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Odontologia Restauradora Estética e Funcional: Princípios para a Prática Clínica 
• 
Fig. 9.4 - (A) Presença de dentina terciária na região do teto da câmara pulpar em dente com atrição (setas); (B) dente 
cuja restauração deficiente foi removida, evidenciando a presença da dentina terciária na reg ião do corno pulpar mesio­
vestibular (seta), exposto durante o preparo; (C) fotomicrografia mostrando a diferença entre a Dentina Secundária (DS) 
com túbulos regulares e a Dentina Terciária (DT) com a disposição irregular da matriz e dos túbulos (Tricrómico de Mallory, 
aumento de 400x), gentilmente cedida pelo Prof. Dr. Miguel Angel Castillo Salgado (Professor da disciplina de Histologia 
do curso de Odontologia do ICT de São José dos Campos - UNESP). 
Polpa 
A polpa dentária pode ser definida como um 
tecido conjuntivo frouxo, altamente especializado, 
de origem ectomesenquimática, circundado por 
paredes de dentina, ocupando a câmara pulpar e o 
canal radicular. Está diretamente ligada aos siste­
mas circulatório e nervoso através do feixe vascu­
lonervoso que penetra pelo forame apicaL 16 A es­
pecialização do tecido conjuntivo da polpa deve-se 
principalmente às células dispostas em sua perife­
ria, os odontoblastos, responsáveis pela formação 
da matriz da dentina.17 A polpa dentária é consti­
tuída de 25% de matéria orgânica e 75% de água. 
É formada basicamente pelos seguintes elementos 
estruturais: células progenitoras (odontoblastos, fi­
broblastos, células mesenquimais indiferenciadas), 
células de defesa (linfócitos e macrófagos), subs­
tância intersticial amorfa (proteoglicanas e glico­
proteínas) e substância intersticial fibrosa (fibras 
colágenas).18 No estudo da estrutura pulpar, a polpa 
294 
dentária pode ser didaticamente dividida em duas 
zonas: periférica, composta pela camada odonto­
blástica e subodontoblástica, e central, composta, 
principalmente, por vasos e nervos (Fig. 9.5). A ca­
mada mais externa da polpa, denominada camada 
odontoblástica, é constituída pelos corpos celula­
res dos odontoblastos, localizados imediatamente 
subjacentes à pré-dentina. A função principal dos 
odontoblastos é a produção de dentina.1 Abaixo da 
camada odontoblástica, encontra-se a zona ace­
lular de Weil, rica em capilares sanguíneos, fibras 
nervosas amielínicas (plexo de Rashkow) e proces­
sos citoplasmáticos de fibroblastos. 
Abaixo da zona acelular existe a zona rica em 
células, composta por fibroblastos, células me­
senquirnais indiferenciadas ou pré-odontoblastos, 
macrófagos e linfócitos. Quando ocorre a morte 
dos odontoblastos, há aumento de mitoses na zona 
celular e migração destas células para a camada 
odontoblástica, sendo este o início do processo de 
recomposição da camada odontoblástica após uma 
Fig. 9.5 - Fotomicrografia do complexo dentina-polpa 
mostrando a camada de odontoblastos (CO), zona acelular 
de Weill (ZA), zona rica em células (ZC) e região central da 
polpa (RC). Tricómico de Mallory, 200x. Fotografia gentil­
mente cedida pelo Prof. Dr. Miguel Angel Castillo Salgado 
(Professor da disciplina de Histologia do curso de Odonto­
logia do ICT de São José dos Campos - UNESP). 
injúria pulpar. 3 Este processo é possível devido à 
capacidade das células mesenquimais de se dife­
renciarem em células similares aos odontoblastos 
e, consequentemente, reativarem a capacidade re­
paradora da polpa na região lesada. 4 Os vasos san­
guíneos mais calibrosos e nervos circundados por 
tecido conjuntivo rico em fibroblastos e células 
mesenquirnais indiferenciadas constituem a por­
ção central da polpa dentária. 
As arteríolas e vênulas que entram e saem da 
cavidade pulpar, através dos forames e das ramifi­
cações apicais, constituem o rico suprimento vas­
cular da polpa dentária. Acompanhando o trajeto 
dos vasos sanguíneos, encontra-se um suprimento 
nervoso abundante, originário do nervo trigêmeo. 
As fibras nervosas que penetram na polpa são mie­
línicas e mediadoras da sensação de dor causada 
por agentes externos, enquanto as fibras amielíni­
cas estão associadas aos vasos sanguíneos tendo, 
entre outras funções, o controle vasomotor. Estas 
fibras agrupam-se basicamente em dois tipos, de 
acordo com localização, função, diâmetro e veloci­
dade de condução do estímulo nervoso: fibras Del­
ta A e fibras C. Na zona periférica, encontram-se as 
fibras Delta A, rnielínicas, termorreceptoras para o 
frio, de rápida velocidade na condução do estímu-
9 Proteção do Complexo Dentina-Polpa 
lo nervoso e não relacionadas ao dano tecidual. Na 
zona central, próximo aos vasos sanguíneos, estão 
as fibras C, amielínicas, termorreceptoras para o 
calor, de lenta velocidade na condução do estímulo 
nervoso e relacionadas ao dano tecidual (processo 
inflamatório). 
