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Artigo sobre Usucapião Autora: Magda Barros INTRODUÇÃO A palavra usucapião é do gênero feminino e de origem latina. Ela significa tomada / aquisição / captação pelo uso. A usucapião é definida como modo original de aquisição da propriedade e de outros direitos reais (usufruto, uso, habitação, enfiteuse, servidão predial) diante a posse prolongada e qualificada perante certos requisitos estabelecidos em lei. A Usucapião é o direito que um cidadão adquiriu em relação à posse de um bem móvel ou imóvel em decorrência do uso deste por um determinado tempo. Para que o cidadão tenha esse direito reconhecido, é necessário que sejam atendidos alguns pré-requisitos previstos em lei, no Código Civil e na Constituição da República federativa Brasileira. A Usucapião foi introduzida no ordenamento jurídico brasileiro pela primeira vez, através da Lei nº 3.071 de 1º de janeiro de 1916, no seu art. 530. No decorrer dos anos tornou-se necessário a atualização de leis, da doutrina e consequentemente da jurisprudência para se adequar à realidade do nosso País. Os juristas brasileiros visando desafogar o poder judiciário, a celeridade e a economia processual reformularam o Código de Processo Civil e passou-se a vigorar a partir de 18 de março de 2016. Notoriamente, alguns institutos sofreram mudanças. Uma delas foi à inovação a respeito da aquisição da propriedade imobiliária pela usucapião. Um dos institutos que sofreu alteração foi o da usucapião de bens móveis ou imóveis. O Novo Código de Processo Civil de 2015 que esta em vigor permite a aquisição da propriedade, móvel ou imóvel, dentro dos requisitos definidos em lei através do instituto da usucapião extrajudicial, porém, não deixando de vigorar a usucapião judicial em casos de conflitos. A usucapião extrajudicial deve ser processada no Cartório de Registro de Imóveis da Comarca em que estiver situado o imóvel, respeitando-se o art. 1.071 que inseriu o art. 216-A na Lei nº 6.015/1973, e desde que sejam preenchidos os requisitos do art. 216-A. Neste trabalho abordar-se-á a usucapião extrajudicial e seus procedimentos, segundo a Lei nº 13.465/2017 e considerando a Emenda Constitucional nº 45/2004, que trata do paradigma de desjudicialização de procedimentos. O instituto da usucapião extrajudicial tem característica diferencial da celeridade processual, pois, estima-se aproximadamente uma duração de 90 a 120 dias. A simplicidade do procedimento extrajudicial facilitará ao possuidor a aquisição da propriedade imobiliária fundada na posse prolongada. 1. ASPECTOS GERAIS SOBRE O DIREITO REAL DE PROPRIEDADE 1.1. DEFINIÇÃO DE DIREITO DE PROPRIEDADE A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 no seu art. 5º inciso XXII esta presente o direito de propriedade, que é considerado uma garantia fundamental dos cidadãos brasileiros e estrangeiros que residem no Brasil. “Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: XXII – é garantido o direito de propriedade; (BRASIL, 1988).” O direito de propriedade no inciso supracitado sofre limitação constitucional, onde a propriedade deverá respeitar a função social da propriedade. Uma vez que, o proprietário de um imóvel não reside, não o aluga, e permite o crescimento de vegetação que não produz frutos e dando a aparência de abandono, este proprietário esta ofendendo o principio da função social da propriedade. Segundo o art. 186 da CRFB/88 dispõem: Art. 186. A função social é cumprida quando a propriedade rural atende simultaneamente, segundo critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos: I – aproveitamento racional e adequado; II – utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente; III – observância das disposições que regulam as relações de trabalho; IV – exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores. (BRASIL, 1988) O direito de propriedade pode ser definido como o direito de controlar e dispor com total exclusividade, do bem que se reside. É o direito de propriedade que garante o cidadão usucapiante consolidar e regularizar sua situação perante o imóvel em que reside, utilizando- se do instituto da usucapião. Para assegurar a função social da propriedade, o Código Civil no parágrafo único do art. 1.238 dispõem sobre o instituto da usucapião: https://dicionariodireito.com.br/direito-a-vida https://dicionariodireito.com.br/direito-a-liberdade https://dicionariodireito.com.br/principio-da-igualdade “Parágrafo único. O prazo estabelecido neste artigo reduzir-se-á há dez anos se o possuidor houver estabelecido no imóvel a sua moradia habitual, ou nele realizado obras ou serviços de caráter produtivo. (CC - Lei nº 10.406, 2002)”. 