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HIDRÁULICA BÁSICA HIDRÁULICA BÁSICA Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira Presidente Diretoria-Geral do Sistema FIRJAN Augusto Cesar Franco de Alencar Diretor Diretoria Regional do SENAI-RJ Roterdam Pinto Salomão Diretor Diretoria de Educação Andréa Marinho de Souza Franco Diretora HIDRÁULICA BÁSICA Rio de Janeiro 2008 Produção Editorial Coordenação Revisão Técnica Revisão Editorial Colaboração Projeto Gráfico Editoração Vera Regina Costa Abreu Alda Maria da Glória Lessa Bastos Ézio Zerbone Taís Monteiro Antonio Carlos Cezar de Carvalho Artae Design & Criação 40graus Design Hidráulica básica 1ª. ed. 2003; 2ª. ed. 2008. SENAI-Rio de Janeiro Diretoria de Educação SENAI - Rio de Janeiro GEP - Gerência de Educação Profissional Rua Mariz e Barros, 678 - Tijuca 20270-903 - Rio de Janeiro - RJ Tel: (21) 2587-1323 Fax: (21) 2254-2884 http://www.rj.senai.org.br Ficha Técnica Gerência de Educação Profissional Gerência de Produto Luis Roberto Arruda Darci Pereira Garios Edição revista da apostila Hidrálica básica, material do convênio SENAI/Michelin, 2001 APRESENTAÇÃO...............................................................................13 UMA PALAVRA INICIAL.................................................................. 15 INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS..................................................... 19 Um pouco de história............................................................................................ 21 Conceitos.................................................................................................................... 22 Fluido.................................................................................................................. 22 Hidráulica............................................................................................................ 23 Sistemas óleo-hidráulicos.................................................................................. 23 Características e funções das instalações óleo-hidráulicas....................... 23 Princípio de funcionamento..................................................................................24 Sistema de acionamento de entrada................................................................... 24 Sistema de comando........................................................................................... 24 Sistema de acionamento de saída....................................................................... 25 Máquina............................................................................................................... 25 Instalação hidráulica simples............................................................................... 26 Sumário 1 3 4 5 2 FLUIDOS HIDRÁULICOS............................................................... 31 Funções básicas do óleo hidráulico .................................................................. 33 Requisitos dos óleos hidráulicos....................................................................... 33 FILTROS............................................................................................... 39 Filtros............................................................................................................................. 41 Fontes de contaminação..................................................................................... 42 Nível de contaminação........................................................................................ 44 Grau de contaminação do óleo hidráulico......................................................... 44 Tipos de filtro..................................................................................................... 46 Aplicações dos filtros......................................................................................... 49 Simbologia para filtros de pressão e de retorno............................................... 53 RESERVATÓRIO DO ÓLEO HIDRÁULICO............................... 55 Funções do reservatório....................................................................................... 57 Acessórios do reservatório.................................................................................. 62 INTERLIGAÇÕES DO SISTEMA HIDRÁULICO....................... 67 Tubulações................................................................................................................... 69 Tubos rígidos....................................................................................................... 69 Tubos semi-rígidos.............................................................................................. 71 Tubos flexíveis: mangueiras................................................................................. 71 Conexões.................................................................................................................... 74 Conexões para tubos rígidos............................................................................. 74 Conexões para tubos semi-rígidos.................................................................... 77 Conexões para mangueiras................................................................................ 79 6 7 BOMBAS HIDRÁULICAS................................................................ 81 Funções........................................................................................................................ 83 Classificação................................................................................................................ 84 Bombas hidrodinâmicas...................................................................................... 84 Bombas hidrostáticas.......................................................................................... 85 Simbologia gráfica para bombas hidráulicas.................................................... 109 Cuidados na instalação de bombas.................................................................... 110 Alinhamento das bombas................................................................................... 110 Sentido de rotação.............................................................................................. 111 Sobrepressão...................................................................................................... 111 Cavitação............................................................................................................. 111 VÁLVULAS HIDRÁULICAS............................................................ 113 Classificação................................................................................................................ 115 Válvula direcional...................................................................................................... 116 Válvula direcional de carretel............................................................................. 118 Válvula direcional de carretel pré-operada........................................................ 130 Válvula direcional de assento.............................................................................. 133 Comparação entre as válvulas direcionais......................................................... 136 Válvulas de bloqueio................................................................................................ 138 Válvula de retenção simples............................................................................... 138 Válvula de retenção com desbloqueio hidráulico.............................................. 139 Válvula de retenção geminada............................................................................. 140 10 SENAI-RJ Hidráulica Básica – Instalações hidráulicas 8 9 Válvulas de vazão....................................................................................................... 141 Tipos de estrangulador.......................................................................................142 Válvulas estranguladoras..................................................................................... 144 Válvula reguladora de vazão................................................................................ 148 ATUADORES HIDRÁULICOS....................................................... 155 Classificação................................................................................................................ 157 Atuadores lineares................................................................................................... 158 Tipos de cilindro hidráulico............................................................................... 161 Simbologia gráfica para cilindros hidráulicos...................................................... 166 Atuadores rotativos hidráulicos......................................................................... 167 Tipos de atuador rotativo hidráulico................................................................. 167 Simbologia gráfica para osciladores hidráulicos................................................. 170 Simbologia gráfica para motores hidráulicos...................................................... 175 PARA CONSULTAR..........................................................................177 Símbolos para montagem agrupada ou modular........................................... 179 Simbologia dos componentes de sistemas hidráulicos.............................. 182 Tabela de conversão das unidades de pressão.............................................. 196 Tabela comparativa de óleos de diversos fornecedores............................ 197 SENAI-RJ 11 Hidráulica Básica – Instalações hidráulicas Prezado aluno, Quando você resolveu fazer um curso em nossa instituição, talvez não soubesse que, desse momento em diante, estaria fazendo parte do maior sistema de educação profissional do país: o SENAI. Há mais de 60 anos, estamos construindo uma história de educação voltada para o desenvol- vimento tecnológico da indústria brasileira e para a formação profissional de jovens e adultos. Devido às mudanças ocorridas no modelo produtivo, o trabalhador não pode continuar com uma visão restrita dos postos de trabalho. Hoje, o mercado exigirá de você, além do domínio do conteúdo técnico de sua profissão, competências que lhe permitam decidir com autonomia, proatividade, capaci- dade de análise, solução de problemas, avaliação de resultados e propostas de mudanças no processo do trabalho. Você deverá estar preparado para o exercício de papéis flexíveis e polivalentes, assim como para a cooperação e a interação, o trabalho em equipe e o comprometimento com os resultados. Soma-se a isso o fato de que a produção constante de novos saberes e tecnologias exigirá de você a atualização contínua de seus conhecimentos profissionais, evidenciando-se a necessidade de uma formação consistente que lhe proporcione maior adaptabilidade e instrumentos essenciais à auto-aprendizagem. Essa nova dinâmica do mercado de trabalho vem requerendo que os sistemas de educação se organizem de forma flexível e ágil, motivo esse que levou o SENAI a criar uma estrutura educacional com o propósito de atender às novas necessidades da indústria, estabelecendo uma formação flexível e modularizada. Essa formação flexível tornará possível a você, aluno do sistema, voltar e dar continuidade à sua educação, criando seu próprio percurso. Além de toda a infra-estrutura necessária a seu desenvolvi- mento, você poderá contar com o apoio técnico-pedagógico da equipe de educação dessa escola do SENAI para orientá-lo em seu trajeto. Mais do que formar um profissional, estamos buscando formar cidadãos. Seja bem-vindo! Andréa Marinho de Souza Franco Diretora de Educação 12 SENAI-RJ Hidráulica Básica – Instalações hidráulicas SENAI-RJ 13 Hidráulica Básica – Instalações hidráulicas A dinâmica social dos tempos de globalização exige dos profissionais atualização constante. Mesmo as áreas tecnológicas de ponta ficam obsoletas e em ciclos cada vez mais curtos, trazendo desafios renovados a cada dia, e tendo como conseqüência para a educação a necessidade de encon- trar novas e rápidas respostas. Nesse cenário, impõe-se a educação continuada, exigindo que os profissionais busquem atuali- zação constante durante toda sua vida – e os docentes e alunos do SENAI/RJ incluem-se nessas novas demandas sociais. É preciso, pois, promover, tanto para os docentes como para os alunos da educação profissional, as condições que propiciem o desenvolvimento de novas formas de ensinar e aprender, favorecendo o trabalho de equipe, a pesquisa, a iniciativa e a criatividade, entre outros aspectos, ampliando suas possibilidades de atuar com autonomia e de forma competente. Durante seus estudos, você terá o apoio constante do docente e também deste material didático. Nele serão apresentados os conteúdos a serem trabalhados ao longo do curso, facilitando, assim, sua aprendizagem e o alcance dos objetivos previstos, quais sejam: conhecer os componentes hidráulicos, bem como seu funcionamento, aplicação, nomenclatura e simbologia; montar e desmontar compo- nentes hidráulicos em bancadas; elaborar e montar circuitos hidráulicos básicos; e analisar diagramas e componentes em circuitos hidráulicos. Desejamos a você, então, êxito nessa jornada de estudo e sucesso na vida profissional. Hidráulica Básica – Apresentação Apresentação 14 SENAI-RJ Hidráulica Básica – Instalações hidráulicas SENAI-RJ 15 Hidráulica Básica – Instalações hidráulicas Meio ambiente... Saúde e segurança no trabalho... O que nós temos a ver com isso? Antes de iniciarmos o estudo deste material, há dois pontos que merecem destaque: a relação entre o processo produtivo e o meio ambiente e a questão da saúde e segurança no trabalho. As indústrias e os negócios são a base da economia moderna. Produzem os bens e serviços necessários e dão acesso a emprego e renda, mas para atender a essas necessidades, precisam usar recursos e matérias-primas. Os impactos no meio ambiente muito freqüentemente decorrem do tipo de indústria existente no local em questão, do que ela produz e, principalmente, de como produz. Assim sendo, é preciso entender que todas as atividades humanas transformam o ambiente. Estamos sempre retirando materiais da natureza, transformando-os e depois jogando o que “sobra” de volta ao ambiente natural. Ao retirar do meio ambiente os materiais necessários à produção de bens, altera-se o equilíbrio dos ecossistemas e arrisca-se ao esgotamento de diversos recursos natu- rais que não são renováveis ou, quando o são, têm sua renovação prejudicada pela velocidade da extração, superior à capacidade da natureza de se recompor. Torna-se necessário, portanto, traçar planos de curto e longo prazo, a fim de diminuir os impactos que o processo produtivo causa na natureza. Além disso, as indústrias precisam se preocupar com a recomposição da paisagem e ter em mente a saúde tanto de seus trabalhadores como da população que vive ao redor dessas indústrias. Podemos concluir, então, que com o crescimento da industrialização e sua concentração em determinadas áreas, o problema da poluição se intensificou demasiadamente. A questão da poluição do ar e da água é bastante complexa, pois as emissões poluentes se espalham de um ponto fixo para uma grande região, dependendo dos ventos, do curso da água e das demais condições ambientais, tornando difícil a localização precisa da origem do problema. No entanto, é importante repetir que, quando as indústrias depositam no solo os resíduos, quando lançam efluentes sem tratamento em rios, lagoas e demais corpos hídricos, causam danos às vezes irreversíveis ao meio ambiente. Hidráulica Básica – Uma palavra inicial Uma palavra inicial 16 SENAI-RJ Hidráulica Básica – Instalações hidráulicas O uso indiscriminado dos recursos naturais e a contínua acumulação de lixo mostram a falha básica de nossosistema produtivo: ele opera em linha reta. Extraem-se as matérias-primas através de processos de produção desperdiçadores e que produzem subprodutos tóxicos. Fabricam-se produtos de utilidade limitada que, finalmente, viram lixo, o qual se acumula nos aterros. Produzir, consumir e dispensar bens desta forma, obviamente, não são atitudes condizentes com o desenvolvimento susten- tável. Enquanto os resíduos naturais (que não podem, propriamente, ser chamados de “lixo”) são ab- sorvidos e reaproveitados pela natureza, a maioria dos resíduos deixados pelas indústrias não tem aproveitamento para qualquer espécie de organismo vivo e, para alguns, pode até ser fatal. O meio ambiente pode absorver resíduos, redistribuí-los e transformá-los. Mas, da mesma forma que a Terra possui uma capacidade limitada de produzir recursos renováveis, sua capacidade de receber resíduos também é restrita, e a de receber resíduos tóxicos praticamente não existe. Ganha força, atualmente, a idéia de que as empresas devem ter procedimentos éticos que con- siderem a preservação do ambiente como uma parte de sua missão. Isto quer dizer que se devem adotar práticas que incluam tal preocupação, introduzindo-se processos que reduzam o uso de maté- rias-primas e energia, diminuam os resíduos e impeçam a poluição. Cada indústria tem suas próprias características. Mas já sabemos que a conservação de recur- sos é importante. Deve haver, portanto, uma crescente preocupação acerca da qualidade, durabilida- de, possibilidade de conserto e vida útil dos produtos. As empresas precisam não só continuar reduzin- do a poluição, como também buscar novas formas de economizar energia, melhorar os efluentes, reduzir a poluição, o lixo, o uso de matérias-primas. Reciclar e conservar energia são atitudes essen- ciais no mundo contemporâneo. É difícil, no entanto, ter uma visão única que seja útil para todas as empresas. Cada uma enfrenta desafios diferentes e pode se beneficiar de sua própria visão de futuro. Ao olhar para o amanhã, nós (o público, as empresas, as cidades e as nações) podemos decidir quais alternativas são mais eficien- tes e, a partir daí, passar a trabalhar com elas. Infelizmente, tanto os indivíduos como as instituições só mudarão suas práticas quando acredita- rem que seu novo comportamento lhes trará benefícios – sejam estes financeiros, para sua reputação ou para sua segurança. Apesar disso, a mudança nos hábitos não é algo que possa ser imposto. Deve ser uma escolha de pessoas bem-informadas a favor de bens e serviços sustentáveis. A tarefa é criar condições que melhorem a capacidade de as pessoas escolherem, usarem e disporem de bens e serviços de forma sustentável. Além dos impactos causados na natureza, diversos são os malefícios à saúde humana provoca- dos pela poluição do ar, dos rios e mares, assim como são inerentes aos processos produtivos alguns riscos à saúde e segurança do trabalhador. Atualmente, os acidentes de trabalho são uma questão que preocupa os empregadores, empregados e governantes, e as conseqüências acabam afetando a todos. Sabendo disso, podemos afirmar que, de um lado, é necessário que os empregados adotem um comportamento seguro no trabalho, usando os equipamentos de proteção individual e coletiva, e de outro, que cabe aos empregadores prover a empresa com esses equipamentos, orientar quanto a seu Hidráulica Básica – Uma palavra inicial SENAI-RJ 17 Hidráulica Básica – Instalações hidráulicas uso, fiscalizar as condições da cadeia produtiva e a adequação dos equipamentos de proteção. A redução do número de acidentes só será possível à medida que cada um – trabalhador, patrão e governo – assuma, em todas as situações, atitudes preventivas, capazes de resguardar a segurança de todos. Deve-se considerar, também, que cada indústria possui um sistema produtivo próprio, e, portan- to, é necessário analisá-lo em todas suas especificidades, para determinar seu impacto sobre o meio ambiente, sobre a saúde e os riscos que o sistema oferece à segurança dos trabalhadores, propondo alternativas que possam levar a melhores condições de vida para todos. Da conscientização, partimos para a ação: cresce, cada vez mais, o número de países, empresas e indivíduos que, já estando esclarecidos acerca dessas questões, vêm desenvolvendo ações que contribuem para proteger o meio ambiente e cuidar da nossa saúde. Mas isso ainda não é suficiente... é preciso ampliar tais ações, e a educação é um valioso recurso que pode e deve ser usado em tal direção. Assim, iniciamos este material conversando com você sobre meio ambiente, saúde e segurança no trabalho, lembrando que, em seu exercício profissional diário, você deve agir de forma harmoniosa com o ambiente, zelando também pela segurança e saúde de todos no trabalho. Tente responder à pergunta que inicia este texto: meio ambiente, saúde e segurança no trabalho – o que eu tenho a ver com isso? Depois, é partir para a ação. Cada um de nós é responsável. Vamos fazer a nossa parte? Hidráulica Básica – Uma palavra inicial 18 SENAI-RJ Hidráulica Básica – Instalações hidráulicas SENAI-RJ 19 Hidráulica Básica – Instalações hidráulicas Instalações hidráulicas Nesta seção... 1 Um pouco de história Conceitos Características e funções das instalações óleo-hidráulicas Princípio de funcionamento 20 SENAI-RJ Hidráulica Básica – Instalações hidráulicas SENAI-RJ 21 Hidráulica Básica – Instalações hidráulicas Existem apenas três métodos conhecidos de transmissão de potência na esfera comercial – a mecânica, a elétrica e a fluida. Naturalmente, a transmissão mecânica é a mais antiga delas e, por conseguinte, a mais conhe- cida. Foi iniciada com o inventor da roda, “ilustre desconhecido”, e utiliza hoje muitos outros artifícios mais sofisticados, como engrenagens, cames, correias, correntes, molas, polias etc. A força elétrica, que usa geradores, motores elétricos, condutores e uma ampla gama de outros componentes, é um exemplo de desenvolvimento dos tempos modernos. É o único meio de transmis- são a grandes distâncias. Finalmente, a força fluida teve sua origem, por incrível que pareça, milhares de anos antes de Cristo. Seu marco inicial aconteceu com o uso da potência fluida em uma roda d’água, a qual emprega a energia potencial da água armazenada a uma certa altura para a geração de energia. Os romanos, por sua vez, possuíam um sistema de armazenamento de água e transmissão através de canais ou dutos para as casas de banho ou fontes ornamentais. O uso do fluido sob pressão como meio de transmissão de potência já é mais recente, seu desenvolvimento tendo ocorrido, mais precisamente, após a Primeira Guerra Mundial. Hoje, com o desenvolvimento de novos metais e fluidos obtidos sinteticamente, a versatilidade e a dependência do uso da transmissão de força fluida tornam-se evidentes, desde seu uso em um simples sistema de frenagem em um automóvel até sua utilização em complexos sistemas de aeronaves modernas e mísseis. Nos dias atuais, sem a energia fluida, a tecnologia seria impossível. Onde você poderia encon- trar potência suficientemente grande para erguer um caminhão de grande tonelagem, ou suficiente- mente pequena para prender um ovo sem furar sua casca? Um pouco de história 22 SENAI-RJ Hidráulica Básica – Instalações hidráulicas Gasosos É qualquer substância capaz de escoar e assumir a forma do recipiente que o contém. Os fluidos são corpos cujas moléculas são extremamente móveis umas em relação às outras, e podem ser líquidos ou gasosos. Abaixo encontram-se exemplos de ambos. Como estamos tratando apenas de sistemas hidráulicos, o fluido que nos interessa é o óleo hidráulico. Líquidos Fluido Conceitos São fluidos pouco compressíveis; as moléculas em um líquido apresentam-se em estado de equilíbrio. São fluidos muito compressíveis; as moléculas em um gás tendem a se repelir. SENAI-RJ 23 Hidráulica Básica – Instalações hidráulicas Hidráulica Características e funçõesdas instalações óleo-hidráulicas • Transmissão de grandes forças (torque) em volume de construção relativamente pequeno. • Partida sob carga total. • Comando e regulagem de velocidade, de força ou de torque. • Proteção simples contra sobrecargas. • Realização de movimentos rápidos e também extremamente lentos, que são controláveis. • Sistema de acionamento centralizado. • Conversão descentralizada de energia hidráulica em energia mecânica. A palavra hidráulica é derivada do termo grego hidra, que significa “água”, e aulo, que significa “cano”. Define-se hidráulica como sendo a ciência que estuda os comportamentos (a dinâmica e os fenômenos físicos) relacionados tanto aos líquidos em escoamento e sob pressão, como à transmis- são, ao controle da força e aos movimentos por meio de fluidos líquidos. Em nosso estudo, trataremos apenas da óleo-hidráulica, que é o ramo da hidráulica que utiliza o óleo hidráulico como fluido. Sistemas óleo-hidráulicos São sistemas transmissores de potência ou movimento que utilizam como elemento transmissor o óleo hidráulico, que, sob pressão, é praticamente incompressível. 