Prévia do material em texto
Direito do Consumidor Avaliação: OA (questões de múltipla escolha e dissertativa) e PO. CDC: Direito Privado A realidade do nosso Direito Privado atual: Uma PJ, pode ser: (i) na relação com os consumidores, um fornecedor (sob a égide do CDC). Ex: empresa do ícaro vende carro para o Lucas e ele pega fogo, nesse caso a empresa que vai ter que provar que o carro estava em boas condições; (li) nas relações com os fornecedores, empresário (aplicação do CC entre empresas, relação interempresarial) ou consumidor equiparado (aplicação do CDC). Quando a pessoa que está reclamando tem hipossuficiência em relação a quem vendeu que é uma empresa maior, acaba sendo responsabilidade da empresa maior provar as coisas, porque ela tem mais dinheiro. Uma pessoa jurídica, pode ser fornecedora perante consumidor, pode ser empresário quando firmar um contrato com uma outra pessoa jurídica/empresário. A pessoa jurídica pode ser consumidora equiparada Empresa de terceirização de serviços, fez a compra Em regra pessoa jurídica entre pessoa jurídica são empresários, se aplica o código civil, pessoa jurídica com pessoa jurídica, consumidor equiparado a depender do caso concreto. Uma PF, (i) pode se relacionar com outras pessoas físicas (relação civil- aplica o CC): (ii) pode ser fornecedor; (se faz isso de forma rotineira, se aplica CDC) (iii) pode ser consumidor, adquirir produtos como destinatário final “MOOD MARRENTO” O CDC é o 1° diploma, legislação específica do mercado de consumo (1991). Regras protetivas de defesa do destinatário final (consumidor/consumidor equiparado) Comercialização de produto ou prestação de serviço (CDC tutela os dois). Os sujeitos das relações de consumo são: fornecedor e consumidor, e os objetos são o serviço ou o produto. Advogado presta serviço, não comercializa. Os interesses coletivos prevalecem sobre os interesses particulares. "O Código de Defesa do Consumidor, por sua vez, constitui o primeiro diploma específico do mercado de consumo no direito brasileiro e preconiza regras protetivas de guarida e defesa do destinatário final de um produto ou serviço, de sorte que o escopo de aplicação abrange toda a coletividade de consumidores, fazendo prevalecer os interesses da sociedade em detrimento dos particulares. Com isso, tal diploma legal disciplinou, em seus arts. 43 e 44, os bancos de dados e os cadastros que possuem dados de consumidores." CDC: MICROSSISTEMA JURÍDICO O fornecedor (PJ) pode prestar um serviço ou comercializar um produto, só que ele faz isso de forma profissional e rotineira, para um consumidor. Shopping (fornecedor) tem profissionalismo, ele é um empresário, faz isso de forma habitual, tem contato com pessoas físicas, no estacionamento, a pessoa não paga para usar, e o carro é arranhado, aplica-se o CDC ou o CC? Aplica-se o CDC, por mais que não exista uma remuneração direta, pode ser indireta (fluxo que você trouxe para o shopping, mesmo se você nem entrou). Ainda que não pague pelo serviço aplica-se o CDC. Fornecedor → Profissionalismo → Habitualidade → Remuneração (direta ou indireta) → Aplica-se o CDC. *provaa* Por que microssistema? Pq quando é sistema é o código civil O CDC é considerado um microssistema jurídico por se tratar de uma legislação esparsa, com campo de concentração distintos das demais legislações, que engloba matérias de direito de ordem material (direito constitucional, código civil, código penal) e de ordem processual (CPC). Direito processual aplica-se à prática do direito material. Processo Legislativo do CDC art 5° CF, inciso 32 CDC provocou as empresas investimentos diversos, Responsável por legislar sobre o CDC é o DF, Estado e União (governo federal), somente eles possuem a legitimidade prevista na constituição, presente na constituição de forma concorrente para legislar. (*pergunta para a prova: a responsabilidade NÃO é EXCLUSIVA, é CONCORRENTE). Natureza jurídica do CDC CDC é uma carta principiológica, isso traz maior dinamismo a sua aplicação, a alguns que defendem que há a necessidade de existir uma legislação exclusiva para ataques hackers, e as legislações atuais jamais vão conseguir acompanhar o estado da tecnologia. Livros: as 48 leis do poder; a arte da guerra Seminário 15/09/23- Lei do superendividamento Elementos da relação de consumo relações jurídicas por excelência tendo como pressuposto dois polos de interesse, fornecedor e consumidor (sujeitos da relação de consumo e a coisa/objeto). Art. 3° Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade (atividade exercida de forma profissional, rotineira, e habitual) de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços. Ente despersonalizado (ex: condomínio- não tem finalidade lucrativa, não pode comprar e vender imóvel, o valor de receita que entra no caixa, quem paga são os próprios condôminos), quem dita as regras dentro de um condominio são os próprios condôminos por meio de assembleia, e a democracia prevalece. Fornecedor em sentido amplo, atividade é realizada de forma rotineira, profissional e habitual (logo de forma ocasional não é fornecedor). § 2° Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica para a produção ou a circulação de bens ou serviços Conceito de fornecedor- diálogo de complementaridade entre CDC e CC. Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica para a produção ou a circulação de bens ou serviços Conceito de produto § 1° Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial. Produto é qualquer objeto de interesse em dada relação de consumo, e destinado a satisfazer uma necessidade do adquirente, como destinatário final. Produto- durável (desgaste natural, “não se extingue”, ex: roupa, vestido de noiva, serviço de detetização) - não durável (extingue-se com o consumo, o desgaste é imediato ou paulatino (ex: alimentos, remédios, sementes de algodão), na prova terão exemplos estranhos do que é durável e do que é não durável. Gift card não durável, mas se for ilimitado é durável. É natural que todos os bens alcancem cum ciclo de vida, um término, sendo assim o produto durável não se extingue pelo simples uso, diferentemente do produto não durável, nenhum produto é eterno. O prazo de desistência de 7 dias não se aplica às compras realizadas no estabelecimento, se aplica somente a compras virtuais. Se eu recebo o produto na minha casa e ele é produto durável, o prazo de reclamação é 90 dias, se for não durável é 30 dias. Depois do prazo de desistência, aplica-se o prazo de reclamação, mas eles não se somam, o prazo de reclamação começa a contar também da data de recebimento do produto. Durável e Não Durável Marketing, recorrência, ciclo de vida, fluxo de caixa Conceito de serviço § 2° Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração (direta ou indireta), inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária (serviços de seguro de vida, carro…), salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista. Alguns serviços, embora sejam gratuitos, estão abrangidos pelo CDC, uma vez que o fornecedor está auferindo alguma forma de remuneração indireta. Todos aqueles que participam da cadeia de consumo respondem solidariamente perante o consumidor, seja ele comerciante, intermediário, fabricante, concessionária… Quem tem mais probabilidade de reparar o meu prejuízo? O mercado tem, então cobram do mercado, mas depois o mercado vai querer entrar com um ação contra quem realmente bateu no meu carro dentro do mercado. Compro um pneu, devo processar quem vendeu (o comerciante) ou o fabricante? Devo cobrar atodos, todos respondem perante o mesmo problema (solidariedade). Subsidiariedade: onde primeiro deve cobrar o comerciante, se não conseguir cobrar vai atrás do fabricante. Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras práticas abusivas: (Redação dada pela Lei nº 8.884, de 11.6.1994) Parágrafo único. Os serviços prestados e os produtos remetidos ou entregues ao consumidor, na hipótese prevista no inciso III, equiparam-se às amostras grátis, inexistindo obrigação de pagamento. (aplicação do CDC às amostras grátis) Logo eu devo fornecer, devo cumprir com todas as regras do CDC por mais que seja uma amostra grátis. Cai na prova exemplos desse, e depende da fundmentação. Quais se enquadram no art 3°? Quais são fornecedores? Médico que desenvolve suas atividades em hospital? É pessoa física, que exerce atividade, prestação de serviço- aplica-se o título de fornecedor e o CDC. Santa Casa: sociedade civil sem fins lucrativos e de caráter filantrópico? Pessoa jurídica, atividade e prestação de serviço- aplica-se o título de fornecedor e o CDC. Transporte coletivo gratuito para idosos? Pessoa jurídica, atividade, prestação de serviço- aplica-se o título de fornecedor e o CDC. ATENÇÃO! Matéria chegou no STJ “ A empresa responde, perante o cliente, pela reparação de dano ou furto de veículo ocorridos em seu estacionamento” - Súmula 130 STJ Não tem margem de questionamento, a empresa para resguardar seus direitos deve colocar câmera de segurança, para provar coisas que prejudiquem ela, se a pessoa está