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Direito 
Administrativo 
Prof. Clóvis Feitosa 
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REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO: 
 
 Há dois grandes ramos em que se subdivide o Direito: Direito Privado e Direito Público. 
 
 No Direito Privado, as normas visam essencialmente à tutela dos interesses individuais, com 
vistas a um convívio harmônico das pessoas na sociedade. Essas relações são tidas como horizontais 
pois são marcadas pela igualdade jurídica entre suas partes integrantes. Aqui se situam o Direito Civil e 
o Direito Empresarial. 
 
 Já no Direito Público, as normas visam principalmente garantir a predominância dos interesses 
da coletividade sobre os interesses particulares de cada um de seus integrantes. Disso decorre uma 
desigualdade jurídica entre as partes, encontrando-se o Estado, na condição de representante da 
coletividade, em posição de superioridade perante o particular. Ao contrario do que ocorre nas relações 
entre particulares, aqui as relações são verticalizadas. Exemplos de ramos do Direito Público: Direito 
Constitucional, o Direito Administrativo, o Direito Tributário Etc. 
 
 Podemos considerar que existe desigualdade jurídica, na lição de Gustavo Barchet, quando em 
uma de suas partes, em determinada relação, detém determinados direitos ou prerrogativas com 
exclusividade, de forma tal que lhe asseguram uma posição de superioridade frente à outra parte. 
 
 Como percebemos, dentro dessa divisão clássica, o Direito Administrativo faz parte do Direito 
Público, no qual predomina a idéia da supremacia do interesse público sobre o particular1. Exemplos 
disso: 1) Poder de Polícia; 2) Cláusulas Exorbitantes nos contratos administrativos; 3) Desapropriação e 
etc. Nesses institutos, como veremos, há prerrogativas exclusivas concedidas ao Estado, quando estiver 
representando o interesse da coletividade. 
 
 Note que esses instrumentos especiais só se legitimam pelo fato do Estado ter atribuições 
próprias e que deve alcançá-las. Desse modo, ao se atribuir finalidades para o Estado ele passa a ter o 
dever de executá-lo. Com efeito, o poder de autoridade e de contenção da liberdade dos indivíduos é 
instrumento indispensável para o alcance dos objetivos Estatais. 
 
 Mas com tais prerrogativas, o Estado, personagem constante no Direito Público, pode fazer tudo 
para alcançar os interesses da coletividade? Tais prerrogativas são absolutas e ilimitadas? 
 
1 Conforme leciona Dirley da Cunha Júnior, na doutrina italiana é corrente a distinção entre interesses públicos primários, que são os 
interesses da coletividade como um todo e interesses públicos secundários, que são os interesses do Estado como sujeito de direitos, 
independentemente de sua qualidade de servidor de interesses de terceiros. O principio em tela somente se aplica aos interesses 
primários também chamados de interesse público propriamente dito ou simplesmente interesse público. 
 
 
Capítulo 
1 
Regime jurídico-administrativo. Conceito. Princípios expressos e implícitos da 
administração pública. Estado, governo e administração pública. Conceitos. Elementos. 
Direito administrativo. Conceito. Objeto. Fontes. 
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NÃO. Ora, a ideia que os fins justificam os meios é ultrapassada e traz consigo um ranço de 
arbitrariedade incompatível com os tempos hodiernos. 
 
Na verdade, embora o Estado-administração possua poderes mais amplos que os utilizados pelo 
particular (prerrogativas), ele dever ser exercido dentro de limites (sujeições). São essas sujeições ou 
restrições que garantirão o respeito aos direitos do particular 
 
O conjunto dessas prerrogativas e sujeições e os princípios que daí derivam caracterizam o chamado 
REGIME JURÍDICO-ADMINISTRATIVO. 
 
 Observe o seguinte desdobramento pra ficar mais claro a relação prerrogativa x sujeição 
envolvendo o instituto da desapropriação: 
 
✓ PRERROGATIVA: Com base no primado da supremacia do interesse público sobre os interesses 
privados, o Estado decide construir uma obra pública em uma área habitada por vários 
particulares. Ele efetuará a desapropriação e ele próprio retirará os particulares de suas 
propriedades; 
✓ SUJEIÇÃO: Com base no primado da indisponibilidade do interesse público, o referido 
procedimento da desapropriação não pode ser feito sem as garantias legais e/ou com desvio de 
finalidade. Assim, a retirada daquelas pessoas só pode ser legitimada e válida se for para realizar 
fins públicos e não por razões escusas ou suspeitas (Ex.: perseguições políticas). Além disso, 
garante-se previa e justa indenização aos expropriados. 
 
E o que seria Direito Administrativo? 
 
 Na clássica lição de Hely Lopes Meirelles, consiste no “conjunto harmônico de princípios jurídicos 
que regem os órgãos, os agentes e as atividades públicas tendentes a realizar concreta, direta e 
imediatamente os fins desejados pelo Estado”. 
 
 Assim, é possível concluir que essa tal disciplina jurídica voltada para reger os sujeitos da 
Administração e as atividades que estes desempenham está toda alicerçada, elaborada, construída com 
base no referido regime jurídico-administrativo que, como vimos, possui dois postulados essenciais, 
que são agrupados em prerrogativas (em face da supremacia do interesse público) e sujeições (em 
decorrência da indisponibilidade do interesse público). É o que o grande Celso Antônio Bandeira de 
Melo denomina de “bipolaridade” ou “binômio” do Direito Administrativo. 
 
 
PRINCÍPIOS ADMINISTRATIVOS 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
 Durante algum tempo, os princípios eram vistos como valores meramente ilustrativos e sem 
nenhum caráter vinculativo. As normas que obrigavam eram as regras. 
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 Nesse ponto, houve uma grande evolução no pensamento jurídico e a doutrina moderna (pós-
positivismo ou neoconstitucionalismo) aponta que o Direito atualmente é formado tanto por Normas-
regras (ou simplesmente regras) como por Normas-princípios (ou princípios)2. Ambos com o mesmo 
recado: devem ser obedecidos. 
 
 Essa significativa mudança ocorreu a partir da constatação de que não é verdadeira a crença de 
que as normas jurídicas em geral tragam sempre em si um sentido único, objetivo e válido para todas as 
situações que incidem. 
 
Conforme ensina Luis Roberto Barroso, nesse contexto sobreveio a ascensão dos princípios, cuja carga 
axiológica e dimensão ética conquistaram, finalmente, eficácia jurídica e aplicabilidade direta e 
imediata. Princípios e regras passam a desfrutar do mesmo status de norma jurídica sem embargo de 
serem distintos no conteúdo, na estrutura normativa e na aplicação. 
 
 E o que seriam princípios administrativos? Segundo Gustavo Barchet, princípios administrativos 
são os valores, as diretrizes, os mandamentos mais geraisque orientam a elaboração das leis 
administrativas, direcionam a atuação da Administração Pública e condicionam a validade de todos os 
atos por ela praticados. 
 
 Podemos extrair, da definição acima, as funções dos princípios: 
 
1) Orientar na elaboração das Leis; 
2) Direcionar o agente no momento de aplicar a lei (interpretação); 
3) Condicionar a validade do ato praticado. Se o ato infringir algum princípio, estará inválido. 
 
E onde os princípios administrativos podem ser encontrados? E mais: de que modo eles se 
apresentam? Eles podem ser encontrados na Constituição ou nos atos normativos infraconstitucionais 
(como nas Leis citadas abaixo) de modo expresso ou implícito (tácito). 
 
Tendo a Constituição como parâmetro, observe como se apresentam os princípios: 
-Expressos: Também chamados de princípios básicos administrativos. Estão previstos no art. 37, 
caput, da CF/88. São eles: LEGALIDADE, IMPESSOALIDADE, MORALIDADE, PUBLICIDADE E EFICIÊNCIA. É 
o famoso “LIMPE”. 
 
- Implícitos: Principio da Proporcionalidade/Razoabilidade e Principio da Finalidade. 
E quais princípios podem ser encontrados nas Leis administrativas?3 Antes de qualquer coisa, é 
preciso dizer que existem diversas leis administrativas. Observe no quadro abaixo algumas dessas Leis e 
o assunto principal por elas disciplinado: 
 
2 Em síntese lapidar, Alexy estabelece que o ponto decisivo entre regras e princípios reside em que os princípios são normas ordenadoras 
de que algo se realize na maior medida possível, dentro das possibilidades jurídicas e reais existentes. São mandamentos de otimização. As 
regras, ao contrario, só podem ser cumpridas ou não. Ou tudo ou nada. 
 
 
 
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LEIS (exemplos) ASSUNTO 
8.112/90 Estatuto dos Servidores Públicos Civis Federais 
8.987/95 Lei de Concessões e Permissões de Serviços 
Públicos 
9.784/99 Lei de Processo Administrativo 
11.107/05 Lei de Consórcios Públicos 
14.133/21 Lei de Licitação e Contratos 
 
 
Pois bem, em todas essas leis iremos encontrar princípios expressos e implícitos. Tendo como 
referência a Lei 9784/99 iremos observar os seguintes princípios expressos: legalidade, finalidade, 
motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança 
jurídica, interesse público e eficiência. Já como princípio implícito o da verdade real. 
 
O que importa destacar, enfim, é que os princípios, dentro dessa nova fase ou movimento 
jurídico, seja ele expresso ou não, possui papel destacadíssimo no Direito, sendo a sua obediência 
obrigatória para Administração. Não é por outro motivo sua forte incidência nas provas de concurso. 
 
2. PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS EXPRESSOS ou PRINCÍPIOS BÁSICOS: 
 
2.1. Princípio da Legalidade 
 
Como é sabido, até o Século XVIII, predominava o chamado Estado Absolutista ou de Polícia, 
caracterizado na idéia de que o Rei era livre para agir, sem limites impostos pelas normas. 
 
A máxima superior do absolutismo, conforme ensina José dos Santos Carvalho Filho, poderia se 
resumir na frase “o que agrada ao Rei tem força de Lei” (quod principi placuit legis habet vigorem). É 
de se imaginar a sensação de insegurança que existiam nas relações jurídicas, podendo ser mudada, 
extinta ou criada ao sabor do Monarca. 
 
Em flagrante oposição a esse pensamento, e inclusive a substituindo, eclodiu o Estado de Direito, 
a partir da Revolução Francesa. A idéia trazida por essa concepção é simples e inspiradora: substituir a 
vontade individual do monarca pela vontade geral. E essa vontade geral, tendo como herança a 
clássica tripartição de Poderes de Montesquieu, deverá ser concretizada em uma norma emanada do 
Poder Legislativo, com reconhecida legitimidade popular. 
 
Com efeito, nesse novo estágio, o Estado obrigatoriamente só poderá fazer o que está na Lei. 
Excluem-se as arbitrariedades e se inclui o ideal de segurança jurídica, tanto para os Administradores 
como para os particulares. 
 
3 Conforme ensina Odete Medauar, no Direito administrativo a importância dos princípios é ainda maior, pois, no ordenamento brasileiro, 
o Direito Administrativo não está codificado (não há um código de direito administrativo como há no direito tributário, penal, civil). 
Existem textos sobre matérias específicas, sem que forme um todo sistematizado. Com efeito, os princípios administrativos atuariam 
como fios a interligar esses diversos assuntos e leis, deixando o direito administrativo mais coeso 
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A imposição de comportamentos unilaterais pelo Poder Público só será possível se estiver 
respaldado em Lei.A sociedade já sabe que seus indivíduos só serão obrigados a fazer ou deixar de fazer 
algo se estiver previsto em Lei. Daí o enunciado do art. 5º II da CF que diz “Ninguém será obrigado a 
fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de Lei”. 
 
A legalidade requer observância de todos, seja da Administração, seja dos particulares. 
 
Para a Administração Pública, a legalidade administrativa, em essência, indica que seus agentes 
só podem fazer o que a Lei determina ou autoriza. É agir apenas secundum legis, nunca contra legem 
ou praeter legem. 
 
Mas que lei é essa na qual a Administração está obrigada a respeitar? De acordo com Reinaldo 
Moreira Bruno, abrange todas as espécies legislativas previstas no art. 59 da CF e também os 
regulamentos internos, ordem de serviço e outros. 
 
Para os particulares, a legalidade possui um perfil diverso, com uma maior incidência de 
liberdade, que pode ser sintetizada nos seguintes termos: as partes poderão fazer tudo o que a lei não 
proíbe.É a autonomia das vontades. 
 
Esquematizando: 
 
LEGALIDADE 
Direito Privado Direito Público - Direito Administrativo 
 
- Aos particulares tudo é possível, desde 
que não contrarie a Lei; 
- Incidência da Autonomia das Vontades, 
garantindo ampla liberdade ao particular 
na gestão de seus interesses. 
 
 
- Administração Pública só pode fazer o 
que a Lei determina ou autoriza; 
- Administrar é uma atividade infralegal, 
consistente na expedição de comandos 
complementares à Lei. Assim, a 
vontade da Administração é a que 
decorre da Lei, havendo ausência ou 
redução de liberdade. Por isso, alguns 
autores chamam o principio da 
legalidade de restritividade. 
 
2.2. Princípios da Impessoalidade: 
 
A atuação impessoal da Administração Pública é imperativo que funciona como uma via de mão 
dupla, pois se aplica em relação ao administrado e ao administrados. Assim, o princípio da 
impessoalidade pode ser visto sob dois prismas distintos: 
 
 
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- em relação aos administrados: a função administrativa deve ser uma atividade destinada a 
satisfazer a todos e por isso a Administração Pública não poderá atuar discriminando pessoas 
determinadas de forma gratuita, a não ser que esteja presente o interesse público. Com efeito, a 
atividade administrativa deve ser destinada a todos os administrados, sem discriminação nem 
favoritismo, constituindo um desdobramento do princípio da isonomia (art.5º, caput). 
 
 - em relação aosAdministradores: a responsabilidade dos atos administrativos praticados não 
deve ser imputada ao agente e sim à pessoa jurídica – Administração Pública direta ou indireta. Além 
disso, sob essa prima, se veda a promoção pessoal de autoridades e servidores públicos nas 
propagandas públicas, evitando nomes, símbolos ou imagens desses agentes (art. 37§1º CF). 
 
2.3. Princípio da Moralidade 
 
 Será que tudo que é legal é honesto? 
 
 Tendo esse questionamento em tela (e note que essa indagação remonta à Roma), várias escolas 
filosóficas e jurídicas tentaram justificar seus pontos de vista. Sob o enfoque jurídico, uma melhor 
sistematização passa a ser concebida na França (1927), merecendo destaque os ensinamentos de 
Maurice Hauriou. 
 
 Sintetizando seu tirocínio, podemos afirmar que a moral administrativa não é apenas observar o 
que é legal ou ilegal, o bem e o mal, o justo e o injusto, mas também o honesto e o desonesto. Em 
outros termos, é agir de acordo com a Lei e de modo honesto, respeitando os costumes e a boa-fé 
objetiva dos administrados. Moralidade Administrativa é o conjunto de regras de conduta retirada da 
disciplina interna da Administração. 
 
 Sem dúvidas é no âmbito de atuação do Poder Discricionário que se verifica com mais 
intensidade a necessidade de obediência a esse princípio. Com efeito, não basta o agente público 
afirmar que praticou o ato de acordo com a permissão da Lei. É preciso indagar se o ato praticado é 
também honesto e obedece aos demais preceitos éticos. 
 
 Como exemplo, imagine que determinado Estatuto permita, caso o servidor efetivo ocupe certo 
cargo comissionado por 5 anos consecutivos, o direito a um acréscimo. Imagine que durante 16 anos, 
esse servidor ocupou o cargo comissionado. Entretanto, toda vez que estava próximo de completar o 
qüinqüênio, era exonerado (ato discricionário) e logo após alguns meses, era novamente nomeado. Esse 
ato não é ilegal....mas é moral? 
 
 Á luz da jurisprudência pátria, infringem tal princípio: a) realização de gastos excessivos, a 
pretexto de outorga de títulos e honrarias, com bebidas, comestíveis, peças de vestuário etc ( TJSP- Ap. 
186.613-1/0); b) o custeio, pela municipalidade, das despesas de viagem ao exterior da esposa do 
prefeito, em companhia dele, o que não representa nenhum benefício para o município, ainda que ela 
dirigisse algum órgãos público; sendo idêntica a conclusão em relação às despesas com viagem do 
prefeito não autorizadas pela Câmara Municipal (STJ, Resp. 37.275-5); c) abertura de conta-corrente em 
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nome de particular para movimentar recursos públicos, independentemente da demonstração de 
prejuízo material aos cofres públicos (STF, RE 170.768-2). 
 
 É interessante ainda destacar, consoante a doutrina moderna, que a moralidade administrativa 
abrange padrões objetivos de condutas exigíveis do administrador público, não importando a finalidade 
ou intenções dos agentes públicos. 
 
 Como forma de sancionar esses desvios de comportamentos, existe um remédio próprio e 
específico: É a ação popular (art. 5º, LXXIII)4. 
 
2.4. Princípio da Publicidade 
 
Com a Constituição de 1988, temos uma ruptura na forma do Estado brasileiro lidar com a 
divulgação de dados e informações quando comparado com a sistemática constitucional anterior 
(Constituição de 1967-69). 
 
Antes, a regra era o segredo, a invisibilidade dos atos estatais. Agora, a concepção segredista de 
Estado deve ser tratada como exceção, pois, como bem sintetiza Noberto Bobbio, a democracia é 
governo do poder público em público. 
 
Assim, o princípio da publicidade tem como viga-mestra a idéia de dar transparência ou 
visibilidade a toda atuação administrativa, permitindo o controle dos atos praticados. 
 
A doutrina costuma diferenciar a publicidade geral da restrita. Acompanhe: 
 
- PUBLICIDADE GERAL: busca assegurar o conhecimento, por toda a sociedade, dos 
comportamentos públicos e envolve a publicação no órgão oficial dos atos de efeitos gerais ou 
externos, ressalvadas as exceções legais. Defende Raquel Melo Urbano de Carvalho que em relação à 
publicidade geral, vige, em regra, o principio da simetria ou do paralelismo das formas, no sentido que 
se certo ato administrativo para surgir submeteu-se a divulgação no órgão oficial, para ser alterado ou 
extinto devem observar a mesma publicidade (divulgação no órgão oficial). 
 
- PUBLICIDADE RESTRITA: busca assegurar que as pessoas diretamente interessadas em 
determinado ato, tenham dele conhecimento, como, por exemplo, através de notificação, citação ou 
intimação, a obtenção de certidão para defesa de direitos e esclarecimento de situações, presença do 
interessado no local onde o ato será praticado, vista dos autos e etc. Em regra, é a publicidade utilizada 
quando a publicidade geral não é exigida, ou seja, para atos de efeitos internos ou de caráter 
individual. Assim, os atos internos da Administração Pública não necessitam de publicação no diário 
oficial. 
 
4 LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de 
que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo 
comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência; 
 
 
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É também, com a publicidade, que os atos e contratos administrativos passam ter a condição de 
eficácia, ou seja, só com a devida divulgação é que haverá a produção dos efeitos esperados. 
 
São instrumentos constitucionais, utilizados para assegurar o recebimento de informações, o 
próprio Direito de Petição (art.5°, inc. XXXIV, letra a; habeas data (art. 5.º, inc. LXXII, da CF) e o 
Mandado de Segurança, individual ou coletivo (art. 5.º, incs.LXIX e LXX, da CF) e etc. 
 
- Exceções ao princípio da publicidade: 
 
O aludido princípio comporta algumas exceções elencadas pela própria Constituição (art. 37, § 3.º, inc. 
II). Assim, ao decidir pelo oferecimento ou não de informação, deverá a Administração respeitar o art. 
5°, X, que assegura o direito à intimidade das pessoas, e também o inciso XXXIII ligados a atos e 
atividades relacionadas com a segurança da sociedade ou do Estado. É nesse contexto que surgiu a Lei 
12.527/11 em que classifica a informação em ULTRA-SECRETA (prazo máximo de sigilo 25 anos); 
SECRETA ( 15 ANOS); RESERVADA( 5 anos). 
 
- Procedimento policial investigativo x direito do defensor em obter informações: SÚMULA 
VÍNCULANTE N° 14: É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos 
elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com 
competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa 
 
- Propagandas estatais: 
 
Por fim, outro ponto relativo a publicidade é o atinente à propaganda das obras e serviços 
administrativos realizados pelas Entidades Administrativas. Conforme já sabemos, de acordo com o 
principio da impessoalidade, esse anúncio só será admitido se tiver objetivo educativo, informativo ou 
de orientação social, proibindo-se a promoção pessoal de autoridades ou de servidores públicos por 
meio de divulgação de nomes, símbolos e imagens (art. 37 §1º da CF). 
 
2.5. Princípio da Eficiência 
 
Inserido pela Emenda Constitucional nº 19/98, o princípio da eficiênciavisa aperfeiçoar os 
serviços e as atividades prestadas, buscando otimizar os resultados e atender o interesse público com 
maiores índices de rapidez (ausência de burocracia e presença de celeridade e dinâmica), perfeição 
(serviço satisfatório e completo) e rendimento (mais economicidade e produtividade). 
 
Segundo Dirley da Cunha Jr., é possível visualizar o princípio da eficiência sob dois aspectos, a 
saber: 
- VOLTADO AO MODO DE ORGANIZAR E ESTRUTURAR A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. Ao estudar 
um pouco de nossa história administrativa, iremos perceber, conforme Bresser Pereira, que passamos 
por 5 (CINCO) momentos ou estágios no modo como se organizou a Administração Pública brasileira. 
Acompanhe: 
 
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Primeiro período: é o da Administração Oligárquica e Patrimonial, vigente antes da Revolução de 
1930 e ainda a milhas de distância dos princípios administrativos, sobretudo os da impessoalidade e 
legalidade; 
Segundo Período: ocorre com a Reforma Burocrática de 1936. Cria-se o regime jurídico dos 
funcionários públicos que começam a profissionalizar-se e a Administração passa a desdobrar-se em 
novos entes, para cumprir novas missões (o modelo de autarquias surge exatamente nesse período). 
 
Terceiro Período: sintetizado na Reforma Desenvolvimentista de 1967, de que o Decreto-Lei n ° 
200 é o símbolo maior. Objetiva articular melhor os órgãos e entes administrativos, de descentralizar, de 
criar um regime mais flexível para alguns desses entes. Entretanto, parte da pretensão dessa norma se 
frustrou no tempo, em virtude do receio de que o uso de fórmulas privadas pela Administração gerasse 
uma fuga generalizada para o direito privado. 
 
Quarto Período: coincide, na visão do citado jurista, com a promulgação da Constituição de 
1988, havendo um retrocesso ao modelo burocrático, pois, mesmo ainda existindo os vários tipos de 
entes da Administração Indireta, inclusive os privados, sujeitou-os as rígidas formalidades burocráticas 
(licitação, concurso público).Assim, existe o retorno da Administração Burocrática. 
 
Quinto Período: é o período atual, culminado com a Reforma Administrativa implementada pela 
Emenda Constitucional n° 19 de 1998, arquitetada pelo próprio Bresser Pereira, enquanto Ministro de 
FHC. É o modelo do Estado mínimo. Por isso, o principio da eficiência é associado a mudança de uma 
Administração Burocrática para uma Administração Gerencial, refletido, por exemplo, na criação de 
agências reguladoras e contratos de gestão; 
 
- VOLTADO AO MODO DE ATUAÇÃO DO AGENTE PÚBLICO: A eficiência aparece como requisito 
indispensável para a aquisição e perda da estabilidade do servidor, conforme as regras do art. 41 da CF. 
Assim, mesmo após a estabilidade (3 anos), o servidor deverá ser avaliado periodicamente para analisar 
a sua eficiência, na forma de lei complementar, possibilitando até a sua exoneração, caso seja 
ineficiente. 
 
Conforme ensina Fernanda Marinela, também representa a implantação do princípio da 
eficiência as regras quanto à racionalização da máquina administrativa, definidos no art.169 da 
Constituição. A Administração Pública não pode, com despesa de pessoal, exceder os limites previstos 
na Lei de Responsabilidade Fiscal (LC 101/00). 
 
Por derradeiro, embora introduzido no texto constitucional somente em 98, o princípio da 
eficiência já constava de nossa legislação infraconstitucional, a exemplo das previsões constantes do 
Dec.-lei n. 200/67 (arts. 13 e 25, inc. V), da Lei de Concessões e Permissões (Lei n. 8987/95, arts. 6.º, § 
1.º, e 7.º, inc. I) e do Código de Defesa do Consumidor (Lei n. 8.078/90, arts. 4.º, inc. VII, 6.º, inc. X, e 22, 
caput). 
 
OUTROS PRINCÍPIOS ADMINISTRATIVOS: 
 
 
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Principio da Continuidade do Serviço Público 
Os serviços públicos não devem sofrer paralisações. 
Por envolver essencialidade, o serviço público é uma 
atividade que uma vez interrompida pode gerar 
danos irreparáveis. Deste princípio decorrem, dentre 
outros:- Necessidade de suplência, delegação, 
substituição, etc;- Limitação dos contratados 
alegarem a exceptio non adimpleti contractus;- 
Restrição ao exercício do direito de greve. 
Princípio da Autotutela: 
É o controle que a própria administração realiza em 
seus próprios atos. Assim, pode a Administração rever 
os seus próprios atos, seja para revogá-los (quando 
inconvenientes), seja para anulá-los (quando ilegais). 
É o controle interno exercido dentro de cada esfera 
administrativa. 
Princípio daTutela ou Controle finalístico 
É o controle exercido pela Administração Direta sobre 
a Administração Indireta apenas sobre os fins para o 
qual foi criada a entidade . É o controle externo 
finalístico. 
Princípio da Especialidade 
s entidades administrativas não podem abandonar, 
alterar ou modificar os objetivos para os quais foram 
constituídas. Sempre atuarão vinculadas e adstritas 
aos seus fins ou objeto social. Ex: não se admite que 
uma Autarquia criada para serviços de educação 
possa vir a atuar, na prática, na área da saúde, ou em 
qualquer outra diversa daquela legal e legalmente 
fixada. 
Principio da Motivação 
Por esse principio deve a Administração apresentar 
as justificativas pelas quais levou a praticar o ato. O 
detalhamento, fundamentação ou justificativa, será 
maior ou menor conforme o ato seja vinculado ou 
discricionário. 
Principio da 
Razoabilidade/Proporcionalidade 
Embora parte da doutrina faça distinção entre esses 
dois princpios, outros preferem sinonimizá-los. Assim, 
esses princípios obrigam a permanente adequação 
entre os meios e os fins, banindo-se medidas abusivas 
ou de qualquer modo com intensidade superior ao 
estritamente necessário. O administrador público 
está obrigado a sacrificar o mínimo para preservar o 
máximo de direitos. 
Princípio da ampla defesa e do contraditório 
Trata-se de exigência constitucional, prevista no art. 
5º, inciso LV: "aos litigantes, em processo judicial ou 
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administrativo, e aos acusados em geral são 
assegurados o contraditório e ampla defesa, com os 
meios e recursos a ela inerentes". O Contraditório é a 
garantia que cada parte tem de se manifestar sobre 
todas as provas e alegações produzidas pela parte 
contrária. Já a Ampla defesa é a garantia que a parte 
tem de usar todos os meios legais para provar a sua 
inocência ou para defender as suas alegações. 
Princípio da segurança jurídica 
O princípio também pode ser nominado como o 
da estabilidade das relações jurídicas, e tem em mira 
garantir certa perpetuidade nas relações jurídicas 
estabelecidas com ou pela Administração. Ao 
administrador não é dado, sem causa legal que 
justifique, invalidar atos administrativos, desfazendo 
relações ou situações jurídicas. Este princípio veda a 
aplicação retroativa de nova interpretação de lei no 
âmbito da Administração Púbica. 
 
 
ESTADO, GOVERNO E ADMINISTRAÇÃO 
 
 ESTADO 
 É uma instituição organizada, no âmbito político, jurídico e social, dotada de personalidade 
jurídica de direito público, regida por uma Constituição,formada pelos elementos povo, território e 
soberania (governo soberano) e, outrossim, pela divisão orgânica de funções ou poderes. 
 
- Divisão dos poderes: 
 
 Na concepção de Montesquieu5, o Estado desempenha três funções essenciais que devem ser 
realizadas por órgãos distintos e independentes. Dessa construção, aparecem os três poderes 
desempenhando as funções típicas ou próprias. 
 
 Entretanto, atualmente, essa rigidez não é absoluta. A grande maioria dos países ocidentais, 
inclusive o Brasil, consagra a possibilidade dos outros Poderes desempenharem funções que não as 
próprias, nascendo aí as funções atípicas. Esse sistema de interferências recíprocas é sintetizado na 
expressão “checks and balances”. 
 
 
5.Em que pese a estruturação moderna dada por Montesquieu, existem antecedentes históricos da teoria clássica da separação das 
funções estatais. Merece destaque Aristóteles, na Antiguidade Clássica, com a sua obra “A Política” e em tempos mais recentes John Locke 
na obra “Two Treatises of Government” de 1690. Pra Locke, em suma, só havia dois poderes: o Legislativo e o Executivo, sendo que esse 
último açambarcava a função executiva, função federativa e a prerrogativa. 
 
 
 
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Observe o quadro abaixo: 
 
 
PODERES FUNÇÕES TIPICAS FUNÇÕES ATÍPICAS 
EXECUTIVO 
Função Administrativa e 
Função Política 
(Governo) 
Função Legislativa (Ex.: art. 
62/CF) 
LEGISLATIVO 
Função Legislativa e de 
fiscalização contábil, 
financeira, orçamentária 
e patrimonial 
- Função Jurisdicional 
(Ex.:art. 86/CF) 
- Função Administrativa 
(Ex.: Contratação de 
servidor oriundo de 
concurso público) 
JUDICIÁRIO Função Jurisdicional 
- Função Legislativa (Ex.: 
art.93, caput/CF) 
- Função Administrativa 
(Ex.: Realização de licitação 
pública) 
 
Do quadro, é importante enfatizar que os outros Poderes também desempenham atividades 
administrativas. É verdade, entretanto, que as atividades administrativas do Poder Judiciário e 
Legislativo são atividades de apoio para o exercício de suas funções típicas, sem que tenham reflexos 
imediatos na coletividade. De qualquer modo, quando isso ocorrer, aplicaremos todos os preceitos do 
Direito Administrativo. Assim, por exemplo, se é o Poder Judiciário que está realizando uma licitação, 
iremos aplicar a mesma sistemática legal tal como fosse o próprio Poder Executivo. 
 
3) GOVERNO ou FUNÇÃO POLÍTICA: 
 
No sistema presidencialista, o Chefe do poder Executivo realiza internamente duas funções típicas: 
função política ou de governo e função administrativa. Embora realizada por um só Agente Político, 
essas atividades não se confundem. 
 
 Pode-se definir governo como a condução política de negócios públicos, estando constante a 
expressão de comando, de iniciativa, de fixação de objetivos do Estado. Envolve-se com a idéia de 
direção dos interesses públicos. Já a função administrativa está relacionada com a idéia de 
implementação e resolução de tarefas comuns, simples e estão voltadas ao cumprimento do que foi 
estabelecido por certas diretrizes governamentais. 
 
 Para facilitar a distinção, segue o quadro: 
 
 
 
 
 
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GOVERNO ou FUNÇÃO POLÍTICA FUNÇÃO ADMINISTRATIVA 
Relacionada com a idéia de tomada de decisões 
fundamentais à vida da coletividade, com vistas até ao seu 
futuro; 
Relacionada com tarefas 
cotidianas e simples; 
É dotado de função primordialmente política e fixa as 
diretrizes da vida associada; 
Cumpre o dever de executar tais 
diretrizes; 
Ex.: Opção por determinada política econômica ou social. Ex. Indicação de dirigente para 
ocupar a chefia de determinado 
órgão. 
 
4 – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
 
 Existem acepções para conceituar Administração Pública. Repare: 
 
1) SENTIDO FORMAL, SUBJETIVO OU ORGÂNICO como o conjunto de agentes, órgãos e pessoas 
jurídicas aos quais é atribuído o exercício da função administrativa. Constitui a própria maquina 
administrativa. Assim, essa definição leva em consideração os sujeitos que exercem a atividade 
administrativa. 
 
2) SENTIDO MATERIAL, OBJETIVO OU FUNCIONAL a Administração Pública engloba, enquanto 
atividades finalísticas, o fomento, a polícia administrativa, o serviço público e a intervenção 
administrativa, todas disciplinadas pelo regime jurídico de Direito Público . Compreende a 
própria função administrativa, ou melhor, a própria atividade que é exercida por aqueles entes e 
pessoas. 
 
 Na primeira acepção (SUB), basta ligar a idéia aos “sujeitos administrativos” e segundo a 
doutrina, nesse caso, é preferível grafar com letras maiúsculas (Administração Pública). Já na segunda 
acepção (OB), basta associar a atividade desempenhada, sendo preferível, por sua vez, grafar com letra 
minúscula (administração pública). 
 
FONTES DO DIREITO ADMINISTRATIVO: 
 
 Fonte é o local de onde algo provém. Em termos jurídicos, “fonte” significa de que fatos 
jurídicos surgem o Direito. A doutrina costuma dividir as fontes do direito em dois grupos: FONTES 
PRIMÁRIAS (LEI) e FONTES SECUNDÁRIAS (COSTUME, DOUTRINA E JURISPRUDÊNCIA). Observe o 
esquema: 
 
FONTE PRIMÁRIA FONTE SECUNDÁRIA 
LEI 
- Costume 
- Doutrina 
- Jurisprudência 
 
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 A Lei, fonte principal do direito administrativo, deve ser entendida, na lição de Alexandre Mazza, 
como qualquer veículo normativo que expresse a vontade popular: Constituição Federal, Emendas 
Constitucionais, Leis ordinárias, Leis complementares, Medidas Provisórias e etc. 
 
 Costume são práticas reiteradas da autoridade administrativa capazes de estabelecer padrões 
obrigatórios de comportamentos. 
 
 Doutrina esclarece o sentido e o alcance de determinada Lei. Ao contrário do que dizem, a Lei 
em alguns casos não é clara, tendo então a Doutrina esse papel de traduzir a real significação da Lei. 
 
 Jurisprudência são decisões reiteradas dos tribunais sobre certo tema e, via de regra, não obriga 
a Administração. Entretanto, há casos em que a jurisprudência tem força vinculante, ou seja, têm 
situações que a decisão deve ser obrigatoriamente seguida pela Administração. Exemplos disso são as 
decisões proferidas pelo STF nas ADC, Adin e Súmula Vinculante . 
 
CAPÍTULO 
2 
Organização da Administração Pública e Entidades Paraestatais 
 
1. INTRODUÇÃO: 
 
 Antes de começar o estudo propriamente da estrutura e organização da Administração Pública, é 
interessante perceber quais os objetivos ou finalidades para a criação de tais entidades. E são 
basicamente dois: prestação de serviços públicos e exploração de atividade econômica. 
 
O serviço público, de acordo com a combinação das conceituações doutrinárias, pode ser 
definido como toda atividade desempenhada centralizada ou descentralizada pelo Estado, visando 
solver necessidades essenciais do cidadão, da coletividade ou do próprio Estado (artigo 175/CF). 
Exemplos: previdência social, segurança pública, serviços de telefonia, iluminação pública e etc. Perceba 
que esses serviços justificam a própria existência da Administração Pública e são tidos pela doutrina 
majoritária como atividades típicas.Já a exploração de atividade econômica só pode ser exercida de forma excepcional pelo Poder 
Público, e, segundo a Constituição Federal (art. 173), só será permitida para concretizar uma das duas 
hipóteses previstas: segurança nacional e relevante interesse coletivo. 
 
 E é excepcional já que é uma área destinada pela própria Constituição a iniciativa privada, já que 
vige, no Brasil, a ideia da livre concorrência (art. 170, IV). Então, essa área é dos particulares e o Poder 
Público só fará sua exploração atipicamente. E mais: quando assim o fizer, o Poder Público concorrerá 
em pé de igualdade com tais particulares, não gozando de prerrogativas frente à iniciativa privada. 
 
6O que nós iremos estudar nesse módulo é a centralização/descentralização ADMINISTRATIVA. Não confunda com a centralização/descentralização 
POLÍTICA. Esse último tópico é mais ligado intimamente ao Direito Constitucional, pois reflete as formas como o Estado pode se organizar no nível político. 
Nesse ponto, em apertadíssima síntese se pode afirmar que existem o Estado Unitário e o Estado Federado. No Estado Unitário (França, Itália, Portugal) não 
há descentralização política. Já no Estado Federado, ao contrário, a Constituição, ao repartir os poderes que entre os entes que lhe integram, estabelece 
clara descentralização de competência legislativa. É o caso do Brasil, do México, da Argentina, EUA e da Alemanha. 
 
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Perceberemos, no nosso estudo, que em algumas situações, para que possa prestar serviço 
público ou explorar atividade econômica, a Administração Pública criará Pessoas Jurídicas para tanto. E 
o que são Pessoas Jurídicas? 
 
 Pessoas jurídicas são entidades às quais a lei empresta personalidade, capacitando-as a serem 
sujeitos de direitos e obrigações. A principal característica da pessoa jurídica é o fato de ela possuir 
personalidade própria distinta da personalidade de cada um de seus membros. Repare que as pessoas 
jurídicas podem ser criadas pelos particulares ou pelo Poder Público. No estudo do direito 
administrativo, nos interessa esse último grupo. 
 
2. CENTRALIZAÇÃO E DESCENTRALIZAÇÃO6 
 
Partindo da ideia de que não existe hierarquia entre os entes federativos ou entes políticos 
(União, Estado-membro, o Distrito Federal e Município) e que a própria Constituição reconheceu a 
autonomia entre esses entes, é necessário observar agora como cada um deles exerce as diversas 
atividades administrativas. E isso pode ocorrer de duas formas: centralizada ou descentralizada. 
 
✓ Centralizada: ocorre sempre que a titularidade e execução do serviço for realizada pelo próprio 
Ente Federativo sem passar por interposta pessoa, ou seja, o próprio ente realiza diretamente a 
atividade administrativa que a Constituição impôs. Conforme ensina Raquel Melo Urbano de 
Carvalho, para que esse ente federativo consiga exercer todas as atribuições administrativas que lhe 
são impostas pelo ordenamento, diretamente, em face dos cidadãos, é importante que ocorra uma 
distribuição interna de atribuições, que a doutrina chama de desconcentração. É desse fenômeno 
que faz surgir os órgãos públicos (Exemplo: Ministérios da Educação, Secretaria de Segurança e 
etc.). 
 
✓ Descentralizada: ao contrário do que ocorre na centralização, aqui entre a pessoa federativa 
competente (União, Estado, DF ou Município) e o cidadão beneficiário da atuação estatal haverá 
uma interposta pessoa, qual seja, a entidade descentralizada. Vale dizer que para haver 
Administração Descentralizada, é preciso que haja o mínimo de duas pessoas: uma delas é o ente 
federativo que tem originariamente a titularidade da competência administrativa que repassa a 
titularidade e/ou execução da competência a outras pessoas. O grande Celso Antônio Bandeira de 
Mello leciona que na descentralização, o Estado atua por meio de seres que lhe são juridicamente 
distintos, sejam criaturas suas, sejam particulares que recebem essa incumbência. A 
descentralização pode ocorrer por três mecanismos: 
 
a) descentralização territorial (ou geográfica)7; 
b) descentralização por serviço ou outorga (também denominada descentralização funcional ou 
técnica); 
7.Atualmente não existe faticamente a descentralização territorial no Brasil (os territórios), embora possa existir no futuro, conforme 
proclama o art. 18§2° e art.33 da CF. Quando (e se) existirem, a doutrina entende que terão natureza de autarquias (autarquias territoriais) 
como competência para prestar serviços genéricos como segurança, saúde, educação fugindo a regra da especialização das autarquias 
meramente administrativas que iremos estudar na sequência 
 
 
 
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 c) descentralização por colaboração ou delegação. 
 
Em relação a essas duas últimas formas de descentralização, observe como a doutrina de escol 
estabelece as diferenças entre elas: 
 
DESCENTRALIZAÇÃO POR SERVIÇOS (funcional, 
técnica ou outorga) 
DESCENTRALIZAÇÃO POR COLABORAÇÃO (ou 
delegação) 
Feita por lei Feita por contrato ou ato 
Cria pessoa jurídica de direito público ou autoriza 
a criação de pessoa jurídica de direito privado; 
Atribui à pessoa jurídica de direito privado já 
existente a execução de uma atividade; 
Atribui a titularidade e execução da atividade 
administrativa; 
Atribui somente a execução da atividade 
administrativa (titularidade permanece com o 
Poder Público); 
Sujeita-se à tutela (controle possível se a lei 
autoriza e nos estritos limites da permissão 
legislativa); 
Controle mais amplo: Possibilidade de alteração 
unilateral das condições de execução, de 
rescisão unilateral e de fiscalização com poderes 
pressupostos, mesmo se não expressos nos 
contratos (cláusulas exorbitantes); 
ADMINISTRAÇÃO INDIRETA Concessionárias/Permissionárias/Autorizatárias 
 
 Após essa visão panorâmica entre centralização/descentralização administrativa (e também as 
diferenças entre os mecanismos de descentralização) iremos caminhar pelo o estudo de definições e 
expressões que aparecem constantemente nas Leis e na Constituição. Em particular, me refiro aos 
conceitos de Administração Direta e Indireta. 
 