1.2. CARACTERISTICA DO DIREITO DE PROPRIEDADE O direito de propriedade é possuidor de certas características, sendo algumas delas: • Absoluto: o proprietário pode dispor de sua propriedade como bem lhe aprazer; • Exclusivo: o poder sobre a coisa é só do proprietário; e • Perpétuo: tem duração ilimitada, passando aos sucessores do proprietário. 1.3. ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DA PROPRIEDADE Os elementos constitutivos da propriedade, segundo Melo (2014), estão presentes no art. 1.228 do Código Civil. Sendo assim, trata-se do direito de uso, direito de gozo, direito de dispor da coisa e direito de reavê-la quando alguém a mantiver em posse injusta. Esses elementos referem-se respectivamente ao jus utendi, fruendi, abutendi e à rei vindicatio, atributos que os romanos davam à propriedade (GONÇALVES, 2015). Nader (2015) cita os elementos constitutivos como faculdades que, segundo ele, são asseguradas pelo ordenamento jurídico ao detentor do direito subjetivo e dão ao proprietário amplo empoderamento sobre a coisa. 1.4. FORMAS DE AQUISIÇÃO As formas de aquisição de um bem imóvel são: · Derivada: quando a transferência se apresenta de forma voluntária ou não contestada (venda e compra, permuta, doação ou sucessão hereditária); e · Originária: quando desvinculada de qualquer relação com o titular anterior, não existindo relação jurídica de transmissão (usucapião e acessões). Conforme os incisos do art. 1.205 do Código Civil, a forma de aquisição e perda de um bem é: I) pela própria pessoa que a pretende ou por seu representante; II) por terceiro sem mandato, dependendo de ratificação. https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91577/cc-lei-n-10-406-de-10-de-janeiro-de-2002#art-1238 Assim, a aquisição acontece através de um ato jurídico, de forma que toda vez que houver conduta e objeto (corpus e animus), haverá a aquisição da posse. Gonçalves (2015, p. 249) entende que os modos pelos quais se pode adquirir uma propriedade devem-se a vários critérios: [...] Quanto à procedência ou causa da aquisição, esta pode ser originária e derivada. É da primeira espécie quando não há transmissão de um sujeito para outro, como ocorre na acessão natural e na usucapião. O individuo, em dado momento, torna-se dono de uma coisa por fazê-la sua, sem que lhe tenha sido transmitida por alguém, ou porque jamais esteve sob o domínio de outrem. Não há relação causal entre a propriedade adquirida e o estado jurídico anterior da própria coisa. A aquisição é derivada quando resulta de uma relação negocial entre o anterior proprietário e o adquirente, havendo, pois, uma transmissão do domínio em razão da manifestação de vontade, como no registro do título translativo e na tradição. 2. INSTITUTO DA USUCAPIÃO Usucapião é modo originário de aquisição da propriedade. Como diz Miranda: "Não se adquire, pela usucapião, "de alguém". Na usucapião,o fato principal é a posse, suficiente para originariamente se adquirir: não, para se adquirir de alguém. (MIRANDA, 2001. p. 139)”. A usucapião abrange tanto bens móveis quanto imóveis. Também é possível a usucapião de direitos reais que não a propriedade, como a servidão. O instituto da usucapião tornou-se uma das formas de aquisição de uma propriedade. Deve-se ressaltar que o presente estudo só será abordado a temática dos bens imóveis. Discorrer sobre a usucapião é discorrer sobre uma das formas originárias de aquisição da propriedade de bens imóveis, bem como de outros direitos reais passíveis de prescrição aquisitiva, como