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Focus Concursos www.focusconcursos.com.br | 1 | LEI Nº 9.613, DE 3 DE MARÇO DE 1998 Lavagem de Dinheiro – Aula 03 Focus Concursos www.focusconcursos.com.br | 2 | 1 Apresentação Sejam bem-vindos a mais uma aula de Lavagem de Dinheiro! É com prazer que iniciamos mais um capítulo do material PDF FOCADO do Focus Concursos. Apresentaremos conteúdos com normativas atuais, com abordagem bem didática e assertiva para a sua compreensão. Ressaltamos que o PDF FOCADO conta com a produção intelectual das aulas do professor, além das complementações, atualizações e revisões elaboradas pela nossa equipe Pedagógica do Focus Concursos. A respeito das complementações, frisamos que, este material pode conter informações além das trabalhadas em videoaulas. Mas, claro, com tudo que é necessário para a sua aprovação, com a profundidade necessária – nem mais, nem menos. Focus Concursos www.focusconcursos.com.br | 3 | 2 Roteiro do PDF FOCADO Bom, feita esta análise geral, você já deve ter percebido que estamos no caminho certo. Preciso que você, futuro aprovado(a), juntamente com este professor que passa a ser o seu maior torcedor, organize seus estudos da seguinte forma: Estrutura do PDF FOCADO: Material Teórico Escrito (conteúdo para o aluno complementar além das videoaulas. Este material pode conter informações além das trabalhadas em videoaulas. Mas, claro, com tudo que é necessário para a sua aprovação, com a profundidade necessária – nem mais, nem menos.); Você pode usar as videoaulas para entender a matéria como um todo e usar os PDFs para complementar e aprofundar ainda mais sobre os temas! E como eu disse, sem enrolação, vamos direto ao conteúdo para o seu concurso. VAMOS NESSA! Focus Concursos www.focusconcursos.com.br | 4 | 3 Conteúdo Programático 1 Apresentação ....................................................................................................................... 2 2 Roteiro do PDF FOCADO ....................................................................................................... 3 4 LEI Nº 9.613, DE 3 DE MARÇO DE 1998. ................................................................................ 5 4.1 Alienação antecipada dos bens .................................................................................................... 5 4.2 Avaliação dos bens...................................................................................................................... 5 Leilão/pregão ............................................................................................................................................................. 5 Destinação temporária dos recursos .......................................................................................................................... 5 4.3 Liberação dos bens...................................................................................................................... 6 4.4 Destinação definitiva dos valores arrecadados ............................................................................. 6 Controle dos valores ................................................................................................................................................... 7 4.5 Na aplicação do art. 366 do CPP .................................................................................................. 7 4.6 Recursos ..................................................................................................................................... 7 4.7 Liberação total ou parcial dos bens .............................................................................................. 7 4.8 Espécies de ação penal ................................................................................................................ 8 4.9 Administração dos bens, direitos ou valores sujeitos a medidas assecuratórias ............................ 8 4.10 Dos Efeitos da Condenação ..................................................................................................... 8 4.11 Destinação dos bens, direitos e valores cuja perda houver sido declarada ................................ 9 4.12 Dos Bens, Direitos ou Valores Oriundos de Crimes Praticados no Estrangeiro ........................... 9 Havendo tratado ou convenção internacional ........................................................................................................... 9 Não havendo tratado ou convenção internacional .................................................................................................... 9 4.13 Das pessoas sujeitas ao mecanismo de controle .................................................................... 10 QUESTÕES ................................................................................................................................................................ 12 Gabarito .................................................................................................................................................................... 