3. ADMINISTRAÇÃO DIRETA: 
 
- Para entender a administração direta, é preciso recordar o conceito de Administração 
centralizada e a conseguinte distinção com administração descentralizada. Observe no esquema 
inspirado em Raquel Melo Urbano de Carvalho: 
 
Administração Centralizada Administração Descentralizada 
Ente Federativo (União, Estados, DF e 
Municipios) é titular e prestador da 
atividade 
Ente federativo transfere a titularidade e a 
execução ou somente a execução da atividade 
administrativa para pessoa distinta do Estado. 
Só há uma pessoa ( o próprio ente 
federativo), 
Há no mínimo duas pessoas: o ente federativo e a 
pessoa interposta 
Atuação direta por órgãos ( como se disse, 
há uma só pessoa – o ente federativo – que 
age diretamente em favor do beneficiário 
da atividade estatal, mediante suas 
repartições internas: os seus próprios 
órgãos) 
Atuação indireta do ente federativo por interposta 
pessoa (seres distintos como autarquia, fundações 
públicas e etc). 
. 
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Note que os Entes Federativos têm autonomia política, financeira e administrativa. São 
consideradas pessoas jurídicas de direito público interno e possuem poderes políticos. Devem 
obediência aos princípios administrativos, necessidade de licitação e concurso público e demais regras 
públicas. Por falar em concurso público, o regime de pessoal ATUALMENTE é o estatutário8. 
 
 Se observarmos bem o conceito de administração centralizada perceberemos que ele se aproxima 
muito com o de Administração Direta, havendo uma sobreposição de idéias. Assim, quando um 
Município, que tem a obrigação de prestar serviços educacionais, cria um grupo escolar, é ele, o 
Município, que centralizadamente e diretamente optou em prestar tal atividade. Visando imprimir 
eficiência a esse serviço, o Município sofrerá uma desconcentração, surgindo assim os órgãos públicos. 
Logo, esse grupo escolar surgido é uma das várias divisões internas que esse ente político vai realizar. 
 
E essa divisão acontecerá não só na área educacional. Por via óbvia, em todas as áreas que o ente 
político tem obrigações de atuar e que acha interessante prestar diretamente haverá desconcentração 
e, mais uma vez, por via reflexa, o aparecimento de órgãos públicos. Com efeito, essas mencionadas 
divisões internas ocorrerão em vários setores, por exemplo, na área de saúde, segurança pública, 
cultura e etc. 
 
No caso do grupo escolar criado, é interessante que ele se encontre vinculado a outro órgão com 
mais autonomia, podendo surgir a Secretaria de Educação e que por sua vez estará ligada outro órgão 
com ainda mais autonomia, a Chefia do Poder Executivo. Assim, os órgãos estarão assentados numa 
relação de hierarquia. 
 
 Na área federal, o art. 4°, I, do Decreto-Lei n° 200/67, diz que a Administração Direta “se constitui 
dos serviços integrados na estrutura administrativa da Presidência da República e na dos Ministérios”. 
 
Assim sendo, é parte da Administração Direta da União, no poder Executivo, duas classes distintas 
de órgãos: a Presidência de República, órgão superior do executivo e nele se situam o Presidente da 
República (chefe da Administração) e outros órgãos essenciais (Casa Civil), assessoria imediata 
(Advogado Geral da União) e de consulta (Conselho da república) e Ministérios, cada um deles 
destinado a determinada área de atuação administrativa, como saúde, educação, justiça e etc. Dentro 
de cada Ministério, existe dezenas de outros órgãos, como secretarias, conselhos, departamentos e etc., 
integrando assim a própria União Federal. 
 
No mais a mais, de acordo com José dos Santos Carvalho Filho, vale lembrar que Poder Legislativo 
e Judiciário têm sua estrutura orgânica definida em seus respectivos atos de organização administrativa, 
tendo ambos, o poder constitucional de dispor sobre sua organização e funcionamento, através de seus 
regimentos internos. 
 
 
8. Essa afirmação é feita com base na decisão do STF no julgamento cautelar da ADI 2135/2007. Em termos simples, se pode afirmar, que a 
partir da mencionada decisão o quadro de pessoal da administração direta, autarquias e também fundações públicas de direito público 
deverá observar apenas o regime estatutário, tendo a decisão assim efeito ex nunc. Para maiores informações, observe o texto na leitura 
complementar do capítulo Agentes Públicos. 
 
 
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Com efeito, se a Administração Direta é um conjunto de órgãos interiores ao ente federativo, que 
delas são partes, é certo, enfim, que a noção de administração Direta corresponde mesmo ao de 
centralizada. 
 
Abaixo um estudo mais detido sobre os órgãos públicos. 
 
✓ ÓRGÃOS PÚBLICOS 
 
 Como se disse há pouco, o Estado, para prestação de suas atividades, pelas diversas funções que 
exerce, tem que distribuir em seu setor interior os encargos de sua competência com diferentes 
unidades, exercendo cada qual uma parcela de suas atribuições. Essas unidades são chamadas órgãos 
públicos e, em razão de sua especialização, conseguem desenvolver serviços mais eficientes. 
 
 Na lição de Dirley da Cunha Júnior, os agentes públicos integram os órgãos e realizam em última 
instancia a vontade estatal. Em razão disso, sua atuação, seja lícita ou ilícita, sempre é imputada ao ente 
estatal. Isso porque, como os agentes integram o órgão e este, por sua vez, compõe a pessoa estatal, é 
ele, o órgão, que constitui o elo da relação entre o agente público e a pessoa jurídica estatal. Cuida-se, 
aí, da TEORIA DO ÓRGÃO ou TEORIA DA IMPUTAÇÃO, formulada pelo jurista alemão Otto Gierke, e que 
foi adotada no direito brasileiro. Todavia, outras teorias tentaram, sem êxito, explicar essa relação. 
Vejamo-las, em apertada síntese: 
 
a) Teoria do Mandato – Afirma que o servidor público era o mandatário da pessoa jurídica. Mas 
quem iria outorgar o mandato, se o Estado não tem vontade própria? 
 
b) Teoria da Representação – Defendia que o servidor público era legalmente o representante da 
pessoa jurídica estatal; Foi superada, pois considerava a pessoa jurídica estatal como um incapaz, 
à semelhança dos tutelados e curatelados, que precisam de representação legal 
 
c) Teoria do Órgão – O Órgão, como mero ente despersonalizado de competências, é uma parte da 
pessoa jurídica estatal. O órgão não é pessoa e classicamente não é sujeito de direitos, nem de 
obrigações. Ele é, na verdade, um círculo de poderes e atribuições. É o órgão que realiza a 
ligação entre a pessoa jurídica e o servidor público. Por essa teoria, a pessoa jurídica expressa 
sua vontade por meio de órgãos, de sorte que quando os agentes que os compõem manifestam 
essa vontade, é como se a própria entidade o fizesse. Vale a pena reiterar que essa é a teoria 
adotada no Brasil. 
 
 Desse modo, segundo Hely Lopes Meirelles, os órgãos públicos “são centros especializados de 
competência instituídos para o desempenho de funções estatais através de seus agentes, cuja atuação é 
imputada à pessoa jurídica a que pertencem.” 
 
 
9 Essa afirmação é feita com base na decisão do STF no julgamento cautelar da ADI 2135/2007. Em termos simples, se pode afirmar, que a partir da 
mencionada decisão o quadro de pessoal da administração direta, autarquias e também fundações públicas de direito público deverá observar apenas 
o regime estatutário, tendo a decisão assim efeito ex nunc. Para maiores informações, observe o texto na leitura complementar do capítulo 
Agentes Públicos. 
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Características dos órgãos públicos: 
 
 
• Não possuem personalidade jurídica própria, ou seja, os atos que praticam são atribuídos ou 
imputados à entidade estatal a que pertence; 
• Os órgãos também não se confundem com a pessoa jurídica, porque esta representa o todo em que 
os órgãos são partes. Tampouco não se confundem com a pessoa física, porque representam uma 
reunião de funções a serem exercidas pelos agentes que compõem o órgão; 
• Entre os órgãos existe um vínculo hierárquico. Tal vínculo parte, por exemplo, do Chefe do Poder 
Executivo para seus auxiliares diretos e destes, por sua vez, para seus subordinados, no âmbito dos 
órgãos que chefiam, e assim por diante; 
• Alguns órgãos podem ter representação própria, isto é, ter seus próprios procuradores, apesar de em 
regra não ter capacidade para estar em juízo, SALVO em situações excepcionais em que lhes é 
atribuídas a personalidade judiciária( por exemplo, impetração de mandado de segurança na defesa 
de suas prerrogativas); 
 
✓ CLASSIFICAÇÃO: 
 
A) QUANTO À POSIÇÃO ESTATAL: 
 
✓ Órgãos Independentes 
São os originários da Constituição e representativos dos três Poderes do Estado, sem qualquer 
subordinação hierárquica ou funcional, e sujeitos apenas aos controles constitucionais de um sobre o 
outro ( no sistema de freios e contrapesos ou checks and balances) 
 
Exemplo: a Chefia do Executivo (Ex: Presidência da República), as Casas Legislativas (Ex.: Câmara dos 
Deputados, Senado Federal e Assembléia Legislativa) e os órgãos do poder Judiciário (Ex.: o STF, os 
Tribunais Superiores e os Juízos de primeiro grau). 
 
Como bem ensina Hely Lopes Meirelles, devem ser incluídos nesta classe o Ministério Público e os 
Tribunais de Contas. 
 
✓ Órgãos Autônomos 
São os localizados na cúpula da Administração, imediatamente abaixo dos órgãos independentes e 
diretamente subordinados a seus chefes. Podem participar das decisões governamentais 
 
Exemplo: Ministérios, Secretarias de Estado e de Município, Procuradoria Geral de Justiça. 
 
✓ Órgãos Superiores 
São os que detêm poder de direção, controle, decisão e comando dos assuntos de sua competência 
específica, mas sempre sujeitos à subordinação e ao controle hierárquico de uma chefia mais alta.Não 
gozam de autonomia de autonomia administrativa e nem financeira 
Exemplo: Inspetorias-Gerais, Departamentos e Divisões. 
 
 
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✓ Órgãos Subalternos 
 
São os que se acham subordinados hierarquicamente a órgãos de decisão, exercendo principalmente 
funções de execução. 
 
Exemplo: Seções de Almoxarifado, de Pessoal, Zeladoria e etc. 
 
B) QUANTO À ESTRUTURA 
 
✓ Órgãos Simples ou Unitários 
São os constituídos por um único centro de atribuições, sem subdivisões internas. 
 
Exemplos: Conselho de Defesa Nacional 
 
✓ Órgãos Compostos 
São os constituídos por vários outros órgãos. Assim, esses órgãos compreendem vários outros órgãos 
até chegar aos órgãos simples como, por exemplo, os hospitais e postos de saúde frente à Secretaria de 
Saúde, escolas frente à Secretaria de Educação e etc. 
 
Exemplos: Ministérios, Secretarias de Estado e Congresso Nacional. 
 
C) QUANTO À COMPOSIÇÃO 
 
✓ Órgãos Singulares ou Unipessoais 
São os integrados por um único agente que é seu chefe ou representante. 
 
Exemplos: Presidência da República; Diretoria de uma escola 
 
✓ Órgãos Coletivos, Colegiados ou Pluripessoais 
São os constituídos por vários agentes. 
 
Exemplos: Tribunais e Congresso Nacional. 
 
4) ADMINISTRAÇÃO INDIRETA 
 
 A Administração Indireta decorre da DESCENTRALIZAÇÃO ADMINISTRATIVA POR OUTORGA, 
que, como vimos , nada mais é do que o mecanismo onde se atribui uma atividade de interesse público 
a uma outra pessoa jurídica. 
 
 E QUEM FAZ PARTE OU COMPÕE A ADMINISTRAÇÃO INDIRETA? A Administração Indireta é 
composta pelas Autarquias, Fundações Públicas, Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista. 
Assim, por exemplo, quando a União cria uma Fundação Pública (Ex. IBGE), ocorre uma 
descentralização. 
 
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 Todas essas entidades devem obediência a um REGIME JURÍDICO MÍNIMO com normas e 
principiologia em comum. Podemos destacar: 
 
1) Para que quaisquer dessas entidades administrativas possam ser originadas é preciso Lei 
específica (art. 37, XIX da CF). É essa Lei que delineará as atividades e a estruturação básica da 
entidade que nascerá. Uma vez criada, essas entidades terão personalidade jurídica própria, 
executando e atuando em nome próprio, assumindo o ônus e o bônus dessa capacidade de auto-
administração. 
 
 Perceba que essas entidades são criadas para o desempenho de atividades específicas e que 
devem cumpri-la rigorosamente. Isso consagra, segundo a doutrina, o princípio da especialidade. 
 
2) É bom lembrar que o elo que une a Administração Direta a Indireta não é o hierárquico, ou seja, 
inexiste subordinação hierárquica, por exemplo, entre INSS (autarquia) e o Ministério da 
Previdência Social. O que existe é uma relação de vinculação baseado no CONTROLE 
FINALÍSTICO. Segundo Reinado Moreira Bruno, o controle finalistico (ou tutela administrativa ou 
supervisão ministerial) contrapõe-se à hierarquia, pois incide somente após a prática dos atos, 
por meio de verificação finalística das atividades da entidade. Ademais, a tutela administrativa 
não se presume, pelo que só existe quando a Lei expressamente a prevê e nos precisos termos 
que a lei estabelecer. Observe o esquema no card: 
 
3) Devem obediência aos princípios administrativos (art. 37, caput da CF); 
 
4) Devem realizar, como regra, licitação e concurso público; 
 
5) Por falar em concurso, o regime de pessoal pode ser o celetista/estatutário; 
 
6) Aplica-se, por fim, a regra da inacumulação remunerada de cargos ou empregos públicos (art. 37, 
XVII da CF). 
 
7) Submetem-se a outras formas de controle como: controle parlamentar direto ( art. 49, X da CF) e 
indireto (art. 70 da CF) , esse último com o auxílio dos Tribunais de Contas e também ao controle 
judicial da legalidade dos seus comportamentos comissivos e omissivos (art. 5°, XXXV da CF) 
 
Na sequência estudaremos as CARACTERÍSTICAS ESPECÍFICAS DAS ENTIDADES DA ADMINISTRAÇÃO 
INDIRETA. 
 
3.1) AUTARQUIA ( ou entidades autárquicas): 
 
• Segundo a Lei (Decreto-Lei 200/67, art.5º, I), autarquia é o serviço autônomo, criado por lei, com 
personalidade jurídica, patrimônio e receita próprios, para executar atividades típicas da 
Administração Pública, que requeiram, para seu melhor funcionamento, gestão administrativa e 
financeira descentralizada; 
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• Adquirem personalidade jurídica com a edição de lei que as cria. Segundo o já citado art. 37, XIX da 
CF, é preciso uma Lei específica (=LEI CRIA); 
• São Pessoas Jurídicas de Direito Público, pois exercem atividades típicas dos entes federativos. 
Assim, para o desempenho de atividade própria do Estado, prevê-se personalidade jurídica de direito 
público; 
• Não possuem capacidade política (poder de legislar, como ocorre com os entes federativos). 
Possuem apenas capacidade de auto-administração para desempenho de uma função específica, 
típica do Estado; 
• E o que seriam atividades típicas? Em que pese ser uma expressão extremamente fluida e variável 
no tempo e espaço, como bem ensina José dos Santos Carvalho Filho, a doutrina majoritária entende 
que são serviços públicos de natureza social e de atividades administrativas, ficando excluído desse 
conceito os serviços e atividades de cunho econômico e mercantil 
• Com efeito, gozam de autonomia administrativa e financeira, submetida apenas ao controle 
finalístico pela Administração Direta (Não existe o chamado controle hierárquico); 
• Regime de Pessoal: ATUALMENTE Servidores ESTATUTÁRIOS 9; 
• Privilégios ou prerrogativas: 
- prerrogativas processuais: as autarquias possuem prazos processuais em dobro; 
- impenhorabilidade de seus bens, pois se os bens são públicos deve incidir o sistema dos 
precatórios (art. 100 da CF); 
- Imunidade tributária (CF,art. 150, VI, “a” cumulado com o art. 150, §2°). 
 
• Tipos de Autarquias (baseada na classificação de Fernanda Marinela): 
 
 
TIPOS DE AUTARQUIAS EXEMPLOS 
ASSISTENCIAIS INCRA; SUDENE 
PREVIDENCIÁRIAS INSS; IPM 
CULTURAIS OU EDUCACIONAIS UFC; UFBA 
PROFISSIONAIS ou associativas CFM; COFECI 
ADMINISTRATIVAS IBAMA; AMC 
DE CONTROLE 
Agências Reguladoras 
(ANATEL, ANEEL, ANAC) 
 
Observações: 
 
1) Embora os Conselhos Profissionais sejam considerados Autarquias, observe: 
 - Os pagamentos devidos em razão de pronunciamento judicial pelos Conselhos de Fiscalização não se 
submetem ao regime de precatórios (RE 938.837-SP de 19/04/17) 
 
- É constitucional a regra que permite os Conselhos profissionais contratarem seus Agentes pela CLT ( 
ADC 36/Adin 5367 e ADPF 367 de 02/06/2020) 
 
 
 
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2) OAB e a sua natureza “sui generis”: Segundo o STF, no julgamento da ADI nº 3.026-DF, a OAB, ao 
contrário das outras entidades de fiscalização profissional, não possui natureza autárquica, sendo um 
serviço público independente, categoria ímpar no elenco das entidades existentes no direito brasileiro. 
Resumindo esse ponto, Raquel Melo Urbano de Carvalho leciona: “ (...) tem-se as autarquias 
associativas dentre as quais se destacam os Conselhos de Fiscalização Profissional, à exceção da OAB, 
atualmente definida pelos Tribunais Superiores como entidade sui generis que não integra a 
Administração Pública Direta ou Indireta e não possui natureza autárquica”. 
 
3.2) FUNDAÇÃO PÚBLICA: 
 
- Antes de começar o estudo das Fundações Públicas, é preciso definir o objeto de nosso estudo. A 
Fundação pode ser definida como patrimônio personificado, com vinculação a um fim não-lucrativo e 
externo a quem criou a Fundação. O elemento humano que as compõe é mero instrumento para a 
consecução de suas finalidades. 
 
- E quem pode instituir uma Fundação? Pode ser instituída tanto por particulares (Fundação Roberto 
Marinho, Instituto Ayrton Senna e etc) como pelo Poder Público (FUNAI, FUNECE e etc). O grupo que 
nos interessa são as fundações criadas pelo Poder Público, as chamadas Fundações Públicas ou Estatais. 
 
- Para a doutrina dominante, a Fundação Pública é gênero sendo constituída por duas espécies: 
 
 a Fundação Pública de Direito Público e a Fundação Pública de Direito Privado. Para ambas, se aplica um 
mesmo regime jurídico mínimo, a saber: a) vedação de acumulação de cargos ou de empregos públicos, 
b) obrigatoriedade de licitação e concurso público; c) controle pelos Tribunais de Contas; d) benefício da 
imunidade tributária (art. 150, §2° da CF). 
 
- Para as Fundações Públicas de Direito Público, se entende, que se aplica o mesmo regime das 
Autarquias e inclusive alguns doutrinadores, inclusive até o STF, as denominam de autarquias 
fundacionais ou fundações autárquicas. Nesse caso, tal como ocorre com as autarquias, a Lei cria a 
entidade fundacional. Exemplo: FURG (Fundação Universidade Federal do Rio Grande). O Regime de 
pessoal é o Estatutário. 
 
- Já para as Fundações Públicas de Direito Privado, aplica-se o regime jurídico privado da administração, 
muito próximo e equivalente das estatais que prestam serviço público. Nesse caso, tal como ocorre 
como a empresa pública e sociedade de economia mista a lei autoriza a criação e é preciso o registro no 
local competente. Exemplo: Fundação Padre Anchieta.O Regime de pessoal é o Celetista. 
 
- A Constituição menciona que uma Lei Complementar definirá a área de atuação das Fundações 
Públicas (art.37, XIX). Repare que para nenhuma outra entidade administrativa existe a vinculação de 
uma lei complementar, apenas para as Fundações. 
 
- Regime de pessoal: Servidores ESTATUTÁRIOS ou CELETISTAS; 
 
 
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3.3) EMPRESA PÚBLICA e SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA 
 
a) SEMELHANÇAS 
 
- Atualmente há um regramento específico pra ambas previsto na Lei 13.303/16 chamado de Estatuto 
das Empresas Estatais. 
 
- Adquirem personalidade jurídica com a Lei autorizando a criação e o registro dos estatutos nos 
cartórios ou juntas comerciais (LEI AUTORIZA A CRIAÇÃO); 
 
- São Pessoas Jurídicas de Direito Privado, significando dizer que se aplica frequentemente o direito 
privado para reger seus comportamentos. Por outro lado, não se pode esquecer, que por estarem 
inseridos no bojo da própria Administração, devem obediência a um regime jurídico mínimo de 
caráter publicista, o que resulta assim, na verdade, em um regime hibrido; 
 
- Objeto de atuação: podem prestar serviços públicos ou explorar atividade econômica. Assim, dessa 
dicotomia, existe o grupo das entidades que prestam serviço público e o grupo das exploradoras de 
atividade econômica. Essa classificação é bastante utilizada pela doutrina principalmente em razão 
das decisões do STF sobre o regime tributário dessas entidades, ou seja, qual desses grupos pode se 
beneficiar do benefício da imunidade tributária? 
 
 Observe o esquema: 
 
EMPRESAS PÚBLICAS E SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA 
Grupo das que exploram atividade econômica Grupo das que prestam serviço Público 
 
FUNDAMENTO: Observe o que diz a Constituição 
Federal: Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta 
Constituição, a exploração direta de atividade econômica 
pelo Estado só será permitida quando necessária aos 
imperativos da segurança nacional ou a relevante 
interesse coletivo, conforme definidos em lei. 
II - a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas 
privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, 
comerciais, trabalhistas e tributários 
§ 2º - As empresas públicas e as sociedades de economia 
mista não poderão gozar de privilégios fiscais não 
extensivos às do setor privado. 
 
FUNDAMENTO: A Constituição não fala 
diretamente desse grupo. A doutrina 
primeiramente e depois a jurisprudência é 
que tratou de equacionar o assunto. Observe 
a seguinte Ementa no julgamento do Recurso 
Extraordinário n° 407.099-RS: 
“EMENTA: CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. 
EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E 
TELÉGRAFOS: IMUNIDADE TRIBUTÁRIA 
RECÍPROCA: C.F., art. 150, VI, a. EMPRESA 
PÚBLICA QUE EXERCE ATIVIDADE 
ECONÔMICA E EMPRESA PÚBLICA 
PRESTADORA DE SERVIÇO PÚBLICO: 
DISTINÇÃO. I. - As empresas públicas 
prestadoras de serviço público distinguem-se 
das que exercem atividade econômica. A 
Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos é 
prestadora de serviço público de prestação 
obrigatória e exclusiva do Estado, motivo por 
que está abrangida pela imunidade tributária 
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recíproca: C.F., art. 150, VI, a. II. - R.E. 
conhecido em parte e, nessa parte, provido.” 
 CONCLUSÃO: Esse grupo NÃO possui a imunidade 
tributária recíproca. 
 
 
 CONCLUSÃO: esse grupo se prestadora de 
serviço obrigatório e exclusivo do Estado (que 
poderia ser interpretado, conforme Alexandrino e 
Paulo, como serviço não passível de delegação a 
particulares) ou em regime de monopólio 
possuem o benefício da imunidade recíproca. 
 
 
- Regime de pessoal: Há CELETISTAS (Empregados Públicos); 
 
- Conforme parte da doutrina, entre eles Alexandrino ePaulo, as empresas públicas e sociedades de 
economia mista não estariam sujeitos, pela redação literal da nova Lei de falências, ao regime 
falimentar e institutos afins (Lei 11.101/2005, art. 2°). 
 
- Exemplos: 
Empresas públicas: CEF, ECT, SERPRO, ETTUFOR. 
 
Sociedade de Economia Mista: Banco do Brasil S/A, Banco do Nordeste do Brasil S/A, Petróleo 
Brasileiro S.A, etc. 
 
b) DIFERENÇAS 
 
As empresas públicas possuem: 
- Capital exclusivo do Poder público (não há a participação de particulares no capital votante); 
- É instituída pelo Poder Público sob qualquer forma jurídica admitida no Direito ( Ltda, S.A, Comandita 
Simples, etc); 
 
Já as Sociedades de Economia Mista: 
- Admite a participação de particulares no que diz respeito às ações com direito a voto ( 50% + 1 
pertencente ao poder público); 
- É instituída, unicamente pelo Poder Público, sob a forma de S.A; 
 
Observação: 
 
1) É Inconstitucional uma lei condicionar a nomeação de dirigente de uma empresa estatal à 
aprovação pelo Poder Legislativo? 
Sim. Ao contrário do que se verifica para as Autarquias (ex.: agências reguladoras) e também para as 
Fundações, segundo o STF, no julgamento da ADI 1.642/MG (03.04.2008), lei que exige aprovação 
prévia do Poder Legislativo para a nomeação, pelo Chefe do Poder Executivo, de dirigentes de empresas 
públicas e sociedades de economia mista, seja qual for o objeto da entidade (prestação de serviços 
públicos ou exploração de atividade econômica) é inconstitucional. 
 
 
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2) Criação de Subsidiárias: 
Antes de tudo, o que são as empresas subsidiárias? Segundo José dos Santos Carvalho Filho, empresas 
subsidiárias são aquelas cujo controle e gestão de atividades são atribuídos às empresas estatais 
diretamente criada pelo Estado. Em outras palavras, o Estado cria e controla diretamente determinada 
estatal e esta, por sua vez, passa a gerir uma outra estatal, tendo também o domínio do capital votante. 
Agora, observe o que diz a CF, art. 37, XX: “depende de autorização legislativa, em cada caso, a criação 
de subsidiárias das entidades mencionadas no inciso anterior, assim como a participação de qualquer 
delas em empresa privada”. Pois bem, qual o significado dessa expressão “depende de autorização 
legislativa, em cada caso”? Segundo o STF (ADI 1.649-DF), esse dispositivo deve ser interpretado da 
seguinte maneira: a) se a lei instituidora da entidade matriz (empresa pública e sociedade de economia 
mista) já trouxer a autorização de criação de subsidiárias, é desnecessário a edição de lei especial para 
constituição de cada subsidiária; por outro lado, b) se a lei da entidade matriz não trouxer essa 
possibilidade e ela decidir criar uma subsidiária será necessário a edição de lei especial. 
 
LEITURA COMPLEMENTAR: 
 
A) AGÊNCIAS (Autarquias em regime especial) 
 
a1) Agências Reguladoras: 
 Agências reguladoras são “entidades administrativas com alto grau de especialização técnica, 
integrantes da estrutura formal da administração pública, instituídas como autarquias sob regime 
especial, com a função de regular um setor específico de atividade econômica ou um determinado 
serviço público, ou de intervir em certas relações jurídicas decorrentes dessas atividades, que devem 
atuar com a maior autonomia possível relativamente ao Poder Executivo e com imparcialidade 
perante as partes interessadas (Estado, setores regulados e sociedade).” 
 
São, portanto, autarquias especiais. 
 
Recentemente, para as agencias federais, houve um disciplinamento diferente dado pela Lei 13.848/19. 
Antes das novidades, observe quais sao atualmente essas as agencias federais: 
 
I - Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel); 
II - Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP); 
III - Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel); 
IV - Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa); 
V - Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS); 
VI - Agência Nacional de Águas (ANA); 
VII - Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq); 
VIII - Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT); 
IX - Agência Nacional do Cinema (Ancine); 
X - Agência Nacional de Aviação Civil (Anac); 
XI - Agência Nacional de Mineração (ANM). 
 
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Além disso, a Lei nº 13.848/2019 e as leis específicas de cada agência reguladora conferem outras 
características especiais a essas entidades. 
 
Observe as principais MUDANÇAS: 
 
1.1 - MUDANÇA DO PRAZO DO MANDATO DOS DIRIGENTES: 
 
O mandato dos Diretores de todas as agências reguladoras federais passou a ser de 5 anos (algumas leis 
previam mandato de 3 e outras de 4 anos). Além disso, passou a ser proibida a recondução dos diretores 
ao final dos mandatos. 
 
1. 2 - REQUISITOS PARA SE TORNAR DIRIGENTE: 
 
A nova Lei estabelece novos requisitos para o Presidente, Diretor-Presidente ou Diretor-Geral e os 
demais membros do Conselho Diretor ou da Diretoria Colegiada das agências reguladoras: 
 
Art. 5º O Presidente, Diretor-Presidente ou Diretor-Geral (CD I) e os demais membros do Conselho 
Diretor ou da Diretoria Colegiada (CD II) serão brasileiros, indicados pelo Presidente da República e por 
ele nomeados, após aprovação pelo Senado Federal, nos termos da alínea “f” do inciso III do art. 52 da 
Constituição Federal, entre cidadãos de reputação ilibada e de notório conhecimento no campo de sua 
especialidade, devendo ser atendidos 1 (um) dos requisitos das alíneas “a”, “b” e “c” do inciso I e, 
cumulativamente, o inciso II: 
 
I - ter experiência profissional de, no mínimo: 
 
a) 10 (dez) anos, no setor público ou privado, no campo de atividade da agência reguladora ou em área a 
ela conexa, em função de direção superior; ou 
b) 4 (quatro) anos ocupando pelo menos um dos seguintes cargos: 
1. cargo de direção ou de chefia superior em empresa no campo de atividade da agência reguladora, 
entendendo-se como cargo de chefia superior aquele situado nos 2 (dois) níveis hierárquicos não 
estatutários mais altos da empresa; 
2. cargo em comissão ou função de confiança equivalente a DAS-4 ou superior, no setor público; 
3. cargo de docente ou de pesquisador no campo de atividade da agência reguladora ou em área conexa; 
ou 
c) 10 (dez) anos de experiência como profissional liberal no campo de atividade da agência reguladora 
ou em área conexa; e 
 
II - ter formação acadêmica compatível com o cargo para o qual foi indicado. 
 
 
 
 
 
 
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1. 3 - AMPLIAÇÃO DO PRAZO DE QUARENTENA DE 4 PARA 6 MESES: 
 
Lei nº 9.986/2000 
Antes da Lei nº 13.848/2019 Depois da Lei nº 13.848/2019 
Art. 8º O ex-dirigente fica impedido 
para o exercício de atividades ou de 
prestar qualquer serviço no setor 
regulado pela respectiva agência, por 
um período de quatro meses, 
contados da exoneração ou do 
término do seu mandato. 
 
Art. 8º Os membros do Conselho Diretor ou da Diretoria 
Colegiada ficam impedidos de exercer atividade ou de prestar 
qualquer serviço no setor regulado pela respectiva agência, 
por período de 6 (seis) meses contados da exoneração ou do 
término de seu mandato, asseguradaa remuneração 
compensatória. 
 
Obs: essa remuneração compensatória mencionada no final do art. 8º não é uma novidade 
considerando que já estava prevista no § 2º do art. 8º, que não foi alterado: 
Art. 8º (...) 
§ 2º Durante o impedimento, o ex-dirigente ficará vinculado à agência, fazendo jus a remuneração 
compensatória equivalente à do cargo de direção que exerceu e aos benefícios a ele inerentes. 
 
1.4 - ESTABELECE UMA NOVA HIPÓTESE DE PERDA DO MANDATO PARA OS DIRETORES: 
 
Lei nº 9.986/2000 
Antes da Lei nº 13.848/2019 Depois da Lei nº 13.848/2019 
Art. 9º Os Conselheiros e os 
Diretores somente perderão o 
mandato em caso de renúncia, 
de condenação judicial 
transitada em julgado ou de 
processo administrativo 
disciplinar. 
 
Art. 9º O membro do Conselho Diretor ou da Diretoria Colegiada 
somente perderá o mandato: 
I - em caso de renúncia; 
II - em caso de condenação judicial transitada em julgado ou de 
condenação em processo administrativo disciplinar; 
III - por infringência de quaisquer das vedações previstas no art. 
8º-B desta Lei. 
Parágrafo único. A lei de criação 
da Agência poderá prever outras 
condições para a perda do 
mandato. 
Esse parágrafo único foi revogado. 
 
a2) Agências Executivas: 
 
 Antes de falar dessa espécie de Agência, é importante conhecer o contrato de Gestão. Ele pode 
ser visto sob dois prismas: um no aspecto externo e outro no aspecto interno. Em ambos se visualiza 
inspirações da Reforma Gerencial implementada mais formalmente a partir da EC n° 19/98 com fulcro 
no principio da eficiência dos serviços públicos, só que com matizes e peculiaridades próprias a 
depender dos personagens envolvidos. 
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O que nos interessa nesse caso é o contrato de gestão interno. É o que se visualiza entre o Poder Público 
e órgão ou entidade da Administração Direta e Indireta fixando metas de desempenho para estes. 
Perceba que aqui é o Poder público ajustando (contratando) com estruturas do próprio Poder Público. 
Existe base constitucional (art. 37§8°). 
 
Se esse contrato de gestão for formalizado entre o Poder Público e entre as Autarquias e Fundações 
Públicas, elas receberão uma qualificação especial. Segundo a Lei 9.649, de 27/5/98, art. 51 e 52, “o 
Poder Executivo poderá qualificar como AGÊNCIA EXECUTIVA a autarquia ou fundação que tenha 
cumprido os seguintes requisitos: ter um plano estratégico de reestruturação e de desenvolvimento e 
ter celebrado contrato de gestão com o respectivo Ministério Supervisor, sendo a qualificação 
concedida pelo Presidente da República e o contrato com periodicidade mínima de 1 ano. 
 
Assim, agencia executiva nada mais é que uma qualidade ou atributo de pessoa jurídica de direito 
público que celebre contrato de gestão, também conhecido como acordo-programa (art. 37, § 8º, CF/88 
e art. 5º, Lei Federal nº 9.637/98), para otimizar recursos, reduzir custos, aperfeiçoar o serviço público. 
 
E qual a vantagem imediata e prática de uma autarquia e fundação se tornar uma Agencia Executiva? 
 
Essas entidades administrativas poderão contratar compras, obras e serviços, com dispensa de licitação, 
em valores que representem até o dobro do limite de dispensa previsto na nova Lei de Licitação e 
Contratos - Lei nº 14.133/21 (valor atualizado de acordo com o decreto 11.317/22 com base no art. 182 
da Lei 14.133/21). 
 
Observe o quadro: 
 
 
ADMINISTRAÇÃO DIRETA 
AUTARQUIAS 
FUNDAÇÕES 
AGÊNCIAS EXECUTIVAS 
 
Para Obras E Serviços De 
Engenharia 
INFERIOR A R$ 114.416,65 
 
INFERIOR A R$ 228.833,30 
Para Compras E Outros Serviços INFERIOR A R$ 57.208,33 
 
INFERIOR A 
 R$ 114.416,66 
 
E por fim, quais as diferenças principais entre Agência Reguladora e Agência Executiva? 
 
Observe o esquema: 
 
 
 
 
 
 
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AGÊNCIA REGULADORA AGÊNCIA EXECUTIVA 
Função Primordialmente de Controle e 
Regulação 
Função primordialmente de execução, 
operacional 
A lei já cria a entidade como Agência 
Reguladora 
A lei não cria propriamente uma Agência 
Executiva Se trata, na verdade, de uma 
qualificação dada a uma entidade já existente 
(uma Autarquia ou Fundação) 
Exemplo - ANATEL Exemplo - INMETRO 
 
 
TERCEIRO SETOR OU ENTES DE COOPERAÇÃO OU PARAESTATAIS: 
 
Algumas vezes a expressão “terceiro setor” é usada de forma ampla (para englobar tudo o que 
vulgarmente convencionou-se chamar de ONG - organização não governamental) e também usada de 
forma mais específica ou estrita. 
 
 Por esse conceito mais específico, segundo Marcelo Alexandrino “terceiro setor” seriam as 
pessoas jurídicas privadas sem fins lucrativos que exerçam atividades de interesse coletivo, com 
fomento do Estado. Se for entidade formalmente integrante da Administração Pública, não é “terceiro 
setor”. Se a entidades tiver finalidade lucrativa, não é “terceiro setor”. Se não receber fomento do 
Estado, não é “terceiro setor”. 
 
 Nesse conceito vale visualizar os serviços sociais autônomos, entidades de apoio, organizações 
sociais (O.S.) e organizações da sociedade civil de interesse público (OSCIP). 
 
 Os serviços sociais autônomos ou “sistema S” , conforme a lição de Odete Medauar “são 
pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, destinadas a propiciar assistência social, médica 
ou ensino à população ou a certos grupos profissionais. Exemplos: SESI, SENAI, SESC, SENAC. 
 
 Embora essas entidades sejam instituídas por Lei, para existirem, é preciso, como regra, que os 
atos constitutivos sejam providenciados pelas respectivas Confederações Nacionais. Assim ocorreu com 
o Serviço Social do Comércio (SESC) em que o decreto-lei 9.853/1946 atribuiu à Confederação Nacional 
do Comércio o encargo de criarem, organizarem e dirigirem esse sistema. 
 
 Recebem do Estado incentivo através de dotações orçamentárias específicas ou contribuições 
parafiscais (espécie de tributo). Por isso mesmo, sujeitam-se ao controle da Administração e dos 
Tribunais de Contas quanto à gestão de recursos públicos (art. 70, parágrafo único da CF) e devem 
realizar licitação. Por fim, com base na súmula 516/STF pode-se afirmar que essas entidades estão 
sujeitas à jurisdição da Justiça Estadual. 
 
 Já as entidades de apoio são pessoas jurídicas de Direito Privado sem fins lucrativos, instituídas 
na forma de fundações privadas, associações ou cooperativas que exercem atividades sociais 
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relacionadas à ciência, pesquisa, saúde e educação, normalmente junto a hospitais públicos ou 
universidades públicas. Foram previstas pela Lei 8.958/94 e regulamentada pelo Decreto 5.205/04. 
 
 E as OS e as OSCIP? Se o “Sistema S” é bastante conhecido há décadas pelo Direito brasileiro, as 
OSs e OSCIPs são qualificações novas que veio a incrementar o grupo do Terceiro Setor. 
 
 Basicamente ambas são entidades constituídas por particulares que tentarão se qualificar 
perante o Poder Público. E quais as diferenças existentes entre essas entidades? Observe o esquema, 
abalizado na doutrina de Raquel de Carvalho. 
 
ORGANIZAÇÕES SOCIAIS OSCIP 
Disciplinada pela Lei Federal nº 
9.637/98 
Disciplinadapela Lei Federal nº 9.790/99 
A referida Lei estabelece quais 
entidades que podem ser qualificadas 
com o título de Organizações Sociais 
São previstas as entidades que podem e que não podem ser 
qualificadas como OSCIP 
Realizam Contrato de Gestão com 
Administração precisamente com o 
Ministério da área correspondente e a 
qualificação de O.S é dada por decreto 
pelo Presidente da República 
Realizam Termo de Parceria com a Administração, 
precisamente com o Ministério da Justiça. 
O ato de qualificação é discricionário O ato de qualificação é vinculado 
O objeto de suas atividades é mais 
restrito (abrange apenas atividades de 
ensino, pesquisa científica, 
desenvolvimento tecnológico, proteção 
e preservação do meio ambiente, 
cultura e saúde) 
O objeto de suas atividades é muito mais amplo (veja 
esquema abaixo) 
 
Além disso, observe quanto as OSCIPs: 
 
OSCIP – Lei 9.790/99 
NÃO PODEM SER (Art. 2°) PODEM SER (art. 3°) 
 
I - as sociedades comerciais; 
II - os sindicatos, as associações de classe ou de 
representação de categoria profissional; 
III - as instituições religiosas ou voltadas para a 
disseminação de credos, cultos, práticas e 
visões devocionais e confessionais; 
IV - as organizações partidárias e assemelhadas, 
inclusive suas fundações; 
V - as entidades de benefício mútuo destinadas 
 
Às pessoas jurídicas de direito privado, sem fins 
lucrativos, cujos objetivos sociais tenham pelo menos 
uma das seguintes finalidades: 
I - promoção da assistência social; 
II - promoção da cultura, defesa e conservação do 
patrimônio histórico e artístico; 
III - promoção gratuita da educação, observando-se a 
forma complementar de participação das organizações 
de que trata esta Lei; 
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a proporcionar bens ou serviços a um círculo 
restrito de associados ou sócios; 
VI - as entidades e empresas que comercializam 
planos de saúde e assemelhados; 
VII - as instituições hospitalares privadas não 
gratuitas e suas mantenedoras; 
VIII - as escolas privadas dedicadas ao ensino 
formal não gratuito e suas mantenedoras; 
IX - as organizações sociais; 
X - as cooperativas; 
XI - as fundações públicas; 
XII - as fundações, sociedades civis ou 
associações de direito privado criadas por órgão 
público ou por fundações públicas; 
XIII - as organizações creditícias que tenham 
quaisquer tipo de vinculação com o sistema 
financeiro nacional a que se refere o art. 192 da 
Constituição Federal. 
 
