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DIREITO URBANÍSTICO O Estatuto da Cidade é uma Lei Federal nº. 10.257, a qual aborda o planejamento urbano municipal, com o desenvolvimento urbano e a busca pelo equilíbrio ambiental. Um dos instrumentos básicos desta lei, é o Plano Diretor ● trata-se do conjunto de normas acerca do uso e ocupação do solo de todo aquele município. ● Limitações ao uso do solo. ● Art. 41, EC -> elenca em quais situações a criação do plano diretor será obrigatória. COMPETÊNCIA: É concorrente (União e Estados) e comum (municípios). UNIÃO -> editar normas gerais de urbanismo, e estabelecer o plano urbanístico nacional e os planos urbanísticos macrorregionais. ESTADOS -> editar normas urbanísticas regionais e suplementares às normas postas pela União. MUNICÍPIOS -> estabelecer a política de desenvolvimento urbano; promover o ordenamento territorial; elaborar e executar o plano diretor FUNÇÃO DA PROPRIEDADE URBANA: O direito de propriedade encontra-se subordinado à função social desta. Sendo assim, precisa seguir as determinações do plano diretor os padrões de saneamento, zoneamento, critérios para o uso do solo e construção, para assim encontrar-se de acordo com a sua função. ● QUANDO NÃO CUMPRIR A FUNÇÃO? O poder público municipal poderá aplicar sanções nos moldes do Art. 182, § 4º, CF, sendo elas: I - parcelamento ou edificação compulsórios; II - imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo; III - desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública de emissão previamente aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros legais. DESAPROPRIAÇÃO: Pode se dar de duas modalidades: 1. Comum -> utilidade pública ou necessidade pública ou por interesse social 2. Sanção -> é uma opção discricionária do poder público. Aula dia 15/02 COMPETÊNCIA URBANÍSTICA: Ocorre a incidência da competência comum na maioria dos casos e também concorrente em algumas situações. União -> por meio da criação do Estatuto da cidade cria a norma geral (norma genérica) e caberá ao município a edição de normas de interesse local (Plano diretor - é um instrumento dentro do estatuto da cidade) Municípios -> cabe criar o plano diretor e o ordenamento territorial (organização do território) ● o município deverá se organizar conforme o interesse local ● ordenamento = ex. Belém precisa de áreas mais arborizadas; precisa de maior vazão para as águas da chuva, etc. OBS: Criação das Regiões Metropolitanas pelos estados: tem a finalidade de tentar organizar a estrutura, pois, alguns municípios foram criados sem qualquer estudo de viabilidade municipal. JURISPRUDÊNCIA: 1. ADPF: Foi um julgado de Santos, sobre o transporte de animais (proibição de transporte em determinados horários) ● ADPF - Para questionar a constitucionalidade da lei municipal somente caberá ADPF. ● Já existia uma lei estadual que tratava sobre isso = logo o município não tem competência para criar essa norma restritiva. 2. RE 607940: Foi questionado se o ordenamento territorial urbano somente seria por meio do plano diretor. ● O entendimento foi que, o plano diretor é somente um dos instrumentos de organização do Estatuto da Cidade. ASPECTOS CONSTITUCIONAIS https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/101340/estatuto-da-cidade-lei-10257-01 ● A organização territorial NÃO se limita ao plano diretor, existindo ainda, leis ordinárias com a temática. Aula dia 22/02 Os instrumentos visam solucionar os problemas urbanísticos daquela área, são eles: Art. 5º, EC -> Lei municipal específica da área incluída no Plano diretor deverá fixar as condições e os prazos para a implementação das obrigações acima. ● PRECISA DO PLANO DIRETOR PRÉ-EXISTENTE!! Áreas subutilizadas -> imóvel que não está cumprindo sua função social; quando o imóvel está aquém (abaixo de seu potencial de construção) com área ou totalmente inutilizado, etc. Art. 5º, § 1º - Estatuto da Cidade: § 1oConsidera-se subutilizado o imóvel: I – cujo aproveitamento seja inferior ao mínimo definido no plano diretor ou em legislação dele decorrente OBS: cada área de uma cidade tem o chamado “Coeficiente de Aproveitamento” - é um limite mínimo e máximo de construção daquela área. Portanto, se um imóvel estiver utilizando uma área menor do que esse coeficiente, será considerado imóvel subutilizado. PROCEDIMENTO: Precisa de Lei Municipal específica (diferente de plano diretor) -> essa lei delimitará a área que irá recair o instrumento urbanístico deste tópico. ● O Plano Diretor escolhe por aplicar o instrumento, contudo, o local onde será aplicado depende de lei específica. 1. Notificação: O particular, daquele imóvel subutilizado, receberá uma notificação (intimação pessoal) para que realize a utilização, edificação ou parcelamento daquela área subutilizada. ● Intimação por 3 vezes e não encontrou o proprietário = entende-se por notificado ● Cabe à prefeitura fazer a notificação. A notificação precisa ser necessariamente averbada no Cartório de Imóveis, para que em caso de venda futura do imóvel, o novo proprietário terá a mesma obrigação de utilizar a propriedade corretamente, por se tratar de obrigação propter rem. OBS: Art. 5º, §2º, EC: § 2o - O proprietário será notificado pelo Poder Executivo municipal para o cumprimento da obrigação, devendo a notificação ser averbada no cartório de registro de imóveis. 2. Prazos: Art. 5º, §4º § 4o Os prazos a que se refere o caput não poderão ser inferiores a: I - um ano, a partir da notificação, para que seja protocolado o projeto no órgão municipal competente; II - dois anos, a partir da aprovação do projeto, para iniciar as obras do empreendimento. 