13 Focus Concursos www.focusconcursos.com.br | 5 | 4 LEI Nº 9.613, DE 3 DE MARÇO DE 1998. 4.1 Alienação antecipada dos bens Proceder-se-á à alienação antecipada para preservação do valor dos bens sempre que estiverem sujeitos a qualquer grau de deterioração ou depreciação, ou quando houver dificuldade para sua manutenção. A alienação antecipada para preservação de valor de bens sob constrição será decretada pelo juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público ou por solicitação da parte interessada, mediante petição autônoma, que será autuada em apartado e cujos autos terão tramitação em separado em relação ao processo principal. O requerimento de alienação deverá conter a relação de todos os demais bens, com a descrição e a especificação de cada um deles, e informações sobre quem os detém e local onde se encontram. 4.2 Avaliação dos bens O juiz determinará a avaliação dos bens, nos autos apartados, e intimará o Ministério Público. Leilão/pregão Feita a avaliação e dirimidas eventuais divergências sobre o respectivo laudo, o juiz, por sentença, homologará o valor atribuído aos bens e determinará sejam alienados em leilão ou pregão, preferencialmente eletrônico, por valor não inferior a 75% (setenta e cinco por cento) da avaliação. Destinação temporária dos recursos Realizado o leilão, a quantia apurada será depositada em conta judicial remunerada, adotando-se a seguinte disciplina: I - nos processos de competência da Justiça Federal e da Justiça do Distrito Federal: a) os depósitos serão efetuados na Caixa Econômica Federal ou em instituição financeira pública, mediante documento adequado para essa finalidade; Focus Concursos www.focusconcursos.com.br | 6 | b) os depósitos serão repassados pela Caixa Econômica Federal ou por outra instituição financeira pública para a Conta Única do Tesouro Nacional, independentemente de qualquer formalidade, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas; e c) os valores devolvidos pela Caixa Econômica Federal ou por instituição financeira pública serão debitados à Conta Única do Tesouro Nacional, em subconta de restituição; II - nos processos de competência da Justiça dos Estados: a) os depósitos serão efetuados em instituição financeira designada em lei, preferencialmente pública, de cada Estado ou, na sua ausência, em instituição financeira pública da União; b) os depósitos serão repassados para a conta única de cada Estado, na forma da respectiva legislação. 4.3 Liberação dos bens O juiz determinará a liberação total ou parcial dos bens,direitos e valores quando comprovada a licitude de sua origem, mantendo-se a constrição dos bens, direitos e valores necessários e suficientes à reparação dos danos e ao pagamento de prestações pecuniárias, multas e custas decorrentes da infração penal. Nenhum pedido de liberação será conhecido sem o comparecimento pessoal do acusado ou de interposta pessoa, podendo o juiz determinar a prática de atos necessários à conservação de bens, direitos ou valores. 4.4 Destinação definitiva dos valores arrecadados Mediante ordem da autoridade judicial, o valor do depósito, após o trânsito em julgado da sentença proferida na ação penal, será: I - em caso de sentença condenatória, nos processos de competência da Justiça Federal e da Justiça do Distrito Federal, incorporado definitivamente ao patrimônio da União, e, nos processos de competência da Justiça Estadual, incorporado ao patrimônio do Estado respectivo; II - em caso de sentença absolutória extintiva de punibilidade, colocado à disposição do réu pela instituição financeira, acrescido da remuneração da conta judicial. Focus Concursos www.focusconcursos.com.br | 7 | Controle dos valores A instituição financeira depositária manterá controle dos valores depositados ou devolvidos. 4.5 Na aplicação do art. 366 do CPP Art. 366. Se o acusado, citado por edital, não comparecer, nem constituir advogado, ficarão suspensos o processo e o curso do prazo prescricional, podendo o juiz determinar a produção antecipada das provas consideradas urgentes e, se for o caso, decretar prisão preventiva, nos termos do disposto no art. 312. (Redação dada pela Lei nº 9.271, de 17.4.1996) (Vide Lei nº 11.719, de 2008) Se o sujeito ativo do crime de lavagem, após a citação por edital, não se apresentar em juízo, será decretada sua revelia, não se aplicando o art. 366 do CPP, ou seja, será nomeado defensor dativo e o processo continuará sem qualquer suspensão do processo ou da prescrição. Este dispositivo é severamente combatido pelos garantistas visto que afronta ao direito do contraditório e ampla defesa, pois o processo terá seu prosseguimento mesmo sem a presença do réu. Trata-se de uma exceção ao CPP, pois em regra, o processo e o prazo prescricional seriam suspensos. Contudo, segundo boa parte da doutrina, capitaneada por Badaró e Brasileiro, o dispositivo é flagrantemente inconstitucional, por violação clara ao Princípio da Ampla Defesa. 4.6 Recursos Terão apenas efeito devolutivo os recursos interpostos contra as decisões proferidas (art. 4º-A) no curso do procedimento previsto. Os recursos decorrentes da alienação antecipada de bens, direitos e valores oriundos do crime de tráfico ilícito de drogas e que tenham sido objeto de dissimulação e ocultação nos termos desta Lei permanecem submetidos à disciplina definida em lei específica. 