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TUTORIA SP 2.1 - FICOU BOM, MAS QUEIMOU

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Mariana Tainá Oliveira de Freitas | Universidade Potiguar | Turma XXIX C | 2022.2
TUTORIA SP 2.1 - Ficou bom, mas queimou
lesão celular e seus diferentes tipos —---
Lesões e doenças são provocadas por agressões muito diversas e resultam quase sempre da interação do agente
agressor com os mecanismos de defesa do organismo. A lesão celular ocorre quando as células são estressadas
tão excessivamente que não são mais capazes de se adaptar, podendo ser reversível até um certo ponto, mas se
o estímulo persistir ou for intenso o suficiente desde o início, a célula sofre lesão irreversível.
• Lesão celular reversível: Nos estágios iniciais ou nas formas leves de lesão, as alterações morfológicas e
funcionais são reversíveis se o estímulo nocivo for removido. Nesse estágio, embora existam anomalias
estruturais e funcionais significativas, a lesão ainda não progrediu para um dano severo à membrana dissolução
nuclear.
• Morte celular. Com a persistência do dano, a lesão torna-se irreversível e, com o tempo, a célula não pode se
recuperar e morre. Existem dois tipos de morte celular - necrose e apoptose - que diferem em suas
morfologias, mecanismos e papéis na fisiologia e na doença. Quando o dano às membranas é acentuado, as
enzimas extravasam dos lisossomos, entram no citoplasma e digerem a célula, resultando em necrose. Os
conteúdos celulares também extravasam através da membrana plasmática lesada e iniciam uma reação
(inflamatória) no hospedeiro. A necrose é a principal via de morte celular em muitas lesões comumente
encontradas, como as que resultam de isquemia, de exposição a toxinas, várias infecções e trauma. Quando a
célula é privada de fatores de crescimento ou quando o DNA celular ou as proteínas são danificadas sem reparo,
a célula se suicida por outro tipo de morte, chamado apoptose, caracterizada pela dissolução nuclear sem a
perda da integridade da membrana. Enquanto a necrose constitui sempre um processo patológico, a apoptose
auxilia muitas funções normais e não está necessariamente associada à lesão celular patológica. Além disso, a
apoptose, em certos papéis fisiológicos, não desencadeia uma resposta inflamatória. As características
morfológicas, os mecanismos e o significado dessas duas vias de morte celular são discutidos em mais detalhes
nas próximas seções.
A lesão celular reversível ocorre quando a célula agredida pelo estímulo nocivo sofre alterações funcionais e
morfológicas, porém mantém-se viva, recuperando-se quando o estímulo nocivo é retirado ou cessa. As duas
principais características morfológicas da lesão celular reversível são a tumefação celular e a degeneração
gordurosa. A tumefação celular é resultado da falência das bombas de íons dependentes de energia na
membrana plasmática, levando a uma incapacidade de manter a homeostasia iônica e líquida. A degeneração
gordurosa ocorre na lesão hipóxica e em várias formas de lesão metabólica ou tóxica e manifesta-se pelo
surgimento de vacúolos lipídicos, grandes ou pequenos, no citoplasma.
A tumefação celular é a primeira manifestação de quase todas as formas de lesão celular. E uma alteração
morfológica reversível, de dificil observação na microscopia óptica, podendo ser mais visível ao nível do órgão
Mariana Tainá Oliveira de Freitas | Universidade Potiguar | Turma XXIX C | 2022.2
inteiro. Quando afeta muitas células em um órgão, causa alguma palidez (resultante da compressão dos
capilares), aumento do turgor e aumento do peso do órgão. O exame microscópico pode revelar pequenos
vacúolos claros dentro do citoplasma que representam segmentos distendidos e separados do retículo
endoplasmático. Esse padrão de lesão não letal às vezes é chamado de alteração hidrópica ou degeneração
vacuolar. A degeneração gordurosa é manifestada pela presença de vacúolos lipidicos no citoplasma. Ela é
encontrada principalmente em células que participam do metabolismo da gordura (p. ex., hepatócitos e células
miocárdicas) e também é reversível. As células lesadas podem exibir também coloração cosinofilica que se torna
muito mais pronunciada com a progressão para a necrose. As alterações intracelulares associadas a lesão
reversível (Fig. 1-6) incluem: (1) alterações na membrana plasmática, como bolhas, apagamento ou distorção das
microvilosidades e perda das adesões intercelulares; (2) alterações mitocondriais, como tumefação e presença
de densidades amorfas ricas em fosfolipídios; (3) dilatação do RE com destacamento dos ribossomos e
dissociação dos polissomos; (4) alterações nucleares com condensação da cromatina. O citoplasma pode conter
massas fosfolipídicas, conhecidas como figuras de mielina, derivadas das membranas celulares lesadas.
A lesão celular é irreversível quando a célula se torna incapaz de recuperar-se depois de cessada a agressão,
caminhando para a morte celular. Os desarranjos celulares da lesão reversível podem ser reparados e, se o
estímulo nocivo cessa, a célula retorna à sua normalidade. Entretanto, a lesão persistente ou excessiva faz com
que as celulas passem do nebuloso "ponto de não retorno" para lesão irreversível e morte celular. Os eventos
que determinam quando a lesão reversível torna-se irreversível e progride para a morte celular permanecem
pouco compreendidos. A relevância clínica dessa questão é óbvia; se as alterações bioquímicas e moleculares
que antecipam a morte celular puderem ser identificadas com precisão, é possível traçar estratégias para
prevenir a transição de lesão celular reversível para irreversível. Embora não existam correlações morfológicas
bioquímicas definitivas da irreversibilidade dois fenômenos caracterizam consistentemente irreversibilidade: a
incapacidade de reverter a disfunção mitocondrial (perda da fosforilação oxidativa e geração de ATP) mesmo
depois da resolução da lesão original e os profundos distúrbios na funcão da membrana. Como mencionado
anteriormente, a lesão nas membranas lisossomicas leva à dissolução enzimática da célula lesada, que é a
característica da necrose. Os diferentes estímulos nocivos ja mencionados induzem a morte por necrose ou por
apoptose.
Agentes agressores —-----------------------------
AGENTES FÍSICOS
Os agentes físicos causadores de lesão podem ser divididos em seis categorias: força mecânica ou trauma
(abrasão (ferida provocada pelo arrancamento por raspagem ou fricção), laceração (ruptura ou separação de
tecidos pela aplicação de força excessiva de estiramento (pele) ou pela ação de um impacto externo (músculos,
tendões ou vísceras), contusão (ferida provocada pela transmissão de impacto contundente através da pele e
tecidos subjacentes, levando a ruptura de pequenos vasos com extravasamento de sangue para os tecidos),
incisão (lesão mais extensa do que profunda produzida por um impacto de um instrumento de borda afiada que
provoca rompimento das ligações de vasos sanguíneos) perfuração (lesão mais profunda do que extensa
produzida por um impacto de um instrumento pontiagudo, longo e estreito) e fratura (lesão caracterizada pela
Mariana Tainá Oliveira de Freitas | Universidade Potiguar | Turma XXIX C | 2022.2
ruptura de tecido duro (ósseo ou cartilaginoso);, variações de pressão atmosférica, variações de temperatura,
correntes elétricas, radiações (ultrassom, por ex.) e ondas sonoras (ruídos).
AGENTES OUÍMICOS
Inúmeros agentes químicos são responsáveis por danos celulares, como os fármacos, as drogas de abuso e os
poluentes ambientais. São considerados agentes químicos as substâncias, compostos que possam penetrar no
organismo pela via respiratória, nas formas de poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases ou vapores, ou que, pela
natureza da atividade de exposição, possam ter contato ou ser absorvidos pelo organismo através da pele ou
por ingestão.
