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Definir termos desconhecidos 
Forma hepatoesplênica 
É caracterizada pelo envolvimento do fígado e do baço, com o desenvolvimento de espessamento dos espaços 
portais e hipertensão portal. É importante observar que na forma hepatoesplênica da esquistossomose, sem outras 
patologias hepáticas associadas, existe apenas mínimo comprometimento funcional hepático. Entretanto, devido à 
hipertensão portal, a hemorragia digestiva alta decorrente de ruptura das varizes esofagogástricas constitui-se na 
mais séria complicação e representa a causa usual de óbitos na esquistossomose hepatoesplênica 
Síndrome nefrótica 
• A síndrome nefrótica é um distúrbio dos glomérulos (aglomerados de vasos sanguíneos nos rins que têm 
pequenos poros através dos quais o sangue é filtrado) em que quantidades excessivas de proteína são 
excretadas na urina. A excreção de proteína excessiva tipicamente leva ao acúmulo de líquido no corpo 
(edema) e níveis baixos de albumina de proteína e altos níveis de gorduras no sangue. 
- Os medicamentos e distúrbios que lesionam os rins podem causar síndrome nefrótica. 
- As pessoas se sentem cansadas e apresentam inchaço (edema) do tecido. 
- O diagnóstico é embasado nos exames de sangue e de urina e, algumas vezes, imagem dos rins e biópsia 
- Pessoas que têm distúrbios que podem causar a síndrome nefrótica recebem inibidores de enzima conversora 
de angiotensina (ECA) ou bloqueadores de receptor de angiotensina II (BRA-II) para diminuir a lesão do rim 
- A restrição da ingestão de sódio mais diuréticos e estatinas também são usadas para tratar este distúrbio. 
• A síndrome nefrótica pode desenvolver-se gradual ou repentinamente. A síndrome nefrótica pode 
manifestar-se em qualquer idade. Nas crianças, é mais frequente entre 18 meses e 4 anos de idade, sendo os 
meninos mais afetados do que as meninas. Os adultos de ambos os sexos são afetados igualmente. 
• A excreção de proteína em excesso na urina resulta em baixos níveis de proteínas, como albumina, no 
sangue. As pessoas também apresentam níveis aumentados de gorduras (lipídios) no sangue, uma tendência 
para coágulos sanguíneos aumentada e uma suscetibilidade maior à infecção. O nível aumentado da 
albumina no sangue faz o fluido deixar a corrente sanguínea e entrar nos tecidos. O líquido nos tecidos leva a 
edema. O líquido que deixa a corrente sanguínea faz os rins compensarem retendo mais sódio. 
CAUSAS: 
Síndrome nefrótica pode ser: primaria (originando-se nos rins) e secundaria (outros distúrbios) 
- Uma variedade de distúrbios renais primários pode danificar os glomérulos e causar a síndrome nefrótica. 
Doença de lesão mínima é a causa mais comum de síndrome nefrótica em crianças. 
- As causas secundárias podem envolver outras partes do corpo. Os distúrbios mais comuns causando a 
síndrome nefrótica são diabetes mellitus , lúpus eritematoso sistêmico (lúpus) e certas infecções virais. A 
síndrome nefrótica também pode resultar de inflamação do rim (glomerulonefrite). Vários medicamentos 
tóxicos para os rins podem também causar síndrome nefrótica, em especial os anti-inflamatórios não 
esteroides (AINEs). A síndrome pode ter como causa certas alergias, entre elas, as provocadas por picadas de 
insetos e hera venenosa ou carvalho venenoso. Alguns tipos de síndrome nefrótica são hereditários 
SINTOMAS 
Os sintomas iniciais incluem: perda de apetite, uma sensação de mal-estar geral, edema palpebral e edema 
de tecidos (edema) devido ao excesso de sódio e retenção de água, dor abdominal e urina espumosa 
Glomerulopatia 
• Glomerulopatia é o grupo de doenças que acometem os glomérulos, uma estrutura microscópica existente 
nos rins, que é responsável pela filtração do sangue e produção da urina. Existem vários tipos de 
glomerulopatias, sendo a glomerulonefrite (inflamação dos glomérulos) a forma mais comum. 
https://www.msdmanuals.com/pt/casa/dist%C3%BArbios-hormonais-e-metab%C3%B3licos/diabetes-mellitus-dm-e-dist%C3%BArbios-do-metabolismo-da-glicose-no-sangue/diabetes-mellitus-dm
https://www.msdmanuals.com/pt/casa/dist%C3%BArbios-%C3%B3sseos,-articulares-e-musculares/doen%C3%A7as-autoimunes-do-tecido-conjuntivo/l%C3%BApus-eritematoso-sist%C3%AAmico-les
https://www.msdmanuals.com/pt/casa/dist%C3%BArbios-renais-e-urin%C3%A1rios/dist%C3%BArbios-da-filtra%C3%A7%C3%A3o-dos-rins/glomerulonefrite
https://www.msdmanuals.com/pt/casa/dist%C3%BArbios-cerebrais,-da-medula-espinal-e-dos-nervos/dor/tratamento-da-dor#v734695_pt
https://www.msdmanuals.com/pt/casa/dist%C3%BArbios-cerebrais,-da-medula-espinal-e-dos-nervos/dor/tratamento-da-dor#v734695_pt
Explicar o ciclo do Schistosoma mansoni 
• Apresenta sexos separados e são parasitos de vasos sanguíneos de mamíferos e aves. Denominação do gênero 
deste helminto de Schistosoma, uma vez que o macho apresenta o corpo fendido (schisto = fenda; soma = corpo) 
MORFOLOGIA: 
MACHO 
Mede cerca de 1cm. Tem cor esbranquiçada, com tegumento recoberto de minúsculas projeções (tubérculos). 
Apresenta o corpo dividido em 2 porções: (ventosa oral e a ventosa ventral- acetábulo), e a posterior (se inicia logo 
após a ventosa ventral) onde encontramos o canal ginecóforo=dobras das laterais do corpo no sentido longitudinal, 
para albergar a fêmea e fecundá-la. Temos o esôfago, que se bifurca no nível do acetábulo e funde-se, formando um 
ceco único. Logo atrás do acetábulo encontramos de 7 a 9 massas testiculares que se abrem diretamente no canal 
ginecóforo (o verme não possui órgão copulador e, assim, os espermatozóides passam pelos canais deferentes, que 
se abrem no poro genital, dentro do canal ginecóforo, e aí alcançaram a fêmea, fecundando-a) 
FÊMEA 
Mede cerca de 1,5cm. Tem cor mais escura devido ao ceco com sangue semidigerido, com tegumento liso. Na 
metade anterior, encontramos a ventosa oral e o acetábulo. Seguinte a este temos a vulva, depois o útero (com um 
ou dois ovos), e o ovário. A metade posterior é preenchida pelas glândulas vitelogênicas (ou vitelinas) e o ceco
 
