	parede
abdominal	anterior	(fossa	ilíaca	direita),	com	o	aparecimento	da	mancha
verde	abdominal.
(D)	João	foi	vítima	de	morte	súbita.
(E)	Quando	a	morte	é	causada	por	sepse,	a	instalação	e	a	evolução	da
putrefação	tendem	a	ser	muito	mais	rápidas	do	que	o	habitual.
A:	incorreta.	Não	é	possível	afirmar	a	causa	da	morte	do	paciente,	sendo
que	o	mero	histórico	de	doença	cardíaca	prévia	e	a	idade	não	são	suficientes
para	afirmar	que	a	morte	ocorreu	de	forma	natural,	por	antecedentes
patológicos;	B:	incorreta.	O	odor	fétido	é	realmente	percebido	intensamente
na	fase	gasosa	da	putrefação,	mas	a	produção	de	gases	não	ocorre	pelas
larvas	de	insetos,	mas	por	fermentação	bacteriana.	Ademais,	o	odor
repulsivo	está	muito	mais	relacionado	à	decomposição	proteica	que	é
bastante	elevada	nesse	período,	com	formação	de	compostos	nitrogenados	e
ptomaínas,	como	putrescina	e	cadaverina.	C:	incorreta.	O	período
cromático	da	putrefação	inicia-se	com	a	mancha	verde,	habitualmente	–
mas	nem	sempre	–	na	fossa	ilíaca	direita,	em	razão	da	localização	do	ceco
nessa	região.	Contudo,	a	mancha	pode	surgir	à	esquerda	no	abdome	e	até
mesmo	em	outros	locais,	como	o	tórax	e	o	pescoço,	em	casos	de	afogados	e
recém-nascidos;	D:	incorreta.	Não	é	possível	afirmar	que	a	morte	de	João
foi	súbita,	apenas	com	as	informações	descritas	no	enunciado.	Não	se	sabe	o
tempo	decorrido	do	evento	danoso	até	a	morte	ou	se	ocorreu	alguma	forma
de	morte	agônica	ou	tardia;	E:	correta.	A	putrefação	inicia-se	pela	ação	e
proliferação	bacterianas.	Assim,	sendo	a	sepse	uma	situação	de	infecção
generalizada,	o	teor	e	volume	de	bactérias	no	organismo	do	paciente	será
significativamente	maior,	o	que	propicia	a	instalação	e	evolução	mais
rápidas	da	putrefação.
Gabarito	“E”
(INVESTIGADOR	DE	POLÍCIA	–	PC/MG	–	2014)	Um	cadáver	de	homem
adulto,	exumado,	apresentava	redução	do	peso,	pele	dura,	seca,	enrugada	e
de	tonalidade	enegrecida;	A	sua	face	conservava,	de	maneira	vaga,	os	traços
fisionômicos	mostrados	em	vida.	O	fenômeno	transformativo	caracterizado
pela	descrição	é	de:
(a)	maceração.
(b)	mumificação.
(c)	putrefação.
(d)	saponificação.
A:	incorreta.	A	maceração	é	fenômeno	transformativo	destrutivo	que	ocorre
em	corpos	submersos	ou	modificados	pelo	excesso	de	umidade,	como	em
afogados	e	fetos	mortos	retidos	no	útero	materno;	B:	correta.	A
mumificação	é	fenômeno	cadavérico	transformativo	conservador	que	pode
ocorrer	por	meio	natural,	artificial	ou	misto.	O	corpo	mumificado	tem	peso
e	volume	reduzidos,	com	pele	ondulada,	endurecida,	de	coloração	parda	ou
enegrecida,	podendo	preservar	lesões	e	conservar	vagamente	traços
fisionômicos	mostrados	em	vida,	o	que	favorece	a	identificação;	C:
incorreta.	A	putrefação	é	fenômeno	transformativo	destrutivo	e	não
conservador;	D:	incorreta.	A	saponificação	é	processo	conservador
caracterizado	pela	transformação	do	cadáver	ou	de	partes	dele	em	material
com	aspecto	de	cera	ou	sabão,	untuoso,	mole,	quebradiço	e	de	cor	amarelo-
escura.
Gabarito	“B”
(PERITO	CRIMINAL/AC	–	2015	–	FUNCAB)	O	fenômeno	da
saponificação	ou	adipocera	consiste	no(a):
(a)	fenômeno	conservador	que	ocorre	em	ambiente	muito	arejado,	seco	e
quente	com	acentuada	perda	de	líquidos	(severa	desidratação).
(b)	fenômeno	conservador	de	substituição	do	tecido	corporal	por	resina
sintética	(acrílico),	sem	risco	de	putrefação	e	contaminação	e	facilitando	o
estudo	anatômico.
(c)	fenômeno	conversador	que	mumifica	o	feto	morto	diante	da	ausência	de
líquido	amniótico,	ocasionando	a	calcificação	do	feto.
(d)	transformação	em	virtude	da	gordura	do	cadáver	em	contato	com
metais	do	ambiente,	formando	uma	cera,	espécie	de	sabão,	impedindo	a
proliferação	de	bactérias	e	fazendo	cessar	o	processo	de	putrefação.
(e)	fenômeno	encontrado	em	cadáveres	inumados	em	urnas	metálicas
(principalmente	zinco)	fechadas	hermeticamente.
A:	incorreta.	O	fenômeno	conservador	que	ocorre	em	ambiente	muito
ventilado,	seco	e	quente,	que	facilita	uma	evaporação	rápida	e	impede	a
ação	microbiana	responsável	pela	putrefação,	é	a	mumificação;	B:
incorreta.	Há	técnicas	artificiais	de	conservação	cadavérica	e	de	peças
anatômicas	por	meio	de	aplicação	de	resina	acrílica,	que	não	se	confundem
com	os	fenômenos	cadavéricos	transformativos,	destrutivos	ou
conservadores;	C:	incorreta.	O	fenômeno	conservador	que	mumifica	o	feto
morto	diante	da	ausência	de	líquido	amniótico	consiste	na	calcificação	e
formação	do	chamado	litopédio	(“criança	de	pedra”);	D:	correta.	A
saponificação	ou	adipocera	é	fenômeno	tardio	que	se	inicia	pelas	partes	do
corpo	que	contêm	mais	gordura,	em	que	enzimas	bacterianas	hidrolisam	as
gorduras	neutras	e	formam	ácidos	graxos,	que	reagem	com	substâncias
minerais	de	solos	argilosos.	A	produção	de	ácidos	graxos	(ácidos	palmítico,
esteárico,	oleico	e	sabões)	modifica	o	pH	e	inibe	a	ação	das	bactérias	da
putrefação.	Resulta	na	formação	de	material	esbranquiçado,	mole,
quebradiço	e	friável,	que	aparece	nas	partes	gordurosas	de	um	cadáver
localizado	em	áreas	de	difícil	acesso	ao	ar	atmosférico,	com	baixa
oxigenação	e	calor	com	alta	umidade;	as	formas	do	corpo,	bem	como	suas
feições	podem	ser	preservadas	por	meses	e	até	mesmo	algunsanos,
favorecendo	a	identificação	e	o	exame	de	lesões	porventura	existentes;	E:
incorreta.	O	fenômeno	cadavérico	bastante	raro	que	pode	aparecer	em
cadáveres	inumados	em	urnas	de	zinco	hermeticamente	fechadas,
preservando	o	corpo	da	decomposição,	é	a	corificação.
Gabarito	“D”
(DELEGADO	DE	POLÍCIA	CIVIL/AC	–	2017	–	IBADE)	O	exame	médico-
legal	em	um	cadáver	constatou	a	presença	de	um	feto	ainda	no	interior	do
útero,	em	meio	líquido,	com	destacamento	de	amplas	partes	do	tecido
cutâneo,	flictenas	na	epiderme,	bem	como	cavalgamento	dos	ossos
cranianos.	Diante	dessas	informações,	pode-se	afirmar	que	o	feto	sofreu:
(a)	maceração.
(b)	saponificação.
(c)	eletroplessão.
(d)	mumificação.
(e)	carbonização.
A:	correta.	A	maceração	é	um	processo	especial	de	transformação	que
ocorre	em	ambientes	aquosos,	especialmente	no	cadáver	do	feto	retido	no
útero	materno	em	contato	com	o	líquido	amniótico,	habitualmente	do	sexto
ao	nono	mês	de	gravidez.	Serão	observados	destacamento	de	retalhos	da
pele	“em	dedos	de	luvas”,	flictenas	com	líquido	serossanguinolento,	além	do
cavalgamento	dos	ossos	do	crânio,	o	que	consiste	no	sinal	de	Spalding;	B:
incorreta.	A	saponificação	é	processo	conservador	tardio	que	se	caracteriza
pela	transformação	do	cadáver	em	substância	mole	e	untuosa,	com
aparência	de	cera	ou	sabão;	C:	incorreta.	Eletroplessão	é	a	lesão	corporal
ou	a	morte	ocasionada	por	eletricidade	de	fonte	artificial	doméstica	ou
industrial;	D:	incorreta.	A	mumificação	é	processo	transformativo
conservador	artificial,	misto	ou	natural,	sendo	este	dependente	de	condições
ambientais	que	favoreçam	a	desidratação	cadavérica	rápida	e	intensa,	de
modo	a	impedir	a	ação	microbiana	responsável	pela	putrefação;	E:
incorreta;	a	carbonização	é	lesão	por	energias	de	ordem	física,	altas
temperaturas,	podendo	ser	classificada	como	uma	queimadura	de	4º	grau,
generalizada	ou	parcial.
Gabarito	“A”
(PERITO	CRIMINAL	–	PC/MG	–	2013	–	FUMARC)	Em	um	evento	de
maceração	asséptica,	classificada	como	de	segundo	grau	(segunda	semana
de	morte	fetal),	esperamos	encontrar,	EXCETO:
(A)	Líquido	amniótico	sanguinolento.
(B)	Rotura	de	flictenas	epidérmicas.
(C)	Deformação	craniana.
(D)	Epiderme	arroxeada.
A,	B	e	D:	corretas.	Genival	Veloso	de	França	descreve	os	principais	achados
da	maceração	fetal	asséptica.	Na	primeira	semana	de	morte	fetal	(primeiro
grau),	tem-se	a	presença	de	flictenas	(bolhas)	na	epiderme	contendo	líquido
sanguinolento.	Na	maceração	de	segundo	grau	(segunda	semana	de	morte	e
retenção	intrauterina),	as	flictenas	se	rompem	e	o	líquido	amniótico	se
torna,	então,	sanguinolento.	A	epiderme	fica	com	aspecto	arroxeado.	C:
incorreta,	pois	a	deformação	craniana	ocorre	na	terceira	semana	(terceiro
grau),	juntamente	com	a	infiltração	hemoglobínica	das	vísceras	e	córion
friável	e	de	cor	marrom-escura	(FRANÇA,	Genival	Veloso.	Medicina	Legal.
11ª	ed.	Rio	de	Janeiro:	Guanabara	Koogan,	2017,	p.	478).
Gabarito	“C”
(INVESTIGADOR	PC/MG	–	2014	–	FUMARC)	É	muito	importante	em
Medicina	Legal	a	estimativa	do	tempo	aproximado	de	permanência	de	um
corpo	dentro	da	água	e	sua	transformação	após	a	morte.	Mesmo	tendo	em
conta	as	múltiplas	variáveis	que	podem	atuar,	o	tempo	aproximado	de
morte	e	permanência	em	meio	líquido	de	um	corpo	que	mostrou	as
seguintes	características:	“pequenas	crostas	arredondadas	de	sais	calcários
sobre	remanescentes	da	pele”	é	de:
(a)	três	meses	de	morte.
(b)	seis	meses	de	morte.
(c)	um	dia	de	morte.
(d)	uma	semana	de	morte.
A:	correta.	Na	obra	de	Genival	Veloso	de	França,	ao	descrever	a	cronologia
do	afogamento,	o	autor	menciona	que	o	estado	de	maceração	e	o	estágio	de
putrefação	cadavérica,	que	são	sempre	mais	rápidos	nos	afogados,	são
relevantes	para	a	estimativa	do	tempo	de	morte.	O	autor	afirma	que,	com
cerca	de	um	mês	de	morte,	o	cadáver	começa	a	apresentar	pele	pardacenta
ou	amarelada,	pergaminhada,	rugosa	e	friável,	destacando-se	em	retalhos.	E
que,	em	torno	do	terceiro	mês	de	morte	e	com	permanência	em	meio
líquido,	podem	ser	encontradas	pequenas	crostas	arredondadas	de	sais
calcários	sobre	a	pele	(FRANÇA,	Genival	Veloso	de.	Medicina	Legal.	11ª	ed.
Rio	de	Janeiro:	Guanabara	Koogan,	2017,	p.	159).
Gabarito	“A”
(DELEGADO	DE	POLÍCIA	CIVIL	PIAUÍ	–	2018	–	NUCEPE)	O	estudo	da
morte	na	medicina	legal	é	realizado	pela	Tanatologia	forense.	Dentro	do
estudo	dos	fenômenos	cadavéricos,	é	CORRETO	afirmar	que:
(a)	Ocorre	autólise	quando	há	a	destruição	progressiva	dos	tecidos	sob	a
ação	dos	germes.
(b)	A	saponificação	ocorre	naturalmente,	quando	o	corpo	é	submetido	a
uma	forte	dessecação.
(c)	A	maceração	é	o	fenômeno	destrutivo	concomitante	à	putrefação,
resultante	da	umidade	ou	excesso	de	água	sobre	o	cadáver.
(d)	Ocorre	a	mumificação	na	transformação	do	cadáver,	após	um	estado
avançado	de	putrefação,	em	uma	substância	especial	denominada
adipocera.
(e)	Ocorre	a	putrefação	quando	há	a	desintegração	tissular	acompanhada
pela	ação	dos	fermentos	de	acidificação,	desorganizando	as	diversas
estruturas.
A:	incorreta.	A	autólise	é	o	fenômeno	cadavérico	mais	precoce,	no	qual	não
há	qualquer	ação	bacteriana	ou	de	germes.	É	um	processo	de	destruição
celular	mediada	pelas	próprias	enzimas	celulares,	com	fermentação
anaeróbia	intracelular	e	acidificação	dos	tecidos;	B:	incorreta.	O	processo
natural	que	ocorre	quando	o	corpo	é	submetido	a	uma	forte	dessecação	é	a
mumificação,	que	pode	ocorrer	quando	o	cadáver	fica	exposto	ao	ar,	em
locais	de	clima	muito	quente	e	seco	com	grande	ventilação,	fazendo	com	que
o	corpo	perca	água	rapidamente,	sofra	acentuado	dessecamento,	não	se
iniciando	a	putrefação.	São	fatores	individuais	que	favorecem	a
mumificação:	sexo	feminino,	idade	(mais	comum	em	recém-nascidos)	e
causa	da	morte,	como	grandes	hemorragias,	tratamentos	prolongados	com
antibióticos,	envenenamento	por	arsênico	e	cianureto;	C:	correta.	A
maceração	é	um	processo	especial	de	transformação	que	ocorre	em
ambientes	aquosos,	resultando,	portanto,	da	umidade	ou	de	excesso	de	água
sobre	o	cadáver.	Embora	constitua	um	processo	especial	de	transformação	e
não	se	confunda	com	a	putrefação,	alguns	autores	estendem	seu	conceito	ao
fenômeno	concomitante	à	putrefação	em	corpos	submersos	ou	modificados
por	excesso	de	umidade.	Há	a	maceração	asséptica	do	feto	morto	retido	na
cavidade	uterina	e	a	maceração	séptica	dos	afogados;	D:	incorreta.	A
transformação	do	cadáver,	após	um	estado	avançado	de	putrefação,	em	uma
substância	especial	denominada	adipocera,	é	a	saponificação.	É	fenômeno
tardio,	que	surge	após	iniciada	a	putrefação,	quando	enzimas	bacterianas
hidrolisam	gorduras	e	originam	ácidos	graxos	que	reagem	com	elementos
minerais	da	argila.	São	condições	ambientais	que	favorecem	o	processo:	solo
argiloso,	úmido	e	com	pouco	acesso	ao	ar	atmosférico;	E:	incorreta.	A
putrefação	é	a	decomposição	fermentativa	da	matéria	orgânica	por	ação
inicialmente	de	germes	aeróbios,	anaeróbios	e	facultativos,	posteriormente
pela	fauna	necrofágica,	desintegrando	o	corpo.
Gabarito	“C”
(DELEGADO	DE	POLÍCIA	CIVIL/MS	–	2017	–	FAPEMS)	A
Cronotanatognose	é	a	parte	da	Tanatologia	que	estuda	a	data	aproximada
da	morte.	Para	tanto,	analisa-se	a	sequência	dos	fenômenos	cadavéricos	que
podem	sofrer	alteração	de	acordo	com	a	causa	mortis	e	demais	fatores
externos	presentes	no	meio	ambiente	em	que	o	cadáver	foi	encontrado.
Assim,	no	que	diz	respeito	aos	fenômenos	relevantes	à	Cronotanatognose,	é
correto	afirmar	que:
(A)	para	a	determinação	da	morte	a	partir	da	análise	da	perda	de	peso,	faz-
se	necessário	saber,	com	a	maior	precisão	possível,	o	peso	do	corpo	no
momento	do	óbito,	o	que	inviabiliza	a	utilização	de	tal	parâmetro	na
maioria	dos	casos	para	estimativa	do	tempo	de	morte.
(B)	a	mancha	verde	abdominal	não	se	altera	de	acordo	com	a	temperatura
do	meio	ambiente.
(C)	o	resfriamento	do	corpo	é	elemento	sempre	preciso	para	estipular	a	data
da	morte.
(D)	a	circulação	póstuma	de	Brouardel	costuma	anteceder	a	mancha	verde
abdominal.
(E)	a	rigidez	cadavérica	desaparece	progressivamente	e	em	sentido
contrário	de	seu	aparecimento.
A:	correta.	Após	a	morte,o	corpo	perde	água	para	o	meio	em	fenômeno	de
evaporação	ou	desidratação	cadavérica,	com	consequente	perda	de	peso.
Contudo,	trata-se	de	perda	muito	variável	no	tempo	e	na	dependência	de
diversos	fatores,	como	causa	da	morte,	condições	e	temperatura	do
ambiente,	sendo	inviável	sua	utilização	na	cronotanatognose,	o	que	seria
apenas	levemente	mais	facilitado	diante	de	informações	precisas	do	peso	do
indivíduo	no	momento	do	óbito;	B:	incorreta:	a	temperatura	do	ambiente
interfere	de	forma	significativa	na	marcha	da	putrefação,	sendo	a	mancha
verde	abdominal	o	seu	primeiro	sinal	macroscopicamente	identificável.	Em
ambientes	muito	quentes,	a	putrefação	inicia-se	precocemente	e,	em
consequência,	também	a	mancha	verde	se	mostra	mais	rapidamente	visível,
podendo	se	mostrar	visível	em	16	ou	18	horas;	C:	incorreta.	A	perda	da
temperatura	corporal	após	a	morte	é	fenômeno	extremamente	variável	e
impreciso,	embora	relevante	para	auxiliar,	em	conjunto	com	outros	dados,	a
estimativa	do	tempo	de	morte.	Há	numerosos	fatores	que	influenciam	o
resfriamento	ou	algidez	cadavérica,	como	idade,	proporção	de	água
corporal,	uso	de	roupas,	causa	da	morte,	estados	febris	logo	antes	da	morte,
temperatura	e	condições	do	meio	ambiente;	D:	incorreta.	A	Circulação
póstuma	de	Brouardel	sucede	(e	não	antecede)	a	manha	verde	abdominal.
Essa	mancha	é	o	primeiro	sinal	macroscopicamente	evidente	de	putrefação
e	indica	sua	primeira	fase,	a	cromática.	A	segunda	fase	da	putrefação	é	a
gasosa	ou	enfisematosa,	quando	haverá	produção	de	gases	pela	proliferação
e	fermentação	bacteriana.	Com	os	gases	sendo	produzidos	dentro	dos	vasos,
eles	aumentam	de	tamanho	e	se	tornam	visíveis	na	superfície,	formando	a
circulação	póstuma	de	Brouardel,	que	se	mostra	como	uma	“teia	de
aranha”.	A	fase	gasosa	máxima	ocorre	entre	5	a	7	dias	de	morte.	E:
incorreta,	pois	a	rigidez	desaparece	progressivamente	e	dá	lugar	à	flacidez
cadavérica,	no	mesmo	sentido	de	seu	aparecimento	e	não	em	sentido
contrário.	O	sentido	é	crânio-caudal,	mostrando-se	mais	visível	dos	menores
para	os	maiores	grupos	musculares,	embora	os	fenômenos	estejam
ocorrendo	em	todas	as	fibras	musculares	dos	sarcômeros	do	corpo.
Gabarito	“A”
(PROMOTOR	DE	JUSTIÇA	MP/PARAÍBA	–	2018	–	FCC)	Dentre	os
fenômenos	cadavéricos	transformativos,	tem-se	a:
(a)	autólise,	que	é	o	processo	de	destruição	macroscópica	decorrente	da	ação
da	água	do	meio	ambiente	em	que	o	cadáver	se	encontra.
(b)	putrefação,	fenômeno	que	antecede	a	autólise,	caracterizada	pela
decomposição	fermentativa	da	matéria	inorgânica.
(c)	maceração,	que	é	o	processo	de	conservação	que	ocorre	na	morte	do	feto
dentro	do	útero	materno	em	qualquer	tempo	da	gestação.
(d)	mumificação,	que	é	um	processo	destrutivo	do	cadáver,	sendo	decorrente
de	meios	naturais.
(e)	saponificação,	na	qual	o	cadáver	é	transformado	em	uma	substância
untuosa	após	um	certo	estágio	da	putrefação.
A:	incorreta.	Autólise	é	um	fenômeno	microscópico	muito	precoce,
decorrente	da	ação	de	enzimas	intracelulares	que	geram	acidificação.	É	um
tipo	de	destruição	celular,	caracterizada	por	fenômenos	fermentativos
anaeróbios	intracelulares.	O	fenômeno	macroscópico	decorrente	da	ação	da
água	sobre	o	cadáver	é	a	maceração;	B:	incorreta.	A	putrefação	não
antecede	a	autólise,	sendo	esta	última	o	fenômeno	mais	precoce	de	todos.	A
putrefação	sucede	a	autólise	e	é	a	decomposição	fermentativa	da	matéria
orgânica	(e	não	inorgânica)	por	ação	de	germes;	C:	incorreta.	A	maceração
não	é	fenômeno	conservador,	mas	sim	destrutivo.	Ademais,	a	maceração
asséptica	ocorre	em	fetos	mortos	retidos	no	útero	materno,	mais
habitualmente	do	sexto	ao	nono	mês	de	gravidez;	D:	incorreta.	A
mumificação	não	é	um	fenômeno	destrutivo,	mas	sim	conservador	e	pode
ser	produzida	por	meios	naturais,	artificiais	ou	mistos;	E:	correta.	A
saponificação	é	um	fenômeno	cadavérico	transformativo	conservador,	que
ocorre	tardiamente,	levando	à	formação	de	uma	substância	untuosa,
quebradiça	e	mole,	com	aspecto	de	cera	ou	sabão.	Não	é,	portanto,
fenômeno	inicial	e	ocorre	após	certo	estágio	de	putrefação,	quando	enzimas
bacterianas	hidrolisam	gorduras	neutras	e	formam	ácidos	graxos,	que
fazem	reação	química	com	substâncias	minerais	da	argila.	Em	geral,	ocorre
após	a	sexta	semana	de	morte,	sendo	que	o	solo	argiloso	e	a	água	estagnada
facilitam	sua	ocorrência.