mentindo que bateram no carro dela no mercado mas foi fora. A decisão do juiz é monocrática (sentença). Contra essa decisão dada de juiz tenho direito ao duplo grau de jurisdição (o meu processo sai de Marília e encaminhar o processo para o tribunal de justiça, que três desembargadores → ACÓRDÃO), o juiz dá a sentença os desembargadores procedem um acórdão. O duplo grau de jurisdição é o recurso inominado? Exemplo de fornecedor: confusão A loja de roupas vende seu computador usado para poder adquirir um novo, ainda que se possa descobrir no comprador um destinatário final. Fornecedora? Nesse caso a loja de roupas não é fornecedora pois ela não faz isso habitualmente, rotineiramente. Eduarda, compra lanches naturais para revender para os colegas, sem empresa constituída em seu nome, é fornecedora? É fornecedora porque faz periodicamente. (pegadinha na prova) Trabalho: Fundamentar se é caso de aplicação de uma relação de consumo ou não. Colar a ementa de jurisprudência de cada um dos casos, que esteja correspondente a resposta, e indicar dentro de 3 linhas do caso, o motivo de ser aplicado ou não. Aula 3 Art 2° CDC Habitualidade é a palavra chave para determinar a aplicação do art 3 do CDC, e deve ser feita com o 966 do código civil que define o que é empresário. Art 2° Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire produto ou serviço como destinatário final. Adquirir: modalidade onerosa (há disponibilidade financeira, tira dinheiro do seu bolso para adquirir alguma coisa) ou obter a título gratuito (presente, ex). Utilizar: Pessoas da família utilizando o bem. Elemento subjetivo da relação de consumo: pessoa física ou jurídica. Elemento objetivo da relação de consumo: aquisição de produtos ou utilização de serviço. Elemento teleológico (finalidade): o que se pretende com a aquisição do produto ou serviço. O que seria o destinatário final? Existem duas teorias. Teoria Maximalista (ou objetiva): o art 2° do CDC se aplica ao consumidor que remover o bem da relação de consumo. (destinatário final fático - aquele que ao realizar o ato de consumo adquirir/utilizar, retira o produto ou serviço do mercado de consumo). Se ele utiliza o produto para incrementar Teoria Finalista (ou subjetiva): não basta remover o produto ou serviço da relação de consumo se o consumidor utilizá-lo como instrumento de geração de novas riquezas, para incremento da atividade, produzir novos bens ou integrá-lo na cadeia produtiva tal consumidor será considerado destinatário final econômico, não sendo aplicável o CDC, mas sim o CC. (destinatário final econômico - o consumidor não utiliza o produto ou o serviço para o lucro, repasse ou ) O grande ponto de discussão da teoria maximalista é o agigantamento do CDC e o seu conceito de consumidor, transformando o CC em relação de consumo. Quase todas as pessoas jurídicas estariam afastadas do artigo 2° do CDC Se eu consumidor vou lá e retiro um produto da cadeia de consumo e acabo gerando novas riquezas, gerando lucros com o produto que eu adquiri de outra pessoa jurídica A crítica da Teoria Finalista, é restrição do conceito de consumidor, se eu utilizo Destinatário fático: o consumidor é o último da cadeia de consumo, retira o produto ou o serviço do mercado de consumo. Destinatário final econômico: não adquire ou utiliza o produto ou serviço para integrá-lo na cadeia produtiva gerando novas riquezas. Teoria Maximalista: basta o consumidor remover o objeto da relação de consumo, bastando que o profissional ou a pessoa jurídica retire o produto ou o serviço do mercado de consumo. Transforma o CC em CDC. Agigantamento do CDC com a substituição do CC. Teoria Finalista: se eu utilizo o produto ou serviço para geração de novas riquezas, não sou consumidor, pq estou incrementando minha atividade, quase todas as pessoas jurídicas estariam afastados, uma pessoa jurídica em escritório de adv compra notebook para aumentar o lucro em seu escritório, então ele estaria usando para ampliar seu lucro,e aí ele não seria mais consumidor. Um sorveteiro (adotando teoria maximalista), comprou de uma fábrica uma máquina de sorvete, e está usando como hobby, nessa teoria ele seria consumidor. Um sorveteiro compra para colocar na sua empresa, de acordo com a teoria finalista ele é destinatário final econômico, logo nessa teoria ele está gerando nova receita e não seria considerado consumidor. *dúvida exemplo do carro. O que é mais interessante chamar o CC ou o CDC? O principal argumento para chamar o CC alocou o carro para cada vendedor então é o CC.