1 ano -> a contar da notificação para que o proprietário apresente um plano de ação daquele imóvel perante órgão municipal competente. ● prazo contado em dias corridos ● se a propriedade for vendida, no decurso do prazo, este não será interrompido nem suspenso, continuará contando até o final. 2 anos -> a contar da aprovação, pelo Poder Público, do projeto/plano para que o proprietário execute ● dias corridos ● não interrompe nem suspende. EX.: João vende o imóvel subutilizado, após 11 meses da notificação, para que este apresente o plano de ação. Maria compra o imóvel e a obrigação de apresentar o plano passa a ser sua. No entanto, Maria só terá mais 1 mês até o fim do prazo. ● Caso não apresente, sofrerá sanções administrativas. SANÇÕES ADMINISTRATIVAS: Ocorrerá quando o proprietário não apresentar o plano de ação dentro do prazo, ou quando não o tiver executado dentro do prazo estipulado. INSTRUMENTOS URBANÍSTICOS: Parcelamento, Edificação e Utilização Compulsória 1. IPTU PROGRESSIVO: O Poder Público municipal, diante da inércia do proprietário, estará OBRIGADO a cobrar o iptu progressivo no tempo. Tem caráter extrafiscal, ou seja, visa estimular o cumprimento da obrigação de utilizar o imóvel corretamente. ● o cumprimento da obrigação NÃO extingue o iptu progressivo. Durante o prazo de 5 anos, o Poder Público poderá aumentar sucessivamente o IPTU daquele imóvel, até que chegue à alíquota máxima, contudo, de um ano para o outro NÃO poderá ser aumentado mais que o dobro! Alíquota: ● Máxima = 15% ex.: 2020 - 2% 2021 - 4% 2022 - 8% 2023 - 15% (alíquota máxima) 2024 - mantém 15% OBS: após os 5 anos, o iptu poderá ser executado ou o poder público poderá fazer a desapropriação-sanção. Art. 7º, EC: § 2o Caso a obrigação de parcelar, edificar ou utilizar não esteja atendida em cinco anos, o Município manterá a cobrança pela alíquota máxima, até que se cumpra a referida obrigação, garantida a prerrogativa prevista no art. 8o. 2. DESAPROPRIAÇÃO-SANÇÃO: É uma faculdade do Poder Público municipal; Não precisa de decreto expropriatório! Art. 8o Decorridos cinco anos de cobrança do IPTU progressivo sem que o proprietário tenha cumprido a obrigação de parcelamento, edificação ou utilização, o Município poderá proceder à desapropriação do imóvel, com pagamentoem títulos da dívida pública. Art. 8º, EC + Art. 184, §4º, III, CF Na desapropriação-sanção a indenização ao particular é posterior. ● O pagamento se dará por meio de títulos da dívida pública, previamente autorizados pelo Senado. ● O título poderá ser resgatado pelo particular em ATÉ 10 ANOS. Após a desapropriação, o Poder Público municipal fará o aproveitamento do imóvel durante 5 anos. § 4o O Município procederá ao adequado aproveitamento do imóvel no prazo máximo de cinco anos, contado a partir da sua incorporação ao patrimônio público. § 5o O aproveitamento do imóvel poderá ser efetivado diretamente pelo Poder Público ou por meio de alienação ou concessão a terceiros, observando-se, nesses casos, o devido procedimento licitatório. OBS: Tredestinação -> é dar finalidade diversa (ao imóvel) daquela prevista na desapropriação. ● Lícita: quando muda a finalidade mas continua o interesse público; ● Ilícita: quando muda a finalidade e retira o interesse público. - O desapropriado poderá reaver o imóvel quando for ilícita. Retrocessão -> retroceder = voltar atrás Ocorrerá quando o Poder Público não der destinação alguma ao imóvel desapropriado. Portanto, trata-se do direito que tem o expropriado de exigir de volta o seu imóvel caso o mesmo não tenha o destino para que se desapropriou. Instrumento urbanístico, mas também é utilizado para regularização fundiária. Usucapião especial de imóvel urbano (aquisição originária da propriedade). É uma maneira de assegurar a moradia e regulamentar a terra urbana. Usucapião Especial (pro moradia) Art. 9º, EC: Art. 9o Aquele que possuir como sua área ou edificação urbana de até duzentos e cinquenta metros quadrados, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural. Art. 10, §2º, EC § 2o A usucapião especial coletiva de imóvel urbano será declarada pelo juiz, mediante sentença, a qual servirá de título para registro no cartório de registro de imóveis. Art. 11, EC: § 1o Na ação de usucapião especial urbana é obrigatória a intervenção do Ministério Público. REQUISITOS: 1. Imóvel urbano de ATÉ 250 m²; 2. Prazo de ocupação de 5 ano ininterruptos ● esse prazo pode se dar no decurso do processo ● o prazo pode ser herdado (ex. proprietário faleceu no 4º ano de ocupação e o filho herda o imóvel). 3. Finalidade = imóvel urbano para moradia própria ou de sua família. OBS: Se o imóvel for para moradia + comércio? ● A jurisprudência do STJ entende que terá direito, DESDE QUE a porcentagem daquele imóvel destinado à moradia seja maior do que a destinada para o comércio. 4. Não pode ser proprietário de outro imóvel urbano ou rural. ● pode ser posseiro ou mero detentor. 