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DIREITO DE FAMÍLIA II
BEM DE FAMÍLIA
Referência Histórica - Homestead Act Exemption (1839):
Lei do Direito Texano que declarava a impenhorabilidade das pequenas propriedades durante uma
crise econômica para garantir segurança jurídica, protegendo as casas da perda em caso de
endividamento.
Código Civil de 1916:
Não previa originalmente o bem de família, sendo inserido posteriormente, de forma limitada, para o
"chefe de família" e, excepcionalmente, para a mulher na "chefia da família" em caso de viuvez.
art. 70. É permitido aos chefes de família destinar um prédio para domicilio desta, com a clausula de
ficar isento de execução por dividas, salvo as que provierem de impostos relativos ao mesmo prédio.
Parágrafo único. Essa isenção durará enquanto viverem os cônjuges e até que os filhos completem
sua maioridade.
Constituição Federal de 1988:
Modifica o cenário delineado pelo Código Civil de 1916, estabelecendo a igualdade entre homem e
mulher na "chefia da família". Além disso, promove ideias sociais, funcionalizando relações
patrimoniais para a promoção da solidariedade social, igualdade substancial e dignidade humana.
Medida Provisória 143 - 08.03.1990 (Lei 8.009/90):
Introduziu a impenhorabilidade do imóvel residencial e móveis quitados da entidade familiar,
protegendo-os contra execuções por dívidas, sendo posteriormente transformada na Lei 8.009/90.
O bem de família é o imóvel residencial usado pela entidade familiar, amparado por leis específicas.
Isso inclui não apenas casais, uniões estáveis ou famílias monoparentais, mas também pessoas
solteiras, separadas ou viúvas, conforme a Súmula 364 do STJ. Esse conceito se apoia na dignidade
humana, no direito fundamental à moradia e na ideia de garantir o mínimo existencial para proteger
o lar familiar.
BEM DE FAMÍLIA VOLUNTÁRIO
Regulado pelos artigos 1.711 ao 1.722 do Código Civil. Ele pode ser criado por vontade dos cônjuges,
entidades familiares (incluindo União Estável e família monoparental) ou terceiros, mediante registro
imobiliário por escritura pública (em vida) ou testamento (após a morte do instituidor, mas apenas
após o pagamento das dívidas do espólio).
O ato de vontade própria não requer a autorização conjugal, pois não representa uma alienação ou
gravame. Já o ato de vontade de terceiros (doação ou testamento) necessita da aceitação do
beneficiário ou da entidade familiar e é constituído pelo registro no Cartório de Registro de Imóveis.
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O bem de família voluntário não pode ultrapassar 1/3 do patrimônio líquido existente na época da
sua criação. Ele garante a impenhorabilidade por dívidas futuras (art. 1.715) e torna o imóvel
residencial, rural ou urbano inalienável (art. 1.717).
É importante ressaltar que essa proteção se estende a aparelhos essenciais para a manutenção da
casa, como telefone, televisão, geladeira, entre outros.
Inalienável (art. 1.717, CC):
A venda do imóvel requer autorização judicial, com consentimento da família e do Ministério Público.
Impenhorável (art. 1.715, CC):
Protege contra execuções por dívidas após sua instituição, exceto dívidas anteriores, impostos
relacionados ao imóvel (como IPTU) e despesas de condomínio.
Finalidade e Proteção:
Garante proteção ao imóvel residencial, permitindo a agregação de renda ou valores mobiliários para
conservação do imóvel e sustento da família.
Registro do ato serve para informar possíveis credores de boa-fé.
Administração e Dissolução:
Administração pelo casal, podendo haver decisão judicial em caso de desacordo.
Mesmo com a dissolução da sociedade conjugal, o bem não é extinto automaticamente.
Possibilidade de Extinção ou Modificação:
Se a manutenção for impossível, o juiz pode extinguir, substituir por outros bens ou permitir a
sub-rogação dos bens.
Observações Importantes:
A renda gerada pelo aluguel do único imóvel residencial pode ser impenhorável se usada para a
subsistência da família.
Há limites para valores mobiliários agregados, não devendo ultrapassar o valor do imóvel
instituído.
Importante distinguir essa modalidade do bem de família do Bem de Família Indireto (Súmula 486
do STJ).
Dissolução da Sociedade Conjugal:
O bem de família não é extinto automaticamente quando o casal se separa, exceto se um dos
cônjuges falecer. Neste caso, se o bem for o único imóvel do casal, pode ser solicitada a extinção.
Falecimento dos Cônjuges:
Se ambos os cônjuges falecem e os filhos são maiores e não estão sob tutela, o bem de família é
extinto (Art. 1.722, CC). Se os filhos ainda são menores ou sujeitos à tutela, a administração passa
para o filho mais velho, se maior, e, do contrário, para o tutor.
Bem de Família Legal - Pontos Importantes:
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Consagrado pela Lei 8.009/90 como uma forma significativa de proteção patrimonial mínima.
Diferente do bem de família convencional, o Bem de Família Legal protege o imóvel residencial do
casal ou da entidade familiar, incluindo construções, plantações, benfeitorias e equipamentos, desde
que quitados.
