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DIREITO ADMINISTRATIVO 
MATERIAL COMPLEMENTAR 2024 
 
MATHEUS CARVALHO 
 
Este material vai te auxiliar na compreensão dos princípios básicos da Nova Lei de Licitações e 
Contratos Administrativos. 
Nas aulas que você vai assistir do evento SEMANA DO CONSULTOR EM LICITAÇÕES – O PLANO 
estes termos serão utilizados constantemente, por isso leia este material com atenção! 
 
O conteúdo das aulas, os materiais que serão postados na comunidade, os exercícios e as 
ferramentas que disponibilizaremos durante o evento são a chave para você se tornar um 
consultor que fatura alto com licitações. 
 
Essa é a melhor oportunidade de abrir o leque dos seus negócios, construir o seu nome no 
mercado e aumentar o faturamento. 
 
Servidores públicos podem atuar com consultoria sem comprometer o trabalho no ente 
público, qualquer um que quiser atuar com licitações pode fechar contratos com as empresas 
licitantes (independente de ser advogado ou não). 
 
Minha aluna Manoelina, por exemplo, é contadora e fechou contratos de consultoria, o Samir 
é engenheiro da computação e fatura 150 mil reais por mês com apenas um contrato. 
 
Isso deixa claro que para se tornar um consultor em licitações você precisa de: 
1. Dominar a prática 
2. Atuar com segurança 
3. De um plano de ação 
 
 
 
No evento SEMANA DO CONSULTOR EM LICITAÇÕES eu vou te ensinar exatamente isso que 
eu citei. 
Como dominar a prática da Nova Lei, sendo capaz de resolver problemas do dia a dia com 
facilidade. A ter segurança para si e demonstrar segurança para o cliente e um plano de ação 
completo para fechar contratos e ganhar dinheiro. 
 
Agora vamos entrar no conteúdo: 
 
LICITAÇÃO 
 
Como conceito de licitação a definição do ilustre jurista Marçal Justen Filho, que assim 
afirma: “A licitação é um procedimento administrativo disciplinado por lei e por um ato 
administrativo prévio, que determina critérios objetivos de seleção de proposta da 
contratação mais vantajosa, com observância do princípio da Isonomia, conduzido por 
um órgão dotado de competência específica.” 
 
O art. 37, XXI, da CRFB determina que os contratos administrativos sejam precedidos de 
licitação pública, bem como o art. 175 da Carta Magna, ao tratar das outorgas de 
Concessões e Permissões, também faz referência à obrigatoriedade de licitar, imposta 
ao ente estatal. 
 
Quanto à competência para legislar, de acordo com o art. 22, da Constituição Federal, 
compete privativamente à União legislar sobre: (...) XXVII – normas gerais de licitação e 
contratação, em todas as modalidades, para as administrações públicas diretas, 
autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, obedecido 
o disposto no art. 37, XXI, e para as empresas públicas e sociedades de economia 
mista, nos termos do art. 173, § 1°, III. 
 
ATENÇÃO! Os entes federativos poderão expedir normas específicas para 
regulamentação de seus procedimentos licitatórios, desde que observadas as normas 
genéricas trazidas na legislação federal. 
 
Em obediência ao dispositivo constitucional, foi publicada em abril de 2021 e, em 
substituição à legislação anterior, a Lei 14.133/21 traçando as modalidades e tipos de 
licitação, bem como definindo seu procedimento, as hipóteses de dispensa e 
inexigibilidade e demais procedimentos auxiliares para as contratações públicas. 
 
 
 
No âmbito federal, a Nova Lei 14.133/21 convive com outras três legislações gerais de 
licitações: Leis 8.666/93, Lei 10.520/02 (Lei do Pregão) e a lei 12462/11 que trata do 
Regime Diferenciado de contratações. 
A Licitação tem como finalidade viabilizar a melhor contratação possível para o poder 
público, sempre buscando a proposta mais vantajosa ao Estado, evitar contratações 
com sobrepreço ou com preços manifestamente inexequíveis e superfaturamento na 
execução dos contratos, buscar incentivar inovações e o desenvolvimento nacional 
sustentável, bem como permitir que qualquer pessoa tenha condições isonômicas de 
participar das contratações públicas, desde que preencha os requisitos legais, 
consoante disposição do art. 11, da Lei 14.133/21. 
 
PRINCÍPIOS NORTEADORES DA LICITAÇÃO 
O procedimento licitatório deve observar os princípios constitucionais aplicáveis à 
Administração Pública, sejam os princípios expressos no art. 37, caput, e demais 
dispositivos da Constituição Federal, sejam aqueles implícitos no ordenamento jurídico, 
além dos princípios específicos que serão abordados doravante. 
 
Dessa forma, todos os princípios aplicáveis à atuação do Estado – o chamado Regime 
Jurídico Administrativo – devem ser observados na realização de licitações públicas. 
 
Vejamos abaixo a análise dos princípios aplicáveis de forma direta às licitações públicas. 
Vinculação ao Edital - O edital é a “lei” interna da licitação, e deve definir tudo o que 
for importante para o certame, vinculando os licitantes e a Administração Pública à sua 
observância. 
 
A elaboração do edital pela Administração pública é livre e discricionária, na busca por 
satisfazer os interesses da coletividade; todavia, após a sua publicação, a 
Administração fica vinculada àquilo que foi publicado. 
O edital deve estabelecer, de forma precisa e clara, qual critério será usado para 
seleção da proposta vencedora. 
 
Julgamento Objetivo - O ato convocatório tem de conter critérios objetivos de 
julgamento que não se subsumem às escolhas dos julgadores. Portanto, o 
administrador não se deve valer de critérios que não estejam previamente definidos 
no edital para definição do vencedor do certame. 
 
 
 
Sigilo das Propostas - As propostas apresentadas pelos licitantes são sigilosas até a 
data da abertura dos envelopes, a ser feita em conjunto por todos os concorrentes, em 
sessão pública. Até este momento, previamente determinado pelo edital, um licitante 
não pode saber da proposta do outro, pois a violação do sigilo da proposta representa 
Improbidade Administrativa e crime definido na própria Lei de Licitações. 
 
ATENÇÃO! Não contradiz o princípio da publicidade que deve ser observado na 
realização de licitações públicas. 
 
Competitividade - A licitação nada mais é senão um processo por meio do qual todos 
poderão participar em igualdade de condições, para a escolha da proposta que esteja 
em consonância com os interesses da coletividade. 
 
Economicidade - A atividade administrativa gera custos e, como os recursos públicos 
são escassos, é necessário que a sua utilização produza os melhores resultados 
econômicos possíveis à Administração Pública, tanto quantitativa quanto 
qualitativamente. O agente público tem o dever de gerenciar os recursos públicos 
onerando o menos possível à Administração. 
 
Isonomia - Em seu aspecto material, isto significa tratar igualmente os iguais e 
oferecer tratamento desigual aos desiguais na medida de suas desigualdades. Neste 
sentido, o princípio visa a igualar juridicamente aqueles que são desiguais faticamente, 
formando o que se convencionou chamar de isonomia material. 
 
Está em conformidade com esse princípio o tratamento diferenciado dispensado a 
microempresas e empresas de pequeno porte pela Lei Complementar 123/06, bem 
como a possibilidade de criação de preferências para aquisição de produtos 
manufaturados ou serviços nacionais que obedeçam às normas técnicas brasileiras, 
nos moldes da própria lei 14.133/21, conforme disposto em seu art. 26. 
 
Segregação de Funções – No âmbito de procedimentos licitatórios, deve-se observar 
que cada etapa desse procedimento deve ser desempenhada por um agente público 
diverso. 
O princípio de segregação de funções é princípio que tem como finalidade evitar a 
ocorrência de equívocos, fraudes e utilização irregular de recursos públicos. 
 
 
 
Segurança Jurídica - As modificações supervenientes de normas jurídicas não devem 
retroagir para atingir situações pretéritas, sob pena de se tornar instável o sistema de 
regras imposto pelo Poder Público, causando transtornosocial. 
 
TIPOS DE LICITAÇÃO 
A priori, cumpre salientar que a expressão Tipos de licitação não pode ser confundida 
com a expressão Modalidades de licitação por que esta se relaciona com a estrutura 
procedimental da licitação, enquanto os Tipos de licitação se vinculam ao critério de 
julgamento da licitação. Dessa forma, são modalidades de licitação a tomada de preços, 
a concorrência, o convite, entre outros. Por sua vez, os tipos são divididos em licitação 
“menor preço”, “melhor técnica”, “técnica e preço” e “maior lance”, consoante se 
analisará doravante. 
 
Sendo assim, quatro critérios podem ser estabelecidos, no edital, como forma de 
escolha do vencedor do certame. São os chamados tipos de licitação e estão definidos 
nos artigos 33 e seguintes, da Lei 14.133/21. 
 
Menor preço - A Administração é orientada a selecionar a proposta de preço mais baixo 
entre os competidores. 
 
ATENÇÃO! Este tipo é utilizado quando o produto pretendido pela Administração não 
tiver nenhuma característica especial, ou quando as características especiais são 
definidas como requisitos mínimos para contratação. 
 
Maior desconto - Nesses casos, o julgamento terá como referência o preço global 
fixado no edital de licitação, e o referido desconto deverá será estendido aos eventuais 
termos aditivos. 
 
Melhor técnica ou conteúdo artístico - Trata-se de licitação que tem por critério de 
escolha a qualidade do produto a ser adquirido ou do serviço a ser prestado. 
 
ATENÇÃO! Em razão do previsto no artigo 35, parágrafo único, da lei 14.133/21, este 
tipo poderá ser utilizado para a contratação de projetos e trabalhos de natureza 
técnica, científica ou artística. 
 
 
 
Técnica e preço - Nas licitações deste tipo, a escolha do vencedor será adequada, 
quando a variação de qualidade da prestação refletir na satisfação das necessidades do 
Estado. Sendo assim, será feita uma análise de preço bem como de qualidade do bem 
ou serviço a ser prestado pelo vencedor. 
 
Maior lance - A licitação do tipo maior lance se verifica para alienação pela 
Administração Pública de bens e direitos, é apropriada para o leilão, que é modalidade 
licitatória que utiliza sempre como critério de escolha do vencedor o maior lance, igual 
ou superior ao valor da avaliação feita pelo ente público. 
 
Maior retorno econômico - Deve ser utilizado exclusivamente para a celebração de 
contrato de eficiência, considerará a maior economia para a Administração, e a 
remuneração deverá ser fixada em percentual que incidirá de forma proporcional à 
economia efetivamente obtida na execução do contrato. 
 
Definido o critério de escolha do vencedor a ser utilizado no procedimento licitatório, 
que deve estar estipulado no instrumento convocatório do certame, a Administração 
Pública não pode se valer de nenhum outro critério para selecionar a proposta mais 
vantajosa. 
 
Noutro giro, quanto ao desempate na licitação a lei estabelece critérios sucessivos de 
desempate, na licitação, nas situações em que os critérios de escolha previamente 
definidos no edital não são suficientes para a seleção de uma única proposta 
vencedora. 
 
Assim, os critérios de desempates estão definidos legalmente e são critérios sucessivos 
e não alternativos, ou seja, a Administração deve analisá-los na ordem em que foram 
estipulados na lei, não podendo escolher quais pretende utilizar. 
1 – Disputa final, com apresentação de novas propostas após a classificação. 
2 – Avaliação de desempenho contratual prévio dos licitantes, analisando o 
cumprimento de cláusulas e atendimento das necessidades da contratante em ajustes 
anteriores. 
3 – Desenvolvimento de equidade entre gêneros no ambiente de trabalho. 
4 – desenvolvimento de programa de integridade, conforme determinado pelos 
órgãos de controle. Ressalte-0se que o programa de integridade é programa específico 
de “compliance” com foco no respeito às regras gerais da Administração Pública, com 
intuito de evitar a prática de atos ilícitos regulados pela lei 12.846/13. 
 
 
Caso nenhum desses critérios seja idôneo a desempatar a licitação, a lei determina 
que o desempate se dará com base em critérios de preferência, a seguir expostos: 
1. empresas estabelecidas no território do órgão ou entidade da Administração 
Pública estadual licitante ou no Estado em que se localiza o órgão ou entidade da 
Administração Pública municipal licitante. 
2. empresas brasileiras. 
3. empresas que invistam em pesquisa e no desenvolvimento de tecnologia no País. 
4. empresas que comprovem a prática de mitigação, por meio da utilização de 
tecnologia que reduza a produção de gases poluentes, nos termos da Lei nº 12.187/09. 
 
A Lei Complementar 123/06, em seu art. 45, I, estabelece que “a microempresa ou 
empresa de pequeno porte mais bem classificada poderá apresentar proposta de preço 
inferior àquela considerada vencedora do certame, situação em que será adjudicado 
em seu favor o objeto licitado”. 
 
Ademais, em igualdade de condições, caso a microempresa apresente uma proposta 
até 10% superior à proposta vencedora, a lei considera ter havido empate na licitação. 
O art. 44, § 1º, da LC 123/06 dispõe: “Entende-se por empate aquelas situações em que 
as propostas apresentadas pelas microempresas e empresas de pequeno porte sejam 
iguais ou até 10% (dez por cento) superiores à proposta mais bem classificada”. 
 
Por fim, o art. 44, § 2º, da LC 123/06, dispõe “na modalidade de pregão, o intervalo 
percentual estabelecido no § 1º deste artigo será de até 5% (cinco por cento) superior 
ao melhor preço”. 
 