já vimos anteriormente. Importante lição sobre o tema expõe o professor Carlos Roberto Gonçalves, in verbis: “... a propriedade, embora seja perpétua, não pode conservar este caráter senão enquanto o proprietário manifestar a sua intenção de manter o seu do mínio, exercendo uma permanente atividade sobre a coisa possuída; a sua inação perante a usurpação feita por outrem, durante 10, 20 ou 30 anos, consti- tui uma aparente e tácita renúncia ao seu direito. De outro lado, à sociedade interessa muito que as terras sejam cultivadas, que as casas sejam habitadas, que os móveis sejam utilizados; mas um indivíduo que, durante largos anos, exerceu esses direitos numa coisa alheia, pelo seu dono deixada ao abandono, é também digno de proteção. Finalmente, a lei faculta ao proprietário esbulhado o exercício da respecti- va ação para reaver a sua posse; mas esta ação não pode ser de duração ilimitada, porque a paz social e a tranquilidade das famílias exigem que os litígios cessem, desse que não foram postos em juízo num determinado prazo.”(GONÇALVES, 2009) Assim, será examinado como o instituto da Usucapião se moldou em nossa sociedade, apresentando seus requisitos e suas espécies. Enfatizar-se-á a atual a necessidade de sentença declaratória para a caracterização do novo titular do direito real de propriedade e posterior modificação do registro imobiliário, exigência do Código de Processo Civil vigente. 2.1. ORIGEM DO INSTITUTO USUCAPIÃO E SUA DEFINIÇÃO A Usucapião é um modo originário de aquisição de propriedade. Este é um instituto bem antigo, que rememora à Lei das Doze Tábuas, datada de 455 A.C. Nesta época, a posse durante determinado tempo já era apontada como requisito indispensável para a aquisição da propriedade móvel ou imóvel. Neste período de vigência da Lei das Doze Tábuas, a aquisição da propriedade era restrita aos cidadãos romanos, estes mantinham os seus bens perante os peregrinos – estrangeiros – e poderiam reivindicá-los quando quisessem. (FARIAS, 2008) Com o passar dos séculos e a expansão das fronteiras do Império Romano, concedeu-se ao peregrino que não tinha a possibilidade de usucapir, uma espécie de prescrição, ou seja, forma de exceção fundada na posse por longo tempo da coisa, com prazos de 10 e 20 anos. Este instituto da prescrição servia de defesa das ações reivindicatórias, sendo assim, o verdadeiro dono não teria mais acesso à posse se fosse negligente. No entanto, esse instituto da prescrição como forma de exceção não implicava na perda da propriedade. (FARIAS, 2015) Nesse sentido, destaca Benedito Silvério Ribeiro que: O possuidor favorecido pela praescriptio não se tornava proprietário, de forma que sua defesa afastava tão só a pretensão do reivindicante. Se perdesse o primeiro a posse para outrem, não lhe cabia reivindicar, mas ao proprietário era cabível promover a reivindicação do bem com terceiro. (RIBEIRO, 2010) O prazo prescricional das ações, naquela época, era considerado perpétuo. E por força, o imperador Teodósio II, através da constituição do ano de 424, decretou que não haveria mais ações perpétuas, o estabelecimento do prazo e sua duração caberia ao pretor estabelecer, tendo como período máximo o de 30 anos. (RIBEIRO, 2010) Diante destas mudanças e tomadas de decisões, ao tornarem temporais as ações, aquele proprietário negligente durante 30 anos, que antes teria ação de reivindicação contra o possuidor, perdeu-a. Bastava então, desta forma, que o possuidor, no caso o peregrino, que não tinha direito a adquirir a propriedade pela usucapião, opor a exceptio triginta annorum ou praescriptio longissimi temporis quando aquele viesse com a ação, provando a posse trintenária. (RIBEIRO, 2010) No Brasil, o direito previa a prescrição longissimi temporis, que por sua vez consumava-se em 30 anos, para bens móveis e imóveis e, em 40 anos, para bens públicos e coisas litigiosas, inclusive frutos de furtos. No Código Civil de 1916 e posteriormente no Código Civil de 2002 ocorreu a separação da prescrição e da usucapião, com a previsão da prescrição extintiva na Parte Geral do código e da usucapião no