Gabarito	“E”
(MÉDICO	LEGISTA/PI	–	2012	–	NUCEPE)	Com	relação	aos	fenômenos
cadavéricos,	assinale	a	alternativa	CORRETA:
(A)	A	rigidez	cadavérica	é	perceptível	na	face	e	na	mandíbula	em	torno	de	2
horas	após	a	morte,	e	espalha-se	por	todo	o	corpo	(completa)
aproximadamente	18	horas	após,	compreendendo	fenômeno	auxiliar	para	o
diagnóstico	da	realidade	e	do	tempo	de	morte.
(B)	A	presença	da	mancha	verde	abdominal	(período	de	coloração	da
putrefação)	na	fossa	ilíaca	direita	decorre	da	impregnação	da	pele	pela
sulfometemoglobina,	sendo	perceptível	entre	16	a	24	horas	após	a	morte.
(C)	A	presença	de	livores	ou	manchas	de	hipóstases	fixas	unicamente	na
face	ventral	do	cadáver	é	prova	de	que	não	foi	mudado	de	posição	e	que
decorreram	aproximadamente	36	horas	da	morte.
(D)	A	maceração	ocorre	em	corpos	inumados	em	locais	pantanosos,	solo
argiloso,	que	filtra	pouco	os	líquidos,	e	também	pode	ser	encontrada	em
fetos	mortos	e	retidos	no	útero	materno.
(E)	No	período	gasoso	da	putrefação,	o	corpo	apresenta	gigantismo,
circulação	póstuma	de	Brouardel,	aumento	de	peso	corpóreo	e	se	inicia
aproximadamente	17	dias	após	a	morte.
A:	incorreta.	Embora	a	rigidez	seja	perceptível	em	músculos	menores	da
face,	mandíbula	e	nuca	em	cerca	de	1	a	2	horas	após	a	morte,	ela	se	espalha
por	todo	o	corpo	com	cerca	de	8	(e	não	18)	horas	após	o	óbito;	B:	correta,
trata-se	exatamente	da	causa	da	coloração	esverdeada	na	fossa	ilíaca
direita,	bem	como	de	seu	tempo	de	aparecimento,	considerado	em	geral
como	cerca	de	20-24	horas	de	morte,	podendo	aparecer	antes	(com	16	ou	18
horas),	por	exemplo	em	ambientes	quentes.	A	coloração	se	deve	à	formação
de	enxofre	pela	fermentação	bacteriana,	que,	ao	se	ligar	à	hemoglobina,
forma	sulfometemoglobina.	A	presença	mais	comum	da	mancha	na	fossa
ilíaca	direita	se	deve	à	localização	do	ceco	nessa	região	do	abdome;	C:
incorreta.	Os	livores	fixos	na	parte	ventral	do	cadáver	indicam	que	ele
esteve	em	decúbito	ventral	no	período	de	fixação	dessas	manchas	de
hipóstase,	o	que	ocorre	com	cerca	de	12	horas	após	a	morte;	D:	incorreta.	A
maceração	é	fenômeno	destrutivo	que	ocorre	em	ambientes	aquosos	e	pode
acontecer	em	fetos	mortos	e	retidos	no	útero	materno	(maceração
asséptica).	Contudo,	o	fenômeno	que	pode	ocorrer	em	cadáveres	inumados
em	solo	argiloso,	pantanoso	e	com	pouco	acesso	ao	ar	atmosférico	é	a
saponificação	ou	adipocera;	E:	incorreta.	O	período	trazido	na	questão	é
muito	longo	e	o	corpo,	em	17	dias,	já	estaria	em	fase	coliquativa	ou
liquefativa	da	putrefação.	A	formação	de	gases	ocorre	mais	precocemente
pela	fermentação	bacteriana,	sendo	que	no	primeiro	dia	já	ocorre	a
produção	inicial	de	gases	não	inflamáveis.	Contudo,	o	aspecto	gigantesco
máximo	do	cadáver	(fase	gasosa	máxima)	é	visualizado	com	cerca	de	5	a	7
dias	após	a	morte.
Gabarito	“B”
(PERITO	CRIMINAL	PC/MG	–	2013	–	FUMARC)	Considerando	o	ponto
crioscópico	do	sangue,	o	valor	mais	provável,	apurado	em	uma	autopsia	de
um	cadáver	na	fase	gasosa	da	putrefação,	é:
(a)	-0,35ºC
(b)	-0,55ºC
(c)	-0,57ºC
(d)	-0,77ºC
D:	correta.	O	ponto	de	congelamento	do	sangue	ou	ponto	crioscópico
normal	varia	entre	-0,55ºC	e	-0,57ºC,	segundo	Genival	Veloso	de	França
(FRANÇA,	Genival	Veloso	de.	Medicina	Legal.	11ª	ed.	Rio	de	Janeiro:
Guanabara	Koogan,	2017,	p.	483).	À	medida	em	que	evolui	o	tempo	de
morte	e	são	produzidos	gases	da	putrefação,	haverá	difusão	desses	gases	no
sangue	e	também	desagregação	de	moléculas	proteicas,	o	que	fará	com	que
o	ponto	reduza	ainda	mais,	se	afastando	ainda	mais	do	zero.	Logo,	a	única
possibilidade	de	resposta	na	questão	é	a	que	apresenta	um	ponto	crioscópico
mais	baixo	que	o	normal;	portanto,	de	-0,77ºC.
Gabarito	“D”
(DELEGADO	GOIÁS	–	2013	–	UEG)	Ao	passar	por	um	matagal,	popularesencontram	um	corpo	em	estado	de	decomposição	e	comunicam	à	autoridade
policial,	que	solicita	o	exame	pericial.	Sobre	putrefação,	tem-se	que:
(a)	A	fase	gasosa	marca	o	início	da	putrefação.
(b)	Os	gases	produzidos	entre	o	2º	e	o	4º	dias	de	putrefação	são	inflamáveis.
(c)	A	circulação	póstuma	de	Brouardel	marca	a	fase	cromática	da
putrefação.
(d)	A	fase	coliquativa	é	marcada	por	odor	intenso	e	marcante.
A:	incorreta.	A	fase	que	marca	o	início	da	putrefação	é	a	fase	cromática	ou
de	coloração,	inicialmente	revelada	macroscopicamente	pelo	surgimento	da
mancha	verde	abdominal;	B:	correta.	No	1º	dia	de	morte,	há	gases	não
inflamáveis	produzidos	por	bactérias	aeróbias	produtoras	de	gás	carbônico.
Do	2º	ao	4º	dia,	encontram-se	gases	inflamáveis	produzidos	por	bactérias
facultativas,	que	formam	hidrogênio	e	hidrocarbonetos;	do	5º	dia	em	diante,
são	produzidos	azoto	e	amônias,	compostos	não	inflamáveis;	C:	incorreta.	A
circulação	póstuma	de	Brouardel	marca	a	fase	gasosa	da	putrefação,	pois
decorre	da	produção	de	gases	por	ação	bacteriana	no	interior	dos	vasos
sanguíneos,	rechaçando	o	sangue	para	a	periferia	do	vaso	e	provocando	sua
dilatação,	o	que	tornará	a	circulação	visível	na	superfície	cutânea;	D:
incorreta.	A	fase	da	putrefação	caracterizada	por	odor	intenso	e	marcante	é
a	fase	gasosa,	quando	há	máxima	decomposição	proteica,	com	grande
desprendimento	de	gases	fétidos,	compostos	nitrogenados	de	odor	repulsivo
e	formação	de	ptomaínas,	que	começam	a	surgir	em	torno	de	2	a	4	dias	após
a	morte.
Gabarito	“B”
(DELEGADO	DE	POLÍCIA	CIVIL/MG	–	2008	–	FUMARC)	Em	uma
autopsia,	o	médico	legista	descreveu	em	seu	laudo	pericial	o	achado	de
“alimentos	plenamente	reconhecíveis	em	seus	diversos	tipos	no	interior	do
estômago”.	Qual	o	tempo	aproximado,	em	horas,	entre	a	última	refeição
realizada	pela	vítima	e	o	seu	falecimento?
(a)	Uma	a	duas.
(b)	Duas	a	quatro.
(c)	Quatro	a	sete.
(d)	Sete	a	doze.
Segundo	Genival	Veloso	de	França,	no	caso	de	serem	encontrados	alimentos
plenamente	reconhecíveis	em	seus	diversos	tipos	no	interior	do	estômago,	ou
seja,	em	fase	inicial	de	digestão,	pode-se	afirmar	que	a	pessoa	morreu	1	a	2
horas	de	pois	de	sua	última	refeição.	Se	são	encontrados	alimentos	em	fase	final
de	digestão,	o	tempo	é	de	cerca	de	4	a	7	horas	de	morte	após	a	última	refeição.
Se	o	estômago	é	encontrado	vazio,	afirma-se	que	o	indivíduo	morreu	depois	de	7
horas	depois	da	última	refeição	realizada	(FRANÇA,	Genival	Veloso	de.
Medicina	Legal.	11ª	ed.	Rio	de	Janeiro:	Guanabara	Koogan,	2017,	p.	483).
Ressalte-se	que	o	uso	de	álcool	e	drogas	pode	comprometer	o	esvaziamento
gástrico,	retardando-o.
Gabarito	“A”
(MÉDICO	LEGISTA/AC	–	2015	–	FUNCAB)	Na	fauna	cadavérica	que
coloniza	o	cadáver,	alguns	insetos	costumam	chegar	primeiro,	sobretudo,
nas	fendas	palpebrais	narinas	e	boca,	são	eles:
(a)	coleópteros.
(b)	dípteros.
(c)	himenópteros.
(d)	ortópteros.
(e)	lepidópteros.
A	entomologia	forense	cuida	do	estudo	da	fauna	cadavérica	na	estimativa	do
tempo	de	morte,	sendo	de	fundamental	importância	na	avaliação	da	cronologia
da	morte	em	cadáveres	expostos	ao	ar	livre.	Há	oito	legiões	de	insetos	e	outros
artrópodes	relacionados	à	fauna	necrofágica.	Os	da	primeira	legião	são	os
dípteros	(moscas),	que	começam	a	colonização	do	cadáver	pelos	orifícios
naturais	e	aparecem	de	8	a	15	dias	após	a	morte,	correspondendo	às	espécies
Musca	domestica	e	Calliphora	vomitoria.	São	os	dípteros	que	metabolizam	as
substâncias	teciduais	até	a	formação	de	ácidos	graxos.	Há	espécies	de
coleópteros	e	lepidópteros	nas	demais	legiões.
Gabarito	“B”
(DELEGADO	DE	POLÍCIA	CIVIL/RJ	–	2012	–	FUNCAB)	Para	a
verificação	do	tempo	aproximado	de	morte	em	um	cadáver	parcialmente
esqueletizado,	torna-se	dispensável:
(a)	o	conhecimento	de	dados	relacionados	com	o	lugar	de	encontro	do	corpo,
se	aberto	ou	fechado,	e	o	tipo	de	sepultamento.
(b)	o	estudo	do	corpo	e	do	local	por	entomologista.
(c)	a	informação	sobre	a	época	do	ano	e	as	condições	climáticas.
(d)	a	dosagem	de	carbono	14	nos	despojos.
(e)	a	ciência	da	causa	da	morte,	se	violenta	ou	natural.
D:	correta.	A	dosagem	de	carbono	14	nos	despojos	humanos	não	tem
nenhuma	importância,	uma	vez	que	sua	meia-vida	(ou	seja,	o	período	de
tempo	necessário	para	que	o	número	de	isótopos	diminua	pela	metade)	é	de
mais	de	5500	anos.	Dessa	forma,	em	um	hiato	temporal	inferior	a	100	anos,
não	é	possível	determinar	nenhuma	diminuição	minimamente	significativa
deste	elemento,	somente	se	prestando	a	datação	de	intervalos	da	ordem	de
centenas	a	milhares	de	anos.	Considerando,	sobretudo,	que	a	questão
menciona	um	“cadáver	parcialmente	esqueletizado”,	não	há	como	utilizar
essa	técnica	para	analisar	a	cronologia	da	morte;	A,	B,	C	e	E:	incorretas.
Condições	climáticas,	local	da	morte,	tipo	de	solo,	ação	de	microorganismos,
são	todos	fatores	relevantes	que	interferem	na	velocidade	de	decomposição
da	matéria	orgânica.	Dentre	as	condições	climáticas,	as	mais	significativas
são	temperatura,	umidade	e	acessibilidade	do	corpo	por	animais.	Os	estudos
entomológicos	da	fauna	necrofágica	também	são	elementos	importantes	na
estimativa	do	tempo	de	morte.	Também	a	causa	da	morte	pode	trazer
informações	importantes	e	contribuir	para	a	estimativa	cronológica.	A	título
de	exemplo,	vítimas	de	mortes	violentas	com	lesões	abertas	e	grandes
mutilações	têm	processos	de	decomposição	mais	acelerados,	com	maior
proliferação	bacteriana	e	acesso	a	espécies	da	fauna	necrofágica	com	mais
facilidade.	Por	tal	razão,	locais	do	corpo	que	apresentam	feridas	são
consumidos	mais	rapidamente	do	que	aqueles	que	se	mostram	íntegros.
Gabarito	“D”
Capítulo	9
SEXOLOGIA	FORENSE
A	Sexologia	Forense	é	o	capítulo	da	Medicina	Legal	que	estuda	questões
relacionadas	aos	crimes	contra	a	dignidade	sexual,	gravidez,	aborto,	parto,
puerpério,	infanticídio,	exclusão	de	paternidade,	dentre	outras	questões
relacionadas	à	reprodução	e	à	sexualidade	humana.	Os	crimes	contra	a	dignidade
sexual	devem	ser	estudados	sob	o	ponto	de	vista	jurídico,	de	sua	tipificação	no
Título	VI	do	Código	Penal	Brasileiro,	bem	como	sob	o	prisma	da	perícia
médico-legal	dos	vestígios	deixados	pelas	condutas	delitivas.
No	mesmo	capítulo,	são	analisados	os	transtornos	da	sexualidade	humana,	que
podem	constituir	meras	disfunções	sexuais	ou	até	mesmo	parafilias,	que
precisam	ser	diferenciadas	do	simples	uso	consensual	de	práticas	sexuais	ou
objetos	como	forma	de	excitação	da	libido.	A	Himenologia	Forense,	por	seu
turno,	são	as	questões	médico-legais	relacionadas	ao	casamento.
(MÉDICO	LEGISTA	AMAPÁ	–	2016	–	FCC)	A	mídia	noticiou	que	um
médico	endoscopista	foi	flagrado	em	sua	clínica	tendo	relação	sexual	com
uma	paciente	de	35	anos	enquanto	ela	estava	sob	efeito	do	sedativo	utilizado
para	o	exame	de	endoscopia	digestiva	alta.	Desse	modo,	o	médico	foi
acusado	de	ter	cometido	crime	de:
(a)	sedução.
(b)	assédio	sexual.
(c)	estupro.
(d)	atentado	violento	do	pudor.
(e)	estupro	de	vulnerável.
A:	incorreta.	O	antigo	crime	de	sedução	foi	revogado	em	2005	e	tipificava	a
conduta	de	“seduzir	mulher	virgem,	menor	de	dezoito	anos	e	maior	de
quatorze,	e	ter	com	ela	conjunção	carnal,	aproveitando-se	de	sua
inexperiência	ou	justificável	confiança”;	B:	incorreta.	O	crime	de	assédio
sexual	vigora	no	art.	216-A	do	Código	Penal	Brasileiro	(CPB),	com	a
conduta	de	“constranger	alguém	com	o	intuito	de	obter	vantagem	ou
favorecimento	sexual,	prevalecendo-se	o	agente	da	sua	condição	de	superior
hierárquico	ou	ascendência	inerentes	ao	exercício	de	emprego,	cargo	ou
função”.	As	condições	de	superioridade	hierárquica	ou	exercício	de
emprego,	cargo	ou	função	são	elementares	do	tipo,	não	se	configurando	a
conduta	em	hipóteses	além	de	tais	situações,	como	entre	colegas	de	trabalho
ou	líder	religioso	e	fieis.	O	Superior	Tribunal	de	Justiça,	contudo,	em	2019,
passou	a	admitir	que,	em	relações	entre	professor	e	aluno	pode	ser
configurada	a	conduta	de	assédio	sexual.	Afirmou	a	6ª	Turma	do	STJ	que
“a	‘ascendência’	constante	do	tipo	penal	não	deve	se	limitar	à	ideia	de
relação	empregatícia	entre	as	partes”	e	queo	professor	teria	condições	de
interferir	diretamente	na	avaliação	e	desempenho	acadêmico	do	aluno,
contexto	que	geraria,	inclusive,	o	receio	da	reprovação	(REsp	1.759.135/SP,
noticiado	no	informativo	n.	658);	C:	incorreta.	Para	a	configuração	do
crime	de	estupro	tipificado	no	art.	213	do	CPB,	deve	haver	o
constrangimento	da	vítima,	homem	ou	mulher,	a	ter	conjunção	carnal	ou	a
praticar	ou	permitir	que	com	ele	se	pratique	outro	ato	libidinoso,	mediante
violência	(violência	física	efetiva)	ou	grave	ameaça	(violência	psíquica);	D:
incorreta.	O	antigo	crime	de	atentado	violento	ao	pudor	foi	revogado	em
2009.	A	conduta	nele	então	tipificada	–	ato	libidinoso	diverso	da	conjunção
carnal	com	vítima	homem	ou	mulher	–	faz	parte,	atualmente,	do	tipo	penal
do	estupro;	E:	correta.	O	crime	de	estupro	de	vulnerável,	tipificado	no	art.
217-A	do	CPB	determina	pena	de	reclusão	a	quem	pratica	conjunção	carnal
ou	outro	ato	libidinoso	com	menor	de	14	anos;	com	alguém	que,	por
enfermidade	ou	deficiência	mental,	não	tem	o	necessário	discernimento
para	a	prática	do	ato;	ou	que,	por	qualquer	outra	causa,	não	possa	oferecer
resistência.	Trata-se	das	três	figuras	de	vulneráveis	trazidas	pela	Lei
12.105/2009,	que	modificou	diversas	normas	contidas	no	CPB.	Na	hipótese,
a	paciente	estava	sedada	e	não	tinha	como	oferecer	resistência	e	tampouco
manifestar	sua	vontade	ou	consentimento	para	o	ato	sexual,	razão	pela	qual
torna-se	vulnerável.	Ressalte-se	que,	para	a	configuração	deste	delito,	não	é
necessária	a	ocorrência	de	violência	física	efetiva	ou	grave	ameaça,	sendo
fundamental	a	configuração	da	vulnerabilidade	da	vítima,	como	elementar
do	tipo	penal.
Gabarito	“E”
(MÉDICO	LEGISTA	–	POLÍCIA	CIVIL/SP	–	2014)	Durante	viagem	de
turismo,	indivíduo	de	22	anos	praticou	sexo	oral	com	menina	de	rua,	de	13
anos,	dentro	do	seu	veículo,	com	consentimento	desta,	em	troca	de	dinheiro.
Neste	caso,	pode-se	afirmar	que:
(a)	houve	um	tipo	de	crime	de	estupro,	pois	a	vítima	é	considerada
vulnerável.
(b)	não	houve	crime	de	estupro,	pois	houve	consentimento	da	vítima.
(c)	houve	crime	de	atentado	violento	ao	pudor.
(d)	não	houve	crime	de	estupro,	pois	não	houve	violência.
(e)	houve	apenas	a	prática	de	ato	libidinoso,	não	se	configurando	crime.
A:	correta.	Ocorreu	o	crime	de	estupro	de	vulnerável,	tipificado	no	art.	217-
A	do	CPB,	por	ter	havido	ato	libidinoso	diverso	da	conjunção	carnal	(sexo
oral)	com	menor	de	14	anos.	A	obtenção	do	consentimento	da	vítima	é
irrelevante,	nos	termos	da	Súmula	593	do	STJ,	publicada	em	novembro	de
2017,	que	dispõe	que	“o	crime	de	estupro	de	vulnerável	configura-se	com	a
conjunção	carnal	ou	prática	de	ato	libidinoso	com	menor	de	14	anos,	sendo
irrelevante	o	eventual	consentimento	da	vítima	para	a	prática	do	ato,
experiência	sexual	anterior	ou	existência	de	relacionamento	amoroso	com	o
agente”.	Logo,	mesmo	que	haja	o	consentimento,	experiência	sexual
anterior	por	parte	da	vítima	ou	mesmo	namoro	com	o	autor	do	fato,	o	crime
de	estupro	de	vulnerável	se	configura;	B:	incorreta.	O	consentimento	não
desclassifica	a	conduta	delitiva;	C:	incorreta.	O	antigo	crime	de	atentado
violento	ao	pudor	foi	revogado	em	2009.	A	conduta	nele	então	tipificada	–
ato	libidinoso	diverso	da	conjunção	carnal	com	vítima	homem	ou	mulher,
mediante	violência	ou	grave	ameaça	–	faz	parte,	atualmente,	do	tipo	penal
do	estupro;	D:	incorreta.	A	ausência	de	violência	física	ou	de	grave	ameaça
desqualifica	a	conduta	no	tocante	ao	crime	de	estupro	em	sua	forma
simples,	descrita	no	art.	213	do	CPB.	Contudo,	a	vulnerabilidade	da	vítima,
menor	de	14	anos,	enquadra	a	conduta	no	tipo	penal	do	art.	217-A	do	CPB,
estupro	de	vulnerável;	E:	incorreta.	A	conjunção	carnal	(relação	sexual
tópica,	ou	seja,	no	topos	habitual,	entre	homem	e	mulher,	com	penetração
do	pênis	na	vagina)	não	é	o	único	ato	sexual	presente	nos	tipos	penais	do
estupro	e	estupro	de	vulnerável.	A	prática	de	outros	atos	libidinosos
diversos	da	conjunção	carnal,	como	atos	sexuais	orais	e	manuais,	também
está	presente	nos	tipos	penais.
Gabarito	“A”
(DELEGADO	DE	POLÍCIA	CIVIL/GO	–	2016	–	CESPE/UNB)	Em	relação
aos	aspectos	médico-legais	dos	crimes	contra	a	liberdade	sexual,	assinale	a
opção	CORRETA.
(a)	A	presença	de	escoriação	em	cotovelo	e	de	esperma	na	cavidade	vaginal
são	suficientes	para	caracterizar	o	estupro.
(b)	Equimoses	da	margem	do	ânus,	hemorragias	por	esgarçamento	das
paredes	anorretais	e	edemas	das	regiões	circunvizinhas	são	características
de	coito	anal	violento.
(c)	Em	crianças	com	mudanças	de	comportamento,	a	presença	de	eritemas
confirma	o	diagnóstico	de	abuso	sexual.
(d)	A	vasectomia	feita	no	indivíduo	antes	de	ele	cometer	um	crime	de
estupro	impede	a	obtenção	de	dados	objetivos	desse	crime.
(e)	A	integridade	do	hímen	invalida	o	diagnóstico	de	conjunção	carnal.
A:	incorreta.	A	presença	de	esperma	na	cavidade	vaginal	pode	comprovar	a
ocorrência	de	uma	conjunção	carnal,	que	não	necessariamente	foi
criminosa;	e	a	presença	de	escoriação	de	cotovelo	é	insuficiente	para	atestar
a	ocorrência	de	violência	efetiva	para	a	configuração	do	estupro;	B:	correta.