Já em relação a quem deve licitar, o art. 1°, da Lei n. 14.133/21, estabelece a 
obrigatoriedade de licitação para as contratações de todas as entidades que recebam 
dinheiro público. 
 
Os entes da Administração Direta – abrangendo a União, os Estados, os Municípios e o 
Distrito Federal. 
 
Os entes da Administração indireta – Autarquias, Fundações, Empresas públicas e 
Sociedades de Economia Mista prestadoras de serviços públicos ou exploradoras de 
atividades econômicas. 
 
 
 
Fundos especiais – O Fundo é objeto de direito e não sujeito. Trata-se de um equívoco 
legislativo, uma vez que tais fundos representam normalmente mera destinação de 
verbas públicas. Excepcionalmente, tais fundos podem ser regulamentados por lei 
como órgãos integrantes da Administração Direta ou Fundações Públicas de direito 
público, o que já os colocaria nas hipóteses anteriores. 
 
Demais entidades controladas, direta ou indiretamente, pelo Poder Público – Isso 
inclui todas as entidades que recebem dinheiro público para custeio ou para 
manutenção de pessoal. 
 
Atenção! Quanto às Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista exploradoras 
de atividade econômica, o art. 173, § 1º, inciso III, da CF dispõe que é possível a criação 
de uma lei específica para reger a licitação dessas empresas. 
 
Em 2016, foi editada a lei 13.303/16 que trata do Estatuto das empresas estatais, 
inclusive, regulamentando novo procedimento licitatório para essas entidades. 
Enquanto esse novo procedimento estiver em fase de vacância legal, lhes é aplicada a 
Lei 8.666/93, em sua integralidade, devendo ser respeitado o art. 37, XXI, da 
Constituição Federal, independente da finalidade da empresa estatal. 
 
O TCU entende que, de fato, as empresas estatais precisam licitar, mas deve-se admitir 
exceção. Quando a empresa estatal exploradora de atividade econômica licita para 
contratações referentes à sua atividade-fim, está sendo impedida de concorrer com 
igualdade no mercado. Isso porque a rapidez do mercado não se coaduna com a 
burocracia da licitação e a realização de procedimento licitatório. Nestes casos, iria de 
encontro ao interesse público. Assim, o Tribunal entende que não precisam realizar 
procedimento licitatório, por motivo de inexigibilidade, uma vez que não há interesse 
público na licitação. 
 
Os Conselhos de Classe, por atuarem no exercício do Poder de Polícia, ostentamqualidade de autarquias, compondo, desta forma, a Administração Indireta da União e, 
por isso, devem licitar para contratar. Encontra-se ressalvada deste entendimento a 
Ordem dos Advogados do Brasil que, por entendimento do Supremo Tribunal Federal, 
estampado na ADI n. 3.026, configura-se um caso à parte e não tem natureza jurídica 
de autarquia. Dessa forma, a OAB é uma entidade privada, não sujeita ao controle da 
Administração Pública, configurando-se um serviço independente. 
 
Já os Convênios, a princípio, não dependem de prévia licitação, uma vez que os 
interesses dos conveniados são convergentes, diferentemente dos contratos, em que 
 
 
as vontades são divergentes, haja vista o particular contratar com o Poder Público na 
busca pelo lucro, discrepando da finalidade pública inerente à atuação 
administrativa. 
 
No que diz respeito ao intervalo mínimo, este representa o prazo mínimo definido em 
lei que deve ser respeitado entre a publicação do instrumento convocatório e a data 
da abertura dos envelopes de documentação e de propostas. Se este prazo mínimo 
não for observado pelo ente público, a licitação poderá ser considerada fraudulenta. 
O prazo só começa a contar a partir da data da última publicação ou da data em que 
for disponibilizado o edital. 
 
ATENÇÃO! Observe-se que o prazo previsto na lei é “mínimo”. Dessa forma, pode ser 
concedido um prazo maior aos licitantes, a critério do Administrador Público, que deve 
buscar, sempre, fixar um prazo suficiente para participação dos interessados. 
 
Qualquer alteração no edital que modifique as obrigações da licitação ou a formulação 
das propostas exige a reabertura do prazo de intervalo mínimo, para que os licitantes 
de adequem às novas regras. 
Sendo assim, vejamos os prazos de intervalo mínimo. 
 
Objeto PRAZO DE INTERVALO MÍNIMO 
Aquisição de bens 
8 dias úteis – licitação tipo menor preço ou maior 
desconto. 
15 dias úteis – outros casos 
Serviços e obras 
10 dias úteis – licitação tipo menor preço ou maior 
desconto para obras e serviços comuns. 
25 dias úteis – licitação tipo menor preço ou maior 
desconto para obras e serviços especiais. 
60 dias úteis – contratos sob regime de contratação 
integrada 
35 dias úteis - contratos sob regime de contratação semi- 
integrada e outras hipóteses não abrangidas 
anteriormente 
 
 
Alienação de bens 15 dias úteis – quando se tratar de maior lance 
Contratações 
especiais 
35 dias úteis – nos casos de licitações do tipo melhor 
ténica ou conteúdo artístico ou técnica e preço 
 
 
Agentes de licitação - A necessidade de agentes de contrato existe porque a 
autoridade máxima do órgão não realiza o procedimento licitatório, apesar de ser 
responsável pela elaboração do edital e exposição de motivos da contratação. Logo, 
normalmente, quem procede à licitação é um servidor público especialmente 
designado por essa autoridade, responsável pela realização dos trâmites do 
procedimento. 
 
A legislação anterior previa a necessidade de uma comissão de licitação que, no 
regramento atual não é necessária, em regra, sendo suficiente a designação do agente 
de contratação. 
 
Ficará a cargo do agente de contratação, portanto, a condução de todo o procedimento 
licitatório. Ele será auxiliado por equipe de apoio e responderá individualmente pelos 
atos que praticar, salvo quando induzido a erro pela atuação da equipe. 
 
ATENÇÃO! Em se tratando de licitação na modalidade pregão, o agente de contratação 
será designado pregoeiro. 
 
 
MODALIDADES LICITATÓRIAS 
A lei prevê 5 modalidades licitatórias: pregão, concorrência, concurso, leilão e diálogo 
competitivo. 
 
A lei expressamente veda a criação de novas modalidades licitatórias e a combinação 
das modalidades existentes. 
 
Atente-se para o fato de que a nova legislação suprimiu as modalidades licitatórias do 
convite e da tomada de preço que eram definidas para contratações de valores baixos e 
médios respectivamente, não sendo mais o valor um critério de definição da 
modalidade licitatória. 
 
 
 
O Regime Diferenciado de Contratações (RDC) também configurava modalidade 
autônoma regulada pela lei 12.462/11, específica para determinados contratos, com 
procedimento próprio estabelecido nessa lei. Essa modalidade também deixa de existir 
com a nova legislação. 
 
Por fim, foi criado o diálogo competitivo como nova modalidade de licitação, mais 
moderna e que permite a discussão de técnicas de prestação e tecnologia entre a 
Administração Pública e os particulares interessados na contratação. 
 
A Concorrência é a modalidade de licitação a contratação de bens e serviços especiais 
e de obras e serviços comuns e especiais de engenharia e é considerada uma 
modalidade genérica em que podem participar quaisquer interessados. 
 
Nessa modalidade, se admite que sejam usados como critério de escolha do vencedor o 
menor preço, a melhor técnica ou conteúdo artístico, técnica e preço, maior retorno 
econômico ou maior desconto. Assim, se caracteriza como uma modalidade mais 
ampla, abarcando quase todos os tipos de licitação. 
 
Cabe ressaltar que a legislação anterior exigia a concorrência para obras e compras de 
valores mais altos, todavia, o novo regramento das licitações não faz distinção entre as 
modalidades licitatórias em razão do valor. 
 
Em razão da natureza do objeto, a concorrência se faz obrigatória na celebração de 
determinados contratos, em razão da importância conferida a essas avenças. Nesses 
casos, a lei limita a modalidade licitatória à concorrência ou ao diálogo competitivo. 
 
A modalidade licitatória concurso demonstra o interesse da Administração Pública em 
selecionar trabalhos técnicos, científicos ou artísticos com certas capacidades 
personalíssimas para incentivar o desenvolvimento cultural. Nesta modalidade, há 
instituição de prêmios ou remuneração aos vencedores, nos moldes definidos pelo art. 
30, da lei 14.133/21. 
 
 
 
A licitação na modalidade concurso observará as regras e condições previstas em 
edital, que indicará a qualificação exigida dos participantes, as diretrizes e formas de 
apresentação do trabalho e as condições de realização e o prêmio ou remuneração a 
ser concedida ao vencedor. 
 
Nos concursos destinados à elaboração de projeto, o vencedor deverá ceder à 
Administração Pública todos os direitos patrimoniais relativos ao projeto e autorizar 
sua execução conforme juízo de conveniência e oportunidade das autoridades 
competentes. 
 
O Leilão, por sua vez, é a modalidade licitatória destinada para alienação de bens pelo 
poder público àquele que ofertar o maior preço, seja ele igual ou superior ao valor da 
avaliação. Nesse sentido, o art. 6º, XL da lei 14.133/21 dispõe que o leilão é 
“modalidade de licitação para alienação de bens imóveis ou de bens móveis inservíveis 
ou legalmente apreendidos a quem oferecer o maior lance”. 
 
O leilão é realizado pelo leiloeiro, que pode ser o leiloeiro oficial ou um servidor 
designado pela Administração Pública para cumprir a função de leiloeiro. Se optar pela 
realização de leilão por intermédio de leiloeiro oficial, a Administração deverá 
selecioná-lo mediante credenciamento ou licitação na modalidade pregão e adotar o 
critério de julgamento de maior desconto para as comissões a serem cobradas, 
utilizados como parâmetro máximo os percentuais definidos na lei que regula a 
referida profissão e observados os valores dos bens a serem leiloados. 
 
Ademais, conforme disposição legal, o leilão será sempre do tipo MAIOR LANCE, sendo 
que a administração somente pode alienar o bem para lance vencedor que seja igual ou 
superior ao valor da avaliação. 
 
Pregão é a modalidade licitatória utilizada para a aquisição de bens e serviços 
comuns, cujos padrões mínimos de qualidade serão previamente estipulados no 
instrumento convocatório. A licitação, nesta modalidade, será sempre do tipo menor 
preço ou maior desconto. 
 
Não há designação de comissão licitante,sendo o pregoeiro o responsável pela 
realização do pregão, que será um servidor efetivo designado a esta função. 
 
 
 
ATENÇÃO! Serviços e bens comuns são aqueles que podem ser designados no edital 
com expressão usual de mercado. 
Não pode ser utilizado para execução de obras públicas, mas tem sido aceito, até 
mesmo, para contratação de serviços de engenharia. 
A lei ainda prevê a designação de equipe de apoio, que não se trata de comissão 
licitante e serve apenas para auxiliar o pregoeiro na realização do certame. 
 
O Diálogo Competitivo é a modalidade de licitação que foi criada com a edição da Lei 
14.133/21, utilizada para contratação de obras, serviços e compras em que a 
Administração Pública realiza diálogos com licitantes previamente selecionados 
mediante critérios objetivos, com o intuito de desenvolver uma ou mais alternativas 
capazes de atender às suas necessidades, devendo os licitantes apresentarem 
proposta final após o encerramento dos diálogos. 
 
Nesses casos, a Administração Pública reconhece a importância de contratação de um 
determinado objeto, mas não sabe a melhor forma de suprir essa necessidade da 
forma mais adequada, dada a sua complexidade, e, para tanto, precisa de auxílio dos 
particulares. Assim, essa modalidade permite que seja implementado um diálogo entre 
o ente estatal e seus fornecedores para encontrarem a melhor solução para atender às 
necessidades do poder público. Isso ocorre porque, muitas vezes, os produtos ou 
serviços disponíveis no mercado não atendem à necessidade da Administração e 
precisam ser adaptados caso a caso. 
 
A Licitação para registro de preços ocorre quando o poder público licita com a 
finalidade de registrar os preços, para o caso de eventual contratação posterior. 
Acontece quando a administração entende que um bem ou serviço é adquirido com 
muita frequência e, por isso, tem interesse em deixar um registro, no órgão, com o 
eventual fornecedor deste bem ou serviço. 
 
A ata de registro de preço terá validade de 1 (um) ano, prorrogável por igual período, 
devendo ser realizado um novo procedimento licitatório, após este período. 
 
ATENÇÃO! Durante o período de vigência da ata, a proposta selecionada fica à 
disposição da Administração Pública, que poderá adquirir o bem selecionado quantas 
vezes ela precisar, desde que não ultrapasse o quantitativo licitado. 
 
 
 
Nesse sentido, o art. 83, da lei 14.133/21, dispõe que “A existência de preços 
registrados implicará compromisso de fornecimento nas condições estabelecidas, mas 
não obrigará a Administração a contratar, facultada a realização de licitação específica 
para a aquisição pretendida, desde que devidamente motivada”. 
 
PROCEDIMENTO COMUM (CONCORRÊNCIA e PREGÃO) 
O Procedimento Comum é o mais extenso e o seu estudo serve de apoio para os 
demais. 
 
Fase preparatória 
A lei 14.133/21 aponta no sentido de que o início da licitação se dá com o ato que 
instaura o procedimento administrativo, dando início ao que se convencionou chamar 
de fase preparatória da licitação. Nesse momento, o procedimento licitatório já está 
formalmente iniciado, tendo sido atribuído um número ao processo administrativo. 
 