IV - promoção gratuita da saúde, observando-se a 
forma complementar de participação das organizações 
de que trata esta Lei; 
V - promoção da segurança alimentar e nutricional; 
VI - defesa, preservação e conservação do meio 
ambiente e promoção do desenvolvimento 
sustentável; 
VII - promoção do voluntariado; 
VIII - promoção do desenvolvimento econômico e 
social e combate à pobreza; 
IX - experimentação, não lucrativa, de novos modelos 
sócio-produtivos e de sistemas alternativos de 
produção, comércio, emprego e crédito; 
X - promoção de direitos estabelecidos, construção de 
novos direitos e assessoria jurídica gratuita de 
interesse suplementar; 
XI - promoção da ética, da paz, da cidadania, dos 
direitos humanos, da democracia e de outros valores 
universais; 
XII - estudos e pesquisas, desenvolvimento de 
tecnologias alternativas, produção e divulgação de 
informações e conhecimentos técnicos e científicos 
que digam respeito às atividades mencionadas neste 
artigo. 
XIII - estudos e pesquisas para o desenvolvimento, a 
disponibilização e a implementação de tecnologias 
voltadas à mobilidade de pessoas, por qualquer meio 
de transporte. 
 
 
Capítulo 
3 
Poderes Administrativos 
 
1. ASPECTOS GERAIS 
Sabemos que o Estado possui uma série de objetivos a cumprir, tendo todos eles, em última 
análise, a marca do valor do interesse público. Sendo assim, o ordenamento jurídico, concede ao Estado, 
quando estiver desempenhando a função administrativa, mecanismos para facilitar a concretização dos 
fins públicos. 
 
Com efeito, os poderes administrativos são esses mecanismos ou instrumentos conferidos à 
Administração, para que possa atingir sua finalidade única, qual seja, o interesse público. Sem esses 
Poderes, a Administração Pública não conseguiria sobrepor a vontade da Lei à vontade individual. 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art192
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art192
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Essas prerrogativas são atribuídas à Administração Pública para que ela os exerça em benefício 
do interesse público, o que os torna irrenunciáveis. Desta forma, a Administração, quando for 
necessária a utilização desses poderes, deverá fazê-lo, sob pena de ser responsabilizada. O exercício é 
obrigatório, indeclinável, pois, em se tratando de Administração Pública, não há propriamente faculdade 
de agir, mas verdadeiro dever de atuação. Tudo isso decorre do Princípio da Indisponibilidade. 
 
2. ESPÉCIES 
 
 Os Poderes Administrativos são: 
 
✓ Poder Hierárquico; 
✓ Poder Disciplinar; 
✓ Poder Normativo ou Regulamentar; 
✓ Poder de Polícia. 
 
2.1. Poder Hierárquico 
 
Poder hierárquico é aquele que confere à Administração Pública a capacidade de 
organizar/coordenar, de dar ordens, de fiscalizar, de delegar, e de avocar as atividades administrativas 
no âmbito interno da Administração. 
 
a) Organizar ou coordenar as atividades administrativas: 
 
A Administração ordena as funções administrativas, distribuindo-as e escalonando-as entre seus 
órgãos e agentes públicos estabelecendo entre eles uma relação de subordinação. Geralmente assim o 
faz, segundo Di Pietro, editando atos normativos (resoluções, portarias) com efeitos apenas internos 
(diferente, portanto dos regulamentos que estudaremos a seguir). 
 
b) Dar ordens: 
 
Decorre naturalmente da hierarquia a possibilidade dos superiores expedirem ordens que devem 
ser cumpridas pelos subalternos. 
 
Não é à toa que nos vários Estatutos funcionais há a previsão do dever de obediência à partir da 
relação de subordinação. Entretanto, esse dever de obediência, por óbvio, não é absoluto. Há situações 
que a ordem não deve ser cumprida. Com efeito, note o que diz o inciso IV do art. 116 da Lei 8.112/90: “ 
cumprir as ordens superiores, exceto quando manifestamente ilegais”. Ora, não há o dever de 
obediência se a ordem emanada pelo superior for, por exemplo, manifestamente ilegal. 
 
Diante dessa possibilidade de cumprimento ou não da ordem manifestamente ilegal, observe o 
esquema 
 
 
 
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 ORDEM MANIFESTAMENTE ILEGAL 
Servidor Cumpre a ordem 
Servidor responde juntamente com o superior 
hierárquico. 
Servidor Descumpre a ordem 
Servidor se exime da responsabilidade; só o 
superior responde. Nesse caso, o servidor tem o 
dever de representar contra ilegalidade. (Lei 
8.112/90, art. 116, XII, c/c pu). 
 
c) Fiscalizar e Rever: 
 
A Administração, pela ação revisora dos agentes superiores sobre os atos dos inferiores, controla 
o exercício das atividades, corrigindo os erros administrativos, sejano aspecto da legalidade, seja no 
aspecto da conveniência e oportunidade. 
 
Decorre daí o princípio da Autotutela, consagrada na Súmula 473/STF no qual a própria 
administração pode anular e revogar os seus próprios atos. 
 
Diz a mencionada súmula: “A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de 
vícios que os tornem ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los por motivo de 
conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos e ressalvada, em todos os casos, a 
apreciação judicial.” 
 
d) Delegar 
 
É a possibilidade que os agentes superiores possuem de transferir parte de atribuições ou 
funções a outros agentes. Devido ao dever de obediência, não pode o subalterno recusar a delegação. 
 
 A Delegação deve ser sempre parcial. Delegação total é renuncia e a competência é 
irrenunciável; 
 
 Conforme ensina José dos Santos Carvalho Filho, a delegação é ato discricionário. Mas essa 
discricionariedade não é integral e absoluta, posto que deve ficar atrelado a fatores específicos que 
devem conduzir à prática do ato, por exemplo, aspectos de natureza técnica, econômica, territorial e 
etc. 
A lei 9.784/99 traz alguns preceitos sobre a delegação. Prevista ou não no edital, ela é uma Lei de 
forte inspiração doutrinária, de forma que é interessante conhecê-la nesse particular. Por exemplo, essa 
Lei traz os requisitos da delegação: 
 
• O ato deve informar de modo expresso quais os poderes que estão sendo delegados, bem como os 
limites de atuação do delegado e os objetivos da delegação, assim como o recurso cabível contra o 
ato delegado. 
 
 
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• Deve ser publicado no meio oficial assim como o ato revogação da delegação. Aliás, o ato de 
delegação é revogável a qualquer tempo pela autoridade delegante; 
 
 Diz ainda o art. 13 que NÃO PODEM SER OBJETO DA DELEGAÇÃO: - a edição de atos de caráter 
normativo; a decisão de recursos administrativos; - as matérias de competência exclusiva do órgão ou 
autoridade. 
 
 E se o agente delegado praticar algum deslize administrativo no desempenho das funções que 
lhe fora transferida, a quem caberá responsabilizar? Ao “superior delegante” ou “inferior 
delegatário/delegado”? 
 
Dirley da Cunha Júnior nos traz a solução. Ensina em sua obra que “ao delegante não caberá qualquer 
responsabilização pelo ato praticado, visto que o delegado não age em nome do delegante, mas sim no 
exercício da competência que recebeu”. Ademais a própria Lei 9784/99 diz que as decisões adotadas 
por delegação devem mencionar explicitamente esta qualidade e considerar-se-ão editadas pelo 
delegado (art. 14§3°). 
 
e) Avocar 
 
É justamente o oposto de delegação. Se lá a autoridade transfere parte de suas atribuições, na 
avocação ele chama pra si uma parte das atribuições de seus subalternos, desde que inexista vedação 
legal. 
Segundo o art. 15 da mencionada Lei 9784/99 “Será permitida, em caráter excepcional e por 
motivos relevantes devidamente justificados, a avocação temporária de competência atribuída a órgão 
hierarquicamente inferior”. 
 
OBSERVAÇÃO: 
 
João Trindade Cavalcante Filho aponta, de forma didática, as características e diferenças entre os 
dois institutos. 
 
Observe o esquema: 
 
 DELEGAÇÃO AVOCAÇÃO 
Motivação Obrigatória SIM SIM 
Publicação Obrigatória SIM SIM 
Revogável a qualquer tempo SIM SIM 
Transitória ou Permanente Transitória Transitória 
Exige subordinação hierárquica Não Sim 
 
 
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Note essa última característica. Geralmente a delegação deflui de uma relação hierárquica. 
Entretanto, nada obsta que a delegação ocorra entre órgãos que não haja nenhuma relação de 
subordinação. Ou como diz a Lei, “ainda que estes não lhe sejam hierarquicamente subordinados”. 
Exemplo: Secretaria de Obras de um Município recebe um requerimento ligado ao regime funcional do 
servidor. Pode delegar essa matéria a Secretaria de Administração. 
ATENÇÃO: 
 
Vale sublinhar, de acordo com as lições de Hely Lopes Meirelles, que não há hierarquia no Judiciário e 
no Legislativo em relação às suas funções próprias, pois hierarquia é caráter privativo da função 
administrativa, como elemento básico da organização e da ordenação dos serviços administrativos. 
Logo, apenas se esses Poderes estiverem desempenhando função atípica ou imprópria relacionado a 
atividade administrativa, haverá hierarquia. 
 
2.2. Poder Disciplinar 
 
Poder disciplinar é o poder conferido à Administração que lhe permite instaurar processos e 
impor penalidades aos seus agentes em razão da prática de infrações funcionais como também a 
terceiros, desde que com esses exista um vínculo específico (ex.: as concessionárias de serviços 
públicos; alunos de universidades públicas). 
 
 As penalidades devem está prevista em Lei, que no caso das aplicadas aos servidores, estarão 
previstas nos respectivos estatutos. Assim, se o servidor público for federal, as penalidades estão 
previstas nos artigo 127 da Lei 8.112/90 (advertência; suspensão; demissão; cassação de aposentadoria 
ou disponibilidade; destituição de cargo em comissão, destituição de função de confiança). 
 
Segundo DI Pietro, o exercício do poder disciplinar é discricionário, visto que o administrador 
público, ao aplicar sanções, poderá fazer um juízo de valores (conveniência e oportunidade), devendo 
aplicar a sanção que julgar cabível para cada uma das diversas infrações disciplinares, ou ainda deixar de 
aplicar a sanção se as características do caso concreto justificarem tal medida. 
 
No entanto, não há discricionariedade ao decidir pela apuração ou não da falta funcional. Não há 
assim a liberdade de escolha entre punir e não punir, pois, tendo ciência da falta praticada, é 
imprescindível a instauração de processo administrativo, sob pena, inclusive, de cometimento do crime 
de condescendência criminosa (artigo 320, do Código Penal). 
 
No mais a mais, é preciso dizer que na aplicação de quaisquer das sanções disciplinares, deve-se 
observar a aplicação de procedimento administrativo regular, com possibilidade de exercício de ampla 
defesa, mediante oferecimento do contraditório. É o que estabelece o artigo 5.º, inciso LIV e LV da 
Magna Carta. 
 
Observação 1: É indispensável a presença de advogados nos processos administrativos disciplinares? 
Não. Súmula Vinculante n° 5: “A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo 
disciplinar não ofende a Constituição” 
 
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Observação 2: Antes de 1988, existiam alguns institutos de aplicação sumária das sanções disciplinares. 
Esses institutos não estabeleciam a necessidade de processo administrativo e, por conseguinte, de 
contraditório. Por isso, são considerados inconstitucionais. É o caso,por exemplo do a) termo de 
declaração ( espécie de confissão, por escrito, por parte do agente público assumindo determinada 
infração de ordem funcional, autorizando a aplicação da sanção disciplinar (mea culpa) b) verdade 
sabida: aplicação de penalidade diretamente pela autoridade, em razão desta ter presenciado a prática 
de determinadainfração, sem possibilidade de contraditório e ampla defesa. 
 
Observação 3: Não esqueça que o Poder Disciplinar também pode se voltar para particulares que 
possuem vínculo específico com administração. Mas repare: é imprescindível tal vínculo específico, 
como um contrato. A propósito, observe, desde logo, essa questão da CEBRASPE, cobrando exatamente 
esse ponto: “Decorre do poder disciplinar do Estado a multa aplicada pelo poder concedente a uma 
concessionária do serviço público que tenha descumprido normas reguladoras impostas pelo poder 
concedente”. (Gabarito Definitivo: correto) 
 
2.3. Poder Normativo/Poder Regulamentar: 
 
O poder Normativo/Regulamentar é o poder conferido a Administração Pública para expedir 
uma norma que detalhará aplicação de algum assuntos de maneira geral, abstrata e impessoal. 
 
Dentre esses atos normativos ganha importância os emitidos pelos chefes do Executivo que são 
os Decretos/Regulamentos. 
 
Os Decretos Normativos por sua vez podem ser de dois tipos: decretos de Execução e decretos 
Autônomos. 
 
Os decretos de execução, segundo o magistério de Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino, são 
regras jurídicas editadas em função de uma Lei prévia. O seu fundamento é o artigo 84, IV da CF. Esses 
decretos não podem ser delegados, conforme o parágrafo único do artigo 84 da CF. 
 
Já os decretos autônomos tem seu fundamento no artigo 84, inciso VI CF e, portanto, tem a sua 
utilização restrita aos assuntos ali mencionados. Assim. só é possível a utilização do decreto autônomo 
quando estiver relacionada: 
 
a) organização e funcionamento da administração federal e desde que não implique aumento 
de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos (alínea “a”); 
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos (alínea “b”). 
 
Ao contrário dos decretos de execução, os decretos autônomos podem ser delegados a outras 
autoridades administrativas, tal como aos Ministros de Estado, conforme previsão do artigo 84, 
parágrafo único, da CF. 
 
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2.4 PODER DE POLÍCIA 10 
 
a) CONCEITO: 
Poder de polícia, para a doutrina majoritária, é o poder conferido à Administração Pública para 
condicionar, restringir, frenar o exercício de direitos e atividades dos particulares em nome dos 
interesses da coletividade. Também é chamado em outros países de “Limitações Administrativas a 
propriedade e a Liberdade”. 
 
Ao lado do conceito doutrinário, existe também o conceito legal de Poder de Polícia. É o que 
estabelece o art. 78, caput, do Código Tributário Nacional, a saber: 
 
“Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou 
disciplinando direito, interêsse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão 
de intêresse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da 
produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou 
autorização do Poder Público, à tranqüilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos 
individuais ou coletivos”. 
 
O princípio informador deste poder, que autoriza o Poder Público a condicionar ou restringir o 
exercício de direitos e as atividades dos particulares, é a supremacia geral do interesse público sobre o 
interesse particular. 
 
b) MANIFESTAÇÕES: 
 
1.Preventiva: 
 
Atua por meio de normas limitadoras ou condicionadoras de conduta dos que utilizam bens ou 
exercem atividades que possam afetar a coletividade, bem como pela fiscalização de sua observância 
pelos particulares, outorgando alvarás a esses que cumpram determinados requisitos. 
 
Exemplos: Ato normativo que proíbe a venda de bebidas alcoólicas a menores, aplicável a todos 
os estabelecimentos comerciais; Licença concedida por determinada autarquia profissional para que 
alguém exerça uma atividade regulamentada; Autorização para estabelecimentos comercializarem fogos 
de artifício. 
 
Cumpre destacar, desde logo, as diferenças marcantes entre Licença e Autorização no exercício 
de Poder de Polícia preventiva, embora ambas sejam formalizadas através de alvará. Observe o 
esquema: 
 
 
10.Segundo a doutrina (Di Pietro e Celso Antônio), Poder de Polícia pode ser visto em dois sentidos: 1) em sentido amplo, relacionado a 
qualquer atividade estatal que limita a atividade privada em favor do interesse público, abrangendo atos do Legislativo e do Executivo.; 
2)em sentido estrito relacionado a própria atividade administrativa, compreendendo apenas atos do Poder Executivo. 
 
 
 
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TIPO DE ATO Natureza Exemplo 
Exemplo de forma de 
extinção 
LICENÇA Vinculado Licença para Dirigir Cassação 
AUTORIZAÇÃO 
Discricionário Autorização para 
estabelecimentos 
comercializarem fogos de 
artifício 
Revogação 
 
 
3. Repressiva: 
 
Consubstancia-se na aplicação de sanções àqueles que desobedecerem as normas de policia. Ex.: 
embargo a uma construção irregular, guincho de um carro, destruição e inutilização de bens e etc. 
 
c) CARACTERISTICAS OU ATRIBUTOS: 
 
 
c1) Discricionariedade: 
 
 Via de regra, o ordenamento permite um juízo de conveniência e oportunidade na prática de 
atos decorrentes do poder de polícia, porém, em alguns casos, a discricionariedade não se aplica, a 
exemplo da licença para dirigir veículo automotor, pois, preenchidos os requisitos legais, não é 
permitido à autoridade a sua não-expedição. 
 
c2) Autoexecutoriedade: 
 
É o poder que possuem os atos administrativos de serem executados materialmente pela própria 
administração independentemente de manifestação do Poder Judiciário. 
 
Maria Sylvia Zanella Di Pietro dissocia a Autoexecutoriedade em duas facetas: 
 
- Exigibilidade: toma decisões criando obrigações sem precisar ir previamente ao Poder Judiciário. Aqui 
aparecem os meios indiretos de coerção, tal como a aplicação de multa; 
 
- Executoriedade: permite a administração executar ou atuar diretamente a sua decisão sem precisar 
do Poder judiciário. Aqui aparece os meios diretos de coerção, podendo ser utilizado a força. Ex. 
dissolução de uma passeata; demolição de um prédio que ameaça desabar. 
 
 É bom lembrar que a cobrança do valor da multa de trânsito é uma exceção à regra da auto-
executoriedade, pois, salvo quando espontaneamente satisfeita pelo autuado, à Administração é defesa 
a sua exigência pela via administrativa, tornando-se necessária a execução fiscal, via Judiciário, do 
referido quantum. 
 
 
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c3) Coercibilidade ou Imperatividade: 
 
 Segundo Alexandrino e Paulo, a coercibilidade é traduzida na possibilidade de as medidas 
adotadas pela Administração serem impostas coativamente ao administrado, mediante o emprego da 
força, caso o particular resista ao ato de polícia. 
 
 Alguns atos não possuem esse atributo. Por exemplo, os chamados atos de consentimento 
(como a exigência de obtenção de licenças ou autorizações) não há vestígio desse atributo. 
 
Observação: 
Parte da doutrina, como Di Pietro, destaca, além das já citadas, outra característica do poder de policia: 
o fato de ser umaatividade negativa. Ora, o exercício do poder de policia muito está ligado a uma 
obrigação de não fazer, uma imposição de abstenção ao particular, diferentemente dos serviços 
públicos em que o poder público realiza uma atividade positiva, uma prestação de fazer. 
 
c) SETORES DA POLICIA ADMINISTRATIVA 
 
 A polícia administrativa manifesta-se através de diversos campos, podendo-se apontar, a título 
de exemplificação, o quadro a seguir: 
 
POLICIA ADMINISTRATIVA FUNÇÃO 
De vigilância sanitária Voltada à proteção da saúde pública; 
De pesos e medidas Destinada à fiscalização dos padrões de medida, em 
defesa da economia popular 
Edilícia Relativa às edificações 
De trânsito Para garantia da segurança e ordem nas vias e 
rodovias 
Florestal Volvida na defesa da flora 
Caça e pesca Vocacionada à proteção da fauna terrestre e 
aquática 
 
d) SANÇÕES DECORRENTES DO PODER DE POLÍCIA 
 
 O exercício do poder de polícia ficaria frustrado se não estivesse aparelhado de sanções para o 
caso de desobediência à ordem legal de autoridade competente. 
 
 Essas sanções são fixadas em diversas Leis. Uma das mais importantes é o Código de Obras e 
Posturas do Município (Lei 5530/81) que traz, no art. 737, como sanções: Multa, Embargo, Apreensão e 
perda de bens e mercadorias, Interdição, Suspensão, Cassação de licença e desfazimento, demolição ou 
remoção. 
 
 Conforme leciona Reinaldo Moreira Bruno, é importante notar que uma mesma conduta poderá 
ensejar uma ação punitiva de natureza administrativa como também constituir-se em infração penal. 
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No que tange as sanções administrativas, a Lei Federal nº 9.873/99 estabelece o prazo prescricional de 
5 anos, a contar da prática do ato, ou, na hipótese de infração permanente ou continuada, do dia em 
que houver cessado. 
 
e) DISTINÇÕES 
 
 Maria Sylvia Zanella Di Pietro divide o Poder de Polícia em dois segmentos: polícia 
administrativa e polícia judiciária. Conforme a mencionada doutrinadora, um dos pontos em que existe 
distinção entre os dois institutos é que a primeira é predominantemente preventiva e a segunda é 
predominantemente repressiva. Segue as palavras da mestra: 
 
"A principal diferença que se costuma apontar entre as duas está no caráter preventivo da polícia 
administrativa e no repressivo de polícia judiciária. A primeira terá por objetivo impedir as ações anti-
sociais e, a segunda, punir os infratores da lei penal." 
 
 Odete Medauar, citando o festejado Hely Lopes Meirelles, aponta uma outra diferença entre as 
duas expressões, agora sob o aspecto orgânico: a polícia administrativa é inerente e se difunde por toda 
a Administração e a polícia judiciária concentra-se em determinados órgãos especializados de 
segurança. 
 
 O insigne Celso Antônio Bandeira de Mello, ao refletir sobre os dois institutos, aponta a 
importância da distinção. São palavras do mestre: “A importância da distinção entre polícia 
administrativa e polícia judiciária está em que a segunda rege-se na conformidade da legislação 
processual penal e a primeira pelas normas administrativas.” 
 
 A doutrina moderna também não dispensa de fazer a distinção ululante entre os dois institutos. 
Raquel Melo Urbano de Carvalho, ao falar da policia administrativa ensina que ela possui como objetivo: 
“ impedir condutas prejudiciais aos interesses sociais, motivo por que se limitam o exercício de direitos, 
atividades ou fruição de bens”. Já em relação a policia judiciária, aduz a citada doutrinadora: “pressupõe 
a ocorrência de um ilícito penal e prepara a persecução penal, instrumentalizando-se em medidas como 
auto de prisão em flagrante e inquérito policial.” 
 
G) CICLO DO PODER DE POLÍCIA 
 
 
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A ordem de polícia ou legislação é a edição de normas que condicionem ou restrinjam direitos. 
Mas, ressalta-se, que qualquer restrição ou condicionamento depende de lei e esta lei pode ser 
posteriormente regulamentada por atos infralegais. 
 
O consentimento de polícia é a anuência prévia da administração. Em certos casos, para que o 
particular exerça determinas atividades é preciso pedir a administração pública. Isso ocorre por meio de 
licenças e autorizações. 
 
A fiscalização ocorre quando se verifica o cumprimento das normas constantes na ordem de polícia ou 
no consentimento de polícia. 
 
A sanção de polícia é a coerção imposta ao infrator pelo descumprimento da ordem ou do 
consentimento. 
 
E QUAIS DESSAS FASES PODE HAVER DELEGAÇÃO: 
 
No âmbito do STJ, entende-se que é possível pessoas delegar as atividades de consentimento e 
fiscalização para as entidades privadas e juridicas de direito privado. 
 
E para o STF? 
 
ATENÇÃO: RE 633782 - 28/10/2020 
 
 
http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=4005451
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Observe a notícia: 
 
Por maioria, o Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que é constitucional a delegação da 
atividade de policiamento de trânsito à Empresa de Transporte e Trânsito de Belo Horizonte – BHTrans, 
inclusive quanto à aplicação de multas. A decisão se deu na sessão virtual encerrada em 23/10, no 
julgamento do Recurso Extraordinário (RE) 633782, com repercussão geral reconhecida (Tema 532). 
 
O caso concreto discutia se a BHTrans, sociedade de economia mista (pessoa jurídica de direito privado), 
pode exercer poder de polícia de trânsito. O Superior Tribunal de Justiça (STJ) havia decidido que a 
empresa não tinha competência para aplicar multas de trânsito. O STF, no entanto, reconheceu a 
compatibilidade constitucional da delegação da atividade sancionatória. 
 
Delegação 
 
A maioria do Plenário seguiu o voto do relator, ministro Luiz Fux. Ele afirmou que a Constituição Federal, 
ao autorizar a criação de empresas públicas e sociedades de economia mista que tenham por objeto 
exclusivo a prestação de serviços públicos de atuação típica do Estado, autoriza, consequentemente, a 
delegação dos meios necessários à realização do serviço delegado, sob pena de inviabilizar a atuação 
dessas entidades. 
 
Na sua avaliação, mais relevante do que restringir os possíveis órgãos estatais com competência para o 
exercício do poder de polícia e, por conseguinte, para a aplicação de sanções, é identificar caminhos para 
melhor racionalização e sistematização do direito punitivo estatal, que também se materializa por meio 
desse poder da administração. “O papel ordenador, regulatório e preventivo do poder de polícia é que 
deve ganhar o devido destaque no cenário atual, ainda que exercido por pessoas integrantes da 
administração pública e constituídas sob o regime de direito privado”, assinalou. 
 
Poder de polícia 
 
O relator destacou que, no julgamento do RE 658570, o STF decidiu que o poder de polícia não se 
confunde com segurança pública. Assim, seu exercício não é prerrogativa exclusiva das entidades 
policiais. Segundo ele, a fiscalização do trânsito com aplicação de sanções administrativas constitui mero 
exercício de poder de polícia. "Verifica-se que, em relação às estatais prestadoras de serviço público de 
atuação própria do Estadoe em regime de monopólio, não há razão para o afastamento do atributo da 
coercibilidade inerente ao exercício do poder de polícia, sob pena de esvaziamento da finalidade para a 
qual aquelas entidades foram criadas", concluiu. 
 
Tese. A tese de repercussão geral fixada foi a seguinte: “É constitucional a delegação do poder de 
polícia, por meio de lei, a pessoas jurídicas de direito privado integrantes da Administração Pública 
indireta de capital social majoritariamente público que prestem exclusivamente serviço público de 
atuação própria do Estado e em regime não concorrencial”. 
 
 
 
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✓ USO E ABUSO DE PODER 
 
 Na lição de Gustavo Barchet, diz-se que há uso do poder quando o agente público, ao exercer 
suas funções, o faz de forma regular, em conformidade com as leis e princípios administrativos que 
regem sua atuação. 
 
 Figura oposta ao uso do poder é o abuso do poder, vício que, uma vez verificado em 
determinado ato administrativo, seja ele omissivo ou comissivo, conduz, regra geral, à sua nulidade, 
que pode ser declarada pela própria Administração, agindo de ofício, ou pelo Poder Judiciário. 
 
 O abuso de poder é gênero que comporta duas espécies: o excesso de poder e o desvio de 
poder. O primeiro se verifica quando o agente atua fora da sua competência; o segundo, quando o 
agente, apesar de não ultrapassar sua competência, pratica o ato com finalidade diversa do interesse 
público ou daquela prevista em lei. Observe: 
 
A) Excesso de Poder 
Vício na competência 
Quando o agente age fora dos limites de suas atribuições, produzindo ato para o qual é incompetente. 
Ex.: Decreto regulamentador expedido por um secretário de estado 
 
B) Desvio de Poder: 
Vício na finalidade. (Daí porque também é chamado de desvio de finalidade.) 
Duas possibilidades: 
- o agente realiza um ato com fim diverso do interesse público, ou seja, com fim particular, seu ou de 
terceiro; 
Ex.: Ato para beneficiar a si próprio, um amigo ou parente 
- o agente busca uma finalidade ainda que de interesse público, alheia a categoria do ato que utilizou. 
Ex.: remoção ex officio de um servidor como forma de punição. 
 
 Segundo Fernanda Marinela, todo abuso de poder caracteriza uma ilegalidade mas nem toda 
ilegalidade decorre de conduta abusiva. 
 
CAPÍTULO 
4 
ATOS ADMINISTRATIVOS 
 
1) DEFINIÇÃO: 
 
A Administração Pública pratica diversos tipos de atos. Tais atos podem ser genericamente 
denominados de ATOS DA ADMINISTRAÇÃO. 
 
Exemplos: 
 
 
 
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• Atos regidos pelo Direito Privado: ocorre quando a Administração Pública realiza atos de gestão de 
seus bens e interesses e agindo em condições de igualdade com o administrado. Exemplo: Quando a 
Administração Pública realiza uma doação ou uma permuta ou quando aluga um imóvel para nele 
instalar um órgão público e etc. 
 
• Atos políticos ou de governo: estão sujeitos ao regime jurídico-constitucional e não propriamente ao 
regime jurídico-administrativo. Exemplo: a iniciativa de lei pelo Executivo, sua sanção ou veto, as 
deliberações dos órgãos legislativos (também chamados atos “interna corporis”) e etc. 
 
• Atos Materiais: Esses atos não expressam declarações de vontade, sendo apenas atos de execução. 
Por isso, alguns autores não denominam de atos e sim fatos. Exemplos: Demolição de uma casa pela 
Secretaria de Obras do Municipio, apreensão de uma mercadoria pela Receita Federal etc. 
 
• ATOS ADMINISTRATIVOS 
 
São os atos jurídicos que se sujeitam ao regime-jurídico administrativo. 
 
Note, então, que a expressão atos da administração é bem mais ampla e engloba o conceito de 
atos administrativos. Mas o que é ato administrativo? 
 
 Antes de tudo, é interessante desde logo destacar que não há uma Lei que defina, trate e 
sistematize a matéria “ato administrativo”. Até existem algumas leis que tangencialmente abordam o 
assunto (como é o caso da Lei 4.717/65 e Lei 9784/99), mas longe de se dedicarem exclusivamente ao 
tema. Por esse motivo, conceituar ato administrativo é tarefa da doutrina e traz como conseqüência 
divergências entre eles 11. 
 
 Celso Antônio Bandeira de Mello conceitua ato administrativo como toda “declaração do Estado, 
ou de quem lhe faça as vezes, no exercício de prerrogativas públicas, manifestada mediante 
providências jurídicas complementares da lei, a título de lhe dar cumprimento, sujeito a controle de 
legitimidade por órgão jurisdicional”. 
 
 Destrinchando os elementos desse conceito e tendo em vista a importância desse ponto, Dirley 
da Cunha Júnior, didaticamente, aponta o significado de uma cada uma das partes da definição. 
Acompanhe: 
 
 
 
 
11.Hely Lopes Meirelles define ato administrativo como “toda manifestação unilateral de vontade da Administração Pública que, agindo 
nessa qualidade, tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar direitos, ou impor obrigações aos 
administrados ou a si própria.” Já Maria Sylvia Zanella Di Pietro entende como uma “declaração do Estado ou de quem o represente, que 
produz efeitos jurídicos imediatos, com observância da Lei, sob regime jurídico de direito público e sujeita a controle pelo Poder 
Judiciário. 
 
 
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PARTES DA DEFINIÇÃO SIGNIFICADO 
“Declaração Jurídica” 
É uma manifestação que produz efeitos 
jurídicos como criar, declarar, modificar e 
extinguir direitos ou obrigações. 
“Provém do Estado ou de lhe faça as 
vezes” 
Quando se diz que provém do Estado, se quer 
dizer que os três Poderes Estatais praticam 
atos administrativos, ainda que atipicamente 
(como o Poder Legislativo e Judiciário). Como a 
função administrativa é delegável a 
particulares, os concessionários e 
permissionários exercitam função 
administrativa e por isso podem produzir 
também atos administrativos. 
“No exercício de prerrogativas públicas” 
O ato administrativo é praticado na posição de 
autoridade, como fruto da supremacia do 
interesse público sobre o particular. 
“Providências jurídicas complementares 
da lei” 
Os atos administrativos são, via de regra, 
infralegal, ou seja, complementam e executam 
uma Lei. 
“Sujeito a controle de legitimidade por 
órgão jurisdicional” 
Todo ato administrativo, dentro de certos 
limites, pode ser revisto pelo Poder Judiciário, 
se for provocado. 
 
Para que um ato seja considerado “ato administrativo” é preciso que ele possua exatamente todas 
as características acima citadas. 
 
Imagine a seguinte situação: Alcebíades, servidor público federal, ocupa um cargo público de 
técnico administrativo no INSS e está lotado na cidade de Vento Forte. Após 6 anos de trabalho nessa 
repartição, o INSS desloca Alcebiades para uma das agências na cidade de Minuano. 
 
 Esse é o típico caso de “Remoção ex officio”. Será, porém, que esse ato é um “ato 
administrativo”? 
Vejamos: 
 
- Esse ato é uma declaração jurídica? 
Sim, com ela o poder público modifica o servidor de lotação. 
- O ato provém do Estado? 
Sim, afinal o INSS é uma autarquia federal. 
- O ato é no exercício de prerrogativas públicas? 
Sim, Alcebíadesterá que exercer suas atividades em outro local, já que lá carece mais dos serviços 
dele; 
 
 
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- Providências jurídicas complementares da lei? 
Sim, a remoção é permitida pela Lei 8.112/90 e um ato infralegal; 
 
- Sujeito a controle de legitimidade por órgão jurisdiciona? 
Sim. Se eventualmente a remoção fosse realizada pela autoridade por razões pessoais ou como 
forma de punição, Alcebiades poderia procurar o Poder Judiciário para reverter (anular) essa 
remoção. 
 
 Qual a conclusão que se chega? Ora, a remoção ex officio, como possui todas as características 
acima, é sim um ato administrativo. 
 
Ocorre que se tomarmos como exemplo outros tipos de atos, como um contrato administrativo ou 
um regulamento, perceberemos que eles possuem as mesmas características acima apontadas. Mas não 
parece estranho que a remoção ex officio, contrato administrativo e regulamento, com naturezas tão 
díspares, pertençam a um mesmo conjunto? 
 
 Pois bem, refletindo sobre isso, a doutrina especifica o conceito acima, surgindo o ato 
administrativo em sentido estrito. Com efeito, pra se chegar a esse conceito, acrescentam mais duas 
características: pra ser ato administrativo tem que ser UNILATERAL (quando existe bilateralidade 
estamos diante de um contrato e não um ato) e produzir efeitos CONCRETOS (e não abstratos como os 
regulamentos, ou seja, a remoção não foi genérica e sim para o servidor Alcebíades). 
 
 Dessa forma, os contratos administrativos e regulamentos até podem ser considerados atos 
administrativos, mas só nesse sentido mais amplo. Isso quer dizer, que só a remoção “ex officio” pode 
ser considerada mesmo ato administrativo em sentido estrito ou propriamente dito, já que, além 
daquelas características gerais, possui mais dois pontos específicos: é unilateral e produz efeitos 
concretos. 
 
2) REQUISITOS OU ELEMENTOS DO ATO ADMINISTRATIVO: 
 
Todo ato administrativo é formado por requisitos ou elementos. Nessa parte da matéria, iremos 
estudar as partes do ato administrativo, sendo, como prefere dizer Humberto Fragola, o estudo da 
anatomia do ato administrativo. 
 
Prevalece o entendimento que os requisitos ou elementos do ato administrativo são: 
 
- Sujeito ou competência ou sujeito competente; 
- Finalidade; 
- Forma; 
- Motivo; 
- Objeto ou conteúdo 
 
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Abaixo segue os principais apontamentos sobre cada um desses elementos, assim como os 
respectivos vícios. Já que estudar os requisitos do ato administrativo é estudar a anatomia deles, iremos 
também apontar quais as patologias ou vícios mais comum em cada um desses elementos. 
 
A) COMPETÊNCIA: 
 
Segundo Maria Sylvia Zanella Di Pietro, competência é o conjunto de atribuições das pessoas jurídicas, 
órgãos e agentes, fixadas pelo direito positivo. Inicialmente, é necessário verificar se a Pessoa Jurídica 
tem atribuição para a prática daquele ato. É preciso saber, em segundo lugar, se o órgão daquela 
Pessoa Jurídica que praticou o ato, estava investido de atribuições para tanto. Finalmente, é preciso 
verificar se o agente público que praticou o ato, fê-lo no exercício das atribuições do cargo. O problema 
da competência, portanto, resolve-se nesses três aspectos. 
 
Aplicam-se as seguintes regras: 
 
• Decorre sempre de lei, não podendo o próprio órgão estabelecer, por si, as suas atribuições; 
• É inderrogável, seja pela vontade da Administração, seja por acordo com terceiros; 
• Pode ser objeto de delegação ou de avocação, desde que não se trate de competência conferida a 
determinado órgão ou agente, com exclusividade, pela Lei. 
 
Ainda é preciso destacar, que embora a competência seja irrenunciável, ela permite a 
transferência temporária do exercício através da delegação e avocação. Mas o que eles significam? 
 
Bom, esses dois institutos (delegação/avocação) estão previstos expressamente na Lei 9.784/99. 
É ela que estabelece os contornos principais sobre o assunto. Delegar é transferir atribuições. Já 
avocar é atrair atribuições de outrem. 
 
João Trindade Cavalcante Filho aponta, de forma didática, as características e disferenças entre 
os dois institutos. Observe o esquema: 
 
 DELEGAÇÃO AVOCAÇÃO 
Motivação Obrigatória SIM SIM 
Publicação Obrigatória SIM SIM 
Revogável a qualquer tempo SIM SIM 
Transitória ou Permanente Transitória Transitória 
Exige subordinação hierárquica Não Sim 
 
Existem algumas matérias que não podem ser delegadas (art. 13 da Lei 9.784/99): - a edição de 
atos de caráter normativo; a decisão de recursos administrativos; - as matérias de competência 
exclusiva do órgão ou autoridade. 
 
 
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Observação: 
Caso inexista competência legal específica, por qual autoridade o processo deve ser iniciado? Segundo 
a Lei 9784/99 (art. 17), o processo administrativo deverá ser iniciado perante a autoridade de menor 
grau hierárquico para decidir. 
 
VÍCIOS NA COMPETÊNCIA: Usurpação de Função, Excesso de Poder; Funcionário de Fato. 
 
B) FINALIDADE: 
 
É o resultado que a Administração quer alcançar com a prática do ato. É o efeito MEDIATO do 
ato. 
Pode-se falar em finalidade em dois sentidos: 
 
O Administrador não pode fugir da finalidade, seja ela em sentindo amplo, seja a que a lei 
imprimiu ao ato, sob pena de NULIDADE do ato pelo DESVIO DE FINALIDADE. 
 
VÍCIO: é justamente o DESVIO DE FINALIDADE ou DESVIO DE PODER. Por exemplo, servidor que é 
removido da repartição, pelo seu chefe imediato, como forma de puni-lo. Ora, esse ato (remoção) 
possui um vício já que a remoção não é forma de punição e nem pode ser utilizada como tal. E se for? 
Aí, o servidor pode entrar na via judicial, pra anular sua remoção e, como conseqüência, voltar ao local 
de origem. 
 
C) FORMA: 
 
A forma pode ser encarada em dois sentidos: 
 
Observando a forma no sentido estrito, se exige, como regra, a forma escrita, podendo a Lei, 
eventualmente, determinar uma forma especial, como decreto, portaria e etc. 
 
Excepcionalmente, admitem-se formas não-escritas como as verbais (ordens dada pelo chefe ao 
seu subordinado), gestuais (guarda de transito gesticulando para automóveis seguirem no fluxo do 
trânsito), placas (como placas de trânsito) e etc. 
 
VÍCIO: Omissão da Forma ou observância incompleta ou irregular. 
 
ATENÇÃO: 
Integra o conceito de forma a motivação do ato administrativo. Motivação é a exposição dos fatos e do 
direito que serviram de fundamento para a prática do ato. É a justificação do ato. Com efeito, se faltar a 
motivação em um ato, em que ela seja exigida, teremos um vício, e um vício de forma, já que ela não 
foi observada completamente. 
 
D) MOTIVO: 
 
 
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 É o pressuposto de fato e de direito que autoriza ou exige a prática do ato administrativo. Sãoas razões que levaram a prática do ato administrativo. 
 
 Exemplo: Condutor foi multado em R$ 150,00 porque estava com dirigindo em velocidade acima 
do permitido. Qual o motivo do ato? Excesso de velocidade do condutor. 
 