Em	casos	de	coito	anal	como	ato	libidinoso	criminoso	diverso	da	conjunção
carnal,	devem	ser	avaliados	os	vestígios	físicos	locais	e	evidentes	deixados
pelo	coito	anal,	bem	como	a	eventual	presença	de	esperma	no	reto.	No
exame	físico,	são	habitualmente	descritos	equimoses	e	sufusões	(rágades)	na
margem	do	ânus,	escoriações,	hemorragias	por	ruptura	ou	esgarçamento
das	paredes	anorretais	e	perineais,	congestão	e	edema	das	regiões	próximas,
dilatação	brusca	do	ânus,	dor	ao	toque	retal,	ruptura	de	pregas	anais	e
incontinência	fecal	por	relaxamento	do	esfíncter;	C:	incorreta.	Eritema	é
apenas	congestão	ou	hiperemia	por	aumento	da	vascularização	da	região
afetada.	Trata-se	de	uma	lesão	simples	que,	sobretudo	quando	não	se	afirma
a	sua	localização,	não	tem	o	condão	de	confirmar,	com	segurança,	a
ocorrência	de	abuso	sexual	em	crianças	com	mudanças	de	comportamento;
D:	incorreta.	A	vasectomia	é	uma	cirurgia	para	esterilização	masculina,	em
que	são	ligados	os	canais	deferentes,	interrompendo	o	fluxo	de
espermatozoides,	que	não	serão	mais	encontrados	no	esperma.	Contudo,
permanece	a	produção	e	liberação	no	sêmen	de	substâncias	produzidas	pela
próstata,	especialmente	da	glicoproteína	P30	ou	antígeno	prostático
específico	(PSA),	que	fornece	materialidade	para	avaliação	de	conjunção
carnal	ou	atos	libidinosos	com	ejaculação,	mesmo	em	casos	de	indivíduos
vasectomizados;	E:	incorreta,	em	razão	da	existência	do	hímen
complacente,	tolerante	ou	transigente.	O	hímen	é	uma	membrana	mucosa
que	separa	a	vulva	da	vagina	e	habitualmente	se	rompe	pelo	coito.	Em
geral,	o	número	de	rupturas	varia	entre	uma	e	cinco.	O	conceito	de	hímen
complacente	é	discutível,	mas	se	admite	tratar-se	de	hímen	muito	fino	ou
muito	elástico,	que	não	se	rompe	na	relação	sexual.	Portanto,	na	presença
de	um	hímen	complacente,	pode	ter	ocorrido	conjunção	carnal	a	despeito	da
integridade	himenal.
Gabarito	“B”
(DELEGADO	DE	POLÍCIA	CIVIL/PA	–	2016	–	FUNCAB)	Os	“Quadrantes
de	Oscar	Freire”	são	utilizados	para	designar	a	posição:
(a)	da	vítima	em	relação	ao	atirador	de	uma	arma	de	fogo.
(b)	do	atirador	de	uma	arma	de	fogo	em	relação	a	vítima.
(c)	da	lesão	provocada	pela	ruptura	da	caixa	craniana	atingida	por	projétil
de	arma	de	fogo.
(d)	da	lesão	provocada	pela	ruptura	do	hímen.
(e)	da	lesão	de	entrada	provocada	por	projétil	de	arma	de	fogo	no	tórax	da
vítima.
A,	B	e	E:	incorretas,	não	havendo	sinais	ou	epônimos	típicos	que	nomeiam
tais	posições;	C:	incorreta.	Nessa	alternativa,	vale	ressaltar	o	sinal	de	funil
de	Bonnet	ou	do	cone	truncado	de	Pousold,	que	é	utilizado	para	diferenciar
os	orifícios	de	entrada	e	de	saída	de	um	projétil	de	arma	de	fogo	nos	ossos
planos	ou	chatos,	em	razão	da	diferença	do	formato	da	fratura	nas	lâminas
externa	e	interna	do	osso;	D:	correta.	Há	duas	formas	principais	de
topografar	as	rupturas	himenais,	descrevendo	sua	localização	no	laudo
médico-legal:	os	quadrantes	de	Oscar	Freire	e	o	sistema	cronométrico	de
Lacassagne,	sendo	esseúltimo	o	mais	usado	na	prática	forense.	Pelo	método
dos	quadrantes	de	Oscar	Freire,	divide-se	de	forma	imaginária	o	hímen	em
quatro	quadrantes,	dois	superiores	(direito	e	esquerdo)	e	dois	inferiores
(direito	e	esquerdo).	Os	pontos	mais	frequentes	de	ruptura	localizam-se	na
união	dos	quadrantes	inferiores,	por	ser	a	área	em	que	o	hímen	é	mais
“alto”	e	em	razão	da	posição	mais	comum	do	ato	sexual	em	decúbito	dorsal.
O	sistema	cronométrico	de	Lacassagne	é	a	comparação	do	hímen	ao
mostrador	de	um	relógio,	para	descrever	a	localização	da	ruptura,	por
exemplo,	às	6	ou	9	horas.
Gabarito	“D”
(DELEGADO	DE	POLÍCIA	CIVIL/MG	–	2011	–	FUMARC)	Retalhos	de
hímen	roto	pelo	parto	vaginal,	os	quais	se	retraem	constituindo	verdadeiros
tubérculos	em	sua	implantação,	correspondem	a:
(a)	entalhes	himenais.
(b)	hímens	cribriformes.
(c)	carúnculas	mirtiformes.
(d)	chanfraduras	vulvo-himenais.
A	e	D:	incorretas.	Entalhes	ou	chanfraduras	himenais	são	reentrâncias	ou
recortes	que	se	apresentam	na	borda	livre	do	hímen,	que	é	a	borda	que
circunda	o	óstio	ou	orifício	por	onde	sai	o	fluxo	menstrual.	A	borda	torna-
se,	portanto,	irregular	e	recortada	ou	franjada.	Se	as	reentrâncias	são
simétricas	e	profundas,	chegando	quase	à	borda	de	inserção	do	hímen	na
parede	da	vagina,	denominam-se	entalhes.	Se	são	superficiais	e	correm	mais
em	extensão	do	que	em	profundidade,	denominam-se	chanfraduras.	Os
entalhes	podem	ser	confundidos	com	rupturas	himenais	incompletas,	em
um	exame	físico	menos	atento;	B:	incorreta.	Hímen	cribriforme	é	aquele
que	apresenta	múltiplos	e	pequenos	orifícios	ou	óstios,	à	semelhança	de	um
crivo	ou	peneira;	C:	correta.	As	carúnculas	mirtiformes	são	retalhos	ou
“sobras”	da	membrana	himenal	que	aparecem	habitualmente	após
cicatrização	de	rupturas	por	partos	vaginais.	Costumam	ser	em	número	de
três	a	cinco,	formando	trabéculas,	vegetações	ou	excrescências	mirtiformes,
em	forma	de	folha	de	mirto.
Gabarito	“C”
(MÉDICO	LEGISTA/ES	–	2013	–	FUNCAB)	São	sinais	doutrinários	em
Medicina	Legal	de	que	houve	conjunção	carnal	com	uma	mulher,	que
evidenciava	hímen	não	complacente	roto,	EXCETO:
(a)	presença	de	entalhes	no	hímen.
(b)	gravidez.
(c)	presença	de	esperma	na	vagina	ou	canal	vaginal.
(d)	presença	de	fosfatase	ácida	acima	de	300	u.K./mL	no	canal	vaginal.
(e)	presença	de	glicoproteína	P	30	no	canal	vaginal.
A:	correta.	Os	entalhes	himenais	não	se	confundem	com	rupturas.	São
irregularidades	congênitas	estruturais	presentes	no	hímen,	que	se
manifestam	como	pequenas	reentrâncias	ou	fendas	na	borda	livre	da
membrana	em	torno	do	óstio.	Algumas	características	que	diferenciam	os
entalhes	das	roturas:	eles	podem	se	localizar	em	porções	delgadas	ou
espessas	do	hímen,	não	são	profundos,	têm	bordas	regulares	e	recobertas
por	tecido	normal	e	semelhante	ao	do	restante	do	hímen,	têm	ângulos
rombos	e	costumam	ser	simétricos.	As	roturas,	ao	contrário,	localizam-se
em	áreas	mais	delgadas	do	hímen,	costumam	ser	profundas,	suas	bordas	são
irregulares	e	recobertas	por	tecido	cicatricial,	têm	ângulos	agudos	e	se
dispõem	ao	acaso,	sem	simetria,	permitindo	a	coaptação	forçada	de	suas
bordas,	o	que	não	ocorre	com	os	entalhes;	B,	C,	D	e	E:	as	quatro
alternativas	fornecem	vestígios	de	conjunção	carnal,	que	pode	ser
demonstrada	pericialmente	por	meio	de	sinais	que	variam	sendo	ela	recente
ou	antiga.	Os	principais	vestígios	de	conjunção	carnal	recente	são	o
encontro	de	esperma	na	vagina	e	ruptura	himenal	não	cicatrizada.	Já	a
conjunção	carnal	antiga	tem	como	vestígios	a	gravidez	e	a	contaminação
profunda	por	determinadas	doenças	sexualmente	transmissíveis.	A	presença
de	esperma	na	vagina	é	confirmada	pela	pesquisa	direta	de
espermatozoides,	havendo	também	dois	outros	exames	que	fornecem
indícios	de	sêmen:	a	fosfatase	ácida	e	a	glicoproteína	P30.	Fosfatase	ácida	é
uma	enzima	que,	embora	seja	especialmente	rica	na	próstata,	é	encontrada
em	vários	tecidos	humanos,	razão	pela	qual	não	é	um	teste	específico	para	a
identificação	de	sêmen.	No	entanto,	a	presença	de	altas	titulações	da	enzima
na	cavidade	vaginal	sugere	sêmen,	uma	vez	que	seus	teores	normais	em
outros	tecidos	não	ultrapassam	20	u.K./mL.	O	antígeno	prostático	específico
(PSA)	ou	glicoproteína	P30	é	produzido	quase	que	exclusivamente	pelas
células	epiteliais	da	próstata,	embora	Hygino	de	Carvalho	Hércules	chame	a
atenção	para	o	fato	de	que	alguns	tipos	de	câncer	na	mulher	também	podem
produzir	a	proteína	(HÉRCULES,	Hygino	de	Carvalho.	Medicina	Legal
Texto	e	Atlas.	2ª	ed.	São	Paulo:	Atheneu,	2014,	p.	611).	De	qualquer	forma,
para	efeitos	práticos,	a	detecção	de	altos	teores	no	material	coletado	da
vagina	também	configura	vestígio	da	presença	de	ejaculação.
Gabarito	“A”
(MÉDICO	LEGISTA	–	PC/DF	2015	–	FUNIVERSA)	O	estudo	do	hímen
apresenta	grande	relevância	na	busca	de	vestígios	nos	casos	de	crimes
sexuais.	Com	relação	a	esse	assunto,	é	CORRETO	afirmar	que:
(a)	o	hímen	complacente	se	dá	por	elasticidade	excessiva	ou	exiguidade	da
membrana.
(b)	irregularidades	na	borda	livre	himenal	sempre	estão	relacionadas	à
ocorrência	de	um	traumatismo	local.
(c)	as	roturas	himenais	se	caracterizam	pela	disposição	irregular,	não
simétrica,	ocorrendo	ao	acaso	e	apresentando	borda	irregular	com	ângulos
abertos.
(d)	hímen	complacente	é	aquele	que	permite	o	coito	vestibular	sem	se
romper.
(e)	entalhes	são	irregularidades	congênitas	localizadas	na	borda	livre	da
orla	himenal,	de	aspecto	irregular,	com	ângulos	agudos	e	bordas	cobertas
por	tecido	cicatricial.
A:	correta.	O	hímen	complacente,	tolerante	ou	transigente	tolera	a
penetração	peniana	sem	sofrer	ruptura,	sendo	explicações	para	tal	a
exiguidade	da	orla,	a	amplitude	do	óstio	e	a	grande	elasticidade	da
membrana;	B:	incorreta.	A	constatação	de	irregularidades	na	borda	livre
himenal	–	que	é	a	borda	que	circunda	o	óstio	ou	orifício	–	pode	se	referir
apenas	à	presença	congênita	de	entalhes	ou	chanfraduras	himenais,	que	não
se	confundem	com	as	rupturas	e	não	indicam	qualquer	lesão	traumática;	C:
incorreta.	Em	comparação	com	os	entalhes,	as	roturas	himenais	se
caracterizam	realmente	pela	disposição	irregular	e	não	simétrica,	ocorrendo
ao	acaso	e	apresentando	borda	irregular.	Contudo,	os	ângulos	das	roturas
são	mais	fechados	e	agudos,	enquanto	os	ângulos	dos	entalhes	são	mais
rombos	e	abertos;	D:	incorreta.	O	hímen	complacente	permite	o	coito
vaginal	ou	a	conjunção	carnal	sem	se	romper,	e	não	o	coito	vestibular.	Este
também	tem	sido	chamado	de	coito	vulvar,	interfemoral	ou	ad	introitum,
não	havendo	penetração	vaginal,	mas	apenas	contato	do	pênis	no	introito
(entrada)	vaginal,	na	vulva,	vestíbulo	ou	períneo,	sem	a	penetração	na
cavidade	vaginal;	E:	incorreta.	São	as	roturas	–	e	não	os	entalhes	–	que
apresentam	aspecto	irregular,	com	ângulos	agudos	e	bordas	cobertas	por
tecido	cicatricial.	E	os	entalhes	são	irregularidades	congênitas	localizadas
na	borda	livre	da	orla	himenal,	com	ângulos	rombos	ou	abertos,	bordas
mais	regulares	e	revestidas	por	tecido	semelhante	ao	do	restante	da
membrana	himenal	e	com	disposição	mais	simétrica.
Gabarito	“A”
(MÉDICO	LEGISTA/SP	–	2014	–	VUNESP)	Nos	casos	de	vítima	de
violência	sexual,	na	perícia	após	o	delito,	o	sêmen	pode	ser	detectado	em	até:
(A)	12	horas.
(B)	48	horas.
(C)	24	horas.
(D)	72	horas.
(E)	6	horas.
Genival	Veloso	de	França	afirma	que	“o	sêmen	pode	ser	observado	através	da
lâmpada	de	Wood,	quando	é	identificado	por	sua	ação	fluorescente	até	72	horas
depois	da	violência”	(FRANÇA,	Genival	Veloso	de.	Medicina	Legal.	11ª	ed.	Rio
de	Janeiro:	Guanabara	Koogan,	2017,	p.	280).	Contudo,	ressalte-se	que	pode
haver	variação	na	sensibilidade	dessa	detecção,	sobretudo	na	dependência	do
local	de	onde	o	vestígio	foi	coletado,	se	da	cavidade	vaginal	ou	outra	região	do
corpo	da	vítima,	se	de	objetos	ou	do	ambiente,	etc.	Também	o	espermatozoide
em	si	ainda	pode	ser	identificado	depois	desse	prazo.
Gabarito	“D”
(DELEGADO	DE	POLÍCIA	CIVIL/RJ	–	2012	–	FUNCAB)	Na	perícia	de
conjunção	carnal,	a	maioria	das	lesões	encontradas	nas	vítimas	de	crimes
sexuais	é	de	caráter	inespecífico,	o	que	torna	necessáriaa	realização	de
métodos	complementares	para	a	elucidação	dos	vestígios,	entre	os	quais
NÃO	se	inclui:
(a)	pesquisa	direta	de	espermatozoides.
(b)	dosagem	de	fosfatase	ácida	prostática.
(c)	pesquisa	de	antígeno	prostático	específico.
(d)	exame	de	confronto	genético.
(e)	dosagem	de	prostaglandina	F2-alfa.
A,	B,	C	e	D:	corretas.	Na	perícia	de	conjunção	carnal,	são	usados	como
métodos	complementares	a	pesquisa	direta	de	espermatozoides,	a	dosagem
de	fosfatase	ácida	prostática	(sobretudo	em	altas	titulações	na	cavidade
vaginal),	a	pesquisa	do	PSA	ou	glicoproteína	P30,	produzido	pelas	células	do
epitélio	prostático	e	presente	no	sêmen	mesmo	em	caso	de	indivíduos
vasectomizados	ou	azoospérmicos,	bem	como	exame	de	confronto	genético
pela	coleta	de	DNA.	Nesse	último	caso,	são	colhidas	amostras	de	referência
da	vítima	e	do	material	obtido	por	meio	de	suas	secreções	vaginal,	anal	ou
oral,	para	eventual	confronto	genético	posterior	com	o	material	proveniente
do	agente	suspeito,	visando	a	identificação	do	sujeito	ativo	do	crime;	E:
incorreta.	A	dosagem	da	substância	sintética	prostaglandina	F2-alfa	não	é
utilizada	para	fins	de	comprovação	de	conjunção	carnal,	mas	sim	na
avaliação	da	provocação	de	aborto	por	medicamentos,	em	ato	efetuado	no
segundo	trimestre	da	gravidez,	em	países	onde	tal	procedimento	é
legalmente	permitido.
Gabarito	“E”
(MÉDICO	LEGISTA	–	POLÍCIA	CIVIL	MG	–	2013)	Quanto	à	sexologia
criminal,	é	correto	afirmar,	EXCETO:
(a)	O	agente	passivo	do	estupro	pode	ser	tanto	o	homem	quanto	a	mulher.
(b)	No	atentado	violento	ao	pudor,	tanto	o	homem	quanto	a	mulher	podem
ser	o	agente	passivo.
(c)	O	hímen	é	uma	estrutura	mucosa	que	separa	a	vulva	da	vagina	e	tem
duas	faces:	uma,	vaginal	e	profunda,	e	outra,	vestibular	ou	superficial.
(d)	Em	presença	de	hímen	complacente,	a	constatação	da	presença	de
fosfatase	ácida	ou	de	glicoproteína	P30	em	resíduo	vaginal	pode	contribuir
no	diagnóstico	de	conjunção	carnal.
A:	correta.	Após	as	alterações	promovidas	no	Código	Penal	pela	Lei	n.
12.015	de	2009,	o	crime	de	estupro	pode	ter	como	sujeito	passivo	tanto	o
homem	como	a	mulher,	sendo	que	as	condutas	sexuais	perpetradas
mediante	violência	ou	grave	ameaça,	para	a	configuração	do	delito,	podem
ser	a	conjunção	carnal	ou	atos	libidinosos	dela	diversos;	B:	incorreta.	A
frase	está	incorreta	em	razão	de	que	o	crime	de	atentado	violento	ao	pudor
não	está	mais	em	vigor	no	ordenamento	jurídico	brasileiro	desde	2009.	A
conduta	dizia	respeito	ao	ato	de	“constranger	alguém,	mediante	violência	ou
grave	ameaça,	a	praticar	ou	permitir	que	com	ele	se	pratique	ato	libidinoso
diverso	da	conjunção	carnal”.	Os	atos	anteriormente	descritos	no	crime	de
atentado	violento	ao	pudor,	após	as	alterações	no	Código	Penal	promovidas
pela	Lei	n.	12.015	de	2009,	estão	tipificados	no	crime	de	estupro,	que	pode
ter	como	sujeito	passivo	qualquer	pessoa,	homem	ou	mulher;	C:	correta.	O
hímen	é	uma	estrutura	mucosa	que	separa	a	vulva	da	vagina	e	tem	duas
faces:	uma	vaginal	e	profunda,	e	outra,	vestibular	ou	superficial.	Tem
também	duas	bordas,	uma	aderente	ou	de	inserção	na	parede	vaginal	e
outra	livre,	que	circunda	o	óstio	ou	orifício;	D:	correta.	Em	presença	de
hímen	complacente	(que	permite	a	cópula	vaginal	sem	se	romper)	e	também
em	casos	de	indivíduos	vasectomizados,	a	constatação	da	presença	de
fosfatase	ácida	ou	da	glicoproteína	P30	na	cavidade	vaginal	pode	contribuir
no	diagnóstico	de	conjunção	carnal,	por	serem	substâncias	presentes	no
sêmen,	independentemente	da	presença	ou	ausência	de	espermatozoides.
Gabarito	“B”
(MÉDICO	LEGISTA	–	PC/GO	–	2015	–	SEGPLAN)	Para	a	sexologia
forense,	a	conjunção	carnal	é	a	penetração	do	pênis	em	ereção	na	vagina
(intrommissio	penis	in	vaginam).	Acerca	desse	tema,	assinale	a	alternativa
CORRETA.
(a)	A	penetração	de	um	instrumento	contundente	na	vagina,	por	analogia,
sempre	deve	ser	considerada	como	uma	conjunção	carnal.
(b)	Conceitualmente,	coito	vestibular	é	o	mesmo	que	conjunção	carnal.
(c)	Na	demonstração	pericial	de	apuração	dos	crimes	contra	os	costumes,	a
utilização	de	métodos	de	higiene	e	a	troca	das	vestes	de	uma	suposta	vítima
são	prejudiciais	às	finalidades	da	perícia,	uma	vez	que	podem	fazer
desaparecer	sinais	ou	evidências	que	auxiliariam	na	interpretação	do	fato.
(d)	São	elementos	constitutivos	do	crime	de	estupro	a	ação	de	constranger,	a
conjunção	carnal,	a	violência	ou	grave	ameaça	e	o	dolo;	desse	modo,	pode-se
concluir	que	somente	a	mulher	pode	ser	vítima	desse	tipo	de	crime.
(e)	No	exame	pericial,	são	sinais	de	certeza	de	uma	conjunção	carnal
recente:	rotura	himenal,	presença	de	espermatozoide	na	vagina	e	gravidez.
A:	incorreta.	Apenas	pode	ser	chamada	de	conjunção	carnal	a	penetração
do	pênis	na	vagina	ou	cópula/coito	vaginal	ou	imissio	penis.	A	penetração	de
qualquer	outro	instrumento	na	vagina	constitui	ato	libidinoso	diverso	da
conjunção	carnal;	B:	incorreta.	Não	ocorre	penetração	peniana	na	vagina
no	coito	vestibular	ou	vulvar,	que	é	um	ato	libidinoso	caracterizado	por
contato	do	pênis	na	vulva,	vestíbulo	ou	períneo,	com	ou	sem	ejaculação.
Portanto,	o	ato	não	pode	ser	considerado	conjunção	carnal;	C:	correta.	A
alternativa,	embora	tenha	sido	considerada	como	correta,	deve	ser
questionada	por	apresentar	uma	impropriedade	técnica	a	partir	do	advento
da	Lei	12.015	de	2009:	o	Título	VI	do	Código	Penal	não	mais	é	nomeado
como	“Dos	crimes	contra	os	costumes”,	mas	sim	“Dos	crimes	contra	a
dignidade	sexual”.	Mostra-se	correta,	portanto,	apenas	a	ideia	de	que	a
realização	de	métodos	de	higiene	e	troca	das	vestes	em	uma	vítima	de	crimes
sexuais	são	prejudiciais	à	perícia,	pois	sinais	importantes	observados	no
corpo	e	nas	vestes	da	vítima,	como	a	presença	de	vestígios	de	sêmen,	podem
desaparecer	com	tais	atos;	D:	incorreta.	Embora,	a	princípio,	os	elementos
constitutivos	do	crime	de	estupro	tenham	sido	descritos	corretamente	na
assertiva,	o	novo	tipo	penal	descrito	no	art.	213	do	CPB	a	partir	da
alteração	legislativa	pela	Lei	12.015	de	2009	também	inclui	como	elementar
do	tipo	os	outros	atos	libidinosos	diversos	da	conjunção	carnal,	bem	como	a
possibilidade	de	que	alguém	–	e	não	mais	apenas	a	mulher	–	seja	o	sujeito
passivo	do	crime	de	estupro;	E:	incorreta.	São	descritos	como	sinais	de
conjunção	carnal	recente	o	encontro	de	esperma	na	vagina	e	a	ruptura
himenal	não	cicatrizada.	Já	a	conjunção	carnal	antiga	tem	como	vestígios	a
gravidez,	a	rotura	cicatrizada	do	hímen	e	a	contaminação	profunda	por
determinadas	doenças	sexualmente	transmissíveis.	Contudo,	nenhum	dos
sinais	considerados	como	vestígios	de	conjunção	carnal,	nem	mesmo	o	mais
forte	deles,	confere	certeza	absoluta	de	que	ocorreu	o	coito	vaginal.	Os
sinais	permitem	sugerir,	com	maior	ou	menor	força,	a	ocorrência	da
conjunção	carnal.
