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CLÍNICA DE CARNÍVOROS DOMÉSTICOS – CARDIOLOGIA · O que se espera de sistema circulatório em relação a sinais clínicos? · Tosse é muito importante pois pode estar associada a afecção respiratória, mas também pode estar associado à um problema cardíaco. · Essa tosse pode ser do tipo produtiva ou não produtiva · Início não produtiva · Geralmente é o que chega na clínica · Evolução edema produtiva · Para poder diferenciar uma tosse do sistema respiratório ou do sistema circulatório deve estar atento à intolerância ao exercício · Se a tosse vier associada ao exercício físico (latir, festa, correr atrás da bolinha) link com o sistema circulatório · Cianose: não há oxigenação sanguínea e as extremidades ficam arroxeadas · Mais fácil notar no cão na boca pois ele tende a ficar ofegante no exercício e começa a se ver arroxeamento da mucosa oral e língua *A anemia pode acontecer mas dificilmente será relatado como sinal clinico pelo proprietário. Mas pacientes cardíacos é comum terem anemia crônica por causa da espleno que vai acontecer mais recrutamento, por conta da falta de oxigenação, começa a haver anemia crônica nesses animais. A princípio é regenerativa, mas a depender do curso pode virar arregenerativa. · Secreção serosa, limpa · Pode virar purulenta pela estase e proliferação de microrganismos oriundos do parênquima e que terão condição boa para proliferar. · Sincope: desmaios por falta de oxigenação que faz com que organismo entenda que é melhor parar (assim evita um possível óbito por falta de O2) · Queda de metabolismo · Rearranjo cardíaca · O que ajuda durante anamnese? · Histórico clínico: · Se o animal teve um hipotireoidismo pode causar um problema cardíaco · Doença periodontal: infecção bacteriana nas válvulas cardíacas · Raça · Cruzas inadequadas: boxer/pug/yorkshire/poodle toy maior incidência de afecções cardiológicas · Idade · Sempre pensar na situação de que a reposição de células não está tão viável, gerando uma condição de insuficiência · É comum ser dividido em 3 formas: ritmo, muscular, funcional · Quando começa uma doença cardíaca pode estar alterando o ritmo (Para mais: taquicardia/Para menos: bradicardia/Ritmo alterado: arritmia). Em todos esses processos estamos falando de um distúrbio de condução. Quando isso evolui dependendo do momento que você vê o cachorro, você não consegue mais descobrir o que foi primário para ele · Quando se fala em miocárdio, se fala em duas situações muito interessantes: · Ninguém sabe explicar o porquê, mas fato que o miocárdio começa a ficar fino, delgado, com pouca força, as câmaras ficam frouxas. Isso se chama miocardiopatia dilatada. · O contrário também acontece, a musculatura começa a ficar aumentada, rígida, com pouca capacidade de contração, e faz com que a câmara cardíaca fique estreita. Isso se chama miocardiopatia hipertrófica. · Mais comum em gatos de raças grandes (Persas) · Não se sabe o que acontece, mas sabe que há um potencial genético (raça influencia), sabe-se em humanos que a doença de chagas causa a cardiomiopatia dilatada (estimulo viral que causa alteração nos cardiomiócitos), estudos demonstram em grandes raças que carnitina e taurina fazem muita diferença. · Distúrbio valvular · Uma doença periodontal que causou uma endocardite que no final e resolveu, mas deixou uma cicatriz. · Questão genética gerando disfunção na válvula · Independentemente de onde a afecção ocorra, com a evolução disso a função cardíaca fica prejudicada e então vem a insuficiência cardíaca. · Insuficiência cardíaca não é uma doença e sim uma síndrome. É o final de uma doença cardíaca. ****Cuidado na prova! Não colocar insuficiência na suspeita!!! · Nodo sinusal é muito importante nas arritmias, porque ele comanda todo o processo de batimento. · Processo célula a célula que deve ser super sincronizado · Se isso começa a não acontecer vai haver distúrbio. · É por isso que pelo eletrocardiograma as vezes conseguimos descobrir uma patologia que não é de origem muscular. No eletro só se mede o