 VÍCIO: Ausência de motivo ou indicação de motivo falso. Entra aqui, inclusive, a teoria dos 
motivos determinantes. Sobre ela falaremos nos pontos seguintes. 
 
E) OBJETO: 
 
É o efeito imediato do ato que cria, modifica ou extingue uma relação jurídica. É o resultado 
prático do ato. Esse requisito configura a própria alteração no mundo jurídico que o ato administrativo 
se propõe a processar. 
 
Exemplo (da lição de Fernanda Marinela): Nomeação de servidor público. O objeto é o “admitir o 
indivíduo no serviço público-atribuir um cargo a alguém”. 
 
ATENÇÃO: 
Fernanda Marinela, traz, em sua bela obra, com a clareza de sempre, as diferenças cruciais entre 
motivo, objeto e finalidade. Antes de distingui-los, observe a seguinte situação: 
 
“DISSOLUÇÃO DE UMA PASSEATA TUMULTUOSA”. 
 
MOTIVO: é uma ocorrência antecedente que provoca a edição do ato. Na situação, qual o 
motivo? O tumulto. 
OBJETO: é o efeito jurídico IMEDIATO do ato. É o resultado prático, a conseqüência gerada pelo 
ato. Na situação, qual o objeto? A dissolução propriamente dita. 
FINALIDADE: é o efeito jurídico MEDIATO do ato. É o algo que a administração quer alcançar. Na 
situação, qual a finalidade? Proteção da ordem pública. 
 
3) VINCULAÇÃO E DISCRICIONARIEDADE: 
 
a) Atos Vinculados: 
 
 No ato vinculado, a lei, de forma antecipada ou prévia, já estabelece um único modo de agir pelo 
administrador diante do caso concreto. Com efeito, a lei regulou o ato de tal forma que não há espaço 
para juízos de conveniência e oportunidade. O administrador não tem liberdade para decidir quanto irá 
atuar ou mesmo quanto ao modo de atuação. 
 
 Essa ausência de liberdade no ato vinculado, pode ser comparada, no dizer de Odete Medauar, 
ao da funcionária de um teatro a quem o espectador mostra sua entrada numerada, cabendo a ela 
somente indicar o lugar marcado no bilhete. 
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 E por que não existe liberdade de escolhas no ato vinculado? A resposta é simples: No ato 
vinculado, todos os requisitos/elementos estão previamente determinados em Lei, ou seja, no ato 
vinculado todos os elementos estão vinculados à Lei. 
 
Se aproximássemos uma lupa de um ato vinculado, nós o enxergaríamos assim: 
 
ATO VINCULADO 
COMPETENCIA 
 
Elementos Vinculados 
 
FINALIDADE 
FORMA 
MOTIVO 
OBJETO 
 
Exemplo de ato vinculado: Concessão de aposentadoria compulsória ao servidor que completou 
70 anos de idade. Nesse caso, ocorrendo o motivo (completar 70 anos), a Administração está vinculada 
a realizar o objeto, ou seja, conceder o benefício da inatividade remunerada. 
 
b) Atos Discricionários: 
 
No ato Discricionário, ao contrário do vinculado, a lei confere ao administrador liberdade para 
agir diante de situações concretas, possibilitando um juízo de valor que deve ser exercido dentro dos 
limites da lei e de forma que melhor atenda ao interesse público. 
 
Essa presença de liberdade no ato discricionário pode ser comparada, ainda na linha da lição de 
Odete Medauar, à funcionária do teatro quando as entradas não são numeradas e então encaminha o 
espectador para onde quiser. 
 
 E por que existe liberdade de escolhas no ato discricionario? A resposta é simples: No ato 
discricionário, existem requisitos/elementos que o legislador deixou para o administrador valorar diante 
de cada caso concreto. Mas REPARE: ESSA LIBERDADE NÃO EXISTE EM TOSOS OS ELEMENTOS; SÓ EM 
ALGUNS. 
 
Se aproximássemos uma lupa de um ato discricionário, nós o enxergaríamos assim: 
 
ATO DISCRICIONÁRIO 
COMPETENCIA Elemento Vinculado 
FINALIDADE Elemento Vinculado 
FORMA Elemento Vinculado 
MOTIVO Elemento Discricionário 
OBJETO Elemento Discricionário 
 
Qual a conclusão? 
 
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No ato discricionário existem elementos vinculados e discricionários. E é apenas no motivo e no 
objeto que o ato discricionário revela o juízo de valor que o administrador possui na hora de tomar 
decisões administrativas. Juízo de valor que é pautado na conveniência e oportunidade, o chamado 
MÉRITO ADMINISTRATIVO. 
 
Exemplo de Ato discricionário: Exoneração de ocupante de cargo comissionado. A Lei não diz 
quais as razões para exonerar (não determina os motivos) e ainda assim ocorrendo alguma situação, 
autoridade pode exonerar ou não (liberdade na prática do objeto). O que vai nortear a autoridade pra 
tomar a decisão são as razões de conveniência e oportunidade, o chamado mérito administrativo. 
 
OBSERVAÇÕES: 
 
1) O que é motivação? Quais atos devem ser motivados: Os vinculados e/ou discricionários? 
 
Motivação é a exposição dos motivos que levaram a prática do ato. É a demonstração, por 
escrito, de que os pressupostos realmente existiram. 
 
Como regra, o ato administrativo deve ser motivado, em nome do principio da motivação12, seja 
ele vinculado ou discricionário. Entretanto, só excepcionalmente, admite-se que alguns atos não 
precisam de justificação. É o caso da “exoneração ad nutum”. 
 
2) O que é a TEORIA DOS MOTIVOS DETERMINANTES? 
 
 Se o Administrador invoca determinados motivos para a prática do ato, a legalidade dele fica 
subordinada à efetiva existência desses motivos invocados para a sua prática, de tal modo que, se 
inexistirem os motivos ou se eles forem falsos, implicará na nulidade do ato. Como leciona Maria Sylvia 
Zanella DI Pietro, quando a Administração motiva o ato, mesmo que a lei não exija motivação, ele só 
será válido se os motivos forem verdadeiros. 
 
4) ATRIBUTOS: 
 
A) PRESUNÇÃO DE LEGITIMIDADE/VERACIDADE: 
 
Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos, quando: 
I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses; 
II - imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções; 
III - decidam processos administrativos de concurso ou seleção pública; 
IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatório; 
V - decidam recursos administrativos; 
VI - decorram de reexame de ofício; 
VII - deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão ou discrepem de pareceres, laudos, propostas e relatórios oficiais; 
VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato administrativo. 
§ 1o A motivação deve ser explícita, clara e congruente, podendo consistir em declaração de concordância com fundamentos de anteriores pareceres, 
informações, decisões ou propostas, que, neste caso, serão parte integrante do ato. 
§ 2o Na solução de vários assuntos da mesma natureza, pode ser utilizado meio mecânico que reproduza os fundamentos das decisões, desde que não 
prejudique direito ou garantia dos interessados 
§ 3o A motivação das decisões de órgãos colegiados e comissões ou de decisões orais constará da respectiva ata ou de termo escrito. 
 
 
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Já sabemos que Administração Pública deve respeitar o principio da legalidade e só pode fazer o 
que a Lei determinaou autoriza. Sendo assim, pode-se inferir que quando a Administração Pública faz, 
ou seja, pratica ato administrativo, o faz respeitando a legalidade, tendo esse ato a presunção de que é 
legítimo (verdadeiro e conforme o direito); 
 
Em decorrência dessa presunção se diz que: 
 
 Os atos administrativos produzirão efeitos jurídicos imediatos, assegurando imediata eficácia e 
operacionalidade nas atividades do Poder Público; 
 
 Os documentos emitidos pela Administração terão fé pública e as entidades políticas e os 
respectivos servidores não poderão recusá-la. Aliás, é bom que se diga, que a Lei nº 8112/90, art.117, III, 
proíbe o servidor federal de recusar fé a documentos públicos e que, caso haja descumprimento, poderá 
ser punido com Advertência. 
 
 A presunção de legitimidade é atributo intrínseco de todo o ato da Administração Pública. 
 
 É importantíssimo destacar que essa é uma presunção apenas relativa (juris tantum), ou seja, 
admite prova em contrário, seja nos processos administrativos ou judiciais. 
 
Observações: 
 
1) Alguns autores utilizam a expressão presunção de legitimidade como sinônima de veracidade. 
Entretanto, outros autores fazem uma distinção sutil, tal como Celso Antônio Bandeira de Mello 
e Maria Sylvia Zanella Di Pietro. Acompanhe: 
 
- Presunção de legitimidade: diz respeito à conformidade do ato com a lei. 
- Presunção de veracidade: diz respeito aos fatos. 
 
2) Por conta dessa presunção, os recursos administrativos NÃO terão, como regra geral, efeito 
suspensivo (art.61, caput, da Lei 9.784/99). 
 
B) AUTO-EXECUTORIEDADE: 
 
É o atributo do ato administrativo pelo qual a Administração Pública pode exigir e executa 
medidas, independentemente de prévia manifestação do Poder Judiciário; 
 
A ideia central desse atributo reside na separação dos Poderes (art.2º da Constituição Federal). 
Ora, o Poder executivo pode praticar suas ações sem precisar de manifestação ou autorização do Poder 
Judiciário; 
 
EXCEÇÃO: Cláusulas de reserva judicial. São matérias só podem ser executadas com a autorização do 
Poder Judiciário. Por exemplo: se uma multa de trânsito não for paga pelo condutor, só é possivel 
receber o respectivo valor, se a entidade de trânsito entrar com um processo judicial de cobrança. 
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C) IMPERATIVIDADE: 
 
É a qualidade pela qual pode o Poder Público impor unilateralmente os atos, 
independentemente da concordância do particular. É o chamado Poder Extroverso da Administração. 
 
Vale destacar que a qualidade da imperatividade do ato administrativo o distancia dos atos 
privados, já que nesses, alguém só é obrigado a fazer algo se concordar com essa determinação. 
EXCEÇÃO: Atos Negociais. Esses atos, como a licença, permissão e autorização, só podem ser praticados 
se existir um encontro de vontades entre particular e Administração. Logo, dependem da concordância 
deles. 
 
D) TIPICIDADE (entendimento de Maria Sylvia Zanela Di Pietro): 
 
É o atributo pelo qual o ato administrativo deve corresponder a figuras definidas previamente 
pela lei como aptas a produzir determinados resultados. Para cada fianalidade que a Administração 
pretende alcançar existe um ato típico, definido em lei. Trata-se, na verdade, de uma decorrência do 
princípio da legalidade. 
 
Esse atributo só existe nos atos unilaterais, não sendo encontrado nos contratos. 
 
4) EXTINÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS: 
 
 São formas de Extinção do ato administrativo: - EXTINÇÃO NATURAL; - EXTINÇÃO SUBJETIVA; - 
EXTINÇÃO OBJETIVA; - RENÚNCIA e a RETIRADA. Dentre essas formas, destaca-se a RETIRADA que pode 
ser, por sua vez, pela caducidade, cassação, contraposição, anulação e revogação. 
 
CADUCIDADE ou decaimento: 
 
É a cessação dos efeitos do ato em razão de uma lei superveniente, com a qual esse ato é 
incompatível. A característica é a incompatibilidade do ato com a norma subseqüente. 
 
Exemplo: Fulano tem uma permissão para explorar parque de diversões em um certo local. Ocorre que, 
em face de uma nova lei, aquela área tornou-se incompatível com aquele tipo de uso esse ato 
(permissão) será extinto (caducidade); 
 
 CASSAÇÃO: 
 
Embora legítimo na sua origem e formação, torna-se ilegal na sua execução quando o destinatário 
descumpre condições preestabelecidas. 
 
Exemplo: Beltrano tem uma licença para funcionamento de um hotel. Ocorre que, meses depois, 
transformou em uma casa de tolerância. Esse ato (licença) deverá ser extinto (cassado) pela 
Administração. 
 
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CONTRAPOSIÇÃO ou derrubada: 
 
A prática de um ato posterior com efeitos opostos a um existente. 
Exemplo: Exoneração de um servidor que foi nomeado para cargo em comissão. A exoneração está em 
contraposição com a nomeação, pois os dois atos não podem existir mutuamente. 
 
ANULAÇÃO: 
 
É a supressão do ato administrativo por razões de ilegalidade e ilegitimidade. Pode ser 
examinado pelo Poder Judiciário e pela Administração Pública. 
Exemplo: Anulação de uma multa ilegal por infração inexistente. 
 
REVOGAÇÃO: 
 
É a extinção de um ato administrativo legal e perfeito, por razões de conveniência e 
oportunidade, pela Administração, no exercício do poder discricionário. 
Exemplo: Revogação de permissão para estabelecimento em banca de revistas em dada esquina, 
sob fundamento de que perturba a circulação de pedestres no local, que requer maior desafogo. 
 
 Pois bem, a súmula 473 do STF prevê tanto a anulação como a revogação. É o seu enunciado ”A 
ADMINISTRAÇÃO PODE ANULAR SEUS PRÓPRIOS ATOS, QUANDO EIVADOS DE VÍCIOS QUE OS 
TORNAM ILEGAIS, PORQUE DELES NÃO SE ORIGINAM DIREITOS; OU REVOGÁ-LOS, POR MOTIVO DE 
CONVENIÊNCIA OU OPORTUNIDADE, RESPEITADOS OS DIREITOS ADQUIRIDOS, E RESSALVADA, EM 
TODOS OS CASOS, A APRECIAÇÃO JUDICIAL” 
 
Tendo como base as definições acima e a mencionada súmula, é possível notar, no esquema a 
seguir, as principais diferenças entre os institutos: 
 
 
 ANULAÇÃO REVOGAÇÃO 
Quem pode 
ordenar 
ADMINISTRAÇÃO E 
JUDICIÁRIO 
ADMINISTRAÇÃO 
Motivo ILEGALIDADE CONVENIÊNCIA E OPORTUNIDADE 
Efeitos 
EX TUNC (efeitos 
retroativos) 
 
EX NUNC (efeitos não retroativos) 
Tipos de Atos 
 
ATOS VINCULADOS E 
DISCRICIONÁRIOS 
 
SÓ ATOS DISCRICIONÁRIOS 
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OBSERVAÇÕES: 
Essas observações só devem ser utilizadas se a questão de concurso, de algum modo, falar sobre 
esses pontos. Não falando, aplique as informações do esquema. Mas se a questão pedir um pouco mais, 
aplique também as seguintes observações: 
1) Ilegalidade é obviamente o ato que está desacordo com a Lei. Veja, por exemplo, o caso dos vícios 
nos elementos do ato administrativo. Mas não só. Hodiernamente se entende, que se um ato estiver 
desrespeitando um princípio, como o da proporcionalidade/razoabilidade, o ato também estará ilegal e, 
portanto, poderá ser anulado. 
2) Conforme se observa no esquema, o Poder Judiciário não pode revogar atos de um outro Poder. Se 
assim pudesse, estaria entrando no mérito administrativo, e isso é proibido. Entretanto, se o 
Poder Judiciário estiver no exercício de sua função administrativa,nada impede que ele possa revogar 
os seus próprios atos. Mas note: ele não pode NUNCA revogar atos de um outro Poder, só os seus. 
3) A anulação pode, eventualmente, ter efeitos ex nunc. Ocorrerá, por exemplo, quando um ato for do 
tipo ampliativo e o destinatário do ato estiver de boa fé. Por exemplo: Fulano, servidor público, está 
recebendo determinada gratificação, e, posteriormente, se descobre que esse pagamento é ilegal. Esse 
ato de gratificação é um ato ampliativo na esfera de direito do servidor, só que agora deverá ser 
anulado (já que está ilegal). Nesse caso, como o servidor estava de boa-fé, não está obrigado a devolver 
o que recebeu, porque a anulação terá efeitos ex nunc. 
4) A anulação possui limite temporal, ao contrário da revogação, que só possui limites materiais. Pois 
bem, diz o art. 54 da Lei 9784/99 : “O direito da Administração de anular os atos administrativos de que 
decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram 
praticados, salvo comprovada má-fé”. 
5) A doutrina, tal como Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo, arrola alguns tipos de atos que não podem 
ser revogados. São os tais limites materiais da revogação. Acompanhe: 
- os atos consumados, que exauriram seus efeitos; 
- os atos vinculados, porque nesses o administrador não tem liberdade de atuação; 
- os atos que geram direitos adquiridos, gravados como garantia constitucional ( CF, art 5°, XXXVI); 
- os atos que integram um procedimento, pois a cada novo ato ocorre a preclusão com relação ao 
ato anterior; 
- os atos enunciativos, porque seus efeitos são previamente estabelecidos em lei. 
 
5) CONVALIDAÇÃO: 
 
 Convalidação ou saneamento, na visão de Di Pietro, é o ato administrativo pelo qual é suprido o 
vício existente em um ato ilegal, com efeitos retroativos à data em que este foi praticado. 
 
 O fundamento da convalidação é a preservação da segurança jurídica e da economia processual, 
evitando-se que o ato viciado seja retirado, desfeito e, em decorrência, seus efeitos sejam 
desconstituídos. 
 
 A convalidação de um ato administrativo pressupõe a possibilidade da presença no direito 
público dos chamados atos anuláveis. 
 
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É aceita apenas pelos autores que diferenciam o ato nulo do anulável. Por isso, tradicionalmente, Hely 
Lopes Meirelles não aceita a convalidação dos atos, sustentando que os atos administrativos somente 
podem ser nulos. Para ele, no direito público não há lugar para os chamados atos anuláveis, como já 
assinalamos anteriormente. O ato administrativo é legal ou ilegal, é válido ou inválido. 
 
 Entretanto, contrariando posição anterior, aparece Celso Antônio Bandeira de Mello, que 
defende a convalidação, que em nada se incompatibiliza com os interesses públicos, pois, com ela, há 
um restabelecimento da legalidade suprimida. 
 
 Aliás, foi a posição defendida, entre outros, pelo professor Celso Antônio que influenciou o 
legislador federal na elaboração da Lei 9.784/99. Essa Lei permite a convalidação, estando prevista, 
por exemplo, artigo 50, inciso VIII e artigo 55, que diz, ad litteran: 
 
“Art. 50 – Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos e dos fundamentos 
jurídicos quando: 
(...) 
VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação do ato administrativo.” 
 
Art. 55. Em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao interesse público nem prejuízo a 
terceiros, os atos que apresentarem defeitos sanáveis poderão ser convalidados pela própria 
Administração. 
 
Observe o esquema: 
 
CONVALIDAÇÃO 
(atos anuláveis e efeito ex tunc) 
1) Somente quando o ato inválido não acarretar lesão a interesse público e nem prejuízo a 
terceiros 
2) Quando existirem defeitos sanáveis, ou seja: 
 defeito no elemento competência, desde que não seja exclusiva e nem em razão da 
matéria; 
 defeito no elemento forma, desde que não seja essencial à validade do ato. 
 
 Perceba que caso a Administração decida convalidar expressamente um ato ela precisa atentar 
se o defeito é sanável. 
 
Em outros termos: ela só poderá convalidar se o vício estiver na competência (salvo se for exclusiva ou 
em razão da matéria) e na forma (salvo se for essencial à validade do ato) e NÃO poderá convalidar um 
ato em que o vício esteja no motivo ou finalidade ou objeto. 
 
Repare: 
 
 
 
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COMPETÊNCIA 
Pode ser convalidada, desde que não se trate de 
competência outorgada com exclusividade, caso 
em que se exclui a possibilidade de delegação ou 
avocação. Também não se admite a convalidação 
de incompetência em razão da matéria (por 
exemplo, quando um Ministério pratica ato de 
competência de outro Ministério, porque existe 
exclusividade de atribuições). 
FINALIDADE 
Não pode ser convalidada, pois não se pode 
mudar a intenção do agente. E ela deve ser 
sempre o interesse público. 
FORMA 
Pode ser convalidada, desde que a forma não seja 
essencial à validade do ato. 
MOTIVO 
Não pode ser convalidado. Não há como alterar, 
com efeito retroativo, uma situação de fato. 
OBJETO Não pode ser convalidado. 
 
QUESTÕES DE CONCURSO: 
 
01. A convalidação "é o ato administrativo pelo qual é suprido o vício existente em um ato ilegal, com 
efeitos retroativos à data em que este foi praticado" (cf. Maria Sylvia Zanella di Pietro, Direito 
Administrativo, 23a edição, 2010). Admite-se a convalidação quando se tratar de vício 
a) quanto ao motivo, desde que se trate de ato vinculado, passando-se a explicitar a motivação 
necessária para a prática do ato. 
 b) de incompetência em razão da matéria. 
 c) de incompetência, desde que não se trate de competência exclusiva. 
 d) quanto ao motivo, retificando-se a motivação com efeito retroativo. 
 e) de finalidade, passando-se a indicar a finalidade decorrente da lei para a prática do ato. 
 
02. A Constituição Federal define as matérias de competência privativa do Presidente da República e 
permite que ele delegue algumas dessas atribuições aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral 
da República ou ao Advogado Geral da União. Se estas autoridades praticarem um desses atos, sem 
que haja a necessária delegação, 
a) não haverá qualquer vício nos atos administrativos praticados. 
b) haverá vício de formalidade, que não admite ser sanado. 
c) haverá vício de incompetência que, na hipótese, admite convalidação. 
d) o Presidente da República poderá revogá-los, tendo em vista o vício existente em tais atos. 
e) haverá vício de conteúdo, portanto, os atos praticados devem obrigatoriamente ser anulados. 
 
03. No que se refere à anulação, revogação e convalidação do ato administrativo pela Administração 
Pública, é correto afirmar que 
 
 
http://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/fcc-2010-tce-ap-procurador
http://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/fcc-2010-tce-ap-procurador
http://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/fcc-2010-tce-ap-procurador
http://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/fcc-2011-trt-14a-regiao-ro-e-ac-analista-judiciario-execucao-de-mandados
http://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/fcc-2011-trt-14a-regiao-ro-e-ac-analista-judiciario-execucao-de-mandados
http://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/fcc-2011-trt-14a-regiao-ro-e-ac-analista-judiciario-execucao-de-mandados
http://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/fcc-2011-trt-14a-regiao-ro-e-ac-analista-judiciario-execucao-de-mandadoshttp://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/fcc-2011-trt-23a-regiao-mt-analista-judiciario-area-judiciaria
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a) o ato administrativo produzido com vício relativo à finalidade é passível de convalidação pela 
Administração. 
b) a revogação do ato administrativo é o ato discricionário pelo qual a Administração extingue um ato 
inválido, por razões de conveniência e oportunidade. 
c) a anulação do ato administrativo é o desfazimento do ato administrativo por razões de ilegalidade. 
d) a convalidação é o ato administrativo pelo qual é suprido vício existente em um ato ilegal, 
produzindo efeitos ex nunc. 
e) a revogação do ato administrativo poderá atingir os atos discricionários, bem como aqueles que já 
exauriram seus efeitos. 
 
Gabarito: 
01. c 02.c 03.c 
 
 
7) CLASSIFICAÇÃO E ESPÉCIES DOS ATOS ADMINISTRATIVOS 
 
A classificação dos atos administrativos não é assunto uniforme entre os doutrinadores. Muitos são os 
critérios usados na classificação e podemos analisar os seguintes: 
 
1) Quanto aos destinatários: 
 
Atos gerais: 
 
São expedidos sem destinatário certo e se dirigem a todos que se encontrem na mesma situação 
abrangida pela norma. São os regulamentos, as portarias, as circulares, as instruções. 
 
Atos individuais: 
 
São aqueles que têm por destinatário sujeito ou sujeitos especificamente determinados. 
O ato individual pode ser singular ou plúrimo. Singular é o ato que possui um único destinatário 
identificado, como, por exemplo, a nomeação de um servidor para ocupar determinado cargo 
comissionado. Plúrimo é o ato que possui mais de um destinatário e todos se encontram identificados, 
como a nomeação de vários candidatos aprovados para ocuparem cargos efetivos. 
 
2) Quanto às prerrogativas: 
 
Atos de Império: 
 
São todos aqueles em que a Administração age usando de sua supremacia sobre o administrado ou 
servidor, sendo impostos unilateral e coercitivamente, independente de autorização judicial. 
 
Trata-se de uma situação especial da Administração, em que se expressa a vontade onipotente do 
Estado. Só pode ocorrer o ato de império na declaração unilateral de vontade da Administração. 
 
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Atos de gestão: 
 
São aqueles praticados pela Administração em situação de igualdade com o particular. Nesta situação a 
Administração não atua usando o poder de coerção. 
 
Atos de Expediente: 
 
São aqueles destinados a dar andamento aos processos aos papéis que tramitam nas repartições 
públicas à espera de uma decisão d autoridade competente. 
 
Em geral são executados por funcionários subalternos que não têm força de decisão e apenas dão 
continuidade ao serviço interno da repartição. 
 
3) Quanto à formação dos Atos 
 
Simples: decorre da vontade de um único órgão, seja ele singular ou colegiado. Exemplo: nomeação 
pelo Presidente da República, decisão de um Conselho, etc. 
Complexo: decorre da manifestação de dois ou mais órgãos; de duas ou mais vontades que se unem 
para formar um único ato. Exemplo: Decreto do prefeito referendado pelo secretário. 
Composto: um órgão edita uma manifestação (chamada de ato principal) e um outro órgão emite uma 
outra manifestação ( chamada de ato acessório). Exemplo: Comissão de licitação se manifesta pela 
dispensa de licitação e a autoridade competente homologa. Assim, a dispensa é o ato principal e a 
homologação o ato acessório. 
 
4) Quanto ao conteúdo ou efeitos 
 
Constitutivo: é aquele que cria uma nova situação jurídica para o administrado, criando, modificando ou 
extinguindo o seu direito. Exemplo: dispensa, aplicação de penalidade, revogação. 
 
Declaratório: é o ato em que a Administração reconhece um direito existente anteriormente. Exemplo: 
licença, isenção. 
 
5) Quanto a exeqüibilidade. 
 
Perfeito: Está plenamente formado e, portanto, passou por todo seu ciclo de formação. 
Imperfeito: Está incompleto em sua formação, falta um ato complementar. Exemplo: A falta da 
publicação do ato. 
Válido: ato de acordo com a Lei; 
Inválido: ato em desacordo com a Lei; 
Eficaz: Está pronto para produzir efeitos; 
Pendente: Está sujeito a condição para que comece a produzir efeitos. 
 
 
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Consumado: Já exauriu seus efeitos. Já não poderá ser atacado, seja pela via da Administração ou pela 
via do Judiciário. Pode, contudo, gerar a responsabilidade do Estado. 
 
Observação: 
 Não esqueça da classificação mais famosa dos atos administrativos: atos discricionários e atos 
vinculados: 
Discricionários: São praticados com liberdade de escolha do seu conteúdo, do seu destinatário, de sua 
conveniência, de sua oportunidade e do seu modo de realização. Fundamentam-se no Poder 
Discricionário da Administração. 
Vinculados: Sua realização depende das condições impostas pela lei, ficando tolhida a liberdade do 
administrador. 
 
6) Quanto a Nulidade: 
 
Ato Nulo: é o ato contaminado com vício insanável, eivado de nulidade absoluta, que não admite 
correção. 
 
Ato Anulável: é o ato contaminado com vício sanável, que admite convalidação. 
 
Ato Inexistente: é o ato que guarda, apenas, a aparência de ato administrativo, mas retrata, na verdade, 
uma conduta criminosa. Exemplo: Licenciamento para funcionamento de uma casa de prostituição. 
 
Observação: A diferença que alguns autores fazem entre atos nulos e inexistentes é que os primeiros 
podem ser mantidos pela prescrição, enquanto o ato inexistente nunca poderá ser convalidado. 
 
Espécies de Atos Administrativos (Hely Lopes) 
 
Atos Normativos: aqueles que contêm um comando geral do Executivo, visando a correta aplicação 
da lei; estabelecem regras gerais e abstratas, pois visam a explicitar a norma legal. Exs.: Decretos, 
Regulamentos, Regimentos, Resoluções, Deliberações, etc. 
 
Atos Ordinatórios: visam disciplinar o funcionamento da Administração e a conduta funcional de seus 
agentes. Emanam do poder hierárquico da Administração. Exs.: Instruções, Circulares, Avisos, 
Portarias, Ordens de Serviço, Ofícios, Despachos. 
 
Atos Negociais: aqueles que contêm uma declaração de vontade do Poder Público coincidente com a 
vontade do particular; visa a concretizar negócios públicos ou atribuir certos direitos ou vantagens ao 
particular. Ex.: Licença; Autorização; Permissão; Aprovação; Apreciação; Visto; Homologação; 
Dispensa; Renúncia; 
 
Atos Enunciativos: aqueles que se limitam a certificar ou atestar um fato, ou emitir opinião sobre 
determinado assunto; não se vincula a seu enunciado. 
Ex.: Certidões; Atestados; Pareceres. 
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Atos Punitivos: atos com que a Administração visa a punir e reprimir as infrações administrativas ou a 
conduta irregulardos administrados ou de servidores. É a aplicação do Poder de Policia e Poder 
Disciplinar. Ex.: Multa; Interdição de atividades; Destruição de coisas; Afastamento de cargo ou 
função. 
 
Espécies de atos administrativos – Di Pietro 
 
Segundo Di Pietro, podemos analisar as espécies de ato sob o aspecto do conteúdo e da forma. 
 
De acordo com o conteúdo vamos ter: a autorização, a licença, a admissão, a permissão, a aprovação, a 
homologação, o parecer, o visto. 
 
Analisados pela forma vamos encontrar: o decreto, a portaria, a resolução, a circular, o despacho, o 
alvará. 
 
Quanto ao conteúdo: 
 
A Autorização: 
 
É ato discricionário da Administração tornando possível a realização de certa atividade, serviço ou o uso 
de determinado bem público. Exemplo: porte de arma, pesquisa e lavra de recursos naturais. 
 
O pretendente necessariamente tem que atender a certos requisitos. Mas cabe à Administração decidir 
discricionariamente quanto a permitir ou não a pretensão solicitada. 
 
A autorização tem em vista, em alguns casos, a faculdade dada ao particular de desempenhar certa 
atividade que seria proibida por lei. Sob este aspecto temos o porte de arma. 
 
É com base no poder de polícia do Estado que a Administração se reserva a possibilidade de afastar a 
proibição. 
 
Em outro sentido é um ato unilateral e discricionário em que o Poder Público permite que o particular 
faça uso de um bem público. 
 
Não há direito subjetivo a obtenção da autorização podendo a administração deixar de concedê-la a 
qualquer momento, como cassar o alvará já concedido, sem indenização. 
 
A Licença: 
 
É ato vinculado pelo qual a Administração permite que, mediante o atendimento de certos requisitos, o 
particular possa exercer determinada atividade. 
 
 
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Diferencia-se da autorização, porque naquela a administração pode ou não permitir, mesmo que o 
solicitante preencha todos os requisitos legais, enquanto que na licença o Poder Público vai observar 
apenas se houve o atendimento das exigências, não podendo, se estiverem plenamente atendidos os 
requisitos , recusar o pedido. 
 
É o caso da licença para construir. 
 
O direito já existe, no caso, será apenas declarado. 
 
A Permissão: 
 
É o ato discricionário e unilateral, em que a Administração possibilita ao particular o uso de bem público 
ou a execução de serviço de interesse coletivo. 
Distingue-se da autorização porque exige que o serviço permitido, ou o bem a ser usado, envolva 
interesse público. 
 
A Aprovação: 
 
É ato discricionário e unilateral em que a Administração exerce o controle anterior e posterior do ato 
administrativo. 
 
A Homologação: 
 
É o ato vinculado através do qual a autoridade superior reconhece a legalidade de um ato anterior, da 
própria Administração, de outra entidade ou de particular. 
 
Trata-se apenas de controle em que cabe a rejeição ou a aprovação, nunca alterações, e tem por objeto 
apenas a análise da legalidade. 
 
A homologação dá eficácia ao ato. Exemplo: homologação do procedimento de licitação. 
 
O Parecer: 
 
É ato pelo qual os órgãos consultivos da Administração emitem opiniões sobre assuntos de sua 
competência. 
 
O parecer não obriga a Administração ao cumprimento de suas conclusões, sendo apenas opinativo. Em 
alguns casos, a lei determina a necessidade do parecer sendo a sua existência obrigatória para que o ato 
não seja nulo. 
 
O Visto: 
 
 
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É o ato vinculado que atesta a legitimidade de outro ato sem analisar o seu conteúdo, apenas a 
formalidade. Cuida das exigências extrínsecas do ato. 
 
Formas de atos administrativos: 
 
O Decreto: 
 
É ato emanado do Poder Executivo. 
 
Pode ser dirigido abstratamente às pessoas em geral, ou a pessoas, ou a um grupo de pessoas 
determinadas. 
 
Exemplo: decreto de desapropriação. 
 
Quando dirigidos às pessoas em geral, podem ser regulamentares ou autônomos. 
 
Os regulamentares têm por finalidade a execução da lei. 
 
A Resolução: 
 
As resoluções são atos administrativos normativos que partem de autoridade superiores, mas não do 
chefe do executivo, através das quais disciplinam matéria de sua competência específica. 
 
As resoluções não podem contrariar os regulamentos e os regimentos, mas explicá-los. 
 
As resoluções podem produzir efeitos externos. 
 
A Portaria 
 
São atos internos emanados dos chefes dos órgãos, destinados aos seus subordinados, expedindo 
determinações gerais ou especiais. 
 
Podem iniciar sindicâncias ou processos administrativos. 
 
A Circular 
 
É o instrumento usado para a transmissão de ordens internas uniformes, incumbindo de certos serviços 
ou atribuições a certos funcionários. 
 
O Despacho 
 
É o ato que envolve a decisão da Administração sobre assuntos de interesse individual ou coletivo 
submetido a sua apreciação. 
 
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Este despacho não se confunde com os despachos do Poder Judiciário. 
 
O despacho normativo é aquele que, proferido num caso individual, gera a determinação de ser 
aplicado em geral nos casos idênticos, vigorando como norma interna administrativa. 
 
A Constituição Federal assegura ao particular o direito de tomar conhecimento dos despachos 
administrativos, sua publicidade é necessária. 
 
O Alvará 
 
O alvará é a forma, o revestimento exterior da licença, da autorização, que são o conteúdo do ato 
administrativo. 
 
É o instrumento pelo qual a licença e a autorização são concedidas. 
 
CAPÍTULO 
5 
LEI DE PROCESSO ADMINISTRATIVO – LEI 9784/99 
 
1) INTRODUÇÃO 
 
A expressão PROCESSO é normalmente relacionada a função jurisdicional. Entretanto, ela 
também é utilizada e existe no exercício da função administrativa. Em ambos, deve haver obediência ao 
devido processo legal formal (com as garantias da ampla defesa e contraditório) e substancial (respeito 
ao princípio da razoabilidade e proporcionalidade). Por outro lado, observe algumas diferenças entre os 
processos judiciais e administrativos. 
 
Observe o esquema: 
 
PRINCIPAIS DIFERENÇAS 
 
JUDICIAL 
 
ADMINISTRATIVO 
 
- Princípio da Inércia da Jurisdição 
 
- Princípio da oficialidade ou impulso oficial, ou seja, 
possibilidade da Administração, por ato próprio, de 
instaurar (art. 2°, XII; 5°), de instruir (art. 29) o processo e 
rever as suas decisões (art.65); 
- Nos processos de natureza cível, 
predomina a verdade formal. 
- Predomina o princípio da verdade material ou real, isto é, 
impõe que as decisões sejam tomadas a partir dos fatos 
em si, não bastando apenas a versão oferecida por uma 
parte ou pelas partes (64, parágrafo único); 
- Princípio da Onerosidade - Princípio da Gratuidade (art. 2°, pu,XI). Conforme ensina 
Di Pietro, a regra da gratuidade está expressa no art.2°, 
parágrafo único, XI, que proíbe “cobrança de despesas 
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processuais, ressalvadas as previstas em Lei”. 
 
- Indispensabilidade do Advogado. - Dispensabilidade do Advogado (art. 3°, IV e Súmula 
Vinculante nº 5) 
 
 É sobre os processos administrativos que a Lei 9784/99 trata. Vale a pena destacar, nas lições de 
Paulo Modesto, que antes da Lei de Processo Administrativo (LPA), a ação administrativa “caminhava 
sem prazos, ao sabor dos humores dos agentes públicos que dilatavam os procedimentos de acordo 
com as suas conveniências, sem atenção ao cidadão e à coisa pública, diante da ausência de marcos 
legais gerais objetivos que permitissem caracterizar esse comportamento como abusivo e desidioso. 
 
 Desse modo, duas são as finalidades precípuas da LPA (art. 1°): 
 
➔ Proteção dos direitos dos administrados; 
➔ Melhor cumprimento dos fins da administração. 
 
2) TIPOS DE PROCESSOS E APLICAÇÃO SUBSIDIÁRIA DA LEI 9784/99: 
 
 De acordo com Celso Antônio Bandeira de Mello, os processos administrativos podem ser 
classificados em diversas categorias: 
 
- Internos ou Externos: Processos internos são aqueles instaurados dentro do ambiente estatal. 
Exemplo: Sindicância. Os externos são aqueles que envolvem particulares. Exemplo: concurso público e 
Licitação. 
 
- Restritivos ou ampliativos: restritivos ou ablatórios são aqueles que impõem limitações à 
esfera privada de interesse. 
 
Exemplo: Interdição de estabelecimento. Já os ampliativos são voltados à expansão da esfera 
privada de interesses. Exemplo: Outorga de permissão de uso. 
 
O que importa destacar é que cada um desses processos, seja interno ou externo, restritivo ou 
ampliativo, normalmente possuem leis reguladoras específicas. E quando aplicar a Lei 9.784/99? Apenas 
de forma subsidiária. É assim que inclusive estabelece o art. 69: Os processos administrativos 
específicos continuarão a reger-se por lei própria, aplicando-se-lhes apenas subsidiariamente os 
preceitos desta Lei. 
 
 Assim, apenas quando houver qualquer omissão da lei específica sobre determinado aspecto, 
como instrução, direito de defesa e contraditório, recursos, anulação, revogação, convalidação, 
motivação, impedimento, suspeição, deverá ser aplicada a Lei 9784/99. 
 
Várias decisões do STJ e STF têm sido proferidas no sentido da aplicação subsidiária da Lei 
9784/99 e reconhecendo a obrigatoriedade de sua aplicação em caso de omissão da lei específica. 
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A título de exemplo, segue excerto do Julgado MS 9511/DF: “A omissão existente no Regime 
Jurídico dos Servidores Públicos (Lei 8.112/90), quanto ao prazo a ser observado para a notificação do 
acusado em processo administrativo disciplinar é sanada pela regra existente na Lei 9784/99, que 
regula o processo administrativo no âmbito da Administração Pública Federal. O servidor deve ser 
intimado com antecedência mínima de 3 (três) dias úteis a respeito de provas ou diligências ordenadas 
pela comissão processante, mencionando-se data, hora e local da realização do ato. Inteligência dos 
arts. 41 e 69 da Lei 9784/99 e 156 da Lei 8.112/90” 
 
3) ÂMBITO DE APLICAÇÃO: 
 
Sabemos que ao lado das funções típicas, os Poderes também realizam funções atípicas. Diz a 
Lei, no art. 1°§1° “Os preceitos desta Lei também se aplicam aos órgãos dos Poderes Legislativo e 
Judiciário da União, quando no desempenho de função administrativa.” 
 
Esquematizando: 
 
 
 
 
Portanto, a Lei 9.784/1999 é uma norma federal, ou seja, é aplicável à União. 
Consequentemente, os estados e municípios deveriam elaborar as suas próprias leis de processo 
administrativo. 
 
Entretanto, na maior parte das vezes, os demais entes da Federação não fizeram as próprias 
normas de processo administrativo. Nessa situação, o STJ vem defendendo e permitindo a aplicação 
subsidiária da norma federal. Isso ficou ainda mais claro com a elaboração da súmula 633/STJ que diz: 
 
“A Lei 9.784/1999, especialmente no que diz respeito ao prazo decadencial para a revisão de 
atos administrativos no âmbito da Administração Pública federal, pode ser aplicada, de forma 
subsidiária, aos estados e municípios, se inexistente norma local e específica que regule a matéria.” 
 
4) DEFINIÇÕES LEGAIS: 
 
 O legislador achou por bem definir algumas expressões ou institutos que irão ser repetidas em 
toda extensão da norma. São conceitos simples e bem cobrados nos concursos. Observe, conforme 
art.1° §2°: 
 
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 - Órgão: a unidade de atuação integrante da estrutura da Administração direta e da estrutura da 
Administração indireta; 
 - Entidade: a unidade de atuação dotada de personalidade jurídica; 
 - Autoridade: o servidor ou agente público dotado de poder de decisão 
 
5) PRINCÍPIOS E CRITÉRIOS: 
 
a) PRINCÍPIOS PROCESSUAIS BÁSICOS: legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, 
proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse 
público e eficiência. 
 
b) CRITÉRIOS: a Lei estabelece, dentre outros critérios, os estabelecidos no parágrafo único, art. 2°. 
 