Os principais tipos de agentes químicos que atuam sobre o organismo humano, causando problemas de saúde,
são: gases, vapores e névoas: aerodispersóides (poeiras e fumos metálicos). Enorme número de substâncias
químicas que podem lesaras células é amplamente conhecido; mesmo substâncias inócuas, como glicose, o sal
ou mesmo água, se absorvidas ou administradas em excesso podem perturbar o ambiente osmótico, resultando
em lesão ou morte celular. Os agentes comumente conhecidos como venenos causam severos danos em nivel
celular por alterarem a permeabilidade da membrana, a homeostasia osmótica ou a integridade de uma enzima
ou cofator. A exposição a esses venenos pode culminar em morte de todo o organismo. Outros agentes
potencialmente tóxicos são encontrados diariamente no nosso ambiente; eles incluem poluentes do ar,
inseticidas, CO, asbesto e os "estímulos" sociais, como o álcool. Mesmo as drogas terapêuticas podem causar
lesão à célula ou ao tecido em paciente suscetível ou se usadas de modo excessivo ou inapropriado. Até mesmo
o oxigênio em altas pressões parciais é toxico.
AGENTES BIOLÓGICOS
Os agentes biológicos são micro-organismos (bactérias, fungos, protozoários, helmintos e ectoparasitos) que
invadem um organismo hospedeiro produzindo danos teciduais e gerando diversas condições patológicas. De
maneira geral, estes agentes podem provocar lesões teciduais através de três diferentes mecanismos: efeito
direto, ação de toxinas e indução de resposta inflamatória).
AGENTES PSICOSSOCIAIS
De maneira bem sucinta, pode-se definir Agentes Psicossociais como eventos relacionados a vida cotidiana dos
trabalhadores. Estes eventos possuem a potencialidade de provocar danos à saúde do trabalhador, à medida
que afetam de forma direta a psique, ou seja, a mente humana.
Dentre os Agentes Psicossociais mais comuns, têm-se:
● Agentes ligados a qualidade de vida - Baixa qualidade e quantidade da alimentação, relações pessoais,
falta de lazer, falta de acompanhamento médico e odontológico.
● Agentes ligados ao trabalho - Baixos salários, condições de trabalho inadequadas, cobranças
exacerbadas, longas jornadas, falta de reconhecimento profissional, falta de perspectiva de
crescimento, etc.
● Agentes ligados ao transporte (ida e volta ao trabalho) - Falta de conforto, tempo gasto nas viagens,
engarrafamentos, vias em péssimas condições de conservação, etc.
Mariana Tainá Oliveira de Freitas | Universidade Potiguar | Turma XXIX C | 2022.2
Os riscos psicossociais, fazem parte do conjunto de demandas existentes no quesito segurança do trabalho, que
precisam ser enfrentados pelos gestores das organizações. Os agentes psicossociais possuem um impacto
gigantesco na saúde do trabalhador, que acaba repercutindo na produtividade das organizações e com isto, na
economia do pais.
Ninguém poderá esperar que um trabalhador que diariamente seja submetido às condições de agravo à saúde
provocado por agentes psicossociais, consiga produzir de forma plena suas atividades. O trabalho é das
principais atividades do ser humano, sendo que muitas vezes tornasse uma referencial de quem somos,
contudo, o trabalhador não está protegido em seus direitos fundamentais. Considerar os agentes psicossociais
como situações normais da vida cotidiana, não é uma atitude correta a ser tomada. A falta de qualidade de vida,
afeta de forma significante a integridade física e emocional dos trabalhadores, e isto, por si só, acarreta
prejuízos as empresas, provocados pelo afastamento do trabalho (licenças de INSS) e baixa produtividade.
ADAPTAÇÃO
As adaptações são alterações reversíveis em número, tamanho, fenótipo, atividade metabólica ou das funções
celulares em resposta às alterações no seu ambiente. As adaptações fisiológicas normalmente representam
respostas celulares à estimulação normal pelos hormônios ou mediadores químicos endógenos (p. ex., o
aumento da mama e do útero, induzido por hormônio, durante a gravidez). As adaptações patológicas são
respostas ao estresse que permitem às células modularem sua estrutura e função escapando, assim, da lesão.
Tais adaptações podem ter várias formas distintas.
HIPERTROFIA
A hipertrofia é um aumento do tamanho das células que resulta em aumento do tamanho do órgão. Em
contraste, a hiperplasia (discutida adiante) é caracterizada por aumento do número de células devido à
proliferação de células diferenciadas e substituição por células-tronco do tecido. Dito de outro modo,
na hipertrofia pura não existem células novas, apenas células maiores, contendo quantidade
aumentada de proteínas estruturais e de organelas. A hiperplasia é uma resposta adaptativa em células
capazes de replicação, enquanto a hipertrofia ocorre quando as células possuem capacidade limitada
de se dividir. A hipertrofia e a hiperplasia podem também ocorrer juntas e, obviamente, ambas
resultam em órgão aumentado (hipertrófico).
A hipertrofia pode ser fisiológica ou patológica e é causada pelo aumento da demanda funcional ou por
fatores de crescimento ou estimulação hormonal especifica.
• Durante a gravidez, o aumento fisiológico maciço do útero ocorre como consequência da hipertrofia
e hiperplasia do músculo liso estimulado pelo estrogênio.. Ao contrário, as células musculares
estriadas da musculatura esquelética e do coração podem sofrer apenas hipertrofia em resposta ao
aumento da demanda porque, no adulto, elas possuem capacidade limitada de divisão. Portanto, os
levantadores de peso podem desenvolver um físico aumentado apenas por hipertrofia de células
musculares esqueléticas individuais.
Mariana Tainá Oliveira de Freitas | Universidade Potiguar | Turma XXIX C | 2022.2
• Um exemplo de hipertrofia celular patológica é o aumento cardíaco que ocorre com hipertensão ou
doença de valva aórtica.
HIPERPLASIA
A hiperplasia ocorre se o tecido contém populações celulares capazes de se dividir; ocorre
simultaneamente com a hipertrofia e sempre em resposta ao mesmo estímulo. A hiperplasia pode ser
fisiológica ou patológica. Em ambas as situações, a proliferação celular é estimulada por fatores de
crescimento que são produzidos por vários tipos celulares.
• Os dois tipos de hiperplasia fisiológica são: (1) hiperplasia hormonal, exemplificada pela proliferação
do epitélio glandular da mama feminina na puberdade e durante a gravidez e (2) hiperplasia
compensatória, na qual cresce tecido residual após a remoção ou perda da porção de um órgão. Por
exemplo, quando o figado é parcialmente removido, a atividade mitótica das células restantes inicia-se
12 horas depois, restaurando o figado ao seu peso normal.
• A maioria das formas de hiperplasia patológica é causada por estimulação excessiva hormonal ou por
fatores do crescimento. Por exemplo, após um periodo menstrual normal, há aumento da proliferação
do epitélio uterino, que normalmente é estritamente regulada pela estimulação dos hormônios
hipofisários, pelo estrogênio ovariano e pela inibição através da progesterona. Entretanto, se o
equilibrio entre estrogênio e progesterona é alterado, ocorre hiperplasia doendométrio, causa comum
de sangramento menstrual anormal. A hiperplasia também uma resposta importante das células do
tecido conjuntivo na cicatrização de feridas na qual os fibroblastos e os vasos sanguíneos que
proliferam auxiliam o reparo. Nesse processo, os fatores de crescimento são produzidos pelos
leucócitos em resposta à lesão e pelas células na matriz extracelular. A estimulação pelos fatores de
crescimento está envolvida também na hiperplasia associada a certas infecções virais; por exemplo, as
papilomaviroses causam verrugas na pele e lesões mucosas compostas de massas de epitélio
hiperplásico. Aqui os fatores de crescimento podem ser codificados por genes virais ou por genes das
células infectadas.