Nesta fase, a Administração Pública está, internamente, se organizando para licitar, 
com a abertura do processo administrativo respectivo e com a realização dos atos 
preparatórios que justifiquem a realização do certame. O texto legal define requisitos a 
serem observados para início do procedimento. 
 
Primeiramente, deverá ser formulada a exposição de motivos da contratação, 
justificando a necessidade da celebração do contrato e sua importância às atividades do 
ente estatal e à persecução do interesse público. 
 
Também o ente estatal deve apresentar a definição do objeto para o atendimento da 
necessidade, por meio de termo de referência, anteprojeto, projeto básico ou projeto 
executivo, conforme o caso, inclusive com a definição das condições de execução e 
pagamento, das garantias exigidas e ofertadas e das condições de recebimento. 
 
Ademais, a lei estabelece a necessidade de declaração de adequação orçamentária 
para a celebração do contrato que advirá do certame, inclusive em consonância com o 
disposto na Lei Complementar 101/00 (Lei de Responsabilidade Fiscal). 
 
ATENÇÃO! A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça vem se formando no 
sentido de que a lei não exige a real disponibilidade financeira antes do início da 
licitação, mas tão somente a previsão de recursos orçamentários. 
 
 
 
Ademais, o poder público deve ter um orçamento, definindo o valor máximo que está 
disposto a pagar pela aquisição do bem ou serviço ou pela execução da obra a ser 
contratada (art. 18, IV, da Lei 14.133/21). 
 
Despesas de caráter continuado - são hipóteses em que os gastos com o contrato a 
ser celebrado devam ultrapassar um exercício financeiro, devendo haver 
contemplação do produto ou serviço nas metas estipuladas na lei do Plano Plurianual 
(no art. 165 da Constituição Federal e no art. 165, da Lei 14.133/21). 
 
Em casos de contratação para execução de obras, a lei exige ainda a realização de um 
projeto básico aprovado pela autoridade competente e disponível para que os 
interessados em participar da licitação tenham amplo conhecimento (art. 6º, XXV, da lei 
14.133/21). 
 
A lei prevê pessoa jurídica poderá participar de licitação em consórcio, salvo vedação 
expressa e justificada no próprio edital. Nesses casos, para que seja lícita a 
participação em consórcio, devem ser observados os requisitos previstos na legislação. 
 
O art. 21, da lei 14.133/21 prevê a possibilidade de convocação de audiência pública, 
com antecedência mínima de 8 (oito) dias úteis, que poderá ser realizada 
presencialmente ou a distância – por meio eletrônico - com disponibilização prévia de 
informações pertinentes, inclusive de estudo técnico preliminar, elementos do edital 
de licitação e outros, permitindo a manifestação de todos os interessados. 
 
Também, é possível que a Administração submeta a licitação a consulta pública. Neste 
caso, não haverá uma audiência com a participação dos interessados, mas serão 
disponibilizados a eles o acesso aos elementos da futura contratação, permitindo que 
enviem sugestões em prazo fixado. 
 
O edital ainda poderá contemplar matriz de alocação de riscos entre o contratante e o 
contratado, estabelecendo as responsabilidades de cada uma das partes do acordo, 
assim como buscando encontrar e estipular medidas que reduzam as possibilidades de 
desequilíbrio financeiro ao longo da relação contratual. 
 
Orçamento da Administração Pública - O poder público deverá, na fase interna, 
apresentar o valor estimado da contratação, compatível com os valores praticados 
pelo mercado, considerados os preços constantes de bancos de dados públicos e as 
 
 
quantidades a serem contratadas, observadas a potencial economia de escala e as 
peculiaridades do local de execução do objeto. 
 
Além disso, ainda nesta fase interna, o Poder Público elabora a minuta do edital de 
licitação que será encaminhado ao órgão de consultoria jurídica para aprovação. 
 
O edital é o instrumento convocatório das licitações na modalidade concorrência e 
configura uma convocação a todos os interessados em contratar com a Administração 
Pública, desde que atendam às exigências nele contidas. 
 
O edital pode prever margem de preferência para aquisição de: 
a) bens manufaturados e serviços nacionais que atendam a normas técnicas 
brasileiras. 
b) bens reciclados, recicláveis ou biodegradáveis, conforme regulamento. 
Em casos de execução de obras ou atividades administrativas, o Poder Público pode 
adotar o regime de execução direta ou indireta. 
 
A execução direta, como se percebe pela nomenclatura utilizada, ocorre todas as 
vezes que o objeto do contrato é executado pela própria Administração Pública por 
meio de seus órgãos e agentes públicos. 
 
A execução indireta está presente sempreque o órgão ou ente da Administração 
Pública celebra contrato com terceiro para realização do objeto do contrato, conforme 
previsão expressa do instrumento convocatório. Admite-se seis hipóteses de 
contratação para execução indireta de obras, quais sejam: a) empreitada por preço 
global; b) empreitada por preço unitário; c) empreitada por tarefa; d) empreitada 
integral; e) contratação integrada; f) contratação semi-integrada. 
 
Respeitadas todas as normas previamente estabelecidas, o procedimento será 
encaminhado para órgão de consultoria jurídica para emissão de parecer (art. 53, §1º, 
da lei 14.133/21). 
 
Fase externa 
Inicia-se essa fase mostrando aos interessados como participarão da disputa, através da 
publicação do edital. 
Dispõe a lei 14.133/21: 
 
 
O processo de licitação observará as seguintes fases, em sequência: 
I – Preparatória; II – de divulgação do edital de licitação; III – de apresentação de 
propostas e lances, quando for o caso; IV – de julgamento; V – de habilitação; VI – 
recursal; VII – de homologação. 
 
Verifique-se que o procedimento licitatório geral se desenvolve com a fase externa 
tendo início com a divulgação do edital. Posteriormente, serão abertos os envelopes de 
propostas e será feita a seleção da proposta vencedora. Somente após o julgamento 
das propostas, o poder público irá proceder à habilitação do licitante vencedor. 
 
Todavia, mediante justificativa do ente estatal, as fases podem ser invertidas por 
determinação do edital, quando, então, serão habilitados os licitantes e, somente 
depois, será feita a classificação das propostas. 
 
Ademais, as licitações serão realizadas preferencialmente sob a forma eletrônica, 
admitida a utilização da forma presencial, desde que motivada, devendo a sessão 
pública ser registrada em ata e gravada mediante utilização de recursos tecnológicos 
de áudio e vídeo e, em casos de licitação por meio eletrônico, o ente público pode 
exigir que os atos dos licitantes também sejam praticados nesse formato. 
 
 
Divulgação do edital de licitação 
A divulgação do edital é feita obrigatoriamente no sítio eletrônico oficial do Portal 
Nacional de Contratações Públicas (PNCP) e facultativamente no sítio eletrônico oficial do 
órgão ou entidade responsável pelo certame, sendo que a lei determina que o inteiro teor 
do instrumento convocatório esteja disponível no mesmo local a quaisquer interessados. 
Ainda é facultada ao ente público a divulgação direta a interessados devidamente 
cadastrados para esse fim. 
 
Com a publicação, a Administração Pública marca uma data para que sejam abertos os 
envelopes de propostas e documentação dos licitantes, respeitado o prazo de intervalo 
mínimo exigido para cada modalidade de licitação. Nesse mesmo momento, se inicia a 
contagem do prazo para a impugnação administrativa do edital. 
 
Conforme a lei, qualquer cidadão pode impugnar o edital por irregularidade na 
aplicação desta Lei ou para solicitar esclarecimento sobre os seus termos, devendo 
protocolar o pedido até 3 (três) dias úteis antes da data de abertura das propostas. 
 
 
O poder público deverá responder à impugnação ou ao pedido de esclarecimento com 
a divulgação em sítio eletrônico oficial também no prazo de 3 (três) dias úteis. Se 
nenhum interessado impugnar dentro do prazo estabelecido, precluirá o direito de 
fazê-lo na via administrativa, o que não impede de fazê-lo judicialmente, por meio da 
propositura da ação judicial cabível, dependendo do caso concreto. 
 
 
Apresentação de propostas e lances 
Nesse momento, o poder público irá receber as propostas apresentadas pelos 
licitantes. A lei permite que o edital do certame preveja modo de disputa fechado ou 
aberto. Assim, caso opte pelo modo de disputa aberto, os licitantes deverão 
apresentar suas propostas por meio de lances sucessivos e, caso se determine a 
utilização do sistema fechado, as propostas serão entregues em envelope lacrado e 
permanecerão em sigilo até a data marcada para a abertura de todas em conjunto. 
 
Ressalte-se que o sistema pode ser fechado e aberto, quando, então, se apresentarão 
as propostas fechadas e, posteriormente, serão selecionadas aquelas que seguirão na 
apresentação dos lances sucessivos. 
 
Não será permitida a utilização do modo de disputa aberto, quando se tratar de 
licitação cujo critério de julgamento seja técnica e preço, assim como não se pode 
utilizar o modo fechado para licitações do tipo menor preço e maior desconto. 
 
 
Julgamento 
A primeira etapa da atividade do julgamento consiste na avaliação da regularidade 
formal e material das propostas. Os envelopes das propostas dos licitantes serão 
abertos em sessão pública e os interessados têm que verificar se os envelopes não 
foram violados, pois, caso haja violação, há nulidade do procedimento e a licitação 
deverá ser anulada. 
 
Na fase de classificação, serão aplicados os critérios de julgamento que foram 
previamente estipulados no instrumento convocatório. 
 
 
Habilitação 
 
 
Concluído o julgamento, o agente de contratação passará ao recebimento do 
envelope de documentação do licitante vencedor. Nessa fase, então, a 
Administração Pública deve proceder à abertura do envelope que contém as 
documentações do licitante classificado em primeiro lugar, com a finalidade de analisar 
se está apto e idôneo a contratar com o Poder Público. A habilitação poderá ser 
realizada por processo eletrônico de comunicação a distância, nos termos dispostos 
em regulamento. 
 
Essa fase é também conhecida como fase de qualificação, quando devem ser 
analisados os requisitos e documentos pessoais dos licitantes. É a fase de análise da 
documentação dos licitantes a fim de verificar se têm idoneidade para contratar com o 
Poder Público. 
 
É importante frisar que o edital não pode estabelecer critérios não previstos em lei, 
mais especificamente no art. 62, da lei 14.133/21, evitando assim restringir a licitação 
de forma desarrazoada. Para cumprimento desses requisitos, basta que se realize a 
apresentação de documentos enumerados pela própria lei, que podem ser originais ou 
cópias do cartório competente. Vejamos um elenco legal dos requisitos de habilitação. 
 
A – Habilitação jurídica: para parte da doutrina, essa exigência, assim como a exigência 
de regularidade fiscal e respeito ao art. 7º, XXXIII, da CF são inconstitucionais, por 
estarem previstos em lei, sem que haja disposição similar no art. 37, XXI, da Carta 
Magna, ensejando burocratização indevida da licitação. Porém, este entendimento não 
prevalece, por se tratar de posição minoritária. 
 
A habilitação jurídica visa a demonstrar a capacidade de o licitante exercer direitos e 
assumir obrigações, e a documentação a ser apresentada por ele limita-se à 
comprovação de existência jurídica da pessoa e, quando cabível, de autorização para o 
exercício da atividade a ser contratada. 
 
B – Qualificação técnica: trata-se de demonstração de que a empresa tem condições 
técnicas de cumprir o contrato celebrado em conformidade com as exigências de 
qualidade e celeridade impostas pela Administração Pública. 
 
C – Qualificação econômico-financeira: é a demonstração de idoneidade financeira da 
entidade a ser contratada. Considerando-se que, como regra, o Poder Público não 
realiza o pagamento antes da disponibilização do objeto do contrato, a empresa deve 
ter qualificação para arcar com todos os custos da contratação. 
 
 
D – Regularidade fiscal, social e trabalhista: configura demonstração de que a 
entidade que pretende participar da licitação não possui débitos em atraso com a 
Fazenda Pública ou com a justiça do trabalho e que não viola disposições 
constitucionais que vedam a exploração de trabalho infantil. 
 
Microempresas e empresas de pequeno porte 
A LC 123/06 estabelece que essas empresas poderão participar da licitação ainda que 
não tenham regularidade fiscal e trabalhista. Ao final da licitação, se forem 
declaradas vencedoras,terão o prazo de 5 (cinco) dias úteis, prorrogável por igual 
período, cujo termo inicial corresponderá ao momento em que o proponente for 
declarado o vencedor do certame, prorrogável por igual período, a critério da 
Administração Pública, para a regularização da documentação, pagamento ou 
parcelamento do débito e emissão de eventuais certidões negativas ou positivas com 
efeito de certidão negativa, ou seja, para fazer o saneamento do débito. Essa regra 
está disposta nos arts. 42 e 43 da referida lei complementar, alterados, inclusive pela 
LC 155/16. 
 
Divulgada a decisão final acerca da habilitação e inabilitação de licitantes, o prazo para 
que os interessados interponham Recurso com a intenção de modificar o quanto 
decidido é de 3 (três) dias úteis, a contar da lavratura da ata, conforme disposto 
expressamente no art. 165 da lei 14.133/21. 
 
