Prévia do material em texto
AD1 – 2024.1 DISCIPLINA: ARTES VISUAIS E EDUCAÇÃO (EAD08124) Coordenação: Prof. Renato Rodrigues da Silva Tutoras: Profas. Maritza Jurberg e Sandra Rocha Prezados alunos, O primeiro trabalho requer a leitura do material postado no website do curso. Primeiramente, leia os textos designados, procurando, depois, conectar o aprendizado com as obras de Giotto di Bondone e Tarsila do Amaral (temas 1 e 2, respectivamente). Um bom trabalho necessariamente empregará os conceitos principais dos textos na análise das obras. Portanto, o primeiro passo é a leitura atenta do material do curso. Note que as imagens podem ser facilmente encontradas na internet. Na redação dos seu trabalho, por favor evite copiar os textos da internet, ou outro material qualquer, escrevendo uma prova que seja de sua autoria – evite “plagiar” outros autores! BOA SORTE! Questões: 1- Baseado na leitura das aulas 21 a 24 (inclusive), faça a análise da obra A Natividade, o Nascimento de Jesus (C. 1306), que Giotto di Bondone pintou na Capela Scrovegni, Pádua, Itália. Na sua análise, utilize elementos dos textos lidos. (2 páginas, valor 5 pontos). Análise da obra "A Natividade, o Nascimento de Jesus" de Giotto di Bondone Giotto di Bondone é amplamente reconhecido como um dos pioneiros do Renascimento italiano, um mestre na representação da figura humana e na expressão emocional através da arte. Sua obra "A Natividade, o Nascimento de Jesus", pintada por volta de 1306 na Capela Scrovegni em Pádua, Itália, é um exemplo magistral de sua habilidade técnica e de sua capacidade de transmitir narrativas religiosas de forma profunda e comovente. O artista dominava os elementos fundamentais da arte, e isso é evidente em sua pintura da Natividade. Ele usa com maestria a linha para definir formas e contornos, criando uma composição equilibrada e harmoniosa. As linhas são nítidas e precisas, delineando as figuras com clareza e proporcionando uma sensação de solidez e volume. As curvas suaves e elegantes, especialmente nas formas dos corpos humanos e nas dobras dos tecidos, contribuem para a expressão naturalista da cena. Ele emprega uma variedade de códigos visuais para transmitir sua mensagem de forma eficaz. As figuras principais, como Maria, José e o recém-nascido Jesus, são representadas em posições verticais, destacando sua importância e santidade. A posição horizontal do bebê Jesus em seu leito de palha sugere vulnerabilidade e humanidade, enquanto a inclinação do anjo sobre ele cria uma sensação de proteção e reverência. As linhas quebradas e onduladas dos contornos das montanhas ao fundo contrastam com a estabilidade das formas humanas, criando uma sensação de movimento e dinamismo na composição. A representação visual da Natividade por Giotto é profundamente realista, com atenção meticulosa aos detalhes e uma ênfase na expressão emocional das figuras. Os rostos dos personagens são modelados com sombras sutis e nuances de cor, transmitindo uma gama complexa de emoções, desde a alegria radiante de Maria até a serenidade contemplativa de José. As roupas e os tecidos são representados com texturas palpáveis, refletindo a qualidade tátil da realidade. Apesar de sua abordagem altamente realista, Giotto também emprega elementos de abstração em sua pintura. As formas humanas são simplificadas e estilizadas para enfatizar suas características essenciais, evitando o excesso de detalhes e ornamentações desnecessárias. Isso permite que o espectador se concentre na narrativa e no significado simbólico da cena, em vez de se perder em detalhes superficiais. A proporção das figuras em "A Natividade" é cuidadosamente calculada para transmitir uma sensação de harmonia e equilíbrio. Maria e José são representados ligeiramente maiores do que as figuras ao seu redor, destacando sua importância central na cena. O tamanho diminuto dos animais e dos anjos ao redor do berço de Jesus enfatiza sua divindade e humildade. A superfície da pintura é suave e uniforme, com pinceladas delicadas e precisas que criam uma sensação de profundidade e volume. As texturas dos tecidos e dos objetos são representadas com habilidade, variando de acordo com a qualidade dos materiais e a intensidade da luz. As cores são ricas e vibrantes, com uma paleta predominantemente terrosa e tons suaves de azul e rosa que evocam uma sensação de calma e serenidade. Em conclusão, "A Natividade, o Nascimento de Jesus" de Giotto di Bondone é uma obra-prima da arte renascentista que encapsula sua habilidade técnica, sua compreensão da narrativa visual e sua capacidade de transmitir emoção e significado através da pintura. Através de uma combinação cuidadosa de elementos da arte, códigos visuais e representação visual da realidade, Giotto cria uma representação tocante e comovente do momento mais sagrado da tradição cristã. Sua abordagem equilibrada entre figuração e abstração, proporção cuidadosa e uso expressivo de superfície, textura e cor tornam esta obra uma das mais significativas da história da arte ocidental. 