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CURSO DE
DIREITO EMPRESARIAL
@prof.andresantacruz
Aula 46 – Sociedade anônima: direitos essenciais dos acionistas
Diferentes ações = Diferentes direitos.
As ações da sociedade anônima podem ser de diferentes espécies, e conforme a espécie elas podem conferir direitos distintos aos seus titulares, bem como trazer algumas restrições ao exercício de determinados direitos.
Cada ação confere, pois, alguns direitos aos seus titulares. Como há diferentes espécies de ações, pode-se concluir, então, que certos acionistas possuem alguns direitos que não são conferidos a outros acionistas, e vice-versa.
No entanto, existem certos direitos essenciais que são conferidos a todos os acionistas, independentemente da espécie de ação que ele titulariza. Trata-se de direitos que nem a assembleia geral, nem o estatuto da companhia podem retirar dos sócios.
@prof.andresantacruz
Aula 46 – Sociedade anônima: direitos essenciais dos acionistas
Diferentes ações = Diferentes direitos.
Art. 109. Nem o estatuto social nem a assembléia-geral poderão privar o acionista dos direitos de:
I - participar dos lucros sociais;
II - participar do acervo da companhia, em caso de liquidação;
III - fiscalizar, na forma prevista nesta Lei, a gestão dos negócios sociais;
IV - preferência para a subscrição de ações, partes beneficiárias conversíveis em ações, debêntures conversíveis em ações e bônus de subscrição, observado o disposto nos artigos 171 e 172;
V - retirar-se da sociedade nos casos previstos nesta Lei.
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Aula 46 – Sociedade anônima: direitos essenciais dos acionistas
Direito de participação nos lucros.
Primeiro, é preciso verificar se a companhia produziu resultados distribuíveis no respectivo exercício social (arts. 191).
* Lucro líquido = RE (receita bruta - custos etc.) - prejuízos acumulados (se houver) - tributos (IRPJ e CSLL) - participações (empregados, administradores e debenturistas).
Segundo, é preciso verificar o que a AGO vai deliberar sobre a destinação do lucro líquido do exercício (art. 192).
* Devem ser observadas as regras de dividendo obrigatório (art. 202), bem como as regras legais e estatutárias sobre reservas (arts. 193 e 194).
Por fim, os acionistas não possuem direitos equânimes de participação nos lucros. O exercício desse direito varia conforme a espécie, a classe e o número de ações.
* Ações preferenciais, por exemplo, podem assegurar aos seus titulares o direito ao recebimento de dividendos fixos ou mínimos (art. 17, I).
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Aula 46 – Sociedade anônima: direitos essenciais dos acionistas
Direito de participação no acervo da companhia.
O direito de participação no acervo da companhia se dá em caso de dissolução da sociedade (excepcionalmente, o acionista pode receber o que lhe cabe em caso de exercício do direito de recesso ou de amortização de ações).
Normalmente, esse direito será exercido na partilha, que se dá no fim do procedimento dissolutório, após a fase de liquidação (realização do ativo e pagamento do passivo). Mas o art. 215 da LSA permite que se façam rateios antecipados, após o pagamento de todos os credores.
Em regra, os acionistas recebem o valor patrimonial das ações que titularizam, mas pode haver preferencialistas com “prioridade no reembolso de capital, com prêmio ou sem ele” (art. 17, II), bem como deliberação da AG por “condições especiais para partilha”, desde que atendidas três condições: aprovação de 90% das ações, pagamento/garantia dos credores e não prejuízo aos minoritários (art. 215, §§ 1º e 2º).
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Aula 46 – Sociedade anônima: direitos essenciais dos acionistas
Direito de fiscalização.
Art. 161. A companhia terá um conselho fiscal e o estatuto disporá sobre seu funcionamento, de modo permanente ou nos exercícios sociais em que for instalado a pedido de acionistas.
§ 2º O conselho fiscal, quando o funcionamento não for permanente, será instalado pela assembléia-geral a pedido de acionistas que representem, no mínimo, 0,1 (um décimo) das ações com direito a voto, ou 5% (cinco por cento) das ações sem direito a voto, e cada período de seu funcionamento terminará na primeira assembléia-geral ordinária após a sua instalação.
§ 3º O pedido de funcionamento do conselho fiscal, ainda que a matéria não conste do anúncio de convocação, poderá ser formulado em qualquer assembléia-geral, que elegerá os seus membros.
Art. 105. A exibição por inteiro dos livros da companhia pode ser ordenada judicialmente sempre que, a requerimento de acionistas que representem, pelo menos, 5% (cinco por cento) do capital social, sejam apontados atos violadores da lei ou do estatuto, ou haja fundada suspeita de graves irregularidades praticadas por qualquer dos órgãos da companhia.
Art. 132. Anualmente, nos quatro primeiros meses seguintes ao término do exercício social, deverá haver uma assembléia-geral para:
I - tomar as contas dos administradores, examinar, discutir e votar as demonstrações financeiras;
Art. 133. Os administradores devem comunicar, até 1 (um) mês antes da data marcada para a realização da assembléia-geral ordinária, por anúncios publicados na forma prevista no artigo 124, que se acham à disposição dos acionistas:
I - o relatório da administração sobre os negócios sociais e os principais fatos administrativos do exercício findo;
II - a cópia das demonstrações financeiras;
Art. 177, § 3o As demonstrações financeiras das companhias abertas observarão, ainda, as normas expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários e serão obrigatoriamente submetidas a auditoria por auditores independentes nela registrados.
