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Ancilostomose / Necatorose Introdução → Ancylostoma duodenale → Necator americanus – mais comum → Ancylostoma ceylanicum (canídeos e felídeos) → Ancilostomíase ou Ancilostomose (por qualquer uma das espécies) → Necatoríase ou Necatorose → “Amarelão” - personagem Jeca Tatu do Monteiro Lobato → 440 milhões de pessoas Parasitadas: destas ~65 mil morrem anualmente Habitat → Duodeno Morfologia → Do grego: Ankylos = curvo Tomma = boca → Extremidade anterior curvada → Capsula bucal grande e profunda → Vermes cilíndricos → Coloração rosa – se alimenta de sangue → A fêmea tem a porção mais pontiaguda, e o macho tem uma bolsa copuladora Ancylostoma duodenale • 2 Pares de dentes na margem interna da boca • 1 Par de lancetas (triangular) no fundo da boca Necator americanus • 2 Lâminas (placas) cortantes semilunares que circundam a margem da boca • 1 dente longo (cone) no fundo da boca • 2 dentículos (lancetas) → Extremidade anterior curvada → Fêmea 10 a 18 mm – extremidade posterior afilada com espinho → Macho 8 a 11 mm - extremidade posterior: bolsa copuladora (2 espinhos longos + gubernáculo) → Fêmea 9 a 11 mm → Macho 5 a 9 mm – sem gubernáculo → Oval → 60 μm x 40 μm → No interior → blastômero → Eclosão → larva L3 → Necator americanus - 6 a 11 mil ovos/dia, → Ancylostoma duodenale - 20 a 30 mil ovos/dia → Larva L3 pode sobreviver por semanas no solo, em condições ideais → O embrionamento larvário → completa-se no meio exterior em cerca de 18 horas → eclosão dá-se em um ou dois dias, saindo uma larva rabditóide (larva infectante) → Larva rabditoide: porção do esôfago dilatada, uma constrição e outra porção dilatada (dentro do ovo) → Larva filarióide: esôfago comprido e retilíneo Transmissão Via oral: → Através de água e alimentos contaminados com Larva L3 (filarióide) Via transcutânea: → Através da penetração da larva L3 na pele a partir do solo contaminado Ciclo biológico → Período pré-patente 35 a 60 dias para A. duodenale. 42 a 60 para N. americanos → Duas fases: vida livre e a parasitária (dentro do intestino do hospedeiro) → Ciclo monoxênico, apenas um hospedeiro, mesmo tendo o ciclo dividido em duas partes de acordo com o local onde ele vai ocorrer → Material fecal contendo o ovo com massa de células germinativas → solo → transformação em larva L1 → fica uns dias na terra → larva L1 vira L2 → L2 vira L3 → mudança de morfologia (larva filarióide) principalmente a nível de esôfago → penetra na pele → L3 cai na corrente linfática → corrente sanguínea → coração e pulmão → No pulmão acontece o ciclo de Loss → transformação da L3 em L4 → sobe até a traqueia → ou tossimos e eliminamos ela no escarro ou engolimos ela volta para o intestino → cresce em L5 (verme adulto) → forma ovos → saem nas fezes novamente. → A L3 pode ser ingerida → direto para o intestino → não tem o ciclo de Loss → intestino ela já vai virar verme adulto Patogenia Fase aguda → Sinais e sintomas relacionados: → Penetração • Lesões cutâneas: Dermatite pruriginosa ou urticariforme • Resolução espontânea após 10 dias da infecção (pode ser graves em casos de reinfecções - vesículas) • Erupções papulovesiculares, hiperemia, prurido, edema → Migração da larva • Pulmões: Lesões micro-hemorrágicas, Dispneia, Tosse seca e Febrícula → Implantação do verme adulto • Intestino (são as alterações que mais caracteriza a parasitose) Dor epigástrica, Cólicas, Modificações do apetite (falta de apetite ou desejo de pica), Indigestão, Indisposição, Náuseas, Vômitos, Flatulências, Diarreia (com ou sem sangue) e constipação Sintomas pioram com o início da deposição dos ovos Fase crônica → Sinais e sintomas relacionadas com a permanência do verme no intestino do hospedeiro: anemia e hipoproteinemia → Anemia microcítica e hipocrômica: anorexia, desnutrição, síndrome de pica (alotriofagia), geofagia A anemia causada por sangramento e pelo intenso hematofagismo exercido pelos vermes adultos, é o principal sinal de ancilostomose (o volume de sangue ingerido pelo verme é alto) A. duodenale capacidade de sugar 0,05 a 0,30 mL/sangue/dia. N. americanus capacidade de sugar 0,01 a 0,04 mL/sangue/dia → Anemia depende: • Quantidade de ferro ingerida na dieta e das reservas de ferro no organismo = estado nutricional da pessoa • Intensidade da infecção • Espécie de ancilostomídeo envolvido → Hemograma: Queda de Hb, Leucocitose e Eosinofilia → Hipoproteinemia (Albumina): Perda de plasma + Redução de síntese pelo fígado (processo inflamatório dificulta a formação de proteínas) + Desnutrição Diagnóstico Clínico - associação de quadro: → Cutâneo → Pulmonar → Intestinal → Anemia → Profissão, uso calçados, local onde mora, hábitos de vida... Laboratorial: → Exame parasitológico de fezes → Os ovos dos ancilostomídeos são morfologicamente muito semelhantes: os métodos utilizados para exame de fezes não permitem identificar nem o gênero ou espécies do agente etiológico PCR Métodos imunológicos → Métodos em que se pode diferenciar o exato agente etiológico, porém não é indicado pois o valor é alto e o tratamento de ambos é o mesmo Profilaxia → Saneamento básico → Dar destino seguro as fezes humanas (privadas e fossas) → Lavar sempre as mãos antes das refeições → Lavar os alimentos que são consumidos crus → Beber água filtrada ou previamente fervidas → Usar calçados e luvas ao frequentar locais ou manipular objetos contaminados Tratamento → Tratamento em massa → Mebendazol e Albendazol: Sintomas de fase aguda → Sulfato ferroso: Sintomas de fase Crônica (reposição de ferro)