A polpa dentária possui quatro funções bási­
cas: formativa, nutritiva, sensorial e defensiva. 19 
A função formativa relaciona-se à formação de 
dentina durante toda a vida do dente. É, sem dú­
vida, a sua principal função. A Ju.nção nutritiva 
é observada a partir de sua rica vascularização, 
na entrada de nutrientes e oxigênio pelos vasos 
e saída de restos metabólicos teciduais. Afu.nção 
sensorial é caracterizada pela capacidade da pol­
pa de responder com dor aos diferentes agentes 
agressores, por meio das fibras nervosas mielíni­
cas e amielínicas. Afu.nção defensiva pode ser ob­
servada quando a polpa se defende dos estímulos 
agressores com formação de esclerose dentinária 
ou de dentina terciária.18 
A polpa dentária sofre alterações com a idade, 
em função do processo fisiológico de envelheci­
mento. Estas alterações incluem a modificação de 
um tecido jovem (rico em células e pobre em fi­
bras) para um tecido senil (pobre em células e rico 
em fibras), ou seja, mudança de tecido conjuntivo 
frouxo para tecido conjuntivo denso. Essas alte­
rações são importantes do ponto de vista clínico, 
porque a capacidade de defesa de uma polpa senil é 
menor que a de uma polpa jovem,5 e o prognóstico 
de manutenção da vitalidade pulpar nos casos de 
proteção direta do complexo dentina-polpa pode 
ser reduzido. Ainda, pacientes jovens que subme­
tem seus dentes a vários estímulos "agressivos" (cá­
rie, traumatismos fumo, entre outros) podem levar 
à redução da capacidade de defesa do tecido pulpar 
pela alteração do tecido conjuntivo em decorrência 
da exposição a estes fatores de agressão. 
Mecanismos de Defesa do 
Complexo Dentina-Polpa 
O complexo dentina-polpa pode sofrer altera­
ções frente aos diferentes tipos de agressores exter­
nos, como a cárie dentária, traumatismos com ou 
sem fraturas, prepares cavitários, atrição, abrasão, 
295 
Odontologia Restauradora Estética e Funcional: Princípios para a Prática Clínica 
erosão, materiais restauradores, movimentação 
ortodôntica, condicionamento ácido, etc. A pol­
pa dentária tenta promover um bloqueio a estes 
agentes agressores por meio de três mecanismos 
de defesa: esclerose dentinária, depósito de denti­
na terciária reacional e/ou reparadora e inflamação 
pulpar. A resposta do complexo dentina-polpa aos 
agentes agressores depende basicamente da condi­
ção pulpar e da manutenção de sua vitalidade. A 
manutenção da vitalidade do complexo dentina­
-polpa é fundamental, pois ela é responsável pelas 
respostas aos estímulos externos. 
Frente às agressões externas, primeiramente o 
tecido responde com esclerose local dos túbulos 
pela deposição contínua de dentina intratubular 
(peritubular) nas regiões subjacentes às lesões ca­
riosas, o que reduz o diâmetro dos túbulos dentiná­
rios e representa um mecanismo de defesa impor­
tante contra agressões externas. 2.19·21 Clinicamente, 
a esclerose tubular resulta em coloração escura da 
dentina (Fig. 9.16A e B). A esclerose tubular é pro­
duzida por agentes irritantes leves ou moderados, 
tais como as cáries de progressão lenta, traumatis­
mo moderado após o preparo cavitário, abrasão, 
erosão, atrição e avanço da idade. A esclerose dos 
túbulos não ocorrerá se os odontoblastos tiverem 
sido previamentedestruídos. Quando a agressão é 
muito intensa, os odontoblastos morrem e os tú­
bulos correspondentes são referidos como tratos 
mortos. 