Lavrada a ata de habilitação do licitante, será aberto o prazo para a interposição de 
recurso administrativo. Se o recurso disser respeito à fase anterior (de julgamento das 
propostas), a intenção de recorrer já foi apresentada aos autos, sob pena de preclusão, 
e o interessado deverá apresentar as razões recursais. 
 
Os atos da Administração praticados no bojo do procedimento licitatório podem ser 
impugnados por meio de recurso ou através de pedido de reconsideração. 
 
O recurso deve ser interposto no prazo de 3 (três) dias úteis, contado da data de 
intimação ou de lavratura da ata, em face do julgamento das propostas, do ato de 
habilitação ou inabilitação de licitante, ou ainda do ato que determine a anulação ou 
revogação da licitação 
 
A lei estabelece o cabimento de pedido de reconsideração, também no prazo de 3 
(três) dias úteis, contado da data de intimação, relativamente a ato do qual não caiba 
recurso hierárquico. 
 
 
Encerramento - Concluídas as fases de julgamento e habilitação, e exauridos os 
recursos administrativos, está encerrado o trabalho do agente de contratação, que 
encaminhará o procedimento à autoridade do órgão para verificação e encerramento 
do feito. Assim, o processo será enviado à autoridade superior, a quem compete 
verificar os atos anteriores praticados pelo agente de contratação ou comissão de 
contratação, analisando sua adequação às normas legais e princípios constitucionais 
pertinentes. 
 
 
PROCEDIMENTO LICITATÓRIO DO DIÁLOGO COMPETITIVO 
 
É o procedimento pelo qual o poder público realiza diálogo prévio com os particulares 
como forma de encontrara a melhor solução para as suas necessidades e é restrita a 
contratações em que a Administração: 
 
I – Vise a contratar objeto que envolva as seguintes condições: 
a) inovação tecnológica ou técnica; 
b) impossibilidade de o órgão ou entidade ter sua necessidade satisfeita sem a 
adaptação de soluções disponíveis no mercado; e 
c) impossibilidade de as especificações técnicas serem definidas com precisão 
suficiente pela Administração. 
 
II – Verifique a necessidade de definir e identificar os meios e as alternativas que 
possam satisfazer suas necessidades, com destaque para os seguintes aspectos: 
a) a solução técnica mais adequada; 
b) os requisitos técnicos aptos a concretizar a solução já definida; 
c) a estrutura jurídica ou financeira do contrato. 
 
O Procedimento dever seguir as seguintes fases: preparatória, de divulgação do edital, 
de diálogo, de apresentação das propostas e julgamento, do recurso e do 
encerramento. 
 
 
 
 
 
Tratamento diferenciado para Microempresas e Empresas de Pequeno Porte 
A Lei Complementar 123/06 dispõe que, nas licitações públicas, a comprovação de 
regularidade fiscal e a regularidade trabalhista das microempresas e empresas de 
pequeno porte somente será exigida para efeito de assinatura do contrato. 
 
Ademais, a LC 123/06 define que a Administração Pública deverá realizar processo 
licitatório destinado exclusivamente à participação de microempresas e empresas de 
pequeno porte nos itens de contratação cujo valor seja de até R$ 80.000,00. 
 
Em casos de licitações para celebração de contratos para aquisição de bens de natureza 
divisível acima de R$ 80.000,00, o ente público deverá estabelecer, cota de até 25% do 
objeto para a contratação de microempresas e empresas de pequeno porte. 
 
ATENÇÃO! As Microempresas e Empresas de Pequeno Porte poderão participar de 
ambos os itens da licitação, sendo classificadas dentro da ampla concorrência para a 
contratação de 75% do objeto e se submetendo a outra classificação, somente com 
empresas de mesmo porte, em relação aos 25% (vinte e cinco por cento) restantes. 
 
A Administração Pública poderá, nas licitações destinadas à aquisição de obras e 
serviços, exigir dos licitantes a subcontratação de microempresa ou empresa de 
pequeno porte. 
 
O art. 4º, da lei 14.133/21, manteve as regras de benefícios de microempresas e 
empresas de pequeno porte de forma expressa. 
 
 
INEXIGIBILIDADE DE LICITAÇÃO 
A inexigibilidade de licitação ocorre sempre que a competição for impossível, a 
licitação será inexigível. 
 
As hipóteses não são taxativas, mas meramente exemplificativas. Mesmo que a 
circunstância não esteja disposta expressamente no texto legal, a licitação será 
inexigível quando for inviável a realização de competição entre interessados. 
 
 
 
 
DISPENSA DE LICITAÇÃO 
Nas situações de dispensa, o Poder Público encontra-se diante de situação em que é 
plenamente possível a realização do procedimento licitatório mediante a competição, 
no entanto, a lei dispõe que é desnecessária a execução do certame (art. 75, da Lei 
14.133/21). Somente a Lei de Licitações pode definir as hipóteses de dispensa, não 
podendo haver definição de novas hipóteses por atos administrativos específicos ou 
decretos. 
 
Inexigibilidade: art. 74 Dispensa: arts. 75 
Sempre que a competição for 
impossível, a licitação será inexigível. 
As hipóteses dispostas na lei não são 
taxativas, mas meramente 
exemplificativas. Mesmo que a 
circunstância não esteja disposta 
expressamente no texto legal, a 
licitação será inexigível quando for 
inviável a realização de competição 
entre interessados. 
A doutrina majoritária costuma 
apontar pressupostos da licitação e 
estabelece que a ausência de 
qualquer um deles torna o 
procedimento licitatório inexigível. 
Vejamos os pressupostos: 
a) Pressuposto lógico: pluralidade de 
bens e de fornecedores do bem ou do 
serviço. 
b) Pressuposto jurídico: interesse 
público. A licitação não é um fim em si 
mesmo, é um meio para atingir o 
interesse público. Se a licitação for de 
encontro ao interesse público, não 
será exigível licitar. 
c) Pressuposto fático: desnecessidade 
de contratação específica. Nos casos 
em que há necessidade de 
contratação específica, a licitação será 
inexigível. 
Ex.: o Estado precisa contratar o 
Nas situações de dispensa é 
plenamente possível competir, mas a 
lei diz que é dispensada a licitação. 
Somente a lei pode trazer as hipóteses 
de dispensa, não podendo haver 
definição de novas hipóteses por atos 
administrativos específicos ou 
decretos. 
As hipóteses da Lei são 
taxativas/exaustivas. 
 
 
 
melhor tributarista do Brasil para 
defendê-lo em uma demanda que 
envolve milhões de reais. Não se pode 
fazer contratação direta para qualquer 
causa. 
É VEDADA inexigibilidade de licitação 
para serviços de divulgação e serviços 
de publicidade. 
 
 
CONTRATOS ADMINISTRATIVOS 
 
Inicialmente devemos ter em mente que a legislação, por diversas vezes, confunde 
contratos administrativos com contratos da Administração, onde este é gênero do qual 
aquele é espécie, pois a expressão “contratos da administração” (sentido amplo) 
engloba os contratos administrativos e os contratos de direito privado celebrados pelo 
Poder Público. 
 
Saliente-se que, mesmo nos contratos administrativos, a aplicação subsidiária do direito 
privado se faz necessária, pois é na teoria geral dos contratos que os contratos 
administrativos vão buscarseus elementos essenciais, aos quais vão agregar suas 
prerrogativas. 
 
Em resumo: a Administração Pública pode celebrar contratos regidos pelo Direito 
Público (ex: concessão de uso de bens públicos, permissão de serviços públicos) bem 
como pelo Direito Privado (ex: contratos de locação, de compra e venda). 
 
ATENÇÃO! Os contratos da administração, ainda que privados, estão sujeitos ao 
controle do Tribunal de Contas, por se tratar de avenças travadas com o dinheiro 
público, além de dependerem da realização de procedimento licitatório regular e 
obediência a todas as restrições impostas à Administração, como o prazo determinado 
e a previsão orçamentária. 
 
A primeira grande característica, utilizada para definição dos contratos administrativos 
é o fato de que estas avenças, regidas pelo direito público, apresentam-se com uma 
característica singular, qual seja, a possibilidade de haver tratamento desigual entre a 
 
 
Administração (que atua com prerrogativas públicas) e o contratado, a exemplo de 
haver a possibilidade de a Administração extinguir o contrato unilateralmente. 
 
Com efeito, os contratos administrativos são as manifestações de vontade entre duas 
ou mais pessoas visando à celebração de negócio jurídico, havendo a participação do 
Poder Público, atuando com todas as prerrogativas decorrentes da supremacia do 
interesse público, visando sempre à persecução de um fim coletivo. Este contrato é 
regido pelo direito público, sendo inerentes a ele todas as prerrogativas e limitações de 
Estado. 
 
Essas prerrogativas ensejam a existência das chamadas cláusulas exorbitantes, 
previstas no art. 104, da lei 14.133/21, e presentes, implicitamente, em todos os 
contratos administrativos. Estas cláusulas só excepcionalmente se aplicam aos 
contratos privados celebrados pelo Poder Público, devendo estar expressamente 
definidas no instrumento do acordo. 
 
Sendo assim, pode-se apontar a verticalidade como característica inerente aos 
contratos administrativos, haja vista a atuação do Poder Público com supremacia em 
face do particular contratado. 
 
Quanto à competência legislativa, a União deve proceder à legislação acerca das 
normas gerais aplicáveis à matéria (art. 22, XXVII, da CF/88). 
 
Cabe aos estados e municípios a edição de normas suplementares, em obediência às 
regras estipuladas na legislação federal. 
 
Não havendo lei local ou estadual acerca do tema, a legislação federal será aplicada 
integralmente a todos os contratos administrativos celebrados por aquele ente. 
 
No que tange às características dos contratos administrativos, além da busca 
incessante pelo interesse público, outras características estão presentes. Vejamos no 
quadro abaixo: 
 
Comutativo 
Gera direitos e deveres previamente estabelecidos para 
ambas as partes. 
 
 
ATENÇÃO! A indefinição de obrigações para uma das partes 
do acordo é característica que não pode estar presente nos 
contratos públicos. 
Consensual 
Não se faz necessária a transferência do bem para ele se 
tornar perfeito. 
ATENÇÃO! No Direito Administrativo, o consenso do 
particular manifestar-se-á no momento da abertura dos 
envelopes de documentação. Por sua vez, o consenso da 
Administração depende da celebração do contrato. 
De Adesão 
As cláusulas são impostas por uma das partes (poder 
público) e à outra parte (particular) cabe apenas aderir ou 
não à avença. 
Oneroso 
Como regra, não são admitidos contratos gratuitos firmados 
com o poder público. 
Sinalagmático 
As obrigações das partes são recíprocas, ou seja, a execução 
da atividade de uma das partes enseja o adimplemento 
contratual pela outra. 
Personalíssimo 
Nesse sentido, o contrato tem natureza intuito personae e a 
possibilidade de subcontratação do objeto do acordo fica 
limitada às hipóteses legalmente admitidas. 
ATENÇÃO! O art. 122, da Lei n. 14.133/21 traz que só 
ocorrerá subcontratação se houver previsão no edital ou no 
contrato e desde que haja a concordância da Administração, 
sob pena de haver a rescisão contratual. 
Formal 
Todo contrato administrativo tem uma forma definida na lei, 
indispensável à sua regularidade. 
A Lei 14.133²1, em seu artigo 92, prevê todas as cláusulas 
necessárias à validade do contrato administrativo e a sua 
ausência gera o vício de forma. 
 
 
 
 
Formalismo – A primeira exigência é a realização de procedimento licitatório, 
conforme determinação do próprio texto constitucional (art. 37, XXI da Carta Magna), 
não obstante, tal exigência também atinja os contratos celebrados pela Administração 
Pública, regidos pelo direito privado. 
 
Como regra geral, o contrato deve ser escrito, sendo que o termo de contrato ou 
instrumento de contrato é o meio para a sua formalização, respeitando o art. 92, da 
Lei 14.133/21, que traz as cláusulas obrigatórias. 
 
A lei permite a celebração de contrato, em determinadas situações, por meio de carta-
contrato, nota de empenho da despesa, autorização de compra ou ordem de serviço. 
 
Com efeito, a lei diz que o instrumento de contrato será dispensado, quando se tratar 
de contratos cujo valor enseje dispensa de licitação. Assim, o instrumento de contrato 
não se faz necessário para obras e serviços de engenharia de até R$ 100.000,00 (cem 
mil reais) e para aquisição de bens e outros serviços no valor de até R$ 50.000,00 
(cinquenta mil reais). 
 
ATENÇÃO! A legislação estabelece como regra que NÃO é possível contrato verbal 
celebrado pela administração, dispondo ser nulo e de nenhum efeito qualquer 
contrato verbal realizado pelo ente estatal. 
 
Contudo, excepcionalmente, admite-se contrato verbal, nas compras e serviços que não 
ultrapassam R$ 10.000,00 (dez mil reais) – desde que se trate de compra de pronta 
entrega e pronto pagamento. Isso significa que este contrato não gera nenhuma espécie 
de obrigação futura (art. 95, §, 2º da lei 14.133/21). 
 
Nestas hipóteses, também não há necessidade de realização de procedimento 
licitatório, em conformidade com as regras de dispensa previstas na lei. 
 
Não obstante a ausência de previsão legal, a doutrina admite a celebração de 
contratos verbalmente, para posterior formalização por escrito, em casos 
emergenciais. Neste caso, a formalização poderá ser realizada posteriormente à 
existência de contrato e início da prestação do serviço pelo contratado. 
 