4.7 Liberação total ou parcial dos bens O juiz determinará a liberação total ou parcial dos bens, direitos e valores quando Focus Concursos www.focusconcursos.com.br | 8 | comprovada a licitude de sua origem, mantendo-se a constrição dos bens, direitos e valores necessários e suficientes à reparação dos danos e ao pagamento de prestações pecuniárias, multas e custas decorrentes da infração penal. Nenhum pedido de liberação será conhecido sem o comparecimento pessoal do acusado ou de interposta pessoa a que se refere o caput deste artigo, podendo o juiz determinar a prática de atos necessários à conservação de bens, direitos ou valores. 4.8 Espécies de ação penal Os crimes de lavagem de capital são ação pública incondicionada. 4.9 Administração dos bens, direitos ou valores sujeitos a medidas assecuratórias Quando as circunstâncias o aconselharem, o juiz, ouvido o Ministério Público, nomeará pessoa física ou jurídica qualificada para a administração dos bens, direitos ou valores sujeitos a medidas assecuratórias, mediante termo de compromisso. A pessoa responsável pela administração dos bens: I - fará jus a uma remuneração, fixada pelo juiz, que será satisfeita com o produto dos bens objeto da administração; II - Prestará, por determinação judicial, informações periódicas da situação dos bens sob sua administração, bem como explicações e detalhamentos sobre investimentos e reinvestimentos realizados. Os atos relativos à administração dos bens sujeitos a medidas assecuratórias serão levados ao conhecimento do Ministério Público, que requererá o que entender cabível. 4.10 Dos Efeitos da Condenação O art. 7º da lei traz outros efeitos da condenação, além dos previstos no Código Penal. São eles: I - a perda, em favor da União - e dos Estados, nos casos de competência da Justiça Estadual -, de todos os bens, direitos e valores relacionados, direta ou indiretamente, Focus Concursos www.focusconcursos.com.br | 9 | à prática dos crimes previstos nesta Lei, inclusive aqueles utilizados para prestar a fiança, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa-fé; II - a interdição do exercício de cargo ou função pública de qualquer natureza e de diretor, de membro de conselho de administração ou de gerência das pessoas jurídicas referidas no art. 9º, pelo dobro do tempo da pena privativa de liberdade aplicada. 4.11 Destinação dos bens, direitos e valores cuja perda houver sido declarada A União e os Estados, no âmbito de suas competências, regulamentarão a forma de destinação dos bens, direitos e valores cuja perda houver sido declarada, assegurada, quanto aos processos de competência da Justiça Federal, a sua utilização pelos órgãos federais encarregados da prevenção, do combate, da ação penal e do julgamento dos crimes previstos nesta Lei, e, quanto aos processos de competência da Justiça Estadual, a preferência dos órgãos locais com idêntica função. Os instrumentos do crime sem valor econômico cuja perda em favor da União ou do Estado for decretada serão inutilizados ou doados a museu criminal ou a entidade pública, se houver interesse na sua conservação. 4.12 Dos Bens, Direitos ou Valores Oriundos de Crimes Praticados no Estrangeiro Havendo tratado ou convenção internacional O juiz determinará, na hipótese de existência de tratado ou convenção internacional e por solicitação de autoridade estrangeira competente, medidas assecuratórias sobre bens, direitos ou valores oriundos de crimes descritos no art. 1º da lei praticados no estrangeiro. Não havendo tratado ou convenção internacional Procede-se da mesma forma, independentemente de tratado ou convenção internacional, quando o governo do país da autoridade solicitante prometer Focus Concursos www.focusconcursos.com.br | 10 | reciprocidade ao Brasil. Na falta de tratado ou convenção, os bens, direitos ou valores privados sujeitos a medidas assecuratórias por solicitação de autoridade estrangeira competente ou os recursos provenientes da sua alienação serão repartidos entre o Estado requerente e o Brasil, na proporção de metade, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa-fé. 4.13 Das pessoas sujeitas ao mecanismo de controle Sujeitam-se às obrigações referidas nos arts. 10 e 11 da lei (Identificação dos Clientes, Manutenção de Registros e outros) as pessoas físicas e jurídicas que tenham, em caráter permanente ou eventual, como atividade principal ou acessória, cumulativamente ou não: I - a captação, intermediação e aplicação de recursos financeiros de terceiros, em moeda nacional ou estrangeira; II – a compra e venda de moeda estrangeira ou ouro como ativo financeiro ou instrumento cambial; III - a custódia, emissão, distribuição, liquidação, negociação, intermediação ou administração de títulos ou valores mobiliários. Além das entidades que desenvolvem as atividades acima citadas, sujeitam-se às mesmas obrigações: I– as bolsas de valores, as bolsas de mercadorias