Gabarito	“C”
(MÉDICO	LEGISTA	–	PC/GO	–	2015	–	SEGPLAN)	A	himenologia	é
ferramenta	de	grande	utilidade	na	realização	das	perícias	envolvendo
violência	sexual.	Com	relação	a	esse	assunto,	é	CORRETO	afirmar	que:
(a)	a	única	prova	material	de	virgindade	é	a	integridade	da	membrana
himenal.
(b)	o	hímen	que	permite	a	conjunção	carnal	sem	se	romper	é	denominado
hímen	cribiforme.
(c)	a	rotura	himenal	recente	caracteriza-se	pela	presença	de	retalhos
sangrantes,	com	hiperemia,	edema,	equimose	e	exsudato	fibrinoso.	Após	a
conclusão	do	processo	natural	de	cicatrização,	ocorre	a	reepitelização	das
bordas	e	a	reconstituição	da	membrana	himenal.
(d)	o	hímen	complacente	decorre	da	presença	de	entalhes	anatômicos	em
sua	borda	livre.
(e)	carúnculas	mirtiformes	são	consideradas	resquícios	de	uma	membrana
himenal.
A:	incorreta.	Mesmo	a	integridade	himenal	não	é	prova	material	que
forneça	absoluta	certeza	de	virgindade,	uma	vez	que	é	possível	ter	havido
conjunção	carnal	com	hímen	íntegro,	como	no	caso	de	hímen	complacente;
B:	incorreta.	O	hímen	que	permite	a	conjunção	carnal	sem	se	romper	é
denominado	hímen	complacente.	O	hímen	cribiforme	é	o	que	apresenta
múltiplos	pequenos	óstios	ou	orifícios;	C:	incorreta.	A	rotura	himenal
recente	realmente	apresenta	retalhos	sangrantes,	hiperemia,	edema,
equimosee	exsudato	inflamatório.	E	após	o	processo	de	cicatrização,	as
bordas	da	rotura	estarão	reepitelizadas,	com	tonalidade	rósea	inicialmente	e
esbranquiçada	posteriormente.	Contudo,	não	ocorre	a	reconstituição	da
membrana	himenal;	não	haverá	a	confrontação	ou	soldadura	dos	retalhos,
com	restitutio	ad	integrum	da	membrana.	O	que	ocorre	é	apenas	a
cicatrização	das	bordas	cruentas;	D:	incorreta.	Entalhes	anatômicos	são
reentrâncias	congênitas	que	dão	à	borda	livre	do	hímen	um	aspecto
irregular.	O	hímen	complacente	não	está	relacionado	à	presença	de	entalhes
ou	chanfraduras,	mas	sim	à	exiguidade	ou	elasticidade	exagerada	de	sua
membrana;	E:	correta.	As	carúnculas	mirtiformes	são	retalhos
remanescentes	da	membrana	do	hímen,	que	aparecem	especialmente	após
partos	vaginais,	formando	pequenas	cristas	ou	tubérculos	distribuídos	ao
longo	da	linha	de	inserção	himenal.
Comentários	adicionais:	não	se	deve	confundir	a	Himenologia	(estudo	do
hímen)	com	a	Himeneologia	(estudo	dos	aspectos	médico-legais	relacionados
ao	casamento).
Gabarito	“E”
(DELEGADO	DE	POLÍCIA	PC/RJ	–	2009	–	CEPERJ)	Uma	mulher	foi
submetida	a	coito	anal	mediante	violência	e,	após	a	feitura	do	registro	de
ocorrência	na	Delegacia	Policial,	recebeu	guia	policial	para	realização	de
exame	pericial	no	IML.	No	que	é	pertinente	ao	aludido	exame	está
INCORRETA	a	assertiva:
(a)	No	exame	efetuado	a	pericianda	pode	ser	colocada	em	atitude
genupeitoral	ou	em	decúbito	lateral.
(b)	O	exame	positivo	pode	denotar	equimose,	rágade,	escoriação,	edema,
sangue,	esperma	e	exulceração.
(c)	Este	coito	reiterativo	pode	evidenciar	lesão	cicatricial	de	forma
triangular	com	base	na	margem	do	ânus.
(d)	Não	há	diagnóstico	de	coito	anal	pela	fosfatase	ácida	e	glicoproteína	P30
no	suspeito	vasectomizado.
(e)	Deverá	ser	recolhido	material	para	comprovar	a	presença	de
espermatozoide	através	de	exame	laboratorial.
A:	correta,	pois	as	posições	genupeitoral	(com	os	joelhos	encostados	no
tórax,	chamada	também	de	“posição	de	prece	maometana”)	ou	em	decúbito
lateral	flexionado	são	as	mais	adequadas	para	um	exame	cuidadoso	e
diligente	da	região	perianal;	B:	correta.	Em	coitos	anais	violentos,	são
descritos	equimoses	e	sufusões	hemorrágicas,	fissuras	ou	rágades,
escoriações,	edema,	sangramento	e	exulcerações	da	região	perianal	e
paredes	anorretais	e	perineais,	além	da	presença	de	esperma	caso	tenha
ocorrido	ejaculação;	C:	correta.	Em	exames	físicos	de	coito	anal	não
violento	e	reiterado,	além	do	apagamento	das	pregas	radiadas	e
relaxamento	dos	esfíncteres,	pode	ser	vista	uma	pequena	lesão	cicatricial,	de
forma	triangular,	com	base	voltada	para	a	margem	do	ânus	e	ápice	no
períneo,	ao	nível	da	união	dos	quadrantes	inferiores.	Essa	lesão	tem	sido
chamada	de	sinal	de	Alfredo	Machado;	D:	incorreta.	Ressaltando-se	que	a
banca	examinadora	solicitou	a	marcação	da	alternativa	incorreta,	tem-se
que,	mesmo	em	indivíduos	vasectomizados,	é	possível	o	diagnóstico	da
ejaculação	por	meio	das	dosagens	de	fosfatase	ácida	e	glicoproteína	P30,
que	são	vestígios	de	sêmen,	uma	vez	que	produzidas	pelas	células
prostáticas	e	independentes	da	presença	de	espermatozoides;	E:	correta.	É
fundamental	colher	material	para	a	pesquisa	de	espermatozoides,	que	é	o
elemento	figurado	do	esperma	de	maior	certeza.	Pode	ser	identificado	por
meio	de	exame	a	fresco,	com	reagente	de	Florence	ou	métodos	de	Barbério
ou	Baecchi.
Gabarito	“D”
(DELEGADO	DE	POLÍCIA	CIVIL/MA	–	2012	–	FGV)	Uma	mulher
comparece	ao	IML	alegando	que,	sob	a	ameaça	de	um	revólver,	foi	obrigada
a	manter	conjunção	carnal	com	um	desconhecido.	O	exame	pericial	não
apurou	vestígios	de	violência	física.	O	exame	ginecológico	apurou	a
presença	de	carúnculas	mirtiformes.	O	exame	laboratorial	da	secreção
vaginal	colhida	não	revelou	a	presença	de	espermatozoides	e	a	dosagem	de
fosfatase	ácida	estava	elevada.	A	análise	do	caso	apresentado	permite
concluir	que:
(A)	a	periciada	não	é	virgem	e	houve	conjunção	carnal	recente	comprovada
pela	dosagem	da	fosfatase	ácida	na	secreção	vaginal.
(B)	a	periciada	apresenta	vestígios	de	conjunção	carnal	recente	pela
presença	de	carúnculas	mirtiformes.
(C)	a	periciada	é	virgem	pela	ausência	de	rotura	himenal	e	de
espermatozoides	na	secreção	vaginal.
(D)	a	periciada	não	é	virgem	mas	não	é	possível	determinar	se	houve
conjunção	carnal	recente.
(E)	a	presença	de	carúnculas	himenais	é	incompatível	com	a	dosagem	de
fosfatase	ácida.
As	carúnculas	mirtiformes	himenais	consistem	em	retalhos	de	hímen	roto	por
partos	vaginais,	que	se	retraem	e	constituem	excrescências	ou	tubérculos	na
borda	himenal.	São	mais	comuns	em	mulheres	mais	velhas,	com	vida	sexual
ativa	e	que	já	tiveram	vários	partos	por	via	vaginal.	A	fosfatase	ácida	é	uma
enzima	produzida	normalmente	pelas	células	do	epitélio	glandular	prostático,	em
altos	teores,	estando	presente	no	sêmen.	Contudo,	essa	enzima	não	é	produzida
apenas	na	próstata,	mas	também	por	outros	tecidos	e	órgãos	do	corpo	humano,
podendo	ser	encontrada	até	mesmo	nas	hemácias	e	na	cavidade	vaginal,	em
baixos	teores.	A	presença	de	elevadas	titulações	na	cavidade	vaginal	é	um
vestígio	que	pode	corroborar	a	presença	de	sêmen.	Contudo,	não	se	trata	de
exame	confirmatório,	justamente	pelo	fato	de	a	enzima	não	ser	encontrada
apenas	no	tecido	prostático	masculino.	Logo,	mesmo	ela	estando	elevada	na
cavidade	vaginal,	não	é	possível	afirmar,	com	certeza	e	segurança,	que	houve
conjunção	carnal	recente,	sobretudo	diante	da	ausência	de	espermatozoides	ao
exame.	Ressalte-se	que	isso	não	significa	que	não	ocorreu	o	crime	narrado	pela
vítima,	pois	o	estupro	pode	ter	ocorrido	sem	ejaculação,	por	meio	de	outros	atos
libidinosos,	e	sem	sinais	de	violência	física	efetiva,	mas	apenas	com	grave
ameaça	(violência	psíquica).	O	exame	físico	da	paciente,	apenas,	não	pode
confirmar	na	hipótese	se	houve	conjunção	carnal	recente.
Gabarito	“D”
(MÉDICO	LEGISTA	–	PC/DF	2015	–	FUNIVERSA)	O	diagnóstico	de
gravidez	pode	ter	um	interesse	médico-legal	significativo	e	deve	ser	feito	por
meio	da	anamnese,	do	exame	objetivo	e	dos	exames	complementares	de
imagem	e	laboratoriais.	Quanto	ao	exame	objetivo,	considera-se	um	sinal	de
presunção	de	gravidez	o(a):
(a)	cianose	na	vulva.
(b)	flexibilidade	do	istmo	do	útero.
(c)	pulsação	vaginal.
(d)	sinal	de	Halban.
(e)	sinal	de	Puzos.
D:	correta.	Quanto	aos	sinais	médico-legais	periciais	de	gravidez,	são
descritos	sinais	de	presunção,	de	probabilidade	e	de	certeza.	São	sinais	de
presunção	de	gravidez:	perturbações	digestivas	(como	náuseas,	vômitos	e
desejos),	máscara	gravídica	ou	cloasma	(manchas	na	face),	lanugem	ou	sinal
de	Halban,	pigmentação	da	linha	alba	(linha	média	abdominal),	congestão
das	mamas,	hipertricose	(aumento	de	pelos),	estrias	abdominais	e	alterações
de	aparelhos	e	sistemas,	como	desmaios	e	tonturas,	taquicardia,	sonolência	e
polaciúria	(aumento	da	frequência	urinária,	com	redução	do	volume	em
cada	micção);	A,	B,	C	e	E:	incorretas.	As	quatro	alternativas	restantes
apresentam	sinais	de	probabilidade	da	gravidez.	São	eles:	amenorreia
(suspensão	da	menstruação),	cianose	da	vulva	e	da	vagina,	pulsação	vaginal,
flexibilidade	do	istmo	uterino,	hipertrofia	do	útero	e	alteração	de	sua	forma,
aumento	do	volume	uterino,	modificação	das	glândulas	mamárias	com
aumento	de	volume,	rede	venosa	superficial	evidente	e	aumento	de
pigmentação	das	aréolas.	O	chamado	sinal	de	Puzos	nomeia	duas	alterações
da	gravidez:	a	primeira	é	o	rechaço	vaginal,	que	é	sinal	de	probabilidade.	A
segunda	é	o	rechaço	uterino,	que	é	sinal	de	certeza	de	gravidez.	São	também
sinais	de	certeza:	movimentos	do	feto,	batimentos	cardíacos	fetais,	sopro
uterino,	palpação	de	segmentos	fetais,	exames	de	imagem	mostrando	partes
fetais	e	testes	biológicos	de	gravidez.
Gabarito	“D”
(MÉDICO	LEGISTA	–	PC/MA	–	2012	–	FGV)	Uma	mulher	de	32	anos
apresenta-se	com	queixas	de	lipotímia,	taquicardia,	náuseas	e	vômitos,
podendo	estar	grávida.	Ao	ser	examinada	observa-se	o	sinal	de	Kluge,	que
indica	uma	probabilidade	de	gravidez.	O	sinal	de	Kluge	é	constatado	em
razão:
(A)	da	cianose	da	vulva.
(B)	do	cloasma.
(C)	daalteração	da	forma	uterina.
(D)	da	pigmentação	da	linha	alba.
(E)	do	aumento	da	rede	venosa	superficial	das	mamas.
A:	correta;	o	sinal	de	Klüge	é	a	cianose	da	vulva,	sinal	de	probabilidade	de
gravidez.	B:	incorreta;	o	cloasma	ou	“máscara	gravídica”	é	uma	área	de
escurecimento	da	pele	da	face,	sinal	de	presunção	de	gravidez.	C:	incorreta.
A	alteração	da	forma	uterina,	sinal	de	probabilidade	de	gravidez,	é	o	sinal
de	Piskacek.	D:	incorreta;	a	pigmentação	da	linha	alba	abdominal	é	sinal	de
presunção	de	gravidez	e	não	consiste	no	epônimo	nomeado.	E:	incorreta,
pois	a	rede	venosa	superficial	mamária	é	o	sinal	de	Haller,	também	de
probabilidade	de	gravidez.
Gabarito	“A”
(DELEGADO	DE	POLÍCIA	CIVIL/SP	–	2014	–	VUNESP)	Mulher	de	23
anos	de	idade,	sexualmente	ativa,	procura	serviço	médico	devido	a	fortes	e
lancinantes	dores	abdomino-pélvicas	há	1	hora.	O	exame	clínico,	associado
a	exames	laboratoriais	e	de	imagem,	revela	gestação	ectópica	com	embrião
fixado	e	viável	em	tuba	uterina	esquerda.	A	paciente	evade-se	do	local	e	3
meses	após	retorna,	agora	com	franco	quadro	de	hemorragia	interna,
evoluindo	com	choque	hemodinâmico	e	parada	cardiorrespiratória.	Os
médicos	revertem	a	parada	e,	analisando	o	histórico,	determinam	que	a
causa	do	sangramento	provém	da	ruptura	da	tuba	uterina,	que	é
imediatamente	retirada	cirurgicamente.	Essa	condição	configura,	do	ponto
de	vista	médico-legal,	um	aborto:
(a)	social.
(b)	eugênico.
(c)	terapêutico.
(d)	econômico.
(e)	piedoso.
A	e	D:	incorretas.	Aborto	social	e	aborto	econômico	são	termos	tidos	por
sinônimos,	que	nomeiam	a	interrupção	da	gestação	por	motivos	econômicos
ou	sociais,	de	falta	de	recursos	financeiros,	conduta	delituosa	que	não	se
justifica	e	não	está	abarcada	pelas	excludentes	de	ilicitude	que	vigoram	no
país;	B:	incorreta.	Aborto	eugênico	ou	eugenésico	ocorre	quando	a
interrupção	da	gestação	se	dá	como	intervenção	em	fetos	com	anomalias,
malformações	ou	doenças	congênitas,	por	verdadeiro	motivo	preconceituoso
ou	racista,	com	fins	de	“aprimoramento	da	espécie”.	A	doutrina	médico-
legal	e	bioeticista	tem	diferenciado	essa	terminologia	do	chamado	“aborto
seletivo”	ou,	mais	corretamente,	interrupção	seletiva	da	gestação.	Nessa
hipótese,	a	anomalia	congênita	seria	incompatível	com	a	vida,	como	ocorre
nos	casos	de	anencefalia,	cuja	interrupção	já	foi	autorizada	pelo	Supremo
Tribunal	Federal	na	Arguição	de	Descumprimento	de	Preceito
Fundamental	(ADPF)	54.	Interromper	a	gravidez	em	caso	de	anomalia	que
não	permite	a	vida	não	seria	propriamente	uma	conduta	eugênica	ou
discriminatória,	já	que	não	há	como	manter	a	vida	do	feto.	Tem-se
considerado	que,	se	a	malformação	congênita	é	letal,	incompatível	com	a
vida,	denominar	a	interrupção	de	eugenia	seria	infundado	e	desarrazoado;
C:	correta.	O	aborto	terapêutico,	também	chamado	de	aborto	necessário	ou
profilático,	é	a	interrupção	médica	da	gravidez	abarcada	por	uma	causa	de
exclusão	de	ilicitude	e	está	descrito	no	inciso	I	do	art.	128	do	Código	Penal
(CPB):	não	se	pune	o	aborto	praticado	por	médico	se	não	há	outro	meio	de
salvar	a	vida	da	gestante.	Na	hipótese,	devem	estar	presentes	os	seguintes
requisitos	cumulativos:	perigo	de	vida	para	a	mãe,	perigo	este	sob	a
dependência	direta	da	gravidez;	a	interrupção	da	gravidez	faz	cessar	este
perigo	para	a	vida	da	mãe;	não	há	outro	meio	de	salvar	a	vida	da	gestante.
Na	hipótese,	a	ruptura	da	tuba	uterina	levando	a	choque	hipovolêmico	e
parada	respiratória	demonstram	o	risco	de	morte,	mostrando-se	lícita	e
possível,	pelo	estado	de	necessidade,	a	interrupção	da	gestação	com	a
retirada	da	tuba	uterina	que	abarcava	a	gestação	ectópica	ou	tubária;	E:
incorreta.	O	aborto	piedoso	também	é	chamado	de	ético,	moral,
sentimental,	humanístico	ou	humanitário.	Trata-se	de	conduta	protegida
pela	excludente	de	ilicitude	descrita	no	inciso	II	do	art.	128	do	CPB:	não	se
pune	o	aborto	praticado	por	médico	se	a	gravidez	resulta	de	estupro	e	o
aborto	é	precedido	de	consentimento	da	gestante	ou,	quando	incapaz,	de	seu
representante	legal.
Gabarito	“C”
(MÉDICO	LEGISTA	AMAPÁ	–	2016	–	FCC)	O	aborto	criminoso	no	Brasil
é	subnotificado,	visto	que	os	fatos	nem	sempre	chegam	ao	conhecimento	dos
órgãos	responsáveis.	De	acordo	com	a	legislação	brasileira,	o	aborto	é
considerado	criminoso	quando:
(a)	é	o	único	meio	capaz	de	salvar	a	vida	da	gestante.
(b)	o	feto	morre	enquanto	a	gestante	estava	viajando	de	avião.
(c)	a	gestação	é	resultante	de	estupro	e	o	ato	é	consentido	pela	gestante
plenamente	capaz	e	praticado	por	médico.
(d)	a	gestante	faz	uso	de	comprimidos	de	misoprostol	fornecidos	pelo
marido.
(e)	o	médico	não	aguarda	autorização	judicial	para	praticar	antecipação
terapêutica	do	parto	de	feto	comprovadamente	anencéfalo	em	grávida
plenamente	capaz,	que	consente	o	procedimento.
A:	incorreta.	Trata-se	do	aborto	necessário	ou	terapêutico,	quando	não	há
outro	meio	capaz	de	salvar	a	vida	da	gestante.	Trata-se	de	emergência
médica	abarcada	por	uma	excludente	de	ilicitude,	o	estado	de	necessidade;
B:	incorreta.	A	hipótese	consiste	em	aborto	espontâneo	não	associado	à
vontade	ou	ao	ato	doloso	de	qualquer	pessoa,	seja	a	gestante	ou	um	terceiro,
não	se	constituindo	conduta	criminosa;	C:	incorreta.	Em	caso	de	gravidez
resultante	de	estupro	e	na	presença	do	consentimento	da	gestante	capaz,
pode	o	médico	realizar	a	interrupção	da	gestação,	tratando-se	do	aborto
ético,	humanístico	ou	sentimental,	abarcado	pela	excludente	de	ilicitude	do
inciso	II	do	art.	128	do	CPB;	D:	correta.	O	uso	de	substâncias	abortivas	–
como	o	medicamento	misoprostol	–	de	acordo	com	a	vontade	do	casal	não	é
abarcado	pela	legislação	brasileira,	tratando-se	de	aborto	voluntário,
provocado	pela	própria	gestante,	que	responde	por	sua	conduta	delitiva
dolosa	tipificada	no	art.	124	do	CPB;	E:	incorreta.	Em	casos	de	anencefalia
comprovada	por	exame	ultrassonográfico	realizado	após	12	semanas	de
gestação,	com	diagnóstico	firmado	por	dois	médicos,	a	gestante	tem	o	direito
de	interromper	a	gestação	em	qualquer	tempo,	independente	da	idade
gestacional.	Não	é	necessário	que	se	obtenha	autorização	judicial,	uma	vez
que	o	Supremo	Tribunal	Federal	já	analisou	a	questão	na	ADPF	54,
autorizando	a	interrupção	da	gestação.	O	mesmo	não	se	diz	para	o	caso	de
outras	malformações	congênitas	fetais	também	incompatíveis	com	a	vida,
uma	vez	que	apenas	a	anencefalia	foi	alvo	de	discussão	pelo	STF	na	citada
ação.	Nesses	casos,	uma	autorização	judicial	para	eventual	interrupção	da
gravidez	seria	mandatória.
Gabarito	“D”
(DELEGADO	DE	POLÍCIA/PR	–	2013	–	COPS-UEL)	Esclareça-se
inicialmente	que	os	termos	abortamento	e	aborto,	embora	intrinsecamente
relacionados,	não	são	sinônimos.	Abortamento	é	o	ato	de	abortar	e	aborto	é
o	produto	expelido.	Ressalte-se	ainda	que	esse	conceito,	em	Medicina	Legal,
difere	do	da	Obstetrícia.	Conceitua-se	como	abortamento,	em	obstetrícia,	a
interrupção	da	gravidez	com	idade	igual	ou	inferior	a	20-22	semanas
completas,	levando-se	em	conta,	respectivamente,	a	data	da	última
menstruação	ou	da	ovulação	da	mulher.	Quando	não	for	possível	estabelecer
com	precisão	a	idade	da	gestação,	considerar-se-ão	aborto	os	produtos	de
concepção	que	pesarem	500	gramas	ou	menos.	Já	a	definição	médico-legal
do	aborto	consiste	em	interrupção	criminosa	da	gestação,	não	importando	a
idade	em	que	isso	venha	a	ocorrer.	Quanto	ao	tema	do	aborto	sob	a	ótica
médico-legal,	assinale	a	alternativa	CORRETA.
(a)	Para	a	comprovação	do	aborto,	não	é	necessário	que	a	perícia	médica
demonstre	a	presença	de	gestação	prévia	da	mãe,	bastando	o	exame	dos
restos	fetais	ou	ovulares	e	a	verificação	de	que	houve	um	parto	de	um
nativivo.