Posteriormente, como segunda linha de defesa 
do complexo dentina-polpa, há depósito de uma 
matriz de dentina terciária reacional com o intuito 
de aumentar a distância entre o agente agressor e 
o tecido pulpar.22 A estrutura da matriz dentinária 
depositada depende da atividade da lesão cario­
sa. Quanto mais ativa a lesão, mais irregular será 
a dentina terciária formada. 23 Essa dentina terciá­
ria apresenta túbulos, em geral, sinuosos e menos 
numerosos do que a dentina regular e, às vezes, 
completamente ausentes (Fig. 9.4C). Ela se carac­
teriza por ser mais calcificada e menos sensível 
que a dentina regular em decorrência da falta de 
continuidade do processo odontoblástico. Caso os 
odontoblastos sejam destruídos em decorrência 
dos agressores externos, eles são substituídos por 
células mesenquimais indiferenciadas que se dife­
renciam e secretam a matriz da dentina. Elas po-
296 
dem não assumir a forma colunar e poligonal dos 
odontoblastos, mas uma aparência cúbica ou acha­
tada. A dentina resultante tem uma continuidade 
interrompida dos túbulos dentinários, mas exerce 
função de barreira contra a penetração de irritan­
tes externos.24 
A inflamação pulpar deve ser entendida como 
uma resposta defensiva que tem por objetivo limi­
tar e eliminar o agente agressor. A inflamação acar­
reta alterações vasculares, como a vasodilatação e o 
aumento da permeabilidade vascular. A localização 
anatômica da polpa, alojada entre paredes duras e 
inelásticas, associada à falta de circulação colateral, 
são fatores que dificultam a expansão pulpar, que é 
observada a partir do aumento do fluxo sanguíneo 
(vasodilatação) e da permeabilidade vascular, re­
sultando no aumento da pressão pulpar. Na conges­
tão vascular, parte do líquido intersticial é impelido 
para fora, com o intuito da acomodar o aumento 
do fluxo sanguíneo. No primeiro momento, há o 
aumento do fluxo arterial (hiperemia arterial ou 
ativa) e no estágio seguinte ocorre diminuição do 
fluxo venoso (hiperemia venosa ou passiva), sur­
gindo a exsudação plasmática e a migração celular, 
caracterizando o quadro da inflamação aguda. A 
inflamação, no entanto, é um fenômeno bem mais 
complexo, controlado pela presença de mediadores 
químicos que atuam em estágios definidos e com 
funções específicas. A dor é consequência do au­
mento da pressão nos tecidos devido à hiperemia, 
ao edema e à liberação de agentes inflamatórios al­
gógenos (produtores de dor). 
Resumidamente, a polpa responde inicialmen­
te aos diferentes estímulos com formaç.ão de den­
tina. Se a intensidade e a frequência dos estímulos 
estiverem dentro da capacidade defensiva da pol­
pa, haverá inflamação com diferentes intensidades, 
porém, com potencial de reversibilidade do quadro 
inflamatório. Se a intensidade e a frequência da 
agressão estiverem acima da capacidade defensiva 
da polpa, haverá inflamação irreversível Esse qua­
dro inflamatório irreversível poderá levar a polpa 
à necrose. 
Os mecanismos de defesa do complexo denti­
na-polpa, mesmo quando eficientes na manuten­
ção da vitalidade, terão como consequência natu­
ral um processo de envelhecimento pulpar.25 Nesse 
caso, ocorre redução da celularidade, do número de 
vasos e nervos no tecido pulpar e, como consequ­
ência, diminuição da capacidade reparadora frente 
aos tratamentos conservadores, como capeamento, 
curetagem e pulpotomia, que serão descritos mais 
adiante. Nessas situações, o planejamento do caso 
deve incluir uma avaliação minuciosa da condição 
pulpar, a qual determinará o tratamento clínico a 
ser instituído. 
Avaliando a Condição Pulpar 
O diagnóstico da condição pulpar representa a 
base para a estruturação do tratamento, em especial 
quando a queixa principal do paciente relaciona-se 
à dor. A dor, por sua vez, é o motivo mais frequente 
que obriga o paciente a procurar por tratamento 
odontológico. Ela, portanto, é um referencial im­
portante para que o profissional possa chegar a um 
diagnóstico, uma vez que não existe correlação ní­
tida entre a sintomatologia clínica e os achados his­
topatológicos. Assim, os resultados histopatológi­
cos não podem ser extrapolados para as condições 
clínicas de tratamento. Por essa razão, atualmente, 
o diagnóstico é definido pelas condições clínicas 
(dor) do quadro patológico pulpar.26-28 
O grande desafio ao reconhecer o fator etioló­
gico responsável pela origem do processo de dor 
nas estruturas bucais distingue a etapa do diagnós­
tico como fundamental no contexto do tratamento 
odontológico. 17 Para o diagnóstico da condição pul­
par não basta apenas o conhecimento das respos­
tas biológicas da polpa, mas também é necessária 
a interpretação das respostas frente à aplicação de 
estímulos destinados à observação clínica de seu 
estado. Assim, o diagnóstico da condição pulpar 
pode ser dividido em fases: anamnese, exame clíni­
co extra e intraoral, testes pulpares, testes comple­
mentares e exame radiográfico. 
Anamnese 
A anamnese representa o exame subjetivo rea­
lizado por meio da técnica do interrogatório do 
paciente, que direciona a investigação ao surgi­
mento dos sinais e sintomas envolvidos no proces­
so patológico. A história clínica deve ser coletada 
e registrada de maneira organizada, em forma de 
perguntas objetivas e definidas. A anarnnese envol-
9 Proteção do Complexo Dentina-Polpa 
ve a análise dos dados obtidos separadamente e in­
terpretados de modo associado para compor parte 
do processo de diagnóstico.17 A anarnnese é com­
preendida pela queixa principal, história da doença 
atual e pregressa da patologia em questão e história 
médica do paciente. Em alguns casos, a interação 
com o médico pode ser necessária para determi­
nar o estado geral e os medicamentos usados pelo 
paciente, assegurando planejamento e tratamento 
adequados. É fundamental perguntar ao paciente 
onde e quando a dor acontece, e se ela é contínua, 
pulsátil, espontânea ou provocada. 