24 SENAI-RJ Hidráulica Básica – Instalações hidráulicas Sistema de acionamento de entrada Energia hidráulica Acompanhamento de entrada Comando Acionamento de saída Máquina Motor elétrico e motor de combustão manual Bomba Hidráulica Válvula de comando e regulação hidráulica Elemento de trabalho Energia elétrica e energia térmica Cilindro e motor hidráulicos Trabalho mecânico Princípio de funcionamento Em instalações hidráulicas, a energia mecânica é convertida em energia hidráulica, que é transportada e comandada ou regulada e novamente convertida em mecânica. Energia mecânica Energia mecânica É a parte inicial do sistema, na qual é gerada a energia hidráulica. Nesse ponto do sistema temos o acionador, que poderá ser manual, e um motor elétrico de combustão interna ou manual, que movimenta a bomba hidráulica. A bomba succiona o óleo do reservatório e o recalca para o sistema. Podemos dizer que, no acionamento de entrada, obtemos a transformação da energia mecâni- ca em energia hidráulica. Sistema de comando É a parte intermediária do sistema hidráulico, na qual é controlada a energia. O fluxo gerado pela bomba será submetido ao controle de algumas das válvulas abaixo: SENAI-RJ 25 Hidráulica Básica – Instalações hidráulicas Válvula limitadora de pressão Estabelece a pressão máxima do sistema, desviando para o tanque o fluxo excedente deslocado pela bomba, enquanto esta pressão tende a ser maior que o limite previamente estabelecido. Válvula direcional Tem como função estabelecer a direção que o fluxo de óleo hidráulico deverá seguir, definindo no atuador o avanço, a parada ou o recuo de seu êmbolo. Válvula reguladora de fluxo Controla a passagem do volume de óleo hidráulico, permitindo com isso que se faça a regulagem de velocidade do êmbolo do atuador. Sistema de acionamento de saída É a parte final do sistema hidráulico, na qual obtemos a transformação da energia hidráulica em energia mecânica, podendo realizar o trabalho pretendido nos cilindros e motores hidráulicos. Máquina É o equipamento ou dispositivo que, ao receber a energia mecânica, vai efetivamente realizar um trabalho. 26 SENAI-RJ Hidráulica Básica – Instalações hidráulicas Instalação hidráulica simples Sobre o êmbolo de uma bomba hidráulica manual é aplicada uma determinada força. Esta força, dividida pela área do êmbolo, resulta na pressão gerada (p = F/A). Quanto maior a força exercida sobre o êmbolo, maior será a pressão desenvolvida. A pressão só se eleva até o ponto em que esteja em condições de superar a carga (F = p.a). Se a carga permane- cer igual, a pressão não continuará se elevando. Conseqüentemente, ela se baseará na resistência que atua em sentido oposto ao do fluxo do óleo hidráulico. A carga poderá ser movimentada desde que consiga atingir a pressão exigida. A velocidade com que a carga poderá ser movimentada vai depender da vazão que for aplicada ao cilindro. Referindo- se à figura acima, isso significa que, quanto mais rápido o êmbolo da bomba manual for movimentado em sentido decrescente, maior a quantidade de óleo por unidade de tempo aplicada ao cilindro. Dessa forma, a carga será erguida mais rapidamente. Na prática, no entanto, precisamos ampliar um pouco esse sistema. Podemos instalar equipa- mentos que nos permitam influenciar na direção do movimento, na velocidade e na carga máxima admissível para o cilindro. Além disso, devemos substituir a bomba manual por uma bomba de acionamento contínuo. Para uma melhor compreensão, representaremos na próxima página um circuito hidráulico ele- mentar. SENAI-RJ 27 Hidráulica Básica – Instalações hidráulicas Circuito hidráulico elementar 5 7 6 3 1 2 4 28 SENAI-RJ Hidráulica Básica – Instalações hidráulicas Na figura, a bomba hidráulica de engrenagens (1) pode ser acionada por meio de um motor elétrico ou de combustão interna. A bomba (1) succiona o óleo do reservatório (2) e o desloca para a tubulação, através de componentes hidráulicos, até que ele alcance o cilindro (5). Enquanto não houver nenhuma carga que ofereça resistência ao óleo, ele será simplesmente empurrado para frente. O cilindro (5), no fim da tubulação, oferece resistência ao óleo. A pressão eleva-se ao ponto em que possa superar essa resistência, isto é, até que o êmbolo dentro do cilindro (5) se movimente, o sentido de seu movimento é controlado pela válvula direcional (6). Através da válvula de bloqueio (3), é evitado o esvaziamento do óleo do equipamento na parada da bomba hidráulica (1). Para que o equipamento seja protegido contra sobrepressões e, com isso, contra sobrecargas, a pressão máxima permitida deve ser limitada. Para isso é instalada uma válvula limitadora de pressão (4). Uma mola que funciona com força mecânica pressiona um obturador sobre o assento da válvu- la. A pressão atuante dentro da tubulação age sobre a superfície de assento. Segundo a conhecida equação F = p. a, o obturador é afastado de sua superfície de assento tão logo a força resultante da pressão sobre a área se torne maior do que a força da mola. Desse modo, a pressão não se eleva mais. A vazão deslocada pela bomba (1) passa através da válvula limitadora de pressão (4) e volta direto para o reservatório (2). Para que a velocidade de movimentação do êmbolo dentro do cilindro (5) possa ser modificada, é necessário que a vazão que flui em direção a ele seja controlada. Para tanto, deve ser instalada uma válvula reguladora de vazão (7). Através dessa válvula, a seção transversal da tubulação pode ser modificada. Uma diminuição desta significa que, por unidade de tempo, uma menor quantidade de óleo alcançará o cilindro (5). Conseqüentemente, o êmbolo dentro dele diminuirá sua velocidade. O excesso de óleo que agora é deslocado da bomba (1) flui para o reservatório (2) através da válvula limitadora de pressão (4). No equipamento hidráulico ocorrem os seguintes tipos de pressão: • Entre a bomba hidráulica (1) e a válvula de vazão (7), atua a pressão ajustada na válvula limitadora de pressão (4). • Entre a válvula reguladora de vazão (7) e o cilindro (5), atua uma pressão correspondente à carga. Na prática, não se representam os circuitos hidráulicos como mostrado na figura anterior. Em vez de cortes simplificados, serão usados símbolos normalizados. A representação gráfica de um circuito hidráulico com esta simbologia é denominada esquema hidráulico. A representação, as funções e os significados dos diferentes símbolos de cada elemento são estabelecidos pelas normas DIN 24300, DIN/ISO 1219 e ISO 5599. SENAI-RJ 29 Hidráulica Básica – Instalações hidráulicas Para uma melhor compreensão, apresentamos a seguir o esquema hidráulico do circuito ele- mentar representado na figura anterior. 1. Bomba hidráulica 2. Reservatório 3. Válvula de bloqueio 4. Válvula limitadora de pressão 5. Cilindrohidráulico 6. Válvula direcional 7. Válvula de vazão M – Motor elétrico 5 7 6 3 1 2 4 30 SENAI-RJ Hidráulica Básica – Instalações hidráulicas SENAI-RJ 31 Hidráulica Básica – Fluidos hidráulicos Funções básicas do óleo hidráulico Fluidos hidráulicos Nesta seção... 2 32 SENAI-RJ Hidráulica Básica – Fluidos hidráulicos SENAI-RJ 33 Hidráulica Básica – Fluidos hidráulicos Funções básicas do óleo hidráulico Requisitos dos óleos hidráulicos O óleo hidráulico, numa instalação hidráulica, tem como principal função transmitir forças e movimentos. Através das várias possibilidades de utilização e aplicação dos acionamentos hidráulicos, exigem-se outras funções e propriedades do mesmo. Como não existe óleo hidráulico ideal para todos os campos de utilização, é necessário conside- rar características específicas para sua escolha. Só assim é possível uma operação sem falhas e econômica. 1. Propriedade de lubrificação e proteção contra desgaste O óleo deve ter condições de umedecer as peças móveis com uma película de lubrificante que não se rompa. Essa película poderá romper-se devido a pressões altas, alimentação insuficiente de óleo, baixa viscosidade e movimentos lentos ou muito rápidos de deslizamento. A conseqüência é o desgaste por travamento. 2. Viscosidade É a propriedade que um óleo tem de oferecer resistência contra o deslocamento laminar de duas camadas vizinhas. A característica mais importante na escolha de um óleo hidráulico é a viscosidade. Ela não caracteriza a qualidade do produto em questão, mas define seu comportamento numa determinada temperatura de referência. Para a escolha de componentes hidráulicos, é importante considerar os valores máximos e mínimos de viscosidade indicados nos catálogos dos fabricantes. 34 SENAI-RJ Hidráulica Básica – Fluidos hidráulicos 3. Índice de viscosidade O óleo também não deve ficar mais “viscoso” ou menos “viscoso”, no caso de variação de temperatura, caso contrário fará variar a vazão em pontos de estrangulamento (alteração da veloci- dade dos atuadores). 4. Comportamento viscosidade-pressão A viscosidade de óleos hidráulicos altera-se com o aumento da pressão. Nas pressões acima de 200bar, esta propriedade precisa ser observada no planejamento das instalações. Com aproximada- mente 400bar, já pode ser alcançado um valor dobrado da viscosidade. 5. Compatibilidade com materiais O óleo deve apresentar alta compatibilidade com outros materiais utilizados em instalações hi- dráulicas, como os usados para mancais, vedações, pinturas etc. Isso é aconselhável principalmente porque o óleo pode vazar da instalação e entrar em contato com outras partes dela, como cabos elétricos, peças mecânicas etc. 6. Resistência contra solicitação térmica O óleo poderá aquecer-se durante a operação de instalação (se possível nunca acima de 80ºC). Nos momentos de parada, ele esfriará novamente. Esses processos, repetidos, influem sobre a vida útil do óleo, por isso, em muitas instalações, sua temperatura de operação é mantida constante por meio de trocadores de calor (aquecimento e esfriamento). 7. Resistência às solicitações oxidantes O processo de envelhecimento dos óleos hidráulicos minerais sofre a influência do oxigênio, calor, luz e catalisação. Um óleo com alta resistência ao envelhecimento possui inibidores de oxida- ção que evitam uma rápida recepção do oxigênio. SENAI-RJ 35 Hidráulica Básica – Fluidos hidráulicos 8. Baixa compressibilidade O ar solubilizado transportado num óleo condiciona a compressão de sua coluna. Essa carac- terística tem influência na precisão de acionamentos hidráulicos. Nos processos de comando e regulação, a compressibilidade influi nos tempos de regulação. Se grandes volumes sob pressão fo- rem abertos rapidamente, ocorrerão golpes de descarga de pressão na instalação. 9. Baixa formação de espuma Pequenas bolhas de ar ascendentes poderão formar espuma na superfície do reservatório. Atra- vés de uma correta construção (com divisórias, por exemplo, também conhecidas como chicanas) e montagem das tubulações de retorno do reservatório, pode-se minimizar a formação de espuma. Os óleos hidráulicos minerais possuem aditivos químicos que reduzem a espumação. A tendência de formação de espuma no óleo aumenta através do envelhecimento, contaminação e água condensada. Se a bomba utilizada succionar óleo espumante, poderão ocorrer pesadas falhas no sistema, além da rápida danificação da bomba e dos demais componentes. 10. Baixa absorção e boa eliminação de ar O óleo hidráulico, se possível, deve absorver e transportar pouco ar, mas eliminar rapidamente o ar absorvido. Aditivos químicos favorecem grandemente essas exigências. 11. Alto ponto de ebulição e baixo ponto de vapor Quanto mais alto for o ponto de ebulição do óleo hidráulico utilizado, maior poderá ser a tempe- ratura máxima de operação da instalação. 12. Boa condutibilidade térmica O calor gerado nas bombas, válvulas, motores, cilindros e tubulações deverá ser transportado para o reservatório pelo óleo. O reservatório, através de suas paredes, irradia parcialmente o calor gerado para o ambiente. Se as superfícies de irradiação não forem suficientes, precisam ser previs- tos, à época da instalação, trocadores de calor (resfriadores) para evitar o sobreaquecimento da instalação e do óleo hidráulico. 36 SENAI-RJ Hidráulica Básica – Fluidos hidráulicos 13. Não-higroscópio Em instalações que operam com óleo hidráulico mineral, é necessário que este permaneça isen- to de água, a fim de se evitar a ocorrência de falhas que podem levar à parada do sistema. A água poderá invadir os cilindros e eixos pelas vedações, pelos trocadores de calor e também pela umidade do ar condensado nas paredes do reservatório. Se o teor de água for maior que 0,2% do volume total, deve ser feita a troca do óleo hidráulico. Como a água tem um peso específico maior, poderá repousar no fundo do reservatório, durante as paradas do equipamento (óleo e água não se misturam quimicamente). Se o registro de dreno do reservatório for aberto cuidadosamente, a água sairá primeiro. 14. De difícil ignição (não-inflamável) Instalações hidráulicas também são aplicadas em locais mornos e quentes, com locais de produ- ção que operam com chama viva ou a temperaturas bem altas. Nesses casos, são utilizados óleos hidráulicos com alto ponto de ignição (sintéticos), de difícil inflamabilidade ou não-inflamáveis. 15. Boa proteção contra corrosão Os fabricantes de bombas, válvulas, motores e cilindros testam-nos com óleo hidráulico mineral, que provoca nos componentes uma proteção corrosiva. A capacidade de proteção corrosiva dos óleos hidráulicos minerais é obtida através de aditivos químicos, que formam uma película repelente à água nas superfícies metálicas e neutralizam os produtos de decomposição corrosiva quando o óleo envelhece. 16. Boa filtrabilidade O óleo hidráulico de um sistema é filtrado permanentemente durante a operação – na entrada, durante o retorno ou em ambas as situações – a fim de serem retiradas suas partículas sólidas. Esse óleo e sua viscosidade têm influência sobre o tamanho e o material da malha do filtro. 17. Compatibilidade de troca com outros óleos hidráulicos Através de mudanças ambientais ou novas leis, poderá ser necessário proceder à troca do óleo hidráulico, em períodos diferentes dos praticados habitualmente. Nesses casos, os fabricantes dos óleos e dos componentes hidráulicos deverão ser consultados quanto à compatibilidade do óleo e os componentes do equipamento hidráulico, para as novas condições de aplicação e utilização. SENAI-RJ 37 Hidráulica Básica – Fluidos hidráulicos Há casos em que todos os componentes, vedações e mangueiras precisam ser completamente desmontados e limpos do óleo hidráulico antigo. Quando esse procedimento não for realizado corre- tamente, pode ocorrer a falha total do equipamento. 18. Formação de lama Os óleos hidráulicos e seus aditivos, durantetodo o tempo de operação, não se devem sedimentar à formação de lama (efeito de adesão). 19. Favorecimento à manutenção Os óleos hidráulicos necessitam de alto investimento de manutenção. Os óleos nos quais os aditivos perdem rapidamente suas características ou se volatizam precisam ser controlados – através de um processo muito simples – química ou fisicamente com maior freqüência. 20. Custo e disponibilidade Basicamente, deveriam ser utilizados óleos de baixo custo, boa transmissão e distribuição de energia. Isso é especialmente importante para a aplicação de equipamentos hidráulicos em regiões não-industrializadas. 21. Baixa toxidade quanto ao vapor e após sua decomposição Para evitar que os óleos hidráulicos causem danos à saúde e ao ambiente, devem ser observa- das as instruções específicas na documentação dos fabricantes. 38 SENAI-RJ Hidráulica Básica – Fluidos hidráulicos SENAI-RJ 39 Hidráulica Básica – Filtros Filtros Filtros Nesta seção... 3 40 SENAI-RJ Hidráulica Básica – Filtros SENAI-RJ 41 Hidráulica Básica – Filtros Filtros A confiabilidade de uma instalação hidráulica depende fundamentalmente das condições de limpeza do sistema, isto é, da filtragem. A função do filtro é reduzir o nível de impurezas sólidas no sistema, dentro de um valor aceitável, protegendo os outros elementos de um desgaste prematuro e assegurando o bom funcionamento do circuito. A tarefa de especificar os filtros e sua localização é tão importante quanto o próprio projeto do sistema hidráulico e a especificação dos componentes. A ausência, a má localização e a especificação incorreta dos filtros poderão comprometer a performance de um bom projeto. Não há como estabelecer uma especificação única e universal para os sistemas hidráulicos. Os modernos equipamentos exigem óleos cada vez mais puros, para alcançarem-se pressões mais altas e melhor performance e durabilidade. Observação Usando-se óleos mais puros, haverá maior precisão no controle da força hidráulica e uma vida útil mais longa para seus componentes. 42 SENAI-RJ Hidráulica Básica – Filtros Fontes de contaminação Falaremos, agora, das fontes de contaminação de um óleo, das quais podemos destacar três: 1. Contaminação externa 2. Montagem 3. Contaminação inicial 4. Contaminação interna 5. Desgaste 6. Óleo novo 7. Consertos 5 7 6 3 1 2 4 1 4 5 3 1 SENAI-RJ 43 Hidráulica Básica – Filtros Fontes externas O armazenamento prolongado do óleo em tambores, com variações de temperatura, provoca a condensação da umidade do ar nele contido, podendo provocar corrosão, que acaba se misturando com o óleo. Os reservatórios “respiram” o ar ambiente, seja por variação de temperatura, seja pela variação de nível, quando algum elemento acionador passa a atuar. Em ambientes agressivos, como fundições, indústrias cerâmicas e de abrasivos, máquinas agrí- colas e rodoviárias etc., esse tipo de contaminação atinge níveis críticos, exigindo cuidados extremos para proteger o sistema. As vedações e raspadores de hastes de cilindros, quando não são de boa qualidade ou estão danificados, permitem a entrada de contaminantes no sistema. Fontes internas O desgaste das partes móveis das bombas, válvulas e cilindros provoca o desprendimento de partícu- las metálicas, que entram em circulação junto com o óleo. Quanto maiores forem as velocidades de escoamento, as pressões, as temperaturas e o tamanho das partículas contaminantes, maior é esse efeito. Além disso, as partículas maiores poderão ser trituradas quando se alojarem entre duas peças em movimento, multiplicando o número de partículas agressivas em circulação no sistema. A aeração do óleo hidráulico e a cavitação aceleram o processo de desgaste, com conseqüente aumento da taxa de contaminantes metálicos, podendo até provocar a quebra total de outros componentes. As falhas na pintura interna dos reservatórios permitem a formação de oxidação nas paredes e tampa, por efeito da condensação da umidade do ar quando o sistema esfria. É extremamente importante, portanto, que seja feita a lavagem do sistema após a manutenção e antes de operar nas condições de pressão de trabalho. O sistema deve funcionar durante algumas horas e sem pressão. Após essa operação, os filtros devem ser limpos (os laváveis) ou trocados (os descartáveis). Drena-se o óleo hidráulico de lavagem e coloca-se, então, o fluido de trabalho para iniciar a operação normal. Manutenção Encontram-se listadas, na página a seguir, algumas situações que, durante uma intervenção de manutenção, podem ocasionar situações contaminantes e até a quebra do equipamento ou falhas de funcionamento. 