5. Esse tipo de usucapião só poderá ser concedido UMA vez para aquela pessoa. OBS: Usucapião coletivo urbano: (ex. invasões) São os mesmos requisitos; Trata-se de uma coletividade de pessoas que ocuparam e implementaram ao mesmo tempo, uma determinada área da qual não é possível delimitar qual será a parte de cada um. ● invasões/ocupações ● o tamanho de CADA imóvel particular NÃO poderá exceder 250 m² Essa modalidade será declarada mediante sentença, gerando um único título coletivo (sendo um “condomínio pro indiviso”. Art. 10, EC: § 2o A usucapião especial coletiva de imóvel urbano será declarada pelo juiz, mediante sentença, a qual servirá de título para registro no cartório de registro de imóveis. § 3o Na sentença, o juiz atribuirá igual fração ideal de terreno a cada possuidor, independentemente da dimensão do terreno que cada um ocupe, salvo hipótese de acordo escrito entre os condôminos, estabelecendo frações ideais diferenciadas. § 4o O condomínio especial constituído é indivisível, não sendo passível de extinção, salvo deliberação favorável tomada por, no mínimo, dois terços dos condôminos, no caso de execução de urbanização posterior à constituição do condomínio. § 5o As deliberações relativas à administração do condomínio especial serão tomadas por maioria de votos dos condôminos presentes, obrigando também os demais, discordantes ou ausentes. Caso um dos proprietários deseje sair do “condomínio”? O condomínio é em regra indivisível, contudo, em havendo execução de urbanização posterior à constituição do condomínio, ele poderá, desde que: ● ocorra a extinção do condomínio; ● a extinção precisa de deliberação específica de no mínimo 2/3 dos condôminos. ● divide a porcentagem daquele que saiu, por todos Instrumento urbanístico, mas também é utilizado para regularização fundiária. Particularidade -> foi vetado do EC, mas está prevista na Medida Provisória nº 2220/2001. É uma posse registrada!!! ● difere-se da usucapião, pois aqui é posse, e não propriedade. ● Se for imóvel público, será CUEM, pois não cabe usucapião de imóvel público. - ex. terreno de marinha REQUISITOS: 1. Imóvel urbano PÚBLICO de ATÉ 250 m² 2. Imóvel ocupado por 5 anos, sendo este prazo cumprido ATÉ 22/12/2016. 3. Finalidade = moradia própria ou da família. 4. Não pode ser proprietário NEM possuidor de outro imóvel urbano ou rural. Quando concedido da CUEM, o posseiro receberá um título administrativo. ● pode ser comercializado/vendido/transferido, doado e ser objeto de sucessão (pode ser herdada). Perda da concessão: - Quando adquirir a posse ou propriedade de outro imóvel - Quando deixar de utilizar o imóvel para sua moradia OBS: Se o imóvel for para moradia + comércio? Pode ter a CUEM, desde que a parcela do impovel referente ao comércio seja menor daquela destinada à moradia. OBS2: CUEM coletiva? Poderá ocorrer, com os mesmos requisitos. Direito real É um instrumento urbanístico, mas NÃO precisa do Plano Diretor (ainda que naquele município não tenha o plano, poderá ocorrer o direito de superfície). Art. 21, EC Art. 21. O proprietário urbano poderá conceder a outrem o direito de superfície do seu terreno, por tempo determinado ou indeterminado, mediante escritura pública registrada no cartório de registro de imóveis. § 1o O direito de superfície abrange o direito de utilizar o solo, o subsolo ou o espaço aéreo relativo ao terreno, na forma estabelecida no contrato respectivo, atendida a legislação urbanística. O direito de superfície no CC abrange somente a utilização do solo. Já no Estatuto da Cidade, abrange o solo, subsolo e espaço aéreo. Além disso, para o EC é permitido explorar essa área de outras formas (não se limita à plantação e construção) conforme previsto no contrato. CONTRATO -> é necessário - superficiário e o proprietário do imóvel - o contrato é uma escritura pública que precisa ser registrado - o contrato pode ser determinado ou indeterminado - determina a exploração daquela área Caso a propriedade seja vendida, o superficiário terá direito de preferência na venda daquele imóvel. ● E as benfeitorias feitas pelo superficiário? Em regra nenhuma delas será indenizável. Art. 22. Em caso de alienação do terreno, ou do direito de superfície, o superficiário e o proprietário, respectivamente, terão direito de preferência, em igualdade de condições à oferta de terceiros. CARACTERÍSTICAS: 1- Se previsto no contrato, o direito de superfície poderá ser transferido/vendido: Art. 21, § 4o O direito de superfície pode ser transferido a terceiros, obedecidos os termos do contrato respectivo. § 5o Por morte do superficiário, os seus direitos transmitem-se a seus herdeiros. 2 - Pode ser gratuito ou oneroso (como se fosse uma espécie de aluguel) Concessão de Uso Especial para Fins de Moradia (CUEM) Direito de Superfície: 3 - Abrange o solo, subsolo e espaço aéreo 4 - Não cabe direito de superfície dentro de imóveis públicos (nesse caso será concessão administrativa). Art. 21, §3º, EC: Obrigações do superficiário § 3o O superficiário responderá integralmente pelos encargos e tributos que incidirem sobre a propriedade superficiária, arcando, ainda, proporcionalmente à sua parcela de ocupação efetiva, com os encargos e tributossobre a área objeto da concessão do direito de superfície, salvo disposição em contrário do contrato respectivo. Portanto, o superficiário ficará obrigado ao pagamento de encargos e tributos. - superficiário que paga o IPTU OBS -> o superficiário é considerado como mero detentor da posse (USO), por isso NÃO poderá constituir Usucapião. EXTINÇÃO: A venda ou a morte do superficiário NÃO extingue o direito de superfície. A extinção se dará: - pelo termo do contrato -> quando contrato por prazo determinado; - por descumprimento das obrigações do superficiário. OBS: a extinção deverá ser AVERBADA Constituição: Precisa ser Registrada Extinção: Precisa ser Averbada. OBS2: Art. 24, §1º, EC § 1o Antes do termo final do contrato, extinguir-se-á o