Livro de Direito das Coisas. (FARIAS, 2015) A palavra formada a partir da junção dos termos usus e capere (ad usucapionem), que significam tomadas / aquisição / captação pelo uso. A usucapião é definida como modo original de aquisição da propriedade e de outros direitos reais (usufruto, uso, habitação, enfiteuse, servidão predial) diante a posse prolongada e qualificada perante certos requisitos estabelecidos em lei. (RIBEIRO, 1992). Pereira, conceituado e renomado autor, refere-se a alguns civilistas notáveis como Lafayette, Beviláqua, Espínola, Mazeaud e Mazeud, De Page, para apresentar sua definição do instituto da usucapião. Segundo ele, “usucapião é a aquisição da propriedade ou de outro direito real pelo decurso do tempo estabelecido e com a observância dos requisitos instituídos em lei”. Continua a explicar que sendo a posse, que no decurso do tempo e associada a outras exigências irá se converter em domínio da propriedade, é necessária máxima atenção, pois neste caso não há de se falar de qualquer posse, mas sim de uma posse qualificada. Por isso, a usucapião é a aquisição do domínio pela posse prolongada. (PEREIRA, 2012) Já os autores Chaves e Rosenvald, ressaltam em outras palavras, que o poder de fato sobre a coisa – posse - unida ao tempo, juntamente com os demais requisitos legais, termina por conferir juridicidade a uma situação de fato, tornando-a propriedade. Nesse sentido, “A usucapião é a ponte que realiza essa travessia, como uma forma jurídica de solução de tensões derivadas do confronto entre posse e propriedade, provocando uma mutação objetiva na relação de ingerência entre o titular e o objeto.” (FARIAS, 2015) Percebe-se, a partir de então, um caráter de duplicidade gerado pelo instituto da usucapião. Se por um lado beneficia-se o sujeito que durante um período significativo promoveu esforços para manter e cumprir a função social daquela propriedade, por outro pune o proprietário que não zelou pela sua propriedade enquanto pôde, impondo desta forma o direito em face da posse exercida por outrem. 2.2. REQUISITOS DA USUCAPIÃO É imprescindível a observância de alguns requisitos, para que se possa valer do instituto da usucapião. Os requisitos podem variar de acordo com a modalidade da usucapião, e devem estar em conformidade com a legislação. Os requisitos que são pré-estabelecidos pela lei, ou seja, na Constituição Federal e no Código Civil, são: “1) a capacidade de recepção do direito de posse do adquirente: o cidadão que recebe o direito da usucapião deve ser declaro pela lei como “capaz”. O “incapaz” não pode adquirir o direito de posse, assim como não pode perder o direito de posse caso seja proprietário de um imóvel que seja objeto de disputa de uma ação de usucapião.” “2) o objeto da disputa de usucapião deve, necessariamente, estar no comércio.” “3) a posse: em se tratando de uma ação de usucapião, a posse deve ser pública, pacífica e ininterrupta, sendo clara a intenção do ocupante em tornar-se dono da propriedade. De tal maneira, o proprietário original deve se omitir de seusdireitos de posse, colaborando para que a usucapião amadureça e se concretize sem maiores problemas.” “4) o tempo: para uma ação de usucapião, estipula-se um prazo de ocupação entre cinco e quinze anos. Esse prazo varia de acordo com a natureza da ação a ser executada.” 2.3. ESPÉCIES São cinco espécies do instituto da usucapião para à aquisição de posse de bens imóveis. 2.3.1. USUCAPIÃO ORDINÁRIA “As características desta posse é pacífica e com aprovação do proprietário original do imóvel. Os elementos fundamentais para que o processo ocorra são o justo título e a boa-fé. A usucapião ordinária pode ser iniciada após uma ocupação ininterrupta de, no mínimo, 10 anos. (ART. 1.242, CC)” 2.3.2. USUCAPIÃO EXTRAORDINÁRIA “Esta posse ocorre mesmo que o possuidor tenha tido má-fé. As características da posse são similares à usucapião ordinária, exceto pelo fato de que duração deve ser de, no mínimo, quinze anos. Esse prazo pode ser reduzido para dez anos caso o ocupante comprove que o imóvel seja sua moradia ou que tenha investido em obras