É importante notar que, em todas essas situações, o processo hiperplásico permanece controlado; se
os sinais que a iniciam cessam, a hiperplasia desaparece. E essa sensibilidade aos mecanismos de
controle de regulação normal que diferencia as hiperplasias patológicas benignas das do câncer, no
qual os mecanismos de controle do crescimento tornam-se desregulados ou ineficazes. Contudo, em
muitos casos, a hiperplasia patológicaconstitui um solo fértil no qual o câncer pode surgir
posteriormente. Por exemplo, pacientes com hiperplasia do endométrio têm risco aumentado de
desenvolver câncer endometrial.
ATROFIA
A diminuição do tamanho da célula, pela perda de substância celular, é conhecida como atrofia.
Quando um número suficiente de células está envolvido, todo o tecido ou órgão diminui em tamanho,
tornando-se atrófico. Deve ser enfatizado que, embora as células atróficas tenham sua função
Mariana Tainá Oliveira de Freitas | Universidade Potiguar | Turma XXIX C | 2022.2
diminuída, elas não estão mortas. As causas da atrofia incluem a diminuição da carga de trabalho (p.
ex., a imobilização de um membro para permitir o reparo de uma fratura), a perda da inervação, a
diminuição do suprimento sanguíneo, a nutrição inadequada, a perda da estimulação endócrina e o
envelhecimento (atrofia senil).
METAPLASIA
Metaplasia é uma alteração reversível na qual um tipo celular adulto (epitelial ou mesenquimal) é
substituído por outro tipo celular adulto. Nesse tipo de adaptação celular, uma célula sensível a
determinado estresse é substituída por outro tipo celular mais capaz de suportar o ambiente hostil.
Acredita-se que a metaplasia surja por uma reprogramação de células-tronco que se diferenciam ao
longo de outra via, em vez de uma alteração fenotípica (transdiferenciação) de células já diferenciadas.
A metaplasia epitelial é exemplificada pela mudança escamosa que ocorre no epitélio respiratório em
fumantes habituais de cigarros. As células epiteliais normais, colunares e ciliadas da traqueia e dos
brônquios são focal ou difusamente substituídas por células epiteliais escamosas estratificadas. O
epitélio pavimentoso estratificado, mais resistente, torna-se mais capaz de sobreviver às substâncias
químicas do cigarro do que o epitélio especializado, mais frágil, que não poderia tolerar.
REPARO
A habilidade em reparar a lesão causada por lesões tóxicas e inflamação crítica para sobrevivência de um
organismo. A resposta inflamatória a micróbios e tecidos lesados não serve apenas para eliminar esses perigos,
mas também inicia o processo de reparo. O reparo, muitas vezes chamado de cura, se refere à restauração da
arquitetura e função do tecido após lesão. Ocorre por dois tipos de reações: regeneração do tecido lesado e
formação de cicatriz pela deposição de tecido conjuntivo.
• Regeneração. Alguns tecidos são capazes de substituir células lesadas e retornar ao estado normal; esse
processo é chamado de regeneração. A regeneração ocorre por proliferação de células residuais (não lesadas)
que retêm a capacidade de divisão e por substituição de células-tronco teciduais. Constitui a resposta típica a
lesão em epitélios que se dividem rapidamente, como na pele e nos intestinos e em alguns orgãos,
principalmente no figado.
• Formação de cicatriz. Se os tecidos lesados são incapazes de regeneração ou se as estruturas de suporte do
tecido são gravemente lesadas, o reparo ocorre por deposição de tecido conjuntivo (fibrose), um processo que
resulta em formação de cicatriz. Embora a cicatriz fibrosa não possa realizar a função das células perdidas do
parênquima, ela fornece estabilidade estrutural suficiente para tornar o tecido lesado hábil nas suas funções. O
termo fibrose é mais frequentemente usado para descrever a extensa deposição de colágeno que ocorre nos
pulmões, figado, rins e outros órgãos, resultante da inflamação crônica, ou no miocárdio após extensa necrose
isquêmica (infarto). Se a fibrose se desenvolve em um espaço do tecido ocupado por exsudato inflamatório, ela é
chamada de organização (como na pneumonia, no pulmão).
Mariana Tainá Oliveira de Freitas | Universidade Potiguar | Turma XXIX C | 2022.2
REGENERAÇÃO
A regeneração se caracteriza pela restituição dos componentes teciduais idênticos àqueles removidos.
Esse tipo de reparo só é possível em tecidos em que ainda possuem células com a capacidade de se
proliferar ou tenham ainda células tronco. Assim, com base nessa habilidade de multiplicação celular,
os tecidos são classificados em:
- Tecidos lábeis ou de divisão contínua: as células possuem a capacidade de se proliferar por
toda a vida, substituindo as que estão velhas ou destruídas. Temos como exemplo os epitélios,
células da medula óssea vermelha tecidos hematopoieticos.
- Tecidos quiescentes ou estáveis: apensar de possuirem um baixo nível de replicação, quando
submetidos a estímulos para divisão celular são capazes de regenerar o tecido de origem. O
melhor exemplo é o tecido hepático.
- Tecidos permanentes ou não divisores: são formados por células que não podem ser
submetidas à divisão mitótica devido o seu grau de especificidade. Exemplos são os neurônios
e as células musculares.
Apensar de o corpo humano possuir tecidos capazes de recuperar células perdidas, permitindo a
capacidade de regeneração do órgão lesionado, o que ocorre em muitos processos é o crescimento
compensatório que envolve a hipertrofia celular e a hiperplasia. Nesses processos acontece a
recuperação da capacidade funcional, mas sem necessariamente reconstruir a anatomia original.
Os órgãos que possuem essa capacidade de crescimento compensatório são os rins, o pâncreas, as
glândulas adrenais, a tireoide, os pulmões de pacientes jovens e o figado. No caso hepático, a
regeneração acontece por meio da replicação de células maduras sem envolvimento de célula tronco.
Os hepatócitos são células quiescentes que, quando estimuladas por determinadas substâncias,
possuem a capacidade de multiplicação celular. Nesse exemplo, as principais substâncias são as
citocinas e os fatores de crescimento polipeptídeos.
Dessa forma, em uma hepatectomia parcial é possível à restauração hepática, porém não ocorre um
novo crescimento do lobo ressecado na operação. Em vez disso, acontece o crescimento por aumento
dos lobos que permaneceram, caracterizando-se como crescimento compensatório.
CICATRIZAÇÃO
A cicatrização é uma resposta fibroproliferativa que restaura as estruturas originais, porém envolve
deposição de colágeno e a formação da cicatriz. Os fatores que favorecem o processo de cicatrização
são a extensão do dano celular, o tipo de tecido afetado e a intensidade da lesão da matriz extracelular.