direito de superfície se o superficiário der ao terreno destinação diversa daquela para a qual for concedida. Trata-se aqui do direito de preferência que o Poder Público municipal tem quando um particular desejar vender seu imóvel. É necessário que já exista o Plano Diretor: ● O plano escolhe as áreas que ocorrerá esse direito de preferência. Antes de vender o imóvel, o particular deverá notificar o poder público municipal seu desejo, bem como as condições para a venda Art. 27. O proprietário deverá notificar sua intenção de alienar o imóvel, para que o Município, no prazo máximo de trinta dias, manifeste por escrito seu interesse em comprá-lo. § 1o À notificação mencionada no caput será anexada proposta de compra assinada por terceiro interessado na aquisição do imóvel, da qual constarão preço, condições de pagamento e prazo de validade. § 2o O Município fará publicar, em órgão oficial e em pelo menos um jornal local ou regional de grande circulação, edital de aviso da notificação recebida nos termos do caput e da intenção de aquisição do imóvel nas condições da proposta apresentada. § 3o Transcorrido o prazo mencionado no caput sem manifestação, fica o proprietário autorizado a realizar a alienação para terceiros, nas condições da proposta apresentada. REQUISITOS: 1- Lei Municipal específica -> a lei municipal, com base no plano diretor, irá determinar as áreas em que o Poder Público municipal terá direito de preferência. 2 - O prazo de vigência do direito de preferência será fixado na lei municipal e NÃO poderá exceder 5 anos ● esse prazo é renovável por igual período sendo que, precisa da pausa de 1 ano ex: 2015 - 2020 PAUSA DE 1 ANO 2021 - 2026. Direito de Preempção: 3- As condições de venda do imóvel apresentadas ao Poder Público precisam ser as mesmas para o particular! Art. 27, §5º, EC: § 5o A alienação processada em condições diversas da proposta apresentada é nula de pleno direito. Quando isso ocorrer, o Poder Público municipal poderá adquirir o imóvel pelo valor da base de cálculo do IPTU. OBS: Art. 25, §2º, EC: § 2o O direito de preempção fica assegurado durante o prazo de vigência fixado na forma do § 1o, independentemente do número de alienações referentes ao mesmo imóvel. Ou seja, o Poder Público terá preferência tantas quantas vezes aquele imóvel for vendido. Precisa do Plano Diretor A outorga onerosa busca induzir o desenvolvimento urbano, permitindo o melhor aproveitamento da infraestrutura urbana. O plano Diretor determina o Coeficiente de Aproveitamento Básico, que poderá ser único para toda a zona urbana ou diferenciado para áreas específicas dentro da zona urbana. Ou seja, o Plano irá determinar qual a área para que se possa construir sem que precise da outorga onerosa (acima desse coeficiente, será necessário o pagamento). ● C.A. Básico -> envolve a edificação acima do solo (espaço aéreo) e o subsolo. ex.: um terreno de 450m2, que tenha coeficiente de aproveitamento básico igual a 1 (um), equivale dizer que o proprietário poderá construir mais uma vez a área de seu terreno, ou seja, 450m2. Acima desse coeficiente de aproveitamento básico, a construção acima terá de ser pago. Portanto, com a outorga onerosa, permite-se que haja construção, naquela área, acima do coeficiente de aproveitamento básico, desde que o particular pague para o município. A outorga será concedida para toda a área edificável que exceda o coeficiente de aproveitamento básico. Art. 28, EC Art. 28. O plano diretor poderá fixar áreas nas quais o direito de construir poderá ser exercido acima do coeficiente de aproveitamento básico adotado, mediante contrapartida a ser prestada pelo beneficiário. § 1o Para os efeitos desta Lei, coeficiente de aproveitamento é a relação entre a área edificável e a área do terreno. § 3o O plano diretor definirá os limites máximos a serem atingidos pelos coeficientes de aproveitamento, considerando a proporcionalidade entre a infra-estrutura existente e o aumento de densidade esperado em cada área. CARACTERÍSTICAS: 1- Plano Diretor -> fixará as áreas de possibilidade de maior construção e o coeficiente de aproveitamento. 2- Lei municipal específica -> estabelece os critérios específicos: os limites e a contraprestação (o valor que o particular deverá pagar). Art. 30. Lei municipal específica estabelecerá as condições a serem observadas para a outorga onerosa do direito de construir e de alteração de uso, determinando: I – a fórmula de cálculo para a cobrança; II – os casos passíveis de isenção do pagamento da outorga; III – a contrapartida do beneficiário. OBS: a outorga onerosa tem a finalidade de: Art. 26, EC: I – regularização fundiária; II – execução de programas e projetos habitacionais de interesse social; III – constituição de reserva fundiária; Outorga Onerosa do Direito de Construir: IV – ordenamento e direcionamento da expansão urbana; V – implantação de equipamentos urbanos e comunitários; VI – criação de espaços públicos de lazer e áreas verdes; VII – criação de unidades de conservação ou proteção de outras áreas de interesse ambiental; VIII – proteção de áreas de interesse histórico, cultural ou paisagístico; Precisa do Plano Diretor -> É um instrumento urbanístico pelo qual o Poder Público municipal poderá permitir que o proprietário venha a alienar ou a exercer em outro local o direito de construir que não foi utilizado em seu terreno. ● A transferência pode ser total ou parcial. ● Seria uma forma de “indenização” ao proprietário sem que haja prejuízo ao erário público. ● a