que tenham trazido resultados produtivos para a propriedade. (ART. 1.238, CC)” 2.3.3. USUCAPIÃO ESPECIAL (URBANA INDIVIDUAL, URBANA COLETIVA E RURAL) “A usucapião especial divide-se entre três modalidades: urbana individual, urbana coletiva e rural. Estas modalidades urbanas, as características são as mesmas e as posses devem ser pacíficas, ininterruptas, sem aversão do proprietário e com tempo mínimo de 5 anos. No caso da urbana individual, os limites da área do imóvel são de 250 metros quadrados, sendo que o uso da propriedade deve ser para abrigo do possuidor e de sua família. Entende-se que o possuidor age de boa-fé, por isso a apresentação do justo título não é necessária. No entanto, o possuidor não pode ter outros imóveis em seu nome. A diferença da modalidade coletiva é que a área dos imóveis será superior aos 250 metros quadrados citados, sendo que a porção referente a cada possuidor deverá ser identificada. (BRASIL, 1988)” 2.3.4. USUCAPIÃO ESPECIAL RURAL “Este tipo de instituto pode ser acionado por alguém que não tenha posse de imóveis, caso essa pessoa: ocupe o imóvel por, no mínimo, cinco anos, como se fosse dono e sem a oposição do proprietário; a área seja menor que 50 hectares; habite ou tire o sustento daquela área por meio do trabalho próprio ou da família. O possuidor age de boa-possuidor, não sendo necessária, a apresentação do justo título. (ART. 1.239 do CC)” 2.4. PROCESSO JUDICIAL DO INSTITUTO “O processo judicial do instituto da usucapião dar-se-á inicio quando o possuidor requerer ao judiciário a propriedade do imóvel. Este ato de requerer esta presente no art. 1.241 do Código Civil. (ART. 1.241, CC)” A doutrina processual tratou de manifestar o seu entendimento de uma presente inexistência de procedimento judicial através do Enunciado nº 25 no IV Encontro do Fórum Permanente de Processualistas Civis, regulamentando o instituto usucapião extrajudicial. Todavia o judiciário não deixa de atender aos pedidos de usucapião em caso de conflito entre as partes. Portanto existem, ainda, duas formas de obter a usucapião, mesmo que a usucapião extrajudicial tenha sido criada para desjudicializar os procedimentos morosos no sistema judiciário. 3. USUCAPIAO EXTRAJUDICIAL Com o Novo Código de Processo Civil que entrou em vigor em 16 de marco de 2016, acrescentou à Lei de Registros Públicos o art. 1.071 que se transformou no art. 216-A em sua redação. Este procedimento inovou a aquisição da propriedade por usucapião pela via extrajudicial. (BRASIL, LEI Nº 13.105, 2015) Com esta mudança o conceito de usucapião mudou, porque o processo passou a ser requerido administrativamente no Cartório de Registro de Imóveis quando houver consenso entre as partes. Quando houver conflito o requerimento da usucapião deverá e será resolvido através da via judicial. Portanto temos em nosso País dois caminhos segundo, cada caso específico, solicite-se este instituto. 3.1. REQUISITOS E PROCEDIMENTOS ADMINISTRATIVOS EXTRAJUDICIAIS DA USUCAPIÃO No art. 216-A da Lei nº 6.015/73, encontram-se os primeiros requisitos que devem ser respeitados por aqueles que pretendem adquirir a usucapião extrajudicial. Com a entrada em vigor do art. 1.071 do NCPC/15, o qual modifica a Lei de Registros Públicos, cria-se uma alternativa de reconhecimento extrajudicial da usucapião, mediante pedido perante o cartório do registro de imóveis da comarca em que se situa o imóvel usucapiendo. Todavia, é imperativo que para a realização do pedido o sujeito tenha capacidade postulatória, devendo o documento ser redigido através de um advogado. Destarte, enfocaremos o estudo no art. 216-A da Lei de Registros Públicos incluído pelo art. 1.071 do NCPC/15, que transcreveremos novamente para uma melhor percepção dos pontos abordados. O art. 216-A acrescentou ao texto da Lei nº 6.015/1973 (Lei de Registros Públicos) o seguinte teor: “Art. 216-A. Sem prejuízo da via jurisdicional, é admitido o pedido de reconhecimento extrajudicial de usucapião, que será processado diretamente perante o cartório do registro de imóveis da comarca em que estiver situado o imóvel usucapiendo, a