OVO 
Formato oval, na parte mais larga apresenta um espiculo voltado para trás. Ovo maduro = presença de um miracídio 
formado, visível pela transparência da casca. O ovo maduro é a forma usualmente encontrada nas fezes 
 
MIRACÍDIO• Forma cilíndrica, e células epidérmicas, onde se implantam os cílios que permitem o movimento no meio aquático. 
• A extremidade anterior apresenta uma papila apical (terebratorium) que pode se amoldar em forma de uma 
ventosa. No terebratorium encontram-se as terminações das glândulas adesivas denominadas glândulas de 
penetração e sacos digestivos, e as terminações da glândula de penetração denominada "tubo digestivo primitivo". 
Também são encontrados um conjunto de cílios maiores e espículos anteriores, importantes no processo de 
penetração nos moluscos e, finalmente, terminações nervosas, que teriam funções tácteis e sensoriais. 
• Aparelho excretor é composto por solenócitos-"células flama" ou "células em chama" em número de 4, em pares, 
e ligadas por sistema de canalículos que são drenados para uma ampola excretora que termina no poro excretor 
• O sistema nervoso é muito primitivo, estando representado por uma massa celular nervosa central, que se 
ramifica e se conecta com células nervosas periféricas por meio de cordões nervosos formados de células bipolares. 
CERCÁRIA 
• Apresentam a seguinte morfologia: cauda bifurcada medindo e corpo cercariano; apresenta 2 ventosas. A ventosa 
oral apresenta as terminações das chamadas glândulas de penetração: 4 pares pré-acetabulares e 4 pares pós-
acetabulares, e abertura que se conecta com o chamado intestino primitivo, primórdio do sistema digestivo. A 
ventosa ventral, ou acetábulo, é maior e possui musculatura mais desenvolvida. É principalmente através desta 
ventosa que a cercaria fixa-se na pele do hospedeiro no processo de penetração. Verifica-se um sistema excretor 
constituído de 4 pares de células flama. Como a cauda é uma estrutura que irá se perder rapidamente no processo 
de penetração, ela não apresenta órgãos definidos, servindo apenas para a movimentação da larva no meio líquido 
BIOLOGIA 
HÁBITAT 
• Os vermes adultos vivem no sistema porta. Os esquistossômulos quando chegam ao fígado apresentam um ganho 
de biomassa e após atingirem a maturação sexual (25 dias) migram para os ramos terminais da veia mesentérica 
inferior, na altura da parede intestinal do plexo hemorroidário, onde acasalam e fêmeas iniciam a postura dos ovos 
CICLO BIOLÓGICO 
• O Schistosoma mansoni, ao atingir a fase adulta no sistema vascular do homem e de outros mamíferos, alcança as 
veias mesentéricas, principalmente a inferior, migrando contra a corrente circulatória; Cada fêmea põe cerca de 400 
ovos por dia, na parede de capilares e vênulas, e cerca de 50% desses ganham o meio extemo. Os ovos colocados 
nos tecidos levam cerca de uma semana para tomarem-se maduros (miracídio formado). Da submucosa chegam à 
luz intestinal. Os prováveis fatores que promovem esta passagem são: 
- reação inflamatória; em animais irnunossuprimidos ocorre acúmulo de ovos nas paredes intestinais 
- pressão dos ovos que são postos atrás ("bombeamento") 
- enzimas proteolíticas produzidas pelo miracídio, lesando os tecidos 
- adelgaçamento da parede do vaso, provocado pela distensão do mesmo com a presença do casal na sua luz; 
- perfuração da parede venular, já debilitada pelos fatores anteriormente citados e auxiliada pela descamação 
epitelial provocada pela passagem do bolo fecal, e os ovos ganham o ambiente externo. 
• Desde que o ovo é colocado, até atingir a luz intestinal, decorre um período mínimo de seis dias, tempo necessário 
para a maturação do ovo. Se, depois de 20 dias, os ovos não conseguirem atingir a luz intestinal, ocorrerá a morte 
dos miracídios. Os ovos podem ficar presos na mucosa intestinal ou serem arrastados para o fígado. Os que 
conseguirem chegar no intestino vão para o exterior junto com o bolo fecal. Alcançando a água, os ovos liberam o 
miracídio, estimulado pelos seguintes fatores: temperaturas mais altas, luz intensa e oxigenação da água. 
• Alguns autores sugerem que exista uma atração miracidiana com relação aos moluscos. Esta, seria decorrente da 
detecção, pelo miracídio, de substâncias que seriam produzidas pelos moluscos e que se difundiriam pelo meio 
aquático, sendo detectadas através das terminações sensoriais da papila apical. Estas substâncias estimulariam sua 
concentração e movimentação próximo ao caramujo. E exerceriam um papel no processo de penetração. 
• A capacidade de penetração restringe-se a cerca de 8 horas após a eclosão e é influenciada pela temperatura 
• O contato com o tegumento do molusco faz com que o terebratorium assuma a forma da ventosa, ocorrendo a 
descarga do conteúdo das glândulas de adesão. O miracídio faz movimentos contráteis e rotatórios, comandados 
pelas vibrações ciliares e ação da musculatura subepitelial. O conteúdo da glândula de penetração é descarregado e 
enzimas proteolíticas iniciam sua ação de digestão. A ação dos movimentos do miracídio e enzimática permitem a 
introdução do miracídio nos tecidos do molusco. O epitélio é ultrapassado e a larva estabelece no tecido subcutâneo 
• A larva, após a perda das glândulas de adesão e penetração, continua a perder outras estruturas no processo de 
penetração. O passo seguinte será a perda do epitélio ciliado e a degeneração do terebratorium. Em seguida, o 
desaparecimento da musculatura subepitelial e, por último, do sistema nervoso. Com exceção do desaparecimento 
do sistema nervoso, todas as alterações citadas ocorrem num período de 48 horas. Assim sendo, o miracídio 
transforma-se, na verdade, em um saco com paredes cuticulares, contendo a geração das células germinativas ou 
reprodutivas que recebe o nome de esporocisto 
 