Exame clínico extrabucal 
Um protocolo básico para o exame extrabucal 
sugere que o profissional observe o paciente quan­
do ele entra no consultório. Sinais de limitações 
físicas, assim como sinais de assimetria facial po­
dem estar presentes. Um exame visual deve ser re­
alizado para determinar se existem edema, fístulas 
extrabucais, lacerações, escoriações, cicatrizes, he­
matomas, etc. A palpação da face e do pescoço per­
mite ao profissional determinar se existe realmente 
edema e se o mesmo é localizado, difuso, firme ou 
flutuante (Fig. 9.6).27 
Exame clínico intrabucal 
O exame clínico intrabucal representa o exame 
objetivo dos sinais que identificam uma determi­
nada doença. 17 A observação visual dos tecidos mo­
les e duros, associada à inspeção física (por meio de 
espelho clínico, sondas exploradora e periodontal) 
Fig. 9.6-Exame cl ínico extrabucal evidenciando fístu la de 
drenagem. 
297 
Odontologia Restauradora Estética e Funcional: Princípios para a Prática Clínica 
permite a identificação de lesões de cárie, fraturas 
coronárias e/ou radiculares, presença de fístulas, 
fraturas de restaurações, bolsas periodontais e ex­
posições pulpares. O exame clínico intrabucal não 
é conclusivo para se chegar a wn diagnóstico sobre 
a condição pulpar, devendo ser associado a outros 
testes clínicos (Fig. 9.7 A-D). 
Palpação 
A palpação permite determinar, a partir da per­
cepção tátil, a consistência e textura dos tecidos, a 
aderência, mobilidade e lisura, além de caracterizar 
a presença de respostas dolorosas frente a esse tipo 
de estímulo. Nos abscessos periapicais sem fístula, 
a palpação permite verificar o estágio de evolução 
(inicial, em evolução, evoluído) e se o mesmo apre­
senta ponto de flutuação (Fig. 9.8).17 Ao ser pres­
sionada, a região correspondente à lesão manifesta 
uma sensação dolorosa. 
Percussão 
A percussão consiste de um método no qual o 
profissional aplicaleves toques na coroa dentária 
com o auxilio do cabo do espelho clínico, no sentido 
vertical ou horizontal (Fig. 9.9A e B).28 Embora seja 
um teste simples, a percussão é importante para lo­
calizar de um dente responsável pela dor de origem 
endodôntica ou envolvido com dor à mastigação 
por contato prematuro, por exemplo. A resposta 
positiva à percussão vertical, ou seja, a presença de 
sensação dolorosa, pode estar associada com alte­
rações periapicais, enquanto a percussão horizontal 
pode estar associada com alterações periodontais. 19 
Uma resposta positiva ao teste de percussão deve 
ser sempre confrrmada por testes de sensibilidade 
pulpar e exames radiográficos complementares. 
Sondagem periodontal e teste de 
mobilidade 
A sondagem periodontal permite avaliar a 
presença ou não de bolsas periodontais, exsudato 
gengival ou mesmo drenagem via sulco gengival 
O profissional deve realizar, sempre que necessá­
rio, o tratamento periodontal indicado para cada 
situação clínica. Para realizar este teste, devem-se 
utilizar sondas periodontais bem finas (Fig. 9.10A). 
Fig. 9.7 - Exame clín ico intrabucal observando-se visualmente os tecidos moles e duros. (A) Fístu la (seta); (B) dentes escu­
recidos associados à necrose pulpar; (C) lesões de cárie; (D) dente fraturado evidenciando um aspecto róseo da dentina, 
observando-se a polpa por transparência e indicando uma cavidade muito profunda. 
298 
Fig. 9.8 - Palpação da região periapical. 
9 Proteção do Complexo Dentina-Polpa 
O teste de mobilidade dental também deve ser exe­
cutado durante a fase de exame intrabucal do pa­
ciente. Ele pode ser realizado pela palpação digital 
ou com o auxílio de instrumentos odontológicos 
(Fig. 9.lOB). 
Transiluminação 
Consiste na aplicação de uma luz intensa na su­
perfície lingual de um dente. Nos casos de trauma­
tismos dentários, a transiluminação é importante 
no diagnóstico de fraturas ou trincas (Fig. 9.11). 
Nos dentes com polpa necrótica, em geral a sombra 
da câmara pulpar aparece mais escura em relação 
à coroa dentária, devido à decomposição do tecido 
pulpar. Nos dentes com polpa viva, essa diferença 
não é muito evidente. 
Fig. 9.9 - (A) Percussão vertical com o cabo de um espelho; (B) percussão horizontal. 
Fig. 9.1 o - (A) Sondagem periodontal; (Bl teste de mobilidade. 
299 
Odontologia Restauradora Estética e Funcional: Princípios para a Prática Clínica 
Fig. 9.1 1 - Transiluminação evidenciando trincas na coroa 
dentária. 