ritmo, mas a depender da evolução consegue avaliar qual a condição cardíaca do paciente. Às vezes a afecção ainda não alterou o ritmo cardíaco e não é detectado pelo eletrocardiograma. · Quando se suspeita de doença cardíaca não pedir somente eletro. Pode ser um exame inicial, mas se ele vier sem alteração não descartar um problema cardíaco ainda, deve-se pedir um ecocardiograma, um RX. · Atenção em relação aos batimentos cardíacos animais grandes têm batimento menor e isso pode confundir o aluno a achar que tem uma bradicardia. · Há uma diferença muito grande de batimento entre pequenos e grandes animais · Exame físico deve conter as mensurações de TPC, pulso, auscultação, jugular · Quando animal chega, quando animal fica calmo. Repete após causar estresse, pois nesses diferentes tempos que é possível perceber alguma alteração. · O padrão de ventilação é muito importante, a depender do grau da doença cardíaca o animal já chega com padrão 100% abdominal, todo descompensado, não consegue fazer uma respiração adequada. · Há casos de animais que não consegue sentar, angustiado, se deita sente desconforto. · Sempre é bom a palpação pois alguns animais já podem ter tamanha sobrecarga que gerou edema, ascite e na palpação é possível identificar. · Lembrar que nem sempre é possível dividir os campos pulmonares, pois o animal pode ser muito pequeno. · É muito comum auscultar de um lado e ser diferente do outro lado. Lembrar sempre de auscultar o lado direito e esquerdo. · Se for possível fazer logo um ecocardiograma é o melhor, mas o proprietário não pode, pede o eletro, porque ele já ajuda no diagnóstico e o proprietário se prepara para pagar o eco. · O RX é muito importante para ver tamanho. Exemplo, a tosse do animal não passa, porque o coração já está tão aumentado que comprime a traqueia. Assim, a tosse não é por causa de um edema e sim pela pressão, o que só é possível ver pelo RX (traqueia pode estar até translocada). · Exames sorológicos ainda não estão tão comuns na nossa rotina, mas são de muito uso fora, já há até teste rápido (IDEXX) para mensuração de componentes cardíacos (troponina I – detectar animal que teve ou está em processo de infarto). · Pelo eco é possível avaliar fluxo e formato valvular e espessura das câmaras. · Sempre haverá o padrão PQRS. Geralmente a onda P está mantida, as alterações ocorrem mais no complexo QRS (NÃO SERÁ COBRADO A LEITURA DE ELETRO/ECO). Só quero que entendam porque o eco dá mais informações. · No eletro se vê o complexo QRS preservado. De acordo com as alterações vai se descrevendo a doença cardíaca. Exemplo, tal alteração é compatível com animal com cardiomiopatia dilatada. Isso é possível pela mensuração das alterações das ondas. · Animal com hipoadrenocorticismo bradicardia · RX normal com coração com tamanho adequado (mensurado com régua) e se vê perfeitamente a traqueia, o pulmão limpo X Imagem com liquido, não se vê o pulmão todo escuro, leve compressão da traqueia. · Quando há compressão da traqueia, já não há muito o que fazer. Tentativa de corticoide. · Conforme evolução da doença, principalmente sem tratamento, vira uma insuficiência. · Insuficiência cardíaca direita: ascite com aumento abdominal devido â estase. Antes da ascite o animal pode ter perda de peso, pois os órgãos estão com função debilitada. · Insuficiência cardíaca esquerda: edema no pulmão por causa de retorno o que gera estase e o proprietário irá falar que o animal tem tosse. · Grau I: sem grandes alterações · Grau IV: animal não consegue fazer nenhum esforço · O animal não consegue bombear o sangue. O que fazer pelo animal? Diminuir o volume de sangue ajudará o animal a bombear utilizando diurético (furosemida). Nem sempre será benéfico o uso de diurético, pois se o animal não estiver ingerindo agua adequadamente você pode gerar uma desidratação e piorar a condição. Em felinos, que bebem pouca água, pensar duas vezes antes de usar o diurético. Não aumentar a dose do diurético quando ele parar de funcionar, e sim associar a outro diurético.