 Segundo José dos Santos Carvalho Filho13, “critérios são os meios a serem adotados pelos 
administradores para apreciação de coisas e pessoas no processo administrativo e também para os 
demais intervenientes – interessados, técnicos, peritos, informantes. Diz o mencionado doutrinador que 
tais critérios se atrelam aos princípios, sendo verdadeiros princípios derivados, já que decorrem dos 
princípios originários e tem também idoneidade para nortear modos de comportamento. 
 
 De acordo com Alexandre Mazza14, é possível fazer uma ligação entre os critérios e os 
respectivos princípios norteadores. 
Observe: 
 
 I - atuação conforme a lei e o Direito: Legalidade 
 II - atendimento a fins de interesse geral, vedada a renúncia total ou parcial de poderes ou 
competências, salvo autorização em lei: Finalidade 
 III - objetividade no atendimento do interesse público, vedada a promoção pessoal de agentes ou 
autoridades: Impessoalidade 
 IV - atuação segundo padrões éticos de probidade, decoro e boa-fé: Moralidade 
 V - divulgação oficial dos atos administrativos, ressalvadas as hipóteses de sigilo previstas na 
Constituição: Publicidade 
 VI - adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obrigações, restrições e sanções em 
medida superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento do interesse público: 
Razoabilidade/Proporcionalidade 
 VII - indicação dos pressupostos de fato e de direito que determinarem a decisão: Motivação 
 VIII – observância das formalidades essenciais à garantia dos direitos dos administrados: Segurança 
Jurídica 
 IX - adoção de formas simples, suficientes para propiciar adequado grau de certeza, segurança e 
respeito aos direitos dos administrados: Informalismo 
 X - garantia dos direitos à comunicação, à apresentação de alegações finais, à produção de provas e 
à interposição de recursos, nos processos de que possam resultar sanções e nas situações de litígio: 
Ampla defesa e Contraditório 
 
Processo Administrativo Federal – Comentários à Lei 9784/88, Editora Lumen Juris. 
Manual de Direito Administrativo, Editora Saraiva, 2011. 
 _____________________________________Prof. Clõvis FeitosaPágina 70 de 252 
 XI - proibição de cobrança de despesas processuais, ressalvadas as previstas em lei: Princípio da 
Gratuidade 
 XII - impulsão, de ofício, do processo administrativo, sem prejuízo da atuação dos interessados : 
Principio da Oficialidade ou Impulso Oficial 
 XIII - interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta o atendimento do fim 
público a que se dirige, vedada aplicação retroativa de nova interpretação: Princípio Segurança Jurídica 
 
Ainda sobre esse último dispositivo, Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino15 entendem que quando a 
Administração for interpretar determinada norma, deve aplicar o mesmo entendimento em casos iguais 
ou semelhantes e que é proibida a utilização retroativa de uma nova interpretação. Explica-se melhor: 
embora a Administração deva adotar interpretação uniforme ela não está impedida de mudar sua 
interpretação. Entretanto, em nome da segurança jurídica, a mudança de interpretação somente 
poderá produzir efeitos aos casos apreciados a partir da nova interpretação. 
 
6) DIREITO DOS ADMINISTRADOS: 
 
 Embora conste expressamente em um capítulo próprio, não se pode esquecer que o respectivo 
art. 3° enumera apenas alguns direitos dos administrados. Diz a Lei: “sem prejuízo de outros que lhe 
sejam assegurados”: 
 
I - ser tratado com respeito pelas autoridades e servidores, que deverão facilitar o exercício de seus 
direitos e o cumprimento de suas obrigações: DIREITO DE SER RESPEITADO com observância de valores 
como assiduidade, pontualidade, moralidade cortesia. 
 
 II - ter ciência da tramitação dos processos administrativos em que tenha a condição de interessado, ter 
vista dos autos, obter cópias de documentos neles contidos e conhecer as decisões proferidas: DIREITO 
À INFORMAÇÃO 
 
 III - formular alegações e apresentar documentos antes da decisão, os quais serão objeto de 
consideração pelo órgão competente: DIREITO A ALEGAÇÃO E COMPROVAÇÕES. Em relação as 
comprovações ela é feita através de documentos. Conforme leciona José dos Santos Carvalho Filho, caso 
os documentos estiverem em poder de órgãos administrativos, devem ser providenciados pela própria 
Administração (art.37). Ademais, é vedada a Administração a recusa imotivada de documentos (art. 6°, 
parágrafo único). E os documentos ilícitos, desnecessários, impertinentes e protelatórios? A 
autoridade incumbida do processo pode recusá-los (art. 38§2°). 
 
 IV - fazer-se assistir, facultativamente, por advogado, salvo quando obrigatória a representação, por 
força de lei: DIREITO A REPRESENTAÇÃO. 
 
Observação: 
 
 
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A propósito da dispensabilidade do Advogado nos processos administrativos, vem a calhar a transcrição 
da Súmula Vinculante n° 5 do STF que diz: “A falta de defesa técnica por advogado não ofende a 
Constituição”. 
 
7) DEVERES DOS ADMINISTRADOS: 
 
 Embora igualmente conste expressamente em um capítulo próprio, não se pode esquecer que o 
respectivo art. 4° enumera apenas alguns dos deveres dos administrados. Diz a Lei: “sem prejuízo de 
outros previstos em ato normativo”: 
 
I - expor os fatos conforme a verdade: DEVER DE VERACIDADE. 
 II - proceder com lealdade, urbanidade e boa-fé: DEVER DE LEALDADE. 
 III - não agir de modo temerário: PROIBIÇÃO DA TEMERIDADE. Evitar que o administrado tente se 
aproveitar do absurdo e aproveita-se de falhas e omissões alheias para obter vantagem própria. 
 IV - prestar as informações que lhe forem solicitadas e colaborar para o esclarecimento dos fatos: 
 
DEVER DE COLABORAÇÃO E INFORMAÇÃO. 
 
- Deveres ligados a colaboração: observância dos prazos, interposição de recursos que não sejam 
meramente protelatórios; 
 
- Deveres ligados a informação: prestar as informações para que se alcance a verdade real. José 
dos Santos Carvalho Filho sustenta que não há esse dever de informação nas hipóteses constitucionais 
de sigilo por força de ofício ou profissão e quando os fatos puderem depor contra si, oriundo da garantia 
do art. 5°, LXIII/CF “Nemo tenetur se detegere” (ninguém é obrigado a acusar-se). 
 
8) DO INÍCIO DO PROCESSO: 
 
 Segundo o art. 5°, o processo pode iniciar-se de duas formas. Observe: 
a) De oficio: é a própria administração que desencadeia o início do processo administrativo. Como 
já sabemos, essa é uma das diferenças entre os processos administrativos e os judiciais já que 
esses só podem ser iniciados por provocação. 
 
b) A pedido do interessado: é a própria manifestação do direito de petição consagrado no art. 5, 
XXXIV, “a”/CF. 
 
 Ademais, a lei estabelece alguns requisitos formais que deverão ser cumpridos. A regra é que o 
requerimento (pedido) seja escrito, contendo os seguintes dados: 
 
 Pag. 
• ENDEREÇAMENTO 
• IDENTIFICAÇÃO E QUALIFICAÇÃO DO 
INTERESSADO (informação do domicílio ou 
local do recebimento) 
 Pag. 
• DA EXPOSIÇÃO DOS FATOS E DO DIRETO DOS PEDIDOS 
• DATA E ASSINATURA (do requerente ou de seu 
representante) 
 
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E ainda: 
 
Parágrafo único. É vedada à Administração a recusa imotivada de recebimento de documentos, devendo 
o servidor orientar o interessado quanto ao suprimento de eventuais falhas. 
 
 Art. 7o Os órgãos e entidades administrativas deverão elaborar modelos ou formulários padronizados 
para assuntos que importem pretensões equivalentes. 
 
 Art. 8o Quando os pedidos de uma pluralidade de interessados tiverem conteúdo e fundamentos 
idênticos, poderão ser formulados em um único requerimento, salvo preceito legal em contrário. 
 
9) DOS INTERESSADOS: 
 
I - pessoas físicas ou jurídicas que o iniciem como titulares de direitos ou interesses individuais ou no 
exercício do direito de representação: SÃO OS CHAMADOS INTERESSADOS DEFLAGRADORES, ou seja, 
pessoas que podem providenciar a instauração do processo ou o seu início; 
 
II - aqueles que, sem terem iniciado o processo, têm direitos ou interesses que possam ser afetados pela 
decisão a ser adotada: SÃO OS CHAMADOS INTERESSADOS SUPERVENIENTES; 
 
III - as organizações e associações representativas, no tocante a direitos e interesses coletivos e IV - as 
pessoas ou as associações legalmente constituídas quanto a direitos ou interesses difusos: 
 
SÃO AS ENTIDADES REPRESENTATIVAS DA SOCIEDADE CIVIL. A Lei 9784/99 permite que na defesa 
desses direitos (para alguns, direitos de terceira geração), possam entidades defendê-los uma vez que 
esses direitos não considera o indivíduo em si. Direitos Coletivos seriam aqueles em que os integrantes 
são determináveis e atrelados entre si por uma relação jurídica-base; já nos Direitos Difusos os 
integrantes são indetermináveis e ligados entre si por circunstâncias de fato. 
 
E ainda: 
 
Art. 10. São capazes, para fins de processo administrativo, os maiores de dezoito anos, ressalvada 
previsão especial em ato normativo próprio. 
 
10) DA COMPETÊNCIA: 
 
 Já sabemos que uma das características da competência é que ela é irrenunciável. Isso significa, 
conforme Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo, que a competência deve ser exercida, pelos órgãos 
administrativos a que foi atribuída como própria. 
 
 No mesmo dispositivo legal, a Lei permite tanto a delegação como avocação. Acompanhe: 
 
 
 
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a) Delegação: 
 
 Delegar é transferir atribuições. 
 
 Geralmente a delegação deflui de uma relação hierárquica. Entretanto, nada obsta que a 
delegação ocorra entre órgãos que não haja nenhuma relação de subordinação. Ou como diz a Lei, 
“ainda que estes não lhe sejam hierarquicamente subordinados”. Exemplo: Secretaria de Obras de um 
Município recebe um requerimento ligado ao regime funcional do servidor. Pode delegar essa matéria a 
Secretaria de Administração. 
 
 NÃO PODEM SER OBJETO DA DELEGAÇÃO (art. 13): 
- a edição de atos de caráter normativo; 
- a decisão de recursos administrativos; 
- as matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade. 
 
A Delegação deve ser sempre parcial. Delegação total é renúncia e a competência, como vimos, é 
irrenunciável; 
 
 Conforme ensina José dos Santos Carvalho Filho, a delegação é ato discricionário. Mas essa 
discricionariedade não é integral e absoluta, posto que deve ficar atrelado a fatores específicos que 
devem conduzir à prática do ato. 
 
 Quais esses fatores ou razões da delegação? Aspectos de natureza econômica, territorial, social, 
técnica, jurídica. 
 
 Note os requisitos da delegação: 
 
• O ato deve informar de modo expresso quais os poderes que estão sendo delegados, bem como 
os limites de atuação do delegado e os objetivos da delegação, assim como o recurso cabível 
contra o ato delegado; 
• Deve ser publicado no meio oficial assim como o ato revogação da delegação. Aliás, o ato de 
delegação é revogável a qualquer tempo pela autoridade delegante; 
 
 Por fim, o delegado ao tomar as decisões deve mencionar explicitamente que o fez por 
delegação e considerar-se-ão editadas por ele – agente delegado (art.14§3°). 
 
b) Avocação: 
 
 Segundo a doutrina, avocação de competência consiste no ato jurídico pelo qual o superior 
hierárquico assume o exercício de competência de cargo público do inferior, que legalmente lhe fora 
atribuída. 
 Requisitos da avocação: 
✓ Excepcionalidade; 
 
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✓ Relevância do motivo; 
✓ Motivação da avocação; 
✓ Transitoriedade 
 
 Em resumo, João Trindade Cavalcante Filho16 aponta, de forma didática, as características e 
diferenças entre os dois institutos. Observe o esquema: 
 
 DELEGAÇÃO AVOCAÇÃO 
Motivação Obrigatória SIM SIM 
Revogável a qualquer tempo SIM SIM 
Transitória ou Permanente Transitória Transitória 
Exige subordinação hierárquica Não Sim 
 
Observação: 
Caso inexista competência legal específica, por qual autoridade o processo deve ser iniciado? Segundo 
a Lei (art. 17), o processo administrativo deverá ser iniciado perante a autoridade de menor grau 
hierárquico para decidir. 
 
11) DOS IMPEDIMENTOS E DA SUSPEIÇÃO: 
 
 O capítulo VII da LPA traz as hipóteses de impedimentos e suspeição dos agentes do Estado na 
condução do processo administrativo. E quais as diferenças? 
Observe: 
 IMPEDIMENTO (art.18 e 19) SUSPEIÇÃO (art. 20 e 21) 
 
 
 
HIPÓTESES 
 Autoridade ou servidor que:1) Tenha 
interesse direto ou indireto na matéria; 2) 
Tenha participado ou venha a participar 
como perito, testemunha ou 
representante, ou se tais situações ocorrem 
quanto ao cônjuge, companheiro ou 
parente e afins até o terceiro grau; 3) esteja 
litigando judicial ou administrativamente 
com o interessado ou respectivo cônjuge 
ou companheiro. 
Autoridade ou servidor que 
tenha amizade íntima ou 
inimizade notória com algum 
dos interessados ou com os 
respectivos cônjuges, 
companheiros, parentes e afins 
até o terceiro grau. 
TIPO DE PRESUNÇÃO Presunção Absoluta de Parcialidade Presunção Relativa de 
Parcialidade 
 
CONSEQUÊNCIA 
A autoridade fica proibida de atuar no 
processo, devendo comunicar o fato à 
autoridade competente sob pena de incidir 
em faltas graves, para fins disciplinares. 
O fato suspeito será arguido 
pelo interessado. Essa arguição 
poderá ser indeferida pelo 
administrador, cabendo ainda 
recurso sem efeito suspensivo. 
 
 
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12) DA FORMA, TEMPO E LUGAR DOS ATOS DO PROCESSO 
 
a) DA FORMA: 
 
 Observe esses dispositivos: 
 
Art. 22. Os atos do processo administrativo não dependem de forma determinada senão quando a lei 
expressamente a exigir. 
 
 § 1o Os atos do processo devem ser produzidos por escrito, em vernáculo, com a data e o local de sua 
realização e a assinatura da autoridade responsável. 
 
 Lendo esses dispositivos conjuntamente, se poderia perguntar: qual o princípio a ser aplicado: 
informalismo ou o da Solenidade das formas? José dos Santos Carvalho Filho leciona que os atos do 
processo devem ser formalizados por meio escrito, sendo esta a solenidade exigida (art.22§1°). A 
liberdade transmitida pela lei consiste na vedação a que se imponham atos com requisitos formais não 
previstos na lei ou mediante fórmulas sacramentadas, como ocorre para o Juiz nos atos do processo 
judicial. 
 
 Assim, como regra, nos processos administrativos se fala mesmo em princípio do informalismo. 
A formalidade só deve existir quando necessário para atender ao interesse público e proteger o direito 
dos administrados (art.2°, VIII e IX). 
 
 E ainda: 
 
 §2o Salvo imposição legal, o reconhecimento de firma somente será exigido quando houver 
dúvida de autenticidade : se tanto a administração como o administrado devem agir com lealdade e 
boa-fé, esse dispositivo estabelece uma presunção de veracidade em relação às assinaturas que 
constam no processo administrativo 
 
 § 3o A autenticação de documentos exigidos em cópia poderá ser feita pelo órgão 
administrativo: Também aqui impera a presunção de veracidade. Mas se alguma dúvida houver a 
respeito, é de exigir-se a apresentação de documento original para que se proceda a autenticação das 
cópias, podendo ser feita de duas maneiras: a) pelo Ofício de notas; b) pelo próprio órgão 
administrativo. Pois bem, o dispositivo autoriza essa segunda hipótese. 
 
b) TEMPO DOS ATOS: 
 
b1) Realização dos atos: 
 
Diz a Lei: “Art. 23. Os atos do processo devem realizar-se em dias úteis, no horário normal de 
funcionamento da repartição na qual tramitar o processo”. 
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 Parágrafo único. Serão concluídos depois do horário normal os atos já iniciados, cujo adiamento 
prejudique o curso regular do procedimento ou cause dano ao interessado ou à Administração. 
 
b2) Período para a prática dos atos: 
 
“Art. 24. Inexistindo disposição específica, os atos do órgão ou autoridade responsável pelo processo e 
dos administrados que dele participem devem ser praticados no prazo de cinco dias, salvo motivo de 
força maior”. 
 
 Parágrafo único. O prazo previsto neste artigo pode ser dilatado até o dobro, mediante comprovada 
justificação. 
 
 Como se observa, caso inexista disposição específica, os atos respectivos, sejam os da 
Administração ou dos administrados, devem ser praticados noPRAZO DE CINCO DIAS, salvo motivo de 
força maior. 
 
 Por fim, ainda relação ao tempo dos atos, A LEI POSSIBILITA A DILAÇÃO DO PRAZO ATÉ O 
DOBRO, ou seja, ATÉ 10 DIAS. 
 
b) LUGAR DOS ATOS: 
 
Art. 25. Os atos do processo devem realizar-se preferencialmente na sede do órgão, cientificando-se o 
interessado se outro for o local de realização. 
 
 Observe a expressão “preferencialmente”, possibilitando que o ato possa ser praticado em outro 
local distinto da sede do órgão. E se assim for, deve o interessado ser cientificado. 
 
13) DA COMUNICAÇÃO DOS ATOS: 
 
a) OBJETOS DA INTIMAÇÃO: 
 
- Genérico: (art.26) 
 Para ciência de decisão 
 Efetivação de diligência 
 
- Específicos: (art.28) 
 Imposição de deveres, ônus, sanções 
 Restrição ao exercício de direitos e atividades 
 Atos de outra natureza, de seu interesse 
 
b) ELEMENTOS: 
 
 I - identificação do intimado e nome do órgão ou entidade administrativa; 
 
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 II - finalidade da intimação; 
 III - data, hora e local em que deve comparecer; 
 IV - se o intimado deve comparecer pessoalmente, ou fazer-se representar; 
 V - informação da continuidade do processo independentemente do seu comparecimento; 
 VI - indicação dos fatos e fundamentos legais pertinentes. 
 
c) MEIOS DE INTIMAÇÃO: 
 
 
 
 
*No caso específico de interessados indeterminados, desconhecidos e com domicílio indefinido DEVE 
ser através da publicação oficial. 
 
d) EFEITOS DAS INTIMAÇÕES: 
 
 Dois efeitos poderão surgir: 
 
 - Se, havendo a intimação, o intimidado COMPARECE: o ato atingiu sua finalidade que é 
comunicar aos interessados sobre aspectos relevantes que estejam ocorrendo no processo 
administrativo. 
 
- Se, havendo a intimação, o intimado NÃO COMPARECE: essa ausência não importa o 
reconhecimento da verdade dos fatos, nem a renúncia a direito pelo administrado. E mais: o processo 
terá seguimento normal, não ficando paralisado pela sua ausência, garantido, é claro, o direito de ampla 
defesa ao interessado. 
 
Outras Considerações: 
 
- Deve haver um prazo mínimo de antecedência entre a intimação e a data designada no mandato. Esse 
prazo é de três dias ÚTEIS. 
- § 5o As intimações serão nulas quando feitas sem observância das prescrições legais, mas o 
comparecimento do administrado supre sua falta ou irregularidade. 
 
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14) DA INSTRUÇÃO: 
 
 Art. 29. As atividades de instrução destinadas a averiguar e comprovar os dados necessários à 
tomada de decisão realizam-se de ofício ou mediante impulsão do órgão responsável pelo processo, sem 
prejuízo do direito dos interessados de propor atuações probatórias. 
 § 1o O órgão competente para a instrução fará constar dos autos os dados necessários à decisão do 
processo. 
 § 2o Os atos de instrução que exijam a atuação dos interessados devem realizar-se do modo menos 
oneroso para estes. 
 
 Art. 30. São inadmissíveis no processo administrativo as provas obtidas por meios ilícitos. 
 
 Art. 31. Quando a matéria do processo envolver assunto de interesse geral, o órgão competente 
poderá, mediante despacho motivado, abrir período de consulta pública para manifestação de terceiros, 
antes da decisão do pedido, se não houver prejuízo para a parte interessada. 
 § 1o A abertura da consulta pública será objeto de divulgação pelos meios oficiais, a fim de que 
pessoas físicas ou jurídicas possam examinar os autos, fixando-se prazo para oferecimento de alegações 
escritas. 
 § 2o O comparecimento à consulta pública não confere, por si, a condição de interessado do 
processo, mas confere o direito de obter da Administração resposta fundamentada, que poderá ser 
comum a todas as alegações substancialmente iguais. 
 
 Art. 32. Antes da tomada de decisão, a juízo da autoridade, diante da relevância da questão, poderá 
ser realizada audiência pública para debates sobre a matéria do processo. 
 
 Art. 33. Os órgãos e entidades administrativas, em matéria relevante, poderão estabelecer outros 
meios de participação de administrados, diretamente ou por meio de organizações e associações 
legalmente reconhecidas. 
 
 Art. 34. Os resultados da consulta e audiência pública e de outros meios de participação de 
administrados deverão ser apresentados com a indicação do procedimento adotado. 
 
 Art. 35. Quando necessária à instrução do processo, a audiência de outros órgãos ou entidades 
administrativas poderá ser realizada em reunião conjunta, com a participação de titulares ou 
representantes dos órgãos competentes, lavrando-se a respectiva ata, a ser juntada aos autos. 
 
 Art. 36. Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado, sem prejuízo do dever atribuído 
ao órgão competente para a instrução e do disposto no art. 37 desta Lei. 
 
 Art. 37. Quando o interessado declarar que fatos e dados estão registrados em documentos 
existentes na própria Administração responsável pelo processo ou em outro órgão administrativo, o 
órgão competente para a instrução proverá, de ofício, à obtenção dos documentos ou das respectivas 
cópias. 
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 Art. 38. O interessado poderá, na fase instrutória e antes da tomada da decisão, juntar documentos 
e pareceres, requerer diligências e perícias, bem como aduzir alegações referentes à matéria objeto do 
processo. 
 § 1o Os elementos probatórios deverão ser considerados na motivação do relatório e da decisão. 
 § 2o Somente poderão ser recusadas, mediante decisão fundamentada, as provas propostas pelos 
interessados quando sejam ilícitas, impertinentes, desnecessárias ou protelatórias. 
 
 Art. 39. Quando for necessária a prestação de informações ou a apresentação de provas pelos 
interessados ou terceiros, serão expedidas intimações para esse fim, mencionando-se data, prazo, forma 
e condições de atendimento. 
 Parágrafo único. Não sendo atendida a intimação, poderá o órgão competente, se entender 
relevante a matéria, suprir de ofício a omissão, não se eximindo de proferir a decisão. 
 
 Art. 40. Quando dados, atuações ou documentos solicitados ao interessado forem necessários à 
apreciação de pedido formulado, o não atendimento no prazo fixado pela Administração para a 
respectiva apresentação implicará arquivamento do processo. 
 
 Art. 41. Os interessados serão intimados de prova ou diligência ordenada, com antecedência mínima 
de três dias úteis, mencionando-se data, hora e local de realização. 
 
 Art. 42. Quando deva ser obrigatoriamente ouvido um órgão consultivo, o parecer deverá ser 
emitido no prazo máximo de quinze dias, salvo norma especial ou comprovada necessidade de maior 
prazo. 
 § 1o Se um parecer obrigatório e vinculante deixar de ser emitido no prazo fixado, o processo não 
terá seguimento até a respectiva apresentação, responsabilizando-se quem der causa ao atraso. 
 § 2o Se um parecer obrigatório e não vinculante deixar de ser emitido no prazo fixado, o processo 
poderá ter prosseguimento e ser decidido com sua dispensa, semprejuízo da responsabilidade de quem 
se omitiu no atendimento. 
 
 Art. 43. Quando por disposição de ato normativo devam ser previamente obtidos laudos técnicos de 
órgãos administrativos e estes não cumprirem o encargo no prazo assinalado, o órgão responsável pela 
instrução deverá solicitar laudo técnico de outro órgão dotado de qualificação e capacidade técnica 
equivalentes. 
 
 Art. 44. Encerrada a instrução, o interessado terá o direito de manifestar-se no prazo máximo de dez 
dias, salvo se outro prazo for legalmente fixado. 
 
 Art. 45. Em caso de risco iminente, a Administração Pública poderá motivadamente adotar 
providências acauteladoras sem a prévia manifestação do interessado. 
 
 Art. 46. Os interessados têm direito à vista do processo e a obter certidões ou cópias reprográficas 
dos dados e documentos que o integram, ressalvados os dados e documentos de terceiros protegidos por 
sigilo ou pelo direito à privacidade, à honra e à imagem. 
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 Art. 47. O órgão de instrução que não for competente para emitir a decisão final elaborará relatório 
indicando o pedido inicial, o conteúdo das fases do procedimento e formulará proposta de decisão, 
objetivamente justificada, encaminhando o processo à autoridade competente. 
 
15) DO DEVER DE DECIDIR: 
 
 Art. 48. A Administração tem o dever de explicitamente emitir decisão nos processos administrativos 
e sobre solicitações ou reclamações, em matéria de sua competência. 
 
 Art. 49. Concluída a instrução de processo administrativo, a Administração tem o prazo de até trinta 
dias para decidir, salvo prorrogação por igual período expressamente motivada. 
 
16) DA DECISÃO COORDENADA: 
 
(Acrescentado na LPA pela Lei 14.210/21 – Ars. 49-A ao 49-G) 
 
- DEFINIÇÃO (Art. 49-A, §1°): 
 
Para os fins desta Lei, considera-se decisão coordenada a instância de natureza interinstitucional ou 
intersetorial que atua de forma compartilhada com a finalidade de simplificar o processo 
administrativo mediante participação concomitante de todas as autoridades e agentes decisórios e dos 
responsáveis pela instrução técnico-jurídica, observada a natureza do objeto e a compatibilidade do 
procedimento e de sua formalização com a legislação pertinente. 
 
- REQUISITOS (Art. 49-A, caput): 
 
As decisões administrativas que exijam a participação de 3 (três) ou mais setores, órgãos ou entidades 
poderão ser tomadas mediante decisão coordenada, sempre que: 
I - for justificável pela relevância da matéria; 
II - houver discordância que prejudique a celeridade do processo administrativo decisório. 
 
Observação: 
 Não poderá ser arguida matéria estranha ao objeto da convocação. (Art. 49-F, parágrafo único). 
- PRINCÍPIOS (Art.49-A, §5º): 
A decisão coordenada obedecerá aos princípios da legalidade, da eficiência e da transparência, com 
utilização, sempre que necessário, da simplificação do procedimento e da concentração das instâncias 
decisórias. 
- VEDAÇÕES (Art.49-A, §6º): 
 Não se aplica a decisão coordenada aos processos administrativos: 
I - de licitação 
II - relacionados ao poder sancionador; 
III - em que estejam envolvidas autoridades de Poderes distintos. 
 
 
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- FORMALIZAÇÃO: 
A conclusão dos trabalhos da decisão coordenada será consolidada em ata (Art. 49-G, caput) 
Até a assinatura da ata, poderá ser complementada a fundamentação da decisão da autoridade ou do 
agente a respeito de matéria de competência do órgão ou da entidade representada. (Art. 49-G, §1º) 
A ata será publicada por extrato no Diário Oficial da União (Art. 49-G, §2º) 
 
Observação: 
Poderão habilitar-se a participar da decisão coordenada, na qualidade de ouvintes, os interessados 
de que trata o art. 9º desta Lei.A participação na reunião, que poderá incluir direito a voz, será deferida 
por decisão irrecorrível da autoridade responsável pela convocação da decisão coordenada (Art. 49-B). 
Nesse caso, os participantes da decisão coordenada deverão ser intimados na forma do art. 26 desta Lei. 
(Art. 49-D) 
 
17) MOTIVAÇÃO: 
 
 Nós já sabemos a diferença entre MOTIVO e MOTIVAÇÃO. Motivo revela as razões que 
impulsionaram o administrador à prática do ato. Já motivação é a justificativa expressa do ato. 
 
O art. 50 cuida assim da motivação, elencando atos que devam ser justificados. Observemos tais casos: 
I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses: toda vez que um direito for negado, limitado ou 
afetado por decisões administrativas deve ele ser justificado. Ex.: Empresa pesqueira fica proibida pela 
Administração de exercer sua atividade durante um ano. Ocorre aí uma limitação a um direito/interesse 
devendo ser justificado. 
 
II - imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções: Segundo José dos Santos Carvalho Filho, 
deveres são obrigações jurídicas impostas pelo administrador; encargos configuram ônus que o 
administrado deve suportar e sanções são atos punitivos aplicados aos que infringem normas 
administrativas. Com efeito, diz a Lei que quando houver a imposição ou o agravamento deve ser 
justificado. 
 
 III - decidam processos administrativos de concurso ou seleção pública: tanto no concurso como na 
seleção pública deve haver a formalização através de processo administrativo. Ao término deste, a 
autoridade profere decisão e ela deve ser devidamente justificada. 
 
 IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatório: Se licitação é a regra, a 
contratação direta ( dispensa e inexigibilidade) são exceções. Por isso mesmo, a Lei exige que os atos 
que tratam desses institutos devam ser devidamente motivados 
 
 V - decidam recursos administrativos: diante de uma decisão, pode o administrado utilizar recurso 
para que uma autoridade superior possa rever o que foi decidido. Então, essa autoridade quando for 
decidir o recurso deve motivá-lo. 
 
 
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 VI - decorram de reexame de ofício: Reexame de Oficio (ou ex officio) é a reapreciação, normalmente 
por autoridade superior, de determinado ato praticado por agente de escala hierárquica inferior. Já 
sabemos que alguns atos praticados no processo podem ser revistos pela autoridade superior se houver 
recurso. Uma outra possibilidade, diga-se de passagem, excepcional, é que a autoridade reapreciar ou 
reexaminar mesmo sem recurso do interessado. Nessa hipótese, a lei impõe que o ato do reexame seja 
motivado, com a indicação dos fatos e fundamentos jurídicos. 
 
VII - deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão ou discrepem de pareceres, laudos, 
propostas e relatórios oficiais: a ideia central aqui é que quando o agente for decidir contrariamente ao 
que vinha sendo decidido (jurisprudência) ou discrepar de pareceres, laudos, propostas e relatórios 
oficiais deve haver a devida fundamentação. 
 
CUIDADO: segundo a Lei, se o agente deixar de aplicar é que deve motivar. Assim, se aplica ou segue a 
jurisprudência, laudos e etc, não precisaria motivar. 
 
VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato administrativo.Anulação e 
revogação são hipóteses de desfazimento do ato administrativo, ou seja, retirar o ato do mundo 
jurídico. A suspensão contraria a ideia da presunção de legalidade dos atos administrativos e por ser 
excepcional, também deve ser motivado. Da mesma forma a Lei exige motivação na convalidação, 
Diz ainda a Lei que a motivação deva ser explicita, clara e congruente. A explicitação pode ser direta ou 
indireta. Direta é aquela em que todos os elementos da motivação estão expressos no ato; indireta é a 
que faz remissão a elementos já constantes em outros atos. É nesse sentido que a lei fala em declaração 
de concordância. 
 
Eis os dispositivos legais: 
 
§ 1o A motivação deve ser explícita, clara e congruente, podendo consistir em declaração de 
concordância com fundamentos de anteriores pareceres, informações, decisões ou propostas, que, neste 
caso, serão parte integrante do ato. 
 
§ 2o Na solução de vários assuntos da mesma natureza, pode ser utilizado meio mecânico que reproduza 
os fundamentos das decisões, desde que não prejudique direito ou garantia dos interessados. 
 
§ 3o A motivação das decisões de órgãos colegiados e comissões ou de decisões orais constará da 
respectiva ata ou de termo escrito. 
 
18) DA DESISTÊNCIA E OUTROS CASOS DE EXTINÇÃO DO PROCESSO 
 
 Diz a Lei: 
 Art. 51. O interessado poderá, mediante manifestação escrita, desistir total ou parcialmente do pedido 
formulado ou, ainda, renunciar a direitos disponíveis. 
 § 1o Havendo vários interessados, a desistência ou renúncia atinge somente quem a tenha 
formulado. 
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 § 2o A desistência ou renúncia do interessado, conforme o caso, não prejudica o prosseguimento do 
processo, se a Administração considerar que o interesse público assim o exige. 
 
 Art. 52. O órgão competente poderá declarar extinto o processo quando exaurida sua finalidade ou 
o objeto da decisão se tornar impossível, inútil ou prejudicado por fato superveniente. 
 
 A desistência e a renúncia são formas de extinção do processo por vontade do interessado. 
Ambas são manifestações de caráter eminentemente pessoal. Entretanto, a doutrina faz diferenças 
entre os institutos: 
 
DESISTÊNCIA RENÚNCIA 
Ligado ao processo administrativo em si. 
Quando se pede desistência, deseja apenas 
indicar que não tem mais interesse em que 
seja alcançada a providencia final que 
culmina o procedimento 
Ligado ao direito em si do 
interessado, se reconhecendo que 
não tem qualquer interesse em 
exercê-lo. Ademais, a renúncia é 
definitiva para qualquer outro 
processo. 
 
Além disso, a renúncia só pode ser de direitos disponíveis (geralmente ligado ao caráter 
econômico e disserem respeito exclusivamente ao próprio interessado). 
 
 Por fim, em decorrência da preponderância do interesse público, a desistência/renúncia não 
impede o prosseguimento do processo. 
 
19) DA ANULAÇÃO, REVOGAÇÃO E CONVALIDAÇÃO 
 
 Art. 53. A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de legalidade, e 
pode revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos. 
 
 Art. 54. O direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos 
favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados, salvo 
comprovada má-fé. 
 § 1o No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo de decadência contar-se-á da percepção do 
primeiro pagamento. 
 § 2o Considera-se exercício do direito de anular qualquer medida de autoridade administrativa que 
importe impugnação à validade do ato. 
 
 Art. 55. Em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao interesse público nem prejuízo a 
terceiros, os atos que apresentarem defeitos sanáveis poderão ser convalidados pela própria 
Administração. 
 
20) DO RECURSO ADMINISTRATIVO E DA REVISÃO (art. 56 ao 65) 
 
 
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a) RECURSOS 
 
 O recurso objetiva a reforma de ato para satisfazer o interesse do recorrente e é também um dos 
modos pelos quais a Administração é provocada a fiscalizar seus próprios atos, tanto em questões de 
legalidade, como de mérito. É exatamente isso o que diz o art. 56, caput. 
 
 Segundo a doutrina, existem algumas modalidades de recursos administrativos, tal como a 
representação, reclamação e o pedido de reconsideração. 
 
 O recurso deve ser dirigido ao próprio agente que produziu o ato objeto da impugnação, a fim de 
que este o remeta à autoridade superior (art. 56, §1°). E aqui surge a possibilidade de retratação pela 
autoridade que já decidiu. Assim ocorrendo, o recurso não terá mais necessidade de ser encaminhado 
pela autoridade superior. 
 
 Ensina ainda José dos Santos Carvalho Filho, que o recurso administrativo, da forma como 
disciplinado na Lei, tem um pedido de reconsideração embutido em seu procedimento. Diante disso, 
pode haver dois momentos de reapreciação da matéria sob discussão: 
 
a) o primeiro aquele que o autor do ato procede ao juízo de retratação; 
b) caso não haja a reconsideração, surgirá o segundo momento que é aquele em que o recurso será 
examinado pela autoridade superior; 
 
 Na sequência, perguntas e respostas sobre o Recurso com as respectivas fundamentações legais. 
 
- COMO OCORRE O TRÂMITE DO RECURSO ADMINISTRATIVO? 
Resposta: Como dissemos, o recurso deve ser dirigido à própria autoridade que tomou a decisão 
(autoridade recorrida), para que esta decida, após analisar os requisitos do recurso, no PRAZO DE 5 
DIAS, se reconsidera a decisão (modificando-a) ou a mantém. Caso decida pela não reconsideração, 
deverá remeter o recurso à autoridade superior, que terá um prazo de 30 dias para decidir. O recurso 
administrativo tramitará no máximo por três instâncias administrativas, salvo disposição legal diversa. 
Fundamento: art. 56 §1°. 
 
- QUAIS SÃO OS REQUISITOS DO RECURSO? 
Resposta: Legitimidade para recorrer, tempestividade, direção à autoridade competente e possibilidade 
jurídica do pedido. 
 
- QUEM SÃO OS LEGITIMADOS PARA INTERPOR RECURSO? 
Resposta: São basicamente os mesmo que podem ser considerados interessados no processo (art. 9°) – 
embora seja certo que, se algum deles ainda não era interessado (não havia atuado no processo), ainda 
assim poderá recorrer. São legitimados: I - os titulares de direitos e interesses que forem parte no 
processo; II - aqueles cujos direitos ou interesses forem indiretamente afetados pela decisão recorrida; III 
- as organizações e associações representativas, no tocante a direitos e interesses coletivos; IV - os 
cidadãos ou associações, quanto a direitos ou interesses difusos. 
Fundamento: Art.58 
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- QUAL O PRAZO PARA INTERPOSIÇÃO DO RECURSO? 
Resposta: Prazo de 10 dias, a menos que haja disposição legal específica fixando prazo legal diverso. 
Fundamento: Art.59, caput. 
 
- QUAL A CONSEQÜÊNCIA DO RECURSO INTERPOSTO FORA DO PRAZO? 
Resposta: Será ele considerado intempestivo e não será conhecido pela autoridade competente. 
Fundamento: Art. 63, I 
 
- ALÉM DA INTEMPESTIVIDADE,QUAIS SÃO OS OUTROS CASOS DE NÃO CONHECIMENTO DO 
RECURSO? 
Resposta: Recurso interposto perante órgão incompetente; recurso interposto por quem não seja 
legitimado; recurso interposto após exaurida a esfera administrativa. 
Fundamento: art.63, caput. 
 
- NO CASO DO NÃO CONHECIMENTO POR SER INTERPOSTO PERANTE ÓRGÃO INCOMPETENTE, COMO 
DEVE PROCEDER A ADMINISTRAÇÃO? 
Resposta: A administração deve indicar ao recorrente a autoridade competente, sendo-lhe devolvido o 
prazo do recurso. 
Fundamento: Art. 63, §1°. 
 
Observação: 
 § 2o O não conhecimento do recurso não impede a Administração de rever de ofício o ato ilegal, 
desde que não ocorrida preclusão administrativa. 
 
- NA HIPÓTESE DO RECURSO SER CONHECIDO, O QUE DEVERÁ FAZER O ÓRGÃO COMPETENTE? 
Resposta: Deverá intimar os demais interessados para, em cinco dias, apresentarem alegações (art. 62). 
Embora a Lei não diga, se entende que quem deverá fazer essa intimação é a mesma autoridade que 
pode ou não reconsiderar a decisão. 
Fundamento: art.62 
 
- QUAIS SÃO OS EFEITOS DO RECURSO? 
Resposta: Existem dois efeitos nos recursos: devolutivo e suspensivo. Hely Lopes Meirelles já ensinava 
que os efeitos do recurso são, normalmente, o devolutivo e, por exceção, o suspensivo. E esse foi 
justamente o entendimento adotado no art. 61 da Lei. 
Fundamento: art.61, caput 
 
- MAS DIANTE DE CERTAS SITUAÇÕES ESPECIAIS QUE PODERIA PÔR EM RISCO O DIREITO DO 
RECORRENTE, O RECURSO MESMO ASSIM NÃO TERÁ EFEITO SUSPENSIVO? 
Resposta: Diante dessas situações especiais (justo receio de prejuízo de difícil ou incerta reparação 
decorrente da execução), a autoridade recorrida ou a imediatamente superior poderá, de ofício ou a 
pedido, dar efeito suspensivo ao recurso. 
Fundamento: art. 61, parágrafo único. 
 
 
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- CHEGANDO O RECURSO AO ÓRGÃO REVISOR, O QUE ELE PODE FAZER? 
Resposta: Poderá adotar as seguintes decisões: confirmatórias, alteradoras ou supressivas (anulação ou 
revogação). 
Fundamento: Art.64, caput. 
 