O processo de restauração por cicatrização pode ser dividido por etapas:
1 - Ocorre uma resposta inflamatória à lesão inicial com a intenção de eliminar o agente nocivo,
remover o tecido lesionado e estimular a deposição de componentes da matriz extracelular;
2 - Proliferação de fibroblastos e células endoteliais vasculares, formando o tecido de granulação. (O
tecido de granulação tem a aparência rósea, lisa e granular e se caracteriza pela formação de pequenos
novos vasos sanguíneos e multiplicação de fibroblastos.);
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3 - Com o aumento no número de fibroblastos, ocorre a síntese de matriz extracelular e deposição de
colágeno, formando a cicatriz;
4 - Então se inicia o processo de remodelação que é o equilibrio entra síntese e degradação da matriz
extracelular;
Com base nessas etapas, podemos perceber três principais mecanismos do processo de cicatrização:
- Angiogênese: as células endoteliais são estimuladas a formarem novos vasos sanguíneos
principalmente pelo VEGF (fator de crescimento endotelial vascular - sigla em inglês) e pela
angiopoetina;
- Fibroplasia: a migração e a proliferação de fibroblastos no local da lesão ocorrem devido à ação dos
fatores de crescimento múltiplos, incluindo TGF-B. PDGF, EGF, FGF e as citocinas IL-1 e TNF:
- - Remodelação: é o processo que organiza a cicatriz devido a grande proliferação celular e à
desorganização na produção de matriz extracelular. A metaloproteinase é a substância responsável por
esse processo e atua na degradação do colágeno;
Podemos utilizar a cicatrização de uma ferida cutânea como exemplo de um processo de cicatrização
descrever os fatos geraisda reparação que se observa na maioria dos tecidos. As feridas cutâneas são
classificadas em dois tipos de cicatrização: primeira intenção e segunda intenção.
Cicatrização por primeira intenção
É um ferimento com margens opostas em que o espaço incisional é estreito. Melhor exemplo é a
cicatrização de uma incisão cirúrgica limpa e não infectada. Esse processo segue as seguintes etapas
cronológicas:
1 - Em 24 horas: neutrófilos aparecem nas margens da ferida, movendo-se em direção ao coágulo de
fibrina e células sanguineas;
2 - Em 24 a 48 horas: células epiteliais movem-se para fechar ferida;
3 - No 3° dia: começa a formação do tecido de granulação com o surgimento de macrófagos no local;
4 - No 5° dia: ponto máximo da neovascularização, o colágeno fica mais abundante, a epiderme
recupera a espessura normal e ocorre a diferenciação das células epidérmicas;
5 - Na segunda semana: ocorre aumento do colágeno, proliferação de fibroblastos e regressão dos
vasos;
6 - No final do primeiro mês: a cicatriz se encontra coberta por pele intacta, porém não ocorre
regeneração dos anexos dérmicos.
Cicatrização por segunda intenção
Ocorre quando existe uma grande perda de células e tecidos, deixando as margens separadas. Esse
processo de reparação é mais complicado, pois a regeneração das células parenquimatosas não pode
restaurar totalmente a arquitetura original. Além disso, a reação inflamatória é mais intensa devido
fato que o coágulo formado é maior em comparação a feridas com margens opostas. Porém, o que mais
se diferencia no processo de cicatrização de feridas com margens separadas é o fenômeno de
Mariana Tainá Oliveira de Freitas | Universidade Potiguar | Turma XXIX C | 2022.2
contração da ferida. Esse acontecimento é possível devido à ação de uma rede de fibroblastos contendo
actina na margem da ferida.
Cicatrização de terceira intenção
A ferida é deixada aberta para evoluir com cicatrização de segunda intenção e há o processo de
limpeza e debridamento do tecido. Posteriormente, é realizada sutura para que a ferida evolua com
cicatrização de primeira intenção.
MORTE CELULAR
Inicialmente a lesão se manifesta por meio de alterações funcionais e morfológicas reversíveis. Conforme
ocorre a progressão do dano, esse processo pode culminar em alterações irreversíveis e, portanto, morte
celular. Existem, ainda, dois tipos de morte celular, a apoptose e a necrose, sendo esta sempre um processo
patológico.
NECROSE
Necrose é o tipo de morte celular que está associado à perda da integridade da membrana e
extravasamento dos conteúdos celulares, culminando na dissolução das células resultante da ação
degradativa de enzimas nas células lesadas letalmente. Os conteúdos celulares que escapam sempre
iniciam uma reação local do hospedeiro, conhecida como inflamação no intuito de eliminar as células
mortas e iniciar o processo de reparo subsequente. As enzimas responsáveis pela digestão da célula
são derivadas dos lisossomos das próprias células que estão morrendo ou dos lisossomos dos
leucocitos que são recrutados como parte da reação inflamatória às células mortas.
A necrose se caracteriza pelo tamanho celular aumentado (edema), alterações nucleares (picnose,
cariorréxis, cariólise), membrana plasmática danificada e extravasamento de conteúdo celular para
fora da célula, além do aumento da cosinofilia. Já a aparência morfológica da necrose resulta da
desnaturação das proteínas intracelulares e/ou da digestão enzimática. A partir disso, esse processo de
morte celular pode ser classificado em diversos tipos de necrose:
Necrose de Coagulação: é característica da morte por hipóxia em todos os tecidos, à exceção do
cérebro. Com isso a acidose intracelular desnatura proteínas enzimas, bloqueando a proteólise celular.
O tecido, ainda, apresenta a textura firme e a manutenção da sua arquitetura, com preservação do
contorno celular por pelo menos alguns dias.
Necrose de liquefação: é característica de infecções bacterianas ou fúngicas, pois estas estimulam o
acúmulo de células inflamatórias, sendo as células mortas completamente digeridas por enzimas. O
resultado final é a transformação do tecido em massa viscosa.
Necrose caseosa: Esse termo é derivado da aparência semelhante a queijo branco da área necrótica. É
uma forma distinta de necrose de coagulação, encontrada comumente em focos de tuberculose, os
quais são caracterizados por reação granulomatosa.
Necrose gordurosa: se refere a áreas de destruição de gordura que ocorre como resultado da liberação
de lipases pancreáticas ativadas no parênquima pancreatico.
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APOPTOSE
A apoptose é uma via de morte celular, induzida por um programa de suicídio estritamente regulado
no qual as células destinadas…a morrer ativam enzimas que degradam seu próprio DNA e as proteínas
nucleares e citoplasmaticas. Os fragmentos das celulas apoptoticas então se separam, gerando a
aparência responsável pelo nome (apoptose."*cair fora"): A membrana plasmática da célula apoptótica
permanece intacta, mas e alterada de tal maneira que a célula e seus fragmentos tornam-se alvos
atraentes para os fagócitos Rapidamente, as células mortas e seus fragmentos são removidos antes que
seus conteudos extravasem e por isso, a morte celular por essa via não induz uma reação inflamatória
no hospedeiro. A apoptose difere da necrose, que caracterizada pela perda da integridade da
membrana, digestão enzimática das células. extravasamento dos conteúdos celulares e
frequentemente uma reação no hospedeiro. Entretanto, a apoptose e a necrose algumas vezes
coexistem, e a apoptose induzida por alguns estimulos patologicos progride para a necrose.
Apoptose é a via de morte celular que induzida por um programa intracelular altamente regulado, no
qual as células destinadas a morrer ativam enzimas que degradam seu DNA nuclear e as proteínas
citoplasmáticas. Os sinais que induzem a apoptose incluem a ausência de fatores de crescimento ou
hormônios, a ação específica dos receptores de morte e os agentes nocivos. Esse fenômeno, portanto,
pode estar presente em situações fisiológicas e em condições patológicas.