 
ESPOROCISTO 
• As células germinativas (50 a 100) iniciam um intenso processo de multiplicação (poliembrionia), fazendo com que, 
após 72 horas, a larva, chamada esporocisto primário, esporocisto-mãe ou esporocisto I, dobre de tamanho. 
• Na 2ª semana da infecção, observa-se no interior do esporocisto, ramificações tubulares, que preenchem todos os 
espaços intercelulares do tecido conjuntivo. No interior dessas ramificações, as células germinativas encontram-se 
em multiplicação. Em condições ideais de temperatura, ocorre a formação dos esporocistos secundários 
• Essa formação inicia com aglomerado de células germinativas nas paredes do esporocisto primário, verificando-se 
uma vacuolização acentuada na parte central da larva. Esses aglomerados se reorganizam e dão origem a septos, 
cada septo ou camada já podendo ser considerado um esporocisto secundário, esporocisto-filho ou esporocisto 11. 
• As paredes desse esporocisto apresentam uma dupla camada muscular logo abaixo da camada cuticular com fibras 
musculares longitudinais e transversais. 
• A migração dos esporocistos secundários inicia-se após a saída da estrutura do esporocisto primário. A migração 
processa-se ativamente através dos tecidos do molusco.A saída dos esporocistos do local de penetração do 
miracídio até as glândulas digestivas leva 2/3 dias. A localização final será nos espaços intertubulares da glândula 
digestiva, onde começam a sofrer modificações anatômicas no seu conteúdo de células germinativas. 
• Os esporocistos secundários, depois de terem atingido seu destino, apresentam 3 áreas estruturais bem definidas. 
A 1ª seria o chamado poro de nascimento. A 2ª, apresentaria cercárias desenvolvidas ou em desenvolvimento. Por 
fim, a 3ª teria células embrionárias, que poderão representar um outro tipo de reprodução. 
• A formação cercariana inicia-se na disposição das células germinativas em uma mórula, cujo centro encontra-se 
uma célula basófila, com um núcleo grande e vesicular. Com o crescimento da mórula, esta célula central se 
multiplica: o primórdio das glândulas de penetração. As células externas da mórula vão originar as 2 camadas 
celulares da cercária, constituída de fibras longitudinais e circulares. 
• Um único miracídio pode gerar de 100 a 300 mil cercárias, e cada miracídio já leva definido o sexo das cercárias 
que serão produzidas. 
• A migração das cercárias faz-se tanto pelos espaços intercelulares como através do sistema venoso do caramujo. A 
passagem para o meio exterior processa-se pela formação de vesículas no epitélio do manto e pseudobrânquia. 
• Apesar de as cercárias viverem por 36/48 horas, sua maior atividade e infectiva ocorre nas primeiras 8 horas. As 
cercárias são capazes de penetrar na pele e mucosas. Ao alcançarem a pele, se fixam entre os folículos pilosos com 
auxílio das 2 ventosas e de uma substância mucoprotéica. Em seguida, tomam a posição vertical, apoiando-se na 
pele pela ventosa oral. Por ação Iítica (glândulas de penetração) e ação mecânica (movimentos vibratórios intensos), 
promovem a penetração do corpo cercariano e a concomitante perda da cauda. Este processo dura 5/15 minutos. 
• Penetração e migração coincidem com o esvaziamento de glândulas pré-acetabulares com enzimas proteoliticas. 
• Quando ingeridas com água, as que chegam ao estômago são destruídas pelo suco gástrico, mas as que penetram 
na mucosa bucal desenvolvem-se normalmente. Após a penetração, as larvas resultantes (esquistossômulos) 
adaptam-se as condições fisiológicas do meio interno, migram pelo tecido subcutâneo e, ao penetrarem num vaso, 
são levadas passivamente da pele até os pulmões, pelo sistema vascular sanguíneo, via coração direito 
• Dos pulmões, esquistossômulos se dirigem para o sistema porta podendo usar 2 vias para realizar essa migração: 
via sanguínea ou transtissular. 
• Via sanguínea: das arteríolas pulmonares e dos capilares alveolares os esquistossômulos chegam ao coração; 
acompanham o fluxo sanguíneo são disseminados pela aorta para diversos pontos até chegar a rede capilar 
terminal: os que conseguem chegar ao sistema porta-hepático permaneceriam; os demais reiniciariam novo ciclo. 
• Via transtissular: dos alvéolos pulmonares perfuram o parênquima pulmonar, atravessando a pleura, o diafragma e 
chegam na cavidade peritoneal, perfuram a cápsula e parênquima hepático alcançando o sistema porta intra-hepático 
 