requerimento do interessado, representado por advogado, instruído com: I – ata notarial lavrada pelo tabelião, atestando o tempo de posse do requerente e seus antecessores, conforme o caso e suas circunstâncias; II – planta e memorial descritivo assinado por profissional legalmente habilitado, com prova de anotação de responsabilidade técnica no respectivo conselho de fiscalização profissional, e pelos titulares de direitos reais e de outros direitos registrados ou averbados na matrícula do imóvel usucapiendo e na matrícula dos imóveis confinantes; III - certidões negativas dos distribuidores da comarca da situação do imóvel e do domicílio do requerente; IV - justo título ou quaisquer outros documentos que demonstrem a origem, a continuidade, a natureza e o tempo da posse, tais como o pagamento dos impostos e das taxas que incidirem sobre o imóvel. § 1° O pedido será autuado pelo registrador, prorrogando-se o prazo da prenotação até o acolhimento ou a rejeição do pedido. § 2º Se a planta não contiver a assinatura de qualquer um dos titulares de direitos reais e de outros direitos registrados ou averbados na matrícula do imóvel usucapiendo e na matrícula dos imóveis confinantes, esse será notificado pelo registrador competente, pessoalmente ou pelo correio com aviso de recebimento, para manifestar seu consentimento expresso em 15 (quinze) dias, interpretado o seu silêncio como discordância. § 3º O oficial de registro de imóveis dará ciência à União, ao Estado, ao Distrito Federal e ao Município, pessoalmente, por intermédio do oficial de registro de títulos e documentos, ou pelo correio com aviso de recebimento, para que se manifestem, em 15 (quinze) dias, sobre o pedido. § 4º O oficial de registro de imóveis promoverá a publicação de edital em jornal de grande circulação, onde houver, para a ciência de terceiros eventualmente interessados, que poderão se manifestar em 15 (quinze) dias. § 5o Para a elucidação de qualquer ponto de dúvida, poderão ser solicitadas ou realizadas diligências pelo oficial de registro de imóveis. § 6º Transcorrido o prazo de que trata o § 4º deste artigo, sem pendência de diligências na forma do § 5º deste artigo e achando-se em ordem a documentação, com inclusão da concordância expressa dos titulares de direitos reais e de outros direitos registrados ou averbados na matrícula do imóvel usucapiendo e na matrícula dos imóveis confinantes, o oficial de registro de imóveis registrará a aquisição do imóvel com as descrições apresentadas, sendo permitida a abertura de matrícula, se for o caso. § 7º Em qualquer caso, é lícito aointeressado suscitar o procedimento de dúvida, nos termos desta Lei. § 8º Ao final das diligências, se a documentação não estiver em ordem, o oficial de registro de imóveis rejeitará o pedido. § 9º A rejeição do pedido extrajudicial não impede o ajuizamento de ação de usucapião. §10º Em caso de impugnação do pedido de reconhecimento extrajudicial de usucapião, apresentada por qualquer um dos titulares de direito reais e de outros direitos registrados ou averbados na matrícula do imóvel usucapiendo e na matrícula dos imóveis confinantes, por algum dos entes públicos ou por algum terceiro interessado, o oficial de registro de imóveis remeterá os autos ao juízo competente da comarca da situação do imóvel, cabendo ao requerente emendar a petição inicial para adequá-la ao procedimento comum.” (ART. 216-A da Lei nº 6.015/73). 3.2. ATA NOTARIAL Para que se dê inicio ao procedimento da usucapião extrajudicial é pré requisito a ata notarial que por meio dela se atestará o tempo de posse do usucapiente bem como de todos os indivíduos da cadeia possessória, para aquisição da propriedade do bem imóvel. (PAIVA, 2016) O tabelião deverá tão somente ater-se à narração do fato por ele apurado. (BRANDELLI, 2016) Conforme conceitua Modaneze (2015): […] um documento publico realizado por requerimento de uma pessoa interessada, que tem por objeto constatar uma realidade ou um fato, que o tabelião vê, ouve ou percebe. A ata registra e perpetua a existência de um fato juridicamente relevante constatado pessoalmente pelo tabelião de notas, e que não perece com o perecimento do fato; além disso, faz prova dos fatos constatados. É lavrada no ‘livro de nota’, tem publicidade e fica arquivada no Tabelião e dela se extrai quantas cópias precisar e quando for necessário; por tais razões foi inserida como requisito para o reconhecimento da usucapião extrajudicial. 