Em situações fisiológicas esse fenômeno pode estar relacionado à destruição programada de células
durante a embriogênese, à involução dependente de hormônios (colapso endometrial no ciclo
menstrual), à eliminação celular em células em proliferação à eliminação de linfócitos auto reativos,
etc. Já em condições patológicas, esse processo pode ser desencadeado por estímulos nocivos, doenças
viróticas e tumores.
Dentre as principais caracteristicas morfológicas que definem as células em apoptose, observa-se o
encolhimento celular, condensação da cromatina, formação de bolhas citoplasmáticas, corpos
apoptóticos e fagocitose das células, geralmente mediada por macrofagos.
Além disso, a célula é rapidamente eliminada, antes que seu conteúdo possa extravasar e causar reação
inflamatória, tornando sua detecção histológica mais dificil.
Robbins patologia básica. 9ª Edição. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013.
Brasileiro Filho, G. – Bogliolo Patologia Geral, 6a edição, Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018
Mecanismos da resposta —---------------------------
INFLAMAÇÃO
A inflamação é uma resposta de defesa não específica do organismo à lesão tecidual. Entre as condições que
podem provocar inflamação estão patógenos, abrasões, irritações químicas, distorções ou distúrbios celulares,
e temperaturas extremas. Os quatro sinais e sintomas característicos da inflamação são vermelhidão, dor, calor
e edema. A inflamação também pode causar uma perda funcional no local da lesão (p. ex., a incapacidade de
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detectar sensações), dependendo da localização e extensão da lesão. A inflamação é uma tentativa de eliminar
microrganismos, toxinas ou material estranho do local da lesão, evitar sua propagaçãopara outros tecidos, e
preparar o local para o reparo tecidual em uma tentativa de restaurar a homeostasia do tecido.
Como a inflamação é um dos mecanismos de defesa inespecíficos do corpo, a resposta de um tecido a um corte
é semelhante à resposta aos danos causados por queimaduras, radiação ou invasão bacteriana ou viral. Em cada
caso, a resposta inflamatória tem três fases básicas: (1) vasodilatação e aumento da permeabilidade dos vasos
sanguíneos, (2) migração dos fagócitos do sangue para o líquido intersticial e, por fim, (3) reparo tecidual.
VASODILATAÇÃO E AUMENTO DA PERMEABILIDADE DOS VASOS SANGUÍNEOS
Duas alterações imediatas ocorrem nos vasos sanguíneos em uma região de lesão tecidual: dilatação das
arteríolas e aumento da permeabilidade dos capilares. O aumento da permeabilidade significa que as
substâncias normalmente retidas no sangue são autorizadas a sair dos vasos sanguíneos. A vasodilatação
possibilita maior fluxo sanguíneo na área danificada, e o aumento da permeabilidade possibilita que as
proteínas de defesa, como os anticorpos e fatores de coagulação, entrem na área da lesão provenientes do
sangue. O aumento do fluxo sanguíneo também ajuda a eliminar toxinas microbianas e células mortas.
A dilatação das arteríolas e o aumento da permeabilidade dos capilares produzem três dos sinais e sintomas da
inflamação: calor, vermelhidão (eritema) e tumefação (edema) . O calor e a vermelhidão resultam da grande
quantidade de sangue que se acumula na área danificada. À medida que a temperatura local sobe
discretamente, as reações metabólicas decorrem mais rapidamente e liberam calor adicional. O edema resulta
do aumento da permeabilidade dos vasos sanguíneos, que possibilita que mais líquido se mova do plasma
sanguíneo para os espaços teciduais. A dor é o principal sintoma da inflamação. É decorrente da lesão dos
neurônios e de produtos químicos tóxicos liberados por microrganismos. As cininas afetam algumas
terminações nervosas, causando grande parte da dor associada à inflamação. As prostaglandinas intensificam e
prolongam a dor associada à inflamação. A dor também pode ser decorrente do aumento da pressão pel o
edema.
O aumento da permeabilidade dos capilares possibilita o vazamento de f atores de coagulação do sangue para
os tecidos. A cascata de coagulação é colocada em movimento, e o fibrinogênio é por fim convertido em uma
malha espessa insolúvel de fios de fibrina que localiza e aprisiona microrganismos invasores e bloqueia sua
propagação.
MIGRAÇÃO DOS FAGÓCITOS
Dentro de 1 h do início do processo inflamatório, os fagócitos aparecem em cena. Como grandes quantidades de
sangue se acumulam, os neutrófilos começam a aderir à superfície interna do endotélio dos vasos sanguíneos.
Em seguida, os neutrófilos começam a se espremer através da parede do vaso sanguíneo para alcançar a área
danificada. Este processo, chamado de migração, depende da quimiotaxia. Os neutrófilos tentam destruir os
microrganismos invasores por fagocitose. Um fluxo constante de neutrófilos é assegurado pela produção e
liberação de células adicionais pela medula óssea. Esse aumento de leucócitos no sangue é chamado de
leucocitose. Embora os neutrófilos predominem nas fases iniciais da infecção, eles morrem rapidamente.
Conforme a resposta inflamatória continua, os monócitos seguem os neutrófilos em direção à área infectada.
Uma vez no tecido, os monócitos se transformam em macrófagos errantes, que contribuem para a atividade
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fagocitária dos macrófagos fixos já presentes. Fiéis ao se u nome, os macrófagos são fagócitos muito mais
potentes do que os neutrófilos. Eles são grandes o suficiente para engolfar o tecido danificado, os neutrófilos
rompidos e os microrganismos invasores. Por fim, os macrófagos também morrem. Dentro de alguns dias,
forma -se um bolsão de células fagocíticas mortas e tecidos danificados; esta coleção de células mortas e líquido
é chamada de pus. A formação de pus ocorre na maior parte das respostas inflamatórias e geralmente continua
até que a infecção desapareça. Às vezes, o pus alcança a superfície do corpo ou drena para dentro de uma
cavidade interna e é dispersado; em outras ocasiões, o pus permanece mesmo depois de a infecção ter
terminado. Neste caso, o pus é destruído gradualmente ao longo de um período de dias e é absorvido.
FEBRE
A febre consiste em uma temperatura anormalmente elevada do corpo que ocorre porque o termostato
hipotalâmico é reconfigurado. Geralmente ocorre durante uma infecção e inflamação. Muitas toxinas
bacterianas elevam a temperatura corporal, às vezes ao desencadear a liberação de citocinas que causam febre,
como a interleucina1 dos macrófagos. A temperatura corporal elevada intensifica os efeitos das interferonas,
inibe o crescimento de alguns microrganismos e acelera a reação do corpo que auxilia no reparo.
Linhas de defesa—------------------------------
IMUNIDADE INATA
A imunidade inata (inespecífica) inclui as barreiras físicas e químicas externas fornecidas pela pele e pelas
túnicas mucosas. Inclui também várias defesas internas, como as substâncias antimicrobianas, as células NK, os
fagócitos, a inflamação e a febre.
PRIMEIRA LINHA DE DEFESA | PELE E TÚNICAS MUCOSAS
A pele e as túnicas mucosas do corpo são a primeira linha de defesa contra patógenos. Essas estruturas
fornecem tanto barreiras físicas quanto químicas que dissuadem patógenos e substâncias estranhas de
penetrar no corpo e causar doenças.
Com suas muitas camadas de células queratinizadas bem unidas, a camada epitelial externa da pele – a
epiderme – fornece uma extraordinária barreira física à entrada de microrganismos. Além disso, a
disseminação periódica de células epidérmicas ajuda a remover os microrganismos da superfície da pele. As
bactérias raramente penetram na superfície intacta da epiderme saudável. Contudo, se esta superfície for
rompida por cortes, queimaduras ou perfurações, agentes patogênicos podem penetrar na epiderme e invadir
tecidos adjacentes ou circular no sangue até outras partes do corpo.