44 SENAI-RJ Hidráulica Básica – Filtros • Resíduos de solda provenientes de reparos em tubulação. • Pedaços de estopa ou pano, resíduos de juntas ou anéis de vedação deixados durante a limpeza de tanques e peças. • Vedantes utilizados no reparo de vazamentos – fitas de teflon, excesso de adesivos etc. • Peças de pequeno tamanho que possam cair dentro do tanque ou da tubulação. • Mangueiras e tubos deixados no chão sem tampões, e remontados sem a limpeza adequada. • Manipulação dos componentes com as mãos sujas. Ou seja, durante as intervenções devemos exercer um trabalho com o rigor que esse tipo de instalação exige, seja ele baseado nas recomendações internas de cada setor ou nas orientações dos fabricantes dos equipamentos utilizados no sistema. Nível de contaminação Antes de escolher os filtros e sua localização no sistema hidráulico, há necessidade de determi- nar com clareza que quantidade e que tamanho das partículas devem ser retirados do óleo hidráulico ou, em outras palavras, que nível de contaminação o sistema pode tolerar. Para estabelecer critérios e codificar a comunicação, foram criadas as classes do grau de contaminação do óleo hidráulico, podendo ser atribuída a cada sistema ou a cada aplicação uma classe do grau de contaminação máxima a que o óleo hidráulico deve atender. Muitas organizações, como ISO, ASTM, DIN e AIA, estabelecem suas próprias classificações, variando sensivelmente o número atribuído e o limite de contaminação por classe, sendo que este limite é determinado pela contagem de partículas por 100ml de amostra de óleo hidráulico. Grau de contaminação do óleo hidráulico A análise da quantidade de partículas sólidas no óleo hidráulico é definida com o auxílio de sistemas de classificação (classes padronizadas de limpeza). As normalizações mais difundidas hoje são a ISO-DIN 4406 e a NAS 1638. Classificação conforme a ISO-DIN 4406 Aqui constatam-se cumulativamente as partículas maiores que 5µm e menores que 15µm e as maiores que 15µm em 100ml de óleo hidráulico. Em poder dos dois números de partículas, é definida a classe de pureza do óleo hidráulico. Para a classificação estão disponíveis 26 faixas. A denominação da classe de limpeza se compõe somente de dois números. O primeiro indica a faixa para o tamanho das partículas maiores que 5µm e menores que 15µm, e o segundo para as partículas maiores que 15µm. SENAI-RJ 45 Hidráulica Básica – Filtros 2 5 10 15 20 20 19 18 17 16 15 14 13 12 11 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 Classificação conforme a NAS 1638 Para a classificação do óleo hidráulico estão disponíveis 13 classes de limpeza. Em cada classe é indicado um determinado número de partículas (por 100ml) para cada uma das faixas de tamanhos definidos. As tabelas a seguir mostram as classes de limpeza conforme a ISO-DIN 4406 e a NAS 1638. Tabela conforme ISO-DIN 4406 N º de p ar tíc ul as p or 1 00 m l > v al or in di ca do Cl as se d e co nt am in aç ão Tamanho da partícula em µm 5 2,5 1,3 6,4 3,2 1,6 8 4 2 5 2,5 1,3 6,4 3,2 1,6 8 4 2 106 105 104 103 102 101 1 13/9 46 SENAI-RJ Hidráulica Básica – Filtros Como informação, podemos dizer que, na prática, sistemas de baixa pressão funcionam com níveis de contaminação mais altos do que os dealta pressão. Todos os componentes utilizados em um sistema hidráulico, para operarem de uma forma confiável, devem possuir uma determinada tolerân- cia à condição de contaminação. Isso indica que devemos obedecer a determinados critérios para poder especificar corretamente os filtros e suas localizações. Tipos de filtro Após analisar as fontes de contaminação a que o sistema está exposto e determinar o nível de contaminação dado pelas condições de trabalho e os tipos de equipamentos utilizados, podemos espe- cificar a posição mais adequada dos filtros. Filtros químicos Esse tipo de filtro é utilizado em raras ocasiões, quando se quer uma limpeza absoluta do óleo hidráulico. Como sabemos, o óleo mineral pode tornar-se ácido, alcalino etc. 00 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 125 250 500 1000 2000 4000 8000 16000 32000 64000 128000 256000 512000 1024000 22 44 89 178 356 712 1425 2850 5700 11400 22800 45600 91200 182400 4 8 16 32 63 126 253 506 1012 2025 4050 8100 16200 32400 1 2 3 6 11 22 45 90 180 360 720 1440 2880 5760 0 0 1 1 2 4 8 16 32 64 128 256 512 1024 Tabela conforme NAS 1638 5-15 15-25 25-50 50-100 >100 Classe de limpeza Tamanho da partícula em µm SENAI-RJ 47 Hidráulica Básica – Filtros Filtros mecânicos O filtro mecânico é aquele no qual mais nos deteremos, por sua aplicação ser obrigatória em todos os sistemas hidráulicos. Esse tipo de filtro é constituído de uma série de “malhas” ou poros. Chamamos de mesh a quantidade de poros por polegada quadrada do filtro. Características do filtro Uma tela de filtro é classificada a partir de sua capacidade de filtrar, isto é, pela vazão e abertu- ra, sendo atribuído um número a cada tipo de malha ou seu equivalente. Quanto maior for o número da malha, mais fina é a tela. Os filtros feitos de material que não seja tela de arame são classificados pelo seu tamanho em mícrones. Um mícron equivale a um milionésimo (1/1.000.000) de metro. Para se ter uma idéia de grandeza, a menor partícula que o olho humano pode ver mede aproximadamente 40µm. Abaixo, mostramos o princípio de funcionamento do filtro. Na Figura a, temos um filtro comum, que retém as partículas maiores e deixa passar as menores. Na figura b, podemos observar uma sucessiva em que a abertura dos poros vai diminuindo e retendo as partículas cada vez menores, até efetuar a filtragem total ou quase total do óleo hidráulico. Em ambos os casos, constatamos que existem poros em que houve um acúmulo grande de impurezas – quando isso acontece com a maioria dos poros, devemos limpar ou trocar o filtro. O filtro químico nada mais é do que um reator que anula o efeito ácido ou básico do óleo, transformando a substância nociva em água e cloreto de sódio, efetuando, a seguir, a separação desses últimos, deixando passar apenas óleo mineral puro. Poros 48 SENAI-RJ Hidráulica Básica – Filtros As figuras abaixo são exemplos da filtragem comum e da sucessiva. Na figura abaixo, encontramos vários tamanhos de filtro em mícrones, com as malhas padronizadas. Filtragem comum Filtragem sucessiva Tamanho comparativo das partículas micrônicas (AUMENTO DE 500 VEZES) malha 100 malha 200 malha 325 2µm 5µm 8µm 25µm Tamanhos comparativos Limite de visibilidade (a olho nu)....................................................................................... 40µm Células brancas do sangue............................................................................................... 25µm Células vermelhas do sangue............................................................................................ 8µm Bactéria........................................................................................................................ 2µm Equivalência linear 1mm............................................................. 0,0394”............................................. 1.000µm 1µm.............................................................. 3,94 x 10-5”........................................ 0,001mm 1” ................................................................ 25,4mm............................................. 25.400µm Medidas das telas Malhas/cm Nº malha Abertura (mm) Abertura (µm) 20.61........................................ 28.52........................................ 39.76........................................ 56.24........................................ 78.74........................................ 106.40........................................ 127.16........................................ 50............................................ 70........................................ 100........................................ 140........................................ 200........................................ 270........................................ 325........................................ 0,297........................................ 0,210........................................ 0,150........................................ 0,105........................................ 0,075........................................ 0,053........................................ 0,044........................................ 297 210 150 105 75 53 44 SENAI-RJ 49 Hidráulica Básica – Filtros Especificações da capacidade de filtragem Quando especificamos um filtro em µm, estamos nos referindo à sua especificação nominal. Um filtro de 10µm, por exemplo, reterá a maioria das partículas de 10µm e as maiores que essa medida. A capacidade absoluta, entretanto, define o diâmetro da maior partícula esférica capaz de pas- sar pelo filtro nas condições especificadas de teste. Comparando com o exemplo de 10µm (nominal), o filtro absoluto será um pouco maior, com capacidade de retenção em torno de 25µm. A especificação absoluta refere-se, efetivamente, ao tamanho da maior abertura ou porosidade do filtro, e é um fator importante somente quando for imperativo que nenhuma partícula de um tamanho específico possa circular no sistema. Aplicações dos filtros Em um sistema hidráulico, os filtros podem estar localizados em três linhas distintas, as quais darão nome a eles: • Na linha de sucção (filtro de sucção). • Na linha de pressão (filtro de pressão). • Na linha de retorno (filtro de retorno). Filtro para linha de sucção Sua função é impedir que partículas sólidas a partir de determinado tamanho sejam succionadas e passem pela bomba, podendo danificá-la prematuramente. Esse filtro é instalado na tubulação de sucção e antes da bomba. Normalmente se encontra instalado dentro do reservatório, abaixo do nível do óleo hidráulico. Há também filtros para linha de sucção que são montados fora do reservatório, bem próximo à bomba, permitindo o acesso ao elemento filtrante sem que seja necessário mexer na tubulação. O filtro de sucção permite obter somente uma proteção funcional da bomba. A necessária proteção contra desgaste precisará ser garantida por filtros que estejam instalados na linha de pressão, retorno ou sucção. Devido à sensibilidade de subpressão nas bombas, o diferencial de pressão no filtro não pode- rá ser grande. Por isso é necessário, quase sempre, que sejam instaladas grandes superfícies filtrantes. E deve-se restringir a retenção de partículas grandes, geralmente acima dos 100µm. O projeto de instalação do filtro de sucção deve permitir que sua inspeção seja realizada facilmente. Além disso, deve evitar paradas demoradas, como acontece na drenagem do reserva- tório, por exemplo. 50 SENAI-RJ Hidráulica Básica – Filtros Filtro para linha de pressão Existem filtros para uso em linhas de pressão que podem reter partículas bem menores do que as retidas pelos filtros de sucção. Estão localizados logo após a saída da bomba, devendo, portan- to, suportar a pressão máxima do sistema. Por essa razão, são mais caros. Eles protegem o sistema, exceto a bomba, e são indicados para as condiçõesnas quais são utilizados equipamentos muito sensíveis às impurezas. Após determinado período de funcionamento do sistema, poderá haver um entupimento parcial do filtro. Com isso, a bomba succionará uma quantidade de óleo hidráulico menor do que aquela requerida, e terá sua vida comprometida devido à cavitação. Por isso, na prática, devemos escolher um filtro que permita uma vazão máxima igual a três vezes a vazão nominal da bomba. Esse tamanho de filtro assegura um bom tempo de uso, sem ser necessária a troca ou limpeza em curtos períodos. Para que não surjam dificuldades no caso de um entupimento do elemento filtrante ou na partida a frio da bomba, a esses elementos do filtro de sucção podem ser acopladas válvulas de retenção simples, em paralelo (by pass). Essas válvulas abrem passagem para o óleo hidráulico, uma vez que é atingida a pressão de abertura quando o filtro se encontra saturado de sujeira. O óleo hidráulico vence a pressão da mola e passa livremente. Na realidade, essa válvula de retenção atua como proteção para evitar o bloqueio total do fluido causado pelo elemento filtrante, o que representaria um dano mais grave do que a não-filtragem do óleo. Esse tipo de válvula também é utilizado em filtros de pressão e retorno. Na figura a seguir, podemos ver que o elemento filtrante (3) é provido de uma rosca para conexão (2), e que o óleo é succionado através dele, de forma que apenas o óleo filtrado chega ao sistema (1). Na Fig. a, temos o filtro de sucção simples. Na Fig. b, filtro de sucção com by pass. SIMBOLOGIA 1 2 3 SENAI-RJ 51 Hidráulica Básica – Filtros Este tipo de filtro também pode conter uma válvula de retenção simples em by pass funcionando como válvula de proteção. O óleo hidráulico é obrigado a passar pelo elemento filtrante, até que este esteja obstruído, ocasionando a abertura da válvula pelo acionamento da mola. Na figura a seguir, podemos dizer que o filtro consiste basicamente de um cabeçote (1), de uma carcaça com rosca (2), para o recolhimento de impurezas, e de um elemento filtrante (3). Filtro para linha de retorno Sua função é retirar do óleo hidráulico todas as partículas que são desprendidas pelo próprio sistema. São úteis principalmente em sistemas que não têm grandes reservatórios, a fim de permitir o assenta- mento dos contaminadores. Um filtro de retorno é praticamente obrigatório em sistemas que utilizam bombas de alto rendimento, pois elas possuem tolerâncias pequenas em suas peças e não podem ser protegidas somente com um filtro de sucção. Para evitar que o elemento não funcione, devido ao aumento da viscosidade nas partidas, quan- do o óleo hidráulico está frio, ou quando o elemento entope, por efeito da sujeira retirada do sistema, os filtros de retorno devem ter uma válvula de retenção simples em by pass. 1 4 2 3 AB 52 SENAI-RJ Hidráulica Básica – Filtros A B Na figura abaixo, podemos ver o flange de fixação (1), a carcaça (2), juntamente com a cone- xão de saída do óleo hidráulico. Uma das grandes vantagens desse filtro é seu fácil acesso e, portan- to, sua facilidade de manutenção. Desmontando-se a tampa (3), o elemento filtrante (4) pode ser retirado facilmente. Também é extremamente importante que o recipiente coletor envolva o elemento filtrante. Com a retirada do elemento, o recipiente também sai, impedindo desta forma que as impurezas, já separa- das e destacadas, retornem ao reservatório. Para evitar paradas de máquinas na manutenção ou substituição, também são empregados fil- tros duplos. Nesse caso, dois filtros são ligados em paralelo. Com a ligação do segundo elemento, o primeiro elemento pode ser substituído sem que seja necessário parar a máquina. 3 1 2 4 SENAI-RJ 53 Hidráulica Básica – Filtros Simbologia para filtros de pressão e de retorno Filtro sem indicador de contaminação, sem válvula by pass Filtro sem indicador de contaminação, com válvula by pass Filtro com indicador elétrico de contaminação Filtro com indicador ótico de contaminação, com válvula by pass Filtro com indicador elétrico de contaminação, com válvula by pass Filtro duplo, sem indicador de contaminação, com válvula by pass, com seleção A B A B A B Filtro com indicador ótico de contaminação A B P 2 1 3 PE 1 2 A B P 2 1 3 PE 54 SENAI-RJ Hidráulica Básica – Filtros SENAI-RJ 55 Hidráulica Básica – Reservatório do óleo hidráulico Reservatório do óleo hidráulico Funções do reservatório Acessórios do reservatório Nesta seção... 4 56 SENAI-RJ Hidráulica Básica – Reservatório do óleo hidráulico SENAI-RJ 57 Hidráulica Básica – Reservatório do óleo hidráulico Funções do reservatório Um reservatório de óleo hidráulico possui várias funções, e a mais evidente delas é como depó- sito. Esse tipo de reservatório possui espaço suficiente para comportar todo o óleo do sistema e mais uma reserva, mantendo-o limpo e a temperatura de operação apropriada. Armazenamento do óleo O volume de óleo no reservatório deve ser suficiente e no nível adequado para atender ao sistema todo, permitindo um bom funcionamento e suprindo todas as necessidades. SIMBOLOGIA 58 SENAI-RJ Hidráulica Básica – Reservatório do óleo hidráulico Dimensionamento Uma regra prática de dimensionamento do reservatório é fazer com que o volume do óleo seja igual ou maior que cinco vezes a vazão da bomba que alimenta o sistema. Por exemplo, seja um sistema hidráulico qualquer que possua uma bomba que fornece uma vazão de 22,71 l/m; o volume mínimo desse reservatório deverá ser de: 22,71 x 5 = 133,55l. Essa regra, entretanto, nem sempre pode ser aplicada. Sistemas mais complexos, com muitos cilindros e linhas de transmissão muito grandes, como os aeronáuticos, por exemplo, devem ser estu- dados como casos particulares, levando-se sempre em consideração o fato de que não se deve ter óleo hidráulico a mais, nem a menos. Dissipação de calor A geração de calor em excesso em um sistema hidráulico pode ser justificada por vários fatores: perdas mecânicas na bomba, restrição na linha devido às curvas mal-elaboradas, introdução de válvu- las reguladoras de pressão ou vazão; manifolds com excesso de válvulas; fricção nas vedações internas dos cilindros etc. Grande quantidade do calor gerado pelo sistema é levada para o reservató- rio através do próprio fluxo do óleo. O volume de óleo no reservatório deve ser suficiente para permitir uma circulação interna dele, que retorna muito aquecido, o que permite uma certa dissipação de calor antes que ele seja recalcado novamente para o sistema. Nunca se deve colocar o duto de retorno próximo ao de sucção, pois o óleo que retorna ao reservatório volta imediatamente para o circuito, sem efetuar a troca de calor. Como conseqüência, teremos um sistema superaquecido, que em pouco tempo fará o equipamento entrar em pane. Um artifício usado para evitar isso é a introdução de uma chicana vertical, que obriga a circulação do óleo quando ele retorna. Ar Radiação Fluido Condução SENAI-RJ 59 Hidráulica Básica – Reservatório do óleo hidráulico Precipitação das impurezas Quando o óleo hidráulico retorna para o reservatório, sua velocidade pode decrescer muito. Dessa maneira, a precipitação das impurezas no fundo do tanque de decantação torna-se fácil. Quando óleo circula no interior do tanque, deve percorrer uma trajetória que permita a diminuição de sua velocidade. Isso facilita a deposição de impurezas no fundo do tanque. Essas impurezas precipitadas formam uma espécie de borra, que dificulta a dissipação térmica. Assim, no momento da troca do óleo, deve-se efetuar a limpeza do tanque a fim de se remover essa borra. Trocador de calor à base de água Às vezes, quando as temperaturas de operação são críticas ou o sistema não tem capacidade de dissipar o calor gerado, precisamos utilizar trocadores de calor. Tomadas de óleo Tomadas de água Tubo de aço Tubos Placas Tubos Duto de retorno Duto de sucção Conexão Precipitação 60 SENAI-RJHidráulica Básica – Reservatório do óleo hidráulico Resistência estrutural Quando uma unidade hidráulica é projetada, a resistência estrutural do reservatório torna-se muito importante, pois muitas vezes utilizamos o tanque como suporte de seus componentes, por exemplo: conjunto moto-bomba, válvulas, trocadores de calor etc. Circulação interna de ar Todo reservatório hidráulico deve possuir um respiro em sua base superior. Quando succionamos o óleo para o sistema, seu nível decresce, e o espaço antes ocupado por ele deve ser ocupado por ar, pois do contrário pode-se formar uma pressão negativa, impedindo-se a sucção do óleo. Na condição oposta, quando ocorre o retorno do óleo ao reservatório, o nível novamente se elevará, e teremos de desocupar algum espaço para que isso ocorra, pois do contrário pode ocorrer uma contrapressão na linha de retorno. Em outras palavras, a pressão interna do reservatório deverá ser sempre igual à pressão atmosférica, excetuando-se, evidentemente, o caso de termos um reservatório pressurizado. Esse espaço deve ser ocupado ou desocupado pelo ar atmosférico, e assim justifica-se a utilização do respiro. Filtragem de sucção O óleo hidráulico deve estar sempre livre de impurezas, pois elas podem encurtar a vida útil de todo o sistema. A função do filtro de sucção é livrar o óleo dessas impurezas, a fim de assegurar o bom funcionamento do circuito. Ele encontra-se instalado no reservatório, e impede que os corpos sólidos de maior tamanho sejam succionados pela bomba, danificando-a totalmente. As malhas des- ses filtros não devem ser muito apertadas, pois podem causar problemas na sucção da bomba hidráu- lica. A abertura mais usada para esses filtros é a de 150µm. O filtro de sucção deve estar instalado abaixo do nível do óleo hidráulico. Recomenda-se que a cota mínima “h” do nível do óleo ao filtro seja de uma vez e meia o diâmetro do duto de sucção – se o duto de sucção é de 76,2mm, por exemplo, a cota “h” deverá ser de 114,3mm. Outra recomendação é quanto à cota “h 1 ”, que deve ser de no mínimo 50mm, a fim de impedir que as impurezas precipita- das no fundo do reservatório entupam a parte inferior do filtro. SENAI-RJ 61 Hidráulica Básica – Reservatório do óleo hidráulico Se o filtro de sucção não estiver completamente submerso no óleo hidráulico, devemos introduzir uma grande quantidade de ar no sistema. Se, entretanto, o filtro estiver mergulhado a uma altura muito pequena, podemos ter a formação de vórtice (redemoinho) na sucção, o que também acarreta- rá a entrada de ar. Caso seja impossível observar uma dessas duas condições da cota “h”, costuma-se introduzir no reservatório uma chicana horizontal um pouco abaixo do nível do óleo, pois dessa forma, mesmo que ocorra a formação de um vórtice, ele se extinguirá antes de chegar ao filtro. Duto de sucção Respiro Nível do óleo h Filtro h 1 62 SENAI-RJ Hidráulica Básica – Reservatório do óleo hidráulico Acessórios do reservatório Em um reservatório, podemos encontrar diversos acessórios que auxiliam o trabalho do sistema hidráulico. Duto de sucção Respiro Nível mínimo Vórtice Filtro Chicana horizontal Junta de vedação Linha de retorno principal Linha de sucção Linha de retorno dos drenos Tubo de respiro Placa de suporte do motor da bomba Chicana Filtro de sucção Bujão de dreno Visor de nível do óleo Tampa removível para limpeza SENAI-RJ 63 Hidráulica Básica – Reservatório do óleo hidráulico Bocal de abastecimento com respiro No passado, dava-se pouca atenção a esses filtros em instalações hidráulicas. Eles, entretanto, são um dos principais elementos na filtração do óleo. Uma parte considerável da contaminação in- gressa em equipamentos hidráulicos através de dispositivos de aeração não-apropriados. Providênci- as construtivas, como a pressurização de reservatórios, são muitas vezes antieconômicas, diante dos filtros de ar de alta eficiência hoje disponíveis. Conforme a classe de limpeza exigida, os filtros são equipados com diferentes elementos de troca. Os filtros de ar e preenchimento consistem basicamente de um elemento filtrante (1), para filtrar o ar que abastece o reservatório, e de uma tela de preenchimento (3), para retenção da grossei- ra contaminação no preenchimento da instalação. Esses filtros são fornecidos em vários graus de SIMBOLOGIA 1. Elemento filtrante 2. Indicador de contaminação 3. Tela de preenchimento 4. Carcaça do filtro 5. Parafusos de fixação 2 4 1 5 3 É através dele que podemos encher o reservatório com o óleo hidráulico. Normalmente, o bocal de abastecimento está combinado com o respiro, que é um elemento fundamental, já que mantém a pressão atmosférica no interior do reservatório, esteja ele cheio ou vazio. Em seu interior há uma tela fina para impedir a penetração de corpos estranhos no reservatório. 64 SENAI-RJ Hidráulica Básica – Reservatório do óleo hidráulico SIMBOLOGIA filtração, de modo a cumprir as normas que especificam o mesmo grau de limpeza para o filtro do sistema e o filtro de ar. Nos casos em que o reservatório é pressurizado, não utilizamos o respiro, e sim uma válvula para regular a pressão interna, com níveis em torno de 1 a 2 PSI. Porta de inspeção Permite o acesso interno ao tanque para sua manutenção. Dreno Por ele escoamos todo o volume de óleo hidráulico do reservatório. Visor de nível Permite a inspeção visual do nível de óleo do reservatório. Atualmente, esses visores possuem também termômetro, para a inspeção visual da temperatura do óleo. SENAI-RJ 65 Hidráulica Básica – Reservatório do óleo hidráulico Filtro de sucção Efetua a filtragem do óleo hidráulico, retendo os componentes na linha de sucção da bomba. Normalmente, são instalados dentro do reservatório, mas em alguns casos podem ser encontrados fora dele, próximo à bomba. SIMBOLOGIA SENAI-RJ 67 Hidráulica Básica – Interligações do sistema hidráulico Interligações do sistema hidráulico Tubulações Conexões Nesta seção... 5 68 SENAI-RJ Hidráulica Básica – Interligações do sistema hidráulico SENAI-RJ 69 Hidráulica Básica – Interligações do sistema hidráulico Tubulações 1. O diâmetro externo de um tubo rígido é o mesmo, mudando apenas a espessura da parede, para uma determinada bitola. Ele é sempre maior que o tamanho citado (em po- legadas) 2. A bitola nominal corresponde aproximadamente ao diâmetro in- terno de um tubo extrapesado PADRÃO EXTRAPESADO EXTRAPESADO DUPLO Para que o óleo possa percorrer todo o circuito, não bastam os componentes de armazenamento, bombeamento, distribuição, acionamento etc. É necessário interligá-los, e para isso devem-se usar tubos, conexões e elementos de vedação, conforme veremos a seguir. A tubulação é utilizada para o transporte do óleo hidráulico aos diversos componentes do siste- ma. É importante que tanto a tubulação como seus acessórios sejam adequadamente dimensionados, a fim de proporcionar a máxima eficiência e o menor número de problemas de operação. Para tal, há três tipos de tubos: • Rígidos. • Semi-rígidos. • Flexíveis. Tubos rígidos São tubos que não aceitam nenhuma curvatura, por maior que seja o raio, portanto, se para sua instalação forem necessários alguns desvios, deveremos realizá-los por meio de conexões. O encanamento e as conexões são classificados conforme a bitola nominal e a espessura da parede. Originalmente, uma bitola de tubo tinha apenas uma espessura de parede e indicava seu diâmetro interno real. Posteriormente, os tubos foram fabricados com três espessuras de parede: 70 SENAI-RJ Hidráulica Básica – Interligações do sistema hidráulico Atualmente, a espessura da parede é expressa por um número Schedule. Esses números são padronizados pela American National Standard Institute (ANSI), e variam de 10 a 160, cobrindo dez conjuntos de espessura. O diâmetro externo do tubo permanece constante, sendo modificada apenas a espessura da parede, para uma mesma bitola nominal. O nominal desses tubos refere-sea seu diâmetro externo. O interno é igual ao externo menos duas vezes a espessura da parede. A tabela abaixo fornece os diâmetros externos e internos para cada diâmetro nominal dentro do padrão Schedule. 