(b)	O	aborto	sentimental	ou	piedoso	ocorre	em	casos	de	risco	de	vida
iminente	para	a	mãe	em	que	a	única	modalidade	terapêutica	é	a	interrupção
da	gestação.
(c)	A	perícia	de	constatação	de	aborto	deve	ser	realizada	em	fetos	enviados
ao	IML	e	consiste	em	autópsia	para	avaliar	a	causa	de	morte	fetal.
(d)	No	caso	de	aborto	terapêutico,	é	permitido	ao	médico	realizá-lo	mesmo
sem	o	consentimento	da	mãe,	bastando	que	outro	médico	concordeque	é	a
única	modalidade	terapêutica	possível	para	salvar	a	vida	da	gestante.
(e)	O	exame	fetal	é	parte	importante	da	comprovação	da	materialidade	do
crime	de	aborto,	pois	é	através	dele	que	se	verificam	os	elementos
comprobatórios	de	gestação	como	a	docimásia	de	Galeno.
A:	incorreta.	O	diagnóstico	pericial	do	aborto	constitui	perícia	complexa,
sendo	fundamental	realizar	o	exame	da	gestante,	com	a	necessária
comprovação	do	diagnóstico	da	gravidez	e	das	lesões,	além	de	se	excluir	o
aborto	espontâneo	e	o	aborto	traumático,	identificar	o	meio	causador	e
realizar	também	o	exame	dos	restos	fetais.	Ademais,	em	situações	de	aborto,
o	produto	da	gestação	será	um	natimorto	e	não	um	nativivo;	B:	incorreta.	O
aborto	que	ocorre	em	casos	de	risco	de	morte	iminente	para	a	mãe,	em	que
a	única	modalidade	terapêutica	é	a	interrupção	da	gestação,	é	o	chamado
aborto	terapêutico,	necessário	ou	profilático.	O	aborto	sentimental	ou
piedoso	ocorre	em	casos	em	que	a	gravidez	resultou	de	estupro	e	sua
interrupção	foi	precedida	de	consentimento	da	gestante	ou,	quando	incapaz,
de	seu	representante	legal;	C:	incorreta.	A	perícia	de	constatação	do	aborto
abarca	o	exame	dos	restos	fetais,	não	necessariamente	encaminhados	ao
IML,	pois	pode	se	tratar	de	aborto	espontâneo	de	causa	natural.	Ademais,	a
perícia	do	aborto	criminoso	não	consiste	simplesmente	em	necropsia	para
avaliar	a	causa	da	morte	fetal,	mas	especialmente	em	exame	da	mãe,	com
comprovação	da	gravidez	e	das	lesões,	exclusão	de	eventual	aborto
espontâneo	ou	traumático,	evidências	de	provocação	dolosa	do	aborto	e
identificação	do	meio	causador;	D:	correta.	A	banca	examinadora
considerou	como	correta	a	assertiva	descrita	na	letra	D,	que,	contudo,	não
encontra	respaldo	na	doutrina	médico-legal	e	penalista	majoritária.
Efetivamente,	em	caso	de	risco	iminente	de	morte	materna,	sob	dependência
direta	da	gravidez,	permite-se	o	chamado	aborto	terapêutico	ou	necessário,
mesmo	sem	o	consentimento	materno.	Contudo,	não	há	obrigatoriedade
legal	da	concordância	de	outro	médico	para	que	a	interrupção	da	gestação
seja	realizada,	já	que	a	norma	penal	menciona	a	exclusão	de	ilicitude	do
aborto	necessário	praticado	“por	médico”	(no	singular),	sendo	que	a
doutrina	penalista	e	médico-legal	não	menciona	tal	requisito	de
concordância	obrigatória	por	outro	médico,	mas	apenas	uma
recomendação,	quando	possível.	Vale	lembrar,	ainda,	que	até	mesmo	em
perícias	médicas	não	há	mais	a	necessidade	de	segundo	perito	oficial,	após	a
reforma	processual	penal,	não	mais	havendo	a	obrigatória	figura	do	“perito
subscritor”.	Dessa	forma,	cabe	questionamento	quanto	à	adequação	da
questão,	ainda	que	a	banca	examinadora	tenha	decidido	por	sua
manutenção;	E:	incorreta	.A	docimásia	de	Galeno	não	é	um	elemento
comprobatório	de	gestação,	mas	sim	uma	prova	de	vida	extrauterina	que
visa	a	verificar	a	presença	ou	ausência	de	respiração	autônoma	do	infante
nascido	ou	do	recém-nascido,	sendo	utilizada	na	perícia	de	infanticídio.
Gabarito	“D”
(PERITO	CRIMINAL	FEDERAL	MÉDICO	–	PF	–	2013	–	CESPE)	Tão
logo	recebeu	alta	hospitalar,	uma	mãe	saiu	da	maternidade	com	seu	filho,
recém-nascido,	e	colocou-o,	ainda	com	vida,	em	um	depósito	de	lixo.
Localizada	por	um	indivíduo	que	passava	perto	desse	depósito,	a	criança	foi
levada	para	um	pronto-socorro,	mas,	apesar	de	ter	recebido	o	necessário
atendimento	médico,	faleceu	por	hipotermia.
Considerando	essa	situação	hipotética,	julgue	os	itens	subsequentes.
(1)	Se	a	gravidez	tiver	resultado	de	estupro,	isso	caracterizará	uma
excludente	de	ilicitude	para	homicídio,	ou	seja,	não	se	punirá	a	mãe.
(2)	Caso	a	mãe	em	questão,	durante	a	gravidez,	tivesse	apresentado	diabete
gestacional,	grave	doença	hipertensiva	da	gravidez	ou	placenta	prévia,	a
gravidez	poderia	ter	sido	interrompida,	e	o	médico	estaria	protegido	por
excludente	de	ilicitude	prevista	no	Código	Penal.
(3)	A	mãe	em	questão	cometeu	o	crime	de	infanticídio,	pois	estava	movida
pelo	estado	puerperal.
1:	errada.	A	gravidez	resultante	de	estupro	é	uma	das	hipóteses	de	exclusão
de	ilicitude	do	aborto	praticado	por	médico	e	não	de	homicídio	ou	abandono
de	recém-nascido	praticados	pela	mãe.	2:	a	questão	foi	considerada	correta.
Em	caso	de	risco	de	morte	da	gestante	por	condições	graves	de	sua	saúde,	é
prevista	a	exclusão	de	ilicitude	do	aborto,	podendo	a	gravidez	ser
interrompida	por	médico.	Trata-se	do	chamado	aborto	necessário,
terapêutico	ou	profilático.	Deve-se	ressaltar,	no	entanto,	que	não	é	qualquer
doença	da	gestante,	mas	sim	uma	condição	patológica	grave	com	evidente
risco	de	morte	materna.	O	risco	deve	estar	relacionado	à	gravidez,	a
interrupção	da	gestação	deve	fazer	cessar	o	perigo	de	morte	e	deve	ser
também	a	única	possibilidade	para	cessar	tal	risco.	3:	errada.	Não	há
qualquer	evidência	de	influência	no	estado	puerperal.	Ademais,	tal	estado
está	relacionado	ao	crime	de	infanticídio,	quando	a	mãe	mata	o	filho
durante	o	parto	ou	logo	após,	em	um	período	temporal	relativamente	curto.
A	hipótese	em	questão	pode	configurar	o	crime	de	abandono	de	recém-
nascido	e	não	o	crime	de	infanticídio.
Gabarito	1E,	2C,	3E
(DELEGADO	DE	POLÍCIA	CIVIL/MG	–	2011	–	FUMARC)	Representa
uma	docimásia	extrapulmonar:
(a)	Siálica	de	Souza-Dinitz.
(b)	Hidrostática	de	Galeno.
(c)	Táctil	de	Nero	Rojas.
(d)	Visual	de	Bouchut.
A:	correta.	As	docimásias	são	provas	que	se	baseiam	na	possível	respiração
autônoma	–	e	seus	efeitos	–	do	infante	nascido	ou	do	recém-nascido,
mostrando-se	relevantes	na	avaliação	da	ocorrência	do	crime	de
infanticídio.	Há,	portanto,	docimásias	pulmonares	e	extrapulmonares.	A
docimásia	siálica	de	Souza-Dinitz	(siálica	refere-se	a	saliva)	é
extrapulmonar	e	baseia-se	na	identificação	de	saliva	no	estômago,	uma	vez
que,	quando	respiramos,	também	deglutimos	saliva;	B:	incorreta.	Pois	a
docimásia	hidrostática	de	Galeno	é	uma	prova	pulmonar.	É	a	mais	prática,
antiga	e	clássica	e	baseia-se	na	densidade	em	água	do	pulmão	quando	houve
ou	não	respiração.	É	realizada	em	quatro	fases	que	buscam	avaliar	a
flutuação	do	pulmão	ou	de	seus	fragmentos	em	um	recipiente	contendo
água.	A	prova,	no	entanto,	pode	gerar	resultados	falso-positivos	em	duas
hipóteses:	quando	realizada	após	24	horas	de	morte,	em	decorrência	da
produção	de	gases	da	putrefação	(os	pulmões	podem	flutuar	pela	presença
dos	gases	da	putrefação	e	não	pela	ocorrência	de	efetiva	respiração);	e
quando	foram	realizadas	manobras	de	ressuscitação	por	médicos,	com
respiração	artificial	e	ventilação	do	recém-nascido	com	pressão	positiva.
Para	evitar	tais	resultados	falso-positivos,	pode-se	realizar	a	docimásia
histológica	de	Balthazard,	que	de	todas	é	a	mais	fidedigna,	pois	consiste	na
análise	microscópica	(ou	histológica)	dos	pulmões;	C:	incorreta,	pois	a
docimásia	táctil	de	Nero	Rojas	também	é	uma	prova	pulmonar.	Baseia-se	na
palpação	dos	pulmões,	havendo	uma	consistência	esponjosa	e	um	som	de
crepitação	quando	ocorreu	respiração.	Se	não	ocorreu,	a	consistência	é
densa	e	carnosa;	D:	incorreta,	uma	vez	que	a	docimásia	visual	de	Bouchut	é
a	simples	inspeção	visual	dos	pulmões:	observa-se	o	aspecto	insuflado	e
desenho	alveolar	em	mosaico,	quando	ocorreu	respiração.	Se	não	ocorreu,
os	pulmões	estarão	colabados,	densos	e	compactos.
Gabarito	“A”
Comentários	complementares:	ressalte-se	a	docimásia	diafragmática	de
Ploquet,	que	é	a	observação	do	rebaixamento	das	cúpulas	do	músculo
diafragma	(músculo	que	separa	o	tórax	do	abdome),	que	fica
horizontalizado	quando	ocorreu	a	respiração.	O	feto	que	não	respirou	tem	o
diafragma	em	forma	de	cúpula,	convexo.	A	docimásia	gastrointestinal	de
Breslau	também	se	baseia	na	densidade	de	órgãos	em	água,	mas,	dessa	vez,
trata-se	do	tubo	digestivo	que	é	colocado	em	água.	Quando	ocorre
respiração,	há	também	penetração	de	ar	no	tubo	digestivo	e	ele	vai	flutuar.
(MÉDICO	LEGISTA	–	POLÍCIA	CIVIL/SP	–	2014)	A	figura	a	seguir
corresponde	à	realização	da	Docimásia	Hidrostática	de	Galeno	durante	uma
necropsia	de	feto	para	a	constatação	se	houve	vida	extrauterina.
Observa-se	que	fragmentos	dos	pulmões	flutuam	no	recipiente	contendo	água.Pode-se	afirmar,	portanto,	que:
(a)	certamente	houve	vida	extrauterina,	sendo	um	nativivo.
(b)	é	possível	que	seja	um	nativivo	ou	falso-positivo	decorrente	de	manobras
de	reanimação.
(c)	não	houve	vida	extrauterina,	sendo	um	natimorto.
(d)	se	trata,	com	certeza,	de	falso-positivo	decorrente	de	manobra	de
reanimação.
(e)	se	trata,	com	certeza,	de	falso-negativo	decorrente	de	gases	produzidos
pela	putrefação.
B:	correta.	A	prova	docimásia	hidrostática	pulmonar	de	Galeno	é	uma
prova	de	vida	extrauterina	e	baseia-se	na	densidade	em	água	dos	pulmões
com	ou	sem	respiração.	É	realizada	em	quatro	fases,	sendo	a	primeira	a
colocação	de	todo	o	bloco	cardiopulmonar	contendo	língua	e	timo	em	um
recipiente	contendo	água.	Sendo	a	primeira	fase	negativa	(bloco	afunda	no
recipiente),	passa-se	à	segunda	fase,	que	é	a	separação	dos	pulmões	do
restante	dos	órgãos	do	bloco.	Sendo	negativa,	passa-se	à	terceira	fase,	que
consiste	no	corte	de	fragmentos	dos	pulmões.	Caso	eles	permaneçam	no
fundo	do	recipiente,	pegam-se	alguns	desses	fragmentos	e	comprimem-se
com	os	dedos	para	avaliar	eventual	desprendimento	de	finas	bolhas	gasosas.
Sendo	apenas	a	terceira	fase	positiva,	pode-se	concluir	por	uma	respiração
precária,	não	se	podendo	afastar,	contudo,	a	presença	de	uma	prova	com
resultado	falso-positivo,	o	que	ocorre	especialmente	em	duas	situações:
quando	já	se	passaram	24	horas	após	a	morte	e	gases	da	putrefação
começaram	a	ser	produzidos	(os	fragmentos	podem	flutuar	em	razão	dos
gases	da	putrefação	e	não	pela	presença	de	ar	inspirado)	ou	quando
ocorreram	manobras	médicas	de	ressuscitação	cardiopulmonar,	com
ventilação	pulmonar	com	pressão	positiva	(os	fragmentos	podem	flutuar
pelo	ar	colocado	artificialmente	pelos	médicos	nas	manobras	de
ressuscitação	por	respiração	artificial).	Logo,	a	prova	positiva	na	fase
descrita	na	questão	pode	significar	um	nativivo	(nascido	vivo,	com
respiração	espontânea)	ou	falso-positivo	decorrente	de	manobras	de
reanimação,	bem	como	presença	de	gases	da	putrefação,	não	havendo	como
afirmar	com	certeza	do	que	se	trata	efetivamente;	A,	C,	D	e	E:	incorretas.
Não	há	como	se	afirmar	com	certeza	que	se	trata	de	um	nativivo	ou	se
aprova	é	falso-negativa,	pelas	razões	explicitadas	acima.	Quanto	a	um
natimorto,	sem	vida	extrauterina,	os	fragmentos	de	pulmões	não	flutuariam
em	água,	em	razão	da	densidade	aumentada	por	ausência	de	expansão
aérea	pulmonar.
Gabarito	“B”
(MÉDICO	LEGISTA	–	PC/DF	2015	–	FUNIVERSA)	No	crime	de
infanticídio,	a	perícia	na	criança	(feto	nascituro	ou	recém-nascido)	tem	por
base	o	estabelecimento	ou	não	do	nascimento	com	vida.	Uma	das	maneiras
de	comprovação	da	atividade	respiratória	baseia-se	na	densidade	do	tecido
pulmonar,	que	pode	ser	menor	ou	maior	do	que	a	água,	na	vigência	ou	não
de	respiração.	Esse	teste	de	flutuação	pulmonar	também	é	conhecido	como
docimásia:
(a)	diafragmática	de	Ploquet	e	Casper.
(b)	hidrostática	de	Icard.
(c)	hidrostática	de	Galeno.
(d)	de	Vedren.
(e)	de	Breslau.
A:	incorreta.	A	docimásia	diafragmática	de	Ploquet	e	Casper	baseia-se	na
observação	da	horizontalidade	do	músculo	diafragma	em	casos	em	que
houve	respiração,	estando	ele	em	forma	de	cúpula	de	convexidade
exagerada	nos	casos	em	que	não	existiu	respiração	autônoma;	B:	incorreta.
Icard	nomeia	várias	provas	docimásias.	A	hidrostática	é	realizada	em
complementação	à	prova	de	Galeno,	nos	casos	de	dúvidas	ou	quando	apenas
a	sua	quarta	fase	é	positiva,	pois	presume-se	quantidade	mínima	de	ar	nos
pulmões.	Icard	preconizou	que	sejam	feitas	as	docimásias	por	aspiração	e
por	imersão	em	água	quente,	visando	a	dilatar	o	ar	que	se	encontra	nos
alvéolos,	favorecendo	a	sua	detecção,	ainda	que	em	menores	quantidades;
C:	correta.	A	prova	docimásia	hidrostática	pulmonar	de	Galeno	é	uma
prova	de	vida	extrauterina	e	baseia-se	na	densidade	em	água	dos	pulmões
com	ou	sem	respiração;	D:	incorreta.	A	docimásia	de	Vreden,	Wendt	e	Gelé
é	extrapulmonar	e	consiste	em	uma	prova	auricular,	quando	se	tem	para
exame	apenas	a	cabeça	do	feto.	Com	a	respiração,	o	ar	também	penetra	nas
cavidades	timpânicas	(ouvido	médio)	pela	tuba	auditiva.	Punciona-se	o
tímpano	com	a	cabeça	em	um	recipiente	com	água,	visando	a	observar	a
saída	de	uma	bolha	de	ar	da	cavidade	timpânica;	E:	incorreta.	A	docimásia
de	Breslau	também	é	extrapulmonar	e	consiste	em	uma	prova
gastrointestinal,	em	que	todo	o	aparelho	digestivo	é	retirado	e	colocado	em
recipiente	amplo	com	água,	observando	se	as	vísceras	sobrenadam	ou
afundam.	Baseia-se	no	fato	de	que,	com	as	primeiras	incursões
respiratórias,	o	ar	também	penetra	no	tubo	digestivo.
Gabarito	“C”
(PROMOTOR	DE	JUSTIÇA	MP/PARAÍBA	–	2018	–	FCC)	As	docimásias
são	realizadas	para	verificar	a	existência	de	vida	extrauterina	em	casos	de
aborto	e	infanticídio.	Entre	as	técnicas	possíveis,	a	docimásia:
(a)	óptica	de	Bouchut	é	realizada	por	meio	de	pequenos	fragmentos
pulmonares	que	são	colocados	entre	duas	lâminas	e	esmagados.	Quando	a
criança	respirou,	é	verificada	a	presença	de	bolhas	de	ar	no	meio	do
esfregaço.
(b)	hidrostática	de	Icard	consiste	na	imersão	dos	pulmões	em	água	em
temperatura	ambiente,	sendo	verificada	a	sua	flutuação	em	quatro	fases.
Quando	a	criança	respirou,	ocorre	a	flutuação	do	material	em	questão	em
todas	as	fases.
(c)	pneumo-hepática	de	Puccinotti	consiste	em	verificar	as	taxas	de
oxihemoglobina	no	sangue	do	pulmão	e	do	fígado.	Se	elas	forem	idênticas,
não	houve	respiração.	Se	a	taxa	for	mais	alta	no	pulmão,	houve	respiração.
(d)	histológica	de	Balthazard	consiste	na	análise	histológica	de	um
fragmento	de	pulmão.	O	pulmão	que	respirou	terá	estrutura	igual	ao
pulmão	de	um	adulto.	O	pulmão	que	não	respirou	tem	as	cavidades
alveolares	colabadas.
(e)	alimentar	de	Beoth	investiga	a	presença	de	bactérias	no	sistema
gastrointestinal	do	feto	como	evidência	de	respiração.	Para	alguns	autores,
essa	presença	se	deve	à	ingestão	de	alimentos	e	não	pela	respiração,	mas
também	seria	considerada	uma	prova	de	vida	extrauterina.
A:	incorreta.	A	alternativa	descreveu	a	docimásia	óptica	de	Icard.	Contudo,
a	docimásia	óptica	ou	visual	de	Bouchut	é	distinta	e	corresponde	à	simples
inspeção	visual	do	pulmão	examinado,	notando-se	mosaico	alveolar	evidente
quando	ocorreu	respiração	e	um	aspecto	compacto,	denso	e	uniforme
quando	não	ocorreu;	B:	incorreta.	A	alternativa	descreveu	a	docimásia
hidrostática	pulmonar	de	Galeno,	feita	em	quatro	fases.	A	docimásia
hidrostática	de	Icard	é	um	complemento	à	prova	de	Galeno,	quando	apenas
sua	quarta	foi	positiva,	havendo	as	provas	por	aspiração	e	por	imersão	em
água	quente,	de	modo	a	dilatar	o	ar	nos	alvéolos;	C:	incorreta.	A	alternativa
descreveu	a	docimásia	hematopneumo-hepática	de	Severi.	A	prova	pneumo-
hepática	de	Puccinotti	avalia,	de	forma	comparativa,	a	quantidade	de
sangue	no	pulmão	e	no	fígado.	Se	houve	respiração,	o	pulmão	tem	peso
específico	menor	que	o	fígado;	D:	correta.	A	docimásia	histológica	de
Balthazard	é	a	mais	fidedigna	e	pode	ser	usada	mesmo	em	casos	em	que	já
há	produção	de	gases	da	putrefação,	o	que	pode	gerar	resultado	falso-
positivo	na	docimásia	de	Galeno,	mais	prática	e	mais	simples.	Se	houve
respiração,	o	pulmão	terá	estrutura	histológica	igual	ao	pulmão	de	um
adulto,	com	dilatação	dos	alvéolos,	aumento	de	volume	sanguíneo	nos
capilares	e	achatamento	das	células	de	revestimento	epitelial.	Do	contrário,
haverá	colabamento	alveolar;	E:	incorreta.	A	alternativa	descreveu	a
docimásia	bacteriana	de	Malvoz.	A	docimásia	alimentar	de	Beoth
corresponde	à	identificação	microscópica	de	restos	alimentares	(que	não
podem	ser	confundidos	com	o	induto	sebáceo	que	pode	ser	deglutido	antes
do	nascimento)	no	estômago	do	recém-nascido,	o	que	fala	a	favor	de	ter
havido	vida	extrauterina.
Gabarito	“D”
(MÉDICO	LEGISTA	–	PC/MT	2013	–	FUNCAB)	No	crime	de	infanticídio,
a	expressão	“durante	o	parto	ou	logo	após”	significa:
(a)	desde	o	período	expulsivo	do	parto	até	a	dequitação	placentária.
(b)	ainda	no	canal	do	parto	e	depois	da	separação	materno-fetal,	pela
ligadura	e	secção	do	cordão	umbilical.
(c)	do	início	do	trabalho	de	parto	atéo	puerpério	tardio.
(d)	da	expulsão	do	concepto	até	o	puerpério	remoto.
(e)	antes	que	o	recém-nascido	receba	os	primeiros	cuidados.
Uma	vez	que	o	crime	de	infanticídio	traz	como	elementar	do	tipo	penal	a
expressão	“durante	o	parto	ou	logo	após”,	devem	ser	estabelecidos	critérios
temporais	para	tal	configuração.	O	parto,	para	fins	médico-legais,	começa	com	a
ruptura	da	bolsa	amniótica	(por	convenção,	dada	a	maior	objetividade	desse	fato)
e	termina	com	a	dequitação,	que	é	a	expulsão	da	placenta.	Logo,	o	período
“durante	o	parto”	está	compreendido	nesses	limites	temporais.	Já	a	expressão
“logo	após”	traz	questionamentos,	mas	sua	razão	de	ser	deve-se	à	necessidade	de
encurtar	o	tempo	durante	o	qual	a	morte	do	concepto	é	praticada	pela	mãe	sob	o
tratamento	penal	mais	benéfico	do	infanticídio,	em	relação	ao	homicídio.	Pela
Medicina	Legal,	a	expressão	“logo	após”	compreende	o	momento	em	que	o
recém-nascido	ainda	se	encontra	em	estado	sanguinolento,	antes	de	receber	os
primeiros	cuidados.	Se	a	mãe	cuida	da	criança,	a	limpa	e	a	amamenta	e	depois	a
mata,	não	pode	ser	considerada	infanticida,	mas	sim	homicida.