A camada epitelial das túnicas mucosas, que reveste as cavidades do corpo, secreta um líquido chamado de
muco que lubrifica e umedece a superfície da cavidade. Como o muco é um pouco viscoso, retém muitos
microrganismos e substâncias estranhas. A túnica mucosa do nariz tem pelos revestidos de muco que
aprisionam e filtram microrganismos, poeira e poluentes do ar inalado. A túnica mucosa das vias respiratórias
superiores contém cílios, projeções microscópicas piliformes na superfície das células epiteliais. A ação de
ondulação dos cílios impulsiona a poeira inalada e os microrganismos que ficam presos no muco em direção à
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garganta. A tosse e os espirros aceleram a expulsão do muco e de seus patógenos aprisionados do corpo. A
deglutição do muco envia os agentes patogênicos para o estômago, onde o suco gástrico os destrói.
Outros líquidos produzidos por vários órgãos também ajudam a proteger as superfícies epiteliais da pele e
túnicas mucosas. O aparelho lacrimal dos olhos produz e drena as lágrimas em resposta a substâncias
irritantes. O piscar espalha as lágrimas sobre a superfície do bulbo do olho e a ação contínua de lavagem das
lágrimas ajuda a diluir microrganismos e a impedir que eles se fixem à superfície do olho. As lágrimas também
contêm lisozima, uma enzima capaz de quebrar as paredes celulares das bactérias. Além das lágrimas, a
lisozima é encontrada na saliva, no suor, nas secreções nasais e nos líquidos teciduais. A saliva, produzida pelas
glândulas salivares, “lava” os microrganismos das superfícies dos dentes e da túnica mucosa da boca, de modo
semelhante a como as lágrimas lavam os olhos. O fluxo de saliva reduz a colonização da boca por
microrganismos.
A limpeza da uretra pelo fluxo de urina retarda a colonização microbiana dosistema urinário. As secreções
vaginais igualmente movem os microrganismos para fora do corpo nas mulheres. A defecação e o vômito
também expulsam microrganismos. Por exemplo, em resposta a algumas toxinas microbianas, a musculatura
lisa da parte baixa do sistema digestório se contrai vigorosamente; a diarreia resultante expele rapidamente
muitos dos microrganismos.
Determinados produtos químicos também contribuem para o elevado grau de resistência da pele e das túnicas
mucosas à invasão microbiana. As glândulas sebáceas da pele secretam uma substância oleosa chamada sebo,
que forma uma película de proteção sobre a superfície da pele. Os ácidos graxos insaturados do sebo inibem o
crescimento de determinadas bactérias e fungos patogênicos. A acidez da pele (pH de 3 a 5) é causada em parte
pela secreção de ácidos graxos e ácido láctico. A transpiração ajuda a eliminar os microrganismos da superfície
da pele. O suco gástrico, produzido pelas glândulas gástricas, é uma mistura de ácido clorídrico, enzimas e
muco. A forte acidez do suco gástrico (pH 1,2 a 3,0) destrói muitas bactérias e a maior parte das toxinas
bacterianas. As secreções vaginais também são discretamente ácidas, o que inibe o crescimento bacteriano.
SEGUNDA LINHA DE DEFESA | DEFESAS INTERNAS
Quando os patógenos penetram as barreiras físicas e químicas da pele e túnicas mucosas, se deparam com uma
segunda linha de defesa: as substâncias antimicrobianas internas, os fagócitos, as células NK, a inflamação e a
febre
Substâncias antimicrobianas
Existem quatro tipos principais de substâncias antimicrobianas que inibem o crescimento microbiano:
interferonas, complemento, proteínas de ligação ao ferro e proteínas antimicrobianas.
1. Os linfócitos, macrófagos e fibroblastos infectados com vírus produzem proteínas chamadas
interferonas (IFN). Uma vez liberadas por células infectadas por vírus, as IFN se difundem para as
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células vizinhas não infectadas, onde induzem à síntese de proteínas antivirais que interferem na
replicação viral. Embora a IFN não impeça que os vírus se fixem e penetrem nas células hospedeiras,
eles interrompem sua replicação. Os vírus só causam doença se conseguirem se replicar dentro das
células do corpo. A IFN é uma importante defesa contra a infecção por muitos vírus diferentes. Os três
tipos de interferonas são IFN alfa, IFN beta e IFN gama.
2. Um grupo de proteínas normalmente inativas no plasma sanguíneo e nas membranas plasmáticas
compõe o sistema complemento. Quando ativadas, essas proteínas “complementam” ou melhoram
determinadas reações imunológicas (ver seção 22.6). O sistema complemento provoca citólise de
microrganismos, promove a fagocitose e contribui para a inflamação.
3. As proteínas de ligação ao ferro inibem o crescimento de determinadas bactérias, reduzindo a
quantidade de ferro disponível. Exemplos incluem a transferrina (encontrada no sangue e nos líquidos
teciduais), a lactoferrina (encontrada no leite, na saliva e no muco), a ferritina (encontrada no fígado,
no baço e na medula óssea) e a hemoglobina (encontrada nos eritrócitos).
4. As proteínas antimicrobianas (PAM) são peptídios curtos que têm um largo espectro de atividade
antimicrobiana. Exemplos de PAM são a dermicidina (produzida pelas glândulas sudoríferas), as defensinas e
catelicidinas (produzidas por neutrófilos, macrófagos e epitélios) e a trombocidina (produzida pelasplaquetas).
Além de matar uma vasta gama de microrganismos, as PAM podem atrair células dendríticas e mastócitos, que
participam das respostas imunes. Curiosamente, os microrganismos expostos à PAM não parecem desenvolver
resistência, como muitas vezes acontece com os antibióticos.
Células NK e fagócitos
Quando microrganismos penetram na pele e nas túnicas mucosas ou passam pelas substâncias antimicrobianas
do sangue, a próxima defesa inespecífica consiste nas células NK e fagócitos. Aproximadamente 5 a 10% dos
linfócitos do sangue são células NK (natural killer). Elas também são encontradas no baço, nos linfonodos e na
medula óssea. As células NK não apresentam moléculas de membrana que identificam os linfócitos B e T, mas
têm a capacidade de matar uma vasta variedade de células infectadas do corpo e algumas células tumorais. As
células NK atacam as células do corpo que apresentam proteínas de membrana plasmática anormais ou
incomuns.
A ligação das células NK a uma célula alvo, como uma célula humana infectada, provoca a liberação de grânulos
que contêm substâncias tóxicas das células NK. Alguns grânulos contêm uma proteína chamada perforina, que
se insere na membrana plasmática da célula alvo e cria canais na membrana. Como resultado, o líquido
extracelular flui para a célula alvo e a célula explode, em um processo chamado de citólise. Outros grânulos de
células NK liberam granzimas, que são enzimas que digerem as proteínas que induzem as célula alvo à
apoptose, ou autodestruição. Este tipo de ataque mata as células infectadas, mas não os microrganismos
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intracelulares; os microrganismos liberados, os quais podem ou não estar intactos, podem ser destruídos pelos
fagócitos.
Os fagócitos são células especializadas que realizam a fagocitose, a ingestão de microrganismos ou outras
partículas como os restos celulares. Os dois tipos principais de fagócitos são os neutrófilos e os macrófagos.
