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CURSO DE
DIREITO EMPRESARIAL
@prof.andresantacruz
Aula 4 – Evolução histórica: a teoria da empresa e o Direito Empresarial
A reformulação do Direito Comercial
Com o passar dos anos, as atividades econômicas foram tornando-se cada vez mais complexas, e a teoria dos atos de comércio, consequentemente, mostrou-se incapaz de continuar norteando a disciplina jurídica do mercado. Isso porque a noção de Direito Comercial centrada no conceito de ato de comércio e na figura do comerciante estava ultrapassada diante da nova realidade econômica.
@prof.andresantacruz
Aula 4 – Evolução histórica: a teoria da empresa e o Direito Empresarial
A necessidade de um novo critério delimitador 
do Direito Comercial.
Foi necessário, então, que se criasse um novo critério para delimitar a abrangência do regime jurídico comercial. Dito de outra forma, foi preciso desenvolver uma nova teoria para nortear a disciplina jurídica das atividades econômicas, as quais, dada a sua complexidade, não eram devidamente abrangidas pela teoria dos atos de comércio, que se restringia, conforme visto, às atividades de mercancia (o comércio propriamente dito e outras atividades afins).
@prof.andresantacruz
Aula 4 – Evolução histórica: a teoria da empresa e o Direito Empresarial
O debate sobre a unificação do 
Direito Privado.
Ademais, a divisão do Direito Privado provocada pela codificação napoleônica, que contrapôs dois códigos de leis para a disciplina das atividades civis e comerciais, respectivamente, passou a ser criticada por parte da doutrina privatista, que pregava a necessidade de unificação.
@prof.andresantacruz
Aula 4 – Evolução histórica: a teoria da empresa e o Direito Empresarial
O debate sobre a unificação do 
Direito Privado.
Foi nesse contexto, então, que o Direito Empresarial passou por uma reformulação, e o marco histórico identificador dessa mudança foi a edição do Código Civil italiano de 1942, que adotou uma nova teoria para a disciplina jurídica das atividades econômicas: a teoria da empresa. À luz dessa teoria, o Direito Empresarial desvia seu foco do binômio ato de comércio/comerciante para o binômio empresa/empresário.
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Aula 4 – Evolução histórica: a teoria da empresa e o Direito Empresarial
Do Direito Comercial ao Direito Empresarial.
Código Civil italiano de 1942
Tentativa de unificação do Direito Privado
Teoria da empresa (abrangência maior)
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Aula 4 – Evolução histórica: a teoria da empresa e o Direito Empresarial
Atos de comércio x Empresa.
Com efeito, com a adoção da teoria da empresa, o Direito Empresarial deixa de lado aquela ideia de um regime jurídico voltado exclusiva ou preponderantemente para a mercancia (comércio e outras atividades afins), que não abrangia uma série de atividades não compreendidas na noção de ato de comércio, e passa a disciplinar toda e qualquer atividade econômica, desde que organizada para a produção ou circulação de bens ou de serviços e exercida com profissionalismo.
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Aula 4 – Evolução histórica: a teoria da empresa e o Direito Empresarial
Maior abrangência do regime jurídico especial de disciplina das atividades econômicas.
O mais importante, portanto, com a edição do Código Civil italiano e a formulação da teoria da empresa é que o Direito Empresarial deixou de ser, como tradicionalmente o foi, o Direito do comerciante (período subjetivo das Corporações de Ofício) ou o Direito dos atos de comércio (período objetivo da codificação napoleônica), para tornar-se o Direito da empresa (qualquer atividade econômica organizada) e alcançar, assim, uma maior gama de relações jurídicas.
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Aula 4 – Evolução histórica: a teoria da empresa e o Direito Empresarial
O Direito Empresarial.
O Direito Empresarial entrou, enfim, na terceira fase de sua etapa evolutiva, superando o conceito de mercantilidade para definir as relações sob a sua disciplina e adotando, conforme visto, o critério da empresarialidade como forma de delimitar o âmbito de incidência das suas normas. Em síntese, o norte desse novo Direito Empresarial deixa de ser o ato de comércio (que era o norte do antigo Direito Comercial) e passa a ser a empresa.
@prof.andresantacruz
Aula 4 – Evolução histórica: a teoria da empresa e o Direito Empresarial
“A tônica da comercialidade se desloca do ‘ato’, considerado isoladamente de maneira estática, para a atividade, ou seja, para a sequência de atos preordenados pelo agente para a consecução de uma finalidade. (...) Em se tratando de atividade econômica, a finalidade visada é a satisfação das necessidades do mercado geral de bens e serviços, e se exerce no quadro da organização específica: a empresa. (...) O conteúdo próprio do Direito Mercantil não é definido, portanto, pelos atos de comércio isolados, mas pela atividade econômica organizada sob a forma de empresa e exercida pelo empresário”.
(BARRETO FILHO, Oscar. A dignidade do direito mercantil. Revista de Direito Mercantil, Econômico, Industrial e Financeiro, n.º 11, 1973, p. 16-17).
@prof.andresantacruz
Aula 4 – Evolução histórica: a teoria da empresa e o Direito Empresarial
A problemática definição de empresa no Direito.
A definição do conceito jurídico de empresa é até hoje um problema para os doutrinadores do direito empresarial. Isso se dá porque empresa, como bem lembrou Asquini, é um fenômeno econômico que compreende a organização dos chamados fatores de produção: natureza, capital, trabalho e tecnologia. Transposto o fenômeno econômico para o universo jurídico, a empresa acaba não adquirindo um sentido unitário, mas diversas acepções distintas. Daí porque o referido jurista italiano observou a empresa como um fenômeno econômico poliédrico, com quatro perfis distintos quando transposto para o Direito: a) o perfil subjetivo, pelo qual a empresa seria uma pessoa (física ou jurídica, é preciso ressaltar), ou seja, o empresário; b) o perfil funcional, pelo qual a empresa seria uma “particular força em movimento que é a atividade empresarial dirigida a um determinado escopo produtivo”, ou seja, uma atividade econômica organizada; c) o perfil objetivo (ou patrimonial), pelo qual a empresa seria um conjunto de bens afetados ao exercício da atividade econômica desempenhada, ou seja, o estabelecimento empresarial; e d) o perfil corporativo, pelo qual a empresa seria uma comunidade laboral, uma instituição que reúne o empresário e seus auxiliares ou colaboradores, ou seja, “um núcleo social organizado em função de um fim econômico comum”.
(ASQUINI, Alberto. “Perfis da empresa”. Tradução de Fábio Konder Comparato. In: Revista de Direito Mercantil, Industrial, Econômico e Financeiro, nº 104, outubro-dezembro de 1996, pp. 109-126).
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Aula 4 – Evolução histórica: a teoria da empresa e o Direito Empresarial
A teoria da empresa no Brasil antes do CC/2002.
Doutrina
Jurisprudência
Legislação
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Aula 4 – Evolução histórica: a teoria da empresa e o Direito Empresarial
A teoria da empresa no Brasil após o CC/2002.
Derrogação do CCom/1850
Tentativa de unificação do Direito Privado
Empresário Comerciante
Art. 966 do CC
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