3.3. PLANTA E MEMORIAL DESCRITIVO Será necessária a apresentação da certidão da matricula do imóvel ou a planta dele, bem como o memorial descritivo, no momento do pedido da usucapião extrajudicial no Cartório de Registro de Imóveis. Todos os documentos precisam estar com as assinaturas dos profissionais competentes para tanto. (MODANEZE, 2015) Sobre a planta e memorial descritivo Paiva declara: [...] As informações inseridas na planta e no memorial descritivo são de responsabilidade do profissional habilitado e do requerente, que contará com a prova de responsabilidade técnica do profissional, a Anotação de Responsabilidade Técnica (ART/CREA – Conselho Regional de Engenharia e Agronomia) ou Registro de Responsabilidade Técnica (RRT/CAU – Conselho de Arquitetura e Urbanismo). Estes são documentos particulares com valor econômico e, por isso, devem ter as firmas, do profissional e do solicitante do serviço, reconhecidas por autenticidade (PAIVA, 2016). O procedimento será complexo se houver uma construção no imóvel, se fará necessário constar a descrição detalhada da estrutura deste imóvel, bem como suas acessões e benfeitorias. Brandelli (2016, p. 79) descreve que a planta e o memorial descritivo: [...] deverão indicar o imóvel usucapiendo e seus confrontantes mediante seus números de matricula ou transcrição, indicando ainda os titulares de direitos sobre tais imóveis, com seu nome e qualificação mínima que permita sua identificação, tal como número de CPF ou carteira de identidade, a fim de que possa o Registrador identificar em tais documentos os imóveis e os titulares de direito envolvidos no processo. A planta como é um documento de fácil compreensão, torna-se suficiente à expressão “de acordo”, emitida e assinada pelos interessados com a devida identificação dos assinantes e reconhecidas em tabelionato de notas. (MELLO, 2016). Brandelli (2016) ressalta ainda que a planta do imóvel é bem compreensível a um leigo, o que permite uma maior visualização do bem a ser usucapido, bem como dos seus confrontantes, não se impedindo, que se colham as assinaturas em ambos os documentos, o que, segundo o doutrinador, é o mais indicado. 3.4. CERTIDÕES NEGATIVAS O interessado deverá juntar, para a devida instrução do procedimento, certidões que deverão ser expedidas pela Justiça Comum e pela Justiça Federal da comarca onde se localiza o imóvel a ser usucapido, bem como da comarca onde o usucapiente é domiciliado. As certidões deverão ser retiradas tanto em nome do usucapiente e sua cônjuge ou companheira, quanto em nome do proprietário do imóvel, caso exista essa informação no Cartório de Registro de Imóveis (PAIVA, 2016). Faz-se necessária a reunião dessas certidões para que possa haver a devida comprovação da inexistência de ações tramitando que envolvam tanto o imóvel a ser usucapido, assim como as pessoas referidas (PAIVA, 2016). Brandelli (2016, p. 81) nesse sentido, ressalta que: Certamente, as certidões estaduais e as federais da Justiça Federal comum poderão ser úteis para detectar alguma situação que impeça o deferimento, como, por exemplo, a informação de que há uma ação possessória do proprietário tabular contra o possuidor requerente, cuja citação teve o escopo de interromper o prazo prescricional aquisitivo (art. 202, I, do Código Civil), ou uma ação reivindicatória da União contra o requerente da usucapião, por ser o imóvel público. Mesmo sendo positivas as certidões, em nada interferirá no procedimento da usucapião, ainda que a lei exija as certidões, podendo ser dado o andamento ao procedimento que, deverá ser interrompido somente quando sua positividade afetar os requisitos exigidos para se usucapir. (BRANDELLI, 2016). 