Quando ocorre uma infecção, os neutrófilos e monócitos migram para a área infectada. Durante essa migração,
os monócitos aumentam de tamanho e se desenvolvem em macrófagos ativamente fagocíticos chamados
macrófagos errantes. Outros macrófagos, chamados de macrófagos fixos, montam guarda em tecidos
específicos. Entre os macrófagos fixos estão os histiócitos (macrófagos do tecido conjuntivo), as células
reticuloendoteliais estreladas no fígado, macrófagos alveolares nos pulmões, células microgliais no sistema
nervoso e macrófagos teciduais no baço, nos linfonodos e na medula óssea. Além de ser um mecanismo da
defesa inata, a fagocitose desempenha um papel vital na imunidade adaptativa.
A fagocitose ocorre em cinco fases: quimiotaxia, aderência, ingestão, digestão e morte:
1. Quimiotaxia. A fagocitose começa com a quimiotaxia, um movimento estimulado quimicamente dos fagócitos
para um local de dano. Os produtos químicos que atraem os fagócitos poderiam vir de microrganismos
invasores, leucócitos, células teciduais danificadas ou proteínas do complemento ativada.
2. Aderência. A fixação do fagócito ao microrganismo ou outro material estranho é denominada aderência. A
ligação de proteínas do complemento ao agente patogênico invasor aumenta a aderência.
3. Ingestão. A membrana plasmática do fagócito estende projeções, chamadas pseudópodos, que engolfam o
microrganismo em um processo chamado de fagocitose. Quando os pseudópodos se encontram, eles se
fundem, envolvendo o microrganismo em uma bolsa chamada de fagossomo.
4. Digestão. O fagossomo entra no citoplasma e se funde aos lisossomos para formar uma estrutura única e
maior chamada fagolisossomo. O lisossomo auxilia a lisozima, que quebra as paredes celulares microbianas, e
outras enzimas digestivas que degradam carboidratos, proteínas, lipídios e ácidos nucleicos. O fagócito também
forma oxidantes letais, como ânion superóxido (O2–), ânion hipoclorito (OCl–) e peróxido de hidrogênio (H2O2),
em um processo chamado de explosão oxidativa.
5. Morte. O ataque químico fornecido pela lisozima, pelas enzimas digestivas e pelos oxidantes dentro de um
fagolisossomo mata rapidamente muitos tipos de microrganismos. Qualquer material que não pode ser
degradado permanece em estruturas chamadas corpos residuais.
IMUNIDADE ADAPTATIVA
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A capacidade do corpo de se defender contra agentes invasores específicos, como bactérias, toxinas,vírus e
tecidos estranhos, é chamada de imunidade adaptativa (específica). As substâncias que são reconhecidas como
estranhas e provocam respostas imunes são chamadas antígenos (Ag). Duas propriedades distinguem a
imunidade adaptativa da imunidade inata: (1) especificidade para determinadas moléculas estranhas
(antígenos), que também envolve a distinção entre moléculas suas e não suas, e (2) memória para a maior parte
dos antígenos encontrados previamente, de modo que um segundo contato pede uma resposta ainda mais
rápida e vigorosa. O ramo da ciência que lida com as respostas do corpo quando desafiado por antígenos é
chamado imunologia. O sistema imune inclui as células e tecidos que realizam respostas imunes.
Maturação dos linfócitos T e linfócitos B
A imunidade adaptativa envolve linfócitos chamados linfócitos B e linfócitos T. Ambos se desenvolvem nos
órgãos linfáticos primários (medula óssea e timo) a partir das célulastronco pluripotentes que se originam na
medula óssea. Os linfócitos B completam o seu desenvolvimento na medula óssea, um processo que continua ao
longo da vida. Os linfócitos T se desenvolvem a partir das células pré-T que migram da medula óssea para o
timo, onde amadurecem. A maior parte dos linfócitos T surge antes da puberdade, mas continua a amadurecer
e deixa o timo ao longo da vida. Os linfócitos B e linfócitos T são nomeados de acordo com o local em que
amadurecem. Nas aves, os linfócitos B se maturam em um órgão chamado de bolsa cloacal. Embora este órgão
não esteja presente em seres humanos, o termo linfócito B ainda é utilizado, mas a letra B significa
bolsaequivalente, que é a medula óssea, uma vez que este é o local nos seres humanos em que os linfócitos B se
maturam. Os linfócitos T são assim chamados porque amadurecem no timo.
Antes de os linfócitos T deixarem o timo ou de os linfócitos B saírem da medula óssea, eles desenvolvem
imunocompetência, a capacidade de realizar respostas imunes adaptativas. Isto significa que os linfócitos B e os
linfócitos T começam a produzir várias proteínas distintas que são inseridas em suas membranas plasmáticas.
Algumas destas proteínas funcionam como receptores de antígeno – moléculas capazes de reconhecer
antígenos específicos Existem dois tipos principais de linfócitos T maduros que saem do timo: os linfócitos T
auxiliares e os linfócitos T citotóxicos. Os linfócitos T auxiliares são também conhecidos como linfócitos T CD4
positivos, o que significa que, além dos receptores de antígeno, suas membranas plasmáticas incluem uma
proteína chamada CD4. Os linfócitos T citotóxicos são também chamados de linfócitos T CD8 positivos, pois
suas membranas plasmáticas não contêm apenas os receptores de antígeno, mas também uma proteína
conhecida como CD8.
TIPOS DE IMUNIDADE ADAPTATIVA
Existem dois tipos de imunidade adaptativa: a imunidade celular e a imunidade humoral. Ambos os tipos são
desencadeados por antígenos. Na imunidade celular, os linfócitos T citotóxicos atacam diretamente os
antígenos invasores. Na imunidade humoral, os linfócitos B se transformam em plasmócitos, que sintetizam e
secretam proteínas específicas chamadas anticorpos (Ac) ou imunoglobulinas (Ig). Um dado anticorpo pode se
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ligar a um antígeno específico e inativa-lo. Os linfócitos T auxiliares ajudam nas respostas imunes, tanto celular
quanto humoral.
A imunidade celular é particularmente efetiva contra (1) agentes patogênicos intracelulares, que incluem
quaisquer tipos de vírus, bactérias ou fungos que estejam no interior das células; (2) algumas células
cancerígenas e (3) tecidos transplantados. Assim, a imunidade celular sempre envolve células que atacam
células. A imunidade humoral atua principalmente contra microrganismos patogênicos extracelulares, os quais
incluem vírus, bactérias ou fungos que estejam nos líquidos corporais fora das células. Uma vez que a
imunidade humoral envolve anticorpos que se ligam a antígenos em humores ou líquidos corporais (como
sangue e linfa), ela recebe este nome.
Na maior parte dos casos, quando um antígeno específico entra pela primeira vez no corpo, existe apenas um
pequeno grupo de linfócitos com os receptores de antígenos corretos para responder a esse antígeno; este
pequeno grupo de células inclui alguns linfócitos T auxiliares, linfócitos T citotóxicos e linfócitos B.
Dependendo da sua localização, um dado antígeno pode provocar ambos os tipos de respostas imunes
adaptativas. Isto se deve ao fato de que quando um antígeno específico invade o corpo, geralmente há muitas
cópias desse antígeno espalhadas pelos tecidos e líquidos do corpo. Algumas cópias do antígeno podem ser
encontradas no interior de células (o que provoca uma resposta imune celular dos linfócitos T citotóxicos),
enquanto outras cópias do antígeno podem estar presentes no líquido extracelular (o que provoca uma resposta
imune humoral dos linfócitos B). Assim, as respostas imunes celular e humoral frequentemente atuam em
conjunto para eliminar do corpo a grande quantidade de cópias de um antígeno específico.