1/8 1/4 3/8 1/2 3/4 1 11/4 11/2 2 21/2 3 31/2 4 5 6 8 10 12 10,29 13,72 17,15 21,34 26,67 33,40 42,16 48,26 60,33 73,03 88,90 101,60 114,30 141,30 168,28 219,08 273,05 323,85 6,38 9,25 12,52 15,80 20,93 26,65 35,05 40,89 52,50 62,71 77,93 90,12 102,26 128,19 154,05 205,00 258,88 306,83 5,46 7,67 10,74 13,87 18,85 24,31 32,46 38,10 49,25 59,00 73,66 85,44 97,18 122,25 146,33 193,68 247,65 298,45 6,40 11,02 15,22 22,76 27,94 38,18 44,98 103,20 Bitola nominal (pol) Diâmetro externo do tubo (mm) Diâmetro interno Padrão Extrapesado Extrapesado duplo 1/8 1/4 3/8 1/2 3/4 1 11/4 11/2 2 21/2 3 31/2 4 5 6 8 10 12 10,29 13,72 17,15 21,34 26,67 33,40 42,16 48,26 60,33 73,03 88,90 101,60 114,30 141,30 168,28 219,08 273,05 323,85 SCHED SCHED SCHED SCHED SCHED SCHED SCHED SCHED SCHED SCHED 10 20 30 40 60 80 100 120 140 160 Padrão schedule 40 Extrapesado duplo schedule 160 Extrapesado schedule 80 Comparação 6,83 9,25 12,52 15,80 20,93 26,65 35,05 40,89 52,50 62,71 77,93 90,12 102,26 128,19 154,05 202,72 254,51 303,12 5,46 7,67 10,74 13,87 18,85 24,31 32,46 38,10 49,25 59,00 73,66 85,45 97,18 122,25 146,33 193,68 247,65 298,90 206,38 260,35 311,15 205,00 257,45 307,09 198,45 247,65 293,30 188,95 236,58 281,03 92,05 115,30 139,73 182,60 230,23 273,05 177,83 222,25 266,70 11,84 15,60 20,70 29,46 33,99 42,90 53,98 66,65 87,33 109,55 131,80 173,05 215,90 257,20 Bitola nominal (pol) Diâmetro externo do tubo (mm) Diâmetro interno SENAI-RJ 71 Hidráulica Básica – Interligações do sistema hidráulico Tubos semi-rígidos A combinação adequada de características do tubo interno, reforço e cobertura gera vários tipos básicos de mangueira, com desempenhos distintos para pressões específicas. 1. A camada exterior é de borracha sintética, e é usada para proteger 2. A segunda camada é de arame ou tecido trançado 3. Para pressões mais altas são adicionadas outras camadas 4. A camada interna é sempre confeccionada com material compatível com o óleo hidráulico utilizado Esses tubos permitem curvaturas, que diminuem sensivelmente a necessidade de conexões, minimizando assim os vazamentos. Normalmente são utilizados tubos de aço sem costura, que ofere- cem vantagens bem visíveis sobre uma instalação feita com tubos rígidos. Eles podem ser dobrados, montados e desmontados freqüentemente, sem problemas de vedação. Como sua quantidade de conexões é reduzida, nos sistemas de baixa vazão eles suportam pres- sões mais elevadas e conduzem o fluxo ocupando menos espaço com peso menor. Entretanto, são mais caros, assim como as conexões que os acompanham. A especificação para tubos semi-rígidos refere-se ao diâmetro externo. As medidas disponíveis são encontradas em incrementos de 1/16” e 1/8” para até 1” de diâmetro externo e 1/4” para diâme- tros maiores que 1”, em várias espessuras de parede para cada tamanho. O diâmetro interno é igual ao diâmetro externo menos duas vezes a espessura da parede. Tubos flexíveis: mangueiras As mangueiras são utilizadas para muitos tipos e categorias de serviço, principalmente no caso de as linhas estarem sujeitas a movimentos. Porém, também podem ser aplicadas a linhas de curta distância ou a situações que necessitem de amortecimento de choques. As mangueiras utilizadas na condução de óleos hidráulicos sob pressão são constituídas de três elementos básicos: • Tubo interno. • Reforço. • Cobertura. 72 SENAI-RJ Hidráulica Básica – Interligações do sistema hidráulico Tubo interno Propicia a condução do óleo hidráulico e deve ser compatível com ele. Normalmente é fabricado com borrachas sintéticas de alta resistência. Reforço Oferece resistência às condições de pressão. Pode ser constituído de uma ou mais camadas (de borracha sintética, trançados têxteis ou fios de aço), dependendo das faixas de pressão a que a mangueira vai ser submetida. Cobertura Tem como principal função a proteção do reforço e do tubo interno contra danos causados por ação química e/ou abrasão. Normalmente, é fabricada com borrachas sintéticas de alta resistência. Instalação das mangueiras A operação segura e a vida dos circuitos montados quando se utilizam mangueiras dependem da observação dos seguintes cuidados: 1. Deve-se selecionar a mangueira considerando: . As pressões. . A faixa de temperatura. . Os raios de curvatura. 2. Na especificação dos terminais é necessário: . Montar mangueiras com uma pequena folga porque, pressionadas, elas apresentam varia- ções no comprimento. Além disso, não se devem montar mangueiras torcidas. . Dar atenção ao raio de curvatura mínimo especificado para cada tipo de mangueira, e ao se calcular seu comprimento, lembrar-se de que os terminais não são flexíveis. . A utilização adequada de terminais curvos deve seguir os exemplos das figuras a seguir. SENAI-RJ 73 Hidráulica Básica – Interligações do sistema hidráulico Montagem de mangueiras Figura 1 Figura 2 Figura 3 Figura 4 Errado Certo Errado Certo Errado Certo Errado Certo Errado Certo 74 SENAI-RJ Hidráulica Básica – Interligações do sistema hidráulico Conexões Conexões para tubos rígidos Causas de falhas em mangueiras As principais causas de falhas em mangueiras e em seus terminais são: • Utilização em faixa de pressão não-recomendada. • Utilização em faixa de temperatura não-recomendada. • Utilização com óleos hidráulicos não-compatíveis. • Utilização com raio de curvatura inferior ao mínimo recomendado. • Mangueira com diâmetro interno abaixo do recomendável. • Erro de montagem da mangueira e do terminal. • Instalação inadequada. • Alinhamento inadequado. • Mangueira torcida. • Ação abrasiva sobre a mangueira. • Uso inadequado. Como os tubos rígidos só podem ter roscas machos e não podem ser dobrados, são usados vários tipos de conexões para uni-los e modificar-lhes a direção. Normalmente, as conexões possuem roscas fêmeas para acoplamento com tubos, embora existam também conexões com roscas machos para alguns tipos de montagem em válvulas e bombas, e também para certas interligações entre conexões. As conexões, num circuito, representam vários pontos para ocorrência de vazamento, especial- mente para altas pressões. As conexões rosqueadas são usadas normalmente até 1 ¼”. Para bitolas maiores, elas são substituídas por flanges soldadas aos tubos. Usam-se gaxetas ou anéis O para vedá-los. SENAI-RJ 75 Hidráulica Básica – Interligações do sistema hidráulico 2. Um niple faz ligações curtas entre componentes ou conexões 3. Um tê é utilizado para efetuar ligações em paralelo 4. Um cotovelo de 90º é usado para mudar a direção. Existem também cotovelos de 45º e 60º 1. Um bujão é usado para tapar um orifício ou uma conexão aberta que não esteja sendo usada 5. Uma união possui duas roscas separadas por uma porca externa, a fim de se efetuar uma ligação sem a necessidade de girar o tubo Parafusos Arruelas de pressão Anel ”O” Flange Parafusos Arruelas de pressão Anel ”O” Flange Tubo rígido Solda Conexões rosqueadas – Tipo reto Conexões soldadas – Tipo reto 76 SENAI-RJ Hidráulica Básica – Interligações do sistema hidráulico As roscas de tubos rígidos são cônicas, ao contrário das presentes em tubos semi-rígidos e em algumas conexões de mangueiras, que normalmente têm roscas paralelas. As juntas são vedadas pela adaptação entre as roscas machos e fêmeas, quando estas são apertadas. Quando se desenrosca uma junção, o tubo precisa ser apertado um pouco mais, para se obter novamente a vedação. Freqüentemente isto requer uma substituição de parte do encanamento com as seções um pouco mais longas. Entretanto, essa dificuldade é superada pelo uso de fita de teflon ou outros materiais para vedar novamente asjuntas dos tubos defeituosos. É necessário o uso de machos e de tarraxas especiais para a abertura das roscas cônicas do sistema hidráulico. As roscas são do tipo “vedação seca”. Estas são diferentes das roscas standard, pois seus fundos e topos se tocam antes dos flancos, e isso evita a folga espiral. 1. As roscas machos cônicas na parede externa dos tubos... 2. ...penetram nas roscas fêmeas das conexões ou diretamente nas dos componentes hidráulicos, que também são cônicas. 3. Assim que a união é efetuada, ocorre um ajuste entre as roscas, garantindo a vedação da conexão. 4. Nas roscas tipo standard os flancos entram em contato primeiro. 6. Quando as roscas são do tipo “vedação seca”, seu fundo e suas pontas se tocam primeiro, eliminando a folga espiral. 5. Poderá haver uma folga espiral ao redor das roscas. SENAI-RJ 77 Hidráulica Básica – Interligações do sistema hidráulico Conexões para tubos semi-rígidos Conexão biselada a 37º Invertida A vedação não ocorre por roscas, e sim por conexões de diversos tipos. Algumas dessas cone- xões vedam pelo contato de metal com metal, e são conhecidas como conexões de compressão. Podem utilizar tubos com ponta biselada ou não. Outras usam anéis tipo “O” ou retentores. Além das conexões rosqueadas, os flanges também são usados para serem soldados aos tubos de dimensões maiores. A conexão biselada de 37º é a mais comum para tubos que possam ter a extremidade moldada para esse ângulo. As conexões representadas nas figuras abaixo são vedadas pela compressão da extremidade do tubo previamente aberto em forma de funil e apertado através de uma porca sobre a superfície cônica existente na extremidade do corpo da conexão. A luva ou extensão da porca tem como função suportar o tubo a fim de diminuir a vibração. A conexão biselada padrão 45º é utilizada para pressões muito altas, e também é feita num desenho invertido com roscas machos na porca de compressão. Padrão Conexão biselada a 45º 78 SENAI-RJ Hidráulica Básica – Interligações do sistema hidráulico O conector com anel O de rosca reta pode ser usado quando um componente hidráulico for equipado com pórticos de rosca paralela. Podem-se ainda usar juntas, conforme mostra a figura a seguir. Isto é ideal para a aplicação de alta pressão, pois a vedação é comprimida com o aumento da pressão. Conexões de compressão de luva ou com anel de borracha O são usadas em tubos que não possam ser biselados ou simplesmente para evitar a necessidade de afunilá-los. Existem várias cone- xões de compressão com anel de penetração e juntas de compressão cuja vedação é assegurada por anéis tipo O, conforme está explicitado na figura a seguir. A junta com anel tipo O permite uma ligeira variação no comprimento e na perpendicularidade do corte da extremidade do tubo. Conexão de rosca paralela com anel O Conexão de compressão Conexão de compressão com luva Conexão de compressão com anel O SENAI-RJ 79 Hidráulica Básica – Interligações do sistema hidráulico Prensado de 45º Conexões para mangueiras Prensado de 37º Reaproveitável de 37º Reaproveitável de 45º 37º 45º 45º37º As conexões para mangueiras são as mesmas usadas para os tubos. Existem conexões para as extremidades da maioria das mangueiras, apesar de existirem conectores reaproveitáveis do tipo parafusado ou grampeado na mangueira. É geralmente desejável conectar as extremidades das mangueiras com juntas tipo “união” com porcas giratórias. A união é normalmente acoplada ao conector, porém pode ser construída para ser acoplada à mangueira. Uma mangueira possui normalmente uma conexão não-rotativa em uma ex- tremidade e uma união rotativa na outra, para permitir sua montagem. Conexões fêmeas giratórias Prensado de 45ºPrensado de 37º Reaproveitável de 37º Reaproveitável de 45º 37º 45º 45º 37º Conexões machos fixas 66 SENAI-RJ Hidráulica Básica – Reservatório do óleo hidráulico SENAI-RJ 81 Hidráulica Básica – Bombas hidráulicas Bombas hidráulicas Funções Classificação Simbologia gráfica para bombas hidráulicas Cuidados na instalação de bombas 6 Nesta seção... 82 SENAI-RJ Hidráulica Básica – Bombas hidráulicas SENAI-RJ 83 Hidráulica Básica – Bombas hidráulicas Funções A bomba hidráulica é um equipamento instalado na parte inicial de um sistema óleo-hidráulico, com a função de abastecer todo o circuito com óleo. A energia mecânica transferida à bomba é transformada em energia hidráulica, sob a forma de vazão. Basicamente, as bombas hidráulicas devem converter energia mecânica (torque, rotação) em energia hidráulica (vazão, pressão). Na prática, porém, as exigências são mais diferenciadas. Na escolha das bombas hidráulicas precisam ser observados os seguintes pontos: • Tipo de óleo hidráulico. • Faixa de pressão especificada. • Faixa de rotação operacional. • Temperatura máxima e mínima de operação. • Compatibilidade com a maior e a menor viscosidade. • Situação de montagem (tubulação, mangueira ou flange). • Tipo de acionamento (acoplamento). • Vida útil esperada. • Máximo nível de ruído. • Qualidade e atendimento da assistência técnica. • Preço máximo eventualmente especificado. Essa enumeração poderia prosseguir. A multiplicidade das exigências mostra que nem todas as bombas cumprem todos os critérios de modo otimizado. Por essa razão, existe uma série de princípios construtivos. 84 SENAI-RJ Hidráulica Básica – Bombas hidráulicas Classificação As bombas são geralmente classificadas pela capacidade de pressão máxima de operação e do deslocamento em litros por minuto, a uma velocidade medida em rotações por minuto. As bombas hidráulicas são fabricadas em várias dimensões, com diferentes mecanismos de bombeamento de fluido, e classificam-se em duas categorias básicas: • Hidrodinâmicas. • Hidrostáticas. Bombas hidrodinâmicas São utilizadas para transferência de fluido, nos lugares em que as resistências são o peso da coluna e o atrito. São bombas que não apresentam boa vedação entre as câmaras de entrada e as de saída (deslocamento não-positivo). Embora forneçam um fluxo suave e contínuo, sua vazão diminui quando a resistência aumenta. É possível bloquear totalmente sua saída, mesmo quando ela está em pleno funcionamento, sem qualquer dano inicial. Por essas razões, raramente são utilizadas em sistemas óleo-hidráulicos. Seu regime de trabalho é considerado de baixa pressão, se comparado ao das bombas hidrostáticas. As bombas centrífugas instaladas em cisternas para a alimentação de caixas d’água elevadas são um exemplo de sua aplicação. Saída de fluido Pás da centrífuga Entrada de fluido SENAI-RJ 85 Hidráulica Básica – Bombas hidráulicas Bombas hidrostáticas São bombas que possuem boa vedação entre as câmaras de entrada e as de saída (deslocamento positivo). Assim, o volume de fluido succionado é transferido para o lado da saída, ou seja, é fornecida ao sistema uma quantidade de fluido para cada rotação (deslocamento) ou ciclo. A sucessão de pequenos volumes de fluido transferidos dessa forma proporciona uma vazão bem uniforme e independente do aumento de pressão no sistema, tornando essas bombas adequadas para transmitir força. Sua vazão aumenta ou diminui em relação direta com a rotação fornecida, e elas podem ser de deslocamento fixo ou variável, sendo que a vazão dessa última pode variar de um valor máximo até zero, em sentido único ou com reversão de sentido. Seu regime de trabalho é considerado de alta pressão, se comparado ao das bombas hidrodinâmicas. Em função dessas características, essas bombas são ideais para o uso em sistemas óleo-hidráulicos. Princ. deslocamento Engrenagem Palheta Pistão Tipo construtivo Modo de execução Volume de deslocamento Bomba de engrenagem Bomba de parafuso Bomba de palheta Bomba de pistões radiais Bomba de pistões axiais Engrenamento interno Engrenamento externo Bomba de parafuso Parafuso Curso simples Curso duplo Apoio externo dos pistões Apoio interno dos pistões Disco inclinadoEixo inclinado Constante Constante Constante Constante Constante/variável Constante Constante/variável Constante/variável Constante/variável Constante/variável Principais bombas hidrostáticas A seguir, são apresentados os tipos construtivos mais importantes das principais bombas hidrostáticas aplicadas em óleo-hidráulico, conforme o princípio do deslocamento. 86 SENAI-RJ Hidráulica Básica – Bombas hidráulicas Bomba de engrenagem Bomba de engrenamento interno Características Desenvolve o fluxo entre os dentes de duas engrenagens acopladas, sendo uma motriz acionada pelo eixo que gira a outra. São montadas numa carcaça com placas laterais (chamadas placas de desgaste ou pressão). As engrenagens giram em sentidos opostos, criando um vácuo parcial na entrada da bomba. O óleo hidráulico é introduzido nos vãos dos dentes e é transportado junto à carcaça até a câmara de saída. Ao se engrenarem novamente, os dentes forçam o óleo hidráulico para a abertura de saída. A alta pressão na abertura de saída impõe uma carga radial desequilibrada nas engrenagens e nos rolamentos que as apóiam. A maioria das bombas de engrenagem é de deslocamento fixo. Elas existem numa faixa de pequenas a grandes vazões. Devido ao fato de serem do tipo não-balanceado, são geralmente unida- des de baixa pressão, porém existem bombas de engrenagens que atingem até 200bar. Com o desgaste, o vazamento interno aumenta. Entretanto, as unidades são razoavelmente duráveis e toleram a sujeira mais do que outros tipos. Uma bomba de engrenagem com muitas câma- ras de bombeamento gera freqüências altas e, portanto, tende a fazer mais barulho, porém foram realizadas muitas melhoras nos últimos anos. Os principais tipos de bombas de engrenagem são: Bomba de engrenamento externo SENAI-RJ 87 Hidráulica Básica – Bombas hidráulicas Bomba de anel dentado (gerotor) Bomba de parafuso (fuso rosqueado) Vejamos, a seguir, suas características e funcionamento. Bomba com engrenamento externo Características A grande vantagem apresentada por esse tipo de bomba é sua robustez, já que ela possui poucas peças móveis. Em contrapartida, suas desvantagens são: ruído significativo no funcionamento e vazão fixa na maioria dos casos, o que exige o uso de uma válvula de alívio. Quanto ao ruído, este pode ser atenuado com a utilização de engrenagens do tipo helicoidal, ou espinha de peixe. Isso acarreta, porém, uma grande elevação no custo, que é baixo em bombas de dentes retos. Outra desvantagem desse tipo de bomba é sua vida limitada, causada em grande parte pelo rápido desgaste que ela sofre em função de seu esforço radial constante contra os mancais. A máx. A mín. s d ’ D 88 SENAI-RJ Hidráulica Básica – Bombas hidráulicas Nesse tipo de bomba, as engrenagens giram em sentidos opostos, criando um vácuo parcial na câmara de entrada, fazendo com que o óleo hidráulico seja succionado do reservatório. O óleo é introduzido nos vãos dos dentes e, a partir daí, conduzido perifericamente junto à carcaça e às vedações laterais até a câmara de saída. Neste ponto haverá um novo engrenamento dos dentes, que forçam o óleo para a abertura de saída. Bomba com engrenamento interno Características A grande vantagem das bombas de engrenamento interno é o baixo nível de ruído. Por isso elas são utilizadas sobretudo na hidráulica estacionária (prensas, máquinas injetoras de plástico, máquinas operatrizes etc.) e em veículos que trabalham em locais fechados (empilhadeiras elétricas, por exemplo). Princípio de funcionamento Na figura a seguir, podemos ver, esquematicamente, como funciona esse tipo de bomba. 4. A pressão de saída, atuando contra os dentes, causa uma carga radial nos eixos, como indicado pelas setas 3. O óleo é forçado para a abertura de saída quando os dentes se engrenam novamente 2. O óleo é transportado pela carcaça em câmaras formadas entre os dentes, a carcaça e as placas laterais 1. A depressão é produzida aqui, quando os dentes se desengrenam e o óleo é succionado do reservatório Entrada Saída SENAI-RJ 89 Hidráulica Básica – Bombas hidráulicas O mecanismo de transmissão de rotação entre duas engrenagens acopladas por empuxo direto e montadas em uma carcaça estabelece o sistema de bombeamento pela formação de câmaras de admissão e recalque do óleo hidráulico. As engrenagens são identificadas pelos nomes “condutora” e “conduzida”. A condutora (engre- nagem interna) recebe diretamente o movimento (RPM) do motor acionador por acoplamento mecâ- nico com a árvore de entrada da bomba, e a conduzida (engrenagem externa) recebe por empuxo direto o movimento (RPM) da engrenagem condutora. Ambas as engrenagens giram no mesmo sentido. O desengrenamento no lado direito aumenta o volume da câmara entre os dentes e estabelece a formação do vácuo parcial. Por sua vez, o óleo é introduzido e preenche o espaço entre os dentes sob esse vácuo. A câmara hermética formada entre dois dentes e as tampas laterais retém óleo, que é transportado para a região de engrenamento no lado esquerdo. Finalmente, o engrenamento dos dentes força a descarga do óleo hidráulico. Princípio de funcionamento Observação As folgas entre as cristas dos dentes, o anel crescente e as tampas laterais são muitíssimo pequenas (medem milésimos de milímetros), o que as permite estabelecer uma boa vedação entre a região de entrada e saída do óleo hidráulico. 1. O óleo entra por este pórtico,... 2. ... pelo afastamento constante desta engrenagem..., 3. ... nos espaços formados entre os dentes desta engrenagem interna. 4. É então transportado por estes espaços... 