• No sistema porta intra-hepático, os esquistossômulos se desenvolvem transformando-se em machos/fêmeas. Daí 
migram, acasalados, para a veia mesentérica inferior. Os ovos imaturos são depositados nos tecidos e a formação do 
miracídio (ovo maduro) demanda seis dias. Os primeiros ovos são vistos nas fezes cerca de 42 dias após a infecção 
TRANSMISSÃO 
• Penetração ativa das cercárias na pele e mucosa, penetram frequentemente nos pés e pernas por serem áreas do 
corpo que mais ficam em contato com águas contaminadas. O horário em que são vistas em maior quantidade na 
água e com maior atividade é entre 10 e 16 horas, quando a luz solar e o calor são mais intensos. Os locais onde é 
mais frequente são: valas de irrigação de horta, açudes (reservatórios de água e local de brinquedo de crianças), 
pequenos córregos onde as lavadeiras e crianças costumam ir 
 
Relacionar as formas evolutivas do Schistosoma mansoni 
com a sua patogenia 
PATOGENIA 
• Ligada a vários fatores, como cepa do parasito, carga parasitária, idade, estado nutricional e resposta imunitária. 
CERCÁRIA 
• A chamada dermatite cercariana/dermatite do nadador pode ocorrer quando as cercárias do penetram na pele do 
homem. Essa dermatite é caracterizada por "sensação de comichão, erupção urticariforme e é seguida, por eritema, 
edema, pequenas pápulas e dor". É mais intensa na reinfecções (hipersensibilidade) nas quais há interferência de 
mastócitos, complemento, eosinófilos e IgE. A dermatite cercanana é um processo imunoinflamatório, importante 
na imunidade concomitante, pois, há grande destruição de cercárias e esquistossômulos na pele e nos pulmões 
 