Proteção a imóveis em fase de aquisição: O entendimento do STJ e de Flávio Tartuce considera que a
proteção do bem de família legal se estende ao imóvel em processo de aquisição, como aqueles
provenientes de contratos de compra e venda ou financiamentos para habitação. Isso evita que o
devedor não consiga adquirir o imóvel necessário para a família.
Extensão da proteção a pessoas que vivem sozinhas: A Súmula 364 do STJ estabelece que a
impenhorabilidade do bem de família se aplica também ao imóvel de pessoas solteiras, separadas e
viúvas.
Este tipo de bem de família proporciona proteção a imóveis residenciais quitados do casal ou
entidade familiar, e estende essa proteção a imóveis em processo de aquisição, assegurando a
moradia e estabilidade, inclusive para pessoas que vivem sozinhas.
-Não abrangência da vaga de garagem - Súmula 449 STJ
STJ já entendeu que o Bem de Família pode ser estendido ao
único imóvel da devedora que esteja em usufruto, para destino
de moradia de sua mãe, pessoa idosa
O Tribunal da Cidadania já compreendeu também que a norma
protetiva recai sobre bem imóvel em que resida a família do
executado, ainda que o próprio lá não resida
Sendo ele impenhorável (não é inalienável);
Não responderá por dívidas civis, comerciais, fiscais, previdenciárias ou de outra natureza contraída
pelos cônjuges, pais ou filhos que sejam proprietários ou neles residam;
Independentemente do valor que possuir
A lei não prevê qualquer restrição à garantia do imóvel como bem de família relativamente ao seu
valor, tampouco estabelece regime jurídico distinto no que tange à impenhorabilidade, ou
seja, os imóveis residenciais de alto padrão ou de luxo não estão excluídos, em razão do seu valor
econômico, da proteção conferida aos bens de família consoante os ditames da Lei 8009/90.
o STJ já entendeu pela flexibilização da proteção do bem de
família legal para, em determinados casos, admitir seu desmembramento para efeito de penhora.
Todavia, o posicionamento é minoritário.
Caso uma pessoa possua dois ou mais imóveis residenciais, a proteção legal da Lei 8.009/90 será
aplicada ao imóvel de menor valor para garantir o adimplemento do crédito.
O STJ decidiu que ter mais de um imóvel residencial não interrompe a proteção legal do imóvel onde
a família de fato reside. Mesmo com múltiplos imóveis, a proteção legal do bem de família
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continuará no imóvel em que a família realmente vive, assegurando a moradia e estabilidade mesmo
que haja outros imóveis de propriedade do indivíduo.
Dispensando individualização de escritura e registro cartorário;
Derivando automaticamente da lei (norma de ordem pública e
passível de reconhecimento de ofício pelo Juiz, devendo, todavia, ouvir as partes cf. art. 10 do CPC)
Obs. Nos termos do art. 10 do CPC, veda-se as chamadas “decisões-
surpresa”, devendo o julgador ouvir as partes antes de decidir.
o Aplicando-se a penhoras realizadasantes de sua vigência
(súmula 205 STJ)
“A Lei no 8.009-90 aplica-se à penhora realizada antes de sua vigência”.
Proteção de Bens Móveis na Residência:
Nos termos do artigo 833, II do CPC, a impenhorabilidade inclui os bens móveis que equipam a
residência, desde que sejam necessários e correspondam a um padrão médio de vida.
Além dos vestuários e itens de uso pessoal, os bens móveis indispensáveis ao cotidiano, porém de
valor moderado, estão protegidos pela impenhorabilidade (com análise do juiz conforme a situação
específica).
Exceções à Impenhorabilidade (Lei 8009/90) - Lista Limitada:
Veículos de transporte, obras de arte e adornos suntuosos não estão protegidos pela
impenhorabilidade. Contudo, a jurisprudência decide, caso a caso, quais itens estariam protegidos,
como televisão, computador, ar-condicionado, antena parabólica e até teclado musical (exemplo STJ
REsp. 218.882/SP).
Créditos de trabalhadores da própria residência e suas contribuições previdenciárias foram
revogados.
Créditos provenientes de financiamento para construção ou aquisição do imóvel estão excluídos da
impenhorabilidade. No entanto, não se aplica a créditos para reforma do imóvel.
Pontos Importantes sobre Exceções à Impenhorabilidade:
Créditos derivados de pensão alimentícia: Devem ser respeitados e não podem ser protegidos pela
impenhorabilidade, inclusive quando se discute a aplicação de alimentos indenizatórios ou
honorários advocatícios, que o STJ determina não estarem incluídos como débitos alimentares.
Proteção do coproprietário: O bem do coproprietário em união estável ou conjugal deve ser
protegido, a menos que ambos sejam responsáveis pela dívida.
Créditos de impostos relacionados ao imóvel familiar: Impostos como IPTU, ITR e despesas de
condomínio são exceções à impenhorabilidade, porém, os impostos não relacionados diretamente ao
imóvel, como ICMS, não são protegidos.