· Inibidor de ECA para corrigir a vasoconstricção que foi gerada pelo organismo na tentativa de compensar a falha no bombeamento. · Benazepril (mais usado – mais caro), captopril, enalapril (mais usado) · Princípio básico: diurético + inibidor de ECA · Outros fármacos: depende do grau da doença cardíaca. · Situações de Incapacidade de contração há envolvimento muscular mais severo e isso deve ser corrigido para deixar o músculo com maior capacidade de contração. Potencialização do Cálcio (importante na contração), com melhora da absorção do Cálcio. · Não há cura do animal, e sim haverá amenização dos sintomas e da evolução da doença. · Se preocupar com custos, pois é tratamento a longo prazo e sempre haverá algo a ser acrescentado. Então deve ser pensado o custo para que o proprietário tenha condições de fazer o tratamento no animal. · Antiarrítmicos: propofol. Nos pacientes há algumas situações de arritmia que não são diagnosticadas, gerando morte súbita. · Insuficiência valvular é a doença cardíaca mais frequente · Auscultação de sopros · Situações congênitas geralmente causam más-formações e o animal irá sucumbir muito cedo. Filhotinho de raça pura que tem desenvolvimento menor, que não brinca direito, e na avaliação tem incapacidade respiratória, com problemas valvulares. · Endocardite bacteriana, que na fase aguda passa muito como uma infecção geral a não ser que tenha a sacada de olhar a boca (periodontite). Se tiver sacada, tratar essa válvula para diminuir a possibilidade de cicatrizes. · Cardiomiopatia dilatada · Muito rara em gato!!! · Ocorre em cachorros, principalmente raças grandes. · Animal com emagrecimento inicial e depois ascite. · Cardiomiopatia hipertrófica · Muito rara em cães!!! · Pior de tratar pois faz espessamento da musculatura, então diminui a câmara cardíaca. Como resolve?? Muito difícil. Prognóstico ruim. · Em felinos é muito comum que o primeiro sinal clinico seja paralisia de membro posterior devido ao tromboembolismo. Se for trombo grande, em sela, não tem muito o que fazer. Pode tentar amputar a pata para evitar que haja necrose (pode causar insuficiência renal se não amputar por disseminação). Ultrassom com doppler confirma o trombo. · Gato chega sem mexer um ou dois membros e proprietário relata que a chance de ter caído ou se machucado é muito pequena. Na avaliação física será percebida região fria, arroxeada/escura, sem pulso. · Uso de anticoagulantes (heparina sódica). · Em humanos já há enzimas (estreptoquinases) para diminuir o coágulo. · Dirofilaria immitis · Está começando a haver um aumento no número de casos. Transmitida pelo culex. · No ciclo os adultos ficam em câmaras cardíacas. · Cuidado com o tratamento que pode gerar um tromboembolismo devido à alta carga parasitaria. · Uso de coleiras: combate leishmania, pulgas e carrapatos e dirofilaria. · Se verificar que há microfilaria em teste preventivo fazer tratamento matando essa microfilaria, e os adultos em um momento morrem e não tem substitutos. Melhor tratar assim do que ter que matar os vermes adultos com Melezomina(?), que podem estar em grande quantidade e o tratamento fica complicado, uma vez que é um verme longo. Nesse caso deixar o animal internado para ir acompanhando a morte desses vermes. · Em local com alta incidência de culex faz o endogard (ivermectina) para prevenir. Difícil dizer onde não há esses insetos, então animais com 2 anos faz o teste preventivo. · Outra forma de diagnostico são os testes sorológicos (ELISA). **TESTE: a partir do momento que você está com um animal que está ofegante, posição de esfinge, o que você deve fazer para saber se esse animal está em uma emergência cardíaca? Avaliar mucosas, TPC, usar furosemida, vasodilatador, sedar o animal para diminuir o estresse. Gato de boca aberta é péssimo sinal. O cachorro abre a boca para fazer a troca de calor, mas os braquicefálicos não fazem essa troca adequada. Cada vez que não há troca adequada há desidratação e aumento de temperatura com formação de radicais livres e deposição de imunocomplexos que pode causar trombos e outras coisas.