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Encefalite Viral 
Conceito
A encefalite viral é um processo inflamatório que ocorre no parênquima encefálico. 
Tem início agudo, determinando febre, alteração do nível de consciência, convulsões e/ou sinais focais neurológicos associados à infecção viral. 
Representa a manifestação mais grave no sistema nervoso central (SNC). 
O exame do líquido cefalorraquiano (LCR) contribui na diferenciação com outras enfermidades infecciosas do SNC, além da possibilidade da demonstração do agente etiológico.
Divisão
As encefalites podem ser de dois tipos: 
Primária - Doença do SNC com invasão direta e replicação do agente infeccioso no SNC; atinge predominantemente a substância cinzenta. É possível identificar o agente no SNC. 
Pós-infecciosa ou parainfecciosa - Ocorre após ou associada a outra doença infecciosa ou vacinação, por uma resposta imunológica, que atinge predominantemente a substância branca, com alterações da mielina. 
Não se identifica o agente no SNC. Correspondem a cerca de 1/3 dos casos de encefalite aguda. 
Etiologia
Diversos tipos de vírus podem desencadear a encefalite, e a exposição a esses agentes pode ocorrer de diversas formas.
As principais delas incluem a inspiração de gotículas respiratórias de um indivíduo infectado, através de picadas de mosquitos, carrapatos ou outros insetos transmissores, no consumo de alimentos ou bebidas contaminadas e até no contato direto com a pele.  
O vírus da herpes simples é o principal causador de casos graves de encefalite em todas as faixas etárias, o que inclui os recém-nascidos.
Porém, diversos agentes virais podem provocar a doença, e muitos deles podem ser prevenidos através da vacinação. São eles:
1. Enteroviroses
Vírus Coxsackie A e B
2. Arboviroses
Vírus da Dengue
3. Herpesviroses
Herpes simplex tipo 1
Echovírus
PoliovÍrus 
Vírus Oeste do Nilo
Vírus Encefalite St. Louis
Vírus da Encefalite Califórnia
Vírus da Encefalite Oriental
Vírus da Encefalite Ocidental
Herpes simplex tipo 2
Citomegalovírus
Vírus Varicela Zoster
Vírus Epstein Barr
4. Outras Viroses
Vírus da Deficiência Humana 
Vírus da Raiva 
Vírus Coriomeningite Linfocítica 
Vírus Influenza 
Vírus da Caxumba 
Vírus do Sarampo
Além das infecções por vírus, a encefalite ainda pode ser provocada por outras causas, como:
Doenças autoimunes;
Reações alérgicas a vacinas;
Bactérias como sífilis, tuberculose ou Lyme;
Efeitos colaterais de tratamentos do câncer;
Parasitas como cisticercose, nematóides e toxoplasmose, especialmente em pacientes com AIDS ou com outras patologias que enfraquecem o sistema imune.
Fatores de risco
Determinadas épocas do ano: infecções virais são favorecidas nas estações mais frias do ano, especialmente em regiões com temperaturas mais baixas.
Localização geográfica:  locais sem saneamento básico estão mais expostos a bactérias, parasitas e protozoários. Além disso, muitos vírus são transmitidos por mosquitos ou carrapatos, que são mais recorrentes em determinadas regiões.
Faixas etárias específicas: mais frequente e até mais grave em crianças e em adultos mais velhos. Contudo há exceção: quando a doença é gerada pelo vírus herpes simplex, é comum que ela atinja pessoas entre os 20 e os 40 anos de idade.
Resistência imunológica baixa
Portadores de HIV;
Usuários de medicamentos imunossupressores;
Pacientes acometidos por patologias autoimunes;
Entre outras doenças que afetam o funcionamento do sistema imunológico.
Sinais e sintomas
Os sintomas da encefalite podem variar conforme a patologia vai avançando no organismo do paciente.
Inicialmente, eles se manifestam apenas como consequência da ação do agente infeccioso, como gastroenterite e resfriado.
Outros sinais nessa fase inicial podem incluir manifestações de febre, dores de cabeça e vômitos.
Com o passar do tempo, esses sintomas vão evoluindo, enquanto a encefalite gera lesões cerebrais capazes de provocar quadros mais graves, que incluem:
Confusão mental;
Agitação;
Fraqueza ou até paralisia muscular;
Desmaios;
Convulsões;
Rigidez das costas e do pescoço;
Perda de memória;
Sensibilidade exacerbada à luz.
Diagnóstico
Para começar o processo de diagnóstico da encefalite, o médico deve avaliar o histórico clínico do paciente e realizar um teste físico.
A partir disso, um exame neurológico pode ser solicitado, e normalmente indicará condições como sonolência e confusão mental.
Além disso, também é importante observar se o pescoço está rígido, pois isso pode apontar irritação das meninges.
Normalmente, as avaliações são complementadas por um exame do fluido cerebrospinal, conhecido como líquor.
Inclusive, outros testes podem ser feitos para complementar o diagnóstico, como:
Tomografia computadorizada;
Eletroencefalograma com mapeamento cerebral;
Coleta de urina, sangue e do fluido cerebrospinal;
Exames sorológicos.
Tratamento
Durante o tratamento da encefalite, o principal objetivo é auxiliar o organismo no combate da infecção e, consequentemente, no alívio dos sintomas.
Além dos medicamentos e recomendações gerais do médico, também é importante alimentar-se de maneira equilibrada, repousar e ingerir líquidos para que a patologia se cure.
Na intervenção medicamentosa, a finalidade é combater os sintomas. Por isso, as opções mais utilizadas são:
Corticoides para combater a inflamação do cérebro e diminuir a manifestação dos sintomas. O mais comum é a Dexametasona;
Dipirona ou Paracetamol, que servem para aliviar as dores de cabeça e reduzir a incidência de febre;
Anticonvulsivantes para evitar possíveis convulsões. Eles incluem remédios como a Fenitoína e a Carbamazepina.
Quando a infecção é gerada pelo citomegalovírus ou herpes, alguns antivirais específicos podem ser receitados, como Foscarnet ou Aciclovir. 
Sua composição ajuda a expulsar os vírus mais rapidamente, evitando assim o surgimento de lesões cerebrais mais graves.
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