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Execução de hipoteca sobre o imóvel familiar: A exceção ocorre se o casal ou a entidade familiar
voluntariamente hipotecar o imóvel em benefício da família. Porém, a interpretação é restritiva,
permitindo a exceção somente se a hipoteca for estabelecida no interesse de ambos os cônjuges ou
de toda a entidade familiar.
Estas exceções estabelecem situações em que a impenhorabilidade do bem de família não se aplica,
resguardando certos créditos e obrigações específicas.
Venire contra Factum Proprium
A exceção à impenhorabilidade do bem de família acontece quando o imóvel é oferecido como
garantia em um contrato de hipoteca pelo casal ou entidade familiar. Essa exceção se baseia no
conceito de "venire contra factum proprium", que busca impedir ações contraditórias,
fundamentado nos princípios da boa-fé e confiança, evitando comportamentos que vão contra a
conduta prévia das partes envolvidas. Este conceito é considerado um desdobramento da boa-fé
objetiva, ajudando a regular situações em que haja mudança de postura contrária ao que foi
inicialmente acordado.
A penhora do bem de família de um fiador de contrato de locação é considerada válida, mesmo que
seja o seu único imóvel residencial. Este processo é uma exceção à impenhorabilidade, permitindo
que o imóvel do fiador seja utilizado para saldar dívidas provenientes de contratos de aluguel, pois
atua como garantia na locação. Esta exceção se baseia na lógica de que o fiador se submete
voluntariamente aos riscos ao assinar o contrato de fiança.
TUTELA
Tutela e Curatela: Defesa dos Incapazes
Tutela versus Curatela:
Tutela: Protege crianças e adolescentes não emancipados, não submetidos ao poder familiar.
Curatela: Auxilia maiores incapacitados, devidamente interditados.
Definição e Objetivo:
Institutos assistenciais que visam substituir o poder familiar, protegendo a dignidade da pessoa (CF,
art. 1o, inc. III) e garantindo a proteção integral de crianças e adolescentes (CF, art. 227).
O tutor assiste, representa e administra bens de crianças cujos pais faleceram, foram declarados
ausentes ou perderam o poder familiar.
Alcance e Restrições:
A tutela vai além da proteção patrimonial, abrangendo interesses pessoais e existenciais, porém,
com limitações impostas por lei.
Filhos menores são tutelados em casos de falecimento ou declaração de ausência dos pais.
Decaimento do Poder Familiar e Tutela:
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Causas para Decadência:
Castigos excessivos, abandono, atos imorais ou contrários à moral, abuso de autoridade ou entrega
irregular para adoção. Crimes contra outro detentor do poder familiar ou contra o filho.
Tutela segundo o ECA:
Inserção do menor em uma família substituta.
Envolve o tutor (responsável pelo cuidado público) e o tutelado ou pupilo (criança ou adolescente
beneficiado).
Diferenças entre Tutela, Representação e Assistência:
Tutela: Administração geral dos interesses de crianças absolutamente ou relativamente incapazes.
Representação: Visa atender interesses de menores de 16 anos em situações específicas.
Assistência: Atende aos interesses dos menores entre 16 e 18 anos.
Coexistência entre Tutela e Poder Familiar:
A tutela busca substituir o poder familiar, não coexistindo com ele.
Espécies de Tutela:
Tutela Testamentária ou Documental:
Tutela Documental:
Ocorre quando os pais indicam, por documento escrito (público ou particular), alguém habilitado
como tutor de seus filhos menores. A autenticidade deve ser clara.
Tutela Testamentária:
Compete a ambos os pais em conjunto. Será nula se feita por um pai ou mãe sem poder familiar na
hora de sua morte.
Detalhes sobre a Nomeação:
● Mesmo que a regra aponte para a nomeação conjunta, a legislação exige um testamento
separado para cada genitor.
● A nomeação pode ser feita por testamento, legado ou codicilo, em diferentes formas
(público, cerrado, particular, marítimo/aeronáutico ou militar).
● A escolha do tutor, seja por documento ou testamento, deve ser uma pessoa idônea e de
conduta ilibada, podendo ser um membro da família ou alguém de fora.
Tutela Legítima:
Se não houver nomeação dos pais, a ordem da tutela é dos parentes consanguíneos: ascendentes e
colaterais até o terceiro grau. O juiz pode intervir considerando o melhor interesse da criança.
Não leva em conta o parentesco socioafetivo, mas a interpretação deve se adequar à legislação
civil-constitucional, permitindo a tutela por padrastos, madrastas ou parentes por afinidade.
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Tutela Dativa:
● Se não houver tutor nomeado portestamento ou legalmente, o juiz nomeia um tutor idôneo
e residente no domicílio do menor. Isso pode ser aplicável mesmo quando falta afetividade
ou afinidade.
● O adolescente deve ser ouvido previamente.
● O mesmo tutor é aplicável em situações de exclusão da tutela por ausência de idoneidade.
Quando houver irmãos órfãos, um único tutor será designado, inclusive em casos de pessoas
casadas ou em união estável.
