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Inflamação e Reparo INFLAMAÇÃO → Reação dos tecidos a um agente agressor caracterizada morfologicamente pela saída de líquidos e de células do sangue para o interstício → Resposta PROTETORA do hospedeiro, cujo objetivo final é: Livrar o organismo da causa da lesão celular → Nosso organismo é exposto a todo momento a agentes estranhos e para sua sobrevivência eles utilizam uma forma de defesa que envolve uma resposta complexa inflamação → INFLAMAÇÃO: é uma resposta protetora que envolve células do hospedeiro, vasos sanguíneos, proteínas e mediadores. A sua finalidade é: eliminar a causa inicial da lesão; eliminar as células e tecidos necróticos e iniciar o processo de reparo. → Sem inflamação, as infecções prosseguiriam sem controle e as feridas jamais cicatrizariam. Nas infecções, a inflamação faz parte da imunidade inata Componentes da resposta AAAAAA inflamatória Eventos da inflamação Características da inflamação: ▪ Forma de defesa ▪ Resposta inespecífica – inflamações acontecem com agentes infecciosos, químicos e físicos ▪ Integra a imunidade inata – conjunto do processo inflamatório forma 1ª linha de defesa ▪ Fatores que alteram a resposta inflamatória – fator de sinalização, para infecções e presença de corpos estranhos ▪ Base patogênica de muitas doenças DOENÇAS CAUSADAS POR RESPOSTAS INFLAMATÓRIAS → Variam em relação aos componentes que estão envolvidos nessa resposta – depende também da forma aguda ou crônica → ferramenta de diagnóstico ESTÍMULOS DA INFLAMAÇÃO AGUDA → A inflamação aguda possui dois componentes principais: • Células endoteliais (revestem parede interna do vaso), leucócitos, monócitos, eosinófilos, basófilos • Componentes matriz extracelular (estroma) - proteínas fibrosas, principalmente fibras de colágeno, presença de elastina, proteoglicanos e outros componentes - São estimulados por mediadores inflamatórios Alterações vasculares FASE VASCULAR: → Envolve alterações do fluxo sanguíneo, do calibre vascular → ocorre rapidamente → Vasodilatação e abertura de novos leitos capilares → geralmente relacionados com aumento da temperatura e vermelhidão → Não é angiogênese, é somente ativação dos leitos capilares que normalmente não estão ativos → essa abertura é promovida pela abertura de esfíncteres (em pressão normal, permanecem fechados) → Simultaneamente tem-se o aumento da permeabilidade vascular → No processo inflamatório, temos não só o extravasamento do líquido, como também a exsudação das proteínas (como a albumina) → Edema → decorrente do acúmulo de líquido no meio extracelular → Aumento da drenagem linfática → maioria das vezes pode ser benéfico → em algumas situações, acaba promovendo disseminação do agente agressor, ao invés de eliminá-lo → Exsudato seroso – principal componente é o líquido, não proteico → Exsudato hemorrágico – rico e com presença significativa de hemácias ▪ Pode sofrer polimerização de fibrinogênio → é convertido e fibrina → origina exsudato fibrinoso → Exsudato purulento → fragmentos de tecido, produtos de degradação tecidual → Processo de lentificação da circulação → é o processo de exsudação, do extravasamento de células e líquidos para fora do tecido → Aumento da viscosidade sanguínea AUMENTO DE PERMEABILIDADE VASCULAR → O aumento da permeabilidade vascular é induzido pela histamina, cininas e outros mediadores que produzem aberturas entre as células endoteliais, permitindo a entrada de leucócitos e proteínas plasmáticas nos locais da infecção ou da lesão do tecido; o líquido que extravasa dos vasos sanguíneos resulta em edema Eventos celulares → Normalmente leucócitos fluem rapidamente no sangue e, na inflamação, eles Têm de ser parados e levados até o agente nocivo, local da lesão, sítios geralmente extra vasculares. → Os leucócitos rolam, depois se tornam ativados e aderem ao endotélio, então transmigram através do endotélio, penetrando na membrana basal e migrando em direção aos quimioatraentes liberados da fonte da lesão. A aderência transitória e rolagem no endotélio