Art. 3o  da Lei 11.638/2007. Aplicam-se às sociedades de grande porte, ainda que não constituídas sob a forma de sociedades por ações, as disposições da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, sobre escrituração e elaboração de demonstrações financeiras e a obrigatoriedade de auditoria independente por auditor registrado na Comissão de Valores Mobiliários.
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Aula 46 – Sociedade anônima: direitos essenciais dos acionistas
Direito de preferência.
Trata-se de direito fundamental para proteção dos acionistas minoritários, na medida em que funciona como mecanismo que permite evitar a diluição da participação acionária em casos de aumento de capital social.
Art. 171. Na proporção do número de ações que possuírem, os acionistas terão preferência para a subscrição do aumento de capital.
§ 3º Os acionistas terão direito de preferência para subscrição das emissões de debêntures conversíveis em ações, bônus de subscrição e partes beneficiárias conversíveis em ações emitidas para alienação onerosa; mas na conversão desses títulos em ações, ou na outorga e no exercício de opção de compra de ações, não haverá direito de preferência.
§ 4º O estatuto ou a assembléia-geral fixará prazo de decadência, não inferior a 30 (trinta) dias, para o exercício do direito de preferência.
§ 6º O acionista poderá ceder seu direito de preferência.
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Aula 46 – Sociedade anônima: direitos essenciais dos acionistas
Exclusão do direito de preferência.
Art. 172. O estatuto da companhia aberta que contiver autorização para o aumento do capital pode prever a emissão, sem direito de preferência para os antigos acionistas, ou com redução do prazo de que trata o § 4o do art. 171, de ações e debêntures conversíveis em ações, ou bônus de subscrição, cuja colocação seja feita mediante:
I - venda em bolsa de valores ou subscrição pública; ou
II - permuta por ações, em oferta pública de aquisição de controle, nos termos dos arts. 257 e 263.
Parágrafo único. O estatuto da companhia, ainda que fechada, pode excluir o direito de preferência para subscrição de ações nos termos de lei especial sobre incentivos fiscais.
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Aula 46 – Sociedade anônima: direitos essenciais dos acionistas
Direito de retirada.
Art. 137. A aprovação das matérias previstas nos incisos I a VI e IX do art. 136 dá ao acionista dissidente o direito de retirar-se da companhia, mediante reembolso do valor das suas ações (art.45), observadas as seguintes normas: 
I - nos casos dos incisos I e II do art. 136, somente terá direito de retirada o titular de ações de espécie ou classe prejudicadas;
II - nos casos dos incisos IV e V do art. 136, não terá direito de retirada o titular de ação de espécie ou classe que tenha liquidez e dispersão no mercado, considerando-se haver:
a) liquidez, quando a espécie ou classe de ação, ou certificado que a represente, integre índice geral representativo de carteira de valores mobiliários admitido à negociação no mercado de valores mobiliários, no Brasil ou no exterior, definido pela Comissão de Valores Mobiliários; e
b) dispersão, quando o acionista controlador, a sociedade controladora ou outras sociedades sob seu controle detiverem menos da metade da espécie ou classe de ação;
III - no caso do inciso IX do art. 136, somente haverá direito de retirada se a cisão implicar:
a) mudança do objeto social, salvo quando o patrimônio cindido for vertido para sociedade cuja atividade preponderante coincida com a decorrente do objeto social da sociedade cindida;
b) redução do dividendo obrigatório; ou
c) participação em grupo de sociedades;
IV - o reembolso da ação deve ser reclamado à companhia no prazo de 30 (trinta) dias contado da publicação da ata da assembléia-geral;
V - o prazo para o dissidente de deliberação de assembléia especial (art. 136, § 1o) será contado da publicação da respectiva ata;
VI - o pagamento do reembolso somente poderá ser exigido após a observância do disposto no § 3o e, se for o caso, da ratificação da deliberação pela assembléia-geral.
§ 1º O acionista dissidente de deliberação da assembléia, inclusive o titular de ações preferenciais sem direito de voto, poderá exercer o direito de reembolso das ações de que, comprovadamente, era titular na data da primeira publicação do edital de convocação da assembléia, ou na data da comunicação do fato relevante objeto da deliberação, se anterior.  
§ 2o O direito de reembolso poderá ser exercido no prazo previsto nos incisos IV ou V do caput deste artigo, conforme o caso, ainda que o titular das ações tenha se abstido de votar contra a deliberação ou não tenha comparecido à assembléia. 
§ 3o Nos 10 (dez) dias subseqüentes ao término do prazo de que tratam os incisos IV e V do caput deste artigo, conforme o caso, contado da publicação da ata da assembléia-geral ou da assembléia especial que ratificar a deliberação, é facultado aos órgãos da administração convocar a assembléia-geral para ratificar ou reconsiderar a deliberação, se entenderem que o pagamento do preço do reembolso das ações aos acionistas dissidentes que exerceram o direito de retirada porá em risco a estabilidade financeira da empresa.
§ 4º Decairá do direito de retirada o acionista que não o exercer no prazo fixado.
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