5. ...para este ponto, onde o constante engrenamento das duas engrenagens força o óleo... 6. ...através desta abertura. Engrenagem interna Vedação em forma de meia-lua crescente 90 SENAI-RJ Hidráulica Básica – Bombas hidráulicas O elemento interno tem sempre um número de dentes menor do que o externo. A bomba de anel dentado, mais conhecida como gerotor, é semelhante à bomba de engrenamento interno, diferencian- do-se por não possuir o “crescente” de separação. Ambos os elementos giram na mesma direção. Quando o espaço entre eles aumenta, no momento da passagem sobre a entrada, o óleo hidráulico é aspirado para o interior da bomba. Na seqüência do movimento, o espaço vai diminuindo e o fluxo é expelido para a saída. Deve-se observar que, durante o giro do elemento interno, este deve estar sempre em contato com o externo, evitando assim qualquer tipo de vazamento interno da bomba. Bomba de anel dentado (gerotor) Características Apresenta um nível de ruído baixíssimo, mas devido à sua construção ser complexa, seu custo torna-se elevado. Princípio de funcionamento Na figura a seguir, podemos ver esquematicamente como essa bomba funciona. Elemento gerotor Carcaça Rotor externo (engrenagem fêmea) Entrada (sucção) Saída (recalque) SENAI-RJ 91 Hidráulica Básica – Bombas hidráulicas Bomba de parafuso (fuso rosqueado) Características Nesse tipo de bomba, as engrenagens são substituídas por parafusos, que agem como dois pares engrenados. A bomba de parafuso ou de fuso rosqueado é utilizada em circuitos que exigem uma vazão uniforme, sem qualquer tipo de pulsação. Permite um número elevado de rotações, podendo chegar a até 5.000rpm, fornecendo tanto pequenas como grandes vazões. A pressão que pode ser suportada pela bomba aumenta em relação direta com o comprimento do parafuso e indireta em relação ao passo, isto é, em duas bombas iguais, porém com passos diferen- tes, obteremos maior resistência à pressão naquela em que o passo for menor. Devido à construção desse tipo de bomba ser muito trabalhosa, seu custo também é elevado. Princípio de funcionamento Em uma carcaça são dispostos dois parafusos. O condutor, com rosca à direita, é acionado por meio de um eixo e transmite o movimento de rotação ao outro parafuso, com rosca à esquerda. Dessa forma, formam-se câmaras fechadas entre os parafusos e a carcaça da bomba, cujovolume não se altera, mas se desloca continuamente com a rotação dos parafusos da conexão de sucção, até a conexão de pressão. Assim se obtém um fluxo constante contínuo, sem pulsações do óleo hidráulico. Saída Carcaça Entrada Parafuso conduzido Parafuso condutor 92 SENAI-RJ Hidráulica Básica – Bombas hidráulicas Bomba de palheta Características O princípio de funcionamento de uma bomba de palheta consiste de um rotor provido de ranhu- ras engrenado ao eixo e girando dentro de um anel excêntrico. Nas ranhuras do rotor são colocadas as palhetas, que entram em contato com a face interna do anel quando o rotor gira. A força centrífuga e a pressão sob as palhetas as mantêm contra o anel. Formam-se então câmaras de bombeamento entre as palhetas, o rotor, o anel e as placas laterais. Na abertura de entrada, um vácuo parcial é criado quando o espaço entre o rotor e o anel aumenta. O óleo que entra nesse espaço fica preso nas câmaras, sendo empurrado para a abertura de saída quando o espaço diminui. A vazão da bomba depende da espessura do anel e do rotor, bem como do contorno do anel. As bombas de palheta são largamente utilizadas em circuitos óleo-hidráulicos, devido a seu elevado rendimento em função do pouco atrito entre suas peças móveis, à baixa pulsação de bombeamento, ao baixo nível de ruído emitido e ao preço acessível. Observação Em uma das extremidades do parafuso condutor e do parafuso conduzido existem duas engrenagens responsáveis pelos movimentos sincronizados entre eles, e seu funcionamento assemelha-se ao de uma máquina de moer carne. SENAI-RJ 93 Hidráulica Básica – Bombas hidráulicas Os principais tipos de bomba de palheta são: De curso simples (desbalanceada) A seguir, vejamos suas características e funcionamento. De curso simples com regulagem de vazão De curso duplo (balanceada) 94 SENAI-RJ Hidráulica Básica – Bombas hidráulicas Bomba de palheta de curso simples (desbalanceada) Características A construção dessa bomba é do tipo não-balanceado, pois o rotor gira dentro de um anel excên- trico, formando câmaras de alta pressão em apenas um lado da bomba. O eixo e o rotor, portanto, sofrem uma carga radial unidirecional, quando se forma a pressão no sistema. Princípio de funcionamento O rotor com palhetas deslizantes nos rasgos, montado excentricamente no anel estator, gira no senti- do horário. A força centrífuga atua radialmente nas palhetas contra a superfície interna do anel. Câmaras herméticas de bombeamento são formadas entre as duas palhetas, o rotor, a superfície interna do anel estator e as tampas laterais. O movimento de rotação estabelece condições de expansão e redução do volume das câmaras de bombeamento. Nos setores I e II, as câmaras expandem-se (têm o volume aumentado). A câmara 1 tem volume mínimo e aumenta até a câmara 4 com volume máximo. Nos setores III e IV, as câmaras reduzem-se (têm o volume diminuído). A câmara 5 tem volume máximo e diminui até a câmara 8 com volume mínimo. O aumento do volume das câmaras estabelece a formação do vácuo parcial; o óleo hidráulico é introduzido e preenche o volume das câmaras sob esse vácuo (aumentando de volume nos setores I e II). A redução do volume das câmaras nos setores III e IV força a descarga do óleo hidráulico. Entrada 1. O óleo entra na bomba à medida que o espaço entre o anel e o rotor aumenta... Carcaça Palhetas 3. ... e é recalcado quando o espaço diminui 2. ...é transportado através do anel em câmaras de bombeamento... Câmaras de bombeamento Eixo Rotor Superfície do anel excêntrico Uma carga radial age nos rolamentos porque a pressão não é equilibrada Excentricidade Saída SENAI-RJ 95 Hidráulica Básica – Bombas hidráulicas O giro do rotor interno, excêntrico em relação ao anel estator, estabelece a introdução de óleo pela conexão hidráulica E e o recalque pela conexão hidráulica S, como no funcionamento da bomba de palhetas simples. O parafuso 2 (regulador de vazão) desloca o anel estator contra a mola regulável 1, alterando a excentricidade do conjunto e o volume das câmaras de bombeamento formadas entre duas palhetas. 1. Quando a excentricidade do conjunto for máxima, a variação do volume das câmaras de bombeamento e a vazão recalcada também o serão. 2. Quanto menor for a excentricidade do conjunto, menores serão a variação do volume das câmaras de bombeamento e a vazão recalcada. 3. Quando a excentricidade do conjunto for nula (concentricidade) e sem variação do volume das câmaras de bombeamento (ou seja, quando não houver introdução nem recalque do óleo hidrá- ulico), a vazão também será nula. O óleo hidráulico recalcado é direcionado por canais da placa de vedação lateral para o rotor, atuando na base das palhetas para aumentar a força de vedação contra a superfície interna do anel estator. Os mancais de desligamento sofrem esforços radiais em sentido único, por ação desbalanceada. O óleo hidráulico recalcado é direcionado por canais da placa de vedação lateral para o rotor, desenvolvendo uma pressão sobre parte dele. A superfície interna de contato do anel estator limita o curso de avanço das palhetas (onde a câmara aumenta de volume) e força a retração (onde a câmara diminui de volume). Bomba de palheta de curso simples, com regulagens de vazão e pressão Características Possui as características básicas da bomba de palhetas simples e a particularidade da mobilida- de do anel estator, que estabelece a regulagem de vazão e pressão máxima. Princípio de funcionamento 2 1 3 E S 96 SENAI-RJ Hidráulica Básica – Bombas hidráulicas Explicações 1. A pressão do óleo hidráulico nas câmaras de recalque estabelece a força F p , que atua sobre o anel estator para deslocá-lo. 2. A força F p é decomposta em dois componentes: • F py , que atua sobre o parafuso de guia do anel estator. • F px , que atua contra a mola ajustável reguladora de pressão. O parafuso 3 comprime a mola 1 contra o anel estator, regulando no óleo hidráulico recalcado uma pressão determinada que proporciona o deslocamento para a concentricidade. O esquema a seguir e as explicações posteriores ilustram o princípio de funcionamento da bom- ba de palheta de curso simples, com regulagem de vazão e pressão. 21 3 F py F px F p SENAI-RJ 97 Hidráulica Básica – Bombas hidráulicas 4. A pressão é menor que o valor ajustado, a excentricidade é máxima por ação da mola de regulagem e a vazão também é máxima. 5. A pressão atinge o valor ajustado, a excentricidade é mínima por ação da força hidráulica e a vazão também é mínima, para suprir os vazamentos e drenos. 3. O componente F px vence a força da mola, deslocando o anel estator para a centralização; a pressão é estabilizada e a vazão é reduzida ao mínimo (apenas o fluxo de dreno). volume máx. máx. pressão volume máx. máx. pressão Controle da vazão Parafuso de ajuste da pressão 98 SENAI-RJ Hidráulica Básica – Bombas hidráulicas Entrada Anel elíptico Palheta Saída Rotor Eixo motor Entrada Saída Rotação Rotação Entrada Saída Pórticos de pressão opostos anulam as cargas radiais no eixo R-I A-I R-II A-II Bomba de palheta de curso duplo (balanceada) Características Nesse tipo de bomba, o anel é elíptico, e não redondo, o que permite dois conjuntos de câmaras de sucção e dois conjuntos de câmaras de descarga. As duas aberturas de saída e as duas de entrada são separadas por 180°. Assim, as forças de pressão e de sucção sobre o rotor se cancelam, evitan- do a carga radial no eixo e nos rolamentos. O deslocamento de óleo hidráulico nesse tipo de bomba não pode ser variado. Hoje, a maioria das bombas de palhetas de deslocamento fixo utiliza o conjunto de tipo curso duplo. Princípio de funcionamento O anel estator com excentricidade dupla é dividido em quatro setores: A�I, R�I, A�II e R�II. O óleo hidráulico é distribuído nos setores diametralmente opostos por canais internos. O rotor com palhetas deslizantes nos rasgos, montado concentricamenteno anel estator, Importante ! O sistema de regulagem de pressão (chamado compensador de pressão) dispensa a instalação da válvula limitadora de pressão, e só é ativado no valor da regulagem. A bomba reduz a vazão a um valor mínimo e mantém a pressão estabilizada pela regulagem. SENAI-RJ 99 Hidráulica Básica – Bombas hidráulicas Bombas de pistão Características gira no sentido anti-horário. Nos setores A-I e A-II, as câmaras aumentam de volume, estabele- cendo a formação do vácuo parcial. Assim, o óleo hidráulico é introduzido pelos canais internos de alimentação. A redução do volume das câmaras nos setores R-I e R-II força a descarga do óleo hidráulico por canais internos. Na figura apresentada na página anterior, podemos ver esquematicamente o funcionamento descrito. Todas as bombas de pistão funcionam com base no seguinte princípio: Os dois tipos básicos são: radial e axial, sendo que ambos apresentam modelos com desloca- mento fixo ou variável. Uma bomba hidráulica do tipo radial tem seus pistões dispostos radialmente num conjunto, ao passo que nas bombas hidráulicas do tipo axial, os pistões estão dispostos em paralelo entre si, bem como ao eixo do conjunto rotativo. Existem três versões para esse último tipo: em linha (com placa inclinada ou oscilante) e angular (com eixo inclinado). A excentricidade dupla do anel estator e as câmaras diametralmente opostas neutralizam as cargas nos mancais de deslizamento e estabelecem o bombeamento duplo de óleo hidráulico nas câmaras. • 1a admissão de óleo no setor A-I • 1o recalque de óleo no setor R-I • 2a admissão de óleo no setor A-II • 2o recalque de óleo no setor R-II Observação Se um pistão produz um movimento alternativo dentro de um tubo, succionará o óleo hidráulico num sentido e o expelirá no sentido contrário. 100 SENAI-RJ Hidráulica Básica – Bombas hidráulicas Bomba de pistões radiais com apoio interno dos pistões Bomba de pistões axiais com disco inclinado Bomba de pistões axiais com eixo inclinado Vejamos, a seguir, suas características e seu princípio de funcionamento. Os principais tipos de bombas de pistões são: SENAI-RJ 101 Hidráulica Básica – Bombas hidráulicas A bomba de pistões radiais é composta de: • Carcaça – 1 • Árvore motora (excêntrico) – 2 • Conjunto de cabeçotes de bombeamento – 3 • Três unidades (3-1, 3-2, 3-3) compostas de: pistões (4), mola de retração dos pistões, válvula de admissão (5), mola de admissão (5.1), válvula de recalque (6) e mola da válvula de recalque (6.1). Bomba de pistões radiais com apoio interno dos pistões Características A rotação interna do mecanismo é transformada em movimentos alternados dos pistões (avanço e retorno), dispostos (em forma de estrela) radialmente à árvore motora. A referida rotação estabe- lece, assim, o sistema de bombeamento pela formação de câmara de admissão e recalque do óleo hidráulico. Princípio de funcionamento 1 2 5 3.3 6 4 3.1 3.2 6.1 5.1 102 SENAI-RJ Hidráulica Básica – Bombas hidráulicas Bomba de pistões axiais com disco inclinado Características Seu funcionamento é semelhante ao das bombas de pistões radiais. Difere basicamente na posição de trabalho dos pistões. Como o próprio nome indica, ela trabalha com os pistões funcionando paralelamente ao eixo. O excêntrico gira no sentido anti-horário, movimentando os pistões e estabelecendo o bombeamento: No cabeçote 3-1 • A mola de retração dos pistões retrai o pistão (4), aumentando o volume da câmara e estabe lecendo o vácuo parcial. • A válvula de admissão (5) é aberta sob efeito do vácuo parcial. • A válvula de recalque VR-1 é fechada pela mola da válvula de recalque. • O óleo hidráulico é introduzido, ocupando o espaço sob o vácuo parcial. No cabeçote 3-2 • O pistão (4) inicia o avanço, recalcando o óleo hidráulico. • A mola de admissão fecha a válvula de admissão (5). • A válvula (6) é aberta para a saída do óleo hidráulico recalcado. No cabeçote 3-3 • O pistão (4) finaliza o avanço, recalcando o óleo hidráulico. • A válvula de admissão (5) é fechada pela mola de admissão. • A válvula (6) é aberta para a saída do óleo hidráulico recalcado. SENAI-RJ 103 Hidráulica Básica – Bombas hidráulicas Todos os componentes giram do lado de dentro da carcaça, menos o prato-guia (6). O giro do eixo (2) provoca a rotação do bloco (4) que, por sua vez, arrasta os pistões (3) consigo. A partir desse movimento, é transmitido o movimento retilíneo recíproco aos pistões (3), através do prato-guia (6), que succiona o óleo hidráulico na abertura do prato ascendente e o descarrega no fechamento. Podemos observar que é possível a variação de vazão nesse tipo de bomba apenas controlando- se a inclinação do prato-guia, variando assim o curso dos pistões. As bombas de pistões (radiais ou axiais) apresentam como grande vantagem a pressão elevada que podem resistir (consegue-se alcançar até 700bar). Possuem, também, um alto rendimento volumétrico. Bomba de pistões axiais com disco inclinado e regulagem de vazão Características Possuem as características básicas de uma bomba de pistões axiais, e a particularidade de o conjunto das sapatas deslizar sobre uma placa articulada, que estabelece a regulagem da vazão. Princípio de funcionamento 2 1 8 3 5 9 7 4 6 104 SENAI-RJ Hidráulica Básica – Bombas hidráulicas Bomba de pistões axiais com disco inclinado e regulagem de pressão Características Possui as características básicas de uma bomba de pistões axiais, e a particularidade de o conjunto das sapatas deslizar sobre uma placa articulada, que se movimenta sob o efeito da pressão regulada no óleo hidráulico. O giro do bloco rotativo com pistões estabelece a admissão de óleo hidráulico pela conexão E e o recalque pela conexão S, como no funcionamento de uma bomba de pistões axiais simples. O êmbolo de inclinação da placa articulada estabelece o curso do pistão e, conseqüentemente, o volume da câmara de bombeamento. A regulagem e o travamento da inclinação da placa articulada são executados pelo conjunto das hastes. Princípio de funcionamento Amplitude do curso Curso nulo Ângulo máximo (deslocamento máximo) Ângulo intermediário (deslocamento parcial) Ângulo da placa zero (deslocamento nulo) E S E S SENAI-RJ 105 Hidráulica Básica – Bombas hidráulicas A mola de retorno estabelece a inclinação máxima da placa articulada; sob giro do bloco rotativo com pistões, o óleo hidráulico é introduzido e recalcado, como acontece com a bomba de pistões axiais simples. A pressão no óleo hidráulico recalcado atinge o valor regulado no parafuso 1 e na mola 2, atuando sobre o êmbolo distribuidor 3. No deslocamento do êmbolo distribuidor, o fluxo de pilotagem é direcionado no pistão de controle 4, que avança contra a placa articulada, anulando a inclinação. A pressão é estabilizada no valor regulado e a inclinação e a vazão da placa articulada são mínimas, para suprir os vazamentos e drenos. Bomba de pistões axiais de eixo inclinado Características Nesse tipo de bomba, o conjunto de cilindros gira com o eixo, num deslocamento angular. Princípio de funcionamento 1 2 3 4 4. O ajuste da mola fixa a pressão de compensação 2. O êmbolo do compensador direciona o óleo para o pistão quando a pressão ajustada é alcançada 1. A mola de retorno do balancim mantém normalmente a bomba em seu deslocamento máximo 3. O balancim acionado pelo pistão responde ao controle do compensador, reduzindo o deslocamento Pressão do sistema Dreno Balancim 106 SENAI-RJ Hidráulica Básica – Bombas hidráulicas Princípio de funcionamento As hastes dos pistões são fixadas ao flange do eixo rotativo por juntas esféricas. A partir daí, são forçadas para dentro e para fora de seus furos, com a variação da distância entre o flange do eixo de acionamento e o bloco de cilindros. Uma junta universal liga o bloco de cilindros ao eixo do motor, para manter o alinhamento e assegurar que as duas unidades giremsimultaneamente. Essa junta não transmite força, apenas acelera e desacelera a rotação do bloco de cilindros e supera a resistência do conjunto, que gira numa carcaça cheia de óleo hidráulico. Bloco de cilindros Pistão Junta universal Haste do pistão A rotação do eixo causa ao pistão um movimento alternativo O pistão recua em direção à entrada Para saída Da entrada O óleo é forçado para a saída quando o pistão retorna ao cilindro SENAI-RJ 107 Hidráulica Básica – Bombas hidráulicas Bomba de pistões axiais de eixo inclinado e com controle de pressão Características Possui as características básicas de uma bomba de pistões axiais de eixo inclinado, e a particu- laridade de um sistema de balancim, que desloca os pistões para uma posição mais horizontal, que proporciona uma diminuição de vazão. Bloco de válvula Placa Bloco de cilindros Pistão Flange do eixo de acionamento Cilindro de fixação do compensador Eixo Cilindro de movimentação do compensadorJunta universal Princípio de funcionamento 108 SENAI-RJ Hidráulica Básica – Bombas hidráulicas Um sistema de balancins, acionado por dois cilindros hidráulicos, e uma bomba de compensação montados na bomba de eixo inclinado efetuam o controle de vazão da bomba em função da pressão gerada. A pressão do sistema atua tanto no cilindro de movimentação como no de fixação, porém, como a área do primeiro é maior, a força nele desenvolvida tende a superar a força tanto do cilindro de fixação como da mola de regulagem, deslocando o conjunto e dando ensejo a um posicionamento superior do balancim, que propicia uma diminuição de vazão. Quando a pressão do sistema cai, a força gerada no cilindro hidráulico de movimentação também cai, sendo então superada pela força da mola que atua junto com o cilindro de fixação. A partir daí, o balancim assume uma posição inferior e a vazão aumenta. A pressão gerada pela bomba é controlada pela tensão exercida na mola de regulagem. Curso máximo do pistão Curso reduzido Curso nulo Ângulo máximo Ângulo menor Ângulo nulo SENAI-RJ 109 Hidráulica Básica – Bombas hidráulicas Simbologia gráfica para bombas hidráulicas O quadro abaixo apresenta-se de acordo com a norma DIN-ISO 1219. Bomba de vazão constante unidirecional geral Denominação/ elucidação Símbolos Bomba de vazão constante unidirecional (um sentido de vazão e um sentido de rotação) Bomba de vazão variável bidirecional (dois sentidos de vazão e um sentido de rotação) com conexão de dreno externa Bomba de vazão variável com compensador de pressão unidirecional (um sentido de vazão e um sentido de rotação) com conexão de dreno externa 110 SENAI-RJ Hidráulica Básica – Bombas hidráulicas Alinhamento das bombas A primeira precaução que deve ser tomada na instalação de uma bomba refere-se a seu alinha- mento no acoplamento com o motor de acionamento. Duas são as possibilidades de desalinhamento: axial e angular. Cuidados na instalação de bombas Quando a bomba estiver inclinada ou em desnível com o motor, haverá um esforço sobre o eixo, que será transmitido às partes girantes internas da bomba, ocasionando seu desgaste prematuro ou até sua quebra instantânea, logo no início do funcionamento. Devemos admitir que, por mais perfeitos que sejam os processos de medição, sempre podemos incorrer em um dos dois tipos de erro expostos acima. Porém, podemos minimizar essas irregularida- des utilizando acoplamentos flexíveis que permitam uma pequena faixa de erro. Assim como qualquer equipamento elétrico ou mecânico, o equipamento hidráulico requer uma série de cuidados para ser instalado ou mantido, a fim de que sua vida útil não seja abreviada. Esses cuidados devem ser tomados principalmente com as bombas, que, por serem um dos equipamentos mais solicitados em sistemas óleo-hidráulicos, estão mais sujeitas à falência prematura. Motor Acoplamento flexível Desalinhamento axial Desalinhamento angular Motor Motor SENAI-RJ 111 Hidráulica Básica – Bombas hidráulicas Sentido de rotação Eventualmente, uma bomba pode girar em sentido horário (rotação à direita) quando estiver instalada para girar no outro sentido. Como resultado, ela não succionará fluido e girará a seco. Isso fará com que o atrito entre as partes móveis e as fixas da bomba, que iriam sofrer uma lubrificação automática através do óleo hidráulico succionado, origine uma geração de calor excessiva, que pode- rá ocasionar, inclusive, o travamento entre as partes móveis, rompendo o eixo da bomba. É fácil perceber quando a bomba gira sem óleo (mesmo que esteja girando no sentido correto): o nível de ruído durante seu funcionamento será bem mais elevado do que quando em trabalho normal. Os fabricantes sempre informam o sentido de rotação de trabalho da bomba. Essa informação pode estar indicada tanto no perfil como na tampa da carcaça. Geralmente, os próprios fabricantes de bombas recomendam que o acoplamento deve ser utili- zado para cada tipo de serviço. Perfil Sentido de rotação Sobrepressão A elevação repentina de pressão pode ser causada por vários fatores. O choque hidráulico por compressão também pode ser considerado um tipo de sobrepressão. Quando o sistema hidráulico propicia a geração de sobrepressão, devemos introduzir válvulas de segurança, tais como a de alívio de ação direta, a supressora de choque, acumuladores hidráulicos etc. Cavitação Quando a instalação da bomba for feita corretamente e mesmo assim ela começar a emitir ruídos, como “pipocas estourando na panela”, podemos dizer que ela está cavitando, ou seja, que está ocorrendo a formação de bolhas de ar que implodem e “cavam’’ o material interno da bomba. 112 SENAI-RJ Hidráulica Básica – Bombas hidráulicas A causa do aparecimento da cavitação normalmente é a geração de bolhas de gás quando se atinge a pressão de vaporização do óleo hidráulico. Mas pode também ser causada pela entrada de ar em alguma parte das conexões ou tubulações de sucção. Quando ocorrer a cavitação da bomba, cinco medidas devem ser adotadas: 1. Verificar se o filtro de sucção está totalmente imerso no fluido e se o respiro do reservatório não se encontra obstruído. 2. Certificar-se de que a viscosidade do fluido é a recomendada pelo fabricante. 3. Escorvar a bomba assim que ela começar a funcionar. 4. Observar se as uniões do duto de sucção estão bem vedadas. 5. Verificar se o fluido utilizado é o recomendado pelo fabricante. 6. Observar se as condições da linha de sucção estão corretas. SENAI-RJ 113 Hidráulica Básica – Válvulas hidráulicas Válvulas hidráulicas Classificação Válvula direcional Válvulas de bloqueio Válvulas de vazão 7 Nesta seção... 