● Há a possibilidade de duas pessoas serem nomeadas para a função, conforme a perspectiva
do ECA. Pode haver tutela dativa quando a criança ou adolescente enfrenta abandono ou
violações de direitos.
Nota: O artigo do ECA (art. 98) prevê tutela interina em situações de abandono ou violação de
direitos, aplicando-se o artigo 762 do CPC.
Tutela Irregular ou de Fato:
Refere-se a uma situação na qual o tutor cuida de uma criança ou adolescente e de seus bens sem
uma nomeação judicial. Isso não tem validade jurídica, sendo apenas uma gestão informal dos
assuntos.
Incapazes de Exercer a Tutela:
● São pessoas que carecem de legitimidade para atuar como tutores, com base no melhor
interesse da criança ou adolescente.
● São incapazes de exercer a tutela aqueles que não têm livre administração de seus próprios
bens, incluindo menores de idade, pródigos e falidos.
● Também estão impedidos de exercer a tutela pessoas que tenham obrigações financeiras
com o tutelado ou seus familiares e aquelas que foram excluídas expressamente dos
cuidados da tutela pelos pais do tutelado.
● Condenados por crimes específicos, com ou sem cumprimento de pena, e pessoas com mau
procedimento ético ou socialmente inadequadas são inaptas para assumir a tutela.
● Pessoas que ocupam cargos públicos incompatíveis com a administração da tutela, como
juízes, promotores e delegados, também estão impedidas de exercer essa função.
Observação:
Além das condições listadas, o artigo 29 do ECA declara que a tutela não será concedida a indivíduos
que revelem incompatibilidade com a natureza da medida ou não ofereçam um ambiente familiar
adequado.
Escusas dos Tutores:
Nesse contexto, tutores legitimados têm justificativas para não assumir o encargo, precisando de
reconhecimento judicial (Artigo 1.738, CC).
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Mulheres casadas: Embora haja questionamentos sobre a constitucionalidade, apenas a condição de
ser casada não deveria permitir a escusa, promovendo igualdade com o homem casado e o
companheiro(a) (Enunciado n. 136 do CJF/STJ, I Jornada de Direito Civil).
Maiores de sessenta anos: Caso complete essa idade durante o exercício da tutela, podem solicitar
dispensa. Isso visa à proteção integral do idoso.
Pessoas com mais de três filhos financeiramente dependentes: Se possuírem mais de três filhos
dependentes, ficam aptas a recusar o encargo.
Impedidos por doença grave: A enfermidade deve ser grave o suficiente para prejudicar o contato
com o tutelado ou o exercício da tutela.
Residência distante do local de exercício da tutela: A tutela busca a colocação em uma família
substituta, e a distância pode dificultar tanto o exercício do encargo quanto a proteção ao melhor
interesse da criança ou adolescente.
Experiência anterior com tutela ou curatela: Pessoas que já exerceram esses papéis podem se
recusar a assumir novamente.
Militares em serviço: Maria Berenice Dias argumenta que a referência não é justificável, já que o
emprego ou profissão não deveria ser impedimento, a menos que haja uma baixa disponibilidade de
tempo.
Recusa da Tutela por Estranhos:
Aqueles sem parentesco com a criança ou adolescente não são obrigados a aceitar a tutela se houver
parente adequado, consanguíneo ou afim, capaz de assumi-la (Artigo 1.737, CC). Isso é chamado de
recusa da tutela por estranhos.
Prazo e Exercício da Tutela:
O tutor designado tem um prazo de 10 dias para recusar a tutela (Artigo 1.738, CC). Porém, o Código
de Processo Civil de 2015 estipula um prazo de 5 dias antes de aceitar o encargo. A norma mais
recente prevalece sobre o Código Civil, revogando tacitamente a cláusula anterior (Conforme artigo
2º da LINDB).
Entretanto, o prazo pode ser considerado inapropriado, uma vez que é importante priorizar o melhor
interesse da criança e do adolescente.
Exercício da Tutela:
O papel do tutor é diferente do Poder Familiar, sendo mais restrito e temporário - inicialmente por 2
anos, podendo ser prolongado por mais tempo, se desejado ou considerado adequado pelo juiz
(Artigo 1.765, CC). O tutor pode receber remuneração proporcional à importância dos bens que
administra (Artigo 1.752, CC).
Exercício da Tutela pelo Tutor:
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● O tutor possui várias incumbências no exercício da tutela. Deve prover a educação, defender
e prover alimentos ao tutelado de acordo com seus meios e condição (Artigo 1.740, CC).
● Pode solicitar ao juiz intervenção quando a criança necessitar de correção.
● Deve cumprir os deveres que normalmente cabem aos pais, considerando a opinião do
menor, caso ele tenha 12 anos ou mais (por exemplo, autorização para casar).
● Administrar os bens do tutelado em benefício deste. Se os bens exigirem conhecimentos
técnicos ou em longas distâncias, pode contratar terceiros.
● O tutor deve cumprir suas obrigações com zelo e boa-fé, representando o adolescente até os
16 anos e assistindo-o após essa idade (Artigo 1.747, CC).