Comentários	adicionais:	é	importante	o	conhecimento	acerca	dos	limites
temporais	da	gravidez,	do	parto	e	do	puerpério,	para	fins	periciais.	A
gravidez	se	inicia,	para	a	Medicina	Legal,	com	a	fecundação,	que	ocorre	no
terço	distal	da	tuba	uterina.	Contudo,	para	fins	de	proteção	pelo	Direito
Penal,	a	posição	majoritária	defende	que	o	início	ocorre	com	a	nidação,	que
é	a	implantação	do	ovo	ou	zigoto	no	endométrio	que	reveste	internamente	a
parede	uterina.	Dessa	forma,	a	interrupção	da	gravidez	antes	da	nidação
(como	em	uso	de	DIU)	não	configura	aborto	e	é	fato	penalmente	atípico.	Há,
contudo,	divergências	doutrinárias	quanto	a	esse	início,	havendo	autores	no
Direito	Penal	que	consideram	o	início	como	a	fecundação	(e	afirmam	que	o
uso	de	DIU,	contudo,	seria	exercício	regular	de	direito,	apto	a	afastar	a
ilicitude	da	conduta).	A	gravidez	termina,	para	fins	objetivos	periciais,	com
a	ruptura	da	bolsa	amniótica	(dado	convencionado	por	ser	mais	objetivo	do
que	as	contrações	uterinas	rítmicas),	quando	se	inicia,	portanto,	o	parto.
Este	vai	até	a	dequitação,	que	é	a	expulsão	da	placenta.	Assim,	é	a
dequitação	que	inicia	o	puerpério,	que	vai	até	a	total	involução	do
organismo	materno	às	condições	anteriores	à	gravidez,	o	que	dura	cerca	de
6	a	8	semanas.	Contudo,	esse	período	é	bastante	variável	e	pode	se
prolongar	até	o	retorno	dos	ciclos	menstruais,	sobretudo	quando	há
amamentação.	Deve-se	ressaltar	que	o	conceito	de	puerpério	é	obstétrico	e
não	se	confunde	com	o	conceito	de	“estado	puerperal”	do	crime	de
infanticídio,	que	é	uma	espécie	de	ficção	jurídica	que	leva	em	consideração
principalmente	aspectos	psicológicos.	O	chamado	“estado	puerperal”	não	é
configurador	de	inimputabilidade	penal;	tanto	é	assim	que	a	conduta	típica
de	infanticídio	é	tratada	no	art.	123	do	CPB	e	não	em	seu	art.	26,	que	trata
da	inimputabilidade.
Gabarito	“E”
(MÉDICO	LEGISTA/PE	–	2016	–	CESPE/CEBRASPE)	Com	relação	a
parto	e	a	puerpério,	assinale	a	opção	CORRETA.
(a)	A	presença	de	bossa	serossanguínea	na	cabeça	do	bebê	é	sinal	de	parto
recente.
(b)	A	loquiação	caracteriza	o	fim	do	período	puerperal.
(c)	O	puerpério	inicia-se	com	a	perda	do	tampão	mucoso.
(d)	Não	é	possível	observar	sinais	de	parto	em	partes	do	corpo	diferentes	do
canal	do	parto.
(e)	A	saída	da	placenta	encerra	o	período	puerperal.
A:	correta.	A	bossa	serossanguinolenta	neonatal	ou	caput	succedaneum
representa	um	edema	e	acúmulo	de	líquido	no	couro	cabeludo	do	bebê	que
ocorre	devido	à	pressão	no	trabalho	de	parto,	na	zona	de	apresentação	da
cabeça	ao	nascimento.	O	tecido	subcutâneo	fica	abaulado,	ultrapassando	as
linhas	de	sutura.	É	indicativo,	portanto,	de	parto	recente;	B:	incorreta.	Os
lóquios	são	fluxos	genitais,	secreções	provenientes	das	lesões	uterinas	que
ocorrem	durante	o	parto	e	indicam	sinais	de	parto	recente.	São
sanguinolentos	até	o	3º	dia	após	o	parto,	mais	pálidos	em	torno	de	5	dias	e
branco-amarelados	por	volta	de	7	dias.	Podem	persistir	até	em	torno	de	12-
15	dias	e	não	indicam	o	fim	do	período	puerperal,	que	é	bem	posterior	à
parada	de	drenagem	da	loquiação;	C:	incorreta.	O	puerpério	inicia-se	com
a	dequitação,	que	é	a	expulsão	da	placenta,	acontecimento	que	encerra	o
período	do	parto.	A	perda	do	tampão	mucoso	é	fenômeno	que	ocorre	no	fim
da	gestação	e	início	do	trabalho	de	parto;	D:	incorreta.	Os	sinais	de	parto
recente	e	antigo	podem	ser	observados	não	apenas	no	canal	vaginal	de
parto,	mas	também	nas	mamas,	no	ventre,	na	parede	abdominal,	nos
ovários	e	na	forma	do	corpo	uterino;	E:	incorreta.	A	saída	da	placenta
(dequitação)	encerra	o	parto	e	inicia	o	puerpério.	Este	vai,	portanto,	da
dequitação	até	a	total	involução	do	organismo	materno	às	condições
anteriores	à	gestação.
Gabarito	“A”
(DELEGADO	DE	POLÍCIA	CIVIL/AC	–	2017	–	IBADE)	Uma	pessoa	vai
até	a	Delegacia	de	Polícia	relatar	que	um	indivíduo	do	sexo	masculino
reiteradamente	é	visto	à	noite,	num	cemitério,	praticando	atos	sexuais	com
cadáveres	femininos	retirados	dos	túmulos.	Com	base	nas	informações
acima,	pode-se	afirmar	que	se	está	diante	de	um	caso	de:
(a)	necrofilia.
(b)	anafrodisia.
(c)	autoerotismo
(d)	sadismo.
(e)	frigidez.
A:	correta.	As	parafilias	são	transtornos	da	sexualidade	caracterizados	por
anseios,	fantasias	ou	comportamentos	sexuais	anômalos	intensos	e
recorrentes,	que	envolvem	práticas	incomuns	e	causam	sofrimento
clinicamente	significativo	ou	prejuízo	social	ao	indivíduo.	Deve-se
considerar	a	influência	de	questões	sociais	e	culturais	na	interpretação	de
tais	práticas	como	anômalas.	A	necrofilia	ou	tanatofilia	é	tida	como	uma
perversão	sexual	caracterizada	pela	obsessão	impulsiva	de	praticar	atos
sexuais	com	cadáveres.	Há	autores	que	consideram	pseudonecrofilia	a
prática	de	atos	sexuais	em	ambientes	ou	situações	que	lembrem	a	morte,
mas	sem	contato	efetivo	com	o	cadáver;	B:	incorreta.	A	anafrodisia	é	a
redução	ou	deteriorização	do	instinto	sexual	no	homem,	geralmente
associada	a	patologias	neurológicas	ou	glandulares;	C:	incorreta.	O
autoerotismo	é	quando	o	gozo	sexual	prescinde	da	participação	física	do
parceiro	e	ocorre	com	mera	imaginação	ou	contemplação,	sem	toques
físicos.	É	também	conhecido	como	coito	psíquico	de	Hammond	ou
psicolagnia;	D:	incorreta.	O	sadismo	é	a	excitação	sexual	por	meio	do
sofrimento	físico	ou	moral	do	parceiro,	mais	comum	em	homens.	O	nome	se
refere	ao	Marquês	de	Sade;	E:	incorreta.	A	frigidez	é	a	redução	do	instinto
sexual	na	mulher,	por	causas	físicas	ou	psíquicas.
Gabarito	“A”
(MÉDICO	LEGISTA	–	POLÍCIA	CIVIL	MG	–	2013)	A	parafilia,	que	se
caracteriza	pela	atração	que	tem	determinado	indivíduo	do	sexo	masculino
só	por	mulheres	vestidas	de	homem,	as	quais	agem	e	se	representam
sexualmente	como	homem,	adotando	ele	o	comportamento	de	mulher,
denomina-se:
(a)	Dolismo.
(b)	Fetichismo.
(c)	Travestismo.
(d)	Andromimetofilia.
A:	incorreta.	O	dolismo	vem	da	palavra	inglesa	doll	(boneca)	e	caracteriza-
se	pela	atração	sexual	por	bonecas	ou	manequins	de	conformação	humana;
B:	incorreta.	O	fetichismo	ou	simbolismo	erótico	é	a	fixação	da	libido	em
algo	que	simboliza	a	pessoa	desejada,	podendo	ser	determinada	parte	do
corpo	(parcialismo)	ou	objetos	inanimados.	Se	a	atração	erótica	obsessiva	é
pelos	pés	ou	pelos	sapatos,	recebe	o	nome	de	retifismo;	C:	incorreta.	O
travestismo	ou	fetichismo	travéstico	é	tido	como	a	compulsão	pelo	uso	de
vestimenta	do	sexo	oposto;	D:	correta.	Trata-se	do	exato	conceito	de
andromimetofilia,	quando	há	satisfação	heterossexual	masculina	por
parceira	mulher	que	se	represente	e	se	relaciona	eroticamente	como	um
homem.	Quando	ocorre	o	inverso,	chama-se	ginemimetofilia.
Gabarito	“D”
(MÉDICO	LEGISTA	–	PC/GO	–	2015	–	SEGPLAN)	Acerca	das	parafilias,
assinale	a	alternativa	CORRETA.
(a)	Onanismo	é	a	manifestação	exagerada	da	volição	sexual	em	relação	a
parceiros	de	idade	avançada.
(b)	Mixoscopismo	é	o	prazer	erótico	despertado	pelo	fato	de	presenciar	o
coito	de	terceiros.
(c)	Dollismo	é	o	prazer	sexualobtido	por	meio	do	contato	físico	com	pessoas
amarradas	(bondage).
(d)	A	excitação	sexual,	no	sadismo,	ocorre	por	meio	do	sofrimento	físico	ou
moral	recebido.
(e)	A	ninfomania	é	a	preferência	sexual	por	bonecas	ou	manequins	de
conformação	humana.
A:	incorreta.	Onanismo	ou	coito	solitário	de	Onan	é	o	impulso	obsessivo	à
manipulação	dos	órgãos	genitais.	A	manifestação	exagerada	da	volição
sexual	em	relação	a	parceiros	de	idade	avançada	denomina-se	gerontofilia,
cronoinversão	ou	presbiofilia;	B:	correta.	A	mixoscopia,	voyeurismo	ou
escoptofilia	é	o	prazer	erótico	despertado	pelo	fato	de	presenciar	o	coito	de
terceiros,	em	sua	forma	ativa.	Na	mixoscopia	passiva,	tem-se	o	prazer
erótico	em	ser	observado	no	coito;	C:	incorreta.	O	dolismo	vem	da	palavra
inglesa	doll	(boneca)	e	caracteriza-se	pela	atração	sexual	por	bonecas	ou
manequins	de	conformação	humana.	O	prazer	sexual	dependente	do
contato	físico	com	pessoas	amarradas	é	denominado	bondagismo;	D:
incorreta.	A	excitação	sexual,	no	sadismo	ou	algolagnia	ativa,	ocorre	por
meio	do	sofrimento	físico	ou	moral	praticado	na	outra	pessoa.	O	prazer
sexual	pelo	sofrimento	físico	ou	moral	recebido	é	o	masoquismo	ou
algolagnia	passiva;	E:	incorreta.	A	ninfomania	é	o	hipererotismo	feminino,
tido	como	tendência	abusiva	aos	atos	sexuais.	A	assertiva	trouxe	o	conceito
de	dolismo.
Gabarito	“B”
(MÉDICO	LEGISTA	–	PC/DF	2015	–	FUNIVERSA)	Assinale	a	alternativa
que	apresenta	a	alteração	quantitativa	da	libido,	no	sexo	masculino,
caracterizada	pelo	seu	aumento	ou	exaltação.
(a)	satiríase
(b)	anafrodisia
(c)	ninfomania
(d)	uranismo
(e)	onanismo
A:	correta.	O	denominado	hipererotismo	masculino,	com	tendência	abusiva
aos	atos	sexuais,	é	a	satiríase.	Pode	estar	acompanhado	de	ereções
frequentes,	repetidas	ejaculações,	delírios	e	alucinações;	B:	incorreta.	A
anafrodisia	é	a	redução	ou	deteriorização	do	instinto	sexual	no	homem,
geralmente	associada	a	patologias	neurológicas	ou	glandulares;	C:
incorreta.	A	ninfomania	é	o	contraponto	feminino	da	satiríase;	é	o
hipererotismo	feminino,	com	tendência	abusiva	aos	atos	sexuais;	D:
incorreta.	O	uranismo	é	descrito	como	variação	da	homossexualidade
masculina	em	que	a	atração	se	dá	apenas	em	um	plano	afetivo	ou
sentimental,	sem	intuito	preponderante	do	ato	sexual;	E:	incorreta.	O
onanismo	ou	coito	solitário	de	Onan	é	o	impulso	obsessivo	à	manipulação
dos	órgãos	genitais.
Gabarito	“A”
(DELEGADO	GOIÁS	–	2013	–	UEG)	Em	uma	tentativa	de	diminuir	o
assédio	sexual	que	as	mulheres	vinham	sofrendo	em	ônibus	e	vagões	de
trens,	as	autoridades	criaram	os	“vagões	rosas”,	para	uso	exclusivo	de
mulheres.	A	perversão	sexual	em	que	o	indivíduo	se	realiza	pelo	contato	em
aglomerações	ou	multidões	chama-se:
(a)	edipismo
(b)	froteurismo
(c)	pigmalionismo
(d)	troilismo
A:	incorreta.	O	edipismo	é	o	impulso	sexual	incestuoso	do	filho	pela	própria
mãe.	O	termo	vem	da	tragédia	grega	sofocliana	de	Édipo	e	sua	mãe	Jocasta.
Se	o	desejo	sexual	é	da	filha	pelo	próprio	pai,	o	termo	é	electrismo,	derivado
da	história	grega	de	Electra	e	seu	pai	Agamenon;	B:	correta.	O	frotteurismo
ocorre	quando	o	indivíduo	se	aproveita	de	aglomerações	em	transportes
públicos	ou	outros	locais	de	aglomerações	para	encostar	seus	órgãos
genitais,	especialmente	em	mulheres,	sem	que	a	vítima	perceba	ou
identifique	suas	intenções.	Deve-se	atentar	à	posição	minoritária	de	Hygino
de	Carvalho	Hércules,	para	quem	o	frotteurismo,	por	derivar	da	palavra
francesa	frotter	(esfregar,	friccionar),	reduz-se	à	“prática	homossexual
feminina	de	mútua	atrição	genital”	(HÉRCULES,	Hygino	de	Carvalho.
Medicina	Legal	Texto	e	Atlas.	2ª	ed.	São	Paulo:	Atheneu,	2014,	p.	587);	C:
incorreta.	O	pigmalionismo	é	a	preferência	sexual	obsessiva	por	estátuas.	O
termo	deriva	da	história	grega	do	escultor	Pigmalião,	que	se	apaixonou	por
uma	estátua	por	ele	mesmo	construída,	de	nome	Galateia,	que	ganhou	vida
por	ato	de	Afrodite.	Assemelha-se	ao	dolismo;	D:	incorreta.	O	troilismo,
triolismo	ou	pluralismo	é	a	prática	sexual	em	que	participam	três	ou	mais
pessoas.
Gabarito	“B”
(DELEGADO	DE	POLÍCIA	CIVIL/MG	–	2008	–	FUMARC)	Os	distúrbios
qualitativos	do	instinto	sexual	são	denominados	parafilias.	A	forma
patológica	relativa	à	atração	sexual	por	mulheres	desasseadas	e	de	baixa
condição	higiênica	é	denominada:
(a)	clismafilia
(b)	coprofilia
(c)	riparofilia
(d)	urolagnia
A:	incorreta.	A	clismafilia	é	a	preferência	sexual	pelo	prazer	obtido	pela
introdução	de	grande	quantidade	de	água	ou	líquidos	no	reto,	sob	a	forma
de	enema,	lavagem	ou	clister;	B:	incorreta.	A	coprofilia,	coprolagnia	ou
escatofilia	relaciona-se	ao	prazer	sexual	obtido	com	o	contato	com	as	fezes
ou	ato	de	defecação.	Não	é	o	mesmo	que	coprolalia,	que	é	a	excitação	sexual
por	falar	ou	ouvir	palavras	obscenas	ou	chulas;	C:	correta.	A	riparofilia	ou
azolagnia	é	uma	condição	mais	comum	no	sexo	masculino	que	se	caracteriza
pela	atração	sexual	por	pessoas	sujas,	desasseadas,	fétidas	e	de	baixa
condição	sócio-higiênica;	D:	incorreta.	A	urolagnia	ou	urofilia	é	o	prazer
sexual	obtido	pelo	contato	com	urina	ou	ato	de	urinar,	podendo	estar
relacionado	ao	odor,	sabor,	contato	ou	apenas	ouvir	o	ruído	da	urina,	para
fins	de	excitação	sexual.
Gabarito	“C”
(MÉDICO	LEGISTA/AP	–	2017	–	FCC)	Os	transtornos	da	sexualidade	são
distúrbios	do	instinto	sexual,	fantasias	ou	comportamento	recorrente	e
intenso	que	ocorrem	de	forma	inabitual,	também	designados	de	parafilias.
Em	relação	às	parafilias,	é	CORRETO	afirmar:
(A)	Gerontofilia:	atração	sexual	obsessiva	de	idosos	por	pessoas	bem	mais
jovens.
(B)	Dolismo:	perversão	sexual	em	que	há	atração	por	ovelhas.
(C)	Coprolalia:	perversão	sexual	em	que	há	necessidade	do	contato	físico
com	fezes	humanas.
(D)	Riparofilia:	perversão	sexual	em	que	há	atração	sexual	por	pessoas
desasseadas,	sujas,	de	baixa	condição	social	e	com	pouca	(ou	nenhuma)
higiene.
(E)	Necrofilia:	perversão	sexual	em	que	há	necessidade	de	relação	sexual
dentro	de	necrotérios.
A:	incorreta.	A	gerontofilia,	cronoinversão	ou	presbiofilia	é	a	atração	sexual
obsessiva	de	indivíduos	jovens	por	pessoas	de	excessiva	idade;	B:	incorreta;
o	dolismo	é	expressão	oriunda	de	um	anglicismo	(doll	é	boneca	em	inglês)	e
representa	a	atração	sexual	compulsiva	e	obsessiva	por	bonecas	e
manequins;	C:	incorreta,	pois	a	coprolalia	é	descrita	como	a	necessidade	de
proferir	ou	ouvir	palavras	chulas	e	obscenas	para	fins	de	excitação	(o	termo
“lalia”	exprime	a	ideia	de	“fala”;	dislalia,	por	exemplo,	é	um	distúrbio	da
fala).	A	perversão	sexual	em	que	há	necessidade	do	contato	físico	com	fezes
humanas	é	denominada	coprofilia;	D:	correta;	trata-se	do	exato	conceito	de
riparofilia;	E:	incorreta.	A	necrofilia	é	a	perversão	sexual	que	se	manifesta
pela	obsessão	e	impulsão	em	realizar	atos	sexuais	com	cadáveres.	Atos
sexuais	em	locais	relacionados	a	cadáveres	e	à	morte	podem	estar	presentes
na	ideia	de	pseudonecrofilia,	mas	a	alternativa	não	trouxe	o	exato	conceito
de	necrofilia.
Gabarito	“D”
Capítulo	10
PSIQUIATRIA	E
PSICOPATOLOGIA	FORENSE
A	Psiquiatria	e	a	Psicopatologia	Forense	destinam-se	ao	estudo,	em	primeiro
plano	e	principalmente,	dos	limites	e	modificadores	biopsicossociais	da
imputabilidade	penal,	uma	vez	que,	após	a	publicação	do	Estatuto	da	Pessoa	com
Deficiência	(Lei	13.146,	de	6	de	julho	de	2015),	a	modificação	da	capacidade
civil	por	meio	do	transtorno	mental	sofreu	forte	mitigação,	visando	à	plena
inclusão	da	pessoa	com	deficiência	na	vida	civil,	uma	vez	que	a	deficiência	não
afeta	a	plena	capacidade	civil	do	indivíduo.	As	questões	referentes	à	modificação
da	capacidade	civil	por	enfermidade,	deficiência	mental	ou	desenvolvimento
mental	foram	revogadas	dos	artigos	3º	e	4º	do	Código	Civil	de	2002,	pelo
Estatuto	da	Pessoa	com	Deficiência.	Dessa	forma,	a	maior	importância	a	ser
atualmente	conferida	aos	estudos	de	Psicopatologia	Forense	dizem	respeito
especialmente	à	definição	da	inimputabilidade	e	semi-imputabilidade	penal,	que
é	um	ato	de	atribuição	pericial	médico-legal.
(MÉDICO	LEGISTA	–	PC/DF	2015	–	FUNIVERSA)	A	perícia	médico-legal
empsiquiatria	forense	envolve	a	verificação	da	existência	ou	não	de
transtorno	mental	e	seu	nexo	ou	relação	de	causalidade	com	um	ilícito	penal
praticado.	Avalia,	ainda,	a	capacidade	de	entendimento	e	de
autodeterminação	do	periciado,	tendo	por	objetivo	a	determinação	ou	não
de	um	requisito	básico	que	pode	decidir	a	responsabilização	jurídica	por	um
fato	punível.	Com	base	nessas	informações,	assinale	a	alternativa	que
apresenta	o	requisito	mencionado.
(a)	imputabilidade	penal.
(b)	periculosidade.
(c)	culpabilidade.
(d)	sanidade	mental.
(e)	medida	de	segurança.
A:	correta.	O	requisito	que	define	a	aplicação	de	consequências	jurídico-
penais	ao	agente	que	pratica	um	ilícito	penal	é	a	imputabilidade	penal,
conjunto	de	condições	pessoais	que	fornecem	ao	agente	a	capacidade	de
compreensão	dos	fatos	e	de	ação	conforme	tal	entendimento.	A
imputabilidade	penal	é	a	regra;	a	inimputabilidade	a	exceção	e,	como	tal,
deve	ser	provada	por	meio	de	perícia	psiquiátrica	forense.	A	imputabilidade
penal	é	o	elemento	mais	importante	da	culpabilidade	e	não	se	confunde	com
a	responsabilidade	penal.	Esta	última	é	uma	atribuição	judicial,	enquanto	a
imputabilidade	é	uma	atribuição	pericial.	Imputabilidade	é	a	condição	de
quem	é	capaz	de	realizar	um	ato	com	pleno	discernimento;	já	a
responsabilidade	é	a	consequência	jurídico-penal	atribuída	a	quem	tem	tal
discernimento;	B:	incorreta.	Periculosidade	é	tida	como	o	“risco	de
violência”	em	conceito	que	diz	respeito	a	um	juízo	futuro	e	incerto	sobre
condutas	ilícitas,	que	é	avaliado	nas	perícias	de	cessação	de	periculosidade,
quando	o	paciente	se	mostra	internado	em	cumprimento	de	medida	de
segurança	por	ter	sido	considerado	inimputável.	A	periculosidade	é	tida,
portanto,	como	um	potencial	de	perigo	que	um	indivíduo	portador	de
transtorno	mental	pode	trazer	a	ele	e	à	sociedade,	tornando-o	propenso	a
cometer	novos	delitos.	A	finalidade	da	perícia	de	cessação	de	periculosidade,
portanto,	é	avaliar	se	o	paciente	é	capaz	de	voltar	a	delinquir;	C:	incorreta.