114 SENAI-RJ Hidráulica Básica – Válvulas hidráulicas SENAI-RJ 115 Hidráulica Básica – Válvulas hidráulicas Classificação As válvulas hidráulicas são os elementos que realizam o comando de um sistema óleo-hidráulico, sendo uma parte intermediária dele. O fluxo e a energia gerados pela bomba serão submetidos ao controle dessas válvulas, para permitir a aplicação da energia gerada. Elas estão divididas em quatro grupos: Válvulas Válvula direcional Válvula direcional de assento Válvula de pressãoVálvula de vazãoVálvula de bloqueio Válvula direcional de carretel Válvula de retenção simples Válvula de retenção com desbloqueio hidráulico Válvula de retenção geminada Válvula estranguladora Válvula reguladora de vazão Válvula limitadora de pressão Válvula de descarga Válvula de seqüência Válvula de contrabalanço Válvula redutora 116 SENAI-RJ Hidráulica Básica – Válvulas hidráulicas Nos itens a seguir, vamos analisar as características e o funcionamento das válvulas direcional, de bloqueio e de vazão. Válvula direcional Características Conceitualmente, a válvula de controle direcional, ou simplesmente válvula direcional, encontra- se no circuito hidráulico para estabelecer os caminhos (direções, trajetórias) do óleo hidráulico. Quan- do instalada nas tubulações entre a bomba e asalimentações do atuador, é o componente responsável pelos comandos do movimento desse último (avanço, retorno e parada). Válvula direcional de assento Válvula direcional de carretel Válvula direcional Comando direto Atuação manual Atuação mecânica Atuação hidráulica Atuação pneumática Atuação elétrica Pré-operada Atuação eletro-hidr. Comando direto Atuação manual Atuação mecânica Atuação hidráulica Atuação pneumática Atuação elétrica Pré-operada Atuação eletro-hidr. Atuação eletro-pnen. SENAI-RJ 117 Hidráulica Básica – Válvulas hidráulicas Muscular Mecânico Objetivo básico A válvula direcional estabelece as direções para o fluxo hidráulico (alimentando, descarregan- do, bloqueando). É fabricada com diferentes características construtivas de funcionamento, em vári- as dimensões. Classificam-se em: Tipo construtivo • Carretel deslizante. • Assento esférico. • Válvula macho. • Válvula de placa distribuidora. Tipo de acionamento Hidráulico Eletro-hidráulico (pré-operada) Rolete Pedal Alavanca Botão Pino Mola Pneumático Elétrico 118 SENAI-RJ Hidráulica Básica – Válvulas hidráulicas Válvula direcional de carretel Características No interior de uma carcaça encontra-se o êmbolo (carretel retificado com rebaixos), que se desloca axialmente no interior do furo, interligando as câmaras das conexões hidráulicas e direcionando o fluxo. As conexões hidráulicas na carcaça da válvula são denominadas vias. Alavanca manual Mecanismo de atuação do carretel Molas de centralização do carretel Carretel Passagem para tanque Passagem “A” Passagem de pressão Passagem “B” SENAI-RJ 119 Hidráulica Básica – Válvulas hidráulicas Princípio de funcionamento 1. O carretel é deslocado para a direita. • Fluxo no sentido P para B • Fluxo no sentido A para T 2. O carretel é deslocado para a esquerda. • Fluxo no sentido P para A • Fluxo no sentido B para T 120 SENAI-RJ Hidráulica Básica – Válvulas hidráulicas Funcionamento da válvula no circuito hidráulico 1. O carretel é deslocado para a direita. • A bomba recalca uma vazão que é introduzida na válvula direcional pela conexão P. • O carretel da válvula direcional é deslocado para a direita, interligando as conexões hidráulicas: – Fluxo de P para A – Fluxo de B para T • O fluxo recalcado pela bomba é direcionado e introduzido no atuador pela conexão A, para o avanço desse último. • O óleo na câmara da haste é descarregado no atuador pela conexão B, com retorno ao tanque na válvula direcional pela conexão T. Observação A posição do carretel da válvula direcional estabelece o comando para o avanço do atuador. Cilindro Retorno O pistão avança Lado da haste Entrada de pressão Lado da cabeça Haste da válvula deslocada para a direita SENAI-RJ 121 Hidráulica Básica – Válvulas hidráulicas 2. O carretel é deslocado para a esquerda. • A bomba recalca uma razão que é introduzida na válvula direcional pela conexão P. • O carretel da válvula direcional é deslocado para a esquerda, interligando as conexões hidráulicas: – Fluxo de P para A – Fluxo de B para T • O fluxo recalcado pela bomba é direcionado e introduzido no atuador pela conexão B, para o retorno desse último. • O óleo na câmara do êmbolo é descarregado do atuador pela conexão A, com retorno livre ao tanque na válvula direcional pela conexão T. Observação A posição do carretel da válvula direcional estabelece o comando para o retorno do atuador. Cilindro Retorno O pistão retrocede Lado da haste Entrada de pressão Haste da válvula deslocada para a esquerda 122 SENAI-RJ Hidráulica Básica – Válvulas hidráulicas 3. O carretel é deslocado para a posição central. Observação A posição do carretel da válvula direcional estabelece o comando de parada do atuador em qualquer parte do curso. • A bomba hidráulica recalca uma vazão que é introduzida na válvula direcional pela conexão P. • O carretel da válvula direcional é deslocado para a posição central bloqueando a conexão P: – Fluxo bloqueado em P – Fluxo de A para T – Fluxo de B para T – Fluxo livre em T • Não há circulação de óleo hidráulico na válvula direcional. • O atuador irá parar quando o carretel da válvula direcional estiver em posição central, duran- te o curso de avanço ou retorno. A forma geométrica do carretel estabelece os tipos de interligação da posição central da válvula. Haverá uma circulação do fluxo gerado pela bomba através da válvula limitadora, que retornará ao tanque sempre que: • O carretel da válvula direcional estiver centrado. • Permanecer o comando de avanço ou retorno após todo o curso do atuador. Cilindro Retorno Lado da haste Entrada de pressão Haste da válvula deslocada para a esquerda SENAI-RJ 123 Hidráulica Básica – Válvulas hidráulicas Alguns tipos de centro Formato do êmbolo Centro aberto – Todos os pórticos interligados P e B bloqueados, A aberta ao tanque Centro fechado – Todos os pórticos bloqueados P bloqueado, A e B abertas ao tanque B bloqueado, P e A abertas ao tanque Tandem P aberto ao tanque, A e B bloqueados T A P B T A P B T A P B T A P B T A P B T A P B Tipo de centro (simbologia gráfica) 124 SENAI-RJ Hidráulica Básica – Válvulas hidráulicas Simbologia das válvulas direcionais Posições De acordo com o tipo de construção, a válvula direcional pode assumir duas, três ou mais posições (cada quadrado representa uma posição), isto é, terá quantas posições o carretel puder assumir, modificando a direção e o sentido do fluxo de óleo hidráulico. Graficamente, essas posições podem ser simbolizadas como mostram as figuras abaixo. Vias O número de vias é contado a partir do número de conexões úteis (conexões de comando não são contadas) tomadas para o óleo hidráulico que a válvula possui. Essas vias devem ser identificadas por letras, do seguinte modo: P – Pressão T – Tanque A – Utilização B – Utilização As interligações que se estabelecem entre as vias são identificadas no interior dos quadrados por setas: os símbolos e identificam as vias bloqueadas internamente pelo carretel em posições distintas. Duas posições Três posições Junto à simbologia das posições de comutação da válvula direcional, deve-se indicar que método é utilizado no acionamento da mesma. Três posições, quatro viasDuas posições, três vias SENAI-RJ 125 Hidráulica Básica – Válvulas hidráulicas Tipos de acionamento 1) Atuação manual Acionamento por alavanca O movimento da alavanca é transmitido ao carretel, causando seu deslocamento. Acionamento por botão O movimento do botão é transmitido ao carretel, causando seu deslocamento. SIMBOLOGIA SIMBOLOGIA Acionamento por pedal O movimento do pedal é transmitido ao carretel, causando seu deslocamento. SIMBOLOGIA 126 SENAI-RJ Hidráulica Básica – Válvulas hidráulicas 2) Atuação mecânica Acionamento por rolete O acionamento do rolete é transmitido ao carretel, causando seu deslocamento. Acionamento por cames (rolete) O acionamento do rolete é transmitido ao carretel, causando seu deslocamento. Acionamento por mola A mola estabelece a posição de comutação desacionada da válvula quando não há esforço de acionamento: a) Posição de repouso, quando a válvula direcional possui duas posições de comutação. SIMBOLOGIA SIMBOLOGIA SIMBOLOGIA SENAI-RJ 127 Hidráulica Básica – Válvulas hidráulicas b) Posição de centragem, quando a válvula direcional possui três posições de comutação. 4) Atuação hidráulica O líquido pressurizado atua na área do carretel, gerando força e seu deslocamento. 3) Atuação pneumática O fluxo de ar pressurizado atua na área do pistão de pilotagem, gerando força e movimento, que é transmitido ao carretel, causando seu deslocamento. SIMBOLOGIA SIMBOLOGIA SIMBOLOGIA 128 SENAI-RJ Hidráulica Básica – Válvulas hidráulicas Seu funcionamento ocorre pelo efeito eletromagnético, pois o solenóide é um fio condutor revestidocom verniz isolante enrolado em espiral. A corrente elétrica, ao percorrer o condutor, gera em torno deste um campo magnético. A arrumação em espiral concentra as linhas do campo magnético, aumentando sua força (força de atração). Princípio de funcionamento O solenóide é comumente denominado bobina. 5) Atuação elétrica O movimento do núcleo do solenóide, sob ação do campo magnético gerado, é transmitido ao carretel, causando seu deslocamento. SIMBOLOGIA 1. Solenóide 2. Induzido 3. Haste 4. Carretel SENAI-RJ 129 Hidráulica Básica – Válvulas hidráulicas Resumidamente, podemos dizer que: • O solenóide é energizado. • O campo magnético gerado no solenóide atrai o induzido. • O movimento do induzido é transmitido à haste e desloca o carretel. Tipos de solenóide Genericamente, os solenóides são classificados em quatro tipos, segundo as características construtivas. 1) Solenóide de corrente contínua Com a retenção do núcleo do solenóide em qualquer posição intermediária, não há perigo para a bobina, devido à natureza da corrente polarizada. Solenóide de corrente contínua (operando imerso em óleo) Solenóide de corrente contínua (operando em ar) Movimentos suaves e sem impactos, mesmo no caso de muitos ciclos operacionais. Desgaste reduzido (com lubrificação). Boa troca de calor com óleo (interna- mente) e com o ambiente externo. Totalmente blindados e isolados. Movimentos suaves e impactos amorte- cidos, mesmo no caso de muitos ciclos operacionais. Desgaste maior (sem lubrificação). Troca de calor com o ambiente externo. Totalmente blindados e isolados. 2) Solenóide de corrente alternada Com retenção do núcleo do solenóide em qualquer posição intermediária, há perigo para a bobi- na depois de um certo tempo (aproximadamente de uma hora a uma hora e meia para solenóide em ar), devido à natureza da corrente despolarizada. • • • • • • • • 130 SENAI-RJ Hidráulica Básica – Válvulas hidráulicas Válvula direcional de carretel pré-operada Antes de definirmos esse tipo de acionamento, devemos comparar alguns de seus detalhes operacionais com os da atuação de pilotagem por solenóide em uma válvula direcional. Como vimos no sistema de acionamento elétrico, o solenóide atua diretamente sobre o carretel, e quanto maior o tamanho da válvula direcional, maior a força necessária para vencer a resistência das molas e a inércia do óleo hidráulico e do carretel. Dessa forma, teríamos um solenóide de dimensões maiores, além de alguns outros inconvenientes, como: Características Considerando a necessidade de se minimizarem esses problemas, os fabricantes desenvolveram a válvula direcional acionada hidraulicamente com pré-operação por solenóide. Este tipo de acionamento é denominado combinado, e o conjunto é formado por duas válvulas hidráulicas montadas sobrepostas: Solenóide com corrente alternada (operando imerso em óleo) Solenóide de corrente alternada (operando em ar) • Alta velocidade do núcleo. • Desgaste reduzido (com lubrificação). • Boa troca de calor com o ambiente externo. • Totalmente blindados e isolados. • Alta velocidade do núcleo. • Desgaste maior (sem lubrificação). • Troca de calor com o ambiente externo. • Totalmente blindados e isolados. Forma construtiva complexa. Maior consumo de energia elétrica. Maior espaço ocupado. Maior geração de calor. Custo elevado. • • • • • Válvula principal acionada hidraulicamente Válvula de pilotagem acionada por solenóide (montada sobre a válvula principal) � � � � � ����� SENAI-RJ 131 Hidráulica Básica – Válvulas hidráulicas Acionando-se eletricamente o solenóide da válvula de pré-operação, o fluxo hi- dráulico é direcionado para a área de pilotagem do carretel da válvula principal, para que esta assuma a posição de trabalho desejada. Princípio de funcionamento 2. Válvula de pilotagem (auxiliar) 1. Válvula principal 2. Válvula de pilotagem (auxiliar) 1. Válvula principal Simbologia detalhada Simbologia simplificada 132 SENAI-RJ Hidráulica Básica – Válvulas hidráulicas 1. Energizando-se o solenóide S1: • O fluxo é introduzido na válvula principal pela conexão P. • No instante em que a válvula se encontra em repouso, o fluxo segue pela linha 1, até atingir o orifício P’, que por sua vez está bloqueado. • Energizando-se o solenóide S1 (direita) na válvula de pilotagem, obtemos as interligações de P’ � A’ e B’ � T’. • O fluxo P’�A’ segue pela linha 3 e atua na área do lado esquerdo do carretel da válvula principal, que é deslocado para a direita, interligando P � A e B � T. • O volume de óleo na câmara de pilotagem do lado direito (válvula principal) percorre a linha 4, interligação B’�T’, linha 5, e segue em direção ao reservatório pela conexão T. 2. Energizando-se o solenóide S2: • O fluxo é introduzido na válvula principal pela conexão P. • No instante em que a válvula se encontra em repouso, o fluxo segue pela linha 1, até atingir o orifício P’, que por sua vez está bloqueado. • Energizando-se o solenóide S2 (esquerda), na válvula de pilotagem, obtemos as interligações de P’�B’ e A’�T’. • O fluxo P’�B’ segue pela linha 4 e atua na área do lado direito do carretel da válvula principal, que é deslocado para a esquerda, interligando P�B e A�T. • O volume de óleo na câmara de pilotagem do lado esquerdo (válvula principal) percorre a linha 3, interligação A’�T’, linha 5, e segue em direção ao reservatório pela conexão T. 3. Desenergizando-se os solenóides S1 e S2: • Desenergizando-se os dois solenóides, as molas centram o carretel da válvula de pilotagem, interligando os orifícios A’ e B’ com T’. • O volume de óleo que possivelmente estava na linha 3, ou na linha 4, passa por A’, T’, ou B’, T’, em seguida passa pela linha 5 e escoa em direção ao tanque. • Com isso, através da ação das molas, obtemos também a centragem do carretel da válvula principal, bloqueando todos os orifícios de comunicação (P, T, A e B). A válvula possui quatro conexões principais: P, A, B e T; e duas secundárias: X e Y. Todo o circuito de pilotagem é realizado em canais internos (2, 3, 4 e 5) do conjunto, o que é representado pelas linhas tracejadas sobre a simbologia detalhada. Vejamos, a seguir, como funciona a válvula. SENAI-RJ 133 Hidráulica Básica – Válvulas hidráulicas Válvula direcional de assento Características No interior de uma carcaça encontra-se o elemento móvel (esfera de comutação), que se deslo- ca interligando as câmaras hidráulicas. A válvula não apresenta vazamentos internos (entre câmaras bloqueadas), inevitáveis nas válvu- las direcionais de êmbolo (devido às folgas dos ajustes de precisão mecânica entre este e a carcaça). Seus dois tipos são: 1. Válvula direcional de assento com uma esfera de comutação. 2 5 1 7 6 4 3 8 134 SENAI-RJ Hidráulica Básica – Válvulas hidráulicas 2. Válvula direcional de assento com duas esferas de comutação. A seguir, vamos analisar os princípios de funcionamento dessas válvulas. Válvula direcional de assento com uma esfera Princípio de funcionamento a) Quando a alavanca está na posição de repouso • A mola pressiona a esfera de comutação para a esquerda. • A posição de repouso estabelece a interligação P → A e T fica bloqueado pela esfera. • A válvula pode ser acionada manualmente ou por solenóide. SIMBOLOGIA SENAI-RJ 135 Hidráulica Básica – Válvulas hidráulicas b) Quando a alavanca é acionada para a esquerda • Na parte inferior da alavanca, encontramos um parafuso de regulagem. • O movimento da alavanca é transmitido através da haste para a esfera de comutação. • O deslocamento da esfera de comutação para a direita estabelece as interligações A → T e P fica bloqueado. Observação • A haste de acionamento é vedada nas extremidades. • A câmara da haste é interligada à câmara P por uma linha interna. • O esforço de acionamento é reduzido pelo equilíbrio das forças atuantes. Válvula direcional de assento com duas esferas Princípio defuncionamento a) Quando a alavanca está na posição de repouso • Na posição de repouso, a mola pressiona a esfera de comutação para a esquerda. • Nesta posição, estabelecemos a interligação A → T e P fica bloqueado pela esfera. • A válvula pode ser acionada manualmente ou por solenóide. SIMBOLOGIA SIMBOLOGIA 136 SENAI-RJ Hidráulica Básica – Válvulas hidráulicas Observação A válvula com duas esferas estabelece a inversão das interligações na posição de repouso. b) Quando a alavanca é acionada para a esquerda • Na parte inferior da alavanca, encontramos um parafuso de regulagem (para a regulagem de seu curso ideal). • O movimento da alavanca é transmitido através da haste para a esfera de comutação. • O deslocamento da esfera de comutação para a direita estabelece as interligações P → A e T fica bloqueado. Comparação entre as válvulas direcionais SIMBOLOGIA Em uma carcaça com furo central axial, estão canais radiais em distâncias definidas construtivamente, que prosseguem para fora como conexões. No furo axial principal, é montado um carretel deslizante com canais de comando (canais circulares) torneados, que é colocado em determinadas posições, através do elemento acionador (por exemplo, solenóide), e estes canais se interligam através dos canais circulares ou bloqueiam as conexões. Numa carcaça, encontram-se um ou vários assentos de válvulas, com esferas ou cones como elementos de fechamento, os quais são pressionados através de molas sobre seus assentos e deslocados dos mesmos através de tuchos. Os canais de pressão estão antes do elemento de fechamento e após o assento da válvula. O assento da vazão é somente do lado do fechamento para o lado do assento, visto que só assim a vazão é comandável (bloqueada ou passagem livre). No sentido contrário haveria sempre o efeito da válvula de retenção, e a vazão existiria sempre,independentemente da posição da atuação.F U N C IO N A M E N T O Válvulas direcionais de carretel Válvulas direcionais de assento SENAI-RJ 137 Hidráulica Básica – Válvulas hidráulicas Válvulas direcionais de carretel Válvulas direcionais de assento Montagem simples, especialmente vantajosa em simbologias complicadas. Boa visão geral de função. Baixa com- pressão de superfície através de total equilíbrio de pressão. Alta durabilidade. Com base nas dimensões do carretel deslizante, grandes seções de vazão, por isso baixas resistências à vazão, comparando-se ao tamanho nominal. Sentido da vazão geralmente livre e independente da simbologia. Devido à folga circular entre o furo da carcaça e o carretel deslizante, sempre há um fluxo de vazamento do lado da alta pressão para o lado da baixa pressão. Estanqueidade hermética somente através de componentes adicionais (válvulas de bloqueio) ou construções especiais. Para a hidráuli- ca de fixação é desvantajoso. Montagem simples e de boa visão em válvulas de assento 2/2 vias e 3/2 vias. Simbologias de passagem, por exemplo para execução 4/3, somente são possíveis com montagens complicadas e grandes custos. Os assentos da vazão são definidos. A bomba e o consumidor precisam sempre ser ligados em conexões predeterminadas, caso contrário altera-se o comportamento de comutação. Os pontos de encosto entre o assento e a peça de fechamento são retificados e lapidados; isso faz existir uma estanqueidade hermética, a qual é necessária na construção de dispo- sitivos para a hidráulica de fixação. C A R A C T E R ÍS T IC A S C O N S T R U T IV A S E S T A N Q U E ID A D E Pouco sensível à sujeira microfina em suspensão. Em contaminações maiores, há perigo de engripamento dessas partículas entre a parte de fechamento e o assento. Essas contaminações têm suas causas na montagem da tubulação e em um trabalho imperfeito de limpeza/ circulação do equipamento. Como faltam folgas circulares, a adesão praticamente não ocorre.S E N S IB IL ID A D E A S U JE IR A Conforme o projeto, até 1.000bar. P R E S S Õ E S D E T R A B A LH O P E R M IT ID A S Pouca sensibilidade a partículas grandes, devido às grandes seções de vazão. Sensível à sujeira microfina em suspensão, a qual é empurrada, com óleo de dreno, para dentro da folga circular, e pode levar ao engripamento (adesão) do carretel deslizante, espe- cialmente em pressões altas. Conforme a montagem e o material da carcaça, até 350 bar. A utilização de válvulas pequenas em pressões altas e pequenas vazões de bomba é pouco vantajosa, visto que a parcela percentual da perda da vazão por vazamento poderá ser relativamente alta. 138 SENAI-RJ Hidráulica Básica – Válvulas hidráulicas Válvulas de bloqueio Características Em um sistema hidráulico, essas válvulas têm a função de impedir o fluxo em um sentido e, no sentido contrário, liberá-lo. Também são chamadas de válvulas de retenção. São confeccionadas de acordo com o tipo de assento, e por isso podem se fechar isentas de vaza- mentos. Como obturadores de fechamento, utilizam-se esferas, placas, cones ou cones com vedação macia. Conforme o caso da utilização, podem-se dividir as válvulas de bloqueio em três grupos: Válvula de retenção simples Características Construtivamente, esta válvula compõe-se de uma carcaça e um cone temperado, que é pressionado por uma mola sobre o assento de vedação. É utilizada para desvio de ponto de estrangulamento, para bloqueio de um sentido da vazão, como válvula by-pass, como válvula de contrapressão etc. Válvula de bloqueio Válvula de retenção simples Válvula de retenção com desbloqueio hidráulico Válvula de retenção geminada SENAI-RJ 139 Hidráulica Básica – Válvulas hidráulicas Princípio de funcionamento Na passagem da vazão pela válvula no sentido indicado, devido à pressão do óleo hidráulico, o cone afasta-se do assento e libera o fluxo. No sentido contrário, a mola e a pressão do óleo hidráulico pressionam o cone sobre o assento e fazem o bloqueio. A pressão de abertura depende da mola selecionada (sua pré-tensão) e da área atuante do cone. Conforme a utilização, a pressão de abertura habitual fica compreendida entre 0,2 e 5bar. Numa válvula de retenção sem mola, a montagem terá de estar posicionada sempre vertical- mente. O obturador, devido a seu peso próprio, estará sempre no assento na posição de descanso. A válvula é oferecida nas execuções para: montagem em placa, conexões roscadas, flangeadas, montagem em bloco ou como placa intermediária. Válvula de retenção com desbloqueio hidráulico Características Ao contrário das válvulas de retenção simples, as com desbloqueio também poderão ser abertas no sentido do bloqueio. São utilizadas para bloquear circuitos de trabalho sob pressão, como segurança contra descida de uma carga no caso de ruptura de tubulação ou contra movimentos desejados de consumidores sob pressão. 