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BIOELETROGÊNESE 1. Analise as afirmativas abaixo e diga se são falsas ou verdadeiras. Justifique/corrija as falsas: (F)Comparando o potencial de ação ao potencial eletrotônico ou gradual é incorreto afirmar que o potencial de ação é iniciado por potenciais graduados enquanto o potencial eletrotônico pode ser iniciado por neurotransmissores e também por estímulos ambientais. Resposta: O eletrotônico/gradual realmente pode ser iniciado por estímulos ambientais ou neurotransmissores, mas ele só é gerado em membranas que não possuem canais PDC ( em sinapses e receptores sensoriais), não podendo iniciar um potencial de ação já que este só pode ser gerado em células que possuem canais PDC de sódio, potássio e cálcio. (V)O potencial de ação é um fenômeno tudo ou nada e apresenta período refratário enquanto o potencial gradual apresenta amplitude graduada de acordo com o estímulo sem apresentar período refratário. (F)Tanto o potencial de ação quanto o potencial gradual podem ser uma despolarização ou hiperpolarização. Resposta: O potencial gradual pode ser uma des ou hiperpolarização, mas o potencial se caracteriza pela despolarização da membrana celular, o PA quando está retornando ao seu limiar de repouso, pode se hiperpolarizar por conta da lentidão de fechamento dos canais de K+, mas essa hiperpolarização não caracteriza um potencial de ação. (F) Considerando as células A (PR= -85mV e LE= -68mV) e célula B (PR= -75mV e LE= -60), podemos afirmar que a célula B é a mais responsiva, enquanto a A é mais excitável. Resposta: Não, pelo contrário. a velocidade de variação do potencial de membrana em função do tempo(dV/dT) varia de acordo com o PR da membrana, essa dependência é chamada de relação de responsividade. Deste modo, a responsividade é maior em células com o PR mais negativo. E a excitabilidade de uma célula é determinada pela diferença entre seu PR e seu LE, quanto menor, mais fácil será de excitar essa célula pois a magnitude do estímulo não precisará ser muito grande para alcançar o L, por isso a célula B é mais excitável. (F)A hipocalcemia aumenta a excitabilidade celular por aumentar a condutância ao Na+ aumentando o limiar de excitabilidade. Resposta: A hipocalcemia realmente aumenta a excitabilidade celular e aumenta a condutância ao sódio, mas em vez de aumentar o limiar de excitabilidade, ela diminui ele, o aproximando mais do PR, o que torna a célula mais excitável. (V)A acidose deprime a atividade neuronal de maneira drástica enquanto a alcalose pode provocar convulsões epilépticas. (F)Os anestésicos locais apresentam pka ≈ 8 a 9 sendo considerados bases fracas, assim em tecidos com pH em torno de 6,7 precisaremos utilizar menores doses desses anestésicos, pois maior fração nãoionizada será formada. Resposta: pH mais alcalino aumenta a fração do anestésico na forma não ionizada, enquanto pH mais ácido aumenta as formas ionizadas, que são as formas que realmente vão anestesiar ao inibir o canal PDC de sódio. Contudo, as formas ionizadas não conseguem entrar na célula por conta de sua carga enquanto as formas não-ionizadas são mais lipossolúveis e atravessam com facilidade, por isso em tecidos que se encontram com o pH mais ácido, será necessário a aplicação de maiores doses dos anestésicos para que mais moléculas tenham a chance de penetrar o tecido antes de serem ionizadas. (V)Os canais modulados por ligante (ROC) podem ser ionotrópicos ou metabotrópicos. Resposta: Canais ROC são canais dependentes de ligantes, são canais cuja abertura depende da ligação de hormônios, neurotransmissores ou segundos mensageiros. Podem ser divididos em canais ionotrópicos (como o receptor nicotínico da placa motora, ele se abre quando a acetilcolina(Ach) se liga a ele para que ele se torne permeável aos íons sódio e potássio. Os canais/receptores metabotrópicos são canais que se ligam a um neurotransmissor que ativa uma via de sinalização interna na célula, atuando através de um mensageiro secundário. Os receptores acoplados à proteína G por exemplo, quando um hormônio se liga a eles, eles mudam de conformação e a proteína G é ativada dentro da célula, sua subunidade alfa se separa da beta e gama e inicia uma reação em cadeia que vai alterar o metabolismo celular. ( V )A hipocalemia produz alteração do potencial de repouso no sentido hiperpolarizante. Resposta: No estado de repouso, canais abertos na membrana plasmática são predominantemente aqueles que são permeáveis aos íons potássio. Pouquíssimos canais de sódio estão abertos e o potencial de repouso está, portanto, muito próximo do potencial de equilíbrio do potássio. Se as concentrações de K+ no sangue saem da variação normal de 3,5-5 milimoles/litro (mmol/L), o resultado irá ser a mudança do potencial de repouso da célula. Esta mudança não é importante para a maioria das células, mas pode ter sérias consequências para o corpo como um todo por causa do relacionamento entre o potencial de repouso e a excitabilidade dos nervos e do tecido muscular. Um aumento na concentração de K+ sanguíneo, hipercalemia (ou hiperpotassemia) irá mudar o potencial de repouso do neurônio para um valor próximo ao limiar de excitabilidade, porque como já há muito potássio fora da célula, o intercelular irá sair menos para fora da célula por conta da mudança no gradiente elétrico, o que deixa o interior da célula menos negativo, trazendo o potencial de repouso da célula mais próximo ao LE, até mesmo os menores estímulos podem desencadear uma despolarização e um PA. Por isso, a hipercalemia produz uma alteração hipopolarizante. Em sentido contrário, a hipocalemia faz com que mais potássio saia da célula, afastando o PR do LE, ele estará indo no sentido hiperpolarizante, por isso será mais difícil desencadear uma despolarização grande o suficiente para atingir o LE e gerar um potencial de ação.