A	culpabilidade	como	elemento	integrador	do	conceito	de	uma	infração
penal	(crimes	são	condutas	típicas,	ilícitas	e	culpáveis)	varia	de	acordo	com
a	teoria	historicamente	adotada,	como	a	psicológica,	psicológico-normativa
e	a	teoria	normativa	pura	do	finalismo	penal.	Pode	ser	tida	como	a
reprovabilidade	dirigida	ao	autor	do	fato.	Seus	elementos	seriam	a
imputabilidade,	a	possibilidade	de	reconhecimento	da	ilicitude	do	fato	e	a
exigibilidade	de	conduta	obediente	ao	Direito;	D:	incorreta.	A	sanidade
mental	é	a	ideia	de	saúde	mental,	como	ausência	de	doença	mental	e
qualidade	de	vida	cognitivo-emocional,	ainda	que	não	haja	um	conceito
objetivo	e	padronizado	para	tal	definição.	O	exame	de	sanidade	mental	é
um	dos	tipos	de	perícia	psiquiátrica,	que	deve	ser	realizado	quando	há
suspeita	de	que	o	acusado	é	portador	de	algum	transtorno	mental;	E:
incorreta.	Medida	de	segurança	é	a	resposta	jurídico-penal	aplicada	ao
agente	inimputável	que	cometeu	uma	infração	descrita	em	um	tipo	penal,
ficando	o	agente	sob	a	custódia	do	Estado.	De	acordo	com	o	art.	96	do	CPB,
as	medidas	de	segurança	são	internação	em	hospital	psiquiátrico	de
custódia	ou	tratamento	ambulatorial.	Para	a	aplicação	de	uma	medida	de
segurança,	são	pressupostos	a	prática	de	um	fato	típico	punível	no
ordenamento	penal,	a	periculosidade	do	agente	e	a	ausência	de
imputabilidade	plena.
Gabarito	“A”
(MÉDICO	LEGISTA	–	PC/MT	2013	–	FUNCAB)	Uma	pessoa	adulta	e
portadora	de	transtorno	mental	que,	em	função	do	mesmo,	comete	um
crime	contra	a	vida,	será	submetida	a:
(a)	internação	compulsória	em	hospital	psiquiátrico.
(b)	pena	correspondente	ao	delito	praticado.
(c)	tratamento	psiquiátrico	e	cumprimento	de	pena	restritiva	de	liberdade.
(d)	medida	de	segurança	na	dependência	de	sua	periculosidade.
(e)	medida	socioeducativa	e	tratamento	psiquiátrico	ambulatorial.
A:	incorreta.	As	medidas	de	segurança	aplicadas	(art.	96	do	Código	Penal
Brasileiro	–	CPB)	podem	ser	tanto	a	internação	em	hospital	de	custódia	e
tratamento	psiquiátrico	quanto	o	tratamento	ambulatorial,	a	depender	de
sua	periculosidade.	Pode	ser	adotado	o	tratamento	ambulatorial	se	o	fato
previsto	como	crime	for	punível	com	detenção,	nos	termos	do	art.	97	do
CPB;	B	e	C:	incorretas.	Se	o	agente	é	considerado	inimputável	por
transtorno	mental	com	nexo	causal	com	a	prática	de	um	delito,	não	há
imposição	da	pena	cominada	ao	delito	praticado	ou	de	penas	restritivas	de
liberdade,	mas	sim	de	medida	de	segurança;	D:	correta.	Se	há	o
cometimento	de	um	crime	por	indivíduo	maior	que	18	anos,	mas	portador
de	transtorno	mental,	restando	definido	pela	perícia	psiquiátrica	de
sanidade	mental	que	houve	nexo	de	causalidade	entre	o	ilícito	penal	e	o
transtorno,	o	agente	será	declarado	inimputável	e	submetido	à	medida	de
segurança	adequada,	na	dependência	de	sua	periculosidade.	A	medida	de
segurança	terá	prazo	mínimo	de	1	a	3	anos	e	persistirá	enquanto	não	for
averiguada,	por	perícia,	a	cessação	da	periculosidade;	E:	incorreta.	As
medidas	socioeducativas	são	medidas	aplicadas,	com	finalidade	educativa,
aos	adolescentes	autores	de	atos	infracionais	e	estão	previstas	no	art.	112	do
Estatuto	da	Criança	e	do	Adolescente.	São	exemplos	de	medidas
socioeducativas	advertência,	prestação	de	serviços	à	comunidade,	liberdade
assistida,	obrigação	de	reparar	o	dano	e	internação	em	estabelecimento
educacional.
Gabarito	“D”
(MÉDICO	LEGISTA	–	PC/MT	2013	–	FUNCAB)	O	critério	adotado	pela	lei
brasileira	para	avaliar	a	imputabilidade	penal	do	agente	é	o:
(a)	psicológico	puro.
(b)	psicopatológico.
(c)	biológico.
(d)	biopsicossocial.
(e)	biopsicológico.
A,	B,	C	e	D:	incorretas;	E:	correta.	Há	três	sistemas	principais	utilizados
como	norteadores	da	verificação	pericial	da	(in)imputabilidade	penal:	o
critério	biológico	puro,	o	critério	psicológico	e	o	critério	biopsicológico.	Há
também	quem	considere	a	existência	de	um	critério	biopsicossocial	misto.	O
Brasil	adotou	o	critério	biopsicológico,	formulado	no	art.	26	do	Código
Penal,	como	regra.	Em	tal	critério,	estão	presentes	questões	referentes	à
análise	biológica	de	doenças	mentais,	perturbações	da	saúde	mental	e
desenvolvimento	mental	incompleto	ou	retardado,	bem	como	fundamentos
do	critério	psicológico,	ao	se	estabelecer	a	capacidade	do	agente	de
reconhecer	a	ilicitude	de	sua	conduta	e	de	se	determinar	de	acordo	com	esse
entendimento.	Apenas	excepcionalmente	e	na	hipótese	da	inimputabilidade
do	menor	de	18	anos,	adotou-se	o	critério	biológico	puro,	não	se	analisando,
nesse	caso,	questões	psicológicas	de	entendimento	e	autodeterminação.
Gabarito	“E”
(MÉDICO	LEGISTA	–	PC/MT	2013	–	FUNCAB)	São	condições
mesológicas	capazes	de	modificar	a	imputabilidade	penal	do	agente:
(a)	idade	e	sexo.
(b)	embriaguez	e	toxicomania.
(c)	emoção	e	agonia.
(d)	grau	de	civilização	e	multidões.
(e)	surdo-mudez	e	sonambulismo.
D:	correta.	Há	diversas	condições,	relacionadas	ao	meio	ambiente
(mesológicas)	ou	ao	próprio	sujeito,	que	podem	limitar	ou	modificar	a
imputabilidade	penal	do	agente,	suprimindo-a	ou	reduzindo-a.	As	condições
relacionadas	ao	meio	(mesológicas	ou	ambientais)	são	o	grau	de	civilização	e
as	multidões.	Isso	porque	a	exposição	do	homem	ao	ambiente	cultural	pode
modificar	normas	morais	de	conduta	em	relação	aos	valores	sociais.	As
questões	referentes	ao	grau	de	civilização	dizem	respeito,	especialmente,	à
análise	da	imputabilidade	penal	dos	índios.	Quanto	às	multidões,	o	Código
Penal	Brasileiro	aceita	trata	como	atenuante	genérica	(art.	65,	inciso	III,
alínea	“e”)	o	cometimento	do	crime	pelo	agente	sob	influência	de	multidão
em	tumulto,	se	não	o	provocou;	A,	B,	C	e	E:	incorretas.	As	condições
descritas	são	limitadoras	e	modificadoras	da	imputabilidade	penal	sob	o
prisma	biológico	e	não	mesológico.	Dentre	as	condições	biológicas	ou
individuais,	há	fatores	que	podem	estar	presentes	em	qualquer	pessoa,
alterações	do	estado	mental	habitual	ou	mesmo	transtornos	mentais.
Gabarito	“D”
(DELEGADO	DE	POLÍCIA	CIVIL/PE	–	2016	–	CESPE/UNB)	Psiquiatria
forense	é	o	ramo	da	medicina	legal	que	tratade	questões	relacionadas	ao
funcionamento	da	mente	e	sua	interface	com	a	área	jurídica.	O
estabelecimento	do	estado	psíquico	no	momento	do	cometimento	do	delito	e
a	capacidade	de	entendimento	desse	ato	são	dependentes	das	condições	de
sanidade	psíquica	e	desenvolvimento	mental,	que	também	influenciam	na
forma	de	percepção	e	no	relato	do	evento,	com	importância	direta	para	o
operador	do	direito,	na	tomada	a	termo	e	na	análise	dos	depoimentos.	A
respeito	de	psiquiatria	forense	e	dos	múltiplos	aspectos	ligados	a	essa	área,
assinale	a	opção	CORRETA.
(a)	A	surdo-mudez	é	motivo	de	desqualificação	do	testemunho,	da	confissão
e	da	acareação,	pois,	sendo	causa	de	desenvolvimento	mental	incompleto,
impede	a	comunicação.
(b)	Nos	atos	cometidos,	pode	haver	variação	na	capacidade	de
entendimento,	por	doente	mental	ou	por	indivíduo	sob	efeito	de	substâncias
psicotrópicas	ou	entorpecentes,	do	caráter	ilícito	do	ato	por	ele	cometido;
cabe	ao	perito	buscar	determinar,	e	assinalar	no	laudo	pericial,	o	estado
mental	no	momento	do	delito.
(c)	A	perturbação	mental,	por	ser	de	grau	leve	quando	comparada	a	doença
mental,	não	reflete	na	capacidade	cível	nem	na	imputabilidade	penal.
(d)	Em	indivíduos	com	intoxicação	aguda	pelo	álcool,	observam-se	estados
de	automatismos	e	estados	crepusculares.
(e)	O	desenvolvimento	mental	incompleto	ou	retardado,	tecnicamente
denominado	oligofrenia,	está	diretamente	relacionado	à	ocorrência	de
epilepsia.
A:	incorreta.	A	surdo-mudez,	por	si	só,	não	pode	ser	considerada	causa	de
desqualificação	de	testemunho	por	desenvolvimento	mental	incompleto,
podendo	um	surdo-mudo	prestar	depoimento,	desde	que	as	regras	do	art.
192	do	Código	de	Processo	Penal	sejam	respeitadas.	Sob	o	ponto	de	vista
penal,	o	surdo-mudo	poderá	ser	considerado	inimputável,	semi-imputável
ou	com	a	plena	capacidade	de	responder	pelo	fato,	devendo	a	análise	ser
feita	em	cada	caso	concreto;	B:	correta.	É	mesmo	diante	da	análise	do
estado	mental	no	momento	do	delito,	especialmente	da	capacidade	de
entendimento	sobre	a	ilicitude	do	fato	e	de	autodeterminação	de	acordo	com
esse	entendimento,	que	será	analisada	a	imputabilidade	ou	semi-
imputabilidade	de	uma	pessoa;	C:	incorreta.	A	perturbação	da	saúde
mental	é	mais	leve	quando	comparada	à	doença	mental,	mas	está	descrita
no	parágrafo	único	do	art.	26	do	CPB	como	possível	causa	de	semi-
imputabilidade.	Os	chamados	transtornos	da	personalidade	se	enquadram
nessa	categoria	de	transtornos	mentais;	D:	incorreta.	Os	automatismos	e
estados	crepusculares,	em	que	há	amnésia	dos	fatos	e	automatismo	das
ações,	são	descritos	nas	epilepsias	e	no	sonambulismo	completo	epiléptico,	e
não	nas	intoxicações	etílicas	agudas;	E:	incorreta.	O	desenvolvimento
mental	retardado,	anteriormente	chamado	de	oligofrenia,	forma	um	grupo
heterogêneo	de	condições	que	não	se	confundem	com	as	causas	de
desenvolvimento	mental	incompleto.	O	desenvolvimento	mental	incompleto
refere-se	a	quem	ainda	não	desenvolveu	sua	maturidade	psíquica,	como
uma	criança	e	um	adolescente.	O	desenvolvimento	mental	retardado	é	uma
alusão	a	quem	não	conseguirá	essa	maturidade,	por	razões	várias	como
doenças	cromossômicas,	doenças	metabólicas,	exposição	materna	a	drogas,
dentre	outros.	Ademais,	as	oligofrenias	não	estão	relacionadas	às	epilepsias.
Gabarito	“B”
(MÉDICO	LEGISTA	–	PC/GO	–	2015	–	SEGPLAN)	No	que	se	refere	à
perícia	médico-legal	na	psiquiatria	forense,	assinale	a	alternativa
CORRETA.
(a)	A	avaliação	pericial	da	inimputabilidade	penal	envolve	a	verificação	da
existência	ou	não	de	transtorno	mental,	nexo	ou	relação	de	causalidade	e	a
avaliação	da	capacidade	de	entendimento	e	da	capacidade	de
autodeterminação.
(b)	A	verificação	da	existência	ou	não	de	um	transtorno	mental	diz	respeito
às	seguintes	categorias	previstas	no	Código	Penal	Brasileiro:	doença	mental,
desenvolvimento	mental	incompleto	e	perturbação	da	saúde	mental.
(c)	As	penas	previstas	no	Código	Penal	Brasileiro	para	os	inimputáveis
apresentam	aspecto	indeterminado	no	que	tange	ao	tempo	de	duração,
podendo	privar	perpetuamente	um	indivíduo	de	sua	liberdade.
(d)	São	semi-imputáveis	aqueles	indivíduos	que,	no	momento	do	ato
delituoso,	não	apresentavam	condições	para	entender	o	caráter	ilícito	do	ato
ou	para	determinar-se	de	acordo	com	esse	entendimento.
(e)	São	considerados	inimputáveis	os	portadores	de	transtornos	mentais
devido	ao	uso	de	substâncias	psicoativas,	de	transtornos	da	personalidade,
de	transtornos	dos	hábitos	e	dos	impulsos	e	dos	transtornos	de
personalidade	sexual.
A:	correta.	Em	uma	perícia	psiquiátrica,	avaliam-se,	para	a	definição	da
(in)imputabilidade	penal,	a	existência	e	o	tipo	de	transtorno	mental,	o	nexo
de	causalidade	entre	o	ilícito	penal	e	o	transtorno	mental,	bem	como	a
capacidade	de	entendimento	e	de	autodeterminação;	B:	incorreta.	A
verificação	da	existência	ou	não	de	um	transtorno	mental	diz	respeito	às
seguintes	categorias	previstas	no	Código	Penal	(CPB):	doença	mental,
perturbação	da	saúde	mental,	desenvolvimento	mental	incompleto	e
desenvolvimento	mental	retardado	(que	são	transtornos	diferentes);	C:
incorreta.	A	começar,	aos	inimputáveis	não	são	cominadas	penas,	mas	sim
medidas	de	segurança.	E	elas	terão	um	prazo	mínimo	de	duração	de	1	a	3
anos,	conforme	art.	97,	§	1º,	do	CPB,	perdurando,	a	partir	daí,	por	prazo
indeterminado,	enquanto	não	for	averiguada	por	perícia	a	cessação	de
periculosidade;	D:	incorreta.	O	inimputável	é	quem,	por	doença	mental	ou
desenvolvimento	mental	incompleto	ou	retardado,	era,	ao	tempo	da	ação	ou
da	omissão,	inteiramente	incapaz	de	entender	o	caráter	ilícito	do	fato	ou	de
determinar-se	de	acordo	com	esse	entendimento.	Já	o	semi-imputável	é
aquele	que,	em	virtude	de	perturbação	de	saúde	mental	ou	por
desenvolvimento	mental	incompleto	ou	retardado,	não	era	inteiramente
capaz	de	entender	o	caráter	ilícito	do	fato	ou	de	se	determinar	de	acordo
com	esse	entendimento;	E:	incorreta.	A	definição	da	inimputabilidade	será
avaliada	no	caso	concreto,	quando	o	transtorno	mental	retirar	totalmente
do	agente	a	capacidade	de	entendimento	do	caráter	ilícito	do	fato	e	de
autodeterminação	de	acordo	com	esse	entendimento.	Transtornos	da
personalidade,	a	título	de	exemplo,	costumam	ser	alocados	em	casos	de
perturbações	da	saúde	mental	e	não	de	doenças	mentais,	sendo	mais
considerados	como	causas	de	semi-imputabilidade	e	não	de
inimputabilidade.	Contudo,	predomina	a	avaliação	do	caso	concreto	do	que
uma	lista	de	patologias	previamente	determinadas.
Gabarito	“A”
(DELEGADO	DE	POLÍCIA/PR	–	2013	–	COPS-UEL)	A	avaliação	da
imputabilidade	penal	é	realizada	por	intermédio	de	exame	de	sanidade
mental	e	leva	em	consideração	fatores	limitadores	ou	modificadores.	A
interpretação	do	laudo	médico-legal	é	fundamental	para	um	correto
entendimento	do	quadro	psicopatológico.	Sobre	a	ótica	da	medicina	legal
relacionada	à	imputabilidade	penal,	assinale	a	alternativa	CORRETA.
(a)	São	considerados	inimputáveis	aqueles	com	doença	mental	e	que	são
inteiramente	incapazes	de	discernir	o	caráter	ilícito	do	fato	ou	de
determinar-se	de	acordo	com	o	entendimento.
(b)	São	considerados	inimputáveis	aqueles	que	são	relativamente	incapazes
de	discernir	o	caráter	ilícito	do	fato	ou	de	determinar-se	de	acordo	com	o
entendimento,	como	os	que	apresentam	desenvolvimento	mental	incompleto
ou	retardado.
(c)	A	presença	de	paixão,	emoção,	agonia,	cegueira	ou	surdomutismo	não	é
modificadora	de	imputabilidade	penal	em	nenhuma	situação.
(d)	Estados	demenciais,	oligofrenias	ou	psicoses	mentais	geram	estados	de
semi-imputabilidade,	mas	nunca	geram	inimputabilidade.
(e)	Os	estados	de	personalidade	antissocial	em	que	existem	uma	baixa
tolerância	à	frustação	e	um	baixo	limiar	de	descarga	de	agressividade
geram	um	estado	de	inimputabilidade	penal.
A:	correta.	De	acordo	com	o	art.	26	do	Código	Penal	(CPB),	são
inimputáveis	aqueles	que,	por	doença	mental	ou	desenvolvimento	mental
incompleto	ou	retardado,	eram,	ao	tempo	da	ação	ou	da	omissão,
inteiramente	incapazes	de	entender	o	caráter	ilícito	do	fato	ou	de
determinar-se	de	acordo	com	esse	entendimento;B:	incorreta.	São	os	semi-
imputáveis	aqueles	que,	em	virtude	de	perturbação	de	saúde	mental	ou	por
desenvolvimento	mental	incompleto	ou	retardado,	não	eram	inteiramente
capazes	de	entender	o	caráter	ilícito	do	fato	ou	de	determinar-se	de	acordo
com	esse	entendimento;	C:	incorreta.	A	surdo-mudez	é	considerada
potencial	limitadora	e	modificadora	da	imputabilidade	penal,	conforme	a
capacidade	do	agente	de	compreender	o	caráter	ilícito	do	fato	ou	de	se
determinar	de	acordo	com	esse	entendimento.	Deve	ser	avaliado	o	caso
concreto,	podendo	ser	o	surdo-mudo	imputável,	inimputável	ou	semi-
imputável.	Estados	de	emoção	e	paixão,	em	regra,	não	excluem	a
imputabilidade	penal	(art.	28,	inciso	I,	CPB),	mas	podem	atenuar	a	pena	no
caso	da	atenuante	genérica	do	art.	65,	inciso	III,	alínea	“c”,	do	CPB,	ou	das
atenuantes	específicas	do	homicídio	e	da	lesão	corporal	dolosos;	D:
incorreta;	estados	demenciais	e	psicoses	mentais	são	tidos	por	Hygino	de
Carvalho	Hércules	como	doenças	mentais	(mencionadas	no	art.	26,	caput,
do	CPB)	e,	quando	ativas	e	incapacitantes,	podem	gerar	inimputabilidade
(HÉRCULES,	Hygino	de	Carvalho.	Medicina	Legal	Texto	e	Atlas.	2ª	ed.	São
Paulo:	Atheneu,	2014,	p.	719).	A	oligofrenia	é	o	desenvolvimento	mental
retardado	e	também	pode	ser	causa	de	inimputabilidade	ou	de	semi-
imputabilidade,	como	se	vê	no	art.	26,	caput	e	parágrafo	único,	do	CPB;	E:
incorreta.	O	transtorno	de	personalidade	antissocial,	como	uma	das	formas
de	transtornos	de	personalidade	(antigamente	chamados	de	psicopatias),
difere	das	chamadas	doenças	mentais	por	serem	os	sintomas	mais	leves,	não
levando	o	agente	à	total	perda	do	juízo	de	realidade.	Portadores	de
transtornos	de	personalidade	mostram-se	enquadrados,	pela	doutrina
médico-legal,	mais	propriamente	nas	perturbações	da	saúde	mental
descritas	no	parágrafo	único	do	art.	26	do	CPB,	como	causas	de	semi-
imputabilidade;	muitas	vezes,	até	entendem	o	caráter	ilícito	do	fato,	mas	sua
capacidade	de	autodeterminação	mostra-se	reduzida.
Gabarito	“A”
Comentários	adicionais:	pela	leitura	do	art.	26	do	CPB,	depreende-se	que
doenças	mentais	(descritas	no	caput)	são	diferentes	de	perturbações	da
saúde	mental	(descritas	no	parágrafo	único),	em	suas	consequências	como
geradoras	de	inimputabilidade	e	semi-imputabilidade,	respectivamente.
Hygino	de	Carvalho	Hércules	arrola	como	doenças	mentais	as	psicoses,	as
demências	e	a	epilepsia.	Como	perturbações	da	saúde	mental,	o	autor	arrola
as	psicopatias,	atualmente	denominadas	transtornos	da	personalidade
(HÉRCULES,	Hygino	de	Carvalho.	Medicina	Legal	Texto	e	Atlas.	2ª	ed.	São
Paulo:	Atheneu,	2014,	p.	719-721).	As	formas	de	desenvolvimento	mental
retardado	e	incompleto	estão	presentes	como	possibilidades	de
enquadramento	tanto	no	caput	como	no	parágrafo	único	do	art.	26	do	CPB.
Quanto	à	epilepsia,	deve-se	atentar	para	a	grande	controvérsia	quanto	ao
enquadramento	em	potencial	causadora	de	inimputabilidade,	havendo
quem	diga	que	se	trata	apenas	de	uma	doença	neurológica	sem	potencial	de
retirar	o	entendimento	do	agente,	como	Genival	Veloso	de	França,	que
advoga	pela	imputabilidade	dos	epilépticos,	retirando-os	do	prisma	da
doença	mental	do	caput	do	art.	26	do	CPB	(FRANÇA,	Genival	Veloso	de.
Medicina	Legal.	11ª	ed.	Rio	de	Janeiro:	Guanabara	Koogan,	2017,	p.	532).
Já	Hygino	de	Carvalho	Hércules	afirma	ser	a	epilepsia	doença
neuropsiquiátrica,	com	possibilidade	de	cometimento	de	delitos	em	estados
crepusculares,	automatismos	e	psicose	epiléptica	(HÉRCULES,	Hygino	de
Carvalho.	Medicina	Legal	Texto	e	Atlas.	2ª	ed.	São	Paulo:	Atheneu,	2014,	p.