são mediadas por selectinas, a aderência firme ao endotélio é mediada por integrinas e a migração por entre os espaços interendoteliais pela CD31. O TNFe a IL-1 promovem expressão de selectinas e ligantes de integrina no endotélio, as quimiocinas aumentam a afinidade das integrinas por seus ligantes e promovem a migração direcional dos leucócitos. Muitas dessas citocinas são produzidas pelos macrófagos do tecido e outras células que respondem aos patógenos ou tecidos lesados. Os neutrófilos predominam no infiltrado inflamatório inicial e são depois substituídos pelos macrófagos. DE QUE MODO AS CÉLULAS RECONHECEM A PRESENÇA DE AGENTES POTENCIALMENTE PREJUDICIAIS, COMO MICRÓBIOS? → Leucócitos chegaram ao local da invasão ou da necrose tecidual. Para exercer suas funções os leucócitos serão ativados e os estímulos incluem os microrganismos, os produtos das células necróticas e vários mediadores. Os leucócitos expressam em suas superfícies diferentes classes de receptores que percebem a presença de micróbios, células mortas e substâncias estranhas. RECEPTORES-PADRÃO DE RECONHECIMENTO ATIVAÇÃO DOS LEUCÓCITOS → A ativação leucocitária resulta em muitas funções ampliadas: • Fagocitose de partículas. - 3 etapas distintas: reconhecimento e fixação da partícula ao linfócito fagocítico; engolfamento, com subsequente formação de um vacúolo fagocítico e destruição e degradação do material ingerido. • Destruição intracelular de micróbios e células mortas fagocitados, por substâncias produzidas nos fagossomos, incluindo EROs e ERNs e enzimas lisossômicas. • Liberação de substâncias que destroem micróbios extracelulares e células mortas, em grande parte as mesmas substâncias produzidas dentro das vesículas fagocíticas. Os neutrófilos destroem microrganismos extracelulares por meio da formação de “armadilhas” extracelulares. • Produção de mediadores, incluindo as citocinas e os metabólitos do ácido araquidônico, que amplificam a reação inflamatória, por recrutamento e ativação de mais leucócitos. LESÃO TECIDUAL INDUZIDA POR LEUCÓCITOS → Os leucócitos enzimas e EROs que podem causar lesão em células e tecidos normais, sob várias circunstâncias: → Lesão de tecidos circundantes no processo de defesa: tuberculose e certas doenças virais, a resposta do hospedeiro contribui mais para a patologia do que o próprio microrganismo. → Como tentativa normal de remoção de tecidos lesados e mortos (ex. após infarto do miocárdio), a inflamação pode se prolongar e exacerbar as consequências injuriosasdo infarto, especialmente sob reperfusão. EXEMPLOS CLÍNICOS DE LESÃO INDUZIDA POR LEUCOCITOS - Quando a resposta inflamatória é dirigida contra os tecidos do hospedeiro, doenças autoimunes ou quando o hospedeiro reage excessivamente contra substâncias ambientais não tóxicas, como as doenças alérgicas que induzem a asma Então, o que ocorre no organismo na inflamação? → As moléculas e as células de defesa do hospedeiro, incluindo leucócitos e proteínas plasmáticas, circulam no sangue. Na reação inflamatória, essas células são trazidas para o local da infecção ou da lesão tecidual. → As células residentes das paredes vasculares e as células e proteínas da matriz extracelular (MEC) também estão envolvidas na inflamação e no reparo RESULTADOS DA INFLAMAÇÃO AGUDA Resolução ▪ Consiste na recuperação do tecido ▪ Normalmente não apresentará comprometimento funcional ▪ Remoção de estímulos nocivos ▪ Remoção de mediadores e células inflamatórias agudas ▪ Substituição de células lesadas Reparo ▪ Teremos uma perda funcional ▪ Manutenção da integridade tecidual – vai ser recuperada – Isso por conta da substituição por tecido conjuntivo Formação de abcesso ▪ Resultado de uma área localizada de inflamação → Exsudato purulento ▪ Normalmente é cercado por uma camada de neutrófilos e podemos ter também uma ‘’capa’’ de tecido conjuntivo/fibroso – impedir que agentes microbianos consigam penetrar ao abcesso ▪ Persistência do agente agressor pode levar a inflamação crônica ▪ Inflamação crônica tende a se desenvolver em processos