Testes de sensibilidade pulpar 
A sensibilidade pulpar pode ser avaliada em­
pregando testes térmicos (frio e calor) e/ou elé­
tricos. Os testes de sensibilidade pulpar auxiliam 
na diferenciação dos dentes com polpas normais 
daqueles com polpas alteradas patologicamente, 
principalmente nos casos de necrose pulpar, quan­
do outros dentes são utilizados como controle. 
Estudos clínicos foram realizados para avaliar os 
testes térmicos ao frio e elétrico na determinação 
da vitalidade pulpar.29 Foi verificado que 97% dos 
dentes que responderam positivamente aos testes 
apresentavam vitalidade pulpar, verificada através 
de inspeção visual direta da câmara pulpar. Entre­
tanto, os resultados dos testes de sensibilidade tér­
mica devem ser interpretados com cautela, pois 
embora sejam métodos não invasivos, indolores, 
objetivos, de custo acessível e reproduzíveis, estes 
testes monitoram indiretamente a vitalidade pul­
par através da avaliação da resposta nervosa pulpar 
e não do sistema de suprimento vascular.30 Os tes­
tes térmicos têm valor limitado para o diagnóstico 
da condição pulpar em dentes com formação ra­
dicular incompleta e forame apical amplo. Nestes 
casos, para o diagnóstico correto, deve-se conside­
rar a presença de sintomas de pulpite irreversível 
ou periodontite apical, sinais clínicos de infecção 
periapical que incluem edema, sensibilidade à per­
cussão, mobilidade e fístula, perda óssea detectável 
radiograficamente, reabsorção radicular progressi­
va e atraso no desenvolvimento radicular quando 
comparado com os dentes adjacentes.31 
300 
Entendendo que as alterações inflamatórias 
pulpares relacionam-se a alterações vasculares, 
agentes que promovam mudanças nas mesmas, 
como vasoconstrição ou vasodilatação, são capa­
zes de induzir estímulos nas terminações nervo­
sas, caracterizando um possível estado clínico do 
tecido (normal ou inflamado, porém vital). Entre­
tanto, diversos agentes são capazes de estimular a 
sensibilidade nas terminações nervosas, o que não 
certifica necessariamente que o dente esteja com 
vitalidade. As fibras nervosas são as últimas a en­
trarem em degeneração e, nos dentes com necrose 
pulpar, pode ocorrer sensibilidade quando elas são 
estimuladas.17 
Teste de sensibilidade pulpar ao frio 
A estimulação térmica com o frio pode ser rea­
lizada com bastão de gelo, cloreto de etila (Endo 
Ice - Hygienic), gases refrigerantes (diclorodiflu­
orometano, tetrafluoretano) ou dióxido de carbo­
no (neve carbônica) (Fig. 9.12A e B). Estes agentes 
promovem decréscimos da temperatura intrapul­
par, estimulando terminações nervosas pulpares a 
partir das alterações vasculares (vasoconstriç.ão), 
gerando dor. Quanto maior a redução da tempera­
tura, maior o estímulo. 17 
Na aplicação do teste de sensibilidade ao frio, 
deve-se utilizar isolamento relativo, sendo o teste 
realizado, inicialmente, nos dentes adjacentes ou 
até análogos ao dente em questão, de posterior 
para anterior, na face vestibular, para depois ser 
realizado no dente suspeito de alteração. O tempo 
de aplicação do teste ao frio pode variar de 1 a 4 
segundos.17
•
28 A ausência de resposta dolorosa após 
a aplicação do estímulo térmico pode indicar que a 
polpa está necrosada. 
Teste de sensibilidade pulpar ao calor 
No teste térmico realizado com calor, emprega­
-se geralmente o bastão de guta-percha aquecido, 
aplicado sobre a superfície vestibular dos dentes 
anteriores e superfície oclusal dos posteriores. 28 
Neste teste, é difícil controlar com exatidão a tem­
peratura e a extensão da aplicação. É importante 
que, antes da aplicação, o dente seja lubrificado 
com saliva ou vaselina para que a guta-percha não 
permaneça aderida à superfície dentária. No caso 
de resposta positiva, o calor deve ser removido 
imediatamente. Deve-se evitar calor excessivo e 
prolongado sobre o dente, o que poderá ocasionar 
alterações pulpares irreversíveis (Fig. 9.13A e B).32 
O teste de sensibilidade pulpar ao frio não 
agrava a situação de uma polpa normal ou in­
flamada. O contrário pode ser observado com 
o teste ao calor, não sendo portanto aplicado 
como rotina em polpas com características de 
normalidade.17 O teste de sensibilidade ao calor 
é empregado em situações onde se requer o es­
tabelecimento de um diagnóstico diferencial, em 
que o dente com sintomatologia não é facilmente 
identificado. Em função do calor promover vaso­
dilatação, nos dentes com inflamação pulpar sin­
tomática, dependendo da extensão do processo, 
a resposta dolorosa com o calor pode torna-se 
intensa e imediata. 