- DA DECISÃO ADOTADA PELA AUTORIDADE PODE SURGIR ALGO MAIS GRAVOSO PARA O PROPRIO 
RECORRENTE? 
Resposta: Sim. É a possibilidade da “reformatio in pejus” (reforma para pior). Entretanto, diante dessa 
possibilidade de agravar a decisão, deve a Administração, antes de proferir a decisão, cientificar o 
recorrente para que formule outras alegações antes da decisão. Se por acaso, for aplicado uma decisão 
gravosa sem esse momento anterior, a decisão é inválida. 
Fundamento: Art. 64, parágrafo único. 
 
- E SE FOR ALEGADA OFENSA A SÚMULA VINCULANTE? 
Resposta: O órgão competente para decidir o recurso explicitará as razões da aplicabilidade ou não da 
súmula, conforme o caso. 
Fundamento: Art.64-A 
 
Observação: 
Art. 64-B. Acolhida pelo Supremo Tribunal Federal a reclamação fundada em violação de enunciado da 
súmula vinculante, dar-se-á ciência à autoridade prolatora e ao órgão competente para o julgamento do 
recurso, que deverão adequar as futuras decisões administrativas em casos semelhantes, sob pena de 
responsabilização pessoal nas esferas cível, administrativa e penal 
 
b) REVISÃO 
 
 Segundo a doutrina, revisão é o recurso administrativo pelo qual o interessado reivindica a 
reapreciação de certo ato punitivo em virtude do aparecimento de novos fatos não analisados à ocasião 
do processo anterior. 
 
 Características: 
• A lei admite que a revisão seja manejada a qualquer tempo; 
• Pode ser instaurado a pedido ou de ofício; 
• Presença de certos pressupostos: fatos novos (ligado ao fator tempo); circunstâncias relevantes 
(ligado não ao tempo mas a importância do fato); adequabilidade probatória (pode levar ou a 
eliminação da sanção ou uma sanção mais leve); 
• Da revisão não poderá resultar agravamento da decisão. Assim, para a revisão existe a vedação a 
“reformatio in pejus”. 
 
21) DOS PRAZOS: 
 
 Os prazos possuem um duplo objetivo: a) faz com que o processo, ao menos teoricamente, possa 
ser encerrado em menor período de tempo possível; b) traz segurança e seriedade para os envolvidos e 
interessados na decisão final. 
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 Os prazos têm início e fim. O termo inicial é chamado “termo a quo” e o termo final é chamado 
“termo ad quem”. 
 
 Segundo a Lei, os prazos começam a correr a partir da data de sua ciência oficial. E quais as 
formas de cientificação oficial? Ora, já sabemos: a intimação (art.26§3°) e a publicação oficial 
(art.26§4°). 
 
 Na contagem dos prazos, exclui-se da contagem o dia do começo e se inclui o do vencimento. 
Observe o exemplo elucidativo de José dos Santos: 
 
 Imagine que certo prazo seja de dez dias corridos e que a cientificação oficial ocorreu no dia 10, 
terça-feira. Pergunta-se: 
 
a) Quando o prazo será iniciado? O termo inicial da contagem se dará no dia 11, quarta feira. 
b) Quando o prazo terá seu termo final? Dia 20, sexta feira. 
 
 E na hipótese de o dia do vencimento recair em dia sem expediente ou com expediente 
encerrado antes do horário normal? Prorroga-se o prazo final até o primeiro dia útil. (art. 66 §1°) 
 
 Diz ainda a Lei que os prazos serão em dias, meses e anos. No que concerne aos prazos em dia, 
conta-se de forma continua, exatamente como ponderamos e exemplificamos acima. E nos prazos em 
meses e anos, dispõe a Lei que devem ser contados de data a data. 
 
 Você me perguntaria: “Como assim ‘data a data’”? É simples. Imagine que a Lei fixe um prazo de 
um ano e o termo “a quo” iniciou no dia 28 de Abril. O prazo final ocorrerá no mesmo dia de igual 
número do ano subseqüente, ou seja, 28 de Abril. 
 
 A Lei ainda estabelece que se no mês do vencimento não houver o dia equivalente àquele do 
início do prazo, tem-se como termo o último dia do mês. Por exemplo: imagine que o início de certo 
prazo tenha ocorrido no dia 31 de outubro, sendo o prazo legal de 1 mês. Quando ocorrerá o termo 
final? Ora, não existe 31 de novembro. Diz a Lei então que o termo final será o último dia do mês, ou 
seja, 30 de novembro. 
 
Questão de Apoio 
 Um prazo em um processo administrativo sujeito à Lei 9784/99, fixado em lei como de “um mês”, tem 
como seu dia do início 31 de Janeiro. Considerando que o ano em questão não é bissexto, o dia do 
vencimento será: 
a) 4 de março. 
b) 3 de março. 
c) 2 de março. 
d) 1° de março. 
e) 28 de fevereiro 
 
 
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22) DAS SANÇÕES: 
 
 Diz a Lei que as sanções, a serem aplicadas por autoridade competente, terão natureza pecuniária 
ou consistirão em obrigação de fazer ou de não fazer, assegurado sempre o direito de defesa. 
 
 Exemplo de sanção pecuniária: Multas administrativas 
 Exemplo de sanção mandamental (obrigação de fazer/não fazer): ordem emanada de autoridade 
administrativa no sentido que o sancionado faça ou deixe de fazer alguma coisa. 
 
Presidência da República 
Casa Civil 
 
Subchefia para Assuntos Jurídicos 
LEI Nº 9.784 , DE 29 DE JANEIRO DE 1999. 
 
Vide Decreto nº 10.882, de 2021 
Regula o processo administrativo no âmbito da 
Administração Pública Federal. 
 
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sancionoa 
seguinte Lei: 
 
CAPÍTULO I 
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS 
 
Art. 1o Esta Lei estabelece normas básicas sobre o processo administrativo no âmbito da 
Administração Federal direta e indireta, visando, em especial, à proteção dos direitos dos administrados 
e ao melhor cumprimento dos fins da Administração. 
§ 1o Os preceitos desta Lei também se aplicam aos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário da 
União, quando no desempenho de função administrativa. 
§ 2o Para os fins desta Lei, consideram-se: 
I - órgão - a unidade de atuação integrante da estrutura da Administração direta e da estrutura da 
Administração indireta; 
II - entidade - a unidade de atuação dotada de personalidade jurídica; 
III - autoridade - o servidor ou agente público dotado de poder de decisão. 
 
Art. 2o A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, 
motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança 
jurídica, interesse público e eficiência. 
Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados, entre outros, os critérios de: 
I - atuação conforme a lei e o Direito; 
II - atendimento a fins de interesse geral, vedada a renúncia total ou parcial de poderes ou 
competências, salvo autorização em lei; 
III - objetividade no atendimento do interesse público, vedada a promoção pessoal de agentes ou 
autoridades; 
http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%209.784-1999?OpenDocument
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Decreto/D10882.htm#art23
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IV - atuação segundo padrões éticos de probidade, decoro e boa-fé; 
V - divulgação oficial dos atos administrativos, ressalvadas as hipóteses de sigilo previstas na 
Constituição; 
VI - adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obrigações, restrições e sanções em 
medida superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento do interesse público; 
VII - indicação dos pressupostos de fato e de direito que determinarem a decisão; 
VIII – observância das formalidades essenciais à garantia dos direitos dos administrados; 
IX - adoção de formas simples, suficientes para propiciar adequado grau de certeza, segurança e 
respeito aos direitos dos administrados; 
X - garantia dos direitos à comunicação, à apresentação de alegações finais, à produção de provas 
e à interposição de recursos, nos processos de que possam resultar sanções e nas situações de litígio; 
XI - proibição de cobrança de despesas processuais, ressalvadas as previstas em lei; 
XII - impulsão, de ofício, do processo administrativo, sem prejuízo da atuação dos interessados; 
XIII - interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta o atendimento do fim 
público a que se dirige, vedada aplicação retroativa de nova interpretação. 
 
CAPÍTULO II 
DOS DIREITOS DOS ADMINISTRADOS 
 
Art. 3o O administrado tem os seguintes direitos perante a Administração, sem prejuízo de outros 
que lhe sejam assegurados: 
I - ser tratado com respeito pelas autoridades e servidores, que deverão facilitar o exercício de 
seus direitos e o cumprimento de suas obrigações; 
II - ter ciência da tramitação dos processos administrativos em que tenha a condição de 
interessado, ter vista dos autos, obter cópias de documentos neles contidos e conhecer as decisões 
proferidas; 
III - formular alegações e apresentar documentos antes da decisão, os quais serão objeto de 
consideração pelo órgão competente; 
IV - fazer-se assistir, facultativamente, por advogado, salvo quando obrigatória a representação, 
por força de lei. 
CAPÍTULO III 
DOS DEVERES DO ADMINISTRADO 
 
Art. 4o São deveres do administrado perante a Administração, sem prejuízo de outros previstos em 
ato normativo: 
I - expor os fatos conforme a verdade; 
II - proceder com lealdade, urbanidade e boa-fé; 
III - não agir de modo temerário; 
IV - prestar as informações que lhe forem solicitadas e colaborar para o esclarecimento dos fatos. 
 
CAPÍTULO IV 
DO INÍCIO DO PROCESSO 
 
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Art. 5o O processo administrativo pode iniciar-se de ofício ou a pedido de interessado. 
 
Art. 6o O requerimento inicial do interessado, salvo casos em que for admitida solicitação oral, 
deve ser formulado por escrito e conter os seguintes dados: 
I - órgão ou autoridade administrativa a que se dirige; 
II - identificação do interessado ou de quem o represente; 
III - domicílio do requerente ou local para recebimento de comunicações; 
IV - formulação do pedido, com exposição dos fatos e de seus fundamentos; 
V - data e assinatura do requerente ou de seu representante. 
Parágrafo único. É vedada à Administração a recusa imotivada de recebimento de documentos, 
devendo o servidor orientar o interessado quanto ao suprimento de eventuais falhas. 
 
Art. 7o Os órgãos e entidades administrativas deverão elaborar modelos ou formulários 
padronizados para assuntos que importem pretensões equivalentes. 
 
Art. 8o Quando os pedidos de uma pluralidade de interessados tiverem conteúdo e fundamentos 
idênticos, poderão ser formulados em um único requerimento, salvo preceito legal em contrário. 
 
CAPÍTULO V 
DOS INTERESSADOS 
 
Art. 9o São legitimados como interessados no processo administrativo: 
I - pessoas físicas ou jurídicas que o iniciem como titulares de direitos ou interesses individuais ou 
no exercício do direito de representação; 
II - aqueles que, sem terem iniciado o processo, têm direitos ou interesses que possam ser 
afetados pela decisão a ser adotada; 
III - as organizações e associações representativas, no tocante a direitos e interesses coletivos; 
IV - as pessoas ou as associações legalmente constituídas quanto a direitos ou interesses difusos. 
 
Art. 10. São capazes, para fins de processo administrativo, os maiores de dezoito anos, ressalvada 
previsão especial em ato normativo próprio. 
 
CAPÍTULO VI 
DA COMPETÊNCIA 
 
Art. 11. A competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos administrativos a que foi atribuída 
como própria, salvo os casos de delegação e avocação legalmente admitidos. 
 
Art. 12. Um órgão administrativo e seu titular poderão, se não houver impedimento legal, delegar 
parte da sua competência a outros órgãos ou titulares, ainda que estes não lhe sejam hierarquicamente 
subordinados, quando for conveniente, em razão de circunstâncias de índole técnica, social, econômica, 
jurídica ou territorial. 
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Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo aplica-se à delegação de competência dos 
órgãos colegiados aos respectivos presidentes. 
 
Art. 13. Não podem ser objeto de delegação: 
 I - a edição de atos de caráter normativo; 
II - a decisão de recursos administrativos; 
III - as matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade. 
 
Art. 14. O ato de delegação e sua revogação deverão ser publicados no meio oficial. 
§ 1o O ato de delegação especificará as matérias e poderes transferidos, os limites da atuação do 
delegado, a duração e os objetivos da delegação e o recurso cabível, podendoconter ressalva de 
exercício da atribuição delegada. 
§ 2o O ato de delegação é revogável a qualquer tempo pela autoridade delegante. 
§ 3o As decisões adotadas por delegação devem mencionar explicitamente esta qualidade e 
considerar-se-ão editadas pelo delegado. 
 
Art. 15. Será permitida, em caráter excepcional e por motivos relevantes devidamente justificados, 
a avocação temporária de competência atribuída a órgão hierarquicamente inferior. 
 
Art. 16. Os órgãos e entidades administrativas divulgarão publicamente os locais das respectivas 
sedes e, quando conveniente, a unidade fundacional competente em matéria de interesse especial. 
 
Art. 17. Inexistindo competência legal específica, o processo administrativo deverá ser iniciado 
perante a autoridade de menor grau hierárquico para decidir. 
 
CAPÍTULO VII 
DOS IMPEDIMENTOS E DA SUSPEIÇÃO 
 
Art. 18. É impedido de atuar em processo administrativo o servidor ou autoridade que: 
I - tenha interesse direto ou indireto na matéria; 
II - tenha participado ou venha a participar como perito, testemunha ou representante, ou se tais 
situações ocorrem quanto ao cônjuge, companheiro ou parente e afins até o terceiro grau; 
III - esteja litigando judicial ou administrativamente com o interessado ou respectivo cônjuge ou 
companheiro. 
 
Art. 19. A autoridade ou servidor que incorrer em impedimento deve comunicar o fato à 
autoridade competente, abstendo-se de atuar. 
Parágrafo único. A omissão do dever de comunicar o impedimento constitui falta grave, para 
efeitos disciplinares. 
 
Art. 20. Pode ser argüida a suspeição de autoridade ou servidor que tenha amizade íntima ou 
inimizade notória com algum dos interessados ou com os respectivos cônjuges, companheiros, parentes 
e afins até o terceiro grau. 
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Art. 21. O indeferimento de alegação de suspeição poderá ser objeto de recurso, sem efeito 
suspensivo. 
CAPÍTULO VIII 
DA FORMA, TEMPO E LUGAR DOS ATOS DO PROCESSO 
 
Art. 22. Os atos do processo administrativo não dependem de forma determinada senão quando a 
lei expressamente a exigir. 
§ 1o Os atos do processo devem ser produzidos por escrito, em vernáculo, com a data e o local de 
sua realização e a assinatura da autoridade responsável. 
§ 2o Salvo imposição legal, o reconhecimento de firma somente será exigido quando houver 
dúvida de autenticidade. 
§ 3o A autenticação de documentos exigidos em cópia poderá ser feita pelo órgão administrativo. 
§ 4o O processo deverá ter suas páginas numeradas seqüencialmente e rubricadas. 
 
Art. 23. Os atos do processo devem realizar-se em dias úteis, no horário normal de funcionamento 
da repartição na qual tramitar o processo. 
Parágrafo único. Serão concluídos depois do horário normal os atos já iniciados, cujo adiamento 
prejudique o curso regular do procedimento ou cause dano ao interessado ou à Administração. 
 
Art. 24. Inexistindo disposição específica, os atos do órgão ou autoridade responsável pelo 
processo e dos administrados que dele participem devem ser praticados no prazo de cinco dias, salvo 
motivo de força maior. 
Parágrafo único. O prazo previsto neste artigo pode ser dilatado até o dobro, mediante 
comprovada justificação. 
 
Art. 25. Os atos do processo devem realizar-se preferencialmente na sede do órgão, cientificando-
se o interessado se outro for o local de realização. 
 
CAPÍTULO IX 
DA COMUNICAÇÃO DOS ATOS 
 
Art. 26. O órgão competente perante o qual tramita o processo administrativo determinará a 
intimação do interessado para ciência de decisão ou a efetivação de diligências. 
§ 1o A intimação deverá conter: 
I - identificação do intimado e nome do órgão ou entidade administrativa; 
II - finalidade da intimação; 
III - data, hora e local em que deve comparecer; 
IV - se o intimado deve comparecer pessoalmente, ou fazer-se representar; 
V - informação da continuidade do processo independentemente do seu comparecimento; 
VI - indicação dos fatos e fundamentos legais pertinentes. 
§ 2o A intimação observará a antecedência mínima de três dias úteis quanto à data de 
comparecimento. 
§ 3o A intimação pode ser efetuada por ciência no processo, por via postal com aviso de 
recebimento, por telegrama ou outro meio que assegure a certeza da ciência do interessado. 
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§ 4o No caso de interessados indeterminados, desconhecidos ou com domicílio indefinido, a 
intimação deve ser efetuada por meio de publicação oficial. 
§ 5o As intimações serão nulas quando feitas sem observância das prescrições legais, mas o 
comparecimento do administrado supre sua falta ou irregularidade. 
Art. 27. O desatendimento da intimação não importa o reconhecimento da verdade dos fatos, 
nem a renúncia a direito pelo administrado. 
Parágrafo único. No prosseguimento do processo, será garantido direito de ampla defesa ao 
interessado. 
Art. 28. Devem ser objeto de intimação os atos do processo que resultem para o interessado em 
imposição de deveres, ônus, sanções ou restrição ao exercício de direitos e atividades e os atos de outra 
natureza, de seu interesse. 
CAPÍTULO X 
DA INSTRUÇÃO 
 
Art. 29. As atividades de instrução destinadas a averiguar e comprovar os dados necessários à 
tomada de decisão realizam-se de ofício ou mediante impulsão do órgão responsável pelo processo, 
sem prejuízo do direito dos interessados de propor atuações probatórias. 
§ 1o O órgão competente para a instrução fará constar dos autos os dados necessários à decisão 
do processo. 
§ 2o Os atos de instrução que exijam a atuação dos interessados devem realizar-se do modo 
menos oneroso para estes. 
 
 Art. 30. São inadmissíveis no processo administrativo as provas obtidas por meios ilícitos. 
 
 Art. 31. Quando a matéria do processo envolver assunto de interesse geral, o órgão competente 
poderá, mediante despacho motivado, abrir período de consulta pública para manifestação de terceiros, 
antes da decisão do pedido, se não houver prejuízo para a parte interessada. 
§ 1o A abertura da consulta pública será objeto de divulgação pelos meios oficiais, a fim de que 
pessoas físicas ou jurídicas possam examinar os autos, fixando-se prazo para oferecimento de alegações 
escritas. 
§ 2o O comparecimento à consulta pública não confere, por si, a condição de interessado do 
processo, mas confere o direito de obter da Administração resposta fundamentada, que poderá ser 
comum a todas as alegações substancialmente iguais. 
 
 Art. 32. Antes da tomada de decisão, a juízo da autoridade, diante da relevância da questão, 
poderá ser realizada audiência pública para debates sobre a matéria do processo. 
 
 Art. 33. Os órgãos e entidades administrativas, em matéria relevante, poderão estabelecer outros 
meios de participação de administrados, diretamente ou por meio de organizações e associações 
legalmente reconhecidas. 
 
 Art. 34. Os resultados da consulta e audiência pública e de outros meios de participação de 
administrados deverão ser apresentados com a indicação do procedimento adotado. 
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Art. 35. Quando necessária à instruçãodo processo, a audiência de outros órgãos ou entidades 
administrativas poderá ser realizada em reunião conjunta, com a participação de titulares ou 
representantes dos órgãos competentes, lavrando-se a respectiva ata, a ser juntada aos autos. 
 
 Art. 36. Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado, sem prejuízo do dever atribuído 
ao órgão competente para a instrução e do disposto no art. 37 desta Lei. 
 
Art. 37. Quando o interessado declarar que fatos e dados estão registrados em documentos 
existentes na própria Administração responsável pelo processo ou em outro órgão administrativo, o 
órgão competente para a instrução proverá, de ofício, à obtenção dos documentos ou das respectivas 
cópias. 
 
Art. 38. O interessado poderá, na fase instrutória e antes da tomada da decisão, juntar 
documentos e pareceres, requerer diligências e perícias, bem como aduzir alegações referentes à 
matéria objeto do processo. 
§ 1o Os elementos probatórios deverão ser considerados na motivação do relatório e da decisão. 
 
§ 2o Somente poderão ser recusadas, mediante decisão fundamentada, as provas propostas pelos 
interessados quando sejam ilícitas, impertinentes, desnecessárias ou protelatórias. 
 
Art. 39. Quando for necessária a prestação de informações ou a apresentação de provas pelos 
interessados ou terceiros, serão expedidas intimações para esse fim, mencionando-se data, prazo, 
forma e condições de atendimento. 
Parágrafo único. Não sendo atendida a intimação, poderá o órgão competente, se entender 
relevante a matéria, suprir de ofício a omissão, não se eximindo de proferir a decisão. 
 
Art. 40. Quando dados, atuações ou documentos solicitados ao interessado forem necessários à 
apreciação de pedido formulado, o não atendimento no prazo fixado pela Administração para a 
respectiva apresentação implicará arquivamento do processo. 
 
Art. 41. Os interessados serão intimados de prova ou diligência ordenada, com antecedência 
mínima de três dias úteis, mencionando-se data, hora e local de realização. 
 
Art. 42. Quando deva ser obrigatoriamente ouvido um órgão consultivo, o parecer deverá ser 
emitido no prazo máximo de quinze dias, salvo norma especial ou comprovada necessidade de maior 
prazo. 
§ 1o Se um parecer obrigatório e vinculante deixar de ser emitido no prazo fixado, o processo não 
terá seguimento até a respectiva apresentação, responsabilizando-se quem der causa ao atraso. 
§ 2o Se um parecer obrigatório e não vinculante deixar de ser emitido no prazo fixado, o processo 
poderá ter prosseguimento e ser decidido com sua dispensa, sem prejuízo da responsabilidade de quem 
se omitiu no atendimento. 
 
 
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Art. 43. Quando por disposição de ato normativo devam ser previamente obtidos laudos técnicos 
de órgãos administrativos e estes não cumprirem o encargo no prazo assinalado, o órgão responsável 
pela instrução deverá solicitar laudo técnico de outro órgão dotado de qualificação e capacidade técnica 
equivalentes. 
 
Art. 44. Encerrada a instrução, o interessado terá o direito de manifestar-se no prazo máximo de 
dez dias, salvo se outro prazo for legalmente fixado. 
 
Art. 45. Em caso de risco iminente, a Administração Pública poderá motivadamente adotar 
providências acauteladoras sem a prévia manifestação do interessado. 
 
Art. 46. Os interessados têm direito à vista do processo e a obter certidões ou cópias reprográficas 
dos dados e documentos que o integram, ressalvados os dados e documentos de terceiros protegidos 
por sigilo ou pelo direito à privacidade, à honra e à imagem. 
 
Art. 47. O órgão de instrução que não for competente para emitir a decisão final elaborará 
relatório indicando o pedido inicial, o conteúdo das fases do procedimento e formulará proposta de 
decisão, objetivamente justificada, encaminhando o processo à autoridade competente. 
 
CAPÍTULO XI 
DO DEVER DE DECIDIR 
 
Art. 48. A Administração tem o dever de explicitamente emitir decisão nos processos 
administrativos e sobre solicitações ou reclamações, em matéria de sua competência. 
 
Art. 49. Concluída a instrução de processo administrativo, a Administração tem o prazo de até 
trinta dias para decidir, salvo prorrogação por igual período expressamente motivada. 
 
CAPÍTULO XI-A 
DA DECISÃO COORDENADA 
 
(Incluído pela Lei nº 14.210, de 2021) 
Art. 49-A. No âmbito da Administração Pública federal, as decisões administrativas que exijam a 
participação de 3 (três) ou mais setores, órgãos ou entidades poderão ser tomadas mediante decisão 
coordenada, sempre que: (Incluído pela Lei nº 14.210, de 2021) 
I - for justificável pela relevância da matéria; e (Incluído pela Lei nº 14.210, de 2021) 
II - houver discordância que prejudique a celeridade do processo administrativo 
decisório. (Incluído pela Lei nº 14.210, de 2021) 
§ 1º Para os fins desta Lei, considera-se decisão coordenada a instância de natureza 
interinstitucional ou intersetorial que atua de forma compartilhada com a finalidade de simplificar o 
processo administrativo mediante participação concomitante de todas as autoridades e agentes 
decisórios e dos responsáveis pela instrução técnico-jurídica, observada a natureza do objeto e a 
compatibilidade do procedimento e de sua formalização com a legislação pertinente. (Incluído pela 
Lei nº 14.210, de 2021) 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14210.htm#art1
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§ 2º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 14.210, de 2021) 
§ 3º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 14.210, de 2021) 
§ 4º A decisão coordenada não exclui a responsabilidade originária de cada órgão ou autoridade 
envolvida. (Incluído pela Lei nº 14.210, de 2021) 
§ 5º A decisão coordenada obedecerá aos princípios da legalidade, da eficiência e da 
transparência, com utilização, sempre que necessário, da simplificação do procedimento e da 
concentração das instâncias decisórias. (Incluído pela Lei nº 14.210, de 2021) 
§ 6º Não se aplica a decisão coordenada aos processos administrativos: (Incluído pela Lei nº 
14.210, de 2021) 
I - de licitação; (Incluído pela Lei nº 14.210, de 2021) 
II - relacionados ao poder sancionador; ou (Incluído pela Lei nº 14.210, de 2021) 
III - em que estejam envolvidas autoridades de Poderes distintos. (Incluído pela Lei nº 14.210, 
de 2021) 
Art. 49-B. Poderão habilitar-se a participar da decisão coordenada, na qualidade de ouvintes, os 
interessados de que trata o art. 9º desta Lei. (Incluído pela Lei nº 14.210, de 2021) 
Parágrafo único. A participação na reunião, que poderá incluir direito a voz, será deferida por 
decisão irrecorrível da autoridade responsável pela convocação da decisão coordenada. (Incluído pela 
Lei nº 14.210, de 2021) 
Art. 49-C. (VETADO). (Incluído pela Lei nº 14.210, de 2021) 
Art. 49-D. Os participantes da decisão coordenada deverão ser intimados na forma do art. 26 
desta Lei. (Incluído pela Lei nº 14.210, de 2021)Art. 49-E. Cada órgão ou entidade participante é responsável pela elaboração de documento 
específico sobre o tema atinente à respectiva competência, a fim de subsidiar os trabalhos e integrar o 
processo da decisão coordenada. (Incluído pela Lei nº 14.210, de 2021) 
Parágrafo único. O documento previsto no caput deste artigo abordará a questão objeto da 
decisão coordenada e eventuais precedentes. (Incluído pela Lei nº 14.210, de 2021) 
Art. 49-F. Eventual dissenso na solução do objeto da decisão coordenada deverá ser manifestado 
durante as reuniões, de forma fundamentada, acompanhado das propostas de solução e de alteração 
necessárias para a resolução da questão. (Incluído pela Lei nº 14.210, de 2021) 
Parágrafo único. Não poderá ser arguida matéria estranha ao objeto da convocação. (Incluído 
pela Lei nº 14.210, de 2021) 
Art. 49-G. A conclusão dos trabalhos da decisão coordenada será consolidada em ata, que conterá 
as seguintes informações: (Incluído pela Lei nº 14.210, de 2021) 
I - relato sobre os itens da pauta; (Incluído pela Lei nº 14.210, de 2021) 
II - síntese dos fundamentos aduzidos; (Incluído pela Lei nº 14.210, de 2021) 
III - síntese das teses pertinentes ao objeto da convocação; (Incluído pela Lei nº 14.210, de 
2021) 
IV - registro das orientações, das diretrizes, das soluções ou das propostas de atos governamentais 
relativos ao objeto da convocação; (Incluído pela Lei nº 14.210, de 2021) 
V - posicionamento dos participantes para subsidiar futura atuação governamental em matéria 
idêntica ou similar; e (Incluído pela Lei nº 14.210, de 2021) 
VI - decisão de cada órgão ou entidade relativa à matéria sujeita à sua competência. (Incluído 
pela Lei nº 14.210, de 2021) 
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§ 1º Até a assinatura da ata, poderá ser complementada a fundamentação da decisão da 
autoridade ou do agente a respeito de matéria de competência do órgão ou da entidade 
representada. (Incluído pela Lei nº 14.210, de 2021) 
 
§ 2º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 14.210, de 2021) 
§ 3º A ata será publicada por extrato no Diário Oficial da União, do qual deverão constar, além do 
registro referido no inciso IV do caput deste artigo, os dados identificadores da decisão coordenada e o 
órgão e o local em que se encontra a ata em seu inteiro teor, para conhecimento dos 
interessados. (Incluído pela Lei nº 14.210, de 2021) 
 
CAPÍTULO XII 
DA MOTIVAÇÃO 
 
Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos e dos 
fundamentos jurídicos, quando: 
I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses; 
II - imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções; 
III - decidam processos administrativos de concurso ou seleção pública; 
IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatório; 
V - decidam recursos administrativos; 
VI - decorram de reexame de ofício; 
VII - deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão ou discrepem de pareceres, laudos, 
propostas e relatórios oficiais; 
VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato administrativo. 
§ 1o A motivação deve ser explícita, clara e congruente, podendo consistir em declaração de 
concordância com fundamentos de anteriores pareceres, informações, decisões ou propostas, que, 
neste caso, serão parte integrante do ato. 
§ 2o Na solução de vários assuntos da mesma natureza, pode ser utilizado meio mecânico que 
reproduza os fundamentos das decisões, desde que não prejudique direito ou garantia dos interessados. 
§ 3o A motivação das decisões de órgãos colegiados e comissões ou de decisões orais constará da 
respectiva ata ou de termo escrito. 
CAPÍTULO XIII 
DA DESISTÊNCIA E OUTROS CASOS DE EXTINÇÃO DO PROCESSO 
 
Art. 51. O interessado poderá, mediante manifestação escrita, desistir total ou parcialmente do 
pedido formulado ou, ainda, renunciar a direitos disponíveis. 
§ 1o Havendo vários interessados, a desistência ou renúncia atinge somente quem a tenha 
formulado. 
§ 2o A desistência ou renúncia do interessado, conforme o caso, não prejudica o prosseguimento 
do processo, se a Administração considerar que o interesse público assim o exige. 
 
Art. 52. O órgão competente poderá declarar extinto o processo quando exaurida sua finalidade 
ou o objeto da decisão se tornar impossível, inútil ou prejudicado por fato superveniente. 
 
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CAPÍTULO XIV 
DA ANULAÇÃO, REVOGAÇÃO E CONVALIDAÇÃO 
 
Art. 53. A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de legalidade, e 
pode revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos. 
 
Art. 54. O direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos 
favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados, salvo 
comprovada má-fé. 
§ 1o No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo de decadência contar-se-áda percepção 
do primeiro pagamento. 
§ 2o Considera-se exercício do direito de anular qualquer medida de autoridade administrativa que 
importe impugnação à validade do ato. 
 
Art. 55. Em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao interesse público nem prejuízo 
a terceiros, os atos que apresentarem defeitos sanáveis poderão ser convalidados pela própria 
Administração. 
CAPÍTULO XV 
DO RECURSO ADMINISTRATIVO E DA REVISÃO 
 
Art. 56. Das decisões administrativas cabe recurso, em face de razões de legalidade e de mérito. 
§ 1o O recurso será dirigido à autoridade que proferiu a decisão, a qual, se não a reconsiderar no 
prazo de cinco dias, o encaminhará à autoridade superior. 
§ 2o Salvo exigência legal, a interposição de recurso administrativo independe de caução. 
§ 3o Se o recorrente alegar que a decisão administrativa contraria enunciado da súmula 
vinculante, caberá à autoridade prolatora da decisão impugnada, se não a reconsiderar, explicitar, antes 
de encaminhar o recurso à autoridade superior, as razões da aplicabilidade ou inaplicabilidade da 
súmula, conforme o caso. (Incluído pela Lei nº 11.417, de 2006). Vigência 
 
Art. 57. O recurso administrativo tramitará no máximo por três instâncias administrativas, salvo 
disposição legal diversa. 
 
Art. 58. Têm legitimidade para interpor recurso administrativo: 
I - os titulares de direitos e interesses que forem parte no processo; 
II - aqueles cujos direitos ou interesses forem indiretamente afetados pela decisão recorrida; 
III - as organizações e associações representativas, no tocante a direitos e interesses coletivos; 
IV - os cidadãos ou associações, quanto a direitos ou interesses difusos. 
 
Art. 59. Salvo disposição legal específica, é de dez dias o prazo para interposição de recurso 
administrativo, contado a partir da ciência ou divulgação oficial da decisão recorrida. 
§ 1o Quando a lei não fixar prazo diferente, o recurso administrativo deverá ser decidido no prazo 
máximo de trinta dias, a partir do recebimento dos autos pelo órgão competente. 
§ 2o O prazo mencionado no parágrafo anterior poderá ser prorrogado por igual período, ante 
justificativa explícita. 
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Art. 60. O recurso interpõe-se por meio de requerimento no qual o recorrente deverá expor os 
fundamentos do pedido de reexame, podendo juntar os documentos que julgar convenientes. 
 
Art. 61. Salvo disposição legal em contrário, o recurso não tem efeito suspensivo. 
Parágrafo único. Havendo justo receio de prejuízo de difícil ou incerta reparação decorrente da 
execução, a autoridade recorrida ou a imediatamente superior poderá, de ofício ou a pedido, dar efeito 
suspensivo ao recurso. 
 
Art. 62. Interposto o recurso, o órgão competente para dele conhecer deverá intimar os demais 
interessados para que, no prazo de cinco dias úteis, apresentem alegações. 
 
Art. 63. O recurso não será conhecido quando interposto: 
I - fora do prazo; 
II - perante órgão incompetente; 
III - por quem não seja legitimado; 
IV - após exaurida a esfera administrativa. 
§ 1o Na hipótese do inciso II, será indicada ao recorrente a autoridade competente, sendo-lhe 
devolvido o prazo para recurso. 
§ 2o O não conhecimento do recurso não impede a Administração de rever de ofício o ato ilegal, 
desde que não ocorrida preclusão administrativa. 
 
Art. 64. O órgão competente para decidir o recurso poderá confirmar, modificar, anular ou 
revogar, total ou parcialmente, a decisão recorrida, se a matéria for de sua competência. 
Parágrafo único. Se da aplicação do disposto neste artigo puder decorrer gravame à situação do 
recorrente, este deverá ser cientificado para que formule suas alegações antes da decisão. 
Art. 64-A. Se o recorrente alegar violação de enunciado da súmula vinculante, o órgão 
competente para decidir o recurso explicitará as razões da aplicabilidade ou inaplicabilidade da súmula, 
conforme o caso. (Incluído pela Lei nº 11.417, de 2006). Vigência 
Art. 64-B. Acolhida pelo Supremo Tribunal Federal a reclamação fundada em violação de 
enunciado da súmula vinculante, dar-se-á ciência à autoridade prolatora e ao órgão competente para o 
julgamento do recurso, que deverão adequar as futuras decisões administrativas em casos semelhantes, 
sob pena de responsabilização pessoal nas esferas cível, administrativa e penal. (Incluído pela 
Lei nº 11.417, de 2006). Vigência 
 
Art. 65. Os processos administrativos de que resultem sanções poderão ser revistos, a qualquer 
tempo, a pedido ou de ofício, quando surgirem fatos novos ou circunstâncias relevantes suscetíveis de 
justificar a inadequação da sanção aplicada. 
 
Parágrafo único. Da revisão do processo não poderá resultar agravamento da sanção. 
 
CAPÍTULO XVI 
DOS PRAZOS 
 
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Art. 66. Os prazos começam a correr a partir da data da cientificação oficial, excluindo-se da 
contagem o dia do começo e incluindo-se o do vencimento. 
§ 1o Considera-se prorrogado o prazo até o primeiro dia útil seguinte se o vencimento cair em dia 
em que não houver expediente ou este for encerrado antes da hora normal. 
§ 2o Os prazos expressos em dias contam-se de modo contínuo. 
§ 3o Os prazos fixados em meses ou anos contam-se de data a data. Se no mês do vencimento não 
houver o dia equivalente àquele do início do prazo, tem-se como termo o último dia do mês. 
 
Art. 67. Salvo motivo de força maior devidamente comprovado, os prazos processuais não se 
suspendem. 
CAPÍTULO XVII 
DAS SANÇÕES 
 
Art. 68. As sanções, a serem aplicadas por autoridade competente, terão natureza pecuniária ou 
consistirão em obrigação de fazer ou de não fazer, assegurado sempre o direito de defesa. 
 
CAPÍTULO XVIII 
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS 
 
Art. 69. Os processos administrativos específicos continuarão a reger-se por lei própria, aplicando-
se-lhes apenas subsidiariamente os preceitos desta Lei. 
 
Art. 69-A. Terão prioridade na tramitação, em qualquer órgão ou instância, os procedimentos 
administrativos em que figure como parte ou interessado: (Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009). 
I - pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos; (Incluído pela Lei nº 12.008, de 
2009). 
II - pessoa portadora de deficiência, física ou mental; (Incluído pela Lei nº 12.008, de 
2009). 
III – (VETADO) (Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009). 
IV - pessoa portadora de tuberculose ativa, esclerose múltipla, neoplasia maligna, hanseníase, 
paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, doença de Parkinson, espondiloartrose 
anquilosante, nefropatia grave, hepatopatia grave, estados avançados da doença de Paget (osteíte 
deformante), contaminação por radiação, síndrome de imunodeficiência adquirida, ou outra doença 
grave, combase em conclusão da medicina especializada, mesmo que a doença tenha sido contraída 
após o início do processo. (Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009). 
§ 1o A pessoa interessada na obtenção do benefício, juntando prova de sua condição, deverá 
requerê-lo à autoridade administrativa competente, que determinará as providências a serem 
cumpridas. (Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009). 
 
§ 2o Deferida a prioridade, os autos receberão identificação própria que evidencie o regime de 
tramitação prioritária. (Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009). 
§ 3o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009). 
§ 4o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009). 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12008.htm#art4
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12008.htm#art4
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12008.htm#art4
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12008.htm#art4
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Msg/VEP-609-09.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12008.htm#art4
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Msg/VEP-609-09.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12008.htm#art4
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Art. 70. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. 
 
Brasília 29 de janeiro de 1999; 178o da Independência e 111o da República. 
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO 
Renan Calheiros 
Paulo Paiva 
Este texto não substitui o publicado no DOU de 1.2.1999 e retificado em 11.3.1999 
 
CAPÍTULO 
6 
CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
 
1. CONCEITO: 
 
Segundo Maria Sylvia Zanella Di Pietro, pode-se definir o controle da Administração como o 
poder de fiscalização e correção que sobre ela exercem os órgãos dos Poderes Judiciário, Legislativo e 
Executivo, com o objetivo de garantir a conformidade de atuação com os princípios que lhe são impostos 
pelo ordenamento jurídico. 
 
Ela abrange a fiscalização e a correção dos atos ilegais e, em certa medida, dos inconvenientes e 
inoportunos, objetivando assim assegurar a legalidade e a legitimidade dos atos produzidos pela 
Administração, bem como a regularidade da atuação dos agentes públicos. 
 
2. CLASSIFICAÇÃO DAS FORMAS DE CONTROLE17: 
 
✓ CONFORME A ORIGEM: 
 
CONTROLE INTERNO 
CONTROLE EXTERNO 
 
✓ CONFORME O MOMENTO DE EXERCÍCIO: 
 
CONTROLE PRÉVIO OU PREVENTIVO (A 
PRIORI) 
CONTROLE CONCOMITANTE 
CONTROLE SUBSEQÜENTE OU CORRETIVO 
 
3. CONTROLE CONFORME A ORIGEM: 
 
3.1. CONTROLE INTERNO: 
 
17. No campo doutrinário, são várias as classificações em relação ao controle da administração pública. Pela importância e por ser 
mencionado por toda a doutrina escolhemos, para o presente trabalho, as duas classificações acima. 
 
 
 
 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/1998-2000/RET/rlei-9784-99.pdf
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A) Definição: 
 
Na definição de Manuel Maria Diez, “controle interno é aquele exercido por órgãos de um Poder 
sobre condutas administrativas produzidas dentro de sua esfera”. É a mesma opinião de José dos Santos 
Carvalho Filho que define controle interno como “aquele exercido por órgãos de um Poder sobre 
condutas administrativas produzidas dentro de sua esfera. São dessa espécie o controle exercido por um 
Ministério sobre as unidades administrativas que o compõem, ou o controle que as chefias exercem 
sobre a conduta de seus subordinados”. Também Celso Antônio Bandeira de Mello segue o mesmo 
raciocínio definindo controle interno como “controle exercido pelos órgãos da própria Administração, 
isto é, integrantes do aparelho do Poder Executivo”. 
 
Assim, pela voz dos Doutos, sempre que o ato produzido no âmbito de certo órgão ou entidade 
estiver sujeito a controle de outro órgão ou entidade integrante do mesmo Poder, estaremos perante 
um controle administrativo interno, mesmo que os órgãos sejam diferentes ou que o controle abranja 
duas pessoas jurídicas distintas. 
 
São TRÊS as modalidades de controle interno, como passamos a analisar. 
 
B) Modalidades de Controle Interno: 
 
✓ Controle Hierárquico (ou hierárquico próprio): 
 
É o controle que os órgãos e agentes superiores exercem sobre os órgãos e agentes 
subordinados, todos integrantes de uma mesma pessoa jurídica. Como o próprio nome indica, trata-se 
de um controle diretamente decorrente do vínculo hierárquico, típico da função administrativa. 
 