A administração pública deve providenciar a publicação do contrato até o quinto dia útil 
do mês seguinte ao da sua celebração, sendo que essa publicação deve acontecer, após 
 
 
as providências, no prazo máximo de vinte dias corridos. Ou seja, o prazo de vinte dias 
só terá início após o quinto dia útil do mês seguinte ao que o contrato foi celebrado. 
 
Além da formalização, a divulgação é requisito indispensável à eficácia do contrato 
administrativo, decorrente do princípio da publicidade, o qual garante o conhecimento 
acerca do contrato a toda a sociedade. A divulgação deve ser feita no Portal Nacional de 
Contratações Públicas (PNCP). A divulgação deve abranger o inteiro teor do contrato, 
bem como todos os aditamentos que forem feitos posteriormente, que ficarão 
disponíveis para quaisquer interessados. 
 
A lei dispõe que essa divulgação deve se dar nos seguintes prazos, contados da sua 
assinatura pelas partes: 
• 20 (vinte) dias úteis, no caso de licitação 
• 10 (dez) dias úteis, no caso de contratação direta. 
 
Caso a administração deixe de publicar o contrato, ele é válido e perfeito, somente, não 
sendo eficaz. Não produz efeito, uma vez que a eficácia fica dependendo da publicidade 
do contrato administrativo celebrado. Todavia, cabe ressaltar que os contratos 
firmados em caso de urgência produzem efeitos desde a data da sua assinatura, 
devendo ser publicado nos prazos apresentados acima, sob pena de nulidade. 
 
 
GARANTIA 
A exigência de garantia é uma cláusula necessária dos contratos administrativos (art. 
96 da Lei 14.133/21). 
 
A Lei prevê a caução que poderá ser prestada em dinheiro,títulos da dívida pública, a 
fiança bancária ou seguro garantia, a critério do contratado privado. 
 
O valor dessa garantia é definido, no bojo do contrato, e determinado pela 
administração pública. A lei estabelece o limite máximo de 5% do valor do contrato, 
sendo que, em observância a este limite, o poder público deve, discricionariamente, 
dispor acerca do valor a ser cobrado em cada contratação específica. 
 
Ocorre que, nos contratos que envolvam alta complexidade técnica ou riscos 
financeiros consideráveis, definido por meio de parecer tecnicamente aprovado pela 
autoridade competente, a garantia pode chegar a 10% do valor inicial do contrato, 
 
 
sempre mantida a regra que o ente estatal é quem define o valor da caução. 
 
Lembre-se, ainda, que, quando o contrato for de fornecimento contínuo com vigência 
superior a 1 (um) ano, assim como nas subsequentes prorrogações, será utilizado o 
valor anual do contrato para definição e ap licação dos percentuais da garantia. 
 
Em relação ao valor da garantia contratual, a legislação ainda dispõe que, em caso de 
contratos que importem na entrega de bens pela Administração, dos quais o 
contratado ficará depositário, ao valor da garantia deverá ser acrescido o valor desses 
bens. 
 
Em caso de cumprimento do contrato e adimplemento de todos os seus termos pelo 
particular, a garantia deverá ser devolvida e, se foi prestada em dinheiro, deve haver a 
correção do valor, no momento da devolução. 
 
Em caso de descumprimento contratual, a garantia pode ser utilizada pelo Estado 
como mínimo indenizatório, ou seja, o ente público pode executar a garantia e cobrar 
indenização excedente em caso de o prejuízo ultrapassar o valor da caução. 
 
Cláusula de retomada - Na contratação de obras e serviços de engenharia, o edital 
poderá exigir a prestação da garantia na modalidade seguro-garantia do tipo 
“performance bond”, com clausula de retomada, assim considerado o contrato no qual 
a seguradora se torna responsável pelo cumprimento do contrato na forma como foi 
concebido. Assim, essa empresa seguradora ficará responsável e apta por fiscalizar a 
execução do contrato – independentemente da fiscalização do poder público – como 
forma de evitar inadimplemento contratual. 
 
Nesses casos, o contrato de seguro poderá determinar a obrigação de seguradora, em 
caso de inadimplemento pelo contratado, assumir a execução e concluir o objeto do 
contrato, hipótese em que a emissão de empenho se dará em nome da seguradora, ou 
a quem ela indicar para a conclusão do contrato, será autorizada desde que 
demonstrada sua regularidade fiscal, sendo possível que essa empresa subcontrate a 
conclusão do contrato, total ou parcialmente. 
 
Assim, temos a seguinte situação, na hipótese de inadimplemento do contratado: 
➢ caso a seguradora execute e conclua o objeto do contrato, estará isenta da 
obrigação de pagar a importância segurada indicada na apólice, ficando 
quite com suas obrigações. 
 
 
➢ caso a seguradora não assuma a execução do contrato, pagará a 
integralidade da importância segurada indicada na apólice. 
 
 
CLÁUSULAS EXORBITANTES 
As cláusulas exorbitantes decorrem da supremacia do interesse público sobre o 
interesse privado e coloca o Estado em posição de superioridade jurídica na avença. 
São implícitas em todos os contratos administrativos, não dependendo de previsão 
expressa no acordo, pois decorrem diretamente da Lei (art. 104, da Lei 14.133/21). 
 
Vejamos abaixo cada uma destas cláusulas, sob a ótica da supremacia do interesse 
público sobre o privado. 
a) Alteração unilateral do contrato - É possível quando houver modificação do 
projeto ou das especificações, para melhor adequação técnica aos seus 
objetivos e quando necessária a modificação do valor contratual em 
decorrência de acréscimo ou diminuição quantitativa de seu objeto. 
 
A administração NÃO pode alterar o OBJETO do contrato, porque seria burla à 
licitação. 
 
Alteração de projeto - Alteração qualitativa (o projeto originalmente apresentado pelo 
Estado não atende mais aos fins desejados pela Administração). 
 
Alteração atinente ao valor da contração - Alteração quantitativa e, por sua vez, tem 
limites definidos na lei, que prevê que o particular deve aceitar as modificações feitas 
unilateralmente pela Administração Pública em até 25%, do valor original do contrato, 
para acréscimos ou supressões. Nesses casos, a alteração não depende de concordância 
do particular contratado. 
 
ATENÇÃO! A Regra determina que a alteração unilateral é de até 25% – acréscimos ou 
supressões. Contudo, se o contrato for celebrado para reforma de equipamentos ou de 
edifícios, a alteração unilateral, para ACRÉSCIMOS contratuais, pode chegar a 50% do 
valor original do contrato. As supressões contratuais continuam respeitando o limite de 
25%. 
 
 
 
A margem de lucro inicialmente contratada jamais poderá ser alterada pela 
Administração Pública de forma unilateral. 
 
A alteração deve decorrer de interesse público superveniente devidamente justificado, 
ou seja, o contratante deverá demonstrar a ocorrência de fato posterior à contratação 
que dá ensejo à necessidade de modificação das cláusulas contratuais, para que se 
evite um prejuízo maior ao interesse da coletividade, que é a finalidade maior dos 
contratos administrativos. 
 
b) rescisão unilateral do contrato é prerrogativa dada ao ente público 
contratante de pôr fim à avença, independentemente, de consentimento do 
particular e sem depender de decisão judicial (art. 137 e seguintes da lei 
14.133/21). 
 
Pode se dar em razão do inadimplemento do particular ou pelo interesse público 
devidamente justificado. 
 
No caso de Interesse público devidamente justificado, a administração deve indenizar 
o particular se houver dano, bem como indenizar os investimentos não amortizados do 
contratado em razão da extinção antecipada do acordo. 
 
O particular contratado terá direito à devolução da garantia prestada, aos pagamentos 
devidos pela execução do contrato até a data da rescisão e ao pagamento do custo da 
desmobilização. 
 
Por outro lado, como a lei prevê expressamente os valores devidos ao particular em 
casos de rescisão unilateral por motivo de interesse público e excluiu, não por acaso, 
a obrigação de pagar lucros cessantes, por se tratar de mera expectativa de direito, 
não passível de indenização, nesses casos. 
 
Por outro lado, inadimplente o particular contratado, o Poder Público deverá assumir 
imediatamente o objeto do contrato, no estado e local em que se encontrar, ocupar e 
utilizar o local, instalações, equipamentos, material e pessoal empregados na execução 
do contrato, necessários à sua continuidade, executar a garantia contratual, para 
ressarcimento da Administração, e dos valores das multas e indenizações a ela devidos 
e reter os créditos decorrentes do contrato até o limite dos prejuízos causados à 
Administração. Todas essas medidas independem da aplicação das penalidades 
cabíveis em virtude do descumprimento contratual. 
 
 
Nos contratos de concessão de serviços públicos (regulamentados pela Lei 8.987/95), 
a rescisão por inadimplemento do particular é chamada de caducidade, já por motivo 
de interesse público chama-se encampação. 
 
Se o ente estatal determinar suspensão de execução do contrato por prazo superior a 3 
(três) meses ou se ocorrerem repetidas suspensões que totalizem 90 (noventa) dias 
úteis, independentemente do pagamento obrigatório de indenização pelas sucessivas 
e contratualmente imprevistas desmobilizações e mobilizações ou ainda, em casos de 
atraso superior a 2 (dois) meses, contado da emissão da nota fiscal, dos pagamentos 
ou de parcelas de pagamentos devidos pela Administração por despesas de obras, 
serviços ou fornecimentos, o particular pode SUSPENDER A EXECUÇÃO do contrato 
(exceção de contrato não cumprido), conforme disposição do art. 137, §3º, II, da lei 
14.133/21. 
 
Nesse sentido, resta claro que o particularnão pode determinar a rescisão unilateral, 
no entanto, poderá suspender a execução do contrato pela exceção de contrato não 
cumprido ou exceptio non adimplenti contractus. 
c) Fiscalização da execução do contrato - A Administração Pública deve designar 
um ou mais agentes públicos que ficarão responsáveis pela fiscalização na 
execução contratual, aplicando penalidades e exigindo o cumprimento das 
obrigações pela parte contratada (art. 117, da Lei 14.133). 
 
Poder-dever da Administração, que não exclui a responsabilidade do particular 
contratado que continua sendo responsável pelos danos causados diretamente à 
Administração ou a terceiros, decorrentes de sua culpa ou dolo na execução do 
contrato, não havendo redução ou exclusão da responsabilidade em virtude da 
fiscalização ou o acompanhamento pelo órgão interessado. 
 
O contratado deverá manter preposto, aceito pela Administração, no local da obra ou 
serviço, para representá-lo na execução do contrato. 
 
d) Ocupação temporária de bens; 
Nos casos de serviços essenciais, a Administração Pública poderá ocupar 
provisoriamente bens móveis, imóveis, pessoal e serviços vinculados ao objeto do 
contrato, na hipótese da necessidade de acautelar apuração administrativa de faltas 
contratuais pelo contratado, bem como na hipótese de rescisão do contrato 
administrativo. 
 
 
 
ATENÇÃO! A ocupação temporária deve ser precedida de processo administrativo. 
 
e) Aplicação de penalidades – aos particulares contratados em decorrência de 
descumprimento do acordo, ainda que se trate de inexecução parcial. 
As penalidades a serem aplicadas estão previstas na legislação e se dividem em quatro 
hipóteses, de acordo com a gravidade da infração cometida, quais sejam: 
a) advertência; 
b) multa; 
c) impedimento de licitar e contratar; 
d) declaração de inidoneidade para licitar ou contratar. 
 
As punições serão aplicadas em consonância ao princípio da proporcionalidade, não 
sendo admitida a aplicação de penalidade mais intensa ou mais extensa do que o 
necessário a sancionar a infração praticada. 
 
ATENÇÃO! Todos os agentes públicos que praticarem atos que possam prejudicar a 
licitação ou frustrar seu caráter competitivo ficarão sujeitos às sanções 
administrativas, penais e civis cabíveis, nos moldes das legislações pertinentes. 
 
 
Impedimento Indireto 
O Impedimento Indireto ainda é algo muito novo, com pouca jurisprudência, mas deve 
ser analisado com bastante cuidado pelos gestores que atuam no setor de licitações. A 
intenção do instituto é coibir o abuso da Pessoa Jurídica. 
 
De fato, a intenção é evitar que o particular se valha da personalidade jurídica de uma 
empresa como escudo para burlar proibições de contratação, como condenações 
ocorridas anteriormente. 
 
Alguns indícios devem ser observados para a configuração do impedimento indireto, 
tais como: 
(i) a completa identidade dos sócios-proprietários de empresa sucedida e sucessora, 
(ii) a atuação no mesmo ramo de atividades e 
(iii) a transferência integral do acervo técnico e humano de empresa sucedida para a 
sucessora. 
 
 
Nestes casos, será possível a desconsideração da personalidade jurídica, para estender 
a penalidade aplicada à outra empresa. 
 
 
ALTERAÇÃO CONTATUAL POR VONTADE DAS PARTES 
Em determinadas situações, o contrato administrativo poderá ser alterado de forma 
bilateral, nas quatro hipóteses a seguir: 
a) Quando o particular julgar conveniente a substituição da garantia de execução 
do contrato e desde que essa modificação não enseje prejuízos ao ente público. 
 
b) Quando necessária a modificação do regime de execução da obra ou serviço, 
bem como do modo de fornecimento, em face de verificação técnica da 
inaplicabilidade dos termos contratuais originários. 
 
 
c) Quando necessária a modificação da forma de pagamento, por imposição de 
circunstâncias supervenientes, mantido o valor inicial atualizado, vedada a 
antecipação do pagamento, com relação ao cronograma financeiro fixado, sem 
a correspondente contraprestação de fornecimento de bens ou execução de 
obra ou serviço. 
 
 
d) Para restabelecer a relação que as partes pactuaram inicialmente entre os 
encargos do contratado e a retribuição da Administração (manutenção do 
equilíbrio econômico-financeiro). São as hipóteses de teoria da imprevisão, 
que ensejam a necessidade de revisão contratual, como forma de se evitar 
prejuízos ao particular contratado. 
 