SELEÇÃO CLONAL | O PRINCÍPIO
Como você acabou de ver, quando um antígeno específico está presente no corpo, geralmente há muitas cópias
desse antígeno localizadas nos tecidos e líquidos do corpo. As inúmeras cópias do antígeno inicialmente
superam o pequeno grupo de linfócitos T auxiliares, linfócitos T citotóxicos e linfócitos B com os receptores de
antígenos corretos para responder a esse antígeno. Por conseguinte, quando cada um destes linfócitos encontra
uma cópia do antígeno e recebe sinais estimulatórios, ele subsequentemente sofre seleção clonal. A seleção
clonal é o processo pelo qual um linfócito prolifera e se diferencia em resposta a um antígeno específico. O
resultado da seleção clonal é a formação de uma população de células idênticas, chamada clone, que é capaz de
reconhecer o mesmo antígeno específico que o linfócito original. Antes da primeira exposição a um
determinado antígeno, apenas alguns linfócitos são capazes de reconhece-lo, mas uma vez que a seleção clonal
ocorre, existem milhares de linfócitos que podem responder a esse antígeno. A seleção clonal dos linfócitos
ocorre nos órgãos e tecidos linfáticos secundários. O aumento de tamanho das tonsilas ou dos linfonodos em
seu pescoço que você apresentou da última vez que esteve doente provavelmente foi causado pela seleção clonal
dos linfócitos que participam de uma resposta imune.
Um linfócito que sofre seleção clonal dá origem a dois tipos principais de células no clone: as células efetoras e
as células de memória. Os milhares de células efetoras de um clone de linfócito realizam respostas imunes que
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por fim resultam na destruição ou inativação do antígeno. As células efetoras incluem os linfócitos T auxiliares
ativos, que fazem parte de um clone de linfócito T auxiliar; os linfócitos T citotóxicos ativos, que fazem parte de
um clone de linfócitos T citotóxicos; e os plasmócitos, que são parte de um clone de linfócitos B. A maior parte
das células efetoras por fim morre, depois de a resposta imune ter sido concluída.
As células de memória não participam ativamente da resposta imune inicial ao antígeno. No entanto, se o
mesmo antígeno entrar no corpo novamente no futuro, os milhares de células de memória de um clone de
linfócitos estão disponíveis para iniciar uma reação muito mais rápida do que a que ocorreu durante a primeira
invasão. As células de memória respondem ao antígeno proliferando e diferenciando-se em mais células
efetoras e mais células de memória. Consequentemente, a segunda resposta ao antígeno normalmente é tão
rápida e vigorosa que o antígeno é destruído antes que quaisquer sinais ou sintomas de doença possam surgir.
As células de memória incluem os linfócitos T auxiliares de memória, que são parte de um clone de linfócitoT
auxiliar; os linfócitos T citotóxicos de memória, que são parte de um clone de linfócitos T citotóxicos; e os
linfócitos B de memória, que são parte de um clone de linfócitos B. A maior parte das células de memória não
morre ao término de uma resposta imune. Em vez disso, têm expectativa de vida longa (muitas vezes com
duração de décadas).
ANTÍGENOS E RECEPTORES DE ANTÍGENOS
Os antígenos têm duas características importantes: imunogenicidade e reatividade. A imunogenicidade é a
capacidade de provocar uma resposta imune, estimulando a produção de anticorpos específicos, a proliferação
de linfócitos T específicos, ou ambos. O termo antígeno deriva de sua função como um gerador de anticorpo. A
reatividade é a capacidade do antígeno de reagir especificamente aos anticorpos ou células que o provocaram.
Queimaduras—-------------------------------
Queimadura de primeiro grau: neste tipo de lesão, a camada mais superficial da pele, ou seja, a epiderme é
atingida, há presença de eritema, muita dor e ocorre o processo de descamação e m poucos dias. Como
exemplo, pode-se citar a queimadura pela exposição solar de maneira excessiva ou em horários inapropriados.
As principais ações terapêuticas são ambulatoriais e consistem em controlar a dor e cuidados locais da área
queimada. A analgesia pode ser feita por via oral e o uso de corticosteroides em loção para reduzir as possíveis
inflamações (VALE, 2005).
Segundo grau: neste tipo de lesão tanto a epiderme, quanto a derme são atingidas, há presença de dor, edema e
bolhas. Pode ser dividida superficial e profunda, co mo exemplo pode-se citar os ferimentos com líquidos
superaquecidos, que podem ser superficiais ou profundos, variam de acordo co m a temperatura que foi
submetida. A ação terapêutica consiste em analgesia imediata, por via endovenosa e posteriormente o controle
da dor pode ser feito por via oral a cada quatro ou seis horas, controlada a dor pode-se proceder a excisão das
bolhas grandes, deixando intactas as pequenas. Além disso, se necessário d eve haver o debridamento dos
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tecidos desvitalizados, no qual se realiza a limpeza da ferida. Após isso, é necessário cobrir com atadura d e
gaze e enfaixar o local atingido, para evitar possíveis exposições ao ambiente e assim inflamações mais severas.
Deve-se verificar também a proteção antitetânica do indivíduo, v isto que é necessário para a prevenção de
outros males, além disso o paciente pode ser sub metido às trocas de curativos semanais que variam de acordo
com a ferida e o diagnóstico médico (VALE, 2005).
Lesão de terceiro grau: um nível grave, visto que todos os tecidos são atingidos. Além da epiderme, derme, os
tecidos celulares subcutâneos e ósseos também podem ser afetados e é caracterizada por ser indolor, como
exemplos têm as queimaduras de origem química, elétrica ou térmica. As ações terapêuticas consistem em
medicação via endovenosa e mais alguns atendimentos ambulatoriais são necessários, tais como:
● Controle da função respiratória, no qual deve-se instituir oxigênio terapia por cateter nasal, a
intubação em caos de insuficiência respiratória aguda é recomendável em casos de inalação de fumaça,
queimaduras faciais e queimaduras circulares do pescoço;
● Controle hemodinâmico, visto que nos casos de queimaduras graves, há perdas plasmáticas e a
demora na reposição expõe a vítima a risco de choque hipovolêmico. Por isso, deve ser feita a
hidratação parenteral com reposição hidroeletrolítica;
● Controle da dor, no qual devem ser empregados agonistas morfínicos via endovenosa e se necessário
mantida por via oral;
● Acondicionamento para transporte, visto que se necessário transporte para unidade de queimados, ou
seja, locais mais especializados, algumas recomendações são necessárias. Deve ser feita a proteção da
ferida e proteção térmica do paciente co m cobertores para evitar hipotermia (VALE, 2005).
● Lesão de quarto grau: acontece quando há processo de carbonização ou quando camadas mais
profundas do corpo são atingidas, tais como; os ossos, as cavidades corpóreas, os músculos e a s
articulações (VALE, 2005).
Os sinais cardinais são manifestações externas da inflamação, assim, se destacam o rubor, calor, dor, tumor e
perda de função, dessa forma, observa -se que eles ocorrem devido a alterações vasculares e recruta mento e
ativação dos leucócitos (STAFOCKER, 2020).
Rubor: verme lho por causa da dilatação dos vasos;
Dor: causada pelo aumento da pressão exercido pelo acúmulo de fluído intersticial;
Calor: aumento do fluxo sanguíneo (hiperemia arterial) e em consequência, aumento da temperatura local;
Tumor: acúmulo extra vascular de fluído;
Perda de função: decorre do edema e da dor que dificultam a s atividades locais.

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