finalidade é de assegurar o aproveitamento econômico de um bem ao proprietário de imóvel situado em área onde houve limitações ao direito de construir, pelo município. EX: Imóveis Tombados: Tem limitações ao potencial de construção, devido ao caráter de tombamento. Portanto, a esses proprietários fica permitido a venda do potencial construtivo desses imóveis para outros imóveis localizados no município. Potencial construtivo é DIFERENTE de coeficiente de aproveitamento básico O Art. 35, EC dispõe as situações nas quais será possível a transferência do direito de construir, sendo elas: 1. Implantação de equipamentos urbanos ou comunitários: O poder público negocia com o particular a transferência do bem, com a finalidade de ali implantar infraestrutura urbana ou equipamentos comunitários. ● ocorrerá procedimento expropriatório, em troca do recebimento de adicional potencial construtivo. 2. Preservação quando o imóvel for considerado de interesse histórico, ambiental, paisagístico, social ou cultural. Os proprietários podem ter a TDC como meio de compensação ao ônus urbanístico que recai sobre o imóvel (ex. conservação do imóvel) 3. Para servir a programas de regularização fundiária, urbanização de áreas ocupadas por população de baixa renda e habitações de interesse social. Art. 35. Lei municipal, baseada no plano diretor, poderá autorizar o proprietário de imóvel urbano, privado ou público, a exercer em outro local, ou alienar, mediante escritura pública, o direito de construir previsto no plano diretor ou em legislação urbanística dele decorrente, quando o referido imóvel for considerado necessário para fins de: I – implantação de equipamentos urbanos e comunitários; II – preservação, quandoo imóvel for considerado de interesse histórico, ambiental, paisagístico, social ou cultural; III – servir a programas de regularização fundiária, urbanização de áreas ocupadas por população de baixa renda e habitação de interesse social É um instrumento urbanístico ex.: “Estação das Docas” -> Boulevard Gastronômico - naquele local tem variedades da culinária local As Operações Urbanas Consorciadas são compostas pelo conjunto de coordenações (obras) e medidas organizadas pelo Poder Público municipal, juntamente com a participação dos particulares (iniciativa privada) daquela região. Transferência do Direito de Construir: Operações Urbanas Consorciadas ● Art. 32, EC ● Poder Público municipal + iniciativa privada ● Particulares que se interessarem no empreendimento, e não somente o proprietário daquele imóvel. ● Tem a finalidade de: melhorias sociais, para melhorias de construção e valorização ambiental Precisa do Plano Diretor - Este servirá de base para a criação de lei municipal específica, a qual delimita a área em que ocorrerá a operação consorciada. Art. 32. Lei municipal específica, baseada no plano diretor, poderá delimitar área para aplicação de operações consorciadas. § 1o Considera-se operação urbana consorciada o conjunto de intervenções e medidas coordenadas pelo Poder Público municipal, com a participação dos proprietários, moradores, usuários permanentes e investidores privados, com o objetivo de alcançar em uma área transformações urbanísticas estruturais, melhorias sociais e a valorização ambiental. Lei Municipal específica -> define área, - define de onde surgirá o dinheiro para pagamento dos particulares; - define a forma de compensação que os particulares que participarem terão; OBS: a forma mais comum de compensação é por meio da doação de adicional de potencial de construção. ● O Poder Público concede certificados aos particulares para que possam efetuar construções naquela área ou em outras. Os particulares NÃO SÃO OBRIGADOS a participarem das operações Certificado Adicional de Potencial de Construção: É uma forma de incentivo à participação privada; é um título imobiliário negociável. O particular poderá construir, sem que haja a necessidade de pagar ao município (quando a construção ultrapassar o coeficiente de aproveitamento básico) O certificado poderá ser comercializado/vendido, contudo há uma ordem de preferência: - será oferecido 1º para aqueles que estão na região do consórcio; - posteriormente, poderá ser oferecido aos demais particulares. O particular que receber o certificado, poderá construir no seu imóvel naquela região, em outra região (outro imóvel que possua) do município ou vender. A lei específica determina a quantidade de certificados adicionais que serão emitidos. Art. 34. A lei específica que aprovar a operação urbana consorciada poderá prever a emissão pelo Município de quantidade determinada de certificados de potencial adicional de construção, que serão alienados em leilão ou utilizados diretamente no pagamento das obras necessárias à própria operação. § 1o Os certificados de potencial adicional de construção serão livremente negociados, mas conversíveis em direito de construir unicamente na área objeto da operação. § 2o Apresentado pedido de licença para construir, o certificado de potencial adicional será utilizado no pagamento da área de construção que supere os padrões estabelecidos pela legislação de uso e ocupação do solo, até o limite fixado pela lei específica que aprovar a operação urbana consorciada. As operações poderão prevê determinadas medidas, como: Art. 32, § 2o Poderão ser previstas nas operações urbanas consorciadas, entre outras medidas: I – a modificação de índices e características de parcelamento, uso e ocupação do solo e subsolo, bem como alterações