 
EQUILÍBRIO ECONÔMICO-FINANCEIRO DO CONTRATO 
É garantia do particular contratado a manutenção da margem de lucro inicialmente 
pactuada. A manutenção deste equilíbrio deve se dar mediante a alteração de valores 
a serem pagos ou modificação e ampliação de prazos de execução, sempre que a 
situação previamente estabelecida for alterada no bojo da execução do contrato. 
 
O particular contratado não pode sofrer prejuízos de situações não causados por ele, 
durante a relação contratual, sob pena de se frustrar a garantia da proposta 
apresentada. 
 
 
Pagamentos feitos ao particular – É cláusula necessária do contrato administrativo a 
regulamentação acerca do preço e das formas de pagamento. Assim, além do 
pagamento da fatura, propriamente dita, como forma de manutenção do equilíbrio 
econômico-financeiro, alguns pagamentos são feitos ao particular contratado pela 
Administração Pública. Analisemos, no quadro abaixo, cada uma dessas formas de 
pagamento. 
 
PAGAMENTOS 
FEITOS AO 
PARTICULAR 
Correção 
monetária 
Atualização da margem de lucro 
inicialmente acordada, mantendo o valor 
real do contrato. 
Reajustamento 
de preços 
Reajuste em face do aumento ordinário e 
regular do custo dos insumos necessários 
ao cumprimento do acordo. 
Repactuação 
Manutenção do equilíbrio econômico-
financeiro de contrato utilizada para 
serviços contínuos com regime de 
dedicação exclusiva de mão de obra ou 
predominância de mão de obra, por meio 
da análise da variação dos custos 
contratuais, devendo estar prevista no 
edital com data vinculada à apresentação 
das propostas, para os custos decorrentes 
do mercado, e com data vinculada ao 
acordo, à convenção coletiva ou ao dissídio 
coletivo ao qual o orçamento esteja 
vinculado, para os custos decorrentes da 
mão de obra. 
Recomposição 
de preços 
ou revisão 
de preços 
Quando o reajustamento de preços não 
consegue fazer face ao real aumento do 
preço dos insumos, em virtude de uma 
situação excepcional (não prevista no 
contrato), a Administração Pública, como 
forma de reequilibrar o contrato, precisa 
fazer a recomposição de preços. Isso 
ocorre porque a previsão contratual de 
reajuste não foi suficiente para suprir a 
efetiva modificação nos custos do contrato 
celebrado. 
 
 
TEORIA DA IMPREVISÃO 
Ocorre nos casos em que há uma situação fática não prevista quando da celebração do 
contrato, portanto imprevisível, que venha a alterar o equilíbrio econômico-financeiro 
do contrato, com reflexos em sua execução. Em virtude desta situação, se faz 
necessária a recomposição dos preços. 
 
Decorre da denominada Cláusula rebus sic stantibus: situações nas quais há 
desequilíbrio contratual e a administração precisa, a fim de manter o equilíbrio do 
contrato, proceder à revisão dos preços e prazos previamente pactuados. 
 
As hipóteses de teoria da imprevisão são: 
Caso fortuito e força maior 
Pode decorrer de fatos humanos, desde que não sejam provocados por nenhuma das 
partes do acordo, ou podem ser causados por fatos da natureza, em relação aos quais 
nenhuma medida pode ser tomada para obstar sua precipitação 
 
Interferências imprevistas (sujeições imprevistas) 
São situações preexistentes à celebração do contrato, mas que só vêm à tona durante 
sua execução. 
 
Fato da administração 
O desequilíbrio contratual é causado por uma atuação específica da Administração 
(enquanto parte no contrato) que incide sobre o contrato e impede a sua execução. 
 
Fato do príncipe 
O desequilíbrio contratual tambémé causado pelo poder público e, por esta atuação, 
haverá necessidade de recomposição do preço. Ocorre que, neste caso, há uma 
atuação extracontratual (geral e abstrata) do ente estatal que termina por atingir 
diretamente a relação contratual. 
 
ATENÇÃO! Para que seja configurado o fato do princípe relevante que o agente que 
pratica a conduta onerosa seja da mesma esfera de governo daquele que celebrou o 
contrato administrativo atingido. Ente federativo diverso caracteriza caso fortuito. 
 
 
 
ATENÇÃO! Em algumas situações, a teoria da imprevisão gera a impossibilidade de 
manter o contrato. Nestes casos, a situação imprevista enseja a rescisão contratual 
(rescisão de pleno direito), ocorrida por situação alheia à vontade das partes. 
 
 
ALOCAÇÃO DE RISCOS 
Como forma de reduzir a responsabilidade do poder público pela manutenção do 
equilíbrio financeiro do contrato administrativo, a lei dispõe que o edital poderá 
contemplar matriz de alocação de riscos entre o contratante e o contratado. Nesses 
casos, o cálculo do valor estimado da contratação poderá considerar taxa de risco 
compatível com o objeto da licitação e os riscos atribuídos ao contratado, de acordo 
com metodologia predefinida pelo ente federativo. 
 
Verifique que a lei inclui a matriz de alocação de riscos como faculdade da 
Administração Pública, ressalvados os casos de contratação de a obras e serviços de 
grande vulto ou forem adotados os regimes de contratação integrada e semi-
integrada, uma vez que, nesses casos, a previsão editalícia dessa matriz se torna 
obrigatória. 
 
Assim, será apresentada uma matriz que deve dividir os riscos de cada contrato entre 
cada uma das partes, bem como deve buscar mecanismos que afastem a ocorrência do 
sinistro e mitiguem os seus efeitos, caso ocorra durante a execução contratual. Atente-
se para o fato de que a previsão da matriz de alocação de riscos deve estar posta no 
instrumento convocatório da licitação. 
 
 
SUBCONTRATAÇÃO NOS CONTRATOS DA ADMINISTRAÇÃO 
A princípio, se houver a subcontratação do objeto integral do contrato, resta clara a 
fraude ao procedimento licitatório e pode ser considerado inadimplemento contratual. 
 
Nesse sentido, a lei 14.133/21 dispõe acerca da possibilidade de subcontratação parcial 
do objeto do contrato, desde que cumpridos alguns requisitos definidos na legislação, 
restando clara a impossibilidade de subcontratar integralmente o objeto acordado, 
inclusive em observância à impessoalidade e isonomia, princípios arraigados no 
conceito da licitação, enquanto procedimento administrativo. 
 
 
 
Nesses casos, o particular que pretender subcontratar parte de suas atividades deve 
apresentar à Administração documentação que comprove a capacidade técnica do 
subcontratado, que será avaliada e juntada aos autos do processo correspondente. 
 
 
DURAÇÃO 
A duração dos contratos regidos pela lei 14.133/21 ficará adstrita à vigência dos 
respectivos créditos orçamentários que, no direito brasileiro, são definidos pela lei 
orçamentária anual, à qual cabe prever todas as despesas e receitas da entidade no 
período de um exercício. Desse modo, os contratos administrativos devem ter duração 
máxima de um ano, para atender à previsão orçamentária. 
 
Com efeito, a lei orçamentária define as despesas que podem ser contraídas pelo ente 
público naquele exercício, limitando toda atuação ou ajuste firmado pelo Estado 
durante a vigência dos respectivos créditos. 
 
A Lei 14.133/21 define algumas situações excepcionais, nas quais se admite a 
contratação além do prazo de um exercício. Vejamos no quadro abaixo as exceções à 
vigência máxima de um ano. 
 
Projetos 
contemplados 
na lei do Plano 
Plurianual 
A avença terá duração de até quatro anos, 
para cumprimento das metas e execução de 
seu objeto. 
Prestação de 
serviços a 
serem 
executados de 
forma contínua 
Além do prazo original de 5 (cinco) anos, a 
lei permite que sejam feitas prorrogações 
posteriores no referido contrato, desde que, 
ao final, ele não ultrapasse o prazo de 10 
(dez) anos. Nesses casos, a possibilidade de 
prorrogação deve ter previsão em edital e a 
autoridade competente deve atestar que as 
condições e os preços permanecem 
vantajosos para a Administração, permitida 
a negociação com o contratado ou a 
extinção contratual sem ônus para qualquer 
das partes. 
 
 
Aluguel de 
equipamentos 
e utilização de 
programas de 
informática 
segue as mesmas regras dos contratos de 
prestação de serviços contínuos, podendo 
ser firmado por até 5 (cinco) anos, 
cumpridas as exigências previstas em lei. 
Contratações 
previstas nas 
alíneas “f” e 
“g” do inciso IV 
e nos incisos V, 
VI, XII e XVI do 
caput do art. 
75, da Lei 
14.133/21. 
Os contratos poderão ter vigência por até 10 
(dez) anos, caso haja interesse da 
administração. Analisemos cada uma das 
hipóteses que se caracterizam como 
situações de dispensa de licitação, 
ensejando, portanto, a possibilidade de 
contratação direta. 
Contratos de 
operação 
continuada de 
sistemas 
estruturantes 
de tecnologia 
da informação. 
Esses contratos podem ser firmados com 
vigência máxima de 15 (quinze) anos, nos 
termos da lei. 
 
Exceções não 
previstas 
diretamente 
na lei. 
Alguns contratos administrativos podem ser 
celebrados, sem ensejar gastos ao poder 
público. Nesses casos, pode-se dizer que, 
além das exceções mencionadas, os 
contratos que não geram despesas à 
Administração Pública não precisam estar 
previstos na lei orçamentária, logo, não 
precisam respeitar o limite de vigência 
definido, no art. 105, da lei 14.133/21, que 
condiciona a vigência à adequação 
orçamentária. 
 
 
ATENÇÃO! Contratos que não geram despesas à Administração Pública não precisam 
estar previstos na lei orçamentária, logo, não precisam respeitar o limite de vigência 
definido, no art. 105, da lei 14.133/21. 
 
 
 
Além disso, no que tange à possibilidade de prorrogação, a legislação determina que o 
contrato administrativo pode ser prorrogado, desde que seja feito dentro do prazo de 
vigência do contrato e decorra, cumulativamente, de previsão no edital e no contrato 
e autorização do poder público, mantidas as demais disposições contratuais. 
 
Por fim, vale esclarecer que toda prorrogação de prazo contratual deverá ser 
justificada por escrito e previamente autorizada pela autoridade competente para 
celebrar o contrato. Importante salientar, ainda, que, para que haja prorrogação, é 
indispensável que haja previsão orçamentária e que a empresa mantenha todas as 
condições necessárias à sua habilitação para contratar com o poder público, além do 
respeito ao disposto no art. 7º, XXXIII, da Constituição Federal. 
 
 
RESPONSABILIDADES DECORRENTES DO CONTRATO 
Uma vez celebrado o contrato, as partes que firmaram o pacto têm o dever de cumprir 
fielmente as obrigações assumidas, em consonância com a legislação vigente e com as 
cláusulas previstas no acordo, sendo que cada uma das partes será responsabilizada 
por qualquer descumprimento contratual. 
 
O particular responde diretamente pelo serviço prestado ou bem entregue à 
Administração, ou ainda pela obra por ele executada. 
 
Além disso, quaisquer prejuízos causados pelo particular, seja à Administração Pública 
ou a terceiros, na execução da obra, ou prestação do serviço ensejam sua 
responsabilização e, conforme já previamente estipulado, não excluem ou reduzem 
essa responsabilidade à fiscalização ou ao acompanhamento pelo órgão interessado. 
 
Noutro giro, o STF se manifestou no sentido de que é válida a aplicação da nova 
redação da Súmula 331 do TST, no entanto, deixando claro que o empregado terá o 
ônus de provar que houve a má fiscalização do gestor público. 
 
De fato, no julgamento do RE 760931/DF, em 2017, o plenário da Suprema Corte, por 6 
votos a 5 “Anotou que a imputação da culpa “in vigilando” ou “in elegendo” à 
Administração Pública, por suposta deficiência na fiscalização da fiel observância dasnormas trabalhistas pela empresa contratada, somente pode acontecer nos casos em 
que se tenha a efetiva comprovação da ausência de fiscalização. Nesse ponto, 
asseverou que a alegada ausência de comprovação em juízo da efetiva fiscalização do 
contrato não substitui a necessidade de prova taxativa do nexo de causalidade entre a 
 
 
conduta da Administração e o dano sofrido”. 
 
 
FORMAS DE EXTINÇÃO DO CONTRATO ADMINISTRATIVO 
As hipóteses de extinção decorrem de lei ou da própria execução do contrato e são 
situações que dão fim à avença celebrada entre o poder público e o particular 
contratado. Vejamos abaixo estas formas de extinção. 
• Extinção natural - Conclusão do objeto ou advento do termo do contrato. 
• Anulação – extinção contratual decorrente de vício de ilegalidade no contrato 
ou no procedimento licitatório de que resultou sua assinatura, com efeitos 
retroativos à data de início de vigência do acordo, impedindo os efeitos jurídicos 
que ele, ordinariamente, deveria produzir, além de desconstituir os já 
produzidos. 
 