ESQUISTOSSÔMULOS 
• Cerca de 3 dias após a penetração na pele, os esquistossômulos são levados aos pulmões. A partir da 2ª semana 
após a infecção, podem ser encontrados nos vasos do fígado e no sistema porta intra-hepático. Nessa fase, pode 
haver linfadenia generalizada, febre, aumento volumétrico do baço e sintomas pulmonares 
VERMES ADULTOS 
• Após a maturação dos vermes adultos, nos ramos intra-hepáticos do sistema porta, eles migram principalmente 
para a veia mesentérica inferior. Os vermes permanecem por anos e não produzem lesões. Já os vermes mortos 
podem provocar lesões extensas, essas lesões ocorrem principalmente no fígado. Além dessas lesões, os vermes 
adultos espoliam o hospedeiro devido ao seu alto metabolismo. 
OVOS 
• Quando apenas pequeno número de ovos consegue atingir a luz intestinal, as lesões produzidas são mínimas, com 
reparações teciduais rápidas; quando em grande número, podem provocar hemorragias, edemas da submucosa e 
fenômenos degenerativos, com formações ulcerativas pequenas e superficiais. Os ovos que atingem o fígado, lá 
permanecem e causam as alterações mais importantes da doença. 
• O antígeno excretado pelos poros do ovo provocarão a reação inflamatória granulomatosa. Portanto, a deposição 
dos ovos do parasito nos tecidos do hospedeiro é o evento fundamental de um complexo fisiopatológico que 
promoverá a formação do granuloma. Os granulomas apresentam, durante o seu desenvolvimento, as seguintes 
fases: 1) fase necrótica-exsudativa, com aparecimento de uma zona de necrose em volta do ovo 2) fase produtiva ou 
de reação histiocitária, 3) fase de cura ou fibrose. Poderá haver calcificação do ovo ou absorção e desaparecimento 
do granuloma. Granulomas podem apresentar-se em pontos isoladosou difusos no intestino grosso e fígado 
• Essas lesões granulomatosas são responsáveis pelas variações clínicas e complicações digestivas/circulatórias 
ESQUISTOSSOMOSE AGUDA 
Fase Pré-postural 
• É uma fase com sintomatologia variada, que ocorre 10-35 dias após a infecção. Há pacientes assintomáticos e 
outros reclamam de mal-estar, com ou sem febre, tosse, dores musculares, desconforto abdominal e um quadro de 
hepatite aguda, causada, provavelmente, pelos produtos da destruição dos esquistossômulos 
Fase Aguda 
• Aparece em torno de 50 dias e dura até 120 dias após a infecção. Nessa fase ocorre uma disseminação de ovos, 
principalmente na parede do intestino, áreas de necrose, levando a uma enterocolite aguda e no fígado, provocando 
a formação de granulomas, caracterizando a forma toxêmica que pode apresentar-se como doença aguda, febril, 
sudorese, calafrios, emagrecimento, fenômenos alérgicos, diarréia, disenteria, cólicas, tenesmo, linfadenia, 
leucocitose com eosinofilia, aumento das globulinas e alterações das funções hepáticas Pode haver a morte do 
paciente na fase toxêmica ou evoluir para a esquistossomose crônica, cuja evolução é lenta 
ESQUISTOSSOMOSE CRÔNICA 
Intestino 
• Em muitos casos, o paciente apresenta diarreia, dor abdominal e tenesmo. Nos casos crônicos graves, pode haver 
fibrose da alça retossigmóide, levando à diminuição do peristaltismo e constipação constante. A maioria dos casos 
crônicos é benigna, com predominância de alguns granulomas nodulares, e o paciente queixando-se, de dores 
abdominais. A diarreia mucossanguinolenta é devida à passagem de vários ovos para a luz intestinal ocasionando 
pequenas hemorragias e edema. 
Fígado 
• No início, fígado fica aumentado e bastante doloroso a palpação. Os ovos prendem-se nos espaços porta, com a 
formação de granulomas. Com o efeito acumulativo das lesões granulomatosas em torno dos ovos, as alterações 
hepáticas se tornarão mais sérias. O fígado numa fase mais adiantada pode estar menor e fibrosado. Os granulomas 
causam endoflebite aguda e fibrose periportal, que provocara obstrução dos ramos intra-hepáticos da veia porta. 
Esta obstrução trará a manifestação mais típica e mais grave: a hipertensão portal. Essa hipertensão poderá 
intensificar-se com a evolução da doença, causando no paciente uma série de alterações que seriam as seguintes: 
Esplenomegalia 
• Inicialmente, ocorre uma hiperplasia do tecido reticular e elementos do sistema monocítico fagocitário (SMF) que 
é provocada por um fenômeno imunoalérgico. 
Varizes 
• Desenvolvimento da circulação colateral anormal intrahepática e anastomoses no nível plexo hemorroidário, umbigo e 
esôfago, uma tentativa de compensar a circulação portal obstruída e diminuir a hipertensão portal. Essa circulação 
colateral, leva a formação de varizes esofagianas, que podem romper-se, provocando uma hemorragia, muitas vezes fatal. 
Ascite – barriga d’água 
• Visto nas formas hepatoesplênicas mais graves e decorre das alterações hemodinâmicas, principalmente a hipertensão
 
Outras Localizações 
• Através das circulações colaterais anômalas, ou mesmo das anastomoses utilizadas, alguns ovos passariam a 
circulação venosa, ficando retidos nos pulmões. Nos capilares desse órgão, os ovos dão origem a granulomas 
pulmonares, que podem levar a 2 consequências: dificultando a pequena circulação e causando o aumento do 
esforço cardíaco, que poderá chegar até a insuficiência cardíaca; viabilizando ligações arteriovenosas, que permitem 
a passagem de ovos do parasito para a circulação geral, com formação de granulomas, inclusive no SNC. É 
importante chamar a atenção para os ovos do parasito que, nos pulmões, tendem a se encalhar nas arteríolas, já 
que, a partir do coração direito, são distribuídos nesses órgãos pelas artérias pulmonares. 
Lesões a Distância 
• São devidas a antígenos e complexos antígeno-anticorpo, que tendem a depositar-se em órgãos (rins, pulmões). Os 
imunocomplexos são capazes de ativar o complemento, desencadeando reações inflamatórias. No rim, costumam 
depositar-se nos glomérulos, levando a lesões que se traduzem por proteinúria e mesmo hematúria. 
 
Explicar como, onde e porque são formados e eliminados 
os imunocomplexos 
A Subpopulação Th2 
• A subpopulação Th2 é o mediador da defesa fagócito-independente, em que os eosinófilos e mastócitos exercem 
papéis centrais. Essas reações são importantes para a erradicação das infecções helmínticas e para a eliminação de 
outros microrganismos nos tecidos de mucosa. Também são centrais ao desenvolvimento de doenças alérgicas. 
Desenvolvimento de Células Th2 
• A diferenciação em Th2 ocorre em resposta aos helmintos e alérgenos, e é intensificada pela citocina IL-4. As 
citocinas que iniciam o desenvolvimento das células Th2 são incompletamente definidas e podem incluir IL-25, IL-33 
e linfopoietina estromal tímica produzida por células epiteliais danificadas e outras células. A IL-4 produzida pelos 
mastócitos e pelas próprias células Th2 promove mais diferenciação em Th2. 
• IL-4 estimula o desenvolvimento de Th2 ativando o fator de transcrição STAT6, aliado a sinais emitidos pelo TCR, 
induz expressão de GATA-3 que é um fator de transcrição que estimula a expressão dos genes das citocinas Th2. O 
GATA-3 interage com os promotores e leva ao remodelamento da cromatina, que abre o locus para acessibilidade a 
outros fatores de transcrição, atua para comprometer as células em diferenciação na direção do fenótipo Th2, 
intensificando sua expressão através de alça de feedback positiva. GATA-3 bloqueia a diferenciação Th1 inibindo a 
expressão da cadeia de sinalização do receptor de IL-12. 
 