recorrentes, progressivos. Pode também ser evolução de inflamação aguda Efeitos sistêmicos da inflamação A INFLAMAÇÃO AGUDA PODE PROGREDIR PARA INFLAMAÇÃO CRÔNICA → Quando a resposta aguda não pode ser resolvida ou devido à persistência do agente lesivo ou por causa da interferência com o processo normal de cura. → úlcera péptica de duodeno exibe inicialmente inflamação aguda, acompanhada pelos estágios iniciais da resolução. Entretanto, surtos recorrentes de lesão do epitélio duodenal interrompem esse processo resultando em lesão caracterizada por inflamação aguda e crônica. → algumas formas de lesão (p. ex., reações imunológicas, algumas infecções virais) iniciam uma resposta que envolve inflamação crônica desde o início Características da Inflamação Crônica • Resposta prolongada do hospedeiro a estímulos persistentes. • Causada por microrganismos que resistem à eliminação, por respostas imunes a antígenos próprios ou ambientais e por algumas substâncias tóxicas (p. ex., sílica); • Inflamação persistente, lesão tecidual, tentativas de reparo por cicatrização e resposta imune. • Infiltrado celular constituído por macrófagos ativados, linfócitos e plasmócitos, frequentemente com fibrose proeminente. • Mediada por citocinas produzidas pelos macrófagos e linfócitos (principalmente linfócitos T); o que tende a amplificar e prolongar a reação inflamatória. ATIVAÇÃO DOS MACRÓFAGOS FUNÇÕES DOS MACRÓFAGOS • ingerem e eliminam os microrganismos e os tecidos mortos. • iniciam o processo de reparo tecidual e estão envolvidos na formação de cicatrizes e fibrose. • secretam mediadores da inflamação, tais como as citocinas (TNF, IL-1, quimiocinas e outras, e eicosanoides). Dessa forma, os macrófagos são essenciais para a iniciação e a propagação das reações inflamatórias. • apresentam antígenos para os linfócitos T e respondem a sinais das células T, configurando, dessa forma, uma cadeia de retroalimentação que é essencial para a defesa contra muitos microrganismos por respostas imunológicas mediadas por células MACRÓFAGOS SÃO AS PRINCIPAIS CÉLULAS DA INFLAMAÇÃO CRÔNICA • Acumulam-se no foco inflamatório por 3 mecanismos: 1. Quimiotaxia 2. Proliferação de macrófagos no foco inflamatório 3. Liberação no foco inflamatório de um fator de inibição da migração de macrófagos, que os impede de abandonar o foco inflamatório LINFÓCITOS • Microrganismos e outros antígenos do ambiente ativam os linfócitos T e B, o que amplifica a propaga a inflamação crônica. • Quando ativados a inflamação tende a ser persistente e grave. • Os Ly T e B (efetor e memória) estimulados pelos antígenos usam vários pares de moléculas de adesão e quimiocinas para migrar para o local da inflamação → Algumas vezes chamado de cura, refere- se à restauração da arquitetura e da função dos tecidos após a lesão. REPARO TECIDUAL Regeneração → Alguns tecidos são capazes de substituir células lesadas e retornar ao estado normal. → A regeneração ocorre por proliferação de células residuais (não lesadas) que retêm a capacidade de divisão e por substituição de células-tronco teciduais. Constitui a resposta típica a lesão em epitélios que se dividem rapidamente, como na pele e nos intestinos e em alguns órgãos, principalmente o fígado • Se todo o tecido é lesado por infecção ou inflamação, a regeneração é incompleta e feita por cicatrização. A destruição extensa do fígado com colapso da trama de reticulina, como ocorre no abscesso hepático, leva à formação de cicatriz, mesmo que as células hepáticas possuam capacidade de se regenerar Cicatrização → Etapas na Formação de Cicatriz • O reparo por deposição de tecido conjuntivo consiste em um processo sequencial que segue a resposta inflamatória: - Formação de novos vasos (angiogênese) - Migração e proliferação de fibroblastos e deposição de tecido conjuntivo que, junto com a abundância de vasos e leucócitos dispersos, tem aparência granular e rósea, sendo chamado de tecido de granulação. - Maturação e reorganização do tecido fibroso (remodelamento) para produzir uma cicatriz fibrosa estável.