ATENÇÃO! Em casos de irregularidade na celebração do contrato, a extinção pode 
decorrer de anulação. Vale destacar que mesmo que o contrato seja nulo, o particular 
contratado deve ser remunerado pelos serviços prestados de boa-fé ou de má-fé, caso 
contrário, estaria se admitindo o enriquecimento sem causa do ente público. 
 
• Extinção Unilateral – ocorre por razões de interesse público ou por 
inadimplemento total ou parcial do contrato pelo particular. A rescisão 
unilateral configura cláusula exorbitante do contrato e, por isso, somente pode 
ser determinada por vontade administração pública, não sendo possível ao 
particular se valer desta prerrogativa. 
• Extinção arbitral ou judicial – se dá por provocação do particular, 
quando o ente público é inadimplente, haja vista o contratado não poder se 
utilizar da rescisão unilateral. Nesses casos, se existir o compromisso arbitral, no 
contrato firmado, a extinção pode ser feita por esse meio, caso contrário, o 
particular deverá propor ação judicial pleiteando a rescisão contratual. 
• Extinção bilateral (distrato) – trata-se de rescisão amigável, realizada 
por ambas as partes. Estas hipóteses dependem de prévia autorização escrita e 
fundamentada da autoridade competente e podem ser efetivadas por meio de 
mediação ou comitê de resolução de disputas. 
• Extinção de pleno direito – por situações alheias à vontade das partes, 
em casos excepcionais que impedem a manutenção do contrato e nas quais não 
seja possível a revisão de preços. 
 
 
 
SOLUÇÃO ALTERNATIVA DE CONTROVÉRSIAS 
A lei 14.133/21, em seu art. 151, prevê a possibilidade de utilização de meios 
alternativos de prevenção e resolução de controvérsias, notadamente a conciliação, a 
mediação, o comitê de resolução de disputas e a arbitragem, para tratar de disputas 
ocorridas no bojo de contratos administrativos, acrescentando que somente serão 
admitidos os meios alternativos às controvérsias relacionadas a direitos patrimoniais 
disponíveis, como as questões relacionadas ao restabelecimento do equilíbrio 
econômico-financeiro do contrato, ao inadimplemento de obrigações contratuais por 
quaisquer das partes e ao cálculo de indenizações. 
 
 
PLANO CONTRATUAL ANUAL 
Os órgãos responsáveis pelo planejamento de cada ente federativo podem se utilizar 
dos documentos de demanda recebidos e elaborar plano de contratações anual, com o 
objetivo de racionalizar as contratações dos órgãos e entidades sob sua competência, 
garantir o alinhamento com o seu planejamento estratégico e subsidiar a elaboração 
das respectivas leis orçamentárias. 
 
 
PORTAL NACIONAL DE CONTRATAÇÕES PÚBLICAS (PNCP) 
A lei determina a criação do Portal Nacional de Contratações Públicas (PNCP), que 
configura o sítio eletrônico oficial destinado à divulgação centralizada e obrigatória dos 
atos exigidos por esta Lei e à realização facultativa das contratações pelos órgãos e 
entidades dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário de todos os entes federativos. 
Assim, o referido portal ficará responsável por dar publicidade aos procedimentos 
licitatórios e ainda pode realizar os contratos firmados pelos entes públicos. 
 
 
DISPOSIÇÕES PENAIS DA LEI 14.133/21 
A partir do art. 179, a Lei 14.133/21 trata acerca dos crimes que podem ser cometidos 
na execução dos procedimentos licitatórios e dos contratos administrativos, por meio 
de inserção de tipos penais no Código Penal, no capítulo atinente aos Crimes contra a 
Administração Pública. 
 
 
 
 
 
DOS CONSTRATOS ADMINISTRATIVOS EM ESPÉCIE 
A lei 14.133/21 regulamenta algumas espécies de contratos administrativos. O art. 2º 
prevê que as suas disposições são aplicáveis a alienação e concessão de direito real de 
uso de bens, compra, inclusive por encomenda, locação, concessão e permissão de uso 
de bens públicos, prestação de serviços, inclusive os técnico-profissionais 
especializados, além de contratos de obras e serviços de arquitetura e engenharia, 
abrangendo as contratações integrada e semi-integrada. 
 
Além destes contratos regulamentados pela lei geral de licitações e contratos, a 
legislação pertinente e a doutrina costumam apontar a existência ainda de contratos de 
concessão, contratos de permissão de serviços públicos e os contratos de gestão. 
Vejamos: 
• Contratos de execução de obras; são contratos celebrados pela administração 
pública para que o particular, em um prazo máximo, fixado na avença, execute 
obra pública para utilização do próprio ente estatal ou da coletividade em 
geral. Nos termos da legislação, pode ser conceituada como obra toda 
construção, reforma, fabricação, recuperação ou ampliação, realizada por 
execução direta ou indireta. 
Sendo assim, caso a obra não seja executada diretamente pelo poder público, 
poderá ser contratada para execução por instrumentos definidos na lei, quais 
sejam: 
a) empreitada por preço global; 
b) empreitada por preço unitário; 
c) tarefa; 
d) empreitada integral; 
 
 
ATENÇÃO! Deve haver a elaboração do projeto básico, bem como do projeto 
executivo. 
 
A contratação de obra deve ser realizada, seguindo o cronograma de elaboração do 
projeto básico, primeiramente, para posterior contratação do projeto executivo e, por 
fim, a celebração do ajuste para execução da obra. 
• Contratação integrada e contratação semi-integrada; a Lei dispõe que, em 
algumas situações, é possível a contratação semi-integrada, ou seja, 
contratação que envolve a elaboração e o desenvolvimento do projeto 
executivo, a execução de obras e serviços de engenharia, a montagem, a 
 
 
realização de testes, a pré-operação e as demais operações necessárias e 
suficientes para a entrega final do objeto. Por sua vez, a contratação integrada 
se configura uma espécie de contratação que envolve a elaboração e o 
desenvolvimento dos projetos básico e executivo, a execução de obras e 
serviços de engenharia, a montagem, a realização de testes, a pré-operação e as 
demais operações necessárias e suficientes para a entrega final do objeto. 
Enfim, todas as etapas ficam englobadas em uma única contratação, exigindo-se 
do ente estatal somente a elaboração de um anteprojeto antes da realização do 
certame licitatório. 
 
• Contratos de prestação de serviços; trata-se de contratação de atividade 
destinada a obter determinada utilidade de interesse para a Administração, tais 
como: demolição, conserto, instalação, montagem, operação, conservação, 
reparação, adaptação, manutenção, transporte, locação de bens, publicidade, 
seguro ou trabalhos técnico-profissionais. 
Não se confundem com os contratos de concessão de serviços públicos, já que 
neste há a cobrança de tarifas dos usuários do serviço prestado. 
 
• Contratos de fornecimento de bens; contratação para aquisição de bens 
necessários à execução das atividades do órgão público, seja mediante 
pagamento à vista ou parcelado, nos moldes definidos na proposta vencedora 
da licitação.• Contrato de concessão de serviços públicos; trata-se de contratação 
regulamentada pela lei 8.987/95, por meio da qual a Administração transfere, 
mediante procedimento licitatório na modalidade concorrência ou diálogo 
competitivo, a prestação de um determinado serviço público ao particular que 
deverá prestá-lo por sua conta e risco, por prazo determinado, mediante a 
remuneração por meio de cobrança de tarifas dos usuários do serviço. 
 
 
A concessão de serviço público poderá ser simples ou precedida de obra. 
 
Precedida de obra (mediante concorrência) - A concessionária executa a obra, por sua 
conta e risco, sendo-lhe transferida, posteriormente, a possibilidade de explorar o 
serviço decorrente da obra executada, como forma de remuneração. 
 
 
 
Ademais, a lei 11.079/04 criou duas novas espécies de concessões de serviços públicos, 
designadas, pela própria lei, como Parceria Público-Privada. Tais parcerias se dividem 
em duas novas espécies de ajustes, quais sejam a concessão patrocinada e a concessão 
administrativa. 
 
Concessão patrocinada - Tarifas pagas pelos usuários + contraprestação pecuniária do 
poder público = remuneração 
Concessão administrativa - Administração Pública a usuária, direta ou indireta, do 
serviço público prestado, sendo a responsável pelo pagamento das tarifas. 
• Permissão de serviços públicos – o art. 175 da Constituição Federal trata a 
permissão de serviço público como contrato administrativo e, seguindo esta 
orientação, a lei 8.987/95, em seu art. 40, conceitua a permissão de serviços 
públicos como contrato de adesão (característica comum a todos os contratos 
administrativos) por meio do qual se transfere a particular a prestação de 
serviços públicos, por sua conta e risco, mediante remuneração por tarifas dos 
usuários, a título precário. Por óbvio, a precariedade é afastada pela natureza 
contratual do instituto. 
 
• Contrato de concessão de uso de bens públicos - consentimento da utilização 
de um determinado bem público, de forma especial, anormal ou privativa, com 
finalidade específica, mediante pagamento de remuneração ou gratuitamente. 
 
• Contrato de gestão – tradicionalmente, tratava-se de avença firmada entre 
entidades públicas, com a intenção de conferir maior eficiência na execução das 
atividades, não sendo possível a assinatura do acordo com pessoas privadas. 
Com a Reforma Administrativa ocorrida, no Brasil, a partir de 1995, culminando 
com a edição da Emenda Constitucional n. 19/98, os contratos de gestão 
passaram a ter ampla previsão legal e constitucional, abarcando, sob o mesmo 
título jurídico, várias espécies de ajustes, de naturezas jurídicas diversas. 
Sendo assim, a lei 9649/98 regulamenta o contrato de gestão firmado entre 
entes da Administração Direta e suas autarquias ou fundações públicas, ao 
mesmo tempo que a lei 9637/98 designa com o mesmo título, o acordo 
celebrado entre o Estado e entidades privadas sem fins lucrativos que atuam na 
execução de serviços de utilidade pública, em um rol definido na própria lei. Por 
sua vez, o art. 37, §8º, da Constituição Federal, por meio de regulamentação 
muito criticada pela doutrina brasileira, admite a celebração de contratos de 
gestão entre órgãos e, até mesmo, entre órgãos públicos e seus 
administradores, pessoas físicas, configurando verdadeira aberração jurídica, de 
impossível realização prática. 
 
 
• Contrato de eficiência – A lei 14.133/21 dispõe que o contrato de eficiência é 
aquele “cujo objeto é a prestação de serviços, que pode incluir a realização de 
obras e o fornecimento de bens, com o objetivo de proporcionar economia ao 
contratante, na forma de redução de despesas correntes, remunerado o 
contratado com base em percentual da economia”. 
 
 
CONVÊNIOS 
Ajustes firmados entre a Administração Pública e entidades que possuam vontades 
convergentes, mediante a celebração de acordo para melhor execução das atividades 
de interesse comum dos conveniados. 
 
A legislação exige prévia aprovação de competente plano de trabalho proposto pela 
organização interessada, o qual deverá conter, ao menos, algumas informações 
definidas na lei, quais sejam: identificação e definição do objeto a ser executado, de 
interesse comum entre os entes conveniados; metas a serem atingidas; etapas ou 
fases de execução; plano de aplicação dos recursos financeiros; cronograma de 
desembolso de valores pela entidade conveniada, com definição de prazos e metas; 
previsão de início e fim da execução do objeto, bem assim da conclusão das etapas ou 
fases programadas; comprovação de que os recursos próprios para complementar a 
execução do objeto estão devidamente assegurados, caso o convênio compreenda 
execução de obra ou serviço de engenharia, salvo se o custo total do empreendimento 
recair sobre a entidade ou órgão descentralizador. 
 
Por fim, a doutrina e jurisprudência entendem que celebração de convênios, em 
decorrência da convergência de vontades não devem ser precedidos de procedimento 
licitatório. 
 
 
CONSÓRCIOS PÚBLICOS 
Os consórcios públicos foram criados com a edição da lei 11.107/05 e consistem na 
gestão associada de entes federativos para prestação de serviços de interesse comum a 
todos eles. Somente se admite a participação de entes políticos no acordo, ou seja, 
União Federal, estados, municípios e Distrito Federal podem se associar para formação 
deste ajuste. 
 
A previsão desta gestão associada tem base constitucional, haja vista a previsão no 
art. 241 da Carta Magna e apresenta uma formalização jurídica estável, na qual, 
 
 
entidades federativas firmam acordo para prestação de serviços públicos de forma 
associada, garantindo maior eficiência e destinação de recursos mais consistentes 
para executar a atividade pretendida. 
 
Sendo assim, os entes federativos podem se associar para a formação do Consórcio 
Público, criando, por meio do ajuste uma nova entidade com personalidade jurídica de 
direito público ou de direito privado, consoante disposto no próprio termo do 
consórcio. 
 
Na formação do ajuste, o contrato de rateio é firmado para definir com que montante 
cada uma destas entidades participará na formação de manutenção da nova pessoa 
jurídica criada. 
LICITAÇÕES E CONTRATOS DAS EMPRESAS ESTATAIS 
Neste tópico serão apontados alguns pontos referentes à lei 13.303/16, a qual dispõe 
sobre o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas 
subsidiárias, no âmbito da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. 
 