● O tutor pode nomear um protutor para monitorar a tutela e proteger o menor, sendo uma
forma de inspeção judicial delegada.
● Não deve conservar o dinheiro do tutelado em seu poder, exceto o necessário para despesas
regulares com sustento, educação e administração dos bens (Artigo 1.753, CC).
Atos do Tutor que Exigem Autorização Judicial:
● Alguns atos do tutor exigem autorização judicial, como o pagamento das dívidas do menor,
aceitação de heranças, legados ou doações, entre outros (Artigo 1.748 e 1.754, CC). A
retirada de valores de instituições bancárias para diferentes fins também requer autorização.
● Esses atos dependem de aprovação judicial posterior para serem eficazes, caso não tenham
sido autorizados previamente (Artigo 1.748, CC).
Atos Proibidos ao Tutor Mesmo com Autorização Judicial (Artigo 1749, CC):
● Adquirir bens móveis ou imóveis do menor por si ou por interposta pessoa por contrato
particular, o que seria considerado nulo.
● Fazer disposições gratuitas dos bens do menor, inclusive doações, mesmo com usufruto a
favor do incapaz.
● Tornar-se cessionário de crédito ou direito contra o menor.
Responsabilidade Civil do Tutor (Artigos 1744 e 1752, CC):
● O tutor é responsável por danos causados ao tutelado por culpa ou dolo (responsabilidade
civil subjetiva).
● Em relação aos atos do tutelado, a responsabilidade do tutor é objetiva, especialmente se
houver prejuízo a terceiros(responsabilidade objetiva indireta), necessitando prova da culpa
do tutelado.
● O magistrado pode ser responsabilizado pelos prejuízos ao tutelado, de forma direta se não
houver nomeado tutor ou de modo subsidiário se não tiver exigido garantia legal do tutor,
sendo necessária apenas a comprovação de culpa e não dolo (regra geral no artigo 143,
CPC/2015).
Prestação de Contas (Artigos 1755, 1757 e 1758, CC):
Dever inerente à tutela para garantir a proteção do tutelado, prevalecendo mesmo em disposições
contrárias dos pais, como na tutela testamentária. Realização das prestações de contas ao término
de cada ano de administração com apresentação de balanço, a cada dois anos, ao deixar o exercício
da tutela ou quando o juiz considerar apropriado. Devem ser submetidas ao juiz para aprovação,
sendo anexadas ao inventário dos bens do menor.
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Cessação da Tutela:
● Independente de intervenção judicial ocorre em casos de maioridade, emancipação, término
do prazo de dois anos da tutela ou recair sob o poder familiar, como no reconhecimento de
paternidade, maternidade ou adoção.
● Exige intervenção judicial quando há escusa legítima, remoção pelo juiz (em caso de
negligência, prevaricação ou incapacidade) e o procedimento de remoção pode ser iniciado
pelo Ministério Público ou por alguém com interesse legítimo, conforme procedimentos
descritos no CPC/2015 (artigos 761 a 763).
CURATELA
A curatela e a tutela são institutos legais que protegem os interesses de pessoas incapazes. Na
curatela, o curador é responsável pelo incapaz. Em relação à capacidade, é importante entender os
conceitos de personalidade jurídica, capacidade de fato e capacidade de direito:
Personalidade Jurídica:
É a habilidade que uma pessoa física (ou jurídica) possui para ter direitos e obrigações. Começa
desde o nascimento (teoria natalista) ou no caso de empresas, com sua inscrição nos registros
oficiais.
Capacidade Jurídica:
Refere-se à capacidade de adquirir direitos e assumir deveres. Dividida entre Capacidade de Direito
(capacidade de adquirir direitos e deveres) e Capacidade de Fato (capacidade de exercê-los
pessoalmente). A Capacidade de Direito é reconhecida a todos, enquanto a Capacidade de Fato é
obtida na maioridade ou emancipação para realização direta de atos civis.
Ex. Uma criança de 09 anos possui personalidade jurídica e capacidade de direito (que é a
potencialidade de ser titular de relações jurídicas), embora não disponha de capacidade de fato, não
lhe sendo possível praticar pessoalmente qualquer ato jurídico.
Obs. A capacidade jurídica plena ou geral é reconhecida a quem dispuser
tanto da capacidade de direito, quanto da capacidade de fato.
A Lei 13.146/2015, conhecida como Estatuto da Pessoa com Deficiência, implementou a nova
teoria das incapacidades. Destacando:
Regra da capacidade civil plena:
A deficiência não afeta a plena capacidade civil da pessoa, sendo a incapacidade uma exceção.
Classificação de incapacidades:
Absoluta: Menores de 16 anos.
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Relativa: Maiores de 16 e menores de 18 anos, ébrios habituais, viciados em tóxicos, pessoas
impossibilitadas temporária ou permanentemente de expressar sua vontade e os pródigos.
Enfoque na manifestação de vontade:
A incapacidade não é decorrente da condição patológica ou do transtorno, mas da impossibilidade
de expressar a vontade.
