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Aprimorando: MV. Maxuel Ferreira – A2 Orientadora: Dra. Débora Schaffer MANEJO DO PACIENTE POLITRAUMATIZADO INTRODUÇÃO TRAUMA CAUSAS Lesões múltiplas de diversas naturezas que podem comprometer diversos órgãos e sistemas . Atropelamento . Quedas .Queimaduras . Brigas . Armas de fogo... Atendimento imediato . Inconsciente . Apneia ou padrão respiratório agônico . Pulso fraco ou não detectável . Ausência de choque pré cordial . Hipotermia . Midríase TRIAGEM ABORDAGEM INICIAL A Forneça O2 Tubo Máscara Colar Óculos Câmera Sonda endotraqueal ABORDAGEM INICIAL A . Houve parada respiratória/ . Hipóxia/ . Excesso de secreções orais ou pulmonares/ . Esforço respiratório muito grande. INTUBE! Via aérea permeável?? 5 ABORDAGEM INICIAL A Se a intubação for impossível devido à obstrução, fraturas, hemorragia ou edema: FAÇA TRAQUEOSTOMIA! Via aérea permeável?? Incisão pele: linha média (1° a 8° anéis traqueais) Incisão traqueal: 3° e 4° ou 4° e 5° anel traqueal ABORDAGEM INICIAL B Ventilação eficaz?? O paciente que respira é aquele que faz troca gasosa É PRECISO VER A EXPANSÃO TORÁCICA! ABORDAGEM INICIAL B Ventilação eficaz?? Avaliar o grau de dispneia; Ausculta pulmonar pneumotórax, hemotórax, hérnia diafragmática Examine as mucosas ABORDAGEM INICIAL C Circulação Sinais clínicos de má perfusão: . MM pálidas . TRC aumentado . Extremidades fria . Delta T > 6°C) . Pulso fraco . PAS < 100 mmHg . Taquicardia . Oligúria . Hipotermia . Lactato > 3,2 mmol/L . Consciência deprimida ABORDAGEM INICIAL C Circulação Cristalóides Primeira escolha – Lactato ou acetato de Ringer Taxa de infusão: 10 ml/kg – entre 3 a 6’ ABORDAGEM INICIAL C Circulação Animal não responsivo a prova de carga Colóides 1 a 4 ml/Kg em bólus de 2 a 5’ ou 20 ml/kg/2hs Simpatominérgicos Dobutamina (5 ug/Kg/min) ABORDAGEM INICIAL C Circulação Pacientes com hemorragias não controladas *Cristalóides: Hemodiluição Déficit de oxigenação Déficit de coagulação Hct <18% Transfusão sanguínea ABORDAGEM INICIAL C Circulação Objetivos clínicos . PAM > 65 mmHg . PS > 90 mmHg em cães ou 100 mmHg em gatos . Normalização da FC e Delta T < 6°C . DU > 1mL/kg/h . Lactato < 3,2 mmoL/L SUPORTE AVANÇADO Histórico detalhado Alergias Medicação História passada Último Eventos Exames físico completo Exames complementares: Ultrassonografia Radiografia Punção Abdominal/ torácica Exames Laboratoriais: Ht, PPT, glicose, lactato Manter o paciente sem dor e confortável Opióides, AL Evitar a hipóxia e a hipercapnia Oximetria de pulso, capnografia, gases sanguíneos Assegurar um estado hemodinâmico normal FC, pulso, mucosas, TPC, ECG, PA Nível de consciência DU MONITORAÇÃO Nutrição entérica o mais rápido possível!! TRAUMA CRÂNIO-ENCEFÁLICO TRAUMA CRÂNIO-ENCEFÁLICO Fisiopatogenia 17 Lesões Primárias Dano traumático direto . Rompimento de estruturas intracranianas, . Trauma ocular/ proptose, . Hematomas, . Lacerações. TRAUMA CRÂNIO-ENCEFÁLICO 18 Lesões Secundárias Imediatamente/ dias após a lesão primária Combinação de eventos vasculares, alterações bioquímicas e eletrolíticas. Causas intracranianas Hematoma, edema encefálico, infecção, hipertensão IC Causas extracranianas Hipotensão, hipóxia, hipercapnia, alterações de coagulação, hipertermia, hiperglicemia TRAUMA CRÂNIO-ENCEFÁLICO Aumento da PIC Perpetuam lesão encefálica Ativação de vias bioquímicas Lesão encefálica Liberação de NR excitatórios Geração de radicais livres Liberação de citocinas inflamatórias 19 TRAUMA CRÂNIO-ENCEFÁLICO 20 Atividade metabólica excessiva: ATP Falência da bomba Na/K Edema celular citotóxico e despolarização descontrolada Maior liberação de NR para meio extracelular. Enzimas ativadas pelo Ca++ Dano intracelular grave- morte Na+, H2O e Ca++ Liberação massiva de NR excitatórios TRAUMA TRAUMA CRÂNIO-ENCEFÁLICO 21 Liberação de citocinas e céls inflamatórias Ativação das cascatas de coagulação e do ácido araquidônico Altera barreira hematoencefálica Induz produção de NO Vasodilatação excessiva Perda da pressão de autorregulação Nocivos às membranas celulares 22 Radicais livres Acidose tecidual Hipoperfusão Metabólitos do ácido araquidônico Oxidação de catecolaminas Isquemia Ácido lático Maiores danos TRAUMA CRÂNIO-ENCEFÁLICO Dinâmica encefálica Pressão intracraniana (PIC) Pressão exercida pelos tecidos e líquidos dentro da calota craniana Parênquima encefálico, Sangue arterial e venoso, Líquido cefalorraquidiano (LCR) 23 Complacência Intracraniana TRAUMA CRÂNIO-ENCEFÁLICO Dinâmica encefálica TCE Complacência Intracraniana é rapidamente exaurida. PIC Fluxo sanguíneo encefálico Isquemia do tecido encefálico CO2 Centro vasomotor: SNSAumento na PAM Manter a pressão de perfusão encefálica. 24 TRAUMA CRÂNIO-ENCEFÁLICO Dinâmica encefálica Uma vez ultrapassada esta capacidade compensatória, pequenos aumentos no volume intracraniano resultarão em elevações da PIC, e manifestação imediata de sinais clínicos. 25 TRAUMA CRÂNIO-ENCEFÁLICO Avaliação clínica Primária Neurológica (Avaliação inicial do TRAUMA) 26 Avaliação neurológica . Estado de consciência do paciente; . Padrão respiratório; . Tamanho e responsividade da pupila; . Posição e movimento ocular; . Tônus muscular; . Testes proprioceptivos; . Avaliação dos nervos cranianos; . Busca por possível foco de dor http://www.oftalmobricci.com.br Nível de consciência 6. Períodos ocasionais de estado alerta e responsivo 5. Prostração ou delírio com resposta inapropriada 4. Semicomatoso responsivo à estímulo visual 3. Semicomatoso responsivo à estímulo auditivo 2. Semicomatoso responsivo apenas à estímulos dolorosos 1. Comatoso sem resposta a estímulos dolorosos Reflexos cranianos 6. Reflexo pupilar à luz e reflexo óculocefálico normais 5. Reflexo pupilar à luz reduzido e óculocefálico normal/reduzido 4. Miose irresponsiva bilateral com reflexo óculocefálico norm/red 3. Pupilas puntiformes com reflexo óculocefálico reduzido/ausênte 2. Midríase irresponsiva unilateral com reflexo óculocefálico red/aus 1. Midríase irresponsiva bilateral com reflexo óculocefálico red/aus Atividade motora 6. Deambulação normal, reflexos espinhais normais 5. Hemiparesia, tetraparesia ou decerebração 4. Decúbito, rigidez extensora intermitente 3. Decúbito, rigidez extensora constante 2. Decúbito, rigidez extensora constante com opistótono 1. Decúbito, hipotonia muscular, dim/aus dos reflexos espinhais Escala de Coma de Glasgow Modificada TRAUMA CRÂNIO-ENCEFÁLICO Diagnóstico Tomografia computadorizada; Radiografias: Crânio: Poucas informações clínicas; Região cervical: Descartar lesões espinhais concomitantes; Torácicas: Detecção de trauma pulmonar e cardíaco. 29 TRAUMA CRÂNIO-ENCEFÁLICO Terapia Sequência do ABCD do trauma Ponto crucial: Preservação da função neurológica * Rápida restauração e manutenção da perfusão e oxigenação encefálica 30 TRAUMA CRÂNIO-ENCEFÁLICO Terapia Volume intravascular Cristalóides [ ] Na+ inferior à do plasma: Desvio de água p/ tecido cerebral Exacerba o edema cerebral Colóides * Restauram o volume intravascular sem alterar o teor hídrico cerebral Não atravessam a barreira hematoencefálica ÍNTEGRA!!! Soluções hipertônicas Bólus de 4-8 ml/kg/ 4-6hs + Colóides + Cristalóides 31 Fluido do interstício/ intracelular Espaço intravascular Aumenta PAS Reduz PIC Reduz NR excitatórios Modulam respostainflamatória Controla edema cerebral TRAUMA CRÂNIO-ENCEFÁLICO Terapia Oxigenação TCE Demanda de O2 superior à normal Oxigenação encefálica insuficiente! 