das normas edilícias, considerado o impacto ambiental delas decorrente; II – a regularização de construções, reformas ou ampliações executadas em desacordo com a legislação vigente. III - a concessão de incentivos a operações urbanas que utilizam tecnologias visando a redução de impactos ambientais, e que comprovem a utilização, nas construções e uso de edificações urbanas, de tecnologias que reduzam os impactos ambientais e economizem recursos naturais, especificadas as modalidades de design e de obras a serem contempladas. ex.: que utilizam placas de energia solar OBS: Os estados podem participar nas operações consorciadas. Quando envolver + 1 município (é o caso de obras de infraestrutura urbana da Região metropolitana) ● ex.: o BRT era para ser assim Art. 34-A. Nas regiões metropolitanas ou nas aglomerações urbanas instituídas por lei complementar estadual, poderão ser realizadas operações urbanas consorciadas interfederativas, aprovadas por leis estaduais específicas. Tem previsão legal no Decreto-lei 271/1967; ATENÇÃO: CUEM: Objeto -> para fins de moradia somente; - Bens públicos; - Precisa ser registrada; CDRU: Objeto -> NÃO é só para fins de moradia - Bens públicos e particulares; - Área urbana ou rural; - Pode ser feita por contrato particular, contrato público ou termo administrativo; A CDRU é um tipo de concessão do Poder Público ao particular, quando se der sobre terrenos públicos ou privados, quando não for somente para fins de moradia: - O particular pode plantar, produzir naquela área concedida, além de morar naquele local. - Tem objeto mais amplo que a CUEM. - Tem a finalidade de incentivar a regularização fundiária. Características: 1- Poderá ser vendida, doada, ser objeto de sucessão/testamento; 2- É transmitida por ato inter vivos ou causa mortis; 3- Poderá ser instituída/instrumentalizada por meio de contratos (público ou particular) ou termo administrativo. ATENÇÃO: em regra, a CDRU poderá ser instituída por meio de contrato particular, contrato público (escritura) ou por termo administrativo. No entanto, quando a regularização fundiária tiver interesse social, a CDRU será instituída por meio de escritura pública obrigatoriamente. ● Fins de unidades habitacionais -> pessoas de baixa renda. Art. 48, EC: Art. 48. Nos casos de programas e projetos habitacionais de interesse social, desenvolvidos por órgãos ou entidades da Administração Pública com atuação específica nessa área, os contratos de concessão de direito real de uso de imóveis públicos: I – terão, para todos os fins de direito, caráter de escritura pública, não se aplicando o disposto no inciso II do art. 134 do Código Civil; Decreto-lei 25/1937 Tem natureza declaratória -> declara restrições ao direito de propriedade aquele bem. O Poder Público declara restrições aos bens móveis e imóveis que possuam valor artístico, cultural ou histórico. ● Proteção administrativa à essas características. ● Poder Público = União, Estados e/ou Municípios. Concessão de Direito Real de Uso (CDRU) Tombamento: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10406.htm#art134ii https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10406.htm#art134ii A finalidade do tombamento é garantir a proteção e conservação daquele bem. O tombamento pode ser compulsório ou voluntário. Art. 7º Proceder-se-à ao tombamento voluntário sempre que o proprietário o pedir e a coisa se revestir dos requisitos necessários para constituir parte integrante do patrimônio histórico e artístico nacional, a juízo do Conselho Consultivo do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, ou sempre que o mesmo proprietário anuir, por escrito, à notificação, que se lhe fizer, para a inscrição da coisa em qualquer dos Livros do Tombo. Art. 8º Proceder-se-á ao tombamento compulsório quando o proprietário se recusar a anuir à inscrição da coisa. OBS: o ônus de conservação e manutenção do imóvel é TODO do proprietário (seja ele particular ou público). Contudo, caso não tenha condições financeiras, poderá pedir ao ente que determinou o tombamento, uma espécie de auxílio. Art. 19. O proprietário de coisa tombada, que não dispuser de recursos para proceder às obras de conservação e reparação que a mesmarequerer, levará ao conhecimento do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional a necessidade das mencionadas obras, sob pena de multa correspondente ao dobro da importância em que fôr avaliado o dano sofrido pela mesma coisa. § 1º Recebida a comunicação, e consideradas necessárias as obras, o diretor do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional mandará executá-las, a expensas da União, devendo as mesmas ser iniciadas dentro do prazo de seis meses, ou providenciará para que seja feita a desapropriação da coisa. O tombamento dos bens particulares é de caráter compulsório, não podendo o particular escolher aderir ou não. ● Bens públicos -> são tombados automaticamente (inscritos no Livro do Tombo) Art. 5º O tombamento dos bens pertencentes à União, aos Estados e aos Municípios se fará de ofício, por ordem do diretor do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, mas deverá ser notificado à entidade a quem pertencer, ou sob cuja guarda estiver a coisa tombada, afim de produzir os necessários efeitos. LIVROS DE TOMBO: 1- Livro do Tombo Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico, 2 - Livro do Tombo Histórico 3 - Livro do Tombo das Belas Artes, as coisas de arte erudita, nacional ou estrangeira 4 - Livro do Tombo das Artes Aplicadas, nacionais ou estrangeiras. Art. 216, CF/88: Art. 216. Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se incluem: I - as formas de expressão; II - os modos de criar, fazer e viver; III - as criações científicas, artísticas e tecnológicas; IV - as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados às manifestações artístico-culturais; V - os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e científico. TOMBAMENTO DE BENS DA UNIÃO: Art. 5º, Decreto-lei. Os bens públicos (da União) serão feitos automaticamente, de ofício, isto é, automaticamente já estarão inscritos no Livro do Tombo. TOMBAMENTO DE BENS PARTICULARES: A declaração de tombamento será averbada na matrícula de inscrição do imóvel no Cartório. EFEITOS: 1- Restrição administrativa ao direito de propriedade; 2- Transmissão judicial ou causa mortis -> Art. 13, § 3º § 3º A transferência deve ser comunicada pelo adquirente, e a deslocação pelo proprietário, ao Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, dentro do mesmo prazo e sob a mesma pena. A transferência/venda poderá ocorrer, desde que o particular notifique o Poder Público para que este tenha ciência de quem será o novo responsável pela conservação do imóvel. ● notificar o poder público em 30 dias A transferência de bens públicos: são inalienáveis por regra, mas pode ser transferido à outra entidade do Poder Público. - Após a transferência, deve-se comunicar imediatamente o Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional 3- Distribuição e alteração -> qualquer tipo de alteração a ser feita no imóvel, PRECISA de solicitação e autorização prévia do Poder Público; ● Art. 17: Art. 17. As coisas tombadas não poderão, em caso nenhum ser destruídas, demolidas ou mutiladas, nem, sem prévia autorização especial do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, ser reparadas, pintadas ou restauradas, sob pena de multa de cinquenta por cento do dano causado. Parágrafo único. Tratando-se de bens pertencentes á União, aos Estados ou aos municípios, a autoridade responsável pela infração do presente artigo incorrerá pessoalmente na multa. 4- Impactos na vizinhança -> Art. 18 Art. 18. Sem prévia autorização do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, não se poderá, na vizinhança da coisa tombada, fazer construção que lhe impeça ou reduza a visibilidade, nem nela colocar anúncios ou cartazes, sob pena de ser mandada destruir a obra ou retirar o objeto, impondo-se neste caso a multa de cincoenta por cento do valor do mesmo objeto OBS: Coisa tombada móvel: Art. 14. A coisa tombada não poderá sair do país, senão por curto prazo, sem transferência de domínio e para fim de intercâmbio cultural, a juízo do Conselho Consultivo do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Art. 15. Tentada, a não ser no caso previsto no artigo anterior, a exportação, para fora do país, da coisa tombada, será esta sequestrada pela União ou pelo Estado em que se encontrar. § 1º Apurada a responsabilidade do proprietário, ser-lhe-á imposta a multa de cincoenta por cento do valor da coisa, que permanecerá sequestrada em garantia do pagamento, e até que este se faça. § 2º No caso de reincidência, a multa será elevada ao dôbro. § 3º A pessoa que tentar a exportação de coisa tombada, além de incidir na multa a que se referem os parágrafos anteriores, incorrerá, nas penas cominadas no Código Penal para o crime de contrabando. Previsão legal = Lei 13.465/2017 (Lei de Regularização Fundiária na Amazônia). É um instrumento que visa a permanência segura das famílias naqueles imóveis. Tem a finalidade de oferecer condições minimamente dignas para que essas famílias possam ter moradia + condições urbanas. ● Moradia -> é um direito fundamental - garantir acesso à estruturas como, acesso à saúde, escola, lazer, naquela área. ● Não visa unicamente a propriedade ● A regularização fundiária NÃO é somente a propriedade, existem outras formas de assegurar a regularização IRREGULARIDADE -> áreas que tenham perigo de anuir, áreas sem registro, ausência de condições mínimas para viver. MODALIDADES DE REGULARIZAÇÃO: 1. Regularização Fundiária Urbana de Interesse Social (REURB-S): É destinado à famílias de baixa renda; Por essa modalidade, as pessoas de baixa renda, poderão ter acesso à moradia, com a regularização. Nesse caso, terão os benefícios da gratuidade do registro do imóvel. Art. 13: § 1º Serão isentos de custas e emolumentos, entre outros, os seguintes atos registrais relacionados à Reurb-S: I - o primeiro registro da Reurb-S, o qual confere direitos reais aos seus beneficiários; II - o registro da legitimação fundiária; III - o registro do título de legitimação de posse e a sua conversão em título de propriedade; 2. Regularização Fundiária Urbana de Interesse Específico (REURB-E): Destinado aos demais casos (que não sejam de baixa renda) Não possuem os benefícios de gratuidade. LEGITIMADOS: Art. 14: ● União, Estados, Municípios, DF ● Beneficiários, cooperativas habitacionais, associação dos moradores, fundações, organizações sociais. ● Defensoria -> quando forem hipossuficiente ● Ministério Público PROCEDIMENTO: É por meio de requerimento administrativo (ao Poder Público municipal) 1º - Os legitimados irão requerer que aquela área seja regularizada, indicando qual será o instrumento a ser utilizado; 2º - No requerimento será apresentado o projeto, indicando a área, qual a finalidade, o objetivo, etc. 3º - Após o processamento administrativo e concordância do Poder Público, será