1. Carcaça 2. Cone 3. Mola 4. Assento 2 1 3 4 Sentido de bloqueio Sentido livre SIMBOLOGIA 140 SENAI-RJ Hidráulica Básica – Válvulas hidráulicas Princípio de funcionamento No sentido de A para B, a pressão do óleo hidráulico atua sobre a área A 1 , do cone principal (1), e o desloca do assento contra a força da mola (3). No sentido de B para A o fluxo está bloqueado, como numa válvula de retenção simples. O desbloqueio é feito pelo êmbolo de comando (4). Este, através da conexão X, é deslocado pelo óleo de comando para a direita, e abre o cone principal (1) com uma pressão de comando correspondente. A pressão de comando necessária corresponde à relação de áreas, entre a área A 1 e a do êmbolo de abertura. Geralmente a relação é de 1 : 2,5, mas pode haver outras. Em dado momento, ocorre uma abertura repentina de toda a seção da área A 1 . As conseqüên- cias poderão ser choques de despressurização, sobretudo quando grandes volumes de óleo hidráulico sob pressão são liberados. Esses choques não causam somente ruídos, mas sobrecarregam todo o sistema hidráulico, especialmente as conexões e as peças móveis das válvulas. Válvula de retenção geminada CaracterísticasReunindo-se duas válvulas de retenção com desbloqueio hidráulico em uma carcaça, obtém-se a válvula de retenção geminada. Essa válvula é utilizada para bloquear, sem possibilidade de vazamento, as duas conexões de trabalho de uma válvula direcional. Isto significa que um cilindro, por exemplo, sobre carga que esteja parada, mesmo por longo tempo, não se poderá mover. Para atingir o fechamento completo pelos dois cones da válvula, as duas conexões (A e B) devem ser ligadas ao retorno na posição central da válvula direcional. SIMBOLOGIA 4 1 3 x A B A 1 SENAI-RJ 141 Hidráulica Básica – Válvulas hidráulicas Princípio de funcionamento No sentido de A 1 para A 2 ou B 1 para B 2 , o fluxo é livre. De A 2 para A 1 ou B 2 para B 1 , o fluxo é bloqueado. Quando a válvula tem vazão de, por exemplo, A 1 para A 2 , o êmbolo de comando 3 é movido para a direita, devido à pressão, e desloca o cone da válvula de retenção 2 de seu assento. Agora a passagem de B 2 para B 1 também está aberta (livre). No mesmo sentido é a função de B 1 para B 2 . Válvulas de vazão Características As válvulas de vazão influem na velocidade de movimentação dos consumidores através da alteração na seção de passagem do fluido no ponto de estrangulamento (diminuindo e aumentando). O ajuste na vazão das válvulas ocorre através de estranguladores. A velocidade de um atuador depende da quantidade de óleo a ele fornecida por unidade de tempo. É possível regular o fluxo com uma bomba de deslocamento variável, porém, em muitos circuitos, é mais prático usar uma bomba de deslocamento fixo e, então, regular o fluxo com válvulas de controle de vazão. Quanto a seu deslocamento, as válvulas de vazão podem ser subdivididas em quatro grupos, como mostra a figura na próxima página. SIMBOLOGIA1 2 3 A 1 B 1 A 2 B 2 142 SENAI-RJ Hidráulica Básica – Válvulas hidráulicas Tipos de estrangulador O estrangulamento depende muito do ponto estrangulador, especialmente a relação da alteração da seção para o curso de estrangulamento (capacidade de resolução). Estranguladores constantes Válvula de vazão Válvula estranguladora Válvula reguladora de vazão Dependente da pressão Dependente da viscosidade Independente da viscosidade Dependente da viscosidade Independente da viscosidade Independente da pressão Denominação da forma Representação gráfica Observação Estrangulador Diafragma A seção estranguladora é boa devido à pequena área envolvida. O comprimen- to do estrangulador é quase zero e, assim, quase independe da viscosidade. A seção estranguladora é boa devido à pequena área envolvida, mas depende da viscosidade, por causa do longo compri- mento estrangulado. SENAI-RJ 143 Hidráulica Básica – Válvulas hidráulicas Estranguladores ajustáveis Denominação da forma Representação gráfica Observação O comprimento do estrangulador é curto, a área envolvida é pequena e a influência da viscosidade é mínima. Perigo de entupimento em caso de pe- quena vazão. Capacidade de resolu- ção ruim. Estrangulador tipo agulha Fenda longitudinal (triangular) Fenda longitudinal (retangular) Estrangulador por fenda configurada Estrangulador perimetral triangular O comprimento do estrangulador é relativamente curto e o perímetro en- volvido é proporcionalmente pequeno. Influência da viscosidade e entupi- mentos mínimos. Boa capacidade de resolução do curso ajustável para a alteração da seção da vazão. O comprimento do estrangulador é relativamente curto e o perímetro en- volvido é proporcionalmente pequeno. Influência da viscosidade e entupi- mentos mínimos. Boa capacidade de resolução do curso ajustável para a seção da vazão. O comprimento do estrangulador é curto, mas o perímetro envolvido é grande. A influência da viscosidade é proporcionalmente mínima. Para va- zões pequenas não é muito favorável, já que há grande perigo de entupimen- to. Capacidade de resolução ruim. O comprimento do estrangulador é longo e, portanto, depende da viscosi- dade. A capacidade de resolução não é muito boa, uma vez que, segundo as regras, só são possíveis de 90° a 180° de ângulo de giro. 144 SENAI-RJ Hidráulica Básica – Válvulas hidráulicas Válvulas estranguladoras Características A vazão nas válvulas de estrangulamento depende da diferença de pressão no ponto estrangula- dor, ou seja, quanto maior a diferença de pressão, maior a vazão. Em muitos comandos – excetuando-se os de vazão constante (velocidades precisas), por exem- plo – , são instaladas válvulas de estrangulamento, uma vez que as reguladoras de pressão são muito dispendiosas. As válvulas de estrangulamento são instaladas quando: • É necessária uma resistência de trabalho constante. • Uma alteração de velocidade com carga variável não tiver importância ou for desejada. As válvulas estranguladoras são sensíveis às variações de viscosidade (temperatura). Quanto menor se torna o comprimento, menos perceptível será a alteração de viscosidade. Podemos dizer que a vazão se torna tanto maior quanto menor for a viscosidade do fluido. O fato de a válvula ser dependente ou não da viscosidade está ligado à configuração do ponto de estrangulamento. Observação • Maior viscosidade, maior dificuldade de escoamento → menor vazão. • Menor viscosidade, menor dificuldade de escoamento → maior vazão. SENAI-RJ 145 Hidráulica Básica – Válvulas hidráulicas Válvula estranguladora dependente da viscosidade Para montagem na tubulação Princípio de funcionamento Através das perfurações laterais (1) na carcaça (2), o fluido alcança o ponto de estrangulamen- to (3). Este é formado entre a carcaça e a luva ajustável (4). Através do giro da luva, a seção anular do ponto de estrangulamento pode ser alterada pouco a pouco em sua posição. Nesta válvula, o estrangulamento ocorre nas duas direções de vazão do óleo hidráulico. Para que o estrangulamento ocorra apenas em uma única direção, é exigida a instalação adicional de uma válvula de retenção. Na direção de estrangulamento, o fluido alcança a parte traseira do cone da válvula de retenção (5). Este é pressionado sobre o assento, impedindo a passagem do óleo hidráulico. O estrangulamento ocorre como na válvula anterior. No sentido contrário, a vazão do fluido age sobre a superfície do topo da válvula de retenção. O cone é levantado do assento. O fluido passa sem estrangulamento pela válvula. Função da válvula estranguladora Função da válvula de retenção Função da válvula estranguladora SIMBOLOGIA SIMBOLOGIA 146 SENAI-RJ Hidráulica Básica – Válvulas hidráulicas Para montagem em placa e conexão flangeada Para vazões maiores que 3000 L/min e pressões maiores que 315/ bar, as forças controladoras necessitam ser controladas por sistemas mais robustos, como a válvula para montagem em placa, que possui uma haste roscada conduzida para fora com quadrado exposto. Princípio de funcionamento Na direção de estrangulamento, o fluido alcança a parte traseira do cone da válvula de retenção (2). Este é pressionado sobre o assento, impedindo a passagem do óleo hidráulico. O estrangulamento ocorre através do estrangulador ajustável cônico (3) e da sede usinada na carcaça da válvula. Atra- vés do giro da haste roscada (1), a seção anular do ponto de estrangulamento pode ser alterada pouco a pouco em sua posição. No sentido contrário, a vazão do fluido age sobre a superfície do topo da válvula de retenção (2). O cone é levantado do assento. O óleo hidráulico passa sem estrangulamento pela válvula. O estrangulamento ocorre em uma direção. Para montagem intermediária (modular) Válvula estranguladora geminada de retorno livre Serve para limitar a vazão principal ou de comando de uma ou duas ligações de consumidores. Nela, são instaladas duas válvulas estranguladoras de retorno livre – dispostas simetricamente uma ao lado da outra –, que limitam as vazões em um dos sentidos e que permitem livre retorno no sentido contrário. Função da válvula estranguladora Função da válvula de retenção SIMBOLOGIA1 A 2 B 3 SENAI-RJ 147 Hidráulica Básica – Válvulas hidráulicas Princípio de funcionamento O óleo hidráulico do canal A1 atinge, através do ponto estrangulador (1), que é formado pelo assento da válvula (2) e pelo êmbolo estrangulador (3), o consumidor A2. O êmbolo estrangulador é ajustável por meio do parafuso de ajuste (4), possibilitando assim um ajuste da seção de estrangulamento (1). O óleo hidráulico que retorna do consumidor B2 desloca o assento da válvula (2) contra a mola (5) no sentido do êmbolo estrangulador (3), possibilitando assim o retorno livre. Conforme o tipo de montagem, o efeito estrangulador pode ocorrer na entrada ou na saída. Para a alteração da velocidade de um consumidor (limitação de vazão principal), a válvula estranguladora geminada de retorno livre é instalada entre a válvula direcional e a placa de ligação. Para a alteração da velocidade de operação de uma válvula direcional pré-operada, a válvula estranguladora geminada de retorno livre pode ser instalada com ajuste do tempo de comutação (limitação de vazão de comando). A partir daí, a montagem ocorre entre a válvula pré-operada e a válvula principal. Válvula estranguladora independente da viscosidade Características Essa válvula, também denominada válvula de estrangulamento fino, é concebida com um ponto estrangulador em forma de diafragma, o que a torna praticamente independente da viscosidade na passagem. A influência mínima da viscosidade é alcançada devido à forma do diafragma na área de estrangulamento. SIMBOLOGIA5 4 3 2 1 A 2 B 2 A 1 B 1 148 SENAI-RJ Hidráulica Básica – Válvulas hidráulicas Princípio de funcionamento A válvula estranguladora independente da viscosidade compõe-se basicamente da carcaça (1), do elemento de ajuste (2) e da bucha com diafragma (3). O estrangulamento da vazão de A para B ocorre na janela do diafragma (4). A seção estranguladora é ajustada através da rotação do êmbolo curvilíneo (5). A regulagem é obtida girando-se o êmbolo curvilíneo (5) por meio do elemento de ajuste (2) acoplado a ele. A área da seção de passagem é determinada pela posição da curva do êmbolo (5) diante da abertura do diafragma (4). A mínima dependência da viscosidade ocorre através da configuração do ponto estrangulador com o diafragma. Preferencialmente, o sentido da vazão é de A para B. Por meio de um parafuso de ajuste (6), a bucha do diafragma pode ser erguida ou baixada em relação ao fuso. Assim é possível um ajuste, na fábrica, do dispositivo com a escala correspondente (pequenas diferenças de fabricação). A bucha de ajuste apóia-se sobre a base de montagem da válvula, durante o trabalho. A bucha do diafragma é protegida contra giro por um pino elástico (7). Válvula reguladora de vazão Características A função dessa válvula é manter constante uma vazão regulada, independentemente das oscilações de pressão que existem entre a entrada e a saída da válvula. Isso significa que a vazão é constante, mesmo que haja uma variação na pressão. Essa constância é alcançada instalando-se, junto com o estrangulador SIMBOLOGIA SENAI-RJ 149 Hidráulica Básica – Válvulas hidráulicas ajustável (diafragma), um hidróstato, que trabalha como compensador de carga (balança de pressão) e, ao mesmo tempo, representa o elemento comparador em um circuito regulador. Recomenda-se a instalação dessa válvula, portanto, quando apesar da variação de carga, dese- ja-se uma velocidade constante. Princípio de funcionamento Através da ação conjunta do estrangulador ajustável (1) e do hidróstato (2), a diferença de pressão P 1 - P 3 , alterável por meio da pressão da carga, é dividida em dois ramos: • P 1 - P 2 interna e constante no estrangulador ajustável. • P 1 - P 3 externa e variável. P 1 P 2 3 2 s P 3 150 SENAI-RJ Hidráulica Básica – Válvulas hidráulicas A válvula reguladora de vazão apresenta um regulador com os elementos principais, como: estrangulador ajustável (1), balança de pressão (2) e mola (3). O estrangulador ajustável (1) gera uma alteração da diferença de pressão P 1 - P 2 em caso de mudança de temperatura ou de viscosidade do óleo hidráulico. Através do formato construtivo do ponto estrangulador, pode-se combater esta influência. O óleo hidráulico dirige-se de A para B; no estrangulador (1) propriamente dito, é instalado um êmbolo de regulagem de fluxo de entrada (2). Na entrada da válvula atua sempre a pressão máxima P 1 do sistema. Na saída atua a pressão P 3 , que depende da resistência do consumidor. Com cargas de resistência variáveis, também a pressão P 3 varia, e com isso também há oscila- ções e queda de pressão entre a entrada e a saída da válvula (P 1 para P 3 ). Com a mesma seção transversal, a vazão iria variar se não estivesse instalado o êmbolo (2). Para evitar as influências das variações, deve-se ter a preocupação de manter, na área do estrangulamento, sempre a mesma diferença de pressão, P 2 - P 3 . Isso é possível através do êmbolo de regulagem, também denominado compensador de pressão, que atua como estrangulador variável. Uma mola mantém o êmbolo na posição inicial aberta. Quando não há fluxo, as pressões atuarão nas áreas A2 e A3, exercendo uma força sobre o êmbolo. A pressão P 2 atua, através de um canal interno, sobre a área A2. A pressão P 3 , após o estran- gulamento, atua sobre a área A3. Na posição de regulagem, isto é, na existência do fluxo, as forças que atuam sobre o êmbolo estão em equilíbrio. Se, por exemplo, a pressão P 2 aumentar, devido a um aumento de pressão na entrada da válvula, o êmbolo se deslocará até que a pressão P 2 diminua novamente. A vazão permanece, portanto, cons- tante. Se houver, por exemplo, uma variação de P 3 (aumento ou diminuição), o êmbolo se deslocará até se alcançar novamente o equilíbrio de forças. Dessa forma é mantida a vazão constante. Válvula reguladora de vazão de duas vias Características Nas válvulas reguladoras de vazão de duas vias, o diafragma e a balança de pressão são mon- tados em série. A balança de pressão pode, ainda, ser montada antes ou após o estrangulador ajustá- vel (diafragma). SENAI-RJ 151 Hidráulica Básica – Válvulas hidráulicas SIMBOLOGIA No esquema acima, está representada uma válvula reguladora de duas vias, com balança de pressão antes do diafragma. A aresta de comando A 1 e o diafragma A 2 são montados em série. A balança de pressão é acionada do lado direito por p 2 , e do lado esquerdo por p 3 e F F . Vale, então, para o equilíbrio na balança de pressão: p 2 *A K = p 3 *A K + F F Para a queda de pressão no diafragma, vale: ∆p = p 2 - p 3 = F F / A K = constante. Balança de pressão na entrada Princípio de funcionamento P 1 A A 3 A KF F A 2 P 3 s P 2 152 SENAI-RJ Hidráulica Básica – Válvulas hidráulicas Válvula reguladora de vazão de três vias Características Ao contrário da válvula reguladora de vazão de duas vias, nessa, o diafragma e a balança de pressão não são ligados em série, mas em paralelo. A balança de pressão permite a sobrevazão para o reservatório através de uma tubulação adicional. Para que a pressão máxima seja assegurada, uma válvula limitadora de pressão precisa ser instalada no circuito hidráulico. Essa válvula limitadora de pressão já está presente na maior parte dos sistemas, integrada à válvula reguladora de vazão de três vias. P 1 A 3 A K F F P 3 s Balança de pressão na saída No esquema acima, está representada uma válvula reguladora de vazão de duas vias, com balança de pressão na saída. A aresta de comando A 1 e o diagrama A 2 são montados em série. A balança de pressão é acionada do lado direito por p 3 , e do lado esquerdo por p 2 e F F . Vale, então, para o equilíbrio na balança de pressão: P 1 *A K = p 2 *A K + F F Para a queda de pressão no diafragma, vale: ∆p = p 1 - p 2 = F F / A K = constante. P 2 SENAI-RJ 153 Hidráulica Básica – Válvulas hidráulicas SIMBOLOGIA Princípiode funcionamento P 1 A 1 A K F F P 2 Q R P 1 A K A 2 No esquema acima, está representada uma válvula reguladora de vazão de três vias. A aresta de comando A 1 e o diafragma A 2 são montados em paralelo. A balança de pressão é acionada do lado direito por p 2 e F F , e do lado esquerdo por p 1 . Vale, então, para o equilíbrio na balança de pressão: p 1 * A K = p 2 * A K + F F . Para a queda de pressão no diafragma, vale: Dp = p 1 - p 2 = F F / A K = constante. T 154 SENAI-RJ Hidráulica Básica – Válvulas hidráulicas SENAI-RJ 155 Hidráulica Básica – Atuadores hidráulicos Atuadores hidráulicos Classificação Atuadores lineares Atuadores rotativos hidráulicos Nesta seção... 8 156 SENAI-RJ Hidráulica Básica – Atuadores hidráulicos SENAI-RJ 157 Hidráulica Básica – Atuadores hidráulicos Classificação Esses atuadores são dispositivos que estão localizados no final de um circuito hidráulico, e são a parte em que se realizam os trabalhos mecânicos após o óleo percorrer todo o circuito. Isso quer dizer que eles estão ligados mecanicamente à carga. Quando o óleo os aciona, podemos observar o fenômeno da transformação da energia hidráulica em energia mecânica (força ou torque). Eles dividem-se em dois grupos: Atuadores lineares São os que convertem a energia hidráulica em movimento linear ou angular. Nesta família, os mais utilizados são os cilindros hidráulicos. Atuadores rotativos Convertem energia hidráulica em momento torsor (torque), com movimento limitado ou con- tínuo. Neste caso, temos os osciladores e os motores hidráulicos (palhetas, engrenagens, pistões). Atuadores lineares Atuadores hidráulicos Atuadores rotativos Cilindro hidráulico Oscilador hidráulico Motor hidráulico 158 SENAI-RJ Hidráulica Básica – Atuadores hidráulicos A seguir, vamos apresentar, de forma detalhada, as características e o funcionamento dos atuadores lineares e rotativos. Atuadores lineares São representados pelos cilindros hidráulicos, que são os mais utilizados na automatização de máquinas em diversos segmentos da indústria. Diferenciam-se entre si por detalhes construtivos e em função de suas características de funcionamento e utilização. Podem ser fornecidos com as mais diversas opções de montagem (fixação), com ou sem amortecimento, acessórios e com curso de trabalho especificado pelo usuário. Constituintes de um cilindro hidráulico linear 1. Cabeçote 2. Fundo 3. Haste 4. Tubo 5. Flange 6. Bucha-guia 7. Êmbolo 8. Bucha de amortecimento 9. Bucha de amortecimento 10. Bucha roscada 11. Tirante 12. Porca 13. Fita-guia 14.1. Vedação do êmbolo (exec. ”T”) 14.2. Vedação do êmbolo (exec. ”A”) 15. Raspador 16. Vedação da haste 17. O-ring 18. Anel antiextrusão 19. O-ring 20. Válvula de retenção com desaeração 21. Válvula estranguladora SENAI-RJ 159 Hidráulica Básica – Atuadores hidráulicos Diferença de áreas Vale ressaltar que, neste caso, temos uma diferença nos esforços desenvolvidos no momento de avanço e no momento de retorno, pois as áreas efetivas de atuação da pressão são diferentes. Na realidade, a área da câmara traseira é maior do que a da câmara dianteira, portanto nessa última temos de considerar o diâmetro da haste, na qual a área correspondente à sua secção não estará sujeita à ação desta pressão. Força desenvolvida pelo cilindro hidráulico A força máxima desenvolvida pelo cilindro é calculada através da função da pressão a que ele está submetido e das áreas do êmbolo envolvidas. Exemplos Ao submetermos um cilindro hidráulico à pressão de 5 kgf/cm2, com uma área de êmbolo de 20 cm2, a forma máxima desenvolvida será: Área do êmbolo Área anular do êmbolo No êmbolo do cilindro, distinguem-se duas áreas: • Área do êmbolo – Toda a área do êmbolo. • Área angular do êmbolo – Área do êmbolo menos área da haste. 2 1 AB 160 SENAI-RJ Hidráulica Básica – Atuadores hidráulicos Logo: Força = Pressão x Área Substituindo: Força = 5 kgf / cm2 x 20 cm2 Teremos: Vimos, então, que a força máxima desenvolvida pelo cilindro será de 100 kgf, no curso de avanço. Agora vamos submeter o mesmo cilindro à mesma pressão, com uma área anular do êmbolo de 10cm2. Vamos definir, então, qual será a força máxima desenvolvida em seu curso de retorno. Sabemos que: Logo: Força = Pressão x Área Substituindo: Força = 5 kgf / cm2 x 10 cm2 Teremos: A força máxima desenvolvida pelo cilindro, neste caso, será de 50 kgf, no curso de retorno. Pressão = Força Área Sabemos que: Pressão = Força Área Força = 100 kgf Como já descrito no item anterior, a força desenvolvida para o curso de avanço é maior que a desenvolvida para o curso de retorno, pois a área do êmbolo (20cm2) é maior que sua área anular. Força = 50 kgf SENAI-RJ 161 Hidráulica Básica – Atuadores hidráulicos Tipos de cilindro hidráulico Os mais usuais são os de simples efeito ou ação simples e os de duplo efeito ou ação dupla. Por isso, daremos mais ênfase a estes, em nossas apresentações. Cilindros hidráulicos de ação simples Características Recebem esta dominação porque utilizam óleo hidráulico para produzir trabalho em um único sentido de movimento, seja para avanço ou retorno. Possuem somente um orifício de conexão, atra- vés do qual o óleo entra e sai. O lado oposto à entrada é dotado de um pequeno orifício que serve como respiro, visando a impedir a formação de contrapressão, causada pelo ar residual. O movimento de retorno, em geral, é conseguido através da ação de uma mola ou de uma força externa, permitindo assim que o cilindro assuma sua posição inicial de repouso. São comandados por válvulas direcionais de três vias, e uma de suas principais aplicações é a fixação de peças. Princípio de funcionamento A A B B 162 SENAI-RJ Hidráulica Básica – Atuadores hidráulicos a) O cilindro é mantido recuado por ação da força da mola ou qualquer outra força. b) Para o curso de avanço, o óleo hidráulico é admitido pela conexão A ou B, deslocando o êmbolo e comprimindo a mola. O ar na outra câmara é descarregado, pelo orifício de escape, para a atmosfera. Cilindros hidráulicos de ação dupla Características Quando um cilindro utiliza óleo para produzir trabalho em ambos os sentidos de movimento (avanço ou retorno), é chamado de cilindro de dupla ação. Suas aplicações são as mais diversas possíveis. Normalmente, são comandados por válvulas direcionais de quatro ou cinco vias. Princípio de funcionamento Os movimentos de avanço ou retorno da haste desse cilindro são obtidos através da alternância da admissão e do escape do óleo – que age sobre as superfícies do êmbolo – em suas câmaras traseira e dianteira. Isso significa que, enquanto uma câmara está admitindo óleo, a outra o está liberando para o reservatório. Esta operação é mantida pelo momento de inversão da válvula direcional, quando alter- namos a admissão de óleo nas câmaras, fazendo com que a haste se movimente em sentido contrário: a) Para o curso de avanço, o óleo é admitido na conexão A, e a conexão B permite o retorno do óleo contido na câmara dianteira para o reservatório. b) O cilindro realiza o curso de retorno sob a ação do óleo admitido na conexão B, e por conse- qüência, o óleo contido na câmara traseira será enviado para o reservatório através da conexão A. B A SENAI-RJ 163 Hidráulica Básica – Atuadores hidráulicos Cilindros hidráulicos de haste passante Características São também chamados de cilindro de haste dupla. Esse tipo de cilindro vem sendo utilizado em diversas aplicações, nas indústrias. Possui duas hastes unidas ao mesmo êmbolo. As duas faces do êmbolo possuem geralmente a mesma área, o que possibilita transmitir forças iguais em ambos os sentidos de movimentação. Apresentam dois mancais de guia, um em cada tampa, oferecendo mais resistência às cargas laterais, bem como seu melhor alinhamento. Em função das necessidades de utilização, esse tipo de cilindro pode assumir uma série de aplicações. Poderá ser fixado pelas extremidadesdas hastes, deixando o corpo livre, ou pelo corpo, permitindo que as hastes se desloquem. Princípio de funcionamento a) Para o curso de avanço, o óleo é admitido na conexão A, e a conexão B permite o retorno do óleo contido na câmara traseira para