 
Funções das Células Th2 
• As células Th2 estimulam as reações mediadas por IgE, mastócitos e eosinófilos, as quais servem para erradicar as 
infecções helmínticas e promover o reparo tecidual. Helmintos são grandes para serem fagocitados por neutrófilos e 
macrófagos, e podem ser mais resistentes às atividades microbicidas desses fagócitos do que a maioria das bactérias 
e vírus. Portanto, mecanismos especiais se fazem necessários para a defesa contra as infecções helmínticas. As 
funções das células Th2 são mediadas pela IL-5, que ativa eosinófilos, e pela IL-13. As células Tfh produtoras de IL-4 
estimulama produção de anticorpos IgE que estão envolvidos nas reações de defesa Th2-mediadas. 
 
 
 
Interleucina-4 
A IL-4 é a citocina de assinatura da subpopulação Th2, atuando como citocina indutora e efetora dessas células. As 
principais fontes celulares de IL-4 são os linfócitos T CD4 e os mastócitos ativados. O receptor de IL-4 consiste em 
uma cadeia α ligante de citocina que é membro da família de receptores de citocina do tipo I, associada à cadeia γc 
compartilhada com outros receptores de citocina. 
→ A IL-4 estimula a troca de classe da cadeia pesada de Ig da célula B para o isótipo IgE. Os anticorpos IgE atuam na 
defesa por eosinófilos contra infecções por helmintos e é o principal mediador das reações de hipersensibilidade 
imediata (alérgica). A IL-4 também intensifica a mudança para IgG4 e inibe a mudança para os isótipos IgG2a e IgG2c 
em camundongos, ambas estimuladas pelo IFN-γ. Essa é uma das várias ações antagonistas recíprocas da IL-4 e do 
IFN-γ. A IL-13 também pode contribuir para a mudança para o isótipo IgE 
 
→ A IL-4 estimula o desenvolvimento de células Th2 efetoras a partir de células T CD4 naive e atua como fator de 
crescimento para células Th2 diferenciadas. Esta função da IL-4 foi descrita anteriormente. 
→ A IL-4 atuando com a IL-13 contribui para uma forma alternativa de ativação de macrófagos que difere da 
resposta do macrófago ao IFN-γ. IL-4 e IL-13 suprimem a ativação clássica do macrófago mediada por IFN-γ, inibindo 
assim a defesa contra os microrganismos intracelulares que são destruídos por fagocitose. 
→ A IL-4 (e a IL-13) estimulam o peristaltismo no trato gastrintestinal, sendo que a IL-13 aumenta a secreção de 
muco pelas células epiteliais do intestino e das vias aéreas. Ambas as ações contribuem para a eliminação de 
microrganismos nas superfícies epiteliais. 
→ IL-4 e IL-13 estimulam o recrutamento de leucócitos, notavelmente de eosinófilos, por meio da promoção da 
expressão de moléculas de adesão ao endotélio e pela secreção de quimiocinas que se ligam a receptores de 
quimiocina expressos nos eosinófilos. 
 
Interleucina-13 
• A IL-13 é estrutural e funcionalmente similar à IL-4, e exerce papel essencial na defesa contra helmintos e em 
doenças alérgicas. A IL-13 é produzida principalmente pela subpopulação Th2, contudo as células linfoides inatas e 
outros leucócitos também podem produzi-la. O receptor funcional de IL-13 é um heterodímero. Esse complexo pode 
se ligar tanto à IL-4 como à IL-13, com alta afinidade, e também sinaliza pela via JAK1, JAK3 e STAT6. O receptor é 
expresso em variedade de células: células B, fagócitos mononucleares, células dendríticas, eosinófilos, basófilos, 
fibroblastos, células endoteliais e células epiteliais brônquicas. As células T não expressam o receptor de IL-13. 
• A IL-13 atua junto com a IL-4 na defesa contra os helmintos e na inflamação alérgica. Algumas ações da IL-13 se 
sobrepõem as da IL-4, enquanto outras são distintas. Como já mencionado, IL-13 e IL-4 são capazes de ativar as 
células B para a mudança de isótipo para IgE e alguns isótipos de IgG, bem como de recrutar leucócitos, sendo que 
ambas estão envolvidas na ativação alternativa do macrófago. A IL-13 estimula a produção de muco pelas células 
epiteliais das vias aéreas, um componente importante das reações alérgicas, entre as quais a asma. Diferentemente 
da IL-4, a IL-13 não está envolvida na diferenciação de Th2. 
 