Trata-se de um controle: 
 
 (a) pleno, porque abrange mérito e legalidade; 
 (b) permanente, pois pode ser exercido a qualquer tempo; 
 (c) absoluto, pois independe de previsão legal. 
 
✓ Tutela ou Controle finalístico18: 
 
É o controle exercido pelos órgãos centrais da Administração Direta (Ministérios, Secretarias) 
sobre as entidades da Administração Indireta a eles vinculadas, nas hipóteses expressamente previstas 
em lei. Como particularidades desse controle, deve-se ressaltar : 
(a) que ele envolve sempre duas pessoas jurídicas, a entidade política, atuando por meio de seu 
órgão central, e a entidade administrativa sujeita ao controle; 
 
18. Para Maria Sylvia Zanella Di Pietro, o controle finalistico não é um tipo de controle interno e sim controle externo. São palavras da 
doutrinadora: “É externo o controle exercido por um dos Poderes sobre o outro; como também o controle da Administração Direta sobre a 
Indireta. 
 
 
 
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(b) e que é indispensável a expressão previsão em lei do controle, pois não há relação 
hierárquica entre a Administração Direta e a Administração Indireta. 
 
Não devemos considerar que este controle abrange somente a legalidade dos atos produzidos 
pela entidade administrativa. O que particulariza esta modalidade de controle interno é a necessidade 
de expressa previsão em lei dos controles. Ora, a lei poderá prever controles de mérito ou de legalidade, 
caso em que a entidade a ambos estará sujeita, nos termos e limites definidos pela lei. 
 
✓ Controle Interno Financeiro-Orçamentário: 
 
O art. 74 da Constituição traça normas sobre o controle interno de caráter orçamentário-
financeiro, o qual deve ser executado por cada um dos Poderes sobre os atos produzidos em sua esfera, 
mas de forma integrada com os demais. 
 
Reza o referido dispositivo constitucional: 
 
Art. 74 – Os Poderes legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de forma integrada, sistema de controle 
interno com a finalidade de: 
I – avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, a execução dos programas de 
governo e dos orçamentos da União;II – comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e eficiência, da gestão 
orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da administração federal, bem como da 
aplicação de recursos públicos por entidades de direito privado; 
III – exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem como dos direitos e haveres da 
União; 
IV – apoiar o controle externo no exercício de sua missão constitucional. 
§ 1º Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem conhecimento de qualquer irregularidade ou 
ilegalidade, dela darão ciência ao Tribunal de Contas da União, sob pena de responsabilidade solidária. 
§ 2º Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte legítima para, na forma da lei, 
denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas da União. 
 
A leitura do artigo evidencia que o controle interno financeiro-orçamentário é pleno, no sentido 
de que abrange aspectos de mérito e de legalidade, nas hipóteses ali descritas. 
 
Cada um dos Poderes, atuando de forma integrada com os demais, efetuará o controle da sua 
gestão financeiro-orçamentária, tanto em termos de legalidade como de mérito. O inc. II, acima 
transcrito, é indicativo disto, quando se utiliza das expressões “comprovar a legalidade e avaliar os 
resultados”, que apontam o caráter pleno desta modalidade de controle interno. 
 
3.2. CONTROLE EXTERNO: 
 
a) Definição: 
 
 
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Considera-se externo um controle quando ele é exercido por um Poder diverso daquele que 
praticou o ato. São exemplos deste controle a anulação de um ato do Poder Executivo por decisão 
judicial; o julgamento anual das contas do Presidente da República pelo Congresso Nacional, a quem 
compete também a apreciação dos planos de governo (CF, art. 49, IX); a aprovação prévia, pelo Senado, 
do Procurador-Geral da República, cuja nomeação é de competência do Presidente da República (CF, art. 
52, III, e); a fiscalização do Tribunal de Contas da União sobre as despesas realizadas pelo Poder 
Judiciário, entre outras hipóteses. 
 
O controle externo compõe o sistema constitucional de freios e contrapesos, mediante o qual 
cada um dos Poderes da República – Legislativo, Executivo e Judiciário – intervém na atuação dos 
demais, de modo a assegurar-se um equilíbrio entre todos. Como este controle mitiga o Princípio da 
Independência dos Poderes, instituído no art. 2º da CF, ele só é exercido nas hipóteses determinadas na 
Constituição. 
 
b) Modalidades: 
 
✓ Controle Externo exercido pelo Poder Legislativo: 
 
O controle externo realizado pelo Poder Legislativo é dividido em duas modalidades: o controle 
político e o controle financeiro. 
 
O controle político, só se verifica nas situações e nos limites expressamente previstos na própria 
Constituição, de que é exemplo o art. 49, X, pelo qual cabe ao Congresso Nacional “fiscalizar e controlar, 
diretamente, ou por qualquer de suas Casas, os atos do Poder Executivo, incluídos os da administração 
indireta”; ou o art. 49, V, que confere ao Congresso a prerrogativa de “sustar os atos normativos do 
Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites da delegação legislativa”. 
 
Certamente um dos controles políticos mais visíveis é o da instalação das Comissões 
Parlamentares de Inquérito (CPIs). Segundo a Constituição (art. 58 §3°), os membros das CPIs terão 
poderes de investigação próprios das autoridades judiciais, podendo, segundo o STF: 
 
✓ Convocar e inquirir testemunha e investigado; 
✓ Solicitar documentos de repartições públicas; 
✓ Determinar a quebra do sigilo fiscal; 
✓ Determinar a quebra do sigilo telefônico; 
✓ Determinar a quebra do sigilo bancário; 
✓ Determinar a condução coercitiva de testemunhas. 
 
Por outro lado, segundo o mesmo STF, a CPI NÃO PODE, por se tratar de ato ligado a cláusula de 
reserva de jurisdição: 
 
✓ Determinar a busca e apreensão domiciliar; 
 
 
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✓ Determinar a indisponibilidade de bens (medidas como arresto, seqüestro); 
✓ Autorizar a interceptação telefônica (escuta); 
✓ Determinar a prisão, salvo em flagrante; 
 
Já o controle externo financeiro-orçamentário vem previsto no art. 70 da CF. Sua competência é 
atribuída com exclusividade, na esfera federal, ao Congresso Nacional, que contará no desempenho 
dessa atividade com o auxílio do Tribunal de Contas da União. Nos termos do art. 70 da CF, o conteúdo 
deste controle é a “fiscalização contábil, financeira, orçamentária, 
operacional e patrimonial da União e das entidades da administração direta 
e indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das 
subvenções e renúncia de receitas”. 
 
Por meio dele visa-se, precipuamente,assegurar-se a probidade administrativa e a regularidade da 
aplicação e utilização dos recursos públicos. 
 
Com efeito, esse controle externo financeiro-orçamentário, na esfera federal, tem como titular o 
Congresso nacional, que será auxiliado no desempenho desta tarefa pelo Tribunal de Contas da União19. 
O dispositivo que traça as linhas gerais desse controle é o art. 70 da Constituição Federal, vazado nos 
seguintes termos: 
 
Art. 70 – A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das 
entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, 
aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será exercido pelo Congresso Nacional, mediante 
controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada poder. 
Parágrafo único – Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que utilize, 
arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiro, bens ou valores públicos ou pelos quais a União 
responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária. 
 
Observe-se que a parte final do caput do art. 70 prevê um controle interno, exercido pelo próprio 
Poder, e um controle externo, realizado pelo Poder Legislativo com o auxílio dos Tribunais de Contas. O 
controle interno, como já visto, é um controle integral, abrangendo aspectos de mérito e de legalidade. 
Já o externo tem por objetivo assegurar a probidade administrativa e a regularidade da utilização dos 
recursos públicos, sendo, na essência, um controle de legalidade contábil e financeira. 
 
O controle financeiro externo incide sobre cinco áreas: contábil, financeira, orçamentária, 
operacional e patrimonial. 
 
 
19. Pelo principio da simetria, teremos como titular da função de controle externo nos Estados-membros a Assembléia Legislativa; no 
Distrito Federal a Câmara Legislativa; nos Municípios a Câmara de Vereadores. 
 
 
 
 
 
 
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O parágrafo único do art. 70 consagra o que a doutrina denominou princípio da universalidade: 
todo aquele, pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que de qualquer modo lide com recursos 
públicos ou pelos quais a União (bem como as demais entidades políticas) possa ser responsabilizada, ou 
que em seu nome assuma obrigações de natureza pecuniária, está sujeito ao controleexterno 
financeiro-orçamentário. 
 
Percebemos que o Tribunal de Contas é protagonista nesse tipo de controle. Com efeito, é 
importantíssimo conhecer mais sobre essa instituição e as suas finalidades constitucionais. 
 
O TCU nasceu sob inspiração de Rui Barbosa, enquanto Ministro da Fazenda, em 1890. Na atual 
Constituição aparece como órgão auxiliar do Congresso Nacional no desempenho da tarefa de controle 
financeiro-orçamentário20. É composto por 09 (nove) Ministros que devem preencher os seguintes 
requisitos: 
 
✓ nacionalidade brasileira; 
✓ mais de 35 anos e menos de 70 anos de idade; 
✓ idoneidade moral e reputação ilibada; notórios conhecimentos jurídicos, contábeis, econômicos e 
financeiros ou de Administração Pública; 
✓ mais de 10 (dez) anos de exercício de função ou de efetiva atividade profissional que exija os 
conhecimentos mencionados acima. 
 
Os Ministros são indicados pelas autoridades e proporção e a seguir: 
 
PRESIDENTE DA REPÚBLICA indica um terço dos membros (03 Ministros). Destes, dois deverão 
ser indicados, alternadamente, dentre Auditores (substitutos de Ministros) e Membros do Ministério 
Público junto ao Tribunal, indicados em lista tríplice pelo tribunal, segundo os critérios de antiguidade e 
merecimento; como se percebe, apenas 01 (um) o presidente indicará quem ele desejar. Todos esses 
nomes deverão ainda passar pelo Senado Federal. 
 
CONGRESSO NACIONAL indicará os outros dois terços (06 membros) que satisfaçam os requisitos 
constitucionais. Essed nomes, como já indicados pelo CN, não se exige sabatina pelo Senado. 
 
Uma vez escolhidos os membros terão as mesmas garantias, prerrogativas, impedimentos e 
vencimentos dos Ministros do STJ, conforme art. 73§3° da CF. Daí é que se conclui que eles terão 
também vitaliciedade. 
 
É o art. 71 da CF que arrola as diversas competências do TC. Segue abaixo a transcrição dos 
dispositivos e os comentários de Gustavo Barchet: 
 
20. Como percebemos, a condição do TCU de órgão auxiliar do Congresso consta do próprio dispositivo constitucional, como veremos, mas, 
apesar disso, é o TCU, para parte considerável da doutrina, órgão independente, que exerce as atribuições prescritas no art. 71 da CF com 
independência funcional, sendo seus atos e decisões insuscetíveis de alteração pelo Congresso Nacional. Simplesmente, não há previsão 
de qualquer recurso para o Congresso contra os atos e decisões do TCU; logo, podemos concluir que suas competências são próprias e 
exclusivas, vedada qualquer ingerência do Congresso no seu exercício 
 
 
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Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de 
Contas da União, ao qual compete: 
 
I – apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da República, mediante parecer prévio que 
deverá ser elaborado em sessenta dias a contar de seu recebimento; 
A função do TCU, com relação às contas anuais do Presidente da República, é meramente opinativa, não 
gozando o parecer pelo órgão elaborado de caráter vinculante para o Congresso Nacional. A este cabe a 
competência decisória, para julgar as contas, podendo aprová-las ou rejeitá-las seja qual for a conclusão 
emitida pelo TCU em seu parecer. Este é mera peça informativa para o Congresso, que proferirá com 
autonomia sua decisão, pelo voto dos deputados federais e senadores. 
 
II – julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da 
administração direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo Poder 
Público federal, e as contas daqueles que derem causa à perda, extravio ou outra irregularidade de que 
resulte prejuízo ao erário público. 
 
Aqui a competência do TCU é realmente decisória, cabendo ao órgão julgar as contas de todos 
administradores públicos (à exceção do Presidente da República), bem como daqueles que derem causa 
à perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário público. 
 
Assim, não pairam dúvidas de que, atualmente, o TCU possui competência para julgar as contas de todos 
os administradores públicos, aí incluídos os dirigentes de todas as entidades integrantes da 
Administração indireta. 
 
III – apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal, a qualquer título, na 
administração direta e indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, 
excetuadas as nomeações para cargos de provimento em comissão, bem como as concessões de 
aposentadorias, reformas e pensões, ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem o 
fundamento legal do ato concessório; 
 
Apesar da redação tortuosa, a norma tem o seguinte sentido: O TCU sempre apreciará, para fins de 
registro, as admissões de pessoal na administração direta e indireta (nomeação para cargos efetivos e 
empregos públicos, contratações temporárias), salvo com relação aos cargos em comissão, que não 
dependem dessa análise para serem registrados. 
 
Ao TCU também competirá apreciar, também para fins de registro, os atos concessórios de 
aposentadorias, reformas e pensões. Os atos posteriores ao concessório só serão analisados pelo 
Tribunal quando provocarem alteração da norma legal que serviu de fundamento para a concessão. Se o 
ato posterior, apesar de representar benefício para o aposentado, o pensionista ou o reformado, não 
acarretar mudança do fundamento legal do ato concessório, não precisará passar, para fins de registro, 
pelo crivo do TCU. 
 
Um reajuste no valor dos proventos de aposentadoria, por exemplo, não estará sujeito à análise de sua 
legalidade pelo TCU, pois não houve alteração do fundamento legal do ato concessório. De forma 
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diversa, se for alterada a modalidade de aposentadoria, por exemplo, haverá modificação do 
fundamento legal, cabendo, então, ao TCU analisar a legalidade do ato de concessão. 
 
Por fim, deve-se frisar que a atuação do TCU, mais propriamente, a homologação do ato de admissão de 
pessoal ou do ato de concessão da aposentadoria, reforma ou pensão, não é condição de eficácia, ou 
seja, os efeitos produzidos pelo ato têm início independentemente da apreciação do TCU. Uma 
nomeação para cargo efetivo, por exemplo, autoriza o nomeado a, imediatamente, tomar posse e entrar 
em exercício no cargo. A atuação do TCU é posterior, e pode culminar na sustação da eficácia do ato, 
como veremos abaixo. 
 
Observação: 
 
Súmula Vinculante n° 03 
 
Nos processos perante o Tribunal de Contas da União asseguram-se o contraditório e a ampla defesa 
quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie o 
interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma 
e pensão. 
 
IV - realizar, por iniciativa própria, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, de Comissão técnica 
ou de inquérito, inspeções e auditorias de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional e 
patrimonial, nas unidades administrativas dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, e demais 
entidades referidas no inc. II; 
 
O dispositivo ressalta a autonomia funcional do TCU no desempenho de suas atribuições, ao frisar de 
que o órgão possui competência para determinar inspeções e auditorias por iniciativa própria, inclusive 
nas unidades administrativas do Poder Legislativo. 
 
Decidindo-seo TCU pelo início de um procedimento dessa natureza, não tem competência o Congresso 
Nacional para interferir nos trabalhos do órgão, nem para modificar o teor das decisões por ele 
proferidas. 
V – fiscalizar as contas nacionais das empresas supranacionais de cujo capital social a União participe, 
de forma direta ou indireta, nos termos do tratado constitutivo; 
VI – fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pela União mediante convênio, acordo, 
ajuste, ou outros instrumentos congêneres, a Estado, ao Distrito Federal e a Município; 
VII – prestar as informações solicitadas pelo Congresso Nacional, por qualquer de suas Casas, ou por 
qualquer de suas respectivas Comissões, sobre a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, 
operacional e patrimonial e sobre os resultados de auditorias e inspeções realizadas; 
VIII - aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de despesa ou irregularidade de contas, as 
sanções previstas em lei, que estabelecerá, entre outras cominações, multa proporcional ao dano 
causado ao erário; 
 
IX – assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as providências necessárias ao exato 
cumprimento da lei, se verificada ilegalidade; 
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X – sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado, comunicando a decisão à Câmara dos 
Deputados e ao Senado Federal; 
 
Tem o TCU competência para determinar aos órgãos e entidades da Administração Pública, uma vez 
verificada ilegalidade de despesa ou irregularidade de contas em um ato administrativo (um edital de 
licitação,por exemplo), a adoção das medidas necessárias para o saneamento do vício, dentro do prazo 
pelo Tribunal fixado. Se não foram tomadas as providências cabíveis, o TCU dispõe de poder para, 
diretamente, sustar a execução do ato impugnado, comunicando sua decisão à Câmara dos Deputados e 
ao Senado Federal (CF, art. 70, IX e X). 
 
Devemos notar que a atuação do TCU é proativa, ou seja, produz efeitos da data em diante. Trata-se de 
sustação de eficácia, de paralisação dos efeitos do ato ilegal. A competência para a anulação segue 
sendo exclusiva da própria Administração que produziu o ato, no exercício de seu poder-dever de auto-
tutela, ou do Poder Judiciário, no exercício da sua função jurisdicional. 
 
XI – representar ao Poder competente sobre irregularidades ou abusos apurados. 
§ 1º No caso de contrato, o ato de sustação será adotado diretamente pelo Congresso Nacional, que 
solicitará, de imediato, ao Poder Executivo as medidas cabíveis. 
§ 2º Se o Congresso Nacional ou o Poder Executivo, no prazo de noventa dias, não efetivar as medidas 
previstas no parágrafo anterior, o Tribunal decidirá a respeito. 
 
Quando se tratar de contrato administrativo (ato bilateral), a atuação do TCU é diversa. Nesse caso, se o 
órgão ou entidade não sanar a ilegalidade dentro do prazo, o Tribunal comunicará o fato ao Congresso 
Nacional, a quem incumbe sua sustação, após o que deverá solicitar ao Poder Executivo as medidas 
cabíveis. Somente se o Congresso ou o Executivo não tiverem adotado as providências necessárias, no 
prazo de 90 dias, é que o TCU passa a gozar de competência para determinar a sustação da eficácia do 
contrato (CF, art. 70, §§ 1º e 2º). 
 
No caso de ato administrativo (unilateral) é originária a competência do TCU para a sustação. 
Diversamente, em se tratando de contrato a competência do TCU é subsidiária, pois pressupõe a inércia 
do Congresso nacional e do Poder Executivo pelo prazo de 90 dias. Em ambos os casos, não é necessária 
a manifestação do Poder Judiciário. 
 
§ 3º As decisões do Tribunal de que resulte imputação de débito ou multa terão eficácia de título 
executivo. 
 
Esse dispositivo conferiu a qualidade de título executivo às decisões prolatadas pelo TCU de que resulte 
imputação de débito ou multa. Isto significa que, omisso o devedor em efetivar o pagamento 
determinado na decisão, a Fazenda Pública promoverá contra ele diretamente a ação de execução, para 
cobrar o valor devido, sem necessidade de intentar um anterior processo de conhecimento, onde seria 
necessário comprovar a legitimidade da exigência. 
 
§ 4º O Tribunal encaminhará ao Congresso nacional, trimestral e anualmente, relatório de suas 
atividades. 
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✓ Controle Externo exercido pelo Poder Judiciário: 
 
O controle jurisdicional é um dos alicerces do princípio da legalidade, e, pois, do Estado de 
Direito. De nada adianta cingir-se teoricamente a Administração aos termos legais se não houver um 
Poder imparcial e independente que possa controlar efetivamente a legalidade de sua atuação. 
 
O controle jurisdicional é geralmente exercido a posteriori, após a produção do ato 
administrativo. Todavia, ele pode ser exercido previamente, quando há apenas a ameaça de lesão ao 
direito, por meio de medidas liminares em geral, tanto cautelares como antecipatórias de tutela. 
 
É necessariamente um controlado provocado, pois é vedado ao magistrado atuar de ofício, sem 
provocação do interessado. O controle judicial, no contexto ora analisado, é principalmente um meio de 
defesa dos administrados perante a Administração. 
 
O Poder judiciário pode examinar os atos da Administração Pública, de qualquer natureza, seja 
unilaterais ou bilaterais, vinculados e discrionários sob o aspecto da lei e do Direito. É o que se 
denomina de Principio da Juridicidade. 
 
Entre os limites do controle jurisdicional podemos citar: 
 
1) os atos normativos editados pelo Poder Executivo, como Regulamentos, Resoluções não podem 
ser invalidados pelo Poder judiciário a não ser em ações concentradas de constitucionalidade, 
cujo julgamento é de competência do STF, quando se tratar de lei ou ato normativo federal ou 
estadual que contrarie a Constituição Federal (art. 102, I, a) ; e do tribunal de Justiça, quando se 
tratar de lei ou ato normativo estadual ou municipal que contrarie a Constituição do Estado. Nos 
casos concretos, poderá o Poder Judiciário apreciar a legalidade ou constitucionalidade dos atos 
normativos do poder Executivo, mas a decisão produzirá efeitos apenas entre as partes, devendo 
ser observada a norma do art. 97 da CF, que exige a maioria absoluta dos membros dos Tribunais 
para a declaração da inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público; 
 
2) os atos políticos (por exemplo, autorização do Presidente da República para que forças 
estrangeiras penetrem no território nacional ou nele permaneçam temporariamente; nomeação 
de Ministros de Estado, fixação de metas de governo etc) também não poderão ser apreciados 
pelo Poder Judiciário, salvo aqueles que afetem ou possam afetar direitos individuais/coletivos; 
 
3) os atos interna corporis aqueles praticados no âmbito da competência exclusiva dos Poderes 
Legislativo e Judiciário, com vistas ao funcionamento interno de seus órgãos, como os 
Regimentos da Câmara e do Senado, desde que não afrontem a Constituição, ferindo direitos 
individuais e coletivos, também são imunes ao controle judicial. 
 
Desde já é útil ressaltar-se que qualquer elenco das medidas jurisdicionais pelas quais pode ser 
realizado o controle da Administração Pública será necessariamente exemplificativo, em virtude do 
disposto no art. 5º, XXXV, da CF, segundo o qual “a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário 
lesão ou ameaça a direito”, dispositivo que consagra o Princípio da Inafastabilidadeda Jurisdição. 
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4. CONTROLE CONFORME O MOMENTO DE EXERCÍCIO 
 
✓ CONTROLE PRÉVIO OU PREVENTIVO (A PRIORI): 
 
Controle prévio é aquele exercido antes que se inicie a produção de efeitos jurídicos do ato. 
Segundo Hely Lopes Meirelles, “é o que antecede a conclusão ou operatividade do ato, como requisito 
para sua eficácia”. 
 
A autorização prévia do Senado Federal para que a União, os Estados, o DF ou os Municípios 
possam contrair empréstimos externos; a autorização prévia do Congresso para a alienação de terras 
públicas com área superior a 2.500 hectares, são dois exemplos dessa espécie de controle. 
 
✓ CONTROLE CONCOMITANTE: 
 
O controle concomitante é aquele exercido durante o processo de formação do ato, durante o 
desempenho de determinada atividade administrativa, no momento mesmo em que ela é realizada. 
 
Nas palavras de Hely Lopes Meirelles, “é todo aquele que acompanha a realização do ato para 
verificar a regularidade de sua formação”. 
 
A fiscalização da execução de um contrato administrativo, o controle da Comissão de licitação 
sobre a regularidade do procedimento, a realização de auditoria durante a execução do orçamento, a 
fiscalização de um concurso público pela corregedoria competente, a fiscalização de um contrato em 
andamento, são exemplos que podem aqui ser citados. 
 
✓ CONTROLE SUBSEQÜENTE OU CORRETIVO ( ou a posteriori): 
 
O controle subsequente é aquele que tem lugar após a conclusão do procedimento de produção 
do ato. Como o ato já está completo, esse controle não impede que ele seja produzido originalmente 
com vícios. Tais atos, se defeituosos, serão posteriormente corrigidos por meio desse controle. Por isso 
ele também é denominado controle corretivo. 
 
Uma decisão judicial que anule um ato administrativo já produzido, a homologação pelo TCU de 
um ato de admissão de pessoal, são exemplos dessa espécie de controle. 
 
 
CAPÍTULO 6 
(Continuação) 
LEI DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA 
 
1) FONTES NORMATIVAS: 
 
 A Constituição Federal, preocupada com os desvios, abusos e imoralidades cometidas contra o 
Estado, estabeleceu, em vários de seus dispositivos, a tutela da probidade administrativa. Faz isso, por 
ex, no art. 14, §9º; art. 15, V; art.85, V e art. 37, § 4º. 
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 Interessa-nos, sobretudo, o disposto no art. 37§4º da CF que assim estabelece: 
 
“§ 4º - Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda 
da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação 
previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.” 
 
 Regulando esse dispositivo, foi publicada em 92, a Lei de improbidade administrativa (Lei 8.429). 
Esse diploma legal foi profundamente alterado recentemente pela Lei 14.230/21. 
 
2) NATUREZA JURÍDICA: 
 
 A lei de improbidade e as suas respectivas sanções possuem qual tipo de natureza jurídica? 
 
 - 1º corrente: natureza penal; 
 - 2º corrente (majoritária): natureza EXTRAPENAL. 
 
 Assim, a rigor, nada impede que alguém que cometa um ato de improbidade seja punido em 
outras esferas tais como a administrativa, cível e penal. 
 
3) SUJEITO ATIVO: 
 
 - Agentes Públicos (art. 2º) 
 -Terceiros (desde que induzam ou concorrem dolosamente para a prática da improbidade) 
(art.3º) 
 
Obs.: O sucessor ou o herdeiro daquele que causar dano ao erário ou que se enriquecer ilicitamente 
estão sujeitos apenas à obrigação de repará-lo até o limite do valor da herança ou do patrimônio 
transferido. (art.8º) 
 
4) SUJEITO PASSIVO: 
 
Administração direta e indireta, no âmbito da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito 
Federal (incluído os órgãos dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário 
 
 
 - Entidade privada que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de entes 
públicos ou governamentais e 
- Entidade privada para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra no seu 
patrimônio ou receita atual, limitado o ressarcimento de prejuízos, nesse caso, à repercussão do ilícito 
sobre a contribuição dos cofres públicos. 
 
5) ATOS DE IMPROBIDADE: 
 
 
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 Existem atualmente três tipos de atos de improbidade: 
 
- ENRIQUECIMENTO ILÍCITO (art.9); 
- DANO AO ERÁRIO (art. 10); 
- VIOLAÇÃO AOS PRINCÍPIOS (art. 11). 
 
 Pra que haja a improbidade é indispensável a CONDUTA DOLOSA por parte do Sujeito Ativo, não 
se admitindo mais a conduta culposa. Portanto, o dolo passa a ser elemento fundamental para a 
realização dessa infração. 
 
 O dolo pode ser dividido em GENÉRICO e ESPECÍFICO. No dolo genérico basta a vontade 
intencional para a pratica da infração. No dolo específico, além da vontade deliberada de cometer 
infração é preciso também o desejo de conseguir algo específico. Exemplo: Vontade de Fraudar um 
concurso (dolo genérico); vontade de fraudar um concurso para beneficiar fulano (dolo específico). 
 
 Segundo a nova redação da Lei, o DOLO exigido na improbidade é o ESPECÍFICO. Veja o que diz o 
Art. 1º, §§ 2 e 3º: 
§ 2º Considera-se dolo a vontade livre e consciente de alcançar o resultado ilícito tipificado nos 
arts. 9º, 10 e 11 desta Lei, não bastando a voluntariedade do agente. 
§ 3º O mero exercício da função ou desempenho de competências públicas, sem comprovação de 
ato doloso com fim ilícito, afasta a responsabilidade por ato de improbidade administrativa. 
 
OBSERVAÇÃO: 
Consideram-se atos de improbidade administrativa as condutas dolosas tipificadas nos arts. 9º, 10 e 11 
da Lei, ressalvados tipos previstos em leis especiais (art. 1°, §1º). Com efeito, existem outras condutas 
ímprobas na legislação extravagante tal como no Estatuto das Cidades (art. 52), na Lei das eleições (art. 
73§7°) na Lei que cria a Previdência Complementar do servidor público (Lei 12.618/12, art. 32) e etc. 
 
6) DAS PENALIDADES: 
 
 É no art. 12 que estão as sanções que a Lei prevê para cada tipo de ato de improbidade. Vale a 
pena repisar que a aplicação dessas penalidades independe do ressarcimento integral do dano 
patrimonial, se efetivo, e das sanções penais comuns e de responsabilidade, civis e administrativas 
previstas na legislação específica. 
 
 Observe a tabela seguir com os atos de improbidade e suas respectivas punições. 
 
 
LEI DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA 
(atualizada pela Lei 14.230/21) 
 
ATOS E PENALIDADES 
 
 
ENRIQUECIMENTO 
ILÍCITO 
 
DANO AO ERÁRIO 
 
 
VIOLAÇÃO AOS 
PRINCÍPIOS 
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Perda dos bens ou valores 
acrescidos ilicitamente 
 
SIM 
 
SIM, se concorrer esta 
circunstância 
 
NÃO 
Perda da Função Pública SIM SIM NÃO 
Suspensão dos direitos 
políticos 
Até 14 anos Até 12 anos NÃO 
 
Multa civil 
Equivalente ao valor do 
acréscimo indevido 
Equivalenteao valor do 
dano causado 
Até 24 vezes o valor 
da remuneração 
Proibição de contratar ou 
receber qualquer tipo de 
incentivo 
 
Até 14 anos 
 
Até 12 anos 
 
Até 4 anos. 
 
7) PONTOS DO PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO E DO PROCESSO JUDICIAL DE IMPROBIDADE 
 
FASE ADMINISTRATIVA 
 
Art. 14. Qualquer pessoa poderá representar à autoridade administrativa competente para que seja 
instaurada investigação destinada a apurar a prática de ato de improbidade. 
§ 3º Atendidos os requisitos da representação, a autoridade determinará a imediata apuração dos fatos, 
observada a legislação que regula o processo administrativo disciplinar aplicável ao agente. 
 
ATENÇÃO: 
 
Art. 19. Constitui crime a representação por ato de improbidade contra agente público ou terceiro 
beneficiário, quando o autor da denúncia o sabe inocente. 
Pena: detenção de seis a dez meses e multa. 
Parágrafo único. Além da sanção penal, o denunciante está sujeito a indenizar o denunciado pelos 
danos materiais, morais ou à imagem que houver provocado. 
 
FASE JUDICIAL 
 
Art. 17. A ação para a aplicação das sanções de que trata esta Lei será proposta pelo *Ministério Público 
e seguirá o procedimento comum previsto na Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de 
Processo Civil), salvo o disposto nesta Lei. 
§ 4º-A A ação a que se refere o caput deste artigo deverá ser proposta perante o foro do local onde 
ocorrer o dano ou da pessoa jurídica prejudicada. 
§ 7º Se a petição inicial estiver em devida forma, o juiz mandará autuá-la e ordenará a citação dos 
requeridos para que a contestem no prazo comum de 30 (trinta) dias, iniciado o prazo na forma do art. 
231 da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil) 
§ 10-C. Após a réplica do Ministério Público, o juiz proferirá decisão na qual indicará com precisão a 
tipificação do ato de improbidade administrativa imputável ao réu, sendo-lhe vedado modificar o fato 
principal e a capitulação legal apresentada pelo autor. 
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm#art331
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm#art331
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§ 10-D. Para cada ato de improbidade administrativa, deverá necessariamente ser indicado apenas um 
tipo dentre aqueles previstos nos arts. 9º, 10 e 11 desta Lei. 
§ 10-E. Proferida a decisão referida no § 10-C deste artigo, as partes serão intimadas a especificar as 
provas que pretendem produzir. 
 
Art. 18. A sentença que julgar procedente a ação fundada nos arts. 9º e 10 desta Lei condenará ao 
ressarcimento dos danos e à perda ou à reversão dos bens e valores ilicitamente adquiridos, conforme o 
caso, em favor da pessoa jurídica prejudicada pelo ilícito. 
§ 4º O juiz poderá autorizar o parcelamento, em até 48 (quarenta e oito) parcelas mensais corrigidas 
monetariamente, do débito resultante de condenação pela prática de improbidade administrativa se o 
réu demonstrar incapacidade financeira de saldá-lo de imediato. 
 
MEDIDAS CAUTELARES: 
 
1)Medida cautelar de pedido de indisponibilidade de bens dos réus (Art.16) 
 
→Tem o objetivo de garantir a integral recomposição do erário ou do acréscimo patrimonial resultante 
de enriquecimento ilícito. 
→ O valor da indisponibilidade considerará a estimativa de dano indicada na petição inicial, permitida a 
sua substituição por caução idônea, por fiança bancária ou por seguro-garantia judicial, a requerimento 
do réu, bem como a sua readequação durante a instrução do processo. 
→Só pode ser concedida judicialmente. 
 
Além disso: 
 
Art. 16, §11 A ordem de indisponibilidade de bens deverá priorizar veículos de via terrestre, bens 
imóveis, bens móveis em geral, semoventes, navios e aeronaves, ações e quotas de sociedades simples 
e empresárias, pedras e metais preciosos e, apenas na inexistência desses, o bloqueio de contas 
bancárias, de forma a garantir a subsistência do acusado e a manutenção da atividade empresária ao 
longo do processo. 
 
Art. 16 § 13. É vedada a decretação de indisponibilidade da quantia de até 40 (quarenta) salários 
mínimos depositados em caderneta de poupança, em outras aplicações financeiras ou em conta-
corrente. 
Art. 16 § 14. É vedada a decretação de indisponibilidade do bem de família do réu, salvo se 
comprovado que o imóvel seja fruto de vantagem patrimonial indevida, conforme descrito no art. 9º 
desta Lei. 
 
2) Pedido de afastamento temporário de servidor 
 
Art. 20. 
§ 1º A autoridade judicial competente poderá determinar o afastamento do agente público do 
exercício do cargo, do emprego ou da função, sem prejuízo da remuneração, quando a medida for 
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necessária à instrução processual ou para evitar a iminente prática de novos ilícitos. (Incluído pela 
Lei nº 14.230, de 2021) 
§ 2º O afastamento previsto no § 1º deste artigo será de até 90 (noventa) dias, prorrogáveis uma 
única vez por igual prazo, mediante decisão motivada. 
 
OBSERVAÇÕES: 
 
1) Art. 17-B. O *Ministério Público poderá, conforme as circunstâncias do caso concreto, celebrar 
acordo de não persecução civil, desde que dele advenham, ao menos, os seguintes resultados: 
I - o integral ressarcimento do dano; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 
II - a reversão à pessoa jurídica lesada da vantagem indevida obtida, ainda que oriunda de agentes 
privados. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 
 
2) Art. 12 § 9º As sanções previstas neste artigo somente poderão ser executadas após o trânsito 
em julgado da sentença condenatória e também Art. 20. caput A perda da função pública e a 
suspensão dos direitos políticos só se efetivam com o trânsito em julgado da sentença 
condenatória. 
 
3) Art. 21. A aplicação das sanções previstas nesta lei independe: 
I - da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público, salvo quanto à pena de ressarcimento e 
às condutas previstas no art. 10 desta Lei; (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) 
II - da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de controle interno ou pelo Tribunal ou 
Conselho de Contas. 
 
7) PRAZO PRESCRICIONAL: 
 
 Observe o que diz a Lei: 
 
1) Art. 23. A ação para a aplicação das sanções previstas nesta Lei prescreve em 8 (oito) anos, 
contados a partir da ocorrência do fato ou, no caso de infrações permanentes, do dia em que 
cessou a permanência. 
 
 4º O prazo da prescrição referido no caput deste artigo interrompe-se: (Incluído pela Lei nº 
14.230, de 2021) 
I - pelo ajuizamento da ação de improbidade administrativa; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 
2021) 
II - pela publicação da sentença condenatória; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 
III - pela publicação de decisão ou acórdão de Tribunal de Justiça ou Tribunal Regional Federal 
que confirma sentença condenatória ou que reforma sentença de improcedência; (Incluído 
pela Lei nº 14.230, de 2021) 
IV - pela publicação de decisão ou acórdão do Superior Tribunal de Justiça que confirma acórdão 
condenatório ou que reforma acórdão de improcedência; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 
2021) 
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
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V - pela publicação de decisão ou acórdão do Supremo Tribunal Federal que confirma acórdão 
condenatório ou que reforma acórdão de improcedência. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 
2021) 
§ 5º Interrompida a prescrição, o prazo recomeça a correr do dia da interrupção, pela metade do 
prazo previsto no caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 
 
Observação: 
São imprescritíveis as ações de ressarcimento ao erário fundadas na prática de ato doloso tipificado na 
Lei de Improbidade (RE 852.475 – 7/8/18). 
 
8) OUTRAS DISPOSIÇÕES: 
 
- Segundo a Lei (Art. 13), a posse e o exercício de agente público ficam condicionados à 
apresentação de declaração de imposto de renda e proventos de qualquer natureza, que tenha sido 
apresentada à Secretaria Especial da Receita Federal do Brasil, a fim de ser arquivada no serviço de 
pessoal competente. Essa declaração de será atualizada anualmente e na data em que o agente público 
deixar o exercício do mandato, do cargo, do emprego ou da função. Por fim, será apenado com a pena 
de demissão, sem prejuízo de outras sanções cabíveis, o agente público que se recusar a prestar a 
declaração dos bens dentro do prazo determinado ou que prestar declaração falsa. 
 
- Embora seja uma lei de natureza extrapenal, existe um tipo penal no art. 19 “Constitui crime a 
representação por ato de improbidade contra agente público ou terceiro beneficiário, quando o autor 
da denúncia o sabe inocente”. Além da sanção penal, o denunciante está sujeito a indenizar o 
denunciado pelos danos materiais, morais ou à imagem que houver provocado. 
 
9) DECISÕES DO STF 
 
1) JULGAMENTO 1 (ARE 843989): 
 
As teses de repercussão geral fixadas foram as seguintes: 
 
 
1) É necessária a comprovação de responsabilidade subjetiva para a tipificação dos atos de improbidade 
administrativa, exigindo-se nos artigos 9º, 10 e 11 da LIA a presença do elemento subjetivo dolo; 
2) A norma benéfica da Lei 14.230/2021(revogação da modalidade culposa do ato de improbidade 
administrativa), é irretroativa, em virtude do artigo 5º, inciso XXXVI, da Constituição Federal, não tendo 
incidência em relação à eficácia da coisa julgada; nem tampouco durante o processo de execução das 
penas e seus incidentes; 
3) A nova Lei 14.230/2021 aplica-se aos atos de improbidade administrativa culposos praticados na 
vigência do texto anterior, porém sem condenação transitada em julgado, em virtude da revogação 
expressa do tipo culposo, devendo o juízo competente analisar eventual dolo por parte do agente. 
4) O novo regime prescricional previsto na Lei 14.230/2021 é irretroativo, aplicando-se os novos marcos 
temporais a partir da publicação da lei. 
 
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=4652910
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2) JULGAMENTO 2 (ADI 7042 E ADI 7043): 
 
Decisão: O Tribunal, por maioria, julgou parcialmente procedentes os pedidos formulados na ação direta 
para: 
 
(a) declarar a inconstitucionalidade parcial, sem redução de texto, do caput e dos §§ 6º-A e 10-C do 
art. 17, assim como do caput e dos §§ 5º e 7º do art. 17-B, da Lei 8.429/1992, na redação dada 
pela Lei 14.230/2021, de modo a restabelecer a existência de legitimidade ativa concorrente e 
disjuntiva entre o Ministério Público e as pessoas jurídicas interessadas para a propositura da 
ação por ato de improbidade administrativa e para a celebração de acordos de não persecução 
civil; 
 
(b) declarar a inconstitucionalidade parcial, com redução de texto, do § 20 do art. 17 da Lei 
8.429/1992, incluído pela Lei 14.230/2021, no sentido de que não existe "obrigatoriedade de 
defesa judicial"; havendo, porém, a possibilidade dos órgãos da Advocacia Pública autorizarem a 
realização dessa representação judicial, por parte da assessoria jurídica que emitiu o parecer 
atestando a legalidade prévia. 
 