Atos praticados por incapazes:
Atos praticados por relativamente incapazes são anuláveis, com efeitos até decisão judicial. Já os atos
realizados por absolutamente incapazes são nulos de pleno direito.
A curatela, regulada pelo Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei 13.146/2015), incide somente
sobre os maiores relativamente incapazes, que incluem:
Ébrios habituais (alcoólatras).
Viciados em tóxicos.
Pessoas temporária ou permanentemente impossibilitadas de expressar sua vontade (como
surdos-mudos ou indivíduos em coma profundo).
Os pródigos.
Aspectos importantes da curatela:
A incapacidade não é presumida, sendo necessária uma ação de curatela para sua declaração.
Decisões judiciais relacionadas à curatela afetam apenas questões patrimoniais e negociais, não
atingindo valores constitucionais como liberdade, intimidade, sexualidade, entre outros, como
previsto no art. 85 do Estatuto da Pessoa com Deficiência.
Legitimados para propor a ação de interdição:
Cônjuge ou companheiro: Podem iniciar a ação, mas a legitimidade termina em caso de separação de
fato ou divórcio.
Parentes ou tutores: Incluem parentes consanguíneos, afins ou por laços civis.
Representante da entidade onde o interditando está abrigado.
Ministério Público: Possui legitimidade secundária, agindo diante de situações específicas, como
doença mental grave do interditando, inexistência ou incapacidade dos legitimados anteriores.
Observações Importantes:
O Ministério Público tem amplos poderes, priorizando a efetiva proteção do incapaz, mesmo que
não seja expressamente citado no rol legal.
Não existe uma ordem de preferência entre os legitimados listados no artigo 747 do Código de
Processo Civil.
Ação de Curatela:
Conteúdo da petição inicial: Deve conter os fatos que evidenciam a incapacidade do interditando
para gerir seus bens e atos da vida civil, além de mencionar o momento em que essa incapacidade se
revelou. Um laudo médico também deve ser apresentado para comprovar as alegações.
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Nomeação de Curador Provisório: Baseando-se nos elementos apresentados na ação e em casos de
urgência, o juiz pode nomear um curador provisório ao interditando.
Entrevista do Interditando com o Juiz: O interditando será convocado para comparecer perante o juiz,
que o entrevistará detalhadamente sobre sua vida, negócios, bens, vontades, preferências, laços
familiares e afetivos. Esta entrevista é fundamental para avaliar sua capacidade para praticar atos da
vida civil.
Impugnação do Pedido: Após a entrevista, o interditando tem 15 dias para contestar o pedido,
através de um procurador constituído ou um curador especial.
Produção de Prova Pericial: Se não houver impugnação após o prazo de 15 dias, o juiz determinará a
realização de uma perícia para avaliar a capacidade do interditandopara praticar atos da vida civil.
Essa avaliação pode ser realizada por uma equipe multidisciplinar de especialistas, especificando
quais atos requerem curatela, caso seja necessária.
Esses procedimentos da ação de curatela são compatíveis com o Estatuto da Pessoa com
Deficiência, focando na proteção do interditando e na determinação dos limites da curatela,
principalmente para relativamente incapazes.
LIMITES DA CURATELA
Sentença Constitutiva: O juiz, na sentença de curatela, estabelece os limites dessa proteção,
considerando as habilidades, vontades e preferências do interdito, sempre priorizando a defesa de
sua dignidade e direitos fundamentais.
Definição dos Limites: Com base na avaliação do caso, o juiz define os limites da curatela. Isso pode
ou não seguir os limites estabelecidos pela lei, sendo adaptados às necessidades específicas do
interdito.
Proteção e Convivência: É essencial preservar o direito do interdito à convivência familiar e
comunitária. A internação em instituições especializadas é a exceção; o objetivo é evitar o
afastamento do convívio familiar e social, promovendo a inclusão da pessoa na sociedade sempre
que possível.
Resumidamente, os limites da curatela são estabelecidos de acordo com as capacidades e
necessidades específicas do interdito, priorizando seu bem-estar e preservação dos direitos
fundamentais.
DA PESSOA DO CURADOR
Nomeação do Curador: A lei determina uma ordem de preferência para a nomeação do curador,
podendo ser: cônjuge ou companheiro, pai ou mãe, descendente mais apto ou, na falta destes, a
escolha fica a cargo do juiz.
Curatela Compartilhada: O juiz pode designar mais de uma pessoa como curador, visando o melhor
interesse do incapaz, como é o caso da curatela conjunta concedida aos pais.
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Autoridade do Curador: O curador é responsável pela pessoa e pelos bens do incapaz e sua
autoridade se estende a eles, a menos que o juiz considere outra solução mais conveniente aos
interesses do incapaz.
Publicidade da Sentença de Interdição: A sentença de interdição é registrada em órgãos específicos e
publicada na internet e na imprensa local. Os efeitos da sentença são a partir da decisão, e os atos do
interdito são anuláveis somente se comprovada a sua incapacidade no momento da realização do
negócio, levando em conta a boa-fé da parte envolvida.