Dispensa e inexigibilidade 
Inicialmente, cumpre ressaltar que a Lei 13.303/16 estabelece situações de 
contratações diretas por meio de dispensa e inexigibilidade de licitação. 
 
As hipóteses de dispensa estão taxativamente expostas no art. 29 da referida lei. 
Verifica-se, desta forma, que as situações de dispensa de licitações tratadas na lei 
13.303/16, seguindo as regras aplicáveis às licitações públicas em geral, abarcam 
hipóteses em que seria plenamente viável a competição, mas não se faz necessária por 
expressa dicção legal. 
 
Trata-se, portanto, de rol taxativo ou exaustivo, não podendo ser ampliado por 
entendimento da Administração Pública ou doutrina. 
 
Por seu turno, a inexigibilidade de licitação estará presente sempre que se demonstrar 
a inviabilidade de competição. Neste sentido, o art. 30 da lei 13.303/16 dispõe acerca 
de algumas hipóteses em que se configura a contratação direta com base neste 
entendimento. Lembrando-se que se trata de um rol meramente exemplificativo. 
 
 
 
 
Modalidade e regras aplicáveis 
O art. 32, IV, da Lei 13.303/16 prevê que o pregão deverá ser a modalidade licitatória 
preferencialmente utilizada nas contratações realizadas pelas empresas públicas e 
sociedades de economia mista. Saliente-se que a lei deixa claro o caráter preferencial – 
e não exclusivo – desta modalidade licitatória, que somente será escolhida quando for 
cabível, nos moldes da legislação vigente, ou seja,para aquisição de bens e serviços 
comuns. Com efeito, não se pode utilizar o pregão para a execução de obras ou 
alienação de bens pelas empresas estatais. 
 
Trata-se de uma normatização equivocada e incongruente. O dispositivo legal dispõe 
que o pregão é a modalidade preferencial, no entanto, trata de um procedimento 
licitatório totalmente novo, não se compatibilizando com a sua estrutura. 
 
Com efeito, mais correto seria imaginar que se trata de nova modalidade licitatória, 
haja vista o procedimento totalmente inovador criado pela lei. Sendo assim, pode-se 
considerar que se trata de NOVO pregão e não aquele apresentado pela lei 10.520/02. 
 
Ademais, as licitações deverão atentar para a sustentabilidade ambiental e 
acessibilidade para pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida. 
 
O procedimento da licitação se desenvolve em 10 fases, quais sejam: 
1) preparação; 
2) divulgação; 
3) apresentação de lances ou propostas; 
4) julgamento; 
5) verificação da efetividade dos lances ou propostas; 
6) negociação; 
7) habilitação; 
8) recurso; 
9) adjudicação do objeto; 
10) homologação ou revogação. 
 
 
 
 
Pré-qualificação permanente 
A Pré-qualificação permanente configura uma decisão administrativa que informa que 
interessados cumprem requisitos genéricos para participação de licitações no órgão 
público que a está realizando. O procedimento para a pré-qualificação é público, 
permanente e aberto para quaisquer interessados (art. 64, da Lei 13.303/16). 
 
Cadastramento 
A lei ainda prevê a possibilidade de cadastramento de licitantes, sendo que os registros 
cadastrais poderão ser mantidos para efeito de habilitação dos inscritos em 
procedimentos licitatórios e serão válidos por 1 (um) ano, no máximo, também sendo 
admitida a atualização a qualquer tempo. Da mesma forma que acontece na pré-
qualificação, o art. 65, § 1º, dispõe que “Os registros cadastrais serão amplamente 
divulgados e ficarão permanentemente abertos para a inscrição de interessados.” 
 
Não se confunde com a pré-qualificação, uma vez que o cadastro se apresenta como 
um conjunto de informações armazenadas no órgão público, ou seja, não há qualquer 
provimento de caráter decisório proferido pelo órgão. 
 
Prazos de implementação 
A lei entrou 13.303 em vigor na data de sua publicação, ou seja, no dia 01 de julho de 
2016, no entanto, algumas exigências definidas na legislação tiveram previsão de prazo 
para implementação. 
 
Contratos firmados com as empresas estatais 
Inicialmente, é importante salientar que, haja vista a natureza jurídica inerente às 
empresas estatais, os seus contratos não ostentam a qualidade de contratos 
administrativos, razão pela qual a lei não prevê cláusulas exorbitantes como a 
possibilidade de alteração unilateral da avença por determinação do contratante. 
 
Inclusive, nesse sentido, o art. 173, II, da Constituição da República dispõe que essas 
entidades devem se sujeitar ao regime jurídico próprio das empresas privadas, quanto 
aos direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários. 
 
Todavia, a lei estabelece algumas peculiaridades em relação aos contratos a serem 
firmados por essas empresas com particulares, inclusive a possibilidade de aplicação 
de multa e exigência de garantia. 
 
 
Sanções 
A lei prevê que o descumprimento do contrato pelo particular, seja ele total ou parcial, 
poderá, garantida a prévia defesa, aplicar ao contratado as seguintes sanções: a) 
advertência; b) multa; c) suspensão temporária de participação em licitação e 
impedimento de contratar com a Administração 
 
Subcontratação 
A subcontratação é admitida, desde que seja parcial e mediante autorização da 
empresa estatal, desde que a empresa subcontratada atenda a todas as exigências de 
qualificação técnica impostas ao contratado no bojo do procedimento licitatório (art. 
78, da Lei 13.303/16). 
 
 
CONVÊNIOS E CONTRATOS DE REPASSE COM O PODER PÚBLICO 
A legislação dispõe que a celebração de convênio, acordo ou ajuste pelos órgãos ou 
entidades da Administração Pública depende de prévia aprovação de competente 
plano de trabalho proposto pela organização interessada, o qual deverá conter, no 
mínimo, a identificação do objeto a ser executado, as metas a serem atingidas, 
as etapas ou fases de execução, o plano de aplicação dos recursos financeiros, 
o cronograma de desembolso, a previsão de início e fim da execução do objeto, bem 
assim da conclusão das etapas ou fases programadas e, caso o ajuste compreenda 
obra ou serviço de engenharia, comprovação de que os recursos próprios para 
complementar a execução do objeto estão devidamente assegurados, salvo se o custo 
total do empreendimento recair sobre a entidade ou órgão descentralizador. 
 
Enfim, pode-se verificar que, diferentemente do que ocorre com os contratos 
administrativos, na celebração de convênios, as partes que firmam o ajuste possuem 
vontades convergentes, não sendo necessária a realização de licitação antes de 
firmado o acordo. 
 
 
Vedações para celabração de covênios 
Não se admite a celebração de convênios com órgãos e entidades da administração 
pública direta e indireta dos Estados, Distrito Federal e Municípios cujo valor seja 
inferior a valor definido em ato conjunto o Ministério do Planejamento, do Ministério 
da Economia e da CGU. Trata-se de vedação decorrente de baixo valor do objeto. 
 
 
 
Da mesma forma, não é possível que se firme este tipo de ajuste com entidades 
privadas sem fins lucrativos que tenham como dirigente agente político de Poder ou do 
Ministério Público, dirigente de órgão ou entidade da administração pública de 
qualquer esfera governamental, ou respectivo cônjuge ou companheiro, bem como 
parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o segundo grau. Neste caso, se 
busca vedar o favorecimento de agentes públicos e seus parentes com o repasse de 
verbas públicas. 
 
O decreto dispõe ainda que o convênio não pode ser firmado entre órgãos e entidades 
da administração pública federal. O acordo não é permitido com entidades privadas 
sem fins lucrativos que não comprovem ter desenvolvido, durante os últimos três anos, 
atividades referentes à matéria objeto do convênio ou contrato de repasse ou com 
entidades privadas sem fins lucrativos que tenham, em suas relações anteriores com a 
União, cometido algumas das infrações reguladas no Decreto. 
 
Por fim, é vedada a celebração de convênios cuja vigência se encerre no último ou no 
primeiro trimestre de mandato dos Chefes do Poder Executivo dos entes federativos. 
 
 
 
GLOSSÁRIO PARA O CONSULTOR NA NOVA LEI DE LICITAÇÕES 
 
• Administração Pública Direta: é o conjunto de órgãos que fazem parte da estrutura do 
Poder Executivo, como os ministérios e secretarias do Estado. 
 
• Administração Pública Indireta: é o conjunto de entidades ligadas aos governos, mas 
que detém personalidade jurídica própria, como as autarquias, fundações e sociedades 
de economia mista. 
 
• Autarquia: é a entidade criada por lei, com personalidade jurídica, patrimônio e 
receita própria, para executar atividades típicas da Administração Pública que 
requeiram gestão administrativa e financeira descentralizada. 
• Comissão de licitação: é responsável por toda a licitação. Deve ser formada por, no 
mínimo, três servidores do órgão licitante. É a responsável pelo julgamento das 
propostas apresentadas durante a licitação e decidirá quem é o vencedor. 
 
 
 
• Adjudicação: é o ato em que é anunciada o vencedor da licitação. 
Homologação: declaração do vencedor da licitação. 
Alienação: é a transferência de domínio de bens da Administração Pública a 
particulares. 
 
• Fase externa: é a fase pública da licitação, cujo acesso é permitido a todos os 
interessados. 
 
• Fase interna: é a fase inicial da licitação que consiste em determinar a necessidade da 
licitação, a garantia de verbas para a compra do bem ou serviço e a elaboração do 
editalcom as definições das condições da licitação. 
 
• Impugnação: é o ato de contestar um edital durante o processo de licitação, que pode 
ou não ser aceito pela comissão de licitação ou pregoeiro. 
 
• Objeto da licitação: é o produto, serviço ou obra que a Administração Pública quer 
adquirir mediante a licitação. 
 
• Recurso Administrativo: é o questionamento formal feito pela empresa ou cidadão a 
um órgão público para solucionar uma dúvida ou divergência. 
 
• Recurso hierárquico: é um tipo de recurso administrativo utilizado para contestar uma 
licitação. 
 
• Representação: é um tipo de recurso administrativo utilizado para contestar uma 
decisão relacionada ao objeto da licitação. 
 
• Pedido de reconsideração: tipo de recurso administrativo que solicita reconsideração 
diante de uma decisão desfavorável adotada pela Administração Pública. 
 
 
• Pregoeiro: responsável pela condução da modalidade licitatória de pregão. 
 
 
• Probidade administrativa: moralidade somada a eficácia do administrador público. 
 
 
• Sanção: é a penalidade imposta pelo descumprimento de normas estabelecidas em lei. 
 
 
 
 
• Sessão Pública: é o ato em que as empresas participantes e a comissão de licitação se 
reúnem para começar o processo de escolha da melhor proposta. 
 
 
• Audiência pública ou Chamada Pública: É a forma de juntar possíveis licitantes para 
que todos deem suas opiniões para um certame que será proposto, o objetivo maior 
de uma audiência pública é ouvir a opinião da maior parte possível. 
 
 
• Certame: É um processo administrativo, isonômico, na qual a administração seleciona 
a proposta mais vantajosa, menos onerosa e com melhor qualidade possível, para a 
contratação de uma obra, de um serviço, da compra de um produto, locação ou 
alienação. 
 
 
• ETP – Estudo Técnico Preliminar: é o documento que integra a fase de planejamento 
das contratações públicas e tem o objetivo de demonstrar a real necessidade da 
contratação, analisar a viabilidade técnica de implementá-la, bem como instruir o 
arcabouço básico para a elaboração do Termo de Referência ou Projeto Básico. 
 
 
• TR – Termo de Referência: também chamado de Projeto Básico, é o documento em 
que o requisitante esclarece aquilo que realmente precisa, trazendo a definição do 
objeto e os demais elementos necessários à sua perfeita contratação e execução. 
 
 
• DOD – Documento de Oficialização de Demanda: O DOD explicita a necessidade de 
contratação de bens e serviços de tecnologia da informação e comunicação pela Área 
Requisitante, que deve estar alinhada com os objetivos estratégicos do ente e com as 
necessidades corporativas do órgão ou entidade. 
 
 
• Pesquisa de Preço: É o procedimento prévio e indispensável para a verificação de 
existência de recursos suficientes para cobrir despesas decorrentes de contratação 
pública. Serve de base também para confronto e exame de propostas em licitação. 
 
 
• Ata de Registro de Preços: é um documento vinculativo e obrigacional, que gera 
expectativa de contratação, onde se registram os preços, fornecedores, condições de 
fornecimento e órgãos participantes, se for o caso, atendendo as disposições do edital 
e das propostas vencedoras da licitação. 
 
 
• Dispensa: Trata-se de uma exceção ao dever de licitar que, como tal, deve receber 
interpretação restritiva. Logo, só será possível deixar de licitar à medida em que 
avaliado adequadamente o montante envolvido, de forma que não se justifique o 
“custo de transação” do certame, autorizando a dispensa em razão do valor. 
 
 
• Inexigibilidade: se dá quando não é viável ou necessário um processo licitatório. Ou 
seja, em casos em que a licitação por concorrência não poderia ocorrer normalmente 
e a contratação feita pela Administração Pública é direta. 
 
 
• Mapa de Risco: A avaliação dos riscos identificados que consiste na mensuração da 
probabilidade de ocorrência e do impacto de cada risco, ou seja, com que frequência o 
risco pode ocorrer. 
 
 
 
NÃO SE ESQUEÇA DE: 
1. Estar no grupo exclusivo do evento no WhatsApp 
2. Responder a ficha de inscrição 
3. Convidar um amigo

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