3)JULGAMENTO 3 (ADI 7236) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LEI Nº 8.429, DE 2 DE JUNHO DE 1992 
 
 
 (Vide ADI 7236) 
Dispõe sobre as sanções aplicáveis em virtude da 
prática de atos de improbidade administrativa, de 
que trata o § 4º do art. 37 da Constituição Federal; 
e dá outras providências. (Redação dada pela Lei 
nº 14.230, de 2021) 
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a 
seguinte lei: 
CAPÍTULO I 
Das Disposições Gerais 
 
Art. 1º O sistema de responsabilização por atos de improbidade administrativa tutelará a 
probidade na organização do Estado e no exercício de suas funções, como forma de assegurar a 
Em decisão monocrática datada de 27 de dezembro de 2022, o Ministro do Supremo 
Tribunal Federal Alexandre de Moraes, concedeu medida liminar para suspender 
dispositivos da Reforma da Improbidade, conforme alterações processadas pela Lei nº 
14.230 à Lei nº 8.429/1992 
 
Art. 1º, § 8º, 
Art. 12, § 1º 
Art. 12, § 10 
Art. 17-B, § 3º 
Art. 21, § 4º 
 
https://www.stf.jus.br/arquivo/cms/noticiaNoticiaStf/anexo/ADI7236CautelarLeideImprobidade.pdf
http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%208.429-1992?OpenDocument
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6475588
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art1
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art1
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integridade do patrimônio público e social, nos termos desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 
2021) 
Parágrafo único. (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) 
§ 1º Consideram-se atos de improbidade administrativa as condutas dolosas tipificadas nos arts. 
9º, 10 e 11 desta Lei, ressalvados tipos previstos em leis especiais. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 
2021) 
§ 2º Considera-se dolo a vontade livre e consciente de alcançar o resultado ilícito tipificado nos 
arts. 9º, 10 e 11 desta Lei, não bastando a voluntariedade do agente. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 
2021) 
§ 3º O mero exercício da função ou desempenho de competências públicas, sem comprovação de 
ato doloso com fim ilícito, afastaa responsabilidade por ato de improbidade 
administrativa. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 
§ 4º Aplicam-se ao sistema da improbidade disciplinado nesta Lei os princípios constitucionais do 
direito administrativo sancionador. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 
§ 5º Os atos de improbidade violam a probidade na organização do Estado e no exercício de suas 
funções e a integridade do patrimônio público e social dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, 
bem como da administração direta e indireta, no âmbito da União, dos Estados, dos Municípios e do 
Distrito Federal. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 
§ 6º Estão sujeitos às sanções desta Lei os atos de improbidade praticados contra o patrimônio de 
entidade privada que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de entes públicos ou 
governamentais, previstos no § 5º deste artigo. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 
§ 7º Independentemente de integrar a administração indireta, estão sujeitos às sanções desta Lei 
os atos de improbidade praticados contra o patrimônio de entidade privada para cuja criação ou custeio 
o erário haja concorrido ou concorra no seu patrimônio ou receita atual, limitado o ressarcimento de 
prejuízos, nesse caso, à repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos. (Incluído pela 
Lei nº 14.230, de 2021) 
§ 8º Não configura improbidade a ação ou omissão decorrente de divergência interpretativa da lei, 
baseada em jurisprudência, ainda que não pacificada, mesmo que não venha a ser posteriormente 
prevalecente nas decisões dos órgãos de controle ou dos tribunais do Poder Judiciário. (Incluído pela 
Lei nº 14.230, de 2021) (Vide ADI 7236) 
 
Art. 2º Para os efeitos desta Lei, consideram-se agente público o agente político, o servidor 
público e todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, 
nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, 
emprego ou função nas entidades referidas no art. 1º desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 14.230, 
de 2021) 
Parágrafo único. No que se refere a recursos de origem pública, sujeita-se às sanções previstas 
nesta Lei o particular, pessoa física ou jurídica, que celebra com a administração pública convênio, 
contrato de repasse, contrato de gestão, termo de parceria, termo de cooperação ou ajuste 
administrativo equivalente. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 
 
Art. 3º As disposições desta Lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não sendo 
agente público, induza ou concorra dolosamente para a prática do ato de improbidade. (Redação 
dada pela Lei nº 14.230, de 2021) 
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
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https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
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https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6475588
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
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§ 1º Os sócios, os cotistas, os diretores e os colaboradores de pessoa jurídica de direito privado 
não respondem pelo ato de improbidade que venha a ser imputado à pessoa jurídica, salvo se, 
comprovadamente, houver participação e benefícios diretos, caso em que responderão nos limites da 
sua participação. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 
§ 2º As sanções desta Lei não se aplicarão à pessoa jurídica, caso o ato de improbidade 
administrativa seja também sancionado como ato lesivo à administração pública de que trata a Lei nº 
12.846, de 1º de agosto de 2013. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 
 
Art. 4° (Revogado pela Lei nº 14.230, de 2021) 
 
Art. 5° (Revogado pela Lei nº 14.230, de 2021) 
 
Art. 6° (Revogado pela Lei nº 14.230, de 2021) 
 
Art. 7º Se houver indícios de ato de improbidade, a autoridade que conhecer dos fatos 
representará ao Ministério Público competente, para as providências necessárias. (Redação dada 
pela Lei nº 14.230, de 2021) 
Parágrafo único. (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) 
 
Art. 8º O sucessor ou o herdeiro daquele que causar dano ao erário ou que se enriquecer 
ilicitamente estão sujeitos apenas à obrigação de repará-lo até o limite do valor da herança ou do 
patrimônio transferido. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) 
 
Art. 8º-A A responsabilidade sucessória de que trata o art. 8º desta Lei aplica-se também na 
hipótese de alteração contratual, de transformação, de incorporação, de fusão ou de cisão 
societária. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 
 
 
Parágrafo único. Nas hipóteses de fusão e de incorporação, a responsabilidade da sucessora será 
restrita à obrigação de reparação integral do dano causado, até o limite do patrimônio transferido, não 
lhe sendo aplicáveis as demais sanções previstas nesta Lei decorrentes de atos e de fatos ocorridos 
antes da data da fusão ou da incorporação, exceto no caso de simulação ou de evidente intuito de 
fraude, devidamente comprovados. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 
 
CAPÍTULO II 
Dos Atos de Improbidade Administrativa 
Seção I 
Dos Atos de Improbidade Administrativa que Importam Enriquecimento Ilícito 
 
Art. 9º Constitui ato de improbidade administrativa importando em enriquecimento ilícito auferir, 
mediante a prática de ato doloso, qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do 
exercício de cargo, de mandato, de função, de emprego ou de atividade nas entidades referidas no art. 
1º desta Lei, e notadamente: (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) 
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2013/Lei/L12846.htm
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2013/Lei/L12846.htm
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art4
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art4
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art4
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art4
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
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I - receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel ou imóvel, ou qualquer outra vantagem 
econômica, direta ou indireta, a título de comissão, percentagem, gratificação ou presente de quem 
tenha interesse, direto ou indireto, que possa ser atingido ou amparado por ação ou omissão 
decorrente das atribuições do agente público; 
II - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a aquisição, permuta ou locação 
de bem móvel ou imóvel, ou a contratação de serviços pelas entidades referidas no art. 1° por preço 
superior ao valor de mercado; 
III - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a alienação, permuta ou 
locação de bem público ou o fornecimento de serviço por ente estatal por preço inferior ao valor de 
mercado; 
IV - utilizar, em obra ou serviço particular, qualquer bem móvel, de propriedade ou à disposição de 
qualquer das entidades referidas no art. 1º desta Lei, bem como o trabalho de servidores, de 
empregados ou de terceiros contratados por essas entidades; (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 
2021) 
V - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, para tolerar a 
exploração ou a prática de jogos de azar, de lenocínio, de narcotráfico, de contrabando, de usura ou de 
qualquer outra atividade ilícita, ou aceitar promessa de tal vantagem; 
VI - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, para fazer declaração 
falsa sobre qualquer dado técnico que envolva obras públicas ou qualquer outro serviço ou sobre 
quantidade, peso, medida, qualidade ou característica de mercadorias ou bens fornecidos a qualquer 
das entidades referidas no art. 1º desta Lei; (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) 
VII - adquirir, para si ou para outrem, no exercício de mandato, de cargo, de emprego ou de 
função pública, e em razão deles, bens de qualquer natureza, decorrentes dos atos descritos 
no caput deste artigo, cujo valor seja desproporcional à evolução do patrimônio ou à renda do agente 
público, assegurada a demonstração pelo agente da licitude da origem dessa evolução; (Redação 
dada pela Lei nº 14.230, de 2021) 
 
VIII - aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de consultoria ou assessoramento para 
pessoa física ou jurídica que tenha interesse suscetível de ser atingido ou amparado por ação ou 
omissão decorrente das atribuições do agente público, durante a atividade; 
IX - perceber vantagem econômica para intermediar a liberação ou aplicação de verba pública de 
qualquer natureza; 
X - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indiretamente, para omitir ato de 
ofício, providência ou declaração a que esteja obrigado; 
XI - incorporar, por qualquer forma, ao seu patrimônio bens, rendas, verbas ou valores integrantes 
do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1° desta lei; 
XII - usar, em proveito próprio, bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial 
das entidades mencionadas no art. 1° desta lei. 
Seção II 
Dos Atos de Improbidade Administrativa que Causam Prejuízo ao Erário 
 
Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer ação ou 
omissão dolosa, que enseje, efetiva e comprovadamente, perda patrimonial, desvio, apropriação, 
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
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malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º desta Lei, e 
notadamente: (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) 
I - facilitar ou concorrer, por qualquer forma, para a indevida incorporação ao patrimônio 
particular, de pessoa física ou jurídica, de bens, de rendas, de verbas ou de valores integrantes do 
acervo patrimonial das entidades referidas no art. 1º desta Lei; (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 
2021) 
II - permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica privada utilize bens, rendas, verbas ou 
valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1º desta lei, sem a 
observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie; 
III - doar à pessoa física ou jurídica bem como ao ente despersonalizado, ainda que de fins 
educativos ou assistências, bens, rendas, verbas ou valores do patrimônio de qualquer das entidades 
mencionadas no art. 1º desta lei, sem observância das formalidades legais e regulamentares aplicáveis à 
espécie; 
IV - permitir ou facilitar a alienação, permuta ou locação de bem integrante do patrimônio de 
qualquer das entidades referidas no art. 1º desta lei, ou ainda a prestação de serviço por parte delas, 
por preço inferior ao de mercado; 
V - permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem ou serviço por preço superior ao 
de mercado; 
VI - realizar operação financeira sem observância das normas legais e regulamentares ou aceitar 
garantia insuficiente ou inidônea; 
VII - conceder benefício administrativo ou fiscal sem a observância das formalidades legais ou 
regulamentares aplicáveis à espécie; 
VIII - frustrar a licitude de processo licitatório ou de processo seletivo para celebração de parcerias 
com entidades sem fins lucrativos, ou dispensá-los indevidamente, acarretando perda patrimonial 
efetiva; (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) 
IX - ordenar ou permitir a realização de despesas não autorizadas em lei ou regulamento; 
 
X - agir ilicitamente na arrecadação de tributo ou de renda, bem como no que diz respeito à 
conservação do patrimônio público; (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) 
XI - liberar verba pública sem a estrita observância das normas pertinentes ou influir de qualquer 
forma para a sua aplicação irregular; 
XII - permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se enriqueça ilicitamente; 
XIII - permitir que se utilize, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipamentos ou 
material de qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades mencionadas 
no art. 1° desta lei, bem como o trabalho de servidor público, empregados ou terceiros contratados por 
essas entidades. 
XIV – celebrar contrato ou outro instrumento que tenha por objeto a prestação de serviços 
públicos por meio da gestão associada sem observar as formalidades previstas na lei; (Incluído pela 
Lei nº 11.107, de 2005) 
XV – celebrar contrato de rateio de consórcio público sem suficiente e prévia dotação 
orçamentária, ou sem observar as formalidades previstas na lei. (Incluído pela Lei nº 11.107, de 
2005) 
XVI - facilitar ou concorrer,por qualquer forma, para a incorporação, ao patrimônio particular de 
pessoa física ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores públicos transferidos pela administração 
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Lei/L11107.htm#art18
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Lei/L11107.htm#art18
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Lei/L11107.htm#art18
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Lei/L11107.htm#art18
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pública a entidades privadas mediante celebração de parcerias, sem a observância das formalidades 
legais ou regulamentares aplicáveis à espécie; (Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014) (Vigência) 
XVII - permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica privada utilize bens, rendas, verbas 
ou valores públicos transferidos pela administração pública a entidade privada mediante celebração de 
parcerias, sem a observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à 
espécie; (Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014) (Vigência) 
XVIII - celebrar parcerias da administração pública com entidades privadas sem a observância das 
formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie; (Incluído pela Lei nº 13.019, de 
2014) (Vigência) 
XIX - agir para a configuração de ilícito na celebração, na fiscalização e na análise das prestações de 
contas de parcerias firmadas pela administração pública com entidades privadas; (Redação dada pela 
Lei nº 14.230, de 2021) 
XX - liberar recursos de parcerias firmadas pela administração pública com entidades privadas sem 
a estrita observância das normas pertinentes ou influir de qualquer forma para a sua aplicação irregular. 
 (Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014, com a redação dada pela Lei nº 13.204, de 2015) 
XXI - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) 
XXII - conceder, aplicar ou manter benefício financeiro ou tributário contrário ao que dispõem 
o caput e o § 1º do art. 8º-A da Lei Complementar nº 116, de 31 de julho de 2003. (Incluído pela Lei 
nº 14.230, de 2021) 
§ 1º Nos casos em que a inobservância de formalidades legais ou regulamentares não implicar 
perda patrimonial efetiva, não ocorrerá imposição de ressarcimento, vedado o enriquecimento sem 
causa das entidades referidas no art. 1º desta Lei. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 
§ 2º A mera perda patrimonial decorrente da atividade econômica não acarretará improbidade 
administrativa, salvo se comprovado ato doloso praticado com essa finalidade. (Incluído pela Lei nº 
14.230, de 2021) 
 
Seção II-A 
(Revogado pela Lei nº 14.230, de 2021) 
Art. 10-A. (Revogado pela Lei nº 14.230, de 2021) 
 
Seção III 
Dos Atos de Improbidade Administrativa que Atentam Contra os Princípios da Administração Pública 
 
Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da 
administração pública a ação ou omissão dolosa que viole os deveres de honestidade, de imparcialidade 
e de legalidade, caracterizada por uma das seguintes condutas: (Redação dada pela Lei nº 14.230, 
de 2021) 
I - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) 
II - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) 
III - revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão das atribuições e que deva 
permanecer em segredo, propiciando beneficiamento por informação privilegiada ou colocando em 
risco a segurança da sociedade e do Estado; (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) 
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L13019.htm#art77
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L13019.htm#art88....
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L13019.htm#art77
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L13019.htm#art88....
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L13019.htm#art77
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L13019.htm#art77
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L13019.htm#art88....
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L13019.htm#art77
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13204.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art4
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp116.htm#art8a%C2%A71
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art4
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art4
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art4
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art4
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
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IV - negar publicidade aos atos oficiais, exceto em razão de sua imprescindibilidade para a 
segurança da sociedade e do Estado ou de outras hipóteses instituídas em lei; (Redação dada pela 
Lei nº 14.230, de 2021) 
V - frustrar, em ofensa à imparcialidade, o caráter concorrencial de concurso público, de 
chamamento ou de procedimento licitatório, com vistas à obtenção de benefício próprio, direto ou 
indireto, ou de terceiros; (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) 
VI - deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo, desde que disponha das condições 
para isso, com vistas a ocultar irregularidades; (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) 
VII - revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de terceiro, antes da respectiva divulgação 
oficial, teor de medida política ou econômica capaz de afetar o preço de mercadoria, bem ou serviço. 
VIII - descumprir as normas relativas à celebração, fiscalização e aprovação de contas de parcerias 
firmadas pela administração pública com entidades privadas. (Vide Medida Provisória nº 2.088-35, de 
2000) (Redação dada pela Lei nº 13.019, de 2014) (Vigência) 
IX - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) 
X- (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) 
XI - nomear cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o 
terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em 
cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, 
ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos Poderes da 
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações 
recíprocas; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 
XII - praticar, no âmbito da administração pública e com recursos do erário, ato de publicidade que 
contrarie o disposto no § 1º do art. 37 da Constituição Federal, de forma a promover inequívoco 
enaltecimento do agente público e personalização de atos, de programas, de obras, de serviços ou de 
campanhas dos órgãos públicos. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 
§ 1º Nos termos da Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção, promulgada pelo Decreto 
nº 5.687, de 31 de janeiro de 2006, somente haverá improbidade administrativa, na aplicação deste 
artigo, quando for comprovado na conduta funcional do agente público o fim de obter proveito ou 
benefício indevido para si ou para outra pessoa ou entidade. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 
§ 2º Aplica-se o disposto no § 1º deste artigo a quaisquer atos de improbidade administrativa 
tipificados nesta Lei e em leis especiais e a quaisquer outros tipos especiais de improbidade 
administrativa instituídos por lei. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 
§ 3º O enquadramento de conduta funcional na categoria de que trata este artigo pressupõe a 
demonstração objetiva da prática de ilegalidade no exercício da função pública, com a indicação das 
normas constitucionais, legais ou infralegais violadas. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 
§ 4º Os atos de improbidade de que trata este artigo exigem lesividade relevante ao bem jurídico 
tutelado para serem passíveis de sancionamento e independem do reconhecimento da produção de 
danos ao erário e de enriquecimento ilícito dos agentes públicos. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 
2021) 
§ 5º Não se configurará improbidade a mera nomeação ou indicação política por parte dos 
detentores de mandatos eletivos, sendo necessária a aferição de dolo com finalidade ilícita por parte do 
agente. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 
 
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/MPV/Antigas/2088-35.htm#art3
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/MPV/Antigas/2088-35.htm#art3
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L13019.htm#art78
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L13019.htm#art88....
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art4
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art4
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art37%C2%A71
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Decreto/D5687.htm
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Decreto/D5687.htm
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
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CAPÍTULO III 
Das Penas 
 
Art. 12. Independentemente do ressarcimento integral do dano patrimonial, se efetivo, e das 
sanções penais comuns e de responsabilidade, civis e administrativas previstas na legislação específica, 
está o responsável pelo ato de improbidade sujeito às seguintes cominações, que podem ser aplicadas 
isolada ou cumulativamente, de acordo com a gravidade do fato: (Redação dada pela Lei nº 14.230, 
de 2021) 
I - na hipótese do art. 9º desta Lei, perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao 
patrimônio, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos até 14 (catorze) anos, pagamento 
de multa civil equivalente ao valor do acréscimo patrimonial e proibição de contratar com o poder 
público ou de receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que 
por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo não superior a 14 (catorze) 
anos; (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) 
II - na hipótese do art. 10 desta Lei, perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao 
patrimônio, se concorrer esta circunstância, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos 
até 12 (doze) anos, pagamento de multa civil equivalente ao valor do dano e proibição de contratar com 
o poder público ou de receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, 
ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo não superior a 12 
(doze) anos; (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) 
III - na hipótese do art. 11 desta Lei, pagamento de multa civil de até 24 (vinte e quatro) vezes o 
valor da remuneração percebida pelo agente e proibição de contratar com o poder público ou de 
receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por 
intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo não superior a 4 (quatro) 
anos; (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) 
IV - (revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) 
Parágrafo único. (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) 
§ 1º A sanção de perda da função pública, nas hipóteses dos incisos I e II do caput deste artigo, 
atinge apenas o vínculo de mesma qualidade e natureza que o agente público ou político detinha com o 
poder público na época do cometimento da infração, podendo o magistrado, na hipótese do inciso I 
do caput deste artigo, e em caráter excepcional, estendê-la aos demais vínculos, consideradas as 
circunstâncias do caso e a gravidade da infração. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) (Vide ADI 
7236) 
§ 2º A multa pode ser aumentada até o dobro, se o juiz considerar que, em virtude da situação 
econômica do réu, o valor calculado na forma dos incisos I, II e III do caput deste artigo é ineficaz para 
reprovação e prevenção do ato de improbidade. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 
§ 3º Na responsabilização da pessoa jurídica, deverão ser considerados os efeitos econômicos e 
sociais das sanções, de modo a viabilizar a manutenção de suas atividades. (Incluído pela Lei nº 
14.230, de 2021) 
§ 4º Em caráter excepcional e por motivos relevantes devidamente justificados, a sanção de 
proibição de contratação com o poder público pode extrapolar o ente público lesado pelo ato deimprobidade, observados os impactos econômicos e sociais das sanções, de forma a preservar a função 
social da pessoa jurídica, conforme disposto no § 3º deste artigo. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 
2021) 
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art4
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art4
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6475588
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6475588
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
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§ 5º No caso de atos de menor ofensa aos bens jurídicos tutelados por esta Lei, a sanção limitar-
se-á à aplicação de multa, sem prejuízo do ressarcimento do dano e da perda dos valores obtidos, 
quando for o caso, nos termos do caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 
§ 6º Se ocorrer lesão ao patrimônio público, a reparação do dano a que se refere esta Lei deverá 
deduzir o ressarcimento ocorrido nas instâncias criminal, civil e administrativa que tiver por objeto os 
mesmos fatos. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 
§ 7º As sanções aplicadas a pessoas jurídicas com base nesta Lei e na Lei nº 12.846, de 1º de 
agosto de 2013, deverão observar o princípio constitucional do non bis in idem. (Incluído pela Lei nº 
14.230, de 2021) 
§ 8º A sanção de proibição de contratação com o poder público deverá constar do Cadastro 
Nacional de Empresas Inidôneas e Suspensas (CEIS) de que trata a Lei nº 12.846, de 1º de agosto de 
2013, observadas as limitações territoriais contidas em decisão judicial, conforme disposto no § 4º deste 
artigo. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 
§ 9º As sanções previstas neste artigo somente poderão ser executadas após o trânsito em julgado 
da sentença condenatória. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 
§ 10. Para efeitos de contagem do prazo da sanção de suspensão dos direitos políticos, computar-
se-á retroativamente o intervalo de tempo entre a decisão colegiada e o trânsito em julgado da 
sentença condenatória. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) (Vide ADI 7236) 
 
CAPÍTULO IV 
Da Declaração de Bens 
 
Art. 13. A posse e o exercício de agente público ficam condicionados à apresentação de declaração 
de imposto de renda e proventos de qualquer natureza, que tenha sido apresentada à Secretaria 
Especial da Receita Federal do Brasil, a fim de ser arquivada no serviço de pessoal 
competente. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) 
 
§ 1º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) 
§ 2º A declaração de bens a que se refere o caput deste artigo será atualizada anualmente e na 
data em que o agente público deixar o exercício do mandato, do cargo, do emprego ou da 
função. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) 
§ 3º Será apenado com a pena de demissão, sem prejuízo de outras sanções cabíveis, o agente 
público que se recusar a prestar a declaração dos bens a que se refere o caput deste artigo dentro do 
prazo determinado ou que prestar declaração falsa. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) 
§ 4º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) 
 
CAPÍTULO V 
Do Procedimento Administrativo e do Processo Judicial 
 
Art. 14. Qualquer pessoa poderá representar à autoridade administrativa competente para que 
seja instaurada investigação destinada a apurar a prática de ato de improbidade. 
§ 1º A representação, que será escrita ou reduzida a termo e assinada, conterá a qualificação do 
representante, as informações sobre o fato e sua autoria e a indicação das provas de que tenha 
conhecimento. 
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2013/Lei/L12846.htm
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2013/Lei/L12846.htm
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2013/Lei/L12846.htm
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2013/Lei/L12846.htm
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6475588
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art4
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art4
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
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§ 2º A autoridade administrativa rejeitará a representação, em despacho fundamentado, se esta 
não contiver as formalidades estabelecidas no § 1º deste artigo. A rejeição não impede a representação 
ao Ministério Público, nos termos do art. 22 desta lei. 
§ 3º Atendidos os requisitos da representação, a autoridade determinará a imediata apuração dos 
fatos, observada a legislação que regula o processo administrativo disciplinar aplicável ao 
agente. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) 
Art. 15. A comissão processante dará conhecimento ao Ministério Público e ao Tribunal ou 
Conselho de Contas da existência de procedimento administrativo para apurar a prática de ato de 
improbidade. 
Parágrafo único. O Ministério Público ou Tribunal ou Conselho de Contas poderá, a requerimento, 
designar representante para acompanhar o procedimento administrativo. 
Art. 16. Na ação por improbidade administrativa poderá ser formulado, em caráter antecedente 
ou incidente, pedido de indisponibilidade de bens dos réus, a fim de garantir a integral recomposição do 
erário ou do acréscimo patrimonial resultante de enriquecimento ilícito. (Redação dada pela Lei nº 
14.230, de 2021) 
§ 1º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) 
§ 1º-A O pedido de indisponibilidade de bens aque se refere o caput deste artigo poderá ser 
formulado independentemente da representação de que trata o art. 7º desta Lei. (Incluído pela Lei 
nº 14.230, de 2021) 
§ 2º Quando for o caso, o pedido de indisponibilidade de bens a que se refere o caput deste artigo 
incluirá a investigação, o exame e o bloqueio de bens, contas bancárias e aplicações financeiras 
mantidas pelo indiciado no exterior, nos termos da lei e dos tratados internacionais. (Redação dada 
pela Lei nº 14.230, de 2021) 
§ 3º O pedido de indisponibilidade de bens a que se refere o caput deste artigo apenas será 
deferido mediante a demonstração no caso concreto de perigo de dano irreparável ou de risco ao 
resultado útil do processo, desde que o juiz se convença da probabilidade da ocorrência dos atos 
descritos na petição inicial com fundamento nos respectivos elementos de instrução, após a oitiva do 
réu em 5 (cinco) dias. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 
§ 4º A indisponibilidade de bens poderá ser decretada sem a oitiva prévia do réu, sempre que o 
contraditório prévio puder comprovadamente frustrar a efetividade da medida ou houver outras 
circunstâncias que recomendem a proteção liminar, não podendo a urgência ser 
presumida. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 
§ 5º Se houver mais de um réu na ação, a somatória dos valores declarados indisponíveis não 
poderá superar o montante indicado na petição inicial como dano ao erário ou como enriquecimento 
ilícito. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 
§ 6º O valor da indisponibilidade considerará a estimativa de dano indicada na petição inicial, 
permitida a sua substituição por caução idônea, por fiança bancária ou por seguro-garantia judicial, a 
requerimento do réu, bem como a sua readequação durante a instrução do processo. (Incluído pela 
Lei nº 14.230, de 2021) 
§ 7º A indisponibilidade de bens de terceiro dependerá da demonstração da sua efetiva 
concorrência para os atos ilícitos apurados ou, quando se tratar de pessoa jurídica, da instauração de 
incidente de desconsideração da personalidade jurídica, a ser processado na forma da lei 
processual. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art4
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
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§ 8º Aplica-se à indisponibilidade de bens regida por esta Lei, no que for cabível, o regime da 
tutela provisória de urgência da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo 
Civil). (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 
§ 9º Da decisão que deferir ou indeferir a medida relativa à indisponibilidade de bens caberá 
agravo de instrumento, nos termos da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo 
Civil). (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 
§ 10. A indisponibilidade recairá sobre bens que assegurem exclusivamente o integral 
ressarcimento do dano ao erário, sem incidir sobre os valores a serem eventualmente aplicados a título 
de multa civil ou sobre acréscimo patrimonial decorrente de atividade lícita. (Incluído pela Lei nº 
14.230, de 2021) 
§ 11. A ordem de indisponibilidade de bens deverá priorizar veículos de via terrestre, bens 
imóveis, bens móveis em geral, semoventes, navios e aeronaves, ações e quotas de sociedades simples 
e empresárias, pedras e metais preciosos e, apenas na inexistência desses, o bloqueio de contas 
bancárias, de forma a garantir a subsistência do acusado e a manutenção da atividade empresária ao 
longo do processo. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 
§ 12. O juiz, ao apreciar o pedido de indisponibilidade de bens do réu a que se refere 
o caput deste artigo, observará os efeitos práticos da decisão, vedada a adoção de medida capaz de 
acarretar prejuízo à prestação de serviços públicos. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 
§ 13. É vedada a decretação de indisponibilidade da quantia de até 40 (quarenta) salários mínimos 
depositados em caderneta de poupança, em outras aplicações financeiras ou em conta-
corrente. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 
§ 14. É vedada a decretação de indisponibilidade do bem de família do réu, salvo se comprovado 
que o imóvel seja fruto de vantagem patrimonial indevida, conforme descrito no art. 9º desta 
Lei. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 
Art. 17. A ação para a aplicação das sanções de que trata esta Lei será proposta pelo Ministério 
Público e seguirá o procedimento comum previsto na Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de 
Processo Civil), salvo o disposto nesta Lei. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) (Vide ADI 
7042) (Vide ADI 7043) 
§ 1º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) 
§ 2º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) 
§ 3º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) 
§ 4º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) 
§ 4º-A A ação a que se refere o caput deste artigo deverá ser proposta perante o foro do local 
onde ocorrer o dano ou da pessoa jurídica prejudicada. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 
§ 5º A propositura da ação a que se refere o caput deste artigo prevenirá a competência do juízo 
para todas as ações posteriormente intentadas que possuam a mesma causa de pedir ou o mesmo 
objeto. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) 
§ 6º A petição inicial observará o seguinte: (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) 
I - deverá individualizar a conduta do réu e apontar os elementos probatórios mínimos que 
demonstrem a ocorrência das hipóteses dos arts. 9º, 10 e 11 desta Lei e de sua autoria, salvo 
impossibilidade devidamente fundamentada; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 
II - será instruída com documentos ou justificação que contenham indícios suficientes da 
veracidade dos fatos e do dolo imputado ou com razões fundamentadas da impossibilidade de 
apresentação de qualquer dessas provas, observada a legislação vigente, inclusive as disposições 
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6315635
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6315635
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6315955
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art4
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art4
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art4
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art4
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
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constantes dos arts. 77 e 80 da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo 
Civil). (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 
§ 6º-A O Ministério Público poderá requerer as tutelas provisórias adequadas e necessárias, nos 
termos dos arts. 294 a 310 da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo 
Civil (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021), (Vide ADI 7042) (Vide ADI 7043) 
§ 6º-B A petição inicial será rejeitada nos casos do art. 330 da Lei nº 13.105, de 16 de março de 
2015 (Código de Processo Civil), bem como quando não preenchidos os requisitos a que se referem os 
incisos I e II do § 6º deste artigo, ou ainda quando manifestamente inexistente o ato de improbidade 
imputado. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 
§ 7º Se a petição inicial estiver em devida forma, o juiz mandará autuá-la e ordenará a citação dos 
requeridos para que a contestem no prazo comum de 30 (trinta) dias, iniciado o prazo na forma do art. 
231 da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil). (Redação dada pela Lei nº 
14.230, de 2021) 
§ 8º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) 
§ 9º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) 
§ 9º-A Da decisão que rejeitar questões preliminares suscitadas pelo réu em sua contestação 
caberá agravo de instrumento. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 
§ 10. (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) 
§ 10-A. Havendo a possibilidade de solução consensual, poderão as partes requerer ao juiz a 
interrupção do prazo para a contestação, por prazo não superior a 90 (noventa) dias. (Incluído pela Lei 
nº 13.964, de 2019) 
§ 10-B. Oferecida a contestação e, se for o caso, ouvido o autor, o juiz: (Incluído pela Lei nº 
14.230, de 2021) 
I - procederá ao julgamento conforme o estado do processo, observada a eventual inexistência 
manifesta do ato de improbidade; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 
II - poderá desmembrar o litisconsórcio, com vistas a otimizar a instrução processual. (Incluído 
pela Lei nº 14.230, de 2021) 
§ 10-C. Após a réplica do Ministério Público, o juiz proferirá decisão na qual indicará com precisão 
a tipificação do ato de improbidade administrativa imputável ao réu, sendo-lhe vedado modificar o fato 
principal e a capitulação legal apresentada pelo autor. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) (Vide 
ADI 7042) (Vide ADI 7043) 
§ 10-D. Para cada ato de improbidade administrativa, deverá necessariamente ser indicado apenas 
um tipo dentre aqueles previstos nos arts. 9º, 10 e 11 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 
2021) 
§ 10-E. Proferida a decisão referida no § 10-C deste artigo, as partes serão intimadas a especificar 
as provas que pretendem produzir. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 
§ 10-F. Será nula a decisão de mérito total ou parcial da ação de improbidade administrativa 
que: (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 
I - condenar o requerido por tipo diverso daquele definido na petição inicial; (Incluído pela Lei 
nº 14.230, de 2021) 
II - condenar o requerido sem a produção das provas por ele tempestivamente 
especificadas. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 
§ 11. Em qualquer momento do processo, verificada a inexistência do ato de improbidade, o juiz 
julgará a demanda improcedente. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) 
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm#art77
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm#art80
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm#art294
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm#art294
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6315635
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6315955
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm#art330
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm#art330
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm#art331
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm#art331
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art4
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art4
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art4
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art6
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art6
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6315635
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6315635
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6315955
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
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§ 12. (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) 
§ 13. (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) 
§ 14. Sem prejuízo da citação dos réus, a pessoa jurídica interessada será intimada para, caso 
queira, intervir no processo. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) (Vide ADI 7042) (Vide ADI 
7043) 
§ 15. Se a imputação envolver a desconsideração de pessoa jurídica, serão observadas as regras 
previstas nos arts. 133, 134, 135, 136 e 137 da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de 
Processo Civil). (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 
§ 16. A qualquer momento, se o magistrado identificar a existência de ilegalidades ou de 
irregularidades administrativas a serem sanadas sem que estejam presentes todos os requisitos para a 
imposição das sanções aos agentes incluídos no polo passivo da demanda, poderá, em decisão 
motivada, converter a ação de improbidade administrativa em ação civil pública, regulada pela Lei nº 
7.347, de 24 de julho de 1985. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 
§ 17. Da decisão que converter a ação de improbidade em ação civil pública caberá agravo de 
instrumento. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 
§ 18. Ao réu será assegurado o direito de ser interrogado sobre os fatos de que trata a ação, e a 
sua recusa ou o seu silêncio não implicarão confissão. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 
§ 19. Não se aplicam na ação de improbidade administrativa: (Incluído pela Lei nº 14.230, de 
2021) 
I - a presunção de veracidade dos fatos alegados pelo autor em caso de revelia; (Incluído pela 
Lei nº 14.230, de 2021) 
II - a imposição de ônus da prova ao réu, na forma dos §§ 1º e 2º do art. 373 da Lei nº 13.105, de 
16 de março de 2015 (Código de Processo Civil); (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 
III - o ajuizamento de mais de uma ação de improbidade administrativa pelo mesmo fato, 
competindo ao Conselho Nacional do Ministério Público dirimir conflitos de atribuições entre membros 
de Ministérios Públicos distintos; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 
IV - o reexame obrigatório da sentença de improcedência ou de extinção sem resolução de 
mérito. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 
§ 20. A assessoria jurídica que emitiu o parecer atestando a legalidade prévia dos atos 
administrativos praticados pelo administrador público ficará obrigada a defendê-lo judicialmente, caso 
este venha a responder ação por improbidade administrativa, até que a decisão transite em 
julgado. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) (Vide ADI 7042) (Vide ADI 7043) 
§ 21. Das decisões interlocutórias caberá agravo de instrumento, inclusive da decisão que rejeitar 
questões preliminares suscitadas pelo réu em sua contestação. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 
Art. 17-A. (VETADO): (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
I - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
II - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
III - (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
§ 1º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
§ 2º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
§ 3º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
§ 4º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
§ 5º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art4
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art4
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6315635
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6315955
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6315955
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm#art133
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm#art134
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm#art135
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm#art136
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm#art136
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L7347orig.htm
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L7347orig.htm
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm#art373%C2%A71
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm#art373%C2%A72
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm#art373%C2%A72
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6315635
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6315955
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art6
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art6
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art6
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art6
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art6
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art6
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art6
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art6
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art6
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Art. 17-B. O Ministério Público poderá, conforme as circunstâncias do caso concreto, celebrar 
acordo de não persecução civil, desde que dele advenham, ao menos, os seguintes 
resultados: (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) (Vide ADI 7042) (Vide ADI 7043) 
I - o integral ressarcimento do dano; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 
II - a reversão à pessoa jurídica lesada da vantagem indevida obtida, ainda que oriunda de agentes 
privados. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 
§ 1º A celebração do acordo a que se refereo caput deste artigo dependerá, 
cumulativamente: (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 
I - da oitiva do ente federativo lesado, em momento anterior ou posterior à propositura da 
ação; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 
II - de aprovação, no prazo de até 60 (sessenta) dias, pelo órgão do Ministério Público competente 
para apreciar as promoções de arquivamento de inquéritos civis, se anterior ao ajuizamento da 
ação; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 
III - de homologação judicial, independentemente de o acordo ocorrer antes ou depois do 
ajuizamento da ação de improbidade administrativa. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 
§ 2º Em qualquer caso, a celebração do acordo a que se refere o caput deste artigo considerará a 
personalidade do agente, a natureza, as circunstâncias, a gravidade e a repercussão social do ato de 
improbidade, bem como as vantagens, para o interesse público, da rápida solução do 
caso. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 
§ 3º Para fins de apuração do valor do dano a ser ressarcido, deverá ser realizada a oitiva do 
Tribunal de Contas competente, que se manifestará, com indicação dos parâmetros utilizados, no prazo 
de 90 (noventa) dias. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) (Vide ADI 7236) 
§ 4º O acordo a que se refere o caput deste artigo poderá ser celebrado no curso da investigação 
de apuração do ilícito, no curso da ação de improbidade ou no momento da execução da sentença 
condenatória. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 
§ 5º As negociações para a celebração do acordo a que se refere o caput deste artigo ocorrerão 
entre o Ministério Público, de um lado, e, de outro, o investigado ou demandado e o seu 
defensor. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) (Vide ADI 7042) (Vide ADI 7043) 
§ 6º O acordo a que se refere o caput deste artigo poderá contemplar a adoção de mecanismos e 
procedimentos internos de integridade, de auditoria e de incentivo à denúncia de irregularidades e a 
aplicação efetiva de códigos de ética e de conduta no âmbito da pessoa jurídica, se for o caso, bem 
como de outras medidas em favor do interesse público e de boas práticas administrativas. (Incluído 
pela Lei nº 14.230, de 2021) 
§ 7º Em caso de descumprimento do acordo a que se refere o caput deste artigo, o investigado ou 
o demandado ficará impedido de celebrar novo acordo pelo prazo de 5 (cinco) anos, contado do 
conhecimento pelo Ministério Público do efetivo descumprimento. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 
2021) (Vide ADI 7042) (Vide ADI 7043) 
Art. 17-C. A sentença proferida nos processos a que se refere esta Lei deverá, além de observar o 
disposto no art. 489 da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil): (Incluído 
pela Lei nº 14.230, de 2021) 
I - indicar de modo preciso os fundamentos que demonstram os elementos a que se referem os 
arts. 9º, 10 e 11 desta Lei, que não podem ser presumidos; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 
II - considerar as consequências práticas da decisão, sempre que decidir com base em valores 
jurídicos abstratos; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6315635
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6315955
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6475588
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6315635
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6315955
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6315635
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6315955
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm#art489
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
 _____________________________________Prof. Clõvis Feitosa 
 
 
 
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III - considerar os obstáculos e as dificuldades reais do gestor e as exigências das políticas públicas 
a seu cargo, sem prejuízo dos direitos dos administrados e das circunstâncias práticas que houverem 
imposto, limitado ou condicionado a ação do agente; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 
IV - considerar, para a aplicação das sanções, de forma isolada ou cumulativa: (Incluído pela 
Lei nº 14.230, de 2021) 
a) os princípios da proporcionalidade e da razoabilidade; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 
b) a natureza, a gravidade e o impacto da infração cometida; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 
2021) 
c) a extensão do dano causado; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 
d) o proveito patrimonial obtido pelo agente; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 
e) as circunstâncias agravantes ou atenuantes; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 
f) a atuação do agente em minorar os prejuízos e as consequências advindas de sua conduta 
omissiva ou comissiva; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 
g) os antecedentes do agente; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 
V - considerar na aplicação das sanções a dosimetria das sanções relativas ao mesmo fato já 
aplicadas ao agente; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 
VI - considerar, na fixação das penas relativamente ao terceiro, quando for o caso, a sua atuação 
específica, não admitida a sua responsabilização por ações ou omissões para as quais não tiver 
concorrido ou das quais não tiver obtido vantagens patrimoniais indevidas; (Incluído pela Lei nº 
14.230, de 2021) 
VII - indicar, na apuração da ofensa a princípios, critérios objetivos que justifiquem a imposição da 
sanção. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 
§ 1º A ilegalidade sem a presença de dolo que a qualifique não configura ato de 
improbidade. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 
§ 2º Na hipótese de litisconsórcio passivo, a condenação ocorrerá no limite da participação e dos 
benefícios diretos, vedada qualquer solidariedade. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)+ 
§ 3º Não haverá remessa necessária nas sentenças de que trata esta Lei. (Incluído pela Lei nº 
14.230, de 2021) 
Art. 17-D. A ação por improbidade administrativa é repressiva, de caráter sancionatório, destinada 
à aplicação de sanções de caráter pessoal previstas nesta Lei, e não constitui ação civil, vedado seu 
ajuizamento para o controle de legalidade de políticas

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