Interleucina-5 
• A IL-5 é uma ativador de eosinófilos e atua como principal ligação entre a ativação da célula T e a inflamação 
eosinofílica. É um homodímero de um polipeptídeo contendo um domínio 4-α-helicoidal e é membro de uma família 
de citocinas do tipo I. É produzida principalmente por células Th2 e células linfoides inatas. O receptor da IL-5 é um 
heterodímero composto por uma única cadeia α e uma cadeia β comum, que também faz parte dos receptores de 
IL-3 e de GM-CSF (Fig. 7.23). A principal via de sinalização induzida pela IL-5 envolve JAK2 e STAT3. 
• As principais ações da IL-5 são ativar eosinófilos maduros e estimular o crescimento e diferenciação de eosinófilos. 
Os eosinófilos ativados são capazes de matar helmintos. Os eosinófilos expressam receptores Fc específicos para IgE 
e anticorpos IgG, capazes de se ligar a microrganismos como helmintos que estejam recobertos por esses anticorpos 
 
Papéis das Células Th2 na Defesa do Hospedeiro 
→ Reações mediadas por IgE e por eosinófilos. A IL-4 (e a IL-13) secretada pelas células Tfh nos órgãos linfoides e 
talvez pelas células Th2 nos tecidos periféricos, estimula a produção de anticorpos IgE helminto-específicos que se 
ligam a antígenos presentes em helmintos e promovem a fixação dos eosinófilos, através de suas regiões Fc. A IL-5 
ativa os eosinófilos e estes liberam os conteúdos de seus grânulos, incluindo a proteína básica principal e a proteína 
catiônica principal, são capazes de destruir até o resistente tegumento dos helmintos. A IgE recobre os mastócitos e 
induz sua desgranulação mediante o encontro com o antígeno. Essa reação é importante nas doenças alérgicas 
→ Defesa do hospedeiro nas barreiras de mucosas. As citocinas produzidas pelas células Th2 estão envolvidas no 
bloqueio da entrada e promoção da expulsão de microrganismos dos órgãos de mucosa, por meio do aumento da 
produção de muco e do peristaltismo intestinal. Assim, as células Th2 exercem papel importante na defesa do 
hospedeiro junto às barreiras de contato com o meio externo, às vezes denominada imunidade de barreira. 
→ Ativação alternativa do macrófago e reparo tecidual. A IL-4 e IL-13 ativam os macrófagos a expressarem enzimas 
promotoras de síntese de colágeno e fibrose. A resposta do macrófago às Th2 é chamada ativação alternativa do 
macrófago para distingui-la da ativação induzida pelo IFN-γ. Os macrófagos ativados pela via alternativa (M2) 
produzem citocinas que terminam a inflamação e iniciam o reparo após diversos tipos de lesão tecidual. Esses 
macrófagos, e as células Th2, induzem cicatrização e fibrose por meio da secreção de fatores de crescimento que 
estimulam a proliferação do fibroblasto, síntese de colágeno e formação de novos vasos sanguíneos/angiogênese. 
As citocinas Th2 suprimem a ativação clássica dos macrófagos e interferem nas respostas imunes mediadas por Th1 
a infecções intracelulares. 
Relacionar os imunocomplexos formados com a ativação 
do sistema complemento e imunopatogenia da doença 
(foco na síndrome nefrótica) 
 
ATIVAÇÃO DO SISTEMA COMPLEMENTO 
→ Os imunocomplexos podem se depositar em vários tecidos, desencadeando uma reação inflamatória mediada 
pelo sistema complemento. Pequenos complexos muitas vezes não são fagocitados e tendem a ser mais 
depositados em vasos do que os grandes complexos, que são capturados pelos fagócitos. Os complexos não-
fagocitados se ligam a componentes das membranas basais dos vasos sanguíneos e dos glomérulos renais, 
produzindo lesão tecidual grave e de longa duração. Os imunocomplexos depositados nas paredes dos vasos e nos 
tecidos ativam os leucócitos e mastócitos, que secretam citocinas e mediadores vasoativos. Esses mediadores 
podem aumentar a deposição de imunocomplexo nas paredes dos vasos em razão do aumento da permeabilidade 
vascular e do fluxo sanguíneo 
→ A formação de imunocomplexos (IC) circulantes, devido à interação de antígenos com anticorpos específicos, é 
um importante mecanismo de defesa do organismo. Esta reação, geralmente, é acompanhada por reações 
secundárias, para neutralizar e eliminar microorganismos e substâncias estranhas. A inativação e eliminação destes 
antígenos impedem que eles sejam depositados e causem danos aos tecidos do hospedeiro. A dinâmica destes 
processos envolve o sistema complemento: receptores para o complemento e para a porção Fc 
(fragmento cristalizável) das moléculas de imunoglobulinas, bem como células fagocíticas:polimorfonucleares 
neutrófilos e macrófagos1. Os IC promovem a ativação das vias clássica e alternativa do sistema complemento. A 
via clássica desempenha papel importante em prevenir a formação de IC grandes, enquanto que a via alternativa é 
importante na solubilização dos complexos já formados. A incorporação das proteínas do complemento à rede de 
antígeno-anticorpo, permite a ligação destes complexos ao receptor, para complemento (CR1) dos eritrócitos. 
Assim, os IC podem ser transportados na circulação até serem transferidos para os macrófagos teciduais do sistema 
monocítico fagocitário (SMF) do fígado e baço. A ineficiência destes mecanismos pode levar à deposição dos 
complexos antígeno-anticorpo nos tecidos, sustentando um processo inflamatório com conseqüente lesão tecidual. 
A injúria tissular, causada pelos IC depositados, é mediada pela ativação local do sistema complemento e, 
subseqüente influxo de células fagocíticas, tais como: polimorfonucleares (PMN) neutrófilos e macrófagos. A 
ativação destas células, desencadeando o processo da fagocitose, leva à liberação de enzimas, espécies reativas de 
oxigênio e outros mediadores inflamatórios, os quais contribuem para a lesão característica das doenças por 
imunocomplexos. Os fatores que favorecem o desenvolvimento das doenças por imunocomplexos incluem: 
depleção ou deficiência de complemento; classes de anticorpos, que não fixam complemento; depleção, deficiência 
ou ocupação do CR1 por outra molécula; redução do contato do complexo ligado ao eritrócito até o macrófago 
fixado e o tamanho do complexo antígeno-anticorpo. Este último é influenciado por vários fatores, incluindo 
características e propriedades do antígeno e do anticorpo; propriedades físicas do meio de reação; proporção do 
antígeno e do anticorpo, bem como a afinidade do anticorpo para o antígeno. Estas características podem 
influenciar as funções efetoras responsáveis pela eliminação do antígeno, tais como ativação do sistema 
complemento e fagocitose. 
 