9 Proteção do Complexo Dentina-Polpa 
Teste elétrico 
O teste elétrico possibilita a avaliação da res­
posta pulpar a partir da estimulação elétrica sobre 
as fibras nervosas presentes na polpa. O objetivo 
deste teste é estimular a sensibilidade pulpar, po­
rém, assim como com os testes térmicos, não per­
mite a obtenção de informações sobre o suprimen­
to sanguíneo, fator determinante da vitalidade.17 
Os aparelhos elétricos utilizados para testes 
de sensibilidade pulpar empregam diferentes tipos 
de corrente elétrica, sendo a de alta frequência a 
mais adequada, cuja graduação pode ser regula­
da de modo contínuo. A resposta positiva ao teste 
elétrico é percebida pelo paciente como sensação 
de calor ou "formigamento'; que desaparece após 
a remoção do eletrodo (Fig. 9.14).28 A ausência de 
resposta ao teste elétrico, nos casos de polpa vital, 
Fig. 9.12-Teste de sensibilidade pulpar ao frio. (A) Aplicação do spray refrigerante Endo-Frost(Roeko) em uma bolinha de 
algodão; (B) toque da bolinha congelada no dente a ser aval iado. 
Fig. 9.13 - Teste de sensibilidade pulpar ao calor. (A) Aquecimento de um bastão de guta-percha sobre a chama; (B) toque 
do bastão no dente a ser testado. 
301 
Odontologia Restauradora Estética e Funcional: Princípios para a Prática Clínica 
Fig. 9.14 - Aparelho para teste elétrico (Digitest Pulp Tes­
te,, Parkell lnc.) 
pode indicar resposta falso-negativa, como nos ca­
sos de dentes traumatizados, calcificações do ca­
nal radicular, rizogênese incompleta, pacientes que 
fizeram uso de analgésicos/tranquilizantes ou até 
defeitos no próprio aparelho.33·35 
Teste de sensibilidade pelo preparo de cavidade 
O objetivo do teste de cavidade é avaliar a pre­
sença de resposta dolorosa durante a remoção de 
dentina. Deve ser empregado se ainda houver dú­
vida ou resultados inconclusivos sobre a condição 
pulpar, após o uso do teste de sensibilidade ao frio. 
Neste teste, a dentina exposta por uma cavidade 
de cárie é removida com escavadores ou brocas 
de grande diâmetro, sem o uso de anestesia. A au­
sência de resposta dolorosa pode indicar necrose 
pulpar.28 
Exame radiográfico 
O exame radiográfico é um recurso comple­
mentar utilizado para o diagnóstico da condição 
pulpar, que permite a avaliação das estruturas mi­
neralizadas do dente e das regiões apical e periapi­
caL Entretanto, em algumas situações, a aparência 
radiográfica de um processo patológico pode ser 
muito subjetiva. Assim, a imagem radiográfica deve 
ser utilizada apenas como um método importan­
te, mas complementar para auxiliar o diagnóstico. 
Quando não associada à anarnnese, exame clínico 
e testes de sensibilidade pulpar, a radiografia isola­
damente pode induzir uma interpretação equivo­
cada sobre a normalidade ou doença. 
302 
Vários fatores podem influenciar na qualidade 
da interpretação radiográfica, incluindo habilidade 
do clínico na tomada radiográfica, qualidade do fil­
me, qualidade da fonte de exposição, qualidade de 
processamento do filme e a forma como a radio­
grafia é visualizada. Controlar todas essas variáveis 
pode ser um desafio difícil, mas é indispensável para 
se obter uma interpretação radiográfica aceitável. 27 
Além da radiografia convencional, podem ser 
obtidas imagens digitais diretas com sensores intra­
bucais. A radiografia digital não utiliza filmes e não 
necessita de processamento químico. Um sensor é 
utilizado para capturar a imagem originada pela 
fonte de radiação. Este sensor é acoplado direta ou 
indiretamente a um computador, que interpreta o 
sinal, e utilizando um software específico, transfor­
ma o sinal em uma imagem digital que pode ser 
exibida e melhorada. A imagem é armazenada e 
pode ser revisada quando necessário. A qualida­
de diagnóstica da radiografia digital mostrou-se 
comparável, mas não necessariamente superior, ao 
filme radiográfico convencional exposto e proces­
sado corretamente. 36
•
37 
A condição pulpar exata, entretanto, não pode 
ser evidenciada nem pelo exame radiográfico con­
vencional nem digital. Nos casos de alterações pul­
pares reversíveis e irreversíveis, o exame radiográ­
fico poderá evidenciar a presença de cáries, restau­
rações com problemas, etc. Entretanto, deve mos­
trar o periodonto apical com aspecto normal e/ou 
ligeiramente espessado, com lâmina dura intacta.28 
Na presença de necrose, o exame pode mostrar o 
rompimento da lâmina dura e a presença de lesões 
periapicais. 