32 TRAUMA CRÂNIO-ENCEFÁLICO Terapia Controle a PaCO2 Hipercapnia: Dilatação encefálica vascular da PIC Hiperventilação: CO2 arterial PIC por vasoconstrição encefálica FSE Isquemia 35-45 mmHg 33 TRAUMA CRÂNIO-ENCEFÁLICO Terapia Controle da glicemia Trauma: Redução de FSE Isquemia Metabolismo anaeróbico Hiperglicemia Tentativa ineficiente de manter a produção energética. Aumenta a produção de radicais livres Liberação de aminoácidos excitatórios Acidose encefálica Edema citotóxico nos neurônios 34 TRAUMA CRÂNIO-ENCEFÁLICO Terapia Controle da glicemia Evitar a hiperglicemia iatrogênica; Evitar infusão de soluções glicosadas; Evitar adm de fármacos que exacerbam hiperglicemia. Controlar [ ] sanguínea de glicose com infusões de insulina em casos de hiperglicemia. 35 TRAUMA CRÂNIO-ENCEFÁLICO Terapia Controle da temperatura T corporal e encefálica FSE e demanda encefálica metabólica de oxigênio PIC e potencial isquemia encefálica. Evitar a hipertermia é um dos pilares do tratamento de TCE! 36 TRAUMA CRÂNIO-ENCEFÁLICO Terapia Controle da temperatura Hipotermia controlada Hayes, 2009 NR excitatórios Metabolismo neuronal Inibe resposta inflamatória: citocinas inflamatórias Tremores musculares, hipotensão, bradicardia, arritmias, acidose metabólica, desordens de coagulação, infecções 37 TRAUMA CRÂNIO-ENCEFÁLICO Terapia Agentes osmóticos: Manitol 38 Aumenta osmolaridade sérica Retira H2O do interstício cerebral: Reduz edema e PIC Líquido passa para os vasos: Reduz hematócrito e viscosidade sangue Aumenta a PAM e perfusão cerebral Vasoconstricção reflexa Fornecimento de O2: metabolismo aeróbico Lactato TRAUMA CRÂNIO-ENCEFÁLICO Terapia Manitol 20% 0,5 a 1g/kg (3 bólus em 24hs /IC) * Promove diurese intensa, desidratação intracelular, hipotensão e isquemia * Não usar em pacientes hipovolêmicos: Substituir por solução hipertônica * Depende da BHC intacta * Reservado para pacientes críticos 39 TRAUMA CRÂNIO-ENCEFÁLICO Terapia Antiepiléticos Atividade epiléptica após o trauma . Até 24hs . 24hs- 7 dias . Após 7dias Efeitos adversos: hipermetabolismo encefálico(200-300% requerimento de O2) hipertemia, hipoxemia, hipercapnia, edema Diazepam (0,5-1 mg/kg) Fenobarbital (2-3 mg/kg) 40 TRAUMA CRÂNIO-ENCEFÁLICO Terapia Corticóides Modulam a resposta inflamatória; Reduzem o edema; Retiram radicais livres; Estabilizam membranas lisossomais. Potencializa o dano neuronal na presença de isquemia; Inibem a remielinização de neurônios lesionados; Podem levar a hiperglicemia e aumento do AL cerebral; Predispõe à ocorrência de Infecção. Estudos em seres humanos não demonstraram vantagens da utilização em pacientes com TCE 41 TRAUMA CRÂNIO-ENCEFÁLICO Terapia Terapias adjuvantes Coma barbitúrico; Anti-radicais livres: DMSO e Alupurinol DMSO: Capacidade de penetração; Neutraliza ação lesiva dos radicais hidroxil; Anti-inflamatório. 42 CONCLUSÃO O TCE apresenta potencial devastador e requer intervenção rápida e precisa, e o fator tempo se torna fundamental para se obter um bom resultado final. Para tal, é necessário conhecimento detalhado da patofisiologia do processo e das possíveis intervenções terapêuticas, além de uma monitoração minuciosa e frequente do paciente. 43 REFERÊNCIAS RABELO, R. C. Emergências de pequenos animais: condutas clínicas e cirúrgicas no paciente grave. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013; COSTA, S. Manejo do paciente politraumatizado na clínica de animais de companhia. 2014. Dissertação de mestrado integrado em medicina veterinária - Faculdade de Medicina Veterinária, Lisboa, 2014. BRANCO, S. Trauma crânio-encefálico em cães: Revisão de literatura. Belo Horizonte, 2011. 44 image1.jpg image4.png image2.jpg image3.jpg image5.jpeg image6.jpeg image7.jpeg image8.jpeg image9.jpeg image10.jpeg image11.jpeg image12.jpeg