Levantamento da Curatela: Quando a causa que originou a curatela cessa, qualquer interessado
pode solicitar o levantamento da curatela. Esse levantamento ocorre após um exame e uma
audiência de instrução e julgamento, podendo também ser feito de maneira parcial, demonstrando a
capacidade do interdito em certos atos da vida civil.
Situação Jurídica das Pessoas Interditadas Antes do EPD: Com a entrada em vigor do Estatuto da
Pessoa com Deficiência (EPD), todas as pessoas interditadas por questões psicológicas passam a ser
consideradas plenamente capazes. Para evitar problemas, é recomendável solicitar ao juiz o
levantamento da curatela. O Enunciado 25 do IBDFAM ressalta que o levantamento da curatela de
pessoas interditadas antes da vigência do EPD requer uma ação judicial.
Curatela do Nascituro:
O Código Civil prevê uma curatela especial para o nascituro, que é nomeada se a mãe estiver grávida
e o pai falecer, sem que tenha o poder familiar.
Esta situação é pouco comum e se aplica quando: a) a mulher está grávida; b) o genitor faleceu; c) o
nascituro foi beneficiado com herança, legado ou doação; d) a mãe está afastada do poder familiar.
Tomada de Decisão Apoiada:
● Destina-se a pessoas com deficiência que, apesar da condição, podem exprimir vontade,
afastando a teoria das incapacidades.
● Trata-se de um procedimento judicial para assistir pessoas plenamente capazes que, por
conta de deficiência, se encontram em situação de vulnerabilidade.
● Requerimento feito pela pessoa com deficiência, indicando pelo menos duas pessoas
idôneas para oferecer apoio na tomada de decisões.
● O juiz, assistido por uma equipe multidisciplinar, decidirá sobre o pedido de tomada de
decisão apoiada após ouvir o requerente e as pessoas que prestarão apoio.
● As decisões tomadas pela pessoa apoiada terão validade sobre terceiros, desde que estejam
dentro dos limites do apoio acordado.
● Pode haver a conversão entre curatela e tomada de decisão apoiada, baseada na capacidade
de exprimir vontade da pessoa.
Esponsais:
Esponsais são promessas solenes de casamento, realizadas livremente entre os noivos, como um ato
preparatório para o casamento ou união estável, com ou sem estipulação de prazo.
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Embora não haja previsão específica na lei brasileira, o Código de Direito Canônico de 1983 trata dos
esponsais no cânon 1.062, permitindo a ação por danos, mas não exigindo a celebração do
matrimônio.
Sua natureza jurídica é a de um contrato preliminar de direito de família, sujeito ao direito das
obrigações, podendo resultar em ilícito civil se houver descumprimento de um dos promitentes, o
que permite a reparação dos danos, seguindo os artigos 186 e 927 do Código Civil.
Do “Ficar” e do “Namoro”:
"Ficar" é uma união passageira de cunho afetivo ou para fins sexuais, sem compromisso de
estabilidade ou fidelidade.
O "Namoro" é uma união mais duradoura, pública e, geralmente, com fidelidade recíproca.
Do “Namoro Qualificado” e do “Noivado”:
O "Namoro Qualificado" é aquele onde o casal projeta intenções para o futuro, visando constituir
uma entidade familiar.
O "Noivado" é uma promessa de casamento entre duas pessoas capazes, livres e sem impedimentos,
geralmente precedendo um namoro estável e prolongado.
No "Noivado", não é necessário estipular prazo para a realização do matrimônio, mas é importante a
publicidade da condição de noivos.
Observação:
Cuidado com a proximidade desses conceitos com a união estável, que já é uma convivência
duradoura e pública com o objetivo imediato de constituir uma família, enquanto no namoro
qualificado/noivado, a formação familiar é projetada para o futuro, não existindo ainda a
convivência familiar efetiva. A distinção crucial está no "animus familiae" (intenção de formar uma
família no presente - união estável, ou no futuro - namoro qualificado/noivado).
O contrato de namoro:
Utilizado para evitar a caracterização da União Estável.
Tem a finalidade de garantir a ausência de comprometimento recíproco e a separação de patrimônio,
tanto presente quanto futuro.
Sua celebração é permitida, mas o contrato não tem o poder de impedir a caracterização de uma
união estável, já que esta deriva de elementos reais de convivência e não de um acordo legal.
Rompimento do noivado e seus efeitos:
● O noivado é uma promessa de casamento futuro, mas se um dos noivos decideinjustificadamente não se casar, ocorre o rompimento do noivado, causando dor e tristeza ao
prejudicado.
● Não há obrigação de realizar o casamento forçadamente devido ao rompimento, pois é
garantida a liberdade de escolha.
● Contudo, em relação a danos morais ou materiais, é possível pleitear indenização por meio
do Código Civil, com base no princípio da reparação de danos previsto no artigo 186.
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Requisitos para caracterização do dever de indenizar na ruptura da promessa de casamento:
● Promessa livre de casamento entre os noivos, não necessariamente formal, podendo ser
provada por diferentes meios, como confissão, testemunhas ou correspondências.