Estabelecendo as Hipóteses 
de Diagnóstico 
O diagnóstico deve ser entendido como um 
processo dinâmico, realizado com etapas integra­
das (exames subjetivo e objetivo, testes clínicos e 
complementação radiográfica). Finalizada a fase 
inicial de avaliação, o profissional deve estabelecer 
hipóteses de diagnóstico, interpretando os dados 
obtidos para planejar e executar o tratamento. O 
tratamento a ser instituído (conservador ou radi­
cal) será fundamentado no diagnóstico da condição 
pulpar, ou seja, avaliando se a polpa apresenta vita­
lidade ou não. 
A dor odontogênica pode ter basicamente três 
origens: dentina exposta, inflamação pulpar e infla­
mação periapicaL Algumas características clínicas 
da dor colaboram durante o estabelecimento das 
hipóteses de diagnóstico. Dentre elas, destacam-se 
o local da dor, o surgimento, a duração, a frequên­
cia e a intensidade da dor. A dor dentinária é geral­
mente aguda e localizada, provocada por estímulos 
específicos, como mecânicos (toque), físicos (frio 
ou calor), químicos (ácidos), osmóticos (açúcar) e 
desidratação.4 A dor é provocada pela condução do 
estímulo através da dentina, pela movimentação 
do líquido dentro dos túbulos, criando forças de ci­
salhamento na parte mais interna dos túbulos den­
tinários, e desaparece assim que o agente causador 
é removido. Os mecanorreceptores detectam esses 
movimentos levando à geração de um potencial de 
ação e, consequentemente, à percepção da dor. 38 
O diagnóstico da dor de origem pulpar em ge­
ral é mais complexo. A dor de origem pulpar pode 
ser difusa (referida ou reflexa), espontânea e pulsá­
til, dificultando a localização exata do dente com­
prometido. O relato de dor espontânea descarta 
quase sempre a possibilidade de a polpa apresentar 
características de alteração reversível à normali­
dade. Sendo assim, as alterações pulpares patoló­
gicas agudas podem ser classificadas, apenas com 
o objetivo de indicação clínica de tratamento, em 
pulpite aguda reversível (tratamento conservador 
indicado) e pulpite aguda irreversível (tratamento 
radical indicado).28 
A proteção ao complexo dentina-polpa, enten­
dido como tratamento conservador, estará indica­
da apenas nos casos onde a polpa apresentar sinais 
de alterações patológicas reversíveis. Nesses casos, 
a dor é aguda, de natureza provocada, em geral lo­
calizada, com duração não superior a um minuto, 
cessando após a remoção do estímulo. O tratamen­
to indicado é conservador, realizando-se o capea­
mento indireto ou direto, conforme explicado mais 
adiante.28 
Nos casos de pulpites agudas irreversíveis a dor 
é aguda, de natureza espontânea, geralmente in­
tensa e pulsátil, de longa duração, às vezes poden­
do ser difusa e/ou reflexa. O tratamento indicado 
é radical, através da biopulpectomia. Nos dentes 
9 Proteção do Complexo Dentina-Polpa 
com rizogênese incompleta, mesmo na presença 
de uma alteração com características de irreversi­
bilidade, estará indicada a pulpotomia, que é a re­
moção apenas da polpa coronária, permitindo que 
a rizogênese ocorra até o final. 28 A pulpite aguda 
irreversível poderá evoluir lentamente para uma 
pulpite crônica. Esta alteração pulpar é geralmente 
observada em pacientes jovens, resultante de uma 
irritação de baixa intensidade e longa duração, 
sobre uma polpa com grande resistência. Clinica­
mente, podem ser observados dois tipos de pulpites 
crônicas: pulpite crônica ulcerada e pulpite crônica 
hiperplásica. A pulpite crônica ulcerada é carac­
terizada por apresentar uma úlcera na superfície 
exposta da polpa, isolando o remanescente pulpar 
por meio de uma barreira de tecido ulcerado e por 
células de defesa. A dor, em geral, é provocada, 
localizada, manifestada pela compressão de ali­
mentos na cavidade de cárie ou em uma restaura­
ção insatisfatória. O tratamento indicado é radical 
através da biopulpectomia. Nos dentes com rizo­
gênese incompleta, estará indicada a pulpotomia.28 
A pulpite crônica hiperplásica é caracterizada pela 
proliferação de um tecido granulomatoso no nível 
da exposição pulpar, denominado pólipo pulpar. A 
dor geralmente é provocada, localizada, manifesta­
da pela compressão de alimentos durante a masti­
gação. O tratamento indicado é a biopulpectomia. 
Nos dentes com rizogênese incompleta estará indi­
cada a pulpotomia. 28 
As pulpites aguda e crônica, dependendo da 
condição pulpar e da intensidade do agente agressor, 
poderão evoluir lenta ou rapidamente para a morte 
da polpa. A necrose pulpar é geralmenteassinto­
mática, podendo ocorrer alteração de cor da coroa 
dentária. Geralmente, não há resposta aos testes de 
sensibilidade pulpar, mas, nos casos duvidosos, o 
teste de preparo de cavidade deve ser realizado. O 
tratamento indicado é a necropulpectomia. 