Formação dos imunocomplexos e síndrome nefrótica 
→ Os complexos antígeno-anticorpo são produzidos durante muitas respostas imunes, mas só tem significado 
patológico, quando não são eliminados adequadamente, depositando-se nos tecidos. 
- A demonstração mais evidente da falência do sistema de transporte e eliminação dos complexos antígeno-
anticorpo é a manifestação das doenças por imunocomplexos. A deposição dos IC ocorre, principalmente, por 
deficiência genérica de um ou mais componentes da via clássica do complemento. No entanto, pode também ser 
ocasionada por fagocitose defeituosa ou inabilidade dos IC em ativarem o sistema complemento. 
-Alguns sítios anatômicos são mais suscetíveis à deposição dos IC, como capilares dos glomérulos e da sinovial, onde 
o plasma é ultrafiltrado sob alta pressão hidrostática. 
-Os imunocomplexos depositados nos tecidos promovem a agitação local do complemento. A geração dos 
fragmentos C3a e C5a estimulam o acúmulo de neutrófilos no sítio de deposição, por promoverem quimiotaxia e 
aumento na permeabilidade vascular. Estas células aderem aos IC depositados, na tentativa de fagocitaŕ-lós. No 
entanto, o imunocomplexos não é internalizado na vesículas fagocítica. Em consequência desta fagocitose 
“frustrada”, há uma liberação maciça das espécies reativas de oxigênio e proteases dos neutrófilos sobre as células 
do hospedeiro, causando lesão tecidual. Em circunstâncias normais, as proteinases que extravasam para o meio 
extracelular, durente a fagocitose, são rapidamente inativadas por antiproteinases, presentes nos fluidos 
intersticiais e no plasma, limitando os efeitos deletérios das proteinases sobre os tecidos. No entanto, estudos 
demonstraram que as antiproteinases eram sensíveis à oxidação por reagentes químicos ou produtos dos 
neutrófilos estimulados. A oxidação das antiproteinases diminui cerca de duas mil vezes a velocidade de associação 
entre estes inibidores e a elastase do neutrófilo. Assim, o ataque dos tecidos pela elastase não pode ser inibido44. 
-As propriedades imunoquímicas dos complexos antígeno-anticorpo são de grande relevância, para determinar a 
eficiência dos mecanismos envolvidos no seu processamento e eliminação. Vários experimentos têm demonstrado 
que o tamanho do IC e a natureza do antígeno e do anticorpo influenciam a habilidade dos IC ativarem o 
complemento e ligarem-se ao CR1 dos eritrócitos 45/48. Imunocomplexos muito pequenos ou muitos grandes são 
facilmente eliminados, enquanto que aqueles de tamanho intermediário podem, dependendo do antígeno e/ou 
anticorpo, ser mais suscetíveis à deposição. 
-As classes de imunoglobulinas também variam quanto à sua habilidade para ativar o sistema complemento. A 
molécula de IgA, por exemplo, não ativa a via clássica e os IC contendo esta imunoglobulina, rapidamente, formam 
agregados grandes, os quais não se ligam aos eritrócitos e, conseqüentemente, deposi- tam-se nos tecidos49. No 
entanto, a IgA é capaz de ativar a via alternativa, o que contribui para a lesão tecidual das nefropatias por IC, 
contendo IgA. 
-A habilidade dos IC ativarem o sistema complemento também é influenciada pelas diferenças entre as classes e 
subclasses das imunoglobulinas. As subclasses de IgG humana diferem, marcantemente, quanto à sua habilidade 
para ativar o complemento, devido às características estruturais que determinam as diferenças isotipo-
específicas52. -Além das classes e subclasses de imunoglobulinas, outras propriedades dos IC tais como: afinidade 
do anticorpo; proporções antígeno-anticorpo; densidade dos epítopos; tam- bém afetam a ativação do 
complemento e a ligação ao CR1 dos eritrócitos. 
-MARZOCCHI & LUCISANO-VALIM, 19965, demonstraram que anticorpos de maior afinidade con- somem maior 
quantidade de complemento. Estes anticorpos também são mais eficientes em estimular o “burst” respiratório e a 
degranulação dos neutrófilos. No entanto, os anticorpos de menor afinidade ligaram-se mais eficientemente ao CR1 
dos eritrócitos. 
-Uma vez que as características imunoquímicas dos IC determinam o seu potencial para fixar proteínas do 
complemento e interagir com seus receptores, elas irão influenciar o destino e a velocidade de eliminação de tais 
complexos da circulação. 
-Diante destes aspectos, é de grande interesse definir as circunstâncias que contribuem para o processamento 
ineficiente dos IC, bem como caracterizar IC específicos, os quais podem ser patogênicos, caso sejam depositados 
nos tecidos.

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