● Recusa injustificada de cumprir a promessa por um dos noivos, de forma expressa ou
implícita.
● Ausência de motivo justo para a recusa, como impedimentos legais ou vontade viciada.
● Ocorrência de dano à outra parte, podendo ser material, envolvendo gastos com
preparativos do casamento, renúncias ou lucros cessantes, e também dano moral,
relacionado ao sofrimento psicológico e violação de direitos fundamentais, como a honra e
integridade psíquica.
Consequências da ruptura do casamento:
● Devolução dos presentes de casamento: os presentes recebidos em contemplação
do casamento que não se concretizou devem ser devolvidos, conforme estabelece o
artigo 546 do Código Civil. Isso se aplica também aos donativos trocados entre os
noivos, lembranças, cartas e fotografias.
● Ineficácia do pacto antenupcial: caso exista um acordo pré-nupcial (pacto
antenupcial), sua validade está condicionada à realização do casamento. Se não
formalizado por escritura pública, torna-se nulo perante a não concretização do
matrimônio.
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BEM DE FAMÍLIA
Referência Histórica
Homestead Act Exemption (1839)
Código Civil de 1916
Conceito inicial e limitações
Constituição Federal de 1988
Igualdade entre homem e mulher na "chefia da família"
Promoção de ideias sociais, solidariedade social, igualdade substancial e dignidade humana
Medida Provisória 143 - 08.03.1990 (Lei 8.009/90)
Imposição da impenhorabilidade do imóvel residencial e móveis quitados da entidade familiar
Bem de Família Voluntário
Regulamentação pelos artigos 1.711 ao 1.722 do Código Civil
Características, criação e limitações
Proteções e impenhorabilidade
Bem de Família Legal
Consagrado pela Lei 8.009/90
Diferenças e semelhanças com o Bem de Família Voluntário
Extensão da proteção a pessoas que vivem sozinhas
Dissolução da Sociedade Conjugal e Falecimento dos Cônjuges
Efeitos no Bem de Família
Exceções à Impenhorabilidade
Veículos, obras de arte, créditos de impostos, execução de hipoteca, entre outros
Venire contra Factum Proprium
Exceção à impenhorabilidade baseada em mudança de postura contraditória
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TUTELA
Definição e Conceito: Tutela como instituto jurídico
Definição legal e função social
Tutela no Ordenamento Jurídico
Fundamentação legal (Código Civil)
Princípios norteadores
Figura do Tutor
Requisitos e atribuições do tutor
Capacidade e idoneidade
Espécies de Tutela
Tutela testamentária
Tutela legítima
Nomeação do Tutor
Nomeação em testamento
Nomeação pelo juiz em falta de disposição
Deveres e Responsabilidades do Tutor
Cuidado e guarda do tutelado
Administração do patrimônio do tutelado
Substituição ou Remoção do Tutor
Situações que justificam a substituição
Procedimentos legais
Extinção da Tutela
Maioridade do tutelado
Morte do tutelado
Direitos e Garantias do Tutelado: Proteção dos direitos fundamentais
Garantias legais
Aspectos Processuais e Jurídicos: Procedimentos judiciais e extrajudiciais; Regulamentação no
Direito Processual
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CURATELA
Definição e Conceito
Curatela como instituto jurídico
Definição legal e função social
Legislação Pertinente
Fundamentação legal (Código Civil)
Princípios norteadores
Figura do Curador
Requisitos e atribuições do curador
Capacidade e idoneidade
Natureza da Curatela
Curatela de interditos absolutamente incapazes
Curatela de relativamente incapazes
Nomeação do Curador
Nomeação pelo juiz
Possíveis nomeações especiais
Deveres e Responsabilidades do Curador
Cuidado e proteção do curatelado
Administração do patrimônio do curatelado
Limitações e Restrições do Curatelado
Capacidades restringidas
Garantias e direitos preservados
Substituição ou Remoção do Curador
Situações que justificam a substituição
Procedimentos legais
Extinção da Curatela
Recuperação da capacidade do curatelado; Morte do curatelado;Aspectos Processuais e Jurídicos
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ESPONSAIS
Regulamentação Legal
Ausência de previsão na legislação brasileira
Regulamentação no Código de Direito Canônico
Requisitos e Elementos dos Esponsais
Promessa livre de casamento pelos noivos
Ruptura ou recusa injustificada de cumprimento
Ausência de motivo justo
Efeitos do Rompimento dos Esponsais
Não compulsoriedade de realizar o casamento
Possibilidade de indenização por danos morais e materiais
Dever de Indenizar
Requisitos para responsabilidade indenizatória
Requisitos gerais para configuração de ato ilícito
Consequências do Rompimento
Devolução de presentes de casamento
Ineficácia do pacto antenupcial
Requisitos para Caracterização do Dever de Indenizar
Especificações da promessa livre de casamento
Recusa e ausência de motivo justo
Ocorrência de dano à outra parte
Consequências Jurídicas e Civis
Aspectos legais em termos de direitos e deveres
Responsabilidades por danos morais e materiais
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