3.5. JUSTO TÍTULO O justo título do bem a ser usucapido deve ser apresentado quando o usucapiente o possuir. O justo titulo pode ser substituído por outro documento que comprove que o imóvel esta em posse do requerente através de comprovantes de pagamentos de impostos ou de taxas que incidem sobre o imóvel e que comprove a origem, a continuidade, a natureza, e o tempo que o requerente reside nele. (RIZZARDO, 2015) Esse esclarecimento tem o amparo legal do inciso IV do art. 1.071 do novo CPC, que transcreve o requisito: “justo titulo ou quaisquer outros documentos que demonstrem a origem, a continuidade, a natureza e o tempo da posse, tais como o pagamento dos impostos e das taxas que incidirem sobre o imóvel”. Brandelli (2016) declara: “Este “ou” há que ser entendido apenas como opção porque pode não haver prova documental a respeito da posse, e não no sentido de que possa o justo título, quando exigível, ser substituído por outros documentos que provem a posse”. 3.6. PRINCIPAIS PONTOS CONTROVERTIDOS O procedimento da usucapião extrajudicial foi recebido com muita empolgação pelo ordenamento jurídico brasileiro, mas esbarraram em algumas dificuldades, controvérsias na interpretação, na operacionalidade, o que resultou numa demora efetiva para o sucesso do procedimento. O próprio art. 216-A, por várias vezes omissas em pontos importantes ou taxativo e criador de obstáculos para tal procedimento. Exemplo de um óbice é quando o imóvel usucapiendo estiver em mais de uma circunscrição imobiliária devido ao seu tamanho, tornando-se com que ele abranja mais de uma comarca. E no caput do art. 216-A o instituto da usucapião extrajudicial deverá ser processado no Cartório de Registro de Imóveis da comarca em que o imóvel estiver situado. Neste caso concreto pôde-se ocorrer uma demora na definição a qual Cartório de Registro de Imóvel dar entrada no procedimento do instituto da usucapião extrajudicial ou a solução seria proceder administrativamente através de via judicial. (BRAGA, 2016) Em caso de não conseguir sucesso no procedimento devido o imóvel pertencer a duas comarcas distintas, remete-se os autos para via judicial. (ALVES, 2015) 3.7. OPROVIMENTO Nº 65/2017 DO CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA O Conselho Nacional de Justiça, no dia 14 de dezembro de 2017, por meio de um dos seus últimos atos administrativos do ano editou um Provimento nº 65/2017. Este provimento foi editado para regulamentar no âmbito nas serventias extrajudiciais, a Usucapião Extrajudicial. (CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA. Provimento nº 65/2017). No ato editado foram apresentados 27 artigos que intermediaram e fizeram com que o provimento trouxesse diretrizes necessárias para conferir maior segurança jurídica e dinamismo na atuação dos profissionais dos tabelionatos de Notas e dos cartórios de Registro de Imóveis possam atuar com mais dinamismo e segurança jurídica. O referido provimento não inova e não altera a Lei nº 13.465/2017, todavia diz respeito a forma como deverão ser praticados pelos profissionais das serventias extrajudiciais que irão operar o procedimento. (Arts. 4º, I e 5º) O provimento nº 65/2017, veio para reduzir a enorme discussão em prol do procedimento extrajudicial da usucapião, fazendo com que se torne uma forma segura de pavimentar adequadamente o caminho da desjudicialização do ordenamento jurídico brasileiro. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALVES, Gabriel Augusto Martins. Usucapião Extrajudicial: avaliação do novo procedimento introduzido pela Lei n. 13.105 de 2015. Trabalho de Conclusão de Curso. Universidade Federal de Santa Catarina. 2015. Disponível em:<https://repositorio.ufsc.br/xmlui/bitstream/handle/123456789/157112/TCC%20usucapi% C3%A3o%20extrajudicial.pdf?sequence=1&isAllowed=y>. Acesso em 09 mar. 2019. BEVILÁQUA, Clóvis. Direito das Coisas. 5ª. ed. Rio de Janeiro: Forense, 1956. BRASIL, Lei. nº 13.465, de 11 de Julho de 2017. Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2017/lei/l13465.htm>. Acesso em 05 de mar. 2019. BRASIL. Lei nº 6.015 de 31 de dezembro de 1973. 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