o reservatório. b) O cilindro realiza o curso de retorno sob a ação do óleo admitido na conexão B, e por conseqüência, o óleo contido na câmara traseira será enviado para o reservatório através da conexão A. B A 164 SENAI-RJ Hidráulica Básica – Atuadores hidráulicos Cilindros hidráulicos com amortecimento Características É importante sabermos que os cilindros hidráulicos podem ser fornecidos com ou sem amorteci- mento, cabendo ao cliente essa decisão, que deve ser conciliada, logicamente, com suas condições de aplicação. O amortecimento tem a finalidade de evitar cargas de choque, transmitidas aos cabeçotes (tam- pas) e ao êmbolo no final de cada curso, absorvendo-as. Isso faz com que os cilindros que possuem este dispositivo tenham sua vida útil prolongada. Para os cilindros muito pequenos, este recurso não é utilizado, devido à própria limitação dimensional, além de, na maioria dos casos, ele não ser necessário porque os esforços desenvolvidos são pequenos e não admitem inércia significante. Na prática, o usual é encontrarmos a aplicação de amortecimento em cilindros que possuam diâmetros acima de 30mm e cursos acima de 50mm. Princípio de funcionamento O princípio de funcionamento baseia-se na retenção de parte da quantidade de óleo hidráulico no final do curso. Inicia-se quando um colar que envolve a haste começa a se encaixar num retentor, vedando a saída principal do óleo e forçando-o a sair por uma restrição fixa ou regulável, escoando assim com uma vazão menor. Isso causa uma desaceleração gradativa na velocidade do pistão e absorve o choque. Vale salientar que o amortecimento só é eficiente quando o curso completo do cilindro é utiliza- do, pois seu efeito só ocorre no final dos cursos. Outra observação é quanto ao tempo de ciclo do equipamento. Devemos estar cientes que esse tipo de proteção acarreta um aumento de tempo no ciclo, devido às perdas de tempo em cada desaceleração do êmbolo. B A SENAI-RJ 165 Hidráulica Básica – Atuadores hidráulicos Amortecimento no retorno a) O cilindro retorna com força e velocidade máximas sob o efeito do óleo admitido pela conexão A. b) O óleo em exaustão tem passagem livre pela conexão B. c) Próximo ao final do curso de retorno, o óleo em exaustão tem a passagem de saída bloqueada pelo ressalto do êmbolo, formando uma câmara de amortecimento. d) O óleo contido na câmara de amortecimento tem sua saída restringida pela válvula regulado- ra de fluxo (final de curso com amortecimento). Amortecimento no avanço a) Para o curso de avanço, o óleo é admitido pela conexão B e tem passagem livre pela válvula de retenção, proporcionando um início de movimento a velocidade máxima. b) Próximo ao final do curso de avanço, o óleo em exaustão tem a passagem de saída bloqueada pelo ressalto do êmbolo, formando uma câmara de amortecimento. c) O óleo que está contido na câmara de amortecimento tem sua saída restringida pela válvula reguladora de fluxo (final de curso com amortecimento). BA BA BA BA 166 SENAI-RJ Hidráulica Básica – Atuadores hidráulicos Simbologia gráfica para cilindros hidráulicos As informações abaixo estão de acordo com a norma DIN-ISO 1219 e ISO 5599. Cilindro de ação simples com retorno por carga externa Cilindro de ação simples com retorno por mola Cilindro de ação simples com avanço por mola Cilindro de ação dupla Cilindro de ação dupla de haste passante Amortecimento dianteiro fixo Amortecimento traseiro fixo Duplo amortecimento fixo Amortecimento dianteiro regulável Amortecimento traseiro regulável Amortecimento duplo com regulagem Cilindro duplex contínuo (Tandem) ou geminado SENAI-RJ 167 Hidráulica Básica – Atuadores hidráulicos Atuadores rotativos hidráulicos São normalmente denominados atuadores hidráulicos rotativos ou cilindros rotativos. São insta- lados na parte final de um circuito hidráulico, quando o trabalho a ser realizado é uma operação de rotação. Convertem a energia hidráulica em movimento rotativo limitado, causando momento torsor e torque. Tipos de atuador rotativo hidráulico Oscilador hidráulico Consiste em um conversor através do qual o movimento retilíneo, obtido por intermédio de um fluido pressurizado, é convertido em movimento rotativo. O movimento retilíneo é produzido pelo óleo hidráulico, que age alternadamente sobre dois êm- bolos fixos em uma cremalheira, engrenada a um pinhão. Basicamente, é um cilindro de duplo efeito que permite, em função da relação de transmissão, a obtenção do ângulo de rotação determinado. Motor hidráulico Na indústria moderna, o motor hidráulico é cada vez mais empregado, especialmente onde é impossível ou perigoso o uso de aparelhos elétricos. Outro referencial que indica sua utilização é a presença de ambientes úmidos, corrosivos, quen- tes, ácidos, explosivos ou com predominância de pó. Atuadores rotativos Oscilador hidráulico Motor hidráulico 168 SENAI-RJ Hidráulica Básica – Atuadores hidráulicos Tipos de oscilador hidráulico Oscilador hidráulico pinhão x cremalheira Características Quando o óleo age sobre uma face do êmbolo, provoca o deslocamento da cremalheira para a direita ou esquerda. O pinhão recebe o movimento e transmite o momento torsor criado para um eixo. O torque é produzido em função do diâmetro do oscilador, da pressão utilizada e da relação de transmissão. Pode ser dotado de amortecimento simples ou duplo no fim do curso. Princípio de funcionamento É bom ressaltar que os motores hidráulicos são o oposto dos compressores, ou seja, não são geradores de óleo hidráulico, e sim utilizadores da energia nele contida para realizar seu movimento. Vamos, a seguir, apresentar de forma detalhada as características e o funcionamento dos osciladores hidráulicos. 1. Rotação do eixo de saída no sentido horário • O óleo é admitido pela conexão A, deslocando o êmbolo e a haste para a direita. • O óleo na outra câmara do êmbolo oposto é descarregado pela conexão B. • O deslocamento da haste para a direita é transmitido à engrenagem como movimento rotativo no sentido horário. A B SENAI-RJ 169 Hidráulica Básica – Atuadores hidráulicos 2. Rotação do eixo de saída no sentido anti-horário • O óleo é admitido pela conexão B, deslocando o êmbolo e a haste para a esquerda. • O óleo na outra câmara do êmbolo oposto é descarregado pela conexão A. • O deslocamento da haste para a esquerda é transmitido à engrenagem como movimento rotativo no sentido anti-horário. Oscilador hidráulico de palheta Características Nesse tipo de oscilador encontramos uma palheta com movimento rotativo limitado, geralmente com limitação a 300°, para o atuador simples. Princípio de funcionamento 1. Rotação do eixo de saída no sentido horário • O óleo é admitido pela conexão A, deslocando a palheta no sentido horário. • O óleo na câmara oposta da palheta é descarregado pela conexão B. 2. Rotação do eixo de saída no sentido anti-horário • O óleo é admitido pela conexão B, deslocando a palheta no sentido anti-horário. • O óleo na outra câmara oposta da palheta é descarregado pela conexão A. Atuador simples Atuador duplo 170 SENAI-RJ Hidráulica Básica – Atuadores hidráulicos Tipos de motor hidráulico Motor hidráulico de engrenagens Características É composto basicamente de uma carcaça e um par de engrenagens, no qual uma delas está acoplada ao eixo de saída e a outra apoiada sobre mancais internos. Esta aciona a primeira. Princípio de funcionamento Simbologia gráfica para osciladores hidráulicos De acordo com a norma DIN-ISO 1219 e ISO 5599, apresenta-se da seguinte forma: Denominação/elucidação Símbolos Oscilador hidráulico geral P L T SENAI-RJ 171 Hidráulica Básica – Atuadores hidráulicos Composto basicamentepor uma carcaça, um cilindro, duas tampas e um rotor com palhetas montado sobre rolamentos excentricamente dentro do cilindro. Na alimentação, o óleo sob pressão é admitido pela tampa traseira do cilindro, sendo dirigido para seu interior. A câmara do cilindro é limitada pelas faces do rotor e pelas tampas. Princípio de funcionamento O momento de torção das engrenagens é gerado quando o óleo atua sobre os flancos dos dentes (que podem ser retos ou helicoidais), causando a rotação das engrenagens. O momento de torção entre os dois tipos permanece quase constante, porém o sistema helicoidal é mais silencioso. Motor hidráulico de palhetas Características a) O óleo é admitido e segue em direção ao conjunto rotativo. b) A câmara do cilindro é formada pelas faces do rotor e pelas tampas. c) A pressão atuará sobre a superfície frontal da palheta, resultando em uma força. A força resultante na palheta dá origem ao torque Eixo de acionamento A pressão que atua na palheta ocasiona uma força Pressão do sistema Rotor 172 SENAI-RJ Hidráulica Básica – Atuadores hidráulicos d) A força, atuando a uma distância do centro do eixo do rotor, originará um torque. e) Sob ação do torque, o rotor gira de forma contínua. f) Ao adquirir velocidade, as palhetas são mantidas encostadas contra a parede interna do cilindro pela ação da força centrífuga, criando sucessivas câmaras nas quais o óleo atua. g) Chegando a um certo ponto da revolução, o óleo é descarregado para o reservatório e as palhetas são obrigadas a voltar para o interior da ranhura do rotor. Motor hidráulico de pistões axiais Características Este tipo de motor possui normalmente de cinco a sete pistões, dispostos axialmente no interior de um bloco de cilindros que deslizam apoiados em uma placa inclinada. O rotor se encontra fixado a um eixo ranhurado, que gira com todo o conjunto. Nesse motor, vários cilindros são dispostos paralelamente à árvore de saída e atuam com movi- mentos alternados no interior de um bloco de pistões. Princípio de funcionamento a) O óleo hidráulico é admitido pela conexão A, sendo direcionado ao bloco de pistões. b) Vários cilindros são submetidos a pressão, de forma progressiva. c) A pressão, atuando nas superfícies dos pistões, resultará em forças. d) A força resultante é transmitida a uma placa de deslizamento inclinada. e) A reação a esse esforço provocará a rotação de todo o conjunto (pistões, bloco de pistões, placa (inclinada). f) O bloco de pistões está acoplado à árvore de saída, onde esta executa a mesma rotação do bloco de cilindros. A B SENAI-RJ 173 Hidráulica Básica – Atuadores hidráulicos g) Após os pistões terem executado todo seu curso para fora do bloco, o óleo é descarregado pela conexão B pelo giro constante no bloco de pistões. h) Após o pistão ter executado todo seu curso para fora, o giro constante do bloco força os pistões para dentro, causando a descarga do óleo pela conexão B. Motor hidráulico de pistões radiais Características Este tipo de motor é composto de uma carcaça, onde existem normalmente de quatro a seis cilindros, providos de pistões, posicionados radialmente e que estão apoiados em um virabrequim através de bielas. O óleo hidráulico é direcionado, através de canais, para os cilindros, através de uma válvula rotativa, podendo agir simultaneamente em dois ou três pistões, dependendo do número existente. Nos cilindros, o óleo atua pressionando os pistões para seu ponto inferior e causando a transmis- são do movimento. Em sentido contrário, o óleo nos cilindros é expelido para o retorno ao reservatório. Durante a rotação do motor, teremos pistões admitindo óleo para girar o conjunto e outros pistões descarregando o óleo que já executou esta tarefa. Observação 3 1 2 Princípio de funcionamento 174 SENAI-RJ Hidráulica Básica – Atuadores hidráulicos a) O óleo hidráulico é admitido por uma válvula rotativa e distribuído aos cilindros através de canais. b) Vários cilindros são submetidos a pressão. c) A pressão, atuando na superfície dos pistões, resultará em força. d) A força gerada no pistão é transmitida à biela e ao virabrequim, causando o movimento da árvore de saída. e) Após o pistão ter executado todo seu curso para fora, a válvula rotativa descarrega o óleo que já executou a tarefa de girar a árvore de saída e pressuriza outros cilindros. O giro continua. Durante a rotação do motor, teremos pistões admitindo óleo, causando a rotação da árvore de saída, e pistões descarregando o óleo que já executou essa tarefa. Esse comando é executado pela válvula rotativa. Observação SENAI-RJ 175 Hidráulica Básica – Atuadores hidráulicos Simbologia gráfica para motores hidráulicos De acordo com a norma DIN-ISO 1219 e ISO 5599, a simbologia apresenta-se da seguinte forma: Motor de deslocamento constante unidirecional geral Motor de deslocamento constante unidirecional (um sentido de vazão e um sentido de rotação) Motor de deslocamento bidirecional (dois sentidos de vazão e dois sentidos de rotação) Motor de deslocamento variável unidirecional (um sentido de vazão e um sentido de rotação) Motor de deslocamento constante bidirecional (dois sentidos de vazão e dois sentidos de rotação) Denominação/ elucidação Símbolos 176 SENAI-RJ Hidráulica Básica – Atuadores hidráulicos SENAI-RJ 177 Hidráulica Básica – Para consultar Para consultar Símbolos para montagem agrupada ou modular Simbologia dos componentes de sistemas hidráulicos Tabela de conversão das unidades de pressão Tabela comparativa de óleos de diversos fornecedores Nesta seção... 9 178 SENAI-RJ Hidráulica Básica – Para consultar SENAI-RJ 179 Hidráulica Básica – Para consultar Símbolos para montagem agrupada ou modular Válvula de retenção na linha de tanque Válvula de retenção na linha de pressão Válvula de alívio de pressão Válvula de frenagem Válvula de controle de fluxo na linha de pressão Válvula de controle de fluxo na linha de tan- que Símbolo Descrição 180 SENAI-RJ Hidráulica Básica – Para consultar Válvula de controle de fluxo nas linhas de pressão e tanque Válvula de controle de fluxo nas linhas de pressão com retenção incorporada Válvula de controle de fluxo nas linhas A e B – Meter-out Válvula de controle de fluxo nas linhas A e B – Meter-in Válvula de seqüência localizada e comandada na linha de pressão Válvula de pressão localizada na linha P e comandada pela linha B Válvula redutora de pressão localizada na linha P e comandada pela linha A Símbolo Descrição SENAI-RJ 181 Hidráulica Básica – Para consultar Válvula redutora de pressão localizada e comandada pela linha P Válvula de contrabalanço Válvula de retenção pilotada na linha A Válvula de retenção pilotada na linha B Válvula de retenção pilotada nas linhas A e B Símbolo Descrição 182 SENAI-RJ Hidráulica Básica – Para consultar Simbologia dos componentes de sistemas hidráulicos DIN-ISO 1219 e ISO 5599 Bomba hidráulica com deslocamento cons- tante e um sentido de fluxo Bomba hidráulica com deslocamento cons- tante e dois sentidos de fluxo Bomba hidráulica com deslocamento variá- vel e um sentido de fluxo Bomba hidráulica com deslocamento variá- vel e dois sentidos de fluxo Motor hidráulico com deslocamento cons- tante e um sentido de fluxo Motor hidráulico com deslocamento cons- tante e dois sentidos de fluxo Motor hidráulico com deslocamento variá- vel e um sentido de fluxo Função Simbologia SENAI-RJ 183 Hidráulica Básica – Para consultar Motor hidráulico com deslocamento variável e dois sentidos de fluxo Motor hidráulico com campo giratório limitado (motor oscilante) Bomba/motor de deslocamento fixo com reversão do sentido de fluxo Bomba/motor de deslocamento fixo com sentido único de fluxo Bomba/motor de deslocamento fixo com dois sentidos de fluxo Bomba/motor de deslocamento variável com reversão de sentido de fluxo Bomba/motor de deslocamento variável comsentido único de fluxo Bomba/motor de deslocamento variável com reversão do sentido de fluxo 184 SENAI-RJ Hidráulica Básica – Para consultar Cilindro de ação simples e avanço por força não-especificada Cilindro de ação simples e retorno por força não-especificada Cilindro de ação simples e retorno por mola Motor elétrico Motor térmico Válvula direcional de duas vias – duas posições Posição normal fechada Válvula direcional de duas vias – duas posições Posição normal aberta Válvula direcional de três vias – duas posições Posição normal fechada SENAI-RJ 185 Hidráulica Básica – Para consultar Válvula direcional de três vias – duas posições Posição normal aberta Válvula direcional de três vias – três posições Posição intermediária (central) fechada Válvula direcional de quatro vias – duas posições Válvula direcional de quatro vias – três posições Posição intermediária (central) fechada Válvula direcional de quatro vias – três posições Posição intermediária (central) com saídas em retorno Cilindro de ação simples e avanço por mola Cilindro de ação dupla com haste simples Cilindro de ação dupla com haste passante 186 SENAI-RJ Hidráulica Básica – Para consultar Cilindro diferencial Cilindro com amortecedor fixo de dois sentidos Cilindro com amortecedor regulável de dois sentidos Cilindros telescópicos de ação simples com retorno por força externa Cilindro telescópico de dupla ação Intensificador para o mesmo meio de pressão Conversor do meio de pressão de ar para óleo Válvula reguladora de fluxo de acionamento manual SENAI-RJ 187 Hidráulica Básica – Para consultar Válvula reguladora de fluxo de acionamento mecânico ou por rolete e retorno por mola Válvula reguladora de fluxo de duas vias Vazão fixa – estrangulador Válvula reguladora de fluxo de duas vias Vazão fixa – orifício Válvula reguladora de fluxo de três vias Vazão fixa – estrangulador Descarga ao reservatório Válvula reguladora de fluxo de duas vias Vazão variável – estrangulador Válvula reguladora de fluxo de três vias Vazão variável – estrangulador Descarga ao reservatório Válvula reguladora de fluxo com válvulas de retenção em ligação paralela Válvula reguladora de fluxo com orifício e retorno livre 188 SENAI-RJ Hidráulica Básica – Para consultar Válvula de fechamento Simbolização simplificada Válvula direcional de cinco vias – duas posições Válvula direcional de cinco vias – três posições Posição intermediária (central) fechada Válvula direcional de quatro vias – três posições Posição intermediária (central) P → T Válvula direcional com posição intermediária de comando e duas posições finais Válvula de retenção sem mola Válvula de retenção com mola Válvula de retenção pilotada SENAI-RJ 189 Hidráulica Básica – Para consultar Válvula de fluxo com estrangulamento constante Válvula de orifício com estrangulamento constante Válvula reguladora de fluxo com estrangulamento regulável nos dois sentidos Convertor hidráulico – elétrico Aparelho sensitivo de pressão (pressostato) Aparelho sensitivo de temperatura (termostato) Aparelho sensitivo de fluxo (rotâmetro) Grupo de acionamento com uma bomba 190 SENAI-RJ Hidráulica Básica – Para consultar Grupo de acionamento com duas bombas Direto por acréscimo de pressão Áreas atuantes diferentes Indireto por acréscimo de pressão Centragem por pressão Centragem por mola Solenóide e válvula-piloto (pré-operado) Sonelóide ou válvula-piloto SENAI-RJ 191 Hidráulica Básica – Para consultar Indicador de pressão (manômetro) Indicador de temperatura Aparelho medidor de fluxo (fluxômetro) Ponto de ligação de pressão fechado Ponto de ligação de pressão com conexão sem retenção (engate rápido) Conexão rápida acoplada com válvula de bloqueio, com abertura mecânica (engate rápido) Conexão rápida, desacoplada, canal fechado Conexão rápida, desacoplada, canal aberto 192 SENAI-RJ Hidráulica Básica – Para consultar Conexão giratória em um só sentido Reservatório aberto Reservatório de entrada com a extremidade acima do nível de fluido Reservatório de entrada com a extremidade abaixo do nível de fluido Reservatório com linha sob carga Válvula limitadora de pressão regulável (alívio) Válvula limitadora de pressão pilotada através de controle remoto Válvula de seqüência SENAI-RJ 193 Hidráulica Básica – Para consultar Linha de trabalho, sucção, retorno ou pressão Linha de comando (pilotagem) Linha de dreno Linha de contorno Delimitação de um conjunto de funções em um único corpo Tubulação flexível (mangueira) Conexão fixa (derivação) Cruzamento de linhas não-ligadas Acionamento manual (muscular) geral 194 SENAI-RJ Hidráulica Básica – Para consultar Botão Alavanca Pedal Came ou apalpador Mola Rolete apalpador Rolete apalpador com retorno em vazio (gatilho) Eletroímã (bobina solenóide) SENAI-RJ 195 Hidráulica Básica – Para consultar Reservatório pressurizado Acumulador de energia hidráulica Filtro Refrigerador (resfriador) Refrigerador com representação das linhas de fluxo do fluido refrigerante Eixo Movimento giratório em um sentido Eixo Movimento giratório nos dois sentidos Engate (trava) Conexão articulada, simples 196 SENAI-RJ Hidráulica Básica – Para consultar T a b e la d e c o n v e rs ã o d a s u n id a d e s d e p re ss ã o U n id a d e f in a l d e se ja d a ( m u lt ip li c a r o v a lo r n a u n id a d e d e o ri g e m p o r) P S I K P a P o le g a d a s H 2 O m m H 2 O P o le g a d a s H g m m H g B a r m B a r K g f/ c m 2 g f /c m 2 P S I 1 6 ,8 9 4 7 2 7 ,7 6 2 7 0 5 ,1 5 0 2 ,0 3 6 5 1 ,7 1 5 0 ,0 6 8 9 6 8 ,9 4 7 0 ,0 7 0 3 7 0 ,3 0 7 K P a 0 ,1 4 5 1 4 ,0 2 6 6 1 0 2 ,2 7 4 2 0 ,2 9 5 3 7 ,5 0 0 7 0 ,0 1 0 1 0 ,0 0 ,0 1 0 2 1 0 ,1 9 7 2 P o le g a d a s H 2 O 0 ,0 3 6 1 0 ,2 4 8 3 1 2 5 ,4 2 1 0 ,0 7 3 4 1 ,8 6 5 0 0 ,0 0 2 5 2 ,4 8 6 4 0 ,0 0 2 5 2 ,5 3 5 5 m m H 2 O 0 ,0 0 1 4 0 ,0 0 9 8 0 ,0 3 9 4 1 0 ,0 0 2 8 0 ,0 7 3 4 0 ,0 0 0 1 0 ,0 9 7 9 0 ,0 0 0 1 0 ,0 9 8 2 P o le g a d a s H g 0 ,4 9 1 2 3 ,3 8 6 7 1 3 ,6 2 3 4 5 ,9 4 1 2 5 ,4 0 0 ,0 3 3 9 3 3 ,8 6 4 0 ,0 3 4 5 3 4 ,5 3 2 m m H g 0 ,0 1 9 3 0 ,1 3 3 1 0 ,5 3 6 2 1 3 ,6 2 0 ,0 3 9 4 1 0 ,0 0 1 3 1 ,3 3 3 2 0 ,0 0 1 4 1 ,3 5 9 5 B a r 1 4 ,5 0 3 1 0 0 4 0 2 ,1 8 1 0 2 1 5 2 9 ,5 3 7 5 0 ,0 6 1 1 0 0 0 1 ,0 1 9 7 1 0 1 9 ,7 m B a r 0 ,0 1 4 5 0 ,1 0 0 ,4 0 2 2 1 0 ,2 1 5 0 ,0 2 9 5 0 ,7 5 0 1 0 ,0 0 1 1 0 ,0 0 1 1 ,0 1 9 7 K g f/ c m 2 1 4 ,2 2 3 9 7 ,9 0 4 7 3 9 4 ,4 1 1 0 0 1 8 2 8 ,9 5 9 7 3 5 ,5 6 0 ,9 0 9 8 0 ,7 1 1 0 0 0 g f /c m 2 0 ,0 1 4 2 0 ,0 9 7 9 0 ,3 9 4 4 1 0 ,0 1 8 0 ,0 2 9 0 ,7 3 5 6 0 ,0 0 0 9 0 ,9 8 0 7 0 ,0 0 1 1 Unidade de origem a tm 1 4 ,7 1 0 1 ,3 7 9 3 1 4 0 7 ,6 1 4 8 6 1 0 3 4 ,7 9 7 2 9 2 9 ,9 2 9 0 5 4 7 6 0 ,1 9 5 9 4 1 ,0 1 3 5 1 3 5 1 0 1 3 ,5 1 3 5 1 ,0 3 3 7 5 5 1 0 3 3 ,7 5 5 P S I T e m p e ra tu ra ºF = 3 2 + 9 ( ºC ) 5 C o n ve rs ã o º C = ( ºF - 3 2 ) + 5 9 O b se rv a çã o : 1 b a r = 1 0 6 d yn /c m 2 = 1 0 5 N /m 2 = 0 ,9 8 6 9 a tm = 0 ,9 6 7 8 k g f/ cm 2 = 1 4 ,5 0 3 p si . E xe m p lo : 1 m m H g = 0 ,5 3 6 2 p o l.H 2 O = 1 ,3 3 3 2 m B a rs 9 7 m m H g = 9 7 ( 0 ,5 3 6 2 ) = 5 2 ,0 1 1 4 p o l. H 2 O 9 7 m m H g = 9 7 ( 1 ,3 3 3 2 ) = 1 2 9 ,3 2 0 4 m B a rs SENAI-RJ 197 Hidráulica Básica – Para consultar Tabela comparativa de óleos de diversos fornecedores Viscosidade a 38ºC Marca CASTROL ESSO SHELL MOBIL OIL TEXACO VALVOLINE PROMAX BARDHAL PETROBRAS IPIRANGA RENOLUB (FUCHS) RENOLUB (FUCHS) HOUGHTON ATLANTIC HYSPIN AWS 32 NUTO H32 TERESSO 32 TELLUS T32 TELLUS 32 DTE 24 (ISO VG 32) RANDO OIL HD32 ETC OIL LIGHT ISO 32 MAXLUB MA-10 (ISO VG 32) LUBRAX IND. HR-43 EP IPITUR AW 32 RENOLIN B5 RENOLIN MR5 HYDRO-DRIVE HP-32 DURO AW OIL 32 HYSPIN AWS 46 NUTO H 46 TERESSO 46 TELLUS T 46 TELLUS 46 DTE 25 (ISO VG 46) HYSPIN AWS 68 NUTO H 68 TERESSO 68 32 cst (150 SSU) 46 cst (217 SSU) 68 cst (315 SSU) Sistema frio (até 35ºC) Sistema médio (35ºC a 50ºC) Sistema quente (50ºC a 65ºC) RANDO OIL HD46 ETC OIL nº10 ISO 46 MAXLUB MA-15 (ISO VG 46) TELLUS T 68 TELLUS 68 DTE 26 (ISO VG 68) RANDO OIL HD68 ETC OIL MEDIUN ISO 68 MAXLUB MA-20 (ISO VG 68) LUBRAX IND. HR-56 EP IPITUR AW 68 RENOLIN B15 HYDRO-DRIVE HP-68 DURO AW OIL 68 RENOLIN MR15 LUBRAX IND. HR-48 EP IPITUR AW 46 RENOLIN B10 RENOLIN MR10 HYDRO-DRIVE HP-46 DURO AW OIL 46 198 SENAI-RJ Hidráulica Básica – Para consultar