719-720).
(DELEGADO	DE	POLÍCIA	CIVIL/MA	–	2018	–	CESPE/UNB)	Revisando
o	prontuário	de	um	suspeito	no	sistema	prisional,	a	autoridade	policial
deparou-se	com	um	laudo	psiquiátrico	que	apontava	a	seguinte	conclusão:
“CID10:	F60.2	–	Transtorno	de	personalidade	dissocial	(psicopática	ou
sociopática):	possui	ciência	do	caráter	ilícito	dos	atos	praticados	e	sérias
dificuldades	no	controle	de	seu	impulso	sexual	exacerbado,	que	só	consegue
satisfazer	com	a	subjugação	da	vítima	mediante	a	imposição	de
comportamento	violento”.
Acerca	dessa	situação,	assinale	a	opção	que	apresenta,	respectivamente,	as
características	do	suspeito	com	referência	a:	entendimento;	controle	dos
impulsos;	imputabilidade.
(a)	limitado;	preservado;	semi-imputável
(b)	preservado;	adequado;	plenamente	imputável
(c)	preservado;	limitado;	semi-imputável
(d)	preservado;	limitado;	inimputável
(e)	limitado;	limitado;	inimputável
C:	correta.	Pelo	texto	descrito	pela	banca	examinadora,	percebe-se	o
posicionamento	doutrinário	majoritário	em	Medicina	Legal,	no
enquadramento	dos	transtornos	de	personalidade	(antigas	psicopatias)
como	pertencentes	às	perturbações	da	saúde	mental	descritas	no	parágrafo
único	do	art.	26	do	CPB,	como	configuradoras	potenciais	de	semi-
imputabilidade.	O	portador	de	transtorno	da	personalidade	dissocial	é
irritável,	agressivo	e	explosivo,	de	alta	periculosidade,	sem	afeto	e	empatia.
Tem	ciência	do	caráter	ilícito	de	seus	atos,	mas,	como	descrito	na	questão,
pouca	capacidade	de	autodeterminação	de	acordo	com	esse	entendimento,
não	conseguindo	controlar	seus	instintos	e	impulsos	exacerbados.	Logo,
embora	seu	entendimento	esteja	preservado,	seu	controle	dos	impulsos	e
autodeterminação	mostram-se	limitados,	razão	pela	qual	será	tido	por	semi-
imputável.	A,	B,	D	e	E:	incorretas.
Gabarito	“C”
(PERITO	CRIMINAL	FEDERAL	MÉDICO	–	PF	–	2019	–	CESPE)	Julgue
o	item	subsequente,	relativo	à	psicopatologia	forense.
(1)	A	esquizofrenia	é	uma	das	psicoses	encontradas	com	mais	frequência	nos
réus	que	se	submetem	a	exame	de	imputabilidade	penal,	sendo	esses
periciandos,	geralmente,	considerados	inimputáveis.
1:	correta.	Os	transtornos	psicóticos	compreendem	formas	agudas	e
crônicas,	sendo	a	esquizofrenia	uma	das	mais	comuns	e	relevantes	dentre	as
últimas.	Há	várias	formas	de	esquizofrenia	e,	quando	sintomáticas	e	em
atividade	no	momento	do	ato	delituoso,	podem	privar	o	agente	de	sua
capacidade	de	entendimento,	tornando-o	inimputável;	sobretudo	a	forma
paranoide	da	doença.
Gabarito	1C
(PERITO	CRIMINAL	FEDERAL	MÉDICO	–	PF	–	2019	–	CESPE)	Julgue
o	item	subsequente,	relativo	à	psicopatologia	forense.
(1)	No	Código	Penal	brasileiro,	a	expressão	desenvolvimento	mental
retardado	se	refere	à	psicose,	à	epilepsia	e	à	demência.
1:	errada.	De	acordo	com	Hygino	de	Carvalho	Hércules,	as	citadas
condições	patológicas	(psicoses,	demências	e	epilepsias)	estão
compreendidas	na	expressão	“doença	mental”	do	art.	26,	caput,	do	Código
Penal,	como	potenciais	configuradoras	de	inimputabilidade	penal.	Já	a
expressão	“desenvolvimento	mental	retardado”	configura	o	retardo	mental,
que	já	foi	denominado	de	oligofrenia.	(HÉRCULES,	Hygino	de	Carvalho.
Medicina	Legal,	2ª	ed.	São	Paulo:	Atheneu,	2014.	p.	719).
Garito	1E
(DELEGADO	DE	POLÍCIA	CIVIL/GO	–	2018	–	UEG)	O	Manual
Diagnóstico	e	Estatístico	de	Doenças	Mentais	da	Associação	Americana	de
Psiquiatria	(DSM-V)	é	um	guia	de	critérios	adotado	pericialmente	para	a
verificação	das	doenças	e	dos	transtornos	mentais.	O	artigo	26	do	Código
Penal	Brasileiro	é	aquele	que	trata	das	questões	voltadas	para	a
imputabilidade	e	a	responsabilidade	penal	dos	agentes	agressores.	Levando-
se	em	conta	os	conhecimentos	da	Psiquiatria	Forense,	deve-se	entender	que:
(a)	o	Transtorno	de	Personalidade	Antissocial	é	o	correspondente	ao	que	se
denomina	de	serial	killer.
(b)	o	Transtorno	de	Personalidade	Histriônica	corresponde	ao	chamado
Transtorno	de	Dependência.
(c)	portadores	de	Transtorno	de	Personalidade	Borderline	apresentam
instabilidade	comportamental.
(d)	cometimento	de	atos	ilícitos	é	situação	comum	entre	os	portadores	de
Transtorno	Bipolar	do	Humor.
(e)	psicopatas	são	atualmente	denominados	de	sociopatas,	por	cometerem
homicídios	e	agressões	físicas.
A:	incorreta.	Transtorno	de	personalidade	antissocial	é	caracterizado	por
falta	de	limites	nas	relações	sociais,	delinquência,	mentiras,	trapaças,
agressividade,	crueldade	e	falta	de	afeto,	de	simpatia	e	de	remorso.	Os
portadores	não	têm	piedade	ou	vergonhae	cometem	crimes	desumanos	e
cruéis.	Muitos	assassinos	em	série	são	portadores	de	tal	transtorno,	mas	não
se	pode	dizer	que	o	transtorno	é	o	correspondente	do	que	se	entende	por
serial	killer,	já	que	estes	também	podem	ser	portadores	de	outras	doenças
mentais,	sendo	que	os	estudos	mostram	serial	killers	com	transtornos	de
personalidade	antissocial,	personalidade	esquizoide	e	transtornos	de
personalidade	sádica;	B:	incorreta.	Transtorno	de	personalidade	histriônica
e	transtorno	de	personalidade	dependente	são	coisas	distintas.	O	primeiro
caracteriza-se	por	emotividade	intensa	e	lábil,	carência	afetiva,	teatralidade,
egocentrismo,	sugestibilidade,	autocomplacência,	tendência	à	sedução,
exibicionismo	e	exaltação.	Já	o	portador	de	transtorno	dependente	é
inseguro,	subserviente,	tem	medo	da	solidão	e	do	abandono,	falta	de
iniciativa,	indecisão,	dificuldade	de	discordar	e	carência	afetiva;	C:	correta.
O	transtorno	de	personalidade	borderline	ou	limítrofe	tem	como
características	relacionamento	interpessoal	instável,	comportamento	e
autoestima	instáveis,	variação	do	humor,	impulsividade	e	crises	de	raiva.	O
traço	mais	forte	é	a	instabilidade	das	emoções.	Os	portadores	desse
transtorno	têm	dificuldade	de	aceitar	as	necessidades	das	outras	pessoas,
ficam	agressivos	quando	não	têm	apoio	dos	demais,	sentem-se	rejeitados	e
podem	apresentar	comportamento	autodestrutivo.	Têm	uma	labilidade
muito	rápida	do	humor,	podendo	passar	da	depressão	para	estados	de
exaltação	e	aparente	bem-estar;	D:	incorreta.	No	transtorno	bipolar	do
humor,	há	alternância	de	fases	de	mania,	hipomania	e	depressão,	não	sendo
comum	o	cometimento	de	crimes;	E:	incorreta.	Psicopatias	e	sociopatias	não
são	expressões	sinônimas.	O	antigo	termo	psicopatia	refere-se	aos	atuais
transtornos	da	personalidade,	que	são	um	grupo	heterogêneo	de	patologias,
que	compreendem	as	personalidades	paranoica,	esquizoide,	dissocial,
histriônica,	ansiosa,	dependente,	dentre	outras.	O	que	já	foi	antigamente
chamado	de	sociopata	é	o	portador	de	transtorno	de	personalidade
antissocial,	caracterizado	por	falta	de	limites	nas	relações	sociais,
delinquências,	mentiras,	trapaças,	agressividade,	crueldade	e	falta	de	afeto	e
remorso.
Gabarito	“C”
(MÉDICO	LEGISTA/SP	–	2014	–	VUNESP)	Indivíduo	portador	de
esquizofrenia,	forma	paranoide,	comete	crime	brutal	contra	sua	própria
mãe,	em	fase	sintomática	da	doença.	Neste	caso,	normalmente,	o	réu:
(a)	cumpre	pena	normalmente,	pela	brutalidade	do	crime.
(b)	é	inimputável,	devendo	ficar	em	segurança	pela	periculosidade.
(c)	tem	sua	pena	atenuada	pela	doença.
(d)	tem	sua	pena	agravada,	pela	brutalidade	do	crime.
(e)	é	inimputável,	porém	sem	necessidade	de	internação.
A,	C,	D	e	E:	incorretas.	B:	correta.	A	esquizofrenia	é	um	transtorno
psicótico	com	manifestações	variadas,	caracterizado	especialmente	por
perda	da	afetividade,	perda	da	iniciativa	e	associação	extravagante	de
ideias.	Existem	várias	formas	de	esquizofrenia,	como	a	simples,	a
hebefrênica,	a	catatônica,	a	paranoide,	dentre	outras.	Sob	o	ponto	de	vista
do	cometimento	de	delitos	(e	não	do	tratamento	em	si),	a	forma	paranoide	é
considerada	a	mais	grave,	pela	ocorrência	de	ideias	delirantes,
alucinatórias,	distúrbios	de	afetividade	e	ideias	de	perseguição.	Genival
Veloso	de	França	menciona	exatamente	o	que	diz	a	alternativa	B,	afirmando
que	“quando	autores	de	crime	na	fase	sintomática	dessa	forma	de
transtorno	mental,	são	inimputáveis,	sujeitos	a	medidas	de	segurança	pela
sua	alta	periculosidade”	(FRANÇA,	Genival	Veloso	de.	Medicina	Legal.	11ª
ed.	Rio	de	Janeiro:	Guanabara	Koogan,	2017,	p.	535).	As	medidas	de
segurança	são	sanções	penais	aplicadas	aos	inimputáveis	(também	podem
ser	impostas	a	semi-imputáveis,	nos	termos	do	art.	98	do	Código	Penal	–
CP)	e,	de	acordo	com	o	art.	96	do	CP,	há	duas	espécies:	(i)	internação	em
hospital	de	custódia	e	tratamento	psiquiátrico	ou,	à	falta,	em	outro
estabelecimento	adequado;	ou	(ii)	sujeição	a	tratamento	ambulatorial.
Ainda,	o	art.	97	do	CP	dispõe	que	“se	o	agente	for	inimputável,	o	juiz
determinará	sua	internação.	Se,	todavia,	o	fato	previsto	como	crime	for
punível	com	detenção,	poderá	o	juiz	submetê-lo	a	tratamento
ambulatorial”.	Na	hipótese,	a	questão	menciona	“crime	brutal”	e,	sendo	a
internação	a	regra	para	condutas	mais	graves	(puníveis	com	reclusão),
deverá	ser	determinada,	razão	pela	qual	a	alternativa	E	encontra-se
incorreta.
Gabarito	“B”
(MÉDICO	LEGISTA	MARANHÃO	–	2018	–	CESPE)	Uma	pessoa
excessivamente	emotiva,	com	pronunciados	traços	de	vaidade,	egocentrismo
e	dramaticidade,	pode	apresentar	transtorno:
(a)	explosivo	da	personalidade.
(b)	esquizoide	da	personalidade.
(c)	paranoide	da	personalidade.
(d)	ansioso	da	personalidade.
(e)	histriônico	da	personalidade.
A:	incorreta.	O	transtorno	explosivo	intermitente	tem	como	características
ataques	de	raiva	descontrolados,	fúria	repentina,	agressividade	incontida	e
irritabilidade	excessiva	seguida	de	tensões	motoras	violentas.	Há	tendência
para	agir	impulsivamente	e	desprezando	as	eventuais	consequências	do	ato
impulsivo,	associada	a	instabilidade	afetiva;	B:	incorreta.	São
características	do	transtorno	de	personalidade	esquizoide	a	presença	de
poucas	amizades,	indiferença	pelas	relações	sociais,	individualismo,	baixa
emotividade	e	anedonia;	C:	incorreta.	No	transtorno	de	personalidade
paranoide,	as	principais	características	são	desconfiança,	suspeitas
reiteradas	e	ciúmes,	rancores,	melindres	e	interpretação	maldosa	de	ações
amistosas;	D:	incorreta;	o	portador	de	transtorno	ansioso	da	personalidade
apresenta	timidez,	introversão,	insegurança,	baixa	autoestima,
hipersensibilidade	à	rejeição,	afastamento	social	mas	com	desejo	de
aceitação;	E:	correta.	O	transtorno	de	personalidade	histriônica	tem	como
características	emotividade	intensa	e	lábil,	carência	afetiva,	teatralidade,
egocentrismo,	sugestibilidade,	autocomplacência,	tendência	à	sedução,
exibicionismo	e	exaltação.
Gabarito	“E”
(DELEGADO	DE	POLÍCIA	CIVIL/MA	–	2012	–	FGV)	O	transtorno	que	se
manifesta	pela	compulsão	do	indivíduo	em	comprar	tudo	o	que	vê	e	que
pode	levar	à	dissipação	do	patrimônio	da	própria	pessoa,	denomina-se:
(a)	dipsomania.
(b)	riparofilia.
(c)	cibomania.
(d)	amusia.
(e)	oniomania.
A:	incorreta.	A	dipsomania	é	caracterizada	pela	vontade	irreprimível	e
impulsiva	de	ingerir	grandes	quantidades	de	bebidas	alcoólicas,	estando
compreendida	nos	distúrbios	psíquicos	do	alcoolismo	crônico;	B:	incorreta.
A	riparofilia	é	uma	parafilia	ou	transtorno	da	sexualidade	caracterizado
pela	preferência	sexual	por	indivíduos	sujos,	desasseados,	fétidos	e	com
baixas	condições	higiênicas;	C:	incorreta.	A	cibomania	é	um	transtorno	de
controle	dos	impulsos	caracterizado	por	participação	compulsiva	em	jogos
de	azar	e	apostas	de	maneira	descontrolada;	D:	incorreta.	A	amusia	é	um
distúrbio	auditivo	congênito	ou	adquirido	não	relacionado	a	qualquer
patologia	psiquiátrica,	caracterizado	por	uma	disfunção	que	compromete	o
processamento	musical,	podendo	também	englobar	a	memória	e	o
reconhecimento	musical;	E:	correta.	A	oniomania	é	um	transtorno	de
controle	dos	impulsos	mais	comum	em	mulheres,	que	se	caracteriza	por
uma	forma	compulsiva,	recorrente	e	persistente	de	fazer	compras
desnecessárias,	muitas	vezes	sem	consumir	ou	usar	o	que	foi	adquirido,
podendo	dilapidar	seu	patrimônio.
Gabarito	“E”
(DELEGADO	DE	POLÍCIA	CIVIL/MA	–	2012	–	FGV)	O	exame
psiquiátrico-forense	de	uma	jovem	diagnosticou	um	transtorno	mental	e
comportamental	devido	ao	uso	de	substância	psicoativa.	As	alternativas	a
seguir	atendem	ao	diagnóstico	firmado,	à	exceção	de	uma.	Assinale-a.
(a)	Síndrome	de	abstinência.
(b)	Psicossíndrome	orgânica.
(c)	Síndrome	amnésica.
(d)	Síndrome	de	Korsakow.
(e)	Intoxicação	patológica.
B:	incorreta.	A	psicossíndrome	orgânica	não	está	relacionada	ao	uso
abusivo	de	álcool,	drogas	ou	outras	substâncias	químicas	psicoativas.	Trata-
se	de	um	distúrbio	mental	agudo	ou	crônico	causado	por	dano	cerebral
orgânico,	mais	comum	em	idosos,	e	relacionado	a	diversas	causas,	tais	como
doenças	vasculares	e	degenerativascerebrais,	trauma	craniano,	encefalites,
distúrbios	metabólicos	e	tumores	cerebrais;	A,	C,	D	e	E:	todas	as
alternativas	apresentam	transtornos	comportamentais	ou	mentais	que
podem	estar	relacionados	ao	uso	abusivo	de	álcool,	drogas	ou	outras
substâncias	químicas	psicoativas.	Na	síndrome	de	abstinência,	ocorrem
sintomas	decorrentes	da	privação	abrupta	do	uso	da	substância	psicoativa.
A	síndrome	amnésica	é	uma	das	manifestações	clínicas	da	Síndrome	de
Wernicke-Korsakow,	doença	neurológica	associada	ao	alcoolismo	crônico,
que	cursa	com	paralisia	dos	músculos	da	face,	amnésia	anterógrada	(para
fatos	recentes)	e	amnésia	retrógrada	(para	fatos	passados,	anteriores	à
doença)	e	desorientação	no	tempo	e	no	espaço.	Na	intoxicação	patológica,
sobretudo	na	embriaguez	alcoólica	patológica,	atinge-se	um	estado	mental
mórbido	caracterizado	por	uma	psicose	alcoólica,	após	a	ingestão	de
pequenas	quantidades	de	bebida	alcoólica.
Gabarito	“B”
(DELEGADO	DE	POLÍCIA	CIVIL/MG	–	2011	–	FUMARC)	A	capacidade
de	diagnosticar	e	mensurar	a	dor,	alegada	em	um	exame	pericial,	constitui
um	desafio	da	medicina	legal,	por	se	tratar	de	um	dado	subjetivo.	O	sinal	de
dor,	avaliado	pela	contagem	prévia	do	pulso	radial,	compressão	do	ponto
doloroso	alegado	e	nova	contagem	do	pulso,	é	denominado	pelo	epônimo	de
sinal	de:
(a)	Muller.
(b)	Levi.
(c)	Imbert.
(d)	Mankof.
A:	incorreta.	O	sinal	de	Muller	consiste	em	marcar	a	zona	dolorosa	com	um
compasso,	delimitando-se	uma	zona	circular	tátil	que	engloba	o	local	onde
há	queixa	da	dor.	Sem	que	o	examinado	olhe,	comprime-se	o	local	que	não
seja	doloroso	dentro	do	mesmo	círculo	e,	rapidamente,	comprime-se	o	ponto
doloroso.	Se	o	paciente	estiver	simulando,	ele	não	vai	perceber	a	mudança;
B:	incorreta.	O	sinal	de	Levi	é	a	contração	das	pupilas	quando	se	comprime
o	ponto	doloroso;	C:	incorreta.	O	sinal	de	Imbert	é	para	avaliar	queixas	de
dor	nos	braços	ou	nas	pernas.	Com	o	paciente	em	repouso,	conta-se	o	pulso
radial.	Em	seguida,	solicita-se	que	ele	se	apoie	apenas	na	perna	dolorosa	ou
segure	um	objeto	pesado	apenas	com	o	braço	dolorido.	Conta-se	novamente
o	pulso	e,	se	os	batimentos	cardíacos	tiverem	aumentado,	a	existência	da	dor
é	real;	D:	correta.	A	perícia	de	dor	é	um	desafio	e	analisá-la	não	é	apenas
relevante	para	o	tratamento	do	paciente,	mas	também	para	se	avaliar	seu
comportamento	em	casos,	sobretudo,	de	alegação	de	dor	por	simulação	ou
metassimulação,	bem	como	sua	omissão	por	dissimulação.	O	sinal	de
Mankof	é	um	dos	mais	usados	e	consiste	em	contar	previamente	o	pulso
radial	do	paciente,	comprimir	o	ponto	doloroso	e	contar	novamente	o	pulso.
O	aumento	dos	batimentos	cardíacos	é	um	sinal	de	que	a	dor	é	real.
Gabarito	“D”
(MÉDICO	LEGISTA	MARANHÃO	–	2018	–	CESPE)	Nos	casos	de
autoferimentos,	a	avaliação	sobre	a	possibilidade	de	simulação	ou
metassimulação	deve	levar	em	conta	as	lesões	com	características	próprias	e
que	podem	ser:
(a)	irregulares	e	com	direção	única.
(b)	comuns	no	dorso	do	periciando.
(c)	comuns	em	regiões	plantares	e	palmares.
(d)	localizadas	em	áreas	menos	sensíveis.
(e)	profundas	e	simétricas.
D:	correta.	Em	casos	de	autoferimentos	e	automutilação,	é	importante
observar	a	característica	das	lesões,	para	que	se	possa	diagnosticar	um
quadro	de	simulação	ou	metassimulação.	Normalmente,	lesões	provocadas
em	si	pela	própria	pessoa	apresentam	características	que	fazem	o	perito
suspeitar	do	ato,	tais	como:	são	localizadas	em	áreas	que	suscitam	menos
dor	(áreas	menos	sensíveis),	são	superficiais,	múltiplas,	simétricas	e
regulares,	com	direção	única	em	áreas	alcançáveis	pelas	mãos	do	sujeito.
São	mais	frequentes,	portanto,	na	parte	anterior	do	corpo,	nos	braços	e	nas
coxas.	São	mais	raras	no	dorso	e	nas	regiões	palmares	e	plantares.	A,	B,	C	e
E:	incorretas.	As	autolesões	não	costumam	ser	irregulares	e	profundas	e
nem	localizadas	no	dorso	e	nas	regiões	palmo-palnares.
Gabarito	“D”
Comentários	adicionais:	simulação	é	a	apresentação	de	sinais	e	sintomas
falsos;	metassimulação	é	o	exagero	de	sinais	e	sintomas	realmente
existentes;	dissimulação	ou	simulação	negativa	é	o	ato	de	se	apresentar
como	normal,	escondendo	sintomas	existentes,	ou	seja,	simular	que	não	tem
sintomas.	Trata-se	de	quadros	conscientes,	em	que	o	examinado	sabe	da
motivação	que	o	faz	agir	de	maneira	enganosa,	muitas	vezes	com	o	objetivo
de	favorecer	interesses	pessoais,	como	obter	aposentadorias,	seguros,
licenças	médicas,	inimputabilidade,	dentre	outros.	Deve-se	saber	que
existem	transtornos	mentais	que	podem	ser	confundidos	com	a	simulação,
como	o	transtorno	fáctico	e	os	transtornos	dissociativo	e	conversivo.	Nesses
dois	últimos,	o	paciente	não	tem	consciência	dos	sintomas,	interesse	ou
percepção	de	suas	motivações.	No	transtorno	fáctico,	existe	a	apresentação
intencional	de	sintomas	falsos,	mas	com	um	desejo	inconsciente	de	assumir
uma	doença,	como	ocorre,	por	exemplo,	na	síndrome	de	Munchausen,
transtorno	mental	em	que	o	paciente	provoca	ou	simula	sintomas	de
doenças,	objetivando	conseguir	atenção	e	cuidados	médicos.

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