Fatores que podem Promover 
Alterações Pulpares 
No passado, acreditava-se que as causas prin­
cipais de inflamação pulpar eram os efeitos tóxi­
cos dos materiais restauradores. Contudo, a partir 
da metade da década de 1970, diversas pesquisas 
303 
Odontologia Restauradora Estética e Funcional: Princípios para a Prática Clínica 
demonstraram que a polpa pode tolerar uma varie­
dade de materiais restauradores se as bactérias não 
estiverem presentes, dependendo obviamente do 
tipo de material e se ele está ou não em contato di­
reto com o tecido pulpar. 39 Sendo assim, a principal 
causa de respostas pulpares é a invasão bacteriana 
e suas toxinas nos tecidos pulpares, principalmen­
te pela falta de selamento marginal e dos túbulos 
dentinários cortados durante o preparo. 40 Contudo, 
o contato direto de materiais que apresentam cito­
toxicidade e capacidade imunossupressora com o 
tecido pulpar contribui para a manutenção da infla­
mação tecidual. 30 Materiais cito tóxicos provocarão 
respostas que podem destruir determinadas células 
pulpares, reduzindo sua capacidade de responder a 
uma invasão bacteriana futura. 39 
Diversos fatores como cárie, preparo cavitário, 
traumatismo oclusal, procedimentos operatórios, 
microinfiltração marginal, além de componentes 
resinosos que possam atingir a polpa, também 
apresentam capacidade de promover alterações 
pulpares e serão discutidos a seguir.390 diagnóstico 
correto da condição pulpar e o conhecimento dos 
fatores que podem promover alterações pulpares, 
isoladamente ou em conjunto, são fundamentais 
para realizar procedimentos que possam permitir 
a manutenção da vitalidade do tecido pulpar e a 
promoção da saúde, através da limitação do dano 
e da reabilitação. 
Lesões por cárie 
A doença cárie promove alterações na polpa 
através da difusão de bactérias e seus subprodutos 
pelos túbulos dentinários. O grau de lesão pulpar é 
determinado pelas características do paciente (ida­
de, risco de cárie e potencial de resposta sistémica) 
e pelas características da lesão (profundidade da 
cavidade, grau de comprometimento da estrutu­
ra dentária e grau de mineralização da dentina).4 1 
Para tanto, a manutenção da maior quantidade de 
dentina separando o tecido pulpar após a remoção 
de esmalte e dentina comprometidos pela lesão por 
cárie é de suma importância, pois a manutenção da 
vitalidade pulpar após a instrumentação da dentina 
em dentes assintomáticos e bem selados, mesmo 
com cárie residual sem exposição pulpar, é exce­
lente.39 
304 
Preparo dental 
Para a realização de preparos dentais, são uti­
lizados instrumentos cortantes rotatórios em tur­
binas de alta ou baixa rotação, laser ou jato de ar 
abrasivo com partículas de óxido de alumínio.42 
Esses instrumentos são capazes de gerar calor em 
maior ou menor grau, podendo resultar em altera­
ções no tecido pulpar pelo aquecimento, causan­
do sensibilidade pós-operatória.43 De acordo com 
Zach & Cohen, o aumento de temperatura no teci­
do pulpar não pode ser superior a 5,SºC acima da 
temperatura corpórea, pois existe risco mais alto 
de ocorrência de alterações irreversíveis e necrose 
pulpar.44 Estudos verificaram que existe movimen­
tação de fluido dentinário, tanto em direção ao 
tecido pulpar como em direção à superfície den­
tinária pela ação dos instrumentos cortantes rota­
tórios, como resultado do aquecimento gerado por 
instrumentos inadequadamente irrigados ou com 
desidratação excessiva com jatos de ar.45•46 
A pressão aplicada pelo profissional sobre as 
turbinas durante o preparo cavitário também pode 
gerar mais calor.47 O aumento da pressão aplicada 
pode ser resultado da sensibilidade manual e técni­
ca do profissional que realiza o preparo, estresse do 
profissional e deficiência de corte dos instrumen­
tos cortantes rotatórios.43 Para minimizar o trau­
matismo ao tecido pulpar em decorrência do pre­
paro cavitário, instrumentos cortantes rotatórios 
novos devem ser empregados, associado à refrige­
ração abundante; menos pressão de corte e força 
intermitente devem ser aplicadas, além de evitar a 
secagem intempestiva do preparo, utilizando boli­
nhas de algodão, papéis absorventes ou jatos de ar 
intermitentes, indiretos e não direcionados à den­
tina exposta.41 O uso de instrumentos rotatórios 
desbalanceados e excêntricos promovem maior 
aquecimento fricciona! por vibração, devendo ser 
substituídos ou reparados.7.41 
Traumatismo oc/usa/ 
Restaurações com contatos oclusais exagera­
dos transferem a carga mastigatória para o dente, 
comprimindo de maneira anormal o ligamento 
periodontal, provocando inflamação periapical e 
dor. 41 Clinicamente, a dor é localizada e pulsátil, 
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