2- Baseado na leitura dos artigos "Criatividade" e "Funções da Arte", faça a análise da obra Morro da Favela (1924) da pintora Tarsila do Amaral. Utilize elementos dos textos lidos, analisando a criatividade da artista e classificando a função primordial da obra. (2 páginas, valor 5 pontos). Análise da obra "Morro da Favela" (1924) de Tarsila do Amaral A arte é uma forma de expressão humana que transcende simplesmente a representação visual. Ela é um reflexo da criatividade, da visão de mundo e muitas vezes, uma ferramenta para provocar reflexão e mudança social. Em sua obra "Morro da Favela" (1924), a renomada pintora brasileira Tarsila do Amaral demonstra não apenas sua habilidade técnica, mas também sua profunda sensibilidade social e sua capacidade de desafiar as normas estéticas de sua época. Neste texto, irei analisar esta obra-prima utilizando elementos dos artigos "Criatividade" e "Funções da Arte", explorando a criatividade da artista e classificando a função primordial desta obra icônica. Tarsila do Amaral é uma figura central no movimento modernista brasileiro, conhecida por suas obras vibrantes e expressivas que capturam a essência da cultura e da paisagem brasileira. Nascida em 1886 em Capivari, São Paulo, Tarsila estudou arte na Europa, onde foi influenciada por movimentos como o cubismo e o surrealismo. Ao retornar ao Brasil, ela se tornou uma figura chave na renovação da arte brasileira, buscando uma estética que fosse genuinamente brasileira. Em "Morro da Favela" (1924), Tarsila retrata uma cena comumente marginalizada pela sociedade da época: uma favela urbana. Localizada no Rio de Janeiro, a favela era o lar de muitos brasileiros pobres e frequentemente era vista com desdém pela elite dominante. No entanto, Tarsila não retrata a favela de maneira pejorativa; pelo contrário, ela a eleva à categoria de protagonista, destacando sua vitalidade e complexidade. A criatividade de Tarsila do Amaral em "Morro da Favela" é evidente desde a escolha do tema até a sua execução visual. A favela é representada de forma estilizada, com formas simplificadas e cores vibrantes que capturam a energia e o caos da vida urbana. Tarsila utiliza uma variedade de códigos visuais para transmitir sua mensagem, incluindo linhas onduladas para representar o terreno acidentado, curvas para sugerir movimento e dinamismo, e cores contrastantes para criar uma sensação de profundidade e textura. A posição inclinada das linhas e formas na pintura adiciona uma sensação de instabilidade e desequilíbrio, refletindo as condições precárias enfrentadas pelos moradores da favela. Ao mesmo tempo, a posição vertical de algumas estruturas sugere uma sensação de ascensão e esperança, simbolizando a resiliência e a luta dos habitantes contra as adversidades. "Morro da Favela" não apenas representa a realidade da vida na favela, mas também a interpreta e a transforma. Tarsila não está interessada em simplesmente documentar a cena; elaestá interessada em transmitir uma mensagem mais profunda sobre as questões sociais e econômicas que afetam a população marginalizada do Brasil. Através de sua representação visual, ela desafia as noções convencionais de beleza e dignidade, mostrando que a verdadeira essência da vida brasileira reside na diversidade e na resiliência do povo. Em "Morro da Favela", Tarsila combina elementos figurativos e abstratos para criar uma narrativa visual complexa. Enquanto as formas e estruturas da favela são reconhecíveis, elas são simplificadas e estilizadas, dando à pintura uma qualidade quase surreal. Esta abordagem abstrata permite que Tarsila explore não apenas a realidade física da favela, mas também suas dimensões emocionais e simbólicas. Ela não está interessada em reproduzir fielmente a cena; ela está interessada em transmitir uma experiência sensorial e emocional que ressoe com o espectador. A função primordial de "Morro da Favela" é provocar reflexão e conscientização sobre as questões sociais e econômicas que afetam as comunidades marginalizadas do Brasil. Ao retratar a favela de forma tão vibrante e expressiva, Tarsila desafia as noções convencionais de beleza e dignidade, mostrando que a verdadeira essência da vida brasileira reside na diversidade e na resiliência do povo. Além disso, a obra também serve como um testemunho da criatividade e da visão de mundo única de Tarsila do Amaral, demonstrando sua capacidade de transcender as fronteiras da arte e da sociedade. Em suma, "Morro da Favela" é uma obra-prima da arte brasileira que encapsula a criatividade visionária de Tarsila do Amaral e sua dedicação à causa social. Ao desafiar as convenções estéticas e ao dar voz aos marginalizados, Tarsila cria uma obra que transcende seu tempo e continua a inspirar gerações. Mais do que uma simples pintura, "Morro da Favela" é um testemunho da capacidade transformadora da arte e da importância de se questionar e repensar o mundo ao nosso redor. 1 image1.png