ou futuros e os sistemas de negociação do mercado de balcão organizado; II - as seguradoras, as corretoras de seguros e as entidades de previdência complementar ou de capitalização; III - as administradoras de cartões de credenciamento ou cartões de crédito, bem como as administradoras de consórcios para aquisição de bens ou serviços; IV - as administradoras ou empresas que se utilizem de cartão ou qualquer outro meio eletrônico, magnético ou equivalente, que permita a transferência de fundos; V - as empresas de arrendamento mercantil (leasing) e as de fomento comercial (factoring); VI - as sociedades que efetuem distribuição de dinheiro ou quaisquer bens móveis, Focus Concursos www.focusconcursos.com.br | 11 | imóveis, mercadorias, serviços, ou, ainda, concedam descontos na sua aquisição, mediante sorteio ou método assemelhado; VII - as filiais ou representações de entes estrangeiros que exerçam no Brasil qualquer das atividades listadas neste artigo, ainda que de forma eventual; VIII - as demais entidades cujo funcionamento dependa de autorização de órgão regulador dos mercados financeiro, de câmbio, de capitais e de seguros; IX - as pessoas físicas ou jurídicas, nacionais ou estrangeiras, que operem no Brasil como agentes, dirigentes, procuradoras, comissionarias ou por qualquer forma representem interesses de ente estrangeiro que exerça qualquer das atividades referidas neste artigo; X - as pessoas físicas ou jurídicas que exerçam atividades de promoção imobiliária ou compra e venda de imóveis; XI - as pessoas físicas ou jurídicas que comercializem joias, pedras e metais preciosos, objetos de arte e antiguidades. XII - as pessoas físicas ou jurídicas que comercializem bens de luxo ou de alto valor, intermedeiem a sua comercialização ou exerçam atividades que envolvam grande volume de recursos em espécie; XIII - as juntas comerciais e os registros públicos; XIV - as pessoas físicas ou jurídicas que prestem, mesmo que eventualmente, serviços de assessoria, consultoria, contadoria, auditoria, aconselhamento ou assistência, de qualquer natureza, em operações: a) de compra e venda de imóveis, estabelecimentos comerciais ou industriais ou participações societárias de qualquer natureza; b) de gestão de fundos, valores mobiliários ou outros ativos; c) de abertura ou gestão de contas bancárias, de poupança, investimento ou de valores mobiliários; d) de criação, exploração ou gestão de sociedades de qualquer natureza, fundações, fundos fiduciários ou estruturas análogas; e) financeiras, societárias ou imobiliárias; e f) de alienação ou aquisição de direitos sobre contratos relacionados a atividades desportivas ou artísticas profissionais; Focus Concursos www.focusconcursos.com.br | 12 | XV - pessoas físicas ou jurídicas que atuem na promoção, intermediação, comercialização, agenciamento ou negociação de direitos de transferência de atletas, artistas ou feiras, exposições ou eventos similares; XVI - as empresas de transporte e guarda de valores; XVII - as pessoas físicas ou jurídicas que comercializem bens de alto valor de origem rural ou animal ou intermedeiem a sua comercialização; e XVIII - as dependências no exterior das entidades mencionadas neste artigo, por meio de sua matriz no Brasil, relativamente a residentes no País. QUESTÕES 01 A lavagem de dinheiro é uma das ações realizadas para tentar tornar lícito um dinheiro proveniente de atividades ilícitas. Para ajudar na prevenção e combate a esse tipo de crime, a Lei nº 9.613/1998, dentre outras ações, determina que as instituições financeiras devem A identificar seus clientes e manter o cadastro atualizado. B identificar as cédulas de dinheiro, mantendo seu registro atualizado. C instalar portas eletrônicas com detector de metais. D instalar câmeras nos caixas eletrônicos. E proibir o uso de telefone celular nas agências bancárias. 02 A Lei nº 9.613, de 1998, que dispõe sobre os crimes de lavagem de dinheiro e ocultação de bens, determina que as instituições financeiras adotem alguns mecanismos de prevenção. Dentre esses mecanismos, as instituições financeiras deverão A instalar equipamentos de detecção de metais na entrada dos estabelecimentos onde acontecem as transações financeiras. B identificar seus clientes e manter seus cadastros atualizados nos termos de instruções emanadas pelas autoridades competentes. C verificar se os seus clientes são pessoas politicamente expostas, impedindo qualquer Focus Concursos www.focusconcursos.com.br | 13 | tipo de transação financeira, caso haja a positivação dessa consulta. D comunicar previamente aos clientes suspeitos de lavagem de dinheiro as possíveis sanções que estes sofrerão, caso continuem com a prática criminosa. E registrar as operações suspeitas em um sistema apropriado e enviar para a polícia civil a lista dos possíveis criminosos, com a descrição das operações realizadas. Gabarito 01 02 A B Bons estudos! Lembre-se de que o futuro pertence aqueles que acreditam na beleza de seus sonhos. (Eleanor Roosevelt). Nós acreditamos e apostamos na realização dos seus objetivos. Focus Concursos www.focusconcursos.com.br | 14 |