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PRÉ-VESTIBULAR SOCIAL - PARÓQUIA NOSSA SENHORA DA GLÓRIA 
Disciplina: História da África - Professora: Michele Castro 
Aula 7: Escravidão – Resistências, relações senhor X escravo. 
 Desde o século XV que os portugueses compravam escravos na África para levá-los 
para as colônias de Açores e Madeira, ilhas do Oceano Atlântico onde já produzia açúcar. A 
princípio na colonização do Brasil, os índios foram escravizados e assim permaneceu por cerca 
de um século. A partir do século XVII os portugueses começaram a importar escravos para o 
Brasil. Os índios nunca admitiram o cativeiro, tão pouco os africanos que além planejarem 
fugas, assassinarem seus feitores e capatazes, também incendiavam as senzalas e por vezes 
também a casa de seus senhores. 
 Principais mecanismos de resistência escrava: 
Fugas: Geralmente motivadas por castigos severos. Entre eles, o tronco onde o escravo ficava 
nu e era surrado; mutilação; furar ou arrancar os olhos (escravas que se deitavam com seu 
senhor, eram assim castigadas por suas senhoras). 
Suicídio: Comiam terra, as mulheres bebiam preparados de ervas para abortarem. 
Banzo (depressão): Morriam de tristeza ou por inanição, pois deixavam de comer e de beber 
água. 
Corpo mole: Se faziam de doentes ou demoravam demais na execução de um serviço. 
Sabotagem: Quebravam ferramentas ou máquinas de trabalho; Incendiavam as senzalas. 
Quilombos: Estratégia utilizada para refúgio e sobrevivência, podia reunir meia dúzia de 
pessoas até milhares de habitantes, e também era permitida a entrada de índios, homens e 
mulheres livres pobres. Por permitir uma maior proteção, os quilombos ficavam na floresta, e 
o espaço ainda comportava uma área para plantação de alimentos e criação de animais. A 
terra não tinha proprietário, e os escravos fugidos organizavam guerrilhas para resgate de 
outros escravos e também saques. Em toda América existiram quilombos, em todo lugar onde 
houve escravidão dos africanos. 
Houve também o quilombo que não tinham a intenção de libertar escravos, mas sim 
sobreviver e chegaram a comerciar com as colônias portuguesas. Alguns escravos chegavam a 
negociar o retorno, o que nos mostra que a relação senhor X escravo também era feita de 
negociações e acordos. Nem sempre a violência e os cruéis castigos permeavam as relações 
dos escravos com seus senhores, citemos o escravo de ganho ou escravo ao ganho que 
tinham a permissão para trabalhar no perímetro urbano, desde que uma parte acordada com 
o seu senhor fosse devidamente paga. Algumas vantagens eram oferecidas pelo senhor, em 
caso de bom comportamento, regalias como uma refeição melhor, roupas novas ou trabalhos 
mais leves. 
 A sociedade escravista é cheia de complexidades em suas relações e em suas leis. Um 
escravo não tinha reconhecimento de cidadão, por questões óbvias, porém respondia por 
qualquer crime cometido contra seu senhor e sua família ou patrimônio. 
Dentre muitos quilombos que os historiadores identificaram, um dos mais estudados e 
conhecidos foi Quilombo dos Palmares, que fora criado por ocasião da invasão holandesa à 
Pernambuco em 1630, na confusão muitos escravos fugiram e rumaram para a Serra da 
Barriga, em Alagoas, onde já haviam escravos fugidos. Foi o mais numeroso agrupamento de 
escravos fugidos se igualando, segundo estudos, a população de Salvador, capital do Brasil. 
A Igreja e a escravidão 
 Entendemos que a sociedade e sua visão de mundo eram bem diversas das de hoje, e, 
portanto temos que analisar a sociedade escravista com a mentalidade da época. A Igreja e 
seus dogmas condenavam a idolatria e demonizavam os cultos e seitas pagãs dos africanos, 
logo, entendia que a escravidão era uma “oportunidade” para remissão dos pecados e 
também um castigo de Deus, o preço do pecado. 
 A escravidão indígena fora proibida por lei em 1570, e assim Portugal coibia a prática 
criticada pela Igreja Católica que catequizava os índios, mas em uma guerra justa, os índios 
poderiam ser escravizados, visto que estariam se defendendo de um ataque por parte dos 
mesmos. Isso foi usado como desculpa inúmeras vezes para escravizar índios. 
 A redução drástica do contingente indígena por morte e o paganismo do africano 
foram duas condições que favoreceram cada vez mais a compra de escravos africanos. A partir 
do século XV outras nações cristãs europeias passaram também a disputar o comércio de seres 
humanos, tanto católicas (Espanha e França) como protestantes (Inglaterra, Holanda, 
Dinamarca), porém mais da metade de todo tráfico de escravos da áfrica para o Brasil era 
realizado por traficantes do Brasil. O lucro ficava na colônia, em especial Rio de Janeiro e 
Salvador. 
A fonte de escravos 
 Mais de 300 povos vieram pra cá como escravos; 
 Sec.XVI portugueses detinham o monopólio do tráfico; Obtinham na costa do Senegal, 
passando por Guiné-Bissau, Guiné até Serra Leoa (Guiné), povos mandingas, hauças, 
peules e outros; 
 Sec. XVII chegam ao Brasil povos do Congo e Angola; 
 Sec. XVIII chegam ao Brasil povos da Costa do Ouro, hoje Togo e Gana, Benin e Nigéria. 
Bahia recebeu muitos escravos de Benin. 
 Sec. XIX chegam ao Brasil principalmente de colônias portuguesas em Angola e 
Moçambique. 
 Reinos africanos enriqueceram e chegaram a incentivar o tráfico, estimulando guerras 
e enviando embaixadores do Reino de Daomé para o Brasil para que o Golfo da Guiné 
fosse exclusivo no envio de cativos para Bahia. Isolando concorrentes europeus e 
africanos de outras regiões. 
 Ex-escravos que conseguiam retornar se tornaram ricos traficantes, e erguiam casas no 
estilo português do Séc. XVIII e XIX, em Lagos, litoral da Nigéria, que permaneceram 
mesmo após a colonização inglesa. 
Referencia Bibliográfica: Gislaine e Roberto. História: Volume único. Editora Ática.São 
Paulo,2008.

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