expedido a CRF (certidão de regularização fundiária) 4º - O legitimado levará essa CRF para ser registrada ● Se for REURB-S -> não paga ● Se for REURB-E -> paga INSTRUMENTOS: Art. 15: A regularização poderá se dar por: ● Legitimação fundiária ou legitimação de posse; ● Usucapião; ● Desapropriação; ● Direito de preempção; ● CUEM; ● CDRU; ● Compra e venda; ● Doação e outros. Legitimação fundiária: Art. 23 Art. 23. A legitimação fundiária constitui forma originária de aquisição do direito real de propriedade conferido por ato do poder público, exclusivamente no âmbito Regularização Fundiária Urbana: da Reurb, àquele que detiver em área pública ou possuir em área privada, como sua, unidade imobiliária com destinação urbana, integrante de núcleo urbano informal consolidado existente em 22 de dezembro de 2016. A legitimação fundiária é cabível à imóveis públicos e particulares. Confere diretamente a propriedade (aquisição originária). De algumaforma, o Poder Público municipal adquire a propriedade particular, seja por desapropriação, direito de preferência, ou outra forma. Após isso, poderá conceder a propriedade diretamente OBS: Requisitos: 1. Temporal -> a área precisa estar consolidada até 22 de dezembro de 2016 ● integrante de núcleo urbano informal consolidado existente em 22 de dezembro de 2016 2. Fins urbanos Legitimação de Posse: Só cabe em imóveis PARTICULARES. O poder público concede a essa família, a posse do imóvel. Após 5 anos dessa concessão de posse, o Poder Público de forma discricionária, poderá (ou não) conferir a propriedade - por meio da usucapião, caso se enquadrem nos requisitos. Art. 25. A legitimação de posse, instrumento de uso exclusivo para fins de regularização fundiária, constitui ato do poder público destinado a conferir título, por meio do qual fica reconhecida a posse de imóvel objeto da Reurb, com a identificação de seus ocupantes, do tempo da ocupação e da natureza da posse, o qual é conversível em direito real de propriedade, na forma desta Lei. § 1º A legitimação de posse poderá ser transferida por causa mortis ou por ato inter vivos . § 2º A legitimação de posse não se aplica aos imóveis urbanos situados em área de titularidade do poder público. Art. 26: § 2º A legitimação de posse, após convertida em propriedade, constitui forma originária de aquisição de direito real, de modo que a unidade imobiliária com destinação urbana regularizada restará livre e desembaraçada de quaisquer ônus, direitos reais, gravames ou inscrições, eventualmente existentes em sua matrícula de origem, exceto quando disserem respeito ao próprio beneficiário. Legitimação fundiária -> propriedade ● Imóveis públicos e particulares Legitimação de posse -> posse -> 5 anos -> propriedade ● Só imóveis particulares. ● Pode ser vendido, ser objeto de sucessão… DIREITO REAL DE LAJE: É um dos instrumentos da REURB Tem previsão legal no Art. 1.510-A e seguintes do CC Art. 1.510-A. O proprietário de uma construção-base poderá ceder a superfície superior ou inferior de sua construção a fim de que o titular da laje mantenha unidade distinta daquela originalmente construída sobre o solo. A laje poderá ser construída acima da construção-base, bem como poderá ser no subsolo (porão). Para ser considerado como laje, as construções precisam ter entradas e saídas distintas entre si, independentes. § 2 o O titular do direito real de laje responderá pelos encargos e tributos que incidirem sobre a sua unidade. Art. 1.510-C. Sem prejuízo, no que couber, das normas aplicáveis aos condomínios edilícios, para fins do direito real de laje, as despesas necessárias à conservação e fruição das partes que sirvam a todo o edifício e ao pagamento de serviços de interesse comum serão partilhadas entre o proprietário da construção-base e o titular da laje, na proporção que venha a ser estipulada em contrato. Sendo assim, as utilizações comuns entre todos eles, serão de responsabilidade solidária, como por exemplo o telhado, os encanamentos comuns, etc. Em caso de venda da laje, haverá direito de preferência. No exemplo acima, em caso de venda da laje 1, o direito de preferência se dará: 1º - a construção-base 2º - vende para quem está mais próximo (laje 3) 3º - por último para a laje 2 Art. 1.510-D. Em caso de alienação de qualquer das unidades sobrepostas, terão direito de preferência, em igualdade de condições com terceiros, os titulares da construção-base e da laje, nessa ordem, que serão cientificados por escrito para que se manifestem no prazo de trinta dias, salvo se o contrato dispuser de modo diverso. § 2 o Se houver mais de uma laje, terá preferência, sucessivamente, o titular das lajes ascendentes e o titular das lajes descendentes, assegurada a prioridade para a laje mais próxima à unidade sobreposta a ser alienada. Além disso, para construir outra laje, deverá ter autorização da construção-base e das demais lajes Se a construção-base vier a ruir (destruir), as lajes que estão acima desta, irão ser extintas e a laje subterrânea permanecerá. Contudo, existe 1 possibilidade de que essas lajes de cima não sejam extintas: ● se a construção-base for reconstruída no prazo de 5 anos, contados da destruição ● Art. 1.510-E. A ruína da construção-base implica extinção do direito real de laje, salvo: I - se este tiver sido instituído sobre o subsolo; II - se a construção-base for reconstruída no prazo de 5 (cinco) anos. Parágrafo único. O disposto neste artigo não afasta o direito a eventual reparação civil contra o culpado pela ruína.